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1 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Julho / 2015 Ano 19 Edição 157 Julho de 2015 Erechim - RS Em 5, 6 e 7 de junho, a Coordenação Diocesana da PJ de Erexim reuniu- se para um momento de parada, de convivência, oração e formação. Quem nos acompanhou nesse processo foi nosso querido avô, Pe. Hilário Dick. Éramos Rici, Gabriela, Pe. Maicon, Edegar, Félix, Vitória, Rafaela, Júlia, Daniel, Felipe, Gustavo, Rocheli, Bruna, Cindy e eu. Refletimos sobre nossas vidas, nossa caminhada de coordenação, nossas opções de vida, sobre a nossa teimosa caminhada para Jerusalém. É que nesse processo todo, desde 2008 a PJ Latinoamericana caminha pelos lugares temáticos de Emaús, Belém, Nazaré, Betânia, Samaria e, em 2015, Jerusalém, lugar do gerar e do celebrar. Através do projeto de Revitalização – “A vida da juventude: um caminho de discipulado e missão” – caminhamos até a Jerusalém da ressurreição. O grande convite é: Vamos a Jerusalém! Não chegamos a Jerusalém de uma hora para outra. Estar em Jerusalém não é um momento estanque, parado. Jerusalém é fruto de um processo pessoal e grupal. É lugar de morte, do poder e de conflitos. É também lugar de Eucaristia, do Espírito Santo, da Ressurreição. Temos consciência de que a Pastoral da Juventude, a própria Igreja (em partes), o povo sofrido, os pequeninos do Reino, estão em Jerusalém, apanhando... Nesse caminho que fazemos, é preciso ter consciência das lideranças que somos e do modo como vivemos nossas Jerusaléns. A proposta nos parece simples: Caminhar aos poucos. Caminhar! Ir da periferia ao centro e, nesse caminhar, questionamo-nos: “Estamos com vontade de ter um projeto claro frente uma sociedade que não quer que eu seja eu?”. Não convém que um profeta morra fora de Jerusalém... Firmamos o compromisso de voar baixo, porque abaixo de nós está a verdade. Olhar a realidade, pisar no chão real da vida, olharmos para o pobre. Revisar a nossa vida. Vivermos o êxodo, a saída de nós mesmos! Rezamos nossa vida. Tornamo-la Eucaristia. Partilhamos o pão, a utopia, os sonhos, os medos e os sorrisos. Partilhamos os abraços e as lágrimas. Ouvimos do Hilário muitas histórias. Enchemo-lo de perguntas. Às vezes não nos ouvia direito. Às vezes preferiu não nos ouvir... Falou-nos do amor. Falou-nos do horizonte, sobre passar um tempo rezando em forma de escrita, sobre os desgostos do corpo, sobre firmarmos os pés na caminhada. Falou sobre padres e cachimbos, do divino no jovem, sobre o pecado de querer evangelizar jovens sem acreditar no protagonismo juvenil, sobre a teologia de ser grupo (lugar da felicidade do/a jovem). Falou de felicidade. Fez-nos, no grupo, felizes! Jean Carlos Demboski Sobre parar e esperar

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1 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Julho / 2015

Ano 19 – Edição 157 – Julho de 2015 – Erechim - RS

Em 5, 6 e 7 de junho, a Coordenação Diocesana da PJ de Erexim reuniu-se para um momento de parada, de convivência, oração e formação. Quem nos acompanhou nesse processo foi nosso querido avô, Pe. Hilário Dick. Éramos Rici, Gabriela, Pe. Maicon, Edegar, Félix, Vitória, Rafaela, Júlia, Daniel, Felipe, Gustavo, Rocheli, Bruna, Cindy e eu.

Refletimos sobre nossas vidas, nossa caminhada de coordenação, nossas opções de vida, sobre a nossa teimosa caminhada para Jerusalém. É que nesse processo todo, desde 2008 a PJ Latinoamericana caminha pelos lugares temáticos de Emaús, Belém, Nazaré, Betânia, Samaria e, em 2015, Jerusalém, lugar do gerar e do celebrar. Através do projeto de Revitalização – “A vida da juventude: um caminho de discipulado e missão” – caminhamos até a Jerusalém da ressurreição.

O grande convite é: Vamos a Jerusalém!Não chegamos a Jerusalém de uma hora para outra. Estar

em Jerusalém não é um momento estanque, parado. Jerusalém é fruto de um processo pessoal e grupal. É lugar de morte, do poder e de conflitos. É também lugar de Eucaristia, do Espírito Santo, da Ressurreição. Temos consciência de que a Pastoral da Juventude, a própria Igreja (em partes), o povo sofrido, os pequeninos do Reino, estão em Jerusalém, apanhando... Nesse caminho que fazemos, é preciso ter consciência das lideranças que somos e do modo como vivemos nossas Jerusaléns.

A proposta nos parece simples: Caminhar aos poucos. Caminhar! Ir da periferia ao centro e, nesse caminhar, questionamo-nos: “Estamos com vontade de ter um projeto claro frente uma sociedade que não quer que eu seja eu?”. Não convém que um profeta morra fora de Jerusalém...

Firmamos o compromisso de voar baixo, porque abaixo de nós está a verdade. Olhar a realidade, pisar no chão real da vida, olharmos para o pobre. Revisar a nossa vida. Vivermos o êxodo, a saída de nós mesmos! Rezamos nossa vida. Tornamo-la Eucaristia. Partilhamos o pão, a utopia, os sonhos, os medos e os sorrisos. Partilhamos os abraços e as lágrimas.

Ouvimos do Hilário muitas histórias. Enchemo-lo de perguntas. Às vezes não nos ouvia direito. Às vezes preferiu não nos ouvir... Falou-nos do amor. Falou-nos do horizonte, sobre passar um tempo rezando em forma de escrita, sobre os desgostos do corpo, sobre firmarmos os pés na caminhada. Falou sobre padres e cachimbos, do divino no jovem, sobre o pecado de querer evangelizar jovens sem acreditar no protagonismo juvenil, sobre a teologia de ser grupo (lugar da felicidade do/a jovem). Falou de felicidade. Fez-nos, no grupo, felizes!

Jean Carlos Demboski

Sobre parar e esperar

2 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Julho / 2015

Desde abril tenho o privilégio de acompanhar as tri-lhas que estão ocorrendo nas sete áreas da diocese. Entre-tanto, a trilha que ocorreu no dia 14 em Três Arroios teve um solo especial. Talvez seja porque envolveu a área dioce-sana a qual pertenço, mesmo assim, acredito ser a trilha que mais motivou a juventude. Pois muitos jovens nem sabiam o que era um encontro em grupo ou um encontro da PJ e se permitiram participar. Em meio a eles, alguns rostos já eram conhecidos, mas os olhares não. A troca de informa-ções através de olhares foi des-coberta para muitos, e cada olhar me fez descobrir sentimentos ocultos atrás de um corpo mor-tal. Para mim, estes sentimentos provocaram e continuam a insti-gar ‘quem eu sou ou quero ser’, física e moralmente. Além disso, despertou em mim a magia da convivência em grupo.

Leonara Lorini

Nas trilhas da Animação!

O mês de junho foi o mês de fazer trilha na dio-cese de Erexim! Quase todas as áreas pastorais já tive-ram em uma de suas paróquias a 1ª etapa desse encontro, movimentando e desinstalando a juventude local para se encontrar. Este 1º encontro está sendo guiado por dois jovens Militantes da PJ da arquidiocese de Passo Fun-do, Davi Rodrigues e Raphael Alves. Davi, ex-secretá-

rio Liberado da Pastoral da Juventude de Passo Fundo, é formado em história e professor no Lar das meninas na cidade de Passo fundo. Já o jovem Raphael Alves é estu-dante de filosofia, trabalha no observatório da juventude na Universidade de Passo Fundo. Ambos aceitaram o de-safio de assessorar a temática da integração, dinâmicas e técnicas para grupos.

Nesse mês de julho estaremos realizando o último encontro dessa 1ª etapa das trilhas na cidade de Arati-ba. Deixamos aqui o nosso muito obrigado a esses dois jovens que caminharam conosco, levando carisma cari-nho e dedicação a todos os nossos trilheiros! A seguir, acompanhe o depoimento de duas jovens que estiveram presentes na última trilha realizada na cidade de Três Ar-roios, nos dias 13 e 14 de junho.

O domingo em Três Arroios foi incrível! Primei-ro, foi muito bom chegar lá e ver que o pessoal acre-ditou na ideia e acordou cedo em um domingo de chu-va para fazer jus ao nome do encontro: Nas Trilhas da ANIMAÇÃO! Foi realmente muito divertido, e como em todo encontro da PJ voltamos para casa com mais conhecimento, um punhado de amigos novos e a expectativa do reencontro! Espero que na próxima etapa ainda mais jo-vens legais e animados acei-tem esse desafio e participem conosco, pois acredito que todo jovem merece ter um dia tão feliz quanto aquele que vi-venciamos em Três Arroios.

Kassia R. de Almeida

EXPEDIENTEPublicação: Pastoral da Juventude

Endereço: Av. 7 de Setembro, 1251 – Caixa Postal – 795

Responsáveis: Ricieri J.P. Benedetti, Lucas Colla, Laura Pedott, Pedro Lira, Cristiane Zanella

Revisão: Jean Demboski e Gabriela Z. Dornelles Contatos: e mail: [email protected] Tel: (54) 3522-3611

Diagramação e Impressão: Gráfica Berthier Ltda.

3 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Julho / 2015

Nesse mês temos mais trilhas da Animação da Juventude!

- Dia 04 de julho 2ª Etapa da trilha da área pastoral de Gaurama. Paroquia de Gaurama.

- Dia 12 de julho 1ª etapa da trilha da área pastoral de Aratiba. Paroquia de Aratiba

para participar, ligue para: 054 3522-3611. - Está rolando também a 3ª conferência nacional de juventude, em etapas municipais, fique atentos a

nossa página e tenha mais informações: www.facebook.com/pj.diocesedeerexim

Gustavo Matias Remboski 18 anos | Estação

Sou um jovem guerreiro e sonhador

1- De que grupo participa?Participo do grupo de jo-

vens JUFF, Juventude Unida na Fé Franciscana, de Estação, já fa-zem mais de 7 anos. Esse grupo existe faz muito tempo, mas nem sempre teve esse nome. Até poucos anos atrás, ele se chamava JUFRA-SB, Ju-ventude Franciscana de Santa Bernarda. A gurizada do grupo é muito massa!

2- O que te motiva a participar da PJ O que me motivou a participar há tanto tempo do

grupo de jovens, e que ainda me motiva, são as amizades e também os meus sonhos. Eu sempre sonhei com um mundo melhor e, no grupo, achei pessoas que tinham o mesmo sonho.

3- recado pra juventude: Deixo um recadinho para todos os jovens... o que

vos digo é que lutem pelos seus sonhos e amem ao pró-ximo, independente se você participa de uma religião, igreja ou grupo de jovens. Independentemente de sua cor, raça, altura, peso, identidade... sonhem e lutem com amor pelos seus sonhos. Pois de nada adianta apenas so-nhar sem lutar pela realização da utopia, assim como de nada adianta lutar por algo que você não ama. Se fizerem isso, o mundo que sonhamos vai acontecer. Ah!! E antes que eu esqueça, uma última coisa. Não desistam!! Para um sonhador não existem barreiras, porque um sonhador não anda, um sonhador voa!

DOAR-SEE quem já não ouviu diversas vezes propagan-

das sobre doação de sangue? Sabemos que atualmente a doação hemofílica

é a que mais tem recebido atenção e doadores devi-do a sua facilidade e grande número de divulgação. Mas e a doação de medula óssea? Você sabe como funciona?

Atualmente tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as células do doador e do receptor. A chance de encon-trar uma medula compatível é, em média, de UMA EM CEM MIL! Por isso a importância de ser um doador de medula!

Para você se cadastrar no banco nacional de doadores de medula, basta um exame de sangue. Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e re-alizar a doação.

A idade que uma pessoa doadora terá de ter varia entre 18 e 55 anos. Caso o doador seja compa-tível e deseje desta forma fazer a doação, a medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de um processo cirúrgico sob anestesia, e se recompõe em apenas 15 dias.

A doação de medula óssea é de extrema im-portância no tratamento de doenças do sistema imune, este sistema fornece mecanismos de defe-sas específicas contra uma variedade de substâncias estranhas ao nosso corpo. Atualmente, a principal cura para muitos pacientes portadores de leucemia e outras doenças deste sistema é por meio da doação de medula.

Está aí a grande importância de termos este gesto perante nossa socieda-de e ao outro. É rápido e fá-cil, mas salvar uma vida hu-mana entre outras cem mil é indescritível.

Lucas Colla19 anos

4 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Julho / 2015

“Eu digo SIM à vida da juventude. E é por isso que me declaro contra a redução da maioridade penal. De início posso dizer que o sistema carcerário brasileiro não suportaria mais pessoas. Tal sistema que não tem cumprido sua função social de reeducação e ajuda para os encarcerados e vem se tornando uma “escola do cri-me”. Teremos coragem de jogar e esquecer lá pessoas que recentemente se tornaram jovens? Me pergunto: tais pessoas que são a favor, como reagiriam se fosse com seus filhos? Os jovens são as principais vítimas e não os principais autores da violência. O menor “marginal” não surge por acaso. Ele também é servo de um estado de injustiça social que gera ainda mais pobreza. É neces-sário que seja investido em educação e oportunidades iguais a todos, tratando assim diretamente da causa e não da consequência desses proble-mas. O ECA já prevê medidas sócio educativas, porém, não adianta apenas firmar as leis se o Estado não as cumpre. Re-duzir NÃO é a solução.”

Bruna Busnello, Jacutinga

Não a redução da Maioridade Penal!Atualmente, vivenciamos um período de

profundos debates a respeito da redução da maiori-dade penal, havendo inúmeras divergências quan-to o “ser a favor” e o “ser contra”. Diante disso, a Igreja católica sentiu a necessidade de expor e assumir um posicionamento. Já no ano de 2013, o Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB), emitiu nota contra a redução, afirmando não ser essa a solução para a problemática da violência brasileira.

“A delinquência juvenil é, antes de tudo, um aviso de que o Estado, a Sociedade e a Famí-lia não têm cumprido adequadamente seu dever de assegurar, com absoluta prioridade, os direitos da criança e do adolescente [...] Criminalizar o adolescente com penalidades no âmbito carcerá-rio seria maquiar a verdadeira causa do problema, desviando a atenção com respostas simplórias, inconsequentes e desastrosas para a sociedade.”

Estendemos nesse espaço dedicado às refle-xões envolvidas na redução da maioridade penal, a opinião de dois jovens participantes da Pastoral da Juventude. Os depoimentos advém da jovem Bru-na Busnello e do jovem Felipe Toniollo, ambos pertencentes a grupos de jovens da diocese e par-ticipantes da Coordenação Diocesana de Jovens.

“Os primeiros questionamentos sobre a redução da maioridade penal, devem partir de uma análise verdadeira do sistema prisional brasileiro. Sabemos que as prisões são escolas do crime, onde 70% das pessoas que cum-prem sua pena, voltam a cometer novos crimes. Se a ca-deia não é um espaço que propicie uma melhora na con-duta dos presidiários, torna-se irracional as superlotarmos ainda mais. Quando colocamos um jovem que nunca teve estrutura familiar, formação escolar ou nenhum tipo de estrutura socioeconômica favorável, infelizmente a prisão se tornará um ambiente de ensino criminal. Uma hora este mesmo jovem, sairá da prisão e voltará a cometer crimes cada vez mais nocivos à sociedade.

A redução da maioridade penal vem crucificar a ju-ventude. Não podemos fechar nossos olhos e entregar os jo-vens brasileiros às masmorras de um sistema carcerário ine-ficaz e precário. A juventude tem direito ao sonho... tem direito à vida.”

Felipe Toniollo, Itatiba do Sul