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Page 1: Antologia Poética Digital “Flores emo produto que temos. Igualmente, gratidão ao mestre Salvador Bonifácio Tito, por ter aceite prefaciar a presente obra e ao poeta e declamador

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FICHA TÉNICA

TÍTULO Antologia Poética Digital “Flores em

Quarentena”

AUTORIA Movimento Literário Arcádia

COORDENAÇÃO EDITORIAL

Osvaldo de Sá Rodrigues Salvador de Jesus Muringue

DESIGN DE CAPA

Gonçalves Handyman (imagem da internet)

DIAGRAMAÇÃO

Salvador de Jesus Muringue Osvaldo de Sá Rodrigues

RECOLHA E REVISÃO DE TEXTOS

Osvaldo de Sá Rodrigues Salvador de Jesus Muringue

PREFÁCIO

Salvador Bonifácio Tito

DATA DA PUBLICAÇÃO Junho de 2020

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DEDICATÓRIA Àqueles que foram arrastados pela Covid-2019; aos médicos, enfermeiros, bombeiros, militares, polícias, professores, taxistas, zungeiras, jornalistas, etc., que em cada dia lutam para a sobrevivência individual e colectiva.

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AGRADECIMENTOS Em nossa experiência literária, devemos agradecimentos sinceros aos poetas que disseram “SIM” ao nosso convite, pois, sem eles, não teríamos o produto que temos. Igualmente, gratidão ao mestre Salvador Bonifácio Tito, por ter aceite prefaciar a presente obra e ao poeta e declamador Gonçalves Handyman, pela capa e pelas sugestões quanto à diagramação da Antologia. Se nessas entrelinhas, por razões alheias à nossa vontade, esquecermo-nos de citar outros contribuintes, pedimos desculpas e compreensão. Assim sendo, o nosso muito obrigado a si, que, directa ou indirectamente, nos prestou o seu valioso contributo.

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PREFÁCIO Nesta Antologia Poética Digital Flores em Quarentena, cada poema oferece, de maneira singular, uma emoção significativa, efeito da libertação pessoal e impessoal de cada poeta, ao mesmo tempo que reflecte sobre uma realidade que marcará visceralmente o século XXI. O vocábulo emoção que, aqui, evoco, significa, primeiro, o conjunto de reacções, geralmente desencadeadas por um conteúdo mental, e, segundo, para indicar a expressão da personalidade poética. Deste modo, ao reparar como é feita a distribuição dos versos, regidos essencialmente por uma estética angolanizada, ouvem-se, pelo menos, três vozes. A primeira é a voz do poeta falando consigo mesmo; a segunda é a voz do poeta que se dirige a um público, grande ou pequeno; a terceira é a voz do poeta que tenta encarnar um eu-lírico“dramático” que se exprime em verso. Assim sendo, cumpre-se o procedimento da comunicação poética. Quer na variação de processos, quer na estrutura, completamente variada, os versos apresentam uma comunicação já segura de um sotaque de angolanidade concebido cabalmente em Língua Portuguesa. Por assim ser, há que referir que, no tempo e no espaço, a Antologia Poética Digital Flores em Quarentena, composta por 42 poemas, também deverá estar no epicentro da renovada Literatura Angolana, porque nos versos há uma voz unânime que reclama o moderno; embora não signifique que se queira algo essencialmente novo, mas renovado. No campo literário, todo o processo de renovação é provocado pela dinâmica dos factores psicossociais, económicos, políticos e culturais. Entretanto, a renovação, que aqui se verifica, consiste, essencialmente, na apresentação do tema. Quase todos os poemas desta Antologia versam a temática da primeira pandemia do séc. XXI, a Covid-19. Assim sendo, quando possível, os vocábulos coronavírus, Covid-19, quarentena e confinamento são explorados ao máximo, o que assinala, de facto, o quão indiscutível é a afirmação de que tudo serve para tema de literatura. Esta é uma faceta que permitiu a afirmação da Literatura Angolana. Característica que a nova geração, que desenvolve uma intensa actividade de escrita, herdou para fazer poemas. E fazem-nos com bastante coerência, com exigida proeza, cumprindo sempre os requisitos de qualidade. Por isso, o tema quarentena pinta literariamente as ideias, as sugestões, as ansiedades e os desejos dos poemas que se apresentam nesta sublime Antologia.

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A Literatura Angolana cultivou, e ainda cultiva, a poesia com uma intensidade devotada. Desde 1849, ano da publicação de Espontaneidade da Minha Alma de José da Silva Maia Ferreira, génese da literatura nacional escrita em Português, até ao preciso momento, conhecem-se vários autores, todos eles com dotes literários diferentes. Entretanto, a Antologia Poética Digital Flores em Quarentena e os poetas que dela participam também têm um espaço para se filiar, visto que na cultura intelectual angolana existe uma larga tradição poética. Logo, vale a pena ler cada poema desta Antologia, que, com certeza, ocupará o seu lugar na poesia angolana. Portanto, sugiro uma leitura atenta e lenta de cada verso, para que os olhos degustem cada imagem estética destas páginas literárias que se converteram em flores na Antologia Poética Digital Flores em Quarentena.

Salvador Bonifácio D. Tito, Mestre em Estudos Lusófonos

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PARTICIPANTES

Osvaldo de Sá

Eusílio de Cristo

David Mucanhica

Rolando Beatriz

Salvador de Jesus

Fernando Chacupomba

Enorme Folcórico

Tammy Hebo

Isaac Natanael

Zaknildo Carruagem

Poeta Urbano

Rês Fauno

Poeta Mero Panzito

Vela Leonardo

Orquídea Nhime

Fernando Legado

Graça Ernesto

Adílson Simi

Thainicy Delgado

KAJA

Aurora de Bela

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FLORES EM QUARENTENA Tranco-me nesta casa de saudade Onde desenho a flor em quarentena; De Solidão me nutro, tinta e pena Foram comigo um tio de amizade. Alguma profecia então me invade, O Sol nasce, e se a luz ainda é pequena Augúrio findar essa peste arena A ideia que, pandémica, nos arde. Porém, a escuridão cobre o meu manto Reveste-me de cáustico tormento, Sem pão, sem água, sem luz, sem encanto Antes do corpo morre o pensamento; Bebo como água todos meus prantos E sinto-me matar o isolamento.

FLORES EM QUARENTENA

Osvaldo de Sá, de nome completo

Osvaldo Augusto Dias de Sá Ngangula

Rodrigues, nasceu na Lunda-

Lucapa, no dia 23 de Julho de 1998. É

poeta, amante da Ciência e das sete

artes; é Coordenador do Movimento

Literário Arcádia; já participou de

outras antologias: “Solar de Poetas”

em 2016 e “Ramalhetes” em 2017; em

seus tempos, ama escrever, ler e tocar

seu violão. Professor de profissão, é

estudante de História na Escola

Superior Politécnica da Lunda-Sul.

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Osvaldo De Sá

luz, sem encantos.

ESTADO DE EMERGÊNCIADias de fome, dor, luto e carênciaNesse estado há mais pranto, há mais doençaMais mortal que esse vírus, quase ofensaPara o planeta e mais… Para Ciência O Angolano suspira delinquênciaQuem compra não vende, quem vende pensaQue a vida é curta, e ganha recompensaQuem não confia nesta presidência Os de fato azul roubam a zungueiraAqui o mau avança, o bom só bazaPara o enterro às catorze nesta esteira. Enquanto a fome cáustica tEles enchem os bolsos, é carreiraE te dizem apenas: FICA EM CASA!

FLORES EM QUARENTENA

de nome completo

Dias de Sá Ngangula

-Norte,

Lucapa, no dia 23 de Julho de 1998. É

poeta, amante da Ciência e das sete

artes; é Coordenador do Movimento

Literário Arcádia; já participou de

outras antologias: “Solar de Poetas”

” em 2017; em

seus tempos, ama escrever, ler e tocar

seu violão. Professor de profissão, é

estudante de História na Escola

Sul.

ESTADO DE EMERGÊNCIA Dias de fome, dor, luto e carência

mais pranto, há mais doença Mais mortal que esse vírus, quase ofensa Para o planeta e mais… Para Ciência.

O Angolano suspira delinquência Quem compra não vende, quem vende pensa Que a vida é curta, e ganha recompensa Quem não confia nesta presidência

de fato azul roubam a zungueira Aqui o mau avança, o bom só baza Para o enterro às catorze nesta esteira.

Enquanto a fome cáustica te arrasa lsos, é carreira,

E te dizem apenas: FICA EM CASA!

FLORES EM QUARENTENA

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COVID-19 Antropófago da Ásia nato lúgubre, lobo, veneno letal encarnação cruel espacial monstro, arma mortífera da natura filho não natural da é boca, no entanto, és neta em todo solo tua veste preta devorou flores, almas vitais. À terra mostraste quão infernal satânica é tua sombra impura a mim, a humanidade tão dura fizeste a vida depósito de pranto. Retratos de dor, vivência impura ficarão como insónias, pesadelos aos que sobreviverão desta guerra Recordar-se-ão dos brancos cabelos.

FLORES EM QUARENTENA

Basílio Rosendo, de pseudónimo Eusílio de Cristo, é natural de Cambulo, província da Lunda-Norte, poeta e membro dMovimento Literário Arcádia (Arcadismo) desde 2016. Actualmente, estuda Filosofia no ISCED-LUBANGO, residente na mesma cidade.

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Eusílio De Cristo

A TI, PESTE A ti, peste, minh'alma entregoface à mágoa, à dor, à torturajá não sinto pela vida ternurapois para nada vale sem apego. Arrancou-me a morte o sossegoplantando dentro de mim nostalgiaarrancou-me esperanças… Seu egofez meu âmago cova de a do meu semblante tirou alegriados meus lábios o riso brilhanteo gosto pela vida, o hedonismo. Solitário fez-se túmulo, moradiameu peito de insónias constantescadáver aguardando pelo seu dia.

FLORES EM QUARENTENA

Eusílio de , é natural de Cambulo, província da Norte, poeta e membro do

Arcadismo) desde 2016. Actualmente, estuda Filosofia

LUBANGO, residente na mesma

ti, peste, minh'alma entrego face à mágoa, à dor, à tortura já não sinto pela vida ternura pois para nada vale sem apego.

me a morte o sossego plantando dentro de mim nostalgia

me esperanças… Seu ego fez meu âmago cova de agonia.

do meu semblante tirou alegria dos meus lábios o riso brilhante o gosto pela vida, o hedonismo.

se túmulo, moradia meu peito de insónias constantes cadáver aguardando pelo seu dia.

FLORES EM QUARENTENA

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TRIUNFAREMOS Em pleno dia, foi-se o sol Em plena noite, foi-se a lua Estrelas, toda galáxia, recua Sem danças ao som rouxinol Lamúrias de várias nações Candura se foi, veio negrume Não há harmonia nas canções, Para se dançar a seu volume Dia vem, em q flores brotarão Dia vem, em q abraços voltarão Covid-19, não vai resistir, Ao poder divino, vai desistir É forte? Somos mais q você, Uma legião, dum ser supremo, Senhor dos astros a estremece, Nosso antídoto, grande Amo Somos triunfantes, triunfaremos Com bandeira às ruas iremos Com gritos felizes pra a encerrar Enterrá-la no abismo, a abrasar.

David Mucanhica nasceu em Cambulo, Lunda

Norte, aos 09 de Maio de 1998. É de estado

civil solteiro. Estudante da Escola Superior

Politécnica da Lunda-Sul, Curso de

Engenharia de Construção Civil; membro do

Movimento Literário Arcádia, residente em

Saurimo.

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David Mucanhica

TRAJECTO Invisível, progenitor desconhecidoComo vento q pode ser só sentidoSem sentido, abala gentes sem dóSexto sentido levou ao cafundó; Ameaças e devastações na chinaHumilhações à humana medicinaVoa de China a Itália, tão velozPropaga-se no universo, algoz Cruel, tantas almas você levouPão dos filhos de ruas você Covid, mundo todo você Como uma vide, você a secou Nasceu? Sim, nosso riso matouLuto de luto sem luto na sua morteAlegre guiarei o seu acto funéreoRasgarei risos por si, o vitupério.

nasceu em Cambulo, Lunda-

Norte, aos 09 de Maio de 1998. É de estado

civil solteiro. Estudante da Escola Superior

Sul, Curso de

de Construção Civil; membro do

Movimento Literário Arcádia, residente em

Invisível, progenitor desconhecido Como vento q pode ser só sentido Sem sentido, abala gentes sem dó Sexto sentido levou ao cafundó;

aças e devastações na china Humilhações à humana medicina Voa de China a Itália, tão veloz

se no universo, algoz Cruel, tantas almas você levou Pão dos filhos de ruas você tirou Covid, mundo todo você rodeou Como uma vide, você a secou

Sim, nosso riso matou Luto de luto sem luto na sua morte Alegre guiarei o seu acto funéreo Rasgarei risos por si, o vitupério.

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CONFINADO Já à prisão não vamos, ela a nós vem, Esta peste, esta cruel pandemia Roubou-nos paz, vestiu-nos com desdémTirou-nos risos, matou-nos alegria. Momentos bons, que não se vive sem, — Tal como o poeta sem poesia, — Foram-se embora, tal se vai um trem Deixando a dor: tremenda nostalgia. Hoje a mágoa, que é sombra, nos assola,Pois ninguém contempla da linda calma,O sossego, que sempre nos consola. Já a ninguém podemos ceder a palma Pois a peste mata, quebra e maçola, Depois nos tira a vida, o corpo, a alma.

FLORES EM QUARENTENA

Rolando Beatriz Rodrigues, que na literatura assina como Robero, é natural de Cambulo, Lunda-Norte, membro oficial do Movimento Literário Arcádia, nasceu no dia 11 de Março do ano de 1998.

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Robero

nos com desdém

Hoje a mágoa, que é sombra, nos assola, Pois ninguém contempla da linda calma,

DE REPENTE! De repente, não mais que de repente,Nasceu do mundo infernal oponente,Tal senhora, a mais ríspida serpente,Qu' entre todos seres é mais demente De repente, não mais que de repente,Sente-se já o que já não mais se sente:Uma dor, que é catástrofe iminente,Fez a terra portar-se diferente, Fez a ciência modernizar o estudo,Este demónio, que é maledicente,Fez a igreja usar casa como escudo, Fez triste o alegre sorriso de a gente,Fez o mundo permanecerDe repente, não mais que de repente.

FLORES EM QUARENTENA

Rolando Beatriz Rodrigues, que na literatura , é natural de Cambulo,

Movimento Literário Arcádia, nasceu no dia 11 de Março

De repente, não mais que de repente, Nasceu do mundo infernal oponente, Tal senhora, a mais ríspida serpente, Qu' entre todos seres é mais demente

De repente, não mais que de repente, se já o que já não mais se sente:

Uma dor, que é catástrofe iminente, se diferente,

Fez a ciência modernizar o estudo, Este demónio, que é maledicente, Fez a igreja usar casa como escudo,

triste o alegre sorriso de a gente, Fez o mundo permanecer-se mudo... De repente, não mais que de repente.

FLORES EM QUARENTENA

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UM ESPONTÂNEO PEDITÓRIO Encontro-me encontrado, à razão todo encostadoNum navio estacionado p’la invisível e cruel De impalpáveis apertos, de suspiros; e eu nadoDentro do mesmo oceano, uma água desquerida.

Escrevo, com molhados olhos, o amanhãCônscio, as letras dum Mundo que se renoveÀ beira do aparecimento de uma lua cheia, sãE da viagem, a última voz viva, da Covid Alcanço um túnel exausto e ensanguentadoComo o calvário de Cristo Jesus, na sua CruzRepleto de dores necessárias ao nosso credoE miro-me à nascença única que já se deduz Para sentir um limpo-fôlego ar nas ruasA amizade do interrompido beijo húmido.O consolo da noite fria não só destruas Ó mal meditado vírus, de tosse poluído Ouças o chamado, o clamor vindo daquiOnde crescem amarguras e dói o prantoOnde recitamos só a Deus o igual canto:Devolve-nos tu aquele sangue que partiu!

FLORES EM QUARENTENA

Salvador de Jesus Natxapua Muringue, Ximbulikha, é natural de Saurimo, LundaAos 20 de Dezembro de 1996 nasceu. Já foi membro de Poetas Folclóricos, no Colectivo Artes Chicapa de Saurimo, de 2014 a 2016. É, actualmente, professor do Ensino Geral. Assume-se como cronista, poeta, declamador; estudante de Ensino de Língua Portuguesa, na Escola Superior Pedagógica da LundaUniversidade Lueji A´Nkonde. Gosta de ler, ver TV, escrever, caminhar e meditar.

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Poeta Ximbulikha

encostado e cruel vida eu nado

água desquerida.

o amanhã m Mundo que se renove

lua cheia, sã última voz viva, da Covid-19.

Alcanço um túnel exausto e ensanguentado Como o calvário de Cristo Jesus, na sua Cruz Repleto de dores necessárias ao nosso credo

me à nascença única que já se deduz

fôlego ar nas ruas A amizade do interrompido beijo húmido.

Ouças o chamado, o clamor vindo daqui amarguras e dói o pranto

só a Deus o igual canto: aquele sangue que partiu!

A CARTA QUE CHEGOU À NOITEComo um rio bué fértil feito um escuteiro“Nenhum dia é igual a outro, dia nenhum”Nem mesmo nos tempos de todo cativeiroNenhum frio nos é dum gosto tão comum. Como a viagem daquela mulher + amada,A quem o tempo não escreveu 1 só adeusO Homem reduzirá a sua vida a umAo ponto de aceitar: “dias não são meus.” Mas haverá Sol, e crescerá aquele capimQue põe nos estômagos o jardim. Eu vimTal prometi a um país miúdo, é o AngolaTrazer-vos o que por vós não se controla: Sorrisos agressivos nos rostos, nas vozesPara que canteis igual canto como escritoSentais à mesma mesa, comais os arrozesBebais do mesmo copo só o Respirais o conjugado sono dessa A que vos traga a luz no abrir de cada diaDe destino que, envolvidos A vós todos, vos deixo Amor que se recria.

FLORES EM QUARENTENA

Muringue, Poeta , é natural de Saurimo, Lunda-Sul.

nasceu. Já foi membro de Poetas Folclóricos, no Colectivo Artes Chicapa de Saurimo, de 2014 a 2016.

É, actualmente, professor do Ensino Geral. mo cronista, poeta, declamador; é

estudante de Ensino de Língua Portuguesa, na dagógica da Lunda-Norte,

A´Nkonde. Gosta de ler, ver

QUE CHEGOU À NOITE

fértil feito um escuteiro “Nenhum dia é igual a outro, dia nenhum” Nem mesmo nos tempos de todo cativeiro Nenhum frio nos é dum gosto tão comum.

Como a viagem daquela mulher + amada, A quem o tempo não escreveu 1 só adeus O Homem reduzirá a sua vida a um-nada, Ao ponto de aceitar: “dias não são meus.”

Mas haverá Sol, e crescerá aquele capim magos o jardim. Eu vim

Tal prometi a um país miúdo, é o Angola vos o que por vós não se controla:

Sorrisos agressivos nos rostos, nas vozes Para que canteis igual canto como escrito Sentais à mesma mesa, comais os arrozes Bebais do mesmo copo só o sangue enito

spirais o conjugado sono dessa aurora A que vos traga a luz no abrir de cada dia De destino que, envolvidos c’que assola A vós todos, vos deixo Amor que se recria.

FLORES EM QUARENTENA

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Ombembwa

CONFINAMENTO Triste noite do Covid dezanove que aperta o peito de saudade do olhar do sol e a forma que move este vento cheio de liberdade São dias sem ledo no rosto que deixam a mente vazia cheia de saudade de magia da amizade que me encosto Estas péssimas tardes são os dias piores desta vida um inferno na terra, grande desilusão nesta vida destemida São Vírus de dias sem norte que a vida nestas mãos está de quem quiser evitar a morte e nas mãos deixar de Alá.

FLORES EM QUARENTENA

OmbembwaFersandjué um dos pseudónimos de Fernando Tchacupomba, aspirante a escritor, residente em Lobito, Benguela, estudante de Ensino do Português e Línguas Nacionais pelo Instituto Superior Politécnico Jean Piaget de Benguela.

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Ombembwa Fersandju

NOITES DE QUARENTENANesta noite triste de quarentenao tédio invade imensamente Sentimento que nos deixa sem jeito, coronavírus que não sai de cena. Pandemónio que tirou a liberdade, e trouxe para nós a humanidade o valor de viver a vida possívelno confinamento, vida terrível Esse tempo de amizade saudadede ver o sorrir do sol e o calor impossível dessa gente que nos ama de verdade Guerra com este inimigo invisível a trincheira nossa mentalidade leva a vitória do vírus possível.

FLORES EM QUARENTENA

é um dos pseudónimos de Fernando Tchacupomba, aspirante a escritor, residente em Lobito, Benguela, estudante de Ensino do Português e Línguas Nacionais pelo Instituto Superior Politécnico Jean Piaget de

NOITES DE QUARENTENA Nesta noite triste de quarentena o tédio invade imensamente o peito. Sentimento que nos deixa sem jeito, coronavírus que não sai de cena.

Pandemónio que tirou a liberdade, e trouxe para nós a humanidade o valor de viver a vida possível no confinamento, vida terrível

Esse tempo de amizade saudade r do sol e o calor impossível

dessa gente que nos ama de verdade

Guerra com este inimigo invisível a trincheira nossa mentalidade leva a vitória do vírus possível.

FLORES EM QUARENTENA

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Enorme Folclórico

HAJA OLHARES Sopros angustiantes revelam cianetos

Nítidos sobre ternuras da inércia Porque esvanece em ventos borbulhentos Perfumes bruxuleantes desta insolência.

Desgostantes e efervescentes são teus versos

Que trompejam espirros flutuantes À cânfora de destinos vegetantes Aos orgasmos online e dispersos.

É viril, é tenebroso...

É estéril, é sabre pretensioso Pois, a sombra empedernida

Desta sutileza aurora perdida Navega em mim sobejamente

Ornando conteúdo inóspito e equivalente.

Ao relento vêem-se sonhos engavetados Havendo reajustes com incestos arquivados

Assim, os olhos perdem-se confinados Pela opressão dos desafortunados.

Na soberba viral

Onde o ecrã da realidade pinta farnéis Em danças perduradas em pincéis

E bordeis mascarados na finitude irreal...

UM FUTURO, UMA INCÓGNITA Lágrimas atingem ao orgasmo do universo Em forma de cristais celestiais Agrupando engaioladamente Opressores e oprimidos em repressão... Em manhãs, sobrevoam orvalhos Sobre a incógnita dos cascalhos Porque nascem meios mundos Entristecidos sobre gemidos.

A avenida da vida encurva-se Ao confinado bordel das idades Trilhando o cálice da apreensão Brandamente na réplica viral.

Ouve-se dos além-sopros embriaguez Emudecidos pelos trompetes pandémicos Rosas calçadas e verdejantes À perdição petulante. Há um futuro desenhado na melodia Dos arcanjos que fervilham Incógnita criptografada por deuses vaidosos...

Enoque Sapalo Caiombo assina como Enorme Folclórico. Nasceu no Moxico aos 30 de Novembro de 1995. Já foi membro de Poetas Folclóricos de 2014 a 2016.Actualmente, é professor no Ensino Geral e estudante de Línguas e Literaturas Africanas, pela Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto; residente em Luanda desde 2017, no pacote de seu lazer, gosta de ler, ver filmes, caminhar à beira mar, meditar, respirar a linguagem do silêncio.

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Tammy

PARTIDA PREMATURA” Fi-la mesmo sem vontade Para prevenir a minh'amada E bela terra de tamanho abate Pedimos, ó Zeus, noite calada Cale o grito da insalubridade E do fantasma que nos suga, E faz do inteiro parte, metade Que do beijo fez art' imunda Convido que saiam os 19 males Seus e os de quem nos tornou Impuro o ar e as belas cidades E que, a nós, o bom sono tomou Que dos céus caiam soluções Capazes de nos acalmar os dias Já que de milhões se fez ladrões Levando vidas às caixas vazias.

TammyHebo é o pseudónimo de Engrácia Hebo,

residente no município do Dande, bairr

província do Bengo. Nascida aos 20 de Abril de

1996; é professora do Ensino Geral e estudante do

curso de Ciências da Educação, na Especialidade

de Língua Portuguesa. Partilha seus textos no seu

facebook e é membro do Movimento Literário

Arcádia.

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Tammy Hebo

“GRITO D'ALMA” Ouvi-os, daqui, d'onde estou,Tirou do sono que nunca quisSaber de quem nunca acordouE se fez dor até aos ilustr(i)s Irradiaram-se várias preces:Daqueles sem-tecto e daquelesDonos das máquinas-Mercedes;Que a Biologia os tornou fósseis Ao lar d'ntem, perde-se o troComo se fosse possível partirDo continente que pôs ao coloAté aos que o querem destruir De todos, desconfia-se a tosse,O espirro que d'lguém, dali, vemE, tirou-nos, a todos, as posesAté aos que o ar inspirava bens.

é o pseudónimo de Engrácia Hebo,

bairro Panguila,

Nascida aos 20 de Abril de

1996; é professora do Ensino Geral e estudante do

curso de Ciências da Educação, na Especialidade

de Língua Portuguesa. Partilha seus textos no seu

facebook e é membro do Movimento Literário

os, daqui, d'onde estou, Tirou do sono que nunca quis Saber de quem nunca acordou E se fez dor até aos ilustr(i)s

se várias preces: tecto e daqueles

Mercedes; Biologia os tornou fósseis

se o trono Como se fosse possível partir Do continente que pôs ao colo Até aos que o querem destruir

se a tosse, O espirro que d'lguém, dali, vem

nos, a todos, as poses que o ar inspirava bens.

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ANTENA DE 40 Chuviscos ao meio-dia: lágrimas dos anjosPintam a nossa dor com a cor de ona Em pleno mês da paz, paz que rouba os desejosEmancipando a loucura do adeus da vacina Somos o sinete da sofrência parida pela televisãoQue vós sincronizais na antena de quarentaNas míseras vivências distorcidas pela cosmovisãoDeste inquilino recém-chegado do século trinta Ah, covid-19, Secretário do Estado de EmergênciaQue despovoa o multiverso do maldito planeta azulNo silêncio da noite da vossa eloquência Mate-nos, todavia não nos tire a nossa liberdadeMate-nos como quiser, porém (sobre)viveremosNesta calçada, somos invictos, no cihunda oucidade!

FLORES EM QUARENTENA

Isaac Nataniel Caila Araújo, de pseudónimo

Atanásio Kamanhine, natural de Saurimo,

província da Lunda Sul, nascido no dia 28

de Janeiro de 1995, assume-se como poeta,

declamador, formador de opinião, orador,

aspirante a escritor. Hodiernamente, é

professor do Ensino Geral, estudante da

Escola Superior Pedagógica da Lunda

Norte (Dundo), Licenciatura em Ciências

da Educação, especialidade de Ensino de

Língua Portuguesa. Residente em Saurimo,

bairro Luavur. Nos tempos livres

leitura, escrita, meditação, oração,

apreciam as séries e filmes diversos.

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Atanásio Kamanhine

dia: lágrimas dos anjos

Em pleno mês da paz, paz que rouba os desejos Emancipando a loucura do adeus da vacina

Somos o sinete da sofrência parida pela televisão Que vós sincronizais na antena de quarenta Nas míseras vivências distorcidas pela cosmovisão

chegado do século trinta

o do Estado de Emergência Que despovoa o multiverso do maldito planeta azul No silêncio da noite da vossa eloquência

nos, todavia não nos tire a nossa liberdade nos como quiser, porém (sobre)viveremos

Nesta calçada, somos invictos, no cihunda ou na

AOS PÉS DO TEMPO Cruzaram-se na esquina do medoO amor e o ódio como fiéis amigosFortes laços se destroem como o poço inundadoDerramando a imaginação dos impedidos abraços amargos Inéditos momentos de águas mergulhadasSéculos que mastigavam a doce agoniamDe levar as saudades, esperaNas profundezas do abismo daquela pandemia Deixa-se para trás, como o 2019, em ruínaMas os velhos acontecimentos mordem a memóriaQue a triz a posterior reescreveu a nossa história O desespero invade a esplêndida históriaContada por um mudo-cego em contratempoArregaça as mangas do futuro aos pés do tempo.

FLORES EM QUARENTENA

Isaac Nataniel Caila Araújo, de pseudónimo

natural de Saurimo,

província da Lunda Sul, nascido no dia 28

se como poeta,

declamador, formador de opinião, orador,

escritor. Hodiernamente, é

professor do Ensino Geral, estudante da

Escola Superior Pedagógica da Lunda-

Norte (Dundo), Licenciatura em Ciências

da Educação, especialidade de Ensino de

Língua Portuguesa. Residente em Saurimo,

goza da

leitura, escrita, meditação, oração,

apreciam as séries e filmes diversos.

Atanásio Kamanhine

se na esquina do medo O amor e o ódio como fiéis amigos Fortes laços se destroem como o poço inundado Derramando a imaginação dos impedidos abraços

Inéditos momentos de águas mergulhadas am a doce agoniam

De levar as saudades, esperança e a paz bem carregadas Nas profundezas do abismo daquela pandemia

se para trás, como o 2019, em ruína Mas os velhos acontecimentos mordem a memória Que a triz a posterior reescreveu a nossa história

O desespero invade a esplêndida história cego em contratempo

Arregaça as mangas do futuro aos pés do tempo.

FLORES EM QUARENTENA

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Zaknildo Carruagem

DOSE DE MISERICÓRDIA Então, o anúncio foi feito Entra em vigor o decreto Cada um em pedaço ouve um pouco daqui e dali, agora somos um deles Já somámos na contagem, o cálculo todos sabem e a maka também Deram-nos o seu código, seu nome e o ano de males Prepararam nossas mentes uma em cada etapa, salpicou os coeficientes Os cristãos com uma palavra talvez uma de esperança, mas esperando o milagre, milagre da ciência E os que nunca exerceram fé procuraram-na em templos com aglomerados proibidos, só um “Deus” seria a resposta

A nova rotinade confinação saudoucom prazer os diasparecendo eternidades Enquanto o ocorriaQuarentenadosassim éramoschamadosO silêncio foi o ópiop'ra anestesiar a dor embaladaPontos, Cidades e Vilassuspiraram o vazioem suas avenidasSem nenhuma sediçãoa situação apavorouas nossas fronteiras Uns com afirmaçõespolíticas outros com conjeturasde índole sobrenatural

Zacarias Cavalo Bumba Carruagem, de

pseudónimo Zaknildo Carruagem

jovem que veio a nascer no dia

Novembro do ano 1996, em Luanda.

Sente uma enorme paixão por poemas, o

que ele faz há tempos, mas só começou a

materializá-los entre as linhas do papel

dois anos para cá; é professor de

profissão. Hoje, é estudante do 3° ano de

Língua e Literaturas em Língua

Portuguesa, na Faculdade de Letras da

Universidade Agostinho Neto.

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Zaknildo Carruagem

A nova rotina de confinação saudou-nos com prazer os dias parecendo eternidades Enquanto o cômputo ocorria Quarentenados assim éramos chamados O silêncio foi o ópio p'ra anestesiar a dor embalada Pontos, Cidades e Vilas suspiraram o vazio em suas avenidas Sem nenhuma sedição a situação apavorou as nossas fronteiras Uns com afirmações políticas e económicas outros com conjeturas de índole sobrenatural

mas, o certo foi:Vidas perdidas,Somas e posições obtidasCrentes e descrentessomos outras gentesOs sórdidos clamoresagudizaram sem indiferençao Ocidente... LABORJornada cansativa Saudouprazeres dias A dura labuta foi o ópio dasmakas atravessadas Segredados no silêncioensurdecemocomentários de homensnublados Heróis da vida, vitoriosos da luta somos todos nós.

Zacarias Cavalo Bumba Carruagem, de

Carruagem, é um

jovem que veio a nascer no dia 11 de

Novembro do ano 1996, em Luanda.

Sente uma enorme paixão por poemas, o

que ele faz há tempos, mas só começou a

los entre as linhas do papel

professor de

° ano de

Língua e Literaturas em Língua

Portuguesa, na Faculdade de Letras da

mas, o certo foi: Vidas perdidas, Somas e posições obtidas Crentes e descrentes somos outras gentes Os sórdidos clamores agudizaram sem indiferença o Ocidente...

LABOR Jornada cansativa Saudou-nos com prazeres dias

A dura labuta foi o ópio das makas atravessadas

Segredados no silêncio ensurdecemo-nos aos comentários de homens nublados

Heróis da vida, vitoriosos da luta somos todos nós.

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O NOSSO MUNDO A paz do mundo perdeu valor Calaram as armas, mas não os conflitos Parece que já não existe o pundonor Criam coisas sem sentimentos Não praticam aquilo que pregam Põe verbas em primeiro lugar Poucos fazem e todos pagam O ser humano não sabe amar. O horror é mais sentido Crianças inocentes morrem de fome Se o amor fosse sentido Ninguém passaria fome Na maldade se drogam Na mentira se afogam Enfumaram o ciclo da bondade Alegram-se no flutuar da vaidade O Político age injustamente O povo também age injustamente Mas ainda dizem que somos diferentes No final somos todos dementes

O preço da cerveja baixouMas o da cesta básica aumentouAté parece que a bebidaTem mais valor que a comida Esse é o nosso nobre mundoOnde fazem maldade sem penaMas o medo invadiu todo mundoVivemos sem se importar com a sina. CORONAVÍRUSEm pouco tempo apareceuDesconhecemos a sua raçaRapidamente o mundo parSerá que isso é uma desgraça!?A natureza está mais silenciosaEm todo globo só se fala do vírusA terra parece estar horrorosaEsse tal vírus matou milhares de sonhos As Igrejas estão totalmente fechadasMas a verdadeira “FÉ” continuaAs escolas estãoO aprendizado ainda continua

FLORES EM QUARENTENA

Assina como Poeta Urbano ou Mr. Líricopseudonímia. De nome António Alexandre, assume-se como um amante da poesia desde criança. Começa a prestar dedicação à ela declamação e escrita na fase da sua adolescência. Um de seus objectivos com a Poesia é congregar mentes e preparáum gosto pela mesma. Usa o seu Facebook para levar essa magia a seus leitores.

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Poeta Urbano

O preço da cerveja baixou Mas o da cesta básica aumentou

parece que a bebida Tem mais valor que a comida

Esse é o nosso nobre mundo Onde fazem maldade sem pena Mas o medo invadiu todo mundo Vivemos sem se importar com a sina.

CORONAVÍRUS Em pouco tempo apareceu Desconhecemos a sua raça Rapidamente o mundo parou Será que isso é uma desgraça!? A natureza está mais silenciosa Em todo globo só se fala do vírus A terra parece estar horrorosa Esse tal vírus matou milhares de sonhos

As Igrejas estão totalmente fechadas Mas a verdadeira “FÉ” continua As escolas estão paradas O aprendizado ainda continua

O índice de desemprego só piorouObrigatoriamente devemos ficar em casaA taxa de mortalidade inesperadamente aumentou A única maneira de se prevenir é ficar em casa. Não sabemos de concreto quem o criouEstá causar danos que podem ser irreparáveisA economia mundial baixouO tempo passa as coisas tornam Ficaremos em casa até quando!?As famílias mais vulneráveis o que hão de comer!? Cada vez mais aumenta o nosso medoEstamos a perder o prazer Esse vírus não escolhe pessoasNegro ou branco, pobre ou ricoEsse vírus está a ceifar diversas vidasEstá em calamidade até o nosso eco Proteja-se o máximo que puderEm breve tudo isso vai passarNão podemos nos abalar, temos de crerO Mundo ainda vai melhorar.

FLORES EM QUARENTENA

Poeta Urbano ou Mr. Lírico, na pseudonímia. De nome António Alexandre,

se como um amante da poesia desde criança. Começa a prestar dedicação à ela

na fase da sua adolescência. Um de seus objectivos com a Poesia é congregar mentes e prepará-las para

m gosto pela mesma. Usa o seu Facebook para

O índice de desemprego só piorou Obrigatoriamente devemos ficar em casa A taxa de mortalidade inesperadamente

A única maneira de se prevenir é ficar em casa.

Não sabemos de concreto quem o criou causar danos que podem ser irreparáveis

A economia mundial baixou O tempo passa as coisas tornam-se mais difíceis

Ficaremos em casa até quando!? As famílias mais vulneráveis o que hão de

Cada vez mais aumenta o nosso medo Estamos a perder o prazer de viver

Esse vírus não escolhe pessoas Negro ou branco, pobre ou rico Esse vírus está a ceifar diversas vidas Está em calamidade até o nosso eco

se o máximo que puder Em breve tudo isso vai passar Não podemos nos abalar, temos de crer

inda vai melhorar.

FLORES EM QUARENTENA

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ESPERANÇA Isolados da sociedade A Pandemia nos deixou E de nossa liberdade Ela se apoderou Corações apertam-se no fundo Incertos quanto ao amanhã Se passará o que assola o mundo Ou se a fé se esvairá Quanto mais passam os dias Mais o inimigo se torna perene Pois não há ainda anestesias Para que fiquemos serenos Mas há em nós uma esperança De que a luz volte a brilhar “Depois da tempestade virá bonança” E na paz iremos trilhar E dessa pandemia Que a vida tornou sombria Roubando em nós a calmaria Havemos de vencer um dia

FLORES EM QUARENTENA

De nome registado Rimbangue Elias Sodor, costuma a assinar seus textos como Natural de Cambulo, província da Lundasua existência no mundo começou no dia 12 de Outubro do ano 2001, tempos antes de se calarem as armas no país; é estudante de Português no Magistério do Dundo. Tem prazer em assumircomo um poeta e escritor e é membro do Movimento Literário Arcádia.

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Rês Fauno

E essa nostalgia Que o vírus forjou ao peitoEssa grande melancolia Partirá do nosso leito. FINDARÁ A AMEAÇA Nesses dias de tédio e dificuldadesO medo e incerteza roem Enfada e afastada da liberdadeConfinada e com coração em chama Corona vírus é assim que se chamaO inimigo terrível e invisívelE que se acha forte, maestro invencívelContra quem todo mundo a Deus clama Que nos liberte de formas possívelPois nos lembramos de prévias vitóriasE confiamos que essa será visível E a fé que temos é nossa esperançaQue hão-de vir bons momentos de glóriasE o mundo estará livre dessa ameaça.

FLORES EM QUARENTENA

De nome registado Rimbangue Elias Sodor, costuma a assinar seus textos como Rês Fauno. Natural de Cambulo, província da Lunda-Norte, sua existência no mundo começou no dia 12 de Outubro do ano 2001, tempos antes de se calarem as armas no país; é estudante de Português no Magistério do Dundo. Tem prazer em assumir-se

e é membro do

Que o vírus forjou ao peito

Nesses dias de tédio e dificuldades O medo e incerteza roem noss'alma Enfada e afastada da liberdade Confinada e com coração em chama

Corona vírus é assim que se chama O inimigo terrível e invisível E que se acha forte, maestro invencível Contra quem todo mundo a Deus clama

Que nos liberte de formas possível nos lembramos de prévias vitórias

E confiamos que essa será visível

E a fé que temos é nossa esperança de vir bons momentos de glórias

E o mundo estará livre dessa ameaça.

FLORES EM QUARENTENA

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Poeta Mero Panzito

RUAS SILENCIOSAS Não sei se me conheço Ou conheço a própria vida A liberdade desconheço Ruínas abraço infinito Comovente quarentena Alberga sonhos do granito Da rádio sem antena 30 dias sem beijos e carícias 15 dias sem abraços e amor Hoje vivo todas as profecias Da vida e do seu calor Tenho medo de me esquecer Esquecer os beijos e carícias Tenho medo de enlouquecer Enlouquecer minhas costelas As ruas todas silenciosas Como um diabo em rusga Nossas actividades paradas

Além a dor é dúvidasPerto de amor é fomeVidas E eu! Mísero me sintoAdeus, minha felicidade! FLORES DE QUARENTENATenho dívidas liberaisQue me cobram a liberdadeMeu amor entre floresNos Ligo a TV, vejo lágrimasSentado sem soluçõesCarrego meus problemasNo Tenho sonhos paradosEntre a covidAmo a minha sociedadeMesmo com olhos molhados

FLORES EM QUARENTENA

Miguel Mpanzo Sebastião, Poeta Mero

Panzito, natural de Damba, província do Uíge,

nasceu aos 07/08/1992 na aldeia

KumbaLembua. É poeta, escritor e declamador

a 07 anos, membro do Círculo Literário Letras

Vivas –Uíge; começou a sua vida activa na

literatura em 2016 no Movimento Lev´Arte.

Actualmente, é professor de biologia no Ensino

Geral e estudante do 4º ano no ISCED

curso de Ensino de Biologia; sonha ser um dos

grandes poetas e escritores da jovem literatura

angolana; ainda não tem obra publicada.

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Poeta Mero Panzito

Além a dor é dúvidas Perto de amor é fome Vidas todas perdidas E eu! Mísero me sinto Adeus, minha felicidade!

FLORES DE QUARENTENA Tenho dívidas liberais Que me cobram a liberdade Meu amor entre flores Nos braços internacionais

Ligo a TV, vejo lágrimas Sentado sem soluções Carrego meus problemas No meio do nada sem condições

Tenho sonhos parados Entre a covid-19 e fome Amo a minha sociedade Mesmo com olhos molhados

É tanta dor ser homemRefém da liberdade e doresNo fundo do abdômenÉ só vapores e dissabores Nestas flores da quarentenaAmor vou dCrianças e mesmo adultosCom forças vindas de Luena Angola, minha eternidadeVejoEm cada tua cidadeVejo uma alma sufocada.

FLORES EM QUARENTENA

Poeta Mero

natural de Damba, província do Uíge,

nasceu aos 07/08/1992 na aldeia

KumbaLembua. É poeta, escritor e declamador

a 07 anos, membro do Círculo Literário Letras

Uíge; começou a sua vida activa na

literatura em 2016 no Movimento Lev´Arte.

, é professor de biologia no Ensino

Geral e estudante do 4º ano no ISCED-UIGE,

curso de Ensino de Biologia; sonha ser um dos

grandes poetas e escritores da jovem literatura

angolana; ainda não tem obra publicada.

É tanta dor ser homem Refém da liberdade e dores No fundo do abdômen É só vapores e dissabores

Nestas flores da quarentena Amor vou dar às mulheres Crianças e mesmo adultos Com forças vindas de Luena

Angola, minha eternidade Vejo-te a sofrer calada Em cada tua cidade Vejo uma alma sufocada.

FLORES EM QUARENTENA

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PLENA QUARENTENA Sabe, vate apaixonada Quero-lhe um conto contar, Preciso mais do que nada De sua atenção, minh'amada Do leito acordei ditoso, Tenho “Eu” em minha memória A lembrança que traz gozo Que me deixa esperançoso Olhe bem p'ra natureza Desde a terra ao céu profundo, Contempla toda beleza Criada pela vossa Alteza Os motes, céus e as flores O estrondoso mar azul, As Aves de muitas cores Que inspiram os amores Toda essa esbelta moldura Nada se compara a si, Nada chega à sua altura, É sobre tudo a mais pura

Mesmo em quarentena Brilha,Nem a pandemia a ofuscaAté a covid humilha,É singular como milha Seu amor eleva emoções,É mais letal que a covid,Não apenas os pulmões,Pen Você, prende o ar e olhares,A quem a vou comparar?Pois testemunham nos aresTudo que estou a declarar AquietaQue é sobre tudo preciosa,Isso não posso esconder,Mesmo que eu venha a morrer Morrerei feliz da vida,Aliás, da morte sou filho,P'raMas, saiba d'algo, Eu, mesmo morto, meu amor

FLORES EM QUARENTENA

Vela Leonardo é conhecido no mundo artístico como Lereno. Poeta de 23 anos de idade, nasceu aos 07 de Maio de 1997; natural de Cambulo, Lunda-Norte, poeta há 5 anos, membro do Movimento Literário Arcádia, é apreciador da natureza como a principal motivação de seus escritos, amante de Sonetos e, de forma livre, procura deixar em seus poemas trilhos de suas marcas.

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Lereno

Mesmo em quarentena Brilha, Nem a pandemia a ofusca Até a covid humilha, É singular como milha

Seu amor eleva emoções, É mais letal que a covid, Não apenas os pulmões, Penetra até nos corações

Você, prende o ar e olhares, A quem a vou comparar? Pois testemunham nos ares Tudo que estou a declarar

Aquieta-me isso saber: Que é sobre tudo preciosa, Isso não posso esconder, Mesmo que eu venha a morrer

Morrerei feliz da vida, Aliás, da morte sou filho, P'ra ela vivo, minnh'amiga, Mas, saiba d'algo, querida Eu, mesmo morto, meu amor

Os meus poemas falarão,Em alto tom, com clamorFalarão a seu favor. A DOR Como se pode explicar a raiz da dor?Quem pode entender sua Pois, a dor não escolhe cor nem idadePorque dor gera dor. Ah, meu Senhor! Como se explica a perda de um amorComo se explicar vossa majestadeComo suportar a dor da SaudadeComo suportar o vil dissabor? O coração magoado e mui feridoExpressa a vil dor em seu bel semblanteChora lágrimas, chora amargamente Como acalmar tal coração partidoPode-se elucidar seu vil saborAcaso se pode explicar a dor?

FLORES EM QUARENTENA

Leonardo é conhecido no mundo artístico de 23 anos de idade, nasceu

aos 07 de Maio de 1997; natural de Cambulo, Norte, poeta há 5 anos, membro do

Movimento Literário Arcádia, é apreciador da natureza como a principal motivação de seus escritos, amante de Sonetos e, de forma livre,

deixar em seus poemas trilhos de suas

Os meus poemas falarão, Em alto tom, com clamor Falarão a seu favor.

Como se pode explicar a raiz da dor? Quem pode entender sua profundidade?Pois, a dor não escolhe cor nem idade Porque dor gera dor. Ah, meu Senhor!

Como se explica a perda de um amor Como se explicar vossa majestade Como suportar a dor da Saudade Como suportar o vil dissabor?

O coração magoado e mui ferido ssa a vil dor em seu bel semblante

Chora lágrimas, chora amargamente

Como acalmar tal coração partido se elucidar seu vil sabor

Acaso se pode explicar a dor?

FLORES EM QUARENTENA

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ENCOMENDA No laboratório das surpresas Uma bombástica prenda De corpo asiático Foi embrulhada encomenda Com transparente papel Fita colada cada canto Entrelaçando rito de passagem Pelo fiel vento Distribuída no plural continente. Encomenda exibia cartão Com tatuadas recomendações Para melhor uso do presente: Copulados corpos no frio clima Livre circulação de baixo a cima Pelas ruas Beijando abraços de mãos, Ejaculando tosse no oral sexo Que facilita penetração No estreito escorregadio túnel Pintando seca irritação Que condiciona o vaivém Da preciosa troca Causando ofegante respiração

Domingas Ngeve dos Santos Nhime, que assina em seus textos como Orquídea Nhimedia 13 de Janeiro de 1997, em Lobito, Benguela. É estudante de Pedagogia para a Escola (Ensino Primário), residente no município de Lobito. Além de ler e escrever, sua ocupação maior, também é desenhista não profissional, membro do Movimento Literário Arcádia e do Grupo Olimpo da Literatura. Usa a página Escrev´Arte, no Facebook, para partilhar seus textos. Fala Português e tem noções de Umbundu.

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Orquídea Nhime

Em altas temperaturas Cansados gemidos Finalmente, consumação. SÓ OLHO Bocas e narizes partilham Única saia cor de leite Mãos a exibirem companhiasDe camisinhas no tapete mundialMarca esta acçãoPande tal vez Mia gatoDesfile organizado por 19 CovidesQue prendeu atenção totalPromovendo batalha vital De órgãos membros. Só olhos Fazem amores desprotegidosPelas povoadas ruas Sem vergonha, nua anda Abraçando silêncio E juntos conjugar verbo olhar.

Domingas Ngeve dos Santos Nhime, que assina Orquídea Nhime, nasceu no

dia 13 de Janeiro de 1997, em Lobito, Benguela. É estudante de Pedagogia para a Escola (Ensino Primário), residente no município de Lobito. Além

a ocupação maior, também é desenhista não profissional, membro do Movimento Literário Arcádia e do Grupo Olimpo da Literatura. Usa a página Escrev´Arte, no Facebook, para partilhar seus textos. Fala Português e tem noções de Umbundu.

Mãos a exibirem companhias tapete mundial

Marca esta acçãoPande tal vez Mia gato Desfile organizado por 19 Covides Que prendeu atenção total

Fazem amores desprotegidos

E juntos conjugar verbo olhar.

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“MUNDO RECUARÁ” Inter ditado ficará mundo inícios voltará mal acompanhados há terrível causa claro exagero facto mesclado à melancolia e agoiro irá mundo a um passado ( i)legível futuro será eterna real( in)verdade tudo outra vez ligar-se-á à imparcialidadeusura cria vírus, vírus cria usura responsável legível ficará economia na insensatez dormentede submerso à tona será visível a verdaderetornará pior crise inopinadamente sair do indutivo à universalidade será ofuscado passado futuro anacoluto(In)visível vírus, infortúnio hipérbato soçobiante drama, corrosivo arregimentoNo mundo morto sentido é resquício esquisito.

FLORES EM QUARENTENA

Fernando Legadoé pseudónimo de Lourenço Fernando Isaac Segunda. Nasceu no dia 19 de Fevereiro de 1997, na província de Benguela, município de Balombo; é aspirante a escritor, estudante do curso de Ensino do Português e Línguas Nacionais, no Instituto Superior Politécnico Jean Piaget-Benguela; é membro do Grupo Olimpo da Lateratura.Fala Umbundu, Português e Inglês.

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Fernando Legado

á à imparcialidade

cará economia na insensatez dormente de submerso à tona será visível a verdade

será ofuscado passado futuro anacoluto

arregimento No mundo morto sentido é resquício esquisito.

“HAVERÁ HUMANIDADE NOViverá no coração humano comiseraçãoSerão peripécias despertantes da humanidadeMomentos únicos, finura intensidadeManeira reluzente em espécime proporção. Antes, escuridão luz amanhã no homem seráNegligência ficará extinta e amor reinaráTudo quanto for apático no homem cessaráCompaixão no sensível homem habitará. Covid-19 despertará no homem consciênciaDar-lhe-á reconhecimento e independênciaEsquecer-se-á da calamidade deplorávelViverá benevolência, asserção incontestável. Coronavírus será elo do amor mundialmenteHomens apaziguados emersos na imensidãoAmor na humanidade e nítida prontidãoAté lá a paz existirá ininterruptamente.

FLORES EM QUARENTENA

é pseudónimo de Lourenço Fernando Isaac Segunda. Nasceu no dia 19 de Fevereiro de 1997, na província de Benguela, município de Balombo; é aspirante a escritor,

do Português e Línguas Nacionais, no Instituto Superior

Benguela; é membro do Grupo Olimpo da Lateratura.Fala Umbundu,

“HAVERÁ HUMANIDADE NO HOMEM” Viverá no coração humano comiseração Serão peripécias despertantes da humanidade Momentos únicos, finura intensidade Maneira reluzente em espécime proporção.

escuridão luz amanhã no homem será Negligência ficará extinta e amor reinará Tudo quanto for apático no homem cessará Compaixão no sensível homem habitará.

19 despertará no homem consciência á reconhecimento e independência

calamidade deplorável Viverá benevolência, asserção incontestável.

Coronavírus será elo do amor mundialmente Homens apaziguados emersos na imensidão Amor na humanidade e nítida prontidão Até lá a paz existirá ininterruptamente.

FLORES EM QUARENTENA

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Graça Mutambuleno

GRITOS NA QUARENTENA Áridas e lacrimejantes vozes, fónicas ecoam nos céus flamejantes sem luzimento voam Dos seres cautelosos a vil penúria procede, dor, mui espantosos Ao medo a vida cedem, Longe do Sol que esquenta Enfadados em quarentena Miram no peito que intenta Dar à vida esperança amena Clamam, quê será do pasto! Das flores viris e reluzentes Se nem do campo vasto Nasce a pureza envolvente. Sofre o mundo sem a cura Praguejado, foi-se ao caos A beleza cobiçada e pura Hoje prova os dias maus Esperançosos, trovejam Pela cura quase intangível Com pálido sorriso, amam, Sonham no futuro possível.

FLORES EM QUARENTENA

Graça Mutaleno Ernesto nasceu em Cambulo, Lunda-Norte, no dia 16 de Janeiro do ano 1999. Gosta de ler, escrever, cantar. É estudante, actualmente, e membro do Movimento Literário Arcádia, residente na Cidade do Dundo, mesma província.

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Mutambuleno

O CANTO ESPERANÇOSO Ainda sinto no peito a dor das floresFlores tristes dadas à insegurançaLutam pela vida em vis dissabores Enxergando com nobreza a matança; Confinados no pasto, em desamoresTrovejam, olhos de escusa esperança Obesos de medo em nédios horrores Espreitam de longe a doce pujança. Sei, meus amores, que sofres no peito Que perdeu a vida o seu dócil encanto Mas ainda jaz mil favores no leito; Ainda pode nos céus nascer o santo[...]Pasto, meigo, outrossim de bom proveito Que por vós fulgurará em cada canto.

FLORES EM QUARENTENA

nasceu em Cambulo, Norte, no dia 16 de Janeiro do ano 1999.

Gosta de ler, escrever, cantar. É estudante, actualmente, e membro do Movimento Literário Arcádia, residente na Cidade do Dundo, mesma

O CANTO ESPERANÇOSO Ainda sinto no peito a dor das flores Flores tristes dadas à insegurança Lutam pela vida em vis dissabores Enxergando com nobreza a matança;

Confinados no pasto, em desamores Trovejam, olhos de escusa esperança Obesos de medo em nédios horrores Espreitam de longe a doce pujança.

Sei, meus amores, que sofres no peito erdeu a vida o seu dócil encanto

Mas ainda jaz mil favores no leito;

Ainda pode nos céus nascer o santo[...] Pasto, meigo, outrossim de bom proveito Que por vós fulgurará em cada canto.

FLORES EM QUARENTENA

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FACE OCULTA Coroa sem rei, miragem Deste inimigo sem rosto Em quatro cantos, viagem Deste inimigo de bosto. Sombra de ilusão Manuscrito à máquina Reflexo de escuridão Empacotador ânimos magna. Aos escombros lava pinga Sem mal algum se vinga Enterrando mortes e vidas Cumprindo tarefas devidas. Roendo no presente o destino Ao brilho escuro, desatino Encomendando anjos para Deus Realizando desejos seus.

FLORES EM QUARENTENA

Simião Sangungu Tchimuco, simplesmente Simi, é um jovem natural de Lobito, Benguela; nasceu aos 23 de Fevereiro de 2000. Já foi estudante de Ciências de Educação no Instituto Superior Politécnico Católico de Benguela, uma formação não concluída.

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Adílson Simi

TURISTA Vá, meu mestre Turista Foi boa essa tua visita; Mas antes quero ver este rostoEstou ansioso de esquecer.Não voltes ao meu museuJá levas monumentos meusEntra saindo por esta portaNoutrora te comporta. Pois, o meu museu não terá história;Mas na história terá o meu museu[…] Tudo é teu, já não meuTal como te apeteceu. Leva contigo a tua coroaTurista-Rei, o povo adora.

FLORES EM QUARENTENA

Tchimuco, simplesmente Adílson , é um jovem natural de Lobito, Benguela; nasceu

aos 23 de Fevereiro de 2000. Já foi estudante de Ciências de Educação no Instituto Superior Politécnico Católico de Benguela, uma formação não concluída.

Mas antes quero ver este rosto Estou ansioso de esquecer.

voltes ao meu museu Já levas monumentos meus Entra saindo por esta porta

Pois, o meu museu não terá história; Mas na história terá o meu museu […] Tudo é teu, já não meu

Leva contigo a tua coroa ovo adora.

FLORES EM QUARENTENA

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TENHO SAUDADES DO PLANETA Tenho saudades do Mundo Tenho saudades d'África Tenho saudades d'Angola Entre quatro cantos a vida ainda é hino! É lenha na fogueira É ritmo No tambor a gingar Ressuscitar passos Cultivar forças Para colher vitória Reviver memória Vamos cantar Humanidade!

FLORES EM QUARENTENA

Thainicy Delgado, pseudónimo de Teresa Quicassa Delgado, natural de Malanje, é licenciada em Língua e Literaturas em Língua Portuguesa, pela Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto. Residente em Luanda, é poetisa e, no universo literário, já teve outras participações: Revista Literária “O Fio da Palavra2018, em homenagem a Lopito Feijó; Antologia Poética Digital “Pétalas d´Alma”, em 2019 e Digital “Nós e a Poesia”, em homenagetambém em 2019.

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Thainick Delgado

Entre quatro cantos a vida ainda é hino!

VÍRUS NA GAIOLA Rostos mascarados impregnam na queda do muro do universo Um lugar disputado Olhos cantam tristezas na imensidão do pavor Corações na lama pelo favor Do tempo questionado Vírus dança na canção da esperança perdida Sequestra tranquilidade Vida indecorosa geme desarmada Não pelas bombas nucleares Mas pela segurança afastada do Amargos pensamentos são verdadeiros vírus Que mutilam sorrisos inocentesDesamparam coragem Vírus somos nós Autores da inequalidade Passageiros sem viagem.

FLORES EM QUARENTENA

pseudónimo de Teresa Quicassa Delgado, natural de Malanje, é licenciada em Língua e Literaturas em Língua Portuguesa, pela Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto. Residente em Luanda, é poetisa e, no universo literário, já teve outras

O Fio da Palavra”, 2018, em homenagem a Lopito Feijó; Antologia Poética

em 2019 e Antologia Poética , em homenagem a João Tala,

Rostos mascarados impregnam na queda do muro do

Olhos cantam tristezas na imensidão do pavor

Vírus dança na canção da esperança perdida

Vida indecorosa geme desarmada

Mas pela segurança afastada dos viventes

Amargos pensamentos são verdadeiros vírus Que mutilam sorrisos inocentes

FLORES EM QUARENTENA

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ANACONDA DE MÁSCARAS VERDES Uma anaconda viborosa arrojada Pelo cérebro do planeta areia Pelo que as glândulas platinares Em bocas imbeijadas traduzem COVID- Abstinência sexual da COVID-19 Traduz cura sem cura em peitos Ardentes de fervor arrependido Uma autêntica vadia que da Ásia Veio nua a toda planície que lha Prostitui com apreensão sobejante. Seu odor ofega a proibida margem Da mão ao nariz comprido de prazer Pela tamanha imoral Da sua indecência, prostitui-se Com todo o mundo sem remorsos de dorOh, mãe de filhos mortos por asma! JAMAIS TEREI LEMBRANÇAS ABONATÓRIASPerna que anda Cabeça que pensa Mão que tocava e orgasmava-se Para saciar (…)

FLORES EM QUARENTENA

KAJA é o acrónimo de Kiaku Afonso José António. É natural de Luanda, nasceu aos 03 de de Língua e Literaturas em Língua Portuguesa, na Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto; é aspirante a escritor, membro da Associação dos Estudantes da Fluan. Actualmente, professor, palestrante e pesquisador em estudos Linguísticos. Fala Português, Inglês e tem noções de Kikongo.

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KAJA

-19.

Com todo o mundo sem remorsos de dor

JAMAIS TEREI LEMBRANÇAS ABONATÓRIAS-19

Mão que tocava e augurava saciarA boca em pupilas gustativasMão que tocava em mãoÀs luzes escuras [...] Que um homem tocava noutro homem. A vida leva a morte por corona...NÃO! A morte leva a vida por COVIDUma mão que estendia a paz na terraUma mão que semeava e recolhiaA que estendia simpatia da alegria... Que agora [...] São intocáveis nos olhos das lágrimasUma mão é trabalhar, comer e vestirMãos que tocavam em lábios... Sem lábios jingongos para saciarO convite concupiscenteDo coito ardente... Jamais terei lembranças abonatórias!

FLORES EM QUARENTENA

é o acrónimo de Kiaku Afonso José António. É ral de Luanda, nasceu aos 03 de Agosto. Estudante

de Língua e Literaturas em Língua Portuguesa, na Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto; é aspirante a escritor, membro da Associação dos

Actualmente, professor, ante e pesquisador em estudos Linguísticos.

Fala Português, Inglês e tem noções de Kikongo.

Mão que tocava e augurava saciar A boca em pupilas gustativas Mão que tocava em mão

Que um homem tocava noutro homem.

A vida leva a morte por corona... NÃO! A morte leva a vida por COVID-19... SIM!

a paz na terra Uma mão que semeava e recolhia A que estendia simpatia da alegria...

São intocáveis nos olhos das lágrimas Uma mão é trabalhar, comer e vestir Mãos que tocavam em lábios...

Sem lábios jingongos para saciar iscente

Jamais terei lembranças abonatórias!

FLORES EM QUARENTENA

Page 28: Antologia Poética Digital “Flores emo produto que temos. Igualmente, gratidão ao mestre Salvador Bonifácio Tito, por ter aceite prefaciar a presente obra e ao poeta e declamador

INSATISFAÇÃO Perigosos são teus ataques, infernal Aperto de mão é transmissão, confinamento ideal A extinção é nossa missão. Morte causaste a um irmão Chegando à terra sublime Norteada de invasão, Acometido ao crime ruim. Intolerância mais sagaz Capacidade animal Irresistível Satanás É Suicídio do ser mortal Vivência inquieta assombrada. Cansad'acção incontrolável. Lástima e determinada É um momento indubitável.

FLORES EM QUARENTENA

Anabela Narciso, de pseudónimo Aurora de Bela

no Uíge, município de Auto Caluale, no dia 16 de Outubro

do ano de 1999. É poetisa do Movimento

Arcádia; passa seu tempo livre lendo e escrevendo e

assume-se como cristã praticante

estudante de Língua e Literaturas em Língua Portuguesa

pela Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto.

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Aurora de Bela O REGRESSO Lágrima escorre d'olho inocenteClamando cessar desta pandemiaPassa dia, noite está carenteEsperando milagre, quem faria? Almejamos gozar eterna pazMas há imensidão da guerra infernalAonde o vírus cruel é capazDe estagnar a vida surreal Havemos de voltar ao nosso antesOnde beijar não era homicida.Abraços se davam aos semelhantes Havemos de voltar à vid'aléResgatando o nosso ser escondidoE com choros e sorrisos também.E acordará o nosso ser adormecido.

FLORES EM QUARENTENA

Aurora de Bela, nasceu

no Uíge, município de Auto Caluale, no dia 16 de Outubro

do ano de 1999. É poetisa do Movimento Literário

Arcádia; passa seu tempo livre lendo e escrevendo e

cristã praticante. É, actualmente,

estudante de Língua e Literaturas em Língua Portuguesa,

pela Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto.

olho inocente Clamando cessar desta pandemia

stá carente Esperando milagre, quem faria?

Almejamos gozar eterna paz imensidão da guerra infernal

Aonde o vírus cruel é capaz De estagnar a vida surreal

Havemos de voltar ao nosso antes Onde beijar não era homicida.

semelhantes

'além Resgatando o nosso ser escondido E com choros e sorrisos também. E acordará o nosso ser adormecido.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS “FLORES EM QUARENTENA” Foi com grande prazer que o movimento “Arcádia”, com participação de outros talentosos poetas, encetou a Antologia em destaque com a finalidade de honrar o momento que o mundo enfrenta e incentivar, além de ficar em casa, o gosto pela arte e leitura, enquanto os profissionais de saúde trabalham como heróis para salvar o nosso planeta. Há quase um mês, o poeta e meu amigo Salvador de Jesus apresentou-me a sua ideia brilhante, que eu abracei com afinco para coordenarmos essa antologia; “FLORES EM QUARENTENA” é o título que escolhemos para essa antologia digital, porque, apesar dessa pandemia mortífera, os artistas continuam espalhando o eflúvio da arte, quase que sentimos essa fragrância em tudo quanto é canto. Particularmente foi uma experiência singular, e queremos, mais uma vez, agradecer ao prefaciador, Salvador Tito, ao design, Gonçalves Handyman, e a todos os envolvidos que tornaram essa expectativa uma deleitosa realidade. Esperamos que essa antologia seja o início de muitos mares de rosa pela frente.

Osvaldo de Sá, Coordenador do Movimento Literário Arcádia

LAVA SEMPRE AS MÃOS, FICA EM CASA, DIAS MELHORES VIRÃO!!!

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