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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC NAYRO SILVA NORONHA CAVALCANTE ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE ARMAZENAMENTO DE GRÃOS POR MEIO DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS MACEIÓ-AL 2017/2

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Page 1: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

NAYRO SILVA NORONHA CAVALCANTE

ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE

ARMAZENAMENTO DE GRÃOS POR MEIO DO MÉTODO

DOS ELEMENTOS FINITOS

MACEIÓ-AL

2017/2

Page 2: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

NAYRO SILVA NORONHA CAVALCANTE

ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE

ARMAZENAMENTO DE GRÃOS POR MEIO DO MÉTODO

DOS ELEMENTOS FINITOS

Trabalho apresentado como requisito final, para a

conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro

Universitário CESMAC, sob a orientação do

professor Msc. Ricardo Sampaio Romão Filho.

MACEIÓ-AL

2017/2

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NAYRO SILVA NORONHA CAVALCANTE

ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE

ARMAZENAMENTO DE GRÃOS POR MEIO DO MÉTODO

DOS ELEMENTOS FINITOS

Trabalho apresentado como requisito final, para a

conclusão do curso de engenharia civil do Centro

Universitário CESMAC, sob a orientação do

professor Msc. Ricardo Sampaio Romão Filho.

APROVADO EM:

Orientador - Prof. Msc. Ricardo Sampaio Romão Filho

BANCA EXAMINADORA

Prof. Msc. Emerson Acácio Feitosa Santos

Eng. Cleilson Fábio Bernardino Junior

Page 5: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao meu pai Nelson Noronha, minha mãe Sonia Maria

e minha irmã Samara Cavalcante, por todo o apoio que me deram desde o começo e

principalmente em momentos mais difíceis de minha vida.

Agradeço a todos os professores ao longo da graduação que me orientaram na

busca do saber, em especial ao professor Nichollas Emanuel, que me orientou no

começo deste trabalho mas infelizmente teve de deixar a instituição na metade deste

ano. Agradeço também a meu orientador professor Ricardo Sampaio que me acolheu

nesta reta final do trabalho.

Agradeço aos meus colegas de sala, em especial Aurélio Miguel, Dênis Costa,

Douglas Eduardo, Leandro Omena, Lucas Vieira, Ramon Roberto e Romário Melo,

por todo o companheirismo e paciência que tiveram comigo.

Page 6: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE ARMAZENAMENTO DE GRÃOS POR MEIO DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

STRUCTURAL ANALYSIS OF METAL STORAGE SILO OF GRAINS BY FINITE ELEMENTS METHOD

Nayro Silva Noronha Cavalcante

Graduando do Curso de Engenharia Civil Ricardo Sampaio Romão Filho

[email protected]

RESUMO

Silos metálicos são estruturas de armazenamento que sofrem várias ações, dentre elas destacam-se o seu peso próprio, cargas devidas aos acessórios, cargas devida ao produto armazenado e cargas geradas pela ação do vento. O objetivo deste trabalho é calcular a intensidade dessas cargas e analisar as tensões e deformações geradas. As cargas são calculadas por meio de normas técnicas nacionais e internacionais, em seguida é dimensionada a estrutura por completo e pôr fim a análise estrutural é realizada por um software baseado no Método do Elementos Finitos, em que o mesmo faz as interações entre cargas atuantes e a estrutura e fornecem assim os determinados resultados. As tensões e deformações fornecidas pelo software se mostram pequenas e restritivas, conclui-se que o dimensionamento se mostrou eficaz para suportar as cargas calculadas.

PALAVRAS-CHAVE: Silo. Estruturas. Metálicas. Método dos Elementos Finitos

(MEF).

ABSTACT

Metal silos are storage structures that undergo various loads, among them their own weight, loads of accessories, stored product and wind loads. To calculate the intensity of these loads and to analyze the tensions and deformations are the objective of this work. The loads are calculated by national codes and international standards and the structure is dimensioned completely and finally the analysis is carried out by a software based on the Finite Element Method, in which it makes the interactions between the active loads and the structure and thus provide the determined result. The tensions and deformations provided by the software are small and restrictive, it is concluded that the sizing proved to be effective to withstand the calculated loads.

KEYWORDS: Silo. Structure. Metallic. Finite Element Method (FEM).

Page 7: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7

1.1 Objetivos .............................................................................................................. 8

1.1.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 8

1.1.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 8

2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 9

2.1 Cargas atuantes em silos ................................................................................. 12

2.1.1 Peso próprio da estrutura ................................................................................. 13

2.1.2 Cargas devidas aos acessórios. ....................................................................... 13

2.1.3 Cargas devidas aos grãos armazenados ......................................................... 15

2.1.4 Cargas devido ao vento .................................................................................... 25

2.2 Ações e combinações de ações ...................................................................... 30

2.3 Dimensionamento dos componentes do silo ................................................. 34

2.3.1 Dimensionamento dos perfis ............................................................................ 34

2.3.2 Dimensionamento das chapas laterais ............................................................. 40

2.3.3 Dimensionamento dos anéis de reforço ........................................................... 41

2.4 Método dos Elementos Finitos (MEF).............................................................. 44

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 46

3.1 Determinação das cargas atuantes em silos .................................................. 46

3.1.1 Peso próprio ..................................................................................................... 46

3.1.2 Acessórios ........................................................................................................ 46

3.1.3 Material armazenado ........................................................................................ 47

3.1.4 Vento ................................................................................................................ 47

3.2 Ações e combinações de ações ...................................................................... 47

3.3 Dimensionamento dos componentes estruturais .......................................... 47

3.3.1 Chapas laterais ................................................................................................ 48

3.3.2 Montantes ......................................................................................................... 48

3.4 Simulação no programa .................................................................................... 49

3.4.1 Modelagem gráfica ........................................................................................... 49

3.4.2 Simulação das ações atuantes ......................................................................... 49

3.5 Análise das tensões e deformações ................................................................ 49

4 RESULTADOS ....................................................................................................... 50

4.1 Determinação das cargas atuantes em silos .................................................. 50

4.1.1 Peso próprio ..................................................................................................... 50

Page 8: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

4.1.2 Acessórios ........................................................................................................ 51

4.1.3 Material armazenado ........................................................................................ 51

4.1.4 Cargas de vento ............................................................................................... 54

4.2 Ações e combinações de ações ...................................................................... 58

4.3 Dimensionamento dos componentes estruturais .......................................... 58

4.3.1 Dimensionamento do telhado ........................................................................... 58

4.3.2 Chapas laterais ................................................................................................ 61

4.3.3 Montantes ......................................................................................................... 64

4.4 Simulação no programa .................................................................................... 67

4.4.1 Modelagem gráfica ........................................................................................... 67

4.4.2 Simulação das ações atuantes ......................................................................... 68

4.4.2.1 Telhado ......................................................................................................... 68

4.4.2.2 Corpo ............................................................................................................. 69

4.5 Análise das tensões e deformações ................................................................ 72

4.5.1 Telhado ............................................................................................................ 72

4.5.2 Corpo................................................................................................................ 73

4.5.2.1 Peso próprio .................................................................................................. 73

4.5.2.2 Pressão devido aos grãos armazenados ...................................................... 75

4.5.2.3 Pressão devido ao vento ............................................................................... 76

4.5.2.4 Cargas atuando simultaneamente ................................................................. 78

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 80

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 81

APÊNDICES ............................................................................................................. 83

APÊNDICE A: CÁLCULO DO NT,RD DAS CHAPAS METÁLICAS ........................ 84

APÊNDICE B: CÁLCULO DO NC,RD DO PERFIL Ue ............................................ 86

ANEXOS ................................................................................................................... 88

ANEXO A: TABELA DAS PROPRIEDADES DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS .......... 89

ANEXO B: CATÁLOGO COMERCIAL VALLOUREC ............................................. 91

ANEXO C: CATÁLOGO COMERCIAL DE PERFIL Ue ........................................... 93

ANEXO D: GRÁFICO DAS ISOPLETAS DE VELOCIDADE BÁSICA DO VENTO

EM m/s NO BRASIL ................................................................................................. 95

Page 9: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

7

1 INTRODUÇÃO

O armazenamento de grãos é uma importante medida para o agricultor, pois

garante que o produto seja armazenado até sua melhor época de venda, aumentando

assim os lucros do produtor. O Brasil é um dos líderes mundiais na exportação de

grãos, principalmente a soja, possuindo o país o título de celeiro do mundo. Silos são

estruturas que possibilitam o armazenamento a granel, os quais estão sujeitos às mais

variadas cargas de pressão, tanto externas como internas, e merecem atenção

especial em decorrência do grande número de acidentes que geram prejuízos

financeiros e até mortes (SCALABRIN, 2008).

Os silos metálicos são estruturas formadas basicamente de telhado e corpo

possuindo ou não tremonha, dispositivo em forma de cone que facilita a descarga do

grão. São construídos com chapas metálicas e montantes, colunas de sustentação.

Como qualquer outra estrutura, os silos recebem ações de cargas de pressões,

consideram-se então para seu dimensionamento as ações do seu próprio peso, dos

acessórios, do material armazenado e do vento (REIS, 2011).

Dentre os acidentes que envolvem silos destacam-se o afundamento da

estrutura pelas forças do vento, principalmente quando o silo está vazio, acidentes

com a ancoragem e risco de explosões causadas por materiais armazenados em

suspensão e ar atmosférico (JUNIOR, 1998).

A falta de estudos aprofundados e normas sobre dimensionamento de silos no

Brasil transforma a indústria nesse setor completamente dependente de informações

e de normas internacionais. Com isso o dimensionamento, a construção e a

manutenção da estrutura geram problemas na adequação do ambiente brasileiro.

O Método dos Elementos Finitos (MEF) é uma análise matemática que consiste

na discretização de um meio contínuo em pequenos elementos, mantendo as mesmas

propriedades do meio original. Esses elementos são descritos por equações

diferenciais e resolvidos por modelos matemáticos, para que sejam obtidos os

resultados desejados. O programa ANSYS trata-se de um simulador que analisa as

propriedades de uma determinada estrutura e as ações que a mesma sofre, usando

como principal modelo de cálculo o MEF.

Page 10: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

8

Com auxílio do ANSYS® é possível analisar estruturalmente o silo e também

simular as ações que ele sofre. Nesse contexto o trabalho tem como interesse

científico analisar as principais ações sofridas pela estrutura e investigar como essas

ações estão associadas aos principais acidentes em silos, visando problemas que

prejudicam setores produtivos e ocasionam perdas financeiras e humanas. Além de

alertar a comunidade acadêmica brasileira sobre a pobre literatura e trabalhos

executados de dimensionamento de silos.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

O trabalho consiste em fazer o cálculo das principais cargas de pressões

atuantes e o dimensionamento de silos de armazenamento de grãos e, investigando

assim os principais tensões e deformações gerados.

1.1.2 Objetivos específicos

Calcular as principais cargas atuantes em silos como: peso próprio, material

armazenado e ação do vento;

Dimensionar toda a estrutura: montantes, chapas laterais entre outros

elementos;

Analisar por meio do programa baseado em MEF as tensões e deformações

devido as ações das principais cargas atuantes.

Page 11: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

9

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O Brasil é um dos maiores exportadores de grãos no mundo, transformando a

cultura de grãos uma das bases de sua economia. Segundo a Companhia Nacional

de Abastecimento, Conab, a safra 2016/17 pode variar de 210,9 a 215,1 milhões de

toneladas de grãos, onde com isso o país poderá ter em 2017 a maior safra da sua

história. Se confirmada a expectativa, o crescimento da produção poderá ser de até

15,6% em relação à safra anterior. A área total plantada deverá aumentar, ficando

entre 58,5 e 59,7 milhões de hectares, o que representa um crescimento de até 2,3%,

se comparada com a safra 2015/16 (PORTAL BRASIL, 2016).

A produção de grão representa um impulso forte para a economia do país,

principalmente sob o olhar da crise econômica que o Brasil enfrenta. Embora a

produção de grãos seja muita elevada o armazenamento do mesmo apresenta um

déficit enorme, “grãos de milho são produzidos em duas safras e carecem de

armazenamento durante o restante do período do ano para atender à demanda”

(PARAGINSKI et al., 2015). Se não houver investimentos em armazenamento de

grãos, mesmo com uma boa produção, resultará em sérios prejuízos para o setor.

O armazenamento do produto pode ser feito em sacas e a granel, sendo que o

armazenamento em sacas pode contaminar os grãos por fungos ou insetos, portanto

pouco recomendado para a armazenagem. Já em silos de armazenagem a granel

alguns dispositivos podem fazer a aeração, isto é, fazendo com que um determinado

fluxo de ar cruze os grãos com o objetivo de diminuir, sempre que possível, a

temperatura no interior do silo. (SCALABRIN, 2008).

Silos são estruturas construídas com o objetivo de armazenar produtos a granel

e pulverulentos, utilizados na indústria, agricultura, siderurgia e portos. São

geralmente feitos de aço ou concreto armado e possuem formas circulares e

retangulares, podendo ainda conter uma célula ou várias células (silos multicelulares),

alguns tipos de silos são mostrados na Figura 2.1. Quanto a classificação dos silos

circulares verticais, cada norma de dimensionamento possui seu próprio modelo de

classificação, mas a classificação mais seguida é como define o Eurocódigo 1, onde

os silos são classificados em dois grupos relacionados de acordo com a Equação 2.1.

Page 12: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

10

a) b)

c)

Figura 2.1 – Exemplos de Silos: a) silos metálicos cilíndricos; b) silos de concreto

armado; c) silos multicelulares

Fonte: a) Valor Ambiental, 2013; b) Buhler Group, 2017; c) KMEC Enginering, 2017

ℎc

𝑑c

Onde hc é a altura do silo e dc seu diâmetro (Figura 2.2); se hc/dc ≥ 2,0 o silo

é classificado como esbelto, se 1,0 < hc/dc < 2,0 como mediamente esbelto; se 0,4 <

hc/dc ≤ 1,0 como baixo e hc/dc < 0,4 como silo de retenção.

Quanto as partes que compõe os silos cilíndricos temos: o telhado; o corpo,

onde estará o produto armazenado; e tremonha, que se trata de uma componente em

determinados silos para facilitar o fluxo de descarga do grão, em caso de silos de base

plana não haverá tremonha. As partes de compõe o silo podem ser esquematizados

na Figura 2.2:

Eq. 2.1

Page 13: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

11

Figura 2.2 – Partes de um silo cilíndrico.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Os componentes estruturais utilizados para a confecção de silos metálicos

cilíndricos são basicamente:

Chapas metálicas, onde podem ser lisas ou corrugadas (esta tem sua

seção transversal ondulada para ter maior rigidez);

Montantes, perfis de aço fabricado a frio (dobras) utilizados como os

pilares de sustentação da estrutura, parafusados junto às chapas do

corpo do silo, como mostra a Figura 2.3. São geralmente utilizadas perfis

no formato U com enrijecedores de borda;

Anéis de reforço, são barras de aço que contornam a parte superior do

corpo do silo (Figura 2.4) com o objetivo de dar maior resistência as

cargas de vento; e

Parafusos utilizados para as ligações dos elementos.

Page 14: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

12

Figura 2.3 – Componentes estruturais: perfis ligados nas chapas metálicas.

Fonte: Cia Multi Industrial, 2017

Figura 2.4 – Anel de reforço.

Fonte: SRON, 2017

2.1 Cargas atuantes em silos

Para qualquer projeto estrutural é preciso conhecer todas as cargas que atuam

sobre ela, podendo assim determinar as dimensões necessárias das peças estruturais

para que consigam sustentar, proteger e dar segurança as pessoas que próximos a

ela interagem. O Brasil não possui norma técnica aplicada para o dimensionamento

de estruturas de silos, onde as empresas que constroem os mesmos precisam

recorrer a normas internacionais vigentes. Uma das normas mais utilizada, e a que foi

explicitada nesse trabalho, se trata da norma europeia UNE-ENV1991-4 (2006), que

fornece todos os parâmetros de cargas atuantes nos silos.

Page 15: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

13

As principais cargas que atuam em silos são: o peso próprio da estrutura;

equipamentos que exercem esforços devido ao seu peso; pressões devidas aos grãos

armazenados e cargas devidas ao vento.

2.1.1 Peso próprio da estrutura

Cada componente estrutural do silo exerce cargas devido gravidade, com isso

a estrutura precisa suportar seu próprio peso. O telhado do silo, responsável por

proteger a extremidade superior e apresentar a entrada para a descarga do produto,

exerce peso sob os montantes por conta de sua própria estrutura de sustentação.

2.1.2 Cargas devidas aos acessórios.

Os silos de base plana apresentam equipamentos que funcionam para dar mais

qualidade ao grão armazenado, o qual exercem cargas sob a estrutura, entre os

equipamentos temos: roscas mescladoras, espalhadores de grãos, cabos de

termometria, tubulações, entre outras, como pode ser visto Figura 2.5.

a) b)

c)

Figura 2.5 – Equipamentos usados em silos: a) seta indicando o cabo de

termometria; b) roscas mescladoras; c) espalhadores de grãos Fonte: a) MB Automação,

2017; b) Gran Finale, 2017 c) Termogrãos, 2017

Page 16: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

14

Os cabos de termometria consistem em cabos instalados fixos no telhado e

presos na base, possuindo sensores ao longo de seu comprimento que monitoram a

temperatura dos grãos. Esses cabos estão tracionados e essa carga de tração pode

ser calculada de acordo com Scalabrin (2008) pela norma argentina IRAM 8 015,

1977, conforme as equações abaixo:

𝑇 = 1,4. 𝑑. 𝛾. tan(𝑎3) . (0,84. 𝐿2. 𝑡𝑎𝑛2 (45° −𝑎1

2) + 0,27.

𝐷.𝐿

tan(𝑎2)),

𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐿 ≤ 𝐿1

𝑇 = 1,4.0,35. 𝑑. 𝛾. tan(𝑎3) . 𝐷2

𝑡𝑎𝑛2(𝑎2). 𝑡𝑎𝑛²(45° −𝑎12

) . (𝜋. 𝑡𝑎𝑛2 (45° −

𝑎1

2) . tan(𝑎2) .

𝐿

𝐷− 0,57),

𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐿 > 𝐿1

Sendo,

𝐿1 = 𝐷

2. tan(𝑎2) . 𝑡𝑎𝑛²(45° −𝑎1𝐷 )

Na Equação 2.2 a 2.4, T é a força de tração (kN) devido aos cabos de

termometria, a1 é o ângulo de atrito entre grãos (podendo-se adotar valor de 30°), a2

é ângulo de atrito entre grão e parede (podendo-se adotar 22°30’), a3 é o ângulo de

atrito entre o grão e o material externo do cabo de termometria (podendo-se adotar

11°), d é o diâmetro do cabo de termometria (m), D é o diâmetro do silo (m), L é o

comprimento do cabo imerso nos grãos (m), 1,4 é o coeficiente para levar-se em conta

o efeito dinâmicos produzido durante a descarga e 𝛾 é o peso especifico do grão

armazenado (kN/m³).

Devido ao peso dos acessórios no centro do telhado recomenda-se, segundo

Scalabrin (2008) a adoção de uma carga de 2 kN multiplicado pelo número de chapas

laterais na circunferência do silo, como mostra a Equação 2.5. Esta carga é suficiente

para atender à sobrecargas dos equipamentos no centro do telhado.

𝐶𝑎𝑡 = 2. 𝑛

Eq. 2.2

Eq. 2.3

Eq. 2.4

Eq. 2.5

Page 17: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

15

Sendo Cat a carga acidental no centro do telhado e n o número de chapas na

circunferência do silo.

Para estimar o peso do corpo do silo, chapas e montantes, é feita uma dedução

de um conjunto desses componentes para determinar o peso total da estrutura. Essa

estimativa é feita por experiência do projetista ou por projetos já realizados.

2.1.3 Cargas devidas aos grãos armazenados

Os grãos que são armazenados podem ser considerados como fluidos

granulares, sendo assim exercem cargas diferentes de um tanque de agua, por

exemplo, que apresentam uma carga linear distribuída com o aumento da

profundidade. O produto exerce pressões verticais (pv), horizontais (ph) e de atrito

com as paredes (pw), em caso de silos que possuem tremonha as pressões verticais

geram pressões perpendiculares as paredes da tremonha (pn) e pressões de atrito

(pt), como mostra a Figura 2.6.

Figura 2.6 – Pressões atuantes nas paredes do silo.

Fonte: REIS, 2011

Durante sua vida útil, os silos são solicitados por cargas cíclicas em série:

carregamento, armazenamento e descarga. Como visto pode ser visto no Gráfico 2.1

as pressões que ocorrem enquanto o silo está sendo carregado são completamente

diferentes das pressões dinâmicas, que ocorrem no descarregamento do silo (REIS,

2011).

Page 18: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

16

Gráfico 2.1 – Pressões na parede do silo em função do ciclo de carregamento,

armazenamento e descarga.

Fonte: RAVENET, 1992 apud REIS, 2011.

Com base nisso, foram criadas diversas teorias para pressões oriundas dos

grãos, a mais conhecida e mais utilizada em normas internacionais é a Teoria de

Janssen criada em 1895. As hipóteses que se baseia esta teoria são:

- As pressões horizontais são constantes no mesmo plano horizontal.

- O valor de ϕw (ângulo de atrito do produto com a parede) é constante.

- O peso específico do produto é uniforme.

- As paredes do silo são totalmente rígidas.

- A relação entre pressões horizontais e verticais, K, é constante em toda altura

do silo, sendo:

𝐾 =𝑝ℎ

𝑝𝑣

A Teoria de Janssen define o equilíbrio de uma camada elementar de produto

de altura dz com peso específico γ sujeito as pressões pv e pv + dpv e as devidas

produzidas pela força horizontal ph sobre as paredes (Figura 2.7).

Eq. 2.6

Page 19: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

17

Figura 2.7 – Equilíbrio das forças conforme Janssen.

Fonte: PALMA, 2005.

Logo:

𝑝ℎ. 𝜇. 𝑑𝑧. 𝑈 + (𝑝𝑣 + 𝑑𝑝𝑣 − 𝑝𝑣)𝐴 − 𝛾. 𝐴. 𝑑𝑧 = 0

Fazendo K.dpv = dph e separando as variáveis:

𝐴

𝑈 .

1

𝐾 .

1

𝜇 .

𝑑𝑝ℎ

𝛾𝜇 .

𝐴𝑈 − 𝑝ℎ

= 𝑑𝑧

Integrando, temos que:

−𝐴

𝑈 .

1

𝐾 .

1

𝜇 . ln (

𝛾

𝜇.𝐴

𝑈− 𝑝ℎ) = 𝑧 − 𝑐𝑡𝑒

Aplicando as condições de contorno em z = 0, temo:

𝑝ℎ(𝑧) =𝛾

𝜇 .

𝐴

𝑈(1 − 𝑒−

𝑧𝐾𝜇𝑈𝐴 )

Pela equação 2.6 é possível determinar a pressão vertical:

𝑝𝑣(𝑧) =𝑝ℎ(𝑧)

𝐾

A pressão de atrito é determinada por:

𝑝𝑤(𝑧) = 𝜇 . 𝑝ℎ(𝑧)

Considerando γ o peso especifico do grão, A é a área do interior do silo, U é o

perímetro do interior do silo, m o coeficiente de atrito entre grão e parede – pw/ph, K

é o coeficiente que relaciona pressão horizontal e vertical – ph/pv e z a profundidade

que se apresenta a massa de grãos.

Eq. 2.7

Eq. 2.8

Eq. 2.9

Eq. 2.10

Eq. 2.11

Eq. 2.12

Page 20: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

18

De acordo com a UNE-ENV-1991-4 (2006) as pressões devidas ao produto

armazenado são calculadas de forma diferente para cada tipo de silo. As pressões

ainda são divididas em pressões de carregamento e pressões de descarregamento.

Segundo a norma os silos podem ainda ser classificados a fins de dimensionamento

de acordo com o Quadro 2.1.

As pressões de carregamento são compostas de uma pressão fixa e de uma

pressão local, que segundo Carvalho e Gonçalves (2008) a pressão local é uma carga

local atuante sobre uma zona especifica na parede do silo.

Quadro 2.1 – Classificação do silos quanto a sua capacidade de armazenamento

Classes Descrição

Classe 1 Silos com capacidade inferior a 100 toneladas

Classe 2 Silos que não pertencem nem à classe 1, nem à classe 3

Classe 3

Silos com capacidade inferior a 1000 toneladas em que qualquer uma das

seguintes condições seja conseguida:

a) Descarga excêntrica com eo/dc > 0,25 (ver Figura 2.9)

b) Silos baixos com excentricidade da superfície do topo com et/dc > 0,25

(ver Figura 2.9)

Fonte: UNE-ENV-1991-4, 2006

Figura 2.8 – Parâmetros e formas das seções transversais. Fonte: UNE-ENV-1991-4, 2006

Page 21: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

19

1 - superfície equivalente 2 - dimensão interna 3 - transição 4 - perfil de superfície para condições completas 5 - linha central de silo

Pressões de carregamento

- Pressão fixa:

Os valores de pressão horizontal phf e de pressão de atrito pwf em qualquer

profundidade após o enchimento e durante o armazenamento devem ser

determinados pelas seguintes expressões:

𝑝ℎ𝑓(𝑧) = 𝑝ℎ𝑜. 𝑌R(𝑧)

𝑝𝑤𝑓(𝑧) = 𝜇. 𝑝ℎ𝑜. 𝑌R(𝑧)

No qual:

𝑝ℎ𝑜 = 𝛾. 𝐾. 𝑧𝑜 = 𝛾.1

𝜇 .

𝐴

𝑈

𝑌R(𝑧) = (1 − {(𝑧 − ℎ𝑜

𝑧𝑜 − ℎ𝑜) + 1}

𝑛

)

𝑧𝑜 =1

𝐾. 𝜇 .

𝐴

𝑈

𝑛 = −(1 + 𝑡𝑎𝑛𝜙𝑟) (1 −ℎ𝑜

𝑧𝑜)

Onde:

ho é o valor de z no contato de parede sólida mais alto (Ver Figuras 2.8 e 2.9)

Para um silo de raio circular r simetricamente preenchido, ho deve ser

determinado como:

ℎ𝑜 =𝑟

3 . 𝑡𝑎𝑛𝜙𝑟

e para um silo retangular simetricamente preenchido de dimensão

característica dc, ho deve ser determinado como:

ℎ𝑜 =𝑑𝑐

3 . 𝑡𝑎𝑛𝜙𝑟

Onde ϕr é o ângulo de repouso do solido. (Ver Anexo A)

O valor da pressão vertical pvf a qualquer profundidade após o enchimento

deve ser determinado como:

𝑝𝑣𝑓 = 𝛾. 𝑧v

Onde:

Eq. 2.13

Eq. 2.14

Eq. 2.15

Eq. 2.16

Eq. 2.18

Eq. 2.17

Eq. 2.19

Eq. 2.20

Eq. 2.21

Page 22: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

20

𝑧v = ℎ𝑜 −1

(𝑛 + 1)(𝑧𝑜 − ℎ𝑜 −

(𝑧 + 𝑧𝑜 − 2ℎ𝑜)𝑛+1

(𝑧𝑜 − ℎ𝑜)𝑛)

Figura 2.9 - Pressões de enchimento em um silo de baixo ou intermediário

Fonte: UNE-ENV-1991-4, 2006

Em que

1 – superfície equivalente

2 – preceito do silo esbelto

3 – pressões no silo baixo

O valor característico resultante da força vertical (compressiva) na parede nzSk

por unidade de comprimento de perímetro em qualquer profundidade z deve ser

determinado como:

𝑛𝑧𝑆𝑘 = ∫ 𝑝𝑤𝑓(𝑧). 𝑑𝑧𝑧

0

= 𝜇. 𝑝ℎ𝑜(𝑧 − 𝑧v)

NOTA: A tensão resultante em Expressão (2.23) é um valor característico.

Deve-se ter cuidado ao usar este resultado para garantir que o fator parcial em

ações não seja omitido, uma vez que esta expressão é resultado de uma

análise estrutural (usando a teoria da membrana das conchas). A expressão

está aqui incluída para auxiliar os projetistas na integração da expressão (2.14).

Deve também notar-se que outras cargas (por exemplo, cargas de correção ou

enchimento assimétrico) podem induzir forças verticais adicionais na parede.

- Pressão local:

A pressão local de enchimento deve ser considerada ativa em qualquer parte

da parede do silo.

A pressão local consiste apenas na pressão normal. Nenhuma alteração na

pressão de atrito associada à pressão normal alterada deve ser considerada no

projeto.

Eq. 2.23

Eq. 2.22

Page 23: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

21

Para silos baixos (hc/dc ≤ 1,0) em todas as Classes de Avaliação de Ação, a

pressão local de carregamento não precisa ser considerada (Cpf = 0).

Para silos medianamente esbeltos (1,0 < hc/dc < 2,0) na Classificação de Ação

1, a carga de preenchimento pode ser ignorada.

Para os silos medianamente esbeltos (1,0<hc/dc<2,0) nas Classes de

Avaliação de Ação 2 e 3, a pressão fixa de carregamento ppf de silos esbeltos deve

ser usada para representar as assimetrias acidentais de carregamento e pequena

excentricidade de carregamento ef (veja a Figura 2.8).

Para silos baixos e medianamente esbeltos (hc/dc<2,0) em Avaliação de Ação

Classes 2 e 3, onde a excentricidade de enchimento atinge o valor crítico ef,cr =

0,25dc, o caso de carga adicional para grandes excentricidades enchimento em silos

baixos deve ser utilizada.

Pressões de descarregamento

- Pressão fixa:

Aumentos simétricos na pressão de descarregamento devem ser utilizados

onde é necessário representar o possível aumento transitório da pressão durante o

processo de descarga.

Para silos de baixos (hc/dc ≤ 1,0), as cargas de descarga simétricas podem ser

consideradas idênticas às cargas de enchimento.

Para silos medianamente esbeltos (1,0<hc/dc<2,0), as pressões de descarga

simétricas phe e pwe devem ser determinadas como:

𝑝ℎ𝑒 = 𝐶ℎ. 𝑝ℎ𝑓

𝑝𝑤𝑒 = 𝐶𝑤. 𝑝𝑤𝑓

Onde:

Ch e Cw são fatores de descarga de acordo com Expressões (2.26) para (2.31)

conforme apropriado.

Para silos em todas as classes de avaliação de ação que são descarregadas

da parte superior (sem fluxo dentro do sólido armazenado):

𝐶𝑤 = 𝐶ℎ = 1,0

Para os silos medianamente esbeltos na Avaliação de Ação Classes 2 e 3, os

fatores de descarga devem ser:

𝐶ℎ = 1,0 + 0,15𝐶𝑠

𝐶𝑤 = 1,0 + 0,1𝐶𝑠

Eq. 2.24

Eq. 2.25

Eq. 2.26

Eq. 2.27

Eq. 2.28

Page 24: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

22

𝐶𝑠 =ℎ𝑐

𝑑𝑐− 1,0

Onde:

Cs é o fator de ajuste de esbeltes

Para silos medianamente esbeltos na Classificação de Ação 1, onde o valor

médio das propriedades do material K e µ foram usados para o projeto, os fatores de

descarga devem ser tomados como:

𝐶ℎ = 1,0 + {0,15 + 1,5 (1 +0,4𝑒

𝑑𝑐) 𝐶𝑜𝑝} 𝐶𝑠

𝐶𝑤 = 1,0 + 0,4 (1 +1,4𝑒

𝑑𝑐) 𝐶𝑠

𝑒 = max (𝑒f, 𝑒o)

Em que ef é a excentricidade máxima da pilha de superfície durante o

enchimento; eo é a excentricidade do centro da saída; Cop é o fator de referência

sólido de pressão local para o sólido (ver Anexo A).

O valor característico resultante da força vertical de descarga (compressão) na

parede nzSk por unidade de comprimento do perímetro em qualquer profundidade z

deve ser determinado como:

𝑛𝑧𝑆𝑘 = ∫ 𝑝𝑤𝑒(𝑧). 𝑑𝑧𝑧

0

= 𝐶𝑤. 𝜇. 𝑝ℎ𝑜(𝑧 − 𝑧v)

- Pressão Local:

A pressão local de descarga ppe deve ser usado para representar as

assimetrias acidentais de carregamento (ver Figura 2.8).

As regras estabelecidas no em silos esbeltos devem ser usadas para definir a

forma, localização e magnitude das pressões locais.

Para silos baixos ou mediamente esbeltos (hc/dc < 2,0) em todas as Classes

de Avaliação de Ação, onde a intensidade de descarga excede o valor crítico eo,cr =

0,25dc, o caso de carga adicional definido em grandes cargas de descarga de

excentricidade em silos circulares baixos e mediamente esbeltos deve também ser

adotadas.

Para silos de baixos (hc/dc ≤ 1,0) em todas as Classes de Avaliação de Ação e

com excentricidade de descarga e menor que eo,cr = 0,1dc, a carga de descarga não

deve ser considerada (Cpe = 0).

Para silos baixos e mediamente esbeltos (hc/dc < 2,0) na Classificação de Ação

1, a carga de descarga não deve ser considerada (Cpe = 0).

Eq. 2.29

Eq. 2.30

Eq. 2.31

Eq. 2.32

Eq. 2.33

Page 25: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

23

Para silos de baixos (hc/dc ≤ 1,0) em Avaliação de Ação Classe 2 e com

excentricidade de descarga e maior que eo,cr = 0,1dc, as disposições de substituição

de aumento de pressão uniforme para enchimento e descarga devem ser adotadas.

Para os silos medianamente esbeltos (1,0 <hc/dc <2,0) na Classificação de

Ação 2, as disposições de grandes cargas de enchimento de excentricidade em silos

circulares baixos e medianamente esbeltos devem ser adotadas.

Para silos de baixos (hc/dc ≤ 1,0) em Avaliação de Ação Classe 3 e com

excentricidade de descarga eo maior que eo,cr = 0,1dc, as disposições de pressões

de descarregamento local para silos esbeltos devem ser adotadas .

Para silos de medianamente esbeltos (1,0 <hc/dc< 2,0) na Classificação de

Ação 3, devem ser adotadas as mesmas disposições de descarga de cargas em

paredes verticais de silos esbeltos, conforme apropriado.

Aumento de pressão uniforme substituto para o enchimento e descarga

Para os silos na Classificação de Ação 2, um aumento uniforme na carga

simétrica pode ser substituído pelo método de carga local de enchimento e

descarregamento para explicar as assimetrias nos processos de enchimento e

descarga.

As disposições de silo esbelto deste item podem ser aplicadas às cargas de

correção obtidas a partir das cargas locais calculadas para silos baixos e

medianamente esbeltos, usando as expressões de silos esbeltos conforme

apropriado.

Grandes cargas de enchimento de excentricidade em silos circulares baixos e

medianamente esbeltos.

Para silos de base plana circular na Classe de Avaliação de Ação 3 que têm

uma esbeltes baixa ou mediana (hc/dc < 2,0) e uma excentricidade de enchimento de

superfície superior e maior que et,cr = 0,25dc (ver Figura 2.10 ), deve considerar-se o

efeito da assimetria das pressões normais na indução de forças verticais na parede

do silo.

Quando os cálculos manuais são realizados, os requisitos do parágrafo anterior

podem ser cumpridos adicionando as forças da parede vertebral nzSk definidas pela

expressão 2.34 às avaliadas para preenchimento simétrico com um nível de

preenchimento correspondente ao preenchimento simétrico da contato de parede

mais alta.

Page 26: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

24

O efeito de pressões não simétricas pode ser explicado por um aumento da

força vertical na parede na localização circunferencial onde a altura de enchimento é

maior

NOTA: O aumento da força da parede vertical surge da ação de flexão global

do silo quando as pressões normais estão ausentes da parede oposta. O

aumento da força vertical é, portanto, diretamente aditivo às forças decorrentes

de fricção que são definidos para casos de carga simétricos acima.

O cálculo deve ser realizado utilizando os valores característicos superiores

das propriedades K e µ para o sólido

Figura 2.10 - Pressões de enchimento em um silo de esconderijo interminável ou

interminável

Fonte: UNE-ENV-1991-4, 2006

Onde:

1 O maior contato de parede com sólido

O valor característico da força vertical adicional resultante (compressão) na

parede nzSk (zs) por unidade de comprimento da circunferência em qualquer

profundidade zs abaixo do ponto do contato de parede mais alto deve ser determinado

como:

𝑛𝑧𝑆𝑘 = 0,04. 𝑝ℎ𝑜. 𝑧𝑠. 𝑡𝑎𝑛𝜙𝑟. (𝑒𝑡

𝑟) . (6 + 7𝑍 − 𝑍2)

No qual:

𝑝ℎ𝑜 =𝛾

𝜇.𝐴

𝑈=

𝛾𝑟

2𝜇

𝑍 =𝑧𝑠

𝐵

Eq. 2.34

Eq. 2.35

Eq. 2.36

Page 27: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

25

𝐵 =𝑟

2𝜇𝐾− ℎ𝑜

ℎ𝑜 = 𝑟. 𝑡𝑎𝑛𝜙𝑟 [1 − (𝑒𝑡

𝑟)

2

] /3

Onde:

zs é a profundidade abaixo do ponto mais alto de contato sólido com a parede;

ϕr é o ângulo de repouso do sólido particulado;

r é o raio da parede circular do silo;

NOTA: O resultado de tensão definido na expressão 2.34 é um valor

característico. Deve ter cuidado ao usar este resultado para garantir que o fator

parcial apropriado nas ações não seja omitido, uma vez que esta expressão é

resultado de uma análise estrutural (usando a teoria da membrana das

conchas).

A força por circunferência da unidade definida na expressão 2.31 deve ser

adicionada à força resultante do atrito da parede, que pode ser retirado da expressão

2.23.

Grandes cargas de descarga de excentricidade em silos circulares de

agachamento e intermediário

Quando a excentricidade da descarga excede o valor crítico eo, cr = 0,25dc em

um silo baixo ou (hc/dc < 2,0) na Avaliação de Ação Classe 2 ou 3, o procedimento

para grandes excentricidades de descarga em silos esbeltos deve ser usado como um

caso de carga extra separado do tratamento simétrico e de carga local fornecido em

2.1.4 Cargas devido ao vento

A estrutura do silo também sofre deformações devido aos esforços horizontais

do vento, para determinar a intensidade dessas forças é utilizada a norma ABNT NBR

6123:1988. As deformações se intensificam mais quando o silo está vazio, pois o

mesmo fica mais leve e propicio a deslocamentos horizontais. O primeiro parâmetro

que a norma estabelece é a determinação da velocidade característica do vento que

é dada pela equação:

𝑉𝑘 = 𝑉𝑜. 𝑆1. 𝑆2. 𝑆3

Eq. 2.39

Eq. 2.37

Eq. 2.38

Page 28: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

26

No qual Vo é a velocidade básica do vento, velocidade de uma rajada de 3 s,

excedida na média uma vez em 50 anos, a 10 m acima do plano, em campo aberto e

plano; S1 o fator topográfico; S2 fator que considera a rugosidade do terreno, das

dimensões da edificação em estudo, e de sua altura sobre o terreno; S3 fator baseado

em conceitos probabilísticos.

Por meio da velocidade características do vento, a pressão dinâmica que o

vento atuará na edificação e dado por:

𝑞 = 0,613. 𝑉𝑘²

A força do vento nas paredes dos silos será determinada pela diferença de

pressão interna e externa, sendo assim:

𝑃 = 𝑃𝑒 + 𝑃𝑖

𝑃𝑒 = 𝐶𝑝𝑒. 𝑞

𝑃𝑖 = 𝐶𝑝𝑖. 𝑞

Para a determinação do coeficiente de pressão externa Cpe, toma-se como

base a posição de incidência do vento de acordo com a Figura 2.11. O valor de Cpe

é determinado para edificações de seção cilíndrica, com uma relação H/D ≤ 2,5, que

é o caso da maioria dos silos construídos.

Figura 2.11 – Posição de incidência do vento.

Fonte: ABNT NBR 6123:1988

O coeficiente de pressão externo está em função do ângulo β1, no qual os

valores podem ser representados no Quadro 2.2:

Eq. 2.40

Eq. 2.41

Eq. 2.42

Eq. 2.43

Page 29: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

27

Quadro 2.2 – Valores de Cpe em função do ângulo de incidência β1.

Fonte: Adaptado da ABNT NBR 6123:1988

O coeficiente de pressão interna pode ser dado pelas expressões abaixo:

𝐻

𝐷≥ 0,3, 𝐶𝑝𝑖 = −0,8

𝐻

𝐷< 0,3, 𝐶𝑝𝑖 = −0,5

A norma ABNT NBR 6123:1988 não leva em consideração a força de

levantamento do telhado pelo vento logo Briassoulis e Pecknold (1986, apud

ESTEVES JUNIOR, 1989), em vista da escassez de informações bibliográficas,

adotaram coeficiente de pressões externa para cones com inclinação de 30 graus,

equivalentes a domos cuja a relação flecha/diâmetro fosse igual a 1/4,5.

Desta forma Briassoulis e Pecknold (1986, apud ESTEVES JUNIOR, 1989),

adotaram coeficiente de pressão externa estabelecida para domos, conforme indicado

na Figura 2.12.

Eq. 2.44

Eq. 2.45

Page 30: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

28

Figura 2.12 – Distribuição do coeficiente de pressão em cone de cobertura de silos,

adotado por Briassoulis e Pecknold. Fonte: ESTEVES, 1989.

Com isso pode-se determinar as seguintes forças produzidas pelo vento:

Força de arrasto do corpo:

𝐹𝑐 = 𝑞. 𝐻. 𝐷

Força de arrasto do telhado:

𝐹𝑡 =𝜋.𝐷2

24. 𝑞. (𝐴 − 𝐵) (Ver Figura 2.12)

Força de levantamento do telhado:

𝑃𝑡 =𝜋.𝐷2

12. 𝑞. (3. 𝐶. 𝜋 − 2. 𝐶 − 𝐴 − 𝐵)). 𝑐𝑜𝑠𝛼 (Ver Figura 2.12)

Momento de tombamento:

𝑀 = 0,5. 𝐹𝑐. 𝐻 + 𝑃𝑡. 𝑒 + 𝐹𝑡. 𝐻

Força total de arrasto:

𝐹 = 𝐹𝑡 + 𝐹𝑐

A excentricidade e pode ser calculada por:

𝑒 = 0,0305. 𝑑

O Quadro 2.3 apresenta os valores dos coeficientes de arrasto Ca para corpos

de silos:

Eq. 2.46

Eq. 2.47

Eq. 2.48

Eq. 2.49

Eq. 2.50

Eq. 2.51

Page 31: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

29

Quadro 2.3 – Valores de coeficiente de arrasto Ca.

Fonte: ABNT NBR 6123:1988

Por meio de estudos empíricos constatou-se que as dimensões das

rugosidades ou saliências ficam entre 0,002.D (para silos de grande diâmetro, ao

redor de 32m de diâmetro) e 0,005.D para silos de pequeno diâmetro (ao redor de

11m). Desta forma recomenda-se aqui o uso de Ca = 0,5 já que para o caso de silos

metálicos para armazenagem de grãos, Re > 4,2.105 , H/D <10 e a razão entre a altura

da saliência e o diâmetro é menor que 0,005 (SCALABRIN, 2008).

Segundo Scalabrin, 2008, “para a determinação do esforço normal em cada

montante do silo devida a pressão originada pelo vento, calcula-se o somatório dos

momentos em torno do eixo perpendicular à direção do vento, de acordo com a Figura

2.13:”

Figura 2.13 – Posicionamento dos montantes em planta.

Fonte: SCALABRIN, 2008

Page 32: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

30

O momento resultante é dado por:

∑ 𝑀𝑥 = 0

𝑀 = 𝐹𝑜. 𝑟 + 𝐹1. 𝑟. cos(𝛼) + 𝐹2. 𝑟. cos(2𝛼) + 𝐹3. 𝑟. cos(3𝛼) …

Substituindo na equação 2.44 os valores das forças 𝐹1 = 𝐹𝑜. cos(𝛼) , 𝐹2 =

𝐹𝑜. cos(𝛼) …

𝑀 = 𝐹𝑜. 𝑟 + 𝐹𝑜. 𝑟. cos² (𝛼) + 𝐹𝑜. 𝑟. cos² (2𝛼) + 𝐹𝑜. 𝑟. cos² (𝑛𝛼) …

𝑀 = 𝐹𝑜. 𝑟. ∑ 𝑐𝑜𝑠²(𝑖𝛼)

𝑁𝑢𝑚.𝑚𝑜𝑛𝑡

𝑖=1

= 𝐹𝑜. 𝑟.𝑁𝑢𝑚. 𝑚𝑜𝑛𝑡

2=

𝐹𝑜. 𝐷. 𝑁𝑢𝑚. 𝑚𝑜𝑛𝑡

4

Chamando Fv = Fo e isolando:

𝐹𝑣 =4𝑀

𝑛, 𝑚𝑜𝑛𝑡. 𝐷

A força Fv deverá ser calculada nos diversos níveis, abaixo de cada anel, pois

será importantíssima para a determinação da carga total que o montante deverá

suportar (SCALABRIN, 2008).

2.2 Ações e combinações de ações

As cargas estão atuando em cada peça do silo como ações, que como medida

de segurança, precisam ser combinadas com seus respectivos coeficientes de

segurança para assim determinar os esforços que cada peça sofrerá.

As ações são divididas em três categorias: ações permanentes, FG, no qual

consideram o peso próprio da estrutura; ações variáveis, FQ, que consideram as

sobrecargas que agem na estrutura como vento, variação da temperatura e pressão

devido aos grãos armazenados; e ações excepcionais. FQ,EXC, que consideram

cargas como incêndios, explosões e manifestações sísmicas.

A combinação normal para os Estados Limites Últimos pode ser expressa pela

equação.

∑(𝛾gi

𝑚

𝑖=1

. 𝐹Gi) + 𝛾q1. 𝐹Q1 + ∑(𝛾qi.0j. 𝐹Qj)

𝑛

𝑗=2

No qual Fgi representa as ações permanentes; Fq1 é a ação variável

considerando como principal nas combinações normais ou como principal nas

combinações transitórias, especiais ou de construções; FQj representa as demais

Eq. 2.52

Eq. 2.53

Eq. 2.54

Eq. 2.55

Eq. 2.56

Eq. 2.57

Page 33: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

31

ações variáveis; γg e γq são coeficientes de ponderação de ações permanentes e

variáveis, em que seu valor pode ser determinado por meio do Quadro 2.4; 0 é o fator

de combinação que pode ser determinado pelo Quadro 2.5.

Quadro 2.4 – Coeficiente de ponderações das ações.

Combinações

Ações permanentes

(γg) a c

Diretas

Indiretas Peso próprio da estrutura

metálica

Peso próprio de estrutura

pré-moldada

Peso próprio de estruturas

moldadas no local e de elementos

construtivos industrializados

e empuxos permanentes

Peso próprio de Elementos

construtivos Industrializado com adições in

loco

Peso próprio de elementos construtivos em geral e

equipamentos

Normais 1,25

(1,00)

1,30

(1,00)

1,35

(1,00)

1,40

(1,00)

1,50

(1,00)

1,20

(0)

Especiais ou de construção

1,15

(1,00)

1,20

(1,00)

1,25

(1,00)

1,30

(1,00)

1,40

(1,00)

1,20

(0)

Excepcionais 1,10

(1,00)

1,15

(1,00)

1,15

(1,00)

1,20

(1,00)

1,30

(1,00)

0

(0)

Ações variáveis

(γq)a d

Efeito da temperatura b

Ação de vento Ações truncadas e

Demais ações variáveis, incluindo as decorrentes

do uso e ocupação

Normais 1,20 1,40 1,20

1,50

Especiais ou de construção

1,00 1,20 1,10

1,30

Excepcionais 1,00 1,00 1,00

1,00

Fonte: ABNT NBR 14762:2010

Page 34: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

32

a – Os valores entre parênteses correspondem aos coeficientes para as ações

permanentes favoráveis à segurança; ações variáveis e excepcionais

favoráveis à segurança não devem ser incluídas nas combinações.

b – O efeito de temperatura citado não inclui o gerado por equipamentos, o qual

deve ser considerado ação decorrente do uso e ocupação da edificação.

c – Nas combinações normais, as ações permanentes diretas que não são

favoráveis à segurança podem, opcionalmente, ser consideradas todas

agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,35 quando as ações

variáveis decorrentes do uso e ocupação forem superiores a 5 kN/m², ou 1,40

quando isso não ocorrer. Nas combinações especiais ou de construção, os

coeficientes de ponderação são respectivamente 1,25 e 1,30, e nas

combinações excepcionais, 1,15 e 1,20.

d – Nas combinações normais, se as ações permanentes diretas que não são

favoráveis à segurança forem agrupadas, as ações variáveis que não são

favoráveis à segurança podem, opcionalmente, ser consideradas também

todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,50 quando as

ações variáveis decorrentes do uso e ocupação forem superiores a 5 kN/m²

2, ou 1,40 quando isso não ocorrer (mesmo nesse caso, o efeito da temperatura

pode ser considerado isoladamente, com o seu próprio coeficiente de

ponderação). Nas combinações especiais ou de construção, os coeficientes de

ponderação são respectivamente 1,30 e 1,20, e nas combinações

excepcionais, sempre 1,00.

e – Ações truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição de

máximos é truncada por um dispositivo físico, de modo que o valor dessa ação

não possa superar o limite correspondente. O coeficiente de ponderação

mostrado nesta Tabela se aplica a esse valor-limite.

Page 35: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

33

Quadro 2.5 – Fatores de combinação e de utilização.

Ações γf2

a

Ψ0 Ψ1 Ψ2 d

Ações variáveis causadas pelo

uso e ocupação

Locais em que não há predominância de pesos e de equipamentos que permanecem fixos por longos períodos

de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas b

0,5 0,4 0,3

Locais em que há predominância de pesos e de equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de tempo, ou de elevadas concentrações de pessoas c

0,7 0,6 0,4

Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens e Sobrecargas em coberturas

0,8 0,7 0,6

Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0

Temperatura Variações uniformes de temperatura em relação à média anual local

0,6 0,5 0,3

Cargas móveis e seus efeitos

dinâmicos

Passarelas de pedestres 0,6 0,4 0,3

Pilares e outros elementos ou subestruturas que suportam vigas de rolamento de pontes rolantes

0,7 0,6 0,4

Fonte: ABNT NBR 14762:2010

a – Ver alínea c) de 6.5.3.

b – Edificações residenciais de acesso restrito.

c – Edificações comerciais, de escritórios e de acesso público.

d – Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-

se adotar para Ψ2 valor zero.

De acordo com Scalabrin, 2008, se consideram as cargas em silos de acordo

com:

Peso Próprio – FG;

Carga de compressão devido ao grão armazenado – FQ1=Fgrão;

Carga de Vento – FV;

Equipamentos fixados permanentemente ao silo, tais como: passarelas,

cabos de termometria, espalhador de grãos, tubulações, etc... – FE

Considerando FV < Fgrão e tomando a equação 2.48 temos:

1,4. 𝐹G + 1,4. 𝐹grão + (1,4.0,6. 𝐹V + 1,4.1. 𝐹E)

Considerando o silo vazio e dependendo se o peso próprio e equipamentos

agirem a favor da segurança, usa-se uma das combinações abaixo:

−0,9. 𝐹G + 1,4. 𝐹V − 0,9.1. 𝐹E

−1,4. 𝐹G + 1,4. 𝐹V − 1,4.1. 𝐹E

Eq. 2.49

Eq. 2.50

Eq. 2.51

Page 36: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

34

2.3 Dimensionamento dos componentes do silo

Os componentes dos silos têm como matéria prima o aço estrutural condizente

com a norma ABNT NBR 7008:2003 tipo ZAR (sigla que significa zincado de alta

resistência). As chapas laterais do corpo e as chapas de revestimento do telhado dos

silos, são fabricadas com aço galvanizado sendo também comum o emprego de

revestimento de zinco. Os montantes também utilizam o mesmo tipo de material,

sendo que no seu processo de fabricação a chapas são dobradas a frio sem o uso de

calor para formar os perfis. Para o dimensionamento das peças de silos e suas

ligações é utilizada a norma NBR 14762:2010.

2.3.1 Dimensionamento dos perfis

No dimensionamento de perfis de chapa dobrada, cuja a seção transversal é

constituída de por elementos de chapas finas com elevada relação largura/espessura,

é necessário verificar os elementos quanto à flambagem local. Os elementos planos

que constituem a seção do perfil nas chapas dobradas podem deformar-se (flambar)

localmente quando solicitados à compressão axial, à compressão com flexão, ao

cisalhamento, etc (Figura 2.14), (SILVA E SILVA, 2008).

Figura 2.14 – Exemplo de flambagem local em perfis.

Fonte: SILVA E SILVA, 2008

O conceito de largura efetiva consiste em substituir o diagrama das tensões,

que não é uniforme, por um diagrama uniforme de tensões. Assumisse que a

distribuição de tensões seja uniforme ao longo da largura efetiva “bef” fictícia com valor

igual às tensões das bordas, Figura 2.15. A largura “bef” é obtida de modo que área

Page 37: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

35

sob a curva da distribuição não-uniforme de tensões seja igual à soma de duas partes

da área retangular equivalente a largura total “bef” e com intensidade “fmáx” conforme

(SILVA E SILVA, 2008).

Figura 2.15 – Distribuição das tensões na seção de um perfil.

Fonte: SILVA E SILVA, 2008

A condição de contorno dos elementos das chapas, tal como nas barras, influi

na capacidade resistente. A ABNT NBR 14762:2010 designa dois tipos de condições

de contorno para os elementos de chapas, AA e AL, como exemplifica a Figura 2.16.

Figura 2.16 – Condições de contorno.

Fonte: ABNT NBR 14762:2010

Denomina-se elementos de borda vinculadas, designadas como tipo AA,

aqueles nos quais as duas extremidades estão unidas a outros elementos na direção

longitudinal do perfil. Quando somente uma extremidade tiver tal vinculação,

denomina-se borda livre AL. Enrijecedores de borda simples é o elemento ligado a

outro elemento de tal forma que o primeiro seja considerado de borda vinculado. O

enrijecedor intermediário contém um ou mais elementos de enrijecimento entre as

Page 38: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

36

bordas aplicados com o objetivo de enrijecer o todo. As partes compreendidas entre

o enrijecedor são denominadas subelemento.

Todos os elementos tipo AA e elementos tipo AL, sem inversão de tensão ( ≥

0), devem ter suas larguras efetivas calculadas pela seguinte equação:

- Para 𝑝 ≤ 0,673:

𝑏𝑒𝑓 = 𝑏

- Para 𝑝 > 0,673:

𝑏𝑒𝑓 = 𝑏. (1 −0,22

𝑝) /𝑝

Elementos AL com inversão do sinal da tensão ( < 0), têm sua largura efetiva

dada por:

- Para 𝑝 ≤ 0,673:

𝑏𝑒𝑓 = 𝑏𝑐

-Para 𝑝 > 0,673:

𝑏𝑒𝑓 = 𝑏𝑐. (1 −0,22

𝑝) /𝑝 ≤ 𝑏

𝐴𝑒𝑓 = 𝑏𝑒𝑓. 𝑡

Em que b é a largura do elemento, bc é a largura da região comprimento do

elemento, calculada com base na seção efetiva, e p é o índice de esbeltes reduzido

do elemento, definido como:

𝑝 =

𝑏𝑡

0,95. (𝑘. 𝐸

)0,5

No qual t é a espessura do elemento, k é o coeficiente de flambagem local,

calculado de acordo com o Quadro 2.6 e é a tensão normal de compressão, definida

para os seguintes casos:

Estado limite ultimo de escoamento da seção: para cada elemento

totalmente ou parcialmente comprimido, é a máxima tensão de

compressão que ocorre quando a seção atinge o escoamento, calculada

para a seção efetiva. Se a máxima tensão for a tração, pode ser

calculada admitindo-se distribuição linear de tensão. A seção efetiva,

neste caso, deve ser determinada por aproximação sucessiva.

Eq. 2.52

Eq. 2.53

Eq. 2.54

Eq. 2.55

Eq. 2.56

Eq. 2.57

Page 39: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

37

Estado limite ultimo de flambagem da barra: se a barra for submetida à

compressão, =ꭓ.fy, sendo ꭓ o fator de redução associado a

flambagem. Se a barras for submetida à flexão, =ꭓFLT.fy, sendo ꭓFLT o

fator de redução associada a flambagem lateral com torção.

Considera-se que os montantes dos silos estão submetidos unicamente a

compressão e desta forma não se considera o cálculo da barra submetido à flexão

neste caso.

Para 𝑝 ≤ 0,673, a largura efetiva é a própria largura do elemento.

Quadro 2.6 – Largura efetiva e coeficiente k para elementos: a) AA e b) AL

a) b) Fonte: ABNT NBR14762:2001

A maioria dos silos fabricados utilizam perfis U com enrijecedores de borda.

Para o dimensionamento desses perfis considera-se o valor de referência do índice

de esbeltez reduzido do elemento uniformemente comprimido, com enrijecedor de

borda dado por:

𝑝𝑜 =

𝑏𝑡

0,623. √(𝐸

)

Eq. 2.58

Page 40: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

38

Para o enrijecedor, representado na Figura 2.17, considera-se as equações

abaixo:

𝐼𝑠 =𝑑3. 𝑡. 𝑠𝑒𝑛2𝜃

12

𝐴𝑒𝑓 = 𝑑𝑒𝑓. 𝑡

Para 𝑝𝑜 ≤ 0,673, onde o enrijecedor de borda não é necessário:

𝑏𝑒𝑓 = 𝑏

𝑑𝑠 = 𝑑𝑒𝑓

𝐴𝑠 = 𝐴𝑒𝑓

Para 𝑝𝑜 > 0,673:

𝑏𝑒𝑓, 1 = (𝐼𝑠

𝐼𝑎) . (

𝑏𝑒𝑓

2) ≤ (

𝑏𝑒𝑓

2)

𝑏𝑒𝑓, 2 = 𝑏𝑒𝑓 − 𝑏𝑒𝑓, 1

𝐼𝑎 = 399. 𝑡4. (0,487. 𝑝𝑜 − 0,328)³ ≤ 𝑡4(56. 𝑝𝑜 + 5)

𝑑𝑠 = (𝐼𝑠

𝐼𝑎) . 𝑑𝑒𝑓 ≤ 𝑑𝑒𝑓

O valor de k é dado por:

- Para 𝐷/𝑏 ≤ 0,25:

𝑘 = 3,57 (𝐼𝑠

𝐼𝑎)

𝑛

+ 0,43 ≤ 4

- Para 0,25 < 𝐷/𝑏 ≤ 0,8:

𝑘 = (4,82 −5𝐷

𝑏) . (

𝐼𝑠

𝐼𝑎)

𝑛

+ 0,43 ≤ 4

𝑛 = (0,582 − 0,122𝑝𝑜) ≥1

3

Considerar 𝐼𝑠

𝐼𝑎≤ 1

No qual k é o coeficiente de flambagem local; D, b, d, e θ estão indicados na

Figura 2.17; def é a largura efetiva do enrijecedor e ds é a largura efetiva reduzida o

enrijecedor.

Eq. 2.59

Eq. 2.60

Eq. 2.61

Eq. 2.62

Eq. 2.63

Eq. 2.64

Eq. 2.65

Eq. 2.66

Eq. 2.67

Eq. 2.68

Eq. 2.69

Eq. 2.70

Page 41: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

39

Figura 2.17 – Elemento uniformemente comprimido com enrijecedor de borda.

Fonte: ABNT NBR 14762:2001

A força normal de compressão resistente de cálculo (Nc,Rd) para a barra sujeita

a flambagem por flexão, torção ou flexo-torção deve ser calculado por:

𝑁c,Rd =𝜌. 𝐴𝑒𝑓. 𝑓𝑦

1,1

𝜌 =1

𝛽 + √(𝛽2 − 𝑜²)≤ 1

𝛽 = 0,5. (1 + 𝛼. (𝑜 − 0,2) + 𝑜2)

Sendo α o fator de imperfeição inicial que, nos casos de flambagem por flexão

e considerando perfis de U enrijecido, α = 0,34.

O índice de esbeltez reduzido da barra é calculado por:

𝑜 = √𝐴𝑒𝑓. 𝑓𝑦

𝑁𝑒

A força normal de flambagem elástica Ne em perfis de dupla simetria é o menor

valor entre os valores abaixo:

𝑁𝑒𝑥 =𝜋2. 𝐸. 𝐼𝑥

(𝐾𝑥𝐿𝑥)²

𝑁𝑒𝑦 =𝜋2. 𝐸. 𝐼𝑦

(𝐾𝑦𝐿𝑦)²

𝑁𝑒𝑡 =1

𝑟𝑜2. [

𝜋2. 𝐸. 𝐶𝑤

(𝐾𝑡𝐿𝑡)2+ 𝐺𝐽]

𝑟𝑜 = √𝑟𝑥2 + 𝑟𝑦2 + 𝑥𝑜2 + 𝑦𝑜²

Eq. 2.72

Eq. 2.73

Eq. 2.74

Eq. 2.75

Eq. 2.76

Eq. 2.77

Eq. 2.78

Eq. 2.71

Page 42: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

40

Sendo Cw é a constante de empenamento da seção; E é o modulo de

elasticidade; G é o modulo de elasticidade transversal; KxLx, KyLy e KtLt são o

comprimento efetivo de flambagem por flexão em relação aos eixos x, y e z

respectivamente; rx e ry são os raios de giração da seção bruta em relação aos

principais eixos de inercia x e y; xo e yo são as coordenadas do centro de torção na

direção dos eixos principais x e y em relação a centroide da seção.

A resistência de cálculo NcRd deverá ser maior que a ação que atuará na peça

estrutural.

2.3.2 Dimensionamento das chapas laterais

As chapas laterais estão sendo submetidos à carga de tração devido à pressão

horizontal originada pelo grão armazenado. Além delas, dependendo da relação

altura/diâmetro e carga de vento, os montantes dos silos na região de barlavento

podem estar sujeitos à tração (SCALABRIN, 2008).

A força normal de tração deverá ser tomada entre a menor entre:

Escoamento da seção bruta (condição de ductilidade):

𝑁𝑡, 𝑅𝑑 =𝐴. 𝑓𝑦

1,1

Ruptura da seção liquida (condição de resistência):

𝑁𝑡, 𝑅𝑑 =𝐶𝑡. 𝐴𝑛. 𝑓𝑢

1,35

No qual A é a área da seção bruta; Ct é o coeficiente de redução da área liquida;

An é a área da seção liquida, calculada de acordo com a equação:

𝐴𝑛 = 0,9. (𝐴 − 𝑛𝑓. 𝑑𝑓. 𝑡 +∑ 𝑡. 𝑠2

4. 𝑔)

Sendo df a dimensão do furo na direção perpendicular na direção

perpendicular; nf a quantidade de furos contidos na linha de ruptura analisadas; s é o

espaçamento dos furos na direção da solicitação; g espaçamento dos furos na direção

Eq. 2.79

Eq. 2.80

Eq. 2.81

Page 43: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

41

perpendicular à solicitação; t é a espessura da parte conectada analisada, o esquema

da parte com furos pode ser visto na Figura 2.18.

Figura 2.18 – Linha de ruptura da região de furos.

Fonte: ABNTNBR 14762:2001

O coeficiente Ct será calculado de acordo com uma das expressões abaixo

Se todos os parafusos da ligação estejam contidos em uma única seção

transversal:

𝐶𝑡 = 2,5. (𝑑

𝑔) ≤ 1

Se dois parafusos estão na direção da solicitação, alinhados e ziguezague:

𝐶𝑡 = 0,5 + 1,25. (𝑑

𝑔) ≤ 1

Se três parafusos estão na direção da solicitação, alinhados e ziguezague:

𝐶𝑡 = 0,67 + 0,83. (𝑑

𝑔) ≤ 1

Se quatro ou mais parafusos estão na direção da solicitação, alinhados e

ziguezague:

𝐶𝑡 = 0,75 + 0,625. (𝑑

𝑔) ≤ 1

2.3.3 Dimensionamento dos anéis de reforço

As cargas de vento podem gerar flambagem no conjunto de chapas laterais e

montantes como mostra a Figura 2.19. Para a determinação dessas cargas críticas

de vento foi elaborado uma sequência de cálculo apresentado pela empresa Butler

Manifacturing Company, 1979. Essa teoria é baseada no cálculo de cargas críticas de

Eq. 2.82

Eq. 2.83

Eq. 2.84

Eq. 2.85

Page 44: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

42

flambagem para cascas submetidas a pressão uniforme externa, conforme a fórmula

de von Mises (TROITSKY, 1982 apud SCALABRIN, 2008).

Figura 2.19 – Flambagem das chapas laterais superiores devido ao vento.

Fonte: SCALABRIN, 2008.

A fórmula de von Mises pode ser simplificada pela equação:

𝑞. 𝑅

𝐸=

𝐼𝑍𝑇. (𝑛2 − 1)

𝑅2+

𝐴𝑥. 4

𝑛4. (𝑛2 − 1)

No qual:

𝐴𝑥 =𝑡

{1 + [(

𝑑2)

2

𝑡2 ] . 6. (1 − 𝑣2). (𝑙2

(𝑏2)

2) − [𝑙

𝜋. 𝑏] . 𝑠𝑒𝑛 (4. 𝜋.

𝑙𝑏

)}

+𝐴𝑠

𝑆𝑠

𝐼𝑧 = (𝑑2.𝑡

8) . [1 + 𝜋2.

𝑑2

(8. 𝑏2)]

𝐼ZT = 𝐼𝑧 +𝐼R. 𝑁R

𝑙

𝑛 = √4. 𝐴. 𝑛8 − 2. 𝐴. 𝑛6 + 6. 𝐵. 𝑛2 − 4. 𝐵

2. 𝐴

10

𝐴 =𝐼ZT

𝑅²

𝐵 = 𝐴𝑥. 4

Eq. 2.86

Eq. 2.87

Eq. 2.88

Eq. 2.89

Eq. 2.90

Eq. 2.91

Eq. 2.92

Page 45: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

43

=𝜋. 𝑅

𝑙

Em que q é a pressão lateral crítica; R é o raio do silo; E é o módulo de

elasticidade v é o coeficiente de Poisson; t é a espessura da chapa do corpo; n é o

número de ondas que ocorrerão em metade do silo ao longo do perímetro; l é igual a

altura da base do silo até o anel analisado; Ax é a espessura equivalente levando em

consideração o corrugado da chapa e a distribuição dos montantes; Iz é a inercia da

chapa corrugada; IZT é a inercia do conjunto de chapa corrugada e anéis de reforço;

IR é a inercia do anel de reforço; NR é o número de anéis de reforço; As é a área do

montante e Ss é o espaçamento entre montantes; d e b podem ser determinados de

acordo com a Figura 2.20.

Figura 2.20 – Seção transversal de uma chapa corrugada.

Fonte: SCALABRIN, 2008

Segundo Scalabrin, 2008, não existe um procedimento normatizado para a

determinação da distribuição dos anéis de reforço. De acordo com a experiencia

profissional de projetistas se adota o seguinte procedimento:

1. Considera-se o silo totalmente montado, e o cálculo inicia da base do

silo para o telhado tendo como passo de cálculo a altura útil da chapa

lateral (anel). Adota-se incialmente que o número de anéis de reforço

necessário para suportar as cargas de vento é zero (NR=0).

2. Toma-se a primeira chapa lateral considerando esta com espessura

constante (Anel de chapa lateral da base). Calcula-se n pela Equação

2.89 e q pela Equação 2.85.

3. Compara-se a carga q com a carga do vento. Caso q seja maior ou igual

que a carga de vento, não é necessário anel de reforço. Caso contrário,

faz-se NR=NR+1 e retorna-se ao passo 2.

4. Incrementa-se o número de chapas laterais (próximo anel),

considerando-se a espessura constante. Adota-se o menor valor entre

Eq. 2.93

Page 46: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

44

as espessuras dos anéis da etapa em análise. Retorna-se a etapa 2 com

NR=0.

A localização do anel de reforço é determinada de acordo com a etapa onde se

verificou sua necessidade.

2.4 Método dos Elementos Finitos (MEF)

O Método dos Elementos Finitos é um método de solução aproximada de

equações diferenciais muito útil em ciência e engenharia. Ele possibilita a simulação

de situações reais em um espaço discreto, cujo o limite infinitesimal tende ao contínuo.

A visualização computacional também tem seguido a implementação de cálculos por

este método permitindo uma análise visual das situações determinadas através do

cálculo numérico.

A ideia básica do método dos elementos finitos consiste em subdividir,

inicialmente, o domínio do problema em subdomínios de dimensões finitas tais que, o

conjunto de todos os subdomínios seja igual ao domínio original. Em seguida sobre

cada subdomínio, isoladamente, adota-se um comportamento aproximado, local para

as incógnitas do problema, conforme esquematiza a Figura 2.22.

Figura 2.21 – Rede de pontos nodais do Domínio e dos Subdomínios e.

Fonte: ALVES, 2007

Em geral esse comportamento local é descrito com o emprego de funções

simples. A característica principal desse procedimento, então, consiste em utilizar

aproximações locais nos subdomínios. Nos quais o domínio original foi dividido, em

vez de utilizar aproximações de caráter global. Para a obtenção de respostas cada

vez melhores, aumenta-se o número de subdomínios, mantendo-se o mesmo

comportamento local já adotado em cada subdomínio, no lugar de se adotar funções

Page 47: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

45

de ordem maior na aproximação de caráter global. Os subdomínios são denominados

elementos finitos.

Os elementos finitos são definidos por sua forma geométrica, pelas funções de

aproximação adotadas e pelos tipos de problemas para os quais foram desenvolvidos.

Cada elemento possui um número determinado de pontos nodais, ou nós, que podem

ser internos ou externos. Os nós externos fazem a conexão com os elementos

vizinhos.

Após a definição da malha de elementos finitos e do tipo de elemento (linear,

triangular, quadrática, etc), as matrizes características correspondentes a cada

elemento podem ser formadas e, em seguida, agrupadas formando o sistema global

de equações. A solução deste sistema fornece os valores das incógnitas nos pontos

nodais. Através do comportamento aproximado local, as incógnitas do problema, em

qualquer ponto do elemento, são calculadas em função de valores nodais das

mesmas incógnitas nos pontos nodais já conhecidos, isto é, as aproximações locais

são função de interpolação, por meio dos quais os valores das incógnitas em qualquer

ponto pertencente ao elemento finito são calculados em função dos valores nodais

(ALVES, 2007).

Page 48: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

46

3 METODOLOGIA

O trabalho consiste em fazer a análise estrutural de um silo metálico,

associando as tensões e deformações, causadas pelas ações atuantes na estrutura,

aos principais problemas e acidentes envolvendo silos. Para analisar estruturalmente

o silo é preciso dimensionar cada conjunto de componentes que o compõe, e para

isso é preciso primeiramente determinar e calcular as principais ações que atuam em

toda a estrutura.

Para determinar as tensões e deformações da estrutura como um todo são

necessários realizar cálculos estruturais, em que associam a interação das ações nos

componentes estruturais. Como medida de facilitar esses cálculos, são elaborados

softwares de analise estrutural em que é possível modelar uma estrutura e simular

todas as ações que a mesma sofre, fornecendo assim as determinadas tensões e

deformações. A grande maioria dos softwares de simulações são programados com

base do Método dos Elementos Finitos (MEF). O programa de simulação estrutural

que é utilizado nesse trabalho será o ANSYS. O método utilizado na realização desse

trabalho está expresso na sequência de itens adiante.

3.1 Determinação das cargas atuantes em silos

3.1.1 Peso próprio

Cada componente estrutural do silo exercerá esforço de seu próprio peso sobre

outro componente que está imediatamente abaixo e assim sucessivamente até chegar

na base. Como os componentes do silo ainda não foram dimensionados, não é

possível determinar o peso próprio de toda a estrutura, logo, como primeiro parâmetro

de cálculo, são estimados componentes para se obter um peso aproximado da

estrutura, quando os componentes são dimensionados é feito um novo cálculo para

se determinar o peso próprio real da estrutura.

3.1.2 Acessórios

Para que haja distribuição dos grãos, controle de temperatura e melhores

condições de armazenamento são necessários alguns equipamentos especiais como

roscas mescladoras, cabos de termometria e espalhadores de grãos. Esses

acessórios exercem esforços devido ao seu peso na estrutura do silo, principalmente

Page 49: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

47

no telhado. Os valores das cargas no centro do telhado e da tração desempenhada

pelos cabos de termometria podem ser calculados de acordo com o item 2.1.1.

3.1.3 Material armazenado

Os grãos armazenados exercem pressões nas paredes do silo, essas pressões

segundo a Teoria de Janssen são divididas em pressões verticais, pressões

horizontais e pressões de atrito, e em caso de silos que possuem tremonha, ainda

podem ser divididas em pressões perpendiculares e pressões de atrito nas paredes

da tremonha. O grão mais produzido no Brasil se trata da soja, logo esse tipo de

material é escolhido para a realização desse trabalho. Todos os cálculos das pressões

devido aos grãos armazenados podem ser vistos no item 2.1.2 extraídos da UNE-

ENV-1991-4.

3.1.4 Vento

As cargas de vento merecem uma atenção especial pois são as maiores

causadoras de acidentes em silos, principalmente durante a construção e depois de

construído, na parte superior da estrutura, logo as cargas são calculadas de acordo

com o item 2.1.3 colocando o silo na situação mais crítica de forças de vento.

3.2 Ações e combinações de ações

Depois de calculadas as ações atuantes no silo metálico, por uma questão de

segurança, cada carga é majorada com seu determinado coeficiente e assim são

combinadas todas a ações como é mostrado no item 2.2.

3.3 Dimensionamento dos componentes estruturais

Os componentes estruturais de silos metálicos dimensionados nesse trabalho

são divididos em duas partes; telhado: perfis tubulares, para a sua estrutura, e chapas

metálicas para a cobertura e corpo: montantes e chapas laterais corrugadas. São

utilizadas tabelas que mostram diferentes dimensões dos componentes no mercado

que auxiliam na sua escolha. É importante salientar que o conjunto de componentes

estruturais do corpo do silo é dimensionado por cada um de seus anéis, ou seja por

Page 50: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

48

cada camada vertical como mostra a Figura 3.1. Não serão dimensionados os

parafusos pois se mostram irrelevantes na modelagem global.

Figura 3.1 – Desenho de um silo em que mostra seus anéis ou camadas

Fonte: SCALABRIN, 2008.

3.3.1 Chapas laterais

As chapas laterais corrugadas sofrem cargas diretamente de vento e

principalmente das pressões exercidas dos grãos armazenados, contudo os principais

esforços que as chapas devem resistir são a tração, em que seu dimensionamento

pode ser efetuado de acordo com o item 2.3.2, segundo a norma ABNT NBR 14762

2010.

3.3.2 Montantes

Os perfis utilizados nos montantes, as colunas de sustentação, são do tipo

dobrados a frios; os mais utilizados em silos, e que serão empregados nesse trabalho,

são os perfis com seção transversal do tipo U com enrrijecedor de borda ou Ue. São

os montantes que recebem as maiores cargas e que transmitem todos os esforços

para a base da estrutura. O dimensionamento de perfis dobrados a frio para esse tipo

de perfil pode ser fornecido pelo item 2.3.1.

Page 51: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

49

3.4 Simulação no programa

Depois que o silo estiver todo dimensionado é feito a modelagem da estrutura

no programa ANSYS®, onde é possível modela-lo graficamente por técnicas

baseadas no MEF, em seguida é simulada todas as ações que o silo sofrerá com sua

determinada magnitude.

3.4.1 Modelagem gráfica

O primeiro passo da simulação é a modelagem gráfica da estrutura, pra isso se

utiliza uma aba do programa chamada Design Modeler, onde é possível desenhar toda

a estrutura colocando as mesmas dimensões calculadas de cada componente

estrutural.

3.4.2 Simulação das ações atuantes

Ao modelar graficamente o silo, abrimos outra aba chamada Mechanical, onde

gera-se uma malha de elemento finitos sob a geometria gráfica modelada. Em seguida

são simuladas todas as ações atuantes em silos com seu determinado valor de

magnitude.

3.5 Análise das tensões e deformações

O programa fará os devidos cálculos e fornecerá as tensões e deformações

causadas pelas atuações das cargas, fornecendo os valores máximos sofridos pela

estrutura. Logo é possível fazer a associação das maiores deformações com os

principais problemas e acidentes envolvendo silos.

Page 52: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

50

4 RESULTADOS

Como modelo de dimensionamento foi adotado um exemplo comercial de silo de base

plana da empresa Kepler Weber, onde fornece todas as informações do modelo nº 54 como

mostra o Quadro 4.1, os dados do silo comercial só foram usados como referência para o

cálculo, a empresa nada tem a ver com o desenvolvimento deste trabalho:

Quadro 4.1: Informações do silo de base plana nº 54 da empresa Kepler Weber

SILO METÁLICO DE BASE PLANA

Informações Unidade Quantidade/Tipo Modelo - 54

Número máximo de anéis UND 24

Número de chapas por anéis UND 20

Altura útil da chapa m 0,897

Comprimento útil da chapa do corpo m 2,57

Inclinação do telhado ° 36

Diâmetro m 16,37

Área m² 210,47

Perimetro m 51,43

Altura total m 26,74

Volume m³ 4.940

Carga no centro do telhado t 4

Fluxo caga/descarga t/h 450

Capacidade de armazenamento t 3.705

Número de montantes UND 60

Altura do telhado m 5,22

Produto armazenado - SOJA

Densidade do produto KN/m³ 8,18

Relação de pressões Ks - 0,63

Relação entre atrito parede com o produto µ - 0,38 Fonte: Elaborado pelo autor,2017. Nota: Dados extraídos do catalogo da empresa Kepler Weber.

4.1 Determinação das cargas atuantes em silos

4.1.1 Peso próprio

As cargas referentes ao peso dos componentes estruturais serão suportadas

pelos montantes do silo, logo para se determinar essas cargas será preciso fazer o

dimensionamento do telhado e das chapas laterais e assim determinar o melhor perfil

para suportar o peso da estrutura. Quando o perfil for escolhido também se estima o

Page 53: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

51

seu próprio peso para se obter uma carga do peso total da estrutura. Essa carga só

poderá ser determinada ao final do dimensionamento.

4.1.2 Acessórios

A tração exercida pelos cabos de termometria pode ser calculada pelas

equações 2.2 a 2.4. Primeiramente se determina o valor de L1 como mostrado abaixo:

𝐿1 =16,37

2. tan(22,5°) . 𝑡𝑎𝑛² (45° −30°

16,37)

𝐿1 = 22,46 𝑚

L = Htotal = 26,74 m, portanto L1 < L.

Logo o valor da tração é determinado pela equação 2.3, resolvida abaixo:

𝑇 =1,4.0,35.0,02.8,18. tan(11°) . 16,37²

𝑡𝑎𝑛2(22,5°). tan² (45° −30°

2 ) . (𝜋. 𝑡𝑎𝑛2 (45° −

30°

2) . tan(22,5°) .

26,74

16,37

− 0,57)

𝑇 = 10,115 𝑘𝑁

O diâmetro do cabo tem valor de 20 mm.

Admitindo 5 cabos de termometria:

𝑇 = 5 . 10,115 = 50,577 𝑘𝑁

No caso das cargas dos acessórios no centro do telhado utiliza-se a equação

2.5, em que temos um número de 20 chapas por anéis. O valor da carga é calculado

abaixo:

𝐶𝑎𝑡 = 2 . 20

𝐶𝑎𝑡 = 40 𝑘𝑁

4.1.3 Material armazenado

Para determinar os valores de carga produzido pelo material armazenado é

usada a norma UNE-ENV-1991-4 (2006), como descrita no item 2.1.2. Logo

determinamos os valores abaixo:

Eq. 4.1

Eq. 4.2

Eq. 4.3

Eq. 4.4

Page 54: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

52

Para silos circulares:

𝑟 = 8,185 𝑚

𝜙𝑟 = 29° - para o grão de soja (ver Anexo A)

ℎ𝑜 =8,185

3 . tan (29°)

ℎ𝑜 = 1,51 𝑚

ℎ𝑐 = ℎ𝑡 − ℎ𝑡𝑑 + ℎ𝑜

ℎ𝑐 = 26,74 − 5,22 + 1,51

ℎ𝑐 = 23,03 𝑚

ℎ𝑐

𝑑𝑐=

23,03

16,37= 1,41 − silo medianamente esbelto

Logo:

Pressão de Carregamento:

- Pressão fixa:

𝑧𝑜 =210,47

0,63 . 0,38 . 51,43= 17,09 𝑚

𝑝ℎ𝑜 = 8,18 . 0,63 . 17,09 = 88,09 𝑘𝑁/𝑚²

𝑛 = −(1 + tan(29°)). (1 −1,51

17,09)

𝑌R(𝑧) = (1 − {(𝑧 − 1,51

17,09 − 1,51) + 1}

−1,42

)

𝑝ℎ𝑓 = 88,09 (1 − {(𝑧 − 1,51

15,58) + 1}

−1,42

)

𝑝𝑤𝑓 = 33,475 (1 − {(𝑧 − 1,51

15,58) + 1}

−1,42

)

Pressão vertical:

𝑧𝑣 = 3,89 (15,58 −(𝑧 + 14,07)−0,42

0,02)

Eq. 4.5

Eq. 4.6

Eq. 4.7

Eq. 4.8

Eq. 4.9

Eq. 4.10

Eq. 4.11

Eq. 4.12

Eq. 4.13

Eq. 4.14

Page 55: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

53

𝑝𝑣𝑓 = 31,82 (15,58 −(𝑧 + 14,07)−0,42

0,02)

A força vertical resultante sobre a parede por unidade de comprimento do

perímetro atuando a uma profundidade z é:

𝑛𝑧𝑆𝑘 = 33,475 (𝑧 − 3,89 (15,58 −(𝑧 + 14,07)−0,42

0,02))

Pressão de Descarregamento:

- Pressão fixa:

O silo possui uma capacidade de armazenamento de 3.705 t, sendo assim,

classificado como Classe 2.

Logo:

𝐶𝑠 =23,03

16,37− 1 = 0,41

𝐶ℎ = 1,0 + 0,15 . 0,41

𝐶ℎ = 1,0615

𝐶𝑤 = 1,0 + 0,1 . 0,41

𝐶𝑤 = 1,041

𝑝ℎ𝑒 = 93,51 (1 − {(𝑧 − 1,51

10,18) + 1}

−1,35

)

𝑝𝑤𝑒 = 47,20 (1 − {(𝑧 − 1,51

10,18) + 1}

−1,35

)

A força vertical resultante sobre a parede por unidade de comprimento do

perímetro atuando a uma profundidade z é:

𝑛𝑧𝑆𝑘 = 47,20 (𝑧 − 3,89 (15,58 −(𝑧 + 14,07)−0,42

0,02))

As pressões locais de carregamento e descarregamento não foram

consideradas neste trabalho.

Eq. 4.15

Eq. 4.16

Eq. 4.17

Eq. 4.18

Eq. 4.19

Eq. 4.20

Eq. 4.21

Eq. 4.22

Page 56: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

54

As pressões devidas ao material armazenado para cada anel do silo pode ser

organizada no Quadro 4.2, onde a cota z começa a partir de 3,71 m abaixo do topo

do telhado.

Quadro 4.2: Pressões devido ao produto armazenado em cada anel do silo

PRESSÕES DEVIDOS AOS GRÃOS NO SILO

Anel z(m) Carregamento Descarregamento

phf(z)(kN/m²) pwf(z)(kN/m²) nzSk(kN) phe(z)(kN/m²) pwe(z)(kN/m²) nzSk(kN)

1 2,41 6,73 2,56 58,80 7,14 2,66 61,21

2 3,30 12,63 4,80 44,64 13,41 5,00 46,47

3 4,20 17,83 6,78 33,60 18,93 7,06 34,98

4 5,10 22,46 8,53 25,33 23,84 8,88 26,37

5 5,99 26,58 10,10 19,52 28,22 10,52 20,33

6 6,89 30,29 11,51 15,92 32,15 11,98 16,58

7 7,79 33,63 12,78 14,30 35,69 13,30 14,89

8 8,69 36,65 13,93 14,48 38,90 14,50 15,07

9 9,58 39,40 14,97 16,28 41,82 15,59 16,95

10 10,48 41,90 15,92 19,56 44,48 16,58 20,36

11 11,38 44,20 16,80 24,19 46,92 17,48 25,18

12 12,27 46,31 17,60 30,06 49,15 18,32 31,30

13 13,17 48,25 18,33 37,08 51,21 19,09 38,60

14 14,07 50,04 19,01 45,14 53,11 19,79 46,99

15 14,96 51,70 19,64 54,18 54,88 20,45 56,40

16 15,86 53,23 20,23 64,12 56,51 21,06 66,75

17 16,76 54,67 20,77 74,90 58,03 21,63 77,97

18 17,66 56,00 21,28 86,45 59,44 22,15 90,00

19 18,55 57,25 21,75 98,73 60,77 22,65 102,78

20 19,45 58,41 22,20 111,70 62,00 23,11 116,28

21 20,35 59,50 22,61 125,29 63,16 23,54 130,43

22 21,24 60,53 23,00 139,49 64,25 23,94 145,21

23 22,14 61,49 23,37 154,25 65,28 24,33 160,57

24 23,04 62,40 23,71 169,53 66,24 24,69 176,48 Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

4.1.4 Cargas de vento

As cargas de vento foram calculadas de acordo com a norma ABNT NBR

6123:1988. Levando em conta que a estrutura do silo esteja em um local de maior

turbulência de vento. Ao analisar o mapa das isopletas da velocidade básica do vento

na Figura 1 da norma (Anexo D), a velocidade mais crítica do vento possui uma

intensidade de Vo = 52 m/s, sendo essa escolhida para o cálculo. Escolhe-se um

terreno plano ou fracamente acidentado, logo o coeficiente S1 = 1. No coeficiente S2

o local se enquadra na categoria II, terrenos abertos em nível ou aproximadamente

em nível, com poucos obstáculos isolados tais como arvores ou edificações baixas; e

Page 57: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

55

se encontra na categoria B, toda a edificação ou parte de edificação para a qual a

maior dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal esteja entre 20 m a 50 m.

O coeficiente S2 pode ser expresso pela equação abaixo:

𝑆2 = 𝑏 . 𝐹𝑟 . (𝑧

10)

𝑃

Em que os valores dos coeficientes: b; Fr e P estão na Tabela 1 da norma, logo:

𝑆2 = 1 . 0,98 . (𝑧

10)

0,09

𝑆2 = 0,98 . (𝑧

10)

0,09

Já para o coeficiente S3 a estrutura se encontra no Grupo 3: Edificações e

instalações industriais com baixo fator de ocupação, logo S3 = 0,95

A velocidade característica do vento Vk é calculada abaixo em função da altura

z:

𝑉𝑘 = 52 . 1 . 0,98 . (𝑧

10)

0,09

. 0,95

𝑉𝑘 = 48,41 . (𝑧

10)

0,09

A pressão dinâmica do vento é expressa por:

𝑞 = 0,613 . 𝑉𝑘2 = 0,613 . (48,41 . (𝑧

10)

0,09

)2

𝑞 = 1436,70 . (𝑧

10)

0,18

De acordo com a norma ABNT NBR 6123:1988 adota-se:

𝐶𝑎 = 0,5

Como h/dc = 1,31 > 0,3; o coeficiente de pressão interna é:

𝐶𝑝𝑖 = 0,8

Com esses dados é possível determinar todos as forças atuando no silo

provocado pela ação do vento:

Eq. 4.23

Eq. 4.24

Eq. 4.25

Eq. 4.26

Page 58: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

56

- Força de arrasto:

𝐹𝑐 = 0,5 . 1436,70 (𝑧

10)

0,18

. 21,52 . 16,37

𝐹𝑐 = 253.062,01 (𝑧

10)

0,18

- Força de arrasto do telhado:

𝐹𝑡 =𝜋. (16,37)2

24 . 1436,70 (

𝑧

10)

0,18

. (−0,9 − (−0,4)). 𝑠𝑒𝑛(36°)

𝐹𝑡 = −14,81 (𝑧

10)

0,18

- Força de levantamento do telhado:

𝑃𝑡 =𝜋. 16,372

12 . 1436,70 (

𝑧

10)

0,18

. (3. −1,3. 𝜋

− 2. (2 . −1,3 − (−0,9) − (−0,4)). cos(36°)

𝑃𝑡 = −787.075,77 (𝑧

10)

0,18

- Força total de arrasto:

𝐹 = 253.062,01 (𝑧

10)

0,18

− 14,81 (𝑧

10)

0,18

𝐹 = 253.047,2 (𝑧

10)

0,18

-Momento de tombamento:

𝑒 = 0,0305 . 16,37 = 0,5

𝑀𝑡 = 0,5 . 253.062,01 (𝑧

10)

0,18

. 16,37 − 787.075,77 (𝑧

10)

0,18

. 0,5

− 14,81 (𝑧

10)

0,18

. 16,37

𝑀𝑡 = 1.677.532,227 (𝑧

10)

0,18

Eq. 4.27

Eq. 4.28

Eq. 4.29

Eq. 4.30

Eq. 4.31

Eq. 4.32

Page 59: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

57

Para a determinação do esforço normal em cada montante devido a carga de

vento é feito o somatório dos momentos como determinado no item 2.1.3. Sendo

assim o momento será a força de arrasto Fc decomposta do ângulo 0° a 90°, como

temos 60 montantes, o ângulo α terá 6°.

𝑀 = 𝐹𝑐 . 16,37 + 𝐹𝑐. 16,37. 𝑐𝑜𝑠2(6°) + 𝐹𝑐. 16,37. 𝑐𝑜𝑠2(12°)

+ 𝐹𝑐. 16,37. 𝑐𝑜𝑠2(𝑛. 6°) + ⋯ + 𝐹𝑐. 16,37. 𝑐𝑜𝑠2(90°)

Sendo assim o esforço em cada montante por anel pode ser deduzido pela

seguinte expressão:

𝐹𝑣 =4 . 𝑀

60 . 16,37

Os valores com todas as forças desempenhadas pelo vento na estrutura estão

organizados no Quadro 4.3. A cota z começa a partir da base do silo.

Eq. 4.33

Eq. 4.34

Page 60: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

58

Quadro 4.3: Forças devido ao vento.

CARGA DE VENTO

Anel z(m) Vk (m/s) q (N/m²) F (Kn) Ft (kN) Pt (kN) F (kN) Mt (kN.m) M (kN.m) Fv (kN)

1 20,62 51,67 1636,63 276,26 -17,66 -938,28 258,61 2016,07 0,00 0,00

2 19,73 51,46 1623,58 262,14 -17,66 -938,28 244,48 1768,72 442,79 1,80

3 18,83 51,25 1610,04 248,13 -17,66 -938,28 230,47 1535,11 1008,59 4,11

4 17,93 51,02 1595,95 234,24 -17,66 -938,28 216,59 1315,14 1630,30 6,64

5 17,04 50,79 1581,28 220,48 -17,66 -938,28 202,82 1108,69 2291,27 9,33

6 16,14 50,54 1565,96 206,85 -17,66 -938,28 189,19 915,63 2983,04 12,15

7 15,24 50,28 1549,92 193,35 -17,66 -938,28 175,69 735,84 3700,37 15,07

8 14,34 50,01 1533,09 179,99 -17,66 -938,28 162,34 569,18 4439,68 18,08

9 13,45 49,72 1515,37 166,79 -17,66 -938,28 149,13 415,50 5198,33 21,17

10 12,55 49,41 1496,66 153,74 -17,66 -938,28 136,08 274,66 5974,31 24,33

11 11,65 49,08 1476,81 140,86 -17,66 -938,28 123,20 146,49 6766,00 27,55

12 10,76 48,73 1455,67 128,15 -17,66 -938,28 110,50 30,83 7572,11 30,84

13 9,86 48,35 1433,03 115,64 -17,66 -938,28 97,98 -72,50 8391,55 34,17

14 8,96 47,94 1408,64 103,33 -17,66 -938,28 85,67 -163,69 9223,39 37,56

15 8,07 47,48 1382,15 91,24 -17,66 -938,28 73,58 -242,95 10066,86 41,00

16 7,17 46,98 1353,13 79,39 -17,66 -938,28 61,73 -310,50 10921,25 44,48

17 6,27 46,42 1320,95 67,80 -17,66 -938,28 50,15 -366,60 11785,97 48,00

18 5,37 45,78 1284,76 56,51 -17,66 -938,28 38,85 -411,51 12660,48 51,56

19 4,48 45,03 1243,21 45,56 -17,66 -938,28 27,90 -445,54 13544,31 55,16

20 3,58 44,14 1194,17 34,99 -17,66 -938,28 17,34 -469,04 14437,03 58,79

21 2,68 43,01 1133,75 24,90 -17,66 -938,28 7,24 -482,44 15338,26 62,46

22 1,79 41,46 1053,67 15,40 -17,66 -938,28 -2,25 -486,25 16247,64 66,17

23 0,89 38,94 929,33 6,76 -17,66 -938,28 -10,89 -481,16 17164,86 69,90

24 0,00 0,00 0,00 0,00 -17,66 -938,28 -17,66 -468,45 18089,62 73,67 Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

4.2 Ações e combinações de ações

No decorrer do dimensionamento das peças estruturais, por questões de

segurança, haverá a combinação de ações como expressa na equação pela Equação

2.49. Está em especial será utilizada para o dimensionamento dos montantes, com

isso cada carga calculada anteriormente terá seu próprio coeficiente de majoração.

4.3 Dimensionamento dos componentes estruturais

4.3.1 Dimensionamento do telhado

Para o telhado cônico do silo foi assumido a seguinte característica:

A estrutura do telhado é composta de 5 anéis e 30 barras, distribuídas

uniformemente ao longo do comprimento dos anéis, formando uma estrutura em forma

Page 61: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

59

de tronco de cone. A Figura 4.1 mostra esses elementos com suas determinadas

cotas:

Figura 4.1: Elementos da estrutura do telhado com suas determinadas cotas Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 4.2: Estrutura do telhado em vista superior

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

O perfil utilizado na estrutura é do tipo tubular retangular como representado na

Figura 4.3. As propriedades do determinado perfil foram extraídas no catalogo

comercial da Vallourec página 41 como pode ser vista no Anexo B.

Page 62: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

60

Figura 4.3: Seção transversal do perfil tubular retangular

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Para o cobrimento do telhado são usadas chapas lisas de aço ZAR 345. O

modelo da chapa está representado na Figura 4.4, ao todo são usadas 30 destas

chapas. As propriedades da chapa foram extraídas pelo site da Europa Aços.

Figura 4.4: Chapa usadas para o cobrimento do telhado

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

O telhado receberá ações dos acessórios e dos cabos de termometria. A

estrutura será suportada por 30 montantes, logo é necessário saber o peso próprio do

telhado, para isso é feito o cálculo do peso total como mostra a Tabela 4.1:

Page 63: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

61

Tabela 4.1: Peso total do telhado

PESO TOTAL DO TELHADO

Item Tipo Quant. Dimensão Peso Unit. Peso

1

1 1,498 m 8,38 kg/m 11,98 kg

2

1 13,98 m 8,38 kg/m 117,16 kg

3

1 26,46 m 8,38 kg/m 221,76 kg

4

1 38,945 m 8,38 kg/m 326,36 kg

5

1 51,43 m 8,38 kg/m 430,965 kg

6

30 9,51 m 8,38 kg/m 2.390 kg

7

30 7 m² 7,6 kg/m² 1.596 kg

Total 5.094,225 kg

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Portanto a carga da estrutura do telhado será:

𝑃𝑡𝑡 = 5.094,225 . 10 = 50.942,25 𝑁

𝑃𝑡𝑡 = 50,94 𝑘𝑁

4.3.2 Chapas laterais

As chapas laterais irão resistir aos esforços provocados pelas pressões

horizontais devido ao grão armazenado, portanto essas peças são dimensionadas a

tração como já descrito no item 2.3.2. Primeiramente se faz o cálculo do esforço

resistente a tração Nt,Rd de uma série de chapas comerciais com variadas

espessuras. O Quadro 4.4 mostra o valor de Nt,Rd para cada espessura de chapa, a

tabela completa com os dados em sequência de cálculo pode ser encontrada no

Apêndice A.

Eq. 4.35

Page 64: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

62

Quadro 4.4: Esforço resistente a tração para cada espessura de chapa

Altura da

Chapa

Espessura

Nt,Rd t

mm mm kN

1000.00 0.80 165.64

1000.00 0.95 196.69

1000.00 1.25 258.81

1000.00 1.55 320.92

1000.00 1.95 403.74

1000.00 2.30 476.20

1000.00 2.70 559.02

1000.00 3.00 621.13

1000.00 3.90 807.47

1000.00 4.60 952.41

1000.00 5.40 1118.04

1000.00 6.00 1242.27 Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Para calcular o valor do esforço que o conjunto de chapas sofre em cada anel

Scalabrin, 2008 fornece a equação.

𝑇𝑐ℎ =𝑝ℎ𝑒 . ℎ𝑐ℎ . 𝐷 . 𝛾q

2

phe – Pressão horizontal de descarregamento; (maior valor entre carga e descarga)

hch – Altura útil da chapa;

D – Diâmetro do silo;

𝛾q – Coeficiente de majoração (adota-se 1,4)

O valor do esforço solicitante deve ser comparado com os valores de Nt,Rd,

Quadro 4.4, e assim elege-se a espessura da chapa que possui o valor do esforço

resistente de cálculo de uma intensidade maior mais próxima em relação ao valor de

Tch. Assim eleita a chapa é organizada com a seguinte ondem: # ESPESSURA-TIPO

DO AÇO-Nº DE COLUNAS DE FUROS-Nº DE FUROS EM UMA COLUNA-

DIÂMETRO DO FURO.

O valor de Tch e a determinada chapa escolhida para cada anel do silo pode

ser vista no Quadro 4.5:

Eq. 4.36

Page 65: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

63

Quadro 4.5: Valores do esforço solicitante Tch e a chapa escolhida para cada anel do silo

Anel z(m) ph(z)(kN/m²) Tch (Kn) CHAPA

1 2,64 7,14 73,44 #0,80-ZAR345-4L 10F-11mm

2 3,53 13,41 137,79 #0,80-ZAR345-4L 10F-11mm

3 4,43 18,93 194,59 #0,95-ZAR345-4L 10F-11mm

4 5,33 23,84 245,02 #1,25-ZAR345-4L 10F-11mm

5 6,22 28,22 290,05 #1,55-ZAR345-4L 10F-11mm

6 7,12 32,15 330,46 #1,95-ZAR345-4L 10F-11mm

7 8,02 35,69 366,89 #1,95-ZAR345-4L 10F-11mm

8 8,92 38,90 399,88 #1,95-ZAR345-4L 10F-11mm

9 9,81 41,82 429,86 #2,30-ZAR345-4L 10F-11mm

10 10,71 44,48 457,21 #2,30-ZAR345-4L 10F-11mm

11 11,61 46,92 482,25 #2,70-ZAR345-4L 10F-11mm

12 12,50 49,15 505,24 #2,70-ZAR345-4L 10F-11mm

13 13,40 51,21 526,41 #2,70-ZAR345-4L 10F-11mm

14 14,30 53,11 545,95 #2,70-ZAR345-4L 10F-11mm

15 15,19 54,88 564,05 #3,00-ZAR345-4L 10F-11mm

16 16,09 56,51 580,84 #3,00-ZAR345-4L 10F-11mm

17 16,99 58,03 596,46 #3,00-ZAR345-4L 10F-11mm

18 17,89 59,44 611,01 #3,00-ZAR345-4L 10F-11mm

19 18,78 60,77 624,60 #3,90-ZAR345-4L 10F-11mm

20 19,68 62,00 637,32 #3,90-ZAR345-4L 10F-11mm

21 20,58 63,16 649,24 #3,90-ZAR345-4L 10F-11mm

22 21,47 64,25 660,43 #3,90-ZAR345-4L 10F-11mm

23 22,37 65,28 670,95 #3,90-ZAR345-4L 10F-11mm

24 23,27 66,24 680,86 #3,90-ZAR345-4L 10F-11mm

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Page 66: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

64

O modelo da chapa lateral é representado pela Figura 4.5:

Figura 4.5: Modelo da chapa lateral utilizada

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

4.3.3 Montantes

O dimensionamento dos montantes está descrito no item 2.3.1. Os montantes

suportarão a maioria das cargas que a estrutura do silo sofre, inclusive seu peso

próprio. Para determinar o esforço de compressão que atuará em cada perfil por anel

é feito a combinação de ações descrito pela Equação 2.49. Sendo assim o Quadro

4.6 mostra todas as cargas calculadas anteriormente e assim determinar o esforço

desempenhado. Como os perfis ainda não foram dimensionados, foi adotado o perfil

do tipo Ue 150 x 60 x 20 x 1,5, para se estimar o seu peso próprio. Será feita a

verificação a fim de saber se o mesmo está passando

Page 67: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

65

Quadro 4.6: Cálculo do esforço de compressão solicitado em cada montante por

anel

ANEL Peso do Telhado

(kN)

Carga no Cent.

Telh. (kN)

Peso dos Cab.

Termometria (kN)

Carga de Vento (kN)

Pro. Armazenado

(kN)

Peso das

Chapas (kN)

Peso dos

Mont. (kN)

PS (kN)

Nmont.

(kN)

1 50,944 40,00 50,577 0,00 61,21 0,28 1,91 2,19 8,08

2 50,944 40,00 50,577 1,80 46,47 0,37 1,91 4,48 7,82

3 50,944 40,00 50,577 4,11 34,98 0,46 1,91 6,85 7,64

4 50,944 40,00 50,577 6,64 26,37 0,58 1,91 9,34 7,53

5 50,944 40,00 50,577 9,33 20,33 0,58 1,91 11,83 7,49

6 50,944 40,00 50,577 12,15 16,58 0,68 1,91 14,42 7,50

7 50,944 40,00 50,577 15,07 14,89 0,80 1,91 17,14 7,56

8 50,944 40,00 50,577 18,08 15,07 0,80 1,91 19,85 7,67

9 50,944 40,00 50,577 21,17 16,95 0,80 1,91 22,57 7,82

10 50,944 40,00 50,577 24,33 20,36 0,89 1,91 25,37 8,01

11 50,944 40,00 50,577 27,55 25,18 0,89 1,91 28,18 8,24

12 50,944 40,00 50,577 30,84 31,30 1,16 1,91 31,25 8,50

13 50,944 40,00 50,577 34,17 38,60 1,16 1,91 34,32 8,78

14 50,944 40,00 50,577 37,56 46,99 1,16 1,91 37,39 9,10

15 50,944 40,00 50,577 41,00 56,40 1,16 1,91 40,47 9,44

16 50,944 40,00 50,577 44,48 66,75 1,16 1,91 43,54 9,80

17 50,944 40,00 50,577 48,00 77,97 1,16 1,91 46,61 10,18

18 50,944 40,00 50,577 51,56 90,00 1,16 1,91 49,68 10,59

19 50,944 40,00 50,577 55,16 102,78 1,16 1,91 52,76 11,01

20 50,944 40,00 50,577 58,79 116,28 1,16 1,91 55,83 11,44

21 50,944 40,00 50,577 62,46 130,43 1,16 1,91 58,90 11,90

22 50,944 40,00 50,577 66,17 145,21 1,37 1,91 62,18 12,37

23 50,944 40,00 50,577 69,90 160,57 1,37 1,91 65,46 12,86

24 50,944 40,00 50,577 73,67 176,48 1,37 1,91 68,74 13,36 Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

O valor PS significa o peso acumulado do silo por anel, ou seja, a soma do peso

das chapas laterais e dos montantes por anel, sendo esse valor acumulativo de cima

para baixo. O valor da carga produzido pelos grãos é aquele com maior intensidade,

no caso a pressão devido ao atrito na descarga.

Determina-se o esforço resistente à compressão Nc,Rd do perfil 150 x 60 x 20

com variadas espessuras como mostra o Quadro 4.7, a tabela completa com todos os

procedimentos de cálculo pode ser visto do Apêndice B.

Page 68: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

66

Quadro 4.7: Esforço resistente à compressão dos modelos comerciais

Dimensões do Perfil Ue (mm) NC,Rd

h B d e=r kN

150.00 60.00 20.00 1.50 36.78

150.00 60.00 20.00 2.00 59.29

150.00 60.00 20.00 2.25 73.74

150.00 60.00 20.00 2.65 102.16

150.00 60.00 20.00 3.00 121.58

150.00 60.00 20.00 3.35 134.67

150.00 60.00 20.00 3.75 149.36 Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Sendo assim o perfil com a espessura de 1,5 mm possui uma resistência maior

que qualquer esforço solicitante desempenhado no silo, logo este perfil será usado

em todos os anéis do silo.

Figura 4.6: Perfil usado para os montantes

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Page 69: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

67

Figura 4.7 – Perfil do silo dimensionado.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

4.4 Simulação no programa

4.4.1 Modelagem gráfica

Com todos os componentes dimensionados a tarefa seguinte é modelar

graficamente a estrutura no programa. A Figura 4.7 mostra o resultado da modelagem

de toda a estrutura no programa, dando ênfase a espessura de cada chapa metálica.

Page 70: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

68

Figura 4.8 – Estrutura do silo modelada graficamente.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Após modelar graficamente a estrutura gera-se uma malha de elementos

finitos.

4.4.2 Simulação das ações atuantes

Por facilitar a visualização dos resultados o telhado e o corpo serão analisado

separadamente.

4.4.2.1 Telhado

Após modelado aplica-se uma carga de 40 kN, representando a carga dos

equipamentos, e uma carga de 135,475 kN dividida igualmente em 5 pontos, uma no

centro da estrutura e as outras quatro mais próximas das bordas, representando a

tração dos cabos de termometria. Também aplicou-se apoio simples em 30 vértices,

representando a união com os 30 montantes do corpo que suportam a estrutura do

telhado.

Page 71: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

69

Figura 4.9: Aplicação de cargas no telhado

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

4.4.2.2 Corpo

Peso próprio

Como o telhado é suportad0 por 30 colunas, o peso da estrutura juntamente

com as cargas aplicadas no telhado, que totalizam 226,419 kN, são divididas

igualmente em 30 pontos de aplicação. Também se aplica a constante de aceleração

da gravidade para gerar o peso próprio da estrutura. A base do corpo do silo recebe

um apoio de terceiro gênero e a parte superior um apoio simples pois representa a

estrutura do telhado acima.

Figura 4.10 – Aplicação da carga devido ao telhado e da aceleração gravitacional.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Page 72: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

70

Pressão devido aos grãos armazenados

São aplicadas cargas horizontais em cada anel no interior do silo,

representando as pressões que os grãos armazenados exercem nas paredes. Essas

cargas possuem os mesmos valores das pressões horizontais devido ao

descarregamento (ph), como mostra o Quadro 4.2.

Figura 4.11 – Vista superior da estrutura, mostrando as cargas devido aos grãos

armazenados nas parede do silo. Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Cargas devido ao vento

Para analisar as tensões e deformações devido as cargas provocadas pelo

vento é necessário realizar uma análise dinâmica, pois o vento se comporta como um

fluido. Essa analise pode ser realizada no próprio programa pelo uso do CFD

(Computational Fluid Dynamics). Para realizar essa análise primeiramente é feito o

modelo do domínio:

Figura 4.12 – Domínio do fluido de vento.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Page 73: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

71

O domínio do vento possui um formato prismático, a face na cor verde indica

por onde o vento entra e a face posterior a ela por onde o mesmo sai, como pode ser

visto na imagem acima, as faces adjacentes são os limites, funcionam como as

paredes. O furo no prisma representa as paredes do corpo do silo.

A Figura 4.12 mostra o esquema do domínio bidimensional com suas

dimensões. As palavras INLET e OUTLET significam a entrada e saída do fluxo de

vento respectivamente. “D” é o diâmetro do silo; a profundidade do domínio é a mesma

que a altura do corpo do silo, 21,528 m.

Figura 4.13 – Esquema bidimensional do domínio de vento.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Sendo assim, é gerado uma malha de elementos finitos do domínio, como

pode ser vista na imagem abaixo:

Figura 4.14 – Malha de elementos finitos domínio de vento.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Em seguida são colocadas as propriedades do fluido, no caso o vento, atribui-

se uma velocidade constante de 52 m/s. O resultado desse fluxo de vento resulta em

pressões nas paredes da estrutura pode ser vista na figura abaixo:

Page 74: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

72

Figura 4.15 – Envoltória de pressões na estrutura provocada pelo vento

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

4.5 Análise das tensões e deformações

4.5.1 Telhado

Deformações

As deformações dessas cargas aplicadas na estrutura podem ser visualizadas

na imagem abaixo:

Figura 4.16 - Deformações máximas e mínimas após a aplicação da carga no

telhado Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

O deslocamento máximo apresentado no telhado ocorrem nos quatro pontos

de aplicação dos cabos de termometria que ficaram longe do centro e próximos à

Page 75: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

73

borda, com uma magnitude máxima de 1,99 mm. Já o centro onde se localizam a

carga concentrada dos acessórios e um cabo de termometria apresentaram

deslocamentos insignificantes tendendo a 0 mm.

Tensões Equivalentes (von-Mises)

Figura 4.17 – Tensões equivalentes máximas e mínimas após a aplicações de

cargas no telhado

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Como nas deformações, as tensões máximas se localizam nos pontos dos

cabos de termometria chegando a valores máximos de 26,792 MPa, mas com uma

tensão mínima de 0,06158 MPa predominante na maioria da estrutura.

4.5.2 Corpo

4.5.2.1 Peso próprio

Deformação

Page 76: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

74

Figura 4.18 – Deformações provocadas pelo peso próprio na estrutura.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Os maiores deslocamentos se encontram na parte superior da estrutura em

torno de 0,2025 mm a 0,27 mm, no meio e em algumas áreas inferiores chegam a

deslocamentos entre 0,135 mm a 0,2024 mm, já na base os deslocamentos chegam

a 0 mm.

Tensões Equivalentes (von-Mises)

Figura 4.19 – Tensões provocadas pelo peso próprio na estrutura.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Page 77: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

75

As tensões que predominam na maioria da estrutura possuem uma intensidade

entre 0,054 MPa a 0,051 MPa, que vão desde a parte superior até a base. Embora a

estrutura possua uma grande representação de tensões de 1,51 MPa a 1,99 MPa com

maior intensidade na base.

4.5.2.2 Pressão devido aos grãos armazenados

Deformação

Figura 4.20 – Deformações provocadas pela carga dos grãos armazenados.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 4.21 – Vista aproximada das deformações provocadas pela carga dos grãos armazenados.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Page 78: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

76

Os maiores deslocamentos ocorreram no anel superior, exatamente no

encontro das chapas com deformação maxima de 5,4 mm. São nessas juntas que

ocorrem as maiores deformações em cada anel, embora a medida que a espessura

das chapas aumenta há menores deslocamentos chegando a 0 mm.

Tensões Equivalentes (von-Mises)

Figura 4.22 – Tensões provocadas pela carga dos grãos armazenados.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Da mesma forma as máximas tensões se localizam nas juntas das chapas do

anel superior com valores máximos de 23,78 MPa na parte interna. Embora tensões

de 5,14 MPa a 10,22 MPa podem ser vistas nas conexões das chapas em todos os

anéis da estrutura.

As juntas verticais das chapas são as que apresentam os maiores valores de

tensão-deformação devido a pressão na parede provocada pelos grãos, os mesmos

aumentam a medida que a espessura das chapas diminuem.

4.5.2.3 Pressão devido ao vento

Deformação

Page 79: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

77

Figura 4.23 – Deformações provocadas pelo vento.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Os deslocamentos ficaram divididas em três partes, na parte superior do silo

predominaram deslocamentos de 3,01 mm a 4,52 mm, embora com alguns picos de

deslocamentos máximos nos encontros de chapas. Na metade da estrutura

predominaram deslocamentos de 1,50 mm a 3,01 mm e na parte inferior predominou-

se indeformável.

A Figura 4.23 mostra com mais detalhes o comportamento da estrutura em

relação a ação do vento em uma escala maior.

Figura 4.24 – Deformações provocadas pelo vento.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Page 80: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

78

As cargas de vento tem sentido contrário ao eixo X. A silhueta transparente

indica a posição inicial à atuação das cargas, as deformações seguem o mesmo

sentido das cargas de vento.

Tensões Equivalentes (von-Mises)

Figura 4.25 – Tensões provocadas pelo vento.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Na maior parte da estrutura predominaram tensões mínimas de 0,031 MPa.

Nas partes adjacente à atuação de vento nota-se um aumento de tensões que se

concentram na parte inferior da estrutura e diminuem gradativamente na parte inferior.

4.5.2.4 Cargas atuando simultaneamente

Deformações

Page 81: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

79

Figura 4.25 – Deformações provocadas pelas cargas atuando simultaneamente.

Os deslocamentos estão divididas, predominantemente, em duas partes da

estrutura. Na parte inferior mostra valores entre 0,00 mm e 2,01 mm, já na parte

superior os valores estão entre 4,02 mm a 6,04 mm. Assim como nas outras atuações

de carga, os maiores deslocamentos se encontram nos aneis superiores, mais

precisamente nas juntas das chapas.

Tensões Equivalentes (von-Mises)

Figura 4.26 – Tensões provocadas pelas cargas atuando simultaneamente.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

Os valores de tensões estão bem distribuídos, com maiores valores na parte

inferior da estrutura.

Page 82: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

80

5 CONCLUSÃO

Embora não existam normas técnicas nacionais para o dimensionamento de

silos metálicos, a associação de normas internacionais de cargas atuantes na

estrutura de silos com as normas nacionais de atuação de vento e de

dimensionamento de peças metálicas estruturais, para o dimensionamento analítico

da estrutura, se mostraram eficiente e válidas em um sistema de análise baseada no

MEF. Os resultados das tensões e deformações gerados pelo programa apresentaram

valores que estão longe de um colapso na estrutura, mostrando assim que cada

elemento suportou eficientemente as cargas de atuação.

Contudo os maiores valores de tensões e deformações se localizaram

exatamente nas ligações entre as chapas metálicas. Este trabalho descartou a análise

das conexões parafusadas, atribuindo conexões fixas mas deformáveis entre as

chapas. Para trabalhos futuros é importante a inclusão das conexões estruturais para

uma análise mais detalhada.

Page 83: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

81

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Page 85: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

83

APÊNDICES

Page 86: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

84

APÊNDICE A: CÁLCULO DO NT,RD DAS CHAPAS METÁLICAS

Page 87: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

85

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Espessura t

fy fu Número

de furos nf

Diâmetro do furo

df

Diâmetro do

parafuso d

s g Coeficiente de redução

Ct

Área bruta A

Área da seção

liquida An

Nt,Rd Escoamento

da seção bruta Kn

Nt,Rd Ruptura da

seção liquida

Nt,Rd Adotado

mm kN/mm² kN/mm² mm mm mm² mm²

0.80 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 800.00 640.80 250.91 165.64 165.64

0.95 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 950.00 760.95 297.95 196.69 196.69

1.25 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 1250.00 1001.25 392.05 258.81 258.81

1.55 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 1550.00 1241.55 486.14 320.92 320.92

1.95 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 1950.00 1561.95 611.59 403.74 403.74

2.30 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 2300.00 1842.30 721.36 476.20 476.20

2.70 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 2700.00 2162.70 846.82 559.02 559.02

3.00 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 3000.00 2403.00 940.91 621.13 621.13

3.90 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 3900.00 3123.90 1223.18 807.47 807.47

4.60 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 4600.00 3684.60 1442.73 952.41 952.41

5.40 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 5400.00 4325.40 1693.64 1118.04 1118.04

6.00 0.345 0.43 10 11.00 10.00 32.00 101.60 0.812 6000.00 4806.00 1881.82 1242.27 1242.27

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86

APÊNDICE B: CÁLCULO DO NC,RD DO PERFIL Ue

Page 89: ANÁLISE ESTRUTURAL DE SILO METÁLICO DE …

87

Quadro 1: Cálculo do Nc,Rd do perfil Ue (150 x 60 x 20) para cada espessura

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Quadro 2: Cálculo do índice de esbeltez reduzido para dois casos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Dimensões do Perfil Ue (mm)

Indice de esbeltez

reduzido 0 p0

Largura efetiva

Área Efetiva Aef (cm²)

Área Efetiva total

Nex Ney Nez p β ρ

NC,Rd

bef

h B d e=r ALMA ENR. MESA ALMA ENR. ALMA ENR. cm² kN kN kN kN

150.00 60.00 20.00 1.50 1.76 0.64 2.02 37.58 17.00 1.60 0.00 1.95 836.89 923.33 1445.07 0.24 0.63 0.83 36.78

150.00 60.00 20.00 2.00 1.30 0.45 1.46 68.71 16.00 1.47 0.00 3.22 1096.21 1194.43 1898.24 0.27 0.65 0.81 59.29

150.00 60.00 20.00 2.25 1.15 0.39 1.27 88.19 15.50 1.19 0.00 4.06 1221.94 1320.16 2120.45 0.29 0.66 0.80 73.74

150.00 60.00 20.00 2.65 0.97 0.31 1.04 125.16 14.70 0.38 0.00 5.75 1414.46 1516.62 2473.09 0.32 0.68 0.78 102.16

150.00 60.00 20.00 3.00 0.85 0.26 0.90 138.00 14.00 0.00 0.00 6.90 1583.41 1677.71 2770.96 0.33 0.69 0.78 121.58

150.00 60.00 20.00 3.35 0.75 0.22 0.78 136.60 13.30 0.00 0.00 7.65 1740.57 1830.94 3068.81 0.33 0.69 0.77 134.67

150.00 60.00 20.00 3.75 0.66 0.19 0.67 135.00 12.50 0.00 0.00 8.49 1921.31 1995.96 3411.50 0.33 0.69 0.77 149.36

Para p0 ≤ 0,673 (MESA) Para p0 > 0,673 (MESA)

p0 bef Aef(cm²) ds p0 Is Ia ka k p bef bef,2 bef,1 ds Aef(cm²)

0.00 0.00 0.00 0.00 2.02 614.13 578.98 3.40 3.40 0.64 54.00 27.00 27.00 17.00 0.00

0.00 0.00 0.00 0.00 1.46 682.67 362.74 3.33 3.33 0.45 52.00 26.00 26.00 16.00 0.00

0.00 0.00 0.00 0.00 1.27 698.23 256.73 3.29 3.29 0.39 51.00 25.50 25.50 15.50 0.00

0.00 0.00 0.00 0.00 1.04 701.48 118.95 3.23 3.23 0.31 49.40 24.70 24.70 14.70 0.00

0.00 0.00 0.00 0.00 0.90 686.00 42.49 3.17 3.17 0.26 48.00 24.00 24.00 14.00 0.00

0.00 0.00 0.00 0.00 0.78 656.78 7.11 3.10 3.10 0.22 46.60 23.30 23.30 13.30 0.00

0.67 45.00 0.00 12.50 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

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88

ANEXOS

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89

ANEXO A: TABELA DAS PROPRIEDADES DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS

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90

Fonte: UNE-ENV-1991-4, 2006.

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91

ANEXO B: CATÁLOGO COMERCIAL VALLOUREC

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92

Fonte: VAULLOREC, S/D

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ANEXO C: CATÁLOGO COMERCIAL DE PERFIL Ue

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Fonte: Autor desconhecido, 2017.

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ANEXO D: GRÁFICO DAS ISOPLETAS DE VELOCIDADE BÁSICA DO VENTO EM

m/s NO BRASIL

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96

Fonte: ABNT NBR 6123:1988.