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Anos 50: Industrialização Anos 60: Reformas Anos 70: Estilos (e discussão sobre endividamento versus fortalecimento exportador) Anos 80: Crise da dívida/ ajuste/estabilização Anos 90: Transformação produtiva com equidade Os temas organizadores da reflexão Os temas organizadores da reflexão cepalina cepalina

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Page 1: Anos 50: Industrialização Anos 60: Reformas Anos 70: Estilos (e discussão sobre endividamento versus fortalecimento exportador) Anos 80: Crise da dívida

Anos 50: Industrialização

Anos 60: Reformas

Anos 70: Estilos (e discussão sobre endividamento versus fortalecimento exportador)

Anos 80: Crise da dívida/ ajuste/estabilização

Anos 90: Transformação produtiva com equidade

Os temas organizadores da reflexão cepalinaOs temas organizadores da reflexão cepalina

Page 2: Anos 50: Industrialização Anos 60: Reformas Anos 70: Estilos (e discussão sobre endividamento versus fortalecimento exportador) Anos 80: Crise da dívida

Caracterização das economias “periféricas” por contraste às “centrais”:

Baixa diversidade produtiva (complementariedade intersetorial e integração vertical reduzidas) e especialização em bens primários;

Forte heterogeneidade tecnológica e oferta ilimitada de mão-de-obra com renda próxima à subsistência;

Estrutura institucional (Estado, estrutura fundiária latifundários e empresarial, etc) pouco vocacionados para o investimento e o progreso técnico

Análise das relações “centro-periferia”, com base nesse contraste

ANOS 50: IndustrializaçãoTeoria estruturalista inaugural ANOS 50: IndustrializaçãoTeoria estruturalista inaugural (Prebisch textos 1-3 da coletânea)(Prebisch textos 1-3 da coletânea)

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Implicações: a industrialização é a forma de superar a pobreza e de reverter a distância crescente entre a periferia e o centro, mas é problemática:

Baixa diversidade necessidade de investimentos simultâneos em muitos setores - processo é muito exigente em matéria de poupança e de divisas;

Especialização em bens primários a capacidade de geração de divisas é limitada, e a pressão por divisas é elevada;

Heterogeneidade tecnológica a produtividade média é baixa e é pequeno o excedente como proporção da renda;

Atraso institucional desperdício de parte do excedente através de investimentos improdutivos e de consumo supérfluo, baixo estímulo ao investimento e ao progresso técnico, etc

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““Desenvolvimento e Subdesenvolvimento”- Desenvolvimento e Subdesenvolvimento”- algumas idéias básicasalgumas idéias básicas

O subdesenvolvimento é uma das linhas históricas de projeção do capitalismo industrial cêntrico a nível global: a que se faz por meio de empresas capitalistas modernas sobre estruturas arcaicas, formando “economias híbridas” (e profundamente “heterogêneas”)

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O subdesenvolvimento é um processo em “si mesmo”, que tende a se perpetuar, e não uma simples “etapa de desenvolvimento” pela qual passam todos os países.

A estrutura ocupacional com oferta ilimitada de mão-de-obra se altera nas economias subdesenvolvidas de forma lenta, porque o progresso técnico, capital-intensivo, é inadequado à absorção dos trabalhadores ligados à vasta economia de subsistência. O sistema tende à concentração de renda, e a um grau de injustiça social crescente.

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Anos 60: reformas

Fatos estilizados , fins dos 50/início dos

60:

Estrangulamento externo/inflação;

Urbanização/ crescente miséria urbana;

Revolução cubana/Aliança para o Progresso.

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Diagnóstico: Há fortes barreiras à sustentação do crescimento e à inclusão social. A industrialização não elimina a heterogeneidade tecnológica e a dependência, apenas altera a forma como essas características passam a se expressar. O subdesenvolvimento é um processo de crescimento em estruturas heterogêneas. Seus segmentos modernos são comandados por capitais externos e seus associados internos (conglomerados multinacionais vistos como os atores-líderes da nova modalidade de dependência), justapostos a uma vasta estrutura atrasada, e incapazes de integrá-la à modernidade.

Mensagem: É necessário redistribuir a renda, reformar o Estado e controlar os centros de decisão para promover o desenvolvimento

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Anos 70s: debate sobre “estilos” (e sobre adequação à crise internacional)

Fatos estilizados, fins dos 60/70s :

Crescimento acelerado, e acentuação das desigualdades sociais durante o auge expansivo de 1965-73

Crise mundial de 1973/74, e endividamento crescente

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Diagnóstico: A interação entre “estruturas” de demanda e de oferta está determinando um “modelo” de crescimento perverso (que se dinamiza através de concentraçao da renda), não necessariamente pouco dinâmico

Mensagem: É necessário recuperar a democracia, como pré-requisito para viabilizar politicamente a mudança de estilo

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Reação à crise internacional e ao endividamento

Alerta contra excessos de endividamento, em função do perigo de elevação dos juros dos empréstimos, e em função de possíveis cenários pouco favoráveis quanto à evolução dos mercados de exportação

Recomendação em favor de agressividade exportadora (via complemetariedades entre ganhos de escala por mercado interno e promoção de exportações)

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Anos 80: Deslocamento do eixo de análise, das questões de longo prazo à “trilogia” dívida/ inflação/ajuste

Diagnóstico dos anos 80: recessão é forma inócua de tratar a crise da dívida, além de socialmente injusta. A forma correta de ajustar é pela via do investimento, do crescimento, e da diversificação das exportações

MensagemMensagem: renegociar dívida para ajustar com : renegociar dívida para ajustar com crescimentocrescimento

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Anos 90: a agenda da “transformação produtiva com equidade” (1)

Fatos estilizados relevantes(a):

• Retorno dos fluxos de capitais externos

• Generalização das reformas liberalizantes

• Estabilização de preços, melhoria no quadro fiscal, deterioração no balanço de transações correntes

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Anos 90: a agenda da “transformação produtiva com equidade” (2)

Fatos estilizados relevantes (b):

•Volatilidade de capitais em condições de fragilidade na institucionalidade financeira

• Crescimento moderado e muito instável

• Recuperação insuficiente nos investimentos, crescente heterogeneidade produtiva, intensificação da especialização produtiva em commodities (salvo no México, onde a especialização é em “maquiladores”)

•Alguma melhoria nos índices de pobreza, piora nas taxas e na qualidade do emprego, nenhum progresso na distribuição de renda

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Transformação produtiva com equidade: uma agenda de reflexão sobre a “transição” dos 90

Recuperação da perspectiva de médio e longo prazos, nos dois trilhos clássicos da CEPAL: crescimento/ progresso técnico e emprego/distribuição de rendas

Posição crítica “moderada” frente as reformas: em busca de uma nova agenda de políticas para enfrentar o baixo dinamismo, os problemas sociais e as insuficiências do mercado (reformar as reformas)

Em busca de “história real” para poder interpretar o comportamento das economias no novo paradigma

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Observações Finais:Atualidade da contribuição cepalina:

subdesenvolvimento como processo evolutivo específico de estruturas produtivas e sociais

heterogêneas

•Análise das debilidades da estrutura institucional, produtiva e social, e de suas implicações em termos de políticas econômicas

•Análise das barreiras à criação, incorporação e difusão de progresso técnico

•Análise de interações entre crescimento e distribuição de renda (estudo de padrão ou estilo de desenvolvimento)

•Análise da inserção internacional e da vulnerabilidade externa