anÁlise da conversÃo de um vaso separador trifÁsico...

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CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO LUCAS FREITAS DA SILVA ALVARENGA MÁRCIO FERREIRA RANGEL JÚNIOR ANÁLISE DA CONVERSÃO DE UM VASO SEPARADOR TRIFÁSICO EM UM SEPARADOR BIFÁSICO Campos dos Goytacazes, RJ 2019

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CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E

AUTOMAÇÃO

LUCAS FREITAS DA SILVA ALVARENGA

MÁRCIO FERREIRA RANGEL JÚNIOR

ANÁLISE DA CONVERSÃO DE UM VASO SEPARADOR

TRIFÁSICO EM UM SEPARADOR BIFÁSICO

Campos dos Goytacazes, RJ

2019

1

LUCAS FREITAS DA SILVA ALVARENGA

MÁRCIO FERREIRA RANGEL JÚNIOR

ANÁLISE DA CONVERSÃO DE UM VASO SEPARADOR

TRIFÁSICO EM UM SEPARADOR BIFÁSICO

Orientador: Prof. Esp. Marcos Moulin Valencia

Campos dos Goytacazes, RJ

2019

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia

Fluminense como requisito para conclusão

do curso de Bacharelado em Engenharia

de Controle e Automação.

Biblioteca Anton DakitschCIP - Catalogação na Publicação

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Biblioteca Anton Dakitsch do IFF com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

A473aAlvarenga, Lucas Freitas da ANÁLISE DA CONVERSÃO DE UM VASO SEPARADORTRIFÁSICO EM UM SEPARADOR BIFÁSICO / Lucas Freitas daAlvarenga, Márcio Ferreira Rangel Júnior - 2019. 54 f.: il. color.

Orientador: Marcos Moulin Valencia

Trabalho de conclusão de curso (graduação) -- Instituto Federal deEducação, Ciência e Tecnologia Fluminense, Campus Campos Centro,Curso de Bacharelado em Engenharia de Controle e Automação, Campos dosGoytacazes, RJ, 2019. Referências: f. 50 a 51.

1. vaso separador. 2. bifásico. 3. trifásico. 4. equipamento. 5.processo. I. Júnior, Márcio Ferreira Rangel. II. Valencia, Marcos Moulin,orient. III. Título.

2

LUCAS FREITAS DA SILVA ALVARENGA

MÁRCIO FERREIRA RANGEL JÚNIOR

ANÁLISE DA CONVERSÃO DE UM VASO SEPARADOR

TRIFÁSICO EM UM SEPARADOR BIFÁSICO

Aprovado em 13, de Março de 2019.

Banca avaliadora:

Prof. Esp. Marcos Moulin Valencia

Especialista em Controle de Processo – CEFET/MG

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

Prof. Msc. Elvio Caetano

Mestre em Engenharia Ambiental – IFF

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

Prof. Msc. Fábio Junio dos Santos Coelho

Mestre em Engenharia de Produção – UENF

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

Campos dos Goytacazes/RJ

2019

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia

Fluminense como requisito para conclusão

do curso de Bacharelado em Engenharia

de Controle e Automação.

3

Dedico este trabalho em memória de minha

mãe Maria Teresinha Freitas da Silva, que

tinha como um sonho me ver formado neste

curso.

Lucas Freitas da Silva Alvarenga

Dedico este trabalho a minha esposa

Sabrina Wigneron que sempre me apoiou.

Márcio Ferreira Rangel Júnior

4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, que nos deu força para superar todas as

dificuldades e barreiras que se ergueram no nosso caminho, que não foram poucas e nem

foram pequenas.

Ao nosso orientador Professor Marcos Moulin Valencia, que demonstrou uma

enorme paciência e confiança na nossa capacidade, agradecemos a sua disponibilidade,

atenção e palavras de incentivo.

Agradecemos também as nossas famílias, em especial aos nossos pais, que sempre

estiveram torcendo por nós, incentivando, ajudando e também compreendendo nossos

desabafos em alguns momentos que ficávamos sobrecarregados.

Aos nossos colegas de estudo, que fizeram deste curso muito mais que uma

formação acadêmica, transformando-o em um período de vivências inesquecíveis que nos

marcaram e transformaram como pessoas. A eles o nosso muito obrigado.

5

"Me contaram e eu esqueci, Vi e entendi,

Fiz e aprendi."

Confúcio

6

RESUMO

ANÁLISE DA CONVERSÃO DE UM VASO SEPARADOR TRIFÁSICO EM UM

SEPARADOR BIFÁSICO

As unidades marítimas de produção de óleo e gás possuem diversos equipamentos e

várias configurações diferentes para realização do tratamento primário do petróleo

produzido. Os vasos separadores são equipamentos fundamentais neste processo e

presentes em todas as unidades de produção. No decorrer de sua vida útil, muitas unidades

enfrentam situações que não foram previstas em projeto e precisam se adaptar para

continuar produzindo. As mudanças para adaptação a uma nova realidade de processo são

comuns em muitas unidades de processamento primário, porém é necessário realizar uma

avaliação criteriosa antes de qualquer mudança para verificar sua viabilidade. A conversão

de vasos separadores de produção trifásicos em separadores bifásicos é uma solução que

vem sido adotada em várias unidades para uma nova realidade de processo. Esta conversão

muitas vezes é pautada em experiências prévias, sem muito conhecimento técnico de todas

as consequências da mudança. Este trabalho visa uma análise da conversão de um

separador de produção trifásico em bifásico, procurando definir todos os impactos desta

alteração no equipamento e no processo.

Palavras Chaves: vaso separador, bifásico, trifásico, equipamento, processo.

7

ABSTRACT

ANALYSIS OF A THREE-PHASE SEPARATING VESSEL TRANSFORMED IN A

TWO-PHASE SEPARATOR

The maritimes units of oil and gas production have several equipments and many

diferent configurations for realize the first treatment of produced petroleum. The separating

vessels are fundamentals equipments in this process and they are presents in all production

units. Over the course of their useful life, many units face situations that were not predicted

in design and need to adapt to continue producing. Changes to adapt to a new process

reality are common in many primary processing units, but it is necessary to carry out a

careful evaluation before any changes to verify their viability. The conversion of three-

phase production separation vessels into biphasic separators is a solution that has been

adopted in several units for a new process reality. This conversion is often based on

previous experiences, without much technical knowledge of all the consequences of

change. This project is about an analysis of the conversion of a three phase production

separator into biphasic, trying to define all the impacts of this change in equipment and

process.

Keywords: separating vessel, bifhasic, three-phase, equipment, process.

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Esquema de uma instalação de produção complexa ...................................... 19

Figura 2.2 – Sistema com separação trifásica e tratamento de óleo ................................... 19

Figura 2.3 – Principais formatos de vasos de pressão ........................................................ 22

Figura 2.4 – PSV em corte ................................................................................................. 23

Figura 2.5 – Seções de um vaso separador bifásico ........................................................... 25

Figura 2.6 – Vaso separador trifásico ................................................................................. 27

Figura 2.7 – Sistema de controle em malha fechada .......................................................... 29

Figura 3.1 – Desenho esquemático simplificado da planta de processo estudada ............. 32

Figura 3.2 – Placas coalescedoras ...................................................................................... 34

Figura 3.3 – Malhas de controle de um separador trifásico ............................................... 36

Figura 4.1 – Fotografia da alteração realizada ................................................................... 38

Figura 4.2 – Volume acumulado na câmara de separação ................................................. 40

Figura 4.3 – Distúrbio utilizado na simulação ................................................................... 45

Figura 4.4 – Variação de nível no separador trifásico ........................................................ 47

Figura 4.5 – Variação de nível no separador bifásico ........................................................ 47

Figura 4.6 – Variação do erro ............................................................................................. 48

9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas.

AD Merblater Código de projeto de vasos de pressão da Associação Alemã dos

Construtores de Vasos de Pressão.

ASME American Society of Mechanical Engineers (Sociedade de engenheiros

mecânicos dos Estados Unidos).

BSW Basic Sediments and Water (sedimentos e água presente no óleo produzido).

CO Câmara de óleo.

CS Câmara de separação.

FSO Floating Storageand Offloading (navio de estocagem de petróleo).

LIC Controlador e indicador de nível

LT Transmissor de nível

LY Conversor de sinal de controle da malha de nível

MTE Minístério do Trabalho e Emprego.

NR-13 Norma Regulamentadora Número 13.

PD 5500 Código de projeto de vasos de pressão da Britsh Standard Institute.

PIC Controlador e indicador de pressão

PID Controlador Proporcional, Integral e Derivativo

PMTA Pressão Máxima de Trabalho Admissível.

PSV Pressure Safety Valve (válvula de segurança de sobrepressão).

PT Transmissor de pressão

PY Conversor de sinal de controle da malha de pressão

TOG Teor de óleos e graxas.

10

SUMÁRIO

1 Introdução ........................................................................................................................ 12

1.1 Objetivos ...................................................................................................................... 14

1.1.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 14

1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 14

1.2 Justificativa ................................................................................................................... 15

1.3 Estrutura do Trabalho ................................................................................................... 15

1.4 Metodologia .................................................................................................................. 16

2 Fundamentação Teórica .................................................................................................. 17

2.1 Processamento de Petróleo e Gás ................................................................................. 17

2.1.1 Exploração de Petróleo .............................................................................................. 17

2.1.2 Processamento Primário ............................................................................................ 18

2.2 Vasos Separadores ........................................................................................................ 20

2.2.1 Vasos de Pressão ....................................................................................................... 20

2.2.2 Vaso Separador de Produção ..................................................................................... 24

2.2.3 Vaso Separador Trifásico .......................................................................................... 26

2.3 Modelagem e Controle ................................................................................................. 27

2.3.1 Modelagem ................................................................................................................ 27

2.3.2 Controle ..................................................................................................................... 28

3 Estudo do Equipamento ................................................................................................... 32

3.1 Separador de Produção de Segundo Estágio ................................................................ 32

3.1.1 Histórico .................................................................................................................... 33

3.1.2 Dados de Projeto ....................................................................................................... 33

11

3.1.3 Processo Interno do Equipamento ............................................................................. 34

3.1.3.1 Mecanismos Atuantes ............................................................................................. 34

3.1.3.2 Processo .................................................................................................................. 35

3.1.4 Controle do Equipamento .......................................................................................... 35

3.2 Problemática Proposta .................................................................................................. 37

4 Análises e Resultados ...................................................................................................... 38

4.1 Impactos da Mudança no Equipamento ....................................................................... 38

4.1.1 Impactos Estruturais .................................................................................................. 38

4.1.2 Impactos Funcionais .................................................................................................. 39

4.1.3 Impactos no Processo ................................................................................................ 39

4.2 Análise dos Modelos Matemáticos ............................................................................... 41

4.3 Simulação Computacional ............................................................................................ 44

4.4 Resultados .................................................................................................................... 46

5 Comentários Finais .......................................................................................................... 49

5.1 Conclusão ..................................................................................................................... 49

5.2 Sugestão Para Trabalhos Futuros ................................................................................. 49

6 Referências Bibliográficas .............................................................................................. 50

7 Apêndice A – Estrutura do Simulador ............................................................................ 52

12

1 INTRODUÇÃO

A primeira descoberta de reserva de petróleo no Brasil foi na localidade de Lobato,

no Recôncavo Baiano, afastando as incertezas sobre a existência do mesmo em terras

brasileiras. A maior parte das reservas de petróleo no Brasil está em campos marítimos,

sendo a primeira descoberta de campos de petróleo na Bacia de Campos, principal área

sedimentar explorada na costa brasileira (PETROBRAS, 2018), em 1974 com o campo de

Garoupa (MORAIS, 2013).

A cadeia produtiva do petróleo possui várias etapas, desde prospecção e estudos

dos reservatórios até a distribuição ao mercado. Uma destas etapas é o processamento

primário nas unidades de produção. Para a produção de petróleo é necessário

primeiramente a perfuração de um poço que chegue até o reservatório onde se encontra o

hidrocarboneto. Após a perfuração, este poço, já dotado de diversos equipamentos

necessários a uma operação segura, é conectado a uma unidade de produção, que será

responsável pelo processamento primário, ou seja, tratar o petróleo removido do

reservatório.

No reservatório de petróleo está presente, dentre outros componentes, a fase líquida

e gasosa do hidrocarboneto, sendo mais comumente chamadas de óleo e gás

respectivamente. Na unidade de produção, antes da exportação (envio para uma refinaria

ou, no caso de gás, para consumo), o óleo e o gás que são removidos do reservatório

passam por uma planta de tratamento primário, para processamento destes fluidos

(ALVARENGA, 2016).

O poço de petróleo produz uma corrente fluídica multifásica com óleo, gás e água e

o tratamento primário consiste na separação e tratamento individual destes fluidos. As

instalações que realizam este tipo de tratamento possuem diversos equipamentos,

tubulações e instrumentos, podendo ter diferentes configurações dependendo do estudo de

viabilidade técnico-econômica para a unidade (BRASIL et al., 2014).

Um dos principais equipamentos industriais em uma planta de processamento

primário é o vaso de pressão, que é utilizado em diversas etapas do processo e com

13

diferentes funções. Dentre as diversas funções que um vaso de pressão pode ter na unidade,

uma das mais representativas para o processo é de separador de produção.

No vaso separador, a fase gasosa é retirada pelo topo e as fases líquidas são

retiradas pelo fundo do equipamento. Um equipamento com separação bifásica promove a

separação da líquida e da fase gasosa. No separador trifásico, além da separação da fase

gasosa, também é realizada a separação das fases óleo e água da corrente líquida (NUNES

et al., 2010).

Com o passar dos anos a quantidade de óleo no reservatório diminui e ocorre um

aumento na porcentagem de água produzida durante o processo. Ao mesmo tempo os

equipamentos e tubulações da unidade de produção estão sujeitos a processos corrosivos

que reduzem a vida útil das instalações. Estes fatores têm potencial para influenciar em

variáveis importantes do processo, tais como nível de interface água-óleo nos vasos

separadores ou relação gás-óleo da corrente de produção.

Com o comprometimento do processo é necessário uma reavaliação das instalações

e identificação de pontos que podem ser melhorados visando atender melhor uma demanda

diferente da original de projeto. Neste contexto, é importante conhecer o processo e saber

onde podem ser feitas alterações que tragam melhorias à operação da unidade. A alteração

do processo interno de um vaso é um exemplo de alteração pontual que traz benefícios.

Em muitas unidades de produção mais antigas, alguns separadores trifásicos

operam sem remoção de água, ou seja, com a saída de água bloqueada. Este fato se deve ao

comprometimento estrutural do sistema de tratamento de água, que pode ficar parcialmente

inoperante, ou pela baixa eficiência de separação do equipamento devido ao alto teor de

água presente no óleo. Neste contexto a remoção desta água será feita pelos equipamentos

do processo, instalados à jusante do separador. Isto pode acarretar em problemas para o

controle do vaso, pois o mesmo fica com um espaço para variação de nível muito reduzido.

Os equipamentos industriais podem possuir acessórios internos que, devido as suas

características construtivas, propiciam determinado fenômeno no equipamento. A remoção

ou modificação da forma de um destes acessórios pode promover a alteração do processo

interno do equipamento. A chapa divisória de câmaras, também conhecida como

vertedouro, é um componente característico de separadores trifásicos.

14

A abertura de uma passagem na parte inferior do vertedouro, ou remoção deste

acessório, modifica o processo interno do vaso e transforma um separador trifásico em um

equipamento que consegue apenas separar fase líquida, composta por água e óleo, de fase

gasosa. Neste caso o vaso passa a funcionar como um separador bifásico. Esta solução vem

sido adotada em diversas unidades de produção maduras e muitas vezes é aplicada de

maneira leiga, sem o devido conhecimento de causa e efeito. Isto acarreta em incertezas da

equipe de operação do equipamento.

Este trabalho propõe uma análise desta alteração de projeto, utilizando modelos

matemáticos do equipamento, simulações computacionais e análises físicas de um vaso

separador real que passou por este processo.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

O objetivo principal deste trabalho é o estudo de caso de uma alteração de projeto

de um vaso separador trifásico com remoção da chapa divisória transformando-o em um

separador bifásico. O foco desta análise consiste na avaliação da viabilidade técnica da

alteração do equipamento.

1.1.2 Objetivos Específicos

Para o desenvolvimento deste trabalho foram necessários diversos estudos sobre o

processo e o equipamento possibilitando as avaliações propostas. Os objetivos específicos

para viabilização deste trabalho são:

Estudo sobre o processo interno do equipamento;

Avaliação sobre os impactos da mudança no equipamento;

Análise dos modelos matemáticos disponíveis na literatura;

Simulação computacional do vaso antes e após a alteração;

Análise dos resultados.

15

1.2 JUSTIFICATIVA

O estudo da alteração de um separador trifásico por meio da remoção da chapa

divisória, convertendo-o em um separador bifásico é importante para comprovação técnica

da eficácia do método, tornando-o mais científico e diminuindo o carácter empírico na sua

aplicação.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em 7 partes conforme descrito a seguir:

1. Capítulo 1: Introdução, com uma breve contextualização do tema, os objetivos, a

justificativa e a estrutura deste trabalho, bem como a metodologia utilizada na sua

elaboração.

2. Capítulo 2: Fundamentação Teórica, com todos os principais conceitos necessários

ao entendimento e desenvolvimento deste trabalho.

3. Capítulo 3: Estudo do Equipamento, com o levantamento de dados para o trabalho

proposto e a problemática do mesmo.

4. Capítulo 4: Análises e Resultados, com todos os aspectos avaliados com o

atendimento da problemática proposta no capítulo 3 e os resultados expostos de

maneira clara.

5. Capítulo 5: Conclusão, com os comentários finais expostos de maneira conclusiva e

sugestão para trabalhos futuros.

6. Capítulo 6: Referências Bibliográficas, com toda a literatura consultada para a

elaboração deste trabalho.

7. Capítulo 7: Apêndice A – Estrutura do Simulador, com o simulador utilizado para

análise da alteração proposta neste trabalho para as duas situações distintas

abordadas.

16

1.4 METODOLOGIA

A problemática proposta neste trabalho foi estudada por meio de pesquisa de campo

em uma unidade marítima de produção de petróleo, com dados oriundos de um

equipamento real. Esta pesquisa de campo foi precedida de uma revisão de literatura

disponível sobre o assunto. Após a pesquisa de campo foi realizada uma análise teórica por

meio de modelos matemáticos disponíveis na literatura e simulações computacionais. Os

resultados obtidos foram analisados com base nas premissas adotadas para justificativa da

alteração física do equipamento estudado. Além de trabalhos relacionados, literatura

técnica específica e documentos de projeto do equipamento e da planta de processo a qual

o vaso encontra-se instalado, foi utilizado também recurso do software de simulação

Simulink®.

Não foi possível a comparação dos resultados com dados reais do processo na

unidade estudada, pois para tal seria necessário o acesso a dados de processo que possuem

nível de segurança da informação não acessível pelos autores. Neste contexto para a

validação da análise feita neste trabalho foram considerados os resultados da simulação

computacional.

17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para o desenvolvimento deste trabalho é fundamental o entendimento de conceitos

relacionados à exploração e produção de petróleo, processamento primário, equipamentos

industriais, modelagem e controle. Estes temas foram divididos em três áreas sendo elas: o

macroprocesso que o objeto de estudo está inserido, que é o processamento de petróleo e

gás; o tipo de equipamento estudado, que são os vasos separadores; e a modelagem e

controle necessários para o trabalho. Este capítulo é dedicado à explanação destes

conceitos essenciais ao trabalho.

2.1 PROCESSAMENTO DE PETRÓLEO E GÁS

2.1.1 Exploração de Petróleo

O petróleo é encontrado em um reservatório natural, que é uma rocha com vazios

interconectados no seu interior (porosidade), conferindo-lhe permeabilidade, onde se

acumula o hidrocarboneto. A permeabilidade da rocha reservatório é essencial na formação

do petróleo (SANTANA, 2012).

Para a extração do petróleo é necessária à perfuração da rocha e instalação de uma

coluna de produção, que são tubos concêntricos que ligam o reservatório à árvore de natal,

que pode estar submersa (arvore de natal molhada) ou na unidade de produção (árvore

convencional. Além de tubos e da árvore de natal, o arranjo dispõe ainda de válvulas e

instrumentos de segurança e controle. Chama-se de poço todo o arranjo físico instalado do

reservatório até a árvore de natal (THOMAS, 2004).

Um poço de petróleo produz não somente petróleo na fase líquida, mas também

fase gasosa e água (inicialmente no reservatório ou injetada para facilitar a produção).

Estas três fases (óleo, gás e água) coexistem durante a elevação e serão separadas por uma

planta de processamento primário, instalada na unidade de produção (BRASIL et al.,

2014).

18

2.1.2 Processamento Primário

O processamento primário é a primeira etapa que o petróleo passa, ainda na unidade

de produção, depois que sai do reservatório. Utiliza-se o termo “primário” para diferenciar

este tratamento inicial do complexo processo ao qual o petróleo sofre no refino (BRASIL

et al., 2014).

Os fluidos, provenientes dos poços, que chegam à unidade de produção, ainda não

se encontram adequados à utilização ou exportação. Como interesse econômico é somente

na produção de hidrocarbonetos (óleo e gás), há a necessidade de se efetuar o tratamento

primário dos fluidos, ou seja, separar gás, óleo e água (SILVA et al., 2007).

O termo “exportação” é utilizado quando o óleo e o gás, após término do

tratamento primário, saem da unidade. O óleo pode ser exportado por meio de dutos ou

navios aliviadores, chamados de FSO (do inglês Floating Storageand Offloading- navio de

estocagem de petróleo), e será encaminhado para refino em alguma refinaria. O gás

produzido é exportado por meio de dutos submarinos e/ou subterrâneos.

A instalação de uma planta de tratamento primário de uma unidade de produção

pode variar em complexidade, dependendo de estudos de viabilidade econômica. As

plantas mais simples efetuam apenas a separação das fases líquidas e gasosa, já as plantas

mais completas capacidade tratamento de cada fase individualmente (SILVA et al., 2007).

O tratamento do gás visa a remoção de contaminantes indesejáveis (dióxido de

carbono e gás sulfídrico) e secagem de toda gotícula em suspensão que porventura venha a

ser carreada pelo fluido. O tratamento do óleo visa diminuir o teor de BSW (Basic

Sediments and Water), ou seja, sedimentos e principalmente água presente no mesmo.

Toda a água separada do óleo, conhecida como água produzida, é tratada para

remoção de resíduo oleoso a valores mínimos aceitáveis pelo órgão ambiental para

descarte no mar. O controle do TOG (teor de óleos e graxas) na água que retorna ao mar

deve ser bem rigoroso. O resíduo oleoso retirado da água retorna ao processo para ser

tratado e exportado junto com o óleo.

A água e o gás, depois de tratados, ainda podem ser utilizados para reinjeção no

reservatório, aumentando a pressão interna do mesmo e facilitando o escoamento e

extração do óleo que ainda se encontra na rocha.

19

A Figura 2.1 representa uma planta genérica com uma instalação complexa, capaz

de realizar a separação e o tratamento de fluidos.

Figura 2.1 – Esquema de uma instalação de produção complexa. Fonte: Brasil et al, 2014 (adaptado).

A separação utilizada no processamento primário é feita por meio de um conjunto

de vasos de pressão em série. Este sistema de separação pode ter várias configurações que

diferem pelo número de estágios utilizados. É muito comum a utilização de produtos

químicos antiespumantes para facilitar a separação gás-óleo e desemulsificantes para

separação óleo-água (BRASIL et al, 2014).

A Figura 2.2 representa o sistema mais complexo (semelhante ao sistema estudado

para elaboração deste trabalho) com 4 (quatro) vasos de pressão alinhados em série

formando o que se chama de trem de separação. Como a parada de qualquer um destes

vasos impacta na parada total de produção é muito comum a redundância de equipamentos,

sendo fácil de encontrar unidades que possuem o trem “A” e o trem “B” de separação.

Figura 2.2 – Sistema com separação trifásica e tratamento de óleo. Fonte: Brasil et al, 2014 (adaptado).

20

O petróleo percorre um longo caminho do reservatório até ser exportado, passando

por vários equipamentos e sistemas. Para que isso ocorra é necessário um complexo

sistema de tubulação que conduza os fluidos neste caminho entre os equipamentos e

diversas técnicas de automação para manter o controle e, consequentemente, a segurança

operacional.

Após a saída do poço, um dos primeiros equipamentos que o fluido proveniente dos

poços passa é o vaso separador de produção de primeiro estágio. Normalmente existem

trocadores de calor que funcionam como pré-aquecedores e aquecedores de produção por

onde a corrente passa e é aquecida antes de entrar no separador.

2.2 VASOS SEPARADORES

2.2.1 Vasos de Pressão

Donato e Boas (2014), definem vasos de pressão como equipamentos não sujeitos a

chama e destinados ao armazenamento e processamento de fluidos sob pressão positiva ou

negativa (vácuo). São equipamentos utilizados em praticamente todos os ramos industriais,

especialmente em indústrias de processo, onde são os mais importantes da unidade

(TELLES, 1996). Neste trabalho, serão considerados vasos de pressão todos os

equipamentos enquadráveis nas alíneas “b”, “c” ou “d” do subitem 13.2.1 da NR-13,

conforme trecho a seguir retirado da referida norma.

13.2.1.Esta NR deve ser aplicada aos seguintes equipamentos:

a) todos os equipamentos enquadrados como caldeiras conforme subitens

13.4.1.1 e 13.4.1.2;

b) vasos de pressão cujo produto P.V seja superior a 8 (oito), onde P é a

pressão máxima de operação em kPa, em módulo, e V o seu volume

interno em m³;

c) vasos de pressão que contenham fluido da classe A, especificados na

alínea "a" do subitem 13.5.1.2, independente das dimensões e do produto

P.V;

d) recipientes móveis com P.V superior a 8 (oito) ou com fluido da classe

A, especificado na alínea "a" do subitem 13.5.1.2.

e) tubulações ou sistemas de tubulação ligados a caldeiras ou vasos de

pressão, categorizados, conforme subitens 13.4.1.2 e 13.5.1.2, que

contenham fluidos de classe A ou B, conforme a alínea "a" do subitem

13.5.1.2 desta NR;

21

f) tanques metálicos de superfície para armazenamento e estocagem de

produtos finais ou de matérias primas, não enterrados e com fundo

apoiado sobre o solo, com diâmetro externo maior do que 3 m (três

metros), capacidade nominal maior do que 20.000 L (vinte mil litros), e

que contenham fluidos de classe A ou B, conforme a alínea "a" do

subitem 13.5.1.2 desta NR. (MTE, 2018)

A norma regulamentadora número 13 (NR-13 – Caldeiras, Vasos de Pressão,

Tubulações e Tanques Metálicos de Armazenamento) do MTE, estabelece os requisitos

mínimos para gestão da integridade dos equipamentos enquadráveis na norma (conforme

subitem 13.2.1, já apresentado anteriormente) nos aspectos relacionados a instalação,

inspeção, operação e manutenção (MTE, 2018). Por ser uma NR do MTE, esta norma

possui poder de legislação e é obrigatória a sua aplicação em todo o território brasileiro por

qualquer empresa, seja nacional ou não.

Os principais códigos de projeto vasos de pressão são o PD 5500, da Britsh

Standard Institute, o AD Merblater, da Associação (Alemã) dos Construtores de Vasos de

Pressão, e o ASME Seção VIII, da ASME. Apesar da ABNT possuir a norma NBR 16035

- Caldeiras e vasos de pressão – Requisitos mínimos para a construção, o código ASME é

tradicionalmente usado no Brasil (DONATO; BOAS, 2014).

O corpo de um vaso de pressão compõe-se basicamente do casco (ou cascos,

dependendo das características construtivas) e dos tampos de fechamento. O casco do vaso

é sempre em formato de uma superfície de revolução. Praticamente todos os vasos

possuem o casco em formato cilíndrico, esférico ou cônico, podendo ainda ter

combinações destas formas básicas, conforme podemos observar na Figura 2.3 (TELLES,

1996).

Os vasos de pressão podem ser classificados pelo aspecto construtivo do casco e

tampos ou pela sua posição de instalação, podendo ser instalado na posição vertical,

horizontal ou inclinado (TELLES, 1996). As dimensões do vaso podem variar muito, pois

são determinadas em função dos cálculos de separação de fases ou tempo de residência no

interior do equipamento (FERREIRA FILHO; RODRIGUES, 2003).

Os tampos dos vasos de pressão podem ter formato elíptico, semiesférico, cônico,

plano ou torisférico. Os tampos torisféricos são obtidos pela união de duas geometrias:

calota esférica central e região tórica (cilíndrica). Os tampos cônicos podem ter ainda uma

22

transição tórica para o costado cilíndrico, o que permite uma melhor acomodação das

tensões na mudança de geometria (DONATO; BOAS, 2014).

Podemos observar na Figura 2.3 a utilização de tampos cônicos e torisféricos, além

dos vasos esféricos e de esferas múltiplas.

Figura 2.3 – Principais formatos de vasos de pressão. Fonte:Telles, 1996.

Todo vaso de pressão possui uma pressão máxima de trabalho admissível (PMTA).

A PMTA é a pressão que causa uma tensão igual à tensão admissível do material. Como o

vaso possui bocais, casco e tampos, cada parte dele possui uma pressão máxima de

trabalho admissível diferente, pois as espessuras e esforços nestes componentes não são

iguais. A PMTA do equipamento é igual a menor PMTA encontrada em todo o vaso.

Quando se diz respeito a vasos, qualquer pressão é sempre referente ao topo do

equipamento (TELLES, 1996). Quando falamos que a PMTA do vaso foi definida pelo

tampo inferior, significa que quando a pressão no topo do equipamento chegar a referida

PMTA, o tampo inferior atingirá uma tensão igual à tensão admissível do material.

Além da PMTA, temos ainda outros parâmetros característicos previstos em

projeto: temperatura de operação e de projeto, pressão de operação e de projeto. A

23

temperatura e pressão de projeto são valores utilizados para efeito de cálculo de projeto do

equipamento. A temperatura e pressão de operação são os valores com os quais o vaso

deverá operar em condições normais (TELLES, 1996).

Conforme subitem 13.3.1 da NR-13, todo vaso de pressão deve dispor de um

dispositivo de segurança para prevenção contra sobre pressões (MTE, 2018). O recurso

mais utilizado é a válvula de segurança, mais conhecida pela sigla PSV (do inglês Pressure

Safety Valve).

A PSV possui uma mola interna que pressiona o disco de vedação da válvula contra

a sede e caso a pressão interna do vaso ultrapasse a pressão de abertura da PSV, o fluido

vence a resistência da mola, abre a válvula e escoa para o sistema de alívio, diminuindo

assim a pressão no interior do equipamento. A pressão de abertura da PSV deve ser

ajustada para um valor igual ou inferior a pressão máxima de trabalho admissível (PMTA).

A Figura 2.4 mostra uma PSV em corte onde é possível visualizar seus principais internos

(SHULTZ; MORAES, 2012).

Figura 2.4 – PSV em corte. Fonte: Arquivo pessoal dos autores.

Todos os vasos de pressão possuem bocais para diferentes finalidades, tais como

ligação com tubulações de processo, válvulas de segurança, instrumentos, drenos e

respiros. Para a instalação de um bocal é feita uma abertura no corpo do equipamento. Esta

abertura cria um ponto concentrador de tensão e deve ser analisada quanto à necessidade

de instalação de reforço estrutural junto à mesma (DONATO; BOAS, 2014).

24

Além dos componentes já comentados anteriormente, os vasos de pressão podem

possuir diversos acessórios internos ou externos, dependendo da sua aplicação. Existem

vários tipos de acessórios com diferentes finalidades, tais como a melhoria da eficiência do

equipamento, a suportação de periféricos ou reforços estruturais (anéis de vácuo para

melhorar a resistência à pressão interna negativa).

Os acessórios internos de um vaso podem possuir funções de suportação ou

relativas ao processo interno do equipamento. Cada acessório interno relativo ao processo

promove determinado fenômeno desejável ao processamento do fluido no interior do

equipamento.

2.2.2 Vaso Separador de Produção

Os vasos separadores podem ser classificados quanto a sua posição de instalação

em horizontais ou verticais. Os vasos horizontais são mais eficientes quando a razão

gás/óleo é alta e são os mais utilizados em unidades marítimas de produção. Os

separadores verticais possuem uma geometria que facilita a remoção de sedimentos

porventura depositados no fundo e exigem uma menor área transversal para instalação,

porém são muito altos e por isso são mais comuns em unidades terrestres (BRASIL et al.,

2014).

Conforme descrito no subitem 2.1.1, a corrente fluídica que alimenta os vasos

separadores é formada por três fases diferentes: gás, óleo e água. Existem separadores

bifásicos, que realizam apenas a separação líquido-gás, e separadores trifásicos, que

realizam a separação das três fases.

A separação nestes equipamentos baseia-se em quatro mecanismos:

Ação da gravidade e diferença de densidade;

Separação inercial;

Aglutinação de gotículas;

Força centrífuga.

Um vaso separador típico possui quatro seções distintas: seção de separação

primária, seção de acumulação de líquido, seção de separação secundária e seção

25

aglutinadora. A Figura 2.5 identifica em um vaso separador bifásico as quatro seções

(THOMAS, 2004).

Figura 2.5 – Seções de um vaso separador bifásico.

Fonte: Thomas, 2004.

A seção de separação primária é onde o fluxo de fluido que entra no vaso se choca

com defletores e ocorre a separação inercial por meio de mudanças bruscas de velocidade e

direção de fluxo. Também é possível encontrar difusores, ao invés de defletores, que

impõem aos fluidos um movimento giratório fazendo com que o líquido se precipite no

fundo do vaso (mecanismo de força centrífuga). Estes são exemplos de acessórios internos

voltados a fenômenos necessários ao processo no equipamento (THOMAS, 2004).

As seções secundárias e de acúmulo de líquido ocorrem em toda a extensão do

vaso. A seção secundária é formada pelo volume ocupado pelo gás na geratriz superior do

equipamento e a seção de acúmulo de líquido é o volume ocupado pelo líquido na geratriz

inferior do equipamento. Nestas duas seções o mecanismo de separação é a ação da

gravidade e diferença de densidade, que fazem com que as gotículas de líquido carreadas

pelo gás caiam na seção de acúmulo de líquido.

Existem alguns acessórios internos que melhoram a eficiência do equipamento

fazendo com que as gotículas coalesçam por meio do mecanismo de aglutinação na seção

de separação secundária. O mecanismo de aglutinação utiliza uma superfície para facilitar

o coalescimento de gotículas e consequente decantação para a seção de acumulo de líquido

(THOMAS, 2004).

26

A seção de aglutinação (mecanismo de separação utilizado nesta seção) se situa

próximo a saída de gás, que passa por um acessório interno chamado retentor de névoa.

Este acessório possui um meio poroso para retenção de pequenas gotículas carreadas pelo

gás. Os mecanismos de aglutinação, separação inercial e força centrífuga possuem algo em

comum: todos são gerados por meio de acessórios internos do vaso separador.

Considerando que as fases líquidas são incompressíveis, o controle da pressão

interna dos separadores é feita por meio do gás. Existe ainda a malha (ou malhas no caso

de vasos trifásicos) de controle de nível da fase líquida. Além das malhas de controle existe

um intertravamento de segurança acionado por meio de chaves físicas de nível e pressão.

Os separadores podem ser bifásicos ou trifásicos de acordo com sua capacidade de

separação. Os equipamentos que são bifásicos possuem capacidade de separar apenas a

fase gasosa da fase líquida, porém os separadores trifásicos conseguem separar ainda as

duas fases líquidas presentes no processamento primário.

2.2.3 Vaso Separador Trifásico

Os vasos separadores trifásicos possuem os mesmos princípios de funcionamento

dos bifásicos, diferenciando apenas na característica construtiva do equipamento que

possui uma chapa divisória (vertedouro) separando a geratriz inferior do vaso em duas

câmaras distintas. Neste contexto, a seção de acúmulo de líquido se divide em uma câmara

de separação (CS) e uma câmara de óleo (CO).

No separador trifásico a corrente líquida se acumula na CS, onde o óleo fica na

superfície (por possuir uma massa específica menor) e a água fica no fundo. Quando o

nível na CS ultrapassa a altura do vertedouro o óleo transborda para a CO. Portanto a

separação das fases líquidas no separador trifásico é pelo princípio físico de diferença de

densidade. Não há alteração quanto à separação da fase gasosa da líquida em relação ao

separador bifásico, a diferença consiste na separação das duas fases líquidas, conforme

pode ser observado na Figura 2.6 (NUNES et al., 2010).

27

Figura 2.6 – Vaso separador trifásico. Fonte: Elaborado pelos autores.

O nível da interface agua-óleo na CS (também conhecida como câmara de

interface) deve ser rigorosamente controlado, pois se a interface chegar ao nível do

vertedouro, a água pode chegar para a CO, fazendo com que o teor de BSW no óleo que sai

do separador aumente muito. Isto afetaria a eficiência de separação do vaso e

consequentemente a eficiência dos equipamentos à jusante deste separador.

2.3 MODELAGEM E CONTROLE

2.3.1 Modelagem

O estudo de sistemas físicos para controle é feito por meio da modelagem

matemática destes sistemas. O modelo matemático de um sistema é um conjunto de

equações que representa com precisão satisfatória a dinâmica do respectivo sistema.

Dependendo do tipo de análise a ser realizada um mesmo sistema pode ter mais do que 1

modelo matemático, dependendo da perspectiva a ser considerada (OGATA, 2003).

O modelo fenomenológico de um sistema utiliza as leis da física e correlações para

descrever matematicamente a dinâmica do sistema avaliado. As variáveis de estado que

descrevem a quantidade de massa, energia e momento do sistema caracterizam

determinado processo, sendo tipicamente as variáveis mais comuns: posição, velocidade,

28

diferença de potencial elétrico, corrente elétrica, nível, vazão, temperatura, pressão e

concentração de determinado produto. A relação entre os estados do sistema é realizada

utilizando os princípios físicos aplicáveis e aplicando-se correlações por meio de equações

constitutivas (CAMPOS; TEIXEIRA, 2010).

A modelagem matemática de processos físicos pode fornecer informações

pormenorizadas de um sistema, porém para processos complexos as construções de

modelos físico-químicos podem ser de difícil elaboração ou até serem tão complexos que

possuem pouco valor prático. Neste contexto os sistemas mais complexos são linearizados

(aplicando-se a série de Taylor) em torno de um ponto estacionário de operação, sendo este

ponto geralmente o ponto ideal de projeto. Desta maneira é possível a utilização de teorias

de controle de sistemas lineares (CAMPOS; TEIXEIRA, 2010).

A Equação 2.1 demonstra o processo de linearização em torno de um ponto

específico (x0, z0). Para equipamentos industriais o ponto de linearização é geralmente o

ponto ideal de operação conforme o projeto do mesmo.

𝑦 = 𝑓(𝑥, 𝑧) = 𝐹(𝑥0,𝑧0) +𝑑𝑓

𝑑𝑥(𝑥0,𝑧0)(𝑥 − 𝑥0) +

𝑑𝑓

𝑑𝑧(𝑥0,𝑧0)(𝑧 − 𝑧0) Eq. 2.1

Além da modelagem fenomenológica, baseada nas equações que representam os

princípios físicos envolvidos no sistema avaliado, existe também a modelagem empírica.

Este outro tipo de modelagem é baseado em dados experimentais obtidos no próprio

processo. Os dados obtidos no processo são geralmente correlacionados por meio de

técnicos de regressão. A limitação da modelagem empírica é a limitação do modelo apenas

às condições do processo sob as quais as variações dos parâmetros foram estudados, não

podendo assim extrapolar para outras situações (SILVA, 2013). Neste trabalho foi utilizada

modelagem fenomenológica para análise.

2.3.2 Controle

O controle de processos tem por objetivo estabelecer o comportamento estático e

dinâmico de sistemas físicos, atuando na diminuição da influência das perturbações

mantendo os parâmetros de processo dentro dos limites operacionais. Para a ação de

29

controle são utilizadas medidas de variáveis internas ou saídas do sistema e feita a

comparação com valores pré-estabelecidos (MORAES; CASTRUCCI, 2010).

O termo “controle de processos” é normalmente utilizado para sistemas produtivos

de plantas industriais, em especial da indústria de processo, objetivando a manutenção dos

parâmetros dentro dos limites operacionais aceitáveis. Os sistemas de controle podem ser

totalmente automatizados, realizando a ação de controle sem que seja necessário a

intervenção do operador, ou dependentes da ação humana (CAMPOS; TEIXEIRA, 2010).

Os equipamentos de processos industriais são monitorados por sensores que

informam o valor das variáveis relacionadas ao respectivo equipamento. A operação de um

único equipamento pode ser feita mediante o acompanhamento de diversas variáveis do

mesmo, como por exemplo, pressão, vazão, nível e temperatura. Neste contexto pode-se

promover a alteração de uma variável por meio da variação de outra variável. Um exemplo

claro é a manutenção do nível de um tanque por meio do controle da vazão de saída deste

mesmo tanque. Neste contexto surgem os conceitos de variável controlada e variável

manipulada.

A variável controlada é aquela a qual se deseja que permaneça em um determinado

valor pré-estabelecido, que é chamado de set-point. A variável manipulada é aquela que

sofre alteração para que a variável controlada permaneça no set-point. No caso do tanque

descrito anteriormente a variável controlada é o nível do tanque e a variável manipulada é

a saída de fluido do equipamento.

Conforme pudemos ver no exemplo anterior referente ao nível do tanque, existem

algumas ações necessárias ao controle de um processo, sendo a primeira ação a medição do

nível do tanque, que é feita por meio de um sensor de nível. Após a medição é feita uma

comparação do valor de nível no equipamento com o set-point. Esta comparação é feita por

um controlador. Ao detectar que o nível do tanque está diferente do set-point o controlador

emite um comando para que a vazão de saída de água se altere de modo que o nível do

tanque retorne ao valor desejado. Esta variação de vazão pode ser feita por meio de uma

válvula de controle ou uma bomba centrífuga. Nesta análise podemos observar três

elementos básicos em um sistema de controle: o elemento sensor, o controlador e o

elemento final de controle.

30

Um sistema de controle que possua uma comparação entre a saída do mesmo e a

entrada de referência (set-point) utilizando a diferença para a ação de controle, conforme

representado na Figura 2.7, é denominado “sistema de controle com retroalimentação”, ou

“sistemas de controle em malha fechada”. Um sistema onde a saída do sistema não exerce

ação de controle no mesmo é denominado “sistema de controle em malha aberta”. A

Figura 2.7 representa uma estrutura simplificada de um sistema de controle em malha

fechada (OGATA, 2003).

Figura 2.7 – Sistema de controle em malha fechada. Fonte: Elaborado pelos autores.

A indústria de processo utiliza tipicamente sistemas de controle com

retroalimentação e utilização do controlador PID (proporcional, integral e derivativo)

(MORAES; CASTRUCCI, 2010). O controlador PID utiliza um algoritmo para correção

do erro em três módulos distintos para produzir o saída com a ação de controle, sendo estes

módulos referentes a ação proporcional, integral e derivativa. Mesmo com um bloco lógico

PID um controlador não precisa necessariamente utilizar os três blocos lógicos, sendo

possível, por exemplo, utilizar apenas o termo proporcional ou apenas os termos

proporcional e integrativo (muito comum na indústria) (CAMPOS; TEIXEIRA, 2010).

Existem ainda diferentes estratégias de controle, como por exemplo, o controle

feedback, feedfoward, cascata e on-off. Para os vasos separadores em geral a estratégia de

controle mais comum é a feedback, que é o caso do separador estudado neste trabalho.

O controle feedback em um vaso separador é feito por meio de sensor de nível que

informa ao controlador o nível de fluido no equipamento, que por sua vez compara o

mesmo com o set-point e manda um sinal de controle para a válvula de controle de nível,

que fica na saída de fluido, atuar aumentando ou reduzindo a retirada de fluido, mantendo

assim o nível o mais próximo possível do set-point.

31

Em um vaso separador trifásico existem três fluidos diferentes para se controlar o

que gera a necessidade de três malhas diferentes de controle para atuação nestas três fases:

água, óleo e gás. Uma malha de controle é um conjunto de instrumentos físicos e/ou

virtuais que auxiliam no processo de controle de determinada variável.

Os separadores trifásicos possuem uma malha de controle de pressão, que é feita

por meio do controle de fluxo do fluido compressível (o gás natural), e duas malhas de

controle de nível, sendo uma para controle de nível de óleo na CO e outra para controle de

nível da interface água-óleo na CS.

32

3 ESTUDO DO EQUIPAMENTO

3.1 SEPARADOR DE PRODUÇÃO DE SEGUNDO ESTÁGIO

O objeto de estudo deste trabalho é um vaso separador de produção de segundo

estágio, conforme destacado de vermelho na Figura 3.1, em uma planta de tratamento

primário com três estágios de separação, instalada em uma unidade marítima de produção

de petróleo. O objeto de estudo deste trabalho foi o separador de segundo estágio (e não o

separador de primeiro estágio), pois este equipamento especificamente possui

comprometimento estrutural de todo o sistema de remoção de água, diferente dos demais

separadores da instalação.

Figura 3.1 – Desenho esquemático simplificado da planta de processo estudada.

Fonte: Elaborado pelos autores.

33

3.1.1 Histórico

O equipamento é um vaso separador de produção trifásico, porém, devido a

comprometimento estrutural das linhas de água produzida, o vaso operava com a saída de

água fechada, sendo toda a fase líquida retirada pela saída de óleo. A água passou a ser

removida do óleo no tratador eletrostático instalado após o separador no processo,

conforme pode ser observado na Figura 3.1.

Segundo relato de operadores de produção, este vaso apresentava dificuldades

operacionais devido ao alto índice de alarmes de nível alto e muito alto. Para redução do

nível no equipamento a equipe de operação precisava reduzir a entrada de fluido no

separador. Esta manobra acarretava em limitação operacional da planta de produção.

3.1.2 Dados de Projeto

Foi realizada análise do desenho do vaso e fluxograma de processo e registrados na

Tabela 3.1 os dados de projeto do equipamento.

Tabela 3.1 – Dados de projeto do equipamento.

DESCRIÇÃO VALOR UNIDADE

Comprimento 10,89 m

Diâmetro 1,83 m

Volume 27,47 m³

Altura do vertedouro 0,76 m

Comprimento da câmara de separação 8,75 m

Altura máxima de líquido 1,35 m

Vazão total 42.671,00 Kg/H

Vazão de líquido (mássica) 42.343,00 Kg/H

Vazão de líquido 1.185,00 m³/dia

Densidade do líquido à temperatura de op. 857,60 Kg/m³

Vazão de gás (mássica) 328,00 Kg/H

Densidade do gás à temperatura de op. 4,95 Kg/m³

Temperatura de operação 120,00 °C

Pressão de operação 5,00 Kgf/cm²

Fonte: Elaborado pelos autores.

34

3.1.3 Processo Interno do Equipamento

3.1.3.1 Mecanismos Atuantes

O vaso possui quatro tipos diferentes de acessórios internos para favorecimento da

separação das fases pelos mecanismos de separação inercial, aglutinação e separação

gravitacional.

Na seção primária de separação o equipamento dispõe de uma chapa defletora para

favorecimento do mecanismo de separação inercial. O fluxo de entrada de fluido choca-se

na chapa defletora que gera uma mudança brusca de velocidade e direção favorecendo a

separação de fases.

Foram observados dois conjuntos de placas coalescedoras instalados na seção

secundária de separação. Este acessório impele o gás por um caminho sinuoso onde há

bastante contato com as superfícies das placas o que favorece o coalescimento de gotículas

suspensas no gás e o escorrimento destas na CS, conforme pode ser observado na Figura

3.2.

Figura 3.2 – Placas coalescedoras.

Fonte: (a):<http://oilfieldpartsxpress.com>, acessado em 16/02/2019; (b) e (c): elaborado pelos autores.

35

Como se trata de um separador trifásico, o vaso possui um vertedouro que favorece

a separação por ação gravitacional. Devido ao menor peso específico do óleo, o mesmo

emerge e a água fica acumulada na geratriz inferior do equipamento. Com o nível de óleo

acima e o nível da interface água-óleo abaixo da altura do vertedouro, o óleo transborda

para a CO.

Na seção de aglutinação existe ainda um retentor de névoa. O gás que sai do

equipamento precisa passar por este acessório que funciona como uma colmeia de telas

sobrepostas, dificultando a passagem de gotículas em suspenção que coalescem e escorrem

para a geratriz inferior do vaso.

Além dos acessórios internos mencionados, em todo comprimento do vaso existe a

atuação do mecanismo de separação gravitacional, com fluxo de fase gasosa na geratriz

superior do equipamento e acúmulo da fase líquida na geratriz inferior. Não está presente

neste equipamento o mecanismo de separação por meio de força centrífuga.

Além dos acessórios já mencionados, o vaso ainda possui dispositivos anti-vórtice

nas saídas da CS e CO, para evitar a formação de vórtice e facilitar o escoamento de fluido.

3.1.3.2 Processo

A CO recebe o hidrocarboneto proveniente da CS, quando o nível do fluido

ultrapassa a altura do vertedouro. Portanto a vazão de entrada na CO é uma função da

altura de líquido sobre o vertedouro.

O processo em ambas as câmaras pode ser modelado separadamente com modelos

lineares, porém a entrada da CO recebe o fluxo proveniente da CS, sendo então dois

processos em série. Neste contexto pode-se considerar o sistema como multicapacitivo,

abordando-se apenas a fase oleosa.

3.1.4 Controle do Equipamento

As variáveis controladas no vaso separador trifásico são pressão, nível de interface

e nível de óleo. Existem no vaso três malhas de controle diferentes, sendo uma para cada

36

variável controlada, conforme pode ser observado na Figura 3.3. A estratégia de controle

aplicada nestas malhas é a feedback.

Figura 3.3 – Malhas de controle de um separador trifásico.

Fonte: NUNES, MEDEIROS e ARAÚJO, 2010.

Na Figura 3.3 os elementos LT são sensores e transmissores de nível, que informam

aos controladores de nível, especificados como LIC, o valor da respectiva variável (nível

na CS e nível na CO). Os controladores emitem um sinal elétrico para os conversores de

sinais chamados LY que convertem o sinal elétrico em sinal pneumático para a atuação da

respectiva válvula de controle. O elemento PT é um sensor e transmissor de pressão, que

informa ao controlador PIC o valor desta variável e emite um sinal elétrico ao conversor de

sinais PY. O conversor PY converte o sinal elétrico em pneumático para a atuação da

respectiva válvula de controle.

O controle de pressão do equipamento é feito por meio de instrumentos e atuadores

instalados na geratriz superior do vaso e na linha de saída de gás. O controle de nível das

câmaras de separação e de óleo é feito por meio de transmissores de nível instalados em

cada câmara, controlador e válvula de controle na linha de saída de água e óleo. O controle

de pressão do vaso tem uma ação rápida conseguindo corrigir as oscilações de processo em

um tempo muito curto, não influenciando assim no controle de nível.

37

Além destas malhas de controle existem chaves de nível e pressão, virtuais e

físicas, que desencadeiam uma lógica de intertravamento de segurança para o vaso. Por

exemplo, caso a chave de nível muito alto (física) seja acionada, o operador possui

quarenta e cinco segundos para atuar sobre o processo, caso contrário todo trem de

produção é paralisado.

3.2 PROBLEMÁTICA PROPOSTA

O equipamento operava há muitos anos sem remoção de água, sendo utilizado

como um separador bifásico, apesar de suas características construtivas de trifásico. Os

responsáveis pelo vaso decidiram remover o vertedouro distanciando cem milímetros do

casco. Esperava-se que esta alteração trouxesse maior estabilidade ao processo e maior

capacidade de operação.

38

4 ANÁLISES E RESULTADOS

4.1 IMPACTOS DA MUDANÇA NO EQUIPAMENTO

4.1.1 Impactos Estruturais

O vertedouro é um acessório sujeito à pressão interna do equipamento nos dois

lados do seu corpo. Como não há diferença de pressão, este acessório é considerado como

não sujeito à pressão. Uma vez que não é sujeito à pressão e nem é um acessório voltado a

funções estruturais, a remoção do mesmo não afeta a integridade do vaso.

A finalidade do vertedouro é puramente de promover um fenômeno no processo,

não possuindo nenhuma função estrutural ao corpo do vaso ou mesmo de suporte de outros

acessórios internos. Mesmo não tendo função estrutural o corpo do vertedouro é soldado

diretamente no casco do equipamento e a remoção desta solda pode afetar a integridade

estrutural do casco. Como o acessório foi removido distanciando 100,00 mm da solda com

o casco, não há riscos de comprometimento estrutural do vaso. Na Figura 4.1 pode-se ver a

alteração já realizada para facilitar o entendimento dos comentários deste capítulo.

Figura 4.1 – Fotografia da alteração realizada.

Fonte: Arquivo pessoal dos autores.

39

Outro aspecto importante para avaliação da integridade estrutural do equipamento é

a questão da corrosividade do fluido acumulado na CS. Na geratriz inferior do

equipamento fica a água produzida, que é o fluido mais corrosivo deste processo, o que

pode gerar, a médio e longo prazo, o comprometimento da chaparia do costado, devido à

corrosão interna proveniente deste fluido estagnado. Neste contexto a remoção do

vertedouro acaba gerando um fluxo deste fluido o que minimiza a corrosividade na geratriz

inferior do casco do equipamento.

4.1.2 Impactos Funcionais

Com a remoção do vertedouro as câmaras de separação e de óleo passam a

funcionar como uma única câmara por meio do princípio de vasos comunicantes,

inutilizando o vertedouro. Neste contexto o vaso forma uma única câmara na geratriz

inferior, se tornando funcionalmente um vaso separador bifásico e inviabilizando a

separação trifásica com este equipamento.

Considerando as dimensões do separador, o volume de fluido que fica acumulado

na CS abaixo do nível da aba residual do vertedouro (100,00 mm) é insignificante e não

tem representatividade no processo.

Existe ainda a possibilidade de recompor as condições originais de projeto deste

vaso como um separador trifásico, ou seja, esta alteração não é irreversível. Para recompor

as condições originais de projeto, basta a reinstalação de uma chapa de fechamento para

recomposição do vertedouro. Deste jeito o vertedouro volta a ter funcionalidade e o

equipamento volta a ser um vaso separador trifásico.

4.1.3 Impactos no Processo

Por mais rigoroso que seja o controle do processo ainda assim existem oscilações,

pois os poços operam muitas vezes em regimes de golfadas o que gera uma grande

variação de fluxo e mesmo sem golfadas a produção ainda apresenta oscilações de menor

magnitude. Um vaso separador precisa ter volume e capacidade de variar nível para

40

absorção destas oscilações de processo e consequentemente não passar estas variações para

os equipamentos à jusante do mesmo.

Antes da alteração, devido a bloqueio na saída de água e retenção de fluido

decorrente da barreira física imposta pelo vertedouro, o equipamento possuía um grande

volume de líquido que ficava acumulado na CS. Após a remoção do vertedouro,

praticamente todo este volume consegue fluir para a CO deixando de ser um volume morto

no processo. O ganho na capacidade volumétrica do vaso foi muito grande, possibilitando

assim uma maior variação de nível o que facilita o controle do processo.

Considerando que não existe mais separação entre as CS e CO, o nível de líquido

em todo vaso é o mesmo, portanto é necessária somente uma malha de controle para nível,

ao invés das duas malhas que o vaso possuía anteriormente. Neste contexto a malha de

nível de interface passa a ser inutilizada, uma vez que o controle de nível da saída da CO,

que passa a ser saída de fase líquida, é realizado pela malha de controle do óleo.

O volume de líquido acumulado na CS pode ser observado pela área em cinza na

Figura 4.1 Também é possível observar nesta figura o espaço reduzido que o vaso possuía

para variação de nível.

Figura 4.2 – Volume acumulado na câmara de separação.

Fonte: Elaborado pelos autores.

O volume que o vaso tinha para variação antes da alteração era muito reduzido,

pois existia um volume improdutivo acumulado na CS. A variação de nível era possível

apenas em uma faixa pequena de 59,00 cm, referente à distância do topo do vertedouro até

41

a tomada superior da chave de nível muito ato. Com a remoção do vertedouro, esta faixa

para variação de nível passou para 1,25 m, o que representou uma grande capacidade de

absorção para o processo.

Apesar de todos os ganhos citados neste capítulo é importante frisar que o processo

de tratamento de óleo visa diminuir o BSW. Com a nova configuração do vaso, a eficiência

de separação das fases líquidas é nula, o que aumenta a responsabilidade dos demais

equipamentos do processo que precisam suprir esta necessidade, em especial o tratador

eletrostático.

4.2 ANÁLISE DOS MODELOS MATEMÁTICOS

Tendo em vista a seção circunferencial do equipamento, o vaso separador possui

uma relação não linear entre o volume e a altura, conforme já trabalhado no capítulo dois.

A relação entre o volume e a altura do vaso é dada pela Equação 4.1.

𝑉 =𝐶𝐷2

4[𝑎𝑟𝑐𝑜𝑠𝑠 (

𝐷−2ℎ

𝐷) − (2

√(𝐷−ℎ)ℎ

𝐷) (

𝐷−2ℎ

𝐷)] Eq.4.1

Onde:

V é o volume de fluido;

C é o comprimento do vaso;

D é o diâmetro interno do vaso;

h é o nível da coluna de líquido.

Utilizando-se da equação 4.1, foi realizado cálculo do volume acumulado na CS. O

comprimento utilizado foi o da CS, do início do equipamento até o vertedouro. A altura

utilizada foi a altura do vertedouro. Após estes cálculos obteve-se um resultado de 5,16 m³

de volume de líquido acumulado na CS.

O vaso possui um volume total de 27,47 m³, porém parte deste volume é projetado

especificamente para o fluxo da fase gasosa. Se o nível de líquido no vaso subir muito e

42

chegar até a saída de gás, o líquido é carreado para a planta de tratamento de gás e pode

causar danos em equipamentos do processo.

O limite máximo que as fases líquidas podem chegar é definido pela conexão

superior da chave de nível muito alto no casco do equipamento. Esta altura é de 1,35 m.

Portanto, aplicando esta altura na equação 4.1 com todo o comprimento do vaso, obtém-se

um resultado de 14,22 m³ de volume original de projeto para as fases líquidas. No entanto,

como existe um volume acumulado de 5,16 m³, o separador estava operando com um

volume útil de líquido de 9,06 m³. Isto representa uma redução de 36,28% da capacidade

volumétrica original do equipamento.

O limite máximo de nível de líquido foi considerado como a chave de nível muito

alto, que é um instrumento que atua em uma condição que o processo está extrapolando os

limites do vaso, ou seja, em uma variação não prevista nas condições normais de operação

contínua do equipamento. Em condições normais de operação o nível de líquido é mantido

em uma faixa de valores inferior ao limite máximo levado em consideração para cálculo

neste trabalho. Isto indica que o volume útil convencional à operação do equipamento é

ainda menor que o calculado e, consequentemente, a redução da capacidade volumétrica é

ainda maior que 36,28%, tornando-se mais expressiva ainda.

Um separador trifásico é tipicamente um equipamento que possui um processo

multicapacitivo, uma vez que há duas câmaras de fluido que geram diferentes

características de atraso no processo, sendo a CO em série com a CS e recebendo o

excedente de fluido da CS que passa por cima do vertedouro. Operando de maneira

bifásica, não é possível analisar o separador trifásico como um processo multicapacitivo,

uma vez que perde a característica de dois processos distintos em série e passa a ser um

único processo onde toda fase líquida que entra no vaso é destinada à mesma saída.

Como o vaso separador não possui uma relação linear entre a altura de fluido

(nível) e o volume faz-se necessária a linearização do modelo matemático derivado da

fórmula do volume. Para a linearização do modelo é considerado o regime estacionário de

operação, sendo este o ponto ideal de projeto do vaso. O modelo linearizado do separador

bifásico é representado pela Equação 4.2.

𝐶𝐷𝑑𝑦(𝑡)

𝑑𝑡= [𝑑(𝑡) − 𝐾𝑥𝑙𝑢(𝑡)] Eq. 4.2

43

Na Equação 4.2, podemos observar os seguintes termos com as respectivas

descrições:

CD: Produto do comprimento vezes o diâmetro do vaso.

𝑑𝑦(𝑡)

𝑑𝑡 : Derivada em função do tempo de y(t), que é a diferença entre o nível

do vaso e o nível no regime estacionário, o qual o sistema foi linearizado.

𝑑(𝑡): Diferença entre a vazão de entrada instantânea e a vazão no ponto

estacionário de operação, o qual o sistema foi linearizado.

Kxl: Parâmetro ligado à válvula de saída de fluido (relacionado à

características como coeficiente de vazão e porcentagem de abertura no

regime estacionário de operação)

u(t): Referente a saída de fluido do processo (o termo Kxl.u(t) representa a

vazão de saída de fluido).

O separador trifásico possui o cálculo de dois balanços de massa no líquido, um

para a fase aquosa e outro para a fase oleosa, resultando na Equação 4.3 (para a câmara de

óleo) e Equação 4.4 (para a câmara de separação).

𝐶𝐶𝑂𝐷𝑑𝑦1(𝑡)

𝑑𝑡= 𝑑 − 𝐾𝑥𝑤𝑢2 − 𝐾𝑥𝑜𝑢1 Eq. 4.3

𝐶𝐶𝑆𝐷𝑑𝑦2(𝑡)

𝑑𝑡= 𝑑𝐵𝑆𝑊𝜀 − 𝐾𝑥𝑤𝑢2 Eq. 4.4

Nas Equações 4.3 e 4.4, podemos observar o surgimento de alguns índices e termos

não presentes na Equação 4.2. Os índices CO e CS são referentes aos processos nas

câmaras de óleo e água respectivamente. Como no separador trifásico há dois processos de

remoção de fluido (água e óleo), surgem no modelo deste equipamento duas saídas de

fluido, sendo u1 a saída de óleo e u2 a saída de água. Os índices xw e xo, nos coeficientes K

relacionados às válvulas de controle são referentes respectivamente a válvula de saída de

água e a de saída de óleo. O parâmetro ε é a eficiência de separação água-óleo e o BSW,

conforme já trabalhado no capítulo 2, é a porcentagem de água no óleo.

Sem remoção de água na CS, a equação 4.4 se anula, uma vez que a eficiência ε e a

saída de água u2 são iguais a zero. Neste mesmo viés, o termo referente à vazão de água na

equação 4.3 também se anula. Como u1, referente à entrada de óleo no processo, passa a ser

44

igual a toda entrada de líquido, então o que sobrou da equação 4.3 são os mesmos termos

da equação 4.2, do separador bifásico, com exceção apenas do comprimento utilizado ser

da CO. Isto prova matematicamente a operação do separador trifásico como um

equipamento bifásico.

Considerando um momento anterior à alteração proposta, apesar de operar como

um separador bifásico, a equação 4.2 ainda não é válida para o vaso, uma vez que a mesma

não representa corretamente o volume do início do equipamento até o vertedouro. Nesta

região existe um volume que não contribui para o processo, portanto não deve ser

considerado no modelo matemático.

A equação 4.1, ponto de partida para desenvolvimento das equações 4.2, 4.3 e 4.4,

considera a área de toda a seção transversal do vaso até a altura especificada para cálculo,

inclusive a área do volume improdutivo. Após a remoção do vertedouro, a equação 4.1

passa a ser válida para o equipamento, uma vez que o mesmo utiliza todo o seu volume útil

original.

Como os modelos matemáticos disponíveis na literatura não representam com

fidelidade o processo no equipamento antes da remoção do vertedouro, devido a acúmulo

de líquido na CS, a análise do comportamento do vaso foi realizada por meio de simulação

computacional.

4.3 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

Na simulação foram considerados dois equipamentos com as mesmas

características e dimensões, sendo utilizadas as dimensões do equipamento estudado. Um

equipamento é o separador trifásico sem remoção de água (caso do equipamento estudado

antes da alteração) e o outro é um separador bifásico (vaso estudado após a alteração).

A operação do equipamento em regime estacionário, sem grandes variações de

nível não traz dificuldades operacionais significativas, porém a operação em regime de

golfadas, muito comum na produção de petróleo, traz muitos problemas operacionais.

Neste contexto a simulação realizada neste trabalho considerou apenas a operação em

regime de golfadas.

45

Para simulação das golfadas foi utilizado como distúrbio um sinal senoidal com

variação de frequência, uma vez que as golfadas não são uniformes, variando frequência e

intensidade. Foi utilizado apenas a parte positiva da onda senoidal uma vez que não há

sentido físico de distúrbio com sinal negativo, pois não existe retrocesso do fluido de

processo. A Figura 4.3 representa o sinal utilizado como distúrbio no processo.

Figura 4.3 – Distúrbio utilizado na simulação.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Primeiramente é necessário analisar o que deve ser simulado, uma vez que como

praticamente toda a CS é ocupada por um volume acumulado não atuante no processo.

Neste contexto todo o controle do vaso estudado é baseado somente no que ocorre na

câmara de óleo, que possui um volume muito menor. Sendo assim, para simular a operação

de um vaso trifásico com bloqueio na saída de água, faz-se necessário a simulação do

processo levando em consideração somente a câmara de óleo.

A função de transferência do separador é dada pela Equação 4.5, onde “K” é o

ganho e “τ” a constante de tempo do processo. A constante de tempo é dada pela Equação

4.6, onde kxl é uma constante referente a abertura da válvula de saída de fluido na condição

estacionária e CD é o produto do comprimento vezes o diâmetro do vaso. A capacitância

do vaso para amortecimento das oscilações de processo é dada fisicamente pelo volume do

vaso, que é inserida na simulação por meio do termo CD.

𝐺𝑝 =𝐾

𝜏𝑠+1 Eq.4.5

𝜏 =𝐶𝐷

𝑘𝑥𝑙 Eq.4.6

46

Como para a simulação do separador bifásico se considera todo o comprimento do

vaso, espera-se um atraso muito maior que para o separador trifásico com saída de água

fechada, uma vez que se considera somente o comprimento da câmara de óleo.

A operação com golfadas é uma condição que exige capacitância do equipamento

para absorção das variações de nível e amortecimento destas para o processo seguinte.

Sendo assim espera-se que o separador bifásico possua uma capacidade de absorção maior

das oscilações, uma vez que possui maior volume útil que o separador trifásico com saída

de água bloqueada.

Na simulação foram consideradas as conversões de sinais de sensores. Para

definição dos parâmetros do controlador utilizado no simulador, foi utilizado o primeiro

método de Ziegler e Nichols, considerando o controle PI da fórmula de PID conforme

Equação 4.7.

𝐺𝑝 = 𝐾𝑝 (1 +1

𝑇𝑖𝑠+ 0) Eq.4.7

Conforme já foi dito anteriormente, a diferença na simulação do separador bifásico

e do separador trifásico (sem remoção de água) é a constante de tempo na função de

transferência da planta. Para o separador bifásico foi calculado um coeficiente de

725,9207, enquanto para o segundo caso foi obtido um coeficiente de 49,9945.

4.4 RESULTADOS

A alteração do equipamento não oferece risco estrutural ao vaso, uma vez que o

acessório a ser removido não possui função estrutural. Para o separador o impacto

funcional é a conversão do mesmo em separador bifásico, o que não tem grandes

implicações ao processo uma vez que o vaso já opera com remoção somente de fase

líquida (sem separação de água) há muitos anos. Quanto à análise do modelo matemático,

conforme descrito no item 4.2 deste trabalho, a operação de um vaso separador trifásico

sem remoção de água anula os termos de eficiência de separação e saída de água, o que

transforma o modelo matemático do separador trifásico em um separador bifásico.

47

Foram realizadas as simulações, conforme item 4.3 deste trabalho, e obtidos os

resultados de variação de nível conforme a Figura 4.4 para o separador trifásico com saída

de água bloqueada e Figura 4.5 para o separador bifásico.

Figura 4.4 – Variação de nível no separador trifásico.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Na Figura 4.4 pode-se observar que há uma grande oscilação do nível no

equipamento quando submetido a um distúrbio senoidal. Esta variação brusca de nível do

equipamento justifica a instabilidade operacional relatada pelos profissionais que atuam

diretamente com esta planta.

Figura 4.5 – Variação de nível no separador bifásico.

Fonte: Elaborado pelos autores.

48

Na Figura 4.5 pode-se observar que o nível sobe com uma velocidade muito menor

que na Figura 4.4, o que já era esperado uma vez que o atraso é muito maior (devido a

constante de tempo ser maior), porém a oscilação brusca devido ao distúrbio senoidal é

amortecida o que favorece o controle do equipamento.

Para fins de análise comparativa foi considerado o máximo de sobressinal gerado

nas simulações, uma vez que poderia chegar a chave de nível alto ou muito alto, sendo

adotado o critério de aceitabilidade de um erro máximo de 10%, conforme pode ser

observado na Figura 4.6. Nesta figura fica claro que o separador bifásico possui um

máximo sobressinal muito menor que o vaso trifásico, que ultrapassa o limite estabelecido,

o que confirma o benefício da alteração foco de análise deste trabalho.

Figura 4.6 – Variação do erro.

Fonte: Elaborado pelos autores.

49

5 COMENTÁRIOS FINAIS

5.1 CONCLUSÃO

A simulação deixou bem clara a instabilidade operacional do equipamento ao

operar em regime de golfadas o que justifica uma alteração do processo para adaptar o

mesmo de forma a gerar maior estabilidade operacional. A operação do equipamento com

a remoção do vertedouro e utilização de todo o seu volume útil, transformando-o assim

num vaso separador bifásico, se mostrou benéfica em todos os aspectos abordados, desde

integridade do equipamento até a estabilidade operacional, que é o foco deste trabalho.

Levando em consideração a desmobilização definitiva do sistema de remoção de

água no equipamento estudado, a alteração física do equipamento com remoção do

vertedouro é uma mudança que traz melhoria no processo de separação de fluidos uma vez

que traz maior estabilidade operacional.

Este trabalho traz um respaldo acadêmico, com avaliações aprofundadas da

alteração proposta (remoção de vertedouro) em vasos separadores trifásicos, o que até o

presente momento não era comum em situações reais, onde o empirismo era mandatório

sobrepujando assim o aspecto técnico-científico envolvido neste tipo de intervenção e

abordado neste trabalho.

5.2 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

Uma vez que o equipamento tem maior capacidade de operação, operando com

todo o volume do vaso, sugere-se a avaliação da utilização de controle por bandas para

maior absorção das oscilações de processo.

50

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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51

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52

7 APÊNDICE A – ESTRUTURA DO SIMULADOR

53

Figura A1 – Simulador do separador bifásico.

Fonte: Elaborado pelos autores.

54

Figura A2 – Simulador do separador trifásico.

Fonte: Elaborado pelos autores.