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ANNO XXV RIO DE JANEIRO 6 DE NOVEMBRO DE 1929 Um Passeio Forçado PREÇOS: $500 S680 \^ \\s^_--> \s^yi ^^.^ ^____x^^os Estados NUM. 1.257 ~v~~] y^\ J-yy-7I _—. _^^ 9_L\ _-^| " ,__:r * ______r-_J?Í._X^^"^-_2i—. ,"^í Jujuba Que e isso. Lamparina? Onde vai? Mmparirm Não se sabe. nâo se sabe.

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ANNO XXV RIO DE JANEIRO 6 DE NOVEMBRO DE 1929

Um Passeio Forçado

PREÇOS:

$500S680\^ \s^_--> \s^y i ^^.^ ^____x^ ^os Estados

NUM. 1.257

~v~~] y^\ J-yy-7 I _—._^^ 9_L\ _-^| " __: r *

______r- _J?Í. _X^^"^ -_2 i—. "^ í

Jujuba — Que e isso. Lamparina? Onde vai?Mmparirm — Não se sabe. nâo se sabe.

O TICO-TICO — 2 G — Novembro — 1929

WrjSt Jm l_k^_í H____7

WJa A mais artística e luxuosa publicação JL/1WjÊ . airi-iual cineinrnatograpMca do Brasil. yt m%^

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rjS® SOCIEDADE ANONYMA "0 MALHO" kjLWk__H ar ___^__

H _FA Travessa 'do Ouvidor, 21 -_- J£fo. &^Hwmmmmm raam.il

Novembro — 1928 3 -- 0 TICO-TICO

wâlMfr&^ ^xiwiv J'!%_rL/*' \ ífl__^-3 **- y^^l^-^--^-B

DAE A VOSSOS FALHOSUCOR «CACAU*Vermifugõ de Xavier é o

melhor lombrigueiro porquenão tem dieta, dispensa o

purgante, não con-têm oleo, é gostoso

e fortifica ascrianças.

raz expellir osvermes intestinaes,

que tanta mottandad?

produz nas creanças.

O sV E R M I O Li R ISALVADOR DAS CREANÇAS

E' o único Pennifuao-Purgativo de composiçãoexclusivamente vegetal,que reúne as'grandes vau-tagens dc ser positiva-rctnte infallivel e comple-ta mente inoffensivo. Pó-de-se, cora toda confiança,administral-o ás creanças,sem receio de incidentesnocivos 6 saúde. Suaef ficada e inoffensivida-de estão comprovadas pormilhares de attestados deabalisados médicos e hu-manitarios pharmaceuticos.

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O TICO-TICO _ 4 — C — Novembro — 1929

MUDARAM-SE OS ESCRIPTORIOS DO "0 MALHO"Os escriptorios da Sociedade Anonyma "O Malho" muda- i@

ram-se para a TRAVESSA DO OUVIDOR, 21, onde serão recebidas, com a attenção de sempre, as ordens de seus annunciantes, agentes e leitores.,

As officinas, porém, como a Redacçao das diversas revistalesta Empresa, continuam no edifício próprio da Rua Viscondde Itaúna, 419, onde sempre estiveram.;

PMtCO porPREÇO,X tO MELHOR

= í AINDA SUPERIORq- A OUTROS HAIS CAROS

CABONETE fMg

P* m^X^ÊUfWERFUMÂRÍAJLopes

Para espinhas e sardas —

rios. müLo

A VEfiDA EMfoMoõmk

BORICAMPHOR

* .

O TICO -TICO

(PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO")r.etl.itlor-Cliefc: Carlos Manhãca — Director Gerente: Antônio A. do Souza e Silva

Assignatura— Brasil: 1 anuo, i_5$000; 6 mezes, 13$000 — Estrangeiro: 1 anno, 60$000; 0 mezes, 35$00<>Aa assignaturas começam sempre no dia 1 do me» em que forem tomadas e serão aeceitas annual ou semestralmente. TODA ACORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa da dinheiro. (Que pode ser feita por vale postal oa carta registrada com valor de-cUrado). deve ser dirigida & Sociedade Anonyma O MALHO — Travessa do Ouvidor, 21. Endereço telegraphico: O MALHO —

Rio. Telephonea: Gerencia: Central. 0518. .Escriptorio: Central. 1037. Redac.ao: Central. 1017. Oíficlnas: Villa. 62.7.Succursal em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plínio Cavalcanti — Rua Senador Feijó n. 27, 8' andar, Salaa 86 e 87.: Jl

Cíçoq/^Xn^ovoAN r M A E S N O V O S

Meus netinhos:

Os tratados de zoologia, desde unsvinte annos, vêm dizendo mais ou menosque a fauna do mundo nenhum mysterioteria de revelar aos estudiosos, por issoque, a não ser com alguns insectos e ai-guns molluscos, todos os animaes, jáeram conhecidos do homem.

Puro engano dos livros, meus neti-nhos. Nos últimos vinte annos as flores-tas tropicaes da America, da Ásia e daÁfrica e as costas da Austrália revela-ram ao homem novas espécies de ani-mães, cuja existência nem de longe si-quer era suspeitada. Essas espécies,meus meninos, representam descenden-tes muito modificados de outras desap-parecidas ha milhares de annos. Mas,hão de perguntar vocês, como taes ani-

mães só agora surgem aos olhos do ho-mem? A resposta é fácil, meus netinhos,de dar aos interrogadores, sabido como éque, nas florestas onde têm apparecidoessas novas espécies, animaes, existemverdadeiras muralhas de densa vegeta-ção, inaccessiveis do homem. Foi dentrodessas muralhas que se refugiaram osanimaes ultimamente descobertos, comosejam: o "okapi", espécie de cavallo sei-vagem; o rhinoceronte branco, cuja exis-tencia era considerada fabulosa, e o "ta-tú-gigante".

Na fauna marinha, por exemplo, ca-da dia que passa é assignalado pela desço-berta de mais um animal interessante,que traz motivos outros de estudo para ossábios e pesquizadores,.

VOVÔ..

O TICO-TICO — 6 — 6 — Novembro — 1929

7 I /. j| * li I t Y— ^^m i~TTVl- '--¦ —5 ffl

OTICOTICON A S C IM E N r O

« * O lar Sr. João Baptista Stavola e de suaesposa, a Sra. Esnaerilda de Freitas Stavola, acha-se en-riqueeido com o nascimento de uma interessante menina quefoi registrada com o nome de J ori Ida.

# Acha-se enriquecido o lar do pharmaceutico JairCésar Soares, com o nascimento de um petiz que recebeuo nome de Ruy.

^ Acha-se enriquecido o lar do Et. Plácido de SáCarvalho, promotor publico nesta capital, e de sua esposa,Sra. Maria Pinto Lima Sá Carvalho, com ò nascimento deum menino, que receberá o nome deCésar Augusto.

$ ? O lar do Sr. Primo Scapin edc sua esposa Sra. Nair Scapin acabade ser enriquecido com o nascimento doprimogênito do casal, que na pia ba- •>ptismal receberá o nome de José. <s>

U N H AS LI M PAS

ANNIVERSARIOS

•: -i ¦• <£ *$> <£ 'í> «

a graciosa Edith,

^ *$> Faz annos hoje o menino Ar-Ihur Mendes, nosso prezado assignante,residente em Barbacena.

* * Completou hontem seis annosfilhinha do Dr. Gustavo de Almeida.

3" <$ Sabbado ultimo festejou a passagem de seu an-niversario natalicio a gentil Maria Lúcia, filhinha doSr". Jayme Pacheco.

<»> <í> Victor de Castro, nosso estudioso amiguinho, viuj assar hontem a data de seu anniversario natalicio.

§> ¦$> Completa 6 annos de idade a 25 do corrente omenino Glauco, filho do Sr. Sylvio Garcindo Fernandes de Sá.

E M L E I L A O . . .

Um menino que se descuidada limpeza das unhas não c as-se iodo e, como tal, não merecea consideração das fessous que o

cercam.

cão de Maria Marins? pelas meignices de Maria José? peloscabellos de Carolina? pilo sorriso de Walda? pela sympa-thia da Jenny? pela belleza de Camelia? pela altura daJuracy? pela gordura de Caluta? pela elegância de Jurema?pelos modos de Ncusa? e pelas graças de Nice?

N O J A R D I M . .. .

? *$ Quiz fazer um ramaihete e escolhi as seguintesmeninas do jardim do Io Grupo E. da Moóca: Conceição,um copo de leite; Balbina, um amor-perfeito; Pintande, umapapoula'; Julieta, uma margarida; Ercilia, uma fresca ca-

melia; Aritonieta R., uma bocca dc¦$* <$ leão; Magdalena, uma cravina; Aida L.,

<S> um gira-sol; Alba, uma hortencia; Na-mir, uma sempre viva; Rachel, tunavile. uma boa noite, e eu, a flor dasrosa; Esperança, uma magnolia; Ce«flores. — Maria Augusta Moreira,

í> ¦$> <$ <S> § *> *$

<?>

CONCURSO DE BELLEZA.

3> <$> Num concurso realizado no3> •$>•$> <í> <S <S> 3> 3> Curso Commercial da Escola Amaro

Cavalcanti, foram eleitas as seguintes"misses": Astréa L. Waldeck. a "miss Paraná"; Jessie S.Veddy, a "miss Minas Geraes"; Stella C. Torres, a "missBrasil''; Lucy B., a "miss Universo"; Philomena Martins, a."miss Rio Grande do Sul"; Cinira Mafra, a "miss EspiritoSanto"; Léa Ribeiro, a "miss Ceará"; Elisabeth L. Otero. a"miss Santa Cathárina"; Coriná Costa, a "miss Bahia"; El-vira Frazão, a "miss São Paulo"; Olinda Almada, a "missPernambuco"; Rachel Souto, a "miss Fluminense"; SophiaWaldeck, a "miss Copacabana"; Guiomar Sá, a "miss Ti-jucá"; T. Pinto, a "miss Estados Unidos; Maria Dagmar, a"miss Inglaterra", e eu. o — Mister Amaro Cavalcanti.

® Q Estão em leilão os seguintes meninos e ido 4o anno da Escola Quintino Bocayuva, Io turno:cão pela gordura de Maria Y. ? pela graça dc Ruyrisadas de Alice? pelas respostas de Armando? pelade Yolanda ? pelacabeça de Sebastião?pela coragem deAnacyr? pela ele-I --.cia .de Carme i-t,:;? pelos lábios deHilda? pelo andarde Nadya? pela cs-1 crteza de Daniel,?pelo sorriso deRuth? pela letra deDulce? pelas brin-cadeiras de MariaA.? pe'o porte deliaria L.? e pelaminha lingua?

3> ® Leilão das.ihrmnas e alumnosdo Curso Funda-mental (diurno) d»Escola Superior doCommercio: Quan-to dão pela appüca-

neninasQuanto? pelasbelleza

NO CI N EMA...

S> '$> Foram convidados paramusicado os seguintes meninos e

^<*»%^-rfy mtf ^Umwlm*MilmmmmV7^^m

r.ui grande film falado emeninas: Diva, a Joaií

Crawford; Milton,o Ricardo Cortez;Glorinha, a JaneíGaynor; M". Vai-ladão, o Ch a rIesFarrell; Lilina, aBessie Loove; Al-varo, o Ramon No-,varro; Dulce, a Li-lian Gisli; Octavio,o Rod La Rocque;Sylvia, a Lia Tora;Flori sva Ido, o Ro-nâld Colman; Dora.a Lupe Velez; Ge-raldo. o Chuca-Chu-ca; Marilda, a An-nita Page; Djalma.o John Gilbert; Ar-niinda, a Clara Bow,Raul. o OlympioGuilherme; Mama,a Dolores Costello.

..— .\_ve_bt-o-— 1929 O TICO-TICO

yS_i_ff rr^

1 ViPl_D / ^fi!3?íf^£____J _á. -C.^ ^^___k?i_feÉ_8J^Í_i__„í^7tSálíi5S-*^7_jB BBjf M^HW-

íi i-ay"p"i]2tr_T'j*"_______HBIb_ _»_ -B W_

O CÉO DE UM BEIJO

Conta uma lenda antiga dos hellenos que o mais casto dos

beijos partiu, um dia, eheio de vivo ardor, de uns lábios de

creança em busca de um asilo sacrosanto. 0 ponto desejado

para abrigo do fugitivo beijo era naturalmente a porta azul do

céo, onde branqueja o lyrial formoso da bondade e do amor. E

o beijo ascendeu aos paramos celestes, atravessando as regiões

nivosas dos mundos planetários. Tempestades de neve e coriscos

zangados foram amedrontando o beijo viajor. E dentro de ai-

gum tempo, sem de longe siquer ver as portas do céo, o beijo da

creança tornou aos lábios puros cie onde havia partido., Mas

outro céo de amor, de bondade e de affecto o beijo logo achou:—

a bocca sorridente, que é só meiguice e é só ternura casta —

bocca que canta os hymnos de ventura quando beija, feliz, os Ia-

bios de um filhinho, bocca que é céo e é tudo, bocca de mã_

amada.

CARLOS M A' N H Ã E S

O T ICO?TICO 6 — Novembro— lí)29

Anchieta e Nobrega fitaram-se..Todo aquelle povo indígena olhoupara os jesuítas.

Era b fogoso Paranaguassú que,ao que já se sabia, vinha correndopara cumprir a promessa de mataros dois padres

Aquelle soar de múbia era o si-gnal mais vivo da sua cólera de ta-moio. E seria difficil contel-o. Até,para a autoridade paterna não sajpodia recorrer Grão-Palmeira esta-•va fora, pelas aldeias distantes, sere-nando os ódios.

Nobrega segurou a mão de Án-chieta.

Esperemos em Deus! — dis-se, erguendo os olhos- para o céo

A canoa approxitnava-se. Uma.flecha veio cahir a dois palmos aosipês do velho jesuíta. Era o ataquecomeçado lá do mar

Fujam! fujam! — brada-ram os indios aos padres.

Elles não se moviam. Outra fie-cha passou raspando os hombros deAnchieta.

Fujam que Paranaguassú o.smata! — gritaram todos.

¦ ¦:!/: Sim! — era preciso fugir! Umarrebatamento tão cego não podiaser contido assim de jonge. E ellesfugiram. Havia lá em cima o refu-gio da igrejola de palha brava, en-tre arvores.

Entraram. Tinham inevita-velmente que morrer e morreriamjunto de Deus. A ubá de Paraná-guassú metteu a proa na areia dapraia.

De olhos em fogo, elle saltoui-ibrando, a clava na mão, o arcoatravessado aos hombros e a alja-va a tiracollo cheia de settas.

Debalde tentaram os compa-nheiros acalmal-o. Contaram-lheda bondade encantadora dos após-tolos, da amizade que os ligava,agora, a Grão-Palmeira.

Nada o conteve.Por isso mesmo devem

morrerSeduziram um pobre velho emsacrifício da honra do nome

tamoió..

Quando Anchieta acabou de falar,Paranaguassú estava de

joelho.... ,..._"

V„U\,i-..u.,y_^.u,_.,. .;'. •":>¦, v»»..".»:»»>.¦>

TERRA OESANTA CRUZ

CONTO

DE —

¦V I R I ATO CORRÊA

E subiu a ribanceira da praia áprocura dos padres

A porta da egrejinha estavaaberta. Investiu pela porta a den-tro

Nobrega e Anchieta de joelhos, acabeça profundamente pendida aopeito, rezavam aos pés de um cruci-fixo.

Paranaguassú enfrentou-se esuspendeu desvairadamente a maçasobre a cabeça de Nobrega

Anchieta ergueu para elle.mimasupplica, o brilho pacifico de seusolhos azues

¦ ' ¦..' -'"

i~£ ff^fr __§!_' \

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•y^imW __#SS_^v\ _.%y-¦>u,-:.->^***VB^l_illp ifflthlr ^ W*M'^"""i,'>-zS_/^ii_^__sk uWf\ M,'^\i ••___lSí__________E_^^-____>^*Tp____^ 4' *" jf^ tí/^w'- ^'tw>'_¥i»Mti__^^-?fi^ fctp^^f, vS-H>^i^!l

—^a-*^r ^^^^ ¦ míVF

Foi uma scena que não sô des-creve.

,. A' luz daquelle olhar parou re-'pentihamente, dentro no filho dirGrão-Palmeira, a fúria sanguináriaque lhe queimava as veias.

Apagou-se-Ihe o frenesi selva-gem e, com o olhar cravado no chãodo moço jesuíta, ali ficou estatela-damente. sem uma palavra, sem ummovimento, como si de súbito o tives-^sem petrificado.

A clava não desceu.Anchieta ergueu-se.Poisou a mão carinhosamente

r.os hombros do joven tamoio.E falou, com uma voz que paro-

cia vir do fundo do coração, lembrouas tradições da tribu. os seus feitos degloria nos combates, a nobreza dosgestos nos perigos

Era preciso perdoar agora.Era o inimigo que corria a

implorar a pazUm forte não repellt nunta a

.mão que o vencido lhe estenda.E elle, Paranaguassú, tão varo-

nil, em toda a magnanimidade da ju-ventude, devia ser o primeiro aapoiar, e proteger a paz pedida

E falou, maisA proporção quo as paiavras lhe

iam sahindo da bocca, o braço vigo-roso do moço guerreiro ia amolle-cendo e cahindo

. A clava pendia-lhe frouxa-mente da mão

E Anchieta falava.A cabeça do selvagem ia-se

pouco a pouco inclinando para opeito, os dedos foram-se-lhe abrin-do um por um, um por um, e a cia-va cahiu pesadamente no chão. .

Quando Anchieta acabou .lefalar, Paranaguassú estava dejoelhos em frente ao cruci-

fixo

(FIM)

Illustraeãnde

CíceroValladares.

NOSSOS ÂMieUlNHOSII __________3 _______ _______

X;:. H_-_-_-L-, _H

h^T- *"^ *l__l I

* fe f ¦ *-t _________l____i_________s|4____l ______H ^-t. ^____

Nilséa, filhinha do Sr. Luiz CarlosXcffer Reil.

Celso e Eduardo, filhos do Sr. A.Leite. — Dobrada, S. Paulo.

Edgar, filho do Sr. Carlos Chia fone.Catanduva — São Paulo.

Ephigenia,Antônio

filha do Sr. Henrique— Sabará — Minas.

____=== ii— -ii —.. 7

_r ii*'- ¦"" J *"¦ '"" i™^"^""""-' ¦ _T^!""_I *•" *""' 3

Virgilio Bernardo Dias.Meyer — Capital.

Zaldo, filho do Maeitro J. Caplberl-be —S. Rita do R. Negro.—E. do Rio.

A N A N I A S ,Queimadas — Bahia.

Um grupo d* leitoras assíduas destarevista. — Catanduva, S. Paulo.

Therezinha, filhinha do Sr. HermesBruce. — Capital.

José, filho do Sr. Salvador Croise deSão Bernardo — São Paulo.

Benedkta, filha do Cap. SebastiãoIorio, do Monte Soccorro de S. Paulo.

\J, LV, l*ii3»«*?*T*T__!zH

__________________ ¦______¦ * ^_H

J^ i. mr'

Olinda e Victorino R. Coelho, filho»do Sr. Joaquim Ribeiro Coelho.

O galante Luth, filho do SenhorCeaarino César.

*m\\ ^m*mmm\* *^mr~ ~t^*m^3mW

f*r^**m imm ¦ m\ sMmm ^mr .mmmmmaX^^am l

"^^^ ^H Aam- í.'^mm%- 'ár^Ê-HH 1 •¦¦mm~**+mmm

m\ 'st' mmiÊmmWW^ " ^flHRft >>.**"'"'

Wmf. ^^mmmmamm0mmm d^l

V '"^» ..ámWmammmW^

CLARET ^^0^B^~~^^ ~~~^^~^^^^>zs^ EDITHfilho do Dr. Carlos Seifard ^-íTÍ-^ -^-^T^^-O^S^i^ fiUla do Sr- JorSe Maluf

fã© --^^S^^Paulo ^^=^^^^^^^^^^^PHOTOS

ROSSIE CERRI.

NELLIE E RAMIS. FILHOS DO SR. AMIS RASY

G — Novembro — 1929 — 11 — O T I C 0 - T I C C

V a n 1 ioo i"Mil Pétalas"

Dizendo isto, apanhouurna flor do "Wenti",

ou das mil pétalas, eentregou ao joven, re-comendando que, malavistasse o dragão fos-se desfolhando a flormágica, até chegar áporta do antro ondeelle morava

.uMas era necessárioque-i. u-Sum nao hesi-tasse um instante, e

que não se atemorizas-se pela presença domonstro horridissimo.s Tu-Suni seguiu o ca-minho escarpado da

montanha, quando co-meçou a sentir um ca -lôr formidável, acom-panhado de um chei-

ro horrível. Numavolta do canvnho, sur-giu-lhe o dragão for-midav e 1, vomitandofogo. O moço come-çou a desfolhar as pe-talas do Wanti e proseguiu co-rajosamente no seu caminho

O dragão esvoaçava em tor-no delle, e as suas azas fa-

ziam um ruido formi-vel. Na porta do an-

tro, apparece ogenio horrendo

que, ao' avis-tar o j o-

mmiMÍ^^Ê0tÍ^^â-^rU&í^> s Mír^M^^-^^^M^

*»dr\imffifM&2? \mM

Da grande porta do palácio, sahiu umcortejo numeroso...

ven tendo na mão a flor dasmil pétalas, tentou fugir,mas Tu-Suni, alcançando-o,trespassou-o com a sua es-pada.

Conto deM. Ribeiro de Almeida

Illustraçãode

Cícero Valladares

O dragão desappa-receu e o antro hor-rendo transformou-seem Um lindo palácio.

Da grande porta dapalácio, sahiu um cor-tejo numeroso, ondeno meio de outras jo-vens Tu-Suni avistoua sua adorada Hai-Tang.

Na frente marcha-va um joven ricamentevestido que, dirigindo-se a Tu-Suni disse-lhe:Eu sou o principe Pi-Ly; este máu genioque cubiçava as mi-

nhas grandes riquezas,tinha me transforma-do, assim como minhanoiva a princeza Wa*Lany e as pessoas maisimportantes da minhacorte nos penhascos e..nas rochas, com queformara o seu horren-do antro, onde vivia eera servido pelas po-bres raparigas, que a

cidade de Lu era obri-

gada a entregar-lhe todos os an-nos.

Com grande pompa rea-lizaram-se os dois casa-mentos, o do principecom sua noiva e dofeliz Tu-Suni coma bella e radianteHai-Tang.FIM .

O TICO-TICO 12 — 6 — Novembro — 1929

JOGANDO O VISPORA SE APRENDE A LÊR?!pato! a Paulo

i_Apâ pipa pe

papá! púpapia püâ pão

. poáia piau

A 11014 A

JUJUBA — Então, seu Manduca, a sen-ta da Favella já sabe lêr?

MANDUCA — Ora, seu Jujute, V. dissaque a gente sabendo aquellas cinco letras...

JUJUBA — a—15—í—o—u«MANDUCA — Pois .... _— e—i—o—V-~-

era 66 Jogar o vlspora com aquelles car-t3es...' Mas a gente olha p'ra aquSUo oumofoi p'ra palácio

JUJUBA — Mas tu disse a V. que agento olha primeiro para o bicho que estaem vima do quadro.

MANDUCA —i E eu olhei...JUJUBA — E você não conhece aquelles

bichos?MANDUCA — Ora essa! Bicho não é

letra I... aqui está o Tato".JUJUBA — E esta ífeura que está junto

do pato? /MANDUCA — Sei lá!.. . parece um des-

ses postes qua Ixitam nas estradas p'rainMfiraK c canjiiiiio ,¦ ¦ ^>j^jaC">

JUJUBA — Está. muito enganado. ..' ê aletra dc patc>.

MANDUCA — Ué, gente! o pato tambémtem a letra delle?

JUJUBA — Bois não havia de ter? Comoé que v. poderia escrever pato sinSo hou-vesser uma letra para fazer pâfl.

JUJUBA .cocando a cabeça) — Ah!Diacho! SI cada cousa tem uma letra, ha

milhões de letras, e ninguém «3 capaz deaprender todas ellas!. ..

JUJUBA — Não é assim não, seu Maa-duca... é até muito fácil. Olhe, como eutenho muita pena do povinho da Favella, etodos elles são amigos do "Tico-Tico"...sô para elles eu vou dizer o segredo... osegredo que muita gente grauda nunca liade saberI...

Preste attenção: sõ ha cinco letras.MANDUCA — a — e — i — o — u.JUJUBA — Portanto, a letra do "pato"

é á.MANDUCA — Mas á não 6 pá, se» Ju-

juba I.JUJUBA — Muito bem, acu Manduca!

para o "á" virar "pá", ê preciso a gentefechar a bocca e apertar os beiços, antes dofazer saltar o a.

MANDUCA — Feito uma pedra quo agente atira na parede?

JUJUBA — Exactamente.MANDUCA — Então, para a gente en-

sinar>-a lêr o pa'.o, basta jogar a pedra napairede?!

JUJUBA — Não, «sa Manduoa! Si v.quizer ensinar ao vivo, é capaz de Ir masé para o AfcTigo d* Menores, aprender aeducação, quo vale mais que a instrucção.

MANDUCA — Então, como ha de ser?- JUJUBA — Para isso, inventou-se aquel-

le signal que v. tomou por um poste...MANDUCA — Ahi entendo! quando o

a está junto d'aquello poste...JUJUBA — Quo é a letra d» pato...MANDUCA — Então o a vira páTJUJUBA — Vira! — e o 1 vira pi...MANDUCA — Espere alli, seu mestre!

eu já sei: o a sozinho é á mesmo... o <Scom a letra do pato é|iá... o I sozinho éi mesmo... o i com a letra do pato épi... o o sozinho é o mesmo... o o com aletra do pato, é pó. .. o e sozinho é * mes-mo...l o e com a letra do pato é pé... ou sozinho é u mesmo.. . o u com a letra ciopato 6 pú...

JUJUBA — Muito bem! Você é um bi-cho! Agora leia o que está dentro do qiva-dro, e veja si entende alguma cousa.

MANDUCA — Vamos lá: "pá" — ê apá do jardineiro... é a pâ do pedreiro.. . «5a pá do boi... "pipa" — é a pipa de vi-

nho, que não querem que a gente beba.mas continuam a vender, até nos domin-gos... é a pipa do papagaio que eu fizhontem, com papel verde e araarçllo, dascores da nossa bandeira...

"Pé" — quem não sabe o que é um pé?...é; o pé da gente, e um pé do arvoro.. . éum pé de oabra...

JUJUBA — Sõ si fôr para os gatunos,porque a cabra verdadeira tem quatro pa-tas, e não tem pês.

MANDUCA — Sim senhor, "papai" —ah! papai é o pai da gente! e o meu pa-pai é tão bom, coitado! que. eu queria es-«rever o nome d'elle em todas as paredesdo nosso casebre.

JUJUBA — Nada mais fácil. Eu já mos-trei a vocês como se faz papai com aquel-las figurinhas, que estão em baixo do qua-«lro: um chicolinho, uma cobrinha, um ovo<j um cabide...

MANDUCA — Mas eu não posso escrevernas paredes.

JUJUBA — Ora! com um pedaço de car-vão, eu tenho rabiscado por ahi as paredesde uma porção de casas, que me serviramde caderno, antes de entrar para a escola,

MANDUCA (tristonho) — Não podo ser,seu Jujuba! a nossa cazinha ó feita delatas velhas... o carvão não pegai...

JUJUBA (levantando os braços para océu) — Na terra das madeiras!!! E con».certeza com latas que vem da AmecK-a ouda China!... E' o cumulo! E as'caias,bem na cara das arvores, suo feitas comlatas de gazolina estrangeira!

E' o cumulo !. ,.

GEMMA DALBA

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(C*ò t^Kn/?-k\ Cs»®!»

\ //C_1Ó^\~. ue y Imi

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.¦.v.v.v.-.v^.v^.-

Vóvósinha, por que bate orelógio lá da sala lodo o dia lie-iac?. .-.]

E' porque tem "corda", íi-lho, para sempre trabalhar.

Pra que bate tanto assim?Para regular o tempo, dar as,

horas do trabalho, outras horas dodescanso; horas alegres, felizes, etambém marcar ¦ aquellas que agente jamais esquece: horas tris-(cs, de amargura, horas de separa-ção que se transformam depois nashoras evocativas da mais pungentesaudade...

Mas o relógio não para ?—i Sim. Quando lhe falta á

"corda" que lhe dão para elle an-dar... Mas, tendo "corda", come-

B OCORAÇÃO

wsnvvwuwM

ça, novamente, no trabalho de di-zer que o tempo passa e não maisvolta depois. Depressa elle corre,vôa...[• • • • ¦•-•: ¦ « •• •• •• , ....... • •*

Dentro do peito nós temos outrorelógio também: — o coração, abater seu tic-tac constante.

Guando esse pára, vovó, —¦quem lhe dá corda? ,

Ninguém. Si elle pára, nessedia, a nossa vida termina.

A gente morre?!... ;; ¦Pois não.Ali! Vóvpsinha, depressa, dê

muita "corda" no seu pra que ellenão pare nunca... Ouviu, vóvósi-nha?... Nunca!...

Maurício Maia,

- — Novembro — 1929 13 O TICO-TICO'/a__l_^W(/ín^S^^ i%

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vC7 ^5_Ssa_.

o B E D U 1 N O DESLEALBen-Assin era um bedirno e as más linguas diziam que

lhe corria nas veias o sangue andaluz, pois, era filho de umsheik e de uma linda princeza exilada nas terras de Fez.onde vivia num sumptuoso palácio cercado de volutas de'ncenso e jardins perfumados.

Ben-Assin não tinha o typo bronzeado do beduino viajantedos desertos. Era de um moreno grego, côr de laranja, comolhos amendoados, castanhos ou verdes, de urma côr que senão definia. Era formoso, Ben-Assin, mas no seu olhar ve-ladamente máo se descobria o instinctò de maldade dosseus ancestraes.

Ben-Assin, que era filho de príncipes, que uma guerradestl.ronara, viveu a vida nômade dos negociantes ambulantes.

Ora vendia louças e crystaes e quasi sempre tapetes per-sas e jóias falsas.

Vivia em Marrocos uma senhora européa, que ouvirafalar das bellas cousas que Ben-Assin possuía para vendere tambem de que elle era um hábil decorador e que os seusdesenhos, inspirados em contos e lendas orientaes, serviamde modelo aos lindos tapetes que venda. Elle não era, apenas,um creador, era um grande e fino artista.

A Sra. James desejou ardentemente approximar-se deBen-assin, pois queria entregar a decoração do seu palácio-o artista de olhos traiçoeiros e ascendência nobre.

Foi á casa de um sábio amigo, que reunia em torno de5i todos os grandes artistas e homens de sciencia e a suacasa era considerada um Cenaculo de scienaa, letras e artes.

Mas, qual não foi a sua surpreza, quando appareceuçntre os convidados Mme. Butterfly, que ao ouvir uma re-íerencia elogiosa á obra de Ben-Ass'n, que fazia jús a umprêmio conceddo ao melhor decorador no salão de arte d'a-.ttelle anno, entrou a dizer mal do artista, que não tinha

valor, dizia cila, que era apenas um copiador de dese-Inos, sem nenhum merecimento, porque o que produzia nãoer* d'elle.

A Sra. James delendia-o calorosamente, mas a campanhade Mme. Butterfly foi tão intensa, que o pobre rapaz foiexcluído do concurso.

A Sra. James pezarosa, retirou-se aguardando uma me-lhor opportunidade para se approximar do artista e essa nãotardou: pois indo um dia a um mercado de cousas estran-geiras, encontrou-se com o Sr. Nich, um seu compatriota*illustre, official do exercito inglez. Elle conversava com ella,quando se approximou Den-Assin, que o conheceu, paracumprimental-o.

A Sra. James ficou radiante por conhecer um artistado qual ella se tornara ardente defensora numa oceasiãoem que o atacavam.

O beduino mostrou-se amabilissimo,, captou a sympathiada Sra. James è, para saber do nome dos seus inimigos gra-tu tos, prometteu que nunca lhes revelaria cousa algumaa respeito.

Depois, os tempos correram, a Sra. Jarnes mandou de-corar lindamente o seu palácio, que appareceu maravilhoso,transformado pelo artista oriental.

Mme. Butterfly procurou Ben-Assin e, habilmente, con-seguiu que elle envolvesse numa intriga a bondosa Sra. Ja-mes, esquecendo-se, assim, da palavra empenhada.

Ben-Assin, que guardava no olhar a maldade dos seusancestraes, procedeu malevolamente.

A Sra. James soffreu resignadamente a grosseiria deMme. Butterfly, que a maltratou em publico, esquecendo tam-bem dos favores recebidos d'aquel!a senhora que sempre (.tratou generosamente.

Hoje. Ben-Assin, está enclausurado numa torre de ex-piação, onde se lamenta de ter sido tão pouco liai.

E assim, meus meninos, aquelles que não são sincerose não zelam o valor da sua honra empenhada, tornara-seantipatiiicas e são punidas pelo melhor juiz que é a própriaconscienc;a.

O TICO-TICO — 14 — _ — Novembro — 1929

JURITY t; Ò GAVIÃOAo anoitecer, um velho gavião metteti-se numa aber-

tura da parede feita em um beirai de telhado,

Estava se accommodando, quando reparou que no ín-

terior havia uma jurity.Bom petisco para meu almoço amanhã; pensou a

ave de raplr._Fingindo, porém, muita amabildade e cortezia, disse:Linda jurity, consente que eu passe esta noite aqui,

á porta do teu ninho, pois o meu íica longe e não po-dcrei voar até lá antes que de todo escureça.

Pois não. á vontade; respondeu a jurity, armlliandoE que é o sol? — perguntou

suavemente. Podes repousar tran-

qu.llamente, e que o somno te seja

propicio, cheio de sonhos côr de rosa.Muito agradecido. Está se

vendo que tens veia poética, o que,aliás, fica muito bem a uma ga-lante avezinha pelos poetas já tão

decantada. Oxa'á que durmas tam-

bem socegadamente e que ao abrires

os olhos o sol brilhante e formoso

illumine o horizonte...

O gavião -icou estupefacto. Voltou-se, rápido, paraver se a pombinha estava fazendo alguma pilhéria com

elle; porém, o interior do ninho já estava muito escuro e

elle não ponde vel-a.¦— Que é o sol ? — tornou a perguntar, suavemente,

a jurity.O sol é como uma immensa, uma gigantesca floi

redonda que, ardendo sem se consumir, se abre quando ama-nhece lá na orla da planície e, ao anoitecer, como agora, sefecha e se occulta por detraz dos mais altos cimos damonta nha.

E uma montanha, o que é?

.O gavião pensou que a avesita queria se divertir ksua custa, e assim respondeu de máo humor:

Uma montanha é... deixar os hospedes dormireme não os importunar com perguntas tolas! E' hora de des-

canso, pois já brilham as estrellas.

Pensou elle que assim poderia se entregar ao somno;

porém, a jurity voltou a interrogal-o:Oh! Eu bem quizera saber o que são as estrellas!...E' maluca; disse comsigo mesmo o gavião.Como serão as estrellas, heim ? — tornou a indagar

a jurity dando á pergunta um tom de grande curiosidadeAs estrellas? São como as jóias caras, impossiveis

de serem obtidas por muitos.E jóias, o que são? — Jóias são como as mulheres,

entre as quaes ha muitas falsas.E as mulheres com que se

parecem ?As de amanhã se parecem

com as de hoje, as de hoje com asde hontem, e assim, sempre paratraz, até chegar á primeira mulher,chamada Eva, e qr.e não se pareciacom nenhuma outra da sua raça,

Assim, desta maneira, ellasempre perguntando cousas e ellelhe dando as respostas mais dis»

paratadas e cômicas passaram toda anoite, durante a qual o gavião, por mais de uma vez teveímpetos de devoral-a. Quando amanheceu o dia elle ex-clamou: — Ora, até que emfim, chegou a bemdita luz!

Que é a luz? Fala-me da luz; pediu, enternecida»mente, a jurity

O gavião achou graça na pergunta e ia chamai-a deidiota, estúpida, quando reparando nos seus olhos, viu quea pobrezinha era cega! Arrependeu-se do que lhe havia ditode mal e durante a noite e lhe pediu desculpas.

Os Ímpetos que tinha de a devorar desappareceramcompletamente quando a jurity o desculpou e lhe pediu quevoltasse outras vezes a conversar com ella, que vivia ali tãosó e sempre cercada de trevas que diziam ser a inimiga do

que elle acabara de annunc'ar, dizendo:Ora, até que emfim • chegou a bemdita luz!...

TRANCOSO

G — Novembro — 1,329 15 O TICO-TICO

CAIXA M Y S ¦ T E R I OS A

»^N9^

4 n,

Era um domingo, ao meio dia.O sr. Almeida almoçava e conver-sava alegremente, gozando aquellaintimidade do lar.

As creanças, despreoccupadasdos estudos, saboreavam com pra-zer a refeição.

Mas este arroz com gallinhaestá delicioso! Exclamou Sérgiologo que teve oceasião.

Acha? perguntou maliciosa-mente D. Alzira. Então sirva-sede mais uni pouco, meu filho. Osoutros logo o imitaram no elogio eno gesto que o seguiu.

Os pães trocaram entre si umolhar significativo que passou des-percebido ás crianças e continua-ram a conversar como si nada liou-vesse. Mas quando, depois da re-feição, passaram para o terraço, éque estourou a bomba, por causade uma observação de Nina.

—¦ Mano, os ossinhos da galli-nha eram todos eguaes, não só nomeu prato como no seu e no dosoutros também. Dadinho fez umacara de quem ia reclamar, mas ospães puzeram-se a rir gostosamen-te, e o rapaz perguntou descon-fiado:

A rã

Não era gallinha? então oque era ?

D. Alzira ria tanto, a ponto denão poder falar. Mas fez um pe-queno gesto e ausentou-se; voltan-do pouco depois trazia um pratocoberto com um guardanapo, e,quando mostrou o que era, as cre-ancas quasi cahiram de susto 1

Sapo! exclamaram a umaVoz,' fazendo cada um, uma caretaque achou adequada.

Sapo, náo rã, precisou o sr.Almeida. Tornando-se serio, fezcessar a manifestação de desagra- •cio, lembrando a phrase tradicionalda familia:

"Nesta casa não se tem gos-to"!

De facto era verdade e por issocalaram-se. Então D. Alzira espli-cou:

Foi o sr. Andrade que caçouestas ranzinbas e dellas nos fezpresente.

Triste lembrança! murmu-rou Sérgio.

Até ha pouco não era essa asua opinião. Foi mesmo você oprimeiro a elogiar o petisco. Depropósito commetti esta espécie detrahição, pois estou certa de que, siestivessem avisados, não teriam sa-boreado a iguaria que não conhe-ciam.

Lá isso eu garanto!Veja como é pura preven-

ção: elogiaram tanto, antes de sa-ber o que era, e agora fazem ca-retas.

Mas sapo não é venenoso?perguntou Nina muito afflicta.

Naturalmente que eu não iadar-lhes um veneno! Tem graça!Infelizmente não é só você quempensa assim: já tenho ouvido dizermuito mal desses pobres bichinhos,aliás tão úteis.

¦— Mas são tão feios e tão des-ageitados que fazem medo á gente.

Feios o são, e muito; porémsempre estão escondidos durante odia, e só á noite saem de seus es-conderijos, e é para nos prestarserviço: comendo insectos, lesmas,caracóes, e larvas damninhas.

As creanças, já menos espanta-das, foram-se approximando e exa-minando o bicho.

As pernas de traz são muito

W

w.-

A rã

mais compridas do que as da fren-te! exclamou Nina.

E' por isso que, em vez decaminhar, pulam com tão poucaelegância.

E' interessante a maneira de ca-çal-a; bastam para tal fim, unialanterna e uma pequena rede. A'noite quando saem dágua á cata debichinhos para seu alimento, fica-se-lhes á espreita com a lanternaaccesa e, atrahidas pela luz, as nym-buias...

Papae o que é nymbuia? per-guntou Nina, pensando que fosseoutro bicho qualquer ou algum ge-nio máo.

Ah! esqueci-me de dizer-lhesque

"nymbuia" é o nome dado pe-Ios indios r. essas rãns; é como ge-ralmente são conhecidas pela gen-te do interior.

As nymbuias se approximam,dizia eu, e ficam deslumbradaspela luz, e o caçador só tem o tra-balho de prendel-as na rede, e met-tel-as num sacco.

TIO NOUGUI.

*6> sapo

O TICO-TICO 16 — 6 — Novembro — 1929

O G A O S A DOR

— Vem cá, José, que fizeste do do«cumento do Eduardo? Não está na caixa 1— Eu não vi, disse o menino. — Não vis-te? disse o patrão...

...zangado. Quer dizer que perdeste?E's um vadio, cuidas'mais do gato pretocom o qual brincas o dia inteiro que doserviço. Vá te embora para sempre.

Acabrunhado e triste José pegou na suatrouxa e sahiu. Do outro lado da estradasentou-se bem em frente a casa do patrão,pois não sabia para onde ir.

Não tinha pães e estava só no mundo..De repente, ouviu um mia do e disse: deveter acontecido alguma cousa com...

...o bichano... Era o gato que subiumuito alto e não podia descer. José nãovacillou e foi tirar o gato donde estava.

O patrão tambem ouviu o gato fazer bu-lha e foi ver o que era, quando surprehen-deu José trepando para apanhar o gato.

Está bem, bichano, eu te vim buscar, fa-tou José e carregou com o gato. No mes-dio instante, o patrão viu alguma cousa nochão. Correndo o patrão apanhou o pa-pcl e reconheceu o documento do...

. .Eduardo. Deve ter sido o vento queo trouxe pela janella, disse o patrão ale-gremente. José ficou admirado do patrãolão se zangar de vel-o ali e o patrão, pe-dindo-lhc desculpa do erro que...

i...commetteu, insistiu para que voltassepara a casa delle e ainda deu-lhe o bicha-no de presente. José sentiu o quanto erabom ser amigo dos animaes. Pois foi ogato que lhe salvara de tão má situação.

GIGANTE QUE DORMIAAbrindo caminho no meio das mattas selvagens e

cheias de bichos ferozes, e de indios tambem mais fe-rozes, que os bichos, rasgando a machados de gumescortantes o seio fecundo da floresta virgem, seguiam,outr'ora, famosas "bandeiras", varando o recesso dossertões do sul.

Deixaram plantada por onde passavam, na terratão fértil da margem dos rios, no valle ou nas serras,a bôa semente dessa arvore grande: Civilização.

Após a passagem do audaz bandeirante vieram ospadres jesuítas serenos, pregando a doutrina de Chris-to aos selvagens nas suas "malocas", aos mesmos mos-trando o caminho do bem.

Fundaram collegios, ergueram capellas, plantando

nas almas daquellas creaturas a linda semente bem-dita da Fé.

E as selvas de outi^ora nos invios sertões abertasa golpes de ferro, e povoadas depois pelos nossos va-lentes avós, são hoje as cidades que, cheias de vida,se mostram, vaidosas, a quem as visita; nas quaes as"malocas" são altos palácios, os simples collegios uni-versidades e as pobres capellas, por fim, cathedraes!

Bemdicta a coragem do audaz "bandeirante" e domissionário fazendo o milagre, jamais esquecido, deerguer para o mundo esse grande colosso, gigante dor-mindo na selva, —¦ o Brasil.

E. WandErlEy

G — Novembro — Í929 — 17 — í) TICO-TICO

r T IeJÍAVMPAeJuMA LUTA H~ ! /.LLD ,A TORNEIRAY^Y TENHO DE FAT-SPL. >^^©,WK.Ã0 ACIONA?

'/,<_>^Y ° B0MBetRO pftR/!v ^t í^ A iCS^YV DEve £STAf_ COM

í£$&C^ rwxsjz.'- /]1§%wjá [ARre'«üg

l___________i'E5TAMOSS.M

AftUA.I ^>___>n CUSTE O Que CU5TAR. , • / /T.E.E HA.EP- ALGUM foT^) /_ An,/. u_ _____ò \ l I //ÜE5ARRAMAO NO ^Zt? A

A&UA H^-DE VIR. / / / i/ A y ~CANQj-^-^i- ^^K~~\£\ MESMO StCHOVEPL / / / '/// //

i_ «j>> c " ' -—

a/..,. TPM v T^ f] / / a 1 'PRQMpro.Mi

nha senhora, y^r/^-agua te. . v \ \ n //>/ íy^ AHl ^A **** • são 5i,ooo /pf [7^ATE DEMAlj _\YJ ] '//kX^ mp sei.v)iço_r*- M ^fljítf

o P R E S E P E D O^ N A T A L (Pagina n, 10)

1K

'mámémColletn em cartolina, recortem e'guardem as peça3 lesta pagina para con i- toai To«*j letras jun-.i ás pecas devem *er conservadas. — (Contimta

O TICO-TICO — 20 - 6 — Novembro — 1929

^|IS_t^7_ *^_^__________"^__r

<_X>ímJE_PO_.OEWCS^

____5^ $i<^^^_BFr%Didi — (Rio) Sua letra ainda está em forma-

ção. A mão pezada carrega nos traços. Ha muita in-decisão em tudo, nervosismo receio, acanhamento.

As pessoas que nascem a 20 de Maio são: "gene-rosas, cheias de lealdade, mas se zangam facilmente,o que lhes trará muitos desgostos.

Têm bôa memória e são bastante habilidosas eintelligentes fazendo tudo com perfeição. Seu de-feito é gostarem muito do luxo, das commodidadescaras. Gosarão bôa saúde, soffrendo apenas um pou-co do estômago e intestinos.

Lilita Solange — Sua "Historia de uma rosa"brevemente será publicada.

Capi-Haba — (Victoria) Não recebi a historia aque se refere. Quanto a da raposa e a cegonha é co-nhecidissima. Pensou que era novidade? Pois não é.

O horóscopo dos nascidos a 25 de Fevereiro éeste: "Apezar de terem grande capacidade de tra-balho são preguiçosos, amigos do descanço, desorde-nados, negligentes, deixando tudo para fazer á ultimahora. Têm genio alegre, folgazão, communicativo,espalhando sua alegria no lugar onde estiverem. Co-mo amigos são dedicados, sinceros, prestimosos, po-rém temiveis quando inimigos por serem vingativose rancorosos."

L'oiseau bleu — (Rio) A historia do sandalo eido machado já é muito conhecida e tem sido exploradaem prosa e versos por muita gente.

A "Recordação" está cheia de versos mal metri-ficados. Abandone a poesia, dedique-se á prosa, masque seja cousa sua, original. Nada de paródias ou imi-tações. Tenha individualidade nos seus trabalhos.

Fli — (Rio) Até que emfim chegou sua vez, nãoé? Já respondi á Iram. Os que nascem a 22 de Dezem-bro "são tão activos e trabalhadores que a preguiçaalheia lhes faz mal. Tem muita energia e franqueza,gosando bôa saúde. Apenas soffrem de exgotamentonervoso devido a excesso de actividade. Como sãomuito amigos de viajar quasi sempre vão morrer lon-ge da pátria. Seu dia mais feliz é a 5a. feira.

Suas pedras talismãs a turqueza ou o diamante eas cores que devem usar: o amarello o vermelho e overde. Está contente, agora?

Marina Alvear — (Rio) Sua letra revela delica-deza, sentimentalidade, emoção, susceptibilidade, amorás viagens, ao luxo, ao conforto. Espirito phantasis-ta, sonhador, construindo castellos de areia sobre nu-vens movidiças. Um tanto vaidosa, elegante, volun-tariosa, pouco se importando com a opinião alheia so-bre sua pessoa, desde que esteja contente comsigomesma.

Deixa-se levar muito pelos sentidos mais do quepela razão.

E' este o horóscopo dos nascidos a 18 de Junho:"São exagerados em tudo, excedendo-se á meza, peloque vêm a soffrer de dispepsias. Muito orgulhosos donome de sua família c dos brazões dos seus avóengos.São hábeis políticos, nunca estando, entretanto, satis-

feitos com o que fazem, ou com o que lhe fazem.. Têmpropensão para a medicina e gostam muito de viajar".

Os que nascem em 20 de Janeiro "são amigos de-dicados, nobres, cheios de lealdade, com muito tactodiplomático e elevadas aspirações sociaes.

Com facilidade farão fortuna no commercio.Devem se precaver contra quedas e desastres pois

são sujeitos a golpes mais ou menos graves".Maurice Duval — (Porto Alegre) Devia ter es-

cripto em papel sem pauta para se poder fazer o estu-do da sua letra. O dia do nascimento nada tem de com-mum com a graphologia que estuda o caracter pelosmovimentos que se imprime á pena ao escrever.

Orchidéa (Rio) — Letra redondinha é signal debondade, indulgência, doçura, talvez um pouquinho de...preguiça. Como os traços são inclinados para a es quer-da isso, quer dizer dissimulação, reserva, contentação deespirito.

Ha também um pouco de nervosismo, impressionabi-lidade, medo, receio.

Dulce (Rio Comprido) — Tem lido sempre a cor-respondencía ? Si não lê com assiduidade é possivel quetenha sahido justamente no dia em que não a leu.

Sua letra denota bondade, ordem, clareza, gênero-sidade, indulgência, amor ao trabalho. Nota-se aindaum pouco de teimosia ou capricho. Sente-se tambémalegria de viver, franqueza, enthusiasmo.

Dina (Rio) — Letra fina significando delicadezade sentimentos, impressionabilidade, amor próprio multosusceptível, amor ao conforto, ao luxo, mesmo, gosto pe-las longas viagens.

O horóscopo dos nascidos a Io de Março é este:"São generosos em excesso, perdulários, esbanjandotodo seu dinheiro; não tem o menor tino pratico. Têm,entretanto, muita disposição para as artes, principalmen-te a poesia e a pintura.

Pela sua natural timidez não brilham tanto como de-viam pela sua intelligencia e senso artístico".

Eunice V. Pinto — Muito triste sua historia: "Abondade recompensada". Faça cousas menos trágicas.

Rudi. . (Victoria) — Pouco interessante seu traba-lho: "A morte de Conde".

Mindu' (Recife) — Para ser feito seu estudo gra-phologíco deveria não ter feito pauta a lápis no cartãoem que escreveu. Posso lhe dar o horóscopo das pes-soas nascidas a 7 de Junho e que é o seguinte: "Têmmuito orgulho dos brazões da sua familia e se e/vaide-cem dos feitos dos seus avós. São hábeis na medicinae na política, não estando, porém, nunca satisfeitos nemcomsigo nem com os outros. Amigas de viajar, percor-rerão terras longínquas e chegarão a ser ricas depois dos40 annos. Muito exegeradas em tudo, excedem-se á me-sa, pelo que soffrerão do estômago e intestinos". Asletras de que fala parecem um J e um T, ou um P.

O Dr. Washington Luiz nasceu na cidade de Ma-cahé, no Estado do Rio. Como tem muito amor a S.Paulo, dizem, por pilhéria, que elle é "paulista de Ma-cahé", como a Mindú poderia ser "Carioca do Recife",si gostasse aqui do Rio.

Di?. SABE-TUDO

6 — .Novembro — 1929 — 21

UMA* MESA

O TICO-TICO

R I G I N A L'fpy -p* '*** ¦' ¦"i"vn w. i>-fwi^ * ' _ f^T*^*'- """*****' ^ '* *™^*1^-*-»" «-1 ¦¦«-'*•—*' * "m,fmm 7} fT-T ~¦ ¦^-^¦¦''-¦¦•^^-^^^¦^r-.^i^j» — ¦#• ' ¦ -»•-——s-sr--

— Chi! Olha como está a nossa mesa.eu acho que foi o elephante que se sentoune_tl

Não se aborreçam, disse o bode, cuvos ajudarei a fazer uma mesa.

É' uma boa idéa, disse Laura, fa-

...quietinho emquanto os dois carolostomaram o chá confortavelmente. Hal halfoi uma boa idéa, disse Eduardo, rindo.

— Olha, as pernas estão quebradas, dis- çam uma mesa sobre os chifres do bode. — Obrigado, Sr. Bode, pelo grande obscse o ursinho. Então, o bode sentou-se c ficou... quio. — Boa tarde!

A CHEGADA DOS ESCOTEIROS QUE FORAM AO JAMBORINa recepção dos Escoteiros que foram ao Jambori'da Inglaterra, compareceram garbosamente moitas

tropas escoteiras de Nitheroy e desta capital que de-monstraram que o Escotismo está lindamente flores-cente entre nós.

Isso representa uma promissora espectativa parao futuro grandioso da nossa raça.

E' restituindo á finalidade do homem que deveviver junto a natureza e cultivar o solo da sua pátriapara torna-la grande, que sentimos que a educaçãoescoteira diminuirá o preciosismo da burocracia quetorna a rapaziada enfeza, inútil, meros passeadores

ida Avenida e que correm de medo na primeira mani-festação de ousadia guerreira ou patriótica.

O Escotismo educa a mocidade para ser útil ebater-se á si própria, enthusiastica e ardente nos seusideaes.

E na futura mocidade veremos os agricultores, in-dustriaes, guerreiros, caracteres nobres, sem vacila-ções, emfim, homens de valor como a pátria neces-sita..

Foi pois com palpitante emoção que vimos o de-.-filar das nossas tropas escoteiras.

Vimos os Escoteiros do Vasco, Escoteiros daSaúde, Escoteiros do Mar, Escoteiros Israelitas, Es-coteiras da Redemptora, Grupo dos Aymorés, Esco-teiros Coroados.

Vimos as galhardas patrulhas da Federação Flu-minense cujo director technico é o sr. Senna Campos.

Ao chegarem as tropas ao Pavilhão em frente aoMonroe antes de se dispersarem falaram as chefes:Snr. Jefferson de Araújo da U. E. B. e o sr. Eu-clides Deslandes presidente da F. Evangélica que emvibrantes discursos disseram da finalidade da repre-sentação brasileira escoteira no Jambori, que enthu-siasmou o próprio principe de Galles.

O distineto Tenente Proença Gomes que comochefe acompanhou a tropa brasileira ao despedir-sedos seus amigos estava tão commovido que não poudepronunciar uma palavra

Foi tão eloqüente essa despedida que os Escotei-ros agradeceram com uma prolongada salva depalmas.

O TICO-TICO 22 6 — Novembro — 1929

ifl! r_w ^-^n^*jJC^A- ~^^^^^^S^^\ '^-^

NARRATIVAS ESCOTEI R.A S

O meu amigo ArminhoAnte-hontem e hontem, foram 2 feriados que o

nosso Estado commemorou; 15 e 16 de Novembro,Proclamação da Republica e respectiva adhèsão donovo regimen

Fazem 48 horas que não vejo o meu amigo Ar-minho, que é considerado por todos nós como o Kimda tropa.

Todos os escoteiros lhe querem bem e nós pro-curamos imital-o, porque elle é o defensor dos fracos,o mestre dos que se acham "apertados".

E' filho de um commandante de navio mercante.Entrou para o movimento após a concentração detropas no arraial de Nazareth, quando o professorTorres, organizou a Federação. E' o mais sympathicoda patrulha; o mais forte da turma de educação phy-sica; levanta um althére de 25 kilos com uma sómão.

Durante as reuniões não conversa, nem ri: estásempre alerta no banco onde se senta e as mãos apia-das na carteira. Quando o fito, vejo-o rir para mim etenho a satisfação de merecer d'elle um sorriso deamigo.

Acho-lhe graça quando o encontro, com a sua fi-gura esbelta de futuro athleta, de gandóla, calção cur-to e meias pretas com canos azul e branco; o "cow-

boy" na cabeça dourada por cabellos louros, os sa-patos razos de sola dupla e o lenço com os nós costu-meiros. Illustre Arminho! E' sufficiente lidar comelle duas horas para ter-lhe estimação. No tempo li-vre procura trenar o que aprendeu e por isso todos lhe

dedicam muita attenção.- Sabe bem fazer os nós, ap-plicar ataduras, desenhar a Bandeira, explicar a Lei,decifrar os signaes escoteiros, seguir uma pista e nadacomo um peixe. Traz sempre o caderno de anno ta-ções e o caderno de boas acções.

Tem um excellente canivete que recebeu de pre-sente no dia de seus annos. E' um optimo morsistae no concurso de transmissão e recepção, conseguiutrasmittir e receber num minuto um despacho de du-zentas syllabas.

Domingo, pela manhã, vi-o no Museu Ojoeldi, adesenhar um jacaré de accórdo com o original que seachava enjaulado atravez das grades de ferro. Hamuitos dias que está preoecupado em colorir um dese-nho de tucano e em ornamental-o com galhos de sedin-gueira.

O Chefe dedica-lhe muita affeição e quando ovê, passa algum tempo em apreciar os seus trabalhosa

Gosto immensamente d'elle, porque é leal, corteze amigo de todos.

Quando alguém tenta ferir um animal ou inutili-zar uma planta, elle oppõe-se tenazmente e explica-'nos

que tanto uma cousa como outra são obras doCreador e merecem o nosso respeito. Quando lheaperto a mão, sinto-me satisfeito, porque entrevejon'elle um homem capaz de todos os sacrifícios.

Tem um generoso coração e é um excellenteelemento para o nosso grupo.

ASPIRANTE

6 _ Novembro — 1929 23 O TICO-TICO

U M m CAGO INTELLIO-ENTB

Jm cigano tinha o seu carro ambulante que, quando chegava nos logarejos, ser-via para improvisar um circo muito engraçado.

Os artistas amestrados eram um macaco e o papagaio. Aconteceu que o ciganoteve de se ausentar e deixou o carro que era a sua casa, entregue aos seus amigosartistas. Vieram os ladrões e quizeram arrombar a porta do carro para roubar.

Mas, Macaquinho e o touro estavam de sentineüa e jogaram na cabeça dos ia-rapios um balde de água suja que cs poz em debandada. Emquanto isso acontecia,o cigano chegava á toda a pressa.

As creanças são flores do jardimda vida — e como disse o poeta:nas flores encontra-se, a differen-ça da sorte, umas enfeitam a vidae outras adornam a morte.

Nas creanças encontra-se a mes-ma analogia: — umas, são lyrios,brancos como o luar, outras, ma-gnolias perfumadas, á sombra pro-tectora de arvores copadas, ou sãocrysanthemos doirados e magesto-sos, ou ainda rosas lindas, puras,odorosas cultivadas carinhosamen-te pelos jardineiros do amor.

As creancinbas pobres ou abati-donadas, são flores emmurcheci-.das e ás vezes, botões que nãodesabrocham, estiolam-se feneceme morrem antes do florir, da pri-mavera!

E' mister cultivar no jardim davida, as flores do amor, para quese abrolhem como a primavera napolycromia festiva e no esplendorda belleza!

As creanças abandonadas, são

E A N Çcomo as flores que medram aoaccaso no sylvado, por entre gro-tas e espinheiros!

¦ E que seria das creanças do 20Districto, se não fosse as mãosbemfazejas das mestras, que setornaram as fadas miraculosas daslendas encantadas, transformandocom a magia da arte em messesde pão, leite, roupa e remédio —auxílios valiosos, para o cultivo daslindas flores humanas do jardim.da vida.

Às flores se crestam ou fenecemcom o sopro da invernia.

E as creanças enfraquecem-se oumorrem com as adversidades quesão a miséria, a falta de oxigênio,de ar, de sol, de luz, e de pão, quesão os elementos principaes davida!

Nas habitações insalubres, nasmoradas sem hygene, onde não en-tram, muitas vezes, a luz e o sol,as pequeninas são flores de estufaque o menor sopro de adversidadearrebata.

^ S INa orchestração da vida, as vo-

zes infantis são um coro de singu-lar harmonia que alenta e alegra aalma dos que sabem amar

E as creanças são a melhor ale-gria da vida, vede, o que disse dei-Ias um grande poeta portuguez:"Triste daquelle á quem faltaNa vida que se evaporaUma creança que salta,Oue canta, que ri, que chora.

Uma creança que saltaOue canta, que ri e chora,E' uma risonha auroraOue o coração nos esmalta.

Se o desalento me assaltaSe a doença me devora,Dá-me uma extranlia melhoraQue me anima, que me exalta.

Uma creança que saltaOne canta, que ri e chora".

O TICO-TICO — 24 — 6 — Novembro 1929

DE SETE E M SETE DIASPOR GlvMMA D*Al,BÁ

Partindo de outros paizes, mais adiantados queo nosso, anda servindo para as mais disparatadas dis-cussoes a lei do dcscanço aos domingos, que foi a pri-meira coisa que Deus nos ensinou, logo que terminoua grandiosa obra da creação do mundo.

Os nossos leitores do "Tico-Tico" não se mettemiinda nesses debates. Entretanto, vemos garotos deoito e nove annos, que lêem jornaes e discutem po-litica, acabando muitas vezes em brigas, descompos-tura e soccos. .. porque cada um pretende que o ou-tro seja govèrnista ou liberal, conforme as suas sym-pathias.

Portanto, não na motivos para que a gente meúdaseja excluída dos debates, em que a saúde do corpo eda alma está em jogo... tanto mais que muitos dosnossos jovens amiguinhos já andam na labuta da vi-da, forçados pela necessidade, numa idade em que osoutros só pensam em brincar, desobedecer e fazerestrepolias.

Assim, meus, meninos, fiquem sabendo que Deus,dividindo em seis dias ou épocas o trabalho da for-inação de todas as cousas que a natureza nos deviafornecer para nossa utilidade, quiz declarar que no se-tinto dia descançoik... unicamente para nos lembrarque tudo a que anda, se move, trabalha e evolue, paranão degenerar, precisa de um repouso methodico.

A terra produz melhor, si de tantos em tantos an-nos tiver tempo sem lavoura.

Os animaes das selvas têm os seus hábitos de re-pouso. As gallinhás têm épocas em que não dão pos-tura.

A viçunha dos Andes, que é a melhor besta de car-ga, pela resistência e pela força, galgando com facili-dade a? mais altas montanhas, levando pesados far-dos, tem limite certo, tanto para o peso. como parao espaço a percorrer.

E, si o tropeiro não lhe dá o necessário descanço,ella deita-se no chão, não havendo festas nem pança-das que a façam levantar.

Mas, para que vocês não digam que o homem, porser um ente racional, pôde fazer impunemente o quequizer... sem dar satisfações, nem a Deus, nem ásobras da natureza... ouçam a opinião de um homem,sábio e millionario, que tem posto a sua fortuna aoserviço da saúde publica, o grande Rockfeller:

Diz elle que "si chegou aos noventa annos, go-sar.do de perfeita saúde, attribue essa felicidade áexactidao com que sempre observou o repouso domi-nical, tao necessário ao corpo, como ao espirito, quese deve dar a esse descanço hebdomadário muito maisimportância do que ás ferias de fim de anno.

Entretanto ha na vida moderna maneiras tão es-quisitas de observar o repouso dominical, que este setorna prejudicial, em vez de concorrer ao fim paraque foi creado.

G — Novembro — 1929 — 25 O TICO-TICO

O PRÍNCIPE FEIOO rei e a rainha estavam muito

tristes., Ha io annos que eram ca-sados e até então não tinham nemtim filho.

Mandaram vir a sua presençatodos os sábios, cartomantes e fei-ticciros da corte para dizer se aindapoderiam ter algum filho. E' im-possivel por meio de palavras, des-crever-se a alegria do rei quandosoube que dentro de oito mezes te-riam um filho.

Nasceu o príncipe. Chamou-scAry. Era muito feio. Tinha oscabelios cor de fogo, e os lábiosroxos. Toda a corte ficou muitopesarosa por isso.

O pequeno príncipe foi crescendo,sem saber o que poderia fazer paradeixar de ser feio."

Todas as tardes ac escurecer, ia-elle sentar-se á beira de um lagoque havia no parque do palácio.

Um dia, estava alli, quando ouviuuma voz harmoniosa por traz delledizendo: — -Príncipe, por que estástriste? Elle se voltou e viu umafada maravilhosamente bella. Ti-nha os olhos azues, e os cabeliosfinos e louros.

O menino respondeu: — Estoutriste porque sou muito feio. Afada disse: — Se quizeres ser bellotomaras banho no rio Azul que ficano fundo do mar, no meu palácio.Encontras de guarda junto da por-ta de entrada muitos leões, mas es-pargirás sobre elles esta agua queeu vou te dar e verás que immedia-tamente elles cairão em profundosomno.

E dizendo isto entregou-lhe umvidrínho com uma agua esbranqui-cada, e desappareceu no mesmo in-stante.

No dia seguinte o príncipe foipara a beira do mar e viu um peixecollossal que lhe perguntou: — Pa-ra onde queres que eu te leve? Ellerespondeu: — Ao fundo do mar.O peixe tornou: — Monta nas mi-nhas costas e segura-te bem. Omenino subiu, agarrou-se ás suasguelras e fechou os olhos. Teve asensação de baixar vertiginosa-mente.

Dahi a pouco pararam no fundodo mar. O pequeno príncipe desceue foi andando, andando, até queencontrou um portão enorme gra-deado de ferro. Empurrou-o leve-

mente, e qual não foi o seu espantoquando o portão se abriu com es-trondo. Elle ficou apavorado aover que vinham ao seu encontromais de 50 leões cada qual maior,mas se lembrou da agua que afada lhe havia dado, sacou do vi-drinlio e espargiu sobre elles todaa agua. Os leões caíram em pro-fundo somno. O príncipe entrouno palácio, e foi andando por cor-redores intermináveis até que de-sembocou num vasto parque. Aocentro corria um riozinho de águasazues. O menino despiu-sc e ati-rou-se ás águas. Quando sahiu,vestiu-se e foi andando. Qual nãofoi o seu espanto ao ver a sua ima-gem reflectda em um espelho! Nãoera mais aquelle feio menino e simum lindo jovem. Parecia-se em tu-do com a fada. Sahiu do palácio evoltou outra vez p'ra casa nas cos-tas do peixe.

Quando sahiu do mar foi para opalácio. Todos andavam á sua pro-cura, e quando o viram ficarammuito alegres e houve festas nacorte durante muitos dias.

Alfredo Ferreira.

O TICO-TICO 26 — G — Novembro — 1929

A COBRA. O CORVO E O GAVIÃOUma cobra, desejando devorar os filhotes de um

corvo, fingiu-se mu to amiga deste e começou a especularonde estava o seu ninho.

O corvo, nada desconfiando, contou onde estava e acobra, lhe disse:

Olha, compadie corvo, é preciso tomares muitocuidado com o gavião, quando precisarem sahir; pois elle éuma ave perversa: e se encontrar com teus filhotes elle osdevorará sem piedade. Entretanto, eu posso me encarregaide vigial-os, emquanto estão no ninho, durante a lua au-stncia. Podes depositar confiança cm mim que não te ai-rependerás. A única cousa que te peço é de nie av;.:rquando elle estiver voando por perto de minha morada paraque eu possa esconder meus filhos, porque elle .^sum.aroubal-os, e eu não posso atacai-», porque elle foge emseguida e eu não tenho asas pára perseruil->.

Está bem. respondeu o corvo.D'ahi a pouco, firejou iue hav:a um boi morto étn uni

sitio distante e, chamando a cobra, disse-lhe:Eu vou fazer a minha refeição e trazer também

para meus filhos. Segundo o nosso accordo você tem deolhar meus filhotes durante a minha ausência, demoro umpouco, por isso não te impacientes.

Vá descansado, respondeu a cobra.O corvo levantou o vôo e logo desappareceu, e a cobra,

mais que depressa, foi ao ninho e lá devorou os filhotesdo corvo.

Quando este voltou, não encontrando os filhotes noninho, procurou logo a cobra para saber o que havia acon-tecido emquanto esteve ausente. Encontrando-a, interpellou-a,e esta, maliciosamente, respondeu-lhe:

O que havia de acontecer!... O gavião pegou todosos teus filhotes: quando lá cheguei nada mais pude fazerporque, logo que me viu, fugiu!. .\

Ah perverso! Vou procural-o e desafial-o parauma luta.

O corvo sahiu logo, encontrou-se com o gavião elhe disse:

Covarde' Fostes pegar meus filhotes durante aminha ausência! Agora teremos que ajustar contas!...

Que historia é essa ? — retrucou o gavião. Nuncame approximei do teu nnlio e como é que ousas dizer quefui eu quem devorou teus filhotes? Você deve estar engando!

Não estou, não! Pois a cobra te viu devorando osmeus filhotes e fugir cm seguida quando ella se appro-ximava para defendel-os!

Ah! Foi ella. então, quem te deu essa informaçãomentirosa? Pois bem, eu hei de me vngar! E cre:a quefoi ella mesma quem os devorou, porque certa oceasião de-vorou os meus também e até hoje não pude me vngar!Se fosse eu estará ainda com o bico sujo de sangue eteria deixado pennas no ninho, por isso é melhor aperta respor ella para te dizer a veruade, e conforme forem as res-postas, já você pôde ver quem é que está com a verdade.

Voltando novamente o corvo a conversar com a cobra,ficou desconfiado porque ella estava empaturrada e se moviacom vagar.

Vamos, comadre cobra! Foste tu quem devoro-imeus filhotes porque estás empanturrada! E's tratante ementirosa e queres ainda mtrigar-me com o gav ão. E' me-lhor deixares de embuste. O que é que comeste para esta-res assim ?

Uns pintos. Não foram teus filhotes porque erambrancos, se fossem, deveriam ser pretos, não é verdade?

Ah traidora! Não sabes, então, que meus filhotessão brancos quando nascem ? Bem que eu estava descon-fiado; mas tu lias de me pagar! -x

Oh! Não se vingue de mim. Se devorei teus filhotesíoi por engano, pensei quw etam pintos. Juro-te que não tor-narei noutra. Além disso, te prometto que de ora em deantenão ha de te faltar alimento, porque neste campo ha muitosanimaes e, quando tiveres necessidade, me avise que eu ireibem escondida mordei-os, e as minhas niordeduras são mor-taes porque tenho veneno e a carne envenenada não te fazmal algum! Es'á bem?

I>e accordo, retrucou o corvo, fingindo acceitar aproposta, porém, pensando em vingar-se.

Para isòo procurou o gav'ão novamente e expoz o casotodo e este disse:

Então a cobra, além de todas as mentiras ainda disseque eu fujo delia? Ora compadre corvo, o melhor é dar-mos cabo delia; basta que queiras me auxiliar!

Oh! estou ás ordens.Bem. Volta outra vez para jtin'o delia e comece a

discussão e, quando ella estiver meio enthusiasjnada, diga-lhe:Tome cir.dado! Trate de se esconder porque o gavião andapor perto e, quando ella começar a enfiar a cabeça na ma-cega,' dê-me um signal. que eu descerei rapidamente e asegurarei com as unhas pelo rabo e levantarei c vôo e láde cima a deixarei cahir no chão e ella ficará toda quebrada,e em seguida me banquetearei com suas carnes,

Conforme foi combinado o corvo voltou onde estava acobra e começaram a discutir, e quando e1Ia se entliiisiasinou,o corvo disse:

Cuidado! Fale baixo; o gavião andi por aqui perto!E deu um signal,

A cobra tratou de fugir, mas o gavião desceu rápida-mente e agarrou-a com as unhas e subiu nos ares e de ládeixou-a cahir no chão.

Então o corvo, chegando perto delia, que estava aind icom vda e já estava sendo devorada pelo gavião, disse-lhe:

E' esse o castigo que merecem os traidores, intri-gantes, malfeitores e mentirosos!

LÉO PARDO

, . ..,, , .& filhinho do Sr« Fernandosobrinho e afilhado do sy, ,, Pereira Cardoso.rlosso companheiro jf*_9| _ r 'ti

Cícero Valladares. I | JW\

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FRANCISQUINHO e MARIAMNHO, _ .*TF .-jg-T "**¦ filhos do Prof. Dr. Prado Valladares, da A_Jt'V?\^ k_f_/ -*---¦

I I Faculdade de Medicina da Bahia. r^ Jk^Z^-flír __í *

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NOYEDDA RISOLETA PEREIRACARDOSO.

— Capital —

ssosAMIGyiNHOS

JOÃO EXPEDITO,filho do Sr. Rigoberto Telk*.

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Tando havido multo, jogos infantis, os vencedo-rM rsc-beram como prtmlo muitos s lindos exempla-m dssta rsrista, os quass foram fmtlliMtvU offs-recldo» pelo Sr. Jos» Ds Amòrs nosso SfsnU srsprsstnUnU naquella localidads.

Anna, filhinha do Sr. Euganln Pap«.— Capital. —

I I Dennlê LouJi Croas, /flfl \ filho do Sr. Thomaa /fl^k\ Henry Croas. / M\

^LNs— Capital. — /kWl_________^Ss^»«__ »^*^\*__faB ______ i-fl" __¦

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Novembro—-1929

D._ 29

E PÒ TICO-TICO

L A JR

Um UAo, capacitado da sua foi.;.-.. S^IlIPÉl Bi A SUa f0rfia pro,,islos:l Darccla ln-'—

Sou o rei. hei de comer os ani- ^3__tÍi_§ls BI «&**¦ vezes uma nuvem de po an-

ArR>oH.»i.

o leão; a nrvore era o lar do s°rllla,onde morava, com a mulher. Q ujh filho. .O gorilla, por sua \cz. viu o kvò o puz-sa eni ;;uanla. e tomando um bom cacetoesperou o ataque do leão. Esto nio se

fez esperar, e.filj" i-.iito appioximcõiie ,' 1 .fortes cacetadas no leSo> atf mital-J).¦lio adversário. Empenh&rnrn-se n'urr.a i>.-pois, como se ¦¦• nada ...houvesse vôl-

¦•' luta titahica ton para junto Ua família e do seu lar.O gorilla, com se.13 poderosos bra-

ços, empunhando um p a u, davaduo era a arvore, deixando o cadáverdu rei á sanha dos ur.ibJU.

O TICO-TICO -30- t; _ Novembro - 1929

[sabonete predilecto]

y.-^--.-.-w-.-.-^.-.-.-.-.-. .••-.".-J".-L^.

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Si cada sócio enviasse á Radio Sociedade umaproposta de novo consocio, em pouco tempo ella po-deria duplicar os serviços que vae prestando aos quevirem no Brasil.

/3T-W >gtori flmmit \»1¦oi !¦•••»• «sj iz|lõ\ *¦ '- ' /~I

•...todos os lares espalhados pelo inimenso ter-ritorio do Brasil receberão livremente o confortomoral da sciencia e da arte...

RUA DA CARIOCA, 45 — 2o Andar.

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I.r-u-.-^.-.^r."w-j,."^^w-^^j-.-^.".v^j'J-^.v-."j%r^^.-.-.-.-.^-^'.-.-j».'

COQUELUCHE eTQDâSasTOSSESDE CREAMCAS

XAROPE NEGRI£/Í TODAS AS P/f A/f/iAC/A 5

S.A.5CIÍT0PP0 nEGRI-niLAnO-ITALIA

A HYGIENE DAS MÃOSO asseio do corpo e principalmente das mãos

deve merecer especiaes cuidados do menino. Hauma infinidade de moléstias que são contrahidaspelas mãos desasseiadas^

&\- Ha alguém em sua casa^com dôr de dentes ? 5

Compre í

CeraDr. Lustosa

'¦'-w.rjwj-.v^".-.r.r^w.wj>.r

• ' mira—

TROVAS

Com o teu vestido de cassa,Flora trança, o porte nobre,E's a Rainha da GraçaDo meu reinado de pobre.

O Mar confiou na LuaE a Lua trahiu o Mar,Quiz o céo de onde fluetua,Como Rainha, a reinar...

Quando, pois, na Natureza,Xoites de lua resplendem,O Mar tem essa tristezaQue só os tristes entendem...

Adelmar Tavares

L • - E I A - 3!

ESPELHO DE LOJA DE

Al h a "de

MelloNAS LIVRARIAS

APOLLO — é o nome do interessante jornal infan-til, mensal, feito pelos alumnos do Grupo Esco-

lar Celestino Silva, desta capital, e editado pelo Cir-culo de Paes e Professores do mesmo grupo.

Muito gratos á gentileza de APOLLO pelas refe-rendas feitas ao Chiquinho no seu primeiro numero.

.-.-.-.-.-.---.-

-------

$araunt)asíittíras<tsrf(SafoftaEgy Cinearte-Albumly . - -~l

_piXüosi.ôsin?a pubíieaçao |!eora eoRterjas1 do retratos'* eôflajjirjes aptislas mais roíavQis,

.. <fe tela er?? iodos os palzos. (cMMÍÈ'

f.-."----.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.".-.-."^--.-.-.--"

Pj^

CAKNEVEGETAL ISabor agradável alimenta mais que ALIMENTOleite e se digere mais facilmente que COMPLETO A BASE

aquelle DE CEREAES

íl — Novembro — 1929 ^-31 O TICO-TICO

filmem :f toGmmiimm§RESULTADO DO CONCURSO X.. 3.373

1 \\ tf \

A solução exacta do concurso]

Solitclcmistas'. — Zuleide Ramalho, SimãoBarbosa, Livia Lagea da Silva, Isaura Al-ves Rosa, Willy Meyer, Sily Luz, Baphaeli-nho Lichteiistein, Pedro Jorge Tavares,Ivan Castello Branco, Ananias Santos Sou-za, Euripedes Alleluia, Maro Berneldi, Tali-tha S. da Fonseca, João Jorge do Barros,Joaquim Bulier ds Almeida, Yedda BegalPossolo, Maria de Lourdes Costa Nunes, Bu-tens Telles Pereira, Orlando Mellim, Mu-3-illo Lins Mallet Soares, José B. da Rocha,Manoel M. Santos, Renato de Menezes, RitaMayall, Edevaldo Nascimento, Lino Euge-nio da Cunha Brandão, Maria Cecilia Fran-co de Jesus, Alderico de Araujo Bispo,Yedda Mello, Octaviano Galvão, Dulce deMiranda Cordilha, José da Silva Mangual-de Orchidéa Pereira de Oliveira, Lucy Au-gusto do Andrade, Nathan Roisman, MariaFlora Barroso, "VVladimir dos Santos Mello,Maria Nazareth Pereira, Aurelia Wrlcoes,Nelia da Fonseca Rodrigues Lopes, MariaJoaquim Fernandes, Aluizio do Carmo Wcr-melinger, Gilberto Dutra, Waldemar Lud-wig, Paulino JosS.

Foi o seguinte o resultado final do con-o.irso:

PÍLULAS

^Sl S I k ^H ^ jw-Afi

(PÍLULAS DE PAPAINA E PODO-PHYLINA)

Empregadas cora suecesso nas me-iestias do estômago, figado ou iniesCnos.Essas pílulas além de tônicas, são indi-cadas nas dyspepsias, dores de cabe-ça, moléstias do figado e prisão de ven-tre. São um poderoso digestivo e regu-larisador das funeções gastro- itrtcstt-nacs.

A' venda em todas as pharmac"a?. Depositarios: João Baptista da Fonseca,Rua Acre, 38 —* Vidro 2$500, pelo cor-reip 3$000 — Rio dc Janeiro.

a» Prêmio: i<> Prêmio:

AUBELIA WILCHES MARIO JOAQUIM FERNANDESde 12 annos dc idade e morador á Estrada

«le 10 annos de idade e residente a nsá de Sarapuhy, Merity, Estado rto Rio de \f-Menna Barreto n. S3, nesta Capital. neiro.j

SIM MAMÃEZINHA!

Se «devo tomar um purgante prefiro ã

Magnesia S. Pellegrinoaquella que tu sempre preferes e

Üizes que faz tanto bem!

MMNEHAS. PELLEGRH«0

O TICO-TICO - 32 - « _ Novembro — 192!)

RESULTADO DO CONCURSO N.. 3.331

Respostas certas:

1» — Mancha.2* — Cantagalio.3« — Peru'.4» — Armário. • .6- — Cato — Fato.

Solucionistas: — Paulo Affonso dl GesuMarques, Yara Guedes, Antônio Ruflno.Amaury das Neves, Jesus de Mattos Penna,Roberto Gianville Costa, Mara Leonor Nu-nes Alves, Lcny Carneiro de Si, WaldemarRodrigues, Paulo K. de Oliveira,' José d»Oliveira. Edgard Gonçalves Rogo, LedaCarvalho Pereira. Climerlode Oliveira, Ma-ria da Penha Ramos, Yolanda Rodrigues.Elza Paes da Figueiredo, Jose MarquesNetto, Roberto Alyrio L. Rosa, GilbertoLeite de Barros, Carlos Affonso de Figuei-redo, Antônio Rodrigues, Nathan Roisman.Celso Fortutiato da Silva, Darvino Ramosde A. Edm_a Ferreira Lage, Carlos JorgeG. Alha-das, Rita Mayall, Celso Emilio Fi-gueiredo Damazio, Maria Rachel dos San-tos, Waldemar Portugal Freixo, Paulo Bran-dão Alvim, Cid Ógnibene, Glaby Browne,Hélio M. Corrêa, Leonidas Macarof, MariaEunice Rezende Costa, Elvira Xavier doMello, Adão Peixoto de Oliveira, Jose daSilva Mangualde, Ernestino Fischer Santos,Jesus Bello Galvão, Adeêlej Migon, Magda-lena Strauss, Victor Fillinzer, Tuy Paivade Araujo, Abrahão Cohen, Mercedes OU-veira Correia Carmo, Waldyr O. C. Car-mo, Remy Queiroz Guimarães, Hélio cioMagalhães, Abilio CorrEa do Carmo Junior,Maldyr Dantas de Brito, Oswaldo FerreraCandèas, Paulo Soeiro Rebello, Edison Ca-ruso, Murillo Lins MaJlet Soares, Cláudio-nor Lobo da Souza, Cacilda Celeste Viiiar,Joaquim Bulier de Almeida, Maria da Con-ceiçâo Moura, Jose da Cruz Vidal, HélioGonçalves de Oliveira, Ileüo Affonso deCarvalho, Old.mar Couto, Jacob Bocher,liberto Carneiro Werneck, Marina Fernan-des, Nancy Boha Negrão, AUalr Capparelli,Miguinha, Waldemar Ludwig, Yolanda Vazde Lima, Aracy Thomé, Isaac de Castro,Pedro Tonidandel Maria de Louiies Couto,José Alberto Werneck, Ruth Leal Machado,João Jorge de Barros, Armando do3 Anjos,Lucila Elisa Ribeiro, Tiieopompo Johson,Lucila Elisa Ribeiro, Theopompo Johnson,cerda Aguiar, Maria da Conceição, "Tala"Arlette da S. Duarte, Luiz Walter Prins,Cecilia Moura, Theocrico Johnson, AlamiroFerreira Martins, Talitha Sampaio da Fon-seca, Mario Ferreira Gomes, Elzira Serra,

-VV-VN<VVV*rVV-^A^VVVVVVVVrV^>VVVVWVW<íV»,

A HPiJÇ(AMEAÇA"OSSOS

ILHOSNOSSOS-'

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DAE-lHES(f£M 0£MO/tA.

j$ ""ÍÇ,° REMÉDIO QU6 -ITA "I^omo.ÇASTROENTfRlrE FEBHfii.nsomn7a.Diarrhea.eolicis\|^"f

Acabemos com as merendasdesiguaes!

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ADMIRÁVEL M

Um acatado mestre em pediatria e

medico escolar brasileiro reco-nheceu em bôa hora o pouco valoralimenticio das merendas, que os alum-nos levam para a escola c que devo-ram ahi nas horas de recreio, e comalto critério, introduziu este sábio es-peciallsta, o copo de leite,QUE SENSATA E E D I D A |

Siiramos o exemplo das escolas na America do Norte, onde se dá systematica-mente ás creanças, como lunch, uma bôa chicara do Leite Multado Horlick c onde,por pesagens continuas, é verificado o augmento do peso nas creanças atrazadas, ali-mentadas com este leite. Isto seria o complemento ideal desta medida louvável em to-dos os sentidos.

O Leite Maltado Horlick não deve ser posto, quanto ao seu valor nutritivo, emparallelo com o leite de vacca. O Leite Maltado Horlick reúne em si todas as subs-tancias necessárias para o sustento das nossas funeções orgânicas, de sorte que o leitede vacca pôde ser perfeitamente dispensado.

Paes, Mães, Professores e Autoridades, que tendes que velar pelo saúde da novageração de que depende o futuro da Nação, dai aos vossos tutelados o Leite Multai»Horlick, e eni pouco, coroada a vossa iniciativa, vereis creanças sadias, robustas ealegres.

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' _os6 Sampaio Guimarães,

Antônio da Fonseca Sobrinho, Ycdla Ma-/.-zillo, Dulce do Miranda Cordilha, Ney An-tero Câmara de Campos, Clelia Maria d»Santiago Mascarenhas, Ayrton Sá. dos San-tos, Dina Maria das Neves, Dylon Drum-mond, Marilia Souza de Lamare Leite, y.d-d i Moreira da Silva, Noomla Francisca Mu-niz, Maria Augusta Moreira, FernandesOctavio Gonçalves, CJirlt)3 Affonso de Fi-

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gueiredo, Mario Ferreira Gomes, Jos_ daCruz Vidal, Nestor Lyra, Gilberto Andrade,Dulce Vervioet Gomes, Jos_ Ncpomuceno deAguiar, Josô Campello Filho, Wladlmlr dosSantos Mello. Edith Marianno da Rocha,Alda Soares da Costa, Maria de Lourdes N.Antunes, Cléa Carneiro da Cunha, DloneJardim dos Santos, Ida Netto, Vionillo Car-valho da Sliva, Mary de Castro Lima, Ma-rina Fernandes, Yolanda Metelio, MiltonMarques da Cunha, Moacyr Teixeira daSilva, Dinorah Amaral Guedes de Mello,Cai los Mostaerl Seixas.

Foi premida a concurrente:

... YEDDA MAZZILLO

de 7 annos de idade e moradora em Para-hyba do Sul, Estado do Rio de Janeiro.

ü — Novembro — D)2í. Sò — O TICO-TICO

CONCURSO N . 3.393

TARA 05 LEITORES DESTA CAPITAL E DOS DOS ESTADO..

VV>AAAMWV\

O carroceiro que vocês estão vendo nagravura Junto nâo sabe onde se escondeuo animal que puxava a carroça. Ajudem-n'oa procurar o burrinho e, se o encontrarem,terão decifrado o concurso.

As soluções devem ser enviatlas _. reda-.ção d'0 Tico-Tico devidamente assignadas.separadas das de outros quaesquer concur-sos e acompanhadas nâo só da declaraçãode idade e residência do concurrente comotambém do vale que vae publicado a se-guir e tem o n. 3.393.

Para este concurso, que será. encerradono dia 1 .de Dezembro vindouro, daremos

como prêmio, de 1° e 2» logares. por sorte,entre as soluções certas, dois ricos livrosilliistrados para a infância.

B^-' YíO \AÍ?

P.\R4.0۩no[jrǩ

N 3 9 4CONCUI.SQpjúta os leitores desta capital e dos

Estados próximos1" — Um casal que não deixa de ser

curioso: elle tem cabeça e não tem olhos:ella tem olho e não tem cabeça. Mas nema cabeça pensa, nem o olho delia vê. E vi-vem quasi sempre presos, elle pelo corpo en-terrado só com a cabeça de fora e ella pelopescoço, amarrada á longa corda que ar-rasta comsigo, por onde vae, quando ca-minha. Dizei os nomes dos dois objectosque constituem o casal.

(3 syllabas).Antonietta Lobosque

2» — Qual a fruta que sem as duas ul-Umas syllabas 6 animal?

(õ syllabas).Maria Augusta..

3» — Qual a ave cujo nome é formadopor dois tempos de verbo?

(4 syllabas).Lourdes Vieira

4» — Qual. a parte do corpo qua é for-mada por advérbio de lugar, o pelo adje-ctivo qualificativo?

(3 syllabas).Mario do Valia

3.393

5* — Qual o nome de mulher que é formado por dois nomes de mulheres?

(4 syllabas).Alvino Faria

As soluções devem ser enviadas ã. reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente assignada^acompanhadas do vale a. 3.334.

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Pará esie concurso, gue serA encenadono dia 20 de Novembro, daremos como pre-mio. por sorte, entre as soluções certas, umrico livro de historias infantis.

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i

AS AVENTURAS DO CHIQUINHO

X^ n, lalwa Vidas /^ ' >^

/ tT~(rí^il^^~C^^<^J . /i^*© \ Chiquinho arranjou sete bexigas de "~-^^ \/^~Jpx<*/K

"^SE^-^liN. ''©-**' -hC-*0 ^\ boi, encheu-as de ar e unidas por um cor- ^—n^^ O- ^^y \AT>^í&a~i,uil^^^^r^~I^'^3S^2-^f^^v't-A dei ^ez dellas um salva-vidas para tomar /' -^/^-Jk, *."* *\ rfe J(. £ v -^.^ \

/ ^X/^™^J^-\ ~~/W&\ ~-^~~~~ ©i banho no rio Metteu-se nagua-com os ü~ ' 'l^-^^ÂJ^

©~>j£ '^H ^-v—»\'-~ /^T^t~^)í ]/-©

"íi W{~^'- 'rr 1\ fieis companheiros No melhor do banho I^^S^^êí c .°> éb* - V **^^-©- / \

v^cS uíS©©—• --^"~" '• ^*KáS§L ~" v'u emerS-r na sua__frente a cabeça... AT'", •, "í ^ . © v - Jf> jjL£u*;^ ^Víã£'A'^~ *•- '^"* \

*-/^*^\*^-~~~ j ••• de um jacaré. A correr, sahiu d'agua i ^^^MÉjP^ff\ S^ •<*"*" /^l *r i'T / deixando na margem do rio o salva-vidas. \ ^W*^£*-

^SfC / VCN"©/—\ /•>i*^s^S. / O jacaré, vendo aqueilas bolas, tomou-as \ -*-**''"', vve-- • ^ /^"Sw) /""^ /L' I Jy P°r ov°s e avançou. Os garotos mette- \ ^ fc . *_ - • .\^/^.'\^J /

^^"'A^X / j ram-se atraz de uma pedra ô dahi assisti- V2^" ¦""*"* ->^~ **—^ ^. _^^ /

•^. ** / i ram o amphibio arrebentar nos dentes, \ , <~ ^v*^" -g y/j j/ I uma por uma, todas as bolas —Sim se- \> »»-*"' :?/Í/>«^ nhor, falou Chiquinho, aquillo é que c urn >w ^/¦>r verdadeiro salva-vidas. ^*^v^_^ ^t*r