anÁlise florÍstica e estrutural do parque estadual da serra … · instituto de botânica de são...

213
1 ESCOLA NACIONAL DE BOTÂNICA TROPICAL INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA DIVERSIDADE VEGETAL: CONHECER PARA CONSERVAR ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RJ, BRASIL ANA ANGÉLICA MONTEIRO DE BARROS Orientação: Dr a DOROTHY SUE DUNN ARAUJO Rio de Janeiro 2008

Upload: others

Post on 25-Jul-2020

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

1

ESCOLA NACIONAL DE BOTÂNICA TROPICAL INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA DIVERSIDADE VEGETAL: CONHECER PARA CONSERVAR ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RJ, BRASIL

ANA ANGÉLICA MONTEIRO DE BARROS

Orientação: Dra DOROTHY SUE DUNN ARAUJO

Rio de Janeiro

2008

Page 2: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

2

ESCOLA NACIONAL DE BOTÂNICA TROPICAL INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA DIVERSIDADE VEGETAL: CONHECER PARA CONSERVAR

ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RJ, BRASIL

ANA ANGÉLICA MONTEIRO DE BARROS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Botânica Diversidade Vegetal: Conhecer para Conservar, como requisito para obtenção do grau de Doutor em Botânica.

Orientação: Dra Dorothy Sue Dunn Araujo

Rio de Janeiro

2008

Page 3: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

3

ANA ANGÉLICA MONTEIRO DE BARROS

ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RJ, BRASIL Apresentada em 31 de março de 2008.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________ Dra Dorothy Sue Dunn Araujo (Orientadora)

Universidade Federal do Rio de Janeiro – Departamento de Ecologia Presidente da Banca

________________________________________________ Dr. Haroldo Cavalcante de Lima

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

______________________________________________ Dr. Rogério Ribeiro Oliveira

Pontifícia Universidade Católica RJ

______________________________________________ Dra Inês Cordeiro

Instituto de Botânica de São Paulo

____________________________________________ Dra Maria Cândida Mamede

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro 2008

Page 4: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

4

Barros, Ana Angélica Monteiro de.

B277a Análise florística e estrutural do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil / Ana Angélica Monteiro de Barros. – Rio de Janeiro, 2008.

xii, 218 f. : il. Tese (Doutorado) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio

de Janeiro/Escola Nacional de Botânica Tropical, 2008. Orientadora: Dorothy Sue Dunn Araujo. Bibliografia. 1. Florística. 2. Fitossociologia. 3. Diversidade. 4. Conservação. 5.

Afloramentos rochosos. 6. Serra da Tiririca. 7. Mata Atlântica. 8. Rio de Janeiro (Estado). I.Título. II. Escola Nacional de Botânica Tropical.

CDD 581.98153

Page 5: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

5

A todos aqueles que lutam para que a natureza se perpetue.

Page 6: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

6

S antuário de coisas vivas

E splendor da Natureza R elicário de rara beleza R espira verdade ativa A inda com realeza D a bromélia e do jerivá A brigo do caiapiá T iririca, como é chamada I nsana erva, o batismo, R egaço p´ro tamanduá I ntensas fendas e abismo R eserva para o tucano ‘I nda p´ro gato do mato C actus, por cobertura A clamada, aqui estás!

Mariney Klecz

Page 7: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

7

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que contribuíram para realização desse trabalho e que lutam para que as gerações futuras ainda possam conhecer a Serra da Tiririca.

À Dra Dorothy Sue Dunn Araujo, minha orientadora, por acreditar que eu era capaz de realizar tudo isso.

Ao Luiz José Soares Pinto, companheiro e amigo incansável nesse trabalho.

Aos amigos Jorge Antônio Pontes, Laura França, Cássio Garcez, Rosani Arruda, Eduardo Sícoli Seoane, Joel Romano Bartalini e Sérgio Tadeu Meirelles com os quais eu comecei a conhecer a Serra da Tiririca e arredores.

Ao Dr. Cyl Farney Catarino de Sá pela grande ajuda e sugestões dadas a esse trabalho.

A Leonor Ribas, entusiasta no estudo das trepadeiras da Mata Atlântica, pelas sugestões dadas a esse trabalho.

A Dra. Regina Helena P. Andreata, pioneira nos estudos florísticos no Alto Mourão e cujo importante trabalho foi subsídio fundamental para criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca.

Aos pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro que foram fundamentais para identificação das espécies vegetais: Alexandre Quinet, Ângela Maria S.F. Vaz, Ariane Luna Peixoto, Bruno Resende Silva, Cláudio Nicoletti Fraga, Fábio França, Elsie F. Guimarães, João Marcelo A. Braga, Haroldo C. de Lima, Lúcia d’Ávila de Carvalho, Marcus A. Nadruz Coelho, Maria de Fátima Freitas, Mássimo G. Bovini, Ronaldo Marquete, Sheila Profice e Vidal Mançano.

Aos pesquisadores de outras instituições de pesquisa que também foram fundamentais para identificação das espécies vegetais: André Amorim, Arline B. de Souza, Daniela Zappi, Genise V. Somner, Ivete Silva, João Pedro Carauta, Jorge Fontella, José Rubens Pirani, Luci Senna, Maria Célia Vianna, Mário Gomes, Marccus Alves, Marcos Sobral e Roberto Lourenço Esteves.

Aos alunos da ENBT e estagiários do Jardim Botânico do Rio de Janeiro que sempre estiveram dispostos a dar uma olhadinha no material quase impossível de identificar e, sem eles, muitos nomes não estariam na listagem final: Adriana Q. Lobão, Berenice Chiavegato, Carine Garcia Quinet, Carlos Henrique Reif, Luciana Tachigali, Marcelo C. Souza e Michel João Pereira Barros.

Ao Robson Dalmas Dias imenso agradecimento pela super ajuda com a identificação das plantas.

A Alexandre Gabriel Christo imenso agradecimento pela ajuda fundamental na parte estatística.

A grande amiga Inês Machline Silva que conheci durante o doutorado e que quero continuar amiga até os fins do tempo. Obrigada por todas as palavras positivas que você sempre tem para dar.

As amigas de doutorado da ENBT Micheline Silva, Micheline Marcon, Raquel Azeredo Muniz e Dulce Mantuano.

Page 8: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

8

Aos vários amigos do Mestrado da ENBT......................... São muitos........

Aos incríveis professores da ENBT........

A banca que examinou o projeto de tese e na apresentação dos resultados preliminares, dando inúmeras sugestões valiosas para realização desse trabalho: Cyl Farney Catarino de Sá, Ariane Luna Peixoto, Gustavo Martinelli, Rejan R. Guedes-Bruni, Vidal Mansano, Denise Costa e Helena Bergallo. Ao Rogério Ribeiro Oliveira que me cedeu parte da bibliografia consultada.

A todos os estagiários da UERJ-FFP que participaram das coletas de campo e das aventuras pelas trilhas da Serra da Tiririca. Em especial: Pollyana W. Feteira, Leandro de Oliveira Furtado de Sousa, Wander Carvalho Brasil, Henrique Pereira Moreira, Eduardo do Nascimento Fontes, Anderson Guedes Pereira, Vanessa C. Matos, Thais de Assis M. Muritiba, Leonardo Ferreira dos Santos, Laiza Tahara Vassal, Natália Coqueiro Mendonça, Bruno de Aquino Alves e Sandra Amália.

Aos amigos da ONG Protetores da Floresta que tanto tem lutado pela preservação das nossas matas: Alicia Leite, Mônica Pontes, Cristina Teper, Marta Marques, Maria Velasco, Gabriela Alejandra e Maria Collares.

Aos técnicos do Laboratório de Biologia da UERJ-FFP pela paciência e fundamental ajuda em todos os momentos: Fernanda Cascaes Gonçalves, Raquel Mendonça, Kelly Araújo Lúcio, Alberto Araújo Valente, Priscilla Gomes da Silva, Silviane Franco Charret, Alexandre Raposo, Flávia Lima e Carlos Eduardo Jascone.

Aos funcionários do Herbário RB, em especial a Luiz Fernando da Conceição e Rosângela da Silva Gomes pela constante ajuda.

Aos secretários da ENBT: Marcinha, Abílio, Nilson e Janúsia

Aos ex Diretores da Faculdade de Formação de Professores da UERJ Marisa Assis, Glauber Almeida de Lemos e Cláudio Barbosa (in memorian) pelo incentivo.

Ao amigo, parceiro e ex chefe Douglas Pimentel, professor assistente da UERJ-FFP-DCIEN, por tudo que fez para me ajudar a conseguir fazer o Doutorado.

Aos ex-administradores do Parque Estadual da Serra da Tiririca que sempre foram parceiros e ajudaram na realização desse trabalho: Laura França, Carlos Eduardo Sícoli Seoane, Ronaldo Rolão e Alex Figueiredo.

Aos Herbários consultados e seus curadores que mantém as magníficas coleções representativas da nossa flora do Rio de Janeiro: RB, GUA, RFFP, RUSU, RFA e R.

A toda comunidade tradicional da Serra da Tiririca que mostrou os segredos da floresta, em especial ao Joel Bartaline, Roque, Renatão, Izaquiel, “Seu Bichinho” (Américo), Tide, Marcelo, Isaías e Dona Dalva.

Page 9: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

9

SUMÁRIO FOLHA DE APROVAÇÃO ........................................................................ 03

DEDICATÓRIA ........................................................................................... 05

EPÍGRAFE ................................................................................................... 06

AGRADECIMENTOS ................................................................................. 07

SUMÁRIO ..................................................................................................... 09

RESUMO...................................................................................................... 11

ABSTRACT .................................................................................................. 12

INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................. 13

Objetivos................................................................................................... 15

Objetivo Geral.......................................................................................... 15

Objetivos Específicos............................................................................... 15

Questionamentos...................................................................................... 15

Referências Bibliográficas........................................................................ 16 ÁREA DE ESTUDO.................................................................................... 18

1. Localização.............................................................................................. 18

2. Histórico da Proteção Legal.................................................................... 20

3. Relevo, Geomorfologia, Geologia e Solo................................................ 24

4. Clima....................................................................................................... 26

5. Hidrografia............................................................................................... 28

6. Vegetação................................................................................................ 29

7. Aspectos Históricos da Ocupação........................................................... 31

8. Passagem dos naturalistas nos séculos XVII e XIV pela região............. 41

9. Referências Bibliográficas....................................................................... 43

Anexo....................................................................................................... 47 ARTIGO I : Caracterização Fisionômico-Florística e Aspectos Conservacionistas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil.......................................................................

49

Introdução................................................................................................ 50

Metodologia............................................................................................. 51

Resultados e Discussão............................................................................ 52

Conclusão................................................................................................ 70

Referências Bibliográficas....................................................................... 71

Anexo....................................................................................................... 76 ARTIGO II : Análise Florística de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil............................

79

Introdução................................................................................................ 80

Metodologia............................................................................................. 82

Page 10: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

10

Resultados e Discussão............................................................................ 83

Conclusão................................................................................................ 101

Referências Bibliográficas....................................................................... 102

Anexos..................................................................................................... 110 ARTIGO III : Trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil........................................................

139

Introdução................................................................................................ 140

Material e Métodos.................................................................................. 142

Resultados e Discussão............................................................................ 144

Conclusão................................................................................................ 150

Referências Bibliográficas....................................................................... 151

Anexos..................................................................................................... 156 ARTIGO IV : Vegetação de afloramento rochoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil..............................................................................................................

161

Introdução................................................................................................ 162

Material e Métodos.................................................................................. 164

Resultados e Discussão............................................................................ 166

Referências Bibliográficas....................................................................... 171

Anexo....................................................................................................... 175 ARTIGO V : Análise fitossociológica do estrato lenhoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil.............................................................................................................

180

Introdução................................................................................................ 181

Material e Métodos.................................................................................. 182

Resultados e Discussão............................................................................ 186

Conclusões............................................................................................... 199

Referências Bibliográficas....................................................................... 200

Anexos..................................................................................................... 204 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................

217

Page 11: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

11

RESUMO A Mata Atlântica antes da chegada dos colonizadores ocupava uma área de 15% do território brasileiro. Devido aos processos históricos de ocupação e uso econômico da costa brasileira, atualmente restringe-se a manchas disjuntas localizadas principalmente nas regiões Sudeste e Sul. A alta taxa de desmatamento e degradação de seus ambientes tem levado ao desaparecimento de várias espécies tanto da flora quanto da fauna. Esse quadro fez com que fosse incluída entre os cinco hotspots mundiais mais importantes, ou seja, entre as regiões biologicamente mais ricas e ameaçadas do planeta. No estado do Rio de Janeiro restam apenas 16,7% da área original antes ocupada pela Mata Atlântica. Os estudos realizados mostram que os fragmentos remanescentes ainda detêm uma importante diversidade biológica, inclusive com a ocorrência de várias espécies endêmicas. A Serra da Tiririca representa uma porção da Mata Atlântica inserida no maciço costeiro da Serra do Mar, entre os municípios de Niterói e Maricá no estado do Rio de Janeiro. Nessa região foi criado em 1991 o Parque Estadual da Serra da Tiririca. A vegetação apresenta um aspecto geral escleromórfico, com intensa queda de folhas nos meses mais secos. Contudo, é caracterizada pela floresta ombrófila densa e afloramentos rochosos, sendo seu aspecto escleromórfico associado ao clima regional, proximidade com o mar e a presença de solos rasos. Tem baixa similaridade florística com outras áreas inventariadas do estado do Rio de Janeiro, porém apresentou maior relacionamento com a flora das restingas fluminenses. Cinco espécies novas para a ciência foram encontradas na área, além de 67 espécies ameaçadas, reforçando a importância da sua conservação. O inventário florístico registrou 907 espécies de Magnoliophyta pertencentes a 434 gêneros e 97 famílias, além de 122 espécies consideradas ruderais. Destacam-se as seguintes famílias quanto à riqueza de espécies: Leguminosae (85 spp.), Rubiaceae (54 spp.), Myrtaceae (55 spp.), Euphorbiaceae (42 spp.), Bromeliaceae (41 spp.), Sapindaceae (33 spp.), Bignoniaceae (29 spp.), Orchidaceae (28 spp.), Araceae (25 spp.) e Asteraceae (25 spp.). As plantas arbóreas representam 35,8% da flora, seguido de trepadeiras (21,9%), ervas (18,4%), arbustos (16,9%), epífitas (4,9%), hemiepífitas (1,8%) e parasitas (0,3%). Especificamente nos afloramentos rochosos foram registradas 250 espécies, sendo que essa amostragem corresponde a 27,6% do total de espécies levantadas no PEST. Dessas, 46,4% têm ocorrência exclusiva nos afloramentos rochosos. Essas formações representam ilhas terrestres entremeadas à floresta, que contribuem de forma significativa para a diversidade florística local. As trepadeiras correspondem a uma forma de vida que se destacou no levantamento florístico e foi tratada a parte. Têm alta representatividade em várias formações vegetais, correspondendo a cerca de 25% da diversidade taxonômica das florestas tropicais. Foram relacionadas 39 famílias, 106 gêneros, 211 espécies. A maior riqueza foi das famílias Leguminosae (29 spp.), Sapindaceae (23 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Malpighiaceae (18 spp.) e Convolvulaceae (12 spp.). Essas famílias perfazem 71,6% do total de trepadeiras levantadas. Houve um predomínio de trepadeiras lenhosas e de formas volúveis. As trepadeiras contam a história dos impactos ambientais de uma área. A expressiva riqueza e diversidade de espécies mostram que a vegetação forma um mosaico de vários estádios sucessionais, de acordo com o processo de uso e abandono da terra. A estudo fitossociológico foi realizado em três diferentes áreas com critério de inclusão de DAP≥ 2,5 cm, utilizando-se 10 transects de 2 m X 50 m, totalizando 0,1 ha em cada área. Mediu-se indivíduos lenhosos, incluindo árvores, arbustos e trepadeiras. Foram amostrados 1.449 indivíduos, correspondendo a 215 espécies, 1 morfo-espécie, 146 gêneros e 54 famílias. 140 espécies são arbóreas, 39 arbustos e 36 trepadeiras. As dez famílias mais representativas são Myrtaceae (26 spp.), Leguminosae (24 spp.), Rubiaceae (20 spp.), Lauraceae (14 spp.), Bignoniaceae (13 spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Sapindaceae (10 spp.) e Meliaceae/Moraceae/Sapotaceae (6 spp.). As espécies dominantes são Pseudopiptadenia contorta no Morro do Telégrafo, Cupania racemosa no Morrote do Córrego dos Colibris e Guapira opposita no Morro do Cordovil. No Morrote do Córrego dos Colibris a vegetação encontra-se em regeneração mais recente. Foram obtidos altos valores de diversidade (H’) no Morro do Cordovil (4,59), Morro do Telégrafo (3,24) e Morro do Cordovil (4,17). Os dados mostram que a Serra da Tiririca encontra-se em diferentes estádios de regeneração, porém vêm se recuperando naturalmente. Trata-se de um importante fragmento de floresta ombrófila densa que ainda detêm uma diversidade florística relevante e que deveria ser mais bem protegida pelo poder público. Palavras chaves: Serra da Tiririca, Mata Atlântica, fito-fisionomia, florística, estrutura, trepadeiras, afloramentos rochosos, conservação

Page 12: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

12

ABSTRACT The Atlantic Forest, before the colonizers arrival, had occupied 15% of Brazilian territory. Due to historic process of Brazilian shore occupation and economic use, actually is restricted to isolated spots located primordially on South and Southeast regions. The high deforestment and degradation rate of their environments had been lead to the disappearing of several species, both flora and fauna. This picture motivates its inclusion among the five most important world hotspots, either the most biological rich and threatened regions of the planet. On Rio de Janeiro state, only 16.7% of Atlantic Forest original area remains. The studies show that the remaining fragments still detain an important biological diversity, including the occurrence of several endemic species. The Serra da Tiririca represents an Atlantic Forest portion inserted on coastal massif of Serra do Mar, between Niterói and Maricá districts of Rio de Janeiro state. The Serra da Tiririca State Park was created in this region in 1991. In general, the vegetation is scleromorphic with intense leaf fall during drier months. However, it is characterized by dense ombrophilous forest and rocky outcrops. The scleromorphic aspect is associated with the regional climate, proximity to the sea and shallow soils. It has low floristic similarity when compared to other areas in Rio de Janeiro state, although it was more closely related to the flora from the restingas. Five new species to science have been found in the area, plus 67 threatened ones, strengthening conservation importance. The floristic inventory registered 907 species of Magnoliophyta belonging to 434 genera and 97 families and 122 weedy species. The following families are important for their species richness: Leguminosae (85 spp.), Rubiaceae (54 spp.), Myrtaceae (55 spp.), Euphorbiaceae (42 spp.), Bromeliaceae (41 spp.), Sapindaceae (33 spp.), Bignoniaceae (29 spp.), Orchidaceae (28 spp.), Araceae (25 spp.) and Asteraceae (25 spp.). Trees represent 35.8% of the flora, followed by climbers (21.9%), herbs (18.4%), shrubs (16.9%), epiphytes (4.9%), hemiepiphytes (1.8%) and parasites (0.3%). Specifically on rocky outcrops, 250 species were registered. This sample corresponds to 27.6% of total Serra da Tiririca State Park species. Between these 46.4% have exclusive occurrence on rocky outcrops. This formations represent terrestrial islands intermingled the Forest that contribute significantly to local floristic diversity. The climbers correspond to a detached life form on floristic survey and were studied separately. They have high representativity on several vegetal formations, corresponding around 25% of tropical forest taxonomic diversity. It was listed 39 families, 106 genera and 211 species. The high richness was from the Leguminosae (29 spp.), Sapindaceae (23 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Malpighiaceae (18 spp.) and Convolvulaceae (12 spp.) families. These families totaled 71.6 % of the total number of climbers. There were a relevant number of woody and twining climbers. The climbers tell the history of environmental impacts in an area. An expressive species richness and diversity shows that the vegetation forms a mosaic of many successional stages, according to the use process and abandonment of the land. The structure survey was realized on three different areas with DAP ≥ 2.5 cm including criteria, using 10 transects of 2 m X 50 m, totalizing 0.1 ha in each area. Woody individuals were measured including trees, bushes and climbers. 1.449 individuals were sampled, corresponding to 215 species, 1 morfo-specie, 146 genera and 54 families. 140 species are arboreal, 39 bushes e 36 climbers. The ten most representative families are Myrtaceae (26 spp.), Leguminosae (24 spp.), Rubiaceae (20 spp.), Lauraceae (14 spp.), Bignoniaceae (13 spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Sapindaceae (10 spp.) and Meliaceae/Moraceae/Sapotaceae (6 spp.). The dominant species are Pseudopiptadenia contorta on Morro do Telégrafo, Cupania racemosa on Córrego dos Colibris little Hill and Guapira opposita on Morro do Cordovil. The vegetation on Córrego dos Colibris little Hill is founded on more recent regeneration. High diversity scores (H’) were obtained on Morro do Cordovil (4,59), Córrego dos Colibris (3,24) e Morro do Telégrafo (4,17). The data shows that the Serra da Tiririca is on different regeneration states, but is recovering naturally. It is a dense ombrophilous forest important fragment that still detain a relevant floristic diversity and should been well protected by the public authorities. Key Words: Serra da Tiririca, Atlantic Forest, Physiognomic-floristic, floristic, structure, climbers, rocky outcrops, conservation

Page 13: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

13

Introdução Geral

As florestas tropicais ocupam aproximadamente 7% da superfície emersa do

planeta e contém mais da metade das espécies da biota terrestre (Wilson 1988). A maior

extensão dessas florestas encontra-se na faixa neotropical, que corresponde a 4 milhões

km2. Essa região é dividida em três blocos principais: a) Bacia dos rios Amazonas e

Orinoco; b) Costa do Equador e Colômbia até a costa atlântica do México e c) Floresta

pluvial atlântica compreendida na estreita faixa de florestas entre a costa atlântica

brasileira, serras e planaltos interioranos (Whitmore 1990).

O Brasil têm as maiores extensões de floresta tropical úmida, com área estimada

em 3,6 milhões de km2, sendo que a maior parte está na Amazônia. Em conseqüência

disso está entre os países que apresenta maior riqueza de espécies da flora mundial

(Giulietti & Gonzáles 1990). As estimativas variam entre 55.000 – 65.000 espécies de

Magnoliophyta das 220.000 conhecidas no mundo (Giulietti et al. 2005). Isso se deve a

grande extensão do país, acima de 8,5 milhões km2, a ampla variação de clima,

diversidade de solos e geomorfologia, que resulta na grande variabilidade de tipos de

vegetação (Wanderley 2006).

A Mata Atlântica antes da chegada dos colonizadores europeus possuía uma área

original em torno de 1.100.000 km2 (Mori et al. 1981). Estendia-se do Cabo de São Roque

no Rio Grande do Norte até Osório no Rio Grande do Sul (Joly et al. 1991). Ocupava 15%

do território brasileiro em 17 estados (ISA 2001). Segundo Veloso et al. (1991) é

constituída por formações diferenciadas, que inclui a floresta ombrófila densa, floresta

ombrófila mista, floresta estacional semidecidual, áreas de formações pioneiras (restingas

e manguezais), vegetação xeromórfica e refúgios ecológicos.

Essa grande diversidade biológica, de habitats e diferentes fito-fisionomias

resultam, em parte, do passado de transgressões e retrações florestais ocorridas durante as

oscilações climáticas do quaternário somadas aos diversos gradientes altitudinais,

Page 14: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

14

geopedológicos, orométricos e latitudinais (Mori et al. 1981). Dessa forma, os

remanescentes são testemunhos das formações florestais mais antigas do Brasil,

estabelecidas há cerca de 70 milhões de anos (Leitão-Filho 1987).

Devido aos processos históricos de ocupação e uso econômico da costa brasileira, a

Mata Atlântica atualmente restringe-se a manchas disjuntas concentradas principalmente

nas regiões sudeste e sul. A alta taxa de desmatamento e degradação de seus ambientes

tem levado ao desaparecimento de várias espécies tanto da flora quanto da fauna. Essas

ações resultaram na fragmentação do hábitat e isolamento das áreas remanescentes

(Tanizaki-Fonseca & Moulton 2000). Esse quadro levou Mittermeier et al. (1999) a incluir

a Mata Atlântica, juntamente com o Cerrado entre os 5 hotspots mais importantes, ou seja,

entre as regiões mais ricas e ameaçadas do planeta. Esses autores estimaram para a Mata

Atlântica cerca de 20.000 espécies de plantas vasculares, sendo que 6.000 são endêmicas

desse bioma.

No estado do Rio de Janeiro a Mata Atlântica ocupava 98,6% da área total do

estado de 43.305 km2 (ISA 2001). Atualmente concentra os maiores fragmentos florestais

nas cadeias montanhosas da Serra do Mar acima de 500 m. Analisando em conjunto com

os fragmentos menores estima-se que tenha restado cerca de 8.000 km2 de florestas

(Tanizaki-Fonseca & Moulton 2000). Dados levantados pelo SOS Mata Atlântica em 2000

apontaram uma área correspondente a 16,7% do estado do Rio de Janeiro ocupada pelo

que restou da Mata Atlântica, sendo que 29,8% encontram-se em Unidades de

Conservação (SOS Mata Atlântica 2002).

Apesar do Rio de Janeiro ser explorado em relação a coletas botânicas desde a

passagem dos naturalistas a partir do século XVI, somente no século XIX Vellozo (1829)

elaborou a “Florae Fluminensis”, uma importante publicação reunindo informações sobre

a diversidade florística conhecida até então. No século XX a flora vem sendo

documentada com esforços de levantamentos florísticos em diversas áreas. Esses estudos

iniciaram em meados do século passado com levantamentos em Teresópolis (Veloso

1945), Itatiaia (Brade 1956) e Serra dos Órgãos (Rizzini 1953/54).

A impulsão no conhecimento da flora fluminense se deve ao Programa de Ação em

Botânica, criado pelo CNPq no fim da década de 1980 (Lima 2000) e diversas parcerias

Page 15: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

15

com instituições financiadoras nacionais e internacionais. Sendo assim, os inventários

florísticos e fitossociológicos no estado do Rio de Janeiro foram mais intensificados nos

últimos 20 anos. Nesse sentido, a partir de 2006, teve início o Programa de Mapeamento e

Caracterização da Diversidade Biológica da Mata Atlântica num acordo firmado entre a

Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro e o Instituto de Pesquisas

Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Participam desse programa, herbários, pesquisadores e

taxonomistas de 14 instituições com a finalidade de ampliar os conhecimentos sobre a

flora, fauna e microorganismos do estado, além de mapear as áreas estratégicas para

investigação e conservação (Sá 2006).

Apesar disso, ainda existem lacunas de conhecimento florístico, como chama

atenção Sá (2006), principalmente na região compreendida entre Cabo Frio e Niterói. Essa

região corresponde à área 419 incluída entre aquelas de extrema importância biológica,

sendo considerada prioritária para conservação da biodiversidade da Mata Atlântica pelo

Ministério do Meio Ambiente. Nesse contexto também está inserida a Serra da Tiririca.

OBJETIVO GERAL

Contribuir para o conhecimento da flora e conservação do Parque Estadual da Serra

da Tiririca.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Realizar o levantamento florístico do Parque Estadual da Serra da Tiririca,

incluindo todas as formas de vida;

b) Caracterizar fito-fisionomicamente a vegetação;

c) Comparar as áreas florestadas da Serra da Tiririca com os morros litorâneos e

restingas do estado do Rio de Janeiro em termos florísticos;

d) Analisar a estrutura do estrato lenhoso.

QUESTIONAMENTOS

Page 16: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

16

a) A vegetação da Serra da Tiririca se parece mais estruturalmente com a floresta

ombrófila densa ou com a floresta estacional semidecídual?

b) Qual o grau de similaridade entre a flora da Serra da Tiririca com outras áreas

investigadas floristicamente no estado do Rio de Janeiro, incluindo as restingas

fluminenses?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brade, A.C. 1956. A flora do Parque Nacional de Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 5: 7–85. Gentry, A.H., Herrera-Macbryde, O.; Huber, O.; Nelson, B.W. & Villamil, C.B. 1997. Regional overview: South America. In: WWF & IUCN (eds) Centres of plant diversity. A guide and strategy for their conservation. Cambridge. IUCN Publications Unit. 3: 269–307. Giulietti, A.M. & Gonzáles, E.F. 1990. Workshop Diversidade taxonômica e padrões de distribuição das angiospermas brasileiras. Acta Botanica Brasilica 4: 3–9. Giulietti, A.M. et al. 2005. Biodiversity and conservation of plants in Brazil. Conservation Biology 19(3): 632–639. ISA. 2001. Dossiê Mata Atlântica 2001. Monitoramento participativo da Mata Atlântica. Instituto Sócio Ambiental. 409p. Joly, C.A.; Leitão-Filho, H.F. & Silva, S.M. 1991. O patrimônio florístico In: Cecchi, J.C. & Soares, S.M. (eds.). Mata Atlântica / Atlantic Rain Forest. Fundação SOS Mata Atlântica: 95–125. Leitão-Filho, H.F. 1987. Considerações sobre a florística de florestas tropicais e sub-tropicais do Brasil. Instituto de Pesquisas de Estudos Florestais 35: 41–46. Lima, H.C. 2000. Leguminosas arbóreas da Mata Atlântica: Uma análise da riqueza, padrões de distribuição geográfica e similaridades florísticas em remanescentes florestais do estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 151p. Mittermeier, R.A.; Myers, N.; Gil, P.R. & Mittermeier, C.G. 1999. Hotspots. Earth’s biologically richest and most endangered terrestrial ecoregions. CEMEX. Conservation International. Sierra Madre, Mexico. 430p. Mori, S.A.; Boom, B.M. & Prance, G.T. 1981. Distribution patterns and conservation of brazilian coastal forest tree species. Brittonia 33: 233–245. Myers, N. 1991. Tropical forests: Present status and future outlook. Climate Change 19: 3-32.

Page 17: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

17

Rizzini, C.T. 1953/54. Flora Organensis. Lista preliminar dos cormophyta da Serra dos Órgãos. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 117–246. Sá, C.F.C. 2006. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas – Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 250p. Scarano, F.R. 2002. Structure, function and floristic relationships of plants communities in stressful habits marginal to the brazilian atlantic forest. Annals of Botany 90: 517-524. SOS Mata Atlântica. 2002. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica período 1995 – 2000. Relatório parcial. Estado do Rio de Janeiro [on line]. http://www.sosmatatlântica.org.br/atlas2001/dados/relatorioatlas.pdf. Tanizaki-Fonseca, K. & Moulton, T.P. 2000. A fragmentação da mata atlântica no estado do Rio de Janeiro. In: Bergalo, H.G.; Rocha, C.F.D.; Alves, M.A.D. & Sluys, M.V. (eds) A fauna ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. EDUERJ: p. 23–35. Veloso, H.P. 1945. As comunidades e estações botânicas de Teresópolis, estado do Rio de Janeiro. Boletim do Museu Nacional, série Botânica (3): 1-95. Veloso, H.P.; Rangel-Filho, A.L.R.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE. 124p. Vellozo, J.M.C. 1829. Florae Fluminensis. Rio de Janeiro: Tipographia Nacionali. Wanderley, M.G.L. 2006. Estudos sobre a flora da região Sudeste do Brasil: Situação atual e perspectivas. In: Mariath, J.E. & Santos, R.P. (eds) Os avanços da botânica no início do século XXI. Morfologia, fisiologia, taxonomia, ecologia e genética. Sociedade Botânica do Brasil. p. 676-679. Whitmore, T.C. 1990. An introduction to tropical rainforests. Oxford. Clarendon. 226p. Wilson, E.O. 1988. The current state of biological diversity. In: Wilson, E.O. (ed) Biodiversity. National Academy Press. Washington: 3–18.

Page 18: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

18

Área de Estudo

Parque Estadual da Serra da Tiririca

1. LOCALIZAÇÃO

A Serra da Tiririca está inserida entre os municípios de Niterói e Marica no estado

do Rio de Janeiro (22º48`; 23º00’ S e 42º57`; 43º02` W) (Figura 1 e 2). Em Niterói

localiza-se nos bairros do Engenho do Mato, Itaipu, Itacoatiara, Várzea das Moças e em

Maricá no Distrito de Inoã.

No município de Niterói a Mata Atlântica abrangia 80 - 90% do seu território,

porém restam apenas 21 km2 de áreas florestadas, ou seja, 16% do município. As áreas

contínuas estão restritas as Serras do Malheiro, Grande, Cantagalo e Jacaré (Reserva

Ecológica Darcy Ribeiro), Serra da Tiririca e pelo conjunto formado pelos morros da

Viração, Sapezal e Santo Inácio (Prefeitura Municipal de Niterói 1992). No Município de

Maricá os maiores remanescentes florestais estão nas Serras do Mato Grosso, Macaco,

Espraiado, Lagarto, Silvado, Barro do Ouro, Tapuaba, Calaboca, Camburi, Pedra de Inoã e

Pedra de Itaocaia. Grande parte dessa região é inexplorada do ponto de vista científico.

A Serra da Tiririca era conhecida como Serra de Inoã, de Maricá ou pelos nomes

dos morros que compõe seu relevo, como consta em relatos de antigos moradores da

região. O atual nome está relacionado com a passagem de tropas de burro que

atravessavam a Serra em direção a Região dos Lagos por um caminho cheio de tiriricas.

Tiriricas são plantas do gênero Cyperus da família das Cyperaceae, sendo comumente

encontradas em áreas desmatadas, como beiras de caminho (Barros & Seoane 1999).

Page 19: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

19

Figura 1: Mapa com a localização do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói / Maricá, RJ. (Lagief – IEF-RJ 2007).

Page 20: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

20

Figura 2: Foto aérea do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ mostrando em especial o Morro do Telégrafo, Morro do Elefante e o Alto Mourão ao fundo (SEMADS 2001).

2. HISTÓRICO DA PROTEÇÃO LEGAL

Das Unidades de Conservação da região metropolitana do Rio de Janeiro, o Parque

Estadual da Serra da Tiririca (PEST) é o único que nasceu da vontade popular, por meios

de movimentos comunitários organizados. As ações para proteção da Serra da Tiririca

tiveram início em meados da década de 80 do século passado a partir da iniciativa do Dr.

Cláudio Martins, professor do Departamento de Geografia da UFF, e do biólogo Jorge

Antônio Lourenço Pontes através do Clube de Conservação da Natureza e Exploração

Suçuarana (Primo & Carvalho-Filho 1989). Em 1987 Pontes publicou o primeiro trabalho

referente à necessidade de conservação da Serra da Tiririca.

Contudo, o passo decisivo para criação do PEST foi a tentativa da empresa Ubá

Imobiliária em 1989 de lotear a área conhecida como Córrego dos Colibris (Barros et al.

2003). O desmatamento dessa área foi denunciado a Prefeitura de Niterói pelo biólogo

Page 21: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

21

Paulo Carvalho Filho. Fiscais da Prefeitura, em conjunto com o Batalhão Florestal e

membros da FEEMA, da Federação das Associações de Moradores de Niterói (FAMNIT)

e da Associação de Moradores de Itaipu, que estavam reunidos na sede da Prefeitura

Distrital da Região Oceânica, foram ao local e conseguiram flagrar o desmatamento,

interrompendo-o. A Prefeitura de Niterói, constatando diversas irregularidades na planta,

cancelou o projeto do condomínio (IEF et al. 1994).

Esse fato desencadeou uma grande mobilização culminando com a criação da

Frente Tiririca. Esse grupo congregou ONGs ambientalistas que promoveram várias ações

chamando atenção para necessidade de proteger a Serra da Tiririca. Deixou de existir em

1990, porém seus integrantes fundaram em novembro de 1989 o Movimento Cidadania

Ecológica. Essa ONG foi bastante atuante na defesa das questões ambientais na década de

90 do século passado. Em 1990 elaborou e encaminhou à Assembléia Legislativa do estado

do Rio de Janeiro, através do Deputado Estadual Carlos Minc, o documento “Exposição de

motivos para criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca”. Sendo assim, o PEST foi

criado pela Lei Estadual nº 1901 de 29/11/1991, estando sua administração a cargo da

Fundação Instituto Estadual de Florestas (IEF-RJ). Essa medida teve o intuito de intuito de

proteger remanescentes da Mata Atlântica que se encontravam extremamente ameaçados

pela especulação imobiliária, entre outras formas de atividades antrópicas.

Em Niterói, a Serra da Tiririca é protegida pelo Decreto Municipal nº 5.902/90,

como Área Permanente de Proteção e, posteriormente, pela Lei Orgânica do Município de

04/04/1991. Em Maricá é considerada Área de Proteção Ambiental (APA) pela Lei

Orgânica promulgada em 05/04/1990, no art. 339. Foi feito seu tombamento provisório a

partir da cota 100 pelo Governo de Estado (D.O./RJ de 06/03/1991).

Teve seus limites em estudo previstos para uma “área em estudo” de 6,96 km2

(2.400 ha), segundo Decreto nº 18.598 de 19/04/1993. Em 10/10/1992 foi reconhecida

internacionalmente como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela

UNESCO. Apesar de tantas leis de proteção, na prática a conservação dos recursos bióticos

da região só existe no papel (Barros et al. 2003).

A Lei que criou o PEST em seu art. 2 estabeleceu a organização da Comissão Pró

Tiririca com o objetivo de determinar e participar das ações necessárias a sua delimitação e

implantação, bem como da elaboração de seu plano de manejo. Após muitas discussões

Page 22: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

22

políticas essa Comissão foi instituída pela portaria do IEF/RJ/PR nº 68 de 26 de maio de

1999. Dessa forma, juntamente com as prefeituras dos municípios de Niterói e Maricá,

elaborou e apresentou ao IEF em 2001 a proposta para os limites definitivos. Esse

documento previu, a redução da área do PEST de 2.400 ha para 1.800 ha, além da inclusão

do Morro das Andorinhas. Faz desvios de condomínios e loteamentos já implantados e

exclui áreas florestadas valorizadas pela especulação imobiliária. Abrange, principalmente,

áreas de antigas fazendas que hoje pertencem a trabalhadores rurais, sitiantes e a empresas

imobiliárias que aguardam a valorização dessas terras e leis mais tolerantes à urbanização.

Esse documento traz à luz, a força da pressão imobiliária sobre o PEST.

A proposta foi remetida à Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro

(ALERJ) e após anos de discussões políticas os limites definitivos do PEST foram votados

e aprovados em 14 de agosto de 2007. A Lei Estadual nº 5079 de 03 de setembro de 2007

estipula duas partes continentais e uma marinha numa área de 2.077 ha. A primeira parte

continental encontra-se entre os Municípios de Niterói e Maricá e a segunda inclui o Morro

das Andorinhas, localizado entre as praias de Itaipu e de Itacoatiara em Niterói. A parte

marinha está inserida entre as pontas do Alto Mourão e do Costão de Itacoatiara, numa

região denominada Enseada do Bananal, avançando 1.700 m mar adentro por uma linha

imaginária. A lei garante os direitos das populações tradicionais de pescadores artesanais

do alto do Morro das Andorinhas e sitiantes tradicionais da Serra da Tiririca.

A luta agora é para reintegrar áreas perdidas. A ONG Protetores da Floresta

encaminhou ao Deputado Estadual Carlos Minc em 1998 um anteprojeto de lei que visa a

inclusão nos limites do PEST da Pedra de Itaocaia (383 m), o Morro da Peça e o Brejo da

Penha no município de Maricá, além das Ilhas Menina, da Mãe e do Pai no município de

Niterói. Contudo, essa proposta foi engavetada e não teve resposta do Deputado.

Existe um esforço para incluir no PEST mais 186 ha do entorno da Laguna de

Itaipu, abrangendo três sítios arqueológicos: Duna Grande, Duna Pequena e Sambaqui

Camboinhas. Essa região já fez parte da Reserva Goethea, criada em 19/03/1932 pelo

então Prefeito Samuel Barreira (Ato nº 11), quando a Região Oceânica de Niterói pertencia

ao município de São Gonçalo. O nome é em homenagem ao centenário de morte do poeta

alemão Johann Wolfgang Goethe. Tinha o objetivo de proteger a fauna e flora local,

sobretudo uma planta ameaçada das restingas fluminenses que ocorria na região, Goethea

Page 23: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

23

alnifolia Eichl. (Malvaceae), hoje denominada Pavonia alnifolia A. St. Hil. Essa foi a

segunda Reserva brasileira, sendo a primeira a Reserva Florestal do Acre, criada pelo

Presidente Hermes da Fonseca em 1911. Sua delimitação ficou a cargo da então Diretoria

de Agricultura e Estatística do Rio de Janeiro, contudo nunca sai do papel.

Independente de leis e decretos específicos para a Serra da Tiririca, sua proteção

deveria estar assegurada por uma série de instrumentos legais, sendo considerada uma

Área de Preservação Permanente (Barros et al. 2003) (Anexo). Além disso, o IEF-RJ, no

exercício da sua atribuição fiscalizadora, autua o infrator ambiental, lavrando autos de

constatação e de infração, encaminhando-os para o Conselho Estadual de Controle

Ambiental (CECA). Esse órgão estipula o valor da multa e notifica o infrator para seu

pagamento ou apresentação de defesa, que é examinada e decidida pelo seu colegiado.

Além da CECA, existem dois outros órgãos colegiados, o Fundo Estadual de Conservação

Ambiental (FECAM) e o Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONEMA), cujas ações

podem subsidiar e orientar a atuação do IEF-RJ na administração do PEST (Conceição

2000).

Contudo, o IEF–RJ é falho no exercício de suas atribuições. Nunca conseguiu se

firmar como órgão responsável pela política florestal fluminense. É notório o sucateamento

do órgão devido à falta de infra-estrutura e ao quadro precário de funcionários. No PEST,

por exemplo, os administradores sempre foram contratados e, em alguns casos,

despreparados para exercer o cargo. Essa situação, associada ao péssimo funcionamento da

fiscalização, levou o Banco de Reconstrução Ambiental Alemã (KFW – Kreditanstal fur

Wiederaufbal) a retardar a liberação de fundos para proteção florestal até que o IEF-RJ

resolvesse esses problemas e se adequasse às exigências de qualidade do banco. Esse

quadro vem se modificando lentamente (Vallejo 2004). A Prefeitura de Maricá doou um

terreno em Itaipuaçu, onde foi construída a sede do PEST e existe uma guarita de controle

de acesso ao complexo do Costão de Itacoatiara, Alto Mourão e Enseada do Bananal.

Recentemente foram colocadas placas informativas em algumas localidades, mas são ações

insuficientes para conter a devastação antrópica ao qual a Serra da Tiririca está sujeita.

Sendo assim, a ONG Protetores da Floresta, verificando a omissão do órgão gestor

do PEST na sua implantação decidiu ajuizar uma Ação Civil Pública Ambiental (ACPA),

que foi encaminhada a 2º Vara de Fazenda Pública da Capital, sob o número

Page 24: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

24

2001001059390-2, em maio de 2001. A ACPA teve como objetivo fazer com que o IEF-

RJ, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMADS) e

Governo do estado do Rio de Janeiro, na qualidade de réus, implantassem o PEST,

conforme determinado pelo § 1° do art. 1° da Lei 1.901/91. Além disso, custear a

demarcação dos limites definitivos, fiscalizar e administrar a então área de estudo (área

determinada pelo Decreto Estadual 18.598/93 – combinado com a Portaria IEF/RJ/PR/N°

014/94) até a demarcação definitiva, item este com pedido de tutela antecipada (Barros et

al. 2002). Essa ACPA seguiu os trâmites legais e 07 anos depois, após várias audiências e

recursos previstos nas leis, ainda não foi dada à sentença final.

3. RELEVO, GEOMORFOLOGIA, GEOLOGIA E SOLO

A Serra da Tiririca está inserida na porção litorânea da Serra do Mar. É formada por

um conjunto de montanhas com altitude média aproximada em torno de 250 m. Apresenta

sete Morros: Telégrafo (387 m), Alto Mourão (412 m), Catumbi (344 m), Serrinha (277

m), Cordovil (256 m), Costão de Itacoatiara (217 m) e Penha (128 m) (Barros & Seoane

1999) que constituem o Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST). Recentemente foi

incluído na área do Parque o Morro das Andorinhas (196 m) (Figura 3).

É considerada um divisor de águas de direção NE – SW, que acompanha a

estruturação regional da Faixa Móvel Ribeira, contrastando com as planícies costeiras do

estado do Rio de Janeiro (Bergamaschi & Almeida 2007). Sua geomorfologia é similar ao

relevo característico do litoral do Rio de Janeiro, com costões de granito-gnáissicos

alternados com as planícies arenosas holocênicas de origem marinha-continental.

O Projeto RADAM incluiu a Serra da Tiririca na unidade geomorfológica de Colinas

e Maciços Costeiros. Essa unidade tem como características marcantes o alinhamento de

morros de perfis arredondados, conhecidos como “Pães de Açúcar”, além de paredões com

afloramentos rochosos cobertos por uma fina camada de detritos onde cresce a vegetação.

Os morros escarpados apresentam paredes que mergulham diretamente no mar ou

permanecem sob estreita faixa de planície litorânea. Os Maciços Costeiros estão

circundados pela unidade de Planície Costeira, localizada na faixa de dobramentos

remobilizados, que se estendem ao longo da costa do estado do Rio de Janeiro

(Multiservice 1995).

Page 25: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

25

Segundo Heilbron et al. (2004) a Serra da Tiririca está situada na Província

Mantiqueira, entidade geológica que consiste em faixas móveis de idade brasiliana (750 a

480 Ma) que acompanham a atual costa leste brasileira e uruguaia. Na região sudeste do

Brasil aflora a Faixa Ribeira, nesta região surgem rochas ígneas e metamórficas de alto

grau. A Faixa Ribeira Central (FR) é o substrato geológico do estado do Rio de Janeiro e

de partes dos estados vizinhos, sendo compartimentada em terrenos representantes de

antigas massas continentais. Essas massas se aproximaram e colidiram durante a

Orogênese Brasiliana (650-480 Ma) devido a episódios de convergência litosférica que

culminaram na formação do super continente Gondwana (Bergamaschi & Almeida 2007).

A geologia também é similar a da região costeira, compreendida entre Parati e

Saquarema. Nesse trecho do litoral as rochas graníticas intrusivas ou anatéticas, que datam

do período Pré-Cambriano com idades entre 630 e 480 milhões de anos. Estas se

estabeleceram em meio a uma grande bacia sedimentar durante a colisão continental do

evento brasiliano (Bergamaschi & Almeida 2007). Compreende as unidades geológicas de

gnaisse facoidal e Cassorotiba. A unidade gnaisse facoidal apresenta rochas típicas de

Niterói, formando um complexo que se estende de Piratininga a Itaipu. São rochas

homogêneas e caracterizadas pela presença de porfiroblastos ovais, constituídos por K-

feldspato com estrutura cristalina, dando a rocha uma textura lenticular (Penha 1999). A

Unidade Cassorotiba é encontrada entre Itacoatiara e Maricá, sendo constituída por

gnaisses porfiroblásticos. Estes apresentam associações complexas agrupadas em duas

fases distintas de formação: uma sintectônica, representada por granitóides com face

facoidal e outra por granitos pós-tectônicos (Ferrari et al. 1982). Uma estrutura bem

característica dessa formação são os diques de pigmatitos e veios de quartzo orientados de

nordeste para sudoeste que formam riscos nas rochas como no Costão de Itacoatiara (tupi

guarani - ita= pedra, cuatiara= riscada).

A decomposição das rochas originou solos rasos, onde partículas minerais foram

transportadas pela ação das chuvas, ventos e, principalmente, por processos gravitacionais.

Estas partículas se depositaram em rampas menos íngremes ou acumularam-se em frestas

dos paredões rochosos. Os solos são do tipo alissolo crômico, luvissolo hipocrômico,

neossolo litólico e formações turfosas (Multiservice 1995), adaptado de acordo com a

classificação de solos proposta por Zimback (2003). O solo alissolo crômico é encontrado

recobrindo as áreas mais elevadas do maciço (Multiservice 1995).

Page 26: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

26

A B

C D

E F

H

Figura 3: Diferentes localidades do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. A. Morro do Alto Mourão – vista da Praia de Itacoatiara, Niterói, B. Morro Cordovil, Niterói; C. Costão de Itacoatiara, Niterói; D. Morro das Andorinhas, Niterói; E. Mata da Enseada do Bananal, Niterói; F. Enseada do Bananal, Niterói; G. Vale do Córrego dos Colibris, Niterói e H. Morro do Telégrafo, Maricá, vista de Itaipuaçu.

Page 27: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

27

4. CLIMA

O clima da região é influenciado pela presença das massas de ar Equatorial

Continental no verão e Tropical Atlântico durante o restante do ano, além da passagem

freqüente de frentes polares, principalmente durante a primavera. É enquadrado na zona

climática das planícies e maciços costeiros com precipitação média entre 1.000 e 1.500

mm/ano (Barbiére & Coe-Neto 1999). Segundo esses mesmos autores, na área dos

maciços costeiros a quantidade de chuva aumenta gradualmente na direção sudeste-

nordeste, principalmente para regiões mais interioranas, onde ocorrem os primeiros sinais

do clima tropical. A área do presente estudo se insere justamente na transição

pluviométrica entre a planície costeira e o maciço costeiro. Na figura 4 é mostrada a

variação da precipitação em três diferentes estações próximas a área de estudo, sendo as

estações do Horto Florestal e da Ilha do Modesto (Piratininga) localizadas em Niterói.

Meses

Figura 4: Precipitação anual nas estações metereológicas do Horto Florestal, Ilha do Modesto e Maricá,

RJ (Barbiére & Coe-Neto 1999).

Pela classificação de Köppen o clima é do tipo Aw, ou seja, quente e úmido, com

estação chuvosa no verão e seca no inverno (maio e junho). A estação chuvosa inicia-se na

primavera, culminando no verão nos meses de dezembro e janeiro, quando ocorre intensa

precipitação pluviométrica. Corresponde a 60% do total anual, porém não excede 171

mm/mês. Em fevereiro há uma queda no volume das chuvas. Contudo em março, devido à

chegada de massas frias, registram-se chuvas intensas. A menor precipitação se dá nos

meses de julho e agosto (Figura 5), quando fica abaixo de 60 mm. A temperatura média

está em torno de 23oC, sendo janeiro e fevereiro os meses mais quentes e o mais frio em

junho. O vento predominante é o nordeste (Bernardes 1952).

Pre

cipi

taçã

o (m

m)

Page 28: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

28

Figura 5: Diagrama ombrotérmico do Município de Niterói - Dados do INMET, Estação

Meteorológica do Horto Florestal 1931/75. 5. HIDROGRAFIA A Serra da Tiririca compreende as nascentes de rios das macrobacias da Região

Oceânica e da Baía da Guanabara, que são protegidas pela vegetação ali encontrada. A

macrobacia da Região Oceânica apresenta os seguintes rios com nascentes na Serra da

Tiririca: Rio João Mendes, Córrego Tiririca ou Colibri, Valão de Itacoatiara, Córrego da

Moréia, Córrego da Perereca Branca e Córrego Bebedouro dos Caranguejos, que deságuam

na Laguna de Itaipu. Fazem parte da macrobacia da Baía da Guanabara com nascentes na

Serra da Tiririca: Rio do Ouro, Rio Várzea das Moças e Bacia do Rio Aldeia, que drenam

para a Baía da Guanabara (Prefeitura de Niterói 1992). No lado do município de Maricá

nascem os Rios Inoã e Itaocaia, que drenam para o Canal de São Bento, desaguando no

Oceano Atlântico na altura da ponta do Alto Mourão.

A bacia do Rio João Mendes é a mais importante da região e apresenta uma área de

14,6 km2, sendo caracterizada pela intensa ocupação do seu vale. Recebe toda

contaminação de esgotos que são lançados in natura no seu leito. Carneiro et al. (1994),

em estudo realizado na região, constataram altas concentrações de nutrientes na água dos

rios, tais como nitrogênio inorgânico total (N-Nit), ortofosfato (P-PO4), carbono orgânico

particulado (C.O.P.) e oxigênio dissolvido (O.D.). Esse fato caracteriza ambientes

eutrofizados devido à ocupação humana. Dos demais rios e córregos não há informações

sobre a qualidade da água. Durante muitos anos não existiu sistemas de tratamento ou

0

50

100

150

200

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Meses

Pre

cip

itaçã

o (m

m)

0

10

20

30

40

Tem

pera

tura

(o C)

Precipitação

Temperatura

Page 29: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

29

recolhimento de esgotos sanitários, sendo estes despejados nos cursos d’água e alagados

que drenam para a Lagoa de Itaipu. Porém, a partir de 2000, a empresa Águas de Niterói

iniciou o abastecimento de água tratada para a região e, posteriormente, estabeleceu uma

estação de tratamento primário e secundário de esgoto próximo a Lagoa de Itaipu.

Contudo, esse serviço não é disponibilizado para toda Região Oceânica e a situação da

bacia do Rio João Mendes não se modificou.

A região do Córrego dos Colibris é uma das mais importantes áreas do PEST e

constantemente é alvo de pressões de empresas imobiliárias, como a Mattos & Mattos, que

tenta implantar loteamentos bem próximos ao seu leito (Barros et al. 2002). Este córrego

apresenta água cristalina e uma seção média de 0,50 m, com profundidade de 0,15 m.

Registra-se a presença do caranguejo de rio Trichodactylus sp., um crustáceo que não

tolera ambientes pouco oxigenados e/ou poluídos. Na região externa do Parque, o córrego

é canalizado, passando a receber esgotos domésticos (Multiservice 1995).

O Córrego da Moréia também apresenta água cristalina e possui uma seção média

0,15 m, com profundidade da ordem de 0,05 m. Este sofre constantes incêndios nas áreas

próximas a sua nascente, o que vem diminuindo seu volume d’água. O Córrego Bebedouro

dos Caranguejos apresenta uma vazão baixíssima, podendo secar em épocas de estiagem,

com largura de apenas 0,05 m (Multiservice 1995).

O número de nascentes e córregos vem diminuindo aceleradamente nos últimos

anos, devido à destruição da cobertura vegetal. Isso aumenta os processos erosivos,

diminui a recarga natural do lençol freático e modifica o clima. Muitos desses córregos só

apresentam água nos meses de maior pluviosidade, drenando para as regiões de baixada e

alimentando brejos e a Lagoa de Itaipu.

6. VEGETAÇÃO

Embora os municípios de Niterói e Maricá estejam localizados próximos aos

grandes centros de pesquisa do Rio de Janeiro são pouco conhecidos em relação à

diversidade florística da floresta ombrófila densa. Em Maricá os trabalhos concentram-se

principalmente na restinga da área de Preservação Ambiental de Barra de Maricá (Silva &

Somner 1989, Ribas et al. 1993, Pereira et al. 2001). Em Niterói as primeiras informações

foram publicadas a partir da década de 80 do século passado com os trabalhos de Araujo

& Vilaça (1981) no Morro das Andorinhas, Lopes (1992) no Alto Mourão, Meirelles

Page 30: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

30

(1999) no Costão de Itacoatiara e Fevereiro & Santos (2001) no que sobrou da Restinga de

Itacoatiara. Embora existam outras áreas florestadas as informações florísticas estão

disponíveis apenas nas coleções de herbários, que são muito pobres em relação à flora de

Niterói.

Em levantamento realizado no Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

(RB) para coletas realizadas no estado do Rio de Janeiro, Marques & Novaes (1996)

mostraram que o município de Niterói é representado por apenas 0,38% das coletas e

Maricá com 1,76%. Em Maricá essa amostragem refere-se principalmente a Restinga de

Maricá. Avaliando os dados da coleção do RB para Niterói percebem-se coletas muito

antigas com amostras obtidas por Glaziou no Morro da Viração e Morro do Cavalão, além

de J.G. Schwacke na Restinga de Itaipu, ambos no século XIX. No início do século XX

foram feitas coletas por J.G. Kuhlmann na Restinga de Piratininga, além de A.C. Brade na

Restinga de Itaipu e no Morro do Imbui. No final da década de 60 D. Sucre também

coletou nas Restingas de Itaipu e Piratininga e depois só na década de 80 foram registradas

coletas de R.H.P. Andreata, C.F.C. de Sá e G. Martinelli no Alto Mourão. Muitas áreas

ainda florestadas precisam ser investigadas em Niterói como a Reserva Ecológica Darcy

Ribeiro, Morro da Viração, Morro do Santo Inácio e o Complexo dos Fortes em Jurujuba.

A Serra da Tiririca está inserida no Bioma Mata Atlântica. No âmbito

internacional, segundo o código numérico nomenclatural e a classificação biogeográfica

mundial, a Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro é enquadrada na região

fitogeográfica nº 8 (Região Neotropical), na província biogeográfica nº 7 (Serra do Mar) e

no grupo nº 01 (Floresta Tropical Úmida). Recebe a notação 8.07.01, para fins de

caracterização e localização planetária. Pela classificação fitogeográfica de Veloso et al.

(1991) a vegetação do PEST corresponde a extensas áreas cobertas por floresta ombrófila

densa submontana. Este tipo de formação florestal ocorre na faixa de altitude entre 50 -

500 m no relevo da Serra do Mar, nos contrafortes litorâneos e nas ilhas (Oliveira 1985).

O relevo apresenta encostas íngrimes e pequenos vales que são cobertos por

vegetação em vários estádios sucessionais. O mosaico florestal é resultado de

transformações naturais, mas, sobretudo, de atividades humanas no local devido aos

diversos tipos de uso da terra. Parte da vegetação original foi derrubada e as encostas

ocupadas por antigos sítios que foram abandonados a cerca de trinta anos atrás. Uma

Page 31: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

31

prática comum na região era o cultivo de banana, produção de carvão, culturas de

subsistência e recentemente capineiras para alimentação de cavalos dos haras da região.

Restam poucos bananais, presentes principalmente na encosta voltada para o Engenho do

Mato, em Niterói. Dessa forma, a floresta que veio abaixo, hoje está se recuperando

naturalmente. Embora grande parte corresponda a formações secundárias é possível

encontrar fragmentos de vegetação com alto grau de desenvolvimento sucessional nos

topos de morros.

Na Serra da Tiririca em alguns pontos do maciço cristalino aflora o gnaisse

facoidal formando os inselbers. Essa região apresenta uma fisionomia típica de ambientes

sujeitos escassez de água e solos rasos onde predominam plantas herbáceas e

subarbustivas, principalmente Cactaceae, Bromeliaceae e Cyperaceae. A rocha pode

apresentar fendas com acúmulo de sedimento e, nesse caso, observa-se plantas de porte

arbustivo. Em algumas áreas do Costão de Itacoatiara forma-se uma mata de médio porte

com presença de espécies arbóreas que podem chegar até 10 m de comprimento.

Também ocorrem áreas alagadas adjacentes a Serra da Tiririca. Forma um sistema

integrado pela água proveniente das nascentes localizadas nas encostas da Serra, que

descem pelos vales em direção a regiões mais planas formando brejos. Destacam-se

aqueles ao redor da Lagoa de Itaipu, Brejo do Telégrafo, Brejo das Pacas e o Brejo da

Penha, este último localizado próximo ao Morro da Penha, em Itaipuaçu. Essas áreas

alagadas apresentam uma biota própria que vem sendo bastante ameaçada, devido aos

aterros ilegais para ocupação de populações de alta e baixa renda. Contudo, os brejos

representam à interface entre o meio terrestre e aquático, tendo grande importância para

alimentação de aves migratórias. São ambientes onde ocorrem espécies endêmicas da

fauna aquática, que podem ser extintas facilmente. No programa de implantação do PEST,

estava previsto a inclusão do Brejo da Penha no Parque devido a sua importância como

parada de aves migratórias. Contudo, esse brejo foi bastante reduzido devido aos aterros

para invasões de baixa renda.

7. ASPECTOS HISTÓRICOS DA OCUPAÇÃO

A ocupação humana na região é muito antiga, quando grupos nômades pré-

históricos de caçadores-coletores percorriam o litoral de Itaipu em busca de alimento. Os

Page 32: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

32

estudos demonstraram faixas cronológicas de 7.958, 4.475, 2.328 e 1.410 AC (Kneip &

Pallestrini 1984). Foram hábeis na fabricação de utensílios líticos a partir dos afloramentos

rochosos de gnaisse facoidal, basalto, quartzo e quartzito das proximidades. O registro de

sambaquis na região de Itaipu é um testemunho dessa atividade (Kneip et al. 1981).

Desenvolveram uma economia mixta que englobava principalmente a pesca e coleta de

moluscos, frutos, sementes e raízes silvestres, demonstrando um amplo aproveitamento

dos recursos naturais para sobrevivência (Beltrão 1978). Os Sambaquis da Duna Grande,

Duna Pequena, Camboinhas e de Anomalocardia mostram essa antiga relação do homem

com a exploração da diversidade biológica local. O Sambaqui de Camboinhas foi

descoberto durante os trabalhos de terraplanagem da Companhia de Desenvolvimento

Territorial VEPLAN e sobre ele foi construído um apart hotel. O Sambaqui da Duna

Pequena foi destruído na construção da estrada de Camboinhas e sobre o de

Anomalocardia existe uma pequena praça de retorno na Praia de Itaipu. Contudo, ainda

resta o Sambaqui da Duna Grande, descoberto em 1960 e tombado pelo SPHAN em

26/07/1961 através da Lei Federal nº 3.924 (Kneip et al. 1981).

Mais tarde estabeleceram-se na região aldeias de índios Tamoios ou Tupinambás da

nação Tupi, que habitavam as zonas de lagunas e enseadas do litoral de Cabo Frio até

Angra dos Reis. No momento da chegada dos primeiros europeus, esses índios viviam em

aldeias ou tabas. A aldeia era a maior unidade política das sociedades indígenas. Cada uma

tinha autonomia e reconhecia como autoridade maior o seu chefe, tuxuaua, morubixaba ou

cacique. Os índios viviam da agricultura de subsistência, caça de demais recursos da

natureza. Em Niterói existiam muitas aldeias como Icaraí, Itauna, Nurucuné, Arapatué,

Urapué, Uraramery e Caramacuy (Freire & Malheiros 2000). Muitos dos nomes dos

lugarejos da região têm origem indígena fazendo referência à presença desse povo

(Tibiriçá 1985): Itaipu (ita-ypu) - fonte das pedras; Itaipuaçu (ita-ypu-açu) - fonte das

pedras grandes; Itacoatiara (ita-cuatiara) - pedra riscada; Itaocaia (ita-ocaia) - choça de

pedra; Inoã (nho-ã) - campo alto; catumbi (caá-tubi / caá-tubira) - mato cinza pardacento;

Piratininga (pira-tininga) - peixe seco.

Com a chegada dos portugueses há 508 anos atrás teve início a exploração

mercantilista do pau-brasil, para extração do corante vermelho brasilina, até meados do

Século XIX. O comércio foi tão lucrativo que em 1535 a Coroa Portuguesa declarou sua

exploração monopólio real e em 1605 o Regimento do Pau-brasil estabeleceu a pena de

Page 33: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

33

morte aos infratores (Aoki et al. 2000). Em relatório ao seu sucessor, o vice-rei do Brasil

Dom Luiz de Almeida Portugal (Marquês do Lavradio), que governou de 1769 a 1779,

relata o intenso comércio dessa árvore na região de Niterói e São Gonçalo (Braga 1998).

Após a independência, o governo declarou o pau-brasil patrimônio nacional, sendo sua

exploração e comercialização monopólio do Estado. No século XIX a Coroa Portuguesa

regulamentou o corte do pau-brasil no Rio de Janeiro e Espírito Santo através de Decreto

datado de 20/10/1817. Apesar da legislação, sempre houve contrabando desta madeira,

como comprovado em Itaipu em 1845 por João Pinto de Lacerda, que mandou derrubar nos

matos de sua fazenda uma porção de pau-brasil (Casadei 1988). Com o advento da

revolução industrial foram desenvolvidos corantes artificiais que substituíram àqueles

extraídos diretamente das plantas. Contudo, grande parte da Mata Atlântica foi devastada,

resultando na quase extinção dessa espécie, que antes se distribuía na faixa litorânea

brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro (Cunha & Lima 1992). Apesar disso,

ainda é possível encontrar populações nativas de pau-brasil no município de Niterói (Serra

da Tiririca, Serra do Malheiro e Morro da Viração).

A fixação do colonizador fez com que a região fosse dividida em grandes sesmarias

no século XVII em resposta a necessidade de povoamento e defesa do litoral brasileiro que

se encontrava a mercê de corsários, aventureiros e franceses. A região de Piratininga

(Figura 6) foi doada por Estácio de Sá a José Adorno (400 braças ao longo da costa e 600

braças para o interior). Mais tarde, essa sesmaria foi concedida por Martim de Sá a José

Gonçalves Malheiro no início do século XVII. Outra sesmaria importante na região foi a de

Duarte Martins Mourão, que ganhou a terra de Sua Majestade Rei de Portugal em janeiro de

1567, por combater os índios e os franceses que tentaram invadir o litoral do Rio de Janeiro.

Essas terras compreendiam 3.000 braças de costa por 4.500 braças de sertão, estendendo-se

da Praia de Itaipu até a Laguna de Maricá (Simão 1979). Em 1661, seu filho Diogo Mourão

requisitou formalmente a Sesmaria que se estendia desde a Barra da Lagoa de Piratininga

até as proximidades da Pedra de Inoã, em Maricá (Casadei 1988). Juntamente com seus

escravos iniciou o processo de ocupação da região para fins agrícolas construindo

benfeitorias no local. Hoje seu nome é referência geográfica para o Alto Mourão, também

conhecido como Pedra do Elefante ou Falso Pão de Açúcar.

Page 34: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

34

Figura 6: Carta Portuguesa da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro de Luiz Teixeira, datada de 1574 (Braga 1998).

Em 12/01/1755 foi criada por alvará a Freguesia de São Sebastião de Itaipu, cujas

terras pertenceram à sesmaria de José Gonçalves Malheiros. Teve origem a partir de um

povoado iniciado por volta de 1587. No período de 1779 a 1789 tinha uma população de

1.279 habitantes (Braga 1998). Em 1819 passou a compor a Vila Real da Praia Grande,

juntamente com as freguesias de São Batista de Carahy (hoje Icaraí), São Lourenço dos

Índios e São Gonçalo do Amarante (Welrs 1984). A Freguesia São Lourenço dos Índios

originou-se da sesmaria doada ao Índio Araribóia (Cobra de Tempestade – Martim Afonso

de Souza), cacique nos Temiminós, por Mém de Sá em 16/03/1568 pelos serviços prestados

na expulsão dos franceses e índios do litoral do Rio de Janeiro (Lessa 1991).

Em 1716 foi construída por padres jesuítas a capela em devoção a São Sebastião no

Morro das Andorinhas, na vertente voltada para a Praia de Itaipu. Em 1721 foi elevada a

Paróquia, entrando na classe das igrejas perpétuas pelo alvará de 12/01/1755. O primeiro

pároco foi o Padre Manuel Francisco da Costa (Pizarro & Araújo 1946). A construção

Page 35: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

35

perdurou ao longo do tempo e hoje é a Igreja Matriz de São Sebastião de Itaipu. Em 1763

foi construída próxima a capela o Recolhimento de Santa Tereza a mando do vigário

Manoel da Rocha. Tinha o intuito de abrigar mulheres pela vocação religiosa ou “cujas

circunstâncias da vida forçavam a procurar castigo dos pecados cometidos”. Além disso,

para ali eram encaminhadas jovens e esposas de fazendeiros a serem “preservadas”,

quando eles precisavam empreender longas viagens. Durante algum tempo o recolhimento

funcionou ilegalmente, apesar de ser apoiado pelo Bispo do Rio de Janeiro e pelo Vice-Rei

da época, D. Luis de Vasconcelos, até que a Rainha Portuguesa, Dona Maria, a piedosa,

desse o seu consentimento oficial (Welrs 1984). O projeto arquitetônico foi realizado com

pedras fixadas com óleo de baleia. Hoje as ruínas dessa construção abrigam o Museu de

Arqueologia de Itaipu, vinculado ao sítio arqueológico da Duna Grande, sendo tombada

pelo patrimônio Histórico (INEPAC). Em Itacoatiara também podem ser encontradas as

ruínas da antiga capela de Nossa Senhora da Conceição, erguida no século XVIII, que

apresenta o mesmo estilo arquitetônico do Recolhimento de Santa Tereza. Hoje essa área

encontra-se dentro do Condomínio Ubá Itacoatiara, sendo o acesso restrito a visitação. No

final do século XX a administração do condomínio queria demolir o que sobrou das ruínas

para construção de área de lazer para os moradores. Também fazem parte da Paróquia as

capelas históricas de Nossa Senhora do Bonsucesso e Nossa Senhora da Assunção datadas

do século XVIII, ambas em Piratininga.

A história da região está intimamente ligada ao município de São Gonçalo, uma vez

que a Freguesia de Itaipu passou a pertencer a esse município em 22/09/1890, fazendo

limite com a freguesia de São Batista de Caray. Após várias mudanças dos limites

territoriais a reforma administrativa do estado do Rio de Janeiro, através do Decreto-Lei

estadual nº 1.055 de 31/12/1943, reincorporou definitivamente o Distrito de Itaipu a Niterói.

O Decreto-Lei estadual nº 1.056 de 31/12/1943 separou Niterói em dois Distritos (Niterói e

Itaipu). No Decreto-Lei estadual nº 1.063 de 28/01/1944 passam a ser considerados

respectivamente 1º e 2º Distritos (Welrs 1984).

As primeiras grandes transformações ambientais começaram a ocorrer a partir do

século XVI devido às práticas extrativistas, sendo a região ocupada principalmente para

fins agrícolas. No século XVIII havia quatro engenhos de cana-de-açúcar na região,

Fazenda Engenho do Mato (açúcar), Ipiíba de Malheiros (açúcar, aguardente e café),

Piratininga (açúcar, aguardente, café e “mantimentos”) e Santa Eulália (açúcar). Em

Page 36: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

36

Registro de Cartório datado de 1779, Jorge Lemos Parady relata ao Vice-Rei, Marquês do

Lavradio, que na região de Itaipu existiam 107 fogos (residências), além de 4 engenhos

com 138 escravos e produção de 79 caixas de açúcar e 76 pipas de aguardente (Palmier

1940). Wehrs (1984) também destaca nessa época a Fazenda Arrozal (açúcar, mandioca,

milho, feijão e arroz), localizada em Piratininga. Sobre a Fazenda Itacoatiara não há muita

informação, consta apenas que em 1745 pertencia a Luiz José Viana, filho do antigo

Capitão Mor da Cidade, Domingo Viana Bispo. Grande parte da Serra da Tiririca está

inserida na antiga Fazenda Engenho do Mato (Vallejo 2005), Ipiíba de Malheiros e

Itaocaia.

No lado do atual município de Maricá destaca-se a Fazenda Itaocaia (açúcar e

aguardente). Não foram encontrados registros de seus primeiros donos ou do ano de

fundação, mas consta no livro de registro de terras datado de 01/08/1854 que pertenceu aos

Visconde e Viscondessa da Vila Real da Praia Grande, Caetano Pinto de Miranda

Montenegro e Maria Elisa Gurgel do Amaral e Rocha respectivamente (Casadei 1988). O

estilo arquitetônico é similar às demais fazendas do século XVIII da região. A

denominação da Fazenda vem da Pedra da Tocaia, onde mercadores com tropas de burro,

que se dirigiam á Cabo Frio, eram tocaiados e roubados. Esse antigo caminho dos índios

foi aproveitado pelos colonizadores e atravessava a Serra de Itatendiba, ligando

Guaxindiba (atual Itaboraí) à Cabo Frio, passando pelas Restingas de Maricá e da

Massambaba (Figueiredo 1951). A Fazenda situava-se em parte na Freguesia de São

Sebastião de Itaipu e outra na de Maricá. Confrontava-se por um lado com a Fazenda

Engenho do Mato e Ipiíba de Malheiros, por outro lado pelas Fazendas de Inoã e Taquaral

até a Pedra de Inoã. Pelo lado do mar fazia limite com as terras do Mosteiro de São Bento

até o marco que se acha na Pedra de Itaocaia, finalmente desse marco até a Serra de

Itaipuaçu (Serra da Tiririca) (Casadei 1988). Quando o naturalista Charles Darwin passou

pelo Rio de Janeiro, atravessou a Serra da Tiririca foi em direção a Cabo Frio por esse

caminho e parou na Fazenda Itaocaia em 08/04/1832. Nessa época a Fazenda pertencia a

João Machado Nunes e sua esposa Catarina Luiza Machado. No século XX a sede da

fazenda foi hipotecada ao Banco do Brasil e passou por total estado de abandono. Na

década de 70 foi arrendada pela MELGIL Empreendimentos Imobiliários. Hoje as terras ao

redor da sede foram loteadas.

Page 37: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

37

Outra Fazenda da região compreendia as terras do Mosteiro de São Bento (Fazenda

São Bento), que têm continuidade com as da Fazenda Itaocaia, seguindo até a barra de

Itaipuaçu. Os monges receberam a sesmaria do governador Rodrigo Miranda Henriques em

31/10/1635, sendo fundada com o objetivo de servir como pólo evangelizador. Mas tarde

compraram a sesmaria de Duarte Martins Mourão das mãos de terceiros, além de partes de

outras sesmarias. Dessa forma, a propriedade tomou um cunho agrícola e pastoril de

grande porte, sendo um local centralizador e propulsor do município de Maricá (Figueiredo

1951).

Os ciclos da cana-de-açúcar no século XVII e do café no século XVIII promoveram

ainda mais a devastação da vegetação nativa para dar lugar a essas monoculturas. O cultivo

da cana-de-açúcar ocupou principalmente áreas de baixadas, mas o café subiu as encostas

dos morros. Na região de Itaipu, apenas as áreas de restingas não foram mexidas, como ao

longo do litoral do estado do Rio de Janeiro, pois seu solo não se prestava para a

agricultura. Contudo, com a especulação imobiliária a partir de meados do século XX esse

perfil se inverteu. A devastação atingiu os maciços cristalinos durante o século XIX com o

ciclo do café (Bernardes 1957). Apesar do declínio econômico das práticas agrícolas, esta

continuava a ser uma atividade muito importante, principalmente até próximo à abolição

da escravatura no final do século XIX (Sousa 2001).

Após essa fase a floresta se recompôs, porém na década de 30 do século XX, a

floresta veio abaixo novamente para dar lugar a um novo ciclo econômico com o plantio de

frutas cítricas (Bernardes 1957). Devido ao ataque de fungos, esse tipo de cultura foi

abandonado e o plantio de banana tornou-se uma das principais atividades agrícolas da

região. Relatos de moradores antigos, como “Seu Quero-Quero”, contam que a produção

era levada em lombo de burro e cavalo para comercialização no Centro de Niterói, onde

hoje é a Praça São João.

Palmier (1940) destaca na região a exploração mineral de caolin, argila e feldspato,

além da indústria cerâmica (CROL – Cerâmica Rio do Ouro Ltda). Inclusive a argila

extraída da Fazenda Engenho do Mato foi utilizada na fabricação de tijolos para construção

da Siderúrgica Nacional de Volta Redonda. Outra atividade muito importante na região foi

à exploração de lenha e carvão que devastou as reservas florestais. Ainda hoje, em meio à

vegetação em regeneração, é possível encontrar as áreas onde existiam os ”balões de

carvão”.

Page 38: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

38

A decadência da atividade agrícola e a proximidade com o mar predispuseram a

região à especulação imobiliária, o que gerou conflitos com posseiros. A construção em

1923 da estrada ligando a Região Oceânica à zona sul e centro de Niterói facilitou o acesso

à região. As antigas Fazendas deram lugar aos loteamentos a partir de meados do século

passado. É o caso da Fazenda de Itacoatiara, loteada por seus proprietários, Mathias Sandri

e Francisco Felício, em 1938, e que deu origem ao bairro de Itacoatiara em Niterói.

Em 1935 a Fazenda Itaipu é herdada por Eugênio Francisco Mendes e João das

Chagas Mendes, a partir do espólio de D. Antônia das Chagas Mendes, incluindo as

benfeitorias e a Laguna de Itaipu, uma área de 6.722.500 m2. Em 1939 vendem a

propriedade a Albert Sampaio Coulamy, que a vende em 1942 a Cândida de Souza

Guimarães. A Companhia Territorial Itaipu S/A, de propriedade de José Pizarro, comprou

as terras em 1943 e deu início ao Loteamento Cidade Balneária de Itaipu (2.143 lotes) com

a aprovação na prefeitura do Bairro Atlântico (Motta 1983). Em 1944 o então Prefeito de

Niterói, Dr. Brandão Júnior, apresentou o Plano Urbanístico da cidade, já levando em

consideração sua expansão em direção às praias oceânicas. Desde essa época o poder

público já era conivente com a especulação imobiliária. Em 1946 o DNOS (Departamento

Nacional de Obras e Saneamento) finalizou o Canal de Camboatá, ligando as Lagunas de

Piratininga e Itaipu. Esse canal tinha o objetivo de evitar o alagamento de suas orlas

(Coelho 1983), além de drenar a região para ser loteada. Essa ação reduziu em três vezes a

área do espelho d’água da Laguna de Itaipu e permitiu a venda de lotes subaquáticos desde

essa época.

A Fazenda Engenho do Mato foi adquirida de Francisco de Paula Antunes em

24/07/1933 por Fábio de Azevedo Sodré e sua mulher Irene Lopes Sodré. Em 1939 o casal

se separa e em 1941 é feita à partilha do desquite, sendo a fazenda dividida em duas partes

(norte e sul). Irene fica com a parte sul onde está inserida a Serra da Tiririca. A parte da

Fazenda que ficou com o Fábio de Azevedo Sodré deu origem em 1949 aos Loteamentos

Maravista com 6.195 lotes e Soter Fazendinha com 2.599 lotes.

Em 1946, devido a dívidas de jogo, Irene Lopes Sodré hipoteca parte da Fazenda ao

Banco Português do Brasil. Com sua morte, os herdeiros contratam, em 1948, Fernando

Suarez de Mendonza para implementar o primeiro loteamento, com 131 quadras e 4.135

lotes, que veio a denominar-se Jardim Fazendinha – Itaipu e o segundo com 5 quadras e

Page 39: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

39

119 lotes, Parque da Colina. Foi excluída desse loteamento a Gleba A. Pelo mesmo

contrato, Fernando Suarez de Mendonza torna-se procurador do espólio na administração

dos loteamentos. Na 33º cláusula, os credores, representados pelo Banco Sul Americano do

Brasil, concordam em levantar a hipoteca que recai sobre os lotes à medida que forem

integralmente pagos pelos compradores. Em 1949 substabelece sua procuração para

Empresa Imobiliária e Comercial Terrabraz Ltda, que passa a administrar o loteamento.

Em 1953 os herdeiros de Irene Lopes Sodré passam escritura definitiva da Gleba A para

Antônio Carlos França Ourívio. Em 1955 essa área dá lugar ao loteamento Vale Feliz com

542 lotes e quadras nomeadas de A - Z. Em 1959 a Terrabraz vende para Sebastião Lyra

Gomes Pedrosa a antiga sede da Fazenda, datada de 1759, e 20.138 m2 que a circundam.

Hoje a construção histórica pertence à Fundação Leão XIII, sendo um abrigo para

moradores de rua. Em 18/01/1962 é decretada a falência da Terrabraz. Em 1968, Hirson

Bezerra Fernandes adquire quotas da Terrabraz e conseqüentemente as áreas pertencentes à

empresa. Essa pessoa se tornou um dos grandes problemas ambientais da região, loteando

áreas dentro e fora do PEST de forma bastante questionável e com a conivência da

Prefeitura de Niterói.

Os problemas fundiários da região são muito antigos. Pereira (1962) já chamava

atenção para reforma agrária na Fazenda Engenho do Mato. Esta compreendia uma área de

54 ha de propriedade da Terrabraz e de Antônio Carlos França Ourívio. Em 1962 estavam

registrados 30 posseiros e suas respectivas famílias que ocupavam 74 alqueires da

Fazenda. A produção básica na época era banana prata e hortigranjeiros que abasteciam

parte do município de Niterói. Em 03 de janeiro de 1961 o Governador Roberto Silveira

homologou o Decreto Estadual nº 7281 expropriando as áreas agrícolas da antiga Fazenda

do Engenho do Mato, visando à criação de um núcleo agrícola. Essa foi a primeira reforma

agrária do Brasil. Com a morte do Governador, seu sucessor Celso Peçanha ampliou e

redefiniu as áreas desapropriadas pelo Decreto nº 7577 de 02 de agosto de 1961.

Posteriormente o Decreto nº 7836 de 18 de janeiro de 1962 tratou da organização e

execução do plano de colonização agrícola, estabelecendo a inalienabilidade e

impenhorabilidade de cada gleba cedida aos colonos da Fazenda.

A inauguração da Ponte Presidente Costa e Silva na década de 70, ligando os

municípios do Rio de Janeiro a Niterói, levou a intensificação do fluxo migratório para

região, incluindo Maricá e a Região dos Lagos. O que antes eram moradias de veraneio

Page 40: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

40

passou a ser residenciais e a Região Oceânica tornou-se uma área de expansão do

município de Niterói (Barros & Seoane 1999).

Em 1973 a Companhia Territorial Itaipu é comprada pelo Grupo VEPLAN

Residência (Companhia de Desenvolvimento Territorial Ltda), que intensifica as

transformações espaciais, ambientais e sociais de Itaipu. Teve início a mais devastadora

degradação ambiental da região. Com a fusão do estado da Guanabara e Rio de Janeiro em

1975, a política ambiental não era estruturada. Dessa forma, o DNOS autorizou obras de

estabilização da barra da Lagoa de Itaipu, com drenagens e aterros, sistematização da orla,

dragagem da lagoa e remembramento das Fazendas da Fonte, Engenhoca, Piratininga e

Itaipu (Motta 1983). Em 1976 tem início o Plano Estrutural de Itaipu.

Com a construção do canal permanente ligando a Lagoa de Itaipu ao mar em 1975

houve uma mudança ambiental e social sem precedentes da região. A Praia de Itaipu foi

separada em duas porções, sendo a área denominada Camboinhas ocupada por loteamento

de alto luxo. Os pescadores que residiam na praia foram obrigados a vender suas posses.

Os que não queriam vender foram intimidados e expulsos. Parte da comunidade

permaneceu comprimida no “Canto de Itaipu”, vertente do Morro das Andorinhas voltado

para a Praia de Itaipu. Alguns foram morar precariamente nas ruínas do Recolhimento de

Santa Tereza, outros foram ocupar áreas de baixa renda no Vale do Rio Jacaré e no

Engenho do Mato. Parte da comunidade tradicional de pescadores permaneceu no topo do

Morro das Andorinhas.

A degradação ambiental foi tão escandalosa que em 1979 a CECA através da

deliberação nº 50/79 exigiu no prazo de 60 dias a apresentação do EIA/RIMA (Estudo de

Impacto Ambiental / Relatório de Impacto Ambiental). A deliberação nº 52/79 proibiu a

VEPLAN de executar dragagens, terraplanagem, aterros ou quaisquer outros serviços e

obras que pudessem ter como conseqüência a alteração do volume d’água da Lagoa. Após

a apresentação do EIA/RIMA a CECA determinou através da deliberação nº 56/79 a

definição da orla lagunar, além de uma série de exigências relativas ao Plano Estrutural de

Itaipu.

Com a falência da VEPLAN, suas propriedades foram hipotecadas ao BIAPE

(Banco Interamericano de Poupança e Empréstimo) com sede em Caracas, Venezuela.

Atualmente a Empresa Imobiliária Mattos & Mattos se diz detentora dos direitos sobre

Page 41: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

41

áreas de propriedade da VEPLAN (Barros et al. 2003) e tenta ocupar áreas protegidas em

Unidades de Conservação na Região Oceânica de Niterói. Junto com a empresa Ubá

Imobiliária a Mattos & Mattos pretende dar continuidade a devastação iniciada em meados

do século passado.

Também na vertente voltada para o Município de Maricá, em Itaipuaçu, a

especulação imobiliária atuou de forma devastadora. Entre as décadas de 70 e 80 do século

XX, a companhia MELGIL Empreendimentos Imobiliários marcou lotes até a cumeeira da

Serra da Tiririca para estabelecerem o Loteamento Morada das Águias nas terras

pertencentes a antiga Fazenda Itaocaia. Com 40 empregados e 2 tratores abriu estradas na

Serra e pressionou de forma questionável os sitiantes a entregarem seus sítios. Apenas três

sitiantes permaneceram: Seu Dico, Noca e Joel Bartaline. A grande resistência local e um

embargo pelo antigo IBDF (IBAMA) impediu a derrubada da mata. O loteamento Morada

das Águias foi liberado apenas abaixo da cota 100 msm na Serra da Tiririca. Mas as

estradas abertas próximo à cumeeira da Serra da Tiririca deixaram seus impactos sobre a

floresta. Também na vertente de Maricá existem outros loteamentos inseridos na Serra da

Tiririca como Itaocaia Valley, Floresta do Elefante e Serra Mar.

Hoje a região encontra-se alterada sob os pontos de vista ambiental e social. Os

últimos remanescentes florestais nas Serras da Tiririca, Malheiro, Cantagalo e Grande

teoricamente encontram-se protegidos no Parque Estadual da Serra da Tiririca e Reserva

Ecológica Darcy Ribeiro respectivamente. Embora toda região constitua a Área de

Proteção Ambiental de Lagunas e Florestas do Município de Niterói, tal fato não assegura

a conservação de outras áreas florestadas e não incluídas em Unidades de Proteção Integral

no município de Niterói, como os Morros da Viração e Peça. Ficou a herança negativa

deixada pelas transformações históricas na região. Ocupações de alta renda entremeadas

com comunidades carentes, ambas ocupando as encostas dos morros, as orlas rios e

Complexo Lagunar Piratininga/Itaipu geram um quadro caótico em termos de falta de

planejamento urbano. Além disso, o problema de falta de saneamento básico fez com que

os rios virassem valões de esgoto drenando para as lagoas e daí para o mar.

Nas décadas de 80 e 90 do século XX a região apresentou a maior taxa de

crescimento populacional, aumentando os problemas ambientais e sociais, pela ocupação

desordenada e crescente do espaço territorial. Dessa forma, áreas onde a Mata Atlântica

permaneceu ou se recuperou passou a sofrer com a pressão antrópica e a especulação

Page 42: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

42

imobiliária avançou sobre as florestas com seus projetos de loteamentos de luxo. Essa

região cresceu entre 1970 e 2000 656% em relação a sua população residente. No lado de

Maricá na região limítrofe ao PEST a população cresceu 83% entre 1991 e 2000 (Vallejo

2005). Dessa forma, a omissão do poder público e as políticas de ocupação da região, tanto

no lado de Maricá quanto em Niterói projetam um quadro nada promissor para o século

XXI. Isso pode ser nitidamente percebido através da aprovação questionável do discutível

Plano Urbanístico da Região Oceânica pela Câmara de Vereadores de Niterói em 2004.

A criação do PEST em 1991 não resolveu os problemas ambientais da região,

devido a vários fatores, principalmente pela falta de limites definitivos e pela precariedade

administrativa do IEF-RJ. Os conflitos territoriais se agravaram, sendo que grileiros,

posseiros e empresas imobiliárias se apropriaram de áreas ainda florestadas da Serra da

Tiririca. Outra questão séria foi a atividade mineradora dentro do PEST representada pela

Mineradora Inoã e Saibreira da Avenida Central que deixaram grandes áreas devastadas e

degradadas. A Mineradora Inoã foi alvo de Ação Civil Pública para terminar com suas

atividades e mesmo assim a Prefeitura de Niterói em 2004 cogitou transformar o buraco

deixado pela mineradora no novo lixão de Niterói.

Atualmente os grandes problemas do PEST estão relacionados às disputas políticas,

negociatas com a especulação imobiliária e atuação inconsistente do IEF-RJ. O órgão

gestor se limita a cuidar apenas das trilhas que dão acesso ao Alto Mourão, Costão de

Itacoatiara e Enseada do Bananal. As demais áreas do PEST continuam abandonadas. Não

existe plano de manejo, sendo que os desmatamentos, queimadas, caça intensa em toda

área do Parque, turismo desordenado, contaminação biológica com introdução de espécies

exóticas, extrativismo vegetal e mineral vêm se agravando. A situação fundiária não está

resolvida e dentro da área PEST existem loteamentos e condomínios, sítios entre outras

formas de ocupação. Duas comunidades tradicionais com representação legal (Associação

da Comunidade Tradicional do Morro das Andorinhas e Associação de Sitiantes

Tradicionais da Serra da Tiririca) lutam por seus direitos, uma vez que o Parque foi criado

sem levar em consideração quem realmente vive na área determinada nos seus limites.

Essas fatos distanciam o PEST dos objetivos que nortearam a sua criação em 1991,

que essencialmente era a conservação da diversidade biológica. Em contrapartida a intensa

atuação das ONGs vem cobrando do Governo de Estado mais empenho em relação ao

PEST, fiscalizando e denunciando a agressões ao meio ambiente da região.

Page 43: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

43

8. PASSAGEM DOS NATURALISTAS NOS SÉCULOS XVII E XIV PELA REGIÃO

A visita de naturalistas nos século XVIII e XIX gerou as primeiras informações

sob a biota da região. Pela Serra da Tiririca passaram visitantes ilustres como o Príncipe

naturalista Maximiliano de Weid-Neuwied, que narra aspectos da travessia da Serra em

1815 (Wied-Neuwied 1958), chamando atenção para presença do Papaguaio-Chauá e do

Mico-Leão-Dourado, que hoje não são mais encontrados na região.

“... Aproximamo-nos agora de uma cadeia de montanhas, conhecida

como Serra de Inoã. O selvático espetáculo excedeu de muito tudo quanto a

minha fantasia concebera sobre as grandes cenas da natureza. Entramos

num profundo vale, em que a água muito límpida ora corre sobre um leito de

pedra, ora descansa em lagoa tranqüila, pouco além de uma floresta imensa.

Por toda parte, as palmeiras e as magníficas árvores da região se

entrelaçam tanto com as trepadeiras, que era impossível à vista penetrar

aquela espécie de muralha verdejante... Quando atingimos o alto da Serra

de Inoã, vimos acima das árvores, numerosos papagaios voando aos pares

com grande alarido. Era o papagaio de cabeça vermelha, aí conhecidos

como camutanga ou chauá... A Serra de Inoã é um braço que se projeta para

o mar da altaneira cadeia montanhosa que corre paralela a costa. Cobrem-

na densas florestas, onde existem muitas qualidades úteis de madeira... e o

pequeno macaco vermelho conhecido como mariquina...Esse belo

animalzinho é ai chamado de sauí-vermelho...Continuando a viagem,

descemos a uma aprazível região campestre e passamos a noite na Fazenda

Inoã.”

Também Charles Darwin passou pela Serra da Tiririca em 1838 (Darwin s.d.),

seguindo em direção a Cabo Frio. Quando chegou a Vila Real da Praia Grande (atual

Niterói), Darwin foi guiado por tropeiros passando pela Freguesia de São Sebastião de

Itaipu. Em seu relato destacou a exuberância das florestas da região (Darwin 1996).

“A paisagem que se descortinava quando estávamos cruzando as

montanhas atrás da Praia Grande...”

Page 44: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

44

Após atravessar a Serra da Tiririca, já no município de Maricá, chega à Fazenda

Itaocaia, como constatado no seu relato:

“... Depois de havermos atravessado algumas áreas de terra

cultivada, embrenhamo-nos por uma floresta, cujos recantos eram de

inexcedível grandiosidade. Ao meio dia chegamos a Itacaia, pequena aldeia

situada numa planície. Em torno da casa principal, ali existente, viam-se as

choupanas dos negros... Como a lua nascesse cedo resolvemo-nos a partir

na mesma tarde, a fim de pernoitarmos na Lagoa de Maricá. Estando a cair

a noite, passamos sob íngrimes colinas de granito da região, tão comuns

neste país. É notório este lugar, pelo fato de ter sido durante muito tempo o

quilombo de alguns escravos fugitivos que, cultivando pequeno terreno

próximo à vertente, conseguiram suprir-se de necessário sustento. Mas

foram, um dia, descobertos e reconduzidos dali por uma escolta de soldados.

Uma velha escrava, no entanto, preferindo a morte à vida miserável que

vivia, lançou-se do alto do morro, indo despedaçar-se contra as pedras da

base. Se se tratasse de alguma matrona romana, esse gesto seria

interpretado como nobilitante amor à liberdade, mas numa pobre negra não

passava de caturrice de bruto...”

O caminho de Darwin através da Serra da Tiririca foi refeito em 2000 em atividade

de educação ambiental, sendo a preservação da natureza discutida no contexto biológico e

histórico (Selles & Abreu 2002). De certa maneira a Serra da Tiririca também contribuiu

para as observações de Darwin que vieram a revolucionar o pensamento científico a partir

do século XVIII.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aoki, H.; Lobão, D.E. & Lima. H.C. 2000. Unidades de Conservação e sua importância na preservação do pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.). In: Milano, M.S. & Theulen, V. (eds) Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação 2. Anais... Campo Grande: Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação. 2: p. 777–783. Barbiére, E.B. & Coe-Neto, R. 1999. Spatial and temporal variation of the east fluminense coast and atlantic Serra do Mar, State of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B.; Bidone,

Page 45: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

45

E.D. & Abrão, J.J. (eds) Environmental Geochemistry of Coastal System, Rio de Janeiro, Brazil. Série Geoquímica Ambiental 6: 47–56. Barros, A.A.M.; Pontes, J.A.L.; Sathler, E.B.; Conceição, M.C.F. & Pimentel, D.S. 2003. Aspectos ambientais e legais da conservação do Córrego dos Colibris no Parque Estadual da Serra da Tiririca, RJ. In: Simpósio de Áreas Protegidas. Conservação no Âmbito do Cone Sul. 2. Anais... Pelotas: Universidade Católica de Pelotas. 1 v. CD-ROM. Barros, A.A.M.; Sathler, E.B. & Conceição, M.C.F. 2002. Implantação de Unidade de Conservação postulada em juízo via ação civil pública: O caso do Parque Estadual da Serra da Tiririca, RJ. In: Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. 3. Anais... Fortaleza: Rede Nacional de Unidades de Conservação. 2: p. 774-781. Barros, A.A.M. & Seoane, C.E.S. 1999. A problemática da conservação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói / Maricá, RJ, Brasil. In: In: Vallejo, L.R. & Silva, M.T.C. (eds) Os (Des)Caminhos do Estado do Rio de Janeiro Rumo ao Século XXI. Anais... Niterói: Instituto de Geociências da UFF. P. 114–124. Beltrão, M. 1978. Pré-História do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ed. Forense-Universitária/SEEC-RJ. 274p. Bergamaschi, S. & Almeida, J.C.H. 2007. Levantamento de informações geológicas básicas e avaliação das condições de poluição das águas na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. In: Araujo, F.V. Relatório FAPERJ do projeto Aspectos biológicos, geológicos e hídricos em áreas de mata atlântica nos municípios de Niterói e Maricá, RJ. Programa de apoio a entidades estaduais: Desenvolvimento científico da UERJ. Impresso. 93p. Bernardes, L.M.C. 1952. Tipos de clima do Estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro (14): 57-80. Bernardes, L.M.C. 1957. Planície litorânea e zona canavieira do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia. 248p. Braga, M.N.C. 1998. O Município de São Gonçalo e sua história. 2º edição. São Gonçalo. 216p. Carneiro, M.E.R. et al. 1994. Diagnóstico ambiental do sistema lagunar de Piratininga/Itaipu, RJ. Parte II: Hidroquímica. In: Simpósio de Ecossistemas da Costa Brasileira. Subsídios a um Gerenciamento Ambiental, 3. Serra Negra. Anais... São Paulo: Academia de Ciências do Estado de São Paulo. 1: p. 196-203. Casadei, T.O. 1988. A Imperial Cidade de Nictheroy. Niterói: Serviços Gráficos Ímpar. 355 p. Coelho, V.M.B. 1983. Parecer técnico sobre as obras e a urbanização da Laguna de Itaipu, Niterói / RJ. Rio de Janeiro: FEEMA. Impresso. 53p.

Page 46: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

46

Conceição, M.C.F. 2000. Conflito de atribuições e instrumentos de proteção de unidade de conservação: Estudo de caso no estado do Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Ciência Ambiental). Universidade Federal Fluminense. 70p. Cunha, M.W. & Lima, H.C. 1992. Viagem à terra do pau-brasil. 63p. Darwin, C.R. s.d. Viagem de um naturalista ao redor do mundo. Rio de Janeiro: Ed. Sedegra, v. 1. 291p. Ferrari, A.L.; Brenner, T.L.; Malcomo, M.T. & Nunes, H.R.C. 1982. O Pré-Cambriano das folhas Itaboraí, Maricá, Saquarema e Baía de Guanabara In: Congresso Brasileiro de Geologia. 32. Salvador. Anais... Sociedade Brasileira de Geologia. 1: 103–114. Fevereiro, P.C.A. & Santos, M.G. 2001. A restinga de Itacoatiara (Niterói, Rio de Janeiro) e a necessidade de sua conservação. In: Esteves, M.S.; Vasquez, A.C.; Gama, B.A.P.; Ferreira, A.J. & Peixinho, M.M. Simpósio sobre meio ambiente e Direito Ambiental. 9. Anais... UNIVERSO. 9p. Figueiredo, E.R. 1951. Grandeza e decadência na vila rural de Maricá. Anuário Geográfico do Estado do Rio de Janeiro 4: 41–78. Freire, J.R.B. & Malheiros, M.F. 2000. Aldeamentos indígenas do Rio de Janeiro. Programa de Estudos dos Povos Indígenas, UERJ. 82p. Heilbron, M.; Pedrosa-Soares, AC.; Campos Neto, M.C.; Silva, L.C.; Trouw, R.A J.; Janasi, V. 2004. A Província Mantiqueira. In: Mantesso-Neto, B.; Carneiro, C.D.R. e Brito-Neves (eds) Geologia do continente Sul-Americano: Evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. Beca: p. 203-234. IEF, Comissão Pró-Parque Estadual da Serra da Tiririca, Prefeitura Municipal de Niterói & Prefeitura Municipal de Maricá. 1994. Programa de Implantação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, PESET, 1ª versão. Impresso 66p. Kneip, L.M. & Pallestrini, L. 1984. Restingas do Estado do Rio de Janeiro (Niterói a Cabo Frio): 8 mil anos de ocupação humana. In: Lacerda, L.D.; Araujo, D.S.D.; Cerqueira, R. & Turq, B (eds) Restingas. Origem, Estrutura, Processos. CEUFF. p. 139–146. Kneip, L.M.; Pallestrini, L. & Cunha, F.L.S. 1981. Pesquisas Arqueológicas no Litoral de Itaipu. Rio de Janeiro: VEPLAN Companhia de Desenvolvimento Territorial. 173p. Lessa, L.C. 1991. Araribóia. O cobra de tempestade. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio. 129p. Marques, M.C.M. & Novaes J.R.C. 1996. Espécies coletadas no Estado do Rio de Janeiro e depositadas no Herbário RB. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 107p. Motta, R.C. 1983. Comunidade Planejada de Itaipu. Um estudo de caso sobre a ação integrada do capital imobiliário. (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 214p.

Page 47: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

47

Multiservice. 1995. Avaliação de 10 Unidades de Conservação Ambiental na região metropolitana do Rio de Janeiro. Anexo. 28p. Oliveira, R.F. 1995. Mata Atlântica: Reserva da biodiversidade no Estado do Rio de Janeiro. Revista FEEMA 4(18): 46-50. Palmier, L. 1940. São Gonçalo Cinqüentenário. História, geografia e estatística. Rio de Janeiro. 237 p. Penha, H.M. 1999. A synthesis of geology of the east fluminense coast, state of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B.A.; Bidone, E.D. & Abrão, J.J. (eds) Environmental Geochemistry of coastal lagoon systems of Rio de Janeiro, Brazil. Universidade Federal Fluminense, Programa de Geoquímica Ambiental. Série Geoquímica Ambiental. 6: p. 3–10. Pereira, I.M. 1962. Plano de ação agrária. Estudo sobre a Fazenda Engenho do Mato. Niterói: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 24p. Pereira, M.C.A.; Araujo, D.S.D. & Pereira, O.J. 2001. Estrutura de uma comunidade arbustiva da restinga de Barra de Maricá-RJ. Revista Brasileira de Botânica 24: 273-281. Pizarro, M. & Araújo, J.S.A. 1946. Memórias históricas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. Prefeitura de Niterói. 1992. Niterói. Diagnóstico Ambiental. Versão resumida. Niterói: Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente, 194p. Primo, P.B. & Carvalho-Filho, O.P.1989. Programa de Implantação do Parque Estadual da Serra da Tiririca. 2º versão. Movimento Cidadania Ecológica. 44p. Ribas, L.A.; Hay, J.D. & Caldas-Soares, J.F. 1993. Moitas de restinga: ilhas ecológicas? In: Watanabe, S. (ed) Simpósio de Ecossistemas da Costa Brasileira. 3. Anais... Aciesp, São Paulo. 3: 79-88. Scarano, F.R. 2002. Structure, function and floristic relationships of plants communities in stressful habits marginal to the brazilian atlantic forest. Annals of Botany 90: 517-524. Selles, S.E. & Abreu, A. 2002. Darwin na Serra da Tiririca: Caminhos entrecuzados entre a biologia e a história. Revista Brasileira de Educação (20): 5-22. SEMADS (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável). 2001. Atlas das Unidades de Conservação da Natureza do Estado do Rio de Janeiro. Ed. Metalivros. Rio de Janeiro. 48p. Silva, J.G. & Somner, G.V. 1989. A vegetação de Restinga no Município de Maricá, RJ. Acta Botanica Brasilica 3(2): 253–272. Simão, M.T.B.; Pucurull, C.A.P. & Prochnik, M.L. 1979. Vistoria para o levantamento dos bens imóveis de valor histórico existente no Município de Maricá. Impresso. 100p.

Page 48: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

48

SNUC, 2002. Sistema Nacional de Unidades de Conservação. IBAMA. Impresso. 36p. Souza, A.J. 2001. Laguna de Itaipu: Histórico da ocupação territorial e ambiental. Monografia (Bacharelado em Geografia). Universidade Federal Fluminense. 57p. Tibiriçá, L.C. 1985. Dicionário Topônimos de Origem Tupi. Significados de Nomes Geográficos. São Paulo: Ed. Traço. 197p. Vallejo, L.R. 2004. Políticas de governo e as Unidades de Conservação do estado do Rio de Janeiro. In: Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. 2. Anais... Curitiba: Rede Nacional de Unidades de Conservação. CD room: 774-781. Vallejo, L.R. 2005. Conflitos territoriais em Parques Estaduais no Rio de Janeiro: Uma avaliação à luz das políticas de governo. Revista Geo-paisagem 4(7). On line. Veloso, H.P.; Filho, A.L.R.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE. 124 p. Wehrs, C. 1984. Niterói Cidade Sorriso. A história de um lugar. 366p. Weid-Neuwied, M. 1958. Viagem ao Brasil nos anos de 1815 a 1817. 2º edição. São Paulo: Ed. Companhia Nacional. 536p. Zimback, C.R.L. 2003. Classificação de solos. Grupo de Estudos e Pesquisas Agrárias Georreferenciadas, FCA, UNESP, Botucatu. 13p.

Page 49: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

49

Anexo

Instrumentos legais de proteção do Parque Estadual da Serra da Tiririca:

Constituição Federal Brasileira promulgada em 1988 (art. 225) em seu inciso 4

declara a Mata Atlântica e a zona costeira como patrimônio nacional.

Lei Federal n° 6.938/81, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente,

transformou em Reserva Ecológica as florestas e demais formas de vegetação de

preservação permanente, relacionadas no art. 2° do Código Florestal.

Decreto Federal n° 99.574/90 que proíbe por prazo indeterminado o corte e respectiva exploração da vegetação nativa da Mata Atlântica.

Resolução CONAMA n° 004/85 que ampliou o conceito de Reserva Ecológica em seus art. 3° e 4° e reforça ainda mais a proteção da área em questão. Esta mesma Resolução, em seu art. 5°, atribui aos estados e municípios a competência de estabelecer normas e procedimentos mais restritivos, através de seus órgãos ambientais.

Constituição Estadual, em seu art. 265, define como Áreas de Preservação Permanente:

III – as nascentes e as faixas marginais de proteção de águas superficiais;

IV – as áreas que abriguem exemplares ameaçados de extinção, raros, vulneráveis ou menos conhecidos, na fauna e flora, bem como aquelas que sirvam como local de pouso, alimentação ou reprodução;

V – as áreas de interesse arqueológico, histórico, científico, paisagístico e cultural;

Por sua vez, o art. 270 determina que: As coberturas florestais nativas existentes no Estado são consideradas indispensáveis ao processo de desenvolvimento equilibrado e a sadia qualidade de vida de seus habitantes e não poderão ter suas áreas reduzidas.

Lei n° 9985, de 18 de julho de 2000 e o Decreto n° 4340 de 22 de agosto de 2002 estabelecem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, enquadrando os Parques Nacionais como Unidades de Proteção Integral, que admitem apenas o uso indireto dos recursos naturais. O SNUC permite a criação deste tipo de Unidade de Conservação nas esferas estaduais e municipais. No inciso 1o fica estabelecido que (SNUC 2002):

Page 50: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

50

“O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.”

Portaria n° 1.522/89 do IBAMA em seu art. 1º torna conhecida a lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção e no art. 2° estabelece que os animais nela constantes gozem de proteção integral.

Lei Federal n° 5.197/67 de Proteção à Fauna que proíbe a perseguição e destruição de espécies da fauna silvestre em extinção. O art. 27º desta Lei, com a redação que lhe foi dada pela Lei Federal n° 7.653/88, torna esse ato em crime inafiançável.

Portaria n° 006/92-N do IBAMA em relação à flora, que além dos dispositivos legais citados, a reconhece em seu art. 1º as espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção.

Resolução CONAMA n° 001/86 em seu art. 6º, inciso I, item b, que estabelece que a presença de espécies ameaçadas de extinção em Área de Preservação Ambiental exige o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para o licenciamento de qualquer obra naquela área.

Page 51: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

51

Artigo I

CARACTERIZAÇÃO FISIONÔMICO-FLORÍSTICA E ASPECTOS CONSERVACIONISTAS DO PARQUE

ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ana Angélica M. de Barros & Dorothy Sue Dunn Araujo

Artigo a ser submetido ao Enviromental Conservation

Page 52: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

52

CARACTERIZAÇÃO FISIONÔMICO-FLORÍSTICA E ASPECTOS CONSERVACIONISTAS DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA

TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL

RESUMO – (Caracterização fisionômico-florística e aspectos conservacionistas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil). Foram identificadas e descritas duas unidades fisionômicas do Parque Estadual da Serra da Tiririca (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W), localizado entre os municípios de Niterói e Maricá, RJ. De forma geral, a vegetação apresenta um aspecto geral escleromórfico, com intensa queda de folhas nos meses mais secos. Contudo, é caracterizada pela floresta ombrófila densa e afloramentos rochosos, sendo seu aspecto escleromórfico associado ao clima regional, proximidade com o mar e a presença de solos rasos. Tem baixa similaridade florística com outras áreas inventariadas do estado do Rio de Janeiro, porém apresentou maior relacionamento com a flora das restingas fluminenses. Apesar da vegetação ter sido muito alterada ao longo dos anos, abriga uma parcela da floresta ombrófila densa com grande relevância sob ponto de vista florístico. Algumas espécies pouco conhecidas para a ciência foram encontradas na área, além de 67 espécies ameaçadas, reforçando a importância da sua conservação. Nesse sentido, a área do Parque não deveria ter sido diminuída pela Lei Estadual nº 5079, mas sim ampliado para respeitar as diretrizes que nortearam sua criação que é a conservação da diversidade biológica.

Palavras chaves: Brasil, Serra da Tiririca, Mata Atlântica, fito-fisionomia, conservação ABSTRACT- (Physiognomic-floristic characterization and conservation aspects from the Serra da Tiririca State Park, Niterói and Maricá, Rio de Janeiro, Brazil). There were identified and described in two physiognomic units from the Serra da Tiririca State Park (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W), located between Niterói and Maricá municipal districts, Rio de Janeiro. In general, the vegetation is scleromorphic with intense leaf fall during drier months. However, it is characterized by dense ombrophilous forest and rocky outcrops. The scleromorphic aspect is associated with the regional climate, proximity to the sea and shallow soils. It has low floristic similarity when compared to other areas in Rio de Janeiro state, although it was more closely related to the flora from the restingas. Although the vegetation has been greatly disturbed over the years, there are small fragments of dense ombrophilous forest with great relevance from a floristic point of view. Several species new to science have been found in the area, plus 67 threatened ones, strengthening conservation importance. In this way, the park area should not have been diminished by State law nº 5079, but extended to respect the guidelines that directed park creation, that is conservation of biological diversity. Key words: Brazil, Serra da Tiririca, Atlantic Forest, physiognomy, conservation INTRODUÇÃO

O estado do Rio de Janeiro está inserido no bioma Mata Atlântica, sendo a

cobertura vegetal constituída por um complexo vegetacional. Nesse contexto, Veloso et al.

(1991) destacam-se as florestas ombrófilas densas, florestas estacionais semideciduais e

formações pioneiras que incluem as restingas, manguezais e vegetação de influência

fluvial. Sendo assim, as diferentes fito-fisionomias fluminenses são influenciadas por

fatores físicos, principalmente pela topografia local, que caracteriza paisagens

heterogêneas, resultando numa grande diversidade florística. Os estudos indicam que há

diferenciação dos padrões florísticos quando observados os diferentes gradientes

altitudinais (Guedes-Bruni 1998). Aliado a esse fator, os padrões climáticos e tipos de solo

têm influência marcante sobre a vegetação local. Esses fatores fazem com que a Mata

Page 53: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

53

Atlântica fluminense apresente vários padrões de endemismo (Mori 1981), demonstrando

sua importância como centro de diversidade biológica.

Segundo Scarano (2002), além das formações florestais existem áreas abertas

constituídas por comunidades vegetais que são periféricas as áreas florestadas. Nesse

contexto estão incluídos os afloramentos rochosos litorâneos, campos de altitude, as

restingas, florestas alagadas e vegetação xeromórfica do Centro de Diversidade Vegetal de

Cabo Frio. A vegetação nessas regiões periféricas está sujeita as condições ambientais

extremas, sendo muito sensível ás agressões ambientais antrópicas.

A partir da década de 90 do século passado houve um incremento de inventários

florísticos no estado do Rio de Janeiro, com parcerias de várias instituições de pesquisa.

Essas pesquisas focaram principalmente as regiões com maiores coberturas florestais na

porção serrana da Serra do Mar e os maciços costeiros, onde se insere a Serra da Tiririca.

Essas áreas inspiram muitas preocupações conservacionistas, uma vez que grande parte da

diversidade biológica já foi perdida irreversivelmente. Isso se deve ao processo histórico

de ocupação humana, que atualmente pressiona as áreas florestadas com a expansão

urbana.

Esse trabalho tem como objetivo caracterizar fito-fisionomicamente a vegetação do

Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) e compará-la com demais áreas inventariadas

do estado do Rio de Janeiro. Além disso, avaliar as espécies endêmicas e ameaçadas da

flora fluminense presentes na área de estudo. Com isso discutir os problemas relacionados

à conservação do PEST.

METODOLOGIA

A caracterização fito-fisionômica da Serra da Tiririca foi feita com base na

classificação de Veloso et al. (1991), no levantamento florístico (Barros & Araujo capítulo

II) e nas observações de campo.

A diversidade florística da Serra da Tiririca foi comparada com outras áreas

inventariadas no estado do Rio de Janeiro. Nessa análise foram consideradas as plantas

identificadas apenas até nível de específico e infra-específico. Dessa forma, o número de

espécies de Magnoliophyta obtidas no levantamento florístico foi de 894. A flora da Serra

da Tiririca foi comparada com listagens de levantamentos florísticos mais abrangentes das

Page 54: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

54

seguintes localidades: Reserva Biológica de Macaé de Cima (Lima & Guedes-Bruni 1997),

Área de Proteção Ambiental de Cairuçu (Marques 1997), Reserva Biológica de Poço das

Antas (Lima et al. 2008), Reserva Biológica do Tinguá (Lima et al. 2008), entorno do

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico, Floresta da Tijuca (Marquete 2001), Área de

Proteção Ambiental de Sapiatiba (Sá 2006) e Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil

(Sá 2006). Dessas listas foram retiradas as espécies ruderais e exóticas. Não foram

considerados estudos fitossociológicos, por representarem basicamente o estrato arbóreo-

arbustivo. Além disso, também foi feita a comparação com listagens de diferentes biomas

brasileiros: Cerrado, incluindo as matas de galeria e campos rupestres (Mendonça et al.

1998), Caatinga (CNIP 2008) e Amazônia (Ribeiro et al. 1999). A comparação com a Mata

Atlântica foi feita apenas com relação às espécies da flora do estado do Rio de Janeiro,

baseada numa planilha unificada das áreas inventariadas, cujas listagens foram publicadas

em relação à floresta ombrófila densa (Lima & Guedes-Bruni 1997, Marques 1997,

Marquete et al. 2001) e floresta estacional semidecidual (Sá 2006) ou disponíveis no site

do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro da Mata Atlântica (Lima et al.

2008 e Lima et al. 2008). Para plantas das restingas fluminenses utilizou-se a listagem de

(Pereira & Araujo 2000). A análise comparativa foi feita através do índice de similaridade

de Sorensen pela fórmula Cs= 2j / (a+b), onde j= número de espécies comuns nas áreas

amostradas, a= número de espécies de cada área a e b= número de espécies de cada área b

(Magurran 1988).

A classificação quanto ao status de conservação baseou-se nas listas de espécies

ameaçadas do IBAMA (1992), IUCN (2008), Biodiversitas (2005) e em trabalhos

publicados por especialistas para as famílias Araceae (Coelho 2000; 2004), Cactaceae

(Barthlott & Taylor 1995; Taylor & Zappi 2004), Calvente et al. (2005), Cucurbitaceae

(Klein 1996), Malvaceae (Bovini 2003), Moraceae (Carauta 1996), Orchidaceae (Pinheiro

1999), Passifloraceae (Pessoa & Cervi 1992) e Rubiaceae (Zappi 2003).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De forma geral, a vegetação da Serra da Tiririca apresenta um aspecto geral

escleromórfico, com intensa queda de folhas nos meses mais secos. Daí advém o

questionamento se essa vegetação floristicamente apresentaria mais afinidades com a

floresta ombrófila densa ou com a floresta estacional semidecídual.

Page 55: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

55

Tabela 1: Similaridade florística da flora do Parque Estadual da Serra da Tiririca relacionada com outros biomas brasileiros.

Localidades Nº total de espécies

Nº de espécies compartilha

das com PEST (n=

894)

Similaridade

(Sorensen %)

Floresta Ombrófila Densa RJ 2902 557 28,8

Florestas Estacionais RJ 2054 241 24,5

Restingas RJ 1074 359 32,0

Caatinga 8293 505 10,2

Cerrado 6062 317 6,1

Amazônia 1865 52 3,3

Comparando a flora da Serra da Tiririca com formações vegetais do bioma Mata

Atlântica no estado do Rio de Janeiro e demais biomas brasileiros verifica-se baixa

similaridade com as áreas de Cerrado, Caatinga e Amazônia (Tabela 1). As espécies em

comum com esses biomas, em geral, são aquelas que apresentam ampla distribuição (e.g.,

Tapirira guianensis, Guarea guidonia). Apesar de baixas, as maiores similaridades obtidas

foram com as formações da Mata Atlântica fluminense. Dentre essas, destaque para as

restingas (32%), seguida da floresta ombrófila densa (28,8%) e florestas estacionais

(24,5%).

Tabela 2: Similaridade florística da flora do Parque Estadual da Serra da Tiririca relacionada às Restingas do estado do Rio de Janeiro a nível específico e infraespecífico.

Restingas Nº total de espécies Nº de espécies compartilhadas com PEST (n= 894)

Similaridade

(Sorensen %)

São João da Barra 180 73 13,6

Jurubatiba 511 153 21,8

Barra de São João 239 98 17,3

Cabo Frio 618 231 30,6

Jacarepiá 386 149 23,3

Maricá 335 123 20,0

Page 56: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

56

Grumari 197 113 20,7

Praia do Sul 252 97 16,9

Quando as restingas de todo o estado do Rio de Janeiro são analisadas em conjunto,

a similaridade é maior que os demais tipos vegetacionais. Contudo, quando a análise é

feita por trecho de restinga as similaridades são menores (Tabela 2). A restinga mais

próxima da Serra da Tiririca é a de Maricá (20%), no entanto a maior similaridade obtida

foi com Cabo Frio (30,6%). Nas restingas mais distantes a similaridade diminuiu: São João

da Barra (13,6%) e Praia do Sul (16,9%). Araujo (2000) verificou o distanciamento da

flora da Praia do Sul com as demais restingas, em vista da sua localização na Ilha Grande,

litoral sul fluminense, por se encontrar em situação fisiográfica e regime pluviométrico

diferenciado das outras restingas fluminenses.

A diversidade florística do estado do Rio de Janeiro é influenciada por vários

fatores. Dentre esses, um dos mais importantes é o relevo. A cadeia montanhosa mais

próxima do Oceano Atlântico é a Serra do Mar, que apresenta paredões abruptos e

contínuos, que corta o estado de WSW para ENE desde o limite com o estado de São

Paulo até o município de Campos. Na região Sul, as escarpas emergem diretamente do mar

e daí vão se afastando do litoral, seguindo paralelo à costa separada por planícies aluviais.

Essa disposição do relevo tem influência marcante no clima das diferentes regiões. Ao

norte forma uma série de pontões e serras isoladas (Guedes-Bruni & Lima 1996). Nesse

contexto se insere a Serra da Tiririca, sendo formada por um maciço cristalino que emerge

do mar, seguindo em direção NE – SW.

Os fatores climáticos são fundamentais para caracterizar a vegetação de uma dada

área. A Serra da Tiririca está inserida numa região de clima quente e úmido (Aw), com

precipitação média entre 1.000 e 1.500 mm/ano. Apresenta 3 meses mais secos de Junho a

Agosto, quando a precipitação pode ficar abaixo de 60 mm (Barbiére & Coe-Neto 1999). A

temperatura média está em torno de 23oC. A área de estudo está situada justamente na zona

de transição pluviométrica entre a planície costeira e o maciço costeiro.

As florestas estacionais semideciduais ocorrem em regiões de baixa precipitação,

com 4 a 6 meses secos por ano (Veloso et al. 1991). As áreas utilizadas para comparação

(Tabela 3) encontram-se no Centro de Diversidade de Cabo Frio na zona de influência da

Page 57: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

57

ressurgência (Barbiére & Coe-Neto 1999). Nessa área, a planície arenosa se projetada mar

adentro e ocorre o afastamento da Serra do Mar da linha da costa. O clima da região é semi-

árido quente (BSh), segundo classificação de Köeppen, com cinco meses secos por ano e

precipitação anual em torno de 1.000 mm/ano (Barbiére 1984). As temperaturas médias

anuais estão em torno de 25ºC em fevereiro e 20ºC em agosto. Nos meses de verão pode

chegar a 40ºC (Barbiére 1975). Os fatores responsáveis pela baixa precipitação na região

são as correntes costeiras e os freqüentes ventos de quadrante nordeste quente e seco

(Barbiére & Coe-Neto 1996).

As florestas ombrófilas densas ocorrem em regiões de precipitação mais elevada,

com 0 a 4 meses secos. As áreas utilizadas para comparação (Tabela 3) estão inseridas em

diferentes pontos do estado do Rio de Janeiro, representando as formações altomontana,

montana, submontana e de terras baixas. A precipitação varia em torno de 1.500 a 2500

mm/ano. A baixa similaridade (28,8%) é um reflexo desse contexto.

Tabela 3: Similaridade florística do Parque Estadual da Serra da Tiririca relacionada com outras localidades

inventariadas no estado do Rio de Janeiro a nível específico e infra-específico.

Localidades Formação Florestal Nº total de espécies

Nº de espécies compartilhadas com

PEST (n= 894)

Similaridade

(Sorensen %)

REBIO de Macaé de Cima (Nova Friburgo)

Floresta ombrófila densa montana e altomontana

827 131 15,2

REBIO de Poço das Antas (Silva Jardim)

Floresta ombrófila densa de terras baixas

745 252 30,7

APA de Cairuçu (Parati) Floresta ombrófila densa submontana e montana

885 269 30,2

REBIO do Tinguá

(Nova Iguaçu)

Floresta ombrófila densa submontana

717 171 21,2

Entorno do Jardim Botânico -Floresta da Tijuca (Rio de Janeiro)

Floresta ombrófila densa submontana

337 173 28,1

APA de Sapiatiba (São Pedro d’Aldeia)

Floresta estacional semidecidual

144 91 17,5

APA do Pau-Brasil (Búzios) Floresta estacional semidecidual

182 93 17,3

Macaé de Cima (Lima & Guedes-Bruni 1997), Poço das Antas (Lima et al. 2006, Lima et al. 2008), Cairuçu (Marques 1997), Tinguá (Lima 2008), Entorno do Jardim Botânico (Marquete et al. 2001), Sapiatiba (Sá 2006) e Pau-Brasil (Sá 2006).

Page 58: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

58

Outro questionamento desse trabalho refere-se ao grau de similaridade entre a flora

da Serra da Tiririca com outras áreas investigadas florísticamente no estado do Rio de

Janeiro. Embora existam muitas semelhanças entre a flora do PEST e outras áreas da Mata

Atlântica fluminense quanto às famílias e gêneros (Barros & Araujo Capítulo II), o mesmo

não confere quanto às espécies. Essas áreas correspondem floresta ombrófila e floresta

estacional semidecidual (Tabela 3). Contudo, a flora da Serra da Tiririca apresentou-se

mais relacionada com as áreas de floresta ombrófila densa. Dentro desse contexto, as

maiores similaridades foram obtidas com os maciços litorâneos (Cairuçu e o entorno do

Jardim Botânico) e, principalmente, Poço das Antas. A menor similaridade também foi

com uma área de floresta ombrófila densa, porém com a formação montana e altomontana

(Macaé de Cima). Existe diferenciação da flora de acordo com as faixas altitudinais

(Guedes-Bruni 1998) e a ampliação do conhecimento florístico das áreas inventariadas no

estado do Rio de Janeiro vem evidenciando tal fato. Com as áreas mais secas (Sapiatiba e

Pau-Brasil) a similaridade foi a menor.

Os dados apresentados mostram a heterogeneidade da flora fluminense, que é dada

por um conjunto de fatores que incluem características topográficas, climáticas e edáficas.

Sendo assim, o aspecto mais seco da vegetação da Serra da Tiririca não significa que seja

considerada floresta estacional semidecidual. Na verdade está mais relacionada

floristicamente com a floresta ombrófila densa. A floresta estacional semidecidual é

considerada por Oliveira-Filho & Fontes (2000) um sub-conjunto da floresta ombrófila,

sendo que as espécies arbóreas foram selecionadas para enfrentar uma estação seca mais

prolongada. A diferença florística entre essas duas formações florestais está correlacionada

com o regime de chuvas.

A Serra da Tiririca se localiza no ponto de transição de duas zonas climáticas e

apresenta solos rasos com exposição de parte do maciço cristalino. Firme et al. (2001)

chama atenção nesse sentido para outro maciço litorâneo com características fisionômicas

semelhantes, no Pico do Itaiaci, localizado no Parque Estadual da Pedra Branca na zona

oeste do município do Rio de Janeiro. Peixoto et al. (2005) também relata uma situação

semelhante na Serra da Capoeira Grande em Pedra de Guaratiba, também inserida no

Maciço da Pedra Branca, e que apresenta restrições edáficas com solos pouco profundos e

presença de afloramentos rochosos. Tal situação restringe o desenvolvimento das árvores.

Page 59: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

59

Além do aspecto escleromórfico, essas áreas também compartilham espécies heliófilas

presentes nas restingas, como ocorre com a Serra da Tiririca.

CARACTERIZAÇÃO FISIONÔMICO-FLORÍSTICA

O presente estudo apresenta 2 unidades fisionômicas: (a) floresta ombrófila densa

submontana, presente na mata de encosta (Figura 1) e (b) vegetação de afloramento

rochoso nos inselbergs (Alto Mourão, Costão de Itacoatiara, Morro das Andorinhas e

paredões dos Morros do Telégrafo e Cordovil) (Figura 2).

Floresta Ombrófila Densa Submontana

Na região onde está inserida a Serra da Tiririca a formação florestal ocorre entre 50

a 500 m de altitude, sendo classificada por Veloso et al. (1991) como floresta ombrófila

densa submontana. Esse é o tipo de formação vegetal predominante na Serra da Tiririca

(Figura 1).

As regiões mais degradadas são encontradas nas áreas com até 150 msm, formando

capoeiras mais próximas às ocupações humanas e onde teoricamente seriam os limites do

PEST. Esse tipo de vegetação ocorre em todos os morros que compõe a Serra da Tiririca.

O dossel é descontínuo, com presença de muitas clareiras, sendo que a altura varia entre 5 -

e 10 m. Isso permite que haja maior disponibilidade de luz no interior da mata. As espécies

arbóreas mais características dessas áreas são essencialmente pioneiras e secundárias

iniciais: Myrcia fallax, Tabernaemontana laeta, Piptadenia paniculata, Albizia

polycephala, Mimosa artemisiana, Piptadenia gonoacantha, Pterogyne nitens,

Anadenanthera colubrina, Trema micrantha, Gochnatia polymorpha, Cybistax

antisyphilitica, Aegiphila mediterranea, Casearia sylvestris e Sparattosperma leucanthum.

O sub-bosque apresenta uma vegetação pouco desenvolvida, onde ocorrem principalmente

espécies arbustivas como Sebastiania gaudichaudiana, Actinostemon klotzschii, Solanum

argenteum, Solanum caavurana, Solanum torvum, Cestrum laevigatum, Cordia

curassavica, Pavonia nemoralis, Clidemia hirta, Piper mollicomum e Turnera serrata. O

estrato herbáceo é pouco expressivo tendo a presença de Oeceoclades maculata e

Coccocypselum cordifolium. Trepadeiras lenhosas como, Adenocalymma trifoliatum e

Mansoa lanceolata, formam emaranhados que dificultam o deslocamento no interior da

mata. Nas bordas das matas e trilhas estão presentes tanto trepadeiras lenhosas quanto

herbáceas. Espécies epífitas são raras.

Page 60: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

60

B

A

C

D E

Figura 1: Floresta ombrófila densa do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. A. Imagem aérea do PEST (Fonte: Google Earth). B. Vista geral do Morro do Telégrafo, vertente voltada para Itaipu e Engenho do Mato, Niterói. C. Vegetação florestal na encosta do Alto Mourão. D. Interior da mata no Morro do Telégrafo. E. Tabebuia ochracea (Cham.) Standl.

As áreas em estádio secundário um pouco mais desenvolvido apresentam o dossel

relativamente contínuo com altura variando entre 10 – 15 m, com as espécies emergentes

Miconia cinnamomifolia e Astronium graveolens. Destacam-se espécies arbóreas como:

Brosimum guianensis, Gallesia integrifolia, Miconia prasina, Cabralea canjerana,

Pseudopiptadenia contorta, Cupania racemosa, Astrocaryum aculeatissimum,

Page 61: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

61

Tetraplandra leandri, Guarea guidonia, Guatteria nigrescens, Bombacopsis glabra,

Nectandra oppositifolia e Pera glabrata. O sub-bosque apresenta-se mais estruturado com

espécies como: Attalea humilis, Casearia commersoniana, Eschweilera compressa,

Abutilon anodoides, Amphirrhox longifolia, Piper hoffmannseggianum, Psychotria

carthagenensis, Mollinedia glabra e Bunchosia maritima. Espécies epífitas são raras,

sendo a mais comumente observada Tillandsia stricta. Esse tipo de vegetação é encontrado

nas encostas dos Morros do Telégrafo, do Cordovil, da Serrinha e do Catumbi. Trepadeiras

lenhosas estão presentes, formando emaranhados próximo ao solo, porém também atingem

o dossel.

A vegetação em estádio secundário tardio está restrita as áreas de difícil acesso,

nas cumeeiras dos morros e regiões íngrimes com grandes matacões que não foram

utilizadas para agricultura no Morro do Telégrafo e Morro do Cordovil. O dossel é

contínuo, sendo que a altura varia entre 10 a 20 m. Apresenta espécies emergentes com até

25 m de altura, como Lecythis pisonis, Cariniana legalis e Eriotheca pentaphylla. A

disponibilidade de luz é menor que nas demais áreas. Predominam as espécies arbóreas

Euterpe edulis, Caesalpinia echinata, Caesalpinia ferrea, Couratari pyramidata, Ocotea

brachybotra, Zollernia glabra, Tabebuia ochracea, Garcinia gardneriana, Sloanea

guianensis, Sloanea monosperma, Pachystroma longifolium, Carpotroche brasiliensis,

Guarea kunthiana, Roupala montana, Simira viridiflora e Galipea jasminiflora. Nos topos

dos morros onde o maciço cristalino está exposto, a fisionomia local passa a ser dominada

pela palmeira Syagrus romanzoffiana. Isso ocorre no Morro das Andorinhas e no Alto

Mourão. O sub-bosque é bem formado, sendo caracterizado pela presença de Psychotria

leiocarpa, Psychotria tenuinervis, Adenocalymma subsessilifolium, Faramea coerulea,

Faramea stipulacea, Aphelandra prismatica, Sorocea hilarii, Rudgea interrupta e

Conchocarpus gaudichaudianus. Epífitas quase não são observadas, contudo destaca-se a

presença de Oncidium ciliatum, Oncidium pumilum e Vriesea psittacina.

No interior da mata são observados grandes blocos de rocha de gnaisse facoidal,

que formam um ambiente colonizado por vegetação específica. Esses afloramentos

constituem ilhas de diversidade vegetal na mata com ocorrência de espécies de porte

arbóreo. Não há solo formado sobre esses afloramentos, na verdade existe um acúmulo de

matéria orgânica particulada que é suficiente para o desenvolvimento de espécies

herbáceo-arbustivas. Plantas como Abutilon bedfordianum, Dichorisandra thyrsiflora,

Xylosma ciliatifolia, Brasiliopuntia brasiliensis, Anthurium harrisii, Neoregelia

Page 62: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

62

sapiatibensis, Billbergia iridifolia, Cryptanthus acaulis e Jatropha gossypifolia são

encontradas nessa situação. Também são observadas outras espécies de médio e grande

porte como Ceiba crispiflora, Faramea coerulea, Sloanea monosperma, Campomanesia

laurifolia, Myrciaria guaquiea, Tibouchina granulosa entre outras. Nesses blocos de

rochas, espécies pendentes podem formar verdadeiras cortinas, dentre essas destaca-se

Codonanthe gracilis, além de raízes de Philodendron ochrostemon e Philodendrum

corcovadense.

Nesses afloramentos rochosos é comum encontrar figueiras de grande porte como

Ficus adhatodifolia, Ficus arpazusa, Ficus cyclophylla, Ficus enormis e Ficus

gommeleira. Essas plantas apresentam longas e grossas raízes que se inserem nos

interstícios da rocha estabilizando os matacões. Formam uma rede contentora importante

na fixação de grandes blocos de rocha evitando seu deslizamento. Oliveira et al. (1975)

chamam atenção para essas plantas, recomendando sua utilização em reflorestamentos nas

encostas do degradadas do município do Rio de Janeiro. A permanência de grandes

figueiras na Mata Atlântica em áreas que foram desmatadas está associada a questões

religiosas (Fonseca 2005). Além disso, entremeado as suas raízes há acúmulo de matéria

orgânica, que promove o estabelecimento de uma litosere de plantas herbáceas e

arbustivas. Comum encontrar nessa situação várias espécies de Begoniaceae (Begonia

hirtella, Begonia maculata, Begonia reniformis, Begonia salicifolia, Begonia tomentosa),

Gesneriaceae (Paliavana prasinata Sinningia aggregata, Sinningia pusilla e Sinningia

speciosa), Alstroemeriaceae (Alstroemeria caryophyllaea) e Amaryllidaceae (Hippeastrum

reginae e Hippeastrum reticulatum) entre outras.

Vegetação de Afloramento Rochoso

No estado do Rio de Janeiro as escarpas cristalinas expostas constituem parte

integrante do relevo local, sendo denominadas inselbergs por Porembski (2002). Esses

afloramentos rochosos ocorrem tanto nos maciços litorâneos quanto mais para o interior

fluminense, estando associados a duas importantes cadeias montanhosas, Serra do Mar e

da Mantiqueira. Apresentam variações altitudinais que influenciam os padrões de

distribuição das espécies, que se organizam em comunidades formando ilhas de vegetação.

No entorno da Baía de Guanabara, os inselbergs, entremeados à floresta ombrófila

densa, caracterizam a paisagem local. O conjunto formado pelos Morros da Urca, Pão de

Page 63: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

63

Açúcar, Cara de Cão e o Pão de Açúcar são referências no município do Rio de Janeiro.

Nesse contexto, do outro lado da Baía estão presentes o Alto Mourão, o Costão de

Itacoatiara e o Morro das Andorinhas no Parque Estadual da Serra da Tiririca (Figura 2).

B C

D

A E F G Figura 2: Afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. A. Imagem aérea do Costão de Itacoatiara (Fonte: Google Earth). B. Complexo formado pelos inselbergs do Alto Mourão, Pedra do Elefante e Costão de Itacoatiara. C. Enseada do Bananal. D. Ilha de vegetação com Neoregelia cruenta, Coleocephalocereus fluminensis e Stillingia dichotoma. E. Ilhas de vegetação de Trilepis lhotzkiana F. Anemopaegma chamberlaynii. G. Tillandsia araujei.

Page 64: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

64

Inicialmente os afloramentos rochosos são colonizados por cianobactérias, que

começam a preparar o ambiente para o estabelecimento de comunidades vegetais que se

fixam diretamente na rocha ou sobre sedimentos orgânicos muito rasos. Plantas rupícolas

e saxícolas formam ilhas de vegetação, gerando um mosaico de acordo com a declividade

da rocha e a profundidade do substrato. Essas ilhas apresentam a forma elíptica com

tamanhos variados, desde alguns centímetros até vários metros quadrados de área. Podem

ser considerados pequenos ecossistemas que funcionam como modelos, onde é possível

testar as teorias de ilhas. Isso se deve a presença de uma borda definida que delimita

precisamente uma área com composição florística conhecida (Meirelles et al. 1999).

A distribuição espacial e abundância de plantas nos afloramentos rochosos estão

relacionadas principalmente às variações bruscas em relação à disponibilidade de água,

que vêm da chuva e do orvalho. Sendo assim, a sobrevivência nesses ambientes é bem

difícil, exigindo das plantas uma série de adaptações, principalmente no que diz respeito

ao déficit hídrico (de Mattos et al. 1997).

Além dos inselbergs, essa vegetação também é observada em alguns pontos dos

Morros do Telégrafo e Cordovil, onde a incidência de escarpas rochosas com declives

muito acentuados dificultam o estabelecimento de espécies arbóreas e arbustivas. Sendo

assim, os paredões formam áreas abertas onde a rocha fica exposta devido a processos

erosivos. Isso resulta no deslizamento das finas camadas de solo que recobrem

parcialmente a superfície das escarpas.

Grande parte da fisionomia desses ambientes é constituída por plantas das famílias

Bromeliaceae e Cactaceae. Esse padrão também ocorre em outros inselbergs litorâneos

estudados no município do Rio de Janeiro (Oliveira et al. 1975; Carauta & Oliveira 1984).

Alcantarea glaziouana e Coleocephalocereus fluminensis são exemplos, apresentando

grandes populações dominantes no Costão de Itacoatiara, Morro das Andorinhas, Morro do

Telégrafo e Alto Mourão.

Nas vertentes mais inclinadas ocorrem muitas plantas pioneiras rupícolas, que

podem agregar ao seu redor outras espécies, contudo essas pequenas ilhas de vegetação

podem ser instáveis. Em ocasiões de fortes chuvas e ventos intensos podem desprender-se

da rocha. Isso é observado no paredão do Alto Mourão voltado para a Enseada do Bananal,

onde se encontram as últimas populações de Tillandsia dura e Vriesea botafoguensis que

Page 65: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

65

escaparam da coleta extrativista para venda como ornamental. Tal situação também é

observada nos paredões do Costão de Itacoatiara com a bromélia Vriesea costae, cujo

typus foi coletado nessa área.

Algumas espécies podem se fixar diretamente na rocha lisa como, por exemplo,

Tillandsia araujei, Tillandsia dura, Vriesea botafoguensis, Vriesea costae, Alcantarea

glaziouana e Brassavola tuberculata. Essas plantas têm um importante papel como

pioneiras no processo de sucessão ecológica dos afloramentos rochosos. A partir da

instalação de uma espécie colonizadora ocorre o acúmulo de sedimentos, provenientes da

erosão da rocha, levando ao desenvolvimento de outras plantas mais exigentes (Meirelles

et al. 1999).

Nas fendas da rocha acumulam-se sedimentos orgânicos onde plantas saxícolas

podem se instalar. Em determinadas áreas o sedimento acumulado pode permitir o

desenvolvimento de vegetação arbóreo-arbustiva no Costão de Itacoatiara, com porte até 5

m de altura e emergentes como Syagrus romanzoffiana com até 10 m de altura. No topo da

pedra (mata do cume) e área conhecida como Pata do Gato ocorrem espécies arbóreas

como Tabebuia chrysotricha, Kielmeyera membranacea, Tibouchina corymbosa, Myrcia

selloi, Genipa americana, Metternichia princeps, Cupania oblongifolia, Heisteria

perianthomega entre outras. Dentre as espécies arbustivas destaque para Jacaranda

jasminoides, Schaueria calycotricha, Polygala albicans, Tocoyena bullata, Rinorea

laevigata e Chionanthus fluminensis. No estrato herbáceo são comumente observadas

Dichorisandra thyrsiflora, Calathea violacea, Neomarica candida, Begonia maculata e

Lepidagathis nemoralis.

Conservação e Endemismos

Um dos grandes desafios do século XXI é a necessidade de se reverter o quadro

crescente da perda da diversidade biológica. Segundo Primack & Rodrigues (2001), a

diversidade global das espécies atingiu um grau sem precedentes no período geológico

atual. Contudo, a riqueza de espécies tem diminuído sensivelmente à medida que a

população humana aumenta. Tal fato ocasiona a elevação das taxas de extinção de várias

espécies.

Page 66: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

66

Estimativas feitas por Reid & Miller (1989) (apud Primack & Rodrigues 2001)

indicam que para as 250.000 espécies aproximadamente conhecidas de angiospermas,

0,2% foram extintas do planeta (extinções registradas de 1600 até o presente). Embora, a

princípio, esse número não seja alarmante, a tendência é o aumento da taxa de extinção,

sendo que a maioria delas vem ocorrendo nos últimos 150 anos. Nesse contexto, espécies

endêmicas são mais vulneráveis por serem restritas a determinados locais e apresentarem

uma ou poucas populações.

Em conseqüência de todas as alterações ambientais ocasionadas por ação antrópica,

muitas espécies enfrentam problemas de diminuição drástica de suas populações. Sendo

assim, a preocupação com a redução da diversidade biológica é tratada a nível

internacional pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas. Um dos principais

instrumentos legais sobre o assunto é a Convenção da Diversidade Biológica (CDB),

ratificada por vários países, sendo o Brasil um de seus signatários. Uma das principais

colocações desse documento é a indicação da responsabilidade do poder público na

conservação da fauna, flora e dos ecossistemas.

Dentre as principais causas da perda de diversidade biológica pela atividade

humana estão: a destruição dos habitats naturais, introdução de espécies exóticas,

fragmentação, super-exploração das espécies para uso humano e o aumento da ocorrência

de doenças (Primack & Rodrigues 2001). Localmente, uma das principais causas da perda

de diversidade biológica no PEST é especulação imobiliária (Barros & Seoane 1999).

Apesar da vegetação do PEST ter sido muito alterada ao longo dos anos, abriga

uma parcela da floresta ombrófila densa com grande relevância sob ponto de vista

florístico. Algumas das espécies pouco conhecidas para a ciência foram encontradas na

área reforçando a importância da sua conservação. Parte dessas espécies foi considerada

rara devido às poucas coletas registradas nas coleções científicas, sendo algumas

conhecidas apenas pelo seu exemplar typus. É o caso de Abutilon anodoides, Guatteria

reflexa, Picramnia grandifolia, Ocotea microbotrys e Rudgea discolor. Em outros casos,

devido à redução de seus habitas, espécies são consideradas raras por terem suas

populações muito reduzidas, sendo encontradas em poucas localidades como Anthurium

luschnathianum, Anthurium validinervium, Wildbrandia glaziovii, Macrotorus utriculatus

e Callisthene dryadum. Esse último, até o registro no PEST, era considerado extinto no

Page 67: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

67

estado do Rio de Janeiro (M.C. Vianna comunicação pessoal), tendo sido coletado no

Córrego dos Colibris. Essa é uma das áreas constantemente ameaçada pela especulação

imobiliária.

No levantamento florístico foram registradas 69 espécies endêmicas do estado do

Rio de Janeiro no PEST (Tabela 4). Essas espécies merecem um cuidado especial em vista

da sua vulnerabilidade. Esse grupo representa 7,6% do total das espécies relacionadas para

o PEST. É uma percentagem baixa, quando comparada com outras áreas inventariadas no

estado do Rio de Janeiro como, por exemplo, em Macaé de Cima (35%) (Lima & Guedes-

Bruni 1997) e nas restingas fluminenses (21%) (Araujo 2000). Dessas, 30,4% são espécies

associadas aos afloramentos rochosos dos inselbergs do Alto Mourão, Costão de

Itacoatiara e Morro das Andorinhas, as áreas mais visitadas do PEST. Meirelles et al.

(1999) já havia chamado atenção para o endemismo que é observado nos afloramentos

rochosos do Rio de Janeiro. O controle da visitação nas áreas de afloramentos rochosos é

exercido de maneira precária pelo IEF-RJ e os sinais de degradação promovidos pelos

“ecoturistas” são crescentes.

Tabela 4: Plantas endêmicas do estado do Rio de Janeiro com ocorrência no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ: ma + r espécies que ocorrem na Mata Atlântica e restinga; ma espécies que ocorrem na Mata Atlântica.

Famílias Espécies Ocorrência

ACANTHACEAE Justicia beyrichii (Nees) Lindau ma

Schaueria calycotricha (Link & Otto) Nees ma

ANNONACEAE Duguetia sessilis (Vell.) Maas ma + r

Guatteria reflexa R.E.Fr. ma

ARACEAE Anthurium harrisii (Grah.) Enoll. ma + r

Anthurium luschnathianum Kunth ma + r

Anthurium maximiliani Schott ma

Anthurium sucrei G.M. Barroso ma

Anthurium validinervium Engl. ma

Philodendron speciosum Schott ex Engl. ma

BROMELIACEAE Aechmea fasciata (Lindl.) Baker var. fasciata ma + r

Page 68: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

68

Alcantarea glaziouana (Lemaire) Leme ma

Cryptanthus acaulis (Lindl.) Beer ma + r

Neoregelia cruenta (R. Graham) L.B. Smith ma + r

Neoregelia sapiatibensis E. Pereira & L.A. Pereira ma + r

Tillandsia araujei Mez ma

Vriesea costae E. Leme & B. Rezende ma

Vriesea eltoniana Pereira & Ivo ma

CACTACEAE Rhipsalis cereoides (Backeb & Voll.) Backeb. ma

Rhipsalis mesembryanthemoides Haworth ma

CLUSIACEAE Kielmeyera rizziniana Saddi ma + r

CONNARACEAE Connarus nodosus Baker ma + r

CUCURBITACEAE Wilbrandia glaziovi Cogn. ma

ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum gaudichaudii Peyr. ma

Erythroxylum magnoliifolium A. St. Hil. ma

EUPHORBIACEAE Algernonia brasiliensis Baill. ma

LAURACEAE Ocotea microbotrys (Meisn.) Mez ma

Ocotea schotii (Miesn.) Mez ma + r

LECYTHIDACEAE Couratari pyramidata (Vell.) Knuth ma

Eschweilera compressa (Vell.) Miers ma

LEGUMINOSAE Inga lanceifolia Benth. ma

Inga lenticellata Benth. ma

Machaerium firmum Benth. ma

Pseudopiptadenia schumanniana (Taub.) Lewis & M. Lima ma

Senegalia mikanii (Benth.) Seigler & Ebinger ma

Senegalia pteridifolia (Benth.) Seigler & Ebinger ma

LORANTHACEAE Struthanthus maricensis Rizz. ma + r

MALPIGHIACEAE Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B. Gates ma + r

Stigmaphyllon gayanum A. Juss. ma

Stigmaphyllon vitifolium A. Juss. ma

MALVACEAE Abutilon anodoides A. St. Hil. et Naud. ma

MARANTACEAE Calathea sphaerocephala K. Schum. ma

Page 69: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

69

MONIMIACEAE Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins ma + r

Mollinedia lamprophylla Perkins ma

Mollinedia longifolia Tulasne ma

MYRTACEAE Campomanesia laurifolia Gardn. ma

Eugenia excelsa O. Berg ma + r

Eugenia marambaiensis M.C. Souza et M.P. Morim ma

Marlierea choriophylla Kiaersk. ma + r

Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. ma + r

PASSIFLORACEAE Passiflora farneyi Pessoa & Cervi ma + r

PIPERACEAE Peperomia incana (Haw.) Hook. ma

RUBIACEAE Coussarea capitata (Benth.) Benth. et Hook. f. ma + r

Faramea calyciflora A. Rich. ex DC. ma

Faramea macrocalyx Müll. Arg. ma

Mitracarpus lhotzkyanus Cham. ma + r

Posoqueria acutifolia Mart. ma + r

Psychotria rauwolfioides Standl. ma

Psycotria stenocalyx Müll. Arg. ma

Psychotria subspathacea Müll. Arg. ma

Psychotria tenuinervis Müll. Arg. ma

Psychotria umbellurigera (Müll. Arg.) Standl. ma

Rudgea discolor Benth. ma

Rudgea eugenioides Standl. ma

Rudgea interrupta Benth. ma

Rudgea umbrosa Müll.Arg. ma

SIMAROUBACEAE Picramnia grandifolia Engler ma

SOLANACEAE Metternichia princeps Mikan var. princeps ma

Algumas espécies apresentam distribuição restrita à região do entorno da Baía de

Guanabara como: Abutilon anodoides (Bovini 2003), Rhipsalis cereoides, Rhipsalis

mesembryanthemoides (Barthlott & Taylor 1995; Taylor & Zappi 2004; Calvente 2005),

Vriesea costae (Sousa et al. 2003), Alcantarea glaziouana (Leme 1995), Rudgea interrupta

Page 70: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

70

(Zappi 2003). Struthanthus maricensis, Banisteriopsis sellowiana e Marlieria

choriophylla, embora tenham sido indicadas por Araujo (2000) como restritas as restingas

fluminenses foram coletadas no PEST na floresta ombrófila densa submontana. Dessa

forma, no presente estudo essas espécies tem sua região de ocorrência expandida para essa

formação florestal. Ao todo no PEST ocorrem 20 espécies endêmicas que podem ser

encontradas tanto na floresta ombrófila densa quanto na restinga (Tabela 4).

Espécies Ameaçadas

A ameaça de extinção de espécies levou a criação de várias listas vermelhas que

indicam o status de conservação das espécies em escala global, regional ou local. Nesse

sentido, a International Union for the Conservation of Nature and Natural Resources

(IUCN) foi pioneira na elaboração das listas de espécies ameaçadas. Criou critérios de

avaliação que são utilizados para apontar quais são essas espécies. As listas vermelhas

tornaram-se instrumentos legais para proteção da diversidade biológica incitando o poder

público a cumprir seu papel previsto na Convenção da Diversidade Biológica de 1997.

No Brasil o status de conservação das espécies da flora é apontado oficialmente

pela Portaria 37-N de 03/04/1992 do IBAMA (1992). Mais recentemente essas espécies

foram reavaliadas e apresentadas na Lista Brasileira de Espécies da Flora Ameaçada

revisada em 2005 em workshop realizado pela Fundação Biodiversitas. Não há ainda uma

lista específica para o estado do Rio de Janeiro, apenas para o município do Rio de Janeiro

(Rio de Janeiro 2000), que não traduz a realidade para todo Estado.

Figura 3: Categorias de conservação de espécies vegetais ameaçadas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

15 spp.

7 spp.3 spp.

42 spp.

Criticamente ameaçada

Em perigo

Vulnerável

Quase ameaçada

Page 71: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

71

Foram registradas no PEST 66 espécies da flora englobadas em alguma categoria

de ameaça de extinção (Anexo). Esse dado corresponde a 7,2% do total de espécies

amostradas. Nessa relação 21 espécies são endêmicas do estado do Rio de Janeiro. A

maioria encontra-se na categoria vulnerável, (42 spp.), seguida de em perigo (15 spp.),

criticamente ameaçadas (7 spp.) e quase ameaçadas (3 spp.) (Figura 3). Na lista vermelha

da IUCN constam 23 espécies reconhecidas internacionalmente com algum grau de

ameaça de extinção. Dessas 13 são vulneráveis, 8 em perigo e 2 criticamente ameaçadas

(Eschweilera compressa e Mollinedia lamprophylla). 50 espécies que ocorrem no PEST

estão incluídas na lista de espécies ameaçadas de extinção do município do Rio de Janeiro

(Rio de Janeiro 2000).

Dentre as espécies criticamente ameaçadas inclui-se Vriesea costae, encontrada nos

paredões íngrimes do Costão de Itacoatiara. Quando descrita foi considerada endêmica do

PEST, contudo já foi coletada no Parque Estadual da Chacrinha, município do Rio de

Janeiro. Também nessa categoria Heteropterys ternstroemiifolia, encontrada no Córrego

dos Colibris, Morro do Cordovil e Morro do Telégrafo; Abutilon anodoides, espécie

redescoberta na Serra da Tiririca, sendo coletada no Córrego dos Colibris e no Morro das

Andorinhas. Callisthene dryadum não conta dessas listas, mas é uma espécie ameaçada,

uma vez que apresenta populações reduzidas, sendo que a única conhecida até então, se

localiza no Córrego dos Colibris.

Na categoria em perigo destaque para Anthurium luschnathianum, que ocorre em

floresta de restinga, raramente em floresta submontana até 250 msm; Anthurium sucrei,

rupícola ocorre nos afloramentos rochosos da região metropolitana do Rio de Janeiro e

Anthurium validinervium, raríssima e endêmica do estado do Rio de Janeiro. Também

nessa categoria Euterpe edulis com apenas duas pequenas populações no Morro do

Telégrafo e que foi largamente coletado de forma extrativista; Mollinedia glabra e Rudgea

interrupta, características do sub-bosque; Dorstenia arifolia, que embora ameaçada, tem

ampla distribuição no PEST, o que já não ocorre com D. cayapia, encontrada apenas no

Alto Mourão.

Cabe ressaltar a importância do registro no PEST da presença de Caesalpinia

echinata, espécie considerada em perigo. Foram encontradas três pequenas populações no

Morro do Telégrafo. Pensava-se que o pau-brasil estivesse completamente extinto no

Page 72: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

72

município, como consta no Diagnóstico Ambiental de Niterói (Prefeitura de Niterói 1992).

Contudo, essa espécie já foi coletada em Niterói, além da Serra da Tiririca, no Morro da

Viração e na Serra do Malheiro, localizada na Reserva Ecológica Darcy Ribeiro. Essa

espécie ocorre no estado do Rio de Janeiro apenas em áreas como a Serra das Emerências,

Cabo Frio (Sá 2006), na Reserva Ecológica de Jacarepiá, Saquarema (Sá 1992) e APA da

Serra da Capoeira Grande, Rio de Janeiro (Peixoto et al. 2005).

Dentre as espécies vulneráveis destaque para: Passiflora farneyi, encontrada no

Morro das Andorinhas e Costão de Itacoatiara; Mollinedia lamprophylla, apenas um

registro no Morro do Cordovil; Coussapoa curranii, apenas um registro no Alto Mourão;

Cattleya forbesii, observada no Costão de Itacoatiara e Córrego dos Colibris, sendo muito

cobiçada por colecionadores; Constantia rupestris, pequena orquídea epífita encontrada no

Costão de Itacoatiara; Macrotorus utriculatus, apenas um registro no Córrego dos Colibris;

Rhipsalis cereoides, endêmico de afloramentos rochosos do entorno da Baía de Guanabara,

ocorre no Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Morro das Andorinhas; Rhipsalis

mesembryanthemoides, endêmico da região metropolitana do Rio de Janeiro (Calvente et

al. 2005) e Alcantarea glaziouana, endêmica dos paredões rochosos da circunvizinhança

do Rio de Janeiro em altitudes próximas do mar (Leme 1995).

Tabela 5: Plantas presentes na lista do CITES com ocorrência no Parque Estadual da Serra da Tiririca,

Niterói e Maricá, RJ.

Famílias Espécies Anexo CITES

CACTACEAE Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berg. II

Coleocephalocereus fluminensis (Miq.) Backeb II

Hylocereus setaceus (Salm-Dyck) R. Bauer II

Lepismium cruciforme (Vell.) Miquel II

Rhipsalis cereoides (Backeb & Voll.) Backeb. II

Rhipsalis lindbergiana K. Schum. II

Rhipsalis mesembryanthemoides Haworth II

Rhipsalis oblonga Loefgren II

Rhipsalis paradoxa (Salm-Dyck ex Pfeiff.) Salm-Dyck II

Rhipsalis teres (Vell.) Steud. II

LEGUMINOSAE Caesalpinia echinata Lam. II

Page 73: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

73

MELIACEAE Cedrela odorata L. III

ORCHIDACEAE Cattleya forbesii Lindl. II

Epidendrum rigidum Jacq. II

Laelia lobata (Lindl.) Veitch. I

Oncidium pumilum Lindl. II

Coleocephalocereus fluminensis não foi enquadrado nas listas de espécies

ameaçadas consultadas. Contudo, Calvente et al. (2005) consideram essa espécie

vulnerável no estado do Rio de Janeiro, por apresentar populações restritas aos

afloramentos rochosos. Sofre redução de seu habitat devido à pressão antrópica como

urbanização intensa, especulação imobiliária no entorno das áreas de ocorrência e

queimadas.

No PEST ocorrem 17 espécies que estão incluídas na lista do CITES (2008)

(Convenção Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de

Extinção), da qual o Brasil é signatário a partir do Decreto 76.623 de 17 de novembro de

1975. Essa convenção tem como objetivo controlar o comércio internacional de fauna e

flora silvestres e, dessa forma, exercer fiscalização sobre a comercialização das espécies

contidas na sua lista. Contudo, não atua sobre o comércio ilegal. As espécies sobre controle

são listadas nos anexos I (inclui todas as espécies ameaçadas de extinção que são ou

podem ser afetadas pelo comércio e estão sob controle rigoroso), II (inclui espécies que,

embora não estejam necessariamente em perigo de extinção podem vir a extinguir-se se o

comércio não estiver submetido à regulamentação rigorosa para evitar a exploração

incompatível com sua sobrevivência) e III (inclui as espécies que requerem algum tipo de

regulamentação para impedir ou restringir sua exploração e que necessitam da cooperação

de outras partes no controle do comércio) (CITES 2008).

Embora não tenha sido coletada por se encontrar em área de difícil acesso, registra-

se a ocorrência no PEST da orquídea Laelia lobata, que está em perigo de extinção,

segundo lista de espécies ameaçadas do IBAMA (1992). Consta da lista do CITES como

espécie ameaçada no anexo I.

Page 74: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

74

CONCLUSÃO

A Serra da Tiririca está inserida no maciço litorâneo da Serra do Mar e apresenta

uma vegetação típica desse tipo de ambiente, constituída por floresta ombrófila densa e

afloramentos rochosos. O aspecto escleromórfico dessa vegetação está associado ao clima

regional, proximidade com o mar e a presença de solos rasos. Os inselbergs constituem um

fator de enriquecimento para a flora local, correspondendo a ilhas de diversidade florística

entremeadas a floresta ombrófila densa. A flora da Serra da Tiririca apresenta relações

florísticas com outras áreas de floresta ombrófila densa e restingas do estado do Rio de

Janeiro. Contudo, com baixa similaridade, devido a grande diversidade florística da Mata

Atlântica fluminense, que é influenciada por fatores como relevo, solo e clima.

Nesse estudo, espécies pouco conhecidas foram redescobertas, além da presença de

várias outras ameaçadas. Apesar da grande relevância florística, os problemas

conservasionistas do PEST são complexos. Essa Unidade de Conservação de Proteção

Integral criada em 1991 foi palco de muitas discussões políticas. Efetivamente isso só

contribuiu para o avanço da ocupação de áreas florestadas que eram parte integrante dos

limites em estudo com 2.400 ha (Decreto nº 18.598 de 19/04/1993). A falta de limites

definitivos e do plano de manejo contribuiu para o aumento da perda de diversidade

biológica. Apenas em 2007 (Lei Estadual nº 5079) os limites foram aprovados pela

Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, baseados na proposta elaborada pela

comissão Pró-Tiririca apresentada ao Instituto Estadual de Florestas-RJ e em emendas de

deputados estaduais liberando mais áreas para a especulação imobiliária. Houve uma

redução da área do PEST, quando os dados florísticos desse estudo e de Costa (2005)

mostram que deveriam ter sido ampliados. Além disso, muitos exemplos mostram que a

cada diminuição de dez vezes na área perde-se cerca de 30% das espécies da comunidade

original (Roche & Dourojeanni 1984, apud Kageyama 1987). Dessa forma, as diretrizes de

conservação da diversidade biológica que nortearam a criação do PEST se perderam nas

discussões políticas, que nada contribuiu para a efetiva implantação da Unidade de

Conservação.

Page 75: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Araujo, D.S.D. 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 169p. Barbiére, E.B. 1975. Ritmo de extração de sal em Cabo Frio. Revista Brasileira de Geografia 37(4): 23–109. Barbiére, E.B. 1984. Cabo Frio e Iguaba Grande, dois microclimas distintos a um curto intervalo espacial. In: Lacerda, L.D.; Araújo, D.S.D.; Cerqueira, R. & Turq, B. (eds) Restingas: Origem, estrutura, processos. Niterói, CEUFF 1: p. 03-13. Barbiére, E.B. & Coe-Neto, R. 1996. Distribuição espacial da pluviosidade na vertente atlântica da Serra do Mar no trecho Niterói - Macaé. In: Symposium International Enviromental in Tropic Countries, 2, Cartagena. Anais... Niterói: UFF, Departamento de Geoquímica. 3p. Barbiére, E.B. & Coe-Neto, R. 1999. Spatial and temporal variation of the east fluminense coast and atlantic Serra do Mar, State of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B.; Bidone, E.D. & Abrão, J.J. (eds) Environmental Geochemistry of Coastal System, Rio de Janeiro, Brazil. Série Geoquímica Ambiental. 6: 47–56. Barros, A.A.M. & Seoane, C.E.S. 1999. A problemática da conservação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói / Maricá, RJ, Brasil. In: Vallejo, L.R. & Silva, M.T.C. (eds) Os (Des)Caminhos do Estado do Rio de Janeiro Rumo ao Século XXI. Anais... Niterói: Instituto de Geociências da UFF. p. 114–124. Barthlott, W. & Taylor, N. 1995. Notes towards a monography of Rhipsalideae (Cactaceae). Bradleya 13: 43–79. Biodiversitas. 2005. http://www.biodiversitas.org.br. Arquivo da internet capturado em 02 de janeiro de 2008. Bovini, M.G. 2003. Abutilon anodoides A. St. Hil. & Naud. (Malvaceae). Uma espécie rara e endêmica. Bradea 9(7): 29–32. Calvente, A.M.; Freitas, M.F. & Andreata, R.H.P. 2005. Listagem, distribuição e conservação das espécies de Cactaceae no estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 56 (87): 141–162. Carauta, J.P.P. 1996. Moráceas do Estado do Rio de Janeiro. Albertoa 4(13): 145–194. Carauta, J.P.P. & Oliveira, R.R. 1984. Plantas vasculares dos morros da Urca, Pão de Açúcar e Cara de Cão. Rodriguésia 36(59): 13-24. CITES. 2008. Convenção Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção. www.ukcites.gov.uk/defaut.asp. Arquivo da internet capturado em 5 de janeiro de 2008.

Page 76: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

76

CNIP. 2008. Cheklist das plantas do nordeste brasileiro. Angiospermae e Gymnospermae. www.cnip.org.br/bdpn. Arquivo da internet capturado em 12 de janeiro de 2008.

Coelho, M.A.N. 2000. Philodendron Schott (Araceae): Morfologia e taxonomia das espécies da Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 51(78/79): 21–68. Coelho, M.A.N. 2004. Taxonomia e biogeografia de Anthurium (Araceae) seção Urospadix, subseção Flavescentiviridia. Tese (Doutorado em Botânica). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 321p. Costa, D.P.; Imbassahy, C.A.A. & Silva, V.A.A.V. 2005. Diversidade e importância das espécies de briófitas na conservação dos ecossistemas do estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 56(87): 13-49.

de Mattos, E.A.; Grams, T.E.E.; Ball, E.; Franco, A.C.; Haag-Kerwer, A.; Herzog, B.; Scarano, F.R. & Lüttge, U. 1997. Diurnal patterns of chlorophyll a fluorescence and stomatal conductance in species of two types of coastal tree vegetation in southeastern Brazil. Trees 11: 363-369.

Firme, R.P.; Vincenz, R.S.; Macedo, G.V.; Machline-Silva, I. & Oliveira, R.R. 2001. Estrutura da vegetação de um trecho de Mata Atlântica sobre solos rasos (Maciço da Pedra Branca, RJ). Eugeniana 25: 3-10. Fonseca, D.P.R. 2005. A marca do sagrado. In: Oliveira, R.R. (ed) As marcas do homem na floresta. História ambiental de um trecho de mata atlântica. p. 11-22. Guedes-Bruni, R.R. 1998. Composição, estrutura e similaridade de dossel em seis unidades fisionômicas de Mata Atlântica no Rio de Janeiro. Tese. (Doutorado em Botânica). Universidade de São Paulo. 231p. Guedes-Bruni, R.R. & Lima, H.C. 1996. Serranias do estado do Rio de Janeiro. O conhecimento florístico atual e as implicações para a conservação da diversidade na Mata Atlântica. Eugeniana 22: 9- 22. IBAMA. 1992. http://www.ibama.gov.br/flora/extincao.htm. Arquivo da internet capturado em 02 de janeiro de 2008. IUCN. 2008. Red List of threatened species. www.iucnredlist.org. Arquivo da internet acessado em 06 de janeiro de 2008. Kageyama, P.Y. 1987. Conservação in situ”de recursos genéticos de plantas. IPEF 35: 7-37. Klein, V.L.G. 1996. Cucurbitaceae do Estado do Rio de Janeiro: Subtribo Melothriinae E.G.O. Muell et F. Pax. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 34 (2): 93–172. Leme, E.M.C. 1995. Contribuição ao estudo do gênero Alcantarea I. Bromélia 2(3): 15 – 23.

Page 77: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

77

Lima, H.C. 2008. Reserva Biológica do Tinguá. Lista de espécies vasculares [on line]. Disponível na internet via http//www.jbrj.gov.br/pesquisa/reservatingua/listaespecies. Arquivo capturado em 02 de janeiro de 2008. Lima, H.C. & Guedes-Bruni, R.R. 1997. Plantas vasculares da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H.C. & Guedes-Bruni, R.R. (eds) Serra de Macaé de Cima: Diversidade florística e composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: p. 315-345. Lima, H.C.; Morim, M.P.; Guedes-Bruni, R.R.; Sylvestre, L.S.; Pessoa, S.V.A.; Silva-Neto, S.V.A.; Quinet, A.; Guimarães, E.F. & Mansano, V. 2008. Reserva Biológica de Poço das Antas. Lista de espécies vasculares [on line]. Disponível na internet via http://graziela.jbrj.gov.br/pesquisa/pma/macaedecima/checklist/Lista_Plantas_vasculares_apresentação.htm. Arquivo capturado em 02 de janeiro de 2008. Magurran, A.E. 1988. Ecological Diversity and its Measurement. Princeton University Press. Princeton, New Jersey. 179p. Marques, M.C.M. 1997. Mapeamento da cobertura vegetal e listagem das espécies ocorrentes na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, Município de Parati, RJ. Série Estudos e Contribuições. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (13): 96p.

Marquete, R.; Valente, M.C.; Marquete, N.; Guimarães, E.F.; Marquete, O.; Giordano, L.C.S.; Vaz, A.M.S.F.; Quinet, A.; Silva, C.N.A.; Macedo, P.B.; Mynssen, C.; Pinto, C.G.; Pinheiro, F.C.; Garcia, R.O. & Medeiros, E.S. 2001. Checklist das espécies ocorrentes nas áreas do entorno do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pteridófitas e Angiospermas. Bradea 8(37): 227–258. Meirelles, S.T.; Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, and the need for its protection. Environmental Conservation 26(1): 10–20. Mendonça, R.C.; Felfili, J.M.; Walter, B.M.T.; Silva-Junior, M.C.; Rezende, A.V.; Filgueiras, T.S. & Nogueira, P.E. 1998. Flora vascular do cerrado. In: Sano, S.M. & Almeida, P.E. (eds) Cerrado: Ambiente e Flora. EMBRAPA, Planaltina, DF: p. 289–556. Mori, S.A. 1981. Distribution patterns and conservation of eastern Brazilian coastal forest trees species. Brittonia 33(2): 233-245. Oliveira, R.F.; Coimbra-Filho, A.F. & Silva, Z.L. 1975. Sobre a litosere: Algumas espécies para revestimento de encostas rochosas. Brasil Florestal 6(24): 3–18. Oliveira-Filho, A.T. & Fontes, M.A.L. 2000. Patterns of floristic differentiation among Atlantic Forest in southeastern Brazil and the influence of climate. Biotropica 32(4b): 793-810. Peixoto, G.L.; Martins, S.V.; Silva, A.F. & Silva, E. 2004. Composição florística do componente arbóreo de um trecho de floresta atlântica na área de Proteção Ambiental da Serra da Capoeira Grande, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18(1): 151–160.

Page 78: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

78

Pereira, O.J. & Araujo, D.S.D. 2000. Análise florística das restingas dos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. In: Esteves, F.A. & Lacerda, L.D. (eds) Ecologia de restingas e lagoas costeiras. NUPEM/UFRJ. Macaé: p. 25–63. Pessoa, S.V.A. & Cervi, A.C. 1992. Passiflora farneyi, a new species of Passifloraceae, subgenus Passiflora, series Serratifoliae, for Brazil. Candolea 47(2): 631–634. Pinheiro, F.C. 1999. Orchidaceae do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, RJ. Dissertação. (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 122p. Porembski, S. 2002. Terrestrial habitat islands as model systems for biodiversity research. In: Araujo, A.L.; Moura, A.N.; Sampaio, E.V.S.B.; Gestinari, L.M.S. & Carneiro, J.M.T. (eds) Biodiversidade, conservação e uso sustentável da flora do Brasil. Universidade Federal de Pernambuco. Recife: p. 158–161. Prefeitura de Niterói. 1992. Niterói. Diagnóstico Ambiental. Versão resumida. Niterói: Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente, 194p. Primack, R.B. & Rodrigues, E. 2001. Biologia da Conservação. Londrina: E. Rodrigues. 328p. Ribeiro, J.E.L.S.; Hopkins, M.J.G.; Vicentini, A.; Sothers, C.A.; Costa, M.A.S.; Brito, J.M.; Souza, M.A.D.; Martins, L.H.; Lohmann, L.G.; Assunção, P.A.C.L.; Pereira, E.C.; Silva, C.F.; Mesquita, M.R. & Procópio, L.C. 1999. Flora da Reserva Ducke. Guia de identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra firme na Amazônia Central. INPA, Manaus. 816p. Rio de Janeiro. 2000. Espécies ameaçadas de extinção no município de Rio de Janeiro: flora e fauna. Secretaria Municipal de Meio Ambiente. 68p. Sá, C.F.C. 2006. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas – Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 250 p. Scarano, F.R. 2002. Structure, function and floristic relationships of plants communities in stressful habits marginal to the Brazilian Atlantic forest. Annals of Botany 90: 517-524. Sousa, L.O.F.; Silva, B.R. & Sousa, R.C.O.S. 2003. Hohenmea, a new natural intergeneric hybrid in the Bromelioideae. Journal of Bromeliads Society 53(2): 71–76. Taylor, N. & Zappi, D. 2004. Cacti of Eastern Brazil. Kew: The Royal Botanic Garden. 499p. Veloso, H.P.; Rangel-Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE. 124p. Zappi, D. 2003. Revision of Rudgea (Rubiaceae) in southeastern and southern Brazil. Kew Boletin 58: 513–596.

Page 79: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

79

Anexo Espécies ameaçadas de extinção presentes no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil.

FAMÍLIAS ESPÉCIES CATEGORIA FONTE

ANACARDIACEAE Myracrodruon urundeuva Allemão vulnerável IBAMA (1992)

ANNONACEAE Guatteria reflexa R.E.Fr. vulnerável Biodiversitas (2005)

ARACEAE Anthurium luschnathianum Kunth em perigo Biodiversitas (2005)

Anthurium sucrei G.M. Barroso em perigo Coelho (2004)

Anthurium validinervium Engl. em perigo Coelho (2004)

Philodendron bipennifolium Schott vulnerável Coelho (2000)

Philodendron speciosum Schott ex Engl. vulnerável Coelho (2000)

ARECACEAE Euterpe edulis Mart. em perigo Biodiversitas (2005)

BROMELIACEAE Aechmea sphaerocephala Baker vulnerável Biodiversitas (2005)

Alcantarea glaziouana (Lemaire) Leme vulnerável Biodiversitas (2005)

Neoregelia cruenta (R. Graham) L.B. Smith vulnerável Biodiversitas (2005)

Vriesea costae E. Leme & B. Rezende criticamente em perigo

Biodiversitas (2005)

Vriesea eltoniana Pereira & Ivo em perigo Biodiversitas (2005)

Vriesea psittacina (Hook.) Lindl. vulnerável Biodiversitas (2005)

CACTACEAE Coleocephalocereus fluminensis (Miq.) Backeb vulnerável Calvente et al. (2005)

Pilosocereus arrabidae (Lem.) Byles ex G.D. Rowley.

quase ameaçada

Biodiversitas (2005)

Rhipsalis cereoides (Backeb & Voll.) Backeb. vulnerável Biodiversitas (2005); IUCN (2008); Barthlott & Taylor (1995); Taylor & Zappi (2004)

Rhipsalis mesembryanthemoides Haworth vulnerável Barthlott & Taylor (1995); Taylor & Zappi (2004)

COMMELINACEAE Siderasis fuscata (Lood.) Moore vulnerável Biodiversitas (2005)

CONVOLVULACEAE Ipomoea daturaeflora Meissn. em perigo Biodiversitas (2005)

CUCURBITACEAE Wilbrandia glaziovi Cogn. vulnerável Klein (1996)

EUPHORBIACEAE Joannesia princeps Vell. vulnerável IUCN (2008)

GESNERIACEAE Sinningia pusilla (Mart.) Baill. quase ameaçada

Biodiversitas (2005)

HELICONIACEAE Heliconia lacletteana Emygdio & Santos vulnerável IBAMA (1992)

Page 80: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

80

LAURACEAE Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer vulnerável Biodiversitas (2005)

Phyllostemonodaphne geminiflora (Mez) Kosterm.

vulnerável; em perigo

Biodiversitas (2005); IUCN (2008)

Urbanodendron bahiense (Meiss.) Rohwer vulnerável; em perigo

Biodiversitas (2005); IUCN (2008)

Urbanodendron verrucosum (Nees) Mez vulnerável IUCN (2008)

LECYTHIDACEAE Cariniana legalis (Mart.) Kuntze vulnerável IUCN (2008)

Couratari pyramidata (Vell.) Knuth em perigo IUCN (2008)

Eschweilera compressa (Vell.) Miers criticamente em perigo

IUCN (2008)

LEGUMINOSAE Caesalpinia echinata Lam. em perigo IBAMA (1992); Biodiversitas (2005); IUCN (2008)

Abarema cochliocarpus (Gomes) R.C. Barneby & J.W. Grimes

vulnerável IUCN (2008)

Inga lanceifolia Benth. vulnerável IUCN (2008)

Inga lenticellata Benth. vulnerável IUCN (2008)

Mimosa caesalpiniifolia Benth. vulnerável IUCN (2008)

MALPIGHIACEAE Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B. Gates vulnerável Biodiversitas (2005)

Heteropterys ternstroemiifolia A. Juss. criticamente em perigo

Biodiversitas (2005)

Stigmaphyllon vitifolium A. Juss. vulnerável Biodiversitas (2005)

MALVACEAE Abutilon anodoides A. St. Hil. & Naud. criticamente em perigo

Biodiversitas (2005); Bovini (2003)

MELIACEAE Cedrela odorata L. vulnerável IUCN (2008)

Trichilia casaretti C. DC. vulnerável IUCN (2008)

Trichilia silvatica C. DC. vulnerável IUCN (2008)

MENISPERMACEAE Odontocarya vitis Miers em perigo Biodiversitas (2005)

Ungilipetalum filipendulum (Mart.) Moldenthe vulnerável Biodiversitas (2005)

MONIMIACEAE Macrotorus utriculatus Perkins vulnerável Biodiversitas (2005)

Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins em perigo; vulnerável

IBAMA (1992); Biodiversitas (2005); IUCN (2008)

Mollinedia lamprophylla Perkins vulnerável; criticamente ameaçada

Biodiversitas (2005); IUCN (2008)

MORACEAE Coussapoa curranii S.F. Blake em perigo; vulnerável

Carauta (1996); IUCN (2008)

Page 81: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

81

Dorstenia arifolia Lam. em perigo IBAMA (1992)

Dorstenia cayapia Vell. vulnerável IBAMA (1992)

Ficus cyclophylla (Miquel) Miquel em perigo IUCN (2008)

Pseudomedia hirtuta Kuhlmann em perigo IUCN (2008)

MYRTACEAE Campomanesia laurifolia Gardn. vulnerável Biodiversitas (2005)

Eugenia oxyoentophylla Kiaersk. em perigo Biodiversitas (2005)

Eugenia villae-novae Kiaersk. em perigo IUCN (2008)

Plinia ilhensis G.M. Barroso vulnerável Biodiversitas (2005)

OLEACEAE Chionanthus fluminensis (Miers) P.S. Green criticamente em perigo

IUCN (2008)

ORCHIDACEAE Cattleya forbesii Lindl. vulnerável Pinheiro (1999)

Constantia rupestris Barb. Rodr. vulnerável Biodiversitas (2005); Pinheiro (1999)

PASSIFLORACEAE Passiflora farneyi Pessoa & Cervi quase ameaçada

Pessoa & Cervi (1992)

RUBIACEAE Rudgea coronata (Vell.) Müll. Arg. vulnerável Biodiversitas (2005); Zappi (2003)

Rudgea francavillana Müll. Arg. em perigo Biodiversitas (2005); Zappi (2003)

Rudgea interrupta Benth. vulnerável Biodiversitas (2005); Zappi (2003)

Rudgea minor ssp. minor Benth. criticamente em perigo

Biodiversitas (2005); Zappi (2003)

SAPOTACEAE Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn.

vulnerável IBAMA (1992)

Page 82: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

82

Artigo II

ANÁLISE FLORÍSTICA DE MAGNOLIOPHYTA DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA,

NITERÓI E MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ana Angélica M. de Barros & Dorothy Sue Dunn Araujo

Artigo a ser submetido ao Morphology, Distribution, Functional Ecology of Plants

Page 83: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

83

Análise Florística de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil

RESUMO – (Análise florística de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil). O Parque Estadual da Serra da Tiririca está inserido na porção costeira da Serra do Mar do estado do Rio de Janeiro entre os municípios de Niterói e Maricá (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). A vegetação corresponde à floresta ombrófila densa submontana e afloramentos rochosos presentes nos inselbergs do Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Morro das Andorinhas. É uma região com elevada riqueza florística que está bastante ameaçada pela ação humana. O inventário florístico registrou 907 espécies de Magnoliophyta pertencentes a 434 gêneros e 97 famílias, além de 122 espécies consideradas ruderais. Destacam-se as seguintes famílias quanto à riqueza de espécies: Leguminosae (85 spp.), Rubiaceae (54 spp.), Myrtaceae (55 spp.), Euphorbiaceae (42 spp.), Bromeliaceae (41 spp.), Sapindaceae (33 spp.), Bignoniaceae (29 spp.), Orchidaceae (28 spp.), Araceae (25 spp.) e Asteraceae (25 spp.). As plantas arbóreas representam 35,8% da flora, seguido de trepadeiras (21,9%), ervas (18,4%), arbustos (16,9%), epífitas (4,9%), hemiepífitas (1,8%) e parasitas (0,3%). Palavras chaves: Serra da Tiririca, florística, Mata Atlântica, diversidade ABSTRACT- (Floristic analyses of Magnoliophyta from the Serra da Tiririca State Park, Brazil: Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brazil). Serra da Tiririca State Park is located on the coast of the Serra do Mar in Rio de Janeiro between Niterói and Maricá municipal districts (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). The vegetation is dense ombrophilous forest and rocky outcrops on the inselbergs of Alto Morão, Costão de Itacoatiara and Morro das Andorinhas. It is a region with high floristic richness that is truely endangered by the human activities. The floristic inventory registered 907 species of Magnoliophyta belonging to 434 genera and 97 families and 122 weedy species. The following families are important for their species richness: Leguminosae (85 spp.), Rubiaceae (54 spp.), Myrtaceae (55 spp.), Euphorbiaceae (42 spp.), Bromeliaceae (41 spp.), Sapindaceae (33 spp.), Bignoniaceae (29 spp.), Orchidaceae (28 spp.), Araceae (25 spp.) and Asteraceae (25 spp.). Trees represent 35.8% of the flora, followed by climbers (21.9%), herbs (18.4%), shrubs (16.9%), epiphytes (4.9%), hemiepiphytes (1.8%) and parasites (0.3%). Key words: Serra da Tiririca, flora, Atlantic Forest, diversity

INTRODUÇÃO

A flora do estado do Rio de Janeiro vem sendo investigada desde o século XVI,

quando os primeiros naturalistas começaram a coletar exemplares da flora fluminense

(Guedes-Bruni & Peixoto 2003), descobrindo uma série de novas espécies representativas

da diversidade florística da Mata Atlântica. Os primeiros trabalhos publicados enfocaram a

porção serrana da Serra do Mar, mais especificamente na Serra dos Órgãos (Veloso 1945;

Rizzini 1953/54) e a Serra da Mantiqueira em Itatiaia (Brade 1956). Contudo, apenas nos

últimos 30 anos, esses estudos se intensificaram. Foram feitos esforços de coletas em

inventários florísticos realizado nas serranias da Serra do Mar, onde as florestas

encontram-se mais preservadas (Lima & Guedes-Bruni 1994, Lima & Guedes-Bruni 1996,

Lima & Guedes-Bruni 1997). A vegetação litorânea foi investigada principalmente em

relação às restingas (Ule 1967, Araujo & Henriques 1984, Oliveira & Araujo 1988, Silva

Page 84: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

84

& Somner 1989, Sá 1992, Sá 1996, Montezuma 1997, Araujo 2000, Pereira & Araujo

2000, Fernandes & Sá 2000, Costa & Dias 2001 e Cordeiro 2005).

A diversidade florística da floresta ombrófila densa na região litorânea da Serra do

Mar é evidenciada nos inventários realizados em remanescentes florestais localizados

principalmente em Unidades de Conservação: Floresta da Tijuca (Mattos et al. 1976,

Santos 1976, Marquete et al. 2001), Maciço da Pedra Branca (Oliveira & Costa 1985;

Peixoto et al. 2004; Solórzano 2006), Reserva Biológica do Tinguá (Rodrigues 1996; Braz

et al. 2004, Lima 2008), Área de Proteção Ambiental de Cairuçu (Marques 1997;

Marques et al. 1997). Nas florestas de terras baixas destacam-se os trabalhos na Reserva

União (Rodrigues 2004) e Reserva Biológica de Poço das Antas (Lima et al. 2006; Lima

et al. 2008). Em relação às florestas semideciduais foram realizados estudos florísticos no

Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio (Araujo 1998; Farág 1999; Sá 2006).

Estudos florísticos na Serra da Tiririca foram realizados principalmente no

complexo formado pelo Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Morro das Andorinhas

(Araujo & Vilaça 1981), onde se encontram os afloramentos rochosos. No Alto Mourão,

Lopes (1992) registrou a presença de 308 espécies pertencentes a 75 famílias, sendo em

sua maioria de ocorrência restrita à Mata Atlântica. Foi dado um efoque relativo à

utilização econômica das plantas em relação às espécies medicinais (Lopes & Andreata

1989, 1990, 1991, 1992) e ornamentais (Lopes et al. 2004). As informações desses

trabalhos foram importantes subsídios para criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca.

Santos & Lima (1998) fizeram uma avaliação simplificada da vegetação do PEST restrita a

uma pequena localidade do Morro do Telégrafo.

No Costão de Itacoatiara foram analisados outros aspectos da flora nos trabalhos de

Reinert & Meirelles (1993), Arruda (1994), Meirelles et al. (1999), Santos et al. (2005)

Santos & Sylvestre (2006) e Ribeiro et al. (2007). Leme & Rezende (2001) descreveram

uma nova espécie de bromélia endêmica do entorno da Baía de Guanabara, Vriesea costae

Leme & B.R. Silva, encontrada no paredão íngrime voltado para a Praia de Itacoatiara.

Também foram estudadas com mais detalhes as famílias Orchidaceae (Pinheiro 1999) e

Euphorbiaceae (Pinto 2004). Oliveira-e-Silva (2002) coordenou o projeto de levantamento

de criptógamas do PEST, onde foram listadas 92 espécies de briófitas, 69 de pteridófitas e

92 de macroalgas bentônicas.

Page 85: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

85

Apesar de todos esses trabalhos ficou uma grande lacuna de conhecimento sobre a

flora da Serra da Tiririca, uma vez que apenas uma pequena porção dessa área foi

estudada. Sendo assim, esse trabalho tem como objetivos realizar o inventário mais amplo

das espécies de Magnoliophyta ocorrentes na área de estudo.

METODOLOGIA

O levantamento florístico das Magnoliophyta foi baseado em coletas mensais em

várias áreas do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) no período de março/1997 a

junho/2007 pela equipe do Laboratório de Biodiversidade – Botânica Taxonômica da

Faculdade de Formação de Professores da UERJ, referentes ao projeto “Flórula do Parque

Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ”. Também foram realizados

levantamentos nos Herbários do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB), Alberto

Castellanos (GUA), Bradeanum (HB) e Santa Úrsula (RUSU). As plantas coletadas foram

herborizadas e secas em estufa 60ºC. O material testemunho foi incorporado aos Herbários

da Faculdade de Formação de Professores da UERJ (RFFP) e do Jardim Botânico do Rio

de Janeiro (RB).

As espécies foram identificadas através de bibliografia especializada, comparações

com os acervos dos Herbários do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB), FEEMA –

Alberto Castellanos (GUA), Bradeanum (HB) e Universidade Santa Úrsula (RUSU), além

de consultas aos especialistas. Seguiu-se o sistema de Cronquist (1988) para organização

das famílias, exceto Leguminosae que foi tratada como uma única família como proposto

por Polhill et al. (1981). A correção ortográfica das espécies foi feita acessando bancos de

dados disponíveis na internet do Royal Botanical Garden at Kew, Missouri Botanical

Garden e New York Botanic Garden. Para correção da nomenclatura dos autores adotou-se

Brummit & Powell (1992).

Na análise desse trabalho serão consideradas apenas as espécies não ruderais e

aquelas identificadas até nível de gênero, específico e infra-específico. As espécies

ruderais ou invasoras foram separadas de acordo com Kissmann (1997), Kissmann &

Groth (1995) e Kissmann & Groth (1999) e apresentadas numa tabela à parte.

Os dados sobre formas de vida foram obtidos através de observações em campo,

complementados, quando necessário, com informações de etiquetas do material

Page 86: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

86

herborizado dos Herbários RB e GUA e consultas a bibliografia especializada. Espécies

que exibem mais de uma forma de vida foram colocadas na categoria onde comumente são

mais observadas no PEST. As categorias consideradas nesse estudo seguem o trabalho de

Lima & Guedes-Bruni (1997):

Árvore - planta lenhosa com mais de 3,0 m de altura, tronco bem definido,

ramificações acima da base e sistema radicular fixado no solo durante todo ciclo de vida.

Arbusto- planta lenhosa com até 3,0 m de altura, que se ramifica desde a base e

possui sistema radicular fixado no solo durante todo ciclo de vida.

Erva – planta herbácea de pequeno porte, com sistema radicular fixado no solo

durante todo ciclo de vida.

Trepadeira – planta com ramos flexíveis que se apóiam sobre suportes,

passivamente ou por meio de órgãos preensores. O sistema radicular permanece fixado ao

solo durante todo ciclo de vida (inclui os arbustos escandentes).

Epífita – planta em geral herbácea que desenvolve todo o seu ciclo de vida sobre

outro vegetal, utilizando-o apenas como suporte e com sistema radicular não fixado no

solo.

Hemiepífita – planta lenhosa ou herbácea, cujo ciclo de vida é composto por uma

fase epífita e outra terrestre.

Parasita: planta herbácea ou lenhosa que cresce sobre outro vegetal nutrindo-se de

sua seiva. Foram incluídas nessa categoria espécies saprófitas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Riqueza Taxonômica

Os estudos na área do PEST tiveram início a partir de uma listagem preliminar com

351 espécies, baseada em trabalhos de Araujo & Vilaça (1981), Meirelles et al. (1999) e

Lopes (1992), além de coletas aleatórias realizadas pela autora a partir de 1992. Esses

trabalhos enfocaram principalmente as regiões onde estão localizados os inselbergs do

PEST na entrada da Baía de Guanabara. Dessa forma, a maior parte da Serra da Tiririca

era desconhecida sob o ponto de vista da riqueza florística. A partir de 1997 a equipe do

Laboratório de Biodiversidade – Botânica Taxonômica da UERJ-FFP-DCIEN iniciou um

levantamento florístico mais apurado, concentrando as coletas no Costão de Itacoatiara,

Page 87: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

87

Enseada do Bananal e Córrego dos Colibris (Morro do Telégrafo). Somente em 2000 o

trabalho foi estendido para outras áreas do PEST abrangendo o Morro do Telégrafo nas

vertentes de Niterói e Maricá, Morro do Cordovil, Morro da Serrinha e Morro do Catumbi.

No presente estudo foram coletados cerca de 4.000 espécimens, sendo registradas

1.029 espécies de Magnoliophyta (Anexo I). Dessa listagem 99,2% foram identificados a

nível de espécie e 0,8% a nível de gênero. Apenas 5 espécies ficaram identificadas a nível

de família (3 Capparaceae, 1 Cucurbitaceae e 1 Commelinaceae) e 5 espécies não foram

identificadas. Essas não foram computadas na listagem final de espécies do PEST. Do

total 122 foram consideradas espécies ruderais (Anexo II). Essas espécies estão presentes

principalmente nas áreas mais próximas as casas e de sítios abandonados ou não, onde a

ocupação antrópica se faz mais presente. Sendo assim, a composição florística conta com

907 espécies de Magnoliophyta, 1 híbrido (Bromeliaceae), 434 gêneros e 97 famílias

(Anexo I). Com os resultados atuais houve um incremento de 65,9% no conhecimento

sobre a flora do PEST.

Foram registradas 6 espécies novas para a ciência: 4 Myrtaceae – Eugenia (M.

Sobral & M. Souza comunicação pessoal), 1 Marantaceae Calathea (J.M.A. Braga

comunicação pessoal) e 1 Bromeliaceae Vriesea costae E. Leme & B.R. Silva (Leme &

Rezende 2001). Foi descrito um híbrido natural de bromélia para o Morro das Andorinhas,

Hohemea itaipuana B.R. Silva & L.O.F. Sousa (Hohenbergia augustae e Aechmea

ramosa var. ramosa) (Sousa et al. 2003).

Destacam-se as seguintes famílias quanto à riqueza de espécies: Leguminosae (85),

Myrtaceae (55 spp.), Rubiaceae (54 spp.), Euphorbiaceae (42 spp.), Bromeliaceae (41

spp.), Sapindaceae (33 spp.), Bignoniaceae (29 spp.), Orchidaceae (28 spp.), Araceae (25

spp.) e Asteraceae (25 spp.) (Figura 1). Essas famílias juntas representam 46,0% da

riqueza de espécies do PEST. Na mesma análise feita para as dez principais famílias das

demais áreas inventariadas do estado do Rio de Janeiro (Tabela 1), esse valor variou entre

38% (Entorno do Jardim Botânico) e 48% (Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio e

REBIO de Poço das Antas). O alto valor apresentado pela localidade de Macaé de Cima

(62%) foi fortemente influenciado pela riqueza florística de Orchidaceae. As famílias

Myrtaceae, Leguminosae, Rubiaceae, Euphorbiaceae estão entre as sete famílias com

maior riqueza de espécies arbustivo-arbórea da Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro

(Guedes-Bruni & Peixoto 2003) e também se destacam no PEST.

Page 88: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

88

Figura 1: As dez famílias com maior riqueza de espécies no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Em todas as áreas bem estudadas floristicamente no estado do Rio de Janeiro

foram citadas as famílias Leguminosae, Myrtaceae e Rubiaceae entre as 10 famílias mais

representativas em diferentes formações vegetais (Tabela 1). Também são as famílias mais

ricas em espécies nas restingas fluminenses (Araujo 2000). Juntas representam 21,4% das

espécies do PEST e nas demais áreas esse valor varia entre 15% (Macaé de Cima) e 27%

(Poço das Antas). Leguminosae e Myrtaceae são consideradas as famílias mais

representativas na Mata Atlântica s.l. do sudeste brasileiro, no que se refere às formações

ombrófilas e semideciduais (Oliveira-Filho & Fontes 2000). Essas famílias também se

destacam nas florestas tropicais de terras baixas e áreas sazonalmente secas no Neotrópico

(Gentry 1982, 1988, 1995). Rubiaceae, em terceiro lugar dentre as famílias mais ricas do

PEST, é considerada a terceira família mais rica em espécies lenhosas nas florestas

neotropicais (Gentry 1995). No estado do estado do Rio de Janeiro também é a terceira

família em número de gêneros com representantes arbóreos e arbustivos (Vaz 1992).

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

LEGUMINOSAE

MYRTACEAE

RUBIACEAE

EUPHORBIACEAE

BROMELIACEAE

SAPINDACEAE

BIGNONIACEAE

ORCHIDACEAE

ASTERACEAE

ARACEAE

No de Gêneros e Espécies

Gêneros

Espécies

Page 89: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

89

Tabela 1: As dez famílias com maior riqueza de espécies nas áreas bem estudadas florísticamente no estado do Rio de Janeiro, Brasil. *CDVCF= Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio

LOCALIDADE TIPOS DE VEGETAÇÃO FAMÍLIAS MAIS RICAS

Spp. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS PARNA de Jurubatiba Macaé, Carapebus e Quissamã (n= 588)

Restinga

Leguminosae Asteraceae Cyperaceae Rubiaceae Euphorbiaceae Poaceae Myrtaceae Bromeliaceae Orchidaceae Solanaceae

44 31 30 29 23 22 21 19 15 15

42%

Araujo et al. (2001)

CDVCF * Armação de Búzios, Cabo Frio, São Pedro d’ Áldeia, Arraial do Cabo (n= 1.184)

Restinga

Floresta ombrófila densa submontana

Floresta estacional semidecidual

Vegetação arbustiva dos morros

Leguminosae Myrtaceae Orchidaceae Rubiaceae Asteraceae Bromeliaceae Euphorbiaceae Sapindaceae Poaceae Bignoniaceae

117 82 67 62 54 45 42 35 33 30

48%

Sá (2006)

APA de Cairuçu Paraty (n= 972)

Restinga

Manguezal

Floresta ombrófila densa submontana

e montana

Myrtaceae Leguminosae Rubiaceae Orchidaceae Piperaceae Solanaceae Euphorbiaceae Asteraceae Bromeliaceae Bignoniaceae

72 63 58 54 46 30 29 27 27 26

44%

Marques et al. (1997)

Macaé de Cima Nova Friburgo (n=1.023)

Floresta ombrófila densa montana e

altomontana

Orchidaceae Melastomataceae Rubiaceae Leguminosae Myrtaceae Bromeliaceae Lauraceae Asteraceae Solanaceae Piperaceae

229 73 53 51 47 46 44 42 29 22

62%

Lima & Guedes-Bruni (1997)

REBIO de Poço das Antas Silva Jardim (n=751)

Floresta ombrófila densa de Terras

baixas

Leguminosae Myrtaceae Rubiaceae Melastomataceae Lauraceae Bignoniaceae Euphorbiaceae Moraceae Piperaceae Bromeliaceae

89 78 36 27 25 25 21 21 22 19

48%

Lima et al. (2006) Lima et al. (2008)

Entorno do Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rio de Janeiro (n=431)

Floresta ombrófila densa submontana

Rubiaceae Leguminosae Orchidaceae Piperaceae Araceae Euphorbiaceae Bignoniaceae Myrtaceae Melastomataceae Bromeliaceae Monimiaceae

28 22 20 16 15 14 13 10 8 8 8

38%

Marquete et al. (2001)

PEST Niterói e Maricá (n= 907)

Floresta ombrófila densa submontana

Leguminosae Myrtaceae Rubiaceae Euphorbiaceae Bromeliaceae Sapindaceae Bignoniaceae Orchidaceae Asteraceae Araceae

85 55 54 42 41 33 29 28 25 25

46%

Esse estudo

Page 90: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

90

Leguminosae é predominante principalmente nas regiões mais litorâneas e foi a

família mais rica em espécies no PEST. É considerada uma das mais amplamente

distribuídas nas regiões tropicais, estando entre as três maiores famílias de fanerógamas

em número de espécies. No Brasil são catalogados cerca de 188 gêneros com 2.100

espécies, com grande representatividade na floresta pluvial atlântica, principalmente no

que se refere ao extrato arbóreo (Lima 2000). Tal fato também foi observado por Forero &

Gentry (1988) nas florestas tropicais. Estudos realizados por Siqueira (1994) com espécies

arbóreas da floresta pluvial atlântica em 63 localidades registraram 101 táxons para a

família. A região Sudeste apresentou um número significativo de espécies (158) em

relação à região Sul (23), mostrando uma diminuição da riqueza de espécies em latitudes

mais altas. Esse mesmo padrão foi observado em análise realizada nas restingas

fluminenses (Araujo 2000).

Myrtaceae é uma família predominantemente pantropical e subtropical, com

grande diversidade na região neotropical e na Austrália. No Brasil ocorrem 23 gêneros e

aproximadamente 1.000 espécies (Souza & Lorenzi 2005). O inventário florístico do

CDVCF apresentou o maior número de espécies, seguido de Poço das Antas, Cairuçu,

PEST e Macaé de Cima. No PEST ocorrem 55 táxons, incluindo 4 novas espécies para a

ciência. Análise feita por Oliveira Filho & Fontes (2000) mostra que Myrtaceae apresenta-

se 40% mais rica em florestas ombrófilas do que em florestas semideciduais. Tal fato não

é corroborado pelos dados mostrados por Sá (2006), uma vez que as florestas do CDVCF

são semideciduais e possui maior riqueza de espécies de Myrtaceae que as demais áreas

analisadas que correspondem a floresta ombrófila densa.

Bromeliaceae e Orchidaceae são famílias essencialmente herbáceas que também se

destacaram no PEST e nas demais áreas avaliadas. Estão entre as 5 famílias mais ricas em

espécies da flora brasileira. Isso se deve a grande capacidade de se adaptarem a diferentes

situações ambientais, podendo ser terrestres, epífitas, rupícolas, saxícolas e paludosas

(Giulietti et al. 2005). O PEST apresenta o terceiro lugar em riqueza de espécies de

Bromeliaceae das áreas mais bem estudadas floristicamente do estado do Rio de Janeiro.

Tal fato se deve em grande parte a ocorrência de vários táxons nos inselbergs do Costão de

Itacoatiara e Alto Mourão e Morro das Andorinhas ou sobre afloramentos rochosos no

interior da mata. As espécies que ocorrem nesses ambientes correspondem a 61% das

espécies de bromélias do PEST, sendo 46,3% exclusivas dos afloramentos rochosos.

Page 91: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

91

Bromeliaceae tem maior representatividade nas restingas e Mata Atlântica do que em

outros biomas brasileiros (Araujo 2000). Fontoura et al. (1991) já apontavam a grande

riqueza de espécies e padrões de endemismo dessa família na flora do estado do Rio de

Janeiro, sobretudo, na Mata Atlântica. Cerca de 82% das espécies brasileiras ocorrem

nesse tipo de formação florestal, sendo muitas delas endêmicas. Essas autoras

relacionaram 314 espécies e, quando comparadas com os dados do PEST, verificam-se 14

ocorrências novas das 41 amostradas. Isso demostra a falta de conhecimento florístico das

florestas ombrófilas densas litorâneas fluminenses.

Orchidaceae apresenta ampla distribuição cosmopolita, principalmente nas regiões

tropicais (Christenson 2004). No Brasil estima-se 195 gêneros e 2.400 espécies (Souza &

Lorenzi 2005), com grande riqueza de espécies na Mata Atlântica, que é um dos centros de

diversidade da família (Barros 1996). No estado do Rio de Janeiro é bastante

representativa em regiões serranas com maior pluviosidade como Macaé de Cima. Tal fato

também é observado em outras regiões tropicais e subtropicais, visto a riqueza de espécies

diminui das áreas montanhosas para as de baixadas (MacQueen & MacQueen 1993). Em

levantamento feito por Vaz (1992), embora antigo, demonstra a importância dessa família

na flora do estado do Rio de Janeiro com o maior número de gêneros, sendo os principais

representantes epífitos. No PEST ocorrem apenas 28 espécies, o que corresponde a 3,1%

da riqueza da flora local. Cerca de 74% dessas espécies estão associadas aos afloramentos

rochosos, sendo 50% exclusivas desses ambiente.

Asteraceae está entre as 10 famílias com maior riqueza de espécies nos inventários

florísticos que constam da Tabela 1. É uma família cosmopolita, sendo uma das maiores

dentre as Magnoliophyta. No Brasil essa família apresenta 300 gêneros e 2.000 espécies,

sendo bem representada pricipalmente no Cerrado em áreas mais abertas (Souza &

Lorenzi 2005). No PEST apresenta 28 espécies, além de outras 21 espécies ruderais. Na

área de estudo é caracterizada principalmente por plantas herbáceas.

Euphorbiaceae é a quinta família com maior riqueza de espécies no PEST com 42

espécies, além de outras 14 ruderais. Juntamente com o CDVCF apresenta maior riqueza

de espécies para a família nas áreas analisadas (Tabela 1). Apenas em Macaé de Cima não

aparece entre as 10 famílias mais importantes. É bem representada nos levantamentos de

Page 92: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

92

0,1 ha realizados por Gentry (1995), principalmente em formações estacionais

neotropicais.

Sapindaceae e Bignoniaceae estão bem representadas na flora do PEST,

principalmente por espécies trepadeiras. Essas famílias são muito expressivas em regiões

de baixa altitude nas Américas, dessa forma prevalecendo nos levantamentos florísticos

em florestas tropicais (Gentry 1991). Além do PEST, se destacaram apenas no CDVCF e,

com menor riqueza, em Poço das Antas. Esse fato pode estar relacionado à metodologia

utilizada para análise estrutural da vegetação (Barros & Araujo Capítulo 5), já que no

PEST e CDVCF o levantamento quantitativo em 0,1 ha incluiu as trepadeiras. Dessa

forma, houve um aumento das informações florísticas dessa forma de vida.

Somente no PEST e no entorno do Jardim Botânico Araceae se destacou entre as

10 famílias mais importantes. Apresenta maior número de espécies que as demais áreas

analisadas (25 spp.), seguida de Macaé de Cima (19 spp.), CDVCF (19 spp.), Cairuçu (18

spp.) e Jurubatiba (8 spp.). Muitas espécies ocorrem em afloramentos rochosos, tanto nos

inselbergs quanto em grandes blocos de gnaisse facoidal encontrados no interior da mata.

Nas restingas fluminenses estudadas por Araujo (2000) ocorrem também 25 espécies.

Melastomataceae e Lauraceae foram mais expressivas nas florestas com maiores

altitudes como em Macaé de Cima. Embora Lauraceae não seja uma família de destaque

no PEST, possui grande riqueza de espécies principalmente em florestas mais preservadas

da região Sudeste-Sul. O estado do Rio de Janeiro apresenta cerca de 109 espécies

distribuídas em 16 gêneros, que ocorrem principalmente na floresta pluvial atlântica e

restingas (Quinet 2005). O PEST conta apenas com 18,3% das espécies fluminenses.

As famílias com mais de 10 gêneros perfazem 35,1% do total da flora do PEST:

Leguminosae (39 gên.), Rubiaceae (22 gên.), Euphorbiaceae (22 gên.), Orchidaceae (20

gên.), Asteraceae (18 gên.), Bignoniaceae (16 gên.) e Bromeliaceae (14 gên.) (Figura 1).

Nessa análise apenas 7 famílias se destacam, sendo que Myrtaceae, Araceae e

Sapindaceae, importantes quanto à riqueza de espécies, são excluídas nesse momento.

Essas famílias apresentam um grande número de espécies, contudo distribuídas em poucos

gêneros.

Os gêneros com maior número de espécies no PEST são: Eugenia (30), Psychotria

(16), Solanum (15) Anthurium (13) e Rudgea (11). Eugenia, Psychotria e Solanum estão

Page 93: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

93

entre os maiores gêneros do mundo com mais de 1.000 espécies. Segundo Oliveira-Filho &

Fontes (2000), Eugenia é um dos principais gêneros em número de espécies arbóreas, tanto

em florestas ombrófilas densas quanto em florestas estacionais. Também destacam outros

gêneros de Myrtaceae como Myrcia, Marlieria e Gomidesia em altas e baixas altitudes.

Embora Myrcia e Marlieria também tenham representantes no PEST não apresentam

número significativo de espécies. Psychotria e Rudgea também predominam nas florestas

ombrófilas e estacionais. Solanum é o terceiro gênero mais importante no PEST, em

Cairuçu e nas restingas fluminenses, embora Solanaceae não figure entre as 10 famílias

mais importantes nessas regiões. Na avaliação de Oliveira-Filho & Fontes (2000) esse

gênero tem destaque nas florestas estacionais e florestas ombrófilas densas montanas.

Formas de Vida

Em relação às formas de vida a maior percentagem obtida foi para espécies

arbóreas (35,8%), seguido de trepadeiras (21,9%), ervas (18,4%), arbustos (16,9%),

epífitas (4,9%), hemiepífitas (1,8%) e parasitas (0,3%) (Tabela 2 e Figura 2). Há um

predomínio de espécies arbóreas, ao contrário do que é observado nas restingas, onde

nenhuma forma de vida se destaca em relação à outra (Araujo 2000).

Tabela 2: Espécies, gêneros e famílias de Magnoliophyta por forma de vida do Parque Estadual da Serra da Tiririrca, Niterói e Maricá, RJ.

FORMAS DE VIDA ESPÉCIES GÊNEROS FAMÍLIAS Árvore 325 161 52 Trepadeiras 199 101 38 Ervas 167 106 39 Arbustos 153 78 35 Epífitas 44 23 6 Hemiepífitas 16 6 2 Parasitas 3 2 2

Figura 2: Número de espécies, gêneros e famílias por formas de vida de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

0

50

100

150

200

250

300

350

ÁRVORES TREPADEIRAS ERVAS ARBUSTOS EPÍFITAS HEMIEPÍFITA PARASITAS

ESPÉCIES

GÊNEROS

FAMÍLIAS

Page 94: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

94

ÁRVORES

No PEST foram levantadas 325 espécies arbóreas, pertencentes a 161 gêneros e 52

famílias. As famílias com maior número de espécies arbóreas são: Myrtaceae (55 spp.),

Leguminosae (50 spp.), Lauraceae (20 spp.), Euphorbiaceae (15 spp.), Sapindaceae (12

spp.), Moraceae (11 spp), Meliaceae (11 spp.) e Rutaceae (10 spp.) (Figura 3). Nessas oito

famílias estão concentradas 56,6% das espécies arbóreas amostradas. A riqueza de gêneros

e espécies das demais famílias com representantes arbóreos consta da Tabela 3.

Figura 3: Famílias com maior riqueza de espécies e gêneros arbóreos de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Os gêneros mais representativos dessa forma de vida são: Eugenia (29 spp.), Inga

(10 spp.), Myrcia (9 spp.), Ocotea (8 spp.), Trichilia (6 spp.) e Ficus (8 spp.). Esses

gêneros são bem característicos da Mata Atlântica. Ocotea, por exemplo, apresenta 95%

das espécies nesse tipo de formação florestal (Siqueira 1994), contudo é mal representado

nas florestas dos maciços costeiros (Araujo et al. 1998). No estado do Rio de Janeiro

ocorrem 52 espécies, muitas agupadas em complexos que necessitam de melhor

delimitação (Quinet 2005). Nos levantamentos florísticos Ocotea foi relevante em Macaé

de Cima (25 spp.) e no CDVCF (14 spp.). Eugenia e Inga são o segundo e terceiro gêneros

respectivamente de maior ocorrência na Mata Atlântica. Também com destaque Myrcia

outro gênero importante para essa formação florestal Oliveira-Filho & Fontes (2000).

Ficus ocorre principalmente sobre afloramentos rochosos no interor da mata, tendo um

0 10 20 30 40 50 60

MYRTACEAE

LEGUMINOSAE

LAURACEAE

EUPHORBIACEAE

SAPINDACEAE

MORACEAE

MELIACEAE

RUTACEAE

Nº de Gêneros e Espécies

Gêneros

Espécies

Page 95: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

95

papel muito importante na estabilização dos matacões e na colonização por espécies

herbáceas desse ambiente.

Tabela 3: Número de gêneros e espécies/infra-espécies arbóreas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Famílias Gêneros Espécies

ANACARDIACEAE 5 9 ANNONACEAE 4 5 APOCYNACEAE 4 6 ARALIACEAE 1 1 ARECACEAE 5 6 ASTERACEAE 2 2 BIGNONIACEAE 4 5 BOMBACACEAE 4 6 BORAGINACEAE 1 7 BURSERACEAE 1 1 CACTACEAE 1 1 CAPPARACEAE 1 1 CECROPIACEAE 2 3 CELASTRACEAE 1 5 CHRYSOBALANACEAE 1 2 CLUSIACEAE 4 7 CUNONIACEAE 1 1 DICHAPETALACEAE 1 1 ELAEOCARPACEAE 1 3 ERYTHROXYLACEAE 1 4 EUPHORBIACEAE 11 15 FLACOURTIACEAE 3 7 HIPPOCRATEACEAE 1 1 LACISTEMATACEAE 1 2 LAURACEAE 7 20 LECYTHIDACEAE 3 3 LEGUMINOSAE 23 50

MALPIGHIACEAE 1 1 MELASTOMATACEAE 2 7 MELIACEAE 4 11 MONIMIACEAE 1 1 MORACEAE 4 11 MYRISTICACEAE 1 1 MYRSINACEAE 1 2 MYRTACEAE 8 55 NYCTAGINACEAE 1 1 OCHNACEAE 1 1 OLACACEAE 1 1 PHYTOLACCACEAE 3 3 PROTEACEAE 1 1 RUBIACEAE 8 9 RUTACEAE 8 10 SAPINDACEAE 5 12 SAPOTACEAE 5 10 SIMAROUBACEAE 1 1 SOLANACEAE 2 2 STECULIACEAE 2 2 TILIACEAE 1 1 ULMACEAE 2 5 URTICACEAE 1 1 VERBENACEAE 2 2 VOCHYSIACEAE 1 1 TOTAL 161 325

Page 96: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

96

São observadas espécies arbóreas emergentes em área de topos de morros. Entre

essas destacam-se Cariniana legalis, Miconia cinnamomifolia, Cabralea canjerana e

Cordia trichotoma, que podem chegar a mais de 30 m de altura. Em algumas áreas da

cumeeira do Morro do Telégrafo é comum observá-las em destaque por certo tempo e

posteriormente tombam abrindo grandes clareiras. Tal fato está relacionado ao

desmatamento em áreas mais baixas que vão deixando essas árvores sujeitas aos evidentes

efeitos de borda. Em regiões de solos mais rasos e afloramentos rochosos destaca-se uma

palmeira típica da região, Syagrus romanzoffiana, muito comum nas escostas do Morro

das Andorinhas e Alto Mourão.

TREPADEIRAS

No PEST foram levantadas 199 espécies de trepadeiras (lenhosas e herbáceas),

pertencentes a 101 gêneros e 38 famílias. As famílias mais representativas dessa forma de

vida são: Leguminosae (28 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Sapindaceae (21 spp.),

Malpighiaceae (18 spp.), Cucurbitaceae (10 spp.), Dioscoreaceae (10 spp.), Apocynaceae

(9 spp.), Convolvulaceae (9 spp.) e Passifloraceae (9 spp.), Euphorbiaceae (8 spp.) e

Convolvulaceae (7 spp.) (Figura 4). Essas famílias representam 71,4% das trepadeiras

amostradas.

Figura 4: Famílias com maior riqueza de espécies e gêneros de trepadeiras de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

0 5 10 15 20 25 30

LEGUMINOSAE

BIGNONIACEAE

SAPINDACEAE

MALPIGHIACEAE

CUCURBITACEAE

DIOSCOREACEAE

APOCYNACEAE

PASSIFLORACEAE

EUPHORBIACEAE

CONVOLVULACEAE

Nº de Gêneros e Espécies

Gêneros

Espécies

Page 97: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

97

A forma de vida trepadeira se detacou no PEST e será tratada a parte no capítulo

III dessa Tese. No estado do Rio de Janeiro as trepadeiras foram abordadas com maior

ênfase apenas na flora da Reserva Ecológica de Macaé de Cima (Lima et al. 1997).

ERVAS

O componente herbáceo normalmente é mal representado nos levantamentos

florísticos, porém são relevantes sob o ponto de vista da diversidade florística. A

predominância dessa forma de vida ocorre principalmente em áreas abertas no cerrado s.l.

(Mendonça et al. 1998), campos sulinos e campos de altitude. No PEST caracterizam as

regiões dos afloramentos rochosos, onde formas ilhas de vegetação. Foram levantadas 167

espécies herbáceas + 1 híbrido de bromélia, pertencentes a 106 gêneros e 39 famílias.

As famílias com maior riqueza de espécies são: Bromeliaceae (21 spp.), Asteraceae

(20 spp.), Orchidaceae (15 spp.), Cyperaceae (11 spp), Marantaceae (11 spp.), Poaceae (10

spp.) e Araceae (9 spp.) (Figura 5). Essas sete famílias representam 58,4% das espécies

herbáceas amostradas. A riqueza de gêneros e espécies das demais famílias com

representantes herbáceos é apresentada na Tabela 6.

Figura 5: Famílias com maior riqueza de espécies e gêneros herbáceos de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

0 5 10 15 20 25

BROMELIACEAE

ASTERACEAE

ORCHIDACEAE

ACANTHACEAE

CYPERACEAE

MARANTACEAE

POACEAE

ARACEAE

Nº de Gêneros e Espécies

Gêneros

Espécies

Page 98: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

98

Bromeliaceae se destaca principalmente nos afloramentos rochosos dos inselbergs,

sendo um componente importante na paisagem local. Das 20 espécies herbáceas

registradas 12 são saxícolas e 6 rupícolas. Destaque para Alcantarea glaziouana, bromélia

endêmica dos afloramentos rochosos do entorno da Baía de Guanabara. Típicas desse tipo

de ambiente também podem ser citadas como Tillandsia araujei, Tillandsia dura e Vriesea

botafoguensis.

Orchidaceae é a família mais importante em florestas montanas – altomontanas de

Macaé de Cima, apresentando grande diversidade de gêneros e espécies (229 spp.) (Lima

& Guedes-Bruni 1997). Contudo, essa diverdidade diminui nas regiões costeiras, mas a

família ainda se mantém como uma das importantes em termos florísticos. Nas restingas

fluminenses ocupa o quinto lugar em riqueza de espécies (46 spp.) (Araujo 2000). No

PEST o estudo realizado por Pinheiro (1999) apresentau 12 espécies epífitas, 7 rupícolas,

6 terrestres e 2 saxícolas. Tem grande representatividade nos afloramentos rochosos.

Oceoclades maculata é a que apresenta maior distribuição na área de estudo.

Tabela 4: Número de gêneros e espécies/infra-espécies herbáceas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Famílias Gêneros Espécies ACANTHACEAE 10 14 AGAVACEAE 1 1 ALSTROEMERIACEAE 1 1 AMARANTHACEAE 1 1 AMARYLLIDACEAE 1 2 ARACEAE 2 9 ARECACEAE 1 1 ASTERACEAE 15 20 BEGONIACEAE 1 5 BROMELIACEAE 11 21 CACTACEAE 5 5 CANNACEAE 1 1 COMMELINACEAE 5 6 CONVOLVULACEAE 1 2 COSTACEAE 1 1 CRASSULACEAE 1 1

Page 99: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

99

No PEST Asteraceae são comumente

observadas nas áreas mais alteradas ou de

regeneração recente ao longo das trilhas.

Essa família tem maior representatividade

nas formações abertas, principalmente no

cerrado (Mendonça et al. 1998), do que nas formações florestais. Acanthaceae aparece

com destaque no sub-bosque, apresentando várias espécies como Shaueria calycotricha,

Justicia brasiliana, Justicia plumbaginifolia e Aphelandra longiflora.

Das 10 espécies de Poaceae registradas no PEST, 7 ocorrem também nas restingas

fluminenses. Pharus lappulaceus é uma das mais comumente encontradas nas áreas

florestadas. Quanto as Cyperaceae, das 12 espécies relacionadas, apenas 2 são encontradas

nas restingas (Becquerelia cymosa e Scleria secans). Cyperus hermaphroditus e Trilepis

lhotzkiana têm ocorrência restrita aos afloramentos rochosos dos inselbergs. As demais

espécies estão presentes preferencialmente nas beiras de trilhas. Marantaceae apresenta

espécies muito importantes no estrato herbáceo, sendo o gênero Calathea o mais

representativo, inclusive com uma espécie nova coletada no Córrego dos Colibris. Araceae

é basicamente representada por 8 espécies de Anthurium e Asterostigma lombardii, sendo

essa a segunda referência de local de ocorrência para essa espécie (Nadruz comunicação

pessoal).

ARBUSTOS

De um modo geral, a representatividade das formas arbustivas também é

subestimada nos levantamentos florísticos. Isso se deve ao maior enfoque dado ao

componente arbóreo. Contudo, essa forma de vida têm uma importante contribuição na

análise da diversidade florística da Mata Atlântica (Andreata et al. 1997). Tal fato também

foi apontado por Gentry & Dodson (1987a) paras as florestas tropicais.

Foram levantadas no PEST 153 espécies arbustivas, pertencentes a 78 gêneros e 35

famílias. As famílias com maior número de espécies são: Rubiaceae (39 spp.), Solanaceae

(19 spp.), Euphorbiaceae (17 spp.), Malvaceae (8 spp.) e Piperaceae (8 spp.) (Figura 5).

Essas seis famílias representam 59,9% das espécies arbustivas amostradas. A riqueza de

gêneros e espécies das demais famílias com representantes arbustivos consta da Tabela 6.

Famílias Gêneros Espécies

CYPERACEAE 7 11 EUPHORBIACEAE 1 2 GESNERIACEAE 2 5 HELICONIACEAE 1 4 IRIDACEAE 1 2 LEGUMINOSAE 3 3 MALPIGHIACEAE 1 1 MARANTACEAE 4 11 MORACEAE 1 3 ORCHIDACEAE 13 15 PIPERACEAE 1 4 POACEAE 8 10 RUBIACEAE 3 3 VELLOZIACEAE 2 2 Total 106 167

Page 100: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

100

Figura 6: Famílias com maior riqueza de espécies e gêneros arbustivos de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Rubiaceae é uma das famílias mais importantes no conjunto dos biomas

neotropicais, sendo encontrada em diversas formas de vida. Contudo, na Mata Atlântica

apresenta grande concentração de espécies e gêneros no estrato arbustivo (Gomes 1996).

Dessa forma, foi a família mais importante em termos de riqueza de espécies arbustivas no

PEST, caracterizando o sub-bosque das áreas florestadas. Na análise geral Solanaceae não

se destacou dentre as famílias mais representativas, porém avaliando as formas arbustivas

alcançou o segundo lugar. Também é uma família de destaque em outras áreas do estado

do Rio de Janeiro, estando entre as 10 famílias mais importantes em Macaé de Cima,

Cairuçu e Jurubatiba.

Tabela 5: Número de gêneros e espécies/infra-espécies arbustivas do Parque Estadual da Serra da Tiririca,

Niterói e Maricá, RJ.

Famílias Gêneros Espécies ANNONACEAE 1 1 ARALIACEAE 1 1 ASTERACEAE 1 1 BIGNONIACEAE 2 2 BOMBACACEAE 2 2 BORAGINACEAE 2 5 CACTACEAE 1 1 CAPPARACEAE 3 4 EUPHORBIACEAE 10 17 FLACOURTIACEAE 2 2 LECYTHIDACEAE 1 1 LEGUMINOSAE 3 4 MALPIGHIACEAE 1 1 MALVACEAE 3 8 MELASTOMATACEAE 3 4 MELIACEAE 1 1 MONIMIACEAE 2 4 MORACEAE 1 2

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

RUBIACEAE

SOLANACEAE

EUPHORBIACEAE

MALVACEAE

PIPERACEAE

N. de Gêneros e Espécies

Gêneros

Espécies

Page 101: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

101

Euphorbiaceae se detaca tanto no

estrato arbóreo quanto no arbustivo com

grande diversidade de gêneros e espécies. Um

dos representantes com maior freqüencia nas

matas do PEST é Sebastiania gaudichaudii,

que também pode chegar ao porte arbóreo.

Também Actinostemon klotzschii é bastante freqüente, principalmente nas trilhas do

Morro do Telégrafo em áreas que se encontram estádios iniciais de regeneração, formando

densas populações. Nos afloramentos rochosos destaque para Stillingia dichotoma, um dos

arbustos característicos das ilhas de vegetação.

Malvaceae é uma família que se destacou apenas em relação ao estrato arbustivo.

As espécies mais comuns são: Abutilon anodoides, Abutilon bedfordianum, Pavonia

nemoralis e Pavonia sepium. Piperaceae é uma família bastante comum na Mata Atlântica,

com vários representantes no estrato arbustivo. No PEST essa forma de vida é

representada apenas pelo gênero Piper. Destaque para Piper hoffmannseggianum, Piper

mollicomum e Piper arboreum, os dois últmos são observados principalmente nas áreas

com regeneração mais recente.

No PEST os gêneros mais representativos da forma arbustiva foram Psychotia (16

spp.), Solanum (12 spp.), Rudgea (10 spp.) e Piper (8 spp.). Esses gêneros normalmente

apresentam grande número de espécies. Nas matas do entorno do Jardim Botânico

Psychotria e Piper também apresentam grande diversidade arbustiva, representando 32%

do total de arbustos levantados para esse local (Marquete et al. 2001). Em Macaé de Cima

são gêneros arbustivos de grande relevância. Contudo, quando a análise é feita no nível de

espécies verifica-se a ocorrência de táxons diferentes entre as formações montana-

altomontana e submontana da região serrana e maciços costeiros. Dentre as Psychotria,

destaque para P. leiocarpa e P. tenuinervis, largamente encontradas em várias áreas do

PEST, principalmente nas mais preservadas. Rudgea com várias espécies de ocorrência

restrita a Mata Atlântica fluminense e ameaçadas também têm destaque no interior da

mata, principalmente R. interrupta. Espécies de Solanum são encontradas com maior

Famílias Gêneros Espécies

MYRTACEAE 1 1 OCHNACEAE 1 2 OLEACEAE 1 1 PIPERACEAE 1 8 POLYGALACEAE 1 1 POLYGONACEAE 2 2 RHAMNACEAE 1 1 RUBIACEAE 10 39 RUTACEAE 3 6 SIMAROUBACEAE 1 1 SOLANACEAE 8 19 STERCULIACEAE 1 1 THEOPHRASTACEAE 1 1 TURNERACEAE 1 2 VERBENACEAE 2 3 VIOLACEAE 2 3 Total 77 153

Page 102: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

102

freqüência nas áreas em regeneração mais recentes como S. torvum, S. caavurana e S.

argenteum.

EPÍFITAS E HEMIEPÍFITAS

O epifitismo é considerado uma das mais importantes associações vegetais,

promovendo a interação entre indivíduos com diferentes formas de vida. A árvore

hospedeira, forófito, disponibiliza estrutura morfológica para o desenvolvimento de outras

formas de vida sobre si. Vários grupos vegetais utilizam essa estratégia para

sobrevivência, principalmente briófitas, pteridófitas e angiospermas. A presença de plantas

epífitas numa formação florestal é um indicativo do enriquecimento da diversidade

biológica, propiciando a ocupação dos diferentes estratos da floresta e com isso

permitindo a manutenção da vida independente do solo (Cervi & Borgo 2007).

As plantas epífitas apresentam grande riqueza de espécies nas florestas tropicais.

Benzing (1983) relacionou 65 famílias de plantas vasculares com hábito epífito, sendo que

36 ocorrem na região neotropical, segundo Gentry & Dodson (1987b). Estimativas

indicam que 10% das espécies conhecidas cientificamente são epífitas. No Brasil a maioria

dos trabalhos enfocando plantas epífitas foi realizada na região Sul (Waechter 1986, 1998;

Gonçalves & Waechter 2003; Borgo et al. 2002; Cervi & Borgo 2007 entre outros). No

estado do Rio de Janeiro é possível citar o trabalho de Fontoura et al. (1997), que analisou

as epífitas vasculares e hemiepífitas da Reserva Ecológica de Macaé de Cima.

No PEST as plantas epífitas representam apenas 4,9% das espécies levantadas,

com 44 espécies, 23 gêneros e 6 famílias. Destaque para as famílias Bromeliaceae (20

spp.), Orchidaceae (12 spp.) e Cactaceae (8 spp.) (Tabela 8). Essas são as famílias com

maior riqueza de espécies epífitas na Mata Atlântica (Vaz 1992). Também são as famílias

mais representativas em Macaé de Cima: Orchidaceae (184 spp.), Bromeliaceae (40 ssp.) e

em levantamentos realizados na região Sul do Brasil (Cervi & Borgo 2007).

Tabela 6: Número de gêneros e espécies/infra-espécies herbáceas do

Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Família Gêneros Espécies

ARACEAE 1 1 BROMELIACEAE 8 20 CACTACEAE 3 8

Page 103: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

103

GESNERIACEAE 1 1 ORCHIDACEAE 9 12 PIPERACEAE 1 2 Total 23 44

Excluindo da análise as pteridófitas, Macaé de Cima apresenta 254 espécies de

plantas epífitas, representada principalmente pela riqueza de espécies de Orchidaceae. No

PEST a diversidade é muito menor. Nas florestas montanas as condições ambientais

permitem essa grande diversidade devido à alta umidade e pluviosidade. Na região onde

está localizada a Serra da Tiririca a pluviosidade é bem menor que na região serrana. Além

disso, somado o processo histórico de uso da terra esses fatores que contribuíram para

baixa representatividade das plantas epífitas nessa região. Tal fato é comprovado por

Fontoura et al. (1997), que chama atenção para maior riqueza de espécies em regiões de

mata primária, sendo que em matas secundárias o número de espécies diminui.

Os gêneros que se destacam são Tillandsia (5 spp.), Vriesea (5 spp.), Aechmea (5

spp.) e Rhipsalis (5 spp.). A maioria das espécies ocorre nos afloramentos rochosos ou nas

matas associadas aos inselbergs. Araceae apresentou apenas 2 espécies epífitas, Anthurium

scandens e Anthurium solitarium, que também têm ocorrência em Macaé de Cima,

Cairuçu, no entorno do Jardim Botânico e nas restingas fluminenses. Piperaceae também

com apenas duas espécies, Peperomia corcovadensis e Peperomia psilostachya.

Gesneriaceae com 1 espécie, Codonanthe gracilis.

As hemiepífitas constituem um grupo de plantas que apresenta durante o seu ciclo

de vida duas fases distintas: uma epifítica e outra terrestre (Putz & Holbrook 1986). Kelly

(1985) separa as hemiepífitas em dois grupos: (a) plantas que inicialmente se desenvolvem

sobre um hospedeiro arbóreo, apresentando hábito epifítico, contudo emitem raízes para se

conectarem ao solo, passando ao hábito terrestre. Nessa categoria estão as plantas

estranguladoras, conhecidas popularmente como mata-paus e (b) plantas que inicialmente

apresentam o hábito terrestre, desenvolvendo-se de modo escandente e cujos caules

morrem gradualmente e perdem sua conexão com o solo, tornando-se epífita. Putz &

Holbrook (1986) denominou essas duas categorias como hemiepífitas primárias e

secundárias respectivamente.

Page 104: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

104

Na análise feita para a flora de Macaé de Cima, Vieira & Vaz (1994) consideraram

três fases de desenvolvimento para hemiepífitas primárias: (a) epifítica, que abrange desde

a germinação do indivíduo até a implantção das raízes ao solo; (b) estranguladora, que

inclui a fase terrestre, quando se observam as raízes em alça que abraçam o caule do

hospedeiro, podendo ou não causar sua morte e (c) arbórea, que abrange a fase terrestre

posterior, em que o indivíduo tornou-se independente de suporte, sendo confirmada através

de vestígios remotos da presença do hospedeiro.

Na flora do PEST as hemiepífitas têm pequena representatividade (1,8%), com 16

espécies, 6 gêneros e 2 famílias. Dessas, apenas 1 espécie foi classificada como hemiepífita

primária, Dyssochroma viridiflora, coletada no Alto Mourão. Essa planta também pode ser

encontrada na natureza nas formas arbustiva e arbórea. As demais espécies são hemiepífitas

secundárias, todas da família Araceae com 15 espécies e 5 gêneros. Philodendron é o

gênero que apresenta maior riqueza de espécies (9 spp.), sendo essas consideradas

ornamentais por Lopes et al. (2004) em análise feita para plantas do Alto Mourão. Tem

distribuição tipicamente Neotropical, com grande diversidade nas florestas tropicais,

podendo ocorrer também em áreas brejosas e afloramentos rochosos (Coelho 2000). Dentre

as Araceae a espécie com maior distribuição no PEST é Monstera adansonii var.

klotzschiana e a mais restrita é Heteropsis rigidifolia, coletada apenas numa localidade do

Morro do Cordovil. Também foram encontrados mais 2 espécies de Anthurium (A.

intermedium e A. parasiticum) e Syngonium vellozianum.

PARASITAS

A forma de vida menos representativa é a parasita. Nessa categoria foram registradas

3 espécies: 1 Balanophoraceae (Lophophytum mirabile subsp. mirabile) e 2 Loranthaceae

(Struthanthus marginatus e S. maricensis) consideradas hemiparasitas. L. mirabile é uma

planta saprófita, que segundo Hansen (1980) ocorre em florestas tropicais úmidas acima de

500 msm, contudo no PEST foi coletada no Morro do Telégrafo na localidade do Córrego

dos Colibris a cerca de 200 – 250 msm. Também já foi encontrado na restinga de Barra de

São João (D.S.D. Araujo comunicação pessoal). Essa planta normalmente cresce sobre

raízes de espécies de Leguminosae Mimosoideae, principalmente dos gêneros Inga,

Piptadenia e Enterolobium (Falcão 1975).

CONCLUSÃO

Page 105: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

105

A Serra da Tiririca apresenta uma elevada riqueza florística, representada por

1.029 espécies de Magnoliophyta. Contudo, parte dessa diversidade florística foi perdida

após anos de desmatamentos, ocupações irregulares e todas as formas de alterações das

condições originais. As principais famílias em com maior número de espécies seguem os

padrões da Mata Atântica, com destaque para Leguminosae, Rubiaceae, Myrtaceae,

Euphorbiaceae e Bromeliaceae. As espécies arbóreas predominam, porém as formas de

vida arbustiva, trepadeira e herbácea contribuem significativamente na composição da

diversidade local.

Agradecimentos Agradecemos aos taxonomistas do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Adriana Q. Lobão, Alexandre Quinet, Ângela Maria S.F. Vaz, Ariane Luna Peixoto, Berenice Chiavegato, Bruno Resende Silva, Cláudio Nicoletti Fraga, Fábio França, Elsie F. Guimarães, João Marcelo A. Braga, Haroldo C. de Lima, Lúcia d’Ávila de Carvalho, Luciana Tachigali, Marcelo C. Souza Marcus A. Nadruz Coelho, Maria de Fátima Freitas, Mássimo G. Bovini, Michel João Pereira Barros, Ronaldo Marquete, Sheila Profice, Robson Dias e Vidal Mançano. Além de taxonomistas de outras instituições de pesquisas brasileiras e extrangeiras André Amorim, Arline B. de Souza, Carlos Henrique Reif, Carine Garcia Quinet, Daniela Zappi, Genise V. Somner, Ivete Silva, João Pedro Carauta, Jorge Fontella, José Rubens Pirani, Luci Senna, Luiz José Soares Pinto, Maria Célia Vianna, Mário Gomes, Marccus Alves, Marcos Sobral e Roberto Lourenço Esteves pela identificação e/ou confirmação do material coletado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Andreata, R.H.; Gomes, M. & Baumgratz, J.F. 1997. Plantas herbáceo-arbustivas terrestres da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H.C. & Guedes-Bruni, R.R. (eds) Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: p. 65–73. Araujo, D.S.D. 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 169p. Araujo, D.S.D. & Henriques, R.P.B. 1984. Análise florística das restingas do estado do Rio de Janeiro. In: Lacerda, L.D.; Araujo, D.S.D.; Cerqueira, R. & Turcq, B. (eds) Restingas: Origem, Estrutura, Processos. Niterói: CEUFF: p. 159-193. Araujo, D.S.D.; Lima, H.C.; Farág, P.R.C.; Lobão, A.Q.; Sá, C.F.C. & Kurtz, B.C. 1998. O centro de diversidade vegetal de Cabo Frio: Levantamento preliminar da flora. In: Simpósio de Ecossistemas Costeiros: Conservação. 4. Águas de Lindóia. Anais... ACIESP. 104(3): p. 147–157. Araujo, D.S.D. & Vilaça, A.M.N. 1981. Avaliação da cobertura vegetal remanescente de Itaipu. In: Kneip, L.M.; Pallestrini, L. & Cunha, F.L.S. (eds) Pesquisas Arqueológicas no Litoral de Itaipu. Rio de Janeiro: VEPLAN Companhia de Desenvolvimento Territorial: p. 27–46.

Page 106: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

106

Arruda, R.C.O. 1994. Anatomia foliar de Trilepis lhotzkiana Nees. e Trilepis ciliatifolia T. Koyama (Cyperaceae). Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 119p. Benzing, D.H. 1983. Vascular epiphytes: A survey with special reference to their interactions with other organisms. In: Suton, S.L.; Whitmore, T.C. & Chadwick, A.C. (eds) Tropical rainforest: Ecology and management. Brit. Ecol. Soc. Special Pub. Ser. (2): p. 11–24. Borgo, M.; Silva, M. & Petean, M.P. 2002. Epífitos vasculares em um remanescente de floresta estacional semidecidual, Município de Fênix, PR, Brasil. Acta Biologica Leopoldinensia 24: 121–130. Brade, A.C. 1956. A flora do Parque Nacional de Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 5: 07–85. Braz, D.M.; Moura, M.V.L.P. & Rosa, M.M.T. 2004. Chave de identificação para espécies de Dicotileôneas arbóreas da Reserva Biológica de Tinguá, RJ, com base em caracteres vegetativos. Acta Botanica Brasilica 18(2): 225–240. Brummit, R.K. & Powell, C.E. 1992. Authors of plants names. Royal Botanic Gardens, Kew. 732 p. Cervi, A.C. & Borgo, M. 2007. Epífitos vasculares no Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (Brasil). Levantamento preliminar. Fontqueria 55(51) 415 – 422. Christenson, E. 2004. Orchidaceae. In: Mori, S.A.; Henderson, A.; Stevenson, D.W. & Scott, N.H. (eds) Flowering plants of the neotropics. Princeton and Oxford, Princeton University Press. p. 465–468. Coelho, M.A.N. 2000. Philodendron Schott (Araceae): Morfologia e taxonomia das espécies da Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 51(78/79): 21–68. Cordeiro, S.Z. 2005. Composição e distribuição herbácea em três áreas com fisionomias distintas na Praia do Peró, Cabo Frio, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19(4): 679–693. Costa, A.F. & Dias, I.C.A. 2001. Flora do Parque Nacional de Jurubatiba e arredores, Rio de Janeiro, Brasil: Listagem, florística e fitogeografia. Angispermas, pteidófitas e algas continentais. Museu Nacional. Série Livros 8. 200p. Cronquist, A. 1988. The evolution and classification of flowering plants. 2º edição. New York Botanical Garden, New York. 556p. Falcão, W.F.A. Balanoforáceas. In: Reitz, P.R. Flora Ilustrada Catarinense. 43p. Farág, P.R.C. 1999. Estrutura do estrato arbóreo de mata litorânea semicaducifolia sobre solo arenoso no Município de Búzios, RJ. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, PPGE. 92p.

Page 107: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

107

Fernandes, D.S. & Sá, C.F.C. 2000. Estudo florístico preliminar das restingas remanescentes de Armação de Búzios, RJ In: Simpósio de Ecossistemas Costeiros: Conservação. 5. Vitória. Anais... ACIESP 109(3): p. 57–65. Fontoura, T.; Costa, A. & Wendt, T. 1991. Preliminary checklist of the bromeliaceae of Rio de Janeiro state, Brazil. Selbyana 12: 05–45. Fontoura, T.; Sylvestre, L.S.; Vaz, A.M.S.F. & Vieira, C.M. 1997. Epífitas vasculares e hemiepífitas e hemiparasitas da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H.C. & Guedes-Bruni, R.R. (eds) Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: p. 89–101. Forero, E. & Gentry, A.H. 1988. Neotropical plant distribution patterns with emphasis on northwerstern South America: A preliminary overview. In: Vanzolini, P.E. & Heyer, W.R. (eds) Proceedings of a Workshop on Neotropical distribution patterns. Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro. p. 21–37. Gentry, A.H. 1982. Patterns of Neotropical plant species diversity. Evolutionary Biology 15: 1–84. Gentry, A.H. 1988. Changes in plant community diversity and floristic composition on environment and geographical gradients. Annals of Missouri Botanical Garden 75: 1–34. Gentry, A.H. 1995. Diversity and floristic composition of neotropical dry forest. In: Bullock, S.H., Mooney, H.A. & Medina, E. (eds) Seasonally dry tropical forest. Cambridge University Press. p. 146–194. Gentry, A.H. & Dodson, C.H. 1987a. Contribution of nontrees to species richness of tropical rain forest. Biotropica 19 (2): 148–156. Gentry, A.H. & Dodson, C.H. 1987b. Diversyty and biogeography of neotropical vascular epiphytes. Annals of Missouri Botanical Garden 74: 205–233. Giulietti, A.M. et al. 2005. Biodiversity and conservation of plants in Brazil. Conservation Biology 19(3): 632–639.

Gomes, M. 1996. Rubiaceae. In: Lima, H.C. & Guedes-Bruni, R.R. (eds) Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ: Aspectos florísticos das espécies vasculares. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro 2: p. 344-426. Gonçalves, C.N. & Waechter, J.L. 2003. Aspectos florísticos e ecológicos de epífitos vasculares sobre figueiras isoladas no norte da planície costeira do Rio Grande do Sul. Acta Botanica Brasilica 17(1): 89–100. Guedes-Bruni, R.R. 1998. Composição, estrutura e similaridade de dossel em seis unidades fisionômicas de Mata Atlântica no Rio de Janeiro. Tese. (Doutorado em Botânica). Universidade de São Paulo. 231p. Guedes-Bruni, R.R. & Peixoto, A.L. 2003. Diversidade florística e conservação da Mata Atlântica no Rio de Janeiro. In: Jardim, A.G.J.; Bastos, M.N.C. & Santos, J.U.M. Desafios da Botânica brasileira no novo milênio: Inventário, sistematização e conservação da

Page 108: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

108

diversidade vegetal. Sociedade Botânica do Brasil. Congresso Nacional de Botânica. 54. p. 195-97. Hansen, B. 1980. Balanophoraceae. Flora Neotropica. Monograph 23, New York, New York Botanical Garden. 80p. Kelly, D.L. 1985. Epiphytes and climbers of a Jamaican rain forest: vertical distribution life forms and life histories. Journal of Biogeography 12: 223–241. Kissmann, K.G. 1997. Plantas infestantes e nocivas. Tomo I: Plantas inferiores e monocotiledôneas. 2º edição. Ed. BASF, São Bernardo do Campo. 823p. Kissmann, K.G. & Groth, D. 1999. Plantas infestantes e nocivas. Tomo II: Plantas dicotiledôneas por ordem alfabética de famílias. Acanthaceae a Fabaceae. 2º edição. Ed. BASF, São Bernardo do Campo. 978p. Kissmann, K.G. & Groth, D. 1995. Plantas infestantes e nocivas. Tomo III: Plantas dicotiledôneas de Geraniaceae e Verbanaceae. 1º edição. Ed. BASF, São Bernardo do Campo. 683p. Leme, E.M.C. & Rezende, B.S. 2001. Two apple green new species from southearstern, Brazil. Journal of the Bromeliad Society 51(4): 147–53. Lima, H.C. 2000. Leguminosas arbóreas da Mata Atlântica: Uma análise da riqueza, padrões de distribuição geográfica e similaridades florísticas em remanescentes florestais do Estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 151p. Lima, H.C. 2008. Reserva Biológica do Tinguá. Lista de espécies vasculares [on line]. Disponível na internet via http//:jbrj.gov.br/pesquisa/reservatingua/listaespecies. Arquivo capturado em 02 de janeiro de 2008. Lima, H.C. & Guedes-Bruni, R.R. 1997. Plantas vasculares da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H.C. & Guedes-Bruni, R.R. (eds) Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: p. 315-345. Lima, H.C.; Lima, M.P.M.; Vaz, A.M.S.F. & Pessoa, S.V.A. 1997. Trepadeiras da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H.C. & Guedes-Bruni, R.R. (eds) Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: p. 75–87. Lima, H.C.; Morim, M.P.; Guedes-Bruni, R.R.; Sylvestre, L.S.; Pessoa, S.V.A.; Silva-Neto, S.V.A.; Quinet, A.; Guimarães, E.F. & Mansano, V. 2008. Reserva Biológica de Poço das Antas. Lista de espécies vasculares [on line]. Disponível na internet via http://graziela.jbrj.gov.br/pesquisa/pma/macaedecima/checklist/Lista_Plantas_vasculares_apresentação.htm. Arquivo capturado em 02 de janeiro de 2008. Lima, H.C.; Pessoa, S.V.A.; Guedes-Bruni, R.R.; Moraes, L.F.D.; Granzotto, S.V.; Iwamoto, S. & Ciero J.D. 2006. Caracterização fisionômico-florística e mapeamento da

Page 109: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

109

vegetação da Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 57(3): 369–389. Lima, M.P.M. & Guedes-Bruni, R.R. 1994. Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 1. 404p. Lima, M.P.M. & Guedes-Bruni, R.R. 1996. Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2. 465 p. Lopes, R.C. 1992. Plantas medicinais e outras utilidades do Morro Alto Moirão, Itaipuaçu, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas). Universidade Santa Úrsula. 170p. Lopes, R.C. & Andreata, R.H.P. 1989. Plantas medicinais do Pico do Alto Moirão I. Eugeniana 16: 1-9. Lopes, R.C. & Andreata, R.H.P. 1990. Plantas medicinais do Pico do Alto Moirão II. Eugeniana 17: 15-21. Lopes, R.C. & Andreata, R.H.P. 1991. Plantas medicinais do Alto Moirão III. Eugeniana 18: 21 - 30. Lopes, R.C. & Andreata, R.H.P. 1992. Plantas medicinais do Alto Moirão IV. Eugeniana 19: 1-8. Lopes, R.C.; Coelho, M.A.N. & Andreata, R.H.P. 2004. Plantas ornamentais ocorrentes na Mata Atlântica do Morro Alto Mourão, Niterói / Maricá, Rio de Janeiro. Publicações Avulsas do Museu Nacional (102): 3–14. MacQueen, J. & MacQueen, B. 1993. Orchids of Brazil. Timber Press, Portland, Oregon. 200p. Marquete, R.; Valente, M.C.; Marquete, N.; Guimarães, E.F.; Marquete, O.; Giordano, L.C.S.; Vaz, A.M.S.F.; Quinet, A.; Silva, C.N.A.; Macedo, P.B.; Mynssen, C.; Pinto, C.G.; Pinheiro, F.C.; Garcia, R.O. & Medeiros, E.S. 2001. Checklist das espécies ocorrentes nas áreas do entorno do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pteridófitas e Angiospermas. Bradea 8(37): 227–258. Marques, M.C.M. 1997. Mapeamento da cobertura vegetal e listagem das espécies ocorrentes na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, Município de Parati, RJ. Série Estudos e Contribuições. Jardim Botânico do Rio de Janeiro (13): 96 p. Marques, M.C.M.; Vaz, A.S.F. & Marquete, R. 1997. Flórula da APA Cairuçu, Parati, RJ: Espécies vasculares. Série Estudos e Contribuições. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (14): 576p. Mattos, C.C.L.V; Mattos, M.D.L.V. & Laroche, R.C. 1976. Aspecto do clima e da flora do Parque Nacional da Tijuca. Brasil Florestal 7(25): 3–12.

Page 110: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

110

Meirelles, S.T. 1990. Ecologia da vegetação de afloramentos rochosos no litoral sudeste. Campinas. Dissertação (Mestrado em Ecologia) Universidade Estadual de Campinas. 250p. Meirelles, S.T.; Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, and the need for its protection. Envirommental Conservation 26(1): 10–20. Missouri Botanical Garden. http://www.mobot.org/tropicos. Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a Janeiro de 2008. New York Botanical Garden. http://www.nybg.org. Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a Janeiro de 2008. Oliveira-e-Silva, M.I.M.N. 2002. Levantamento Taxonômico das Criptógamas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, RJ. Relatório Científico, FAPERJ. 37p. Oliveira-Filho, A.T. & Fontes, M.A.L. 2000. Patterns of floristc differentiation among Atlantic Forest in southeastern Brazil and the influence of climate. Biotropica 32(4b): 793–810. Oliveira, R.R. & Araujo, D.S.D. 1988. Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul (Ilha Grande, Estado do Rio de Janeiro): Lista preliminar da flora. Acta Botanica Brasilica 1 (2): 112–122. Oliveira, R.R. & Costa, E. 1985. Levantamento florístico do Camorim: Dados preliminares. Atas da Sociedade Botânica do Brasil, secção RJ 3(2): 9-13. Peixoto, G.L.; Martins, S.V.; Silva, A.F. & Silva, E. 2004. Composição florística do componente arbóreo de um trecho de floresta atlântica na Área de Proteção Ambiental da Serra da Capoeira Grande, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18(1): 151–160. Pinheiro, F.C. 1999. Orchidaceae do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, RJ. Dissertação. (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 122p. Pinto, L.J.S. 2004. Euphorbiaceae Juss. no Parque Estadual da Serra da Tiririca e

Arredores, Municípios de Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil. Dissertação (Mestrado

em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 186p.

Polhill, R.M.; Raven, P.H & Stirton, C.H. 1981. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: Polhill, R.M. & Raven, P.H. (eds) Advances in legume systematics, part 1. Kew: Royal Botanical Garden. p. 1-26. Putz, F.E. & Holbrook, M.N. 1986. Notes on the natural history of hemiepiphytes. Selbyana 9: 61–69. Quinet, A. 2005. Sinopse taxonômica da família Lauraceae no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19(3): 563-572.

Page 111: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

111

Reinert, F. & Meirelles, S.T. 1993. Water aquisition strategy shifts in the heterophylous saxicolous bromeliad Vriesea geniculata (Wawra) Wawra. Selbyana 14: 80-88. Ribeiro, M.L.R.C.; Santos, M.G. & Moraes, M.G. Leaf antomy of two Anemia Sw. species (Schizaeaceae – Pteridófita) from a rocky outcrop in Niterói, Rio de Janeiro, Brazil. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 695-702. Rizzini, C.T. 1953/54. Flora Organensis. Lista preliminar dos cormophyta da Serra dos Órgãos. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 117–246. Rodrigues, H.C. 1996. Composição florística e estrutura fitossociológica de um trecho de Mata Atlântica na Reserva do Tinguá, Nova Iguaçu, RJ. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 94p. Rodrigues, P.J.F. 2004. A vegetação da Reserva União e os efeitos de borda na Mata Atlântica fragmentada. Tese (Doutorado). Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes. 153p. Royal Botanic Garden at Kew. http://www.ipni.org. Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a Janeiro de 2008. Sá, C.F.C. 1992. A vegetação da restinga de Ipitangas, Reserva Ecológica de Jacarepiá, Saquarema (RJ). Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 31: 87-102. Sá, C.F.C. 2006. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas – Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 250p. Santos, L.A.F. & Lima, J.P.C. 1998. Potencial florístico do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Floresta e Ambiente 5(1): 43–49. Santos, M.G. et al. 2005. Cianogênese em esporófito de pteridófitas avaliada pelo teste do ácido pícrico. Acta Botanica Brasilica 19(4): 783–788. Santos, M.G. & Sylvestre, L.S. 2006. Aspectos florísticos e econômicos das pteridófitas de um afloramento rochoso do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20(1): 115–124. Santos, N. 1976. Plantas existentes no Parque Nacional da Tijuca. Brasil Florestal 26(1): 54–68. Silva, J.G. & Somner, G.V. 1989. A vegetação de restinga no Município de Maricá, RJ. Acta Botanica Brasilica 3(2): 253–272. Siqueira, M.F. 1994. Análise florística e ordenação de espécies arbóreas na mata atlântica através de dados binários. Dissertação (Mestrado em Botânica). UNICAMP, Deptº de Botânica. 143p.

Page 112: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

112

Solórzano, A. 2006. Composição florística e estrutura de dois trechos de floresta ombrófila densa submontana no Parque Estadual da Pedra Branca, RJ. (Mestrado em Botânica) Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 140p. Sousa, L.O.F.; Silva, B.R. & Sousa, R.C.O.S. 2003. Hohenmea, a new natural intergeneric hybrid in the Bromelioideae. Journal of the Bromeliad Society 53(2): 71–76. Souza, V.C. & Lorenzi, H. 2005. Botânica Sistemática. Guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa: Ed. Plantarum. 640 p. Ule, E.A. 1967. A vegetação de Cabo Frio. Boletim Geográfico (200): 21–32. Vaz, A.M.S.F. 1992. Diversidade de plantas vasculares da floresta atlântica do Rio de Janeiro. Boletim do Museu Biológico. Mello Leitão 1: 77–82. Veloso, H.P. 1945. As comunidades e estações botânicas de Teresópolis, estado do Rio de Janeiro. Boletim do Museu Nacional, Série Botânica (3): 1-95. Vieira, C.M. & Vaz, A.M.S.F. 1994. Espécies de hemiepífitas primárias ocorrentes na floresta atlântica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 23: 31–38. Waechter, J.L. 1986. Epífitos vasculares da mata paludosa do Faxinal, Torres, Rio Grande do Sul, Brasil. Ilheringia. Série botânica 34: 39–49. Waechter, J.L. 1998. Epifitismo vascular em uma floresta de restinga do Brasil subtropical. Revista Ciência e Natura 20: 43–66.

Page 113: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

113

ANEXO I

Listagem de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil.

FAMÍLIAS ESPÉCIES HÁBITOACANTHACEAE (12/15) Aphelandra longiflora (Lindl.) Profice Erva Aphelandra prismatica (Vell.) Hieron. Erva Chamaeranthemum beyrichii Nees Erva Geissomeria cincinnata Nees Erva Herpetacanthus rubiginosus Nees Erva Justicia beyrichii (Nees) Lindau Erva Justicia brasiliana Roth Erva Justicia plumbaginifolia J. Jacq. Erva Lepidagathis nemoralis (Nees) Kameyana Erva Mendoncia velloziana (Mart.) Nees Trepadeira Orthotactus fulvohirsutus Rizzini Erva Pachystachys spicata (Ruiz et Pavon) Wassh. Erva Ruellia solitaria Vell. Erva Schaueria calycotricha (Link & Otto) Nees Erva Stenandrium mandioccanum Nees Erva AGAVACEAE (1/1) Furcraea gigantea Vent. Erva ALSTROEMERIACEAE (2/2) Alstroemeria caryophyllaea Jacq. Erva Bomarea edulis (Tussac) Herb. TrepadeiraAMARANTHACEAE (3/4) Celosia grandifolia Moq. Erva Chamissoa altissima (Jack.) Kunth Trepadeira Chamissoa macrocarpa Kunth Trepadeira Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze TrepadeiraAMARYLLIDACEAE (1/2) Hippeastrum reginae (L.) Herb. Erva Hippeastrum reticulatum (L.Hér.) Herb. Erva ANACARDIACEAE (5/9) Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. Árvore Astronium glaziovii Mattick Árvore Astronium gracile Endl. Árvore Astronium graveolens Jacq. Árvore Myracrodruon urundeuva Allemão Árvore Schinus terebinthifolius Raddi Árvore Spondias mombin L. Árvore Spondias venulosa Mart. ex Engl. Árvore

Tapirira guianensis Aubl. Árvore

Page 114: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

114

ANNONACEAE (4/6) Annona acutifolia Mart. Árvore Duguetia sessilis (Vell.) Maas Árvore Guatteria nigrescens Mart. Árvore Guatteria reflexa R.E.Fr. Arbusto Rollinia emarginata Schltdl. Árvore Rollinia parviflora A. St. Hil. Árvore APOCYNACEAE (9/15) Aspidosperma gomezianum A.DC. Árvore Aspidosperma parvifolium A.DC. Árvore Condylocarpon isthmicum (Vell.) A. DC. Trepadeira Forsteronia pilosa (Vell.) Müll. Arg. Trepadeira Forsteronia thyrsoidea (Vell.) Müll. Arg. Trepadeira Geissospermum laeve (Vell.) Miers Árvore Malouetia arborea (Vell.) Miers Árvore Mandevilla crassinoda (Gardner) Woodson Trepadeira Mandevilla guanabarica Cassareto ex M.F. Salles, Kin-Gouw. & A.O.

Simões Trepadeira

Peltastes peltatus (Vell.) Woodson Trepadeira Prestonia coalita (Vell.) Woodson. Trepadeira Prestonia denticulata (Vell.) Woodson Trepadeira Prestonia didyma (Vell.) Woodson Trepadeira Tabernaemontana histrix Steud. Árvore Tabernaemontana laeta Mart. Árvore ARACEAE (6/25) Anthurium comtum Schott Erva Anthurium coriaceum G. Don Erva Anthurium harrisii (Grah.) Enoll. Erva Anthurium intermedium Kunth Hemiepíf Anthurium luschnathianum Kunth Erva Anthurium maximiliani Schott Erva Anthurium minarum Sakuragui et Mayo Erva Anthurium parasiticum (Vell.) Stellfeld. Hemiepífita Anthurium pentaphyllum (Aubl.) G. Don. Hemiepífita Anthurium scandens (Aubl.) Engl. Erva Anthurium sucrei G.M. Barroso Erva Anthurium validinervium Engl. Erva Asterostigma lombardii E.G. Gonçalves Erva Heteropsis rigidifolia Engl. Hemiepífita

Monstera adansonii var. klotzschiana (Schott) Madison Hemiepífita Philodendron bipennifolium Schott Hemiepífita Philodendron corcovadense Kunth Hemiepífita Philodendron cordatum Kunth ex Schott Hemiepífita Philodendron crassinervium Lindl. Hemiepífita Philodendron ochrostemon Schott Hemiepífita Philodendron ornatum Schott Hemiepífita Philodendron pedatum (Hook.) Kunth Hemiepífita Philodendron propingium Schott Hemiepífita Philodendron speciosum Schott ex Engl. Hemiepífita Syngonium vellozianum Schott HemiepífitaARALIACEAE (2/2) Dendropanax monogynus (Vell.) Seem. Arbusto Schefflera succinea Frodin & Fiaschi Árvore ARECACEAE (7/8) Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret Árvore Attalea humilis Mart. Erva Bactris caryotifolia Mart. Árvore Bactris setosa Mart. Árvore Desmoncus polycanthos Mart. var. polycanthos Trepadeira

Page 115: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

115

Euterpe edulis Mart. Árvore Geonoma elegans Mart. Árvore Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Árvore ARISTOLOCHIACEAE (1/4) Aristolochia cymbifera Mart. et Zucc. Trepadeira Aristolochia odora Steud. Trepadeira Aristolochia raja Mart. et Zucc. Trepadeira Aristolochia rumicifolia Mart. et Zucc. var. oblonga TrepadeiraASCLEPIADACEAE (5/6) Ditassa burchellii Hook. et Arn. Trepadeira Macroditassa grandiflora (E. Fourn.) Malme Trepadeira Marsdenia loniceroides E. Fourn. Trepadeira Marsdenia suberosa (E. Fourn.) Malme Trepadeira Oxypetalum banksii Schult. subsp. banksii Trepadeira Peplonia riedelii (E. Fourn.) Fontella & Rapini TrepadeiraASTERACEAE (18/25) Baccharis serrulata (Lam.) Pers. Erva Barlettina hemisphaerica (DC.) R.M. King & H. Robinson Erva Barrosoa apiculata (Gardn.) R.M. King & H. Robinson Erva Barrosoa organensis (Gardn.) R.M. King & H. Robinson Erva Campuloclinium macrocephalum (Less.) DC. Erva Chromolaena odorata (L.) R.M. King & H. Robinson Erva

Delilia biflora (L.) Kuntze Erva Eupatorium odoratum L. Erva Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Árvore Hebeclinium macrophyllum (L.) DC. Erva Heterocondylus vitalbae (DC.) R.M. King & H. Robinson Erva Idiothamnus pseudorgyalis R.M. King & H. Robinson Erva Koanophyllon tinctorium Arruda ex H. Kost. Trepadeira Mikania hastifolia Baker Trepadeira Praxelis clematidea (Griseb.) R.M. King & H. Robinson Erva Tilesia baccata (L.) Pruski Erva Trixis antimenorrhoea (Schrank) Kuntze Erva Vernonia brasiliensis (Spreng.) Less. Erva Vernonia cinerea (Less.) Less. Erva Vernonia megaphylla Hieron Arbusto Vernonia muricata DC. Erva Vernonia persicifolia Desf. Erva Vernonia rupestris Gardner Árvore Vernonia serrulata (Lam.) Pers. Erva Youngia japonica (L.) DC. Erva BALANOPHORACEAE (1/1) Lophophytum mirabile Schott et Endl. var. mirabile. Saprófita BEGONIACEAE (1/5) Begonia hirtella Link Erva Begonia maculata Raddi Erva Begonia reniformis Dryander Erva Begonia salicifolia A. DC. Erva Begonia tomentosa Schott Erva BIGNONIACEAE (16/29) Adenocalymma bracteatum (Cham.) DC. Trepadeira Adenocalymma marginatum (Cham.) DC. Trepadeira Adenocalymma paulistarum Bureau & K. Schum. Trepadeira Adenocalymma subsessilifolium DC. Arbusto Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche Trepadeira Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K. Schum. Trepadeira Anemopaegma prostratum DC. Trepadeira Arrabidaea conjugata (Vell.) Mart. Trepadeira Arrabidaea leucopogon (Cham.) Sandwith Trepadeira Arrabidaea rego (Vell.) DC. Trepadeira

Page 116: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

116

Arrabidaea selloi (Spreng.) Sandwith Trepadeira Arrabidaea subincana Mart. Trepadeira

Clytostoma binatum (Thunb.) Sandwith Trepadeira Clytostoma sciuripabulum Bureau & K. Schum. Trepadeira Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Árvore Glaziovia bauhinioides Bureau ex Baill. Trepadeira Jacaranda jasminoides (Thunb.) Sandwith Arbusto Jacaranda micrantha Cham. Árvore Lundia cordata (Vell.) A. DC. Trepadeira Mansoa difficilis (Cham.) Bureau & K. Schum. Trepadeira Mansoa lanceolata (DC.) A.H. Gentry Trepadeira Parabignonia unguiculata (Vell.) A.H. Gentry Trepadeira Pithecoctenium crucigerum (L.) A.H. Gentry Trepadeira Sparattosperma leucanthum (Vell.) K. Schum. Árvore Stizophyllum perforatum (Cham.) Miers Trepadeira Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Standl. Árvore Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Árvore Tynanthus micranthus Correa de Mella ex K. Schum. Trepadeira Xylophragma pratense (Bureau & K. Schum.) Sprague TrepadeiraBOMBACACEAE (5/8) Bombacopsis glabra (Pasq.) A. Robyns Árvore Bombacopsis stenopetala (Casar.) A. Robyns Árvore Ceiba crispiflora (Kunth) Ravenna Árvore Ceiba erianthos (Cav.) K. Schum. Arbusto Ceiba insignis (K. Schum.) P.E. Gibbs & Semir Árvore Eriotheca pentaphylla (Vell.) A. Robyns Árvore Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns Árvore Quararibea turbinata (Sw.) Poir. Arbusto BORAGINACEAE (2/13) Cordia aberrans Johnst. Árvore Cordia curassavica (Jacq.) Roem. & Schult. Arbusto Cordia guazumaefolia (Desv.) Roem. & Schult. Arbusto Cordia magnoliifolia Cham. Árvore Cordia ochnacea DC. Árvore Cordia superba Cham. Árvore Cordia taguahyensis Vell. Árvore Cordia trichoclada DC. Árvore Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. Árvore Tournefortia bicolor Sw. Arbusto Tournefortia gardneri A. DC. Trepadeira Tournefortia paniculata Vent. Arbusto

Tournefortia salicifolia A. DC. Arbusto BROMELIACEAE (14/41) Aechmea fasciata (Lindl.) Baker var. fasciata Erva Aechmea floribunda Mart. ex Schult. f. Erva Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. var. nudicaulis Erva Aechmea organensis Wawra Erva Aechmea purpureo-rosea (Hook.) Wawra Erva Aechmea ramosa var. ramosa Mart. ex Schult. f. Erva Aechmea sphaerocephala Baker Erva Alcantarea glaziouana (Lemaire) Leme Erva Billbergia amoena (Lodd.) Lindl. Erva Billbergia iridifolia (Nees & Mart.) Lindl. Erva Billbergia pyramidalis (Sims.) Lindl. var. pyramidalis Erva Billbergia zebrina (Herbert) Lindl. Erva Bromelia antiacantha Bertoloni Erva Cryptanthus acaulis (Lindl.) Beer Erva

Page 117: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

117

Edmundoa lindenii (Regel) Leme Erva X Hohemea itaipuana B.R. Silva & L.O.F. Sousa Erva Hohenbergia augusta (Vell.) E. Morren Erva Neoregelia abendrothae L.B. Smith Erva Neoregelia ampullacea (E. Morren) L.B. Smith Erva Neoregelia cruenta (R. Graham) L.B. Smith Erva Neoregelia sapiatibensis E. Pereira & L.A. Pereira Erva Nidularium sp. Erva Pitcairnia albiflos Herbert Erva Pitcairnia flammea Lindl. Erva Pitcairnia staminea Loddiges Erva Pseudoananas sagenarius (Arruda da Câmara) Camargo Erva Quesnelia liboniana (De Longhe) Mez Erva Tillandsia araujei Mez Erva Tillandsia dura Baker Erva Tillandsia gardneri Lindl. Erva Tillandsia geminiflora Brongniart Erva Tillandsia recurvata (L.) L. Erva Tillandsia stricta Soland. var. stricta Erva Tillandsia usneoides (L.) L. Erva Vriesea botafogensis Mez Erva Vriesea costae E. Leme & B. Rezende Erva

Vriesea eltoniana Pereira & Ivo Erva Vriesea flamea L.B. Smith Erva Vriesea neoglutinosa Mez Erva Vriesea procera (Mart. ex Schult. f.) Wittm. Erva Vriesea psittacina (Hook.) Lindl. Erva BURSERACEAE (1/1) Protium widgrenii Engl. Árvore CACTACEAE (9/16) Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berg. Arbusto Coleocephalocereus fluminensis (Miq.) Backeb Erva Epiphyllum phyllanthus (L.) Haw. Erva Hylocereus setaceus (Salm-Dyck) R. Bauer Erva Lepismium cruciforme (Vell.) Miquel Erva Lepismium grandiflora (Haw.) Backeb. Erva Opuntia monacantha Haw. Erva Pereskia aculeata Mill. Trepadeira Pereskia grandiflora Pfeiff. subsp. grandiflora Árvore Pilosocereus arrabidae (Lem.) Byles ex G.D. Rowley. Erva Rhipsalis cereoides (Backeb & Voll.) Backeb. Erva Rhipsalis lindbergiana K. Schum. Erva Rhipsalis mesembryanthemoides Haworth Erva Rhipsalis oblonga Loefgren Erva Rhipsalis paradoxa (Salm-Dyck ex Pfeiff.) Salm-Dyck subsp. paradoxa Erva Rhipsalis teres (Vell.) Steud. Erva CANNACEAE (1/1) Canna denudata Roscoe Erva CAPPARACEAE (4/6) Capparidastrum brasilianum (DC.) Hutch. Arbusto Capparis flexuosa (L.) L. Arbusto Capparis lineata Pers. Trepadeira Cleome dendroidea Schult. f. Arbusto Cleome diffusa Banks ex DC. Arbusto Crateva tapia L. Árvore CECROPIACEAE (2/3) Cecropia glaziovi Snethlage Árvore Cecropia lyratiloba Miquel Árvore Coussapoa curranii S.F. Blake Árvore

Page 118: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

118

CELASTRACEAE (1/5) Maytenus aquifolium Mart. Árvore Maytenus ardisiifolia Reissek Árvore Maytenus brasiliensis Mart. Árvore Maytenus communis Reiss. Árvore Maytenus commuta Reissek Árvore

CHRYSOBALANACEAE (1/2) Hirtella hebeclada Moric. ex DC. Árvore Hirtella triandra Sw. subsp. punctulata (Miq.) G.T. Prance Árvore CLUSIACEAE (4/7) Clusia criuva Cambess. Árvore Clusia fluminensis Planch. & Triana Árvore Garcinia brasiliensis Mart. Árvore Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi Árvore Kielmeyera membranacea Casar. Árvore Kielmeyera rizziniana Saddi Árvore Tovomita leucantha (Schltdl.) Planch. & Triana Árvore COMMELINACEAE (5/6) Dichorisandra hexandra (Aubl.) Standl. Erva Dichorisandra thyrsiflora J.C. Mikan Erva Gibasis geniculata (Jacq.) Rohweder Erva Siderasis fuscata (Lood.) Moore Erva Tradescantia zanonia (L.) Sw. Erva Tripogandra elongata (G. Mey) Woodson Erva CONNARACEAE (1/1) Connarus nodosus Baker TrepadeiraCONVOLVULACEAE (5/10) Evolvulus glomeratus Nees & Mart. Erva Evolvulus nummularius (L.) L. Erva Ipomoea daturaeflora Meissn. Trepadeira Ipomoea philomega (Vell.) House Trepadeira Ipomoea syringaefolia Meissner Trepadeira Ipomoea tiliacea (Willd.) Choisy Trepadeira Jaquemontia holosericea (Weinm.) O’Donell Trepadeira Jacquemontia martii Choisy Trepadeira Merremia umbellata (L.) Hallier f. Trepadeira Operculina macrocarpa (L.) Urb. TrepadeiraCOSTACEAE (1/1) Costus spiralis (Jacq.) Roscoe var. spiralis Erva CRASSULACEAE (1/1) Kalanchoe crenata (Andrews) Haw. Erva CUCURBITACEAE (4/10) Cayaponia martiana Cogn. Trepadeira Cayaponia fluminensis (Vell.) Cogn. Trepadeira Cayaponia trifoliata (Cogn.) Cogn. Trepadeira Cayaponia trilobata Cogn. Trepadeira Fevillea trilobata L. Trepadeira Melothria cucumis Vell. var. cucumis Trepadeira Melothria fluminensis Gardner var. fluminensis Trepadeira Wilbrandia ebracteata Cogn. Trepadeira Wilbrandia glaziovii Cogn. Trepadeira

Wilbrandia verticillata (Vell.) Cogn. TrepadeiraCUNONIACEAE (1/1) Lamanonia ternata Vell. Árvore CYPERACEAE (7/11) Becquerelia cymosa Brongn. Erva Cyperus dichromennaeformis Kunth Erva Cyperus hermaphroditus (Jacq.) Standl. Erva Cyperus laxus Lam. Erva Cyperus pohlii (Nees) Steud. Erva Fimbristylis littoralis Gaudich. Erva Pleurostachys puberula Boeck. Erva Pleurostachys stricta Kunth Erva Rhynchospora exaltata Kunth. Erva Scleria secans (L.) Urb. Erva

Page 119: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

119

Trilepis lhotzkiana Nees ex Arn. Erva DICHAPETALACEAE (1/1) Stephanopodium sessile Rizzini Árvore DILLENIACEAE (1/1) Davilla rugosa Poir. TrepadeiraDIOSCOREACEAE (1/10) Dioscorea altissima Lam. Trepadeira Dioscorea cinnamomifolia Hook. & Griseb. Trepadeira Dioscorea coronata Hauman Trepadeira Dioscorea debilis Uline Trepadeira Dioscorea dodecaneura Vell. Trepadeira Dioscorea mollis Mart. Trepadeira Dioscorea ovata Vell. Trepadeira Dioscorea piperifolia Humb. & Bonpl. ex Willd. Trepadeira Dioscorea sinuata Vell. Trepadeira Dioscorea sp. TrepadeiraELAEOCARPACEAE (1/3) Sloanea garckeana K. Schum. Árvore Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. Árvore Sloanea monosperma Vell. Árvore ERYTHROXYLACEAE (1/4) Erythroxylum frangulifolium A. St. Hil. Árvore Erythroxylum gaudichaudii Peyr. Árvore Erythroxylum magnoliifolium A. St. Hil. Árvore Erythroxylum pulchrum A. St. Hil. Árvore EUPHORBIACEAE (22/42) Acalypha amblyodonta Müll. Arg. (Müll. Arg.) Arbusto Acalypha brasiliensis Müll. Arg. var. brasiliensis Arbusto Acalypha gracilis Müll. Arg. Arbusto Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax Arbusto Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg. Arbusto

Actinostemon echinatus Müll. Arg. Árvore Actinostemon verticillatus (Klotzsch) Baill. Arbusto Alchornea glandulosa subsp. iricurana (Casar.) Secco Árvore Algernonia brasiliensis Baill. Árvore Bernardia axillaris (Spreng.) Müll. Arg. Arbusto Croton celtidifolius Baill. Árvore Croton compressus Lam. Árvore Croton floribundus Spreng. Árvore Croton klotzschii (Didr.) Baill. Arbusto Croton lobatus L. Arbusto Croton urticifolius Lam. Arbusto Dalechampia alata Müll. Arg. Trepadeira Dalechampia brasiliensis Lam. Trepadeira Dalechampia convolvuloides Lam. Trepadeira Dalechampia micromeria Baill. Trepadeira Dalechampia pentaphylla Lam. Trepadeira Dalechampia triphylla Lam. Trepadeira Ditaxis simoniana Casar. Arbusto Euphorbia comosa Vell. Erva Euphorbia insulana Vell. Erva Jatropha gossypiifolia L. Arbusto Joannesia princeps Vell. Árvore Julocroton fuscescens (Spreng.) Baill. Arbusto Julocroton triqueter (Lam.) Didr. Arbusto Manihot leptopoda (Müll. Arg.) D.J. Rogers & Appan Arbusto Margaritaria nobilis L.f. Árvore Pachystroma longifolium (Nees.) I.M. Johnt. Árvore Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Árvore Pera leandri Baill. Árvore

Page 120: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

120

Romanoa tamnoides (A. Juss.) A. Radcliffe Smith Trepadeira Sapium glandulatum (Vell.) Pax. Árvore Sebastiania brasiliensis Spreng. Árvore Sebastiania gaudichaudii (Müll. Arg.) Müll. Arg. Arbusto Sebastiania nervosa Müll. Arg. Árvore Stillingia dichotoma Müll. Arg. Arbusto Tetraplandra leandri Baill. Árvore Tragia volubilis L. Trepadeira

FLACOURTIACEAE (4/9) Carpotroche brasiliensis (Raddi) Engl. Árvore Casearia commersoniana Cambess. Arbusto Casearia luetzelbergii Sleumer Árvore Casearia obliqua Spreng. Árvore Casearia oblongifolia Cambess. Árvore Casearia sylvestris Swartz Árvore Prockia crucis P. Browne ex L. Arbusto Xylosma ciliatifolia (Clos) Eichler Árvore Xylosma glaberrima Sleumer Árvore GESNERIACEAE (3/6) Codonanthe gracilis (Mart.) Hanstein Erva Paliavana prasinata (Ker-Gawl) Benth. Erva Sinningia aggregata (Ker-Gawl) Wiekler Erva Sinningia bulbosa (Ker-Gawl) Wiehler Erva Sinningia pusilla (Mart.) Baill. Erva Sinningia speciosa (Lood.) Hiern Erva HELICONIACEAE (1/4) Heliconia angusta Vell. Erva Heliconia episcopalis Vell. Erva Heliconia lacletteana Emygdio & Santos Erva Heliconia spathocircinata Aristeg. Erva HERRERIACEAE (1/1) Herreria salsaparilha Mart. TrepadeiraHIPPOCRATEACEAE (2/2) Hippocratea volubilis L. Trepadeira Salacia arborea (Leandro) Peyr. Árvore ICACINACEAE (2/2) Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard Arbusto Leretia cordata Vell. TrepadeiraIRIDACEAE (1/2) Neomarica candida (Hassl.) Sprague Erva Neomarica gracilis (Herb.) Sprague Erva LACISTEMATACEAE (1/2) Lacistema pubescens Mart. Árvore Lacistema serrulatum Mart. Árvore LAURACEAE (7/20) Aniba brittonii Mez Árvore Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez Árvore Cryptocarya moschota Nees & Mart. ex Nees Árvore Cryptocarya saligna Mez Árvore Endlicheria glomerata Mez Árvore Nectandra oppositifolia Nees Árvore Nectandra puberula (Schott) Nees Árvore Nectandra reticulata (Ruiz et Pavon) Mez Árvore Ocotea aniboides Mez Árvore

Ocotea brachybotrya (Meisn.) Mez Árvore Ocotea daphnifolia (Meisn.) Mez Árvore Ocotea diospyrifolia (Miesn.) Mez Árvore Ocotea elegans Mez Árvore Ocotea microbotrys (Meisn.) Mez Árvore Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Árvore Ocotea schotii (Miesn.) Mez Árvore Ocotea tenuiflora (Nees) Mez Árvore Phyllostemonodaphne geminiflora (Mez) Kosterm. Árvore

Page 121: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

121

Urbanodendron bahiense (Meiss.) Rohwer Árvore Urbanodendron verrucosum (Nees) Mez Árvore LECYTHIDACEAE (4/4) Cariniana legalis (Mart.) Kuntze Árvore Couratari pyramidata (Vell.) Knuth Árvore Eschweilera compressa (Vell.) Miers Arbusto Lecythis pisonis Camb. Árvore LEGUMINOSAE (39/85) Abarema cochliocarpus (Gomes) R.C. Barneby & J.W. Grimes Árvore Acosmium lentiscifolium Schott. Árvore Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record Árvore Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Árvore Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. Árvore Bauhinia forficata Link Árvore Bauhinia longifolia (Bong.) Steud. Árvore Bauhinia microstachya (Raddi) J.F. Macbr. Trepadeira Bauhinia radiata Vell. Trepadeira Caesalpinia echinata Lam. Árvore Caesalpinia ferrea Mart. Árvore Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides (Benth.) G.P. Lewis Árvore Camptosema isopetalum (Lam.) Taub. Trepadeira Canavalia parviflora Benth. Trepadeira Centrolobium tomentosum Guill. ex Benth. Árvore Centrosema sagittatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Brandeg. ex L. Riley Trepadeir Centrosema virginianum (L.) Benth. Trepadeira Chaetocalyx scandens (L.) Urb. Trepadeira Chamaecrista glandulosa var. brasiliensis (Vogel) H.S. Irwin & R.C.

Barneby Erva

Copaifera trapezifolia Hayne Árvore Crotalaria verrucosa L. Erva

Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Trepadeira Dalbergia lateriflora Benth. Trepadeira Dioclea violacea Mart. ex Benth. Trepadeira Diplotropsis incexis Rizzini & A. Mattos Trepadeira Exostyles venusta Schott ex Spreng. Árvore Galactia striata (Jacq.) Urb. Trepadeira Inga capitata Desv. Árvore Inga congesta T.D. Penn. Árvore Inga cordistipula Mart. Árvore Inga flagelliformis (Vell.) Mart. Árvore Inga lanceifolia Benth. Árvore Inga laurina (Sw.) Willd. Árvore Inga lenticellata Benth. Árvore Inga sellowiana Benth. Árvore Inga subnuda subsp. luschnathiana (Benth.) T.D. Penn. Árvore Lonchocarpus virgilioides (Vogel) Benth. Árvore Machaerium aculeatum Raddi Trepadeira Machaerium angustifolium Vogel Árvore Machaerium firmum Benth. Árvore Machaerium hirtum (Vell.) Stellf. Árvore Machaerium incorruptibile Allemão Árvore Machaerium lanceolatum (Vell.) J.F. Macbr. Trepadeira Machaerium leucopterum Vogel Árvore Machaerium oblongifolium Vogel Trepadeira Machaerium pedicellatum Vogel Árvore Machaerium reticulatum Pers. Trepadeira

Page 122: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

122

Mimosa arenosa (Willd.) Poiret. Árvore Mimosa artemisiana Heringer & Paula Árvore Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Árvore Mimosa caesalpiniifolia Benth. Árvore Mimosa extensa Benth. Arbusto Mimosa schomburgkii Benth. Árvore Mimosa velloziana Mart. Trepadeira Mucuna urens L. Trepadeira Ormosia arborea (Vell.) Harms Árvore Piptadenia adiantoides (Spreng.) J.F. Macbr. Trepadeira Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Árvore

Piptadenia paniculata Benth. Árvore Platymiscium floribundum Vogel Árvore Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P. Lima Árvore Pseudopiptadenia inaequalis (Benth.) Rauschert Árvore Pseudopiptadenia schumanniana (Taub.) Lewis & M. Lima Árvore Pterocarpus rohrii Vogel Árvore Pterogyne nitens Tul. Árvore Senegalia bahiensis (Benth.) Seigler & Ebinger Árvore Senegalia lacerans (Benth.) Seigler & Ebinger Trepadeira Senegalia martiusiana (Steud.) Seigler & Ebinger Trepadeira Senegalia mikanii (Benth.) Seigler & Ebinger Trepadeira Senegalia pteridifolia (Benth.) Seigler & Ebinger Trepadeira Senegalia velutina (DC.) Seigler & Ebinger Árvore Senegalia sp. 1 Trepadeira Senegalia sp. 2 Trepadeira Senna affinis (Benth.) H.S. Irwin & R.C. Barneby Arbusto Senna macranthera (Collad.) H.S. Irwin & R.C. Barneby var.

macranthera Árvore

Senna pendula (Willd.) H.S. Irwin & R.C. Barneby Arbusto Sophora tomentosa L. Arbusto Swartzia apetala Raddi var. apetala Árvore Swartzia langsdorffii Raddi Árvore Swartzia simplex var. grandiflora (Raddi) R.S. Cowan Árvore Teramnus volubilis Sw. Trepadeira Vigna adenantha (G. Mey) Maréchal, Mascherpa & Stainer Trepadeira Vigna speciosa (Kunth) Verdc. Trepadeira Zollernia glabra (Spreng.) Yakovlev Árvore Zornia latifolia Sm. Erva LOGANIACEAE (1/1) Strychnos acuta Progel TrepadeiraLORANTHACEAE (1/2) Struthanthus marginatus (Desr.) Blume Parasita Struthanthus maricensis Rizz. Parasita MALPIGHIACEAE (10/21) Amorimia rigida (A. Juss.) W.R. Anderson Trepadeira Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B. Gates Trepadeira Bunchosia maritima (Vell.) J.F. Macbr. Arbusto Byrsonima laxiflora Griseb. Árvore Heteropterys bicolor A. Juss. Trepadeira Heteropterys chrysophylla (Lam.) Kunth Trepadeira

Heteropterys fluminensis (Griseb.) W.R. Anderson Trepadeira Heteropterys leschenaultiana A. Juss. Trepadeira Heteropterys pauciflora A. Juss. Trepadeira Heteropterys sericea (Cav.) A. Juss. Trepadeira Heteropterys ternstroemiifolia A. Juss. Trepadeira Mascagnia sepium (A. Juss.) Griseb. Trepadeira

Page 123: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

123

Niedenzuella acutifolia (Cavanilles) W.R. Anderson Trepadeira Peixotoa hispidula A. Juss. Erva Stigmaphyllon auriculatum (Cav.) A. Juss. Trepadeira Stigmaphyllon gayanum A. Juss. Trepadeira Stigmaphyllon lalandianum A. Juss. Trepadeira Stigmaphyllon paralias A. Juss. Trepadeira Stigmaphyllon tomentosum A. Juss Trepadeira Stigmaphyllon vitifolium A. Juss. Trepadeira Thryallis brachystachys Lindl. TrepadeiraMALVACEAE (3/8) Abutilon anodoides A. St. Hil. & Naud. Arbusto Abutilon bedfordianum (Hook.) A. St. Hil. et Naud. Arbusto Abutilon pauciflorum A. St. Hil. Arbusto Abutilon purpurascens (Link) K. Schum Arbusto Hibiscus diversifolius subsp. rivularis (Bremek. & Oberm.) Arbusto Pavonia malvacea (Vell.) Krapov. & Cristobal Arbusto Pavonia nemoralis A. St. Hil. & Naud. Arbusto Pavonia sepium A. St. Hil. Arbusto MARANTACEAE (4/11) Calathea cylindrica (Roscoe) K.Schum. Erva Calathea eichleri Petersen Erva Calathea sphaerocephala K. Schum. Erva Calathea truncata (Link) K. Schum. Erva Calathea violacea Lindley Erva Calathea sp. nov. Erva Maranta bicolor Ker-Gawl Erva Maranta divaricata Roscoe Erva Saranthe eichleri Petersen Erva Saranthe leptostachya Eichler Erva Stromanthe tonckat (Aubl.) Eichler Erva MARCGRAVIACEAE (1/1) Schwartzia brasiliensis (Choise) Bedell ex Giraldo-Canãs TrepadeiraMELASTOMATACEAE (4/11) Clidemia hirta (L.) D. Don. Arbusto Miconia albicans (Sw.) Triana Arbusto

Miconia cinerascens Miq. Arbusto Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. Árvore Miconia latecrenata Triana Árvore Miconia prasina (Sw.) DC. Árvore Miconia staminea (Desr.) DC. Árvore Ossea marginata (Desr.) Triana. Arbusto Tibouchina corymbosa (Raddi) Cogn. Árvore Tibouchina grandifolia Cogn. Árvore Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Árvore MELIACEAE (4/12) Cabralea canjerana (Vell.) Mart. ssp. canjerana Árvore Cedrela odorata L. Árvore Guarea guidonia (L.) Sleumer Árvore Guarea kunthiana A. Juss. Árvore Guarea macrophylla subsp. tuberculata (Vell.) T.D. Penn. Árvore Trichilia casaretti C. DC. Árvore Trichilia catigua A. Juss. Árvore Trichilia elegans subsp. richardiana T.D. Penn. Árvore Trichilia hirta L. Árvore Trichilia martiana C. DC. Árvore Trichilia pseudostipularis (A. Juss.) C. DC. Arbusto Trichilia silvatica C. DC. Árvore MENISPERMACEAE (6/6) Abuta convexa (Vell.) Diels. Trepadeira Chondrodendron platiphyllum (A. St. Hil.) Miers Trepadeira

Page 124: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

124

Disciphania hernandia (Vell.) Barneby Trepadeira Hyperbaena oblongifolia (Eichler.) Chodat & Hassl. Trepadeira Odontocarya vitis Miers Trepadeira Ungilipetalum filipendulum (Mart.) Moldenthe TrepadeiraMONIMIACEAE (2/5) Macrotorus utriculatus Perkins Arbusto Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins Arbusto Mollinedia lamprophylla Perkins Árvore Mollinedia longifolia Tulasne Arbusto Mollinedia puberula Perkins Arbusto MORACEAE (6/16) Brosimum guianense (Aubl.) Huber Árvore Clarisia ilicifolia (Spreng) Lanjouw & Rossberg Árvore Dorstenia arifolia Lam. Erva Dorstenia cayapia Vell. Erva Dorstenia turnerifolia Fisch. & Meyer Erva

Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng. Árvore Ficus arpazusa Casar. Árvore Ficus citrifolia Miller Árvore Ficus cyclophylla (Miquel) Miquel Árvore Ficus enormis (Mart. ex Micq.) Miquel Árvore Ficus gomeleira Kunth & C.D. Bouché Árvore Ficus luschnathiana (Miquel) Miquel Árvore Ficus tomentella (Miquel) Miquel Árvore Pseudomedia hirtuta Kuhlmann Árvore Sorocea hilarii Gaudich. Arbusto Sorocea racemosa Gaudich. Arbusto MYRISTICACEAE (1/1) Virola gardneri (A. DC.) Warb. Árvore MYRSINACEAE (1/2) Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. & Schult. Árvore Myrsine guianensis (Albl.) Kuntze Árvore MYRTACEAE (8/55) Calyptranthes grandiflora O. Berg Árvore Calyptranthes lucida Mart. ex DC. Árvore Calyptranthes obovata Kiaersk. Árvore Campomanesia laurifolia Gardn. Árvore Eugenia amazonica DC. Árvore Eugenia bahiensis DC. Árvore Eugenia bunchosiifolia Nied. Árvore Eugenia candolleana DC. Árvore Eugenia cuprea (O. Berg) Nied. Árvore Eugenia excelsa O. Berg Árvore Eugenia flamingensis O. Berg. Árvore Eugenia florida DC. Árvore Eugenia jurujubensis Kiaersk. Árvore Eugenia marambaiensis M.C. Souza et M.P. Morim Árvore Eugenia microcarpa O. Berg. Árvore Eugenia monosperma Vell. Árvore Eugenia neoglomerata Sobral Árvore Eugenia oxyoentophylla Kiaersk. Árvore Eugenia prasina O. Berg Árvore Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Árvore Eugenia rostrata O. Berg Árvore Eugenia rotundifolia Casar. Árvore Eugenia sulcata Spreng. ex Mart. Árvore

Eugenia tinguyensis Cambess. Árvore Eugenia umbrosa O. Berg Árvore Eugenia uniflora L. Arbusto

Page 125: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

125

Eugenia villae-novae Kiaersk. Árvore Eugenia xanthoxyloides Cambess. Árvore Eugenia zucarini O. Berg Árvore Eugenia nov. sp. 1 Árvore Eugenia nov. sp. 2 Árvore Eugenia nov. sp. 3 Árvore Eugenia nov. sp. 4 Árvore Marlierea choriophylla Kiaersk. Árvore Marlierea excoriata Mart. Árvore Marlierea glazioviana Kiaersk. Árvore Marlierea obscura O. Berg Árvore Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. Árvore Marlierea sylvatica (Gardner) Kiaersk. Árvore Myrcia dilucida G.M. Barroso Árvore Myrcia fallax (Rich.) DC. Árvore Myrcia innovans Kiaersk. Árvore Myrcia insularis (O. Berg) Kiaersk. Árvore Myrcia ovata Cambess. Árvore Myrcia pubipetala Miq. Árvore Myrcia richardiana (O. Berg) Kiaersk. Árvore Myrcia selloi (Spreng.) N. Silveira Árvore Myrcia vittoriana Kiaersk. Árvore Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg Árvore Myrciaria glazioviana (Kiaersk.) G.M. Barroso ex Sobral Árvore Myrciaria guaquiea (Kiaersk.) Mattos & D. Legrand Árvore Myrciaria sp. Árvore Plinia ilhensis G.M. Barroso Árvore Psidium cattleyanum Sabine Árvore Psidium guineensis Sw. Árvore NYCTAGINACEAE (3/4) Bougainvillea spectabilis Willd. Trepadeira Guapira opposita (Vell.) Reitz Árvore Guapira pernambucensis (Casar.) Lundell Trepadeira Leucaster caniflorus (Mart.) Choisy TrepadeiraOCHNACEAE (1/3) Ouratea cuspidata Tiegh. Árvore

Ouratea oliviformis (A. St. Hil.) Engl. Arbusto Ouratea parviflora (DC.) Baill. Arbusto OLACACEAE (1/1) Heisteria perianthomega (Vell.) Sleumer Árvore OLEACEAE (1/1) Chionanthus fluminensis (Miers) P.S. Green Arbusto ORCHIDACEAE (20/28) Aspidogyne argentea (Vell.) Garay Erva Brassavola tuberculata Hook. Erva Campylocentrum robustum Cogn. Erva Cattleya forbesii Lindl. Erva Constantia rupestris Barb. Rodr. Erva Corymborchis flava (Sw.) Kuntze Erva Cyclopogon bicolor (Ker-Gawl) Schltr. Erva Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros Erva Eltroplectris triloba (Lindl.) Pabst Erva Epidendrum denticulatum Barb. Rodr. Erva Epidendrum filicaule (Sw.) Lindl. Erva Epidendrum rigidum Jacq. Erva Habenaria leptoceras Hook. Erva Habenaria parviflora Lindl. Erva Maxillaria marginata Fenzl Erva Octomeria alpina Barb. Rodr. Erva

Page 126: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

126

Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. Erva Oncidium ciliatum Lindl. Erva Oncidium fimbriatum Hoffmanns. Erva Oncidium pumilum Lindl. Erva Pleurothallis grobyi Lindl. Erva Pleurothallis pardipes Rchb. f. Erva Pleurothallis saundersiana Rchb. f. Erva Prescottia plantaginea Lindl. Erva Renanthera sp. Erva Sarcoglottis fasciculata (Vell.) Schltr. Erva Sophronites cernua Lindl. Erva Vanilla bahiana Hoehne TrepadeiraPASSIFLORACEAE (1/9) Passiflora alata Curtis Trepadeira Passiflora capsularis L. Trepadeira Passiflora edulis Sims Trepadeira Passiflora farneyi Pessoa & Cervi Trepadeira Passiflora mucronata Lam. Trepadeira

Passiflora organensis Gardner Trepadeira Passiflora racemosa Brot. Trepadeira Passiflora setacea DC. Trepadeira Passiflora suberosa L. TrepadeiraPHYTOLACCACEAE (2/2) Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms. Árvore Seguieria langsdorfii Miq. Árvore PIPERACEAE (2/14) Peperomia arifolia Miq. Erva Peperomia corcovadensis Gardner Erva Peperomia incana (Haw.) Hook. Erva Peperomia psilostachya C. DC. Erva Peperomia rubricaulis (Nees) A. Dietr. Erva Peperomia urocarpa Fisch. et Meyer Erva Piper amalago var. medium (Jacq.) Yunck. Arbusto Piper amplum Kunth Arbusto Piper anisum (Sprengel) Angely Arbusto Piper arboreum Aubl. var. arboreum Arbusto Piper hispidum L. Arbusto Piper hoffmannseggianum Roem. et Schult. Arbusto Piper mollicomum Kunth Arbusto Piper rivinoides Kunth Arbusto POACEAE (9/11) Ichnanthus glaber (Raddi) A.S. Hitchc. Erva Ichnanthus pallens (Sw.) Munro ex Benth. Erva Lasiacis ligulata Hitchc. & Chase Trepadeira Olyra ciliatifolia Raddi Erva Olyra latifolia L. Erva Oplismenus hirtellus (L.) P. Beauv. Erva Panicum racemosum (P. Beauv.) Spreng. Erva Pharus lappulaceus Aubl. Erva Raddia brasiliensis Bertol. Erva Saccharum asperum (Nees) Steud. Erva Setaria parviflora (Poir) Kerguélen Erva POLYGALACEAE (2/3) Polygala albicans (A.W. Benn.) Grondona Arbusto Securidaca lanceolata A. St. Hil. & Moq. Trepadeira Securidaca ovalifolia A. St. Hil. et Moq. TrepadeiraPOLYGONACEAE (3/3) Coccoloba confusa Howard Arbusto Ruprechtia lundii Meisn. Arbusto Triplaris americana L. Árvore

Page 127: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

127

PROTEACEAE (1/1) Roupala montana Aulb. var. paraensis (Sleumer) K.S. Edwards Árvore RHAMNACEAE (2/2) Condalia buxifolia Reissek Arbusto Reissekia smilacina (Sm.) Steud. TrepadeiraRUBIACEAE (22/54) Alseis floribunda Schott Árvore Alseis involuta K.Schum. Arbusto Anisomeris brasiliana (A. Rich.) Standl. Arbusto Basanacantha calycina (Cham.) K. Schum. Arbusto Bathysa mendoncaei K. Schum. Árvore Borreria verticillata (L.) G. Meyer Erva Chomelia brasiliana A. Rich. Arbusto Coccocypselum cordifolium Nees & Mart. Erva Coussarea accedens Müll. Arg. Arbusto Coussarea capitata (Benth.) Benth. et Hook. f. Arbusto Coussarea nodosa (Benth.) Müll. Arg. Arbusto Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Árvore Emmeorhiza umbellata (Spreng.) K. Schum. Trepadeira Faramea calyciflora A. Rich. ex DC. Arbusto Faramea coerulea (Nees & Mart.) DC. Arbusto Faramea macrocalyx Müll. Arg. Arbusto Faramea stipulacea (Cham. & Schltdl.) DC. Arbusto Genipa americana L. Árvore Hamelia patens Jacq. Trepadeira Ixora gardneriana Benth. Árvore Manettia mitis var. fimbriata (Cham. & Schltdl.) K. Schum. Trepadeira Mitracarpus lhotzkyanus Cham. Erva Posoqueria acutifolia Mart. Árvore Psychotria brachyceras Müll. Arg. Arbusto Psychotria carthagenensis Jacq. Arbusto Psychotria cephalantha (Müll. Arg.)Standl. Arbusto Psychotria chaenotricha DC. Arbusto Psychotria deflexa DC. Arbusto Psychotria leiocarpa Cham. et Schltdl. Arbusto Psychotria nitidula Cham. & Schltdl. Arbusto Psychotria racemosa Rich. Arbusto Psychotria rauwolfioides Standl. Arbusto Psycotria stenocalyx Müll. Arg. Arbusto Psychotria subspathacea Müll. Arg. Arbusto Psychotria subtriflora Müll. Arg. Arbusto Psychotria suterella Müll. Arg. Arbusto Psychotria tenuinervis Müll. Arg. Arbusto Psychotria umbellurigera (Müll. Arg.) Standl. Arbusto Psychotria sp. Arbusto Randia armata (Sw.) DC. Arbusto Rudgea coriacea (Spreng.) K. Schum. Arbusto Rudgea coronata (Vell.) Müll. Arg. Arbusto Rudgea discolor Benth. Arbusto Rudgea eugenioides Standl. Arbusto Rudgea francavillana Müll. Arg. Arbusto Rudgea interrupta Benth. Arbusto Rudgea minor ssp. minor Benth. Arbusto Rudgea recurva Müll. Arg. Arbusto Rudgea umbrosa Müll.Arg. Arbusto Rudgea sp. Arbusto Simira sampaiona (Standl.) Steyerm. Árvore

Page 128: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

128

Simira viridiflora (Allemão & Saldanha) Steyerm. Árvore Tocoyena bullata (Vell.) Mart. Arbusto Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K. Schum. Árvore RUTACEAE (11/16) Almeida rubra A. St. Hil. Árvore Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. Árvore Conchocarpus fontanesianus (A. St. Hil.) Kallini & Pirani Arbusto Conchocarpus gaudichaudianus (A. St. Hil.) Kallunchi & Pirani Arbusto Conchocarpus macrophyllus J.C. Mikan Arbusto Conchocarpus ovatus (A. St. Hil. & Tul.) Kallunki & Pirani Arbusto Erythrochiton brasiliensis Nees & Mart. Arbusto Esenbeckia febrifuga (A. St. Hil.) Juss. Árvore Esenbeckia grandiflora Mart. subsp. grandiflora Árvore Fagara nigra (Mart.) Engl. Árvore Galipea jasminiflora (A. St. Hil.) Engl. Árvore Neoraputia alba (Nees & Mart.) Emmerich Árvore Pilocarpus spicatus A. St. Hil. Arbusto Rauia resinosa Nees & Mart. Árvore Zanthoxylum rhoifolium Lam. Árvore Zanthoxylum tingoassuiba A. St. Hil. Árvore SAPINDACEAE (9/33) Allophylus edulis (A. St. Hil.) Radlk. Árvore

Allophylus heterophylus Radlk. Árvore Allophylus puberulus (Cambess.) Radlk. Árvore Allophylus semidentatus (Miq.) Radlk. Árvore Allophylus sericeus (Cambess.) Radlk. Árvore Cupania emarginata Cambess. Árvore Cupania oblongifolia Mart. Árvore Cupania platycarpa Radlk. Árvore Cupania racemosa (Vell.) Radlk. Árvore Matayba guianensis Aubl. Árvore Paullinia coriacea Casar. Trepadeira Paullinia fusiformis Radlk. Trepadeira Paullinia meliifolia A. Juss. Trepadeira Paullinia micrantha Cambess. Trepadeira Paullinia racemosa Wawra Trepadeira Paullinia trigonia Vell. Trepadeira Serjania caracasana (Jacq.) Willd. Trepadeira Serjania clematidifolia Cambess. Trepadeira Serjania communis Cambess. Trepadeira Serjania corrugata Radlk. Trepadeira Serjania cuspidata Cambess. Trepadeira Serjania dentata Radlk. Trepadeira Serjania elegans Cambess. Trepadeira Serjania orbicularis Radlk. Trepadeira Serjania tenuis Radlk. Trepadeira Talisia coriacea Radlk. Árvore Thinouia mucronata Radlk. Trepadeira Thinouia scandens (Cambess.) Triana & Planchon Trepadeira Tripterodendron filicifolium Radlk. Árvore Urvillea glabra Cambess. Trepadeira Urvillea laevis Radlk. Trepadeira Urvillea stipitata Radlk. Trepadeira Urvillea triphylla (Vell.) Radlk. TrepadeiraSAPOTACEAE (5/10) Chrysophyllum flexuosum Mart. Árvore Chrysophyllum lucentifolium Cronquist Árvore

Page 129: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

129

Ecclinusa ramiflora Mart. Árvore Pouteria caimito (Ruiz & Pavon) Radlk. Árvore Pouteria filipes Eyma Árvore

Pouteria guianensis Aubl. Árvore Pouteria parviflora (Benth. ex Miq.) Radlk. Árvore Pouteria psammophila (Mart.) Radlk. Árvore Pradosia lactescens (Vell.) Radlk. Árvore Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn. Árvore SIMAROUBACEAE (2/2) Picramnia grandifolia Engler Arbusto Simaba floribunda A. St. Hil. Árvore SMILACACEAE (1/2) Smilax brasiliensis Spreng. var. grisebachii A. DC. Trepadeira Smilax quinquenervia Vell. TrepadeiraSOLANACEAE (10/23) Acnistus arborescens (L.) Schltdl. Arbusto Athenaea anonacea Sendtn. Arbusto Aureliana fasciculata (Vell.) Sendtn. Arbusto Brugmansia suaveolens (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Bercht. & J. Presl Arbusto Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don Arbusto Capsicum flexuosum Sendtn. Arbusto Cestrum laevigatum Schltdl. Arbusto Dyssochroma viridiflora Miers Hemiepífita Metternichia princeps Mikan var. princeps Árvore Solanum alternatopinnatum Steud. Trepadeira Solanum arenarium Sendtner Arbusto Solanum argenteum Dun. Arbusto Solanum asperum Rich. Arbusto Solanum caavurana Vell. Arbusto Solanum campaniforme Roem. & Schult. Árvore Solanum curvispinum Dun. Arbusto Solanum gnaphalocarpon Vell. Arbusto Solanum megalochiton Mart. Arbusto Solanum melissarum Bohs Arbusto Solanum piluliferum Dun. Arbusto Solanum polytrichum Sendtn. Arbusto Solanum sublentum Hiern. Arbusto Solanum torvum Sw. Arbusto STERCULIACEAE (3/3) Guazuma crinita Mart. Árvore Helicteris ovata Lam. Arbusto Sterculia chicha A. St. Hil. ex Turpin Árvore THEOPHRASTACEAE (1/1) Clavija spinosa (Vell.) Mez Arbusto TILIACEAE (1/1) Luehea paniculata Mart. Árvore

TRIGONIACEAE (1/3) Trigonia eriosperma (Lam.) Fromm & Santos Trepadeira Trigonia nivea Cambess. Trepadeira Trigonia villosa Vell. TrepadeiraTURNERACEAE (1/2) Turnera lucida Urban Arbusto Turnera serrata Vell. var. latifolia Arbusto ULMACEAE (2/5) Celtis chichape (Wedd.) Miq. Árvore Celtis ehrenbergiana (Klotzsch) Liebm. Árvore Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Árvore Celtis pubescens (Kunth) Spreng. Árvore Trema micrantha (L.) Blume Árvore URTICACEAE (1/1) Boehmeria caudata Sw. Árvore VELLOZIACEAE (2/2) Barbacenia purpurea Hook. Erva Vellozia candida J.C. Mikan Erva VERBENACEAE (2/5) Aegiphila chrysantha Haykek Arbusto

Page 130: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

130

Aegiphila mediterranea Vell. Árvore Aegiphila vitelliniflora Klotzsch ex Walp. Arbusto Vitex polygama Cham. Árvore Vitex rufescens A. Juss. Arbusto VIOLACEAE (3/4) Amphirrhox longifolia (A. St. Hil.) Spreng. Arbusto Anchietea pyrifolia var. hilariana (Eichl.) Marquete et Dan. Trepadeira Rinorea guianensis Aubl. Arbusto Rinorea laevigata (Solander ex Gingins) Hekking Arbusto VITACEAE (1/5) Cissus paullinifolia Vell. Trepadeira Cissus serroniana (Glaziou) Lombardi Trepadeira Cissus simsiana Schult. & Schult. f. Trepadeira Cissus sulcicaulis (Bak.) Planch. Trepadeira Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E. Javis TrepadeiraVOCHYSIACEAE (1/1) Callisthene dryadum A.P. Duarte Árvore

ANEXO II

Listagem de espécies ruderais encontradas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

FAMÍLIAS ESPÉCIES HÁBITOACANTHACEAE (1/1) Thunbergia alata Borjer TrepadeiraAMARANTHACEAE (2/2) Achyranthes aspera L. Erva Alternanthera brasiliana var. villosa (Moq.) Kuntze Erva ARACEAE (1/1) Dieffenbachia aff picta Schott Erva ASTERACEAE (17/20) Acanthospermum hispidum DC. Erva Achyrocline alata (Kunth) DC. Erva Achyrocline satureioides (Lam.) DC. Erva Baccharis dracunculifolia DC. Arbusto Baccharis trinervis Pers. Erva Bidens pilosa L. Erva Blainvillea dichotoma (Murray) Stewart Erva Centratherum punctatum Cass. Erva Chaptalia nutans (L.) Pol. Erva Conysa canadensis (L.) Cronquist Erva Elephantopus mollis Kunth. Erva Elvira biflora (L.) DC. Erva Emilia coccinea (Sims) G. Don Erva Galinsoga parviflora Cav. Erva Mikania nigricans Gardn. Trepadeira Pterocaulon virgatum (L.) DC. Erva Tithonia diversifolia (Hemsl.) A. Gray Arbusto Vernonia mariana Mart. ex Baker Erva Vernonia scorpioides (Lam.) Pers. Erva Wulffia stenoglossa (Cass.) DC. Erva BRASSICACEAE (2/2) Brassica campestris subsp. rapa (L.) Hook. f. Erva Crucifera virginica (L.) E.H.L. Krause Erva COMMELINACEAE (2/3) Commelina benghalensis L. Erva Commelina erecta L. Erva Tripogandra elongata (G. Mey) Woodson Erva CONVOLVULACEAE (2/4) Ipomoea aristolochiifolia G. Don Trepadeira Ipomoea ramosissima (Poir.) Choisy Trepadeira

Merremia dissecta (Jacq.) Hallier f. Trepadeira Merremia macrocalyx (Ruiz et Pavon) O’Donnell Trepadeira

Page 131: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

131

CUCURBITACEAE (1/1) Momordica charantia L. TrepadeiraCYPERACEAE (3/7) Bulbostylis capillaris (L.) C.B. Clarke Erva Cyperus distans L.f. Erva Cyperus entrerianus Boeck. Erva Cyperus haspan L. Erva Cyperus iria L. Erva Cyperus ligularis L. Erva Eleocharis nodulosa (Roth) Schult. Erva EUPHORBIACEAE (7/13) Acalypha communis Müll. Arg. Erva Acalypha poiretii Spreng. Erva Chamaesyce hirta (L.) Millsp. Erva Chamaesyce hyssopifolia (L.) Small Erva Chamaesyce prostrada (Ailton) Small Erva Cnidosculos urens (L.) Arthur Erva Croton glandulosus L. Erva Euphorbia graminea Jacq. Erva Euphorbia heterophylla L. Erva Phyllanthus niruri var. amarus (Schum. & Thonn.) Leandri Erva Phyllanthus subemarginatus Müll. Arg. Erva Phyllanthus tenellus Roxb. Erva Ricinus communis L. Erva HYPOXIDACEAE (1/1) Hypoxis decumbens L. Erva LAMIACEAE (4/4) Leucas martinicensis (Jacq.) R.Br. Erva Marsipianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze Erva Ocimum gratissimum L. Erva Salvia splendens Sellow ex Wied-Neuw. Erva LEGUMINOSAE (6/10) Abrus precatorius L. Trepadeira Chamaecrista nictitans var. pilosa (Vogel) H.S. Irwin & R.C. Barneby Erva Crotalaria pallida Ait Erva Desmodium adscendens (Sw.) DC. Erva Desmodium affine Schltdl. Erva Desmodium incanum (Sw.) DC. Erva Desmodium uncinatum (Jacq.) DC. Erva Mimosa pudica L. Erva Stylosanthes scabra Vogel Erva

Stylosanthes viscosa (L.) Sw. Erva LOASACEAE (1/1) Loasa parviflora (DC.) Weigend Erva LYTHRACEAE (1/2) Cuphea carthagenensis (Jacq.) J.F. Macbr. Erva Cuphea flava Spreng. Erva MALVACEAE (5/8) Malvastrum coromandelianum (L.) Garcke Erva Sida cordifolia L. Erva Sida planicaulis Cav. Erva Sida linifolia Cav. Erva Sida rhombifolia L. Erva Sidastrum micranthum (L.) Fryxell Erva Urera lobata L. Erva Wissadula amplissima (L.) R.E. Fries Erva MOLLUGINACEAE (1/1) Mollugo verticillata L. Erva NYCTAGINACEAE (1/1) Mirabilis jalapa L. Erva ONAGRACEAE (1/1) Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H. Raven Erva OXALIDACEAE (1/3) Oxalis barrelieri L. Erva Oxalis corymbosa DC. Erva Oxalis fruticosa R. Knuth Erva PHYTOLACCACEAE (3/3) Microtea scabrida Urban Erva

Page 132: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

132

Petiveria alliacea L. Erva Rivina humilis L. Erva PLANTAGINACEAE (2/2) Plantago tomentosa Lam. Erva Veronica persica Poir. Erva PLUMBAGINACEAE (1/2) Plumbago auriculata Lam. Arbusto Plumbago scandens L. Arbusto POACEAE (6/7) Andropogon bicornis L. Erva Andropogon leucostachyus Kunth Erva Melinis minutiflora P. Beauv. Erva Panicum maximum Jacq. Erva Paspalum millegrana Schrad. Erva Pennisetum setosum (Sw.) Rich. Erva Rhychelytrum repens (Willd.) C. E. Hubb. Erva PONTEDERIACEAE (1/1) Eichhornia crassipes (Mart.) Solms Erva PORTULACACEAE (2/5) Portulaca hirsutissima Camb. Erva Portulaca mucronata Link. Erva Portulaca oleracea L. Erva Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn. Erva

Talinum racemosum (L.) Rohrb. Erva ROSACEAE (1/1) Rubus urticifolius Poiret Arbusto RUBIACEAE (1/1) Richardia grandiflora (Cham. et Schlecht.) Steudel Erva SAPINDACEAE (1/2) Cardiospermum corindum L. Trepadeira Cardiospermum grandiflorum Sw. TrepadeiraSOLANACEAE (2/2) Lycianthes repens (Spreng.) Bitter Erva Solanum americanum Mill. Erva STERCULIACEAE (1/1) Waltheria indica Linn. Erva URTICACEAE (3/5) Pilea nummulariifolia (Sw.) Weed. Erva Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Griseb. Arbusto Urera caravasana (Jacq.) Gaudch. ex Griseb. Trepadeira Urera mitis Miq. Arbusto Urtica dioica L. Erva VERBENACEAE (2/4) Lantana camara L. Arbusto Lantana fucata Lindl. Arbusto Lantana viscosa Pohl ex Schauer Arbusto Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl Erva

Page 133: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

133

Artigo III

TREPADEIRAS DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ,

RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ana Angélica M. de Barros, Leonor de Andrade Ribas & Dorothy Sue Dunn Araujo

Page 134: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

134

Artigo a ser submetido à Rodriguésia

Trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil

RESUMO – (Trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil). Trepadeiras são plantas vasculares que utilizam plantas ou outros substratos como suporte, porém fixas ao solo por seu sistema radicular durante todo seu ciclo de vida. Têm alta representatividade em várias formações vegetais, correspondendo a cerca de 25% da diversidade taxonômica das florestas tropicais. São mal representadas nos levantamentos florísticos devido a dificuldades metodológicas de coleta. Estudos na floresta ombrófila densa são raros e o presente trabalho vem contribuir para o aumento do conhecimento da flora de trepadeiras dessa formação vegetal. Foram feitas coletadas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, localizado entre os Municípios de Niterói e Maricá, RJ. O levantamento florístico relacionou 39 famílias, 106 gêneros, 211 espécies. A maior riqueza foi das famílias Leguminosae (29 spp.), Sapindaceae (23 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Malpighiaceae (18 spp.) e Convolvulaceae (12 spp.). Essas famílias perfazem 71,6% do total de trepadeiras levantadas. Houve um predomínio de trepadeiras lenhosas e de formas volúveis. As trepadeiras contam a história dos impactos ambientais de uma área. A expressiva riqueza e diversidade de espécies mostram que a vegetação forma um mosaico de vários estádios sucessionais, de acordo com o processo de uso e abandono da terra. Palavras chaves: Trepadeiras, florística, Mata Atlântica, diversidade, Serra da Tiririca ABSTRACT- (Climbers from Serra da Tiririca State Park, Brazil: Niterói and Maricá, Rio de Janeiro, Brazil). Climbers are vascular plants that use other plants and substrates as support, but they are fixed to the soil by a root system during their entire life cycle. They have high representativity in several vegetation formations, corresponding to ca. 25% of tropical forest taxonomic diversity. They are very badly represented in floristic surveys because of methodological difficulties in collecting. Studies on the dense ombrophilous forests are rare and this work is increasing the knowledge of the climbers of this plant formation. The survey was done in the Serra da Tiririca State Park, located between Niterói and Maricá, Rio de Janeiro. The floristic survey listed 39 families, 106 genera and 211 species. The high richness was from the Leguminosae (29 spp.), Sapindaceae (23 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Malpighiaceae (18 spp.) and Convolvulaceae (12 spp.) families. These families totaled 71.6 % of the total number of climbers. There was a relevant number of woody and twining climbers. The climbers tell the history of environmental impacts in an area. An expressive species richness and diversity shows that the vegetation forms a mosaic of many successional stages, according to the use process and abandonment of the land. Key Words: Climbers, flora, Atlantic Rainforest, diversity, Serra da Tiririca INTRODUÇÃO

As plantas trepadeiras apresentam alta representatividade em várias formações

vegetacionais. Correspondem a cerca de 25% da diversidade taxonômica das florestas

Page 135: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

135

tropicais, sendo um importante componente florístico, estrutural e funcional (Gentry 1991;

Engel et al. 1998). Têm grande variedade de formas e tamanhos, sendo que cerca da

metade das famílias de Magnoliophyta possuem representantes com hábito trepador

(Schenck 1892 apud Peñalosa 1984). Ocorrem abundantemente em bordas de florestas,

margens de cursos d’água, clareiras e áreas sob influência antrópica. Mas também são

encontradas no interior das matas.

O estudo de trepadeiras vem ganhando força nos últimos anos devido à necessidade

de se implementar o manejo e conservação de fragmentos florestais, uma vez que podem

ocasionar alta mortalidade das árvores que servem de suporte. Dessa forma, exercem

importante força seletiva na evolução do componente arbóreo nas florestas tropicais (Putz

1984). Enquanto as árvores investem em tecidos de sustentação, as trepadeiras investem

em crescimento rápido direcionando-se ao dossel em busca de luz (Gentry 1991). Outra

questão de destaque é que grande parte da serrapilheira das florestas tropicais provém de

trepadeiras por terem alta percentagem de biomassa foliar, sendo 10 vezes maior que nas

florestas temperadas (Gentry 1983). Isso significa um expressivo papel na ciclagem de

nutrientes dessas formações florestais. Além disso, as trepadeiras desempenham um papel

marcante na dinâmica das comunidades vegetais como fornecedora de néctar, pólen e

frutos para a fauna, sendo complementar ao padrão fenológico das árvores (Morellato &

Leitão Filho 1996).

De uma forma geral, as trepadeiras são mal representadas nos levantamentos

florísticos. Isso se deve a dificuldades metodológicas, uma vez que nem sempre é possível

observá-las em estádio fértil. Tal fato é ressaltado por Gentry (1991) que as coloca como a

forma de vida menos coletada em relação as demais plantas. O reflexo desse contexto é

observado na pouca representatividade nas coleções dos herbários. Muitas trepadeiras

atingem o dossel arbóreo em busca de luz e formam um emaranhado verde difícil de ser

individualizado. Coletá-las estéreis também gera outro problema, uma vez que a descrição

das espécies baseia-se principalmente nos ramos apicais, onde se localizam as flores e/ou

frutos. As trepadeiras podem atingir muitos metros de comprimento e, em vários grupos,

existe uma diferenciação morfológica entre as partes apicais, medianas e basais. Isso

dificulta a identificação precisa das espécies, visto que as partes vegetativas são

negligenciadas nessa descrição.

Page 136: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

136

No Brasil, a partir da década de 1990 os estudos florísticos e fitossociológicos têm

dado um enfoque maior às plantas trepadeiras, com trabalhos na Amazônia (Prance 1994),

cerrado (Weiser 2001) e florestas estacionais semideciduais (Bernacci & Leitão-Filho

1996, Stranghetti & Ranga 1998, Morellato & Leitão-Filho 1998 e Rezende & Ranga

2005). No estado do Rio de Janeiro destaca-se o trabalho pioneiro de Lima et al. (1997) na

floresta ombrófila densa montana e altomontana da Reserva Biológica de Macaé de Cima e

a chave para identificação de famílias de Vaz & Vieira (1994). O método utilizado por

Gentry, em várias florestas ao redor do mundo, para avaliação rápida da diversidade

florística em 0,1 ha inclui as trepadeiras Essa metodologia está não só aumentando o

conhecimento do seu papel na estrutura florestal, mas também em relação à diversidade

florística da Mata Atlântica (Peixoto & Gentry 1990; Sá 2006).

Aspectos ecológicos das trepadeiras foram abordados em Araújo & Martins (1999),

Lombardi et al. (1999), Hora & Soares (2002) e Sá (2006). Também os trabalhos de

anatomia de lianas como os de Carlquist (1991), Araújo & Costa (2006, 2007) e Brandes

(2007) vêm ajudando na elucidação do problema de identificação das trepadeiras. Mas

ainda existem lacunas a serem preenchidas como, por exemplo, a elaboração de um

catálogo anatômico comparativo e que seja representativo da flora brasileira e

principalmente do estado do Rio de Janeiro.

A proposta deste estudo é caracterizar a composição florística das trepadeiras em

formações remanescentes da floresta ombrófila densa submontana litorânea do Parque

Estadual da Serra da Tiririca no estado do Rio de Janeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo

O Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) está localizado entre os municípios

de Niterói e Maricá, estado do Rio de Janeiro (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). Foi

criado pela Lei Estadual nº 1901/91 de 29 de novembro de 1991, tendo seus “limites em

estudo” estabelecidos pelo Decreto nº 18.598 de 19 de maio de 1993 para uma área de

2.400 ha (Pontes 1987). A Lei Estadual nº 5079 de 03 de setembro de 2007 estipulou os

limites definitivos com duas partes continentais (Serra da Tiririca e Morro das

Andorinhas) e uma marinha (Enseada do Bananal) numa área de 2.077 ha. Em 1992 foi

Page 137: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

137

considerado pela UNESCO como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata

Atlântica. O PEST é formado por um conjunto de montanhas com altitude média

aproximada em torno de 250 m: Pedra do Elefante (412 m), Morro do Telégrafo (387 m),

Alto Mourão (369 m), Morro do Catumbi (344 m), Morro da Serrinha (277 m), Morro do

Cordovil (256 m), Costão de Itacoatiara (217 m), Morro da Penha (128 m) (Barros &

Seoane 1999) e Morro das Andorinhas (196 m), incluído no Parque em 2007. Apresenta

rochas do período Pré-Cambriano com cerca de 600 milhões de anos, compreendendo as

unidades geológicas gnaisse facoidal e Cassorotiba (Penha 1999). Os solos são do tipo

alissolo crômico, luvissolo hipocrômico, neossolo litólico e formações turfosas

(Multiservice 1995), adaptado de acordo com a classificação de solos proposta por

Zimback (2003). Na classificação de Köppen o clima é do tipo Aw, ou seja, quente e

úmido, com estação chuvosa no verão e seca no inverno (maio e junho). A estação

chuvosa inicia-se na primavera, culminando no verão nos meses de dezembro e janeiro,

quando ocorre intensa precipitação pluviométrica, correspondendo a 60% do total anual,

porém não excede 171 mm/mês. Em fevereiro há uma queda no volume das chuvas.

Contudo em março, devido à chegada de massas frias, registram-se chuvas intensas. A

menor precipitação se dá nos meses de julho e agosto, quando fica abaixo de 60 mm. A

temperatura média está em torno de 22oC, sendo janeiro e fevereiro os meses mais

quentes e o mais frio em junho. O vento predominante é o nordeste (Bernardes 1952). A

Serra da Tiririca está inserida no bioma Mata Atlântica, sendo a vegetação classificada por

Veloso et al. (1991), como floresta ombrófila densa, com extensas áreas cobertas pela

formação submontana em vários estádios sucessionais. Nos afloramentos rochosos de

gnaisse facoidal observa-se uma vegetação típica de ambientes sujeitos a escassez de água

(Barros & Seoane 1999). Grande parte da vegetação corresponde a formações secundárias,

mas é possível encontrar fragmentos de vegetação em estádios sucessionais mais

avançados. A região foi ocupada por antigas fazendas do século XVIII e passou por vários

ciclos econômicos que alteraram a vegetação original. Atualmente vem sofrendo o

impacto de ocupação pela especulação imobiliária.

Amostragem florística

Foram realizadas coletas aleatórias de plantas férteis no período de março/1997 a

agosto/2007. O material coletado foi herborizado e seco em estufa 60ºC, sendo

posteriormente incorporado aos Herbários da Faculdade de Formação de Professores da

UERJ (RFFP) e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). As espécies foram

Page 138: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

138

identificadas através de bibliografia especializada, comparações nos herbários fluminenses

(RB, GUA, RUSU e HB) e consultas aos especialistas. A listagem foi organizada segundo

o sistema de Cronquist (1988), exceto Leguminosae que foi tratada como uma única

família como proposto por Polhill et al. (1981). A correção ortográfica das espécies foi

feita acessando bancos de dados disponíveis na internet do Royal Botanic Garden at Kew,

Missouri Botanical Garden e New York Botanical Garden. Para correção da nomenclatura

dos autores adotou-se Brummit & Powell (1992).

Nesse estudo foram consideradas trepadeiras as plantas vasculares que utilizam

plantas ou outro substrato como suporte, porém fixas ao solo pelo sistema radicular durante

todo seu ciclo de vida (Müller-Dombois & Ellenberg 1974, Gentry 1985, 1991). As

trepadeiras foram classificadas de acordo com Schenck (1892) revisto por Schnell (1970)

com base nos diferentes mecanismos de fixação e ascensão como: passivas ou escandentes

(ESC) aquelas que apenas se apóiam sobre um suporte sem qualquer mecanismo sensível

de aderência; volúvel (VOL) aquelas que se enroscam de maneira espiralada em torno de

um suporte; com órgãos prensores (PRE) aquelas que possuem sensibilidade localizada na

aderência ao suporte e radicantes (RAD) aquelas que se apóiam ao suporte por meio de

raízes adventícias. Também foram classificadas com base na estrutura caulinar, sendo

divididas em: trepadeiras herbáceas (HERB) quando apresentam caules delgados não

lenhosos e trepadeiras lenhosas (LENH) quando apresentam caules lenhosos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O inventário catalogou 39 famílias, 106 gêneros, 211 espécies com hábito trepador,

incluindo 12 espécies de plantas ruderais (5,7%) (Tabela 1 e anexo). Esses dados

correspondem a 20,5% do total de espécies levantadas para o PEST, estando em segundo

lugar na representatividade das formas de vida, logo depois do componente arbóreo. Vaz

(1992) estimou a representatividade de gêneros e famílias de plantas da floresta ombrófila

densa na flora do Rio de Janeiro, baseado na coleção do Herbário do Jardim Botânico do

Rio de Janeiro (RB). As trepadeiras correspondem a 53 famílias e 169 gêneros (22,4% do

total), estando em segundo lugar em riqueza de gêneros perdendo apenas para as famílias

arbóreas/arbustivas. Comparando os dados desse estudo com trabalho de Vaz (1992)

verifica-se que 73,6% das famílias e 61,5% dos gêneros de trepadeiras da floresta

ombrófila densa do estado do Rio de Janeiro e registrados no herbário RB estão

representados no PEST.

Page 139: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

139

A maior riqueza de espécies foi das famílias: Leguminosae (29 spp.), Sapindaceae

(23 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Malpighiaceae (18 spp.) e Convolvulaceae (12 spp.)

(Figura 1). Essas famílias perfazem 48,8% do total de trepadeiras levantadas, indicando

que apenas 5 famílias são responsáveis por quase metade da riqueza de espécies no PEST.

Segundo Gentry (1991) embora muitas famílias de plantas fanerógamas do Neotrópico

apresentem espécies de trepadeiras a grande diversidade se concentra em poucas famílias.

Tabela 1: Número de gêneros e espécies/infra-espécies de trepadeiras por famílias botânicas da Serra da

Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

FAMÍLIAS GÊNEROS ESPÉCIES

ACANTHACEAE 2 2

ALSTROEMERIACEAE 1 1

AMARANTHACEAE 2 3

APOCYNACEAE 5 9

ARECACEAE 1 1

ARISTOLOCHIACEAE 1 4

ASCLEPIADACEAE 5 6

ASTERACEAE 2 3

BIGNONIACEAE 12 22

BORAGINACEAE 1 1

CACTACEAE 1 1

CAPPARACEAE 1 1

CONNARACEAE 1 1

CONVOLVULACEAE 4 12

CUCURBITACEAE 5 11

DILLENIACEAE 1 1

DIOSCOREACEAE 1 10

EUPHORBIACEAE 3 8

HERRERIACEAE 1 1

HIPPOCRATEACEAE 2 2

LEGUMINOSAE 17 29

FAMÍLIAS GÊNEROS ESPÉCIES

LOGANIACEAE 1 1

MALPIGHIACEAE 7 18

MARCGRAVIACEAE 1 1

MENISPERMACEAE 6 6

NYCTAGINACEAE 3 3

ORCHIDACEAE 1 1

PASSIFLORACEAE 1 9

POACEAE 1 1

POLYGALACEAE 1 2

RHAMNACEAE 1 1

RUBIACEAE 3 3

SAPINDACEAE 5 23

SMILACACEAE 1 2

SOLANACEAE 1 1

URTICACEAE 1 3

TRIGONIACEAE 1 1

VIOLACEAE 1 1

VITACEAE 1 5

TOTAL 106 211

0 5 10 15 20 25 30 35

LEGUMINOSAE

SAPINDACEAE

BIGNONIACEAE

MALPIGHIACEAE

CONVOLVULACEAE

CUCURBITACEAE

DIOSCOREACEAE

APOCYNACEAE

PASSIFLORACEAE

EUPHORBIACEAEGêneros

Espécies

Page 140: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

140

Figura 1: Riqueza de gêneros e espécies das famílias mais representativas de trepadeiras

do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Em outros levantamentos florísticos essas famílias também são representativas em

relação ao hábito trepador mudando apenas a ordem de importância, como nos estudos de

Lima et al. (1997), Morellato & Leitão Filho (1998), Lombardi et al. (1999), Weiser 2001,

Hora & Soares (2002) e Rezende & Ranga (2005). No trabalho de Lima et al. (1997) na

floresta ombrófila densa montana e altomontana de Macaé de Cima (RJ) destacaram-se

Asteraceae, Leguminosae, Sapindaceae, Malpighiaceae e Passifloraceae. No PEST a

principal família foi Leguminosae, sendo que Asteraceae não teve expressividade.

Leguminosae apresenta-se em segundo lugar com relação ao número de gêneros dentre as

espécies trepadeiras fluminenses (Vaz 1992).

Nas florestas estacionais de São Paulo Bignoniaceae é a família de maior expressão

(Udulutsch et al. 2004), sendo também considerada por Gentry (1991) a família com maior

riqueza de espécies nas florestas neotropicais de baixas altitudes. Esse autor também

ressaltou a importância das famílias Convolvulaceae, Leguminosae, Asteraceae,

Malpighiaceae, Sapindaceae, Passifloraceae, Cucurbitaceae e Apocynaceae como as mais

ricas em espécies nas Américas. Bignoniaceae, Sapindaceae e Malpighiaceae são muito

expressivas em regiões de baixa altitude, dessa forma prevalecendo nos levantamentos

florísticos em florestas tropicais. No PEST Bignoniaceae apresentou o terceiro lugar

quanto à riqueza de espécies, porém em Macaé de Cima não figura nem entre as dez

famílias mais importantes. Dioscoreaceae normalmente não é citada como uma das

famílias mais relevantes, possivelmente devido às dificuldades de identificação pela grande

plasticidade que apresenta. Contudo no PEST representa a sétima família de maior riqueza

em espécies.

Vaz (1992) também mostrou que poucas famílias possuem riqueza de gêneros

como Bignoniaceae, Leguminosae, Asteraceae (mais de 10 gêneros com espécies de

trepadeiras). A maioria das famílias tem poucos gêneros. No PEST as famílias com maior

riqueza de gêneros são Leguminosae e Bignoniaceae (Tabela 1), da mesma forma que em

Macaé de Cima. Essas famílias também são as mais representativas em relação às

trepadeiras do estado do Rio de Janeiro (Vaz 1992). Os gêneros com maior riqueza de

espécies são: Dioscorea (10 spp.), Passiflora (10 spp.), Serjania (9 spp.), Heteropterys (7

Page 141: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

141

spp.), Dalechampia, Paullinia, Stigmaphyllon, Senegalia e Ipomoea com 6 spp. Esses

gêneros representam 31,4% das espécies amostradas no PEST. Excetuando Heteropterys e

Stigmaphyllon (Malpighiaceae) que tem 7 gêneros de trepadeiras na flora fluminense e

Senegalia (Leguminosae) com 22 (Vaz 1992), os demais pertencem a famílias com até 4

gêneros.

Houve um predomínio de trepadeiras lenhosas (56,9%) em relação às herbáceas

(43,1%). O mesmo fato foi constatado para as florestas estacionais semideciduais de São

Paulo (Bernacci & Leitão-Filho 1996, Morellato & Leitão-Filho 1998 e Udulutsch 2004).

Esses dados se contrapõem as estimativas de Gentry (1991) nas quais as trepadeiras

lenhosas e herbáceas se equivalem quanto à representatividade nas florestas tropicais de

baixas altitudes. Essa relação foi observada em florestas equatorianas do Rio Palenque

(Gentry & Dodson 1987), Barro Colorado (Croat 1978) e Costa Rica (Jansen & Liesner

1980).

As trepadeiras lenhosas são mais freqüentes sobre as copas das árvores (Morellato

& Leitão-Filho 1998) e contribuem significativamente para a dinâmica do dossel durante

os primeiros estádios sucessionais (Hegarty 1990). Contudo podem ser encontradas tanto

em estádios sucessionais iniciais quanto tardios. São muito robustas e atingem vários

metros chegando às copas das árvores em busca de luz e para isso utilizam diferentes

estratégias de apoio. Segundo Gentry & Dodson (1987), as famílias mais representativas

desse tipo de trepadeira são Leguminosae, Malpighiaceae, Sapindaceae e Bignoniaceae. O

mesmo ocorre no PEST, sendo Machaerium aculeatum, Bauhinia microstachya,

Heteropterys leschenaultiana, Paullinia fusiformis, Adenocalymma trifoliatum, Mansoa

lanceolatae e Tynanthus micranthus representantes dessas famílias. Muito comum nas

áreas em regeneração é a presença de Arrabidaea selloi, que na época de floração destaca-

se nas trilhas e bordas de mata pelas suas flores róseas perfumadas. É interessante ressaltar

que algumas trepadeiras lenhosas podem também se apresentar com hábito arbustivo como

Strychnos acuta e Leretia cordata. S. acuta inclusive desenvolve ganchos como órgão

prensor.

As trepadeiras herbáceas normalmente estão associadas às áreas abertas degradadas

como bordas de florestas e clareiras, sendo expressivas nas fases iniciais de sucessão.

Contudo, nem sempre isso é evidente, uma vez nessas áreas ocorrem indivíduos jovens de

trepadeiras lenhosas (Lima et al. 1997). As famílias mais representativas são Leguminosae,

Page 142: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

142

Passifloraceae, Cucurbitaceae e Convolvulaceae. No PEST trepadeiras dessas famílias são

muito comuns, destacando-se Vigna adenantha, Passiflora racemosa, Wilbrandia

glaziovii, Wilbrandia verticillata e Jacquemontia martii.

Em afloramentos rochosos expostos próximos ao mar, como no Costão de

Itacotiara, Alto Mourão e Morro das Andorinhas, ocorrem trepadeiras como Anemopaegma

chamberlaynii, Arrabidaea rego, Lundia cordata, Pereskia aculeata, Heteropterys

chrysophylla, Vanilla bahiana, Passiflora farneyi, Schwartzia brasiliensis, Mimoza

velloziana, Cissus verticillata, Cissus paulliniifolia entre outras. Essas espécies também

podem ser encontradas no interior da mata em florestas ombrófilas densas e nas restingas.

É muito comum a presença de trepadeiras em afloramentos rochosos do interior da mata

como Glaziovia bauhinioides, Parabignonia unguiculata que aderem às rochas, podendo

também usar árvores como substrato.

As trepadeiras utilizam várias estratégias para ascender sobre o substrato. Muitas

vezes a mesma espécie pode apresentar mais de uma forma de fixação. Sendo assim,

predominaram as trepadeiras volúveis e volúveis com órgãos prensores, correspondendo

juntas a 91,9% das espécies levantadas. Os órgãos prensores mais presentes foram

gavinhas, espinhos e ganchos. As demais formas representaram 6,6% de escandentes e 0,5

com órgãos prensores (Glaziovia bauhinioides), 0,5% de radicantes (Vanila bahiana) e

0,5% de volúvel escandente com órgãos prensores e radicante (Parabignonia unguiculata).

Lima et al. (1997) analisando trechos de florestas preservadas em Macaé de Cima (RJ),

observou a grande incidência de trepadeiras com órgãos prensores, sendo esta a forma mais

eficiente das plantas alcançarem o dossel. Gentry (1985, 1991) destaca a ocorrência de

trepadeiras em estados sucessionais mais tardios com maior tendência de especialização da

forma de fixação. Na Serra da Tiririca o predomínio de formas volúveis podem indicar um

estado inicial de regeneração da vegetação, contudo deve-se encarar essa região como um

mosaico de estados sucessionais. As formas volúveis e com órgãos prensores

correspondem a 42,3% das espécies e as apenas volúveis 50%. Dessa forma, a região em

estudo pode se encontrar em um estágio intermediário de regeneração,

Em relação à conservação, seis espécies estão listadas em categorias de ameaça de

extinção, segundo a Lista Brasileira de Espécies da Flora Ameaçada de Extinção revisada

em 2005 em workshop realizado pela Fundação Biodiversitas (Biodiversitas 2005):

Banisteriopsis sellowiana (vulnerável), Heterpterys terntroemiifolia (criticamente em

Page 143: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

143

perigo), Stigmaphyllon vitifolium (vulnerável), Odontocarya vitis (vulnerável), Passiflora

farneyi (quase ameaçada) e Ungilipetalum filipendum (em perigo). Wilbrandia glaziovii é

considerada endêmica do estado do Rio de Janeiro, sendo enquadrada como vulnerável

dentre as categorias de espécies ameaçadas de extinção por Klein (1996).

Avaliando outras áreas inventariadas floristicamente no Brasil, destacam-se os

dados levantados nesse estudo que mostram uma grande riqueza de espécies para as

formações litorâneas do estado Rio de Janeiro (Tabela 2). Embora seja necessário avaliar o

grau de perturbação de cada área, os dados mostram que a floresta ombrófila densa,

representada por Macaé de Cima e Serra da Tiririca, apresentou maior riqueza de espécies

do que as demais formações vegetais avaliadas. A similaridade entre essas áreas e a Serra

da Tiririca mostra pouco relacionamento florístico, principalmente em relação a Reserva

Ducke na Amazônia.

Tabela 2: Riqueza de espécies de trepadeiras na Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado e similaridade

florística entre as áreas avaliadas.

Áreas de Estudo Nº de

taxons

Similaridade Sorensen

(%)

Formação Florestal Referência

Reserva Ducke, AM 71 2,8 Amazônica Prance (1994)

Santa Genebra, SP 136 19,5 Floresta estacional semidecidual

Morellato & Leitão- Filho (1998)

Rio Claro, Araras, SP

148 17,3 Floresta estacional semidecidual

Udulutsch et al. (2004)

Estação Ecológica do Noroeste Paulista,

SP

105 12,1 Floresta estacional semidecidual

Rezende & Ranga (2005)

Parque Estadual de Vassununga, Gleba

Maravilha, SP

120 15,0 Floresta estacional semidecidual

Tibiriçá et al. (2006)

Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ

144 16,0 Floresta ombrófila densa montana e submontana

Lima et al. (1997)

Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ

211 - Floresta ombrófila densa submontana

Esse estudo

Page 144: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

144

Segundo Hora & Soares (2002), a grande quantidade de espécies num fragmento

florestal pode ser atribuída, em parte, à heterogeneidade de habitats, ao grau de perturbação

desses fragmentos e as perturbações por causas naturais e antrópicas. Sendo assim, áreas

com maior incidência de luz, como clareiras e bordas, favorecem o desenvolvimento de

trepadeiras (Morellato & Leitão-Filho 1998), principalmentes as herbáceas. Segundo Engel

et al. (1998) a presença de trepadeiras nas clareiras indica a perda de sustentabilidade desse

tipo de ambiente. Normalmente a grande abundância de trepadeiras está associada a

ambientes degradados em regeneração, formando verdadeiros emaranhados de difícil

penetração e caracterizando a fisionomia dessas áreas. Sendo assim, a maior riqueza de

espécies na Serra da Tiririca indica que a região se apresenta num mosaico sucessional, em

diferentes estádios de recuperação após o dano ambiental sofrido.

Nas bordas das matas e clareiras estão presentes trepadeiras herbáceas como

Cayaponia trifoliata, Cayaponia trilobata, Dalechampia convolvuloides, Canavalia

parviflora, Trigonia eriosperma, Prestonia denticulata, Mendoncia velloziana, Anchietea

pyrifolia e trepadeiras lenhosas como Mascagnia sepium, Stigmaphyllon tomentosum,

Mucuna urens, Serjania caracasana. No interior das matas em recuperação são observadas

trepadeiras lenhosas como Adenocalymma trifoliatum, Adenocalymma bracteatum,

Mansoa lanceolata, Tynanthus micranthus, Connarus nodosus, Dioscorea dodecaneura,

Dioscorea altissima, Hippocratea volubilis, Bauhinia microstachya, Machaerium

aculeatum, Machaerium oblongifolium, Heteropterys leschenaultiana, Chondrodendron

platiphyllum entre outras. No interior da mata também ocorrem trepadeiras herbáceas

como Peltastes peltatus, Aristolochia raja, Disciphania hernandia e Passiflora racemosa.

Trepadeiras ruderais não têm muita expressividade em florestas maduras e habitam

preferencialmente as bordas das matas. No PEST são comumente encontradas nessas

condições, principalmente nas clareiras e trilhas, trepadeiras herbáceas como Thunbergia

alata, Ipomoea aristolochiifolia, I. ramosissima, I. tiliacea, Merremia dissecta, M.

macrocalyx, Momordica charantia, Cardiospemum corindum, C. grandiflorum e Abrus

precatorius. Essas espécies são consideradas infestantes de lavouras perenes e

normalmente encontradas em terrenos abandonados. Considerando todo o processo de

ocupação da Serra da Tiririca e uso da terra seria de esperar encontrar essas plantas na

região. Principalmente nas áreas de antigos sítios abandonados a cerca de 30 anos.

Algumas espécies foram introduzidas no Brasil a partir da África, como T. alata e M.

Page 145: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

145

charantia. A. precatorius é cosmopolita de regiões tropicais e as demais espécies têm

ocorrência natural na América Tropical (Kissmann & Groth 1995, 1999).

CONCLUSÃO

As trepadeiras contam a história dos impactos ambientais de uma área. E

considerando o histórico de uso da terra na Serra da Tiririca, a expressiva riqueza e

diversidade de espécies de trepadeiras mostram um mosaico de diferentes estádios

sucessionais ao qual se encontra a vegetação. Apresenta áreas mais conservadas nas

cumeeiras dos morros e outras em regeneração nas encostas, antes ocupadas por sítios com

produção agrícola variada. Com o abandono dessas áreas, a vegetação vem se recuperando

e as trepadeiras têm um importante papel nesse contexto, uma vez que seu crescimento vai

fechando as aberturas na mata. Dessa forma, muitas espécies são encontradas

caracterizando as bordas dos fragmentos, ao longo das trilhas e nas clareiras. Nessa

situação são observadas tanto trepadeiras herbáceas quanto lenhosas, contudo com maior

incidência de espécies herbáceas. Nas áreas florestadas em regeneração ocorrem

trepadeiras lenhosas com espécies encontradas tanto nas bordas quanto no interior da mata.

Apenas nos trechos mais preservados a incidência de trepadeiras diminui e ocorrem

espécies características de estádios de sucessão mais tardios. Nessas condições também são

observadas trepadeiras mais especializadas quanto à forma de fixação, embora no geral

haja um predomínio de formas volúveis.

Os estudos realizados na Mata Atlântica vêm ressaltando a importância das

trepadeiras na estrutura e diversidade das florestas tropicais. O que pode ser constatado

tanto nas florestas ombrófilas densas quanto nas formações mais secas das florestas

semideciduais. Isso demonstra a necessidade de enfocar mais essas formas de vida nos

levantamentos florísticos.

Agradecimentos Agradecemos aos taxonomistas Luiz José Soares Pinto, Genise Somner, Robson Dias, Haroldo C. de Lima, Michel Barros, André Amorim, João Marcelo de A. Braga, Mário Gomes, Jorge Fontella, Elsie F. Guimarães e Roberto L. Esteves pela identificação e/ou confirmação do material coletado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Araújo, F.S. & Martins, F.R. 1999. Fisionomia e organização da vegetação do carrasco no Planalto de Ibiapaba, estado do Ceará. Acta Botanica Brasilica 13(1): 1–13.

Page 146: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

146

Araújo, G.U.C. & Costa, C.G. 2006. Cambial variant in the stem of Serjania corrugata (Sapindaceae). IAWA Journal 27(3): 269–280. Araújo, G.U.C. & Costa, C.G. 2007. Anatomia do caule de Serjania corrugata Radlk. (Sapindaceae). Acta Botanica Brasilica 21(2): 489–497. Barros, A.A.M. & Seoane, C.E.S. 1999. A problemática da conservação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói / Maricá, RJ, Brasil. In: Vallejo, L.R. & Silva, M.T.C. (eds) Os (Des)Caminhos do Estado do Rio de Janeiro Rumo ao Século XXI. Anais... Niterói: Instituto de Geociências da UFF. 114–124. Bernacci, L.C. & Leitão-Filho, H.F. 1996. Flora fanerogâmica da floresta da Fazenda São Vicente, Campinas, SP. Revista Brasileira de Botânica 19(2): 149–164. Bernardes, L.M.C. 1952. Tipos de clima do Estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Geografia (14): 57-80. Biodiversitas. 2005. http://www.biodiversitas.org.br. Arquivo da internet capturado em 02 de janeiro de 2008. Brandes, A.F.N. 2007. Antomia do lenho e dendrocronologia de lianas da família Leguminosae ocorrentes na Mata Atlântica. Dissertação (Mestrado em Botânica). Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardum Botânico do Rio de Janeiro. 94p. Brummit, R.K. & Powell, C.E. 1992. Authors of plants names. Royal Botanic Gardens, Kew. 732p. Carlquist, S. 1991. Anatomy of vine and liana stems: a review and synthesis. In: Putz, F.E. & Mooney, H.A. (eds) The Biology of vines. Cambridge: Cambridge University Press. p. 53-72. Croat, T. 1978. Flora de Barro Colorado Island. California, Stanford University Press. 943p. Cronquist, A. 1988. The evolution and classification of flowering plants. 2º edição. New York Botanical Garden, New York. 556p. Engel, E.E. 1998. Fonseca, R.C.B. & Oliveira, R.E. Ecologia de lianas e o manejo de fragmentos florestais. Série Técnica IPEF 12(32): 43–64. Gentry, A.H. 1983. Lianas and the paradox of contrasting latitudinal gradients in woods and litter production. Tropical Ecology 24(1): 63-67. Gentry, A.H. 1985. An ecotaxonomic survey of Panamanian lianas. In: D’Arcy, W.G. & Correa, A.M.D. (eds) The Botany of Natural History of Panama. St. Louis, Missouri Botanical Garden: p. 29-42. Gentry, A.H. 1991. The distribution and evolution of climbing plants. In: Putz, P.E. & Mooney, H.A. (eds) The Biology of Vines. Cambridge: Cambrige Univ. Press: p. 3–49.

Page 147: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

147

Gentry, A.H. & Dodson, C.H. 1987. Contribution of nontrees to species richness of tropical rain forest. Biotropica 19(2): 148–156. Hegarty, F.E. 1990. Leaf life-span and leafing phenology of lianes and associated trees during a rainforest sucession. Journal of Ecology 78(2): 300–312. Hora, R.C. & Soares, J.J. 2002. Estrutura fitossociológica da comunidade de lianas em uma floresta estacional semidecidual na Fazenda Canchim, São Carlos, SP. Revista Brasileira de Botânica 25(3): 323–329. Janzen, D.H. & Liesner, R. 1980. Annotated checklist of lowland Guanacaste Provincia Costa Rica, exclusive of grasses and nonvascular cryptogams. Brenesia 18: 15-90. Kissmann, K.G. & Groth, D. 1995. Plantas infestantes e nocivas. Tomo III: Plantas dicotiledôneas de Geraniaceae e Verbanaceae. 1º edição. Ed. BASF, São Bernardo do Campo. 683p. Kissmann, K.G. & Groth, D. 1999. Plantas infestantes e nocivas. Tomo II: Plantas dicotiledôneas por ordem alfabética de famílias. Acanthaceae a Fabaceae. 2º edição. Ed. BASF, São Bernardo do Campo. 978p. Klein, V.L.G. 1996. Cucurbitaceae do Estado do Rio de Janeiro: Subtribo Melothriinae E.G.O. Muell et F. Pax. Arquivos do Jardim Botânico Rio de Janeiro 34(2): 93–172. Lima, H.C.; Lima, M.P.M.; Vaz, A.M.S.F. & Pessoa, S.V.A. 1997. Trepadeiras da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H.C. & Guedes-Bruni, R.R. (eds) Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: p. 75–87. Lombardi, J.A.; Temponi, L.G. & Leite, C.A. 1999. Mortality and diameter growth of lianas in semideciduous forest fragment in Southeasterm Brazil. Acta Botanica Brasilica 13(2): 159–165. Missouri Botanical Garden. http://www.mobot.org/tropicos. Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a Janeiro de 2008. Morellato, L.P.C. & Leitão-Filho, H.F. 1996. Reproductive phenology of climbers in a Southeastern Brazilian forest. Biotropica 28(2): 180–191. Morellato, L.P.C. & Leitão-Filho, H.F. 1998. Levantamento florístico da comunidade de trepadeiras de uma floresta semidecídua no sudeste do Brasil. Boletim do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Série Botânica 103: 1–15. Müller-Dombois, D. & Ellenberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. New York. John Wiley.

Multiservice. 1995. Avaliação de 10 Unidades de Conservação Ambiental na região metropolitana do Rio de Janeiro. Anexo. 28p.

Page 148: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

148

New York Botanical Garden. http://www.nybg.org. Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a Janeiro de 2008. Peixoto, A.L. & Gentry, A. 1990. Diversidade e composição florística na mata de tabuleiro na Reserva Florestal de Linhares (Espírito Santo, Brasil). Revista Brasileira de Botânica 13: 19-25. Peñalosa, J. 1984. Basal branching and vegetative spread in two tropical rain forest lianas. Biotropica 16(1): 01–09. Penha, H.M. 1999. A synthesis of geology of the east fluminense coast, state of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B.A.; Bidone, E.D. & Abrão, J.J. (eds) Environmental Geochemistry of coastal lagoon systems of Rio de Janeiro, Brazil. Universidade Federal Fluminense, Programa de Geoquímica Ambiental. Série Geoquímica Ambiental 6: p. 03–10. Polhill, R.M.; Raven, P.H & Stirton, C.H. 1981. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: Polhill, R.M. & Raven, P.H. (eds) Advances in legume systematics, part 1. Kew: Royal Botanical Garden. p. 1-26. Pontes, J.A.L. 1987. Serra da Tiririca, RJ. Necessidade de conservação (1a Contribuição). Boletim da FBCN 22: 89-94. Prance, G.T. 1994. A comparison of the efficacy of higher taxa and species numbers in the assessment of biodiversity in the Neotropics. Philosphical Transactins of the Royal Society Lond. B. 345: 89-99. Putz, F.E. 1984. The natural history of lianas on Barro Colorado Island, Panamá. Ecology 65(6): 1713–1724. Rezende, A.A. & Ranga, N.T. 2005. Lianas da Estação Ecológica do Noroeste Paulista, São José do Rio Preto/Mirassol, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19(2): 273–279. Royal Botanic Garden at Kew. http://www.ipni.org. Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a Janeiro de 2008. Sá, C.F.C. 2006. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas – Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 250p. Schnell, R. 1970. Introdution a la phytogeographie des pays tropicaux. Les flores – Les strutures. v. I . Paris: Ed. Gauthier-Villars. 499p. Stranghetti, V. & Ranga, N.T. 1998. Levantamento florístico das espécies vasculares de uma floresta estacional mesófila semidecídua da Estação Ecológica de São Paulo de Faria, SP. Revista Brasileira de Botânica 21(3): 289–298. Tibiriçá, Y.J.A.; Coelho, L.F.M. & Moura, L.C. 2006. Florística de lianas em um fragmento de floresta estacional semidecidual, Parque Estadual de Vassununga, Santa Rita do Passa Quatro, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20(2): 339–346.

Page 149: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

149

Udulutsch, R.G.; Assis, M.A. & Picchi, D.G. 2004. Florística de trepadeiras numa floresta estacional semidecídua, Rio Claro – Araras, Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27(1): 125–134. Vaz, A.M.S.F. 1992. Diversidade de plantas vasculares da floresta atlântica do Rio de Janeiro. Boletim do Museu Biológico Mello Leitão 1: 77–82. Vaz, A.M.S.F. & Vieira, C.M. 1994. Identificação de famílias com espécies trepadeiras. In: Lima, M.P.M. & Guedes-Bruni, R.R. (eds) Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. v. 1: Jardim Botânico do Rio de Janeiro. p. 75–82. Veloso, H.P.; Rangel-Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE. 124p. Weiser, V.L. 2001. Ecologia e sistemática de lianas em um hectare de cerrado stricto sensu da ARIE Cerrado Pé-de-Gigante, Santa Rita do Passa Quatro – SP. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto. 188p. Zimback, C.R.L. 2003. Classificação de solos. Grupo de Estudos e Pesquisas Agrárias Georreferenciadas, FCA, UNESP, Botucatu. 13p.

Page 150: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

150

ANEXO Listagem florística de trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. ESC= passivas ou escandentes, VOL= volúvel, PRE= com órgãos prensores, RAD= radicantes, HERB= trepadeira herbácea e LENH= trepadeira lenhosa.

FAMÍLIAS ESPÉCIES FORMA DE FIXAÇÃO

HÁBITO COLETOR

ACANTHACEAE Mendoncia velloziana (Mart.) Nees VOL HERB M.C.F. dos Santos 508 et al.

Thunbergia alata Boler VOL HERB A.A.M. de Barros 1077 et al.

ALSTROEMERIACEAE Bomarea edulis (Tussac) Herb. VOL HERB L.J.S. Pinto 436 et al.

AMARANTHACEAE Chamissoa altissima (Jack.) Kunth VOL LENH A.A.M. de Barros 3110 et al.

Chamissoa macrocarpa Kunth VOL LENH A.A.M. de Barros 3082 et al.

Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze ESC LENH A.A.M. de Barros 2216 et al.

APOCYNACEAE Condylocarpon isthmicum (Vell.) A. DC. VOL LENH A.A.M. de Barros 3032 et al.

Forsteronia pilosa (Vell.) Müll. Arg. VOL LENH A.A.M. de Barros 2945 et al.

Forsteronia thyrsoidea (Vell.) Müll. Arg. VOL LENH P.W. Feteira 212 et al.

Mandevilla crassinoda (Gardner) Woodson

VOL HERB L.O.F. de Sousa 123 et al.

Mandevilla guanabarica Cassareto ex M.F. Salles, Kin-Gouw. & A.O. Simões

VOL HERB A.A.M. de Barros 679 et al.

Peltastes peltatus (Vell.) Woodson VOL HERB A.A.M. de Barros 3125 et al.

Prestonia coalita (Vell.) Woodson. VOL HERB A.A.M. de Barros 2757 et al.

Prestonia denticulata (Vell.) Woodson VOL HERB A.A.M. de Barros 1492 et al.

Prestonia didyma (Vell.) Woodson VOL HERB A.A.M. de Barros 856

ARECACEAE Desmoncus polycanthos Mart. var. polycanthos

VOL+PRE LENH M.C.F. dos Santos 154 et al.

ARISTOLOCHIACEAE Aristolochia cymbifera Mart. et Zucc. VOL HERB R.H.P. Andreata 487 et al.

Aristolochia odora Steud. VOL HERB L.J.S. Pinto 407 et al.

Aristolochia raja Mart. et Zucc. VOL HERB A.A.M. de Barros 1562 et al.

Aristolochia rumicifolia Mart. et Zucc. var. oblonga

VOL HERB P.W. Feteira 221 et al.

ASCLEPIADACEAE Ditassa burchellii Hook. et Arn. VOL HERB A.A.M. de Barros 1898 et al.

Macroditassa grandiflora (E. Fourn.) Malme

VOL HERB D.S.D. Araujo 3151 et al.

Marsdenia loniceroides E. Fourn. VOL HERB L.O.F. de Sousa 66

Marsdenia suberosa (E. Fourn.) Malme VOL HERB A.A.M. de Barros 2373 et al.

Oxypetalum banksii Schult. subsp. banksii

VOL HERB A.A.M. de Barros 768 et al.

Peplonia riedelii (E. Fourn.) Fontella & Rapini

VOL HERB L.J.S. Pinto 433 et al.

ASTERACEAE Koanophyllon tinctorium Arruda ex H. Kost.

ESC HERB R.S. Oliveira 23 et al.

Mikania hastifolia Baker ESC HERB R.S. Oliveira 53 et al.

Mikania nigricans Gardn. ESC HERB D.S.D Araujo 3763

BIGNONIACEAE Adenocalymma bracteatum (Cham.) DC. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3096 et al.

Adenocalymma marginatum (Cham.) DC. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2037 et al.

Adenocalymma paulistarum Bureau & K. Schum.

VOL+PRE LENH R.H.P. Andreata 354 et al.

Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche

VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2039 et al.

Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K. Schum.

VOL+PRE LENH K.M. Leal 23 et al.

Anemopaegma prostratum DC. VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 399 et al.

Arrabidaea conjugata (Vell.) Mart. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1529 et al.

Arrabidaea leucopogon (Cham.) Sandwith

VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2131

Arrabidaea rego (Vell.) DC. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 767 et al.

Arrabidaea selloi (Spreng.) Sandwith VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 954 et al.

Page 151: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

151

Arrabidaea subincana Mart. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2336 et al.

Clytostoma binatum (Thunb.) Sandwith VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1736 et al.

Clytostoma sciuripabulum Bureau & K. Schum.

VOL+PRE LENH L.O.F. de Sousa 326 et al.

Glaziovia bauhinioides Bureau ex Baill. PRE LENH A.A.M. de Barros 2779 et al.

Lundia cordata (Vell.) A. DC. VOL+PRE LENH H.P. Moreira 15 et al.

Mansoa difficilis (Cham.) Bureau & K. Schum.

VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 422 et al.

Mansoa lanceolata (DC.) A.H. Gentry VOL+PRE LENH N. Coqueiro 270 et al.

Parabignonia unguiculata (Vell.) A.H. Gentry

VOL+PRE+RAD LENH A.A.M. de Barros 3083 et al.

Pithecoctenium crucigerum (L.) A.H. Gentry

VOL+PRE LENH C. Farney 740a

Stizophyllum perforatum (Cham.) Miers VOL+PRE LENH R.S. Oliveira 24 et al.

Tynanthus micranthus Correa de Mella ex K. Schum.

VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3084 et al.

Xylophragma pratense (Bureau & K. Schum.) Sprague

VOL+PRE LENH L.O.F. de Sousa 207 et al.

BORAGINACEAE Tournefortia gardneri A. DC. ESC LENH A.A.M. de Barros 2411 et al.

CACTACEAE Pereskia aculeata Mill. ESC+PRE LENH A.A.M. de Barros 1480 et al.

CAPPARACEAE Capparis lineata Pers. VOL HERB A.A.M. de Barros 824

CONNARACEAE Connarus nodosus Baker VOL+PRE LENH N. Coqueiro 288 et al.

CONVOLVULACEAE Ipomoea aristolochiifolia G. Don VOL HERB D.S.D. Araujo 3766 et al.

Ipomoea daturaeflora Meissn. VOL HERB A.A.M. de Barros 2132 et al.

Ipomoea philomega (Vell.) House VOL LENH A.A.M. de Barros 2978 et al.

Ipomoea ramosissima (Poir.) Choisy VOL HERB L.O.F. de Sousa 279 et al.

Ipomoea syringaefolia Meissner VOL HERB R.H.P. Andreata 538 et al.

Ipomoea tiliacea (Willd.) Choisy VOL HERB A.A.M. de Barros 1386

Jaquemontia holosericea (Weinm.) O’Donell

VOL LENH A.A.M. de Barros 3086 et al.

Jacquemontia martii Choisy VOL HERB A.A.M. de Barros 689 et al.

Merremia dissecta (Jacq.) Hallier f. VOL HERB L.J.S. Pinto 419 et al.

Merremia macrocalyx (Ruiz et Pavon) O’Donnell

VOL HERB A.A.M. de Barros 698 et al.

Merremia umbellata (L.) Hallier f. VOL HERB A.A.M. de Barros 616 et al.

Operculina macrocarpa (L.) Urb. VOL HERB L.O.F. Sousa 314 et al.

CUCURBITACEAE Cayaponia martiana Cogn. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 2211

Cayaponia fluminensis (Vell.) Cogn. VOL+PRE HERB L.J.S Pinto 150 et al.

Cayaponia trifoliata (Cogn.) Cogn. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 411 et al.

Cayaponia trilobata Cogn. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 2210

Fevillea trilobata L. VOL+PRE HERB T.A. da Silva 87 et al.

Melothria cucumis Vell. var. cucumis VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 230 et al.

Melothria fluminensis Gardner var. fluminensis

VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 340 et al.

Momordica charantia L. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 611 et al.

Wilbrandia ebracteata Cogn. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 570 et al.

Wilbrandia glaziovii Cogn. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 1935 et al.

Wilbrandia verticillata (Vell.) Cogn. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 572 et al.

DILLENIACEAE Davilla rugosa Poir. VOL LENH A.A.M. de Barros 1512 et al.

DIOSCOREACEAE Dioscorea altissima Lam. VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 801 et al.

Dioscorea cinnamomifolia Hook. & Griseb.

VOL HERB L.J.S. Pinto 416 et al.

Dioscorea coronata Hauman VOL LENH A.A.M. de Barros 2086 et al.

Dioscorea debilis Uline VOL HERB L.J.S. Pinto 416 et al.

Dioscorea dodecaneura Vell. VOL LENH A.A.M. de Barros 2943 et al.

Dioscorea mollis Mart. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1530 et al.

Dioscorea ovata Vell. VOL HERB L.J.S. Pinto 416 et al.

Dioscorea piperifolia Humb. & Bonpl. ex VOL HERB A.A.M. de Barros 2087 et al.

Page 152: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

152

Willd.

Dioscorea sinuata Vell. VOL HERB A.A.M. de Barros 3088 et al.

Dioscorea sp. VOL HERB P.W. Feteira 206 et al.

EUPHORBIACEAE Dalechampia alata Müll. Arg. VOL HERB A.A.M. de Barros 1758 et al.

Dalechampia brasiliensis Lam. VOL HERB L.J.S. Pinto 134 et al.

Dalechampia convolvuloides Lam. VOL HERB L.J.S. Pinto 385 et al.

Dalechampia micromeria Baill. VOL HERB L.J.S. Pinto 556 et al.

Dalechampia pentaphylla Lam. VOL HERB L.J.S. Pinto 384 et al.

Dalechampia triphylla Lam. VOL HERB A.A.M. de Barros 936

Romanoa tamnoides (A. Juss.) A. Radcliffe Smith

VOL HERB A.A.M. de Barros 2437 et al.

Tragia volubilis L. VOL HERB L.J.S. Pinto 380 et al.

HERRERIACEAE Herreria salsaparilha Mart. VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 475 et al.

HIPPOCRATEACEAE Hippocratea volubilis L. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2113 et al.

ICACINACEAE Leretia cordata Vell. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3041 et al.

LEGUMINOSAE Abrus precatorius L. VOL LENH A.A.M. de Barros 671 et al.

Bauhinia microstachya (Raddi) J.F. Macbr.

VOL LENH A.A.M. de Barros 1978 et al.

Bauhinia radiata Vell. ESC LENH A.A.M. de Barros 1932 et al.

Camptosema isopetalum (Lam.) Taub. VOL HERB H.P. Moreira 101 et al.

Canavalia parviflora Benth. VOL HERB A.A.M. de Barros 786 et al.

Centrosema sagittatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Brandeg. ex L. Riley

VOL HERB A.A.M. de Barros 2293 et al.

Centrosema virginianum (L.) Benth. VOL HERB N. Coqueiro 52 et al.

Chaetocalyx scandens (L.) Urb. VOL HERB K.A. Lúcio 97 et al.

Dalbergia frutescens (Vell.) Britton VOL LENH P.T. dos Santos 61 et al.

Dalbergia lateriflora Benth. VOL LENH A.A.M. de Barros 2993 et al.

Diplotropsis incexis Rizzini & A. Mattos VOL LENH A.A.M. de Barros 2974 et al.

Dioclea violacea Mart. ex Benth. VOL LENH L.J.S. Pinto 117 et al.

Galactia striata (Jacq.) Urb. VOL HERB R.H.P. Andreata 366 et al.

Machaerium aculeatum Raddi VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3100 et al.

Machaerium lanceolatum (Vell.) J.F. Macbr.

VOL LENH A.A.M. de Barros 1928 et al.

Machaerium oblongifolium Vogel VOL LENH L.J.S. Pinto 187 et al.

Machaerium reticulatum Pers. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1099 et al.

Mimosa velloziana Mart. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1100 et al.

Mucuna urens L. VOL LENH A.A.M. de Barros 2204

Piptadenia adiantoides (Spreng.) J.F. Macbr.

VOL LENH A.A.M. de Barros 3087 et al.

Senegalia lacerans (Benth.) Seigler & Ebinger

ESC+PRE LENH D.S.D. Araujo 3219 et al.

Senegalia martiusiana (Steud.) Seigler & Ebinger

VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3092 et al.

Senegalia mikanii (Benth.) Seigler & Ebinger

VOL+PRE LENH R.H.P. Andreata 616 et al.

Senegalia pteridifolia (Benth.) Seigler & Ebinger

VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2870 et al.

Senegalia sp. 1 VOL+PRE LENH N. Coqueiro 26 et al.

Senegalia sp. 2 VOL+PRE LENH N. Coqueiro 39 et al.

Teramnus volubilis Sw. VOL HERB R.S. Oliveira 07 et al.

Vigna adenantha (G. Mey) Maréchal, Mascherpa & Stainer

VOL HERB A.A.M. de Barros 2288 et al.

Vigna speciosa (Kunth) Verdc. VOL HERB A.A.M. de Barros 1909

LOGANIACEAE Strychnos acuta Progel VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2368 et al.

MALPIGHIACEAE Amorimia rigida (A. Juss.) W.R. Anderson

VOL LENH A.A.M. de Barros 1469 et al.

Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B. Gates

VOL LENH A.A.M. de Barros 2040 et al.

Page 153: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

153

Heteropterys bicolor A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 2146 et al.

Heteropterys chrysophylla (Lam.) Kunth VOL LENH A.A.M. de Barros 928 et al.

Heteropterys fluminensis (Griseb.) W.R. Anderson

VOL LENH P.W. Feteira 05 et al.

Heteropterys leschenaultiana A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 2797 et al.

Heteropterys pauciflora A. Juss. VOL LENH W.B. de Carvalho 204 et al.

Heteropterys sericea (Cav.) A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 2503 et al.

Heteropterys ternstroemiifolia A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 2237 et al.

Mascagnia sepium (A. Juss.) Griseb. VOL LENH A.A.M. de Barros 1718 et al.

Niedenzuella acutifolia (Cavanilles) W.R. Anderson

VOL LENH A.A.M. de Barros 919

Stigmaphyllon auriculatum (Cav.) A. Juss.

VOL LENH A.A.M. de Barros 1499 et al.

Stigmaphyllon gayanum A. Juss. VOL LENH P.W. Feteira 93 et al.

Stigmaphyllon lalandianum A. Juss. VOL LENH L.F. dos Santos 27 et al.

Stigmaphyllon paralias A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 1540 et al.

Stigmaphyllon tomentosum A. Juss VOL LENH A.A.M. de Barros 918

Stigmaphyllon vitifolium A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 777 et al.

Thryallis brachystachys Lindl. VOL LENH A.A.M. de Barros 1392

MARCGRAVIACEAE Schwartzia brasiliensis (Choise) Bedell ex Giraldo-Canãs

ESC LENH R.S. de Oliveira 15 et al.

MENISPERMACEAE Abuta convexa (Vell.) Diels. VOL LENH L.J.S. Pinto799 et al.

Chondrodendron platiphyllum (A. St. Hil.) Miers

VOL LENH A.A.M. de Barros 780 et al.

Disciphania hernandia (Vell.) Barneby VOL HERB A.A.M. de Barros 1709 et al.

Hyperbaena oblongifolia (Eichler.) Chodat & Hassl.

VOL LENH A.A.M. de Barros 3007 et al.

Odontocarya vitis Miers VOL LENH A.A.M. de Barros 1941 et al.

Ungilipetalum filipendulum (Mart.) Moldenthe

VOL HERB H.P. Moreira 49 et al.

NYCTAGINACEAE Bougainvillea spectabilis Willd. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2236 et al.

Guapira pernambucensis (Casar.) Lundell

ESC HERB W.B. de Carvalho 20 et al.

Leucaster caniflorus (Mart.) Choisy VOL LENH A.A.M. de Barros 1508 et al.

ORCHIDACEAE Vanilla bahiana Hoehne RAD HERB L.J.S. Pinto 123 et al.

PASSIFLORACEAE Passiflora alata Curtis VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 424 et al.

Passiflora capsularis L. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 204 et al.

Passiflora edulis Sims VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 1713 et al.

Passiflora farneyi Pessoa & Cervi VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 159

Passiflora mucronata Lam. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 1927 et al.

Passiflora organensis Gardner VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 580 et al.

Passiflora racemosa Brot. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 585 et al.

Passiflora setacea DC. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 88 et al.

Passiflora suberosa L. VOL+PRE HERB M.G. Santos 947 et al.

POACEAE Lasiacis ligulata Hitchc. & Chase ESC HERB A.A.M. de Barros 289

POLYGALACEAE Securidaca lanceolata A. St. Hil. & Moq. ESC LENH N. Coqueiro 309 et al.

Securidaca ovalifolia A. St. Hil. et Moq. ESC LENH A.A.M. de Barros 2316 et al.

RHAMNACEAE Reissekia smilacina (Sm.) Steud. VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 586 et al.

RUBIACEAE Emmeorhiza umbellata (Spreng.) K. Schum.

VOL HERB A.A.M. de Barros 773 et al.

Hamelia patens Jacq. VOL HERB A.A.M. de Barros 2428 et al.

Manettia mitis var. fimbriata (Cham. & Schltdl.) K. Schum.

VOL HERB A.A.M. de Barros 2532 et al.

SAPINDACEAE Cardiospermum corindum L. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 342 et al.

Cardiospermum grandiflorum Sw. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1671 et al.

Paullinia coriacea Casar. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1466 et al.

Paullinia fusiformis Radlk. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3051 et al.

Paullinia meliifolia A. Juss. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2140 et al.

Page 154: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

154

Paullinia micrantha Cambess. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2983 et al.

Paullinia racemosa Wawra VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2038 et al.

Paullinia trigonia Vell. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1926 et al.

Serjania caracasana (Jacq.) Willd. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1620

Serjania clematidifolia Cambess. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2206

Serjania communis Cambess. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2047 et al.

Serjania corrugata Radlk. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1890 et al.

Serjania cuspidata Cambess. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2049 et al.

Serjania dentata Radlk. VOL+PRE LENH W.B. de Carvalho 265 et al.

Serjania elegans Cambess. VOL+PRE LENH L.T. Vassal 17 et al.

Serjania orbicularis Radlk. VOL+PRE LENH M.C.F. dos Santos 397 et al.

Serjania tenuis Radlk. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1561 et al.

Thinouia mucronata Radlk. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2372 et al.

Thinouia scandens (Cambess.) Triana & Planchon

VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 379 et al.

Urvillea glabra Cambess. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1544 et al.

Urvillea laevis Radlk. VOL+PRE LENH R.H.P. Andreata 668 et al.

Urvillea stipitata Radlk. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2046 et al.

Urvillea triphylla (Vell.) Radlk. VOL+PRE LENH C. Farney 739

SMILACACEAE Smilax brasiliensis Spreng. var. grisebachii A. DC.

VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 2507 et al.

Smilax quinquenervia Vell. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 943 et al.

SOLANACEAE Solanum alternatopinnatum Steud. VOL+PRE LENH K.A. Lúcio 84 et al.

TRIGONIACEAE Trigonia eriosperma (Lam.) Fromm & Santos

VOL LENH A.A.M. de Barros 2670 et al.

Trigonia nivea Cambess. VOL LENH W.B. de Carvalho 225 et al.

Trigonia villosa Vell. VOL LENH A.A.M. de Barros 2312 et al.

URTICACEAE Urera caravasana (Jacq.) Gaudch. ex Griseb.

ESC LENH A.A.M. de Barros 612 et al.

VIOLACEAE Anchietea pyrifolia var. hilariana (Eichl.) Marquete et Dan.

VOL LENH A.A.M. de Barros 1509 et al.

VITACEAE Cissus paullinifolia Vell. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 772 et al.

Cissus serroniana (Glaziou) Lombardi VOL+PRE HERB W.B. de Carvalho 49 et al.

Cissus simsiana Schult. & Schult. f. VOL+PRE HERB N. Coqueiro 28 et al.

Cissus sulcicaulis (Bak.) Planch. VOL+PRE LENH M.C.F. dos Santos 650 et al.

Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E. Javis

VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 2568 et al.

Page 155: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

155

Artigo IV

VEGETAÇÃO DE AFLORAMENTO ROCHOSO NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA

TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ana Angélica M. de Barros & Dorothy Sue Dunn Araujo

Artigo a ser submetido à Revista Brasileira de Botânica

Page 156: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

156

Vegetação de afloramento rochoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil

RESUMO – (Vegetação de afloramento rochoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil). O Parque Estadual da Serra da Tiririca localiza-se na entrada da Baía de Guanabara entre os municípios de Niterói e Maricá, RJ (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). É uma região inserida no bioma Mata Atlântica, sendo as encostas dos morros são cobertas por floresta ombrófila densa e áreas abertas onde o maciço cristalino fica exposto. As rochas são formadas por gnaisse facoidal com idades entre 630 e 480 milhões de anos. A vegetação de afloramento rochoso é encontrada no Alto Mourão, Costão de Itacoatiara, Morro das Andorinhas, Morro do Telégrafo e Morro do Cordovil. Registraram-se a presença de 250 espécies, pertencentes a 60 famílias e 185 gêneros de Magnoliophyta. Essa amostragem corresponde a 27,6% do total de espécies levantadas no PEST, sendo que 116 (46,4%) têm ocorrência exclusiva nos afloramentos rochosos. As principais famílias são Bromeliaceae (25 spp.), Orchidaceae (20 spp.), Euphorbiaceae (17 spp.), Myrtaceae (14 spp.), Leguminosae (13 spp.), Rubiaceae (11 spp.), Asteraceae (11 spp.) e Bignoniaceae (10 spp.). As espécies herbáceas predominam, seguida das arbóreas, trepadeiras, arbustivas e hemiepífitas. Os afloramentos rochosos são ambientes frágeis e necessitam de atenção quanto à conservação, visto que a expansão da ocupação humana, visitação sem controle, incêndios e instalação de espécies exótica invasoras vêm contribuindo para perda de diversidade biológica. Palavras chaves: Serra da Tiririca, florística, Mata Atlântica, inselberg, afloramento rochoso ABSTRACT- (Rocky outcrop vegetation at Serra da Tiririca State Park, Niterói and Maricá, Rio de Janeiro, Brazil). Serra da Tiririca State Park lies at the entrance to Guanabara Bay in Niterói and Maricá municipalities, Rio de Janeiro state (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). This region is part of the Atlantic forest biome. The mountain slopes are covered with dense ombrophilous forest and rocky outcrops where the crystalline massif is exposed, formed by facoidal gnaisse, 630 million to 480 million years old. Rocky outcrop vegetation grows at the following localites: Alto Mourão, Costão de Itacoatiara, Morro das Andorinhas, Morro do Telégrafo and Morro do Cordovil. The survey recorded 250 species belonging to 60 families and 185 genera of Magnoliophyta. This represents 27.6% of the total number of species recorded for Serra da Tiririca State Park. A total of 116 (46.4%) are found exclusively on rocky outcrops. The most species-rich families are Bromeliaceae (25 spp.), Orchidaceae (20 spp.), Euphorbiaceae (17 spp.), Myrtaceae (14 spp.), Leguminosae (13 spp.), Rubiaceae (11 spp.), Asteraceae (11 spp) and Bignoniaceae (10 spp.). Herbs predominate, followed by trees, climbers, shrubs and hemi-epiphytes. Rocky outcrops are fragile habitats and require special attention for conservation. Human occupation, excessive visitation, fire and invasion by exotic species are contributing to the loss of biological diversity. Key words: Serra da Tiririca, floristc, Atlantic Rainforest, diversity, rock outcrop

INTRODUÇÃO

Nos maciços cristalinos tropicais da Serra do Mar e da Mantiqueira (RJ) ocorrem

regiões escarpadas com rocha exposta que apresentam grande complexidade biológica,

ecológica e geomorfológica. Os afloramentos rochosos constituem um habitat único com

muitas espécies endêmicas (Meirelles et al. 1999). Essas formações são denominadas

inselbergs (do alemão insel=ilha; berg=montanha) (Porembski 2002), sendo bastante

características das áreas montanhosas e maciços costeiros do estado do Rio de Janeiro,

principalmente no entorno da Baía de Guanabara. Ecologicamente funcionam como ilhas

terrestres com a rocha exposta rodeada por vegetação arbóreo-arbustiva. De forma análoga

Page 157: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

157

equivalem as ilhas oceânicas por apresentarem uma multiplicidade de formas, tamanhos e

graus de isolamento (Conceição et al. 2007). A Mata Atântica funciona como matriz

vegetacional primária onde estão inseridos os inselbergs da região Sudeste brasileira.

Os processos evolutivos ocorridos ao longo de milhões de anos resultaram no

estabelecimento de comunidades de plantas características desses ambientes. As

oscilações climáticas e tectônicas ocorridas durante o Período Quaternário da Era

Cenozóica, com alternância de períodos úmidos e secos, tiveram fortes influências sobre a

geomorfologia, evolução e distribuição das espécies (Safford & Martinelli 2000).

Nos últimos anos os estudos realizados nos afloramentos rochosos brasileiros vêm

ganhando força com os mais diferentes enfoques (Scarano 2007). Dessa forma, é possível

citar os trabalhos de Aguiar et al. (1986) e Fernandes & Baptista (1988) em morros

graníticos (RS), Waldemar & Irgang (2003) no Parque Estadual de Itapuã, Viamão (RS),

Caiafa & Silva (2005, 2007) nos campos de altitude do Parque Estadual da Serra do

Brigadeiro (MG) e Conceição et al. (2007a, 2007b) na Chapada Diamantina (BA). No

estado do Rio de Janeiro os estudos mais antigos foram realizados em inselbergs mais

interioranos na Serra da Mantiqueira (Dusén 1955, Brade 1956, Segadas-Vianna & Dau

1965) e Serra dos Órgãos (Rizzini 1953/54). Martinelli & Bandeira (1989) e Porembski et

al. (1998), estudaram a vegetação do Morro do Cuca e Campo das Antas na Serra dos

Órgãos, Pico do Frade em Macaé, Pedra do Desengano em Santa Maria Madalena, Pico do

Itatiaia na Serra da Mantiqueira. Martinelli & Vaz (1986/88) trabalharam os padrões

fitogeográficos de Bromeliaceae dos campos de altitude. Também no planalto do Itatiaia

tem os estudos de Ribeiro & Medina (2002) e Ribeiro et al. (2007).

Em relação aos inselbergs costeiros um dos primeiros trabalhos a enfocar esse tipo

de ecossistema foi o de Oliveira et al. (1975) nos maciços da Tijuca e Pedra Branca, além

de inselbergs da Baixada de Jacarepaguá. Carauta & Oliveira (1984) descreveram a flora

rupícola dos morros da Urca, Pão de Açúcar e Cara de Cão. Miranda & Oliveira (1983)

estudaram as orquídeas rupícolas do Pão de Açúcar. Meirelles et al. (1999) deram um

enfoque ecológico a análise da flora das Pedras da Macumba, Itanhangá e Urca no

município do Rio de Janeiro, Imbuí e Costão de Itacoatiara em Niterói, Ilha de Santana em

Macaé e Araras em Teresópolis. Todas essas áreas estão inseridas na Serra do Mar.

A Serra da Tiririca apresenta várias áreas com afloramentos rochosos expostos. O

Alto Mourão, por exemplo, já foi alvo de estudos florísticos de Lopes et al. 2004, da

Page 158: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

158

mesma forma que Morro das Andorinhas (Araujo & Vilaça 1981). O Costão de Itacoatiara

foi estudado por Meirelles et al. (1999) com enfoque na estrutura da vegetação de ilhas de

solo, sendo observadas apenas 27 espécies de Magnoliophyta. Santos et al. (2005) e

Santos & Sylvestre (2006) estudaram o mesmo local avaliando as pteridófitas, sendo

levantadas 24 espécies. Ribeiro et al. (2007) trabalharam com anatomia de duas espécies

de pteridófitas do Costão de Itacoatiara.

Embora a Serra da Tiririca já tenha sido alvo de estudos envolvendo comunidades

de plantas em afloramentos rochosos, ainda não há uma avaliação mais abrangente em

termos florísticos. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar a

composição florística de Magnoliophyta das áreas de afloramentos rochosos do Parque

Estadual da Serra da Tiririca, além de avaliar os problemas de conservação relacionados

com essas áreas.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo

O Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) apresenta o maciço cristalino

coberto pela floresta ombrófila densa que limita áreas de afloramentos rochosos nas

regiões mais íngremes e os inselbergs. Formam ilhas entremeadas pela floresta, sendo

ocupadas por comunidades de plantas rupícolas e saxícolas adaptadas a condições

ambientais extremas. Scarano (2002) considera essas áreas como periféricas a Mata

Atlântica. Na Serra da Tiririca os inselbergs são encontrados no complexo formado pelo

Alto Mourão (412 m), Costão de Itacoatiara (217 msm) e Morro das Andorinhas (196 m).

Parte do maciço cristalino também fica exposto nos Morros do Telégrafo e Cordovil, onde

a incidência de escarpas rochosas com declives muito acentuados dificultam o

estabelecimento de espécies arbóreas e arbustivas. Nos afloramentos rochosos parte da

vegetação se fixa aos sedimentos orgânicos que não constituem solo propriamente dito.

O clima é do tipo Aw (quente e úmido, com estação chuvosa no verão e seca no

inverno entre maio e junho) seguindo a classificação de Köppen. A estação chuvosa inicia-

se na primavera, culminando no verão nos meses de dezembro e janeiro, quando ocorre

intensa precipitação pluviométrica. Em fevereiro há uma queda no volume das chuvas,

contudo em março, devido à chegada de massas frias, registram-se chuvas intensas. A

Page 159: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

159

menor precipitação se dá nos meses de julho e agosto, quando fica abaixo de 60 mm. A

temperatura média está em torno de 22oC, sendo janeiro e fevereiro os meses mais quentes

e o mais frio em junho. O vento predominante é o nordeste (Bernardes 1952).

Os afloramentos rochosos do PEST estão inseridos na unidade geológica de gnaisse

facoidal que forma um complexo que se estende da região de Piratininga a Itaipu.

Apresenta rochas graníticas intrusivas que datam do período Pré-Cambriano com idades

entre 630 e 480 milhões de anos. Estas se estabeleceram em meio a uma grande bacia

sedimentar durante a colisão continental do evento brasiliano (Bergamaschi & Almeida

2007). São rochas homogêneas e caracterizadas pela presença de porfiroblastos ovais,

constituídos por K-feldspato com estrutura cristalina, dando a rocha uma textura lenticular

(Penha 1999). Uma estrutura bem característica dessa formação são os diques de

pigmatitos e veios de quartzo orientados de nordeste para sudoeste que formam riscos nas

rochas como, por exemplo, no Costão de Itacoatiara (tupi guarani - ita= pedra, cuatiara=

riscada).

Amostragem florística

Foram realizadas coletas aleatórias de plantas férteis no período de março de 1997 a

agosto de 2007. O material coletado foi herborizado e seco em estufa 60ºC, sendo

posteriormente incorporado aos Herbários da Faculdade de Formação de Professores da

UERJ (RFFP) e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). As espécies foram

identificadas através de bibliografia especializada, comparações nos herbários fluminenses

(RB, GUA e HB) e consultas aos especialistas. A listagem foi organizada segundo o

sistema de Cronquist (1988), exceto Leguminosae que foi tratada como uma única família

como proposto por Polhill et al. (1981). Não foram consideradas espécies ruderais. A

correção ortográfica das espécies foi feita acessando bancos de dados disponíveis na

internet do Royal Botanic Garden at Kew, Missouri Botanical Garden e New York

Botanical Garden. Para correção da nomenclatura dos autores adotou-se Brummit &

Powell (1992).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Análise Florística

Page 160: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

160

Foram listadas 250 das espécies, 60 famílias e 185 gêneros de Magnoliophyta estão

presentes nos afloramentos rochosos. Essa amostragem corresponde a 27,6% do total de

espécies levantadas no PEST, sendo que 116 (46,4%) têm ocorrência exclusiva nos

afloramentos rochosos. Esse tipo de ambiente contribui para o enriquecimento da

diversidade florística local. As famílias com maior riqueza de espécies são (Figura 1):

Bromeliaceae (25 spp.), Orchidaceae (20 spp.), Euphorbiaceae (17 spp.), Myrtaceae (14

spp.), Leguminosae (13 spp.), Rubiaceae (11 spp.), Asteraceae (11 spp.) e Bignoniaceae

(10 spp.). Essas famílias correspondem a 48,4% das espécies levantadas nos afloramentos

rochosos da Serra da Tiririca.

Figura 1: Famílias com maior riqueza de espécies dos afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Nos afloramentos rochosos do Neotrópico predominam espécies de

monocotiledôneas (Meirelles et al. 1999; Safford & Martinelli 2000; Ribeiro et al. 2007).

Em termos de riqueza de espécies, esse grupo representa 45,2% (113 spp.) da flora desses

ambientes na Serra da Tiririca. O predomínio de Bromeliaceae e Orchidaceae é citado em

alguns estudos (Oliveira et al. 1975; Carauta & Oliveira 1984, Conceição et al. 2007a,

2007b). Essas famílias estão entre as três maiores em número de espécies dentre as

monocotiledôneas no Brasil (Shepherd 2003). Bromeliaceae dos afloramentos rochosos da

Serra da Tiririca representam 61% do total de espécies de Magnoliophyta levantadas no

PEST e as Orchidaceae 71,4%. Dentre as orquídeas, Cattleya forbesii e Constantia

0 5 10 15 20 25 30

BROMELIACEAE

ORCHIDACEAE

EUPHORBIACEAE

MYRTACEAE

LEGUMINOSAE

RUBIACEAE

ASTERACEAE

BIGNONIACEAE

Nº de Gêneros e Espécies

Gêneros

Espécies

Page 161: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

161

rupestris estão ameaçadas, sendo enquadradas na categoria vulnerável (Biodiversitas 2005;

Pinheiro 1999).

As bromélias são dominantes na paisagem, principalmente Alcantarea glaziouana.

O gênero Alcantarea é restrito aos afloramentos rochosos na Mata Atlântica, Cerrado e

Caatinga. A. glaziouana é endêmica dos paredões rochosos das circunvizinhanças do Rio

de Janeiro em altitudes próximas do mar (Leme 1995). Outra espécie de destaque é

Tillandsia araujei, uma pequena bromélia rupícola considerada pioneira no processo de

sucessão para formação de ilhas de vegetação que recobrem os afloramentos (Meirelles et

al. 1999).

No PEST registra-se a ocorrência de híbridos naturais de bromélias, Pitcairnia

albiflos x staminea no Costão de Itacoatiara e X Hohemea itaipuana B.R. Silva & L.O.F.

Sousa, descrita a partir de material coletado no Morro das Andorinhas. Embora a

hibridização natural em plantas seja um fenômeno comum, existem poucos relatos para a

família Bromeliaceae. Contudo, trabalhos realizados por Wendt et al. (2000) e Wendt

(2001) mostram a ocorrência de híbridos naturais entre bromélias em outros afloramentos

rochosos do entorno da Baía de Guanabara (Morro do Corcovado e Pão de Açúcar). Esses

autores estudaram populações simpátricas de quatro espécies de Pitcairnia: P. albiflos

Herbert, P. staminea Loddiges, P. flammea Lindley e P. corcovadensis Wawra. A

distribuição geográfica dessas quatro espécies é quase que restrita a poucos afloramentos

rochosos no estado do Rio de Janeiro, exceto para P. flammea que apresenta uma

distribuição geográfica mais ampla (Wendt 1994). Embora o Costão de Itacoatiara não

tenha sido incluído nesses estudos, também foi palco para formação de híbridos entre P.

albiflos e P. staminea. Após avaliar vários materiais encontrados nessa região verificou-se

a presença apenas de híbridos entre essas duas espécies. Dessa forma, supõe-se que as

espécies parentais tenham reduzido drasticamente suas população e podem não existir mais

na região (T. Wendt comunicação pessoal).

Embora Cactaceae seja uma família que caracteriza os ambientes rochosos, na Serra

da Tiririca não se destaca entre as aquelas de riqueza de espécies, mas são importantes em

termos ecológicos. São apenas 6 espécies, sendo duas ameaçadas de extinção. Rhipsalis

cereoides encontra-se na categoria vulnerável (Biodiversitas 2005, Barthlott & Taylor

1995, Taylor & Zappi 2004). Coleocephalocereus fluminensis é considerado vulnerável por

Calvente et al. (2005).

Page 162: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

162

Das 27 espécies consideradas por Meirelles et al. (1999) como as mais freqüentes

nos afloramentos rochosos, 14 (51,9%) têm ocorrência na Serra da Tiririca: Trilepis

lhotztkiana, Vellozia candida, Coleocephalocereus fluminensis, Barbacenia purpurea,

Pitcairnia staminea, Alcantarea glaziouana, Stillingia dichotoma, Euphorbia comosa,

Sinningia bulbosa, Tillandsia araujei, Kalanchoe brasiliensis, Vernonia rupestris e

Vriesea neoglutinosa.

Quanto ao hábito destacam-se as espécies herbáceas (101 spp.), seguida de espécies

lenhosas arbóreas (54 spp.), trepadeiras (53 spp.), arbustivas (40 spp.) e hemiepífitas (2

spp). É natural o predomínio de espécies herbáceas nos ambientes rochosos, como ocorre

em outros tipos de vegetação aberta. Essas espécies formam ilhas de vegetação ou se

inserem diretamente na rocha. Dentre as trepadeiras predominam espécies de Bignoniaceae

e Leguminosae que fazem com que essas famílias se sobressaiam dentre as mais

importantes.

Figura 2: % de espécies por formas de vida de Magnoliophyta dos afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

O destaque para as espécies arbóreas ocorre porque nas regiões onde as fendas

permitem o acúmulo de sedimentos e matéria orgânica, desenvolvendo-se uma vegetação

de médio porte arbórea-arbustiva. Isso é observado nas bordas dos afloramentos em

contato com a floresta adjacente, no Costão de Itacoatiara (mata do cume e Pata do Gato),

no Morro das Andorinhas e Alto Mourão. Daí famílias como Myrtaceae e Euphorbiaceae

se sobressaírem dentre as mais importantes. Inclusive foi coletada uma espécie nova do

gênero Eugenia no Costão de Itacoatiara. As espécies arbórea-arbustivas mais comumente

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Ervas

Árvores

Trepadeiras

Arbustos

Hemiepífita

% de espécies

Page 163: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

163

observadas são: Syagrus romanzoffiana, Tabebuia chrysotricha, Tibouchina corymbosa,

Myrcia selloi, Jacaranda jasminoides, Polygala albicans e Chionanthus fluminensis.

A sobrevivência em ambientes de afloramentos rochosos implica numa série de

adaptações que determinam à distribuição das plantas. O tipo de rocha, declividade,

insolação e o grau de umidade são importantes na seleção das espécies. Sendo assim,

algumas espécies são capazes de suportar a carência hídrica, tolerando o dessecamento,

sendo denominadas poiquilohídricas. Tais plantas podem suspender suas atividades

fisiológicas, levando a perda da clorofila, encolhimentos ordenados e modificações da área

foliar, restringindo a perda d`água. Quando as condições hídricas se tornam mais

favoráveis, rapidamente recuperam sua aparência normal (de Mattos 1997). Podem ser

citadas como exemplo dessas plantas no PEST Trilepis lhotztkiana e Vellozia candida. T.

lhotztkiana é uma das principais espécies dos ambientes rochosos, se destacando em outros

estudos no Brasil (Meirelles et al. 1999, Ribeiro et al. 2007; Caiafa et al. 2007). Além

desse mecanismo, outros tipos de plantas tolerantes, como Barbacenia purpurea, enrolam

suas folhas, porém não perdem sua cor (Meirelles et al.1999). Também são encontradas

plantas chamadas evitadoras, que têm como estratégia de sobrevivência a restrição das

trocas hídricas com o meio ambiente (de Mattos et al. 1998), como, por exemplo, as

cactáceas de maneira geral.

A vegetação de afloramento rochoso está intimamente relacionada com a formação

florestal que rodeia essa ilha de diversidade. A partir da floresta em direção aos

afloramentos desaparecem alguns componentes e surgem novas combinações estruturais

nas cumeeiras contíguas aos grandes declives das escarpas (Martinelli & Bandeira 1989).

A floresta cria condições microclimáticas específicas protegendo a vegetação do

afloramento rochoso. As duas formações interagem, sendo interessante observar que

algumas espécies que, embora não tenham ocorrência específica nos afloramentos

rochosos, são observadas nas matas de encostas na periferia desses ambientes. Na Serra da

Tiririca é possível destacar espécies arbóreo-arbustivas Metternichia princeps var. princeps

Rudgea minor subsp. minor, Rudgea interrupta, Rudgea francavillana, além de Tovomita

leocanta, Clavija spinosa, Campomanesia laurifolia e Urbanodendron verrucosum. Não

significa que essas espécies não ocorram em outras condições ambientais, tanto em

substrato arenoso de restinga quanto na mata de encosta, mas no PEST são mais

observadas associadas às áreas com afloramentos rochosos.

Page 164: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

164

Conservação

A fragilidade dos ambientes rochosos é apontada por vários autores (Meirelles et al.

1999; Ribeiro et al. 2007; Conceição et al. 2007a, 200b) e necessitam de atenção quanto à

conservação. Uma das questões mais preocupantes é a intensa visitação que sofre o

complexo formado pelo Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Enseada do Bananal. Os

impactos causados pela presença humana estão levando a perda da diversidade biológica

nessas áreas. Destaque para visitação desordenada que leva a compactação do solo, coleta

de plantas ornamentais para comercialização, incêndios, destruição das ilhas de vegetação,

pichações e introdução de espécies exóticas. Nas áreas mais inclinadas as raízes das

árvores de maior porte são utilizadas como escada expondo as plantas à erosão do solo.

Conseqüentemente, com o tempo, essas árvores podem tombar abrindo novas clareiras na

mata. No Costão de Itacoatiara, Alto Mourão e Morro das Andorinhas o sedimento muito

fino de matéria orgânica que recobre a rocha vai sendo removido com o pisoteio das

pessoas. Isso expõe a rocha e dificulta o estabelecimento da cobertura vegetal.

Além disso, é comum ocorrerem incêndios, devido às pontas de cigarro e queda de

balões, sendo a vegetação nativa é substituída por gramíneas como o sapê (Imperata

brasiliensis Trin.) e o capim-gordura (Melinis minutiflora Beauv.) no Costão de Itacoatiara

e no Morro das Andorinhas. No vale formado na Enseada do Bananal, próximo aos

afloramentos, parte da floresta foi subtraída e os vários incêndios promoveram a ocupação

da área por capim-colonião (Panicum maximum Jacq.). Essas plantas de origem africana

têm difícil controle sendo muito agressivas e impedem a recomposição da vegetação

original, além de ser altamente inflamável. A presença de espécies exóticas invasoras

configura a segunda causa mundial de perda de diversidade biológica. Em Unidades de

Conservação de Proteção Integral representam o primeiro lugar. Quando chegam ao

estádio de invasão, freqüentemente é difícil encontrar uma forma de erradicar o problema

(Catharino & Silva 2007).

Outro problema sério é a expansão da ocupação humana, que vem aumentando

sobre as encostas e atingindo os afloramentos rochosos. No Rio de Janeiro é comum

observar essas áreas sendo ocupadas por populações de baixa renda que crescem

desordenadamente. Também populações de alta renda procuram essas áreas para morar

Page 165: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

165

como observado na encosta do Morro das Andorinhas, causando danos ambientais

irreversíveis.

Agradecimentos

Agradecemos os colaboradores que auxiliaram nas coletas de campo. À Sérgio Tadeu Meirelles que há mais de vinte anos atrás estudou ecologicamente a vegetação do Costão de Itacoatiara e abriu um novo mundo de conhecimento para seus alunos e estagiários. Aos taxonomistas Luiz José Soares Pinto, Genise Somner, Robson Dias, Marcos Nadruz, Michel Barros, João Marcelo de A. Braga, Mário Gomes, Marcelo Souza, Marcos Sobral, Daniela Zappi, Leandro de Oliveira F. Sousa e Roberto L. Esteves. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aguiar, L.W.; Martau, L.; Soares, Z.F.; Bueno, O.L.; Mariath, J.E. & Klein, R.M. 1986. Estudo preliminar da flora e vegetação de morros graníticos da região da grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica (34): 3-38. Araujo, D.S.D. & Vilaça, A.M.N. 1981. Avaliação da cobertura vegetal remanescente de Itaipu. In: Kneip, L.M.; Pallestrini, L. & Cunha, F.L.S. (eds) Pesquisas Arqueológicas no Litoral de Itaipu. Rio de Janeiro: VEPLAN Companhia de Desenvolvimento Territorial: p. 27–46. Barthlott, W. & Taylor, N. 1995. Notes towards a monography of Rhipsalideae (Cactaceae). Bradleya 13: 43–79. Biodiversitas. 2005. http://www.biodiversitas.org.br. Arquivo da internet capturado em 02 de janeiro de 2008. Bergamaschi, S. & Almeida, J.C.H. 2007. Levantamento de informações geológicas básicas e avaliação das condições de poluição das águas na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. In: Araujo, F.V. Relatório FAPERJ do projeto Aspectos biológicos, geológicos e hídricos em áreas de mata atlântica nos municípios de Niterói e Maricá, RJ. Programa de apoio a entidades estaduais: Desenvolvimento científico da UERJ. Impresso. 93p. Bernardes, L.M.C. 1957. Planície litorânea e zona canavieira do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia. 248p. Brade, A.C. 1956. A flora do Parque Nacional de Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 5: 7–85. Brummit, R.K. & Powell, C.E. 1992. Authors of plants names. Royal Botanic Gardens, Kew. 732p. Caiafa, A.N. & Silva, A.F. 2005. Composição florística e espectro biológico de um campo de altitude no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 56(87): 163-173. Caiafa, A.N. & Silva, A.F. 2007. Structural analysis of the vegetation on a highland granite outcrop in Southeast Brazil. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 657-664.

Page 166: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

166

Calvente, A.M.; Freitas, M.F. & Andreata, R.H.P. 2005. Listagem, distribuição e conservação das espécies de Cactaceae no estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 56 (87): 141–162. Carauta, J.P.P. & Oliveira, R.R. 1984. Plantas vasculares dos morros da Urca, Pão de Açúcar e Cara de Cão. Rodriguésia 36(59): 13-24. Catharino, E.L.M. & Silva, V.S. 2007. Análise preliminar da contaminação biológica para manejo e conservação de três Unidades de Conservação da região metropolitana de São Paulo. In: Barbosa, L.M. & Santos-Junior, N.A. (eds) A botânica no Brasil: pesquisa, ensino e políticas públicas ambientais. São Paulo, Sociedade Botânica do Brasil: p. 400-405. Conceição, A.A.; Giulietti, A.M. & Meirelles, S.T. 2007a. Ilhas de vegetação em afloramentos de quartzito-arenito o Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21 (2): 335–347. Conceição, A.A.; Pirani, J.R. & Meirelles, S.T. 2007b. Floristic structure and soil of insular vegetation in four quartizite-sandstone outcrops of Chapada Diamantina, Northeast, Brazil. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 641-656. Cronquist, A. 1988. An integrated system of classification of flowering plants. Columbia University Press, New York. 556p.

de Mattos, E.A. 1998. Perspectives on Comparative Ecophysiology of some Brazilian Vegetation Types: Leaf CO2 and H2O gas exchange, chlorophyll a fluorescence and carbon isotope discrimination. In: Scarano F.R. & Franco, A.C. (eds) Ecophysiological strategies of xerophytic and amphibious plants in the neotropics. Series Oecologia Brasiliensis 4: p. 1-13.

de Mattos, E.A.; Grams, T.E.E.; Ball, E.; Franco, A.C.; Haag-Kerwer, A.; Herzog, B.; Scarano, F.R. & Lüttge, U. 1997. Diurnal patterns of chlorophyll a fluorescence and stomatal conductance in species of two types of coastal tree vegetation in southeastern Brazil. Trees 11: 363-369.

Dúsen, P. 1955. Contribuições para flora do Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 4: 9-91. Fernandes, I. & Baptista, L.R.M. 1988. Levantamento da flora vascular rupestre do Morro Sapucaia e Morro do Cabrito, Rio Grande do Sul. Acta Botanica Brasilica 1(2)Suplemento: 95-102. Leme, E.M.C. 1995. Contribuição ao estudo do gênero Alcantarea I. Bromélia 2(3): 15-23. Lopes, R.C. 1992. Plantas medicinais e outras utilidades do Morro Alto Moirão, Itaipuaçu, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas). Universidade Santa Úrsula. 170p.

Page 167: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

167

Martinelli, G. & Vaz, A.M.S.F. 1986/88. Padrões fitogeográficos em Bromeliaceae dos campos de altitude da floresta pluvial tropical costeira no estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 64/66: 3-10. Martinelli, G. & Bandeira, J. 1989. Campos de altitude. Ed. Index, Rio de Janeiro. 159p. Meirelles, S.T.; Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, and the need for its protection. Environmental Conservation 26(1): 10–20. Miranda, F.E.L.F. & Oliveira, R.R. 1983. Orquídeas rupícolas do Morro do Pão de Açúcar, Rio de Janeiro. Acta Botanica Brasilica 1(1): 99-105 Missouri Botanical Garden. http://www.mobot.org/tropicos. Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a Janeiro de 2008. New York Botanical Garden. http://www.nybg.org. Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a Janeiro de 2008. Oliveira, R.F.; Coimbra-Filho, A.F. & Silva, Z.L. 1975. Sobre a litosere: Algumas espécies para revestimento de encostas rochosas. Brasil Florestal 6(24): 3–18. Penha, H.M. 1999. A synthesis of geology of the east fluminense coast, state of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B.A.; Bidone, E.D. & Abrão, J.J. (eds) Environmental Geochemistry of coastal lagoon systems of Rio de Janeiro, Brazil. Universidade Federal Fluminense, Programa de Geoquímica Ambiental. Série Geoquímica Ambiental 6: 3–10. Pinheiro, F.C. 1999. Orchidaceae do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, RJ. Dissertação. (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 122p. Polhill, R.M.; Raven, P.H & Stirton, C.H. 1981. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: Polhill, R.M. & Raven, P.H. (eds) Advances in legume systematics, part 1. Kew: Royal Botanical Garden. p. 1-26. Porembski, S. 2002. Terrestrial habitat islands as model systems for biodiversity research. In: Araujo, A.L.; Moura, A.N.; Sampaio, E.V.S.B.; Gestinari, L.M.S. & Carneiro, J.M.T. (eds) Biodiversidade, conservação e uso sustentável da flora do Brasil. Universidade Federal de Pernambuco. Recife: p. 158–161. Porembski, S.; Martinelli, G.; Ohlemüller, R. & Barthlott, W. 1998. Diversity and ecology of saxicolous vegetation mats on inselbergs in the Brazilian Atlantic rainforest. Diversity and distribution 4: 107-119. Ribeiro, K.T. & Medina, B.M.O. 2002. Estrutura, dinâmica e biogeografia de ilhas de vegetação sobre rocha do Planalto do Itatiaia, RJ. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 10: 11–82.

Ribeiro, K.T.; Medina, B.M.O. & Scarano, F.R. 2007. Species composition and biogeographic relations of the rock outcroup flora on the high plateau of Itatiaia. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 623-640.

Page 168: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

168

Ribeiro, M.L.R.C.; Santos, M.G. & Moraes, M.G. 2007. Leaf anatomy of two Anemia Sw. species (Schizaceae – Pteridophyte) from a rocky outcroup in Niterói, Rio de Janeiro, Brazil. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 695-702. Rizzini, C.T. 1953/54. Flora Organensis. Lista preliminar dos cormophyta da Serra dos Órgãos. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 117–246. Royal Botanical Garden. http://www.ipni.org. Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a Janeiro de 2008. Safford, H.D. & Martinelli, G. 2000. Southeast Brazil. In: Porembski, S. & Barthlott (eds). Inselbergs. Biotic diversity of isolated rock outcrops in tropical and temperate regions. Ecological Studies. Springer. 146. p. 339-389. Santos, M.G. et al. 2005. Cianogênese em esporófito de pteridófitas avaliada pelo teste do ácido pícrico. Acta Botanica Brasilica 19(4): 783–788. Santos, M.G. & Sylvestre, L.S. 2006. Aspectos florísticos e econômicos das pteridófitas de um afloramento rochoso do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20(1): 115–124. Scarano, F.R. 2002. Structure, function and floristic relationships of plants communities in stressful habits marginal to the Brazilian Atlantic forest. Annals of Botany 90: 517-524. Scarano, F.R. 2007. Rock outcrop vegetation in Brazil: a brief overview. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 561-568. Segadas-Vianna, F. & Dau, L. 1965. Ecology of the Itatiaia Range, southeastern Brazil. II. Climate and altitudinal climatic zonation. Arquivos do Museu Nacional 53: 31-53. Shepherd, G.J. 2003. Conhecimento de diversidade de plantas terrestres do Brasil. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/plantas1. Arquivo da internet capturado em 12 de maio de 2006. Taylor, N. & Zappi, D. 2004. Cacti of Eastern Brazil. Kew: The Royal Botanic Garden. 499p. Waldemar, C.C. & Irgang, B.E. 2003. A ocorrência do mutualismo facultativo entre Dyckia maritima Baker (Bromeliaceae) e o cupim Cortaritermes silvestrii (Holmgren), Nasutitermitinae, em afloramentos rochosos no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS. Acta Botanica Brasilica 17(1): 37–48. Wendt, T.; Paz, N.P.L. & Rios, R.I. 2000. A morphometric analysis of a putative hybrid between Pitcairnia albiflos and P. staminea (Bromeliaceae). Selbyana 21 (1/2): 132-136. Wendt, T. 2001. Hybridization and Reproductive isolation between four Pitcairnia species in Brazilian rocky outcrops. Journal of Bromeliad Society 51: 73-79.

Page 169: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

169

ANEXO

Listagem florística de espécies de Magnoliophyta presente nos afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

FAMÍLIA ESPÉCIES HÁBITO COLETORES

ACANTHACEAE Justicia brasiliana Roth Arbusto W.B. de Carvalho 160 et al.

Lepidagathis nemoralis (Nees) Kameyana Erva A.A.M. de Barros 973 et al.

Schaueria calycotricha (Link & Otto) Nees Arbusto F.E. Miranda 18 et al.

Stenandrium mandioccanum Nees Erva A.A.M. de Barros 1662 et al.

AGAVACEAE Furcraea gigantea Vent. Erva T. Plowman 12855 et al.

ANACARDIACEAE Schinus terebinthifolius Raddi Árvore A.A.M. de Barros 1922 et al.

APOCYNACEAE Aspidosperma parvifolium A.DC. Árvore R.H.P. Andreata 696 et al.

Mandevilla crassinoda (Gardner) Woodson Trepadeira L.O.F. de Sousa 123 et al.

Mandevilla guanabarica Cassareto ex M.F. Salles, Kin-Gouw. & A.O. Simões

Trepadeira A.A.M. de Barros 679 et al.

Prestonia coalita (Vell.) Woodson. Trepadeira A.A.M. de Barros 2757 et al.

ARACEAE Anthurium coriaceum G. Don Erva A.A.M. de Barros 1492 et al.

Anthurium sucrei G.M. Barroso Erva R.S. de Oliveira 39 et al.

Anthurium validinervium Engl. Erva E.N. Fontes 08 et al.

Monstera adansonii var. klotzschiana (Schott) Madison

Hemiepífita T.A. da Silva 91 et al.

Philodendron bipennifolium Schott Hemiepífita L.O.F. Sousa 49 et al.

Philodendron corcovadense Kunth Hemiepífita W.B. de Carvalho 158 et al.

ARECACEAE Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Árvore R.S. de Oliveira 22 et al.

ASCLEPIADACEAE Marsdenia loniceroides E. Fourn. Trepadeira L.O.F. de Sousa 66

Oxypetalum banksii Schult. subsp. banksii Trepadeira A.A.M. de Barros 768 et al.

Peplonia riedelii (E. Fourn.) Fontella & Rapini

Trepadeira L.J.S. Pinto 433 et al.

ASTERACEAE Baccharis serrulata (Lam.) Pers. Erva R. de C. C. Silva 06 et al.

Barrosoa apiculata (Gardn.) R.M. King & H. Robinson

Erva M.G. Santos 1277 et al.

Barrosoa organensis (Gardn.) R.M. King & H. Robinson

Erva R.H.P. Andreata 314 et al.

Campuloclinium macrocephalum (Less.) DC.

Erva K.A. Lúcio 25 et al.

Eupatorium odoratum L. Erva L.J.S. Pinto 119 et al.

Heterocondylus vitalbae (DC.) R.M. King & H. Robinson

Erva P.W. Feteira 50 et al.

Mikania hastifolia Baker Trepadeira R.S. Oliveira 53 et al.

Praxelis clematidea (Griseb.) R.M. King & H. Robinson

Erva A.A.M. de Barros 1025 et al.

Tilesia baccata (L.) Pruski Erva V.C. Matos 37 et al.

Vernonia rupestris Gardner Árvore L.T. Vassal 80 et al.

Vernonia serrulata (Lam.) Pers. Erva A.A.M. de Barros 781 et al.

BEGONIACEAE Begonia maculata Raddi Erva A.A.M. de Barros 2792 et al.

Begonia reniformis Dryander Erva A.A.M. de Barros 2799 et al.

Begonia tomentosa Schott Erva A.A.M. de Barros 2798 et al.

BIGNONIACEAE Adenocalymma paulistarum Bureau & K. Schum.

Trepadeira R.H.P. Andreata 354 et al.

Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche

Trepadeira A.A.M. de Barros 2039 et al.

Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K. Schum.

Trepadeira K.M. Leal 23 et al.

Anemopaegma prostratum DC. Trepadeira L.J.S. Pinto 399 et al.

Arrabidaea conjugata (Vell.) Mart. Trepadeira A.A.M. de Barros 1529 et al.

Arrabidaea rego (Vell.) DC. Trepadeira A.A.M. de Barros 767 et al.

Jacaranda jasminoides (Thunb.) Sandwith Arbusto K.M. Leal 47 et al.

Lundia cordata (Vell.) A. DC. Trepadeira H.P. Moreira 15 et al.

Page 170: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

170

Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Standl.

Árvore K.M. Leal 03 et al.

Xylophragma pratense (Bureau & K. Schum.) Sprague

Trepadeira L.O.F. de Sousa 207 et al.

BOMBACACEAE Ceiba erianthos (Cav.) K. Schum. Arbusto A.A.M. de Barros 1539 et al.

Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns

Árvore L.J.S. Pinto 133 et al.

Quararibea turbinata (Sw.) Poir. Arbusto A.A.M. de Barros 1498 et al.

BORAGINACEAE Cordia curassavica (Jacq.) Roem. & Schult. Arbusto A.A.M. de Barros 672 et al.

Cordia guazumaefolia (Desv.) Roem. & Schult.

Arbusto K.A. Lúcio 91 et al.

Tournefortia salicifolia A. DC. Arbusto A.A.M. de Barros 2305 et al.

BROMELIACEAE Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. var. nudicaulis

Erva L.J.S. Pinto 120 et al.

Aechmea ramosa var. ramosa Mart. ex Schult. f.

Erva R. de C.C. Silva 58 et al.

Aechmea sphaerocephala Baker Erva T. Wendt 330 et al.

Alcantarea glaziouana (Lemaire) Leme Erva L.J.S. Pinto 83 et al.

Billbergia amoena (Lodd.) Lindl. Erva L.O.F. Sousa 122 et al.

Billbergia iridifolia (Nees & Mart.) Lindl. Erva A.A.M. de Barros 2070 et al.

Bromelia antiacantha Bertoloni Erva A.A.M. de Barros 3133 et al.

Cryptanthus acaulis (Lindl.) Beer Erva L.O.F. Sousa 225

X Hohemea itaipuana B.R. Silva & L.O.F. Sousa

Erva L.O.F. Sousa 347 et al.

Neoregelia abendrothae L.B. Smith Erva R.H.P. Andreata 204 et al.

Neoregelia cruenta (R. Graham) L.B. Smith Erva F. Pinheiro 55 et al.

X Pitcairnia albiflos x staminea Erva A.A.M. de Barros 776 et al.

Pitcairnia flammea Lindl. Erva L.O.F. Sousa 228

Pitcairnia staminea Loddiges Erva A.A.M. de Barros 2878 et al.

Pseudoananas sagenarius (Arruda da Câmara) Camargo

Erva F. Pinheiro 175 et al.

Tillandsia araujei Mez Erva A.A.M. de Barros s.n.

Tillandsia dura Baker Erva A.A.M. de Barros 1502 et al.

Tillandsia gardneri Lindl. Erva L.O.F. Sousa 354 et al.

Tillandsia geminiflora Brongniart Erva L.O.F. Sousa 46 et al.

Tillandsia stricta Soland. var. stricta Erva L.J.S. Pinto 157 et al.

Vriesea botafogensis Mez Erva R. de C.C. Silva 17 et al.

Vriesea costae E. Leme & B. Rezende Erva A.A.M. de Barros 992

Vriesea eltoniana Pereira & Ivo Erva A.A.M. de Barros 788 et al.

Vriesea neoglutinosa Mez Erva A.A.M. de Barros 790 et al.

Vriesea procera (Mart. ex Schult. f.) Wittm. Erva L.O.F. Sousa 203 et al.

CACTACEAE Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berg. Arbusto L.J.S. Pinto 458 et al.

Coleocephalocereus fluminensis (Miq.) Backeb

Erva A.A.M. de Barros 2299 et al.

Hylocereus setaceus (Salm-Dyck) R. Bauer Erva A.A.M. de Barros 1274

Opuntia monacantha Haw. Erva A.A.M. de Barros 2301 et al.

Pereskia aculeata Mill. Trepadeira A.A.M. de Barros 1480 et al.

Pereskia grandiflora Pfeiff. subsp. grandiflora

Árvore A.A.M. de Barros 2322 et al.

Pilosocereus arrabidae (Lem.) Byles ex G.D. Rowley.

Erva A.A.M. de Barros 2300 et al.

Rhipsalis cereoides (Backeb & Voll.) Backeb.

Erva A.A.M. de Barros 2302 et al.

CANNACEAE Canna denudata Roscoe Erva A.A.M. de Barros 2221 et al.

CAPPARACEAE Capparidastrum brasilianum (DC.) Hutch. Arbusto A.A.M. de Barros 2214 et al.

Capparis flexuosa (L.) L. Arbusto A.A.M. de Barros 1278

Cleome diffusa Banks ex DC. Arbusto L.J.S. Pinto 156 et al.

Crateva tapia L. Árvore A.A.M. de Barros 1731 et al.

CLUSIACEAE Clusia criuva Cambess. Árvore M.G. Santos 1098 et al.

Page 171: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

171

Kielmeyera membranacea Casar. Árvore A.A.M. de Barros 2567 et al.

COMMELINACEAE Dichorisandra hexandra (Aubl.) Standl. Erva D.S.D. Araujo 4779 et al.

Dichorisandra thyrsiflora J.C. Mikan Erva A.A.M. de Barros 663 et al.

COMMELINACEAE Siderasis fuscata (Lood.) Moore Erva A.A.M. de Barros 3127 et al.

CONVOLVULACEAE Evolvulus glomeratus Nees & Mart. Erva A.A.M. de Barros s.n.

Jacquemontia martii Choisy Trepadeira A.A.M. de Barros 689 et al.

Operculina macrocarpa (L.) Urb. Trepadeira L.O.F. Sousa 314 et al.

CRASSULACEAE Kalanchoe crenata (Andrews) Haw. Erva W.B. de Carvalho 32 et al.

CYPERACEAE Cyperus hermaphroditus (Jacq.) Standl. Erva A.A.M. de Barros 978 et al.

Rhynchospora exaltata Kunth. Erva A.A.M. de Barros 686 et al.

Trilepis lhotzkiana Nees ex Arn. Erva A.A.M. de Barros 659 et al.

DICHAPETALACEAE Stephanopodium sessile Rizzini Árvore M.C.F. dos Santos 221 et al.

DIOSCOREACEAE Dioscorea mollis Mart. Trepadeira A.A.M. de Barros 1530 et al.

DIOSCOREACEAE Dioscorea piperifolia Humb. & Bonpl. ex Willd.

Trepadeira A.A.M. de Barros 2087 et al.

ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum pulchrum A. St. Hil. Árvore L.O.F. Sousa 342

EUPHORBIACEAE Acalypha amblyodonta Müll. Arg. (Müll. Arg.)

Arbusto A.A.M. de Barros 1654 et al.

Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax Arbusto A.A.M. de Barros 653 et al.

Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg. Arbusto A.A.M. de Barros 974 et al.

Bernardia axillaris (Spreng.) Müll. Arg. Arbusto A.A.M. de Barros 2095 et al.

Croton compressus Lam. Árvore A.A.M. de Barros 1467 et al.

Croton klotzschii (Didr.) Baill. Arbusto A.A.M. de Barros 927 et al.

Dalechampia alata Müll. Arg. Trepadeira A.A.M. de Barros 1758 et al.

Dalechampia brasiliensis Lam. Trepadeira L.J.S. Pinto 134 et al.

Dalechampia micromeria Baill. Trepadeira L.J.S. Pinto 556 et al.

Dalechampia pentaphylla Lam. Trepadeira L.J.S. Pinto 384 et al.

Euphorbia comosa Vell. Erva A.A.M. de Barros 1113 et al.

Euphorbia insulana Vell. Erva L.O.F. Sousa 277 et al.

Jatropha gossypiifolia L. Arbusto A.A.M. de Barros 2471

Manihot leptopoda (Müll. Arg.) D.J. Rogers & Appan

Arbusto A.A.M. de Barros 2551

Margaritaria nobilis L.f. Árvore A.A.M. de Barros 2314 et al.

Sebastiania brasiliensis Spreng. Árvore A.A.M. de Barros 774 et al.

Stillingia dichotoma Müll. Arg. Arbusto A.A.M. de Barros 2558

FLACOURTIACEAE Casearia luetzelbergii Sleumer Árvore R.H.P. Andreata 94

Casearia obliqua Spreng. Árvore R.H.P. Andreata 914

GESNERIACEAE Paliavana prasinata (Ker-Gawl) Benth. Erva A.A.M. de Barros 2549

Sinningia aggregata (Ker-Gawl) Wiekler Erva R.H.P. Andreatta 542 et al.

Sinningia bulbosa (Ker-Gawl) Wiehler Erva A.A.M. de Barros 2219 et al.

Sinningia pusilla (Mart.) Baill. Erva A.A.M. de Barros 982 et al.

Sinningia speciosa (Lood.) Hiern Erva L.J.S. Pinto 431 et al.

HIPPOCRATEACEAE Hippocratea volubilis L. Trepadeira A.A.M. de Barros 2113 et al.

Salacia arborea (Leandro) Peyr. Árvore L.O.F. Sousa 344

ICACINACEAE Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard Arbusto W.B. de Carvalho 157 et al.

IRIDACEAE Neomarica candida (Hassl.) Sprague Erva A.A.M. de Barros 2920

Neomarica gracilis (Herb.) Sprague Erva A.A.M. de Barros 1921 et al.

LEGUMINOSAE Bauhinia radiata Vell. Trepadeira A.A.M. de Barros 1932 et al.

Dioclea violacea Mart. ex Benth. Trepadeira L.J.S. Pinto 117 et al.

Inga congesta T.D. Penn. Árvore A.A.M. de Barros 1116 et al.

Inga cordistipula Mart. Árvore A.A.M. de Barros 2213 et al.

Machaerium lanceolatum (Vell.) J.F. Macbr. Trepadeira A.A.M. de Barros 1928 et al.

Mimosa velloziana Mart. Trepadeira A.A.M. de Barros 1100 et al.

Senegalia bahiensis (Benth.) Seigler & Ebinger

Árvore F. Pinheiro 188

Senegalia velutina (DC.) Seigler & Ebinger Árvore A.A.M. de Barros 770 et al.

Page 172: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

172

Senegalia sp. 1 Trepadeira N. Coqueiro 26 et al.

Senna affinis (Benth.) H.S. Irwin & R.C. Barneby

Arbusto L.J.S. Pinto 178 et al.

Sophora tomentosa L. Arbusto W.B. de Carvalho 21 et al.

Vigna adenantha (G. Mey) Maréchal, Mascherpa & Stainer

Trepadeira A.A.M. de Barros 2288 et al.

Zornia latifolia Sm. Erva L.O.F. Sousa 73 et al.

MALPIGHIACEAE Amorimia rigida (A. Juss.) W.R. Anderson Trepadeira A.A.M. de Barros 1469 et al.

Heteropterys chrysophylla (Lam.) Kunth Trepadeira A.A.M. de Barros 928 et al.

Niedenzuella acutifolia (Cavanilles) W.R. Anderson

Trepadeira A.A.M. de Barros 919

Peixotoa hispidula A. Juss. Arbusto T.A.M. Muritiba 66 et al.

Stigmaphyllon auriculatum (Cav.) A. Juss. Trepadeira A.A.M. de Barros 1499 et al.

Stigmaphyllon paralias A. Juss. Trepadeira A.A.M. de Barros 1540 et al.

Stigmaphyllon vitifolium A. Juss. Trepadeira A.A.M. de Barros 777 et al.

Thryallis brachystachys Lindl. Trepadeira A.A.M. de Barros 1392

MARANTACEAE Calathea violacea Lindley Erva A.A.M. de Barros 678 et al.

Maranta divaricata Roscoe Erva A.A.M. de Barros 1896 et al.

Stromanthe tonckat (Aubl.) Eichler Erva A.A.M. de Barros 2062 et al.

MARCGRAVIACEAE Schwartzia brasiliensis (Choise) Bedell ex Giraldo-Canãs

Trepadeira R.S. de Oliveira 15 et al.

MELASTOMATACEAE Tibouchina corymbosa (Raddi) Cogn. Árvore A.A.M. de Barros 1388

Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Árvore A.A.M. de Barros 2750 et al.

MELIACEAE Trichilia casaretti C. DC. Árvore A.A.M. de Barros 1500 et al.

MENISPERMACEAE Chondrodendron platiphyllum (A. St. Hil.) Miers

Trepadeira A.A.M. de Barros 780 et al.

MORACEAE Cecropia glaziovi Snethlage Árvore A.A.M. de Barros 2602 et al.

Cecropia lyratiloba Miquel Árvore M.C.F. dos Santos 478 et al.

Ficus arpazusa Casar. Árvore M.C.F. dos Santos 504 et al.

MYRTACEAE Eugenia candolleana DC. Árvore A.A.M. de Barros 1489 et al.

Eugenia jurujubensis Kiaersk. Árvore A.A.M. de Barros 957 et al.

Eugenia monosperma Vell. Árvore L.J.S. Pinto 208

Eugenia oxyoentophylla Kiaersk. Árvore L.J.S. Pinto 151

Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Árvore L.J.S. Pinto 137 et al.

Eugenia rotundifolia Casar. Árvore F. Pinheiro 168 et al.

Eugenia uniflora L. Arbusto A.A.M. de Barros 655 et al.

Eugenia nov. sp. 1 Árvore L.J.S. Pinto 440 et al.

MYRTACEAE Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. Árvore R.H.P. Andreata 473 et al.

Myrcia insularis (O. Berg) Kiaersk. Árvore R.H.P. Andreata 940 et al.

Myrcia selloi (Spreng.) N. Silveira Árvore A.A.M. de Barros 2303 et al.

Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg

Árvore A.A.M. de Barros 2795 et al.

Plinia ilhensis G.M. Barroso Árvore A.A.M. de Barros 2889 et al.

Psidium guineensis Sw. Árvore L.O.F. de Sousa 71 et al.

NYCTAGINACEAE Bougainvillea spectabilis Willd. Trepadeira A.A.M. de Barros 2236 et al.

Guapira opposita (Vell.) Reitz Árvore A.A.M. de Barros 2504 et al.

Guapira pernambucensis (Casar.) Lundell Trepadeira W.B. de Carvalho 20 et al.

OCHNACEAE Ouratea cuspidata Tiegh. Árvore A.A.M. de Barros 1101 et al.

OLACACEAE Heisteria perianthomega (Vell.) Sleumer Árvore L.J.S. Pinto 81 et al.

OLEACEAE Chionanthus fluminensis (Miers) P.S. Green Arbusto A.A.M. de Barros 771 et al.

ORCHIDACEAE Brassavola tuberculata Hook. Erva A.A.M. de Barros s.n.

Campylocentrum robustum Cogn. Erva L.J.S. Pinto 175 et al.

Cattleya forbesii Lindl. Erva L.J.S. Pinto 149 et al.

Constantia rupestris Barb. Rodr. Erva F. Pinheiro 146 et al.

Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros

Erva A.A.M. de Barros 2552

Eltroplectris triloba (Lindl.) Pabst Erva F. Pinheiro 161

Page 173: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

173

Epidendrum denticulatum Barb. Rodr. Erva L.J.S. Pinto 86 et al.

Epidendrum filicaule (Sw.) Lindl. Erva F. Pinheiro 195 et al.

Habenaria parviflora Lindl. Erva F. Pinheiro 194

Maxillaria marginata Fenzl Erva F. Pinheiro 181

Octomeria alpina Barb. Rodr. Erva F. Pinheiro 173

Oncidium ciliatum Lindl. Erva F. Pinheiro 204

Oncidium fimbriatum Hoffmanns. Erva F. Pinheiro 180

Oncidium pumilum Lindl. Erva F. Pinheiro 215

Pleurothallis grobyi Lindl. Erva L.O.F. de Sousa 41 et al.

Pleurothallis saundersiana Rchb. f. Erva F. Pinheiro 151

Prescottia plantaginea Lindl. Erva L.J.S. Pinto 52 et al.

Sarcoglottis fasciculata (Vell.) Schltr. Erva K.A. Lúcio 23 et al.

Sophronites cernua Lindl. Erva L.O.F. de Sousa 208 et al.

Vanilla bahiana Hoehne Trepadeira L.J.S. Pinto 123 et al.

PASSIFLORACEAE Passiflora alata Curtis Trepadeira L.J.S. Pinto 424 et al.

Passiflora farneyi Pessoa & Cervi Trepadeira L.J.S. Pinto 159

Passiflora racemosa Brot. Trepadeira A.A.M. de Barros 585 et al.

PIPERACEAE Peperomia incana (Haw.) Hook. Erva A.A.M. de Barros 1184 et al.

Peperomia rubricaulis (Nees) A. Dietr. Erva A.A.M. de Barros 929 et al.

Piper mollicomum Kunth Arbusto A.A.M. de Barros 1394

POACEAE Olyra ciliatifolia Raddi Erva L.J.S. Pinto 388 et al.

Olyra latifolia L. Erva A.A.M. de Barros 2069 et al.

Oplismenus hirtellus (L.) P. Beauv. Erva A.A.M. de Barros 2776 et al.

Panicum racemosum (P. Beauv.) Spreng. Erva A.A.M. de Barros 2888 et al.

Saccharum asperum (Nees) Steud. Erva P.W. Feteira 45 et al.

Setaria parviflora (Poir) Kerguélen Erva N. Coqueiro 273 et al.

POLYGALACEAE Polygala albicans (A.W. Benn.) Grondona Arbusto E.N. Fontes 13 et al.

RHAMNACEAE Condalia buxifolia Reissek Arbusto D.S.D. Araujo 3152 et al.

RUBIACEAE Borreria verticillata (L.) G. Meyer Erva P.T. dos Santos 92 et al.

Coussarea capitata (Benth.) Benth. et Hook. f.

Arbusto W.B. de Carvalho 44 et al.

Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Árvore A.A.M. de Barros 950 et al.

Emmeorhiza umbellata (Spreng.) K. Schum. Trepadeira A.A.M. de Barros 773 et al.

Faramea stipulacea (Cham. & Schltdl.) DC. Arbusto A.A.M. de Barros 2875 et al.

Genipa americana L. Árvore F. Pinheiro 187

Manettia mitis var. fimbriata (Cham. & Schltdl.) K. Schum.

Trepadeira A.A.M. de Barros 2532 et al.

Mitracarpus lhotzkyanus Cham. Erva L.J.S. Pinto 197 et al.

Randia armata (Sw.) DC. Arbusto A.A.M. de Barros 2714 et al.

Rudgea minor ssp. minor Benth. Arbusto A.A.M. de Barros 1531 et al.

Tocoyena bullata (Vell.) Mart. Arbusto L.J.S. Pinto 152

Conchocarpus ovatus (A. St. Hil. & Tul.) Kallunki & Pirani

Arbusto A.A.M. de Barros 2060 et al.

Esenbeckia febrifuga (A. St. Hil.) Juss. Árvore R.H.P. Andreata 484 et al.

Esenbeckia grandiflora Mart. subsp. grandiflora

Árvore A.A.M. de Barros 2151 et al.

Pilocarpus spicatus A. St. Hil. Arbusto A.A.M. de Barros 2334 et al.

SAPINDACEAE Cupania emarginata Cambess. Árvore K.A. Lúcio 77 et al.

Cupania oblongifolia Mart. Árvore A.A.M. de Barros 1903 et al.

Paullinia racemosa Wawra Trepadeira A.A.M. de Barros 2038 et al.

Serjania corrugata Radlk. Trepadeira A.A.M. de Barros 1890 et al.

SAPOTACEAE Chrysophyllum lucentifolium Cronquist Árvore A.A.M. de Barros 2541 et al.

SMILACACEAE Smilax quinquenervia Vell. Trepadeira A.A.M. de Barros 943 et al.

SOLANACEAE Aureliana fasciculata (Vell.) Sendtn. Arbusto A.A.M. de Barros 2473

Metternichia princeps Mikan var. princeps Árvore A.A.M. de Barros 1516 et al.

TURNERACEAE Turnera serrata Vell. var. latifolia Arbusto A.A.M. de Barros 2294 et al.

Page 174: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

174

ULMACEAE Celtis ehrenbergiana (Klotzsch) Liebm. Árvore A.A.M. de Barroos 1619

VELLOZIACEAE Barbacenia purpurea Hook. Erva M.C.F. dos Santos 32 et al.

Vellozia candida J.C. Mikan Erva K.M. Leal 06 et al.

VERBENACEAE Vitex polygama Cham. Árvore R.H.P. Andreata 543 et al.

VIOLACEAE Anchietea pyrifolia var. hilariana (Eichl.) Marquete et Dan.

Trepadeira A.A.M. de Barros 1509 et al.

Rinorea laevigata (Solander ex Gingins) Hekking

Arbusto A.A.M. de Barros 2218 et al.

VITACEAE Cissus paullinifolia Vell. Trepadeira A.A.M. de Barros 772 et al.

Page 175: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

175

Artigo V

ANÁLISE FITOSSOCIOLÓGICA DO ESTRATO LENHOSO NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA

TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ana Angélica M. de Barros & Dorothy Sue Dunn Araujo

Artigo a ser submetido à Rodriguésia

Page 176: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

176

Análise Fitossociológica do Estrato Lenhoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá,

Rio de Janeiro, Brasil

RESUMO – (Análise fitossociológica do estrato lenhoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil). Parque Estadual da Serra da Tiririca corresponde a um maciço costeiro coberto por floresta ombrófila densa situada no estado do Rio de Janeiro. O estudo foi realizado em três diferentes áreas com critério de inclusão de DAP≥ 2,5 cm, utilizando-se 10 transects de 2 m X 50 m, totalizando 0,1 ha em cada área. Apenas indivíduos lenhosos foram medidos, considerando-se árvores, arbustos e trepadeiras. Foram amostrados 1.449 indivíduos, correspondendo a 215 espécies, 1 morfo-espécie, 146 gêneros e 54 famílias. 140 espécies são arbóreas, 39 arbustos e 36 trepadeiras. As dez famílias mais representativas são Myrtaceae (26 spp.), Leguminosae (24 spp.), Rubiaceae (20 spp.), Lauraceae (14 spp.), Bignoniaceae (13 spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Sapindaceae (10 spp.) e Meliaceae/Moraceae/Sapotaceae (6 spp.). As espécies dominantes são Pseudopiptadenia contorta no Morro do Telégrafo, Cupania racemosa no Morrote do Córrego dos Colibris e Guapira opposita no Morro do Cordovil. No Morrote do Córrego dos Colibris a vegetação encontra-se em regeneração mais recente. Foram obtidos altos valores de diversidade (H’) no Morro do Cordovil (4,59), Morro do Telégrafo (4,17) e Morro do Telégrafo (3,24). Os dados mostram que a Serra da Tiririca encontra-se em diferentes estádios de regeneração, porém vêm se recuperando naturalmente. Trata-se de um importante fragmento de floresta ombrófila densa que ainda detêm uma diversidade florística relevante e que deveria ser mais bem protegida pelo poder público. Palavras chaves: Fitossociologia, Mata Atlântica, Serra da Tiririca Abstract – (Structure analysis of woody strata on Serra da Tiririca State Park, Niterói and Maricá, Rio de Janeiro, Brazil). The Serra da Tiririca State Park corresponds to a coastal massif covered by dense ombrophilous forest localize on Rio de Janeiro. The structure survey was realized on three different areas with DAP ≥ 2.5 cm including criteria, using 10 transects of 2 m X 50 m, totalizing 0.1 ha in each area. Woody individuals were measured including trees, bushes and climbers. 1.449 individuals were sampled, corresponding to 215 species, 1 morfo-specie, 146 genera and 54 families. 140 species are arboreal, 39 bushes e 36 climbers. The ten most representative families are Myrtaceae (26 spp.), Leguminosae (24 spp.), Rubiaceae (20 spp.), Lauraceae (14 spp.), Bignoniaceae (13 spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Sapindaceae (10 spp.) and Meliaceae/Moraceae/Sapotaceae (6 spp.). The dominant species are Pseudopiptadenia contorta on Morro do Telégrafo, Cupania racemosa on Córrego dos Colibris little Hill and Guapira opposita on Morro do Cordovil. The vegetation on Córrego dos Colibris little Hill is founded on more recent regeneration. High diversity scores (H’) were obtained on Morro do Cordovil (4,59), Morro do Telégrafo (4,17) e Córrego dos Colibris (3,24). The data shows that the Serra da Tiririca is on different regeneration states, but is recovering naturally. It is a dense ombrophilous forest important fragment that still detain a relevant floristic diversity and should been well protected by the public authorities. Key Words: Structure, Atlantic Forest, Serra da Tiririca

INTRODUÇÃO

O processo de ocupação do litoral brasileiro resultou na intensa degradação da Mata

Atlântica alterando a paisagem, fragmentando as áreas florestadas e ocasionando perda de

diversidade biológica. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica (2002), apenas 6% da

cobertura original restou ao longo da costa brasileira. Embora o estado do Rio de Janeiro

esteja totalmente inserido no bioma Mata Atlântica, só é possível encontrar áreas

florestadas em apenas 16,73% do território fluminense, ou seja, 734.629 ha. A maioria

Page 177: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

177

dessas áreas apresenta um relevo acidentado, o que dificultou sua ocupação histórica pela

exploração econômica extrativista, práticas agrícolas e pecuárias degradadoras, além do

estabelecimento das cidades e expansão urbana. Apenas 29,8% estão teoricamente

protegidas em Unidades de Conservação a níveis federal e estadual (SOS Mata Atlântica

2002). As demais áreas estão à mercê das questionáveis políticas ambientais em todas as

esferas do poder e aos diferentes interesses econômicos justificáveis pela tônica geração de

emprego e renda.

Apesar de ter sua área drasticamente reduzida, os fragmentos florestais ainda detêm

importantes informações sobre a diversidade biológica da Mata Atlântica, mesmo após

décadas de isolamento (Turner & Corlett 1996). Dessa forma, os estudos florísticos e

fitossociológicos são estratégicos para, não só conhecer essa diversidade, mas também

gerar argumentos sólidos que visem à conservação desses fragmentos florestais, associados

ao restabelecimento da conectividade dessas áreas.

Estudos fitossociológicos enfocando a Mata Atlântica do Rio de Janeiro vêm

ganhando destaque nos últimos 20 anos (Guedes 1988; Rodrigues 1996; Guedes-Bruni et

al. 1997; Pessoa et al. 1997; Kurtz & Araujo 2000; Silva & Nascimento 2001; Bórem &

Ramos 2001; Bórem & Oliveira-Filho 2002; Moreno et al. 2003; Sá 2006; Guedes-Bruni et

al. 2006a; Pessoa & Oliveira 2006). Esses estudos foram realizados principalmente em

áreas Unidades de Conservação de Proteção Integral e Uso Sustentável nas Regiões

Serrana, dos Lagos e norte fluminense.

Uma grande lacuna de informações em relação à composição florística e estrutura

dos maciços litorâneos foi apontada por Sá (2006) que apontou a escassez de

conhecimentos sobre os remanescentes florestais entre a região de Cabo Frio e Niterói.

Dessa forma o presente estudo tem a finalidade de descrever e caracterizar a estrutura e a

diversidade florística em diferentes áreas do Parque Estadual da Serra da Tiririca.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram escolhidas três áreas do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) para a

amostragem fitossociológica. O critério de escolha baseou-se em prospecções de campo

que vinham sendo desenvolvidas de forma sistemática desde 1997. Foram consideradas

áreas em diferentes estádios de conservação de acordo com o histórico de uso da terra na

Page 178: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

178

antiga Fazenda Engenho do Mato. Outro fator importante é a acessibilidade, uma vez que o

entorno do PEST é densamente ocupado por condomínios de luxo, residências de alta,

média e baixa renda, além de posses e sítios particulares dentro e fora do Parque. Poucas

trilhas tradicionais que levam a cumeeira dos morros permaneceram abertas e acessíveis.

Desta forma, a amostragem foi realizada em dois pontos no Morro do Telégrafo e um no

Morro do Cordovil: a) Morro do Telégrafo, Cumeeira da Serra da Tiririca via Trilha da

Barreira (22º56’45,8”S; 43º00’16,8”W, altitude máxima 334 msm); b) Morro do Telégrafo,

Morrote do Córrego dos Colibris (22º56’57,3”S; 43º01’17,2”W, altitude máxima 135

msm) e c) Morro do Cordovil no Vale das Borboletas, final da Rua 7 do Loteamento

Jardim Fluminense (22º55’18,4”S; 42º59’58,2”W, altitude máxima 252 msm).

A amostragem fitossociológica baseou-se na metodologia utilizada por Gentry

(1982). Essa técnica permite uma avaliação rápida da diversidade vegetal lenhosa local e

inclui na amostragem as trepadeiras. Como esse autor trabalhou em divesas partes do

mundo usando uma metodologia uniforme, é possível comparar os dados locais com esses

lugares. Em cada área foram estabelecidas 10 parcelas de 2,0 X 50,0 m sob a forma de

transectos, totalizando unidades amostrais de 100 m2 (0,1 ha em cada área) distribuídas nas

vertentes N e S, tomando como base a cumeeira dos morros. Estabeleceu-se 20 m mínimos

de distanciamento entre os transectos.

Nessas unidades amostrais todos os indivíduos lenhosos, incluindo arbustos,

arvoretas, árvores e trepadeiras foram medidos, usando como critério de inclusão o

Diâmetro a Altura do Peito (DAP) ≥ 2,5 cm a 1,30 m do ponto de enraizamento e altura

mínima de 2,0 m. Incluiu-se na amostragem a palmeira acaule Attalea humilis, sendo

medido o DAP do pecíolo. As alturas de árvores, arvoretas e arbustos foram estimadas a

partir do comprimento do podão de vara. Indivíduos enraizados no limite das parcelas

foram marcados quando mais da metade de seu diâmetro estava dentro da parcela. Quando

os indivíduos apresentavam ramificações foram consideradas apenas aquelas que tinham

DAP ≥ 2,5 cm para posterior cálculo da área basal. O DAP das trepadeiras foi medido a

1,30 m de comprimento em relação ao seu ponto de enraizamento. Quando o mesmo

indivíduo apresentava mais de um ponto de enraizamento foi considerado um único

indivíduo. Não foram medidas as alturas das trepadeiras.

Todos os indivíduos, férteis ou não, foram coletados em campo, exceto as

palmeiras, recebendo códigos para identificação da área amostrada. Esse material foi

Page 179: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

179

herborizado e seco em estufa 60ºC. A identificação das espécies baseou-se na bibliografia

especializada, comparações nos Herbários fluminenses (RB, GUA, RFFP) e consultas aos

taxonomistas especialistas. Como a maior parte das plantas coletadas não estava fértil

utilizou-se bibliografia com chaves de identificação para material estéril para famílias e

gêneros (Gentry 1993; Vaz & Vieira 199; Lima et al. 1994). O material testemunho foi

incorporado ao Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). Seguiu-se o sistema

de Cronquist (1981) para organização das famílias, exceto Leguminosae que foi tratada

como uma única família como proposto por Polhill et al. (1981).

Os parâmetros fitossociológicos foram calculados pelo programa FITOPAC

(Shepherd 1995), sendo apresentado o valor de importância (VI) de espécies como

resultado do somatório dos parâmetros relativos de densidade, dominância e freqüência

(Brower & Zar 1984). Os cálculos basearam-se nas seguintes fórmulas:

Densidade Total (DT) DT= N.U / A

Densidade Absoluta (DA) DA= (ni / A) . U

Densidade Relativa (DR) DR= (ni / N) . 100

Freqüência Absoluta (FA) FA= (Pi / P) . 100

Freqüência Relativa (FR) FR= (Fai / ∑ FA) . 100

Dominância Absoluta (DoA) DoA= (Abi) . U /A

Dominância Relativa (DoR) DoR= (Abi / ∑AB) . 100

Área Basal (AB) AB= π . D2 / 4

Valor de Importância (VI) VI= DRi + Fri + DoRi

Valor de Cobertura (VC) VC= DRi + DoR

Onde: N= número total de Indivíduos, A= área amostrada em m2, U= 10000 m2,

Ni= número indivíduos da espécie i, P= número de parcelas amostradas, Pi= número de

parcelas onde ocorre a espécie i, Fai= freqüência absoluta da espécie i, ∑FA=somatório das

freqüências absolutas de todas as espécies, D= diâmetro, Abi= área basal da espécie i,

∑AB= somatório da área basal de todas as espécies, DRi= densidade relativa da espécie i,

FRi= freqüência relativa da espécie i e DoR= dominância relativa da espécie i.

O valor de importância das famílias (IVIF) foi calculado segundo fórmula proposta

por Mori et al. (1983). Esse índice leva em consideração a riqueza, dominância e

densidade para as famílias amostradas. IVIF= [NSpF / NTSp + NiF / NTi + ABF / ABT] .

Page 180: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

180

100, onde: NSpF= número de espécies da família, NTSp= número total de espécies, NiF=

número de indivíduos da família, NTi= número total de indivíduos, ABF= área basal da

família e ABT= área basal total.

A diversidade (H’) para cada área amostrada foi calculada índice de Shannon H’= -

∑рi . ln pi, onde pi =ni / N é a relação entre o número de indivíduos da espécie i (ni) e o

número total de indivíduos (N) e ln= logarítimo neperiano.

A equabilidade (J’) foi calculada de por fórmula proposta por Pielou (1975) apud

Magurran (1988) J’= H’ / ln S, onde S= número total de espécies amostradas. A

similaridade entre as áreas foi calculada pelo coeficiente de Sorensen Cs= 2j / (a+b), onde

j= número de espécies comuns nas áreas amostradas, a= número de espécies da área A e b=

número de espécies da área B (Magurran 1988).

As espécies arbóreas foram classificadas quanto a caráter sucessional em quatro

categorias, segundo Gandolfi et al. (1995):

a) Pioneiras: Espécies dependentes de luz que não ocorrem no sub-bosque, se

desenvolvendo em clareiras ou nas bordas das matas.

b) Secundárias iniciais: Espécies que ocorrem em condições de sombreamento médio ou

luminosidade não muito intensa, ocorrendo em pequenas clareiras, bordas de clareiras

grandes, bordas de floresta ou no sub-bosque não densamente sombreado.

c) Secundárias tardias: Espécies se desnvolvem no sub-bosque em condições de sombra

leve ou densa, podendo ai permanecer toda a vida ou então crescer até alcançar o dossel

ou a condição emergente.

d) Sem classificação: Espécies que em função da carência de informação não puderam ser

incluídas em nenhuma das categorias anteriores.

A classificação baseou-se em observações de campo, consulta aos especialistas

quando possível e principalmente na literatura que envolve a discussão sobre dinâmica

sucessional (Gandolfi et al. 1995; Sanchez et al. 1999; Dislich et al. 2001, Oliveira et al.

2001; Oliveira-Filho et al. 2004; Solórzano 2006).

Page 181: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

181

RESULTADOS E DISCUSSÃO ANÁLISE FLORÍSTICA

Nas três áreas estudadas foram amostrados 1.449 indivíduos, correspondendo a 215

espécies, 1 morfo-espécie, 146 gêneros e 54 famílias (Tabela 1). Dessas 98,1% foram

identificados em nível específico, 1,4% apenas em nível de gêneros (Eugenia sp.,

Myrciaria sp. e Abutilon sp.) e 0,5% permaneceu sem identificação.

Tabela 1: Número de gêneros, espécies/infra-espécies e morfo-espécie indeterminada da amostragem fitossociológica do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Famílias Gêneros Espécies AMARANTHACEAE 1 1 ANACARDIACEAE 1 1 ANNONACEAE 3 4 APOCYNACEAE 3 3 ARALIACEAE 1 1 ARECACEAE 3 3 ASTERACEAE 1 1 BIGNONIACEAE 9 13 BOMBACACEAE 2 2 BORAGINACEAE 1 1 BURSERACEAE 1 1 CACTACEAE 1 1 CHRYSOBALANACEAE 1 2 CLUSIACEAE 3 4 CONNARACEAE 1 1 CONVOLVULACEAE 1 1 DICHAPETALACEAE 1 1 DILLENIACEAE 1 1 ELEOCARPACEAE 1 1 ERYTHROXYLACEAE 1 3 EUPHORBIACEAE 8 11 FLACOURTIACEAE 2 4 HIPPOCRATEACEAE 1 1 ICACINACEAE 2 2 LACISTEMATACEAE 1 1 LAURACEAE 7 14 LECYTHIDACEAE 2 2 LEGUMINOSAE 16 24 LOGANIACEAE 1 1

MALPIGHIACEAE 4 4 MALVACEAE 1 1 MELASTOMATACEAE 2 3 MELIACEAE 3 6 MENISPERMACEAE 3 3 MONIMIACEAE 1 2 MORACEAE 5 6 MYRISTICACEAE 1 1 MYRTACEAE 8 26 NYCTAGINACEAE 2 2 OCHNACEAE 1 2 OLACACEAE 1 1 PIPERACEAE 1 1 POLYGONACEAE 1 1 PROTEACEAE 1 1 RUBIACEAE 12 20 RUTACEAE 3 4 SAPINDACEAE 7 10 SAPOTACEAE 4 6 SIMAROUBACEAE 1 1 THEOPHRASTACEAE 1 1 TILIACEAE 1 1 TRIGONIACEAE 1 2 ULMACEAE 2 2 VIOLACEAE 2 2 INDETERMINADA - - Total 146 215

Page 182: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

182

O Morro do Cordovil foi a área que apresentou maior riqueza de espécies, seguida

do Morro do Telégrafo e Córrego dos Colibris (Tabela 2). A contribuição das trepadeiras

para a diversidade local variou de 19,4% no Córrego dos Colibris, 15% no Morro do

Telégrafo e 13,3% no Morro do Cordovil. De forma geral, as trepadeiras correspondem a

22% no total de espécies levantadas no PEST (Barros & Araujo, capítulo 3).

Tabela 2: Diversidade e formas de crescimento por espécies com DAP ≥ 2,5 cm encontradas nas áreas amostradas de 0,1 ha na Serra da Tiririca (n= de indivíduos).

As 10 famílias que apresentaram maior riqueza de espécies foram: Myrtaceae (26

spp.), Leguminosae (24 spp.), Rubiaceae (20 spp.), Lauraceae (14 spp.), Bignoniaceae (13

spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Sapindaceae (10 spp.) e Meliaceae/Moraceae/Sapotaceae

(6 spp.) (Figura 1). Essas famílias representam 63% da riqueza total das espécies

amostradas. Em Myrtaceae, Leguminosae, Lauraceae, Meliaceae, Moraceae e Sapotaceae

predominaram, principalmente, espécies arbóreas. Em Rubiaceae destacaram-se espécies

arbustivas e em Bignoniaceae trepadeiras.

Figura 1: As dez famílias mais ricas em espécies na amostragem fitossociológica no

Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

ÁREAS

FAMÍLIAS

GÊNEROS

ESPÉCIES

ESPÉCIES Árvores/Arbustos Trepadeiras

Morro do Telégrafo

(n=506)

44 90 113 96 17

Córrego dos Colibris

(n=437)

29 49 64 51 13

Morro do Cordovil

(n=506)

45 111 150 127 23

0 5 10 15 20 25 30

MYRTACEAE

LEGUMINOSAE

RUBIACEAE

LAURACEAE

BIGNONIACEAE

EUPHORBIACEAE

SAPINDACEAE

MORACEAE

SAPOTACEAE

MELIACEAE

Nº de Gêneros e Espécies

Gêneros

Espécies

Page 183: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

183

Em outras áreas investigadas por Guedes-Bruni (1998) Myrtaceae, Leguminosae,

Rubiaceae, Lauraceae, Euphorbiaceae, Melastomataceae e Moraceae representam as

famílias com maior riqueza de espécies para a Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro.

Gentry (1982) aponta Leguminosae, Rubiaceae Euphorbiaceae e Bignoniaceae entre as 10

mais ricas do Neotrópico.

Leguminosae e Myrtaceae são famílias de destaque tanto em florestas ombrófilas

densas, quanto em florestas estacionais semideciduais. Também predominam nas florestas

tropicais de terras baixas e áreas sazonalmente secas no Neotrópico (Gentry 1982, 1988,

1995). Oliveira-Filho & Fontes (2000) verificaram que Myrtaceae chega a ser 40% mais

rica em florestas ombrófilas do que em florestas semideciduais, principalmente no que se

refere aos gêneros Eugenia, Myrcia, Marlieria e Gomidesia em altas e baixas altitudes.

Mori et al. (1981) também destaca Myrtaceae como a família dominante em termos de

riqueza de espécies na Mata Atlântica. A região Sudeste é considerada como o centro de

diversidade desse grupo taxonômico. Na região Neotropical essa riqueza é restrita a costa

brasileira, sendo típica também de muitas florestas na Austrália e Madagascar (Gentry

1988).

Os estudos realizados no estado do Rio de Janeiro mostram que Myrtaceae

predomina apenas na Reserva Biológica do Paraíso, no Imbé-250 m (Tabela 3) e na Serra

da Tiririca (Tabela 4), todas de formação ombrófila densa submontana. A maioria desses

trabalhos também destacou Leguminosae como a família com maior riqueza de espécies.

Porém, Leguminosae, Myrtaceae, Euphorbiaceae, Lauraceae e Rubiaceae são indicadas

como as famílias mais expressivas, mudando apenas de posição quanto à riqueza de

espécies. Nas florestas ombrófilas densas com histórico de degradação é interessante notar

o predomínio de Bignoniaceae arbóreas (Peixoto et al. 2004; Guedes-Bruni et al. 2006a).

Gentry (in Phillips & Miller 2002) trabalhou 126 localidades na América do Sul

utilizando a metodologia padrão de 0,1 ha, sendo cinco inventários realizados na região

Sudeste (Tabela 4). Não foram considerados os dados de Santa Genebra, Campinas, por

estarem incompletos. Esses estudos também mostram a alta riqueza de espécies em

Leguminosae, Myrtaceae e Rubiaceae. Leguminosae é mais representativa nas florestas

ombrófilas densas, principalmente no que se refere aos gêneros Inga e Machaerium

(Oliveira Filho & Fontes 2000).

Page 184: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

184

Tabela 3: Famílias de maior riqueza de espécies em estudos fitossociológicos de diferentes trechos de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro. Método de parcelas com diferentes critérios de inclusão de DAP.

LOCALIDADE FORMAÇÃO

FLORESTAL FAMÍLIAS MAIS RICAS

(% espécies) REFERÊNCIA

BIBLIOGRÁFICA Biovert, Silva Jardim

Floresta ombrófila densa submontana

Leguminosae Lauraceae Euphorbiaceae Rubiaceae Annonaceae

15,7 11,1 5,3 5,2 3,9

Bórem & Oliveira Filho (2000)

Imbau, Silva Jardim

Floresta ombrófila densa submontana

Leguminosae Lauraceae Rubiaceae Bignoniaceae Euphorbiaceae

13,1 7,7 6,5 5,3 5,3

Carvalho et al. (2006)

Poço das Antas, Silva Jardim

Floresta ombrófila densa submontana

Euphorbiaceae Leguminosae Moraceae Lauraceae/Melatomataceae/ Myrtaceae/Monimiaceae

12,4 16,7 6,2 5,7 5,7

Guedes-Bruni et al. (2006b)

Poço das Antas, Silva Jardim

Floresta ombrófila

densa submontana de Terras baixas

Bignoniaceae Leguminosae Clusiaceae Myrtaceae Euphorbiaceae

13,9 11,5 2,9 9,0 8,8

Guedes-Bruni et al. (2006a)

Paraíso, Guapimirim

Floresta ombrófila densa submontana

Myrtaceae Sapotaceae Lauraceae Rubiaceae Melastomataceae

19,6 10,1 10,1 6,5 4,3

Kurtz & Araujo (2000)

Imbé, Campos – 250 m

Floresta ombrófila densa submontana

Myrtaceae Sapotaceae Leguminosae Lauraceae Moraceae

20,0 18,0 17,0 15,0 12,5

Moreno et al. (2003)

Imbé, Campos – 50 m

Floresta ombrófila densa submontana

Leguminosae Lauraceae Moraceae Myrtaceae Sapotaceae

17,0 17,0 12,0 10,0 9,0

Moreno et al. (2003)

Capoeira Grande, Rio de Janeiro

Floresta ombrófila densa submontana

Leguminosae Myrtaceae Euphorbiaceae Bignoniaceae Bombacaceae

19,1 8,8 7,4 4,4 4,4

Peixoto et al. (2004)

Macaé de Cima, Nova Friburgo (antropizada)

Floresta ombrófila

densa montana

Leguminosae Lauraceae Melatomataceae Solanaceae Asteraceae

14,0 13,5 10,0 6,0 6,0

Pessoa et al. (1997)

Macaé de Cima, Nova Friburgo

Floresta ombrófila

densa montana

Melastomataceae Lauraceae Myrtaceae Leguminosae Rubiaceae

11,6 11,3 11,0 9,0 5,1

Guedes-Bruni et al. (1997)

Bom Jesus, Campos Floresta estacional semidecidual de terras

baixas

Leguminosae Myrtaceae Lauraceae Euphorbiaceae Anacardiaceae

15,7 11,1 6,5 5,5 4,6

Carvalho et al. (2006)

Mata do Carvão, Bom Jesus de Itabapoana

Floresta estacional

semidecidual de terras baixas

Leguminosae Myrtaceae Euphorbiaceae Lecythidaceae Rutaceae

20,5 9,6 7,2 6,0 4,8

Silva & Nascimento (2001)

Page 185: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

185

Rubiaceae também se sobressai nos levantamentos realizados, estando entre as

cinco famílias mais ricas das florestas neotropicais secas (Gentry 1995). Foi a quarta

família mais rica na Serra da Tiririca e também se destacou nos estudos em florestas

ombrófilas densas de Guedes-Bruni et al. (1997) em Macaé de Cima, Kurtz & Araujo

(2000) em Paraíso, Guapimirim e Carvalho et al. (2006) nas Matas do Imbau em Silva

Jardim. Também se sobressaiu nas áreas de floresta estacional semidecidual estudadas por

Sá (2006) no Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio. Oliveira-Filho & Fontes (2000)

mostraram a importância do gênero Psychotria, principalmente nas florestas ombrófilas,

sendo o mesmo foi observado na Serra da Tiririca.

A presença de Lauraceae entre as cinco famílias com maior riqueza de espécies se

deve principalmente a amostragem feita no Morro do Cordovil. Nessa área foram

registradas 12 espécies, no Morro do Telégrafo 6 espécies e no Córrego dos Colibris

apenas uma, Nectandra oppositifolia, que normalmente é encontrada em áreas secundárias

em regeneração. Em seu estudo no Centro de Diversidade de Cabo Frio Sá (2006) chama

atenção para a importância econômica da família Lauraceae devido à madeira de boa

qualidade fornecida pelas “canelas” para construção civil e fabricação de móveis. Dessa

forma, a escassez de espécies dessa família nas duas áreas pode ser explicada por se

localizar em áreas de antigas fazendas (Engenho do Mato e Itaipu), onde foram assentados

os sitiantes da reforma agrária que ocorreu nessa região de 1962. Contudo, nas áreas onde

antigos sítios foram abandonados a mata encontra-se em regeneração a cerca de 30 anos. A

área onde foi realizado o trabalho é mais preservada devido ao difícil acesso, solos rasos e

presença de grandes blocos de gnaisse facoidal, não sendo um bom local para agricultura.

Contudo, Lauraceae pode apresentar alta riqueza de espécies tanto em áreas alteradas

quanto preservadas. Em um trecho de floresta pertubada Macaé de Cima, na região serrana

do estado do Rio de Janeiro foi encontrado altos índices de riqueza de espécies de

Lauraceae. (Pessoa et al. 1997). Mas é preciso avaliar não só a riqueza, mas apontar as

espécies que caracterizam cada área, visto que muitas Lauraceae são consideradas

secundárias tardias e outras secundárias iniciais.

Page 186: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

186

Tabela 4: Famílias de maior riqueza de espécies lenhosas em estudos fitossociológicos de diferentes trechos de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro em 0,1 ha, com critério de inclusão de DAP ≥ 2,5 cm (Gentry 1982). n= número total de espécies

LOCALIDADE FORMAÇÃO

FLORESTAL FAMÍLIAS MAIS RICAS

(% espécies) REFERÊNCIA

BIBLIOGRÁFICA Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ (n=216)

Floresta ombrófila densa submontana

Myrtaceae Leguminosae Rubiaceae Lauraceae Bignoniaceae

12,8 11,0 9,1 6,4 5,9

Esse estudo

Camorim, Rio de Janeiro, RJ (n=158)

Floresta ombrófila densa submontana

Leguminosae Myrtaceae Rubiaceae Sapindaceae Celastraceae/Moraceae

10,7 9,5 7,6 5,7 5,1

Gentry, Peixoto & Oliveira in Phillips & Miller (2002)

Serra de Sapiatiba, São Pedro da Aldeia, RJ (n=140)

Floresta estacional

semidecidual

Myrtaceae Leguminosae Bignoniaceae Rubiaceae Euphorbiaceae

23,6 12,8 6,4 5,7 3,6

Sá (2006)

Ilha de Cabo Frio, Arraial do Cabo, RJ (n=129)

Floresta estacional

semidecidual

Myrtaceae Leguminosae Rubiaceae Lauraceae Sapindaceae

11,6 10,8 8,5 7,7 6,2

Sá (2006)

Morros da Piaçava e Mico, Cabo Frio, RJ (n=84)

Floresta estacional

semidecidual

Leguminosae Myrtaceae Euphorbiaceae Rubiaceae Bignoniaceae

17,8 16,7 7,1 5,9 5,9

Sá (2006)

Armação de Búzios, RJ (n=115)

Floresta estacional

semidecidual

Leguminosae Rubiaceae Myrtaceae Euphorbiaceae Sapindaceae/Bignoniaceae

14,8 9,6 9,6 6,0 5,2

Sá (2006)

Boraceia, SP (n=124)

Floresta ombrófila

densa

Myrtaceae Lauraceae Leguminosae Rubiaceae Sapindaceae/Myrsinaceae

23,4 9,7 6,5 6,5 4,0

Custódio-Filho & Gentry in Phillips & Miller (2002)

Carlos Botelho, Ribeirão Branco, SP (n=148)

Floresta ombrófila

densa

Myrtaceae Leguminosae Rubiaceae Bignoniaceae Monimiaceae/Nyctaginaceae

21,6 7,4 6,1 4,7 4,1

Gentry, Dias & Franco in Phillips & Miller (2002)

Reserva Florestal de Linhares, ES (n=219)

Floresta de Tabuleiro

Leguminosae Myrtaceae Sapotaceae Bignoniaceae Celastraceae/Lauraceae

14,6 14,1 6,4 5,0 4,1

Gentry & Peixoto in Phillips & Miller (2002) Gentry & Peixoto (1990)

Embora famílias como Arecaceae e Myristicaceae apresentem número expressivo

de espécies nas florestas pluviais tropicas, são pouco representadas no PEST. Tal fato já foi

Page 187: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

187

relatado por Peixoto & Gentry (1990) na Reserva da Vale do Rio Doce em Linhares (ES) e

também é observado em outras localidades inventariadas por Gentry (Tabela 4).

Em relação às formas de crescimento, as espécies de trepadeiras somam 16,2% da

amostragem e as espécies arbóreos-arbustivas 83,8%. A riqueza total de 140 espécies

arbóreas está distribuída 94 gêneros e 39 famílias, enquanto que a mesma avaliação para

arbustos mostram 39 espécies, 27 gêneros e 18 famílias. As trepadeiras apresentam 36

espécies, 29 gêneros e 14 famílias. Contudo, cabe ressaltar que Leretia cordata e Strychnos

acuta são espécies que possuem tanto o hábito trepador quanto arbustivo. S acuta foi

contabilizada como arbusto por ser a forma principal com que se apresenta no PEST. L.

cordata foi considerada arbusto no Morro do Telégrado e trepadeira no Morro do Cordovil.

Famílias como Apocynaceae, Bignoniaceae, Icacinaceae, Leguminosae,

Malpighiaceae e Sapindaceae apresentam gêneros e espécies com hábito trepador e

arbustivo. A maior parte das espécies de Bignoniaceae amostradas é trepadeira (84,6%).

Bignoniaceae é a família que apresenta maior riqueza de espécies dentre as trepadeiras (10

spp.), seguida por Leguminosae (6 spp.) e Sapindaceae (5 spp.). Famílias como

Amaranthaceae, Apocynaceae, Connaraceae, Convolvulaceae, Dilleniaceae,

Hipocrateaceae apresentaram apenas uma espécie cada com hábito trepador. As espécies

arbóreo/arbustivas apresentaram maior riqueza nas famílias Myrtaceae (25 spp.),

Rubiaceae (20 spp.), Leguminosae (18 spp.), Lauraceae (14 spp.) e Euphorbiaceae (11

spp.). Juntas essas famílias representam 41,2% das espécies dessa forma de vida.

No Morro do Telégrafo foram registradas 113 espécies, 90 gêneros e 42 famílias,

sendo as principais famílias Leguminosae (15 spp.), Rubiaceae (13 spp.), Myrtaceae (8

spp.), Bignoniaceae (5 spp.) e Sapindaceae (5 spp.). Essas famílias representam 44,3% do

total da riqueza de espécies amostradas para essa área (Tabela 5). Leguminosae, Rubiaceae

e Myrtaceae mantêm o padrão de riqueza de espécies observadas na Mata Atlântica.

Leguminosae e Myrtaceae catacterizam o dossel desse tipo de vegetação (Guedes-Bruni

1998).

Page 188: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

188

Tabela 5: Famílias mais ricas em espécies (%) com DAP ≥ 2,5 cm encontradas nas áreas amostradas de 0,1 ha do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ (n= nº de espécies).

MORRO DO TELÉGRAFO

(n =113 spp.)

CÓRREGO DOS COLIBRIS

(n =64 spp.)

MORRO DO CORDOVIL

(n= 150 spp.)

Leguminosae 13,3 Bignoniaceae 12,5 Myrtaceae 15,3

Rubiaceae 11,5 Leguminosae 10,9 Leguminosae 9,3

Myrtaceae 7,1 Euphorbiaceae 7,8 Lauraceae 8,0

Bignoniaceae 6,2 Sapindaceae 6,2 Rubiaceae 8,0

Sapindaceae 6,2 Rubiaceae/Flacourtiaceae 6,2 Euphorbiaceae/Sapindaceae 5,3

Total (%) 44,3 49,8 51,2

No Morrote do Córrego dos Colibris foram registradas 67 espécies, 54 gêneros e 29

famílias, sendo as principais famílias Euphorbiaceae (9 spp.), Bignoniaceae (8 spp.),

Leguminosae (7 spp.), Rubiaceae (4 spp.), Sapindaceae (4 spp.) e Flacourtiaceae (4 spp.),

representando 53,7% do total de espécies amostradas para essa área (Tabela 5).

Bignoniaceae destacou-se nessa área como a família mais rica, sendo representada

principalmente por Adenocalymma trifoliatum e Mansoa lanceolata. Leguminosae

também é expressiva nessa área, mas compõe-se principalmente por espécies pioneiras e

secundárias iniciais. Rubiaceae não é representativa, contudo apresenta uma população

com muitos indivíduos de Rudgea coriacea, que não foi observada em nenhuma outra

região do PEST.

No Morro dos Cordovil foram registradas 150 espécies, 11 gêneros e 45 famílias,

sendo as principais famílias Myrtaceae (23 spp.), Leguminosae (14 spp.), Rubiaceae (12

spp.), Lauraceae (12 spp.), Euphorbiaceae (8 spp.) e Sapindaceae (8 spp.), representando

51,3% do total de espécies amostradas para essa área (Tabela 5). A riqueza de Myrtaceae

foi expressiva, sendo Eugenia o principal gênero com 16 espécies.

ANÁLISE ESTRUTURAL

A curva de suficiência amostral mostra que nas três áreas estudadas seriam

necessários outros transects para que haja estabilização, devido a alta diversidade local

(Figura 2). Contudo, o objetivo do método de amostragem em 0,1 ha, com critério de

Page 189: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

189

inclusão de DAP ≥ 2,5 cm, é uma avaliação rápida dessa diversidade. Isso é comum em

florestas tropicais, onde raramente a curva se estabiliza.

Figura 2: Curva de suficiência amostral comparativa das três áreas do estudo fitossociológico

realizado no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Os Morros do Telégrafo e Cordovil apresentaram as maiores áreas basais totais e

densidades relativas (Tabela 6). O Córrego dos Colibris foi a localidade que apresentou

menor área basal total e densidade relativa, indicando que a recomposição da vegetação

nessa área é mais recente que nas demais. Segundo Silva & Nascimento (2001) valores

baixos para áreas basais são indicativos de locais perturbados. Outros estudos realizados

no estado do Rio de Janeiro mostram altos valores nas florestas em estádios sucessionais

mais avançados como na Estação Ecológica Estadual do Paraíso (57,28 m2/ha) (Kurtz &

Araujo 2000). Tal fato também é evidenciado na floresta de Morrote em Pariquera-Açu,

São Paulo, sendo um dos maiores valores obtidos em extensa área de floresta considerada

em bom estádio de conservação (39,3 m2/ha) (Sztutmam & Rodrigues 2002). Em áreas

com histórico de pertubação normalmente os valores são mais baixos (Silva & Nascimento

2001; Bórem & Oliveira-Filho 2002; Pessoa 2006). Contudo é necessário considerar

também os fatores ambientais que podem influenciar esses valores, como observado por

Peixoto et al. (2005) na Serra da Capoeira Grande.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Número de parcelas

Colibris

Cordovil

Telegrafo

mer

o d

e es

péc

ies

Page 190: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

190

Tabela 6: Área basal, densidade relativa, índice de Shannon (H’) e equabilidade (J’) nas três áreas amostradas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

MORRO DO

TELÉGRAFO CÓRREGO DOS

COLIBRIS MORRO DO CORDOVIL

Área basal (m2/ha) 49,91 38,80 62,99 Densidade Relativa (%) 50,60 43,70 50,60

H’ (nats/ind.) 4,17 3,24 4,59 J’ 0,88 0,78 0,99

As maiores diversidades foram obtidas nos Morros do Cordovil (4,59 nats/ind.) e

Telégrafo (4,17 nats/ind) (Tabela 6). A equabilidade segue esse mesmo padrão, destacando

o alto valor obtido no Morro do Cordovil (0,99). Esses valores são comumente

encontrados na floresta ombrófila densa submontana e montana no estado do Rio de

Janeiro em inventários florísticos com DAP ≥ 5 - 10 cm (Guedes-Bruni 1998). O mesmo já

não ocorre no Córrego dos Colibris, que apresentou valores baixos de diversidade (3,24

nats/ind.) e equabilidade (0,78). Essa situação já foi mostrada na análise feita em

fragmentos com diferentes formas e dimensões na Reserva Biológica de Poço das Antas

(Pessoa & Oliveira 2006).

As áreas que apresentaram maior similaridade entre si foram os Morros do

Cordovil e Telégrafo (52,5%) e a menor entre o Morro do Cordovil e Córrego dos Colibris

(27,1%). Entre o Morro do Telégrafo e Córrego dos Colibris a similaridade foi

intermediária (38,4%).

Esses dados indicam que as áreas de estudo estão em estádios sucessionais

diferenciados, refletindo o histórico de uso e abandono da terra. No Morrote de Córrego

dos Colibris a vegetação foi cortada para ser utilizada como carvão, porém abandonada a

cerca de 30 anos. No Morro do Telégrafo o acesso é mais difícil e apresenta grandes

matacões de gnaisse facoidal, sendo uma área de sítios abandonados a cerca de 40 anos.

Nessa área plantou-se banana e a vegetação também foi subtraída para produção de carvão

e lenha para utilização doméstica. O Morro do Cordovil é a área mais íngrime,

apresentando calhas com depressões profundas que dificultaram sua utilização para fins

agrícolas. Dessa forma a vegetação ficou mais preservada.

Quando as áreas são avaliadas a respeito do caráter sucessional das espécies

arbóreas verifica-se que o Morro do Cordovil apresentou maior percentagem de espécies

secundárias tardias (74,7%), seguido de secundárias iniciais (16,7%) e a menor

Page 191: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

191

percentagem de pioneiras (6,7%). O Morro do Telégrafo encontra-se em situação

intermediária com 53,9% de espécies secundárias tardias, 31,6% de secundárias iniciais

e 14,5% de pioneiras. O Morrote do Córrego dos Colibris encontra-se em estádio

sucessional mais recente indicado pela presença de 48,8% espécies secundárias iniciais,

29,3% de pioneiras e 21,9% de secundárias tardias (Figura 3). As espécies sem

classificação estão presentes no Morro do Cordovil e foram identificadas apenas em

nível de gêneros.

Figura 3: Distribuição percentual das espécies nos grupos ecológicos nas três áreas estudadas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Na tabela 7 são apresentadas as 10 famílias com maiores IVI em cada área

amostrada. No Morro do Telégrafo essas famílias representam 65% da amostragem, no

Morrote do Córrego dos Colibris 72,5% e no Morro do Cordovil 64,8%.

No Morro do Telégrafo apenas 15 famílias somam 76,5% do VI. As 5 famílias

dominantes são respectivamente Leguminosae, Rubiaceae, Flacourtiaceae, Sapindaceae e

Myrtaceae (Tabela 7). Os valores obtidos para Leguminosae (15 spp.) e Rubiaceae (13

spp.) resultam da maior riqueza de espécies e número de indivíduos apresentados por essas

famílias. Leguminosae domina o dossel, enquanto Rubiaceae caracteriza, principalmente, o

sub-bosque. O destaque dado a Flacourtiaceae deve-se a presença de muitos indivíduos de

Casearia sylvestris nessa área.

No Morrote do Córrego dos Colibris, 11 famílias são responsáveis por 75,6% do

VI. As famílias dominantes são Sapindaceae, Moraceae, Bignoniaceae, Leguminosae e

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Pioneira Secundária inicial Secundária tardia SC

% d

e E

spé

cie

s

Morro do Telégrafo

Córrego dos Colibris

Morro do Cordovil

Page 192: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

192

Nyctaginaceae (Tabela 7). Essas famílias apresentam poucas espécies, em contrapartida

usam como estratégia de ocupação densas populações com muitos indivíduos. Sapindaceae

é representada principalmente Cupania racemosa e Moraceae por Brosimum guianensis.

Duas famílias com espécies de trepadeiras estão entre as cinco famílias dominantes nessa

área. Bignoniaceae, com predomínio de Adenocalymma trifoliatum e Mansoa lanceolata,

além de Menispermaceae com Hyperbaena oblongifolia e Abutua convexa.

Tabela 7: Descritores fitossociológicos das dez famílias arbóreas e trepadeiras com maiores IVI e DAP ≥ 2,5 cm amostradas em transecto de 0,1 ha no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, apresentados em ordem decrescente de valor de importância (IVI). N = número de indivíduos, No Spp.= número de espécies por famílas, DR fam = densidade relativa de famílias (%), DoR fam.= dominância relativa de famílias (%), RiqRel.= riqueza relativa, IVI= índice de valor de importância (%).

FAMÍLIA N N o Spp. DR fam. DoR fam. RiqRel. VI IVI

MORRO DO TELÉGRAFO LEGUMINOSAE 62 15 12,28 19,83 13,60 45,27 15,09 RUBIACEAE 63 13 12,47 4,86 11,40 28,73 9,58 FLACOURTIACEAE 14 2 2,77 16,63 1,75 21,15 7,05 SAPINDACEAE 34 7 6,73 3,46 6,14 16,33 5,44 MYRTACEAE 22 8 4,37 3,57 7,02 14,96 4,99 NYCTAGINACEAE 25 2 4,76 8,37 1,75 14,88 4,96 ARECACEAE 38 4 7,51 2,6 3,51 13,62 4,54 EUPHORBIACEAE 31 5 6,13 3,00 4,39 13,52 4,51 BIGNONIACEAE 27 7 5,35 1,93 6,14 13,42 4,47 LAURACEAE 16 5 3,18 5,45 4,39 13,03 4,34 MORROTE DO CÓRREGO DOS COLIBRIS SAPINDACEAE 79 4 18,09 16,00 6,35 40,44 13,48 MORACEAE 76 2 17,39 12,61 3,17 33,17 11,06 BIGNONIACEAE 51 8 11,67 3,52 12,70 27,89 9,30 LEGUMINOSAE 21 7 4,82 9,94 11,11 25,87 8,62 NYCTAGINACEAE 29 1 6,64 16,49 1,59 24,75 8,24 EUPHORBIACEAE 16 4 3,67 8,10 6,35 18,12 6,04 LECYTHIDACEAE 31 1 7,09 4,60 1,59 13,28 4,43 RUBIACEAE 16 4 3,66 2,98 6,35 12,99 4,33 FLACOURTIACEAE 14 4 3,20 1,62 6,35 11,17 3,72 MENISPERMACEAE 17 3 3,89 1,03 4,76 9,68 3,23 MORRO DO CORDOVIL MYRTACEAE 52 22 10,31 5,38 14,77 30,46 10,15 LEGUMINOSAE 32 14 6,34 11,67 9,40 27,41 9,14 LAURACEAE 35 12 6,94 4,77 8,05 19,76 6,59 RUBIACEAE 47 12 9,30 2,13 8,05 19,48 6,49 MELIACEAE 28 6 5,54 9,57 4,03 19,14 6,38 MORACEAE 24 6 4,74 10,27 4,03 19,04 6,35 SAPINDACEAE 29 8 5,75 6,46 5,37 17,58 5,86 NYCTAGINACEAE 16 2 3,16 11,36 1,34 15,86 5,29 EUPHORBIACEAE 17 8 3,38 4,65 5,37 13,40 4,47 MELASTOMATACEAE 6 2 1,19 9,76 1,34 12,29 4,10

Page 193: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

193

No Morro do Cordovil 15 famílias perfazem 75,81% do VI para essa área. As

famílias dominantes do dossel são Myrtaceae, Leguminosae e Lauraceae (Tabela 7).

Essas famílias apresentam as maiores riquezas e espécies e muitos indivíduos.

Myrtaceae é representada principalmente por Eugenia (12 spp.) e Lauraceae por Ocotea

(6 spp.).

Nessa análise, famílias específicas caracterizam as diferentes áreas como

resultado de variações locais de fatores abióticos que incluem as condições edáficas,

topográficas e, principalmente, a fatores de perturbação (Rodrigues 2004; Pessoa &

Oliveira 2006). Myrtaceae e Lauraceae se destacaram na área mais preservada do

Morro do Cordovil, Leguminosae ocorre com várias espécies nas três áreas. Famílias

com espécies de trepadeiras se destacaram na área em regeneração mais recente do

Córrego dos Colibris.

No que se refere ao valor de importância das espécies (Anexo), observa-se uma

variação entre os dez elementos florísticos de maior expressão para cada uma das áreas

levantadas. Isso é resultado variação das diferentes densidades, freqüências e

dominâncias. No Morro do Telégrafo destacaram-se Pseudopiptadenia contorta,

Casearia sylvestris, Guapira opposita, Eriotheca pentaphylla, Attalea humilis,

Brosimum guianense, Astronium graveolens, Tetraplandra leandri, Rudgea interrupta e

Ocotea schotii. Outras 42 espécies apresentaram apenas 1 indíviduo cada, tendo baixos

valores de dominância, freqüência e VI. Apenas 5 espécies perfazem 80,4% do VI para

o Morro do Telégrafo.

No Morrote do Córrego dos Colibris sobressaíram Cupania racemosa,

Brosimum guianense, Guapira opposita, Escheweilera compressa, Pera glabrata,

Astronium fraxinifolium, Adenocalymma trifoliatum, Myrcia fallax, Nectandra

oppositifolia e Astrocaryum aculeatissimum. 11 espécies representam 75,65% de VI.

Outras 25 espécies apresentaram 1 indivíduo. Espécies amostradas por único indivíduo

poderiam ser consideradas raras por terem baixo recrutamento ou estarem em extinção

na área. Porém a presença de espécies pioneiras nesse grupo pode indicar a ocorrência

de antigas clareiras (Kurtz & Araujo 2000). É o caso de Trema micrantha, Albizia

polycephala e Machaerium hirtum.

Page 194: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

194

No Morro do Cordovil as espécies que mais contribuíram foram Guapira opposita,

Miconia cinnamomifolia, Cupania racemosa, Tovomita leucantha, Guarea guidonea,

Apuleia leiocarpa, Ficus cyclophylla, Rudgea interrupta, Hippocratea volubilis e

Strychnos acuta. Nove espécies são responsáveis por 76,4% de VI nessa área. G. opposita

têm ocorrência de destaque em todas as áreas, apresentando altos valores de dominância e

freqüência com vários indivíduos. Contudo, F. cyclophylla, A. leiocarpa e M.

cinnnamomifolia são representadas por poucos indivíduos, mas são árvores de grande

porte, o que influenciou nos altos valores de dominância. H. volubilis, foi a única

trepadeira enquadrada entre as espécies de maior VI em todas as área estudadas.

Em vários inventários fitossociológicos no estado do Rio de Janeiro, G. opposita

foi citada entre as dez espécies de maior VI, sendo considerada uma espécie indicadora de

floresta de baixada (Guedes-Bruni 1998), o que não é o caso da Serra da Tiririca. Da

mesma forma que E. pentaphylla e M. cinnamomifolia são indicadas para floresta de terras

baixas.

CONCLUSÕES

As áreas estudadas representam amostras da vegetação em diferentes estádios

sucessionais e apesar de todos os distúrbios que sofreu ao longo dos tempos está se

recompondo naturalmente. Isso se deve, em parte, as áreas que escaparam do uso intensivo

e permaneceram mais preservadas. Essas áreas funcionaram como matrizes para o

intercâmbio de propágulos, ajudando na recuperação da vegetação.

As principais famílias quanto a riqueza de espécies são Myrtaceae, Leguminosae,

Rubiaceae, Lauraceae e Bignoniaceae, que seguem os padrões de outras áreas amostradas

no estado do Rio de Janeiro. Em relação ao VI, a predominância de determinadas famílias

depende de farores abióticos locais e graus diferenciados de perturbação. Nas áreas mais

preservadas destacaram-se Myrtaceae, Leguminosae e Lauraceae e na mais perturbada

Sapindaceae, Moraceae e Bignoniaceae. A reprentatividade das trepadeiras na estrutura da

mata ocorre com mais intensidade nas áreas em recuperação mais recente. Nesse sentido,

espécies como Adenocalymma trifoliatum, Mansoa lanceolata e Hippocratea volubilis

desempenham um importante papel na cicatrização das clareiras.

Page 195: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

195

As espécies que se destacaram em relação ao VI mostraram duas estratégias de

ocupação do ambiente. A primeira com a presença de muitos indivíduos que dominam o

dossel como Cupania racemosa, Pseudopiptadenia contorta, Casearia oblongifolia,

Guapira opposita e Brosimum guianense. A segunda com poucos indivíduos de grande

porte como Ficus cyclophylla, Apuleia leiocarpa e Miconia cinnamomifolia.

O Morro do Cordovil é a área mais preservada, apresentando a maior riqueza de

espécies, diversidade e presença de espécies arbóreas secundárias tardias. O Morrote do

Córrego dos Colibris representa a área em regeneração mais recente com poucas espécies

dominantes, menor diversidade e riqueza de espécies. O Morro do Telégrafo encontra-se

em situação intermediária. Sendo assim, a cumeeira do Morro do Telégrafo e o Morro do

Cordovil deveriam ser incluídos na zona núcleo do PEST, quando o plano de manejo for

elaborado.

Agradecimento Agradecemos aos taxonomistas Luiz José Soares Pinto, Genise Somner, Robson Dias, Haroldo C. de Lima, Ângela Vaz, Michel Barros, João Marcelo de A. Braga, Mário Gomes e Elsie F. Guimarães pela identificação e/ou confirmação do material coletado. També a ajuda dada por Naália Coqueiro e Bruno Aquino nos trabalhos de campo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Borém, R.A.T. & Oliveira-Filho, A.T. 2002. Fitossociologia do extrato arbóreo em uma toposseqüência alterada de Mata Atlântica no município de Silva Jardim, RJ. Revista Árvore 26(6): 727–742. Borém, R.A.T. & Ramos, D.P. 2001. Estrutura fitossociológica da comunidade arbóreo de uma toposseqüência pouco alterada de uma área de floresta atlântica no município de Silva Jardim, RJ. Revista Árvore 25 (1): 131–140 Brower, J.E. & Zar, J.H. 1984. Field and Laboratory Methods for General Ecology. WmC. Brown Publ., Dubuque, Iowa. 226 p. Carvalho, F.A.; Braga, J.M.A.; Gomes, J.M.L.; Souza, J.S. & Nascimento, M.T. 2006. Comunidade arbórea de uma floresta de baixada aluvial no município de Campos dos Goyacazes, RJ. CERNE 12 (2): 157 – 166. Cronquist, A. 1988. The evolution and classification of flowering plants. 2º edição. New York Botanical Garden, New York. 556 p. Dislich, R.; Cersósimo, L. & Mantovani, W. 2001. Análise da estrutura de fragmentos florestais no Planalto Paulistano, SP. Revista Brasileira de Botânica 24(3): 321-332.

Page 196: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

196

Gandolfi, S.; Leitão-Filho, H.F. & Bezerra, C.L. 1995. Levantamento florístico e caráter sucessional das espécies arbustivo-arbóreas de uma floresta mesófila semidecídua no município de Guarulhos, SP. Revista Brasileira de Biologia 55(4): 753-767. Gentry, A.H. 1982. Patterns of neotropical plant species diversity. Evolutionary Biology 15: 1–84. Gentry, A.H. 1988. Changes in plant community diversity and floristic composition on environment and geographical gradients. Annals of Missouri Botanical Garden 75: 1–34. Gentry, A.H. 1993. A field guide to the families and genera of woody plants of Northwest South America (Colombia, Equador, Peru) with supplementary notes on herbaceous taxa. Conservation International. Washingtom, DC. Gentry, A.H. 1995. Diversity and floristic composition of neotropical dry forest. In: Bullock, S.H.; Money, H.A. & Medina, E. (eds) Seasonally dry tropical forests. Cambridge University Press. p. 146–194. Guedes, R.R. 1988. Composição florística e estrutura de um trecho de Mata Atlântica perturbada no Município de Magé, Rio de Janeiro. Arquivos do Jardim Bototânico do Rio de Janeiro 39: 155–200. Guedes-Bruni, R.R. 1998. Composição, estrutura e similaridade de dossel em seis unidades fisionômicas de Mata Atlântica no Rio de Janeiro. Tese. (Doutorado em Botânica). Universidade de São Paulo. 231p. Guedes-Bruni, R.R.; Pessoa, S.V.A. & Kurtz, B.C. 1997. Florística e estrutura do componente arbustivo-arbóreo de um trecho preservado de floresta montana na Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: M.P.M. Lima & R.R. Guedes-Bruni (eds) Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. 1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. p. 127-145. Guedes-Bruni, R.R.; Silva-Neto, S.J.; Morim, M.P. & Montovani, W. 2006a. Composição florística e estrutura de trecho de floresta ombrófila densa atlântica aluvial na Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguesia 57(3): 413–428. Guedes-Bruni, R.R.; Silva-Neto, S.J.; Morim, M.P. & Montovani, W. 2006b. Composição florística e estrutura de trecho de floresta ombrófila densa atlântica sobre morrote mamelonar na Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 57(3): 429-442. Kurtz, B.C. & Araujo, D.S.D. 2000. Composição florística e estrutura do estrato arbóreo de um trecho de Mata Atlântica na Estação Ecológica de Paraíso, Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro. Rodriguésia 51(78/112): 69-112. Lima, M.P.M.; Guedes-Bruni, R.R., Vieira, C.M.; Correia, C.M.B. & Araújo, I.A. 1994. Identificação das famílias com espécies arbustivo-arbóreas. In: M.P.M. Lima & R.R. Guedes-Bruni (eds) Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. 1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. p. 61- 4.

Page 197: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

197

Lorenzi, H.; Souza, H.M.; Costa, J.T.M.; Cerqueira, L.S.C. & Ferreira, E. 2004. Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Nova Odessa. Ed. Instituto Plantarum de Estudos da Flora. 416p. Magurran, A.E. 1988. Ecological Diversity and its Measurement. Princeton University Press. Princeton, New Jersey. 179 p. Moreno, M.R.; Nascimento, M.T. & Kurtz, B. 2003. Estrutura e composição florística do estrato arbóreo em duas zonas altitudinais na Mata Atlântica de encosta da região do Imbé, RJ. Acta Botanica Brasilica 17(3): 325–486. Mori, S.A.; Boom, B.M.; Carvalino, A.M. & Santos, T.S. 1983. Ecological importance of Myrtaceae in eastern Brazilian wet forest. Biotropica. 15(1): 68–70. Mori, S.A.; Boom, B.M. & Prance, G.T. 1981. Distribution patterns and conservation of eastern Brazilian coastal forest tree species. Brittonia 33: 233-245. Oliveira, J.R.; Mantovani, W. & Melo, M.M.R.F. Estrutura do componente arbustivo-arbóreo da floresta atlântica de encosta, Peruíbe, SP. 2001. Acta Botanica Brasilica 15(3): 391-412. Oliveira-Filho, A.T.; Carvalho, D.A.; Vilela, E.A.; Curi, N. & Fontes, M.A.L. 2004. Diversity and structure of the community of a fragment of tropical secondary forest of the Brazilian Atlantic Forest domain 15 and 40 years logging. Revista Brasileira de Botânica 27(4): 685-701. Oliveira-Filho, A.T. & Fontes, M.A.L. 2000. Patterns of floristic differentiation among atlantic forest in southeastern Brazil and influence of climate. Biotropica 32(4b): 793–810. Peixoto, A.L. & Gentry, A. 1990. Diversidade e composição florística na mata de tabuleiro na Reserva Florestal de Linhares (Espírito Santo, Brasil). Revista Brasileira de Botânica 13: 19-25. Peixoto, G.L.; Martins, S.V.; Silva, A.F. & Silva, E. 2005. Composição florística do componente arbóreo de um trecho de floresta atlântica na área de Proteção Ambiental da Serra da Capoeira Grande, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18(1): 151–160. Pessoa, S.V.A.; Guedes-Bruni, R.R. & Kurtz, B.C. 1997. Florística e estrutura do componente arbustivo-arbóreo de um trecho secundário de floresta montana na Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: M.P.M. Lima & R.R. Guedes-Bruni (eds) Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. 1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. p. 147-67. Pessoa, S.V.A. & Oliveira, R.R. 2006. Análise Estrutural da vegetação arbórea em três fragmentos florestais na Reserva Biológica de Poço das Antas. Rodriguésia 57(3): 391–411.

Phillips, O.L. & Miller, J.S. 2003. Global patterns of plant diversity: Alwyn H. Gentry’s forest transect data set. Monographys in Sistematic Botany from the Missouri Botanical Garden. 89: 319 p.

Page 198: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

198

Polhill, R.M.; Raven, P.H & Stirton, C.H. 1981. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: Polhill, R.M. & Raven, P.H. (eds) Advances in legume systematics, part 1. Kew: Royal Botanical Garden. p. 1-26. Rodrigues, H.C. 1996. Composição florística e estrutura fitossociológica de um trecho de Mata Atlântica na Reserva do Tinguá, Nova Iguaçu, RJ. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 94 p. Rodrigues, P.J.F.P. 2004. A vegetação da Reserva Biológica União e os efeitos de borda na Mata Atlântica fragmentada. Tese (Doutorado). Universidade Estadual do Norte Fluminense. Campos dos Goytacazes. 153 p. Sá, C.F.C. 2006. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas – Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 250p. Sanchez, M.; Pedroni, F.; Leitão-Filho, H.F. & Cesar, O. 1999. Composição florística de um trcho de floresta ripária na Mata Atlântica em Picinguaba, Ubatuba, SP. Revista Brasileira de Botânica 22(1): 31-42. Silva, G.C. & Nascimento, M.T. 2001. Fitossociologia de um remanescente de mata sobre tabuleiros no norte do estado do Rio de Janeiro (Mata do Carvão). Revista Brasileira de Botânica 214(1): 51–62. Shepherd, G.J. 1995. FITOPAC 1 – Manual do Usuário. Departamento de Botânica. Universidade Estadual de Campinas. 93p. Solórzano, A. 2006. Composição florística, estrutura e história ambiental em áreas de Mata Atlântica no Parque Estadual da Pedra Branca, Rio de Janeiro, RJ. Dissertação (Mestrado em Botânica). Escola Nacional de Botânica Tropical, Rio de Janeiro. 140p. SOS Mata Atlântica. 2002. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica período 1995–2000. Relatório parcial. estado do Rio de Janeiro [on line]. http://www.sosmatatlântica.org.br/atlas2001/dados/relatorioatlas.pdf. Sztutmam, M. & Rodrigues, R.R. 2002. O mosaico vegetacional numa area de floresta contínua da planície litorânea, Parque Estadual da Campina do Encantado, Pariquera-Açu, SP. Revista Brasileira de Botânica 25(2): 161-176. Turner, I.M. & Corlett, R.T. 1996. The conservation value of small, isolated fragments of lowland tropical rain forest. Trends in Ecology and Evolution 11(8): 330-333. Udulutsch, R.G.; Assis, M.A. & Picchi, D.G. 2004. Florística de trepadeiras numa floresta estacional semidecídua, Rio Claro – Araras, Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27(1): 125–134. Vaz, A.M.S.F. & Vieira, C.M. 1994. Identificação de famílias com espécies trepadeiras. In: Lima, M.P.M. & Guedes-Bruni, R.R. (eds) Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. 1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. p. 75–82.

Page 199: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

199

ANEXO Listagem florística das espécies amostradas na análise fitossociológica do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. ST= secundária tardia, SI= secundária inicial, PI= Pioneira, SC= sem classificação.

FAMÍLIA ESPÉCIE HÁBITO CATEGORIA COLETORES

AMARANTHACEAE Paffia paniculata (Mart.) Kunth. Trepadeira - A.A.M. de Barros 2659 ANACARDIACEAE Astronium fraxinifolium Schott ex

Spreng. Árvore ST A.A.M. de Barros 2848

Astronium graveolens Jacq. Árvore ST A.A.M. de Barros 3104 ANNONACEAE Annona acutifolia Mart. Arbusto SI A.A.M. de Barros 3000 Duguetia sessilis (Vell.) Maas Arbusto - A.A.M. de Barros 2598 Guatteria nigrescens Mart. Árvore ST A.A.M. de Barros 3022 Guatteria reflexa R. & Fr. Arbusto - A.A.M. de Barros 2735 APOCYNACEAE Condylocarpon isthimicum (Vell.) A.

DC. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3032

Geissospermum laeve (Vell.) Miers Árvore ST A.A.M. de Barros 3037 Malouetia arborea (Vell.) Miers Árvore SI A.A.M. de Barros 2957 ARALIACEAE Dendropanax monogynus (Vell.) Seem. Arbusto - A.A.M. de Barros 2982 ARECACEAE Astrocaryum aculeatissimum Mart. Árvore SI - Attalea humilis Mart. ex Spreng. Erva acaule - A.A.M. de Barros 2561 Bactris setosa Mart. Árvore SI A.A.M. de Barros 2956 ASTERACEAE Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. Árvore PI A.A.M. de Barros 2759 BIGNONIACEAE Adenocalymma bracteatum (Cham.) DC. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3096 Adenocalymma subsessilifolium DC. Arbusto - A.A.M. de Barros 3103 Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C.

Laroche Trepadeira - A.A.M. de Barros 2955

Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K. Schum.

Trepadeira - A.A.M. de Barros 3072

Arrabidaea conjugata (Vell.) Mart. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3121 Arrabidaea rego (Vell.) DC. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3080 Arrabidaea selloi (Spreng.) Sandwith Trepadeira - A.A.M. de Barros 2998 Clytostoma binatum (Thunb.) Sandwith Trepadeira - A.A.M. de Barros 2981 Jacaranda micrantha Cham. Árvore PI A.A.M. de Barros 3064 Mansoa lanceolata (DC.) A. Gentry Trepadeira - A.A.M. de Barros 2954 Sparattosperma leucanthum (Vell.)

Schum. Árvore SI A.A.M. de Barros 2862

Stizophyllum perforatum (Cham.) Miers Trepadeira - A.A.M. de Barros 3093 Tynanthus micranthus Correa de Mella

ex K. Schum. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3084

BOMBACACEAE Ceiba crispiflora (Kunth) Ravena Árvore SI A.A.M. de Barros 2947 Eriotheca pentaphylla (Vell.) A. Robyns Árvore SI A.A.M. de Barros 2921 BORAGINACEAE Cordia trichoclada DC. Árvore SI A.A.M. de Barros 3055 BURSERACEAE Protium widgrenii Engl. Árvore SI A.A.M. de Barros 3102 CACTACEAE Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A.

Berg. Arbusto - A.A.M. de Barros 3143

CHRYSOBALANACEAE Hirtella hebeclada Moric. ex DC. Árvore ST A.A.M. de Barros 2980 Hirtella triandra Sw. ssp. punctulata

(Miq.) G.T. Prance Árvore ST A.A.M. de Barros 2922

CLUSIACEAE Garcinia gardneriana (Planch. et Triana) Zappi

Árvore ST A.A.M. de Barros 3112

Kielmeyera membranacea Casar. Árvore SI A.A.M. de Barros 3075 Kielmeyera rizziniana Saddi Árvore ST A.A.M. de Barros 2808 Tovomita leucantha (Schl.) Planch et

Triana Árvore SI A.A.M. de Barros 2979

CONNARACEAE Connarus nodosus Baker Trepadeira - A.A.M. de Barros 2953 CONVOLVULACEAE Ipomoea philomega (Vell.) House Trepadeira - A.A.M. de Barros 2978 DICHAPETALACEAE Stephanopodium sessile Rizzini Arbusto - A.A.M. de Barros 3011 DILLENIACEAE Davilla rugosa Poir. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3144 ELAEOCARPACEAE Sloanea monosperma Vell. Árvore ST A.A.M. de Barros 3010 ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum gaudichaudii Peyr. Árvore SI A.A.M. de Barros 3119 Erythroxylum magnoliaefolium A. St.

Hil. Árvore SI A.A.M. de Barros 3076

Erythroxylum pulchrum A. St. Hil. Arvore SI A.A.M. de Barros 3056

Page 200: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

200

EUPHORBIACEAE Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg.

Arbusto - A.A.M. de Barros 2680

Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax Arbusto - A.A.M. de Barros 2709 Alchornea glandulosa Arvore ST A.A.M. de Barros 3145 Algernonia brasiliensis Baill. Árvore ST A.A.M. de Barros 2715 Joannesia princeps Vell. Árvore PI A.A.M. de Barros 2997 Pachystroma longifolium (Nees.) I.M.

Johnt. Árvore ST A.A.M. de Barros

Pera glabrata (Schott) Baill. Árvore ST A.A.M. de Barros 3021 Pera leandri Baill. Árvore PI A.A.M. de Barros 3146 Sebastiania gaudichaudii Müll. Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros 2597 Sebastiania nervosa (Müll.) Arg. Müll.

Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros 2996

Tetraplandra leandri Baill. Árvore SI A.A.M. de Barros 2560 FLACOURTIACEAE Casearia commersoniana Camb. Arbusto - A.A.M. de Barros 2872 Casearia oblongifolia Camb. Árvore SI A.A.M. de Barros 3145 Casearia sylvestris Sw. Árvore PI A.A.M. de Barros 3068 Prockia crucis P. Browne ex L. Arbusto - A.A.M. de Barros 3070 HIPPOCRATEACEAE Hippocratea volubilis L. Trepadeira - A.A.M. de Barros 2923 ICACINACEAE Citronella paniculata (Mart.) R.A.

Howard Arbusto - A.A.M. de Barros 2977

Leretia cordata Vell. Arbusto /Trepadeira

- A.A.M. de Barros 3041

LACISTEMATACEAE Lacistema serrulatum Mart. Árvore SI A.A.M. de Barros 3047 LAURACEAE Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez Árvore SI A.A.M. de Barros 3042 Cryptocarya moschota Nees et Mart. ex

Nees Árvore ST A.A.M. de Barros 3019

Cryptocarya saligna Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 3052 Endlicheria glometata Mez Árvore SI A.A.M. de Barros 2839 Nectandra oppositifolia Nees Árvore SI A.A.M. de Barros 3069 Ocotea aniboides Miq. Árvore ST A.A.M. de Barros 2992 Ocotea daphnifolia (Meiss.) Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 2924 Ocotea diospyrifolia (Miesn.) Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 3095 Ocotea elegans Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 2925 Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Árvore ST A.A.M. de Barros 3038 Ocotea schotii (Miesn.) Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 2976 Phyllostemonodaphne geminiflora (Mez)

Kosterm. Árvore ST A.A.M. de Barros 3009

Urbanodendron bahiensis (Meiss.) Rohwer

Árvore ST A.A.M. de Barros 3059

Urbanodendron verrucosum (Nees) Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 2964 LECYTHIDACEAE Couratari pyramidata (Vell.) Knuth Árvore ST A.A.M. de Barros 2926 Escheweilera compressa (Vell.) Miers Árvore SI A.A.M. de Barros 2730 LEGUMINOSAE Albizia polycephala (Benth.) Killip. Árvore PI A.A.M. de Barros 3114 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Árvore PI A.A.M. de Barros 2603 Apuleia leiocarpa J.F. Macbr. Árvore SI A.A.M. de Barros 2836 Bauhinia microstachya (Raddi) Macbr. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3115 Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Trepadeira - A.A.M. de Barros 3146 Diplotropis incexis Rizzini & A. Mattos Trepadeira - A.A.M. de Barros 2974 Exostyles venusta Schott Árvore SI A.A.M. de Barros 2995 Inga capitata Desv. Árvore ST A.A.M. de Barros 2962 Inga lenticellata Benth. Árvore ST A.A.M. de Barros 3053 Machaerium aculeatum Raddi Trepadeira - A.A.M. de Barros 3100 Machaerium hirtum (Vell.) Stellf. Árvore PI A.A.M. de Barros 3078 Machaerium incorruptibile (Vell.) Fr.

All. ex Benth. Árvore SI A.A.M. de Barros 3033

Machaerium oblongifolium Vogel Trepadeira - A.A.M. de Barros 3090 Ormosia arborea (Vell.) Harms Árvore ST A.A.M. de Barros 3099 Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. Árvore PI A.A.M. de Barros 3109 Piptadenia paniculata Benth. Árvore SI A.A.M. de Barros 3091 Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P.

Lewis & M. Pires Árvore SI A.A.M. de Barros 2961

Pseudopiptadenia inaequalis (Benth.) Rauschert

Árvore ST A.A.M. de Barros 3101

Pseudopiptadenia schumanniana (Taub.) Lewis & M. Lima

Árvore ST A.A.M. de Barros 3048

Pterogyne nitens Tul. Árvore PI A.A.M. de Barros 2964

Page 201: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

201

Senegalia pteridifolia (Benth.) Seigler & Ebinger

Trepadeira - A.A.M. de Barros 3043

Swartzia apetala Raddi var. apetala Árvore ST A.A.M. de Barros 3094 Swartzia simplex (Sw.) Spreng. var.

grandiflora Árvore ST A.A.M. de Barros 3006

Zollernia glabra (Spreng.) Yakovlev Árvore ST A.A.M. de Barros 3020 LOGANIACEAE Strychnos acuta Prog. Arbusto - A.A.M. de Barros 2960 MALPIGHIACEAE Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B.

Gates Trepadeira - A.A.M. de Barros 3147

Bunchosia maritima (Vell.) Macbride Arbusto - A.A.M. de Barros 2991 Byrsonima laxifolia Griseb. Árvore SI A.A.M. de Barros 3065 Heteropterys leschenaultiana A. Juss. Trepadeira - A.A.M. de Barros 2990 MALVACEAE Abutilon sp. Árvore SC - MELASTOMATACEAE Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. Árvore PI A.A.M. de Barros 2595 Miconia staminea DC. Árvore PI A.A.M. de Barros 3049 Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Árvore PI A.A.M. de Barros 3111 MELIACEAE Cabralea canjerana (Vell.) Mart. ssp.

canjerana Árvore SI A.A.M. de Barros 2973

Guarea guidonia (L.) Sleumer Árvore ST A.A.M. de Barros 2903 Guarea kunthiana A. Juss. Árvore ST A.A.M. de Barros 3134 Guarea macrophylla subsp. tuberculata

(Vell.) T.D. Penn. Árvore ST A.A.M. de Barros 2816

Trichilia elegans A. Juss. subsp. richardiana (A. Juss.) T. D. Penn.

Árvore

ST A.A.M. de Barros 2959

Trichilia martiana C. DC. Árvore ST A.A.M. de Barros 3039 MENISPERMACEAE Abutua convexa (Vell.) Diels. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3106 Chondrodendron patiphyllum (A. St.

Hil.) Miers Trepadeira - A.A.M. de Barros 2958

Hyperbaena oblongifolia (Mart.) Chodat Trepadeira - A.A.M. de Barros 3007 MONIMIACEAE Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins Arbusto - A.A.M. de Barros 3054 Mollinedia longifolia Tulasne Árvore ST A.A.M. de Barros 3045 MORACEAE Brosimum guianense Huber ex Ducke Árvore ST A.A.M. de Barros 2928 Clarisia ilicifolia (Spreng.) Lanjouw &

Rossberg Árvore ST A.A.M. de Barros 2989

Ficus adhatifolia Schott Árvore ST A.A.M. de Barros 3040 Ficus cyclophylla Miquel Árvore ST A.A.M. de Barros 2795 Pseudomedia hirtula Kuhlmann Árvore ST A.A.M. de Barros 2929 Sorocea hilarii Gaudich. Arbusto SI A.A.M. de Barros 2930 MYRISTICACEAE Virola gardnerii (A. DC.) Warb. Arbusto - A.A.M. de Barros 3016 MYRTACEAE Calyptranthes grandifolia O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3141 Calyptranthes lucida Mart. ex DC. Árvore ST A.A.M. de Barros 3140 Campomanesia laurifolia Gardn. Árvore ST A.A.M. de Barros 3015 Eugenia bahiensis DC. Árvore ST A.A.M. de Barros 2930 Eugenia bunchosiifolia Nied. Árvore ST A.A.M. de Barros 3062 Eugenia exelsa O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 2967 Eugenia flamingensis O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3030 Eugenia florida DC. Árvore ST A.A.M. de Barros 3031 Eugenia marambaiensis M.C. Souza et

M.P. Morim Árvore ST A.A.M. de Barros 2932

Eugenia microcarpa O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3029 Eugenia monosperma Vell. Árvore ST A.A.M. de Barros 3148 Eugenia prasina O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3026 Eugenia rostrata O. Berg. Árvore ST A.A.M. de Barros 2972 Eugenia tinguyensis Camb. Árvore ST A.A.M. de Barros 3014 Eugenia villae-novae Kiaersk. Árvore ST A.A.M. de Barros 3024 Eugenia sp. Árvore SC - Marlierea glazioviana Kiaersk. Árvore ST A.A.M. de Barros 3060 Marlieria sylvatica (Gardner) Kiaersk. Árvore ST A.A.M. de Barros 3027 Myrcia dilucida G.M. Barroso Árvore ST A.A.M. de Barros 3061 Myrcia fallax (Richard) DC. Árvore PI A.A.M. de Barros 3149 Myrcia richardiana O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3028 Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.)

O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3008

Myrciaria guaquiea (Kiaersk.) Mattos & D. Legrand

Árvore ST A.A.M. de Barros 2814

Myrciaria sp. Árvore SC - Plinia ilhensis G.M. Barroso Árvore ST A.A.M. de Barros 3025

Page 202: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

202

Psidium cattleianum Sabine Árvore SI A.A.M. de Barros 2832 NYCTAGINACEAE Bougaivillea spectabilis Willd. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3150 Guapira opposita (Vell.) Reitz Árvore SI A.A.M. de Barros 2971 OCHNACEAE Ouratea olivaeformis (A. St. Hil.) Engl. Arbusto - A.A.M. de Barros 3066 Ouratea parviflora (DC.) Baill. Arbusto - A.A.M. de Barros 3005 OLACACEAE Heisteria perianthomega (Vell.) Sleumer Arbusto - A.A.M. de Barros 2066 PIPERACEAE Piper arboreum Aubl. var. arboreum Arbusto - A.A.M. de Barros 3151 POLYGONACEAE Ruprechtia lundii Meisner Árvore SI A.A.M. de Barros 3113 PROTEACEAE Roupala montana Aubl.var. paraensis

(Sleumer) K.S. Edwards Árvore

SI A.A.M. de Barros 3067

RUBIACEAE Chomelia brasiliana A. Rich. Arbusto - A.A.M. de Barros 3050 Coussarea accedens Müll. Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros 3004 Coussarea nodosa (Benth.) Müll. Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros2592 Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Árvore ST A.A.M. de Barros 3152 Faramea coerulea (Nees & Mart.) DC. Arbusto - A.A.M. de Barros 2970 Faramea stipulacea (Cham. & Schltdl.)

DC. Arbusto - A.A.M. de Barros 2809

Genipa americana L. Árvore ST A.A.M. de Barros 3153 Ixora gardneriana Benth. Árvore ST A.A.M. de Barros 2933 Posoqueria acutifolia Mart. Árvore ST A.A.M. de Barros 2988 Psychotria carthagenensis Jacq. Arbusto - A.A.M. de Barros 3003 Psychotria leiocarpa Cham. et Schltdl. Arbusto - A.A.M. de Barros 2627 Psychotria nitidula Cham. & Schltdl. Arbusto - A.A.M. de Barros 2934 Psychotria tenuinervis Müll. Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros 2935 Psychotria umbellurigera (Müll. Arg.)

Standl. Arbusto - A.A.M. de Barros 2813

Randia armata (Sw.) DC. Arbusto - A.A.M. de Barros 2714 Rudgea coriacea (Spreng.) K. Schum. Arbusto - A.A.M. de Barros 3073 Rudgea interrupta Benth. Arbusto - A.A.M. de Barros 2801 Rudgea recurva Müll. Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros 2987 Simira viridiflora (Allem. et Saldanha)

Steyerm Árvore ST A.A.M. de Barros 2986

Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K. Schum.

Árvore ST A.A.M. de Barros 2693

RUTACEAE Conchocarpus fontanesianus (A. St. Hil.) Kallini & Pirani

Arbusto - A.A.M. de Barros 3058

Conchocarpus ovatus (A. St. Hil. & Tul.) Kallunki & Pirani

Arbusto - A.A.M. de Barros 3035

Galipea jasminiflora (A. St. Hil.) Engl. Árvore ST A.A.M. de Barros 3002 Zanthoxylum rhoifolium Lam. Árvore PI A.A.M. de Barros 2969 SAPINDACEAE Allophylus edulis (A. St. Hil.) Radlk. Árvore SI A.A.M. de Barros 3098 Cupania oblongifolia Radlk. Árvore SI A.A.M. de Barros 3074 Cupania racemosa (Vell.) Radlk. Árvore SI A.A.M. de Barros 2984 Matayba guianensis Aubl. Árvore SI A.A.M. de Barros 3154 Paullinia fusiformis Radlk. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3051 Paullinia micrantha Camb. Trepadeira - A.A.M. de Barros 2983 Paullinia racemosa Wawra Trepadeira - A.A.M. de Barros 3117 Serjania clematidifolia Camb. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3107 Talisia coriacea Radlk. Árvore SI A.A.M. de Barros 2936 Urvillea glabra Camb. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3046 SAPOTACEAE Chrysophyllum flexuosum Mart. Árvore ST A.A.M. de Barros 2937 Chrysophyllum lucentifolium Cronquist Árvore ST A.A.M. de Barros 2545 Ecclinusa ramiflora Mart. Árvore ST A.A.M. de Barros 2773 Pouteria filipes Eyma Árvore ST A.A.M. de Barros 3013 Pouteria guianensis Aubl. Árvore ST A.A.M. de Barros 3012 Pradosia lactescens Vell. Árvore ST A.A.M. de Barros 3001 SIMAROUBACEAE Simaba floribunda Rizzini Árvore ST A.A.M. de Barros 3036 THEOPHRASTACEAE Clavija spinosa (Vell.) Mez Arbusto - A.A.M. de Barros 3156 TILIACEAE Luechea paniculata Mart. Árvore PI A.A.M. de Barros 3044 TRIGONIACEAE Trigonia nivea Camb. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3157 Trigonia villosa Vell. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3081 ULMACEAE Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Árvore PI A.A.M. de Barros 3080 Trema micrantha (L.) Blume Árvore PI A.A.M. de Barros 3158 VIOLACEAE Amphirrhox longifolia (A. St. Hil.)

Spreng. Arbusto - A.A.M. de Barros 3097

Rinorea guianensis Aubl. Arbusto - A.A.M. de Barros 3124 INDETERMINADA Indetermina sp. 1 Árvore SC -

Page 203: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

203

Tabelas dos inventários fitossociógicos nas 3 áreas amostradas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. Descritores fitossociológicos de espécies arbóreas e trepadeiras com DAP ≥ 2,5 cm amostradas em transecto de 0,1 ha no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Morro do Telégrafo, Barreira, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, apresentados em ordem decrescente de valor de importância (VI). N = número de indivíduos, P = número de parcelas com ocorrência da espécie. DR = densidade relativa (%), DoR = dominância relativa (%), FR = freqüência relativa (%).

ESPÉCIES FAMÍLIA N P DR DoR FR VI

1. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M. Pires

LEGUMINOSAE 23 5 4,55 14,64 1,89 21,07

2. Casearia sylvestris Sw. FLACOURTIACEAE 13 4 2,57 16,61 1,51 20,69

3. Guapira opposita (Vell.) Reitz NYCTAGINACEAE 24 7 4,74 8,35 2,64 15,74

4. Eriotheca pentaphylla (Vell.) A. Robyns

BOMBACACEAE 17 4 3,36 8,26 1,51 13,13

5. Attalea humilis Mart. ex Spreng. ARECACEAE 26 8 5,14 1,64 3,02 9,80

6. Brosimum guianense Huber ex Ducke MORACEAE 24 6 4,74 1,37 2,26 8,38

7. Astronium graveolens Jacq. ANACARDIACEAE 17 7 3,36 1,78 2,64 7,78

8. Tetraplandra leandri Baill. EUPHORBIACEAE 20 3 3,95 1,92 1,13 7,00

9. Rudgea interrupta Benth. RUBIACEAE 16 5 3,16 1,93 1,89 6,98

10. Ocotea schotii (Miesn.) Mez LAURACEAE 10 6 1,98 2,55 2,26 6,79

11. Myrcia fallax (Richard) DC. MYRTACEAE 13 5 2,57 2,16 1,89 6,61

12. Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud.

MELASTOMATACEAE 12 2 2,37 3,21 0,75 6,34

13. Escheweilera compressa (Vell.) Miers

LECYTHIDACEAE 7 5 1,38 2,39 1,89 5,67

14. Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche

BIGNONIACEAE 13 7 2,57 0,24 2,64 5,45

15. Matayba guianensis Aubl. SAPINDACEAE 6 5 1,19 2,28 1,89 5,35

16. Paullinia micrantha Camb. SAPINDACEAE 13 6 2,57 0,38 2,26 5,21

17. Amphirrhox longifolia (A. St. Hil.) Spreng.

VIOLACEAE 12 5 2,37 0,67 1,89 4,93

18. Psychotria leiocarpa Cham. et Schltdl.

RUBIACEAE 13 4 2,57 0,29 1,51 4,36

19. Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. MELASTOMATACEAE 7 3 1,38 1,79 1,13 4,31

20. Faramea stipulacea (Cham. & Schltdl.) DC.

RUBIACEAE 7 5 1,38 0,98 1,89 4,25

21. Psychotria tenuinervis Müll. Arg. RUBIACEAE 9 5 1,78 0,19 1,89 3,85 22. Piptadenia gonoacantha (Mart.)

Macbr. LEGUMINOSAE 6 3 1,19 1,48 1,13 3,80

23. Guarea macrophylla subsp. tuberculata (Vell.) T.D. Penn.

MELIACEAE 5 5 0,99 0,89 1,89 3,77

24. Pterogyne nitens Tul. LEGUMINOSAE 7 5 1,38 0,39 1,89 3,66

25. Exostyles venusta Schott LEGUMINOSAE 5 4 0,99 0,55 1,51 3,04

26. Ocotea diospyrifolia (Miesn.) Mez LAURACEAE 1 1 0,20 2,31 0,38 2,89

27. Astrocaryum aculeatissimum Mart. ARECACEAE 5 3 0,99 0,75 1,13 2,87

28. Ixora gardneriana Benth. RUBIACEAE 6 4 1,19 0,12 1,51 2,81

29. Bactris setosa Mart. ARECACEAE 7 3 1,38 0,21 1,13 2,73

30. Roupala montana Aubl.var. paraensis (Sleumer) K.S. Edwards

PROTEACEAE 3 3 0,59 0,94 1,13 2,67

31. Machaerium aculeatum Raddi LEGUMINOSAE 5 4 0,99 0,10 1,51 2,59

32. Hirtella triandra Sw. ssp. punctulata (Miq.) G.T. Prance

CHRYSOBALANACEAE 3 3 0,59 0,69 1,13 2,42

33. Protium widgrenii Engl. BURSERACEAE 2 1 0,40 1,63 0,38 2,40

Page 204: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

204

34. Sparattosperma leucanthum (Vell.) Schum.

BIGNONIACEAE 2 1 0,40 1,50 0,38 2,27

35. Malouetia arborea (Vell.) Miers APOCYNACEAE 4 3 0,79 0,30 1,13 2,22

36. Stizophyllum perforatum (Cham.) Miers

BIGNONIACEAE 5 3 0,99 0,08 1,13 2,20

37. Ruprechtia lundii Meisner POLYGONACEAE 4 1 0,79 0,93 0,38 2,10

38. Ormosia arborea (Vell.) Harms LEGUMINOSAE 1 1 0,20 1,52 0,38 2,09

39. Couratari pyramidata (Vell.) Knuth LECYTHIDACEAE 5 2 0,99 0,33 0,75 2,07

40. Allophylus edulis (A. St. Hil.) Radlk.

SAPINDACEAE 4 3 0,79 0,15 1,13 2,07

41. Algernonia brasiliensis Baill. EUPHORBIACEAE 5 2 0,99 0,30 0,75 2,05

42. Cupania racemosa (Vell.) Radlk. SAPINDACEAE 3 3 0,59 0,30 1,13 2,03

43. Sorocea hilarii Gaudich. MORACEAE 4 3 0,79 0,10 1,13 2,02

44. Machaerium oblongifolium Vogel LEGUMINOSAE 4 3 0,79 0,08 1,13 2,00

45. Pseudomedia hirtula Kuhlmann MORACEAE 3 3 0,59 0,27 1,13 2,00

46. Eugenia marambaiensis M.C. Souza et M.P. Morim

MYRTACEAE 2 2 0,40 0,84 0,75 1,99

47. Guatteria nigrescens Mart. ANNONACEAE 3 3 0,59 0,21 1,13 1,94

48. Zollernia glabra (Spreng.) Yakovlev LEGUMINOSAE 3 3 0,59 0,11 1,13 1,83

49. Geissospermum laeve (Vell.) Miers APOCYNACEAE 2 2 0,40 0,59 0,75 1,74

50. Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax

EUPHORBIACEAE 4 2 0,79 0,17 0,75 1,72

51. Chrysophyllum flexuosum Mart. SAPOTACEAE 4 2 0,79 0,11 0,75 1,66

52. Cryptocarya moschota Nees et Mart. ex Ness

LAURACEAE 2 2 0,40 0,34 0,75 1,49

53. Paullinia racemosa Wawra SAPINDACEAE 5 1 0,99 0,11 0,38 1,48

54. Posoqueria acutifolia Mart. RUBIACEAE 3 2 0,59 0,11 0,75 1,46

55. Chrysophyllum lucentifolium Cronquist

SAPOTACEAE 3 1 0,59 0,43 0,38 1,40

56. Ocotea elegans Mez LAURACEAE 2 2 0,40 0,24 0,75 1,39

57. Zanthoxylum rhoifolium Lam. RUTACEAE 2 1 0,40 0,59 0,38 1,36

58. Piptadenia paniculata Benth. LEGUMINOSAE 2 2 0,40 0,17 0,75 1,32

59. Talisia coriacea Radlk. SAPINDACEAE 2 2 0,40 0,14 0,75 1,29

60. Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K. Schum.

RUBIACEAE 1 1 0,20 0,67 0,38 1,25

61. Trichilia martiana C. DC. MELIACEAE 2 2 0,40 0,08 0,75 1,23

62. Eugenia tinguyensis Camb. MYRTACEAE 2 2 0,40 0,07 0,75 1,22

63. Strychnos acuta Prog. LOGANIACEAE 2 2 0,40 0,07 0,75 1,22

64. Adenocalymma subsessilifolium DC. BIGNONIACEAE 2 2 0,40 0,05 0,75 1,20

65. Leretia cordata Vell. ICACINACEAE 2 2 0,40 0,04 0,75 1,19

66. Ouratea parviflora (DC.) Baill. OCHNACEAE 2 2 0,40 0,04 0,75 1,19

67. Hippocratea volubilis L. HIPPOCRATEACEAE 2 2 0,40 0,04 0,75 1,19

68. Coussarea nodosa (Benth.) Müll. Arg.

RUBIACEAE 2 2 0,40 0,03 0,75 1,18

69. Trichilia elegans A. Juss. subsp. richardiana (A. Juss.) T. D. Penn.

MELIACEAE 2 2 0,40 0,03 0,75 1,18

70. Psychotria carthagenensis Jacq. RUBIACEAE 2 2 0,40 0,03 0,75 1,18

71. Sebastiania gaudichaudii Müll. Arg. EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,59 0,38 1,17

72. Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. ASTERACEAE 1 1 0,20 0,57 0,38 1,15

73. Apuleia leiocarpa (Vogel) Macbr. LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,51 0,38 1,08

74. Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.

ANACARDIACEAE 1 1 0,20 0,48 0,38 1,06

Page 205: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

205

75. Sloanea monosperma Vell. ELAEOCARPACEAE 1 1 0,20 0,48 0,38 1,06

76. Adenocalymma bracteatum (Cham.) DC.

BIGNONIACEAE 3 1 0,59 0,03 0,38 1,00

77. Genipa americana L. RUBIACEAE 1 1 0,20 0,31 0,38 0,88

78. Connarus nodosus Baker CONNARACEAE 1 1 0,20 0,28 0,38 0,86

79. Eugenia exelsa O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,23 0,38 0,81

80. Coussarea accedens Müll. Arg. RUBIACEAE 1 1 0,20 0,16 0,38 0,73

81. Garcinia gardneriana (Planch. et Triana) Zappi

CLUSIACEAE 1 1 0,20 0,15 0,38 0,72

82. Inga capitata Desv. LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,10 0,38 0,68

83. Cupania oblongifolia Radlk. SAPINDACEAE 1 1 0,20 0,10 0,38 0,68

84. Eugenia bahiensis DC. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,10 0,38 0,67

85. Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard

ICACINACEAE 1 1 0,20 0,09 0,38 0,67

86. Calyptranthes grandifolia O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,08 0,38 0,66

87. Bauhinia microstachya (Raddi) Macbr.

LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,08 0,38 0,65

88. Rinorea guianensis Aubl. VIOLACEAE 1 1 0,20 0,07 0,38 0,65

89. Heisteria perianthomega (Vell.) Sleumer

OLACACEAE 1 1 0,20 0,07 0,38 0,64

90. Eugenia umbrosa O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,06 0,38 0,64

91. Abutua convexa (Vell.) Diels MENISPERMACEAE 1 1 0,20 0,05 0,38 0,63

92. Pradosia lactescens Vell. SAPOTACEAE 1 1 0,20 0,05 0,38 0,63

93. Cabralea canjerana (Vell.) Mart. ssp. canjerana

MELIACEAE 1 1 0,20 0,05 0,38 0,63

94. Machaerium incorruptibile (Vell.) Fr. All. ex Benth.

LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,05 0,38 0,62

95. Duguetia sessilis (Vell.) Maas ANNONACEAE 1 1 0,20 0,03 0,38 0,61

96. Eugenia microcarpa O. Berg. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,03 0,38 0,61

97. Bunchosia maritima (Vell.) Macbride

MALPIGHIACEAE 1 1 0,20 0,03 0,38 0,60

98. Pseudopiptadenia inaequalis (Benth.) Rauschert

LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,03 0,38 0,60

99. Swartzia apetala Raddi var. apetala LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,60

100. Pera glabrata (Schott) Baill. EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,60

101. Psychotria nitidula Cham. & Schltdl.

RUBIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,60

102. Casearia commersoniana Camb. FLACOURTIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,60

103. Randia armata (Sw.) DC. RUBIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,59

104. Davilla rugosa Poir. DILLENIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,59

105. Erythroxyllum gaudichaudii Peyr. ERYTHROXYLACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,59

106. Mansoa lanceolata (DC.) A. Gentry

BIGNONIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,59

107. Pfaffia paniculata (Mart.) Kunth. AMARANTHACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59

108. Clarisia ilicifolia (Spreng.) Lanjouw & Rossberg

MORACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59

109. Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K. Schum.

BIGNONIACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59

110. Bougainvillea spectabilis Willd. NYCTAGINACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59

111. Lacistema serrulatum Mart. LACISTEMATACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59

112. Virola gardnerii (A. DC.) Warb. MYRISTICACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59

113. Urbanodendron verrucosum (Nees) Mez

LAURACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59

Page 206: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

206

Descritores fitossociológicos de espécies arbóreas e trepadeiras com DAP ≥ 2,5 cm amostradas em transecto de 0,1 ha no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Morrote do Córrego dos Colibris, município de Niterói, Rio de Janeiro, apresentados em ordem decrescente de valor de importância (VI). N = número de indivíduos, P = número de parcelas com ocorrência da espécie. DR = densidade relativa (%), DoR = dominância relativa (%), FR = freqüência relativa (%).

ESPÉCIES FAMÍLIA N P DR DoR FR VI

1. Cupania racemosa (Vell.) Radlk.

SAPINDACEAE

72

8

16,48

15,37

5,16

37,00

2. Brosimum guianense Huber ex Ducke MORACEAE 71 9 16,25 12,03 5,81 34,08

3. Guapira opposita (Vell.) Reitz NYCTAGINACEAE 29 9 6,64 16,49 5,81 28,93

4. Escheweilera compressa (Vell.) Miers LECYTHIDACEAE 31 5 7,09 4,60 3,23 14,92

5. Pera glabrata (Schott) Baill. EUPHORBIACEAE 11 7 2,52 4,96 4,52 11,99

6. Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.

ANACARDIACEAE 10 5 2,29 5,71 3,23 11,23

7. Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche

BIGNONIACEAE 23 8 5,26 0,75 5,16 11,18

8. Myrcia fallax (Richard) DC. MYRTACEAE 15 7 3,43 1,53 4,52 9,48

9. Nectandra oppositifolia Nees LAURACEAE 10 4 2,29 4,32 2,58 9,19

10. Astrocaryum aculeatissimum Mart. ARECACEAE 12 5 2,75 3,15 3,23 9,12

11. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M. Pires

LEGUMINOSAE 2 2 0,46 4,92 1,29 6,67

12. Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan

LEGUMINOSAE 4 3 0,92 3,51 1,94 6,37

13. Mansoa lanceolata (DC.) A. Gentry BIGNONIACEAE 15 3 3,43 0,62 1,94 5,99

14. Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. ASTERACEAE 3 2 0,69 3,10 1,29 5,07

15. Abutua convexa (Vell.) Diels. MENISPERMACEAE 11 3 2,52 0,38 1,94 4,84

16. Joannesia princeps Vell. EUPHORBIACEAE 2 2 0,46 2,97 1,29 4,72

17. Machaerium incorruptibile (Vell.) Fr. All. ex Benth.

LEGUMINOSAE 7 3 1,60 1,11 1,94 4,64

18. Rudgea coriacea (Spreng.) K. Schum. RUBIACEAE 8 4 1,83 0,17 2,58 4,58

19. Sorocea hilarii Gaudich. MORACEAE 5 4 1,14 0,58 2,58 4,30

20. Casearia sylvestris Sw. FLACOURTIACEAE 5 3 1,14 0,97 1,94 4,05

21. Roupala montana Aubl.var. paraensis (Sleumer) K.S. Edwards

PROTEACEAE 5 3 1,14 0,84 1,94 3,91

22. Sparattosperma leucanthum (Vell.) Schum.

BIGNONIACEAE 3 2 0,69 1,75 1,29 3,73

23. Rudgea interrupta Benth. RUBIACEAE 6 3 1,37 0,13 1,94 3,44

24. Hyperbaena oblongifolia (Mart.) Chodat

MENISPERMACEAE 5 3 1,14 0,14 1,94 3,22

25. Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. ULMACEAE 2 2 0,46 1,27 1,29 3,02

26. Machaerium aculeatum Raddi LEGUMINOSAE 4 3 0,92 0,10 1,94 2,95

27. Matayba guianensis Aubl. SAPINDACEAE 4 2 0,92 0,43 1,29 2,64

28. Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. RUBIACEAE 1 1 0,23 1,74 0,65 2,61

29. Arrabidaea rego (Vell.) DC. BIGNONIACEAE 5 2 1,14 0,11 1,29 2,55

30. Malouetia arborea (Vell.) Miers APOCYNACEAE 4 2 0,92 0,26 1,29 2,46

31. Byrsonima laxifolia Griseb. MALPIGHIACEAE 2 1 0,46 1,19 0,65 2,29

32. Trigonia villosa Vell. TRIGONIACEAE 5 1 1,14 0,36 0,65 2,15

33. Casearia commersoniana Camb. FLACOURTIACEAE 5 1 1,14 0,27 0,65 2,06

34. Ouratea olivaeformis (A. St. Hil.) Engl. OCHNACEAE 3 2 0,69 0,05 1,29 2,02

35. Serjania clematidifolia Camb. SAPINDACEAE 2 2 0,46 0,11 1,29 1,86

36. Psychotria nitidula Cham. & Schltdl. RUBIACEAE 1 1 0,23 0,94 0,65 1,81

Page 207: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

207

37. Prockia crucis P. Browne ex L. FLACOURTIACEAE 3 1 0,69 0,29 0,65 1,62

38. Chondrodendron platiphyllum (A. St. Hil.) Miers

MENISPERMACEAE 1 1 0,23 0,51 0,65 1,39

39. Jacaranda micrantha Cham. BIGNONIACEAE 2 1 0,46 0,25 0,65 1,35

40. Indeterminada sp 1 INDETERMINADA 1 1 0,23 0,36 0,65 1,24

41. Pera leandri Baill. EUPHORBIACEAE 2 1 0,46 0,13 0,65 1,24

42. Exostyles venusta Schott LEGUMINOSAE 2 1 0,46 0,08 0,65 1,19

43. Ouratea parviflora (DC.) Baill. OCHNACEAE 2 1 0,46 0,07 0,65 1,17

44. Rinorea guianensis Aubl. VIOLACEAE 1 1 0,23 0,21 0,65 1,08

45. Annona acutifolia Mart. ANNONACEAE 1 1 0,23 0,21 0,65 1,08

46. Machaerium hirtum (Vell.) Stellf. LEGUMINOSAE 1 1 0,23 0,17 0,65 1,05

47. Cupania oblongifolia Radlk. SAPINDACEAE 1 1 0,23 0,09 0,65 0,97

48. Casearia oblongifolia Camb. FLACOURTIACEAE 1 1 0,23 0,09 0,65 0,97

49. Erythroxylum magnoliaefolium A. St. Hil.

ERYTHROXYLACEAE 1 1 0,23 0,08 0,65 0,96

50. Bactris setosa Mart. ARECACEAE 1 1 0,23 0,06 0,65 0,94

51. Trema micrantha (L.) Blume ULMACEAE 1 1 0,23 0,06 0,65 0,94

52. Albizia polycephala (Benth.) Killip. LEGUMINOSAE 1 1 0,23 0,05 0,65 0,93

53. Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax EUPHORBIACEAE 1 1 0,23 0,04 0,65 0,92

54. Miconia staminea DC. MELASTOMATACEAE 1 1 0,23 0,04 0,65 0,92

55. Chrysophyllum flexuosum Mart. SAPOTACEAE 1 1 0,23 0,04 0,65 0,92

56. Guatteria reflexa R. & Fr. ANNONACEAE 1 1 0,23 0,04 0,65 0,91

57. Eugenia florida DC. MYRTACEAE 1 1 0,23 0,03 0,65 0,90

58. Lacistema serrulatum Mart. LACISTEMACEAE 1 1 0,23 0,03 0,65 0,90

59. Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B. Gates

MALPIGHIACEAE 1 1 0,23 0,02 0,65 0,89

60. Arrabidaea conjugata (Vell.) Mart. BIGNONIACEAE 1 1 0,23 0,02 0,65 0,89

61. Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg.

EUPHORBIACEAE 1 1 0,23 0,02 0,65 0,89

62. Kielmeyera membranacea Casar. CLUSIACEAE 1 1 0,23 0,02 0,65 0,89

63. Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K. Schum.

BIGNONIACEAE 1 1 0,23 0,01 0,65 0,89

64. Adenocalymma bracteatum (Cham.) DC.

BIGNONIACEAE 1 1 0,23 0,01 0,65 0,89

Page 208: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

208

Descritores fitossociológicos de espécies arbóreas e trepadeiras com DAP ≥ 2,5 cm amostradas em transecto de 0,1 ha no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Morro do Cordovil, Vale das Borboletas, município de Niterói, Rio de Janeiro, apresentados em ordem decrescente de valor de importância (VI). N = número de indivíduos, P = número de parcelas com ocorrência da espécie. DR = densidade relativa (%), DoR = dominância relativa (%), FR = freqüência relativa (%).

ESPÉCIES FAMÍLIA N P DR DoR FR VI

1. Guapira opposita (Vell.) Reitz NYCTAGINACEAE 15 7 2,96 11,33 2,22 16,50

2. Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. MELASTOMATACEAE 5 3 0,99 9,61 0,95 11,55

3. Cupania racemosa (Vell.) Radlk. SAPINDACEAE 10 5 1,98 4,66 1,58 8,22

4. Tovomita leucantha (Schl.) Planch et Triana

CLUSIACEAE 19 8 3,75 1,65 2,53 7,94

5. Guarea guidonea (L.) Sleumer MELIACEAE 9 1 1,78 5,62 0,32 7,71

6. Apuleia leiocarpa J.F. Macbr. LEGUMINOSAE 2 2 0,40 5,86 0,63 6,89

7. Ficus cyclophylla Miquel MORACEAE 1 1 0,20 5,95 0,32 6,46

8. Rudgea interrupta Benth. RUBIACEAE 16 7 3,16 0,22 2,22 5,60

9. Hippocratea volubilis L. HIPPOCRATEACEAE 18 4 3,56 0,71 1,27 5,53

10. Strychnos acuta Prog. LOGANIACEAE 16 6 3,16 0,33 1,90 5,39

11. Heisteria perianthomega (Vell.) Sleumer

OLACACEAE 5 5 0,99 2,67 1,58 5,24

12. Myrcia fallax (Richard) DC. MYRTACEAE 8 7 1,58 1,41 2,22 5,21

13. Clarisia ilicifolia (Spreng.) Lanjouw & Rossberg

MORACEAE 11 6 2,17 0,77 1,90 4,84

14. Guarea macrophylla subsp. tuberculata (Vell.) T.D. Penn.

MELIACEAE 9 3 1,78 2,01 0,95 4,74

15. Joannesia princeps Vell. EUPHORBIACEAE 6 3 1,19 2,37 0,95 4,50

16. Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.

ANACARDIACEAE 2 2 0,40 3,32 0,63 4,34

17. Sloanea monosperma Vell. ELAEOCARPACEAE 8 5 1,58 1,06 1,58 4,22

18. Eugenia tinguyensis Camb. MYRTACEAE 8 7 1,58 0,40 2,22 4,20

19. Guatteria nigrescens Mart. ANNONACEAE 8 6 1,58 0,40 1,90 3,88

20. Posoqueria acutifolia Mart. RUBIACEAE 8 5 1,58 0,67 1,58 3,83

21. Machaerium aculeatum Raddi LEGUMINOSAE 11 4 2,17 0,20 1,27 3,64

22. Ocotea schotii (Miesn.) Mez LAURACEAE 6 4 1,19 1,18 1,27 3,63

23. Brosimum guianense Huber ex Ducke MORACEAE 7 5 1,38 0,65 1,58 3,61

24. Chrysophyllum flexuosum Mart. SAPOTACEAE 7 6 1,38 0,32 1,90 3,61

25. Ecclinusa ramiflora Mart. SAPOTACEAE 6 3 1,19 1,44 0,95 3,58

26. Clavija spinosa (Vell.) Mez THEOPHRASTACEAE 9 5 1,78 0,17 1,58 3,54

27. Ficus adhatifolia Schott MORACEAE 1 1 0,20 2,84 0,32 3,36

28. Ipomoea philomega (Vell.) House CONVOLVULACEAE 9 4 1,78 0,15 1,27 3,19

29. Heteropterys leschenaultiana A. Juss. MALPIGHIACEAE 7 5 1,38 0,10 1,58 3,07

30. Cupania oblongifolia Radlk. SAPINDACEAE 5 4 0,99 0,80 1,27 3,05

31. Bunchosia marítima (Vell.) Macbride MALPIGHIACEAE 8 4 1,58 0,16 1,27 3,00

32. Campomanesia laurifolia Gardn. MYRTACEAE 5 3 0,99 0,99 0,95 2,93

33. Cabralea canjerana (Vell.) Mart. ssp. canjerana

MELIACEAE 3 2 0,59 1,68 0,63 2,91

34. Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez LAURACEAE 4 2 0,79 1,47 0,63 2,90

35. Ocotea aniboides Miq. LAURACEAE 5 5 0,99 0,30 1,58 2,87

36. Piptadenia gonoacantha Mart.) Macbr. LEGUMINOSAE 1 1 0,20 2,14 0,32 2,65

37. Ceiba crispiflora (Kunth) Ravena BOMBACACEAE 1 1 0,20 2,14 0,32 2,65

Page 209: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

209

38. Casearia oblongifolia Camb.

FLACOURTIACEAE 5 3 0,99 0,65 0,95 2,58

39. Eugenia bahiensis DC. MYRTACEAE 5 4 0,99 0,20 1,27 2,46

40. Leretia cordata Vell. ICACINACEAE 8 2 1,58 0,22 0,63 2,44

41. Bactris setosa Mart. ARECACEAE 5 4 0,99 0,14 1,27 2,39

42. Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg

MYRTACEAE 3 3 0,59 0,66 0,95 2,20

43. Ocotea daphnifolia (Meiss.) Mez LAURACEAE 4 2 0,79 0,76 0,63 2,19

44. Trichilia martiana C. DC. MELIACEAE 5 3 0,99 0,22 0,95 2,16

45. Hyperbaena oblongifolia (Mart.) Chodat

MENISPERMACEAE 7 2 1,38 0,13 0,63 2,15

46. Abutilon sp. MALVACEAE 2 2 0,40 1,10 0,63 2,13

47. Annona acutifolia Mart. ANNONACEAE 4 3 0,79 0,37 0,95 2,11

48. Eriotheca pentaphylla (Vell.) A. Robyns

BOMBACACEAE 2 2 0,40 1,05 0,63 2,08

49. Tetraplandra leandri Baill. EUPHORBIACEAE 3 2 0,59 0,85 0,63 2,07

50. Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard

ICACINACEAE 5 2 0,99 0,44 0,63 2,06

51. Inga capitata Desv. LEGUMINOSAE 3 2 0,59 0,83 0,63 2,06

52. Arrabidaea selloi (Spreng.) Sandwith BIGNONIACEAE 6 2 1,19 0,21 0,63 2,03

53. Faramea stipulacea (Cham. & Schltdl.) DC.

RUBIACEAE 5 3 0,99 0,08 0,95 2,01

54. Coussarea nodosa (Benth.) Müll. Arg. RUBIACEAE 4 3 0,79 0,12 0,95 1,86

55. Coussarea accendens Müll. Arg. RUBIACEAE 3 3 0,59 0,23 0,95 1,77

56. Urbanodendron verrucosum (Nees) Mez

LAURACEAE 4 2 0,79 0,26 0,63 1,69

57. Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer LAURACEAE 4 1 0,79 0,57 0,32 1,67

58. Pachystroma longifolium (Nees.) I.M. Johnt.

EUPHORBIACEAE 2 2 0,40 0,61 0,63 1,64

59. Geissospermum laeve (Vell.) Miers APOCYNACEAE 2 2 0,40 0,61 0,63 1,64

60. Zollernia glabra (Spreng.) Yakovlev LEGUMINOSAE 3 3 0,59 0,09 0,95 1,63

61. Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan

LEGUMINOSAE 1 1 0,20 1,10 0,32 1,62

62. Psidium cattleianum Sabine MYRTACEAE 2 1 0,40 0,90 0,32 1,61

63. Sorocea hilarii Gaudich. MORACEAE 3 3 0,59 0,05 0,95 1,59

64. Matayba guianensis Aubl. SAPINDACEAE 4 1 0,79 0,47 0,32 1,57

65. Pradosia lactescens Vell. SAPOTACEAE 4 2 0,79 0,13 0,63 1,55

66. Chomelia brasiliana A. Rich. RUBIACEAE 3 2 0,59 0,29 0,63 1,52

67. Paullinia fusiformis Radlk. SAPINDACEAE 4 2 0,79 0,08 0,63 1,50

68. Swartzia simplex (Sw.) Spreng. Var. grandiflora

LEGUMINOSAE 2 2 0,40 0,43 0,63 1,46

69. Pera glabrata (Schott) Baill. EUPHORBIACEAE 2 2 0,40 0,42 0,63 1,45

70. Astrocaryum aculeatissimum Mart. ARECACEAE 2 2 0,40 0,37 0,63 1,40

71. Mollinedia longifolia Tulasne MONIMIACEAE 2 2 0,40 0,36 0,63 1,39

72. Eugenia flamingensis O. Berg MYRTACEAE 3 2 0,59 0,16 0,63 1,38

73. Cordia trichoclada DC. BORAGINACEAE 2 1 0,40 0,63 0,32 1,35

74. Lacistema serrulatum Mart. LACISTEMATACEAE 3 2 0,59 0,10 0,63 1,32

75. Davilla rugosa Poir. DILLENIACEAE 3 2 0,59 0,04 0,63 1,26

76. Urvillea glabra Camb. SAPINDACEAE 2 2 0,40 0,10 0,63 1,13

77. Endlicheria glometata Mez LAURACEAE 2 2 0,40 0,09 0,63 1,11

78. Pseudopiptadenia schumanniana (Taub.) Lewis & M. Lima

LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,59 0,32 1,11

Page 210: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

210

79. Urbanodendron bahiensis (Meiss.) Rohwer

LAURACEAE 2 2 0,40 0,06 0,63 1,09

80. Diplotropis incexis Rizzini & A. Mattos LEGUMINOSAE 3 1 0,59 0,15 0,32 1,06

81. Faramea coerulea (Nees & Mart.) DC. RUBIACEAE 2 2 0,40 0,02 0,63 1,05

82. Condylocarpon isthimicum (Vell.) A. DC.

APOCYNACEAE 2 2 0,40 0,02 0,63 1,05

83. Conchocarpus ovatus (A. St. Hil. & Tul.) Kallunki & Pirani

RUTACEAE 2 1 0,40 0,32 0,32 1,03

84. Eugenia sp. MYRTACEAE 3 1 0,59 0,08 0,32 0,99

85. Hirtella hebeclada Moric. ex DC. CHRYSOBALANACEAE 1 1 0,20 0,46 0,32 0,98

86. Zanthoxylum rhoifolium Lam. RUTACEAE 1 1 0,20 0,43 0,32 0,94

87. Mansoa lanceolata (DC.) A. Gentry BIGNONIACEAE 3 1 0,59 0,03 0,32 0,94

88. Simira viridifolia (Allem. et Saldanha) Steyerm

RUBIACEAE 1 1 0,20 0,41 0,32 0,92

89. Abutua convexa (Vell.) Diels. MENISPERMACEAE 2 1 0,40 0,10 0,32 0,81

90. Pouteria guianensis Aubl. SAPOTACEAE 2 1 0,40 0,09 0,32 0,80

91. Paullinia micrantha Camb. SAPINDACEAE 2 1 0,40 0,08 0,32 0,79

92. Alchornea glandulosa EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,27 0,32 0,78

93. Allophylus edulis (A. St. Hil.) Radlk. SAPINDACEAE 1 1 0,20 0,25 0,32 0,76

94. Plinia ilhensis G.M. Barroso MYRTACEAE 2 1 0,40 0,03 0,32 0,75

95. Pouteria filipes Eyma SAPOTACEAE 1 1 0,20 0,22 0,32 0,74

96. Trigonia nivea Camb. TRIGONIACEAE 2 1 0,40 0,02 0,32 0,73

97. Rudgea recurva Müll. Arg. RUBIACEAE 2 1 0,40 0,02 0,32 0,73

98. Virola gardnerii (A. DC.) Warb. MYRISTICACEAE 1 1 0,20 0,21 0,32 0,73

99. Luechea paniculata Mart. TILIACEAE 1 1 0,20 0,20 0,32 0,72

100. Eugenia villae-novae Kiaersk. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,17 0,32 0,69

101. Miconia staminea DC. MELASTOMATACEAE 1 1 0,20 0,15 0,32 0,67

102. Pterogyne nitens Tul. LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,15 0,32 0,66

103. Kielmeyera rizziniana Saddi CLUSIACEAE 1 1 0,20 0,14 0,32 0,65

104. Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berg.

CACTACEAE 1 1 0,20 0,09 0,32 0,61

105. Algernonia brasiliensis Baill. EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,09 0,32 0,60

106. Myrciaria guaquiea (Kiaersk.) Mattos & D. Legrand

MYRTACEAE 1 1 0,20 0,08 0,32 0,60

107. Erythroxylum pulchrum A. St. Hil. ERYTHROXYLACEAE 1 1 0,20 0,08 0,32 0,60

108. Marlierea sylvatica (Gardner) Kiaersk.

MYRTACEAE 1 1 0,20 0,08 0,32 0,60

109. Attalea humilis Mart. ex Spreng. ARECACEAE 1 1 0,20 0,08 0,32 0,59

110. Simaba floribunda Rizzini SIMAROUBACEAE 1 1 0,20 0,08 0,32 0,59

111. Myrciaria sp. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,07 0,32 0,58

112. Dalbergia frutescens (Vell.) Britton LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,07 0,32 0,58

113. Psychotria carthagenensis Jacq. RUBIACEAE 1 1 0,20 0,05 0,32 0,56

114. Eugenia bunchosiifolia Nied. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,04 0,32 0,55

115. Inga lenticellata Benth. LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,04 0,32 0,55

116. Astronium graveolens Jacq. ANACARDIACEAE 1 1 0,20 0,03 0,32 0,55

117. Marlierea glazioviana Kiaersk. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,03 0,32 0,54

118. Trichilia elegans A. Juss. subsp. richardiana (A. Juss.) T. D. Penn.

MELIACEAE 1 1 0,20 0,03 0,32 0,54

119. Phyllostemonodaphne geminiflora (Mez) Kosterm.

LAURACEAE 1 1 0,20 0,03 0,32 0,54

120. Bougaivillea spectabilis Willd. NYCTAGINACEAE 1 1 0,20 0,03 0,32 0,54

Page 211: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

211

121. Eugenia monosperma Vell. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

122. Eugenia microcarpa O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

123. Tynanthus micranthus Correa de Mella ex K. Schum.

BIGNONIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

124. Stizophyllum perforatum (Cham.) Miers

BIGNONIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

125. Galipea jasminiflora (A. St. Hil.) Engl.

RUTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

126. Eugenia prasina O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

127. Cryptocarya saligna Mez LAURACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

128. Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

129. Eugenia rostrata O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

130. Myrcia dilucida G.M. Barroso MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

131. Ocotea diospyrifolia (Miesn.) Mez LAURACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53

132. Dendropanax monogynus (Vell.) Seem.

ARALIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53

133. Myrcia richardiana O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53

134. Sebastiania nervosa (Müll.) Arg. Müll. Arg.

EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53

135. Ouratea parviflora (DC.) Baill. OCHNACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53

136. Eugenia florida DC. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53

137. Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins MONIMIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53

138. Serjania clematidifolia Camb. SAPINDACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53

139. Ocotea elegans Mez LAURACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,53

140. Eugenia exelsa O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,53

141. Clytostoma binatum (Thunb.) Sandwith

BIGNONIACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,53

142. Senegalia pteridifolia (Benth.) Seigler & Ebinger

LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,53

143. Piper arboreum Aubl. var. arboreum PIPERACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

144. Pseudomedia hirtula Kuhlmann MORACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

145. Stephanopodium sessile Rizzini DICHAPETALACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

146. Exostyles venusta Schott LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

147. Psychotria umbellurigera (Müll. Arg.) Standl.

RUBIACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

148. Conchocarpus fontanesianus (A. St. Hil.) Kallini & Pirani

RUTACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

149. Ixora gardneriana Benth. RUBIACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

150. Guarea kunthiana A. Juss. MELIACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

Page 212: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

212

Considerações Finais

A escassez de inventários florísticos mais abrangentes no estado do Rio de Janeiro

é um impecílio para adoção de medidas conservacionistas, principalmente no que se refere

às regiões costeiras. Apesar do esforço que está sendo empreendido para aumentar o nível

de conhecimento, ainda existem várias lacunas. Em seu estudo sobre a Centro de

Diversidade Vegetal de Cabo Frio, Sá (2006) chama atenção para áreas pouco conhecidas

sob o ponto de vista botânico entre os municípios de Saquarema e Niterói. Nesse sentido

esse estudo no Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) vem preencher um pouco dessa

lacuna da falta de conhecimento biológico. Contudo, essas áreas são estratégicas para

conservação da diversidade biológica e estão sujeitas as diversas formas de ameaças

ambientais. Os fragmentos florestais remanescentes de Mata Atlântica isolados não

conservam essa diversidade, porém ainda detêm importantes informações florísticas.

Sendo assim, é necessário um esforço no sentido de conhecer sob o ponto de vista

biológico essas áreas para se propor medidas conservacionistas em conjunto.

A vegetação da Serra da Tiririca apresenta um aspecto geral escleromórfico, com

intensa queda de folhas nos meses mais secos. Contudo, tem baixa similaridade com as

florestas estacionais do Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio. É caracterizada pela

floresta ombrófila densa e vegetação de afloramentos rochosos, sendo seu aspecto

escleromórfico associado ao clima regional, proximidade com o mar e a presença de solos

rasos. Tem baixa similaridade florística com outras áreas inventariadas do estado do Rio de

Janeiro, porém apresentou maior relacionamento com a flora das restingas fluminenses.

Isso mostra que cada área representa um conjunto único que detêm espécies adaptadas as

diferentes condições abióticas que ocorrem no estado do Rio de Janeiro. Essas condições

são altamente influenciadas por fatores topográficos, climáticos e edáficos, que selecionam

as espécies e permitem o estabelecimento de múltiplas paisagens. Os afloramentos

rochosos são retratos dessas situações e constituem elementos enriquecedores da flora.

Apresentam elementos florísticos específicos e adaptados a condições extremas de

sobrevivência. Na verdade, são ilhas diversidade entremeadas à floresta ombrófila densa.

Os dados apresentados sobre a diversidade florística do PEST mostram uma área

com grande riqueza de espécies. Essa diversidade se expressa não só em termos florísticos,

Page 213: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA … · Instituto de Botânica de São Paulo _____ Dr a Maria Cândida Mamede Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

213

mas também nas variadas formas de vida, ocasionadas pelos diferentes ambientes da região

de estudo. Esse é um padrão para região Sudeste brasileira. É uma área com elevada

riqueza florística que está bastante ameaçada pela ação humana. O inventário florístico

registrou 907 espécies de Magnoliophyta pertencentes a 434 gêneros e 97 famílias, além de

122 espécies consideradas ruderais. Destacam-se as seguintes famílias quanto à riqueza de

espécies: Leguminosae, Myrtaceae, Rubiaceae, Euphorbiaceae, Bromeliaceae,

Sapindaceae, Bignoniaceae, Orchidaceae, Araceae e Asteraceae. As plantas arbóreas

representam 35,8% da flora, seguido de trepadeiras, ervas, arbustos, epífitas, hemiepífitas e

parasitas. As trepadeiras formam um grupo de destaque na Serra da Tiririca, com alta

riqueza de espécies, mostrando que a vegetação encontra-se em plena regeneração em

vários estádios sucessionais.

Tal fato é confirmado pelo estudo fitossociológico realizado em três diferentes

áreas com histórico de perturbação para utilização agrícola e produção de carvão. Os dados

mostram a recuperação natural da vegetação com espécies típicas da Mata Atlântica. As

árvores estão distribuídas em categorias sucessionais distintas, sendo que em cada área

predominam espécies pioneiras, secundárias iniciais ou secundárias tardias. A amostragem

feita é um retrato atual das condições ambientais da Serra da Tiririca, representada pela

floresta em mosaico, que resulta na alta diversidade de espécies.

Cerca de dezessete anos após a criação do PEST ainda existem muitas incertezas

em termos conservacionistas, visto que, mesmo sendo uma Unidade de Proteção Integral e

parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, não está assegurada quanto à

proteção da diversidade biológica. Os impactos ambientais aos quais o PEST se expõe,

atualmente são ocasionados pelo intenso crescimento urbano nos dois municípios onde se

localiza e pelas políticas públicas que não estão engajadas com a conservação da região.

Muito pelo contrário em 2007 o PEST teve sua área diminuída drasticamente com o

estabelecimento dos limites definitivos. Por um lado resolve os problemas dos limites

indefinidos que perdurou por mais de dez anos, porém fica a pergunta: O que realmente

pretende-se conservar? A resposta a esse questionamento é fundamental para que as

autoridades públicas estabeleçam metas e as executem para retirar o Parque Estadual da

Serra da Tiririca da condição de “Parque de Papel”.