anexo 1 diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento...

177
Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões Datas 28 setembro 2015 29 setembro 2015 05 outubro 2015 14 dezembro 2015 08 outubro 2015 10 novembro 2015 27 janeiro 2016 05 fevereiro 2016 03 março 2016 22 março 2016 28 abril 2016 06 maio 2016 Formação sobre os dados estatísticos referentes à Avaliação Externa das Escolas 28 setembro 2015 No dia 28 de setembro, a convite do Dr. HG e da Dra. L, dirigimo-nos à sala de reuniões do 2.º andar departamento ATISul pelas 10h40. Trata-se de uma formação/reunião do grupo de trabalho constituído por dois Inspetores da ATISul, dois Inspetores da ATINorte, dois Inspetores da ATICentro, seis funcionários da IGEC (Dr. HG, Dra. L e outros quatro colaboradores). Antes de iniciarem o tema que originou o encontro, o Dr. HG faz questão de nos identificar como estagiárias, pedindo que nos apresentemos dizendo o nosso nome e a faculdade onde estudamos; em consequência, cada um dos presentes apresentou-se também, dizendo o seu nome e o cargo que ocupa. Depois de nos enquadrar, o Dr. HG inicia a sua apresentação: dados estatísticos obtidos mediante a análise de questionários que foram aplicados aos Inspetores e aos peritos externos acerca: 1) do número de Inspetores/peritos externos alocados à atividade de AEE; 2) ao período (duração) dedicado à atividade de AEE; 3) a apresentação das conclusões da AEE à escola; 4) as consequências da AEE; 5) o relatório de AEE: estrutura e metodologia adotadas (tendo em conta que a metodologia varia consoante a zona do país); 6) outros comentários sobre a AEE (campo de resposta aberta onde os Inspetores e os peritos externos apontaram sugestões como: “as escolas deviam conhecer melhor os critérios de avaliação” ou “os avaliadores deviam ter acesso a os documentos atualizados das escolas dias antes à AEE”. A maioria dos aspetos satisfaz as expectativas da IGEC, já que os Inspetores e os peritos externos mostram-se satisfeitos com a AEE, na generalidade). O Dr. HG conclui, depois de expor algumas respostas aos questionários, que a maioria dos inquiridos se mostra Concordante/Muito Concordante com todos os seis parâmetros

Upload: others

Post on 25-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Anexo 1 – Diários de campo das formações e reuniões

Datas

28 setembro 2015

29 setembro 2015

05 outubro 2015

14 dezembro 2015

08 outubro 2015

10 novembro 2015

27 janeiro 2016

05 fevereiro 2016

03 março 2016

22 março 2016

28 abril 2016

06 maio 2016

Formação sobre os dados estatísticos referentes à Avaliação Externa das Escolas

28 setembro 2015

No dia 28 de setembro, a convite do Dr. HG e da Dra. L, dirigimo-nos à sala de

reuniões do 2.º andar – departamento ATISul – pelas 10h40. Trata-se de uma

formação/reunião do grupo de trabalho constituído por dois Inspetores da ATISul, dois

Inspetores da ATINorte, dois Inspetores da ATICentro, seis funcionários da IGEC (Dr.

HG, Dra. L e outros quatro colaboradores).

Antes de iniciarem o tema que originou o encontro, o Dr. HG faz questão de nos

identificar como estagiárias, pedindo que nos apresentemos dizendo o nosso nome e a

faculdade onde estudamos; em consequência, cada um dos presentes apresentou-se

também, dizendo o seu nome e o cargo que ocupa.

Depois de nos enquadrar, o Dr. HG inicia a sua apresentação: dados estatísticos obtidos

mediante a análise de questionários que foram aplicados aos Inspetores e aos peritos

externos acerca: 1) do número de Inspetores/peritos externos alocados à atividade de

AEE; 2) ao período (duração) dedicado à atividade de AEE; 3) a apresentação das

conclusões da AEE à escola; 4) as consequências da AEE; 5) o relatório de AEE:

estrutura e metodologia adotadas (tendo em conta que a metodologia varia consoante a

zona do país); 6) outros comentários sobre a AEE (campo de resposta aberta onde os

Inspetores e os peritos externos apontaram sugestões como: “as escolas deviam

conhecer melhor os critérios de avaliação” ou “os avaliadores deviam ter acesso aos

documentos atualizados das escolas dias antes à AEE”. A maioria dos aspetos satisfaz

as expectativas da IGEC, já que os Inspetores e os peritos externos mostram-se

satisfeitos com a AEE, na generalidade).

O Dr. HG conclui, depois de expor algumas respostas aos questionários, que a maioria

dos inquiridos se mostra Concordante/Muito Concordante com todos os seis parâmetros

Page 2: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

abordados no questionário e, na maioria das vezes, escrevem sugestões de melhoria ou

elogiam a AEE em cada questão.

Entretanto o Inspetor 1 intervém, discutindo o conceito de “referente”, defendendo que

este deve ser definido como “a medida da coisa”. Esta discussão surgiu do comentário

redigido na resposta aberta do questionário: um inquirido referiu, como área de

melhoria da IGEC, “a maior explicitação dos critérios/referentes para as escolas, ou

seja, a escola não sabe ao certo o que terá que ser e fazer para ter uma boa

classificação”.

O Dr. HG concorda com o Inspetor 1 e com o inquirido, dizendo que realmente falta

alguma informação às escolas no que diz respeito aos referentes adotados pela IGEC na

AEE: “o único referente que a escola tem neste momento é o valor esperado”, diz.

O Inspetor 1 continua o raciocínio, referindo que a utilização de referentes claros

beneficia muito o avaliado (a escola) que, com acesso ao relatório da AEE e aos

referentes explícitos, pode melhorar antes da próxima AEE.

Todos parecem concordar, e a apresentação do Dr. HG continua.

O Dr. HG apresenta outro estudo (referente a uma escola específica com o propósito de

ilustrar as explicações que vai ministrando) composto pelos seguintes campos de

análise: 1) número de alunos; 2) distribuição pela idade e pelo sexo; 3) a progressão dos

resultados dos alunos do 6.º para o 9.º ano em Português e Matemática no ano letivo de

2014/2015 (aqui pretende-se apurar se a progressão dos alunos é relativa positiva,

neutra – quando o aluno mantem a nota -, ou relativa negativa: estes dados permitiram

calcular o valor acrescentado e a média).

Segue-se a exposição dos mesmos dados, mas de uma escola diferente. O Dr. HG

esclarece que as escolas ainda não têm acesso a estes documentos, os restantes

confirmam, porém garantem conhecer bem cada escola e cada contexto ao longo do país

e, por isso, muitos não se mostram surpreendidos com os resultados que vão analisando

nesta apresentação.

O Dr. HG esclarece que os resultados esperados são calculados consoante o contexto da

escola e os resultados que obteve anteriormente (porém estes resultados têm um

desfasamento de dois anos: para o ano letivo 2015/2016 têm-se em consideração os

resultados obtidos no ano letivo 2013/2014).

Terminada a análise dos dados trazidos pelo Dr. HG, a equipa de reflexão resolve fazer

a pausa para almoçar.

Page 3: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

À tarde, pelas 14h45, já todos se encontravam reunidos na sala onde, além dos 12

participantes iniciais, se juntaram mais dois: a Doutora LL e o Doutor J, responsáveis

pela área da estatística em educação (desenvolvem indicadores que objetivam reduzir ao

máximo as variáveis que podem influenciar o resultado dos alunos e das escolas,

aquando das avaliações externas).

O Doutor J inicia a sua apresentação referindo o indicador medidor da progressão do

aluno, tendo em conta as notas externas (dos exames nacionais) do 9.º e do 12.º anos de

escolaridade; este indicador foi criado para evitar o peso do contexto que circunda a

escola. Posteriormente refere e explica em pormenor outro indicador medidor da

progressão: as notas dos exames nacionais do aluno A no 6.º ano é X; este aluno deve

ser comparado com os alunos B, C e D que, nos exames nacionais do 6.º ano,

conseguiram também a classificação X. Passados, supostamente, dois anos letivos: o

aluno A, agora no 9.º ano, consegue, nos exame nacionais, a nota Y. O objetivo é

perceber se os alunos B, C e D também conseguiram, nos exames nacionais do 9.º ano,

obter a classificação de Y. Se sim: a progressão foi positiva; se não: a progressão

considera-se negativa. Aqui, refere o Doutor J, “mede-se se o aluno foi aprovado no 7.º

e 8.º anos e teve positiva nos dois exames do 9.º ano (Português e Matemática). Isto é

ótimo porque fornece resultados em tempo útil (dois meses depois dos exames

nacionais) e evita que as escolas retenham alunos com o objetivo de garantir uma boa

média no ranking, já que a progressão só é considerada positiva se o aluno não

reprovar”. O Doutor J esclarece ainda que os indicadores de valor esperado, progressão

e ranking devem ser analisados tendo em conta a taxa de retenção, e todos os presentes

se mostram concordantes.

Com o decorrer da formação/reunião outras questões foram abordadas porém, por

questões de confidencialidade, não devem constar no presente relatório de estágio.

Formação sobre as Escolas Europeias e a Whole School Inspection, e sobre a

conferência SICI: Evaluating School Leadership

29 setembro 2015

No dia 29 de setembro de 2015, pelas 11h00, voltámos à sala de reuniões da ATISul

com o objetivo de assistir a uma formação dividida em duas partes e, por isso, em dois

temas: primeiro, pela Dra. HC, uma formação acerca das Escolas Europeias (EE) e da

Page 4: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Whole School Inspection (WSI); em segundo, pelo Inspetor JP, uma formação relativa à

Conferência SICI: Evaluating School Leadership.

Na sala estão reunidos Inspetores da IGEC.

A Dra. HC inicia a sua apresentação elucidando que a origem das EE remonta à

Comunidade do Carvão e do Aço e foram criadas com o objetivo de oferecer uma

educação multicultural aos filhos dos funcionários das instituições europeias; prossegue

acrescentando que as EE obedecem ao governo dos 28 Estados membros da União

Europeia e são fortemente centralizadas, reguladas e centralizadoras.

Passa, posteriormente, à apresentação da WSI, referindo que esta surgiu da Convenção

Relativa ao Estatuto das EE, ratificada em Portugal pelo D-L n.º 1/97, 3 janeiro. O

primeiro ciclo de atividade WSI é, diz, realizado entre 2011 e 2015, completando o

ciclo – previamente estabelecido - de quatro anos. Segundo a Dra. HC, a WSI tem como

objetivos: 1) garantir a qualidade do ensino, mediante a atuação do Conselho de

Inspeção; 2) promover boas práticas; 3) incentivar a autoavaliação das/nas EE; e 4)

promover a melhoria dos resultados.

O grande objetivo da WSI é, segundo a oradora, “plantar na escola os planos plurianuais

e anual feitos mediante a autoavaliação, para que as escolas reflitam sobre as suas

práticas e as melhorem”.

Pretendendo esclarecer o processo de avaliação externa às EE, a Dra. HC aponta as

etapas desta atividade: 1) a WSI envia os critérios e os indicadores que utilizam na

avaliação externa para que a própria escola reflita e realize a sua autoavaliação; 2) existe

a intervenção da WSI; 3) elaboração do relatório/feedback; 4) existe uma discussão

acerca das conclusões do relatório, em comparação com a perspetiva dos professores e

dos alunos; e 5) realiza-se novamente a autoavaliação tendo em vista a conceção do

plano de melhoria.

Assim, segundo o exposto, os critérios de avaliação externa são: Gestão e Organização,

Currículo e Plano de Atividades, Ensino e Aprendizagem, Apoio Educativo, Recursos,

Avaliação e Qualidade e Ethos e Clima da Escola.

A Dra. HC continua a sua apresentação, todos os presentes se mostram interessados e

compenetrados, mais preocupados em acompanhar todas as informações expostas do

que em intervir.

A Dra. HC não demora a referir a composição do relatório da WSI. A saber: o relatório

é composto por três páginas. A primeira página é standard e contém o nome dos

integrantes da equipa inspetiva, a metodologia de avaliação que seguem, entre outros

Page 5: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

pormenores de caráter identificativo/informativo. As segunda e terceira páginas

esclarecem os pontos fortes e as áreas de melhoria de forma clara, sintética e

transparente que evitar que hajam dúvidas por parte das escolas. Aquando do envio do

relatório, a WSI envia para as escolas um formulário; neste formulário a escola deve

elaborar um plano de melhoria em resposta às geralmente cinco/seis recomendações

feitas pela WSI no relatório de avaliação externa. A WSI responde e reenvia o

formulário, apoiando/incentivando as medidas propostas pela EE, ou propondo outras

diretrizes de melhoria. Dois anos depois, o mesmo formulário é reenviado à escola para

que, após autoavaliação, a EE reflita e conclua se ocorreu, efetivamente, uma mudança

positiva e se o plano de melhoria foi efetivado, como meio de perceber que aspetos

ainda não foram assegurados.

A Dra. HC segue a sua apresentação com a clarificação de dois conceitos: Follow-up:

Ocorre, por exemplo, quando a escola não reenvia o formulário ou não lhe responde de

forma adequada. Refere-se ao momento em que os Inspetores se dirigem à EE e existe

um contacto presencial; e Desk research: Dá-se quando os Inspetores analisam o

formulário ou os documentos enviados pela escola. É designado como o trabalho de

secretária e de pesquisa. Quanto a este tópico a Dra. HC esclarece que a WSI pode

solicitar documentos adicionais às EE quando o grupo diretor analisa a resposta da

escola e, apesar disso, precisa de evidências factuais: o envio de documentos por parte

da escola (como os planos de ação, plurianuais, anual, entre outros) é fundamental, já

que prova mais do que uma entrevista; as entrevistas aos agentes educativos servem o

principal propósito de confirmar algum facto percebido, contudo não apresentam

informações específicas e comprováveis/contáveis.

Segundo a Dra. HC, a WSI pode realizar, caso se justifique, alterações no relatório,

contudo estás modificações só são possíveis com recurso a provas factuais – todos os

aspetos que constem no relatório e se apoiem em julgamentos/impressões/apreciações

não são alteráveis, uma vez que dependem da análise e da observação do Inspetor, um

profissional consciente e competente.

Concluída a apresentação referente às EE e à WSI, todos os presentes fazem questão de

elogiar o trabalho desenvolvido, neste âmbito, a nível internacional. Dizem ser um

modelo de avaliação externa que, na sua generalidade, poderia representar vantagens, se

implementado em Portugal. A Dra. HC fala orgulhosamente destes temas e teve um

discurso conciso e fluido que permitiu a anotação de diversos pormenores que

constituem novidade para a maior parte da audiência, especialmente para as estagiárias.

Page 6: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

O grupo decide fazer uma pausa para o almoço e combina regressar à sala pelas 14h00 a

fim de abordar o segundo tópico proposto.

A segunda parte do encontro é gerida pelo Inspetor JP e centra-se na conferência SICI:

Evaluating School Leadership que ocorreu em Belgrado, na Sérvia, entre 15 a 19 de

setembro de 2015.

O Inspetor inicia a sua exposição esclarecendo que pretende descrever, de modo geral,

os conteúdos referidos na conferência e o clima de multiculturalidade e trabalho em

grupo que lá se desenvolveu. Assim sendo, o orador começa por referir que observou

duas aulas – enquanto lecionavam, os docentes procuravam traduzir para inglês o que ia

ocorrendo, de modo a esclarecer o Inspetor -, durante 20 minutos cada. Essa observação

serviu, diz, para preencher um formulário fundamentalmente dedicado à liderança do

professor em sala de aula. Além disto, o Inspetor pôde também realizar entrevistas a

professores e a alunos.

Depois de cinco dias a trabalhar as questões da avaliação da liderança na escola, o

Inspetor retirou as seguintes notas: 1) a maior parte dos países adota como componente

da avaliação externa a observação de aulas, mas não diretamente a liderança do

professor; 2) a prestação de contas leva ao desenvolvimento da eficiência e da eficácia;

3) o Diretor deve ser o facilitador das práticas de liderança na escola; 4) os Inspetores

devem ter em consideração a qualidade das lideranças intermédias; 5) os

Diretores/coordenadores devem falar diretamente com cada professor sobre o processo

de ensino-aprendizagem; e 6) os alunos são parte da tripulação, e não apenas

passageiros: também são e devem ser críticos e líderes.

Depois de apresentar as suas conclusões, o Inspetor fez questão de mostrar várias

fotografias tiradas ao espaço onde se realizou a maioria dos trabalhos de grupo, e referiu

a importância de conhecer outros Sistemas Educativos – como as EE apresentadas pela

Dra. HC – como meio de poder transportar práticas que favoreçam o Sistema Nacional.

Page 7: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Formação sobre a avaliação institucional: processos integrados de (auto)avaliação

(Parte I)

05 outubro 2015

No dia 05 de outubro de 2015 dirigimo-nos à sala de reuniões do rés-do-chão da IGEC,

a convite com Dr. HG e da Dra. L com o objetivo de assistir à primeira parte de uma

formação que juntou, naquela sala, muitos Inspetores de vários pontos do país.

A apresentação, ministrada pela Dra. EC e pela Dra. MA, foca-se no tema da

autoavaliação das escolas: Quem a realiza? Segue os métodos adequados? Promove

uma mudança efetiva na escola ou não é devidamente aproveitada?

As oradoras detêm uma vasta experiência nesta área e, informam-nos, os seus serviços

são frequentemente requeridos por instituições educativas que não sabem como realizar

a autoavaliação.

A apresentação é iniciada com a lógica que perceciona as escolas não como filiais do

ME mas como entidade com personalidade própria. Esta perceção, segundo as oradoras,

promove: 1) a preocupação com a eficiência (gestão de recursos); 2) a prestação de

contas (rankings, estudos internacionais, etc.), 3) a responsabilidade sobre a prestação

de contas e sobre os resultados alcançados; e 4) novos parâmetros relativamente às

relações que as escolas estabelecem com os seus pares, com outros atores no terreno e

com as autoridades governamentais.

Atualmente, a nível europeu, são estabelecidas diretrizes quanto à autoavaliação e aos

resultados a alcançar: esta política favorece a responsabilidade das escolas.

Depois de concederem mais algumas informações no que se refere às Estratégias de

Lisboa (pelo Parlamento Europeu, 2000) e ao Decreto-Lei 31/2002, Artigo 3.º (onde são

referidos os objetivos do Sistema Educativo Nacional), as oradoras sugerem a junção

dos Inspetores em grupos de cinco elementos, com o objetivo de promover uma

atividade de brainstorming onde os Inspetores devem discutir aspetos como o know-

how e as dificuldades reais que já puderam perceber nas escolas, aquando da

análise/avaliação da autoavaliação durante a AEE.

Assim, cada grupo deve refletir sobre os seguintes tópicos: 1) como Inspetor, o que

valoriza no relatório de autoavaliação da escola; 2) o que procura perceber quando

reúne com o painel de autoavaliação; 3) o que podemos fazer para apoiar o

desenvolvimento dos processos de autoavaliação (com vista a melhorar as

aprendizagens dos alunos e a sua experiência na escola).

Page 8: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

As principais conclusões apontadas pelos grupos são: aquando da AEE, a) há que

atentar à organização/estrutura do relatório de autoavaliação, também é fundamental

que se perceba como foi feito o diagnóstico e quais são as metas, as prioridades e as

ações de melhoria que pretendem alcançar e concretizar; b) é importante perceber o

comprometimento dos órgãos da gestão com o processo de autoavaliação; c) o painel

deve servir como complemento, já que é suposto que o relatório de autoavaliação

contenha todos os esclarecimentos acerca dos tópicos apontados em a); e d) os

Inspetores avaliam as ações de melhoria que as escolas propõem e tentam perceber

quem faz a monitorização destas ações: será que a autoavaliação é elaborada pela escola

ou por recurso a uma avaliação externa, mediante empresas contratadas para esse fim?

Este último aspeto causou inquietação nos presentes; como forma de voltar a conseguir

a atenção dos Inspetores, as oradoras centraram o seu discurso exatamente na existência

de empresas externas contratadas para apoiar na elaboração dos relatórios de

autoavaliação: por um lado pode ser positivo porque apoiam as escolas, fornecendo-lhes

instrumentos e metodologias, por outro lado, não tão positivo, porque as escolas não se

apropriam do processo de autoavaliação e, além disso, os professores podem apresentar

descontentamento e discordância quanto às conclusões retiradas e redigidas por estas

entidades externas, uma vez que estas últimas não têm em conta a realidade da sala de

aula. Assim, a autoavaliação acaba por não contribuir efetivamente para a melhoria do

processo de ensino-aprendizagem, referem.

Os Inspetores concordam e participam ativamente nesta discussão, frisando

constantemente o caráter superficial e não funcional desta autoavaliação por empresas

contratadas. Em consequência, referem também que as escolas não possuem know-how,

que não sabem guiar ou exercer a autoavaliação: na generalidade dos casos a Direção

nomeia os professores que estão mais disponíveis, não significando que estes sejam os

mais competentes para realizar a autoavaliação. Conforme um dos Inspetores: “as

escolas procuram um receituário, mas as especificidades perdem-se quando contratam

empresas externas”.

O debate continua, e outro Inspetor demonstra a sua opinião: “estas empresas são muito

úteis dos pontos de vista técnico, metodológico e de tratamento de dados, porém não

concedem qualquer know-how às escolas”. No fundo, dizem, as empresas trabalham

para as escolas e não com as escolas. Concluem concordando que “os profissionais da

escolar têm que ser vinculados ao processo de autoavaliação”.

Page 9: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

As oradoras optam por introduzir uma nova questão à discussão: a escola vê a

autoavaliação como obrigação ou benefício? Um dos Inspetores responde prontamente

que “não melhoramos se não nos conhecermos”, outros complementam dizendo que o

relatório de autoavaliação tem que clarificar os processos de autoconhecimento por que

a escola passa, caso contrário, o relatório não espelha a realidade escolar e é

“meramente cosmético”. Como complemento a esta intervenção, a Dra. EC acrescenta

que a autoavaliação é um processo altamente formativo e que, por isso, os resultados

(processo sumativo), por si só, não bastam para impulsionar a melhoria das escolas.

Sem perspetivas que contestem o que foi referido até então, as orientadoras dão

continuidade à formação, completando tudo o que foi dito com a ideia de que “o

processo de autoavaliação contribui para o desenvolvimento organizacional e, por

consequência, beneficia a garantia da eficiência e da eficácia”. O ideal, dizem, é que

exista uma articulação curricular baseada na interação e na partilha de conhecimentos e

de situações concretas (que ocorrem ao nível da sala de aula) entre os professores para

que não se criem “tribos”/ilhas com linguagem e cultura próprias no seio da escola:

como meio de evitar esta situação, todos os docentes devem utilizar verbos diretores

(linguagem) comuns, independentemente das disciplinas que lecionam.

Segue-se a realização de outra atividade em grupo: as oradoras apresentam um caso real

que ilustra o plano de autoavaliação de uma determinada escola cujas dimensões de

avaliação são lidas e analisadas, em conjunto, pelos Inspetores e pelas oradoras. Depois

da análise do plano e do contexto da escola, foi criado um conjunto de tópicos que

representam as fragilidades detetadas: 1) falta de consenso quanto aos objetivos do

processo de autoavaliação; 2) confusão entre objetivos do processo de autoavaliação e

os objetivos e tomada de decisão (com repercussões na melhoria das fragilidades); 3)

dispersão nas dimensões de análise; 4) duplicação de processos, falta de simplificação e

uniformização de instrumentos e procedimentos; 5) problemas de comunicação

(linguagem, conceitos, divulgação); 6) carência de formação; 7) carência de condições

de trabalho (flexibilidade organizativa); 8) problemas de legitimação da equipa de

autoavaliação; 9) fraca responsabilização e comprometimento de outros atores

educativos; 10) maior enfoque na recolha de dados do que na reflexão sobre os mesmos;

e 11) dificuldades ao nível da seleção e aplicação de técnicas, e da construção de

instrumentos de recolha e análise de dados.

Conforme esclareceram os Inspetores, a maioria destas fragilidades é comum a grande

parte das escolas avaliadas, e, por isso, torna-se cada vez mais urgente que os

Page 10: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

estabelecimentos de ensino recebam/procurem a formação necessária acerca da

autoavaliação, muitas vezes menosprezada e realizada sem o verdadeiro objetivo de

alcançar a melhoria das práticas.

Formação sobre a avaliação institucional: processos integrados de (auto)avaliação

(Parte II)

14 dezembro 2015

A segunda parte do encontro dedicado ao estudo dos processos de autoavaliação

praticados nas escolas portuguesas atualmente teve lugar no dia 14 de dezembro de

2015 no Instituto de Educação, pelas 10h00, com as mesmas oradoras: Dra. EC e Dra.

MA.

Na sala estavam reunidos os Inspetores que assistiram à primeira parte da formação, no

dia 05 de outubro.

Depois do momento quebra-gelo que pretendeu captar a atenção dos Inspetores e

motivá-los para a reflexão e participação, a Dra. EC inicia a formação abordando os

conceitos de regulação autónoma/situacional (interpretação da legislação) e de

regulação normativa (controlo burocrático) e a sua interação (multiregulação).

Avança, referindo que os processos avaliativos têm que garantir uma geometria

variável: que tenha em consideração todos os fatores, especialmente as características da

cultura e do clima da escola, a cultura docente, as representações e perceções da escola

e da restante comunidade educativa: o uso de uma linguagem comum.

A Dra. MA toma a palavra afirmando que a perspetiva que advoga a formação da escola

e dos indivíduos nos contextos de reflexão, de partilha e até de formação externa ganha

cada vez mais adeptos e tem uma procura crescente. O tipo de cultura que deve ser

transmitido/impulsionado mediante formação opõe-se ao individualismo – “tribos” –

que mete demasiados entraves à criação e à adoção de uma cultura única de escola.

Prosseguindo a apresentação, agora abordando uma perspetiva política, as oradoras

focam os constructos de teoria declarada/processada versus teoria em uso/praticada:

Enquanto a teoria declarada/processada diz respeito aos aspetos oficialmente

estipulados e é representada na estrutura, nas regras e nas estratégias da organização; a

teoria em uso refere-se aos aspetos de facto praticados, à ação apoiada pela reflexão, e

está habitualmente relacionada com a identidade da organização, representando a sua

Page 11: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

cultura organizacional. No fundo, a primeira representa o que se declara, enquanto a

segunda afigura o que se pratica. As teorias declaradas são “muitas vezes partilhadas

por toda a escola, levando à falta de consenso e de coerência entre as declaradas e as em

uso. A autoavaliação ajuda a perceber esta diferença vendo, por exemplo, o regulamento

interno da escola já que, por vezes, o que lá estabelecem não é aplicável naquele

contexto, com aquela comunidade”, diz a Dra. MA.

No âmbito do estudo destas teorias, as oradoras apresentam, em seguida, três níveis de

aprendizagem organizacional:

1) ciclo simples de aprendizagem (single-loop): surge quando a escola recolhe um

conjunto de dados – através de análise SWOT – relacionados com os pontos

fortes e as áreas de melhoria, e incluem essa descrição no relatório de

autoavaliação: realizam o diagnóstico mas não tentam apurar a razão dos

problemas que constituem as áreas de melhoria;

2) ciclo duplo de aprendizagem (double-loop): acontece quando as escolas

identificam os pontos fortes e as áreas de melhoria e procuram perceber as suas

causas, como forma de resolver os problemas e de manter as boas práticas;

3) Aprendizagem deutero (deutero-loop): desenvolve-se num contexto ideal e, por

isso, é mais difícil de encontrar na realidade das escolas portuguesas. Dá-se

quando a escola questiona e analisa os seus mecanismos de autoavaliação

(metavaliação do seu processo) e a sua política de autoavaliação.

Depois de discutirem mais alguns conceitos com os Inspetores e de exporem situações

concretas e reais, as oradoras ditam o fim da formação.

Formação sobre o Ensino Experimental das Ciências

08 outubro 2015

No dia 08 de outubro de 2015 dirigimo-nos, pelas 10h00, à sala de reuniões do 1.º andar

da IGEC com o propósito de conhecer em profundidade a nova atividade do projeto de

Acompanhamento da IGEC, referente à educação Pré-Escolar e ao 1.º e 2.º ciclos do

Ensino Básico: o Ensino Experimental das Ciências.

Esta formação foi ministrada por vários professores e dedicou-se aos Inspetores da

IGEC e a professores dos três ciclos de ensino mencionados (os docentes asseguraram a

sua presença através de uma pré-inscrição).

Page 12: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

A apresentação começa com o facilitador do debate, Dr. A, licenciado em Biologia e

mestre em Ensino, que esclarece que esta nova atividade nasceu dos resultados baixos e

insatisfatórios que grande parte dos alunos obtém nas disciplinas de Ciências, Físico-

Química e Matemática, tendo em conta os dados apresentados pelo PISA, a AEE e as

notas dos exames nacionais.

Com o tema introduzido, o Dr. A avança, felicitando a IGEC por poder promover a

Ciência no Ensino Básico e dando a conhecer o programa de hoje: 1) Investigação e

didática das Ciências; 2) Ensino das Ciências; 3) Formação de professores; 4)

Administração em Educação; e 5) Trabalho desenvolvido no âmbito das Ciências no

Ensino Básico. Está previsto que a professora G, professora do IE e investigadora da

área a nível internacional, fale no início da tarde; e que a professora SF e a professora

MF ministrem um workshop, também à tarde.

O Dr. A começa por discutir o conceito de “trabalho experimental”, dizendo que este

significa “discussão” e que “envolve experimentação e exploração”.

O conceito de atividade prática, segundo as palavras do mesmo, pode definir-se como

“a atividade realizada pelos alunos que interagem com instrumentos, muitas vezes com

a intervenção/ajuda do professor, envolvendo experimentação, reflexão e discussão”. O

Dr. A esclarece ainda que o professores devem ter objetivos específicos para cada uma

das práticas que adotam: que tipo de atividade escolhem, qual é a exigência intelectual

envolvida e qual é a metodologia a que se adequa, tendo em conta que se pretende a

discussão e a troca de experiências frequente.

Pelas 11h20 começa a falar o primeiro orador: o professor PR, professor do Ensino

Básico, dizendo que a reflexão é fundamental para o desenvolvimento da cidadania, já

que se relaciona com a discussão: “só nos pronunciamos sobre algo que conhecemos, e

só conhecemos se pensarmos sobre isso”, refere. Inicia a sua apresentação – intitulada

“As atividades práticas e a construção de conceções sem a Ciência, a tecnologia e a

sociedade” – com a definição de pressupostos que são obrigatórios quando se educa em

Ciência. Segundo o professor, são eles: 1) conhecimentos de Ciência; 2) capacidades

(de reflexão, observação, entre outras); e 3) atitudes.

“Os miúdos veem a Ciência como algo factual, uma verdade absoluta que vem nos

livros. Além disso, perspetivam o cientista e a Ciência como algo louco, secreto,

inalcançável, esotérico”, diz o professor PR enquanto passa slides com desenhos e

testemunhos escritos de crianças, que tendem a desenhar e a descrever o cientista como

Page 13: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

habitualmente se vê nos desenhos animados: de óculos, cabelo arrepiado, ar tresloucado

e com muitos frascos com líquidos de várias cores.

O desafio para os educadores, diz, é facilitar a construção de ideias sobre o que é a

Ciência: algo observável (evidências experimentais) mas provisório, envolvendo

diversas metodologias. Para isso, os educadores podem desmontar os estereótipos das

crianças através da análise dos seus desenhos e depoimentos escritos, levando-as a

centros de investigação e a conhecer cientistas, sugere o professor PR.

Segundo o docente, e em resposta à questão “como ensinar o que é a Ciência?”, os

educadores devem beneficiar a diversidade nas tarefas e no contexto em que são

realizadas: podem optar, por exemplo, por propor aos alunos a execução de observações

simples e a execução de atividades experimentais. O professor continua a exposição da

sua perspetiva, referindo que o objetivo dos educadores – e da escola no geral – deve ser

promover a cidadania com poder e autonomia intelectual, o aluno deve poder ser

questionado e questionador, e o professor deveria evitar que o discente o visse como

superior, inquestionável e dono da verdade. Os professores devem, na sua opinião,

garantir oportunidades de sucesso a todos os alunos, através de “perguntas

improdutivas” – apenas verbais e visando a partilha e a reflexão – e de questões

“produtivas” – com o encontro de uma solução para um problema, dando ênfase ao

processo e à experiência. Além disto, o educador deve ensinar a saber esperar – deixar

os alunos a pensar, após uma pergunta, e só depois pedir-lhes a resposta que deve ser

apresentada de forma completa e fundamentada. Este procedimento evita que sejam

sempre os mesmos alunos a participar nas aulas – para este efeito, caso seja necessário,

o professor deve dirigir as perguntas aos alunos que menos participam e que, por hábito,

já estão à espera das respostas dos colegas. O professor PR defende ainda que todas as

tarefas devem ser avaliadas, quantitativa ou qualitativamente.

Terminada esta apresentação, chega a intervenção da professora PS que vem falar

acerca da “Avaliação do trabalho prático em Ciências”. O seu discurso basear-se-á,

esclarece desde logo, 1) nos desafios que se colocam a um professor de Ciências; 2) no

papel do professor: da realidade ao desejável; e 3) a na importância da avaliação na

promoção da aprendizagem.

No início da sua apresentação, a professora PS identifica dois polos indesejáveis quanto

à ação do professor em sala:

Page 14: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

1) valorização da aprendizagem pela (auto)descoberta, reduzindo o papel do

professor a solucionador de conflitos, aquele que apenas dita o ritmo do trabalho

dos alunos.

2) transmissão de factos e informações descontextualizados, que apelam

fundamentalmente à memorização.

Estes polos, defende, levam ao desinteresse e à desistência face a dificuldades. Ambos

exigem, assim, o repensar do papel do professor.

Nesta linha de pensamento, a professora PS aborda dois conceitos de Vygotsky: o do

desenvolvimento pessoal (que caracteriza a capacidade de resolver os problemas

individualmente), e o da aprendizagem assistida (em que a aprendizagem é mediada por

um adulto que introduz um determinado tema ao aluno), fazendo referência aos polos 1)

e 2), respetivamente.

A professora pede a opinião da audiência frequentemente, todos concordam com o que é

dito e ninguém admite ter dúvidas.

A professora prossegue a sua apresentação, agora dirigida à avaliação. No seu entender,

avaliar significa recolher e interpretar evidências através de técnicas e de instrumentos

diversos. Podemos ter a avaliação formativa ou a avaliação sumativa.

A avaliação formativa objetiva “guiar o processo de ensino-aprendizagem: «quando o

cozinheiro prova a sopa», dá-se um autoconhecimento”, a avaliação sumativa tem a

função de “sumarizar o desempenho, comparar e reportar a outros: «quando os outros

provam a sopa»”, esclarece, para concluir a sua intervenção.

O grupo decide fazer uma pausa para almoço, para cumprimento do programa, e

combina regressar pelas 15h00.

Às 15h00, conforme combinado, deu-se início à segunda parte do encontro.

A primeira oradora foi a professora CG, professora catedrática do IE, com o tema

“Atividades práticas no panorama europeu: A aposta em atividades de Inquiry”.

A professora começa por apresentar a definição de Inquiry do Projeto SAILS: “é o

processo intencional de diagnosticar problemas, criticar experiências, testar hipóteses,

procurar informações, construir modelos e debatê-los com outros, elaborando

argumentos coerentes”; e passa à explicação das atividades Inquiry que se definem

como as “experiências (vivências) que permitem aos alunos o desenvolvimento da

Page 15: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

compreensão acerca dos aspetos científicos relacionados com o que os rodeia”, fazendo

uma alusão à experimentação como meio para a aprendizagem, conforme outros

professores também defenderam anteriormente.

A professora CG passou, depois, à caracterização destas atividades, apontando-lhes uma

série de qualidades: As atividades Inquiry permitem que os alunos: 1) desenvolvam

competências de organização e interpretação de dados e resultados; 2) proponham

explicações e faça previsões com base em evidências; 3) trabalhem num ambiente

colaborativo, comuniquem e respeitem ideias; 4) se expressem através de linguagem

científica adequada; 5) desenvolvam discussões públicas em defesa do seu trabalho; 6)

apliquem as aprendizagens a contextos reais; e 7) reflitam acerca das estratégias

utilizadas e dos resultados obtidos nas suas investigações. Estas são, no fundo, as

competências exigidas para o século XXI: o pensamento crítico e a resolução de

problemas, a comunicação efetiva, a colaboração e a criatividade e inovação. Segundo a

professora CG, as atividades Inquiry seguem o Modelo Teórico dos 5 E’s: Engage

(motivar), Explore (explorar), Explain (explicar), Extend (ampliar) e Evaluate (avaliar).

Todos os presentes se mostram interessados na metodologia da atividade e, pelo que me

pareceu, nenhum deles estava a par das informações transmitidas e sujeitas a muitos

elogios.

A última intervenção do encontro ficou ao encargo da professora SF e da professora

MA, professoras do ensino superior que tiveram como objetivo ministrar um workshop

cujo tema é a “Complexidade do trabalho prático em currículos e manuais escolares do

Ensino Básico”, e é iniciado pelo conceito de “trabalho prático”: “é a atividade de

ensino-aprendizagem em que o aluno esteja ativamente envolvido, permitindo a

mobilização das suas capacidades”, refere a professora MA, dando os seguintes

exemplos ilustrativos: “como por exemplo o trabalho laboratorial, a simulação em

recursos digitais, visitas de estudo e a discussão orientada”.

Depois de esclarecidos os conceitos principais, as professoras promovem a execução de

um trabalho realizado a pares. A audiência deve analisar as Metas Curriculares de

Ciências Naturais do 6.º ano, respondendo aos tópicos: 1) identificar os descritivos que

evidenciam, claramente, o trabalho prático; 2) observar quais são as metas que incluem

atividades práticas.

As conclusões foram unanimes: muito poucas metas apontam o trabalho prático como

metodologia. Este contexto dá-se, opina uma professora da audiência, devido às poucas

Page 16: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

condições que a maioria das escolas possui no que se refere aos recursos materiais

disponíveis. Todos concordam com esta perspetiva e mostram interesse em ensinar os

alunos através de atividades práticas que mobilizem física e cognitivamente os

discentes.

Formação Avaliação Externa das Escolas e a Liderança nas Escolas

10 novembro 2015

No dia 10 de novembro de 2015 dirigimo-nos à Faculdade de Farmácia da Universidade

de Lisboa com o objetivo de observar e prestar assistência a uma formação/conferência,

composta por vários oradores – sendo o Dr. AG, Inspetor da Ofsted, o convidado mais

aguardado -, acerca de múltiplas questões relacionadas com a AEE e a liderança das

escolas nos casos português e inglês. Esta formação dedicou-se a professores e a

Diretores de vários agrupamentos do país.

As funções que devíamos desempenhar aquando da formação foram-nos esclarecidas

pelo Dr. HG no passado dia 26 de outubro de 2015, e consistem em: 1) fazer o

reconhecimento do espaço; 2) transportar o microfone até aos elementos da audiência

que pretendam realizar perguntas no tempo a isso dedicado; 3) tirar fotografias da

formação/conferência a partir da câmara do Dr. HG; e 4) assegurar que, a cada mudança

de painel, as águas de cada orador sejam retiradas e repostas.

Chegado o dia da formação, pelas 10h00, demos início à primeira atividade que nos foi

incumbida: percebemos onde são as portas do auditório, e onde se encontram os

serviços, como as casas de banho, a papelaria e o bar, de modo a esclarecer os oradores

e a audiência caso fosse necessário.

A conferência começou pelas 10h45 com a intervenção do Sr. Inspetor-Geral da

Educação e Ciência com o tema “Avaliação Externa das Escolas”. Na mesa estão

também a Dra. L e o Dr. HG. O objetivo deste grupo é abordar a temática da liderança

pedagógica (que não confere condições para a aprendizagem) e a sala de aula (onde se

dá a aprendizagem). A Dra. L dá início à exposição da sua perspetiva: primeiro

apresenta um quadro que explícita o número de escolas avaliadas externamente no

período 2011-2015 no Norte, Centro e Sul; em seguida apresenta o número de escolas

que beneficiarão de AEE nos anos letivos 2015/2016 e 2016/2017. Em sequência, a

Dra. L informa que as escolas que conseguiram uma avaliação baixa aquando do

Page 17: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

acompanhamento da ação educativa, são acompanhadas pela IGEC desde 2013. Dá a

conhecer, em seguida, quantas escolas com contrato de autonomia serão avaliadas nos

letivos 2015/2016 e 2016/2017.

Estamos no 5.º ano do 2.º ciclo da AEE, esclarece a Dra. L, o próximo ano letivo

(2016/2017) traz consigo o início do 3.º ciclo de AEE pela IGEC, para o qual já se

estabeleceram três pressupostos. São eles, à voz do Dr. HG: 1) a AEE tem impacto nas

escolas: antes (preparação), durante (interação dos Inspetores/peritos externos com as

escolas) e depois (o que fica da presença da equipa avaliativa: o plano de melhoria); 2)

melhorar o 3.º ciclo com o conhecimento adquirido dos dois ciclos de AEE anteriores; e

3) articulação entre a AEE e a avaliação de professores e a avaliação desenvolvida pelas

autarquias.

O Dr. HG informa ainda que a AEE promove a prestação de contas e a melhoria da

qualidade do ensino e da aprendizagem; na AEE produzem-se juízos avaliativos que

contribuem para a reflexão das escolas sobre o seu próprio desempenho.

O painel é alterado pelas 11h00 e dá lugar à intervenção do Dr. AG, Inspetor da Ofsted.

Em inglês, o Dr. AG inicia a apresentação com a questão “Porque é que fazemos

inspeções das/nas escolas?” cuja resposta é, segundo refere, “para proteger jovens

vulneráveis (os líderes devem proteger as crianças)”.

É comum, diz, que as escolas recebam uma má avaliação ainda que as práticas que

desenvolvem e fomentem sejam boas, devido, por exemplo, ao incumprimento das leis

governamentais. Segundo a sua experiência na Ofsted, é mais importante inspecionar as

escolas privadas, no sentido em que é preciso prestar contas aos contribuintes acerca do

dinheiro que empregam na educação; além disto, a prestação de contas pretende

também justificar o elevado salário atribuído aos responsáveis de escola (headteachers):

privilegia-se, assim, a abordagem da eficiência.

Posto isto, os conceitos que regem a atividade inspetiva da Ofsted são: Safety,

Compliance (law), Efficiency e Accountability.

As funções dos Inspetores consistem no aconselhamento e apoio ministrado às escolas:

“as boas escolas atraem os bons alunos”, fomentam a competitividade e garantem a

sobrevivência; as escolas não tão boas acabam por cerrar portas, devido à multiplicidade

de instituições de ensino.

Em algumas escolas, refere o Dr. AG, é publicado o relatório da avaliação externa para

consulta livre da comunidade escolar, porém, em alguns estados, não é obrigatório

Page 18: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

publicar este relatório, logo não se prestam contas aos interessados. A inspeção, neste

caso, funciona como um “tampão” que “esconde” escândalos e problemas provenientes

da falta de controlo do Governo, e tem como finalidade dar a conhecer as políticas

educativas ao Governo, e as decisões governamentais às Direções das escolas.

Segundo o Dr. AG, a estrutura da liderança em Inglaterra é composta por:

Central Government (Governo central): controla financeiramente, estabelece leis

e controla as estruturas das escolas

Local authorities (Autoridades locais): partilha alguns fundos e gere

necessidades especiais

Academy trusts (fundos da academia): criados para reduzir o papel das

autoridades locais, são diretamente financiadas pelo Governo central

Governing body: emprega o headteacher, contrata professores e gere as finanças

Academy board: pode delegar alguns poderes ao local governing body

A Ofsted tem o poder de inspecionar todas as autoridades acima mencionadas, à

exceção dos academy trusts. O papel da inspeção é, sobretudo, avaliar as escolas a nível

individual.

Referindo-se ao papel desempenhado pelo headteacher, o Dr. AG esclarece que estes

professores: 1) devem promover dinamismo, liderança e efetividade tendo em vista a

promoção de todo o potencial do aluno; 2) detêm muito poder decisional, porém têm

que responder perante o Governo, já que o poder arrasta consigo a necessidade de

prestar contas; 3) têm a obrigação de acompanhar os desenvolvimentos em todas as

salas de aula, de modo a dirigir o progresso da aprendizagem e também a atividade

docente; e 4) possuem o poder de recomendar ou empregar professores.

Os Inspetores nunca podem identificar uma falha ou uma situação problemática que não

tenha já sido observada por um headteacher porque esta função exige a observação

constante, tal como a presença em todas as salas de aula.

O Dr. AG continua, retratando o caso inglês: na Inglaterra as escolas possuem um alto

nível de autonomia, e recebem cerca de £5. 000, 000 por ano, provenientes de fundos

públicos; a prestação de contas deve ser realizada mediante a autoavaliação da

performance da gestão: se a autoavaliação não se apresentar satisfatória, podem

proceder ao encerramento da escola e/ou ao despedimento do headteacher.

Page 19: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

A Ofsted conta com 25 anos de experiência. No início, opinavam sobre a gestão escolar

e tinham como objetivos primordiais verificar a eficiência da escola e o currículo que lá

se lecionava.

Em 2005 a Ofsted alterou a sua metodologia e, com isso, o seu foco avaliativo:

passaram a avaliar/inspecionar o desempenho dos docentes e dos órgãos de

gestão/administração das escolas, ao invés de atentarem apenas ao headteacher a nível

individual.

Em 2009 a Ofsted providenciou a autoavaliação online; com o objetivo de apurar

evidências e conceder a monitorização, os Inspetores integraram a atividade de

observação de aulas na inspeção. Assim sendo, ao invés de se dirigirem sozinhos às

salas de aula, os Inspetores iam acompanhados pelo headteacher que realizava também

a sua avaliação.

Em 2010, com a alteração do Governo, seguiu-se a mudança de paradigma: antes a

avaliação externa seguia oito propósitos, agora segue apenas quatro: 1) The achievement

of pupils at the school; 2) The quality of teaching in the school; 3) The behavior and

safety of pupils in the school; 4) The quality of Leadership and management of the

schools.

No relatório criado a partir da inspeção, a Ofsted acrescenta informações e pormenores

com o objetivo de contribuir para a orientação das práticas da escola. O nível de detalhe

destas inspeções é elevado, o Dr. AG admite, a este respeito, que a inspeção é de tal

forma minuciosa que os Inspetores avaliam até os professores que viram o seu salário

aumentado, de modo a constatar se esse aumento se deve, de facto, à eficácia

comprovada dos profissionais.

Geralmente os relatório de autoavaliação descreve os problemas, porém não identifica

as suas causas. Neste âmbito, é da competência dos Inspetores perceber e enumerar

essas causas, propondo-lhe soluções; é inconcebível que apenas concordem com as

conclusões da escola e reafirmem o problema sem lhe apresentar antecedentes.

O Dr. AG e a audiência concordam em fazer um pequeno intervalo que se iniciou pelas

11h50 e teve fim às 12h20.

O Dr. AG recomeça a sua apresentação com a questão “Terá a inspeção algum efeito?”.

Para responder a esta pergunta foi realizada uma investigação quatro meses após a

inspeção, concedendo tempo suficiente à escola pra refletir acerca do que foi

Page 20: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

aconselhado aquando da avaliação externa. O resultado dessa investigação apresentou-

se satisfatório já que, segundo o Dr. AG, a maioria dos Diretores e dos responsáveis de

escola afirmou que é útil explicar ao staff onde e como melhorar, é neste aspeto que o

relatório pormenorizado marca a diferença, assumindo um papel fundamental.

Outra questão investigativa relacionava-se com o tempo que a escola precisou para

implementar as mudanças desde a inspeção: a maioria das escolas afirmou que

procederam às alterações logo imediatamente após a intervenção inspetiva.

Os relatórios da avaliação externa visam promover a melhoria, assim, qualquer escola

pode considerá-los úteis: “até mesmo as boas escolas podem progredir e melhorar, é

nisso que o relatório ajuda, definindo as prioridades de ação”, refere.

Entretanto, por indicação do Dr. HC, as estagiárias começaram a distribuir as folhas de

presença.

O Dr. AG continua, apesentando outras conclusões que se retiraram da investigação:

quando questionados sobre quais os aspetos que mais ajudaram aquando das visitas

inspetivas, os headteachers consideraram o feedback dado ao staff, as recomendações e

o diálogo explicativo durante a inspeção. Por outro lado, o aspeto que consideraram

menos positivo diz respeito ao feedback final que é apresentado perante poucas pessoas.

À questão referente às alterações feitas depois da inspeção, a maioria das escolas

responde que as alterações foram relativas à gestão do ensino e da qualidade.

A intervenção do Dr. AG proporcionou um espaço para questões onde a audiência,

composta essencialmente por professores e Diretores de escola, pôde participar. Esta

apresentação finalizou-se pelas 13h12. Chegada a hora de almoço, fez-se uma

interrupção de quase duas horas.

A formação iniciou novamente pelas 14h50 com a intervenção da Dra. HC,

coordenadora do grupo diretor da Whole School Inspection (WSI), que aborda a

“Atividade inspetiva da WSI nas Escolas Europeias”.

A Dra. HC refere que a WSI valoriza e incentiva a autoavaliação das escolas como

forma de lhes conceder autonomia e responsabilidade perante as conclusões que retiram

acerca das suas ações e, numa fase posterior – após a análise das recomendações feitas

no relatório de avaliação externa – sobre as decisões de melhoramento que pretendem

Page 21: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

efetivar. Na atividade da WSI os órgãos de gestão e administração são avaliados como

equipa - embora cada membro seja avaliado individualmente pelo Secretário-Geral das

EE – não se observando, assim, a existência de uma figura líder nas EE; a liderança está

presente na avaliação externa pela WSI, porém como conceito implícito.

Terminada a exposição da Dra. HC que brevemente caracterizou o conceito de liderança

nas EE, inicia-se a intervenção do Dr. JP, Inspetor da IGEC, com a temática

“Evaluating School Leadership”. A sua apresentação, esclarece, baseia-se num

workshop onde participou, na Sérvia (ver diário de campo de 29 de setembro de 2015).

Fundamenta a sua exposição nas conclusões que pôde apurar, são elas: 1) a grande

maioria das inspeções dos países que estiveram presentes no workshop não tem

implementado um sistema direto de avaliação das lideranças; 2) a avaliação das

lideranças surge aquando de uma avaliação externa das escolas especialmente concebida

para esse efeito; 3) a perspetiva que encara o professor como líder na sala de aula

(Teacher’s Leadership) e os órgãos de liderança de topo como motores para o

desenvolvimento da organização educativa; 4) a liderança pode ser percebida através da

observação da ação diária dos professores que se mostram recetivos à participação em

ações inovadoras e adeptos da inclusão da comunidade educativa no quotidiano da

escola; 5) aspetos como a qualidade do trabalho desenvolvido pelos professores e a sua

contribuição para a reforma do sistema educativo constituem as principais alavancas

para o desenvolvimento positivo da escola; 6) a capacidade de liderança deve ser um

objetivo primordial aquando da formação ministrada a todos os profissionais da

educação: possibilita-lhes intervir como agentes de mudança na escola; 7) a qualidade

dos professores e da sua ação revelam-se essenciais para a concretização da liderança na

escola; 8) o diretor deve assumir o papel de facilitador das práticas de liderança no

contexto escolar; 9) a qualidade das lideranças intermédias deve estar no foco da

atividade avaliativa; e 10) a prestação de contas é definida pelo orador como “pré-

condição para o desenvolvimento da eficiência/eficácia das organizações escolares”.

A Dra. L toma a palavra, pretendendo apresentar as conclusões que retirou do simpósio

“Excellence, Equality and Equity: Improving the Quality of Education for all” realizado

na Suíça, de 02 a 04 de setembro.

O discurso da Dra. L foi iniciado pelas características que os Diretores devem possuir,

segundo a perspetiva dos professores. Assim, os Diretores devem ser:

Page 22: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Solidários: demonstrando o seu apoio, de modo imparcial, aos professores,

alunos, encarregados de educação e à restante comunidade educativa;

Organizados e acessíveis: assumindo uma posição de líder perante as várias

equipas que se estabelecem no contexto escolar; delineia tarefas e garante a sua

execução de modo metódico e assertivo; mostra-se sensível e recetível ao

acolhimento de novos membros na escola;

Conhecedores: devem ser qualificados academicamente, conhecedores das

atividades diárias das escolas e detentores de know-how para resolverem

problemas que surjam no âmbito escolar;

Respeitadores: agindo em conformidade e equidade com todos os agentes

educativos.

Segundo a Dra. L, o conceito de liderança colaborativa consiste “num processo aberto,

complexo e adaptável” que deve ser construído mediante o esforço conjunto da

comunidade educativa. Pelo que apurou no simpósio, a Dra. L pôde reunir dez

constructos chave relativamente à liderança pedagógica nas escolas, são eles: polifonia

(consenso), interação, experiência, flexibilidade, compromisso, responsabilidade,

negociação, tomada de decisão, controlo baseado na confiança e avaliação.

A liderança, esclarece a Dra. L, envolve a reflexão produtiva e diferenciada,

constituindo um trabalho intelectual complexo mas fundamental. A complexidade

assenta essencialmente na necessidade de conjugar ações de coordenação e de

planeamento que sejam, em simultâneo, flexíveis devido à ambiguidade dos contextos.

A Dra. L adianta esta ideia, referindo que “a liderança é dinâmica, evolutiva, pessoal e,

ao mesmo tempo, coletiva” e pode ser aprendida ou desenvolvida mediante a

autoavaliação e o autoconhecimento. Assim, o Diretor deve ser um líder com

disponibilidade para aprender, capacidade para construir, consciência acerca do papel de

deve desempenhar e, sobretudo, perspetivar-se como um agente de mudança que se

adapta a qualquer contexto, regendo-se por princípios morais.

O próximo orador, o professor MR, Diretor de uma escola, abordou o tema “Impacto

das Lideranças no quotidiano da Escola”. O professor começou por focar o impacto da

liderança sobre as práticas educativas. Neste âmbito, apresentou quatro eixos de atuação

prioritários na ação educativa da escola: 1) Melhoria das Aprendizagens; 2) Prevenção

Page 23: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

do abandono, absentismo e indisciplina; 3) Gestão e Organização e 4) Relação

Escola/Famílias e Comunidade.

O Diretor referiu que, no seu agrupamento, é realizada uma análise SWOT àqueles que

foram os pontos fortes, as áreas de melhoria, as ameaças, os constrangimentos e a

oportunidades apontados aquando da AEE.

Dentro da temática da AEE relacionada com a valorização das lideranças na escola, o

orador enalteceu a importância de existir um amigo crítico, externo à escola, que

aconselha e apoia a atuação do agrupamento, que dá pistas para a conceção de planos de

melhoria ajustáveis à realidade de cada escola, que gere o compromisso escolar por

metas e que promove a discussão de partilha intraescola e o trabalho em equipa, com a

participação em microrredes escolares.

Baseando o seu discurso na experiência profissional que possui, o Diretor adianta que a

gestão pedagógica integrada do agrupamento envolve a gestão do percurso escolar do

aluno (relativamente ao currículo, ao enriquecimento curricular e extracurricular) e a

gestão de recursos e de tomada de decisão (que se referem, respetivamente, aos recursos

humanos/financeiros e a uma gestão participada que rege a sua ação consoante os

princípios e a missão da escola).

O acompanhamento das práticas pedagógicas, esclarece, é garantido mediante uma

monitorização que tem como base a regulação pelos resultados, a melhoria contínua e a

recolha de evidências que pretendem garantir a prestação de contas às entidades

avaliativas externas.

Segue-se outra apresentação, desta vez pela coordenadora dos Diretores de turma dos

cursos profissionais, professora SS. O tema mantém-se e, a esse propósito, a professora

garante que a atividade inspetiva da IGEC tem contribuído para a melhoria do serviço

educativo já que conferiu à escola um plano de acompanhamento da ação educativa e

facilitou a identificação dos pontos fortes e das áreas de melhoria.

O plano de acompanhamento deste agrupamento estabelece diversas metas, entre as

quais: o crescente envolvimento dos Diretores de turma, pais/encarregados de educação

e docentes, a execução do programa de tutorias, o envolvimento e implicação dos

alunos e a coadjuvação de aulas. A maioria destas metas, garante, já foram alcançadas.

No que se refere ao impacto das lideranças, a professora fez referência às competências

que, na sua perspetiva, devem constituir um bom líder em contexto educativo: a

Page 24: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

autonomia, a assertividade, a capacidade para gerir conflitos, a capacidade de adaptação

à mudança e a abertura a novas ideias.

Muda-se o painel e, com isso, os oradores. Este painel dedicou-se aos “Efeitos da

Avaliação Externa na liderança do agrupamento de escolas” e foi apresentado por três

coordenadores de departamento do 1.º ciclo.

A exposição é iniciada com o impacto da avaliação externa na liderança do

agrupamento que vêm representar; sobre este ponto referem algumas das ações

desenvolvidas no 1.º ciclo: 1) as permutas (no 3.º e 4.º anos); 2) a coadjuvação; 3) os

testes intermédios (internos à escola); 4) a ação “Ler num minuto”; assessorias de

Português e Matemática (no 2.º ciclo); 5) turmas de perfil (do 5.º ao 8.º ano); 6)

“Oficina Consigo” em Português e Matemática (no 7.º e 8.º anos); 7) o reforço

curricular nas disciplinas de exame e 8) supervisão pedagógica.

Em tom de agradecimento, a coordenadora do 1.º ciclo confessa que a inspeção ajudou à

monitorização, à reflexão e à (re)orientação de estratégias, promovendo a melhoria do

processo ensino-aprendizagem.

Aproveitando esta ideia, os oradores esclarecem que o cumprimento das metas e a

concretização da missão da escola devem ser apoiados pelo exercício da liderança de

topo, reconhecendo também as responsabilidades afetas à liderança intermédia, à

importância de conhecer a realidade educativa e ao trabalho colaborativo e partilhado.

Assim, “a emergência de lideranças eficientes são essenciais para criar boas dinâmicas

que conduzam à melhoria nas aprendizagens dos alunos e, consequentemente, ao

sucesso escolar”.

Por requisição da audiência foi realizado um breve intervalo.

O regresso ao auditório foi marcado pela intervenção da Doutora LL e do Doutor. J

(referenciados na formação de 28 de setembro) que trouxeram o tema “Modelos de

comparação estatística dos resultados escolares: Modelos para comparação estatística

dos resultados académicos em escolas de contexto análogo e Modelos para análise da

progressão académica dos alunos em escolas básicas e secundárias”.

A exposição foi iniciada pela Doutora LL que começou por referir o desfasamento

temporal de dois anos na comparação estatística dos alunos, o que afeta a AEE.

Page 25: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Apresentou os modelos para comparação estatística e admite que as variáveis se

mantêm no ano letivo 2015/2016.

O Doutor J tomou a palavra, apresentando os indicadores estatísticos adotados e

presentes no site InfoEscolas: 1) demográficos – número de alunos por ano curricular e

distribuição dos alunos por idade e sexo e 2) acerca do desempenho da escola –

indicador da progressão dos alunos entre o 6.º ano e o 9.º ano, a taxa de retenção ou a

desistência dos alunos, indicador dos resultados no 9.º ano em contexto e indicador da

promoção do sucesso escolar.

A formação terminou pelas 18h00, após um espaço dedicado à discussão de

determinados conceitos trabalhados durante o dia. As estagiárias transportaram os

microfones até à audiência e, terminada a sessão, ajudaram na arrumação do auditório e

na recolha e organização das folhas de presenças.

Reunião sobre a AEE: Memorando da equipa de reflexão

27 janeiro 2016

No dia 27 de janeiro de 2016 reunimo-nos, pelas 10h00, na sala de reuniões da ATISul

com o objetivo de tratar questões relativas à AEE, através da elaboração conjunta da

matriz de referência que esclarece o papel de cada um dos intervenientes na AEE e a

metodologia que esta atividade segue. Estão presentes dez Inspetores da IGEC, estes

profissionais formam a equipa de reflexão que se encontra frequentemente para discutir

questões de natureza diversa, consoante as situações que surjam.

O Dr. HG assume o comando da reunião e pede que os presentes só interfiram ao final

de cada temática de modo a garantir que todos recebem as informações e podem

participar de forma ordenada, depois.

Fala-se, primeiramente, da formação dos Inspetores e dos peritos externos que se realiza

anualmente, aborda um quadro de referência e envolve uma metodologia prática. Em

seguida aborda-se a composição da equipa de AEE, atualmente constituída por dois

Inspetores e um perito externo proposto pelas instituições de ensino superior e cuja

formação se relaciona ou não com a área da educação: porém tem que estar

familiarizado com o mundo da educação e do ensino. Estes peritos externos podem ser

também Diretores e docentes do ensino não superior: deve ser criada uma bolsa

Page 26: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

heterogénea de peritos, e a equipa de AEE deve ter em consideração as especificidades

de cada escola (atentando, por exemplo, às diferenças entre uma escola que ministra

ensino regular e outra que proporciona ensino profissional). Assim, o primeiro aspeto

reformulado na matriz diz respeito à bolsa de peritos externos, onde se acrescenta:

“alargar a bolsa de peritos externos a outros profissionais com vasto conhecimento das

escolas e do sistema educativo”.

Quanto às funções do coordenador/relator da AEE (um dos dois Inspetores da AEE)

escreve-se: “O coordenador de equipa assume a responsabilidade de redigir o texto do

relatório: a estratégia de redação do relatório deve ser definida em conjunto, com a

equipa.”, de mais adianta: “O coordenador, em articulação com a equipa, estabelece a

estratégia de apresentação das conclusões provisórias à escola. O relatório é assinado

pela equipa.”.

A discussão entre os elementos do grupo de trabalho é constante, alteram-se conceitos

mediante a reflexão conjunta.

Passam, em seguida, ao campo referente à responsabilidade do perito externo onde

esclarecem: “O perito externo deve participar na OPL (Observação da Prática Letiva)”

e, por isso, “deve receber formação para o efeito”.

Discutindo os procedimentos prévios à intervenção inspetiva relativamente à seleção

das escolas e aos ciclos de avaliação decide-se: a definição das escolas a avaliar deve

ser feita a partir da Análise de Risco: diferenciar os ciclos de avaliação de cada escola

em função dos resultados da AEE anterior: priorização das escolas/ciclos de avaliação.

Relativamente ao quadro de referência em que constava: “O quadro de referência é

composto por Domínios, Campos e análise, Objetos de avaliação, Referentes e

Indicadores”, passou a constar: “O quadro de referência é composto por Domínios,

Campos e análise, Objetos de avaliação e Indicadores”. Esta alteração tem o objetivo de

garantir uma pormenorização progressiva que evite o questionamento acerca da

definição dos conceitos utilizados.

Na revisão dos Resultados Académicos – primeiro domínio de avaliação/campo de

análise tido em conta aquando da AEE – estabelece-se que os agora Objetos de

avaliação devem consistir: “1) Resultados internos, 2) Resultados externos, 3)

Page 27: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Qualidade do sucesso, 4) Resultados de outras ofertas formativas e no abandono e

desistência”.

A este propósito um dos elementos do grupo de trabalho levanta a questão: O que é a

qualidade do sucesso? Espera-se que a matriz de referência clarifique esse conceito.

Todos acedem e continuam.

No que diz respeito aos Resultados Sociais - segundo domínio de avaliação/campo de

análise tido em conta aquando da AEE -, o grupo de trabalho estabelece como Objetos

de avaliação: “1) Participação na vida da escola, assunção de responsabilidade e

cumprimento de regras e disciplina, 2) Impacto da escola na vida dos alunos, 3) Formas

de solidariedade (cujo indicador ainda deve ser criado), e 4) Prevenção do bullying.

Relativamente ao Reconhecimento da Comunidade - terceiro domínio de

avaliação/campo de análise tido em conta aquando da AEE – decidem-se como Objetos

de avaliação: “1) Grau de satisfação da comunidade educativa; 2) Formas de

valorização dos sucessos dos alunos, 3) Contributo da escola para o desenvolvimento da

comunidade envolvente”.

Pelas 13h00 a reunião é interrompida para almoço, e somos informadas de que não é

necessário assistir à segunda parte do encontro porque o grupo de trabalho deve tratar

questões que, segundo o Dr. HG, podem não representar interesse para as estagiárias e

que, além disso, possuem um caráter confidencial.

Formação sobre a Observação de práticas em sala de aula

05 fevereiro 2016

No dia 05 de fevereiro de 2016, a convite do Dr. HG e da Dra. RM (Inspetores da AEE

que pudemos observar), eu e a minha colega Soraia dirigimo-nos ao auditório da Escola

Superior de Educação com o objetivo de assistir a uma formação ministrada pelo

professor PR, professor e supervisor no 1.º, 2.º e 3.º ciclos e atualmente docente do IE,

acerca da observação de práticas em sala de aula. A audiência junta Inspetores de todas

as zonas do país.

Page 28: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

O Dr. PR começa por esclarecer os pressupostos da sessão, são eles: 1) a qualidade da

ação educativa tem um impacto positivo nas aprendizagens dos alunos; 2) a observação

e a discussão de aulas constituem fatores decisivos na promoção da reflexão sobre a

prática, no desenvolvimento profissional dos professores e, consequentemente na

melhoria da ação educativa; 3) tanto professores observados como observadores

beneficiam da observação e da discussão de aulas.

Apresentados os pressupostos, o Dr. PR pede a colaboração da audiência, perguntando

as suas expectativas quanto à sessão, de modo a orientar a sua exposição nesse sentido.

Em resposta, os Inspetores expõem as suas dúvidas, essencialmente relativas à

observação de práticas em sala de aula: “Como fazer, porquê e o que observar?”, “O

momento da reflexão sobre a prática observada é fundamental. O que é refletir? Como

fazê-lo?”.

O Dr. PR toma nota dos comentários que foram sendo proferidos e inicia a sua

exposição dizendo que a aprendizagem dos alunos depende, em grande parte, da ação

do professor e que a formação de professores sugere um desejo de mudança

(nomeadamente quando os alunos não atingem os objetivos), proporciona a adoção de

práticas e metodologias benéficas ao desenvolvimento do aluno, estas novas aquisições

do professor devem ser observadas, discutidas e refletidas: o Dr. PR refere que a

observação, por si só, não se mostra suficiente e que, por isso, deve existir alguém que

levante questões (um amigo crítico) e que sensibilize o professor para aspetos

diferentes.

Assim, o diagnóstico de problemas ou de práticas inovadoras é essencial.

O Dr. PR levanta a questão: “Como definir os focos de observação e os planos de

ação/melhoria? O objetivo da observação é avaliar: o que, como e porquê observar?”

Para responder a esta questão, o orador propõe aos Inspetores que definam, a pares,

quais são os focos de observação e como é que podem criar práticas, numa perspetiva de

acompanhamento ou supervisão.

Após ouvir a resposta dos grupos, o orador apresentou as suas próprias conclusões,

baseadas em três pontos:

1) a observação da prática letiva deve focar-se na clareza e explicitação dos

conteúdos; na gestão da aula/turma; na diversidade de metodologias e materiais;

na gestão do comportamento da turma e a interação professor-aluno-aluno; na

Page 29: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

avaliação permanente que permita constatar a eficácia do processo de ensino-

aprendizagem.

2) a criação de novas práticas deve ter em consideração a diferenciação pedagógica

em sala de aula. Esta diferenciação pode e deve ser promovida pela realização de

reuniões de ano/disciplina onde exista uma partilha das características dos

alunos tendo em vista o planeamento conjunto de estratégias benéficas à

aprendizagem: como tarefas diversificadas e diferentes instrumentos de

avaliação. Depois de testadas as estratégias, os professores devem reunir-se

novamente a fim de refletir acerca dos resultados obtidos.

3) a observação em sala de aula deve apurar o modelo utilizado por cada professor

aquando da prática de aula (os modelos adotados por um professor são retirados

da sua experiência enquanto aluno ou da sua formação inicial: assim, há

tendência para se perpetuarem os modelos) e questionar “que sistema educativo

queremos?”.

Referindo-se aos tipos de observação de aulas, o Dr. PR refere que existem três tipos de

observação em sala de aula:

1) a observação de práticas consideradas interessantes com o objetivo de promover,

por exemplo, o contacto com uma diversidade de abordagens, metodologias,

atividades e comportamentos específicos. Neste caso, a observação e a discussão

das informações recolhidas destinam-se a ampliar os conhecimentos e as

capacidades profissionais do observador, constituindo um catalisador importante

de aprendizagem e mudança.

2) a observação em que o professor observado tem a possibilidade de selecionar

tanto o foco da observação como a pessoa que considera mais qualificada para o

observar e apoiar o seu desenvolvimento profissional. Pretende-se a criação de

um clima de respeito, apoio e desenvolvimento mútuos. O foco da observação

centra-se em aspetos relativamente aos quais o professor observado deseja obter

comentários e sugestões de melhoria. Por vezes, os professores observam as

aulas um do outro, alternando os papéis de observador e observado.

3) a observação que pretende criar comunidades de aprendizagem compostas pelos

professores da escola que fomentem a cooperação e a colaboração, não só entre

colegas da mesma disciplina, como também de disciplinas diferentes. Estas

Page 30: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

comunidades permitem a partilha de metodologias e a alteração dos papéis de

observador e observado.

Acerca da observação e dos processos supervisivos, o Dr. PR apresenta quatro pontos,

são eles:

um período probatório ou um processo de indução profissional, para promover a

integração do docente na comunidade educativa e nas funções a desempenhar;

um estágio de iniciação à prática profissional, para proporcionar o contacto com

práticas de ensino particularmente interessantes ou permitir a observação, a

reflexão e o desenvolvimento de competências profissionais dos estagiários com

o apoio de um supervisor;

processos informais de apoio e desenvolvimento profissional nas escolas,

envolvendo grupos de professores na observação, análise e discussão recíprocas

de aulas;

processos formais de avaliação do desempenho docente, que reconheçam o

mérito, constituam um desafio para o desenvolvimento dos professores e apoiem

a identificação e superação de fragilidades.

O Dr. PR prossegue, abordando os benefícios, as limitações e a aplicabilidade da

observação formal e informal. Para responder a este tópico organiza o seu discurso em

cinco tópicos:

1) É preciso que a escola se perspetive como aprendente: tem que estar motivada

para progredir e alterar práticas. Na observação informal, a limitação diz

respeito à falta de foco, logo a reflexão não será suficientemente específica

2) Quando pensamos na atividade da IGEC, pensamos mais na observação e

análise do funcionamento da organização do que da sala de sala. A observação

formal permite reforçar a coesão da organização

3) Como é que, do ponto de vista da IGEC, podemos ajudar as escolas a criar essa

cultura? Na escola, os professores não percebem a razão da observação. Mais

importante do que a observação do professor, é a observação do impacto da ação

do professor na totalidade dos alunos – assim começa-se a perceber a

importância da ação do professor nos resultados dos alunos. O grande desafio é

Page 31: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

conseguir que os professores percebam que a observação é benéfica para a

colegialidade entre os professores e para a aprendizagem dos alunos

4) Existem situações em que os professores recusam coadjuvação e participação

externa na sala. Torna-se fundamental alterar a consciência do corpo docente. E

esta consciência só será alterada com a experimentação, não com diálogos

puramente motivadores. A IGEC não tem que estar isolada nesta tarefa, os

agrupamentos têm parcerias com instituições do ensino superior que podem

ajudar a implementar este tipo de iniciativa: é preciso naturalizar o ato de

observar e mostrar a utilidade do feedback que também deve enaltecer os aspetos

positivos percebidos

5) Na observação formal de curta duração sem foco e formalização de reuniões,

podem surgir algumas contrariedades, já que pode ser feita uma conclusão pouco

criteriosa e mais impressionista, devido ao curto espaço de tempo

Dada a hora, o Dr. PR propõe uma pausa para o almoço, e todos os presentes apoiam a

ideia. Combinam estar de volta pelas 14h30.

A segunda parte do encontro foi iniciada pela apresentação de cinco benefícios da

definição de metas de aprendizagem e desenvolvimento. São eles:

1) uma oportunidade de discussão e negociação entre professores e mentores ou

supervisores;

2) um foco claro para o trabalho do professor;

3) um foco claro para o apoio dos mentores ou supervisores;

4) uma oportunidade para se definirem prioridades em relação às tarefas e à

utilização de recursos;

5) uma oportunidade para o posterior reconhecimento da concretização dos

objetivos propostos.

O Dr. PR expõe, em seguida, seis estágios de desenvolvimento de uma prática reflexiva:

1) identificar um aspeto da prática profissional que suscite particular interesse ou

preocupação;

2) focar a ação e a reflexão num aspeto que suscite particular interesse ou

preocupação;

3) conceber uma estratégia de ação/melhoramento;

Page 32: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

4) implementar essa estratégia de ação/melhoramento e recolher evidências do seu

impacto nos alunos, na escola, etc.;

5) avaliar a estratégia com base nas evidências recolhidas;

6) fundamentar uma proposta de mudança da prática com base nos resultados

obtidos.

Assim, conclui, “qualquer processo supervisivo procura reforçar a capacidade das

escolas contribuírem de forma mais eficaz para a educação e para o sucesso académico

de cada um dos seus alunos, através da promoção da interação, da capacidade de

resolução de problemas e do desenvolvimento profissional dos professores”.

As estratégias de supervisão referidas abrangem 1) Tutoria ou Mentorado; 2)

Desenvolvimento profissional autodirigido; 3) Investigação-Ação; 4) Grupos de

desenvolvimento colegial.

A Tutoria ou Mentorado são proporcionados por um professor experiente que facilita a

indução de um professor em início de carreira.

O Desenvolvimento profissional autodirigido diz respeito ao trabalho individual e,

segundo o Dr. PR, instrumentaliza-se quando se pede ao professor que enumere um

aspeto que pretende melhorar enquanto profissional e o docente tem o

comprometimento de melhorar, apoiado por formação.

A Investigação-Ação dá-se a par do diagnóstico e identificação de um problema e

objetiva encontrar e promover estratégias de resolução do problema; o sucesso das

medidas de resolução apura-se pela posterior avaliação. Este processo pode exigir vários

ciclos, uma vez que o objetivo é encontrar soluções totalmente eficazes.

Os Grupos de desenvolvimento colegial preveem um percurso “mais ou menos

individual”, pretendem identificar problemas e criar as respetivas soluções; segundo o

Dr. PR, estes grupos podem envolver profissionais de áreas específicas e benéficas à

resolução de problemas.

Como forma de terminar a sua intervenção, o Dr. PR clarifica que todas as estratégias

apresentadas ao longo do dia podem contribuir para a resolução de problemas já que,

por incentiva ao trabalho colaborativo docente que abrange um maior número de grupos

disciplinares com o propósito de avaliar o seu próprio desempenho e, posteriormente,

construir metas que guiem e definam a sua ação pedagógica; este trabalho em grupo

permite uma reflexão alargada e beneficia, além da reflexão das próprias práticas, a

difusão de boas práticas.

Page 33: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Reunião do grupo de trabalho acerca da Avaliação Externa das Escolas

03 março 2016

No dia 03 de março de 2016 assistimos, a convite do Dr. HG, à reunião da equipa de

reflexão composta por Inspetores da ATINorte, ATICentro e ATISul. Pelas 10h30, e

com o objetivo de assistir ao ponto de situação do trabalho realizado pelo grupo,

dirigimo-nos à sala de reuniões do 4.º andar da IGEC.

Esta é a primeira reunião do grupo no ano letivo 2015/2016. A reunião inicia, por

concordância de todos os presentes, pela voz de um Inspetor da ATISul que esclarece

que para o presente ano letivo estão previstas 52 atividades de AEE, destas faltam

realizar 16. Até então já produziram 26 relatórios, sendo que 13 já foram enviados para

as escolas e não receberam ainda nenhum contraditório. O processo de intervenção nas

escolas está a decorrer calmamente, garante.

A Dra. L, coordenadora do EMEE, toma a palavra, abordando as recomendações

escritas nos relatórios de AEE, uma vez que – diz – notam-se muitas diferenças entre a

estrutura e a elaboração das mesmas; o Inspetor da ATIN diz, como modo de

complementar a ideia da Dra. L, que é frequente que as áreas de melhoria sejam

semelhantes em escolas que obtiveram classificações diferentes, logo torna-se

necessário explicitar/clarificar quais são as áreas onde cada escola deverá efetivamente

investir. O Dr. HG entra na argumentação, referindo que, por vezes, noutros países, as

equipas avaliativas evitam as recomendações - dado que existem aspetos que a escola

não pode/consegue alterar per si – e focam-se nos pontos fortes e nas áreas de melhoria.

Os elementos grupo discutem o conceito de recomendação; esclarecem que

normalmente uma recomendação vem antecedida por um “deverá” que não fornece

exatamente uma solução mas sim a identificação das áreas a melhorar. O grupo continua

a apresentar dúvidas a este propósito e, por isso, é analisado um relatório sugerido pela

Dra. L.

O Inspetor da ATISul defende é difícil evitar as recomendações, contudo devem

procurar evitar vocabulário que possa induzir a ação, como o “deverá”. Levanta a

questão do número de pontos fortes face ao número de áreas de melhoria apontados,

perguntando, retoricamente, se tem que existir um equilíbrio. Não – conclui -, não tem,

mesmo que o objetivo seja dar um reforço positivo (através dos pontos fortes) à escola.

A Inspetora da ATISul expõe também a sua perspetiva, referindo que existem relatórios

formatados que terão pouca ou nenhuma praticidade na escola.

Page 34: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

A Dra. L esclarece que os relatórios estão globalmente bem elaborados, todavia, por

vezes, falta-lhes juízo avaliativo e predomina o descritivo: quando, a nível da IGEC,

elaboram comentários acerca deste pormenor, as equipas avaliativas mostram-se

recetivas e procuram alterar este aspeto, melhorando a sua prática.

A Inspetora da ATISul mostra-se preocupada acerca dos relatórios que, quando

elaborados pela mesma equipa, são idênticos. O Inspetor da ATINorte defende que

essas similitudes têm a ver com o estilo de escrita de quem elabora os relatórios.

O Inspetor da ATICentro dá por concluído o tópico referente aos relatórios e inicia a

exposição dos seus dados quanto à AEE: durante o presente ano letivo, os Inspetores da

ATICentro estão responsáveis por avaliar 19 agrupamentos, e têm também que proceder

à avaliação de escolas com contratos de autonomia. Acrescenta dizendo que, como os

agrupamentos do Centro são recentes, as equipas têm algumas dificuldades em calcular

a evolução e o progresso das escolas; para colmatar esta dificuldade, os Inspetores do

Centro realizam reuniões periódicas onde discutem os resultados, nomeadamente os do

domínio Resultados académicos. O Inspetor da ATICentro admite também sentir

dificuldades no que concerne à análise dos documentos enviados pelas escolas, devido à

quantidade (“é um número excessivo de documentos”). Adianta ainda que as áreas de

melhoria devem ser apresentadas com clareza e questiona: “Não será importante

questionar as escolas acerca da AEE e, no final do 2.º ciclo de avaliação externa, tentar

perceber o impacto da AEE nas escolas?”, este seria um trabalho que vai além dos

questionários já enviados aos Diretores.

A discussão arrasta-se por mais algum tempo, e são novamente focados os números de

pontes fortes e de áreas de melhoria.

O grupo dá a reunião por terminada pelas 12h40.

Formação acerca da Avaliação dos Contratos de Autonomia (ACA)

22 março 2016

No dia 22 de março de 2016 dirigimo-nos à sala de reuniões do 2.º andar com o

propósito de ouvir falar sobre a Avaliação dos Contratos de Autonomia (ACA). Esta

formação dedica-se aos 20 Inspetores e chefes de equipa presentes, e teve início pelas

10h30.

Page 35: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

O tema é introduzido pelo Subinspetor-Geral que faz a apresentação da ordem de

trabalhos e, no decorrer, informa que a IGEC estabeleceu um dia para a elaboração do

relatório a ser realizado no domicílio profissional.

O Dr. HG informa-nos, entretanto, que se seguirá a apresentação do Dr. CM que fará

um enquadramento interessante, acedemos.

O Dr. CM inicia a sua apresentação referindo que o seu propósito é preparar os

Inspetores para a realidade escolar. Começando por defender que a democracia trouxe

um discurso a favor da descentralização e da autonomia das escolas, porém, na prática,

o Estado não abdicou da quase total regulação, criando um sistema administrativo

central, com grande dimensão e peso.

Apresenta, como meio de justificar a sua afirmação, o regime jurídico da autonomia das

escolas dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário, constante do

Decreto-Lei n.º 43/89, de 3 de fevereiro.

A ACA é um contrato interadministrativo – garante - já que é celebrado entre pessoas

do Estado constituindo, no fundo, um acordo. A autonomia, não estando definida na lei,

muda consoante o legislador. Como forma de ilustrar a sua perspetiva, o Dr. CM

apresenta diferentes definições do conceito de autonomia. Entre as quais dá a conhecer a

sua própria conceção do constructo: “Autonomia pode ser definida como a concessão de

poder às escolas – concretamente aos seus órgãos de direção, administração e gestão,

por um período a definir, a fim de que estas possam desenvolver a sua atividade de

prestação do serviço público de educação”, concluindo a definição com a pergunta

retórica: “Poder lato ou pequenas liberdades?”

A apresentação avançou, agora com a definição dos conceitos de descentralização e de

desconcentração.

Segundo Dr. CM, o conceito de descentralização diz respeito, “do ponto de vista

jurídico, a um processo de atribuição de competências a pessoas coletivas territoriais

para além do Estado, maxime as autarquias locais, as quais prosseguem fins próprios”.

Por sua vez, “a desconcentração de competências significa, do ponto de vista jurídico,

um processo de descongestionamento de competências dentro da mesma pessoa

coletiva, conferindo-se a funcionários ou agentes subalternos certos poderes decisórios,

os quais numa administração concentrada estariam reservados exclusivamente ao nível

superior”, esclarece.

Esta fundamentação teórica teve em vista a apresentação, em pormenor, dos contratos

de autonomia e da respetiva avaliação, com recurso aos normativos.

Page 36: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

O regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos da

educação Pré-escolar e dos ensinos Básico e Secundário (RAAG) constam no Decreto-

Lei n.º 75/2008, de 22 de abril; e no Decreto-Lei n.º 137/2012, de 2 de julho.

Posto isto, foram citados os seguintes pontos (Decreto-Lei 137/2012; Portaria n.º

265/2012, de 30 de agosto):

Contratos de autonomia

Artigo 9.º - Instrumentos de autonomia

“3 - O contrato de autonomia constitui o instrumento de desenvolvimento e

aprofundamento da autonomia dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas.”

Decreto-Lei 137/2012

Capítulo VII:

Artigo 56.º - Desenvolvimento da autonomia

“1 — A autonomia dos agrupamentos de escolas e das escolas não agrupadas

desenvolve-se e aprofunda-se com base na sua iniciativa e segundo um processo ao

longo do qual lhe podem ser reconhecidos diferentes níveis de competência e de

responsabilidade, de acordo com a capacidade demonstrada para assegurar o respetivo

exercício.”

Artigo 57.º - Contratos de autonomia

“1 — Por contrato de autonomia entende-se o acordo celebrado entre a escola, o

Ministério da Educação e Ciência, a câmara municipal e, eventualmente, outros

parceiros da comunidade interessados, através do qual se definem objetivos e se fixam

as condições que viabilizam o desenvolvimento do projeto educativo apresentado pelos

órgãos de administração e gestão de uma escola ou de um agrupamento de escolas.”

Artigo 58.º - Atribuição de competências

“1 — O desenvolvimento da autonomia processa-se pela atribuição de competências

nos seguintes domínios:

Page 37: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

a) Gestão flexível do currículo, com possibilidade de inclusão de componentes regionais

e locais, respeitando os núcleos essenciais definidos a nível nacional;

b) Oferta de cursos com planos curriculares próprios, no respeito pelos objetivos do

sistema nacional de educação;

c) Gestão de um crédito global de horas de serviço docente, incluindo a componente

letiva, não letiva, o exercício de cargos de administração, gestão e orientação educativa

e ainda o desenvolvimento de projetos de ação e inovação;

d) Adoção de normas próprias sobre horários, tempos letivos, constituição de turmas ou

grupos de alunos e ocupação de espaços;

e) Recrutamento e seleção do pessoal docente e não docente, nos termos da legislação

aplicável;

f) Extensão das áreas que integram os serviços técnicos e técnico -pedagógicos e suas

formas de organização;

g) Gestão e execução do orçamento, através de uma afetação global de meios;

h) Possibilidade de autofinanciamento e gestão de receitas que lhe estão consignadas;

i) Aquisição de bens e serviços e execução de obras, dentro de limites a definir;

j) Adoção de uma cultura de avaliação nos domínios da avaliação interna da escola, da

avaliação dos desempenhos docentes e da avaliação da aprendizagem dos alunos,

orientada para a melhoria da qualidade da prestação do serviço público de educação.”

Portaria n.º 265/2012, de 30 de agosto

Artigo 2.º - Âmbito de aplicação

“A presente portaria aplica-se às escolas da rede pública de educação pré-escolar e dos

ensinos básico e secundário que, querendo assumir e desenvolver maior autonomia

pedagógica, curricular, administrativa e cultural, manifestem interesse em celebrar com

o Ministério da Educação e Ciência, e eventualmente outros parceiros e entidades, um

contrato de autonomia, nos termos previstos no Decreto- -Lei n.º 75/2008, de 22 de

abril, na redação dada pelo Decreto -Lei n.º 137/2012, de 2 de julho, e definidos no

presente diploma.”

Artigo 6.º - Requisitos

Page 38: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

“A celebração do contrato de autonomia está sujeita ao preenchimento das seguintes

condições:

a) Aprovação pelo conselho geral de um plano de desenvolvimento da autonomia que

vise melhorar o serviço público de educação, potenciar os recursos da escola e superar

de modo sustentado as suas debilidades, materializado na aprovação prévia da minuta

do contrato a celebrar;

b) A apresentação de um projeto educativo contextualizado, consistente e

fundamentado;

c) A conclusão do procedimento de avaliação externa nos termos da lei e demais normas

regulamentares aplicáveis;

d) Adoção por parte da escola de dispositivos e práticas de autoavaliação adequadas e

consequentes.”

Avaliação dos Contratos de Autonomia

Artigo 10.º - Avaliação dos resultados

“1 — A avaliação dos resultados dos contratos de autonomia incumbe à Inspeção-Geral

de Educação e Ciência, no quadro das competências de avaliação externa das escolas

que lhe estão legalmente atribuídas.

2 — Sem prejuízo do quadro de referência de avaliação externa utilizado pela Inspeção-

Geral da Educação e Ciência, na avaliação do cumprimento do contrato, são

especialmente considerados a evolução dos resultados escolares obtidos pelos alunos

em avaliação externa, nomeadamente Provas Finais de Ciclo e Exames, a eficácia na

gestão dos recursos atribuídos à escola, o conteúdo do relatório de progresso, bem como

o parecer da comissão de acompanhamento a que se refere o artigo anterior.”

Artigo 11.º - Renovação dos contratos

“1 — Os contratos de autonomia podem, por acordo expresso de ambas as partes, ser

renovados por período igual ou diferente do inicialmente ajustado, mas nunca inferior a

um ano escolar, nos termos previstos na presente portaria, e tendo ainda presente o

disposto no número seguinte.

2 — A renovação dos contratos de autonomia depende, entre outras, de avaliação

positiva: a) Do grau de cumprimento dos objetivos constantes do projeto educativo; b)

Do grau de cumprimento dos objetivos e dos planos de ação e de atividades

apresentados e demais compromissos decorrentes do contrato, da presente portaria e ou

Page 39: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

de outros normativos aplicáveis, quando os houver; c) Da evolução dos resultados

escolares e do abandono escolar.”

Depois de apresentada a legislação referente aos contratos de autonomia e à sua

avaliação, que teve como objetivo contextualizar os Inspetores, o Dr. HG adianta que

construíram um roteiro para a ACA; este roteiro foi aplicado na fase piloto.

O Dr. CM procedeu à apresentação do guião para ACA. Este documento esclarece os

objetivos da atividade de avaliação. São eles:

“Apreciar o conteúdo de relatórios de progresso, bem como o parecer da

comissão de acompanhamento, no que concerne à adequação das medidas e dos

procedimentos adotados pelos estabelecimentos de ensino, face aos contratos de

autonomia.

Identificar pontos fortes e áreas de melhoria a partir da avaliação do

desenvolvimento dos contratos de autonomia, enquanto instrumentos essenciais

de desenvolvimento e aprofundamento da autonomia das escolas.

Estimular uma atitude crítica e de autoquestionamento que aprofunde a

autonomia, garanta a equidade e promova a cidadania, a inclusão e o

desenvolvimento social através da melhoria dos resultados escolares e

diminuição do abandono escolar.

Contribuir para a regulação da educação, dotando os responsáveis pelas políticas

educativas e pela administração das escolas de informação pertinente.”

Segundo o Dr. CM, os documentos fundamentais de apoio à ACA são, para além do

guião que orienta a ACA:

“Contrato de autonomia da escola

Adenda(s) ao contrato de autonomia

Dados da DGEEC – taxas de abandono escolar da escola; evolução do valor

observado na escola face ao valor esperado (apenas para comentário adicional)

Dados do IAVE sobre a avaliação externa de alunos da escola referente ao

período do contrato (para aferir com as médias contextualizadas) e médias

adicionais

Page 40: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Pareceres da comissão de acompanhamento sobre os relatórios anuais de

progresso

Planos de Atividades – alínea d) do n.º 1 do art.º 3.º da Portaria n.º 265/2012, de

30 de agosto)

Projeto educativo de escola

Regulamento interno de funcionamento da comissão de acompanhamento – n.º 3

do art.º 9º da Portaria n.º 265/2012

Relatórios anuais de progresso da escola”

O Dr. CM passou, em seguida, à exposição dos domínios da autonomia abrangidos pelo

contrato (alíneas a) a g) do n.º 3 do art.º 4.º da Portaria 265/2012, de 30 de agosto). São

eles:

“a) Desenvolvimento de projetos de excelência, de melhoria e inovação orientados para

padrões elevados de eficácia, dos resultados escolares e da qualidade do serviço público

de educação, direcionados para diferentes perfis de alunos; b) Promoção de condições

para a melhoria do sucesso escolar e educativo das crianças e jovens, tendo em vista a

prevenção da retenção, do absentismo e do abandono escolar, através da adaptação e

diversificação das ofertas formativas; c) Criação de modalidades flexíveis de gestão do

currículo e dos programas disciplinares e não-disciplinares de modo a atuar

precocemente sobre o risco de abandono e insucesso escolar; d) Ligação ao mundo do

trabalho por via da cooperação entre escolas, instituições e serviços de apoio e

encaminhamento vocacional e profissional, e organizações de trabalho, de forma a

orientar o ensino para o empreendedorismo nas diferentes áreas de exercício

profissional; e) Inclusão de componentes regionais e locais, respeitando os núcleos

essenciais definidos a nível nacional; f) Oferta de cursos com planos curriculares

próprios, no respeito pelos objetivos do sistema nacional de educação; g) Adoção de

procedimentos inovadores e diferenciados de gestão pedagógica, estratégica,

patrimonial, administrativa e financeira.”

Depois de apresentar outras aspetos referentes à ACA ratificada pelo Decreto-Lei n.º

265/2012, de 30 de agosto e de ter clarificado algumas dúvidas, o Dr. CM põe fim ao

encontro, pelas 12h25.

Page 41: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Observação de entrevistas de seleção para as EE (Primeira Entrevista)

28 abril 2016

No dia 28 de abril de 2016 dirigimo-nos, a convite do Dr. HG e da Dra. HC, à sala de

reuniões do departamento EMEE (5.º andar) com o objetivo de observar a entrevista de

seleção de uma professora de Matemática para a das Escolas Europeias de Bruxelas II.

A entrevista teve início pelas 14h00 e, além das três estagiárias, estavam presentes na

sala a Dra. HC, como representante do Conselho de Inspeção do ciclo Secundário das

Escolas Europeias, a Dra. CB, no papel de Inspetora com excelente domínio do francês

e o Dr. LP, um Inspetor cuja formação inicial é da área da didática para a qual se

pretende selecionar o professor candidato.

A Dra. HC trata de apresentar a professora, bem como os membros do júri e as três

estagiárias, pedindo-lhe permissão para a nossa presença; a professora concordou que

observássemos.

A Dra. HC dá a conhecer as vagas disponíveis na EE e apressa-se a iniciar a entrevista,

realizando as seguintes questões:

“Quais são as razões que motivaram o interesse da sua candidatura?”

“O que pode dar à EE e o que pensa receber que contribua para o seu

desenvolvimento profissional?”

“O que significa para si ensinar Matemática?”

“Como convence uma turma que não gosta de Matemática a aprender?”

“Na EE encontra-se a diversidade de 28 Estados membros. Como seria a sua

postura para mostrar que respeita a diferença na comunidade educativa?”

“Imagine que teria uma turma indisciplinada e pais a queixarem-se. Como

agiria?”

“Considera-se boa professora? Porquê?”

A professora foi respondendo a todas as questões com otimismo, referindo que está

habituada a contextos análogos e que não existem receitas, a sua atuação depende do

contexto observado. Considera-se uma ótima profissional, porém admite que todos

podem ser melhores: está disposta a melhorar, pretende integrar um projeto desafiador e

está disposta a disponibilizar todo o seu tempo ao ensino na EE.

Page 42: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

O Dr. LP, professor de Matemática e membro do grupo de seleção, inicia a abordagem

didática com questões específicas sobre o programa de Matemática das EE (a professora

teve acesso ao programa antes da entrevista).

A professora mostra-se confortável com o programa e aponta apenas dois ou três

conteúdos a que não está tão habituada – já que não constam do programa Português.

Diz que domina completamente a maior parte dos conteúdos, mas compromete-se a

estudá-los até que o domínio seja completo.

O Dr. LP lança: “Em 30 segundos diga porque é que é a profissional indicada para a EE

de Bruxelas.”

A professora responde sem reticências, mostrando-se determinada como até então.

Depois das duas fases passadas, a professora é agora testada ao nível das competências

linguísticas através de uma pequena conversa com a Dra. CB, em francês.

A conversa baseia-se na utilização de vocabulário e temas do dia-a-dia, e, como questão

final, é pedido à professora que se apresente oralmente ao diretor da EE, em francês.

A professora tem algumas dificuldades com o idioma, todavia promete apostar na língua

durante o verão, e mostra-se certa no seu progresso quando estiver no contexto, com

profissionais e alunos que comunicam em francês.

A entrevista é terminada, a professora agradece a oportunidade e o grupo de seleção

agradece a presença da professora.

Os elementos do grupo pedem a opinião das estagiárias: “Qual foi a vossa impressão?”

e esclarecem, entretanto, que a maior dificuldade da professora é, aparentemente, ao

nível da comunicação, porém esta competência é rápida e facilmente desenvolvida nas

EE.

Page 43: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Observação de entrevistas de seleção professores para as EE (Segunda e Terceira

Entrevistas)

06 maio 2016

Primeira Entrevista:

No dia 06 de maio de 2016 dirigimo-nos à sala de reuniões do departamento EMEE (5.º

andar) a convite do Dr. HG e da Dra. HC com o objetivo de observar a entrevista de

seleção de um professor de Geografia para a Escola Europeia do Luxemburgo I.

A entrevista teve início pelas 10h00 e, além das três estagiárias, estavam presentes na

sala a Dra. HC (no papel de Inspetora nacional), o Dr. HG (no papel de Inspetor com

domínio do inglês) e a Dra. X (no papel de profissional da didática de Geografia).

A Dra. HC, à semelhança do que acontecera anteriormente, trata de apresentar o

professor, bem como os membros do grupo de seleção e as três estagiárias, pedindo-lhe

permissão para a nossa presença; o professor concordou que observássemos.

A Dra. HC dá início à entrevista, realizando as seguintes questões:

“O que é para si ensinar Geografia?”

“Como motivar os alunos a aprender Geografia?”

“Como é que se imagina numa turma com alunos de várias nacionalidades,

embora todos falem inglês?”

“Como imagina a sua postura perante colegas de diferentes nacionalidades,

quando estiverem a discutir programas, conteúdos, etc.?”

O professor refere que já possui muita experiência enquanto docente, opta por não

ser sintético nas respostas, dando pormenores concretos em tudo o que é respondido.

Informa que pretende motivar todos os alunos, independentemente da sua

nacionalidade, e que as metodologias a utilizar para garantir a aprendizagem da

disciplina de Geografia centram-se na abordagem lata da geografia a nível europeu

e, caso seja necessário para prender a atenção dos alunos, focar-se-á na geografia do

país de onde provêm os discentes, tendo sempre em consideração a sensibilidade da

temática num contexto onde se encontram várias nacionalidades. O professor

considera-se muito bem informado no que diz respeito à cultura geral e defende ser

capaz de se adaptar a qualquer contexto.

Page 44: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

A Dra. X, Inspetora e professora de Geografia, inicia a segunda parte da entrevista

relativa aos conhecimentos didáticos da disciplina. Procede às seguintes questões:

“Faça um comentário crítico relativamente ao currículo dos 10.º e 11.º anos.”

“O que poderia modificar ou acrescentar no desenvolvimento de alguns

conteúdos?”

“Quais são as principais diferenças entre estes princípios didáticos do programa

da EE e os do programa português?”

“Que recursos didáticos utiliza nas aulas?”

“O que considera dos objetivos de aprendizagem do programa?”

“Como promoveria a competência da criação de recursos de apoio à

aprendizagem por parte dos alunos?”

“Como iria desenvolver o tema da natalidade, por exemplo? Que estratégias iria

adotar uma vez que não há um manual, e que estratégias de diferenciação

pedagógica adotaria?”

“E quanto às formas de avaliação?”

“Como integraria a avaliação proposta no decorrer das atividades?”

O Dr. HC é o responsável por testar as competências linguísticas do professor,

elaborando uma série de questões em inglês:

“Sente-se confortável em comunicar em inglês?”

“Onde aprendeu inglês?”

“Não lhe é difícil entender os diferentes sotaques em inglês?”

“Imagine que é o seu primeiro dia na EE e tem que se apresentar ao Diretor.

Como é que faz essa apresentação? Quem é, o que faz ali, a sua proficiência em

Geografia…”

“Diga-lhe [ao Diretor] algo sobre o seu passado, a nível pessoal, académico e

profissional.”

O professor mostra-se à vontade com o idioma, porém com algumas dificuldades

relacionadas, explica, com o pouco uso que lhe dá. Informa que a sua esposa é

professora de inglês e que se compromete a dominar a língua até ao seu ingresso na EE.

A Dra. HC volta a intervir perguntando “Sendo casado, será complicado para si ir para o

Luxemburgo?” O professor afirma que não, a Dra. HC acede.

Page 45: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Terminada a entrevista, o grupo de trabalho agradece a disponibilidade do professor e

garante entrar em contracto ainda durante o decorrente dia.

Os elementos do grupo pedem a nossa opinião e notam que o professor não tinha

espírito de síntese mas que possui muita experiência docente e que domina o inglês de

maneira aceitável.

Segunda Entrevista:

A segunda entrevista a uma professora de Geografia para a EE do Luxemburgo I

aconteceu no mesmo dia, 06 de maio de 2016, pelas 14h00.

A vaga para que concorre esta professora é a mesma a que se candidatou o professor de

Geografia, anteriormente apresentado.

A decisão sobre quem vai ocupar a função na EE deve ser tomada ao longo desta tarde.

Os entrevistadores permanecem os mesmos, bem como as formalidades da apresentação

da professora, do próprio grupo de seleção e das estagiárias.

A Dra. HC inicia a primeira parte da entrevista com as seguintes questões:

“Quais são as razões que a levaram a manifestar interesse por esta vaga?”

“O que é para si ensinar Geografia?”

“Como consegue motivar os alunos para a aprendizagem da Geografia?”

A professora, um pouco nervosa, garante que está preparada para assumir o

compromisso e tem consciência de que nas EE não há uma Geografia nacional, por isso

a sua ação será orientada com cautela. Adianta ainda que, apesar de ser religiosa e

carregar um cruxifico, não dará qualquer indício da sua religião nem pretende abordar

temas que possam melindrar, de alguma forma, a relação que procura desenvolver com

os alunos.

A Dra. X, Inspetora e professora de Geografia, inicia a segunda parte da entrevista

relativa aos conhecimentos técnicos da disciplina. Procede às seguintes questões:

“O que considera mais relevante na Geografia?”

“Parece-lhe que este programa está adequado a nível de conteúdos?”

“Como abordaria o tema da agricultura, por exemplo?”

“O que tem a dizer sobre os princípios didáticos enunciados no programa?”

Page 46: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

“Quanto aos objetivos de aprendizagem, o que seria desafiante para si?”

“Que formas de avaliação adotaria?”

“Que conceitos não integrados no programa lhe parecem fundamentais?”

A terceira parte da entrevista está sob a responsabilidade do Dr. HG que deve aferir as

competências linguísticas da professora, elaborando as seguintes questões formuladas

em inglês:

“Onde aprendeu inglês?”

“Como se apresentaria ao Diretor da EE? Nome, profissão, motivação para o

cargo, experiências passadas…”

“Quando começar a lecionar o tema da agricultura, quais são os conceitos chave

que aborda? Que materiais solicita ao aluno?”

A professora demonstra um bom nível de inglês, referindo que durante muitos anos

frequentou um instituto onde pôde desenvolver o idioma; o seu vocabulário é

privilegiado pela frequência de várias conferências internacionais em que participou:

numas, como espetadora, noutras como oradora.

Os entrevistadores mostram-se satisfeitos com as informações prestadas e agradecem a

presença da professora, esclarecendo que a resposta sobre a ocupação da vaga será dada

até ao final do dia.

Depois de a professora sair da sala, o grupo de seleção pede a nossa opinião e comenta o

bom nível de inglês demonstrado, acrescentando que apesar do nervosismo, a professora

tem ótimas referências e um currículo repleto de pormenores interessantes.

Page 47: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Anexo 2 - Análise de conteúdo das entrevistas

Tema

Subtema

Indicadores

Unidades de Registo

Escolas Europeias

Caracterização das

Escolas Europeias

Legislação e

Regulamentação

“As EE, todas elas, as 14 que existem atualmente, disseminadas pela

Europa, têm leis, regulamentos, normas muito específicas que são todas

aprovadas pelo Conselho Superior…. Discutidas, analisadas pelo

Conselho Superior. O que é o Conselho Superior? O Conselho Superior é

um Conselho que é constituído pelos representantes dos Ministros da

Educação de cada Estado membro da União Europeia. No caso português,

o nosso representante é o atual Senhor Inspetor-Geral do Ensino e da

Educação. E esse Conselho Superior tem como funções toda a orgânica e

toda a organização e constituição das EE. Portanto, se ele [o Conselho

Superior] não aprovar qualquer regulamento ou qualquer norma, eles

[regulamentos e normas] não vão entrar em vigor. Digamos que é uma

espécie de Conselho Geral de uma entidade da UE, neste caso EE, que

define a política educativa e que aprova os regulamentos que vão, peço

desculpa pelo pleonasmo, regular toda a atuação das EE no âmbito

Page 48: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Caracterização do

corpo docente das

Escolas Europeias

_________________

Processos de seleção

e destacamento de

professores

pedagógico, administrativo, ah… financeiro, jurisdicional.” (Dra. HC)

“Seguem diretrizes comuns. As escolas de tipo 1 seguem as diretrizes da

Comissão Europeia, há pequenas nuances, às vezes, que têm a ver com

os… os países onde estão localizadas, até por causa de feriados nacionais

e tudo, seguem as regulamentações do país onde estão localizadas, mas

genericamente, a nível de currículo, a nível do estatuto do pessoal docente,

e a maior parte das leis fundamentais das EE, são leis próprias e únicas.”

(Dr. HG)

____________________________________________________________

“A legislação: o pessoal que vai para as EE rege-se pelo estatuto do

pessoal das EE (…). Os Estados membros não têm o mesmo

procedimento, mas há algumas parecenças (…). Nós temos um despacho

do Secretário de Estado sobre essa situação e o modelo que foi adotado e

foi despachado positivamente segue os seguintes passos, se assim

podemos dizer: primeiro é publicitado o horário disponível para um

professor em mobilidade, afeto aos quadros nacionais; depois é feito um

aviso, um anúncio, no site da IGEC, e ao mesmo tempo publicado em dois

jornais de expansão nacional para a manifestação de interesse, e podem

Page 49: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

apresentar o seu interesse no preenchimento dessa vaga professores dos

quadros de agrupamento, quadros de escola; depois haverá um processo de

análise dos currículos e analisar o perfil, se o perfil é adequado ou não

para o exercício daquelas funções, nós conhecemos bem o trabalho que é

desenvolvido nas secções. De entre os interessados, que têm um perfil

próximo daquilo que se pretende, convidamos para uma reunião, falamos

com eles para ver o seu interesse e também para ver a sua disponibilidade,

porque entretanto as mobilidades podem estender-se até nove anos, há

pessoas que pensam que é só por um ano ou dois e que depois

regressam… e pronto, o que interessa é alguma estabilidade do corpo

docente para a Comissão Europeia também, e então, a partir daí,

seleciona-se o docente que tem o perfil mais de acordo com os nossos

critérios.” (Dr. HG)

“[fazem parte do grupo de seleção e destacamento de professores] o

Inspetor nacional, posso ser eu ou a Inspetora do Secundário – como a

presidir esse grupo de trabalho -, há sempre também alguém da área das

didáticas – se, por exemplo, a nível do maternal temos sempre um Inspetor

com um passado em experiência como Educador de Infância; se for o

Primário, com um background do Primário; se for do Secundário, Física,

imaginemos, será um Inspetor que tenha sido professor de Física… ou

Page 50: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

seja, com um bom conhecimento da didática -, ou também poderíamos

convidar um perito externo para isso, e um Inspetor com uma formação

em línguas – seja o inglês, seja o francês, de acordo com a língua de

trabalho da secção portuguesa – para testar os conhecimentos, porque será

necessário que o professor que vai para essa secção dominar a língua de

trabalho, porque terá que interagir com os restantes colegas, não dentro da

secção mas com os das outras secções, e há muito trabalho transversal

onde terá que interagir em inglês ou francês, portanto o conhecimento das

línguas também é importante.” (Dr. HG)

“nós fazemos a seleção [e] Fazemos o destacamento. Ou seja, são

professores que, em Portugal, a… já fazem parte do sistema, já fazem

parte dos quadros de escolas, já lecionam, e nós o que pretendemos é

escolher a nata da nata. Não é? Portanto, face ao perfil de um docente, que

vai lecionar uma disciplina em língua portuguesa, numa EE, tem que

representar um país e tem que demonstrar mérito, capacidade de

adaptação, de integração em trabalhos de equipa, atualização didática e

pedagógica, e… dominar, pelo menos, uma língua estrangeira. Uma língua

veicular: ou o francês, ou o inglês. Se for as duas, ótimo! Portanto, a

Inspeção-Geral de Educação e Ciência é a entidade que tutela as EE, o

Page 51: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Senhor Inspetor-Geral representa o Ministro do Conselho Superior, o Dr.

JR é o representante português do Comité Orçamental, o inspetor HG é o

representante português no Conselho de Inspeção Pré-Escolar e Primária,

e eu sou representante portuguesa no Conselho de Inspeção Secundário.

Portanto a IGEC, na sua página, estabelece os critérios, os requisitos

necessários, as pessoas manifestam o seu interesse, apresentam os seus

currículos, nós temos a… digamos que uma ficha curricular onde

pontuamos diferentes atividades curriculares que os professores têm, e

depois, desses [professores], há uns quantos que são selecionados para

terem uma reunião connosco. E então aí fazemos perguntas de caráter

geral para ver o perfil do docente, fazemos perguntas sobre a disciplina –

principalmente a didática e a metodologia – que eles vão lecionar, e depois

também vemos a competência linguística.” (Dra. HC)

“Este processo [de destacamento] geralmente começa no primeiro

trimestre do ano para que o professor inicie funções na secção em

Setembro. Descontando o período de Julho, Agosto que é o período de

férias escolares normalmente, portanto o processo poderá começar em

Fevereiro, Março… mas não existe um prazo específico… e tem alguma

continuidade, depende do número de manifestações de interesse que

Page 52: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

_________________

Pré-requisitos

exigidos aos

professores

recebemos, e depois de algumas agendas, mas geralmente o processo

demora uns três, quatro meses.” (Dr. HG)

____________________________________________________________

“(…) atualização pedagógico-didática, capacidade de integração em

trabalho de equipa, espírito de síntese, capacidade de argumentação, mas

simultaneamente capacidade de saber escutar, saber ouvir, saber

compreender o outro. A… perfil de saber trabalhar e saber estar e

compreender um ambiente multicultural e multilinguístico, a… por outro

lado também capacidade de diálogo e de disponibilidade face à direção, e

por outro lado também, toda a disponibilidade para participar em todas as

atividades que a escola organiza. Espírito de iniciativa também, para poder

também dar ideias a… informações, a… relativamente a situações

relacionadas com a escola. Pontualidade, assiduidade, sentido de

responsabilidade (…) Deverá ter, no mínimo, dez anos como professor do

quadro duma escola.” (Dra. HC)

“têm que ser professores do quadro, do grupo que é indicado. Esses são os

requisitos obrigatórios. Portanto quem não for do quadro, até por questões

Page 53: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

de remuneração – os vencimentos lá são como um complemento de

remuneração, portanto têm que ser professores que tenham um vencimento

cá… (…) Portanto é ser do quadro de agrupamento, poderá ser do quadro

de admissão provisória, mas de qualquer forma um quadro de zona, ou

quadro de agrupamento, mas terá que pertencer a um quadro. E depois

uma experiência que é indicada em cada anúncio, portanto nuns casos

poderá ser dez anos de experiência na docência, noutros casos poderá ser

sete, oito anos, depende. Isso depois é anunciado e tem a ver com a

situação específica. Depois há outros critérios que entretanto são

acrescentados, têm a ver com o currículo, no fundo. E tem a ver com o

perfil que é pretendido. (…) Tem que ter o domínio ao nível da

comunicação. Não é ser fluente, é um domínio ao nível da comunicação,

ser capaz de comunicar, ser capaz de ler um texto e compreender o sentido

do texto. Porque depois lá terá a possibilidade de desenvolver mais

competências através das aulas ou através da prática do dia-a-dia. Agora a

nível do domínio, peço que tenha competências de comunicação, que

coloquemos questões de trabalho ou outras questões e que seja capaz de

compreender do que é que se está a falar.” (Dr. HG)

Page 54: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Nacionalidade dos

professores

____________

Mobilização e

distribuição, por

nacionalidade, dos

professores

“Olhe, todas [as nacionalidades]. Todas desde os 28 estados membros.

Porquê? Porque nós temos, em termos das EE, um primado que é a defesa

da língua materna. Ora, temos alunos de 28 estados membros, agora com o

novo Estado membro, a Croácia, não é verdade? Portanto, temos que ter

pelo menos os 28 Estados membros a lecionar Língua Materna, porque

tem caráter obrigatório que todos os alunos, filhos de funcionários de

instituições europeias, para quem as EE foram feitas, aprendam,

obrigatoriamente, a sua língua materna.” (Dra. HC)

“28, é de todos os Estados membros, ainda contando com o Reino Unido.”

(Dr. HG)

____________________________________________________________

“[Cada Estado membro deve selecionar] um mínimo, exatamente. Na

medida em que, vamos lá ver, temos cinco alunos, por exemplo, temos

cinco alunos da… Letónia, numa EE e que estão inscritos numa secção

inglesa, porque o número de alunos não justifica a organização de uma

turma, não vamos organizar uma turma com cinco alunos, mas que têm a

Page 55: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Professores

portugueses

destacados

obrigação, se quiserem, de aprender a língua materna. Por causa desses

cinco alunos, a Letónia pode destacar, ou a escola tem a obrigação de ver

um professor para lecionar letão.” (Dra. HC)

“[O Estado membro seleciona o número de professores] De acordo com as

secções que tem, sim… Não há um número certo porque, por exemplo,

Portugal tem duas secções, mas depois Portugal tem um programa de

partilha com mais professores além das secções, noutros países: tem em

Varese, Itália, e em Alicante, Espanha. No que diz respeito às secções

inglesas, eles têm em todas as escolas, e são muitas turmas… por isso a

dimensão é completamente diferente. Se for, por exemplo, para a Croácia,

que é o Estado membro mais novo, eles não têm secção nenhuma e têm

apenas um pequeno núcleo, portanto terão menos professores.” (Dr. HG)

“31. Portanto, 30 lecionam, 1 é diretor da escola de Alicante, Espanha.”

(Dra. HC)

“temos, no Ensino Primário, a… lecionam, em Bruxelas II, na secção

portuguesa, e em Luxemburgo I, nestas duas grandes escolas onde temos

Page 56: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

secção. No Ensino Secundário lecionam nestas duas escolas onde temos

secção disciplinas como Língua Materna – Ensino Secundário -, Filosofia,

Física, Química – separadamente -, Matemática, Ciências da Natureza e

Biologia. Depois temos a ensinar em Alicante, nas línguas veiculares, um

professor de Educação Artística, tal como em Bruxelas III. Temos a

ensinar em Varese um professor destacado, Língua Materna. Outro

professor, também destacado, a ensinar Educação Física. E temos um

conselheiro de educação português em Alicante, destacado. Só estou a

falar dos destacados. E o conselheiro de educação é uma espécie de um

diretor de turma destinado só ao ensino secundário. Tem mais ou menos

a… as atribuições e competências de um diretor de turma em Portugal,

sem ter atribuição de turmas, ele não leciona, só orienta os alunos. Só

regista pontualidade, problemas disciplinares, contacto com pais,

professores e direção.” (Dra. HC)

“(…) da Primária que lecionam em duas escolas: Luxemburgo I e

Bruxelas II; os do Secundário sei que estão em quatro escolas: Alicante,

Varese, Luxemburgo I e Bruxelas II. Estamos a falar dos professores em

mobilidade, porque depois nós temos outros professores que também

lecionam em português, mas nas outras escolas todas.” (Dr. HG)

Page 57: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Professores

portugueses: a

carreira que integram

“Os… contratos são estabelecidos pelo estatuto do pessoal destacado das

EE. E os contratos são… Os contratos não são bem contratos. Portanto são

por nove anos. Todas as nacionalidades.” (Dr. HG)

“[De acordo com a lei portuguesa não há possibilidade de renovação] (…)

Porque o estatuto da carreira docente só diz que o professor têm que lá

estar nove anos. De acordo com o estatuto do pessoal destacado das EE,

no superior interesse da escola, o destacamento pode ser relevante por

mais um ano. Portanto os professores podem ficar, no total, dez anos.”

(Dra. HC)

“[Os contratos podem ser anulados] A pedido dos professores, por

exemplo, eles podem ter uma doença grave… podem ter necessidade de

voltar ao país de origem, e, de acordo com esse estatuto, a qualquer

momento. De acordo com o estatuto da carreira docente em Portugal, de

ano a ano também, não é? Portanto, a… e também podem sair caso a

avaliação – e aí sim, fazemos uma avaliação qualitativa das aulas – for de

tal modo que se veja que eles são perfeitamente incompetentes para

lecionar. Mas isso é um processo moroso… mas que está regulamentado.”

(Dra. HC)

Page 58: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Caracterização dos

alunos e das turmas

nas Escolas Europeias

Construção das

turmas: os critérios

que orientam

“as EE (…) foram feitas, inicialmente, para os alunos de categoria I, ou

seja, para os filhos dos funcionários das instituições europeias. Portanto,

são destinadas a essa população escolar. O número total de alunos por

turma não podem ultrapassar os 28, total. Mas, por exemplo, disciplinas

do Ensino Secundário que exigem trabalho laboratorial… essa turma de 25

a 28 alunos é dividida. E vamos ter, por exemplo, um 4.º A e um 4.º B na

Química e na Física, principalmente nas atividades laboratoriais, é

impensável ter 28 meninos com a professora a fazer experiências de

química.” (Dra. HC)

“[Aquando da constituição das turmas] Importam, como variáveis a… o

ano, como é óbvio, não é? Importa a língua estrangeira dominante, e a

secção nacional a que os alunos pertencem. Portanto, vamos imaginar, nós

temos um conjunto de 50 alunos no 5.º ano do Ensino Secundário da

secção portuguesa. Vamos lá ver, desses 50 alunos, quantos meninos têm

como língua dominante estrangeira o inglês, o francês e o alemão a… para

depois serem orientados para as disciplinas nessas línguas, não é verdade?

E quantos meninos, no Secundário, escolhem Química, escolhem Física,

escolhem… Biologia, ou Atividades Laboratoriais? E, portanto, são essas

as variáveis: as opções, a língua estrangeira dominante e o ano de

Page 59: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

escolaridade. E por outro lado, a língua materna, para constituir as

secções.” (Dra. HC)

“[O agrupamento dos alunos] tem a ver com a secção e a língua materna,

língua I. Os alunos portugueses vão para a secção portuguesa, nem vão

para a secção inglesa ou para a secção alemã quando existe a secção

portuguesa. Isso é o primeiro critério, tem a ver com a nacionalidade de

pelo menos um dos pais porque há muitos casais que são de duas

nacionalidades diferentes e com a língua I adotada, portanto vão para essa

secção. Depois há normas que têm a ver com a organização de um dos

grupos, portanto, de acordo com o número de alunos inscritos são

organizadas as turmas que podem ir até 30 alunos. E assim são

constituídos os grupos. Também são constituídos os subgrupos que têm a

ver com a língua II; na língua II no Primário – estou a falar do Primário

que é aquilo que eu conheço melhor – há uns que vão frequentar Inglês,

depois outros que frequentam Alemão, o Francês… aí é que são

constituídos pequenos subgrupos, mas pertencente à mesma turma I.” (Dr.

HG)

“[A criação das turmas] Tem a ver com a escolha de disciplinas, por

Page 60: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

exemplo, nós temos opções que vão desde a aprendizagem do Grego

Antigo, do Latim, a… de uma terceira língua estrangeira, de uma quarta

língua estrangeira… de Economia, da aprendizagem da disciplina de

História… quatro tempos por semana ou dois tempos por semana… de

Geografia, de Biologia, de acordo com a profundidade que eles querem

apresentar… ou Língua Portuguesa, há meninos que escolhem o curso

geral de Língua Portuguesa, há meninos que escolhem o curso de

aprofundamento de Língua Portuguesa. Portanto tem muito a ver com isso,

as variáveis são imensas. E digo-lhe sinceramente: não é nada fácil

construir os horários das EE, eu não sou responsável por isso, é dentro das

EE que há equipas responsáveis para o efeito, gente que tem programas de

computadores específicos para isso porque as variáveis são terríveis. E às

vezes por causa dessas variáveis, as variáveis pedagógicas não podem ser

as que são mais seguidas. Eu lembro-me que no meu tempo, quando eu

fazia inspeção cá em Portugal, uma disciplina que não podia ser lecionada

a seguir à hora de almoço era Educação Física, lá, às vezes, Educação

Física é lecionada a seguir à hora do almoço. Por exemplo, não tínhamos

Matemática como último tempo de sexta-feira à tarde, lá, às vezes, temos.

As variáveis são tantas… É muito complicado. Mas também eles têm um

horário que é um horário dito normal, eles entram às 08h00 e saem às

Page 61: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

_________________

Constituição das

turmas: peso das

variáveis

Nacionalidade e

Crença

16h00. Não há desdobramento, de manhã numa escola e à tarde noutra.

(…) E portanto os meninos têm todas as facilidades, são meninos que do

ponto de vista do estrato económico-financeiro - económico-financeiro, eu

não estou a dizer cultural -, são meninos de um estrato elevado, portanto

há aí uma certa facilidade…” (Dra. HC)

“[Os alunos do Primário] Têm a língua II, é a única opcional. Muitas

vezes tem a ver com a nacionalidade de um dos pais, mas podemos

considerar opcional porque aí, realmente, eles separam-se em grupos

diferentes.” (Dr. HG)

____________________________________________________________

“[Turmas] De uma só nacionalidade existe, de Língua Materna,

Matemática, Biologia, Física e Química… lecionadas nas línguas

maternas. Isso existe. A… credo… as EE não têm graves problemas com o

credo, pelo contrário: tentam abrir um naipe de aprendizagem religiosa

para as diferentes religiões: a muçulmana, a católica, a cristã protestante, a

ortodoxa e a judaica. E para essas religiões têm horários muito específicos

e aí não são várias as nacionalidades, pronto, porque aí predomina o

credo…” (Dra. HC)

Page 62: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Alunos admitidos nas

EE

“Crença não, crença… nem se coloca essa questão nas EE, portanto

ninguém sabe quais são as crenças dos alunos. É um ensino laico,

totalmente laico. Agora de uma só nacionalidade é difícil, porque há

alunos que têm duas e três nacionalidades: Por exemplo, o pai é português,

a mãe é sueca, o aluno nasceu na Bélgica… Os pais já lá residiam, já

tinham dupla nacionalidade e podiam adotar a terceira nacionalidade…

portanto há casos que têm três nacionalidades. A maior parte tem uma

nacionalidade, e muitos com duas nacionalidades. Por isso eles são

colocados na secção da nacionalidade de um dos pais.” (Dr. HG)

“Em primeiro lugar os alunos que podem frequentar as EE são filhos de

funcionários da Comissão Europeia. Foi esse o primeiro objetivo quando

foram criadas as EE: destinavam-se, sobretudo, a filhos de funcionários.

Depois, quando existem vagas, há muitas instituições que têm protocolos

com a Comissão Europeia, como multinacionais. Esses são os alunos de

categoria II, que são filhos de funcionários de empresas ou instituições que

têm acordos com a Comissão Europeia. Esses alunos entram, e são as

instituições que pagam as propinas dos alunos. Depois, quando existem

Page 63: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

vagas, qualquer particular pode colocar lá os seus filhos, pagando a

respetiva propina. Portanto, os categoria I, que são também os alunos de

direito, filhos de funcionários da Comissão Europeia, em primeiro lugar;

entram, a seguir, os que são os categoria II, filhos de funcionários de

empresas que têm protocolos muito específicos nesta área; e depois podem

entrar também particulares quando existem vagas. Por exemplo no

Luxemburgo há essa possibilidade nalguns casos – nem sempre, depois há

algumas normas -, em Bruxelas II é completamente impossível porque só

os alunos de categoria I ocupam quase tudo.” (Dra. HC)

“A… nas EE de Bruxelas e do Luxemburgo I, onde se verifica maior

concentração de instituições europeias, elas [as EE] prioritariamente

aceitam esses meninos, tanto assim que para Bruxelas há aliás uma

chamada política de inscrições. E raramente sobram vagas para alunos que

não sejam filhos de funcionários de instituições europeias, muito

raramente! Por exemplo, um dos filhos do Dr. Durão Barroso andou na

escola de Bruxelas II na secção portuguesa. A… agora noutras escolas eles

aceitam os chamados alunos de categoria II, que são filhos de funcionários

da NATO, filhos de funcionários de multinacionais, e nesse caso as

multinacionais pagam as propinas dos alunos – que são muitíssimo caras –

como também aceitam, se tiverem vaga, a última categoria, os filhos de

Page 64: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Caracterização do

currículo

Definição do

currículo

particulares e de diplomatas. Os filhos de diplomatas não têm prioridade

nas EE, o que os aborrece bastante…” (Dra. HC)

“Portanto [o número de alunos] é variável, no fundo podemos ter as 28

nacionalidades.” (Dr. HG)

“O currículo é fixo, não é verdade? O currículo é comum para todos.

Depois há um currículo obrigatório que vai desde a Língua Materna, à

Matemática, à Educação Física, à Educação Artística, a… à aprendizagem

de duas línguas estrangeiras pelo menos, isso é obrigatório para todas.

Depois, em cada EE variam as opções. E cada EE vai ao encontro, na

oferta das opções, das suas próprias possibilidades, e depois, no fundo, do

entendimento da oferta e da procura.” (Dra. HC)

“[Os modelos de ensino, as metodologias e a gestão do processo ensino-

aprendizagem são comuns] Até porque a própria avaliação individual dos

docentes é feita através de critérios que são comuns que correm todo o

sistema… (…) É comum, os programas são comuns… portanto nesse

Page 65: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

campo não há qualquer divergência.” (Dra. HC)

“O currículo é negociado, é construído, por grupos de trabalho, e

apresentado nos Comités de Inspeção e no Comité Pedagógico. Mas, nos

currículos, há um tronco que é mais ou menos comum na Europa que

depois através do estudo que vamos fazendo, vamos conhecendo. E é

através da negociação, portanto, há algumas sensibilidades que têm que

ser respeitadas, sobretudo quando entramos em áreas de História e

Política… Mas é um currículo construído em conjunto e tem que ter a

aprovação de todos os Estados membros. (…) Tem que haver consenso

mesmo sobre os conteúdos, a metodologia, e mesmo a estrutura: as

disciplinas… Tudo isso é consensualizado. (…) O programa das

disciplinas opcionais é igual em toda a parte, só uma é que não é, que é a

Língua Materna, a língua I. A língua I é que segue de próximo o currículo

do próprio país. O programa dado na língua materna lá, é igual ao nosso

programa cá. Tem que estar mais ou menos alinhado. (…) Há algumas

orientações que são genéricas, a nível de avaliação, por exemplo… há

algumas orientações também genéricas que surgem através da formação

das diferentes áreas curriculares… as escolas, a título individual, podem

dar também as suas orientações, é por isso que existem coordenadores de

Page 66: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Instrumentos e

Metodologias de

avaliação dos

discentes

Avaliação dos alunos

disciplina que são transversais a todas as secções; estes coordenadores de

disciplina têm como função também, de alguma forma, harmonizar na

escola. Podemos falar de dois níveis de orientações: i) são as que

decorrem de alguns documentos base que existem nas EE, como por

exemplo a nível da avaliação formativa e sumativa, determinando

orientações que devem ser seguidas; ii) e depois existem orientações mais

específicas a nível de escola, porque as escolas também têm alguma

autonomia e podem tomar essas decisões – e aí há um trabalho dos

coordenadores, exatamente na procura de harmonizar essas orientações

através das muitas secções de uma escola – porque uma escola pode ter

sete, dez secções.” (Dr. HG)

“[Os alunos] Têm sempre uma avaliação contínua. (…) Há o exame, que é

o BAC, que é no final mesmo – equivale ao nosso 12.º ano. O BAC é

elaborado por equipas de peritos nacionais de diferentes países. Agora o

que existem são avaliações de testes que são elaborados ou pelo professor,

ou, em alguns casos, poderão ser elaborados a nível de escola também.”

(Dr. HG)

“[Os alunos, após a aprovação no BAC, podem candidatar-se] Às

Page 67: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

universidades nacionais e internacionais, portanto é como se tivesse

concluído cá o nosso 12.º ano. É reconhecido por outros países da UE, faz

parte da Convenção. Aliás, o objetivo é que o BAC seja reconhecido por

todos os Estados membros.” (Dr. HG)

Whole School

Inspection

Caracterização da

equipa Whole School

Inspection

Composição da

equipa efetiva de

avaliação

Composição da

equipa de Inspetores

que desenvolvem a

atividade de avaliação

esporadicamente

“neste momento temos… um, dois, três, quatro inspetores, e um

representante dos diretores.” (Dra. HC)

“Eu não tenho ideia do número. Eu sei que, para cada WSI, se calhar

metade dos elementos serão desses Inspetores que participam

esporadicamente. E que há alguma rotatividade.” (Dr. HG)

Page 68: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Seleção e

mobilização dos

Inspetores Whole

School Inspection

Nacionalidade e

formação académica

dos inspetores

Processo de seleção

dos inspetores

“Eles são de todas as nacionalidades, de qualquer nacionalidade, um

Inspetor que faça parte do Conselho de Inspeção pode ser convidado para

uma WSI. A formação académica é a mais diversa que possa imaginar,

mas são todos licenciados.” (Dr. HG)

“(…) eles têm todos cursos superiores, experiência de inspeção. Temos

um holandês, uma finlandesa, uma irlandesa, e uma portuguesa. E o

diretor que por acaso também é holandês.” (Dra. HC)

“[É a Dra. HC e o grupo diretor que decidem] E depois damos informação

ao Comité Pedagógico e ao Conselho de Inspetores Misto Pré-Escolar,

Primário e Secundário, e informamos de que fulano tal faz parte do

grupo.” (Dra. HC)

“falo eu, visto que sou a responsável do grupo, depois de auscultar o

grupo diretor e os colegas do grupo diretor, falo com colegas que nos

parecem possuir o perfil adequado… se estão disponíveis, se não estão, se

Page 69: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

__________________

Pré-requisitos

exigidos aos

Inspetores

estão interessados ou se não estão.” (Dra. HC)

“Há propostas que vêm do tal núcleo duro, fazem proposta à presidência –

que é rotativa – das EE e ao Secretário-Geral para que esses elementos

integrem as equipas.” (Dr. HG)

____________________________________________________________

“os Inspetores têm que dominar, pelo menos, como língua veicular o

inglês. Porque se um domina só francês é uma desgraça porque a

finlandesa e o holandês não dominam o francês, e portanto é complicado.

Primeiro critério: dominar o inglês. Depois, segundo critério: ter

experiência, no seu país, de avaliação de escolas, se não, não tem jeito

nenhum… Não vamos lá, como dizia a minha colega irlandesa, we are not

carrying the passengers, nós não transportamos passageiros! Nós

queremos gente ativa e interventiva.” (Dra. HC)

“o que nós queremos saber essencialmente é: tem experiência, no seu país,

de avaliação de escolas? Fala inglês? Quer pertencer ao grupo diretor?”

(Dra. HC)

Page 70: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

__________________

Inspetores: a carreira

que integram

“(…) também tem a ver com umas opções que os Inspetores preencheram

quando entraram nas EE, áreas preferidas de trabalho. Se calhar também

são tidas em consideração.” (Dr. HG)

____________________________________________________________

“Os Inspetores integram as suas carreiras nacionais, lá estão em regime de

mobilidade, não há uma carreira de Inspetores das EE. Chamava-se

destacamento, mas isto nem é bem destacamento… exercem-se funções lá,

ou melhor, a figura jurídica é ter o seu tempo inspetivo alocado às EE. A

minha colega do secundário tem 100% dedicado às EE, esporadicamente

colabora com atividades nacionais; o meu tempo e 50 a 60% alocado às

EE, portanto nem sequer é uma mobilidade… Isto é o tempo que eu dou

para as EE.” (Dr. HG)

“Nós não temos carreira nas EE. Nós somos também destacados pelas

inspeções nacionais, ou seja, de acordo com a chamada convenção que o

protocolo que foi feito entre os diferentes países, entre os diferentes

Estados membros, e o Secretariado-Geral das EE e a Comissão

Europeia… incumbe às inspeções de cada país destacar um elemento para

o Secundário, um elemento para o Pré-escolar e para o Primário. Durante

Page 71: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

__________________

Inspetores com

participação

esporádica

o tempo que a entidade nacional entender. Não compete à Comissão

Europeia dizer o que quer que seja ou ter qualquer influência que seja no

destacamento dos Inspetores nacionais… é com a entidade nacional.”

(Dra. HC)

____________________________________________________________

“Quer dizer, não cai muito bem se, por exemplo, for convidado a

participar e… em algumas eu tenho que participar obrigatoriamente

porque são algumas reuniões das avaliações estatutais que são avaliações

de professores e sobre o agrupamento, por exemplo. Há outras que… se

sou Inspetor das EE tenho um leque de responsabilidades, não posso dizer

que faço isto e não faço aqueloutro. Colaboro em grupos de trabalho,

colaboro em comités, realizo as WSI, faço outras atividades junto das

escolas… sempre que sou solicitado para isso e algumas, inclusivamente,

também parte de iniciativa pessoal, de uma proposta: por que razão é que

não se faz um estudo sobre isto ou aqueloutro? E, aí, fazer esse

determinado estudo, há várias formas. Há uma que é obrigatória, as outras

é por convite – dirigido pelo Secretário-Geral e pela presidência das EE -,

há outras que podem ser de iniciativa própria, se tiver concordância do

Secretário-Geral, posso fazer então.”

Page 72: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

1.º e 2.º ciclos de

avaliação Whole

School Inspection

Caracterização do 1.º

ciclo de avaliação

Whole School

Inspection

Entidades

responsáveis pelo

apuramento das

consequências do 1.º

ciclo

“(…) nós temos, na WSI, um grupo, como aqui na Inspeção, existe um

grupo diretor de suporte e de capacidade da definição da política, como

por exemplo, ah… temos a Dra. L, o Dr. H, a Dra. T, penso eu… Portanto,

nós também temos um grupo diretor que é constituído por um Inspetor do

Ensino Secundário holandês, um Inspetor do Ensino Secundário finlandês,

um Inspetor do Ensino Primário irlandês, um representante dos diretores –

por acaso também é um holandês que é o diretor da EE de Munique -, e eu

própria, portuguesa, que sou a coordenadora do grupo de trabalho e que

sou, digamos assim, a… líder da implementação da política educativa

relacionada com a WSI. Portanto, foi este grupo diretor que, lendo e

analisando, todos os relatórios correspondentes à 1.ª fase da WSI, fez uma

síntese dos diferentes quadros e eu, aqui no meu gabinete - que já que eu

sou a coordenadora não é só de nome, também tenho que trabalhar – e,

portanto, fiz isso com a ajuda, neste caso, do nosso colega CR, fiz um

apanhado de todos os quadros, de todos os campos e de todos os domínios

que foram analisados, e fiz também um apanhado de todas as conclusões e

recomendações. Sumariei, resumi, e fui eu que apresentei ao Conselho de

Inspeção Misto – que tem os Inspetores do Pré-escolar e Secundário –

todas essas conclusões e… enfim… e verificações que se fizeram no final

da 1.ª fase que decorreu entre 2011 e 2015.” (Dra. HC)

Page 73: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

__________________

Metodologia utilizada

para avaliar o 1.º ciclo

“(…) esse é um trabalho que está a ser feito, porque o 1.º ciclo concluiu-se

agora, há um relatório que foi feito por uma equipa – não sei se já foi

aprovado ou não -, esse trabalho foi feito por essa equipa que eu não

integro, que é a equipa nuclear da WSI que fez um balanço dos resultados.

Entretanto foram sendo feitas avaliações intermédias, ah… quando as

follow-up foram desenvolvidas iam sendo reportadas e agora, sim, está a

ser feito um balanço geral (…).” (Dr. HG)

____________________________________________________________

“Foi precisamente através da análise dos relatórios e da sumula, do

conjunto, de relatórios: vendo o que era comum, ou mais comum, e, no

fundo, todas as situações muito específicas à realidade local, situações

muito específicas a cada uma das escolas, nós não mencionamos, porque

já tinham sido mencionadas diretamente à própria escola. Portanto, foi

mais uma indicação para o Conselho Superior, verificar uma fotografia do

que se passa no sistema, no conjunto das escolas, o que é comum, o que é

mais grave em todo o sistema, o que é que se poderá fazer… Também

para o Secretário-Geral, o Secretário-Geral Adjunto e para outras pessoas

dos serviços centrais, e para os inspetores em geral, diretores de escola em

geral, associações de pais em geral…” (Dra. HC)

Page 74: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

__________________

Consequências do 1.º

ciclo

“A análise do 1.º ciclo foi através da situação de partida que foi detetada

na primeira avaliação que fizeram da WSI, e depois através do desk

research, através daquela follow-up em avaliação intermédia sobre o

progresso… Nesta altura, pronto, o balanço terá sobretudo influência, se

calhar, no follow-up… e ver o ponto de partida e o que é que tinha

acontecido nas escolas nesses dois anos de implementação.” (Dra. HC)

____________________________________________________________

“as escolas, como também estão representadas no Comité Pedagógico,

pelo menos os diretores de cada escola – também não são muitas, são só

14, não é? – estão representados no Comité Pedagógico… Tomaram

conhecimento desse relatório. E nós achámos por bem que têm que ser as

escolas, internamente, a encontrarem as respostas. E, portanto, são as

escolas que vão responder aos Inspetores, durante a 2.ª fase ou 2.º ciclo da

WSI, todos os desenvolvimentos e todas as situações de melhoria que

decorreram entre a 1.ª WSI e a 2.ª. Portanto, nós não mandamos

especificamente para a escola a solicitar que a escola respondesse, porque

a escola já tinha conhecimento antecipado do seu próprio relatório, muito

especifico, já tinha sido solicitada e motivada a ir ao encontro das

recomendações feitas, portanto digamos que era mais interessante para o

Page 75: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Relatório final do 1.º

ciclo Whole School

Inspection

__________________

Entidade responsável

pela conceção e

publicação do

relatório final

sistema, para o Secretariado Geral e para os Inspetores, para o Conselho

Superior, para o Comité Pedagógico… na sua geral o que é o sistema em

termos de resultados finais na WSI do que propriamente cada escola desse

uma resposta.” (Dra. HC)

“Das consequências do 1.º ciclo, não [tenho conhecimento]. Sei que as

escolas, quando se faz a follow-up, a avaliação intermédia é verificar se as

escolas cumpriram as orientações e as recomendações… através de um

desk research – uma espécie de investigação à distância. Se cumpriram as

recomendações da avaliação externa que foi desenvolvida, da WSI. E se

não cumpriram as recomendações, o porquê. Portanto, à partida, a maioria

das recomendações terá sido cumprida.” (Dr. HG)

____________________________________________________________

“(…) o relatório oficial foi oficialmente elaborado por esse grupo diretor,

grupo central formado por Inspetores e um diretor que eu tenho muita…

honra em coordenar… Oficiosamente foi feito neste gabinete, nesta

secretária, por mim… com a ajuda para os gráficos e para outras situações

técnicas mais específicas do nosso colega CR.” (Dra. HC)

Page 76: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

__________________

Campos focados no

relatório final

“O relatório foi realizado por um núcleo que é coordenado por um

Inspetor português, a Dra. HC. Foi realizado pelo núcleo duro, digamos, o

núcleo que coordena as WSI nas EE.” (Dr. HG)

“Esse documento já foi tornado público. Quando ele entra no site das EE,

após apresentação ao Conselho Superior, que foi feita em Abril do ano

passado, porque ele foi apresentado aos órgãos pedagógicos em Outubro

de 2015, vai precisamente fazer um ano, ele é apresentado ao público.”

(Dra. HC)

____________________________________________________________

“São, no fundo, os critérios e os indicadores… não é? E que foram os

critérios e os indicadores que, pelos Inspetores, foram analisados junto de

cada direção de cada escola. Management e Organização, a… Curriculum

and Planning, Resources – Material Resources, specially -, Teaching and

Learning - que, a… penso que como está organizada em Portugal, o

ensino e a aprendizagem é no seu geral, tem a ver com uma visão global

do ensino e da aprendizagem, sendo o resultado a sumula de umas quantas

aulas analisadas, nunca vamos ver nem nunca vamos avaliar cada

professor per si, portanto, o que nós vemos é um resultado geral de como é

Page 77: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

2.º ciclo de avaliação

Whole School

Inspection

__________________

Razões que estiveram

na base das alterações

para o 2.º ciclo

o ensino-aprendizagem -, Assessment and Achievements – portanto os

resultados da avaliação -, Educational Support – que eu cá em Portugal

não sei muito bem… portanto, é todo o apoio… destinado a… alunos com

deficiências e com… dificuldades de aprendizagem -, e Quality Assurance

and Development – que… penso que é a garantia da… da qualidade.

Portanto, o relatório geral, também capítulo por capítulo, através de

gráficos, apresentava uma conclusão e uma sumula relativamente ao que

se passava nas escolas, portanto são oito campos, oito domínios que foram

analisados.” (Dra. HC)

____________________________________________________________

“Nós, a princípio, não fizemos fortes alterações do ponto de vista da

metodologia, e do ponto de vista dos indicadores. Relativamente ao guião,

foi mais uma alteração metodológica, ou seja, a nós o que nos interessa

neste 2.º ciclo das Escolas Europeias é que, como as escolas são só 14, e

elas tiveram conhecimento de todos os resultados da WSI do 1.º ciclo, e

inclusivamente nós fizemos o follow-up – portanto, uma ação de

seguimento em que fomos ver às escolas a… o que é que as escolas

fizeram e como concretizaram as recomendações feitas – nós agora o que

pretendemos, como eu já disse à Patrícia há pouco, é que as escolas – às

Page 78: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

__________________

Alterações previstas

no 2.º ciclo, tendo em

conta o 1.º ciclo

equipas que vão fazer o 2.º ciclo da WSI – nos apresentem os pontos

fortes, os pontos que necessitam de melhoria face ao 1.º ciclo. Portanto, o

ponto forte neste 2.º ciclo é uma apresentação que cada escola vai fazer

relativamente àquilo que entendem que são pontos fortes que

conseguiram, ultrapassaram – claro que tudo precisa de desenvolvimento -

, e aqueles pontos que ainda não conseguiram ultrapassar e porquê.” (Dra.

HC)

____________________________________________________________

“[A escola deve apresentar os pontos fortes e os pontos que ainda

necessita ultrapassar, tendo em conta as recomendações dadas pela WSI

aquando da última inspeção] A partir daí, será feito o trabalho do Inspetor.

Depois, em termos do guião, e em termos destes oito domínios, destes oito

campos analisados, apenas fizemos a… uma maquilhagem, ou seja,

eliminamos alguns indicadores por serem demasiado específicos e por

serem demasiado minuciosos… a… eliminámos a escala de classificação,

uma escala de classificação de… 1 a 4, em que o 1 era o menos bom e o 4

o melhor, e que dava muita confusão às escolas, algumas pareciam

crianças ao serem classificadas: eu tenho 3, aquele tem 4 aqui, porque é

que eu sou tão bom como aquele, porque é que ele tem 4 e eu tenho 3?!

Page 79: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Bom, e então também modificámos esse aspeto. Agora as escolas

apresentam um… Not Achieved, Partially Achieved, Sufficiently Achieved,

e Totally Achieved. Torna-se mais fácil para nós. E… e o relatório final

anexa esse guião dos diferentes domínios com uma conclusão geral por

domínio, portanto por capítulo, e depois fazemos uma sumula muito breve

dos factos – dos pontos fortes, dos pontos a melhorar e das recomendações

-, tentámos agilizar o mais possível a leitura dos resultados e as

conclusões.” (Dra. HC)

“No fundo, uma grelha que, sobre cada domínio, a… apenas apresenta

uma página, tendo em conta os critérios - que são os mesmos -, seguindo,

claro, os grandes campos dos regulamentos das EE, e os indicadores, de

forma a que a leitura seja fácil, seja rápida, não traga confusão e que as

escolas percebam o que é que nós pretendemos.” (Dra. HC)

“(…) às vezes falávamos aqui informalmente mas são conversas de

gabinete e discussões entre nós… por exemplo, uma alteração, portanto,

que foi feita, foi a participação dos diretores nas equipas de avaliação.

Portanto, há uma equipa de avaliação e vem um diretor de uma outra

escola participar na equipa… Portanto, há uma avaliação à escola A, vem

Page 80: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Expectativas

referentes ao 2.º ciclo

de avaliação

__________________

Efeitos esperados no

2.º ciclo

um diretor de uma escola B ou C participar na equipa que vai fazer a

avaliação da escola A. Isto, pronto, é para promover uma maior

participação, uma maior abertura das WSI, e também para promover uma

mais fácil disseminação dos resultados… Este aqui nós sabemos, foram

questões debatidas.” (Dr. HG)

____________________________________________________________

“Agora o 2.º ciclo vai durar quatro anos, e, portanto, será entre 2016 e

2020. Agora a… se eu ainda continuar como coordenadora, será fazer

precisamente uma comparação entre o relatório final do 1.º ciclo e o que

dará o relatório final do 2.º ciclo, face à análise dos relatórios individuais

de escola. Houve realmente uma melhoria geral em determinados campos?

Porquê? Porque é que noutros campos não foi possível? Situações

endógenas à escola? Exógenas? Situações que são resultado do próprio

sistema? Situações que são resultado de umas EE que, sendo centralistas,

por outro lado também choca a influencia dos países onde estão sediadas?

Porque nós temos escolas que vão desde Espanha até à Alemanha e

portanto que também têm que seguir, em certa medida, as características

educativas por uma questão de… de cordialidade e de relacionamento das

escolas onde estão, de maneira que seria interessante saber como é que

Page 81: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

houve a evolução e as razões de uma evolução positiva e as razões de uma

eventual evolução negativa.” (Dra. HC)

Percurso profissional

dos entrevistados nas

Escolas Europeias e na

Whole School

Inspection

Caracterização do

percurso profissional

da Dra. HC

Acesso e admissão à

equipa da WSI

“Olhe, eu entrei para a equipa já… há muitos anos. Primeiro, há 11 anos,

durante a presidência holandesa, foi apresentado, no Conselho de Inspeção

Misto, pelo então Inspetor Presidente holandês, que faz parte desta

inspeção também, a… uma hipótese de trabalho conjunto de diferentes

Inspetores que pudessem fazer avaliações a escolas, mas só no Ensino

Secundário. E eu, como membro do Conselho de Inspeção, levantei o

braço e disse aquilo que eu entendia… o meu colega concordou e,

automaticamente, fiz parte da equipa dele. Ele era o presidente na altura.

Na altura chamava-se Joint Inspection. Uma das disciplinas que era, ou

que foi, analisada em termos de avaliação de escolas que fizemos, na

altura, através da participação de diferentes disciplinas, era a História. E

eu sou responsável pela disciplina de História. E a disciplina de História

só é lecionada em inglês, francês ou alemão. Portanto, íamos assistir às

aulas das disciplinas de História, Geografia, Economia… e depois

fazíamos um resumo mais baseado no ensino aprendizagem. E o Primário

Page 82: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

__________________

Funções

desempenhadas na

equipa WSI

fazia uma coisa semelhante. Havia, portanto, duas equipas distintas. Com

a continuação dos tempos, passados quatro, cinco anos, verificou-se que

era interessante juntar, como em alguns países faziam, a… o Pré-Escolar,

o Primário e o Secundário numa só equipa. Entretanto o meu colega

holandês, que era o presidente da equipa do Secundário, passou a ser

diretor de escola, e eu era a mais antiga… e, automaticamente, passei eu a

ser a presidente. Quando nós juntámos os três ciclos de ensino, como eu

era a mais antiga e já tinha experiência, e, diga-se entre parenteses,

também não dei muitos maus resultados em termos do trabalho, então

quase que tacitamente entenderam como presidente do grupo, e tenho sido

aceite, felizmente, ora bem!”

____________________________________________________________

“Eu, do grupo diretor, sou responsável pelos três ciclos, visto que sou

presidente de um grupo que engloba os três ciclos. Mas eu, como

Inspetora, sou do Ensino Secundário. Represento Portugal, Ensino

Secundário.”

“A… no fundo sou eu que tenho que delinear a crítica, no fundo, não é?

Tenho que delinear a política, tenho que apresentar aos meus colegas a

Page 83: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

decisão final de todas essas ideias, tenho que elaborar os relatórios, tenho

que elaborar a agenda de trabalho, tenho que escolher – com o grupo, mas

de qualquer forma -, tenho que apresentar propostas, sugestões, propostas

de solução, a… propostas de decisão… que serão sempre tomadas em

regime de colegialidade, mas sou eu que tenho que o fazer.”

“Por exemplo, eu elaboro os documentos, corrijo o documento, mando por

email inicialmente e antes das reuniões, para eles, quando chegarem às

reuniões, já terem as suas propostas. (…) Depois tudo o que for aprovado,

escrito, regulamentado, por esse grupo diretor, vai ser apresentado ao

Comité de Inspeção Misto – onde estão representados os inspetores dos

três ciclos de ensino – e ao Comité Pedagógico, que aprova. Ou não. Se

não aprovar volta para trás e temos que reformular de acordo com as

orientações dadas.”

“[As minhas funções no grupo diretor são] fazer a crítica analítica, ou a

análise crítica, da inspeção realizada, face a isso, preparar e definir a outra

inspeção e, organizando os documentos de trabalho consoante a evolução

das situações, tudo aquilo que se pode fazer sem ter que ir para aprovação

dos Conselhos, e analisar os relatórios que as escolas enviam dando

cumprimento às recomendações. Porque isto é o chamado a… trabalho de

Page 84: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

__________________

Meios de

comunicação com a

restante equipa WSI

__________________

Participação no 2.º

ciclo de inspeções

investigação. Porque é desk research, portanto é feito à secretária. Nós… é

uma análise documental. É esse o trabalho que nós fazemos, o que nos

ocupa bastante.”

____________________________________________________________

“Sempre por email. Mas nós temos cerca de três a quatro reuniões

presenciais anualmente. Porque… para, por exemplo, nós não somos

native speakers, não é? Exceto o colega irlandês. Mas… e o grupo de

trabalho funciona em inglês, e tudo é feito em inglês, embora existam três

línguas veiculares nas EE: o inglês, o francês e o alemão, nós sabemos que

o inglês é e há-de ser sempre a língua veicular mundial. E portanto as

coisas são em inglês. Portanto, através de reuniões presenciais e através de

email, troca de documentos: por exemplo, eu elaboro os documentos,

corrijo o documento, mando por email inicialmente e antes das reuniões,

para eles, quando chegarem às reuniões, já terem as suas propostas.”

____________________________________________________________

“Sim senhora, já houve uma WSI, a primeira deste 2.º ciclo, à EE da

Alemanha, perto de Frankfurt. Onde se aplicaram todos os instrumentos de

Page 85: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

WSI

trabalho: o novo guião, a nova grelha, as novas grelhas para reuniões e

para entrevistas com pais, encarregados de educação… alunos,

coordenadores, direção.”

Caracterização do

percurso profissional

do D. HG

Acesso e admissão à

equipa da WSI

“É uma coisa interessante. (risos) Eu participei em três WSI: a primeira foi

um mero acaso porque estava já uma equipa constituída para fazer – creio

que foi a segunda escola que foi avaliada -, e havia uma Inspetora

holandesa na altura, do Primário, que foi para diretora de uma escola

acreditada na Holanda… e houve uma emergência de substituir, no espaço

de duas semanas, essa Inspetora. Tinha que ser um Inspetor do Primário.

Creio que eu era o Inspetor que estava mais à mão, digamos assim, porque

quem coordenava essa equipa era a Inspetora – acho que não era a

Inspetora HC, mas era a Dra. HC já estava envolvida na equipa. Mas, de

qualquer forma, conhecendo o meu passado aqui ao nível da avaliação

externa, a familiarização com o trabalho de avaliação de escolas, então fui

contactado - como já sabe nas EE – para participar nessa equipa. Para

substituir a tal Inspetora holandesa. Depois fui convidado mais duas vezes

para participar… porque há um núcleo duro que participa regularmente, e

Page 86: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

__________________

Funções

desempenhadas na

equipa WSI

depois são convidados Inspetores, rotativamente ou quase rotativamente,

para integrar essas equipas. Mas a primeira foi um mero acaso, e a partir

daí, pronto, fui convidado mais duas vezes.”

“[A primeira vez] Creio que foi em 2012… Foi logo no primeiro ano de

2012, final de 2012 ou princípio de 2013 que foi feita essa avaliação… foi

a segunda escola que foi avaliada.

____________________________________________________________

“Fazer parte da subequipa de Primário, portanto, aquilo que nós fazemos

depois já não há propriamente uma divisão de funções… o que nós

fazemos é realizar entrevistas ao diretor adjunto do Primário, por exemplo,

realizamos entrevistas a alunos do Primário, a professores do Primário e

Maternal, pronto… colaboramos depois com os do Secundário nas

entrevistas aos representantes do pessoal, ao diretor… portanto fazemos

visitas – observação de aulas, muitas observações de aulas no Primário e

Maternal -, e depois trabalhamos os dados que já temos relativamente ao

Primário e ao Maternal que, juntamente com os do Secundário, depois

contribui para a avaliação global da escola.”

Page 87: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Meios de

comunicação com a

restante equipa WSI

“Nós contactamos nos Conselhos de Inspeção porque somos Inspetores de

países diferentes… o núcleo duro mantém contacto regular porque tem

muitas reuniões dos grupos de trabalho; os Inspetores que colaboram

esporadicamente só praticamente contactam nessa altura uns com os

outros… um vem de Portugal, outro pode vir da Suécia, outro vem de

Itália… e a nossa preparação começa uma semana ou duas semanas antes

da inspeção, e reunimo-nos no primeiro dia - que está previsto para o

trabalho de inspeção – para distribuir algum trabalho entre nós, como por

exemplo a observação da prática letiva – quem vai ver a aula A, B, C -,

depois as várias reuniões que vamos ter – quem é que coordena, dinamiza,

as várias reuniões e entrevistas que temos com os interlocutores -, portanto

o trabalho é mais na ocasião da avaliação externa do que propriamente

anterior ou mesmo posterior. Com a equipa nuclear mantemos um

contacto mais regular com o coordenador da avaliação.”

“[Esse contacto é feito através] De email, porque cada um vive no seu

país, portanto… muitas vezes está fora do seu país… é muito difícil, como

se deve recordar. Contactamos sempre por email onde quer que estejamos,

uma ou outra vez via Skype, e por telefone muito raramente, só mesmo em

caso de emergência.”

Page 88: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Participação no 2.º

ciclo de inspeções

WSI

__________________

Funções

desempenhadas foram

do âmbito da WSI:

IGEC e EE

“Pretender participar, pretendo. Isso sem dúvida alguma. O nível de

ensino é o Primário e o Maternal… sou inspetor representante nacional no

Conselho de Inspeção Primário e Maternal, e nos restantes órgãos da

estrutura das EE… mas é sobretudo aí que eu realizo o meu trabalho.”

____________________________________________________________

“Aqui na IGEC há dois tipos de trabalho, e há um trabalho que eu realizo

nas EE mesmo fora da WSI: participo nas equipas de avaliação de

diretores, de diretores adjuntos, de professores da secção portuguesa,

participo nos comités de seleção, participo em grupos de trabalho dos

apoios educativos, por exemplo, há um trabalho agora sobre

diferenciação… portanto participo em vários grupos de trabalho.

Participamos também em algumas iniciativas que surgem, e nos Conselhos

de Inspeção que são realizados regulamente. A nível nacional participo na

AEE, tenho também a parte dos processos internacionais, o ano passado

também foi desenvolvida a avaliação dos contratos de autonomia,

colaboro numa ou outra atividade que entretanto surja cá… mas

regularmente é mais a AEE.”

Page 89: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Anexo 3 – Propinas aplicadas aos alunos das Categorias II e III nas Escolas Europeias

Tabela 1: Propinas aplicadas aos alunos de Categoria II (acordos financeiros) -

Escolas Europeias

Propinas por aluno (2015/2016)

Escola Inscrição antes de 2003-

2004

Inscrição depois de 2004-

2005

Alicante 11,729.36 EUR 12,184.82 EUR

Bergen 15,789.42 EUR 16,244.87 EUR

Bruxelas 9,481.78 EUR 9,937.24 EUR

Culham 14,257.54 EUR 14,713.00 EUR

Frankfurt 8,993.29 EUR 9,448.75 EUR

Karlsruhe 13,490.64 EUR 13,946.10 EUR

Luxemburgo 9,470.89 EUR 9,926.34 EUR

Mol 15,338.14 EUR 15,793.60 EUR

Munique 10,830.77 EUR 11,286.23 EUR

Varese 13,491.23 EUR 13,946.69 EUR

Fonte: Office of the Secretary-General of the European Schools. School fees. Acedido

em http://www.eursc.eu/en/European-Schools/enrolments/school-fees.

Page 90: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Tabela 2: Propinas aplicadas aos alunos de Categoria III no ano letivo de 2016/2017 -

Escolas Europeias

a) Propinas aplicáveis aos alunos inscritos na Categoria III, depois do ano letivo 2013/2014

Escola

Pré-Escolas Primário Secundário

Alicante 3,656.95 EUR

5,028.36 EUR 6,856.85 EUR

Bergen 3,510.67 EUR 4,827.23 EUR 6,582.58 EUR

Bruxelas 3,656.95 EUR 5,028.36 EUR 6,856.85 EUR

Culham - - 4,618.48 GBP

Frankfurt 3,656.95 EUR 5,028.36 EUR 6,856.85 EUR

Karlsruhe 3,510.67 EUR 4,827.23 EUR 6,582.58 EUR

Luxemburgo 3,510.67 EUR 4,827.23 EUR 6,582.58 EUR

Mol 3,656.95 EUR 5,028.36 EUR 6,856.85 EUR

Munique 3,656.95 EUR 5,028.36 EUR 6,856.85 EUR

Varese 3,510.67 EUR 4,827.23 EUR 6,582.58 EUR

b) Propinas aplicáveis aos alunos inscritos na Categoria III no ano letivo

2012/2013

Ciclo Quantia

Pré-Escolar 2,984.07 EUR

Primário 4,103.14 EUR

Secundário 5,595.19 EUR (Culham: 3,952.65 GBP)

Fonte: Office of the Secretary-General of the European Schools. School fees. Acedido

em http://www.eursc.eu/en/European-Schools/enrolments/school-fees.

Page 91: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Anexo 4 – Formulário de avaliação da Whole School Inspection

Follow-up of the Whole School Inspection (WSI)

Developments since the WSI visit in

School:

Date:

Inspectors:

I. Recommendation from the WSI report

A. Activities planned by the

school to make progress in

the areas of

recommendations

(Filled in by the school 6

weeks after receiving the

report on the WSI).

B. School’s self-evaluation:

activities taken and

outcomes of actions

(critical judgement about

the progress made).

(Filled in by the school two

years after the inspection).

C. Comments and feedback

concerning column B.

(Filled in by the inspection

team as a respond to the self-

evaluation results).

Page 92: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Anexo 5 - Exemplo do programa de uma Whole School Inspection às

Escolas Europeias

FOLLOW-UP SCHOOL X – WHOLE SCHOOL INSPECTION

Program for the inspection visit – 13th

and 14th

March 2014

13th

March 2014

9h30

to

11h15

Meeting with management regarding the 4 recommendations

presented at the final report.

Current general situation of the school.

Quality Assurance and Development, cyclical procedure for school

self evaluation and pupils’ evaluation and assessment.

Implemented measures (constraint situations).

Coffee Break

11h30

to

13h00

Meeting with Deputies Heads (by cycles) to be informed more in

detail about implemented school Action Plan activities and school

self evaluation: impact of the activities/difficulties.

(Decision about relevant coordinators’ meeting and Principal

educational advisor’s meeting).

Lunch Time

14h00

to

17h00

Meeting with Deputies Heads (by cycles).

Eventual meeting (if necessary) with relevant coordinators/staff’s

representatives, Principal educational adviser to analyse in detail

pedagogical issues (e.g. cooperation and coordination within and

between sections, exchange of professional experiences, teaching

differentiation) and curriculum and planning.

Analysis of school’s documents.

Page 93: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

14th

March 2014

9h30

to

13h00

Analysis of school’s documents.

Elaboration of the report.

Lunch Time

14h00

to

15h30

Debriefing meeting with Management.

Page 94: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Anexo 6 - Atividades referidas no Capítulo III – Atividades desenvolvidas no estágio

Atividades

Realizadas na EMEE

(5.º andar)

Realizadas na ATISul

(2.º andar)

Realizadas no âmbito da

Avaliação Externa das Escolas

Observação de formações e

reuniões

Outras atividades

Planeamento das visitas do Dr.

HG às Escolas Europeias de

Bruxelas II e Luxemburgo I

Organização dos peritos

externos por Universidade, e

organização dos Pagamentos

dos peritos externos por

Universidade

Tratamento de questionários de

satisfação aplicados à

comunidade educativa

Formação sobre os dados

estatísticos referentes à

Avaliação Externa das Escolas

Trabalho académico

Análise de 21 contraditórios

Atualização das bases de dados

relativas aos Inspetores e aos

peritos externos que realizam a

AEE

Acompanhamento e observação

de uma AEE a um agrupamento

da zona da grande Lisboa

Formação sobre as Escolas

Europeias e a Whole School

Inspection, e sobre a

conferência SICI: Evaluating

School Leadership

Observação de três entrevistas

de seleção para as EE

Organização e esclarecimento

das atividades realizadas por

cada uma das estagiárias no

estágio na IGEC

Elaboração do relatório baseado

nos questionários aplicados aos

Inspetores acerca das suas

intervenções na AEE

Colaboração na redação do

capítulo Avaliação do Processo

pelas escolas e pelos

avaliadores do Relatório Global

de AEE do ano letivo

2014/2015

Formação sobre a avaliação

institucional: processos

integrados de (auto)avaliação

(Partes I e II)

Page 95: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Formação sobre o Ensino

Experimental das Ciências

Formação sobre a Avaliação

Externa das Escolas e a

Liderança nas Escolas

Reunião sobre a AEE:

Memorando da equipa de

reflexão

Formação sobre a Observação

de práticas em sala de aula

Reunião do grupo de trabalho

acerca da Avaliação Externa

das Escolas

Page 96: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Formação acerca da Avaliação

dos Contratos de Autonomia

(ACA)

Page 97: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Anexo 7 - Calendarização de todas as atividades desenvolvidas no estágio

Setembro 2015

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo

1 2 3 4 5 6

7 8 9 10 11 12 13

14 15 16 17

- Visita às instalações

da IGEC e apresentação

de alguns dos

funcionários e das

respetivas funções

(Início).

18

- Visita às

instalações da

IGEC e

apresentação de

alguns dos

funcionários e das

respetivas funções

(Fim);

- Configuração,

nos

computadores,

19 20

Page 98: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

das contas

igec.mec das

estagiárias.

21

- Leitura de

documentos sobre a

Avaliação Externa

das Escolas.

22

- Leitura de

documentos sobre a

Avaliação Externa das

Escolas.

23

- Leitura de

documentos sobre a

Avaliação Externa das

Escolas.

24

- Reunião com o Dr.

HG: 1) Esclarecimento

do ponto de situação; 2)

Esclarecimento da

calendarização dos

próximos eventos

(formações e início da

expedição de

questionários de

satisfação para as

escolas); 3) Definição

do horário do estágio;

4) Definição do período

de colaboração de cada

estagiária com a

ATISul;

25 26 27

Page 99: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

- Exploração do site da

IGEC.

28

Formação sobre

dados estatísticos

referentes à

Avaliação Externa

das Escolas.

29

Formação sobre as EE e

a WSI e sobre a

conferência SICI:

Evaluating School

Leadership.

30

Conversa com o Dr.

HG: Esclarecimento de

dúvidas acerca da

formação sobre dados

estatísticos referentes à

Avaliação Externa das

Escolas.

Outubro 2015

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo

1

- Leitura de

documentos:

plano de

atividades,

2 3 4

Page 100: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

balanço social e

relatório geral de

atividades da

IGEC.

5

- Formação sobre

a avaliação

institucional:

processos

integrados de

(auto)avaliação

(Parte I).

6

- Leitura de

documentos:

plano de

atividades,

balanço social e

relatório geral de

atividades da

IGEC.

7

- Reunião com a

Dra. L:

1) Esclarecimento

de questões

relacionadas com

a aplicação dos

questionários de

satisfação;

2) Explicação de

como se

selecionam as

amostras: os

cálculos e as

prioridades na

escolha de turmas.

8

- Formação sobre

o Ensino

Experimental das

Ciências.

9 10 11

Page 101: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

12

- Início da seleção

das amostras a

responder aos

questionários de

satisfação.

13

- Seleção das

amostras a

responder aos

questionários de

satisfação;

- Esclarecimento

de dúvidas, com a

Dra. L, sobre este

processo;

- Preparação das

amostras na grelha

Word.

14

- Seleção das

amostras a

responder aos

questionários de

satisfação;

- Preparação das

amostras na grelha

Word.

15

- Início da

atividade de

contagem dos

questionários de

satisfação e dos

respetivos

envelopes.

16 17 18

19

- Contagem dos

questionários de

satisfação e dos

20

- Contagem dos

questionários de

satisfação e dos

21

- Solicitação, por

parte do Dr. HG,

da realização da

22

- Início da

atividade:

planeamento das

23 24 25

Page 102: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

respetivos

envelopes;

- Redação e

impressão das

moradas para

onde são enviados

os questionários

de satisfação.

respetivos

envelopes;

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

atividade de

planeamento das

visitas às EE de

Bruxelas II e

Luxemburgo I.

visitas às EE de

Bruxelas II e

Luxemburgo I.

26

- Envio, por email

ao Dr. HG, do

planeamento da

visita às EE de

Bruxelas II e

Luxemburgo I e

receção de

feedback.

27

- Conversa com o

Dr. HG sobre a

atividade de

planeamento da

visita às EE de

Bruxelas II e

Luxemburgo I:

feedback

presencial;

- Leitura de

documentos:

28

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

29

- Receção e

abertura dos

questionários de

satisfação;

- Esclarecimento

do modo de

funcionamento do

sistema de

tratamento dos

questionários, pela

Dra. L e pela Dra.

30 31

Page 103: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

pesquisa para o

relatório de

estágio.

AP.

Novembro 2015

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo

1

2

- Tratamento dos

questionários de

satisfação no

sistema:

digitalização,

classificação e

validação.

3

- Tratamento dos

questionários de

satisfação no

sistema:

digitalização,

classificação e

validação.

4

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

5

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio;

- Reunião com o

Dr. HG acerca das

tarefas de apoio a

executar na

6

- Tratamento e

exportação dos

questionários de

satisfação no

Excel (devido a

problemas com o

sistema).

7 8

Page 104: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

formação

Avaliação Externa

das Escolas, na

faculdade de

farmácia da UL.

9

- Digitalização, no

scanner, das

questões de

resposta aberta

dos questionários

de satisfação;

- Tratamento e

exportação dos

questionários de

satisfação no

Excel (devido a

problemas com o

sistema).

10

- Formação sobre

a Avaliação das

Escolas e a

Liderança nas

Escolas, na

Faculdade de

Farmácia da UL.

11

- Digitalização, no

scanner, das

questões de

resposta aberta

dos questionários

de satisfação;

- Tratamento e

exportação dos

questionários de

satisfação no

Excel (devido a

problemas com o

sistema).

12

- Digitalização, no

scanner, das

questões de

resposta aberta

dos questionários

de satisfação;

- Tratamento e

exportação dos

questionários de

satisfação no

Excel (devido a

problemas com o

sistema).

13 14 15

Page 105: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

16

- Digitalização, no

scanner, das

questões de

resposta aberta

dos questionários

de satisfação;

- Tratamento e

exportação dos

questionários de

satisfação no

Excel (devido a

problemas com o

sistema).

17 18

- Reunião com o

Dr. HG para fazer

o ponto de

situação, expor

dúvidas e

esclarecer

objetivos sobre o

relatório de

estágio.

19 20 21 22

23

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

24

- Reunião com a

Dra. L para fazer

o ponto de

situação acerca do

relatório de

25

- Seleção das

amostras a

responder aos

questionários de

satisfação.

26

- Conversa com a

Dra. L acerca do

trabalho de

seleção das

amostras a

27 28 29

Page 106: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

estágio;

- Seleção das

amostras a

responder aos

questionários de

satisfação.

responder aos

questionários de

satisfação;

- Divisão, entre as

estagiárias, das

folhas com os

dados da escola

com o objetivo de

agilizar o processo

de seleção das

amostras.

30

- Contagem dos

questionários de

satisfação e dos

respetivos

envelopes;

- Embalamento

dos questionários

de satisfação e dos

Page 107: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

respetivos

envelopes.

Dezembro 2015

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo

1

- Contagem dos

questionários de

satisfação e dos

respetivos

envelopes.

- Preparação das

amostras na grelha

Word.

2

- Preparação das

amostras na grelha

Word.

3

- Preparação das

amostras na grelha

Word.

4 5 6

7

- Contagem dos

questionários de

satisfação e dos

8 9

- Seleção das

amostras a

responder aos

10

- Seleção das

amostras a

responder aos

11

- Observação de

duas

apresentações de

12 13

Page 108: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

respetivos

envelopes;

- Envio de

amostras já

selecionadas à

Dra. L para efeitos

de correção.

questionários de

satisfação.

questionários de

satisfação;

- Reunião com a

Dra. L acerca do

trabalho

desenvolvido e a

desenvolver na

atividade dos

questionários de

satisfação.

relatórios de

estágio realizados

no âmbito da

IGEC,

apresentados no

IE, a convite da

Dra. L.

14

- Formação sobre

A avaliação

institucional:

processos

integrados de

(auto)avaliação

(Parte II).

15

- Conversa com o

Dr. HG. e a Dra. L

acerca do capítulo

I do relatório de

estágio: ponto de

situação;

- Preparação das

amostras na grelha

Word.

16

- Preparação das

amostras na grelha

Word;

- Organização do

dossier (da

atividade

relacionada com

os questionários

de satisfação) por

17

- Preparação das

amostras na grelha

Word;

- Envio das

amostras na grelha

Word à Dra. L

para efeitos de

correção;

- Participação e

18 19 20

Page 109: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

área territorial e

datas de

Avaliação

Externa;

- Conversa com a

Dra. L acerca da

atividade

relacionada com

os questionários

de satisfação:

ponto de situação.

convívio no

almoço de Natal

da IGEC, a

convite de todos

os funcionários da

EMEE.

21 22 23

24 25 26 27

28 29 30

31

Page 110: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Janeiro 2016

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo

1 2 3

4

- Digitalização, no

scanner, das

questões de

resposta aberta

dos questionários

de satisfação;

- Tratamento e

exportação dos

questionários de

satisfação no

Excel (devido a

problemas com o

sistema).

5

- Conversa com a

Dra. AP acerca

dos problemas do

sistema de

tratamento e

exportação dos

questionário de

satisfação;

- Conversa com a

Dra. F com o

objetivo de adiar a

minha

colaboração com a

ATISul, e de

prolongar a da

6

- Conversa com o

Dr. H

relativamente às

expectativas

quanto à atividade

de Avaliação

Externa das

Escolas que

vamos observar.

7

- Observação da

apresentação de

um relatório de

estágio realizado

no âmbito da

IGEC,

apresentado no IE,

a convite da Dra.

L.

8 9 10

Page 111: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

minha colega

Soraia (que,

devido à

priorização do

tratamento dos

questionários de

satisfação, teve

que colocar o

trabalho na

ATISul em

espera).

11

- Contagem dos

questionários de

satisfação e dos

respetivos

envelopes;

- Elaboração e

impressão das

moradas para

12

- Contagem dos

questionários de

satisfação e dos

respetivos

envelopes;

- Elaboração e

impressão das

moradas para

13

- Conclusão da

contagem dos

questionários de

satisfação e dos

respetivos

envelopes;

- Revisão de

amostras e adição

14

- A pedido do Dr.

H, as estagiárias

refletiram acerca

das atividades já

realizadas no

estágio;

- Conversa com o

Dr. H acerca de

15 16 17

Page 112: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

onde são enviados

os questionários

de satisfação.

onde são enviados

os questionários

de satisfação.

de envelopes em

falta, por ordem

da Dra. L;

- Não iniciei a

minha

colaboração com a

ATISul (2.º

andar), conforme

estava previsto,

porque a Dra. F.

não chegou à

IGEC durante o

período do

estágio.

aspetos referentes

ao estágio: a

existência de

apenas dois

computadores

para três

estagiárias e a

necessidade de

realizar

entrevistas para o

relatório;

- Conversa com a

Dra. F. no sentido

de agendar o

início da minha

colaboração com a

ATISul: a Dra. F

solicitou a

execução da

primeira e da

Page 113: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

segunda tarefas:

Pagamento dos

peritos externos

por Universidade,

e Organização

dos peritos

externos por

Universidade.

18

- Início da minha

colaboração com a

ATISul:

Realização das

atividades

Pagamento dos

peritos externos

por Universidade,

e Organização

dos peritos

externos por

19

- Foi-nos dada a

conhecer a escola

sujeita à

Avaliação Externa

que devemos

observar e os

respetivos

materiais de apoio

à atividade;

- Conclusão e

envio das

20

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

21

22 23 24

Page 114: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Universidade

(ATISul).

atividades

Pagamento dos

peritos externos

por Universidade,

e Organização

dos peritos

externos por

Universidade à

Dra. F.

(ATISul).

25

- Análise de novos

materiais relativos

à atividade de

Avaliação Externa

das Escolas,

concedidos pelo

Dr. H.

26

- Conversa com a

Dra. F com os

objetivos de obter

um feedback

acerca das duas

atividades já

concluídas e de

solicitar mais

tarefas: fiquei

27

- Reunião sobre a

Avaliação Externa

das Escolas:

Memorando da

equipa de

reflexão.

28

- Realização da

atividade

Atualização das

bases de dados

relativas aos

Inspetores e aos

peritos externos

que realizam a

AEE

29

- Preparação da

atividade de

Avaliação Externa

das Escolas com

os Inspetores Dr.

H, a Dra. RM e o

perito externo, Dr.

PR.

30 31

Page 115: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

encarregue da

Atualização das

bases de dados

relativas aos

Inspetores e aos

peritos externos

que realizam a

AEE

(ATISul).

(ATISul).

Fevereiro 2016

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo

1

- Faltei ao

primeiro dia de

Avaliação Externa

por motivos de

saúde.

2

- Observação da

atividade de

Avaliação Externa

das Escolas a um

agrupamento de

3

- Observação da

atividade de

Avaliação Externa

das Escolas a um

agrupamento de

4

- Observação da

atividade de

Avaliação Externa

das Escolas a um

agrupamento de

5

- Formação sobre

a Observação de

práticas em sala

de aula.

6 7

Page 116: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

escolas da zona da

grande Lisboa.

escolas da zona da

grande Lisboa.

escolas da zona da

grande Lisboa.

8 9 10

- Reflexão acerca

dos pontos fortes

e das áreas de

melhoria

percebidos pelas

estagiárias

aquando da

atividade de

Avaliação Externa

das Escolas com o

objetivo de

colaborar na

elaboração do

relatório de AEE.

11

- Envio, por email

ao Dr. H, dos

pontos fortes e das

áreas de melhoria

percebidos pelas

estagiárias

aquando da

atividade de

Avaliação Externa

das Escolas com o

objetivo de

colaborar na

elaboração do

relatório de AEE.

12 13 14

Page 117: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

15

- Seleção das

amostras a

responder aos

questionários de

satisfação.

16

- Conclusão e

envio da atividade

Atualização das

bases de dados

relativas aos

Inspetores e aos

peritos externos

que realizam a

AEE

(ATISul).

17

- Seleção das

amostras a

responder aos

questionários de

satisfação.

18

- Seleção das

amostras a

responder aos

questionários de

satisfação.

19 20 21

22

- Seleção das

amostras a

responder aos

questionários de

satisfação.

23

- Ida aos CTT

levantar quatro

caixas (de quatro

agrupamentos de

escolas);

- Contagem dos

questionários de

satisfação e dos

24

- Conversa com a

Dra. F, juntamente

com a minha

colega Soraia, a

propósito das

poucas atividades

que a Soraia

executou para na

25

- Conversa com a

Dra. L com o

objetivo de

esclarecer em que

ponto da situação

estão os trabalhos

já realizados e

quais são os

26 27 28

Page 118: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

respetivos

envelopes para um

agrupamento;

- Tratamento dos

questionários de

satisfação no

sistema:

digitalização,

classificação e

validação de um

agrupamento.

ATISul (devido à

prioridade

atribuída ao

tratamento dos

questionários de

satisfação). A Dra.

F mostrou-se

compreensiva e

propôs-nos a

execução de uma

tarefa realizada

em conjunto: o

tratamento

estatístico – que

deve resultar num

relatório - dos

questionários

aplicados aos

Inspetores acerca

das suas

trabalhos a

realizar no âmbito

da EMEE (5.º

andar);

- Continuação da

realização da

atividade

relacionada com o

relatório

(ATISul).

Page 119: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

intervenções na

Avaliação Externa

das Escolas;

- Esclarecemos

pormenores

metodológicos

com a Dra. F e

demos início ao

trabalho proposto.

29

- Continuação da

realização da

atividade

relacionada com o

relatório

(ATISul).

Page 120: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Março 2016

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo

1

- Receção, por

parte do Dr. HG e

da Dra. L, da

proposta de

trabalho

relacionado com a

análise dos

contraditórios a

realizar pelas três

estagiárias.

2

- Realização da

atividade

relacionada com a

análise dos

contraditórios

(EMEE).

3

- Observação da

reunião do grupo

de trabalho

(constituído por

Inspetores) acerca

da Avaliação

Externa das

Escolas.

4 5 6

7

- Contagem e

embalamento dos

questionários de

satisfação e dos

8

- Continuação da

realização da

atividade

relacionada com o

9

- Continuação da

realização da

atividade

relacionada com o

10

- (Nova)

atualização e

envio da atividade

Atualização das

11 12 13

Page 121: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

respetivos

envelopes.

relatório

(ATISul).

relatório:

refletimos acerca

das estratégias de

apresentação do

relatório

(ATISul).

bases de dados

relativas aos

Inspetores e aos

peritos externos

que realizam a

AEE por

solicitação da Dra.

F

(ATISul).

14

- Continuação da

realização da

atividade

relacionada com o

relatório:

refletimos acerca

das estratégias de

apresentação do

relatório;

- Divisão de

15

- Continuação da

realização da

atividade

relacionada com o

relatório:

preenchimento da

grelha

(ATISul).

16

- Continuação da

realização da

atividade

relacionada com o

relatório:

preenchimento da

grelha

(ATISul).

17

- Continuação da

realização da

atividade

relacionada com o

relatório:

preenchimento da

grelha

(ATISul).

18 19 20

Page 122: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

tarefas: três

questões para a

Soraia e três

questões para

mim;

- Construção da

grelha de análise

de conteúdo das

respostas abertas;

- Início do

preenchimento da

grelha

(ATISul).

21 22

- Formação acerca

da Avaliação dos

Contratos de

Autonomia

(ACA).

23 24 25 26 27

Page 123: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

28 29

- Continuação da

realização da

atividade

relacionada com o

relatório:

conversa com a

Soraia a fim de

fazer o ponto da

situação acerca da

grelha de análise

de conteúdo

(ATISul).

30

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

31

- Continuação do

preenchimento da

grelha de análise

de conteúdo

(ATISul).

Page 124: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Abril 2016

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo

1 2 3

4

- Contagem dos

questionários de

satisfação;

- Conversa com a

Dra. HC para

solicitar mais

documentos

acerca da

atividade de

Avaliação Externa

desenvolvida pela

WSI.

5

- Visita do Sr.

Ministro da

Educação e

Ciência, Dr. Tiago

Rodrigues, à

IGEC;

- Conclusão da

grelha de análise

de conteúdo

(ATISul).

6

- Introdução dos

gráficos

(referentes ao

tratamento

estatístico

realizado para as

questões de

resposta fechada)

com as respetivas

descrições no

relatório

(ATISul).

7

- Revisão do texto

da análise de

conteúdo para o

relatório (tarefa

da Patrícia);

- Continuação da

introdução dos

gráficos com as

respetivas

descrições (tarefa

da Soraia);

- Contagem e

adição de

questionários de

satisfação (a Dra.

8 9 10

Page 125: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

L denotou a falta

de alguns

questionários);

- Retificação de

algumas amostras;

- Receção de um

novo modelo da

folha de rosto para

os questionários:

preenchimento,

impressão e

colocação das

folhas para

identificação dos

agrupamentos

para onde serão

enviados os

questionários de

satisfação;

- Elaboração e

Page 126: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

impressão das

moradas para

onde são enviados

os questionários

de satisfação.

11

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

12

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

13

- Revisão do

conteúdo do

relatório e da

grelha de análise

de conteúdo das

respostas abertas

(ATISul).

14

- Conclusão dos

últimos

pormenores do

relatório e entrega

do mesmo à Dra.

F

(ATISul).

15 16 17

18

- Elaboração

conjunta

(estagiárias

Soraia, Margarida

e Patrícia) do

documento

19

- Abertura dos

questionários de

satisfação.

20

- Tratamento dos

questionários de

satisfação no

sistema:

digitalização,

classificação e

21

- Deteção de

problemas com o

sistema de

tratamento de

questionários de

satisfação:

22 23 24

Page 127: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

relativo às

atividades

realizadas no

estágio até ao

momento, por

solicitação do Dr.

HG;

- Abertura dos

questionários de

satisfação.

validação;

- Abertura dos

questionários de

satisfação.

reportámos a

situação à Dra. L

e à Dra. AP;

- Realização do

ponto de situação

acerca dos

agrupamentos de

escolas já tratados

e por tratar;

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

25 26

- Tratamento dos

questionários de

satisfação no

sistema:

digitalização,

27

- Tratamento dos

questionários de

satisfação no

sistema:

digitalização,

28

- Tratamento dos

questionários de

satisfação no

sistema:

digitalização,

29 30

Page 128: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

classificação e

validação;

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

classificação e

validação.

classificação e

validação do

último

agrupamento;

- Reunião com o

Dr. HG com os

seguintes

objetivos: 1) fazer

o ponto de

situação acerca

dos relatórios de

estágio, 2)

solicitar a

realização do

planeamento das

visitas às EE de

Bruxelas II e

Luxemburgo I –

conferindo todos

os materiais

Page 129: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

necessários -, 3)

convidar-nos para

assistir à

entrevista de

seleção uma

professora de

Matemática para a

EE de Bruxelas II,

neste dia à tarde;

- Assistência à

entrevista seleção

de uma professora

de Matemática

para a EE de

Bruxelas II.

Page 130: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Maio 2016

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo

1

2

- Estipulámos (as

três estagiárias)

que dedicaríamos

o dia à leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio, e que

realizaríamos a

tarefa de

planeamento das

visitas às EE de

Bruxelas II e

Luxemburgo I no

dia seguinte.

3

- Início da

atividade de

planeamento das

visitas às EE de

Bruxelas II e

Luxemburgo I;

- Envio de

dúvidas, via

email, ao Dr. HG

acerca desta

tarefa;

- Conclusão da

tarefa adiada

devido às dúvidas.

4

- Análise da

explicação do Dr.

HG acerca da

atividade de

planeamento das

visitas às EE de

Bruxelas II e

Luxemburgo I;

- Continuação da

execução da tarefa

do planeamento

das visitas.

5

- Conclusão e

envio da atividade

de planeamento

das visitas às EE

de Bruxelas II e

Luxemburgo I.

6

- Observação de

duas entrevistas

de seleção para a

disciplina de

Geografia para a

EE de

Luxemburgo I.

7 8

Page 131: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

9

10

- Observação da

apresentação de

um relatório de

estágio realizado

no âmbito da

IGEC,

apresentado no IE,

a convite da Dra.

L.

11

- Leitura de

documentos:

pesquisa para o

relatório de

estágio.

12

- Receção de um

email do Dr. HG a

informar que o

planeamento das

visitas às EE de

Bruxelas II e

Luxemburgo I

teria que ser

alterado, uma vez

que surgiram

outros

compromissos

profissionais;

- Procedemos às

alterações deste

planeamento;

- Envio da versão

13 14 15

Page 132: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

atualizada do

planeamento das

visitas às EE de

Bruxelas II e

Luxemburgo I.

16

- Solicitação, por

parte da Dra. L, da

atividade de

colaboração na

elaboração do

capítulo iv.

Avaliação do

processo pelas

escolas e pelos

avaliadores,

incluído no

relatório de

Avaliação Externa

17

- Planificação do

trabalho a realizar

na atividade de

colaboração no iv.

capítulo:

organização dos

comentários das

escolas e dos

avaliadores e

divisão do

trabalho pelas três

estagiárias com o

objetivo de

18

- Início da

atividade de

colaboração na

elaboração do

capítulo iv.

Avaliação do

processo pelas

escolas e pelos

avaliadores,

incluído no

relatório de

Avaliação Externa

das Escolas 2014-

19

20 21 22

Page 133: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

das Escolas 2014-

2015.

- Receção e

análise dos

documentos

relativos ao

capítulo.

agilizar o

trabalho.

2015.

23

- Continuação da

atividade de

colaboração na

elaboração do

capítulo iv.

Avaliação do

processo pelas

escolas e pelos

avaliadores,

incluído no

relatório de

Avaliação Externa

24

- Continuação da

atividade de

colaboração na

elaboração do

capítulo iv.

Avaliação do

processo pelas

escolas e pelos

avaliadores,

incluído no

relatório de

Avaliação Externa

25

- Continuação da

atividade de

colaboração na

elaboração do

capítulo iv.

Avaliação do

processo pelas

escolas e pelos

avaliadores,

incluído no

relatório de

Avaliação Externa

26

- Continuação da

atividade de

colaboração na

elaboração do

capítulo iv.

Avaliação do

processo pelas

escolas e pelos

avaliadores,

incluído no

relatório de

Avaliação Externa

27 28 29

Page 134: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

das Escolas 2014-

2015.

das Escolas 2014-

2015.

das Escolas 2014-

2015.

das Escolas 2014-

2015.

30

- Revisão do

trabalho para o

capítulo iv.

Avaliação do

processo pelas

escolas e pelos

avaliadores,

incluído no

relatório de

Avaliação Externa

das Escolas 2014-

2015.

31

- Revisão do

trabalho para o

capítulo iv.

Avaliação do

processo pelas

escolas e pelos

avaliadores,

incluído no

relatório de

Avaliação Externa

das Escolas 2014-

2015.

Page 135: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Anexo 8 – Guião da Entrevista

Guião da Entrevista

Tema: Escolas Europeias (EE) e Whole School Inspection (WSI)

Objetivo Geral:

compreender o papel da WSI nas EE

Objetivos específicos:

caracterizar as orientações para a ação – regulamentação, políticas de ação - nas

EE;

analisar o primeiro ciclo de WSI, e identificar os propósitos que estão na base da

construção do segundo ciclo de avaliação externa;

caracterizar o papel do entrevistado enquanto Inspetor da WSI;

caracterizar/descrever o processo de seleção e destacamento de professores para

as EE;

identificar a metodologia em que assenta a construção de turmas nas EE;

identificar a composição e as características profissionais da equipa de avaliação

externa nas EE.

Ficha de caracterização do entrevistado

Sexo: F ( ) M ( )

Área da formação de base: _________________________________________

Funções desempenhadas na IGEC: ___________________________________

Funções desempenhadas nas Escolas Europeias: ________________________

Dimensões Objetivos Questões Tópicos

A

Legitimar a

Informar o

entrevistado sobre a

Proporcionar ao

entrevistado um

Page 136: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Legitimação da

entrevista

entrevista

Motivar o

entrevistado

temática e a

finalidade da

entrevista

Sublinhar a

importância da

participação do

entrevistado para o

sucesso do trabalho

Salientar o carácter

restrito do uso das

informações

prestadas.

Referir a

disponibilidade

para fornecer os

resultados do

trabalho.

ambiente que lhe

permita estar à

vontade e falar

livremente sobre os

seus pontos de vista

Pedir autorização

para gravar a

entrevista

B

Escolas Europeias

Conhecer e

caracterizar a

legislação, a

regulamentação e a

política de ação

- As EE possuem

legislação e

regulamentação

próprias [cada EE

se rege segundo os

princípios

estabelecidos pelo

governo do próprio

país ou seguem

diretrizes comuns]?

Se sim, perceber

quem define e

como são definidas

essas orientações

para a ação.

Se não,

compreender quais

são – e quem as

estabeleceu - as

diretrizes que todas

as EE seguem.

C

Whole School

Conhecer as

consequências do

1.º ciclo de

- Quem apurou e

caracterizou as

consequências

Page 137: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Inspection: 1.º e

2.º ciclo

funcionamento WSI

Conhecer as

metodologias de

avaliação utilizadas

para apurar as

consequências do

1.º ciclo.

Conhecer e

caracterizar as

identidades que

elaboram o

relatório final do 1.º

ciclo.

Perceber quais são

as questões

avaliativas às quais

o relatório final do

decorrentes do 1.º

ciclo?

- Quais foram as

consequências do

1.º ciclo?

- Como foi feita a

análise/avaliação do

1.º ciclo?

- Por quem foi

realizado o relatório

oficial que

apresenta as

consequências do

1.º ciclo de

avaliação?

- Este documento

será tornado

público?

– Quanto tempo

após a finalização

de cada ciclo e

mediante que

meios?

- Em linhas gerais,

quais são os

campos que

merecem destaque

Reflexos

(mudanças e

respostas) nas

escolas

Metodologias de

avaliação utilizadas

para perceber as

consequências do

1.º ciclo.

Quem e como pode

ter acesso ao

relatório.

Quais são os

tópicos abordados e

as questões

avaliativas a

Page 138: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

1.º ciclo pretende

responder.

Conhecer as razões

que estão na base

das alterações

adotadas para o 2.º

ciclo de avaliação

WSI.

no relatório final?

- Que razões

estiveram na base

das alterações

adotadas no 2.º

ciclo de avaliação?

considerar aquando

da elaboração do

relatório final de

atividade.

D

Comparação entre

o 1.º e o 2.º ciclo de

avaliação WSI

Conhecer as

principais

diferenças entre o

1.º e o 2.º ciclo

Saber quais são as

expectativas

relativamente ao 2.º

ciclo de avaliação

WSI

- Quais são as

principais

diferenças entre o

1.º e o 2.º ciclo?

- Quais são os

efeitos e as

consequências que

se esperam do 2.º

ciclo de avaliação

WSI?

Perceber as

eventuais alterações

de metodologias, de

referenciais e do

papel dos atores.

Ao nível das

escolas e dos

restantes atores

implicados no

processo.

E

Papel do

Saber como

decorreu o processo

de entrada do

- Como entrou para

a equipa da WSI?

Page 139: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado entrevistado na

WSI

Conhecer as

funções que o

entrevistado ocupa

na equipa de

avaliação WSI

Compreender a

organização do

trabalho e da

comunicação

- Quais são as

funções por si

desempenhadas na

equipa da WSI?

- Mantém um

diálogo/contacto

constante e

próximo com os

restantes membros

da equipa?

- Como organiza o

seu trabalho com os

restantes membros

da equipa?

- Realiza inspeções

às EE?

Apurar as razões

(porquê?) e o meio

de comunicação

(como?) entre os

membros da equipa

WSI.

Apurar como é

assegurada a

comunicação e a

distribuição de

tarefas; Perceber se

é ou não realizada

alguma

calendarização

Se sim, perceber

em que nível de

ensino se foca

habitualmente;

Saber se tem

participado nos

processos

avaliativos no 1.º

ciclo e se pretende

participar nos

mesmos, no 2.º

ciclo

Page 140: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Conhecer o

trabalho

desenvolvido pela

equipa de avaliação

WSI

- Enquanto não

realiza inspeções às

EE, qual é o

trabalho

desenvolvido pela

equipa?

Apurar em que

consiste essa

participação

Perceber que

trabalho é

desenvolvido antes

e após o período da

visita

F

Contratação de

professores

Caracterizar o

processo de seleção

e destacamento dos

professores para as

EE

Caracterizar a

população docente

- Como se processa

e quem faz a

seleção dos

professores para as

EE? Que legislação

suporta essa seleção

e o destacamento?

- Quais são os pré-

requisitos exigidos

aos professores

aquando da

contratação?

- Atualmente,

quantas

Saber com quanto

tempo de

antecedência (desde

a realização da

primeira entrevista

até à confirmação,

por parte do

selecionado, da

ocupação da vaga)

dão início ao

processo de

recrutamento;

Perceber de

onde/quem provêm

as diretrizes a

respeitar na fase de

recrutamento.

Perceber quais são

os idiomas e os

anos de

serviço/carreira

exigidos

Se possível,

descriminar o

Page 141: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

internacional das

EE

Conhecer o perfil

dos professores

portugueses que

lecionam nas EE

nacionalidades

lecionam nas 14

EE?

- Cada estado

membro deve

selecionar um

número mínimo de

docentes?

- Neste momento,

quantos professores

portugueses

lecionam nas EE?

Em quantas escolas

e em quantas áreas?

- Que tipo de

carreira integram?

número de docentes

por escola

Perceber a

durabilidade dos

contratos, a

(im)possibilidade

de renovação e as

condições sobre

quais podem ser

anulados

G

Turmas/Alunos

Saber como se

processa a

construção das

turmas

- Quais são os

critérios que

orientam a

construção das

turmas?

Compreender se

variáveis como a

nacionalidade, a

idade dos discentes,

o nível de ensino, a

língua materna, ou

a escolha de

disciplinas

opcionais pesam na

Page 142: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Conhecer os

contornos gerais do

currículo e dos

modelos de ensino

nas EE

- Existem turmas

compostas por

alunos de uma só

nacionalidade ou

crença? Porquê?

- Quais são os

alunos que podem

matricular-

se/frequentar (n)as

EE?

- Atualmente,

quantas

nacionalidades

frequentam as 14

EE?

- O currículo é

definido em função

de quê?

- Existem diretrizes

para todas as EE

sobre a gestão do

processo ensino-

aprendizagem?

construção das

turmas

Perceber se cada

EE é responsável

por definir quais

são as disciplinas

fixas e opcionais

lecionadas aos

alunos

Apurar se os

modelos de ensino

[metodologias

propostas,

estratégias de

ensino-

aprendizagem

utilizadas, possíveis

teorias que servem

Page 143: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

________________

H

Equipa de

Inspetores WSI

________________

Conhecer a

composição da

equipa de avaliação

WSI

Saber as

características

profissionais

exigidas e

proporcionadas aos

inspetores WSI

________________

- Por quantos

inspetores é

composta a equipa

de avaliação?

- Quais são as

nacionalidades e as

formações

académicas destes

inspetores?

- Como e por quem

são selecionados os

inspetores? Quais

são os pré

requisitos exigidos

para a/na sua

contratação?

- Que tipo de

carreira integram?

de base à ação

educativa]

proporcionados

pelas EE são

decididos e

adotados de forma

diferenciada por

cada EE ou se

existem diretrizes

comuns que todas

devem respeitar e

seguir

________________

Conhecer aspetos

como os anos de

carreira – em que

área profissional

Perceber a

durabilidade dos

contratos, a

Page 144: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

(im)possibilidade

de renovação e as

condições sobre

quais podem ser

anulados

Page 145: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Anexo 9 – Protocolo da entrevista à Dra. HC

PROTOCOLO DA ENTREVISTA

Entrevista realizada à Inspetora responsável pelo Conselho de Inspeção do Ciclo

Secundário e Coordenadora da atividade Whole School Inspection nas Escolas

Europeias

Tema: Escolas Europeias (EE) e Whole School Inspection (WSI)

Entrevistador: Primeiro devia avisá-la que a entrevista vai ser gravada…

Entrevistado: Vai, mas isso eu já sei, a Patrícia já me deu essa indicação.

Entrevistador: Pronto, então é assim, eu gostaria de saber primeiro, quanto às Escolas

Europeias (EE)…

Entrevistado: Sim…

Entrevistador: Se as EE possuem legislação e regulamentação próprias, ou seja, se

cada EE se rege segundo princípios estabelecidos pelo governo do próprio país ou se

todas se regem segundo o mesmo regulamento.

Entrevistado: Não… As EE, todas elas, as 14 que existem atualmente, disseminadas

pela Europa, têm leis, regulamentos, normas muito específicas que são todas aprovadas

pelo Conselho Superior…. Discutidas, analisadas pelo Conselho Superior. O que é o

Conselho Superior? O Conselho Superior é um Conselho que é constituído pelos

representantes dos Ministros da Educação de cada Estado membro da União Europeia.

Ficha de caracterização do entrevistado

Sexo: F (X) M ( )

Área da formação de base: História

Funções desempenhadas na Whole School Inspection: Representante portuguesa no

Conselho de Inspeção Secundário; Coordenadora do grupo diretor.

Page 146: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

No caso português, o nosso representante é o atual Senhor Inspetor-Geral do Ensino e

da Educação. E esse Conselho Superior tem como funções toda a orgânica e toda a

organização e constituição das EE. Portanto, se ele [o Conselho Superior] não aprovar

qualquer regulamento ou qualquer norma, eles [regulamentos e normas] não vão entrar

em vigor. Digamos que é uma espécie de Conselho Geral de uma entidade da UE, neste

caso EE, que define a política educativa e que aprova os regulamentos que vão, peço

desculpa pelo pleonasmo, regular toda a atuação das EE no âmbito pedagógico,

administrativo, ah… financeiro, jurisdicional. Respondi à sua pergunta?

Entrevistador: Respondeu. Muito obrigada.

Entrevistado: Muito bem.

Entrevistador: Agora, e referente à Whole School Inspection…

Entrevistado: Sim…

Entrevistador: Eu gostaria de saber quem apurou e caracterizou as consequências

decorrentes do 1.º ciclo de avaliação…

Entrevistado: Sim! Foi o… nós temos, na WSI, um grupo, como aqui na Inspeção,

existe um grupo diretor de suporte e de capacidade da definição da política, como por

exemplo, ah… temos a Dra. L, o Dr. H, a Dra. T, penso eu… Portanto, nós também

temos um grupo diretor que é constituído por um Inspetor do Ensino Secundário

holandês, um Inspetor do Ensino Secundário finlandês, um Inspetor do Ensino Primário

irlandês, um representante dos diretores – por acaso também é um holandês que é o

diretor da EE de Munique -, e eu própria, portuguesa, que sou a coordenadora do grupo

de trabalho e que sou, digamos assim, a… líder da implementação da política educativa

relacionada com a WSI. Portanto, foi este grupo diretor que, lendo e analisando, todos

os relatórios correspondentes à 1.ª fase da WSI, fez uma síntese dos diferentes quadros e

eu, aqui no meu gabinete - que já que eu sou a coordenadora não é só de nome, também

tenho que trabalhar – e, portanto, fiz isso com a ajuda, neste caso, do nosso colega CR,

fiz um apanhado de todos os quadros, de todos os campos e de todos os domínios que

foram analisados, e fiz também um apanhado de todas as conclusões e recomendações.

Page 147: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Sumariei, resumi, e fui eu que apresentei ao Conselho de Inspeção Misto – que tem os

inspetores do Pré-escolar e Secundário – todas essas conclusões e… enfim… e

verificações que se fizeram no final da 1.ª fase que decorreu entre 2011 e 2015.

Entrevistador: Muito bem. E pode dizer-me quais foram as consequências da 1.ª fase,

ou seja os reflexos, as mudanças e as respostas nas escolas?

Entrevistado: Ah… Nós mandamos para… ou seja, as escolas, como também estão

representadas no Comité Pedagógico, pelo menos os diretores de cada escola – também

não são muitas, são só 14, não é? – estão representados no Comité Pedagógico…

Tomaram conhecimento desse relatório. E nós achámos por bem que têm que ser as

escolas, internamente, a encontrar as respostas. E, portanto, são as escolas que vão

responder aos Inspetores, durante a 2.ª fase ou 2.º ciclo da WSI, todos os

desenvolvimentos e todas as situações de melhoria que decorreram entre a 1.ª WSI e a

2.ª. Portanto, nós não mandamos especificamente para a escola a solicitar que a escola

respondesse, porque a escola já tinha conhecimento antecipado do seu próprio relatório,

muito especifico, já tinha sido solicitada e motivada a ir ao encontro das recomendações

feitas, portanto digamos que era mais interessante para o sistema, para o Secretariado

Geral e para os Inspetores, para o Conselho Superior, para o Comité Pedagógico… na

sua geral o que é o sistema em termos de resultados finais na WSI do que propriamente

cada escola desse uma resposta.

Entrevistador: E como é que foi feita a análise e a avaliação do 1.º ciclo? Foi

precisamente através…

Entrevistado: Foi precisamente através da análise dos relatórios e da sumula, do

conjunto, de relatórios: vendo o que era comum, ou mais comum, e, no fundo, todas as

situações muito específicas à realidade local, situações muito específicas a cada uma das

escolas, nós não mencionamos, porque já tinham sido mencionadas diretamente à

própria escola. Portanto, foi mais uma indicação para o Conselho Superior, verificar

uma fotografia do que se passa no sistema, no conjunto das escolas, o que é comum, o

que é mais grave em todo o sistema, o que é que se poderá fazer… Também para o

Secretário-Geral, o Secretário-Geral Adjunto e para outras pessoas dos serviços centrais,

Page 148: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

e para os Inspetores em geral, diretores de escola em geral, associações de pais em

geral… É mais nesse sentido.

Entrevistador: Muito bem. E dentro deste mesmo tópico, por quem foi realizado o

relatório oficial que apresenta as consequências do 1.º ciclo de avaliação?

Entrevistado: Portanto, o relatório oficial foi oficialmente elaborado por esse grupo

diretor, grupo central formado por Inspetores e um diretor que eu tenho muita… honra

em coordenar… Oficiosamente foi feito neste gabinete, nesta secretária, por mim…

com a ajuda para os gráficos e para outras situações técnicas mais específicas do nosso

colega CR (risos).

Entrevistador: E este documento está tornado público?

Entrevistado: Esse documento já foi tornado público. Quando ele entra no site das EE,

após apresentação ao Conselho Superior, que foi feita em Abril do ano passado, porque

ele foi apresentado aos órgãos pedagógicos em Outubro de 2015, vai precisamente fazer

um ano, ele é apresentado ao público.

Entrevistador: Muito bem. E, em linhas gerais, quais são os campos que merecem

destaque no relatório final?

Entrevistado: Em linhas gerais são todos os campos, todos os campos foram

mencionados a… e que são analisados junto das escolas. Eu vou-lhe dizer quais são os

campos que é para ser mais fácil… Ora bem, então temos… Posso dizer em inglês?

Entrevistador: Pode sim!

Entrevistado: Muito bem. Temos o… São, no fundo, os critérios e os indicadores…

não é? E que foram os critérios e os indicadores que, pelos inspetores, foram analisados

junto de cada direção de cada escola. Management e Organização, a… Curriculum and

Planning, Resources – Material Resources, specially -, Teaching and Learning - que,

a… penso que como está organizada em Portugal, o ensino e a aprendizagem é no seu

geral, tem a ver com uma visão global do ensino e da aprendizagem, sendo o resultado a

Page 149: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

sumula de umas quantas aulas analisadas, nunca vamos ver nem nunca vamos avaliar

cada professor per si, portanto, o que nós vemos é um resultado geral de como é o

ensino aprendizagem -, Assessment and Achievements – portanto os resultados da

avaliação -, Educational Support – que eu cá em Portugal não sei muito bem…

portanto, é todo o apoio… destinado a… alunos com deficiências e com… dificuldades

de aprendizagem -, e Quality Assurance and Development – que… penso que é a

garantia da… da qualidade. Portanto, o relatório geral, também capítulo por capítulo,

através de gráficos, apresentava uma conclusão e uma sumula relativamente ao que se

passava nas escolas, portanto são oito campos, oito domínios que foram analisados.

Entrevistador: Muito bem… E agora, que razões estiveram na base das alterações

adotadas no 2.º ciclo de avaliação?

Entrevistado: As razões… Nós, a princípio, não fizemos fortes alterações do ponto de

vista da metodologia, e do ponto de vista dos indicadores. Relativamente ao guião, foi

mais uma alteração metodológica, ou seja, a nós o que nos interessa neste 2.º ciclo das

EE é que, como as escolas são só 14, e elas tiveram conhecimento de todos os

resultados da WSI do 1.º ciclo, e inclusivamente nós fizemos o follow-up – portanto,

uma ação de seguimento em que fomos ver às escolas a… o que é que as escolas

fizeram e como concretizaram as recomendações feitas – nós agora o que pretendemos,

como eu já disse à Patrícia há pouco, é que as escolas – às equipas que vão fazer o 2.º

ciclo da WSI – nos apresentem os pontos fortes, os pontos que necessitam de melhoria

face ao 1.º ciclo. Portanto, o ponto forte neste 2.º ciclo é uma apresentação que cada

escola vai fazer relativamente àquilo que entendem que são pontos fortes que

conseguiram, ultrapassaram – claro que tudo precisa de desenvolvimento -, e aqueles

pontos que ainda não conseguiram ultrapassar e porquê. A partir daí, será feito o

trabalho do Inspetor. Depois, em termos do guião, e em termos destes oito domínios,

destes oito campos analisados, apenas fizemos a… uma maquilhagem, ou seja,

eliminamos alguns indicadores por serem demasiado específicos e por serem demasiado

minuciosos… a… eliminámos a escala de classificação, uma escala de classificação

de… 1 a 4, em que o 1 era o menos bom e o 4 o melhor, e que dava muita confusão às

escolas, algumas pareciam crianças ao serem classificadas: eu tenho 3, aquele tem 4

aqui, porque é que eu sou tão bom como aquele, porque é que ele tem 4 e eu tenho 3?!

Bom, e então também modificámos esse aspeto. Agora as escolas apresentam um… Not

Page 150: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Achieved, Partially Achieved, Sufficiently Achieved, e Totally Achieved. Torna-se mais

fácil para nós. E… e o relatório final anexa esse guião dos diferentes domínios com uma

conclusão geral por domínio, portanto por capítulo, e depois fazemos uma sumula muito

breve dos factos – dos pontos fortes, dos pontos a melhorar e das recomendações -,

tentámos agilizar o mais possível a leitura dos resultados e as conclusões.

Entrevistador: Portanto, a próxima pergunta seria exatamente quais são as principais

diferenças entre o 1.º e o 2.º ciclo, já está respondido…

Entrevistado: Pronto, é isso. No fundo, uma grelha que, sobre cada domínio, a…

apenas apresenta uma página, tendo em conta os critérios - que são os mesmos -,

seguindo, claro, os grandes campos dos regulamentos das EE, e os indicadores, de

forma a que a leitura seja fácil, seja rápida, não traga confusão e que as escolas

percebam o que é que nós pretendemos.

Entrevistador: Ok. E agora, quais são os efeitos e as consequências que se esperam do

2.º ciclo de WSI?

Entrevistado: Agora o 2.º ciclo vai durar quatro anos, e, portanto, será entre 2016 e

2020. Agora a… se eu ainda continuar como coordenadora, será fazer precisamente uma

comparação entre o relatório final do 1.º ciclo e o que dará o relatório final do 2.º ciclo,

face à análise dos relatórios individuais de escola. Houve realmente uma melhoria geral

em determinados campos? Porquê? Porque é que noutros campos não foi possível?

Situações endógenas à escola? Exógenas? Situações que são resultado do próprio

sistema? Situações que são resultado de umas EE que, sendo centralistas, por outro lado

também choca a influencia dos países onde estão sediadas? Porque nós temos escolas

que vão desde Espanha até à Alemanha e portanto que também têm que seguir, em certa

medida, as características educativas por uma questão de… de cordialidade e de

relacionamento das escolas onde estão, de maneira que seria interessante saber como é

que houve a evolução e as razões de uma evolução positiva e as razões de uma eventual

evolução negativa.

Entrevistador: Muito obrigada. Agora vamos passar para uma esfera um pouco mais

pessoal…

Page 151: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Vamos!

Entrevistador: Que tem a ver com… como é que entrou para a equipa da WSI?

Entrevistado: Olhe, eu entrei para a equipa já… há muitos anos. Primeiro, há 11 anos,

durante a presidência holandesa, foi apresentado, no Conselho de Inspeção Misto, pelo

então Inspetor Presidente holandês, que faz parte desta inspeção também, a… uma

hipótese de trabalho conjunto de diferentes inspetores que pudessem fazer avaliações a

escolas, mas só no ensino secundário. E eu, como membro do Conselho de Inspeção,

levantei o braço e disse aquilo que eu entendia… o meu colega concordou e,

automaticamente, fiz parte da equipa dele. Ele era o presidente na altura. Na altura

chamava-se Joint Inspection. Uma das disciplinas que era, ou que foi, analisada em

termos de avaliação de escolas que fizemos, na altura, através da participação de

diferentes disciplinas, era a História. E eu sou responsável pela disciplina de História. E

a disciplina de História só é lecionada em inglês, francês ou alemão. Portanto, íamos

assistir às aulas das disciplinas de História, Geografia, Economia… e depois fazíamos

um resumo mais baseado no ensino-aprendizagem. E o primário fazia uma coisa

semelhante. Havia, portanto, duas equipas distintas. Com a continuação dos tempos,

passados quatro, cinco anos, verificou-se que era interessante juntar, como em alguns

países faziam, a… o Pré-escolar, o Primário e o Secundário numa só equipa. Entretanto

o meu colega holandês, que era o presidente da equipa do secundário, passou a ser

diretor de escola, e eu era a mais antiga… e, automaticamente, passei eu a ser a

presidente. Quando nós juntámos os três ciclos de ensino, como eu era a mais antiga e já

tinha experiência, e, diga-se entre parenteses, também não dei muitos maus resultados

em termos do trabalho, então quase que tacitamente entenderam como presidente do

grupo, e tenho sido aceite, felizmente, ora bem! (risos)

Entrevistador: Felizmente! Então e quais são as funções por si desempenhadas na

equipa? Portanto é a coordenação…

Entrevistado: Sou… Olhe, digamos que sou quem mais trabalha! (risos)

Entrevistador: (risos) Já percebi que sim!

Page 152: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: A… no fundo sou eu que tenho que delinear a crítica, no fundo, não é?

Tenho que delinear a política, tenho que apresentar aos meus colegas a decisão final de

todas essas ideias, tenho que elaborar os relatórios, tenho que elaborar a agenda de

trabalho, tenho que escolher – com o grupo, mas de qualquer forma -, tenho que

apresentar propostas, sugestões, propostas de solução, a… propostas de decisão… que

serão sempre tomadas em regime de colegialidade, mas sou eu que tenho que o fazer.

Entrevistador: Muita coisa, portanto!

Entrevistado: Hmm, bastantes!

Entrevistador: E no meio de tanto trabalho, como é que mantém um diálogo ou um

contacto próximo com os restantes membros da equipa?

Entrevistado: Sempre por email. Mas nós temos cerca de três a quatro reuniões

presenciais anualmente. Porque… para, por exemplo, nós não somos native speakers,

não é? Exceto o colega irlandês. Mas… e o grupo de trabalho funciona em inglês, e tudo

é feito em inglês, embora existam três línguas veiculares nas EE: o inglês, o francês e o

alemão, nós sabemos que o inglês é e há-de ser sempre a língua veicular mundial. E

portanto as coisas são em inglês. Portanto, através de reuniões presenciais e através de

email, troca de documentos: por exemplo, eu elaboro os documentos, corrijo o

documento, mando por email inicialmente e antes das reuniões, para eles, quando

chegarem às reuniões, já terem as suas propostas.

Entrevistador: Muito bem…

Entrevistado: Depois tudo o que for aprovado, escrito, regulamentado, por esse grupo

diretor, vai ser apresentado ao Comité de Inspeção Misto – onde estão representados os

Inspetores dos três ciclos de ensino – e ao Comité Pedagógico, que aprova. Ou não. Se

não aprovar volta para trás e temos que reformular de acordo com as orientações dadas.

Entrevistador: Muito bem, e neste momento realiza inspeções às EE?

Page 153: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Sim senhora, já houve uma WSI, a primeira deste 2.º ciclo, à EE da

Alemanha, perto de Frankfurt. Onde se aplicaram todos os instrumentos de trabalho: o

novo guião, a nova grelha, as novas grelhas para reuniões e para entrevistas com pais,

encarregados de educação… alunos, coordenadores, direção.

Entrevistador: E neste momento está responsável pelo Ensino Secundário, certo…?

Entrevistado: Eu, do grupo diretor, sou responsável pelos três ciclos, visto que sou

presidente de um grupo que engloba os três ciclos. Mas eu, como Inspetora, sou do

Ensino Secundário. Represento Portugal, Ensino Secundário.

Entrevistador: E enquanto não realiza inspeções às EE, qual é o trabalho desenvolvido

pela equipa?

Entrevistado: Ah, portanto… pela equipa, pelo grupo diretor?

Entrevistador: Sim, sim.

Entrevistado: É fazer a crítica analítica, ou a análise crítica, da inspeção realizada, face

a isso, preparar e definir a outra inspeção e, organizando os documentos de trabalho

consoante a evolução das situações, tudo aquilo que se pode fazer sem ter que ir para

aprovação dos Conselhos, e analisar os relatórios que as escolas enviam dando

cumprimento às recomendações. Porque isto é o chamado a… trabalho de investigação.

Porque é desk research, portanto é feito à secretária. Nós… é uma análise documental.

É esse o trabalho que nós fazemos, o que nos ocupa bastante.

Entrevistador: Ok. Agora vamos mudar de tema outra vez…

Entrevistado: Muito bem!

Entrevistador: Para o recrutamento de professores…

Entrevistado: Sim senhora!

Page 154: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistador: Ok? Então a primeira pergunta é: Como se processa e quem faz a

seleção dos professores para as EE? E que legislação suporta essa seleção e o

recrutamento?

Entrevistado: Muito bem, nós fazemos a seleção, mas não fazemos a contratação.

Fazemos o destacamento. Ou seja, são professores que, em Portugal, a… já fazem parte

do sistema, já fazem parte dos quadros de escolas, já lecionam, e nós o que pretendemos

é escolher a nata da nata. Não é? Portanto, face ao perfil de um docente, que vai lecionar

uma disciplina em língua portuguesa, numa EE, tem que representar um país e tem que

demonstrar mérito, capacidade de adaptação, de integração em trabalhos de equipa,

atualização didática e pedagógica, e… dominar, pelo menos, uma língua estrangeira.

Uma língua veicular: ou o francês, ou o inglês. Se for as duas, ótimo! Portanto, a

Inspeção-Geral de Educação e Ciência é a entidade que tutela as EE, o Senhor Inspetor-

Geral representa o Ministro do Conselho Superior, o Dr. JR é o representante português

do Comité Orçamental, o Inspetor HG é o representante português no Conselho de

Inspeção Pré-Escolar e Primária, e eu sou representante portuguesa no Conselho de

Inspeção Secundário. Portanto a IGEC, na sua página, estabelece os critérios, os

requisitos necessários, as pessoas manifestam o seu interesse, apresentam os seus

currículos, nós temos a… digamos que uma ficha curricular onde pontuamos diferentes

atividades curriculares que os professores têm, e depois, desses [professores], há uns

quantos que são selecionados para terem uma reunião connosco. E então aí fazemos

perguntas de caráter geral para ver o perfil do docente, fazemos perguntas sobre a

disciplina – principalmente a didática e a metodologia – que eles vão lecionar, e depois

também vemos a competência linguística.

Entrevistador: Portanto, os professores quando são selecionados a partir de Portugal,

irão lecionar em língua portuguesa…

Entrevistado: Exatamente. Exceto algumas exceções que foram definidas pelo

Conselho Superior.

Entrevistador: Ok, e quais é que são os pré-requisitos exigidos aos professores

aquando do destacamento? Além da questão da língua…

Page 155: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Muito bem. Então, atualização pedagógico-didática, capacidade de

integração em trabalho de equipa, espírito de síntese, capacidade de argumentação, mas

simultaneamente capacidade de saber escutar, saber ouvir, saber compreender o outro.

A… perfil de saber trabalhar e saber estar e compreender um ambiente multicultural e

multilinguístico, a… por outro lado também capacidade de diálogo e de disponibilidade

face à direção, e por outro lado também, toda a disponibilidade para participar em todas

as atividades que a escola organiza. Espírito de iniciativa também, para poder também

dar ideias a… informações, a… relativamente a situações relacionadas com a escola.

Pontualidade, assiduidade, sentido de responsabilidade, penso que já chega, não é?

Entrevistador: Pronto, já chega. (risos) E anos de serviço, ou carreira…?

Entrevistado: Deverá ter, no mínimo, dez anos como professor do quadro duma escola.

Entrevistador: Muito bem. E atualmente quantas nacionalidades – de professores –

lecionam nas 14 EE?

Entrevistado: Olhe, todas. Todas desde os 28 estados membros. Porquê? Porque nós

temos, em termos das EE, um primado que é a defesa da língua materna. Ora, temos

alunos de 28 estados membros, agora com o novo estado membro, a Croácia, não é

verdade? Portanto, temos que ter pelo menos os 28 estados membros a lecionar língua

materna, porque tem caráter obrigatório que todos os alunos, filhos de funcionários de

instituições europeias, para quem as EE foram feitas, aprendam, obrigatoriamente, a sua

língua materna.

Entrevistador: Muito bem, então cada estado membro deve selecionar um número

mínimo de docentes?

Entrevistado: Sim! Um mínimo, exatamente. Na medida em que, vamos lá ver, temos

cinco alunos, por exemplo, temos cinco alunos da… Letónia, numa EE e que estão

inscritos numa secção inglesa, porque o número de alunos não justifica a organização de

uma turma, não vamos organizar uma turma com cinco alunos, mas que têm a

obrigação, se quiserem, de aprender a língua materna. Por causa desses cinco alunos, a

Page 156: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Letónia pode destacar, ou a escola tem a obrigação de ver um professor para lecionar

letão.

Entrevistador: Ok, e neste momento quantos professores portugueses lecionam nas

EE?

Entrevistado: 31. Portanto, 30 lecionam, 1 é diretor da escola de Alicante, Espanha.

Entrevistador: E em quantas escolas e em quantas áreas?

Entrevistado: Muito bem, temos, no Ensino Primário, a… lecionam, em Bruxelas II, na

secção portuguesa, e em Luxemburgo I, nestas duas grandes escolas onde temos secção.

No Ensino Secundário lecionam nestas duas escolas onde temos secção disciplinas

como língua materna – Ensino Secundário -, Filosofia, Física, Química – separadamente

-, Matemática, Ciências da Natureza e Biologia. Depois temos a ensinar em Alicante,

nas línguas veiculares, um professor de Educação Artística, tal como em Bruxelas III.

Temos a ensinar em Varese um professor destacado, Língua Materna. Outro professor,

também destacado, a ensinar Educação Física. E temos um conselheiro de educação

português em Alicante, destacado. Só estou a falar dos destacados. E o conselheiro de

educação é uma espécie de um diretor de turma destinado só ao ensino secundário. Tem

mais ou menos a… as atribuições e competências de um diretor de turma em Portugal,

sem ter atribuição de turmas, ele não leciona, só orienta os alunos. Só regista

pontualidade, problemas disciplinares, contacto com pais, professores e direção.

Entrevistador: Muito bem! E que tipo de carreira integram? Ou seja, a durabilidade

dos contratos…

Entrevistado: Sim! Os… contratos são estabelecidos pelo estatuto do pessoal

destacado das EE. E os contratos são… Os contratos não são bem contratos. Portanto

são por nove anos. Todas as nacionalidades.

Entrevistador: E há possibilidade de renovação?

Page 157: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: De acordo com a lei portuguesa, não. Porque o estatuto da carreira

docente só diz que o professor tem que lá estar nove anos. De acordo com o estatuto do

pessoal destacado das EE, no superior interesse da escola, o destacamento pode ser

relevante por mais um ano. Portanto os professores podem ficar, no total, dez anos.

Entrevistador: E sobre quais condições é que podem ser anulados esses contratos? Ou

seja, durante esses nove anos…

Entrevistado: A pedido dos professores, por exemplo, eles podem ter uma doença

grave… podem ter necessidade de voltar ao país de origem, e, de acordo com esse

estatuto, a qualquer momento. De acordo com o estatuto da carreira docente em

Portugal, de ano a ano também, não é? Portanto, a… e também podem sair caso a

avaliação – e aí sim, fazemos uma avaliação qualitativa das aulas – for de tal modo que

se veja que eles são perfeitamente incompetentes para lecionar. Mas isso é um processo

moroso… mas que está regulamentado.

Entrevistador: Agora falando sobre os alunos e sobre a constituição de turmas: quais

são os critérios que orientam a construção das turmas?

Entrevistado: Bom, as EE, como eu já disse, foram feitas, inicialmente, para os alunos

de categoria I, ou seja, para os filhos dos funcionários das instituições europeias.

Portanto, são destinadas a essa população escolar. O número total de alunos por turma

não pode ultrapassar os 28, total. Mas, por exemplo, disciplinas do Ensino Secundário

que exigem trabalho laboratorial… essa turma de 25 a 28 alunos é dividida. E vamos

ter, por exemplo, um 4.º A e um 4.º B na Química e na Física, principalmente nas

atividades laboratoriais, é impensável ter 28 meninos com a professora a fazer

experiências de Química.

Entrevistador: Exatamente. E aquando dessa construção das turmas, quando os alunos

são agrupados, importam variáveis como a nacionalidade…

Entrevistado: Importam, como variáveis a… o ano, como é óbvio, não é? Importa a

língua estrangeira dominante, e a secção nacional a que os alunos pertencem. Portanto,

vamos imaginar, nós temos um conjunto de 50 alunos no 5.º ano do Ensino Secundário

Page 158: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

da secção portuguesa. Vamos lá ver, desses 50 alunos, quantos meninos têm como

língua dominante estrangeira o inglês, o francês e o alemão a… para depois serem

orientados para as disciplinas nessas línguas, não é verdade? E quantos meninos, no

secundário, escolhem Química, escolhem Física, escolhem… Biologia, ou Atividades

Laboratoriais? E, portanto, são essas as variáveis: as opções, a língua estrangeira

dominante e o ano de escolaridade. E por outro lado, a língua materna, para constituir as

secções.

Entrevistador: Ok. E quando diz as opções, tem a ver com a escolha de disciplinas…

Entrevistado: Tem a ver com a escolha de disciplinas, por exemplo, nós temos opções

que vão desde a aprendizagem do Grego Antigo, do Latim, a… de uma terceira língua

estrangeira, de uma quarta língua estrangeira… de Economia, da aprendizagem da

disciplina de História… quatro tempos por semana ou dois tempos por semana… de

Geografia, de Biologia, de acordo com a profundidade que eles querem apresentar… ou

Língua Portuguesa, há meninos que escolhem o curso geral de Língua Portuguesa, há

meninos que escolhem o curso de aprofundamento de Língua Portuguesa. Portanto tem

muito a ver com isso, as variáveis são imensas. E digo-lhe sinceramente: não é nada

fácil construir os horários das EE, eu não sou responsável por isso, é dentro das EE que

há equipas responsáveis para o efeito, gente que tem programas de computadores

específicos para isso porque as variáveis são terríveis. E às vezes por causa dessas

variáveis, as variáveis pedagógicas não podem ser as que são mais seguidas. Eu lembro-

me que no meu tempo, quando eu fazia inspeção cá em Portugal, uma disciplina que

não podia ser lecionada a seguir à hora de almoço era Educação Física, lá, às vezes,

Educação Física é lecionada a seguir à hora do almoço. Por exemplo, não tínhamos

Matemática como último tempo de sexta-feira à tarde, lá, às vezes, temos. As variáveis

são tantas… É muito complicado. Mas também eles têm um horário que é um horário

dito normal, eles entram às 08h00 e saem às 16h00. Não há desdobramento, de manhã

numa escola e à tarde noutra. Não sei como é que é atualmente, mas no meu tempo era

assim, quando eu era Inspetora. E portanto os meninos têm todas as facilidades, são

meninos que do ponto de vista do estrato económico-financeiro - económico-financeiro,

eu não estou a dizer cultural -, são meninos de um estrato elevado, portanto há aí uma

certa facilidade…

Page 159: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistador: E existem algumas turmas compostas por alunos de uma só

nacionalidade ou crença? Porquê?

Entrevistado: De uma só nacionalidade existe, de Língua Materna, Matemática,

Biologia, Física e Química… lecionadas nas línguas maternas. Isso existe. A… credo…

as EE não têm graves problemas com o credo, pelo contrário: tentam abrir um naipe de

aprendizagem religiosa para as diferentes religiões: a muçulmana, a católica, a cristã

protestante, a ortodoxa e a judaica. E para essas religiões têm horários muito específicos

e aí não são várias as nacionalidades, pronto, porque aí predomina o credo…

Entrevistador: Ok. E… quais é que são os alunos que podem matricular-se ou

frequentar as EE? Apenas os filhos…

Entrevistado: A… nas EE de Bruxelas e do Luxemburgo I, onde se verifica maior

concentração de instituições europeias, elas [as EE] prioritariamente aceitam esses

meninos, tanto assim que para Bruxelas há aliás uma chamada política de inscrições. E

raramente sobram vagas para alunos que não sejam filhos de funcionários de

instituições europeias, muito raramente! Por exemplo, um dos filhos do Dr. Durão

Barroso andou na escola de Bruxelas II na secção portuguesa. A… agora noutras

escolas eles aceitam os chamados alunos de categoria II, que são filhos de funcionários

da NATO, filhos de funcionários de multinacionais, e nesse caso as multinacionais

pagam as propinas dos alunos – que são muitíssimo caras – como também aceitam, se

tiverem vaga, a última categoria, os filhos de particulares e de diplomatas. Os filhos de

diplomatas não têm prioridade nas EE, o que os aborrece bastante…

Entrevistador: E atualmente quantas nacionalidades de alunos frequentam as 14

escolas?

Entrevistado: Portanto é variável, no fundo podemos ter as 28 nacionalidades.

Entrevistador: Muito bem. E o currículo é definido em função de quê? Ou seja, cada

EE define o seu…

Page 160: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Não. O currículo é fixo, não é verdade? O currículo é comum para todos.

Depois há um currículo obrigatório que vai desde a Língua Materna, à Matemática, à

Educação Física, à Educação Artística, a… à aprendizagem de duas línguas estrangeiras

pelo menos, isso é obrigatório para todas. Depois, em cada EE variam as opções. E cada

EE vai ao encontro, na oferta das opções, das suas próprias possibilidades, e depois, no

fundo, do entendimento da oferta e da procura.

Entrevistador: Exatamente. E, portanto, existem diretrizes para todas as EE sobre a

gestão do processo ensino-aprendizagem? Ou seja, os modelos de ensino, as

metodologias, as estratégias de ensino aprendizagem…

Entrevistado: Sim, isso é comum. Exatamente. Até porque a própria avaliação

individual dos docentes é feita através de critérios que são comuns que correm todo o

sistema…

(A entrevista foi brevemente interrompida por uma visita)

Entrevistado: E, e portanto… a… peço desculpa, agora perdi-me.

Entrevistador: Estava a dizer que é comum… os modelos de ensino, as metodologias,

o processo de ensino-aprendizagem…

Entrevistado: Sim, sim, sim. Exatamente! Sim, sim. É comum, os programas são

comuns… portanto nesse campo não há qualquer divergência.

Entrevistador: Ok, muito bem. Agora vamos à equipa de inspetores da WSI.

Entrevistado: Muito bem!

Entrevistador: Pronto, por quantos inspetores é composta a equipa de avaliação?

Entrevistado: Portanto, neste momento temos… um, dois, três, quatro inspetores, e um

representante dos diretores.

Page 161: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistador: Muito bem, quais são as nacionalidades destes inspetores?

Entrevistado: Portanto, eles são todos… eles têm todos cursos superiores, experiência

de inspeção. Temos um holandês, uma finlandesa, uma irlandesa, e uma portuguesa. E o

diretor que por acaso também é holandês.

Entrevistador: Ok, e como e por quem são selecionados os Inspetores?

Entrevistado: Ora bem… os Inspetores têm que dominar, pelo menos, como língua

veicular, o inglês. Porque se um domina só francês é uma desgraça porque a finlandesa

e o holandês não dominam o francês, e portanto é complicado. Primeiro critério:

dominar o inglês. Depois, segundo critério: ter experiência, no seu país, de avaliação de

escolas, se não, não tem jeito nenhum… Não vamos lá, como dizia a minha colega

irlandesa, we are not carrying the passengers, nós não transportamos passageiros! Nós

queremos gente ativa e interventiva. E depois falamos, falo eu, visto que sou a

responsável do grupo, depois de auscultar o grupo diretor e os colegas do grupo diretor,

falo com colegas que nos parecem possuir o perfil adequado… se estão disponíveis, se

não estão, se estão interessados ou se não estão.

Entrevistador: E têm algum número mínimo de anos de experiência?

Entrevistado: Não como Inspetor das EE, porque o que nós queremos saber

essencialmente é: tem experiência, no seu país, de avaliação de escolas? Fala inglês?

Quer pertencer ao grupo diretor?

Entrevistador: Ok. E é a Dra. HC e o grupo que selecionam…

Entrevistado: Exatamente. E depois damos informação ao Comité Pedagógico e ao

Conselho de Inspetores Misto Pré-Escolar, Primário e Secundário, e informamos de que

fulano tal faz parte do grupo.

Entrevistador: Ok. E, por último, que tipo de carreira integram? Ou seja, interessa-me

perceber a durabilidade dos contratos…

Page 162: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Ah, isso é muito… Nós não temos carreira nas EE. Nós somos também

destacados pelas inspeções nacionais, ou seja, de acordo com a chamada convenção que

o protocolo que foi feito entre os diferentes países, entre os diferentes Estados membros,

e o Secretariado-Geral das EE e a Comissão Europeia… incumbe às inspeções de cada

país destacar um elemento para o Secundário, um elemento para o Pré-Escolar e para o

Primário. Durante o tempo que a entidade nacional entender. Não compete à Comissão

Europeia dizer o que quer que seja ou ter qualquer influência que seja no destacamento

dos inspetores nacionais… é com a entidade nacional.

Entrevistador: Pronto, muito obrigada! E terminámos a entrevista!

Entrevistado: Ah, muito bem!

Entrevistador: Até foi rápido!

Entrevistado: Foi rápido, gostei imenso de responder!

Entrevistador: Muito obrigada!

Page 163: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Anexo 10 – Protocolo da entrevista ao Dr. HG

PROTOCOLO ENTREVISTA

Entrevista realizada ao responsável pelo Conselho de Inspeção dos Ciclos Pré-

Escolar e Primário e Inspetor da atividade da Whole School Inspection nas Escolas

Europeias

Tema: Escolas Europeias (EE) e Whole School Inspection (WSI)

Entrevistador: Começando por abordar as Escolas Europeias (EE): eu gostaria de saber

se as EE têm legislação e regulamentação próprias, ou seja, se cada EE se rege segundo

os princípios estabelecidos pelo governo do próprio país ou se seguem diretrizes

comuns.

Entrevistado: Não, seguem diretrizes comuns. As escolas de tipo 1 seguem as

diretrizes da Comissão Europeia, há pequenas nuances, às vezes, que têm a ver com

os… os países onde estão localizadas, até por causa de feriados nacionais e tudo,

seguem as regulamentações do país onde estão localizadas, mas genericamente, a nível

de currículo, a nível do estatuto do pessoal docente, e a maior parte das leis

fundamentais das EE, são leis próprias e únicas.

Entrevistador: Agora referente à Whole School Inspection (WSI) eu gostaria de saber

quem apurou e caracterizou as consequências decorrentes do 1.º ciclo de avaliação.

Entrevistado: Ah… esse é um trabalho que está a ser feito, porque o 1.º ciclo concluiu-

se agora, há um relatório que foi feito por uma equipa – não sei se já foi aprovado ou

Ficha de caracterização do entrevistado

Sexo: F () M (X)

Área da formação de base: Inglês

Funções desempenhadas na IGEC: Inspetor

Funções desempenhadas nas Escolas Europeias: Representante português no Conselho

de Inspeção Pré-Escolar e Primária

Page 164: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

não -, esse trabalho foi feito por essa equipa que eu não integro, que é a equipa nuclear

da WSI que fez um balanço dos resultados. Entretanto foram sendo feitas avaliações

intermédias, ah… quando as follow-up foram desenvolvidas iam sendo reportadas e

agora, sim, está a ser feito um balanço geral mas eu ainda não tenho conhecimento

destes resultados finais porque o relatório ainda não foi aprovado.

Entrevistador: Ok. Portanto não tem conhecimento das consequências do 1.º ciclo…

Entrevistado: Das consequências do 1.º ciclo, não. Sei que as escolas, quando se faz a

follow-up, a avaliação intermédia é verificar se as escolas cumpriram as orientações e as

recomendações… através de um desk research – uma espécie de investigação à

distância. Se cumpriram as recomendações da avaliação externa que foi desenvolvida,

da WSI. E se não cumpriram as recomendações, o porquê. Portanto, à partida, a maioria

das recomendações terá sido cumprida. Agora, não conheço um balanço geral que terá

sido efetuado.

Entrevistador: E sabe como foi feita a análise e avaliação do 1.º ciclo? Através dos

follow-up…

Entrevistado: Sim, sim, sim. A análise do 1.º ciclo foi através da situação de partida

que foi detetada na primeira avaliação que fizeram da WSI, e depois através do desk

research, através daquela follow-up em avaliação intermédia sobre o progresso… Nesta

altura, pronto, o balanço terá sobretudo influência, se calhar, no follow-up… e ver o

ponto de partida e o que é que tinha acontecido nas escolas nesses dois anos de

implementação.

Entrevistador: E por quem é que foi realizado esse relatório?

Entrevistado: O relatório foi realizado por um núcleo que é coordenado por um

Inspetor português, a Dra. HC. Foi realizado pelo núcleo duro, digamos, o núcleo que

coordena as WSI nas EE.

Entrevistador: Ok… E o Dr. HG tem conhecimento dos campos que merecem

destaque no relatório final?

Page 165: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Não, não tenho. Ainda estou a aguardar.

Entrevistador: E tem conhecimento de que razões estiveram na base das alterações

adotadas no 2.º ciclo?

Entrevistado: Não tenho conhecimento, às vezes falávamos aqui informalmente mas

são conversas de gabinete e discussões entre nós… por exemplo, uma alteração,

portanto, que foi feita, foi a participação dos diretores nas equipas de avaliação.

Portanto, há uma equipa de avaliação e vem um diretor de uma outra escola participar

na equipa… Portanto, há uma avaliação à escola A, vem um diretor de uma escola B ou

C participar na equipa que vai fazer a avaliação da escola A. Isto, pronto, é para

promover uma maior participação, uma maior abertura das WSI, e também para

promover uma mais fácil disseminação dos resultados… Este aqui nós sabemos, foram

questões debatidas. Outras questões não foram assim debatidas, portanto não são do

meu conhecimento.

Entrevistador: Portanto não está ao corrente das alterações metodológicas…?

Entrevistado: Não, não, não. Não estou.

Entrevistador: Ok.

Entrevistado: Formalmente, não estou. Há outras que eu não sei se concretizaram ou

não…

Entrevistador: Então agora, um pouco mais pessoal, gostaria de saber como é que o

Dr. HG entrou para a equipa da WSI.

Entrevistado: É uma coisa interessante. (risos) Eu participei em três WSI: a primeira

foi um mero acaso porque estava já uma equipa constituída para fazer – creio que foi a

segunda escola que foi avaliada -, e havia uma Inspetora holandesa na altura, do

Primário, que foi para diretora de uma Escola Acreditada na Holanda… e houve uma

emergência de substituir, no espaço de duas semanas, essa Inspetora. Tinha que ser um

Page 166: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Inspetor do Primário. Creio que eu era o Inspetor que estava mais à mão, digamos

assim, porque quem coordenava essa equipa era a Inspetora – acho que não era a

Inspetora HC, mas a Dra. HC já estava envolvida na equipa. Mas, de qualquer forma,

conhecendo o meu passado aqui ao nível da avaliação externa, a familiarização com o

trabalho de avaliação de escolas, então fui contactado - como já sabe nas EE – para

participar nessa equipa. Para substituir a tal Inspetora holandesa. Depois fui convidado

mais duas vezes para participar… porque há um núcleo duro que participa

regularmente, e depois são convidados Inspetores, rotativamente ou quase

rotativamente, para integrar essas equipas. Mas a primeira foi um mero acaso, e a partir

daí, pronto, fui convidado mais duas vezes.

Entrevistador: E a primeira foi em que ano?

Entrevistado: Creio que foi em 2012… Foi logo no primeiro ano de 2012, final de

2012 ou princípio de 2013 que foi feita essa avaliação… foi a segunda escola que foi

avaliada.

Entrevistador: Muito bem. E quais é que são as funções por si desempenhadas na

equipa da WSI?

Entrevistado: Fazer parte da subequipa de Primário, portanto, aquilo que nós fazemos

depois já não há propriamente uma divisão de funções… o que nós fazemos é realizar

entrevistas ao diretor adjunto do Primário, por exemplo, realizamos entrevistas a alunos

do Primário, a professores do Primário e Maternal, pronto… colaboramos depois com

os do Secundário nas entrevistas aos representantes do pessoal, ao diretor… portanto

fazemos visitas – observação de aulas, muitas observações de aulas no Primário e

Maternal -, e depois trabalhamos os dados que já temos relativamente ao Primário e ao

Maternal que, juntamente com os do Secundário, depois contribui para a avaliação

global da escola.

Entrevistador: E mantém contacto e diálogo constante com os restantes membros da

equipa?

Page 167: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: É assim, como é que eu posso dizer? Nós contactamos nos Conselhos de

Inspeção porque somos Inspetores de países diferentes… o núcleo duro mantém

contacto regular porque tem muitas reuniões dos grupos de trabalho; os Inspetores que

colaboram esporadicamente só praticamente contactam nessa altura uns com os

outros… um vem de Portugal, outro pode vir da Suécia, outro vem de Itália… e a nossa

preparação começa uma semana ou duas semanas antes da inspeção, e reunimo-nos no

primeiro dia - que está previsto para o trabalho de inspeção – para distribuir algum

trabalho entre nós, como por exemplo a observação da prática letiva – quem vai ver a

aula A, B, C -, depois as várias reuniões que vamos ter – quem é que coordena,

dinamiza, as várias reuniões e entrevistas que temos com os interlocutores -, portanto o

trabalho é mais na ocasião da avaliação externa do que propriamente anterior ou mesmo

posterior. Com a equipa nuclear mantemos um contacto mais regular com o

coordenador da avaliação.

Entrevistador: E como é que é feito esse contacto? Através de email, reuniões

presenciais…?

Entrevistado: De email, porque cada um vive no seu país, portanto… muitas vezes está

fora do seu país… é muito difícil, como se deve recordar. (risos) Contactamos sempre

por email onde quer que estejamos, uma ou outra vez via Skype, e por telefone muito

raramente, só mesmo em caso de emergência.

Entrevistador: Muito bem. E então o Dr. HG realiza inspeções às EE. E eu quero saber

em que nível de ensino e se pretende participar no 2.º ciclo de avaliação.

Entrevistado: Pretender participar, pretendo. Isso sem dúvida alguma. O nível de

ensino é o Primário e o Maternal… sou Inspetor representante nacional no Conselho de

Inspeção Primário e Maternal, e nos restantes órgãos da estrutura das EE… mas é

sobretudo aí que eu realizo o meu trabalho.

Entrevistador: E enquanto não realiza inspeções nas EE, qual é que é o trabalho

realizado pela equipa de inspetores e pelo Dr. HG? Ou seja, sendo na IGEC, sendo nas

EE…

Page 168: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Aqui na IGEC há dois tipos de trabalho, e há um trabalho que eu realizo

nas EE mesmo fora da WSI: participo nas equipas de avaliação de diretores, de diretores

adjuntos, de professores da secção portuguesa, participo nos comités de seleção,

participo em grupos de trabalho dos apoios educativos, por exemplo, há um trabalho

agora sobre diferenciação… portanto participo em vários grupos de trabalho.

Participamos também em algumas iniciativas que surgem, e nos Conselhos de Inspeção

que são realizados regulamente. A nível nacional participo na AEE, tenho também a

parte dos processos internacionais, o ano passado também foi desenvolvida a avaliação

dos contratos de autonomia, colaboro numa ou outra atividade que entretanto surja cá…

mas regularmente é mais a AEE.

Entrevistador: Ok. E agora falando um pouco da seleção de professores para as EE:

como se processa e quem faz a seleção dos professores para as EE? E tem conhecimento

de que legislação suporta essa seleção e destacamento?

Entrevistado: Essa é uma pergunta assim um pouco complexa… A legislação: o

pessoal que vai para as EE rege-se pelo estatuto do pessoal das EE, portanto, quando

estão lá. Os Estados membros não têm o mesmo procedimento, mas há algumas

parecenças, como se poderia dizer; há algumas semelhanças relativamente a isso. Nós

temos um despacho do Secretário de Estado sobre essa situação e o modelo que foi

adotado e foi despachado positivamente segue os seguintes passos, se assim podemos

dizer: primeiro é publicitado o horário disponível para um professor em mobilidade,

afeto aos quadros nacionais; depois é feito um aviso, um anúncio, no site da IGEC, e ao

mesmo tempo publicado em dois jornais de expansão nacional para a manifestação de

interesse, e podem apresentar o seu interesse no preenchimento dessa vaga professores

dos quadros de agrupamento, quadros de escola; depois haverá um processo de análise

dos currículos e analisar o perfil, se o perfil é adequado ou não para o exercício

daquelas funções, nós conhecemos bem o trabalho que é desenvolvido nas secções. De

entre os interessados, que têm um perfil próximo daquilo que se pretende, convidamos

para uma reunião, falamos com eles para ver o seu interesse e também para ver a sua

disponibilidade, porque entretanto as mobilidades podem estender-se até nove anos, há

pessoas que pensam que é só por um ano ou dois e que depois regressam… e pronto, o

que interessa é alguma estabilidade do corpo docente para a Comissão Europeia

Page 169: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

também, e então, a partir daí, seleciona-se o docente que tem o perfil mais de acordo

com os nossos critérios.

Entrevistador: E quem é que faz parte do grupo que seleciona?

Entrevistado: É o Inspetor nacional, posso ser eu ou a Inspetora do Secundário – como

a presidir esse grupo de trabalho -, há sempre também alguém da área das didáticas – se,

por exemplo, a nível do Maternal temos sempre um Inspetor com um passado em

experiência como Educador de Infância; se for o Primário, com um background do

Primário; se for do Secundário, Física, imaginemos, será um Inspetor que tenha sido

professor de Física… ou seja, com um bom conhecimento da didática -, ou também

poderíamos convidar um perito externo para isso, e um Inspetor com uma formação em

línguas – seja o inglês, seja o francês, de acordo com a língua de trabalho da secção

portuguesa – para testar os conhecimentos, porque será necessário que o professor que

vai para essa secção dominar a língua de trabalho, porque terá que interagir com os

restantes colegas, não dentro da secção mas com os das outras secções, e há muito

trabalho transversal onde terá que interagir em inglês ou francês, portanto o

conhecimento das línguas também é importante.

Entrevistador: Muito bem, e com quanto tempo de antecedência é que se dá início ao

processo de destacamento?

Entrevistado: Este processo geralmente começa no primeiro trimestre do ano para que

o professor inicie funções na secção em Setembro. Descontando o período de Julho,

Agosto que é o período de férias escolares normalmente, portanto o processo poderá

começar em Fevereiro, Março… mas não existe um prazo específico… e tem alguma

continuidade, depende do número de manifestações de interesse que recebemos, e

depois de algumas agendas, mas geralmente o processo demora uns três, quatro meses.

Entrevistador: E quais é que são os principais pré-requisitos exigidos aos professores,

aquando do destacamento?

Entrevistado: Os professores têm que ser professores do quadro, do grupo que é

indicado. Esses são os requisitos obrigatórios. Portanto quem não for do quadro, até por

Page 170: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

questões de remuneração – os vencimentos lá são como um complemento de

remuneração, portanto têm que ser professores que tenham um vencimento cá… peço

desculpa, a pergunta era…

Entrevistador: Sobre os pré-requisitos…

Entrevistado: Sim, sim. Portanto é ser do quadro de agrupamento, poderá ser do

quadro de admissão provisória, mas de qualquer forma um quadro de zona, ou quadro

de agrupamento, mas terá que pertencer a um quadro. E depois uma experiência que é

indicada em cada anúncio, portanto nuns casos poderá ser dez anos de experiência na

docência, noutros casos poderá ser sete, oito anos, depende. Isso depois é anunciado e

tem a ver com a situação específica. Depois há outros critérios que entretanto são

acrescentados, têm a ver com o currículo, no fundo. E tem a ver com o perfil que é

pretendido.

Entrevistador: Muito bem. E é obrigatório dominar uma das línguas veiculares ou

depende do caso?

Entrevistado: Tem que ter o domínio ao nível da comunicação. Não é ser fluente, é um

domínio ao nível da comunicação, ser capaz de comunicar, ser capaz de ler um texto e

compreender o sentido do texto. Porque depois lá terá a possibilidade de desenvolver

mais competências através das aulas ou através da prática do dia-a-dia. Agora a nível do

domínio, peço que tenha competências de comunicação, que coloquemos questões de

trabalho ou outras questões e que seja capaz de compreender do que é que se está a

falar.

Entrevistador: Normalmente quem vê ou percebe se o professor consegue ou não

dominar a comunicação é o Dr. HG…

Entrevistado: Poderei ser eu porque eu dou Inglês, é a minha formação de base,

pronto… se for francês convida-se outro Inspetor para fazer a entrevista em francês, um

Inspetor que tenha a sua formação de Francês e que seja um falante muito bom mesmo

de língua francesa, ou então de língua inglesa, exato…

Page 171: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistador: E sabe quantas nacionalidades de professores lecionam atualmente nas

14 EE?

Entrevistado: 28, é de todos os estados membros, ainda contando com o Reino Unido.

Entrevistador: Portanto, cada estado membro deve selecionar um número mínimo de

docentes?

Entrevistado: De acordo com as secções que tem, sim… Não há um número certo

porque, por exemplo, Portugal tem duas secções, mas depois Portugal tem um programa

de partilha com mais professores além das secções, noutros países: tem em Varese,

Itália, e em Alicante, Espanha. No que diz respeito às secções inglesas, eles têm em

todas as escolas, e são muitas turmas… por isso a dimensão é completamente diferente.

Se for, por exemplo, para a Croácia, que é o estado membro mais novo, eles não têm

secção nenhuma e têm apenas um pequeno núcleo, portanto terão menos professores.

Entrevistador: E neste momento quantos professores portugueses lecionam nas EE,

sabe?

Entrevistado: A nível do Primário são dez professores, a nível do Pecundário penso

que são onze, e um diretor de escola.

Entrevistador: E em quantas escolas e em quantas áreas?

Entrevistado: Eu posso-lhe falar dos da Primária que lecionam em duas escolas:

Luxemburgo I e Bruxelas II; os do Secundário sei que estão em quatro escolas:

Alicante, Varese, Luxemburgo I e Bruxelas II. Estamos a falar dos professores em

mobilidade, porque depois nós temos outros professores que também lecionam em

português, mas nas outras escolas todas.

Entrevistador: Agora falando das turmas e dos alunos, quais é que são os critérios que

orientam a construção das turmas? Ou seja, a nacionalidade, a idade, a língua materna…

Page 172: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Isso tem a ver com a secção e a língua materna, língua I. Os alunos

portugueses vão para a secção portuguesa, nem vão para a secção inglesa ou para a

secção alemã quando existe a secção portuguesa. Isso é o primeiro critério, tem a ver

com a nacionalidade de pelo menos um dos pais porque há muitos casais que são de

duas nacionalidades diferentes e com a língua I adotada, portanto vão para essa secção.

Depois há normas que têm a ver com a organização de um dos grupos, portanto, de

acordo com o número de alunos inscritos são organizadas as turmas que podem ir até 30

alunos. E assim são constituídos os grupos. Também são constituídos os subgrupos que

têm a ver com a língua II; na língua II no Primário – estou a falar do Primário que é

aquilo que eu conheço melhor – há uns que vão frequentar Inglês, depois outros que

frequentam Alemão, o Francês… aí é que são constituídos pequenos subgrupos, mas

pertencente à mesma turma I.

Entrevistador: Então os alunos do Primário têm disciplinas opcionais?

Entrevistado: Têm a língua II, é a única opcional. Muitas vezes tem a ver com a

nacionalidade de um dos pais, mas podemos considerar opcional porque aí, realmente,

eles separam-se em grupos diferentes.

Entrevistador: E existem turmas compostas por alunos de uma só nacionalidade ou

crença? Porquê?

Entrevistado: Crença não, crença… nem se coloca essa questão nas EE, portanto

ninguém sabe quais são as crenças dos alunos. É um ensino laico, totalmente laico.

Agora de uma só nacionalidade é difícil, porque há alunos que têm duas e três

nacionalidades: Por exemplo, o pai é português, a mãe é sueca, o aluno nasceu na

Bélgica… Os pais já lá residiam, já tinham dupla nacionalidade e podiam adotar a

terceira nacionalidade… portanto há casos que têm três nacionalidades. A maior parte

tem uma nacionalidade, e muitos com duas nacionalidades. Por isso eles são colocados

na secção da nacionalidade de um dos pais.

Entrevistador: Ok. E quais é que são os alunos que podem matricular-se ou frequentar

as EE?

Page 173: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Em primeiro lugar os alunos que podem frequentar as EE são filhos de

funcionários da Comissão Europeia. Foi esse o primeiro objetivo quando foram criadas

as EE: destinavam-se, sobretudo, a filhos de funcionários. Depois, quando existem

vagas, há muitas instituições que têm protocolos com a Comissão Europeia, como

multinacionais. Esses são os alunos de categoria II, que são filhos de funcionários de

empresas ou instituições que têm acordos com a Comissão Europeia. Esses alunos

entram, e são as instituições que pagam as propinas dos alunos. Depois, quando existem

vagas, qualquer particular pode colocar lá os seus filhos, pagando a respetiva propina.

Portanto, os categoria I, que são também os alunos de direito, filhos de funcionários da

Comissão Europeia, em primeiro lugar; entram, a seguir, os que são os categoria II,

filhos de funcionários de empresas que têm protocolos muito específicos nesta área; e

depois podem entrar também particulares quando existem vagas. Por exemplo no

Luxemburgo há essa possibilidade nalguns casos – nem sempre, depois há algumas

normas -, em Bruxelas II é completamente impossível porque só os alunos de categoria

I ocupam quase tudo.

Entrevistador: E sabe quantas nacionalidades de alunos frequentam atualmente as 14

escolas?

Entrevistado: As 28.

Entrevistador: E o currículo é definido em função de quê?

Entrevistado: O currículo é negociado, é construído, por grupos de trabalho, e

apresentado nos Comités de Inspeção e no Comité Pedagógico. Mas, nos currículos, há

um tronco que é mais ou menos comum na Europa que depois através do estudo que

vamos fazendo, vamos conhecendo. E é através da negociação, portanto, há algumas

sensibilidades que têm que ser respeitadas, sobretudo quando entramos em áreas de

História e Política… Mas é um currículo construído em conjunto e tem que ter a

aprovação de todos os Estados membros.

Entrevistador: Portanto esse currículo é construído através de concordância…

Page 174: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Sim, sim. Tem que haver consenso mesmo sobre os conteúdos, a

metodologia, e mesmo a estrutura: as disciplinas… Tudo isso é consensualizado.

Entrevistador: As disciplinas opcionais é que podem ser alteradas consoante as

escolas, dependendo das necessidades dos alunos…?

Entrevistado: O programa das disciplinas opcionais é igual em toda a parte, só uma é

que não é, que é a Língua Materna, a língua I. A língua I é que segue de próximo o

currículo do próprio país. O programa dado na Língua Materna lá, é igual ao nosso

programa cá. Tem que estar mais ou menos alinhado.

Entrevistador: E, portanto, existem diretrizes para todas as EE sobre a gestão do

processo ensino-aprendizagem, ou seja as metodologias propostas…?

Entrevistado: Há algumas orientações que são genéricas, a nível de avaliação, por

exemplo… há algumas orientações também genéricas que surgem através da formação

das diferentes áreas curriculares… as escolas, a título individual, podem dar também as

suas orientações, é por isso que existem coordenadores de disciplina que são

transversais a todas as secções; estes coordenadores de disciplina têm como função

também, de alguma forma, harmonizar na escola. Podemos falar de dois níveis de

orientações: i) são as que decorrem de alguns documentos base que existem nas EE,

como por exemplo a nível da avaliação formativa e sumativa, determinando orientações

que devem ser seguidas; ii) e depois existem orientações mais específicas a nível de

escola, porque as escolas também têm alguma autonomia e podem tomar essas decisões

– e aí há um trabalho dos coordenadores, exatamente na procura de harmonizar essas

orientações através das muitas secções de uma escola – porque uma escola pode ter sete,

dez secções.

Entrevistador: E já agora quanto à avaliação: os alunos têm uma avaliação contínua,

certo?

Entrevistado: Têm sempre uma avaliação contínua, exato.

Entrevistador: E depois os exames são elaborados pelos professores da própria EE?

Page 175: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistado: Há o exame, que é o BAC, que é no final mesmo – equivale ao nosso

12.º ano. O BAC é elaborado por equipas de peritos nacionais de diferentes países.

Agora o que existem são avaliações de testes que são elaborados ou pelo professor, ou,

em alguns casos, poderão ser elaborados a nível de escola também.

Entrevistador: E quando os alunos terminam o nosso 12.º ano, podem candidatar-se a

que instituições?

Entrevistado: Às universidades nacionais e internacionais, portanto é como se tivesse

concluído cá o nosso 12.º ano. É reconhecido por outros países da UE, faz parte da

Convenção. Aliás, o objetivo é que o BAC seja reconhecido por todos os Estados

membros.

Entrevistador: Muito bem, e agora quanto à equipa de Inspetores: disse que havia um

núcleo duro…

Entrevistado: Sim, na WSI. Mas existe em todo o lado. Há um grupo de trabalho que

coordena e às vezes é solicitada a colaboração de Inspetores. Mas existe lá o núcleo

duro que é coordenado pela inspetora HC.

Entrevistador: E aqueles Inspetores que participam esporadicamente, não é? Tem ideia

de quantos são ou pode variar muito…?

Entrevistado: Eu não tenho ideia do número. Eu sei que, para cada WSI, se calhar

metade dos elementos serão desses inspetores que participam esporadicamente. E que

há alguma rotatividade.

Entrevistador: E tem ideia das nacionalidades e da formação académica desses

inspetores?

Entrevistado: Eles são de todas as nacionalidades, de qualquer nacionalidade, um

Inspetor que faça parte do Conselho de Inspeção pode ser convidado para uma WSI. A

formação académica é a mais diversa que possa imaginar, mas são todos licenciados.

Page 176: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

Entrevistador: E como e por quem são selecionados os Inspetores?

Entrevistado: Há propostas que vêm do tal núcleo duro, fazem proposta à presidência –

que é rotativa – das EE e ao Secretário-Geral para que esses elementos integrem as

equipas.

Entrevistador: Existem alguns pré-requisitos?

Entrevistado: Se existem eu não conheço…

Entrevistador: Tem mais a ver com as opções da coordenação…

Entrevistado: E também tem a ver com umas opções que os inspetores preencheram

quando entraram nas EE, áreas preferidas de trabalho. Se calhar também são tidas em

consideração.

Entrevistador: E que tipo de carreira integram?

Entrevistado: Os inspetores integram as suas carreiras nacionais, lá estão em regime de

mobilidade, não há uma carreira de inspetores das EE. Chamava-se destacamento, mas

isto nem é bem destacamento… exercem-se funções lá, ou melhor, a figura jurídica é ter

o seu tempo inspetivo alocado às EE. A minha colega do Secundário tem 100%

dedicado às EE, esporadicamente colabora com atividades nacionais; o meu tempo e 50

a 60% alocado às EE, portanto nem sequer é uma mobilidade… Isto é o tempo que eu

dou para as EE.

Entrevistador: Portanto o Dr. HG participa na WSI quando é convidado ou demonstra

interesse em… Não há nenhum tipo de contrato que estabeleça que tem que participar X

vezes…

Entrevistado: Quer dizer, não cai muito bem se, por exemplo, for convidado a

participar e… em algumas eu tenho que participar obrigatoriamente porque são algumas

reuniões das avaliações estatutais que são avaliações de professores e sobre o

Page 177: Anexo 1 Diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento ATISul ± pelas 10h40. Trata-se de uma ... a equipa de reflexão resolve fazer a pausa

agrupamento, por exemplo. Há outras que… se sou Inspetor das EE tenho um leque de

responsabilidades, não posso dizer que faço isto e não faço aqueloutro. Colaboro em

grupos de trabalho, colaboro em comités, realizo as WSI, faço outras atividades junto

das escolas… sempre que sou solicitado para isso e algumas, inclusivamente, também

parte de iniciativa pessoal, de uma proposta: por que razão é que não se faz um estudo

sobre isto ou aqueloutro? E, aí, fazer esse determinado estudo, há várias formas. Há uma

que é obrigatória, as outras é por convite – dirigido pelo Secretário-Geral e pela

presidência das EE -, há outras que podem ser de iniciativa própria, se tiver

concordância do Secretário-Geral, posso fazer então.

Entrevistador: Dr. HG, damos então por terminada a nossa entrevista, muito obrigada!

Entrevistado: Obrigado, Patrícia!