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Análise dos efeitos da cinesioterapia, laserterapia e eletroterapia
no tratamento pós-cirúrgico de fratura da cabeça do rádio
proximal no idoso: Um estudo de caso
Daniella Souza SANTOS – Acadêmica do curso de Fisioterapia – Centro Universitário de
Caratinga - UNEC – [email protected]
Patricia Brandão AMORIM – Graduada em Fisioterapia – Mestre em meio Ambiente e
Sustentabilidade – Doutora em Saúde Pública – Coordenadora do Curso de Fisioterapia do
Centro Universitário de Caratinga – Campus UNEC de Nanuque –
Catiane de Morais DIAS – Acadêmica do curso de Fisioterapia – Centro Universitário de
Caratinga - UNEC – [email protected]
Pedro Afonso Rocha RIBEIRO – Acadêmico do curso de Fisioterapia – Centro Universitário
de Caratinga - UNEC – [email protected]
Rodrigo Antônio Montezano Valintin LACERDA 5 – Mestre em neurociências –
UniversidadeEstadual Norte Fluminence - UENF – [email protected]
Resumo:
INTRODUÇÃO: A articulação do cotovelo é considerada uma das principais e mais estáveis
articulações do corpo, tornando atividades simples e complexas realizáveis. É também
constituída por três ossos, úmero, rádio e ulna. Especificamente o rádio, osso lateral, é o mais
curto dos ossos do antebraço, as fraturas em sua cabeça são classificadas como uma das mais
numerosas lesões traumáticas do cotovelo, não tanto pela frequência que ocorrem, mas, por
interferir na funcionalidade do membro acometido, dificultando seu tratamento, pelas
complicações como, dor, diminuição da mobilidade articular, instabilidade, fraqueza muscular,
compensações, acarretando sequelas irreverssíveis (URQUIZA et al, 2012). OBJETIVO: O
objetivo deste estudo é analisar os efeitos da cinesioterapia, laserterapia e eletroterapia no
tratamento pós-fratura da cabeça do rádio proximal (FRP). PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS: Trata-se de um estudo de caso de uma paciente com 75 anos de idade,
atendida no Centro de Assistência à Saúde Unec (CASU), com diagnóstico clínico de fratura
da cabeça do rádio proximal, resultando na perda dos movimentos cinético-funcionais de
flexão/extensão, pronação/supinação da articulação do cotovelo, sendo submetida a 09 sessões
de fisioterapia, 03 vezes por semana, por meio de cinesioterapia como forma de reabilitação,
laserterapia para acelerar a cicatrização, reparo tecidual, diminuição de edema e da eletroterapia
para analgesia local. PRINCIPAIS RESULTADOS: Observou-se benefícios na recuperação
da paciente, como melhora na amplitude de movimento (ADM) e força muscular, eliminação
da dor, consolidação da fratura óssea e recuperação da funcionalidade do membro afetado, bem
como o retorno gradual às atividades básicas e instrumentais da vida diária.
Palavras chave: fratura da cabeça do rádio, fisioterapia, cinesioterapia, eletroterapia,
laserterapia.
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1. Introdução
O cotovelo é uma articulação intermediária do membro superior que parece uma simples
dobradiça, mas quando se compreende a complexidade dos movimentos e da interação do
cotovelo com o antebraço e punho, fica fácil entender como as alterações estruturais do cotovelo
podem trazer grande desconforto ao paciente.
Articulação do cotovelo é composta pelos ossos: úmero, rádio e ulna, apresentando três
articulações: úmero-ulnar, úmero-radial, rádio-ulnar proximal. Para utilizar-se a mão no dia a
dia, depende-se de um ombro e cotovelo estáveis, móveis e principalmente sem dor.
No decorrer da vida, qualquer indivíduo está sujeito a inúmeras situações que poderão
resultar em perda da autonomia e da independência, e uma dessas situações é a fratura. Fraturas
são lesões que causam rupturas parciais ou totais da continuidade dos ossos, podendo ser
simples (fechada) ou exposta (aberta). Na fratura simples não há o rompimento da pele sobre a
lesão e nas expostas sim, na qual, o osso fraturado fica exposto ao meio ambiente, possibilitando
recidivas, sangramentos e um aumento do risco de infecção.
As fraturas costumam acorrer após queda sobre o cotovelo e punho, principalmente em
pessoas da terceira idade, sendo caracterizadas pela perda da continuidade óssea, partindo desde
a desorganização de seu tecido até a ruptura de um segmento ósseo com total deslocamento,
causando dor e consequentemente perda da função.
Em idosos a queda pode ser provocada por fatores extrínsecos relacionados ao ambiente
que está inserido e dos desafios enfrentados nas atividades de vida diária (AVD’s) para se
locomover como, escadas sem corrimão, pisos escorregadios, locais e objetos de difícil acesso
e a fatores intrínsecos decorrentes de alterações biológicas, como perda de acuidade auditiva e
visual, reações adversas ao uso de medicação, depressão, alterações hormonais e diminuição do
metabolismo (TAVARES ALVES et al, 2017).
Sabe-se que as fraturas em idosos são mais difíceis de cicatrizar, porque, há uma menor
deposição de cálcio nos ossos, sarcopenia (diminuição de massa muscular) que contribui para
menor densidade óssea, deixando-os mais frágeis e quebradiços. Qualquer queda
aparentemente simples pode causar uma fratura óssea importante e trazer consigo inúmeras
complicações.
Nesta faixa etária há uma maior dificuldade na regeneração óssea, o que significa que a
fratura demora muito mais tempo para ser curada nos idosos do que em adultos e crianças
saudáveis.
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Portanto, após fratura é necessário fazer imobilização para manter as partes quebradas no
alinhamento natural e consequentemente para a formação do calo ósseo, porém os efeitos
deletérios da imobilização desencadeiam perda mineral do osso e diminuição da função do
membro imobilizado.
A prevenção de tais complicações deve ser o principio básico de qualquer plano de
tratamento, que para bons resultados, deve ser iniciado precocemente. O tratamento
fisioterapêutico após o processo cirúrgico, tem um papel de grande importância para os
pacientes fraturados, visando a mobilização precoce e outras técnicas de tratamento para
restaurar possíveis disfunções.
O principal intuito da fisioterapia na abordagem pós-operatória em pacientes com fratura, é
controlar a inflamação, acelerar a cicatrização, diminuir edema e dor, aumentar a força
muscular e amplitude de movimento. As várias formas de tratamento com diferentes técnicas e
recursos cinesioterapêuticos têm sido utilizadas, visando restaurar a função, proporcionando o
retorno da paciente às suas AVD’s e profissionais o quanto antes.
O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos da intervenção fisioterapêutica na evolução
funcional da paciente idosa após fratura da cabeça do rádio proximal, através da utilização da
cinesioterapia, laserterapia e da eletroterapia no tratamento da disfunção.
2. Referencial
2.1 Complexo do Cotovelo e Imobilização
A articulação do cotovelo é composta por três ossos: úmero, rádio e ulna. Juntos eles
determinam os movimentos de flexão, extensão, pronação e supinação do cotovelo. As
extremidades das superfícies articulares, as cápsulas, os ligamentos e os músculos promovem a
estabilidade articular, que ajudam admitir a grande amplitude de movimento (TORTORA,
2012).
Segundo Urquiza et al, (2012), o cotovelo é uma das articulações mais importantes do corpo
humano, funcionando como dobradiça. Sua livre movimentação previne alterações na
funcionalidade do membro superior, sabendo que este é indispensável para movimento das
mãos nas AVD’s. A fratura da cabeça do rádio por traumatismo é uma das lesões que podem
ocorrer no complexo do cotovelo, prevalecente em indivíduos entre 20 e 60 anos de idade.
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O cotovelo é uma articulação estável, graças aos complexos ligamentares e uma cápsula
articular espessas que possui. A ulna e o úmero são ossos responsáveis por estabilizarem a
rotação no plano ântero-posterior e no sentido valgo e varo, resistindo em 55%. 30% da
resistência ao stress em valgo, corresponde a cabeça do rádio, além de transmitir força para o
úmero durante a pronação. Os traumas não são incomuns e em alguns casos pode ou não ser de
fácil solução. O processo coronóide opõe o desvio posterior dos ossos do antebraço e serve de
inserção para o ligamento colateral medial, um dos principais responsáveis pela estabilização
do cotovelo (ZEMIANI et al, 2015).
As fraturas de cotovelo que não promovem o deslocamento de parte óssea, são imobilizados
por aproximadamente seis semanas, na postura de 90º. Os exercícios começam em dois ou três
dias, pronação e supinação, e duas semanas após podem ser realizadas flexão e extensão em
ADM reduzidas, flexão total apenas depois de dois meses e exercícios resistidos em até três
meses após a consolidação. As fraturas que promovem rompimento ou trincamento ósseo
requerem cirurgia para recuperação, nesses casos o tratamento depende do tipo de procedimento
cirúrgico e do tempo de imobilização do membro adequado os exercícios de reabilitação de
acordo com o estado e com as condições de cada indivíduo (NASCIMENTO et al, 2010).
A imobilização é o procedimento de maior comprometimento do sitema osteomioarticular,
podendo ocorrer hipotrofia/atrofia muscular, contraturas, osteroporose/esteopenia, danificação
articular; ossificação heterotópica, osteomielite e deformidades (SILVA et al, 2008).
2.2 Envelhicimento do Tecido Ósseo
Conforme Fechine e Trompieri (2015), aproximadamente a partir dos 30 anos de idade, a
densidade dos ossos começa a diminuir em homens e mulheres. Nas mulheres a perda de
densidade óssea acelera depois da menopausa, pois caem os níveis de estrógeno, ocasionando
um déficit na absorção de cálcio no trato intestinal e aumento da perda de cálcio na urina, além
da perda da função, como resultado, os ossos tornam-se mais frágeis e propensos a fraturas
especialmente na velhice.
2.3 Laserterapia
Relatos clínicos indicam que a terapia com laser de baixa intensidade (LTBI) tem sido
utilizada como forma de tratamento alternativo e não invasivo em diversas condições
5
patológicas, obtendo êxito nos efeitos, incluindo a cicatrização de tecidos moles e duros
(NASCIMENTO et al, 2010).
Estudos comprovam que o laser não atua no organismo de forma isolada, e sim uma ação
conjunta de seus efeitos analgésico, antiedematoso, bioestimulador, anti-inflamatório,
objetivando acelerar a cicatrização, diminuir a inflamação, promover a regeneração tecidual,
aliviar a dor e otimizar o processo de reparo do tecido osséo (SILVA et al, 2013).
2.4 Eletroterapia - Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS)
Florentino et al, (2012) afirmam que o termo TENS advindo das iniciais do termo em inglês
“Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation”, que é definida como Estimulação Elétrica
Nervosa Transcutânea. Consistindo na aplicação de eletrodos sobre a pele intacta com o
objetivo de estimular as fibras nervosas grossas A-alfa mielinizadas de condução rápida. Esta
ativação desencadeia a nível central, os sistemas analgésicos descendentes de caráter inibitório
sobre a transmissão nociceptiva conduzida pelas fibras não mielinizadas de pequeno calibre,
gerando desta forma a redução da dor.
2.5 Cinesioterapia
Segundo a unidade de reabilitação/014/2016 a cinesioterapia é um protocolo de tratamento
que melhora a aptidão global geral, onde a mobilização articular é benéfica, pois resulta em
aumento da amplitude de movimento, diminuição da dor, atenuação da formação de contraturas,
favorecimento da produção do líquido sinovial, responsável por lubrificar a articulação,
facilitando a regeneração tissular (HC-UFTM, 2016).
3. Procedimentos Metodológicos
Trata-se de um estudo de caso clínico realizado no Centro de Assintência à Saúde Unec
(CASU) do Centro Universitário de Caratinga (UNEC), em Nanuque – MG, três vezes por
semana durante as aulas práticas de fisioterapia Traumato-ortopédica, realizada através da
comparação das fichas de evolução de atendimento fisioterapêutico realizado em paciente do
sexo feminino, com diagnóstico clínico de fratura da cabeça do rádio proximal.
6
Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram inseridos ordenadamente em uma
ficha avaliativa de fisioterapia ortopédica, contendo dados pessoais da paciente, anamnese,
exame físico, inspeção (paciente deve ser examinado de frente, de costas e de ambos os lados),
palpação, (localizar o sintoma doloroso, pontos de edema, temperatura da pele, flexibilidade e
densidade do tecido mole), goniometria (técnica de avaliação muito utilizada com objetivo de
mensurar as amplitudes de movimento articular), escala visual analógica de dor (EVA), que é
normalmente categorizada como “sem dor” (0) “dor leve” (1 a 3), “dor moderada” (4 a 7) e
“dor intensa” (8 a 10).
O teste de força muscular classificado de 0 a 5 graus: 0 se não houver uma contração visível
e/ ou palpável, 1 se houver um pequena contração porém não é capaz de produzir movimento,
2 se completar toda a amplitude articular, 3 contra-resistência leve, 4 contra-resistência
moderado, 5 contra-resistência máximo (VASCONCELOS e TOMÉ-PEREIRA 2005).
Teste de sensibilidades superficial ( térmica, dolorosa e tátil ) e profunda ( propriocepção
consciente e sensibilidade vibratória ou palestésica ). Os materiais utilizados durante as sessões
foram: Aparelho de Laser e TENS, theraband e halter. A intervenção fisioterapêutica foi
realizada no primeiro dia da consulta e a paciente foi reavaliada no útimo dia do tratamento.
4. Resultados e discussões
A paciente H.G.M, de 75 anos, aposentada, residente em Nanuque – MG, foi atendida na
Clínica da UNEC no dia 03/04/2018. Em seu diagnóstico clínico de fratura da cabeça do rádio
proximal.
Em sua consulta fisioterápica na anamnese a queixa principal (QP) da paciente era intensas
dores na região do cotovelo e do punho. Na história da moléstia atual (HMP), a paciente relatou
que passou por um desconforto súbito em sua própria casa ocasioando uma queda sobre o braço
direito, sendo assim encaminhada para o hospital, onde após o atendimento emergencial foi
diagnosticada com FRP.
Uma semana depois do atendimento, a paciente passou por um procedimento cirúrgico.
Após o período de imobilização a paciente relatou que estava sentindo fortes dores, mesmo
fazendo administração de anti-inflamatórios, além da disfunção articular, sendo, por este
motivo encaminhada para a fisioterapia.
No exame físico a paciente apresentou pressão arterial (PA): 120x80 mmHg, frequência
cardíaca (FC): 91 bpm (batimentos cardíacos por minuto) e frequência respiratória (FR): 17
7
ipm (incursões por minuto), considerados parâmetros normais, perdurando durante todo
tratamento.
Na inspeção observou-se edema na região póstero-lateral do cotovelo e no punho direito.
Durante a palpação, na vista lateral o cotovelo estava fletivo, sensibilidade superficial e
profunda estavam preservadas de acordo com o teste realizado.
Durante a avaliação da dor a paciente relatou quadro álgico na região lateral do cotovelo,
classificando a dor em grau 9, “dor intensa”, irradiada para o punho. Com o processar do
tratamento o quadro álgico da paciente foi estabilizando, apartir da 6ª sessão a paciente estava
com 0 dor, perdurando até o final do tratamento (Gráfico 1).
Gráfico 1: Representação da Intensidade da dor (EVA) da 1ª a 9ª sessão de Fisioterapia
Fonte: Dados da pesquisa do próprio autor (2018)
Utilizou-se ainda a goniometria para verificar a ADM, foi utilizado um goniômetro de
plástico. De acordo Marques, Amélia Pasqual (2003) a angulação normal do cotovelo em
flexão/extensão é de 145º e pronação/supinação 90º.
Na paciente foram obtidos os seguintes dados angulares nos movimentos: flexão: 100º,
extensão: 35º, pronação: 30º, supinação: 25º. Demonstrando déficit cinético-funcional, com
encurtamento dos músculos bíceps braquial, braquirradial, tríceps braquial, pronador redondo,
pronador quadrado e supinador.
A paciente foi submetida a mensuração goniométrica do membro afetado após a nove
sessões de tratamento o ganho na ADM, teve bons resultados, mesmo a paciente tendo passado
9
6
4
2
1
0 0 0 0
-4
-2
0
2
4
6
8
10
1ª sessão 2ª sessão 3ª sessão 4ª sessão 5ª sessão 6ª sessão 7ª sessão 8ª sessão 9ª sessão
Quadro Álgico da Paciente Linear (Quadro Álgico da Paciente)
8
por poucas sessões, conforme os resultados flexão: 130º, extensão: 80º, pronação: 74º,
supinação: 90º (Gráfico 2).
Gráfico 2 – Média de Amplitude articular da paciente inicial e final
Fonte: Dados da pesquisa do próprio autor (2018)
Outro item de grande importância é a força muscular. Para se realizar o teste muscular,
utiliza-se um método onde é avaliado a capacidade de ativação dos músculos e a sua força.
A paciente ao chegar na clínica relatou muita dor, em consequência disto sua musculatura
apresentou limitação para a realização dos movimentos do complexo do cotovelo, causada por
hipotrofia muscular após imobilização (Tabela1).
Tabela 1: Resultados da força Muscular – Avaliação Fisioterapêutica
Músculo Grau Indicador
Bíceps braquial 3 Contra-resistência leve
Tríceps braquial 3 Contra-resistência leve
Pronador redondo e quadrado 3 Contra-resistência leve
Supinador 3 Contra-resistência leve
Fonte: Dados da pesquisa do próprio autor, 2018.
A força muscular é de grande importância para a vida do paciente, por uma boa condição
física muscular permite maior capacidade para realizar as atividades diárias com mais eficiência
e menos fadiga. Também permite realizar atividades esportivas com melhor desempenho e
menor risco de lesões, além de ajudar a manter uma boa postura.
Flexão Extensão Pronação Supinação
Inicial 100 35 30 25
Final 130 80 74 90
100
3530
25
130
8074
90
0
20
40
60
80
100
120
140
Inicial Final
9
No entanto, no decorrer das sessões o ganho de força muscular da paciente foi bastante
significativo pelo processo de intervenção fisioterápica que devolveu trofismo muscular
(Gráfico 3).
Gráfico 3 – Teste e força muscular incial e final
Fonte: Dados da pesquisa do próprio autor (2018)
O protocolo de tratamento fisioterapêutico foi baseado em curto, médio e longo prazo. No
tratamento da paciente em curto prazo foram: Promover regeneração tecidual e remodelação
óssea, abolir ou diminuir o quadro álgico. Em médio prazo: Ganho de ADM. Longo prazo:
Consolidou-se no fortalecimento da articulação do cotovelo e retorno das AVD’s. Condutas de
tratamento realizadas:
1ª sessão 04/04/2018: TENS burst 250x50 Hz 30 minutos, Laser 5 J/cm² em varredura.
2ª sessão 09/04/2018: Mobilização passiva, TENS 175x50 Hz 30 minutos, Laser 5
J/cm² em varredura, exercícios ativos de flexão/extensão, pronação/supinação 03 séries
de 10.
3ª sessão 10/04/2018: Mobilização passiva, alongamento muscular passivo 03 séries de
20 segundos de flexores, extensores de cotovelo, exercícios ativos de flexão/extensão,
pronação/supinação 03 séries de 12, Laser 5 J/cm² em varredura.
4ª sessão 11/04/2018: Mobilização passiva, alongamento muscular passivo 03 séries de
20 segundos de flexores e extensores de cotovelo, exercícios ativos de flexão/extensão,
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
FORÇA INICIAL FORÇA FINAL
Força inicial Força final
Contra resistência leve 3
Contra resitência Máxima 5
Contra resistência leve Contra resitência Máxima
10
20 segundos de flexores e extensores de cotovelo, exercícios ativos de flexão/extensão,
pronação/supinação 03 séries de 15, Laser 5 J/cm² em varredura.
5ª sessão 16/04/2018: Mobilização passiva, alongamento muscular passivo passivo 03
séries de 20 segundos, exercícios ativos de flexão/extensão, pronação/supinação 03
séries de 20.
6ª sessão 18/04/2018: Alongamento muscular passivo 03 séries de 20 segundos,
mobilização passiva, fortalecimento muscular com halter e theraband 03 séries de 15.
7ª sessão: 23/04/2018: Alongamento muscular passivo 03 séries de 20 segundos,
mobilização passiva, fortalecimento muscular com halter e theraband 03 séries de 15.
8ª sessão 24/04/2018: Alongamento muscular passivo 03 séries de 20 segundos,
mobilização passiva, fortalecimento muscular com halter e theraband 03 séries de 15.
9ª sessão: 25/04/2018: Alongamento muscular passivo 03 séries de 20 segundos,
mobilização passiva, fortalecimento muscular com halter e theraband 03 séries de 15.
Os dados coletados durante todo o processar do tratamento demonstraram os benefícios
dos recursos fisioterapêuticos, sendo utilizada neste estudo, a laserterapia, eletroterapia e os
exercícios cinesioterapêuticos, cocomitantemente relatados pela própria paciente.
A TENS em pacientes com FRP tem como objetivo terapêutico provocar a diminuição da
dor e, assim, melhorar a atividade funcional, sendo uma coadjuvante, proporcionando redução
da ingestão de medicamentos quando for indicada e diminuição de custos com a medicação
com a devida orientação. Entre vários procedimentos não farmacológicos existentes menos
agressivos e a TENS tem se destacado como um excelente recurso terapêutico; amplamente
utilizado pelos profissionais da saúde, para o tratamento sintomático da dor (SLUKA et al,
2003).
Sabe-se que a TENS não vai curar a dor da paciente, ela auxiliará no alívio, sendo que tais
informações foram reafirmadas pela própria paciente que sentiu alívio imediato logo na
primeira sessão de atendimento. Portanto, é importante agregar um tratamento multidisciplinar
de reabilitação.
A TENS promove analgesia, porque suprime a dor enganando o sistema nervoso central e o
centro da dor no cérebro, fazendo com que ele libere substâncias responsáveis pela redução do
quadro álgico. A dor faz com que a musculatura se contraia, por isso é necessário o uso da
TENS na primeira fase de reabilitação que irá promover o relaxamento da musculatura, para
que a reabilitação progrida para fase de cinesioterapia, restaurando os movimentos e recrutando
a musculatura afetada.
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Para Morgan e Santos (2017), a dor é inibida pela via aplicação de estimulação em fibras
aferentes grossas, que inibem as respostas nociceptivas no corno posterior da medula espinhal
via inibição segmentar – Teoria das Comportas.
Quanto a aplicação em várias condições patológicas que causam dor, pesquisas têm
encontrado efeitos analgésicos da irradiação à Laser em diferentes tipos de dor crônica, como
também em síndromes de dor neuropática e neurogênica. Esse feito analgésico do Laser é
comprovado por ter característica anti-inflamatória, estimula à liberação de opióides
endógenos, por evitar que haja a redução do limiar de excitabilidade dos nociceptores;
eliminação de algumas substâncias e pela manutenção do equilíbrio energético local
(MARZULLO et al, 2006).
A consolidação do osso ocorre pela capacidade regenerativa do tecido ósseo, podendo ser
bem sucedido pela reparação ou remodelação através da atividade osteoblástica, acelerando a
síntese dos componentes orgânicos da matriz óssea (SANTOS et al, 2008).
De acordo com De Souza (s/d) a adesão do laser de baixa intensidade com ação com outros
recursos fisioterapêuticos é uma das principais vantagens, pois melhora a resistência do tecido
ósseo durante o processo de cicatrização. Tais como o alongamento, responsável por aumentar
a flexibilidade muscular, proporcionado maior mobilidade e elasticidade, recuperando e
prevenindo novas lesões.
Sabe-se que no pós-operatório, a musculatura também passa por um processo de atrofia
significativa devido à própria cirurgia. Nessas situaçãoes fisioterapia entrou com
um trabalho de fortalecimento por meio da cinesioterapia, em que há a aplicação de várias
técnicas específicas para ganhar força muscular, diminuir rigidiz, além de aumentar a ADM.
Outro recurso utilizado para o tratamento foi a junção de cinesioterapia com alongamentos
e laser, onde verificou-se grande melhora de ADM e força muscular, apartir da quinta sessão.
Ao final das nove sessões do tratamento, observou-se uma evolução na funcionalidade da
articulação do cotovelo.
5. Considerações finais
Com base nas análises realizadas antes, durante e após as nove sessões de Fisioterapia,
conclui-se que o laser, TENS, associados à cinesioterapia, propiciou resultados relevantes de
tratamento da fratura da cabeça do rádio proximal, resultando em uma melhora significativa da
paciente, que pode retornar as suas atividades laborais.
12
Apesar do relevante ganho da amplitude nos movimentos de pronação, supinação, flexão e
extensão no estudo foram obtidos resultados que mostram a eficiência do tratamento proposto,
quando comparamos os dados iniciais e finais nos ganhos das amplitudes de movimento do
cotovelo, redução total do quadro álgico e aumento da força muscular e funcionalidade do
membro.
Acredita-se que, considerando a escassez de estudos na literatura sobre o tema deste estudo
e o pequeno número de sessões torna-se necessário o desenvolvimento outras pesquisas para
validar a eficiência da fisioterapaia na reabilitação de fratura da cabeça do rádio proximal no
idoso.
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