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Uni-FACEF CENTRO UNIVERSITÁRIO COMPOSTO DE MARKETING EM REDES DE PEQUENOS SUPERMERCADOS: um estudo no interior do estado de São Paulo LUIZ ANDIA FILHO FRANCA-SP 2005

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Uni-FACEF CENTRO UNIVERSITÁRIO

COMPOSTO DE MARKETING EM REDES DE PEQUENOS SUPERMERCADOS: um estudo no interior do estado de São Paulo

LUIZ ANDIA FILHO

FRANCA-SP 2005

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Uni-FACEF CENTRO UNIVERSITÁRIO

COMPOSTO DE MARKETING EM REDES DE PEQUENOS SUPERMERCADOS: um estudo no interior do estado de São Paulo

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Administração da Uni-FACEF – Centro Universitário Orientador: Prof. Dr. Paulo de Tarso Oliveira

FRANCA-SP 2005

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LUIZ ANDIA FILHO

COMPOSTO DE MARKETING EM REDES DE PEQUENOS SUPERMERCADOS: um estudo no interior do estado de São Paulo

Franca, abril de 2005.

Orientador: Prof. Dr. Paulo de Tarso Oliveira

Uni-FACEF

Banca Examinadora:

Maria Zita Figueiredo Gera Uni-FACEF

Edgard Monforte Merlo

USP

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Dedico as minhas filhas Yasmim e Dara, a minha mãe Anedir; e a minha esposa Melissa que sempre apoiou o meu crescimento profissional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço:

• Ao meu orientador, o prof. Dr. Paulo de Tarso Oliveira;

• As minhas irmãs Marta e Silvana;

• Aos meus parentes: Marcos Aurélio, Roberto, Demian, Alina e

Maria Zélia;

• Aos meus amigos de mestrado Fábio Bonassi e Rodrigo Matos;

• Ao Departamento de Pesquisa Mercadológica do SEBRAE-SP,

em especial a Débora e a Beatriz;

• Aos tantos outros amigos do SEBRAE-SP;

• As amigas Silvia Márcia e Regina Bartolomei;

• Ao departamento de Pós-graduação da UniFACEF, em especial

a Camila e a Roberta;

• A todos os professores do mestrado da UniFACEF.

• A prof. Dra. Ana Duarte Lenotti

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Epígrafe: “Breathe, breathe in the air Don't be afraid to care Leave but don´t leave me Look around and choose your own ground For long you live and high you fly And smiles you´ll give and tears you´ll cry And all you touch and all you see Is all life will ever be.” Roger Waters, David Gilmour & Richard Wright

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar as mudanças ocorridas no composto mercadológico de varejo: produto, preço, distribuição, comunicação, apresentação de loja e recursos humanos em pequenos supermercados após afiliarem-se a uma rede, fruto de uma aliança estratégica. A metodologia utilizada consiste em um levantamento bibliográfico com autores clássicos do marketing, revistas e periódicos do setor. Para se entender os motivos que levaram estas empresas a unir-se em rede, realiza-se um breve histórico das últimas cinco décadas deste setor até o presente momento. Através de uma pesquisa de campo com uma amostra de 61 supermercados em 41 municípios pertencentes a quatro redes no interior do estado de São Paulo, obtêm-se os dados que serviram de base para formulação da conclusão, na qual se observa alterações mais significativas em partes do composto mercadológico como: produto, comunicação com o mercado e apresentação de loja e menos intensas nos itens referentes a preço, distribuição e recursos humanos. Palavras-chave: Composto mercadológico de varejo, redes de pequenos supermercados, aliança estratégica.

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ABSTRAT

The present work aims to analyses the changes occurred in the mix marketing retail: product, price, distribution, communication, presentation and people in small supermarkets after they affiliated to a net, which was a strategic alliance. The methodology used consists in an bibliographic research with classic marketing authors, periodicals and magazines of the sector. In order to understand the reasons that led these companies to join into a net it was made a brief historical of the five last decades of the sector until the present date. Through a survey which had a sample of 61 supermarkets that belong to four nets in 41 communities in the interior of São Paulo state, we obtained the data that were the basis for the conclusion, in which we could observe more significant alterations in parts of the mix marketing retail such as: product, communication with the market and presentation and less intense alterations in the items that refers to price, distribution and people. Key-words: Mix marketing retail, nets of small supermarkets, strategic alliance.

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RESUMEN El trabajo tiene por objetivo el análisis de los cambios ocurridos en el compuesto de mercado de menudeo: producto, precio, distribución, comunicación, presentación de tienda y recursos humanos en pequeños supermercados después de filiados a una red, fruto de una alianza estratégica. La metodología utilizada consiste en un examen bibliográfico con escritores clásicos del markenting, revistas y periódicos del sector. Para comprender los motivos que llevaron estas empresas a unirse en red, se realiza un breve histórico de las últimas cinco décadas de este sector hasta el momento. A través de una investigación de campo con una muestra de 61 supermercados en 41 ciudades pertenecientes a cuatro redes en el interno del Estado de São Paulo, se obtiene los datos que sirvieron de base para la formulación de la conclusión, en la cual se observa cambios más significativos en partes del compuesto de mercado como: producto, comunicación con el mercado y presentación de la tienda; y menos intensas en los puntos referentes al precio, distribución y recursos humanos. Palabras-claves: Compuesto de mercado de menudeo, redes de pequeños supermercados, alianza estratégica.

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SUMÁRIO

O COMPOSTO DE MARKETING EM REDES DE PEQUENOS SUPERMERCADOS: um estudo no interior do estado de São Paulo.................. 15INTRODUÇÃO...................................................................................................... 15Capítulo 1 SETOR DE VAREJO DE SUPERMERCADOS NO BRASIL................................ 221.1 HISTÓRICO..................................................................................................... 221.2 O SETOR DE VAREJO DE SUPERMERCADO APÓS O PLANO REAL...... 281.2.1 Automação e tecnologia no setor supermercadista..................................... 291.2.2 A concentração do setor – fusões e aquisições.......................................... 301.2.3 As redes de pequenos supermercados....................................................... 32Capítulo 2 O COMPOSTO DE MARKETING DE VAREJO E AS ALIANÇAS ESTRATÉGICAS.................................................................................................. 392.1 DEFINIÇÕES DE MARKETING...................................................................... 392.2 COMPOSTO DE MARKETING DE VAREJO................................................. 412.3 PRODUTO...................................................................................................... 422.3.1 A estratégia de mix de produtos.................................................................. 432.3.2 A marca....................................................................................................... 452.4 PREÇO........................................................................................................... 472.4.1 Definição de preço e decisões de apreçamento.......................................... 472.5 PROMOÇÃO.................................................................................................. 512.5.1 Definição e as ferramentas promocionais................................................... 512.5.2 Objetivos da promoção................................................................................ 542.5.3 Mix de promoção......................................................................................... 55 2.5.3.1 Propaganda........................................................................................... 57 2.5.3.2 Promoção de vendas............................................................................. 602.6 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO.......................................................................... 632.6.1 Os níveis dos Canais de distribuição........................................................... 632.6.2 Sistemas verticais de marketing – SVM...................................................... 652.7 APRESENTAÇÃO DE LOJA – PRESENTATION.......................................... 682.7.1 Merchandising............................................................................................. 692.7.2 Visual merchandising…………………………………………………………… 702.7.3 Layout.......................................................................................................... 71 2.7.3.1 Tipos de Layout..................................................................................... 72

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2.7.4 Iluminação................................................................................................... 732.7.5 Apresentação externa da loja – fachada..................................................... 742.8 PESSOAS – PEOPLE.................................................................................... 752.8.1 Recrutamento e seleção.............................................................................. 752.8.2 Treinamento e desenvolvimento.................................................................. 772.8.3 Avaliação de desempenho.......................................................................... 792.8.4 Remuneração e benefícios.......................................................................... 812.9 VAREJO.......................................................................................................... 822.9.1 Classificação do varejo conforme a forma de propriedade......................... 84 2.9.1.1 Redes cooperativas............................................................................... 84 2.9.1.2 Lojas independentes.............................................................................. 85 2.9.1.3 Sistema vertical de marketing (SVM) contratual.................................... 852.9.2 Classificação do varejo conforme as estratégias de marketing................... 862.9.3 Varejo de supermercados............................................................................ 882.10 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS ENTRE EMPRESAS..................................... 912.10.1 Definições.................................................................................................. 912.10.2 Causas e tipos de alianças estratégicas................................................... 942.10.3 As redes de pequenas empresas.............................................................. 97Capítulo 3 UM ESTUDO DO COMPOSTO DE MARKETING EM REDES DE PEQUENOS SUPERMERCADOS NO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO.................. 1023.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL......................................................................... 1023.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................... 1033.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS...................................................................... 1083.3.1 Dados Gerais e caracterização dos supermercados pesquisados.............. 1083.3.2 O produto..................................................................................................... 1153.3.3 O preço........................................................................................................ 1193.3.4 A promoção................................................................................................. 1253.3.5 Canais de distribuição................................................................................. 1303.3.6 Apresentação de Loja.................................................................................. 1333.3.7 Pessoas....................................................................................................... 139CONCLUSÃO....................................................................................................... 148REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.................................................................... 154QUESTIONÁRIO DE PESQUISA MERCADOLÓGICA COM REDES DE PEQUENOS SUPERMERCADOS....................................................................... 160

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LISTA DOS QUADROS

Quadro 1: Características do setor de supermercados no período de 1994 a 2003 ................................................................................................... 29Quadro 2: Origem do capital das 07 maiores empresas supermercadista em 1999 .................................................................................................... 32Quadro 3: Características, dificuldades, benefícios e ações fundamentais das centrais de compras............................................................................. 33Quadro 4: Mix Marketing do varejo ...................................................................... 42Quadro 5: Estratégias da fixação de preços de mix de produtos......................... 49Quadro 6: Uso e aplicações das várias modalidades do composto promocional. 56Quadro 7: Perfis dos principais tipos de mídias.................................................... 58Quadro 8: Definições das principais ferramentas de promoção de vendas ao consumidor final ................................................................................. 61Quadro 9: Vantagens e desvantagens dos tipos de layout.................................. 72Quadro 10: Missões do treinamento de funcionários numa empresa de varejo... 78Quadro 11: Objetivos da avaliação de desempenho............................................ 80Quadro 12: Critérios de avaliação pessoal........................................................... 80Quadro 13: Classificação do varejo segundo propriedade e estratégias de Marketing........................................................................................... 83Quadro 14: Elementos do varejo relacionados a estratégias de marketing......... 87Quadro 15: Motivações para se formar alianças estratégicas.............................. 93Quadro 16: Determinantes do poder de barganha das empresas envolvidas na alianças estratégicas......................................................................... 94Quadro 17: Classificação das redes interorganizacionais segundo Casaroto e Pires.................................................................................................. 100Quadro 18: Classificação das alianças conforme definição de diversos autores. 101Quadro 19: Classificação dos supermercados pesquisados segundo critério da ABRAS.............................................................................................. 110

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LISTA DAS TABELAS

Tabela 1: Vendas anuais do setor de supermercados no período de 1989 a 1992..................................................................................................... 28Tabela 2: Dados das cinco maiores empresas do setor de varejo de supermercados no Brasil...................................................................... 35Tabela 3: Dados das sessenta maiores centrais de compras do Brasil................ 35Tabela 4: Características das sessenta maiores centrais de compras do Brasil.. 36Tabela 5: Distribuição geográfica de municípios por rede, por entrevista e por supermercados associados................................................................. 109Tabela 6: Número de check-outs por supermercados pesquisados..................... 109Tabela 7: Departamentos e secções acrescentados nos supermercados............ 118Tabela 8: Marcas próprias nas redes pesquisadas............................................... 119Tabela 9: Quantidade de centrais de compras das Redes pesquisadas.............. 130Tabela 10:Quantidade de centrais de distribuição das Redes pesquisadas......... 131Tabela 11:Distribuição dos produtos adquiridos pelos supermercados ............. 131Tabela 12: Opinião dos proprietários quanto a padronização do layout interno dos supermercados associados.......................................................... 135Tabela 13: Disposição das gôndolas nos supermercados pesquisados .............. 138

LISTA DAS FIGURAS

Figura 1: Fatores que influem nas decisões de preços......................................... 48Figura 2: Canais de Marketing de consumo.......................................................... 64Figura 3: Canal Convencional de Marketing x Sistema Vertical de Marketing...... 66Figura 4: Principais tipos de sistema vertical de marketing.................................. 67Figura 5: Funções do varejista.............................................................................. 83Figura 6: Modelo de rede Topdown...................................................................... 98Figura 7: Modelo de rede Flexível......................................................................... 99

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LISTA DOS GRÁFICOS

Gráfico 1: Tamanho da área de vendas dos supermercados pesquisados.......... 110Gráfico 2: Número de itens oferecidos pelos supermercados pesquisados......... 111Gráfico 3: Uso da bandeira da rede ou do nome do próprio supermercado........ 114Gráfico 4: Variedade de produtos após o supermercado associar-se.................. 116Gráfico 5: Quantidade de marcas após o supermercado associar-se.................. 116Gráfico 6: Número de departamento ou secções após associar-se..................... 117Gráfico 7: Percentual de produtos negociados pela Rede.................................... 120Gráfico 8: Preços dos produtos vendidos pelos supermercados associados...... 120Gráfico 9: Produtos oferecidos pelos supermercados após associar-se em relação ao concorrente........................................................................ 122Gráfico 10: Percepções do proprietário de como os consumidores vêem os preços nos supermercados associados em relação aos concorrente........................................................................................ 122Gráfico 11 Preços dos produtos adquiridos pelos supermercados após associarem-se..................................................................................... 123Gráfico 12: Nível de interferência da rede em relação aos descontos oferecidos aos clientes........................................................................................ 124Gráfico 13: Formas de pagamentos oferecidas pelos supermercados e padronizadas pela Rede ................................................................... 124Gráfico 14: Tipos de propagandas padronizadas pela rede e utilizadas pelos supermercados para divulgar seus produtos..................................... 126Gráfico 15: Tipos de propagandas padronizadas pela rede e utilizadas dentro dos supermercados para divulgar seus produtos.............................. 127Gráfico 16: Freqüência do uso de propagandas................................................... 128Gráfico 17: Uso das promoções de vendas para atrair os clientes....................... 128Gráfico 18: Tipo de promoções de vendas utilizadas pelos supermercados........ 129Gráfico 19: Uso de frota própria para retirada das mercadorias........................... 132Gráfico 20: Quantidade de veículos utilizados para retirada das mercadorias..... 132Gráfico 21: Área de vendas dos supermercados após associarem-se................. 133Gráfico 22: Técnicas de merchandising utilizadas pelos supermercados para promover as vendas........................................................................... 134Gráfico 23: Mudanças realizadas no layout interno dos supermercados.............. 136Gráfico 24: Mudanças na fachada dos supermercados........................................ 137Gráfico 25: Itens padronizados pelos supermercados associados....................... 138

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Gráfico 26: Auxilio da rede no processo de recrutamento e seleção dos supermercados................................................................................... 140Gráfico 27: Como é realizado o processo de recrutamento dos supermercados. 140Gráfico 28: Oportunidades oferecidas para os funcionários dos supermercados antes de se recrutar no mercado....................................................... 141Gráfico 29: Como é realizado o processo de seleção dos funcionários dos Supermercados.................................................................................. 142Gráfico 30: Treinamento dos funcionários contratados nos supermercados........ 143Gráfico 31: Treinamento dos funcionários mais antigos nos supermercados...... 144Gráfico 32: Aplicação de avaliação de desempenho nos funcionários do Supermercados.................................................................................. 145Gráfico 33: Objetivo de se aplicar a avaliação de desempenho nos funcionários dos supermercados............................................................................ 146Gráfico 34: Benefícios oferecidos aos funcionários além do salário..................... 147

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O COMPOSTO DE MARKETING EM REDES DE PEQUENOS

SUPERMERCADOS: um estudo no interior do estado de São Paulo

INTRODUÇÃO

O varejo de supermercados é um setor relativamente recente e

dinâmico da economia nacional. Em pouco mais de cinqüenta anos de auto-

serviços no Brasil, segundo dados da Fundação ABRAS – Associação Brasileira de

Supermercados - do ano de 2003, este setor da economia representou cerca de

5,8% do PIB brasileiro, empregou aproximadamente 740.000 empregos diretos,

faturou cerca de 87 bilhões de reais, numa área de vendas de 18 milhões de metros

quadrados. Porém, somente as 20 maiores empresas juntas faturaram cerca de 45

bilhões de reais, o que significa que estas empresas possuem mais da metade do

faturamento do setor, que demonstra uma grande concentração desta atividade.

Somam-se a este fato os excelentes índices de produtividade obtidos pelas

tecnologias desenvolvidas para o varejo de supermercados.

Na década de noventa, o setor de varejo de supermercados

apresentou mudanças significativas e interessantes. A estabilização econômica

promoveu o acesso das empresas a novas tecnologias modernizando todo o setor.

O processo de automação dos supermercados cresceu vertiginosamente, entre

1991 e 2001, o índice de lojas automatizadas passou de 15 para mais de 3.000.

Novas ferramentas como EDI – Eletronic Data Interchange, permitiram a troca

eletrônica de informações entre os supermercados e seus fornecedores, diminuindo

custos e melhorando a gestão das empresas (ABRAS, 2002).

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Aliado a este fato, a abertura acelerada do mercado brasileiro resultou

na implantação de grandes redes supermercadistas mundiais no país. Em 1995, a

empresa norte-americana Wal-Mart, uma das maiores redes de varejo do mundo,

abre sua primeira loja no Brasil. O Sonae, de capital português, entre outras,

também se instalou no Brasil. Além disso, outras empresas, como o Carrefour, de

capital francês, e o Pão de Açúcar, de capital franco-brasileiro, ampliaram suas

participações neste mercado via fusões, aquisições e instalações de novas

unidades. Para as multinacionais houve vantagens significativas no investimento e

expansão fora de seus respectivos países devido às novas configurações do

mercado nacional, à medida em que os rigores da legislação de alguns países

europeus limitam o crescimento das grandes empresas para protegerem os

pequenos, algo inexistente nas leis brasileiras (HIROSHI, 2000).

A implantação das grandes redes teve diversas conseqüências, dentre

elas, pode-se verificar que os investimentos estrangeiros em grandes volumes no

Brasil fizeram com que o setor se tornasse cada vez mais concentrado e com maior

poder de barganha, criando dificuldades para as pequenas empresas estabelecidas,

assim como barreiras para os surgimentos de novos concorrentes (ABRAS, 2002).

Do lado da demanda, o acirramento da concorrência, o Código de

Defesa do Consumidor e preços mais estáveis tornaram os consumidores mais

exigentes, comparando preços, qualidade dos produtos e conhecedores de seus

direitos (ROSA, 2003).

A dinâmica mercadológica fez com que os pequenos comerciantes e

supermercadistas se defrontassem com uma nova situação, até então

completamente desconhecida, e buscassem estratégias e recursos para sua

sobrevivência. Uma solução adotada pelos pequenos supermercados foi associar-

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se em grupos, mantendo suas identidades societárias, ancoradas sob uma única

marca de fantasia (bandeira). As associações nasceram, inicialmente, para formar

uma central de compra, com o objetivo de reduzir custos na aquisição de

mercadorias, possibilitando o repasse da redução para os clientes finais. As

associações de pequenos supermercados, dizem os fornecedores, estão, cada vez

mais, conseguindo negociar preços competitivos com as grandes cadeias. Mas, em

geral, observam os consumidores, o que vale a pena nas grandes redes e às vezes

nos menores são as ofertas de produtos a preços baixos. As restrições ficam por

conta da menor variedade. Esta medida mostrou-se tão viável que o número de

centrais de compras cresceu rapidamente tornando uma tendência no setor. A partir

de então, cada vez mais o modelo associativista vem se expandindo. Estima-se que

existam em todo o Brasil em torno de 150 associações de pequenos

supermercados aglutinadas em centrais de compras, sendo que 70% delas

encontram-se na região sudeste e 20% na região sul (Revista Gôndola, 2003).

O crescente aumento do associativismo tem acarretado, cada vez

mais, novas exigências organizacionais, a profissionalização das centrais tem

auxiliado seus integrantes a melhorar não apenas a qualidade e o preço dos

produtos oferecidos, mas também o espaço físico das instalações, a comunicação

com os clientes e treinamento dos funcionários. Passando, então, a configurar-se

em um grupo de empresas organizadas em torno de um objetivo comum, de não

mais concorrerem entre si e, sim, passarem a vender, em muitos casos, utilizando

uma única marca.

O associativismo gerou, então, novas necessidades estratégicas que

envolvem alianças e cooperações particulares, com a finalidade de somar esforços

para atingir objetivos comuns que beneficiem a todos. A parceria com fornecedores

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é um exemplo disto, as relações alteram-se profundamente. Os desenvolvimentos

de alianças com fornecedores são, atualmente, considerados uma forte vantagem

competitiva (PARENTE, 2000).

Neste sentido, a adoção de uma estratégia mercadológica eficiente é

fundamental para o sucesso da rede. A combinação de um produto, seu preço, sua

comunicação com o público-alvo, sua distribuição, a apresentação da loja e seus

recursos humanos devem satisfazer à necessidade do seu mercado-alvo,

determinando, assim, o sucesso da organização (ETZEL, WALKER e STANTON

2001).

Buscou-se, neste trabalho de dissertação, enfocar as estratégias

empregadas por pequenos supermercados aglutinados em redes, no que se refere

ao composto mercadológico de varejo: produto, preço, comunicação com o

mercado, apresentação de loja e pessoas (recursos humanos) no momento

econômico e social pelo qual passa o país atualmente.

A questão de pesquisa que deu origem à estruturação desta

dissertação foi assim formulada: Como é estruturado o composto de marketing

de varejo das empresas que participam das redes de pequenos

supermercados localizadas no interior do estado de São Paulo?

Para se entender melhor onde se pretende chegar é importante frisar

que considerando-se a amplitude de temas relacionados ao composto

mercadológico, pode-se desdobrar a questão de pesquisa em várias partes para

melhor entendê-la.

No que se refere aos produtos os questionamentos foram os

seguintes: ao participar de uma rede, o que aconteceu com os produtos oferecidos

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pelos supermercados? Houve um aumento ou uma redução na quantidade, na

variedade, no número de seções? A rede desenvolveu marcas próprias?

No que se refere aos preços os questionamentos foram os seguintes:

ao participar de uma rede, o que aconteceu com os preços dos produtos oferecidos

pelos supermercados? Houve um aumento ou uma redução no preço? Mudaram-se

as opções de pagamentos oferecidas aos clientes? E os fornecedores, a compra

em conjunta permitiu a redução no custo de aquisição de produtos?

No que se refere às comunicações com os clientes os

questionamentos foram os seguintes: ao participar de uma rede houve alguma

mudança na maneira de se comunicar com os clientes? Que tipos de ferramentas

de marketing foram utilizadas? Com que freqüência?

No que se refere à distribuição os questionamentos foram os

seguintes: ao participar de uma rede os supermercados optaram por ter uma única

central de compras? E uma única central de distribuição? Ou cada empresa se

responsabiliza por retirar a mercadoria comprada em conjunto?

No que se refere à apresentação de loja os questionamentos foram

os seguintes: que mudanças ocorreram quanto ao layout interno e externo da loja?

E as técnicas de merchandising para promover as vendas?

E por último, no que refere à política de recursos humanos os

questionamentos foram os seguintes: a rede auxilia os supermercados associados

nas práticas de recrutamento e seleção? Auxilia nos treinamentos de novos e

antigos funcionários? Há padronização nos benefícios oferecidos aos funcionários

de todos os supermercados?

Portanto, através desta questão de pesquisa, entende-se que o

objetivo geral desta dissertação é esclarecer como os pequenos supermercados,

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após um período de tempo participando de uma associação, reestruturaram o seu

composto de marketing de varejo.

Da mesma forma como foi desdobrada a questão de pesquisa em

várias partes, o objetivo geral deste trabalho pode ser desdobrado em vários

objetivos específicos, os quais são:

- Apresentar um breve histórico do setor, para se compreender o

ambiente em que estão inseridas, e por que foram levadas a adotar estas

estratégias para sobreviverem.

- Caracterizar o que se entende por pequenos supermercados e como

uma organização cooperativa é estruturada no formato de redes.

- Caracterizar os pequenos supermercados das redes pesquisadas

quanto a quantidade de itens, números de check-outs (caixas), áreas de vendas,

para saber se estes se enquadram nas definições de varejos apresentadas pela

ABRAS e nas teorias de marketing;

- Compreender as mudanças ocorridas em cada item do composto

mercadológico para responder às questões de pesquisa.

O trabalho justifica-se uma vez que os resultados obtidos contribuirão

para o entendimento de como as pequenas empresas do setor de supermercados

estão se comportando para conseguir concorrer num setor que teve forte

acirramento da concorrência e elevação do índice de concentração, além dos altos

índices de produtividade das grandes empresas. E, ainda, poderá se entender quais

são as principais mudanças realizadas individualmente pelos integrantes das redes

estudas.

Além destes, por se tratar de um tema recente no cenário nacional,

proporciona aos pesquisadores inúmeras possibilidades de exploração acadêmica.

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21

Para se alcançar os objetivos e para se responder às questões de

pesquisa a metodologia utilizada foi: pesquisas bibliográficas com livros, revistas e

periódicos, artigos científicos, consulta à internet sobre assuntos relacionados a

redes de pequenos supermercados, composto mercadológico de varejo e alianças

estratégicas entre empresas. Além disso, uma pesquisa de campo com 61

supermercados de uma amostra de 04 redes localizadas em 41 municípios do

interior do estado de São Paulo, realizada através de um questionário de 42

questões sobre os diversos itens que compõem o composto de marketing.

Enfim, segundo SAAB (2000b), esta prática associativista adotada

pelos pequenos supermercados proporcionou aos participantes economias de

escala, redução de custos, padronização das operações, expansão do foco da

atuação e mudanças mercadológicas. Porém, o grande problema destas

associações é a integração de diferentes culturas organizacionais e preservação

dos interesses comuns em detrimento dos interesses próprios.

Portanto, as dificuldades e soluções encontradas pelas pequenas e

médias empresas do setor de varejo de supermercados e as constantes mudanças

com que se deparam despertaram o interesse neste estudo.

Quanto à estruturação do trabalho, foi realizado um breve histórico do

setor de supermercado no Brasil, detalhando-o com mais profundidade após o

plano real; uma revisão bibliográfica dos assuntos: Composto de marketing de

varejo (principais itens), o varejo e sua classificação e alianças estratégicas; O

trabalho termina com uma análise dos dados resultante da pesquisa de campo.

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Capítulo 1

SETOR DE VAREJO DE SUPERMERCADOS NO BRASIL

O varejo de supermercados de auto-serviços é uma das atividades

mais recentes e dinâmicas na história brasileira. Os motivos que explicam este

dinamismo devem-se ao fato deste setor ser extremamente sensível às mudanças

econômicas e sociais do nosso país. As vendas refletem as alterações na renda dos

consumidores e as políticas macroeconômicas. Inúmeras estratégias são

deliberadamente utilizadas pelos empresários na tentativa de perpetuar sua

existência. Tais fatos caracterizam uma atividade que está em constante mutação.

Para entender melhor a sua situação atual é imprescindível conhecer a história de

um pouco mais de cinco décadas que marcam a existência deste dinâmico setor da

economia brasileira.

1.1 HISTÓRICO

Os anos cinqüenta do século XX foram marcados pelo fim da era

Vargas e pela introdução de uma política desenvolvimentista do governo Juscelino

Kubitschek, que prometia introduzir o país num ciclo contínuo de desenvolvimento.

Neste período a televisão é introduzida no país com a inauguração, em São Paulo,

da TV Tupi. As centrais elétricas como a Companhia Hidrelétrica do São Francisco

e a Eletrobrás foram fundadas, criou-se a Petrobrás, novas técnicas agrícolas e

industriais também são introduzidas no Brasil. Nesta áurea década, as

características sociais, econômicas e culturais brasileiras começam a se modificar.

Neste período é que os supermercados começam a surgir (ABRAS, 2002).

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Em agosto de 1953 é inaugurado em São Paulo, na rua da

Consolação, um local baseado no conceito americano com balcões frigoríficos

abertos, denominado de Sirva-se. Suas instalações, equipamentos e layout,

assemelham-se a uma loja de auto-serviço norte-americana. Começa, assim, as

atividades do primeiro supermercado do país. No ano seguinte, em 1954, a Miss

Brasil, Marta Rocha, inaugura a loja do Peg-Pag. Do ponto de vista empresarial,

pode-se dizer que os supermercados simbolizaram as mudanças econômicas e

sociais, pelas quais passou o Brasil neste período. Segundo Nelson Viega, a

chegada dos supermercados influenciou imediatamente o comportamento das

indústrias, atacadistas e fornecedores que passaram a se adaptar à nova realidade

mudando a rotina do relacionamento tradicional entre os vendedores e

compradores, pois com o surgimento do supermercado foi necessário adaptar as

embalagens e atendimentos, entre outros itens (ABRAS, 2002).

Os anos sessenta foram caracterizados pelo conturbado cenário

político no Brasil, pelo golpe militar e pela implantação da ditadura. Apesar dessa

instabilidade, esta década foi marcada pela expansão dos supermercados, o auto-

serviço alcançou as cidades menores e mais distantes do país, estas lojas dariam

início às grandes redes de supermercados nas décadas seguintes. “Os dados

comprovam: em 1966 existiam 997 supermercados no país. Quatro anos depois,

em 1970, esse número chegava a 2.527, um extraordinário aumento de 153%”

(ABRAS, 2002, p. 63).

O início dos anos setenta foi marcado por investimentos e

crescimentos jamais vistos no país. Neste período de prosperidade econômica,

apesar do regime militar e seus atos institucionais, o Brasil chegou a crescer 11,6%

e o Produto Interno Bruto per capita aumentou 6,6%. Neste contexto, as vendas

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aumentaram consideravelmente, o setor supermercadista continuou a crescer e

surgiram os primeiros hipermercados no país (ABRAS, 2002).

O hipermercado pioneiro foi o Peg-Pag, localizado em São José dos

Campos no estado de São Paulo, cujo prédio possuía três mil metros quadrados de

área de vendas. Além das seções tradicionais de um supermercado, o Peg-Pag

também oferecia aos seus clientes um grande restaurante self-service. Logo após o

surgimento do Peg-Pag, foi inaugurado em Santo André, também em São Paulo, o

Jumbo, de propriedade do grupo Pão de Açúcar. Este novo hipermercado era maior

que o Peg-Pag, com uma área de venda de três mil e quinhentos metros quadrados

e um estacionamento que abrigava até 600 automóveis simultaneamente (ABRAS,

2002).

Estes modelos de loja foram reproduzidos em Brasília, Rio de Janeiro

e, aos poucos, nas diversas capitais dos estados brasileiros. Porém, a crise do

Petróleo de 1973, entre outros fatores, acarretou um crescimento da dívida externa

brasileira, redução no crescimento e aceleração na inflação. A conseqüência destes

fatos foi uma perda de 30% do poder de compra, acarretando uma enorme queda

no consumo.

As conseqüências foram imediatas para o setor. A fim de minimizar

prejuízos, os supermercados decidiram fechar aos domingos e “[...] a rede

Eldorado, em 1974, os Supermercados Disco, em 1977, e as redes Bompreço e

Paes Mendonça, em 1978, lançaram marcas próprias, assumida tentativa de

oferecer produtos mais baratos aos consumidores” (ABRAS, 2002, p. 72).

Outro fato marcante neste período foi a entrada de grupos

estrangeiros no país. Em 1975, o Carrefour, de origem francesa, inicia suas

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atividades em São Paulo. No final dos anos setenta, com um terço da população

vivendo abaixo da linha da pobreza e gerando graves problemas sociais,

(...) surge no Brasil a loja de sortimento limitado. Localizada nas periferias

das cidades, vendia a preços muito baixos, pois o investimento era

pequeno, o custo operacional reduzido e a área de vendas mínima. Sua

característica principal era ter a mesma variedade de produtos dos

supermercados, porém com um limitado sortimento (ABRAS, p. 74).

A primeira rede com este formato surgiu em Joinville, Santa Catarina,

em 1979, que se chamava rede Aldi. Rapidamente surgiram novas redes pelo

Brasil, como: Balaio, Mini-Box, Mini-preço, Brastel, Pag-Pouco, Poupe, Aldo-box, Q-

preço, Mikro Preço, Pague Menos entre outras (ABRAS, 2002, p. 72).

No início dos anos oitenta, o Brasil encontrava-se numa situação

econômica delicada: os índices de inflação e o desemprego subiam rapidamente,

em 1982 tínhamos 6 milhões de desempregados e em 1983 a inflação chegou

aproximadamente a 200% ao ano. Para as grandes redes de supermercados

restava apenas desenvolver estratégias deliberadas para fidelizar seus clientes e

numa tentativa de manter as vendas.

Alguns exemplos de ações adotadas por algumas redes exemplificam

as estratégias adotas neste período: A Rede Zona Sul, do Rio de Janeiro, por

exemplo, um sistema de fidelização de clientes, denominado de sistema de cliente

preferencial, com o objetivo de tornar seus clientes cativos através da adoção de

políticas de preços baixos com anúncios enormes nos jornais e serviços

diferenciados. O Carrefour adotou uma estratégia que perdura até hoje: através de

anúncios em jornais e televisão, assumiu o compromisso de oferecer um preço mais

baixo que de seus concorrentes ou, caso o cliente encontrasse um produto com

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preço menor em outro estabelecimento, a empresa se comprometia a devolver o

dinheiro aos seus clientes. (ABRAS, 2002).

Neste período, uma outra estratégia utilizada pelas empresas para

diminuição de custos de intermediários foi diversificar a produção. Ou seja, elas

passaram a investir na produção, industrialização e na comercialização de alguns

produtos.

A situação do setor piorou ainda mais quando o governo, na tentativa

de barrar a inflação, iniciou uma briga com o setor para evitar a remarcação e

preços. E ainda, os saques e depredações começaram a ser constantes e

inevitáveis (ABRAS, 2002).

A segunda metade dos anos oitenta foi caracterizada pela volta da

democracia no país, porém, também é conhecida pelos inúmeros planos

econômicos que fracassaram. Em 1986 o setor foi fortemente abalado pelo

congelamento de preços imposto pelo governo Sarney no plano Cruzado. E ainda

foi respaldada pela população intitulada “fiscais do Sarney”, que impunha à força ao

setor a tabela de preços divulgada pela Sunab (Superintendência Nacional de

Abastecimento). Supermercados foram fechados e gerentes presos por não

cumprirem a tabela de preços. A conseqüência desastrosa desse plano foi uma

crise de desabastecimento que obrigou as empresas a limitarem a quantidade

vendida de determinados produtos. (ABRAS, 2002).

Após o plano Cruzado, foi lançado o plano Cruzado II em novembro

de 1986, o plano Bresser em junho de 1987 e o plano Verão em janeiro de 1989.

A década de oitenta provocou inúmeras transformações no setor,

empresas tradicionais simplesmente desapareceram, como a Casa da Banha,

outras foram incorporadas como, por exemplo, a rede Disco que foi adquirida pelo

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Grupo Mamede Paes Mendonça, algo que futuramente mostrou-se prejudicial ao

Grupo. No final dos anos oitenta, a maior empresa do setor mostrou sinal de

também ser atingida. “O grupo Pão de Açúcar foi obrigado a se redimensionar. De

548 lojas em 1989 passaria para 215 em 1995, voltando a crescer depois”

(REVISTA SUPERHIPER, 1998 apud ABRAS, 2002, p. 83).

Porém, duas heranças foram extremamente positivas deste período: a

primeira foi a mudança de comportamento do consumidor brasileiro, tornando-se

exigente quanto à qualidade dos produtos comercializados, e a segunda foi a

adoção do sistema informatizado no setor, fato que só foi possível com a

implantação e a padronização do código de barras, implementada a partir de 1987

pela ABAC – Associação Brasileira de Automação comercial (ABRAS, 2002).

O início dos anos noventa começou não muito bem, o primeiro

presidente eleito pelo voto direto Fernando Collor de Melo, depois de vários anos de

ditadura militar, decreta um plano econômico que, além de congelar os preços,

retira dois terços do dinheiro que circulava na economia através do confisco da

principal e mais popular aplicação financeira do país: a caderneta de poupança. Os

resultados econômicos foram desastrosos, o país mergulha numa das maiores

recessões da sua história. Com várias denúncias de corrupção, e após a aprovação

do processo de impeachment, o então presidente renuncia em dezembro de 1992

(ABRAS, 2002).

Neste curto período, o setor viu suas vendas despencarem

aproximadamente 30% de 1989 para 1992 (SANTOS, GIMENEZ e MATTOS, 1998)

(Tabela 1).

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Tabela 1. Vendas anuais do setor de supermercados no período de 1989 a 1992.

Ano Vendas (US$ bilhões)

1989 35,1

1990 28,7

1991 25,7

1992 26,9

Fonte: ABRAS, 2002.

O então vice-presidente, Itamar Franco, assume a presidência por um

pouco mais de dois anos conduzindo com mais tranqüilidade o país a um novo

plano econômico, o plano real. Porém, desta vez, sem congelamento de preços e

mudanças abruptas. A inflação foi contida e o Brasil se inseriu no contexto mundial.

As empresas de todos os setores puderam desenvolver estratégias de

médio e longo prazo. Em 1994, o senador e ex-ministro Fernando Henrique

Cardoso assume a Presidência da República e, através de mudanças na

constituição que passa a admitir a reeleição, governou o país por oito anos, até

2002 (ABRAS, 2002).

1.2 O SETOR DE VAREJO DE SUPERMERCADO APÓS O PLANO REAL

Em 1994, a estabilização e abertura econômica fizeram com que o

setor se tornasse extremamente competitivo. As empresas líderes optaram por

estratégias agressivas com grandes investimentos em expansão e

internacionalização do capital buscando aumentar sua participação no mercado.

Além disso, as empresas buscam maximizar sua eficiência operacional e fidelização

de clientes através da oferta de atendimento e formato de loja adequado ao público-

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alvo, além de agregar serviços com entregas em domicílio e cartões personalizados

(SAAB, 2000a).

O Quadro 1 evidencia as principais mudanças ocorridas no período de

1994 a 2003.

Quadro 1: Características do setor de supermercados no período de 1994 a 2003:

Aumento da oferta de produtos importados (1994/98)

Aceleração do processo de automação e tecnologia

Implantação de grandes redes mundiais no país

Aumento da concentração de empresas do setor (fusões e incorporações)

Desenvolvimento de estratégias de fidelização de clientes

Surgimento das redes de pequenos supermercados

Surgimento das lojas virtuais

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de ANDIA FILHO, LEPSCH e LISBOA, 2004. (2004); ABRAS (2002) e GHISI, CAMARGO e MARTINELLI (2003)

Das características acima mencionadas, a automação e tecnologia,

concentração de empresa do setor e o surgimento de redes de pequenos

supermercados constituem importantes mudanças no setor na década de noventa.

1.2.1 Automação e tecnologia no setor supermercadista

A partir do plano real, a concorrência tornou-se muito mais acirrada,

pois a abertura econômica possibilitou a entrada de várias empresas multinacionais

no país. Uma das estratégias das empresas deste setor para se profissionalizarem

foi a automação (ABRAS, 2002).

Esta profissionalização do setor via automação foi necessária uma vez

que, além da concorrência acirrada, os ganhos proporcionados com a inflação no

período pré-plano real desapareceram, pois os consumidores se tornaram muito

mais sensíveis e perceptíveis à mudanças de preço. No período de 1991 a 1998, o

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número de lojas informatizadas no Brasil, segundo dados da ABRAS, passou de 41

para 2.724 estabelecimentos, ou seja, um aumento percentual de 6.000% (SILVA e

FAMA, 1999).

Para o varejo de supermercado, considera-se que uma loja é

automatizada quando possui check-out informatizado. Segundo dados da ABRAS,

em 1998 a informatização chegou a 60% das vendas realizadas através de check-

outs. Porém, a informatização deve envolver vários setores da empresa como:

departamento financeiro, estoques, recebimento de mercadorias, relacionamento

com clientes (SANTOS, 1998).

Além da automação, outra ferramenta importante foi implantada no

setor neste período: O ERC (Efficient Consumer Response). O ERC busca

maximizar a eficiência de transações em todas as etapas da cadeia produtiva: da

produção e distribuição ao consumidor final. O ERC envolve transferência eletrônica

de fundos, gerenciamento por categoria e logística. O ERC permite ao lojista o

aumento da lucratividade, melhoria de relacionamento com os elos da cadeia

produtiva, diminuição de estoque e diminuição de custos de logísticas.

1.2.2 A concentração do setor – fusões e aquisições

A estabilização e abertura econômica criaram várias alterações no

varejo de supermercados do Brasil. O fim da inflação ocasionou o fim dos ganhos

financeiros obtidos com prazos dados pelos fornecedores aos supermercadistas.

Estes, para compensarem as perdas, aumentaram as margens dos produtos.

Porém, num ambiente de grande competição e com inflação reduzida, os

consumidores tornam-se sensíveis quanto a remarcações de preços. A fim de

compensar as perdas, o setor investiu em automação, melhorando sua capacidade

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gerencial e operacional e, conseqüentemente, houve um aumento da produtividade

do setor. Outro fato que explica a melhora na produtividade no período de 1994 a

1996 refere-se ao aumento da renda da população com a estabilidade econômica.

Entretanto, a partir de 1996 não houve grandes melhoras na

produtividade, e a alternativa encontrada pelos supermercados para manter os

ganhos operacionais foi via aquisições e fusões. “As redes mais eficientes, que

conseguiram se adaptar mais rapidamente à nova realidade do mercado tendem a

adquirir as menos eficientes a fim de transferir suas melhores práticas e obter

ganhos operacionais” (SILVA e FAMA, 1999).

Apesar do grau de concentração do mercado brasileiro, o Brasil ainda

apresenta baixa concentração do setor em relação a outros países. Estima-se que,

em países como a França, as cinco maiores empresas detenham 70% do mercado,

enquanto que na Inglaterra este índice é de 60% (SAAB, 2000a).

No Brasil, todas as aquisições são analisadas pelo CADE – Conselho

Administrativo de Defesa Econômica, o qual analisa os pedidos e aprova ou não as

fusões e aquisições. Este conselho tem como objetivo a manutenção da

competitividade nos diversos setores da economia (SAAB, 2000b).

O processo de internacionalização também proporcionou uma maior

concentração do setor, uma vez que as empresas que se instalam no Brasil o fazem

adquirindo empreendimentos nacionais. Em 1999, das sete principais empresas do

setor, segundo critérios de faturamento, seis possuíam expressiva participação de

capital internacional (SAAB, 2000c) (Quadro 2).

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Quadro 2: Origem do capital das 07 maiores empresas supermercadista em 1999

Empresa Origem do Capital

Carrefour Francês

Cia. Brasileira de Distribuição Brasileiro / Francês

Sonae Distrib. do Brasil Português

Bom Preço S/A Holandês

Casas Sendas Brasileiro

Wal-Mart Brasil Americano

Jerônimo Martins / Sé Supermercados Português

Fonte: Saab, 2000c, p. 3.

Este movimento foi muito intenso no período de 1996 a 2001. No ano

de 2002, houve uma significativa redução das aquisições realizadas pelas grandes

empresas. As mais significativas são: aquisição feita pela Companhia Brasileira de

Distribuição (Grupo Pão de Açúcar) de 60 lojas da Jerônimo Martins, proprietária da

bandeira Sé Supermercados do Brasil; aquisição realizada pelas Sendas S/A das

três lojas da rede Roncetti –ES e a rede Bompreço, que adquiriu nove lojas da rede

Lusitana – MA (ABRAS, 2004).

1.2.3 As redes de pequenos supermercados

Como foi mencionado anteriormente, a estabilização econômica, a

partir do plano real, criou condições para que as empresas desenvolvessem

estratégias para manter e ampliar suas parcelas de mercado.

Diante de inúmeras fusões e aquisições ocorridas ao longo da década

de noventa, e também pela própria profissionalização do setor, via aumento da

tecnologia e automação, bem como a implantação de lojas com os outros formatos,

os pequenos supermercados ficaram numa situação de ameaça, em que qualquer

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estratégia mal formulada poderia acarretar conseqüências irreversíveis. Neste

sentido, a formação de uma central de compras foi uma alternativa interessante

para esses pequenos varejistas (ANDIA FILHO, LEPSCH e LISBOA, 2004).

Segundo Ghisi, Camargo e Martinelli (2003, p. 227 apud HIROSHI,

2000), as redes são um modelo interessante de negócios, pois fortalecem as

parcerias com os fornecedores na busca de melhores resultados de vendas, criam

sinergia de trabalho pela união entre empresários com culturas diferentes, e as

empresas participantes passam através da rede, a “buscar a profissionalização das

operações que ocorre por meio de informatização, diversificação do mix de produtos

e alianças estratégicas com fornecedores” (GHISI, CAMARGO e MARTINELLI,

2003, p. 227).

O Quadro 3 mostra algumas características, dificuldades, benefícios e

ações adotadas pelas redes de pequenos supermercados (ou centrais de compras),

segundo Ghisi, Camargo e Martinelli (2003).

Quadro 3: Características, dificuldades, benefícios e ações fundamentais das

centrais de compras.

Características Gerais

Dificuldades Benefícios Ações Fundamentais

Formada por

pequenos

supermercados

independentes

Ampliar o foco: não

apenas “compras”

Compartilhamento

de custos, troca de

experiências.

Defender

(presidente da

central) ao

interesses dos

associados

Idade: média de 03

anos

Adaptar o mix de

produtos às

necessidades de cada

associado

Redução no custo

do frete e nos

preços dos

produtos

Contratar

profissionais

exclusivos para

gerenciar as

centrais

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Empresas que se

uniram para comprar

essencialmente

produtos básicos,

mas ampliaram as

atividades

Bitributação e taxa

elevada de

contribuição para

empresas menores

Preço mais

competitivo,

ampliação do mix e

aumento das

vendas.

Adotar ferramentas

tecnológicas para

agilizar processos

pedidos

Crescimento lento Padronizar as lojas Aumento de linha

de crédito

Ampliar a

comunicação entre

associados

Amadurecimento

contínuo

Interesses conflitantes

dos associados,

legislação do

presidente em causa

própria e falta de

confiança.

Possibilidade de

melhorar o

treinamento e

crescimento dos

profissionais da

empresa.

Estimular que os

associados tenham

cultura empresarial

semelhante e

objetivos bem

definidos.

Objetivo central de

sobreviver em um

setor competitivo

Dificuldade de acesso

direto às grandes

indústrias.

Vantagens na

negociação.

Ampliar o conceito

de central de

compras para

central de

marketing.

Fonte: Ghisi, Camargo e Martinelli, 2003, p. 226.

Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de

Supermercados - ABRAS, as cinco maiores redes de supermercados faturam juntas

R$ 30,87 bilhões e possuem uma fatia de 38,80% do varejo de supermercado. Por

outro lado, as sessenta maiores associações de pequenos supermercados

agrupadas representaram um faturamento R$ 3,0 bilhões em 2001, segundo a

mesma fonte (ANDIA FILHO, LEPSCH e LISBOA, 2004). (Tabelas 2 e 3).

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Tabela 2: Dados das cinco maiores empresas do setor de varejo de supermercados

no Brasil.

Empresa Faturamento Bruto em 2002

(R$)

Número de Check-outs

Número de Lojas

Área de Vendas

Companhia Brasileira

de distrib. (Pão de

açúcar)

11.668.664.073 7.901 500 979.723

Carrefour Com. Ind.

Ltda

10.070.763.269 6.907 270 942.694

Bompreço S/A

Supermer. do Nordeste

3.342.522.574 2.543 119 323.535

Sonae distribuição do

Brasil

3.341.908.090 3.513 160 446.410

Sendas S/A 2.526.807.000 2.022 84 229.155

Fonte: Andia Filho, Lepsch e Lisboal, 2004, p. 05.

Tabela 3: Dados das sessenta maiores centrais de compras do Brasil.

Empresa Faturamento Bruto Estimado em 2001

(R$)

Número de Check-outs

Número de Lojas

Área de Vendas

60 Centrais de

compras (Associação de

pequenos

supermercados)

3.000.000.000

5.500

1.800

830.000

Fonte: Andia Filho, Lepsch e Lisboal, 2004, p. 05.

Com a profissionalização das associações, o número de itens

adquiridos pela central de compras aumentou substancialmente. Além dos produtos

da cesta-básica, 50% das sessenta centrais entrevistadas passaram a negociar

para seus membros produtos de higiene e perfumaria, 53% compram frios,

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embutidos, hortifrutigranjeiros e perecíveis em geral e 30% adquirem cervejas e

refrigerantes para seus associados (SuperHiper, 2002).

Segundo Sussumu Honda, presidente da APAS - Associação dos

Supermercados de São Paulo - as centrais de compras, na sua maioria, ao longo

dos anos evoluíram e profissionalizaram-se e hoje podem ser denominadas de

centrais de negócios. Além das negociações com fornecedores, as centrais estão,

também, se dedicando a treinar seus funcionários, trocar experiências entre os

associados e criar estratégias mercadológicas conjuntas (SuperVarejo, 2003).

Neste sentido, muitas centrais passaram a adotar uma única bandeira

com o objetivo de fortalecer o grupo dos associados que concorrem com maiores

condições com os supermercados de grande porte. E, também, utilizam-se de

estratégias de comunicação com o mercado com o objetivo de consolidação,

fortalecimento e fixação da marca (SuperHiper, 2001).

Pesquisa realizada pela ABRAS em setembro de 2002 com as

sessenta maiores centrais de compras do Brasil revela que 70% operam sob uma

mesma bandeira, 50% padronizam total ou parcialmente as fachadas, 65%

padronizam a comunicação visual das lojas, 86% desenvolveram um mesmo

formato de layout, 93% trabalham com o mesmo material promocional e o mesmo

modelo de sacolas de compras (ANDIA Filho, Lepsch, e Lisboa, 2004, p. 6)

Tabela 4: Características das sessenta maiores centrais de compras do Brasil

70% Operam com a mesma bandeira

27% não operam com a mesma bandeira

Operação com a Mesma

Bandeira

3% não responderam

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33% padronizaram totalmente a fachada

47% padronizaram parcialmente a fachada

13% não possuem fachadas padronizadas

Padronização de Fachadas

7% não responderam

12% padronizaram totalmente a comunicação

interna

53% padronizaram parcialmente a comunicação

interna

18% não possuem a comunicação interna

padronizada

Comunicação Visual Interna

18% não responderam

33% padronizaram parcialmente o layout

53% não padronizaram o layout

Layout

18% não responderam

80% padronizaram o material promocional

13% padronizaram parcialmente o material

promocional

Material Promocional

(tablóides, panfletos , mala

direta...)

3% não padronizaram o material promocional.

73% padronizaram as sacolas de compras

20% padronizaram parcialmente as sacolas de

compras

Sacolas de Compra

1% não padronizaram o material promocional.

Fonte: Elaborado por Andia Filho, Lepsch e Lisboa, 2004, a partir de dados da Revista

SuperHiper – Setembro – 2002 – ano 28 – número 324

Segundo Dalari (2003), as centrais de negócios são uma alternativa

viável para os pequenos varejistas do setor de supermercados, pois além de

proporcionar aos participantes poder de barganha com seus fornecedores, fazem

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com que estes, através da profissionalização de suas empresas, passem a dedicar

seu tempo mais às atividades estratégicas que operacionais. Para Dalari, este

modelo é uma forma viável do pequeno varejo sobreviver no mercado.

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39

Capítulo 2

O COMPOSTO DE MARKETING DE VAREJO E

AS ALIANÇAS ESTRATÉGICAS

Para se entender as mudanças ocorridas nos supermercados ao

participarem de uma rede fazem-se necessários explicar alguns conceitos de

marketing que fundamentam a pesquisa de campo. Além destes são apresentados

vários conceitos de alianças estratégicas com os objetivos de se caracterizar as

quatro redes pesquisadas.

2.1 DEFINIÇÕES DE MARKETING

Num contexto gerencial, o marketing pode ser definido como “a arte

de vender produtos”. Porém, para os profissionais de marketing o mais importante é

conhecer profundamente os clientes, que produtos e serviços se adaptam a eles, e

se vendem por si só (KOTLER, 2000).

Numa definição mais social, Kotler (2000) argumenta que o marketing

é um processo no qual as pessoas obtêm bens e serviços que desejam e de que

necessitam através de uma livre negociação de valor com os outros.

A American Marketing Association oferece a seguinte definição:

Marketing (administração de) é o processo de planejar e executar a

concepção, a determinação do preço (pricing), a promoção e a distribuição

de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas

individuais e organizacionais (apud KOTLER, 2000, p.30).

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Para Etzel, Walker e Stanton (2001), o objetivo do marketing é gerar

uma troca que facilite as necessidades humanas. Num contexto de negócios, o

marketing tem como objetivo planejar, dar preço, promover e distribuir produtos que

satisfaçam os mercados-alvo e gere lucro à empresa atingindo, assim, os objetivos

da organização. “A principal diferença entre o marketing e vendas é que em vendas

a ênfase está nas necessidades do vendedor; enquanto que no marketing a ênfase

está nos desejos do consumidor” (ETZEL, WALKER e STANTON, 2001, p. 23).

Lambin (2000) argumenta que as necessidades e desejos dos

consumidores são a base de sustentação do marketing e a ação ocorre pela troca

voluntária e concorrencial de produtos de serviços das empresas

Porém, Cobra (1997) ressalta que, entre a satisfação das

necessidades do cliente e os objetivos da empresa, existe algo que altera todo o

ritmo desta dinâmica chamado ambiente empresarial.

Para Bowersox e Closs (1996), o conceito de marketing é construído

sobre três fundamentos básicos: as necessidades dos consumidores precedem os

produtos e serviços oferecidos pelas empresas, os produtos e serviços oferecidos

devem ser construídos a partir da perspectivas dos clientes, e a satisfação das

necessidades dos clientes precede ao lucro.

Portanto, o sucesso do marketing depende da capacidade da empresa

em administrar sistematicamente seus programas de marketing no ambiente em

que ela se encontra. Para tanto, seus profissionais devem ficar atentos às

tendências ambientais, informando-se das oportunidades ou ameaças para suas

empresas, respondendo a estas variáveis com recursos de que dispõem (ETZEL,

WALKER e STANTON , 2001).

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Além de se manter informado sobre o ambiente, o empresário deve

sempre colher informações que possam refletir na empresa, nos seus produtos e

mercados. As informações colhidas no mercado são a base para a formulação das

estratégias da empresa (BETHLEM, 1998).

McKenna (1999) salienta que as crescentes e rápidas mudanças no

mercado têm se constituído um grande desafio para as empresas, tornando árdua a

tarefa de formulação de estratégias, envolvendo riscos e incertezas.

Para Schendel (1985), o marketing dentro das corporações dividiu-se

em duas partes: a primeira dedica-se às formulações estratégicas e a segunda, às

questões operacionais que é a materializada pelo composto de marketing.

2.2 COMPOSTO DE MARKETING DE VAREJO

“O mix marketing ou composto de marketing é o conjunto de

ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de

marketing no mercado-alvo” (KOTLER, 2000, p.37).

Para Cravens (1994), o posicionamento estratégico da empresa está

diretamente ligado ao gerenciamento das ações de marketing no que se refere à

composição do seu composto mercadológico em direção ao mercado-alvo que se

pretende atingir.

Para Etzel, Walker e Stanton (2001), a combinação de um produto, de

como ele é distribuído e apresentado e seu preço é denominado mix de marketing

ou composto de marketing. Esta combinação deve conciliar a satisfação das

necessidades de mercados-alvo da empresa com os objetivos da organização.

Morgado (1999) observa que este conjunto de variáveis denominado 4

Ps (Produto, Preço, Promoção e Praça) é amplamente utilizado pelo varejo, porém

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a eles são agregados mais 2 Ps, a apresentação de lojas (Presentation) e as

pessoas (People) formando, assim, o composto de marketing varejista (Quadro 4).

Quadro 4: Mix Marketing do varejo

Produto

Características

Benefícios

Opções

Marcas

Ponto

Localização

Área de influência

Filiais

Distribuição e Logística

Apresentação

Layout

Fachada

Sinalização

Preço

Nível

Descontos

Crédito

Política de cobrança

Promoção

Propaganda

Promoções

Relações Públicas

Marketing Direto

Pessoal Recrutamento e Seleção

Atendimento

Treinamento

Fonte: Morgado, 1999, p. 62, adaptado.

2.3 PRODUTO

Etzel, Walker e Stanton (2001, p.197) definem produto como sendo

“um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis os quais podem incluir embalagem,

cor, preço, qualidade e marca, mais os serviços e a reputação de vendedor”.

Um produto pode ser caracterizado por uma mercadoria, um serviço,

um lugar, uma pessoa ou uma idéia. Porém, os consumidores estão comprando

muito mais que um conjunto de atributos quando adquirem um produto. Eles estão

comprando a satisfação em forma de benefícios que esperam receber do produto.

Por sua vez, denomina-se mix de produtos ou composto de produtos

ao conjunto de todos os produtos oferecidos por uma empresa. Ou, ainda, ao

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conjunto de todos os itens e linhas de produtos ofertados aos compradores

(KOTLER, 2000).

Para Etzel, Walker e Stanton (2001, p.224) “(...) Um amplo grupo de

produtos, direcionados a usos essencialmente similares e tendo características

físicas similares, constitui uma linha de produtos”.

2.3.1 Estratégias de mix de produtos

Para Cravens (1994), o sucesso ou fracasso da organização num

mercado-alvo depende da seleção adequada dos produtos oferecidos a este

mercado. A escolha do mix de produtos da organização dependerá da quantidade

de mercado-alvo que a organização possui.

Para Etzel, Walker e Stanton (2001), o sucesso do marketing na

organização depende da escolha de estratégias planejadas para administrar seu

mix de produtos.

Segundo Kotler e Armstrong (1998), existem várias dimensões do mix

ou composto de produtos que a empresa deve administrar estrategicamente:

• A amplitude do composto de produtos, que se caracteriza pelo número de

diferentes linhas de produtos da empresa. Por exemplo, sabão em pó,

detergentes, pasta de dente, sabonetes, sucos de frutas, são a amplitude

de produtos de uma empresa;

• A profundidade do composto de produtos, que se caracteriza pela

variedade ou versões de cada produto que a empresa oferece. Por

exemplo: Ariel, Bold, Omo, é a profundidade da linha de produtos sabão

em pó.

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Segundo Etzel, Walker e Stanton (2001), a empresa deve decidir entre

manter, expandir ou contrair o seu mix de produtos. A expansão ocorre quando há

um aumento na profundidade dentro de uma linha de produtos ou no aumento do

número de linhas de produtos oferecidos pela empresa aos consumidores, com o

objetivo de fidelizar o público-alvo.

Para Kotler e Armstrong (1998), a soma de todos os produtos ou

marcas oferecidos pela empresa é denominada extensão de linha de produtos.

Segundo os autores, outra estratégia adotada é a contração do mix de

produtos, que ocorre quando há a eliminação de uma linha inteira de produtos ou

apenas alguns itens destas linhas. O objetivo da contração do mix de produtos é

obter lucros maiores com uma quantidade menor de produtos.

Para Cobra (1997), além das estratégias de contração e expansão das

linhas de produtos, a empresa pode adotar uma estratégia para adoção de novos

mercados denominada trading-up ou trading-down.

A estratégia de trading-up significa uma mudança de posicionamento

de produto, ao qual é acrescentado um novo produto ou uma nova marca mais cara

que a extensão de linha da empresa com o objetivo de atrair uma faixa mais nobre

do mercado.

A estratégia de trading-down tem o significado oposto da trading-up,

ou seja, significa acrescentar um produto ou uma linha de produtos popular com o

objetivo de atingir uma faixa mais baixa do mercado.

Para Etzel, Walker e Stanton (2001), ao adotar uma estratégia de

trading-down a empresa espera atrair pessoas que não têm condições de comprar

um produto mais caro, mas poderão adquirir produtos mais baratos.

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2.3.2 A marca

Das inúmeras definições para marca existentes, a da American

Marketing Association é uma das mais conhecidas: “Uma marca é um nome, termo,

símbolo, desenho – ou uma combinação desses elementos – que deve identificar os

bens ou serviços de uma empresa ou grupo de empresas e diferenciá-los da

concorrência.” (apud Kotler, 2000, p. 426).

Para Cobra (1997), a marca faz parte do composto de produto, é algo

fundamental na adaptação do produto às necessidades percebidas do cliente ou

público-alvo.

Para Kotler (2000), a maior característica dos profissionais de

marketing é a sua habilidade em manter, criar, proteger e melhorar uma marca.

Segundo o autor, as marcas variam de acordo com seu poder de

mercado. De um lado estão as marcas mais conhecidas, depois vêm as marcas que

têm um bom nível de aceitação, em seguida aquelas que têm um alto grau de

preferência e, por fim, aquelas com um alto grau de fidelidade.

Para Richers (2000), um bom termômetro sobre a reação dos

consumidores com relação aos produtos são os índices de fidelidade às marcas

desenvolvidos por inúmeros institutos ao longo de vários anos.

Kotler e Armstrong (1998) argumentam que a primeira decisão de uma

empresa é se ela deve ou não desenvolver uma marca para seus produtos.

Para Richers (2000), à medida que uma economia se desenvolve, a

concorrência torna-se mais intensa, e as empresas precisam enfrentar um dilema: a

necessidade de lançar novos produtos no mercado para suprir as necessidades dos

consumidores e, com isso, fazer com que a empresa cresça ou sobreviva no

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mercado e, ao mesmo tempo, quanto maior for o esforço neste sentido, arriscar-se

mais com cada um dos lançamentos.

Kotler (2000) exemplifica esta questão através da estratégia adotada

pelo CARREFOUR, rede francesa de supermercados, na década de setenta, que foi

um dos primeiros supermercados a lançar uma versão ‘sem marcas’ de produtos.

Eram produtos comuns, em embalagens simples e com uma característica

marcante, preços bem mais baixos. Estes produtos eram macarrão, papel toalha,

guardanapo e pêssego em calda. As diferenças de preços eram de até 40% inferior

aos das marcas nacionalmente conhecidas e de até 20% menor aos das marcas

menos conhecidas. Porém, a qualidade dos produtos também era bem inferior.

Kotler (2000) e Etzel, Walker e Stanton (2001) afirmam que a decisão

da empresa em desenvolver produtos com sua marca pode gerar-lhe diversas

vantagens, como:

• O uso de uma marca ajuda a empresa a segmentar seus mercados;

• As marcas constroem uma imagem da organização, que habilita a

empresa a lançá-las nos produtos; cria uma aceitação dos

distribuidores;

• O nome da marca oferece proteção legal à empresa em relação aos

seus produtos;

• Ajuda a empresa a solucionar problemas e a processar pedidos.

Enfim, segundo Kotler (2000), tanto os varejistas como os

distribuidores querem marcas fortes que viabilizem as comercializações de seus

produtos, através de bons níveis de qualidade e produção, fortalecendo a

preferência dos consumidores, ajudando-os a reconhecer diferenças entre

qualidade e comprando com eficiência.

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47

2.4 PREÇO

2.4.1 Definição de preço e decisões de apreçamento

Para Kotler (2000), o preço é o único item do composto de marketing

que gera receita à empresa, os demais geram custos. Além disso, possui

flexibilidade, pois pode ser alterado com rapidez. Por outro lado, a concorrência de

preços é o maior problema que as empresas enfrentam. E mesmo assim as

organizações cometem erros na formação dos preços dos seus produtos, como:

não considerar o restante do composto de marketing, não considerar os diferentes

segmentos de mercados, ocasiões de compra e posicionamento da empresa no

mercado.

Para Cobra (1997), para a realidade brasileira o preço no composto

mercadológico é um dos principais itens. Durante anos os preços na economia

nacional estiveram sob controle rígido do CIP – Comissão interministerial de

Preços, com o objetivo de controle inflacionário. Hoje a realidade mudou, e os

preços não são mais controlados para a maioria dos setores, porém, a discussão

passou as ser em torno do seguinte dilema: Que política de preços adotar?

A política de preços faz-se sentir intensamente nas situações:

• Quando é a primeira vez que se determina o preço;

• Quando há uma mudança de preço no mercado determinado pela

concorrência;

• Quando há uma mudança na demanda de mercado em função do preço

praticado pela empresa;

• Quando há uma flexibilidade na política de preços praticada pela empresa

em função dos objetivos de lucratividade e participação de mercado.

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Kotler e Armstrong (1998) resumem as influências nas decisões de

preços em dois fatores: os internos, que são os objetivos e as estratégias de

marketing da empresa, custos e considerações organizacionais, neste último caso,

é a decisão de quem na empresa irá definir sobre o preço a ser cobrado; e os

externos, que são o mercado e a demanda, a concorrência e outros fatores

ambientais, tais como: governos, conjuntura econômica, preocupações sociais,

revendedores, entre outros (Figura 1).

Nd C Oar

Decisões de

apreçamento

O EM C CO

Figura

Fonte

Figura

mix d

seleci

maior

quant

forma

determ

Fatores internos:

bjetivos de Marketing stratégia do Mix de arketing ustos e onsiderações rganizacionais

1: Fatores que influem nas decisões de preços.

: Kotler e Armstrong, 1998, p. 236.

Para Etzel, Walker e Stanton (2001), além

1, o preço de um produto é diretamente influen

e marketing. No caso dos canais de distribuição

onados pela empresa terão influência na deter

o número de intermediário maior o preço final d

idade e método de comunicação utilizados ta

ção do preço.

Conforme Kotler e Armstrong (1998), vá

inação dos preços dos produtos nas empresas: fa

Fatores externos:

atureza do mercado e a demanda oncorrência utros fatores

mbientais (economia, evendedores, governo)

dos fatores relacionados na

ciado pelos outros itens do

, os tipos de intermediários

minação do preço, quanto

o produto. Na promoção, a

mbém terão influência na

rios fatores influenciam na

tores internos, externos e o

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restante do mix de marketing da empresa. Porém, na dinâmica de fixação de preços

as empresas estabelecem seus preços baseados em diferentes itens de sua linha e

na combinação destes. Entre as várias estratégias de fixação de preços

apresentadas à administração, duas têm importante influência no varejo, que são:

as estratégias de fixação de preços dos produtos e a estratégia de descontos e

abatimentos.

Para Kotler e Armstrong (1998), a estratégia de definição do preço de

um produto deve ser alterada quando o produto faz parte de um mix. A empresa

deve desenvolver um conjunto de preços que maximize o sobre lucro sobre o mix

total de produtos. Esta tarefa não é fácil uma vez que cada produto possui a

demanda e os custos específicos e enfrentam graus diferentes de concorrência.

Cinco estratégias distintas para fixação de preços de acordo com mix de produtos

são apresentadas no Quadro 5.

Quadro 5: Estratégias da fixação de preços de mix de produtos

Estratégia Descrição

Fixação de preços da linha de produtos Estabelecer patamares de preços entre

os itens da linha de produtos

Fixação de preços de produtos opcionais Fixar preços de produtos opcionais ou

acessórios vendidos com o produto

básico

Fixação de preços de produtos cativos Fixar preços de produtos que devem

ser usados com o produto básico

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Fixação de preços de subprodutos Fixar preços de subprodutos de baixo

valor para livrar-se deles

Fixação de preços de pacotes de

produtos

Fixar preços de pacotes de produtos

vendidos em conjunto

Fonte: Kotler e Armstrong, 1998, p. 225.

Para Etzel, Walker e Stanton (2001), os descontos ou abatimentos são

resultantes de uma dedução do preço base. Esta dedução pode ocorrer de duas

formas: através de uma redução de preço ou de alguma outra concessão, como,

por exemplo, uma mercadoria gratuita. Descontos e abatimentos são práticas

comuns nos negócios.

Segundo Etzel, Walker e Stanton (2001), Kotler e Armstrong (1998) e

Kotler (2000), existem várias formas de se aplicar um desconto:

A) Descontos sobre quantidade: são deduções a partir do preço pré-

estabelecido para incentivar os clientes a adquirirem grandes quantidades de

mercadorias, ou seja, é uma redução por volume comprado, por exemplo:

uma unidade por R$ 20,00, duas por R$ 36,00 e três por R$ 45,00.

B) Desconto em dinheiro: é uma dedução concedida a compradores que pagam

suas contas em dia. Um exemplo comum é uma dedução do preço cobrado

quando o comprador paga sua conta dentro de um prazo pré-determinado.

C) Descontos sazonais: é uma forma de dedução que ocorre quando o

comprador adquire mercadorias fora do período tradicional. Por exemplo,

compra de roupas de verão em outra estação, ou desconto em hotéis na

baixa estação.

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D) Descontos comerciais (ou para revendedores ou funcionais): é uma forma de

dedução oferecida por fabricantes a alguns participantes do canal de

distribuição. Ocorre quando um participante do canal possui grande poder de

barganha ou quando assume alguns ônus no processo como: armazenagem,

registros e outros.

Segundo Cobra (1997), além destes descontos temos os descontos

especiais que são as reduções no preço de venda quando ocorre um pagamento

antecipado, pagamento à vista, pagamento contra o recebimento de mercadorias,

ou desconto fora do mês, por exemplo.

Enfim, a precificação exerce um importante papel na política de

Marketing da empresa, sendo que o consumidor exerce um importante papel

vetando preços abusivos e discrepantes, comparando a qualidade dos produtos e

sua utilidade. Assim, o preço precisa ser estabelecido com base no mercado,

porém, a empresa deve desenvolver estratégias adequadas para maximizar seu

lucro ao mesmo tempo em que satisfaz as necessidades do seu público-alvo

(COBRA, 1998; ETZEL, WALKER e STANTON, 2001).

2.5 PROMOÇÃO

2.5.1 Definição e as ferramentas promocionais

Para Lambin (2000) não basta produzir bens e serviços que atendam

as necessidades dos clientes. Para ocorrer um “encontro” entre quem oferece e

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quem procura, a empresa necessita comunicar-se com o mercado, ou seja,

promover seus produtos e serviços.

Os objetivos da promoção no marketing são informar, persuadir e

lembrar o mercado dos produtos que a empresa vende, “(...) tendo em vista

influenciar os sentimentos, crenças ou comportamento do público” (ETZEL,

WLAKER e STANTON, 2001, p. 446).

Etzel, Walker e Stanton (2001) e Kotler e Armstrong (1998) definem

como a combinação de propaganda, promoção de vendas, relações públicas e

venda pessoal utilizados por uma empresa para atingir seus objetivos de

propaganda de marketing.

As quatro principais ferramentas promocionais são definidas a seguir:

Propaganda: qualquer forma paga de apresentação impessoal e

promoção de idéias, bens e serviços por um patrocinador identificado.

Venda pessoal: apresentação pessoal da força de vendas da

empresa com o propósito de fazer vendas e estabelecer relações com os

clientes.

Promoção de vendas: incentivos de curto prazo para encorajar a

compra ou venda de um produto ou serviço.

Relações públicas: desenvolvimento de boas relações com os

vários públicos da empresa pela obtenção de publicidade favorável,

construção de uma ‘imagem corporativa’ e a manipulação ou afastamento

de rumores, história ou eventos desfavoráveis (Kotler e Armstrong, 1998,

p. 318).

Segundo a Amercian Marketimg Associations (apud Cobra, 1997),

existem mais duas importantes ferramentas no composto promocional que são a

publicidade e a Merchandising. Kotler e Armstrong (1998) não mencionam estes

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itens separadamente, apresentam a merchandising como uma estratégia associada

à Venda Pessoal e promoção de vendas, e a publicidade incorporada à

propaganda.

Etzel, Walker e Stanton (2001) seguem o mesmo raciocínio de Kotler

e Armstrong (1998) no que se refere ao merchandising, e o mesmo de Cobra (1997)

no que se refere à publicidade, ou seja, separando-a da propaganda e dedicando

um tópico especial a este item (COBRA, 1997; KOTLER e ARMSTRONG, 1998 e

ETZEL, WALKER e STANTON, 2001).

Cobra (1997) define publicidade como atividades não-pessoais para

criar a demanda de um produto de mídias como rádio, televisão e outros veículos,

teoricamente com matérias não pagas pelo patrocinador.

E merchandising1 consiste em um conjunto de operações efetuadas,

no ponto-de-venda, para se colocar no mercado-alvo uma combinação de produto e

preço, numa quantidade e tempo corretos, com impacto visual adequado e na

exposição correta. As técnicas de merchandising envolvem a embalagem, displays,

técnicas de preços e ofertas especiais. A sua execução pode ocorrer sem o auxílio

do vendedor ou por promotores ou demonstradores ou por uma ação conjunta

desses no ponto-de-venda, ou através de televisão, cinema, revista, mala-direta etc.

(COBRA, 1997).

Kotler e Armstrong (1998) enfatizam que a promoção de marketing vai

além das suas ferramentas. O desenvolvimento do produto, combinado à cor e à

forma das embalagens, adequada ao seu preço e distribuídos adequadamente nos

pontos de venda, formam uma comunicação com seu público-alvo. Portanto, o

1 Por se tratar de um item importante no marketing de varejo a merchandising será mais bem detalhado no item apresentação de loja deste trabalho.

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54

composto de marketing inteiro deve ser coordenado com o objetivo de gerar um

impacto de comunicação.

Richers (2000) salienta que as aplicações das ferramentas de

marketing também dependem dos setores da economia em que a empresa está

localizada, pois algumas ferramentas são mais adequadas para um setor que para

outros. Por exemplo, no caso dos alimentos, a comunicação tem que tocar a alma

do consumidor, pois possuem sabor, valor nutritivo e aparência. Por outro lado,

máquinas têm uma conotação de precisão, rapidez de operação e economia de

escala. Portanto, algumas ferramentas são mais eficientes para um setor do que

para outros.

2.5.2 Objetivos da promoção

Para Etzel, Walker e Stanton (2001), Kotler (2000) e Richers (2000), a

promoção de marketing tem três papéis essenciais: informar, persuadir e lembrar

seus clientes potenciais dos produtos oferecidos pela empresa e/ou sobre a própria

empresa.

A informação exerce um importante papel nos canais de distribuição,

pois quando os canais são longos, e o produto passa por muitas mãos é importante

o fabricante informar todos os intermediários e consumidores finais sobre seu

produto. À medida que cresce o número de clientes potenciais e as dimensões

geográficas, ou seja, à medida que o mercado se expande, as estratégias de

informação devem ser aperfeiçoadas, pois tanto os custos como os problemas de

informação também aumentam.

A persuasão como papel da promoção está ligada à intensa

concorrência entre as empresas por um mercado potencial. Numa economia em

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55

expansão os programas de promocionais têm um importante papel na conquista

destes mercados, a comunicação com o mercado deve ser fortemente persuasiva

para que os consumidores, dentre as muitas alternativas de escolha, optem pelos

produtos da empresa.

O papel da lembrança na comunicação também está ligado à grande

concorrência a que estão sujeitas as organizações. Neste sentido, é importante

desenvolver programas de comunicação com o objetivo não apenas de persuadir os

clientes potenciais, mas, também, lembrados constantemente da existência da sua

marca e/ou seu produto, conservando, assim, um espaço na sua mente.

2.5.3 Mix de promoção

Para Etzel, Walker e Stanton (2001), o mix de promoção é a

combinação ideal entre as ferramentas promocionais, ou seja, é combinar

adequadamente o uso de vendas pessoais, propaganda, promoção de vendas,

relações públicas e publicidade realizadas por uma empresa. A projeção de um mix

de promoção eficiente de uma empresa é uma decisão estratégica que envolve

vários elementos como: diferenciação do produto, estratégias de trading up e

trading down, marca e segmentação de mercado.

Para Kotler e Armstrong (1998), cada ferramenta de promoção tem

suas características e aplicações distintas. Além de compreender estas

características, o administrador de marketing deve selecionar corretamente as

ferramentas de acordo com os objetivos estratégicos da empresa.

Para Richers (2000), os brasileiros gastam demasiadamente com

promoções que visam atingir o mercado como um todo, ao invés de utilizar uma

verba menor, porém de forma segmentada.

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56

O Quadro 6 desenvolvido por Cobra (1997) ilustra a definição de

Richers (2000) sobre as aplicações do composto promocional.

Quadro 6: Uso e aplicações das várias modalidades do composto promocional.

Uso e aplicações

Propaganda Relações Públicas Promoções de vendas

Merchandising

Produtos

de

consumo

em massa

É usada em larga

escala como

veículo de

persuasão de

compra

São usadas como

meio de fixação de

imagem institucional

É usada como

reforço de

vendas

É usado em

larga escala

para forçar a

compra

Produtos

de

consumo

durável

usada em larga

escala como

veículo de

persuasão de

compra

São usadas como

meio de fixação de

imagem institucional

É usada como

reforço de

vendas

É usado em

larga escala

para forçar a

compra

Produtos

industriais

É usada

buscando a

especificação dos

produtos

São usadas como

veículo de

divulgação de usos e

aplicações

É usada como

ferramenta

para

especificação

do produto

É usado como

ferramenta

para

especificação

do produto

Serviços É usada tanto

para persuasão

de compradores

como na

especificação

São usadas como

veículo de

divulgação de usos e

aplicações

É usada como

ferramenta

para

especificação

do produto

É usado como

ferramenta

para

especificação

do produto

Instituições

públicas e

políticas

É usada em larga

escala para

fixação da

imagem

institucional

São usadas para

melhorar o

relacionamento com

o público-alvo

Uso restrito Uso restrito

Serviços

de Saúde

É usada para fins

de imagem

institucional e

para incutir

credibilidade

São usadas como

reforço de imagem

junto ao público,

governo, etc

È aplicada com

restrições

É aplicada

com restrições

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57

Produtos

Agrícolas

É usada para fins

de imagem

institucional e

para incutir

credibilidade

São usadas como

reforço de imagem

junto ao público,

governo, etc

È aplicada com

restrições

É aplicada

com restrições

Fonte: Cobra, 1997, p. 445.

Duas ferramentas merecem atenção especial quanto as suas

características e utilização de forma estratégica na elaboração do mix de promoção:

a propaganda e a promoção de vendas.

2.5.3.1 - Propaganda

Para Kotler e Armstrong (1998), as diversas formas de propaganda

contribuem para o mix de promoção de marketing. A propaganda é uma ferramenta

de marketing que possui uma vantagem em relação as demais, ela pode atingir

grandes quantidades de compradores geograficamente dispersos a um baixo custo

por exposição, permitindo que a empresa repita a mensagem várias vezes e que o

cliente potencial receba e compare as mensagens de vários concorrentes.

Para os autores acima citados, a fim de que a propaganda surta o

efeito desejado são necessários alguns cuidados na elaboração de sua estratégia.

Para tanto, é imprescindível ter alguns critérios na seleção da mídia da propaganda.

Etzel, Walker e Stanton (2001) afirmam que são necessários quatro

passos para seleção eficaz de uma mídia: 1) Decidir sobre seu alcance, freqüência

e impacto; 2) Escolher os tipos de mídias; 3) Selecionar os veículos de

comunicação específicos e 4) Decidir quanto ao período de exposição, ou seja, a

cronologia.

Kotler (2000) define como alcance a quantidade de consumidores-

alvos medidos em percentagem que estão expostos à campanha durante sua

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58

duração. Freqüência é o número de vezes em que, durante a campanha, o

consumidor é exposto à mídia. E impacto de mídia é o valor qualitativo que indica

que o consumidor fica exposto a uma mensagem através de determinados veículos.

Por exemplo, a campanha atingirá 20% dos consumidores-alvo durante 03 meses

(Alcance), 03 vezes ao dia (freqüência), através de televisão, uma vez que esta

possui imagem e som (impacto).

Quanto aos tipos de mídia, segundo Kotler e Armstrong (1998), o

responsável pelo planejamento de mídia, além de levar em consideração o alcance,

a freqüência e o impacto, deve conhecer os principais tipos de mídias existentes,

pois cada veículo possui suas vantagens e limitações, conforme demonstrado no

Quadro 7.

Quadro 7: Perfis dos principais tipos de mídias

Meios Vantagens Desvantagens

Jornais Flexibilidade, pontualidade, boa

cobertura do mercado local,

ampla aceitação, alta

credibilidade.

Vida útil curta, baixa

qualidade de reprodução,

poucos leitores por

exemplar

Televisão Conjunta imagem, som e

movimento, apela para os

sentidos, alta atenção, alto

performace.

Elevado custo absoluto,

saturação de comunicação,

exposição transitória, menor

seletividade.

Mala direta Público selecionado,

flexibilidade, ausência de

concorrência no mesmo

veículo, personalização.

Custo relativamente

elevado, imagem de “mala

lixo”

Rádio Comunicação de massa, alta

seletividade demográfica e

geográfica, baixo custo.

Somente

audioapresentação, menor

atenção que na televisão,

custos não padronizados,

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59

exposição transitória.

Revistas Alta seletividade demográfica e

geográfica, credibilidade e

prestígio, reprodução de alta

qualidade, longa duração,

muitos leitores por exemplar.

Tempo para entrega do

anúncio muito longo, algum

desperdício na circulação,

nenhuma garantia de

posição.

Outdoors Flexibilidade, taxa elevada de

exposição, baixo custo, pouca

concorrência.

Nenhuma seletividade do

público, limitações à

criatividade.

Fonte: Kotler e Armstrong, 1998, p. 347.

Para Kotler e Armstrong (1998), o responsável pela seleção de mídia

deve levar em consideração vários fatores na escolha das mídias a serem

utilizadas: se a mídia for uma revista, jornal, por exemplo, deve-se verificar, a

tiragem, a credibilidade, a qualidade da reprodução, o foco do editorial, prazos de

entrega entre outros. Outro ponto a considerar é o custo por consumidor atingido.

Por exemplo, numa revista é necessário verificar o custo para publicação em meia

página, ou página inteira, uma cor ou quatro cores, o mesmo vale para jornal e mala

direta. Enfim, é necessário equilibrar os custos com o alcance, impacto e freqüência

da mídia escolhida.

Segundo Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 495), muitas empresas, a

fim de minimizar o custo e maximizar seus orçamentos, realizam uma propaganda

cooperativa. Etzel, Walker e Stanton (2001) definem como propaganda cooperativa

um esforço comum entre os participantes que visa a beneficiar a todos.

Os autores subdividem a propaganda cooperativa em duas

modalidades: a propaganda cooperativa vertical – esta modalidade é caracterizada

por envolver empresas de diferentes níveis de distribuição. Por exemplo, um

atacadista e um varejista que compartilhem custos de propaganda de um

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60

determinado produto distribuído com exclusividade pelo atacadista. A propaganda

cooperativa horizontal, por sua vez, ocorre quando empresas do mesmo nível de

distribuição partilham custos comuns para divulgação de determinados produtos.

Por exemplo, um grupo de pequenos varejista partilha custos para confecção de

distribuição de panfletos de oferta. O principal benefício é que, com um montante

maior de recursos, as empresas alcançam uma exposição maior se estivessem

expondo individualmente.

2.5.3.2 - Promoção de vendas

Kotler e Armstrong (2001), Cobra (1997) e Etzel, Walker e Stanton

(2000) compartilham da teoria de que a promoção de vendas é um importante

instrumento do item promocional. Os autores definem promoção de vendas como

incentivo de curto prazo que tem como objetivo estimular a compra ou a venda de

um determinado produto ou serviço. “Enquanto a propaganda oferece razões para a

compra de um produto ou serviço, a promoção de vendas oferece razões para

compra ou venda ser feita imediatamente” (KOTLER e ARMSTRONG, 2001, p.

350).

Segundo Etzel, Walker e Stanton (2001), a promoção de vendas foi

desenvolvida para complementar a propaganda e facilitar as vendas pessoais,

sendo que a década de noventa foi o período em que a promoção de vendas

cresceu intensamente. Inúmeros fatores no ambiente mercadológico contribuíram

para este crescimento: resultados no curto prazo: técnicas de promoção de vendas,

como descontos especiais, cupons, vales brindes entre outros produzem efeitos

imediatos sobre a venda; pressão competitiva: quando o concorrente adota

estratégias de promoções de vendas, a empresa é forçada a fazer o mesmo;

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61

expectativa dos consumidores: uma vez utilizada estratégia de promoções de

vendas, os consumidores habituam-se a esta prática e começam a esperá-la com

mais freqüência; baixa qualidade da venda a varejo: o despreparo de balconistas no

varejo forçou muitos varejistas a optar pela venda self-service. Nestes pontos de

vendas, instrumentos de promoção com displays, amostras são uma das poucas

ferramentas eficazes e disponíveis.

Kotler (2000) enfatiza que a promoção de vendas possui inúmeras

variedades de ferramentas promocionais utilizadas para estimular o cliente potencial

obtendo, assim, uma resposta rápida e eficaz.

Kotler e Armstrong (1998, p. 351) dividem a promoção de vendas em

três níveis:

Promoção ao consumidor final – amostras, cupons, abatimentos ou

reduções de preços, prêmios, concursos e outros; promoções ao canal – descontos, produtos gratuitos, descontos em mercadorias,

propaganda cooperativa, verba para promoção, competições de vendas

de distribuidores; e promoção para força de vendas – bônus,

competições e sorteios.

Quadro 8: Definições das principais ferramentas de promoção de vendas ao

consumidor final

Ferramenta Definição

Amostras São ofertas de uma certa quantidade de um produto a ser

experimentado. Algumas amostras são gratuitas, outras

têm um preço pequeno, apenas para cobrir o custo.

Cupons São certificados que garantem aos compradores um

desconto na compra de produtos específicos

Abatimentos São semelhantes aos cupons, só que a redução de preço

ocorre depois da compra, e não no ponto de venda

varejista.

Prêmios São bens oferecidos gratuitamente ou por um custo

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62

reduzido como incentivo à compra de um produto.

Concursos, sorteios

ou jogos

Proporcionam aos consumidores a chance de ganhar

alguma coisa – dinheiro, viagens ou produtos – por sorte

ou por um esforço extra.

Brindes São artigos úteis com os nomes do anunciante impresso,

oferecidos como presentes aos consumidores.

Recompensa por

preferência

São dinheiro ou outros prêmios concedidos pelo uso

regular dos produtos ou serviços de uma empresa.

Fonte: Kotler e Armstrong adaptado, 1998.

Assim como na propaganda, é necessário prever a verba destinada

para a promoção de vendas. Considerando que a empresa desenvolve uma

estratégia promocional integrada, o orçamento previsto para a promoção de vendas

deve ser determinado pelo método objetivo ou tarefa. “Isso obriga a administração a

levar em consideração os objetivos específicos e as técnicas de promoção de

vendas que serão usadas para alcançá-los” (ETZEL, WALKER e STANTON 2001,

p. 505).

A promoção de vendas é instrumento extremamente difundido e

utilizado pelas empresas hoje em dia, não existe uma fórmula ideal ou uma

combinação de ferramentas de promoções de vendas. Portanto, uma estratégia mal

elaborada pode surtir efeitos negativos, como impulsionar a venda de produtos

concorrentes, canibalizando o produto. Porém, para a promoção ser bem sucedida

é necessário a colaboração dos canais de distribuição, análise dos

custos/benefícios da promoção e escolha da ferramenta adequada (COBRA, 1997).

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63

2.6 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

“A distribuição são as medidas necessárias para transferir a

propriedade de um produto e transportá-lo do lugar onde é produzido até o ponto

em que será finalmente consumido” (ETZEL, WALKER e STANTON,2001, p. 345).

Segundo Bowersox (1996), a logística de distribuição influi

diretamente nos fundamentos do marketing, pois um aumento nos custos de

distribuição poderá contribuir para um aumento no preço final do produto,

influenciando a decisão de compra do mercado consumidor.

Para Cobra (1997), a escolha dos canais de distribuição é uma

importante decisão estratégia em marketing. Esta decisão necessariamente deve

considerar outros elementos do composto mercadológico, a natureza do produto, o

preço e a promoção de vendas. O canal é formado por um conjunto de empresas ou

pessoas que têm como objetivo levar o produto ou serviço ao potencial consumidor

final da forma correta no momento adequado.

2.6.1 Os níveis dos Canais de distribuição

Para Kolter e Armstrong (1998), o problema não está na execução da

distribuição e sim, em quem deve executá-las. Todos estes itens envolvem alguns

pontos em comum:

• Proporcionam aumento dos custos dos produtos, pois a distribuição

envolve recursos da empresa;

• Pode ser delegado a um especialista (intermediário) que, mesmo

cobrando por este serviço, pode representar uma redução substancial

destes custos, gerando economia para as partes envolvidas;

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64

• Pode ser trocada entre os membros do canal, onde cada um pode

executar uma das partes com maior eficiência e eficácia.

Sendo assim, os canais podem ser descritos pelos números de níveis

envolvidos no processo de distribuição, onde cada camada realiza uma atividade

diferente para fazer com que os produtos sejam acessíveis ao consumidor final

(Kotler & Armstrong, 1998).

A Figura 2 mostra os quatro canais distintos e a quantidade diferente

de níveis.

Canal 1 Canal 2 Canal 3 Canal 4

CONSUMIDOR VAREJISTA ATACADISTA FABRICANTE

CONSUMIDOR VAREJISTA ATACADISTA FABRICANTE

CONSUMIDOR VAREJISTA FABRICANTE

CONSUMIDOR FABRICANTE

Figura 2: Canais de Marketing de consum

Fonte: Kotler e Armstrong, 1998, p. 273

O canal número 01 é den

níveis de intermediação entre o fabricant

Natura vendem seus produtos diretamen

um vendedor autônomo. Os outros cana

pois possuem níveis intermediários. N

marketing indireto sempre é intermedia

tem apenas um intermediário, por ex

hipermercados como o Wal-Mart, Pão de

ATRAVES-SADOR

o

.

ominado marketing direto, pois não há

e e o consumidor. Por exemplo, a Avon e a

te ao consumidor porta-a-porta através de

is são denominados de marketing indireto,

o caso dos mercados de consumo, o

do por um varejista. O canal número dois

emplo, dado o poder de barganha dos

Açúcar e Carrefour, estes compram direto

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65

dos fabricantes grande parte das suas mercadorias. O canal número três possui

dois níveis de intermediários, um atacadista e um varejista. Este formato é utilizado

por pequenos fabricantes que se utilizam de grandes atacadistas para distribuir

seus produtos aos varejistas. E o último canal, o quatro, possui três níveis

intermediários: o atacadista, o atravessador e o varejista. Um exemplo deste canal é

a indústria de carne empacotada, cujos atravessadores compram dos atacadistas e

vendem a varejistas menores. Existem também canais com mais níveis, porém são

menos freqüentes.

Segundo Liesse e Dagnoli (1992), um estudo realizado pelo Food

Marketing Institute (FMI) mostra que o surgimento das lojas de descontos tem

causado um desconforto e tensões entre fabricantes e varejistas, pois as cadeias de

descontos trabalham com margens pequenas forçando os fabricantes a reduzir os

preços das mercadorias. A independência entre os participantes dos canais podem

acarretar diversos problemas para o segmento de varejo.

2.6.2 Sistemas verticais de marketing – SVM

Para Etzel, Walker e Stanton (2001), os canais de distribuição sempre

enfatizaram a independência de seus membros, nunca se preocuparam com as

necessidades dos níveis intermediários, o objetivo final sempre foi a distribuição. Os

atacadistas e varejistas historicamente, por exemplo, sempre se interessaram em

manter sua independência do que coordenar suas atividades com as do produtor.

Porém, recentemente novas estratégias foram desenvolvidas e

criaram-se os sistemas verticais de marketing (SVM), que surgiram para desafiar o

modelo tradicional. O sistema vertical de marketing consiste numa interação entre

fabricantes, atacadistas e varejistas, em que os três agem como um sistema

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66

unificado. “Um membro do canal é dono dos demais, tem contratos com eles, ou

possui tanto poder que todos eles cooperam. O SVM pode ser dominado pelo

fabricante, pelo atacadista ou pelo varejista” (KOTLER e ARMSTRONG, 1998, p.

276).

Os sistemas verticais de marketing surgiram com o objetivo de

controlar o comportamento dos canais e administrar os conflitos. Eles obtêm

economia através do seu tamanho, poder de barganha e eliminação de serviços

duplicados (Figura 3).

Para Dias (2003), o sistema vertical de marketing se caracteriza pelas

intensas interligações administrativas e mercadológicas entre os componentes do

canal. Assim como Kotler e Armstrong (1998), Dias (2003) ressalta que esta forma

de organização ocorre quando um dos integrantes do canal significativamente maior

utiliza-se desta vantagem para liderar o processo de organização do sistema,

tornando mais integrado possível.

CANAL CONVENCIONAL DE MARKETING

SISTEMA VERTICAL DE MARKETING

ATACADISTA

FABRICANTE

VAREJISTA

ATACADISTA

FABRICANTE

VAREJISTA

CONSUMIDOR CONSUMIDOR

Figura 3: Canal Convencional de Marketing x Sistema Vertical de Marketing

Fonte: Kotler e Armstrong, 1998, p. 276.

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67

Os três tipos mais comuns de Sistema Vertical de Marketing (SVM)

são: SVM corporativo, SVM contratual e SVM administrado (KOTLER e

ARMSTRONG, 1998 e ETZEL, WALKER e STANTON, 2001).

Para Kotler (2000), a diferença entre os três consiste no seguinte: no

SVM corporativo, a coordenação e o gerenciamento de conflitos são administrados

em comum pelos diferentes níveis do canal. Num SVM contratual, os objetivos são

alcançados através de acordos contratuais entre os membros. Num SVM

administrado a liderança é assumida por um ou mais membros dos canais (Figura

4).

SVM CORPORATIVO

VPA

A

Figura 4: Principais tipos de sis

Fonte: Kotler e Armstrong, 199

Para Richers (20

pequenos supermercados, os

num relacionamento que vai a

SISTEMA VERTICAL DE MARKETING

SVM CONTRATUAL

SVM ADMINISTRADO

ORGANIZAÇÕES

DE FRANQUIAS

COOPERATIVAS

DE VAREJISTAS

CADEIAS OLUNTÁRIAS TROCINADAS

POR TACADISTAS

tema vertical de marketing

8, p. 277.

00), com o surgimento de uma grande quantidade de

grandes atacadistas estão investindo cada vez mais

lém da distribuição. As grandes empresas tornaram-

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68

se parceiros dos pequenos supermercados ensinando-lhes práticas de marketing

que vão deste de técnicas de armazenagem a atendimento a clientes.

Os canais de distribuição têm sido alvo de vários estudos sistemáticos

nos últimos anos. A escolha correta dos canais de distribuição é algo estratégico

para a empresa, um erro de decisão pode ser irreversível e desastroso. A cada dia

o estímulo à cooperação vem sendo adotado pelos fabricantes, distribuidores e

varejista com o objetivo de melhorar o desempenho das partes envolvidas.

(KOTLER e ARMSTRONG, 1998 e COBRA, 1997).

2.7 APRESENTAÇÃO DE LOJA - PRESENTATION

Segundo Preotesco (1999), o sucesso de uma loja depende de vários

elementos, entre eles um projeto bem concebido, no qual a definição de estrutura,

acabamentos, ambientes, piso, teto, materiais utilizados, cores, forma de colocação

de equipamentos, tipos de exposição, aliado a um bom plano de merchandising

para as mercadorias que estão à venda atendam às necessidades do cliente,

tornando o ambiente agradável e criando uma personalidade visual das lojas. Com

esta congruência de fatores as mercadorias adquirem força dentro da loja e

melhoram, assim, as vendas da empresa.

Ao desenvolver um projeto de loja, o varejista deve considerar três

objetivos: a criação de atmosfera da loja que faça jus a sua imagem; um bom

projeto que ajude a influenciar as decisões de compra dos clientes; um desenho de

espaço de varejo que objetive gerar o maior número de vendas por metro quadrado

(LEVY e WEITZ, 2000).

Para Levy e Weitz (2000), três aspectos são importantes a considerar

para o sucesso da apresentação de loja no varejo: Merchandising, Layout e Design.

Para Preotesco (1999), além destes a iluminação, o visual merchandising, e os

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69

equipamentos merecem também ser discutidos separadamente. Parente (2000)

enfatiza a apresentação externa da loja como um item especial no sucesso de um

empreendimento de varejo.

2.7.1 Merchandising

O merchandising é a venda sem palavras, que pode utilizar uma

combinação de mercadorias, de equipamentos, de layout, com o objetivo de criar

nos consumidores um desejo de compra e transmitir uma imagem do ponto-de-

venda (PREOTESCO, 1999).

A American Marketing Association define merchandising como: “Uma

operação de planejamento necessária para se pôr no mercado: o produto certo, no

lugar certo, no tempo certo, na quantidade certa, e no preço certo” (PREOTESCO,

1999, p. 102).

Analisando-se separadamente cada item exposto pela definição da

American Marketing Association, tem-se:

O produto certo – significa a análise criteriosa de cada item a ser

comercializado;

No lugar certo – significa o tipo de layout a ser utilizado na execução do

projeto e os locais ideais para exposição dos produtos;

No tempo certo – significa que o varejista deve estudar o ‘tempo de vida’ das

mercadorias, seu ciclo de compra e venda, métodos de controle estoque,

entre outros;

Na quantidade certa – significa que o varejista necessita planejar a

quantidade ideal de estoque e armazenagem de produtos;

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70

No preço certo – significa que o varejista necessita realizar a melhor política

de precificação possível e detalhes como a própria etiquetagem dos

produtos.

2.7.2 Visual merchandising

O visual merchandising “é a arte de dramatizar a apresentação das

mercadorias para estimular e encorajar o interesse do consumidor e induzi-lo a

comprar”. Ou seja, o visual merchandising estimula a compra de mercadorias

através de apresentações destas com ação e criatividade. Por trabalhar em atrair o

interesse do consumidor em adquirir produtos apresentados por técnicas de visual

merchandising, esta técnica requer conhecimento de profissionais que estudam o

comportamento do consumidor (PREOTESCO, 1999, p. 104).

Segundo artigo publicado no New York jornal (1994), o visual

merchandising surge mais precisamente após a segunda guerra mundial, com

estudos que uniram as técnicas de arquitetura com projetos de varejo para as

grandes lojas de departamento que estavam nascendo. Aliados a estes fatores,

nesta época apareceram novas técnicas de iluminação, materiais arquitetônicos e

componentes de edificação que deram impulso ao visual merchandising.

Para Okeefe (2000), o visual merchandising é tão importante que se

torna uma ferramenta para induzir os clientes a comprar os produtos mesmo que o

preço não seja um atrativo ou que o produto tenha que ser vendido muito

rapidamente, como por exemplo, aqueles que possuem prazo de validade como

produtos perecíveis.

Porém, Matthew e Rose (2004) alertam que, pelo fato de o visual

merchandising ser relativamente barato, o seu uso indiscriminado causa uma

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71

sobrecarga de informações visuais que tornam seu efeito minimizado. Segundo

pesquisa apresentada pelos autores, isto significa que aproximadamente um quarto

das informações visuais expostas aos consumidores são processadas

insuficientemente, causando reduções da atenção e exaustão da memória.

Ambos os autores alertam que, por ser uma técnica relativamente

pouco dispendiosa, muitas empresas utilizam-na indiscriminadamente, sem medir

seus efeitos e seus retornos.

Portanto, as técnicas de visual merchandising são eficientes porém se

usadas em conjunto com outras ferramentas mercadológicas.

2.7.3 Layout

O objetivo de uma estratégia de layout no varejo é fazer com que os

clientes circulem pela loja e adquiram mais produtos do que tinham planejado. “O

método é expor o cliente a um layout que facilite um padrão de tráfego específico”

(LEVY e WEITZ, 2000, p. 474).

Segundo Preotesco (1999, p.107) “a chave do layout é melhorar o

serviço ao consumidor, aumentar a produtividade da loja e reduzir os custos

promocionais”.

A decisão de layout é uma decisão estratégica da empresa, pois

existem partes da loja mais valorizas que outras, o que conseqüentemente pode

gerar mais vendas de determinados produtos que outros influenciando, assim, na

produtividade de vendas (PARENTE, 2000).

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72

2.7.3.1 - Tipos de layout

Tanto Preotesco (1999) como Parente (2000) classificam os vários

tipos de layout adotados pelos lojistas, sendo que os principais são: Grade, Fluxo

Livre, Butique e pista.

Grade – Neste tipo de layout os equipamentos de exposição

ficam alocados de forma retangular, em paralelo, formando um ângulo reto com a

fachada e com fundo da loja. Este tipo de formação tende a direcionar o fluxo de

consumidores para os corredores principais, diminuindo o movimento nas demais

partes da loja.

Fluxo Livre – Neste tipo de layout os equipamentos de

exposição ficam alocados de forma que permitam a circulação dos clientes por todo

o estabelecimento sem direcionar o fluxo.

Butique – Neste tipo de layout cada setor da loja ocupa um

espaço definido e semipreparado, como se fossem pequenas lojas dentro da

própria loja.

Pista - Este tipo de layout assemelha-se ao fluxo livre e com a

butique, pois além de um corredor principal que permite a circulação das pessoas,

possui departamentos dispostos na frente deste corredor (Quadro 9).

Quadro 9: Vantagens e desvantagens dos tipos de layout.

Tipo Vantagens Desvantagens Tipos de Lojas

Grade Menor Custo

Uso eficiente do espaço

Facilita a compra rotineira

Simplifica a segurança

Facilita o auto-serviço

Maior eficiência operacional

Visual pouco atrativo

Inibe o “passar na loja”

Restringe movimentação

do cliente

Limita a criatividade

Supermercados

Hipermercados

Farmácias

Lojas de

descontos

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Fluxo

Livre

Mais flexível e criativo

Atmosfera prazerosa

Encoraja compra por

impulso

Visualmente atrativo

Estimula o ‘passar na loja’

Custos maiores

Uso ineficiente do espaço

Encoraja furtos

Confuso para consumidor

Dificulta a limpeza

Lojas de

departamentos

Lojas de

presentes

Lojas de

confecções

Butique Flexibilidade

Facilita segmentar por estilo

de vida

Visual muito atrativo

Custos maiores

Ineficiente para segurança

Maiores custos

operacionais

Lojas de

departamentos

Lojas

especializadas

Pista Flexibilidade

Encoraja compras por

impulso

Permite identificação clara

de departamentos

individuais

Encoraja compra na loja

toda

Uso ineficiente do espaço

Altos custos de segurança

Maiores custos

operacionais

Lojas de

departamentos

Lojas

especializadas

Fonte: Parente, 2000, p. 307

2.7.4 Iluminação

A iluminação é um fator de forte influência sobre as vendas.

Comprovadamente, ambientes bem iluminados vendem mais do que ambientes

com pouca iluminação, uma vez que em lojas mais claras a permanência dos

clientes é maior. Existem várias maneiras de se iluminar o ambiente, com luzes

coloridas ou brancas, com iluminação direta ou indireta. “Muitas lojas adotam uma

combinação de estilos, utilizando iluminação indireta para as áreas de circulação da

loja, e iluminação direta para dar destaque aos produtos” (PARENTE, 2000, p. 297).

Levy e Weitz (2000) observa que a iluminação tem várias funções

além de deixar o ambiente mais claro e agradável, entre elas:

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Destacar mercadorias: “Um bom sistema de iluminação ajuda a criar uma

sensação de animação na loja,“ destacando as mercadorias e dando-lhes

uma expressão de cor real (LEVY e WEITZ, 2000, p. 490).

Estruturar o espaço e capturar o humor: apesar de não haver comprovação

científica, experiências mostram que a iluminação tem forte relação com o

humor dos consumidores. Por exemplo, alguns tons de iluminação oferecem

uma sensação de sofisticação enquanto outros, de preços baixos.

Disfarçar apresentações: “A iluminação pode esconder erros e designs de

loja ultrapassados.” Pode ajudar o lojista a esconder alguns erros, por

exemplo de reformas, dando ênfase a algumas áreas em detrimento de

outras (LEVY e WEITZ, 2000, p. 491).

2.7.5 Apresentação externa da loja - fachada

A apresentação externa das lojas é outro fator imprescindível nas

estratégias de varejo, pois esta tem grande influência na percepção do cliente

quanto à qualidade e o tipo de loja. Sendo assim, esta aparência externa deve ser

cuidadosamente planejada pelo lojista. Através da fachada, do material de

acabamento, estilo arquitetônico, vitrines, a loja pode transparecer aos seus clientes

uma imagem de que é sofisticada ou popular, de uma loja jovem ou conservadora,

de alegre e moderna ou triste e decadente (PARENTE, 2000).

Sendo assim, de acordo com o autor, alguns itens que devem ser

considerados na apresentação externa da loja:

1. Posição da loja – itens de verificação: visibilidade; compatibilidade com o

ponto; conveniência do consumidor.

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2. Arquitetura de loja – itens de verificação: motivo arquitetônico; facilidade

promocional; tipos de fachadas e entrada de loja.

3. Comunicação externa – itens de verificação: placa de identificação; totens

com logomarca da loja e vitrines.

2.8 PESSOAS – PEOPLE

A atividade do varejo está relacionada com a interação entre as

pessoas, que ocorre através de clientes e funcionários do varejista. Portanto, uma

equipe bem capacitada e motivada é o bem mais valioso da empresa. Sendo assim,

a administração do capital humano da empresa cabe aos dirigentes varejistas e

compreende desde a seleção de funcionários, treinamento, remuneração, avaliação

e motivação de equipes (PARENTE, 2000).

Um dos principais objetivos dos gerentes de loja no que se refere aos

funcionários é aumentar a produtividade dos empregados, através de recrutamento

e seleção de pessoas eficientes (LEVY e WEITZ, 2000).

2.8.1 Recrutamento e seleção

O recrutamento é a primeira etapa no processo de atrair e contratar

pessoas qualificadas para trabalharem na empresa. Para que isto ocorra de forma

eficaz, o gerente de loja ou o responsável devem percorrer algumas etapas

previamente (PARENTE, 2000; LEVY e WEITZ, 2000):

(a) Análise do cargo a ser preenchido – neste sentido é importante que o

selecionador identifique as principais atividades que serão executadas e as

qualificações necessárias do futuro empregado.

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(b) Descrição do trabalho a ser realizado – este item inclui as atividades que

serão realizadas pelos funcionários e as expectativas quanto ao seu

desempenho no trabalho

(c) Definição dos requisitos e qualificações – é importante que o selecionador

esclareça ao candidato as qualificações necessárias para executar o

trabalho proposto.

Existem dois tipos de recrutamento:

- Interno – quando a vaga é disponibilizada para pessoas dentro da empresa, ou

seja, que já trabalham na organização;

- Externo – quando a vaga é disponibilizada para pessoas que não trabalham na

empresa, ou seja, o processo é aberto para o mercado (CARNEIRO, 1999).

Depois de realizado o recrutamento, é necessário selecionar os

candidatos. A seleção tem como objetivo escolher o candidato ideal para a vaga,

aqueles cujas qualificações atendem aos requisitos anteriormente determinados. A

seleção fornece informações para o selecionador decidir entre os diversos

candidatos (PARENTE, 2000; CARNEIRO, 1999).

A entrevista é a forma mais utilizada no processo de seleção de

candidatos, porém, antes da entrevista as empresas podem optar por fazer uma

pré-seleção através de várias fontes de informações como:

• Análise de formulários de inscrição de trabalho – tem como objetivo

avaliar se o candidato tem as qualificações mínimas exigidas para o

cargo. Isto ocorre analisando seu histórico de trabalho, grau de instrução,

motivos por que deixou o último emprego e outras informações que o

selecionador considere pertinentes.

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77

• Referência – a referência é uma forma de verificar se as informações

contidas nos formulários são verdadeiras e colher informações adicionais

dos candidatos.

• Aplicação de testes de inteligência, de habilidades e personalidade – os

testes “podem fornecer insights sobre os empregados potenciais”. Os

testes podem apontar habilidades inatas dos candidatos, ou seja, apontar

candidatos potenciais para determinados cargos (LEVY e WEITZ, 2000).

Carneiro (1999) classifica esta etapa como triagem dos candidatos.

Segundo o autor, antes da seleção deve-se fazer uma triagem dos materiais

recebidos (currículos, propostas, cadastros, etc), sempre observando as etapas

anteriores e, ainda, as experiências profissionais, a escolaridade dos candidatos, a

pretensão salarial e outros aspectos que o selecionador considere importantes.

A entrevista é a parte mais importante e imprescindível no processo

de seleção. Seu objetivo é reunir informações que permitam escolher o melhor

candidato à vaga existente. As questões devem ser elaboradas de forma a ajudar o

selecionador a verificar “se o candidato tem motivação e habilidade para

desempenhar as atividades de trabalho necessárias” (PARENTE, 2000, p. 363).

A entrevista deve fornecer:

Informações sobre habilidades, interesses do candidato, e seus

conhecimentos;

Características da sua personalidade;

Dados para comparação do perfil do candidato com o perfil

estabelecido para a vaga (CARNEIRO, 1999, p. 203).

2.8.2 Treinamento e desenvolvimento

Uma empresa que objetiva ter bom retorno sobre o seu capital

humano deve investir em treinamento contínuo para seus funcionários. Neste

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78

sentido, tanto os novos como os antigos funcionários devem passar por programas

de capacitação (PARENTE, 2000).

O treinamento não deve se limitar apenas a ações de adestramento

do funcionário para que este desenvolva corretamente habilidades operacionais.

Além de desenvolver estas habilidades, o treinamento deve cumprir alguns

requisitos (Quadro 10).

Quadro 10: Missões do treinamento de funcionários numa empresa de varejo:

Missões Operacionais Missões organizacionais Missões de Recursos

Humanos

Aumentar a

produtividade

Melhorar a qualidade

dos serviços prestados

Promover mudanças culturais e

de atitude

Elevar o nível de relacionamento

Melhorar a imagem da empresa

Aumentar a eficácia

Sensibilizar as pessoas

para as mudanças

Potencializar as

habilidades

Elevar o grau de satisfação

Elevar o patamar

educacional

Fonte: Carneiro, 1999, p. 208.

Para Parente (2000) e Levy e Weitz (2000), os programas de

treinamentos de funcionários podem ocorrer de duas formas distintas:

• Programas formais ou estruturados: Estes programas são organizados

previamente, e são estruturados para acontecer em períodos e dias pré-

determinados. Podem ser ministrados pela equipe de treinamento da

empresa, se houver, ou por profissionais contratados. E tem como

objetivo básico repassar a novos funcionários as habilidades e

conhecimentos que estes necessitam para desempenhar suas funções na

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organização. Os métodos utilizados normalmente incluem: vídeos,

apresentações, CD-Rom, treinamento a distância, manuais etc.

• Treinamento no trabalho: Esta modalidade de treinamento ocorre no local

de trabalho e normalmente é aplicada por um superior imediato ou por um

funcionário mais experiente do setor / área. E tem como objetivo básico,

além de repassar os conhecimentos da função a ser desempenhada pelo

funcionário, influenciá-lo nas suas atitudes, a fim de que este não cometa

“erros básicos”.

Estes dois métodos são complementares, portanto, podem ser

utilizados simultaneamente na empresa.

No setor de varejo de supermercado a ABRAS – Associação Brasileira

de Supermercados - lançou em 1999 a Escola Nacional de Supermercados, com os

seguintes objetivos: preparar os trabalhadores para trabalharem com os recursos

tecnológicos; desenvolver um acervo de recursos didático-pedagógicos para apoiar

a educação profissional; capacitar instrutores para ministrarem cursos para o setor

(PARENTE, 2000).

2.8.3 Avaliação de desempenho

Cabe ao superior imediato ou a um gerente da empresa

periodicamente medir e avaliar os seus funcionários. Para tanto, utiliza-se desta

importante ferramenta cujos objetivos estão detalhados no Quadro 11 (CARNEIRO,

1999).

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80

Quadro 11: Objetivos da avaliação de desempenho

1. Clarear / definir e mobilizar a equipe para o alcance das metas

estabelecidas;

2. Informar o funcionário sobre seu desempenho;

3. Fornecer feedback (retorno sobre seu comportamento);

4. Dar subsídio para o planejamento da força de trabalho;

5. Fazer promoções, transferências e desligamentos;

6. Indicar para treinamento (seja formação, seja desenvolvimento);

7. Dar subsídio para remuneração;

8. Opinar sobre aumentos / mérito individual;

9. Aplicar política de bônus.

Fonte: Carneiro, 1999, p. 213.

Para Parente (2000) e Carneiro (1999), o processo de avaliação de

desempenho pode ser realizado de duas maneiras distintas: Formal – através de

avaliações regulares e periódicas. Neste caso o avaliador estabelece prazos

formais tanto para a realização da avaliação quanto para a realização do feedback.

Informal – através de feedback contínuo, toda vez que for necessário corrigir ou

reforçar postura de seus funcionários. O feedback informal pode ser imediato e

ocorre no dia-a-dia, é usualmente chamado de acompanhamento de trabalho.

Porém há necessidade de se ter critérios para a realização deste

feedback. Estes devem relacionar as características de desempenho dos

funcionários com seus atributos pessoais (Quadro 12).

Quadro 12. Critérios de avaliação pessoal.

Características de desempenho Atributos pessoais

Produtividade

Conhecimento do trabalho

Qualidade do trabalho

Capacidade de organização

Necessidade de supervisão

Entusiasmo

Lealdade

Confiabilidade

Liderança

Maturidade

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Prontidão

Relacionamento com os colegas

Relacionamento com os clientes

Habilidade analítica

Estabilidade

Criatividade

Honestidade

Iniciativa

Fonte: Lewsion, 1997, p. 243. apud Carneiro, Parente, 2000, p. 366.

2.8.4 Remuneração e benefícios

A forma mais comum de remunerar os funcionários numa empresa e

que atendem à legislação trabalhista do Brasil é o pagamento de salários fixos mais

os encargos que incluem férias, 13° salário, previdência social e Fundo de Garantia

por Tempo de Serviço – FGTS. Porém muitas empresas, além de atender às

exigências legais, oferecem aos seus funcionários, com objetivos de obter deles

maior satisfação, uma cesta de benefícios como: auxílio educação, assistência

médica e odontológica, transporte, creche, refeição e outros benefícios (PARENTE,

2000).

Além da remuneração fixa e “pacotes” de benefícios, algumas

empresas também oferecem aos seus funcionários uma remuneração variável,

representada por comissões ou bonificações, sempre associada a resultados dos

negócios gerados pela empresa ou pelos vendedores individualmente.

Normalmente, as lojas de auto-serviços como supermercados, por exemplo, adotam

uma remuneração exclusivamente fixa, enquanto que lojas especializadas como

uma joalheria, por exemplo, a maior parte da remuneração dos seus funcionários é

variável (CARNEIRO, 1999; PARENTE, 2000).

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2.9 VAREJO

A atividade do varejo consiste na venda de produtos e serviços ao

consumidor final. “Qualquer empresa – fabricante, atacadista ou varejista – que

venda algo aos consumidores finais, para seu uso não-comercial, está realizando

uma venda a varejo”. (Figura 5). Comumente a venda ocorre através de lojas, mas

esta atividade pode, também, ser realizada através de qualquer instituição. Porém,

independente de como ou onde os produtos ou serviços são vendidos, as empresas

que se propõem a realizar esta atividade são chamadas de varejistas (ETZEL,

WALKER e STANTON, 2001, p. 378).

O varejista representa um elo importante na cadeia produtiva, pois “é

ao mesmo tempo, a fonte de energia de seus fornecedores e o agente de compra

de seus clientes”. Os varejistas buscam o equilíbrio entre as forças, pois procuram

satisfazer as necessidades e desejos de seu público-alvo e, ao mesmo tempo,

representam os interesses dos fornecedores, porém nem sempre este equilíbrio é

alcançado. Além disto, o varejista, por estar em contato com o consumidor final,

pode obter informações estratégicas de seus clientes como: tendências de

mercado, características mais desejadas nos produtos, aceitação dos produtos,

além de poderem sugerir novos produtos e serviços (COBRA, 1997, p. 335).

Para Gaffney (2003), estudos recentes mostram a importância da

compreensão do varejo e suas estratégias para atingir os objetivos propostos pela

empresa. Para se entender o varejo é importante dividi-lo em várias partes desde a

gerência de merchandising a controle de inventário.

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83

VEND

VEND

Figura 5: Funções do varej

Fonte: Cobra, 1997, p. 335

Segundo Etz

se comporta quanto ao

classificá-lo através de dua

estratégia de marketing (Q

Quadro 13: Classificação d

Exemplo de loja FormaPão de Açúcar Red

Supermercado de

Bairro

In

Fonte: Etzel, Walker e Sta

FABRICANTE E/OU ATACADISTA / DISTRIBUIDOR

CONSUMIDOR FINAL

VAREJISTA

AS SERVIÇOS

AS SERVIÇOS

ista.

.

el, Walker e Stanton (2001), para entender como o varejo

relacionamento com fornecedores e clientes, pode-se

s maneiras: quanto à forma de propriedade ou quanto à

uadro 13).

o varejo segundo propriedade e estratégias de marketing

de propriedade Estratégias de Marketing e Corporativa Lojas de departamento com um

sortimento relativamente profundo,

preços moderados e níveis de serviço

pessoal que variam de um

departamento para o outro.

dependente Loja com linha limitada que oferece um

sortimento estreito e relativamente

profundo, evita a concorrência de

preços e fornece amplo serviço

pessoal.

nton adaptado, 2001, p. 385.

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84

2.9.1 Classificação do varejo conforme a forma de propriedade

Existem três formas de propriedades no varejo: rede corporativa, lojas

independentes e o sistema vertical de Marketing (SVM) contratual, sendo que esta

última pode ser sub-classificada em redes voluntárias patrocinadas por atacadistas,

cooperativas de varejistas e sistema de franquia (ETZEL, WALKER e STANTON,

2001).

2.9.1.1 - Redes cooperativas

Uma rede cooperativa é uma forma de organização de empresas, na

qual no mínimo duas lojas que normalmente operam com a mesma linha de

produtos se associam e centralizam suas administrações e algumas atividades

operacionais (ETZEL, WALKER e STANTON, 2001).

Três fatores diferenciam uma rede de uma loja independente ou de

uma forma contratual de Sistema Vertical de marketing - SVM:

• A rede necessita de duas ou mais lojas para se constituir;

• Uma rede possui propriedade centralizada;

• E devido a esta centralização, os lojistas têm pouca autonomia.

Geralmente as operações são centralizadas e padronizadas para todas

as unidades. “Embora seja um fator importante no sucesso das redes,

essa padronização traz também problemas, pois freqüentemente, ela se

transforma em falta de flexibilidade”. A conseqüência desta falta de

flexibilidade é a incapacidade e falta de rapidez de se ajustar às rápidas

mudanças do mercado local (ETZEL, WALKER e STANTON, 2001, p.

385).

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2.9.1.2 - Lojas independentes

Para Etzel, Walker e Stanton (2001), um varejo independente é uma

empresa que possui somente uma loja, e não tem vínculo com nenhum sistema

vertical de marketing (SVM) contratual.

As características mais comuns neste tipo de propriedade são:

Normalmente são de pequeno porte;

Possuem preços acima da média das lojas de redes;

E possuem diferenças de qualidade quanto a alguns itens vendidos em

relação às redes.

2.9.1.3 Sistema vertical de marketing (SVM) contratual

Neste sistema os varejistas independentes utilizam-se de contratos

específicos que orientam suas operações. Segundo Etzel, Walker e Stanton (2001),

o sistema vertical de marketing contratual pode se constituir de três formas distintas:

• Através de uma cooperativa varejista, formada por um grupo de pequenos

varejistas que estabelecem e operam um depósito atacadista.

• Através de uma rede voluntária, formada por um grupo de pequenos

varejistas que celebram um contrato com um único atacadista que os

patrocinam.

Apesar da diferença entre ambas formas de organização residir

apenas em quem as patrocina, historicamente foram criadas com o objetivo de

conseguirem concorrer de forma eficaz com as grandes redes. Isso é possível

porque elas dão aos seus membros volume de poder de compra e assistência

administrativa no layout da loja, em programas de treinamento de funcionários e

administração, promoção, na contabilidade e sistemas de controle dos estoques.

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A terceira forma de SVM contratual é a franquia, uma forma de

comércio cuja operação ocorre mediante um contrato de exclusividade de uso da

marca de determinados produtos ou serviços. Porém, o uso ocorre mediante um

contrato rígido entre franqueado e franqueador. Normalmente o proprietário da

tecnologia controla as operações e as variáveis mercadológicas de produtos ou

serviços, preços, comunicações com o mercado. Em contrapartida, oferece

assistência aos lojistas, treinamento, merchandising, controles administrativos e

gerenciais (COBRA, 1997).

Além destas modalidades, Cobra (1997) ainda descreve a existência

de outras formas específicas de cooperativa de varejistas como: cooperativas de

produtores, normalmente de produtos agrícolas, avícolas que vendem diretamente

aos consumidores; cooperativa de artigos de queima, na qual varejistas

independentes adquirem mercadorias de empresas em dificuldades ou produtos

com defeitos e vendem a preços menores aos consumidores de baixa renda;

cooperativa de consumo, que são grupos de consumidores que compram grandes

quantidades de produtos e repassam sem lucro aos seus cooperados.

2.9.2 Classificação do varejo conforme as estratégias de marketing

Para Etzel, Walker e Stanton (2001), independentemente da forma de

propriedade, um varejista deve planejar suas estratégias de mix marketing para ter

sucesso e atender adequadamente em seus segmentos-alvo. “No varejo, o mix

marketing enfatiza o sortimento de produtos, preço, localização, promoção e serviço

ao consumidor. Este último elemento é composto pelos serviços projetados para

auxiliar a venda de um produto” (ETZEL, WALKER e STANTON 2001, p. 389).

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Quando se classifica o varejo conforme as estratégias de marketing,

três elementos devem ser verificados detalhadamente: amplitude e profundidade do

sortimento de produtos; nível de preço; quantidade de serviços ao consumidor

(Quadro 14).

Quadro 14: Classificação do varejo segundo propriedade e estratégias de marketing

Tipo de Loja Amplitude e profundidade do

sortimento

Nível de preço Serviços ao consumidor

Loja de

departamentos

Muito amplo e

profundo

Evita a concorrência de

preços

Ampla variedade

Loja de

desconto

Amplo e raso Enfatiza os preços

baixos

Relativamente poucos

Loja com linhas

limitadas

Estreito e

profundo

Os tipos tradicionais

evitam a concorrência de

preços; tipos mais novos

enfatizam os preços

baixos

Variam de acordo com

o tipo

Loja de

especialidades

Muito estreito Evita a concorrência de

preços

No mínimo, padrão;

extensivos em algumas

Varejista off-

price

Estreito e

profundo

Enfatiza preços baixos Poucos

Loja category-

killer

Estreito e muito

profundo

Enfatiza preços baixos De poucos a moderado

Supermercado Amplo e profundo Alguns enfatizam os

preços baixos; outros

evitam esta estratégia

Poucos

Loja de

conveniência

Estreito e raso Preços altos Poucos

Clube de

depósito

Muito amplo e

muito raso

Enfatiza preços muito

baixos

Poucos (aberto apenas

para membros)

Fonte: Etzel, Walker e Stanton, 2001, p. 389.

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2.9.3 Varejo de supermercados

A palavra supermercado pode ser utilizada para descrever um método

e um tipo de organização. Se considerarmos o varejo de supermercado como um

método, estamos nos referindo às linhas de produtos comercializadas. Além dos

produtos de mercearia, o supermercado, dependendo do seu porte, pode

comercializar até material de construção, produtos de escritórios, confecções, entre

outros. Além dos tipos de mercadorias, referindo-se ainda ao método podem ser

considerados: um alto grau de self-service, caixas centralizados e preços

competitivos (ETZEL, WALKER e STANTON 2001).

Os supermercados são tipos de instituição que possuem “um

sortimento de produtos moderadamente amplo e profundo, compreendendo

produtos de mercearias e linhas não-alimentícias, e oferece relativamente poucos

serviços ao consumidor”. E ainda, devido às margens pequenas, os supermercados

precisam de altos níveis de rotatividade de mercadorias para conseguir um retorno

do capital investido.

Conforme crescem, as lojas de varejo de supermercados vão

acrescentando um número maior de produtos, ampliando as instalações e passando

a ser classificadas como superlojas e hipermercados (ETZEL, WLAKER e

STANTON, 2001).

- Classificação do Varejo de Supermercado

Quanto às Características das Lojas

Uma das características importantes a serem ressaltadas no varejo de

supermercados é a diversidade de nichos a serem explorados. É fundamental ser

eficiente, encontrar um segmento de mercado e atender adequadamente. Em

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89

função desta diversidade de segmentos é que as lojas possuem inúmeros formatos

(SANTOS, GIMENEZ e MATTOS, 1998).

No Brasil, o varejo de alimentos apresenta diversos formatos de lojas:

lojas de conveniência, lojas de vizinhanças, lojas de conveniência e supermercados

com grandes lojas, altos volumes de mercadorias, grande amplitude e profundidade

e normalmente com preços baixos, hipermercados e lojas especializadas.

O conceito de supermercado de vizinhança é criado pelos americanos,

enquanto que o conceito de hipermercado, pelos franceses. O primeiro destina-se a

consumidores que valorizam os serviços, possui um mix de produtos menor e não

possuem loja de departamento, enquanto que o segundo destina-se a

consumidores que valorizam o preço das mercadorias, possui um alto nível de

sortimento, lojas de departamento e general merchandise. É importante observar

que ambos os modelos têm procurado se segmentar, atingindo públicos com poder

aquisitivo diferente, um exemplo disto é o surgimento dos Vipsmercados, que visam

um público com alto poder de compra.

Em função desta diversidade de lojas é que na metade da década de

noventa a ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados - lançou uma tabela

de classificação dos supermercados, estabelecendo relação entre o formato das

lojas com a área, com número médio de itens, número de check-outs, tipos de

produtos encontrados nas seções.

Segundo informações da própria ABRAS, esta tabela não foi adotada

como oficial por todas as entidades do setor, porém muitos a utilizam como uma

referência.

Segue abaixo a classificação do tamanho das lojas segundo a ABRAS

– Associação Brasileira de Supermercados:

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Um supermercado compacto ou de pequeno porte é caracterizado por:

• Uma área de vendas de 300 a 700 metros quadrados;

• Um número médio entre 4.000 a 8.000 itens;

• De 02 a 06 check-outs;

• Possui as seguintes seções: mercearia, hortifruti; bazar, frios e laticínios,

carnes e aves.

Um supermercado convencional é caracterizado por:

• Uma área de vendas de 700 a 2.500 metros quadrados;

• Um número médio entre 9.000 a 12.000 itens;

• De 07 a 20 check-outs;

• Possui as seguintes seções: mercearia, hortifruti; bazar, frios e laticínios,

carnes, aves e padaria.

Uma superloja é caracterizada por:

• Uma área de vendas de 3.000 a 5.000 metros quadrados;

• Um número médio entre 14.000 a 20.000 itens;

• De 25 a 36 check-outs;

• Possui as seguintes seções: mercearia, hortifruti; bazar, frios e laticínios,

carnes, aves, peixaria, padaria, têxtil e eletrônico.

Um hipermercado é caracterizado por:

• Uma área de vendas de mais de 5.000 metros quadrados;

• Um número médio de mais de 45.000 itens;

• Mais de 50 check-outs;

• Possui as seguintes seções: mercearia, hortifruti; bazar, frios e laticínios,

carnes, aves, peixaria, padaria, têxtil e eletrônico.

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91

2.10 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS ENTRE EMPRESAS

2.10.1 Definições

O movimento de cooperação entre empresas tornou-se mais popular

em meados dos anos oitenta e intensificou-se nos anos noventa com a globalização

dos mercados. Aparentemente, parece contraditório dizer que para competir as

empresas precisam cooperar, porém foi uma solução viável encontrada,

principalmente pelas pequenas empresas para obterem capacidade estratégica

competitiva. Portanto, a cooperação tornou-se uma condição para a competição

(HITT, IRELAND e HOSKISSON, 2003).

Wright, Kroll e Parnell, (2000) definem a aliança estratégica entre duas

ou mais empresas como parcerias formadas para realização de um projeto

específico, compartilhando benefícios, custos e riscos. Para os autores, esses

arranjos incluem joint-ventures, acordos de franquia/licenciamento, P&D conjuntos,

operações conjuntas, acordos conjuntos para fornecimento, acordos de marketing

conjuntos e consórcios. As alianças estratégicas podem ser temporárias,

desfazendo-se após o término do projeto.

Para Hitt, Ireland e Hoskisson (2003), as alianças estratégicas são

uma forma principal das estratégicas cooperativas. As alianças foram uma resposta

rápida e oportuna para as empresas enfrentarem um mercado onde cada vez mais

as empresas concorrem globalmente, e as atividades econômicas e tecnológicas

mudam numa velocidade muito rápida.

Os autores conceituam alianças estratégicas como parcerias entre

empresas, “em que seus recursos, capacidades e competências essenciais são

combinados para perseguirem interesses mútuos ao projetar, manufaturar e

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distribuir bens ou serviços”. Portanto, os fundamentos básicos da formulação teórica

das alianças estratégicas residem nos recursos da empresa (HITT, 2003, p. 361).

Para Coughllan (2002), uma aliança estratégica ocorre quando duas

ou mais organizações têm ligações que fazem com que elas trabalhem de acordo

com uma percepção de único interesse, compartilhado por todos. As alianças

estratégicas são conexões duradouras e substanciais, que ocorrem em vários níveis

da organização.

Castells (2000) define alianças estratégicas como um fenômeno que

transforma os negócios e a sociedade pelo impacto causado pela tecnologia da

informação. Castells argumenta que a necessidade é a principal causa do

surgimento da empresa em rede. Nessa concepção cada empresa que pertence à

rede com autonomia para ações e projetos, mas depende de informações e outros

benefícios do relacionamento.

Para Varadarajan e Cunninghan (1995), a cooperação entre as

empresas propicia o fortalecimento das relações e a criação de novas

oportunidades de negócios. Porém, esta prática depende da percepção de cada

empresa sobre as oportunidades e ameaças do ambiente empresarial em que estão

situadas.

Porém Amato Neto (2000) a formação de uma aliança estratégica

entre as empresas só pode ocorrer quando existe uma relação de confiança as

empresas participantes, fato este que é uma conseqüência das transformações do

relacionamento interorganizacionais, passando ao longo do tempo de relações

conflituosas para uma relação cooperativa.

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Para Amana-Key (1996, p.03), as motivações para formação de

alianças estratégicas têm se modificado ao longo do tempo. “Com a crescente

queda de barreiras em todas as dimensões da atividade humana, as alianças

emergirão cada vez mais naturalmente como forma de alavancar o posicionamento

estratégico da empresa” (Quadro 15).

Quadro 15: Motivações para se formar alianças estratégicas

Motivações Competitivas

Década de 80 Década de 90 Influenciar a evolução da estrutura do ramo Obter janelas em novas tecnologias e

clientes

Explorar pioneiramente novos ramos Intercambiar informações estratégicas

Racionalizar ramos maduros Promover interações de pessoas com

habilidades diversas

Bloquear competidores Intercambiar sistemas gerenciais

Expandir capacidades Criar e explorar sinergias

Integrar-se verticalmente Intercambiar práticas inovadoras de

gerenciamento

Ganhar acesso rápido a melhores clientes Reter colaboradores empreendedores

Responder defensivamente à queda de

limites entre ramos e países

Aprimorar comunicações entre unidades

estratégicas de negócios

Potencializar força conjunta de competição Intercambiar competências básicas

Diversificar

Fonte: Amana-key , 1996, p.3

Na definição de Day (1995), a utilização de aliança estratégica como

organização empresarial é mais comumente utilizada por grandes empresas com o

objetivo de participar do lançamento de projetos e obtendo ganhos conjuntos e

maiores lucros.

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94

2.10.2 Causas e tipos de alianças estratégicas

Segundo Amana-key (1996), as configurações estratégicas

cooperativas podem ir de uma fusão/aquisição a acordos informais de cooperação.

A escolha da forma adequada depende do poder barganha de cada uma das

empresas envolvidas e da importância da aliança estratégica para cada uma delas.

O Quadro 16 mostra o que determina o poder de barganha de cada

uma das empresas envolvidas na aliança estratégica.

Quadro 16: Determinantes do poder de barganha das empresas envolvidas na

aliança estratégica

• Custos envolvidos na cooperação

• Benefícios esperados da cooperação

• Sucessos e insucessos em alianças e parcerias

• Alternativas para atingir os objetivos estratégicos desejados

• Necessidade de cooperar

• Barreiras internas e externas à cooperação

Fonte: Amana-key (1996).

Segundo Amana-key (1996), em função do poder de barganha tem-se

os seguintes tipos de alianças estratégicas entre as empresas:

(a) Fusões ou aquisições. Este tipo de aliança ocorre quando uma

empresa adquire os recursos e/ou conhecimentos de outra empresa,

com o objetivo de desenvolver novas competências ou penetrar em

novos mercados. Porém, é importante ressaltar que caso a fusão ou

aquisição ocorra de forma hostil, não é correto dizer que houve

cooperação entre as empresas.

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(b) Joint ventures. Ocorre quando duas ou mais empresas constituem

uma nova empresa, sendo que o controle acionário e os resultados

são igualmente divididos entre o resultado desta união. A vantagem

de uma joint ventures é a diluição dos riscos envolvidos no negócio.

(c) Investimentos minoritários. Este tipo de aliança ocorre quando não há

a criação de um novo empreendimento e sim, o investimento de uma

conhecer e absorver novas habilidades ou recursos que a outra

empresa possua. Ou também ser uma forma de fortalecer uma

empresa em desenvolvimento. Os investimentos minoritários podem

variar quanto ao grau de intervenção do investidor, a forma de

relacionamento entre as empresas e quanto a que recursos além de

financeiros a empresa investidora pode oferecer.

(d) Acordos de cooperação. Esta modalidade de aliança é comum entre

pequenas empresas e ocorre quando as empresas participantes não

efetuam qualquer investimento de capital. Ou seja, esta forma ocorre

através de acordos entre duas ou mais empresas autônomas pela

troca de serviços e as decisões conjuntas são apenas tomadas para

execução de determinados produtos e serviços. Os parceiros

contratam o acordo de cooperação por meio de contratos que

especificam configurações de produtos, calendários de entregas,

preços e outros termos.

(e) Consórcio para pesquisa e desenvolvimento. É quando as empresas

estabelecem um acordo para investir em pesquisa. Geralmente um

parceiro geral celebra um acordo com um grupo de usuários (o

consórcio) para assumir ou pagar por um certo volume do produto em

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questão. Quanto ao produto que é desenvolvido, o parceiro geral

licencia a tecnologia para as empresas do consórcio ou fabrica o

produto para elas (obtendo economia de escala e de curva de

aprendizagem).

(f) Acordos de licenciamento cruzado ou de distribuição cruzada. Este

tipo de aliança estratégica ocorre quando as empresas trocam

licenças para adquirir conhecimento sobre processos que

desenvolveram. Nos acordos de distribuição cruzada uma empresa

pode comercializar os produtos de outra em determinados mercados

ou situações. As empresas trocam as linhas de produto visando

oferecer a seus próprios clientes um leque mais amplo de produtos.

(g) Consórcios para licitações. Esta modalidade é muito comum e

amplamente utilizada, e ocorre quando empresas associam-se em

consórcios para tomar parte em uma licitação que elas podem

subdividir ou delegar a um membro para operar um benefício do

consórcio. Alguns acordos prevêem restrições à saída dos membros

no caso de sucesso na licitação, mas a duração do empreendimento

pode ser curta.

Michael Hitt, Ireland e Hoskisson (2003) resume os formatos das

alianças estratégicas em apenas três tipos explícitos:

(a) Joint Venture. É um tipo de aliança estratégica, no mínimo duas

empresas criam uma nova empresa independente combinando parte

de seus ativos. Normalmente, as joint ventures estabelecem uma

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relação de longo prazo e transferem conhecimentos tácitos entre os

participantes, uma importante fonte de vantagem competitiva.

(b) Aliança Estratégica acionária. Este tipo de aliança caracteriza-se pelo

fato dos sócios possuírem percentuais do capital social da nova

empresa. “As alianças estratégicas acionárias são consideradas mais

eficientes para transferir Know-how entre firmas, porque estão mais

próximas do controle hierárquico do que as alianças sem participação

acionária”.

(c) Alianças Estratégicas sem participação acionária. Neste caso não

existe compartilhamento de capital social, apenas acordos contratuais

entre empresas, nos quais cada parte cumpre parte de um processo

operacional. Por exemplo, uma empresa pode fornecer e distribuir

bens e serviços de uma outra companhia. Como não há investimento

em capital, “as alianças estratégicas sem participação acionária são

menos formais e exigem menos compromissos da parte dos sócios do

que as joint ventures e as alianças estratégicas acionárias”.

2.10.3 As redes de pequenas empresas

Várias razões antecedem e explicam o surgimento das redes de

pequenas empresas: a globalização da economia, que permitiu acesso aos

mercados pelas grandes empresas, os avanços tecnológicos, principalmente nas

áreas de comunicações e as alterações dos conceitos mercadológicos e de

produção. Em função destas alterações, as empresas estão expostas a novos

riscos. “Pode-se caracterizar esse risco para uma empresa, da seguinte forma:

alguma outra empresa, em algum outro lugar do mundo, a qualquer tempo, pode

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passar a produzir melhor e mais barato seu mesmo produto e essa outra empresa

pode ter acesso aos mesmos mercados” (CASAROTO FILHO e PIRES, 2001, p.

26).

No Brasil, a partir da estabilização e abertura econômica após 1994,

esta realidade de risco crescente impacta fortemente nas empresas nacionais

principalmente para as pequenas empresas que possuem dificuldades e limitações

para competir isoladamente. Assim, restam-lhes duas alternativas: ser fornecedora

numa rede topdown ou participar de uma rede flexível de pequenas empresas.

No modelo de rede topdown, as empresas participantes são

fornecedoras de uma ‘empresa principal’ ou empresa-mãe. Neste caso, as

empresas fornecedoras são extremamente dependentes das estratégias da

empresa-mãe, é um sistema que não permite flexibilidade ou poder de influência

das empresas participantes nas ações da rede (CASAROTO e PIRES, 2001)

(Figura 6).

e

a

a

Modelo de rede topdown,União de todas atrás de umdivergências, impedimentoExemplos: Indústria autom

Figura 6: Modelo de rede Topd

Fonte: Casaroto Filho e Pires,

Empresa-mã

1ª Linh

2ª Linh

ou modelo japonês. a liderança, sincronização, negação das

de conflitos. obilística e Sistema de interação das agroindústrias.

own

2001, p. 36.

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O segundo modelo é o do tipo flexível de pequenas empresas. Neste

modelo, as empresas aliam-se com propósitos comuns abrangentes ou restritos,

através de um consórcio, no qual cada empresa responsabiliza-se por parte do

processo, gerando valor agregado ao produto final. Porém, este modelo não ocorre

rapidamente, é necessário que haja uma mudança cultural da empresas envolvidas,

abnegando ao individualismo e à guerra concorrencial (Figura 7).

Segundo Casaroto Filho e Pires (2001, p. 37), as possibilidades de

abrangência dos consórcios de pequenas empresas são: “fabricação do produto;

valorização do produto; valorização da marca; desenvolvimento de produtos;

comercialização, exportações; padrões de qualidade; obtenção de crédito;

capacitação”.

Consórcio (Empresa Virtual)

Empresas

Rede Flexível de empresas. Cooperação: Exemplo: Consórcios italianos

Figura 7: Modelo de rede Flexível

Fonte: Casaroto Filho e Pires, 2001, p. 36.

Vários autores utilizam diferentes formas para classificarem as

alianças estratégicas interorganizacionais, uma vez que não há uma tipologia-

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padrão comum. Harrigan (1985) classifica este tipo de aliança como acordo de

cooperação, na visão de Hitt, Ireland e Hoskisson (2003) são alianças estratégicas

sem participação acionária, Cassaroto Filho e Pires (2001) sugerem um glossário,

onde as redes são classificadas de acordo com seis características distintas,

conforme apresentado no Quadro 17.

Quadro 17: Classificação das redes interorganizacionais segundo Casaroto Filho e

Pires

Classificação Características

Pólo Concentração regional de empresas voltadas ao mesmo

segmento de produtos.

Cluster (aglomerações competitivas)

Pólo consolidado onde haja uma forte interação entre as

empresas, estendendo-se verticalmente a jusante e a montante,

lateralmente, e comportando entidades de suporte privadas e

governamentais.

Sistema produtivo local (ou sistema econômico local)

Região fortemente estruturada, contendo um ou mais clusters,

com um planejamento territorial com alta interação público-

privada, com respeito à cultura e com o objetivo de assegurar a

QUALIDADE DE VIDA dos habitantes.

Rede de empresas Conjunto de empresas entrelaçadas por relacionamentos formais

ou simplesmente negociais, podendo ou não ser circunscrito a

uma região.

Consórcio de empresas

Redes de empresas entrelaçadas por laços formais de

cooperação, normalmente circunscrita a determinada região.

Fonte: Casaroto e Pires, 2001, p. 87.

Paiva e Silva (2004) simplifica os conceitos de redes considerando

que estas podem estar num mesmo local ou não. Se estiverem num mesmo

território, podem ser classificadas de Arranjos Produtivos Locais, distritos industriais

ou cluster, porém, se geograficamente estiverem em diversas localidades, são

classificas pelos especialistas como alianças estratégicas.

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As alianças de pequenos supermercados estudadas nesta dissertação

podem ser enquadradas de acordo com a definição de cada autor, conforme

apresentado no quadro 18.

Quadro 18: Classificação das alianças conforme definição de diversos autores:

AUTOR CLASSIFICAÇÃO

Kathryn Harrigan (1985) Acordo de cooperação

Michael Hitt (2003) Alianças estratégicas sem participação acionária

Casarotto Filho e Pires (2001) Redes de empresas

Anne T. Coughlan (2002) Alianças estratégicas

Camila Paiva (2004) Alianças estratégicas

Fonte: Elaborado pelo autor conforme definições apresentadas.

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102

Capítulo 3

UM ESTUDO DO COMPOSTO DE MARKETING EM REDES DE

PEQUENOS SUPERMERCADOS NO INTERIOR DO ESTADO DE

SÃO PAULO

3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL

Conforme apresentado nesta dissertação, o setor de varejo de

supermercado Brasileiro possui uma história de um pouco mais de cinco décadas

caracterizada por inúmeras transformações. Da inauguração do primeiro

supermercado em 1953 em São Paulo ao surgimento das primeiras redes de

pequenos supermercados na segunda metade dos anos noventa, o setor

experimentou diversas mudanças sócio-econômicas da sociedade Brasileira.

As redes de pequenos supermercados, objeto de estudo desta

dissertação, surgiram como alternativa para um grupo de empresas que estavam

propensas a desaparecer devido principalmente a fatores como: concentração e

internacionalização do setor; aceleração do processo de automação e tecnologia.

A união destas pequenas empresas proporcionou desde mudanças

culturais das empresas participantes, que passaram a enxergar seus concorrentes

como aliados, ao surgimento de estratégias mercadológicas para competir com as

grandes empresas.

A seguir serão apresentados a metodologia e o resultado da pesquisa

com quatro redes de pequenos supermercados no interior do estado de São Paulo.

Conforme explicado na metodologia, a escolha da amostra ocorreu em função de

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acessibilidades das redes, e a quantidade de supermercados pesquisados e sua

distribuição permitiram tirar conclusões relativas às questões de pesquisa.

Os resultados obtidos mostram algumas estratégias mercadológicas

adotadas por cada uma delas referente ao composto de marketing de varejo:

produtos, preços, comunicação com o mercado, distribuição, apresentação de loja e

pessoas (recursos humanos).

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia utilizada para responder a questões de pesquisa e se

atingir os objetivos propostos consta da realização de uma pesquisa de campo

conclusivo-descritiva, com uma amostra de 61 supermercados, divididos entre 04

redes localizadas em 41 municípios do interior do Estado de São Paulo. Segundo

Mattar (1996, p. 23), as pesquisas conclusivo-descritivas “são caracterizadas por

possuírem objetivos bem definidos, procedimentos formais, serem bem estruturadas

e dirigidas para a solução de problemas”.

Segundo Flick (2004), na decisão quanto à estratégia de escolha da

amostra o pesquisador deve optar em utilizar entre dois métodos: o método de

amostragem por extensão, segundo o qual se procura cobrir o maior número

possível de pesquisados com o objetivo de, na diversidade, encontrar evidências

que comprovem o objeto estudado; o segundo método é o da amostragem por

profundidade, segundo o qual se procura realizar análise com máxima

profundidade, na qual a opção é escolher um número menor de entrevistados,

porém penetrar mais a fundo no campo e em sua estrutura com o objetivo de

responder às questões de pesquisa. Ambos os métodos são válidos, possuem seus

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aspectos positivos e suas restrições, a decisão cabe ao pesquisador e depende dos

seus propósitos e dos objetivos pretendidos com a pesquisa.

A escolha da amostra pode, também, seguir o critério da aleatoriedade

ou intencionalidade. Segundo Flick (2004), na avaliação de escolha da amostra

deve-se decidir por realizar uma pesquisa com amostragem aleatória ou com

amostragem intencional. Esta última possui algumas características importantes

como: a tipicidade e conveniência. As amostras típicas são aquelas que possuem

particularidades típicas na média ou na maioria dos casos e, por isso, podem ser

convenientes, pois possibilitam a escolha de casos que são de fáceis acessos,

reduzindo o esforço e minimizando o tempo de pesquisa.

Foram estabelecidos alguns critérios que justificam a escolha e a

utilização de uma pesquisa descritiva com amostragem em extensão e intencional

com os supermercados:

Os pesquisados. Optou-se por aplicar um questionário com os sócios-

proprietários dos supermercados. Este fato deve-se por questões óbvias de

envolvimento dessas pessoas com o processo de funcionamento da

empresa.

A quantidade de redes e questionários. Optou-se por delimitar a amostra em

quatro redes e 61 empresas pela própria característica do método utilizado.

Considera-se que com esta quantidade é possível extrair conclusões que

permitam responder à questão de pesquisa.

As características da amostra. Os questionários foram aplicados em 61

empresas que representam 77 supermercados associados, ou seja, alguns

proprietários possuem mais de um estabelecimento com as mesmas

características, tornando-se desnecessária a aplicação de dois questionários

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iguais com a mesma pessoa. Os supermercados e as redes foram escolhidos

por possuírem as seguintes características comuns: (a) terem no mínimo 01

ano de participação numa rede; (b) a rede deveria possuir no mínimo 10

participantes; (b) as empresas estarem espalhadas geograficamente. Estes

critérios justificam-se pelo fato de que algumas aglomerações de empresas

nem sempre justificam a formação de uma rede, e que formações muito

recentes e com poucos participantes podem não possuir desdobramentos

mercadológicos que permitam tirar conclusões que respondam às questões

de pesquisa.

A delimitação geográfica. A escolha do interior do estado de São Paulo deve-

se a dois fatos: (a) Pesquisas realizadas em revistas do setor apontaram

evidências de vários grupos de pequenos supermercados que estão

adotando esta configuração nos últimos anos estão localizados no interior do

estado de São Paulo e (b) devido à localização destas redes permitirem

facilidade de acesso.

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário

com 65 questões com três tipos de perguntas: dicotômicas, com duas respostas

possíveis; múltipla escolha, com várias alternativas de respostas; questões em

escala de importância, ou seja, segundo Martins e Lints (2000), a escala de

importância é uma variação da escala tipo Likert, que classifica a importância de um

determinado atributo.

É importante observar que, segundo Aguiar (1998), quando o

pesquisador se utiliza de um questionário com questões fechadas, este deve ser

facilmente compreendido pelos entrevistados, evitando-se o uso de jargões

profissionais que possam dificultar a compreensão ou distorcer o resultado.

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Assim, para se medir a compreensão do questionário e corrigir

eventuais erros, foram aplicados quatro questionários pré-testes, em duas redes

diferentes. Para Lakatos e Marconi (2001) o pré-teste auxilia no intuito de

evidenciar: a validade de cada pergunta, a operatividade das questões, ou seja, o

vocabulário e significado das questões, e a fidedignidade do questionário. O

resultado ocasionou alterações nos formatos de algumas perguntas e do próprio

formulário de pesquisa.

Os questionários foram aplicados por três pessoas contratadas e

treinadas pelo pesquisador. A pesquisa seguiu um roteiro dividido em três

momentos:

Pesquisa realizada pelos contratados;

Crítica realizada pelo pesquisador. A crítica consiste em uma análise de

consistência de cada formulário aplicado para se verificar, por exemplo, se

todas as questões foram aplicadas e respondidas corretamente, e se

algumas respostas são conflitantes;

Verificação realizada pelo pesquisador. A verificação foi realizada via fone e

teve dois objetivos: refazer questões reprovadas na crítica e verificar se de

fato as pessoas contratadas aplicaram os questionários com os

entrevistados. Em função dos dois objetivos foi realizada uma verificação

com 18 entrevistados das quatro redes.

As questões apresentadas no questionário foram divididas da

seguinte forma:

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A) 08 questões sobre produtos (Pd): com o objetivo de conhecer a amplitude e

profundidade dos produtos oferecidos, desenvolvimento de marca própria e

caracterização do supermercado quanto à quantidade de itens;

B) 08 questões sobre os preços dos produtos (Pç): com objetivo de conhecer a

política de precificação, desconto e forma de pagamento adotado pelo

supermercado e pela rede;

C) 06 questões de comunicação com o mercado (Cm): com o objetivo de

conhecer a comunicação com os clientes dentro e fora da loja;

D) 07 questões relacionadas à distribuição (Dt): com o objetivo de conhecer a

forma de distribuição das mercadorias adquiridas pela rede;

E) 10 questões de apresentação da loja (Ap): com o objetivo de conhecer

características da área de vendas, como layout, check-outs, fachadas do

supermercado associado, e técnicas de promoção de vendas e

merchandising;

F) 09 questões de pessoas (Ps): com o objetivo de conhecer a política de

recursos humanos do supermercado referentes a: recrutamento, seleção,

treinamento, avaliação de desempenho e benefícios oferecidos aos

funcionários dos supermercados;

G) 06 questões sobre o perfil das empresas entrevistadas (Pf): tempo de

existência, escolaridade, idade e sexo do proprietário, ano de fundação da

empresa e quando entrou na rede.

H) 11 questões referentes a um cabeçalho: com dados do entrevistado e da

rede.

Portanto, este método de pesquisa deteve-se em obter informações

que respondessem às questões de pesquisa. As análises dos resultados aqui

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apresentadas seguem o seguinte método de apresentação: estão agrupadas em

seis blocos distintos, divididos conforme o composto de marketing de varejo:

produtos, preços, comunicação com o mercado, distribuição, apresentação de loja e

pessoas (recursos humanos). Para se realizar as análises os supermercados serão

agrupados por check-outs, considerando que supermercados com menos check-

outs são menores que os supermercados com mais check-outs ou por redes. Por

questões de sigilo solicitado pelos próprios supermercados, os nomes das redes não

serão mencionados na apresentação, somente serão divididas em redes A, B, C e

D.

3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

3.3.1 Dados gerais e caracterização dos supermercados pesquisados

Conforme mencionado no item anterior, as pesquisas ocorreram em

41 municípios no interior do estado de São Paulo. A tabela 5 mostra a quantidade

de municípios por rede e de pesquisas realizadas e a tabela 6 mostra a divisão por

número de check-outs, ambas as divisões serão adotadas como parâmetro de

análise.

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109

Tabela 5: Distribuição geográfica de municípios por rede, por entrevista e por

supermercados associados.

REDE A REDE B REDE C REDE D TOTAL

Supermercados

Associados

18 23 23 13 77

Quantidade de

municípios

14 16 06 05 41

Entrevistas

realizadas

17 23 11 10 61

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Tabela 6: Número de check-outs por supermercados pesquisados.

Número de check-outs Quantidade de supermercados

02 check-outs 10

03 check-outs 14

04 check-outs 18

05 check-outs 05

06 check-outs 06

Acima de 07 check-outs 08

Base da amostra 61

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Utilizando-se os critérios de classificação da ABRAS, os supermercados

pesquisados são classificados como supermercados compactos ou de pequeno

porte, pois possuem as seguintes características:

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110

Quadro 19: Classificação dos supermercados pesquisados segundo critério da

ABRAS

Classificação ABRAS Supermercados Pesquisados (média)

Área de vendas De 300 a 700 metros

quadrados

522 metros quadrados

Nº médio de itens De 4.000 a 8.000 itens 7.300 itens

Número de check-

outs

De 02 a 06 chec-kouts 4,49 check-outs (média)

Seções mercearia, hortifruti; bazar, frios

e laticínios, carnes e aves.

Item não avaliado na

pesquisa

Fonte: Classificação da ABRAS adaptado para a pesquisa de campo.

Analisando individualmente a área de vendas e número de itens

temos:

Tamanho da área de vendas

0

5

10

15

20

De 1 a 300 m² 12 6 5 1 0 0 0

De 301 a 500 m² 24 4 9 8 3 0 0

De 501 a 700 m² 15 0 0 9 1 4 1

Acima de 701m² 10 0 0 0 2 2 6

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs 3 check-outs 4 check-outs 5 check-outs 6 check-outs Acima de 7 check-outs

Gráfico1: Tamanho da área de vendas dos supermercados pesquisados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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111

Número de itens oferecidos pelos supermercados

0

5

10

15

20

De 2000 a 4000 itens 16 8 5 3 0 0 0

De 4001 a 6000 itens 14 3 2 6 1 2 0

De 6001 a 9000 itens 15 0 3 7 1 1 3

De 9001 a 12.000 itens 11 0 2 2 3 1 3

Acima de 12.001 itens 5 0 2 0 0 1 2

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs

3 check-outs

4 check-outs

5 check-outs

6 check-outs

Acima de 7 check-outs

Gráfico 2: Números de itens oferecidos pelos supermercados pesquisados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Conforme dados apresentados nos gráficos 1 e 2 temos: 51 dos 61

supermercados pesquisados possuem até 700 metros quadrados, sendo que a

média é 522 metros quadrados e 45 dos 61 supermercados pesquisados vendem

até 9.000 itens (a média 7.300). Portanto, enquadram-se nos critérios da ABRAS

quanto à classificação de supermercados compacto ou de pequeno porte.

Ao realizarmos uma correlação entre número de itens oferecidos pelos

supermercados e o número de check-outs temos o resultado de 0,496, ou seja, é

uma correlação positiva que indica que quanto maior a quantidade de itens

oferecidos maior a quantidade de check-outs.

Da mesma forma, ao realizarmos uma correlação entre o tamanho da

área de vendas e o número de check-outs temos o resultado de 0,898, ou seja, é

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112

uma correlação muito positiva que indica que quanto maior a área de vendas maior

a quantidade de check-outs que o supermercado possui.

Portanto, através destas duas correlações podemos concluir que a

quantidade de itens oferecidos pelos supermercados e sua área de vendas têm

influência no número de check-outs. Sendo assim, na análise de resultados será

considerado que quanto maior o número de check-outs maior o supermercado, ou

quanto menor o número de check-outs menor é o supermercado.

Além dos critérios adotados pela ABRAS, os supermercados

pesquisados podem ser classificados segundo a teoria de varejo de Etzel, Walker e

Stanton (2001), que consideram que uma empresa de varejo pode ser classificada

quanto à forma de propriedade e quanto às estratégias de marketing.

Quanto à forma de propriedade: os supermercados pesquisados assemelham-

se a um sistema vertical de marketing (SVM) contratual, pois são um grupo de

pequenos varejistas que operam conjuntamente para conseguirem competir no

mercado. Porém, segundo a teoria de Etzel, Walker e Stanton (2001), um grupo

de varejistas classifica-se como um SVM nas seguintes situações: A) quando

operam através de um único depósito atacadista – cooperativa varejista. B)

quando são patrocinados por um único atacadista – rede voluntária, ou C)

quando são um sistema de franquia. No caso dos supermercados não se

enquadram em nenhuma destas situações, porém o vinculo ocorre através da

central de compras em três das quatro redes pesquisadas e uma central de

compra e distribuição em apenas uma delas.

Quanto à estratégia de marketing: classificam-se como supermercados com

sortimento amplo e profundo, que enfatizam preços baixos, observando que,

conforme apresentado na pesquisa, os supermercados pesquisados possuem

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113

além destas características básicas de varejo, estratégias comuns de aquisição

de produtos, precificação de alguns itens e comunicação com o mercado.

As empresas estudadas estão de acordo com as várias teorias de

alianças estratégicas:

1. Na teoria de Cougllan (2002), enquadram-se quanto ao interesse único,

neste é a compra conjunta para redução de custos;

2. Na teoria de Castells (2000), enquadram-se quanto à autonomia para

realização de ações, neste caso os supermercados individualmente têm

independência e autonomia para praticar outras estratégias que não estão no

escopo da rede, por exemplo, adotar outros preços para os itens que não são

vendidos em conjunto;

3. Na teoria de Amato Neto (2000), enquadram-se quanto à relação de

confiança entre as empresas participantes, neste caso como não há

contratos formais entre os participantes, a base de sustentação da rede é a

confiança entre os membros.

Segundo as definições de Alianças estratégicas da Amana-Key

(1996), os supermercados pesquisados e suas respectivas redes enquadram-se

como acordos de cooperação, uma vez que não há investimentos de capital

comuns entre as empresas, há apenas um acordo para aquisição de mercadoria

através de uma central de compras nas quatro redes pesquisadas e uma central de

compras e distribuição na rede C, bem como investimentos operacionais como uma

divulgação para a rede.

Utilizando-se da teoria de Hitt, Ireland e Hoskisson (2003), as quatro

redes enquadram-se no conceito de alianças estratégicas sem participação

acionária, uma vez que não há compartilhamento do capital social, apenas acordos

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114

contratuais entre as empresas, porém com uma sutil diferença da teoria de Hitt,

todas as empresas são responsáveis por todo o processo operacional, não havendo

uma divisão de tarefas operacionais como propõe a teoria.

Tanto a teoria da Amana-Key como a de Hitt, Ireland e Hoskisson

podem ser comprovados pelo gráfico 3, pois apenas 10 dos 61 supermercados

pesquisados das 04 redes utilizam-se apenas da bandeira da rede, sendo que os

outros 51 supermercados utilizam-se da bandeira da rede e do próprio nome,

mantendo e preservando assim a identidade original. Portanto, esta modalidade de

rede não se caracteriza com uma fusão, joint-venture ou aliança estratégica com

participação acionária.

O supermercados associados usam o próprio nome ou única bandeira ?

0

5

10

15

20

25

Com nome próprio 51 7 10 16 4 6 8

Com uma única bandeira 60 10 14 17 5 6 8

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total2 check-

outs3 check-

outs4 check-

outs5 check-

outs6 check-

outs

Acima de 7

check-

Gráfico 3: Uso da bandeira da rede ou do nome do próprio supermercado.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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115

A abordagem de Casarotto Filho e Pires (2001) apresentam modelos e

definições que explicam o surgimento e as formações das redes de pequenas

empresas. Neste sentido, pode-se concluir que a forma de atuação das quatro

redes pesquisadas assemelham-se a um modelo de rede flexível, uma vez que a

união de cada empresa independente forma uma “empresa virtual”, porém sem

compartilhamento do processo produtivo, ou seja, todas as empresas são

responsáveis pelo seu processo de produção, no caso de supermercados, que são

empresas comerciais, todas são responsáveis pelo seu processo de

comercialização.

Casarotto Filho e Pires (2001) sugerem um glossário de classificação

das redes interorganizacionais no qual são consideradas questões territoriais. Este

glossário define redes de empresas como “conjunto de empresas entrelaçadas por

relacionamentos formais ou simplesmente negociais, podendo ou não ser

circunscrito a uma região” Casarotto Filho e Pires (2001, p.87). As redes

pesquisadas classificam-se perfeitamente neste conceito, uma vez que os

relacionamentos entre os supermercados são negociais e eles não estão

circunscritos numa mesma região.

3.3.2 O produto

Após associar-se, a quantidade de produtos dos supermercados

aumentaram segundo 52 dos 61 respondentes. Sendo que os supermercados com

04 check-outs foram os que mais evidenciam este fato, segundo o gráfico 4.

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116

V a r ie d a d e d e p r o d u to s a p ó s a s s o c ia r -s e

0

4

8

1 2

1 6

2 0

Qua

ntid

ade

de s

uper

mer

cado

s

D im inui p o uco 3 0 0 0 0 0 3P e rm a ne ce u ina lte ra d a 6 1 1 1 2 0 1A um e nto u p o uco 3 8 4 1 1 1 1 3 6 3A um e nto u m uito 1 4 5 2 6 0 0 1B a se 6 1 1 0 1 4 1 8 5 6 8

To ta l2

che ck -o uts

3 che ck -

o uts

4 che ck -

o uts

5 che ck -

o uts

6 che ck -

o uts

A c im a d e 7

che ck -

Gráfico 04: Variedade de produtos após o supermercado associar-se.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

O mesmo aconteceu com a quantidade de marcas, porém não na

mesma proporção, conforme demonstra o gráfico 5, pois 44 dos 61 respondentes

afirmaram que quantidade de marcas aumentaram. Pode-se ainda observar que em

ambos os casos os supermercados de até 04 check-outs foram os que tiveram

maior impacto quanto ao aumento de produtos e de marcas.

Quantidade de marcas após associar-se

048

121620

Diminui pouco 7 1 0 3 0 0 3

Permaneceu inalterada 10 1 1 1 3 2 2

Aumentou pouco 37 6 13 9 2 4 3

Aumentou muito 7 2 0 5 0 0 0

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total2 check-

outs3 check-

outs4 check-

outs5 check-

outs6 check-

outs

Acima de 7 check-

outs

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117

Gráfico 05: Quantidade de marcas após o supermercado associar-se.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Portanto, de acordo com a teoria de Kotler e Armstrong (1998), houve

um aumento na amplitude (número de linhas de produtos) e na profundidade do

composto de produtos (versões de cada produto), sendo que o aumento da

amplitude foi maior que o aumento da profundidade. Conclui-se, ainda, que devido

ao aumento em ambos os itens, conseqüentemente a extensão de linhas de

produtos também aumentou.

É observável pelo gráfico 06 da pesquisa a variação da quantidade de

departamentos ou seções nos supermercados após associarem-se, 20 dos 61

respondentes aumentaram o número de departamento ou seções, o que demonstra

que houve uma adequação das empresas para participarem e usufruírem dos

benefícios da rede.

Número de departamento ou seções após associar-se

0

5

10

15

20

Permaneceu inalterada 41 7 7 13 3 4 7

Aumentou pouco 17 3 7 3 2 2 0

Aumentou muito 3 0 0 2 0 0 1

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total2 check-

outs3 check-

outs4 check-

outs5 check-

outs6 check-

outs

Acima de 7 check-

outs

Gráfico 06: Número de departamento ou secções após associar-se.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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118

Os departamentos ou seções que mais foram acrescentados foram: padaria e

açougue, conforme apresentado na tabela 7:

Tabela 7: Departamentos e secções acrescentados nos supermercados.

Total2

check-

outs

3 check-

outs

4 check-

outs

5 check-

outs

6 check-

outs

Acima de 7

check-

outs

Padaria 17 2 5 5 2 2 1

Açougue 8 1 4 0 1 1 1

Laticínios 3 1 1 1 0 0 0

Confecção 2 0 1 1 0 0 0

Eletroeletrônico 2 0 0 2 0 0 0

Congelado 1 1 0 0 0 0 0

Hortifrutigranjeiros 1 0 0 0 1 0 0

Espaço do Bebê 1 0 0 0 0 1 0

Bebidas Finas 1 0 0 1 0 0 0

Produtos Diet / Light 1 0 0 1 0 0 0

Lanchonete 1 0 0 0 0 0 1

Magazine 1 0 0 0 1 0 0

Base 20 3 7 5 2 2 1

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Quanto ao desenvolvimento de marca própria, percebe-se pela

pesquisa que apenas as redes A e C desenvolveram marcas próprias como

estratégias de fidelizar e oferecer produtos com preços mais baixos para seus

clientes, o que confirma as observações de Cobra (1997) no que se refere às

estratégias de trading-down. A tabela 8 mostra que a rede A desenvolveu marcas

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119

próprias de arroz, feijão e alho, e a Rede C desenvolveu marcas próprias de arroz,

feijão e café.

Tabela 8: Marcas próprias nas redes pesquisadas.

REDE A REDE B REDE C REDE D

MARCAS

PRÓPRIAS

SIM NÃO SIM NÃO

ARROZ XX XX

FEIJÃO XX XX

ALHO XX

CAFÉ XX

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Tanto o aumento de departamento e seções quanto a introdução de

marcas próprias corroboram com as definições de Etzel, Walker e Stanton (2001)

de expansão do mix de produtos, segundo a qual objetiva oferecer uma quantidade

maior de produtos com o objetivo de fidelizar o público-alvo.

3.3.3 O preço

Cobra (1997) alerta quanto às dificuldades das empresas em adotar

uma política de preços para seus produtos e serviços e, nesse sentido, a pesquisa

mostra claramente suas proposições no que se refere à política de apreçamento

comum entre os supermercados associados nas quatro redes pesquisadas, pois,

segundo a pesquisa, para 57 supermercados a rede negocia até 60% dos produtos

dos supermercados associados, sendo os que mais beneficiados são as empresas

com até quatro check-outs, conforme é apresentado no gráfico 07:

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120

P e r c e n tu a l d e p r o d u to s n e g o c ia d o s p e la R e d e

02468

1 01 21 41 61 82 0

D e 1 0 % a 2 5 % 1 6 3 4 4 1 2 2

D e 1 6 % a 4 0 % 2 6 4 6 8 3 1 4

D e 4 1 % a 6 0 % 1 5 2 4 3 1 3 2

D e 6 1 % a 8 0 % 4 1 0 3 0 0 0

B a s e 6 1 1 0 1 4 1 8 5 6 8

To ta l2 c h e c k -

o u ts3 c h e c k -

o u ts4 c h e c k -

o u ts5 c h e c k -

o u ts6 c h e c k -

o u tsA c im a d e 7 c h e c k -o u ts

Gráfico 7: Percentual de produtos negociados pela Rede.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Porém, para grande maioria, ou seja, para 48 dos 61 respondentes apenas cerca de

30 produtos são vendidos com o mesmo preço por todos os supermercados

independente do número de check-outs, porém ainda não há clareza para alguns

participantes quanto aos preços praticados pelas empresas associadas. (gráfico 8).

O s s u p e r m e r c a d o s v e n d e m p r o d u to s c o m o m e s m o p r e ç o ?

0

5

1 0

1 5

N ã o , d ive rg e m to ta lm e n te 3 1 0 0 0 2 0

N ã o , d ive rg e m e m p a rte s 1 0 1 0 6 0 1 2

S im , s ã o ig u a is a p e n a s p a ra as e x ta b á s ic a re s t rit a (c e rc a d e 3 0it e n s )

4 8 8 1 4 1 2 5 3 6

To ta l2 c h e c k -

o u t s3 c h e c k -

o u t s4 c h e c k -

o u t s5 c h e c k -

o u t s6 c h e c k -

o u t s

A c im a d e 7 c h e c k -

o u t s

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121

Gráfico 8: Preços dos produtos vendidos pelos supermercados associados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Kotler e Armstrong (1998) classificam as estratégias de fixação de

preço de acordo com o mix de produtos. A fixação de um preço comum para todos

os participantes de rede para um mix de produtos de apenas 30 itens que compõem

a sexta básica enquadra-se na classificação como estratégia de fixação de preços

de produtos cativos que, segundo diz a teoria, nesta classificação enquadram-se

produtos considerados básicos para os consumidores.

Conclui-se que por se tratar de uma rede flexível, na qual cada

membro possui certa autonomia sobre os demais, fatores internos como custos e

considerações organizacionais, observados por Kotler e Armstrong (1998), tornam

ainda mais complicada a questão de políticas comuns de preços das empresas

pesquisadas.

Porém, apesar da dificuldade de apreçamento, apenas 01 dos 61

supermercados pesquisados conforme é demonstrado no gráfico 9 considera que,

ao participar da rede, seu preço aumentou em relação aos concorrentes e todos

concordam que os preços percebidos pelos consumidores são menores ou no

máximo iguais aos de seus concorrentes. (gráfico 9).

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122

Gráfico 9: Preço dos produtos oferecidos pelos supermercados após associar-se

em relação ao concorrente.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Percepção do proprietário de como consumidores vêem o preço nos supermercados em relação aos concorrentes

0

5

10

15

20

Muito menores 5 1 0 3 0 0 1

Pouco menores 45 5 10 13 5 5 7

Iguais 11 4 4 2 0 1 0

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs 3 check-outs 4 check-outs 5 check-outs 6 check-outs Acima de 7 check-outs

Preço dos produtos oferecidos pelos supermercados após associar-se em relação o concorrentes

0

5

10

15

20

Muito menores 4 1 0 3 0 0 0

Pouco menores 44 6 10 10 4 6 8

Iguais 12 3 4 4 1 0 0

Pouco maiores 1 0 0 1 0 0 0

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs 3 check-outs 4 check-outs 5 check-outs 6 check-outs Acima de 7 check-outs

Gráfico 10: Percepção do proprietário de como os consumidores vêem os preços

nos supermercados associados em relação aos concorrentes.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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123

Quanto às decisões de desconto, a pesquisa apresenta dados

interessantes, pois observando-se o canal de distribuição, a formação da rede

permite ao varejista a aquisição de mercadorias de seus fornecedores com preços

mais baixos, conforme apresentado no gráfico 11, o qual comprova a teoria de

descontos comerciais ou funcionais de Kotler (2000), Etzel, Walker e Stanton

(2001) e Kotler e Armstrong (1998), dado ao poder de barganha fruto da união

destas empresas, uma vez que 50 dos 61 supermercados pesquisados concordam

que a formação da rede propiciou a aquisição de produtos com preço mais baixo

dos fornecedores. Porém, quando se analisa a cadeia a jusante, percebe-se que o

nível de interferência da rede nos supermercados no oferecimento de desconto para

os clientes é pequeno, comprovado pelo gráfico 12. Portanto, conclui-se que,

quanto à questão de descontos, a rede possui grande poder de influência a

montante da cadeia e pouco poder de influência a jusante.

A rede permitiu ao seu supermercado adquirir produtos com preços mais baixos de fornecedores ?

0

5

10

15

20

25

Raramente 11 1 5 2 2 1 0Sempre 50 9 9 16 3 5 8Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs

3 check-outs

4 check-outs

5 check-outs

6 check-outs

Acima de 7 check-

Gráfico 11: Preços dos produtos adquiridos pelos supermercados após associarem-

se.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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124

Nível de interferência da Rede em relação aos descontos oferecidos aos clientes

0

5

10

15

20

25

Nenhum 50 7 14 11 5 6 7

Pequeno 3 1 0 1 0 0 1

Médio 5 1 0 4 0 0 0

Grande 3 1 0 2 0 0 0

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs 3 check-outs 4 check-outs 5 check-outs 6 check-outs Acima de 7 check-outs

Gráfico 12: Nível de interferência da rede em relação aos descontos oferecidos aos

clientes.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Quanto às formas de pagamentos oferecidas aos clientes, conforme

apresentado no gráfico 13 a mais comum é a utilização de cartão da associação

para compras a prazos em supermercados menores, com 03 ou 04 check-outs. Os

supermercados maiores usufruem menos das formas de pagamentos oferecidas

pela rede.

F o rm a s d e p a g a m e n to s o fe re c id a s p e lo s s u p e rm e rc a d o s e p a d ro n iz a d a s p e la R e d e

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

N ã o P a d ro n iza ç ã o 1 0 2 1 5 0 0 2

P ra zo n o c h e q u e p a ra u m a d a ta p ré -d e te rm in a d a

5 2 1 2 0 0 0

Ac e i ta ç ã o d e d e te rm in a d o s c a r tõ e s d ec ré d i to s

1 1 4 1 3 0 3 0

U ti l iza ç ã o d e c a r tã o d a a s s o c ia ç ã op a ra c o m p ra s a p ra zo

4 3 4 1 3 1 1 5 4 6

B a s e 6 1 1 0 1 4 1 8 5 6 8

T o ta l2 c h e c k -

o u ts3 c h e c k -

o u ts4 c h e c k -

o u ts5 c h e c k -

o u ts6 c h e c k -

o u tsAc im a d e 7 c h e c k -o u ts

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125

Gráfico 13: Forma de pagamentos oferecidas pelos supermercados e padronizadas

pela Rede.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

3.3.4 A promoção

Das ferramentas promocionais definidas por Etzel, Walker e Stanton

(2001) e Kotler e Armstrong (1998), a propaganda e as promoções de vendas são

as mais utilizadas pelos supermercados pesquisados.Tanto para a propaganda

como a promoção de vendas, a rede oferece aos seus membros um padrão que

pode ou não ser utilizado pelos supermercados.

Etzel, Walker e Stanton (2001) definem as propagandas cooperativas

em duas modalidades: a horizontal e vertical. A forma de atuação das quatro redes

pesquisadas enquadra-se no conceito de propaganda cooperativa horizontal, na

qual empresas no mesmo nível de distribuição, neste caso o varejo de

supermercados, partilham custos comuns para divulgação de determinados

produtos e com isto conseguem uma redução do custo unitário de confecção do

material promocional para cada associado.

Dos três papéis exercidos pela comunicação definidos por Etzel,

Walker e Stanton, (2001), Kotler (2000) e Richers (2000) que são: a informação, a

persuasão e a lembrança, há um nítido destaque para a utilização de instrumentos

que objetivam a persuasão do cliente, pois este papel na comunicação de marketing

está estreitamente ligado aos tipos de mídias utilizados pelos supermercados tanto

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126

internamente (na própria loja) externamente (com o mercado) conforme

apresentados nos gráficos 14 e 15.

Percebe-se pelo gráfico 14 que, na comunicação externa do

supermercado, destaca-se o uso mais intenso de panfletos de ofertas em todos os

supermercados, seguido de rádio e jornal e TV. O uso de outdoor e mala-direta é

mais restrito a alguns supermercados. Já na comunicação interna, além dos

panfletos de ofertas como mencionado anteriormente, não é verificado nenhum

padrão. Independentemente do porte, vários supermercados utilizam-se de

promotores de vendas, de sistema de som e/ou personagem propaganda, e apenas

três de cartazes ou banners.

P r o p a g a n d a s p a d r o n iz a d a s p e la R e d e e u t i l iz a d a s p e lo s u p e r m e r c a d o

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

F o l h e to s d e o fe r ta 6 1 1 0 1 4 1 8 5 6 8

O u td o o r 1 5 1 2 5 3 0 4

R á d i o 4 7 6 1 2 1 3 5 3 8

J o r n a l e T V 3 0 3 7 7 3 3 7

M a la d i r e ta 8 0 1 2 1 1 3

B a s e 6 1 1 0 1 4 1 8 5 6 8

T o ta l2 c h e c k -

o u ts3 c h e c k -

o u ts4 c h e c k -

o u ts5 c h e c k -

o u ts6 c h e c k -

o u tsA c i m a d e 7 c h e c k - o u ts

Gráfico 14: Tipos de propagandas padronizadas pela rede e utilizadas pelos

supermercados para divulgar seus produtos.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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127

P r o p a g a n d a s p a d r o n iz a d a s p e la R e d e e u t iliz a d a s d e n t r o d o s u p e r m e r c a d o s

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

F o lh e to s d e o fe r ta 6 1 1 0 1 4 1 8 5 6 8

P r o m o to r e s d e v e n d a 2 4 2 5 7 1 2 7

P e r s o n a g e m p r o p a g a n d a 1 5 1 7 2 2 1 2

S is te m a d e s o m 2 4 0 8 5 5 2 4

B a n n e r s e /o u C a r ta z e s 3 1 1 0 0 0 1

B a s e 6 1 1 0 1 4 1 8 5 6 8

T o ta l 2 c h e c k -o u ts

3 c h e c k -o u ts

4 c h e c k -o u ts

5 c h e c k -o u ts

6 c h e c k -o u ts

A c im a d e 7

c h e c k -

Gráfico 15: Tipos de propagandas padronizadas pela rede e utilizadas dentro dos

supermercados para divulgar seus produtos.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Kotler e Armstrong (1998) argumentam quanto à importância do

responsável pelo planejamento de mídia considerar os diversos fatores que

influenciam na seleção da mídia a ser utilizada pelas empresas, que são o alcance,

freqüência e tipo de mídia, fatores fundamentais para o sucesso na comunicação

com cliente. Neste sentido, o uso de folhetos de ofertas fora e dentro dos

estabelecimentos é a forma mais comum dos supermercados se comunicarem com

os clientes e efetivarem a persuasão.

Quanto à freqüência – o número de vezes que o consumidor é

exposto à mídia – segundo Kotler (2000), o índice de mais de 04 vezes ao mês é o

que mais aparece na pesquisa sendo que os supermercados com 03 check-outs

são os que mais fazem propaganda, influenciando este resultado. (Gráfico 16).

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128

Frequencia do uso da propaganda

0

5

10

15

20

25

Duas vezes ao mês 11 3 2 3 0 3 0

Três vezes ao mês 1 0 0 1 0 0 0

Quatro vezes ao mês 13 4 0 7 0 0 2

Mais de quatro vezes ao mês 36 3 12 7 5 3 6

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total2 check-

outs3 check-

outs4 check-

outs5 check-

outs6 check-

outs

Acima de 7 check-

outs

Gráfico 16: Freqüência do uso de propagandas.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Kotler e Armstrong (2001, p. 350) afirmam que “enquanto a

propaganda oferece razões para a compra de um produto ou serviço, a promoção

de vendas oferece razões para compra ou venda ser feita imediatamente”. Neste

sentido, os supermercados pesquisados corroboram para esta afirmação, pois 45

dos 61 supermercados afirmam que a rede sempre faz promoções de venda,

utilizando com grande freqüência desta importante ferramenta. (gráfico 17)

A r e d e d e s e n v o lv e p r o m o ç õ e s d e v e n d a s p a r a a t r a ir o s c l ie n t e s ?

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

N u n c a fe z 5 3 0 1 0 1 0

F e z p o u c a s ve z e s 1 1 3 2 4 0 2 0

F a z s e m p re 4 5 4 1 2 1 3 5 3 8

B a s e 6 1 1 0 1 4 1 8 5 6 8

T o t a l 2 c h e c k -o u t s

3 c h e c k -o u t s

4 c h e c k -o u t s

5 c h e c k -o u t s

6 c h e c k -o u t s

A c im a d e 7 c h e c k -o u t s

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129

Gráfico 17: Uso das promoções de vendas para atrair os clientes.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Segundo Kotler (2000), existem inúmeras ferramentas promocionais.

As mais comuns utilizadas pelas redes são apresentadas no gráfico 18. As

ferramentas promocionais mais utilizadas são os eventos em datas comemorativas,

sorteios, cartão fidelidade e vales-brindes.

T ipos de promoções realizadas

0

5

10

15

20

25

Eventos em datas comemorativas 51 6 13 15 5 5 7

Sorteios 52 5 14 16 5 4 8

Vale brindes 35 5 9 7 5 3 6

Oferta relâmpago 10 0 1 2 2 1 4

Cartão fidelidade 40 3 13 9 5 4 6

Base 56 7 14 17 5 5 8

Total2 check-

outs3 check-

outs4 check-

outs5 check-

outs6 check-

outs

Acima de 7 check-

outs

Gráfico 18: Tipo de promoções de vendas utilizadas pelos supermercados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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130

3.3.5 Canais de distribuição

Quanto aos canais de distribuição, os pequenos varejistas, mesmo

pertencendo a uma rede (o que aumenta consideravelmente seu poder de

barganha), estão sujeitos a um ou dois níveis de intermediação com os fabricantes.

A pesquisa não foca os diferentes níveis dos canais de distribuição, porém ela deixa

claro que todas as redes possuem uma central de compras, conforme é mostrado

na tabela 9, com o nítido objetivo de equilibrar forças entre os elos a montante dos

canais de distribuição.

Tabela 9: Quantidade de centrais de compras das Redes.

REDE A

REDE B

REDE C

REDE D

Quantidade de centrais de

compras

01

01

01

01

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Segundo Etzel, Walker e Stanton (2001), Kotler e Armstrong (1998) e

Dias (2003), quando se referem à teoria do Sistema Vertical de Marketing (SVM)

pode-se dizer que a união dos pequenos supermercados permitiu que houvesse um

equilíbrio de forças proporcionando maior interação entre a rede e os níveis dos

canais de distribuição por meio de um sistema vertical de marketing contratual.

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131

Quanto a uma central de distribuição, apenas a rede C a possui, as

demais utilizam acordo com os fornecedores ou frota própria para retirada das

mercadorias, conforme pode ser observado nas tabelas 10 e 11.

Tabela 10: Quantidade de centrais de distribuição das Redes.

REDE A

REDE B

REDE C

REDE D

Quantidade de centrais de

distribuição

Não há

Não há

01

Não há

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Tabela 11: Distribuição dos produtos adquiridos pelos supermercados.

Total

2

check-

outs

3

check-

outs

4

check-

outs

5

check-

outs

6

check-

outs

Acima de

7 check-

outs

Através do próprio

fornecedor direto a

cada associado

61 9 15 17 7 4 9

Cada associado é

responsável pela

retirada das

mercadorias

49 5 13 15 5 3 8

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

A tabela 11 mostra que todos os supermercados se utilizam dos

fornecedores para receber as mercadorias, porém 49 também utilizam frota própria

para este fim.

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132

Os gráficos 19 e 20 mostram que apenas 04 supermercados não

possuem frota própria para retirada de mercadorias, sendo que o mais comum é

encontrar supermercados que possuem de 01 a 02 veículos para este fim.

Gráfico 19: Uso de frota própria para retirada das mercadorias.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

O supermercado possui frota própria para retirar as mercadorias ?

0

10

20

Sim 57 8 12 18 5 6 8

Não 4 2 2 0 0 0 0Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check- 3 check- 4 check- 5 check- 6 check- Acima de 7

Q u a n to s v e íc u lo s p o s s u i p a r a r e t ir a d a d a s m e r c a d o r ia s ?

0

5

1 0

1 5

2 0

1 c a m in h ã o o u v e íc u lo 1 3 6 5 2 0 0 0

2 c a m in h õ e s o u v e íc u lo s 2 3 1 7 1 2 3 0 03 c a m in h õ e s o u v e íc u lo s 9 1 1 2 0 3 2

4 c a m in h õ e s o u v e íc u lo s 8 0 0 2 2 1 3

5 c a m in h õ e s o u v e íc u lo s 3 0 0 0 0 1 26 c a m in h õ e s o u v e íc u lo s 1 0 0 0 0 1 0B a s e 5 7 8 1 3 1 8 5 6 7

T o ta l2 c h e c k -

o u ts3 c h e c k -

o u ts4 c h e c k -

o u ts5 c h e c k -

o u ts6 c h e c k -

o u ts

A c im a d e 7

c h e c k -

Gráfico 20: Quantidade de veículos utilizados para retirada das mercadorias.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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133

3.3.6 Apresentação de loja.

O item apresentação de loja no composto de marketing de varejo

possui importância muito grande, pois, segundo Preotesco (1999), um projeto bem

concebido, aliado a um bom plano de merchandising para as mercadorias, pode

representar um ótimo instrumento para aumentar as vendas das empresas.

A pesquisa mostra que na metade dos supermercados estudados

houve uma alteração na área de vendas, ficando evidente que mudanças ocorrem

com maior freqüência em supermercados com até 04 check-outs, em alguns casos

aumentando um pouco e em outros muito, ação esta que se justifica pelo fato de

que os supermercados, para participarem de uma rede, realizaram algumas

adequações. (gráfico 21).

A área de vendas do supermercado após associar-se:

0

5

10

15

20

Permaneceu inalterada 33 8 8 8 3 4 2

Aumentou um pouco 16 2 5 6 1 0 2

Aumentou muito 12 0 1 4 1 2 4

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs 3 check-outs 4 check-outs 5 check-outs 6 check-outs Acima de 7 check-outs

Gráfico 21: Área de vendas dos supermercados após associarem-se.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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134

Para Preotesco (1999), o merchandising é a venda sem palavras, é

combinação de mercadorias e equipamentos, e de layout para criar nos

consumidores o desejo de compra. Quanto às técnicas de merchandising e visual

merchandising, apresentadas no gráfico 22, estas mostram-se importantes aliados

para aumentar as vendas no próprio ponto de venda. Percebe-se que quase todos

os supermercados independentemente do número de check-outs utilizam-se de

estratégia de ponto de gôndola, de degustação e brindes, alguns músicas e

expositores. Porém o uso destas técnicas é mais intensa em supermercados com

até 04 check-outs; nos supermercados com 05 ou mais check-outs estes

instrumentos são menos freqüentes. Okeffe (2000) e Matthew e Rose (2004),

alertam quanto ao uso indiscriminado de várias técnicas de merchandising e visual

merchandising que ao invés de auxiliarem no aumento das vendas podem confundir

e atrapalhar os clientes.

T écn icas d e m erch an d is in g u tiliza d as p e lo s up e rm erc ad o s p ara p ro m o ve r as v en d as

0

5

10

15

20

Degus taç ão 49 6 12 14 5 6 6

E x pos itores 39 3 9 13 4 4 6

P onto de G ôndola 57 10 12 16 5 6 8

M ús ic as 31 5 10 5 4 2 5

B rindes 45 5 11 11 5 6 7

Não Res pondeu 1 0 1 0 0 0 0

B as e 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 c hec k -outs

3 c hec k -outs

4 c hec k -outs

5 c hec k -outs

6 c hec k -outs

A c im a de 7 c hec k -outs

Gráfico 22: Técnicas de merchandising utilizadas pelos supermercados para

promover as vendas.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo

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135

Para Parente (2000), a decisão de layout é uma decisão estratégica

da empresa, uma vez que existem partes da loja mais valorizadas que outras.

Porém, para este item é dada pouca relevância para os supermercados associados;

a tabela 12 evidencia a falta de padronização no layout interno dos supermercados,

dos 61 supermercados pesquisados, 58 acreditam que poucos supermercados

padronizaram seu layout interno e 03 concordam que não há nenhuma

padronização.

Tabela 12: Opinião dos proprietários quanto a padronização do layout interno dos

supermercados associados.

Total

2

check-

outs

3

check-

outs

4

check-

outs

5

check-

outs

6

check-

outs

Acima

de 7

check-

outs

Poucos possuem 58 9 14 17 5 6 7

Não, nenhum 3 1 0 1 0 0 1

Base 61 10 14 18 5 6 8

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo

Apesar da falta de padronização, todos os supermercados

pesquisados realizaram mudanças no layout intero. O gráfico 23 apresenta as

principais mudanças no layout interno. Quanto a este item, percebe-se que apenas

15 supermercados não fizeram nenhuma mudança, os demais substituíram ou

mudaram a disposição das gôndolas, fizeram mudanças na iluminação, pintaram o

supermercado com as cores da rede.

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136

M u d a n ç a s n o la y o u t in te r n o

0

5

1 0

1 5

2 0

N ã o h o u ve m u d a n ç a 1 5 3 3 3 3 2 1

S u b s t i t u iç ã o e / o u d is p o s iç ã o d a sg ô n d o la s

3 0 5 7 9 1 3 5

S u b s t i t u iç ã o e / o u a u m e n t o n ai lu m in a ç ã o

2 1 3 4 6 2 2 4

S u b s t i t u iç ã o e / o u d is p o s iç ã o d o sc h e c k -o u t s

2 3 4 6 6 1 1 5

P in t u ra in t e rn a c o m a s c o re s d a re d e 2 4 4 5 9 0 3 3

B a s e 6 1 1 0 1 4 1 8 5 6 8

To t a l2 c h e c k -

o u t s3 c h e c k -

o u t s4 c h e c k -

o u t s5 c h e c k -

o u t s6 c h e c k -

o u t s

A c im a d e 7 c h e c k -

o u t s

Gráfico 23: Mudanças realizadas no layout interno dos supermercados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo

Parente (2000) observa a importância da iluminação e sua influência

sobre as vendas, porém, conforme observado anteriormente, apenas 1/3 realizaram

mudanças na iluminação sem considerá-la elemento estratégico na venda de

varejo.

As mudanças externas, ou seja, na fachada, corroboram com as

observações de Parente (2000), que observa que a apresentação externa tem

grande influência na percepção do cliente quanto à qualidade e ao tipo de lojas. No

sentido de comunicar ao cliente e identificar o supermercado como participante de

uma rede de supermercados, a inclusão do luminoso e/ou a testeira na entrada da

loja e inserção da logomarca da rede são os itens mais comuns encontrados nos

supermercados associados. (Gráfico 24)

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137

M udanças na fachada do supermercados

0

5

10

15

20

Não houve mudanças 3 1 1 0 0 1 0

No luminoso 47 5 11 14 5 5 7

Na texteira 36 5 11 10 4 2 4

Na logomarca 45 6 13 13 5 3 5

Na pintura externa com as cores darede

56 9 13 17 5 5 7

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total2 check-

outs3 check-

outs4 check-

outs5 check-

outs6 check-

outs

Acima de 7 check-

outs

Gráfico 24: Mudanças na fachada dos supermercados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo

Preotesco (1999) e Parente (2000) classificam os vários tipos de

layout interno para colocação de gôndolas e/ou expositores, os quais são: grade,

fluxo livre, butique e pista. Todos os supermercados entrevistados adotam um

padrão de grade, uma vez que esta disposição de gôndolas envolve menos custo e

bom aproveitamento do espaço, além de facilitar as compras rotineiras. Além destes

fatores, o que caracteriza a formação em grade é as gôndolas formarem um ângulo

paralelo com a parede final do supermercado.

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138

Tabela 13: Disposição das gôndolas nos supermercados pesquisados

Total

2

check-

outs

3

check-

outs

4

check-

outs

5

check-

outs

6

check-

outs

Acima

de 7

check-

outs

Grade - em paralelo

formando um ângulo

reto com a parede final

do supermercado

61 10 14 18 5 6 8

Base 61 10 14 18 5 6 8

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

O gráfico 25 mostra os itens padronizados pela rede e adotados pelos

supermercados associados. Neste item observa-se que todos os supermercados

padronizaram as sacolas de compras, 58, os uniformes dos funcionários e a

fachada e 45, o luminoso.

Itens padronizados pelos supermercados

0

5

10

15

20

Sacolas para colocar ascompras

61 10 14 18 5 6 8

Uniformes 58 8 14 18 5 5 8

Fachada 58 8 14 18 5 5 8

Luminoso 45 6 12 11 5 5 6

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs

3 check-outs

4 check-outs

5 check-outs

6 check-outs

Acima de 7 check-

outs

Gráfico 25: Itens padronizados pelos supermercados associados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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139

Enfim, considerando-se a importância do item apresentação de loja

nas empresas de varejo, a pesquisa mostra claramente que técnicas de

merchandising são usadas freqüentemente por todos os supermercados

pesquisados. Porém, há pouca preocupação com a padronização do layout interno

e da comunicação visual das redes como um todo, o que poderia ser mais bem

explorado por todos os membros das redes.

3.3.7 Pessoas

Na administração de varejo, o item Recursos Humanos (People)

merece uma atenção especial, pois, segundo autores como Levy e Weitz (2000),

Parente e Carneiro (2000), recrutamento e seleção de funcionários eficientes

podem resultar num aumento de produtividade da empresa. E ainda, uma equipe

bem treinada e motivada é o bem mais valioso que uma empresa pode ter, cabendo

aos dirigentes varejistas esta função. Porém, nota-se pela pesquisa realizada que

este item é um dos mais falhos na administração do composto mercadológico de

varejo.

O primeiro item pesquisado refere-se ao auxílio da rede no processo

de recrutamento e seleção de funcionários. Nota-se pelos gráficos 26 e 27 que em

apenas 08 supermercados a rede auxilia nesta ação, sendo que em apenas 03

casos a rede disponibiliza um profissional contratado para realizar o recrutamento

de funcionários. Todos os entrevistados apontaram o banco de curriculuns e as

fichas cadastrais como a forma mais comum de recrutarem pessoas para seleção

de vagas na empresa.

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140

Gráfico 26: Auxilio da rede no processo de recrutamento e seleção dos

supermercados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

A rede auxilia no processo de recrutamento e seleção ?

0

20

40

60

80

Sim 8 3 2 0 2 0 1

Não 53 7 12 18 3 6 7

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs 3 check-outs 4 check-outs 5 check-outs 6 check-outs Acima de 7 check-outs

O processo de recrutamento de funcionários é realizado ...

0369

121518

Através de anúncio em jornal 1 0 0 0 0 1 0

Através de profissionaiscontratados pela rede

3 0 2 0 1 0 0

Empresa terceirizada 2 1 0 1 0 0 0

Banco de curriculuns / ficha decadastros

61 10 14 18 5 6 8

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs

3 check-outs

4 check-outs

5 check-outs

6 check-outs

Acima de 7 check-

outs

Gráfico 27: Como é realizado o processo de recrutamento dos supermercados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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141

Segundo Carneiro (1999), existem duas formas de recrutamento:

interno, quando é dada oportunidade para funcionários da própria empresa, e

externo, quando o processo é aberto ao mercado. Quando questionados sobre a

oportunidade dada aos funcionários que já trabalham na empresa – recrutamento

interno – apenas dois supermercados não o fazem, conforme apontado no gráfico

28.

Antes de se realizar um recrutamento no mercado, são dadas oportunidades para funcionários ?

0

5

10

15

20

Não nunca 2 2 0 0 0 0 0

Às vezes 3 0 0 3 0 0 0

Sim, normalmente 47 8 14 12 5 4 4

Sim, sempre 9 0 0 3 0 2 4

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs

3 check-outs

4 check-outs

5 check-outs

6 check-outs

Acima de 7 check-outs

Gráfico 28: Oportunidades oferecidas para os funcionários dos supermercados

antes de se recrutar no mercado

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Para Levy e Weitz (2000), antes da seleção existe um passo

denominado de pré-seleção, que consiste na análise das fichas cadastrais,

referências, e aplicação de testes de inteligência, habilidades e personalidade. De

acordo com a pesquisa, todos os supermercados, independentemente da

quantidade de check-outs, fazem análise das fichas cadastrais, buscam referências

e entrevistam os candidatos. Quanto à utilização de testes e dinâmicas de

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142

inteligência, habilidades e personalidade, apenas 08 empresas adotam esta prática.

Para Levy e Weitz (2000), a entrevista é forma comum de selecionar os candidatos

e, para Parente (2000), a parte mais importante no processo de seleção. Fatos

estes comprovados na pesquisa, pois 54 dos 61 supermercados entrevistados

adotam esta prática. É importante observar que apenas 03 supermercados utilizam-

se de profissionais contratados pela rede para auxiliar no processo de seleção de

funcionários. O gráfico 29 ilustra como é realizado o processo e seleção dos

funcionários dos supermercados pesquisados.

C o m o é r e a liz a d o a s e le ç ã o d e fu n c io n á r io s p a r a o s e u s u p e r m e r c a d o ?

0

5

1 0

1 5

2 0

Aná lis e de fic has c adas tra is 57 9 13 16 5 6 8

R efe rênc ias / ind ic aç ões 57 9 14 17 5 4 8Ap lic aç ão de tes tes e d inâm ic asde hab ilidades , a titudes epers ona lidade

8 0 2 4 1 0 1

E ntrevis tas c om s upervis o res ouo p ropr ie tá r io do s uperm erc a

54 7 14 16 5 4 8

Através de p ro fis s iona isc on tra tados pe la rede

3 1 1 0 1 0 0

B as e 61 10 14 18 5 6 8

T ota l2 c hec k-

ou ts3 c hec k-

ou ts4 c hec k-

ou ts5 c hec k-

ou ts6 c hec k-

ou ts

Ac im a de 7 c hec k-

ou ts

Gráfico 29: Como é realizado o processo de seleção dos funcionários dos

supermercados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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143

Para Parente (2000), toda empresa que objetiva ter retorno sobre o

capital humano deve investir em treinamento contínuo dos seus funcionários.

Quanto aos treinamentos, Parente (2000) e Levy e Weitz (2000) afirmam que eles

podem ocorrer de duas formas: através de programas formais e estruturados, ou de

treinamento no trabalho, ambos os métodos são complementares e não

excludentes. Neste sentido, em todos os supermercados os treinamentos para os

funcionários contratados ocorrem no trabalho. A formação em rede dos

supermercados é pouco explorada pelos participantes quanto ao treinamento de

funcionários, uma vez que a pesquisa aponta que apenas 05 supermercados

treinam seus funcionários contratados realizando visitas em outros supermercados

da rede. E apenas 02 supermercados utilizam programas formais e estruturados

com vídeos, apresentações e palestras para capacitação de novos funcionários.

(Gráfico 30)

C o m o é r e a l iz a d o o t r e in a m e n t o d o s f u n c io n á r io s c o n t r a t a d o s ?

0

5

1 0

1 5

2 0

A t r a v é s d e p r o g r a m a s fo r m a is ee s t r u tu r a d o s c o m v íd e o s ,a p r e s e n ta ç õ e s , p a le s t r a s

2 0 0 1 0 0 1

A t r a v é s d e v is ita s , a o u t r o ss u p e r m e r c a d o s d a r e d e

5 0 0 2 0 1 2

A t r a v é s d e t r e in a m e n to n ot r a b a lh o , a p lic a d o p e lo s u p e r io rh ie r á r q u ic o o u p o r u mfu n c io n á r io m a is e x p e r ie n te

6 0 1 0 1 4 1 7 5 6 8

B a s e 6 1 1 0 1 4 1 8 5 6 8

T o ta l 2 c h e c k -o u ts

3 c h e c k -o u ts

4 c h e c k -o u ts

5 c h e c k -o u ts

6 c h e c k -o u ts

A c im a d e 7 c h e c k -

o u ts

Gráfico 30: Treinamento dos funcionários contratados nos supermercados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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144

Apenas para os funcionários mais antigos a rede aparece auxiliando

os supermercados na capacitação dos seus colaboradores com treinamentos

técnicos e motivacionais. Sendo que os supermercados de 03 a 04 check-outs são

os que mais se beneficiam deste auxílio. Apenas 02 supermercados utilizam-se de

auxílio da APAS – Associação Paulista de Supermercados - na capacitação dos

seus funcionários. E em 02 supermercados não há nenhum treinamento para os

funcionários antigos. Além do apoio da rede, a maioria dos respondentes realizam

por iniciativa própria treinamentos técnicos e motivacionais. (O gráfico 31)

T re in a m e nto d e fun c io n á rio s m a is a n tig os

0

5

10

15

20

Não há tre inam entos oferec idos pelarede ou pelo próprio s uperm erc ado

4 2 0 1 0 1 0

Téc nic o - M elhorar o des em penho notrabalho por in ic iat iva do próprios uperm erc ado

27 6 6 7 2 1 5

Téc nic o - M elhorar o des em penho notrabalho por in ic iat iva da Rede

41 4 13 10 5 3 6

M otivac ional - M elhorar a m ot ivaç ão notrabalho por in ic iat iva do próprios uperm erc ado

24 3 7 6 2 1 5

M otivac ional - M elhorar a m ot ivaç ão notrabalho por in ic iat iva da rede

40 4 13 9 5 3 6

Curs o oferec ido pela A P A S 2 0 0 1 0 0 1

B as e 61 10 14 18 5 6 8

Total2 c hec k -

outs3 c hec k -

outs4 c hec k -

outs5 c hec k -

outs6 c hec k -

outs

A c im a de 7 c hec k -

outs

Gráfico 31: Treinamento dos funcionários mais antigos nos supermercados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

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145

Para Carneiro (1999), cabe ao superior imediato ou a um gerente da

empresa medir e avaliar seus funcionários. A pesquisa mostra que a prática da

avaliação dos funcionários não é comum entre as empresas entrevistadas, pois

apenas 10 dos 61 supermercados realizam a avaliação de desempenho de seus

colaboradores, sendo que esta incidência é verificada praticamente em

supermercados de todos os portes. (Gráfico 32)

O supermercado aplica avaliação de desempenho em seus funcionários?

0

5

10

15

20

Sim 10 1 3 2 2 0 2

Não 51 9 11 16 3 6 6

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total 2 check-outs 3 check-outs 4 check-outs 5 check-outs 6 check-outs Acima de 7 check-outs

Gráfico 32: Aplicação de avaliação de desempenho nos funcionários dos

supermercados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Considerados os vários objetivos apontados por Carneiro (1999) para

a avaliação de desempenho, a pesquisa mostra que das 10 empresas que aplicam

a avaliação de desempenho 03 a fazem com o objetivo de fazer promoções,

transferências e desligamentos, e 07 a fazem com o objetivo de informar ao

funcionário sobre o seu desempenho e fornecer retorno sobre o seu

comportamento. (Gráfico 33)

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146

C o m q u e o b je tiv o ?

0

2

4

6

8

In fo rm a r a o fu n c io n á r io so b re ose u d e se m p e n h o e fo rn e ce rre to rn o so b re o se uco m p o rta m e n to

7 1 2 2 1 1

F a ze r p ro m o çõ e s , tra n s fe rê n c ia s ,d e s lig a m e n to s e su b s id ia rre m u n e ra çõ e s

3 0 1 0 1 1

Ba se 1 0 1 3 2 2 2

T o ta l 2 ch e ck-o u ts

3 ch e ck-o u ts

4 ch e ck-o u ts

5 ch e ck -o u ts

Ac im a d e 7 ch e ck-o u ts

Gráfico 33: Objetivo de se aplicar a avaliação de desempenho nos funcionários dos

supermercados.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

A última análise quanto às questões de Recursos Humanos é

referente a remunerações e benefícios, e baseou-se não na remuneração fixa e

sim, nos pacotes de benefícios oferecidos aos funcionários. Neste sentido, Parente

(2000) classifica os benefícios como ações não previstas na legislação trabalhista

como: assistência médica e odontológica, transporte, creche, refeições, entre

outros. Além desses itens, Carneiro (1999) e Parente (2000) consideram os

benefícios uma remuneração variável. A pesquisa apontou que 36 supermercados

não oferecem benefícios para seus funcionários, sendo que 21 possuem de 03 a 04

check-outs. Para aqueles que os oferecem aos seus funcionários, o mais comum

são assistência médica e/ou odontológica e vale-transporte. Alguns oferecem cesta-

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147

básica e seguro coletivo. Porém percebe-se que não há um padrão adotado pelas

redes. (Gráfico 34).

Outros benefícios além do salário

0

5

10

15

20

Não há benefício 36 5 10 11 3 3 4

Assistência médica e/ouodontológica

12 1 1 3 2 2 3

Vale-transporte 11 3 2 3 0 1 2

Seguro Coletivo 4 1 2 0 0 0 1

Cesta Básica 5 1 1 2 0 0 1

Refeições 1 0 0 0 0 1 0

Almoço aos sábados 1 0 0 0 0 1 0

% nas vendas 1 0 0 0 0 1 0

Vale prêmios 1 1 0 0 0 0 0

Base 61 10 14 18 5 6 8

Total2 check-

outs3 check-

outs4 check-

outs5 check-

outs6 check-

outs

Acima de 7 check-

outs

Gráfico 34: Benefícios oferecidos aos funcionários além do salário.

Fonte: Dados obtidos a partir da pesquisa de campo.

Enfim, os recursos humanos se constituem um item pouco explorado

pelas redes, as quais possuem poucas ações diretas sobre seus associados. Esta

questão merece ser melhor trabalhada pelas empresas, pois poderá resultar em

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148

aumento da produtividade e do desempenho dos funcionários e,

conseqüentemente, em aumento do lucro das empresas associadas.

CONCLUSÃO

O presente trabalho conclui que as “aglutinações” de supermercados

pesquisados caracterizam-se como uma rede flexível de pequenas empresas do

setor varejista, espalhadas geograficamente que atuam no mesmo setor. Seus

membros possuem interesses comuns, e ao mesmo tempo grandes independência

entre os participantes. A confiança é a base de sustentação do grupo. O fator

iniciador destas redes foram às compras conjuntas. A maioria dos participantes

atuam com a mesma bandeira, porém preservam sua identidade original.

As alianças estratégicas adotadas ocorrem através de um acordo de

cooperação e sem participação acionária dos membros. O objetivo é fortalecer o

grupo quanto ao poder de negociação a montante da cadeia produtiva, ou seja, com

seus fornecedores e permitir uma comunicação cooperativa a jusante da cadeia

produtiva, ou seja, com seus clientes.

Quanto às estratégias de produtos pode-se dizer que a participação

dos supermercados nas redes resultou numa alteração do composto de produtos,

aumentando sua amplitude sua profundidade. Quanto a estratégia de marcas

próprias apenas duas redes desenvolveram marcas próprias configurando uma

estratégia de trading-down. Quanto ao número de departamentos, apenas 1/3 dos

supermercados, aumentaram a quantidade de departamento, adequando-se aos

demais supermercados da rede e ampliando assim seu mix de produtos. Portanto,

quanto a este item do composto mercadológico conclui-se que não há padronização

de departamento, produto e seções, entre os supermercados participantes. A

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149

estratégia de marcas próprias é algo muito explorado pelas grandes redes, com

intuito de fidelização de clientes, estratégia que deveria ser copiada e aperfeiçoada

pelos supermercados pequenos.

Quanto às estratégias de precificação, pode-se concluir que é o item

mais frágil do composto de marketing, uma vez que as redes negociam boa parte

do mix de produtos, porém vendem somente 30 itens com o mesmo preço, o que

demonstra claramente as dificuldades em adotarem preços comuns para todos os

membros. E ainda, estes preços comuns são praticados para produtos cativos, que

são basicamente os que compõem a sesta básica. Quanto a questão de descontos

nota-se que a rede possui grande poder de barganha a montante da cadeia e baixa

interferência a jusante. Apesar destas dificuldades, as grandes maiorias dos

participantes das redes concordam que os consumidores percebem seus preços

como menores em relação seus concorrentes. Portanto, quanto a este item conclui-

se que pode ser mais bem explorado pelos participantes, através de apuração de

custos individualmente, trocas de experiências entre os membros e aumento dos

itens negociados e adquiridos dos fornecedores.

Quanto às estratégias de promoção, as ferramentas de marketing

mais utilizadas pelos participantes são a propaganda e as promoções de vendas.

Quanto a propaganda a estratégia é o uso da propaganda cooperativa horizontal,

com o objetivo de baixar custo para o associado. As redes utilizam as propagandas

com o intuito de persuasão dos clientes e o tipo de mídia utilizado dentro e fora da

loja por todos os supermercados, independente da rede, são os panfletos de

ofertas, seguido do rádio. Alguns estabelecimentos utilizam-se de outdoor e outros

de jornal e TV, sendo que a freqüência varia entre o porte dos supermercados.

Quanto às promoções de vendas, são utilizadas com grande freqüência pelos

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150

participantes, os tipos de promoções mais comuns são: eventos em datas

comemorativas, sorteios, vales brindes e o cartão fidelidade. Portanto, conclui-se

que este item do composto de marketing encontra-se bem estruturado pelas redes,

pois as mídias estão adequadas ao público-alvo e as promoções de vendas têm

auxiliado consideravelmente os empresários no aumento das vendas.

Quanto às estratégias de distribuição pode-se dizer que todas as

redes possuem uma central de compras, com o objetivo de aumentar o poder de

barganha com seus fornecedores, equilibrando as forças de negociação. E ainda,

que a central de compras foi o fator iniciador das redes. Quanto a central de

distribuição apenas uma rede a possui, as demais se utilizam de negociação com

seus fornecedores para entrega ou o fazem com frota própria. Apesar de ser um

item pouco explorado na pesquisa, conclui-se que o grande fator aglutinador das

empresas na formação de rede é a compra conjunta, e que deve ser mais bem

explorada pelos participantes, aumentando os itens negociados com seus

fornecedores. A estratégia de distribuição é algo complexo que não depende

apenas de uma relação de confiança entre os participantes das redes, e sim de

grandes investimentos, que só pode ser implantado quando tiver maturidade entre

seus participantes.

Quanto à estratégia de apresentação de loja observa-se que em

praticamente metade dos supermercados pesquisados houve uma alteração na

área de vendas, adequações necessárias para participarem com mais efetividade

da rede. Quanto às técnicas de merchandising e visual merchandising conclui-se

que são importantes aliados nas vendas, porém deve-se tomar cuidado com seu

uso indiscriminado. As formas mais comuns utilizadas são: ponto de gôndolas,

técnicas de degustação, brindes e músicas. Quanto ao layout interno, conclui-se

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151

que apesar de mudanças quanto a substituição ou disposição das gôndolas, na

iluminação e na pintura interna com as cores das redes, é um item pouco explorado

e considerado não tão relevante pelos participantes, algo que deveria ter uma

conotação mais estratégica para configurar as empresas no formato de rede. Neste

sentido, as alterações nas fachadas foi o item de maior mudança das empresas

participantes.

Quanto às estratégias de recursos humanos, conclui-se que apesar

de ser algo estratégico e muito relevante para empresas de varejo, este é o item do

composto de marketing em que a rede tem menor influência sobre seus associados.

Quanto à questão de recrutamento e seleção, poucas são as empresas que contam

com auxilio de profissionais da própria rede, sendo que os supermercados de

menor porte (02 e 03 check-outs) são os maiores beneficiados. Porém, antes de

selecionar no mercado, normalmente é dada oportunidade para funcionários dos

próprios estabelecimentos. Quanto à utilização de técnicas de seleção, poucos se

utilizam de técnicas mais apuradas como dinâmicas de habilidade, atitudes e

personalidade. A forma mais comum de seleção é: as referências, análise de fichas

cadastrais e entrevista com os proprietários. Quanto ao item treinamento de

funcionários contratados, novamente a formação em rede é pouco explorada, pois

são raros os supermercados que promovem visitas a outros supermercados com

este intuito, normalmente o treinamento é realizado em serviço. A interferência da

rede só aparece nos treinamentos de funcionários mais antigos. Neste sentido, a

rede oferece capacitação técnica e motivacional para seus colaboradores. Quanto à

avaliação de desempenho, também não é uma prática comum entre os

supermercados associados. Quando ocorre, tem como objetivo fornecer retorno ao

funcionário sobre seu comportamento. Quanto aos benefícios oferecidos pelos

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152

supermercados, conclui-se que não é uma prática comum, uma vez que mais da

metade não oferece nenhum benefício aos seus funcionários.

Enfim, em função das análises dos dados e das conclusões pode-se

dizer que a questão de pesquisa foi respondida, ou seja, a participação de

pequenas empresas supermercadistas numa rede provoca alterações no seu

composto de marketing, porém em maior intensidade em itens como: produtos,

comunicação com o mercado; apresentação de loja; e alterações com menor

intensidade em itens como preços, distribuição e recursos humanos.

Quanto às recomendações, pode-se dizer que como não foi possível

aprofundamento em várias questões referentes ao composto mercadológico nesta

dissertação, mas seguem como sugestão para aproveitamento em trabalhos futuros

que tratam de temas de varejo de supermercado e composto mercadológico. Assim

propõem-se os seguintes estudos:

• Avaliar a composição do mix de produtos, quanto à profundidade e

amplitude, e a sua influência na fidelização de clientes nos supermercados

de pequeno porte;

• Pesquisar a importância da marca própria para as redes de pequenos

supermercados, realizando um estudo comparativo com as grandes redes;

• Pesquisar a percepção dos clientes de pequenos supermercados aglutinados

em rede quanto aos preços praticados em relação aos concorrentes nos

itens promocionais e não-promocionais;

• Avaliar as melhores estratégias de comunicação com o mercado para redes

de pequenos supermercados relacionadas ao público-alvo e às mídias

existentes;

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153

• Estudar as melhoras práticas de merchandising e visual merchandising para

redes de pequenos supermercados e como estes itens são influenciadores

na decisão de compra dos clientes;

• Avaliar a influência das disposições do layout interno como fator influenciador

nas vendas de varejo de supermercado;

• Estudar o poder de negociação das redes de pequenos supermercados a

montante da cadeia produtiva;

• Avaliar, entre as diversas redes de varejo de supermercado, aquelas que

possuem as melhores práticas de gestão de recursos humanos para seus

funcionários;

• Pesquisar a logística de distribuição praticada pelas redes de pequenos

supermercados.

• Avaliar as mudanças culturais dos empresários a partir da sua participação

em uma rede de pequenos supermercados.

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Anexo 1

Questionário de pesquisa mercadológica em redes de supermercados

PESQUISA MERCADOLÓGICA COM REDES DE PEQUENOS SUPERMERCADOS

Duração da entrevista: Início: ______:______ Fim: ______:______ Nº do Quest.:

ENTREVISTADOR CRÍTICA VERIFICAÇÃO

Nome: ____________________ Data: _______/ _______/ 05

Nome: ___________________ Data: ________/ ________/ 05

Nome: ___________________ Data: ________/ ________/ 05

Apresentação: Bom dia/ boa tarde/ boa noite. Meu nome é _______ sou pesquisador (a) e estou realizando um estudo de mercado para o Sr. Luiz Andia Filho do SEBRAE-SP, junto a supermercadistas. O intuito é levantar informações para a conclusão do mestrado do Sr. Luiz Andia e apresentá-las à própria REDE_______. Para tanto, solicitamos sua colaboração nos respondendo um breve questionário. Podemos contar com a sua participação?

BLOCO A - PRODUTO

Pd1) Após associar-se à Rede, quanto à variedade de itens (produtos) oferecidos no supermercado, pode-se dizer que...(RU)

1 Diminuiu muito 2 Diminuiu pouco 3 Permaneceu inalterada 4 Aumentou pouco 5 Aumentou muito

Pd2) Após associar-se à Rede, quanto à quantidade de marcas de produtos no supermercado, pode-se dizer que... (RU)

1 Diminuiu muito 2 Diminuiu pouco 3 Permaneceu inalterada 4 Aumentou pouco 5 Aumentou muito

Pd3) Após associar-se à Rede, quanto ao número de departamentos ou seções do supermercado, pode-se dizer que... (RU)

1 Diminuiu muito 2 Diminuiu pouco 3 Permaneceu inalterada 4 Aumentou pouco 5 Aumentou muito

Pd4) Quais departamentos ou seções foram acrescentados ou diminuídos? (RM)

Departamentos ou seções acrescentados Departamentos ou seções diminuídos

Pd5) Qual a percentagem de produtos do supermercado que são negociados pela Rede

%

Pd6) A Rede desenvolveu alguma marca própria de produtos? 1 Sim 2 Não

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Pd6A) Caso positivo, quais produtos, com marca própria que foram desenvolvidos pela rede e são comercializados pelo seu supermercados? (RM)

Pd7) Qual a quantidade de itens oferecidos pelo seu supermercado?

______itens

BLOCO B - PREÇO Pç1) Todos os supermercados associados vendem produtos com os mesmos preços? (RU)

1 Não, divergem totalmente 2 Não, divergem em partes 3 Sim, são iguais apenas para a sexta básica restrita (cerca de 30 itens) 4 Sim, são iguais apenas para a sexta básica ampliada (cerca de 300 itens) 5 Sim, todos os produtos possuem o mesmo preço

Pç1A) Em caso positivo, quantos itens (produtos) possuem o mesmo preço ? (RU)

______itens 1 Só em promoções pré-determinadas.

Pç2) O preço dos produtos oferecidos pelos supermercados após associar-se em relação aos concorrentes não associado são: (RU)

1 Muito menores 2 Pouco menores 3 Iguais 4 Pouco maiores 5 Muito maiores

Pç3) Como o(a) Sr.(a) acha que os consumidores percebem os preços dos produtos em relação aos concorrentes ? Eles enxergam os preços como... (RU)

1 Muito menores 2 Pouco menores 3 Iguais 4 Pouco maiores 5 Muito maiores

Pç4) Quantos às decisões de descontos oferecidos aos clientes, qual o nível de interferência da Rede? (RU)

1 Nenhum 2 Pequeno 3 Médio 4 Grande

Pç5) Quais são as formas de pagamento oferecidas aos clientes padronizadas pela Rede ? (RM)

1 Não Padronização 2 Prazo no cheque para uma data pré-determinada 3 Aceitação de determinados cartões de créditos 4 Utilização de cartão da associação para compras a prazo 5 Desconto à vista 6 Parcelamento

Pç6) A Rede permitiu ao seu supermercado a aquisição de produtos com preços mais baixos dos fornecedores? (RU)

1 Nunca 2 Raramente 3 Sempre

Pç7) A.Se raramente ou sempre, é... (RU) 1 Em alguns itens 2 Na maioria dos itens

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BLOCO C - COMUNICAÇÃO Cm1) Quais os tipos de propagandas padronizada pela Rede para divulgar os produtos vendidos pelos supermercados associados que o seu supermercado utiliza? (RM)

1 Folhetos de oferta 2 Outdoor 3 Rádio 4 Jornal e TV 5 Mala direta

Outro(s). Qual(is)?_____________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

Cm2) Com que freqüência são realizadas as propagandas? (RU)

1 Uma vez ao mês 2 Duas vezes ao mês 3 Três vezes ao mês 4 Quatro vezes ao mês 5 Mais de quatro vezes ao mês

Cm3) Quais os tipos de propagandas dentro da loja e padronizadas pela Rede para divulgar os produtos vendidos pelos supermercados associados que o seu supermercado utiliza? (RM)

1 Folhetos de oferta 2 Promotores de venda 3 Personagem propaganda 4 Sistema de som

Outro(s). Qual(is)?_____________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________ Cm4) A Rede desenvolve promoções de vendas para atrair clientes ? Não considerar desconto (RU)

1 Nunca fez 2 Fez poucas vezes 3 Faz sempre

Cm4A) Se fez poucas vezes ou faz sempre, quais os tipos de promoção são realizadas? (RM)

1 Eventos em datas comemorativas 2 Sorteios 3 Vale brindes 4 Oferta relâmpago 5 Cartão fidelidade

Outro(s). Qual(is)?_____________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________ Cm5) Como os supermercados associados operam? (RM)

1 Com um único nome fantasia 2 Com uma única Bandeira

BLOCO D - DISTRIBUIÇÃO Dt1) A Rede possui uma central de compras ? (RU) 1 Sim 2 Não Dt1A) Caso positivo, quantas? ____ central(is)

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Dt2) A Rede possui uma central de distribuição? (RU) 1 Sim 2 Não Dt2A) Caso positivo, quantas? ____ central(is) Dt2B) Em caso negativo, como é feita a distribuição de produtos comprados pela Rede ? (RM)

1 Através do próprio fornecedor direto a cada associado 2 Cada associado é responsável pela retirada das mercadorias 3 A associação terceiriza a entrega

Outro(s). Qual(is)?_____________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________ Dt3) O supermercado possui frota própria para retirar as mercadorias? (RU) 1 Sim 2 Não Dt3A) Em caso positivo, quantos caminhões ou outros veículos ? ____ caminhões ou veículos

BLOCO E - APRESENTAÇÃO DE LOJA Ap1) Qual é o número de check-outs que o seu supermercado possui? ____ check-outs Ap2) Quanto à área de vendas das lojas do seu supermercado após associar-se, pode-se dizer que: (RU)

1 Diminuiu muito 2 Diminuiu um pouco 3 Permaneceu inalterada 4 Aumentou um pouco 5 Aumentou muito

Ap3) Qual é o tamanho atual da área de vendas do supermercado: ____ m2

Ap4) Que tipos de mudanças foram realizadas no layout interno do supermercado ? (RM)

1 Não houve mudança 2 Substituição e/ou disposição das gôndolas 3 Substituição e ou aumento na iluminação 4 Substituição e/ou disposição dos check-outs 5 Pintura interna com as cores da rede

Outra(s). Qual(is)?_____________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________ Ap5) Atualmente, os supermercados associados possuem layout interno padronizado ? (RU)

1 Não, nenhum 2 Poucos possuem 3 Vários possuem 4 Sim, todos possuem

Ap6) As mudanças realizadas na fachada do seu supermercado foram:(RM)

1 Não houve mudanças 2 No luminoso 3 Na testeira 4 Na logomarca 5 Na pintura externa com as cores da rede

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Foram realizadas outra(s) mudança(s) Qual(is)?______________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________ Ap7) Quais as técnicas de merchandising utilizadas pelo supermercado para promover suas vendas? (RM)

1 Degustação 2 Expositores 3 Ponto de Gôndola 4 Músicas 5 Brindes

Outra(s). Qual(is)?_____________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

Ap8) Os supermercados associados possuem comunicação visual interna padronizada? (RU)

1 Não, nenhum 2 Poucos possuem 3 Vários possuem 4 Sim, todos possuem

Ap9) Quais desses itens são padronizados para os supermercados associados? (RM)

1 Gôndolas 2 Check-outs 3 Sacolas para colocar as compras 4 Uniformes 5 Fachada 6 Luminoso

Mais algum item? Qual(is)?_____________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________ Ap10) Como estão dispostas as gôndolas do seu supermercado? (RU)

1 Grade – em paralelo formando um ângulo reto com parede final do supermercado

2 Fluxo Livre – sem direcionamento do fluxo de clientes 3 Butique – Cada setor possui uma configuração diferente do outro 4 Pista – Um corredor central separando o supermercado em dois setores

BLOCO F - PESSOAS Ps1) A associação auxilia no processo de recrutamento e seleção do seu supermercado? (RU) 1 Sim 2 Não

Ps2) Como é realizado o processo de recrutamento de funcionários para o seu supermercado? (RM)

1 Através da anúncio em jornal 2 Através de profissionais contratados pela rede 3 Empresa terceirizada 4 Banco de Curriculuns / fichas de cadastros 5 Órgãos especializados

Outro(s)? Qual(is)?_____________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________ Ps3) Antes de se realizar um recrutamento de pessoas no mercado, são dadas oportunidades para funcionários internos ? (RU)

1 Não, nunca 2 Raramente

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3 Às vezes 4 Sim, Normalmente 5 Sim, sempre

Ps4) Como é realizado o processo de seleção de funcionários para o supermercado? (RM)

1 Análise de fichas cadastrais 2 Referências / indicações 3 Aplicação de testes e dinâmicas de habilidades, atitudes e personalidade 4 Entrevistas com supervisores ou o proprietário do supermercado 5 Através de profissionais contratados pela rede

Ps5) Como é realizado o treinamento dos funcionários contratados? (RM)

1 Através de programas formais e estruturados com vídeos, apresentações, palestras

2 Através de visitas a outros supermercados da rede 3 Através de profissionais contratados pela rede

4 Através de treinamento no trabalho, aplicado pelo superior hierárquico ou por um funcionário mais experiente. Outro(s)? Qual(is)?_____________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________ Ps6) Quais os treinamentos oferecidos para os funcionários mais antigos ? (RM)

1 Não há treinamentos oferecidos pela rede ou pelo próprio supermercado

2 Técnico - melhorar o desempenho no trabalho por iniciativa do próprio supermercado

3 Técnico – melhorar o desempenho no trabalho por iniciativa da Rede

4 Motivacional – melhorar a motivação no trabalho por iniciativa do próprio supermercado

5 Motivacional – melhorar a motivação no trabalho por iniciativa da rede Outro(s)? Qual(is)?_____________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________ Ps7) O supermercado aplica avaliação de desempenho nos seus funcionários? (RU) 1 Sim 2 Não

Ps7A) Em caso positivo, com que objetivo ? (RM)

1 Clarear / definir e mobilizar a equipe para o alcance das metas estabelecidas

2 Informar ao funcionário sobre seu desempenho e fornecer retorno sobre o seu comportamento

3 Fazer promoções, transferências, desligamentos e subsidiar remunerações. 4 Indicar para treinamento (seja formação, seja desenvolvimento) 5 Dar subsídio para o planejamento da força de trabalho

Outro(s)? Qual(is)?_____________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________ Ps8) Além da remuneração fixa, que tipo de benefícios o supermercado oferece aos seus funcionários? (RM)

1 Não há benefício 2 Vale-refeição e/ou alimentação 3 Assistência médica e/ou odontológica 4 Auxílio-educação 5 Vale-transporte

Outro(s)? Qual(is)?_____________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

____________________________________________________

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CABEÇALHO

Nome do entrevistado:

Cargo do entrevistado:

Município de residência: UF:

Dados Pessoais

DDD e Fones da residência:

Nome fantasia da rede que o supermercado pertence:

Nome fantasia do supermercado:

Ano de fundação da rede: Ano de fundação do supermercado

Ano em que o supermercado entrou na rede:

Município da empresa: UF:

Dados da Empresa

DDD e Fones do empresa:

AGRADEÇA E ENCERRE

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