anestÉsicos venosos interna: giuliana angeli pieri
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ANESTÉSICOS VENOSOS
Interna: Giuliana Angeli Pieri
A ANESTESIA GERAL Definição: é a perda de consciência, droga
induzida, em que o paciente não desperta mesmo com estímulo doloroso;
É um termo utilizado para designar uma técnica anestésica que promove inconsciência total (hipnose), abolição da dor (analgesia) e relaxamento do paciente, possibilitando a realização de qualquer intervenção cirúrgica.;
A ANESTESIA GERAL
O objetivo da Anestesia Geral é obter amnésia, analgesia e ótimas condições cirúrgicas – tendo como preocupações primordiais o bem-estar e a segurança do paciente.
FASES DA ANESTESIA GERAL
1) Indução – é o período de transição inicial do paciente, que se encontra acordado, para o estado de inconsciência. Administração das drogas anestésicas/controle das vias aéreas (intubação); perda da consciência;
2) Manutenção – controle do plano anestésico durante o procedimento cirúrgico;
3) Recuperação – interrupção das drogas anestésicas; retorno da ventilação espontânea (extubação); retorno da consciência.
TIPOS DE ANESTESIA GERAL
Inalatória pura: é bastante utilizada na anestesia pediátrica, obtendo-se a indução e a manutenção da anestesia com uma mistura de gases com um agente anestésico inalatório;
Venosa pura: agentes anestésicos venosos em infusão contínua, geralmente em bomba;
Balanceada: é mais comum – indução endovenosa em bolus e manutenção inalatória.
ANESTESIA GERAL BALANCEADA
Produzir rapidamente inconsciência com um agente indutor endovenoso (ex: Propofol);
Manter inconsciência e produzir analgesia com um ou mais agentes inalatórios (ex: Isoflurano); que pode ser suplementado com um agente endovenoso (ex: opióides);
Promover paralisia muscular e perda dos reflexos com um bloqueador neuromuscular (ex: Atracúrio).
ANESTESIA GERAL BALANCEADA
Resulta em: indução e recuperação mais rápidas, evitando longos e perigosos períodos de semi-consciência;
Capacita a cirurgia ser realizada com relativamente pouco prejuízo dos reflexos homeostáticos.
ANESTÉSICOS – EFEITOS GERAIS SOBRE O SNC
Inibem a transmissão sináptica;
Agem principalmente reduzindo a liberação de neurotransmissores e reduzindo a excitabilidade do neurônio pós-sináptico;
A região mais sensível do cérebro seria o núcleo sensorial do tálamo e a camada profunda do córtex para a qual este núcleo se projeta (via de impulsos sensoriais que alcançam córtex);
Inibição = falta de aferência sensorial;
ANESTÉSICOS – EFEITOS GERAIS SOBRE O SNC
Também atuam sobre hipocampo – causam amnésia de curta duração (experiências vividas durante a atuação do medicamento não são lembradas);
Em altas doses diversas funções cerebrais são afetadas: controle motor e de respiração, reflexos.
ANESTÉSICOS ENDOVENOSOS
Atuam rapidamente (muito mais que os inalatórios) – alguns produzem inconsciência em cerca de 20 segundos: Tiopental; Etomidato; Propofol;
Também seriam preferidos para indução pelos próprios pacientes: a injeção não seria tão ameaçadora, para um indivíduo apreensivo, quanto uma máscara facial;
Outros utilizados para indução, como os BZD atuam menos rapidamente.
AGENTES ANESTÉSICOS ENDOVENOSOS
Hipnose – Propofol; Etomidato; Benzodiazepínicos; Barbitúricos (Tiopental);
Analgesia – Opióides (Fentanil, Alfentanil, Sulfentanil; Remifentanil) e Cetamina
Relaxamento Neuromuscular – Bloqueadores Neuromusculares (Atracúrio; Vecurônio; Pancurônio)
AGENTES HIPNÓTICOS: PROPOFOL
É bastante utilizado por diversos motivos: início rápido de ação, paraefeitos mínimos, estabilidade hemodinâmica e potencial atividade antiemética;
AGENTES HIPNÓTICOS: PROPOFOL
O mecanismo de ação ainda não é completamente esclarecido; a maior parte dos estudos indica que o Propofol facilita o efeito inibitório da neurotransmissão mediada pelo GABA – inibição da liberação de glutamato dependente de potássio pela ativação dos receptores de GABA
PROPOFOL – EFEITO NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
SNC: indução e manutenção da inconsciência (dose-dependente); no período de indução podem ocorrer contrações tônico-clônicas. ↓ do fl. sangüíneo cerebral e do consumo cerebral de O2 na mesma proporção e dose-dependente.
- ↓ a PIC e ↑ a resistência vascular cerebral em pacientes submetidos a craniotomia; porém o Tiopental ainda é preferido para procedimentos cirúrgicos intracranianos pois causa menor diminuição na PA e mantém a perfusão cerebral mais estável
PROPOFOL – EFEITO NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
Pressão intra-ocular: ↓
Respiratório: depressor, de ação central: ↓ da freqüência e da profundidade, frequente apnéia. Potencializado por uso concomitante de opióides. ↓ da reatividade das vias aéreas a instrumentação (laringoscopia e intubação).
Cardiovascular: é o mais potente depressor, sua principal desvantagem. ↓ do DC, da RVP, da PA e do Vol. sistólico de ejeção e da contratilidade miocárdica. Precauções: injeção lenta e infusão de volume antes da injeção de Propofol, evitar em hipovolêmicos.
PROPOFOL – EFEITO NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
Efeito antiemético: é o anestésico venoso que possui a menor incidência de náuseas e vômitos. Preferir quando em procedimentos que propiciam vômitos (correção de estrabismo, laparoscopia ginecológica). Estudos recentes demonstraram que ta propriedade é perdida quando é feita apenas dose de indução em cirurgias e média e longa duração; assim alguns profissionais utilizam dose complementar imediatamente antes da fase de recuperação anestésica.
PROPOFOL Recuperação rápida quando utilizado para
indução - mais que os barbitúricos - qualquer que seja o agente utilizado na manutenção;
Paraefeitos:- Dor à injeção (menos intensa que o
Etomidato);- Contrações tônico-clônicas;- Apnéia- Hipotensão- Flebite (raro)
PROPOFOL
Vantagem em procedimentos rápidos (< 1 h) – rápida e total recuperação;
Procedimentos longos, essa vantagem não se torna tão evidente e são iguais à da anestesia com Tiopental;
Mesmo em infusão contínua apresenta rápida recuperação (em média 4 min após encerramento da infusão); além disso é de fácil titulação.
PROPOFOL – USOS E DOSES
Indução anestésica: 1 – 2,5 mg/kg IV (reduzido em maiores de 50 anos);
Manutenção anestésica: 80 – 150 ɰg/kg/min IV, com óxido nitroso ou opióides;
Sedação: 10 – 50 ɰg/kg/min IV
AGENTES HIPNÓTICOS: ETOMIDATO
Ação primária em nível central é a hipnose;
Potencializa o efeito inibitório do GABA, agindo em receptores específicos (e diferentes dos receptores de BZD);
ETOMIDATO
Início de ação muito rápido, equivalente ao Tiopental;
A duração da ação é proporcional a dose (cada 0,1 mg/kg promovem 100 segundos de sono) e a recuperação é muito rápida;
Pode ser usado para induzir anestesia em pediatria através de administração retal.
ETOMIDATO – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
SNC: reduz o fl. sangüíneo cerebral e o consumo cerebral de O2 sem alterar PA: não reduz perfusão cerebral e eleva a rel. oferta/demanda de O2 cerebral.
- Em altas doses e contínuas, reduz a PIC de pctes com hipertensão intra-craniana previamente elevada, podendo normalizar a PIC;
- Aumenta atividade de focos epileptogênicos: útil na cirurgia em que eles são extirpados.
ETOMIDATO – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS Cardiovascular: mínima atividade
hemodinâmica – principal vantagem. Discreto ↓ de FC, RVP e PA que retornam ao normal em 5 minutos. ↑ o fl. coronariano sem aumentar consumo de O2 pelo miocárdio (ef. nitroglicerina).
Respiratório: causa menor depressão respiratória que o Tiopental e Propofol (depende da dose, da velocidade de adm e da pré-medicação). Não causa liberação de histamina nem da resistência de vias aéreas – uso seguro em asmáticos.
ETOMIDATO: PARAEFEITOS
Alta incidência (30 a 40%) de náuseas e vômitos; elevada pela associação com opióides – suficiente para caracterizar anestesia com Etomidato como insatisfatória. Evitar em procedimentos que propiciam vômitos (ex: correção de estrabismo) e em pctes propensos;
Flebites;
Dor à injeção;
Contrações musculares tônico-clônicas e soluços (em até 70%).
ETOMIDATO – USO CLÍNICO
Apropriado em pacientes com doença cardiovascular, hiper-reatividade brônquica e hipertensão intracraniana;
A dose de indução, quando associado ao Fentanil, é de 0,3 mg/kg.
AGENTES HIPNÓTICOS - BENZODIAZEPÍNICOS
Hipnótico–sedativos, ansiolíticos, amnésicos, anticonvulsivantes e relaxantes musculares por ação central;
Ligam-se a receptores específicos (receptores dos BZD), principalmente no córtex, aumentando os efeitos inibidores dos neurotransmissores GABA;
AGENTES HIPNÓTICOS - BZD
Início de ação: Diazepam – tempo de início de ação 3 vezes mais rápido do que o Midazolam; ambos apresentam pico máximo de efeito dentro dos primeiros minutos após administração IV;
Duração de ação: os três BZD utilizados em anestesia podem ser classificados em fármacos de duração de efeito curta (Midazolam), intermediária (Lorazepam) e longa (Diazepam).
BZD – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
SNC: - Sedação-hipnose: Midazolam – injeção rápida de
10 mg induz inconsciência em 30 a 97 seg e tem duração de 3 a 6 minutos;
- A dose de indução anestésica não produz inconsciência em todos os pacientes – importante associar outro hipnótico potente em doses baixas (Ex: Propofol, 30 – 40 mg);
- 2 mg de Midazolam IV antes da infusão de doses sedativas de Propofol eleva a ansiólise, a sonolência e a amnésia, quando comparado a infusão de Propofol isolodamente; quando há esta associação, o tempo de recuperação é aumentado.
BZD – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS SNC:- Amnésia: anterógrada. Diazepam: amnésia de
curta duração e não significativa; Midazolam: produz amnésia com doses sub-hipnóticas, a dose-resposta amnésica é de variabilidade individual; Lorazepam: amnésia mais intensa e mais duradoura;
- Os BZD são destituídos de atividade analgésica, e apesar de o paciente não ter memória explícita de um evento doloroso, pode criar memória implícita – implica obrigatoriamente associação com analgesia eficiente para evitar desenvolvimento de transtornos psiquiátricos (neuroses, crises depressivas e terrores noturnos).
BZD – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
SNC:- Ansiolítico: todos os BZD;- Anticonvulsivante: principalmente em
intercorrências agudas;- Metabolismo cerebral: diminuição de fluxo
sanguíneo cerebral e de consumo cerebral de oxigênio.
Cardiovascular: Midazolam: discreta ↓ da PA e discreto ↑ da FC, não arritmogênico; Diazepam: menor ↓ da PA e sem alteração significativa da FC, potente coronariodilatador: ↑ fl. sanguíneo coronariano, ↓ consumo de O2 pelo miocárdio. Associação c/opióides: ↓ importante da PA.
BZD – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
Respiratório: ↓ resposta ventilatória ao CO2
(depressão respiratória e apnéia), principalmente se DPOC. Pico máximo 15 min após administração. Intensificada quando assoc. com opióides. Cuidado na assoc. Fentanil + Diazepam (meias-vidas longas e lipossolubilidade alta: depressão respiratória tardia);
Tônus muscular: relaxamento de ação central; Midazolam: não interage com os Bloqueadores Neuromusculares.
BZD – USO CLÍNICO
Indução anestésica: Midazolam – induz anest. geral sem fenômenos excitatórios; maior vantagem em rel. ao Diazepam é ausência de irritação venosa. Problema: grande variabilidade individual.
Manutenção da anestesia: diminuem as doses de anestésicos inalatórios; entretanto o tempo de recuperação pode ser aumentado.
Fármaco associado em anestesia: Ex: sedação para pctes submetidos a bloqueios regionais;
Sedação consciente durante procedimentos invasivos: adm em doses que não suprimem a consciência nem os reflexos protetores de vias aéreas (ex: endoscopia)
BZD – DOSES UTILIZADAS
Midazolam: 0,1 mg/kg EV
Diazepam: 0,2 mg/kg de 4 em 4 horas.
AGENTES HIPNÓTICOS: BARBITÚRICOS
Os barbitúricos usados na indução anestésica são os tiobarbitúricos: Tiopental e Tiamilal; e o Metohexital;
BARBITÚRICOS
O complexo receptor do GABA é o sítio de ação mais provável dos barbitúricos – potencializam e mimetizam a ação do GABA;
Deprimem o sistema reticular ativador ascendente no tronco cerebral
Drogas de ação rápida e curta duração;
Indução: efeitos máximos em 1 minuto; duração de efeito de 5 a 8 min.
BARBITÚRICOS – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
SNC: em concentrações subanestésicas podem ser hiperalgésicos (aumento da resposta à dor) – sinais clínicos: taquicardia, hipertensão, lacrimejamento e taquipnéia;
- ↓ paralela no fl. sanguíneo cerebral e na PIC – a perfusão cerebral não é afetada pois a PIC diminui mais que PA
- Droga de escolha para indução em neurocirurgia;
Pressão intra-ocular: ↓ em 40% - seguro para ser utilizado em procedimentos oftalmológicos.
BARBITÚRICOS – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
Respiratório: depressão respiratória dependente da dose, da velocidade de injeção e da medicação pré-anestésica;
- Raramente broncoespasmo e laringoespasmo (geralmente em pacientes levemente anestesiados);
- Tiopental e Metoexital são seguros para pacientes asmáticos;
Cardiovascular: ↓ do DC, não altera RVP, não arritmogênico. ↑ da FC, resultando em ↑ no consumo de O2 pelo miocárdio. Evitar em tamponamento cardíaco, hipotensão, doença isquêmica do miocárdio e bloqueio cardíaco.
BARBITÚRICOS
Exantema pruriginoso em tórax, pesocoço e face que desaparece após alguns minutos;
Dor à injeção quando aplicado em pequenas veias do dorso da mão (ocasional);
Podem ocorrer flebites e trombose após administração;
Baixa incidência de náuseas e vômitos, porém maior que o Propofol;
Movimentos excitatórios musculares moderados (hipertonia, tremores, contrações espasmódicas) e efeitos excitatórios respiratórios (tosse e soluço).
TIOPENTAL – DOSES UTILIZADAS
Indução: 3 – 6 mg/kg
Sedação: 0,5 – 1,5 mg/kg
OPIÓIDES
Substâncias que se ligam especificamente a um receptor opióide produzindo efeito agonista;
Os opióides mais usados em Anestesiologia são: Fentanil, Alfentanil, Sufentanil e Remifentanil (sintéticos);
OPIÓIDES
Existem vários tipos de receptores opióides – cada um mediando efeitos farmacológicos específicos. Um agonista opióide ideal age produzindo efeitos desejáveis (ex: analgesia) e não tem especificidade para receptores associados com efeitos indesejáveis (ex: dependência física).
RECEPTOR EFEITO AGONISTA
Mu µ1 – Analgesiaµ2 – depressão respiratória, bradicardia, sedação, dependência, euforia
MorfinaMeperidinaFentanilAlfentanilSulfentanilMeta-encefalina*Beta-endorfina*
Kappa AnalgesiaSedação
NalbufinaDinorfina*
Delta AnalgesiaEpileptogênicoModulação dos recept opióides
Leucil-encefalina*
Teta DisforiaAlucinaçãoHipertensão ArterialTaquipnéia
PentazocinaNalorfina
* Opióides endógenos
OPIÓIDES
Atuam de maneira localizada no SNC, através de receptores; diferente dos outros anestésicos que deprimem o SNC e outras áreas do organismo de forma intensa e não-específica;
Ativação dos receptores opióides inibe a liberação pré-sináptica e a resposta pós-sináptica dos neurotransmissores excitatórios nos neurônios nociceptores (ex: Acetilcolina);
A interrupção da transmissão dolorosa também pode ser interrompida no corno dorsal da medula espinhal (admnistração intratecal).
OPIÓIDES
Fentanil e Sufentanil: penetram no SNC 150 vezes mais rápido que a Morfina; Alfentanil: 10 vezes mais rápido que o Fentanil;
Possuem alta lipossolubilidade – facilidade em atravessar a barreira hematoencefálica; já Morfina apresenta baixa lipossolubilidade;
Eliminação hepática. Excreção na urina na forma de metabólitos inativos.
OPIÓIDES – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
SNC: Depressão dose-dependente – analgesia, sedação, perda de consciência (doses elevadas);
- Fentanil: até 100 vezes mais potente que a Morfina,
- Sufentanil: até 1.000 vezes mais potente que a Morfina;
- Alfentanil: um décimo da potência do Fentanil;- Fentanil em altas doses ↓ fluxo sanguíneo
cerebral e o consumo cerebral de O2. Diminui a produção de líquor.
OPIÓIDES – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
Rigidez muscular: aumento do tônus principalmente em mm torácicos e abdominais, pode prejudicar a ventilação mecânica se o pcte não estiver sob ação de bloqueadores neuromusculares.
- A injeção rápida potencializa este efeito. - O Tiopental, o Midazolam e os bloqueadores
neuromusculares podem prevenir e tratar.
OPIÓIDES – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
Cardiovascular: Fentanil e derivados – grande estabilidade hemodinâmica (ao contrário da Morfina);
- Bradicardia dose-dependente (pode ser atenuada com Atropina);
- A administração muito rápida de Fentanil pode causar hipotensão.
Respiratório: Depressão respiratória dose-dependente (estimulação de receptores µ nos centros respiratórios no tronco cerebral);
- Em doses de 10 µg/kg durante indução, não costuma causar depressão respiratória no pós-operatório.
OPIÓIDES – USOS E DOSES
Fentanil na indução anestésica: comum – baixas doses (2 a 10 µg/kg) associado a BZD, Propofol, Etomidato, Tiopental ou agentes inalatórios. Pode ser seguido de doses de 25 a 100 µg/kg a cada 46 a 60 minutos;
- Também pode ser usado em altas doses (25 a 100 µg/kg) em cirurgias de grande porte cardíacas ou neurológicas.
OPIÓIDES – USOS E DOSES
Sufentanil:- Indução: 0,25 a 1 µg/kg, mais Tiopental 3 a 4
mg/kg (perda de consciência e indução suaves)- Manutenção: 0,1 a 0,25 µg/kg mais agentes
inalatórios.
Alfentanil:- Indução: pode ser utilizado em baixas doses (2 a
2,5 µg/kg), mais Tiopental (3 a 4 mg/kg); ou em doses elevadas (50 a 150 µg/kg), sem fármacos associados;
- Manutenção: doses intermitentes de 5 a 10 µg/kg, administradas conforme as respostas clínicas aos estímulos cirúrgicos.
COMPARAÇÃO FARMACODINÂMICA ENTRE OS OPIÓIDES
Morfina Fentanil Sufentanil
Alfentanil
Estabilidade hemodinâmica na indução
0 4+ 4+ 2+
Rapidez da recuperação
1+ 1+ 2+ 3+
CETAMINA
Produz analgesia e inconsciência dose-dependentes;
Gera a chamada anestesia dissociativa;
O principal mecanismos de ação é o antagonismo não-competitivo no receptor N-metil-D-aspartato (NMDA), que particia das vias nociceptivas; em altas doses potencializa a ação do GABA;
Também age como antagonista de receptores colinérgicos muscarínicos e nicotínicos, sendo que a ação sobre estes seria responsável pelos efeitos comportamentais
CETAMINA
Deprime seletivamente algumas regiões de córtex (áreas de associção/cognitivas) e do tálamo, ao mesmo tempo em que estimula regiões do sistema límbico (consciência da sensação);
Cria estado de anestesia dissociativa, que faz o paciente parecer consciente - olhos abertos, deglutição, contrações musculares – mas impossibilitado de processar ou responder a estímulos sensitivos.
CETAMINA
Alta lipossolubilidade – atravessa barreira hematoencefálica rapidamente: início de ação em torno de 30 segundos e efeito máximo em 1 minuto;
Duração é dose-dependente: 0,5 mg/kg = 2 minutos; 2 mg/kg =10 minutos;
BZD administrados concomitantemente prolongam o tempo de atividade anestésica da Cetamina.
CETAMINA – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
SNC: anestesia dissociativa semelhante a estado de catalepsia (diferente dos anteriores que simulam sono normal);
- Intensa analgesia, mas com olhos abertos e alguns reflexos preservados (corneano, de tosse e de deglutição)
- Pode elevar a PIC.
CETAMINA – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
Reações psicológicas: durante a recuperação (primeira hora) – reações de emergência;
- Sonhos vívidos, sensações extracorpóreas e alucinações;
- Agitação psicomotora, confusão mental, euforia, medo
- A incidência pode chegar a 100%, sendo influenciada por diversos fatores: idade avançada, antecedentes psiquiátricos psicóticos; uso de Midazolam concomitante diminui incidência.
CETAMINA – EFEITOS NOS ÓRGÃOS E SISTEMAS
Cardiovascular: é único que induz estimulação cardiovascular: ↑ da FC, do DC e da PA (estimulação central do sistema nervoso simpático)
- ↑ do trabalho do miocárdio: evitar em doença coronariana, HAS não controlada e ICC.
Respiratório: Em doses clínicas produz mínima depressão; injeções rápidas ou pré-medicações com opióides ocasionalmente causam apnéia;
- Potente broncodilatador – bom indutor para asmáticos
- Sialorréia que pode ser evitada por pré-medicação com anticolinérgico.
CETAMINA – USOS CLÍNICOS
Considerada por muitos como droga de escolha em cirurgias com tamponamento cardíaco ou pericardite constritiva (mantem estabilidade hemodinâmica – tônus adrenérgico ↑);
Pacientes hipovolêmicos ou choque séptico: ↑ a pressão sistólica e diastólica; manter melhor a perfusão dos órgãos;
- Obs: alguns podem reagir com do ↓ DC e hipotensão grave: depleção de catecolaminas e exaustão do sist nervoso adrenérgico;
De escolha em pacientes obstétricas durante hemorragias;
CETAMINA – USOS CLÍNICOS Em tolerantes a opióides (ação nos receptores
NMDA);
Na analgesia pós-operatória;
Pacientes queimados – em procedimentos de limpeza e curativos (vantagens: não toxicidade em adm repetidas, estabilidade hemodinâmica, efetiva via IM, intensa analgesia);
Cirurgia pediátrica: por sua efetividade VO, IM e retal (especialmente em cardíacos: menor incidência de arritmia com relação aos inalatórios).
CETAMINA - DOSAGENS
Indução: 0,5 a 1,5 mg/kg IV; 4 a 6 mg/kg IM- Diminuída se em associação a Tiopental,
Midazolam ou Propofol; - Diminuída em idosos;
Manutenção: 15 a 45 µg/kg/min, mais óxido nitroso em oxigênio;
- Aumentada se indução foi associada a Propofol ou Tiopental;
Analgesia ou sedação: 0,2 a 0,8 mg/kg IV por 3 minutos; 2 a 4 mg/kg IM mais infusão de 5 a 20 µg/kg/min mais oxigênio suplementar.
CETAMINA – CONTRA-INDICAÇÕES
Hipertensão ou lesões expansivas intracranianas;
Doença isquêmica coronariana;
Aneurismas cerebrais;
Doenças psiquiátricas (compensadas ou descompensadas)
RESUMO: EFEITOS DOS ANESTÉSICOS VENOSOS
Agente FC PAM Ventilação
Bronco-dilataçã
o
Fluxo Sang.
Cerebral
Consumo O2
cerebral
PIC
Propofol 0 ↓↓↓ ↓↓↓ 0 ↓↓↓ ↓↓↓ ↓↓↓
Etomidato
0 ↓ ↓ 0 ↓↓↓ ↓↓↓ ↓↓↓
Midazolam
↑ ↓↓ ↓↓ 0 ↓↓ ↓↓ ↓↓
Tiopental↑↑ ↓↓ ↓↓↓ ↓ ↓↓↓ ↓↓↓ ↓↓↓
Fentanil ↓↓ ↓ ↓↓↓ 0 ↓ ↓ ↓
Cetamina ↑↑ ↑↑ ↓ ↑↑↑ ↑↑↑ ↑ ↑↑↑
OBRIGADA