anexo 03a - intervenção ergonomizadora no controle de tráfego aéreo do…

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Intervenção ergonomizadora no controle de tráfego aéreo do Rio de Janeiro: re-design dos postos de trabalho Ergonomic intervention in Rio de Janeiro air traffic work control: work station re-design CHIMENTI, Beatriz Mestre em Arquitetura, UFRJ AZAMBUJA, Aline de Especialista em Ergonomia, PUC-Rio NORONHA, Cláudio Especialista em Ergonomia, PUC-Rio DAEMON, Cláudia Especialista em Ergonomia, PUC-Rio Palavras-chave: ergonomia, controle, tráfego aéreo. Este trabalho teve como enfoque o APP-RJ (Centro de Controle de Aproximação da Área Terminal do Rio de Janeiro), localizado no Galeão, Ilha do Governador. Focando a sala dos operadores de vôo, realizou-se uma Intervenção Ergonomizadora – metodologia de Moraes e Mont’Alvão (2003): Apreciação, Diagnose, Projetação e Validação Ergonômica. No decorrer do trabalho, foram detectados problemas que podem levar a erros na operação dos controladores, como: posturas inadequadas, ruídos em demasia, pressão psicológica acima do permitido, entre outros contratempos. Propuseram-se então, algumas mudanças, resultado de longo estudo sobre o trabalho dos operadores de vôo. Uma delas foi o projeto de novas mesas (consoles), visando o fim de posturas inadequadas. Como resultado podemos destacar a diminuição de dores e estresse por parte deles, caso as mudanças sejam implantadas. Key-words: ergonomics, control, air traffic. This research shows an Ergonomics Intervention realized at APP RJ (Control center of Approach of the Terminal Area of Rio de Janeiro) located in Galeão, Rio de Janeiro. At this research it was adopted the methodology of MORAES & MONT' ALVÃO (2003), that count with following stages appreciation, diagnose, project and ergonomic validation. From elapse of this research it was identificated lots of ergonomic questions that interfere from the good going of the investigated task: control of air traffic. Between the more relevant questions emphasizes the postural problems, elevated stress level. For this problems was been elaborated solutions like the project of a new work desk, and programs for a better quality of life. This research can be base for new studies referents to the theme. 1. Introdução Este trabalho apresenta uma intervenção ergonomizadora e tem como estudo de caso o Centro de Controle de Aproximação da Área Terminal do Rio de Janeiro (APP RJ). A metodologia adotada para avaliação do Controle Aproximação do Rio de Janeiro (APP RJ) foi baseada na Análise Ergonômica da Tarefa de MORAES e MONT`ALVÃO (2003). Através desta, foram seguidas as etapas de avaliação do ambiente e análise da tarefa por meio da apreciação, diagnose, projetação e validação ergonômica. Durante a primeira etapa - a apreciação e diagnose ergonômica - foram realizados estudos relacionados tanto a tarefa quanto ao sistema em si. As soluções propostas abrangeram o projeto de uma nova console, programas de treinamento e qualidade de vida, além da ginástica laboral. O trabalho foi realizado por um grupo interdisciplinar de alunos, fator preponderante para o sucesso dos resultados almejados.

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Page 1: ANEXO 03A - Intervenção ergonomizadora no controle de tráfego aéreo do…

Intervenção ergonomizadora no controle de tráfego aéreo do Rio de Janeiro: re-design dos postos de trabalho

Ergonomic intervention in Rio de Janeiro air traffic work control: work station re-design

CHIMENTI, Beatriz

Mestre em Arquitetura, UFRJ AZAMBUJA, Aline de

Especialista em Ergonomia, PUC-Rio NORONHA, Cláudio

Especialista em Ergonomia, PUC-Rio DAEMON, Cláudia

Especialista em Ergonomia, PUC-Rio

Palavras-chave: ergonomia, controle, tráfego aéreo. Este trabalho teve como enfoque o APP-RJ (Centro de Controle de Aproximação da Área Terminal do Rio de Janeiro), localizado no Galeão, Ilha do Governador. Focando a sala dos operadores de vôo, realizou-se uma Intervenção Ergonomizadora – metodologia de Moraes e Mont’Alvão (2003): Apreciação, Diagnose, Projetação e Validação Ergonômica. No decorrer do trabalho, foram detectados problemas que podem levar a erros na operação dos controladores, como: posturas inadequadas, ruídos em demasia, pressão psicológica acima do permitido, entre outros contratempos. Propuseram-se então, algumas mudanças, resultado de longo estudo sobre o trabalho dos operadores de vôo. Uma delas foi o projeto de novas mesas (consoles), visando o fim de posturas inadequadas. Como resultado podemos destacar a diminuição de dores e estresse por parte deles, caso as mudanças sejam implantadas. Key-words: ergonomics, control, air traffic. This research shows an Ergonomics Intervention realized at APP RJ (Control center of Approach of the Terminal Area of Rio de Janeiro) located in Galeão, Rio de Janeiro. At this research it was adopted the methodology of MORAES & MONT' ALVÃO (2003), that count with following stages appreciation, diagnose, project and ergonomic validation. From elapse of this research it was identificated lots of ergonomic questions that interfere from the good going of the investigated task: control of air traffic. Between the more relevant questions emphasizes the postural problems, elevated stress level. For this problems was been elaborated solutions like the project of a new work desk, and programs for a better quality of life. This research can be base for new studies referents to the theme. 1. Introdução Este trabalho apresenta uma intervenção ergonomizadora e tem como estudo de caso o Centro de Controle de Aproximação da Área Terminal do Rio de Janeiro (APP RJ). A metodologia adotada para avaliação do Controle Aproximação do Rio de Janeiro (APP RJ) foi baseada na Análise Ergonômica da Tarefa de MORAES e MONT`ALVÃO (2003). Através desta, foram seguidas as etapas de avaliação do ambiente e análise da tarefa por meio da apreciação, diagnose, projetação e validação ergonômica. Durante a primeira etapa - a apreciação e diagnose ergonômica - foram realizados estudos relacionados tanto a tarefa quanto ao sistema em si. As soluções propostas abrangeram o projeto de uma nova console, programas de treinamento e qualidade de vida, além da ginástica laboral. O trabalho foi realizado por um grupo interdisciplinar de alunos, fator preponderante para o sucesso dos resultados almejados.

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2. Apreciação e diagnose ergonômica

Figura I – Console dos controladores de vôo no APP RJ. Equipamentos:

1. Tela Radar – Visualização da imagem radar no console (acidentes geográficos, fenômenos meteorológicos e movimento do tráfego aéreo).

2. Loud Speaker – auto-falante de recepção das comunicações piloto-controlador. 3. PO S.I.T.T.I. e Telefone – Posto Operador de seleção das telecomunicações (piloto-controlador,

telefonia operacional e administrativa). 4. Headset – fone de ouvido para recepção das comunicações selecionadas no PO S.I.T.T.I. 5. Teclado – teclado de operação para interface do operador com o software operacional. 6. Mouse track – interface para o controlador obter informações de dados radar. 7. SGTC – Software que gerencia a transmissão das strips eletrônicas entre as posições operacionais de

um órgão ATC. 8. Painel de informações operacionais – informação das freqüências utilizadas pelo APP e TWR

jurisdicionadas e das pistas de pouso e decolagem em operação. 9. Estripadeira – de onde saem as strips em formato de papel, que têm o mesmo objetivo das

eletrônicas, passar as coordenadas dos vôos. 10. Monitor Meteorológico – monitor com a apresentação das informações captadas pelos sensores

meteorológicos. Durante a apreciação ergonômica, foi realizada a caracterização e posição serial do sistema, que Corroborou na identificação do sistema alvo e objetivou um completo conhecimento dos fatores relevantes ao funcionamento do sistema. Este estudo favorece o conhecimento das etapas de realização da tarefa, ajudando a identificar os subsistemas que o permeiam. O quadro a seguir apresenta a caracterização e posição do sistema.

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Figura II - Caracterização e posição do sistema do APP RJ. Através dos registros fotográficos e observações foram identificados trinta problemas. A partir daí, foi realizada a compilação dos dados através da técnica GUT (Gravidade x Urgência x Tendência), auxiliando na priorização dos problemas encontrados. A seguir, estão enumerados alguns itens com maior graduação no índice de gravidade, urgência e tendência e os mais relevantes para a pesquisa:

Lesões no joelho por bater a perna em estrutura da console.

Contato com a beirada da mesa pode incomodar já que é de metal e em baixas temperaturas fica muito

frio.

Prob

lem

as in

terf

acia

is

Local onde sai a strip muito distante da área de ação do colaborador, forçando-o a realizar uma inclinação lateral forçada no intuito do seu alcance.

Page 4: ANEXO 03A - Intervenção ergonomizadora no controle de tráfego aéreo do…

Uso incorreto do mouse track pode causar lesões por traumas repetitivos.

Prob

lem

as in

terf

acia

is

Ausência de apoio de ambos os braços na mesa

Falhas freqüentes no VHF aumentam a carga de trabalho mental.

Conflito durante a comunicação piloto / controlador causa tensão e aumenta a carga de trabalho mental.

Prob

lem

as c

ogni

tivos

Esforço cognitivo aumentado em caso de degradação do sistema radar e incrementado pela falta de equipamento de auxílio visual

Prob

lem

a in

stru

cion

al

Dificuldade de comunicar-se em inglês quando a situação requer diálogo além da fraseologia padrão.

Prob

lem

a in

tera

cion

al /

com

puta

cion

al

O software adotado para o controle de trafego aéreo possui problemas de legibilidade e ausência de

contraste na tela dificultando a navegação e o acesso rápido à informação requerida pelo operador.

Quadro I – Alguns problemas verificados no posto de trabalho dos controladores de vôo do APP RJ. A partir dos resultados da tabela GUT, foram priorizados os treze primeiros problemas para serem avaliados, mais profundamente, na fase subseqüente, a diagnose ergonômica.

ilustrativo:

Coma Coma

Com

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PROBLEMAS DESCRIÇÃO G U T GUT

ESPACIAL/ ARQUITETURAL

Entrada de feixes de luz proveniente da área externa, no rosto dos controladores, causa

incômodo e dificulta a execução da atividade. 5 4,75 4,75 113

INTERFACIAL Uso incorreto do mouse track pode causar lesões

por traumas repetitivos. 4,75 4,5 4,75 102

ESPACIAL/ ARQUITETURAL

O excesso de luminosidade proveniente da área externa provoca reflexo em toda a sala e também

na tela do radar, dificultando a visualização. 5 4,5 4,5 101

INTERFACIAL Ausência de apoio de ambos os braços na mesa 4,75 4,5 3,75 80

INTERFACIAL O controlador se mantêm sem apoiar as costas no encosto da cadeira. 4 4,25 4,5 77

COGNITIVO Conflito durante a comunicação piloto/controlador causa tensão e aumenta a carga de trabalho mental. 5 4 3,75 75

INTERACIONAL/ COMPUTACIONAL

O software adotado para o controle de tráfego aéreo possui problemas de legibilidade e ausência de contraste na tela, dificultando a navegação e o

acesso rápido a informação requerida pelo operador.

4,25 4,25 3,75 68

ACIDENTÁRIO Porta do elevador fecha abruptamente. 5 4,75 2,5 59

FÍSICO-AMBIENTAL Ruído intenso produzido pelo ar-condicionado

prejudica a comunicação entre os controladores na sala de controle.

4 4 3,5 56

ACIONAL A freqüência de uso do mouse track pode causar lesões por traumas repetitivos 3,75 3,75 3,75 53

INTERFACIAL

Problemas no mobiliário, principalmente relacionado ao distanciamento excessivo entre o

teclado e o mouse track e o operador acarretam má postura.

4,5 4 2,75 50

COGNITIVO Esforço cognitivo aumentado em caso de

degradação do sistema radar e incrementado pela falta de equipamento de auxílio visual

4 3,5 3,25 46

FÍSICO-AMBIENTAL Frio intenso na sala de controle causado pela dificuldade em regular o ar-condicionado traz

desconforto térmico aos controladores. 3,5 3,5 3,5 43

Quadro II – Tabela GUT realizada com profissionais dos seguintes ramos: arquitetura, design, fisioterapia e psicologia. A partir das informações colhidas durante o processo da Apreciação e Diagnose Ergonômica, conclui-se que existem diversas questões interfaciais relacionadas à falta de conhecimento sobre a forma de utilização adequada do mobiliário, principalmente no que diz respeito às cadeiras e ao layout da console. Um projeto para nova console pode atuar positivamente na promoção do conforto dos controladores em seu posto de trabalho. No entanto, de nada valeria um projeto sem treinamento para a utilização adequada do mobiliário. Consta-se ainda a necessidade de investigar aspectos relacionados a carga de trabalho mental e questões cognitivas no processamento de informações na interface software-controlador. O grande índice de satisfação dos controladores em relação ao seu ambiente de trabalho deve estar ligado a recente mudança do antigo APP no subsolo - desgastado e velho - para o atual no 4º andar da Torre de Controle. Houve, certamente, uma melhora considerável na qualidade do mobiliário, dos equipamentos e

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principalmente do SVTR (Sistema de Visualização da Tela Radar) com o novo e colorido X-4000. Acreditamos que isso pode ter interferido na percepção de falhas nesse novo ambiente. 3. Projetação e validação ergonômica Foram estabelecidos parâmetros de projeto para solução de parte dos problemas detectados.

1. A população usuária para este projeto se baseia em homens brasileiros, adultos, com idades variando, em sua maior parte, entre 20 e 50 anos de idade.

2. O esquema de trabalho funciona em turnos diurnos de 6 horas e noturnos de 12 horas, com intervalos de 15 minutos a cada 2 horas de ocupação ininterrupta da posição operacional.Turno da manhã de 6 às 12h, o da tarde de 12 às 18h e o pernoitão, de 18h às 6h do dia seguinte.

3. Os controladores de tráfego aéreo permanecem a maior parte do tempo sentados realizando a atividade de controle de tráfego aéreo, utilizando como guia a tela radar.

4. Dentro da população abordada, adotamos os percentis do homem 97,5% e homem 2,5%, atingindo assim 95% da população alvo.

A console que os controladores utilizam torna o trabalho mais desgastante, conforme visto anteriormente. Cada mesa comporta um operador e um assistente, que trabalham num sistema de cooperação. O espaço que eles possuem nesta é de 107 cm de comprimento por 194 cm de largura.

Figura III – Desenho ilustrativo - vista de cima da console. De acordo com os problemas ergonômicos verificados, estudaram-se então alternativas de mudança do desenho das mesas.

Figuras IV, V e VI – Estudos do formato e layout das consoles. Nota-se a preocupação em diminuir o espaço entre o operador e o monitor.

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A partir dos resultados apresentados durante a diagnose e posterior adequação de medidas antropométricas dos controladores do APP, foi construído um mock- up com um novo desenho da console do controlador e seu assistente, assim como equipamentos para aprimorar um estudo relativo ao layout na mesa. A validação deste mock-up foi realizada na sala de repouso do APP e testada com alguns controladores que estavam disponíveis no dia. Alguns resultados são apresentados abaixo:

Problema Requisito Projetação Testes Resultado Esperado

Resultado Alcançado

Ausência de apoio de ambos os braços na mesa

Mesa que favoreça apoio dos braços

Console com contornos em “U” que favoreça o posicionamento do controlador com os braços apoiados

Mock-up Avaliação cooperativa

Adequação postural que favoreça o apoio dos braços de forma confortável

Adequação do novo posto de trabalho a atividade do controlador

Quadro III – Ausência de apoio de ambos os braços na mesa

Figuras VII e VIII – Comparação do apoio dos braços na console antes e depois da validação.

Quadro IV – Local onde sai a strip muito distante da área de ação do controlador.

Problema Requisito Projetação Testes Resultado Esperado

Resultado Alcançado

Local onde sai a strip muito distante da área de ação do controlador, forçando-o a realizar uma inclinação lateral forçada no intuito do seu alcance.

Stripadeira dentro da área de alcance próximo do controlador

Localização da stripadeira do lado esquerdo do monitor

Mock-up Avaliação cooperativa

Alcance da stripadeira com cotovelos apoiados em posição confortável

Conforto e postura adequada do controlador ao utilizar a stripadeira

Antes Depois

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Figuras IX e X – Comparação do apoio dos braços na console antes e depois da validação.

Console, após validação (vista de cima):

4. Conclusão A ergonomia aplicada ao Controle de Tráfego Aéreo é ainda uma prática relativamente nova, mas que pode ser extremamente efetiva quando incorporada ao ambiente de trabalho do controlador. Ao final da pesquisa, ficou claro o quanto é importante ouvir o usuário, suas opiniões, queixas e necessidades. A atividade de Controle de Tráfego Aéreo é tida como uma das mais complexas existentes e, acima de tudo, possui um alto cunho de responsabilidade com a sociedade. Cada “etiqueta” na tela radar representa em média 150 passageiros, que precisam voar em segurança. Sob esse ponto de vista, é fundamental o investimento efetivo no ambiente de controle de tráfego aéreo e a ergonomia, com seus métodos e técnicas científicas, pode ajudar a formar a base sólida necessária para que se possa obter o melhor da interação Homem-Meio-Máquina. 5. Bibliografia DUL, J. WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. São Paulo, Edgard Blücher, 1995.147p. GRANDJEAN, Etienne, Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. MORAES, Anamaria de, MONT’ALVÃO, Cláudia, Ergonomia Conceitos e Aplicações. Rio de Janeiro: A. de Moraes, 2003. QUARESMA, Maria Manuela Rupp. A aplicação de dados antropométricos em projetos de design: como projetar corretamente produtos ergonômicos. Dissertação de mestrado. PUC RJ, 2001.

Antes

Depois

Figura XI – Vista de cima da console Projetada pela equipe após a validação.

Aspectos melhorados na console:

1. Alcance dos equipamentos;2. Postura do operador; 3. Postura do assistente; 4. Uso das strips; 5. Conforto.