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Súmula Ambiental • Análise Comparativa 2004-2008

Análise Comparativa dos Dados Obtidos nas Pesquisas sobre Gestão Ambiental nas Indústrias do Estado da Bahia


Presidente do Sistema FIEB Victor Fernando Ollero Ventin

Diretor Executivo do Sistema FIEBJosé Cabral Ferreira

Superintendente de Desenvolvimento IndustrialMaurício Shimabukuro

Conselho de Meio AmbienteIrundi Sampaio Edelweiss Coordenador

Marcos Melo Neto Vice-coordenadorMaria Thereza Fontes e Castro Secretária

Membros do Conselho de Meio AmbienteAntônio Sérgio Aras de AlmeidaArlinda Conceição Dias CoelhoAurinézio Calheira BarbosaEugênio de Souza KruschewskyFrancisco José Fontes LimaHari HartmannJosé Eduardo Ribeiro CopelloJulival GóesLuiz Antunes Athayde A. NeryLuiz Fernando Galvão de AlmeidaMarcelo Farias KruschewskyMaria Lúcia Cardoso de SouzaMariano Salmeron NettoPaulo César Calazans de LimaRoberta Casali Bahia DamisSérgio de Almeida Bastos

ColaboradoresCarlos Augusto PamponetNey Antonio de Souza SilvaSilvana Sapucaia

Equipe Técnica FIEB/SENAI/SDIArlinda Coelho Gerente da Área de Meio Ambiente do SENAI Unidade Cetind

Edisiene CorreiaCoordenadora de Tecnologias Ambientais da AMA do SENAI Unidade Cetind

Edna Santos Especialista da Área de Meio Ambiente do SENAI Unidade Cetind

Maria Teresa Araujo Pinheiro Estagiária da Área de Meio Ambiente do SENAI Unidade Cetind

Maria Thereza Fontes e Castro Assessora do Conselho de Meio Ambiente da FIEB

Ricardo Kawabe Assessor de Desenvolvimento da SDI/FIEB

RevisãoMembros do Comam

Coordenação EditorialAssessoria de Comunicação e Marketing

Projeto Gráfi co e EditoraçãoBamboo

ImpressãoGráfi ca Venture

Esta pesquisa é a segunda iniciativa da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), por meio do Conselho de Meio Ambiente e em parceria com a Superintendência de Desenvolvimento Industrial, para avaliar a evolução do tratamento das questões ambientais por parte das indústrias baianas. O levantamento de dados teve como objetivo identifi car:

- Os principais aspectos ambientais relacionados com a produção e as oportunidades de melhoria;

- Demandas por capacitação técnica e apoio em assessoria para soluções de problemas am-bientais e em sistema de gestão integrada;

- Panorama do licenciamento ambiental das empresas, tipos de licenças/autorizações e difi -culdades do processo;

- Oportunidades potenciais para a estruturação de ações de responsabilidade socioambien-tal nas empresas;

- Demandas do setor industrial relacionadas à temática de meio ambiente, visando princi-palmente criar subsídios a tomadas de decisões e ações estratégicas para a melhoria do desempenho ambiental das empresas.

Os temas abordados foram: Gestão Ambiental, Licenciamento Ambiental, Responsabilidade Socioambiental. A partir dos dados do diagnóstico, elaborou-se esta Súmula, na qual são comparados os resul-tados obtidos na Pesquisa I, realizada em 2004, com os obtidos na Pesquisa II, feita em 2008, com o objetivo de fornecer subsídios para a defi nição de ações estratégicas com foco no desenvolvi-mento sustentável.

Apresentação

SU

MÁ

RIO

Metodologia e Técnica 03

Gestão Ambiental Aspectos Ambientais Relacionados com a Produção 05 Melhoria do Desempenho Ambiental 06Procedimento de Gestão Ambiental 06Áreas de Interesse na Capacitação de Técnicos 06Assessoria Externa na Solução de Problemas Ambientais 07SGI – Sistema de Gestão Integrada 07Premiação na Área Ambiental: Participação em Prêmios Empresariais 07Resumo dos Resultados - Gestão Ambiental 08

Licenciamento AmbientalEmpresas Licenciadas 09Tipos de Licenças / Autorizações 09Difi culdade para o Licenciamento Ambiental 09Resumo dos Resultados - Licenciamento Ambiental 10

Responsabilidade SocioambientalAções Desenvolvidas pelas Empresas 11Forma de Implementação dos Projetos Ambientais 11Pressões para Melhorias do Desempenho Ambiental 11Investimento em Ações de Responsabilidade Socioambiental 12Resumo dos Resultados - Responsabilidade Socioambiental 12

Conclusão 12

Expediente


A metodologia adotada nesta Súmula contemplou os seguin-tes passos: 1º - A FIEB contratou a empresa H2R Pesquisas Avançadas para aplicar um questionário sobre Gestão Ambiental nas indústrias baianas no período de setembro a dezembro de 2008. 2° - Foram estabelecidas cotas por porte de indústrias, segun-do a classifi cação CNAE (Classifi cação Nacional de Atividades Eco-nômicas), por faturamento anual e por localização geográfi ca. A amostra das indústrias foi composta por sorteio. 3° - As indústrias selecionadas foram contatadas por telefone para identifi cação do potencial de resposta ao questionário. Esse contato foi realizado por profi ssionais da H2R, treinados especial-mente para esta pesquisa, que explicaram ao profi ssional respon-sável da indústria qual o objetivo do questionário, solicitaram a adesão e deram as instruções necessárias para que o mesmo fosse respondido. 4° - As empresas, que concordaram em responder à pesquisa, receberam um e-mail com certifi cação digital, que continha uma apresentação, um link e uma senha para acessar e responder ao questionário. 5° - Os resultados da pesquisa realizada em 2008 foram com-parados e analisados pela Área de Meio Ambiente do Senai Unida-de Cetind com os resultados obtidos na mesma pesquisa realizada em 2004. Esta comparação teve como objetivo avaliar a evolução do tratamento das questões ambientais pelas indústrias baianas.

Foram consultadas 309 empresas de pequeno, médio e grande porte, classifi cadas por número de funcionários (acima de 100) ou por faturamento anual (superior a R$ 25 milhões). Da amostra de indústrias pesquisadas, 61,5% estavam situadas na Região Metropolitana de Salvador e 38,5% no interior do esta-do, distribuídas conforme quadro a seguir.

Município Nº de empresas %Salvador 75 24,3Camaçari 56 18,1Simões Filho 33 10,7Candeias 14 4,5Dias D Ávila 7 2,3Lauro de Freitas 5 1,6 Subtotal RMS (1) 190 61,5Interior 119 38,5 Subtotal Interior 119 38,5 Total Geral 309 100(1) RMS - Região Metropolitana de Salvador

METODOLOGIA E TÉCNICA

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2004Amostra - 2004

Procedimento de Contato e Coleta de Dados

A pesquisa teve caráter quantitativo. Foram

utilizados questionários de autopreenchimento

pela internet


2008 Foram consultadas em 2008, 216 empresas de pequeno, mé-dio e grande porte, classifi cadas por número de funcionários (aci-ma de 100) ou por faturamento anual (superior a R$ 25 milhões).

Da amostra de indústrias pesquisadas, 61% estão situadas na Região Metropolitana de Salvador e 39% no interior do estado, distribuídas conforme quadro a seguir.

Município Nº de empresas %Salvador 53 24,5Camaçari 41 19,0Simões Filho 23 10,6Candeias 5 2,3Dias D Ávila 5 2,3Lauro de Freitas 5 2,3Subtotal RMS (1) 132 61,1Interior 84 38,9Subtotal Interior 84 38,9Total Geral 216 100(1) RMS - Região Metropolitana de Salvador

Empresas Participantes - 2008Amostra - 2008Ramo da Empresa Nº de Empresas PorteSetor de Alimentos & Bebidas 20 Médio porteCelulose & Papel 7 Médio porteTêxteis & Art. Couro e Confecções 31 Médio porteMaterial Plástico e Borracha 23 Micro/pequena empresaProdutos Químicos 24 Micro/pequena e médio porteAutomotivos 8 Médio porteConstrução Civil 31 Médio porteMetalurgica 13 Médio porteEletricidade, água e esgoto 19 Médio e grande porteOutros 40 Micro/pequena e médio porte

C11 Extração de petróleo e serviços correlatos 5 2 40C13 Extração de minerais metálicos 3 3 100C14 Extração de minerais não-metálicos 5 5 100D15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 64 44 68,8D16 Fabricação de produtos do fumo 8 6 75D17 Fabricação de produtos têxteis 21 16 76,2D18 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 10 6 60D19 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couros, artigos de viagem e calçados 20 15 75D20 Fabricação de produtos de madeira 10 8 80D21 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 8 6 75D22 Edição, impressão e reprodução de gravações 6 4 66,7D23 Fabricação de coque, refi no de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool 7 4 57,1D24 Fabricação de produtos químicos 65 50 76,9D25 Fabricação de artigos de borracha e plástico 33 23 69,7D26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 20 12 60D27 Metalurgia básica 8 8 100D28 Fabricação de produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos 16 9 56,3D29 Fabricação de máquinas e equipamentos 10 8 80D30 Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática 9 6 66,7D31 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 9 6 66,7D32 Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações 3 3 100D33 Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão e óticos, equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógios 3 2 66,7D34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias 8 7 87,5D35 Fabricação de outros equipamentos de transporte 1 1 100D36 Fabricação de moveis e indústrias diversas 8 5 62,5D37 Reciclagem 3 1 33,3E40 Eletricidade, gás e água quente 3 3 100E41 Captação, tratamento e distribuição de água 3 2 66,7F45 Construção 61 44 72,1 Total 430 309 71,9

Empresas Participantes - 2004

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METODOLOGIA E TÉCNICA

CNAE Descrição Nº empresas Nº empresas

Retorno (%) contatadas participantes


As empresas de todos os portes precisam

incorporar os conceitos de produção mais limpa

GESTÃO AMBIENTAL

Aspectos Ambientais Relacionados com a Produção

Os principais aspectos ambientais relacionados com a produ-ção, apontados pela maioria das indústrias, foram: consumo de energia elétrica, consumo de água e geração de resíduos sólidos. Destes aspectos, observou-se:

- Um aumento expressivo em relação à preocupação com a geração de resíduos sólidos e efl uentes líquidos nas indús-trias, respectivamente com 39% e 24,8% de aumento nas citações.

- Em relação ao consumo de água, notou-se um aumento de 18,9%.

- O consumo de energia continua sendo um dos mais rele-vantes nas indústrias, com aumento de 8,9% na comparação entre as pesquisas.

Além destes dados, a pesquisa ainda apontou a apreensão com os seguintes aspectos: emissões atmosféricas, emissão de ruído e de vibração e áreas degradadas. Estes resultados demonstraram que as indústrias têm avan-çado na gestão dos impactos ambientais gerados pelos seus pro-cessos produtivos. Reduzir, reutilizar e reciclar resíduos sólidos e efl uentes líquidos são as tendências do mercado para o gerencia-mento dos impactos ambientais. Nesse contexto, as empresas de todos os portes precisam in-corporar os conceitos de produção mais limpa, ou seja, produzir mais, com menos consumo de recursos naturais (água e energia) e menor geração de resíduos (desperdícios de matéria-prima) e/ou valoração destes, de forma a atender aos requisitos ambientais com relação aos seus aspectos críticos.

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Aspectos Ambientais Relacionados com a Produção em 2008 por Porte da Indústria


GESTÃO AMBIENTAL

Procedimento de Gestão Ambiental

A análise comparativa, entre os dados das pesquisas de 2004 e 2008, revelou que houve um avanço nos procedimentos relaciona-dos à gestão ambiental, sendo expressivo o aumento nos percen-tuais de gerenciamento de resíduos (27%), dos aspectos ambien-tais relacionados aos processos produtivos (23,1%), de educação ambiental para os funcionários (18,3%) e de redução do consumo de água e energia (9,8%). O licenciamento continua sendo um dos procedimentos mais citados pelas indústrias no que se refere à gestão ambiental. Os dados evidenciaram que as indústrias têm realizado ações voltadas para a sustentabilidade ambiental, principalmente no que diz respeito à conservação dos recursos naturais e à geração de resíduos. Isto demonstra a atuação responsável e o comprome-timento das indústrias com as questões ambientais.

Áreas de Interesse na Capacitação de Técnicos Em 2004, a Educação Ambiental (58,6%) foi uma das mais rele-vantes atividades de capacitação dos técnicos. Contudo, em 2008, observou-se que as indústrias investiram em uma maior qualifi ca-ção com foco em Sistema de Gestão Ambiental (70%). Notou-se ainda que as indústrias continuaram investindo em programas de capacitação em produção mais limpa e gerencia-mento de resíduos. Pode-se concluir que a etapa de conscientização dos colabo-radores das indústrias já foi alcançada e estas vêm focando em demandas de capacitação mais específi cas relacionadas com os aspectos críticos de gestão que podem contribuir para a melhoria do desempenho ambiental dos processos produtivos.

Melhoria do Desempenho Ambiental Em 2004, as boas práticas operacionais representavam uma das maiores preocupações relacionadas à melhoria do desempe-nho ambiental das indústrias. Já em 2008, não houve citação para este item. Pode-se inferir que as boas práticas foram incorporadas nos processos produtivos, em atendimento aos requisitos de Normas de Certifi cação Ambiental, a exemplo da ISO 14001. Observou-se que não houve sinalização para reúso em 2004. Em 2008, por sua vez, este aspecto foi citado por 52% das indús-trias, com um aumento do desempenho ambiental associado à reciclagem externa. Este resultado pode estar relacionado a uma maior dissemi-nação das tecnologias de reúso de água, de reaproveitamento e reciclagem de resíduos, assim como à incorporação de práticas de simbiose industrial.

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Assessoria Externa na Solução de Problemas Ambientais Na pesquisa realizada em 2004, 46% das indústrias entrevista-das declararam recorrer a assessoria externa para a solução de pro-blemas ambientais. Em 2008, houve a manutenção da tendência à terceirização, visto que se observou um pequeno aumento de 3%. Este resultado pode ser facilmente associado ao cenário no qual as empresas estão automatizando seus processos e reduzin-do o quadro de colaboradores. Esta tendência sinaliza ainda a necessidade de adequação da cadeia de fornecedores para atender às demandas das indústrias, principalmente as de médio e grande portes, que são as que mais contratam assessoria externa.

GESTÃO AMBIENTAL

SGI – Sistema de Gestão Integrada

De acordo com os dados apresentados, verifi ca-se que, de 2004 para 2008, houve um aumento no número de indústrias que utilizam Sistema de Gestão Integrada de Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança – QSMS (de 36,6% para 45,0%). A interpretação desse dado é positiva quando se observa que o desenvolvimento e a implementação do Sistema de Gestão Inte-grada são apostas que as empresas do setor industrial do Estado da Bahia fazem no sentido de garantir a qualidade dos seus pro-dutos e serviços, a preservação do meio ambiente, a segurança e o bem-estar dos seus colaboradores. Esta postura está completamente alinhada com o conceito de desenvolvimento sustentável, que tem como pilares os aspectos econômico, social e ambiental.

Premiação na Área Ambiental: Participação em Prêmios Empresariais

Na pesquisa feita em 2004, o que mais chamou a atenção foi que 59,9 % das empresas pesquisadas declararam que não parti-ciparam, mas que tinham interesse em participar de premiações empresariais relacionadas com a questão ambiental. Em 2008, esse número subiu para 62%. As premiações realizadas pela FIEB foram consideradas as mais expressivas, seguidas por eventos patrocinados pelos governos estadual e municipal. Este resultado sinaliza que a indústria aprova e valoriza estas iniciativas, entendendo que contribuem para a divulgação de ações que estão sendo empreendidas com foco na melhoria de desempenho ambiental e, portanto, para um posicionamento de responsabilidade socioambiental perante a sociedade.

Súmula Ambiental • Análise Comparativa 2004-2008 7


GESTÃO AMBIENTAL

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Resumo dos Resultados - Gestão Ambiental


LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Empresas Licenciadas

Tipos de Licenças / Autorizações

Em relação aos diversos tipos de licenças/autorizações demanda-das pelas atividades produtivas, observou-se um aumento, tanto na expedição de licenças ambientais, quanto de Autorização de Trans-porte de Resíduos Perigosos. Estes dados confi rmam, mais uma vez, o esforço do segmento industrial em atender aos requisitos legais. A pesquisa sinalizou ainda que, em 2008, houve um aumento dos pedidos de outorga para uso de água, oriundos principalmente dos setores de alimentos/bebidas, celulose/ papel e produtos químicos que são os maiores consumidores de água. O cenário atual de escassez de água, juntamente com o custo as-sociado a este recurso, revela a oportunidade de reavaliar os proces-sos produtivos na busca de práticas de minimização e reúso de água.

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Difi culdade para o Licenciamento Ambiental

A pesquisa mostrou que, em 2008, aumentou o percentual de indústrias que indicaram a demora na análise de pedidos de licen-ça e a burocracia como os maiores entraves para o licenciamento, principalmente para os exportadores e as empresas de grande porte. Estes setores também sinalizaram como difi culdade os ele-vados custos para a obtenção da licença. Entre as empresas que disseram não ter difi culdades no licen-ciamento, destacam-se principalmente as micro e pequenas em-presas, que adotaram o modelo simplifi cado. Porém, comparando-se 2004 e 2008, houve uma redução no número de empresas. As empresas entrevistadas em 2008 pontuaram que, na maio-ria dos casos, o prazo para obtenção das licenças varia de três me-ses a três anos. Este fato representa um gargalo do órgão ambien-tal, refl etindo uma demanda por ações que deem maior celeridade a este processo.

Quando somados os percentuais das empresas licenciadas, em renovação de licença e em processo de primeiro licenciamento em 2008, verifi cou-se que houve um avanço das empresas em relação ao licenciamento ambiental implicando, inclusive, a redução do percentual de empresas multadas em 2008. De acordo com a pesquisa, 68% das indústrias pesquisadas fo-ram fi scalizadas, o que sinaliza uma necessidade do segmento em empreender, cada vez mais, ações visando atender aos requisitos legais relacionados com o processo de licenciamento ambiental. Em relação aos resultados dos questionários, vale ressaltar que as empresas de médio e grande portes e as exportadoras são as que mais estão em conformidade em relação ao licenciamento ambiental.



LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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Resumo dos Resultados - Licenciamento Ambiental


RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Ações Desenvolvidas pelas Empresas Verifi cou-se que, em 2008, dentre as atividades implementa-das junto aos funcionários, as indústrias aumentaram o investi-mento em ações com foco em programas de educação ambien-tal (42,4%), educação/ treinamento (40%). Outras ações também foram desenvolvidas a exemplo de: saúde, esporte, lazer, assis-tência social, voluntariado e cultura. Apenas 22% das empresas pesquisadas não desenvolveram nenhum tipo de atividade na área de responsabilidade socioam-biental, mas colocaram que têm interesse em realizar. Entre as empresas que já desenvolvem estas práticas, 2/3 as desenvolvem “dentro da própria casa”, principalmente as de grande porte; que possuem mais recursos e, portanto, investem em melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores. Quanto às ações que as empresas, principalmente de mé-dio e grande portes, realizam nas comunidades, destacou-se a prática do assistencialismo, via doações, seguida de educação ambiental, incentivo à cultura, esporte, lazer e manutenção de reservas/ parques.

Forma de Implementação dos Projetos Ambientais As pesquisas revelaram que as indústrias implementam seus projetos ambientais por intermédio de capital humano próprio, constatando-se um aumento de 2,4% nessas ações em 2008. Ob-serva-se, porém, um aumento maior de contratação de consultoria privada (6,9%) que deve envolver outras demandas. Quanto às parcerias, destacaram-se ações em conjunto com ONGs (com aumento de 4,6%), universidades, SENAI e SESI. A conscientização de colaboradores e o estabelecimento de parcerias são as estratégias empregadas no fortalecimento das ações socioambientais empreendidas pelas indústrias.

Pressões para Melhoria do Desempenho Ambiental Em 2008, houve uma redução no número de indústrias que declararam não sofrer pressões para melhoria do desempenho ambiental. O órgão ambiental exerce uma pressão signifi cativa perante as empresas no que se refere à cobrança para adequação à legislação ambiental. Entre os agentes que mais frequentemente estão exigindo responsabilidade socioambiental das empresas aparecem os clientes, seguidos pela comunidade. Cabe destacar que as empresas de grande porte e as expor-tadoras, por serem consideradas como referências, são as mais cobradas.

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Estes dados evidenciam que o segmento industrial já incorpo-rou a responsabilidade socioambiental como premissa estratégica.



De maneira geral, a partir da análise dos dados comparati-vos entre as duas pesquisas realizadas pela FIEB, percebe-se uma evolução positiva das empresas no tratamento das questões am-bientais. Podemos concluir que a “cultura inovadora do industrial baiano” relacionada à gestão ambiental está incorporando impor-tantes fundamentos de produção mais limpa no processo produ-tivo, de utilização racional dos recursos naturais e de capacitação de pessoal, além de investir em ações voltadas para a comunida-de, evidenciando assim o compromisso com a responsabilidade socioambiental.

Investimentos em Ações de Responsabilidade Socioambiental Cerca de 1/3 das empresas pesquisadas continua a investir em ações de responsabilidade socioambiental, apesar de ter ocorrido uma leve diminuição no percentual de investimento em relação a 2004, o que pode estar atrelado ao cenário atual de cri-se econômica. Tanto a cobrança por parte dos órgãos ambientais, impondo o cumprimento de requisitos legais, quanto a perda de competi-tividade e marketing negativo gerados por ações prejudiciais ao meio ambiente são os aspectos que estão levando mais intensa-mente o meio corporativo a investir nas questões ambientais. Salienta-se que o maior índice de investimento é feito pelas indústrias de maior porte que, como colocado anteriormente, são também as mais cobradas.

Conclusão

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

O Conselho de Meio Ambiente (Comam), constituído por re-presentantes de diferentes segmentos produtivos, tem o compro-misso de discutir as demandas das indústrias e contribuir para que o binômio meio ambiente e desenvolvimento seja sustentável. Desta forma, o Comam espera que esta publicação, por sua rique-za de informações, seja uma referência de grande utilidade na elabo-ração de políticas públicas sobre gestão ambiental e que contribua para orientar o segmento industrial no caminho da ecoefi ciência. O documento, contemplando todos os itens que foram pes-quisados, pode ser acessado no site www.fi eb.org.br.

Resumo dos ResultadosResponsabilidade Socioambiental

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