angélica fenalti dos santos...angÉlica fenalti dos santos melhoria da atenção à saúde da...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS – UNASUS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL
ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
MODALIDADE À DISTÂNCIA
Melhoria da Atenção à Saúde da Criança Entre zero a 72 meses de idade
na UBS/ESF Zatt, Bento Gonçalves/RS
Angélica Fenalti dos Santos
Pelotas, 2015
ANGÉLICA FENALTI DOS SANTOS
Melhoria da Atenção à Saúde da Criança entre zero a 72 meses de idade
na UBS/ESF Zatt, Município de Bento Gonçalves/RS
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Curso de Especialização
em Saúde da Família, da Universidade
Federal de Pelotas como requisito parcial
a obtenção do título de especialista.
Orientadora: Francine Cardozo Madruga
Pelotas, 2015
Universidade Federal de Pelotas / DMS
Catalogação na Publicação
Gabriela N. Quincoses De Mellos CRB: 10/1327
S237m Santos, Angélica Fenalti dos
Melhoria da Atenção à Saúde da Criança entre zero a 72 meses
de idade na UBS/ESF Zatt, Município de Bento Gonçalves/RS /
Angélica Fenalti dos Santos; Francine Cardozo Madruga,
orientadora. - Pelotas: UFPeL, 2015.
108 f. : il.
Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Saúde da
família (EaD) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal de
Pelotas, 2015.
1. Saúde da Família 2. Atenção Primária à Saúde 3. Saúde da
Criança 4. Puericultura I. Madruga, Francine Cardozo, orient. II.
Título
CDD 362.14
Dedicatória
Dedico esse ao meu noivo Lucas, pessoa cоm quem аmо partilhar а vida.
Cоm você tenho mе sentido mais viva dе verdade. Obrigado pelo carinho, а
paciência е pоr sua capacidade de me trazer pаz nа correria dе cada dia de
nossa convivência.
Agradecimentos
A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que
oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior. A minha orientadora Francine Cardozo Madruga, durante todo o curso,
pelas suas correções e incentivos. A coordenadora pedagógica deste curso, Cristina Dutra Ribeiro, pelo
auxílio, mesmo que por um período curto, e pelo incentivo. A minha mãe Jocelaine, pelo amor, incentivo e apoio incondicional, sem
você não teria chegado onde estou hoje. A todos da equipe do ESF Zatt, onde exerço as atividades, pelo
aprendizado e crescimento profissional. E a todos que indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu
muito obrigado.
Lista de figuras
Figura 1 Gráfico indicativo da proporção de crianças entre zero e 72 meses
inscritas no programa da unidade de saúde. Bento Gonçalves, RS,2014. ........ 67
Figura 2 Gráfico indicativo da proporção de crianças com primeira consulta na
primeira semana de vida. Bento Gonçalves, RS, 2014. ........................................ 68
Figura 3 Gráfico indicativo da proporção de crianças com monitoramento de
crescimento. Bento Gonçalves, RS, 2014. .............................................................. 69
Figura 4 Gráfico indicativo da proporção de crianças com monitoramento de
desenvolvimento. Bento Gonçalves, RS, 2014. ..................................................... 71
Figura 5 Gráfico indicativo da proporção de crianças com vacinação em dia para
a idade. Bento Gonçalves, RS, 2014. ...................................................................... 72
Figura 6 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 24 meses com
suplementação de ferro. Bento Gonçalves, RS, 2014. ......................................... 74
Figura 7 Gráfico indicativo da proporção de crianças com triagem auditiva. Bento
Gonçalves, RS, 2014. ................................................................................................. 74
Figura 8 Gráfico indicativo da proporção de crianças com o teste do pezinho
realizado até 7 dias de vida. Bento Gonçalves, RS, 2014. ................................... 75
Figura 9 Gráfico indicativo da proporção de crianças entre 6 e 72 meses com
avaliação de necessidade de atendimento odontológico. Bento Gonçalves, RS,
2014. .............................................................................................................................. 76
Figura 10 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 72 meses com
primeira consulta odontológica. Bento Gonçalves, RS, 2014. ............................. 78
Figura 11 Gráfico indicativo da proporção de busca ativa realizada às crianças
faltosas às consultas no programa de saúde da criança. Bento Gonçalves, RS,
2014. .............................................................................................................................. 79
Figura 12 Gráfico indicativo da proporção de crianças com registro atualizado.
Bento Gonçalves, RS, 2014. ...................................................................................... 80
Figura 13 Gráfico indicativo da proporção de crianças com avaliação de risco.
Bento Gonçalves, RS, 2014. ...................................................................................... 81
Figura 14 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam
orientações sobre prevenção de acidentes na infância. Bento Gonçalves, RS,
2014. .............................................................................................................................. 82
Figura 15 Gráfico indicativo do número de crianças colocadas para mamar
durante a primeira consulta. Bento Gonçalves, RS, 2014. ................................... 83
Figura 16 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam
orientações nutricionais de acordo com a faixa etária. Bento Gonçalves, RS,
2014. .............................................................................................................................. 84
Figura 17 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam
orientação sobre higiene bucal, etiologia e prevenção da cárie. Bento Gonçalves,
RS, 2014. ...................................................................................................................... 85
Figura 18 Gráfico indicativo da proporção de crianças residentes na área de
abrangência da unidade de saúde com primeira consulta odontológica
programática. Bento Gonçalves, RS, 2014. ............................................................ 86
Figura 19 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 72 meses com
necessidade de tratamento odontológico. Bento Gonçalves, RS, 2014. ........... 87
Figura 20 Gráfico indicativo da proporção de buscas realizadas às crianças
residentes da área de abrangência da unidade de saúde. Bento Gonçalves, RS,
2014. .............................................................................................................................. 89
Figura 21 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujos responsáveis
receberam orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e
prevenção de oclusopatias. Bento Gonçalves, RS, 2014. .................................... 92
Lista de abreviaturas e siglas
APS Atenção Primária a Saúde ACS Agentes Comunitários de Saúde CAB Caderno de Atenção Básica ESF Estratégia Saúde da Família HIPERDIA Cadastro de Hipertensos e Diabéticos IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH Índice de Desenvolvimento Humano NASF Núcleos de Apoio à Saúde da Família MS Ministério da Saúde PROVAB Programa de Valorização da Atenção Básica SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica SMS Secretaria municipal de saúde SUS Sistema Único de Saúde UBS Unidade Básica de Saúde UFPel Universidade Federal de Pelotas
SUMÁRIO
Apresentação .............................................................................................................. 10
1 Análise Situacional ................................................................................................ 11
1.1. Qual a situação da ESF em seu serviço? .................................................... 11
1.2 Relatório da análise situacional ...................................................................... 13
1.3 Comentário comparativo entre o texto inicial e o Relatório da Análise Situacional ................................................................................................................. 25
2. Análise Estratégica ............................................................................................... 26
2.1 Justificativa ......................................................................................................... 27
2.2 Objetivos e metas .............................................................................................. 28
2.3 Metodologia ........................................................................................................ 31
2.3.1Detalhamento das Ações ........................................................................... 31
2.3.2 Indicadores .................................................................................................. 51
2.3.3 Logística ....................................................................................................... 59
2.4 Cronograma ........................................................................................................ 60
3 Relatório da intervenção ...................................................................................... 61
3.1 Ações previstas e desenvolvidas .................................................................... 61
3.2 Ações previstas e não desenvolvidas ............................................................ 64
3.3 Aspectos relativos à coleta e sistematização dos dados ............................ 64
3.4 Viabilidade da incorporação das ações à rotina de serviços ..................... 65
4 Avaliação da Intervenção ..................................................................................... 66
4.1 Resultados .......................................................................................................... 66
4.2Discussão ............................................................................................................ 92
4.3 Relatório da intervenção para os gestores .................................................... 95
4.4Relatório da Intervenção para a comunidade ................................................ 98
5 Reflexões sobre o processo de aprendizagem ............................................ 100
Anexos ........................................................................................................................ 102
Anexo A - Planilha de coleta de dados Saúde da Criança.............................. 103
Anexo B - Ficha espelho Saúde da Criança. ..................................................... 105
Anexo C - Parecer do Comitê de Ética ............................................................... 107
RESUMO
SANTOS, Angélica Fenalti dos. Melhoria da atenção à Saúde da Criança entre zero a 72 meses de idade na UBS/ESF Zatt, do município de Bento Gonçalves/RS. 2015. 108f.; il. Trabalho Acadêmico (Especialização) – Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
Após a ampliação de cobertura da Estratégia Saúde da Família, os óbitos infantis diminuíram de 47,1 a cada mil nascidos vivos, em 1990, para 15,6 em 2010. A atenção primária a saúde deve estar preparada para realizar as atividades de promoção a saúde das crianças para que possa garantir futuras gerações de adultos e idosos mais saudáveis. A intervenção realizada no município de Bento Gonçalves, na Estratégia de Saúde da Família Zatt, abrangeu os eixos de monitoramento e avaliação da atenção à criança, engajamento da comunidade, organização e gestão da unidade, embasados no protocolo do Ministério da Saúde. Durante o projeto foi realizado qualificação dos profissionais da estratégia, reuniões de equipes e diálogos diretos com a comunidade, todos envolvidos nas metas de melhorias na atenção dispensada as crianças menores de 72 meses de idade. Conseguimos uma cobertura de 44%, 144 de 325 crianças da área de abrangência com 93% de acompanhamento do desenvolvimento. A atenção à saúde da criança inicia antes mesmo do nascimento, durante o planejamento familiar, para adaptação do ambiente ao nascimento da criança. Assim, o acolhimento deve ter início ainda durante a gestação, com a equipe da saúde da família fortificando a formação do elo entre o sistema de saúde e a família. Desta forma, conclui-se que a Puericultura engloba não somente a saúde da criança, mas de todos aqueles que estão envolvidos no seu desenvolvimento adequado.
Palavras-chave: Saúde da Família; Atenção primária à saúde; Saúde da criança;
Puericultura; Saúde bucal
Apresentação
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi elaborado com o propósito de
obtenção do título de Especialista em Saúde da Família pela Universidade
Federal de Pelotas, modalidade à distância, e está organizado em seis capítulos.
No primeiro capítulo é apresentada a análise situacional da Unidade de
Saúde Zatt da cidade de Bento Gonçalves, no Estado do Rio Grande do Sul,
neste tópico está delineada a estrutura física do serviço, o modo como ocorre o
processo de trabalho na unidade, também é mostrado o relatório da análise
situacional.
No segundo capítulo, a análise estratégica está apresentada, assim como
a justificativa para a intervenção com foco em Saúde da Criança de zero a
setenta e dois meses de idade, os objetivos e metas, indicadores, logística
cronograma da intervenção.
O terceiro capítulo contém o relatório da intervenção no qual são descritas
todas as ações realizadas, as ações não realizadas, as dificuldades vivenciadas
e a articulação entre a intervenção e a rotina do serviço.
No quarto capítulo são apresentados os resultados e a discussão da
intervenção, além disso, estão dispostos os relatórios da intervenção para a
comunidade e para os gestores a fim de esclarecer ao público alvo quais foram
os resultados alcançados até o momento e buscar apoio para a continuidade da
atividade.
No quinto capítulo é apresentada uma reflexão crítica sobre o processo
pessoal de aprendizagem na implementação da intervenção.
1 Análise Situacional
1.1. Qual a situação da ESF em seu serviço?
A unidade que venho desempenhando minhas atividades atende cerca de
dez mil pessoas, que é a população adstrita, uma das unidades com maior fluxo
de pessoas da cidade de Bento Gonçalves no RS e com maior espaço físico. A
unidade ocupa uma parte física da escola local, que estamos sabendo que o
ministério da Saúde já autorizou a mudança de endereço e está em processo de
compra de um terreno próximo para a construção da nova unidade que terá dois
pisos sendo a parte de baixo destinado para grupos e reuniões.
A entrada da unidade conta com murais de divulgação de campanhas de
vacinação e outras comunicações, a recepção que, no turno da manhã, conta
com uma recepcionista contratada via empresa terceirizada (contrato 40 hs
trabalha manhã e tarde) e no turno da tarde, conta com mais uma recepcionista,
que trabalha 20 hs também contratada via fundação. Nesse mesmo ambiente é
realizado agendamento de consultas, autorização de exames, entrega de
resultados de exames, se localizam ali os armários com os prontuários
organizados por micro área e família. Noto que há necessidade de uma
funcionária a mais também no turno da manhã visto que a unidade atende a
demanda espontânea nesses horários e a tarde se prioriza o atendimento por
agendamento, percebo que a população já está organizada quanto a isso. Logo
atrás da recepção está a sala de triagem onde são pesados e medidos os
pacientes antes das consultas, aferido a pressão arterial, dosagem de glicemia
capilar, temperatura. Esse espaço é
12
ocupado principalmente pelos técnicos de enfermagem que são em três, uma
contratada via fundação e outras duas concursadas.
Contamos com uma higienizadora. A farmácia da unidade possui todas
as medicações dos pacientes cadastrados no hiperdia, anticoncepção das
mulheres cadastradas no planejamento familiar e antibióticos para infecções.
Atualmente no atendimento da farmácia é revezado a equipe de
enfermagem. Uma das recepcionistas está fazendo curso de atendente de
farmácia. Outro espaço é a sala de vacinas onde possui todas as vacinas
preconizadas pelo calendário vacinal exceto a vacina bcg que o estado recebeu
em quantidade muito menor, centralizando a aplicação dessa vacina para
apenas duas unidades da cidade, pelo menos até se regularizar a quantidade.
Possui uma outra sala de espera que fica centralizada a unidade tipo um saguão,
aonde ficam os pacientes que já passaram pela triagem e está aguardando
consulta médica, odontológica, de enfermagem, ou psicológica.
A sala da coordenadora que é a enfermeira está sendo dividida comigo,
onde atuo nesta como enfermeira pelo Programa de Valorização da Atenção
Básica (PROVAB), lá realizamos consultas de enfermagem, coletas de
citopatológico, teste rápido de hiv e sífilis, e em breve será disponibilizado o teste
rápido de gravidez segundo a rede cegonha. Por último e não menos importante,
a sala das ACSs é dividida com os Profissionais do Nasf, onde os ACSs ficam
ocupando a mesma até as 8 e 30 hs e após é ocupada pelos profissionais do
NASF (Núcleo de apoio a saúde da família). A psicóloga do NASF atende
semanalmente nas terças feiras e quinzenalmente nas segundas feiras sob
agendamento dos profissionais que atuam na unidade.
A equipe da unidade de saúde é composta por duas recepcionistas, sendo
que uma delas trabalha apenas a tarde, três técnicas de enfermagem, duas
enfermeiras, uma médica e seis agentes comunitárias de saúde, caracterizando
uma equipe de saúde da família.
A estrutura física é parte da Escola Maria Borges Frota que se constitui
de 1 sala de vacina, 1 sala de procedimentos, 1 sala de triagem, 2 consultórios
médicos, 1 consultório de enfermagem, 1 sala da ACS, 1 cozinha, 1 sala de
esterilização, 1 recepção, 1 sala de espera, 2 banheiros, 1 sala de depósito.
Porém, a nova unidade já está em projeto para a construção na Secretaria de
13
Saúde Municipal. Os profissionais do NASF que atuam na unidade são
nutricionista, fisioterapeuta, educador físico e psicóloga. Atendemos também
cerca de 8 mil pessoas fora de área.
Atualmente essa unidade de saúde acompanha 3.750 pessoas
cadastradas, sendo que 325 são crianças de até 6 anos. Alguns problemas
sociais caracterizam a população do bairro, tais como pontos de comércio de
drogas ilícitas e violência familiar e comunitária que, consequentemente,
refletem na saúde dessas pessoas, causando vulnerabilidades. Ao trabalhar com
a saúde da criança, os profissionais devem levar em consideração o histórico
familiar para melhor guiar essa família que pode não estar proporcionando um
ambiente saudável para a criação de um filho em pleno desenvolvimento.
1.2 Relatório da análise situacional
Bento Gonçalves localiza-se na Encosta Superior do Nordeste do Rio
Grande do Sul, a 124 quilômetros da capital Porto Alegre, a uma altitude de 618m
do nível do mar. A população estimada de Bento
Gonçalves é de 111.384 habitantes, de acordo com dados do IBGE
de 2013. Bento destaca-se pela elevada pontuação em índices como IDH,
que leva em consideração itens como longevidade, educação, saúde e renda.
Em 2003, a cidade teve a primeira posição do Rio Grande do Sul no Índice de
Desenvolvimento Humano - IDH e 6ª colocação do Brasil. A cidade de Bento
Gonçalves é um importante polo industrial e turístico da Serra Gaúcha.
A Secretaria Municipal de Saúde de Bento Gonçalves conta com uma rede
de atendimentos formada por Unidades Básicas de Saúde - UBS nos bairros,
Unidades da estratégia Saúde da Família - ESF, Unidades Avançadas de
atendimento em três turnos, Pronto Atendimento 24 horas e Unidades Móveis.
Existem em funcionamento 10 unidades básicas de saúde e 12 unidades de
estratégia saúde da família. O núcleo de apoio a saúde da família (NASF) é
composto por fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga e educador físico. Ainda não
disponibiliza assistente social, terapeuta ocupacional, assim como outros
profissionais que poderiam estar contribuindo para fortalecimento das equipes
de ESFs e proporcionando melhor resolutividade a população.
No município, os serviços de atenção secundária são: O Centro de
14
Referência Materno Infantil: é uma Unidade de Saúde de atendimento
secundário, a unidade possui serviço de gineco-obstetrícia e serviço de pediatria
que recebem pacientes de alto risco, encaminhados pelas Unidades Básicas de
Saúde, pelo Hospital Tacchini e outras parcerias. Possui também uma equipe
multiprofissional com psiquiatras, psicólogos, nutricionista, fonoaudiólogo,
fisioterapeuta, assistente social e equipe de enfermagem, que realiza
tratamentos especializados com bebês, gestantes e mulheres que apresentam
situações de risco. No local funcionam, ainda, ambulatórios especializados de
odontopediatria, cardiopediatria, gastropediatria e pneumopediatria.
Outros serviços de referência são: Centro Municipal de Fisioterapia;
Serviço de Atendimento Especializado e
Centro de Testagem e Aconselhamento - SAE/CTA (que atende a população
por meio de encaminhamento para tratamento e acompanhamento
especializado de HIV/AIDS, Hepatites e Tuberculose); Serviço de Atendimento
Psicossocial - CAPS II (atendimento especializado em saúde mental – doenças
mentais); Serviço de Atendimento Psicossocial - Álcool e Drogas - CAPS AD;
Centro de Atenção Psicossocial Infantil – CAPSI e Pronto Atendimento municipal
24 HS.
O serviço de referência hospitalar é o Hospital Bartolomeu Tacchini, o
único da cidade, Possui duas UTIs (Adulta e Pediátrica-Neonatal). São mais de
1.300 funcionários, e mais de 220 médicos, das diversas especialidades. O
Hospital Tacchini atende mais de 30 municípios da região serrana gaúcha. É
considerado pelo Ministério da Saúde um Hospital de referência para toda a
região. As especialidades médicas oferecidas pelo Hospital Tacchini
contemplam diversas áreas. Conta também com os serviços de Centro de Alta
Complexidade em Oncologia (Quimioterapia e Radioterapia); Serviço de
Hemodinâmica (cateterismo cardíaco); Laboratório de Análises Clínicas, Centro
de Diagnóstico por Imagem e Pronto Socorro; Centro Cirúrgico, Centro
Obstétrico, Setor de Hemodiálise, Centro Cirúrgico Ambulatorial, Centro de
Fisioterapia e Reabilitação, Centro de Oftalmologia, Agência Transfusional de
Doação de Sangue, Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos
para Transplantes, Unidade de Apoio Psiquiátrico, além das unidades de
internação que totalizam 319 leitos.
A ESF Caic-Zatt, está localizada no município de Bento Gonçalves no
15
bairro Loteamento Zatt, zona urbana da cidade. Atualmente essa unidade de
saúde acompanha 3.750 pessoas cadastradas, possui vínculo 100% SUS. Atua
na unidade uma equipe de ESF. A equipe é composta por duas recepcionistas,
sendo que uma delas trabalha apenas a tarde, três técnicas de enfermagem,
duas enfermeiras (uma do PROVAB), duas médicas (uma delas do programa
Mais Médicos), uma higienizadora e seis agentes comunitárias de saúde. A
estrutura física é parte da escola Caic–Maria Borges Frota, porém a nova
unidade já está em projeto para a construção na secretaria de saúde municipal.
Uma das maiores problemáticas da unidade é que a mesma foi instalada
em parte de uma escola local, o barulho devido a atividades escolares acaba
atrapalhando atendimentos e atividades em grupo na unidade. As paredes não
são laváveis, feitas com um tipo de fórmica que está com a pintura descascando.
Não possui forro no local, sendo inviável fazer desinfecções terminais conforme
preconizam os controles de infecções. Não possuímos sala própria para
atividades em grupo, realizamos as vezes em algum consultório desocupado. O
banheiro de pacientes tem porta estreita, não sendo possível que pessoas com
deficiência física consigam utilizar. Existe uma única sala de entrada de materiais
infectados, onde ali são lavados e esterilizados. Não possui sala para armazenar
lixo não contaminado, sendo o mesmo colocado do lado de fora da unidade e a
funcionária higienizadora recolhe ao final do dia. Todas as torneiras das salas
da ESF não possuem mecanismo de fechamento automático, dificultando o
processo de lavagem correta das mãos. A unidade possui uma cadeira de rodas
para uso se necessário, encontrando-se em boas condições. Como pontos
positivos destaco que a unidade não possui degraus, escadas nem tapetes em
salas de maiores circulação, a equipe é sempre empenhada para acomodar
melhor e satisfazer as necessidades individuais. Um consultório médico e um
consultório utilizado pela enfermeira tem banheiros, isso facilita atender
gestantes durante o pré-natal, coletas de citopatológicos e outros exames
físicos. A melhor notícia que recebemos nas semanas anteriores é que já temos
um projeto pronto da nova unidade de saúde a ser construída, o projeto que nos
foi apresentado contempla todas as exigências previstas pelo ministério.
Acredito que o engajamento dos usuários melhoraria consideravelmente
o serviço, podendo ser trabalhado e colocado em pauta o que esses usuários
entendem que precisa ser melhorado, contribuindo para aumentar a qualidade
16
de assistência local. Pelo que percebo durante minha vivência é que a equipe
tenta oferecer o máximo que está ao alcance e que são feitas muitas
intervenções pela pouca infraestrutura que oferece.
No quesito de territorialização e mapeamento da área de atuação, todos
os profissionais dessa ESF participam, exceto a equipe de saúde bucal
(odontólogo e auxiliar de saúde bucal) pois somos uma ESF com o serviço, mas
esses profissionais não são vinculados a Saúde da família, no entanto é
importante salientar que esse procedimento não é feito há quase cinco anos.
Todos os profissionais sabem reconhecer os grupos de exposição a riscos,
agravos e vulnerabilidades e isso facilita no processo de mapeamento local,
funcionando como uma rede onde cada profissional contribui com seu saber.
São realizados cuidados domiciliares através de visita a pacientes com
maior dificuldade com a mobilidade física e outras vulnerabilidades que impeçam
o usuário de ir até o serviço de saúde. Visitas domiciliares todas as quartas-feiras
com agendamento prévio, os profissionais envolvidos basicamente são:
enfermeiro, médico e ACS.
O bairro possui associação comunitária que, na direção anterior, tínhamos
mais liberdade e abertura para usar os espaços para a promoção de saúde,
atualmente essas atividades estão mais restritas a unidade e a escola, devido a
nova direção do bairro não ser flexível e nem um pouco disponível a essas
atividades citadas.
Todo o atendimento de urgência e emergência que chega na unidade é
atendido com prioridade as outras pessoas e a pessoa é encaminhada ao serviço
de referência de acordo com sua clínica após avaliação médica e de
enfermagem (acolhimento).
Há busca ativa de pacientes faltosos sempre que possível e essa
atribuição geralmente é realizado pela enfermeira. Outra atividade que é
geralmente feita pela enfermeira é a notificação compulsória de agravos e
doenças. Isso nos revela, por vezes um problema, pois como o enfermeiro é
incumbido de atribuições burocráticas do funcionamento da unidade, acaba
ficando a desejar até mesmo a assistência e cuidado, que é a essência da
enfermagem. Os demais trabalhadores da enfermagem devem ser engajados a
contribuir com a função burocrática também.
Os profissionais acompanham os usuários em situações de internação
17
domiciliar, mesmo que seja uma visita domiciliar ao mês, ou até mesmo o agente
de saúde visita e passa alguma eventual problemática ou necessidade para
equipe para que possa ser resolutivo.
Os grupos realizados na unidade são de pacientes com sofrimento
psíquico, gestantes, aleitamento, pré-natal, hipertensos, diabéticos e idosos. A
equipe já tentou grupo de adolescentes sem sucesso, sendo que a escola é
anexo ao posto de saúde, sendo assim necessário pensar em estratégias de
como vincular esse público ao serviço, atualmente esses recebem ações de
promoção da saúde e prevenção apenas através do PSE no qual receberam
orientações, de acordo com o combinado com o diretor da escola e abordamos
assuntos como DSTs, violência e uso de drogas. A estratégia de abordar sobre
violência e uso de drogas ocorreu após analise situacional, onde vimos que a
região apresenta muitos casos de violência principalmente dentro da escola, e
uso de drogas, em alguns domicílios a família toda é usuária.
Todos os profissionais da unidade contribuem com a sua parcela para
encorajar o usuário no controle social, mas infelizmente essas relações de
controle foram enfraquecidas nos últimos meses pelo fato do o diretor/presidente
do bairro ser inflexível em autorizar o uso da associação de moradores para
atividades da saúde e de trabalhar conjuntamente conosco contribuindo com o
próprio controle social. Acredito que essa problemática possa tentar ser resolvida
através de diálogo sobre as questões de saúde locais e importância da
abordagem em espaços que facilitem o acesso a outras pessoas que
casualmente frequentem menos a unidade de saúde.
Conforme já descrito o número de pessoas acompanhadas pela ESF está
no limite indicado pelo Ministério da Saúde que é no máximo de 4 mil pessoas
por equipe. Uma das estratégias que a secretaria de saúde pensou foi de
disponibilizar uma médica pelo programa mais médicos e uma enfermeira pelo
Programa de valorização da Atenção Básica (PROVAB), essa iniciativa auxilia
no melhor acompanhamento das famílias, mas vale ressaltar que não possui
uma segunda equipe de saúde da família instalada e que também a unidade
atende cerca de 7 mil pessoas fora de área.
O perfil demográfico da população de abrangência é caracterizado por
mulheres em idade fértil (10 a 49 anos), mas são mulheres que possuem uma
escolaridade menor e trabalham em produção com extensa carga horária diária.
18
Conforme o SIAB a proporção é de 51% da população do sexo feminino para
49% da população do sexo masculino. A partir disso, vê-se a necessidade de
ações voltadas a saúde da mulher, para a prevenção de câncer de mama e do
colo do útero.
A maior parte da equipe em geral dá conta da demanda
populacional, com exceção do ACS que são em seis pessoas, sendo que uma
está afastada por motivo de saúde e não conseguiram outra para cobrir seu
lugar. Na ESF Zatt não possuímos ainda uma equipe de acolhimento até porque
a unidade possui apenas uma equipe de saúde da família.
Com a minha chegada, possibilitou planejamento de novas ações e
transformações de cunho organizacional e assistencial, e a implantação do
acolhimento já era um dos projetos da enfermeira da unidade. Iniciamos o
acolhimento após capacitação da equipe, onde a equipe de enfermagem é
responsável pelo mesmo na unidade.
Atender a demanda dessa nova área está sendo possível através de uma
segunda médica na unidade, proveniente do programa mais médicos, que está
designada para atender preferencialmente a essa população. O acolhimento é
realizado todos os dias em todos os turnos, estipulamos um horário das sete e
trinta as nove horas mais por questão de organização, mas não que esse fator
seja excludente, de maneira alguma.
Conforme exposto estamos acolhendo e os usuários dessa nova área,
estão recebendo atendimento médico somente a partir de agendamento, seja no
dia ou nos próximos dias da semana conforme sua classificação de risco
biológico Um grande desafio, como enfermeiros e por ser os pioneiros a
implantar o acolhimento, é a capacitação da equipe da recepção da unidade,
pois ali está o potencial de sensibilizar esse profissional para que o paciente seja
atendido conforme sua necessidade e não conforme horário de chegada.
Há um volume grande de consultas de enfermagem quando estão com
algum tipo de problema, mas os usuários chegam a unidade querendo
atendimento médico e são direcionados ao enfermeiro. Algumas vezes observo
que os usuários ficam descontentes de inicio quando é chamado por nós, mas
19
esse deve ser um espaço de troca de conhecimento com o nosso paciente e
também de mostrar nossa competência como profissional, removendo a ideação
de que só o médico resolve problemas de saúde. No geral não há excesso de
demanda de atendimento imediato e os atendimentos de baixo risco são
agendados para outro dia, procurando sempre não agendar em datas muito
distantes ao dia do primeiro acolhimento, evitando faltas às consultas e falta de
adesão ao tratamento proposto.
A comunidade é atendida pela odontologia conforme horário de chegada,
apenas crianças e gestantes possuem agendamento. O dentista atende casos
de urgência, mas não possui serviço de prótese dentária, implantes e afins de
mesma complexidade. Ainda há muito o que melhorar, todavia creio estarmos
no caminho certo e aos poucos, com passos firmes e bem alicerçados na
literatura disponível estaremos fazendo mudanças significativas, agregando
outros profissionais e beneficiando os usuários com equidade.
O número de crianças menores de 1 ano da área de abrangência foi
facilmente encontrado a partir do Sistema de informação da Atenção Básica
(SIAB).Temos 25 crianças na referida idade. Todas as crianças são
acompanhadas pelas ACSs onde fazem a busca ativa quando faltam às
consultas agendadas e receber a visita de rotina, na visita é utilizado uma ficha,
baseada no que preconiza no Caderno de Atenção Básica número 33 e
elaborada pela SMS, chamada de Visita Bebê e visita Criança, onde acompanha
a frequência da criança nas consultas, vacinações e demais acompanhamentos.
Todas as responsáveis pelas crianças são orientadas em relação a
importância do aleitamento exclusivo, prevenção de acidentes e são alertadas
quanto a vacinação estar sempre em dia. Todas as crianças fizeram o teste do
pezinho e a primeira consulta de puericultura até 7 dias após nascimento, a
maioria realizam as consultas conforme preconizado pelo MS. Um dado bem
significativo notado ao preencher o caderno de ações programáticas é que
apenas 40% das crianças são avaliadas pela parte da saúde bucal. Há ainda
muitas questões a serem melhoradas para a garantia de uma melhor saúde e
prevenção de morte infantil, visto que a maior parte dela acontecem do período
neonatal e que podem ser evitadas.
20
Quanto ao atendimento odontológico talvez ainda tenhamos a cultura do
curativo e muitas vezes crianças nessa faixa etária de até um ano não sabem
referir incômodos bucais. É de grande importância a avaliação para prevenção
e promoção da saúde bucal pois muitas delas fazem uso de chupetas,
mamadeiras e os pais não tem a informação de higienizar a boca da crianças
após as mamadas, mesmo ainda sem dentes. Na unidade não existe grupo de
atenção as crianças com ênfase na puericultura, aí vê-se uma ideia de estratégia
para acontecer alguma mudança.
No município de Bento Gonçalves existe o programa AcompanhaBebê
que consiste na vinculação do recém-nascido e da mãe à Unidade de Saúde
logo após o nascimento. A partir de visitas diárias ao hospital, a mãe é orientada
sobre a importância do acompanhamento preconizado, da realização das
vacinas, do aleitamento materno e dos testes do pezinho e da orelhinha. O
acompanhamento e monitoramento das consultas segue até os dois anos. Será
considerada acompanhada a criança que tiver no primeiro ano de vida no mínimo
sete consultas. As Unidades de Saúde realizam busca ativa das crianças faltosas
às consultas bem como as em atraso vacinal.Essa estratégia alcança índices
menores de mortalidade infantil auxiliando o nosso trabalho na ESF.
Os registros de atendimento de pré-natal e puerpério são realizados em
todas em consultas nos devidos prontuários e em livro de gestante, que é um
caderno com o cadastro de cada uma, que possui data da primeira consulta,
datas das consultas subsequentes, data da consulta de puerpério e se foi
encaminhada ao pré-natal de alto risco, mas não existe um arquivo específico
para as gestantes.
Os seus prontuários permanecem armazenados na pasta da família
cadastrada. Penso que seria de grande valia colocar algum símbolo, algum
objeto que caracterize na família que ali existe uma gestante acompanhada pela
ESF, já que criar um arquivo apenas para as gestantes poderia ocasionar
grandes transtornos na equipe. Na área, temos 27 cadastradas e 25 que são
cadastradas e acompanhadas pela ESF, sendo que essas 2 possuem plano de
saúde. A previsão de gestantes de acordo com o caderno de ações
programáticas, seria de 56 gestantes conforme o contingente populacional. Isso
21
nos leva a refletir que estamos fazendo um bom controle de natalidade, ou, não
estamos conseguindo captar essas gestantes. Os indicadores de qualidade do
pré-natal estão de acordo com o que preconiza o ministério da saúde em relação
a atenção desse grupo prioritário, a maioria com consultas em dia, vacinas
também; Todas são orientadas em atividades em grupos e nas consultas ao
aleitamento exclusivo, cuidados na gestação e com o recém-nascido. Conforme
dados encontrados e registrados tivemos 25 partos na região no último ano, a
maioria com consultas realizadas até 42 dias pós-parto, todas com as consultas
registradas em prontuários e receberam orientações sobre os cuidados básicos
com os recém-nascidos, aleitamento exclusivo, planejamento familiar e
realizados exames físicos e anamnese completos, orientando aos cuidados
sobre intercorrências.
Creio que há muito a ser melhorado, quem sabe uma boa estratégia seria
os outros profissionais da saúde da ESF, assim como os do Núcleo de apoio a
Saúde da Família, serem estimulados a participar mais ativamente do pré-natal
e até podendo fazer o cadastramento das gestantes. No município de Bento
Gonçalves é realizado o pré-natal odontológico, onde para todas as gestantes
no dia de seu cadastro já é agendado consulta com dentista e também com a
nutricionista do NASF para prevenir a gestação de alto risco.
Essas iniciativas, com certeza, aumentam a qualidade do serviço
prestado, envolvem a equipe e as gestantes são integralmente avaliadas e
apoiadas. Não existe protocolo municipal para que os enfermeiros possam
prescrever medicações do pré-natal e pedir exames, no entanto está sendo
elaborado. Isso leva a muitos enfermeiros a não fazerem o pré-natal, deixando
essa atribuição apenas ao profissional médico. Na nossa unidade estamos nos
encorajando e instrumentando para tal atividade, fazemos o cadastro da
gestante no SISPRENATAL, os testes rápidos de HIV e sífilis, cálculo de
semanas da gestação, data provável do parto e orientações quanto ao
atendimento, número de consultas e esclarecimento de dúvidas, preenchendo
devidamente a carteira da gestante. Verificamos também as vacinações e
agendamos a consulta com a médica de família.
A forma de registro dos exames citopatológicos do colo do útero facilitou
a busca por respostas para o preenchimento do caderno de ações programáticas
e para a reflexão de nossas práticas conjuntamente com a facilidade em
22
preencher os questionários devidamente. Os registros são feitos em livro próprio
de coleta e em prontuário, onde a visualização fica descomplicada.
Já, em relação ao registro de controle do câncer de mama foi mais
trabalhoso pois não há um arquivo próprio e nem livro para esse fim, apenas é
registrado em prontuário, sendo necessário uma busca nos mesmos. A
cobertura de prevenção do colo do útero está adequada conforme número
estimado das mulheres do caderno de ações com idade de 25 a 64 anos, sendo
1409 mulheres estimadas e acompanhamos 1338 (95%).
Sabemos que muitas não vem a unidade de saúde devido ao horário de
trabalho ser o mesmo do funcionamento da mesma. Sabe-se também que
algumas mulheres possuem plano de saúde e não procuram os serviços de
saúde do SUS. Há algumas ações sendo desenvolvidas para trabalhar mais a
prevenção com as mulheres trabalhadoras, que é o maior número da nossa
população adstrita, uma delas é o atendimento para trabalhadores uma vez ao
mês, das 18 h ás 22 h. As ACSs agendam consulta nesse dia conforme
necessidade e prioridades.
Algumas empresas contam com equipe de enfermagem do trabalho, lá
estão sendo coletados os citopatológicos e realizados exames clínicos das
mamas. A cobertura de prevenção do câncer de mama está em 92%, pois a
estimativa pelo caderno de ações programáticas é de 387 mulheres de 50 a 69
anos e acompanhamos 356.
Nota-se também retorno anual para coleta de exame sem necessidade
conforme protocolo MS. A maior parte das mulheres com idade de 50 a 69 anos
estão com mamografia em dia, 4 com alterações nos últimos 3 anos, sendo
devidamente encaminhada e tratada com equidade.
De acordo com questionários preenchidos, creio que há uma sobrecarga
do profissional enfermeiro, pois somente este coleta os exames do colo do útero,
cabendo ao médico no momento da consulta também realizar a coleta fazendo
rastreamento oportunista. Os outros profissionais do NASF e equipe de saúde
bucal também podem inserir os assuntos de prevenção do câncer feminino em
suas abordagens. Isso com certeza ampliaria a cobertura e a qualidade de
atenção a essas problemáticas.
A grande estratégia para não perder o seguimento da mulher com exames
alterados é o trabalho do agente comunitário de saúde, consegue-se a partir
23
desses, fazer busca ativa com mais precisão, com qualidade e mais
rapidamente. A valorização desse profissional deve sempre ser prioridade, pois
o mesmo é a chave para o funcionamento da ESF. O agente comunitário de
saúde é um profissional imprescindível pois apresenta o trabalho da unidade de
saúde a população e também apresenta as demandas dessa aos profissionais
que ali atuam. É de suma importância para que planejamentos sejam
concretizados.
Na área adstrita acompanhamos 343 hipertensos e 81 diabéticos. Isso
nos faz analisar que ou não estamos sabendo buscar e diagnosticar esse
portador, ou o número é realmente mais baixo e reflete em população mais
saudável, pois o caderno de ações programáticas estima que possuam 839
hipertensos e 240 diabéticos na área de abertura desta ESF, tendo cobertura de
41% e 34% respectivamente. Quanto aos indicadores de qualidade, ambos
estão adequados contemplando quase 100% dos indivíduos acompanhados,
com exceção da avaliação em saúde bucal, que como já relatei anteriormente,
os profissionais da odontologia pouco participam das atividades da ESF. Os
profissionais da unidade são flexíveis em relação a atendimentos, atendem
conforme a necessidade do usuário. Atendemos uma população
consideravelmente grande de fora de área de cobertura da ESF e não tenho
acesso a números específicos de quantos hipertensos e diabéticos estão dentre
esses. Talvez uma solução para seguir acompanhamento como preconiza o MS
a portadores dessas doenças crônicas seja criando um arquivo especifico ou
algum dispositivo que sinalize esses pacientes.
Na unidade é realizado grupo de diabéticos mensalmente, organizado
para vários profissionais da rede participar na educação em saúde daqueles
portadores.
O número de idosos que a ESF acompanha é de 247 na população
em geral adstrita e o número da população de idosos estimado no caderno é de
512, portanto o percentual de cobertura é de 48%. Claro que devemos salientar
que estamos trabalhando com uma ACS a menos, que está de licença por
motivos de saúde e isso reflete no número de idosos acompanhados e
cadastrados estarem menor comparado a estimativa de idosos conforme a
quantidade de pessoas acompanhadas. Na unidade existe um grupo de idosos
que é realizado nas sextas-feiras, onde nesses grupos são abordados temáticas
24
do cotidiano no processo de envelhecer. As ACSs que organizam o mesmo,
muitas vezes com apresentações dinâmicas com teatro e músicas. A avaliação
dos indicadores de qualidade no geral está adequada visto que muitos realizam
consultas periódicas e os próprios agente de saúde, na divulgação do grupo,
oportunizam para orientar os mesmos quanto a saúde e a promoção e prevenção
da mesma. Sabemos que devemos sempre estar em análise para melhora e
adequação a população assistida. Todos os idosos acompanhados são
orientados quanto a alimentação saudável, atividade física conforme sua
capacidade, avaliando nesse momento oportuno as condições de risco para
morbimortalidade e risco para fragilização na velhice. Novamente observo que
os atendimentos de saúde bucal que em geral os usuários buscam o serviço por
queixa aguda, na doença e devido à idade não compreendem que a prevenção
da saúde bucal é realizado por toda a vida. Mais uma vez vejo que a atuação da
equipe de saúde bucal da unidade engloba mais atendimentos individuais, estou
aos poucos dando ideias para fazer grupo ou sala de espera e percebo que há
possibilidade de surgir uma parceria que pode dar super certo.
Infelizmente também tenho observado que os profissionais do NASF
(psicóloga, nutricionista, educador físico e fisioterapeuta) estão menos
envolvidos com grupos dando prioridade para atendimento individual e isso gera
espera maior por uma consulta agendada. O desafio é mobilizar o NASF. Outro
levantamento importante é que existe a equipe que organiza esse grupo dos
idosos mas não há avaliação dessas ações para podermos melhorar em alguns
aspectos ao lidar com o idoso.
A vivencia na estratégia saúde da família associada aos conhecimentos
experimentados até o momento, amplia e qualifica nossa visão, tornando mais
crítica a detalhes que podem parecer insignificantes mas apresentam resultados
decisivos para modificar a realidade, trazendo assim melhorias e proporcionando
ações com competência.
A equipe que atua na unidade citada, às vezes reluta contra certas
mudanças, implantações de ideias que poderiam favorecer na qualidade do
serviço prestado, contudo percebo que é necessário tomar decisões em conjunto
e apresentar propostas sempre baseado em literatura, que permita criar
consciência sobre tal assunto explanado. A partir disso conseguiremos trabalhar
com a motivação desses trabalhadores da saúde, que fazem parte da equipe e
25
devem ser ouvidos.
Conforme as estimativas do caderno de ações programáticas, nos é
indicado que a cobertura de todos os grupos populacionais está baixa e isso é
preocupante pois pode estar sinalizando que não estamos sabendo captar as
demandas de saúde ali existentes. Em contrapartida, o mesmo caderno aponta
que estamos conseguindo acompanhar a população já cadastradas em grupos
prioritários. A aplicação dos questionários se faz muito pertinente pois é com eles
que aprofundamos nosso olhar diante da experiência vivida e com eles também
nos faz ver como o serviço deveria estar funcionando. Apesar dessas
colocações, a equipe é muito engajada e se preocupa com as demandas da
população, oportunizando troca de saberes que resulta em melhorias para a
gestão e assistência na saúde.
Concluindo a atividade, observo que as tarefas das semanas anteriores
permite visão holística quanto aos vários aspectos que uma unidade de saúde
pode apresentar. Atento que na segunda semana de ambientação foi-me
orientado que a unidade acompanhava 10 mil pessoas e que essa informação é
equivocada pois aprendi que uma população que faz parte do território de uma
ESF só é considerada acompanhada quando faz parte da área de abrangência
e acompanhar esse número de pessoas tão alto é inviável pois a unidade é
composta por apenas uma equipe de saúde da família. As pessoas recebem a
atenção, mas realmente, se não são da área de abrangência, não temos
controle, e não podemos dizer que são acompanhadas.
1.3 Comentário comparativo entre o texto inicial e o Relatório da Análise Situacional
Nas semanas de ambientação, onde tudo é novo e onde não temos o
conhecimento de causa, daquele que vive a prática, mas possui o embasamento
teórico, discernir aquilo que é o mais certo para fazer e que é praticado na UBS
é tarefa difícil e aparentemente está tudo funcionando bem.
A análise crítica somente foi possível através da aplicação dos
questionários, pois nos permite refletir sobre quesitos da assistência que estão
bons e podem ser melhorados e mudar aquilo que não está de acordo com o
que é preconizado pelo Ministério da Saúde. Ampliou minha visão como
26
especializanda e também como profissional, pois aprendi sobre indicadores de
cobertura, de qualidade, vi que precisamos buscar mais nossos usuários para
melhorar esses indicadores, e também vi que precisamos engajar a comunidade
para melhoria do serviço de saúde que pertence a ela.
Compreendi através da análise situacional que a criação de novos
dispositivos organizacionais pode estruturar o atendimento ao usuário, pois
permite que seja estruturado o serviço de modo que facilite o acesso a dados
necessários para monitoramento e avaliação das ações propostas na unidade.
2. Análise Estratégica
27
2.1 Justificativa
A importância da implantação dessa ação dá-se pela necessidade de
estruturar a ampliação da atenção às crianças de 0 a 72 meses, pois através do
acompanhamento de crescimento e desenvolvimento da população dessa faixa
etária podemos reduzir agravos por causas preveníveis e evitáveis resultando
em queda das taxas de morbimortalidade. Segundo informações colhidas no
protocolo de atenção na saúde da criança – Caderno de Atenção Básica nº 33,
após a ampliação de cobertura da Estratégia Saúde da Família, os óbitos infantis
diminuíram de 47,1 a cada mil nascidos vivos, em 1990, para 15,6 em 2010. A
atenção primária a saúde deve estar preparada para realizar as atividades de
promoção a saúde das crianças para que possa garantir futuras gerações de
adultos e idosos mais saudáveis. (BRASIL, 2012)
Segundo estimativa do Caderno de Ações Programáticas, apresentamos
cobertura de 60% das crianças de 0 a 12 meses. Nessa fase, sem desvalorizar
as faixas etárias posteriores, se sobressaem algumas dificuldades em relação a
criação do filho, da identidade do ser mãe e pai como responsáveis por um ser
que tem vida e que depende da sua total dedicação, a dificuldade da construção
da identidade após a paternidade. Ressalto que possuímos 325 crianças de 0 a
72 meses, justificando a importância da puericultura ser feita até a idade pré-
escolar, pois nesta faixa etária as crianças não possuem acompanhamento
pedagógico integrados aos profissionais de saúde. A atenção prestada as
crianças de 0 a 24 meses é realizada pelo profissional médico através das
consultas de puericultura e são acompanhadas por toda a equipe de saúde
através das vacinações, teste do pezinho, teste da orelhinha, avaliação de peso
para idade e estatura. Após os 24 meses essas, somente estão sendo atendidas,
se acaso ocorra alguma intercorrência da saúde da mesma, desconhecendo que
o Ministério da Saúde preconiza atendimento de puericultura até os 6 anos de
idade.
O município de Bento Gonçalves no estado do Rio Grande do Sul, possui
o programa “acompanha-bebê” que visa o acompanhamento de saúde das
crianças de 0 a 24 meses. Com essa iniciativa da secretaria municipal de saúde,
é visitado o bebê no hospital e já agendado primeira consulta de puericultura na
28
unidade, para realização do teste do pezinho e avaliação da amamentação,
oportunizando orientações na relação mãe-bebê.
Saliento que é de extrema relevância a intervenção aqui explicitada pois
as crianças a partir dos 24 meses estão desassistidas no que se refere ao
acompanhamento do seu crescimento e desenvolvimento. As crianças de 0 a
24 meses estão com déficit de acompanhamento de puericultura como preconiza
o Ministério da Saúde, com um número significativo de faltosos. Devemos levar
em consideração que o trabalho em equipe propicia visões mais amplas de um
mesmo seguimento e que contribui para melhoria de ações planejadas.
2.2 Objetivos e metas
Objetivo geral
Melhoria da Atenção à Saúde da Criança de zero a setenta e dois meses,
na ESF Zatt, município de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul.
Objetivos específicos
1. Ampliar a cobertura da atenção à saúde da criança
2. Melhorar a qualidade da atenção à saúde da criança
3. Melhorar a adesão da atenção à saúde da criança
4. Melhorar o registro das informações
5. Mapear as crianças de risco pertencentes à área de abrangência
6. Promover saúde da criança
Metas saúde da criança
Relativas ao objetivo 1: Ampliar a cobertura da atenção à saúde da criança
Meta 1.1 Ampliar a cobertura da atenção à saúde para 55% das crianças entre
zero e 72 meses pertencentes à área de abrangência da unidade saúde.
Relativas ao objetivo 2: Melhorar a qualidade da atenção à saúde da criança
Meta 2.1 Realizar a primeira consulta na primeira semana de vida para
100% das crianças cadastradas.
Meta 2.2 Monitorar o crescimento em 100% das crianças.
29
Meta 2.3 Monitorar 100% das crianças com déficit de peso.
Meta 2.4 Monitorar 100% das crianças com excesso de peso.
Meta 2.5 Monitorar o desenvolvimento em 100% das crianças.
Meta 2.6 Vacinar 100% das crianças de acordo com a idade.
Meta 2.7 Realizar suplementação de ferro em 100% das crianças de 6 a
24 meses.
Meta 2.8 Realizar triagem auditiva em 100% das crianças.
Meta 2.9 Realizar teste do pezinho em 100% das crianças até 7 dias de
vida.
Meta 2.10 Realizar avaliação da necessidade de atendimento
odontológico em 100% das crianças de 6 e 72 meses.
Meta 2.11 Realizar primeira consulta odontológica para 100% das crianças de 6
a 72 meses de idade moradoras da área de abrangência, cadastradas na
unidade de saúde.
Relativas ao Objetivo 3: Melhorar a adesão ao programa de Saúde da Criança
Meta 3.1 Fazer busca ativa de 100% das crianças faltosas às consultas.
Relativas ao Objetivo 4: Melhorar o registro das informações
Meta 4.1 Manter registro na ficha espelho de saúde da criança/ vacinação de
100% das crianças que consultam no serviço.
Relativas ao Objetivo 5: Mapear as crianças de risco pertencentes à área de
abrangência
Meta 5.1 Realizar avaliação de risco em 100% das crianças cadastradas no
programa.
Relativas ao Objetivo 6: Promover a saúde das crianças
Meta 6.1 Dar orientações para prevenir acidentes na infância em 100% das
consultas de saúde da criança.
Meta 6.2 Colocar 100% das crianças para mamar durante a primeira consulta.
Meta 6.3 Fornecer orientações nutricionais de acordo com a faixa etária para
100% das crianças.
30
Meta 6.4 Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% das crianças de
acordo com a faixa etária
Metas de saúde bucal
Objetivos específicos:
1. Ampliar a cobertura da atenção a saúde bucal da criança
2. Melhorar a qualidade da atenção a saúde bucal dos escolares
3. Melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal
4. Melhorar o registro das informações
5. Promover a saúde bucal das crianças
Relativa ao objetivo 1. Ampliar a cobertura de atenção à saúde bucal da criança
Meta 1.1 Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica programática
para 55% das crianças de 6 a 72 meses de idade residentes na área de
abrangência da unidade de saúde e inscritas no programa Saúde da Criança da
unidade.
Relativas ao Objetivo 2. Melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal das
crianças de 6 a 72 meses.
Meta 2.1 Realizar avaliação da necessidade de atendimento odontológico em
100% das crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança
da unidade e pertencentes a área de abrangência
Meta 2.2 Realizar a primeira consulta odontológica programática para 100% das
crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança da
unidade, pertencentes à área de abrangência e que necessitam de atendimento
odontológico.
Meta 2.3 Concluir o tratamento dentário em 100% das crianças com primeira
consulta odontológica programática.
Relativas ao Objetivo 3. Melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal
Meta 3.1 Realizar busca ativa de 100% das crianças que necessitavam realizar
a primeira consulta odontológica programática e faltaram.
31
Meta 3.2 Fazer busca ativa de 100% das crianças com primeira consulta
odontológica programática faltosas às consultas subsequentes.
Relativas ao Objetivo 4. Melhorar o registro das informações
Meta 4.1 Manter registro atualizado em planilha e/ou prontuário de 100% das
crianças com primeira consulta odontológica programática.
Relativas ao Objetivo 5. Promover a saúde das crianças
Meta 5.1 Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% dos responsáveis
por crianças com primeira consulta odontológica programática.
Meta 5.2 Fornecer orientação sobre dieta para 100% dos responsáveis por
crianças com primeira consulta odontológica programática.
Meta 5.3 Fornecer orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva
e prevenção de oclusopatias para 100% dos responsáveis por crianças com
primeira consulta odontológica programática.
2.3 Metodologia
Para a execução do trabalho, utilizaremos 5 eixos pedagógicos propostos
pelo curso para contemplar integralmente todos os pontos necessários as
mudanças que a intervenção recomenda, adequando o serviço conforme
preconiza o Protocolo SUS para atendimento às crianças. Tais eixos são:
Monitoramento e avaliação do atendimento, serviço prestado; Organização e
gestão da Unidade em questão com apoio dos gestores municipais;
Engajamento público, visando encorajar a comunidade a gestão participativa nos
serviços SUS; e qualificação da prática clínica, onde a equipe se capacita,
adequando-se ao que indica o Caderno de Atenção Básica nº 33 de atendimento
à criança.
2.3.1Detalhamento das Ações
Atenção a Saúde da Criança
Objetivo 1 - Ampliar a cobertura do Programa de Saúde da Criança
32
Monitoramento e Avaliação:
Ação: Monitorar o número de crianças cadastradas no programa.
Detalhamento: a enfermeira revisará as ficha espelho, ficha do acompanha-bebê
e prontuários, quando necessário, semanalmente, nas quintas-feiras pela
manhã.
Organização e Gestão:
Ação: Cadastrar a população de crianças entre zero e 72 meses da área
adscrita.
Detalhamento: A equipe de enfermagem verificará junto as ACS as novas
crianças pertencentes ao território, semanalmente (quintas-feiras pela
manhã), através do cadastro das famílias realizado no E-SUS (sistema
informatizado do sus). Cadastrar todas as crianças de 0 a 72 meses no E-sus;
Realizará também revisão de prontuários clínicos e coleta de dados por parte
dos ACS.
*Cadastrar também toda e qualquer criança que busque ativamente
atendimento pediátrico para problemas agudos, através da utilização de
prontuários não eletrônicos de cadastramento, os quais poderão ser utilizados
por toda a equipe (inclusive ACS, durante a busca ativa).
Ação: Priorizar o atendimento das crianças.
Detalhamento: A equipe da unidade reservará um mínimo de 2 turnos
semanais afim de disponibilizar o atendimento necessário, observando com a
equipe os melhores horários para contemplar àquelas responsáveis pelas
crianças que exercem atividades fora da residência. A auxiliar administrativa
fica responsável de abrir os horários da agenda semanalmente, todas as
sextas-feiras.
Engajamento Público:
Ação: Orientar a comunidade sobre o programa de saúde das crianças e quais
seus benefícios.
Detalhamento: A enfermeira e a odontóloga realizarão palestra e/ou grupo
(grupo de gestantes que funciona bem na unidade) com orientações à
33
comunidade a respeito do novo projeto em andamento, estimulando a
participação e o engajamento público, esclarecendo os benefícios do
acompanhamento regular.
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Capacitar a equipe no acolhimento da criança, nas Políticas de
Humanização e para adoção dos protocolos referentes à saúde da criança
propostos pelo Ministério da Saúde.
Ação: Capacitar a equipe sobre a saúde da criança e que informações devem
ser fornecidas à mãe e à comunidade em geral sobre este programa de saúde.
Detalhamento: Estabelecer reuniões semanais entre os membros da equipe a
fim de qualificar a prática clínica, capacitar o acolhimento das crianças e
esclarecer quanto às orientações previstas no protocolo do Ministério da
saúde, afim de que todos tenham as mesmas condutas nas várias situações
cotidianas
Objetivo 2 - Melhorar a qualidade do atendimento à criança.
Monitoramento e Avaliação:
Ação: Monitorar o percentual de crianças que ingressaram no programa de
puericultura na primeira semana de vida.
Detalhamento: através do programa acompanha Bebê, a criança já sai da
maternidade com sua consulta agendada na unidade de saúde, com preferência
de até 5 dias após o nascimento para a realização do teste do pezinho e
orientações sobre higiene corporal, cuidados com o coto umbilical etc. As ACS
farão visitas nos primeiros dias após nascimento para averiguar agendamento e
a consulta em si.
Ação: Monitorar o percentual de crianças com avaliação da curva de
crescimento.
Ação: Monitorar as crianças com déficit de peso.
Ação: Monitorar as crianças com excesso de peso.
Ação: Monitorar o percentual de crianças com avaliação do desenvolvimento
neuro- cognitivo.
34
Detalhamento: observação, que será feita por toda a equipe, na caderneta da
criança o devido preenchimento para melhor acompanhamento.
Ação: Monitorar o percentual de crianças com vacinas atrasadas.
Ação: Monitorar o percentual de crianças com vacinação incompleta ao final da
puericultura.
Ação: Monitorar o percentual de crianças que receberam suplementação de
ferro.
Ação: Monitorar o percentual de crianças que realizaram Teste do Olhinho
Ação: Monitorar o percentual de crianças que realizaram triagem auditiva.
Ação: Monitorar o percentual de crianças que realizou teste do pezinho antes
dos 7 dias de vida.
Detalhamento: A equipe de enfermagem monitorará através de revisão semanal
dos prontuários e fichas espelho.
Ação: Monitorar a avaliação da necessidade de tratamento odontológico das
crianças de 6 a 72 meses de idade, moradoras da área de abrangência.
Ação: Monitorar a saúde bucal das crianças de 6 a 72 meses de idade,
moradoras da área de abrangência com primeira consulta odontológica.
Detalhamento: A odontóloga realizará monitoramento através da ficha espelho
de saúde bucal será possível monitorar essas ações, para adequação do serviço
ao protocolo do MS.
Organização e Gestão:
Ação: Fazer busca ativa de crianças que não tiverem comparecido no serviço
na primeira semana após a data provável do parto.
Detalhamento: A equipe de enfermagem e ACS realizarão busca ativa perante
esse dado, realizadas pelas ACS e por telefone.
Ação: Garantir material adequado para realização das medidas antropométricas
(balança, antropômetro, fita métrica).
Detalhamento: já possuímos os materiais necessários, mas será realizada
aferição mensal, pela enfermeira, dos mesmos e caso algum seja danificado,
35
solicitarei reposição ao gestor.
Ação: Ter versão atualizada do protocolo impressa e disponível no serviço para
que toda a equipe possa consultar quando necessário.
Detalhamento: farei as cópias e as colocarei em lugar visível para a consulta
de todos os profissionais.
Ação: Garantir encaminhamento para crianças com atraso no desenvolvimento
para diagnóstico e tratamento.
Detalhamento: no município contamos com o Centro de Referencia Materno-
Infantil que possui equipe multiprofissional para atender crianças encaminhadas
das UBS, salientaremos aos médicos da UBS que encaminhe todas as crianças
que necessite de avaliação especializada.
Ação: Garantir com o gestor a disponibilização das vacinas e materiais
necessários para aplicação.
Ação: Realizar controle da cadeia de frio.
Ação: Fazer adequado controle de estoque para evitar falta de vacina.
Ação: Realizar controle da data de vencimento do estoque.
Detalhamento: as técnicas de enfermagem ficam responsáveis pelo controle
da rede de frio, dos estoques vacinais e validades, comunicando qualquer
imprevisto ou intercorrência. A unidade já possui sistema de porta aberta de
vacinas, possuímos rotina para o controle da cadeia de frio, de vencimento e
de estoque. Nunca faltam doses, nisso tudo o serviço está bem estruturado.
Ação: Garantir a dispensação do medicamento (suplemento).
Detalhamento: A enfermeira fará controle de pedidos do medicamento para
que seja disponível a todas as crianças que necessitarem a suplementação a
partir dos 6 meses ou dos 4 meses caso desmame precoce.
Ação: Garantir junto ao gestor a disponibilização de Oftalmoscópio para a
realização do teste. Garantir o encaminhamento ao especialista quando
necessário.
Detalhamento: Possuímos um oftalmoscópio emprestado de outra UBS, o
36
processo de compra para o Oftalmoscópio da UBS já está em andamento.
Capacitar a equipe médica para encaminhar casos necessários ao
oftalmologista.
Ação: Garantir junto ao gestor a realização de teste auditivo. Garantir o
encaminhamento ao especialista quando necessário.
Ação: Garantir junto ao gestor a realização de teste do pezinho.
Detalhamento: esses dois testes estão bem estruturados pela secretaria de
saúde do Município. São disponibilizados para todas as crianças recém-
nascidas. O teste auditivo já agendado antes da alta da criança da maternidade.
As médicas e enfermeiras monitorarão a realização dos testes, para garantia do
mesmo e avaliação com o especialista se necessário.
Ação: Organizar acolhimento das crianças de 6 a 72 meses de idade e seu
familiar na unidade de saúde.
Ação: Cadastrar na unidade de saúde crianças da área de abrangência de 6 a
72 meses de idade.
Ação: Oferecer atendimento prioritário às crianças crianças de 6 a 72 meses de
idade na unidade de saúde.
Ação: Organizar agenda de saúde bucal para atendimento das crianças de 6 a
72 meses de idade.
Detalhamento: capacitar a equipe para que facilite o acesso da família com
as crianças na unidade, cadastrando-as com prioridade no atendimento. Já
conversei com a odontóloga que possui agenda estruturada para
recebimento das crianças, só há pouca procura, faremos a busca ativa e
agendaremos avaliação para essas crianças. Toda a equipe ficará
responsável pelo acolhimento e orientação das crianças e famílias
Engajamento Público:
Ação: Informar às mães sobre as facilidades oferecidas na unidade de saúde
para a realização da atenção à saúde da criança.
Ação: Compartilhar com os pais e/ou responsáveis pela criança as condutas
esperadas em cada consulta de puericultura para que possam exercer o controle
social.
37
Ação: Informar aos pais e/ou responsáveis sobre como ler a curva de
crescimento identificando sinais de anormalidade.
Detalhamento: a enfermeira esclarecerá aos responsáveis sobre a importância
de informar dúvidas para que a assistência da criança seja contemplada
integralmente.
Também capacitará os pais e responsáveis para que saiba avaliar o
desenvolvimento da criança através das informações presentes na caderneta,
que aprendam a ter costume de manuseio da mesma, pois ali possui ótimas
informações que os pais podem estar avaliando seu filho.
Ação: Orientar pais e responsáveis sobre o calendário vacinal da crianca.
Detalhamento: toda a equipe passará informações da importância de manter
vacinas em dia, em cada consulta, no grupo de gestantes para as mães e pais
irem se adaptando a nova fase que chegará com o nascimento do filho.
Ação: Orientar pais e responsáveis sobre a importância da suplementação de
ferro
Detalhamento: orientaremos quanto a suplementação para prevenção de
anemia, investigando a cada consulta sobre amamentação e introdução de
novos alimentos.
Ação: Orientar pais e responsáveis sobre a importância do teste do olhinho.
Ação: Orientar pais e responsáveis sobre a importância da realização do teste
auditivo e os passos necessários ao agendamento do teste.
Ação: Orientara comunidade, em especial gestantes, sobre a importância de
realizar teste do pezinho em todos os recém-nascidos até 7 dias de vida
Detalhamento: orientaremos aos pais a importância dos testes nos grupos de
pré-natal, salas de espera e primeira consulta da crianças na unidade, para
realização do teste do pezinho.
Ação: Informar a comunidade sobre importância de avaliar a saúde bucal de
crianças de 6 a 72 meses de idade .
Ação: Informar a comunidade sobre atendimento odontológico prioritário de
crianças de 6 a 72 meses de idade e de sua importância para a saúde geral,
38
além de demais facilidades oferecidas na unidade de saúde.
Detalhamento: a enfermeira realizará sala de espera, abordando esse tema, e
nas consultas com primeiro agendamento nos 6 meses da crianças para
avaliação da saúde bucal.
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Capacitar a equipe no acolhimento da criança, nas Políticas de
Humanização e para adoção dos protocolos referentes à saúde da criança
propostos pelo Ministério da Saúde.
Ação: Capacitar a equipe sobre a puericultura e que informações devem ser
fornecidas à mãe e à comunidade em geral sobre este programa de saúde.
Ação: Fazer treinamento das técnicas adequadas para realização das medidas.
Ação: Padronizar a equipe.
Ação: Fazer treinamento para o preenchimento e interpretação das curvas de
crescimento do cartão da criança
Ação: Capacitar a equipe para monitorar o desenvolvimento de acordo com a
idade da criança.
Ação: Capacitar para o preenchimento da ficha de desenvolvimento.
Detalhamento: Estabeleceremos reuniões entre os membros da equipe a fim
de qualificar a prática clínica, capacitar o acolhimento as crianças e esclarecer
quanto as orientações previstas no protocolo do Ministério da saúde, afim de
que todos tenham as mesmas condutas nas várias situações cotidianas, nas
técnicas necessárias e nas práticas com as crianças.
Ação: Capacitar a equipe na leitura do cartão da criança, registro adequado,
inclusive na ficha espelho, da vacina ministrada e seu aprazamento.
Detalhamento: capacitarei sobre a importância de preencher adequadamente
caderneta da criança e a ficha espelho, para servir de instrumento de controle
de dados e para busca ativa mais efetiva.
Ação: Capacitar o médico para as recomendações de suplementação de sulfato
ferroso do Ministério da Saúde.
Detalhamento: capacitarei conforme protocolo do MS CAB número 33 do
Ministério da Saúde.
39
Ação: Orientar o médico a respeito da técnica correta para a realização do teste
do olhinho.
Ação: Orientar o médico sobre a incorporação da triagem auditiva no protocolo
de sáude da criança.
Detalhamento: capacitarei conforme protocolo do MS CAB número 33 do
Ministério da Saúde.
Ação: Verificar se todos os profissionais de enfermagem da unidade de saúde
estão aptos para realizar o teste do pezinho. Se não, providenciar a capacitação.
Detalhamento: todos os profissionais são aptos para a prática, mas
proporcionarei atualizações das doenças disponíveis no teste e sobre formas de
coleta.
Ação: Capacitar a equipe para realizar avaliação da necessidade de tratamento
odontológico em crianças de 6 a 72 meses de idade.
Ação: Capacitar a equipe para realizar acolhimento das crianças de 6 a 72
meses de idade e seus responsáveis de acordo com protocolo.
Ação: Capacitar a equipe para realizar cadastramento, identificação e
encaminhamento crianças de 6 a 72 meses de idade para o serviço odontológico.
Ação: Capacitar os cirurgiões dentistas para realização de primeira consulta
odontológica programática para as crianças de 6 a 72 meses de idade da área
de abrangência.
Detalhamento: capacitarei a equipe como um todo, juntamente com a
odontóloga para que todos tenha a mesma conduta para avaliar as crianças e
encaminhar conforme a faixa etária para a saúde bucal.
Objetivo 3 - Melhorar a adesão ao Programa Saúde da Criança.
Monitoramento e Avaliação:
Ação: Monitorar o cumprimento da periodicidade das consultas previstas no
protocolo (consultas em dia).
Ação: Monitorar número médio de consultas realizadas pelas crianças.
Monitorar as buscas a crianças faltosas.
40
Detalhamento: será realizado através da avaliação do registro feito nos
prontuários, fichas do acompanha-Bebê e fichas espelhos. Adequaremos o
serviço conforme número de consultas mínimas preconizada pelo MS.
Capacitarei as ACS para a busca ativa das crianças conforme anotações nas
cadernetas dessas. Em caso de crianças faltosas com risco alto de
vulnerabilidade, faremos visitas domiciliares a fim de acompanhamento de
puericultura.
Organização e Gestão:
Ação: Organizar as visitas domiciliares para buscar crianças faltosas.
Ação: Organizar a agenda para acolher as crianças provenientes das buscas.
Detalhamento: Capacitarei as ACS para a busca ativa das crianças conforme
anotações nas cadernetas dessas. Em caso de crianças faltosas com risco alto
de vulnerabilidade, faremos visitas domiciliares a fim de acompanhamento de
puericultura. A agenda já estará estruturada para atendimento exclusivo das
crianças em 1 dos dias da semana;
Engajamento Público:
Ação: Informar à comunidade e às mães sobre a importância do
acompanhamento regular da criança.
Detalhamento: através dos grupos das gestantes e sala de espera e durante
cada consulta. Será realizado pela enfermeira, médica após cada consulta e
técnicas de enfermagem durante cada procedimento
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Fazer treinamento de ACS na identificação das crianças em atraso,
através da caderneta da criança.
Detalhamento: capacitarei as ACS com a caderneta para que possam orientar
as famílias
Objetivo 4 – Melhorar o registro das Informações.
Monitoramento e Avaliação:
Ação: Monitorar os registros de todos os acompanhamentos da criança na
41
unidade de saúde.
Detalhamento: a equipe de enfermagem monitorará semanalmente, as crianças
cadastradas nas fichas do E-SUS, prontuários, fichas espelhos e fichas do
acompanha-bebê.
Organização e Gestão:
Ação: Preencher SIAB/folha de acompanhamento.
Ação: Implantar ficha espelho (da caderneta da criança).
Ação: Pactuar com a equipe o registro das informações.
Ação: Definir responsável pelo monitoramento registros.
Detalhamento: as capacitações serão para salientar também a importância do
devido preenchimento dos documentos, ficha espelho que será implantada e da
ficha do acompanha-Bebê já existente no município. Será definido em reunião o
responsável pelo monitoramento, o responsável pelo monitoramento dos
registros até o momento é o enfermeiro;
Engajamento Público:
Ação: Orientar a comunidade sobre seus direitos em relação à manutenção de
seus registros de saúde e acesso à segunda via, em particular de vacinas.
Detalhamento: é mantido por lei o direito de todo o usuário do SUS o acesso aos
seus registros de saúde e isso será trabalhado em sala de espera e em grupos.
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Treinar a equipe no preenchimento de todos os registros necessários ao
acompanhamento da criança na unidade de saúde.
Detalhamento: treinarei para que todos saibam orientar uns aos outros em
momentos de dúvidas, não ficando concentrado somente no enfermeiro o saber
e empoderando os demais profissionais da equipe.
Objetivo 5 – Mapear as crianças de risco pertencentes à área de
abrangência.
Monitoramento e Avaliação:
42
Ação: Monitorar o número de crianças de alto risco existentes na comunidade.
Ação: Monitorar o número de crianças de alto risco com acompanhamento de
puericultura em atraso.
Detalhamento: monitoraremos semanalmente através das fichas das crianças de
risco e aquelas acompanhadas no Centro de Referência Materno Infantil (até os
24 meses), veremos com a equipe se está acompanhando conforme necessário,
evitando a falta nas próximas consultas.
Organização e Gestão:
Ação: Dar prioridade no atendimento das crianças de alto risco.
Ação: Identificar na ficha espelho as crianças de alto risco.
Detalhamento: ficará acordado entre a equipe a partir de reunião que todas as
crianças com alto risco tem prioridade de agendamento de consultas e de
atendimento, evitando que seja atendida o mais breve possível, evitando falta e
abandono por ordem de demora na espera da consulta.
Engajamento Público:
Ação: Fornecer orientações à comunidade sobre os fatores de risco para
morbidades na infância.
Detalhamento: através da sala de espera e grupos será orientada toda a
comunidade sobre a prevenção da saúde das criança e sempre também durante
as consultas.
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Capacitar os profissionais na identificação dos fatores de risco para
morbi/mortalidade.
Detalhamento: os profissionais serão capacitados para assistir a crianças
integralmente, serão orientados para a identificação dos fatores de risco para
doenças e morte na infância
Objetivo 6 – Promover a saúde das Crianças.
Monitoramento e Avaliação:
Ação: Monitorar o registro das orientações sobre prevenção de acidentes em
prontuário ou ficha espelho.
43
Ação: Monitorar as atividades de educação em saúde sobre o assunto
Detalhamento: será realizado analise dos registros realizados semanalmente
após as consultas, pela enfermeira.
Ação: Monitorar o percentual de crianças que foi observado mamando na 1a
consulta.
Ação: Monitorar a duração do aleitamento materno entre as crianças menores
de 2 anos.
Detalhamento: Toda a equipe observará através anotações no prontuário e nas
fichas sobre a mamada e sobre a duração do aleitamento materno.
Ação: Monitorar o registro das orientações em prontuário ou ficha espelho.
Ação: Monitorar as atividades educativas coletivas.
Detalhamento: será monitorado semanalmente, pela enfermeira, as ações e
orientações realizadas para enfatizar aos profissionais a importância de registrar
toda e qualquer ação realizada em prol da saúde das crianças.
Organização e Gestão:
Ação: Definir o papel de todos os membros da equipe na prevenção dos
acidentes na infância.
Ação: Definir o papel de todos os membros da equipe na promoção do
aleitamento materno.
Ação: Definir o papel de todos os membros da equipe na orientação nutricional.
Detalhamento: ao longo da construção do projeto de intervenção e conforme o
andamento das capacitações, definiremos o papel dos membros da equipe para
cada uma das ações.
Ação: Organizar agenda de atendimento de forma a possibilitar atividades
educativas em grupo na escola.
Ação: Identificar e organizar os conteúdos a serem trabalhados nas atividades
educativas.
Ação: Organizar todo material necessário para essas atividades.
Ação: Organizar listas de presença para monitoramento dos escolares que
participarem destas atividades.
44
Detalhamento: A equipe contemplará todas as ações previstas com as crianças
até 72 meses.
Engajamento Público:
Ação: Orientar a comunidade sobre formas de prevenção de acidentes na
infância.
Detalhamento: orientaremos em salas de espera sobre as formas de prevenção
de acidentes e quais os acidentes podem ocorrer nessa faixa etária.
Ação: Orientar a mãe e a sua rede de apoio sobra a importância do aleitamento
materno para a saúde geral e também bucal.
Ação: Orientar a mãe e a sua rede de apoio sobre a alimentação adequada para
crianças.
Detalhamento: em cada consulta será orientadas as mães e responsáveis sobre
amamentação e introdução de novos alimentos.
Ação: Divulgar as potencialidades das ações trans e interdisciplinares no
cuidado à saúde do escolar.
Ação: Promover a participação de membros da comunidade e da escola na
organização, planejamento e gestão das ações de saúde para as crianças.
Ação: Promover a participação de membros da comunidade e da creche na
avaliação e monitoramento das ações de saúde para as crianças
Ação: Esclarecer a comunidade sobre a necessidade do cuidado dos dentes
decíduos.
Detalhamento: através de grupos de sala de espera e reuniões na escola e na
creche serão abordados as questões referentes a saúde das crianças, que
incluem as citadas acima.
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Informar os profissionais sobre os principais acidentes que ocorrem na
infância por faixa etária e suas formas de prevenção.
Detalhamento: conforme já exposto, capacitarei a equipe para todas ações
referentes a pratica profissional com as crianças e a orientação sobre acidentes
está inclusa nas capacitações propostas.
45
Ação: Capacitar a equipe no aconselhamento do aleitamento materno exclusivo
e na observação da mamada para correção de "pega".
Ação: Fazer a capacitação dos profissionais para orientação nutricional
adequada conforme a idade da criança.
Detalhamento: capacitarei toda a equipe nas questões do aleitamento materno
e orientação nutricional conforme protocolo do MS.
Ação: Capacitar a equipe para realização das ações de promoção em saúde de
crianças de 0 a 72 meses de idade.
Detalhamento: capacitarei conforme protocolo para todas as atividades previstas
na saúde da criança.
Saúde Bucal das Crianças.
Objetivo 1- Ampliar a cobertura de atenção a saúde bucal da criança.
Monitoramento e Avaliação:
Ação: Monitorar e avaliar o número de crianças inscritas no programa Saúde da
Criança periodicamente
Detalhamento: revisaremos ficha espelho, ficha do acompanha-bebê e
prontuários, quando necessário, semanalmente, nas quintas-feiras pela manhã.
Organização e Gestão:
Ação: Organizar uma lista com o nome e endereço das crianças inscritas no
programa Saúde da Criança da UBS.
Ação: Os ACS devem organizar visitas domiciliares às famílias das crianças
inscritas no Programa Saúde da Criança da UBS.
Ação: Realizar reuniões periódicas com a equipe para apresentar e discutir os
resultados de monitoramento e/ou avaliação da cobertura do programa.
Detalhamento: realizaremos reuniões semanais para discutirmos aspectos da
intervenção, capacitações dos trabalhadores.
Ação: Organizar a agenda para as consultas programáticas.
46
Detalhamento: a agenda será organizada, pela auxiliar de odontologia, a fim de
que as crianças já tenham sua próxima consulta agendada.
Engajamento Público:
Ação: Esclarecer a comunidade sobre a importância de realizar consulta
odontológica programática a partir dos 6 meses de idade.
Ação: A auxiliar administrativa, com o reforço do restante da equipe, informará
a comunidade sobre o sistema de agendamento das consultas odontológicas
programáticas para as crianças inscritas no programa Saúde da Criança da UBS.
Detalhamento: a enfermeira e odontóloga orientarão em grupos de sala de
espera e no grupo das gestantes, ações de promoção da saúde bucal e as
facilidades de acesso a esse serviço
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Capacitar a equipe para orientar a comunidade e as famílias sobre a
importância da realização da primeira consulta odontológica a partir dos 6 meses
de idade.
Ação: Capacitar os ACS para informar às famílias das crianças inscritas no
programa Saúde da Criança da UBS da necessidade de realização da primeira
consulta odontológica programática.
Detalhamento: capacitarei a equipe, principalmente as técnicas em enfermagem
e ACS, para também sentirem-se engajados a fazer atividades educativas, seja
em sala de espera ou outros grupos, incentivando as boas práticas em saúde
bucal.
Objetivo 2 – Melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal dos escolares.
Monitoramento e Avaliação:
Ação: Monitorar e/ou avaliar periodicamente o número de crianças inscritas no
programa Saúde da Criança da Unidade que tiveram avaliação da necessidade
de atendimento odontológico.
Ação: Monitorar e/ou avaliar periodicamente o número de crianças que
necessitavam de atendimento odontológico e que tiveram a primeira consulta
47
odontológica programática.
Ação: Monitorar e/ou avaliar periodicamente o número de crianças que tiveram
o tratamento dentário concluído.
Detalhamento: monitorarei, juntamente com a odontóloga, a partir da ficha
espelho das crianças semanalmente.
Organização e Gestão:
Ação: Organizar a agenda para realizar a avaliação da necessidade de
atendimento odontológico entre as crianças inscritas no programa de Saúde da
Criança da Unidade.
Ação: Organizar uma lista com o nome e o contato das crianças que necessitam
realizar atendimento odontológico.
Ação: Organizar a agenda para priorizar o atendimento odontológico das
crianças que necessitam deste tipo de atendimento.
Ação: Agendar o atendimento odontológico logo após a identificação da sua
necessidade.
Ação: Organizar a agenda para garantir as consultas necessárias para
conclusão do tratamento.
Detalhamento: a auxiliar de saúde bucal organizará a agenda para que
contemple todas as ações em saúde bucal, desde a prevenção até a cura. Já
temos alguns serviços estruturados, a odontóloga já possui agenda para atender
crianças e tem interesse em trabalhar com as primeiras orientações quando a
criança ainda não possui dentes.
Ação: Garantir com o gestor o fornecimento do material necessário para o
atendimento odontológico.
Detalhamento: todo o material previsto para atendimento é fornecido, ficaremos
atentos para que não falte.
Engajamento Público:
Ação: Esclarecer a comunidade sobre a diferença entre consulta odontológica
programática e avaliação da necessidade de atendimento odontológico.
Ação: Esclarecer a comunidade sobre a importância de realizar a primeira
consulta odontológica programática para aquelas que tiveram esta indicação
48
após a primeira avaliação.
Ação: Esclarecer a comunidade sobre a importância de realizar quantas
consultas forem necessárias para concluir o tratamento dentário.
Detalhamento: a partir de sala de espera e durante as consultas, serão
esclarecidos as questões de saúde bucal e da importância da primeira consulta
e de não faltar a nenhuma consulta programada.
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Treinar a equipe para orientar a comunidade e as famílias sobre a
diferença entre consulta programática e avaliação da necessidade de
atendimento odontológico.
Ação: Revisar com os odontólogos os protocolos de atendimento.
Ação: Treinar a equipe para diagnosticar e tratar as principais alterações bucais
nas crianças, como: traumatismo dentário, oclusopatias e cárie dentária.
Ação: Capacitar os profissionais para o manejo da criança.
Ação: Capacitar a equipe de saúde à monitorar a adesão das crianças ao
tratamento odontológico.
Detalhamento: treinarei a equipe para que todos tenham as mesmas condutas e
priorizem a busca da criança pelo serviço a qual necessita.
Objetivo 3- Melhorar a adesão ao atendimento de saúde bucal.
Monitoramento e Avaliação:
Ação: Monitorar a frequência à primeira consulta odontológica programática e o
cumprimento da periodicidade das consultas subsequentes previstas no
protocolo (consultas em dia).
Ação: Monitorar as buscas a crianças faltosas.
Detalhamento: monitoraremos a partir das fichas de acompanhamento da
criança (ficha espelho) semanalmente para possibilitar captação dessa.
Organização e Gestão:
Ação: Organizar uma lista com o nome e o contato das crianças que faltaram às
consultas odontológicas (primeira consulta odontológica programática e
subsequentes).
49
Ação: Organizar as visitas domiciliares para buscar crianças faltosas.
Ação: Organizar a agenda para acolher as crianças provenientes das buscas.
Detalhamento: organizaremos os processos de trabalho a fim de facilitar o
acesso das crianças ao serviço de saúde.
Engajamento Público:
Ação: Informar à comunidade e às mães sobre a importância do
acompanhamento regular da saúde bucal da criança.
Detalhamento: em consultas sejam elas odontológicas ou com o médico e
enfermeira e em sala de espera e grupos realizados na unidade.
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Capacitar a equipe para identificar as crianças que faltaram às consultas
odontológicas.
Detalhamento: capacitar a equipe para que compreendam a importância de
manter o acompanhamento da saúde bucal e o quão prejudicial para a saúde
algum problema não tratado.
Objetivo 4- Melhorar o registro das informações.
Monitoramento e Avaliação:
Ação: Monitorar os registros da saúde bucal da criança na UBS
Detalhamento: monitoraremos semanalmente a partir dos registros das fichas
espelhos e prontuários.
Organização e Gestão:
Ação: Preencher SIAB/folha de acompanhamento.
Ação: Definir reponsável pelo monitoramento dos registros odontológicos.
Ação: Implantar registro específico para o acompanhamento da saúde bucal das
crianças (tipo ficha espelho da Caderneta da Criança) para os atendimentos
odontológicos.
Detalhamento: Utilizaremos a ficha espelho disponível pelo curso para
acompanhamento da saúde bucal e definiremos em reunião de equipe o
responsável pelo monitoramento dos registros odontológicos.
50
Engajamento Público:
Ação: Orientar a comunidade sobre seus direitos em relação à manutenção de
seus registros de saúde.
Detalhamento: em grupos e sala de espera e em reuniões com a comunidade
será abordado temáticas sobre seus direitos que inclui acesso a prontuário e
apontamentos.
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Capacitar a equipe no preenchimento de todos os registros necessários
ao acompanhamento da saúde bucal da criança.
Detalhamento: orientarei a equipe sobre a importância de preenchimento para
facilitar nas analises de dados necessárias para monitoramento das ações
Objetivo 5- Promover a saúde das crianças.
Monitoramento e Avaliação:
Ação: Monitorar os registros de orientação sobre higiene bucal aos responsáveis
por crianças com primeira consulta odontológica programática.
Ação: Monitorar os registros de orientação sobre dieta aos responsáveis por
crianças com primeira consulta odontológica programática.
Ação: Monitorar os registros de orientação sobre hábitos de sucção nutritiva e
não nutritiva e prevenção de oclusopatias aos responsáveis por crianças com
primeira consulta odontológica programática.
Detalhamento: monitoraremos semanalmente as fichas espelhos da saúde bucal
para que possa fornecer dados precisos de todas as consultas da criança e
poder melhor acompanhar a evolução da criança e do tratamento e orientações
empregados.
Organização e Gestão:
Ação: Definir o papel de cada membro da equipe na orientação sobre higiene
bucal.
Ação: Definir o papel de cada membro da equipe na orientação sobre dieta.
Ação: Definir o papel de cada membro da equipe na orientação sobre hábitos
51
de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias.
Detalhamento: definiremos em reunião de equipe o papel de cada profissional
para que todas as atividades sejam contempladas.
Engajamento Público:
Ação: Esclarecer a comunidade sobre a importância da higiene bucal adequada
para crianças.
Ação: Esclarecer a comunidade sobre a importância de adotar dieta adequada
para a saúde bucal das crianças.
Ação: Esclarecer a comunidade sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva
e prevenção de oclusopatias.
Detalhamento: orientaremos em sala de espera, grupos de gestantes e em
consultas a adoção de hábitos saudáveis para a promoção da saúde bucal
Qualificação da Prática Clínica:
Ação: Capacitar os profissionais para orientar adequadamente sobre higiene
bucal conforme a idade da criança.
Ação: Capacitar os profissionais para orientar adequadamente sobre dieta
conforme a idade da criança.
Ação: Capacitar os profissionais para orientar adequadamente sobre hábitos de
sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias.
Detalhamento: capacitaremos a equipe para que saibam orientar nas atividades
previstas, sobre adoção de hábitos saudáveis para a promoção da saúde bucal,
como previsto no protocolo do MS e demais materiais.
2.3.2 Indicadores
Saúde da criança
Relativo ao objetivo 1: Ampliar a cobertura da atenção à saúde da criança.
Meta 1.1 Ampliar a cobertura da atenção à saúde para 55% das crianças entre
zero e 72 meses pertencentes à área de abrangência da unidade saúde .
Indicador 1.1: Proporção de crianças entre zero e 72 meses inscritas no
52
programa da unidade de saúde.
Numerador: Número de crianças entre 0 e 72 meses inscritas no programa de
Saúde da Criança da unidade de saúde.
Denominador: Número de crianças entre 0 e 72 meses pertencentes à área de
abrangência da unidade de saúde.
Relativos ao objetivo 2: Melhorar a qualidade da atenção à saúde da criança
Meta 2.1 Realizar a primeira consulta na primeira semana de vida para 100%
das crianças cadastradas.
Indicador: Proporção de crianças com primeira consulta na primeira
semana de vida
Numerador: Numerador: Número de crianças inscritas no programa de Saúde da
Criança da unidade de saúde com a primeira consulta na primeira semana de
vida.
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 2.2 Monitorar o crescimento em 100% das crianças.
Indicador: Proporção de crianças com monitoramento de crescimento.
Numerador: Número de crianças que tiveram o crescimento (peso e
comprimento/altura) avaliados.
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 2.3 Monitorar 100% das crianças com déficit de peso.
Indicador: Proporção de crianças com déficit de peso monitoradas.
Numerador: Número de crianças com déficit de peso monitoradas pela equipe
de saúde.
Denominador: Número de crianças com déficit de peso.
Meta 2.4 Monitorar 100% das crianças com excesso de peso.
Indicador: Proporção de crianças com excesso de peso monitoradas.
Numerador: Número de crianças com excesso de peso monitoradas pela equipe
53
de saúde.
Denominador: Número de crianças com excesso de peso.
Meta 2.5. Monitorar o desenvolvimento em 100% das crianças.
Indicador: Proporção de crianças com monitoramento de
desenvolvimento.
Numerador: Número de crianças que tiveram avaliação do desenvolvimento.
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 2.6. Vacinar 100% das crianças de acordo com a idade.
Indicador: Proporção de crianças com vacinação em dia de acordo com a
idade.
Numerador: número de crianças com vacinas em dia de acordo com a idade.
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 2.7. Realizar suplementação de ferro em 100% das crianças de 6 a 24
meses.
Indicador: Proporção de crianças de 6 a 24 meses com suplementação de
ferro.
Numerador: número de crianças de 6 a 24 meses que receberam ou que estão
recebendo suplementação de ferro
Denominador: Número de crianças entre 6 e 24 meses de idade inscritas no
programa e pertencentes à área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 2.8. Realizar triagem auditiva em 100% das crianças.
Indicador: Proporção de crianças com triagem auditiva.
Numerador: Número de crianças que realizaram triagem auditiva.
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 2.9. Realizar teste do pezinho em 100% das crianças até 7 dias de vida.
Indicador: Proporção de crianças com teste do pezinho até 7 dias de vida.
54
Numerador: Número de crianças que realizaram o teste do pezinho até 7 dias de
vida.
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 2.10 Realizar avaliação da necessidade de atendimento odontológico em
100% das crianças de 6 e 72 meses.
Indicador: Proporção de crianças de 6 e 72 meses com avaliação da
necessidade de atendimento odontológico.
Numerador: Número de crianças de 6 e 72 meses com avaliação da necessidade
de atendimento odontológico.
Denominador: Número total de crianças de 6 a 72 meses inscritas no programa
e pertencentes à área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 2.11. Realizar primeira consulta odontológica para 100% das crianças de
6 a 72 meses de idade moradoras da área de abrangência, cadastradas na
unidade de saúde.
Indicador: Proporção de crianças de 6 a 72 meses com primeira consulta
odontológica.
Numerador: Número de crianças de 6 a 72 meses de idade da área de
abrangência com primeira consulta odontológica programática realizada.
Denominador: Número total de crianças de 6 a 72 meses de idade da área de
abrangência cadastradas no programa de Saúde da Criança da unidade de
saúde.
Relativo ao objetivo 3: Melhorar a adesão ao programa de Saúde da Criança
Meta 3.1. Fazer busca ativa de 100% das crianças faltosas às consultas.
Indicador: Proporção de buscas realizadas às crianças faltosas ao
programa de saúde da criança.
Numerador: Número de crianças faltosas ao programa buscadas.
Denominador: Número de crianças faltosas ao programa.
Relativo ao objetivo 4: Melhorar o registro das informações
55
Meta 4.1 Manter registro na ficha espelho de saúde da criança/ vacinação de
100% das crianças que consultam no serviço.
Indicador: Proporção de crianças com registro atualizado.
Numerador: número de fichas- espelho com registro atualizado
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Relativo ao objetivo 5: Mapear as crianças de risco pertencentes à área de
abrangência
Meta 5.1. Realizar avaliação de risco em 100% das crianças cadastradas no
programa.
Indicador: Proporção de crianças com avaliação de risco.
Numerador: Número de crianças cadastradas no programa com avaliação de
risco.
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Relativos ao objetivo 6: Promover a saúde das crianças
Meta 6.1. Dar orientações para prevenir acidentes na infância em 100% das
consultas de saúde da criança.
Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientações sobre
prevenção de acidentes na infância.
Numerador: Número de crianças cujas mães receberam orientação sobre
prevenção de acidentes na infância durante as consultas de puericultura.
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 6.2. Colocar 100% das crianças para mamar durante a primeira consulta.
Indicador: Número de crianças colocadas para mamar durante a primeira
consulta.
Numerador: Número de crianças que foram colocadas para mamar durante a
56
primeira consulta de puericultura.
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde
Meta 6.3. Fornecer orientações nutricionais de acordo com a faixa etária para
100% das crianças.
Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientações
nutricionais de acordo com a faixa etária.
Numerador: Número de crianças cujas mães receberam orientação nutricional
de acordo com a faixa etária
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 6.4 Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% das crianças de
acordo com a faixa etária
Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientações sobre
higiene bucal de acordo com a faixa etária.
Numerador: Número de crianças cujas mães receberam orientação sobre
higiene bucal de acordo com a faixa etária
Denominador: Número total de crianças inscritas no programa e pertencentes à
área de abrangência da unidade de saúde.
Indicadores das metas de saúde bucal das crianças
Relativo ao objetivo 1: Ampliar a cobertura de atenção à saúde bucal da criança
Meta 1.1. Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica programática
para 55% das crianças de 6 a 72 meses de idade residentes na área de
abrangência da unidade de saúde e inscritas no programa Saúde da Criança da
unidade.
Indicador: Proporção de crianças residentes na área de abrangência da
unidade de saúde com primeira consulta odontológica programática.
Numerador: Número de crianças de 6 a 72 meses de idade residentes na área
57
de abrangência e inscritas no programa Saúde da Criança com primeira consulta
odontológica programática. Denominador: Número total de crianças de 6 a 72
meses de idade que residem na área de abrangência da unidade de saúde
inscritas no programa Saúde da Criança da unidade.
Relativos ao objetivo 2: Melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal das
crianças de 6 a 72 meses.
Meta 2.1. Realizar avaliação da necessidade de atendimento odontológico em
100% das crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança
da unidade e pertencentes a área de abrangência
Indicador: Proporção de crianças de 6 a 72 meses com avaliação da
necessidade de atendimento odontológico.
Numerador: Número de crianças de 6 a 72 meses com avaliação da necessidade
de atendimento odontológico.
Denominador: Número total de crianças de 6 a 72 meses inscritas no programa
Saúde da Criança e pertencentes à área de abrangência da unidade de saúde.
Meta 2.2. Realizar a primeira consulta odontológica programática para 100% das
crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança da
unidade, pertencentes a área de abrangência e que necessitam de atendimento
odontológico.
Indicador: Proporção de crianças de 6 a 72 meses com necessidade de
atendimento e com primeira consulta odontológica programática.
Numerador: Número de crianças de 6 a 72 meses da área de abrangência com
primeira consulta odontológica programática realizada.
Denominador: Número total de crianças de 6 a 72 meses inscritas no programa
Saúde da Criança e pertencentes à área de abrangência da unidade de saúde
que necessitam de atendimento odontológico.
Meta 2.3. Concluir o tratamento dentário em 100% das crianças com primeira
consulta odontológica programática.
Indicador: Proporção de crianças com tratamento dentário concluído.
Numerador: Número de crianças de 6 a 72 meses residentes na área de
abrangência da unidade de saúde com primeira consulta odontológica
programática com tratamento dentário concluído.
58
Denominador: Número total de crianças da área de abrangência da unidade de
saúde com primeira consulta odontológica.
Relativos ao objetivo 3: Melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal
Meta 3.1. Realizar busca ativa de 100% das crianças que necessitavam realizar
a primeira consulta odontológica programática e faltaram.
Indicador: Proporção de busca ativa realizada às crianças que
necessitavam de primeira consulta odontológica programática e que
faltaram.
Numerador: Número de crianças que necessitavam da primeira consulta
odontológica programática que faltaram e foram buscadas.
Denominador: Número de crianças que necessitavam da primeira consulta
odontológica programática e faltaram.
Meta 3.2. Fazer busca ativa de 100% das crianças com primeira consulta
odontológica programática faltosas às consultas subsequentes.
Indicador: Proporção de buscas realizadas às crianças residentes da área
de abrangência da unidade de saúde.
Numerador: Número de crianças faltosas às consultas e que foram buscadas.
Denominador: Número de crianças faltosas às consultas.
Relativo ao objetivo 4: Melhorar o registro das informações
Meta 4.1. Manter registro atualizado em planilha e/ou prontuário de 100% das
crianças com primeira consulta odontológica programática.
Indicador: Proporção de crianças com registro atualizado.
Numerador: Número de crianças da área de abrangência da unidade de saúde
com registro atualizado.
Denominador: Número total de crianças com primeira consulta odontológica.
Relativos ao objetivo 5: Promover a saúde da crianças
Meta 5.1. Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% dos responsáveis
59
por crianças com primeira consulta odontológica programática.
Indicador: Proporção de crianças com orientações sobre higiene bucal.
Numerador: Número de crianças com orientação sobre higiene bucal.
Denominador: Número total de crianças da área de abrangência da unidade de
saúde com primeira consulta odontológica programática.
Meta 5.2. Fornecer orientação sobre dieta para 100% dos responsáveis por
crianças com primeira consulta odontológica programática.
Indicador: Proporção de crianças com orientações sobre dieta
Numerador: Número de crianças com orientação nutrional.
Denominador: Número total de crianças da área de abrangência da unidade de
saúde com primeira consulta odontológica programática.
Meta 5.3 Fornecer orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva
e prevenção de oclusopatias para 100% dos responsáveis por crianças com
primeira consulta odontológica programática.
Indicador: Proporção de crianças cujos responsáveis receberam
orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção
de oclusopatias.
Numerador: Número de crianças cujos responsáveis receberam orientação
sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias.
Denominador: Número total de crianças da área de abrangência da unidade de
saúde com primeira consulta odontológica programática.
2.3.3 Logística
Para realizar a intervenção no Programa de Saúde da criança –
Puericultura dos 0 a 72 meses, vamos adotar o Caderno de Atenção Básica nº
33 Saúde da Criança: Crescimento e desenvolvimento do Ministério da Saúde.
Utilizaremos a ficha disponibilizada pelo curso para atendimentos clínicos e de
saúde bucal.
Estimamos alcançar com a intervenção 180 crianças de 0 a 72 meses.
Faremos contato com o gestor municipal para impressão das fichas espelho.
Para o acompanhamento mensal da intervenção será utilizada a planilha
eletrônica de coleta de dados.
60
Para isso vamos precisar de folhas de ofício para realizar cópias do material e
copiadora, que possuímos na unidade precisaremos de maior recarga de tonner
para o funcionamento da máquina, que está disponível para pedirmos ao
almoxarifado.
Realizaremos reunião com o coordenador da saúde bucal da Secretaria
de saúde e com a coordenadora da saúde da criança para expor os dados
levantados e a importância da intervenção na atenção básica.
2.4 Cronograma
Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Capacitação dos profissionais da UBS sobre o Protocolo de Puericultura
Estabelecimento do papel de cada profissional na ação programática
Cadastramento de todas as crianças da área adstrita no programa
Contato com a comunidade em sala de espera
Atendimento clínico e odontológico de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças
Atividades coletivas no grupo de gestantes e puérperas
61
Capacitação dos ACS para a realização de busca ativa das crianças faltosas
Busca ativa das crianças faltosas
Monitoramento e avaliação da intervenção
3 Relatório da intervenção
3.1 Ações previstas e desenvolvidas
Refletindo sobre a abrangência das atividades propostas no projeto de
intervenção, e hoje após a coleta de dados dos 3 meses propostos constato
algumas questões que descreverei ao longo do texto. Conforme detalhamento
das ações no item de monitoramento e avaliação, mantivemos controle sobre as
fichas espelho semanalmente, com atenção redobrada nas primeiras semanas
de intervenção para que houvesse preenchimento de todos os dados
corretamente e para monitoramento do número de crianças cadastradas na
unidade. Não foi fácil esse período de adaptação de novos instrumentos no
ambiente de trabalho pois a saúde pública já é conhecida por seus inúmeros
papéis e formulários de preenchimento de diversas áreas de atendimento. O
cadastramento das crianças deu-se conforme planejado, através de cadastro
informatizado via E-SUS realizado pelas Agentes de Saúde e também pelo
prontuário de papel assim que procuravam a unidade para qualquer tipo de
62
atendimento de saúde. Uma das dificuldades apresentadas no início do mês de
outubro, que fugiu de nosso alcance, foi problemas técnicos no Programa E-SUS
e assim, as agentes não puderam mais realizar os cadastros de nenhuma família
via sistema, seguimos até o momento com os cadastros de papel, depois serão
transferidos para o sistema, mas ainda sem previsão.
As capacitações previstas foram realizadas conforme cronograma, para
as ACS, equipe médica, de enfermagem e de odontologia, onde revisamos o
protocolo de atenção a saúde da criança e discutimos alternativas para suprir as
lacunas que haviam nos atendimentos realizados até então. Capacitamos
também as monitoras da creche na qual visitamos abordando os cuidados com
a saúde bucal da criança, prevenção de acidentes e nutrição.
Realizamos, também, busca ativa através de contato via telefone,
daquelas áreas onde estavam descoberta de ACS e as agentes buscaram
ativamente todas as crianças que faltaram as consultas agendadas. Nas
primeiras 4 semanas focamos o trabalho naquelas crianças que não
compareciam ao serviço para acompanhar seu desenvolvimento e crescimento
há cerca de 1 ano e ainda não tinham completado 2 anos de vida.
Após essa estratégia de equilibrar o básico que devia estar funcionando,
partimos para o que nós havíamos proposto, ampliar atendimento de puericultura
até os 72 meses de idade. Nessa etapa de avançar no atendimento e integrar os
atendimentos dos maiores de 2 anos foi um desafio, pois a maioria dos
profissionais não entendiam a necessidade de atender com ênfase do
acompanhamento de crescimento e desenvolvimento dessa faixa etária citada.
Com o passar do tempo, com as capacitações em equipe sobre o Caderno de
Atenção básica nº 33 e com os dados apresentados em reunião de equipe
quinzenal, a equipe se sensibilizou e tomou posse da necessidade de
ampliarmos nosso serviço para o atendimento das crianças.
O engajamento público conseguimos trabalhar parcialmente, em salas de
espera e nos grupos realizados na unidade, também tivemos o forte apoio das
líderes da Pastoral da Criança, que são pessoas da comunidade, que trabalham
voluntariamente em prol da melhoria da saúde das crianças. Com o apoio da
Pastoral, fizemos alguns eventos na unidade, fazendo o chamamento desses
pais com as crianças para a importância do acompanhamento de saúde e
desenvolvimento do seu filho. Relacionado a esse quesito, acredito que
63
devemos estar em constante aproximação da população da área de bem
comum.
A cobertura de crianças com triagem auditiva também foi muito desafiador
e que não conseguimos alcançar a meta, considerando ter trabalhado
parcialmente este quesito, pois ainda há muita demora para seu agendamento e
devido a isso os responsáveis pela criança acreditam não precisar fazer o
exame, visto que parece ouvir bem. A cobertura deve ser melhorada e acredito
que somente será liberada com a educação em saúde, persistir em atividades
de sala de espera e em grupos para a informação sobre o teste. Creio que a
demora abrangência expondo dados para trabalharmos em conjunto, as
melhorias para o do teste da orelhinha acontece pelo fato de pouca adesão ao
teste, o que gera reagendamento e a criança que nasce nesse período não
consegue agendamento tão logo, pois criança com mais idade estão aguardando
fazê-lo. Entendo que aumentar o número de testes por dia não seria a solução.
A médica encaminhou as crianças que ficou em dúvida em relação ao
teste do olhinho, ao oftalmologista de maneira bem preocupada e querendo
resolver aquela situação. Percebo que as orientações que fiz em reuniões de
equipe para a atenção integral da criança gerou efeito.
Também fiquei bem satisfeita ao perceber que todos os profissionais
estão registrando nos gráficos de crescimento e desenvolvimento da criança,
presente nas cadernetas.
Anterior ao projeto, as crianças da área não eram acompanhadas
regularmente, pois o acompanhamento de puericultura era realizado somente
até os 24 meses. Tivemos dificuldades na captação das crianças, pois muitos
pais/responsáveis pelas crianças acreditavam não ser necessário leva-las até a
unidade sem apresentar sintomas de alguma doença. Através dos grupos das
gestantes e também de abordagens em sala de espera, conseguimos mobilizar
e sensibilizar a comunidade sobre a importância do acompanhamento de
desenvolvimento e crescimento infantil.
Realizamos atendimento na creche, localizada ao lado da unidade, para
captar aquelas crianças que não conseguiam ser atendidas por motivo de
incompatibilidade do horário de trabalho com o horário de funcionamento da
unidade. Aproveitamos para inserir no programa toda a criança que procurava a
unidade por queixa e/ou outros procedimentos (vacinas, curativos, pesagem)
64
ofertando atenção integral a sua saúde.
3.2 Ações previstas e não desenvolvidas
A maior dificuldade vivenciada na unidade e, acredito que em todo o
município, é que a saúde bucal não faz parte da equipe de saúde da família,
atende como UBS e isso abrange uma população maior que acaba não dando
conta da demanda da população adstrita. Essa situação gera desconforto para
a equipe, pois geram agendas lotadas e menos vagas de atendimento para a
comunidade cadastrada da ESF. Para tentarmos contornar essa situação e
promover melhoria de acesso a atendimento de saúde bucal, conversei com a
odontóloga que atende as crianças e ela aceitou que, a cada criança atendida
em consulta clínica, também iria fazer ao menos uma avaliação da saúde bucal,
orientações e agendamentos quando necessário. Essa iniciativa ampliou o
acesso as crianças ao atendimento integral. Posteriormente também me reuni
com o coordenador de saúde bucal que achou interessante essa preocupação,
que sente vontade de mudar muitas estratégias, mas que no presente não será
possível qualquer mudança. Ficou à disposição para quaisquer dúvidas e
sugestões, achei bem produtivo a troca de ideias.
A busca ativa da crianças faltosas a consulta odontológica ficou falha nos
2 primeiros meses e no 3º mês foi buscado parcialmente as crianças, visto que
a meta era buscar ativamente 100% das crianças faltosas.
Apesar de fazermos contato com a população para o engajamento através
das atividades em grupo e em sala de espera, a meta de informar a população,
em sala de espera, sobre direito a cópia e acesso a seus registros e prontuários
não foi executada.
3.3 Aspectos relativos à coleta e sistematização dos dados
Muitas vezes tive que reconfigurar as planilhas, sumiam os dados, os
nomes das crianças atendidas, tive uma semana que fiquei sem computador, na
unidade ficou sem internet, o que levou o atraso de postar as tarefas e as
planilhas da intervenção. Acredito que o que levou a desconfiguração das
65
planilhas foram os próprios sistemas usados para abrir o arquivo, sendo que em
casa utilizo o computador com Microsoft Oficce e no computador da unidade é o
BrOficce. Esses impasses tomam mais o nosso tempo.
3.4 Viabilidade da incorporação das ações à rotina de serviços
Vejo que é viável continuar o serviço de atendimento às crianças de 0 a
72 meses pois já ficou incorporado como rotina da equipe. O que pode ser
mudado é deixar alguns horários de cada turno na agenda para agendamento
dessas crianças para a puericultura, pois somente um turno por semana, como
era feito anteriormente, não dá conta de atender todas as crianças da população
adstrita e sei que vai depender muito também da enfermeira que assumirá
também os atendimentos de puericultura intercalado com os atendimentos
médicos. Meu processo de aprendizado foi intenso e a cada dia aprendo mais e
mais, agradeço a oportunidade do PROVAB e também a disponibilidade e
confiança da colega médica depositada em mim, tornou-se grande parceira de
trabalho, posso contar com ela para qualquer discussão de caso.
66
4 Avaliação da Intervenção
4.1 Resultados
Saúde da Criança
Objetivo 1: Ampliar a cobertura do Programa de Saúde da Criança.
1.1.
Meta: Ampliar a cobertura da atenção a saúde para 55% das crianças entre zero
e 72 meses pertencentes à área de abrangência da Unidade de Saúde.
Indicador: número de crianças inscritas no programa de saúde da criança da
Unidade de Saúde.
67
Figura 1 Gráfico indicativo da proporção de crianças entre zero e 72 meses inscritas no programa da unidade de saúde. Bento Gonçalves, RS,2014.
A intervenção tratou da melhoria a atenção a saúde da criança de 0 a 72
meses. Saliento que para a intervenção, estão incluídas ações de saúde bucal
para esta abordagem.
Na área adstrita da Unidade residem 325 crianças nesta faixa etária de 0 a 72
meses. Entre as crianças, 144 realizaram consulta de puericultura e 84
realizaram primeira consulta odontológica programática, alcançando, ao final da
intervenção, uma cobertura de 44,3% de atendimento clínico por médico e/ou
enfermeiro e 31,5% de atendimento odontológico da área adstrita.
De acordo com a Figura 1 no primeiro mês de intervenção foram
cadastradas 34 (10,5%) crianças, no segundo mês 68 (20,9%), e no último mês
144 (44,3%) crianças.
Conforme projeto de intervenção, tive como meta ampliar a cobertura de
atenção à saúde da criança de zero a 72 meses em 55%, sei que não atingimos
a meta preestabelecida, porém, considero que o número de crianças
acompanhadas já é muito positivo. Vejo que os agentes comunitários de saúde
tiveram fundamental importância no cadastramento destas crianças, pois foram
os responsáveis pelo vínculo entre a família e a Unidade.
Objetivo 2: Melhorar a qualidade do atendimento à Criança.
2.1.Meta: realizar a primeira consulta na primeira semana de vida para 100% das
crianças cadastradas.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças entre zero e 72 meses inscritas no programa da
unidade de saúde
68
Indicador: Proporção de crianças inscritas no programa de Saúde da Criança da
Unidade de Saúde com a primeira consulta na primeira semana de vida.
Figura 2 Gráfico indicativo da proporção de crianças com primeira consulta na primeira semana de vida. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Minha área tem 325 crianças de 0 a 72 meses. Ao iniciar a intervenção,
das 34 crianças cadastradas no programa, apenas 25 crianças (73,5%) tinham
realizado a primeira consulta na primeira semana de vida, pois era isso que
tínhamos de informações documentadas e me detive a essas informações, já
que em nosso território, temos muitas famílias com problemas sociais, a maioria
com escolaridade baixa, o que pode levar a algum viés de memória ou
informação.
No segundo mês da intervenção das 68 crianças cadastradas no
programa, somente 47 (69,1%) possuíam registro de primeira consulta na
primeira semana de vida. Podemos observar que no terceiro mês de intervenção
a captação precoce melhorou muito, pois tivemos um alcance de 130 (90,3%)
crianças. Atento para estes dados da não captação de 100% das crianças, pois
algumas nasceram com alguma comorbidade, devido a gestação de alto risco,
logo ficaram semanas internadas e foram encaminhadas ao serviço de atenção
infantil especializada, para essa questão, realizamos visita domiciliar na primeira
semana, nos casos em que não conhecíamos a gestante, que já acompanhava
o pré-natal no serviço de atenção especializado.
Outro fator limitante é que grande parte da população residente no
território não possui casa própria, ocasionando grande rotatividade local, logo,
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças com primeira consulta na primeira semana de vida
69
não damos conta de acompanhar a população integralmente, visto que mudam
de residência com frequência. Acredito que a comunicação entre as equipes das
unidade de saúde do município seja fundamental para dar continuidade às
intervenções em saúde da população. A ação que mais ajudou nesse quesito da
intervenção foi a conscientização das gestantes sobre a importância da consulta
na primeira semana de vida e o cadastramento de todas as crianças e gestantes
da área adstrita através do agente comunitário de saúde, o que nos deu uma
prévia das necessidades de saúde daquele indivíduo.
2.2.
Meta: Monitorar o crescimento em 100% das crianças cadastradas.
Indicador: proporção de crianças com monitoramento do crescimento.
Figura 3 Gráfico indicativo da proporção de crianças com monitoramento de crescimento. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Iniciamos a intervenção, no primeiro mês, com 30 crianças (88,2%), das
34 cadastradas até então, com monitoramento de crescimento em dia. No
segundo mês notamos um significante decréscimo dessa proporção, pois
captamos muitas crianças que não estavam com o monitoramento de
crescimento em dia, então 68 crianças cadastradas, sendo 15 com
monitoramento de crescimento em atraso, refletindo em 53 (77,9%) crianças com
o monitoramento em dia.
Buscar essas crianças, a maior parte delas acima dos 24 meses, foi
possível através de eventos promovidos na Unidade, em parceria com a Pastoral
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças com monitoramento de crescimento
70
da Criança, promovendo dias de pesagem, cinema para as crianças e outras
atividades propostas. Essas ações, unidas aos esforços de todos da equipe,
facilitaram a captação dessas, que há mais de 1 ano não procurava a unidade
de saúde para acompanhamento.
No terceiro mês, percebemos que atingimos 93,1%(134) das crianças
com monitoramento de crescimento em dia, pois todos os esforços realizados no
primeiro e segundo mês de intervenção refletem no terceiro mês e a longo prazo,
frisando que muitas crianças fazem acompanhamento de puericultura em outra
unidade com especialista ou centro de referência a atenção infantil.
2.3
Meta: Monitorar 100% das crianças com déficit de peso.
Indicador: Proporção de crianças com déficit de peso monitoradas.
Das 144 crianças cadastradas no programa, 2 estão com déficit de peso,
já monitoradas e acompanhadas por equipe multiprofissional disponível na
unidade (nutricionista, médica e enfermagem), sendo que no primeiro mês não
havia nenhuma criança com déficit de peso e, já no segundo mês uma criança
tinha déficit de peso e no terceiro mês mais uma criança foi avaliada estando
abaixo do peso.
Sendo assim, todas estas crianças (100%) foram monitoradas quanto ao
déficit de peso. Também temos casos em que a equipe acreditava que certas
crianças tinha baixo peso, mas após anamnese descobrimos que a criança era
prematura e que, pela tabela de peso versus idade estava normal, no entanto,
obviamente com menor peso de uma criança com nascimento a termo. Esses
casos de peso e altura para idade em prematuros foram muito interessantes,
revimos protocolos, proporcionando atualização da prática clínica.
2.4
Meta: Monitorar 100% das crianças com excesso de peso.
Indicador: Proporção de crianças com excesso de peso monitoradas.
71
Tivemos 11 crianças que apresentaram sobrepeso ou obesidade das 144
crianças que foram atendidas ao longo das 12 semanas de intervenção, dessas
3 acompanhadas desde o mês 1, outras 3 acompanhadas no mês 2 e 7 que
foram cadastradas no mês 3.
Monitoramos 100% das crianças com excesso de peso, inclusive uma
delas, obesa, com 15 meses, encaminhamos ao Centro de Referência Materno
Infantil também por apresentar atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
Percebo que a maior preocupação em relação ao peso das crianças, nos dias
de hoje, é o sobrepeso. A partir desses dados nos confirma a preocupação e
mobilização do mundo para hábitos mais saudáveis: as pessoas estão cada vez
mais obesas, considerado um dos maiores problemas de saúde pública. Cabe a
nós, profissionais, ao constatar isso promover a saúde da criança com mudança
na alimentação e estimulação à pratica de esportes, prevenindo o sobrepeso e
obesidade em futuros adultos.
2.5
Meta: monitorar o desenvolvimento de 100% das crianças.
Indicador: Proporção de crianças com monitoramento de desenvolvimento
Figura 4 Gráfico indicativo da proporção de crianças com monitoramento de desenvolvimento. Bento Gonçalves, RS, 2014.
A proporção de crianças com monitoramento de desenvolvimento se
iguala a proporção de crianças com monitoramento de crescimento, apresentado
anteriormente.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças com monitoramento de desenvolvimento
72
Na prática profissional do dia a dia, creio que não há como dissociar o
acompanhamento do desenvolvimento infantil do acompanhamento do
crescimento infantil, portanto, os dados e porcentagem de crianças monitoradas
foram os mesmos, de 30 (88,2%) no primeiro mês, 53 (77,9%) no segundo mês
e 134 (93,1%) ao final da intervenção. Como já expus acima, captamos muitas
crianças ao longo do segundo mês de intervenção com acompanhamento de
puericultura atrasado, já que na UBS atendia-se apenas as crianças até 2 anos
nessa modalidade.
A proposta é que se mantenha as práticas inseridas de acordo com o
Protocolo em saúde da Criança do Ministério da Saúde, acredito ser possível
que a prática introduzida na unidade, através da intervenção, permaneça.
2.6
Meta: Vacinar 100% das crianças de acordo com a idade.
Indicador: Proporção de crianças com vacinação em dia de acordo com a idade.
Figura 5 Gráfico indicativo da proporção de crianças com vacinação em dia para a idade. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Ao iniciar a intervenção, ainda nas primeiras semanas, estávamos
atendendo as crianças que já vinham fazendo acompanhamento em dia,
mensalmente, até os 12 meses de idade, logo, com a maior parte das vacinas
em dia, sendo 33 crianças das 34 cadastradas até então (97,1%). No segundo
mês, assim como na análise dos outros quesitos, tivemos um decréscimo de
quase 15%, onde apenas 56 (82,4%) das 68 crianças cadastradas tinham vacina
em dia, justificável através do atraso de acompanhamento de crescimento e
desenvolvimento, refletindo em atraso também no calendário vacinal.
Muitos pais e responsáveis achavam que havia vacinas apenas até os 12
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças com vacinação em dia para a idade
73
meses de idade da criança, e que as consultas de puericultura eram realmente
importantes até essa idade somente, refletindo no atraso vacinal e baixa
cobertura do indicador citado. Assim que atendemos as mesmas, procuramos
colocar as vacinas em dia, em dois casos, aconteceu do pai não concordar em
aplicar as vacinas atrasadas, por julgar não ser necessário, já que elas estavam
bem e só íamos machucar e traumatizar a criança. Isso gerou conflito, mas foi
resolvido através de um termo onde o responsável assinou se responsabilizando
por qualquer intercorrência que ocorrer com seu filho.
No último mês, como reflexo da intensificação das ações propostas pela
intervenção, conseguimos alcançar 98,6% (142) das crianças inscritas no
programa vacinadas. Vale ressaltar que o restante para alcançar 100% de
crianças vacinas perdeu-se pela família alegar que aplicou em outra unidade de
saúde, mas não levou a caderneta da criança, registrei como não vacinada, e
pedimos para levar a caderneta para avaliação posterior, o que não ocorreu. Em
1 caso, tive que acionar o Conselho Tutelar para acompanhamento da família,
pois era nítido a negligencia para com a saúde dos filhos, e infelizmente, as
vezes conseguimos conscientizar a família para os cuidados com a saúde dos
filhos alertando a possibilidade de perda do benefício provido pelo programa
Bolsa-família, para aquelas que o recebem.
2.7
Meta: Realizar suplementação de ferro em 100% das crianças de 6 a 24 meses.
Indicador: proporção de crianças de 6 a 24 meses com suplementação de ferro
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças de 6 a 24 meses com suplementação de ferro
74
Figura 6 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 24 meses com suplementação de ferro. Bento Gonçalves, RS, 2014.
No mês 1 da intervenção fiquei bem satisfeita em saber, através do
registro em fichas-espelhos que 100% (as 10 crianças de 6 a 24 meses
cadastradas nas primeiras 4 semanas) estavam recebendo sulfato ferroso
conforme protocolo do Ministério da Saúde indica. No mês 2 como já esperado,
a proporção de crianças de 6 a 24 meses usando suplementação de ferro caiu
para 78,6% (11 das 14 crianças cadastradas). Os motivos se repetem, crença
de não achar necessário, pois já come bem, mas na maioria das vezes não
introduziram carne vermelha nem feijão na alimentação de seu filho.
Conseguimos atingir novamente 100% (35) das crianças ao final do mês
3 e também seguindo o Caderno de Atenção Básica número 33, a médica iniciou
suplementação de ferro daquelas crianças que não receberam leite materno até
o sexto mês de vida, iniciando então o uso de sulfato ferroso a partir do quarto
mês.
2.8
Meta: Realizar triagem auditiva em 100% das crianças.
Indicador: Proporção das crianças com triagem auditiva
Figura 7 Gráfico indicativo da proporção de crianças com triagem auditiva. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Neste indicador, visualizamos que a cobertura de crianças que realizaram
a triagem auditiva ainda não é como o esperado, mas ao longo da intervenção,
tivemos aumento significativo em 10% do terceiro mês comparado ao primeiro,
quando iniciávamos as atividades propostas pelo programa.
Ao final do primeiro mês apresentamos 26 (76,5%) das 34 crianças
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças com triagem auditiva
75
cadastradas com triagem auditiva realizada. No segundo mês, a realização da
triagem auditiva caiu para 61,8%, 42 das 68 crianças cadastradas fizeram-na.
Com mais esse número levantado, nos empenhamos ainda mais e ao final do
terceiro mês tivemos um bom aumento de cobertura do Teste da Orelhinha,
subindo para 86,8%, onde 125 crianças das 144 cadastradas realizaram.
Ressalto que a triagem auditiva é ofertada e já agendada no momento da
alta hospitalar. O teste é realizado no Hospital e sempre é repetido caso for
necessário. O fator que nos impede de atingirmos 100% das crianças com
triagem auditiva realizada é que a mesma tem sido agendada para, no mínimo,
um mês após nascimento da criança, inclusive tivemos nascimento de crianças
em outubro em que o teste estava marcado para final do mês de dezembro ou
início de janeiro. Com isso as crianças não fazem a triagem por que seus
responsáveis acreditam que as mesmas ouvem bem, já que apresentam os
reflexos normais de desenvolvimento conforme a idade. Muitos testes tiveram
que ser reagendados e reorientada a família, e essa ação de orientação quanto
a importância da triagem auditiva está prevista no cronograma de orientações ao
grupo de gestantes que é planejado anualmente. O serviço de fonoaudiologia de
Bento Gonçalves se empenha, formando parceria com as unidades de saúde
para que cada vez mais crianças tenham acesso ao teste da orelhinha e ao
reteste.
2.9
Meta: Realizar teste do pezinho em 100% das crianças até 7 dias de vida.
Indicador: proporção de crianças com teste do pezinho até 7 dias de vida.
Figura 8 Gráfico indicativo da proporção de crianças com o teste do pezinho realizado até 7
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças com teste do pezinho realizado até 7 dias de vida
76
dias de vida. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Conforme expus brevemente acima, o território coberto pela ESF em que
atuo é caracterizado por famílias que mudam de residência com frequência, e de
novos moradores provenientes de outras cidades, dificultando o
acompanhamento integral das crianças, que na maioria das vezes, veem de
outra região do estado com meses de vida e não sabemos a história pregressa
de saúde destas e das família.
Por consequência dessas adversidades, as famílias perdem as
cadernetas de vacinação, onde lá contém toda a informação necessária para
melhor nos guiar. Também temos alguns casos onde as crianças ficaram
internadas durante as primeiras semanas de vida, impossibilitando, por serem
de muito baixo peso, a coleta do teste do pezinho até o 7º dia de vida.
Apresentamos então, 82,4% de cobertura do teste do pezinho até o sétimo
dia de vida, sendo 28 das 34 crianças cadastradas até a quarta semana de
intervenção; 75%, sendo 51 das 68 crianças cadastradas no programa até a
oitava semana de intervenção; e ao final da 12ª semana de intervenção,
ascendemos a cobertura de teste de pezinho realizado até a sétima semana de
vida para 93,1%, o que justifica, mais uma vez, a importância da intervenção.
2.10
Meta: Realizar avaliação da necessidade de atendimento odontológico em 100%
das crianças de 6 e 72 meses.
Indicador: Proporção de crianças entre 6 e 72 meses com avaliação de
necessidade de atendimento odontológico.
Figura 9 Gráfico indicativo da proporção de crianças entre 6 e 72 meses com avaliação de necessidade de atendimento odontológico. Bento Gonçalves, RS, 2014.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças entre 6 e 72 meses com avaliação de necessidade
de atendimento odontológico
77
Acreditava que essa ação seria uma das mais difíceis de ser executada,
visto que não era rotina incluir a saúde bucal em atendimentos de puericultura,
na unidade apenas as gestantes tinham atenção em saúde integral conforme
previsto pelo Ministério da Saúde. Essa abordagem expõe que a atenção básica
ainda apresenta déficit em se tratando de atenção integral a saúde. Sabemos
também que é uma característica da população procurar a unidade de saúde
apenas quando se está doente, ignorando as ações de prevenção e promoção
da saúde, tais como estas oferecidas pela intervenção.
Em reunião com a equipe para apresentar alguns dados, me surpreendi
pela sinceridade dos integrantes em relatar que, em alguns atendimentos,
esqueciam da avaliação da saúde bucal, pois é um item que está se
incorporando à rotina e à consulta de puericultura, mesmo assim, percebemos
através do gráfico que tivemos ganhos, onde mais crianças de 6 a 72 meses
foram atendidas integralmente.
Ao final do primeiro mês de intervenção, das 25 crianças de 6 a 72 meses
atendidas, 22 (88%) tiveram avaliação de necessidade de atendimento
odontológico. Ao finalizar o segundo mês, das 40 crianças atendidas, 37 (92,5%)
haviam feito a avaliação, evidenciando o esforço da equipe em seguir o que
orienta o Caderno de Atenção Básica referente ao desenvolvimento infantil.
Finalizando a 12ª semana de intervenção, última semana do terceiro mês,
notamos que se manteve estável a cobertura de avaliação de necessidade de
atendimento odontológico, pois 106 (92,2%) das 115 crianças foram avaliadas.
2.11
Meta: Realizar primeira consulta odontológica programática em 100% das
crianças de 6 e 72 meses.
Indicador: Proporção de crianças entre 6 e 72 meses com primeira consulta
odontológica.
78
Figura 10 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 72 meses com primeira consulta odontológica. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Em relação a cobertura de saúde bucal, a nossa maior dificuldade foi a
estrutura de atendimento da odontologia, visto que não se enquadra como
equipe de saúde bucal da família, não atendem apenas a área adstrita,
configurando o serviço odontológico como UBS e não ESF. Isto reflete em menor
cobertura de atendimento para os usuários da área de abrangência. A saúde
bucal de todo o município de Bento Gonçalves está estruturada desta forma.
Em decorrência desta análise, discutimos com o coordenador de saúde
bucal a respeito desta questão, no entanto momentaneamente não é possível
mudar a estrutura dos atendimentos odontológicos, mas a intenção é que
consigam estruturar as equipes montando equipes de saúde bucal da família.
Mesmo com essas problemáticas apontadas, considero que tivemos resultados
positivos, tanto para a cobertura atingida pela intervenção, quanto para
conhecimento dos gestores sobre os dados levantados e discutidos.
Ao final da quarta semana de intervenção, 11 (44%) das 25 crianças
cadastradas no programa, de 6 a 72 meses, haviam realizado a primeira consulta
odontológica. Na oitava semana de intervenção, 22 (55%) das 40 crianças
cadastradas realizaram a consulta odontológica programática. Notamos aqui um
crescimento de cobertura de 11% em relação ao primeiro mês de intervenção,
deixando explícita a relevância da ação para a melhoria do indicador. Ao final da
intervenção, na décima segunda semana, 88 (76,5%) das 115 crianças, de 6 a
72 meses, realizaram a primeira consulta odontológica. Ainda estamos longe da
proposta de atingir 100% de cobertura, mas tivemos iniciativa e conseguimos
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças de 6 a 72 meses com primeira consulta odontológica
79
bons resultados, aumentando a cobertura em 32,5%.
Objetivo 3:
3.1 Meta: Realizar busca ativa em 100% das crianças faltosas às consultas no
programa de saúde da criança.
Indicador: Proporção de busca ativa realizada às crianças faltosas às consultas
no programa de saúde da criança.
Figura 11 Gráfico indicativo da proporção de busca ativa realizada às crianças faltosas às consultas no programa de saúde da criança. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Conforme exposto através do gráfico, as duas crianças faltosas no
primeiro e segundo mês foram buscadas, totalizando 100% de cobertura nesse
quesito, graças a conscientização da equipe quanto a importância do
acompanhamento infantil conforme previsto pelo Ministério da Saúde.
Realizamos estas através de visita domiciliar, com o apoio das Agentes de
Saúde e contato via telefone.
No entanto, ao final do terceiro mês, 18 crianças (90%), das 20 faltosas
cadastradas, foram buscadas, devido ao desligamento da Agente de saúde
responsável pela micro-área onde moravam as crianças, que são irmãos. Após
terminar as semanas de intervenção para esta coleta de dados, conseguimos
contato através de um telefone encontrado em prontuário de outra família, que
era vizinha, nos informando que a família da criança havia mudado de cidade.
Considero que buscamos 100% das crianças no mês 1, 2 e 3, haja vista que
mesmo com a ausência de agente de saúde no território, e sem saber onde a
família se encontrava, empenhamos esforços para a busca ativa, ainda que
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de busca ativa realizada às crianças faltosas às consultas no programa de
saúde da criança
80
tardiamente.
Objetivo 4:
4.1 Meta: Manter registro na ficha espelho de saúde da criança/ vacinação de
100% das crianças que consultam no serviço.
Indicador: Proporção de crianças com registro atualizado
Figura 12 Gráfico indicativo da proporção de crianças com registro atualizado. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Ao iniciar a intervenção, 24 (70,6%) das 34 crianças cadastradas tinham
registro adequado e atualizado nas fichas-espelho. Observamos que dados
como teste do pezinho e triagem auditiva não eram preenchidos em algumas
fichas, o que ocasionava pendências para o setor de saúde da Criança da
Secretaria Municipal de Saúde e para a Unidade, que não havia controle sobre
os registros de atendimentos de puericultura.
Ao final do segundo mês, 46 (67,6%) das 68 crianças cadastradas tinham
registro atualizado, por consequência da captação das crianças com consultas
clínicas em atraso, o que levava a registros estarem em atraso também. Todas
as crianças atendidas neste mês tiveram seus dados atualizados, mas a equipe
levou em consideração que até o momento da atualização estava inadequado,
portanto preencheram no campo da ficha como não atualizado. Não considero
fidedigno esse número. Ao término da intervenção, 128 (88,9%) das 144 crianças
cadastradas no programa, tiveram registro atualizado. Fica claro que o registro
dos dados das crianças melhorou consideravelmente, pois é de extrema
importância ter informações atualizadas nas fichas, utilizando-as como
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças com registro atualizado
81
termômetro para avaliação da eficiência do serviço de saúde.
Objetivo 5: Mapear as crianças de risco pertencentes à área de abrangência
5.1 Meta: Realizar avaliação de risco em 100% das crianças cadastradas no
programa.
Indicador: Proporção de crianças com avaliação de risco
Figura 13 Gráfico indicativo da proporção de crianças com avaliação de risco. Bento Gonçalves, RS, 2014.
A avaliação de risco da criança é essencial, pois pode determinar quais
as necessidades que a mesma demandará e se a família possui o suporte
adequado para superar as dificuldades. Enfatizei para a equipe de enfermagem
inúmeras vezes a importância do atendimento integral no momento da coleta do
teste do pezinho, pois é aí que temos o primeiro contato com a criança, onde
conseguimos avaliar o vínculo de cuidado da mãe com o bebê, podendo intervir
quando necessário.
No mês 1, 33 (97,1%) das 34 crianças cadastradas realizaram avaliação
de risco. No mês 2, 57 (83,8%) das 68 crianças receberam avaliação de risco
conforme idade, porém devo ressaltar que as crianças captadas nesse período
da intervenção eram as que tinham consulta de puericultura em atraso e não
havia em nenhum local registro de avaliação de risco destas, onde apenas
qualificamos aquilo que estava documentado, então considero que esse
elemento da pesquisa possa estar equivocado. No mês 3, 143 (99,3%) das 144
crianças cadastradas receberam avaliação de risco, quase alcançando a meta
de 100%. Certificamos que, em nosso território, possuímos muitas crianças com
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças com avaliação de risco
82
problemas sociais onde reflete em risco para sua saúde.
Objetivo 6: Promover a saúde das crianças
6.1 Meta: Dar orientações para prevenir acidentes na infância em 100% das
consultas de saúde da criança.
Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientações sobre
prevenção de acidentes na infância
Figura 14 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam orientações sobre prevenção de acidentes na infância. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Os pais devem estar atentos e preparados para a prevenção de acidentes
que podem ocorrer, pois a cada nova habilidade conquistada pela criança, há
também novas preocupações. Os profissionais devem incluir na sua rotina de
atendimento às crianças, orientações sobre prevenção de acidentes na infância,
de acordo com a faixa etária, em cada consulta realizada, pois assim podem
prevenir a mortalidade principalmente em crianças de colo. Na quarta semana
de intervenção as 34 (100%) mães das 34 crianças cadastradas receberam
orientações sobre prevenção de acidentes. Na oitava semana como atendemos
crianças que já estavam há algum tempo sem fazer acompanhamento na
Unidade e portanto não haviam registros quanto orientações de prevenção de
acidentes, 58 mães (85,3%) das 68 crianças cadastradas no programa
receberam as orientações. Ao finalizar a décima segunda semana, 144 (100%)
das mães cujas crianças estavam cadastradas no programa receberam
orientações de prevenção de acidentes na infância. Nos grupos realizados na
UBS, orientamos a mães a lerem a caderneta da criança onde reforça cuidados
de prevenção dos principais acidentes que podem acontecer com as crianças.
0%20%40%60%80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças cujas mães receberam orientações sobre
prevenção de acidentes na infância
83
6.2 Meta: Colocar 100% das crianças para mamar durante a primeira consulta.
Indicador: Número de crianças colocadas para mamar na primeira consulta.
Figura 15 Gráfico indicativo do número de crianças colocadas para mamar durante a primeira consulta. Bento Gonçalves, RS, 2014.
O ato de colocar a criança para mamar na primeira consulta permite que
o profissional auxilie a mãe nas dificuldades que surgirem durante a
amamentação. No primeiro mês de intervenção, 25 (73,5%) das 34 crianças
cadastradas foram colocadas para mamar na primeira consulta. No segundo
mês, 45 (66,2%) das 68 cadastradas mamaram na primeira consulta. Vale
salientar que no segundo mês de intervenção captamos muitas crianças acima
de 24 meses e que em seus arquivos não havia registrado a primeira mamada,
ou seja, a porcentagem pode estar equivocada por falta de informações, as
crianças recém-nascidas nesse período foram colocadas para mamar na
primeira consulta conosco. Todas as crianças que nasceram ao longo da
intervenção, foram colocadas para mamar, como propósito de registro de
mamada na primeira consulta à unidade. Logo a cobertura do terceiro mês
aumentou, visto que as crianças atendidas nesta ESF acima de 3 meses até 72
meses tinham registro em prontuário de amamentação na primeira consulta,
refletindo em 120 (83,3%) das 144 crianças.. Percebemos um aumento de
aproximadamente 10% desde o primeiro mês da intervenção, assegurando que
tende a melhorar o indicador visto que as crianças nascidas posteriormente terão
maior acompanhamento e a amamentação na primeira consulta será introduzida
como rotina de avaliação do bebê, com a tentativa de garantir aleitamento
materno exclusivo até o 6º mês de vida.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Número de crianças colocadas para mamar durante a primeira consulta.
84
6.3 Meta: Fornecer orientações nutricionais de acordo com a faixa etária para
100% das crianças.
Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientações nutricionais
de acordo com a faixa etária
Figura 16 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam orientações nutricionais de acordo com a faixa etária. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Logo após o nascimento da criança e durante seu desenvolvimento, a
mãe deve receber orientações nutricionais, em relação à amamentação, sobre
os alimentos que ela ingere, pois podem interferir no metabolismo do bebê e o
que ofertar como alimentação complementar conforme a faixa etária e
necessidades nutricionais do infante. Nas 4 primeiras semanas de intervenção,
100% das mães receberam orientações nutricionais de acordo com a faixa etária,
sendo 34 crianças cadastradas até então. Ao final da 8ª semana, 58 (85,3%)
mães das 68 crianças cadastradas, receberam estas orientações. Nas consultas
subsequentes, todas as mães foram orientadas quanto a nutrição adequada de
seu filho, porém houve falha no preenchimento da ficha espelho, por não
compreenderem como preenchia este campo. Na 12ª semana, ao encerrar a
coleta de dados com 144 crianças cadastradas, 100% das mães receberam
orientações nutricionais conforme idade da criança. Percebo que no atendimento
clínico realizado pela médica há grande preocupação com a alimentação das
crianças na qual acompanha, refletindo na cobertura de qualidade aqui exposta.
6.4 Meta: Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% das crianças de
acordo com a faixa etária
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças cujas mães receberam orientações nutricionais de
acordo com a faixa etária
85
Indicador: Proporção de crianças cujas mães receberam orientação sobre
higiene bucal, etiologia e prevenção da cárie.
Figura 17 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujas mães receberam orientação sobre higiene bucal, etiologia e prevenção da cárie. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Em relação a este indicador, notamos que as informações quantitativas
foram as mesmas do indicador 6.3 que se refere a cobertura de mães com
orientação nutricional de acordo com a faixa etária de seu filho. Neste quesito, a
comunidade ganhou muito, pois as crianças passaram a ser atendidas de forma
integral, contemplando o que recomenda o Caderno de Atenção Básica nº 33 de
saúde da criança. Com essa abordagem, conseguimos prever atendimentos,
gerenciar a agenda da odontóloga e trabalhar metas para atingir a promoção e
prevenção da saúde bucal adequada. Para operar a transformação e a
reestruturação dos serviços de saúde segundo os princípios do SUS é
necessário romper com antigas formas de trabalho para modificar o processo
saúde-doença da comunidade na qual estamos inseridos.
Indicadores de Saúde Bucal da Criança
Objetivo 1: Ampliar a cobertura de atenção à saúde bucal da criança
1.1 Meta: Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica programática
para 55% das crianças de 6 a 72 meses de idade residentes na área de
abrangência da unidade de saúde e inscritas no programa Saúde da Criança da
unidade.
Indicador: Proporção de crianças residentes na área de abrangência da unidade
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças cujas mães receberam orientação sobre higiene bucal, etiologia e prevenção da cárie
86
de saúde com primeira consulta odontológica programática.
Figura 18 Gráfico indicativo da proporção de crianças residentes na área de abrangência da unidade de saúde com primeira consulta odontológica programática. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Conforme já exposto anteriormente, nossos atendimentos em saúde bucal
no município de Bento Gonçalves não são sistematizados como estratégia de
saúde bucal da família, portanto compreendem um maior território, respondendo
pela população adstrita e demais bairros próximos a unidade. Isto reflete em
menor cobertura da comunidade assistida pelo ESF, pois a equipe de saúde
bucal não atende exclusivamente a estes moradores e, consequentemente,
diminui o acesso destes as consultas no dia, agenda e demais programações.
Assistimos a 267 crianças de 6 a 72 meses e destas, no primeiro mês de
intervenção, apenas 7 (2,6%) realizaram primeira consulta odontológica
programática. Logo após o levantamento de dados deste primeiro mês,
discutimos em equipe juntamente com a odontóloga o que seria necessário para
mudarmos essa realidade, melhorando a cobertura como proposta desta
intervenção. No segundo mês, 23 (8,6%) das 267 crianças da área haviam
realizado a primeira consulta odontológica. Percebemos que aumentamos em
6% a cobertura, mas ainda tínhamos noção que, naquele momento, havia muito
a ser trabalhado para que continuasse aumentando a porcentagem de crianças
com consulta odontológica programática. No último mês, conseguimos alcançar
cobertura de 31,5% pois das 267 crianças adstritas, 84 realizaram a primeira
consulta odontológica programática, graças a todo o empenho da equipe em
querer melhorias no que se refere a prevenção da saúde bucal das crianças
assistidas.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças residentes na área de abrangência da unidade de
saúde com primeira consulta odontológica programática.
87
Acredito que poderíamos ter melhorado ainda mais a cobertura, pois
muitas crianças agendadas faltaram a primeira consulta, devido a família deduzir
que não precisava, pois não tinha sintomas de problemas odontológicos. O
trabalho das Agentes de saúde foi fundamental para que fosse alcançada tal
cobertura, explicando, em domicílio a necessidade da consulta para avaliação e
prevenção da saúde bucal. Também, neste mês, foi realizado visita na creche
com atendimento em saúde bucal lá, que é localizada ao lado da unidade de
saúde. Com essa iniciativa, conseguimos atender aquelas crianças cujos pais
trabalham no horário de funcionamento da ESF e não conseguiam levá-las para
acompanhamento de rotina preconizado.
Objetivo 2. Melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal dos escolares
2.1.Meta: Realizar avaliação da necessidade de atendimento odontológico em
100% das crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança
da unidade e pertencentes a área de abrangência
Indicador: Proporção de crianças de 6 a 72 meses com necessidades de
tratamento odontológico.
Figura 19 Gráfico indicativo da proporção de crianças de 6 a 72 meses com necessidade de tratamento odontológico. Bento Gonçalves, RS, 2014.
Ao longo do primeiro mês de intervenção, das 7 crianças com primeira
consulta odontológica programática, nenhuma havia necessidade de tratamento
odontológico. Já no segundo mês, 11 (47,8%) das 23 crianças atendidas
necessitaram de tratamento, explicitando a necessidade de trabalho preventivo
com crianças e seus responsáveis para que se evitem as afecções bucais, já
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças de 6 a 72 meses com necessidade de tratamento
odontológico.
88
que quase metade das crianças atendidas carecia de tratamento odontológico.
No final do terceiro mês, 41 (48,8%) das 84 crianças atendidas, necessitava de
tratamento odontológico, contabilizando, aproximadamente a metade das
crianças necessitavam de tratamento odontológico, o que nos leva a repensar
nossa prática cotidiana e rotina de atendimentos, pois acreditamos diversas
vezes que somos repetitivos em querer fazer orientações em grupos, em sala de
espera, e percebo que nunca é demais. Devemos, como profissionais do SUS,
reforçar os cuidados preventivos em saúde bucal na infância, na tentativa de
impedir que sejam necessário tratamentos odontológicos invasivos, o que gera
sofrimento e dor para a criança e família, que podem ser minimizadas ou
evitadas com ações de promoção à saúde
2.2 Meta: Realizar a primeira consulta odontológica programática para 100% das
crianças de 6 a 72 meses cadastradas no programa Saúde da Criança da
unidade, pertencentes a área de abrangência e que necessitam de atendimento
odontológico.
Indicador: Proporção de crianças de 6 a 72 meses com fluorterapia.
Não tivemos casos para tratar com fluorterapia no primeiro mês de
intervenção, de acordo com classificação de risco para cárie. No segundo mês
de intervenção, as 6 (100%) crianças com necessidade de fluorterapia
aplicaram-no. No terceiro mês, as 17 crianças avaliadas receberam fluorterapia,
totalizando cobertura de 100% neste quesito. O trabalho realizado em rede com
equipe multidisciplinar leva até a população a atenção integral à saúde, com
ênfase na promoção e prevenção. Percebemos que essas ações articuladas em
rede dão certo, pois conseguimos palpar resultados positivos, onde todas as
crianças que necessitavam de aplicação de flúor o receberam, o que é ótimo
pois mostra a dedicação da odontóloga em cumprir o que o protocolo do
Ministério da Saúde recomenda, através das avaliações feitas em consultas.
2.3 Meta: Concluir o tratamento dentário em 100% das crianças com primeira
consulta odontológica programática.
Indicador: Proporção de crianças com tratamento dentário concluído.
89
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelas unidades de saúde
deste município em trabalhar com a saúde bucal isolada do restante da equipe,
conseguimos atingir excelentes indicadores, visto que todas as crianças com
necessidade de tratamento dentários tiveram este concluído ao final da
intervenção.
Objetivo 3. Melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal
3.1 Meta: Realizar busca ativa de 100% das crianças que necessitavam realizar
a primeira consulta odontológica programática e faltaram.
Indicador: Proporção de buscas realizadas às crianças residentes da área de
abrangência da unidade de saúde
Figura 20 Gráfico indicativo da proporção de buscas realizadas às crianças residentes da área de abrangência da unidade de saúde. Bento Gonçalves, RS, 2014.
A questão de busca ativa da saúde bucal foi também um grande desafio
para a intervenção. No inicio da mesma, a equipe de saúde bucal acreditava que
somente eu poderia realizar as buscas das crianças faltosas e a profissional
dentista aguardava meu aval para busca, após analise das fichas-espelho
semanalmente.
Por duas vezes foi necessário reunir somente a saúde bucal para enfatizar
que no momento que elas observaram que uma criança faltou, a busca ou
tentativa de busca já é de rotina e que são responsáveis por fazê-la assim como
outro profissional da equipe de saúde. Baseada nesses fatos, no primeiro mês
de intervenção, 1 criança faltou as consultas subsequentes e não foi buscada,
cobertura de 0%. No segundo mês, novamente 1 criança faltou a consulta e não
foi buscada. No terceiro mês, das 21 crianças faltosas, 12 (57,1%) foram
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de buscas realizadas às crianças residentes da área de
abrangência da unidade de saúde.
90
buscadas. Entendemos que no terceiro mês o número de crianças faltosas
aumentou consideravelmente e que a cobertura de buscas realizadas deveria
ser mais próxima de 100%, mas avalio a cobertura atingida positivamente, visto
que a equipe se adequou a nova estratégia de atendimento da ESF no que diz
respeito as crianças de 0 a 72 meses. Também pontuo que a mudança de
estratégia e de sistematização dos atendimentos em saúde bucal e da estrutura
de equipe da mesma, seja progressiva e contínua, proporcionando, em longo
prazo, um serviço que atenda todos os preceitos do SUS.
Objetivo 4. Melhorar o registro das informações
4.1 Meta: Manter registro atualizado em planilha e/ou prontuário de 100% das
crianças com primeira consulta odontológica programática.
Indicador: Proporção de crianças com registro atualizado.
Um dos grandes cuidados que a odontóloga sempre tomou foi realizar
bons registros de seus atendimentos e inclusive manter os dados atualizados
nas fichas-espelho, pois compreendia que essa postura facilita o processo de
trabalho. Por consequência dessa organização, nos 3 meses de intervenção
100% das crianças apresentaram registro atualizado nos seus devidos
cadastros. A equipe de saúde bucal está de parabéns, pois com essa
organização estarão preparados para novos desafios que possam vir a ocorrer
em breve.
Objetivo 5. Promover a saúde da crianças
5.1 Meta: Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% dos responsáveis
por crianças com primeira consulta odontológica programática.
Indicador: Proporção de crianças com orientações sobre higiene bucal.
Algumas vezes tive o prazer em compartilhar o mesmo espaço de
orientação com a odontóloga e também presenciei duas consultas
programáticas. As orientações sobre higiene bucal são fundamentais para o
manejo e desfecho clínico das crianças, que apresentarão menos moléstias a
91
médio e longo prazo. Assim como no indicador 4.1, 100% das crianças atendidas
foram orientadas quanto a higiene bucal nos 3 meses de intervenção. Esse
trabalho de orientação foi realizado também três vezes na Escola, que se localiza
ao lado da Unidade, e duas vezes foram realizadas visitas a creche local para
orientação das monitoras quanto a higiene bucal das crianças.
5.2 Meta: Fornecer orientação sobre dieta para 100% dos responsáveis por
crianças com primeira consulta odontológica programática
Indicador: Proporção de crianças com orientações sobre dieta
Conforme já exposto no indicador 5.1, a odontóloga realiza em suas
consultas e grupos orientações de higiene bucal e dieta, porque não há como
dissociar uma orientação da outra, uma prática da outra. 100% das crianças com
primeira consulta odontológica programática, durante os três meses de
intervenção, foram orientadas quanto à dieta, ingestão de açucares e outros
alimentos, que associado à má higiene bucal, é porta de entrada para doenças
dentárias e bucais.
5.3 Meta: Fornecer orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva
e prevenção de oclusopatias para 100% dos responsáveis por crianças com
primeira consulta odontológica programática.
Indicador: Proporção de crianças cujos responsáveis receberam orientações
sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças cujos responsáveis receberam orientações
sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias.
92
Figura 21 Gráfico indicativo da proporção de crianças cujos responsáveis receberam orientações sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias. Bento Gonçalves, RS, 2014.
No início da intervenção, até encerrar a quarta semana, acredito que a
odontóloga não havia compreendido bem esse item na ficha-espelho e não
assinalou que havia orientado sobre hábitos de sucção nutritiva e não nutritiva.
Em uma de nossas conversas sobre os atendimentos, orientei para que ela
abordasse a questão de uso de chupetas e mamadeiras nas orientações gerais
sobre dieta e higiene bucal, pois reconheceu que algumas crianças não usam
chupetas, mas mamam em mamadeiras há um longo período e isso compromete
a formação da arcada dentária e ossos da face.
Logo após essa troca de informações, percebi que a porcentagem de
responsáveis que receberam as orientações só aumentou, conforme descrevo a
seguir. No primeiro mês de intervenção, nenhum responsável havia sido
orientado para atentar ao uso de chupetas, mamadeiras e sucção em mama. No
segundo mês, 12 responsáveis/pai/mãe (52,2%) num total de 23 crianças
atendidas até então receberam tais orientações. Encerrando no terceiro mês, 74
(88,1%) pais de 84 crianças atendidas, foram orientadas sobre os hábitos de
sucção nutritiva e não nutritiva e prevenção de oclusopatias. Reconheço que
ainda devemos manter os esforços para que a cobertura aumente mas
chegamos bem próximo a cobertura 100% de pais ou responsáveis orientados
sobre uso de chupetas e mamadeiras.
Fica claro que se o trabalho não fosse executado em rede nada ou muito
pouca coisa teríamos evoluído, porque ninguém consegue mudar uma realidade,
onde essa é uma unidade de saúde, que mantém cerca de 3750 pessoas
adstritas com suas diversas e complexas demandas de saúde. Se um, apenas
um, desses casos, no qual a dentista orientou sobre o uso de chupetas, se
conscientizasse e evitasse o uso, ou usasse de forma menos prejudicial para a
criança, eu e tenho certeza que a equipe da ESF Zatt também ficaria
imensamente feliz, com a sensação de dever cumprido.
4.2Discussão
A intervenção, na unidade básica de saúde na qual exerci as atividades
93
propostas, propiciou a ampliação da cobertura da atenção às crianças de 0 a 72
meses, a melhoria dos registros e a qualificação da atenção com destaque para
a ampliação de consultas clínicas de acompanhamento de crescimento e
desenvolvimento infantil para aquelas acima dos 24 meses de idade, como era
previsto pelo serviço anteriormente e de consultas odontológicas programáticas,
prevendo avaliações para a prevenção da saúde bucal, enfatizando a promoção
da saúde como único fator transformador da realidade populacional.
A intervenção exigiu que a equipe se capacitasse para seguir as
recomendações do Ministério da Saúde relativas ao monitoramento e avaliação
da intervenção no atendimento das crianças, organização e gestão,
engajamento público e qualificação da pratica clínica. Esta atividade promoveu
a integração entre enfermeiras, médica, técnicas de enfermagem, recepcionista
agentes de saúde, auxiliar de odontologia e odontóloga, uma grande equipe de
trabalho. Uma das enfermeiras ficou responsável pelo gerenciamento do
programa de saúde da criança inserido na unidade através da intervenção e
realizou consultas de puericultura e visitas dos recém-nascidos, intercalando
com as consultas médicas, atividades em sala de espera e nos grupos
educativos. A médica realizou as consultas clínicas e visitas dos recém-nascidos,
auxiliou na busca ativa daquelas crianças que estavam com consultas em atraso.
As técnicas de enfermagem ficaram responsáveis pela atualização do calendário
vacinal, revisão de fichas-espelho, busca ativa das crianças faltosas as
consultas, preenchimento correto dos gráficos da caderneta da criança após
avaliação antropométrica. A recepcionista realizou cadastro das crianças que
procuravam a unidade para qualquer tipo de atendimento na unidade, organizou
prontuários nas suas devidas pastas, disposição de materiais para uso nas
consultas, avaliações e etc. As agentes de saúde ficaram responsáveis pela
busca ativa das crianças faltosas as consultas agendadas, procura daquelas que
estavam em atraso com o acompanhamento de saúde, visitas mais frequentes
aquelas em situação de risco e vulnerabilidade, agendamento das consultas. A
equipe de saúde bucal ficou responsável pelas consultas odontológicas,
tratamentos busca ativa das crianças que faltaram a consulta subsequente ao
tratamento, registro adequado da ficha-espelho, atividades em sala de espera e
nos grupos educativos.
Estas atividades acabaram tendo impacto também em outras atividades
94
no serviço, pois a dinâmica de funcionamento da unidade mudou, todos os
profissionais desta haviam adquirido mais atribuições e também autonomia para
intervir nas situações que julgasse necessárias. Logo passou-se a discutir outras
situações de organização da unidade e foi criado agenda de citopatológico pois
percebemos que com o acolhimento, a demanda estava sobrecarregando o
profissional enfermeiro, que por vezes tinha de acolher e de coletar
citopatológico num mesmo turno. A agenda proporcionou melhor organização
da unidade e percebemos também que estamos coletando um número maior de
exames por semana, alcançando aquelas mulheres que por ser ofertado este em
qualquer momento, acabavam postergando a coleta, com a agenda a pessoa
que marcou sente-se no dever de comparecer, poisé agendado na data em que
se programou para tal.
Antes da intervenção, as atividades de puericultura eram concentradas na
médica. A intervenção reviu atribuições da equipe viabilizando a atenção á um
maior número de crianças. A melhoria do registro e o agendamento das crianças
de 0 a 72 meses viabilizou a otimização da agenda para a atenção a demanda
espontânea. A classificação de risco e vulnerabilidade tem sido indispensáveis
para apoiar a priorização dos mesmos.
O impacto da intervenção ainda é pouco percebido pela comunidade. Os
pais e responsáveis pelas crianças mostram-se satisfeitos e aprovam a
prioridade no atendimento, porém por vezes, gera insatisfação dos demais
usuários que aguardam na sala de espera, por desconhecer o motivo dessa
priorização. Muitos até alegam, depois de explicarmos o que é a consulta de
puericultura, que é injustiça já que a criança está bem enquanto os outros estão
com dor, doentes. É trabalho contínuo, árduo, com a esperança de mudar a
perspectiva de atendimentos da AB o mais breve possível. Apesar da ampliação
da cobertura do programa ainda temos muitas crianças sem cobertura.
A intervenção poderia ter sido facilitada se desde a análise situacional eu
tivesse discutido as atividades que vinha desenvolvendo com a equipe. Também
faltou uma articulação com a comunidade para explicitar os critérios para
priorização da atenção e discutir a melhorar maneira de implementar isto, pois
como já relatei no relatório situacional,não temos muito acesso ao salão
comunitário devido a distanciamento da presidente do bairro. Por vezes tentei
contato para convocar a comunidade para uma reunião no salão, mas a mesma
95
nunca estava disponível.
Agora que está no fim da intervenção, percebo que a equipe está
integrada, porém como vamos incorporá-la a rotina do serviço, teremos
condições de superar algumas das dificuldades encontradas.
A intervenção será incorporada a rotina da unidade. Para isto, vamos
ampliar o trabalho de divulgação e conscientização do grupo prioritário e
criaremos um dispositivo que a criança, quando completar 5 meses de vida, será
agendada para a primeira consulta odontológica programática, viabilizando a
programação da agenda com antecedência e garantindo a cobertura de
prevenção da saúde bucal na infância.
A partir do próximos mês, estaremos com mais uma ACS treinada pois
iniciou conosco há 1 semana e provavelmente virá mais uma para cobrir outra
área descoberta, onde pretendemos investir na ampliação de cobertura das
crianças de 0 a 72 meses. Temos também há cerca de uma semana pediatra na
unidade, o que facilita acompanhamento de mais crianças, otimização da
agenda e ampliação da cobertura.
Tomando esse projeto como exemplo, já estamos mudando algumas
coisas no programa de saúde da mulher, organizando agenda, contabilizando
dados. Essa semana atendemos somente mulheres na faixa etária de
rastreamento, o que indica que estamos indo em direção certa. Também
pretendemos implementar o programa de pré-natal na UBS, assim que o
protocolo para a atuação do enfermeiro para solicitação de exames e prescrição
de medicação esteja pronto.
4.3 Relatório da intervenção para os gestores
Através do conhecimento do campo de trabalho que o curso de
Especialização em Saúde, da Família da Universidade Federal de Pelotas,
proporcionou por meio de questionários ao iniciarmos as atividades acadêmicas,
em março de 2014, análise sobre o processo de trabalho da unidade de saúde
a qual fomos inseridos, suas características e problemáticas. Com o
levantamento de dados com os referidos questionários, observamos que a
puericultura realizada na ESF não estava de acordo com o preconizado pelo
Ministério da Saúde, onde somente as crianças até os 24 meses de idade tinham
96
acompanhamento de desenvolvimento e crescimento.
A intervenção na ESF Zatt, no trabalho para a melhoria da atenção às
crianças de 0 a 72 meses, incluindo ações de saúde bucal, proporcionou a
melhoria da assistência em um âmbito geral: abrangeu-se o cuidado na captação
de 144 das 325 crianças moradoras da área de abrangência da Unidade de
saúde ao longo de 3 meses de intervenção, refletindo em 44% das crianças até
72 meses, pois anteriormente era realizado consulta de puericultura somente até
os 24 meses da criança.
Conforme o gráfico exposto, podemos contemplar que a intervenção foi
de extrema relevância para melhoria do acesso e da qualidade da atenção a
população desta faixa etária.
Essa estratégia promoveu o fortalecimento do vínculo com as famílias
responsáveis pelas crianças e comunidade; proporcionou a adesão aos
cuidados; melhorou registros; embasou a implantação da consulta odontológica
como prática de prevenção a saúde integral da criança; e a equipe, assim como
a comunidade se comprometeram com o cuidado.
Inicialmente, logo após escolha da temática a intervir na unidade de
atuação, comuniquei a gestão, visto que era um assunto de interesse da gestão
e que também emergia da população adstrita. Acordei com a coordenadora e
com a odontóloga as capacitações, como iriam ocorrer os atendimentos, que
dispositivos organizacionais iríamos utilizar no serviço para que se estruturasse
a nova abordagem para atendimento das crianças.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
Mês 1 Mês 2 Mês 3
Proporção de crianças entre zero e 72 meses inscritas no programa da
unidade de saúde
97
Logo após, a equipe, por meio de uma capacitação nos protocolo de
atenção à saúde da criança, ampliou número de atendimentos para as crianças,
protocolos, diagnósticos e monitoramento destas, acompanhadas na unidade.
As ações programáticas foram realizadas em parceria multiprofissional e
interdisciplinar com todas da equipe de saúde, de forma individual e/ou coletiva.
Todos os integrantes da equipe foram capacitados, conforme as suas
competências profissionais, para dar suporte à intervenção e possuir um papel
determinado a cumprir junto aos usuários.
Como as ações se deram desde o caráter individual até o caráter coletivo,
mesmo com pouco apoio da líder comunitária, o serviço repercutiu em outros
níveis da saúde, refletindo os cuidados, do nascimento até a fase pré-escolar.
Foram desenvolvidas atividades com uma abrangência maior, a nível da
comunidade, paralelo com as ações da puericultura. Ex: Foram realizados
grandes grupos/encontros de apoio à Saúde da Criança, como cinema na
unidade, este que contou com o apoio da escola com o datashow para projetar
o filme na parede da unidade; foram realizadas atividades no grupo das
gestantes sobre os cuidados com a criança; fizemos mutirão de pesagem,
atualização de vacinação, visitamos a creche para atender aquelas crianças que
não iam até a unidade devido seus responsáveis trabalharem no horário do
funcionamento desta, maior número de crianças a partir dos 6 meses de vida
teve a oportunidade de ter sua primeira consulta odontológica programática.
A nível da gestão do município, centralizada na Secretaria de Saúde, na
coordenação de unidades, esta esteve a par de todas as atividades envolvidas
diretamente na intervenção, no apoio à saúde da criança, bem como,
indiretamente, nas demais ações de educação em saúde, desenvolvidas na
unidade para a promoção da saúde populacional.
Hoje, a partir da atenção integral às crianças de 0 a 72 meses, foram
reduzidas as falhas no cuidado, principalmente no que se refere às crianças, em
realizar todas as consultas previstas em calendário/protocolo (SUS), e conclusão
do tratamento dentário.
A partir desta intervenção instituiu-se as consultas de puericultura por
enfermeiro intercaladas com a médica da unidade, onde conseguimos dar conta
da demanda da agenda pelas consultas de acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento e atendê-los integralmente.
98
A maior dificuldade para a implantação da intervenção no serviço foi que a
equipe da odontologia não é saúde bucal da família, atende além da população
adstrita os demais locais que circundam a UBS e com isso a agenda está sempre
lotada e a população adstrita tem menos atendimento, visto que bairros vizinhos
também procuram dentista ali. Devido a este fato a cobertura de crianças com
consulta odontológica programática, apesar de ter aumentado com a
intervenção, ainda é muito baixa. Vale lembrar que discutimos com o
coordenador da odontologia da SMS esses dados e ele mostra interesse em
transformar as equipes de odontologia em equipes de saúde bucal da família,
mas como demanda de verba para contratação de mais profissionais e também
a espera do concurso para a seleção destes profissionais, no momento se torna
inviável.
Verifica-se, baseado nas informações supracitadas, que a intervenção
jamais teria alcançado o limiar dos resultados obtidos se não houvesse o apoio
efetivo da gestão da unidade, pois as ações causaram uma grande mudança, e
como toda a mudança causa um impacto e uma desordem inicial, se não fosse
o engajamento da gestão na implantação de um novo modelo mais amplo da
assistência, certamente, não seriam tão eficientes os ganhos, em todos os
níveis, desde a equipe à comunidade. Assim como a capacitação da assistência,
a melhoria também está em caráter continuado, e baseado nos resultados
expostos, tanto a equipe como a gestão estão engajados em manter essa
evolução do cuidado.
4.4Relatório da Intervenção para a comunidade
A intervenção na ESF ZATT, na atenção à criança de 0 a 6 anos,
proporcionou a melhoria da assistência: abrangeu-se o cuidado a 144 crianças
nesta faixa etária, de acordo com o protocolo SUS de atenção à crianças, seu
crescimento e desenvolvimento. Essa estratégia promoveu o fortalecimento do
vínculo com as famílias responsáveis pelas crianças e comunidade;
proporcionou a adesão aos cuidados; melhorou registros; embasou a
implantação da consulta odontológica como prática de prevenção a saúde
integral da criança; e a equipe, assim como a comunidade se comprometeram
99
com o cuidado.
A equipe passou por uma capacitação prévia como recomenda o protocolo
do SUS, ampliou número de atendimentos para as crianças, protocolos,
diagnósticos e monitoramento destas, acompanhadas na unidade. As ações
programáticas foram realizadas em parceria com toda a equipe de saúde. Todos
os integrantes da equipe foram capacitados, conforme as suas competências
profissionais, para dar apoio à intervenção e possuir um papel a cumprir junto
aos usuários. A intervenção somente foi possível de ser realizada graças ao
empenho da equipe de trabalhar em conjunto em prol dos resultados para
beneficiar a população moradora do bairro. Foram desenvolvidas atividades
com uma abrangência maior, a nível da comunidade, paralelo com as ações da
puericultura. Ex: Foram realizados grandes grupos/encontros de apoio à Saúde
da Criança, como cinema na unidade, este que contou com o apoio da escola
com o “telão” para projetar o filme na parede da unidade; foram realizadas
atividades no grupo das gestantes sobre os cuidados com a criança; fizemos
mutirão de pesagem, atualização de vacinação, visitamos a creche para atender
aquelas crianças que não iam até a unidade devido seus responsáveis
trabalharem no horário do funcionamento desta, maior número de crianças a
partir dos 6 meses de vida teve a oportunidade de ter sua primeira consulta
programada com a dentista. Hoje, a partir da atenção integral às crianças de 0 a
6 anos, foram reduzidas as falhas no cuidado, principalmente no que se refere
às crianças, em realizar todas as consultas previstas em calendário/protocolo
(SUS), e conclusão do tratamento dentário.
A partir desta intervenção instituiu-se as consultas de prevenção a saúde
da criança por enfermeiro intercaladas com a médica da unidade, onde
conseguimos dar conta da demanda da agenda pelas consultas de
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento e atendê-los
integralmente.
100
5 Reflexões sobre o processo de aprendizagem
Este curso proporcionou-me uma visão amplificada quanto ao
funcionamento das estratégias em saúde da família, do Sistema Único de Saúde
e os diversos programas por ele dirigido.
Ao iniciar o curso, não temos noção para que serve tantos questionários,
tarefas e demais atividades propostas a cada semana pela UFPel, mas ao longo
do percurso compreendi que é a base para nos tornarmos críticos e refletir sobre
o processo de trabalho que é executado na ESF.
Quanto ao tempo de curso, acredito que é proveitoso quando se tem
imersão total aos estudos propostos, pois realmente o tempo é curto e é
necessário seriedade e disciplina para a conclusão deste.
Em relação ao processo pessoal de aprendizado, asseguro que foi de
101
grande valia todas as tarefas, ensinamentos, troca de ideias com a orientadora,
contribuindo com a obra “especializanda e enfermeira”.
Creio que, como a especialização é a distância, se as atividades não
fossem dispostas da forma em que são, se perderia a evolução do acadêmico,
e talvez a visão do futuro profissional seria deficiente sobre as atribuições na
estratégia em saúde da família.
Hoje encerro mais um ciclo da minha vida, onde tenho consciência que,
após tomado todos os conhecimentos possíveis através do curso, contribui para
a melhoria do serviço de saúde em que atuei, amadureci como pessoa, cresci
como profissional, só tive ganhos. Creio que a comunidade local vivenciou
melhor atendimento de acordo com os princípios do SUS e foi para isso que
embarquei nessa jornada, agora não tem mais volta, me apaixonei.
6 Bibliografia
1. Saúde da Criança: Crescimento e Desenvolvimento / Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2012.
2. Rastreamento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010.
102
Anexos
103
Anexo A - Planilha de coleta de dados Saúde da Criança.
104
Planilha de coleta de dados Saúde Bucal da Criança
105
Anexo B - Ficha espelho Saúde da Criança.
106
107
Anexo C - Parecer do Comitê de Ética