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  • 7/26/2019 Antac_coordenao de Projetos de Edificaes Em Institiuies Pblicas - Um Modelo Simplificado Para Projetos de

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    SBQP 2009Simpsio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construdo

    IX Workshop Brasileiro de Gesto do Processo de Projeto na Construo de Edifcios18 a 20 de Novembro de 2009 So Carlos, SP Brasil

    Universidade de So Paulo

    31010.4237/sbqp.09.125

    Coordenao de projetos de edif icaes eminstituies pblicas: um modelo simplificado para

    projetos de reformas

    Design coordination in public institutions projects: a simplified model for reforms processes

    Eneida Silveira BRETAS

    Arquiteta e Urbanista, Mestranda pela Escola de Engenharia da UFMG| e-mail:[email protected]| CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2748232406635440 |

    Paulo Roberto Pereira ANDERY

    Engenheiro, M.Sc., Dr., Professor da Escola de Engenharia da UFMG:| e-mail: [email protected]| CV Lattes:http://lattes.cnpq.br/3463303263991617

    |

    RESUMO

    Proposta: O processo de projeto de reformas em instituies pblicas tem especificidades que odiferenciam dos empreendimentos imobilirios, em funo da complexidade inerente s reformas,bem como em funo das restries impostas pela Lei das Licitaes. Nesse contexto, o trabalhoapresenta um diagnstico a respeito da reforma de imveis destinados a instituies pblicas, eprope um modelo especfico para coordenao do processo de projeto. Mtodo depesquisa/Abordagens: O modelo de coordenao proposto a partir de reviso da literatura eanlise do processo de projeto em uma instituio pblica, e prioriza a utilizao de conceitos doProjeto Simultneo. Resultados:Espera-se melhorar a coordenao, controle e registro do processode projeto.

    Palavras-chave:coordenao de projetos; reformas; instituies pblicas.

    ABSTRACT

    Proposal: The design process of reforms in public institutions has some specific aspects whencompared with Real Estate Projects, as a function the inherent complexity of rehabilitations, as well asthe constraints imposed by Brazilian Bid Law. In this context, the paper outlines a design analysis ofreforms of public properties, and points out a specific design process coordination model.

    Methods: The design coordination model is based on literature review, as well as in an analysis ofdesign process in a public institution, and prioritizes the implementation of concurrent engineeringconcepts. FindingsImprovement of design control and coordination is expected.

    Key-words: Design coordination; reforms; public institutions

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    Anais do Simps io Brasi leir o de Qualidade do Projeto no Ambient e Constr udoIX Workshop Brasileiro de Gesto do Processo de Projeto na Construo de Edifcios| 18 a 20 de Novembro de 2009 | So Carlos, SP | PPG-AU EESC USP |

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    1 INTRODUO

    O cenrio atual do setor de edificaes da construo civil aponta um processo demudanas, tanto organizacionais quanto tecnolgicas, no sentido de busca de melhoria da

    produtividade, competitividade e sustentabilidade, com impacto direto no processo produtivoda edificao.

    Nesse contexto insere-se a produo e reforma de edificaes de instituies pblicas, comum mercado amplo cujos projetos e obras so, na sua maioria, licitados e contratados nomercado, e cujo processo de projeto tem especificidades que o diferenciam dos processosde empreendimentos imobilirios e edificaes novas.

    Alguns motivos geram essas especificidades nas instituies pblicas:

    A Lei das Licitaes (Lei 8666), que dificulta a utilizao de metodologias de gestodo processo de projeto, com nfase na aplicao de conceitos de projeto simultneo

    (Fabrcio, 2002):

    O fato de que muitos dos projetos so de reformas de edificaes, decorrentes danecessidade de adapt-las a novos fins ou requisitos, inclusive de sustentabilidade.

    Os prazos sempre exguos e a necessidade de custos bem definidos, em funo decumprimento de um oramento anual.

    Este trabalho pretende discutir o contexto de projetos de reformas em instituies pblicas,e prope um modelo simplificado de coordenao desse processo de projeto. Por razes debrevidade, as ferramentas utilizadas no podero ser detalhadas no trabalho.

    1.1 A Lei 8666 e o processo de projeto

    No caso das instituies pblicas, alguns aspectos do impacto da Lei das Licitaes noprocesso de projeto podem ser brevemente delineados.

    As obras e projetos,quando contratados com terceiros, so precedidos de licitao. Quasesempre os projetos e obras so licitados, uma vez que raramente as instituies pblicasdispem de quadro tcnico para execut-los.

    indispensvel para a licitao o projeto bsico, bem como o oramento

    O

    detalhado emplanilhas que expressem a composio de todos os seus custos unitrios. O projeto bsico fundamental para garantir o princpio da isonomia no processo concorrencial (Braunert,2007)

    Projeto Bsico definido como o conjunto de elementos necessrios e suficientes, comnvel de preciso adequado, para caracterizar a obra ou servio objeto da licitao,elaborado com base nas indicaes dos estudos tcnicos preliminares, que assegurem aviabilidade tcnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, eque possibilite a avaliao do custo da obra e a definio dos mtodos e do prazo deexecuo. Em tese, o projeto bsico deve conter as informaes que permitam forneceruma viso global da obra e identificar seus elementos constitutivos com clareza, permitindoque solues tcnicas sejam suficientemente detalhadas. No entanto, com freqncia seenfatizam aspectos legais, ou seja, garantir as informaes necessrias continuidade do

    processo licitatrio, e a prpria concepo e definio de parmetros tcnicos earquitetnicos ficam em segundo plano.

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    J o Projeto Executivo

    A integrao entre projeto e produo, uma das premissas do Projeto Simultneo (Fabrcio,2002), fica prejudicada no caso de projetos para instituies pblicas, j que pela Lei das

    Licitaes, o autor do projeto bsico ou executivo no poder participar da licitao ou daexecuo da obra.

    , definido como o conjunto dos elementos necessrios e suficientes execuo completa da obra, (ABNT) pode ser elaborado antes da licitao ouconcomitantemente com a execuo fsica do objeto. No segundo caso, includo comoencargo do contratado ou pelo preo previamente fixado pela administrao

    A construtora s definida aps a finalizao dos projetos, sem possibilidades de interaocom os projetistas, devido ao sistema de contratao por processo licitatrio, situao queto somente permite interferncia da construtora se houver abertura para aprovar mudanasno Projeto Executivo, que tendem a ser morosas, ou se elas forem executadas no campo dainformalidade, criando disparidades entre projeto e o produto entregue (Melhado 2005).

    Outra limitao que impacta no processo de projeto o fato de que a lei impede a indicaode marcas de materiais e produtos, o que por vezes dificulta a elaborao de projetos para a

    produo, conforme indicado por Aquino e Melhado (2003)Os fatores citados, entre outros, trazem peculiaridades ao processo de projeto conduzidopor empresas pblicas, e torna ainda mais importante o papel do coordenador no sentido degarantir as exigncias da Lei, e a integrao de todo o processo projeto/execuo.

    1.2 Peculiaridades do processo de projeto de reforma

    A interveno em edificaes existentes uma rea da construo civil em amplocrescimento e muito presente no caso das instituies pblicas, pela necessidade deadaptar as edificaes a novos usos e exigncias de acessibilidade, sustentabilidade eestticas, ampli-las, modernizar instalaes face s novas tecnologias, restaur-las para

    preservao do patrimnio histricoDiferentes conceitos so utilizados para caracterizar os tipos de interveno, principalmenteem funo do objetivo e tipo de interveno, como reabilitao, renovao, restauro, retrofit,reforma. Particularidades de cada uma dessas modalidades so indicadas em Oliveira(2008).

    No presente trabalho, considera-se o termo reforma,

    A principal diferena dos processos de projetos de reforma est nas etapas iniciais, onde aanlise da viabilidade tcnica e econmica deve ser uma das primeiras questes a seremabordadas. Esta anlise baseia-se no resultado de vrios estudos, dentre eles o diagnsticoinicial das condies de desempenho do edifcio e a anlise do edifcio a ser reformado, nocontexto histrico e arquitetnico da cidade (Oliveira, 2008). Acrescenta-se a anlise dacompatibilidade das caractersticas do edifcio com o programa de necessidadesdeterminado pelo cliente/usurio.

    por ser mais abrangente paraidentificar a interveno em edificaes existentes, independente do tipo ou objetivo.

    Nos casos de reformas o programa de necessidades, alm das demandas do cliente, deverconter tambm as demandas do edifcio

    , determinadas na etapa de diagnstico, e quedevero ser atendidas na elaborao da proposta de interveno. Ou seja, de maneiradistinta de um projeto de um novo empreendimento, o desafio conciliar os requisitosdefinidos pelos clientes/usurios com as restries impostas pelas condies da edificao,

    objeto da reforma.

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    Freitas; Souza (2003) apud Croitor et al (2006), observam que por melhor que seja aqualidade dos trabalhos realizados nas etapas de diagnstico, com freqncia se encontramproblemas na etapa de execuo das obras, em funo de interferncias no previstasanteriormente. Porm, acredita-se que quanto menos eficiente a etapa de diagnsticomaior a probabilidade da existncia de problemas na etapa de execuo.

    Ferreira et al (2003) tambm ressalta a importncia do diagnstico como condio paraescolha da alternativa mais apropriada de interveno na edificao.

    Ainda na etapa de anlise da viabilidade, tem-se a questo da necessidade, ou no, deadaptar os edifcios s legislaes e normas tcnicas atuais, como Acessibilidade,Preveno e Combate a Incndio, entre outras, que na poca de sua construo no eramexigncias legais. Ressalta-se tambm que a maior parte das normas relativas a projetos dizrespeito construo nova e no prev diferenciao para as reformas (Oliveira, 2008).

    Outra peculiaridade das reformas de edificaes que, na maioria das vezes as obras soexecutadas com a edificao em funcionamento, o que aumenta a complexidade dainterveno.

    Por esses motivos o processo de projeto, no caso de reformas, apresenta vriasdificuldades e questes a serem respondidas, alm de requisitar uma maior integrao entreas suas atividades desde o incio do processo.

    As especificidades citadas acima, tanto no caso da Lei 8666, quanto da reforma deedificaes, aliadas s exigncias de prazo e cumprimento de oramentos, levam necessidade de modelos de coordenao que considerem essas especificidades dacoordenao de projetos, que talvez seja mais crtica quando comparada a outros tipos deprojeto, e o fato de que os procedimentos de gesto devam ser simplificados, considerandoos prazos exguos para a etapa de projeto e as condies de trabalho das instituiespblicas. Nesse contexto, foi estudada uma instituio cujo processo de projeto apresenta

    as condies mencionadas acima: instituio pblica, trabalhando com reformas deedifcios, a serem transformados em agncias bancrias. Foi realizado um diagnstico(mapeamento) do processo de projeto como vem sendo realizado, e nesse trabalho proposta uma sistematizao de atividades (modelo simplificado) de coordenao,apresentado na sequncia.

    2 PROPOSTA DE MODELO DE COORDENAO: ESTUDO DE CASO

    2.1 Breve descrio da instituio objeto do estudo

    Embora a construo civil no seja a atividade principal da empresa pesquisada, ela temgrande atuao nessa rea em todo o pas, com quadro de aproximadamente 300engenheiros e arquitetos, 4.345 agncias de atendimento e 11.624 unidades subordinadas,alm das unidades de apoio, instaladas em imveis prprios e alugados, ocupandoaproximadamente2,5 milhes de m de rea construda, e tem s para o item Projeto deArquitetura, aproximadamente 500 escritrios cadastrados como fornecedores.

    A atuao da empresa na construo civil voltada, na maior parte dos casos, parareformas a fim de instalar ou relocalizar novas dependncias, melhorar e/ou ampliar asexistentes, adaptar os espaos a modificaes nas formas de atendimento e exigncias deacessibilidade (ABNT 9050), modernizao tecnolgica e incluso de parmetros desustentabilidade como uso racional da energia e da gua.

    Alguns motivos levaram proposio de um modelo especfico de coordenao de projetos: Curtos prazos para elaborao dos projetos (30 a 45 dias para o projeto executivo);

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    A mesma equipe cuida de projetos, fiscalizao de obras e manuteno, nodispondo de tempo para controles muito elaborados;

    J existe uma padronizao tanto visual quanto de procedimentos de projeto,faltando integrao e controles, que so feitos de maneira intuitiva;

    Recursos de informtica nem sempre so disponveis.

    2.2 Mapeamento do Processo de Projeto na Instituio

    Para a proposio do Modelo Simplificado de Coordenao, primeiro foi mapeado oprocesso de projeto desde a solicitao dos clientes at a finalizao da obra.

    Foi constatada a existncia de trs etapas distintas, que correspondem s macrofasescitadas por Romano (2006): pr-projetao, projetao e ps-projetao, porm com cortesbem definidos entre elas, devido a aprovaes de investimentos e processos licitatrios.

    Etapa 1 (pr projetao): Concepo e anlise de viabilidade tcnica e econmica

    Etapa 1 : ConcepEtapa 1 : Concepo e Viabilidade(Idealizao e Viabilidade(Idealizaoo))

    Programa de Necessidades

    Anlise de Viabilidade

    Anlise Tcnica Anlise Econmica

    Diagnstico

    Ambientes/ prdio

    Documentao

    Estudo

    Preliminar

    SeguranaEstimativade custos

    Estudo de ViabilidadeEconmica

    Aprovao do Investimento

    na

    qual, a partir da demanda, feita a seleo e/ou um diagnstico simplificado da edificao,um estudo preliminar, uma estimativa de custos, que sero base para a aprovao doinvestimento, conforme figura 1.

    Figura 1: Etapa de Pr-projetao

    No existe a figura do coordenador geral do processo. A coordenao da anlise tcnica feita de maneira intuitiva (sem modelo especfico) pelo arquiteto da instituio e a integraocom os demais envolvidos feita por uma equipe com essa atribuio, mas semferramentas de controle.

    Nesta fase, j existem algumas ferramentas, como planilha para a seleo de imvel emodelos de relatrios a serem preenchidos. O principal problema nesta fase que odiagnstico quase sempre feito apenas pelo arquiteto, que consulta as demaisespecialidades nos casos de dvidas. No existe uma ferramenta padronizada para odiagnstico, com registro do mesmo, que em alguns casos fica incompleto, gerandodificuldades no momento da elaborao do estudo preliminar e principalmente da estimativade custos.

    A aprovao do investimento feita em instncia superior, constituindo-se o ponto de corteentre as etapas 1 e 2.

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    O fluxograma 2, mostra de maneira esquemtica a segunda etapa do processo de projeto.

    Etapa 2 (Projetao): Projeto do produto e preparao da licitao da obra

    Etapa 2 : Projeto do ProdutoEtapa 2 : Projeto do Produto

    Contratao simultnea dos Projetos

    Licitao da obra

    Levantamento: vistoria conjunta

    Anteprojetos Simultneos

    Arquitetura eafins

    Eltrica e afinsEletromecnicas

    climatizao

    Hidrossanitrio

    e afins

    compatibilizao

    Projetos Legais Aprovaes

    Projetos Executivos

    detalhamento especificaes oramentos

    Correes

    Projeto do Produto (para licitao)

    Nova base de

    arquitetura

    Figura 2: Etapa de Projetao

    Aps a aprovao do investimento so contratados simultaneamente os projetos executivos,especificaes e oramentos, atravs de processo licitatrio.

    A conduo do processo de projeto executivo tambm fica a cargo do arquiteto dainstituio, mas no existem modelos ou ferramentas padronizadas de coordenao. Ocorreeventualmente a tentativa de atribuir o papel de coordenao empresa contratada para oprojeto de arquitetura, mas as experincias no tm obtido muito xito, exigindo freqentesintervenes do arquiteto da instituio, seja por desconhecimento do papel docoordenador, seja pela falta de escopo de trabalho. Os prprios tcnicos da instituio notm bem definido qual seria essa funo e suas atividades, confundindo s vezescoordenao com compatibilizao.

    Como ferramentas de execuo existem normas internas de projeto para cadaespecialidade, mas no contemplam as interferncias e interfaces entre elas. Existe umapadronizao de desenhos (matriz com layers, blocos, formatos), e uma biblioteca virtualdos arquivos de projetos que precisam ser organizados.

    No so feitos projetos para produo.

    Etapa 3 (ps-projetao): Obra (alteraes e atualizaes de projeto)

    Nessa etapa a atuao relativa a projeto pequena, cabendo ao projetista da instituio oacompanhamento da execuo como apoio ao fiscal da obra, cuidando de alteraes noprojeto. No feito controle dessas alteraes, apenas registro no projeto as built que feito pela construtora contratada. O projetista contratado que desenvolveu o projeto no

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    participa e nem recebe informaes sobre inconsistncias e erros de projeto que geraramproblemas nas obras.

    2.3 Modelo Simplificado de Coordenao

    Na proposio do modelo, foram tomadas como base as afirmativas de Melhado (2005) deque a coordenao de projeto envolve funes gerenciais, com o intuito de fomentar aintegrao e a cooperao dos agentes envolvidos e funes tcnicas, relacionadas com asoluo global dos projetos e a integrao tcnica entre as diversas especialidades deprojeto, e entre o projeto e o sistema de produo da obra, incluindo a soluo de problemasde compatibilizao.

    Partiu-se tambm da afirmao de Melhado (2005), quando diz que, se analisando aliteratura disponvel e as experincias em prtica na construo de edifcios no Brasil,dificilmente se chegaria a um modelo de coordenao ideal, entretanto, possvel discutir-se o tema em termos de vantagens, potencialidades, limites e problemas que cada modelo,cada resposta apresenta.

    O processo de projeto adotado pela empresa pesquisada j acontece de certa formaintegrado, na tentativa de evitar erros e encurtar prazos, embora isto tambm acontea semmodelos tericos especficos, sendo um ambiente propcio para a implantao do modelointegrado de processo.

    Romano (2006) afirma que em se tratando do desenvolvimento integrado de produtos, huma tendncia de utilizao de modelos de referncia, o que inclui o mapeamento de todosos insumos que fazem parte do cenrio do desenvolvimento do produto e o entendimentodas suas inter-relaes, contextos, etc., de modo a permitir a viso detalhada e integrada doprocesso, e coloca como principais caractersticas de um modelo de gerenciamento:

    apresentar a viso de todo o processo atravs da unidade visual de representaogrfica e descritiva;

    apresentar o processo decomposto em macrofases, fases, atividades e tarefas;

    indicar a seqncia lgica das fases e atividades;

    definir as reas envolvidas em cada fase, atravs das tarefas classificadas pordomnios de conhecimento;

    Por esses motivos foi proposto um modelo especfico, desdobrado em ferramentas, a seraplicado instituio objeto de estudo, que eventualmente pode ser adaptado para outroscasos.

    O Modelo de Coordenao representado em uma planilha que contempla as principaisatividades a serem controladas, os responsveis, datas para controle, pr-requisitos,documentos gerados, e espao para anotaes. Para alguns controles, foram propostasferramentas como planilhas de interfaces, relatrios, fichas, que tambm tem a funo deregistro do processo, que no sero detalhadas no presente trabalho.

    Foram inseridas como procedimentos algumas atividades de integrao/compatibilizao:

    vistoria conjunta para diagnstico, com ficha check-list a ser verificada no final doprojeto;

    diretrizes de projeto a serem fornecidas pelas diferentes disciplinas e discutidasantes do fechamento do ante-projeto;

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    reunies de compatibilizao, com preenchimento de planilha de interfaces;

    atividade final de conferncia projeto/especificao/oramento em equipe (arquiteto eengenheiros);

    na tentativa de integrar projeto/obra foi proposta na implantao da obra aapresentao do projeto empresa construtora, para j discutir antecipadamentesolues executivas;

    para retroalimentao obra/projeto foi inserida a atividade de controle de alteraesde projeto, que pode ser instrumento de avaliao de qualidade de projeto e retornopara os projetistas contratados, que no participam da etapa de execuo.

    O modelo pode ser preenchido em arquivo ou utilizado impresso em pasta de coordenao,para preenchimento mo, com facilidades para ser levado em vistorias e reunies, no casode no haver equipamentos de informtica disponveis.

    Por limitaes de formatao e melhoria da legibilidade, o modelo, embora proposto emplanilha nica, ser apresentado dividido nas trs macrofases.

    Na etapa de pr-projetao o modelo proposto (figura 3) elenca como atividades principais odiagnstico e proposta tcnica. Para o diagnstico prope vistoria conjunta dos tcnicos dainstituio nas diferentes especialidades para, j nessa fase inicial, abordar as interfacesentre elas, de forma que a soluo adotada na proposta tcnica j contemple de formaintegrada as demandas, tanto do cliente, quanto as impostas pelas condies do edifcio.

    Etapa 1 (pr projetao): Concepo e anlise de viabilidade tcnica e econmica

    Devido aos curtos prazos e impossibilidade de contratao de servios, por no haver ainda

    investimento aprovado, o diagnstico expedito. Como atividade complementar, cadadisciplina determina as diretrizes tcnicas que devem ser respeitadas no projeto(dimensionamento de caixa dgua, melhor posio para casa de mquinas, necessidadesde reforos estruturais, alturas de entre forros, entre outras).

    Como nesta etapa a instituio j possui modelos de relatrios e ficha para seleo doimvel, detectou-se a necessidade de registro do diagnstico, para o que foi proposta umaficha resumo e anotaes em planta base. O coordenador controla os prazos e anotaobservaes na planilha de coordenao.

    A etapa 2 a de projetao, que tem incio com a licitao dos projetos. O modelo (figura 4)ratifica como procedimento padro a contratao simultnea dos projetos, com escopodefinido para cada disciplina, que contempla, alm dos servios especficos, tambm asatividades comuns a todas as disciplinas, e cronograma nico que j contempla asatividades de compatibilizao, no sentido de garantir, desde a contratao, que asdisciplinas trabalhem de forma integrada. Foi proposta como ferramenta uma ficha nicapara controle dos contratos, prazos, aceites e dados principais do projeto, que no serdetalhada no presente trabalho.

    Etapa 2 (Projetao): Projeto do produto e preparao da licitao da obra

    Nessa etapa proposto um diagnstico bem detalhado, feito pelos projetistas contratados,tambm em vistoria conjunta, mas j com a proposta tcnica (estudo preliminar) em mos,quando j acontece uma compatibilizao e anlise de viabilidade tcnica da soluo

    proposta. Nessa etapa, a ficha de diagnstico tem mais detalhes, inclusive com check-listque dever ser novamente validado no final do projeto executivo. Incorporando assugestes propostas pelas diferentes especialidades e com levantamento mais preciso das

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    condies e dimenses da edificao, feita nova base de arquitetura, que repassada sdemais disciplinas para elaborao dos anteprojetos.

    Com os anteprojetos disponibilizados realizada uma reunio de compatibilizao com apresena dos projetistas e tcnicos da instituio. Como ferramenta de compatibilizao, foiproposta uma ficha, adaptada de Silva et al (2003), onde o coordenador registra asinterfaces e solues propostas, que so detalhadas no projeto executivo e podem ser

    checadas no final do processo.

    Uma ltima compatibilizao feita comparando projetos, especificaes e oramentos,antes que o projeto seja encaminhado para a licitao.

    Para a terceira etapa (ps-projetao), o modelo (figura 5) prope uma apresentao doprojeto ao construtor, uma vez que este no participou da etapa de projeto. O objetivo detectar, antes do incio da obra, problemas de construtibilidade, que so discutidas com ostcnicos que participaram do processo de projeto. Prope-se tambm o registro no s dasalteraes de projeto, mas de suas causas, repassando os resultados aos projetistas queno participam da obra, como retroalimentao para novos projetos.

    Etapa 3 (ps-projetao): Obra (alteraes e) atualizaes e de projeto

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    Figura 3: Modelo de Coordenao - Etapa 1(pr-projetao)

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    Figura 4: Modelo de Coordenao - Etapa 2 (projetao)

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    Figura 5: Modelo de Coordenao - Etapa 3 (ps-projetao)

    3 CONSIDERAES FINAIS

    O processo de projeto de edificaes em instituies pblicas tem especificidades que odiferenciam dos processos tradicionais de empreendimentos particulares. Isso acontece emfuno de restries e exigncias da Lei 8666, de grande parte dos projetos e obras ser deintervenes em edificaes existentes (reformas), e tambm de prazos exguos ecumprimentos de oramentos anuais aprovados.

    A Lei 8666 impacta alguns itens da filosofia de projeto simultneo, como exemplo, aintegrao projeto/obra que fica mais fragmentada.

    O processo de projeto de reforma de edifcios se diferencia do caso de edificaes novasprincipalmente porque deve considerar nfase no processo de diagnstico, que base paratodo o processo de interveno. Tambm so importantes os fatos de que as obras svezes, acontecem com a edificao em funcionamento. Por outro lado, processos dereformas so pouco considerados em grande parte das pesquisas, normas e legislaes.

    As especificidades citadas acima levam necessidade de integrao desde o incio doprocesso, modelos de coordenao que considerem a presena mais intensa do

    coordenador e procedimentos de gesto simplificados, que considerem os curtssimosprazos e condies de trabalho das instituies pblicas.

    O trabalho apresentou um modelo simplificado para coordenao do processo de projeto,com sistematizao de atividades, pr-requisitos, responsveis que permitiro o controle eregistro do processo, inclusive a retroalimentao do processo de projeto e retorno aosprojetistas que no participam da etapa de obra.

    O modelo desenvolvido com base na bibliografia adotada e nas necessidades da instituiopesquisada, apesar de ter sido desenvolvido para o estudo de caso, pode servir comoreferncia para outros trabalhos correlatos. O modelo vem sendo experimentado em trsprojetos, e uma anlise dessa experincia ser objeto de outro trabalho.

  • 7/26/2019 Antac_coordenao de Projetos de Edificaes Em Institiuies Pblicas - Um Modelo Simplificado Para Projetos de

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    Anais do Simps io Brasi leir o de Qualidade do Projeto no Ambient e Constr udoIX Workshop Brasileiro de Gesto do Processo de Projeto na Construo de Edifcios| 18 a 20 de Novembro de 2009 | So Carlos, SP | PPG-AU EESC USP |

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    4 REFERNCIAS

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