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ANEXOS

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1

ANEXO I

Neste Anexo apresenta-se a reconstituição biográfica do perfil de políticos, dirigentes e

fazedores de opinião que contribuíram direta ou indiretamente para a construção do sistema educativo

do setor do turismo em Portugal no período compreendido entre o final do século XIX e 2015. Esta

construção biográfica entendeu-se importante para o contexto geral da investigação, e permitiu um

avanço na caracterização de uma pequena parte do pessoal dirigente do setor do turismo, deixando

campo para que, no futuro, possa alavancar um projeto mais amplo.

É sabido que a produção de biografias em quantidade se revela sempre um processo bem

difícil, pois tanto se depara com abundância de elementos para compor algumas, como se confronta

com a ausência quase total de informação para muitas outras, esta não foi alheia a essa dificuldade,

uma vez que juntámos a biografia do grande ativista politico com a do mais discreto dirigente escolar,

sendo na sua maioria, personalidades anónimas.

As biografias possuem por opção deliberada um cunho minimalista e factual, e procurou-se

que cada entrada contivesse pelo menos os seguintes dados: identificação, filiação, formação escolar,

atividade profissional, cargos políticos desempenhados, condecorações atribuídas e bibliografia ativa.

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Índice

Aboim, Joaquim Manuel Bentes

Abreu, João Carlos

Abreu, Lopo de Carvalho Cancela de

Abreu, Maria Emília de Andrada Roque

Cancela de

Abreu, Paulo Cancela de

Acheman, Maria Laura

Aguiar, António Augusto de

Almeida, Alexandre de

Almeida, Alexandre Santos

Almeida, Gil

Almeida, João Casanova de

Almeida, José Maria Eugénio de

Almeida, Pedro de

Almeida, Sandra Patrícia N. F. Fazenda de

Amado, José Carlos

Amaral, Joaquim Ferreira do

André, Albino da Conceição

Andréz, Jaime Serrão

Araújo, Alexandre Herculano de Carvalho e

Araújo, António de Magalhães

Araújo, Dora Gonzalez de

Arroteia, Jorge Carvalho

Arroyo, António José

Arroyo, João Marcelino

Azevedo, Joaquim

Baptista, César Henrique Moreira

Barata, José Fernando Nunes

Barileau, Alain

Barreto, Álvaro Roque de Pinho de Bissaia

Bello, António Maria de Oliveira

Belo, Alfredo Gonzalez Esteves

Branco, João Ferreira Franco Pinto Castelo

Brazão, Eduardo

Brito, Elvino José de Sousa e

Caetano, Dora Catarina Garrucho

Caetano, Marcello José das Neves Alves

Calisto, Asdrúbal Alves Pereira

Camacho, Manuel de Brito

Cardoso, Alcino

Carmo, Maria João

Carneiro, António

Carrito, Maria Madalena Ribeiro

Carvalho, Luís Nandim de

Carvalho, Mariano Cirilo de

Casaca, Fernando Alberto Oliveira

Conde, Artur Luís Alves

Contente, Luís Júlio Garcia

Correia, Telmo Augusto Gomes de Noronha

Costa, Frederico Freitas

Costa, Jorge Felner da

Costa, Leonel da

Costa, Leonildo Mendonça e

Cunha, Alfredo Carneiro da

Cunha, Ismael Ribeiro da

Cunha, Licínio Alberto Almeida

Curto, António Duarte Ramada

Domingues, Celestino Matos

Duarte, Acácio Ferreira

Faustino, Manuel Almeida Ramos

Félix, Bagão

Fernandes, João Manuel de Melo Mariz

Fernandes, João Pedro Ferreira Caldas

Fernandes, Luís José Seixas

Ferraz, José Alfredo Rodrigues

Ferreira, António Aurélio da Costa

Ferreira, Humberto

Ferro, António Joaquim Tavares

Figueiredo, João Fernando Cotrim de

Freitas, Cristiano António Silva Barros de

Freitas, Maria Clara Nobre de

Gageiro, João

Gonçalves, Baltazar de Andrade

Gonçalves, Eunice

Graça, Cecília Felgueiras de Meireles

Graça, José Epifânio Martins da

Grilo, Eduardo Carrega Marçal

Guerreiro, Horácio Cavaco

Jardim, José Eduardo Vera Cruz

Jesus, João Marçal Teixeira de

Jorge, Jerónimo Henriques

Júnior, Manuel Mendes Leite

Lajinha, José Joaquim

Lameiro, Carlos Alberto de Matos

Lima, Carlos Cabral Tavares de

Lima, Cristina Maria Félix de Almeida

Macedo, António da Costa de Sousa de

Machado, José Rafael Basto

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Madeira, Luís Filipe

Marques, Margarida

Martins, Carlos José das Neves

Matoso, José Luís Raminhos

Mendes, Armindo António Lopes Ribeiro

Mendes, Elisabete Maria Nunes

Monteiro, Maria Teresa Rodrigues

Moreira, Pedro Jorge Marques

Moser, Fernando José Maria de Melo Manuel

da Câmara de

Moura, Joaquim Rafael Costa de Oliveira

Navarro, Emídio Júlio

Neto, Vítor José Cabrita

Nunes, Adolfo Mesquita

Oliveira, Faria de

Oliveira, João António Borges de

Oliveira, José d’Athayde Ramos de

Oliveira, José Manuel Carvalho

Pacheco, António Faria Carneiro

Padrão, João Gualberto Coentro Saraiva

Pais, Ana Paula Batista

Pais, Manuel Rosado Caldeira

Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva

Pereira, Alcides Rodrigues

Pereira, António João Martins Serras

Pereira, David Alvega Margarido Serras

Pereira, Pedro Theotónio

Pereira, Rosa Alexandra de Jesus

Pimentel, António Serpa

Pinho, Manuel

Pinto, Alexandre Vaz

Pinto, Clotário Luís Supico Ribeiro

Preto da Silva, Heloísa Maria Rodrigues

Ramos, Fernanda de Sousa Gonçalves

Carvalho

Ramos, Gustavo Cordeiro

Regueira, Alberto H. Nascimento

Relvas, Alexandre Carlos de Mello Vieira

Costa

Reuland, Ruud

Ribeiro, João Luís Mexia de Lemos Strecht

Rodrigues, António Augusto Gonçalves

Rodrigues, Bruno Mota

Rodrigues, Hélder José da Conceição Amaro

Rodrigues, José Venâncio Paulo

Roldan y Pego, Manuel

Roquette, Álvaro Luis de Roure

Ruas, Henrique José Barrilaro Fernandes

Sá, António Manuel de Sousa

Sampaio, Ana Maria Saudade e Silva Lopes

Ortigão

Santos, Augusto Severo dos

Santos, Carlos Alberto Silva Melo

Santos, Nuno Manuel Oliveira

São Payo, Manuel Ramalho Ortigão de Mello

e Vaz de

Sarmento, Miguel Carlos de Almeida

Rodrigues

Seabra, José Augusto Batista Lopes e

Sebastien, Sónia Abreu

Silva, José Maria Alves Mendes

Silva, Luís Manuel Miguel Correia da

Silva, Manuel Joaquim Coelho da

Silva, Manuel José Dias Coelho da

Silva, Renato Manuel Rocha

Simão, José Veiga

Tavares, António Raul Galiano

Torres, Alfredo César

Travassos, José Fernando Branco Fernandes

Trigo, Nelson Sérgio Melo da Rocha

Trindade, Bernardo

Umbelino, Jorge Manuel Rodrigues

Vale, Maria de Lurdes

Vaz, Paulo Morais

Veloso, Fernando Calheiros

Vieira, Francisco António Dias

Vilar, Emílio Rui da Veiga Peixoto

Wissman, Conrad

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4

A

Identificação: Aboim, Joaquim Manuel Bentes

Naturalidade e filiação: nasceu em Faro, a 25 de julho de 1923, filho

de Joaquim Aboim e Ana Bentes Aboim.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Fez os seus estudos liceais em Faro. Iniciou a sua vida profissional na

Divisão de Finanças e Aprovisionamentos dos Caminhos de Ferro de

Moçambique, em Lourenço Marques, onde exerceu as funções de

ajudante de guarda-livros, chefe de secção e tesoureiro.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Frequentou a então Escola Hoteleira de Lisboa, em 1961/62, onde

concluiu, com 16 valores, o curso de formação de receção e

escritório, obtendo uma bolsa de estudo para frequentar, na Suíça,

o Institut International de Glion-sur-Montreaux onde concluiu,

também com 16 valores, o Cours Superieur de Technique et

Administration Hôtelière.

Estagiou nos Hotéis Embaixador, em Lisboa, e Grand Hotel

Victoria de Montana/Crans, Suíça.

Fez parte dos profissionais de Receção que abriram o Hotel Estoril

Sol. Organizou e dirigiu o Hotel Santa Maria em Faro. Montou e

dirigiu a Escola Hoteleira do Algarve. A partir de 1966, colaborou

na organização da Escola Hoteleira “Basto Machado”, do Funchal.

Igualmente montou e dirigiu a Secção de Portimão da Escola

Hoteleira do Algarve, em 1970.

Em 1972, foi colocado como Técnico de Hotelaria no Centro

Nacional de Formação Turística e Hoteleira, em Lisboa. No

período de 1974 a princípios de 1976 dirigiu a Pousada Rainha

Santa Isabel, em Estremoz, regressando despois ao CNFTH, em

Lisboa, onde desempenhou funções na Divisão de Assistência

Técnica e de Formação na Empresa.

Publicações: Aboim, J. (1983). Elementos Básicos de Economato. Lisboa: INFT

Prémios e condecorações:

Fontes: Aboim, J. (1983). Elementos Básicos de Economato. Lisboa: INFT.

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Identificação: Abreu, João Carlos

Naturalidade e filiação: nasceu em 1948. Faleceu em 2017.

Formação académica: licenciado em Economia.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi vereador da Câmara Municipal de Santarém, pelo Partido

Socialista, sob a presidência de Ladislau Teles Botas (1977 a 1992),

com responsabilidades nas áreas dos serviços municipalizados e do

turismo.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Presidiu à Região de Turismo do Ribatejo (entretanto extinta), e

foi o fundador e principal promotor do Festival Nacional de

Gastronomia, a que presidiu, de 1981 a 2008. Ao seu empenho e

diligência muito se deve a criação do Núcleo Escolar de Hotelaria

e Turismo de Santarém, instalado na Casa do Campino, entre

1999 e 2012.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Diário de Noticias (2017). Morreu fundador do Festival Nacional de

Gastronomia de Santarém. Acedido em 27 de janeiro de 2017, em:

http://dn.pt/sociedade/interior/morreu-fundador-do-festival-nacional-

de-gastronomia-de-santarem-5623000.html

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Identificação: Abreu, Lopo de Carvalho Cancella de

Naturalidade e filiação: nasceu na Guarda, a 15 de dezembro de 1913,

filho único de Armando Cancella de Matos de Abreu e de Branca

Adelaide Patrício de Carvalho. Casou em Lisboa, a 7 de outubro de

1948, com Maria Emília de Andrada Roque de Pinho. Morreu na

Parede, Cascais, a 20 de outubro de 1990.

Formação académica: doutorou-se em Medicina pela Faculdade de

Medicina da Universidade de Lisboa, tendo-se especializado em

Pneumotisiologia, em Roma

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi membro de várias instituições científicas e publicou numerosos

trabalhos, nomeadamente a sua tese de doutoramento sobre a

«Suberose», doença provocada pelo contacto das partículas da cortiça

com as vias respiratórias, por ele referida mundialmente pela primeira

vez, e que lhe valeu 4 prémios, entre os quais o Grande Prémio

Internacional de Medicina do Trabalho. Considerado

internacionalmente como um grande especialista em tuberculose e em

medicina do trabalho, fundou a Clínica Hélio-Marítima, na Parede,

sendo depois Diretor do Instituto de Assistência Nacional aos

Tuberculosos (IANT), entre 1961 e 1968.

Dado o notável trabalho que realizou à frente do IANT, foi chamado

para desempenhar o cargo de Ministro da Saúde e Assistência do

primeiro governo de Marcelo Caetano, entre setembro de 1968 e

janeiro de 1970. Foi, depois, deputado à Assembleia Nacional, entre

1970 e 1974, tendo presidido à Comissão de Negócios Estrangeiros.

Na área da gestão empresarial, foi administrador de várias sociedades,

de que se destaca a presidência do Amoníaco Português.

Tornou-se também conhecido por ser um grande especialista em

medalhística.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Profundo conhecedor de vinhos, chegou a ser jurado (enquanto

cliente exigente) de concursos nacionais e mundiais de escanções e

de concursos de gastronomia, paixão que partilhava com a sua

mulher. Colaborou regularmente em vários jornais e revistas,

sendo de destacar as suas crónicas gastronómicas sobre o

desempenho de restaurantes.

Publicações:

Prémios e condecorações: Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em

1970, e feito Comendador da Ordem do Mérito, em1984.

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Lopo de

Carvalho Cancella de Abreu. Os Deputados à Assembleia Nacional

(1935-1974). Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido

em 17 de fevereiro de 2017, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/deputados_j.html

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Identificação: Abreu, Maria Emília de Andrada Roque de Pinho

Cancella de

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, a 17 de Agosto de 1920,

neta paterna do 1.º Conde de Alto Mearim, bisneta do 1.º Visconde de

Rio Vez, sobrinha-bisneta do 1.º Visconde de Sistelo e neta materna do

1.º Barão de Aguiar de Andrada. Casou com Lopo de Carvalho

Cancella de Abreu. Morreu na Anadia a 2 de setembro de 1998

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Diretora da primeira revista de culinária em Portugal a

“Banquete” e também da “D’Aquém e d'Além-Mar, em África”.

Foi a primeira a dar o devido destaque aos Chefes de Cozinha e a

publicar as suas receitas.

Presidiu ao júri do concurso de culinária macaense, integrado no

programa da I Quinzena de Macau em Lisboa, em 1971. Profunda

conhecedora gastronómica e de vinhos, chegou a ser jurada

(enquanto cliente exigente) de concursos nacionais e mundiais de

escanções, e de concursos de gastronomia, paixão que partilhava

com o seu marido.

Integrou, em 1982, um grupo de trabalho criado pelo Secretário de

Estado do Turismo, com Maria de Lourdes Modesto, Virgílio

Gomes, Luís de Sttau Monteiro, Gentil Marques e um

representante do Instituto de Artes Culinárias de França,

coordenados por Hélder Rodrigues, diretor da Escola de Hotelaria

e Turismo de Lisboa, cujos objetivos eram lançar as bases para a

classificação da nossa gastronomia, e criar ações de promoção do

património culinário. Foi, então, organizado um Concurso de

Gastronomia Tradicional Portuguesa, com etapas regionais, e foi

lançado o concurso para o “Melhor Artigo sobre Gastronomia

Tradicional Portuguesa”.

Publicações: Abreu, M. (2004). À volta da mesa. As receitas preferidas de Maria

Emília Cancella de Abreu. Lisboa: Colares Editora.

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Abreu, Paulo Cancela de

Naturalidade e filiação: nasceu na Anadia, a 3 de maio de 1885.

Formação académica: licenciou-se em Direito, na Universidade de

Coimbra.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Exerceu advocacia, tendo sido dirigente da Ordem dos Advogados.

Monárquico assumido, foi Presidente da Assembleia-geral das

Juventudes Monárquicas Conservadoras e Dirigente da Causa

Monárquica.

Grande admirador de Salazar.

Foi secretário do Ministro da Justiça, Artur Montenegro, em 1909, e

subdelegado do Procurador Régio, em Águeda e Lisboa.

Deputado entre 1922 e 1925, e entre 1945 e 1969. Vice-Presidente da

Mesa na IV e V Legislaturas, tendo integrado e Presidido a diversas

comissões.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Fez diversas intervenções nas sessões legislativas sobre

problemas do turismo e da hotelaria.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Paulo

Cancela de Abreu. In Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-

1974). Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 17

de fevereiro de 2017, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/pdf/a/abreu_paulo_cancela_de.pdf

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Identificação: Acheman, Maria Laura – Archer de Brito nome de

casada.

Naturalidade e filiação: de origem alemã.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Ingressou na rede de Pousadas antes do 25 de abril. Chegou a ver-lhe

concessionada a exploração da futura Pousada de Vila Nova de Cerveira

em 1973.

No pós 25 de abril de 1974 foi representante da Secretaria de Estado do

Turismo, nas negociações com os concessionários das Pousadas.

Em junho de 76 era Coordenadora do Sector dos Estabelecimentos

Hoteleiros do Estado na rede de Pousadas.

Já na DGT, sugeriu ao Município de Ponte de Lima iniciar uma nova

modalidade de turismo que se constituíssem como desenvolvimento

económico do interior.

Enquanto dirigente da Privetur - Associação Portuguesa de Turismo

Rural esteve na assembleia fundadora da Fédération Européenne

d’Hébergement Historique, que decorreu em Tomar, em 1992. Foi uma

das mais fortes impulsionadoras da Eurogites, a maior federação

europeia de turismo no espaço rural em 2002. Teve importante papel na

implantação do TER em Portugal e na luta pela sua dinamização.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Grande impulsionadora da formação profissional no pessoal das

Pousadas

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Brandão, M. V. (2001). Pousadas de Portugal, três estudos de caso:

Pousadas de D. Dinis, Santa Marinha da Costa e Santa Maria do Bouro.

Universidade do Porto. Dissertação de Mestrado em História da Arte em

Portugal.

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Identificação: Aguiar, António Augusto de

Naturalidade e filiação: nasceu a 4 de setembro de 1838, em

Lisboa. Morreu em Lisboa, a 4 de setembro de 1887.

Formação académica: formou-se em 1860, em Ciências Naturais e

Química, na Escola Politécnica.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

A partir de 1861, lecionou, na Escola Politécnica, a disciplina de

Química Natural. Em 1864, lecionou Química Aplicada às Artes e à

Industria, no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, do qual foi

nomeado diretor, em 1871.

Como investigador, dedicou-se à Química Orgânica, sobretudo aos

compostos orgânicos, e à Química Aplicada, aprofundando as áreas

da enologia e da fotografia. Eleito deputado pelo Partido

Regenerador, em 1879, foi nomeado Ministro das Obras Públicas

Comércio e Indústria, em 1884. Par do Reino, um ano mais tarde.

Impulsionou a exposição agrícola de 1884 e renovou o projeto para a

regulamentação do trabalho de menores. Foi, ainda, vice-presidente

da Academia Real das Ciências de Lisboa, presidente da Sociedade

de Geografia de Lisboa, assim como do Grémio Lusitano, membro

do Conselho Fiscal do Banco de Portugal, da Comissão Promotora

de Agricultura Portuguesa e Grão-Mestre da Maçonaria

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Reformou o Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, criou

novas escolas industriais e admitiu a contratação de professores

estrangeiros para as escolas recém-criadas.

Publicações:

Escreveu vários tratados, artigos, estudos e livros. Colaborou para a

“Revista de Educação e Ensino” e para o “Jornal de Ciências

Matemáticas, Físicas e Naturais”.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Pereira, J. C. (coord.) (1990). Aguiar, António Augusto de. In

Dicionário Enciclopédico da Historia de Portugal (Vol. I). Lisboa:

Publicações Alfa, p.29.

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Identificação: Almeida, Alexandre de

Naturalidade e filiação: nasceu a 5 de janeiro de 1885, na Lameira

de S. Pedro/Luso/ Mealhada. Morreu a 21 de julho de 1972, com 87

anos.

Formação académica: fez o ensino primário.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Como parlamentar, iniciou a sua atividade na I Legislatura (1935-

1938), voltando na V Legislatura (1949-1953), onde se manteve até

ao final da VII legislatura, em 1961, tendo subscrito diversos

pareceres relacionados com a atividade turística.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Filho do fundador da Casa Alliança, no Luso, cedo tomou as

rédeas do negócio da família. Em 1916, o suíço Paul Bergamin,

que explorava o Palace Hotel do Bussaco, desafia o jovem

empresário a dar uma nova vida ao espaço hoteleiro. Dedicou-se

ainda aos projetos do Palace Hotel da Curia e do Hotel Astória,

em Coimbra.

Numa época em que o investimento no turismo em Portugal era

escasso, tornou-se pioneiro da moderna indústria hoteleira e o

introdutor de novos conceitos gastronómicos, através de viagens

onde investigava o que melhor se fazia no estrangeiro, sobretudo

em França e Itália.

Foi Vice-presidente da Alliance Internationalle de l’Hôtellerie

(1920-1939) e Presidente do Conselho Fiscal da União Hoteleira

de Portugal (1936).

Presidiu à Direção da Associação de Classe dos Proprietários de

Hotéis e Restaurantes e foi Presidente do Grémio dos Hotéis do

Sul (1950-1955) e Presidente da União dos Grémios da Indústria

Hoteleira e Similares do Sul (1955-1969), altura em que

dinamizou a criação da Escola Hoteleira de Lisboa e presidiu ao

seu Conselho Diretivo.

Foi, ainda, vogal Junta de Turismo da Curia, das Comissões

Municipais de Turismo de Lisboa e Coimbra, do Conselho

Nacional de Turismo e do Conselho Superior dos Transportes

Terrestres.

Grande empreendedor e empresário, o grupo hoteleiro que criou,

à data da sua morte, era composto por 700 quartos.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Alexandre

de Almeida. Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-1974).

Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 3 de junho

de 2015, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/OsProcuradoresdaCamar

aCorporativa%5Chtml/pdf/a/almeida_alexandre_de.pdf

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Identificação: Almeida, Alexandre Santos

Naturalidade e filiação:

Formação académica: licenciou-se em Ciências Económicas e

Financeiras.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi gestor hoteleiro na cadeia hoteleira do seu tio, Alexandre de

Almeida.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Substituiu o primo Gil de Almeida na Direção da Escola Hoteleira

de Lisboa, em 1963.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Almeida, Gil

Naturalidade e filiação: filho de Alexandre de Almeida.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Gestor hoteleiro, filho de hoteleiro. Foi aluno da Escola Hoteleira

de Lausanne, para onde o pai o enviou para aprender a arte.

Integrou a Comissão, criada em 1955 pela Presidência do

Conselho, para promover a criação de escolas hoteleiras.

Escreveu o relatório do grupo de trabalho que visitou diversas

escolas europeias.

Nomeado Diretor da Escola Profissional da Indústria Hoteleira

de Lisboa, a 31 de dezembro de 1957, tornando-se o seu primeiro

Diretor. Em 1963, cedeu o lugar de Diretor ao seu primo

Alexandre Santos Almeida. Voltou ao grupo hoteleiro onde

repartia a sua direção com o pai e os primos.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Almeida, João Casanova de

Naturalidade e filiação: nasceu em 1957 em Mora.

Formação académica: licenciou-se em Administração e Gestão Escolar

pela Universidade Lusófona e é doutorando em Educação na

Universidade da Extremadura (Espanha).

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi professor nos cursos de pós-graduação da área da Educação na

Universidade Fernando Pessoa. Professor do Ensino Básico e Secundário

desde 1980, foi nomeadamente subdiretor pedagógico num colégio do

ensino secundário e orientador de estágio do ramo educacional.

Foi chefe de gabinete da Secretária de Estado da Educação no XV

Governo Constitucional e chefe de gabinete do Grupo Parlamentar do

CDS-PP na XI Legislatura. Foi igualmente dirigente do Sindicato

Nacional e Democrático dos Professores. Foi Secretário de Estado do

Ensino e Administração Escolar no XIX e XX Governos Constitucionais.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Pertenceu ao grupo de trabalho responsável por generalizar, na

DREL, a Reforma do Ensino Secundário em 1993/94. Foi professor

da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa.

Publicações:

É coautor de manuais escolares da Raiz Editora e de livros na área da

Política Educativa, entre os quais «Avaliação do Desempenho Docente»

(Lisboa Editora, 2011) e, com David Justino, «A Reforma do Ensino

Secundário - 2004» (Porto Editora, 2006). É ainda autor de artigos

científicos na área da Educação.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Governo de Portugal, Secretários de Estado, João Casanova de Almeida.

Acedido em 15 de março de 2017, em: http://www.portugal.gov.pt/pt/o-

governo/arquivo-historico/governos-constitucionais/gc19/os-

ministerios/mec/conheca-a-equipa/secretarios-de-estado/joao-casanova-

de-almeida.aspx

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Identificação: Almeida, José Maria Eugénio de

Naturalidade e filiação: nasceu em 1811. Faleceu em 1872.

Formação académica: realizou os seus primeiros estudos na escola

de S. Vicente de Fora, em Lisboa. Em 1834, matriculou-se em

Direito, na Universidade de Coimbra, curso que concluiu em 1839.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

No mesmo ano em que concluiu o curso, candidata-se à regência da

cadeira de Economia Política, Direito Administrativo e Comercial da

Escola Politécnica de Lisboa. Apesar do brilhantismo das provas

prestadas, a cadeira foi atribuída ao seu oponente.

Em 1843, casa com Maria das Dores Silva e Teixeira, filha de José

Joaquim Teixeira, um importante negociante da Praça de Lisboa,

aliança que lhe permitiu integrar, entre 1846 e 1858, a sociedade que

assegurou o lucrativo Contrato do Tabaco, Sabão e Pólvora.

A sua história empresarial caracterizou-se por uma administração

geral de negócios segura, com clareza nas contas, bons contactos,

minuciosa recolha de informação precedendo as tomadas de decisão

estratégicas, e agilidade na circulação de fundos entre setores. Esteve

atento às oportunidades que surgiram com as transformações sociais

e económicas operadas pelo triunfo do Liberalismo, em especial no

que se refere à emergência de um mercado fundiário resultante, em

grande parte, da extinção das ordens religiosas e dos morgadios,

tornando-o num dos maiores proprietários do país.

Para além de deputado, foi Par do Reino e Conselheiro de Estado.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Provedor da Real Casa Pia de Lisboa, instituição onde operou

uma profunda reforma dos currículos, de modo a garantir uma

maior adequação da formação às necessidades do mercado de

trabalho.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Fundação Eugénio de Almeida. A família Eugénio de Almeida.

Évora. Acedido em 7 de maio de 2015, em:

http://www.fundacaoeugeniodealmeida.pt/exposicao-familia-

eugenio-de-almeida-abre-a-6-de-junho/1930.htm

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16

Identificação: Almeida, Pedro de

Naturalidade e filiação:

Formação académica: licenciado em Economia e em Sociologia pela

Universidade Nova de Lisboa, e pós-graduado em Estudos Económicos

Europeus pela Universidade Católica Portuguesa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Auditor do Instituto da Defesa Nacional. Consultor para os Assuntos

Empresariais do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.

Embaixador na Representação de Portugal junto da Organização

Mundial de Turismo, Presidente da ENATUR – Pousadas de Portugal,

Presidente do C.A. dos Casinos do Algarve e Presidente do ICEP.

Assumiu, ainda, os cargos de Conselheiro Comercial e Delegado do

ICEP no Egipto, Áustria, Alemanha e Suíça. Foi presidente da

Assembleia Geral da Confederação do Turismo Português e Vogal do

Conselho Fiscal da Associação dos Hotéis de Portugal.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Professor Convidado da Universidade Lusófona de Humanidades e

Tecnologias, na Licenciatura em Turismo.

Exerceu funções como Secretário de Estado do Turismo, no

Governo Presidido por Durão Barroso.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Foi agraciado, em 1995, com a Comenda de Grande Oficial de Mérito

Agrícola, Comercial e Industrial, e em 1997 com a Medalha de Mérito

Turístico

Fontes:

Instituto dos Mares da Lusofonia. Atividades Congresso 2008, Dr.

Pedro de Almeida. Acedido em 14 de janeiro de 2017, em:

http://imlusofonia.org/index.php/actividades/congresso-

2008/moderadores/98-dr-pedro-almeida

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Identificação: Almeida, Sandra Patrícia Nogueira Fernandes Fazenda de

Naturalidade e filiação: nasceu a 4 de julho de 1976 em S. Jorge de

Arroios, Lisboa. Filha de Carlos Alberto Moreira Fernandes de Almeida e

de Ana Bela Nogueira Gonçalves.

Formação académica: Licenciou-se em Turismo – ramo Marketing pela

Universidade do Algarve, tendo desenvolvido o 2º ano na University of

Wales – Cardiff. Concluiu a fase curricular do Mestrado em Gestão e

Desenvolvimento em Turismo na Faculdade de Economia da Universidade

do Algarve. É doutoranda em Turismo na Universidade de Aveiro. Possui o

título de Especialista em Turismo e Lazer emitido pelos Institutos

Politécnicos do Porto, de Leiria e de Viana do Castelo. Tem realizado

várias formações, como o “Mini MBA Gestão de Hospitalidade e Turismo”

pelo ISCTE e o “Programa de Gestão para a Criação de Valor” pela Nova

Fórum – Instituto de Formação de Executivos da Universidade Nova de

Lisboa.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Possui experiência relevante no sector do Turismo, com forte enfoque nas

operações turísticas, tendo trabalhado, quer em Agências de Viagens, quer

em Operadores Turísticos, tendo desenvolvido atividade de consultadoria

durante 5 anos. Foi diretora de 2006 a 2009 da feira internacional de

turismo BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa.

Foi a diretora executiva da Talents4Cruising, uma agência privada de

colocação de pessoal especializada no sector do turismo, ligado ao Grupo

Douro Azul. Regressou em meados de maio de 2014 à consultadoria e

desenvolve atividade como Assessora na AHRESP.

É docente no ensino superior na área do Turismo e Hotelaria e está desde

2015 na Escola de Turismo, Desporto e Hospitalidade da Universidade

Europeia.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi diretora da Escola de Hotelaria e Turismo de Santa Maria da

Feira de 2008 4 até ao seu encerramento em 2013.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

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Identificação: Amado, José Carlos

Naturalidade e filiação: nasceu a 21 de agosto de 1923, em Leiria.

Formação académica: licenciou-se em Ciências Histórico-

Filosóficas, na Universidade de Coimbra.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Cedo se destacou na defesa do ideário monárquico, conjuntamente

com Henrique Barrilaro Ruas, Fernão Pacheco de Castro, Afonso

Botelho, e Frederico Perry Vidal.

Em 1949, fundou, em Coimbra, a revista Cidade Nova - Revista de

Cultura, da qual foi diretor até 1960.

Foi professor de Filosofia, História da Europa e de História de

Portugal, no ISCAL, antigo Instituto Comercial de Lisboa, de 1955 a

1993.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1963, conjuntamente com José Joaquim Laginha e Henrique

Barrilaro Ruas, fundou a CODEPA (Cooperativa de Orientação

e Desenvolvimento do Ensino Particular), entidade instituidora

do Instituto de Novas Profissões, do Colégio da Cidadela e do

Centro de Estudos Pedagógicos.

O INP – Instituto de Novas Profissões foi criado em 1964. A

Escola pretendia, por um lado, formar técnicos altamente

qualificados em áreas socioprofissionais emergentes, ignoradas

pelo ensino superior de então, e, por outro, criar corpus de saber

nesses novos domínios de conhecimento.

A 17 de outubro de 1964 iniciou-se a lecionação do Curso de

Turismo, curso pioneiro em Portugal. Para aprofundar o estudo

do turismo e consolidar o seu ensino é criado, em simultâneo, o

Gabinete de Estudos Turísticos e a revista Boletim do Instituto de

Novas Profissões.

Ao longo dos quase 40 anos em que foi Diretor do INP,

organizou inúmeros Colóquios e Sessões relacionadas com o

Turismo e a Cultura Portuguesa.

Publicações: Na área do Turismo publicou Perspetivas Portuguesas do Turismo

(1964) e Turismo Interno e Turismo Social (1967).

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Amaral, Joaquim Ferreira do

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, a 13 de abril de 1945.

Filho de João Maria Barreto Ferreira do Amaral, que usou o título de

2.º Barão de Oliveira Lima, e de Maria José da Graça Facco Viana de

Oliveira Martins.

Formação académica: licenciado em Engenharia Mecânica pelo

Instituto Superior Técnico. em 1968.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Cumpriu o serviço militar obrigatório como Capitão Miliciano de

Infantaria, na Guerra Colonial, em Angola. Foi técnico do Instituto de

Investimento Estrangeiro (1982-1983), das Indústrias Nacionais de

Defesa (1982) e do Instituto Financeiro de Apoio ao Desenvolvimento

da Agricultura e Pescas (1986). Em 1979, pertencendo aos quadros da

Direcção-Geral dos Serviços Industriais, foi escolhido para Secretário

de Estado das Indústrias Extrativas e Transformadoras do V Governo

Constitucional, presidido por Maria de Lurdes Pintasilgo.

Em 1981, aderiu ao Partido Social Democrata e é chamado para

dirigir a Secretaria de Estado da Integração Europeia. Mais tarde, de

1990 a 1995, foi Ministro das Obras Públicas, Transportes e

Comunicações (XI e XII Governos, liderados por Aníbal Cavaco

Silva).

Em 1995, assumiu o mandato de deputado à Assembleia da

República. Candidato a Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,

em 1997, sai derrotado por João Soares. Em 2001, será o candidato

apoiado pelo PSD a Presidente da República, perdendo para Jorge

Sampaio. Gestor público esteve à frente dos destinos da Galp e no

Conselho de Administração da Lusoponte.

É um grande investigador de cartografia histórica.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Secretário de Estado do Turismo, em 1983, no Governo do Bloco

Central, liderado por Mário Soares. Entre 1985 e 1990 foi

Ministro do Comércio e Turismo.

Publicações:

Prémios e

condecorações: Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Fontes:

Tagus Park (2017). Joaquim Martins Ferreira do Amaral. Acedido em

20 de janeiro de 2017, em:

http://www.taguspark.pt/documentos/Cv_joaquimferreiradoamaral.pdf

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Identificação: André, Albino da Conceição

Naturalidade e filiação: nasceu na freguesia de Pessegueiro,

concelho de Pampilhosa da Serra, a 28 de outubro de 1926.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi deputado na X e na XI Legislaturas, entre 1969 e o 25 de abril de

1974.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Homem de negócios, gerente industrial. Funda, em 1958, com

Celestino Domingues, a agência de viagens TurExpresso, com

sede na Avenida Duque de Loulé, em Lisboa, e conseguem a

importante representação em Portugal da InTourist, agência

soviética de viagens. Sem convicções políticas marcadas,

movimentava-se com à-vontade para lá da “cortina de ferro”,

apesar das restrições às viagens entre os dois países.

Presidente da Direção do Grémio Nacional das Agências de

Viagem e Turismo, em cuja qualidade integrou a Câmara

Corporativa, como representante das entidades patronais.

Membro da Direção da AHRESP.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Albino da

Conceição André. Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-

1974). Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 17

de fevereiro de 2017, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/deputados_j.html

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Identificação: Andréz, Jaime Serrão

Naturalidade e filiação:

Formação académica: licenciado em Organização e Gestão de

Empresas pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). Pós-

graduação, em Intelectual Property and Tecnology Transfer, pelo

International Law Institute, George Town University, Washington.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Quadro do Ministério da Economia (assessor principal), desde 1978.

Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional da

Propriedade Industrial (INPI). Professor Associado Convidado do

ISEG.

Membro do Conselho Superior de Ciência, Tecnologia e Inovação,

criado no âmbito do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, e do

Conselho de Administração da Organização Europeia de Patentes

(OEP), para além de assumir, por inerência do cargo no INPI, diversos

lugares em órgãos diretores de organismos internacionais ligados à

propriedade industrial.

Vogal do Conselho de Administração do Centro Tecnológico da

Cortiça (CTCOR) e Vogal do Conselho Diretivo do Instituto de

Formação Empresarial Avançada (IFEA). Coordenador de programas

(subdiretor-geral) do Gabinete do Gestor do PEDIP e PEDIP II.

Vogal e depois Presidente do IAPMEI. Vogal do Conselho de

Administração da COMNEXO - Rede de Comunicações, S. A., da SPR

- Sociedade Portuguesa de Risco, da SOGEO - Sociedade Geotérmica

dos Açores, S. A., e da Fundação da Juventude.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Secretário de Estado do Comércio e Turismo (XIII Governo

Constitucional).

Publicações:

Prémios e condecorações:

Para além de diversos louvores, foi condecorado pelo Presidente da

República, em 1993, com o grau de comendador da Ordem do Mérito

Comercial, Agrícola e Industrial (classe industrial).

Fontes:

ANACOM (2017). Nota biográfica de Jaime Serrão Andréz. Acedido

em 17 de fevereiro de 2017, em:

https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1051750

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Identificação: Araújo, Alexandre Herculano de Carvalho e

Naturalidade e filiação: nasceu a 28 de março de 1810, em Lisboa.

Morreu aos 67 anos, em 13 de setembro de 1877.

Formação académica: estudou Humanidades na Congregação do

Oratório. Impedido por dificuldades económicas de frequentar a

Universidade.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Preparou-se para ingressar no funcionalismo, frequentando um curso

prático de comércio e estudando diplomacia na Torre do Tombo, onde

aprendeu os rudimentos da investigação histórica. Com 18 anos,

aprendeu o francês e o alemão, leu os autores românticos estrangeiros e

inicia-se nas tertúlias literárias da Marquesa de Alorna. Em 1831,

envolvido numa conspiração contra o regime miguelista, foi obrigado a

exilar-se.

No exílio, aperfeiçoou os estudos. Em 1832, participou no

desembarque das tropas liberais em Mindelo e na defesa do Porto. É

colocado no Porto como bibliotecário e encarregue de organizar a

biblioteca pública. Publica importantes artigos de teorização literária.

Em 1836, por discordâncias com o Governo Setembrista, demitiu-se do

cargo que ocupava e passa a ocupar-se, em Lisboa, da revista literária

“O Panorama”. Em 1839, aceitou o convite de D. Fernando para

dirigir as bibliotecas reais das Necessidades e da Ajuda, demitindo-se

no ano seguinte, desiludido com a atividade parlamentar. Em 1851,

fundou o jornal “O País”, e em 1853 “O Português”. Dois anos depois,

foi nomeado vice-presidente da Academia Real das Ciências. Em 1856

tornou-se um dos fundadores do Partido Progressista Histórico. Em

1858, recusou a cátedra de História no Curso Superior de Letras.

Em 1867, desgostoso com a morte precoce de D. Pedro V, rei em quem

depositava muitas esperanças, e desiludido com a vida pública, retirou-

se para a sua quinta em Vale de Lobos, onde se dedicou quase

exclusivamente à vida rural.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Eleito deputado Cartista em 1840, escreveu os seus planos para a

reforma do ensino.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Pereira, J. C. (coord.) (1990). Alexandre Herculano de Carvalho

Araújo. In Dicionário Enciclopédico da Historia de Portugal (Vol. I).

Lisboa: Publicações Alfa, p.310.

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Identificação: Araújo, António de Magalhães

Naturalidade e filiação: nasceu a 26 de janeiro de 1955, em Basto

(Santa Senhorinha), Cabeceiras de Basto. Filho de Francisco de Araújo

e de Ana de Oliveira Magalhães.

Formação académica: fez os estudos primários em Fafe e em Santa

Senhorinha. Em 1965, entra para o seminário missionário do Verbo

Divino em Guimarães. Entretanto, faz o curso de aperfeiçoamento

profissional da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa. Recebe uma

bolsa de estudo do Conseil de l’Europe, em 1981, para fazer o Curso de

Formação Pedagógica de Formadores, em Marbella-Espanha, no Hotel

Escuela Bellamar do Ministério de Trabajo - Instituto Nacional de

Empleo. Em 2003 frequenta o curso: Criação de Instrumentos de

Avaliação na Estrutura Modular promovido pela CEFANESPO –

Centro de Formação da Associação Nacional de Escolas Profissionais.

Em 2006 licencia-se em Antropologia, pelo ISCTE.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1969 começa por trabalhar na Pastelaria Corações Unidos, em

Lisboa. Em 1972, muda-se para o Hotel Ritz, onde fica até 1981.

Em 1985 faz uma interrupção na carreira de formador para uma

experiencia na Sitimar Cruise Paquete Fairsky, na Linha

USA/México/Alaska.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Após o curso em Espanha integra as Brigadas Itinerantes do INFT

como Formador na Área de Restaurante, até 2007. Foi formador

de vários cursos na área da Restauração, em África.

Entre 1982 e 1999, é o formador responsável pela formação do staff

e pelas refeições oficiais do Festival Nacional de Gastronomia de

Santarém, e regressando ao INFT em 1986.

Em junho de 2007 é convidado a coordenar o então criado Pólo de

Óbidos, do que viria a ser a Escola de Hotelaria e Turismo do

Oeste, onde esteve até 30 de janeiro de 2009.

Em 2009 passa a integrar os quadros dos serviços centrais do

Turismo de Portugal, I.P. gerindo procedimentos de aquisição de

bens e serviços para a rede escolar, elaboração de manuais técnicos

e organização e acompanhamento de eventos e concursos

profissionais.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Araújo, Dora Gonzalez de

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, a 28 de novembro de

1963, filha de Constantino Araújo Estevez e de Oliva Gonzalez

Hernandez Araújo.

Formação académica: fez os estudos secundários no Liceu Francês

Charles Lepierre. Licencia-se em arquitetura, em 1989, na Faculdade

de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entre 1990 e 1992 é arquiteta na José Amorim & Associados, em

Lisboa.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1992 entra como Técnica Superior na Direção Geral do

Turismo, onde executa trabalhos referentes à apreciação de

projetos (similares e hoteleiros), e controlo de empreendimentos,

em termos de planeamento físico.

Em 1999 sai da DGT e entra como sócio-gerente da Artiarpa,

Projetos e Construções Lda, com sede no Porto. Coordena e

acompanha a implementação de projetos na área do turismo e

recuperação de edifícios, onde esteve até 2005. Em 2003 começa a

acumular a sua atividade com a de Gestora de Projetos

Imobiliários e Turísticos na Douro Azul, S.G.P.S.

Entre 2005 e 2007 é Gestora de Projetos de Potencial Interesse

Nacional na AICEP – Agência para o Investimento e Comércio

Externo de Portugal, E.P.E.

Em 2008 é nomeada Diretora da Escola de Hotelaria e Turismo do

Porto, onde ainda se encontra.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Arroteia, Jorge Carvalho

Naturalidade e filiação: nasceu em 1947.

Formação académica: licenciou-se em Geografia, na Universidade

de Lisboa, em 1972. Doutor em 1983 e Agregado em 1985, em

Ciências Sociais, pela Universidade de Aveiro.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entrou como docente para a Universidade de Aveiro em 1973, onde

fez carreira académica até se reformar, em outubro de 2008, como

Professor Catedrático.

Foi Vice-Presidente da Comissão Nacional de Geografia (2005-

2007).

Desempenhou funções de Direção em serviços centrais do Ministério

da Educação e do Ministério da Ciência e do Ensino Superior.

Possui diversos artigos e livros publicados. É atualmente consultor

nas áreas de Educação & Desenvolvimento.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Para além da docência e da investigação na Universidade de

Aveiro, integrou órgãos científicos de estabelecimentos de ensino

superior politécnico e de avaliação deste subsistema de ensino.

Presidiu à comissão instaladora da ESHTE.

Publicações: É autor de diversos estudos: Emigração Portuguesa; Análise Social e

Administração da Educação; Geografia de Portugal.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Instituto Geográfico Português (2017). Jorge Carvalho Arroteia.

Acedido em 20 de março de 2017, em:

http://ftp.igeo.pt/instituto/CNG/Doutores_Areas_Afins/CV_Jorge_Ca

rvalho_Arroteia.pdf

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Identificação: Arroyo, António José

Naturalidade e filiação: nasceu no Porto, em 1856, filho de José

Francisco Arroyo y Rezola, compositor e diretor do Teatro de São João

no Porto, e Rita Norberta Xaviera de Rezola y Gastañaga, nascidos em

Oyarzun e Usurbil, naquele tempo arredores de San Sebastian, irmão

de João Marcelino Arroyo, politico e Doutor em Direito, e de José

Diogo Arroio, também músico, cantor e Doutor em Química. Morreu

em 1934.

Formação académica: licenciou-se em Engenharia Civil.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Começou a trabalhar na construção dos caminhos-de-ferro das Beiras e

depois do Sul e Sueste, tendo em 1881 ingressado no Ministério das

Obras Públicas.

Quando Portugal encomendou à empresa belga Sociéte de Willebroeck,

com projeto do engenheiro Seyrig, ex-sócio de Eiffel, a famosa Ponte

Dom Luís, sobre o rio Douro, mandou para Bruxelas um engenheiro

português para acompanhar os trabalhos de execução. O escolhido foi

António Arroyo, que com regularidade dava ao seu ministro notícias do

andamento da obra e comentava a sua admiração pela excelente mão-

de-obra belga, com operários oriundos de escolas especializadas.

Logo o ministro das Obras Públicas, que tutelava também o ensino

profissional, então muito deficiente, interessou-se pelo assunto e

mandou-o visitar essas escolas e recolher o máximo de informação

possível para que em Portugal se pudesse seguir o exemplo.

Além do seu trabalho profissional foi um exigente crítico de arte e

música, escreveu alguns livros e notabilizou-se sobre temas literários e

artísticos. Em Lisboa, no ano da sua morte, 1934, foi criada a Escola

Industrial António Arroyo (Artes Aplicadas), por onde passou boa parte

dos grandes pintores e escultores portugueses, alguns dos quais

seguiram depois para a Escola Superior de Belas Artes.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi nomeado para uma Comissão, de que fazia parte o escritor e

professor Adolfo Coelho, para a criação de escolas industriais.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Amorim, F. (2009). António José Arroyo. Rio de Janeiro. In Fonseca,

H. A bem da Nação. Acedido em 18 de fevereiro de 2017, em:

http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/347208.html

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Identificação: Arroyo, João Marcelino

Naturalidade e filiação: nasceu na cidade do Porto, filho do

compositor basco José Francisco Arroyo, primeiro diretor do Teatro de

São João, e de Rita Norberta Xaviera de Rezola y Gastañaga, irmão de

António Arroyo engenheiro e crítico de arte, e de José Diogo Arroyo,

também músico, cantor e Doutor em Química. Morreu em Colares, a

18 de maio de 1930.

Formação académica: depois de realizar estudos preparatórios na sua

cidade natal, matriculou-se em Direito na Universidade de Coimbra.

Ainda estudante naquela Universidade, fundou o Orfeon Académico,

em 1880, sendo o seu primeiro regente. Doutorou-se em Direito no ano

de 1884.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em dezembro de 1895 foi nomeado professor de Direito em Coimbra.

Esteve ligado, com os seus irmãos e alguns amigos, à fundação do

“Jornal de Notícias” no Porto (1888), de que José Diogo Arroyo foi o

primeiro diretor. Foi eleito, em 9 de dezembro de 1892, sócio da

Academia Real das Ciências de Lisboa, na Classe de Letras.

Em 1884, foi eleito deputado pelo círculo eleitoral de Vila do Conde,

integrado nas listas do Partido Regenerador, mantendo-se na Câmara

dos Deputados até 1902, acumulando com a atividade docente. Em

1890, com apenas 29 anos de idade, foi nomeado Ministro da Marinha

e Ultramar no governo de Serpa Pimentel. Em 1900-1901 integrou o

governo presidido por Hintze Ribeiro, desta feita com a pasta de

Ministro dos Negócios Estrangeiros. Foi vogal do Tribunal de Contas e

Administrador da Companhia Real dos Caminhos de Ferro

Portugueses, detentor de uma grande coleção de arte.

Em 1902 foi nomeado Par do Reino e, a 4 de outubro de 1910,

embaixador em Paris, cargo que já não chegou a ocupar. Em 1911 foi

exonerado de professor universitário.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Ministro da Instrução Pública e Belas Artes, de 5 de abril a 13

de outubro de 1890. A sua ação ministerial foi curta e discreta,

contrastando com as suas numerosas intervenções parlamentares

entre 1884 e 1910, que revelaram qualidades de grande orador.

Publicações: Publicou numerosos estudos jurídicos, e peças musicais, entre as quais

composições para piano, óperas e cantatas

Prémios e condecorações:

Fontes:

Rigaud, J. (2011). João Marcelino Arroyo (1861-1930): o homem e o

Amor de Perdição. Artigos Meloteca. Acedido em 3 de junho de 2015,

em: http://www.meloteca.com/pdfartigos/joao-heitor-rigaud_joao-

marcelino-arroyo-o-homem-e-o-amor-de-perdicao.pdf

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Identificação: Azevedo, Joaquim

Naturalidade e filiação: nasceu a 10 de abril de 1955, em Santa Maria

da Feira.

Formação académica: licenciou-se em História na Universidade do

Porto e doutorou-se em Ciências da Educação na Universidade de

Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entre 1973 e 1977, foi dirigente estudantil. Dirigiu a Faculdade de

Educação e Psicologia da Universidade Católica (2002-2010) e foi

Presidente do CR do Porto, da Universidade Católica (2006-2013).

É, desde a sua fundação, em 1996, Presidente do Conselho de

Administração da Fundação Manuel Leão, com sede em Vila Nova de

Gaia.

Representou Portugal em vários organismos internacionais, como a

OCDE (CERI) e a UNESCO. Atualmente, é professor catedrático na

Universidade Católica e investigador no Centro de Estudos do

Desenvolvimento Humano da mesma instituição.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Diretor escolar, entre 1978 e 1983. Técnico de planeamento

regional em educação, na CCDR-N (1983-1988) e membro da

Comissão de Reforma do Sistema Educativo (1986-1988). Entre

1988 e1992 foi Diretor-geral do Ministério da Educação, no

GETAP, onde se distinguiu no lançamento do ensino profissional e

das escolas profissionais. Contribuiu também para a criação das

escolas profissionais em Moçambique (2001), na criação dos

Centros de Formação de Associação de Escolas (centros de

formação contínua de professores (1993), na coordenação do

Debate Nacional de Educação, promovido pelo Conselho Nacional

de Educação (2007) e no lançamento do Projeto Arco Maior (2013),

que acolhe, numa nova proposta educativa, os jovens alunos que

abandonaram as escolas, na cidade do Porto.

No XII Governo Constitucional, entre 1992 e 1993 foi Secretário de

Estado dos Ensino Básico e Secundário. É ainda membro cooptado

do Conselho Nacional de Educação, onde dirige a Comissão de

Políticas Públicas e Desenvolvimento do Sistema Educativo,

pertencendo à Comissão Coordenadora do CNE.

Publicações:

É autor de vários livros e artigos e diretor de várias publicações, entre

elas a Revista Portuguesa de Investigação Educacional e da Revista

EDUCA - International Catholic Journal of Education.

Prémios e condecorações: Foi agraciado com da Ordem de Instrução Pública, grande-oficial em

2009 e possui a medalha de ouro de Defesa Nacional (2015).

Fontes: Azevedo, Joaquim (s/d). crescer a aprender, nota biográfica. Acedido

em 10 de abril de 2017, em: http://www.joaquimazevedo.com/biografia

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B

Identificação: Baptista, César Henrique Moreira

Naturalidade e filiação: nasceu a 14 de março de 1915, em Espinho.

Faleceu em 1982.

Formação académica: licenciou-se em Direito.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Advogado e professor de Economia no Instituto Comercial de Lisboa.

Entre 1953 e 1957, foi Presidente da Câmara Municipal de Sintra. Entre

1957 e 1961, foi deputado à Assembleia Nacional, durante a VII

legislatura. Foi presidente da Comissão Concelhia de Cascais, vogal da

Comissão Distrital de Lisboa e, em 1957, vogal da Comissão Executiva

Nacional da União Nacional.

Durante este período, foi um elemento fundamental, juntamente com

Ramiro Valadão, para a instrumentalização da RTP, que deixa de ser um

serviço passivo de relato dos acontecimentos, pelo ponto de vista do

regime, para se tornar efetivamente numa ferramenta de propaganda

proactiva a favor do Governo.

Quando Marcelo Caetano assume a chefia do Governo, chamou-o para

subsecretário de Estado da Presidência do Conselho e, mais tarde, para

ministro do Interior (7 de novembro de 1973), funções que desempenhava

a 25 de Abril de 1974. Nesse dia, é um dos dois ministros que

acompanham o presidente do Conselho no Quartel do Carmo e o seguem

para o Funchal. No regresso será preso, mas libertado meses depois.

Durante a sua carreira, foi ainda diretor da FNAT e diretor da Caixa de

Previdência dos Organismos Económicos

Factos relevantes para

a educação e formação

em turismo:

Substituiu José Manuel da Costa à frente do Secretariado Nacional de

Informação (SNI), a 1 de Fevereiro de 1958, com o beneplácito de

Marcelo Caetano, que o elevaria, a 16 de Outubro de 1968, à

Secretaria de Estado da Informação e Turismo (SEIT). Durante o

período que esteve à frente da Secretaria de Estado, afastou-a da

orientação de promoção da cultura popular/folclórica, para uma

promoção em moldes mais modernos, como forma de suavizar a

imagem externa do regime.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Oficial da Ordem da Instrução Pública; Grande-Oficial da Ordem do

Infante D. Henrique; Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo;

Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada; Grã-Cruz da

Ordem Militar de Cristo e a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de César Henrique

Moreira Baptista. Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-1974).

Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 19 de janeiro

de 2016, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/pdf/b/baptista_cesar_henrique_moreira.pdf

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Identificação: Barata, José Fernando Nunes

Naturalidade e filiação: nasceu a 01 setembro 1927 em Pampilhosa da

Serra / Coimbra.

Formação académica: licenciou-se em Direito pela Universidade de

Coimbra, em 1951.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Católico, fez parte da Direção do Centro Académico de Democracia

Cristã. Presidente das Obras Vicentinas Académicas; Vice-presidente da

Liga Académica.

Em 1952, fez o Curso Complementar de Ciências Político-Económicas.

Advogado.

Iniciou a carreira em 1951 como Conservador do Registo Civil. Em 1952

foi Chefe da Secretaria da Câmara Municipal de Coimbra e Juiz do

Julgado Municipal de Coimbra.

Entre 1957 e 1961, foi Inspetor Administrativo do Ministério do Interior,

Vogal da Comissão Executiva da União Nacional (1961) e membro da

Direção do Centro de Estudos Político-Sociais da União Nacional.

Inspetor superior de Economia do Ministério do Ultramar. Foi Deputado à

Assembleia Nacional (VII, VIII, IX, X e XI Legislaturas).

Procurador à Câmara Corporativa por designação do Conselho

Corporativo

Factos relevantes para

a educação e formação

em turismo:

Enquanto Deputado à Assembleia Nacional defendeu a necessidade de

criação de uma Escola Hoteleira.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Nunes Barata.

Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-1974). Lisboa: Assembleia

da República Portuguesa. Acedido em 4 de janeiro de 2017, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/pdf/b/barata_jose_fernando_nunes.pdf

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Identificação: Barilleau, Alain

Naturalidade e filiação: nasceu em 30 de agosto de 1941 em França.

Faleceu com 69 anos a 25 de junho de 2011.

Formação académica:

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Factos relevantes para

a educação e formação

em turismo:

Hoteleiro, é proprietário e presidente do conselho de administração

do Hotel du Vieux Saules, criado em 1900, no 3.º bairro de Paris.

Participa na gestão de três outras empresas do ramo hoteleiro.

Membro da Câmara de Comércio e Indústria de Paris (1998), foi

Vice-presidente desta Câmara para o Turismo.

Presidiu ao Conselho da Escola Grégoire Ferrandi - École Superieur

de Cuisine de Paris, qualidade na qual assinou o Protocolo de

colaboração com o INFTUR.

Em 2008, foi nomeado mediador para o setor dos hotéis, cafés e

restaurantes e estabelecimentos noturnos junto da prefeitura de

polícia de Paris. Nomeado para preencher um papel de

aconselhamento dos profissionais do setor e facilitar as suas relações

com os departamentos governamentais responsáveis pela fiscalização.

Publicações:

Possui diversas publicações entre as quais: Urbanisme et équipement

commercial nouvelles propositions d'amélioration du dispositif, 1998;

Propositions pour une nouvelle implication des chambres de commerce et

d'industrie de Paris-Île-de-France en matière d'urbanisme, 2002; Projet

de loi relatif à la prévention des risques technologiques et naturels et à la

réparation des dommages, 2003.

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Dirigeant. Presentation de Alain Barilleau. Acedido em 18 de dezembro

de 2016, em:

https://dirigeant.societe.com/dirigeant/Alain.BARILLEAU.01042263.html

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Identificação: Barreto, Álvaro Roque de Pinho de Bissaia

Naturalidade e filiação: nasceu a 1 de janeiro de 1936 em Lisboa. É

sobrinho de Fernando Baeta Bissaia Barreto Rosa.

Formação académica: licenciou-se em Engenharia Civil pelo

Instituto Superior Técnico.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1959 ingressou na Profabril, pertencente ao Grupo CUF, como

chefe de projetos industriais, onde esteve até 1968. Fez o

Management Course (American Management Association) em 1961.

Em 1969 obteve o Program on Management Development, pela

Universidade de Harvard, e foi nomeado diretor administrativo da

Lisnave. De 1971 a 1974 foi administrador delegado da Setenave,

regressando à Lisnave como administrador delegado, onde esteve até

1978. Em 1979 foi nomeado presidente do Conselho de Gerência da

TAP.

Militante do Partido Popular Democrático (PPD/PSD), esteve na

Secretaria do Comércio Externo, no Governo chefiado por Pinheiro

de Azevedo, nos meses que se seguiram ao chamado “Verão quente”.

Em 1978 é nomeado Ministro da Indústria e Tecnologia, iniciando

uma vasta carreira governativa. Em 1980 foi ministro da Indústria e

Energia do VI Governo Constitucional e, em 1981, Ministro da

Integração Europeia. No mesmo ano foi ainda eleito deputado à

Assembleia da República. Em 1982 regressou ao sector privado,

como Presidente do Conselho de Administração da Soporcel.

Assumiu a pasta da Agricultura, em 1984, no IX Governo

Constitucional. Na legislatura seguinte, em 1985, manteve-se como

titular do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação, órgão que

voltou a ocupar dois anos mais tarde, até 1990, tendo Aníbal Cavaco

Silva como chefe do Governo. Em 1991 e 1994 foi eleito deputado à

Assembleia da República, onde presidiu à Comissão Parlamentar dos

Negócios Estrangeiros, Comunidades Portuguesas e Cooperação.

Entre 2001 e 2004 foi Presidente da Comissão Parlamentar de

Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas Em 2004 foi escolhido

para assumir o cargo de Ministro de Estado, das Atividades

Económicas e do Trabalho no XVI Governo Constitucional.

Colabora com várias empresas como Administrador não executivo e

é membro de diversas organizações da sociedade civil.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1983, foi Ministro do Comércio e Turismo.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Comendador da Ordem do Mérito Agrícola e Industrial, Classe

Industrial (Portugal); Cruz de Santo Olavo (Noruega); Cavaleiro

Gran Cruz (Itália); Comendador da Ordem Nacional do Cruzeiro do

Sul (Brasil); Gran Cruz da Ordem do Falcão (Islândia); Gran Cruz da

Ordem de Leopoldo II (Bélgica); Gran Cruz da Ordem de Mérito

Civil (Espanha); - Gran Cruz de Ouro (Áustria).

Fontes:

Millennium BCP, Institucional, CV de Álvaro Bissaia Barreto.

Acedido em 3 de junho de 2015, em:

http://ind.millenniumbcp.pt/pt/Institucional/governacao/Documents/

mod_organizacional/CV_Alvaro_Bissaia_Barreto.pdf

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Identificação: Bello, António Maria de Oliveira

Naturalidade e filiação: Nasceu em Lisboa, em 1872

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Homem de múltiplos interesses, industrial e mineralogista foi

presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais e

colaborador frequente de diversos jornais nacionais.

Como político, foi deputado do Partido Regenerador, e recusou, em

1926, a pasta das Finanças, sendo esta, posteriormente, entregue a

Salazar.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Epicurista por natureza, foi, fundador da Sociedade Portuguesa

de Gastronomia. Consagrou-se como um dos maiores

gastrónomos portugueses e foi um dos grandes impulsionadores

da culinária nacional, fazendo a primeira recolha do receituário

tradicional português, investigando de forma extensa e exaustiva

as bases das nossas raízes gastronómicas.

Publicações:

Publicou livros de referência sobre a temática gastronómica sob o

pseudónimo de Olleboma, resultante das iniciais do seu nome lidas ao

contrário [Olleb (Bello), o (Oliveira), m (Maria) a (António)].

Prémios e condecorações:

Fontes:

Editorial Presença. Autor: António Maria de Oliveira Bello. Acedido

em 15 de setembro de 2015, em:

https://www.presenca.pt/autor/antonio-maria-de-oliveira-bello-

olleboma/

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Identificação: Belo, Alfredo Gonzalez Esteves

Naturalidade e filiação:

Formação académica: licenciado em Economia.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Secretário de Estado da Agricultura na vigência do I e III Governos

provisórios, integrada no Ministério da Coordenação Económica.

Gestor de SNEDE - Sociedade Nacional de Empreendimentos e

Desenvolvimento Economico, S.A.

Entre 2004 e 2006 fez parte da Mesa da Assembleia do Montepio

Geral.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Secretário de Estado do Comércio Externo no V Governo

Provisório.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Ministério da Administração Interna – Secretaria Geral DSDIRP/DDA

(2008). Governos Provisórios 1974-1975. Lisboa Divisão de

Documentação e Arquivo.

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Identificação: Branco, João Franco Pinto Castelo

Naturalidade e filiação: nasceu a 14 de fevereiro de 1855 em

Alcaide, Fundão, filho de Frederico Carlos Ferreira Franco e Freire e

Luísa Henriqueta Pinto Correia da Costa Castelo-Branco. Morreu em

1929.

Formação académica: formou-se em Direito na Universidade de

Coimbra em 1875.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entrou na carreira administrativa, desempenhando vários cargos:

Delegado do procurador régio nas comarcas de Sátão, Baião,

Alcobaça e Lisboa (2.ª vara); chefe de serviço na administração geral

das alfândegas; Administrador geral, interino, das alfândegas; auditor

do tribunal do contencioso fiscal aduaneiro. Foi eleito deputado, em

1884, pelo círculo de Guimarães. Combateu vivamente o governo

progressista, que esteve no poder de 1886 a 1890, e não tardou a ser

indicado para fazer parte do primeiro ministério que o Partido

Regenerador organizasse.

Em 14 de Janeiro de 1890 foi-lhe confiada a pasta da Fazenda, no

Governo de António de Serpa Pimentel. Em 1891, o general João

Crisóstomo de Abreu e Sousa confia-lhe nova pasta, desta vez as

Obras Públicas, que geriu até 14 de janeiro de 1892. São desta época

as reformas dos Institutos e Escolas Industriais e Agrícolas, e várias

medidas promulgadas a fim de promover o desenvolvimento

industrial e económico. Foi durante a sua gerência que se inaugurou

o caminho-de-ferro da Beira Baixa. De julho de 1891 até 16 de

novembro do mesmo ano foi, também interinamente, Ministro da

Instrução Pública e Belas Artes.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Entre fevereiro de 1893 e 1897, geriu a pasta do Reino. Por essa

ocasião, decretou as reformas da instrução secundária, do código

administrativo, e da lei eleitoral entre outras.

Em maio de 1906 assume a presidência do conselho com a pasta

do Reino, dedicando-se à implantação das suas reformas.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Grã-cruz e comenda da ordem da Torre Espada. A respetiva carta

régia é uma prova de elevada estima e consideração prestada pelo

Rei.

Fontes:

Pereira, J. C. (coord.) (1990). Franco, João. In Dicionário

Enciclopédico da Historia de Portugal (Vol. I). Lisboa: Publicações

Alfa, p.271.

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Identificação: Brazão, Eduardo

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, a 1 de fevereiro de

1907, filho de Eduardo Joaquim Brazão e de Maria José da Silva

Reis Brazão. Morreu em Cascais, em 1987.

O pai foi considerado o maior ator do seu tempo, tendo sido casado,

em primeiras núpcias, com a célebre atriz Rosa Damasceno.

Formação académica: estudou num Colégio de La Guardia.

Regressou a Lisboa para fazer o exame do 7º Ano do Liceu. Opta

pelo curso de Direito, que inicia na Universidade de Lisboa, mas

acaba por se licenciar na Universidade de Coimbra. Em 1934,

chegou a requerer o doutoramento em História, tanto na

Universidade de Lisboa como na de Coimbra, o que lhe foi recusado.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Frequentou a boémia literária, escrevia para os jornais e compôs um

livro de poemas, Maria do Mar (1928). Conviveu com intelectuais e

artistas das mais variadas inclinações políticas, de João Ameal ou

Alfredo Pimenta a Almada Negreiros e Álvaro Cunhal. Monárquico, foi

um entusiasta partidário do Integralismo Lusitano.

A sua entrada na carreira diplomática não foi fácil, consegue entrar, ao

mesmo tempo que os futuros embaixadores Alberto Franco Nogueira e

Calvet de Magalhães. Tomou posse como Adido de Legação

(11/10/1941), passou depois por Roma, seguiu-se Madrid e Hong-Kong,

ainda no rescaldo da guerra. Entre 1951 e 1955 é Encarregado de

Negócios em Dublin e, já aprovado no concurso para Conselheiro, foi

convidado por Paulo Cunha para ocupar a chefia do Protocolo de Estado

(28 de setembro de 1955). Libertou-se logo que possível das tarefas no

Governo e foi nomeado embaixador, para Roma, o posto que a morte de

António Ferro deixara vago. Em dezembro de 1962 foi nomeado para o

Canadá. Seguiu-se a Costa Rica (1966), Bruxelas e o Grão-Ducado do

Luxemburgo, para onde foi nomeado no inicio de 1967. Regressa a

Roma, desta vez à Santa Sé, sendo na mesma ocasião Ministro

Plenipotenciário junto da Ordem Soberana e Militar de Malta.

O 25 de Abril de 1974 surpreende-o em Roma. Acabaria para passar à

situação de «aposentado por conveniência de serviço». Ao longo da vida

reuniu uma valiosa biblioteca.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Marcello Caetano, seu colega e amigo desde a universidade, e

então Ministro da Presidência, nomeia-o Secretário Nacional de

Informação, Cultura Popular e Turismo, cargo que

desempenhou entre 6 de fevereiro de 1956 e 9 de janeiro de 1958.

Publicações: Publicou a História Diplomática de Portugal (1932, 1933) e editou,

depois, Relance da História Diplomática de Portugal (1940).

Prémios e condecorações:

Possuiu diversas condecorações: oficial da Ordem Militar de Santiago da

Espada; grã-cruz a Ordem Soberana e Militar de Malta, da Royal

Victorian Order (Grã-Bretanha), da ordem de Mérito (Itália), da Ordem

do Santo Sepulcro, da Ordem de Leopoldo II (Bélgica), da Ordem Piana

(Santa Sé); grande-oficial da Ordem Al Mérito (Chile), da Ordem de

Orange-Nassau (Países Baixos), da Ordem de São Gregório, o Magno

(Santa Sé); comendador da Ordem da Coroa (Itália), da Ordem de Afonso

X, o Sábio (Espanha), da Ordem de Jorge I (Grécia), da Ordem do

Cruzeiro do Sul (Brasil), da Ordem de Instrução Pública (Portugal).

Fontes:

Ministério dos Negócios Estrangeiros. Instituto Diplomático.

Eduardo Brazão, uma biografia. Acedido em 14 de abril de 2017,

em: https://idi.mne.pt/images/docs/eduardo_brazao.pdf

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Identificação: Brito, Elvino José de Sousa e

Naturalidade e filiação: nasceu a 19 de maio de 1851, em Pangim,

Nova Goa, terceiro filho de Bernardo José de Sousa e Brito e de

Hermínia Amália d’Almeida de Oliveira Salema. Veio a falecer em

1902.

Formação académica: ingressou na carreira militar, tirando o curso da

Escola Matemática e Militar de Goa. Em 1868, decidiu, porém,

abandonar aquela carreira e vir para a metrópole, onde frequentou a

Academia Politécnica do Porto e, em simultâneo, os cursos de Pontes e

Calçadas e de Minas, que concluiu, com mérito, em 1876.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Admitido em 1876 no Ministério das Obras Públicas, para exercer o

cargo de engenheiro ajudante na construção do caminho-de-ferro do

Minho e Douro. Pouco tempo depois foi encarregado de dirigir a

expedição técnica de obras públicas à província de S. Tomé e Príncipe e

nomeado chefe de secção na Direção de Obras Públicas desta província.

Após o seu regresso, foi colocado na Direção de Obras Públicas de Vila

Real, transitando posteriormente para a Direção da Fiscalização do

Caminho-de-ferro da Beira Alta e para a Repartição de Minas, até ser

indigitado, em 1884, Diretor da Repartição de Estatística Geral do

Ministério das Obras Publicas Comércio e Indústria pelo titular desta

pasta, António Augusto de Aguiar. Nomeado dois anos depois Diretor-

Geral do Comércio e Indústria, foi escolhido nesse mesmo ano para

dirigir a recém-criada Direcção-Geral de Agricultura, cargo que exerceu

cumulativamente com o de secretário-geral do Ministério das Obras

Públicas durante mais de uma década. Foi Ministro das Obras Públicas,

Comércio e Indústria, entre 18 de agosto de 1898 e 25 de junho de 1900.

Consciente de que o progresso passava pela extensão do ensino agrícola,

favoreceu a reforma do Instituto Geral de Agricultura (em 1886), a

organização da Escola Prática Central de Agricultura de Coimbra (em

1887), promoveu a criação de Escolas Práticas Especiais de Agricultura

e o estabelecimento de Estações Químico-Agrícolas. Lecionou

Matemática no Instituto Industrial de Lisboa e foi deputado eleito pelas

listas do Partido Progressista em quase todas as legislaturas, de 1879 a

1898. Foi Par do Reino, desde 1898, e ainda vogal do Tribunal de

Contas e da Junta Consultiva do Ultramar, na qual ocupou o lugar

deixado vago por Fontes Pereira de Melo.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi provedor da Real Casa Pia de Lisboa, cargo para que foi

nomeado em 1897.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Cardoso de Matos, A. (CIDEHUS, U. Évora) e Andrade Martins C.

(ICS, UL) In Andrade Martins, C. (s/d). Biografia do MOPCI Elvino de

Brito. Acedido em 20 de janeiro de 2017, em:

https://www.academia.edu/1432265/Biografia_do_MOPCI_Elvino_de_

Brito

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C

Identificação: Caetano, Dora Catarina Garrucho

Naturalidade e filiação: nasceu no dia 21 de maio de 1972, no

Hospital de Ílhavo, embora tenha sido registada em Mira. Filha de

António Saúl Domingues Caetano e de Maria Leonor da Costa

Garrucho Caetano.

Formação académica: frequentou o ensino básico e preparatório na

Vila de Mira, perdendo nesse período a mãe. Iniciou o ensino

unificado na Escola Secundária Dra. Maria Cândida, em Mira, e aos

13 anos ingressou na Escola Secundária Infanta Dona Maria, em

Coimbra, onde estudou até ao 12º ano.

Em 1992, decidiu enveredar por um Curso Profissional na área da

Restauração e Bebidas, na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra.

Frequentou em 2009 o Training Seminar em Marketing & Branding

pela Lausanne Hospitality Consulting/ Ecole Hôtelière de Lausanne e

Hospitality Management Institute e o Programa “Gestão para a

Criação de Valor” Nova Forúm do Instituto de Formação de

Executivos da FEUNL. Possui um Mini MBA em Gestão de

Hospitalidade e Turismo pelo ISCTE Instituto Universitário de

Lisboa.

Ainda em 2013 conclui o Curso de Mestrado em Gestão da Formação

e Administração Educacional, na Faculdade de Psicologia e Ciências

da Educação da Universidade de Coimbra.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

É atualmente coordenadora da Licenciatura em Gastronomia da

Escola Superior de Educação de Coimbra, por parte da EHT Coimbra.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Terminado o curso, foi convidada pelo então diretor da escola,

Jorge Costa, para integrar a equipa de formadores da sua área de

formação. Assim, entre 1995 e 2003 foi formadora na EHTC.

Entre 2003 e 2004, exerceu as funções de controladora de

alimentos e bebidas na mesma escola. Em 2004 conclui a

Licenciatura em Animação Socioeducativa, na Escola Superior de

Educação de Coimbra, e nesse mesmo ano foi convidada pelo

então presidente do INFTUR, Francisco Vieira, para ser a

primeira dirigente da então criada Escola de Hotelaria e Turismo

de Mirandela, onde esteve até ao seu encerramento em 2013.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Caetano, Marcello José das Neves Alves

Naturalidade e filiação: nasceu em 1906. Viria a falecer no Brasil

em 1980 (vítima de ataque cardíaco), onde se encontra sepultado.

Formação académica: licencia-se em Direito pela Universidade de

Lisboa, em 1927.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Ativista da Junta Escolar do Integralismo Lusitano, redator da revista

de direita Ordem Nova. Em 1929, com 23 anos, é já colaborador de

Oliveira Salazar como auditor jurídico do Ministério das Finanças,

integra, em 1931, a primeira Comissão Executiva da União Nacional

e, no ano seguinte, tem papel de relevo, na redação do projeto da

futura Constituição do novo regime que se plebiscitada em 1933.

Dedica-se, ao longo dos anos 30, a uma prestigiosa carreira como

docente universitário (doutor em Direito pela Universidade de

Lisboa, em 1931, e professor, por concurso, em 1933). Como

doutrinador do corporativismo, inicia os estudos superiores de

Direito Corporativo, dedicando-se, ainda, à história do Direito e das

instituições e á ciência política e administrativa.

Em 1940 é nomeado comissário nacional da Mocidade Portuguesa e,

na remodelação governamental de novembro de 1944, fica com o

Ministério das Colónias. Em maio de 1947, desiludido, pede a sua

demissão do cargo que ocupava na UN. Mas Salazar convence-o, em

novembro de 1949, a aceitar o cargo de Presidente da Câmara

Corporativa e, em 1955, chama-o para ministro da Presidência. No

entanto, finda a campanha eleitoral para a Presidência da Republica,

demite-o do Governo. Inicia uma longa travessia no deserto,

decidido a não aceitar mais qualquer responsabilidade política.

Aceita o cargo académico de Reitor da Universidade de Lisboa, mas

logo em abril do ano seguinte, durante a agitação estudantil,

apresentará a sua demissão. No entanto, não se alheia da política.

Já como Presidente do Conselho inicia uma série de reformas e

ensaia uma tímida abertura politica, a insatisfação traduziu-se no 25

de abril de 1974 que o depôs do Governo. Exila-se no Brasil e ai

retoma a sua atividade docente, a convite da Universidade Gama

Filho, do Rio de Janeiro.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

A 26 de Setembro de 1968, é nomeado para suceder a Oliveira

Salazar como Presidente do Conselho, com o apoio de parte dos

grupos económicos e dos reformistas do regime chegados ao

poder.

Publicações:

Foi autor da vasta bibliografia de onde se podem destacar: Manual de

Direito Administrativo (10 edições até 1973); Manual de Ciência

Politica e Direito Constitucional (6 edições até 1972); Lições de

História do Direito Português (1962); Portugal e a

Internacionalização dos Problemas Africanos.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Sobre Marcello Caetano, Biografia. Acedido em 16 de outubro de

2016, em:

http://www.escamoes.pt/alunoscomotu/ALUNOS_COMO_TU/aluno

s_como_tu/MarcelloCaetano/marcello_caetano.htm

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Identificação: Calisto, Asdrúbal Alves Pereira

Naturalidade e filiação: já falecido.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Desempenhou, no III Governo Provisório, entre 2 de outubro de

1974 e 26 de março de 1975, o cargo de Subsecretário de Estado

do Turismo, respondendo perante Rui Vilar e Vera Jardim.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Camacho, Manuel de Brito

Naturalidade e filiação: nasceu a 12 de fevereiro de 1862 no Monte

das Mesas (Aljustrel), filho de Manuel de Brito Camacho e de Maria

Bárbara.

Formação académica: fez os primeiros estudos nesta povoação

Alentejana e os estudos secundários no Liceu de Beja. Em Lisboa

ingressou na Escola Médico-Cirúrgica em 1885. Morre a 19 de

setembro de 1934.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

A sua afirmação como líder político ocorreu em 1888 ao tornar-se

Presidente da Associação Académica de Lisboa. Em 1902-1903

esteve a estudar Medicina na Universidade de Paris para se

candidatar a Professor da Escola Médica, mas abandona este seu

projeto por motivações políticas que o levam a entusiasmar-se com a

crítica jornalística ao regime Monárquico. Em 1891 ingressa na

carreira de médico-militar como Tenente que o levará ao posto de

Coronel em 1919. Exerceu clínica no Alentejo, na Estremadura e nos

Açores e desenvolveu intensa atividade como jornalista e como

professor do ensino básico. Ingressa na Maçonaria, no Grande

Oriente Lusitano, em 1893, em Torres Novas, onde exercia clínica.

Republicano, tornou-se membro e dirigente do Partido Republicano

Português. Colaborou em vários jornais, dirigindo o periódico “O

Intransigente” (1894-1895). Fundou e dirigiu, desde 1906, o jornal

Republicano “A Lucta”. Foi um dos principais conspiradores e

participantes na Revolução de 5 de outubro de 1910. Reformou o

Instituto de Agronomia e Veterinária subdividindo-o em Instituto

Superior de Agronomia e Escola Superior de Medicina Veterinária.

Desmembrou o Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, de nível

secundário, e transformou-o simultaneamente em duas instituições

de ensino superior que ganharam a designação de Instituto Superior

Técnico e de Instituto Superior de Comércio. Para a instalação do

Instituto Superior Técnico, convidou o Professor Doutor Alfredo

Bensaúde, que foi responsável pela organização dos primeiros cursos

de especialização em Engenharia. Subscreve, ainda, a Lei de

separação do Estado e da Igreja. Foi Alto-Comissário de

Moçambique entre 1921 e 1923.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Ministro do Fomento, em 1910-1911, no Governo Provisório,

revelando uma especial preocupação com a instrução, em

especial o ensino técnico, por o considerar fundamental para o

progresso económico do país. Cria a primeira repartição de

turismo, sob a tutela do seu Ministério.

Publicações: Em fim de vida, publicou inúmeros livros de contos e de ensaios.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Pinto, O.R. (2006). Manuel de Brito Camacho: alguns aspectos sobre

o homem e a sua genealogia pela comemoração do centenário da

fundação do jornal “A Lucta”. Vipasca, arqueologia e história, 1, 2ª

Série.pp.27-52.

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Identificação: Cardoso, Alcino

Naturalidade e filiação: Naturalidade e filiação: nasceu a 29 de

novembro de 1927, em Ferreiros, Cinfães. Morreu a 21 de julho de 2013,

aos 85 anos de idade.

Formação académica:

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Quadro da banca e marchante de arte. Em 1958, no ex-Congo Belga, foi

Diretor Administrativo de uma empresa portuguesa. Mais tarde convidado

para administrador de empresas em representação do Banco Pinto & Sotto

Mayor, função que desempenhou até 1975. No ano seguinte, foi nomeado

Vice-Presidente do Conselho de Gestão do Banco Pinto & Sotto Mayor,

cargo que ocupou até 1981. Manteve sempre uma intensa atividade

empresarial, colaborando com inúmeras instituições bancárias, tais como

o Banco Borges & Irmão, o Banque Interatlantique do Luxemburgo e o

Grupo Banque Nationale de Paris (Presidente do Conselho de

Administração da BNP- FACTOR, Companhia Internacional de

Aquisição de Créditos, SA, entre 1986-2007).

Em 1976, na 1.ª Legislatura, foi Deputado do CDS à Assembleia da

República. Em 1978, assumiu funções governativas, no II Governo

Constitucional, enquanto Secretário de Estado do Comércio e Indústrias

Agrícolas (coligação PS/CDS). Foi, depois, Vereador da Câmara

Municipal do Porto, entre 1979 e 1981.

Integrou várias associações e ordens de manifesto interesse cívico. Foi

ainda membro fundador do Rotary Club do Porto Douro e Presidente da

Real Associação do Porto.

Factos relevantes para

a educação e formação

em turismo:

Em 1981, foi Secretário de Estado do Turismo, no VII Governo

Constitucional, onde esteve apenas oito meses, tendo como Ministro

da tutela Alexandre Vaz Pinto.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Foi agraciado como Oficial da “Ordre Nationale du Mérite” e da “Légion

d’Honneur” em França, e com a Cruz de Grande Oficial “Pro Merito

Melitensi” da Ordem de Rodes e de Malta.

Fontes:

Grupo Parlamentar do CDS (2013). AR aprova voto de pesar pelo

falecimento de Alcino Cardoso. Acedido em 17 de novembro de 2016,

em:

http://www.cds.parlamento.pt/gp/index.php?option=com_content&view=

article&id=6141:ar-aprova-voto-de-pesar-pelo-falecimento-de-alcino-

cardodo&catid=59:geral&Itemid=64

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Identificação: Carmo, Maria João

Naturalidade e filiação: nasceu a 13 de maio de 1976 em Setúbal,

filha de Vítor Carmo e de Áurea Carmo.

Formação académica: Fez os estudos secundários na Escola

Secundária do Bocage. Em 1993 entra para a Universidade Católica

onde se licencia em Economia em 1999. Em termos de formações

frequentadas nos últimos anos, realizou um Mini-MBA pelo

Hospitality Management Institute (HMI, Portugal), um curso de

Qualified Learning Facilitator na Ecole Hôtelière de Lausanne,

formação em Strategic Management and Leadership in the Public

Sector pela Neobiz Consulting e uma Pós-graduação em Business

Administration and Management, na Nova School of Business and

Economics que terminou em 2016.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1999, inicia a sua atividade profissional como Supply Chain

Analyst na VW Autoeuropa, integrando uma equipa multidisciplinar

e intercultural.

Em 2000 inicia a sua carreira na área de consultoria de gestão na

empresa FORDESI, SA como Business Analyst, passando em 2004 a

Senior Business Consultant, e em 2006 a Project Manager na mesma

empresa, integrando projetos nas áreas de gestão e de tecnologias de

informação.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 2008 concorre ao lugar de Diretora da Escola de Hotelaria e

Turismo de Setúbal, função que ocupa atualmente. Assegurou a

transição da Escola das suas antigas instalações no Parque do

Bonfim para as novas instalações no antigo Quartel do 11.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Carneiro, António

Naturalidade e filiação: nasceu em Torres Vedras, em 1945.

Cresceu e reside no Turcifal.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Presidente da Junta de Freguesia do Turcifal e depois eleito vereador

na Câmara Municipal de Torres Vedras, onde ocupou a vice-

presidência.

Como dirigente associativo destacou-se particularmente pela

dinamização de alguns eventos locais, como o Carnaval de Torres e a

Feira de S. Pedro.

É professor nos Politécnicos de Peniche e de Torres Vedras, mas

grande parte da sua vida tem sido dedicada a causas, com um carinho

muito especial pela causa do turismo.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Com a criação da Região de Turismo do Oeste veio a fazer parte

da sua comissão instaladora e foi o seu presidente durante 30

anos e até à sua extinção em 2013. Foi o principal impulsionador

da criação da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, primeiro

em Óbidos e depois nas Caldas da Rainha. Preside à entidade

designada de polo turístico do Oeste.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Câmara Municipal de Torres Vedras (s/d). Detalhes: António

Carneiro. Acedido em 18 de janeiro de 2017, em:

http://www.cm-tvedras.pt/artigos/detalhes/antonio-carneiro/

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Identificação: Carvalho, Luís Nandim de

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, na freguesia das Mercês,

a 7 de junho de 1945.

Formação académica: licenciou-se em Direito, e possui um

Mestrado em Ciências político-económicas pela Universidade de

Lisboa. Doutorado pela Faculdade de Direito de Montpellier, França.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Como docente foi Assistente do ISCEF, atual ISEG desde 1973;

Professor Auxiliar Convidado do ISEG; Conferencista na

Universidade Aberta e Universidade Lusófona; docente nos Cursos

de Formação do Tribunal de Contas para Auditores - Setor

Empresarial do Estado.

Foi Jurista do contencioso de várias instituições privadas e membro

dos corpos sociais de várias empresas e de várias associações sem

fins lucrativos.

Foi Subdelegado do Procurador-Geral da República, entre 1967 e

1971; Diretor dos Serviços de Informação Científica e Tecnológica

da JNICT - 1971/74; Vereador da CML - 1977/80; Subsecretário de

Estado da Administração Interna - 1974 (setembro a dezembro); Foi

Chefe de Gabinete do Grupo Parlamentar do PSD (1980); Deputado

à Assembleia da República (1ª e 3ª sessão legislativa - até 1988);

assessor principal do Departamento de Prospetiva e Planeamento.

Vice-Presidente e Presidente da AAYPL - Atlantic Association of

Young Political Leaders - NATO - 1978/82; Assessor jurídico do

Presidente da República de São Tomé e Príncipe entre 1994 e 1996.

Grão-mestre de 1996 a 2001 da loja maçónica Grande Loja Legal de

Portugal.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Presidente da Comissão Municipal de Turismo de Lisboa

(78/80). Secretário de Estado do Turismo entre 1981 e 1983

dependendo diretamente do primeiro-ministro, Pinto Balsemão.

Delegado de Portugal junto da OMT - Organização Mundial de

Turismo (1984/86). É empresário do sector turístico com um

parque de campismo na região do Oeste.

Publicações:

Possui diversos livros publicados, artigos em revistas e colaboração

em jornais em temas relativos a assuntos de Direito, Política e

Assuntos Sociais.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Grande Loja Legal de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal. Grão-Mestre de 1996 a 2001, Luís Nandim de Carvalho. Acedido em

17 de dezembro de 2016, em: https://www.gllp.pt/node/31

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Identificação: Carvalho, Mariano Cirilo de

Naturalidade e filiação: nasceu em Abrigada, Caldas da Rainha, a

25 de junho de 1836. Morre em 1905.

Formação académica: Formou-se primeiro em Farmácia, e depois

em Matemática, pela Escola Politécnica de Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1877 era professor de Matemática no Ensino Superior, tendo

sido farmacêutico de profissão. Em 1864 começou a sua vida

jornalística, escrevendo uns notáveis artigos na Gazeta de Portugal.

Fundou depois o Notícias, as Novidades, o Correio Português e, por

fim, o Diário Popular, onde a sua escrita foi bastante apreciada.

Em 1870 foi eleito deputado pelo Partido Reformista, que se fundira

com o Partido Histórico, constituindo-se como embrião do Partido

Progressista.

Foi Ministro da Fazenda nos governos de José Luciano de Castro

(1886-1890) e do General João Crisóstomo. Novamente chamado

aos conselhos da Coroa, para a mesma pasta da Fazenda, por

diploma de 21 de maio de 1891, só assumiu o cargo a 9 de junho,

exercendo-o até 17 de janeiro de 1892; geriu interinamente a pasta

do Reino, desde 27 de julho até 14 de novembro de 1891. Tentou,

enquanto ministro, solucionar a crise económica e financeira porque

passava então o País. Não o conseguindo, pede a demissão em

janeiro de 1897. Continuou a sua atividade enquanto jornalista,

traduziu para alguns editores as obras de Júlio Verne.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi vogal do Conselho Superior de Instrução Pública.

Publicações:

Em 1893 publica Questões de hoje, os planos financeiros do Sr.

Mariano de Carvalho, uma série de artigos publicados no Diário

Popular onde expunha os seus planos financeiros, bastante

polémicos.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Louro, Francisco C. (1990). Mariano Cirilo Carvalho. In Pereira,

José C. (coord.). Dicionário Enciclopédico da História de Portugal

(Vol. 1). Lisboa: Publicações Alfa, p.108.

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Identificação: Carrito, Maria Madalena Ribeiro

Naturalidade e filiação: nasceu em Coimbra.

Formação académica: frequentou entre 1975 e 1978 a Escola do

Magistério Primário onde obteve o Bacharelato em Ensino (1o ciclo).

Entre 1981 e 1986 fez a Licenciatura em Estudo das Línguas e

Culturas Portuguesa e Francesa na Faculdade de Letras da

Universidade Coimbra. Entre 1991 e 1992 faz no Instituto

Politécnico do Porto o curso de Estudos Superiores Especializados

em Administração Escolar.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

É professora da Escola Jose Falcão - Coimbra. Desde janeiro de

1992 que é consultora em projetos educativos, Carta Escolar,

definição estratégica ao nível do desenvolvimento local, entre outros,

onde se incluem projetos na área do turismo, em várias instituições e

empresas privadas.

Em janeiro de 1995 assume a Presidência da Direção da Confraria da

Chanfana e, um ano depois, a Presidência da Direção da ADIP -

Associação de Desenvolvimento Integrado de Poiares, com

atividades na área social, incluindo um Lar, Apoio Domiciliário,

Centro de Dia, Universidade Sénior, Cantina Social, Creche e Jardim

de Infância, onde ainda se encontra.

Foi Diretora do Centro de Emprego da Lousã, de janeiro de 2002 a

dezembro de 2003, com responsabilidades de coordenação e gestão

do emprego e formação profissional nos concelhos de Vila Nova de

Poiares, Lousã, Miranda do Corvo e Penela.

Foi ainda Presidente da Federação Portuguesa de Confrarias

Gastronómicas entre janeiro de 2006 e dezembro de 2012.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em janeiro de 2004 assume a Direção da Escola de Hotelaria e

Turismo de Coimbra onde esteve até junho de 2006.

Publicações: Possui diversos livros e publicações editadas sobre a temática

gastronómica.

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Casaca, Fernando Alberto Oliveira

Naturalidade e filiação: licenciou-se em Arquitetura.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

A 21 de Abril de 1958 celebrou contrato para prestar serviço no

recém-criado gabinete de urbanização da Camara Municipal de

Setúbal cujos encargos foram suportados em partes iguais pelo

Município e pela Direção Geral dos Serviços de Urbanização.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi o primeiro Diretor da Escola de Hotelaria do Funchal.

Acompanhou as obras de implantação da Escola de Hotelaria e

Turismo do Algarve, e participou ativamente no projeto para a

então nova escola hoteleira de Lisboa. Participou ainda na parte

final da construção do Hotel Ritz.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Conde, Artur Luís Alves

Naturalidade e filiação:

Formação académica: licenciou-se em Economia.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Antes de exercer a pasta do Turismo, foi Subsecretario Estado do

Tesouro no I Governo Provisório com posse a 15 de maio de 1974 e

Secretário estado do Tesouro no II e III Governos Provisórios com

posse a 23 de julho de 1974 e 2 de outubro de 1974 respetivamente.

Trabalhou com Rui Vilar no II Governo Provisório.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi, durante quatro meses e meio, no IV Governo Provisório, de

Vasco Gonçalves, Subsecretário de Estado do Turismo, tutelado

por José da Silva Lopes, Ministro do Comércio Externo (e mais

tarde administrador do Montepio). Tomou posse a 26 de março

de 1975.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Ministério da Administração Interna, Secretaria-geral DSDIRP/DDA

(2008). Governos provisórios 1974 – 1975. Lisboa:

Divisão de Documentação e Arquivo.

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Identificação: Contente, Luís Júlio Garcia

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa.

Formação académica: frequentou a Escola de Hoteleira de Lisboa

no ano letivo 1963/64.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Ganhou uma bolsa de estudo tendo sido dos primeiros alunos

bolseiros portugueses a concluir o curso de Gestão Hoteleira em

Glion – Suíça.

Ingressa no então CNFTH em 1967, tendo estado na abertura da

Escola Hoteleira do Algarve.

Em 1969 foi convidado para abrir e dirigir a então criada Escola

de Hotelaria e Turismo do Porto.

A 23 de janeiro de 1975, abre a unidade de quatro estrelas Hotel

de Santa Luzia, em Viana do Castelo, a cargo da Escola de

Hotelaria do Porto, terminando em janeiro de 1977, com o início

da exploração pela Enatur.

Foi interinamente, em 1990, Diretor-Geral do Instituto de

Formação Turística.

Publicações:

Prémios e condecorações: Em 3 de Junho de 1985 foi agraciado, pelo Secretário de Estado do

Turismo, com a Medalha de Mérito Turístico.

Fontes:

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Identificação: Correia, Telmo Augusto Gomes de Noronha

Naturalidade e filiação: nasceu a 4 de fevereiro de 1960. Filho de Telmo

Guilherme Hermínio Cardoso de Noronha Correia, médico, e de Maria

Guilhermina Santos Paiva Faria Almeida Lopes Gomes, médica.

Formação académica: licenciou-se em Direito na Universidade de

Lisboa.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Presidiu à Associação Académica da Faculdade de Direito (1984) e foi o

primeiro Presidente da Assembleia Geral da Associação Académica de

Lisboa (1985). Dirigente Nacional da Juventude Centrista (1986); Membro

da Comissão Nacional de Eleições, (1991 a 1997); Diretor dos Cursos

Políticos do Instituto de Democracia e Liberdade (1996/1997); Docente

Universitário na Universidade Internacional (1995); e na Universidade

Lusófona (1998/1999).

Dirigente do CDS/PP, membro da Comissão Política Nacional, e Vice-

Presidente.

Foi Vereador na Câmara Municipal de Lisboa, e membro da Assembleia

Municipal. Membro da Assembleia Freguesia de São Francisco Xavier

(2007/2009);

Vice-Presidente do Grupo Parlamentar na VIII Legislatura, Presidente do

Grupo Parlamentar na IX e na X Legislatura e Vice-Presidente da

Assembleia da República (03/2005 a 05/2007); Deputado e Vice-

Presidente da Comissão de Assuntos Económicos na XI Legislatura

(2009/2011), Deputado na XII Legislatura; integrando várias comissões

parlamentares.

Casou uma primeira vez com Francisca Teresa Morais Cunha Lupi Manso,

de quem tem uma filha, e uma segunda vez, em Lisboa, com Anabela da

Encarnação Nunes Sancho, de quem tem dois filhos

Factos relevantes

para a educação e

formação em

turismo:

Foi Ministro do Turismo no XVI Governo Constitucional presidido

por Pedro Santana Lopes (07/2004 a 03/2005), o único até hoje.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Assembleia da Republica (s/d). Deputados e Grupos Parlamentares, Telmo

Correia. Acedido em 21 de novembro de 2016, em:

http://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Paginas/Biografia.aspx?BID=1655

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Identificação: Costa, Frederico Freitas

Naturalidade e filiação: nasceu na Beira - Moçambique em 29 de

janeiro de 1965, filho de Eduardo da Silva Costa e de Maria José

Magalhães Freitas.

Formação académica: fez o ensino secundário entre Lisboa e o

Brasil. Frequentou a licenciatura em Direito, mas preferiu o curso de

Gestão e Direção Hoteleira na Escola de Hotelaria e Turismo do

Porto. Fez uma formação pós-graduada pelo “Centre Internacional de

Glion” e o Mestrado em Turismo Internacional pela Universidade de

Bournemouth.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 2003, durante o Governo de Durão Barroso, foi representante do

Ministério da Economia na Comissão Estratégica dos Oceanos e na

Comissão Interministerial para as Comunidades Portuguesas.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Entre 1998 e 2003 foi delegado do ICEP em Nova Iorque e depois

diretor de promoção turística do então Instituto do Comércio

Externo de Portugal (ICEP).

Esteve no Grupo Pestana nos anos 2004 e 2005, onde

desempenhou os cargos de diretor de Marketing e Vendas das

Pousadas de Portugal, diretor Comercial de Área do Grupo

Pestana (Pestana Palace Lisboa, Atlantic Gardens Cascais e

Pestana Porto) e diretor coordenador da Área Corporate de todo

o grupo.

Entre 2007 e 2011, foi vogal e vice-presidente do Turismo de

Portugal, I.P., com a responsabilidade dos pelouros da Promoção

e Assuntos Internacionais.

Em 2011 no Governo de Passos Coelho, assumiu a Presidência do

Turismo Portugal, I.P., até agosto de 2013, data em que transitou

para presidência do Grupo Visabeira Turismo.

Em 2016 volta ao Grupo Pestana como administrador do

Pestana Pousadas de Portugal, Monument & Historic Hotels.

Foi vice-presidente da European Travel Comission.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Ministério dos Negócios Estrangeiros. Instituto Diplomático (s/d).

Currículos, Frederico Costa. Acedido em 14 de janeiro de 2017, em:

http://idi.mne.pt/pt/39-curriculos/265-frederico-costa.html

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Identificação: Costa, Jorge Felner da

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, São Sebastião da

Pedreira, a 2 novembro de 1916. Faleceu a 29 setembro de 1976, no

Rio de Janeiro, com 59 anos de idade.

Formação académica: fez o curso superior de Ciências Económicas

e Financeiras.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Vogal da Junta Autónoma das Estradas.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Sócio efetivo do Instituto Internacional de Turistas e perito da

Academia Internacional de Turismo, Vogal da Junta Consultiva

do Porto de Lisboa, Secretário do Conselho Nacional de Turismo

e vogal da Junta Autónoma das Estradas.

Presidente da Comissão da Revisão da Legislação das Agências

de Viagens e de Turismo. Presidente da Comissão para a criação

de Escolas Hoteleiras, por portaria do Presidente do Conselho.

Foi Chefe de Repartição no S.N.I.

Publicações:

Com vasta bibliogafia, como a “Coordenação do Turismo”, o

“Panorama”, “Portugal e os Congressos Internacionais de Turismo”,

Portugal-País de Turismo” e “Distritos de Portugal”.

Prémios e condecorações: Foi Oficial da Ordem de Mérito da Republica Italiana, sendo

Comendador da Ordem de S. Silvestre, concedida pelo Papa Pio XII.

Fontes: Montês, António (1958) Prefácio. In Costa, Jorge F.. Perspectivas do

Turismo Regional. Caldas da Rainha.

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Identificação: Costa, Leonel da

Naturalidade e filiação: nasceu em Sátão, Viseu a 30 de abril de

1942, filho de Manuel da Costa e de Apresentação da Silva Costa.

Formação académica: fez os estudos secundários em Viseu. Veio

para Lisboa para prosseguir estudos no IES-Instituto de Estudos

Sociais, que daria mais tarde origem ao ISCTE, ali obtém o

bacharelato em Administração Social de Empresas e o bacharelato

em Política Social. Vai para Paris logo após maio de 1968, para a

Universidade de Paris VIII, onde obtém a Licence en Sociologie e o

certificado do curso Formation à la Recherche en Sciences Sociales

na École Pratique des Hautes Etudes em Vincennes. Regressado a

Portugal em 1972, licencia-se em Sociologia pelo ISCTE

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1967 ingressa como prestador de serviços no Instituto Nacional

de Investigação Industrial (Serviço de Produtividade).

Depois de um período em paris, volta ao Instituto Nacional de

Investigação Industrial (Serviço de Produtividade) como Técnico

Superior, aí permanecendo até à sua extinção, no pós-revolução. Em

1978 passa a integrar o Gabinete de Estudos e Planeamento do

Ministério da Indústria.

Em 1982 transita para o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias

Empresas (serviço de formação) de onde sai em 1987, para

subdiretor de Serviços da Direção Geral de Telecomunicações

(serviço de formação).

Volta ao Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao

Investimento em 1990, como Diretor de Informação e Formação.

Em 2000 regressa ao IAPMEI, onde permaneceu até se reformar.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1997, o então Secretário de Estado do Turismo Jaime

Andréz convida-o para Diretor-Geral do INFT, cargo que ocupa

até 2000.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Costa, Leonildo Mendonça e

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, em 5 de novembro de

1849, filho de José Fortunato da Costa e de Maria Isabel de

Mendonça. Faleceu em Lisboa, no dia 18 de março de 1923.

Formação académica: não frequentou o Ensino Superior.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Trabalhou, inicialmente, num escritório de agências hipotecárias,

tendo-se, posteriormente, empregado como redator no jornal “A

Noite”. Assimilou, assim, grandes conhecimentos literários;

conseguiu, graças a uma recomendação do escritor António Augusto

Teixeira de Vasconcelos, com quem trabalhou no jornal, entrar na

Companhia Real dos Caminhos-de-Ferro Portugueses, em 1 de

outubro de 1872, como praticante de estação, em Santa Apolónia.

Foi, posteriormente, colocado nos escritórios da Companhia e foi

subindo na carreira, até atingir a posição de Chefe de Repartição, na

Divisão do Tráfego da Companhia, e depois no Serviço dos

Armazéns. Já nesta altura colaborava no periódico madrileno

“Gaceta de los Camiños de Hierro”. Fundou a 15 de março de 1888,

e foi o seu primeiro diretor a “Gazeta dos Caminhos de Ferro de

Portugal e Hespanha”. Neste ano, encontrava-se a exercer a posição

de Inspetor-Chefe da Repartição do Tráfego da Companhia Real dos

Caminhos de Ferro Portugueses. Posteriormente, dirigiu a nova

publicação, “Gazeta dos Caminhos de Ferro” e colabora nos

periódicos “Diário de Notícias”, “Jornal do Comércio” e “Comércio

do Porto”. Participou na maioria dos congressos de imprensa e

assistiu a diversos congressos internacionais dos caminhos-de-ferro,

como o de 1922, em Roma. Criou a Empreza de Anúncios nos

Caminhos-de-ferro.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Forte defensor do turismo, em 1906 fundou e colaborou na

Sociedade Propaganda de Portugal, que abandona a 9 de

novembro de 1910, devido às suas convicções monárquicas.

Foi considerado um dos portugueses mais viajados do seu tempo,

tendo sido o primeiro nacional a viajar no Caminho-de-ferro

Transiberiano, em 1903. Em 1907, navegou até ao Polo Norte,

tendo realizado a sua última viagem em 1922.

Publicações: Publicou, as obras “Guia Oficial dos Caminhos de Ferro” e “Manual

do Viajante em Portugal”.

Prémios e condecorações: Recebeu o grau de cavaleiro da Ordem Militar de Cristo.

Fontes:

Gazeta dos Caminhos de Ferro, 62 (1486), 16 de novembro de 1949.

“Mendonça e Costa, Centenário do fundador da Gazeta dos

Caminhos de Ferro”, p. 675

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Identificação: Cunha, Alfredo Carneiro da

Naturalidade e filiação: nasceu no Fundão a 21 de dezembro de

1863, filho de José Germano da Cunha, poeta e historiador, e de

Maria Augusta de Paiva das Neves Carneiro. Veio a falecer em

Lisboa a 25 de novembro de 1942.

Formação académica: formou-se em Direito pela Universidade de

Coimbra, tendo concluído o curso com distinção em 1885.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Iniciou em Lisboa uma carreira de advogado, mas dedicou a maior

parte do seu tempo ao jornalismo, atividade à qual aliou a gestão de

empresas, sendo inicialmente administrador da empresa do “Diário

de Notícias”, atividade que alargou a outras empresas do ramo da

imprensa e da tipografia, conseguindo reunir uma considerável

fortuna.

Casou com Maria Adelaide Coelho, filha primogénita de Eduardo

Coelho, cofundador do “Diário de Notícias” e seu primeiro diretor.

Este casamento com a herdeira principal da empresa consolidou a

sua posição liderante no grupo. Pelo falecimento do sogro (1889) e

do sócio capitalista da empresa e seu cofundador, Tomás Quintino

Antunes, 1.º conde de São Marçal (1898), Alfredo da Cunha assumiu

a direção do jornal, transformando-se também no principal

proprietário do periódico e sócio maioritário da Tipografia Universal

de Lisboa. Colabora como jornalista em diversas revistas.

Ficou conhecido pela polémica pública gerada em torno do

internamento psiquiátrico e interdição judicial da esposa que, aos 48

anos de idade, o abandonara por um relacionamento amoroso com

um homem mais novo. O drama, que apaixonou a alta sociedade

lisboeta do tempo, fez com que abandonasse, em 1919, a direção do

Diário de Notícias e vendesse a respetiva empresa. Foi sócio

fundador de Associação de Jornalistas e Homens de Letras de

Lisboa.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi no seu jornal que se publicou a carta de Leonildo Mendonça e

Costa a apelar á criação da Associação que veria a ser a SPP.

Publicações:

Dedicou-se à escrita poética e à investigação da história do

jornalismo e da imprensa periódica em Portugal, campo em que foi

pioneiro e sobre o qual publicou várias obras. Publicou também: “O

Diário de Notícias: A sua Fundação e os seus Fundadores “ (Lisboa,

1914).

Prémios e condecorações:

Foi agraciado com a Comenda da Ordem de Santiago (1903) e o

Oficialato da Legião de Honra (1905) bem como recebeu a Placa de

Honra (1919) e a da Dedicação (1920) da Cruz Vermelha.

Fontes:

Wordpress (s/d). Toponimia de Lisboa. O diretor do Diário de

Noticias que sucedeu ao fundador. Acedido em 12 de abril de 2017,

em:https://toponimialisboa.wordpress.com/2013/02/28/o-diretor-do-

diario-de-noticias-que-sucedeu-ao-fundador/

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Identificação: Cunha, Ismael Ribeiro da

Naturalidade e filiação:

Formação académica: Advogado.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi consultor da DGT, Presidente do Instituto de Promoção

Turística, Administrador da Lusotur/Vilamoura e colaborador

do “Publituris” (1979/1981).

Presidente da Região de Turismo do Algarve, durante a sua

gestão lançou a campanha “O Algarve é Branco”, numa época

em que o Algarve se encontrava repleto de grafittis e slogans

revolucionários e em que era também moda substituir a cal das

paredes pelos azulejos. Os turistas e operadores estrangeiros

reclamavam junto do Turismo do Algarve por uma ação que

invertesse o rumo da situação

Foi Secretário de Estado do Turismo, no Governo de António

Guterres, pelo.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes: Decreto n.º 85-A/1995, 30 de outubro. Diário da República n.º

251/1995 - I Série. Presidência da República. Lisboa. 6758.

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Identificação: Cunha, Licínio Alberto Almeida

Naturalidade e filiação: nasceu em 1934.

Formação académica: licenciou-se em Economia pela Universidade

Técnica de Lisboa em 1962.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Quadro da banca, passou pelo Banco Português do Atlântico, UNICRE

e Banco Pinto e Sotto Mayor (reformado).

Factos relevantes para

a educação e formação

em turismo:

Entra em janeiro de 1964 como técnico superior do Comissariado

do Turismo. Entre 1966 e 1972, foi professo no ISLA. Foi

administrador da Sociedade Hotéis Vila Moura, S.A. Entre 1975 e

1978 foi administrador da Empresa Nacional de Turismo e da

Associação das Termas Portuguesas. Abandonou a presidência da

Junta de Turismo da Costa do Sol (Estoril) para iniciar, no IV

Governo Constitucional, liderado por Mota Pinto (Abel Repolho

Correia foi o ministro do Comércio e Turismo) a sua atividade

governativa. Por quatro vezes esteve no Governo. Com Mota Pinto,

com Maria de Lourdes Pintassilgo (o ministro foi Acácio Pereira

Magro) e com Aníbal Cavaco Silva. No primeiro Executivo (entre

1983/1985), reportava diretamente ao primeiro-ministro, mas

depois teve como responsável máximo, no ministério, Joaquim

Ferreira do Amaral. Foi professor convidado, dirigindo o

departamento de turismo da ULHT.

Publicações: Publicou vários livros sobre economia e desenvolvimento do turismo.

Prémios e

condecorações: Possui diversas condecorações.

Fontes:

Plataforma de Góis (s/d). Curriculum Vitae: Licínio Alberto Almeida

Cunha. Acedido em 10 de março, de 2017,

em:http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=3284052922

969553

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Identificação: Curto, António Duarte Ramada

Naturalidade e filiação: nasceu a 25 de janeiro de 1848 em

Sesimbra, filho de João Rodrigues Curto e de Maria Cláudia Ramada

Curto. Faleceu na sua residência a 25 de junho de 1921. O seu

funeral contou com a presença do então presidente da República, Dr.

António José de Almeida.

Formação académica: em 30 de Julho de 1874 formou-se na Escola

Médico-Cirúrgica em Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi nomeado quadro de saúde de Angola, onde prestou relevantes

serviços, que lhe valeram a promoção a Chefe de Serviços de Saúde

da Colónia. Foi Governador-geral de Angola entre 1897 e 1900 e

entre 1904 e 1907.

Ao longo da sua vida, desempenhou ainda funções de Diretor do

Hospital Colonial de Lisboa, Diretor da Escola Superior de Medicina

Tropical, Governador Civil de Lisboa, entre janeiro e junho de 1910,

Secretário-geral do Ministério da Marinha. Membro da direção do

Jardim Zoológico.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Provedor da Casa Pia, Diretor e Vice-presidente da Sociedade de

Geografia.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Foi nomeado por D. Luís com o título de Conselheiro, denominação

com que acabou por ficar conhecido. Recebeu diversas

condecorações, de que se destaca o grau de Comendador da Ordem

da Torre de Espada.

Fontes:

Portugal em Africa, Conselheiro Ramada Curto. Revista Scientifica

(1898) Vol.5, pp137-144. Lisboa: Typ da Companhia Nacional

Editora. Acedido em 20 de outubro de 2016,

em:https://books.google.pt/books?id=yczAQAAMAAJ&pg=PA137

&lpg=PA137&dq=ant%C3%B3nio+duarte+ramada+curto&source=

bl&ots=fBKi5VNX1k&sig=zrGAjSgfvnRvmTApLuwBy3Pxnxk&hl

=en&sa=X&ei=cEZwVZLkMIn8ULjAgbgF&ved=0CGAQ6AEwDg

#v=onepage&q=ant%C3%B3nio%20duarte%20ramada%20curto&f

=false

Curto, António Duarte Ramada. Politipédia. Repertório Português de

Ciência Política. Acedido em 20 de outubro de 2016, em:

http://www.politipedia.pt/curto-antonio-duarte-ramada/

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D

Identificação: Domingues, Celestino Matos

Naturalidade e filiação: nasceu em Soalheira, Fundão a 20 de julho

de 1929.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1958 funda, com Albino André, a agência de viagens

TurExpresso, com sede na Avenida Duque de Loulé em Lisboa.

Em 1965, com a abertura do Aeroporto Internacional de Faro (15 de

julho), foi para Faro como primeiro Delegado da TAP (Transportes

Aéreos Portugueses). Foi um dos fundadores do Skal Club do

Algarve e Vogal da CRTA (Comissão Regional de Turismo do

Algarve, pertencendo à Comissão Executiva, presidida por Pearce de

Azevedo. Rotário e membro de diversos Organismos Internacionais

do setor (caso da Associação dos Peritos Científicos). Foi consultor

da União Europeia no Brasil e Secretario Geral do GICOL - Lisbon

Convention Bureau.

Foi Chefe de Gabinete do Secretário de Estado do Comércio Externo,

na vigência do VII Governo Constitucional (1978-1979). Assessor do

Secretário de Estado do Turismo entre 1981 e 1982.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Promoveu Portugal, da Irlanda ao Japão, e lecionou na EHTA e

na EHTL.

Ao longo de anos, reuniu um vasto e valioso espólio histórico do

turismo, dos manuais aos cartazes, dos livros aos postais, das

revistas ao material promocional, em parte depositados na

Biblioteca com o seu nome na Escola Superior de Hotelaria e

Turismo do Estoril.

Publicações: Domingues, C. (1997). Prontuário Turístico. Lisboa: INFT

Prémios e condecorações:

Fontes: Domingues, C. (1997). Prontuário Turístico. Lisboa: INFT

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Identificação: Duarte, Acácio Ferreira

Naturalidade e filiação: nasceu em Vila Verde dos Francos, Alenquer, a 1

de março de 1947, filho de Manuel Duarte e Francisca da Conceição

Ferreira.

Formação académica: licenciou-se em Psicologia pelo Instituto Superior

de Psicologia Aplicada, em 1972.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Em 1972 entra para os quadros do IEFP como Conselheiro de Orientação

Profissional, no Serviço Nacional de Emprego, onde desempenhou diversas

funções, nomeadamente, responsável pelo Centro de Emprego de Abrantes.

Entre 1973 e 1976 foi destacado em apoio à Associação Portuguesa de Pais

e Amigos de Crianças com Deficiência Mental, tendo em vista a preparação

de jovens para acesso ao emprego. Daí transita para o Centro de Educação

para Crianças Deficientes Mira-Sintra, tendo desempenhado também as

funções de psicólogo e de coordenador da equipa de educação especial, até

1979.

Foi responsável pelo sector de Reabilitação Profissional e Emprego de

Pessoas com Deficiência, na Divisão Regional de Lisboa, até1986. De 1986

a 1989 foi Formador de Formadores no Centro Nacional de Formação de

Formadores, coordenando a formação da Equipa do Centro de Formação

Profissional de Deficientes da Região Autónoma da Madeira. Na qualidade

de Perito da Organização Internacional do Trabalho, integrou a equipa

internacional encarregada da formação do Centro Piloto de Reabilitação

Profissional de Angola.

Factos relevantes

para a educação e

formação em

turismo:

Em 1989 transita para o INFT como Chefe da Divisão de Planeamento

e Orientação Pedagógica, e em 1992 assume o cargo de Diretor da

Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, até 2004, altura em que passa

a Coordenar o Gabinete de Estudos do INFTUR. Coordenou diversos

projetos transnacionais sobre emprego, perfis de competências e

formação profissional no setor do Turismo. Representou a Secretaria

de Estado do Turismo em diversos grupos de trabalho na União

Europeia sobre questões de recursos humanos no setor do Turismo.

Representou o Ministério da Economia na Comissão Permanente do

SNCP - Sistema Nacional de Certificação Profissional.

Reforma-se da Administração Publica em 2007 e, desde essa altura, tem

vindo a desenvolver vários trabalhos na área da prestação de serviços

às pessoas com deficiência e no campo do turismo acessível e inclusivo.

Publicações:

Apresentou dezenas de comunicações em Seminários, Conferências e outros

eventos profissionais, publicou livros e dezenas de artigos sobre assuntos

relativos ao emprego e formação profissional, entre os quais: Duarte, A.

(1998). As profissões no sector do turismo: as atividades

profissionais na restauração. Lisboa: INFT

Prémios e

condecorações:

Foi agraciado, pelo Governo Português, com a Medalha de Mérito Turístico

por serviços relevantes prestados ao sector (2008).

Fontes:

Perfil (s/d). Nota curricular de Acácio Ferreira Duarte. Acedido em 9 de

dezembro de 2017,

em:http://www.perfil.com.pt/documentospdf/notascurriculares/Notacurricul

ardeAcacioFerreiraDuarte.pdf

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E

F

Identificação: Faustino, Manuel Almeida dos Ramos

Naturalidade e filiação: nasceu em Tavira a 9 de dezembro de 1957,

filho de Manuel Faustino e de Rosária Pereira dos Ramos.

Formação académica: em 1975 conclui o ensino secundário no Liceu

Nacional de Faro (atual Escola Secundária João de Deus). Em 1984

licencia-se em Biologia, na Faculdade de Ciências da Universidade de

Lisboa. Em 1992 faz o Curso de Estudos Superiores de Integração

Europeia, na Unidade de Economia e Administração da Universidade

do Algarve. Em 1997, o Mestrado em Química Celular e em 2002 o

Doutoramento em Biologia, especialidade de Fisiologia, na mesma

Universidade. Em 2014 obtém o Diploma de Estudos Pós-graduados

em Administração e Gestão Educacional pela Universidade Aberta e

em 2015 o Diploma de Estudos Avançados em Educação, pela mesma

Universidade. Continua os seus estudos, sendo atualmente doutorando

em Educação, especialidade de Liderança Educacional, na

Universidade Aberta.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

No ano letivo de 1981/82 inicia-se na atividade docente no Externato

de S. Brás de Alportel, passando depois pela Escola Secundária do

Montijo (onde fez o estágio Pedagógico), Escola Secundária de

Benfica, Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes – Olhão,

Escola Secundária Pinheiro e Rosa – Faro e Escola Secundária João de

Deus – Faro, onde atualmente é professor do quadro de nomeação

definitiva.

Foi membro do Conselho Científico do CCMAR (Laboratório

Associado) da Universidade do Algarve e coorientador no âmbito do

Projeto Ciência Viva - Ocupação Científica de Jovens nas Férias da

mesma Universidade. É membro efetivo da Ordem dos Biólogos.

Na Escola Secundária João de Deus foi, no ano letivo de 2012/2013,

Diretor do Curso Profissional de Gestão em Ambiente, desde

2013/2014, Coordenador do projeto Educação para a Saúde e, desde

2014/2015, representante do Ensino Secundário no Conselho

Municipal da Educação (Faro).

Presidiu à Direção e à Mesa da Assembleia Geral do Clube Desportivo

Montenegro em vários mandatos e é Vice-Presidente da Mesa da

Assembleia Geral da Associação de Solidariedade Sociocultural de

Montenegro (IPSS).

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Entre 2004 e 2008 foi Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do

Algarve (em Faro), com responsabilidades dirigentes nas escolas de

Portimão e Vila Real de Santo António. Representou o Turismo de

Portugal, I.P., enquanto Diretor Escolar, na elaboração de

candidaturas, a diversos projetos Europeus e por inerência do

cargo foi membro da Comissão Regional de Turismo do Algarve.

Publicações:

Com uma intensa atividade científica participa em diversos projetos de

investigação científica da EU. Possui diversos artigos científicos

publicados em revistas internacionais.

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Félix, António Bagão

Naturalidade e filiação: nasceu em Ílhavo, em 1948.

Formação académica: veio para Lisboa estudar em 1965, hesitando

entre Economia e Agronomia, acabando por se licenciar em

Finanças, no ISCEF, em 1970.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entre 1970 e 1973 cumpre, na Armada, o serviço militar.

Fez carreira na atividade seguradora: Seguros Mundial; COSEC,

Instituto nacional de Seguros, Seguros Império-Bonança. Foi docente

universitário. Em 1980, entrou na política como Secretário de Estado

da Segurança Social, no VI, VII e VIII Governos.

Entre 1983 e 1985 foi deputado à Assembleia da República, por

Aveiro, e entre 1987 e 1991 volta ao Governo com Secretário de

Estado do Emprego e Formação Profissional.

Foi Vice-Governador do Banco de Portugal. Volta, uma vez mais, ao

Governo, como Ministro da Segurança Social e do Trabalho (XV

Governo).

Assumido católico, gosta de trabalhar em instituições de

solidariedade social. É, atualmente, membro do Conselho de Estado.

Fervoroso benfiquista e apaixonado pela Botânica.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Enquanto Secretário de Estado do Emprego e Formação

Profissional, adquiriu o imóvel onde durante perto de duas

décadas funcionou a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa.

Publicações: Possui vários livros e publica regularmente artigos em diversos

órgãos de comunicação social.

Prémios e condecorações:

Fontes: Público. Tudo menos economia. Acedido em 18 de abril de 2017,

em: http://blogues.publico.pt/tudomenoseconomia/autor/ajcbfelix/

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Identificação: Fernandes, João Manuel de Melo Mariz

Naturalidade e filiação:

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1974, possuía a patente de Major, integrou o movimento que

organizou a Revolução, e posteriormente a Comissão Provisória do

Movimento das Forças Armadas.

Seguiu a carreira militar passando à reserva como Major General.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

A de 4 de maio 1974 foi nomeado delegado da Junta de Salvação

Nacional na então Secretaria de Estado de Informação e

Turismo. Por via das circunstâncias, esteve pouco tempo à frente

desta Secretaria, mais precisamente 16 dias.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Universidade de Coimbra. Centro de Documentação 25 de abril.

Cronologia, pulsar da revolução. Acedido em 14 de maio de 2017,

em: http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=PulsarMaio74

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Identificação: Fernandes, João Pedro Ferreira Caldas

Naturalidade e filiação: Nasceu no Porto a 26 fevereiro de 1974. Filho

de Manuel Viriato Caldas Fernandes e de Maria da Graça Resende Pinto

Ferreira.

Formação académica: cresceu em Lisboa, onde concluiu o ensino

secundário na Escola Secundária do Lumiar. Vai então para Faro onde

se licencia em Engenharia do Ambiente pela Universidade do Algarve

em 1997.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Inicia a carreira como docente primeiro na Universidade do Algarve e

depois no ensino secundário. Em 1999 entra como técnico superior para

o IEFP onde chega a Coordenador do Núcleo de Planeamento,

Avaliação e Certificação.

Continua a sua formação concluindo uma pós-graduação em Gestão

Empresarial na Universidade do Algarve e faz formação avançada nas

áreas da Gestão, Marketing, Recursos Humanos e Ambiente, pelo

ISCTE, Hospitality Management Institute, Ecole Hôtelière de Lausanne

e Novaforum - Universidade Nova de Lisboa, entre outras.

Em agosto de 2013 é nomeado Vice-presidente da Região de Turismo

do Algarve, cargo que ocupa atualmente. É ainda Presidente da

Assembleia da Rota Vicentina e Vice-presidente da Associação Musical

do Algarve. Entre outras funções, foi Vice-presidente da Associação de

Turismo do Algarve.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em fevereiro de 2009 assume o cargo de Diretor do Agrupamento

de Escolas de Hotelaria e Turismo do Algarve, onde esteve até

agosto de 2013.

Publicações: Possui vários artigos publicados em órgãos de comunicação social.

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Fernandes, Luís José Seixas

Naturalidade e filiação: nasceu a 30 de novembro de 1859, na Baía, filho

de um capitalista minhoto e de uma senhora brasileira. A 6 de fevereiro de

1922 é atropelado mortalmente em Paris.

Formação académica: a sua educação foi feita em Lisboa no Instituto

Comercial e Industrial onde se formou.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Fixou residência definitiva em Lisboa, por volta dos vinte anos, época em

que herdou vasta fortuna por morte do seu pai. Apesar do currículo que

construiu na sua área profissional, ficou conhecido sobretudo em resultado

das ações desenvolvidas enquanto presidente do Grupo de Amigos do

Museu Nacional de Arte Antiga e apaixonado amador e colecionador de

arte.

O Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga foi instituído

oficialmente a 27 de abril de 1912, data da sua primeira Assembleia Geral e

da eleição de Luís Fernandes para a presidência do seu Conselho Diretor.

Tendo herdado o gosto pelas viagens, terá desenvolvido nesse contexto o

interesse pelo mundo da arte, fomentado por visitas a museus, bibliotecas e

palácios no estrangeiro. O seu ímpeto colecionista refletiu naturalmente o

seu amor pela arte, sendo nesta vertente que fez os maiores investimentos

económico e afetivos.

Factos relevantes para

a educação e formação

em turismo:

Profissionalmente, desenvolveu atividades ligadas à hotelaria e ao

turismo, destacando-se como um dos primeiros sócios da Sociedade

Propaganda de Portugal, como mentor do programa do primeiro

“curso de Hotelaria” lecionado em Portugal e como relator no

Congresso Internacional de Turismo de 1911.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Joana Baião(s/d). O amigo brasileiro: Luís Fernandes (1859-1922).

Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

da Universidade Nova de Lisboa. Acedido em 14 de abril de 2015, em:

https://www.academia.edu/8922857/O_amigo_brasileiro._Lu%C3%ADs_F

ernandes_1859-1922

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Identificação: Ferraz, José Alfredo Rodrigues

Naturalidade e filiação:

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Presidente do Conselho de Gerência da Rodoviária Nacional, S.A.,

entre março de 1980 e março de 1981. Substituiu Ferreira do Amaral,

quando este foi Ministro do Comércio e Turismo, de 17 de outubro de

1984 até à posse do Governo, em 12 de julho de 1985. Esteve ligado à

banca e ao ensino enquanto professor de gestão e marketing. Presidiu à

Associação Portuguesa de Management.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Secretario de Estado do Turismo

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Associação Portuguesa de Management (s/d). História. Acedido em 4

de fevereiro, de 2017, em:

http://www.apm.com.pt/testes.php?idconteudos=29&idioma=1

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Identificação: Ferreira, António Aurélio da Costa

Naturalidade e filiação: nasceu a 18 de janeiro de 1879, no Funchal,

filho de Francisco Joaquim da Costa Ferreira e de Teolinda Augusta

de Freitas. Em 1922, numa visita de trabalho a Moçambique, por

convite de Brito Camacho, suicida-se, em Lourenço Marques a 15 de

julho de 1922.

Formação académica: Formou-se na Faculdade de Filosofia, em

1899, e na Faculdade de Medicina, em 1905, ambas na Universidade

de Coimbra.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entre 1905 e 1907 vive em França, onde estagia. Regressando a

Portugal, inicia atividade como professor de Liceu (1907-1910);

ocupou, ainda, o cargo de juiz dos árbitros avindores (1910-1911).

Foi vereador na Câmara Municipal de Lisboa, entre 1908 e 1911, e

deputado republicano por Setúbal, nas eleições de 28 de agosto de

1910. Destacou-se como naturalista do Museu Bocage.

Foi chamado a exercer as funções de Ministro do Fomento, entre 16

de junho de 1912 e 4 de janeiro de 1913, no Governo liderado por

Duarte Leite. Durante a I Guerra Mundial foi mobilizado e esteve na

vida militar, até atingir a patente de Major. Foi eleito novamente

deputado, por Lisboa, em 1919, e em 1921, pelo distrito de Aveiro.

Neste ano, seria novamente chamado a exercer a função de Ministro,

desta vez com a pasta do Trabalho, no Ministério que resultou da

tentativa revolucionária de 19 de outubro de 1921.

Criou, em Santa Isabel, o primeiro Instituto Médico-Pedagógico

destinado ao ensino de deficientes mentais e foi responsável pela

organização do Instituto de Reeducação dos Mutilados de Guerra,

em Arroios, bem como assistente voluntário de Anatomia na

Faculdade de Medicina de Lisboa. Foi um dos responsáveis pela

fundação da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia.

Pertenceu à Maçonaria, tendo desempenhado o cargo de venerável

da Loja Solidariedade, de Lisboa.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi nomeado diretor da Casa Pia de Lisboa, em 1911, e mais

tarde torna-se Provedor da Assistência Pública. Desempenhou

funções como vogal do Conselho Superior de Instrução Pública e

professor na Escola Normal Primária de Lisboa.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

António Aurélio da Costa Ferreira. In Almanaque republicano.

Lisboa: Fundação Mário Soares. Acedido em 3 de junho de 2015,

em: http://arepublicano.blogspot.pt/2007/01/antnio-aurlio-da-costa-

ferreira-nasceu.html

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Identificação: Ferreira, Humberto

Naturalidade e filiação:

Formação académica: na sua carreira possui variada formação

superior, contando no seu currículo com o curso de Arquitetura de

Construção Naval pela Universidade de Strathclyde – Glasgow.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Durante 54 anos exerceu em vários meios de comunicação nacionais

e estrangeiros, como o Correio da Manhã, Tempo, Diabo, The

Glasgow Herald, OAG Travel News, entre outros. Foi ainda Diretor

da AIND- Associação da Imprensa não Diária.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi no jornal de turismo Publituris que passou grande parte do

seu percurso enquanto profissional da imprensa (38 anos). Fez o

curso de Direção Técnica de Agências de Viagens na EHTL e

ainda formações várias ao nível do Turismo. Foi docente e

Diretor dos cursos de turismo do ISLA durante 32 anos.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Publituris (2016, abril). Especial 48º Aniversário: A minha longa

paixão pelo Publituris. Acedido em 8 de setembro de 2016,

em:https://www.publituris.pt/2016/04/01/especial-48o-aniversario-a-

minha-longa-paixao-pelo-publituris/

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Identificação: Ferro, António Joaquim Tavares

Naturalidade e filiação: nasceu a 17 de agosto de 1895, em Lisboa, filho

de António Joaquim Ferro, comerciante alentejano de Baleizão, e de Maria

Helena Tavares Afonso Ferro, algarvia. É o mais novo de três filhos. Foi

casado com a poetisa Fernanda de Castro, pai do escritor e ensaísta

António Quadros e avô da escritora Rita Ferro. Morre em Lisboa, a 11 de

novembro 1956.

Formação académica: em 1910, estuda na Escola Francesa, e mais tarde,

no Liceu Camões, colaborando em comissões de festas liceais e onde

também, esporadicamente, representa peças teatrais. De 1913 a 1918,

frequenta o curso de Direito na Universidade de Lisboa.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Com apenas 19 anos foi o principal impulsionador da revista Orpheu

(1915) e, apesar de ainda ser menor de idade, foi nomeado editor da

publicação por Mário de Sá-Carneiro. É dessa época a sua ligação com

personalidades como Mário de Sá-Carneiro, José de Almada-Negreiros,

Fernando Pessoa e Luís de Montalvor.

Em 1918, partiu para Angola como oficial miliciano. Regressado a

Portugal, um ano depois, assume a chefia da redação de “O Jornal”, na

altura órgão oficioso dos partidários do presidente Sidónio Pais. Nos anos

seguintes, passaria ainda pelos periódicos “O Século”, “Diário de Lisboa”

e “Diário de Notícias”.

Percorre a Europa e a América, entrevistando personagens marcantes do

período entre as duas grandes guerras (Gabriel d'Annunzio, Clemenceau,

Jean Cocteau, Mussolini, Primo de Rivera, Unamuno, Ortega Y Gasset,

Hitler).

Em dezembro de 1932 publica, no Diário de Notícias, uma série de

entrevistas com o Presidente do Conselho, reunidas em livro em 1933

(Salazar, o Homem e a Obra). Foi dele, também, a formulação doutrinária

a partir desse ano, da chamada “Política do Espírito”, nome que teve em

Portugal a política de fomento cultural subordinada aos fins políticos do

regime. Foi comissário-geral das exposições internacionais de Paris (1937)

e de Nova Iorque (1939), e teve um papel determinante na realização da

Exposição do Mundo Português (1940). Foi fundador do Museu de Arte

Popular, da Companhia Portuguesa de Bailado Verde Gaio (1940),

Presidente da Emissora Nacional (1941).

Em 1949, foi nomeado representante diplomático, primeiro em Berna e

depois em Roma.

Factos relevantes

para a educação e

formação em

turismo:

Sugere a Salazar, em 1932, a criação de um organismo que fizesse

propaganda aos feitos do regime. Abraça a carreira política, como

diretor do então criado Secretariado da Propaganda Nacional (SPN),

sob a tutela da presidência do Conselho de Ministros. Por sua

iniciativa, foram criadas as “Pousadas” e fundada a revista de arte e

turismo “Panorama” (1941).

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Fundação António Quadros. Biografia. António Ferro. Acedido em 3 de

junho de 2015, em:

http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&t

ask=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1

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Identificação: Figueiredo, João Fernando Cotrim de –

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa a 24 junho de 1961.

Formação académica: Formou-se na London School of Economics e tem um

MBA pela Universidade Nova de Lisboa.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Em 2007, tornou-se acionista e administrador de uma empresa de recursos

humanos, a Jason Associates. Trabalhou numa empresa de capital de risco a

Faber Ventures.

Foi presidente da comissão executiva da Privado Holding, dona do BPP. No

setor alimentar presidiu à comissão executiva da Compal e da Nutricafés, e na

televisão foi Diretor-Geral da TVI, entre 2010 e 2011.

Factos relevantes

para a educação e

formação em

turismo:

Em novembro de 2013 foi selecionado pela CRESAP para integrar a short

list no concurso para o cargo de Presidente do Turismo de Portugal,

tendo sido o escolhido pelo então Secretário de Estado, em novembro de

2013. Em novembro de 2016 demite-se do cargo, alegando que “havia

interferência política na parte técnica”.

Publicações: Figueiredo, J. C., Pina e Cunha, M. e Rego, Arménio (2013). Lidere como um

líder. Lisboa: Edições Sílabo.

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Pereira, A. T. (2013). Turismo e Lazer, João Cotrim de Figueiredo é o novo

Presidente do Turismo de Portugal (act.). Jornal de Negócios. Acedido em 8

de junho de 2016, em: http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/turismo---

lazer/detalhe/joao_cotrim_de_figueiredo_e_o_novo_presidente_do_turismo_d

e_portugal

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Identificação: Freitas, Maria Clara Nobre

Naturalidade e filiação: nasceu em Coimbra, a 1 de Novembro de

1965, filha de Manuel Freitas e Maria dos Prazeres Ribeiro Nobre

Freitas.

Formação académica: fez os seus estudos em Coimbra, até final do

secundário. Aos 18 anos, foi para Lisboa, para a Universidade Nova

de Lisboa, onde se licenciou em Sociologia, em 1988.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em abril de 1988 faz um estágio profissional na Direção de

Serviços de Formação do Instituto Nacional de Formação Turística,

e em dezembro de 1989 é admitida como Técnica de Formação.

Entre dezembro 1989 e março de 1990 frequenta ações de formação

na COPRAI e no Centro Nacional de Formação de Formadores –

Instituto do Emprego e Formação Profissional.

Foi Presidente de uma associação juvenil, e monitora de crianças e

adolescentes em colónias de férias.

É Voluntária da Comunidade Vida e Paz e do Servethecity.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em agosto 1991 assume a função de Coordenadora Pedagógica

da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, sendo, em

setembro de 2000, nomeada Diretora daquela escola.

Continua a sua formação e, em 2002, faz uma Pós-Graduação

em Ciências da Educação, variante de Gestão e Administração

Educacional na Universidade Moderna de Lisboa; em 2006, o

programa de Formação em Gestão Pública, pelo Instituto

Nacional de Administração; e em 2010 um Mini MBA em

Gestão de Hospitalidade e Turismo, pelo ISCTE-Instituto

Universitário de Lisboa.

Em maio 2010 deixa a direção da Escola e volta aos serviços

centrais do agora Turismo de Portugal, I.P., onde acompanha

os projetos específicos de cooperação com os PALOP no

Departamento de Coordenação e Gestão Escolar, bem como a

formação de formadores.

Em 2013 é convidada a integrar uma equipa multidisciplinar de

redefinição do modelo de gestão da rede escolar, e em fevereiro

de 2014 passa a assessorar o Vogal do Conselho Diretivo para

as áreas da Formação e do Apoio à Venda.

Desde 2016 integra a equipa multidisciplinar de gestão de

operações de Apoio à Venda do Turismo de Portugal, I.P.

Publicações:

Participou em diversos seminários e conferências no âmbito da

educação/formação, da hotelaria e do turismo bem como na área da

liderança e gestão, com várias comunicações e moderações.

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Freitas, Cristiano António Silva Barros de

Naturalidade e filiação: nasceu na ilha da Madeira.

Formação académica: licenciado em Direito

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Diretor do Centro de Turismo de Portugal, em Paris,

Diretor-geral do Turismo, entre 1974 e 1986 e Presidente da

ENATUR.

Aposenta-se como assessor principal do quadro da Direcção-

Geral do Turismo em 2002.

Publicações:

Prémios e condecorações: Foi-lhe atribuída a medalha de mérito turístico de 2.º grau (prata) a

25 de setembro de 1997. E possui diversos Louvores.

Fontes:

Page 75: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

74

G

Identificação: Gageiro, João Manuel Nunes

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, em 1947.

Formação académica: licenciou-se em Organização e Gestão de

Empresas no ISCTE e concluiu o curso “Hotel and Hospitality

Management” da Universidade de Cornell em Ihtaca (NY) nos EUA.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Tem dado formação nas áreas de Turismo, Análise de Dados, e Gestão

no Doutoramento em Saúde Mental do ICBAS (2002 a 2008), no ISSS

do Porto (2005) e na Escola Superior de Enfermagem de Évora (2006-

2007). Foi Professor Convidado da Universidade Lusófona e

Investigador do Centro de Investigação da Lusófona (2006-2008).

Colaborou no tratamento e análise de dados estatísticos do projeto

conjunto entre a CGTP e a CCP, sobre o estudo do “Stress no Trabalho

em Empresas de Retalho e de Transporte de Mercadorias” que

abrangeu o território nacional (2008/09).

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

É investigador em Turismo e Análise de Dados aplicados nos

domínios de Economia, Finanças, Gerontologia, Gestão, Psicologia,

Saúde e Sociologia.

Foi quadro do Instituto Nacional de Formação Turística tendo sido

subdiretor da estrutura escolar do Estoril.

Publicações:

É co-autor do livro Pestana, M & Gageiro J. (2014). Análise de dados

para Ciências Sociais. A complementaridade do SPSS. Lisboa: Edições

Silabo

Possui vários artigos científicos em publicações nacionais e

estrangeiras.

Prémios e condecorações:

Fontes: Pestana, M & Gageiro J. (2014). Análise de Dados para Ciências

Sociais. A complementaridade do SPSS. Lisboa: Edições Silabo.

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Identificação: Gonçalves, Baltazar de Andrade

Naturalidade e filiação: nasceu em 29 de dezembro de 1935 em

Santa Maria Maior, Funchal. Filho de Óscar Baltazar Goncalves,

medico, e de Maria Regina Ferreira de Andrada. Morre a 8 de

setembro de 2012 no hospital do Funchal na sequência de doença

prolongada.

Formação académica: licenciou-se em Direito pela Faculdade de

Direito da Universidade de Coimbra.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Advogado madeirense, primeiro presidente do CDS na Madeira. Na

Assembleia Legislativa da Madeira, foi deputado e líder parlamentar

do seu partido na I Legislatura, em 1976., considerado um brilhante

orador.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Exerceu durante seis meses o cargo de Secretário de Estado do

Turismo no II Governo Constitucional, (1978) de coligação

PS/CDS, liderado por Mário Soares, e no qual Basílio Horta

tutelava o Ministério do Comércio e Turismo.

Estava ligado à administração da empresa Investimentos

Turísticos da Madeira, na altura proprietária do Casino do

Funchal.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Diário de Noticias Madeira. Faleceu Baltazar de Andrade Gonçalves.

Acedido em 2 de setembro de 2015,

em:http://www.dnoticias.pt/impressa/hemeroteca/diario-de-

noticias/343723-faleceu-baltazar-de-andrade-goncalves-

FNDN343723

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Identificação: Gonçalves, Eunice Rute dos Santos

Naturalidade e filiação:

Formação académica: é Mestre em Geografia e Planeamento

Regional e Local com uma dissertação intitulada “Turismo de

Massas e Estruturação do Território”. Doutoranda em Economia do

Turismo.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Participou em grupos de trabalho e comissões ligadas à

implementação do processo de Bolonha em Portugal e à avaliação de

planos e projetos de formação.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Ingressou na ESHTE em 1992, assumindo o lugar de Presidente

do Conselho Diretivo em 2000, onde esteve até 10 de setembro de

2009.

Tem desenvolvido vários trabalhos no domínio do Planeamento

Turístico.

Foi secretaria geral da AMFORTH entre 2006 e 2011

Publicações: Possui diversos artigos científicos publicados.

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Graça, Cecília Felgueiras de Meireles

Naturalidade e filiação: nasceu a 29 de maio 1977, no Porto.

Formação académica: licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito

da Universidade de Coimbra, ramo de Ciências Jurídico-Económicas, no

ano 2000. Entre 2007 e 2009 tirou um MBA pela EGP – University of

Porto Business School.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Começou a carreira como assessora jurídica da vice-presidência da Câmara

Municipal do Porto, entre 2006 e setembro de 2009.

É membro da Assembleia Municipal do Porto e da Assembleia de

Freguesia de Ramalde.

Foi consultora jurídica do grupo Parlamentar do CDS nas áreas do

Orçamento e Finanças e Segurança Social, entre 2002 e 2005, e desde 2007

membro da comissão Politica Nacional do CDS.

Entre 2009 e 2011 foi deputada à Assembleia da Republica, vice-presidente

do Grupo Parlamentar do CDS, coordenadora da Comissão de Ética,

Sociedade e Cultura e membro da Comissão de Orçamento e Finanças.

Após a sua passagem pelo Governo, regressou à Assembleia da Republica

onde é atualmente deputada

Factos relevantes

para a educação e

formação em

turismo:

Em junho de 2011, aos 35 anos, assumiu a Secretaria de Estado do

Turismo, onde esteve até fevereiro de 2013.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Pinto, M. J., Domingos, D. (2012, março). Portugal tem que ganhar escala.

Marketeer, p.18-23.

Assembleia da República (s/d). Deputados e grupos parlamentares,

biografias. Acedido em 12 de janeiro de 2017, em:

https://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Paginas/Biografia.aspx?BID=2419

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Identificação: Graça, José Epifânio Martins da

Naturalidade e filiação: nasceu a 7 de abril de 1966 na Freguesia

de Santiago, Concelho de Tavira.

Formação académica: frequentou a Escola Secundária de Tavira,

onde concluiu o Ensino Secundário. Fez a Licenciatura em Gestão e

Administração Pública, com especialização em Administração

Regional e Municipal, no Instituto Superior de Ciências Sociais e

Políticas em Lisboa.

Frequentou, com aprovação da parte curricular, os mestrados em

Gestão de Recursos Humanos, no Instituto Superior D. Afonso III –

Loulé, e em Gestão e Políticas Públicas, no ISCSP.

Frequentou com aproveitamento o Seminário de Alta Direção,

promovido pelo INA, e o curso de Pós-Graduação em Gestão da

Proteção Civil e da Segurança nas Empresas, no Instituto Superior

D. Afonso III em Loulé.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Iniciou-se na administração pública em 1987, como Assistente

Administrativo Especialista na Câmara Municipal de Tavira, passou

ainda pela Camara de Albufeira e pelo Centro Distrital de Segurança

Social de Faro. Desempenhou funções na Unidade de Comunicação

e Apoio ao Atendimento. Na sequência de um processo de

reclassificação profissional, ingressou na carreira de Inspeção. Foi

Inspetor Superior da carreira de inspeção de Segurança Social, afeto

aos Serviços de Fiscalização do Algarve.

Foi Adjunto do Gabinete de Apoio Pessoal do Governador Civil do

Distrito de Faro, Adjunto do Gabinete de Apoio Pessoal do

Secretário de Estado da Administração Interna, entre 1999 e 2000, e

Adjunto do Gabinete de Apoio Pessoal do Secretário de Estado das

Pescas, entre 2001 e abril de 2002.

Como jornalista, com carteira profissional, foi colaborador dos

jornais Lestalgarve, Postal do Algarve e Jornal do Algarve, O

Algarve, e o Barlavento e da Rádio Universitária de Coimbra, Rádio

Gilão de Tavira, Solar de Albufeira e Atlântico Sul de Lagos. Foi

Vice-Presidente da AIRA – Associação da Imprensa Regionalista do

Algarve.Foi, ainda, dirigente do CNE - Escutismo Católico

Português, sendo Presidente do Conselho Fiscal e Jurisdicional da

Região do Algarve, Presidente da Mesa do Conselho Regional do

Algarve e membro do Conselho Nacional de Representantes.

Colaborou e foi dirigente de diversos clubes a agremiações

desportivas algarvias. É atualmente Chefe do Gabinete de Apoio

pessoal do Presidente da Câmara Municipal de Tavira. Em termos

políticos, sempre esteve ligado ao Partido Socialista.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

A 15 de setembro de 2008 foi nomeado Diretor da Escola de

Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António, onde esteve

até 19 de outubro de 2009.

Publicações:

Prémios e condecorações: Recebeu prémios e louvores nas mais variadas áreas.

Fontes:

Anónimo (2016). Algarve Primeiro, José Graça. Acedido em 10 de

março de 2017, em: http://www.algarveprimeiro.com/d/jose-graca-

/251-40

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Identificação: Grilo, Eduardo Carrega Marçal

Naturalidade e filiação: Nasceu a 8 de fevereiro de 1942, em Castelo

Branco.

Formação académica: licenciou-se, em 1966, em Engenharia Mecânica

pelo Instituto Superior Técnico. Obteve o grau de «Master of Science in

Applied Machanics» pelo Imperial College – Universidade de Londres, em

1968, e Doutorou-se em Engenharia Mecânica pelo IST, em 1973.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Trabalhou no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (1966-76), foi

Diretor-Geral do Ensino Superior (1976-80), consultor do Banco Mundial

(1980-91), Diretor do Serviço para a Cooperação da Fundação Calouste

Gulbenkian (1989-95), Presidente da Conferência Regular para os

Problemas Universitários do Conselho da Europa (1983- 84), Presidente do

Conselho Nacional de Educação (1992-1995.

É membro do Magna Charta Universitatum Observatory e da Assembleia

Geral da Fundação Internacional Yehudin Menuhin, bem como da

International Commission do Council for Higher Education Accreditation.

É ainda, desde 2004, membro do “European Forum on University-Based

Research”, membro do Selection Board do Programa Erasmus Mundus e

do Council of the United Nations University.

É administrador da Fundação Calouste Gulbenkian desde Outubro de 2000

e Vice-presidente e administrador-delegado da Partex Oil and Gas

(Holdings) Corporation, desde 16 de Julho de 2002.

Tem participado em conferências e missões no âmbito de diversas

organizações internacionais, tais como: Conselho da Europa, OCDE,

UNESCO, Grupo Banco Mundial /BIRD /IDA/ EDI, PNUD, USAID,

Seminário de Salzburg, União Europeia, CEDEFOP, European University

Association e Forum 2000 Conference, em Praga.

Factos relevantes

para a educação e

formação em

turismo:

Ministro da Educação do XIII Governo Constitucional, de 28 de

outubro de 1995 a 25 de outubro de 1999.

Publicações: É autor ou coautor de diversos livros, relatórios e artigos nos domínios da

engenharia, ajuda ao desenvolvimento e da educação/formação.

Prémios e

condecorações:

É Comendador da Ordem da Instrução Pública; Grande-Oficial da Ordem

do Mérito; e possuí a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

Fontes:

Fundação Calouste Gulbenkian (s/d). Institucional, administradores,

Eduardo Marçal Grilo. Acedido em 12 de novembro de 2016, em:

https://gulbenkian.pt/images/mediaRep/institucional/fundacao/CA/CV/CV-

EMGRILO.pdf

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Identificação: Guerreiro, Horácio Cavaco

Naturalidade e filiação: Nasceu a 22 de Novembro de 1939, na

localidade de Montes Novos, freguesia de Salir, no Algarve.

Formação académica: Foi um dos primeiros alunos a frequentar a

Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, quando esta foi

implementada.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi eleito, em 1986, Presidente da Região de Turismo do Algarve,

nas primeiras eleições para a sua Presidência, tendo exercido tal

cargo durante onze anos (setembro de 1986 – outubro de 1997).

Enquanto Presidente, destacam-se várias ações que serviram

para desenvolver e melhorar o turismo algarvio e a sua projeção

no mundo: instituição pela primeira vez de programas de

animação de rua permanentes e diversificadas; ampliação da

rede dos Postos de Turismo, modernizando os que já existiam;

dinamização do Cross Internacional das Amendoeiras;

instituição de prémios de “Comunicação Social” para distinguir

os melhores artigos publicados sobre o Algarve; ativação das

estruturas que permitiram a realização e aprovação do Plano

Regional de Turismo; criação do Programa Algarve é Qualidade

em 1988/89.

Foi Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, entre

1972 e 1986. Diretor de Hotel, Diretor comercial de um grupo de

unidades hoteleiras, membro de dois Conselhos Regionais e de

Comissões Executivas da Região de Turismo do Algarve.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Em 1992, foi galardoado com a Medalha de Mérito Turístico da

Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo e em

2011 foi agraciado pelo Município de Loulé com a Medalha

Municipal de Mérito Grau Prata.

Fontes:

Camara Municipal de Loulé (s/d). Agraciados 2011. Horácio Cavaco

Guerreiro. Acedido em 4 de dezembro de 2016, em:http://www.cm-

loule.pt/pt/menu/778/2011.aspx#horacio-cavaco-guerreiro-1939

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81

H

I

J

Identificação: Jardim, José Eduardo Vera Cruz

Naturalidade e filiação: nasceu a 2 de janeiro de 1939, filho de Adriano Vera

Jardim, Juiz Conselheiro, e de sua mulher, Ana Gonçalves de Freitas Vera-

Cruz.

Formação académica: licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade

de Lisboa

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Advogado, desde 1963. Fundou, com Jorge Sampaio, uma sociedade de

advogados.

Militante destacado do Partido Socialista, foi eleito deputado à Assembleia da

República, nas V, VI, VII, VIII, IX, X e XI Legislaturas. Ocupou o cargo de

ministro da Justiça do XIII Governo Constitucional. É um dos autores da atual

Lei de Liberdade Religiosa.

Factos relevantes

para a educação

e formação em

turismo:

Substituiu Rui Vilar na Secretaria de Estado do Comércio Externo e

Turismo, dado que o seu antecessor passou a ministro do Comércio no II

Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves, ainda em 1974.

É Provedor do Cliente da Associação Portuguesa das Agências de Viagem

e Turismo.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

Fontes:

Assembleia da República. Deputados e grupos parlamentares, biografias.

Acedido em 12 de janeiro de, 2017

em:https://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Paginas/Biografia.aspx?BID=185

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Identificação: Jesus, João Marçal Teixeira de

Naturalidade e filiação: nasceu em 1931, na Madeira. Casou em

1967, na cidade de Luanda.

Formação académica: Estudou no Liceu do Funchal, nos anos

difíceis da Segunda Guerra Mundial. No final da década de 40,

resolveu antecipar o serviço militar, na altura obrigatório, e entra

para o Exército em Mafra, para fazer o curso de oficiais milicianos.

Ali descobre o gosto pelos aviões, na altura oriundos da base aérea

de Sintra.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

O seu tempo de juventude foi bastante condicionado pelo isolamento

da ilha da Madeira, no qual a generalidade das famílias tinha grandes

constrangimentos do ponto vista económico, tendo havido muita

fome, factos que marcaram a sua infância.

Completado o curso de oficiais milicianos, foi colocado no Funchal.

Em 1953, a Força Aérea tornou-se um ramo independente das Forças

Armadas e precisou de oficiais; concorreu e ficou, tornando-se piloto

aviador.

Esteve em África durante grande parte da guerra colonial,

comandando esquadras de aviões de transporte em Moçambique e

Angola.

No pós-25 de Abril, comandou a base aérea n.º 7, de São Jacinto, em

Aveiro. Promovido a brigadeiro em 1981, viria a desempenhar várias

funções de comando e coordenação, sobretudo ligadas ao Estado-

Maior da Força Aérea e também como professor do curso geral de

guerra aérea na Academia.

Ainda na Força Aérea, foi chefe da divisão de pessoal e da divisão de

logística e inspeção do Estado Maior; Chefe de Gabinete do Chefe de

Estado-Maior da Força Aérea.

Quando passa à reserva, em 1990, era Tenente-general, a mais alta

patente da carreira militar. Em 1992, foi diretor do Instituto de Altos

Estudos da Força Aérea, altura em que se reformou.

Viria a interromper a reforma em 1995, para ser Chefe de Gabinete

do Secretário de Estado Adjunto e do Tesouro. Walter Valdemar

Pêgo Marquês.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Diretor-Geral do INFT, entre 1995 e 1997.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

RTP (s/d). Uma vida uma história. Acedido em 4 de dezembro de

2016, em: http://cdn-

ondemand.rtp.pt/nas2.share/legendas/video/programas/umavidaumah

istoria/umahistoria_20140610.txt

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Identificação: Jorge, Jerónimo Henriques

Naturalidade e filiação: nasceu a 30 de outubro de 1903, em Évora.

Morreu a 13 de abril de 1976.

Formação académica: Fez o curso da Marinha na Escola Naval.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Além da carreira militar e de Oficial da Armada, foi professor, desde

1952, do Curso do Estado-Maior do Exército e no Instituto de Altos

Estudos Militares.

Fez diversos cursos de especialização em Portugal e no Estrangeiro.

Foi Adido naval, militar e aeronáutico em Washington, entre 1943 e

1949.

Integrou missões militares e diplomáticas em países e eventos no

estrangeiro, entre 1943 e 1957.

Entre 1952 e 1953, chefiou a 1.ª Divisão do Estado Maior Naval. Foi

Vice-presidente e depois Presidente da Junta Nacional da Marinha

Mercante (desde 1953);

Representou Portugal em várias reuniões da OECE entre 1955 e

1956.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Deputado na Assembleia Nacional nas VII, VIII, IX,

Legislaturas.

Publicações: Prefaciou o livro de Tomaz, Américo (1958). Renovação e Expansão

da Frota Mercante Nacional, Lisboa.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Jerónimo

Henriques Jorge. Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-1974).

Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 17 de

fevereiro de 2017, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/deputados_j.html

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Identificação: Júnior, Manuel Mendes Leite -

Naturalidade e filiação: nasceu em 1909 em S. Clemente de Sande,

Braga. Faleceu a 22 de novembro de 1994 em Lisboa.

Formação académica: Apenas fez a instrução primária, mas possuía

profundos conhecimentos de línguas e uma consolidada cultural

geral.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Deputado na Assembleia Nacional nas VII, VIII, IX, X, XI

Legislaturas.

Em 1959, assiste à fundação da Paróquia e do Centro Paroquial S.

Vicente de Paulo, no bairro da Serafina, em Lisboa, sendo o seu 1º

Secretário e, depois, Diretor.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi profissional da hotelaria, tendo trabalhado em diversos

hotéis.

Foi Presidente da Direção do Sindicato Nacional dos

Profissionais das Indústrias Hoteleiras e Similares do Distrito de

Lisboa e depois Presidente da Federação Regional do Sul dos

Sindicatos dos Profissionais da Indústria Hoteleira do Sul, em

cuja qualidade integrou a Câmara Corporativa dos Transportes

e Turismo, em representação do trabalho.

Integrou a comissão criada para estudar a criação das escolas

hoteleiras. Integrou os órgãos dirigentes da Escola Hoteleira de

Lisboa.

Tinha o cartão número 1 da Segurança Social na sua área

profissional a Hotelaria.

Foi Presidente da Direção do Grémio Nacional das Agências de

Viagens e Turismo.

Publicações: Escreveu e editou diversos livros na área hoteleira.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Manuel

Mendes Leite Junior. Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-

1974). Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 19

de fevereiro de 2017, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/deputados_j.html

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K

L

Identificação: Laginha, José Joaquim

Naturalidade e filiação: Nasceu em Faro a 15 de outubro de 1915.

Faleceu em Lisboa a 2 de março de 1991.

Formação académica: Licenciou-se em Ciências Económicas e

Financeiras pelo ISCEF - Instituto Superior de Ciências Económicas e

Financeiras, sendo depois assistente nesta instituição (1954-1960).

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1964, foi sócio fundador da CODEPA - Cooperativa de

Organização e Desenvolvimento do Ensino Particular, entidade

proprietária do Instituto de Novas Profissões. Aí lecionou as cadeiras

de Introdução à Estatística, Indução Estatística e Matemáticas

Modernas, até 1971.

Colaborou na Assembleia Hispano-Luso-Filipina de Turismo, na

secção de Estatística, realizada em Madrid, em 1966.

De 1967 a 1973 acumula a lecionação no Instituto Superior de

Psicologia Aplicada.

A 23 de fevereiro 1973, foi nomeado professor extraordinário do

Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e, a

19 de dezembro de1974, passou a professor catedrático daquela

instituição.

Em 1981, começou a reger a cadeira de Matemática para as Ciências

Sociais e a orientar as respetivas equipas de assistentes. Desde a

criação das disciplinas de Matemática para as Ciências Sociais e de

Estatística para as Ciências Sociais, assumiu a coordenação e

orientação das respetivas equipas de assistentes, tendo lecionado até

1983.

Em 8 de fevereiro de 1983, no âmbito das comemorações do X

Aniversário do ISCTE, foi atribuído o seu nome à Aula Magna do

Instituto, como prova de reconhecimento pela sua dedicação ao mesmo.

Em março de 1983, foi convidado pelo Reitor da Universidade do

Algarve para colaborar com aquela instituição.

Participou em vários cursos e seminários. Foi membro da Sociedade

Portuguesa de Comercialização e Marketing e da Associação

Portuguesa para a Qualidade Industrial e pertenceu ao Centro de

Estudos de Estatística Económica.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1964, foi sócio fundador da CODEPA - Cooperativa de

Organização e Desenvolvimento do Ensino Particular, entidade

proprietária do Instituto de Novas Profissões.

Publicações: Publicou diversos trabalhos na área da matemática e da estatística ao

longo da carreira.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Família Laginha (Vol.7

Actualização) e (Vol. 39). Acedido em 18 de janeiro de 2017, em:

http://familialaginha.blogspot.pt/2010/01/familia-laginha-nos-finais-

do-seculo.html

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Identificação: Lameiro, Carlos Alberto de Matos

Naturalidade e filiação: nasceu a 3 de novembro de 1928, na cidade

do Porto. Faleceu em 15 de outubro de 2000.

Formação académica: Em 1957, na Escola Superior de Belas Artes

de Lisboa, obteve o diploma de arquiteto.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Frequentou a Escola Superior de Belas Artes, no Porto, até 1952.

Após ter cumprido o serviço militar, como oficial miliciano de

artilharia, mudou-se para Lisboa onde, a partir de 1954, participou

em vários projetos de arquitetura, de colaboração com o Arquiteto

Leonardo de Castro Freire.

A 1 de janeiro de 1969, foi nomeado Chefe de Repartição de Projetos

da Secretaria de Estado da Informação e Turismo, tendo continuado

em comissão de serviço na Madeira até 4 de setembro de 1969, data

em que foi chamado a assumir o cargo de Diretor da “Casa de

Portugal”, em Nova Iorque, funções que desempenhou até 30 de

setembro de 1974. Em situação de licença ilimitada, constituiu, em

Nova Iorque, a pequena empresa “Portureps”, de representação de

hotéis portugueses e fornecimento de serviços complementares.

Reintegrado a 1 de setembro de 1982, desempenhou no C.T.P., em

Nova Iorque, as funções de Subdiretor, posição que manteve até 1 de

setembro de 1987, altura em que foi reconduzido, novamente, como

Diretor, cargo que manteve até dezembro de 1992, altura em que foi

dada por terminada a sua comissão de serviço.

A partir de janeiro de 1993, é contratado pelo ICEP, por dois anos,

até 31 de dezembro de 1994, na qualidade de Consultor para o

“Congresso Mundial da ASTA-1994”, que teve lugar em Lisboa.

Desde 1994 até à sua morte, dedicou-se à leitura, informática e

escrita.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Fez parte da equipa de técnicos que instalou o Hotel Ritz de

Lisboa. No princípio do ano de 1960, entrou para os serviços de

turismo do antigo Secretariado Nacional de Informação, onde,

no mesmo ano, foi nomeado Chefe de Secção, lugar que ocupou

até 1963, data em que passou a Chefe de Repartição do mesmo

organismo. Foi um dos quatro chefes de secções do Primeiro

Colóquio Nacional de Turismo, realizado em Lisboa em 1961.

A partir de 1967, foi nomeado, em comissão de serviço,

Presidente da, à data, Delegação de Turismo da Madeira e

Diretor da Escola Hoteleira do Funchal, cargos que

desempenhou durante dois anos e meio.

Na sua qualidade de arquiteto, projetou e dirigiu as obras de

instalação das Escolas Hoteleiras do Funchal e do Algarve (Faro)

e, bem assim, as do Centro Nacional de Formação Turística e

Hoteleira, em Lisboa.

Publicações:

Em julho de 2000, publicou o livro “Histórias que tenho para

contar… A Importância do Turismo na minha vida” e deixou

preparados cinco cadernos de memórias, editados postumamente, por

sua mulher e filhos, em outubro de 2002.

Prémios e condecorações: Em janeiro de 2001, foi-lhe atribuída, postumamente, a Medalha de

Mérito Turístico, Grau Prata.

Fontes: Lameiro, C. (2000). Histórias que tenho para contar. Nova Iorque:

Peregrinação Publications Inc.

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Identificação: Lima, Carlos Cabral Tavares de

Naturalidade e filiação: nasceu a 22 de janeiro de 1949 em Lisboa,

filho de Humberto Tavares de Lima e de Maria Otília Costa Cabral

Tavares de Lima.

Formação académica: licenciou-se em Direito pela Universidade de

Lisboa em 1976. Mestre em Desenvolvimento Económico e Social

em África, pelo ISCTE, com foco no potencial contributo do

turismo.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Diretor dos Serviços de Formação do Instituto Nacional de

Formação Turística, entre 1980 e1991. Diretor do Centro

Escolar Turístico e Hoteleiro do Estoril, 1991-2001, integrando a

EHTE e a ESHTE.

Entre 2001 e 2006, foi professor nos vários cursos da Escola de

Hotelaria e Turismo do Estoril; no Curso de Gestão do Turismo

Cultural do Instituto Politécnico de Tomar; e na Pós-Graduação

em Recuperação e Valorização do Património da Universidade

Autónoma.

Chefe de Projeto, (conceção, gestão e montagem da Escola de

Hotelaria e Turismo de Cabo Verde, incluindo Residência e

Hotel Escola pela Cooperação Luxemburguesa), 2006- 2015.

Palestrante em diversos Fóruns, Congressos e Seminários em

Portugal e no estrangeiro.

Consultor/Perito na elaboração: dos Planos de desenvolvimento

estratégico do turismo dos Estados do Rio de Janeiro e de Minas

Gerais, no Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento; do

Plano de desenvolvimento Turístico do Namibe; e Plano de

desenvolvimento turístico de Angola, KPMG/Angola; e Plano

Diretor do Turismo de Moçambique, PNUD/OMT; e

participação em estudos para a implementação de sistemas de

formação em turismo e hotelaria em Angola, São Tomé e

Príncipe, Guiné-Bissau, Moçambique e Macau, pela Cooperação

Portuguesa.

Presidente de Honra da AMFORHT (Associação Mundial para a

Formação em Turismo e Hotelaria – Associação filiada na

Organização Mundial de Turismo), depois de um mandato como

Presidente e dois como Vice-Presidente. Elemento da Direção da

EUHOFA (Associação Internacional das Escolas de Hotelaria e

Turismo), durante 12 anos. Membro fundador da Associação

Europeia das Escolas de Hotelaria e Turismo.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Lima, Cristina Maria Félix de Almeida

Naturalidade e filiação: nasceu a 22 de abril de 1970 em Vila do Conde.

Filha de Fernando António de Almeida Lima e de Maria da Conceição

Lopes de Oliveira Félix Lima.

Formação académica: fez os estudos secundários na Escola Secundária

José Régio em Vila do Conde. Em paralelo fez o Curso Profissional de

Guias Turísticos e o Curso Profissional de Repórter/Locutora. Em 1992

conclui o Bacharelato em Turismo no ISAI – Instituto Superior de

Assistentes Interpretes. No ano de 1994/95 faz um CESE de Marketing

Internacional e Promoção Turística no ISCET.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Em 1988 inicia a sua atividade profissional como Rececionista no Hotel

Vermar na Póvoa de Varzim. Faz estágios nas agências de viagens e

turismo Majestur e Riatur, e cria uma empresa de Serviços (organização

de eventos) em Vila do Conde.

Entre 1993 e 1994 fez um curso em Bordéus de gestão do

desenvolvimento da industria turística com estágio prático numa empresa

francesa de organização de eventos nacionais e internacionais.

Entre 1994 e 2000 foi formadora e coordenadora de cursos na área de

hotelaria e turismo na ETAP – Escola Tecnológica Artística e Profissional

do Vale do Minho e na Escola Profissional de Esposende.

De 2000 a 2002 foi Diretora do Hotel Forte de S. João em Vila do Conde

Em 2004 conclui a Licenciatura Biétapica em Turismo no ISAI – Instituto

Superior de Assistentes Interpretes e foi formadora na ETG – Escola de

Tecnologia e Gestão de Barcelos, na Cooperativa de Ensino Zendensino e

coordenadora do curso de técnicas de agências de viagens no Centro de

Formação Profissional de Braga do IEFP, onde esteve até 2007.

Não interrompeu a sua formação tendo feito um Mini-MBA pelo

Hospitality Managment Institute, o curso de gestão para a criação de valor

pela Nova Forum – Instituto de Formação de Executivos da Universidade

Nova de Lisboa, e o curso de Graduação em Direção Hoteleira.

No ano letivo 2010/2011 lecionou no Instituto Politécnico de Viana do

Castelo.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 2007 entra por concurso para Diretora da então criada Escola de

Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo, onde ainda se encontra.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

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89

M

Identificação: Macedo, António da Costa de Sousa de

Naturalidade e filiação: nasceu a 21 de novembro de 1824. Filho do

1.° Conde de Mesquitela, D. Luís da Costa de Sousa de Macedo e

Albuquerque, e de D. Maria Inácia de Saldanha Oliveira e Daun. Morre

a 17 de janeiro de 1892.

Formação académica: Fez a instrução secundária no colégio do Dr.

Cicouro, ao tempo o mais conceituado colégio de Lisboa. Matriculou-

se em 1842, na Faculdade de Direito de Coimbra, curso que terminou

em 1847.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1849, declarando-se a guerra civil, alistou-se no batalhão

académico. Fundou o jornal “O Leiriense”, em 1854. Foi eleito

deputado às cortes, na legislatura de 1857-1858.

Foi nomeado comissário régio do teatro de D. Maria II, lugar que

exerceu até junho de 1861.

Quando, em 15 de maio de 1870, se deu o movimento revolucionário

promovido pelo marechal Saldanha, e se formou o Governo por ele

presidido, António da Costa foi chamado para a pasta da Marinha. Em

1881, foi encarregado por el-rei D. Luís de estudar e coligir elementos

para a reforma da imprensa da Universidade. Em 1886, já muito

doente, viu-se obrigado a pedir a aposentação do cargo de Chefe da

Repartição de Instrução Superior que ocupava no Ministério do Reino.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1851, foi nomeado secretário-geral do distrito de Leiria, e foi aí

que começou a sua obra na instrução popular, fundando o “Centro

promotor de instrução popular”, em 1856, foi exonerado do lugar a

seu pedido.

Em 1859, é criada no Ministério do Reino a Direção Geral de

Instrução Publica, tendo sido um dos candidatos ao concurso para

1.º oficial da nova Direção e nomeado para esse lugar por Decreto

de 12 de janeiro de 1860. A 22 de junho desse ano foi decretada a

criação do Ministério da Instrução Publica, sendo o natural titular

dessa pasta. No espaço dos 69 dias em que durou o novo Ministério,

fez profundas reformas e prestou relevantes serviços à Instrução

Pública, promulgando o decreto da liberdade do ensino superior,

da reforma da instrução primária, das bibliotecas populares, das

escolas normais, da reorganização do teatro nacional.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Torres, João Romano (Edit.) (1904-1915). Portugal Dicionário

Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico,

Numismático e Artístico (Volume VI), pp. 1087-1088. Acedido em 3

de junho de 2016, em:

http://www.arqnet.pt/dicionario/sousamacedo.html

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90

Identificação: Machado, José Raphael Basto

Naturalidade e filiação: nasceu na freguesia de Santos-o-Velho, em

Lisboa, a 26 de março de 1900, filho de Tomás Loureiro Machado,

médico madeirense, e de Elisa Raphael Lécor Buys Basto. Faleceu a 20

de junho de 1966, aos 66 anos, na sua residência, no Funchal.

Formação académica: No Funchal completa os seus estudos

secundários em 1918/19, no Liceu do Funchal, após o que ingressa na

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde, por motivos

de saúde não chega a concluir o curso.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Inicia-se na vida política como simpatizante de Sidónio Pais e, com o

advento de Salazar, confirma-se como apoiante do regime. A partir de

1926, desempenha vários cargos políticos, principiando como autarca,

na Ribeira Brava, de cuja Câmara Municipal será vice-presidente, e

depois presidente (janeiro de 1928 a março de 1934). A partir de 1931,

integrou a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia do Funchal, de

que se tornará provedor a partir de 1941, por um período de 11 anos.

Entre 1934 e 1935 foi, Presidente da Comissão Administrativa da Junta

Geral e da Junta Autónoma dos Portos do Funchal.

Na Câmara Municipal do Funchal, foi vice-presidente de 30 de janeiro

de 1941 a 31 de outubro de 1946, continuando, depois, o exercício das

mesmas funções. Deixou ainda marcas noutras áreas, como docente no

Liceu Nacional do Funchal (entre 1933 e 1947) e Chefe de Secretaria.

Foi delegado do governo junto do Grémio de Bordados da Madeira e,

como jornalista, assume, em 1939, a direção de O Jornal, periódico

católico que em 1952 muda de nome, passando a designar-se Jornal da

Madeira. Manterá a liderança deste órgão de comunicação até 1959.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Na condição de vereador e vice-presidente da Câmara Municipal

do Funchal, participa, em 1941, no Conselho de Turismo da

Madeira, órgão que integra a Delegação de Turismo da Madeira,

fundada em 1936.

Em 1947 torna-se o segundo presidente interino daquela delegação,

qualidade que conservará até ao seu falecimento. Ao seu labor à

frente do turismo fica a dever-se o aumento do impacto das

celebrações do fim de ano no Funchal, abrilhantado com fogo-de-

artifício, concertos, exposições e outras manifestações culturais,

bem como a criação da Escola Hoteleira do Funchal, que virá a ter

o seu nome.

Publicações:

Como autor, publicou dois opúsculos, resultantes de duas conferências.

O primeiro, denominado “Cem anos de vida escolar”, e o segundo com

o nome “A Família e a Educação”.

Prémios e condecorações:

Recebeu várias distinções: o Grau de Oficial da Instrução Pública, a

medalha da Cruz Vermelha de Benemerência, a medalha de ouro de

Assiduidade e Comportamento Exemplar da Legião Portuguesa, a

medalha de prata de Dedicação da Legião Portuguesa e duas medalhas

de Socorros a Náufragos. Do governo espanhol, foi distinguido com o

grau de Comendador da Ordem de Mérito Civil.

Fontes:

Clode, L. P. (1983). Registo bio-bibliográfico de madeirenses. Sécs.

XIX e XX. Funchal: Caixa Económica do Funchal.

Barros, F. (coord.) (2011). Delegação de Turismo da Madeira (1936-

1979): quatro décadas ao serviço do turismo madeirense. Funchal:

Direção Regional dos Assuntos Culturais.

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Identificação: Madeira, Luís Filipe

Naturalidade e filiação: nasceu em Alte-Loulé a 30 de setembro de 1940.

Formação académica:

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Factos relevantes para

a educação e formação

em turismo:

Iniciou a sua atividade governativa em 12 de fevereiro de 1976, como

subsecretário de Estado do Turismo, acabando por substituir Álvaro

Barreto, quando este assumiu o cargo de ministro do Comércio e

Turismo no I Governo Constitucional, chefiado por Mário Soares.

Luís Filipe Madeira, advogado influente junto de investidores

estrangeiros e empresário no Algarve, só abandonou o Executivo em 23

de janeiro de 1978.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Parlamento Europeu (s(d) Deputados, Pesquisa, Luís Filipe Madeira.

Acedido em 7 de novembro de 2016,

em:http://www.europarl.europa.eu/meps/pt/1589/LUIS+FILIPE_MADEIR

A_home.html

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Identificação: Marques, Margarida

Naturalidade e filiação: Nasceu no Bombarral, em 1954.

Formação académica: Licenciou-se em Matemática - Estatística,

pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 1976. É

mestre em Ciências da Educação - Educação e Desenvolvimento,

pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de

Lisboa dedes1991.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Funcionária do Ministério dos Transportes entre 1976 e1983. Foi

fundadora da JS e sua secretária-geral, de 1981 a 1984. Deputada na

III Legislatura da Assembleia da República (1983/1985).

Entre 1985 e 1994, foi funcionária do Ministério da Educação e

Subdiretora do GETAP-Gabinete de Educação Tecnológica, Artística

e Profissional; entre 1988 e1992 foi um dos responsáveis pela

criação das Escolas Profissionais. Foi ainda representante do

Ministério da Educação no Comité Consultivo do Programa PETRA,

junto da Comissão Europeia e na Comissão Nacional de

Aprendizagem. De 1986 a 1992 foi Membro do Conselho Consultivo

para a Igualdade.

Foi funcionária da Comissão Europeia (1994/2015), desempenhou

funções na Direção Geral Educação e Cultura e na Direção Geral

Comunicação e foi Chefe da Representação da Comissão Europeia

em Portugal (2005/2011).

Professora Convidada na Universidade Autónoma (1983/1989), na

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

(1989/1994), e no ISCTE/IUL (2004/2011), instituição onde foi

membro do Conselho Geral (2009/2015) e Vice-presidente desde

2012. Eleita deputada na Assembleia da República a 4 outubro 2015,

na XIII Legislatura. É atualmente Secretária de Estado dos Assuntos

Europeus.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Membro do Conselho Nacional de Educação (2000/2002). Foi

vice presidente do GETAP.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Governo de Portugal (s/d). Ministérios, Secretários-de-estado,

Margarida Marques. Acedido em 15 de março de 2017,

em:http://www.portugal.gov.pt/pt/ministerios/mne/equipa/secretario-

estado/margarida-marques.aspx

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Identificação: Martins, Carlos José das Neves

Naturalidade e filiação: nasceu em Portimão, em junho de 1960. Casado, tem

dois filhos.

Formação académica: licenciou-se em Relações Internacionais/Ramo

Económico e Políticas pela Universidade do Minho.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Gestor. Foi presidente do primeiro Conselho de Administração da ARS

Algarve - Região de Saúde (1994-1996) e Secretário de Estado da Saúde do

XV Governo Constitucional.

Desempenhou diversos cargos como o de Presidente da Assembleia Geral da

Casa do Benfica de Portimão; Vogal da Direção da Associação Nacional dos

Funcionários das Universidades Portuguesas; Presidente do Conselho Fiscal

do Portimonense Sporting; Presidente da Assembleia Geral da Associação de

Dadores de Sangue do Barlavento do Algarve.

Eleito Deputado à Assembleia da República, pelo Círculo do Algarve, foi

membro da 8ª Comissão Parlamentar - Saúde e Toxicodependência.

Quadro regional do PSD, exerceu diversos cargos políticos ao longo da sua

vida tendo sido Presidente da Comissão Política Distrital do PSD/Algarve.

Após as suas funções governamentais, esteve ligado ao grupo madeirense

SIRAM, de onde saiu para assumir as funções de diretor-geral e de delegado

da administração do grupo espanhol Sol Mélia na Madeira.

Factos relevantes

para a educação e

formação em

turismo:

Foi o único Algarvio a integrar o Governo de Durão Barroso, estando no

Governo o mesmo tempo que Telmo Correia, pois foi seu Secretário de

Estado Adjunto, com a particularidade de estar sediado no Algarve, de

onde é natural.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Ordem dos Economistas (s/d). Nota Biográfica, Carlos das Neves Martins.

Acedido em 14 de fevereiro de 2017, em: http://www.ordemeconomistas.pt/

xportalv3/file/XEOCM_Documento/52112053/file/CV%20%20Carlos%20das

%20Neves%20Martins.pdf

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Identificação: Matoso, José Luís Raminhos

Naturalidade e filiação: nasceu em 1964.

Formação académica: Licenciou-se em Direito pela Faculdade de

Direito da Universidade de Lisboa, na menção de Jurídico -

Económicas em1989. Entre 1989 e 1991 fez o estágio para aptidão no

exercício da advocacia e, em 1992, fez o Curso Geral de Gestão pelo

Instituto Superior de Gestão.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1991 entra para Informarca, Software House de Produtos para

Hotelaria como consultor comercial, passando mais tarde a seu Diretor

Comercial, até 1995.

De 1995 a 2001, foi Diretor Comercial e Marketing da Europcar Fleet

Services, transitando dali para a Fiat Auto Portuguesa, como Diretor

Comercial, onde esteve até 2002.

Entre 2002 e 2004 foi Administrador (promoção e comunicação) do

Euro 2004, S. A., e da Portugal 2004, S. A. Assumiu, depois, a função

Administrador (comunicação e património) do Porto de Lisboa, S. A.

entre 2004 e 2005.

Em janeiro de 2006 torna-se Administrador e acionista da Return On,

S. A., empresa de comunicação que desenvolve projetos na área do

brand experience. E em outubro de 2008 passa a Presidente da

Direção da Arbitrare, Centro de Arbitragem para a Propriedade

Industrial.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

De novembro de 2011 até fevereiro de 2016 foi Vogal do Conselho

Diretivo do Turismo de Portugal, I. P. com funções executivas nas

áreas da Promoção e da Formação.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Despacho n.º 11650/2012, 29 de agosto. Diário da República, n.º

167/2012 - II Série. Gabinete do Secretario de Estado do Turismo.

Lisboa. 30164-30165. Acedido em 14 de fevereiro de 2017, em: http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/turismodeportug

al/QuemSomos/Documents/Despacho%2011650_2012%20de%2029

%20de%20agosto.pdf

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Identificação: Mendes, Armindo António Lopes Ribeiro

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, em 1946.

Formação académica: - licenciou-se em Direito pela Universidade de

Lisboa em 1969. Foi Mestre em Direito, pela mesma Universidade em

1972.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Advogado desde 1971. Assistente da Faculdade de Direito de Lisboa

(1969-1975). Vogal da Comissão Nacional de Eleições. Convidado

pela mesma Faculdade para a regência entre 1977 e 1984 das cadeiras

de Direito Processual Civil II e III e Direito Comparado. Membro da

Comissão Constitucional (1980-1983). Diretor dos Serviços Jurídicos

de uma Instituição Bancária (1983-1989) e de uma Instituição

Seguradora (1998-2000).

Juiz do Tribunal Constitucional (1989-1998). Docente e membro do

Conselho Cientifico do Instituto Superior de Gestão Bancária desde a

sua formação. Membro da Comissão de Direito Marítimo Internacional

desde 1982. Membro da Comissão de Revisão do Código de Processo

Civil (1996). Árbitro em várias arbitragens comerciais (a partir de

1998). Membro do Conselho Superior de Magistratura de 2000 a 2005,

eleito pela Assembleia da República desde 2000. Membro do Conselho

Superior da Ordem dos Advogados (2003-2004). Professor convidado

da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa (2003/2004;

2004/2005).

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Presidente da 1ª Comissão Administrativa do CNFTH entre 1974 e

1976.

Publicações: Possui diversas publicações. Autor de numerosos artigos científicos em

matéria de direito e de pareceres jurídicos.

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Universidade Católica (s/d). Faculdade de Direito, Docentes, Armindo

Ribeiro Mendes. Acedido em 18 de fevereiro de 2017,

em:http://www.fd.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptplfac.as

p?SSPAGEID=3136&lang=1&artigoID=859&parentPageID=30

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Identificação: Mendes, Elisabete Maria Nunes

Naturalidade e filiação: Nasceu a 14 de abril de 1963 em Lisboa,

filha de Celestino Cardão Mendes e de Benilde Teresa Roque Nunes

Mendes.

Formação académica: Fez os estudos secundários em Almada,

tendo concluído o ensino secundário em 1981. Licenciou-se em

Serviço Social pelo Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa

em 1986. Realizou vários cursos de especialização, dos quais se

destaca o Programa Avançado de Gestão para o Turismo

(PAGETUR), Universidade Católica-Lisbon School of Business &

Economics, em 2013 e o Curso de Formação Pedagógica Inicial de

Formadores (2017).

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entre 1992 e 1993 Coordenou Cursos no CECOA – Centro de

Formação Profissional para o Comércio e Afins e foi Coordenadora

de Pólo de Aprendizagem daquela entidade em Évora.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1989 estagia no Instituto Nacional de Formação Turística.

Volta ao INFTUR como Técnica Superior da Divisão de

Planeamento, Orientação Pedagógica e Cooperação Técnica e

Divisão de Assistência Técnica e Formação na Empresa.

Em 1996 assume a Coordenação do Núcleo Escolar de Setúbal

da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa onde esteve até

2000.

Entre 2000 e 2003 assume o lugar de Chefe de Divisão de

Assistência Técnica e Formação na Empresa no INFTUR. Em

2003, representa o Conselho de Administração do INFTUR na

gestão técnica, financeira e pedagógica do Centro Escolar

Turístico e Hoteleiro do Estoril. É então nomeada Diretora da

Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril.

Realiza em 2006 o Programa de Formação em Gestão Pública do

INA (FORGEP) – Instituto Nacional de Administração.

Em 2007 é nomeada Diretora de Departamento de Planeamento

e Certificação do então criado Turismo de Portugal, I.P, com a

coordenação da atividade de formação inicial, formação

contínua e certificação, onde ainda se encontra.

É membro dos seguintes órgãos: Conselho Sectorial para a

Qualificação - área Turismo e Lazer; Comissão Sectorial para a

Educação e Formação do IPQ; Conselho Pedagógico das Escolas

de Hotelaria e Turismo e representante do Turismo de Portugal

em Comissões de Acompanhamento de Estudos Setoriais.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Monteiro, Maria Teresa Rodrigues

Naturalidade e filiação: Nasceu em 1957.

Formação académica: Em 1975 entra para a Faculdade de Direito da

Universidade de Lisboa onde se licencia em 1980.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Entre 1981 e 1985 foi assessora jurídica do Conselho Diretivo da Junta

Central das Casas do Povo. Em 1985 transita com as mesmas funções

para a Secretaria Geral do Ministério do Trabalho e Segurança Social e

em 1986 para a Inspeção Geral do Trabalho.

Entre 1988 e 1990 foi adjunta do Ministro Adjunto e da Juventude,

passando a Chefe da Gabinete do mesmo Ministro, entre 1990 e 1991.

De 1991 a 1992 foi chefe de Gabinete do Ministro Adjunto e dos

Assuntos Parlamentares e em 1992 foi Chefe de gabinete do Ministro da

Educação.

Em 1992 volta à Inspeção-Geral do Trabalho como Diretora de Serviços

de Estudos e Programação, e em 1993 passa a Diretora de Serviços de

Apoio à Gestão do Instituto do Desenvolvimento e Inspeção das

Condições do Trabalho, onde está até ao ano 2000.

Em 2000 foi nomeada Subinspetora- Geral dos Serviços de Justiça, de

onde transita em 2004 para assumir a função de Subdiretora Geral de

Turismo.

Fez o curso de altos dirigentes do Ministério da Justiça pelo INA, e

frequentou o Mestrado na área de Ciências Jurídico-políticas na

Faculdade de Direito da Lisboa. Exerceu ainda atividade docente na

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. E realizou diversas

conferências em Portugal e no estrangeiro.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 2007 com a criação do Turismo de Portugal, I.P. foi nomeada

Secretária Geral, e 22 de agosto de 2012 assume a Vice-Presidência

do mesmo organismo, onde se encontra atualmente.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Despacho n.º 52/2014, 3 de janeiro. Diário da República n.º 2/2014 - II

Série. Gabinete do Secretário de Estado do Turismo. Lisboa.85. Acedido

em 14 de abril de 2017, em: http://www.jogoseguro.pt/wp-

content/uploads/2015/05/Despacho-n.%C2%BA-52-2014.pdf

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Identificação: Moreira, Pedro Jorge Marques

Naturalidade e filiação: nasceu nas Caldas da Rainha em 22 de junho

de 1970. Filho de Manuel Eduardo da Silva Moreira e de Corália

Agostinho Marques Moreira.

Formação académica: fez os estudos secundários em Portimão. Em

1994 opta por uma carreira na hotelaria e faz o curso de formação

inicial de Restaurante/Bar na Escola de Hotelaria e Turismo de

Portimão, concluindo-o em 1996. Licencia-se, entretanto, em Gestão de

Recursos Humanos na Universidade Lusíada de Lisboa. Faz ainda um

mini MBA pelo Hospitality Management Institute – ISCTE, e

frequenta uma ação de formação “Finanças para não Financeiros” na

Faculdade de Economia da Universidade Nova.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1984 inicia-se na hotelaria como Mandarete no Hotel Algarve

durante as férias escolares. Em 1996 entra para o Hotel Le Meridien

Penina como Barman, chegando a Supervisor de Bares em 1998.

É Membro do Conselho Municipal de Turismo de Faro, do Conselho

Geral da Escola EB 2,3 Júdice Fialho, do Conselho Geral da Escola EB

2, 3 Nuno Mergulhão, do Conselho Geral da Escola EB 2, 3 Afonso III,

e da Comissão de Partes Interessadas da Comissão Vitivinícola

Regional do Algarve, Lagoa.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1998 é convidado para Formador da Escola de Hotelaria e

Turismo de Portimão, e no ano 2000 transita para Escola de

Hotelaria e Turismo de Lisboa.

Entre 2004 e 2005 foi Técnico Direção de Formação e Certificação

do INFTUR, responsável pelo controlo da execução a nível

nacional da Formação Contínua. Fez diversas ações de formação

na École Hôtelière de Lausanne, (Suíça), “Motivation & Passion”;

“Qualified Learning Facilitator Programme”; “Profit Optimisation

for Function Spaces & Spas”; “Improving Business Performance”.

No final de 2005 é convidado para assumir a direção da Escola de

Hotelaria e Turismo de Portimão onde fica até agosto de 2013.

Em 2013 é nomeado Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do

Algarve, Faro com responsabilidades em toda a rede escolar do

Turismo de Portugal, I.P. na região.

Em setembro de 2016 regressou à Escola de Hotelaria e Turismo de

Portimão como Diretor, onde leciona também as disciplinas de

Área Comportamental e de Gestão de Recursos Humanos.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

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Identificação: Moser, Fernando José Maria de Mello Manuel da

Câmara de

Naturalidade e filiação: nasceu na freguesia do Bonfim, Porto a 21 de

novembro de 1927. Morreu em Lisboa a 23 de abril de 1984, com 56

anos. Dá hoje o seu nome a uma rua de Lisboa, próximo de Telheiras.

Formação académica: em 1954 ingressou como trabalhador-estudante

na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde frequentou o

curso de Filologia Germânica. Doutorado pela Universidade de Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Desde muito cedo se sentiu atraído pela linguística e literatura, em

parte devido à influência da sua mãe.

Entrou para o corpo docente da Faculdade de Letras da Universidade

de Lisboa, já depois de ter sido convidado para leitor de inglês.

Pensador católico, filólogo e ensaísta dedicou grande parte da sua vida

ao ensino, especialmente na área da cultura inglesa, e do turismo.

Colabora com Joaquim Monteiro Grilo.

Em 1964-65 participou na execução do plano de comemorações do IV

Centenário do nascimento de William Shakespeare, organizado pela

Fundação Calouste Gulbenkian.

Colaborou com o Instituto Britânico em diversas iniciativas e entre

1960 e 1980 teve a seu cargo, na Faculdade, rotativamente, a regência

de todas as disciplinas na componente anglística do curso de Filologia

Germânica. Foi um dos fundadores do Skal Clube de Lisboa,

organização dedicada ao fomento da paz através do turismo.

Reconhecido como o maior especialista português e um dos maiores a

nível internacional sobre Thomas More e William Shakespeare,

participou em diversas reuniões científicas na Grã-Bretanha, Brasil e

Polónia. Foi ainda dirigente do Instituto de Cultura e Língua

Portuguesa, e da Associação Portuguesa de Estudos Anglo-

Americanos, Membro da Academia das Ciências de Lisboa, da

Academia Portuguesa de História e da Sociedade Portuguesa de

Geografia.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Na área do turismo pronunciou, nas décadas de 60 e 70, palestras e

regeu cursos intensivos de literatura e/ou cultura portuguesa para

rececionistas dos organismos centrais e regionais de turismo. Foi o

primeiro dirigente da Escola Portuguesa de Turismo (ISLA)

lançada no ano letivo de 1964-1965.

Publicações:

Publicou entre muitos outros a "Dilecta Britannia", um conjunto de

trabalhos sobre cultura inglesa que inclui textos e conferências que

abrangem temas que vão desde a religião á análise à obra de autores.

Prémios e condecorações: Foi Grande Oficial da Ordem da Instrução Pública e da Ordem do

Império Britânico.

Fontes:

Câmara Municipal de Cascais (s/d). Agenda, tributo a Fernando Mello

Moser. Acedido em 10 de março de 2016, em: http://www.cm-

cascais.pt/evento/tributo-fernando-de-mello-moser

Araújo Lima, J. L. (s/d). Noticías, Professor Fernando Moser. Ler,

letras. Universidade do Porto. pp 289-290. Acedido em 10 de março de

2016, em: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo3981.pdf

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Identificação: Moura, Joaquim Rafael Costa de Oliveira

Naturalidade e filiação:

Formação académica: Licenciou-se em História pela Faculdade de

Letras da Universidade do Porto. Concluiu a parte curricular do

mestrado em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e

Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi membro da direção nacional e diretor da delegação do Porto, da

Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, entre 1989 a março 2000.

Diretor do Cefanespo — Centro de Estudos e Formação da ANESPO,

de janeiro de 1998 a março de 2000.

Chefe de equipa do Gabinete de Auditoria Interna do Instituto de

Financiamento e Apoio ao Turismo, de fevereiro de 2003 a março de

2004. Diretor executivo da Fundação ISCTE;

Vogal do Conselho Diretivo do IGFSE, I. P. de dezembro 2008 a

dezembro 2011. É técnico superior do Instituto de Turismo de

Portugal, I. P. e foi Diretor da Unidade de Coordenação FSE da

Agência para o Desenvolvimento e Coesão, I. P.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Diretor-geral do INFT, de março de 2000 a janeiro de 2002 e

Presidente do Conselho Diretivo do então criado Instituto de

Formação Turística, INFTUR, de janeiro de 2002 a março de

2003.

Entre os anos de 2000 e 2003, foi membro da Comissão Nacional

de Aprendizagem, da Comissão Coordenadora do Plano Nacional

de Formação Melhor Turismo e do Conselho Setorial do Turismo.

Vogal do Conselho de Administração e Presidente do Conselho

Diretivo da Fundação Escola Profissional de Setúbal, de março de

2004 a setembro de 2005.

Consultor da Direção da ANESPO, desde junho de 2005.

Assessor do Conselho Diretivo do Instituto de Turismo de

Portugal, de setembro de 2005 a outubro de 2007.

Vogal da Comissão Executiva da Confederação Turismo

Português.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Diário da República, 2.ª série — N.º 164 — 24 de agosto de 2015.

Acedido em 10 de abril de 2017, em:

https://www.portugal2020.pt/Portal2020/Media/Default/Docs/Legisla

cao/Nacional/DELIB_1654_2015.pdf

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101

N

Identificação: Navarro, Emídio Júlio

Naturalidade e filiação: nasceu, a 19 de abril de 1844, em Viseu.

Formação académica: ainda muito jovem foi com a família para

Lamego. Mais tarde para Coimbra, onde concluiu o curso em 1869 na

Faculdade de Direito.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Instalou-se em Bragança, onde exerceu a advocacia, mas sem grande

sucesso. Foi então para Lisboa, ingressando na redação do jornal "O

País" órgão do Partido Progressista. Fundou, com António Enes, o

jornal "O Progresso" e posteriormente um dos principais órgãos

políticos do país, "O Correio da Noite", onde evidenciou raras

qualidades de combate e ação. Seguiu a carreira de advogado e

jornalista, mas nunca abandonou a política. Foi deputado de várias

legislaturas, e Ministro das Obras Públicas entre 1886 e 1889, tendo

sido responsável por várias reformas na área da agricultura.

Ao abandonar o cargo ministerial foi nomeado secretário do Tribunal

de Contas e, depois, Ministro de Portugal em Paris. Ao regressar,

dedicou-se exclusivamente ao jornalismo. Devido à doença retirou-se

para o Luso com a família onde faleceu a 16 de agosto de 1905.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Na área do ensino, a sua intervenção originou a criação de cinco

Escolas Agrícolas, cinco Escolas Industriais e nove Escolas

Elementares de Desenho Industrial.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Matos, S. C. (1990). Emídio Júlio Navarro. In Pereira, J. C. (coord.).

Dicionário Enciclopédico da Historia de Portugal (Vol. I). Lisboa:

Publicações Alfa, p.29

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Identificação: Neto, Vítor José Cabrita

Naturalidade e filiação: nasceu em Guia, concelho de Albufeira em 1943.

Formação académica: frequentou a Escola Primária de S. Bartolomeu de

Messines, acabando o ensino liceal em Faro. Ingressou no Instituto Superior

Técnico de Lisboa, no ano de 1961, a fim de frequentar o curso de

Engenharia Química. A sua intensa atividade ao longo desses anos impediu

que terminasse o 4º Ano do curso de Engenharia, bem como, do curso de

Ciências Políticas e Económicas (do qual apenas lhe restavam dois exames,

aquando do 25 de Abril).

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Emigrou para Itália, para a cidade de Génova, a fim de frequentar o curso de

Engenharia de Construção Naval. Durante a sua estadia em Itália, Vítor

Neto, elaborou e editou, ao longo dos anos, inúmeras publicações sobre a

realidade de Portugal e a luta do povo português.

No ano de 1989 assumiu a direção das empresas da família, um importante

grupo económico algarvio fundado por seu pai no ano de 1940.

É Presidente da Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA),

Vice-Presidente da Associação Industrial Portuguesa – Confederação

Empresarial (AIP-CE).

Desempenha ou desempenhou ainda outros cargos tais como:

Administrador da Globalgarve, Agência de Desenvolvimento do Algarve;

membro da Comissão Diretiva do Programa Operacional do Algarve;

membro da Direção da União Europeia do Artesanato e das Pequenas e

Médias Empresas (UEAPME), e, membro fundador da Associação Cívica

«Circulo Teixeira Gomes».

É Cônsul honorário de Itália no Algarve, colunista do jornal “Diário

Económico” e conferencista na área de Turismo.

Factos relevantes

para a educação e

formação em

turismo:

Acompanhou os problemas do Turismo no departamento económico do

PCP, e aí realizou estudos diversos e intervenções nas conferências

nacionais do partido e nos Congressos do Algarve. Transferiu-se para

Inglaterra, onde procedeu a estudos na área de marketing.

Presidente da Comissão Organizadora da Bolsa de Turismo de Lisboa

(BTL), e membro do Conselho Geral e de Supervisão da TAP.

Foi dos mais duradouros Secretários de Estado do Turismo nos XIII e

XIV governos constitucionais (1995 a 2002), Governos de António

Guterres, tendo como ministros da tutela Joaquim Pina Moura e Luís

Braga da Cruz. Foi ainda Deputado à Assembleia da República.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Foi distinguido em 2005 com a Ordem do Infante D. Henrique, grau Grande

Oficial.

Fontes:

TAP (s/d). Nota Institucional, CV Vitor Neto Acedido em 10 de março de

2017,

em:http://www.tapportugal.com/mediaRep/editors/Contentimages/INSTITU

TIONAL/PDF/TAP/Our%20Company/Info_institucional/orgaos_sociais/C

V_Vitor_C_Neto_Maio_2009.pdf

Ministério da Economia (s/d). Gabinete do Secretário de Estado do

Turismo. Acedido em 18 de março de 2017, em:

http://www.carloscorreia.net/meconomia/gab/gab_set.html

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Identificação: Nunes, Adolfo Mesquita

Naturalidade e filiação: nasceu em 1977.

Formação académica: licenciado em Direito, pela Universidade Católica

Portuguesa, e Mestre em Ciências Jurídico-Políticas (2008), pela Universidade de

Lisboa

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Exerce a profissão de jurista.

Deputado na XII Legislatura, eleito pelo Círculo Eleitoral de Lisboa, integra as

comissões de Ética, Cidadania e Comunicação, de Orçamento, Finanças e

Administração Pública e de Acompanhamento das Medidas do Programa de

Assistência Financeira a Portugal, bem como o Grupo de Trabalho sobre Registo de

Interesses.

É também membro da Assembleia Municipal de Lisboa, e vogal da Comissão

Executiva do CDS-PP, e Vice-Presidente da Comissão Política Concelhia de Lisboa

do CDS-PP.

Advogado na sociedade Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva e Associados

(abril 2005-junho 2011), foi também Chefe do Gabinete do Ministro do Ambiente e

do Ordenamento do Território do XVI Governo Constitucional (Julho 2004-Março

2005), adjunto da Secretária de Estado da Segurança Social do XV Governo

Constitucional (Setembro 2003-Julho 2004), e assessor de Vereador da Câmara

Municipal de Lisboa (Junho 2002-Agosto 2003).

Factos

relevantes para a

educação e

formação em

turismo:

Foi Secretário de Estado do Turismo entre 2013 e 2015, no XIX e XX Governos

Constitucionais.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Assembleia da República (s/d). Deputados e grupos parlamentares, biografias.

Acedido em 20 de abril de 2017,

em:http://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Paginas/Biografia.aspx?BID=2849

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O

Identificação: Oliveira, Fernando Manuel Barbosa Faria de

Naturalidade e filiação: Nasceu em Lisboa a 10 de outubro de 1941.

Formação académica: Licenciou-se em Economia em 1965 pelo Instituto

Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de

Lisboa.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Em 1965 entra para a Sorefame, Sociedades Reunidas de Fabricação

Metálica, S.A..Transitou em 1980 para a Siderurgia Nacional como

Administrador. Em 1983 vai para a IPE - Investimentos e Participações

Empresariais, S.A. como Vice-Presidente do Conselho de Administração até

janeiro de 1990, quando passa a Administrador Executivo, até 2002.

Entre 2003 e maio de 2005, foi Administrador dos HPP – Hospitais Privados

de Portugal, SGPS, S.A., de onde foi, em junho, para o Banco Caixa Geral

(Espanha), como Presidente da Comissão Executiva, onde esteve até

dezembro 2007. De janeiro de 2008 a 22 de julho de 2011 é o CEO e

Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos,

passando a Chairman até junho de 2013. Passa ainda pela Parcaixa, SGPS, e

pela Fundação CGD/Culturgest, como Presidente do Conselho de

Administração. Entre 2006 e 2012 Preside ao Conselho Executivo da Câmara

de Comércio Luso-Espanhola. Teve ainda funções não-executivas em

diversas empresas. Foi membro dos Conselhos Consultivos da ELO -

Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico e de Cooperação,

da APAD - Agência Portuguesa de Apoio ao Desenvolvimento, e do INA.

Na política, foi eleito deputado por Faro nas eleições legislativas de outubro

de 1991 (não exercendo, devido a funções governativas) e nas eleições de

1995 foi eleito deputado pelo círculo de Lisboa, tendo optado pela atividade

empresarial. Integra os governos liderados pelo então Primeiro-Ministro

Aníbal Cavaco Silva, no XI Governo Constitucional foi Secretário de Estado

do Comércio Externo entre setembro 1980 e junho 1983, e entre fevereiro e

novembro 1985 Secretário de Estado Adjunto do Vice-Primeiro-Ministro. De

junho de 1988 a maio 1989 foi Secretário de Estado das Finanças e do

Tesouro, daí transitando para Secretário de Estado Adjunto e das Finanças até

janeiro 1990. Foi Presidente da Associação Portuguesa de Bancos, e Membro

do Board da Federação Bancária Europeia, Membro do Conselho Consultivo

do Banco de Portugal e Membro do Conselho Consultivo da CMVM.

Factos relevantes

para a educação e

formação em

turismo:

No XII Governo Constitucional foi Ministro do Comércio e Turismo.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Foi agraciado com a: Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (Portugal)

Grã-Cruz da Ordem Alaoui (Marrocos), Grã-Cruz da Ordem de Bernardo

O'Higgins (Chile), Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul (Brasil),

Comendador da Ordem de Isabel a Católica (Espanha), Grande-Oficial da

Ordem do Mérito (Itália), Grande-Oficial da Ordem da Bandeira (Hungria).

Fontes:

Associação Portuguesa de Bancos (s/d). Dados pessoais do Engº Fernando

Faria de Oliveira. Acedido em 14 de dezembro de 2016, em:

http://www.apb.pt/content/files/CV_Engo_Fernando_Faria_de_Oliveira.pdf

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Identificação: Oliveira, João António Borges de

Naturalidade e filiação:

Formação académica: licenciado em Direito.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi Chefe de gabinete do Secretário de Estado do Emprego e Formação

Profissional, Bagão Félix.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1988 foi nomeado diretor do INFT e em 30 de janeiro de 1990

cessou a comissão de serviço. Transita para o Instituto do Emprego

e Formação Profissional, como assessor principal onde esteve até à

reforma.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Despacho n.º 113/1990, 29 de setembro. Diário da República n.º

226/1990 - I Série. Ministério das Finanças e do Emprego e Segurança

Social. Lisboa. 4046-4047.

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Identificação: Oliveira, José d’Athayde Ramos de

Naturalidade e filiação: nasceu em 1881 e morreu em 1942.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Advogado e publicista.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Sócio fundador da Sociedade Propaganda de Portugal. Por

Decreto de 16 de maio de 1911, do Ministro do Fomento, Brito

Camacho, é criado um Conselho de Turismo com 7 membros e

uma Repartição de Turismo, sendo nomeado para Chefe da

Repartição de Turismo, José de Athayde.

Em 1920, em consequência da reestruturação do Ministério do

Comércio e Comunicações que, em 1919, substituíra o Ministério

do Fomento, cria-se a Administração Geral das Estradas e

Turismo na qual é integrada a Repartição do Turismo e extinto o

Conselho de Turismo.

Ataíde em 1932, elogia a reforma “sobremaneira honra o seu

autor (Velhinho Correia)”, porque aumentou as competências da

Repartição e institui um Fundo de Viação e Turismo destinado à

satisfação dos encargos com os serviços de estradas e com o

desenvolvimento do turismo.

Publicações: Foi autor das publicações, “Memorias de um engraxador

anticomunista” e “Noções de Hotelaria”.

Prémios e condecorações:

Fontes: Santos, L. R.(Edit.) (1936). Director José de Athayde. Anuario de

Turismo 1933-34. 1935-36. Lisboa. CNT

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Identificação: Oliveira, José Manuel Carvalho

Naturalidade e filiação: nasceu a 7 de junho de 1938, na Lourinhã.

Formação académica: licenciou-se em Filologia Germânica na

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1961.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1961 cumpre o serviço militar, primeiro no Estado-maior do

Exército e depois em Angola, onde esteve até 1963.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1963, começa a trabalhar no recém-criado ISLA. Em

outubro de 1964, a convite de José Carlos Amado, começa a

lecionar no Colégio da Cidadela, tendo depois transitado para o

Instituto de Novas Profissões, onde acumulou com as mesmas

funções docentes no Instituto Comercial de Lisboa, mais tarde

ISCAL. Foi responsável pelos cursos de turismo no INP.

Reformou-se da atividade docente no ano 2000.

Publicações: Publicou, em co-autoria com J. Cymbron, o livro “Ser guia

intérprete em Portugal”.

Prémios e condecorações:

Fontes:

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P

Identificação: Pacheco, António Faria Carneiro

Naturalidade e filiação: nasceu em Santo Tirso a 14 de novembro de

1887

Formação académica: licenciou-se em Direito pela Universidade de

Coimbra, Doutorando-se em Direito pela mesma Universidade.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Professor catedrático de Direito Civil (tinha 26 anos) da Universidade

de Coimbra (1913), mais tarde Professor da Faculdade de Direito de

Lisboa (1922) tendo sido Membro do Conselho Geral do Banco de

Portugal (1922-1934) e Vice-Reitor da Universidade de Lisboa (1931-

1936).

Profundamente católico, monárquico, fundou com amigos e colegas o

Centro Monárquico Académico D. Manuel II (1908). Em 1919, foi

acusado pelo Ministro da Instrução Pública de «actos de hostilidade à

República». Foi deputado sidonista, por Santo Tirso (1918), membro

das delegações oficiais enviadas a Genebra para negociarem o

empréstimo externo (1927-1928). Vogal, e depois Presidente da

Comissão Executiva da União Nacional (1934).

Enquanto Ministro, criou a Mocidade Portuguesa (1936); a Obra das

Mães pela Educação Nacional (1936); a Junta Nacional de Educação; o

Instituto de Alta Cultura; a Academia Portuguesa de História e o

Instituto Nacional de Educação Física.

Deputado à Assembleia Nacional (I e II Legislaturas) e Procurador à

Câmara Corporativa por designação do Conselho Corporativo.

Embaixador extraordinário e plenipotenciário junto da Santa Sé (1940-

1945) e Embaixador em Madrid (1945-1953). Morre a 21 de novembro

de 1957.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Ministro da Instrução Pública. Mudou o nome para Ministério da

Educação Nacional (1936-1940).

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de António

Faria Carneiro Pacheco. Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-

1974). Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 7 de

novembro de 2016, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/pdf/p/pacheco_antonio_faria_carneiro.pdf

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Identificação: Padrão, João Gualberto Coentro Saraiva

Naturalidade e filiação: nasceu a 21 de setembro de 1940.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em setembro de 1966 alista-se na armada, sendo promovido a

aspirante em 1967.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi o nomeado, a 7 de setembro de 1978, Secretário de Estado do

Turismo, desempenhou o cargo durante dois meses e meio,

“respondendo” perante o Ministro do Comércio e Turismo

Pedro Pires de Miranda e sendo primeiro-ministro Alfredo

Nobre da Costa. Manteve-se em funções até à posse do IV

Governo Constitucional a 22 de novembro de 1978.

Enquanto Secretário de Estado, aprova, a 16 de novembro de

1978, o Estatuto das Escolas de Hotelaria e Turismo.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Ministério da Economia (s/d). Aspetos históricos, elenco

Governativo, III Governo Constitucional. Acedido em 27 de

novembro de 2016, em:

http://www.sg.min-economia.pt/ministerio/aspetos-historicos/elenco-

governativo.aspx

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Identificação: Pais, Ana Paula Baptista

Naturalidade e filiação: nasceu a 22 de março de 1967, na Vacariça,

Mealhada. Filha de Arménio Pais e de Maria Manuela Pereira

Baptista.

Formação académica: Fez os estudos secundários nas Escolas

Secundárias da Mealhada e de Cantanhede. Em 1990, licenciou-se

em Geologia, na Universidade de Coimbra, e em 2012 fez o

Mestrado em Gestão, na Universidade de Aveiro. Possui uma Pós-

Graduação em Gestão da Informação nas Organizações pela

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, um Curso de

Desenvolvimento de Competências de Direção pela ESADE –

Escuela Superior de Administración e Dirección de Empresas de

Barcelona, Um Mini – MBA pelo Hospitality Management

Institute e fez o Seminário de Alta Direção e o FORGEP -

Programa de Formação em Gestão Pública, do Instituto Nacional da

Administração. Frequentou ainda um vasto número de ações de

formação.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entre 1987 e 1991 acumulou os estudos com o trabalho de

Assessora Hidrogeóloga na Sociedade da Água de Luso. De 1991 a

1995 foi Professora de Matemática e de Ciências da Natureza no

ensino noturno e na Escola Profissional Beira Aguieira.

Entre 1995 e 1998 foi responsável pelos programas internacionais

da Escola Profissional Beira Aguieira, de onde transitou para

Diretora Executiva do Centro de Iniciativas Empresariais Beira

Aguieira – IEBA, cargo que desempenhou até fevereiro do 2000.

Entre 1998 e 1999 foi perita avaliadora do Programa Leonardo da

Vinci, Consultora do Programa Formação PME, na Associação

Empresarial de Portugal, e membro da Direção CEFANESPO -

Centro de Estudos e Formação da Associação Nacional do Ensino

Profissional. Foi Vice-Presidente e Secretária Adjunta da

NYMPHEA - Associação Internacional de Desenvolvimento Local,

entre 1998 e 1999.Desempenhou diversos cargos, em regime de

voluntariado, em IPPS do sector da Educação Pré-Escolar e ATL,

em Associações de Pais e em Clubes Desportivos.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em abril de 2000 foi convidada pelo Diretor Geral do INFT

para sua assessora, onde esteve até março de 2001, passando, a

partir daí, a Coordenadora Pedagógica da Escola de Hotelaria e

Turismo de Coimbra. Em dezembro de 2002 assume a função

de Subdiretora da Escola, onde esteve até julho de 2004. Em

agosto de 2004 passa a assessorar o Conselho de Administração

do INFTUR, na área da Inovação & Desenvolvimento. A 1 de

junho de 2007 foi nomeada Diretora da Escola de Hotelaria e

Turismo de Coimbra, onde se encontra atualmente.

É, desde 2012, Presidente da AEHT - Associação Europeia de

Escolas de Hotelaria, tendo sido Vice-Presidente, entre 2005 e

2012.

Publicações: Colaborou em diversos estudos e publicações.

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Pais, Manuel Rosado Caldeira

Naturalidade e filiação: nasceu em Évora a 15 de dezembro de

1929. Morreu a 17 de fevereiro de 2015, sendo sepultado em Évora.

Formação académica: licenciou-se em Ciências Históricas e

Filosóficas pela Universidade de Lisboa e em Ciências Pedagógicas

pela Universidade de Coimbra.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi professor do ensino secundário. Vereador da Camara Municipal

de Almada, e seu Vice-Presidente. Foi Delegado Regional de Lisboa

da Mocidade Portuguesa e Deputado da Assembleia Nacional na XI

Legislatura. Cedo se interessou pelos assuntos do Turismo. Foi guia-

intérprete profissional com experiência de organização de programas

turísticos. Enveredou pela carreira hoteleira em 1974, como

estagiário de direção hoteleira no Hotel Embaixador. Em 1975,

dirigiu o Hotel do Guincho. Foi, ainda, diretor e administrador do

Grupo Estoril-Sol.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1986, torna-se docente da Escola Hoteleira de Lisboa e, de

1991 a 1995, torna-se vogal da Comissão Instaladora da Escola

Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Em 1995, recebe a

nomeação definitiva como professor coordenador da ESHTE.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Manuel

Rosado Caldeira Pais. Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-

1974). Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 4

de janeiro de 2017, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/pdf/p/pais_manuel_rosado_caldeira.pdf

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Identificação: Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva

Naturalidade e filiação: nasceu a 8 de dezembro de 1954, na Covilhã.

Formação académica: Licenciou-se em Direito na Universidade de

Coimbra.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Com 24 anos foi eleito para o secretariado nacional da JS, com a pasta do

Associativismo. Entre 1978/1980 e entre 1983/1986 foi Diretor de

Serviços do Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis, de onde transitou

para a Presidência da Comissão Executiva das Pousadas de Juventude.

Entre 1981 e 1983 foi Deputado à Assembleia da República pelo Círculo

Eleitoral de Lisboa e, mais tarde, pelo Círculo Eleitoral de Faro, entre

1999 e 2001. No Parlamento, foi membro das Comissões Parlamentares

de Defesa Nacional, de Educação e Ciência, de Juventude e do Trabalho.

Chefe de Gabinete e Assessor do Grupo Parlamentar do Partido

Socialista, entre 1989 e 1995 e entre 2004 e 2005.

Foi Chefe de Gabinete do Primeiro Ministro do XIII Governo

Constitucional, António Guterres, e no Governo seguinte, o XIV,

Secretário de Estado da Administração Interna.

No XVII Governo volta à Chefia do Gabinete do Primeiro Ministro, desta

vez de José Sócrates.

Foi ainda Presidente do Conselho de Administração e Administrador não

executivo da SÍTIOS, Serviços de Informação Turística, Vice-Presidente

e Presidente da Comissão Executiva da DECO, Associação Portuguesa de

Defesa do Consumidor, Assessor Principal, Chefe de Divisão e Diretor de

Serviços do Instituto do Consumidor.

Coordenou a Equipa de Projeto POSI/IC e foi Gestor dos Projetos “Rede

Telemática de Informação ao Consumidor” e “Portal dos Consumidores”,

bem como Juiz Árbitro do Centro de Arbitragem do Sector Automóvel.

Factos relevantes para

a educação e formação

em turismo:

Entre 2006 e 2011 assumiu a Presidência do Conselho Diretivo do

Turismo Portugal, I.P. e foi Vogal do Conselho de Administração da

ENATUR, Empresa Nacional de Turismo, SA.

Foi, ainda, Conselheiro dos Conselhos Gerais e de Supervisão da

TAP, Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, SA e Transportes

Aéreos Portugueses, SA.

Publicações:

Publicou os títulos: “Guia de Viajes a Portugal”, Lisboa, 2002; “Guia de

Portugal”, Lisboa, 2001; “Guia do Cidadão”, PCM, 1989 (textos e

coordenação editorial).

Prémios e

condecorações:

Possui a Condecoração da Ordem da Terra Mariana, 2.ª Classe (Estónia),

e diversos Louvores: do Ministro sem Pasta do I Governo Constitucional

encarregado das Relações com o Parlamento (1978); do Primeiro-

Ministro do XIII Governo (1999) e do Primeiro-Ministro do XVII

Governo (2006).

Fontes:

TAP (s/d). Nota Institucional, CV Luís Patrão. Acedido em 6 de

dezembro de 2016,

em:http://www.tapportugal.com/mediaRep/editors/Contentimages/INSTI

TUTIONAL/PDF/TAP/Our%20Company/Info_institucional/orgaos_soci

ais/CV_LPatrao_09.pdf

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Identificação: Pereira, Alcides Rodrigues

Naturalidade e filiação: nasceu a 1 de abril de 1939.

Formação académica: licenciou-se em Ciências Geológicas pela

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em 1969.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi Bolseiro da OCDE, estagiando em Itália sobre organização e

funcionamento da Administração Pública (1968). Geólogo da

Compagnie Française des Pétroles – Total (1969 a 1970).

Entre 1970 e 1972 foi técnico da Inspeção Geral de Minas, do ex-

Ministério do Ultramar. Em 1972, passa a chefe do Departamento de

Petróleos, da mesma Inspeção-Geral, onde se encontra pelo 25 de

abril de 1974.

Foi Adjunto e Chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Energia

e Minas e do Secretário de Estado da Energia e Indústrias de Base

(1976 a 1978).

Foi, ainda, Subdiretor-geral de Geologia e Minas (1978) e Diretor-

geral de Geologia e Minas (1980 a 1993).

Entre 1993 e 1995 foi presidente do Instituto Geológico e Mineiro e,

de 1995 a 1998, Presidente do Conselho de Administração da

Somincor - Sociedade Mineira de Neves de Corvo.

De 1998 a 2003 foi Assessor Principal no Instituto Geológico e

Mineiro e presidente do CEDINTEC - Centro para o

Desenvolvimento e Inovação Tecnológica.

Desde maio de 2003 Presidente do Conselho Diretivo do Instituto

Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial - INETI.

Presidente dos conselhos fiscais da EDM, Ferrominas e Gescartão;

Vice-presidente do Conselho Geral do Centro de Valorização de

Rochas Ornamentais - CEVALOR; Membro do World Mining

Congress; Vice-Presidente do International Copper Study Group.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1976, por curto período, dirigiu o Centro Nacional de

Formação Turística.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Para além de diversos louvores, foi agraciado em 1993 pelo

Presidente da República, com o grau de comendador da Ordem do

Mérito Agrícola, Comercial e Industrial (classe do Mérito Industrial).

Fontes:

Despacho conjunto n.º 1082/2003, 13 de dezembro. Diário da

República n.º 287/2003 - II Série— Presidência do Conselho de

Ministros e Ministério da Economia. Lisboa. 18374-18375.

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Identificação: Pereira, António João Martins Serras

Naturalidade e filiação: nasceu em Abrantes a 4 de janeiro de 1935,

filho de Augusto Serras Pereira e Evangelina Martins Margarido

Serras Pereira.

Formação académica: licenciou-se em Direito na Universidade de

Coimbra.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Diretor do Centro Nacional de Formação Turística, entre

1966 e 1975. Foi Diretor Geral de Turismo.

Foi ainda responsável pelas delegações do turismo de Portugal

no Rio de Janeiro, Londres e Milão.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Pereira, David Alvega Margarido Serras

Naturalidade e filiação: nasceu em Abrantes a 10 de maio de 1941,

filho de Augusto Serras Pereira e Evangelina Martins Margarido

Serras Pereira.

Formação académica: em 1964, vem para Lisboa para frequentar o

novo curso de turismo no então criado INP; foi do primeiro grupo de

alunos a concluir a sua formação nesta instituição. Conclui a

licenciatura em História na Universidade de Lisboa, em 1969.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1959 faz o exame para Guia-Intérprete Nacional, em Coimbra.

Em 1960 vai para Leiria para acompanhar grupos no eixo Alcobaça-

Batalha-Leiria-Fátima. Após a formação, vai para Chefe de Serviços

da Agência de Viagens Igestur. Daí transita para Diretor do Motel da

Batalha, onde acompanha a visita do Papa Paulo VI a Fátima. Volta

a Cascais para dirigir as Residências Cidadela.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1969, entra para o então CNFTH.

Do CNFTH passa para a Escola de Hotelaria e Turismo de

Lisboa, onde foi Subdiretor até se reformar, em 2005.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Pereira, Pedro Teotónio

Naturalidade e filiação: nasceu a 07 de novembro de 1902, em

Lisboa. Morre em 1972.

Formação académica: licenciou-se em Matemáticas Superiores,

pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Desde o liceu aderiu ao Integralismo Lusitano. Na Faculdade de

Ciências da Universidade de Lisboa, foi o seu dirigente máximo,

condição em que conquistou a Associação de Estudantes. Foi sempre

muito próximo de António Sardinha, por quem nutria uma grande

admiração. Participou com Marcello Caetano no Congresso

Preparatório da União Católica dos Estudantes Portugueses.

Na Suíça, estudou «cálculo actuário», utilizado nos seguros – ramo

vida (1925-1926). Participou no 18 de abril de 1925 e no 28 de maio

de 1926.

Gestor da Companhia de Seguros Fidelidade e Membro do Conselho

de Administração do Banco Nacional Ultramarino.

Subsecretário de Estado das Corporações e Previdência Social, de 11

de abril de 1933 a 03 de janeiro de 1936. Preparou, na dependência

direta de Oliveira Salazar, o grosso da estrutura institucional e

jurídica do corporativismo português.

Ministro do Comércio e Indústria, de 18 de janeiro de 1936 a 13 de

dezembro de 1937, agente especial do Governo português junto de

Franco (1938), Embaixador no Brasil de 19 de outubro de 1945 a 30

junho de 1947, transitando para Embaixador em Washington de 1947

a 1950 e daí para Embaixador em Londres, de 1953 a 1958.

Procurador à Câmara Corporativa (VI Legislatura). Ministro da

Presidência, substituindo Marcelo Caetano de 9 de setembro de 1958

a 2 de junho de 1961.

Volta a ser Embaixador em Washington de 1961 a 1963. Conselheiro

de Estado, e Deputado à Assembleia Nacional (I e II e V

Legislaturas).

Procurador à Câmara Corporativa por designação do Conselho

Corporativo.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Enquanto Ministro da Presidência inaugurou a Escola Hoteleira

de Lisboa.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Pedro

Teotónio Pereira. Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-

1974). Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 11

de julho de 2015, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/pdf/p/pereira_pedro_teotonio.pdf

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Identificação: Pereira, Rosa Alexandra de Jesus

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa a 27 de maio de 1967. Filha

de Manuel Luís Pereira e de Maria Rosa de Jesus Rocha Pereira.

Formação académica: licenciou-se em Controlo Financeiro pelo

Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa. com

formação adicional em Gestão de Turismo, Planeamento, Estratégia e

Liderança.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Em 1988 entra como Técnica Superior para os serviços financeiros do

Fundo de Turismo.

Em 2000 integra a estrutura de apoio da unidade de gestão do

subprograma turismo e património cultural do IFT

Em 2001 foi nomeada Diretora Adjunta do departamento administrativo e

financeiro do IFT. Entre 2006 e a extinção dirigiu no Instituto de Turismo

de Portugal o Departamento de Planeamento e Controlo de Gestão, com

responsabilidade sobre o controlo da carteira de participações e gestão

global do orçamento.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em setembro de 2007 integra a Direção de Formação como assessora

e em setembro de 2008 passa a dirigir a Escola de Hotelaria e

Turismo do Estoril. Em 2013 integra a equipa multidisciplinar de

redefinição do modelo de gestão da rede escolar do Turismo de

Portugal, I.P.

É atualmente Diretora coordenadora da Direção de Formação do

Turismo de Portugal, I.P.

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

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Identificação: Pimentel, António de Serpa

Naturalidade e filiação: nasceu em Coimbra, a 20 de novembro de

1825, filho de Manuel Serpa Machado e de Ana Rita Freire Pimentel.

Casou em Lisboa, a 16 de junho de 1862, com Anne Zoe Bernex

Philipon, de nacionalidade francesa, de quem teve dois filhos e duas

filhas. Morreu em Lisboa, 2 de março de 1900.

Formação académica: ingressou na Universidade de Coimbra, onde se

doutorou em Matemática, no ano de 1846.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Em 1842, assentou praça como aspirante de infantaria pretendendo

seguir a carreira militar. Teve colaboração em várias publicações

periódicas, nomeadamente na Ilustração Luso-Brasileira (1856-1859) e

na Revista Universal Lisbonense (1841-1859).

Iniciou-se na vida política sendo eleito deputado em 1856 por Oliveira

de Azeméis. Em 31 de Janeiro de 1876 foi nomeado Conselheiro de

Estado efetivo. A 12 de Agosto de 1886, era presidente do Tribunal de

Contas. Em 16 de Março de 1859 foi nomeado Ministro das Obras

Públicas, num ministério organizado pelo Duque da Terceira, cargo que

ocupou até 1 de julho de 1860, e, interinamente, a pasta de Ministro da

Guerra, de 24 de abril de 1859 a 1 de maio de 1862.

A 11 de Outubro de 1872 é chamado a ocupar a pasta de Ministro da

Fazenda. Foi encarregado de ir a Paris pedir a mão da princesa D.

Amélia de Orleães para o então príncipe D. Carlos. De 11 de Novembro

de 1881 a 24 de outubro de 1883, foi Ministro dos Negócios

Estrangeiros. Em julho de 1887, tendo falecido Fontes Pereira de Melo,

foi escolhido para chefe do Partido Regenerador.

Na sequência do ultimato britânico de 1890, que levou à queda do

ministério progressista de José Luciano de Castro, foi encarregado de

formar novo Governo, a que presidiu, desde 13 de janeiro a 15 de

setembro de 1890.

Factos relevantes

para a educação e

formação em turismo:

Presidiu ao Governo

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Fundação Mário Soares (s/d). Arquivo e bibliotecas, biografias, António

de Serpa Pimentel (1825-1900). Acedido em 17 de junho de 2016, em:

http://www.fmsoares.pt/aeb/crono/biografias?registo=Serpa%20Pimentel

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Identificação: Pinho, Manuel António Gomes de Almeida de

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, a 28 de outubro de

1954.

Formação académica: licenciou-se em Economia, pelo Instituto

Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade

Técnica de Lisboa, em 1976, e doutorou-se na Universidade de

Paris-X, em 1983.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi professor na Universidade Católica Portuguesa e no Instituto

Superior de Economia e Gestão, esteve no Fundo Monetário

Internacional, de 1984 a 1987, e foi Diretor-geral do Tesouro e

presidente da Junta do Crédito Público, de 1990 a 1993.

Em 1994, ingressou no Conselho de Administração do Grupo Banco

Espírito Santo, onde foi responsável pela área de mercado de

capitais, até 2004, ocupando também lugares de administração em

várias empresas participadas.

Em 2004, foi visiting schoolar na Stern School, pertencente à

Universidade de Nova Iorque.

Em 2005 abraça a política como independente, sendo cabeça-de-lista

do Partido Socialista pelo Círculo de Aveiro, e eleito deputado à

Assembleia da República.

Foi o inspirador do Plano Tecnológico, e responsável pela condução

da política de energia que levou Portugal a ser um dos líderes nas

energias limpas e um dos pioneiros na mobilidade elétrica. Em 2007

presidiu ao Conselho Europeu de Competitividade e da Energia, no

âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

Pede a demissão de Ministro em 2009 e volta à vida académica na

Universidade de Columbia, desde 2010, professor visitante na

Universidade de Georgetown e professor da Faculdade de Estudos

Internacionais de Pequim.

Em 2012, foi Senior Fellow do Jackson Institute for International

Affairs da Universidade de Yale e ensinou no Yale College, Yale

School of Management.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi nomeado Ministro da Economia e Inovação do XVII

Governo Constitucional, cargo que exerceu entre 2005 e 2009.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Possui diversas condecorações: Grã-Cruz da Ordem de Isabel a

Católica de Espanha, a Grã-Cruz com Estrela da Ordem do Mérito da

Alemanha, Grã-Cruz da Ordem do Mérito Real da Noruega, A

Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul do Brasil e a Ordem do Mérito

Comercial e Industrial – Classe Industrial de França.

Fontes:

Columbia University (s/d). Center of Global Energy Center, Manuel

Pinho. Acedido em 20 de outubro de 2016, em:

http://energypolicy.columbia.edu/manuel-pinho

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Identificação: Pinto, Alexandre Vaz

Naturalidade e filiação: nasceu em Espinho, no dia 10 de maio de 1939.

Formação académica: fez o ensino básico na Escola Primária do

Pioledo, em Vila Real, e na mesma cidade o Liceu Camilo Castelo

Branco, tendo frequentado o liceu D. Manuel II, no Porto, e terminando

no Liceu Gil Vicente, em Lisboa. Formou-se em Económicas no ISEG

(1956/61).

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Técnico no INII, Técnico do Secretariado Técnico da Presidência do

Conselho Diretor do Gabinete de Estudos e Planeamento da BP, Diretor

do Banco Nacional Ultramarino. Na Presidência do Conselho de Marcello

Caetano, foi Secretário de Estado do Comércio, até março de 1974,

integrando o que na época foi classificado de “grupo de jovens

tecnocratas”.

Foi Presidente do Instituto do Investimento Estrangeiro, Vice-Governador

do Banco de Portugal, Presidente do BES (1986-1996), Vice-Presidente

da CGD (1996-2000), Administrador não-executivo da Solvay Portugal

(1988-2008) e membro do Conselho de Administração da Impresa (não

executivo).

Presidiu à Federação Portuguesa de Ténis, ao CIF-Clube Internacional de

Futebol, e ao Lisbon Sport Club.

Factos relevantes para

a educação e formação

em turismo:

Depois do 25 de abril, no VII Governo Constitucional foi Ministro do

Comércio e Turismo.

Publicações: É autor das publicações: O investimento na indústria metalomecânica e

Portugal e os anos 90: II Seminário 1989.

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Universidade Nova de Lisboa (s/d) Faculdade de Ciências Sociais e

Humanas, Eurohspot, Pinto, Alexandra Vaz. Acedido em 7 de março de

2017, em:

http://eurohspot.fcsh.unl.pt/site/index2.php?option=com_content&do_pdf

=1&id=309

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Identificação: Pinto, Clotário Luís Supico Ribeiro

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa a 28 de junho de 1909,

filho de Liberato Damião Ribeiro Pinto, militar e político da Primeira

República, e de Maria Augusta Supico. Casou a 4 de abril de 1945

com Cecília Supico Pinto, a fundadora e presidente do Movimento

Nacional Feminino, de quem não teve descendência. Morre em

Lisboa em 1986.

Formação académica: licenciou-se em Direito, na Universidade de

Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi secretário do Ministro do Interior, Linhares Lima, entre 1934 e

1936. Entre 1936-1940 foi deputado à Assembleia Nacional, tendo

em 1939 procedido aos estudos preparatórios da constituição das

corporações, criadas no ano anterior. A 28 de agosto de 1940 foi

nomeado Subsecretário de Estado das Finanças. A 6 de Setembro de

1944 assume a chefia do Ministério da Economia, cargo que exerceu

até à remodelação ministerial de 4 de fevereiro de 1947.

Manteve-se muito próximo de Salazar, sendo consultado por ele na

escolha dos ministros.

Membro vitalício da do Conselho de Estado e vogal da Comissão

Central da União Nacional.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Na VII legislatura é eleito Presidente da Câmara Corporativa,

lugar onde se mantêm até 1969.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Foi agraciado como Oficial da Ordem de Benemerência (1936),

Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo (1942) e com Grã-Cruz

da Ordem Militar de Cristo (1947).

Fontes:

Rosas, F. (1990). Clotário Luís Supico Pinto. In Pereira, J. C.

(coord.). Dicionário Enciclopédico da História de Portugal (Vol. II).

Lisboa: Publicações Alfa, p.261.

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Clotario

Luís Supico Pinto. Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-

1974). Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 4

de janeiro de 2017, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/pdf/p/pinto_clotario_luis_supico_ribeiro.pdf

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Identificação: Preto da Silva, Heloísa Maria Rodrigues dos Santos

Naturalidade e filiação: nasceu a 11 de agosto de 1945. Filha de

Fernando Tomás Martins dos Santos e de Elzira de Sousa Aguiar

Rodrigues dos Santos.

Formação académica: Curso Superior de Línguas e Turismo em 1971,

Bacharel em Línguas e Turismo por integração curricular em 1995.

Licenciada em Economia pela Universidade Católica Portuguesa em

1982. Pós-graduada em Estudos Europeus – Dominante Económica, na

Universidade Católica Portuguesa em 1986 (6º Curso de Estudos

Europeus). Mestre em Economia pela Faculdade de Economia da

Universidade Nova de Lisboa em 1992.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

De 1964 a 1971 foi Guia Intérprete Nacional na Empresa Claras

Transportes, SARL.

Entre 1981 e 2002 foi Professora de Economia, Matemática, e Economia

Matemática na Cooperativa de Técnicas Avançadas de Gestão e

Informática, COCITE e ainda na Universidade Católica Portuguesa e na

Universidade Lusófona. Foi professora de disciplinas da sua especialidade

nas Licenciaturas em Turismo e Marketing no Instituto Superior de

Línguas e Administração, ISLA.

Quando é extinto o INFTUR e criado o Turismo de Portugal, I.P., transita

para a Direção de Formação e posteriormente para a Inspeção de Jogos.

Foi membro da Equipa Diretiva do Centro Social Paroquial de S. João de

Deus, I.P.S.S., em regime de voluntariado, e Membro da Mesa da

Assembleia de Freguesia do Alto do Pina.

Deu formação no Grupo de Preparação de Jovens Adultos para os

Sacramentos da Iniciação Cristã, e foi Responsável do Grupo de

Formação Cristã – “Cenáculo” na Paróquia de S. João de Deus, Lisboa.

Membro Efetivo do Colégio da Especialidade de Economia e Gestão

Empresarial da Ordem dos Economistas

Membro Associado do Centro de Estudos de Bioética – Universidade

Católica Portuguesa.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em abril de 1971 entra para o quadro do Centro Nacional de Formação

Turística e Hoteleira, CNFTH, como Técnica Superior. Transita para o

Instituto Nacional de Formação Turística, INFT, posteriormente

designado Instituto de Formação Turística, INFTUR. Interrompe a

carreira pública entre 1986 e 2003 para se dedicar em exclusividade ao

ensino superior universitário nos sectores cooperativo e privado. Retoma

a carreira pública em 2003 na área da Formação em Turismo e aposenta-

se em 2008.

Publicações: Diversos artigos publicados em revistas científicas (Revista Economia da

UCP e Revista Portuguesa de Bioética), e outros escritos dispersos.

Prémios e

condecorações:

Fontes:

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Q

R

Identificação: Ramos, Fernanda de Sousa Gonçalves Carvalho

Naturalidade e filiação: nasceu em Angola, em 1951.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Após o 25 de abril de 1974, regressa a Portugal, tornando-se

empresária em Évora e abraçando a carreira politica.

Desempenhou vários cargos no Partido Socialista, ao nível regional e

nacional. Foi vereadora na Câmara Municipal de Reguengos de

Monsaraz e, mais tarde, na Camara Municipal de Évora.

Entre 2005 e 2011 desempenha o cargo de Governadora Civil do

Distrito de Évora, sendo a ultima Governadora Civil deste Distrito,

tendo o cargo sido extinto.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Por proposta sua, em 1989, o CEDRA-Centro de Estudos e

Desenvolvimento da Região Alentejo avançou para a criação de

uma Escola Profissional. A 20 de agosto de 1990, era assinado entre

o CEDRA e o GETAP o Contrato-Programa que criava a Escola.

Em 1993, por força das alterações legais, o modelo e o

enquadramento do funcionamento do Ensino Profissional sofria

nova modificação, tornando-se a EPRAL-Escola Profissional da

Região Alentejo uma entidade com personalidade jurídica, sendo

nomeada sua Diretora.

Foi Presidente da ANESPO-Associação Nacional de Escolas

Profissionais.

Em 1998, nova alteração legislativa levou a que os órgãos

dirigentes da EPRAL iniciassem um processo de reflexão sobre

qual a forma mais adequada para a prossecução dos fins da

instituição. A 7 de maio de 1999, é criada a Fundação Alentejo, que

herda o património da EPRAL que, de acordo com os seus

estatutos, tem como objeto o desenvolvimento e a qualificação

profissional dos recursos humanos do Alentejo. Fernanda Ramos

torna-se Presidente.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes: Fundação Alentejo (s/d). Instituição. Acedido em 10 de janeiro de

2017, em: http://www.fundacao-alentejo.pt/instituicao.php#

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Identificação: Ramos, Gustavo Cordeiro

Naturalidade e filiação: nasceu na freguesia da Sé e São Pedro, em

Évora, a 8 de março de 1888, filho de Augusto José Ramos e de Ana

Rosa Cordeiro Vinagre. Faleceu em Lisboa a 13 de novembro de 1974,

com 86 anos de idade, solteiro.

Formação académica: licenciou-se em Filologia Germânica pela

Universidade de Lisboa e estagiou na Universidade de Leipzig.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Foi professor efetivo do Liceu de Évora e professor catedrático da

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1913). Entre 1935 e

1949 foi procurador à Câmara Corporativa e entre 1942 e 1964

presidente do Instituto para a Alta Cultura, depois Instituto de Alta

Cultura.

Como Ministro da Instrução Pública promoveu, a criação da Junta de

Educação Nacional (1929), organismo que introduziu em Portugal o

apoio estatal direto à investigação científica, reorganizou os cursos

liceais (1930), procurando restabelecer o equilíbrio entre o ensino das

ciências e o das humanidades, reformou o ensino primário, criou as

Escolas do Magistério Primário (em substituição das antigas Escolas

Normais Primárias) e os Postos de Ensino nas regiões rurais, impôs

conteúdos políticos nacionalistas nos livros de leitura das escolas e

promulgou novas e severas medidas de carácter disciplinar contra

professores e alunos. Criou uma comissão para a promoção do

escutismo, destinada a fazer alinhar o movimento escutista com a

política nacionalista do regime. Foi afastado do governo por Salazar, em

julho de 1933, com alguma polémica. Foi germanófilo em Portugal no

período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Ministro da Instrução Pública em quatro governos: (1) de 10 de

novembro de 1928 a 8 de julho de 1929; (2) de 21 de janeiro de 1930

a 5 de julho de 1932; (3) de 5 de julho de 1932 a 11 de abril de 1933;

(4) de 11 de abril de 1933 a 24 de julho de 1933. Entre 1928 e 1933,

só não foi Ministro da Instrução no governo de Artur Ivens Ferraz

(8 de julho de 1929 a 21 de janeiro de 1930).

Publicações:

Publicou, numa coletânea da União Nacional, Os Fundamentos Éticos

da Escola no Estado Novo. E a sua obra mais importante, O Fausto de

Goethe no seu duplo significado filosófico e literário, que seria anos

depois alvo de acusação de plágio.

Prémios e

condecorações:

Foi-lhe concedido o grau de doutor honoris causa pela Universidade de

Heidelberg, o de senador honorário da Universidade de Colónia, e o de

sócio honorário da Academia Alemã de Munique. Recebeu ainda a Grã-

Cruz da Ordem da Águia Alemã, a Medalha de Goethe de Mérito

Científico e Artístico, a Medalha de Ouro de Leibniz da Academia das

Ciências da Prússia e a Placa de Honra da Cruz Vermelha Alemã. Em

sua memória foi instituído em 1979 o Prémio Doutor Gustavo Cordeiro

Ramos, atribuído anualmente pela Academia Nacional de Belas-Artes.

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Gustavo

Cordeiro Ramos. Os Deputados à Assembleia Nacional (1935-1974).

Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em 4 de janeiro

de 2017, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/OsProcuradoresdaCamaraC

orporativa%5Chtml/pdf/r/ramos_gustavo_cordeiro.pdf

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Identificação: Regueira, Alberto H. Nascimento

Naturalidade e filiação:

Formação académica: licenciou-se em Economia, pela

Universidade de Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi nos VII e VIII Governos Constitucionais Secretário de Estado do

Planeamento. Docente no Instituto Superior de Ciências Económicas

e Financeiras, Instituto de Estudos Sociais e Instituto Superior de

Economia. Foi presidente da COSEC. É membro do Conselho

Económico e Social (em representação da DECO).

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Integrou o Governo de Sá Carneiro em 1980 como Secretário de

Estado do Turismo do VI Governo Constitucional, tendo como

ministro da tutela, Basílio Horta.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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Identificação: Relvas, Alexandre Carlos de Mello Vieira Costa

Naturalidade e filiação: nasceu em Luanda, a 19 de agosto de 1956.

Formação académica: licenciou-se em Administração e Gestão de

Empresas na Universidade Católica Portuguesa, onde desenvolveu

atividade académica até 1991.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Ainda como estudante foi Monitor de Estatística, tendo mais tarde

sido Assistente de Introdução à Gestão e Gestão Financeira e

Encarregado de Curso de Instituições e Mercados Financeiros.

Foi um dos fundadores e Administrador, de 1986 a 1990, da

Interfinança – Sociedade Gestora de Patrimónios, que veio a ser

integrada no Grupo BCP. Foi também, ao longo daquele período,

Administrador da Interfundos - Sociedade Gestora de Fundos de

Investimento Mobiliário do Grupo BCP.

De 1990 a 1991 foi acionista fundador e Administrador da Fonsecas

& Burnay, Sociedade Gestora de Patrimónios, hoje integrada no

Grupo BPI. Foi Administrador não-executivo da Litho-Formas

Portuguesa, de 1986 a 1988.

Desde 1996 é CEO e acionista da Logoplaste e é também acionista e

Administrador da Norfin-Sociedade Gestora de Fundos de

Investimento Imobiliário e da Casa Agrícola Alexandre Relvas

Foi Presidente da Associação dos Antigos Alunos da UCP em 1990 e

1991. Foi um dos fundadores do Compromisso Portugal e membro

da Comissão Politica Nacional do PSD entre 1998 e 1999, com o

Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Foi ainda Diretor da Campanha à

Presidência da República do Prof. Cavaco Silva em 2006.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

De 1991 a 1995, foi Secretário de Estado do Turismo do XII

Governo Constitucional, de Cavaco Silva, trabalhando com o

Primeiro-Ministro e com o Ministro Faria de Oliveira no XII

Governo (1991/95).

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

APECATE - Associação Portuguesa das Empresas de Congressos,

Animação Turística e Eventos (s/d). 4º Congresso. Oradores,

Alexandre Relvas. Acedido em 20 de março de 2016, em:

https://www.congresso-apecate.com/oradores-painel1

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127

Identificação: Reuland, Ruud

Naturalidade e filiação: nasceu em 1949, na Holanda.

Formação académica: licenciou-se em Hotel Management pela

Hotelschool The Hague e é mestre em Direito Empresarial pela

Erasmus Universiteit Rotterdam.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Trabalhou em vários hotéis na Holanda e na Irlanda. Em 1977,

assume o cargo de Diretor de Recursos Humanos num hospital em

Haarlem, Holanda, antes de ingressar na Hotelschool The Hague em

1978 como professor a tempo parcial. Na escola ocupou diversos

cargos, tais como o de Diretor de investigação e Diretor da

consultoria e formação, antes de ascender a Diretor, em 1997.

Foi responsável pelo desenvolvimento de negócios e currículos da

escola, bem como pela gestão dos professores, tendo ocupado vários

cargos, nomeadamente na Associação Holandesa de Escolas de

Hotelaria.

É membro, desde 2007, da administração da Emirates Academy of

Hospitality Management (EAHM) e, desde 2009, da Lausanne

Hospitality Consulting.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em abril de 2002 assumiu o cargo de Director-geral da EHL em

Chalet-à-Gobet (Lausanne), responsável pela gestão da escola e

do pessoal junto da Administração. Consolidou a posição de

liderança da EHL como uma escola de negócios para a indústria

da hospitalidade, oferecendo serviços de educação e consultoria

de alta qualidade, tendo desenvolvido parcerias internacionais,

no âmbito das quais estabeleceu um protocolo de colaboração

com INFTUR e mais tarde com o Turismo de Portugal, I.P. para

a renovação da componente pedagógica dos cursos ministrados

nas Escolas de Hotelaria e Turismo, bem com a certificação das

suas escolas por aquela instituição. Em 2010 deixa a Direção da

Escola de Lausanne.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

The Ecole Hôtelière de Lausanne (2001). EHL has appointed Ruud

Reuland as General Manager. Acedido em 24 de janeiro de 2017,

em: http://www.hospitalitynet.org/news/4010523.html

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128

Identificação: Ribeiro, João Luís Mexia de Lemos Strecht

Naturalidade e filiação: nasceu a18 de fevereiro de 1932, filho de

Aureliano Strecht Ribeiro e de Maria Lusitana de Magalhães Mexia

Mascarenhas de Lemos (Ribeiro). Morre em 2007.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Lecionou no Instituto Superior Ciências Educativas, onde coordenou

os cursos da área do turismo.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Diretor-Geral de Turismo.

Publicações:

Prémios e condecorações: Medalha de Prata da APAVAT entregue no XIV - Congresso

Nacional da APAVT em 1988 em Ofir.

Fontes:

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129

Identificação: Rodrigues, António Augusto Gonçalves

Naturalidade e filiação: nasceu em Bragança, em 22 de janeiro de 1906.

Faleceu em 28 julho de 1999, em Lisboa, ficando sepultado em S.

Martinho do Porto.

Formação académica: em 1929, licenciou-se em Filologia Germânica,

pela Universidade de Coimbra. Doutorou-se em Lisboa, em 1951.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Entre 1930 e 1933, foi bolseiro nas Universidades de Bona e Londres,

depois convidado para docente na Faculdade de Letras de Coimbra

(1933), leitor de português em Oxford (1934-1937 e 1940-1941), e em

Londres (1938-1940 e 1943-1945). Em Londres, organizou os serviços

da BBC para Portugal durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido o

seu primeiro locutor.

Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,

onde ensinou com especial gosto pela Literatura Inglesa Medieval e

Moderna, exercendo os cargos de Diretor (1952-1956) e de Vice-reitor

(1956-1962), sendo jubilado em 1976.

Aderiu jovem à Causa Monárquica, foi Comissário Nacional da

Mocidade Portuguesa (1951-1956). Deputado e Vice-presidente da

Assembleia Nacional (1961-1965).

Factos relevantes para

a educação e formação

em turismo:

Fundou, em 1962, o Instituto Superior de Línguas e Administração

em Lisboa (ISLA), onde permaneceu como professor, diretor e

administrador, até 1998. O ISLA estendeu se posteriormente a

Santarém, Vila Nova de Gaia, Bragança e Leiria.

Publicações: Autor de um grande número de artigos em periódicos e obras de

consulta, traduziu ensaios e ficção narrativa inglesa.

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Barroso, da F.(coord.). Dicionário dos mais Ilustres Trasmontanos e Alto

Durienses (Vol. II). Guimarães: Editora Cidade Berço. Acedido em 6 de

junho de 2015, em:

http://www.dodouropress.pt/index.asp?idedicao=66&idseccao=570&id=

5017&action=noticia

Castilho, J.M. (2009). Biografia e Carreira Parlamentar de Rodrigues,

António Augusto Goncalves. In Os deputados à Assembleia Nacional

(1935-1974). Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido em

6 de junho de 2015, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/pdf/r/rodrigues_antonio_augusto_goncalves.pdf

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130

Identificação: Rodrigues, Bruno Mota

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, a 7 de março de 1972,

Filho de Valdemar Figueiredo Fernandes Rodrigues e de Maria

Emília Cordeiro Mota.

Formação académica: fez o ensino básico na Academia Santa

Cecília, em Lisboa, e o ensino secundário no Liceu D. Filipa de

Lencastre, também em Lisboa.

Licencia-se, em junho de 1996, em Relações Internacionais, na

Universidade Lusíada em Lisboa.

Entre julho de 1996 e setembro de 1997, faz formação de técnico de

formação na Fundação Oliveira Martins. Continua os seus estudos

tendo realizado o programa de Qualified Learning Facilitator na

École Hôtelière de Lausanne, e, em 2010, termina uma Pós-

graduação em Relações Internacionais na Universidade Lusíada em

Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em setembro de 1997 ingressa no então INFT como técnico

superior de Formação Contínua, na Escola de Hotelaria e

Turismo de Lisboa.

Acompanha a instalação do Núcleo Escolar de Santarém da

Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, na Casa do Campino, e

a sua implementação como projeto educativo de âmbito regional,

e em março de 2000 é formalmente convidado para dirigir o

então criado Núcleo Escolar.

Em agosto de 2002 vai para a Escola de Hotelaria e Turismo do

Estoril, como responsável pela execução da formação contínua

daquela escola.

Em fevereiro de 2005 regressa aos serviços centrais do então

INFTUR, sendo integrado na área do desenvolvimento

curricular no Departamento de Formação e Certificação, onde se

mantêm até à fusão do organismo e criação do Turismo de

Portugal, I.P. onde ainda se encontra na sua Direção de

Formação.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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131

Identificação: Rodrigues, Hélder José da Conceição Amaro

Naturalidade e filiação: nasceu em Faro a 11 de outubro de 1943.

Filho de José Amaro Rodrigues e de Virgínia da Conceição.

Formação académica: fez o curso liceal no Liceu Nacional de Faro

e o curso de receção na Escola Hoteleira de Lisboa no ano letivo de

1963/64 e, posteriormente, o curso de aperfeiçoamento de Chefe de

Receção e o curso de aperfeiçoamento em Direção Hoteleira.

Frequentou, em 1973, o curso de Administração Hoteleira, da School

of Hotel Administration, Cornell University, em Ithaca, Nova Iorque,

como bolseiro da OCDE. Possui ainda cursos de Psicopedagogia, de

Marketing Turístico, Relações Públicas, Economia e Administração

de Empresas Turísticas. Possui carteira profissional de Diretor de

Hotel.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Exerceu no Hotel Vasco da Gama, em Monte Gordo, em 1964,

Agência de Viagens e Turismo Hotelcar, em Lisboa, em 1968, e

Hotel da Balaia, em Albufeira, em 1969/70.

Reforma-se da Administração Publica como Assessor Principal, em

junho de 2001.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1970, entra como Técnico Superior para o Centro Nacional

de Formação Turística e Hoteleira, sendo nomeado Chefe de

Brigada dos cursos itinerantes de hotelaria. É o responsável

pelos primeiros cursos realizados na Madeira e nos Açores, em

1971. Em 1973, é nomeado diretor da então secção do Estoril da

Escola de Lisboa, cargo que mantêm até 1980. Ainda em 1979,

acumulando com o Estoril, é nomeado Diretor da Escola de

Hotelaria e Turismo de Lisboa, passando, em 1999, a acumular

com a Direção da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, e

dos núcleos do Portimão, Setúbal e Santarém.

Membro da EUHOFA, da AMFORT, e da ADHP, foi Vice-

presidente da AEHT de 1997 a 1999, sendo posteriormente seu

membro Honorário.

Cessa, a seu pedido, as funções de diretor da Escola de Hotelaria

e Turismo de Lisboa, em 31 de agosto de 2000, e as funções de

diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, com efeitos

a partir de 1 de janeiro de 2001.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Recebeu a Medalha de Mérito Turístico em 2000, e a medalha de

Mérito Municipal da Câmara Municipal de Faro, em 2001, pelos

relevantes serviços prestados ao turismo.

Fontes:

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132

Identificação: Rodrigues, José Venâncio Pereira Paulo

Naturalidade e filiação: nasceu a 28 de outubro de 1919, nas Caldas

da Rainha, filho de Joaquim Paulo Rodrigues e de Maria José Coelho

Pereira Paulo Rodrigues.

Formação académica: frequentou o Liceu nas Caldas da Rainha e

licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Após a licenciatura foi nomeado assistente da Junta Central das

Casas do Povo no INTP (1945) e exerceu o cargo de diretor de

serviços da Intendência-Geral dos Abastecimentos (1949). Foi vogal

da Junta Central da Legião Portuguesa, membro da Mocidade

Portuguesa e participou, mais tarde, na liga dos Antigos Graduados.

Ingressou na Ação Católica e nas Conferencias de S. Vicente de

Paulo, ficando sempre ligado à obra. Foi Presidente Geral da

Juventude Universitária Católica e Vice-presidente da direção

nacional da Juventude Católica.

Foi deputado à Assembleia Nacional da VI à IX Legislaturas, entre

1953 e 1969, tendo sido eleito pelo distrito de Leiria.

Com a exoneração do Presidente do Conselho, abandona o Governo

e sai de deputado no final da IX legislatura. Marcelo Caetano

designa-o Vice-governador do Crédito Predial Português, cargo que

ocupou até ao 25 de abril de 1974. Após a Revolução, trabalhou na

gerência da Sociedade Campo Pequeno. Anos mais tarde, requereu o

regresso ao lugar de Assessor do quadro permanente na Direção-

Geral de Turismo, tendo atingido o limite da carreira como Assessor

Principal.

Colaborou na Gazeta das Caldas e no Jornal das Caldas.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1962, foi convidado por Salazar para desempenhar o cargo

de Subsecretário de Estado da Presidência do Conselho

(4/12/1962 a 27/9/1969), onde se destacou pela sua atividade nas

matérias do Turismo.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Grande Oficial da Ordem de Cristo, Grande Oficial da Ordem de

Mérito (República Federal da Alemanha), Cavaleiro da Ordem

Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, Grã-cruz da ordem

Pontifícia de S. Silvestre, Grã-cruz da Ordem do Mérito Civil

(Espanha), Grã-cruz da Ordem do Rio Branco (Brasil), possuindo

também três louvores públicos.

Fontes:

Cruz, M., Pinto, A. (2005). Dicionário Biográfico Parlamentar

1935-1974 (Vol. II M-Z). Lisboa: Assembleia da Republica. p.487-

489.

Castilho, J. M. (2009). Biografia e Carreira Parlamentar de

Rodrigues, José_Venâncio_Pereira_Paulo. In Os deputados à

Assembleia Nacional (1935-1974). Lisboa: Assembleia da República

Portuguesa. Acedido em 14 de julho de 2015, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/pdf/r/rodrigues_jose_venancio_pereira_paulo.pdf

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133

Identificação: Roldan y Pego, Manuel

Naturalidade e filiação: nasceu em Faro, em 1814 (?). Irmão da

benemérita algarvia senhora Maria del Carmen Roldan Ramalho

Ortigão. Morre em 1933.

Formação académica: formou-se em Engenharia de Minas na

Academia de Freiberg.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi Chefe da 2ª Repartição de Minas do Ministério do Fomento, e,

desde 1918, Diretor-Geral das Minas e Serviços Geológicos, função

que desempenhou até à sua reforma. Participou nos Congressos

Internacionais de Estradas, nomeadamente no segundo, em Bruxelas

(1910), e no terceiro, em Londres (1913), tendo exposto ao

Ministério do Fomento, nesse período, enquanto representante do

Conselho de Turismo, as suas preocupações relativamente ao estado

das estradas portuguesas e o seu papel no desenvolvimento da

economia.

Assinou, em representação de Portugal, a Convenção sobre a

implementação da condução pela direita na Europa e a Convenção

internacional relativa à circulação de automóveis.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi membro de vários Conselhos Superiores, como o de Turismo,

o de Caminho-de-ferro, o da Indústria e Eletricidade, e o de

Estradas.

Foi Diretor da Sociedade Propaganda de Portugal.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Teresa Salomé Mota, "The Engineers and the State: the case of the

Portuguese Geological Survey in the twentieth-century, or how

engineers were converted into bureaucrats" (comunicação

apresentada em Jogos de Identidade: os engenheiros, a formação e a

ação, Évora, 8 a 11 de outubro de 2003), pp. 9-10.

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134

Identificação: Roquette, Álvaro Luís de Roure

Naturalidade e filiação: nasceu a 29 de janeiro de 1922, filho de

Luís José de Seabra Ferreira Roquette, 3º Visconde de Fonte Boa, e

de Maria O' Neill van Zeller de Roure.

Formação académica: licenciou-se em Engenharia.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Chefe da Repartição de Turismo e Dirigiu a Direção de

Serviços de Turismo. Desde março de 1965, foi Comissário

Nacional do Comissariado do Turismo e Diretor-Geral da

Direcção-Geral do Turismo.

Foi sócio Honorário do Skal Club de Lisboa.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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135

Identificação: Ruas, Henrique José Barrilaro Fernandes

Naturalidade e filiação: nasceu na Figueira da Foz, a 2 de março de

1921, filho de Henrique Fernandes Ruas, engenheiro, natural de

Soure, e de Clara Adelaide Echaves Barrilaro, natural de Abrantes.

Morreu na Parede, a 14 de julho de 2003.

Formação académica: licenciou-se em Ciências Histórico-

Filosóficas na Universidade de Coimbra. Frequentou, como bolseiro

da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto de Alta Cultura, o

Institut Catholique de Paris e a École Nationale des Chartes.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Presidente do CADC Centro Académico de Democracia Cristã em

Coimbra (1942 - 1943).

Lecionou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1953 -

1957), no Instituto Comercial de Lisboa (1962 - 1976), no Centro de

Estudos Sociais e Corporativos (1957 - 1962), na Universidade Livre

de Lisboa e no Instituto de Novas Profissões.

Participa na criação do Centro Nacional de Cultura, do qual foi

diretor.

Fundador da Convergência Monárquica em 30 de abril de 1969.

Candidato pela Comissão Eleitoral Monárquica, em 1969, após o que

participou na fundação do Partido Popular Monárquico, em 23 de

maio de 1974, que representa como Deputado na Assembleia da

República (1979 - 1983), eleito no quadro da Aliança Democrática.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Fundador e docente do Instituto de Novas Profissões.

Publicações:

Teve colaboração regular nos títulos da imprensa periódica,

nomeadamente Cidade Nova, de que foi um dos fundadores, Biblos,

Brotéria, Revista Portuguesa de História, Revista Gil Vicente e

Estudos Corporativos. Foi diretor literário da Editora Aster, entre as

décadas de 1960 e 1980.Autor entre outros de A Moeda, o Homem e

Deus, 1957; Ideologia: Ensaio de Análise Histórica e Crítica,

Lisboa, 1960; A Liberdade e o Rei, Lisboa, Biblioteca do

Pensamento Político, 1971.

Prémios e condecorações: Foi agraciado com a Ordem da Liberdade (Grande-Oficial) a título

póstumo no 25 de Abril de 2004.

Fontes:

Politipedia (s/d). Henrique Barrilaro Ruas (1921-2013). Acedido em

5 de fevereiro de 2017, em: http://www.politipedia.pt/henrique-

barrilaro-ruas-n-1921-2/

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136

S

Identificação: Sá, António Manuel de Sousa

Naturalidade e filiação: nasceu no Porto, a 30 de julho de 1958, filho

de Alberto Fontes de Sá e de Adélia da Conceição de Sousa de Sá.

Reside em V.N. Gaia, é viúvo e tem dois filhos.

Formação académica: fez o ensino secundário no Liceu Alexandre

Herculano, no Porto e o ano propedêutico e exame final no Liceu

António Nobre, na mesma cidade.

Após o secundário ingressa no curso de gestão hoteleira da Escola de

Hotelaria e Turismo do Porto que termina em 1980. Efetua estágios

profissionais nos Hotéis Algarve, Ritz e Estoril Sol.

Em 1993/4 fez o Bacharelato em Gestão Hoteleira da Escola Superior

de Hotelaria e Turismo do Estoril, Licenciando-se em Turismo -

Ciências Empresariais, no ISAI (atual ISAG) no ano 2005/6.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em outubro de 1981 entra para Assistente de Direção do Hotel Ritz

Intercontinental de Lisboa (área de alimentos e bebidas), onde esteve

até novembro de 1982.

Entre 1988 e setembro de 1994 foi Consultor Nacional do Ministério da

Educação, do então criado GETAP, para a área hoteleira, com a

responsabilidade da criação e montagem dos cursos técnico-

profissionais de hotelaria nas Escolas Profissionais então criadas.

De setembro de 1994 a outubro de 1997 foi Diretor de operações da

Catermar para a África Ocidental com mais de 60 centros de operação

em diferentes países.

Em novembro de 1997 torna-se empresário na área da restauração,

franchisado da McDonald´s, sendo atualmente sócio-gerente de cinco

empresas que gerem restaurantes McDonald´s na região do Grande

Porto.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em novembro de 1982 entra para o INFT como seu representante e

coordenador geral de atividades em Angola. Responsável pela

implementação do sistema de ensino hoteleiro, que implicou a

criação, montagem e operação de quatro escolas de hotelaria, bem

como a organização de cursos itinerantes e atribuição de bolsas de

estudo em Portugal. Este projeto teve um envolvimento de mais de

250 técnicos (portugueses e angolanos) e mais de 3000 alunos. O

projeto terminou em dezembro de 1987.

Consultor de gestão de várias empresas da área hoteleira, e onde

foi Consultor de formação do INFT para cursos ligados ao FSE.

Sócio gerente das empresas CREL consultoria, e CREL gestão

atividades hoteleiras.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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137

Identificação: Sampaio, Ana Maria Saudade e Silva Lopes Ortigão

Naturalidade e filiação: nasceu em 4 de abril de 1969, filha de

Maria Madalena Saraiva Saudade e Silva Lopes e de Adriano

Gordicho Lopes.

Formação académica: fez os estudos secundários em Lisboa, na

Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho. Licenciou-se em

Engenharia Química no Instituto Superior Técnico - Universidade de

Lisboa. Possui um Mestrado em Marketing pela Faculdade de

Economia da Universidade de Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

A 8 de abril de 2005 foi nomeada Chefe de Gabinete do Secretário

de Estado Adjunto e do Orçamento, Manuel Pedro da Cruz Baganha.

Diretora-Coordenadora no ISCTE, com responsabilidades pela

gestão e administração das atividades e dos serviços académicos e

dos serviços da tecnoestrutura central nomeadamente: Gabinete de

Comunicação e Multimédia; Gabinete de Estudos, Avaliação,

Planeamento e Qualidade; Gabinete de Relações Internacionais;

Gabinete de Inserção Profissional; Gabinete de Gestão Curricular;

Gabinete de Apoio à Investigação; Núcleo de Apoio Técnico-

Administrativo. Em maio de 2010 foi também nomeada membro do

conselho de gestão do ISCTE-IUL.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em julho de 2007 foi nomeada Diretora Coordenadora da

Direção de Formação do então criado Turismo de Portugal, I.P.,

de onde sai em março de 2010.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Despacho 7391/2005, de 8 de abril. Diário da Republica nº 69/2005 -

II Série. Ministério das Finanças e da Administração Pública. Lisboa.

5611.

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138

Identificação: Santos, Augusto Severo dos

Naturalidade e filiação:

Formação académica: licenciou-se em Direito.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Nomeado a 18 de novembro de 1976 como Delegado da

Secretaria de Estado do Turismo junto do CNFTH, com os

mesmos poderes (constantes nos Decretos nºs 46 354 e 46 355)

dos órgãos de gestão suspensos, tendo a 01 de março de 1977

assumido a Direção do CNFTH até á sua restruturação, a 03 de

outubro de 1980, sendo, então, nomeado Diretor do INFT em

Comissão de Serviço, mantendo-se no cargo até 26 de janeiro de

1988.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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139

Identificação: Santos, Carlos Alberto Silva Melo

Naturalidade e filiação: nasceu nos Açores.

Formação académica: licenciou-se em Finanças, em 1975, pela

Universidade Técnica de Lisboa. Possui um Mestrado pela Universidade

da Pennsylvania, Estados Unidos e um Doutoramento em Ciência

Regional pela mesma Universidade.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Em outubro de1987 entra como professor auxiliar para a Universidade dos

Açores, onde fez o seu percurso académico até Professor Catedrático em

Ciências Sociais-Economia e Gestão em 2005.

É atualmente Secretário-geral da “International Association of Universities

of Third Age – IAUTA” e participa no desenvolvimento de programas

internacionais de investigação científica na sua qualidade de membro da

Comissão Cientifica da IUATA.

Possui uma vasta experiência na análise das tendências do turismo

internacional, sendo também colaborador de ONG’s, em particular com a

“Acting for Life/Tourism Development Group” e com a “International

Urban Development Association (INTA)”, na área do desenvolvimento

turístico sustentável.

Factos relevantes

para a educação e

formação em

turismo:

Foi consultor sénior para o turismo do Secretário Regional da

Economia do Governo Regional dos Açores. É o Diretor do programa

de Mestrado em “Gestão do Turismo Internacional” na Universidade

dos Açores lecionando também, na Universidade de Toulouse Capitole

(França) e no Taylors University (Malásia).

Foi membro da Comissão Instaladora da Escola Superior de Hotelaria

e Turismo do Estoril (ESHTE).

Presidente do Observatório do Turismo dos Açores (OTA).

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes:

Plataforma de Góis (s/d). Curriculum Vitae: Carlos Alberto Silva Melo

Santos. Acedido em 10 de março de 2017, em:

http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=8483161854665175

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140

Identificação: Santos, Nuno Manuel Oliveira dos

Naturalidade e filiação: nasceu em Setúbal, em 1977, filho de Nuno

Fernandes Antunes dos Santos e de Antónia Maria Oliveira Santos.

Formação académica: licencia-se em Economia pela Faculdade de

Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica

Portuguesa em 2000. Possui um MBA da Universidade Católica e

Universidade Nova de Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entre 2000 e 2002 foi consultor da Arthur D. Little.

De 2002 e 2005 foi consultor da UMIC (Unidade de Missão

Inovação e Conhecimento), sucedida em fevereiro de 2005 pela

Agência para a Sociedade do Conhecimento, I.P. nos XV e XVI

Governos para a área da sociedade de informação e governo

eletrónico.

Foi quadro da Microsoft Portugal, membro da equipa do setor

público.

Em 2010 assume o cargo de Administrador para Portugal da

multinacional do ramo tecnológico GFI.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

De maio de 2007 a dezembro de 2010 foi vogal do conselho

Diretivo do Turismo de Portugal, I.P., com o pelouro da

formação e tecnologia, e vogal do Conselho de Administração da

Turismo Capital, S.A.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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141

Identificação: São Payo, Manuel Ramalho Ortigão de Mello e Vaz

de

Naturalidade e filiação: nasceu a 2 de fevereiro de 1929, em Faro.

Casou, em 1964, com D. Leonor Sottomayor, de quem teve 10

filhos. Morreu a 21 de dezembro de 2009 tragicamente no Porto.

Formação académica: tirou o Curso de Direito na Universidade de

Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi Administrador de Empresas. Foi também Chefe de Gabinete do

Ministro do Comércio e Indústria e Diretor-geral do Turismo, tendo

estado envolvido em alguns dos mais emblemáticos projetos

turísticos do Algarve.

Um grande aficionado da genealogia, reuniu ao longo da vida uma

vasta biblioteca.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Presidente do Conselho Geral do CNFTH entre 1965 e 1968, e

Presidente da Direção entre 1965 e 1971, que exerce em regime

de acumulação com o cargo de Comissário Adjunto do

Comissariado do Turismo.

Publicações: Foi um grande entusiasta da publicação do livro "A Família Ramalho

Ortigão", de que era representante.

Prémios e condecorações: Era Oficial da Ordem de Cristo e Cavaleiro da Ordem de Malta.

Fontes:

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142

Identificação: Sebastian, Sónia Abreu

Naturalidade e filiação: nasceu em S. Sebastião da Pedreira,

Lisboa, a 17 de novembro de 1976, filha de Nelson Abreu e de Maria

Celeste Abreu.

Formação académica: licencia-se em Gestão de Empresas pela

Universidade Católica Portuguesa, em 1999. Possui uma pós-

graduação em Direito do Trabalho e da Segurança Social pela

Universidade Europeia concluída em 2007.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

De 1999 a 2010 trabalhou no Hay Group, sendo Manager desde

2006. Assumia responsabilidade pela gestão de contas, gestão de

projetos e desenvolvimento de propostas de valor com vista à

otimização da performance das organizações. Coordenou projetos

integrados de eficácia organizacional, gestão de talento e liderança,

reconhecimento e compensação, em diversos sectores de atividade.

Em 2012 assume funções de Corporate Director na Gfi Portugal,

onde atualmente se encontra.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, I.P.,

entre 3 de janeiro de 2011 e 23 de novembro de 2011, tendo tido

responsabilidades pelo planeamento estratégico e financeiro da

Direção de Formação e da sua rede de 16 Escolas de Hotelaria e

Turismo.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

GFI (s/d). A equipa. Sónia Abreu Sebastian. Acedido em 5 de maio

de 2017, em: http://www.gfi.pt/sobre-a-gfi/a-equipa-gfi/sonia-abreu-

sebastian

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143

Identificação: Seabra, José Augusto Baptista Lopes e

Naturalidade e filiação: nasceu a 24 de Fevereiro de 1937 em

Vilarouco, São João da Pesqueira. Viveu a infância em Peroselo,

Penafiel. Morre em Paris a 27 de maio de 2004.

Formação académica: estudou no Porto, nos Liceus Alexandre

Herculano e D. Manuel II. Frequentou a Universidade de Coimbra e

licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, em1961. Sob a

orientação de Roland Barthes doutorou-se na Universidade de Paris

III, apresentando a tese Fernando Pessoa: du Poémodrame au

Poétodrame, depois publicada em Portugal e no Brasil.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Combateu o Salazarismo, foi preso pela primeira vez aos 17 anos,

torturado, julgado e preso no Forte de Peniche. Parte mais tarde para

Paris, onde se exila a partir de 1961.

Em Paris, foi funcionário da UNESCO e desenvolveu estudos de

Literatura, na École Pratique des Hautes Études. Docente

universitário em Paris, Nanterre e Vincennes. Entra a fundo no

ensaísmo e na crítica, colaborando no suplemento literário de O

Comércio do Porto e do Diário de Lisboa.

Regressa a Portugal com o 25 de Abril de 1974. É eleito deputado à

Assembleia Constituinte pelo PSD, e assume, de 1974 a 1985, o

lugar de Professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Aí cria o Centro de Estudos Pessoanos e colabora na revista Persona.

Desta época de grande fecundidade intelectual, data também o

projeto do movimento “Nova Renascença”, a que se entrega,

recriando noutro contexto o movimento portuense “Renascença

Portuguesa”. Data de 1980, o aparecimento do primeiro número da

revista Nova Renascença.

Foi um destacado militante do PSD e maçon. A partir de 1985 é

colocado como diplomata na UNESCO. Eleito para o Conselho

Executivo da UNESCO, foi depois Embaixador, na India, Bucareste

e Buenos Aires onde atingiu o limite de idade como diplomata.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Ocupou o cargo de Ministro da Educação no IX Governo

Constitucional, do chamado Bloco Central (1983-1985).

Publicações:

Em 1972, publica Tempo Táctil, sob a influência dos comentários de

Heidegger a Hölderlin e Rilke. Em 1985, edita a Gramática grega,

escrito em Creta, na altura em que era Ministro da Educação. Publica

com sua esposa Norma Tasca, em 1993, a obra Enlace, no dia do seu

casamento católico.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Pinho, A. (s/d). José Augusto Seabra. Camões, Instituto da

Cooperação e da Língua. Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Acedido em 10 de março de 2017, em: http://cvc.instituto-

camoes.pt/seculo-xx/jose-augusto-seabra.html Queiroz, A. J. (s/d). Palavra Comum - Artes e letras da lua nova.

Algueirada s. coop. Galega. Acedido em 10 de março de 2017, em:

http://palavracomum.com/2014/03/19/jose-augusto-seabra-poeta-e-

cidadao-republicano/

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Identificação: Silva, José Maria Alves Mendes

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, a 12 de janeiro de 1977.

Filho de Manuel Marçal Fontes Mendes Silva e de Maria Isabel Dionísio

Alves Rodrigues Mendes Silva.

Formação académica: entre 1980 e 1994 frequentou o Colégio Moderno.

Na Universidade Católica Portuguesa, Lisbon School of Business &

Economics licencia-se em 2000 em Administração e Gestão de Empresas.

Em 2007 conclui o mestrado em Gestão Estratégica e Desenvolvimento

do Turismo no Instituto Superior Técnico.

Ações e funções

académicas,

profissionais ou

políticas:

Fez estágios na Boston Consulting Group, em Lisboa (1998) e no Grupo

Entreposto – Entreposto Máquinas (1999). Em 1999 foi ainda estudante

Sócrates/Erasmus na Aarhus School of Business, na Dinamarca.

No ano 2000 entra para o Banco B.I.G. S.A. como Responsável de

Marketing de onde sai em 2007 para o Barclays Bank PLC Portugal como

Diretor de Marketing de Particulares. Em março 2013 vai para a

Netviagens S.A. (ex: Espírito Santo Viagens) como Diretor de Produto e

Vendas. Em 2015 inicia o seu percurso de empreendedor no sector

imobiliário com a abertura em Lisboa da KW Area, um market center da

Keller Williams, tendo em 2017 iniciado actividade na Ilha da Madeira

com a abertura do segundo market center. É também artista plástico e

desportista, tendo sido campeão nacional de judo e de rugby, várias vezes

no seu percurso de jogador de infantil a sénior, no Grupo Desportivo de

Direito (GDD). Colabora desde a sua juventude com algumas

organizações católicas e de responsabilidade social.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em junho de 2010 entra para o Turismo de Portugal I.P. como

Diretor Coordenador, da Direção de Qualificação Formativa e

Certificação, onde esteve até fevereiro de 2013.

Publicações: Foi co-autor da coleção de publicações “Faça Mais pelo seu Dinheiro”;

“KIT do Investidor”; “KIT da Poupança” e “KIT das Finanças Pessoais”.

Prémios e

condecorações:

Fontes:

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145

Identificação: Silva, Luís Manuel Miguel Correia da

Naturalidade e filiação: nasceu em 1956, em Lourenço Marques,

Moçambique.

Formação académica: licenciou-se em Agronomia pelo Instituto

Superior de Agronomia de Lisboa. Posteriormente, fez o mestrado

em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão e uma

pós-graduação em Comércio Internacional pela École du Commerce

Solvay da Universidade Livre de Bruxelas.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

A nível profissional, começou por ser assistente no Instituto Superior

de Agronomia. Depois foi delegado do ICEP nas cidades de Argel,

Bruxelas e Haia. Foi diretor do ICEP, encarregado pela área de

Equipamentos e Serviços. Em 1991, assumiu a vice-presidência do

Conselho de Administração do ICEP, na área do Comércio

Internacional.

Professor auxiliar convidado do Mestrado em Economia/ Gestão da

Universidade Nova-School of Business & Economics. Professor

assistente do Departamento de Economia e Sociologia Rural do

I.S.A/UTL. Vice-presidente do Instituto de Promoção Turística. Em

1992, assumiu o pelouro do Turismo, no ICEP, pelo qual foi

responsável ao longo de quatro anos, até 1996. Durante esse período

de tempo, foi presidente da Comissão de Organização do Congresso

Internacional da ASTA (American Society of Travel Agents -

Sociedade Americana de Agentes de Viagens) que decorreu em

Lisboa, em 1994.

Após a sua saída do ICEP em 1996, foi diretor da Comissão de

Planeamento da ETC (European Travel Comission - Comissão

Europeia de Viagens), administrador executivo da Lusotur, SA, e do

grupo empresarial André Jordan. Foi também administrador da

Aparbelas, SA, uma joint-venture da Planbelas, SA. Com o grupo de

hotéis D. Pedro foi responsável pela construção de um conjunto

turístico no Belas Clube de Campo

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em abril de 2003 foi convidado pelo primeiro-ministro Durão

Barroso, a assumir a Secretaria de Estado do Turismo

integrando o XV Governo Constitucional, trabalhando

diretamente com o ministro da Economia Carlos Tavares. Foi

administrador da SIAP, empresa que gere o projeto turístico do

Parque Alqueva, do grupo Roquette. É atualmente sócio gerente

e diretor executivo da TT-ThinkTur.

Professor do MBA Executivo em Planeamento e Gestão do

Turismo da Universidade Autónoma de Lisboa.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Porto Editora. (s/d). Infopédia, artigos de apoio, Luís Correia

da Silva. Acedido em 8 de dezembro de 2016,

em:http://www.infopedia.pt/$luis-correia-da-silva Turisver (2016). Rostos do Turismo: Luís Correia da Silva director

executivo da TT-ThinkTur. Acedido em 8 de dezembro de 2016, em:

http://www.turisver.com/rostos-do-turismo-luis-correia-da-silva-

director-executivo-da-tt-thinktur/

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Identificação: Silva, Manuel Joaquim Coelho da

Naturalidade e filiação: nasceu em Soure, a 22 de janeiro de 1947.

Formação académica: licenciou-se em Direito pela Universidade de

Coimbra, em 1972. Fez uma Pós-graduação em Administração

Pública pela Universidade de Poitiers.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

É Advogado. Desempenhou diversos cargos em instituições públicas

e privadas, nomeadamente: docente do ensino técnico profissional

(1972-1973), intendente do emissor regional da Guiné (1973-1974),

e foi o primeiro Diretor dos Serviços Sociais da Universidade dos

Açores (1976-1980). Foi Vice-presidente dos Serviços Sociais da

Universidade Técnica de Lisboa (1980-1983), Diretor dos Serviços

de Educação, Juventude e Desporto de Macau (1983-1986) e Chefe

de Gabinete do Secretário de Estado da Ciência e Tecnologia (1988).

Foi ainda Secretário-geral da Associação das Universidades de

Língua Portuguesa (1986-2002), Administrador da BPC do Grupo

Odebrecht (1995-1999), Administrador da Tobis (2003-2006), e

Presidente eleito do Conselho de Opinião da Rádio e Televisão de

Portugal, S.A. (desde 2003).

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Presidente do INFT (1990 - 1995) e, enquanto tal,

responsável pelo Plano Estratégico para a Formação no Turismo

1991-1996 e Presidente da Comissão Instaladora da Escola

Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, onde funcionaram

os primeiros cursos do ensino superior público de hotelaria e

turismo.

Foi ainda professor e fundador do Núcleo de Hotelaria e

Turismo da Universidade Federal de Pernambuco (1995),

professor dos Instituto Politécnico de Macau (1990-1999) e do

Instituto Politécnico de Tomar, nas áreas de Turismo e

Administração Pública (1999-2008);

Dirigiu e orientou seminários, assim como proferiu conferências

nas áreas da formação e do turismo em Portugal e no

estrangeiro.

Publicações: Tem diversos trabalhos publicados no domínio do Ensino Superior,

da Formação Turística e da Comunicação Social.

Prémios e condecorações:

Fontes:

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147

Identificação: Silva, Manuel José Dias Coelho da

Naturalidade e filiação: nasceu em 1917, na Póvoa do Varzim.

Formação académica: não se conhecem as suas Habilitações

literárias, mas terá concluído a instrução primária.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Enveredou ainda jovem pela profissão de Empregado de mesa,

tendo sido Presidente da Direção da Federação Regional dos

Sindicatos dos Profissionais da Indústria Hoteleira e Similares

do Norte, em cuja qualidade integrou a Câmara Corporativa, em

representação dos trabalhadores. Foi Vogal do Conselho da

Corporação dos Transportes e Turismo, e deputado na

Assembleia Nacional nas VII, IX, e X Legislaturas, tendo

integrado a secção transportes e turismo.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Castilho, J. M. (2009). Biografia e carreira parlamentar de Manuel

José Dias Coelho da Silva. In Os Deputados à Assembleia Nacional

(1935-1974). Lisboa: Assembleia da República Portuguesa. Acedido

em 24 de fevereiro de 2017, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/deputados_j.html

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Identificação: Silva, Renato Manuel Rocha

Naturalidade e filiação: nasceu em 1946, em Tunes, concelho de

Silves.

Formação académica: concluiu a sua formação em Gestão

Hoteleira no Centre International de Glion, na Suíça.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Depois de regressar a Portugal foi convidado em 1969 para

subdiretor da então criada Escola de Hotelaria e Turismo do

Porto, função que desempenhou até 1994, altura em que assumiu

o cargo de Diretor.

Foi o primeiro coordenador técnico nacional.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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149

Identificação: Simão, José Veiga

Naturalidade e filiação: nasceu na Guarda, a 13 de fevereiro de

1929.

Formação académica: licenciou-se em Ciências Físico-Químicas na

Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, em 1951, e

doutorou-se em Física Nuclear na Universidade de Cambridge, em

1957.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entra como docente, em 1957, para a Universidade de Coimbra,

como Primeiro Assistente, depois Professor Extraordinário de 1959 a

1961, e Professor Catedrático a partir de 1961. Foi consultor técnico

do LFEN, entre 1959 e 1963, altura em que é nomeado Reitor da

Universidade de Lourenço Marques.

Entre 1974 e 1975, foi embaixador de Portugal nas Nações Unidas,

altura em que se estabeleceu nos Estados Unidos. Durante a sua

estada foi visiting fellow da Universidade de Yale, consultor do

National Assessment and Dissemination Center e dirigiu a

Portuguese Heritage Foundation.

Volta a Portugal em 1978 para presidir à comissão instaladora do

LNETI-Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial,

onde esteve até 1983 e, depois, entre 1985 e 1992.

Eleito deputado pelo Partido Socialista pelo Distrito da Guarda

(1983-1985). Foi chamado para Ministro da Indústria e Energia do

IX Governo entre 1983 e 1985.

Entre 1985 e 1992, foi Professor Catedrático da Universidade da

Beira Interior. Mais tarde, foi Presidente do Conselho de Avaliação

da Fundação das Universidades Portuguesas. Volta à política entre

1997 e 1999, como Ministro da Defesa Nacional do XIII Governo

Constitucional.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Ministro da Educação Nacional, entre 1970 e 1974.

Publicações:

Autor de publicações e artigos especializados sobre Física, sobre o

ensino superior, a educação e formação ao longo da vida, e a

competitividade entre Nações.

Prémios e condecorações:

Recebeu várias condecorações, entre as quais a Grã-Cruz da Ordem

de Cristo, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, a Grã-Cruz

da Ordem da Instrução Pública, e a Grã-Cruz da Ordem de Santiago

e Espada, e outras condecorações estrangeiras.

É Doutor Honoris Causa pela Universidade de Witwatersrand

(Joanesburgo), Universidade Eduardo Mondlane (Maputo), Lesley

College (Cambridge/Massachusetts), Universidade de Évora,

Universidade de Aveiro, Universidade do Minho, Universidade da

Beira Interior e pelo ISCTE-IUL.

Fontes:

Universidade de Évora (s/d). Univercidade, Honoris Causa, José

Veiga Simão (1929-2014). Acedido em 18 de janeiro de 2017, em: http://www.uevora.pt/univercidade/honoris_causa/Jose-Veiga-

Simao-1929-2014 Oliveira, J, (2005). O reactor nuclear português: Fonte de

conhecimento. O Mirante, Colecção Saber. Acedido em 18 de

janeiro de 2017, em:

http://www.itn.pt/memoria/bios/pt_bio_jvsimao.htm

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150

T

Identificação: Tavares, António Raul Galiano

Naturalidade e filiação: nasceu em Arronches, a 1 de outubro de

1897. Morre em 1964.

Formação académica: foi aluno no Liceu de Portalegre, onde viria

mais tarde a exercer o magistério. Licenciou-se em Filologia

Germânica pela Universidade de Lisboa e fez o exame de Estado da

Escola Normal Superior de Lisboa.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

A sua vida académica, enquanto estudante, caracterizou-se por uma

participação ativa e críticas em diversas lutas estudantis. Defendeu o

movimento republicano e os ideais pedagógicos ligados à educação

nova. Mais tarde, criticou este regime por ter entrado em decadência e

ser necessária uma nova ordem para o país.

Iniciou a carreira no Liceu Passos Manuel, no início da década de 20,

transferindo-se logo em 1923 para o Liceu de Portalegre. Em 1925,

tornou-se professor efetivo do 3º grupo disciplinar (Inglês/Alemão). A

década de 20 do século passado marca o início de um percurso

estratégico de afirmação pessoal e valorização da sua atividade

profissional. Deu continuidade a uma relação de proximidade com a

imprensa regional e local, que mantinha desde os tempos de

universitário.

Na década de 30 assumiu a direção do Arquivo Distrital de Portalegre e

em 1936 ocupou pela primeira vez o cargo de Vice-Reitor do Liceu

portalegrense, estando no exercício deste cargo até á sua aposentação,

na década de 60.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Presidente da Comissão Distrital da União Nacional e Vereador

da Câmara Municipal, e Deputado entre 1949 e 1957 onde

interveio em diversas matérias relacionadas com o turismo. Foi

ainda Presidente da Comissão Municipal de Turismo de

Portalegre.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Henriques, Hélder M. Guerra (s/d). António Raúl Galiano Tavares

(1897-1964): O perfil de um educador. Escola Superior de Educação –

IPP. Acedido em 14 de outubro de 2015, em:

http://hdl.handle.net/10400.26/2077

Castilho, J.M. (2009). Os deputados à Assembleia Nacional (1935-

1974): Biografia e Carreira Parlamentar. Lisboa: Assembleia da

República Portuguesa. Acedido em 14 de outubro de 2015, em:

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-

1974/html/pdf/t/tavares_antonio_raul_galiano.pdf

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Identificação: Torres, Alfredo César

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, no dia 27 de fevereiro de

1933. Faleceu a 30 de novembro de 1997.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Durante anos esteve ligado ao sector automóvel, como diretor de

vendas da Triumph/Jaguar até 1974 e mais tarde Relações Públicas da

Ford Lusitana.

A estreia como piloto foi no Rally de Sintra de 1955, dez anos mais

tarde seria Campeão Absoluto de Condutores e, dois anos após,

Campeão de Turismo e Luso-Galaico de Rallyes.

Em 1966, casa com Maria Teresa Mota Cardoso, formando uma dupla

inseparável e imparável na realização do Rally de Portugal. Em 1974

torna-se Presidente do ACP e faz parte da formação do PSD. Tornou-se

Vice-Presidente do Conselho Mundial da FISA e Membro do Comité

da FIA desde 1986, tendo, em 1988, sido eleito Vice-Presidente da FIA

e reeleito em 1990. Em 1993, durante a reestruturação da FIA que

absorveu a FISA, César Torres passou a ser o presidente Delegado da

FIA para o Desporto, tendo sido reeleito por aclamação, em 1997. Em

1984 é o grande responsável pelo regresso da F1 a Portugal.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi Presidente da Junta de Turismo da Costa do Estoril, entre 1982

e 1990 e substituiu Licínio Cunha no XI Governo Constitucional

(de Cavaco Silva).

Publicações:

Prémios e condecorações:

Recebeu inúmeros Prémios e Distinções. Foi agraciado com a Ordem

do Infante D. Henrique, e posteriormente com o Colar do Mérito

Desportivo, e a Medalha da Prata de Mérito Turístico.

Internacionalmente, foi distinguido com a Medalha de Vermeil do

Principado do Mónaco.

Fontes:

Abreu, José L., Autosport (2016). César Torres, o senhor do Rali de

Portugal. Acedido em 10 de dezembro de 2016,

em:http://www.motor24.pt/sites/autosport/cesar-torres-senhor-do-rali-

portugal/

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Identificação: Travassos, José Fernando Branco Fernandes

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, a 25 de julho de 1941.

Formação académica: em 1971, tirou o curso de diretores de hotel, em

Lisboa, tendo frequentado em 1972, como bolseiro da O.C.D.E., o

curso de Administração Hoteleira da Universidade de Cornell – New

York/U.S.A. .

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Iniciou a sua vida profissional, como estagiário de receção, no

Hotel Ritz, depois de cursar a Escola Hoteleira de Lisboa, em 1961,

dando continuidade à tradição hoteleira familiar, que sempre o

atraiu. No ano seguinte transita para o Hotel de Inglaterra no

Estoril. Após ter cumprido o serviço militar, foi rececionista no

Hotel Palácio, entre 1966 e 1969.

Entre 1973 e 1975 foi subdiretor do Hotel Palácio.

A par da sua atividade diretiva em unidades hoteleiras, como o

Hotel Lido e o Hotel Sintra-Estoril, exerceu funções docentes no

Instituto de Novas Profissões em Lisboa e na Escola de Hotelaria e

Turismo de Lisboa, tendo ingressado, em 1975, no quadro do

Centro Nacional de Formação Turística e Hoteleira, como técnico

superior, desempenhando funções de Diretor do Oolo do Estoril da

Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa.

Foi membro dirigente da Associação de Diretores de Hotéis de

Portugal e membro ativo da associação internacional de Diretores

de escolas hoteleiras, assim como de outras associações de classe de

âmbito internacional.

Foi igualmente auditor e consultor técnico em diversos organismos

oficiais e privados em diferentes áreas da gestão hoteleira.

Publicações: Travassos, J. (1982). Gestão hoteleira: análise e controlo do circuito

de mercadorias. Lisboa: INFT.

Prémios e condecorações:

Fontes: O País Turístico n.º 8, junho 1978, p.17

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153

Identificação: Trigo, Nelson Sérgio Melo da Rocha

Naturalidade e filiação: nasceu em Seixo de Manhoses, concelho de

Vila Flor, a 3 de agosto de 1936.

Formação académica: no Instituto Comercial de Lisboa, fez os

estudos preparatórios para ingressar no Instituto Superior de Ciências

Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa.

Conclui em 1961 o Curso Superior de Finanças.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Aos cinco anos vai para Penafiel onde completa a instrução primária.

Prossegue os estudos em Lisboa onde foi o melhor aluno do curso da

Escola Comercial e Industrial Patrício Prazeres.

Ingressa no Instituto Nacional de Investigação Industrial, onde foi

sucessivamente técnico de 3ª, de 2ª, de 1ª e Especialista. Foi técnico

e Diretor do Gabinete de Conjuntura e Análise Económica da

Corporação da Industria e assessor de dois Secretários de Estado do

Comércio. Depois Vice-Presidente e presidente do Fundo de

Fomento de Exportação (atual AICEP) e Presidente da Comissão de

Crédito e Seguro de Crédito à Exportação.

Na atividade privada foi gerente da Laranjeira Sousa, Lda,

administrador da Sinaga – Industrias Açorianas do Açúcar e do

Álcool SA; assessor da administração da Diamang, SA,

administrador da Portuguese Spanish Tin Company SA e gerente da

Interbiz Lda e da Trinel Lda. Continua a gerir as empresas

familiares.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Após o 25 de Abril, foi Secretário de Estado do Comércio

Externo e Turismo, de 15 de maio de 1974 a 17 de julho 1974.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

Município de Vila Flôr. Vilaflorenses - Biografias publicadas nas

Edições da Agenda Cultural de Vila Flor. Acedido em 17 de outubro

de 2016, em: http://www.cm-

vilaflor.pt/pages/320?folder_id=399&folders_list_10_page=2

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154

Identificação: Trindade, Bernardo Luís Amador

Naturalidade e filiação: nasceu na ilha da Madeira a 4 de maio de

1970. Filho de António Trindade, grande empresário hoteleiro da

Madeira, fundador do grupo Porto Bay.

Formação académica: licenciou-se em Economia.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Foi deputado na XI legislatura pelo circulo eleitoral da Madeira.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi o 25º Secretário de Estado de Turismo desde o 25 de abril de

1974, fez parte da equipa de Manuel Pinho e de Vieira da Silva,

nos XVII e XVIII governos de José Sócrates.

É presidente do Conselho de Marketing da Entidade Regional de

Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL), que acumula também

com o cargo de vice-presidente da Associação da Hotelaria de

Portugal (AHP)

Preside ao grupo hoteleiro Porto Bay.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

AHRESP (2013). Bernardo Trindade é o presidente do Conselho de

Marketing da ERT-RL. Acedido em 14 de setembro de 2015, em:

http://www.ahresp.com/news_article.php?id=1594

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155

U

Identificação: Umbelino, Jorge Manuel Rodrigues

Naturalidade e filiação: nasceu em 1960, em Portalegre.

Formação académica: licenciou-se em Geografia pela Faculdade de

Letras da Universidade de Lisboa em 1982. Mestre em Planeamento

Regional e Urbano pela Universidade Técnica de Lisboa em 1987.

Doutorou-se pela Universidade Nova de Lisboa em 1997, pela qual

possui o título de professor “Agregado” desde 2012.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entre 1999 e 2001, foi Diretor do GeoInova, jornal científico do

Departamento de Geografia e Planeamento Regional da FCSH/UNL.

Entre 2000 e 2003 foi membro da Comissão Nacional de Geografia, e

membro do júri da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Presidiu ao Instituto de Formação Turística entre 2005 e 2007,

tendo transitado para o Conselho de Administração do Turismo de

Portugal, I.P. onde esteve até 2010. Consultor e coordenador de

diversos projetos científicos. É professor na Escola Superior de

Hotelaria e Turismo do Estoril, tendo lecionados em diversas

Universidades, e Institutos Superiores em Portugal. Coordena o

doutoramento em turismo em representação da ESHTE no

programa de doutoramento em turismo do Instituto de Geografia e

Ordenamento do Território e Escola Superior de Hotelaria e

Turismo do Estoril.

Publicações: Possui diversos livros publicados, bem como diversos artigos

científicos.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Universidade Nova de Lisboa (s/d). Faculdade de Ciências Sociais e

Humanas, Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional,

Investigadores, CV Jorge Umbelino. Acedido em 14 de março de 2017,

em:http://www.fcsh.unl.pt/~egeo/?q=content/cv-jorge-umbelino

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156

V

Identificação: Vale, Maria de Lurdes Correia

Naturalidade e filiação: nasceu em Lisboa, em 1963, filha de Artur

José Vitorino Vale e de Lídia Rodrigues Correia Vale.

Formação académica: licenciou-se em História, variante de História

da Arte pela Universidade Autónoma de Lisboa em 1987. Entre 1987 e

1988, fez o curso de formação profissional de Animação e Turismo nas

Pousadas de Juventude, e entre 1989 e 1990 fez uma Pós-graduação em

Ciências da Educação na Universidade Católica de Lisboa e um curso

de formação profissional em Meios de Comunicação.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Entre 1989 e 2003 foi jornalista, editora e chefe de redação do Diário

de Notícias.

Em 2003, vai para Conselheira de Imprensa na Embaixada de Portugal

em Madrid, responsável por iniciativas e projetos de informação e

promoção de Portugal em Espanha, bem como assessora da Secretaria-

Geral Iberoamericana naquela cidade, onde esteve até 2009.

De 2009 a 2010 contínua em Madrid como correspondente do Diário

de Notícias e da SIC.

Volta ao Diário de Notícias em 2010, como Coordenadora da Secção

de Grande Investigação, onde esteve até 2011, altura em que passou a

Assessora de Comunicação do Ministro da Economia e do Emprego do

XIX Governo Constitucional.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Entre novembro 2011 e 2013 foi Vogal do Conselho Diretivo do

Turismo de Portugal, I. P. com a responsabilidade da gestão da

formação. Diretora da equipa do Turismo de Portugal, I.P. em

Espanha desde 2014.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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157

Identificação: Vaz, Paulo Morais

Naturalidade e filiação: nasceu no Porto (Cedofeita) a 15 de janeiro

de 1966, filho de Joaquim José Pinto Abrunhosa de Morais Vaz e de

Maria Teresa Machado Rodrigues de Morais Vaz.

Formação académica: formou-se em Gestão Hoteleira na Escola de

Hotelaria e Turismo do Porto em 1987. Possui o Diploma de estudos

superiores especializados em Gestão e Direção Hoteleira da Escola

Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e a Licenciatura em

Relações Públicas pela Escola Superior de Educação do Politécnico

de Coimbra (1999).

Possui ainda um Mini MBA em Tourism and Hospitality

Management pelo ISCTE – Lisbon University Institute, e uma Pós-

Graduação em Hotel Management e outra em Formação de

Formadores pelo Glion Institute of Higher Education.

Em 2015 concluiu o Mestrado em Administração de Organizações

Educativas pela Escola Superior de Educação do Politécnico do

Porto.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Desde o início dos anos 90 que desenvolve a sua atividade no

quadro da formação profissional, tendo-se iniciado na Escola

onde estudou. Ao longo da carreira abriu as Escolas de Hotelaria

e Turismo de Coimbra, Santa Maria da Feira, Douro-Lamego,

Mirandela e Viana do Castelo.

Foi Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, cargo

que ocupou durante mais de 4 anos e é o atual Diretor da Escola

de Hotelaria e Turismo do Douro – Lamego.

Tem exercido como consultor, formador e perito no sector da

Hotelaria, com especial incidência na área dos Alimentos e

Bebidas, colaborando com instituições nacionais e internacionais

como a Porto Business School, a Escola de Formação Turística e

Hoteleira dos Açores, o Instituto Superior de Administração e

Gestão (ISAG), a Cruz Vermelha Portuguesa, e a União

Europeia.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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158

Identificação: Veloso, Fernando Calheiros

Naturalidade e filiação:

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Administrou o INP durante mais de duas décadas.

Publicações:

Prémios e condecorações:

Fontes:

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159

Identificação: Vieira, Francisco António Dias

Naturalidade e filiação: nasceu em Fátima, a 26 de janeiro de 1957.

Formação académica: licenciado em História pela Faculdade de

Letras da Universidade de Coimbra.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Lecionou como professor convidado na Escola Superior de Educação

do Instituto Politécnico de Leiria. Foi Diretor da Escola Profissional

de Ourém e Diretor da Escola Profissional da Nazaré. Foi membro

da Associação Nacional das Escolas Profissionais e da Comissão

Nacional de Aprendizagem.

Presidiu ao Conselho de Administração da Sociedade de

Reabilitação Urbana da Cova de Iria, E. M e presidiu à mesa da

Assembleia Geral da Associação Empresarial de Ourém-Fátima.

Atualmente, é Presidente do Conselho de Administração da

Ensignare.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Foi presidente do Conselho de Administração do Instituto de

Formação Turística – INFTUR.

Presidiu à comissão executiva da Região de Turismo

Leiria/Fátima. Foi membro da direção da Associação Nacional

de Regiões de Turismo, da Associação de Turismo de Lisboa.

Publicações: Escreve regularmente para órgãos de comunicação social.

Prémios e condecorações:

Fontes:

Insignare (s/d). Colaboradores, Diretor executivo, Francisco Vieira.

Acedido em 6 de dezembro de 2016, em:

http://www.insignare.pt/pt/24/colaboradores

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160

Identificação: Vilar, Emílio Rui da Veiga Peixoto

Naturalidade e filiação: nasceu a 17 de maio de 1939, no Porto. É

casado com Isabel Alçada.

Formação académica: licenciou-se em Direito na Universidade de

Coimbra, em 1961.

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Cumpriu serviço militar entre 1962 e 1965. No ano seguinte, entrou

para a Função Pública, onde esteve até 1969. Nesse ano assumiu

funções diretivas no Banco Português do Atlântico, onde

permaneceu até 1973. Eleito primeiro presidente da Direção da

SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social,

em 1970. Em 1975, é designado vice-governador do Banco de

Portugal, até 1984.

É eleito Deputado à Assembleia da República em 1976, deixando o

cargo para integrar o I Governo Constitucional, como Ministro dos

Transportes e Comunicações, até 1978. De 1986 a 1989 foi Diretor-

geral da Comissão das Comunidades Europeias, em Bruxelas,

deixando a presidência do Conselho de Gestão do Banco Espírito

Santo e Comercial de Lisboa, que assumira em 1985.

Em 1989 é nomeado presidente do Conselho de Administração da

Caixa Geral de Depósitos. Acumula essa função com a presidência

do Grupo Europeu dos Bancos de Poupança. Mais tarde, preside ao

Conselho de Administração da Galp e Preside ao Conselho de

Administração da REN.

No sector da cultura, presidiu à Comissão de Fiscalização do Teatro

Nacional de São Carlos, foi Comissário-geral de Portugal na

Europália '91, na Bélgica, Vice-presidente do Conselho de

Administração da Fundação de Serralves, Administrador da

Sociedade Porto 2001, Presidente do Conselho de Administração da

Fundação Calouste Gulbenkian e da Partex Oil and Gás (Holdings)

Corporation, até maio de 2012.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Em 1974, foi o primeiro Secretário de Estado do Comércio

Externo e Turismo integrando o I Governo Provisório chefiado

por Adelino da Palma Carlos, cujo ministro da Coordenação

Económica era Vasco Vieira de Almeida. No mesmo ano, torna-

se Ministro da Economia dos II e III Governos Provisórios, até

1975.

Publicações:

Prémios e condecorações:

É Comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial

Classe Industrial, e possui a Grã-Cruz da Ordem do Infante D.

Henrique e a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

Fontes:

Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação, A equipa, Conselho

de Administração. Emílio Rui Vilar, Administrador não

executivo. Acedido em 23 de maio de 2017,

em:https://gulbenkian.pt/fundacao/a-equipa/conselho-

administracao/emilio-rui-vilar-administrador-nao-executivo-

2012-2017/

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161

W

Identificação: Conrad Wissman

Naturalidade e filiação: nasceu em 1859, em Nieder Rimsuigen,

Alemanha. Morreu em 1947.

Formação académica:

Ações e funções

académicas, profissionais

ou políticas:

Em 1867 entrou para a União dos Hoteleiros Genebrina, um ano depois

da sua fundação. Fixou residência em Portugal em 1891, exercendo por

diversos anos o cargo de Gerente do Hotel Bragança e do Hotel Central

de Lisboa. Durante este período, fundou a secção de Lisboa daquela

associação hoteleira. Geriu o Palace do Buçaco, e de lá auxiliado pelos

seus sobrinhos aumentou a sua atividade, abrindo, um por um, os

seguintes Hotéis: Grande Hotel da Curia, o Central e o Metrópole de

Lisboa.

Quando a indústria hoteleira ainda se encontrava numa fase incipiente,

Conrad, com os seus cinco hotéis, estava no auge da sua carreira.

Respeitado, mas também muito invejado, com os negócios a correrem-

lhe bem, rebenta a 1ª Grande Guerra, na qual Portugal acaba por se

envolver. Pelo Decreto-Lei 2350, de 21 de abril de 1916, foi dada

ordem de expulsão a todos os súbditos inimigos, e os seus bens

confiscados, exceto aos do sexo masculino, com idades compreendidas

entre 16 e 45 anos, que seriam internados, podendo ser acompanhados

pelas suas famílias, se desejassem. Neste contexto, foram enviados para

a ilha Terceira, Forte de São João Baptista, em Angra do Heroísmo. Os

seus cinco hotéis foram confiscados e ele internado com a sua família

nos Açores, onde passou grandes dificuldades.

Quando acabou a Guerra, aceita, com grande resignação, um cargo

num dos hotéis por ele fundado, acabando por ser ajudado pelo

empresário algarvio Manuel Ramirez que, em 1923, abriu o Hotel

Guadiana, em Vila Real de Santo António, e o convidou para o dirigir.

Factos relevantes para a

educação e formação em

turismo:

Formador do primeiro curso de hotelaria em Portugal

Publicações:

Prémios e

condecorações:

Fontes: Turismo do Algarve (s/d). Conrrado Wissman e o Grande Hotel

Guadiana. Acedido em 14 de abril de 2015, em:

http://blog.turismodoalgarve.pt/2011/11/conrrado-wissman-e-o-

grande-hotel.html

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ANEXO II

Plano do curso profissional de empregados de hotéis

Plano geral

O curso profissional de empregados de hotéis compõe-se de uma parte theorica

professada durante 6 mezes no anexo de Santa Izabel da Real Casa Pia de Lisboa e

seguida de 6 mezes de pratica em um dos primeiros hotéis do paiz.

As disciplinas ensinadas no primeiro semestre são:

I.Francez;

II.Inglez;

III.Calligraphia e Dactylographia;

IV.Serviço de informações;

V.Viveres e culinária;

VI.Serviço de hotel.

No fim do primeiro semestre os alumnos terão de fazer um exame de passagem, para o

apuramento daquelles que continuam o curso, inscrevendo-se na segunda parte.

Durantes os trabalhos práticos os alumnos deverão recordar a matéria estudada no

primeiros semestre.

Terminado o curso, e por proposta do professor da parte pratica, os alumnos terão de

fazer um exame final de todas as matérias estudadas, afim de obterem o certificado.

Condições de admissão

Edade mínima de 15 annos. – Approvação no exame de instrução primária 2.º grau,

francez e inglez; boa apresentação, bom porte; e robustez comprovada pelo facultativo da

Real Casa Pia.

Programma das disciplinas

1ª disciplina. – Francez. Conversação sobre os assumptos mais intimamente referentes a

serviços de hotel, como reclamações dos clientes, composições de menús e sua explicação,

coupons de hotéis, vias de comunicação, meios de transporte, etc.. Comprehensão dos

termos technicos usados na cosinha, na copa e na adega.

2ª disciplina. – Inglez. Conversação, como na primeira disciplina.

3ª disciplina. – Calligraphia e dactylographia. Escripta redonda e gothica, conhecimento

da machina de escrever e a sua applicação à composição de menús, programas, avisos

etc.

4ª disciplina. – Seviço de informações. Principaes vias de communicação terrestre, fluviais

e marítimas, no paiz e no estrangeiro. Informações geraes sobre os principais sítios e

monumentos de Portugal, dignos de visita; principaes thermas e praias; alojamentos

n’estas localidades; horários dos caminhos de ferro do paiz e da Hespanha; tarifas

postaes, consulta fácil sobre annuários e guias; coupons de hotel, conversão de moeda.

5ª disciplina – Viveres e culinária. Noções elementares sobre a cosinha e copa nacionais e

estrangeiras. Composição e interpretação de menús, calculo do seu custo e tempo

necessário para a sua preparação. Estudo elementar e pratico da escolha e conservação

dos géneros alimentícios. Visitas aos matadouros, mercados, mercearias, hotéis, adegas,

etc.

6ª disciplina – Serviço de hotel; limpeza e arranjo dos quartos, salas, installações

sanitárias, copa, cosinha, etc. Serviço de meza. Conservação das baixellas, crystaes,

moveis, soalhos, encerados, ornamentações das mezas, etc. Boas maneiras. Noções

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elementares do funccionamento das instalações sanitárias, ventiladores, caloríferos,

ascensores, aparelhos de iluminação, campainhas eléctricas, etc. Noções de hygiene.

Noções de escripturação de hotel.

Distribuição dos trabalhos escolares

1ª disciplina – Todos os dias uteis, excepto

às quintas-feiras…… 1 ½ hora

2ª » – Segundas, quartas e sextas

……… 1 ½ »

3ª » – Terças e sabbados…… 1 »

4º » » » 1 »

5ª » - Segundas, quartas e sextas 2 horas

6ª » » » » 2 »

Os professores darão ao ensino das diferentes disciplinas uma feição pratica, no intuito de

formar empregados aptos a bem desempenharem o seu mister, conservando os hotéis em

estado de irreprehensivel aceio, cuidando especialmente da cosinha e da meza, tratando

os clientes com a maior urbanidade e fornecendo-lhes todos os esclarecimentos de que

possam precisar para viajarem no paiz com facilidade e d’elle levarem boa impressão.

Distribuição das horas das lições

Numero de horas por semana

Francez 7 1/2

Inglez 4 1/2

Calligraphia e dactylographia 2

Serviço de informações 2

Culinaria 6

Serviço de hotel 6

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ANEXO III

Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do Instituto de

Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de educação para o

turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização científica.

Data:____ /______ /______ Local: _____________ Hora: ______________

Entrevistado __________________________________________________________________

Cargo Desempenhado_______________________ Período _________________________

Secção 1‐ Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área

_________________________

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim 2.Em determinados períodos

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos

6 Mais de 75

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Secção 2 – Educação para o Turismo

Q9.Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global

de educação do país ou a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às necessidades

das empresas?

Q10.As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram

coerentes com a evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação.

Q11.As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente

influenciadas pelos ciclos políticos?

Q12. A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo

português?

Observações

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

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1

ANEXO IV

(Para a realização das entrevistas foi necessário um período longo, que se iniciou em junho

de 2015 e se prolongou até junho de 2017, uma vez que as mesmas foram agendadas com

os entrevistados de acordo com sua disponibilidade, de modo a que a participação

individual de cada um resultasse numa contribuição totalmente voluntária para a

investigação.)

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2

Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 02/junho /2015 Local: na sua residência na Charneca da Caparica Hora: 17:00

Entrevistado: Augusto Severo dos Santos.

Cargo Desempenhado: Diretor Geral Período: novembro 1976 a janeiro 1988

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Direito

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim 2.Em determinados períodos X

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos X

6 Mais de 75

Charneca da Caparica

ENT. Nº 01

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3

Pergunta: Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global

de educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades das empresas?

É a segunda questão, embora também digamos de uma forma pouco clara. A Fátima que

está aqui e que me acompanhou sempre em toda essa fase, que foi a fase fundamental sabe. Em boa

verdade as pessoas não tinham que saber de hotelaria, interessava-lhes ter mais um núcleo de

formação, era mais uma saída para amanhã quando tivessem de ter outras opções, do que

propriamente um grande empenho, até porque chegavam à conclusão que aquilo custava dinheiro.

E depois havia, como sempre houve, agora penso que já desapareceu, um problema que era o IEFP.

Eu já tinha conseguido vencer essa guerra pois a ideia era integrar toda a formação turística

e hoteleira no Instituto do Emprego. Eu disse sempre, se vamos para ali, sabedor e experiente

destas coisas, nunca mais se faz nada.

Por seu turno sabia bem que o IEFP era só conversa, de modo que falhava em grande parte

os seus objetivos.

Lá tive um bocado de sorte, e isso foi tudo mais a relação pessoal, digamos a apessoação

que eu consegui vencer e portanto a certa altura consegui mesmo impor-me e respeitaram-me e foi

assim que nasce primeiro o Centro Nacional de Formação Turística e Hoteleira e depois o Instituto.

O Instituto já foi a fase final.

Essa opção foi suportada nos empresários do setor ou foi uma opção?

Sempre tive uma recetividade dos empresários conscientes do setor que até excedeu um

pouco as minhas expetativas, mas foi sem dúvida por pressão deles que as coisas foram indo. Senão

não iam.

Eu era muito amigo, muito amigo como quem diz…, dava-me muito bem com o Cristiano

de Freitas que foi um Diretor Geral “coqueluche”, acabou até por ser cavaleiro da ordem, não sei

como…

Mas teve mérito. Era um tipo com mérito, um habilidoso e muito vaidoso mas o Cristiano

tinha uma grande influência no setor. Logo a primeira coisa que fiz foi não criar inimizade com ele

mas não criar de modo nenhum a situação contrária.

Curiosamente ele tinha um certo respeito por mim, de modo que embora tivéssemos a

mesma idade, mais ou menos, ele tinha um certo respeito.

Até porque percebia que eu estava dentro das coisas e ele tinha sido um bocado aventureiro

nestas coisas.

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E então, com o Cristiano acabei por ter sempre ali uma retaguarda de apoio, porque ele era

um tipo que se dava muito bem ao nível dos empresários, e depois era um tipo que estava dentro do

sistema, sobretudo depois quando veio o 25 de Abril. Era um tipo muito desligado da mudança, não

tinha compromissos políticos antigos, muito por outro lado, muito habilmente tinha andado sempre

por aí também a minar, de modo que tudo correu bem nesse aspeto.

Acabei por ter nele um aliado e isso foi-me útil, e pronto lá conseguimos criar qualquer

coisa. Era assim como dividir um pouco o comando do turismo e a orientação do turismo, entre as

duas comunidades, a Direção Geral do Turismo e o Instituto Nacional, que foi primeiro Centro.

Essa designação foi dada pelo primeiro homem que pegou na formação profissional turística e

hoteleira em Portugal que foi o Dr. António Serras Pereira, irmão do David.

O David ainda por lá está?

Está reformado.

Era, portanto, o António Serras Pereira que criou aquilo. Era um tipo muito ligado a esse

Pais do Amaral e indiretamente ligado a Salazar. De modo que esse é que tinha verdadeiramente

poder mas não utilizava, não utilizava muito.

Aí o que é que eu fiz, com estas peças e com estes apoios e pensando que não posso aqui

ceder em nada, antes pelo contrário, o CNFTH que era designação que o António Serras Pereira

tinha criado, mas que nunca tinha conseguido estabelecer, joguei para autonomizar logo o próprio

Centro. Para não haver confusões, se seria uma Direção de Serviços ou uma Direção Geral do

Turismo ou uma dependência qualquer, tinha era que ser completamente autónoma e criei o Centro.

Depois foi a segunda fase da luta, o Centro não tinha força suficiente, e para conseguir evoluir

tinha que passar a Instituto, isso aconteceu já na fase final da minha estadia.

O Dr. passou por vários Secretários de Estado, qual foi a sensação que teve perante a formação

profissional do setor. Como é que eles a achavam perante os outros problemas.

Passei por três, todos eles diziam a princípio muito bem, mas não se mexiam muito pois

aquilo não dava nas vistas e não dava muitos passeios. Portanto o lugar importante na área do

turismo era realmente a Direção Geral do Turismo e os Diretores Gerais é que mandavam,

realmente o único em que não conseguiram penetrar foi comigo.

Os próprios Secretários de Estado foram um desastre, aquilo eram degraus para a sua

carreira e a maior parte deles não tinha ideia nenhuma de fazer carreira por ali. Queriam dar

visibilidade à carreira politica servindo-se das relações e servindo-se das influências com que

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jogavam. As próprias lutas pelas autarquias. Lutas no sentido positivo de competição. Todos

queriam. Ai é que as pessoas se interessavam.

Agora essa coisa da formação, aturar cozinheiros, aturar sopeiros, nem pensar nisso, de

modo que fui o único que conseguiu realmente, e modéstia à parte, percebi e encontrei a

paternidade destas coisas. A minha passagem por África também me ajudou um pouco nestas

coisas.

Deu-me uma dimensão para a encarar e um sentido de gestão empresarial que foi o que eu

procurei imprimir dentro das múltiplas limitações que tinha, designadamente a orçamental e legal.

Em boa verdade, houve um Secretário de Estado que me apoiou, não foi um apoio

extramente ativo mas foi um apoio de confiança, foi o Dr. Luís Filipe Madeira, algarvio, que tinha

sido Secretário de Estado do Turismo e que me deu “carta branca”, e como eu tinha perfeita

consciência do que era a função publica, até onde podíamos ir, e até onde não convinha sequer

forçar, tudo correu bem nesse aspeto.

Pergunta: As políticas estruturais implementadas foram coerentes com a evolução do mercado e

dos operadores de formação?

Os privados tinham começado já antes, enfim, tinham dimensão comercial e a sua atividade

desenvolveu-se um pouco nesse sentido, mas também não verdadeiramente com muita intensidade,

porque vamos lá ver, o grande problema em Portugal, continuo a achar cada vez mais, é o

desenvolvimento empresarial.

O nosso empresariado é primário na maior parte dos casos. O empresário português pegou

numa coisa por herança, ou por ter começado a trabalhar ali e se ter influenciado e ter tido apoios.

O resto era desenvolver a sua projeção pessoal. A maior parte deles depois… lá houve alguns

grandes que realmente foram exceção e conseguiram identificar o lugar da sua área na economia

nacional e aí realmente tornaram-se grandes empresários, de resto na hotelaria e no turismo era

uma atividade… o primeiro grande hoteleiro português assim dito foi o velho Alexandre de

Almeida, que era um arcaico, e que foi o fundador das Escolas. A única coisa que lhe interessava

era o nome dele a projeção dele. Era um homem muito ligado ao Salazar.

Ainda consegui criar os cursos de diretores de hotel. A minha ideia não era ficar, diziam-

me o Serras Pereira, porque é que você não vai por ali, o Calisto em particular dizia-me, Diretor de

Escola dá mais projeção, não tem o mesmo nível, mas os contactos, aqueles contactos e sobretudo

aqueles que davam a possibilidade de explorar negócios. Caso do nosso amigo Jorge que

aproveitava sempre tudo para fazer os seus negócios e estabelecer a sua carreira como advogado e

não só.

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Não havia realmente um espirito empresarial, foi difícil criar-se um verdadeiro espirito

empresarial nesta área, e só muito mais recentemente é que nós começamos a ver aparecer

empresários hoteleiros propriamente ditos. Pegavam nisto, normalmente por herança ou nalgum

jogo do comércio privado, tinham espaços comerciais e depois era preciso fazer alguma coisa.

Entretanto realmente começou-se a ouvir falar e a sentir as escolas, coisa que enfim fico

satisfeito. Hoje já se fala nas escolas, hoje já se ouve falar, ainda ontem ouvia alguém dizer que

tirou o curso numa escola de hotelaria e turismo, e hoje já tem licenciaturas, se não estou em erro.

Isso foi realmente a coroa de glória e foi um longo caminho para chegar lá. Porque a mentalidade…

Eu é que tinha lata para isso tudo e impunha-me um bocadinho e foi útil, porque não se

ligava não se dava importância à formação do setor. E depois tive um homem que me apoiou muito

discretamente e tinha influência política que era o Luís Madeira, tinha influência pois tinha sido um

dos homens do 25 de abril.

Terceira pergunta mais curta e direcionada. Nas políticas de educação para o setor, quaisquer que

elas sejam, acha que são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos ciclos políticos?

Como tudo em Portugal, tudo é influenciado pelos ciclos políticos, embora normalmente

essa influência se esvaia muito porque nunca é feita com muita consciência que não a da utilidade

própria.

Mas não há duvida nenhuma que em particular no que vinha há pouco a dizer, já se ouvem

pessoas a dizer que tirei o curso e a evocarem esses cursos e a exercerem às vezes noutros campos.

De modo que isso foi para mim a coroa de glória, afinal valeu a pena o esforço. Mas

refletindo à distância sobre isso, afinal aquilo que parecia utópico, porque para muitos era utópico,

porque não tinha importância nenhuma.

Como dizia o Cristiano que era um tipo prático, não podes constituir ameaça para outros.

Para certos lugares não podes constituir ameaça. e esses lugares por agora estão fora daqui.

Realmente só havia dois únicos lugares de Diretor Geral. Depois até o meu de certa forma se

individualizou. Quando eu já compreendia a autonomia administrativa e financeira, virou Instituto

que teoricamente tinha autonomia, mas na prática era uma coisa muito esbatida.

Isso foi o importante e foi útil. A forma como fui para Macau foi de um exotismo… Não

posso dizer que foi a pior experiência, mas a mais inútil de todas… e daí não foi.

A pior coisa que quiseram foi um Instituto, em consideração pelo Rafael Ventura,

chamaram-lhe Instituto da Formação Turística, e tem lá uma rica escola. Foram buscar, nem foram

buscar, eu é que indiquei, eles encontraram e trouxeram uns tipos do Japão e foi assim que tudo

começou.

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Ultima questão, a existência de um sistema educativo de matriz setorial faz sentido ainda. Ou

deixou de fazer sentido?

É, se contemplar todo o turismo, e acho que é fundamental se se demonstrar verdadeiro

interesse prático e demonstrar empenho. Isto integrado no sistema educativo, embora deva dizer

que no setor educativo a formação profissional foi sempre tratada um bocado à parte, pois a

formação profissional era uma coisa para operários, não dava estatuto. E todos querem ser doutores

e os doutores realmente são muito poucos. Agora é que começa a ser natural.

Começa a haver tentativas de integrar a formação turística no global da formação educativa

nacional, a pergunta é o Dr. acha que é benéfico, tem sido benéfico ele ter estado separado ou vê

vantagens dele ser integrado?

Em termos práticos houve uma fase, aquela fase inicial digo aquela capitis deminutius que

o setor da hotelaria e do turismo tinha uma relação difícil com a formação. Em dada altura é-se

licenciado em quê? Em sopeiro? Havia esta coisa mas depois isso ultrapassou-se, começou-se

lentamente e evidentemente derivou. Em grande parte, não só porque tínhamos tido algum êxito,

mas sobretudo porque o próprio País começou a ganhar consciência que a educação não podia ser o

que nós tínhamos que era o trivium e o quadrivium.

Nós vivemos sempre medievalmente em relação ao ensino e agora é que estamos a

ultrapassar essa tendência. Nós talvez neste aspeto tenhamos tido bastante prestígio e houve gente

que andou ali à volta a representar outras funções. É a tal história, a política aqui absorve tudo e eu

não era um indivíduo confissionalmente ou expressamente revolucionário em termos políticos e

afastei-me da política.

Não hostilizava a política que estava a ser seguida em termos gerais, mas realmente a

politica que se seguiu em termos de educação foi um desastre.

Repare que só há muito pouco tempo é que começaram a aparecer esses Institutos

Universitários que hoje a gente vê. Também não estou muito de acordo com a proliferação por

causa da qualidade. Uma coisa que é importante e fundamental garantir é a qualidade.

Vamos lá ver para a Escola de Lisboa, Porto e Estoril, conseguimos arranjar alguns

docentes e pessoas com nível que se interessassem por estas coisas. Devo dizer que Durão Barroso

foi um deles a interessar-se por estas coisas.

E pensavam que isto não pegava, isso foi talvez a minha coroa de glória, eu consegui, o

pouco que fiz, foi criar consensos, consensos adaptados à realidade, porque não haviam grandes

parangonas que conseguiríamos porque ninguém acreditava. Este gajo é parvo, quer é penacho.

Não, não era.

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Ficaram a saber que foi preciso começar a desenvolver qualquer coisa que fosse credível. E

as nossas escolinhas tornaram-se credíveis, empregavam gente, quando os hoteleiros só queriam ir

buscar diretores de hotéis que fossem amigalhaços deles, e passaram a querer que fossem tipos com

conhecimentos. O que a gente sabe é que a maior parte dos nossos hoteleiros vinham da tarimba, e

os que se destacavam, foi por herança, por laços familiares digamos assim.

Mas essa volta está dada e ultrapassada, e agora tem que ser é mais consolidada. Isso é o

que eu penso.

Em relação às escolas terem hotéis, eu discuti muito isso, pois a operação hoteleira distraía

muito o cuidado com a formação. Isso é verdade, mas só é verdade se não houver diretores capazes,

dirigentes e professores que compreendam qual o lugar próprio do ensino. A formação profissional

começa a ganhar porque a própria Europa obrigou e agora esperemos que continue.

Obrigado

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9

Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 23/junho/2015 Local: Hotel Zénite – Av. 5 de Outubro em Lisboa Hora:

16h30

Entrevistado: Licínio Cunha

Cargo Desempenhado: Secretário de Estado do Turismo Período: novembro 1978 a julho de

1979 de agosto de 1979 a janeiro

de 1980 de novembro 1985 a

agosto 1987 e de agosto de 1987 a

junho 1988.

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Economia

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim 2.Não X

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim 2. Em determinados período X

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos X

6 Mais de 75

Lisboa

ENT. Nº 02

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Q9. Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades das empresas?

Fundamentalmente posso dizer que foram as duas coisas, numa primeira fase da minha

vida no exercício de cargos políticos, foi para as empresas, para a formação profissional.

Não é por acaso que surgem pela primeira vez no Plano de Turismo que eu fiz, as escolas

de turismo.

No Plano Nacional de Turismo 1986-1990. Ele foi feito para 1984-1989, mas depois

acabou por ser de 1986-1990. Nesse plano as escolas que foram identificadas já eram orientadas

para as empresas. Eram escolas de formação vocacional pura e simplesmente.

Depois numa segunda fase, a necessidade, e o facto de eu pensar que devia haver uma

escola superior. A primeira vez que houve a ideia de fazer uma escola superior em Portugal ou criar

um curso de turismo numa escola superior surgiu pela mão dos hoteleiros do Estoril que tentaram

convencer a Universidade Católica a criar uma licenciatura, um curso superior de turismo.

Não teve sucesso essa ideia, não se desenvolveu, porque a Universidade Católica na altura

não achou interessante.

Aliás nem se falava em formação profissional, não se falava em cursos de turismo de nível

universitário. Eu, quando estive na Junta de Turismo do Estoril um dia ocorreu-me fazer uma

escola superior de turismo. E a escola do Estoril nasce justamente dessa ideia que eu tive de criar

um centro de formação no Estoril. E porquê no Estoril? Já agora… Porque o Estoril foi o primeiro

centro do turismo português, segundo porque foi no Hotel Palácio, nos hotéis do Estoril que

surgiram os primeiros diretores de hotel que foram formados na prática e depois se orientaram para

outros hotéis. Muitos dos hotéis dos anos sessenta e setenta eram dirigidos por pessoas que tiveram

formação pratica no Estoril, e eu achei que seria uma ideia interessante levar uma escola de

formação de nível universitário para o Estoril. E foi assim que nasceu a ideia da escola no Estoril.

Inclusivamente eu mandei comprar o terreno, arranjei o dinheiro, fez-se o projeto e a escola

nasceu embora em acumulação com a escola de formação profissional. Mas nasceu como ideia de

ser uma escola superior de turismo.

E nessa altura quando é escola superior de turismo já o era com uma amplitude não

orientada fundamentalmente para as empresas, mas para o turismo. Portanto uma formação

orientada para a globalidade do turismo e não apenas para as empresas.

O início e a concretização dessas ideias nascem justamente com a criação da escola do

Estoril. Felizmente ou infelizmente tanto faz, aqui não há que ser feliz nem infeliz, eu não consegui

a criação do curso superior de turismo, porque na altura o Ministério da Educação se opunha à

criação de um curso que não fosse dentro do Ministério da Educação.

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O edifício que eu tinha mandado fazer e que lá está, estava integrado no então INFT que

era Ministério do Comércio e Turismo, e o Ministério da Educação achava que não podia ser, e isso

levou algum tempo em discussões. Quando mudou e foi possível avançar eu já não estava no

Governo.

Ainda criei a Comissão Instaladora mas já lá não estava, saí logo. O edifício foi feito ainda

comigo, a conceção foi feita comigo em que estabeleci algum relacionamento com a Escola de

Glion para esse efeito.

A concretização da Escola já não foi comigo, mas a ideia de criação de uma formação

global orientada para o turismo nasce com uma escola superior de turismo, nasce no Estoril.

Q10. As políticas estruturais implementadas no sistema educativo foram coerentes com a evolução

do mercado e dos operadores de formação?

No turismo? Não. Não porque vamos lá ver, a formação no turismo nasceu de uma forma

que poderia dizer anárquica, não nasceu de uma conceção, resultante das necessidades de formação

profissional, ou na formação superior em turismo. Nasceu por razões de oportunidade, sobretudo

das Escolas Superiores de Educação. O que é que aconteceu? Havia instituições no domínio

público, mas também no domínio privado, como as Escolas Superiores de Educação que foram elas

que dinamizaram mais a criação de cursos de turismo. Aconteceu que essas escolas queriam ser

politécnicas, Institutos Politécnicos. Para ser politécnicas tinham que ter vários cursos, como é

óbvio.

Um dos cursos que lhes pareceu ser possível criar aproveitando os próprios professores das

escolas foram os cursos de turismo. Porque falavam línguas, porque tinham cadeiras que podiam

ser facilmente adaptadas ao turismo, e, portanto, muitas Escolas Superiores de Educação criaram

cursos de turismo que se transformaram em politécnicos, para responder a uma exigência que lhes

era colocada de terem vários cursos, e os cursos de turismo respondiam por um lado a um

crescimento e a uma possibilidade de emprego que começava a emergir, mas por outro lado era

fácil aproveitar os professores da escola.

Portanto não havia ninguém que tivesse formação em turismo na época em que se

começaram a criar, sobretudo nestas escolas, não havia ninguém que soubesse de turismo ou

tivesse formação em turismo. Mas as escolas foram-se criando e foram criando cursos de turismo

com essa necessidade. A criação, o inicio, a base do aparecimento das escolas superiores para o

turismo, a não ser o caso da escola de turismo da Universidade de Aveiro, que essa foi nitidamente

concebida para ter um curso de turismo, ou mesmo a escola do Algarve, ou, a Universidade

Lusófona que foi a primeira privada a fazer. Salvo esses casos, os cursos de turismo foram surgindo

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como uma necessidade, uma oportunidade para as instituições, mas não como uma base de resposta

de necessidades sentidas.

Q11. Mais fácil de responder! Acha que as políticas de educação para o turismo, são direta ou

indiretamente influenciadas pelos ciclos políticos?

Vamos lá ver, quando me diz as políticas de formação? Sim eu acho que são, acabam todas

por ser influenciadas. Infelizmente em Portugal todas as coisas são influenciadas, infelizmente

repito, pelos ciclos políticos.

Se calhar é um vício antigo, ou é um vício que vem do passado, que vem talvez desde o

século XVIII e XIX.

Mas em Portugal concebem-se politicas, não tanto pela necessidade de desenvolvimento do

País, nas suas várias componentes, mas por força das conceções políticas de cada governo. Se for

ver encontra isso no século XIX, encontra isso no século XX, e encontra isso na atualidade. E eu

digo infelizmente para o País. O País seria muito mais desenvolvido, se as questões fundamentais, e

a educação é uma questão fundamental, não estivessem dependentes dos ciclos políticos.

Obviamente cada partido, cada forma de governação, seja ele de coligação ou seja o que

for, tem as suas opções políticas necessariamente, e cada um tem as suas estratégias.

Mas há questões que têm que transcender um ciclo politico. Eu não posso admitir que se

conceba uma estratégia de educação ou de formação no turismo ou noutra qualquer área que não

seja a longo prazo, a médio e longo prazo. Sendo que os ciclos políticos são de curto prazo, não são

coincidentes e portanto, é uma área que sofre a consequência negativa dos ciclos políticos.

Felizmente na área do turismo tanto quanto é a minha experiência e posso ser testemunha,

não tenho encontrado divergências tão profundas que colidam umas com as outras. Não encontrei

isso nem no passado, nem no presente.

Como sabe a formação profissional começa nos anos de 1968, se não estou em erro, por aí,

com a criação do CNFTH e o Serras Pereira e depois prolonga-se por outros governos.

Nunca senti que houvesse uma divergência muito profunda na conceção da formação entre

os diversos governos. E tivemos experiências muito diferentes umas das outras, muito variadas,

sobretudo a partir do 25 de abril, como sabe.

É uma área em que tem havido um certo consenso, senão um consenso declarado, assinado,

mas pelo menos é um consenso que surge naturalmente, pelo menos com certa naturalidade.

Esse consenso não será também sinónimo de algum laxismo?

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É de duas coisas, penso eu. Uma mais positiva, o turismo tem sido uma área de atividade

onde não tem havido conflitualidade politica. As divergências e os pontos de vista quanto às

estratégias de desenvolvimento do turismo não têm sido assim tão divergentes.

Por outro lado, um certo laxismo, digamos que não tem sido encarada a formação como

uma necessidade a que tenha que se responder, e quando não há situações de necessidade a que se

tenha que responder as coisas vão correndo, e na área do turismo e da formação também tem

havido isso, deixa-se correr.

No longo período de cinquenta e tal anos que eu tenho de ligação ao turismo, pessoas

influenciaram mais a formação que o próprio governo. Houve pessoas que tiveram intervenção,

como por exemplo o Alexandre de Almeida, que há bocadinho citou, ou o diretor da escola,

começaria pelo do Porto, o Diretor da Escola, Luís Contente.

Portanto houve mais influência por parte de pessoas individuais do que propriamente da

formação. E essas pessoas tiveram um papel relevante e às vezes são esquecidas. Não é realçado o

papel que tiveram na formação, ou no desenvolvimento da formação. Isso é uma questão a realçar.

Até porque foi mais a iniciativa pessoal, o esforço de cada um, seja pela vontade e pelo gosto que

tinham nesta área do que propriamente ações de política ou ações governamentais.

A existência de um serviço público de matriz setorial tem sido útil ao turismo?

Eu acho que tem sido essencial. Vamos lá ver, o turismo sobretudo em Portugal, foi-se

desenvolvendo e as empresas foram-se desenvolvendo mais na base da formação “on the job” nas

empresas.

Foram mais resultado das experiências que as pessoas foram desenvolvendo e dos

conhecimentos que foram adquirindo do que propriamente de uma formação exterior, de uma

formação orientada para a preparação de pessoas. E isso acabou por ser relevante. Mas a partir de

certa altura era perfeitamente insuficiente e incapaz de conduzir aos resultados que eram desejáveis

e a prova é que as empresas tiveram que contratar diretores de hotéis no estrangeiro e tudo isso.

A formação desenvolvida pelo Estado, sobretudo na área da hotelaria, foi essencial e tem

sido essencial e portanto é uma área que eu pessoalmente gostaria que não fosse abandonada,

porque naturalmente a iniciativa privada, associativa ou cooperativa ou de outra natureza podem

desenvolver ações de formação.

Qual o papel do Estado? o Estado não pode abdicar do seu papel de ser o referencial

fundamental da formação turística, da formação hoteleira ou se preferir da formação turística e

hoteleira, o que lhe quiser chamar. O Estado tem que ser o referencial, do meu ponto de vista.

O Estado tem de ser a referência. Digamos que é uma forma do Estado comunicar aos

outros o que é essencial na formação, porque o Estado não pode ter uma política de turismo

desligada de uma política de formação.

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Sempre achei que deviam existir duas coisas essenciais para haver uma política de turismo.

Era uma política financeira e uma política de formação.

Sem uma política financeira orientada para o turismo e sem uma política de formação

orientada para o turismo, e já agora acrescento a da promoção, os três pilares fundamentais para o

desenvolvimento do turismo, sem essas áreas o Estado perde muito da sua capacidade de

influenciar o desenvolvimento do turismo.

Obrigado

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 21 /julho/2015 Local: Restaurante ”O Pote” - Av. João XXI em Lisboa. Hora:

13:00

Entrevistado: António Serras Pereira

Cargo Desempenhado: Diretor Geral do CNFTH e Diretor Geral de Turismo Período: 1967 a 1975

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Direito

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 2.Em determinados períodos

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos X

6 Mais de 75

Abrantes

Oeiras

ENT. Nº 03

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Q9: Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades?

No emprego hoteleiro o Estado previu que as necessidades de formação tinham que ser

supridas pela qualidade e mudar a mentalidade de muitos gestores hoteleiros que gostavam de ter

muitos criados de mesa e não empregados de mesa, não foi fácil. Na altura fomos mais socialistas

que muitos.

Acha que o Estado deve andar sempre à frente?

Na parte da formação acho que sim, lembro-me muito bem de certa oposição, não digo das

associações hoteleiras, mas de empresários hoteleiros que tinham posições chave na hotelaria que

diziam que a formação os ia levar a aumentar os salários. Para quem essa historia dos pontos, para

quem essa historia de aprender o inglês e o alemão. Vai fazer é aumentar os salários.

As próprias condições sociais dos empregados, de terem um estatuto com a tal dignidade

profissional, não existia na altura. A própria hotelaria clássica vivia ainda na época da

subserviência.

Essa criação da dignidade profissional foi a antevisão do que era necessário criar, até

contra as opiniões deles, que diziam há gente a mais, estamos a formar gente a mais, não há

dinheiro…

Mas verificou-se que tínhamos razão, precisávamos de mais e melhores profissionais.

Q10. Vem mesmo na sequência. As políticas que foram implementadas foram coerentes com a

evolução do mercado de trabalho?

Nesse momento o CNFTH, no começo, respondeu à pressão do desenvolvimento turístico

do Algarve, depois da inauguração do aeroporto. Havia pessoal em França que dizia que não chove

em Portugal, mas os turistas chovem em Portugal. Essa pressão da procura internacional é que

levou Portugal a responder.

Q11. As políticas de formação são ou não influenciadas pelos ciclos políticos?

Sim, são sem duvida.

Obrigado

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 15 /outubro/2015 Local: Escritório profissional na Rua Julieta Ferrão em Lisboa. Hora:

09:00

Entrevistado: Alexandre de Almeida

Cargo Desempenhado: Presidente do Grupo Hoteleiro Alexandre de Almeida Período:

__________

Secção 1‐ Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Gestão Hoteleira

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim 2.Não X

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 2.Em determinados período

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos X

4 56-65 anos

5 66-75 anos

6 Mais de 75

Lisboa

ENT. Nº 04

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Q9. Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades?

Trata-se de uma imagem, de uma ideia que me foi transmitida e que ficou. Não vivi este

momento. A ideia que eu tenho quando olho para a história do turismo português e em particular na

hotelaria, eu imagino, aquilo que todos sabemos, o inicio da hotelaria, foi assumido em relação aos

caminhos-de-ferro, às gares centrais, em Lisboa. Estou a ver aqueles hotéis todos que proliferaram

á roda da estação do Rossio. No Porto os que estavam á roda da estação de São Bento, e em

Coimbra, naturalmente à volta da estação Nova, enfim porque era por aí que as pessoas chegavam,

tal como sucedeu por essa Europa fora, pelos Estados Unidos pelo Japão. O desenvolvimento da

hotelaria sempre esteve muito ligado às vias de acesso. Em Portugal não havia escola, em muitos

países não havia escolas. A grande escola terá sido na Europa central, numa Suíça, numa França,

penso eu. A Escola mais antiga que há é a Escola de Lausanne. Portanto foram os primeiros que

sentiram necessidade de ter formação. A Suíça era muito pobre, não tinha nada, na Idade Média

vendia soldados, eram mercenários. Era tudo muito pobre e desenvolveram o turismo, o turismo de

saúde, não creio que tivesse o aspeto com que nós o assumimos hoje em dia. Mas formou-se a

escola, com a temática da saúde e do acolhimento, isto em 1893. Formou-se um hub de

experiências de formação.

No nosso país todo o embrião da formação dá-se fundamentalmente, ou por estrangeiros

com know-how que se veem instalar em Portugal. Espanhóis na Figueira da Foz, Galegos em

Lisboa que vieram investir em hotelaria, não sei onde adquiriram o conhecimento. Sei que o meu

avô que é um caso, um exemplo dos muito hoteleiros que tentaram, não eram hoteleiros eram

comerciantes ou industriais que a determinada altura por alguma razão, entenderam investir na

hotelaria, vendo a hotelaria como um negócio. Muitos deles como um negócio comercial, no caso

do meu avô mais numa vertente industrial. E não havia nada, não havia sistemas de informação,

não havia modelos de gestão e de informação de gestão. Ele teve que adquirir isso tudo, teve que ir

buscar a um lado qualquer que ainda não sei onde. Ando à procura, mas não sei.

Sei que quando ele agarra o projeto do Palace Hotel do Bussaco que estava a ser explorado

por uma sociedade liderada pelo antigo pasteleiro da Casa Real, que ficou com a concessão, Paul

Bergamain, que era suíço e já teria alguma ideia do exercício da profissão, era pasteleiro mas sabia,

já tinha uma ideia do que era um hotel.

Mas certo é que não fez o hotel do Bussaco. Fez um contrato com o Estado no qual se

obrigava a transformar o Palácio num hotel, com uma série de obrigações. Em 1907, ele nada fez e

o hotel continua durante a sua concessão e gestão sem água corrente, sem eletricidade, sem

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chauffage, enfim, não era nada do que ele tinha imaginado. Da imagem à concretização das ideias

vai um passo e o meu avô fez isso.

Tenho a noção que o meu avô lá inventa soluções, e pega no hotel inicialmente em 1915,

por aí, e depois houve um desentendimento e ele veio inaugurar o hotel Metrópole, ele já pensa em

hotelaria, quando vai para o hotel já pensa em hotelaria. A grande revolução do meu avô foi pensar

já a hotelaria como uma indústria. Isso é que é o pioneirismo dele, que até lá os hotéis são todos

isolados, hotéis de família, com um intuito comercial. Indústria ainda não havia. Ele quando lhe é

dada a responsabilidade do Hotel Bussaco ele que era uma pessoa muito convivial, assertiva e

extremamente inteligente, era um estratega, vai buscar o que falta em Portugal, que eram

profissionais. Para o seu hotel tem que ter profissionais, não basta ter um Pasteleiro. Ele zanga-se

com o Bergamain quando foi abrir o hotel em Lisboa. Passa dois meses em Lisboa para a abertura

do hotel no Rossio e quando regressa ao Bussaco, andou à procura dos livros, todo o esquema de

informação de gestão, toda a contabilidade que ele tinha montado e estava em dia, e tinha ido tudo

parar à caldeira. O meu avô aí desfez a sociedade, fica tu com o Bussaco, gosto muito, mas assim

não.

Então no início ainda foi em sociedade?

Ele dentro das várias coisas que fazia, tinha herdado da mãe, minha bisavó, que era

descendente de lavradores, e do pai, o meu bisavô, a venda do Luso, que era um comércio que

vendia tudo, como qualquer venda de aldeia, como todas as aldeias tinham, só que aquela era

especial pois tinha as termas do Luso, onde vinham muitos termalistas e ele vendia mesmo tudo.

Ele nasce em 1885, a primeira pedra do Bussaco é colocada em 1888. A loja que vendia a

toda a gente era o único local comercial nas imediações do Bussaco. Passavam por lá os

construtores, os arquitetos, os engenheiros, passava por lá toda a gente. Em paralelo as pessoas

frequentam as termas do Luso. O meu avô nasce naquilo, os horizontes dele de repente vão para

além do que é normal para um miúdo que nasce nas berças.

Em jovem, a primeira mota que houve na região foi para o meu avô, não sei onde ele foi

buscar a mota, na altura um miúdo, miúdo enfim tinha 20 anos, mas alguém tinha que ser o

primeiro. Ele a determinada altura descobre que na Suíça havia umas esculturas de madeira que

diziam “souvenir de la Suisse”. Ele lá imagina ter aquelas figuras de madeira, escultorinhas, com os

anões, com os ursos as casinhas de madeira dos chalets suíços, que em vez de dizerem souvenir de

Verbier tinham souvenir do Luso Bussaco e coloca aquilo à venda na casa Aliança que era assim

que se chamava a loja. E para ninguém saber a proveniência daquilo em vez de as mandar vir para

a Estação do Luso, que era simples pois o sud-express passava ali, mandava para a estação da

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Pampilhosa e ia lá buscar a coisa de noite, ia buscar a encomenda de noite e ninguém sabia de onde

aquilo vinha. O segredo é a alma do negócio.

Isto é a parte de génio e depois na inovação ele descobre a determinada altura, e ainda não

estava nos hotéis, que havia umas máquinas de café em Itália, possivelmente a Cimbali e manda vir

uma porque permite ter café de uma forma industrial e pelos vistos farta-se de ganhar dinheiro com

a máquina. Primeiro é inovação e acho que ele fez isso e bem., mas tem uma particularidade, o café

é produzido várias vezes durante o dia e tinha uma chaminé que quando o café estava pronto

apitava, era um apito tipo horário de fábrica e os termalistas todos do Luso iam todos a correr para

tomar o café da casa Aliança. A determinada altura os turistas para o Bussaco iam todos de charrete

e ele descobre os carros e os táxis e então monta um negócio para fazer concorrência às charretes.

A sociedade de táxis começa a prestar serviço aos hotéis. Ao Hotel do Luso e à hospedaria

Monumental do Bussaco e é aí que estabelece contacto com Paul Bergamain que o vai convidar a

fazer sociedade.

Mas então quando acaba o Bussaco, vai buscar para porteiro/concierge um senhor Garrido,

ainda há Garridos na Figueira da Foz, creio que era basco, certamente ligado a França, San

Sebastien, Biarritz, que se estabelece na Figueira da Foz, ainda há pouco tempo tive uma bisneta do

senhor Garrido como diretora do SPA da Curia. As famílias ainda continuam muito ligadas. Vai

buscar um cozinheiro francês e um pasteleiro também francês, que depois fazem escola, porque não

há nada e era a forma de obter conhecimento e com essa gente formar mais gente para trabalhar nos

demais hotéis que entretanto vão abrindo. Eram pessoas da terra que iam para Lisboa. Lembro-me

perfeitamente disso e de ainda conviver com imensas outras pessoas que eram naturalmente de

Lisboa, era a escola interna. E admito que os hotéis de maior craveira tipo o Palácio do Estoril mais

tarde também tenha tido um grande envolvimento de pessoas qualificadas vindas lá de fora que

vieram fazer escola.

Até o Ritz quando abriu, abriu com gente de fora.

A coisa vai continuando, estamos num período difícil, a cadeia estabelece-se em 1917 com

o primeiro hotel, estamos em guerra. Em 1920 e 1922 o Hotel Europe e o Hotel Francfort do

Rossio, e depois há o grande projeto do Palace de Lisboa e isso é que deita baixo o meu avô. Sabe

disso?

Não.

Em 1926 inaugura o Hotel Astoria em Coimbra e em 1926 inaugura também o Palace

Hotel da Curia, onde o arquiteto é o Norte Júnior, que tinha sido o arquiteto do Bussaco, com quem

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ele certamente travou conhecimento na casa Aliança e que terão ficado amigos para a vida e

colaboraram, tanto que ele quando vai participar em 1923 no Congresso da Associação

Internacional de Hotelaria aos Estados Unidos, já com o fito de ver como é a hotelaria por lá,

porque também era um estudioso disso, foi a Atlantic City, a Chicago e a New York ver os grandes

hotéis, e ali de repente aparece como Vice Presidente da Associação Internacional. Quem o

acompanha nessa viagem além da minha avó é o Norte Júnior e um senhor Nascimento, António ou

Manuel, não me lembro…que era dono de uma fábrica de mobiliário no Porto. Hoje em dia seria

um decorador, construtor de móveis, de grande qualidade. Vão visitar os Estados Unidos para tirar

ideias.

Em 1927 há uma grande polémica porque ele atravessa-se no Palácio Sabrosa, é o

quarteirão do Marquês de Pombal, no Passeio Valverde, Duque de Loulé, Fontes Pereira de Melo,

Camilo Castelo Branco. Ele vai para ali para construir o grande hotel de Lisboa, com projeto do

Norte Júnior. Eu tenho na Curia a Fachada e alguns ângulos ainda. É uma espécie de Ritz de

Madrid um bocadinho mais modernista, porque ele entende que Lisboa não possuía nenhum hotel

de luxo. Ele convive com os seus colegas da Europa e todos eles andam mais depressa que as

pernas e o meu avô também achava que tinha que ser assim. Em Lisboa na altura o único Hotel é o

Avenida Palace e aqueles hotéis mais simples à volta da estação do Rossio, não havia mais nada.

Ele através da casa Aliança conviveu muito com o senhor Pinto e o senhor Sottomayor que

eram termalistas no Luso e que lhe achavam muita graça e lá o iam apoiando. Confiavam no meu

avô. Lembro-me de há uns anos nós termos ido receber um prémio ao Banco Pinto de Sottomayor

porque eramos dos cinco clientes mais antigos. Ele também tinha uma madrinha que o apoiava,

madrinha lá da terra que o ajudava, mas de facto fazia tudo com o pelo do cão.

Ele também tinha uma boa relação com Bissaya Barreto?

Sim tinha, muito chegada mesmo com o Bissaya, mas isso não lhe servia de muito, ele

odiava o Salazar e o Salazar odiava-o.

O seu avô?

Sim, o meu avô era monárquico, era contra. Aí dá-se um episódio que é praticamente a

falência do meu avô, mas o meu avô está em Portugal e não está nos Estados Unidos. O Hilton

também faliu mas ergueu-se e o meu avô, não se reergueu porque também foi abandonado, e

porque vivia em Portugal. Ele tem esse projeto do Palácio e dá-se praticamente em simultâneo o

crash da bolsa de Nova Iorque, e o buraco do Reichstag na Alemanha, entra tudo em forte

depressão e ele vê que não tem meios para assegurar aquele projeto. Já o Salazar é Ministro das

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Finanças, e contrariamente ao que se passa nos outros países da Europa que querem promover o

turismo e criam linhas de financiamento em Portugal só havia crédito para a indústria,

fundamentalmente os lanifícios e uma ou outra atividade industrial. Para o turismo não há nada,

não há qualquer apoio. E ele com interesse em terminar o projeto, mas também de certa forma

alinhado pelo que se passa no resto da Europa em que surgem muitos e bons hotéis nos anos vinte,

com apoios dos diferentes Estados, vai ao Salazar e apresenta-lhe, mostra-lhe de “A” a “Z” porque

é que o turismo também deve ser apoiado.

Mas o Salazar a última coisa que queria era o turismo, eram ideias, era contacto com o

estrangeiro, além do mais. Então mandou saber por entreposta pessoa ao meu avô que Portugal

jamais será um país de turismo e que o Alexandre de Almeida vá tomar conta das suas casas lá para

as berças.

Isto nos anos vinte e tal, o meu avô cheio de genica tem poder tem tudo mas apanha com

isto e o grande desaire é ver aquele projeto que tem que largar e fica a ver navios, porque aquilo é

que teria sido a mola para o resto.

Aliás, uns anos mais tarde quando o Salazar vai visitar a piscina da Curia, do Palace Hotel

que data de 1934, é muito curioso pois não aparece uma única fotografia do meu avô com Salazar.

Aparece o Salazar com alguém a mostrar-lhe aquilo e o meu avô sempre a vinte metros de distância.

De facto, havia um ódio de morte e Salazar foi uma barreira ao desenvolvimento do turismo no

nosso país e só mais tarde com o António Ferro, que vai buscar o dinheiro dos africanistas, e se dá

a grande obra do Tivoli e surgiu o Ritz. O meu avô já tinha previsto isso uns anos atrás. O meu avô

também estranhava que aquando da concessão dos restaurantes do aeroporto de Lisboa, o Salazar

fez com que ele fosse para lá. O meu avô não estava à espera, já estava calejado, mas certamente o

Bissaya Barreto terá dado um toque, o meu avô na altura seria o único industrial capaz de andar

para ali.

A escola de certa forma é o mais importante projeto. O meu avô sempre viu a escola. Mal o

meu tio mais velho fez 18 anos foi colocado num comboio, não sei como se fazia, aliás nem sei

como o meu avô no inicio do século passado conseguia pagar aos suíços para lhe mandarem as

coisas. Como descobriu a máquina de café, como é que aquilo tudo se passava. Hoje em dia é

comum, mas agora naquele tempo era uma aventura. O meu tio mais velho nasceu em 1907/1908 .

O seu tio é Gil de Almeida?

Sim, o meu tio Gil, com dezassete anos foi para Lausanne, não sei como é que isso se fazia,

como se inscrevia como pagava, como era a logística. Não havia nada. Tinha que ir no sud-express

não sei para onde e depois mudar de comboio, uma aventura para um miúdo português.

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Depois mais tarde também sucede o mesmo com o meu pai. É de facto querer muito, dá

que pensar, é um espirito muito aventureiro, deixar um filho metido num comboio e vai não sei

para onde, há-de lá chegar. É querer muito, é muita vontade e eu admiro imenso.

Foi daqueles que veio de um ermo, mas no ermo nada era impossível. O mundo, ele podia

lá chegar e podia fazer com que os seus chegassem o que é notável. Não é?

Além disso cá não conseguiria, dada a sociedade que nós tínhamos e que temos.

Eu admito que a Escola, porque ele está muito ligado ao Grémio, na altura federação, e

todas as associações dignas de representarem um empresariado industrial tinham uma escola, a

escola de Lausanne era da Associação dos Hoteleiros Suíços. Naturalmente que para a Associação

se afirmar entre pares europeus também tinha que ter a sua escola. É essa a ideia que eu tenho. O

meu avô tinha feito escola nas suas casas, pelo que admito que tivesse pugnado muito para que

houvesse a Escola de Lisboa. Pois fazia todo o sentido ser em Lisboa, é daqui que se ia para todo o

lado. Ainda hoje é assim. O primeiro Diretor foi o meu tio Gil, mas o meu tio Gil.

Terá sido convidado por Salazar, que criou uma comissão para o estudo da implantação da escola e

depois essa comissão criou um petit comité, onde estaria o seu tio. Fizeram um circuito pelas

principais escolas hoteleiras da altura, para ver como funcionavam. Produziram um relatório que

apresentaram ao Salazar. Está no arquivo Salazar na Biblioteca Nacional em que terão delineado ali

o que seria a futura escola de Lisboa. E depois há um decreto de criação da escola que nomeia o

seu tio Diretor. Havia uma comissão de direção presidida pelo seu avô. Terá sido a primeira

estrutura dirigente da escola.

Quem sucede ao meu tio é um primo direito dele, Alexandre Santos Almeida, eram como

se fossem irmãos, pois o meu avô só tinha uma irmã, que enviuvou com dois miúdos pequenos, o

António e o Alexandre. Que acabaram por ser criados em casa do meu avô. Acabaram por ser mais

dois filhos. O António seguiu para a escola comercial e também ajudava na empresa aliás, toda a

família ajudava na empresa. A minha avó trabalhava nos hotéis, os filhos e também esse António.

A última função que teve até morrer foi Diretor do Hotel Europa, na praça Luís de Camões, onde é

agora o Hotel do Bairro Alto. O Alexandre formou-se em económicas e financeiras, também

trabalhava como economista na empresa, também como part-time de diretor e tinha umas

representações de umas coisas Suíças, equipamentos de precisão que ele representava. Mas tenho

ideia, tenho quase a certeza que ele sucedeu ao Gil. O Gil era um hoteleiro nato, no acolhimento,

nas relações públicas no conhecimento da operação, mas no conhecimento mais no espirito

analítico. Não tinha aquela veia diretiva, o que ele tinha de excelente era a componente de relações

públicas. O melhor que há. Em termos de organização era muito deficiente e aí fazia grande equipa

com o meu pai, que era o contrário, o meu pai detestava as relações públicas. O meu pai era um

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animal de back-office, estratega, de montagem de números, de organização. Lembro-me

perfeitamente em miúdo dos escritórios serem no Hotel Francfort no Rossio, tenho uma vaga ideia.

O meu avô tinha um escritório, o meu tio tinha o gabinete dele, e o meu pai partilhava o dele com

mais duas ou três pessoas.

O sei pai como se chamava?

Alexandre Lopes de Almeida.

Quando em 1972 se dá a morte do meu avô, muda-se para o Hotel Europa, o meu pai está

num open space com uma secretária e tudo à volta, e o meu tio tem um gabinete isolado cheio de

condecorações, alcatifado e o meu pai no open space com um piso que parecia plástico.

E o meu tio está ali e é praticamente obrigado pelo meu pai a guardar aos pés da secretaria

uma malinha, uma malinha normal de executivo, onde estão os papéis mais importantes, e estão ali

debaixo aos pés dele para não os perder e sempre que fosse preciso ia lá busca-los. Era uma equipa

com funções perfeitamente diferenciadas e que funcionavam.

Admito que o meu tio tinha o seu feitio muito autoritário, que se confundia com arrogância

e que não devia ser pera fácil. Era um querido, mas conseguia ser um bicho, admito piamente que

lhe faltava o necessário para dirigir uma escola, que tenha sido substituído por alguém que tivesse

um espírito diretivo, sentido de organização e fizesse a coisa rolar. Terá sido creio eu, excecional

nas ideias, como deveria ser feito o serviço, o tipo de cozinha, isso ele conhecia a fundo, é uma

coisa muito portuguesa, nós somos bons nas ideias, mas depois passar das ideias à prática nós

muitas vezes desvanecemos.

Tem ideia se eles terão ido buscar formadores estrangeiros?

Não tenho ideia nenhuma, nada de nada, mas admito que tivessem ido buscar quem tivesse

capacidade e competência para o efeito, que se deviam contar por uma mão.

Obrigado.

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 13/ janeiro /2016 Local: Hotel HolidayInn Continental em Lisboa Hora: 17.00

Entrevistado: Hélder Amaro Rodrigues

Cargo Desempenhado: Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa Período: de 1973 a

agosto de 2000.

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Gestão Hoteleira

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro X

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 2.Em determinados períodos

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos X

6 Mais de 75

Faro

Lisboa

ENT. Nº 05

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Q9. Acha que durante o período do seu exercício enquanto Diretor de Escola se respondeu a uma

visão e estratégia global de educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial

de resposta imediata às necessidades das empresas?

Ao falarmos deste assunto temos que nos reportar ao final dos anos 60. Como sabe a

primeira escola hoteleira é de 1957 e foi criada por entidades exteriores à educação, no caso por

empresários, na constatação das necessidade de formação que sentiam na altura e que forçaram, no

bom sentido, a criação de uma estrutura formativa que não existia em Portugal, a exemplo do que

já existia noutros países, nomeadamente a Suíça, onde foram colher elementos e informação, nesses

célebres anos dos finais de 50 e que depois resultou na criação da escola de hotelaria e turismo de

Lisboa.

Na altura com o nome de escola hoteleira Alexandre de Almeida, que foi o empresário

percursor da formação profissional na área da hotelaria, e era o presidente salvo erro da União de

Grémios das entidades patronais. Ele é que forçou e pressionou e daí a escola ter o nome dele. Foi

o setor privado que sentiu essa necessidade e forçou o setor público, digamos assim, a enveredar

pela formação profissional na área da hotelaria.

Q10. As políticas estruturais implementadas procuraram ou deram sempre resposta ás necessidades

do setor?

Não, não porque depois da criação da primeira escola sucederam-se as outras, a abertura de

outras escolas que levaram para a província estruturas formativas e também houve um pensamento

politico na altura de levar essa formação ao interior, no sentido de formar as pessoas ou de

aperfeiçoar aqueles que já estavam na profissão e que não tinham acedido a ela, eram as chamadas

brigadas itinerantes de hotelaria que foram importantíssimas para fazer chegar o know-how ao

interior do país e a zonas que não tinham acesso a essa formação e foi essa metodologia a partir dos

anos 60, das brigadas itinerantes de turismo e de hotelaria que levavam a formação ao interior. Isto

baseado, nessa iniciativa importante que existia já em Espanha. Em Espanha que foi a origem

dessas brigadas, deram-lhe o nome oficial brigadas itinerantes de hotelaria, foi uma adaptação do

sistema espanhol de formação profissional.

Q11. As políticas de educação para o turismo são direta ou indiretamente influenciadas pelos ciclos

políticos?

Penso que sim, foram influenciadas sobre vários aspetos e um deles foi num espaço de

tempo não muito longo, que a formação turística e hoteleira passou a ter equivalência escolar dada

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pelo Ministério de Educação e pelo Ministério do Trabalho, aqui num trabalho conjunto para que

fosse dada a equivalência escolar à formação profissional e esta passar a ter uma correspondência

com o que se fazia nas escolas secundarias. Foi uma ligação forte entre o Ministério da Economia e

o Ministério da Educação, isto nos anos 80.

Q12. A existência de um serviço público de matriz setorial tem sido útil a Portugal enquanto país

de turismo?

O sistema setorial é importantíssimo, porque são eles que sentem na pele os problemas que a

indústria tem e esse casamento com as instituições públicas é fundamental para o desenvolvimento.

Além do mais deve ter objetivos de acordo uma política que deve ser de qualidade e que

corresponda às necessidades de cada região. Como sabe um País de turismo como é Portugal, as

diferenças entre Madeira, Açores, Algarve, Norte, Alentejo requer políticas sectoriais e locais de

desenvolvimento.

Obrigado.

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data:15 /fevereiro /2016 Local: Escritório profissional na Av. Miguel Bombarda em Lisboa.

Hora: 16.30.

Entrevistado: Manuel Coelho da Silva

Cargo Desempenhado: Diretor Geral do INFT Período: 1990 a 1995

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Direito

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim 2.Não X

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 2.Em determinados períodos

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos X

6 Mais de 75

Soure

Lisboa

ENT. Nº 06

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Q9. Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades?

Creio que valerá a pena situarmo-nos na altura, e estamos a falar dos anos 80, qual era a

situação da formação na área do turismo e da hotelaria, particularmente a do turismo. Existiam as

formações de guias que eram as chamadas formações certificadas, mas que não atribuíam graus

académicos, eram formações que eram dadas sobretudo por escolas privadas e que eram

acompanhadas e certificadas pelo INFT.

Na área da hotelaria a situação era muito de cursos profissionais no sentido de não

equiparação académica e que eram ministrados normalmente nas escolas, na altura de Lisboa, havia

uma escola na Madeira e uma escola no Porto. A escola do Porto era a que formava os profissionais

certificados para a direção hoteleira. E que era feita no modelo, chamado modelo Suiço (de Glion)

que no fundo era um sentido prático da formação profissional, do saber fazer, que assentava muito

num recrutamento vocacional e que levava à escolha, digamos assim, certificada de pessoas que

fizessem esses cursos.

Era sempre o INFT que era uma espécie de chapéu das formações em Portugal na área do

turismo e da hotelaria e que tinha essa missão sobretudo certificadora das profissões.

Eu assumi o INFT num momento muito complexo da vida da formação e até do turismo em

Portugal em 1990. Era então Secretário de Estado do Turismo o Dr. Miguel Sarmento e Ministro o

Dr. Ferreira do Amaral. Inicialmente a ideia era até submetida ao Conselho Nacional de Turismo

que existia na altura, era um pouco, quase diríamos de acabar com as escolas de hotelaria

integrando-as numa coisa que começava a surgir como projetos que eram os cursos do Fundo

Social Europeu.

Isto é, nós estávamos numa fase próxima da nossa adesão ao Mercado Comum (nessa

altura a designação), e começavam a existir financiamentos próprios para essa área e começava, um

pouco a estender-se às formações em função de projetos que aparecessem, quer de empresários da

formação, quer de empresários dedicados aos diferentes setores do turismo e da hotelaria.

Portanto havia aqui um debate, no seio do Conselho Nacional de Turismo, no sentido de

saber se ainda valeria a pena ter as escolas, neste caso escolas públicas de formação.

Portanto o debate era nessa altura, sim ou não às escolas públicas para a formação em

turismo e hotelaria.

Quem assume um cargo destes e que tinha por missão apresentar ao Governo um plano,

para que ele pudesse decidir ou tomar uma linha de rumo no sentido de acabar ou não com o ensino

publico na área da hotelaria e do turismo, era um desafio, e mais que um desafio era de facto um

julgamento que iria ter impacto na vida das pessoas e nas próprias opções que o país tomava, sendo

certo que na altura, e isso vinha do passado, todos os estudos o indicavam nesse sentido, que o

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turismo tinha uma importância grande na economia do país e no emprego do país. Mas volto a

repetir, havia muito de uma visão empírica no que se refere às formações, particularmente na área

da hotelaria.

As escolas formavam escassos recursos para aquilo que eram as necessidades de uma

expansão de um turismo qualificado, competente, eficiente e eficaz.

Na altura pedi tempo quando fui convidado para o lugar. O lugar na altura não tinha

Presidente, havia um Presidente interino e pedi tempo para estudar, verificar e conhecer.

Tive um diálogo muito intenso com os sindicatos, sector empresarial, e aproveitando o Conselho

Nacional de Turismo onde se reuniam todas estas entidades, para dialogar com eles, conhecer,

visitar e encontrar-me com alguns dos diretores de então que estavam à frente das escolas públicas

profissionais no sentido da hotelaria.

Eram mais escolas no sentido de formar profissionais para determinado tipo de atividade

do que no sentido de uma escola, de ter um projeto educativo próprio que englobasse. E ainda por

cima perdiam permanentemente estudantes.

Isto é, abriam-se os concursos e apesar das escolas estarem relativamente bem equipadas

nalguns casos e terem bons profissionais, provavelmente até os melhores profissionais a ensinar.

Eles próprios tinham algumas dificuldades como formadores pois não tinham sido

formados enquanto formadores, alguns sim, mas outros não, havia aí alguma dificuldade que

requeria uma meditação, uma análise e um desafio que estava pela frente.

Como digo, meditei, falei com muita gente, falei com as entidades patronais, com as

entidades sindicais em quem encontrei sempre muita disponibilidade e sempre boa vontade e

sobretudo dediquei-me a estudar. A minha anterior experiência tinha sido em Macau nos serviços

de educação de Macau onde também já havia uma escola hoteleira. Escola hoteleira em moldes

muitíssimo bem organizados. Não me era completamente estranho o conhecimento do setor e a

importância que o turismo tinha na economia.

Devo dizer que a imagem pública que existia da escola do Porto é que formava muito bons

profissionais, sobretudo na área da hotelaria, diretores gerais, diretores de hotel. Quer também na

área dos guias-interpretes, que eram feitos pelos privados, também havia uma boa imagem

profissional em relação aos guias.

Aliás os exames feitos pelo INFT eram muito rigorosos na altura, pois havia a consciência

que o setor privado estava a formar bem.

Estava quase tudo fatiado, não havia essa ideia da globalização e por outro lado havia os

outros… motoristas de turismo, e tudo aquilo que eram carreiras certificadas.

Havia sempre a preocupação dos exames, a preocupação das avaliações, que eram dadas

através de cursos pontuais, mas sem essa visão da globalização.

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Devo dizer que depois do estudo que eu fiz, achei que seria mau para o País se fechássemos

aquelas escolas e se fechássemos apesar de tudo, encerrássemos aquele capítulo de fazermos a

formação não pública, isto é, limitarmo-nos apenas a fazer a formação com origem nas

candidaturas do FSE.

Portanto o grande desafio é: como é que eu vou recrutar alunos; como vou transformar

estas profissões em profissões nobres; e como é que eu posso junto dos empresários desafiá-los a

recrutarem profissionais formados numa nova visão do que eram as competências, e o saber fazer e

o saber estar e o saber dizer, portanto todos os saberes que estão ligados à educação, introduzidos

em cursos de natureza global e ao mesmo tempo feito em escolas públicas.

Havia antes de eu ter chegado um projeto para uma Escola Superior no Estoril, só que não

havia propriamente projeto pedagógico, havia um projeto físico de uma escola que estava parado.

Havia ideias de estender as escolas públicas, mas como eu disse estava tudo parado, a

opção do Governo naquela altura era: ou fechamos, ou então temos que ter um plano.

E foi a mim que coube apresentar nos anos 90, o que foi aquilo que era o Plano Estratégico

para a Formação no Turismo e na Hotelaria.

Nós utilizamos muitas vezes a designação formação no turismo, mas quando falar aqui em

turismo já estou a pensar e a falar em tudo o que é turismo e hotelaria.

E portanto, dedicámos os primeiros tempos dentro do próprio INFT ao desafio de pensar

que tipo de formação íamos fazer, como estabelecer os diferentes locais para fazer o recrutamento,

onde iriamos desenvolver essas formações e também ter uma coerência lógica nas ligações à

própria educação. Isto é, na altura algumas das formações que eram dadas era com base nos cursos

do FSE, dos financiamentos do FSE. Independentemente das questões serem mais vistas, nesses

cursos, como fontes de receita de quem as fazia do que propriamente estarem preocupados.

Havia até quem dizia que havia alunos profissionais da formação que recebiam uma

bolsa/salario para fazerem a formação, nós pusemos como ponto de honra nunca atribuir bolsas nas

nossas escolas a quem efetivamente se interessasse por estas atividades de formação e sobretudo

por este setor económico do País. Portanto a nossa base era esta, para aqui vem quem gosta de

trabalhar nesta área, quem está e se sente vocacionado e quem quer aprender a saber fazer, a saber

estar, e naturalmente com competência, desempenhar funções que são relevantes e essenciais para

o País.

Esta era a base e parece que não, não era de somenos importância, numa altura em que se

pagava para os alunos aprenderem e nós estávamos ali a dizer não a isso, não. Nós queremos os

melhores alunos, as melhores escolas, os melhores professores e dar-lhes as oportunidades de

emprego. Eram coisas que estavam à frente de pagar ou não uma bolsa a um estudante só para ele ir

para ali estudar durante umas horas ou durante uns meses ou uns dias. Isso é que era o nosso ponto.

Era ter gente que entendesse como forma de trabalho e de vida e de profissão o turismo e a

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hotelaria, porque seria isso que iria revolucionar as mentalidades e faria mudar no futuro o turismo

em Portugal.

E foi isso que serviu de base e foi a filosofia que o governo de então aprovou como

estratégico e que passava por uma formação verticalizada. O que é que isso significava?

Significava que nós iriamos pegar nos alunos a partir do 9º ano, iriamos dar-lhes as formações

normais de 3 anos que seriam equiparadas ao 12º ano, normalmente, como em qualquer outra

escola profissional e depois fariam uma formação de nível superior até ao bacharelato que pudesse

transformar estas profissões em profissões nobres.

Porque na altura ninguém falava em gestão hoteleira, havia escolas de gestão que tinham

começado uns anos antes, mas ninguém falava em escolas de gestão hoteleira de nível superior

dando o bacharelato. Na altura era diferente, existia bacharelato, licenciatura, mestrado,

doutoramento, portanto os diferentes graus académicos, e o bacharelato eram os três primeiros anos.

E, portanto, nós tentámos ter uma visão que fosse por um lado verticalizada, por outro lado

que tivesse o reconhecimento do Ministério da Educação e que existissem todas as equiparações,

que era isso que iria dar o reconhecimento público e a nobreza que aquelas profissões com aqueles

profissionais que eram exatamente iguais a qualquer outro curso, fosse de engenharia, fosse de

medicina fosse de que profissão fosse.

Não foi fácil vencer isso, mesmo ao nível da educação, honra seja feita a vários Ministros

da Educação que passaram por esse período connosco a quem apresentámos essas ideias e as

partilhámos. Chegando ao ponto de fazer uma licenciatura conjunta com a Universidade Católica,

na altura universidade privada, privada não, que a Universidade Católica é uma universidade

concordatária que é diferente de ser privada (é uma terceira via), e que fazia depois a licenciatura,

portanto reconhecia os nossos alunos do bacharelato nos diferentes cursos que então se fizeram,

dando condições para que esses alunos pudessem acabar a licenciatura e seguirem os seus

mestrados, os seus doutoramentos como qualquer outra escola em qualquer outra circunstância.

Primeiro o modelo, que tinha que ser um modelo globalizado na visão do que era o turismo,

não um turismo de segmentos, mas um turismo que via o desenvolvimento do país como um todo,

aquilo que podemos chamar um cluster. A ideia de cluster do turismo, alias durante o período em

que lançámos esta ideia coincide com a presença entre nós de Michael Porter, que apresentou os

seus estudos sobre os clusters no sentido do interesse, e que elege o turismo como um cluster

nacional, de interesse nacional, e também o elegeu porque entendeu que a formação estava

preparada para responder a esse desafio de ser cluster nesta parte do turismo.

Portanto os clusters não se formam empiricamente, formam-se também numa base de

formação essencial para o desenvolvimento dos países e das pessoas. Na altura também havia que

dar a estender isto ao país, isto é, nós tínhamos a escola como eu disse no Porto, havia que

responder aos desafios e ao modelo de adaptação até porque com a nossa entrada para o Mercado

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Comum Europeu, a chamada CEE, como então se dizia, tinha levado a que a Suíça deixasse de dar

bolsas de turismo para a formação em Glíon, sobretudo para os diretores de hotel, e portanto

tínhamos de fazer uma readaptação desse modelo formativo que até aí, como eu disse, assentava

muito nos apoios que recebíamos do governo Suíço, através das bolsas e que nos permitia formar

os monitores, mas aproveitamos muitos desses monitores para a formação superior.

Também se abriu e preparou uma Escola em Santa Maria da Feira mais numa natureza de

ensino médio e uma outra em Coimbra também de ensino médio.

Depois em Lisboa, melhorou-se as instalações as condições e os meios da escola de Lisboa

que mudou da António Augusto de Aguiar para as Olaias e criou-se uma dependência em Setúbal

para a formação dos dois primeiros anos e uma no Estoril que já existia, há pouco não referi mas

existia também, e ai houve uma evolução que foi para as instalações que entretanto foram definidas

e acabadas num projeto que era já o projeto da Escola Superior mas que precisava até para

rentabilização dos meios de uma escola média, dentro daquela visão que um hotel não tem só

formações de nível superior, mas tem formações de todos os níveis e portanto havia ali uma ideia

de haver na Escola do Estoril, como diríamos um hotel escola, mas um hotel escola numa conceção

mais escolar que propriamente de hotel, mais de escola que propriamente de serviço.

Portanto Setúbal, Estoril e depois o Algarve que foi o grande desafio, até porque estava em

construção uma escola com financiamento comunitário em Vilamoura e que não tinha sido bem

avaliada, era um hotel escola no modelo que podemos designar como antiquado, em que na altura

quando tivemos que fazer a avaliação chegámos à conclusão que os custos da formação que

iriamos ter com aqueles alunos era quase tanto como o orçamento de todo o Instituto para as

restantes escolas todas. Era portanto um disparate, é o que poderíamos dizer.

Teve que se pedir a reformulação do projeto à Comunidade porque a escola era feita num

sítio onde não havia alunos, nem havia professores, era ao lado da carreira de tiro de Vilamoura,

portanto não havia alunos nem professores residentes, tínhamos que os trazer de todo o Algarve

para ali, onde nem sequer havia meios de transporte que os levassem para lá, era uma loucura. Que

podia ser muito bom como hotel, e eu tenho as minhas dúvidas, mas que era um hotel com uma

visão de hotel escola onde eu não iria com certeza ter sucesso nem ter meios financeiros para poder

fazer isso.

Devo dizer que quando se apresentou o projeto de reformulação à União Europeia tivemos

os maiores elogios quer da parte da Comunidade quer da parte do Tribunal de Contas que avaliou o

pedido de mudança, e mudou-se para Faro que era o sitio onde havia possibilidade de ter monitores

de várias línguas, da matemática, do português, independentemente dos profissionais de hotelaria e

do turismo e mercê de uma operação que se fez com o então Ministério da Defesa que foi a

aquisição do Convento de São Francisco em Faro e a sua transformação num projeto do Arquiteto

Carrilho da Graça, que soube bem embeber-se daquilo que era o nosso espirito do que devia ser

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uma escola num monumento histórico e levar essa ideia também àquilo que seria um dos vetores do

nosso turismo que era o vetor da recuperação do património histórico ao serviço da hotelaria e do

turismo.

Portanto também o arquiteto percebeu o que nós pretendíamos e transformou, concebeu a

transformação daquela escola, que foi feita depois com a vinda dos dinheiros comunitários que

estavam previstos para Vilamoura para o Hotel Escola e foram previstos para a transformação feliz.

Devo dizer que hoje já não a visito há algum tempo, mas devo dizer que é ao tempo uma

escola muito feliz, muito bom aproveitamento de uma filosofia, de que eu me orgulho muito por ter

participado na sua definição. Porque tentámos dar com alguns anos de antecedência esta visão de

que havia um património que era preciso recuperar e manter e colocá-lo ao serviço dos cidadãos de

Portugal e dos portugueses e naturalmente ao serviço do turismo.

Portanto primeira questão, conceber um modelo escolar que se aproximasse do ensino

global, isto é, que um aluno ao fazer a opção pela escola de hotelaria sentisse que não estava a

perder as suas equiparações académicas e que podia por via dessa via formativa ter os mesmos

diplomas que qualquer outro jovem que seguisse pela via da engenharia ou por qualquer outro tipo

de gestão ou por qualquer outro tipo de engenharia.

Por outro lado a ideia que as infraestruturas tinham que ser colocadas estrategicamente ao

longo do país que deviam ser os locais de recrutamento daqueles que tivessem vocação alheando-

nos de tudo aquilo que era, até apetece dizer de alguma forma, o que foi pernicioso para a formação

profissional no nosso país que foi pagar para que os alunos fossem estudar, e portanto nós não

abdicámos desse principio de que estudar é um ato individual e que o Estado tem obrigação de criar

condições para que se faça, portanto criar um modelo de ensino publico. Não iriamos nunca deixar

de fazer coisas que sentíamos, eram necessárias para o bem do País, mas ao mesmo tempo também

não íamos fazer nada que impedisse que os privados pudessem desenvolver os cursos de Guias

Interpretes, que continuaram a ser feitos nos privados e continuaram a ter as suas provas prestadas,

todos eles públicos e privados nas mesmas condições, no INFT que cada vez se assumiu mais como

quase diríamos um Instituto Politécnico de âmbito nacional.

É também uma novidade e foi uma novidade no País então, e noutros países, em todos os

países no mundo quase diríamos, que se dedicava à formação no turismo e que tinha a formação

como essencial, numa visão que fosse globalizante academicamente reconhecida e que estivesse

com essa envolvência de dar às pessoas e às profissões toda a dignidade que elas mereciam e que

eram essenciais para a transformação do turismo e da hotelaria em Portugal.

Q10. Porque se enquadra no que acabou de dizer, como é que o setor reagiu? As políticas

implementadas foram coerentes com a evolução do mercado e dos operadores de formação?

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O sector reagiu de forma quase diria contraditória. Eu vou tentar explicar como é que o

setor… vamos dizer o setor público municipal, o setor que tinha facilidade, esse reagiu bem, assim

como as Regiões de Turismo também reagiram bem, apoiando e facilitando sempre, muitas vezes

aquilo que se lhe pedia do ponto de vista das infraestruturas ou de apoios para poder ter as escolas,

formar e apoiar as escolas.

O setor empresarial aí eu tenho que pensar o tipo de empresários que eu tinha ao tempo, e

aí podemos ter vários níveis de empresários. Empresários da restauração, empresários da hotelaria,

os empresários das agências de viagens, enfim o incoming e o outgoing, tínhamos diferentes

modelos. Enquanto que na questão das agências de viagens a formação era para o domínio da

cultura, da língua, das línguas estrangeiras, o contacto com os novos modelos de gestão que eram

precisos, havia uma grande abertura, na questão da hotelaria já havia algumas reservas porque

havia a ideia tradicional que se vai formar essa gente… vai-se formar doutores, se vamos ter

doutores, vão querer ganhar mais. Portanto como o modelo de gestão hoteleira era o modelo da

propriedade, e a questão do imobiliário não estava muito bem definida, havia aqueles passos todos

da amortização dos hotéis, das questões que se levantavam do que era o modelo de gestão de então,

viam sempre isso com alguma apreensão.

Na restauração, aí a questão era mais complexa, porque a restauração é muito dispersa no

País, de vários níveis, e que passa muito por questões, mais do que as questões profissionais, por

questões do gosto, dos regionalismos, das culturas locais e aí a penetração era muitas vezes

complexa. Porque nem sequer havia condições, eram unidades pequenas onde normalmente as

pessoas para irem para a formação tinham que deixar os seus próprios empregos.

Porque não havia sequer condições, os que iam das escolas já iam com equipamentos.

É preciso perceber que nós nas infraestruturas que criámos fizemos um modelo que nos

podemos orgulhar enquanto portugueses que era um modelo único no mundo. De ter todas as

condições de formação, desde auditórios de formação iguais aos auditórios da medicina só que para

a demonstração na hotelaria, neste caso na cozinha ou na pastelaria, tínhamos as cozinhas

individuais, no sentido de monopostos de trabalho, para as padarias, para tudo.

Todas essas valências que são indispensáveis sobretudo à hotelaria, e às vezes nós

esquecemos que por cada diretor de hotel que se forma, nós temos que pensar que temos 100

trabalhadores de diversas áreas na hotelaria e, portanto, um hotel é uma empresa em si e com vários

tipos de formação diferentes e nós tínhamos que os olhar a todos e sabíamos que havia ali diálogo e

trabalho que tinha de ser feito em comum.

Naturalmente que na restauração havia esse problema, por um lado a dimensão dos

restaurantes por outro lado as dificuldades de dar formação, e avançou-se com duas coisas que se

entendeu como muito importantes na altura para poder criar esta ideia do cluster. Por um lado era a

formação dos empresários, a ideia de formar empresários enquanto empresários desta atividade

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económica foi para nós importante e procurámos faze-lo com as Regiões de Turismo com o apoio

dos empresários locais de diversas áreas e portanto lançar essa base que o empresário visse que a

partir dai era útil ter gente profissionalmente preparada para tornar o seu negócio mais rentável,

higienicamente mais preparado, mais competência, melhor qualidade e mais inovação. E depois

fazê-los também perceber que havia hoje na restauração várias componentes e até muitas vezes

esquecidas, que era preciso uma formação sólida no domínio da química, até da física, da nutrição.

Nós não alimentamos jovens em escolas que tem cantinas da mesma maneira que alimentamos

militares que tem que comer as suas refeições, ou até de atletas profissionais, ou de pessoas que

hoje se dedicam ao vegetarianismo, ou que por outro lado também tenham que estar preparados

pelas diferenças etárias, da terceira idade, começava a avizinhar-se o envelhecimento do país que

levava a novos modelos de alimentação.

É no uso de gerir determinado tipo de capacidade que se fez a nossa ligação às escolas de

nutrição, também no sentido de as chamar a colaborar nestes projetos e naturalmente para ver que

os empresários tinham todo o interesse em ter profissionais devidamente preparados nestas áreas.

Por um lado, foi como eu disse, a formação dos empresários e por outro lado, para aqueles

grupos de empresas que não tinham capacidade para fazer sozinhos a sua formação, íamos lá faze-

la.

Fizeram-se as brigadas móveis, isto é, grupos de profissionais que existiam no INFT e que

iam muitas vezes para uma região para um município e que faziam formação, não para um mas

para mais que um restaurante ou para mais que um hotel. Trabalhando muitas vezes na região

através dessas brigadas móveis era levar a escola ao restaurante ou levar a escola ao pequeno hotel.

E não era já não poderem ir pela sua idade, não podiam pelas suas dificuldades e dimensão

de empresa, a escola ia ao encontro deles e sobretudo levando-os a trabalhar nos meios e nas

condições que eles tinham e não naqueles que as escolas com o seu equipamento para a formação

dos jovens era completamente diferente, muito mais avançada e muito mais sofisticada, e portanto,

ali ia-se trabalhar exatamente com aquilo que existia, este foi o grande desafio e eu penso que foi

uma vitória conseguida.

Diga-me só neste ponto ainda algumas entidades da formação que já estavam instaladas e outras

começavam, com o desenvolvimento das empresas dedicadas à formação, sentiu algum travão,

alguma procura de travar toda essa dinâmica ou mantiveram-se sempre alheias à questão

Eu creio que aí não senti que da parte deles existisse. Aliás, devo dizer-lhe que nesse

domínio às vezes no turismo, sobretudo com os Municípios havia alguma formação. No domínio da

restauração não.

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Digamos assim, não havia tantos concursos como isso, havia depois um dado que era

importante estrategicamente é que o IEFP entendeu que a circunstância do INFT ter a seu cargo

tudo o que era também relativo ao financiamento desses projetos levava a que se mantivesse um

grande diálogo e que eles operassem não em concorrência com o que o próprio Instituto estava a

fazer, mas sobretudo em articulação em áreas onde o próprio Instituto não chegava.

É óbvio, também se me perguntar, mas não houve muitas vezes em que se fechavam os

hotéis e se aproveitava, dizia-se que para fazer formação, mas mais não era que um pretexto para

fazer remodelações ou para fazer outro tipo de negócio relativo a essas questões? Não digo que não

acontecessem, podia citar mas não cito, não vale a pena.

Muitas vezes somos confrontados nas nossas decisões de ter de perceber que aquele vinha

apresentar uma candidatura para a formação daquele pessoal porque ia fechar o hotel para obras e,

portanto, era uma forma. Também compreendíamos que era uma forma de aproveitar e, muitas

vezes aí, ou colaborávamos nós ou colaborava o setor privado connosco, algumas vezes até o

fazíamos em conjunto porque havia valências para o setor da formação, daquilo que eram os fundos

comunitários para a formação, que existiam disponíveis, e portanto muitas vezes entendia-se que

enfim, era louvável que fizessem essa formação. Podia haver uma coisa ou outra, quando nós

dizíamos que enfim… porque dominávamos muito bem o setor… nós sabíamos o que custava o

quê, não era tão fácil enganar-nos. Aliás não houve neste setor, enquanto esteve no âmbito do INFT,

enfim naqueles seis anos em que estive de 1990 a 1996, não houve que me conste, nenhuma

avaliação que fosse feita até pelos fundos comunitários, das entidades fiscalizadores dos fundos

comunitários, que tivesse levantado autos ou tivesse levantado qualquer coisa por inconveniências,

porque nós sabíamos muito bem o que custava o quê, o que custavam os géneros porque era uma

coisa que o próprio Instituto fazia nas suas escolas, com os seus monitores. Tinha um grupo de

monitores muito bem preparados.

Há pouco esqueci e não referi é só para lembrar, que o Algarve tinha depois uma outra

escola mais pequena em Portimão que era uma extensão da de Faro e que também fazia formação e

que também foi modernizada mais uma vez com o apoio municipal e que também aí se fez essa

formação em instalações municipais.

E vou-lhe dar um exemplo que é importante. Nesta visão com os empresários, a partir de certa

altura sobretudo com o chamado Centro Escolar do Estoril, era essa a designação oficial uma vez

que havia duas escolas dentro desse Centro, havia uma Escola Superior de Hotelaria e Turismo do

Estoril e havia a escola média que já lá estava, e como a legislação não permite que coexistam nas

mesmas instalações formações de níveis diferentes, teve que se criar um Centro de Formação que

geria os equipamentos, que geria os meios existentes que depois partilhava, até os monitores eram

muitas vezes partilhados, aliás creio que ainda hoje será assim.

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E naturalmente que na altura nós tínhamos também um auditório e esse auditório servia

para fazer atividades pagas por quem queria fazer conferências ou quem queria fazer formações ou

eventos, e na altura os hoteleiros, os hoteleiros daquela zona, viam isso como uma concorrência

quase desleal porque nós estávamos ali para fazer formação. Naturalmente, tivemos que os reunir.

E um dia reunimo-nos no então hotel restaurante de aplicação que existia no Centro e

apresentamos-lhes o que a gente verdadeiramente fazia e porque é que o fazia, e até lhe lançamos o

desafio, não, vocês podem, se têm aqui aquele auditório, na altura não havia ainda o Cento de

Congressos do Estoril, se quiserem podem vender o auditório com os vossos quartos, ponham isto

ao contrário. Em vez de dizer que nós estamos a fazer concorrência, nós não temos quartos, não

temos hotéis, os hotéis que nós temos aqui são para os alunos, são ocupados sempre por alunos,

excecionalmente por uma ou outra formação, economicamente sem fim económico, mas são vocês

que vão vender. Porque nós temos aqui um conjunto de inovação, pela qualidade do auditório, foi a

primeira vez que se fizeram em Portugal auditórios com lugares para esquerdinos, porque era uma

novidade, há 10% de esquerdinos no Mundo, portanto nós pusemos 10% de lugares no auditório

para eles. Tínhamos que ser inovadores pois senão fossemos inovadores então o turismo não iria

dar aquela resposta que o próprio mundo ambicionava. As tais questões de hoje, da modernidade,

dos transportes, da concorrência. Nós tínhamos de fazer isso.

Portanto havia aqui, e creio que nessa altura com esse encontro, com essa reflexão em que

disseram o que pensaram e nós dissemos o que queríamos, se desbloqueou completamente qualquer

mau estar e eles passaram a perceber que nós eramos pelo contrário os maiores ajudantes deles.

Muitas vezes, digo que não tivemos da parte do setor, enfim, também alguns momentos

não era o entusiasmo que às vezes se pensava, que um aluno formado era um aluno a quem tem que

se pagar mais, e o empresário nem sempre vê isso como a melhor das coisas.

Mas por outro lado o setor sindical via isso como muito bom aliás, se for ver as referências, nunca

houve problemas nesse domínio, o setor sindical pelo contrário percebeu muito bem o que se

pretendia. Mas sobretudo o setor empresarial também percebeu que podia melhorar muito a

qualidade dos serviços que prestava e otimizar e encontrar até aquilo que nós chamávamos na

altura uma designação de pluricompetências que procurávamos dar aos jovens, sempre uma visão

privada, não uma visão de perpetuar o ensino publico, nós estávamos no ensino publico, mas para

perpetuar uma atividade que era essencialmente privada e só se entende como privada. O turismo e

a hotelaria só se entendem como privados.

Portanto o nosso espirito não era o espirito clássico dos demais ensinos públicos, era um

espirito que fomentava o empreendedorismo, aliás se for ver nos escritos da altura a primeira vez

que se fala em empreendedorismo nos anos 90 em Portugal é exatamente nas nossas escolas. Que

procuram ensinar também o empreendedorismo no sentido em que os monitores, os professores e

os docentes em geral tivessem esta visão. Nós trabalhamos para formar gente para o domínio

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privado, empresários também privados, profissionais também para a atividade privada. Com este

espirito, não com espirito de se perpetuarem como funcionários públicos. Aliás devo referir

enquanto lá estive, todos os docentes de todas as escolas tinham uma visão de contratos privados

mesmo dos próprios docentes.

As pessoas na altura não perceberam. Queriam a segurança da parte pública, esquecendo-se

que nós tínhamos que estar exatamente no mesmo patamar que os privados, com as mesmas

dificuldades com o mesmo espirito e recrutando. Naturalmente um bom cozinheiro muitas vezes

não tinha as habilitações académicas e o Estado sempre hierarquizou em função das habilitações

académicas, e nós estávamos numa atividade emergente, nascente, e, portanto, não podíamos de

maneira nenhuma ir buscar pessoas a quem pagaríamos de forma diferente. Mas para lhe podermos

pagar ao mesmo nível de qualquer outro docente tínhamos de ter uma visão privada e tínhamos de

ter contratos privados.

Isto é uma coisa que, talvez por isso, nós não tivéssemos grandes conflitos com o setor empresarial

pois nós sempre tivemos, tínhamos esta visão que era todo um modelo de empreendedorismo e de

atividade privada.

Nas políticas de educação para o setor, quaisquer que elas sejam, acha que são diretamente

influenciadas pelos ciclos políticos ou não?

Penso que sim, e por muito que me custe tenho que o admitir que uma vez após a minha

saída, esta é agora a minha visão, houve algum retrocesso nesse setor. Como por exemplo

transformando os monitores, os docentes em funcionários públicos, o que veio fazer muita

diferença, no modelo de ensino na forma como os desafios se enfrentam. Porque, entretanto, nós

tivemos de formar a massa critica, não é, começaram a sair os primeiros, e portanto, como já havia

os primeiros com as habilitações, já se enquadravam no modelo tradicional, já houve aquela

tentação, enfim seis anos depois, já havia aquela tentação para fazer o enquadramento tradicional

da função pública.

Por exemplo o novo ciclo politico que veio também abriu a porta neste setor da formação

no turismo e na hotelaria a uma certa estatização do ensino público que existia, era essa que existia,

mas o que veio sobretudo foi criar um modelo que era mais, podemos dizer, engessante da própria

ideia de formação.

Isto é porque o recrutamento passou a ser condicionado, porque eu passei a ter o mesmo

modelo de carreiras que tinha na função publica em geral e isto faz muita diferença, pois nós

estamos numa atividade, o turismo e a hotelaria, que são sobretudo criativas, inovadoras de

contacto com os públicos, porque não é aquilo que eu ofereço que faz vir os turistas, é aquilo que

os turistas procuram e que eu tenho que o articular com o modelo de oferta que eu tenho. Os

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turistas não veem porque eu tenho uma boa oferta. Não, eu tenho que me adaptar aos próprios

interesses dos que nos veem visitar e portanto, é esse desafio que é um desafio também cultural e

educativo que penso de alguma maneira, eu quase diria, agora enfim, não quero expressar aqui um

sentimento de estar com algum autoelogio.

Creio que o próprio evoluir que acabou por acabar com o INFT nasce muito desta visão

que é tudo fácil, a gente mete isto tudo numa repartição.

Porque já tinha sido assim no passado e portanto, quem estudar o passado da formação e do

turismo em Portugal compreende melhor o que veio a acontecer depois. Quanto mais se estatizou a

formação pior no sentido daquilo que eram os desafios de trazer gente de fora, para com inovação

ensinar aos alunos.

Houve cursos que deixaram de ser desenvolvidos. Eu dou-lhe o exemplo, que estavam

projetados, e o novo ciclo político acabou por nunca os desenvolver.

Dois exemplos bastam, um era o trabalho que se vinha desenvolvendo na formação para as áreas

dos SPA’s e daquilo que podemos chamar das piscinas e das formações ligadas a um lazer físico,

não é…Nós tínhamos desenvolvido um projeto na Escola Superior com a Faculdade de

Motricidade Humana para desenvolver modelos de formação que profissionalizassem as pessoas

que trabalham nos SPA’s, que acompanham o desenvolvimento de atividades físicas que hoje é

uma coisa muito comum, mas que na altura não havia profissionais, havia apenas aqueles que se

dedicavam por sua iniciativa. Portanto tentámos fazer isso criando um ginásio na Escola Superior.

Enfim o ginásio foi encerrado e esses cursos acabaram por não ficar.

Por outro lado, quando se criou o curso superior de cozinha, veio depois no ciclo a seguir a

ideia que o curso superior de cozinha é muito redutor, vamos chamar-lhe engenharia alimentar, que

dizer da ideia… como se fosse possível o cozinheiro não saber cozinhar, ter a maior teoria sobre os

condimentos, ou sobre os modelos daquilo e não os soubesse fazer. Estas coisas… por isso é que eu

digo que os ciclos muitas vezes políticos não bebem naquilo que é a filosofia e na importância que

isso tem para o País, para a economia e para aquilo que é o papel da formação, que é a base.

Sem educação e formação eu não consigo ter um País livre e portanto, eu só posso ter

pessoas que são criativas que são inovadores, que aceitam desafios, são aquelas que têm que

participar, mas participar ativamente também no modelo da sua formação e na sua conjugação com

os próprios monitores e com a inovação.

Hoje vê-se muito nesses modelos modernos, desses concursos tipo Master Chef, basta ver o

modelo Australiano para ver quanto formativas são este tipo de coisas, este tipo de atividades e que

não basta eu saber teoricamente, eu tenho que saber fazer mesmo. Esta é que é a raiz da formação

neste setor, e, portanto, o outro ciclo que veio não previu e deixou transformar aquilo que era a

reivindicação de alguns, da estabilidade de emprego em desfavor da criatividade e da inovação.

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E depois, outro setor que lhe poderia, enfim, referir era do próprio papel e da atividade que

hoje tem o setor dos alimentos e da química do que são as transformações e os risco que se correm

e nós tínhamos tudo, criando inclusivamente uma coisa que depois não se fez nem se desenvolveu

que eram as inspeções das atividades alimentares e que tinha que ver muito com a capacitação das

pessoas para acompanharem aquilo que eram as condições não só da produção dos alimentos mas

como da sua transformação e da sua venda, e posterior venda transformada. E portanto, isso

também tinha um setor de acompanhamento de atividade.

Chegámos a formar alguns profissionais neste setor vindos da área quer de agronomia, do

Instituto de Agronomia, quer da área da medicina veterinária, da área do Instituto Pasteur,

exatamente com essa finalidade que era vir a desenvolver cursos e atividades formativas que

tivessem essa visão de que estamos perante uma atividade extremamente importante, uma atividade

que tem a ver com a vida e com a saúde das pessoas, com o seu desenvolvimento e com a sua

finalidade, com o movimento etário as suas diferenças de performance profissionais, desde os

atletas profissionais, tudo isso tem que ver com essas transformações e também do uso de

determinado número de químicos que começam muitas vezes a ser usados sem haver efetivamente

a experimentação e o apuramento se eles fazem bem ou não.

Portanto há tudo aqui, um conjunto de formações que se perderam um pouco nos novos

ciclos.

Acabando com o INFT era a mesma coisa que acabar com um Instituto Politécnico de âmbito

nacional que formava, que é diferente dos outros que são todos territoriais - com base distrital, este

era nacional com base numa atividade determinada e que se queria desenvolvido para interesse do

grande cluster do turismo da restauração e da hotelaria em Portugal que hoje cada vez mais é um

suporte da economia. Portanto também vamos ver…

Ultima questão. Acha que o sistema formativo setorial faz sentido ainda. Ou deixou de fazer

sentido?

Hoje é mais difícil uma vez que existem mais escolas públicas e privadas que fazem

formação neste setor. Muitos politécnicos hoje têm escolas de turismo, curiosamente muito poucos

tem formação de hotelaria.

Eu só entendo que valeria a pena voltar a uma formação setorial, quase diria à semelhança

do politécnico que se dedica ao restauro de obras de arte e para isso precisa de saber de química, de

engenharia, de história, tem que ter cultura, tem que saber fazer restauro, resistência de materiais,

enfim todas as coisas. Também aqui eu penso que ainda faz sentido ter um politécnico nacional do

tipo do INFT tal como foi concebido nos anos 90 naqueles meus dois mandatos de dois/três anos

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que se dedicasse particularmente à formação hoteleira. Isto é quando falo na hotelaria falo em todas

as profissões do setor.

Com a nossa entrada na União Europeia houve uma coisa que se chama a

desregulamentação, isto é, ainda não tinha tido ocasião de falar nisso mas acho que vale a pena

falar na desregulamentação. Hoje qualquer pessoa pode ser diretor de hotel, pode dizer-se

cozinheiro, qualquer pessoa pode dizer que é governanta de andares, qualquer pessoa pode

assumir-se como qualquer coisa porque dirão ele faz, ele faz… ora estas coisas não são exatamente

assim, sobretudo particularmente na hotelaria há uma coisa que tem que ver com a segurança das

pessoas. Um hotel, felizmente para nós são raros os casos de incêndios em hotéis e coisas do

género, mas os que há terminam tragicamente, são problemas complicados e não é um qualquer

diretor que sabe o que fazer em circunstâncias deste género e que sabe sobretudo prevenir e sabe

sobretudo como preparar as pessoas para este tipo de situações. Portanto eu entendo que no

domínio sobretudo da saúde das pessoas, e no caso da restauração, sobretudo hoje, na cada vez

maior necessidade de se criarem alimentações e modelos de alimentação, refeições que se adaptem

à própria realidade social, nos hospitais, na alta competição, que tem vários tipos, quer seja um

ginasta, um futebolista, um ciclista, ou alguém que faz a travessia do deserto num concurso de

resistência.

Nós temos modelos de alimentação diferentes que se forem mal feitos ou mal dirigidos

podem ter resultados físicos graves complicados e esse debate ainda não existe entre nós com essa

profundidade e essa massa critica que é indispensável para que ele ocorra, nem são os nutricionistas

que o podem fazer. Os nutricionistas são um domínio que trabalham a montante e nós precisamos

de alguém que trabalhe a jusante, que saiba transformar depois isso em coisas agradáveis que sejam

efetivamente uteis. E este saber fazer ainda hoje justifica uma formação específica, que volto a

repetir por necessidade, deve ser pública dados os custos, dado o investimento.

Pelo estudo dos números que nós tínhamos na altura, formar um bom cozinheiro, um bom

chefe de cozinha, num curso de três anos custava quase tanto como formar um aluno de medicina.

Os números estavam aí, pela quantidade de ingredientes que tínhamos que gastar, pelo tempo, pelas

aulas que dávamos, pelas formações que tínhamos que aplicar. Não era muito diferente o custo de

um aluno em hotelaria de um aluno em medicina e ambos tem que ver com a saúde.

Se quiser hoje fazem-se muitos tipos de pão mas ninguém sabe muito bem avaliar o que é

que cada um repercute na saúde. Nós hoje sabemos que há cada vez mais reações à lactose, a isto e

àquilo. Há estudos hoje que borbulham na internet, as pessoas que lêem sabem umas coisas mas

depois falta algum saber, alguma capacidade de transformação com conhecimento científico, com

conhecimento e com discussão pública sobre algum tipo de coisas que se fazem e muitas vezes

ninguém sabe exatamente o resultado das coisas que estão a ocorrer e não pode ser assim.

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Portanto há todo um conjunto de elementos que hoje no domínio da hotelaria, na

otimização dos recursos, por exemplo, nos meios de conservação de energia, de poupanças de

energia, de tudo o que é gerir um hotel ou um resort, numa ligação ao imobiliário, das novas visões

hoje do turismo e do imobiliário, ainda se justifica que se possam fazer modelos de gestão

específicos por escolas especificas onde eu possa ter a dialogar mais que um nível de ensino porque

essa ideia de que eu vivo em ciclos, agora de ensino, como se eles fossem separados e eu não

tivesse metas a atingir em cada um dos blocos, e que não houvesse diálogo nos blocos, porque este

saber fazer, ultrapassa as questões dos ciclos porque não são formações de saberes somados, são

formações em que o saber fazer é comum desde as primeiras etapas e que eu vou aperfeiçoando ao

longo do tempo. Eu não posso ter um diretor de hotel que depois não sabe como se faz uma Mise

en Place.

Há coisas aqui que são básicas, e que se eu não o souber perdeu-se alguma coisa no meio

disto tudo.

E é esse tipo que eu defendo, que ainda hoje se justifica, e porque é um ensino caro eu

admito que tenha que ser publico e centralizado exatamente por ser caro. Em que eu possa ter uma

formação setorial não no domínio do turismo, mas no domínio da hotelaria (setorial) e da gestão

hoteleira.

Cada vez me convenço mais que ela seja autónoma, que ela seja publica e que ela seja

centralizada numa grande Universidade pública nacional, que foi uma coisa que o projeto por via

de ciclo politico no Estoril não chegou a ser feito e hoje já dificilmente há condições, porque

ocuparam os terrenos, porque retalharam o projeto, porque deixaram que o projeto se retalhasse e

hoje já não é mais possível fazer uma grande Universidade de referência europeia e mundial que

nós tivemos em condições de ter e fomos até ao final dos anos 90, uma referencia mundial na

formação, reconhecidos ainda hoje pelos órgãos desse setor inovador.

Volto a dizer, hoje há necessidade da existência de uma formação setorial publica centralizada e

nacional, de nível, particularmente no domínio da hotelaria e que abrangesse todas as formações,

todos os ciclos.

Obrigado.

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data:10/maio/2016 Local: Escritório profissional na Confederação do Turismo Português Hora:

9h30

Entrevistado: Joaquim Moura

Cargo Desempenhado: Diretor do geral do INFT e Presidente do INFTUR Período: março de 2000

a janeiro de 2002 e

de janeiro de 2002

a março de 2003.

Secção 1 - Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3. Nível de escolaridade Q4. Área: Historia

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim 2.Em determinados períodos X

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos X

5 66-75 anos

6 Mais de 75

Lisboa

ENT. Nº 07

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Q9. Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades das empresas?

Enquanto eu fui Diretor Geral do INFT e depois primeiro presidente do INFTUR nós

tínhamos relativamente à formação inicial de jovens duas preocupações, primeiro que o curriculum

correspondesse a essa visão geral das necessidades que o país tinha em termos de formação dos

seus jovens e daí que a parte socio cultural e científica dos cursos fosse bastante relevante e

houvesse uma preocupação por parte da direção e dos diretores e de todos os quadros do Instituto

no sentido de ter os melhores professores possíveis para essas partes pois ainda estávamos a dar os

primeiros passos no background cultural e sobretudo a formar em questões de cidadania e de visão

do mundo, e por outro lado tínhamos uma visão muito centrada nas questões das necessidades do

setor do turismo e daí a parte técnica/tecnológica ser muito focada próximo das realidades e dos

outputs que vinham do setor do turismo.

É evidente que relativamente a esta parte foi sempre um parto difícil. Porquê? Porque as

empresas e os empregadores nunca estavam satisfeitos com os conteúdos da formação técnica e

tecnológica. Havia sempre alguma discrepância porque eles pensavam uma coisa que eu

normalmente, sempre, não acredito, que a formação prática tem que estar sempre alinhada com as

necessidades do mercado. Não pode viver sobre a ditadura do mercado, não pode ser o mercado

que dita às direções das escolas, quer sejam as direções pedagógicas quer sejam as direções

técnicas seja o que for, esta questão. E portanto nós tivemos grandes preocupações no sentido de

estar o mais próximo possível dos interesses das empresas e que os diplomados estivessem em

condições de se integrar a trabalhar nas empresas e que estivessem preparados.

Daí a outra parte de estarmos alinhados com as necessidades do ensino em geral para

prosseguimento de estudos, quer dizer nós considerávamos, e acho que toda a gente, antes de mim

e depois de mim, considerou o mesmo, que não se pode ter uma formação, e quando essa formação

acaba as pessoas terminarem o seu percurso escolar.

Isso era antes do 25 de abril e com o ensino técnico que então havia. Agora uma forma de

democraticidade é que as pessoas quando terminam os seus estudos, quando chegam ao fim do 12º

ano estivessem em condições de prosseguir estudos, fosse para um curso de formação tecnológica,

fosse para uma licenciatura.

Isso também era uma preocupação que considerávamos muito importante. Já agora também,

e o Paulo Revés deve lembrar-se disso, nós tínhamos uma grande preocupação com a construção de

um curriculum nacional, independentemente de acharmos que cada escola devia ter um currículo

próprio na parte técnica e tecnológica, nomeadamente para poder responder às questões locais,

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relativamente às questões estruturantes haveria um curriculum nacional que de certa forma daria

sustentabilidade à forma como as matérias eram lecionadas, quer fossem teóricas ou praticas.

Q10. As políticas estruturais implementadas no sistema educativo foram coerentes com a evolução

do mercado e dos operadores de formação?

Isso foi sempre uma coisa que me preocupou imenso e quando digo que me preocupou a

mim estou a falar da equipa toda, dos diretores das escolas, bem, se não fossem todos eram pelo

menos alguns. As pessoas de certa forma, como hei-de dizer, preocupavam-se por não haver um

sistema nacional de formação turística em que na altura o INFT, o INFTUR e hoje o Turismo de

Portugal, I.P, fosse a entidade reguladora da qualidade desse sistema, porque isso provoca que haja

assimetrias grandes entre os operadores.

É certo que ao fim destes anos todos a maioria destes operadores, seja para além das

escolas de hotelaria e turismo, seja das escolas profissionais, seja dos centros de formação do IEFP,

sejam outros operadores que tenham oferta turística, a qualidade tem subido, tem havido um

aumento dessa qualidade, mas continuam a haver discrepâncias que deveriam ser integradas num

sistema nacional de formação turística que fosse homogéneo, num tronco comum e depois pudesse

ter segmentações regionais e em que o garante dessa qualidade, e quando estou a falar de qualidade

estou a falar desde as instalações, dos equipamentos até à qualidade dos currículos, e da própria

formação de formadores deveria ser do Turismo de Portugal.

Portanto a nossa ideia na altura era que independentemente do INFT ser um operador, ser o

maior operador de formação turística, devido à sua história e devido às suas funções, devia também

ser o regulador perante a formação dos outros, e durante muito tempo isso tentou-se, e de certa

forma fez-se, lembro-me perfeitamente de participar-mos na discussão por exemplo dos currículos

dos cursos profissionais, mas foi sempre uma participação que não vinha de cima para baixo, era

sempre de baixo para cima e isso fragilizava. Repare que eu estou a falar de formação inicial,

portanto de nível 4 e de nível 5, não lhe estou a falar da formação continua pois isso aí é uma

conversa mais larga.

Q11. As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos

ciclos políticos?

Acho que sim, nós vivemos num País onde os novos responsáveis políticos que chegam

querem sempre imprimir a sua impressão digital. E falo por mim que também o fiz. Eu acho que

muitas das vezes isso trás coisas positivas, mas também pode trazer coisas negativas.

Repare no seguinte, por exemplo no meu tempo já no final nós implementamos os CRVCC

por considerarmos que seriam uma coisa fundamental, aliás o Paulo Revés que tem mais

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experiência disto que eu, sabe perfeitamente que havia grandes profissionais no setor do turismo

que pura e simplesmente não tinham o 9ºano, e para eles era um fator de perda de autoestima e

quando se abriu, salvo erro, em Coimbra, no Estoril e no Algarve centros de RVCC que mais tarde

se vieram a chamar CNO, tiveram uma afluência bastante interessante e nalguns casos bastante

elevada. Porque as pessoas tinham essa necessidade, ora aqui está uma medida que foi

implementada, julgo eu no Governo do Eng. Guterres, que depois prosseguiu no tempo do Dr.

Barroso, continuou e teve até um incremento enorme para além do que era necessário no tempo do

Eng. Sócrates, e depois de repente travou. Aliás uma vez li num jornal que o Turismo de Portugal,

por Decreto, fechou os centros, de um dia para o outro.

Aqui está um exemplo de como os ciclos políticos influenciam uma coisa importante. Pois

repare, nós em Portugal temos de ter um sistema nacional de certificação da qualidade no turismo.

Qualidade da oferta que é fundamental. Nós não podemos ter como acontece nalgumas escolas de

ensino regular cursos de cozinha que são feitos com um fogão normal, onde não há equipamentos,

não há nada, só há boa vontade da escola e a boa vontade dos formadores. Bem, isto não pode

haver, porque há condições mínimas para fazer este trabalho. Esta questão é necessária, e além

disso tem que haver uma estratégia clara relativamente à formação inicial e à formação contínua e

até à reconversão.

Ainda há pouco o Paulo me dizia que não se conhecem as necessidades do mercado, para

se poder formar as pessoas em função dessas necessidades. Nós todos sabemos pelo evoluir do

turismo nos próximos anos, para não dizer já hoje, que todos os diplomados da formação inicial

não chegam para cobrir as necessidades do mercado. Não chegam.

Por isso vai ser necessário investir na reconversão de trabalhadores de outras áreas, que

queiram vir trabalhar no setor do turismo nomeadamente nos setores tradicionais, alojamento e

restauração. Portanto isto exige uma política, exige uma visão, não sei é se essa visão existe.

Q12. A existência de um sistema educativo de matriz setorial, tem sido útil ao turismo português?

Não tenho qualquer dúvida, não tenho qualquer dúvida, e é muito importante a existência

de um sistema de educação e formação turística tutelado há cinquenta anos pelo Estado neste setor.

Isto é o tal fator da qualidade, aliás não fosse isso e certamente que a qualificação de quadros para

o turismo em Portugal seria muito pior. Ainda hoje e tendo em consideração os cursos de

especialização tecnológica, basta ver os níveis de empregabilidade, que são muito elevados, para se

ter a noção da importância desta oferta para os empresários do setor. Eu acho que com o devido

respeito e salvo os exageros, muitas das vezes entre uma pessoa que tem um CET e uma pessoa que

tem uma licenciatura o empresário opta pela pessoa que tem o CET. Porque tem uma carga prática

muito maior. Pelo menos antigamente era assim, todos recordamos que um diplomado do Porto, de

Lisboa ou de Faro tinha uma empregabilidade brutal porque eram marcas muito fortes e na prática

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podia-se provar que eram diplomados que tinham um nível de conhecimento e uma capacidade de

trabalho muito importante para as empresas. Eu não sou desse tempo mas ainda ouvi muitos

testemunhos durante muitos anos, que por exemplo, sem menosprezo pelos outros, os diplomados

da escola do Porto, do tempo de um Diretor que lá esteve que se chamava Contente, acho eu,

tinham uma credibilidade imensa. Aliás por aí está tudo cheio de diplomados que hoje são diretores

de hotéis. Até foram Presidentes do Turismo de Portugal, como o caso do Frederico, etc, etc, etc.

Respondendo à pergunta, a questão é importante e relevante.

Apraz-lhe dizer mais alguma coisa sobre o tema?

Atendendo ao objetivo da sua tese, que acho muito relevante, resumo as ideias: ter um

sistema nacional de formação turística; ter um sistema de qualidade da formação turística; ter uma

estratégia para a formação de ativos que eu acho hoje não existe, aqueles que já estão a trabalhar e

precisam de ser reconvertidos ou atualizados; ter uma estratégia para a reconversão de

trabalhadores de outros setores que vai ser necessária; e ter um sistema de RVCC profissional, em

que as pessoas querem certificar competências que foram adquirindo ao longo da vida.

Eu acho isso fundamental para uma estratégia e para uma política de formação no setor do

turismo.

Obrigado

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 05 /julho /2016 Local: Hotel Júpiter na Av. da Republica em Lisboa. Hora:

13:00.

Entrevistado: Carlos Lima

Cargo Desempenhado: Diretor dos Serviços de Formação do INFT Período: 1980 a

1991

e Diretor do CETHE

Secção 1 - Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Direito e Desenvolvimento

Economico e Social em Africa

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado X

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 2.Em determinados períodos

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos X

6 Mais de 75

Lisboa

Lisboa

ENT. Nº 08

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Q9: Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades?

A minha vivência no Instituto, entre os anos de 1969, e vamos lá ver 1980, foi realmente a

de responder a uma visão estratégica para o desenvolvimento do turismo. Uma visão estratégica

perfeitamente alinhada com as políticas de turismo que existiam na altura e por isso com todo esse

movimento de nascimento do setor do turismo. Nos seus vários territórios e estou-me a referir

concretamente ao caso do Algarve em particular, onde a formação foi um instrumento para criar

mobilidade social, o turismo levou as pessoas a mudarem de região mesmo tendo o mínimo de

habilitações técnicas e profissionais para poderem responder às necessidade do setor.

O setor apareceu com os hotéis de cinco estrelas e depois com os hotéis de quatro estrelas e

depois com uma grande diversificação de serviços integrada e combinada, em que a formação tinha

que dar resposta efetiva à estratégia nacional de desenvolvimento turístico.

Q10: As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram coerentes

com a evolução do mercado e dos operadores de formação?

Essa é uma grande questão, porque é a grande questão que se punha já nos meus tempos,

na AMFORHT havia esta discussão, ou seja, deverá a educação seguir o mercado ou não. Será que

o mercado tem evoluções tão consistentes e tão de rutura que leve a que a educação tenha de estar

permanentemente a adaptar-se? Bom, eu penso que o setor da formação se foi adaptando, sim.

Foi-se adaptando, mas digamos, assim na franja do que era adaptável, por exemplo na

componente de idiomas, na componente dos serviços de bar, dos serviços de cozinha. Então na

cozinha houve uma revolução total e foi realmente a evidência do mercado e da valorização das

profissões que levou a que o sistema de educação para o setor se tivesse realmente adaptado.

Claro que depois houve aqui uma alteração substancial, que foi a circunstância de ter

passado a haver o ensino técnico profissional, que não havia antes. Com o aparecimento do ensino

técnico profissional a formação deixou de ser tanto uma formação dirigida para o setor, mas uma

formação mais standard mais global, mais académica no sentido de dar a habilitação literária e o

resto vinha por arrasto.

Aliás o modelo foi o seguido na Europa depois da Segunda Guerra Mundial, mas que tinha

consciência que nos anos setenta e nos anos oitenta não poderia ser esse o caminho a seguir, porque

aqui o que interessava era criar rapidamente uma mão-de-obra que já trouxesse esses

conhecimentos através das habilitações literárias, que se exigia na entrada dos cursos e depois eram

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cursos muito em imersão focados realmente na preparação das técnicas e das tecnologias para a

profissão.

Este dado alterou muito o conceito e a visão, ou seja, pôr a formação profissional do setor

integrada no sistema de educação. Isto foi realmente uma grande mudança que se verificou nessa

altura. Assim o CEDEFOP e a integração europeia, vieram trazer os níveis de formação que de

alguma maneira modificaram o conceito.

Hoje em dia a luta é forte entre o conseguir fazer a formação para o setor, dentro do

espartilho ou dar resposta às regras macro que existem para onde o ensino deve caminhar.

Q11. As políticas de educação para o turismo são direta ou indiretamente influenciadas pelos ciclos

políticos?

Ainda que o turismo tenha realmente resistido aos ciclos políticos porque a dinâmica do

setor é muito forte, não há duvida nenhuma que depois tem nuances, cada ciclo politico tem a sua

filosofia, cada ciclo político tenta responder ao setor empresarial de forma mais direta, ouvindo

mais, ouvindo menos e às vezes o ciclo político vai privilegiar também políticas de

desenvolvimento.

Quer dizer, eu penso que ainda hoje em dia as políticas de financiamento às empresas

turísticas têm um papel muito importante, ou seja, se calhar num ciclo político vou privilegiar ou

favorecer o investimento para que haja mais campos de golfe, no outro mais hotéis de cinco

estrelas, no outro mais hotéis de quatro estrelas e isto realmente modifica muito as políticas de

educação e a sua relação com a empregabilidade. Porque ela não é estável, não é consistente dessa

maneira. E, portanto, o ciclo politico tem tido sempre alguma influência, ainda que seja curioso

observar e faço-o com alguma satisfação que o essencial nunca foi mudado, ou seja, as grandes

opções que foram feitas em 1969 com a criação do CNFTH integrado, digamos assim, na órbitra da

DGT.

No fundo mantém-se essa filosofia e esse princípio, ou seja, há aqui uma resistência

positiva para que as coisas tivessem tido alguma coerência e sucesso.

Q12. Acha que um sistema formativo de matriz setorial faz sentido e é útil ao turismo.

Eu penso que sim, porque o defendo. Sou suspeito. Defendo realmente que a formação

profissional tem de ser vertical e setorial, porque senão não é mais do que juntar disciplinas a um

curriculum e é por isso que no turismo o facto de haver escolas de hotelaria e turismo, que foi uma

guerra em 1976 e 1977, pois houve a tentativa de tentar acabar com esse conceito e de tudo passar a

ser Centros de Formação Profissional na órbitra do IEFP.

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Assim, a circunstância de haver esse hardware que são as escolas, para o software do

sistema educativo para o turismo funcionar, isto é a marca, tudo isso é um requisito, tudo isso é

determinante para que possam sair profissionais.

E repare, quando nós falamos das componentes técnicas, hoje em dia tecnológicas, e se fala

das softskills, na atitude, na hospitalidade, etc. tudo isso só se pode formar num ambiente de escola

para a formação turística.

Veja as iniciativas que tiveram maior sucesso fora da órbitra do Instituto do Turismo de

Portugal por terem seguido este conceito (Évora; Fátima, entre outras). E no ensino superior, o

mesmo se passa com a ESHTE que mantém a matriz inspiradora dos seus fundadores (INFT), e que

é seguida hoje em dia com experiências similares de organização e de cursos nos Politécnicos de

Leiria, Guarda e Porto. E eu já agora acrescento a experiência de Cabo Verde, onde realmente lutei

para que houvesse uma escola com determinadas características, depois com determinados

regulamentos e determinados princípios de funcionamento, num contexto económico e social

completamente diferente, em que poderia haver reação completamente negativa das pessoas de se

subordinarem aquela disciplina, aquela higiene, aquela organização etc. e foi o contrário.

O que é interessante ver é que é realmente aquele ambiente pedagógico tão próximo do

possível do que se passa numa empresa do setor que modificou positivamente os comportamentos,

em que as pessoas passaram a sentir-se valorizadas e como dizia o diretor geral do Mélia no Sal,

que disse que admitia as pessoas todas que saíssem da escola, e apontou três razões para tal. A

primeira razão, a atitude que as pessoas traziam, comportamento, disciplina. Poderia não ser ainda

o melhor sorriso do mundo (para Cabo-Verdiano é difícil) mas já era qualquer coisa, em segundo

lugar era a higiene e o saber fazer. Saber que isto aqui está sujo, limpa-se, que isto aqui não pode

estar junto, que isto não pode ser assim, portanto corrigir esses elementos com os métodos de

trabalho. E depois a componente técnica que dizia, trazem o suficiente, depois a gente acaba por

fazê-los.

A educação virada para o setor, perfeitamente integrada com o setor, com os estágios

práticos obrigatórios, só assim … Se as empresas não acreditarem nas escolas…

Se for hoje ao Brasil vai ver essa situação, em que o setor não acredita na formação, e então

o que é que a formação fez, tirou os estágios práticos obrigatórios dos currículos e os alunos saem

como saem e pronto.

A formação profissional em Portugal, ter estado sectorizada foi uma mais-valia indiscutível

para termos atingido o nível que atingimos e temos que reconhecer isso.

Obrigado.

Page 219: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

53

Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 05 /março /20167 Local: Hotel Júpiter - Av. da Republica em Lisboa. Hora:

13:00.

Entrevistado: Acácio Duarte

Cargo Desempenhado: Diretor de Escola e Chefe de Divisão Período: 1989 a 2007

Secção 1 - Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Psicologia

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 2.Em determinados períodos

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos X

6 Mais de 75

Alenquer

Sintra

ENT. Nº 09

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Q9: Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades?

Durante todo esse tempo o entendimento que existia da qualificação da mão-de-obra

portuguesa não era muito claro mas havia a utilização, se quiser, de três dispositivos de

qualificação. O dispositivo sistema educativo de ensino, com alguma vertente profissional de nível

secundário e sobretudo a nível superior. Havia o dispositivo de formação profissional onde se

inseriam as Escolas de Hotelaria e Turismo do Instituto Nacional de Formação Turística e alguns

dos centros de formação profissional do IEFP, nomeadamente em relação à área da restauração

como era o CFPSA. E havia a utilização informal de um terceiro dispositivo muito relevante para o

desenvolvimento das qualificações que era o próprio sistema produtivo, através dos estágios que

proporcionava, quer estágios curriculares como eram os da formação turística quer os estágios

profissionais no fim dos cursos. E tinha ainda outro papel importante o sistema produtivo, que era o

desenvolvimento das competências dos profissionais no ativo.

De alguma forma eram estruturadas essas competências através da formação proporcionada

pelas brigadas móveis primeiro e depois pela chamada formação de ativos. Este era na realidade o

dispositivo existente e o dispositivo que intervinha. Que isso fosse articulado numa lógica de

política geral articulada…não era. Todo o esforço que se fez durante muito tempo foi para dar a

essa logica de dispositivo nacional de qualificação, dar uma logica articulada a tudo isso, mas

nunca foi possível porque foi sempre muito difícil articular o esforço tutelado pelo Ministério da

Educação e Ensino Superior, quando existia, ou se preferir seria difícil a formação escolar articular

com o dispositivo de formação liderado pelo Ministério do Emprego e muito menos ainda com o

dispositivo produtivo cujos interlocutores seriam as associações empresariais. Esta lógica de

dispositivo não se conseguiu digamos articular e integrar. Quando se esperava esse trabalho por

parte do INOFOR, primeiro, e depois por parte da agência Nacional das Qualificações, o que se

verificou foi uma reescolarização quase total da oferta de qualificação e o que temos hoje no país é

uma escolarização quase total desse dispositivo. O dispositivo de formação profissional foi

perdendo espaço, perdendo especificidade, o próprio sistema produtivo não é entendido e utilizado

como produtor de competências e resta sobretudo a partir da influência da ANQEP que completou

o ciclo de escolarização das qualificações em Portugal. A meu ver, é uma opção muito menos boa,

muito menos rica do que poderia ser complementar estes três dispositivos.

A quem atribui a responsabilidade por essa perda de influência?

Page 221: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

55

Quando se criou o INOFOR e depois se criou a Agência Nacional seriam entidades que

supostamente tentariam articular, sobretudo a lógica da intervenção do sistema de ensino e do

sistema de formação profissional. A lógica de um sistema liderado pelo Ministério da Educação

com um sistema liderado pelo Ministério do Emprego. Era isso o que se desejava que acontecesse,

o problema é que não foi isso que aconteceu. Isto é, em vez de articular foi-se esvaziando um

colocando quase tudo no outro. Mesmo hoje o sistema especifico da formação turística é um resto

daquilo que já foi no passado e que deveria ser no futuro, é um restinho, sem uma influência

decisiva, que a ideia que tínhamos em relação ao sistema setorial de formação turística não era que

ele tivesse que responder a todas as necessidades de formação do setor, era quem tinha a obrigação

por conhecer e estar constantemente ligado ao setor, produzir, para além de fazer alguma formação,

não é possível produzir referências sem experiência, mas deveria ser o produtor dos referenciais de

qualificação que depois, todos os outros elementos do dispositivo teriam que utilizar. Para isso teria

que estar sempre a intervir e estar por dentro das necessidades específicas das competências para o

setor. Era esse o seu papel, não era o de substituir o dispositivo do sistema de ensino nem substituir

o dispositivo de formação profissional ligado ao Ministério do trabalho. Era um referencial técnico

que por um lado assegurava uma base de qualificação, e sobretudo um referencial técnico

trabalhado para os outros poderem seguir e que manteria constantemente atualizado. Esse é que

devia ser o papel do sistema setorial, deste ou de qualquer outro setor da atividade económica.

Vários outros setores tiveram sistemas setoriais, morreu tudo, ficando ainda a formação turística,

muito por consequência do que eu disse há pouco, da estrutura que tinha a função de articular e

valorizar os dois sistemas terem ido empobrecendo um e enriquecendo outro, fazendo que um

praticamente perdesse força, qualidade, influência.

Q10: As políticas estruturais implementadas no sistema educativo foram coerentes com a evolução

do mercado e dos operadores de formação?

Do meu ponto de vista o sistema de formação turística, graças ao modelo com que

funcionava e á proximidade com as empresas, foi-se sempre adaptando e ajustando às necessidades

do setor porque tinha uma ligação muito forte das próprias escolas, do corpo docente das escolas às

empresas, tinham uma ligação muito forte por via dos estágios dos alunos e a prova provada da sua

adequação era a facilidade de aceder ao emprego dos alunos formados que antes de acabarem o

curso já estavam comprometidos com as empresas. Depois havia outro fator de grande relevância

que era o trabalho de formação dirigida aos ativos empregados. Esse trabalho de ligação do sistema

de formação às empresas é um dos valores chave do sistema setorial de formação turística.

Page 222: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

56

Q11: As políticas de educação para o turismo, são direta ou indiretamente influenciadas pelos

ciclos políticos?

O que vou dizer pode ser não politicamente correto. Basicamente a minha ideia é a seguinte.

Enquanto as lideranças do sistema de formação para o setor foram totalmente mobilizadas dos

profissionais da área, a influencia politico ou partidária dos diversos Governos não tinha um

impacto técnico relevante na alteração da qualidade da oferta de formação. Quando ocorre o

preenchimento dos lugares de liderança do sistema por critérios de filiação partidária, o nível de

competência técnica das lideranças diminui e aumenta a influência negativa na escolha das

soluções técnicas. Não por as pessoas quererem fazer mal, mas por falta de conhecimento, falta do

domínio da área, que é uma área que é tão técnica como as outras todas. É uma área de intervenção

socioeconómica tão técnica quanto as outras todas, não pode ser, não deve ser, liderada por

generalistas porque o generalista com poder de decisão a mais das vezes só acerta por acaso,

porque não tem conhecimento base que lhe permita validar as soluções que lhe são propostas

Q12: A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo português?

Do meu ponto de vista, ser só para um setor de atividade será difícil que esse sistema tenha

alguma possibilidade de se afirmar perante o universo da oferta e a força desse universo. Isto é se

não houver a opção por valorizar o contributo dos sistemas sectoriais de qualificação. Um sozinho

pode existir, mas é sempre um parente pobre. Agora, era relevante trabalhar na lógica pelo menos

dos dois dispositivos, um dispositivo ligado ao sistema escolar, ao sistema de educação e um

dispositivo ligado à formação extraescolar muito articulada com o sistema produtivo. Não havendo

essa opção política global, coitado do setor setorial.

Agora pode perguntar, mais vale pouco que nada. Se calhar vale mais pouco do que nada.

O facto de continuar a existir um sistema setorial para o setor do turismo, um sistema que vem

desde os anos 40 pode ser que seja uma referência para algum ajustamento estratégico que possa

ocorrer no futuro, não apenas em relação à qualificação profissional para o setor, mas para a

qualificação da mão-de-obra nacional.

Está aí um tema muito relevante que o governo anterior fechou e este governo está a tentar

reabrir que é o problema da qualificação da mão-de-obra adulta ativa, que inclusive no nosso setor

continua com um nível bastante insuficiente de qualificação básica da população ativa afeta ao

setor.

Há muita gente com baixas qualificações, e tendo um corpo de mão-de-obra com baixas

qualificações é um travão à modernização tecnológica do setor, que não tem tendência a

modernizar-se tanto quanto seria desejável porque o seu estrato profissional está posicionado a um

nível cultural e tecnológico muito escasso, porque se o nível fosse mais elevado o pensamento

Page 223: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

57

estratégico do setor em relação às qualificações seria diferente e a capacidade de modernização e

inovação seria espontaneamente maior.

Obrigado.

Page 224: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

58

Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 21/março /2017 Local: Escritório profissional do entrevistado Hora: 14:00

Entrevistado: Nuno Santos.

Cargo Desempenhado: Vogal do Conselho de Administração do Turismo de Portugal, I.P.

Período: maio 2007 a dezembro 2010.

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Economia

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim 2.Não X

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim 2.Em determinado períodos X

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos X

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos

6 Mais de 75

Setúbal

Setúbal

ENT. Nº 10

Page 225: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

59

Q9. Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades das empresas?

Eu acho que no período de 2007/2010, que é o período em que eu exerço essas funções se

procurou ter um conjunto de práticas que correspondessem às duas dimensões.

Uma dimensão setorial alinhada com uma dimensão nacional. Uma dimensão nacional de

aumento do nível geral de qualificações do país, quer ao nível das camadas mais jovens com

preocupações específicas de aumento de oferta para formação inicial, quer ao nível da qualificação

com um trabalho específico na requalificação e o alinhamento do Turismo de Portugal com o

projeto das “Novas Oportunidades”. Mas procurou fazer-se com uma articulação paralela que

confirmasse que o aumento de esforços da política publica fosse no sentido certo, com um bom

entendimento com o setor. Nesse sentido fez-se um trabalho de escuta e atualização de dados,

criou-se um comité estratégico que envolvia agentes públicos e iniciativa privada e governo que

refletiu sobre as políticas globais de aumento das qualificações. Comité onde se explicou o que se

pretendia fazer ao nível do crescimento e o que seriam as novas ofertas formativas, explicando a

importância de um standard de formação alinhado com níveis internacionais.

Portanto acho que se trabalhou nos dois planos, no sentido em que um deve estar dentro do

outro. Uma política geral que não seja concretizada no entendimento com o setor provavelmente

daria um output diferente daquele que tivemos, no respeito por aquilo que foi uma opção do

governo na altura, que foi justificar uma rede específica de escolas num organismo que executa

políticas de desenvolvimento económico. Opção diferente de ter uma rede de escolas integradas no

Ministério da Educação ou no Ministério do Trabalho. O sentido desse projeto seria outro, com

outra tutela. Com esta tutela eu diria ser obrigatório haver articulação com o setor empregador. E

acho que isso foi feito.

Q10. As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram coerentes

com a evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação.

A minha resposta a isso é de intuição não é de estatística, portanto é uma resposta de

perceção, e a minha perceção é positiva no sentido em que se cumpriu aquilo que foi transmitido

quando nasceu o Turismo de Portugal, que dentro do Turismo de Portugal havia uma rede de

escolas. As Escolas de Hotelaria e Turismo deviam ser um farol. Deveriam ser escolas de

orientação para um nível geral de política formativa profissional para o setor, ou para a área do

turismo, digamos assim. Não apenas nas dimensões mais estruturantes da formação em cozinha e

restauração, mas também nas áreas complementares como aquelas que se foram desenvolvendo.

Page 226: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

60

Enquanto escolas farol, recordo-me que era preciso nalguns palcos, nalgumas regiões do

país e junto de alguns interlocutores contrariar uma perspetiva que as Escolas de Hotelaria e

Turismo tinham um papel de integração ou de reintegração social e recordo um caso muito

particular num debate público sobre isso, e onde nós transmitimos, nós Turismo de Portugal, que as

Escolas do Turismo de Portugal são escolas técnicas de referência onde cabem pobres e ricos. Acho

que isso foi concretizado.

Não sei se nesse tempo fizemos trabalho estatístico a esse respeito mas a perceção

qualitativa que eu tenho, de visita pelas escolas, é que realmente começámos a sentir uma procura

pelas escolas que era completamente transversal às classes sociais. Naturalmente, por força da

proximidade à estrutura sede do Turismo de Portugal havia mais contacto com a Escola de Lisboa,

mas era muito satisfatório ver gente com formação escolar muito alta, licenciados em Engenharia,

gente com curriculum internacional a interessar-se pela frequência de cursos de formação inicial

nas escolas.

Portanto, se algum impacto teve no sistema educativo foi uma sinalização de aumento de

qualidade.

As escolas não tinham tamanho para poderem ser relevantes do ponto de vista de risco

entre oferta e procura, mas houve quem alegasse isso. Que as escolas ocupavam espaços nobres,

que tinham meios muito superiores a outros estabelecimentos. Eu diria que isso são falsas razões

para justificar algumas ofertas de baixa qualidade.

O setor no seu todo consumia tudo o que se produzia, destas escolas e de outras desde que

com boa qualidade. Portanto acho que foi um projeto que da forma como foi concretizado deu um

contributo para a subida geral da qualidade, e acho que a procura que vimos nalgumas escolas de

nível intermédio e de nível superior com novas ofertas são o exemplo. Acho também que as escolas

e a política geral de formação do Turismo de Portugal deu um contributo para esse aumento de

oferta de vagas nos estabelecimentos de educação no sentido geral e que tal correspondeu a um

aumento de procura, por força de um setor economicamente mais pujante mas que combinou bem.

Foi uma das dimensões do sucesso e eu acho que a gente conseguiu alinhar com uma projeção do

setor que aumentou muito nessa altura. A partir daí definiu-se um novo standard de comunicação e

de intensidade de comunicação e acho que naquela altura houve a preocupação de alinhar esse

standard alto, perfumado, elevado e de nível internacional também com o que se fazia nas escolas.

Q11: As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos

ciclos políticos?

Inevitavelmente, estranho seria se fosse de outro modo. A política por defeito é feita por

políticos, e se o país em determinados momentos vota mais num sentido e noutros vota noutro, isso

Page 227: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

61

inevitavelmente tem consequências nas políticas (policies) que se executam. Acho que isso tem

uma dimensão ideológica e uma dimensão de ciclo no sentido mais estatístico se quisermos.

No caso particular do enorme desafio que o país enfrentou com este período de assistência

(financeira) internacional, mesmo que o governo fosse patrocinado pelo mesmo partido de antes da

assistência financeira internacional, a simples circunstância de haver um stock de dinheiro

disponível no Estado em sentido geral mais baixo, inevitavelmente algum impacto teria naquilo que

era o portefólio de políticas e a intensidade da sua execução.

A isso acresce com certeza perspetivas mais de esquerda ou de direita ou se calhar mais

liberais ou mais socialistas, conservadoras. Quando falamos de políticas e aliás, viu-se um Governo

mais de direita foi mais no sentido da desregulamentação, mais liberal, mais que de direita foi de

pendor mais liberal e um governo mais conservador socialista do sentido político da expressão mais

preocupado com a regulamentação by default.

Um Governo mais liberal de redução de despesa nos limites da soberania versus um

Governo mais dirigista, mais disponível para influenciar caminhos. Portanto inevitavelmente há

diferenças. Agora o que podemos ver como alguém dizia é a diferença entre a retorica e a praxis.

Portanto podemos dizer que os efeitos se podem anular, e os efeitos até tenderão a ser menos

relevantes se as políticas do ponto de vista prático forem fortes no sentido da sua execução, bem

explicadas, porque se há coisas que vão distinguir um governo de esquerda de um governo de

direita ao nível de política geral de educação e ao nível particular de educação para o turismo são

essas.

Há também uma dimensão que é preciso perceber, em Portugal não há uma esquerda e uma

direita, as pessoas dizem normalmente assim, no sentido em que quando desenhamos um ponto ao

centro, mas se em vez de desenharmos um ponto ao centro desenharmos espacialmente, três terços,

em que o primeiro terço seria a esquerda, o segundo terço o centro e o terceiro a direita. Se

aceitarmos esta dimensão de valores vamos perceber que o país é governado ao centro. E portanto,

há um centro ora mais à esquerda ora mais à direita. Mas se houver uma comunhão pelo centro,

várias das políticas em causa podem ser no geral mantidas, e acho que no tema da educação em

particular, acho que essa perspetiva é desejável porque as políticas de educação em geral são

políticas de ciclo longo. É muito difícil ter tempo para medir, e como os ciclos políticos são curtos

se eles forem exacerbados no que os distingue, a esquerda versus a direita, ou de nós versus eles,

eles de direita mesmo que estivessem a fazer políticas à esquerda eu tenho que fazer diferente

mesmo que seja de esquerda. E portanto, se os agentes saírem dessa tentação e disserem o que está

bem feito para manter e o que está mal feito para se corrigir eu diria que veríamos outra

estabilidade no exercício, e era desejável aqui.

Page 228: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

62

Q12. A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo português e

ainda faz sentido?

Eu acho que faz sentido porque há profissões que têm alguma técnica, podemos discutir

depois o que deve ser formação geral, logo não setorial e formação específica e nesse sentido

setorial.

Nós que tivemos responsabilidades nessa altura. Fizemos algumas ações no sentido desta

minha convicção, estou a lembrar-me por exemplo de uma sinalização muito agressiva nas escolas

sobre a importância da matemática e do português, não há matemática e português de segunda, por

exemplo nesse sentido alinhámos os métodos de recrutamento e os programas de formação em

matemática e em português nas escolas de hotelaria pelos padrões e sistemas do Ministério da

Educação e portanto estabelecemos que a escola tem que ser igual, e deve ser igual ás demais, e

depois deve-se pautar pelas melhores praticas e ser conhecida entre outras coisas porque a

matemática e o português são bons, para sermos consistentes com a mensagem de escolas de

referência. As Escolas para serem de referência não podem ser referência na gastronomia ou na

enologia e serem medíocres na matemática ou no português. Isso não existe, portanto têm de ser de

referência de forma consistente em todas as matérias que ensinam.

Formações especificas setoriais muito precoces na idade, eu pessoalmente sou cético,

porque acredito muito na importância de uma formação geral inicial forte, o que nos remeteria para

outras reflexões, sobre o que deve ser uma formação geral inicial forte. Por exemplo qual o papel

(talvez eu seja muito grego nisso) ao nível da filosofia, da ética, da cidadania, das línguas, da

história, mas também (muito romano) sobre a importância da musica e do desporto.

Por exemplo, recordo-me de uma mudança de que me orgulho feita nessa ocasião. Escolas de

Hotelaria e Turismo sem atividade desportiva? Não faz sentido nenhum. Não faz sentido por razões

gerais de educação, os jovens têm de fazer desporto, e no caso do turismo ainda mais porque em

geral o turismo casa bem com a saúde e portanto, havia que pôr a atividade desportiva no

curriculum.

Eu acho que isto não deve ser discussão da formação especializada, é óbvio que se o

sistema é uma rede de formação técnica especializada, mas onde os alunos começam cedo, os

agentes com responsabilidades devem cuidar de garantir que as dimensões reais de formação nessa

rede especializada também estão garantidas. E nesse sentido fizeram-se projetos para incorporar a

atividade desportiva, garantindo que havia aulas de educação física, e trabalho na área da cultura. É

muito importante expor os jovens e os menos jovens à cultura.

Agora eu diria que podemos perfeitamente discutir o modelo em geral, ou para uma área

específica como é a rede de escolas do Turismo que progressivamente se especializam em

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63

formações complementares, passando a ser uma estrutura puramente de formação técnica

complementar.

Nós não iremos aqui ensinar as bases da cozinha, porque as pessoas que concorram farão

um teste à entrada para se compreender se sabem essas bases. Não iremos formar pessoas para

cozinhar em casa, vamos formar cozinheiros de nível profissional, para desligarmos da discussão

sobre a regulação.

Por exemplo eu acho que isso terá sido uma má evolução que as escolas terão tido no

passado, é obvio que um jovem com o 12º ano de escolaridade e três anos de cozinha não pode ser

cozinheiro de 1ª. Porque quem tomou essa decisão não tinha experiência de cozinha. Que tu e eu

sabemos que um cozinheiro de 1ª dificilmente se forma de outra maneira que não seja com 8, 10,

15 anos de cozinha profissional, onde ele vai compreender que cozinha vai muito para além das

técnicas individuais. Portanto, independentemente de ser cozinheiro de 1ª ou de 2ª no sentido

tradicional do termo, só desligar esta discussão da regulamentação, ela pode sobreviver per se,

pensar que uma Escola Hoteleira forma cozinheiros profissionais a mim não me choca. Agora isso

é uma evolução significativa e complexa de se fazer, porque eu sou sensível às preocupações que

têm que ser cruzadas com isto, e que podem dar politicas que não são as políticas que gostaríamos

num país de sonho, mas podem ser politicas de transição de um país que parte de um nível geral de

educação baixo.

As escolas apesar de não deverem ser desenhadas para serem instrumentos de integração a

verdade é que o são, ou no mínimo podem ser instrumentos de ascensão social, e nesse sentido se a

política for no sentido de lhes retirar formação geral e passarem a ser estruturas apenas com

formação complementar técnica especializada, podemos ver diminuídos significativamente os

níveis de procura, e aqueles que as deixam de procurar também não encontrarão alternativas no

sistema educativo, e nesse sentido veremos o país regredir, porque o país tem um nível geral de

qualificações baixo. Temos que ter presente que ainda vamos pagar este preço, eu diria no mínimo

mais 15 a 20 anos, que é o problema da formação de base das pessoas que hoje têm 50 anos e se

espera que vivam mais 20 ou 30.

Essas pessoas onde há ainda um nível geral de qualificações baixo, essas pessoas pais e

mães, são ainda os influenciadores mais próximos das novas gerações. Teremos que dar o salto

para um sistema de formação típico de países mais avançados onde normalmente as formações

técnicas são complementares em cima de formações gerais muito reforçadas.

Obrigado.

Page 230: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

64

Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do Instituto de

Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de educação para o

turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização científica.

Data: 30/03 /2017 Local: Padaria do Bairro - Lisboa Hora: 12.00

Entrevistado: Leonel da Costa

Cargo Desempenhado: Diretor Geral do INFT Período: 1997 a 2000

Secção 1‐ Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3. Nível de escolaridade Q4. Área: Sociologia

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento (frequência) X

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim 2.Em determinados períodos X

Secção 2 – Educação para o Turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos X

6 Mais de 75

Viseu

Lisboa

ENT. Nº 11

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65

Q9. Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação do país ou a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às necessidades das

empresas?

Essencialmente de resposta às empresas. Tal como eu vi as questões e como eu também as

entendi, dado o estado dessas coisas em Portugal seria aí que se poderia fazer melhor trabalho no

INFT.

Q10.As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram coerentes

com a evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação

É uma pergunta que eu nunca pensei por acaso. Fui fazendo as coisas, mas nunca pensei

realmente, tinha sempre era esse sentido de olhar para as empresas. Começou-se mesmo com muito

trabalho com as entidades locais, e implementou-se bastante essencialmente ao nível do que se

chamava a formação profissional contínua. Isso implementou-se.

Ao nível das escolas nem tanto. Preocupei-me mais, no tempo que lá estive, com a

formação contínua, que com a formação inicial nas escolas. Achava que era uma coisa

extremamente importante.

Achei sempre o INFT e as pessoas que lá trabalhavam com uma mentalidade extremamente

fechada muito viradas para o seu interior. Assim a minha preocupação foi fomentar a formação

continua, para que as pessoas fossem obrigadas a saírem das escolas e irem ver o mundo.

Q11.As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos

ciclos políticos?

São sempre… e nisto teríamos muito que falar, como a estrutura política em Portugal está

organizada, como funciona. Mas a formação não é das coisas que mais sofre a esse nível. Acho eu.

A formação sofre é de lhe darem sempre um aspeto secundário. Foi assim que eu a senti no

INFT, eramos uma instituição secundária. Os políticos estão sempre interessados noutras coisas.

Mas por outro lado isso dá mais liberdade a quem está a dirigir uma instituição deste tipo,

para fazer coisas, pois não sofre influências. Só as sofre quando entra em assuntos diretos da

política.

Quando aqui falo em política refiro-me a partidos, pois política existe sempre em tudo,

pressões e coisas desse género existem sempre, quer a gente admita ou não. Aceitamos ou não

aceitamos essas interferências.

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66

Q12. A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo português?

Cada vez faz mais sentido… escolas, estas ou outras, não tenho já informação suficiente para me

pronunciar se o esquema do INFT ainda faz sentido.

Na altura o que achava?

Fazia falta, era muito útil, mas tinha que ser muito mais extenso, como se está a provar. O

Turismo deu um salto grande em Portugal que ninguém pensava e a existência das escolas é a base

disso, naqueles princípios básicos, como em todos os outros setores.

Obrigado.

Page 233: ANEXOS - ULisboa · 2018-03-19 · Pais, Manuel Rosado Caldeira Patrão, Luís Manuel dos Santos Silva Pereira, Alcides Rodrigues Pereira, António João Martins Serras Pereira, David

67

Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do Instituto de

Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de educação para o

turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização científica.

Data: 07/04 /2017 Local: Hotel Pestana Palace Hora: 8h30

Entrevistado: Frederico Costa

Cargo Desempenhado: Vice-presidente e Presidente do Turismo de Portuga, I.P. Período: 2007 a

2012

Secção 1‐ Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Gestão

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura

3.Mestrado X

4. Doutoramento

5. Outro X

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 2.Em determinados períodos

Secção 2 – Educação para o Turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos X

4 56-65 anos

5 66-75 anos

6 Mais de 75

Beira- Moçambique

Lisboa

ENT. Nº 12

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Q9: Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação do país ou a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às necessidades das

empresas?

Eu acho que a segunda, não foi pensada nenhuma estratégia nacional, nem sequer setorial,

acho que foi mesmo local. Ou seja, há pouco estávamos a falar sobre a importância de ter uma

visão concertada e articulada para o setor e acho que é necessário manter isso.

A verdade é que durante o meu tempo foi menos que isso, foi pensado só mesmo para

dentro do Turismo de Portugal e para as suas escolas, mesmo subsetorial. Foi setorial porque foi de

turismo, mas foi muito curto em termos de intervenção.

Acho que foi pensada uma restruturação, não quero usar reestruturação porque é uma

palavra forte de mais, mas foi uma continuidade da linha da gestão anterior do Dr. Luís Patrão, de

nitidamente ter menos escolas e melhores escolas, mas tudo dentro do ambiente do Turismo de

Portugal. Podemos desenvolver isto.

Q10: As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram coerentes

com a evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação

Desde que conheço as escolas, desde o Instituto Nacional de Formação Turística, acho que

sempre houve aquele discurso político de ter as estratégias alinhadas com as prioridades das

empresas. Mas a minha opinião sincera é que não estão. Ou seja, há um esforço há umas conversas,

umas participações…

Mas as empresas não viam esta área como uma prioridade, viam-na quase como uma

consequência. Primeiro estava o investimento, o ordenamento do território, o financiamento, a

construção, a exploração, e por aí fora, e só depois é que vinham as pessoas. Mas acho que está a

mudar e ainda bem que está a mudar.

Mas voltando à questão, havia alinhamento? Havia algum alinhamento…

Obviamente que havia troca de impressões, perguntava-se que áreas eram as mais

importantes para as empresas, a formação devia-se basear em quê?

Agora uma participação efetiva, nem falo em participação… mas em compromisso mútuo,

acho que verdadeiramente nunca houve.

Q11: As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos

ciclos políticos?

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69

Sim, mas não tanto como outras áreas. Por exemplo, só para fazer uma comparação num

ambiente que você conhece. A promoção do país está muito mais suscetível a visões políticas.

Porquê? É marketing, onde toda a gente tem opinião e tem principalmente grande retorno

mediático, uma campanha aqui uma campanha ali, vamos fazer para a China ou vamos fazer para

os Estados Unidos, tudo isto mexe com a comunicação social, e com grandes orientações. A

verdade é que na formação apesar de ter havido certamente influência de questões políticas, não

penso que tenha sido uma alteração substancial nos últimos dez anos. Não vi.

Havia uma tendência quando da entrada do Instituto de Formação Turística para dentro do

Turismo de Portugal, que foi basicamente uma réplica do que aconteceu aos outros Institutos ou

Direções Gerais integrados, foi verticalizado dentro de uma Direção e depois em termos de vida

teve uma vida natural, não penso que tenha havido ruturas em termos de ciclos políticos.

Houve influência, houve caminhos e opções diferentes, mas não houve propriamente

revoluções, ou reestruturações ou ruturas na formação por causa dos ciclos políticos. Acho que tem

havido uma certa continuidade, obviamente que a continuidade está em linha descendente, ou a

subir ou mais acelerada, mas não penso que tenha havido grande rutura.

Q12: A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo português?

Tenho uma opinião, vou já chegar à formação. Para mim é sintomático quando falo com

primeiros-ministros. O turismo não é o sucesso que é por mero acaso. Se olharmos para os últimos

cinquenta anos, alguma coisa teremos feito bem.

Sim senhor, o valor dos empresários está lá, num setor de obviamente grande iniciativa

privada. Mas a organização do turismo, mesmo esta coisa que estávamos a falar do financiamento

ao turismo vir do jogo é um caso único no mundo. O termos tido um Instituto de Formação

Turística, o termos apostado na formação setorial, o termos apostado numa promoção específica,

não de setores ou regiões mas sim do turismo de forma autónoma e assim sucessivamente. Mostra

que estarmos aqui não é por acaso.

Porque é que a agricultura, não teve grande sucesso? Porque é que as pescas não tiveram

tão grande sucesso? A verdade é que nós tivemos porque foi assumido durante décadas que este era

um setor especial, específico e que precisava de uma atenção especial.

A formação deu certamente o seu contributo nos milhares de pessoas que foram formando

ao longo dos anos no Instituto Nacional de Formação Turística e no Turismo de Portugal,

contribuíram certamente para que o sucesso do turismo hoje seja aquilo que é. E não outro.

Acredito piamente nisto. Há o clima, outros também o têm.

Participei ao longo destes anos todos, estive lá fora e vi como os outros funcionam e nós

não temos nada a dever aos outros. Nós temos uma forma organizada, muitas confusões, mas em

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70

termos de como olhamos para as cinco décadas anteriores e como viemos parar aqui, muita coisa

foi bem feita e uma das coisas que foi bem feita foi a aposta na formação profissional setorial

especifica para o turismo.

Obrigado.

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71

Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 10/abril /2017 Local: Hotel Holiday Inn Continental (Cafetaria) em Lisboa. Hora:

11:00

Entrevistado: Jorge Umbelino.

Cargo Desempenhado: Presidente do Conselho de Administração do INFTUR e Vogal do

Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, I.P.

Período: maio 2005 a dezembro 2010.

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3. Nível de escolaridade Q4. Área: Geografia

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado X

4. Doutoramento X

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 3. Em determinado período

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos X

4 56-65 anos

5 66-75 anos

6 Mais de 75

Portalegre

Oeiras

ENT. Nº 13

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72

Q9: Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades?

Ora bem, deixe-me ver. Como o Paulo bem sabe eu assumi o INFTUR em maio de 2005 e,

nessa altura, logo nesse Verão, salvo erro julho /agosto saiu a legislação sobre o PRACE e naquela

altura estávamos nas férias e nada de muito especial aconteceu. Mas depois, na chamada rentrée,

em outubro/novembro, o PRACE entrou com força em toda a administração pública, o que

significa que poucos meses depois de ter entrado para o INFTUR me confrontei, primeiro com a

legislação e depois, passado pouco tempo, com a tomada de consciência do que é que essa

legislação iria significar no caso do INFTUR. Iria infalivelmente significar o fim da instituição, de

uma maneira ou de outra.

Como com certeza se recordará, na altura, a primeira especulação era a de que, digamos, as

competências e as responsabilidades do INFTUR seriam espartilhadas entre o Ministério da

Educação e o Ministério do Emprego, formação inicial para a Educação, formação contínua para o

Ministério do Emprego e portanto, desaparecia o organismo setorial de educação e formação para o

turismo.

Depois a solução acabou por não ser essa, acabou por ser a integração no Turismo de

Portugal, I.P e a manutenção da rede de escolas de hotelaria e turismo, mas para todos os efeitos a

organização, eu diria que quatro ou cinco meses depois de ter entrado em funções, eu já tinha

consciência de que aquela organização enquanto tal estava condenada. Também é verdade que

naquela altura uma preocupação grande que tinha e que depois a integração no Turismo de

Portugal, ajudou a resolver era a saúde financeira. Porque a instituição estava demasiado

respaldada nas candidaturas a Fundos Comunitários, que é uma coisa que não dá sossego, ter uma

rede de escolas com a dimensão que o INFTUR tinha e responsabilidades de pessoal e de tudo o

mais e em que uma fatia tão grande do orçamento é assegurado por fundos comunitários levantava-

nos dois problemas, dois ou três até.

O primeiro era que um dia poderiam acabar e depois como é que tudo isto se organiza. A

segunda questão era a dimensão organizativa que era preciso ter para dar resposta a esta exigência,

a quantidade de pessoas que tinham que estar treinadas em fazer candidaturas. O terceiro problema,

como se recordará, era a questão da tesouraria, a incerteza de quando é que os fundos entravam e os

sobressaltos que isso causava que depois invariavelmente era o Instituto do Turismo de Portugal

que ajudava a desembaraçar de forma a não ficarmos a dever nada a ninguém. Mas isto tudo para

dizer, que do ponto de vista se quiser de um pensamento estratégico estrutural, o que era o

INFTUR no momento em que entrei?

Evidentemente que aquela organização que ali estava tinha uma missão que era

eminentemente setorial, quanto a isso não há grandes dúvidas. A própria razão de ser da sua

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73

existência era essa, mas honestamente não houve muito tempo para grandes pensamentos

estratégicos, porque quase imediatamente apareceu aquele rolo compressor do PRACE e passámos

a gerir o que iria ser um futuro sem INFTUR. Como vamos gerir o fim do organismo e não tanto

imaginar como é que ele iria ser dali a dez anos, porque estava óbvio que não ia haver mais dez

anos.

Q10: As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram coerentes

com a evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação?

Dada a primeira resposta, tudo o resto fica um bocadinho comprometido. Vamos lá ver. Eu

acho que naquela altura (foi a altura em que esteve, enfim, mais presente na minha cabeça o dia-a-

dia desta problemática), e se hoje fizer um exercício de tentar entrar no mesmo registo, digamos, na

mesma linha de pensamento, se calhar diria que não estaremos assim tão diferentes quanto isso...

Acho que havia e porventura ainda haverá, não é um assunto morto, alguma inconsistência

no modo como alguns dos nossos empresários do ramo turístico e designadamente do ramo

hoteleiro, que é também quem mais emprega em Portugal, em termos de volume, e em particular os

jovens que frequentam as escolas de hotelaria (setores como, por exemplo, as agências de viagens

tendem a contratar já graduados de licenciatura).

Acho que alguns deles ainda permanecem num registo de uma valorização escassa, para ser

simpático no classificativo, das competências dos seus trabalhadores. E portanto, pouca

disponibilidade para valorizar do ponto de vista remuneratório as pessoas mais qualificadas, ou

seja, no fundo há uma incoerência no discurso, porque quando esses empresários, quando esses

quadros técnicos responsáveis são convocados para falar sobre a inserção social do turismo na

sociedade e na economia portuguesa, alinham todos por um discurso que é um discurso muito

frequente na academia e nos organismos da administração pública de um certo lamento pela

desvalorização social ou se quiser pelo não reconhecimento social das profissões da hospitalidade e

do turismo.

Portanto, esses mesmos agentes, em determinados contextos, em debates, colóquios,

conferências, não deixarão de lamentar isso. Somos um setor pujante economicamente, e agora

então nos últimos anos, ainda mais isso evidente se tornou, só que depois há o lado B, ao mesmo

tempo que esse discurso acontece, as suas próprias empresas tendem a forçar salários muito baixos.

E depois, espantosamente, alguns empresários em alguns casos até amigos, pessoas com

quem tenho uma relação pessoal e de alguma cumplicidade, por exemplo, nos confrontarem (ao

INFTUR) com vocês, no fundo, têm aqui umas escolas com uns milhares de alunos que não custam

pouco ao País, mas a verdade é que depois quando saem das vossas escolas não vão trabalhar para

a hotelaria”. E eu dizia a muitos, desculpem, mas esse comentário que me está a fazer faz ricochete

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e volta para trás, volta para si, o que o senhor me está a dizer é que nós formamos os jovens e não

há reclamação à cerca da qualidade média dos seus desempenhos, o que me está a dizer é que eles,

depois, chegam ao mercado de trabalho e ou já nem entram na hotelaria ou no turismo ou entrando

saem logo. Mas então a responsabilidade é vossa, que não lhes dão condições de trabalho, lhes

pagam pouco, que lhes exigem horas de trabalho de mais ou se calhar, um bocadinho disto tudo e

portanto, quer dizer, está no fundo a responsabilizar o sistema de formação porque não cria

condições para que os jovens fiquem nas empresas. Mas a responsabilidade do sistema de formação

é entregá-los às empresas com condições de competência e em princípio, formando-os de acordo

com as necessidades das empresas, mas não é disso que eu estou a receber queixas.Estão a dizer é

que eles não são resilientes, que não ficam nas empresas, pois bem, paguem-lhes mais, é desde logo

um bom motivo para eles ficarem mais tempo. Não nos peçam também a nós para convencer os

moços e as moças que devem ficar no turismo e na hotelaria a qualquer preço, com qualquer salário

e com qualquer condição, apenas porque sim!

São pessoas como as outras que buscam as suas oportunidades. Se elas acontecerem no

setor do turismo e da hospitalidade, ficamos todos muito contentes, pois era esse o objetivo. Mas se

não acontecer é porque não houve entendimento, não houve um encontro entre aquilo que são as

expectativas deles em relação ao investimento que fizeram, até económico, de tempo, de desgaste

pessoal. E depois confrontam-se com a verdade das próprias empresas que os contratam não lhes

dando valor, e não é só salarial, é também de respeito pelas opiniões deles, pelos saberes deles, que

muitas vezes quando chegam às empresas os tratam como trabalhadores completamente

indiferenciados ao qual se pode pagar o salário mínimo, que não sabem mais e foram apanhados na

rua ali à pressa... E de facto, estes jovens têm outras expetativas e ainda bem que têm.

Q11: As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos

ciclos políticos?

Eu diria que são. Vamos lá a ver no caso do turismo, em Portugal, nos últimos anos, e

quando digo nos últimos anos digo os anos conheço melhor, vinte, trinta anos, o turismo não é

propriamente um setor controverso, salvo em algum aspeto ou outro, maior ou menor liberalidade

no sistema de regulação… ou, por outras palavras, pela positiva, é um setor que é tendencialmente

consensual. Pelo menos nas decisões estruturais. Que o Estado não tem que intervir, ou seja, que o

Estado não tem que ser proprietário de hotéis, como já foi da ENATUR, e depois concedeu a

exploração. Não me parece que hoje em dia alguém defenda isso. O andar a construir, para depois

concessionar o que quer que seja. E quando digo o Estado digo também o próprio poder Municipal,

não me parece que esse tipo de tentações coletivistas e de intervenção do Estado nessa medida seja

motivo de controvérsia entre os atores. Não me parece. Acho que há uma certa consensualidade.

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75

Depois pode haver, como no último Governo, o último responsável pela ideia, acho que até

o próprio Secretário de Estado chegou várias vezes a utilizar a expressão de que “a função do

Turismo de Portugal é desamparar a loja, é não atrapalhar a liberalidade da atuação dos

empresários”.

Esse tipo de discurso, muito assertivo na defesa de uma tese neoliberal, de não intervenção

do Estado na economia, pode ser considerado excessivo para outros atores que acham que o Estado

tem um determinado papel ou vários papéis que tem que desempenhar e exercer, que é o que eu

acho por exemplo e muita gente acha.

Mas no essencial acho que a política e a administração pública do turismo são amigas dos

empresários, percebem que aos empresários cabe um papel fundamental na persecução do

desenvolvimento do setor. Desse ponto de vista, não haverá muita diferença. Agora, haverá alguma

diferença de personalidade nos responsáveis pelos diversos cargos, em determinadas circunstâncias

e, portanto, desse ponto de vista, sim, pode haver algum ânimo maior ou menor na persecução de

determinadas políticas.

Por exemplo uma das matérias, como o Paulo certamente bem terá presente, é precisamente

a intervenção do Estado na educação ou formação para o turismo, nos últimos dez anos, aí sim, já

houve, embora o resultado final não tenha sido, como hei-de dizer, muito expressivo do ponto de

vista da consequência dessas opções pessoais.

A verdade é que ao longo destes anos, nós já sentimos que havia quem tivesse por

orientação acabar com o Departamento de Formação no Turismo de Portugal, e de facto entregar a

responsabilidade da formação a outras autoridades públicas e há quem ache o contrário. Pelo meio

disto o que é que resultou? O encerramento de algumas escolas que eram casos-problema, mas que

seriam sempre casos problema. Assim todos sabíamos que forçar a existência das escolas setoriais

em regiões do País que infelizmente estão muito despovoadas, designadamente de jovens, seria

sempre um problema grande. A juntar a isto alguns casos em que as próprias instalações eram

problemáticas. Não eram instalações próprias e tinham uma gestão difícil. Portanto, deixar cair uma

ou outra unidade com estas características não seria um problema, fosse qual fosse a orientação

estratégica.

Portanto, tentando voltar à sua pergunta mais em concreto e ao início desta matéria, eu diria que do

ponto de vista estrutural nos últimos anos não tem havido uma tão grande divergência de posições

políticas do ponto de vista dos protagonistas. Já acredito mais no repousar da história, valha ela o

que valha, e estamos a falar numa história com dez, quinze, vinte anos, em que apesar de tudo se

seguiu uma linha e aquilo serão apontamentos nessa mesma linha de rumo. É evidente que se eu for

dizer isto em Santarém ou no Fundão, penduram-me numa árvore. O seu apontamento foi

fecharam-nos a escola. Do ponto de vista nacional não significou nenhuma opção estratégica

determinada.

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A dada altura no caso do PRACE, a ideia era acabe-se com isto, e podia logo ali há mais de

dez anos ter acabado o departamento setorial de educação e formação para o turismo. Mas também

houve muito quem achasse em dada altura, num meio termo que não é o meio termo que temos

hoje, que podia haver apenas uma escola em cada região e cuja única função seria uma espécie de

farol. Ou seja, as escolas constituírem-se como um exemplo e um regulador de qualidade que

depois, os privados, estavam obrigados a prosseguir. E não tinha nenhum objetivo de quantidade,

era o mínimo só para assegurar que havia ali uma excelência que estava apontada e que a sociedade

compreendia e os outros tinham que ir atrás. Não chegámos a tanto e o que de facto ficou foi o

encerramento de duas ou três escolas…quatro. Encerrou o Fundão, Santarém, Mirandela e Santa

Maria da Feira, enfim, esta muito perto do Porto, é desses casos todos talvez o menos sentido,

porque as outras é que de facto destaparam regiões. Ou seja, houve partes do País que passaram a

ter uma escola de hotelaria muito mais longe. No caso de Santa Maria da Feira, muitas vezes os

alunos até iam do Porto. A partir do momento em que a Escola do Porto também aumentou a sua

capacidade formativa, se calhar a necessidade sentida ali seria menor. As outras de facto eram

regiões do País onde não havia na proximidade imediata, grande alternativa.

Isto para dizer que acredito que existe um certo consenso nacional em torno da coisa, e nos

últimos anos, então, dois, três, quatro anos, ainda mais. Eu diria que finalmente tornou-se tão

evidente o sucesso do turismo, em termos económicos e em termos de emprego, num contraponto

de tal maneira gritante com o conjunto da economia que por mais dificuldade que alguns agentes

possam ter, tem que lhes entrar pelos olhos dentro que de facto é um setor estratégico e

estruturante. Desse ponto de vista, acho que há um certo consenso nacional, sem prejuízo dos

protagonistas quererem ter, aqui ou ali, uma atitude mais ou menos vantajosa para as questões da

educação e formação.

Q12: A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo português e

ainda faz sentido?

Absolutamente. Isso aí, eu pessoalmente não tenho nenhuma dúvida, até por esta ultima

questão que agora estava a dizer. É a questão matricial, isto é, a capacidade de se definirem padrões

de qualidade, padrões de referência que alguém há-de prosseguir. Nem que fosse por isso já estava

justificado. É verdade que digamos, designadamente a rede de escolas de hotelaria e turismo, tem

tido uma ambição maior do que essa, para além disso, tem tido uma ambição de ter uma quantidade

de formação, uma dispersão geográfica da formação e em alguns momentos uma ideia de inovação

tecnológica, e inovação conceptual que outros protagonistas não têm tido capacidade e

disponibilidade para fazer.

Obrigado.

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 18/abril /2017 Local: Padaria do Bairro em Lisboa. Hora: 12:00

Entrevistado: João Casanova de Almeida

Cargo Desempenhado: Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar Período: 2011 a

2015

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3. Nível de escolaridade Q4. Área: Administração e Gestão

Escolar

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento X

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 2.Em determinado períodos

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos X

5 66-75 anos

6 Mais de 75

Mora

Lisboa

ENT. Nº 14

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Q9. Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades? Ou no seu caso o Ministério de Educação alguma vez terá visto a formação setorial

em turismo como uma parte importante do sistema formativo, ou de outra forma, as formações

setoriais mais não são que uma parte do sistema em que não há vantagens na sua autonomização?

Aquilo que se tem passado desde que com o governo do professor Cavaco Silva foi

instituído o ensino profissional para vias que eram até aí apenas profissionalizantes, desde essa

altura que tem havido algum cuidado dos sucessivos governos em olhar para o ensino profissional

como uma mais-valia e isso traduziu-se efetivamente também nas políticas adotadas para o ensino

profissional nas escolas de hotelaria e turismo.

O grande passo significativo para dotar de igual dignidade todos os cursos de ensino

secundário no nosso país acontece em 2004 com o professor David Justino, quando ele implementa

a reforma através do Decreto-lei nº 74/2004 e em que estabelece algo em que pela primeira vez

coloca todos os cursos em pé de igualdade e portanto, com a mesma dignidade, a fim de que se

possa promover mais apostas diferenciadas no sistema educativo e não apenas uma aposta

preferencial no prosseguimento de estudos. E isso ficou patente quando são construídas as

diferentes matrizes curriculares, uma parte do percurso, o percurso geral que é comum a todas as

áreas e a partir daí os nossos jovens mesmo que não tenham acertado na sua escolha, podem

inverter o seu percurso escolar sem ter que recomeçar novamente no 10º ano de escolaridade ou no

1º ano do curso profissional e isso veio fazer com que se acelerassem os níveis de procura dos

cursos profissionais.

E ao mesmo tempo consegue-se dessa forma consolidar as ofertas do ensino profissional e

começar o processo de articulação da rede entre o ensino privado, que até aí vinha ministrando, o

ensino profissional e as escolas de natureza pública que começam também a oferecer escolas

profissionais e os cursos profissionais. Há uma primeira abordagem à racionalização de uma rede

para rentabilizar os recursos e o reconhecimento da autonomia de outras redes já existentes como é

o caso do turismo, em que se consolida também o valor que se dá aos cursos profissionais nessa

área. E começa também a trabalhar-se a partir daí outras qualificações, sem ser as qualificações de

nível 3 de ensino secundário regular.

Parece-me assim que tem havido uma aposta que se tem vindo a consolidar ao longo dos

anos e que os sucessivos governos têm olhada para ela com alguma atenção. Nos tempos mais

próximos tem sido encetada uma nova forma de estabelecer também cursos profissionais,

estabelecendo parcerias com empresas de referência em que elas próprias se tornam responsáveis

por escolas profissionais. Isso é algo que está ainda a surgir de forma embrionária, mas que poderá

ter o reflexo que tem outras escolas de natureza profissional estabelecidas noutros países de

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grandes marcas que se afirmam no mercado e que tem interesse não só para formar os seus próprios

quadros, mas também em devolver algo à sociedade como forma de responsabilidade social.

Q10: As políticas estruturais implementadas no sistema educativo foram coerentes com a evolução

do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação?

Tem havido essa preocupação, quando se começa a partir de 2004 a consolidar uma

articulação da rede e a consolidar a própria rede, tem havido a preocupação que ela responda às

necessidades sociais. No fundo é olhar para o sistema de ensino secundário e perceber que é em

cursos dessa natureza, profissionais ou cursos artísticos, que o sistema antes de entrar na parte

relativa ao ensino superior tem que responder às necessidades sociais, que têm uma abrangência

diferente e que têm profissões que daí decorrem que não necessitam de formação universitária ou

superior. E tem falhado essa consolidação de rede na ótica da resposta à procura social e às

necessidades que as empresas tem de contratar alguém que tenha já uma preparação para a

profissão mesmo que essa ainda tenha que ser complementada, mas já tem alguma preparação para

poder exercer essa profissão.

No fundo, as politicas que têm sido seguidas têm em conta que o sistema educativo e a

forma como está montado e a resposta que oferece aos nossos jovens, perca o caminho que tinha

vindo a fazer até então, até à saída do diploma 74/2004 em que predominantemente estava

orientado para o ensino superior e comece a olhar para as necessidades sociais de um país com as

características do nosso.

O objetivo tem vindo a ser traçado nesse sentido e atualmente é que se consiga que 50%

dos alunos possam frequentar cursos de natureza profissionalizante ou no ensino profissional ou no

ensino orientado para o ensino artístico. Portanto começa-se a responder de uma forma mais

articulada, em termos de rede de oferta, às necessidades sociais e as necessidades da própria

juventude que procura complementar estudos até ao final da escolaridade obrigatória cuja realidade

agora é de 12 anos.

Q11: As políticas de educação são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos ciclos

políticos?

No fundo são, porque um sistema educativo e o próprio conceito de sistema em que tudo se

interrelaciona e tudo está interdependente. Num país, no nosso ou qualquer outro que funciona

através de orçamentos de Estado, sabe perfeitamente que tem orçamentos limitados e dentro do

orçamento que cabe a cada um dos sistemas, neste caso estamos a falar de um sistema educativo

que concorre no âmbito de um suprassistema social, o sistema da saúde, de justiça, de segurança

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social. Quando é atribuído um orçamento à educação, esse sistema ao tomar opções politicas

pretende que estas sejam estruturantes, sustentáveis no tempo e que tragam melhorias ao sistema de

ensino. Ao fazer opções de um lado condiciona do outro.

Podemos dar dois exemplos para cada lado para percebermos que as coisas são mesmo

feitas assim. O primeiro exemplo, tínhamo-lo dado com a aposta de um governo do professor

Cavaco Silva no ensino profissional. Percebeu-se que havia que estruturar esta oferta porque ela

decorria de uma necessidade social. Ao fazer-se uma oferta consolidada, inexistente até aí, tem que

se canalizar verbas para que isso exista. Algo tem que sair prejudicado, o que sendo o orçamento da

educação finito, se a aposta vai por um lado, alguém vai ser prejudicado por outro.

Ou no governo que foi liderado pelo engenheiro António Guterres que deu a sua primazia

ao pré-escolar. Porque acreditava que o pré-escolar permite a consolidação de percursos escolares

mais longos. Atuando no pré-escolar isso vai obviamente canalizar verbas para esse sector e deixar

a descoberto outros sectores. Portanto todas as políticas pretendem ser estruturantes e

provavelmente avançarão sempre de uns ciclos políticos para outros em compensação. Isto já é

assim desde sempre.

O Marques de Pombal investiu mais na parte que hoje se chama o ensino secundário, onde

ele percebe que esse está na origem com as preocupações, com as necessidades socias, ao

estabelecer o ensino que poderíamos chamar profissional, foi ele quem criou a Aula de Comércio, e

a Real Escola Náutica, para responder às necessidades que tínhamos para respondermos aos

desafios que surgiam da nossa epopeia, das necessidades mercantis, da pilotagem, da navegação, de

conhecer as cartas de marear e tudo o mais. Ele cria essas duas escolas a par do Colégio dos Nobres,

do Colégio de Mafra, e, portanto, há uma preocupação com o ensino secundário em 1759. Com o

ensino primário só vem em 1772, treze anos depois de ter a preocupação com o ensino secundário.

O que faz D. Maria I quando chega? Preocupa-se com o ensino primário. No fundo desde

sempre os governantes centraram as suas preocupações, tentaram que as medidas fossem

estruturais e quando um não tem tempo para abarcar determinada zona que considera de muita

importância para criar percursos sustentáveis, percursos que façam com que os jovens tenham cada

vez maior nível de formação, a seguir alguém vai ter de colmatar aquilo que possa não ter sido

considerado.

Q12. A existência de um sistema educativo setorial tem sido útil ao turismo português e ainda faz

sentido?

Faz sentido, porque o turismo deve ser tratado por nós com todo o cuidado, com a máxima

atenção, que é uma atividade que neste momento torna mais sustentável o nosso próprio orçamento

de Estado, e portanto deve ser olhado de uma forma particular e deve ser olhado também no sentido

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de gerar nos profissionais que procuram formação no setor, que cada vez a sua formação tenha

mais qualidade, para que a qualidade dos serviços que esses profissionais podem colocar à

disposição de quem nos procura e dos nacionais que também procuram as atividades turísticas,

possa ser cada vez melhor e que possa produzir a diferença a outros destinos turísticos. A aposta na

qualidade no setor do turismo é fundamental para nós pelas questões da grande contribuição que o

turismo tem para a nossa balança comercial.

Mas mesmo que não tivesse essa contribuição, julgo que está chegado o momento dos

sistemas educativos investirem integralmente na qualidade da formação que possam dar aos nossos

jovens. Independentemente de ser no setor do turismo, que por maioria de razão, pelo que

estivemos a dizer há essa necessidade, mas porque a qualidade é que nos torna atrativos e nos torna

sustentáveis no mundo global, em que os nossos jovens não podem continuar a ter as competências

que tinham há quarenta anos atrás aqueles que se formavam em turismo, mas tem que estar ao nível

dos melhores.

Que também no turismo nós temos que estar naqueles que tem a melhor oferta em termos

internacionais para captar os melhores recursos para o nossos país, para nos abrirmos a vertentes

que neste momento olham com muita tenção para nós, como é vertente do turismo que assenta em

eventos, em seminários em congressos, um turismo virado para um determinado setor mais

profissional e um turismo de qualidade que saiba lidar com pessoas de mais idade, porque são

aquelas que mais nos procuram e internamente com um país com uma população mais envelhecida

como nós temos também ter uma atenção redobrada sobre esse setor.

Obrigado.

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 05/maio /2017 Local: Hotel Júpiter em Lisboa. Hora: 13:00

Entrevistado: Maria da Conceição Proença Afonso.

Cargo Desempenhado: Subdiretora geral do emprego e formação profissional

Período: 1999- 2010

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino X

2. Masculino

Q3. Nível de escolaridade Q4. Área: Humanísticas

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim 2. Em determinado períodos X

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos X

6 Mais de 75

Caria - Belmonte

Lisboa

ENT. Nº 15

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Q9: Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades?

Respondeu-se, tentou-se responder a uma visão global. Em primeiro a uma visão que tinha

por objetivo elevar a qualificação dos jovens que tinham já formação no INFT, um alto nível de

qualificação profissional, mas a que era necessário complementar com uma formação também

académica.

Claro que isto visto do ponto de vista dos formandos, mas traduzia-se depois numa mais

valia para as empresas. Portanto não pode ser desligada. Na sua questão elas estão interligadas,

porque ao ter-se uma visão global da formação para o turismo, elevou-se o nível de qualificação em

que os jovens podiam sair com o 12º ano e o nível 3 de qualificação profissional na altura. Isso

depois foi revisto, estes níveis. Isto dava-lhes a possibilidade de atingir melhores qualificações e de

poderem aceder ao ensino superior se assim o desejassem.

Abriu-se essa porta, foi uma porta que se abriu nesse período. O acesso ao ensino superior

através deste ensino profissional do turismo no INFT, e consequentemente um melhor desempenho

dos alunos junto das empresas, com mais qualificações, com mais capacidade de refletirem sobre

os seus próprios processos de trabalho.

Com uma formação de base que lhe permitia não só terem perspetivas de melhor carreira,

como eles próprios terem uma visão diferente daquilo que faziam nos seus contextos de trabalho.

Deixavam, penso eu, de ter só uma visão muito restrita, de ser só um bom cozinheiro ou

um bom barman, para poderem ampliar os horizontes, que para se ser um bom cozinheiro também

se precisa de outros suportes de base.

Foi essa visão global que eu acho que nesse período se criou no INFT. O IEFP tinha

encetado um processo através do sistema de aprendizagem, mas que era um sistema que ficava, no

meu entender, um pouco aquém do era a capacidade do INFT e até a visibilidade e o

reconhecimento por parte das empresas turísticas. Portanto, e repito, estas duas partes não estão

desligadas, houve uma visão estratégica da formação, quer para os jovens, que se traduzia numa

melhor qualificação, quer para as empresas.

Q10: As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram coerentes

com a evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação?

Coerentes. É sempre difícil. Fala-se muitas vezes das necessidades do mercado de trabalho.

O mercado de trabalho dificilmente vê a longo prazo. A maior parte dos empresários vê a curto

prazo, portanto vê as notícias para aquela necessidade que ele sente, que lhe respondam a essa

necessidade, esquecendo muitas vezes o longo prazo.

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Penso que do lado da educação e formação profissional houve esse esforço, houve o

esforço de elevar as qualificações, quer através das escolas profissionais, quer do reconhecimento

de outros Institutos que davam formação como o INFT, procurando responder a necessidades de

mais longo prazo. Como foi a criação da própria escola superior do Estoril que foi tutelada na

altura simultaneamente pelo Ministério da Educação e pelo Ministério do Comércio e Turismo.

Portanto acho que isso foi uma visão estratégica. E aí houve até uma antecipação e às vezes até um

mal-entendido por parte dos empresários, mas houve uma visão por parte do sistema educativo para

as necessidades.

Também foi nessa altura que se começou a desenvolver mais a formação diversificada para

outros setores de desenvolvimento do turismo, não tão só no sol e praia, mas também com mais

abrangência, e começaram a aparecer respostas no sistema de outros tipos de formações, e que se

vieram a perspetivar, depois no desenvolvimento que o turismo teve em Portugal. Quer o cultural

quer o religioso. Portanto eu acho que houve uma visão estratégica. Eu acho que houve.

Q11: As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos

ciclos políticos?

Eu acho que todas as politicas de formação e educação são sempre influenciadas. De uma

forma ou de outra são e as do turismo também. São influenciadas porque as políticas de educação

para o turismo precisam elas próprias de financiamento, tentou-se salvaguardar essas questões do

financiamento da formação para o turismo. Mas os ciclos políticos tentam sempre de alguma forma

atuar principalmente em regiões mais diretamente vocacionadas para o turismo, como sejam o

Algarve a Madeira ou depois até ao nível das cidades que é uma coisa que temos assistido mais

recentemente que é a importância do turismo nas cidades. Antes via-se mais o país, agora começa-

se a ver mais a cidade e acho que também aí o ciclo politico influência as políticas.

Q12. A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo português e

ainda faz sentido?

Eu acho que o cariz setorial foi muito importante para o turismo. Foi, por tudo aquilo que

hoje conhecemos da história do desenvolvimento da formação turística no nosso país. Vemos como

este setor soube desenvolver a sua formação, e apoiá-la, com coisas boas e coisas más.

Atrás já vimos algumas das más como o curto prazo de algumas decisões. Mas foi

importante ter essa visão. Hoje em dia acho que o setor do turismo pela importância que tem no

desenvolvimento económico, o seu contributo para o PIB, para a riqueza nacional, deve merecer

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uma reflexão global sem nunca esquecer que o setorial tem que estar sempre envolvido e ser

ouvido. Mas não pode ser só setorial.

O setorial restringiria muito. Portanto tem que haver uma visão global do País embora o

setor tenha que estar sempre envolvido. Não se pode fazer uma boa politica de turismo de costas

voltadas para os profissionais do setor, sejam eles empresários ou associações profissionais mais

carismáticas, têm que estar envolvidas.

Obrigado.

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do Instituto de

Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de educação para o

turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização científica.

Data: 07/04 /2017 Local: AIP Hora: 9h00

Entrevistado: Vítor Neto

Cargo Desempenhado: Secretário de Estado do Turismo Período: 1995 a 2002

Secção 1‐ Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3. Nível de escolaridade Q4. Área: Engenharia e Gestão

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim 2.Não X

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 2.Em determinados períodos

Secção 2 – Educação para o Turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos

5 66-75 anos X

6 Mais de 75

Guia - Albufeira

Albufeira

ENT. Nº 16

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Q9.Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação do país ou a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às necessidades das

empresas?

Está a referir-se ao turismo? Acho que se correspondeu a uma visão ao mesmo tempo

global e setorial. O turismo é uma atividade económica que não pode ser desligada do resto da

realidade do país, da realidade económica, mas tem especificidades que exigem uma resposta

adequada e setorial.

Há muitas décadas mesmo antes do 25 de abril que já tínhamos uma tradição de dar uma

atenção especial à formação e à educação na área multissetorial do turismo. O que se tratava no

período em que estive no governo era dar continuidade a isso e dar resposta adequadas à fase de

evolução em que estávamos. E em que fase é que estávamos no período em que estive no governo

1997-2002, eu hoje à distância consigo classificar a fase em que eu estive.

Eu considero que estive na última fase do período heróico do turismo. Tivemos décadas de

crescimento sucessivo digamos de uma forma quase espontânea fruto das potencialidades que

tínhamos no desenvolvimento do turismo a nível da Europa e do mundo e basta dizer que entre o

ano 1990 a 2002 crescemos 4 milhões de turistas estrangeiros, e entre 1998 e 2002 crescemos 2

milhões.

Hoje à distância podemos ver que esse período teve um choque, em 2001, e em 2002

alterou-se. A posteriori é fácil dizer isso, mas na altura o que fizemos foi melhorar, dar uma

atenção prioritária às questões da formação, porque isso fazia parte da qualidade da oferta, e além

disso tendo em conta os múltiplos subsectores da atividade turística, que não é só o alojamento,

mas é também a restauração, a animação, são todos esses sectores que se completam.

Nós podemos dizer que aparentemente alguns são muito importantes e outros secundários,

não, tudo isto é uma constelação em que todos têm o seu papel. Uns com uma força maior outros

com uma força menor, todos beneficiam do bom desempenho de cada um. Nós tínhamos dois

vetores, um era as estruturas públicas da formação turística, era as escolas nas várias regiões que

nós procurámos potenciar, melhorar e nalguns casos até criar pólos, estou-me a lembrar de um pólo

no Algarve que foi o pólo de Portimão, que hoje à distância até se pode discutir, na altura até

parecia uma coisa muito importante e hoje pode parecer menos, e noutras regiões do Pais onde não

havia formação nesta área. Estou a pensar no Norte, não me recordo bem onde, mas estive ligado a

definição delas todas, ao financiamento e dei ajuda para que avançassem. Outra vertente foi a

formação nas próprias empresas.

Essa seria a próxima pergunta.

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No aspeto público institucional a ideia foi reforçar, melhorar qualitativamente e alargar a

intervenção da formação aos vários níveis de todos os setores fundamentais do turismo. Esse era

um objetivo estratégico, não era mais uma coisa, era um dos pilares de uma estratégia de turismo. E

na altura havia disponibilidade financeira, do 3º quadro comunitário, e dos programas específicos.

Essa proposta foi válida pois consolidou a presença da formação profissional da área do turismo

como muito importante, pois há sempre gente, que não digo por más intenções, mas por

superficialidade consideram que é um subsector que não merece essa atenção e que não é

necessário e que a formação é toda ela… Não é verdade e não é verdade porquê? porque estamos a

falar de formação para profissionais que têm contacto com consumidores exigentes, e conhecedores

dos mercados internacionais em que a qualidade do serviço, é um fator decisivo, não apenas mais

uma coisa, é um elemento determinante e estruturante da oferta. A qualidade, a qualidade da

relação dos profissionais com o cliente turístico é um fator estruturante da oferta turística, não é um

pormenor. E quem não perceber isto assim, está a perceber pouco do que é o turismo.

O turismo não é “gostei muito de Portugal, fui muito bem tratado num restaurante, mas no

hotel o serviço era péssimo” ele leva a ideia do péssimo, não que foi tratado bem noutro sítio.

Portanto ou há uma perceção global da qualidade do serviço em todos os setores em que eles

contactam ou então o resultado é negativo, basta que um falhe. Isto pressupõe a qualidade do país

mesmo o que está fora do turismo.

Em Portugal o turismo é fantástico, mas as ruas estavam sempre sujas. Acabou arrumou. E

pode-se dizer o que é que o lixo tem e ver com o turismo, tem, tem a ver com os cidadãos tem a ver

com o turismo, é a perceção é a sensação. Ou podia haver uma perceção contrária, um País muito

pobre, com uma fraca economia, mas estava tudo limpinho. Tudo tem valor no contacto que as

pessoas têm com a realidade de um País.

Eu penso que esse esforço foi feito, depois tivemos nos anos seguintes visões diferentes de

governos que tentaram, porque é que não se funde a Escola de Hotelaria do Estoril com não sei o

quê, porque é que devemos ter escolas especializadas? Todas essas teorias são de pessoas externas

ao turismo, que não têm um conhecimento teórico e científico da especificidade da realidade

económica que é o turismo, que aliás ainda hoje em 2017 temos muito em Portugal. O turismo é o

petróleo, o turismo é uma coisa… ainda na semana passada vinha nos jornais. A bolha do turismo,

ninguém diz a bolha de um setor industrial qualquer, mas do turismo diz-se, isto é qualquer coisa

que não estava previsto, mas apareceu, fantástico. Não é uma atividade sustentada, não é uma

atividade com uma dinâmica própria.

Isto demonstra uma conceção primária e até aristocrática, snob em relação ao turismo, que

é desprezo. Vimos hoje as críticas ao excesso de turismo que veem muitas vezes de setores que

acham que o que existe é só para eles, mas de uma forma muito egoísta muito individualista, mas

por exemplo se forem a Roma ou a Paris, envolvem-se no meio das multidões e aí já não criticam.

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É uma posição reacionária. E isto tem que ser discutido. É evidente que há excessos no turismo que

há erros no turismo, mas esses são por falta de politicas, o que é outra coisa.

Portanto essa questão da formação é um fator estruturante, que não dá para discutir, pode é

alterar a sua forma, conforme as etapas onde se está, e nós estamos hoje numa etapa diferente. Da

análise que eu faço do turismo, não sei se viu um livro que fiz. Estou a preparar um outro trabalho

que diz que estamos numa nova etapa, eu no livro tenho duas etapas, uma que eu digo a heroica e

outra, que é entre 2002 e 2012, que é de estagnação e quebra, que esses idiotas não querem ver.

Já reparou que se fala pouco desse período. Porque há responsabilidades, foi o período da

imobiliária, foi o período dos grandes buracos no algarve e dos grandes buracos financeiros, que

estão aí nos jornais, os Vale de Lobo e outros que tais. Está você e estamos nós a pagar. Está

também contada aqui a história do Sr. Jordan que vendeu, o meu amigo Jordan vendeu aquilo por

400 milhões de euros aos espanhóis, os espanhóis que compraram a Lusotur faliram, aquilo foi para

ao Banco de Espanha, o Bankia, um banco do Estado espanhol, vendou a um fundo que está lá

agora por 250 milhões. Você já viu uma coisa que ele vendou por 400, e depois foi vendida por 250,

qual é o objetivo agora dos senhores que estão lá. O objetivo agora é fazer aquilo crescer um

bocadinho para vender por 500. Estão-se borrifando para o Algarve, para Portugal e para o turismo.

Essa é que é a questão. Nós agora estamos a entrar numa terceira fase, que este período

correspondeu a profundas alterações estruturais no turismo.

Não foi só a questão da estagnação e da quebra, o que foi então o transporte aéreo e as

novas tecnologias, Enfraquecimento dos grandes grupos tour operators, enfraquecimento dos

grandes grupos imobiliários turísticos e hoteleiros mundiais e surgimento de novas realidades.

Estamos nesta fase, é essa que eu quero projetar. Qual é a minha ideia… nós temos grandes

potencialidades e é verdade que temos resultados, mas corremos grandes riscos se não percebermos

em que fase é que estamos e como é que temos que nos orientar nesta fase. E o que é que isto tem a

ver com formação? Tudo.

Os problemas da formação de base de há 30 anos, de há 20 anos, continuam a ser os

mesmos, que é formar profissionais com capacidade para responder às exigências dos

consumidores de turismo que temos nas várias áreas e além disso termos em conta o que é que

apareceu de novo, que foram as novas tecnologias que alterou a forma de funcionamento das

próprias empresas, e alterou o relacionamento do turista com a empresa, e obriga a que os

empresários tenham também os instrumentos para se relacionarem com este novo cliente que se

calhar gosta do smartphone, contacta com a empresa conhece a proposta, compara com os outros,

negoceia, compra e altera sem nunca ter ido lá e chega e quer saber se tem café, chá ou leite no

frigorifico, se é as marcas que ele quer, quer saber se pode negociar aspetos de serviços naquela

zona que quer utilizar, quer portanto fruir de um conjunto de coisas que não são novas mas as

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formas de utilizar e contratualizar é que são novas e requer uma formação que corresponda a estas

novas exigências.

Portanto, importância fundamental da formação com o enriquecimento dos setores e das

questões que a nova procura exige e que o desenvolvimento tecnológico põe à nossa disposição. É

isto que tenho que dizer, meu amigo não penses que é um passeio, que basta contratar uma empresa

de informática e que isto resolve tudo, não precisa da empresa mas – e há outra coisa que é, eu

tenho um artigo que sai esta semana no Publituris em que eu refiro mais uma vez quem são os

novos donos disto tudo. Quer dizer as grandes plataformas informáticas mundiais tendem a

apoderar-se do controlo total do turismo mundial. Da mesma maneira que há cinquenta anos a

associação de companhias aéreas tour operators e grandes imobiliárias dominavam o turismo

mundial, o mediterrâneo, América latina e não sei que mais. Hoje pode ser o Google, o Facebook,

Tripadvisor, Booking, Uber, Airbnb, Homehouse, etc. Tendem a ser os novos donos disto tudo sem

gastar um tostão. Aliás, há uma coisa interessante que eu lhe aconselho que é uma entrevista do

nosso amigo José Teotónio que é o CEO do grupo Pestana, que é um gajo inteligente e sério, deu

uma entrevista ao Jornal de Negócios há 15 dias em que o titulo é, a Google é que está a mamar a

massa disto tudo, sem fazer um puto.

Eu foco isso no artigo do Publituris. Há aqui de perceber quais são os aspetos novos e

portanto, isso coloca, e também há outra coisa, as empresas hoje tendem a ter um grupo de

trabalhadores, o mais limitado possível, e depois conforme a época do ano alargar conforme as

necessidades, isto era fácil até há uns anos atrás, porque esses trabalhadores que se contratavam à

ultima da hora podiam ser menos qualificados, mas o problema é que hoje esses trabalhadores terão

que ser mais qualificados e onde é que eles estão? Portanto isto coloca desafios à formação.

Estão a ser preenchidos com os estagiários das escolas.

Sim com estagiários, mas está a ver é uma necessidade, e não chega, acho que não chega, e

estas matérias têm que ser discutidas. E depois há outra matéria que eu não referi, mas eu desde que

estive no Turismo e creio que no meu livro isso também está, que é a dignificação social das

profissões ligadas ao turismo. Isto é um problema estratégico, isto não é um favor, não é um

problema moral, é um problema social. Ainda ontem estive na Escola de Hotelaria de Faro,

conheço alguns dos quadros que estão lá que ainda são do meu tempo, o almoço foi lá, e estiva lá a

falar com os jovens e eu disse-lhes isto, e os gajos ficaram, porque sentem muitas vezes que há uma

certa desconsideração e uma certa subestimação da importância social dessas profissões, e nós

temos que lutar contra isso.

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Aliás eu vivi noutro país, em Itália, e lá as profissões ligadas ao turismo são dignificadas.

Não quer dizer que não haja situações marginais, mas eu assisti a isso e isso ficou-me, são

profissões tratadas com dignidade e aqui não, e isso é uma coisa gravíssima.

Q10: As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram coerentes

com a evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação?

No meu tempo sim, porque era um governo também com sensibilidade nessas áreas, eu não

tive dificuldade nenhuma em integrar de uma forma mais forte todo este setor nas politicas de

trabalho, nas politicas sociais, nas politicas de governo. Penso que se alguma coisa houve foi um

recuo nos anos seguintes, que se deixou de considerar. O deixar de se considerar, de dar atenção a

um setor especifico leva sempre a recuos. A perda de conquistas que se fizeram. E essa

desconsideração existiu. Aliás com o Secretário de Estado, o Adolfo, que é um tipo inteligente,

teve a sua consagração com a sua política ultraliberal. O mercado resolve tudo. Que se lixe. A

empresa não precisa vai-se embora.

Eu sou empresário mas não penso assim, eu penso que quando uma empresa resolve apenas

o seu problemazinho e está a descartar isso para a sociedade também está a assumir um encargo,

nós temos que ter uma visão global das coisas. Por isso quando eu defendi em 1999 ou em 2000

aquele programa “Mais Turismo”, que era um programa a partir desta questão: como é que nós

enfrentamos o problema da época baixa não mandando as pessoas embora e o Estado em vez de

pagar fundo de desemprego utilizar esses recursos para manter os trabalhadores nas empresas e ao

mesmo tempo fazer formação e estimular a empresa a integrá-los nos seus quadros. O não termos

dado continuidade a isso juntamente com aquela fase de crise que eu considerei levou a que as

unidades começassem a fechar mais.

Este governo tentou retomar isso e acho que fez muito bem, mas já vem retomar depois de

uma quebra, que é uma coisa gravíssima, já não é a mesma coisa. Esta coisa dos hotéis fecharem no

Inverno tem história, eu há dois anos vi um representante de um grande operador mundial, um dos

maiores numa conferência aqui em Lisboa dizer isto: os senhores hoteleiros do Algarve têm que

meter na cabeça que têm que fechar no Inverno.

Isto até parece um pensamento filosófico. Não, isto corresponde aos interesses dos tours

operators que no Inverno não lhes interessa manter rotas manter uma atividade dinâmica tendo

movimento menor. Então é melhor fechar. E isto é que é a questão, e quando a gente deixa que isso

se consolide, depois é muito difícil dar a volta, que é a situação que nós temos neste momento. No

Algarve fez-se aquele programa “Algarve 365”, que é atividades culturais todo o ano, sobretudo na

época baixa para atrair mais pessoas e atenuar a sazonalidade. Eu estou de acordo, apesar de saber

que isto é uma coisa difícil e que isto não funciona de um ano para o outro, mas houve associações

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empresariais do Algarve ligadas à hotelaria, que disseram que o programa não servia para nada. O

que é que isto quer dizer? É que não interessa a alguns abrir no Inverno. Mas isto tinha que ser

discutido politicamente cara a cara com estes senhores. Isto está dito e escrito. Não é depois por

decreto que isto se resolve.

Nesta terceira fase onde estamos a entrar isto exigiria uma atenção fortíssima e inteligente

sobre estes novos desafios na área da formação. Como responder ás necessidades, chamemos-lhes

clássicas da formação as necessidades básicas, no alojamento na restauração etc., e ao mesmo

tempo dar uma resposta avançada às novas questões aos novos desafios que surgem em

consequência da introdução das novas tecnologias e em consequência dos comportamentos dos

novos clientes. Não gosto de novos turistas porque isso são abstrações estatísticas.

Este é que é o desfio que temos pela frente. Para que um cliente novo venha a Portugal e

diga, fantastic, em Portugal estes gajos são bons em tudo. Não é, estes gajos são bons na sardinha

assada, mas depois a gente quer não sei o que e mais não sei o que e não funcionam. E para isto o

que é que tem que haver? Uma visão estratégica, uma definição de objetivos, uma compreensão de

qual o papel da formação nisto, e tem que haver instrumentos para gerir a aplicação desses projetos.

Isto para mim vale globalmente para o turismo, mas vale também para cada setor e vale

também para cada região. Porque os problemas das regiões são diferentes. A gente continua nesta

situação porque por razões politicas temos os nossos dirigentes a fingir que o turismo é uma coisa

homogénea. A gente cresce 25% no Alentejo e cresce 5% no Algarve, parece que estamos a falar

na mesma coisa. Não estamos, é fantástico crescer 25% no Alentejo, a gente sabe quais são os

números no Alentejo, e sabemos que o crescimento noutra regiões é mais baixo porque são regiões

que têm um peso muito mais forte. Eu quero que o meu amigo Ceia da Silva cresça no Alentejo à

fartazana, mas o País tem necessidade que o Algarve cresça porque o Algarve representa 40 % das

dormidas dos estrangeiros, representa 70% das dormidas dos ingleses que veem a Portugal. Se

calhar contribui com 50% para as receitas externas do turismo em Portugal. E eu não tenho que me

preocupar com isso… tenho que me preocupar com isso. Tenho que me preocupar com o Alentejo,

mas são coisas diferentes, que exigem medidas diferentes até na formação. É esta articulação que

muitas vezes não temos.

Q11. As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos

ciclos políticos?

São e é uma tristeza. Eu considero que a economia do turismo é uma situação especial. A

constelação do Turismo como dizia o professor Ernâni Lopes, que sendo um homem conservador

foi talvez o académico que deu mais credibilidade à importância do turismo na economia e hoje

você não tem pessoas de prestigio a referenciar positivamente o turismo. Há um conhecido

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académico que por ser amigo dele não vou dizer o nome que pressionado sobre as exportações

estarem a crescer ele diz que tal se deve ao turismo. Desculpem lá, foi um favor ou é a economia.

Neste artigo que eu faço agora para Publituris, tenho lá um dado, você sabe quais são as receitas

dos EUA, receitas externas de turismo no ano passado? 184 mil milhões de euros. Sabe que numero

é este? É o PIB de Portugal, e é o primeiro País do mundo em receitas turísticas. E o turismo nos

EUA, como em Portugal, é o primeiro setor de exportação dos EUA, mas você já ouviu dizer isto

nalgum sítio. E os americanos andam a queixar-se do turismo? Não se queixam, só aqui é que se

queixam. O turismo… calhou, é o boom, é o petróleo, é a coisa. A minha batalha ideológica e o que

é que aconteceu nos outros países, os outros países cresceram todos, menos nós. Nós estivemos a

mamar da imobiliária e isto tem que ser dito porque, não é para ter razão, mas é para não se repetir.

Já anda aí a imobiliária outra vez, mas o problema hoje é que a banca não tem dinheiro, os bancos

estão falidos, o que aparece é fundos a comprarem de borla coisas que valem milhões. Estamos a

empobrecer o país. Fundos americanos, chineses, tailandeses, árabes compram isto de borla para

vender amanhã por dez vezes mais e a gente nem se quer tem interlocutores.

Quem é o interlocutor de uma coisa dessas. Temos uma estratégia regional para o Alentejo

e uma estratégia regional para o Algarve, eles querem la saber o que é o Alentejo ou o Algarve,

eles estão aqui um ano ou dois, e depois vai para a América latina ou para outro sito qualquer. Eu

continuo cá e você também. Portanto os governos condicionam as politicas. Querem é cavalgar os

grandes números. Seis meses depois de entrarem no governo já mudaram e a estratégia já se alterou.

Nada disso.

Qual a diferença deste governo em relação ao outro? Há diferenças, o outro tinha uma

visão ultraliberal, o mercado é que resolve, os empresários é que sabem, fingindo que quando se

diz isto se está a favorecer só os grandes empresários. Não me falem de empresários, porque eu

também sou empresário, os que têm capacidade e domínio financeiro é que dominam. Portanto o

Estado tem aqui um papel.

Qual é a diferença atualmente? Há um plano estratégico para o turismo até 2027. Não vou

discutir pormenores, discordo de muitas questões, mas globalmente aquilo está certo, já é um

esquema para nós nos orientarmos. Aquilo devia era ser concretizado com objetivos, prioridades e

um instrumento político para dizer que aqui faz-se assim. Como os números estão a crescer parece

que está a ser aplicado o plano.

No período baixo do turismo levou-se a teorizar aqui que o Algarve era a Florida da Europa

que os ricos vinham comprar todos para o Algarve e deu o flop que deu. Até tivemos o Ministro da

Economia que foi professor nos Estados Unidos que escreveu num livro. O Pinho foi o máximo nos

PINS, e os buracos que aquilo nos custou… A política de turismo deve ser um politica constante.

Temos recursos, o turismo é uma atividade económica que atingiu um grau de desenvolvimento

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importantíssimo, é o setor principal nas nossas exportações, como vamos dar sustentabilidade a

este setor económico? Isto não devia mudar de governo para governo.

Q12. A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo português e

ainda faz sentido?

Faz todo o sentido o turismo globalmente ter um espaço autónomo, próprio que reflita a sua

especificidade. A sua especificidade é ser uma constelação de serviços, múltiplas atividades, é

nacional, mas diferenciado de região para região, e há aqui uma questão fundamental que é sendo o

Estado o dono da matéria-prima que haja economia de turismo, isto é o Estado é dono dos recursos

naturais, paisagísticos, culturais, patrimoniais de Portugal, são bens públicos, que em geral

pertencem ao Estado ou são condicionados por legislação que define a sua utilização e regras desta

sua utilização.

Através do ordenamento, das medidas ambientais, através disso tudo. Portanto o Estado é o

dono da matéria-prima direta ou indiretamente que permita que haja turismo. Assim se queremos

ter uma política sustentável de desenvolvimento do turismo o Estado não pode deixar de ter o seu

papel coordenador.

Não é de dominar ou mandar, de impor, de exigir o que se deve ou não fazer, é de

coordenação de uma estratégia de turismo nacional. Temos que ter uma estratégia nacional, nós

somos uma pequena gota do turismo mundial e não podemos ignorar o que se passa no resto do

mundo e além disso temos que coordenar essa estratégia nacional com as realidades regionais, o

que é necessário para o Porto para o Norte para Lisboa para o Alentejo ou para o Algarve é

diferente porque são diferentes as potencialidades, os graus de desenvolvimento e têm que ser

diferentes os objetivos e as prioridades. Portanto esta é a minha visão para o turismo.

Obrigado.

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas

de educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para

utilização científica.

Data: 19/05 /2017 Local: Escritório profissional -Lisboa Hora:

10h00

Entrevistado: Luís Manuel Patrão

Cargo Desempenhado: Presidente do Turismo de Portuga, I.P. Período: 2006 a 2011

Secção 1‐ Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3.Nível de escolaridade Q4. Área: Direito

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim 2.Em determinados período X

Secção 2 – Educação para o Turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos X

5 66-75 anos

6 Mais de 75

Covilhã

Lisboa

ENT. Nº 17

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Q9.Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia

global de educação do país ou a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às

necessidades das empresas?

Sem ter a certeza de que o tenhamos conseguido a 100%, embora tenhamos

trabalhado muito para o conseguir, o que quisemos foi completar o sistema formativo em

Turismo que o país oferecia. O sistema público de formação que o país oferece serve as

empresas para que estas o possam utilizar como parte da sua atividade. Nós não

trabalhámos para as empresas trabalhámos para os formandos, mas sabendo que esses

formandos, por sua vez, estando mais preparados, estariam mais qualificados para dar um

contributo de qualidade às empresas.

Nessa medida naturalmente não pudemos deixar de fazer um diagnóstico das

necessidades formativas tendo em conta as necessidades das empresas, mas entendendo

que a formação a ministrar seria mais que a simples formação técnica que as empresas

pudessem exigir no momento. Por isso mesmo, introduzimos nos referenciais curriculares

matérias como a gestão, os conhecimentos de economia, a matemática, porque

entendíamos que era a forma de os futuros profissionais do turismo compreenderem toda a

lógica subjacente ao exercício da atividade económica.

Muitas vezes nas empresas isso não se faz, as empresas e seus trabalhadores não

percebem em que medida o contributo de cada um está a ser benéfico ou prejudicial à

obtenção dos resultados conjuntos, e foi essa noção que nós tentámos criar nos próprios

formandos. Uma sensibilidade ao lado das dificuldades, possibilidades e potencialidades

que as empresas oferecem.

Ao mesmo tempo, tanto quanto possa ser eu próprio a qualificar a nossa ação,

solidificámos o aparelho público de formação num setor chave da nossa economia.

O objetivo principal era não só formar bem os cerca de mil jovens que todos os

anos saem das Escolas de Hotelaria e Turismo para o mercado de trabalho, mas fazer com

que esses mil jovens se constituíssem como referenciais formativos para o resto do país.

Ou seja, que fossem modelos, não cada um deles, mas que o conjunto tivesse um efeito

indutor no resto da mão-de-obra ocupada nesta área, que são as quase trezentas mil pessoas

que trabalham no domínio do turismo, para que com toda essa inclusão de sangue novo na

estrutura operacional, o país fosse nesta área do turismo sempre refrescado com pessoas

progressivamente mais qualificadas.

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Q10.As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram

coerentes com a evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação

Internamente foi preciso fazer uma profunda remodelação dos métodos e práticas

formativas existentes nas escolas. Não tanto no sentido de quebrar tradições ou lógicas

preexistentes, mas no sentido de alargar o âmbito da formação ministrada, e sobretudo

alargar a sua ambição, ou seja, reposicionar a atividade formativa como uma atividade core

da atividade turística e de formação de recursos humanos no setor.

Antigamente era uma atividade mais secundarizada, eu até costumava dizer - sem

menosprezo pela formação que se fazia - que havia dezasseis maneiras de dobrar o

guardanapo, e era isso que se aprendia, as maneiras de dobrar o guardanapo. A lógica foi a

partir dali percebermos porque pomos guardanapos, como deve ser preparada a mesa, para

poder corresponder, fascinar, conquistar o cliente. É uma forma de falar com ele através da

apresentação, daquilo que se põe em cima da mesa, como se apresenta uma mesa numa

determinada unidade, o que faz parte do produto turístico.

Eu acho que essa remodelação de mentalidades foi mais importante que a

renovação dos métodos formativos. Conseguiu-se fazer, primeiro, o reposicionamento da

formação como uma atividade muito importante do Turismo de Portugal, e segundo, da

própria atividade turística em geral. Ou seja, a formação dos recursos humanos passou a

ser um dos pilares - ainda hoje o é, dez anos depois – da política pública de Turismo,

passando a ser um referencial muito importante e deixando de ser secundarizado como eu

acho que o era antes dessa altura.

Acho também que uma das razões para o desempenho que o nosso turismo tem hoje

foi o ter encontrado uma massa laboral, um conjunto de trabalhadores capazes de

compreender e assumir os desafios que tal implicava. Se tivéssemos continuado a ter uma

qualificação abaixo da média no turismo, como eu acho que tínhamos em termos de

desempenho laboral, não teríamos tido capacidade para ter no serviço um ponto forte do

que é hoje a nossa prestação turística.

Hoje quando fazemos inquéritos aos turistas eles salientam a gastronomia e várias

outras coisas, mas também salientam o serviço. E eu diria que o serviço não é só a simpatia

a hospitalidade, mas é também a capacidade de perceber o que é que as pessoas querem.

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Se já estamos num nível elevado? Satisfatório? Eu diria que ainda não totalmente.

Há muita coisa ainda para fazer, mas estamos num nível bastante melhor que o que

tínhamos, e sobretudo todos já temos consciência, principalmente os empresários, de que a

formação é uma base importante para o desenvolvimento da atividade, e há dez anos talvez

não fosse assim em todos os casos.

Q11.As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente

influenciadas pelos ciclos políticos?

Eu acho que sim, evidentemente são influenciadas. Mas nem sempre, nem em todos

os campos. Tenho sobre isso uma ideia, que uma das razões do sucesso da nossa política

pública de turismo, e dos resultados da nossa atividade económica no turismo, que são

conhecidos, não vale a pena estar relembrá-los, foi precisamente o ter havido uma grande

consistência nas políticas públicas mesmo apesar dos ciclos políticos que atravessámos.

Ou seja, nos últimos dez anos mudámos de governo várias vezes, mudámos umas

cinco vezes de responsáveis governativos nesta área, até mesmo o Turismo de Portugal,

I.P. já teve quatro Presidentes. No entanto o essencial das políticas manteve-se, embora

tenham havido ameaças e ideias peregrinas que felizmente não avançaram.

A estrutura essencial das políticas, a começar pela lógica de referenciar tudo a uma

base estratégica bem conhecida e bem afirmada, continuando pela realidade administrativa

e institucional tal como foi constituída há dez anos atrás, pelas prioridades em formação de

recursos humanos, em financiamento às empresas e em promoção, depois, em cada

momento, foi possível adotar e atualizar políticas, ou seja, as políticas têm vindo a ser

atualizadas mas não modificadas na sua essência.

Eu acho que estas foram as razões porque isto deu resultado, porque soubemos,

apesar das mudanças de ciclo politico, manter o essencial do rumo da política definida em

2006.

Q12. A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo

português?

Absolutamente. Nisso estou absolutamente ciente e crente. A principal razão é

porque pelo simples facto de existir, demonstra a importância que se dá no setor à vertente

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formativa. Se não existisse uma vertente formativa competente e capaz dentro do aparelho

económico que é o turismo, então ele estaria coxo de um dos seus pilares, e nós daríamos

para fora, ao deixá-la cair, um sinal, uma ideia, de que podíamos passar bem sem ele, sem

formar tecnicamente os nossos trabalhadores. Que a formação poderia ser desenvolvida

desta maneira ou de outra qualquer, que as coisas funcionariam na mesma. Isso não é de

todo verdade.

O que é também verdade e muito importante é que o setor formativo do turismo

deve ser capaz de se ir atualizando, ser capaz de ir absorvendo da parte das instituições e

das empresas as novas realidades do setor, ser capaz de compreender os standards

internacionais de turismo, ser capaz de estudar os principais case studies de sucesso que

vão aparecendo, no sentido de nos atrelarmos, por assim dizer, às boas práticas que vamos

conhecendo.

Porque a fase seguinte é depois de compreendermos e nos adequarmos,

contribuirmos nós próprios com novas ideias, lançarmos inovação, novos negócios, que

possam ser aplicados cá ou em qualquer parte do mundo. É essa a grande beleza do

turismo. Porque o modelo de negócio é exatamente igual em toda a parte.

Nesta lógica, hoje em dia, com as ferramentas informáticas, com o mundo digital,

com as redes sociais, apercebemo-nos como evoluiu a promoção turística, como se

modificou nos últimos dez anos de uma forma absolutamente radical.

O aparelho que produziu uma dessas realidades é o mesmo que é capaz de produzir

a outra. Foi como se se tivesse deixado de andar de carro e se passasse a andar de mota.

Mas são as mesmas pessoas que o fazem porque são capazes de compreender os novos

desafios.

Na formação é um pouco a mesma coisa, compreender os novos desafios,

compreender as novas formas de fazer as coisas, entender a sofisticação tecnológica, em

muitas das áreas formativas, das ferramentas informáticas para a gestão hoteleira, mas

também toda a tecnologia que existe nas cozinhas, até mesmo os mecanismos de

conhecimento do cliente, de antecipação do que é que o turista quer, do que é que o turista

precisa. O conhecimento do próprio cliente antes mesmo de ele chegar ao hotel, temos hoje

condições para saber praticamente tudo do que ele gosta.

Isto tudo veio introduzir novas necessidades, mas também criou novas

oportunidades, que nós temos de aproveitar melhor.

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Queria terminar dizendo isto: acho que o grande desafio do setor formativo da área

do turismo é não apenas ser cada vez melhor naquilo que já faz bem - a formação base para

os standards -, mas encarar o lançamento de projetos inovadores, novos negócios, novas

atividades. Falhará em algumas, mas acertará noutras. E quando acertar, como se diz no

mundo das start ups criará unicórnios, empresas que crescem rapidamente porque

concebem, criam e dirigem o seu negócio como ninguém mais.

Obrigado.

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Guião para entrevista semiestruturada

Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do Instituto de

Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de educação para o

turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização científica.

Data: 24/05 /2017 Local: Hotel D. Pedro Lisboa Hora: 18h00

Entrevistado: Luís Correia da Silva

Cargo Desempenhado: Secretário de Estado do Turismo Período: 2003 a 2004

Secção 1: Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3. Nível de escolaridade Q4. Área: Gestão

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim 2.Não X

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 2.Em determinados períodos

Secção 2 – Educação para o Turismo

Q9. Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia global de

educação do país ou a uma visão e estratégia setorial de resposta imediata às necessidades das

empresas?

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos X

5 66-75 anos

6 Mais de 75

Moçambique Lisboa

ENT. Nº 18

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Boa pergunta. Eu tive responsabilidades no setor, na Secretaria de Estado de abril de 2003

a junho ou julho de 2004. Eu sou daquelas pessoas que não acredita propriamente em grandes

experimentalismos, nem em ruturas. Principalmente neste setor. Nem acredito em situações que

decorrem de intervenções conjunturais, ou feitas de uma forma avulsa, decorrentes de alguma visão

especial ou de algum estado de alma de um Secretario de Estado ou de qualquer outro dirigente.

Eu acho que estas questões da área da formação, o sentimento que tenho, é que nós

devemos fundamentalmente tentar melhorar a formação que existe ou está disponível e tanto

quanto possível ter a capacidade de perceber se ela responde aquilo que são as pretensões e os

interesses dos alunos bem como das empresas onde potencialmente eles vão trabalhar. Portanto eu

diria que, entre aspas, no meu consolado a questão fundamental foi sempre não tanto pensar que

seriamos capazes de implementar uma nova visão, no sentido de alterar substancialmente aquilo

que era a formação, mas basicamente tentar perceber como é que dentro de um quadro existente,

alguma coisa podia ser francamente melhorada. Na altura lembro-me que uma das questões

fundamentais tinha a ver com as infraestruturas. Começou por uma ideia fundamental que era ter

uma escola de referencia em cada uma das áreas regionais, e ter tantos núcleos escolares quantos

fizessem sentido em função daquilo que era suposto ter da ideia dos destinos existentes e dos novos

destinos que estavam de alguma maneira a ser delineados, no âmbito do investimento privado etc.

tec.

Lembro-me que na altura herdámos uma série de questões que vinham do passado, e a ideia

era de ter sempre uma escola de referência em cada uma das áreas e depois olhar para estas novas

áreas, para o Douro, Serra da Estrela, para os diversos Alentejos, para o Algarve e ver em que

medida se podiam criar núcleos e haver sempre uma escola onde se pudesse atrair alunos e ao

mesmo tempo depois fazer com que esses alunos depois se interessassem por prosseguir uma

profissão, independentemente de ficarem em Portugal ou irem para o estrangeiro.

Depois havia a ideia, e eu tinha uma visão, uma perceção, porque tinha trabalhado muito

em empresas privadas no passado e tinha tido felizmente muito contacto com os alunos que saiam

das escolas e que me pediam estágios, etc., eu percebia que do ponto de vista, em particular das

escolas superiores, aquilo que era a formação que lhes era conferida tinha, digamos assim, algumas

dissonâncias com aquilo que era a preparação que as empresas esperavam que fosse que esses

alunos tivessem.

Eu tinha tido essa experiencia no passado, em áreas como o marketing, as vendas, a própria

capacidade de analise dos indicadores de performance, ou seja, os alunos não estavam capacitados

para ter qualquer intervenção nesses assuntos. Do ponto de vista das escolas de formação de base

era o contrário, tinha ideia que a maior parte deles quando saía, saia muito bem apetrechados e com

uma fácil integração nas estruturas de produção das empresas. Portanto era mais um problema das

escolas superiores do que propriamente um problema das escolas profissionais.

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Na altura lembro-me que discutimos bastante essa questão e fundamentalmente tentámos

encontrar soluções e fazer aqui algumas alterações dentro de uma continuidade da formação que se

vinha a fazer no sentido de ir ao encontro dessas novas exigências que se começavam a colocar às

empresas e que os alunos teriam eventualmente que responder. Foi muito mais isso que fizemos do

que ter uma ideia a cinco anos ou a dez anos.

Eu sou daqueles que na área do turismo acham que esta coisa dos grandes planos

estratégicos e de grandes visões têm hoje uma capacidade de adequação à realidade muito fraca.

Eu estou numa grande empresa e temos várias operações a decorrer, e se eu lhe disser que

não sei como vai correr o mês de junho, não percebo como se podem fazer e definir estratégias a

cinco ou a dez anos, porque ninguém sabe o que vai ser o turismo em Portugal, nem o que vai ser o

turismo no mundo daqui a cinco anos ou daqui a dez anos.

Nós podemos talvez numa tentativa de articulação de politicas publicas, dizer que vamos

neste sentido ou naquele, mas é no sentido em que se vai há vinte anos. Da melhoria das

infraestruturas, da melhoria da oferta, da especialização, da formação.

Há um conjunto de vetores que felizmente neste país, independentemente das diferentes

abordagens, sempre houve alguma continuidade. Nunca houve situações de rutura e os resultados

estão-se a ver.

Os resultados do turismo hoje configuram algumas vantagens que temos, mas configuram

um facto que porventura de há dez anos para cá todos os responsáveis deste setor terem tido

basicamente a mesma ideia nas questões mais fortes e nas questões que tem a ver com a

competitividade do turismo em Portugal. Entre as quais a formação é certamente uma delas.

Não me passa pela cabeça que alguém tenha vindo com ideias revolucionarias de mudar

isto aquilo ou aqueloutro, mas sim para dizer que se isto se faz bem, como é que nós podemos fazer

ainda melhor, se isto se faz e já não corresponde a um conjunto de exigências, como é que nós o

podemos melhorar.

Q10. As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram coerentes

com a evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação?

O que eu retenho depois deste tempo foi a existência da questão, para mim chave, de ter

escolas de referência, quer do ponto de vista das escolas de formação de base quer das escolas

superiores publicas, em cada uma das áreas regionais do país e tanto quanto possível promover a

sua criação em áreas específicas que tivessem necessidade de ter mais gente para esta ou aquela

área. Por exemplo a Costa Vicentina, lembro-me da discussão em torno de haver ou não ali um

núcleo, lembro-me da discussão de haver ou não um núcleo escolar na Região do Oeste, onde o

localizar, Caldas, Óbidos, Peniche. Havia portanto uma discussão brutal sobre onde é que se

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105

deveria localizar este núcleo da escola de Coimbra. O mesmo se passou em relação ao Douro com

o núcleo de Mirandela ou em relação ao núcleo de Santa Maria da Feira.

Depois do ponto de vista daquilo que era a intervenção da formação nos curricula, eu não

tenho de memória medidas politicas, mas tenho de memória perfeitamente a questão da resposta ás

novas exigências. Havia ideia naquela altura que os professores das escolas, os monitores que havia

estavam muito desfasados daquilo que eram as novas exigências, muito poucos estavam

relacionados com as empresas e, portanto, uma parte substancial da formação que era dada aos

alunos era uma formação, o nome é capaz de ser forte, arcaica, para aquilo que eram as

necessidades e as exigências dos alunos naquela altura.

Lembro-me que eu tinha uma relação muito próxima com os mais altos responsáveis dos

grupos hoteleiros com quem reunia informalmente praticamente todos os meses e lembro-me de

termos discutido muito essa questão e tentarmos ver em que medida podia haver alguma

reciclagem de alguns destes professores e monitores ou caso isso não fosse possível, como seria

possível mais que injetar sangue novo, injetar uma nova forma de olhar para a formação, no sentido

que ela tinha que fazer com que os alunos percebessem que ao contrário do passado em que era a

oferta que determinava o sucesso dos destinos, e consequentemente se formavam pessoas para

encher os hotéis. Hoje, independentemente do tipo de alunos que existiam a orientação tem que ser

esta, nós temos um conjunto de clientes que nos fazem, digamos assim, o favor de vir para as

nossas infraestruturas, e nós temos que ter pessoas que respondam àquilo que esses clientes

querem. Era uma abordagem substancialmente diferente.

Depois como é que isso se media ou fazia em termos de intervenção na formação, eu não

estava propriamente preocupado em saber se as mesas tinham que ter x coisas, ou se os sets

individuais tinham que estar assim, eu tinha uma preocupação que era que quem trabalhasse num

hotel ou num restaurante tinha que perceber independentemente do que fosse a formação para o

serviço que está a prestar, tinha que ter em atenção o que o cliente quer, tinha que perceber que tipo

de cliente é que tinham pela frente, tinham que perceber que tipo de sugestões podia propor em

função daquilo que ele pode pretender ou exigir.

É diferente servir num restaurante uma família, do que servir duas pessoas numa refeição

de negócios. É diferente servir um francês que tem um tipo de exigência sobre um determinado

número de coisas do que servir um americano que tem outro tipo de exigência num outro tipo de

situações, era um pouco nessa linha que havia a preocupação.

Lembro-me que houve pouco tempo para a implementar apesar do Dr. Francisco Vieira que

era o responsável nesse tempo pela formação ter ficado mais tempo. Sei que algumas ideias que

tive nessa altura eram francamente difíceis de implementar. Tive várias intervenções em escolas e

não tenho de memoria grandes aplausos por parte dos professores e por parte das estruturas, com

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quem aliás tive alguns casos de alguma dificuldade, caso da escola de hotelaria do Estoril, com a

direção e com alguns professores, depois as coisas sanaram-se, mas não era fácil naquela altura.

Q11. As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos

ciclos políticos?

Eu não sei, tendo a admitir que porventura é uma das áreas, tal como outras áreas do

turismo, onde me parece que mais do que ruturas houve alguma continuidade com ajustamentos, se

me diz que os ajustamentos decorreram deste ciclo, ou daquele ciclo político, é provável, é

provável que possa ter havido alguma situação.

Julgo que o modo como as escolas foram integradas na altura no Turismo de Portugal,

deixando de haver um Instituto mais ou menos autónomo responsável pela formação, possa ter sido

alvo de uma discussão, mas não tenho dados que me permitam avaliar a bondade de uma decisão

dessas. Mas julgo que essa decisão tenha muito mais a ver com decisões de macro visão, do que

propriamente do modo como se passou a gerir as escolas, a gerir os curricula etc., etc.

Portanto foi muito mais o perfil de algumas pessoas que achavam que tinham que gerir

todas as situações. Eu por acaso não tenho essa visão, a minha visão nisso é que acho que as

pessoas e as entidades se devem especializar naquilo que sabem e estão capacitadas para fazer.

Nunca achei muito interessante ver o mesmo organismo, por um lado tratar da procura, e

por outro lado licenciar a oferta. Parece-me aqui algo desarticulado do ponto de vista da

organização das coisas, ainda por cima trata da formação e tenho sempre a ideia de que quando o

Instituto de Formação Turística foi autónomo a atenção que lhe era dada foi mais benéfica do que

quando essa área foi integrada dentro de um Instituto com quinhentas e quarenta e quatro coisas

para tratar.

Porventura algumas delas importantes do ponto de vista estratégico, com mais visibilidade

para os membros do governo, mas em consequência alguns parentes pobres ficam para trás, e eu

acho que a formação em algumas situações pode ter ficado para trás dentro desse contexto.

Enquanto que quando havia um Instituto havia responsáveis, gestores, que tinham que demonstrar

que independentemente das circunstancias eram os responsáveis pela situação.

Mas eu não acho que isso decorra tanto dos ciclos políticos, acho que decorre mais das

pessoas, os responsáveis políticos, em muitos setores têm alguma visibilidade e têm aquela

tendência de pensar que devem deixar uma marca, qualquer ela que seja. Vejo mais desse ponto de

vista, do que propriamente dizer que isto caminhou nesta linha com este governo e depois se trocou

por uma linha completamente diferente com outro governo, e assim sucessivamente. Não tenho

tanta essa sensação.

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Vejo mais a questão do ponto de vista de saber se os diferentes governos deram ou não

deram à formação a importância e a relevância que ela devia ter num contexto do que devia ser

considerado uma das maiores dificuldades das empresas e do destino Portugal, as suas necessidades

de serem competitivos.

Eu acho que há um problema gravíssimo, pois nós poderíamos ser muito mais competitivos

se tivéssemos efetivamente a capacidade de mais formar e de reter as pessoas depois de estarem

formadas.

Se me perguntar qual é o maior problema de uma infraestrutura como esta eu diria, aliás

um dia destes houve uma reunião na CTP com os principais grupos hoteleiros em que se discutiam

os principais problemas que os grupos tinham neste momento, eu disse que o meu problema era:

ponto um, pessoal capacitação, ponto dois pessoal formação, capacitação. Os outros eu resolvo,

este eu não consigo resolver.

Se me dissessem que é provável que nos diferentes ciclos políticos houve opiniões

diferentes sobre a estratégia e relevância que devia ser dada a esta área até acredito. Agora do ponto

de vista das politicas publicas, não tenho ideia que tenha sido uma coisa de corte e rutura.

Q12. A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo português e

ainda faz sentido?

Eu acho que faz muito sentido, faz todo o sentido. Eu dou aulas numa Universidade

Publica, e acho que há uma sã competição entre as estruturas de formação e de ensino públicas e

privadas, acho que a formação setorial continua a fazer sentido.

Tenho sobre isso uma ideia que é a seguinte: em Portugal privilegia-se fundamentalmente

as escolas superiores em detrimento das escolas de formação técnica de base, e depois encontram

soluções por vezes nos Politécnicos com cursos um bocadinho abstrusos para tentar dar uma

resposta regional ou local a situações que depois não são bem configuradas.

Acho que temos um excesso de ensino nos cursos superiores e temos um enorme deficit de

ensino e formação nos cursos técnicos médios.

Na minha pele de gestor de um importante grupo do turismo, eu estou muito mais

preocupado com as pessoas que têm que trabalhar nas minhas estruturas tenham uma formação

adequada para esse efeito, do que propriamente as centenas ou milhares de jovens que saem das

escolas superiores todos os anos e querem ser diretores de hotéis, sem nunca terem percebido

sequer o que têm que passar para chegarem a essa posição. Alguns compreendem isso quando têm

bons professores que lhes explicam.

Também na área do ensino superior há um deficit que eu reputo de muito importante que é

de quem pense o turismo, no sentido de que os alunos quando saem das escolas superiores não

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estão informados e muitas vezes capacitados para olharem para a informação que hoje lhes é

facultada de uma forma relativamente fácil, seja fora das escolas, seja nas escolas, integrando-a de

forma que essa informação lhes permita construir uma capacidade de análise, uma capacidade de

perceção dos problemas, uma capacidade que lhes permita depois intervir quando se espera deles e

eu acho que há muito estudo académico puro nas escolas superiores e muito pouco de pratica.

Tenho um amigo que costumava dizer que nas escolas superiores do turismo não se devia ensinar

turismo, mas devia-se pegar em cinquenta case studies e fazer com que todos os alunos

conseguissem perceber esses cinquenta case studies e no fim eles estavam capacitados para

resolver 70% dos assuntos com que se iriam deparar na vida profissional. Mas isso é utópico.

Eu dou aulas numa escola de economia que vive muito há conta da análise de case studies,

os professores dão muita aula com essa base. E os alunos são fortemente motivados para esse tipo

de abordagem e há poucos casos destes na área do turismo. É difícil montar qualquer coisa sobre

isto.

Nós gerimos cinco campos de golf como é que nós resolvemos um problema em que num

mês eu tenho os campos completamente cheios e no outro tenho os campos completamente vazios.

Como é que articulo o pricing dentro destas questões, como é que eu faço uma gestão de

operações, como introduzo em campos de golf uma lógica de revenue management, não existe.

Existe nos hotéis, existe nos aviões, não existe nos campos de golf. O que é que eu tenho que fazer

para desenvolver esse tipo de situação... Muitas coisas poderiam ser francamente interessantes para

os alunos e que implicam a necessidade de repensar algumas situações, pelo menos nos alunos dos

anos terminais, os que vão integrar mais cedo ou mais tarde o mercado de trabalho.

Lamentavelmente as empresas têm uma posição muito critica em relação à formação, mas

contribuem pouco para a melhorar, e muito menos contribuem para que os alunos que são formados

possam continuar em Portugal e possam melhorar a sua prestação de serviço. Não são só os alunos

e as escolas que têm que evoluir, mas é a própria politica das empresas e dos recursos humanos

nesta área, que tem que evoluir. É de momento um dos maiores problemas de distorção do ponto de

vista da formação e capacitação que temos no mercado. Situações muito complicadas que temos

em relação a isto

Obrigado.

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Guião para entrevista semiestruturada

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em Turismo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Políticas de

educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente para utilização

científica.

Data: 06/junho /2017 Local: Hotel Holiday Inn - Continental Hora: 12:00

Entrevistado: Dr. Francisco Vieira

Cargo Desempenhado: Presidente do Conselho de Administração do INFTUR

Período: de 29 de janeiro 2003 a 12 de maio de 2005.

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino

2. Masculino X

Q3. Nível de escolaridade Q4. Área: História

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim 2.Não X

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim X 3.Em determinado período

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos X

5 66-75 anos

6 Mais de 75

Fátima

Leiria

ENT. Nº 19

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Q9: Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia

global de educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de

resposta imediata às necessidades das empresas?

Claramente a segunda questão, penso que foi difícil dar tempo às pessoas no

exercício destes cargos, pelo seu cariz de convite político, eu descobri que era difícil, o que

leva a que não seja fácil uma estratégia de longo prazo do organismo, porque há aquela

velha tendência portuguesa que quem chega muda tudo, quem chega de novo acha que

quem esteve antes não percebe nada do assunto. É tudo planos estratégicos, documentos, e

o pensamento é arrumado numa gaveta, ou vai para o lixo e há um novo pensamento.

Nós, na altura, tentámos pensar estrategicamente, numa casa que tem uma grande

dimensão e que não conhecíamos muito bem, mas tentámos pensá-la, fruto inclusivamente

de um pequeno documento que foi feito na altura que definia até mais o número de escolas

e a sua distribuição pelo país, e os objetivos que o Instituto devia ter. Mas é evidente que

dois anos e pouco não é nada para se ter pensamento estratégico. Nós respondemos

sobretudo aquilo que são os impactos públicos do setor empresarial, normalmente bem

representado pelas suas associações ou pelo menos por uma associação que é muito

agressiva em termos do seu posicionamento politico e estratégico que é a AHRESP, que se

consegue movimentar bem e colocar exigências perante os diferentes governos. Já não falo

das outras associações que me parece que são menos exigentes nesta questão.

Os empresários são especialmente exigentes em matéria de formação profissional,

deixando para o Estado ou querendo fazer querer que o Estado é o único responsável por

fazer isso. Não são tanto eles, que também têm responsabilidades em apoiar o

desenvolvimento da formação integrando os jovens nas suas empresas, qualificando ou

requalificando os seus próprios ativos, não isso às vezes fica muito entregue a uma coisa

vaga que é o Estado e que muitas vezes não tem meios para o fazer.

Eu acho que sendo muito objetivo nós respondemos mais a impactos imediatos do

setor empresarial. E muitas vezes aquilo que é pedido é impossível de ser dado.

E penso também que muitas vezes aquilo que é pedido não assenta em nada de

muito real, não se sabe bem quantas pessoas são precisas, nem em que áreas são precisas.

Sabe-se é que permanentemente ao longo destes 25 anos, que me lembro muito bem, nunca

há mão-de-obra nesta área e o que há são pedidos quase diários e a resposta é zero.

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Mas todos os alunos estão a trabalhar? Não, não estão todos os alunos a trabalhar.

Porque alguns não querem trabalhar. Também há isso hoje. Há tipos que querem tirar um

tempo, tipos que se aborreceram com o setor. Há aqui uma mudança da forma de estar

perante a profissão que leva ao abandono.

Eu não conheço nenhum estudo sobre isto, mas é um abandono crescente dos

jovens das profissões para as quais se formaram na área da hotelaria e do turismo.

Especialmente nas profissões, mas pesadas, falamos da cozinha, da pastelaria, da padaria,

do serviço de mesa e de bar, há um abandono enorme. Quantificar esse abandono não sei…

O que eu sei, e talvez se possa enquadrar aqui um pouco, é que neste momento a

formação para o setor da hotelaria e turismo, e nisso tiramos aqui o turismo um bocadinho

para o lado, porque o turismo é uma formação de nível superior. Nós podemos enquadrar

jovens, mas aquilo que hoje se exige a um jovem na área do turismo é que ele tenha outra

maturidade, outros conhecimentos.

Mas os jovens que são formados pelo Turismo de Portugal nas suas escolas que são

três mil e tal jovens, agora está aí um objetivo da senhora Secretario de Estado de chegar

aos quatro mil. Os jovens que estão em formação no Ministério da Educação são mais de

oito mil.

Já transmiti à senhora Secretária de Estado para que ela além de ser entidade

formadora, e não tenho nada contra a concorrência, a nós sobram-nos sempre alunos, ela

devia ser a entidade reguladora da qualidade da formação.

Penso que é um erro histórico, já lhe comuniquei duas vezes isso. É um erro

histórico o Turismo de Portugal não assumir esta questão de assegurar, vistoriar,

inspecionar a qualidade da formação. Bastaria um acordo entre dois Secretários de Estado,

da Educação e do Turismo, não era nada de complicado, e obrigava-nos a nós a responder

todos por igual.

Os três mil e poucos alunos que forma o Turismo de Portugal nas escolas, são uma

gota de água comparativamente com os oito mil que estão a ser formados no ensino

profissional. Mas eu tenho a certeza que os outros oito mil com as poucas condições dos

estabelecimentos públicos e privados que entram nesta área, que são muito apetecíveis para

os jovens, mas que depois têm pouquíssimas condições de formação, usam o refeitório, a

cantina, alguns outros espaços, mas não criam uma verdadeira cultura hoteleira dentro da

própria escola.

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Há todo um trabalho de equipa aqui a ser feito e penso que o Turismo de Portugal

tem aqui um papel decisivo que teima em não querer fazer que é o de regulador da

qualidade da formação.

Q10. As políticas estruturais implementadas no sistema educativo para o turismo foram

coerentes com a evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação.

É difícil responder, o turismo tem um desenvolvimento tão acelerado nos últimos

tempos que não é fácil nós percebermos que o que andamos a fazer neste momento é

adequado às necessidades das empresas e sobretudo às necessidades do turista, pois é aí

que está verdadeiramente a questão. Eu acredito que há algum desajustamento que eu

falava anteriormente. As pessoas não conversam, num mesmo governo, duas Secretarias de

Estado, dois Ministérios podiam conversar, e podiam claramente procurar aqui um

entendimento e quando olhávamos para os alunos que estamos a formar olhávamos para

doze mil alunos a ser formados a nível secundário em hotelaria e turismo. Não falávamos

em três mil e tal ou em oito mil e tal. E falar destes doze mil já é uma quantidade de mão-

de-obra interessante que precisa de ser, e eu diria aquilo que há anos e anos se repete, que

precisa de ser dignificada.

Nós conseguimos dignificar os cozinheiros fruto da moda nacional e internacional,

e hoje é uma profissão, que atrai às escolas alunos que veem claramente não porque eram

os mais fracos para prosseguir estudos no ensino regular, mas, sobretudo, porque veem por

vocação. Alunos que nós sentimos claramente que podiam prosseguir outro qualquer

percurso mais complexo.

Agora falar de políticas estruturais. Eu acho que temos uma dificuldade enorme de

falar disso, pois constantemente, e aqui repito o constantemente, qualquer alteração de

Governo mais ou menos lenta, leva normalmente a uma alteração da politica que se

pretende ter para o setor.

Hoje falamos muito da questão de termos centenas de jovens no nível secundário a

estudar turismo, animação turística, informação turística, um conjunto de áreas em volta do

turismo. Esses jovens quando saem para o mercado de trabalho tem à volta de 17/18 anos,

não têm maturidade suficiente para receber o cliente, não dominam os idiomas o suficiente

para manterem um diálogo mínimo com o cliente, nem têm cultura geral do país e do

mundo para manterem um pequeno diálogo na receção. Portanto eu acho que aí claramente

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o turismo, muito mais que se preocupar em fazer formação de nível secundário devia fazer

formação a nível superior. Um licenciado já pode ter outra maturidade, outra capacidade de

responder, de esclarecer, de manter um diálogo com o cliente. Nas outras áreas admito

perfeitamente que os jovens conseguem ter um bom desempenho, quando entram nas

equipas de restaurante, nos hotéis, nas cozinhas eles conseguem logo ter um desempenho

bom, mas é na maior parte das vezes um desempenho pelo esforço do trabalho.

No caso do curso de restaurante/bar nós devíamos ter feito evoluções significativas,

para o Barmen, o Escanção para atrair outros jovens que o queiram fazer por vocação, e há

casos em que isso acontece, mas são meramente residuais. Eu não conheço muitos com

toda a franqueza.

Trabalho agora com o Ministério da Educação, dependo da tutela do Ministério da

Educação, temos alguma autonomia pedagógica das entidades proprietárias, mas não

conheço nenhum pensamento estratégico do Ministério para esta área do ensino

profissional. Mas também com toda a franqueza, e aí admito por grande ignorância minha

também não o conheço nas escolas que dependem do Ministério da Economia. É tudo feito

um pouco pelos números, vamos formar não sei quantos, o objetivo é formar não sei

quantos, e nunca o objetivo é formar esta quantidade de jovens nas áreas A, B ou C por isto

e por aquilo. Não noto isso. E isto leva a quê? Leva a que no passado por exemplo na área

de mesa, há cinco, dez anos atrás era difícil arranjar alunos, porque os alunos não se

motivavam. Quando começou a moda da cozinha, sentimos que havia outra motivação, e

hoje é crescente um maior número de jovens a procurar esta área. Mas devíamos ter

capacidades de lhes propor outras áreas de especialização, nem que fosse de inicio de

especialização e que eles tivessem que tirar posteriormente. Não sei se isso se faz com pós-

graduações com esse tipo de modelo de formação complementar. Mas a verdade é que os

três anos em que estes jovens estão connosco na formação, nós temos um duplo papel, a

formação técnica do aluno, que eu diria que é o papel menor neste momento e depois

temos o papel essencial que é a formação do aluno enquanto cidadão e aí falamos de

educação.

Eu pensei durante muitos anos que essa questão era uma questão da família e da

sociedade, e a nossa era na formação técnica. Hoje penso um pouco ao contrário, penso

que mais importante que ter o domínio técnico de uma determinada profissão, o mais

importante nas escolas a este nível é formarmos os jovens enquanto cidadãos. E se possível

dotá-los de algumas competências básicas, ler, escrever e contar, parece disparatado, mas

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não é assim tão disparatado pois é gravíssimo o que se passa neste momento, porque vão

passando de ano sem dominar os instrumentos básicos do seu dia-a-dia. Depois penso que

já é pedir muito que eles pudessem falar um bocadinho de inglês, mas isso já é pedir muito.

Penso que ler escrever e contar bastaria, pois, o resto vem com muita naturalidade,

as questões mais técnicas na aprendizagem vêm quase da forma de estar do aluno, da

forma com a escola se coloca perante a aprendizagem que o aluno faz, do rigor que a

escola tem na sua globalidade, tudo isso se desenvolve com facilidade nas empresas nos

estágios onde apanham toda essa parte técnica.

A questão é que os alunos têm dificuldade em escrever, tem dificuldade em falar,

em articular corretamente um conjunto de questões que o cliente pergunta. Quando o

questionam, este bacalhau o que é que leva? Ou qualquer coisa do género, e eles tem uma

dificuldade enorme em articular uma resposta e reduzem-se normalmente muito ao

silencio, baixando o tom da voz para que ninguém perceba o que é que disseram.

Eles vão para determinado curso sem ter a maturidade suficiente, vão pela moda,

também temos muito isso. O aluno que vá por vocação, adquire rapidamente um conjunto

de instrumentos e ele próprio vai à procura, não tem de ser a escola. Desde os vinhos a

outras áreas que são cada vez mais importantes. Veja o nosso exemplo, dedicamos muito

pouco tempo à área dos vinhos, enquanto os nossos vizinhos espanhóis têm já uma

tendência para o turismo de vinhos, nós temos tantos espaços agradáveis para o enquadrar,

e continuamos a fazer muito pouco ou nada nessa matéria.

Portanto tudo isto que eu fui dizendo um bocado solto e disparatado devia dar para

um debate sobre pensamento estratégico na formação da área da hotelaria e do turismo. Eu

admito até que tiraria daqui o turismo. Falaríamos só da hotelaria dado o debate muito

alargado, e diria uma coisa, nós mesmo assim sem termos esse pensamento bem

enquadrado, não somos assim tão maus.

Nós temos uma experiencia de colocar os alunos no estrangeiro em restaurantes de

nível muito elevado, especialmente em Bilbao, San Sebastian mas também em França e

Itália, e os jovens portugueses tem uma capacidade de adaptação e de resposta técnica até,

muito superior ao dos colegas deles que vem de outros países. Não é tudo mal feito, mas

não temos esse pensamento, não temos pensamento estratégico na formação e vamos

fazendo isto à medida que vai mudando o Governo, que muda o Secretario de Estado, que

mudam as administrações, e vai-se ajustando conforme o que apetece.

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Q11.As políticas de educação para o turismo são diretamente ou indiretamente

influenciadas pelos ciclos políticos?

São completamente. Eu acho que sim. Elas não são mais porque normalmente os

Secretários de Estado só agora tardiamente talvez é que percebem a importância da

formação. O Paulo percebe mais isso que eu. Os Secretários de Estado quando chegavam

aqui a primeira coisa que perguntavam é, porque é que está aqui esta coisa da formação?

Isto não devia ser para o Ministério da Educação? Todos se queriam livrar da história da

formação.

O que eles gostavam era do marketing, da promoção, da atração de clientes, as

feiras, isso sim enchia-lhes as medidas. A formação era assim um parente pobre, esta

grande máquina que se foi estruturando. Havia sempre uma tendência, e estou-me a

lembrar de alguns Secretários de Estado, que questionavam para que é que isto serve.

Porque é que a gente não acaba com isto, vai tudo para o Ministério da Educação, eles lá é

que percebem disto. Eu não percebo nada disto de formação.

Mas a verdade é que passado pouco tempo eles percebiam uma coisa. Quem lhes

dava um bocadinho de palco era a formação, e não era por nenhuma razão muito erudita,

havia uma inauguração de uma escola que se tinha arranjado, ou qualificado, ou havia um

jantar de qualquer coisa, era normalmente a formação que lhe dava o palco que a DGT, o

FT ou a IGJ não lhe dava.

Eles não tinham palco nenhum para se mostrarem, era só na formação, e depois

mudavam de opinião e preocupavam-se um bocadinho com isso. Eu conheci alguns

Secretários de Estado e penso que eles fizeram isso, a determinado momento, penso que

era genuíno era verdadeiro, achavam interessante.

Mas largavam aquilo muito para as administrações, não pegavam eles na bandeira e

vamos aqui fazer uma coisa a sério, nunca os vi fazerem muito isso. O que eles queriam

era claramente promoção, atração turística, melhoria dos números, os números

melhoravam sempre todos os anos, o que achava interessante, e agora muito, já na altura os

números subiam sempre todos os anos, nunca param de subir. Mas eles não tinham uma

preocupação.

Estou a tentar não ser injusto e é evidente que há um momento em que o Turismo

de Portugal faz um grande investimento nas escolas. Nunca teve antes capacidade

financeira nem se vislumbrava que viesse a ter essa capacidade, acho que correspondeu ali

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ao Governo de Sócrates, com o Luís Patrão no Turismo. Aí houve um grande investimento

e ficámos com escolas ao nível do melhor que há na Europa, e eu conheço algumas. Agora

se esta preocupação dos Secretários de Estado tinha a ver objetivamente com as

necessidades de qualificação de mão-de-obra, não sei, tenho as minhas dificuldades.

Lembro-me por exemplo do Secretario de Estado Bernardo Trindade, madeirense

ligado a um grupo hoteleiro, que tem na sua terra uma escola de hotelaria em condições de

agonia completa. Portanto se a formação fosse para ele importante logo na altura teria

resolvido esse assunto. A escola era autónoma, era do Governo, que nem era do mesmo

partido politico, mas a verdade é que não se fez nada. Vê-se agora os homens da Madeira a

tentar fazer alguma coisa por aquela escola que perdeu tudo, as ligações, a qualidade,

perdeu tudo. Não fui lá ver, mas é por aquilo que ouço.

Não me pareceu nunca que a formação fosse importante, tirando talvez a altura

desse grande investimento feito em determinado momento, em que fiquei sempre na

duvida se o investimento foi feito só em infraestruturas, se foi feito também em recursos

humanos. Eu aí não sei responder.

Fiquei com a sensação de que foi um grande investimento em infraestruturas,

aquela vontade enorme de mostrar obra, mas sem a necessária qualificação dos recursos

humanos para o Instituto.

Podia-se criar um upgrade de qualidade e a trabalhar todos no mesmo sentido, eu

penso que isso era importante, porque às vezes nota-se, isso nota quem está de fora que a

coisa não vai toda no mesmo sentido. Admito também que quem passou por aqui olha de

outra maneira e vê isso.

Mas também não tenho nada a ver com o assunto e como tal mais vale estar calado.

Q12. A existência de um sistema educativo de matriz setorial tem sido útil ao turismo

português e ainda faz sentido?

Acho que sim. Nós e aqui temos que separar a hotelaria do turismo, e a hotelaria

tem toda a restauração, tem todo aquele leque de cursos muito práticos e do outro lado

temos o turismo, hoje com a animação com um conjunto de novas possibilidades que não

havia muito no passado, era um bocado teórico, conhecer o território, dizer uma coisas,

falar umas línguas. Agora não, mas se separarmos o espaço da hotelaria do espaço do

turismo, a matriz setorial faz sentido. Penso que faz sentido.

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Nós formamos especialistas, especialistas que em determinado momento entram no

mercado de trabalho, ou continuam a estudar, os nossos números apontam para que 10%

dos alunos continuam estudos ao nível do superior. Mas esses 10% logo na sequência do

processo de conclusão do 12º ano já estão a trabalhar e a frequentar o ensino superior, e

temos hoje chefes de cozinha com mestrados já na área.

Isso era uma coisa impensável há quinze anos, alguém pensar que podia chegar a

um nível elevado de formação e também perspetivar a profissão, que às vezes se pensa que

é muito elementar, muito básica, e que com um bocadinho de conversa e ser um bocado

exótico e já se pode ser chefe de cozinha.

Eu acho que os meios de comunicação criaram chefes a mais e cozinheiros a

menos. Às vezes um tipo que tenha começado a cozinhar e que consiga dizer duas ou três

palavras bem articuladas já está, e se tem boa imagem para a televisão está um chefe de

cozinha feito. Mas não é isso, a gente sabe que não é assim, que há muito mais para além

disso.

Na vertente hotelaria eu sou tentado a dizer que sim que faz sentido o setorial, com

toda aquela panóplia de cursos de uma forma orientada dentro do setor.

Mas também fazia muito sentido outra coisa, que os cursos não fossem tão

especializados. No passado tínhamos cursos que tinham cozinha e mesa e o jovem no

último ano e depois até na profissão é que se orientavam para a área que pretendia seguir.

Hoje não. Partimos tudo, retalhámos tudo. Ou é cozinheiro ou é empregado de mesa ou é

isto ou aquilo, está tudo muito retalhado.

Na questão do turismo penso que não. No turismo é preciso ter uma dimensão

cultural, uma dimensão de relacionamento humano, uma dimensão no domínio de alguns

idiomas, o mais possível, e aí penso que não faz muito sentido.

Um tipo que estuda turismo, estuda história, estuda marketing, estuda ao fim e ao

cabo uma dimensão cultural. Agora se conseguíssemos, e sem entrar em contradição, é

mais importante um jovem ter uma dimensão cultural e educacional forte do que ter um

domínio técnico da sua área profissional.

Acho que as escolas se deviam preocupar mais para que os alunos tivessem essa

orientação no sentido da formação do cidadão de corpo inteiro e deixar as especializações

um bocadinho para o lado. Hoje há um conjunto de instrumentos, já no exercício da

profissão para os desenvolver. E quando os alunos são competentes e capazes, eles fazem-

no com muita facilidade.

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Depois há o outro aluno, que se refugiou ali porque não tem competências para ir

mais longe e fica ali um pouco reservado e aí pode haver casos de desistência. As

desistências acontecem muito aí e menos nos alunos que veem por vocação e fazem o seu

percurso no ensino superior ou não, mas fazem percursos profissionais interessantíssimos.

É mais nos outros que foram para ali porque aquilo era engraçado, porque está na

moda, é fácil e vou ver se consigo fazer o 12º ano. Aquela velha história de se fazer o 12º

ano.

Acho fortemente que a escola hoje, as escolas especializadas como são as escolas

profissionais e as escolas do Turismo de Portugal, se deviam reestruturar e os seus cursos

terem uma vertente mais forte na área da educação, da educação pura e dura do cidadão, do

que propriamente da componente técnica.

Toda a vida temos andado a dizer o contrário, temos andado a dizer que faltam

horas, que as horas não chegam para formar um cozinheiro, como é que a gente pode

ensinar a fazer. A verdade é que para ensinar a fazer um determinado molho é uma questão

técnica dele apanhar o jeito rápido ou não. Mas ensiná-lo a saber estar, a dirigir-se às

pessoas, a saber ouvir os outros é bastante mais complicado para eles aprenderem.

Eu hoje acho isso, neste final de carreira, que há uma inversão completa, e eu estive

no inicio do ensino profissional, logo naquela fase de arranque, em que nós orientamos

completamente para a formação dos profissionais, para as especializações, tudo à volta

disso.

Hoje, mais importante que isso é a construção de cidadãos. O resto há-de vir com o

tempo para a gente lhes ensinar mais umas coisas. Porque alguns cursos não são assim tão

complexos que seja preciso acrescentar muito mais.

Há aqui uma outra questão. Há cursos neste nível que são demasiado fáceis e o

aluno não sente uma motivação no desenvolver do curso, porque ele apreende os

conhecimentos técnicos rapidamente e depois há algum desleixo em relação ao resto.

Penso que devia haver um esforço de reestruturação, não sei se abandonando esta vertente

setorial. Que em boa verdade esta vertente setorial inibe a escola de ter alguma oferta de

formação? Leva a escola a acrescentar alguma coisa de novo? Com toda a franqueza nós

vamos ouvindo resultados de estudos que fazem ao setor, lembro-me do último que

conheci, nós fomos uma região piloto, que dizia cozinheiros e empregados de mesa não era

preciso, e nós andamos há vinte e cinco anos a formar cozinheiros e empregados de mesa e

nunca chegaram.

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Mas como é que se pode dizer que não é preciso. Estão a gozar comigo. Ando nisto

há vinte e cinco anos, não são vinte cinco dias, e nunca chegaram. Porquê?

Porque abandonaram o setor. Quando as cachopas começam a namoriscar a pensar

no casamento, se o marido trabalha num escritório ou é mecânico começam logo a pensar

que o domingo pelo menos tem que estar livre. Não podem estar a trabalhar aos domingos

e aos feriados. Há muita gente que abandona o setor por essa limitação.

Agora será que nós temos uma estrutura política ou setorial tão estável e tão segura

que nos permita ter um bom interlocutor, um fiável interlocutor? Eu penso que não, vejo

que as estruturas associativas tentam sobreviver, algumas fazem o mesmo trabalho umas

em cima das outras e tentam liderar as diferentes áreas dos setores a nível nacional a partir

de Lisboa e tentam uma liderança, mas é uma liderança que não trás às escolas nada de

novo, com toda a franqueza, ou ao aluno em si nada de novo.

Atividades muito pontuais, muito bem desenhadas do ponto de vista do marketing,

engraçadas, mas depois nunca mais ouvimos falar daquilo. Que dizer… se calhar era só

engraçada.

E nós vamos vendo isso porque há gente com ideias engraçadas e boas para o setor

e para a área da formação, mas depois fazem aquilo uma vez. E depois temos os projetos

que são tão ambiciosos que acabam por não dar nada.

Eu lembro-me de um que envolvia a AHRESP e a Escola de Coimbra que

certificava os restaurantes na zona de Viseu. Que teve agora no último verão a entrega

assim a correr dos certificados dos restaurantes.

Mas eu pergunto quem é a escola e quem é a AHRESP para poderem fazer aquilo?

Se calhar tem de ser outra entidade com outra dimensão ou então começamos todos a criar

certificações, há associações em todo o lado e escolas também. Estamos a criar ninhos, os

guetos, e a certificamo-nos uns aos outros. Penso que aí devíamos ter um pensamento mais

agregador e penso que isso compete a dois Secretários de Estado, do Turismo e da

Educação.

Mas compete à Secretaria de Estado do Turismo e ao Turismo de Portugal a

questão da regulamentação da qualidade da formação. Nós hoje estamos mais ou menos

envolvidos em projetos de certificação da qualidade, complexos alguns, os EQAVET da

União Europeia. Mas evidentemente que isto devia vir de cima, estão os parceiros mais

fracos a empurrar os processos de certificação da qualidade. E foi-nos imposta uma data,

final de 2016 estarmos todos certificados no tal EQAVET, é claro que ninguém conseguiu

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cumprir o prazo, o que é mau porque ninguém entendeu que aquilo era mesmo a sério. Que

era só mais uma coisa que ficava para ali. Até que aqui em Lisboa disserem que era mesmo

para fazer porque tínhamos compromissos com a União Europeia e agora andam as escolas

todas a fazer esta certificação. O que é interessante porque em todo o espaço Europeu se

cria um equilíbrio entre a qualidade de formação desenvolvida.

Agora penso que o que verdadeiramente conta, muito mais que pequenos

apontamentos, que é vamos certificar os restaurantes todos da aldeia x, vamos por o

pessoal a comer não sei o que…no sitio tal, aquelas coisas pontuais que se gostam muito

de fazer em Portugal, para se aparecer e para promover, e contra isso também não tenho

nada, é perfeitamente legitimo, mas morrem em si mesmo. A maior parte delas ficam por

ali. São muito interessantes, mas um ano depois não aconteceu mais nada, aquilo deixou-se

cair, ou estava ligada a uma pessoa que, entretanto, saiu, ou aborreceu-se com aquilo, que

não correu tão bem como estaria à espera.

Acho que há aqui uma questão de exercício do poder. A gente vive em democracia,

a democracia é a leitura de todas as nossas vontades, mas depois fico com a sensação que a

democracia é frágil, vai muito atrás dos acontecimentos mediáticos e tenta responder

sempre a isso.

A avaliação do trabalho não é feita na profundidade de um plano estratégico, nem é

feito na profundidade de saber se deve ser setorial ou não, se deve integrar na globalidade

do processo formativo ou não, não vejo quem discuta isso.

Vejo pessoas a fazer coisas muito engraçadas, mas que são pontuais, são vazias, são

festas. Sabemos todos como se fazem essas coisas. Não é por aí o caminho. O caminho não

é por aí.

Só mesmo para terminar, nos últimos anos temos tido uma experiencia muito

grande com escolas da União Europeia, em média temos 100 alunos a estagiar dois meses

em empresas de vários países. No princípio à meia dúzia de anos atrás só conseguimos ter

alunos na Turquia, na Roménia, na Hungria, não saímos dali. Hoje já não temos alunos em

nenhum desses países, mas temos alunos em Itália, na França, na Alemanha, na Inglaterra.

Portanto, tivemos de fazer um percurso duro de credibilização para encontrar

parceiros do primeiro mundo, digamos assim, e é evidente que aprendemos muito, mas eles

também aprenderam connosco.

Nós temos muito a ensinar a estas escolas estrangeiras que por serem de países

ricos têm meios que nós nunca teremos para fazer as coisas. Nós com 10% dos meios

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fazemos a coisa mais ou menos como eles. E eles não precisam de muito peso de

formadores, muito peso de meios para conseguirem atingir os seus objetivos. Agora o que

é que nós encontramos muito hoje, são escolas que custam autenticas fortunas para se

estudar, estive há pouco tempo em Paris numa escola em que as propinas são 18.000€ ano,

e já lá havia uma portuguesa a estudar na primeira turma, numa quinta, um palacete uma

coisa fantástica.

E visitei outra escola, que alias já tinha visitado consigo, a Ferrandi, e gostava de

ver como estava a escola tanto anos depois. Ali estamos a falar de uma escola de hotelaria

onde 90% do espaço é ocupado com a dimensão técnica, e com as especializações e tinha

uma coisa interessante que nós cá fazemos pouco que é ter alunos estrangeiros a fazerem

formações especificas que devem ser bem pagas. Vemos que há ali uma dinâmica de

formação fortíssima que a própria cidade precisa e absorve tudo aquilo e mais que fosse.

Gostei do que vi, uma escola com alguns anos, mas bem preservada e cheia de força.

Obrigado.

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Guião para entrevista semiestruturada

Esta entrevista constitui parte integrante de uma Tese de Doutoramento em

Turismo do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa,

Políticas de educação para o turismo: o caso de Portugal. Os dados são exclusivamente

para utilização científica.

Data: 14/junho /2017 Local: Escritório Profissional no Turismo de Portugal, I.P. Hora: 18:00

Entrevistado: Teresa Monteiro

Cargo Desempenhado: Secretária Geral e Vice-presidente do Turismo de Portugal, I.P.

Período: 2007 a 2017.

Secção 1- Informações sociodemográficas

Q1. Género Q2. Grupo etário

1. Feminino X

2. Masculino

Q3. Nível de escolaridade Q4. Área: Direito

1.Ensino Secundário

2.Licenciatura X

3.Mestrado

4. Doutoramento

5. Outro

Q5. Naturalidade? Q6. Residência?

Q7. Vinculo à administração pública

1.Sim X 2.Não

Q8. Sempre esteve ligado a atividades no turismo ou na educação?

1.Sim 2.Em determinado período X

Secção 2- Educação para o turismo

1 26-35 anos

2 36-45 anos

3 46-55 anos

4 56-65 anos X

5 66-75 anos

6 Mais de 75

Lisboa

Lisboa

ENT. Nº 20

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Q9:. Acha que durante o período do seu exercício se respondeu a uma visão e estratégia

global de educação para o país ou se respondeu a uma visão e estratégia setorial de

resposta imediata às necessidades das empresas?

A política de formação tem sido especialmente vocacionada para o setor do turismo e para

formar recursos humanos qualificados para o setor. Obviamente que isto se enquadra numa política

mais geral de formação em termos do País, e em termos de políticas públicas de formação. Muitas

daquelas que foram os vetores das políticas de formação, nomeadamente uma maior capacitação

em meios tecnológicos, um maior conhecimento nas línguas, foram práticas que foram também

acolhidas na política de formação dos recursos humanos para o setor do turismo.

Q10: As políticas estruturais implementadas no sistema educativo foram coerentes com a

evolução do mercado de trabalho e dos fornecedores de educação.

Entendo que sim, até porque houve sempre preocupação de alinhar os curricula formativos

com as necessidades do setor. Ao longo destes anos tem havido uma evolução nesses mesmos

currículos, no sentido de os adaptar, porque o setor do turismo é muito dinâmico, em que a oferta

tem que ser adequada à procura, e a procura é aquilo que o turista quer em cada momento, e é

muito variável.

Portanto tem que haver a capacidade de adaptar a oferta, neste caso ter recursos humanos

preparados, para dar resposta aquilo que um turista que nos procura deseja obter.

Por isso surgiram novos cursos em novas áreas associados a novos produtos, lançados em

termos de produtos turísticos e de qualificação do destino, por exemplo nas atividades de ar livre,

montanhismo, percursos pedonais. Foram assim introduzidos novos cursos nas escolas.

Q11: As políticas de educação são diretamente ou indiretamente influenciadas pelos ciclos

políticos?

Tudo é influenciado pelo ciclo político porque cada governo imprime uma determinada

estratégia no seu modelo de governação. Apesar de tudo acho que tem havido uma certa coerência

e uma certa consistência nas políticas que têm sido seguidas e alguma continuidade.

Não tem havido disrupções, não têm havido cortes abruptos. Portanto tem havido

continuidade.

Portanto não me parece que tenha havido problemas, ou uma quebra de continuidade de

uma determinada politica, o que não seria bom.

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Q12. A existência de um sistema educativo setorial tem sido útil ao turismo português e

ainda faz sentido?

Entendo que sim, porque é um setor que tem especificidades muito grandes. Têm que haver

e têm que ser técnicos ligados ao turismo, ao setor, que tem o conhecimento para saber definir

aquilo que são as necessidades dos turistas. O que é que o turista quer, e o que é que os empresários

que empregam os recursos humanos formados têm capacidade de oferecer.

Isto é muito dinâmico, tem que haver alguém que conheça muito bem o setor para poder

dar resposta atempada e adequada a essas necessidades. Inserir a formação para o setor do turismo

numa lógica de formação geral, temo que perca esta sua capacidade de adaptabilidade rápida às

necessidades do mercado.

Obrigado

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ANEXO V

Entidades do Questionário

Nº Entidades Institucionais

1 Turismo de Portugal, I.P.

2 CTP-Confederação do Turismo Português

3 AHP-Associação da Hotelaria de Portugal

4 AHRESP-Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal

5 APAVT-Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo

6 APECATE-Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos

7 Direção Regional de Turismo da Madeira

8 Direção Regional de Turismo dos Açores

9 ATL-Associação Turismo de Lisboa, Visitors and Convention Bureau

10 Turismo Porto e Norte de Portugal, E.R:

11 Turismo Centro de Portugal, E.R.

12 Turismo do Alentejo E.R.

13 E.R.T. Algarve

14 FESAHT-Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo

de Portugal

15 SITESE-Sindicato dos Trabalhadores de Escritório, Comércio, Hotelaria e Serviços

16 SNATTI- Sindicato Nacional de Atividade Turística, Tradutores e Interpretes

17 ADHP-Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal

18 APTP-Associação de Profissionais de Turismo de Portugal

19 ACPP- Associação dos Cozinheiros Profissionais de Portugal

20 AEP- Associação dos Escanções de Portugal

Empresas

21 Altis Hotels

22 Amorim Hotéis e Serviços SGPS

23 Grupo Heritage

24 Grupo Pestana Pousadas

25 Grupo Vila Galé

26 Grupo Viphotels

27 Grupo Visabeira, SGPS, SA

28 Vila Avenida Hotel - Hotel Valverde

29 Hotéis Real - Real Pluris Hotéis Real Portugal

30 Hoteis Tivoli

31 Hotel Intercontinental Lisboa

32 Hotti Hotéis, SGPS, S.A.

33 Luna Hotéis-Hotel Group

34 Oásis Atlântico Portugal, SA

35 Olissippo Hotels

36 Porto Bay Hotéis & Resort, SA

37 Sana Hotels Portugal

38 Starwood Hotels & Resorts (Sheraton Lisboa Hotels & Towers)

39 Lisbon Marriott Hotel

49 Radisson Sas

Entidades Educativas

41 Universidade Europeia

42 Instituto Superior Politécnico de Viana do Castelo

43 Universidade Católica Portuguesa

44 Instituto Superior Politécnico de Leiria

45 Universidade de Aveiro

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46 Universidade de Coimbra

47 Universidade de Évora

48 Universidade da Madeira

49 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

50 Universidade do Algarve

51 Universidade do Minho

52 Universidade Lusíada de Lisboa

53 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

54 Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

55 Escola Profissional de Hotelaria e Turismo de Fátima

56 Escola Profissional da Região Alentejo

57 Escola Profissional do Alvito

58 Escola Formação Turística de Aveiro

59 Escola de Formação Turística e Hoteleira - Ponta Delgada - Açores

60 Escola Profissional da Praia da Vitória-Açores