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Análise Arquitetônica Antonio Castelnou

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Page 1: Análise Arquitetônica...como maximalistas (desconstrutivismo). Igreja da Luz (1999, Ibaraki, Osaka – Japão) Tadao Ando (1941-) Peter Zumthor (1943-) Termes Vals (1996, Graubünden

Análise ArquitetônicaAntonio Castelnou

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Introdução

► Ao mesmo tempo arte e ciência, a ARQUITETURAfundamenta-se tanto nas condições particulares de determinado momento

histórico, que lhe conferem forma (firmitas) e função

(utilitas), quanto em aspectos ideológicos individuais e

coletivos, que lhe garante significado e caráter (venustas).

Templo Expiatório da Sagrada Família(1884/1926, Barcelona – Espanha)Antoni Gaudi (1852-1926)

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► Compreender o modo pelo qual uma edificação foi concebida; suas bases e princípios de criação, é uma forma de desvendá-

la, interpretando-a em todos seus sentidos; enfim, compreendo-a como obra de arte e também bem-de-consumo.

Glass House (1949,New Canaan CT – EUA)

Philip Johnson (1906-2005)

Mies van der Rohe (1886-1969)Farnsworth House (1945/51,Plano, Chicago IL – EUA)

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►No decorrer da história da civilização e na tentativa de analisar conceitualmente a

arquitetura, os teóricos recorreram muitas vezes a ANALOGIAS, as quais fornecem parâmetros que permitem organizar obras arquitetônicas

em ordem hierárquica.

► Por meio da ANÁLISE ANALÓGICA – ou comparativa –, é possível identificar o que

o arquiteto pensou prioritariamente enquanto criava e o que deixou para um estágio posterior

no processo de projeto.

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► Toda ANALOGIA, seja arquitetônica ou não, é a

comparação entre dois casos paralelos, podendo ser

positiva – quando baseada em similitudes existentes –ou negativa – voltada mais

às diferenças entre os objetos –; ou ainda, na inversão de uma forma ou método estabelecido.

A Walking City (1964)

Peter Cook (1937-95)

Norman Foster(1935-)

The Gherkin –30 St. Mary

Axe Swiss ReBuilding

(2003/04Londres –

Inglaterra)

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► O PROCESSO ANALÓGICO em arquitetura é usado seja para se analisar algo desconhecido como para criar o novo a partir do existente, possuindo assim 02 (dois) propósitos:

▪ Empregar o conhecimento existente como ponto de partida para a conceituação do projeto e

▪ Conferir um significado preciso a uma obra através do

estabelecimento de relações formais ou funcionais entre o

novo e o existente.

Frank Lloyd Wright(1867-1959)Solomom R. Guggeheim Museum(1959, Nova York – EUA)

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► De acordo com Snyder & Catanase (1984), são os seguintes os 10 (dez) principais CONCEITOS de arquitetura, baseados em analogias recorrentes usadas pelos teóricos para explicar o fazer arquitetônico:

1. Conceito Matemático

2. Conceito Mecânico

3. Conceito Biológico

4. Conceito Romântico

5. Conceito Teatral

6. Conceito Musical

7. Conceito Sistêmico

8. Conceito Tipológico

9. Conceito Linguístico

10. Conceito Existencial

ou Ad-hocista

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1. Conceito Matemático

► Utilizando-se desta analogia, o projetista estabelece a

base de tomada das decisões arquitetônicas na MATEMÁTICA e na

GEOMETRIA, priorizando relações numéricas,

conceitos de equilíbrio e proporção e princípios como

os de pureza e perfeição.

Fachada de Santa Maria Novella(1456/70, Florença – Itália)

Leon B. Alberti (1404-72)

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► Como exemplos, pode-se citar: a aplicação da SEÇÃO

ÁUREA; a utilização de formas puras e o emprego de eixos reguladores – métodos presentes no classicismo

greco-romano, na arquitetura renascentista,

no neoclassicismo e no racionalismo moderno.

SEÇÃO ÁUREA

Parthenon (Séc. V aC,Atenas – Grécia)

Templo de Netuno (Séc. VI aC, Paestum – Grécia)

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Pantheon(118-128 dC, Roma – Itália)

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Donato Bramante (1444-1514)Sta. Maria delle Grazie

(1492/97, Milão – Itália)

Villa Emo (1558/59, Fazolo dide Vedelago – Treviso, Itália) Andrea Palladio (1508-80)

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Le Corbusier (1887-1965)Villa Stein (1925/28, Garches – França)

The Rotunda – University of Virginia(1822/26, Charlottesville VA – EUA)

Thomas Jefferson (1743-1826-80)

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2. Conceito Mecânico

► Aqui, considera-se os edifícios como MÁQUINAS e que, portanto, devem expressar apenas o que são e para que servem, priorizando

articulações e mecanismos. A funcionalidade torna-se o requisito primordial, assim como questões de economia, eficiência e rapidez construtiva.

The Westin Bonaventure Hotel(1974/76, Los Angeles CA – EUA)

John C. Portman (1924-2017)

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Le Corbusier (1887-1965)Villa Savoye (1929/31, Poissy – França)

“A casa é uma

máquina de morar.”

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► Como melhores exemplos estão a arquitetura tecnicista (slick-tech) e ultratecnicista (high-Tech) do século

passado, as quais devem muitos de seus princípios ao racionalismo dos forjadores do MOVIMENTO MODERNO.

I .M. Pei (1917-)John Hancock Tower(1972/75, Boston MA– EUA)

Lloyd’s Bank Building(1978/86, Londres – Inglaterra)

Richard Rogers (1933-)

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Centre Georges Pompidou(1977, Paris – França)

Richard Rogers (1933-)& Renzo Piano (1937-)

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3. Conceito Biológico

► Voltando-se desta vez para o mundo natural e não tecnológico, o projetista compara o fazer arquitetônico a um processo biológico, o que resulta basicamente em 02 (dois) enfoques distintos:

▪ Biológico-orgânico

▪ Biológico-formalKaufmann(Fallingwater) House(1936/39, Mill Run PA – EUA)

Frank Lloyd Wright (1867-1959)

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► A concepção BIOLÓGICO-ORGÂNICA focaliza as relações entre partes da construção ou entre a construção e seu

ambiente através das noções de crescimento

espontâneo e natural.

► Como exemplo, cita-se o organicismo wrightiano,

em seus conceitos de desenvolvimento centrífugo(de dentro para fora) e de integração com a natureza.

Kraus (Kirkwood) House(1937, Ebsworth Park MS – EUA)

Frank Lloyd Wright(1867-1959)

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Frank Lloyd Wright (1867-1959)Ward W. Willits House (1902/03, Highland Park IL – EUA)

“Mesmo construída por umamáquina, a casa não precisa

parecer com uma.”

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► Pode-se também identificar o conceito BIOLÓGICO-ORGÂNICO quando se analisa alguns projetos imersos na discussão ecológica contemporânea, os quais comparam

edifícios a seres vivos quanto a questões como: regulação térmica, eficiência energética e ciclo de existência.

Torre Agbar (2005,Barcelona – Espanha)

Jean Nouvel(1945-)

Norman Foster (1935-)Neue Reichstag (1999,Berlim – Alemanha)

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► Já o enfoque BIOLÓGICO-FORMAL ou BIOMÓRFICO

prioriza o processo dinâmico em que qual a arquitetura cresce e altera-se através da expansão, multiplicação ou regeneração.

► Isto pode ser exemplificado pela tecnotopia arquitetônica

das propostas do grupo inglês Archigram ou dos arquitetos japoneses do

metabolismo da década de 1960.

Peter Cook (1937-95)Living City (1964)

City in the Air (1962/64)

Arata Isozaki (1931-)

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► De modo mais literal, o BIOMORFISMO pode ser identificado nas propostas de algumas vertentes do design

contemporâneo, especialmente dos anos 1950 e 1960 (maneirismo moderno), além da arquitetura do blobismo.

Eero Aarnio (1932-)Pastil Chair (1967)

Tongue Chair(1967)

Pierre Paulin(1927-2009)

Centro Heydar Aliyev(2013, Baku – Azerbaijão)

Zaha Hadid (1950-2016)

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4. Conceito Romântico

► Esta analogia associa-se a uma arquitetura evocativa,

que provoca e expressa uma resposta emocional do

observador, o que é feito de 02 (duas) maneiras:

✓Evocando associações simbólicas e referências à natureza e/ou

✓Fazendo uso de formas não-familiares, de estimulação excessiva e aleatória.

Catedral de Chartres(Sécs. XII-XIII – França)

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► Tal ênfase no SENTIMENTO, de forte

apelo às emoções e sensações – físicas e espirituais –, pode ser exemplificada através

desde a arquitetura gótica, do período medieval, até o ecletismo do século XIX e o Art Nouveau – ou ainda

por meio do informalismoarquitetônico, da segunda metade do século passado.

Antoni Gaudi (1852-1926)

Casa Milà – La Pedrera(1905/07, Barcelona– Espanha)

Casa Battlò(1904/06, Barcelona– Espanha)

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Ópera de Paris(1861/74, Paris France)

Charles Garnier (1825-98)

Christian Jank(1833-88)Schloss Neuschwanstein(1869/86, Baviera – Alemanha)

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Casa El Labirinto(1964, Carboneras,

Andaluzia– Espanha)

André Bloc(1896-1966)

Walt Disney Concert Hall(2000/03, Los Angeles CA – EUA)

Frank O’Gehry (1929-)

Victor Horta (1861-1947)Hôtel Tassel (1892/94, Bruxelas – Bélgica)

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5. Conceito Teatral

► Também chamado de DRAMATÚRGICO, vê a arquitetura como palco

(espaço cenográfico) em que as pessoas representam papéis

e onde há cenários que suportam o espetáculo da vida. Seus termos mais comuns são: ambiente de comportamento, bastidores, papéis, panos-de-

fundo, planos de visão, etc.

Les Espaces d'Abraxas(1978/82, Marne-la-Vallée – França)

Ricardo Bofill (1939-)

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► Aqui, a principal preocupação é fornecer aos usuários suportes cênicos para desempenharem papéis ou dirigirem ações, como propuseram os arquitetos pós-modernos do

formalismo das décadas de 1970 e 1980.

Portland PublicService Building(1980/82, Portland OR – EUA)

Walt Disney Studios(1990/92, Burbank CA – EUA)

Michael Graves (1934-2015)

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Charles W. Moore(1925-93)

Piazza d’Italia(1976/79,

Nova Orleans LO– EUA)

Moore House(1962, Orinda CA – EUA)

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6. Conceito Musical

► Nesta analogia, o projetista considera a arquitetura como MÚSICA petrificada – arte do espaço e do tempo –, preocupando-se com os

conceitos de escala, ritmo e harmonia. Compara-se assim o universo arquitetônico com musical em termos de sua composição, execução e

apreciação. Museu de Arte Contemporânea (1994/96, Niterói RJ)Oscar Niemeyer (1907-2012)

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► Embora presente em quase todos os momentos da

história da arquitetura, teve destaque no período do

BARROCO, entre os séculos XVII e XVIII,; e também da arquitetura

neo-expressionista de Oscar Niemeyer (1907-

2012), entre outros.

Berlin Philarmonie(1963/65, Berlim – Alemanha)

Hans Scharoun (1893-1972)

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Pilgrimage Wieskirche (1728/33, Viena – Áustria)Dominikus Zimmermann (1685-1766)

Louis Le Vau (1612-70) &Jules Hardouin-Mansart (1646-1708)Palais de Versailles(Sécs. XVII-XVIII, França)

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Sede da Editora Mondadori(1968, Milão – Itália)

Oscar Niemeyer (1907-2012)

Casa do Baile (1944/45,Pampulha, Belo Horizonte MG)

Igreja de S. Francisco de Assis(1943, Pampulha

Belo Horizonte MG)

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7. Conceito Sistêmico

► Considera as necessidades ambientais como problemas que podem ser resolvidos

através de análise cuidadosa e procedimentos deliberados. A arquitetura seria um conjunto de SISTEMAS, cuja resolução

deve ser racional, lógica e paramétrica, preocupando-se com questões físicas, técnico-

estruturais e funcionais. Shizuoka Press & Broadcasting Offices (1967, Shikuoka, Tokyo – Japão)

Kenzo Tange (1913-2005)

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► Os melhores exemplos dessa analogia referem-se à arquitetura moderna funcionalista (racionalismo), ao

estruturalismo e ao brutalismo dos anos 1950 e 1960.

Le Corbusier (1887-1965)Unité d’Habitacion (1946/52, Marseille – França)

Habitat 67 (1965/67, Montreal – Canadá)

Moshe Safdie (1938-)

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Centraal Beheer(1970/72, Apeldoorn – Holanda)

Herman Hertzberger (1932-)

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Engineering Building(1959/63, Leicester GB)

James Stirling(1926-91)

John M. Johansen(1916-2012)

Mummers Theater(1966/70,

Oklahoma City OK – EUA)

SESC Pompéia(1968/71,

São Paulo SP)

Lina Bo Bardi(1914-92)

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8. Conceito Tipológico

► Vê o projeto arquitetônico como uma tarefa de identificar modelos padronizados de necessidades e TIPOS PADRÃO de locais para satisfazer tais necessidades.

TIPO = Modelo generalizado de uma estrutura interior ou sistema funcional que pode sofrer alterações

formais e materiais no projeto

Teatro del Mondo (1979/80,Veneza – Itália)

Aldo Rossi (1931-97)

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► Ver a arquitetura como TIPO é o mesmo que

identificar nela um sistema organizacionalque subsiste ao tempo, o qual pode ser adaptado às diferentes condicionantes

temporais e espaciais. Exemplos tipológicos:

casas-pátio, plantas em cruz, S ou U; sistemas em

grade ou lineares; etc.

Estudo do tipo CASA-PÁTIO

Christopher Alexander (1936-)

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► Presente na arquitetura pós-moderna (contextualismo), essa analogia presume que relações de comportamento ambiental podem ser vistas em termos de unidades que

o projetista acrescenta ao compor um edifício ou conjunto urbano, exemplificadas pelos estudos dos irmãos Krier.

Estudo morfológico de praças urbanas

Rob Krier (1938-)

Léon Krier (1946-)Poundbury (1988/93, Dorchester – Inglaterra)

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EVOLUÇÃO DOTIPO CRUCIFORME

(Igrejas Cristãs daIdade Média)

N

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9. Conceito Linguístico

► Compara a arquitetura com a LINGUAGEM, de modo que esta

forneça informações tanto denotativas (funcionais) quanto conotativas (simbólicas), que podem ser interpretadas seja

sintaticamente (formas), através de códigos gramaticais, como semanticamente (significados).

Casa Gaspar(1992, Cádiz – Espanha)

Alberto Campo Baeza (1946-)

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► Bastante abrangente e contemporânea, esta forma de conceituação encontra

referências em toda a historiografia, especialmente quando a arquitetura é vista

como veículo de expressão de atitudes do arquiteto diante do projeto

e da sociedade.

Kazumasa Yamashita(1937-) Face House (1974, Kyoto – Japão)

California Aerospace Museum(1984, Las Angeles CA – EUA)

Frank O’Gehry (1929-)

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► Como matéria de projeto, a analogia linguística pós-moderna é aplicada tanto nas obras minimalistas (essencialismo)

como maximalistas (desconstrutivismo).

Igreja da Luz (1999, Ibaraki,Osaka – Japão)

Tadao Ando (1941-)

Peter Zumthor (1943-)Termes Vals

(1996, Graubünden – Suíça)

Miss BlancheArmchair (1988)Shiro Kuramata

(1934-91)

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Bilbao Guggeheim Museum(1992/97, Bilbao – Espanha)

Frank O’Gehry (1929-)

Fred and Ginger Dancing House(1995, Praga – Tchéquia)

Daniel Libeskind (1946-)Museu Judaico (1992/2001, Berlim – Alemanha)

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10. Conceito Existencial

► Também chamado de AD-HOCISTA, considera a

arquitetura como resposta a uma necessidade imediata

(ad-hoc = “para isto”), usando materiais disponíveis e

elementos existentes, sem se referir a um ideal, como ocorre na arquitetura vernacular (primitiva, regional, anônima,

espontânea, etc.). Arquitetura colonial

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► Trata-se da “arquitetura sem arquitetos”, ou seja, não-oficial e que não segue regras e cânones acadêmicos, vindo somente a atender a condições básicas de existência.

Arquitetura regional(Santorini, Ilhas Cíclades

– Grécia)Arquiteturaespontânea(Favela – Brasil)

Arquitetura primitiva(Tepee – EUA)

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Conclusão

► Além desses 10 (dez) conceitos empregados em usualmente na arquitetura, há uma infinidade de

outros que buscam conectar o universo arquitetônico às mais diversas áreas do conhecimento, o que é de se esperar, tratando-se de atividade de pura criação.

► Ao mesmo tempo produção material e expressão espiritual, a ARQUITETURA representa, através de sua complexidade, uma gama variada de aspectos históricos, políticos, socioeconômicos, tecnológicos

e, principalmente, ideológicos.

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► Por fim, conforme as analogias conceituais descritas por Snyder & Catanase (1984), a pergunta: O QUE É ARQUITETURA? pode ter as seguintes respostas:

1. É um conjunto matemático-geométrico

2. É uma máquina ou mecanismo funcional

3. É – ou se parece com – um organismo vivo

4. É um espaço evocativo ou emocional

5. É um ambiente cênico ou teatral

6. É uma forma petrificada de música

7. É um sistema estruturado e racional

8. É um modelo tipológico aplicado

9. É uma linguagem ou forma de comunicação

10. É uma resposta à nossa própria existência

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Leitura Complementar

❑ APOSTILA – Capítulo 09.

❑ ALEXANDER, C. et alii. Uma linguagem de padrões. Porto Alegre: Bookman, 2012.

❑ BONTA, J. P. Anatomia de la interpretacion enarquitectura. Barcelona: Gustavo Gili, 1975.

❑ GREGOTTI, V. Território da arquitetura. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, Col. Debates, n. 111, 2001.

❑ PORTOGHESI, P. Depois da arquitetura moderna.São Paulo: M. Fontes, 2002.

❑ SNYDER, J.; CATANESE, A. Introdução à arquitetura. Rio de Janeiro: Campus, 1984.