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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos Anna Karolina Cruz Duarte ANÁLISE METABOLÔMICA DE CÁLICES DE HIBISCO (Hibiscus sabdariffa L) E AVALIÇÃO FITOQUÍMICA E ANTIOXIDANTE IN VITRO DE SUAS INFUSÕES Diamantina 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos

Anna Karolina Cruz Duarte

ANÁLISE METABOLÔMICA DE CÁLICES DE HIBISCO (Hibiscus sabdariffa L) E

AVALIÇÃO FITOQUÍMICA E ANTIOXIDANTE IN VITRO DE SUAS INFUSÕES

Diamantina

2019

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Anna Karolina Cruz Duarte

ANÁLISE METABOLÔMICA DE CÁLICES DE HIBISCO (Hibiscus sabdariffa L) E

AVALIÇÃO FITOQUÍMICA E ANTIOXIDANTE IN VITRO DE SUAS INFUSÕES

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como requisito para obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Harriman Aley Morais Coorientadora: Prof.a Dr.a Cristiane Fernanda Fuzer Grael

Diamantina

2019

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Dedico este trabalho à luz dos meus olhos, à

minha alegria de viver: minha irmã Anna

Paula, aos meus amados pais Paulo César e

Vanda (im memoriam) aos meus amigos e ao

meu amor Geidson Vitor por todo amor,

carinho e apoio.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, milagre supremo de amor. Que do teu Sagrado Coração fez

morada onde me abriguei no tempo de dor e de onde tirei forças para seguir meu caminho.

A minha mãe, Vanda (in memoriam) que desde o berço me amou e me preparou para enfrentar

todos os espinhos do caminho em busca da minha felicidade e que, dos céus agora, me

acompanha e torce por mim!

Ao meu pai, Paulo Cesar (Chopinho), pelo amor, apoio, carinho, suporte e força.

A minha irmã e afilhada Anna Paula por estar presente em todos os momentos, a minha avó

Alaide, as minhas tias Verônica e Marlene, minhas madrinhas Valéria e Celme por cuidarem

de mim como filha. Família, vocês são meu porto seguro!

Agradeço ao meu amor Geidson Vitor e as minhas amigas Rosana, Cristiane e Adriana por

sentirem minha dor comigo e não terem permitido que eu desistisse. Saibam que a vida seria

infinitamente mais triste e difícil sem a presença de vocês.

Ao professor, orientador e amigo Harriman Aley Morais, por seu exemplo de profissionalismo

e competência. Por despertar em mim um novo modelo pessoal e profissional: mais real, mais

leal, mais humano, mais amigo, mais verdadeiro e mais feliz. Não tenho palavras para

agradecer a compreensão, apoio e paciência com que me conduziu ao término deste trabalho.

À Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, minha casa desde a graduação!

Em especial à Engenharia de Alimentos, por despertar em mim esta paixão, ao Programa de

Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA) por ter me recebido.

Agradeço aos Departamentos de Farmácia e de Ciências Básicas pelo apoio, compreensão e

utilização dos equipamentos, em especial as servidores e amigos Kelly, Vivianne, Dayana,

Ricardo e Gabriela pelo suporte ao longo do mestrado.

Ao Mauro, pela disponibilidade e auxílio prestado no tratamento estatístico dos dados.

A banca examinadora, que se dispôs a enriquecer este trabalho com toda a sabedoria que lhes

cabe.

A todos que, de alguma forma contribuíram para a realização deste sonho.

Sou mestre!

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Mas não é possível segurar o tempo. Em relação a ele, a única coisa de que podemos nos apropriar é a

experiência que ele nos permite construir o tempo todo. O que você vai fazer com esse tempo que vai passando?

O que você está fazendo com esse tempo que está passando? Para mim, essa reflexão é a chave geral que “liga” a lucidez das

escolhas. (ARANTES, 2016, p. 47).

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RESUMO

A comunidade acadêmica têm estudado exaustivamente o hibisco devido às diversas alegações

de saúde relacionadas à sua rica composição, como antihipertensiva, antitumoral,

antimicrobiana, diurética dentre outras, ocasionando um crescimento exponencial em seu

consumo, especialmente na forma de chá. Espera-se que durante o processo de infusão, os

compostos fenólicos presentes no cálice do hibisco migrem para bebida conferindo a esta suas

propriedades. Logo o presente trabalho se dividiu em duas etapas: A primeira objetivou detectar

e identificar os principais compostos presentes no chá de hibisco comercial, por espectrometria

de massas com ionização por paper spray. A segunda etapa foi realizar o delineamento

composto central rotacional visando avaliar a influência dos parametros temperatura, tempo de

infusão e volume de água no teor de compsotos fenólicos, flavonóides, na atividade

antioxidante e na presença de classes de compostos através da triagem fitoquímicaAs mesmas

serão apresentadas na sessão cinco, nos capítulos 1 e 2 no formato de artigo. Os resultados do

delinemento experimental não convergiram para um ponto ótimo de extração, porém foi

possível observar a influência significativa dos parâmetros escolhidos nas variáveis resposta.

Quanto à espectrometria de massas, A análise do PS-MS nos modos positivo e negativo

permitiu a identificação de várias substâncias, entre elas, ácidos orgânicos, açúcares,

flavonoides e antocianinas como luteolina 7-O- diglucuronideo, delfinidina-3-O-hexosideo,

cianidina-3-O-sambubiosídeo, dentre outros, sendo possível comprovar a presença de diversos

compostos bioativos na infusão comercial.

Palavras chave: Hibiscus sabdariffa L. DCCR. Compostos fenólicos, PS-MS

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ABSTRACT

The academic community has extensively studied the hibiscus because of the various health

claims related to its rich composition, such as antihypertensive, antitumor, antimicrobial,

diuretic among others, causing an exponential growth in its consumption, especially in the form

of tea. It is expected that during the infusion process, the phenolic compounds present in the

calyx of the hibiscus migrate to the beverage conferring thereon their properties. The present

work was divided in two stages: First, to detect and identify the main compounds present in

commercial hibiscus tea, following the manufacturer's guidelines, by mass spray ionization

mass spectrometry. The second step was to perform the central rotational compound design

aiming to evaluate the influence of parameters temperature, infusion time and water volume on

the content of phenolic compounds, flavonoids, antioxidant activity and the presence of classes

of compounds through phytochemical screening. They will be presented in session five,

chapters 1 and 2 in the article format. The results of the experimental delineation did not

converge to an optimal point of extraction, but it was possible to observe the significant

influence of the parameters chosen in the response variables. Analysis of PS-MS in the positive

and negative modes allowed the identification of various substances, including organic acids,

sugars, flavonoids and anthocyanins such as 7-O-diglucuronide luteolin, delphinidin-3-O-

hexoside, cyanidin-3-O-sambubioside, among others, and it is possible to prove the presence

of several bioactive compounds in the commercial infusion.

Keywords: Hibiscus sabdariffa L. DCCR. Phenolic compounds, PS-MS

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 19 2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 21

2.1 Objetivo geral ................................................................................................................... 21 2.2 Objetivos específicos ........................................................................................................ 21 3. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 23

3.1. Breve Histórico sobre os Chás ............................................................................. 23

3.2. Hibisco (Hibiscus sabdariffa L.): características gerais .................................... 24

3.3. Metabolismo secundário: aspectos gerais ........................................................... 26

3.3.1. Compostos fenólicos ............................................................................................... 29

3.4. Alegações de saúde dos compostos bioativos do hibisco .................................... 32

3.4.1. Propriedade antioxidante ....................................................................................... 33 3 METODOLOGIAS ............................................................................................................ 37

3.1 Matéria-prima .................................................................................................................. 37

3.2 Análise metabolômica do hibisco por espectrometria de massa ................................. 37

3.3 Delineamento experimental da atividade antioxidante ................................................ 38

3.4 Preparação das amostras ................................................................................................ 40

3.5 Triagem fitoquímica ........................................................................................................ 40

3.5.1 Açúcares redutores ........................................................................................................ 40

3.5.2 Alcaloides ....................................................................................................................... 40

3.5.3 Aminoácidos ................................................................................................................... 41

3.5.4 Antraquinonas ............................................................................................................... 41

3.5.5 Esteróides ....................................................................................................................... 41

3.5.6 Fenol .............................................................................................................................. 41

3.5.7 Flavonoides .................................................................................................................... 41

3.5.8 Glicosídeos cardíacos..................................................................................................... 42

3.5.9 Saponinas ....................................................................................................................... 42

3.5.10 Taninos ......................................................................................................................... 42

3.5.11 Terpenos/terpenóides ................................................................................................... 43

3.6 Determinação do teor de compostos fenólicos totais .................................................... 43

3.7 Determinação do teor de flavonoides totais .................................................................. 43

3.8 Avaliação da atividade antioxidante .............................................................................. 44

3.9 Análise estatística ............................................................................................................. 44 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 45

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4 CAPÍTULO 1 – ANÁLISE METABOLÔMICA DE HIBISCO (Hibiscus sabdariffa L.) USANDO ESPECTROMETRIA DE MASSA POR PAPER-SPRAY .............................. 55

RESUMO ................................................................................................................................ 55

ABSTRACT ............................................................................................................................ 56

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 56

2 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 57

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 59

4 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 65

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 65 CAPÍTULO 2 – OTIMIZAÇÃO DO TEMPO DE INFUSÃO, TEMPERATURA E VOLUME DE ÁGUA NA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CHÁ DE HIBISCO (Hibiscus sabdariffa L.) .......................................................................................................... 71

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 72

2 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 73

2.1 Reagentes e amostra ................................................................................................... 73

2.2 Otimização multivariada ........................................................................................... 73

2.3 Preparação das bebidas ............................................................................................. 73

2.4 Triagem fitoquímica ................................................................................................... 74

2.5 Determinação do teor de compostos fenólicos totais ............................................... 74

2.6 Determinação do teor de flavonoides totais ............................................................. 74

2.7 Avaliação da atividade antioxidante ......................................................................... 75

2.8 Análises estatísticas .................................................................................................... 75

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 75

3.1 Otimização multivariada ........................................................................................... 75

3.2 Triagem fitoquímica ................................................................................................... 76

3.3 Teor de compostos fenólicos totais ............................................................................ 78

3.4 Teor de flavonoides totais .......................................................................................... 82

3.5 Avaliação da atividade antioxidante ......................................................................... 84

4 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 89

REFERENCIAS ..................................................................................................................... 89 Anexo I– Graficos de superfície de resposta para para o teor de compostos fenólicos totais nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus sabdariffa, para a amostra HS1 (A, B e C) . 94 Anexo II– Graficos de superfície de resposta para para o teor de compostos fenólicos totais nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus sabdariffa, para a amostra HS2 (A, B e C) . 95 Anexo III – Graficos de superfície de resposta para para o teor de flavonóides totais nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus sabdariffa, para as amostras HS1 (A, B e C)..... 96 Anexo IV – Graficos de superfície de resposta para para o teor de flavonóides totais nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus sabdariffa, para as amostras HS2 (A, B e C)..... 97

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Anexo V – Graficos de superfície de resposta para para o teor de atividade antioxidante pelo método DPPH expresso em % de Inibição nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus

sabdariffa, para as amostras HS1 (A, B e C) ....................................................................... 98 Anexo VI – Graficos de superfície de resposta para para o teor de atividade antioxidante pelo método DPPH expresso em % de Inibição nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus

sabdariffa, para as amostras HS2 (A, B e C) ....................................................................... 99 Anexo VII – Graficos de superfície de resposta para para o teor de atividade antioxidante pelo método DPPH expresso em EAGmg. L-1 nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus

sabdariffa, para as amostras HS1 (A, B e C) ..................................................................... 100 Anexo VIII – Graficos de superfície de resposta para para o teor de atividade antioxidante pelo método DPPH expresso em EAGmg. L-1 nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus

sabdariffa, para as amostras HS2 (A, B e C) ..................................................................... 101

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1. INTRODUÇÃO

Os chás são uma das bebidas mais consumidas entre diferentes povos, seja por fins

de prevenção a doenças, religiosos, curativos e, até mesmo, simplesmente pelo fato de

apresentarem sabores e aromas que agradam aos mais exigentes dos consumidores. Com

relação as suas propriedades de saudabilidade, a literatura científica é repleta de estudos que

denotam a presença dos compostos fenólicos como as principais substâncias relacionadas aos

seus efeitos benéficos, sendo que, na atualidade, o chá de hibisco (Hibiscus sabdafira L.) tem

recebido muita atenção, tanto da mídia, quanto do meio científico.

Há evidências científicas de que o chá de hibisco contribui para a melhoria da saúde,

em virtude de suas propriedades antioxidantes e antimutagênicas e, especialmente entre as

pessoas comuns, têm-se difundido a ideia de que o consumo deste produto também auxilia no

controle do peso corporal. Porém, apesar dos vários relatos científicos que avaliaram as

propriedades do hibisco (planta e seus derivados), nos mais diversos tipos de extratos

(metanólico, etanólico, aquoso, hidroalcóolico, dentre outros), observou-se uma escassez de

pesquisas com o chá em sua forma comercial, que afinal é a forma na qual a maior parte das

pessoas tem acesso ao produto.

Diante desta realidade surgiu a inquietação para o desenvolvimento desta

dissertação, isto é, estudar como os diferentes parâmetros empregados no preparo de chás

(tempo de infusão, temperatura e quantidade de água) poderiam influenciar na extração de

maior quantidade de compostos antioxidantes e, paralelamente, tentar identificar quais as

substâncias presentes nas amostras, por meio da espectrometria de massas.

Finalmente, ressalta-se que esta dissertação foi elaborada conforme o Manual de

Normalização de Trabalhos Acadêmicos da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha

e Mucuri – UFVJM (2016), sendo o trabalho estruturado da seguinte maneira:

1. Introdução, que acaba de ser apresentada.

2. Seção de objetivos.

3. Referencial teórico, apresentado no formato tradicional.

4. Seção de métodos.

5. Seção de resultados e discussão, apresentada sob a forma de dois artigos:

a. Análise Metabolômica de Hibisco (Hibiscus sabdariffa L.) Usando

Espectrometria de Massa por Paper-Spray Espectrometria

b. Efeito do Tempo de Infusão, Temperatura e Volume de Água na Atividade

Antioxidante de Chá de Hibisco (Hibiscus sabdariffa L.): Aplicação de DCCR

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Identificar os principais compostos presentes em amostras desidratadas comerciais de

hibisco e avaliar a propriedade antioxidante de seus extratos aquosos.

2.2 Objetivos específicos

• Preparar diferentes extratos aquosos de hibisco, por meio de delineamento experimental

do tipo composto central rotacional (DCCR), variando os parâmetros temperatura,

tempo de infusão e volume de água.

• Realizar a triagem fitoquímica qualitativa das infusões.

• Determinar do teor de compostos fenólicos totais e de flavonoides das infusões.

• Avaliar a atividade antioxidante in vitro das infusões.

• Detectar e identificar os principais compostos presentes nos cálices de hibisco

desidratados por cromatografia gasosa com espectrometria de massas por paper spray.

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23

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Breve Histórico sobre os Chás

A origem dos chás, datada por volta de 3000 anos a. C, é permeada por diversas lendas

envolvendo civilizações orientais e indígenas, porém o primeiro registro escrito ocorreu em

torno de 200 a. C já mencionando os efeitos medicinais de sua ingestão como a melhora do

fluxo sanguíneo, eliminação de toxinas e aumento da resistência as mais diversas enfermidades

(PINTO, 2013; BRAIBANTE et al., 2014).

No Brasil, seu consumo, anteriormente relacionado a práticas religiosas e curativas, se

modernizou, levando ao surgimento das primeiras legislações específicas referentes à sua

produção.

Seguindo o consenso mundial, o chá foi definido pela Comissão Nacional de Normas e

Padrões para Alimentos (CNNPA) como o produto constituído pelas folhas novas e brotos de

várias espécies do gênero “Thea”, atualmente englobado pelo gênero “Caméllia”, sendo mais

especificamente a infusão obtida através da Camellia sinensis (BRASIL. 1978).

Uma vez que esta nomenclatura não fazia jus a forma como os chás são consumidos no

Brasil, a referida norma foi revogada, englobando atualmente diversas outras espécies

vegetais,de forma que, atualmente, chá é o produto constituído de uma ou mais partes de

espécie(s) vegetal(is) inteira(s), fragmentada(s) ou moída(s), com ou sem fermentação,

tostada(s) ou não, constantes de Regulamento Técnico de Espécies Vegetais para o Preparo de

Chás. O produto pode ser adicionado de aroma e ou especiaria para conferir aroma e ou sabor.

(BRASIL, 2005).

Farmacologicamente o extrato aquoso de plantas pode ser obtido através da maceração,

onde a planta é amassada e ou picada, vertida em água à temperatura ambiente e mantida

durante tempo oportuno para extração, decocção em que a planta é acrescida ao volume de água

desejado e a mistura é levada a fervura, ou a infusão, método de extração a quente mais

utilizado, em que a planta é vertida em água fervente e a mistura é mantida pelo tempo desejado,

sendo este em torno de três a dez minutos (MELECCHI, 2005). Sendo o ultimo a forma correta

de referenciação ao produto elaborado no presente trabalho.

Nos últimos anos, têm-se demonstrado que a presença de compostos fenólicos nas

infusões conferem-lhes propriedades antioxidantes, que por sua vez tem sido associadas com a

redução do risco de desenvolvimento de diversas doenças crônicas não transmissíveis, como

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24

cânceres e patologias do sistema circulatório (NAKAMURA et al., 2013; FERNANDES et al.,

2017).

Atualmente, muita divulgação tem sido dada às propriedades benéficas dos chás,

resultando na ampliação do consumo mundial destas bebidas, especialmente pelas pessoas que

cada vez mais buscam uma alimentação mais natural e saudável. Neste contexto, Neste

contexto, o extrato aquoso de hibisco, popularmente nomeado como chá de hibisco tem se

tornado notório e, dessa forma, foi a matéria-prima selecionada para o desenvolvimento desta

pesquisa, sendo que algumas de suas características foram abordadas neste referencial.

3.2. Hibisco (Hibiscus sabdariffa L.): características gerais

A maior parte das centenas de espécies de hibiscos (Hibiscus spp) é utilizada como

planta ornamental, todavia propriedades medicinais têm sido atribuídas especialmente ao

Hibiscus sabdariffa (FIG. 1). A parte mais importante da planta é o cálice ou bráctea, que já é

utilizado pelas indústrias de alimentos, de bebidas e farmacêuticas como matéria-prima para

elaboração de alimentos e como fonte natural de corantes. Ele pode ser empregado na

elaboração de bebidas (chás e sucos), geleias, pastas, doces, xaropes e vinhos, vinagre, molhos

ou ser consumidos in natura. Já as flores, de sabor azedo, são comestíveis e podem ser

desidratadas para a elaboração de doces, produtos de confeitaria ou chás. As folhas, cálices,

sementes e fibras, além da alimentação humana e de animais, são fonte de fibras para a indústria

de tecido e papel (CHEN et al., 2003; NACHTIGALL; ZAMBIAZI; CARVALHO, 2004;

MUKHTAR, 2007; VIZZOTTO; PEREIRA, 2008; OLIVEIRA et al., 2013; ALAM et al.,

2018).

Figura 1 – Cálice ou brácteas da Hibiscus sabdariffa L

Fonte: VIZZOTTO; PEREIRA (2008).

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A Hibiscus sabdariffa L., planta da família Malvaceae, é originária da Índia, do Sudão

e da Malásia, sendo posteriormente levada para a África Oriental e países da América Central

e encontra-se amplamente distribuída nas regiões tropicias e subtropicas do globo terrestre

(YAMAMOTO et al., 2007; VIZZOTTO; CASTILHO; PEREIRA, 2009; HUANG et al., 2015;

ALAM et al., 2018). É cultivada desde o nível do mar até 900 m de altitude e requer distribuição

de chuva entre 800 a 1.600 mm e temperaturas variando de 18 a 35 ºC (YAMAMOTO et al.,

2007; FREITAS; SANTOS; MOREIRA, 2013).

Esta espécie é popularmente chamada no Brasil de hibisco, hibiscus, vinagreira, rosela,

rosélia, groselha, groselheira, azedinha, quiabo azedo, caruru-azedo, caruru-da-guiné, quiabo-

de-angola, quiabo-róseo, quiabo-roxo, pampolha, pampulha, papoula, papoula-de-duas-cores,

sendo que em outros países tem como sinonímia rosa da Jamaica, chá de Jamaica, red sorrel ou

Jamaica sorrel, cardade, afrikanische, bissap, karkade, mesta, lal ambari, patwa, amta, amti,

malve ou roselle (YAMAMOTO et al., 2007; VIZZOTTO; CASTILHO; PEREIRA, 2009;

HUANG et al., 2015; ALAM et al., 2018).

É um arbusto lenhoso perene, de ciclo anual, que pode atingir mais de 1,80 m de altura.

Suas flores têm de 8 a 10 cm de diâmetro, com base levemente amarelada e uma pronunciada

mancha vermelha escura na base de cada pétala. Seu cálice carnudo e robusto na base varia de

1 a 2 cm de largura, ampliando de 3,0 a 3,5 cm, de coloração vermelho vivo quando o fruto

amadurece (YU et al., 2016; ALAM et al., 2018; RIAZ; CHOPRA, 2018).

O cálice do hibisco, parte comumente utilizada para a elaboração do chá, contém

polissacarídeos (pectina) e açúcares redutores (como a glicose e a frutose), minerais (cálcio,

ferro, magnésio e potássio), vitaminas (niacina, riboflavina, ácido ascórbico, vitamina A) e

ácidos orgânicos (tartárico, succínico, málico, oxálico, cítrico e hibíscico), além de quantidade

significativa de fibras alimentares (VIZZOTTO; PEREIRA, 2008; ABOU-ARAB; ABU-

SALEM; ABOU-ARAB, 2011; FREITAS; SANTOS; MOREIRA, 2013; PURO et al., 2014).

Além disso, vários estudos já detectaram a presença de diversos metabólitos secundários

(saponinas, taninos, esteroides, flavonoides) aos quais são atribuídos diversas propriedades

bioativas ao hibisco, disseminando-se seu uso como agente diurético, uricosúrico,

antimicrobiano, leve laxante, sedativo, anti-hipertensor, antitússico, hipolipidêmico,

antioxidante, antimutagênico, antitumoral e antileucêmico (VIZZOTTO; PEREIRA, 2008;

FREITAS; SANTOS; MOREIRA, 2013).

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3.3. Metabolismo secundário: aspectos gerais

O metabolismo é definido como o conjunto total das transformações das moléculas

orgânicas, catalisadas por enzimas, que ocorre nas células vivas, suprindo o organismo de

energia, renovando suas moléculas e garantindo a continuidade do estado organizado

(MARZZOCO; TORRES, 2014). Divide-se em metabolismo primário, que é o conjunto de

reações relacionadas à produção das principais macromoléculas (carboidratos, lipídeos,

proteínas e ácidos nucléicos) e está presente em todos os seres vivos, e metabolismo secundário,

que é responsável pela produção de compostos orgânicos, de baixo peso molecular, com

funções biológicas próprias da sobrevivência de organismos específicos como

microorganismos e plantas (SANTOS, 2007).

O desenvolvimento das rotas metabólicas secundárias acompanhou o processo

evolutivo do reino vegetal determinado por necessidades ecológicas. Os metabólitos têm

funções de proteção da planta contra herbívoros, agentes patógenos (fungos, bactérias, vírus,

insetos) e agentes externos (temperatura, umidade, raio ultravioleta, dentre outros), servem

como atrativos (aroma, cor, sabor) de polinizadores ou animais dispersores de semente, e

funcionam como agentes de competição entre plantas e de simbiose entre plantas e micro-

organismos (HARTMANN, 2007; SANTOS, 2007; VIZZOTTO; KROLOW; WEBER, 2010).

Os metabólitos secundários são, em princípio, não essenciais para a vida, mas

contribuem definitivamente para a adaptação das espécies e sua sobrevivência, sendo provável

que a sua importância ecológica tenha alguma relação com potencial efeito medicinal para os

seres humanos. Todavia, a produção destes compostos ocorre em quantidade limitada e está

restrita a fatores intrínsecos e extrínsecos da planta como, por exemplo, condições ambientais,

solo, presença de ameaças, idade e sazonalidade e, além disso, destaca-se que está restrita a

processos químicos únicos para uma dada espécie ou família de vegetal não sendo, portanto,

reações universais (HARTMANN, 2007; SANTOS, 2007; GARCÍA; CARRIL, 2009;

VIZZOTTO; KROLOW; WEBER, 2010).

Metabólitos secundários nas plantas podem ser divididos em três grupos distintos

quimicamente: terpenos, compostos fenólicos e componentes contendo nitrogênio (alcaloides).

Embora de estruturas diversas, as principais rotas de produção destes compostos derivam do

metabolismo primário do carbono (GARCÍA; CARRIL, 2009; VIZZOTTO; KROLOW;

WEBER, 2010), conforme apresentado na Figura 2.

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Os terpenos ou terpenoides constituem o grupo mais numeroso de metabolitos

secundários, sendo produzidos a partir do ácido mevalônico (no citoplasma) ou do piruvato e

3-fosfoglicerato (no cloroplasto) através de duas rotas: ácido mevalônico e metilertritol fosfato.

A rota biossintética destes compostos também origina metabólitos primários como hormônios

(giberelinas, ácido abscísico e citoquininas), carotenoides, clorofilas e plastoquinonas

(fotossíntese), ubiquinonas (respiração celular) e esteroides (SANTOS, 2007; GARCÍA;

CARRIL, 2009; VIZZOTTO; KROLOW; WEBER, 2010).

Apesar de apresentarem diferenças estruturais entre si, todos os terpenos/terpenoides

são basicamente estruturados em blocos de cinco carbonos – unidades de isopreno ou

isopentenilpirofosfato (C5H8), que ligadas entre si dão origem aos monoterpenos (C10),

sequiterpenos (C15), diterpenos (C20), triterpenos (C30) e os tetraterpenos (C40) (SANTOS,

2007; GARCÍA; CARRIL, 2009; VIZZOTTO; KROLOW; WEBER, 2010; FELIPE; BICAS,

2017).

Os monoterpenos e sesquiterpenos, com estruturas terpênicas de menor massa

molecular, apresentam volatilidade acentuada, sendo denominados óleos essenciais ou

essências. A função destes compostos nas plantas pode ser tanto para para atrair polinizadores

quanto para repelir insetos e, além disso, estão envolvidos na defesa da planta contra pragas e

doenças. Em virtude da volatilidade, estes compostos apresentam grande importância para o

aroma dos produtos naturais, particularmente de frutas cítricas, ervas aromáticas, especiarias e

condimentos (VIZZOTTO; KROLOW; WEBER, 2010; FELIPE; BICAS, 2017).

Já as moléculas de tamanho superior aos sesquiterpenos, devido ao tamanho da cadeia,

praticamente não contribuem com o aroma, porém os di- e triterpenos são um dos componentes

principais de oleorresinas obtida de diferentes tipos de plantas, com variada aplicação industrial

(fixador de perfumes, solvente ou matéria-prima para a produção de tintas, graxas e ceras) e

medicinal. No que diz respeito aos tetraterpenos, destacam-se os carotenoides, pigmentos

acessórios da fotossíntese em plantas e que também são responsáveis por conferir a coloração

de diferentes de certos vegetais e alimentos, sendo que alguns apresentam expressiva atividade

antioxidante (VIZZOTTO; KROLOW; WEBER, 2010; FELIPE; BICAS, 2017).

Os alcaloides são compostos orgânicos cíclicos que possuem pelo menos um átomo de

nitrogênio no seu anel, sendo que estas substâncias atuam na defesa contra herbívoros. Todavia,

são compostos estudados em virtude de possuírem acentuado efeito no sistema nervoso, como

a morfina e a cafeína, por exemple e, além disso, algumas moléculas deste grupo parecem ser

nocivas e até tóxicas em animais e seres humanos (SANTOS, 2007; VIZZOTTO; KROLOW;

WEBER, 2010).

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Figura 2 – Esquema geral da correlação entre o metabolismo primário e secundário

Fonte: TAIZ; ZEIGER (2013). Adaptado.

Por fim, os compostos fenólicos são uma classe de substâncias que envolvem estruturas

simples e complexas, que por sua diversidade química apresentam diversas funções nos

vegetais: defesa contra herbívoros e patógenos, atrativos de polinizadores, proteção contra

radiação UV, reguladores de enzimas e como agentes de inibição do crescimento de espécies

competitivas (SANTOS, 2007; VIZZOTTO; KROLOW; WEBER, 2010). Tendo em vista a

diversidade deste grupo, algumas de suas características foram melhor detalhadas neste

referencial, como apresentado a seguir.

CO2

Metabolismo primário do

Fotossíntese

Eritrose 4-fosfato

Fosfoenolpiruvato 3-fosfoglicerato

Ciclo de Krebs Acetil-CoA

Aminoácidos alifáticos

Piruvat

Rota do ácido chiquímico

Rota do ácido malônico

Rota do ácido mevalônico

Rota do metileritritol-fosfato

Aminoácidos aromáticos

Produtos secundários nitrogenados

Compostos fenólicos

Terpenos

Metabolismo secundário do carbono

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3.3.1. Compostos fenólicos

Quimicamente, os compostos fenólicos são substâncias que possuem pelo menos um

anel aromático no qual ao menos um hidrogênio é substituído por um grupamento hidroxila

(VACCARI; SOCCOL; IDE, 2009). Podem ser pigmentos, que dão a aparência colorida aos

alimentos, ou produtos do metabolismo secundário, normalmente derivado de reações de defesa

das plantas contra agressões do ambiente. Esses compostos agem como antioxidantes, não

somente pela sua habilidade em doar hidrogênio ou elétrons, mas também em virtude de seus

radicais intermediários estáveis, que impedem a oxidação de vários ingredientes do alimento,

particularmente de lipídios (SANTOS; VEGGI; MEIRELES, 2010; SILVA et al., 2010;

VIZZOTTO; KROLOW; WEBER, 2010).

Este grupo de substâncais pode ser classificado em diversas classes de acordo com

a configuração do esqueleto principal (QUADRO 1) e a maioria não é encontrada na natureza

em sua forma livre e sim, na forma de ésteres e heterosídeos, sendo, portanto, solúveis em água

e em diversos solventes apolares(CARVALHO; GOSMANN; SCHENKEL, 2007). Dentre os

fenólicos, destacam-se os flavonóides, os ácidos fenólicos, os taninos e os tocoferóis como os

mais comuns antioxidantes fenólicos de fonte natural (ANGELO; JORGE, 2007). Esta classe

de compostos também pode ser simplesmente dividida em flavonoides ou polifenóis

(catequinas, antocianinas, isoflavonas e chalconas), um grupo amplamente distribuído nas

frutas e nos vegetais, e os não-flavonoides (fenóis simples ou ácidos) (ANGELO; JORGE,

2007; SILVA et al., 2010).

Quadro 1 - Classificação dos Compostos fenólicos de acordo com o esqueleto básico Esqueleto básico Classe de compostos fenólicos

C6 Fenóis simples e benzoquinonas C6 – C1 Ácidos fenólicos C6 – C2 Acetofenonas e àcidos fenilacéticos

C6 – C3 Fenilpropanóides: ácidos cinâmicos e compostos análogos, fenil

propenos, cumarinas, isocumarinas e cromonas C6 – C4 Naftoquinonas

C6 – C1 – C6 Xantonas C6 – C2 – C6 Estilbenos e antraquinonas C6 – C3 – C6 Flavonóides e isoflavonóides

(C6 –C3)2 Lignanas (C6 – C3 – C6)2 Diflavonóides

(C6)n Melaninas vegetais (C6 – C3)n Ligninas (C6 – C1)n Taninos hidrolisáveis

(C6 – C3 – C6)n Taninos condensados

Fonte: CARVALHO; GOSMANN; SCHENKEL, 2007

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A literatura é vasta de estudos que avaliaram a capacidade antioxidante dos compostos

fenólicos, assim como seu possível efeito na prevenção de diversas enfermidades

cardiovasculares, cancerígenas e neurológicas, sendo a ação benéfica destas substâncias ainda

relacionada com sua atividade anti-inflamatória e antiplaquetária (KUSKOSKI et al., 2004;

CERQUEIRA; MEDEIROS; AUGUSTO, 2007; VERZELLONI; TAGLIAZUCCHI; CONTE,

2007).

Entre estes compostos, os mais estudados como antioxidantes são os flavonoides que

têm em comum a estrutura C6-C3-C6 isto é, sua estrutura básica é composta por dois anéis

aromáticos (FIG. 2), que geralmente contém um átomo de oxigênio, ligados por uma cadeia

alifática de três carbonos (CARVALHO; GOSMANN; SCHENKEL, 2007; CERQUEIRA;

MEDEIROS; AUGUSTO, 2007). Flavonoides estão presentes em frutas vermelhas ou berries

(como uvas, mirtilo, framboesa, ameixa e cereja, por exemplo), em vegetais folhosos, raízes,

tubérculos, bulbos, ervas, temperos, legumes, chá, café, cacau e vinho (VACCARI; SOCCOL;

IDE, 2009; OLIVEIRA et al., 2010; SILVA et al., 2010; SALGADO; MORZELLE, 2017).

Figura 2 - Estrutura básica dos flavonoides

Fonte: CARVALHO; GOSMANN; SCHENKEL, 2007.

Dentre os flavonoides com maior capacidade antioxidante estão as antocianinas

(FIG. 3), substâncias fenólicas que são um grupo de pigmentos naturais responsáveis pela

coloração rosa, escarlate, vermelha, violeta e azul das pétalas de flores e dos frutos dos vegetais

superiores (ZUANAZZI; MONTANHA, 2007; VACCARI; SOCCOL; IDE, 2009; OLIVEIRA

et al., 2010), como o hibisco, por exemplo, cores essas que têm um papel importante em vários

mecanismos reprodutores das plantas, tais como, na polinização e na dispersão de sementes.

Estes compostos ainda desempenham diversas funções nas plantas, dentre as quais temos:

atividades antioxidantes, proteção à ação da luz, mecanismo de defesa e função biológica

(LOPES et al., 2007). Estas moléculas ainda são tidas como uma das principais substâncias

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bioativas relacionadas com o controle do estresse oxidativo no corpo humano (SALGADO;

MORZELLE, 2017).

Figura 3 - Estrutura dos principais compostos antociânicos

Fonte: VACCARI; SOCCOL; IDE (2009). Adaptado.

Além da atividade antioxidante, outras propriedades também já foram atribuídas aos

flavonoides, como observado no Quadro 2. Considerando-se a presença de diferentes

metabólitos secundários nos tecidos vegetais, no próximo tópico serão abordadas algumas

propriedades bioativas associadas ao hibisco, com ênfase na atividade antioxidante, que foi o

objeto de estudo desta dissertação.

Quadro 2 - Atividades farmacológicas atribuídas a alguns flavonoides

Atividade Flavonoide

Antitumoral Quercetina

Antiespasmódica Quercetina-3-glicosídeo, rutina, pinostrobina

Anti-inflamatória 5,7,3-triidroxi-3,6,4-trimetóxiflavona, quercetina, buteina, ternatina, xenognosina B, 5,3–diidroxi-4-metoxi-carbometoxi-flavonol, coparina, 3-O-metil-violanona,

Antimicrobiana 7’,4’-diidroxi-5-metox-flavona; 4’2,4’-tri-diidroxi-6’-metoxi-chalcona; 3’,4’,5,7-tetra-hidroxi-3-metoxiflavona; quercetina;

Antimutagênica Nobiletina; tangeretina

Antiulcera Quercetina

Antiviral Quercetina; acacetina; apigenina; crisina; pectolinaregina; canferol; galangina; luteonica; amentoflavona

Antioxidante

Quercetina; diidroquercetina; rutina; diosmina; hesperidina; catequina; luteonina-3’-O-β-D-glicuronídeo, luteonina-3’-O-(4”-O-acetil)-β-D-glicuronídeo, luteonina-3’-O-(3”-O-acetil)-β-D-glicuronídeo

Fonte: ZUANAZZI; MONTANHA, 2007.

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3.4. Alegações de saúde dos compostos bioativos do hibisco

Já foi demonstrado que vários polifenóis (QUADRO 3) encontrados no cálice do hibisco

apresentam propriedades benéficas à saúde. Assim, em algumas pesquisas as antocianinas de

hibisco e o ácido protocatecuico apresentaram efeitos antineoplásicos (TSENG et al., 2000;

CHANG et al., 2005; HOU et al., 2005; LIN et al., 2005; UMAMAHESWARI; GOVINDAN,

2007; FORMAGIO et al., 2015; ALAM et al., 2018; SU et al., 2018b).

Outros estudos apontam que extratos de hibisco apresentaram efeitos anti-

hiperlipidêmicos, atuando como antioxidantes na prevenção da oxidação do LDL bem como

reduzindo as concentrações séricas de colesterol e triglicerídes (CHEN et al., 2003;

HIRUNPANICH et al., 2006; HOPKINS et al., 2013; SU et al., 2018a).

Pesquisas também revelaram importantes efeitos antiobesidade (ALARCON-

AGUILAR et al., 2007; MOYANO et al.,2016), hipoglicemiantes (SHADHAN; BHARI, 2017;

SEUNG et al., 2018) e neuroprotetores (BAKHTIARI, HOSSEINI, MOUSAVI, 2015;

OWOEYE; GABRIEL, 2017; SHALGUM et al., 2018) de extratos do hibisco.

Ainda já foi observado o efeito hipotensor após a administração do hibisco na forma de

chás, extratos concentrados e infusões em pacientes hipertensos, inclusive em comparação com

os fármacos anti-hipertensivos atualmente utilizados, sugerindo-se seu uso como coadjuvante

na redução de risco de problemas associados aos quadros de hipertensão leve a moderada (

MCKAY et al., 2010; WAHABI et al., 2010; GBOLADE, 2012; HOPKINS et al., 2013;

WALTON; WHITTEN; HAWRELAK, 2016; ZHEOAT et al., 2019).

Algumas pesquisas também apontam para a atuação do hibisco no sistema urinário

como diurético e uricosúrico, tanto em humanos quanto em camundongos, e, de forma geral,

com aumento do volume de urina, bem como maior concentração de oxalato, citrato e ácido

úrico excretada (PRASONGWATANA et al., 2008; ALARCÓN-ALONSO et al., 2012; KUO

et al., 2012), assim como promoveu melhoria de quadros de infecção urinária em pacientes que

utilizaram cateteres por longos períodos (CHOU et al., 2016) ou em diabéticos (YANG et al.,

2013; MARDIAH et al., 2015).

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Quadro 3 - Compostos bioativos no cálice do hibisco (Hibiscus sabdariffa)

CLASSE SUBCLASSE TIPO DE

EXTRATO COMPOSTO BIOATIVO

Ácidos fenólicos Aquoso,

hidroetanólico e Metanólico

Ácido 3-cafeoilquínico Ácido 4-cafeoilquínico Ácido 5-cafeoilquínico

Ácido 5-O-cafeoil-shikimico Ácido cafeico

Ácido clorogênico Ácido clorogênico isômeros

I e II Ácido hibisco

Ácido hidroxicítrico Ácido protocatecuico

Flavonoides

Antocianina Aquoso e

hidroetanólico Delfinidina-3-sambubiosídeo Cianidina-3-sambubiosídeo

Flavonol Aquoso e

hidroetanólico

Kaempferol-3-O-rutinosídeo Kaempferol-3-P-ceroglucosídeo

Quercetina Quercetina-3-rutinosídeo Quercetina-3-sambubiosil Quercitina-3-glucosideo

Miricetina-pentosil-hexosídeo

Quercetina-pentosil -hexosil

Flavanol Metanólico Catequina

Epigalocatequina galato Fonte: RIAZ; CHOPRA (2018). Adaptado.

3.4.1. Propriedade antioxidante

Antioxidantes podem ser definidos como substâncias que, mesmo em baixas

concentrações, por diversos mecanismos podem postergar ou prevenir a oxidação de um

determinado substrato, neutralizando as espécies reativas (ou radicias livres) formadas pelo

metabolismo e restaurando o equilíbrio dinâmico do corpo. (FERREIRA et al., 2010; SANTOS;

VEGGI; MEIRELES, 2010; SILVA et al., 2010).

A formação de radicais livres (RL) é um processo metabólico e fisiológico normal no

corpo, todavia também podem ser derivados de processos patológicos, exercícios físicos

prolongados ou de fontes externas (exposição à radiação ionizante, ozônio, fumaça de cigarro,

poluentes ambientais, produtos químicos. Quando a produção de RL é exacerbada, o organismo

dispõe de um eficiente sistema antioxidante (sistemas enzimáticos ou por micromoléculas

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endógenas ou adquiridas da dieta), que consegue controlar e reestabelecer o equilíbrio entre as

espécies reativas formadas e inativadas (BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006;

CERQUEIRA; MEDEIROS; AUGUSTO, 2007; VASCONCELOS et al., 2007; LOBO et al.,

2010; KUNWAR; PRIYADARSINI, 2011).

Embora a presença de RL tenha sido correlacionada com um grande número de doenças,

tais como as degenerativas (cardiopatias, aterosclerose, diabetes, injúria isquêmica),

inflamatórias (artrite reumatóide, colite ulcerativa e pancreatite), neurológicas (doença de

Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, síndrome de Down, doença de Alzheimer), indução do

câncer e a propagação de AIDS em pacientes soropositivos (HIV+), por exemplo, estas espécies

não têm um papel etiológico na grande maioria dos estados patológicos, mas participam

diretamente dos mecanismos fisiopatológicos que determinam a continuidade e as

complicações presentes nestes processos. Assim, o equilíbrio entre a formação e a remoção de

espécies radicalares no organismo deve ser regulado de forma que as reações e processos

metabólicos dependentes das mesmas possam ocorrer em um nível adequado para a manutenção

da fisiologia das células (BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006; CERQUEIRA; MEDEIROS;

AUGUSTO, 2007; VASCONCELOS et al., 2007; LOBO et al., 2010; KUNWAR;

PRIYADARSINI, 2011).

As proteções conhecidas do organismo contra os RL abrangem a proteção enzimática

ou por micromoléculas, que podem ter origem no próprio organismo ou serem adquiridas da

dieta (BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006). As enzimas podem neutralizar ou eliminar

radicais já formados, enquanto que as moléculas podem agir como sequestradores

(“scavenger”) de radicais; doadores de prótons ou elétrons, supressores (“quencher”) de

oxigênio singleto, sinergistas ou inibidores enzimáticos, e agentes quelantes de íons metálicos,

ou ainda podem exercer seus efeitos em sistemas biológicos pela regulação da expressão gênica

(CERQUEIRA; MEDEIROS; AUGUSTO, 2007; LOBO et al., 2010).

Considerando que os componentes celulares não são totalmente protegidos por

antioxidantes endógenos, e que antioxidantes obtidos da dieta são indispensáveis para

minimizar os efeitos do estresse oxidativo, há crescente interesse em identificar outros

compostos dos alimentos que também possam atuar como antioxidantes naturais e, neste

sentido, muita atenção tem sido voltada para o cálice da flor de hibisco (Hibiscus sabdariffa L),

(FAROMBI; FAKOYA, 2005; OLATUNDE; FAKOYA, 2005; RAMAKRISHNA et al., 2008;

RAMOS et al., 2011; AL-HASHIMI, 2016; MACIEL et al., 2012; BORRÁS-LINARES et al.,

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2015; SOBOTA; PINHO; OLIVEIRA, 2016; ZHEN et al., 2016) devido à presença de

compostos fenólicos em sua constuição, especialmente os flavonoides.

Os principais mecanismos relacionados com a capacidade antioxidante dos flavonoides

incluem a inativação e/ou neutralização de radicias livres, o estímulo da atividade de enzimas

antioxidantes endógenas (superóxido dismutase, glutationa oxidase e catalase) ou a inibição da

atividade de enzimas pró-oxidantes (ciclo-oxigenase, lipoxigenase e xantina oxidase), além da

expressão do óxido nítrico, o que impede a oxidação de partículas de lipoproteínas séricas.

Entretanto, é importante ressaltar que ainda há inúmeras lacunas a serem preenchidas no que

concerne à elucidação de seu mecanismo de ação no caso de determinadas doenças

(SALGADO; MORZELLE, 2017).

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3 METODOLOGIAS

Nesta seção, estão descritos todos os procedimentos adotados nesta pesquisa. Os

experimentos foram realizados nos laboratórios dos Departamentos de Ciências Básicas e de

Farmácia, ambos da Faculade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Federal dos

Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, Campus JK, no município de Diamantina – MG,

sendo que a análise metabolômica foi realizada em parceria com o Departamento de

Química/UFMG.

3.1 Matéria-prima

Neste estudo, foram selecionadas duas marcas comercias (amostras A e B) de chá de

hibisco (Hibiscus sabdariffa L.), constituídas pelo cálice do botão seco da flor. As embalagems

escolhidas foram avaliadas quanto a presença de avarias e estarem dentro do prazo de validade

estipulado pelos fabricantes. O conteúdo das embalagens foi processado em moinho de facas

(modelo TE-625, Tecnal, São Paulo, Brasil) e o pó obtido foi armazenado em frasco âmbar

identificado e mantido em temperatura ambiente até o momento a preparação dos extratos.

3.2 Análise metabolômica do hibisco por espectrometria de massa

Esta análise foi realizada conforme Silva et al. (2019). Assim, para a extração dos

metabólitos secundários, 0,5 g de cada amostra e 1,0 mL de metanol/água (50:50, v/v) foram

adicionados em tubo Eppenderf de 2,0 mL. Após 1 hora a temperatura ambiente, os tubos foram

centrifugados a 25.406 x g por 15 minutos e o sobrenadante recolhido. Em seguida, 1,0 mL de

acetona/água (70:30, v/v) foi adicionado resíduo, com nova etapa de incubação e centrifugação

nas mesmas condições descritas acima. Ambos sobrenadantes foram misturados e água

destilada foi adicionada até completar o volume de 5,0 mL.

Os espectros de massas foram adquiridos em um equipamento modelo LCQ FLEET

(Thermo Fisher Scientific, San Jose, Califórnia, EUA) com analisador de massas de baixa

resolução do tipo ion trap. A fonte de ionização “paper spray” foi construída no laboratório de

Química/UFMG (FIG. 3) e consiste de um conector de cobre do tipo jacaré soldado a um fio

de cobre e fixado a um suporte universal contendo uma plataforma móvel (nas direções x, y e

z) que permite o alinhamento do papel na entrada do espectrômetro de massas.

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Figura 3 – Espectrômetro de massas com analisador do tipo ion trap e fonte de ionização por paper spray (A), com detalhes da fonte de ionização (B)

Para as análises, o instrumento foi operado em: voltagem da fonte de ionização de

+ 4.0 kV (modo de ionização positivo) e –3.0 kV (modo de ionização negativo); voltagem do

capilar de 40 V; temperatura do tubo de transferência de 275 °C; potencial das lentes de 120 V;

distância entre o papel e a entrada do espectrômetro de massas de 0,5 cm; volume de amostra

aplicado sobre o papel de 25,0 µL e faixa de massas de 100-1.000 m/z. A energia de colisão

usada para a fragmentação dos compostos variou de 15 a 30 eV (SILVA et al., 2019). Todas as

amostras foram analisadas em triplicata. Os íons e seus fragmentos obtidos nesta análise foram

identificados com base em dados descritos na literatura.

3.3 Delineamento experimental da atividade antioxidante

Adotou-se um Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR), em planejamento

fatorial 23, contendo 4 pontos centrais e sua extensão axial, totalizando 18 ensaios, como

apresentado nas Tabelas 1 e 2 (RODRIGUES, IEMMA, 2005). As faixas de variação entre o

limite inferior e o superior de cada variável independente foram estabelecidas com base em

dados comumente observados na literaruta científica.

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Tabela 1 – Níveis codificados e reais das variáveis independentes

Variáveis independentes Códigos Níveis

- -1 0 +1 + Água (mL) X1 50,00 141,07 275,00 408,93 500,00

Temperatura (ºC) X2 60,00 68,10 80,00 91,90 100,00 Tempo de infusão (min) X3 3,00 4,42 6,50 8,58 10,00

O valor de foi calculado em função do número de variáveis independentes (n = 3),

por meio da Equação 1.

= (23)1/4 = 1,68 (1)

Tabela 2 – Ensaios do delineamento composto central rotacional Ensaio Água (mL) Temperatura (ºC) Tempo (min)

01 141,00 68,10 4,42 02 141,00 68,10 8,58 03 141,00 91,90 4,42 04 141,00 91,90 8,58 05 409,00 68,10 4,42 06 409,00 68,10 8,58 07 409,00 91,90 4,42 08 409,00 91,90 8,58 09 50,00 80,00 6,50 10 500,00 80,00 6,50 11 275,00 59,99 6,50 12 275,00 100,01 6,50 13 275,00 80,00 3,00 14 275,00 80,00 10,00

15 (C) 275,00 80,00 6,50 16 (C) 275,00 80,00 6,50 17 (C) 275,00 80,00 6,50 18 (C) 275,00 80,00 6,50

Como respostas a este planejamento, as variáveis dependentes foram as análises de

triagem fitoquímica qualitativa, o teor de compostos fenólicos totais e de flavonoides e a

determinação da atividade antioxidante. Os resultados foram analisados por meio do software

Statistica® 7.0 (STATSOFT, 2004) sendo empregada análise de variância para estimar os

parâmetros estatísticos e avaliar a predição ou não de um modelo matemático.

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3.4 Preparação das amostras

A extração dos compostos hidrossolúveis foi efetuada por infusão a quente,

seguindo a configuração experimental pré-estabelecida. Basicamente, três gramas de cada

amostra foram colocados em erlenmeyer, sendo adicionado um volume de água mineral

(Crystal, Spal Industria Brasileira de Bebidas S/A, Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil) na

temperatura determinada para cada ensaio. As amostras foram mantidas em banho-maria com

agitação (modelo SL180/DT, Solab, Piracicaba, São Paulo, Brasil) pelo tempo desejado. Após

este período, as amostras foram filtradas em filtros qualitativos (Unifil, código 501.012, São

Paulo, Brasil) e os extratos armazenados em frascos de vidro sob refrigeração (5 ºC), até o

momento das análises.

3.5 Triagem fitoquímica

Os diferentes extratos obtidos foram submetidos a uma análise fitoquímica preliminar

para a detecção de diferentes metabólitos secundários, sendo que cada grupo de substâncias

pode ser detectado por meio de reações químicas, que resultaram no desenvolvimento de cor

e/ou formação de precipitado. Todos os reagentes empregados nestas análises eram de grau

analítico.

3.5.1 Açúcares redutores

Nesta etapa, foi empregada a metodologia descrita por Ayoola et al. (2008) e Yadav;

Agarwala (2011) com modificações. Alíquotas de 1,0 mL de cada extrato foram misturadas

com iguais volumes dos reagentes A e B de Fehling e aquecidas em banho-maria em ebulição,

por 3 minutos. A formação de um precipitado de coloração avermelhada no tubo teste é

indicativa da presença de açúcares redutores.

3.5.2 Alcaloides

Misturas de 1,0 mL de cada extrato com 10 mL de ácido sulfúrico a 1% (v/v) foram

aquecidas em banho-maria em ebulição por 2 minutos. Em seguida aas soluções foram

resfriadas (25 ºC), filtradas em papel de filtro qualitativo (Unifil, código 501.012, São Paulo,

Brasil), sendo empregadas para determinar a presença de alcaloides, pelos testes de Mayer ou

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de Bouchardat/Wagner. O aparecimento de precipitado esbranquiçado, no teste de Mayer, ou

de coloração marrom, no teste de Wagner, foi considerado resultado positivo para a presença

de alcaloides (DENNY et al., 2007; HUSSAIN et al., 2011).

3.5.3 Aminoácidos

De acordo com Yadav; Agarwala (2011), 2,0 mL dos extratos foram aquecidos com

igual volume de solução alcoólica de ninhidrina a 0,2 g%, e o aparecimento de coloração violeta

sugere a presença de aminoácidos e proteínas.

3.5.4 Antraquinonas

Foram aquecidos 10,0 mL de ácido sulfúrico concentrado com 0,5 mL dos extratos e

filtrados em papel de filtro qualitativo. O filtrado foi agitado com 5,0 mL de clorofórmio. Após

esta etapa, a camada clorofórmica foi pipetada em outro tubo e adicionada de 1,0 mL de amônia

diluída. A solução resultante foi observada para detecção de alterações de cor, conforme Ayoola

et al. (2008).

3.5.5 Esteróides

Segundo o procedimento de Borokini; Omotayo (2012), 2,0 mL de anidrido acético foi

misturado com 0,5 mL do extrato de cada planta, e com 2,0 mL de ácido sulfúrico concentrado.

A mudança de coloração de violeta para azul indica a presença de esteroides.

3.5.6 Fenol

De acordo com Hussain et al. (2011) e Yadav; Agarwala (2011), 2,0 mL dos extratos

foram misturados com 2,0 mL de solução de cloreto férrico a 2 g% (p/v), e o aparecimento de

coloração verde escura ou preta será considerado indicativo da presença de fenóis.

3.5.7 Flavonoides

Nesta análise, foi utilizado o procedimento proposto por Egwaikhide, Okeniyi e Gimba

(2009) e por Yadav; Agarwala (2011). Assim, 2,0 mL de solução de hidróxido de sódio a 2,0

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g% (p/v) foram adicionados a 2,0 mL dos extratos. Intensa coloração amarela aparecerá, e que

se tornará clara a medida poucas gotas de solução de ácido clorídrico diluída forem

acrescentadas na solução, indicando a presença de flavonoides. Alternativamente, a

confirmação da presença destes compostos será realizada de acordo com Borokini; Omotayo

(2012). Cinco mililitros (5,0 mL) de solução de amônia diluída foram misturados com 2,0 mL

dos extratos das ervas, seguida pela adição de ácido sulfúrico concentrado, sendo o

aparecimento da coloração amarela indicativo da presença de flavonoides.

3.5.8 Glicosídeos cardíacos

A presença de glicosídeos foi verificada pelo teste de Keller-Killani, descrito por

Borokini; Omotayo (2012). Assim, 2,5 mL de cada extrato foram tratados com 1,0 mL de ácido

acético glacial e 2 gotas de solução de cloreto férrico a 2,0 g% (p/v). A mistura foi transferida

para outro tubo contendo 1,0 mL de ácido sulfúrico concentrado, sendo que o escurecimento da

interface indicativo da presença de cardenolídeos, ou seja, um desoxi-açúcar característico de

glicosídeos. Abaixo desta região, pode-se observar o aparecimento de anel violeta, indicativo

da presença de carboidratos, enquanto a camada de ácido acético adquirirá uma coloração

esverdeada

3.5.9 Saponinas

O teste da espuma persistente, de acordo com Borokini; Omotayo (2012), foi utilizado

nesta análise, com modificações. Assim, 30,0 mL de água destilada foram misturados com 2,0

mL dos extratos, e a solução foi vigorosamente agitada e aquecida em banho-maria até a

ebulição. A formação de espuma estável indica a presença de saponinas.

3.5.10 Taninos

A cada 0,5 mL dos extratos, foram adicionados 1,0 mL de água destilada e 3 gotas de

solução de cloreto férrico a 2,0 g% (p/v), conforme Edeoga; Okwu; Mbaebie (2005), Hussain

et al. (2011) e Borokini; Omotayo (2012). Uma coloração preto-esverdeada indica teste positivo

para taninos.

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3.5.11 Terpenos/terpenóides

O teste de Salkowski, conforme Yadav; Agarwala (2011) e Borokini; Omotayo (2012)

foi empregado, misturando-se 2,0 mL dos extratos com igual volume de clorofórmio. Então,

2,0 mL de ácido sulfúrico foram cuidadosamente adicionados ao tubo. O surgimento de

coloração marrom-avermelhada indica a presença de terpenos ou terpenóides.

3.6 Determinação do teor de compostos fenólicos totais

Para a quantificação dos compostos fenólicos totais das amostras de chá de hibisco,

adaptou-se a metodologia de Singleton; Rossi (1965) para sua realização em microplacas.

Pipetou-se 100 μl de água Milli-Q (pH= 7,0), 12,5 μL da amostra e 12,5 μL do reagente Folin-

Ciocauteau (código F9252, Sigma-Aldrich Brasil Ltda, São Paulo, Brasil) em cada um dos 96

poços da microplaca. Esta foi submetida à agitação de 30 segundos e repouso de 5 minutos. Em

seguida, acrescentou-se 125 μL de carbonato de sódio a 1,0 mol.L-1, obtendo-se volume final

de 250 μL por poço. A microplaca foi mantida à temperatura ambiente, ao abrigo da luz por 90

minutos. A determinação das absorbâncias no comprimento de onda de 750 nm foi realizada

no leitor de microplacas Spectramax® utilizando água destilada como branco. Para o cálculo

da concentração de compostos fenólicos, foi elaborada uma curva de calibração de ácido gálico

(código G7384, Sigma-Aldrich Brasil Ltda, São Paulo, Brasil), com concentrações variando de

0 a 2.000 mg.L-1.

3.7 Determinação do teor de flavonoides totais

Para a quantificação do teor de flavonóides totais das amostras, adaptou-se a

metodologia de Pereira et al. (2009) para sua realização microplacas. Pipetou-se 12,5μL da

amostra, 12,5 μL de solução metanólica de cloreto de alumínio a 2% (p/v) e compleou-se o

volume com 112,5 μL solução metanólica de ácido acético a 5% (v/v). Após 30 minutos, as

absorbâncias foram lidas a 425 nm. Para cada amostra foi preparado um branco, transferindo-

se 100 μL das amostras e ajustando-se o volume para 250 μL com solução metanólica de ácido

acético a 5% (v/v). Para o cálculo da concentração de flavonoides, foi elaborada uma curva de

foi elaborada uma curva de calibração de quercetina (código PHR1488, Sigma-Aldrich Brasil

Ltda, São Paulo, Brasil), com concentrações variando de 0 a 100 µg.L-1.

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3.8 Avaliação da atividade antioxidante

Esta análise foi realizada pelo método do 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH),

adaptando-se a metodologia de Brand-Williams, Cuvelier e Berset (1995). Em uma microplaca

de 96 poços foram adicionados 244 μL de DPPH 60 μmol.L-1, em ambiente escuro e em

seguida, adicionou-se uma alíquota de 6 μL de cada diluição dos extratos, obtendo um volume

final de 250 μL. Um controle contendo somente o reagente DPPH a 60 μmol.L-1 foi preparado

para análise dos resultados. A placa foi mantida à temperatura ambiente e ao abrigo da luz por

um período de 30 minutos, após os quais foi realizada leitura das absorbâncias do meio

reacional a 515 nm em leitor de microplacas Spectramax®, utilizando o metanol como branco.

Os resultados foram expressos como equivalentes de ácido gálico (código G7384,

Sigma-Aldrich Brasil Ltda, São Paulo, Brasil), a partir de uma curva de calibração elaborada

nas concentrações variando de 0 a 2000 mg.L-1, e também como a porcentagem de sequestro

dos radicais DPPH (%Inibição), sendo calculada pela Equação 2, considerando-se as

absorbâncias das amostras e da solução padrão de DPPH:

% 𝐼𝑛𝑖𝑏𝑖çã𝑜 = 𝐴𝑏𝑠𝐷𝑃𝑃𝐻− 𝐴𝑏𝑠𝐴𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝐴𝑏𝑠𝐷𝑃𝑃𝐻 𝑋 100 (2)

Onde: 𝐴𝑏𝑠𝐷𝑃𝑃𝐻 = absorbância do reagente DPPH puro 𝐴𝑏𝑠𝐴𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎= absorbância da amostra

3.9 Análise estatística

Os experimentos foram realizados em triplicata, sendo os resultados expressos como

média ± desvio padrão. A análise de variância foi empregada para determinar o efeito do tipo

de extrato na capacidade antioxidante das amostras, sendo as diferenças significativas (p < 0,05)

entre as médias avaliadas pelo teste de Tukey. As correlações entre os valores da atividade com

os teores de compostos fenólicos e de flavonoides foram determinadas pelo coeficiente de

correlação de Pearson (r), que mede o grau de associação entre duas variáveis, sendo o valor p

determinado pelo teste t-Student, empregando-se o software Bioestat (AYRES et al., 2007) para

a análise dos dados.

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4 CAPÍTULO 1 – ANÁLISE METABOLÔMICA DE HIBISCO (Hibiscus sabdariffa L.)

USANDO ESPECTROMETRIA DE MASSA POR PAPER-SPRAY

Anna Karolina Cruz Duarte1,2, Mauro Ramalho3, Cristiane Fernanda Fuzer Grael2, Rodinei

Augusti4, Júlio Onésio Ferreira Melo5, Harriman Aley Morais1,2.

1 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Instituto de Ciência e

Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Diamantina,

MG, Brasil. 2 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Faculdade de Ciências

Biológicas e da Saúde, Diamantina, MG, Brasil 3 Centro Universitário de Sete Lagoas (UNIFEMM), Unidade de Ensino de Filosofia,

Ciências e Letras, Sete Lagoas, Minas Gerais, Brasil 4 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Departamento de Química, Belo Horizonte,

MG, Brazil 5 Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Departamento de Ciências Exatas e

Biológicas, Sete Lagoas, MG, Brazil

RESUMO

As propriedades anti-inflamatórias, hipolipidêmicas, anti-hipertensivas, diuréticas dentre

outras atribuídas à presença de compostos fenólicos, em especial antocianinas (delfinidina-3-

sambubioside e a cianidina-3-sambubioside) e outros flavonoides (catequina, epigalocatequina,

quercetina) do hibisco têm sido comprovadas pela literatura e incentivado o desenvolvimento

de diversos produtos industrializados. Foram selecionadas duas marcas de chá de hibisco

comercializadas na cidade de Diamantina- MG. Foi realizada a espectrometria de massas com

ionização por paper spray (PS-MS). A análise do PS-MS nos modos positivo e negativo

permitiu a identificação de várias substâncias, entre elas, ácidos orgânicos, açúcares e

flavonoides como luteolina 7-O- diglucuronideo, delfinidina-3-O-hexosideo, cianidina-3-O-

sambubiosídeo, dentre outros, A partir da espectrometria de massas foi possível comprovar a

presença de diversos compostos bioativos na infusão comercial.

Palavras-chave: Hibiscus sabdariffa L. PS-MS. Compostos fenólicos.

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ABSTRACT

The anti-inflammatory, hypolipidemic, antihypertensive and diuretic properties, among

others attributed to the presence of phenolic compounds, especially anthocyanins (delphinidin-

3-sambubioside and cyanidin-3-sambubioside) and others flavonoids (catechin,

epigallocatechin, quercetin) of the hibiscus have been proven in the literature and encouraged

the development of several industrialized products. Two brands of hibiscus tea marketed in the

city of Diamantina-MG were selected. Paper spray ionization (PS-MS) mass spectrometry was

performed. The analysis of PS-MS in the positive and negative modes allowed the identification

of several substances, including organic acids, sugars and flavonoids such as 7-O-diglucuronide

luteolin, delphinidin-3-O-hexoside, cyanidin-3-O -ambubioside, among others. From the mass

spectrometry it was possible to prove the presence of several bioactive compounds in the

commercial infusion.

Key-wors: Hibiscus sabdariffa L. PS-MS. Phenolic compounds.

1 INTRODUÇÃO

A consciência do consumidor sobre a intima relação entre alimentação saudável e

promoção à saúde têm crescido consideravelmente nos últimos anos, gerando alteração

substancial na indústria de alimentos, que atendendo ao mercado consumidor, tem desenvolvido

produtos menos processados, com reduzido número de ingredientes que em sua maioria devem

ser de origem natural (CAROCHO, MORALES, PEREIRA., 2015; MARTINS et al., 2016).

Neste cenário destaca-se o Hibisco (Hibiscus sabdariffa L), planta originária da China

que se desenvolve bem em regiões de clima tropical e subtropical. Também conhecida como

roselle ou vinagreira, é um arbusto rasteiro com 2 a 3 centímetros de altura, com flores brancas

de cálice em tons avermelhados (HUANG et al., 2015; ALAM et al., 2018).

Os produtos elaborados a partir desta planta, especialmente o chá, têm se popularizado

mundialmente, uma vez que, sua composição, rica em flavonoides, antocianinas e ácidos

orgânicos (CHANG et al., 2012; MOYANO et al., 2016; KANE et al., 2018) é associada a

prevenção de doenças crônicas não transmissíveis devido à sua atividade antimicrobiana, anti-

inflamatória, cardioprotetora, hepatoprotetora, nefroprotetora e anticancerígena (AZIZ,

WONG, & CHONG, 2013; MOYANO et al., 2016; RIAZ &CHOPRA, 2018).

Uma das técnicas mais utilizadas atualmente na análise da composição de matrizes

complexas como alimentos, medicamentos, pesticidas, etc., é a espectrometria de massas com

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ionização por paper spray (PS-MS), que se destaca por ser uma metodologia de elevada

sensibilidade, baixo consumo de amostras e reagentes, alta seletividade e baixo custo (WANG

et al., 2010).

Diante deste contexto, o presente estudo objetivou a avaliação da composição do chá de

hibisco, quanto à migração de metabólitos secundários durante o processo de infusão, em

amostras comerciais.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Preparação da amostra e reagentes

Duas amostras comerciais (HS1 e HS2) de cálices desidratados de hibisco (Hibiscus

sabdariffa L.) foram adquiridas na cidade de Diamantina, MG, Brasil. As embalagens

escolhidas foram avaliadas quanto a presença de avarias e data de prazo de validade estipulada

pelos fabricantes. O conteúdo de ambas embalagens foi processado, separadamente, em moinho

de facas Tecnal TE-625 (São Paulo, Brasil) e o pó obtido foi armazenado em frasco âmbar

identificado e mantido em temperatura ambiente até o momento a preparação das amostras.

Para a extração dos metabólitos secundários adotou-se o procedimento descrito por

Rufino et al. (2010). Assim, 0,5g de cada amostra e 1,0 mL de mistura de metanol (grau HPLC,

JT Baker, Phillipsburg, NJ, EUA) /água (50:50, v/v) foram adicionados em tubos Eppendor de

2,0 mL. Após uma hora a temperatura ambiente, os tubos foram centrifugados a 25,406 x g por

15 minutos e o sobrenadante recolhido. Em seguida, 1,0 mL de mistura de acetona grau HPLC,

JT Baker, Phillipsburg, NJ, EUA) /água (70:30, v/v) foi adicionado ao resíduo, com nova

incubação e centrifugação nas mesmas condições descritas acima. Ambos sobrenadantes foram

misturados, com adição de água destilada até alcançar volume final de 5,0 mL.

2.2. Análise metabolômica

A análise do perfil químico das duas amostras foi realizada, individualmente e em

triplicata, utilizando um espectrômetro de massas LCQ Fleet (Thermo Scientific, San Jose, CA,

EUA) equipado com uma fonte de ionização paper spray (FIG. 1) e foram executadas nos

modos positivo e negativo.

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Figura 1 – Diagrama da fonte de ionização por paper spray.

Fonte: Laboratório de Espectrometria de Massas, Departamento de Química, UFMG

Para a realização das análises, papel cromatográfico (1 CHR, Whatman, Little Chalfont,

Buckinghamshire, Reino Unido) cortado na forma de um triângulo equilátero (1,5 cm) foi

posicionado a frente da entrada do espectrômetro de massas. Este papel foi suportado por um

conector metálico e posicionado a uma distância de 0,5 cm com auxílio de uma plataforma

móvel (XYZ). Este aparato foi conectado a fonte de alta tensão do espectrômetro de massas por

meio de um fio de cobre. Por fim, 2,0 µL das amostras foram aplicados na extremidade dos

triângulos, 40,0 µL de metanol eram transferidos para o papel cromatográfico e a fonte de

voltagem foi ligada para aquisição dos dados.

O instrumento foi operado em: voltagem da fonte PS-MS igual a + 4,0 kV (modo

positivo) e – 3,0 kV (modo negativo); voltagem do capilar de 40 V; temperatura do tubo de

transferência de 275 °C; voltagem das lentes do tubo de 120 V; faixa de massas de 50 a 600 m/z

(modo positivo) e de 50 a 1000 m/z (modo negativo). Os íons e seus fragmentos obtidos nestas

análises foram identificados com base em dados descritos na literatura. A energia de colisão

usada para a fragmentação dos compostos variou de 15 a 30 eV. Os espectros de massa obtidos

foram processados com o software Xcalibur version 2.1 (Thermo Scientific, San Jose, CA,

USA).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Exemplos de espectros de Hibiscus sabdariffa nos modos positivo [PS(+)-MS] e

negativo [PS(-)-MS] estão apresentados na Figura 2. De modo geral, foi possível identificar

íons referentes a moléculas de ácidos orgânicos e compostos fenólicos.

Figura 2 – Representação do (-)PS-MS (A) e (+)PS-MS (B) de uma amostra de

chá de hibisco comercializado na cidade de Diamantina

No Quadro 1 estão mostrados alguns possíveis compostos detectados na análise de

varredura (ionização no modo negativo) do hibisco em ambas as amostras, uma vez que o

espectro obtido foi o mesmo. O sinal m/z 189 refere-se ao ácido hibisco, que foi identificado

pelos íon obtido após a reações de fragmentação, que gerou um íon secundário em m/z 127.

Este mesmo perfíl de fragmentação também foi relatado para extratos aquosos preparados a

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

m/z

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100127

189

83

@ [ ]

200 300 400 500 600 700 800 900 1000

m/z

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100611

593

551

431355

407

533283 449

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partir de amostras de hibisco coletadas no Senegal (RODRÍGUEZ‐MEDINA et al., 2009) e no

México (RAMÍREZ-RODRIGUES et al., 2011).

Quadro 1 – Compostos identificados nos extratos aquosos de Hibiscus sabdariffa PS-MS

no modo negativo

Possível composto

m/z ID Principais fragmentos Referências

Ácido hibisco 189 [M‐H]− 171, 170, 145, 127, 83,

73

(RODRÍGUEZ-MEDINA et

al., 2009; RAMÍREZ-RODRIGUES et al., 2011)

Ácido hibisco glicosídeo

351 [M‐H]− 333, 307, 291, 261, 231, 213, 189, 170,

127, 125

(RAMÍREZ-RODRIGUES et

al., 2011)

Derivado de ácido quínico

405 [M‐H]−

620, 387, 359, 351, 343, 331, 330, 323, 311, 285, 273, 271, 247, 233, 231, 230, 215, 211, 189, 171,

167, 127

SPÍNOLA et al. (2017); GOUVEIA & CASTILHO

(2009)

Cornosídeo Murristerona A

541 [M‐H]−

523, 508, 500, 462, 443, 433, 390, 363, 378, 351, 333, 291,

221, 195, 189

GUO et al. (2017); STEVENS; REED; MORRÉ

(2008)

O íon com m/z 351 foi reconhecido com sendo o ácido hibisco glicosídeo, que

fragmentou originando dois importantes íons secundários (m/z 189 e 127), similar ao estudo de

Ramírez-Rodrigues et al. (2011), que afirmam que a diferença entre m/z 351 e 189 é de 162, o

que corresponderia a molécula de glicose.

O sinal m/z 405 foi reconhecido como algum derivado do ácido quínico. Assim, Spínola

et al. (2017) relatam que, em extratos metanólicos de Myrica maia, planta típica da Ilha da

Madeira, foram obtidos os fragmentos m/z 388, 387 e 191 obtidos a partir deste íon, sendo que

o m/z 191, novamente fragmentado, resultou nos sinais m/z 173, 127, 111 e 93. Com base nesse

perfil, os autores identificaram o composto m/z 191 como o ácido quínico e, consequentemente,

o m/z 405 como um de seus derivados.

Dois possíveis compostos foram atribuídos ao íon m/z 541 devido à sua fragmentação.

Guo et al. (2017) identificou o sinal m/z 541 com fragmentação m/z195 como cornosídeo nos

frutos secos de Cornus officinalis, conhecidos como corni fructs, ou Cornelius cherry. Por

outro lado, Stevens, Reed e Morré (2008), em estudo de caracterização das sementes da espuma

do prado (Limnanthes alba), utilizando o padrão muristerona A, foi obtido um sinal m/z 541,

com fragmentação m/z 523, 351 e 333, semelhantes também ao presente estudo.

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No Quadro 2 são apresentados alguns possíveis compostos detectados na análise de

varredura por ionização no modo positivo do hibisco. Conforme o esperado, foram identificados

alguns compostos da classe dos flavonóides:

Os ions m/z 287 e m/z 317 foram identificados como 3,9-hidrometilpterocarpano e

dihidroxi-isoflavona respectivamente em comparação com estudo realizado por Zhang et al.

(2014), onde as raízes secas de Astragalus membranaceus foram submetidas à extração

metanólica. Conhecida na medicina oriental como Huangqi (Radix Astragali), suas raízes

pulverizadas já são comercializadas no Brasil, devido ao potencial antioxidante e

hepatoprotetor.

O sinal m/z 295 com fragmentação m/z 277 foi identificado como composto pertencente

à classe de diterpenos abietanos, tanshinone, especificamente isolados da salvia vermelha (

Salvia miltiorrhiza Bge) cujas propriedades antitumorais, vasodilatadoras são reconhecidas na

literatura oriental, porém seu mecanismo de ação é ainda desconhecido (WANG et al., 2012;

GAO et al., 2018).

O sinal m/z 303, com fragmentação m/z 257 e 229 foi reconhecido como ácido elágico

por comparação com o estudo desenvolvido por Ibrahim et al. (2015) para identificação de

compostos nas flores de Securigera securidaca, usada na medicina popular iraniana, indiana e

egípcia como antidiabético e anti-hiperlipidêmico

O íon m/z 313 foi identificado por Lopez-Avila; Yefchak (2011), em seu estudo de

identificação de cumarinas secundárias por espectrometria de massas, como 6-O-

dimetilsalutaridina, metabólito secundário da classe dos alcaloides.

Diversos autores identificaram, de forma diferente, o composto atribuído ao íon m/z 465

com fragmentação m/z 303: A partir de amostras de hibisco coletadas em Portugal (JABEUR

et al., 2017) e no Senegal (SEGURA-CARRETERO et al., 2008) os autores identificaram este

como sendo delfinidina -3-O-glucosideo. Resultado este corroborado por Bochi; Godoy e

Giusti (2015) na investigação de antocianinas e outros compostos fenólicos em frutos de

groselha do Ceilão (Dovyalis hebecarpa) bem como por Mena e colaboradores (2012) na

avaliação da presença de compostos polifenólicos no suco de româ (Punica granatum L.)

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Quadro 2 – Compostos identificados nos extratos aquosos de Hibiscus sabdariffa PS-MS no modo negativo

Possível composto m/z ID Principais fragmentos Referências

3,9-hidrometilpterocarpano

287 [M-H]+

361, 322, 304, 289, 287, 272, 269, 246, 244, 228, 225, 222, 218, 202, 189, 187, 184, 171, 161, 160, 151, 147, 139, 125,

107, 98

ZHANG et al. (2014)

Trijuganone A Isotanshinone IIA

295

[M-H]+ 488, 348, 330, 312, 295, 277, 259, 253,

241 211, 195, 165, 145, 133, LI et al. (2006); YANG et al. (2015); WANG et

al. (2012)

Ácido Elágico

303

[M-H]+ 356, 355, 338, 337, 320, 316, 302, 293, 286, 285, 274, 271, 260, 258, 257, 245, 244, 243, 239, 231, 229, 227, 215, 210,

197, 187, 175, 165, 164, 149

IBRAHIM et al. (2015)

6-O-demetilsalutaridina

313

[M-H]+ 478, 765, 407, 348, 344, 330, 321, 313, 302, 295, 285, 281, 270, 267, 258, 254, 253, 240,226, 225, 211, 203, 195, 187,

185, 133

LOPEZ-AVILA; YEFCHAK (2011)

Dihidroxi-isoflavona 317 [M-H]+ 334, 317, 302, 299, 298, 289, 285, 275, 261, 258, 256, 254, 244, 240, 228, 214,

202, 180, Zhang et al. (2014)

Delfinidina-3-O hexosideo ou Delfinidina-3-O-

glucosideo Quercetina-galactosideo

ou Quercetina-glucosideo Quercetina-3-O-β-D-

glucosideo

465

[M-H]+

847, 663, 602, 572, 543, 465, 447, 433, 403, 356, 303, 292, 229, 203, 201

SPÍNOLA et al. (2017); TEIXEIRA et al. (2015); JABEUR et al. (2017); SEGURA-CARRETERO et al. (2008); MENA et al.

(2012); BOCHI; GODOY; GIUSTI (2015); DIACONEASA et al. (2014); WAN et al.

(2011)

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63

Cianidina-3-O-sambubiosideo

581

[M-H]+ 851, 581, 563, 521, 501, 419, 377, 327,

321, 287, 282, 213, 173

JABEUR et al. (2017); SEGURA-CARRETERO et al. (2008); RAMÍREZ-

RODRIGUES et al. (2011); RODRÍGUEZ-MEDINA et al. (2009)

Delfinidina-3-O-sambubiosideo

Quercetina-pentosil-hexosideo

597

[M-H]+

876, 736, 689, 597, 579, 541, 465, 421, 393, 337, 303, 283, 257

JABEUR et al. (2017); SEGURA-CARRETERO et al. (2008); RAMÍREZ-

RODRIGUES et al. (2011); RODRÍGUEZ-MEDINA et al. (2009); VENTER; JOUBERT;

BERR (2013)

Cianidina-3,5-diglucosideo

611 [M-H]+ 753, 725, 637, 611, 610, 593, 579, 551,

533, 512, 489, 449, 433, 430, 395, 391, 356, 355, 346, 309, 283, 258

SEGURA-CARRETERO et al. (2008); MENA et al. (2012)

luteolina 7-O- diglucuronideo 639

[M-H]+ 938, 838, 639, 621, 607, 579, 575, 561, 477, 459, 456, 449, 435, 405, 359, 343,

311, 303, 283, 257 ZHU et al. (2014)

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64

Por outro lado, o mesmo composto foi reportado como delfinidina-3-O-hexosideo em

estudos da composição das folhas de frutos da Faia da ilhas (Myrica faya) coletados em Portugal

(SPÍNOLA et al.,2017) e colaboradores (2017) e nos frutos de grumixama (Eugenia

brasiliensis Lam.) coletados em São Paulo por TEIXEIRA et al. (2015).

Dos mais de trinta tipos de antocianidinas, seis se destacam como os mais comuns em

plantas superiores, sendo estas: pelargonidina, peonidina, malvidina, petunidina, cianidina e

delfinidina, sendo estas três ultimas às mais difundidas na natureza na forma de glicosídeos

(Kong et al., 2003).

As delfinidinas, compostos presentes no chá de hibisco comercial do presente estudo,

demonstraram várias atividades, tais como antioxidante, antimutagênese, propriedades anti-

inflamatórias, hepatoprotetiva, neutroprotetiva (PATEL; JAIN; PATEL, 2013). Esta classe

pode desempenhar um papel crítico como um agente quimioterápico através do

comprometimento dos mecanismos de proteção celular inibindo a autofagia, permitindo que as

ERO se acumulem e, finalmente, aumentem a morte celular por apoptose (LEE et al., 2018).

Daveri et al., (2018), avaliando a resistência a insulina e modulação do processo

inflamatório em camundongos concluiu que o consumo de Cianidina e a Delfinidina na dieta

ou por meio de suplementação é uma estratégia positiva para controlar os efeitos adversos das

dietas ocidentais, incluindo sobrepeso, obesidade e diabetes tipo 2.

Ainda, o sinal m/z 465 foi identificado como quercetina-glucosideo ou quercetina-

galactosideo por Diaconeasa et al. (2014) durante a identificação de ácidos fenólicos, flavonol

glicosídeos e potencial antioxidante em mirtilos, amora preta, framboesas e cranberries

adquiridas na Transilvânia, e como quercetina-3-O-β-D-glucosideo por Wan et al. (2011) na

análise das folhas de veludo-roxo Gynura divaricata. Esta substância possui atividades

antimicrobianas (ZENG et al.; 2019), hepatoprotetora (LI et al.; 2019), ação na prevenção da

diabetes (BULE et al.; 2019) e na hipertensão (GRANDE et al., 2016).

O íon m/z 581 com fragmentação m/z 287 foi reconhecido como Cianidina-3-O-

sambubiosideo e o sinal Delfinidina-3-O-sambubiosideo (m/z 597 com fragmentação m/z 303),

similar ao encontrado em amostras de hibisco coletadas em Portugal (JABEUR et al., 2017) e

no Senegal (RODRÍGUEZ‐MEDINA et al., 2009; SEGURA-CARRETERO et al., 2008) e no

México (RAMÍREZ-RODRIGUES et al. 2011)

Porém, durante a caracterização dos compostos fenólicos em ameixa sul-africana

(Prunus salicina L.) Venter, Joubert e Berr (2013) identificaram o sinal m/z 597 com

fragmentação m/z 303 como quercetina-pentosil-hexosideo.

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65

O sinal com m/z 611, cuja fragmentação resultou em m/z 449 foi reconhecido como

Cianidina-3,5-diglucosideo. A mesma substância foi identificada por Segura-Carretero et al.

(2008) em estudo de separação e identificação de antocianinas do hibisco colhido no Senegal,

bem como na polpa de romãs (Punica granatum L) (MENA et al.; 2012).

4 CONCLUSÃO

A espectrometria de massas mostrou-se como uma técnica simples, rápida e eficiente na

obtenção do fingerprint dos constituintes do chá de hibisco, permitindo a identificação de vários

compostos bioativos.

Foram encontados ácidos orgânicos (ácido elágico e ácido hibisco), flavonoides como

quercetina-glucosideo, quercetina-galactosideo e Dihidroxi-isoflavona, alcaloides e

antocianidinas de importante ação biológica como cianidinas e delfinidinas.

Desta forma é possivel afirmar que o chá de hibisco comercial possui em sua constituição

diversos compostos bioativos que podem desencadear benefícios à saúde, porém, se fazem

necessários maiores estudos acerca de sua quantificação e biodisponibilidade.

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71

CAPÍTULO 2 – OTIMIZAÇÃO DO TEMPO DE INFUSÃO, TEMPERATURA E

VOLUME DE ÁGUA NA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CHÁ DE HIBISCO

(Hibiscus sabdariffa L.)

RESUMO

O chá de hibisco ganhou crescente destaque na mídia devido as alegações de benefícios

nutricionais do seu consumo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência dos parâmetros

de extração comercial do hibisco no total de compostos fenólicos, flavonóides e atividade

antioxidante de duas marcas comercializadas da cidade de Diamantina-MG. Um delineamento

composto central rotacional foi construído para um total de 18 ensaios com 4 repetições do

ponto central para otimização do processo. Uma caracterização fitoquímica das bebidas para os

açúcares redutores alcalóides, aminoácidos, antraquinonas, esteróides, fenóis, flavonoides,

glicosídeos, saponinas, taninos e terpenos, análises quantitativas de compostos fenólicos,

flavonoides e atividade antioxidante pelo método DPPH foram realizadas. Os extratos

apresentam considerável teor de compostos fenólicos e atividade antioxidante, além de

indicativos da presença de flavonóides, taninos, fenóis e aminoácidos. Os resultados não foram

convertidos para um ponto de extração ideal, mas uma proporção significativa dos parâmetros

escolhidos nas variáveis de resposta foi observada.

Palavras-chave: Hibiscus sabdariffa L. DCCR. Compostos fenólicos. DPPH. Triagem

fitoquimica

ABSTRACT

Hibiscus tea has gained increasing prominence in the media after proving the alegations of

nutritional benefits of its consumption. The objective of this work was to evaluate the influence

of the commercial extraction parameters of hibiscus on total phenolic compounds, flavonoids

and antioxidant activity of two most popular brands in the city of Diamantina-MG. A rotational

central composite design was constructed for a total of 18 trials with 4 replicates of the central

point for the process otimization. A phytochemical characterization of the beverages for the

alkaloid reducing sugars, Amino acids, Anthraquinones, steroids, Phenols, flavonoids,

glycosides, saponins, tannins and terpenes, quantitative analysis of phenolic compounds,

flavonoids and antioxidant activity by the DPPH method were performed. The extracts present

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considerable content of phenolic compounds and antioxidant activity, as well as indicative of

the presence of flavonoids, tannins, phenols and amino acids. The results were not converted to

an optimal extraction point, but a significant proportion of the parameters chosen in the

response variables were observed.

Keywords: Hibiscus sabdariffa L. DCCR. Phenolic compounds. DPPH. Phytochemical

screening.

1 INTRODUÇÃO

O hibisco (Hibiscus sabdariffa L.) é um arbusto lenhoso pertencente a família das

malváceas que se desenvolve em regiões de clima tropical e subtropical ao redor do mundo

(HUANG et al., 2015; ALAM et al., 2018). O cálice de suas flores apresenta coloração

vermelho vivo, devido à presença de flavonoides com gossipetina, hibiscetina e seus respectivos

glicosídeos; ácido protocatecuico e eugenol, da classe das antocianinas como a delfinida-3-

sambubiosídeo e a cianidina-3-sambubiosídeo e ácidos orgânicos como ácido cítrico, ácido

ascórbico, ácido maleico e ácido hibisco (CHANG et al., 2012; MOYANO et al., 2016; KANE

et al., 2017).

A associação destes compostos à elevada atividade antioxidante e propriedades

funcionais como ação anti-inflamatória, anticarcinogênica, hipolipidêmica, anti-hipertensiva,

antimicrobiana, por exemplo, tem despertado incessantes estudos acerca do potencial do hibisco

em suas diversas formas de extratos, bem como a inserção em massa de diversos produtos a

base do hibisco, especialmente os chás (AZIZ; WONG; CHONG, 2013; PETER et al., 2014;

MARDIAH et al., 2015; MOYANO et al., 2016; RIAZ; CHOPRA, 2018).

Porém, embora se espere que estes compostos bioativos migrem para a bebida durante

o processo de infusão a quente, poucos foram os trabalhos encontrados na literatura que

relacionaram as propriedades da bebida obtida na forma de uso mais familiar aos consumidores.

Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito das variáveis volume de água,

temperatura e tempo de extração sobre os teores de compostos fenólicos e flavoides e na

atividade antioxidante in vitro de extratos obtidos a partir de amostras comerciais de hibisco

comercializadas na cidade de Diamantina, MG, Brasil.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Reagentes e amostra

Os padrões de ácido gálico e quercetina, o 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) e o

reagente de Folin-Ciocauteau foram adquiridos da Sigma Chemical (São Paulo, SP, Brasil).

Todos os reagentes empregados foram de grau analítico. As amostras (HS1 e HS2) de hibisco

desidratado foram compradas no comércio na cidade de Diamantina, MG, Brasil. As

embalagens escolhidas foram avaliadas quanto a presença de avarias e estarem dentro do prazo

de validade estipulado pelos fabricantes.

2.2 Otimização multivariada

No presente estudo usou-se um delineamento composto central rotacional (DCCR)

composto por um planejamento fatorial 23, com 18 ensaios, incluindo quatro replicatas no ponto

central (RODRIGUES, IEMMA, 2005). Investigou-se o efeito do tempo de infusão, da

temperatura e do volume de água empregados no preparo das bebidas no teor de compostos

fenólicos e flavonoides assim como na atividade antioxidante dos chás de hibisco. As faixas

estudas foram de 3 a 10 minutos para a duração da infusão (correspondendo aos níveis de -1,68

a +1,68), 60 a 90 °C para a temperatura da água, e de 50 a 500 mL para o volume de água. Estes

valores foram selecionados com base na literatura, assim como nos valores comumente

empregados pelos consumidores no preparo de chás.

2.3 Preparação das bebidas

As amostras usadas neste estudo (cálices secos de Hibiscus sabdariffa) foram

processadas em moinho de facas (modelo Tecnal TE-625, São Paulo, SP, Brasil) e armazenadas

em frascos âmbar, a temperatura ambiente. Para a preparação das bebidas, três gramas de cada

amostra foram misturados com o volume de água à temperatura determinada para cada ensaio,

sendo mantidas sob aquecimento em banho-maria com agitação (SOLAB, modelo SL180/DT,

Piracicaba, SP, Brasil) pelo tempo desejado. Após este período, as amostras foram filtradas

(papel de filtro Unifil, código 501.012, São Paulo, SP, Brasil) e os extratos armazenados em

frascos de vidro sob refrigeração (5 ºC), até o momento das análises.

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2.4 Triagem fitoquímica

A caracterização fitoquimica nas bebidas envolveu a determinação qualitativa de

açúcares redutores, alcaloides, aminoácidos, antraquinonas, fenóis, flavonoides, esteroides,

glicosídeos, saponinas, taninos e terpenos (DENNY et al., 2007; AYOOLA et al., 2008;

EGWAIKHIDE; OKENIYI; GIMBA, 2009; HUSSAIN et al., 2011; YADAV; AGARWALA,

2011; OMOTAYO; BOROKINI, 2012; OBOUAYEBA et al., 2015), sendo todas as análises

realizadas em triplicata.

2.5 Determinação do teor de compostos fenólicos totais

Nesta etapa, adaptou-se a metodologia de Singleton; Rossi (1965) para realização em

microplacas. Pipetou-se 100 μl de água Milli-Q (pH= 7,0), 12,5 μL de cada amostra, dos

diferentes ensaisos, e 12,5 μL do reagente Folin-Ciocauteau em cada um dos 96 poços da

microplaca, que foi agitada por 30 segundos e mantida em repouso por 5 minutos. Em seguida,

acrescentaram-se 125 μL de solução de carbonato de sódio a 1 mol.L-1 (p/v), mantendo a

microplaca à temperatura a 25 ºC), ao abrigo da luz, por 90 minutos. A determinação das

absorbâncias foi realizada a 750 nm em leitor de microplacas Spectramax® (San Jose, CA,

Estados Unidos). Para o cálculo da concentração de compostos fenólicos foi elaborada uma

curva analítica a partir do ácido gálico (2.000 mg.L-1) como padrão.

2.6 Determinação do teor de flavonoides totais

Esta análise foi realizada de acordo com a metodologia adaptada de Pereira et al. (2009),

para sua realização microplacas. Assim, 12,5μL de cada amostra e de cada ensaio, 12,5μL de

solução metanólica de cloreto de alumínio a 2 g% (p/v) e 112,5μL solução metanólica de ácido

acético a 5 g% (v/v) foram colocados em cada um dos 96 poçoes da microplaca, que foi mantida

em repouso, a temperatura ambiente (25 ºC) por 30 minutos. A determinação das absorbâncias

foi realizada a 425 nm em leitor de microplacas Spectramax® (San Jose, CA, Estados Unidos).

Para o cálculo da concentração de flavoides totais foi elaborada uma curva analítica a partir da

quercetina (100 µg.L-1) como padrão.

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2.7 Avaliação da atividade antioxidante

Em uma microplaca de 96 poços foram adicionados 244 μL de solução metanólica de

DPPH a 60 μmol.L-1, seguida da adição de 6 μL de cada uma das amostras (ensaios). Um

controle contendo somente o reagente DPPH também foi preparado simultaneamente. A placa

foi mantida à temperatura ambiente (25 ºC) e ao abrigo da luz por 30 minutos. A determinação

das absorbâncias foi realizada a 515 nm em leitor de microplacas Spectramax® (San Jose, CA,

Estados Unidos), utilizando metanol como branco (BRAND-WILLIAMS, CUVELIER E

BERSET, 1995).

A atividade antioxidante foi expressa como equivalentes de ácido gálico (mg.L-1) e

como percentual de inibição da auto-oxidação do DPPH, induzida pelas amostras e pela solução

padrão de ácido gálico, e foi calculada de acordo com a Equação 1:

% Inibição= AbsDPPH- AbsAmostraAbsDPPH

X 100 (1)

Onde: 𝐴𝑏𝑠𝐷𝑃𝑃𝐻 = absorbância do reagente DPPH puro 𝐴𝑏𝑠𝐴𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎= absorbância da amostra

2.8 Análises estatísticas

Os dados da otimização multivariada foram avaliados pela análise de variância

(ANOVA), com auxílio do software Statistica 7.0 (Statsoft, Estados Unidos). Os teores de

compostos fenólicos e flavonoides totais, assim como os valores da atividade antioxidante entre

os ensaios foram comparados pela ANOVA e pelo teste de Bonferroni (p< 0,05), para

determinar se houve diferença significativa entre as amostras das bebidas. Todas as análises

experimentais foram realizadas em triplicata.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Otimização multivariada

Na Tabela 1 estão as variáveis estudadas (codificadas) e os níveis experimentais

(variáveis decodificadas) empregados no preparo dos diferentes extratos de cálices de hibisco.

Dessa forma, para cada uma das amostras deste estudo (HS1 e HS2) foram feitos 18

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experimentos, totalizando 36 ensaios, nos quais foram realizadas a triagem fitoquímica

qualitativa, a determinação dos teores de compostos fenólicos e flavonoides totais, bem como

a avaliação da atividade antioxidante.

Tabela 1 – Variáveis e níveis experimentais dos ensaios obtidos no delineamento composto central rotacional

Ensaios Variáveis codificadas Variáveis decodificadas

X1 X2 X3 X1 X2 X3 01 -1,00 -1,00 -1,00 141,00 68,10 4,42 02 -1,00 -1,00 +1,00 141,00 68,10 8,58 03 -1,00 +1,00 -1,00 141,00 91,90 4,42 04 -1,00 +1,00 +1,00 141,00 91,90 8,58 05 +1,00 -1,00 -1,00 409,00 68,10 4,42 06 +1,00 -1,00 +1,00 409,00 68,10 8,58 07 +1,00 +1,00 -1,00 409,00 91,90 4,42 08 +1,00 +1,00 +1,00 409,00 91,90 8,58 09 -1,68 0,00 0,00 50,00 80,00 6,50 10 +1,68 0,00 0,00 500,00 80,00 6,50 11 0,00 -1,68 0,00 275,00 60,00 6,50 12 0,00 +1,68 0,00 275,00 100,00 6,50 13 0,00 0,00 -1,68 275,00 80,00 3,00 14 0,00 0,00 +1,68 275,00 80,00 10,00

15 (C) 0,00 0,00 0,00 275,00 80,00 6,50 16 (C) 0,00 0,00 0,00 275,00 80,00 6,50 17 (C) 0,00 0,00 0,00 275,00 80,00 6,50 18 (C) 0,00 0,00 0,00 275,00 80,00 6,50

X1 = água (mL); X2 = temperatura (ºC); X3 = tempo (minutos)

3.2 Triagem fitoquímica

A triagem fitoquimica é um estudo preliminar em que ensaios químicos qualitativos

foram utilizados para identificar a possível presença ou ausência de metabólitos secundários

nas preparações de hibisco. Verfica-se na Tabela 2 que para ambas as amostras, em todos os

ensaios experimentais, detectaram-se os mesmos tipos de metabólitos secundários.

Além da presença de compostos fenólicos das classes fenóis, flavonoides e taninos,

moléculas alvo deste estudo, destaca-se também a presença dos aminoácidos que além do seu

valor nutricional atuam como como copigmentadores das antocianinas produzindo um aumento

na intensidade de cor. (MAZZA & BROUILLARD, 1987).

Destaca-se também a ausência de açúcares redutores, ponto positivo uma vez que a

ingestão de açúcares redutores está relacionada à efeitos adversos à saúde, como cárie dentária

(MOYNIHAN & KELLY, 2014), obesidade (DELLA TORRE et al., 2016), diabetes tipo 2

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(IMAMURA et al., 2015), doenças cardiovasculares (WARFA et al., 2016) e alguns tipos de

câncer (GIOVANNUCCI, 2001).

Freitas, Santos e Moreira (2013), em extratos hidroalcoólicos de caules ou folhas de

hibisco adquiridos na cidade de São José do Ribamar/MA, encontraram indicativos positivos

de saponinas, taninos, esteroides, flavonoides e fenóis. Por outro lado, Sobota, Pinho e Oliveira

(2016), extratos aquosos ou alcoólicos, obtidos por infusão ou decocto, em amostra

comercializada na cidade de Campo Largo/PR, detectaram apenas cumarinas e flavonoides.

Em amostras de folhas de hibisco coletadas na cidade de Karduna (Nigéria), Adamu e

Ngwu (2015) revelaram a presença de flavonoides, taninos, saponinas e esteroides em extratos

metanólicos, enquanto que Obouayeba et al. (2015), com cálices obtidos em Adjame (Costa do

Marfim), detectaram a presença de alcaloides, polifenóis, flavonoides taninos e saponinas,

empregando metanol acidificado para a obtenção dos extratos. Ao comparar diferentes tipos de

solventes (água destilada, etanol, metanol, éter de petróleo e acetato de etila), na realização de

triagem fitoquímica, Okereke, Iroka e Chukwuma (2015) verificaram a presença de taninos,

saponinas, glicosídeos, fenóis e flavonoides, porém destacaram o maior percentual quantitativo

de flavonoides na análise destes compostos em uma bebida preparada com o cálice do hibisco.

Tabela 2 – Avaliação fitoquímica dos extratos de Hibiscus sabdariffa

Teste fitoquímico Ensaios Freitas,

Santos e Moreira (2013)

Sobota, Pinho e Oliveira (2016)

Adamu e

Ngwu (2015)

Obouayeba et al.

(2015)

Okereke, Iroka e

Chukwuma (2015)

Açúcares redutores - n.r n.r n.r n.r n.r Alcaloides - - - - + - Aminoácidos + n.r n.r n.r n.r n.r Antraquinonas - n.r n.r n.r n.r n.r Fenóis + - n.r n.r + + Flavonoides + + + + + + Esteroides - + - + - - Glicosídeos - n.r n.r n.r n.r + Saponinas + + n.r + + + Taninos + + - + + + Terpenos - n.r n.r n.r - n.r

(+) = presença; (-) = ausência (n.r) = não realizado

Embora pequenas diferenças tenham sido observadas nos diferentes estudos, estas

podem estar relacionadas com as condições climáticas (radiação solar, raios ultravioletas,

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períodos de seca ou chuva, estações do ano) e de cultivo (tipo de solo, nutrientes), que

influenciam diretamente na produção destes compostos pelos tecidos vegetais (TAIZ; ZEIGER,

2013).

3.3 Teor de compostos fenólicos totais

A influência das variáveis volume de água, temperatura e tempo de extração nos teores

de compostos fenólicos totais das amostras de hibisco está apresentada na Figura 1, equanto

que os resultados desta análise estão mostrados na Tabela 3. Para a amostra HS1, foram

observados valores variando de 120,04 a 1.017,54 equivalentes de ácidos gálico (mg.L-1),

enquanto que para a amostra HS2, eles oscilaram entre 182,13 a 1.670,04 equivalentes de ácidos

gálico (mg.L-1), com diferenças significativas tanto para os diferentes ensaios, quanto entre as

amostras.

Tabela 3 – Teores de compostos fenólicos e de flavonoides em extratos aquosos de cálices

de Hibiscus sabdariffa

Ensaio Compostos fenólicos totais (EAG mg.L-1) Flavonoides totais (EQ mg.L-1)

HS1 HS2B HS1 HS2B 01 884,63 ± 1,25Bx 866,71 ± 38,27Ax 19,84 ± 0,34Bx 22,45 ± 0,20Ax 02 930,88 ± 21,36Bx 861,29 ± 28,51Ax 13,93 ± 0,66Ey 21,35 ± 0,49Ax 03 865,46 ± 30,68By 1.074,63 ± 33,14Ax 15,69 ± 0,33Dy 24,37 ± 0,81Ax 04 920,46 ± 50,47By 1.670,04 ± 94,46Ax 18,14 ± 0,28Dx 22,01 ± 0,84Ax 05 258,79 ± 7,64Fx 347,13 ± 3,31CDx 5,75 ± 0,29Jx 7,8 ± 0,05Dx 06 285,46 ± 6,88Fx 332,54 ± 9,38Dx 4,5 ± 0,05Kx 7,42 ± 0,14Dx 07 375,88 ± 23,15Ex 336,29 ± 19,78Dx 6,35 ± 0,09IJx 8,05 ± 0,09Dx 08 203,79 ± 2,60Fx 288,79 ± 6,29Dx 6,13 ± 0,29IJx 7,58 ± 0,34Dx 09 1.017,54 ± 48,56Ax 1.098,38 ± 76,94Ax 52,86 ± 0,50Ax 39,31 ± 0,14Ay 10 120,04 ± 8,78Gx 182,13 ± 16,39Ex 5,13 ± 0,25Jx 5,53 ± 0,22Ex 11 408,79 ± 12,14DEx 439,21 ± 24,54BCDx 9,37 ± 0,57FGx 10,03 ± 0,25BCx 12 246,29 ± 5,05Fy 495,04 ± 23,92Bx 9,34 ± 0,71FGx 11,13 ± 0,3Bx 13 438,38 ± 23,85CDEx 433,79 ± 37,8BCDx 9,94 ± 0,25Fx 10,66 ± 0,8BCx 14 393,79 ± 0,72DEx 349,63 ± 31,25CDx 8,77 ± 0,14Fx 5,94 ± 0,27Ex

15 (C) 433,79 ± 10,1CDEx 475,88 ± 38,75Bx 9,75 ± 0,65Fx 10,13 ± 0,19BCx 16 (C) 438,79 ± 3,61CDEx 469,63 ± 28,15BCx 9,21 ± 0,43FGx 9,43 ± 0,11Cx 17 (C) 459,21 ±0,72CDx 395,46 ± 19,86BCDx 7,2 ± 0,16HIx 9,47 ± 0,16Cx 18 (C) 483,38 ±4,33Cx 423,38 ± 3,31BCDx 8,33 ± 0,16GHx 7,83 ± 0,20Dx

EAG = equivalentes de ácido gálico. EQ = equivalentes de quercetina. Resultados expressos com a média de triplicatas ± desvio-padrão. Médias indicadas por letras maiúsculas (coluna) ou minúsculas (linha) não diferem entre si pelo teste de Bonferroni (p< 0,05).

Nos gráficos de pareto (FIG. 1) é possível verificar que o principal fator relevante para

a extração de compostos fenólicos foi o volume de água empregado, com correlação linear

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negativa e significativa, sendo as maiores concentrações destes metabólitos observadas no

ensaio 9, para ambas as amostras, e também nos ensaios 1 a 4, para a amostra HS2. Entretanto,

nesta segunda amostra, cabe destacar que extração de compostos fenólicos ainda foi

influenciada significativamente pelos fatores temperatura, bem como por interações entre as

três variáveis estudadas. As superfície de resposta estão apresentadas nos anexos I e II.

Foram encontrados poucos relatos na literatura similares ao presente estudo, outros

autores já demonstram que o teor de compostos fenólicos totais pode variar dependendo das

condições experimentais empregadas na sua extração.Em amostras de hibiscos comercializadas

em Passo Fundo/RS, Brasil, Bergmeier et al. (2014), utilizando um delineamento DCCR com

cinco variáveis, verificaram que as maiores quantidades de compostos fenólicos foram obtidas

nas amostras sem agitação, com pH de 10,2, durante 110 minutos, na relação solvente/água de

50/50 (etanol ou acetona), a 56 ºC, considerando esse ponto com a de condição ótima para

extração destes metabólitos no tecido vegetal. Purbowati e colaboradores (2016) encontraram

condição ótima de extração dos compostos fenólicos totais utilizando micro-ondas na potência

de saída 250 W e 78,36%, utilizando etanol como solvente durante o tempo de para 4,91

minutos para amostras de hibisco obtidas na Alemanha.

Mohd-Esa et al. (2010), avaliando o teor de compostos fenólicos em amostra de

Hibiscus sabdariffa coletados na Malásia, relataram que os resultados variaram em função da

parte da planta (semente, cálice, folhas ou caule) e do tipo de solvente (água destilada ou

metanol a 80%) empregados na obtenção dos extratos, sendo que nas duas situações os maiores

valores encontrados foram no extrato metanólico de sementes (4,87 mg EAG/g de amostra).

Por outro lado, Formagio et al. (2015), em amostras de hibisco de Dourados/MS/Brasil,

afirmam que o teor de fenóis foi, em média, maior nos extratos metanólicos de cálices (463,34

mg.g-1) quando comparados aos das folhas (382,04 mg.g-1), independente do tipo de substrato

usado no cultivo das plantas (resíduos de granjas avícolas ou Organosuper®).

Já Anokwuru et al. (2011), em amostras de cálices de hibisico da Nigéria, reportaram

que o teor de compostos fenólicos, expressos em equivalentes de ácido gálico, foi distinto nos

diferentes solventes empregados, não observando diferenças significativas entre os extratos

metanólico (29,2 mg.g-1) e etanólico (27,6 mg.g-1) , os quais por sua vez foram superiores aos

valores de fenólicos totais dos extratos aquoso (20,2 mg.g-1) e de acetona (19,3 mg.g-1).

Estes resultados são corroborados pelo estudo de Obouayeba et al. (2015), que em

amostras coletadas na Costa do Marfim, reportaram teores de fenólicos de 23,21 mg EAG/g de

amostra, em extratos obtidos com metanol acidificado. Em contrapartida, Oboh (2008) apontam

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valores de 13.3 mg g-1, em extratos aquosos de cálices de Hibiscus sabdariffa, comercializados

em Santa Maria, RS, Brasil.

Provavelmente, as diferenças entre os estudos podem ser relacionadas com a origem do

material vegetal empregado, uma vez que as condições climáticas e de cultivo, aspectos

genéticos, grau de maturação e variedade das plantas, bem como presença de diferentes tipos

de insetos e microrganismos, são alguns fatores que podem causar variações na quantidade e

diversidade da composição química das plantas (HARTMANN, 2007; FREITAS; SANTOS;

MOREIRA, 2013; FORMAGIO et al., 2015).

Figura 1 – Gráficos de pareto para o teor de compostos fenólicos totais nos extratos

aquosos de cálices de Hibiscos sabdariffa, para as amostras HS1 (A) e HS2 (B)

A

B

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Além disso, como bem relatado por Garcia-Sales et al. (2010), os compostos fenólicos

englobam moléculas com natureza química diversa, existindo no tecido vegetal de forma

isolada, polimerizada ou complexada com outras moléculas, como carboidratos e proteínas e,

neste sentido, não há um processo ideal para sua extração, em função da solubilidade variada.

Assim, estes autores indicam que diferentes solventes puros (metanol, etanol, propanol,

acetona, acetado de etila) ou em combinações com água devem ser usados para a melhor

caracterização do tipo de composto fenólico presente na amostra.

Todavia, ressalta-se que, o objetivo do presente estudo é avaliação do extrato para

consumo humano, considerando seu uso na forma de chá, sendo inviável o uso de outros

solventes em virtude de suas toxicidades.

3.4 Teor de flavonoides totais

O teor de flavonoides totais das amostras de chá de hibisco está apresentado na Tabela

3. Para a amostra HS1, foram observados valores variando de 4,50 a 52,86 equivalentes de

quercetina (mg. L-1), enquanto que para a amostra HS2, eles oscilaram entre 5,53 a 39,31

equivalentes de quercetina (mg. L-1), com diferenças significativas tanto para os diferentes

ensaios, quanto entre as amostras. Os gráficos de superfície de resposta estão apresentados no

anexo III e IV

A influência das variáveis volume de água, temperatura e tempo de extração nos teores

de flavonóides totais das amostras de hibisco está apresentada na Figura 2.

As maiores concentrações de flavonóides foram observadas no ensaio 9, para ambas as

amostras, e também nos ensaios 1 a 4, para a amostra HS2. Nos gráficos de pareto (FIG. 2) é

possível verificar que o principal fator relevante para a extração destes metabólitos foi o volume

de água empregado, para a amostra HS1 com correlação linear positiva e quadrática negativa,

ambas significativas, para a HS2, além do volume do agua ( correlação linear negativa e

quadrática positiva) também exerceram influência significativa o tempo de infusão ( linear

negativa) e a temperatura (quadrática postiva).

Maciel et al. (2018), avaliando influência da termperatura e do tempo de extração teor

de flavonóides em amostra de Hibiscus sabdariffa coletados em São Paulo/ Brasil, relataram

que a temperatura influenciou significativamente o teor de flavonoides, sendo o maior valor

obtido a 88, 2ºC e 20 mintuos ( 676 ± 1.1 mg QE .100 g−1 ).

Durante a avaliação da influência dos reagentes na extração de flavonoides em hibiscos

de três variedades obtidos em duas cidades do México, Vargas-Léon e colaboradores (2018)

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observaram que o teor de flavonoides foi influenciado pela variedade, tipo de solvente e

aplicação de hidrolise ácida nas amostras. Neste estudo os maiores valores foram obtidos no

extrato aquoso, variando de 57.57 ± 1.55 a 143.23 ± 14.78 mg QE. 100 g−1.

Figura 2 – Gráficos de pareto para o teor de flavonoides totais nos extratos aquosos de cálices de Hibiscos sabdariffa, para as amostras HS1 (A) e HS2 (B)

Sobota, Pinho e Oliveira (2016) observaram que a maior concentração de flavonoides

foi obtida em extratos aquosos obtidos por infusão do que por decocção 128,23 a 138,07 mg

QE. g−1 em amostra de Hibiscus sabdariffa do Paraná/ Brasil.

A

B

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Observa-se que os resultados encontrados para o teor de flavonoides do chá de hibisco HS1

e HS2 obtidos neste trabalho são inferiores aos apresentados na literatura recente, especialmente

considerando as infusões em solventes orgânicos.

Tal efeito pode se justificar pelos parâmetros de extração, principalmente o solvente

empregado. Sabe-se que solventes polares como água, metanol, etanol, acetona são os mais

comumente utilizados, porém cada amostra é constituída por polifenóis específicos e de polaridade

diversificada, sendo impossível determinar um consenso sobre um único e efetivo método de

extração padrão (AIRES, 2017).

A miscibilidade dos solventes orgânicos com os outros ou mesmo com outros tipos de

solventes é outro fato a ser considerado para melhorar o rendimento da extração dos polifenois,

porém em se tratando de uma bebida, optou-se pela utilização de água devido à toxicidade dos

demais solventes indicados na literatura (AIRES, 2017).

3.5 Avaliação da atividade antioxidante

Na Tabela 4 são apresentados os resultados para a análise de atividade antioxidante pelo

método DPPH das amostras HS1 e HS2.

Tabela 4 – Atividade antioxidante dos extratos aquosos de cálices de Hibiscus sabdariffa

Ensaio DPPH (EAGmg. L-1) DPPH (% Inibição)

HS1 HS2B HS1 HS2B 01 1.436,14 ± 55,00Ax 528,5 ± 14,68DEFy 82,81 ± 1,83Ax 57,55 ± 0,78DEy 02 680,32 ± 10,13Bx 587,26 ± 13,32CDx 63,52 ± 1,15Cx 59,97 ± 0,85BCDx 03 276,09 ± 13,44Gy 553,86 ± 35,48CDx 45,36 ± 0,78Gy 58,6 ± 1,51CDx 04 868,59 ± 32,97Ax 420,41 ± 4,29FGy 69,73 ± 2,22Bx 52,7 ± 0,50Ey 05 116,62 ± 2,62Hy 320,14 ± 28,04Gx 35,92 ± 0,37Hy 47,7 ± 1,68Ex 06 425,79 ± 12,15DEy 505,86 ± 5,96DEFx 52,95 ± 1,38Fx 56,58 ± 0,37DEx 07 403,49 ± 7,9DEFx 418,76 ± 15,51FGx 51,90 ± 0,50Fx 52,62 ± 0,78Ex 08 626,82 ± 25,06BCx 532,25 ± 8,98DEy 61,50 ± 1,69CDx 57,71 ± 0,50DEx 09 112,84 ± 0,72Hy 714,07 ± 30,94ABx 35,67 ± 0,14Hy 64,65 ± 3,17ABx 10 465,78 ± 3,71DEy 801,80 ± 78,83Ax 54,80 ± 0,37EFy 67,64 ± 2,54Ax 11 279,00 ± 6,80FGy 406,82 ± 2,92Gx 44,71 ± 1,65Gy 52,06 ± 0,24Ex 12 563,24 ± 4,21BCx 387,21 ± 20,25Gy 59,00 ± 0,37CDEx 51,09 ± 1,69Ex 13 75,91 ± 2,8Hy 643,2 ± 6,19BCx 34,06 ± 1,22Hy 62,15 ± 0,7BCx 14 181,65 ± 0,00GHy 603,38 ± 3,13CDx 39,14 ± 1,44Hy 60,61 ± 0,14BCx

15 (C) 384,99 ± 63,91EFy 465,77 ± 5,45EFGx 50,93 ± 3,30Fx 54,8 ± 0,28Ex 16 (C) 541,21 ± 40,21CDx 429,07 ± 6,93EFGy 58,03 ± 2,68DEFx 53,11 ± 0,92Ex 17 (C) 558,26 ± 18,02BCx 370,45 ± 0,94Gy 58,76 ± 2,17CDEx 50,28 ± 0,14Ex 18 (C) 166,27 ± 13,89GHy 427,36 ± 11,82EFGy 38,34 ± 1,58Hy 53,03 ± 0,97Ex

DPPH = 2,2-difenil-1-picril-hidrazila. EAG = equivalentes de ácido gálico. Resultados expressos com a média de triplicatas ± desvio-padrão. Médias indicadas por letras maiúsculas (coluna) ou minúsculas (linha) não diferem entre si pelo teste de Bonferroni (p< 0,05).

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Os valores foram expressos em ácido gálico equivalente (mg. L-1) e em porcentagem de

inibição, que representa a capacidade do referido composto inbir a oxidação do substrato, de

forma a compara-los com os resultados da literatura. Para a amostra HS1, foram observados

valores variando de 279,00 a 1436,14 equivalentes de ácidos gálico (mg. L-1) ou 44,71 a 82,81

% de Inbição, enquanto que para a amostra HS2, eles oscilaram entre 320,14 a 801,80

equivalentes de ácidos gálico (mg.L-1), ou 47,7 a 67,64 % de Inibição.

A maior atividade antioxidante foi demonstrada pelos ensaios 1,4 para HS1 e para os

ensaios 9,10 da amostra HS2. A influência das variáveis volume de água, temperatura e tempo

de extração na atividade antioxidante das amostras de hibisco está apresentada nas Figuras 3 e

4. Os gráficos de superfície de resposta estão apresentados nos anexos V, VI, VII e VIII.

Figura 3 – Gráficos de pareto para a atividade antioxidante dos extratos aquosos de

cálices de Hibiscos sabdariffa da amostra HS1 expressos em % Inibição (A) e

EAGmg. L-1 (B)

A

B

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Figura 4 – Gráficos de pareto para a atividade antioxidante dos extratos aquosos de

cálices de Hibiscos sabdariffa da amostra HS2 expressos em % Inibição (A) e

EAGmg. L-1 (B)

Nos gráficos de pareto (FIG. 3) é possível verificar que os principais fatores relevantes

na atividade antioxidante das infusões do chá HS1 pelo método DPPH foi a interação da

temperatura com o volume de água empregado e o binômio tempo e temperauta, ambos com

correlação linear positiva e significativa, considerando as unidades expressas em equivalentes

de ácido gálico. Quando se analisa os resultados em % de inibição pode se observar que a

mesma obteve correlação linear positiva e significativa para a interação entre volume de água

e temperatura.

A

B

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A amostra HS2 (FIG. 4), independente da forma de apresentação dos dados (% inibição

ou ácido gálico equivalente), a atividade antioxidante foi influenciada pelo volume de água

(quadrática e positiva), tempo de infusão (quadrática e positiva), temperatura (quadrática e

negativa) bem como pela interação entre as variáveis (linear e positivamente)

Em estudo que objetivou a avaliação da atividade antioxidante, pelo método DPPH, de

amostra de Hibiscus sabdariffa coletados na Malásia, Mohd-Esa e colaboradores (2010)

constatatam que os resultados variaram entre os solventes utilizados, sendo maior na extração

metanólica do cálice (87.9 % de Inibição) que em água destilada (30.8 %de Inibição).

Anokwuru e colaboradores (2011), analisaram a atividade antioxidante de extratos de

cálices de hibisico da Nigéria, com diferentes solventes e concluíram que o extrato metanólico

(78%) apresentou valores de porcentagem de inibição significativamente maiores que os

extratos etanólico (69%), aquoso (63%) e em acetona (37%).

Maciel et al. (2018), avaliando influência da termperatura e do tempo de extração na

atividade antioxidante de amostra de Hibiscus sabdariffa coletados em São Paulo/ Brasil,

relataram que a temperatura influenciou significativamente a atividade antioxidante dos

extratos, pois elevadas temperaturas combinadas com longo tempo de extração podem provocar

a degradação dos compostos fenólicos. A maior porcentagem de inibição observada foi a do

ensaio realizado a 60ºC e 34,1 mintuos (67,1 %).

Vargas-Léon e colaboradores (2018), em estudo da influência dos reagentes atividade

antioxidante em hibiscos de três variedades obtidos em duas cidades do México, concluíram

que a porcentagem de inibição dos extratos foi influenciada pela variedade, tipo de solvente e

aplicação de hidrolise ácida nas amostras. Neste estudo os maiores valores foram obtidos no

extrato etanólico da variedade criola, 1,86 miligramas equivalentes de ácido ascórbico por

grama.

As diferenças observadas nestes aspectos se devem tanto à variedade de Hibisco

analisada como também as características enfadoclimáticas como o clima, o relevo, a litologia,

a temperatura, a umidade do ar, a radiação, o tipo de solo, o vento, a composição atmosférica e

a precipitação pluvial (BORRÁS-LINARES et al., 2015)

Foi realizada a sobreposição dos gráficos do presente estudo no intuito de se obter uma

faixa de melhor extração das variáveis analisadas, porém esta avaliação não foi efetiva. Para

cada variável (fenólicos, flavonoides e atividade antioxidante), os resultados apontaram faixas

ótimas de extração diferentes e distantes umas das outras tornando a sobreposição ineficiente.

Na Tabela 5 é apresentada a correlação de Pearson entre as variáveis resposta para as

amostras de chá de hibisco comercializadas na cidade de Diamantina-MG.

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A partir desta análise é possível observar que o teor de compostos fenólicos apresenta

correlação significativa com o teor de flavonoides totais. Vargas-León e colaboradores (2018)

realizaram a correlação de Pearson para as variáveis: fenólicos totais, flavonoides totais e

expressos em catequina e quercetina, atividade antioxidante pelos métodos DPPH , ABTS

(ácido 2,2′-azino-bis(3-etilbenzotiazoline-6-sulfonico), DMPD (N,N-Dimetil-p-

fenilenediamina) e inibição da enzima conversora de angiotensina e encontrou forte correlação

entre flavonoides totais e teor de compostos fenólicos (0,74, p < 0,05).

Tabela 5 – Correlação entre os teores de compostos fenólicos totais (CFT) e flavonoides totais (TFT) com a atividade antioxidante, para os extratos aquosos de Hibiscus

sabdariffa

Comparações Amostra HS1 Amostra HS2

r p r p

CFT x TFT 0,7350 0,0005 0,8162 <0,0001 CFT x DPPH (EAG mg.L-1) 0,3064 0,2161 0,0466 0,0650 CFT x DPPH (% inibição) 0,2253 0,3688 0,0631 0,8036 TFT x DPPH (EAG mg.L-1) -0,0010 0,9969 0,3092 0,3420 TFT x DPPH (% inibição) -0,0886 0,7266 0,3194 0,3582 DPPH (EAG mg. L-1) X DPPH (% inibição) 0,9744 <0,0001 0,9973 <0,0001

Já os demais parâmetros não apresentam forte correlação entre si, diferentemente do

encontrado por Vargas-León et al., 2018 que obteve correlação positiva entre DPPH e fenólicos

totais (0,88, p < 0,05) e flavonoides e DPPH (0,78, p < 0,05).

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4 CONCLUSÃO

A partir dos resultados apresentados é possível observar que o chá de hibisco comercial

apresenta considerável teor de compostos fenólicos, flavonoides e atividade antioxidante e que

estes são extraídos satisfatoriamente durante a infusão.

Observou-se pelos valores obtidos que, apesar de não se haver uma otimização exata das

variáveis de preparo, os melhores desempenhos seja no teor dos compostos, bem como em sua

atividade antioxidante, forma obtidos em faixa de temperatura de 68,1ºC a 91,9ºC, de 50 a 141

mililitros de água com duração de infusão de 4,42 a 8,58 minutos (Amostras 1, 2, 3, 4, 9).

Estudos complementares de otimização poderão ser realizados dentro das faixas

propostas e também considerando a presença de outras classes de compostos como taninos e

antocianinas que atuam como antioxidantes, mas não foram quantificados no presente estudo.

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Anexo I– Graficos de superfície de resposta para para o teor de compostos fenólicos totais

nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus sabdariffa, para a amostra HS1 (A, B e C)

A

B

C

F

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Anexo II– Graficos de superfície de resposta para para o teor de compostos fenólicos totais

nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus sabdariffa, para a amostra HS2 (A, B e C)

A

B

C

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Anexo III – Graficos de superfície de resposta para para o teor de flavonóides totais nos

extratos aquosos de cálices de Hibiscus sabdariffa, para as amostras HS1 (A, B e C)

A

B

C

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97

Anexo IV – Graficos de superfície de resposta para para o teor de flavonóides totais nos

extratos aquosos de cálices de Hibiscus sabdariffa, para as amostras HS2 (A, B e C)

A

B

C

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xAnexo V – Graficos de superfície de resposta para para o teor de atividade antioxidante

pelo método DPPH expresso em % de Inibição nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus

sabdariffa, para as amostras HS1 (A, B e C)

A

B

C

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Anexo VI – Graficos de superfície de resposta para para o teor de atividade antioxidante

pelo método DPPH expresso em % de Inibição nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus

sabdariffa, para as amostras HS2 (A, B e C)

A

B

C

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Anexo VII – Graficos de superfície de resposta para para o teor de atividade antioxidante

pelo método DPPH expresso em EAGmg. L-1 nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus

sabdariffa, para as amostras HS1 (A, B e C)

A

B

C

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Anexo VIII – Graficos de superfície de resposta para para o teor de atividade antioxidante

pelo método DPPH expresso em EAGmg. L-1 nos extratos aquosos de cálices de Hibiscus

sabdariffa, para as amostras HS2 (A, B e C)

A

B

C