ano de 1865
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REVISTA ESPRITAJornal de Estudos Psicolgicos
REVISTA ESPRITAJornal de Estudos Psicolgicos
Contm:
O relato das manifestaes materiais ou inteligentes dos Espritos,aparies, evocaes, etc., bem como todas as notcias relativas aoEspiritismo. O ensino dos Espritos sobre as coisas do mundo visvel e doinvisvel; sobre as cincias, a moral, a imortalidade da alma, a naturezado homem e o seu futuro. A histria do Espiritismo na Antigidade; suasrelaes com o magnetismo e com o sonambulismo; a explicao das lendas e
das crenas populares, da mitologia de todos os povos, etc.
Publicada sob a direode
ALLAN KARDEC
Todo efeito tem uma causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. O poder da causa inteligente est na razo da grandeza do efeito.
ANO OITAVO 1865
TRADUO DE EVANDRO NOLETO BEZERRA
FEDERAO ESPRITA BRASILEIRA
SumrioOITAVO VOLUME ANO DE 1865
JANEIROAos Assinantes da Revista Esprita 13
Vista de Olhos sobre o Espiritismo em 1864 14Nova Cura de uma Jovem Obsedada de Marmande 18
Evocao de um Surdo-Mudo Encarnado 38Variedades:
O perisprito descrito em 1805 41Um novo ovo de Saumur 42
Notas Bibliogrficas:
Pluralidade das existncias da alma 44O mdium evanglico 47
Alfabeto esprita 49Instrues dos Espritos Sociedade Esprita de Anturpia 50
FEVEREIROTemor da Morte 55
Perpetuidade do Espiritismo 61Espritos Instrutores da Infncia Criana
afetada de mutismo 66Mediunidade na Infncia 69
Questes e Problemas Obras-primas por via medinica 71O Ramanenjana 78
Poesia Esprita Inspirao de um ex-incrdulo a propsito de O Livro dos Espritos 86
Discurso de Victor Hugo junto ao Tmulo de uma Jovem 88Notas Bibliogrficas:
La Luce Jornal do Espiritismo em Bolonha (Itlia) 93O Mundo Musical Jornal da Literatura e das Belas-Artes 95
MAROOnde o Cu? 97
Necrolgio:
Sra. viva Foulon 108O Doutor Demeure 118
O Processo Hillaire 122Notas Bibliogrficas Um anjo do Cu na Terra 133
ABRILDestruio dos Seres Vivos uns pelos Outros 137
Um Sermo sobre o Progresso 140Extrato de um Journal de Saint-Jean dAngely 144
Correspondncia de Alm-Tmulo 150Poder Curativo do Magnetismo Espiritual Esprito
Doutor Demeure 157Conversas Familiares de Alm-Tmulo Pierre Legay,
dito Grand-Pierrot (cont.) 162Manifestaes Espontneas de Marselha 168
Poesias Espritas O Espiritismo 171Enterro Esprita 174
Notas Bibliogrficas:
Confuso no imprio de Sat 177Eco de alm-tmulo (Jornal Esprita de Marselha)177
Concordncia da f e da razo 177
MAIOQuestes e Problemas Manifestao do
Esprito dos animais 179Consideraes sobre os Rudos de Poitiers Extradas do
Journal de la Vienne 185Conversas de Alm-Tmulo O Doutor Vignal 190
Correspondncia Cartas do Sr. Salgues, de Angers 194Manifestaes Diversas Curas Chuvas de Bombons
Carta do Sr. Delanne 197Variedades O tabaco e a loucura 202
Dissertaes Espritas:
Idias preconcebidas 205Deus no se vinga 207
A verdade 209Estudo sobre a mediunidade 211
Progresso intelectual 214Da seriedade nas reunies 216
Imigrao dos Espritos Superiores na Terra 217Sobre as criaes fludicas 219
JUNHORelatrio da Caixa do Espiritismo Apresentado pelo
Sr. Allan Kardec Sociedade Esprita de Paris 221O Espiritismo de Alto a Baixo da Escala 231
Os Espritos na Espanha Cura de uma obsedada em Barcelona 235
Os Dois Espies 244Nova Ttica dos Adversrios do Espiritismo 254
Variedades Carta de Dante ao Sr. Thiers 260
JULHOria e Letra do Rei Henrique III 263
Gontran, Vencedor das Corridas de Chantilly 275Teoria dos Sonhos 281
Questes e Problemas:
Cura moral dos encarnados 285Sobre a morte dos espritas 288
Estudos Morais A comuna de Koenigsfeld, mundo futuro em miniatura 290
Variedades Manifestaes espontneas diversas 293Dissertaes Espritas O cardeal Wiseman 296
Notas Bibliogrficas:
O que o Espiritismo? 300O Cu e o Inferno 301
A Vida de Germaine Cousin 301Unio Esprita Bordelense 302
ria e letra do rei Henrique III 302
AGOSTOO que Ensina o Espiritismo 303Abade Dgenettes, Mdium 311
Manifestaes de Fives, perto de Lille (Norte) 318Problema Psicolgico Dois irmos idiotas 322Variedades Epitfio de Benjamim Franklin 326
Notas Bibliogrficas O Manual de Xfolius 327Dissertaes Espritas:
A chave do cu 336A f 341
SETEMBROMediunidade Curadora 343
Cura de uma Fratura pela Magnetizao Espiritual 352Alucinao nos Animais nos Sintomas da Raiva 359
Uma Explicao A propsito da revelao do Sr. Bach 367Um Egosta Estudo esprita moral 374
Notas Bibliogrficas:
O Cu e o Inferno 377Conversas Familiares sobre o Espiritismo:
Pela Sra. milie Collignon (de Bordeaux) 382
OUTUBRONovos Estudos sobre os Espelhos Mgicos ou Psquicos 383
Partida de um Adversrio do Espiritismo para o Mundo dos Espritos 394
Os Irmos Davenport 411Exquias de um Esprita 425
Variedades Vossos filhos e vossas filhas profetizaro 427
NOVEMBROA Sociedade Esprita de Paris aos Espritas da Frana
e do Estrangeiro 431Alocuo na Reabertura das Sesses da
Sociedade de Paris 432Crtica a Propsito dos Irmos Davenport (2o art.) 438
Poesia Esprita Um fenmeno (fbula) 441O Espiritismo no Brasil Extrado do Dirio da Bahia 442
O Espiritismo e a Clera 444Um Novo Nabucodonosor 453
O Patriarca Jos e o Vidente de Zimmerwald 463Dissertaes Espritas O repouso eterno 467
Notas Bibliogrficas:
O Evangelho segundo o Espiritismo (3a edio) 469A Gazette du Midi perante o Espiritismo 470
DEZEMBROAbri-me! Apelo de Crita 471
Subscrio em Benefcio dos Pobres de Lyon e das Vtimas da Clera 474
Romances Espritas Esprita, por Thophile Gautier e A Dupla Vista, por lie Berthet 474Modo de Protesto de um Esprita contra os
Ataques de certos Jornais 482
Como o Espiritismo vem sem ser Procurado Jovem camponesa, mdium inconsciente 486
Um Campons Filsofo 489Espritos de Dois Sbios Incrdulos a seus Antigos
Amigos da Terra 497Dissertaes Espritas Estado social da mulher 506
Nota Explicativa 513
Revista EspritaJornal de Estudos Psicolgicos
ANO VIII JANEIRO DE 1865 No 1
Aos Assinantes da Revista Esprita
A Revista Esprita d incio ao seu oitavo ano. J umperodo bastante longo quando se trata de idia nova e, ao mesmotempo, um desmentido aos que prediziam a morte prematura doEspiritismo. Como nos anos anteriores, a poca de renovao deassinaturas , para a maioria dos leitores que se dirigem diretamentea ns, a ocasio para reiterarem a expresso de seu reconhecimentopelos benefcios da doutrina. No podendo responder a cada umem particular, pedimos-lhes aceitem aqui nossos sincerosagradecimentos pelos testemunhos de simpatia que houveram porbem nos dar nesta circunstncia. Se a doutrina faz bem, se consolaos aflitos, se fortalece os fracos e levanta a coragem abatida, aDeus, em primeiro lugar, que se deve agradecer, antes que ao seuservidor, e, depois, aos grandes Espritos, que so os verdadeirosiniciadores da idia e os diretores do movimento. Nem por isto nossentimos menos tocados, e profundamente, pelos votos que nosso dirigidos, para que a fora de ir at o fim de nossa tarefa nosseja conservada. o que nos esforamos por merecer por nossozelo e devotamento, que no faltaro, a fim de remeter a obra, toadiantada quanto possvel, s mos daquele que nos deve um diasubstituir, e executar com maior fora o que ficar inacabado.
REVISTA ESPRITA
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Vista de Olhos sobre oEspiritismo em 1864
O Espiritismo progrediu ou perdeu fora? Esta questointeressa tanto aos seus partidrios, quanto aos adversrios. Osprimeiros afirmam que cresceu; os outros, que declina. Quais osque se iludem? Nem uns, nem outros; porque os que proclamamsua decadncia sabem muito bem por que assim agem, e o provama cada instante pelos temores que manifestam e a importncia quelhe concedem. Alguns, entretanto, agem de boa-f; tm em si talconfiana que, por terem feito uma grande jogada, dizem com arsrio: O Espiritismo est morto! ou, melhor: Deve estar morto!
Os espritas apoiam-se em dados mais positivos, emfatos que eles prprios podem constatar. Por nossa posio,podemos julgar ainda melhor o movimento do conjunto e nossentimos felizes em afirmar que a doutrina ganha terrenoincessantemente em todas as classes da sociedade, e que o ano de1864 no foi menos fecundo que os outros em bons resultados. Emfalta de outros indcios, nossa Revista j seria uma prova material doestado da opinio a respeito das idias novas. Um jornal especialque chega ao seu oitavo ano de existncia e que, a cada ano, vaumentar o nmero de seus assinantes em notvel proporo; que,desde a sua fundao, viu trs vezes esgotadas as colees dos anosanteriores, no prova a decadncia da doutrina que sustenta, nem aindiferena de seus adeptos. At o ms de dezembro recebeu novasassinaturas para o ano findo, e o nmero de inscritos em 1o dejaneiro de 1865 j um quinto mais considervel do que era namesma poca do ano anterior.
Isto um fato material, por certo no categrico paraos estranhos, mas que, para ns, tanto mais significativo porqueno solicitamos assinaturas a ningum, e no as impomos comocondio em nenhuma circunstncia. No h, pois, nenhuma que
JANEIRO DE 1865
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seja forada, ou resulte de uma condescendncia particular. Almdisso, no bajulamos ningum para obter sua adeso nossa causa;deixamos que as coisas sigam o seu curso natural, dizendo-nos quese nossa manei