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"O Casamento nos Tempos Bíblicos" O casamento‚ um dos temas mais evocados na Bíblia é utilizado para ilustrar muitas verdades espirituais nela contidas. Como regra geral, um casamento nos tempos bíblicos era arranjado pelos pais ou familiares do jovem casal. O pai geralmente estabelecia os planos para o futuro de seu filho e procurava uma jovem dentro de sua própria família para lhe ser por esposa (casamento entre primos era muito comum, como no caso de Isaque e Rebeca, e de Jacó, Lia e Raquel). Nos dias de Yeshua' [Jesus], um jovem rapaz usualmente se casava com cerca de 18 anos de idade, e uma moça logo que atingia a puberdade, com a idade de 12 a13 anos. O pedido de casamento e os arranjos necessários para a cerimônia eram feitos por um representante da família do noivo (para o casamento de Isaque, Eliezer, servo de Abraão, funcionou como o agente casamenteiro). Nos dias da Bïrit Hadash [Novo Testamento], o "amigo do noivo" se ocupava desta função, ver João 3:29. O jovem pretendente deveria pagar um dote à família da noiva. Na Torá [Pentateuco], esse dote era estipulado em 50 siclos de prata (ver Êxodo 22:16-17 e Deuteronômio 22:29). Essa soma pertencia à noiva e servia como um tipo de seguro financeiro em caso de morte do esposo ou de divórcio. Com o tempo, se tornou um costume amarrar em círculos, ou semicírculos, moedas pagas no dote e usá -las como enfeite de cabelo nas mulheres casadas. Essas moedas se tornaram um símbolo do casamento semelhante hoje à aliança, ou anel, de casamento. A perda de alguma destas moedas seria motivo de grande preocupação, como o ilustrou Yeshua' [Jesus] na parábola da mulher que perdeu uma dracma em Lucas 15:8-10. Se o noivo não tinha como pagar a soma em dinheiro poderia, então, conseguir o dote trabalhando para o pai da moça (como Jacó e Moisés que trabalharam para seus respectivos sogros), ou realizando algum feito extraordinário a pedido do sogro (Otoniel conquistou uma cidade para casar-se com a filha de Calebe, Davi teve de

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"O Casamento nos Tempos Bíblicos"

 

O casamento‚ um dos temas mais evocados na Bíblia é utilizado para ilustrar muitas verdades espirituais nela contidas. Como regra geral, um casamento nos tempos bíblicos era arranjado pelos pais ou familiares do jovem casal. O pai geralmente estabelecia os planos para o futuro de seu filho e procurava uma jovem dentro de sua própria família para lhe ser por esposa (casamento entre primos era muito comum, como no caso de Isaque e Rebeca, e de Jacó, Lia e Raquel). Nos dias de Yeshua' [Jesus], um jovem rapaz usualmente se casava com cerca de 18 anos de idade, e uma moça logo que atingia a puberdade, com a idade de 12 a13 anos.

O pedido de casamento e os arranjos necessários para a cerimônia eram feitos por um representante da família do noivo (para o casamento de Isaque, Eliezer, servo de Abraão, funcionou como o agente casamenteiro). Nos dias da Bïrit Hadash  [Novo Testamento], o "amigo do noivo" se ocupava desta função, ver João 3:29.

O jovem pretendente deveria pagar um dote à família da noiva. Na Torá  [Pentateuco], esse dote era estipulado em 50 siclos de prata (ver Êxodo 22:16-17 e Deuteronômio 22:29). Essa soma pertencia à noiva e servia como um tipo de seguro financeiro em caso de morte do esposo ou de divórcio. Com o tempo, se tornou um costume amarrar em círculos, ou semicírculos, moedas pagas no dote e usá -las como enfeite de cabelo nas mulheres casadas.

Essas moedas se tornaram um símbolo do casamento semelhante hoje à aliança, ou anel, de casamento. A perda de alguma destas moedas seria motivo de grande preocupação, como o ilustrou Yeshua' [Jesus] na parábola da mulher que perdeu uma dracma em Lucas 15:8-10.

Se o noivo não tinha como pagar a soma em dinheiro poderia, então, conseguir o dote trabalhando para o pai da moça (como Jacó e Moisés que trabalharam para seus respectivos sogros), ou realizando algum feito extraordinário a pedido do sogro (Otoniel conquistou uma cidade para casar-se com a filha de Calebe, Davi teve de vencer e matar cem filisteus para casar-se com Mical, filha de Saul). Era costume também o pai da jovem dar algum presente a filha que se casava (servos, terra, etc.), aumentando o valor que ela recebia com o dote.

A cerimônia de casamento começava oficialmente com o noivado. O noivado tinha o valor de compromisso totalmente assumido, e o noivo só poderia deixar sua noiva através de um divórcio formal. Ambos já se referiam um ao outro como marido e mulher, ainda que o casamento não tivesse sido consumado. Uma jovem que fosse infiel ao noivo no período de noivado era considerada como uma adúltera, e sofria a pena imposta pela lei do cônjuge que adulterasse: a pena de morte (ver Deuteronômio 22:23-27). Se o noivo morresse antes da consumação do casamento, a noiva era considerada como uma viúva. Por isto, um rapaz que estivesse comprometido em noivado era dispensado do serviço militar, assegurando-se assim que nenhuma calamidade de guerra pudesse impossibilitar a consumação do casamento.

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O período de noivado durava cerca de 12 meses, e a jovem permanecia na casa dos seus pais preparando seu enxoval para o casamento, enquanto o rapaz ia preparar a futura casa onde eles morariam e fazer a provisão necessária para todo o cerimonial da festa.

Esse período de noivado e os costumes correspondentes ao mesmo esclarecem, por exemplo, a razão de Miriam [Maria] já  ser considerada esposa de Yossef [José] ainda que o casamento não tivesse se consumado, e o motivo de Yossef querer divorciar-se dela em segredo, a fim de que a acusação de adultério não fosse levantada contra Miriam (que na época tinha a idade de uma adolescente).

Esse período de noivado e preparação para a cerimônia final do casamento é ricamente utilizado na Brït Hadash  [Novo Testamento] para representar o período entre a primeira e a segunda vinda de Yeshua' [Jesus]. O Messias‚ o noivo, Sua Qehil  [Congregação], Seu povo‚ a noiva, e este noivado foi firmado na Sua primeira vinda. Ele foi ao céu preparar o local, a casa, para onde levar  Sua noiva (João 14:1-3). Seu povo, enquanto espera o Seu retorno, prepara o seu enxoval e se adorna com vestes brancas de justiça, com ouro da fé e boas obras, para o grande dia das Bodas do Cordeiro (Apocalipse 19:7-9). 

Para a cerimônia de bodas, a noiva literalmente se adornava como uma rainha. Ela se banhava, se vestia com as vestes mais finas que as posses de seus pais lhe permitiam, e seu cabelo era enfeitado com o maior número possível de pedras preciosas e enfeites de ouro que sua família podia comprar ou emprestar (ver Salmos 45:13-14; Isaías 61:10; Ezequiel 16:11-13).

Um grupo de jovens amigas, chamadas de “companheiras” ou "virgens", ajudavam-na a vestir-se e a se preparar para a festa. O noivo também se vestia como um rei, se adornando o melhor e o mais ricamente possível (Isaías 61:10). Acompanhado de um grupo de jovens rapazes, seus "companheiros" ou "valentes", ele saía de sua casa e se dirigia à casa dos pais da noiva.

 Nos tempos de Yeshua' [Jesus] a cerimônia era realizada à noite, e os companheiros do noivo levavam consigo tochas acesas para iluminar o caminho. Na casa da noiva, esta o esperava, e suas companheiras tinham lâmpadas de óleo acesas para acompanhá -la na procissão à casa dos nubentes onde ocorreria a festa. Ao aproximar-se o noivo, a noiva se cobria totalmente com um véu a ser retirado somente após o casamento.

Na época de Jacó, o véu só era retirado após a primeira noite de núpcias, quando o casamento já  tinha se consumado. Isto explica a razão de Jacó não saber que estava se casando com Lia em vez de Raquel (ver Gênesis 29:23-25). A noiva subia a uma liteira (estrutura de madeira com cadeiras no alto usadas para transportar pessoas de alta posição social) e sentava-se ao lado do seu noivo, eles eram então transportados em procissão com muita música e alegria para o novo lar do casal (ver Cantares 3:6-11 e Mateus 25:1-13).

 Uma vez na casa dos noivos, começava-se então a festa das bodas que se estendia por sete dias (Gênesis 29:27-28; Juizes 14:12; João 2:2-10). Os festejos ocupavam a maior parte do dia e uma parte da noite. O jovem casal

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se assentava sobre uma plataforma coberta, e durante os festejos os convidados traziam os seus presentes, as bênçãos de D’us [Deus] eram invocadas sobre os noivos, e o compromisso de uma aliança solene era assumido por eles diante de D’us e diante de todos os convivas (Ezequiel 16:8; Malaquias 2:14).

Nas famílias mais abastadas, os pais proviam uma "veste nupcial" especial para todos os convidados (Mateus 22:12). Esta imagem da cerimônia de bodas ‚ vividamente utilizada na Bíblia para representar a segunda vinda de Yeshua' [Jesus] que, acompanhado dos anjos, vem buscar Sua noiva, Sua Qehil , para levá -la ao lar que Ele preparou.

Haverá  então uma grande festa de bodas à qual todos estão convidados a participar, e bem-aventurados são os que aceitarem e se vestirem com as vestes nupciais providas por D’us, a justiça do Messias, pois terão direito à vida eterna, habitarão para sempre na Nova Jerusalém e tomaram posse da Nova Terra restaurada por D’us (Mateus 22:1-14; Apocalipse 19-22).

Para mais informações sobre o casamento nos tempos bíblicos ver: O. J. Baab, "Marriage", The Interpreter's Dictionary of the Bible (Nashville: Abingdon Press, 1980), vol. 3, pp. 278-287. Ralph Gower, The New Manners and Customs of Bible Times (Chicago: Moody Press, 1987), pp. 64-69. Roland de Vaux, "The World of Jesus", Everyday Life in Bible Times (Washington, DC: National Geographic Society, 1967), pp. 305-306.

http://tsion.paulistana.org.br/casamentos.htm

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MEUS AMIGOS SEPARADOS não cansamde me perguntar como euconseguia ficar casado 30 anos, com amesma mulher. As mulheres, sempremais maldosas que os homens, nãoperguntam à minha esposa como elaconsegue ficar casada comigo.Os jovens é que fazem as perguntascertas, ou seja, querem conhecero segredo para manter um casamentopor tanto tempo.Ninguém ensina isso nas escolas,pelo contrário. Não sou um especialistado ramo, como todos sabem, mas,dito isso, minha resposta é mais oumenos a que segue.Para muitos, hoje em dia o divórcioé inevitável, não dá pra escapar.Alguns não agüentam conviver com amesma pessoa por uma eternidade. Eu,na realidade, já estou em meu terceirocasamento — a única diferença é queme casei 3 vezes com a mesma mulher.Minha esposa, se não me engano,está em seu quinto, porque elapensou em pegar as malas mais vezesdo que eu.O segredo do casamento não é aharmonia eterna. Depois dos inevitáveisarranca-rabos, a solução é ponderar,acalmar-se e partir de novo com amesma mulher. O segredo, no fundo,é renovar o casamento, e não procurarum casamento novo. Isso exige algunscuidados e preocupações que são esquecidosno dia a dia do casal. De temposem tempos, é preciso voltar a namorar,voltar a cortejar, voltar a sevender, seduzir e ser seduzido.Há quanto tempo vocês não saempara dançar? Há quanto tempo vocênão tenta conquistá-la ou conquistá-locomo se seu par fosse um pretendenteem potencial? Há quanto tempo nãofazem uma lua-de-mel, sem os filhoseternamente brigando para ter sua irrestritaatenção?Sem falar nos inúmeros quilos quese acrescentam a você, depois do casamento.

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Mulher e marido que se separamperdem 10 quilos num únicomês, por que vocês não podem conse-O SEGREDO DO CASAMENTOSTEPHEN KANITZguir o mesmo? Faça de conta que vocêestá de caso novo. Se fosse um casamentonovo, você certamente passariaa freqüentar lugares desconhecidos,mudaria de casa ou apartamento, trocariaseu guarda-roupa, os discos, ocorte de cabelo e a maquiagem. Mastudo isso pode ser feito sem que vocêse separe do seu cônjuge.Vamos ser honestos: ninguémagüenta a mesma mulher ou maridopor trinta anos com a mesma roupa, omesmo batom, com os mesmos amigos,com as mesmas piadas. Muitasvezes não é só a esposa que está ficandochata e mofada, são os amigosdela (e talvez os seus), são seus própriosmóveis com a mesma desbotadadecoração. Se você se divorciasse, certamentetrocaria tudo, que é justamenteum dos prazeres da separação. Quemse separa se encanta com a nova vida,a nova casa, um novo bairro, um novocírculo de amigos.Não é preciso um divórcio litigiosopara ter tudo isso. Basta mudar delugares e interesses e não se deixar acomodar.Isso obviamente custa caro, emuitas uniões se esfacelam porque ocasal se recusa a pagar esses pequenoscustos necessários para renovar umcasamento. Mas, se você se separar,sua nova esposa vai querer novos filhos,novos móveis, novas roupas, evocê ainda terá a pensão dos filhos daunião anterior.Não existe essa tal “estabilidade docasamento”, nem ela deveria ser almejada.O mundo muda, e você também,seu marido, sua esposa, seu bairro e seusamigos. A melhor estratégia para salvarum casamento não é manter uma “relaçãoestável”, mas saber mudar junto.Todo cônjuge precisa evoluir, estudar,aprimorar-se, interessar-se por coisas que

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jamais teria pensado fazer no início docasamento. Você faz isso constantementeno trabalho, por que não fazer na própriafamília? É o que seus filhos fazemdesde que vieram ao mundo.Portanto, descubra o novo homemou a nova mulher que vive ao seu lado,em vez de sair por aí tentando descobrirtentando descobrir um novo e interessantepar. Tenho certeza de queseus filhos os respeitarão pela decisãode se manterem juntos e aprenderão aimportante lição de como crescer eevoluir unidos apesar das desavenças.Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão;por isso, de vez em quando, énecessário casar-se de novo, mas tentefazê-lo sempre com o mesmo par.

http://www.hcnet.usp.br/adm/care/pdf/boletim_allelluiah_51_dez.pdf#search=%22liturgia%20casamento%20no%20novo%20testamento%22

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A Cerimônia Nupcial

Os judeus sempre gostarm muito de festas, festejos, e comemorações bem elaboradas. O casamento era motivo para festejos alegres, cheios de animação, que poderiam durar até uma semana ou mais. Haviam casos em que parentes viajavam longas distâncias para assitirem ao evento, e todos os amigos e vizinhos concorriam à casa. Muitas vezes, os casamentos eram realizados no outono, após a colheita, para que pudesse ser assistido pelo maior número de pessoas possível.

As testemunhas, tanto do lado da noiva como do noivo, eram sempre em grande número. O noivo tinha por costume escolher uma amigo para ser o seu "paraninfo" (Jz 14.20 - I.B.B), que no Novo Testamento é chamado de "amigo do noivo".Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido. (Jo 3:29).

Antes do casamento havia um cortejo nupcial. A noiva saia de sua casa acompanhada das pessoas que formavam seu grupo; o noivo vinha de outro lugar por ele escolhido. o destino era a casa do pai do noivo. Supõe-se, por isso, que era ele quem arcava com as despesas da festa. Os dois grupos eram constituídos de amigos de cada um, que iam tocando isntrumentos musicais ou cantando e espalhando flores pelo caminho. Quase sempre, eles cantavam as tradições musicais de casamento, das quais, às vezes, constavam versos de amor de Cantares (3.6). É a esse cortejo que Jesus se refere ao narrar a parábola das dez virgens (Mt 25.1-13). A função delas era acompanhar o noivo à cerimônia.

A noiva, que geralmente era transportada numa liteira, ia sempre muito enfeitada, vestida com belos trajes e as jóias mais vistosas que o casal pudesse arranjar. Era comum eles passarem muitos meses preparando as roupas para essa ocasião especial. Tradicionalmente, a noiva tinha que usar um véu sobre o rosto, que só seria removido quando os dois estivessem a sós. Os convidados também usavam roupas festivas ou vestes nupciais.E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias. (Mt 22:11)

A cerimônia nupcial era chamada de huppar, que significava "toldo". Era possível que a noiva e o noivo ficassem sentados debaixo de um toldo durante parte da cerimônia. Ao que parece, não havia a presença de um religioso ou

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um juiz no casamento, sendo pois um paralelo da prática antiga observada por Isaque e Rebeca. (Ele simplesmente conduziu a noiva para a tenda de sua mãe, e assim se tornaram marido e mulher. Os votos matrimôniais e compromissos tinham sido feitos anteriormente - Gn 24.67) O casal se colocava diante dos amigos e parentes que provavelmente recitavam passagens bíblicas ou textos da sabedoria tradicional. Mas em vez de uma cerimônia silenciosa e reservada, o grupo participava do evento com muita alegria e animação.

Depois então os noivos eram deixados a sós para consumar a união, em uma tenda ou quarto, previamente preparado para ser a câmara nupcial. E enquanto o casal consumava o casamento, os convidados continuavam a festejar. Tocavam instrumentos musicais, dançavam, cantavam e faziam jogos. Comida e vinho eram distribuídos em abundância.

E embora isso possa pareceer estranho aos nossos olhos de ocidentais, algum tempo depois o casal saia da câmara nupcial trazendo as provas de que a noiva era virgem, e de que eles haviam se unido. Feito isso, os recém-casados se juntavam ao resto dos convidados, e as comemorações continuavam ainda durante sete dias ou mais, grande parte da festa sendo realizada do lado de fora. Foi numa dessas festas que pediram a Jesus para providênciar mais vinho (Jo 2.1-11).

A parábola das bodas narrada por Jesus nos dá mais uma informação sobre um casamento em famílias ricas (Mt 22.1ss). Bois e novilhos cevados eram abatidos, pois geralmente se esperava que todos os convidados comparecessem. No caso dessa parábola, eles não aparececram, e o rei ficou grandemente encolerizado.

Entre eles havia o costume também de atirarem frutas e sementes para o alto à frente dos noivos. Isso era quase uma superstição, pois significava que estavam-lhes desejando felicidadees e muitos filhos alegres e saudáveis.

http://www2.uol.com.br/biblia/curiosid/casament.htm

O Dia do CasamentoO Dia do Casamento

O dia do casamento judaico para os noivos é como um Yom Kipur pessoal. É passado em jejum, oração, atos de bondade (tsedacá) e reflexão espiritual.

A tradição nos diz que neste dia D'us perdoa completamente ambos pelas transgressões cometidas em suas vidas, para que possam começar suas vidas de casados em um estado totalmente puro.

Micvê, o banho ritual de corpo e alma

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Antes da núpcias, a noiva deve imergir nas águas do micvê para uma purificação espiritual (este ato deve ser repetido todos os meses). Recomenda-se que nesta data o noivo também se purifique no micvê com este mesmo propósito.

A união conjugal do casal é uma expressão física da unidade espiritual dos dois. Afirmando esta unidade dentro do quadro de uma orientação Divina das leis de Taharat Hamishpachá - a pureza familiar - a imersão no micvê eleva um ato físico em um ato imbuído com a santidade Divina. Isto atrai as bênçãos Divinas de paz e harmonia e tudo de bom no meio do lar e da família.

Por ser um assunto extremamente complexo, que requer um esclarecimento mais amplo e profundo, as leis de pureza familiar são minuciosamente estudadas pelo noivo e pela noiva com orientadores competentes.

O jejum do dia do casamento

Uma antiga tradição aconselha noiva e noivo a jejuarem no dia de seu casamento, desde o nascer do sol até depois da cerimônia em baixo da chupá, pálio nupcial, comendo a sua primeira refeição juntos no fim da cerimônia nupcial. (em certos dias festivos como em Shabat, Rosh Chôdesh, Chanucá, etc., não é permitido jejuar).

Além do jejum, os noivos lêem salmos e oram pelo perdão de D'us (como em Yom Kipur).

O Kitel

Antes da chupá, o noivo veste o kitel branco, veste tradicionalmente usada em Yom Kipur, sob seu terno. É esse o seu traje durante toda a cerimônia da chupá. O kitel lembra uma mortalha. Mesmo neste seu dia mais feliz o homem deve lembrar que é mortal. Este pensamento afastará a pessoa do pecado, pois terá sempre D'us em mente.

Recordar o dia da morte é também um lembrete para o casal que o casamento deve perdurar até o último dia de suas vidas.

O TalitNo Monte Sinai, no "Grande Casamento" entre D'us e o povo de Israel, os judeus tiveram a visão de D'us envolto em um talit, xale de orações. Por este motivo, é um antigo costume judaico que a noiva dê ao noivo um talit novo como presente antes do casamento (e o noivo presenteia a noiva com um par de castiçais).

O vestido da noiva

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A tradição nos conta que D'us, Ele próprio, enfeitou Chava (Eva), a primeira mulher, para o seu casamento com Adam (Adão). Por esta razão, a noiva se prepara e se enfeita para o seu casamento.

Costuma-se usar vestido de cor clara, que indica pureza, já que todos os pecados dos noivos são perdoados no dia de seu casamento.

O contrato de noivado

A tradição judaica especifica que, antes da cerimônia do casamento, os contratos, num texto padrão, sejam elaborados num documento escrito e assinado por duas testemunhas e pelos noivos. As testemunhas devem ser homens adultos, seguidores das mitsvot, preceitos, da Torá, sem serem parentes dos noivos e

entre si.

O contrato de noivado pode ser feito com antecedência, mas há um costume de realizá-lo logo antes da chupá, são lidos e assinados na Cabalat Panim, antes da cerimônia de casamento. Após a leitura do documento, as mães dos noivos quebram um prato de porcelana. O prato de porcelana é quebrado para indicar que como a porcelana nunca pode ser consertada, um contrato de noivado quebrado é muito grave.

O contrato de casamento

O contrato matrimonial especifica as responsabilidades do marido para com sua esposa, como provê-la com alimento, roupa e direitos conjugais.

A assinatura da Ketubá, contrato judaico de casamento, demonstra que os noivos não vêem o casamento apenas como uma união física e emocional, mas também como um compromisso legal e moral. Dois homens seguidores das mitsvot servem de testemunhas no ato da assinatura da Ketubá, assegurando que tudo seja feito de acordo com a prática legal e tradicional judaica.

Cabalat Panim - cerimônia de saudação aos noivos

A celebração do casamento judaico inicia-se com a Cabalat Panim, uma recepção na qual o noivo, e a noiva, são cumprimentados por parentes e amigos. A noiva e o noivo sentam-se em locais distintos e as recepções ocorrem separadamente, já que noivo e noiva não se vêem na semana anterior ao casamento (alguns costumam não se ver desde a noite do micvê).

A tradição nos diz que em certas ocasiões especiais D'us escuta e atende nossas preces com mais intensidade: nos momentos do acendimento das velas de Shabat na sexta-feira à noite, por exemplo. Para o noivo e noiva, o dia do casamento é outra destas ocasiões especiais, especialmente em baixo da chupá. É costume e apropriado se aproximar dos noivos e pedir a eles que rezem por um amigo ou pessoa querida que necessita particularmente das

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bênçãos de D'us (por alguém que se encontra enfermo, por alguém que deseja casar-se, etc.).

A recepção da noiva

um mandamento positivo, de origem rabínica, honrar e louvar a noiva, providenciar o que ela necessita e alegrá-la. O Talmud designa-lhe um "trono de noiva" e instrui todos os que comparecerem a agir como o seu séquito. A noiva neste dia é chamada de rainha e o noivo, de rei.

Durante a recepção nupcial, cercada por sua família, a noiva senta-se sobre o seu "trono" e é cumprimentada pelas convidadas, enquanto parentes e amigas dançam em sua honra.

A recepção do noivo

Em certas comunidades, o noivo, recita um Maamar (discurso chassídico de Torá) sobre o significado espiritual do casamento. Com isto ele demonstra que, mesmo no momento mais feliz de sua vida, não esquece de D'us e da Torá. Ele quer que seu casamento esteja baseado nos fundamentos da Torá.

Em alguns círculos, as pessoas costumam interromper o noivo com canções no meio de seu discurso. Sendo o casamento uma réplica da outorga da Torá, já que D'us pronunciou os Dez Mandamentos, o noivo profere um discurso: mas assim como as Tábuas da Lei foram quebradas, também o discurso do noivo é interrompido.

Cobrir o rosto da noiva

A última etapa preparatória para o casamento ocorre quando o noivo, acompanhado por seus pais e todos os convidados, se dirige até o local onde a noiva está recebendo os convidados. Lá, ele coloca o véu sobre a cabeça da noiva, que fica ladeada pelas duas mães.

Neste momento, é costume os pais abençoarem a noiva, colocando suas mãos por cima da cabeça da noiva e proferindo a bênção: "Que D'us te faça como as Matriarcas Sara, Rivca, Rachel e Lea" e também a bênção sacerdotal.

Os pais podem também acrescentar qualquer bênção ou prece particular. Aprendemos a proceder assim de D'us, que abençoou Adam e Chava antes de seu casamento.

O costume de se cobrir o rosto da noiva lembra a nossa matriarca Rivca, em seu recato, cobrindo seu rosto com um véu em seu primeiro encontro com Yitschac.

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Cobrir os cabelos simboliza a modéstia que caracteriza as virtudes da mulher judia. O casamento de Yitschac com Rivca marcou o começo do povo judeu. Imitando o gesto de Rivca, a noiva espera de que seja igualmente merecedora das bênçãos Divinas no seu casamento.

Outro motivo pelo qual o noivo cobre o rosto da noiva é que a Presença Divina irradia do rosto da noiva neste momento, e por isto deve ser coberto. Mais um motivo é para indicar que o noivo não está interessado apenas na sua beleza física, pois beleza é algo passageiro, pode desvanecer com o tempo. Ele está atraído pelas suas qualidades espirituais, algo que ela nunca irá perder.

De certa maneira, cada noiva é um reflexo de Rivca, pois o casamento não é somente um processo particular que une duas pessoas dispostas a construir um lar individual, mas é uma instituição sagrada que abrange o povo todo. É uma união que traz à tona milhares de resultados benéficos para o casal e para toda a comunidade.

No seu caminho para a chupá, o noivo, junto com seus acompanhantes, faz uma rápida parada num local onde vestirá o kitel, manto branco, e prosseguem até a chupá seguido pela noiva, acompanhada pelas duas mães e pelas mulheres presentes.

O casamento

Os pais que acompanham o noivo e a noiva até a chupá seguram velas acesas. Já que os noivos são comparados a rei e rainha, devem ser escoltados por um séquito.

Nossos sábios nos contam que no casamento do primeiro casal, os anjos Michael e Gavriel escoltaram Adam e o levaram até Chava. Também Moshé e Aharon levaram o povo de Israel para o "casamento" com D'us, ao redor do Monte Sinai. Assim como D'us foi acompanhado pelas duas Tábuas da Lei e por miríades de anjos, os noivos são acompanhados pelos pais.

Os acompanhantes que levam as velas ficavam à direita e à esquerda dos noivos. A mão direita representa bondade e a esquerda, firmeza. Direita e esquerda simbolizam o relacionamento entre o casal que deve ser contrabalançam com amor e firmeza - saber dar e não procurar só receber.

Aharon, que procurava a paz e o amor entre as pessoas, personifica a harmonia que deve existir entre marido e mulher; e Moshê, que recebeu a Torá, representa as leis e regras que devem reger a nossa vida. Leis e regulamentos devem ser obedecidos num espírito de união e cessão, entrando o casal sempre em acordo.

As velas

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motivo do uso das velas é que, quando acesas, parecem com uma tocha de luz, lembrando os relâmpagos faiscando no Monte Sinai que acompanharam o povo de Israel, e o fulgor que acompanhou D'us, na outorga da Torá.

As velas também representam as almas dos entes queridos que partiram e que se reúnem ao casal nesta noite

O cortejo

noivo chega primeiro à chupá, lembrando a outorga da Torá. D'us apareceu na montanha e precisou esperar o povo de Israel. Outro motivo porque o noivo vem primeiro é que um casamento só pode ser ajustado com o consentimento da mulher. Por isto, ela vai à chupá para o noivo, mostrando que realmente deseja este casamento.

É costume que os noivos não levem nada nos bolsos, nem usem jóias durante a cerimônia da chupá, para indicar que cada um é aceito pelo outro por aquilo que é e não por causa das suas posses. Outro motivo é que o noivo, no dia do seu casamento, é como o Cohen Gadol (o Sumo Sacerdote) em Yom Kipur, quando entrava no santo dos Santos. Lá ele usava uma roupa branca simples, sem bolsos e sem trajar suas roupas douradas.

Assim como os Leviyim (levitas), acompanhavam o serviço Divino no Templo com instrumentos musicais, também os noivos são acompanhados com música à chupá.

A chupá - o pálio nupcial

cerimônia do casamento deve ser realizada preferivelmente sob céu aberto, lembrando a bênção de D'us para que a semente de Avraham fosse tão numerosa como as estrelas. A cerimônia ocorre sob a chupá, cobertura ou proteção, que representa a casa que o novo casal irá estabelecer unido.

Da mesma forma como a tenda de Avraham era aberta nos quadro lados para acolher hóspedes de todas as direções, a chupá aberta simboliza o desejo de sempre se ter um lar aberto e acolhedor.

A chupá envolvendo os noivos representa a bênção infinita de D'us em resposta a busca de ambos. Uma bênção que ajudará a frutificar seus desejos de construir um lar sobre a fundação de Torá e mitsvot.

A chupá por cima da cabeça dos noivos simboliza que estas duas almas estavam inicialmente interligadas e unidas, e que seu encontro e casamento constitui realmente uma reunificação. Quando vieram a este mundo material, receberam corpos físicos dentro dos quais a alma original se separou. Finalmente elas se reencontram e se reúnem. Isto explica a grande alegria de

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um casamento. Uma reunião após uma separação temporária é muito mais emocionante que a união de algo completamente novo.

A chupá também relembra a Revelação no Monte Sinai, onde o povo de Israel foi consagrado a D'us, quando Ele ergueu a montanha sobre suas cabeças como uma chupá. A chupá também lembra o Mishcan, Tabernáculo, o Santuário de D'us, construído no deserto do Sinai. Seu teto foi feito de tapeçarias apoiadas sobre colunas de madeira, como a chupá.

A chupá também representa o conceito da harmonia conjugal, o qual só pode ser alcançado com amor e respeito e quando o casal se dedica a uma meta comum acima e além do seu próprio ser limitado; a uma meta Divina que os abrange, abraça, eleva e refina.

A chupá sob o céu aberto, reflete a esperança de que esta união será abençoada com muito brilho, como as estrelas que iluminam o céu. Às vezes, uma estrela parece não ter muita claridade, mas dá para reconhecer que ela está emitindo luz na imensa escuridão do céu. Assim também na vida de um indivíduo ou de um casal, há mérito e valor em cada ato, palavra ou pensamento por mínimos que sejam.

A felicidade se desenvolve a partir do total de pequenas minúcias e detalhes que constituem a vida cotidiana de um casal. Respeitando o próximo em áreas maiores é apenas civilidade. Respeito e consideração nos pequenos detalhes é indicativo de um relacionamento realmente afetivo e saudável.

As sete voltas

Ao chegarem à chupá, a noiva, os pais (e, segundo a tradição de alguns, até os avós) circundam o noivo sete vezes. Este é um costume de origem cabalística, difundido apenas entre as comunidades judaicas ashkenazitas (ocidentais). As voltas são alusivas aos sete dias da Criação.

O Rebe explica o significado das voltas da noiva, e da colocação do anel, adquirido pelo noivo, no dedo da noiva:

"Em sua nova vida e estabelecimento de um lar judaico, é da máxima importância que noivo e noiva renovem sua devoção a D'us e ao Serviço Divino; uma devoção acima de todos os limites, superior à sua inteligência e aos seus sentimentos limitados, mas principalmente uma devoção absoluta para seguir a D'us e Seus mandamentos. Mesmo se não encontram motivos para uma lei específica, ou se são desafiados em qualquer aspecto, material, física, emocional e espiritualmente, ambos permanecerão leais a D'us, à Sua Torá e às Suas mitsvot.

"Este tipo de devoção é simbolizado por um círculo, que não tem início nem fim, representando uma dimensão que está além dos limites; que é total. O circundar da noiva em torno do noivo representa o seu investimento no casamento por um compromisso absoluto à construção de um lar de acordo

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com a vontade de D'us. A aliança que o noivo oferece à noiva representa o seu investimento de uma devoção ilimitada e essencial a D'us, Sua Torá e mitsvot."

Outros motivos das sete voltas:

Lembra as sete expressões de noivado entre D'us, o noivo, e Israel, a noiva. "Eu te consagro a Mim para sempre. Eu te consagro a Mim em misericórdia e em julgamento, e em amor, e em retidão. Eu te consagro a Mim em fidelidade, e tu conhecerás D'us."

No dia do seu casamento o noivo é comparado a um rei. Assim como o rei é cercado pela sua legião, o noivo deve ser rodeado pela noiva e o seu séquito.

Recorda as sete vezes que as tiras dos tefilin são enroladas no braço do homem. Assim como o homem se liga em amor a D'us, assim ele é "amarrado" à sua esposa, entre outras razões.

Após terminar as sete voltas, a noiva fica ao lado direito do noivo, em sinal que estará sempre a seu lado para qualquer ajuda.

Kidushin – consagração

Já que o casamento é uma mitsvá, preceito Divino, uma bênção é recitada antes de sua execução em agradecimento pela santificação de D'us à união.

O casamento judaico torna-se cadosh através de todo o significado que permeia a cerimônia em todos os detalhes, através de kidushin, consagração, e os alicerces que deverão formar o novo lar e o relacionamento do casal.

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