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Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões 2020 Agosto de 2020

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Análise de Riscos do Setor Seguradore dos Fundos de Pensões 20

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Ficha Técnica

Título

Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões | Agosto de 2020

Edição

Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões

Departamento de Análise de Riscos e Solvência

Av. da República, n.º 761600-205 LisboaPortugal

Telefone: 21 790 31 00Endereço eletrónico: [email protected]

www.asf.com.pt

Ano de Edição: 2020

ISSN 2183-7716 (online)

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Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões

Lisboa, agosto de 2020

Disponível em www.asf.com.pt

Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões

Agosto de 2020

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Índi

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3.3

3.4

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4  Impact

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Siglas e acrónimos

ASF Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões

BD Benefício Definido

BCE Banco Central Europeu

CBS Common Balance Sheet

CD Contribuição Definida

CDS Credit Default Swap

CQS Credit Quality Step

DTPT Dedução Transitória às Provisões Técnicas

EIOPA Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma

ESRB Comité Europeu do Risco Sistémico

FMI Fundo Monetário Internacional

INE Instituto Nacional de Estatística

IORP Instituições de Realização de Planos de Pensões Profissionais

MCR Requisito de Capital Mínimo

NBS National Balance Sheet

PIB Produto Interno Bruto

PPR Planos Poupança-Reforma

SCR Requisito de Capital de Solvência

VA Ajustamento de Volatilidade

YTM Yield to Maturity

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Sumário executivo

O panorama mundial encontra-se profundamente marcado pela pandemia associada ao coronavírus, e pelas suas consequências na atividade económica e na vida em sociedade. A relevância deste episódio conduziu ao repensar da estrutura e abordagem deste relatório de análise de riscos do setor segurador e dos fundos de pensões, que assim incide sobre três vertentes essenciais: (i) a caracterização do setor supervisionado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) no momento prévio à incidência da pandemia, incluindo a análise da articulação dos novos fatores de risco com os pré-existentes, bem como das fontes de vulnerabilidade e resiliência; (ii) a avaliação dos impactos da pandemia nas empresas de seguros e nos fundos de pensões, visíveis até à data; e (iii) a investigação de tendências de longo prazo no setor, contemplando, quando viável, o horizonte desde a crise das dívidas soberanas.

Prestes a deparar-se com a pandemia, o setor segurador apresentava níveis de solvência confortáveis, com folga face aos mínimos exigidos (rácios de cobertura de 178% e 497%, respetivamente, para o requisito de capital de solvência (SCR) e o requisito de capital mínimo (MCR), para o total do mercado). A robustez destes rácios é proporcional à capacidade do setor para lidar com choques adversos, bem como à flexibilidade da gestão nesse contexto. Deste modo, ao nível da gestão de capital, os efeitos experienciados após a incidência do COVID-19 salientam a importância da implementação de medidas de retenção de capital pelos operadores, com as políticas de distribuição de dividendos a deverem atender à incerteza persistente, mesmo quando os meses recentes sinalizam relativa estabilidade de vários riscos.

Ao nível da gestão dos riscos, registaram-se alterações à magnitude dos principais riscos, dos seus drivers e das suas expetativas de evolução ao longo do tempo. Assim, a pandemia conduziu ao adensamento do ambiente prolongado de taxas de juro muito baixas, à medida que, de modo a suportar a reação aos efeitos económicos da pandemia, bem como a liquidez e a estabilidade dos preços, o Banco Central Europeu (BCE) intensificou fortemente as medidas de política monetária de natureza acomodatícia que, no final de 2019, se julgariam com flexibilidade limitada para aprofundamento adicional. A pandemia conduziu também à materialização de efeitos de alargamento dos prémios de risco dos ativos, ainda que parcialmente revertidos ao longo do segundo trimestre de 2020, quando, em semestres anteriores, os receios centravam-se essencialmente na dimensão geopolítica e no abrandamento económico. No caso deste último, as preocupações, que anteriormente se focavam na perda de fulgor do crescimento, foram redirecionadas pela pandemia para as consequências de uma recessão de proporções históricas, projetada em 9,5% para Portugal (13,1% no cenário adverso) pelo Banco de Portugal, em 8,7% para a área do euro (estimativa da Comissão Europeia) e em quase 5% para a economia mundial (estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI)), bem como para a velocidade e sustentabilidade da recuperação nos anos seguintes.

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Também no que se refere aos riscos operacionais e cibernéticos, o setor foi sujeito a uma inevitável transição rápida, para um paradigma não projetado até poucas semanas antes do confinamento. Ainda, no domínio da transição sustentável, os requisitos associados ao pacote recentemente acordado no Conselho Europeu para reação ao coronavírus, deverão redundar em estímulo e exigência adicional sobre este processo de transição.

No âmbito da sua vertente de grandes investidores institucionais, e na atual conjuntura de elevada incerteza e suscetibilidade a movimentos bruscos dos mercados financeiros, reveste-se de especial importância a monitorização e mitigação dos riscos decorrentes da concentração das carteiras de investimento das empresas de seguros e dos fundos de pensões, sendo de destacar, no setor nacional, os pesos específicos dos emitentes soberanos de Portugal, Itália e Espanha, bem como de instituições da esfera bancária com presença em Portugal. A compatibilização da diversificação das carteiras com a busca por rendibilidade sustentada, bem como, no caso do setor segurador, a gestão dos requisitos de capital decorrentes das posições detidas, devem assumir um equilíbrio adequado, que evite dependências excessivas da evolução de determinados emitentes/títulos ou de emitentes/títulos altamente correlacionados e que partilhem fatores de vulnerabilidade comuns.

Este cenário é passível de densificação adicional em virtude da probabilidade material de se verificarem revisões descendentes da qualidade creditícia de emitentes de valores mobiliários por parte das agências externas de notação de risco de crédito, que têm sido predominantemente sinalizadas ao nível dos outlooks de revisão. Estas são suscetíveis de interferir negativamente com a valoração dos títulos, bem como com a sua onerosidade em termos de requisitos de capital, no setor segurador, ou de interferir com a capacidade financeira dos associados de fundos de pensões. Fruto da relevância do tema, este relatório inclui duas caixas específicas onde são testados os efeitos de dois cenários de revisões creditícias, quer no contexto do setor segurador, quer dos fundos de pensões.

Numa visão mais completa da cadeia de valor do setor segurador, salienta-se, pelos mesmos motivos, a importância de conter a dependência dos resultados técnicos face aos resultados financeiros, uma problemática especialmente notória no negócio do ramo Vida e dos ramos Não Vida com maior duração.

O contexto pós-COVID-19, ao induzir a quebras de produção e deterioração da rendibilidade do negócio, vem enfatizar a necessidade de as empresas de seguros manterem políticas sãs de tarifação, de subscrição de riscos e de constituição de provisões técnicas suficientes, num ambiente de previsível competitividade acrescida. De facto, a adoção de comportamentos de underpricing e/ou de underreserving deixaria as empresas de seguros ainda mais vulneráveis à evolução dos mercados financeiros, densificando pressões sobre a sua solvabilidade e rendibilidade.

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Outro aspeto importante que a pandemia veio revelar prende-se com a maior visibilidade e até o potencial alargamento do protection gap quanto à cobertura de riscos de relevo da economia e da sociedade Portuguesas, e para os quais o setor segurador pode desempenhar um papel de destaque. Para tal, é importante, por um lado, estabelecer instrumentos e mecanismos que permitam a mensuração e a gestão dos riscos subjacentes a preços comportáveis, e, por outro lado, sensibilizar os agentes económicos para a importância da cobertura voluntária desses riscos.

É ainda de referir o impacto que as medidas tomadas pelos governos em reação à pandemia de COVID-19 tiveram ao nível do perfil e da exposição dos riscos cobertos nas apólices de seguros, ainda que alguns dos efeitos sejam de natureza temporária. Neste âmbito, salienta-se a importância da manutenção de elevados padrões de conduta por parte das empresas de seguros, e do tratamento justo e equitativo dos consumidores, assegurando o alinhamento dos produtos com as suas necessidades efetivas, sem, contudo, descurar o equilíbrio técnico e a incerteza persistente quanto ao padrão de evolução futura da sinistralidade.

Por último, salienta-se a apresentação, no último capítulo do presente relatório, dos resultados nacionais do exercício europeu de Stress Test realizado, em 2019, ao setor das instituições de realização de planos de pensões profissionais (IORP), que, em Portugal, abrange os fundos de pensões que financiam planos profissionais. Nesse exercício, foi testado o impacto de um cenário de reavaliação abrupta e significativa dos prémios de risco dos instrumentos financeiros, combinada com uma subida da estrutura temporal de taxas de juro sem risco. Tendo em conta que o cenário de base sobre o qual foi aplicado o exercício difere substancialmente da atual conjuntura, a apresentação dos resultados é complementada com a análise comparativa entre os choques adversos testados e os choques reais observados nos mercados financeiros no eclodir da pandemia COVID-19.

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1 Introdução e abordagem

A conjuntura macroeconómica atual a nível mundial encontra-se profundamente marcada pela pandemia associada ao coronavírus, que tem vindo a gerar profundos efeitos económicos, sociais e laborais, impactando também o setor financeiro.

O presente relatório de análise de riscos do setor segurador e dos fundos de pensões, da ASF, será focado neste tema, por intermédio de uma abordagem que principia com a caracterização do contexto baseline, em que o setor se encontrava no momento em que foi confrontado com este choque pandémico, enquadrada na evolução de longo prazo que recua, sempre que possível, ao período da crise das dívidas soberanas, em 2010-2012. O objetivo é o de auxiliar a compreensão dos principais pontos de contacto, das fontes de vulnerabilidade ou de resiliência, bem como da articulação dos novos riscos com os principais riscos pré-existentes, evoluindo, de seguida, para a análise dos impactos decorrentes deste episódio de saúde pública de envergadura global.

A pandemia de COVID-19 funcionou como trigger para a materialização, ou intensificação, dos riscos que vinham sendo destacados em semestres precedentes. As preocupações relativas à desaceleração da atividade económica, que se observava em 2019, passaram a ser dirigidas a um contexto de profunda recessão – acompanhada de deterioração do mercado laboral e dos rendimentos – enquanto as medidas monetárias empreendidas pelos bancos centrais no sentido de promover a liquidez nos mercados financeiros, condições favoráveis de financiamento da economia e a estabilidade de preços, contribuíram para afastar as possibilidades de descolagem de um ambiente de taxas de juro extremamente reduzidas. Cumulativamente, são agravadas as possibilidades de um cenário de aumento material dos prémios de risco, já previamente receado, então essencialmente em função da dimensão geopolítica.

Em particular, o quadro atual é passível de agudização pela possibilidade de uma onda de revisões creditícias descendentes, suscetíveis de contribuir para (i) o alargamento e diferenciação adicional dos prémios de risco, com reflexo na valorização dos títulos em carteira, (ii) a deterioração das condições de financiamento dos emitentes e, (iii) no caso das empresas de seguros, o agravamento dos coeficientes de risco aplicados às exposições para efeitos de cálculo do SCR, designadamente dos submódulos de riscos de spread e concentração, com efeitos pró-cíclicos.

Em sentido oposto, é concebível um efeito favorável do ajustamento de volatilidade nas taxas de desconto a utilizar para aferição do valor atual das responsabilidades de seguros, e poderão estar disponíveis yields mais elevadas, mesmo que apenas temporariamente, para efeitos de reinvestimento.

Adicionalmente, o reflexo das medidas de apoio à economia empreendidas por vários Estados Membros da União Europeia, conjugado com uma recessão mais prolongada ou uma recuperação mais lenta do que o previsto, poderá levar ao ressurgimento das

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preocupações dos investidores com a sustentabilidade das finanças públicas, com consequente contágio ao sistema financeiro, pese embora o efeito mitigador das políticas monetárias não convencionais empreendidas pelos bancos centrais.

A velocidade da recuperação económica desempenha ainda um papel fulcral na contenção dos impactos da crise nas famílias e nas empresas, ao nível do emprego e do endividamento. Os efeitos a este nível colocam pressão sobre a rendibilidade e solvabilidade do setor segurador, por via, designadamente, da redução da produção de seguros e do aumento dos resgates, bem como sobre a capacidade de financiamento dos fundos de pensões.

Em paralelo, as empresas de seguros e as entidades gestoras de fundos de pensões terão de operar num contexto de mudanças de paradigma, acelerando os seus esforços de digitalização e adaptando-se a modelos de trabalho e de negócio mais ágeis e eficientes em termos de custos, o que, por si, é também gerador de novos riscos.

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a carteira tivos afetos

inada dos p

ualidade cr, denota-seações até 7

nescente, prdo total, on

bilidade da cm relevante

sta do conju9. Deste mo

ões relativamvários seme

de rendibilidlos de maio

enuar a seguros a movível de inteno tendencia).

a duração m. Apesar dis

o perfil gacionista

espiciendos

de investima seguros li

perfis de q

reditícia e de a prevalê7 anos (cerredominam

nde as duraç

carteira obrexplorar o

unto de emodo, o univmente limitaestres (próxdades atratr duração.

nsibilidade vimentaçõensificação –almente ma

média da cso, atendende duraçõa movimen.

mentos a 3igados)

ualidade c

a duração dncia de títuca de 75% os títulos s

ções são ma

igacionista seu perfil presas de seerso analisaadas, e comxima dos 5 ivas, o que

da carteiraes ascenden

sob o conteais limitadas

arteira obrindo ao perfiões descritontos dos res

31 de deze

reditícia e d

das carteirasulos classifido univers

sem notaçãaioritariame

do setor aode duraçõ

eguros cifraado de emp

m uma ordeanos), apes

e poderia su

a de títulontes dos préexto pandés no contex

gacionista il de longo o confere spetivos sp

embro de

de duraçõe

s obrigacioicados comso de títuloo atribuída,

ente inferior

11

o risco ões. A ava-se presas em de sar da ugerir

os de émios mico,

xto da

é um prazo uma

reads,

2019

es

nistas mo de os em , com es a 3

Page 16: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

No esetormenduraçconttítulo

No qgradedo uacumvulnecredi

Figuinves2019

Apósprimcompecon

O prifragmcontepand

2.1.5dos p

No tsegupatri

vento de umr segurador or folga fações, a coribui para m

os em cartei

que concerne predominuniverso tomulação juerabilidade itícia, e um

ra 2.4 - Disstimentos d9 (excluindo

s explorar eira perceçplementa-s

nómicos e e

incipal objementação dexto pré-C

demia.

Vulnera5prémios de

término de ros nacionmónio dos

ma subida destá mais ece ao terrencentração

mitigar a extira.

ne aos fundnam tambémotal), sendounto da f

a um contpouco maio

tribuição codas empresa

as carteiras

as caracterção da suae a análisemitentes ao

tivo deste edos mercadOVID-19, m

bilidades ee risco/frag

2019, os aais ascendfundos de p

dos prémiosexposto poreno especu

em tornotensão dos

dos de penm maioritar a principaronteira doexto de aum

or pelo cana

ombinada das de seguros de ativos a

rísticas das a vulnerabie com umos quais as p

exercício é indos finance

mas que é

específicasgmentação

ativos a repiam a cerc

pensões se c

s de risco, cor via do canulativo. Por o de valore

efeitos de v

nsões, os títriamente coal diferençao territóriomento de sal das duraç

da qualidados e dos funafetos a segu

carteiras dilidade a c

m exame mposições co

nvestigar a eiros, que passível d

s do mercados merca

presentar asca de 51,3cifrava em c

onexa com al da qualidoutro lado

s relativamvariação dos

tulos classifiom duraçõea, face ao o de invespreads é mões.

e creditícia ndos de penuros ligados

de investimchoques tramais granurrespondem

suscetibilidjá constitu

de amplifica

ado nacionados financ

s provisões mil milhõ

cerca de 22

a pandemiadade creditíco, em term

mente curtos spreads na

icados comes até 7 ano

caso seguestimento.

menor pela v

e da duraçãnsões, a 31 s)

mento que ansversais elar, explora

m.

ade das cartuía uma pação em c

al a cenáriceiros

técnicas dões de eurmil milhões

a de COVIDcia, fruto de

mos do canos desta vaa valorizaçã

mo de investos (cerca deurador, a m

Neste casvia da qual

ão da cartede dezemb

permitem e generaliz

ando os g

rteiras ao rispreocupaçãoconsequênc

ios de reve

das empresaros, enquans de euros.

12

-19, o e uma al de

ariável o dos

tment e 70% menor so, a idade

ira de bro de

uma zados, rupos

co de o em ia da

ersão

as de nto o

Page 17: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

No cmesm

Refirarespo(aprocoletconc(médnece

Figuinstru

Não últimpersipor segutendaos entid

No c45,5%37,8%conc

Este requspreaparticacresdecopúbl

caso das emma data, um

a-se, no entonsabilidadoximadametivos (cercacentração nadia inferior essidade de

ra 2.5 - Comumento

obstante amos anos, a

stência de grupos finarador e de encialmentsegundos e

dades.

contexto se%. As três p%, continuacorrem para

perfil de cisitos de ca

ad e de conccular, para scida a fenóorrente do icas.

mpresas de ma estrutura

tanto, que, es unit-linnte metade

a de um tea categoria a 4 anos). gestão do S

mposição d

s estratégia análise dauma propo

anceiros a fundos de

e mais disseemitentes t

egurador, o primeiras exando a reve uma propo

concentraçãapital – emcentração n

as três pómenos de ressurgime

seguros, aa idêntica a s

no universnked, a pe da carteerço da caCQS 3 é ainEstas difer

SCR.

das carteiras

as de de-riskas exposiçõorção elevadoperar em pensões. Aeminada petende a co

peso agreposições, to

elar o conteorção muito

o, apesar dm virtude deno caso dos rincipais exfragmentaç

nto de pre

composiçãsemestres a

so de títulosproporção ira), em prrteira). Porénda mais virenças estã

s de ativos a

king graduaes por emda de emit

m Portugal, A exposiçãoelos diversosoncentrar-se

gado das codas relativexto de umo material do

de se revele isenção dtítulos sobe

xposições (ção dos me

eocupações

ão das cartanteriores.

s detidos pde título

rol de maioém, para oncada (73%o amplame

a 31 de dez

almente imitente, ou gtentes sobee que det

o aos primes operadoree em subc

cinco princias a títulos setor ondeos portefólio

ar económde cargas deranos –, de(PT, IT e Eercados fina

com a su

eiras de ati

ara represeos de dívor peso em

os títulos o%), e as duraente ligadas

embro de 2

plementadagrupo econranos, e deém particip

eiros emitenes, ao passo onjuntos m

ipais exposde dívida s

e as principos.

ico do ponde capital pensifica vulnS), implica

anceiros na stentabilida

ivos revelav

entar carteirvida é mm investimobrigacionistações mais cs à ausênc

2019, por tip

as ao longonómico, reve ativos empações no ntes encon que a expo

mais restrito

sições ascensoberana, ppais contrap

nto de vistapara os risconerabilidade

vulnerabilUnião Euro

ade das fin

13

va, na

ras de menor entos tas, a curtas cia de

po de

o dos vela a itidos setor

tra-se osição os de

nde a pesam partes

a dos os de es. Em idade opeia, anças

Page 18: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

14

No que toca aos fundos de pensões, a predominância muito mais moderada da principal exposição – o soberano Espanhol - determina que os pesos agregados dos principais emitentes sejam inferiores. As três principais exposições pesavam, combinadamente, 21%, e as primeiras cinco cerca de 30%. Foi também reforçada a presença do soberano Italiano no passado mais recente, mantendo-se a tendência de compressão da proporção do soberano doméstico.

Figura 2.6 - Exposição por emitente / grupo económico e decorrente nível de concentração

As durações específicas para as principais exposições, por grupo económico, são tendencialmente superiores no caso dos fundos de pensões (valores médios ponderados, para o conjunto das 15 principais exposições, de 4,3 e 6 anos, respetivamente, para o caso segurador e dos fundos de pensões).

As durações mais longas estão tendencialmente associadas às exposições a emitentes soberanos.

Figura 2.7 - Exposição por emitente / grupo económico e respetivas durações

No caso do setor segurador, o peso do soberano doméstico revelou material acréscimo, em função das yields disponíveis, após a crise financeira de 2008-09 (antes da qual se

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

Portuguese Repub

lic

Republic of Italy

Kingdom

 of Spain

Fosun

Santand

er

BCP

French Repub

lic

HSBC

EDP ‐ Energias de Po

rtugal SA

Kingdom

 of B

elgium CGD

Federal Republic of Germany

Kingdom of the

 Netherlands

Reassure Group PLC

REN

Índice de Herfindahl Hirschm

an

Representatividade

Empresas de Seguros

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

Kingdom

 of Spain

Republic of Italy

French Republic

Federal Rep

ublic of Germany

Portuguese Republic

Santand

er

EDP

BCP

CGD

Mon

tepio ‐ Assoc. M

ut.

Kingdom of B

elgium

Kingdom of the

 Netherlands

Hellenic Republic

Vereniging Achmea

Novo Banco

Índice de Herfindahl H

irschm

an

Representatividade

Fundos de Pensões

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Portuguese Repub

lic

Republic of Italy

Kingdom of Spain

Fosun

Santander

BCP

French Republic

HSB

C

EDP ‐ Energias de Portugal SA

Kingdo

m of Belgium

CGD

Federal Repub

lic of Germany

Kingdom of the Netherlands

Reassure Group

 PLC

REN

Duração

Representatividade

Empresas de seguros

Representatividade da exposição ao GE Duração da exposição ao GE

0

2

4

6

8

10

12

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Kingdom of Spain

Republic of Italy

French Republic

Federal Republic of Germ

any

Portuguese Repub

lic

Santander

EDP

BCP

CGD

Montepio ‐ Assoc. M

ut.

Kingdom of Belgium

Kingdom of the Netherlands

Hellenic Republic

Vereniging Achmea

Novo

 Banco

Fundos de Pensões

Representatividade da exposição ao GE Duração por GE

Page 19: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

cifravem va dívaplicItaliavezes

Existesobre

Para invesrevelpor elimiaprincenco

No co nívreduz

Figu

2.2 E

2.2.1

Previnívei

Em 2estabdez p

va em cercavigor do regvida soberanação do reno e Espans superior a

e assim senetudo pela

complemstimento doa, para o se

emitente/grr inferior do

cipais exposontrarem dis

ontexto dovel de concezida dimens

ra 2.8 - Índ

Evolução d

Solvabil1

iamente à s de solvên

2019, o rácbilidade verpontos perc

a de 5% do tgime de Solvna, bem comgime, face

nhol, apreseo denotado

nsibilidade magnitude,

entar o eo setor, apretor seguradrupo econóo intervalo. sições sobesseminadas

s fundos deentração posão de uma

ice de Herfin

do setor s

idade

emergênciacia globalm

cio de cobeificada desdcentuais. Ao

total), sendovência II, jusmo pela atràs de outr

entavam, noo no período

expressiva , das exposi

exame da resenta-se ador, a consemico num É important

eranas, compelas várias

e pensões, aor emitente/

parcela sub

ndahl Hirsch

egurador

a da pandemente satisfa

ertura do Sde meados o efetuar a

o ainda alvostificado peratividade dras economo final de 2o pré-crise f

aos efeitosções às con

propensãoa análise doervação da cnível conotte reter que

m elevado ps empresas

as circunstâ/grupo econbstancial do

hman

emia de COatórios.

SCR foi de de 2017, onanálise por

o de acréscilo tratamen

das yields namias europei

019, um pefinanceira d

s da pandentrapartes m

o a conceo índice deconcentraçãado como m

e esta obserpeso relativde seguros.

ncias são hnómico em os fundos de

OVID-19, o

178%, dannde as flutur ramo de a

mo adicionanto favoráveacionais nosias. Quantoeso específie 2008.

emia por vmais represen

entração dae Herfindahl ão global domoderado, rvação derivo para o u.

abitualmennível mais e

e pensões.

setor segu

do continuações não u

atividade, co

al com a enel aí previstos anos inicia

os aos sobeco cerca de

via da seleçntativas.

as carteiral Hirschmanos investimmas próxim

va do facto universo tot

nte distintaselevado, fru

urador man

uidade à reultrapassaraonstata-se q

15

ntrada o para ais de ranos e três

ção, e

s de n, que entos

mo do de as

tal, se

, com uto da

ntinha

elativa am os que o

Page 20: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

conju158%regimo ramemb

Figu

No fiSCR e

Figudeze

Tendpaconomtécniseu i

unto de em%, no final dme Solvêncimo Vida têmora com ma

ra 2.9 - Evo

inal de 201e do MCR su

ra 2.10 - Dembro de 20

do em consote de gaeadamenteicas (DTPT) mpacto.

mpresas mistde 2019, tenia II. Por sua

m apresentaaiores oscila

olução seme

9, todas as uperiores a

Distribuição019

sideração a rantias de

e, o ajustam– assumem

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

600

650

I

tas apresentndência quea vez, o conado consisteações desde

estral dos rá

empresas d100%.

dos rácios

importânclongo p

ento de vom nos rácios

0%

0%

0%

0%

0%

0%

0%

0%

0%

0%

0%

0%

Rácio 

ntervalo mínimo‐m

ta o rácio dee também snjunto de enentementee 2018.

cios de cob

de seguros

s de cobert

ia que as mrazo, no latilidade (V

s de cobertu

SCR

máximo Percen

e coberturase verifica dntidades qurácios de c

bertura do SC

apresentav

tura dos req

medidas quâmbito do

VA) e a deduura do SCR

Rácio MCR

ntil 25‐75 Merc

1 029%

do SCR maesde a entr

ue exploramobertura do

CR e do MC

vam rácios

quisitos de

ue integramo regime ução transite do MCR, i

cado

ais reduzidorada em vig

m exclusivamo SCR super

CR

de cobertu

capital a 3

m o denomSolvência

tória às provimporta ava

16

, com or do

mente riores,

ra do

31 de

inado II, –

visões aliar o

Page 21: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

17

Neste âmbito, a DTPT apresenta um efeito bastante superior ao do VA, sendo o impacto pouco material deste último fruto dos relativamente baixos prémios de risco dos títulos financeiros verificados no final de 2019. São as empresas de seguros que exploram exclusivamente o ramo Vida as que obtêm o maior benefício da utilização destas medidas, ao verem os respetivos rácios de cobertura do SCR e do MCR aumentarem 56 e 169 pontos percentuais, respetivamente. Para o total do mercado, os ganhos na posição de solvência são de 40 e 119 pontos percentuais, pela mesma ordem, revelando que as posições pré-pandemia, ainda que relativamente confortáveis, beneficiam de forma relevante do efeito da DTPT. É de notar que esta medida irá gradualmente esbater-se ao longo do tempo, constituindo a gestão desse efeito um desafio adicional para as empresas de seguros.

Importa esclarecer que foram consideradas todas as entidades supervisionadas pela ASF e não apenas as que aplicam pelo menos uma das medidas acima referidas, i.e. o VA e a DTPT, pelo que os impactos a nível individual serão tendencialmente mais elevados.

Figura 2.11 - Rácios de cobertura do SCR e do MCR com e sem as medidas que integram o pacote das garantias de longo prazo, a 31 de dezembro de 2019

De seguida, é analisada a distribuição do peso das principais componentes do SCR no final de 2019, por tipologia de empresas (Vida, Não Vida e mistas), e que constitui uma referência para a sensibilidade destes conjuntos de operadores aos diferentes tipos de riscos.

No que concerne às empresas que exploram exclusivamente o ramo Vida, verifica-se que os riscos de mercado se destacam dos restantes, com o seu peso médio no total do SCR a atingir os 84,6%. Em termos de importância, seguem-se os riscos específicos de seguros de Vida, com um peso de 38,2%, no final de 2019. Referência ainda para o risco de incumprimento da contraparte, que, na mesma data, representava 7%.

365%

367%

477%

426%

430%

478%

371%

387%

540%

377%

384%

497%

0% 100% 200% 300% 400% 500% 600%

Total Vida Não Vida Mistas

Sem medidas

Com ajust. de volatilidade

Com ajust. de volatilidadee medida transitória

MCR

120%

123%

158%

173%

175%

192%

155%

161%

211%

138%

142%

178%

0% 50% 100% 150% 200% 250%

Total Vida Não Vida Mistas

Com medidas

Apenas com ajustamentode volatilidade

Sem medidas

SCR

Page 22: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

18

Figura 2.12 - Composição do SCR a 31 de dezembro de 2019 – Empresas Vida

Em relação ao grupo de empresas que exploram os ramos Não Vida, os riscos específicos de seguros são os mais significativos, assumindo pesos de 52,4% e 43,1% do SCR no final de 2019, respetivamente para as componentes de Não Vida e de Acidentes e Doença, seguindo-se o risco de mercado, com um peso de 29,4% do SCR.

‐40%

‐20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Risco de mercado

Risco de contraparte

Riscos específicos de seguros

de Vida

‐47%

Média de mercado

343% 573%

‐66%

Diversificação Risco de ativos intangíveis

BSCR Risco operacional

Ajustamento (Provisões técnicas)

Ajustamento (Impostos diferidos)

168% 284%

Page 23: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

19

Figura 2.13 - Composição do SCR a 31 de dezembro de 2019 – Empresas Não Vida

No que respeita às empresas mistas, a análise é condicionada pelo número reduzido de empresas de seguros que constitui este conjunto, de apenas quatro.

À semelhança do que acontece com o conjunto das empresas de seguros que exploram exclusivamente o ramo Vida, os riscos de mercado apresentam o peso mais expressivo, de 79,3% do SCR, no final de 2019. Destaque ainda para os riscos específicos dos seguros Não Vida, que representam 22,6% do SCR.

‐60%

‐40%

‐20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

140%

Ajustamento (Impostos diferidos)

Média demercado

Risco de mercado

Risco de contraparte

Riscosespecíficos  

de seguros  de 

Acidentes  e Doença

Riscosespecíficos  

de seguros  de

Não Vida

Diversificação Risco de ativosintangíveis

BSCR Risco operacional

Page 24: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

Figu

2.2.2

Na faderivreinvapres

Do tresullíquid

No qcapiteuroinves

Em 2um dpor ranterramoa ma

1 Corrano e

‐80%

‐40%

0%

40%

80%

120%

160%

ra 2.14 - Co

Rendibi2

ase pré-COVvada do amvestimento. sentou um

total de 40tados negado inferior a

que concerntais próprioss, para o qustimentos fi

2019, a renddos três exeramo de atriores, com os Não Vidaais reduzida

responde ao rm análise e no

Risco de mercado

Riscocontrap

omposição d

lidade

VID-19, a rebiente prolNão obstaresultado líq

0 empresaativos nesseao do exercí

ne ao resultas durante o ual contribunanceiros.

dibilidade inercícios maiividade, veros conjunto e Vida a ob(14%).

rácio entre o ro ano anterior

de parte

Riscos específicos de seguros

de Vida

do SCR a 31

ndibilidade ongado dente, em 20quido globa

s de segue exercício,ício anterior

ado integralexercício, eíram decisiv

ntegral dos s rentáveis rifica-se meos das empbterem, resp

resultado inter.

Riscos específicos

de seguros de Acidentes e

Doença

Riscoespecíf

de segurNão V

de dezemb

do setor se taxas de ju19, o mercaal de 289,3 m

ros superv, mas quasr.

l, que traduzem 2019 foivamente os

capitais pródos último

enor heteropresas de segpetivament

egral e a médi

Média de mercad

os ficos ros de Vida

Diversificação

bro de 2019

egurador enuro muito bado sob sumilhões de

visionadas, se metade

z, grosso m atingido ums ganhos nã

óprios1 atings sete anosgeneidade guros que ee, a rendibi

ia do total de

do

Risco de ativos intangíveis

BSC

9 – Empresa

ncontrava-sebaixas, acrespervisão preuros.

somente c(17) obtev

odo, a variam total de 8ão realizado

giu 17%, co. Ao analisaem compa

exploram exlidade mais

capitais próp

CR Risco operacional

as mistas

e já sob prescido do riscrudencial da

cinco registve um resu

ação ocorrid863,2 milhõ

os associado

orrespondenar a rendibilaração com xclusivamens elevada (2

prios da empr

Ajustamento (Provisões técnicas)

Ajustam(Impodiferi

20

essão, co de a ASF

taram ultado

da nos ões de os aos

ndo a idade anos

nte os 3%) e

esa no

mento ostos dos)

Page 25: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

Figu

O remilhõterm

Para com

Denteurodécaforamrespeuma longa

Figu

2.2.3

Na pperíoincid

2.2.3

A evsupe

ra 2.15 - Re

esultado técões de euroos histórico

o ramo Vida natureza

tro dos rams, sendo, a da. Os ram

m Incêndioetivamente.

perda de 3a tendência

ra 2.16 - Re

Ramo Vi3

presente seodo da crisediram os efe

3.1 Produç

volução da ervisão prud

endibilidade

cnico globaos em 2019

os para o ram

da, a funçãoe o caráter

os Não Vidpar com o

os/modalido e Outros. Em sentid36,9 milhõea de prejuízo

esultados té

ida

ecção, será e financeiraitos da pand

ção e resgat

produção gdencial da A

e integral do

al dos ope9, refletindomo Vida (19

o financeirade longo pr

a, em 2019,o resultado

dades que m Danos e

do contrárioes de eurosos registado

cnicos

analisada aa, a par da demia de CO

tes

global de sASF é fortem

os capitais p

eradores suo, contudo,7 milhões d

desempenrazo do neg

, o resultad do ano 20

mais contribDoença, c

o, a modaliem 2019,

os.

a evolução caracterizaçOVID-19.

seguro diremente afeta

‐20%

‐10%

0%

10%

20%

30%

40%

próprios

pervisionadum resulta

de euros).

ha um papgócio.

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dos capitais diferidos e dos Planos Poupança-Reforma (PPR) não ligados, que, por sua vez, se encontra dependente de vários fatores, onde se incluem a influência negativa da envolvente macroeconómica e as estratégias de negócio adotadas pelas empresas de seguros, dependentes também das estratégias dos grupos económicos em que se inserem.

Figura 2.17 - Evolução da produção de seguro direto do ramo Vida

Nos anos mais recentes, a evolução do segmento Vida tem sido fortemente condicionada pelo ambiente prolongado de baixas taxas de juro, com reflexos negativos na atratividade da rendibilidade oferecida pelas empresas de seguros.

Ainda assim, nos dois últimos anos, os PPR não ligados têm conseguido captar um volume de entregas comparável com o nível verificado em 2010, passando a representar quase 40% do total da produção Vida, quando, em 2010, o respetivo peso era de cerca de 25%.

Embora a aposta na oferta de seguros ligados possa aliviar a pressão colocada pelas baixas taxas de juro, na perspetiva da gestão de riscos e da solvência das empresas de seguros, nos últimos anos não se tem observado um crescimento deste segmento. Pelo contrário, registaram-se variações negativas de 18% e 3,3%, respetivamente, em 2018 e 2019, o que poderá ser explicado pela preferência dos aforradores por produtos com garantias de capital ou de rendibilidade mínima, tradicionalmente disponibilizados pelas empresas de seguros.

No período em análise, o volume de resgates apresentou uma evolução de correlação tendencialmente negativa à da produção, tendo atingido os montantes mais elevados nos anos em que se observaram quebras na produção.

Esta realidade tem forçosamente implicações sobre a gestão de liquidez das empresas de seguros, com consequências na rendibilidade global das carteiras de investimento, bem como na possibilidade de ocorrência de perdas adicionais resultantes da venda de títulos em condições de mercado desfavoráveis.

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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Milhões de euros

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Figura 2.18 - Evolução dos resgates

Figura 2.19 - Evolução das taxas de resgates

Nota: Taxa de Resgate = Resgates (ano n) / Provisões matemáticas, provisões para seguros e operações em que o risco de investimento é suportado pelo tomador de seguro ou passivos financeiros de produtos resgatáveis (dez. ano n-1)

2.2.3.2 Seguros de vida risco temporários com prazo igual ou inferior a um ano

Os prémios adquiridos dos seguros temporários têm vindo a apresentar uma trajetória ascendente desde 2014, especialmente nos últimos dois anos, com crescimentos de quase 6%, o que poderá ser explicado pelo aumento da procura de crédito para aquisição de habitação, tendo em conta que os seguros temporários anuais renováveis estão usualmente associados à concessão desses créditos.

O número de pessoas seguras, que havia sofrido uma contração desde 2010, por influência do contexto económico que marcou esse período, viu a tendência inverter-se em 2016, passando a exibir um crescimento gradual, que, em 2019, se situou em 1,5%, correspondendo a quase 4 milhões de pessoas no final desse ano.

Relativamente aos custos com sinistros, não obstante a ocorrência de variações positivas em alguns anos, a tendência tem sido no sentido de diminuição, o que, em conjunto

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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

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com o aumento dos prémios nos últimos anos, tem contribuído para a descida da taxa de sinistralidade.

Figura 2.20 - Evolução da taxa de sinistralidade e dos prémios cobrados nos seguros de vida temporários com prazo igual ou inferior a um ano2

2.2.3.3 Seguros financeiros

A taxa técnica média dos seguros financeiros não ligados tem vindo a apresentar uma clara tendência de descida desde 2013, ano onde se apurou uma média de 2,6%, que compara com 1% em 2019.

Essa evolução reflete um comportamento de adaptação sucessiva da oferta aos baixos níveis de taxas de juro, ainda que tenha sido apurada nos últimos dois anos, para os novos produtos, uma taxa técnica média superior, de sensivelmente 2%. No entanto, é de salientar que tal se deve às características de alguns dos produtos que foram lançados, que influenciam significativamente o cálculo da média, dada a reduzida representatividade dos novos produtos nos anos mais recentes.

2 Para assegurar a comparabilidade dos indicadores apresentados, esta análise não inclui a informação relativa à Metlife, que cessou a sua atividade em Portugal em 2013, após o início de atividade no ano 2012 da Metlife Europe, e à Liberty Seguros, S.A., que, em 2018, passou a sucursal de uma empresa de seguros com sede na União Europeia, deixando de estar sob a supervisão prudencial da ASF.

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Figura 2.21 - Comparação das taxas técnicas médias e da rendibilidade no ramo Vida3

A distribuição da provisão matemática / passivos financeiros dos seguros financeiros não ligados em função do nível das taxas técnicas evidencia um aumento progressivo do peso da categoria de taxas iguais ou inferiores a 1% e diferentes de zero, em detrimento dos intervalos superiores, acumulando 40,1% do total em 2019, quando, em 2013, a respetiva proporção era de apenas 2,5%.

Figura 2.22 - Distribuição da provisão matemática / passivos financeiros dos seguros financeiros não ligados em função do nível das taxas técnicas.

Ainda relativamente aos seguros de vida não ligados, no final de 2019 apurou-se, em média, uma duração das responsabilidades de 6 anos e uma duração dos ativos de 4,3 anos. Note-se que, quanto maior esta diferença, maior será a exposição das empresas de seguros ao risco de variações descendentes do nível das taxas de juro.

3 As taxas técnicas médias foram calculadas com base nas taxas técnicas reportadas em relação aos seguros financeiros não ligados, incluindo capitais diferidos, PPR, mistos, universal life e operações de capitalização. Nesse cálculo considerou-se também os produtos cuja taxa técnica é igual a zero.

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Figura 2.24 - Evolução da produção e dos custos com sinistros dos ramos Não Vida

A taxa de sinistralidade global dos ramos Não Vida estabeleceu-se nos 66,1% em 2019. Na última década, é de realçar o pico registado em 2017, que se deveu aos custos decorrentes dos incêndios de grandes proporções que assolaram o território nacional.

Figura 2.25 - Evolução da taxa de sinistralidade do conjunto dos ramos Não Vida

Nas próximas subsecções, é apresentada uma análise específica da evolução, na última década, dos segmentos de negócio de maior expressão no mercado português.

2.2.4.2 Ramo Automóvel

Em 2019, o volume de prémios adquiridos de seguro direto do ramo Automóvel fixou-se em quase 1,5 mil milhões de euros e os custos com sinistros atingiram 1,1 milhões de euros. Na última década, o volume de prémios apresentou uma clara tendência de descida na primeira metade, seguida de uma forte recuperação a partir de 2017. Apesar das oscilações da taxa de sinistralidade, é de realçar que os valores mais elevados da última década são registados a partir de 2016, estabilizando perto dos 76%, sendo apenas parcialmente compensado pela redução do rácio de despesas no mesmo período.

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2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Milhões de euros

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Milhões de euros

Prémios adquiridos SD Custos com sinistros SD Taxa de sinistralidade SD

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No que respeita à composição do resultado técnico, é evidente a deterioração da margem bruta antes de resseguro a partir de 2015, comparativamente com o período entre 2011 e 2014, embora com tendência de melhoria nos dois últimos anos. Regista-se também a redução significativa, desde 2014, do saldo de resseguro cedido.

É ainda de salientar a dependência estrutural dos resultados financeiros para a obtenção de resultados técnicos positivos neste ramo, tendo os primeiros sido particularmente voláteis no período em apreço.

Figura 2.26 - Evolução dos indicadores operacionais e dos resultados técnicos de Automóvel

2.2.4.3 Modalidade de Acidentes de Trabalho

Em 2019, o montante total de prémios adquiridos de seguro direto da modalidade Acidentes de Trabalho foi de 783,3 milhões de euros, superando o montante dos custos com sinistros, que se fixou em 700 milhões de euros. Na última década, a taxa de sinistralidade registou valores particularmente elevados, superando os 100% entre 2012 e 2017, com o pico em 2014. É de notar ainda o registo dos valores mais baixos para os rácios de despesas nos últimos anos, em especial desde 2018, visível no estreitamento da diferença entre a taxa de sinistralidade e o rácio combinado.

Ao nível do resultado técnico global, observou-se o registo de valores negativos em todos os anos desde 2011, à exceção de 2018. Não obstante a tendência sustentada de melhoria desde 2014, o registo de 2019 veio demonstrar a necessidade e a importância de se manterem as políticas de realinhamento das tarifas com os riscos efetivamente assumidos pelas empresas de seguros.

Fruto da maior duração das responsabilidades, e do seu perfil ilíquido, a dependência e contribuição dos resultados financeiros para a formação de resultados técnicos positivos é superior para esta modalidade, estando, por isso, particularmente exposta aos riscos de mercado e à conjuntura de baixas taxas de juro.

30%

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Figura 2.27 - Evolução dos indicadores operacionais e dos resultados técnicos de Acidentes de Trabalho

2.2.4.4 Grupo de ramos de Incêndio e Outros Danos

No âmbito do agregado de Incêndio e Outros Danos, os prémios adquiridos de seguro direto têm mantido alguma estabilidade ao longo da última década, variando entre 600 e 660 milhões de euros. Esse patamar apenas foi excedido nos últimos anos, a partir de 2017, verificando-se um crescimento rápido para 790 milhões de euros em 2019. As taxas de sinistralidade e os rácios combinados têm registado variações tendencialmente cíclicas, destacando-se o pico registado em 2017, decorrente do reconhecimento dos custos associados aos grandes incêndios ocorridos em Portugal nesse ano.

Tal como para os segmentos anteriormente analisados, regista-se uma melhoria da eficiência em termos de rácio de despesas para os anos mais recentes.

A evolução histórica dos resultados técnicos demonstra a elevada volatilidade patente neste grupo de ramos, decorrente da natureza e heterogeneidade dos riscos cobertos. Neste âmbito, destaca-se, pelas razões já mencionadas, o ano de 2017, onde o resseguro demonstrou a sua importância na gestão dos riscos deste segmento. Por outro lado, a componente financeira assume um contributo menos significativo.

Figura 2.28 - Evolução dos indicadores operacionais e dos resultados técnicos de Incêndio e Outros Danos

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Milhões de euros

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30

2.2.4.5 Ramo Doença

Como referido anteriormente, o volume de prémios adquiridos de seguro direto do ramo Doença tem vindo a denotar um aumento significativo ao longo da última década, em especial a partir de 2015, posicionando-se, no final de 2019, em 855,6 milhões de euros. Com o aumento de volume, a taxa de sinistralidade e o rácio combinado têm vindo a descer paulatinamente, estabilizando a partir de 2016 em torno de, respetivamente, 73% e 90%.

No que respeita ao resultado técnico, evidencia-se uma melhoria progressiva ao longo dos anos, com a verificação de resultados positivos consistentes a partir de 2014. Na composição do resultado técnico, espelhada no gráfico seguinte, é de notar que o elevado peso do saldo de resseguro cedido se deve ao efeito da utilização de plataformas de gestão baseadas em acordos de resseguro por alguns grupos e operadores.

Em resultado do perfil de curto prazo das responsabilidades, a componente financeira assume uma expressão relativamente reduzida, contribuindo pouco para a formação dos resultados técnicos do ramo.

Figura 2.29 - Evolução dos indicadores operacionais e dos resultados técnicos de Doença

2.3 Evolução do setor dos fundos de pensões

Na presente secção, serão caracterizadas as principais tendências evolutivas dos fundos de pensões desde a crise financeira, bem como traçado o contexto baseline sobre o qual viria a incidir a pandemia associada ao COVID-19.

O património dos fundos de pensões sofreu, ao longo dos anos, várias oscilações relevantes, destacando-se a contração de 9,3% registada em 2008, ano que ficou marcado pela instabilidade dos mercados financeiros internacionais, em resultado da

55%

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100

150

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Milhões de euros

Margem bruta antes de resseguro Saldo de resseguro cedido

Resultados financeiros Resultados técnicos

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crise do subprime. Posteriormente, ocorreram duas quebras de natureza mais estrutural, a primeira em 2010, com a transferência de dois fundos de pensões do setor das telecomunicações para a Caixa Geral de Aposentações, e a segunda, de maior magnitude, justificada pela transferência de ativos de fundos de pensões do setor bancário para a Segurança Social em 2011.

Desde então, os montantes geridos têm vindo a apresentar um crescimento sustentado, com exceção do ano 2018, em que se verificou um decréscimo de 1,5%, por influência do comportamento desfavorável dos mercados financeiros, tendo o setor exibido uma recuperação de 12,1% em 2019, atingindo um volume próximo do observado em 2009. É de assinalar, no entanto, que o peso dos planos de benefício definido (BD) no total do valor dos ativos sob gestão é inferior em 2019 (de 84,9%, face a 94,9% em 2009).

Figura 2.30 - Evolução do montante dos fundos de pensões

O volume das contribuições é fortemente ditado pelas necessidades de financiamento dos planos de BD, tendo o valor mais elevado sido registado em 2008, fruto do desempenho financeiro negativo das carteiras de investimento nesse ano, e nos anos 2014 e 2019, para fazer face ao aumento do valor das responsabilidades decorrente da revisão em baixa das taxas de desconto aplicadas, atendendo à conjuntura de baixas taxas de juro.

 0

2 500

5 000

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10 000

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15 000

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dez‐07 dez‐08 dez‐09 dez‐10 dez‐11 dez‐12 dez‐13 dez‐14 dez‐15 dez‐16 dez‐17 dez‐18 dez‐19

Profissionais ‐ BD Profissionais ‐ CD Individuais

Milhões de euros

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dez‐07 dez‐08 dez‐09 dez‐10 dez‐11 dez‐12 dez‐13 dez‐14 dez‐15 dez‐16 dez‐17 dez‐18 dez‐19

Variação total

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Em relação a 2014 e a 2019, observaram-se também acréscimos significativos das contribuições para os planos individuais, essencialmente explicados pelo comportamento das entregas relativas a adesões individuais a um conjunto restrito de fundos abertos.

Figura 2.31 - Evolução do montante das contribuições

Após a quebra estrutural dos volumes geridos pelo setor em 2012, devido à transferência das responsabilidades com pensões em pagamento dos fundos de pensões do setor bancário para a Segurança Social, os benefícios pagos apresentaram, até 2019, uma tendência de aumento gradual, com algumas oscilações, sobretudo ao nível dos planos individuais.

 0

 500

1 000

1 500

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dez‐07 dez‐08 dez‐09 dez‐10 dez‐11 dez‐12 dez‐13 dez‐14 dez‐15 dez‐16 dez‐17 dez‐18 dez‐19

Profissionais Profissionais ‐ BD Profissionais ‐ CD Individuais

Milhões de euros

140,7%

‐60,6%‐14,9%

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dez‐07 dez‐08 dez‐09 dez‐10 dez‐11 dez‐12 dez‐13 dez‐14 dez‐15 dez‐16 dez‐17 dez‐18 dez‐19

Variação total

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Figura 2.32 - Evolução do montante dos benefícios pagos

A rendibilidade média dos fundos de pensões tem-se situado, na maioria dos anos em análise, em terreno positivo, sendo a principal exceção o ano 2008, período em que se registou uma rendibilidade média negativa de quase -14%.

Em 2019, a rendibilidade média atingiu os 8%, refletindo um desempenho financeiro bastante mais positivo do que o verificado em 2018, ano relativamente ao qual se apurou uma rendibilidade média negativa, de -1%, fortemente penalizada pelos desenvolvimentos nos mercados próximo do final desse ano.

Figura 2.33 - Evolução da rendibilidade média dos fundos de pensões

 0

 200

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Profissionais ‐ BD Profissionais ‐ CD Individuais

Milhões de euros

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dez‐07 dez‐08 dez‐09 dez‐10 dez‐11 dez‐12 dez‐13 dez‐14 dez‐15 dez‐16 dez‐17 dez‐18 dez‐19

Variação total

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0%

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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Fechados Abertos

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O desempenho financeiro positivo de 2019 foi transversal ao setor, tendo a quase totalidade dos fundos de pensões obtido uma rendibilidade positiva, na grande maioria dos casos acima dos 5%.

Figura 2.34 - Distribuição dos montantes geridos em função da rendibilidade dos fundos de pensões em 2019

Nos últimos dois anos, o nível de financiamento médio dos planos de BD apresentou uma ligeira deterioração, tendo, para o final de 2019, sido apurado um rácio agregado de 96% para o cenário de financiamento e de 103% para o cenário do mínimo de solvência.

Figura 2.35 - Evolução do nível de financiamento dos planos de BD5 e das respetivas contribuições

5 O nível de financiamento é, em primeiro lugar, calculado por plano / associado, através do quociente entre a respetiva quota-parte no património do fundo de pensões e a soma do valor atual das pensões em pagamento (para os beneficiários) e das responsabilidades com serviços passados (para os participantes), sendo os resultados agregados com base numa média ponderada pelo valor das responsabilidades. No caso dos planos sujeitos a exigências mínimas previstas em regulamentação específica e que conduzam a responsabilidades superiores às resultantes da aplicação das regras do nível mínimo de solvência estabelecidas na Norma Regulamentar da ASF n.º 21/1996, de 5 de dezembro, foram consideradas essas exigências para efeitos de cálculo do nível de financiamento.

0%

10%

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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Contribuições em milhões de eruos

Nível de financiamento

Contribuições para planos profissionais Contribuições para planos BD

Cenário de financiamento Cenário do mínimo de solvência

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Figura 2.36 - Distribuição do valor das responsabilidades em função do nível de financiamento em 2019

Nota: RE – Planos sujeitos a exigências mínimas previstas em regulamentação específica para as atividades bancárias e seguradora

No contexto do cenário de financiamento, a taxa de desconto aplicada na avaliação das responsabilidades é, em termos gerais, definida com referência às taxas de juro das obrigações privadas com notação de crédito de qualidade creditícia AA.

Ao longo da última década, as taxas de referência têm vindo a exibir uma tendência de descida, acompanhada por uma diminuição gradual do nível médio das taxas de desconto aplicadas. A revisão em baixa mais acentuada ocorreu em 2014, tendo a taxa média de desconto decrescido 1,4 pontos percentuais nesse ano. Em 2019, esse indicador apresentou uma redução de 0,7 pontos percentuais face ao ano anterior, cifrando-se em 1,3%.

Figura 2.37 - Evolução das taxas de desconto aplicadas no cenário de financiamento

Fonte: Euro AA a 15 anos – Bloomberg

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Cenário do mínimo de solvência ‐ Outros

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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Euro AA (zero coupon) a 15 anos Taxa média de desconto

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36

Figura 2.38 - Distribuição do valor das responsabilidades em função da taxa de desconto aplicada em 2019

Nota: PP – pensões em pagamento, RSP – responsabilidades por serviços passados

As responsabilidades associadas aos planos de BD assumem geralmente uma natureza de médio a longo prazo, pelo que a duração média das responsabilidades é tendencialmente superior à duração média dos ativos, o que expõe os fundos de pensões ao risco de variações negativas do nível das taxas de juro.

Relativamente ao final de 2019, a duração média dos ativos situou-se nos 5,9 anos e a duração média das responsabilidades nos 16,5 anos, o que se traduz num diferencial de 10,6 anos.

Figura 2.39 - Comparação da duração dos ativos e das responsabilidades por plano / associado no final de 2019

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Duração das responsabilidades

Duração dos  ativos

Média do mercado

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40

Figura 3.4 - Estimativas do FMI para a economia mundial

Fonte: FMI (World Economic Outlook – update junho 2020).

Para a economia nacional, a quebra de 9,5% projetada pelo Banco de Portugal para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 está ligada à degradação da generalidade das componentes – com exceção do consumo público –, destacando-se, particularmente, as massivas quebras na formação bruta de capital fixo, bem como das exportações e importações.

Figura 3.5 - Estimativas do Banco de Portugal para a economia nacional

Fonte: Banco de Portugal (Boletim Económico junho 2020).

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3.1.2

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3.1.3

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42

Sobretudo no caso de países que já no contexto pré-pandemia revelavam níveis mais elevados de endividamento, esta agudização adicional tende a renovar os receios quanto à sustentabilidade da sua dívida, podendo constituir um fator motivador de alargamento de spreads no futuro, que vai sendo contido pelas perspetivas de soluções de financiamento comum na União Europeia, incluindo a atribuição de subvenções, bem como pela intervenção do BCE ao nível das políticas monetárias.

Figura 3.7 - Dívida pública e défice orçamental em percentagem do PIB – Portugal e área do euro, e projeções da Comissão Europeia

Fontes: INE, Banco de Portugal, Eurostat, Projeções da Comissão Europeia.

Para o ano de 2021, a Comissão Europeia projetou (no exercício divulgado em maio) que o nível de endividamento nacional voltaria a cair, para 124,4% (98,8% para a área do euro), e o défice orçamental para 1,8% (3,5% na área do euro).

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122,0% 117,7%

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2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 (p )

Défice orçamental Dívida pública nacional Dívida pública (área do Euro)

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43

Caixa 1 - Breve descritivo das principais medidas adotadas para apoio às empresas e famílias face aos impactos do COVID-19, com especial relevância para o setor segurador e dos fundos de pensões8

Seguros de crédito com garantia pública

O seguro de crédito com garantia do Estado é, por excelência, um instrumento de política pública para patrocinar a diversificação dos mercados de exportação e a internacionalização do setor empresarial. Com o intuito de apoiar as empresas exportadoras, o governo reforçou o montante disponível das linhas de seguros de crédito com garantia pública, já existentes, e que cobrem transações com países que não são membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

Assim, o Orçamento do Estado de 2020 previa um teto de 2 mil milhões de euros de garantias do Estado a seguros de crédito e outros instrumentos, tendo este limite sido aumentado em mil milhões de euros, o que representa 0,47% do PIB nacional em 2019, devido aos efeitos da pandemia, através da Lei n.º 13/2020 de 7 de maio. Foram ainda aumentados os plafonds das linhas de seguros de crédito à exportação com garantias de Estado, para riscos não seguráveis, para determinados setores de atividade, num total de 250 milhões de euros.

Ainda neste âmbito, o Programa de Estabilização Económica e Social prevê, no quadro de flexibilização introduzida pela Comissão Europeia em matéria de auxílios de Estado, no contexto COVID-19, a criação de mecanismos de partilha de riscos entre empresas, seguradores e o Estado, nas vertentes de exportação e de transações no mercado nacional, num montante alocado de 2 mil milhões de garantias para cobertura pública.

Outros Estados Membros da União Europeia, como a Alemanha, a Bélgica, a Dinamarca, a França e os Países Baixos, decidiram, igualmente, reforçar os seus mecanismos de apoio às transações comerciais através do seguro de crédito.

Flexibilização do regime de pagamento dos prémios de seguros

Considerando o relevante papel económico-social que o seguro desempenha, através do Decreto-Lei n.º 20-F/2020, de 12 de maio, flexibilizou-se,

8 Uma análise mais abrangente e detalhada destas medidas pode ser consultada na Nota publicada pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, disponível em: https://www.asf.com.pt/NR/rdonlyres/DE435003-1550-4049-A159-6C3FCF4E96DE/0/Notasobreasprincipaismedidasadotadasparamitiga%C3%A7%C3%A3odosimpactosdapandemiadeCOVID19_umaan.pdf.

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temporariamente e a título excecional, o regime de pagamento do prémio, convertendo-o num regime de imperatividade relativa, ou seja, admitindo que seja acordado entre as partes um regime mais favorável ao tomador do seguro. Foi, assim, estabelecido um regime excecional e temporário relativo ao pagamento do prémio de seguro e aos efeitos da diminuição provisória, total ou parcial, do risco da atividade coberto pelo contrato de seguro. Deste modo, as partes podem acordar o pagamento do prémio em data posterior à do início da cobertura dos riscos, o afastamento da resolução automática ou da não prorrogação em caso de falta de pagamento, o fracionamento do prémio, a prorrogação da validade do contrato de seguro, a suspensão temporária do pagamento do prémio e a redução temporária do montante do prémio em função da redução temporária do risco.

Adicionalmente, os tomadores de seguros que desenvolvem atividades que se encontrem suspensas ou cujos estabelecimentos ou instalações ainda se encontrem encerrados por força de medidas excecionais e temporárias adotadas em resposta à pandemia da doença COVID-19, ou aqueles cujas atividades se reduziram substancialmente (redução de 40% do volume de faturação) em função do impacto direto ou indireto dessas medidas, podem solicitar o reflexo dessas circunstâncias no prémio de seguros que cubram riscos da atividade. Esta medida abrange, entre outros, seguros de responsabilidade civil profissional, seguros de responsabilidade civil geral, seguros de acidentes de trabalho, seguros de acidentes pessoais, designadamente o seguro desportivo obrigatório, ou ainda seguros de assistência, enquanto seguros relativos a riscos que cobrem atividades.

No âmbito da União Europeia, outros países tomaram igualmente medidas ao nível da criação de regimes de moratória dos prémios de seguros, nomeadamente, a Bélgica, a França, a Croácia e a Itália.

Alargamento temporário das condições de reembolso sem penalização fiscal dos PPR

A Lei n.º 7/2020, de 10 de abril, de acordo com a redação dada pela Lei n.º 18/2020, de 29 de maio, veio permitir que, até ao final de setembro de 2020, os participantes dos PPR possam solicitar o reembolso antecipado dos valores aplicados, sem penalização fiscal, até ao limite mensal do indexante dos apoios sociais (IAS), ou seja, 438,81 euros por mês, quando um dos membros do seu agregado familiar esteja em situação de isolamento profilático ou de doença, de assistência a filhos ou netos, lay-off, desemprego ou cessação de atividade.

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45

Limitações às distribuições de dividendos9

A ASF publicou as Cartas-Circulares n.º 2/2020 e 4/2020, recomendando que as empresas de seguros e as entidades gestoras de fundos de pensões restringissem todas as ações no âmbito da política de gestão de capital que impliquem a descapitalização da entidade, com ênfase nas distribuições de dividendos e operações de financiamento intragrupo.

Por seu turno, a Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) emitiu uma declaração dirigida às empresas de seguros recomendando a suspensão temporária da distribuição de dividendos, bem como a recompra de ações como forma de remuneração do acionista. Após a publicação desta recomendação da EIOPA, que a ASF divulgou no seu sítio da Internet para informação ao mercado, a ASF emitiu uma nova Carta-Circular com vista a reiterar que, à luz do princípio de gestão sã e prudente de uma empresa de seguros, no atual momento de instabilidade dos mercados financeiros e incerteza quanto à futura situação do negócio e da solvência, não devem ser, nesta fase, aprovadas ou concretizadas quaisquer distribuições de dividendos.

A nível europeu, grande parte dos países difundiu pelas empresas de seguros a operar no respetivo mercado a recomendação emitida pela EIOPA, tendo a maioria transmitido recomendações às empresas de seguros neste âmbito. No que concerne ao setor dos fundos de pensões, apesar de não haver informação tão completa a nível europeu, foi possível verificar que algumas autoridades de supervisão emitiram recomendações similares às adotadas para o setor segurador.

9 Não se tratando de uma medida para apoio direto às empresas e famílias, foi, contudo, incluída na Caixa, fruto da sua relevância.

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3.1.4

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3.1.5

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47

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Figuprim

3.2 E

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3.2.1

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49

Não obstante, posteriormente, verificou-se um efeito de amenização, fortemente ligado às medidas de política monetária implementadas pelo BCE. Nessa trajetória de recuperação, verificaram-se alguns episódios de volatilidade, articulados com a vertente geopolítica, dirigidos a receios de fragmentação na resposta da União Europeia face aos efeitos da pandemia na economia (p.e. impasses quanto a uma resposta unificada (common borrowing), ou o escrutínio quanto à legitimidade das medidas do BCE pelo tribunal federal constitucional alemão, no início de maio).

Sem prejuízo da relevância das variações ocorridas na valoração dos títulos em carteira, é importante reter a perspetiva da magnitude dos valores máximos de 2020 face à série mais longa, onde se constata que, em resultado das medidas de política monetária implementadas pelos bancos centrais, os picos gerados pela pandemia são de magnitude limitada quando comparados com os de anos anteriores, evidenciando-se custos de financiamento mais reduzidos do que os observados na fase de recuperação da crise financeira.

Refira-se, por fim, o acordo atingido a 21 de julho de 2020 no Conselho Europeu12 para uma resposta europeia comum aos efeitos da pandemia. O pacote total supera os 1 800 mil milhões de euros13, contemplando um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros, dos quais 390 mil milhões em subvenções. A verba destinada a Portugal deverá ser na ordem dos 45 mil milhões de euros para os próximos 10 anos, com cerca de um terço da mesma a fundo perdido, a que acrescem 12 mil milhões de euros do atual programa Portugal 2020, ainda em execução.

Figura 3.10 - Evolução das YTM a 10 anos dos principais emitentes soberanos. Série longa e evolução diária no primeiro semestre de 2020

Fonte: Bloomberg.

12 Fonte: https://www.consilium.europa.eu/media/45109/210720-euco-final-conclusions-en.pdf. 13 Pacote total de 1 824,3 mil milhões de euros, combinando uma moldura plurianual (Multiannual Financial Framework (MFF) de 1 074,3 mil milhões de euros e um Fundo de Recuperação (Next Generation EU (NGEU)) de 750 mil milhões de euros.

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02‐07‐2020

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Destaramifrecupgrad

3.2.3

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Fonte:

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Gold contract ‐evolução Pandemia de COVID‐19

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3.2.4nota

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Figude 20

Fonte:

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Franç

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Bloomberg.

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o, que viu anho/julho. Or para coloc

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31.12.2019

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53

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Figuterrit

Fonte:

3.3 I

Para emptrazesinistde pe

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54

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55

prolongado de baixas taxas de juro. Por sua vez, nos ramos Não Vida, observa-se um aumento do volume de prémios face ao acumulado de junho de 2019 (4,5%).

Figura 3.18 - Evolução dos prémios brutos emitidos – totais Vida e Não Vida17

No que respeita aos custos com sinistros, destaca-se igualmente o ramo Vida, com um acréscimo visível durante o primeiro semestre de 2020.

Para os ramos Não Vida, comparativamente com o ano anterior, observaram-se, nos meses de abril e maio, volumes inferiores de custos com sinistros face aos registados em igual período de 2019, levando ao abrandamento do ritmo de crescimento do total acumulado. A essa evolução não serão alheios os efeitos das medidas de restrição impostas no contexto do estado de emergência.

Figura 3.19 - Evolução dos custos com sinistros – totais Vida e Não Vida

17 A informação considerada nesta secção considera o total de produção e de custos com sinistros das empresas de seguros nacionais e das sucursais de empresas de seguros com sede na União Europeia.

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56

Como referido, no ramo Vida, a produção acumulada até junho de 2020 apresentou um decréscimo expressivo, que se deveu sobretudo aos seguros financeiros não ligados (-72,1%). Relativamente aos seguros ligados, verifica-se um padrão substancialmente diferente do observado em 2019, com quedas abruptas registadas nos meses de março a maio, que levaram a uma variação negativa global, de -7,8%, do total acumulado a junho de 2020.

Figura 3.20 - Evolução mensal da produção do ramo Vida

O acréscimo dos custos com sinistros no ramo Vida, observado durante o primeiro semestre de 2020, justifica-se pelo comportamento dos seguros ligados, com forte influência do pico registado em janeiro – que corresponde a uma observação localizada numa empresa –, sendo de realçar ainda os parciais de março e abril, já em contexto de pandemia, o primeiro dos quais influenciado também pelo incremento dos resgates de seguros não ligados. Não obstante, o volume acumulado de vencimentos mantém-se superior ao de resgates, correspondendo a perto de 60% do total de custos com sinistros a junho de 2020.

Figura 3.21 - Evolução mensal dos custos com sinistros do ramo Vida

A produção acumulada, até junho de 2020, dos ramos Não Vida apresentou um crescimento de 4,5% face ao mesmo período de 2019, tendo contribuído para este aumento os segmentos Doença (9,5%), Incêndio e Outros Danos (6,2%), Acidentes de

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57

Trabalho (5,5%) e Automóvel (3,0%), e com padrões relativamente semelhantes aos observados no ano transato.

Não obstante, da comparação homóloga dos volumes de prémios para o primeiro e segundo trimestres, denotam-se deteriorações na evolução da produção de Acidentes de Trabalho e Automóvel, com o primeiro a registar taxas de 11,5% e -1,6%, respetivamente, no primeiro e segundo trimestres, e o segundo a registar taxas de 5,3% para 0,6%, pela mesma ordem. Em sentido contrário, regista-se o caso de Incêndio e Outros Danos, que alcançou crescimentos de 2,9% e 10,4% nos primeiro e segundo trimestres de 2020, respetivamente, face ao período homólogo de 2019.

Para além dos três segmentos anteriormente referidos e do ramo Doença – que não evidenciou diferenças materiais entre trimestres –, regista-se a evolução igualmente descendente dos restantes seguros, com a passagem de uma taxa de crescimento homóloga de 2,0% no primeiro trimestre, para um decréscimo de -6,1% no segundo trimestre.

Figura 3.22 - Evolução mensal da produção dos ramos Não Vida

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58

Durante o período em análise, os custos com sinistros do conjunto dos ramos Não Vida registaram um acréscimo residual de 0,2% face ao mesmo período de 2019, destacando-se o segmento de Incêndio e Outros Danos (+37,5%), o ramo Automóvel (-9,6%) e a modalidade de Acidentes de Trabalho (-6,5%). As evoluções registadas nestes dois últimos segmentos são marcadamente diferentes quando analisadas por trimestre, obtendo-se, para Automóvel, variações homólogas de 1,9% e -21,5% para os primeiro e segundo trimestres, respetivamente, e, para Acidentes de Trabalho, de -1,4% e -12,0%, pela mesma ordem.

Para o ramo Doença, apesar de a variação homóloga dos custos com sinistros no primeiro semestre ser positiva (1,5%), registam-se também variações descendentes dos volumes por trimestre de 8,0% e -5,4%, respetivamente, para o primeiro e segundo trimestres.

Evidenciam-se assim melhorias na sinistralidade registada durante o período de confinamento para três dos quatro principais segmentos analisados, o que está diretamente relacionado com as alterações na exposição aos riscos cobertos. Contudo, deve notar-se a natureza temporária destes efeitos, sendo expetável a retoma para níveis de sinistralidade próximos dos registados num quadro de normalidade. No entanto, tendo em conta a atual persistência de condicionantes significativas para a atividade económica e a vida em sociedade, a incerteza sobre a evolução futura da sinistralidade é elevada, existindo mesmo fatores que a possam vir a agravar – por exemplo, no seguro automóvel, a sinistralidade rodoviária decorrente de um maior recurso a viatura própria por condutores não habituais, ou, no seguro de doença, a maior frequência ou gravidade de problemas de saúde resultantes do adiamento da realização de consultas ou exames, em ambos os casos por receios de contágio por exposição a aglomerados de pessoas.

Figura 3.23 - Evolução mensal dos custos com sinistros dos ramos Não Vida

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De acordo com os reportes extraordinários enviados pelas empresas de seguros à ASF, evidenciou-se uma redução dos fundos próprios elegíveis para a cobertura do SCR de 568 milhões de euros, entre dezembro de 2019 e junho de 2020. Esta evolução foi transversal à grande maioria dos operadores e centrada na queda abrupta dos mercados financeiros em março de 2020.

Figura 3.24 - Fundos Próprios Elegíveis para cobertura do SCR

No final do primeiro trimestre de 2020, observou-se uma queda do rácio global de solvência de 25 pontos percentuais face à posição no final do ano de 2019. No entanto, nos meses subsequentes, é visível uma recuperação gradual, refletindo a valorização dos títulos acionistas, assim como o decréscimo da generalidade das yields de dívida pública e privada, mantendo-se, contudo, o efeito desfavorável de redução da estrutura temporal das taxas de juro sem risco. No final de junho de 2020, o rácio global de cobertura do SCR alcançou 162%, ainda assim inferior em 17 pontos percentuais ao registo do final de 2019.

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60

Figura 3.25 - Rácio de cobertura do SCR

No que respeita às medidas relativas às garantias de longo prazo, registou-se um alargamento do efeito do VA, conforme expectável num contexto de queda dos mercados financeiros (neste caso, com a subida de spreads a coexistir com níveis extremamente reduzidos de taxas de juro sem risco), bem como um aumento da dependência da dedução transitória às provisões técnicas (DTPT).

Neste âmbito, refira-se que algumas empresas de seguros solicitaram a aprovação da ASF para a utilização do VA temporário18, com data de efeito a 30 de junho de 2020, o que deverá contribuir para mitigar os impactos sobre a posição de solvência agregada do mercado segurador.

Figura 3.26 - Fundos Próprios Elegíveis para cobertura do MCR

18 A norma regulamentar n.º 6/2020-R, de 4 de junho, prevê, em casos excecionais devidamente justificados, a possibilidade de submissão de novos pedidos de aplicação do regime transitório relativo às taxas de juro sem risco e da DTPT, bem como de dispensa temporária da verificação de critérios e da apresentação de certos elementos dos pedidos para a aplicação do VA à estrutura temporal das taxas de juro sem risco relevante: https://www.asf.com.pt/NR/rdonlyres/BF6106DB-1554-4931-AA39-AC2A3FC138E0/0/NormaRegulamentar6_2020_altera%C3%A7%C3%A3odaNormaRegulamentar6_2015.pdf

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61

Figura 3.27 - Rácio de cobertura do MCR

Tendo em consideração a concentração dos ativos detidos pelas empresas de seguros por setor de atividade, a 31 de março de 2020, o setor segurador português, numa perspetiva global, não parece estar significativamente exposto às atividades que sofreram o maior embate direto das medidas de confinamento – designadamente, aviação, casinos e jogos e turismo –, alertando-se, todavia, que, como grandes investidores institucionais, não estarão imunes a perdas decorrentes dos efeitos de segunda ordem e das consequências macroeconómicas sobre o emprego e o endividamento das empresas financeiras e não financeiras.

Figura 3.28 - Concentração de ativos por setor de atividade económica

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62

Caixa 2 - Análise de sensibilidade a cenários de downgrade das notações externas de risco de crédito – potenciais impactos sobre o setor segurador

Os investimentos em dívida pública e privada estão hoje sob forte pressão e, em muitos casos, poderá não ser possível evitar uma queda do nível do rating que lhes está associado, o que terá impacto na desvalorização do valor desses ativos, com reflexo na posição de solvência das empresas de seguros. De modo a avaliar os impactos potenciais sobre a carteira de títulos de dívida detida pelo setor segurador português, foram testados dois cenários que refletem potenciais choques nos custos de financiamento de mercado. O cenário 1 reflete, de forma transversal, os receios em torno da sustentabilidade da dívida, afetando os custos de financiamento em diferentes geografias e maturidades, com um aumento das yields de 100 pontos base nos títulos de dívida pública portuguesa, espanhola e italiana e em todos os títulos de dívida privada. O cenário 2 foca-se nos títulos de dívida classificados com CQS 3, sendo testado um aumento mais severo das yields, de 200 pontos base, para todos os títulos de dívida com notação de risco de crédito no referido patamar (BBB). No final do primeiro trimestre de 2020, as exposições19 das carteiras de investimentos das empresas de seguros a títulos de dívida obrigacionista, pública e privada, correspondiam a cerca de 44% e 27%, respetivamente, denotando aumentos de 2 e 1 pontos percentuais, pela mesma ordem, face a dezembro de 2019. Em março de 2020, aproximadamente 58% da carteira de títulos de dívida detida pelo setor segurador apresentava uma notação de risco de crédito de BBB (mais 2,3 pontos percentuais face ao trimestre anterior), sendo que a grande maioria diz respeito a títulos de dívida pública portuguesa e italiana.

19 Os valores apresentados têm como base a carteira total de investimentos das empresas de seguros, a 31 de março de 2020, incluindo os afetos a seguros ligados. Não foram consideradas as exposições indiretas, devido a limitações de informação.

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3.4 Impactos no setor dos fundos de pensões

Refletindo a evolução dos mercados financeiros durante o período em análise, o valor sob gestão dos fundos de pensões apresentou uma quebra de 4,9% no primeiro trimestre de 2020, tendo, desde então, sido registada uma recuperação gradual, conforme se ilustra na figura seguinte.

Figura 3.33 - Evolução do montante dos fundos de pensões

Em comparação com o trimestre homólogo, as contribuições e os benefícios pagos aumentaram nos primeiros três meses de 2020, respetivamente, 63,9% e 9,6%, para 560,5 milhões de euros e 204,9 milhões de euros.

É de realçar que o volume de entregas relativas a adesões individuais quase triplicou face ao primeiro trimestre de 2019, em resultado do comportamento observado em três fundos abertos em particular. Tal terá contribuído para o acréscimo de 2,9% dos montantes geridos no âmbito das adesões individuais, ainda que o desempenho financeiro, no mesmo período, tenha sido negativo.

Com efeito, no primeiro trimestre do ano, a rendibilidade média do setor dos fundos de pensões situou-se nos -6,3%, tendo-se apurado uma rendibilidade igual ou inferior a -5% em relação a cerca de 75% do valor total do património dos fundos de pensões.

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Figura 3.34 - Rendibilidade dos fundos de pensões no primeiro trimestre de 202020

A distribuição da carteira de investimentos dos fundos de pensões, em função das principais categorias de ativos, manteve-se relativamente estável durante o período em análise.

No entanto, é de referir que a quebra de 4,9% apurada no primeiro trimestre do ano de 2020 decorreu essencialmente da desvalorização dos títulos de dívida pública (-4,6%) e dos fundos de investimento, com exceção dos fundos de investimento baseados em ações (-12,9%). Relativamente à componente acionista, enquanto a exposição direta contraiu 19,6%, o valor dos fundos de investimento baseados em ações apresentou um acréscimo de 4,2%, o que deverá refletir um reforço do investimento nesta categoria por um número reduzido de fundos de pensões.

Figura 3.35 - Composição da carteira de investimentos

De um modo global, considerando a alocação dos investimentos a 31 de março de 2020, o setor dos fundos de pensões não apresenta uma exposição significativa às atividades mais diretamente afetadas pelas medidas de combate ao COVID-19, como sejam os

20 A rendibilidade média apresentada corresponde à média ponderada pelo valor dos fundos de pensões ou da respetiva quota-parte.

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67

setores da aviação, casinos e jogos e turismo, não estando, contudo, isento dos efeitos indiretos ou de segunda ordem.

Figura 3.36 - Distribuição dos ativos por setor de atividade económica no final do primeiro trimestre de 2020

Em relação à componente obrigacionista, que representava, no final de março de 2020, sensivelmente metade da carteira de investimentos dos fundos de pensões, 37% correspondia a títulos com notação de risco de crédito de BBB, com vulnerabilidade acrescida a um cenário de revisão em massa das notações externas de risco de crédito.

Figura 3.37 - Caraterização da componente obrigacionista das carteiras de investimento dos fundos de pensões no final do primeiro trimestre de 2020

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No que respeita ao valor das responsabilidades dos planos de BD, as yields da dívida privada com notação de risco AA – referencial usado pela generalidade do mercado para a definição das taxas de desconto a aplicar na avaliação das responsabilidades no cenário de financiamento – apresentaram um comportamento bastante volátil no primeiro semestre de 2020, com uma subida expressiva na segunda quinzena de março, a que se seguiu um decréscimo gradual para níveis próximos dos observados no final de 2019.

Figura 3.40 - Evolução das yields da dívida privada AA, para a maturidade de 15 anos

Dada a incerteza quanto à evolução futura das taxas de referência e de outros pressupostos financeiros, não é possível determinar, à data, qual o sentido e a magnitude que eventuais ajustamentos nos pressupostos de avaliação poderão ter sobre o valor das responsabilidades, face à situação verificada no final de 2019.

Como tal, não é possível estimar a pressão adicional que as necessidades de financiamento dos planos de BD poderão colocar sobre os associados de fundos de pensões, sendo expetável que a crise económica decorrente do impacto do surto pandémico COVID-19 possa também afetar negativamente a sua capacidade de financiamento.

De igual modo, é provável que fatores como o aumento da taxa de desemprego e a redução do rendimento disponível das famílias venham a ter um efeito negativo no volume das contribuições voluntárias para os planos de pensões, aspeto que a ASF continuará a monitorizar.

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Por omatéimpledas cestiminves

Nos fundrelevressadomItália

4.1.2

O StrPortuuma CD, d

Em Pprofimonportu

A nívmód24 fuativomód

4.1.3

O ceEuro

22 Envi23 Em um pe24 AT, 25http19/es

outro lado, éria de fatoementadas carteiras de

mar, ainda stimentos.

próximos pos de pensõ

vante, a comalvar que, peinado pelosé o país co

Âmbito 2

ress Test foiugal. Em re

percentagede 50% do t

Portugal, o ssionais. Notantes geriduguesa.

vel nacionaulo BD e de

undos de peos, a taxa de

ulo CD, sup

Carateri3

nário adverpeu do Risc

ironmental, sotermos do vo

eso de 52% naBE, CY, DE, DK

ps://www.eioprb_adverse_sc

pela primeores ESG22,

pelas IORPinvestimenque com

pontos serãões portugumparação cela sua repres resultadosm maior pe

de particip

i conduzidolação à taxem mínimatotal de ativ

Stress Test o final de 2dos, a 9%

al, o exercíce 17 fundosensões distre participaç

perando as p

zação do c

rso de evoluco Sistémico

cial and gover

olume de ativa amostra do mK, ES, FI, FR, GRpa.europa.eu/scenario_for_e

eira vez numcom vista

P nesse âmbto das IORP

reconheci

o apresentaueses que pcom os coesentatividas da Holandeso relativam

pação

o em 19 paa de partic de 60% doos desse su

é aplicáve2018, este do PIB nac

cio contou s de pensõeibuídos por

ção nacionapercentagen

cenário adv

ução dos mo (ESRB), em

nance. os, a Holandamódulo CD. , IE, IT, LI, LU, Nites/default/fiiopa_iorp_esm

m exercícioa efetuar u

bito e, numP aos diferendas limitaç

ados os priparticiparam

rrespondenade na amo

da no que semente ao m

aíses do Escipação, a Eo total de absetor.

el aos fundsegmento

cional, cobri

com a partes no módur oito entidaal foi igual ans mínimas

verso

mercados finm colaboraç

a tem um peso

NL, NO, PT, SE, les/financial_sma_mmf_stre

o europeu, um ponto d

ma ótica quantes setoresções, a pe

ncipais resum neste exerntes resultaostra, o agree refere ao ódulo CD23.

spaço EconóEIOPA estabativos desse

os de pensde mercadindo cerca

ticipação dulo CD, comades gestoraa 75,4%, noestabelecid

nanceiros foção com o

o de 77% na a

SI e SK. stability/occup

ess_testing_ex

realizou-se de situaçãoantitativa, af económico

egada de

ultados paracício, incluindos a nívegado europmódulo BD

ómico Eurobeleceu, par

subsetor e

sões que fio equivaliade 3% da

e 7 fundosmbinando asas. Em termo

o módulo BDdas pela EIO

i desenvolvBCE25. Os c

amostra do m

pational_pensxercises_in_20

uma análiso das práticferir a expoos, no sentidcarbono d

a o conjunndo, semprl europeu.

peu é fortemD, ao passo q

opeu24, inclura o módule, para o mó

inanciam pa, em termo

população

s de pensõessim um totos do volumD, e a 51,5%

OPA.

vido pelo Cohoques tes

módulo BD e, a

sions_stress_t019.pdf

71

se em cas já osição do de

desses

to de e que É de

mente que a

uindo o BD, ódulo

planos os de

ativa

es no tal de

me de %, no

omité tados

a Itália,

est/20

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visaracarat

up

ue

u

up

A títu

Figu

Figu

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Variação absoluta da yieldem

 p.b.

am refletir terizado por

uma subidaprazo;

um choqueuropeus, in

um aument

uma quedaproperty.

ulo de referê

ra 4.1 - Cho

ra 4.2 - Cho

0

0

0

0

0

0

0

0

0

AT

BE

BG CY

CZ

DE

DK ES

Ob

um cenárior:

a da estrutu

e significatncluindo Po

to significat

a abrupta d

ência, são a

oques relativ

oques relativ

FI FR GR

HR

HU IE IS IT LI

brigações sober

2 anos 5 anos 1

o de reavalia

ura tempora

tivo aos sportugal;

ivo dos spre

do preço d

presentado

vos às taxas

vos às yields

LT LU LV MT

NL

NO PL

PT

RO

anas

0 anos

ação abrup

al das taxas

preads de

eads das obr

dos ativos

s, em segui

s de juro sem

s das obriga

SE SI SK UK

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Variação absoluta da yieldem

 p.b.

ta e signific

de juro sem

obrigações

rigações pri

enquadrad

da, os princ

m risco

ações sobera

AAA AA

Ob

Não financeiras

cativa dos p

m risco, sob

s emitidas

vadas; e

os nas cate

ipais choqu

anas e priva

A BBB

brigações privad

Financeiras Fin

prémios de

bretudo no

por sobe

egorias equ

ues testados

adas

BB B Cin

as

nanceiras ‐ cobertas

72

risco,

curto

ranos

uity e

s.

CCC eferior

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Figu

Figu

4.1.4dese

Atensurtocompfator

‐50

‐45

‐40

‐35

‐30

‐25

‐20

‐15

‐10

‐5

0

Variação em %

ra 4.3 - Cho

ra 4.4 - Cho

Compar4envolvimen

dendo à reo pandémiparação does de risco c

0%

5%

0%

5%

0%

5%

0%

5%

0%

5%

0%

AT BE BG C

oques relativ

oques relativ

ração do ntos observ

cente evoluco COVID-

o cenário adconsiderado

CY CZ DE DK EE

REITs

   UE

   EUA

Out

Açõe

UE

EUA

Out

Me

Inves

Priv

Com

Hed

vos ao imob

vos a outras

cenário avados sob a

ução desfav-19, apresedverso testaos nesse con

E ES FI FR GR

Comercial

s (Real estate inves

A

tros

s (listadas)

A

tros mercados des

rcados emergente

stimentos alternat

vate equity (não li

mmodities

dge funds

biliário

s classes de

adverso da pandemi

vorável dos enta-se emado no Strentexto.

HR HU IE IS IT

Imobiliário

l

stment trusts )

senvolvidos

es

tivos

stado)

ativos

o Stress a de COVID

mercados f seguida,

ess Test com

T LI LT LU LV

Residencial

Variação e

‐38%

‐35%

‐35%

‐38%

‐47%

‐24%

‐46%

‐32%

‐47%

‐32%

Test das D-19

financeiros a título d

m a evoluçã

MT NL NO PL P

m %

IORP com

em resultadde referêncão dos prin

PT RO SE SI SK

73

m os

do do cia, a cipais

UK

Page 78: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

74

Figura 4.5 - Variação da estrutura temporal das taxas de juro sem risco

No que respeita à estrutura temporal das taxas de juro sem risco, ao contrário das expetativas aquando da calibragem do cenário adverso, o que se verificou, mesmo durante o ano 2019, foi uma descida adicional do nível dessas taxas. Tal significa que, ceteris paribus, os impactos do Stress Test são, a este nível, mais adversos do lado dos ativos e mais favoráveis do lado dos passivos do que os movimentos experienciados na realidade de 2020.

Em relação às restantes variáveis em que a comparação é possível, conclui-se que o cenário adverso testado no Stress Test é globalmente mais severo que o impacto do surto pandémico COVID-19 até à data.

Figura 4.6 - Obrigações soberanas (principais exposições para o setor dos fundos de pensões)

Nota: Variação máxima até 15/07/2020.

‐1,5%

‐1,0%

‐0,5%

0,0%

0,5%

1,0%

1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141anos

Cenário adverso face a 31/12/2018 31/12/2019 face a 31/12/2018

31/03/2020 face a 31/12/2018 31/03/2020 face a 31/12/2019

Variação absoluta da yield  em p.b.

Maturidade 2 5 10 2 5 10 2 5 10

PT 137 216 205 55 46 10 81 101 96

ES 184 210 193 38 29 11 55 67 76

IT 173 200 173 100 20 20 154 137 96

FR 94 86 75 2 1 3 19 34 24

DE 76 50 30 9 ‐2 2 1 4 ‐1

Variação máxima face a 

31/12/2018

Variação máxima face a 

31/12/2019Cenário adverso

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Figu

Nota: V

Figu

Nota: V

4.1.5

4.1.5

Na pde pagregimpa

Figupens

ra 4.7 - Obr

Variação máxim

ra 4.8 - Cho

Variação máxim

Principa5

5.1 Impact

perspetiva dpensões nacgados, a uacto médio

ra 4.9 - Comsões

UE 

EUA

Outro

Merc

rigações pri

ma até 15/07/20

oques acion

ma até 15/07/20

ais resultad

to sobre as

as carteirascionais partima diminude 23% a ní

mposição d

A

A

B

H

os mercados de

cados emergen

vadas

20 (Índices iBox

nistas

20 (Índices Euro

dos do mód

carteiras de

de investimicipantes no

uição de 17ível europeu

a carteira de

C

a

AAA

AA

A

BBB

HY

esenvolvidos

tes

xx EUR). Compa

o Stoxx 50, S&P

dulo BD

e investime

mento, a apo módulo B7,5% do reu.

e investime

Variação abs

Cenário 

dverso

Va

m

31/12

127

131

173

216

271

Cená

adve

‐3

‐4

‐2

‐4

ração com os c

500, MSCI Worl

ento

plicação do BD do Stresspetivo val

entos da am

soluta da yield e

ariação 

máxima 

face a 

2/2018

Va

m

31/12

6

49

67

48

392

ário 

rso

Vari

máx

fa

31/12/

38% ‐

47%

24% ‐

46% ‐

hoques simplifi

d (ex. EUA) e MS

cenário advs Test condor, que co

ostra nacion

m p.b.

riação 

áxima 

face a 

2/2019

75

107

142

163

589

ação 

xima 

ace a 

2018

Va

31/12

‐21%

‐5%

‐16%

‐16%

icados por ratin

SCI Emerging M

verso aos fuuziu, em tempara com

nal de fund

riação 

áxima 

face a 

2/2019

‐36%

‐28%

‐31%

‐29%

75

ng.

Markets).

undos ermos m um

os de

Page 80: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

Atenreferedadacont

Figuamos

4.1.5

O imfinannacio

Rpp

RcrAm

Para temp

26 Relano Avresultadezemfinanc

dendo a que a ativos im

a a severidadribuíram pa

ra 4.10 - stra naciona

5.2 Impact

mpacto donciamento donal, pode s

Responsabipensões empressuposto

Responsabicom pensõeregras do nASF n.º 21/mínimas pre

além dos cporal das ta

ativamente aoviso nº 12/200antes da aplic

mbro, pelo quciamento.

ue mais de umobiliários de dos choq

ara a reduçã

Decomposial de fundos

to sobre o N

o cenário adas mesmaser analisado

lidades (cem pagamenos do cenár

lidades (níves em pagaível mínimo

/1996, de 5evistas em r

hoques sobaxas de juro

os fundos de 01, do Banco dcação das regue foram con

um terço da(i.e. imóveis

ques aplicávo do valor d

ção da vars de pensõe

National Bal

adverso noas, de acoro sob duas

nário de finto e por sio de financ

vel mínimoamento e poo de financia5 de dezemregulament

bre os ativoso sem risco

pensões pertede Portugal, cogras estabelecnsideradas ess

a carteira des e fundos veis a esses da carteira, n

riação do ves

lance Sheet

o valor dardo com o métricas dis

inanciamenserviços pa

ciamento;

o de financor serviços amento estmbro, ou, tação espec

s, o cenário o, o que, pa

encentes ao sonduzia, no fi

cidas na Normsas exigências

e investimende investimativos, são e

no seu conj

valor da ca

t (NBS)

as responsaregime pr

stintas:

nto): valor dassados, cal

iamento): vpassados, fitabelecidas quando apífica26.

adverso preara a amost

setor bancárioinal de 2018, a

ma Regulamens para efeitos

ntos da amomento imob

essas as cateunto de cer

rteira de in

abilidades rudencial e

das responsculado de

valor das renanciado dna Norma R

plicável, com

evê uma subtra nacional

o, a aplicação a responsabilintar da ASF n

de cálculo d

ostra em cauiliário) e açõegorias querca de 13%.

nvestimento

e no níveem vigor a

sabilidades acordo co

esponsabilide acordo coRegulamentm as exigê

bida da estrl, se traduz

das regras deidades superio

n.º 21/1996, ddo nível mínim

76

usa se ões, e

e mais

os da

el de nível

com m os

dades om as tar da ências

rutura num

efinidas ores às e 5 de mo de

Page 81: Análise de Riscos do Setor Segurador e dos Fundos de ...€¦ · ção média d erca de 4,7 guros exib deza que s ente dificu predileção cto descrit imento fixo co, conform indo-se

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aumento da taxa de desconto média relativa ao cenário de financiamento, de 1,96%, no cenário de base, para 2,17% no adverso. A reavaliação das responsabilidades a taxas de desconto mais elevadas levaria a uma diminuição de cerca de 3% do valor das mesmas, o que, em termos de cálculo do nível de financiamento, permite mitigar ligeiramente o impacto da redução de 17,5% do valor dos ativos.

Figura 4.11 - Variação do valor da carteira de investimentos e das responsabilidades, e nível de financiamento, para a amostra nacional de fundos de pensões

Para ambas as métricas apresentadas, a nível nacional, o cenário adverso conduziria a uma descida de cerca de 15 pontos percentuais do nível de financiamento, na perspetiva do cenário de financiamento, de 100% no cenário de base, para 85% no cenário adverso, e, relativamente ao nível mínimo de financiamento, de 104% no cenário de base, para 89% no cenário adverso.

A nível europeu, foram apurados rácios de financiamento de 102% no cenário de base, e de 82% no cenário adverso. No entanto, importa frisar que esses valores não são diretamente comparáveis com os resultados nacionais, uma vez que, para o setor das IORP, não existe um regime prudencial harmonizado à escala europeia27.

4.1.5.3 Impacto sobre o Common Balance Sheet (CBS)

No Stress Test, procurou-se testar o impacto do cenário adverso considerando a metodologia comum de avaliação dos ativos e dos passivos desenvolvida pela EIOPA28 - assente em princípios económicos - designadamente o desconto dos cash flows das responsabilidades utilizando a estrutura temporal das taxas de juro sem risco, e incluindo o reconhecimento dos mecanismos de segurança e de ajustamento dos benefícios eventualmente existentes. Essa metodologia visa, no contexto europeu, a formação de

27 A Diretiva (UE) 2016/2341 (Diretiva IORP II) visa uma harmonização mínima, pelo que as regras de avaliação dos ativos e passivos e os requisitos de financiamento são essencialmente determinados a nível nacional. 28 https://www.eiopa.europa.eu/content/eu-institutions-common-framework-risk-assessment-and-transparency-iorps.

‐17,5%

‐3,3% ‐3,2%

‐20%

‐15%

‐10%

‐5%

0%

Variação em %

Investimentos

Responsabilidades (cenário de financiamento)

Responsabilidades (nível mínimo de financiamento)

100%85%

104%89%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Base Adverso

Nível de financiamento

Cenário de financiamento Nível mínimo de financiamento

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uma base comparável entre as IORP dos vários países, tendo em conta a diversidade de regimes nacionais.

Figura 4.12 - Visão global do balanço subjacente à metodologia comum

No regime prudencial em vigor em Portugal, a avaliação dos ativos que compõem o património dos fundos de pensões já assenta, salvo algumas exceções, na abordagem do justo valor, pelo que a aplicação da metodologia comum não teve impacto visível no valor da carteira de investimentos da amostra nacional.

Contudo, relativamente às responsabilidades, a alteração para uma avaliação à taxa de juro sem risco, com uma diminuição da taxa de desconto média de 1,96% no NBS, para 1,15% no CBS, conduziu a um aumento de cerca de 9% do montante das provisões técnicas (melhor estimativa).

O aumento do valor das provisões técnicas (melhor estimativa) resultante da reavaliação à taxa de juro sem risco levou a que, mesmo no cenário de base, cinco dos sete fundos de pensões nacionais passassem a apresentar uma situação de insuficiência de financiamento.

Ainda sem considerar o efeito de quaisquer mecanismos de segurança e de redução dos benefícios, apurou-se, para o conjunto nacional, um montante de défice entre o valor dos ativos e das responsabilidades correspondente a 8,7% e 21,8% do total das responsabilidades, respetivamente, no cenário de base e no cenário adverso. Estes valores comparam com défices de, respetivamente, 4% e 21% para o agregado europeu.

No contexto nacional, o principal mecanismo de segurança e de ajustamento dos benefícios existente, para efeitos de reposição do nível de financiamento, é a realização de contribuições adicionais pelos associados, tendo-se apurado um valor do apoio

Ativos

Mecanismos de segurança(apoio financeiro do 

associado e sistema de garantia de pensões)

Recuperáveis de resseguro e SPVs

Ativos financeiros

Excesso de ativos sobre passivos

Margem de risco

Melhor estimativa

Provisõestécnicas

Ajustamento dos benefícios

Passivos

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financeiro do associado praticamente idêntico à diferença entre o valor dos ativos e das responsabilidades29.

Figura 4.13 - Peso das componentes do balanço subjacente à metodologia comum em percentagem do valor das responsabilidades, para a amostra nacional de fundos de pensões

Considerando que as necessidades de financiamento adicionais têm o potencial de colocar pressão sobre posição financeira e / ou de solvência dos associados, uma das análises realizadas pela EIOPA para avaliar esse efeito de propagação dos riscos, com os consequentes impactos negativos sobre a economia, consistiu na comparação da dimensão do apoio financeiro do associado reconhecido no balanço subjacente à metodologia comum com o valor de mercado do associado reportado pelas IORP.

Aplicando a mesma análise aos fundos de pensões nacionais participantes, conclui-se que o valor do apoio financeiro do associado representa, para todos os casos, menos de 10% do valor de mercado dos associados30 no cenário de base, situando-se abaixo dos 25% no cenário adverso.

29 A redução dos benefícios apenas foi considerada, com um efeito quase imaterial, num dos fundos, para colmatar o défice remanescente após inclusão do valor do apoio financeiro do associado. Nos restantes casos, foi aplicada a balancing item approach que, por definição, permite igualar o valor do apoio financeiro do associado ao montante do défice. 30 Para as empresas não cotadas, as especificações do exercício previam a possibilidade de as IORP usarem aproximações para estimar o valor de mercado dos associados, como por exemplo, através do recurso a book values.

91,3%78,2%

8,7%21,8%

99,5% 100,0%

0,5%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Ativos Passivos Ativos Passivos

Base Adverso

Ativos  financeiros Apoio financeiro do associado

Melhor estimativa Redução de benefícios

Margem de risco

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Figudo va

Na aatençque, temp

Comdecodecid2017

A detendinvesestruprémas pr

Aprerepoo stoserviç

ra 4.14 - Dalor de mer

análise da dção que estna prática,

po, designad

vista a avalorrentes dosdiu alargar a

7, no sentido

terminaçãoo a EIOPAstimentos, nutura tempomios de riscorincipais clas

esentam-se, rtados para

ock das respços futuros

Distribuição cado do ass

dimensão dte resultado, a realizaçãdamente no

liar a magnis mecanisma análise deo de incluir t

o dos mesmA optado pnum primeoral das taxo às taxas fosses de ativo

em seguid a amostra donsabilidade entradas

do valor dosociado para

do valor doo representaão de conto contexto d

tude e o demos de segu

cash flows também a p

os dependepor fixar p

eiro caso, coxas de juroorward de mos.

a, os cash fde fundos d

des no final de novos pa

o apoio finaa a amostra

o apoio finaa o valor attribuições ade um plan

esenvolvimeurança e dedas respons

projeção de

e essencialmpressupostoom base eo sem riscomodo a esta

flows relativde pensões de 2018, i.earticipantes

anceiro do a nacional de

anceiro do ual esperad

adicionais po de recupe

ento ao longe ajustamensabilidades

estes cash flo

mente dos ros comuns m taxas fo

o e, num sabelecer a r

vos ao apoionacional, te

e. sem consis.

associado ee fundos de

associado, do deste mepode ser feeração.

go do tempnto dos benjá realizada

ows adiciona

regimes nacrelativos

rward apursegundo carendibilidad

o financeirondo como pderar respo

em percentae pensões

importa teecanismo, sita ao long

po dos cashnefícios, a E no Stress Teais.

cionais em ao retorno

radas a paraso, adicionde esperada

o dos assocponto de p

onsabilidade

80

agem

er em sendo go do

flows EIOPA est de

vigor, o dos tir da

nando a para

ciados artida

es por

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Figuassoc

A exnos p

De unaciosequem rfinan

ra 4.15 - Pciado para a

petativa é aprimeiros an

um modo gonal, onde ência do imresultado d

nciamento.

Projeção doa amostra na

a de que asnos após o s

geral, estes se verificar

mpacto da cda revisão g

s cash flowsacional de f

s contribuiçõstress, princi

resultados ram aumencrise financegeneralizad

s das respofundos de p

ões adicionpalmente lo

tendem antos significeira internaa da taxa

onsabilidadepensões

nais dos assoogo após a

refletir a eativos das cional e, mde descon

es e do apo

ociados ocodata de ava

experiência contribuiçõais recentemto aplicada

oio financei

orram sobrealiação.

passada a ões em 200mente, em a no cenár

81

ro do

etudo

nível 08, na 2014, io de

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FiguPortu

De renatualarg

4.1.6

4.1.6

Em tpensde 1comp

Figude pe

ra 4.16 - Eugal

ealçar que ralmente sit

gado.

Principa6

6.1 Impact

termos agrsões nacion

4,6% do vpressão de

ra 4.17 - Censões

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

20

milhões de euros

Contribuiçõ

Evolução da

a figura antuações ind

ais resultad

to sobre as

egados, a ais participa

valor da res17% a nível

omposição

006 2007 2008

ões para planos p

as contribuiç

nterior expõdividuais qu

dos do mód

carteiras de

aplicação dantes no mspetiva carteuropeu.

da carteira

8 2009 2010

profissionais

ções para o

õe as tendêue necessita

dulo CD

e investime

do cenário módulo CD d

teira de inv

de investim

2011 2012 20

Contribuições pa

os planos d

ências ao nam de um t

ento

adverso aodo Stress Tevestimentos

mentos da a

013 2014 201

ara planos BD

e pensões

nível do meempo de re

o conjunto st conduzius, que com

amostra nac

15 2016 2017

Contribuições 

profissiona

ercado, exisecuperação

dos fundou a uma redmpara com

cional de fu

2018

para planos CD

82

is em

stindo o mais

os de dução

uma

undos

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O prsegusobe

Figuamos

4.1.6

Esta futurrefor

Parteindivcomiinvesdos i

Ao ncaso dos 1efeitode repartic

Comexpoo padesse

rincipal impindo-se, co

eranas, com

ra 4.18 - stra naciona

6.2 Exercíc

componentros a recebema, utilizan

e dos pressvidual e níveissões comstimentos, envestiment

ível do impo pagamen

17 fundos do positivo deforma e, pocipantes rep

efeito, os ostos ao imprticipante rees choques

pacto verificom uma vreduções d

Decomposial de fundos

cio de simul

te do móduer por três do uma fer

upostos sãoel salarial à d impacto n

etc.) e os retos, etc.).

pacto sobre nto seja feit

de pensões dde 2,4% relaor outro ladpresentativo

participantepacto dos cepresentativs é maior,

ca-se na catariação bas

de 2,3% e 1,9

ção da vars de pensõe

lação

ulo CD visa aparticipanteramenta de

o introduziddata de refeno valor daestantes def

o valor estto sob a forda amostra

ativamente o, impactosos a 20 e 5 a

es mais próhoques sobvo a 35 anoa que acre

tegoria de stante mai9%, respetiv

riação do ves

aferir o impes represen

e projeção d

dos pelas eerência do eas contas infinidos pela

imado da crma de lumnacional, oao participas negativosanos da idad

óximos da idbre o preço os da idade

esce o facto

ações, coms limitada,

vamente.

valor da ca

acto do cenntativos, a 3

esenvolvida

entidades gexercício, taxndividuais, EIOPA (e.g

conta individmp sum), con

cenário advante represede, respetiv

de de reform

dade de rede mercado

e de reformo de se est

m uma dimias obrigaç

rteira de in

nário advers5, 20 e 5 aa pela EIOPA

estoras (e.gxa de contrcomposição. inflação, re

dual à idadensiderando verso teve, entativo a 3vamente, 1,2ma.

forma tendo dos ativosa, o tempo tar a testar

inuição de ções privad

nvestimento

so nos benenos da idadA.

g. valor da cribuição, cuso da carteietorno espe

e de reforma média simpor um lado

35 anos da 2% e 8%, pa

dem a estars, enquanto

o de recuper um cenár

83

8,9%, das e

os da

efícios de de

conta stos e ra de erado

ma (i.e. mples o, um idade ara os

mais o, para

ração io de

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aumeinves

Na fide fuquocsalári

Figude pe

Na inque cenápresscaraceconconc

4.1.7

4.1.7

Aindao odimefinan

Umaquanqualimerc

ento das tstimentos.

gura seguinundos de pciente entreio à idade e

ra 4.19 - Densões

nterpretaçãoa projeção rio adversosupostos dcterísticas dnómico-finaclusões aplic

Análises7

7.1 Potencinvestim

a que o setoobservado pensão a nívenceiros.

das compntitativa, paity, etc.) e icados financ

axas de ju

nte são aprepensões, ute a pensão esperada de

Distribuição

o dos resultdos benef

o no valor ddefinidos pdo participnceiras subcáveis ao se

s transversa

ciais reaçõmentos

or das IORP para o setoel europeu,

onentes doara identificnvestigar oceiros.

ro sem risc

esentados otilizando coestimada (soreforma, m

das taxas d

tados destefícios futurodesses benelas entida

pante e dobjacentes àtor como um

ais aos mód

es ao cen

não tenha or bancário

este setor d

o Stress Testar comport

o tipo de im

co, i.e. de a

os resultadoomo indicadob a forma étrica que a

e substituiç

e exercício os a recebeefícios, se e

ades gestoo plano dàs projeçõem todo.

dulos BD e

nário adve

um impacto- ou mesm

desempenh

t consistiu ntamentos c

mpacto que

aumento d

os da projeçdor a taxa de uma ren

a EIOPA con

ção, para a a

de simulaçãer pelos parencontra fo

oras e pelae pensões

es, o que

CD

erso na p

o na estabilmo para o ha um impo

na recolha dcomuns (e.ge o setor d

da rendibilid

ção para a ade substitu

nda indexadsiderou na

amostra nac

ão, importarticipantes, ortemente da EIOPA, re, bem comdificulta a

erspetiva

idade financsetor segur

ortante pap

de informaçg. search foas IORP po

dade futura

amostra nacuição dadada à inflaçãosua análise.

cional de fu

a ter em atee o impact

dependenteelativamentmo às var

formulaçã

da carteir

ceira equiparador - pel

pel nos merc

ção qualitator yield, fligode ter sob

84

a dos

cional pelo

o) e o

undos

enção to do e dos te às riáveis o de

a de

arado a sua cados

tiva e ght to bre os

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No qalteraem tcenáNatuchoqpreço

Para seguassin

Figude pe

Esta expeobseimobrelaç

Figupara

que se refereações à aloctermos globrio pós-streralmente, o

ques, designos dos ativo

a amostra inte, a tend

nalar apenas

ra 4.20 - Censões, ante

constataçãoectáveis de nerva algumbiliário e, coão às restan

ra 4.21 - Aa amostra n

e, em particcação dos inbais, um foess, sugerino aumento nadamente os, amplifica

de fundos ddência é esses um ligeiro

omposição es e após a

o está em linet buying /a inclinaçã

om menos entes classes

lterações exnacional de

Imo

Ações 

Ações não 

Obrig. sob

Obrig. p

De

cular, às potnvestimentorte e rápido

ndo que asdo investimações, pod

ndo o risco

de pensõesencialmenteaumento d

da carteiraocorrência

nha com as/ selling relao para a

expressão, ade ativos.

xpectáveis àfundos de p

0% 2

obiliário

listadas

listadas

beranas

privadas

epósitos

tenciais reaços, para o ago rebalances IORP tenmento em de expor a

o de ocorrên

s nacional, ce de manuta proporção

de investimdo choque

s respostas ativamente

compra oações não li

à estratégiapensões

20% 40%

(+) (=) (‐)

ções ao cengregado eueamento dandem a te

classes de s IORP a d

ncia de perd

conforme setenção da ao de imobil

mentos da aadverso

obtidas emàs principau manutenstadas, have

de investim

60% 80%

nário adversropeu foi poa composiçr um efeitativos mai

eterioraçõedas financeir

e pode obslocação pósiário.

amostra nac

relação a cis classes denção do inendo respo

mentos dura

100%

so em termossível cons

ção de ativoto contra-cs afetadas

es adicionairas.

servar pela fs-stress, send

cional de fu

comportame ativos, onnvestimentoostas variada

ante o ano

85

os de statar, os no íclico. pelos s dos

figura do de

undos

entos de se

o em as em

2019,

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4.1.7

Por úas IOinclucomodos eesta atividinves

Figugase2017

Fonte:

Natutem com ser in

A figdos f

31 Stat

7.2 Exposiç

último, comORP particip

são, ou nãoo reportaraemitentes, informação

dade econóstimentos d

ra 4.22 - Es com efeito

7

Eurostat / EIOP

ralmente, aa limitaçãodiferentes

nterpretado

ura seguintfundos de p

tistical classific

ção ESG

vista a recoantes no St

o, de fatoresm a alocaçãusando par

o aos dadosómica e, nas IORP.

Emissões deo de estufa

PA

a realização o de não pe

níveis de es recordand

te ilustra a pensões da a

ation of econo

olher informtress Test ress ESG nas poão da cartera esse efeit publicadosa medida

e gases com(kg por euro

de uma anermitir idenmissões. Po

do os constr

alocação, pamostra nac

omic activities i

mação sobresponderamolíticas de inira de investo os códigs pelo Eurodo possíve

m efeito deo), por ativid

álise com bntificar, relator este motrangimento

por setor eccional.

in the European

e o tema do a um ques

nvestimentostimentos pgos NACE31. stat sobre a

el, estimar a

e estufa (todade econó

base nos pritivamente aivo, os resu

os à sua legi

onómico, d

n Community.

o financiamestionário quo e na gestãor grande sA EIOPA p

as emissõesa pegada d

neladas) e ómica na Un

ncipais setoa cada um ltados destbilidade.

da carteira d

ento sustenualitativo soão de riscossetor econó

procurou asss de carbonde carbono

intensidadenião Europe

ores económdeles, ativid

ta análise d

de investim

86

ntável, obre a , bem

ómico sociar o por

o dos

e dos ia em

micos dades evem

entos

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Figuamos

Em tpenspara são rcom elevaessen

De refundquesmaioinves

4.1.8

O exsobreuma

O cedos fmód

De rerendfundano. refletpara

23%

C

ra 4.23 - Dstra naciona

termos glosões nacion

os quais o reduzidas. H

menor exados de encialmente

eferir tambéos de pen

stão da conoria dos castimentos, o

Conclus8

ercício euroe o setor desubida da e

nário testadfundos de pulo CD, esp

eferir que, eibilidade mos abertos Como tal, é

te essa evouma contra

11%

30%

8%

Componente acion

Distribuiçãoal de fundos

bais, as exais são aosEurostat co

Há também xpressão, aoemissões da imobiliári

ém, relativamnsões nacionsideração dasos, tal éou de invest

ões

opeu de Stree um cenárioestrutura tem

do levaria apensões nacpecialmente

em 2018, o média negat

- em reflexé de sublinholução desfaação do seto

7%

19%

nista

76

Com

o da carteiras de pensõe

posições ms setores Seonsidera que

alguma expo setor da

de GEE. Oo e depósito

mente ao qonais particdos fatores é feito portimentos em

ess Test das o de reavaliamporal das

uma quebcionais engl pelo efeito

mercado ptiva - de -0,xo da evoluhar que o Stavorável aoor em 1,5%.

4%

6%

ponente obrigacio

a de investes

mais significerviços e Oue as emissõposição a ina eletricidadOs investim

os (incluind

uestionáriocipantes foi

ESG na por via da e

m determina

IORP de 20ação abrupttaxas de jur

ra de 17,5%lobados no

o dos choqu

português d,7% para osção desfavotress Test fo

o longo do

16%

onista

1

timentos po

cativas apreutros, incluies de gasesdústrias, tra

de, os quamentos nãodo cash).

qualitativo,i assinaladalítica de invexclusão dados setores

019 teve pota e significaro sem risco

% no valor dmódulo BDes sobre a c

de fundos ds fundos feorável dos i aplicado aano, o que

3%

5%

54%

17%

Total

or setor eco

esentadas pndo admin

s com efeitonsportes e is apresent

o alocados

, que em apa uma respvestimentose determins.

or objetivo aativa dos pr

o, sobretudo

da carteira dD e de 14,6%component

e pensões chados e dmercados f um cenário

e contribuiu

17%

Agricultu

Indústrias

Indústrias

Eletricida

Distribuiç

Construçã

Comércio

Transport

Serviços

Outros, in

Investime

onómico, p

pelos fundonistração púo de estufa armazenagtam níveis

s correspon

penas seis dposta posits, sendo qunados tipo

avaliar o imrémios de rio no curto p

de investim%, em relaçte acionista.

apresentoude -3,3% pafinanceiros o de base qu inclusivam

ra, floresta e pesca

s extrativas

s transformadoras

de, gás, vapor e ar frio

ção de água e gestão de re

ão

o por grosso e a retalho

tes e armazenagem

ncl. administração pública

entos não alocados

87

para a

os de ública,

(GEE) em e, mais

ndem

dos 24 tiva à ue, na os de

pacto sco, e

prazo.

entos ão ao

u uma ara os nesse

que já mente

esíduos

a

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88

Relativamente ao módulo BD, do lado das responsabilidades, o choque positivo sobre as taxas de juro sem risco permitiu aliviar parcialmente a pressão do ambiente de baixas taxas de juro sobre o cálculo do valor das responsabilidades. No entanto, é de sublinhar que, ao contrário das expetativas aquando do desenho do cenário adverso, durante o ano 2019, bem como em 2020, já no contexto da pandemia COVID-19, observaram-se descidas adicionais da curva em comparação com o final de 2018.

À data de avaliação, a amostra nacional de fundos de pensões apresentava, em média, um rácio de cobertura das responsabilidades de 100% para o cenário de financiamento e de 104% para o nível mínimo de financiamento, que decresceriam, respetivamente, para 85% e 89% no cenário adverso.

A insuficiência de financiamento seria ainda mais acentuada no contexto da avaliação dos ativos e das responsabilidades segundo a metodologia comum da EIOPA, correspondendo a 8,7% e a 21,8% do valor das responsabilidades, respetivamente nos cenários de base e adverso.

Esta última abordagem, embora não seja aplicável na prática, enfatiza a importância do recurso ao apoio financeiro do associado para a reposição do nível de financiamento dos fundos de pensões nacionais, sem prejuízo da possibilidade de estabelecimento de planos de recuperação apropriados.

Neste âmbito, é de destacar que, em termos de atividade económica dos associados, o mercado português de fundos de pensões profissionais tem a especificidade de apresentar uma forte concentração em torno do setor bancário (cerca de 75% do total dos montantes geridos no final de 2018), pelo que as necessidades de financiamento adicionais têm o potencial de colocar particular pressão sobre os associados pertencentes a este setor.

Comparativamente ao exercício de Stress Test de 2017, onde foi testado um cenário “double hit”, os impactos apurados no presente exercício revelaram-se ligeiramente menos desfavoráveis para o conjunto nacional. A título de referência, no cenário adverso do Stress Test de 2017 obtiveram-se rácios de cobertura das responsabilidades de 80% para o cenário de financiamento e de 85% para o nível mínimo de financiamento.

Ainda assim, os resultados do exercício continuam a evidenciar riscos e vulnerabilidades que merecem uma monitorização contínua, em especial à luz dos desenvolvimentos recentes que levaram a uma desvalorização generalizada das carteiras de investimento dos fundos de pensões, sendo ainda incerta a extensão do impacto económico do surto pandémico COVID-19 sobre a capacidade financeira dos associados para fazer face ao financiamento das responsabilidades.

No caso dos planos de CD puros, não havendo quaisquer tipos de garantias financeiras, os choques adversos de mercado são suportados na sua totalidade pelos participantes. A manutenção dos efeitos do cenário adverso testado pode traduzir-se em rendimentos na reforma, proporcionados pelas IORP, mais baixos, com potencial impacto negativo na economia, designadamente por via da contração do consumo. No entanto, a

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89

materialização desse impacto ocorreria previsivelmente de forma gradual, ao longo do tempo, sendo a sua magnitude dependente, entre outros fatores, do peso que o segmento dos planos profissionais de CD tem no sistema de pensões de cada país.

Relativamente à análise dos comportamentos esperados em termos de alteração da composição da carteira de investimentos num cenário pós-stress, foram identificadas respostas variadas pelos participantes nacionais, tanto para o módulo BD como para o módulo CD. Numa perspetiva global, os resultados apontam para a adoção de uma estratégia eminentemente passiva, pautada pela manutenção de alocações no pós-stress.

Por último, apesar das limitações inerentes à tentativa de mensuração quantitativa da pegada de carbono dos investimentos das IORP, esta análise é vista como um ponto de partida para a realização de análises mais detalhadas sobre os riscos ESG, aspeto que terá importantes desenvolvimentos futuros no contexto da crescente relevância do tema do financiamento sustentável para o setor financeiro.

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