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2 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

Anestesia em revista - julho/agosto, 2006 - 3

ExpedienteAnestesia em revista é

uma publicação daSociedade Brasileira de

AnestesiologiaDepartamento deAnestesiologia da

Associação Médica Brasileira

Rua Professor Alfredo Gomes, 36Botafogo - Rio de Janeiro - RJ

CEP: 22.251-080Tel.: (21) 2537-8100Fax: (21) 2537-8188

Conselho Editorial:

João Aurílio Rodrigues EstrelaIsmar Lima Cavalcanti

Carlos Eduardo Lopes NunesSergio Luiz do Logar Mattos

Nádia Maria da Conceição DuarteJurandir Coan Turazzi

Luiz Antônio Vane

Diretor Responsável:

Nádia Maria da Conceição Duarte

Programação Visual:

Ito Oliveira Lopes - 12516-DRT/RJWellington Luís Rocha Lopes

Equipe Editorial:

Marcelo MarinhoRodrigo Matos

Mercedes AzevedoJosé Bredariol JrMarcelo Sperle

Impressão e Acabamento:

MasterGraph

Tiragem:

8.000 exemplares

Distribuição gratuita

IMPORTANTE:

Cadastre seu e-mail na SBAVisite o site da SBA na Internet:

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PublicidadeR.V.Assessoria e Marketing Ltda.

Representações de Veículos CientíficosRevistas e Jornais

Ronaldo VianaTelefax: (21) 2571-4617 e 2570-6712

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Nesta Edição

EditorialDefenda sua Profissão 4

SBA Responde 6

DivulgaçãoPolítica Internacional da SBA 10Sinopse da Programação Científica do 53o CBA 12Onde andará meu doutor? 18Médicos sem Fronteiras selecionam anestesiologistas para trabalharem projetos no exterior 19Assembléia Geral da SBA 2006 21Manoel Luiz Moreira de Souza: outro amigo que se vai 22

Notícias da AMBCarta aos médicos e aos pacientes 9

Novos Membros 7

Notícias do Dep. Adm. da SBAO Homem e as Sociedades 11

Notícias da Comissão de Saúde OcupacionalSaúde ocupacional: um problema realmente pouco valorizado 14

Artigo CientíficoNovas Recomendações para Reanimação Cardiopulmonar 16

Calendário Científico 20

EditorialEditorial Sociedade Brasileira de Anestesiologia

DR. JURANDIR COAN TURAZZIDir. Depto. Defesa Profissional da SBA

Defenda sua ProfissãoAo longo de quase três anos ocupan-

do o cargo de Diretor do Departamentode Defesa Profissional da SociedadeBrasileira de Anestesiologia (SBA), pos-so dizer que estou gratificado por tudoo que pude vivenciar e aprender. Pro-curo fazer sempre uma reflexão do queconseguimos fazer, todos juntos e doque, infelizmente, não obtive sucesso.

Conseguimos evoluir no quesitoremuneração no sistema suplemen-tar de saúde. A publicação por parteda Associação Médica Brasileira(AMB) e Conselho Federal de Medici-na (CFM) da resolução que determinou ser a Classifica-ção Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médi-cos (CBHPM) o padrão mínimo ético para remunera-ção dos serviços médicos no sistema de saúde suple-mentar, nos deu ânimo para tentar resgatar uma pe-quena parte do que havia ficado defasado após longosanos sem novidades significativas.

Os anestesistas, portadores de uma grande experi-ência associativa e cooperativista, conseguiram na gran-de maioria dos estados a adoção da CBHPM, ou pelomenos, valores dentro dos preceitos éticos.

Mostrou-se de fundamental importância a união doscolegas, aliado à experiência das diretorias dascoopanestes e regionais, nas negociações com ostomadores de serviços.

Pela primeira vez, SBA e FEBRACAN uniram-se paraestabelecer acordos nacionais, com instituições deabrangência nacional, procurando viabilizar e conso-lidar a CBHPM.

O sistema Unimed, finalmente, através de delibera-ção da Unimed do Brasil, passou a adotar a CBHPM noseu sistema de intercâmbio.

Procura-se no momento o convencimento do maiornúmero possível de singulares para que passem a ado-tar integralmente a CBHPM.

Cabe neste momento, a todos nós anestesiologistas,respeitar o contido na CBHPM, bem como envidar es-forços para que o maior número possível de operado-ras de planos de saúde a adotem.

Se no sistema de saúde suplementar temos a certe-za de termos evoluídos, no sistema público, infelizmen-te, quase nada conseguimos avançar.

Por várias oportunidades estivemosem Brasília levando as reivindicaçõesdos anestesiologistas.

Melhorias na remuneração dos pro-cedimentos médicos, especialmente nascirurgias ambulatoriais e de média ebaixa complexidade foi uma das princi-pais reivindicações.

Apesar de sermos bem recebidos,não conseguimos nada deste governo,que se diz voltado para o social. O últi-mo reajuste significativo de tabela, foidado no governo FHC tendo à frente doministério o Sr. José Serra, quando de-

terminou melhorias na alta complexidade, revertendouma situação crônica de descaso com a população me-nos favorecida.

Para terapia da dor, reivindicamos a inclusão natabela SUS dos procedimentos para tratamento da dor,tanto aguda quanto crônica. Até o momento, nenhumaevolução.

Se nada conseguir já é ruim, infelizmente ainda per-demos. As mudanças na forma de pagamento dos ho-norários médicos, têm afetado diretamente aosanestesiologistas. Hoje além de recebermos mal, aindanão sabemos nem o que estamos e se estamos receben-do. Já manifestamos junto ao ministério da saúde, nos-sa indignação, porém nenhum avanço foi conseguido.

Felizmente, não tivemos apenas derrotas. Presenci-amos vitórias significativas dos anestesiologistas noRio Grande do Norte e também no Espírito Santo. Emambos os estados, após intensas negociações, sem nãoantes haver paralisação do atendimento, conseguirammelhora na remuneração dos atendimentos do SUS.Cabe destacar que nos dois casos as negociações foramestabelecidas com os gestores locais. Existe uma gran-de diversidade de formas de atendimento e pagamen-tos no SUS, tornando praticamente impossível ummovimento nacional uniforme. Por isto temos defendi-do que as negociações devam ser locais, contando sem-pre com o apoio da SBA e suas Regionais.

Temos também observado um significativo aumen-to de problemas relacionados ao exercício da especiali-dade em vários locais. Muitos colegas estão sendo cha-mados para renegociarem valores de honorários e for-ma de trabalho em várias instituições. Vislumbramos

um risco muito grande nestas negociações e já temosalguns exemplos de resultados catastróficos para osanestesiologistas, com perda inclusive de seus locaisde trabalho.

Há que se ter em mente que a situação do mercadoestá sofrendo alterações rápidas e significativas. Existeum número exagerado de escolas médicas no país, for-mando um número de médicos bem acima das necessi-dades. A SBA tem o controle dos centros de ensino e trei-namento e poderia, inclusive, vir a limitar o número devagas para médicos em especialização. Porém, não temcontrole sobre o ingresso nas residências médicas, asquais são de responsabilidade das Comissões Nacionale Estaduais de Residência Médica, tornando portantomuito difícil, por parte da SBA, o controle do número devagas para especialização em anestesiologia.

Como vemos, a situação está ficando a cada dia quepassa, mais complicada, tornando-se imperativo que oanestesiologista tenha consciência que há a necessida-de de defender a sua profissão com muito afinco. Comofazê-lo? Não temos uma receita pronta mas podemoscitar algumas ações que entendemos serem básicas eque, infelizmente, não são adotadas por muitos:

Manter-se atualizado, técnica e cientificamente paraque, tanto a instituição hospitalar quanto os pacientese cirurgiões tenham certeza de contar comanestesiologistas altamente capacitados para exerce-rem a especialidade.

Respeitar o código de ética médica e as resolu-ções emanadas dos Conselhos Federal e Regionaisde Medicina relacionadas ao exercício da especiali-dade.

Procurar manter o melhor relacionamento possí-vel com as instituições, colegas e pacientes.

Procurar atender às necessidades dos nossos prin-cipais clientes: pacientes, instituição hospitalar e ci-rurgiões.

Participar ativamente das associações médicas.Manter a união. Se esta é importante para todos,

para nós anestesiologistas em particular, ela é funda-mental.

Não somos ingênuos em achar que com as atitudesapontadas os problemas estarão resolvidos ou não sur-girão, mas temos certeza de que na sua ausência, estare-mos muito mais vulneráveis quanto ao direito sagradode ter aonde trabalhar e ser remunerado de forma justa.

6 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

SBA RespondeSBA Responde Sociedade Brasileira de Anestesiologia

Embalagens esterilizadas

Solicito parecer sobre proble-ma enfrentado em alguns blocoscirúrgicos da minha cidade:

Ha alguns meses alguns labo-ratórios que fabricam anestésicoslocais para bloqueios espinhais(Bupivacaína e Lidocaína) para-ram de fornecer as ampolas emembalagens estéreis, que eramabertas na bandeja de bloqueiojunto com os demais itens.

Desde então, tenho que aspirara medicação da ampola não estérilda mão da técnica de enfermagemquando realizando um bloqueio,correndo o risco de contaminaçãomicrobiológica e acredito ferindoa técnica que demanda assepsiaextrema.

O problema maior é que os hos-pitais envolvidos não querem es-terilizar por conta as ampolas porquestões econômicas e porque oslaboratórios, quando questiona-dos, orientaram para não fazê-lo,justificando que compromete oefeito da droga.

De quem é a responsabiliade:hospitais ou laboratório?

SBA Responde

Referente a embalagens esteri-lizadas “sterile pack”.

O sistema “Sterile Pack” é umaforma “estéril” de acondiciona-mento de produtos injetáveis nointerior de bolhas plásticas, desen-volvido especialmente para pro-dutos utilizados no centro cirúr-gico constituído por um berço emPVC lacrado com papel cirúrgicoe submetido à esterilização, o queminimiza o risco de contaminação.

Embora a associação america-na de enfermagem cirúrgica(AORN – Association ofPerioperative Registered Nurses –

www.aorn.org) venha questionan-do a eficácia de tal processo emmanter a esterilização no ambien-te em que o produto é armazenado,esta é uma forma útil de acondicio-namento, visto que a imersão deampolas em soluções de fenol ouálcool apresenta potencial paracontaminação devido a possíveismicro-fraturas no vidro, fazendocom que os agentes anestésicos pas-sem a agir como neurolíticos.

Por todos estes riscos, aautoclavagem rotineira, dos agen-tes como método universal de es-terilização, é preconizada por al-guns autores como o Prof.Macintosh durante o julgamentodo caso “Wooley and Roe”. Nãoobstante, a desinfecção rotineirade ampolas com álcool a 70% pa-rece ser procedimento adequadoquando não dispomos de outrosmétodos de maior eficácia.

Contudo não há uma normali-zação Brasileira pertinente sobreo assunto, devendo o mesmo serdiscutido com associações de con-trole de infecção hospitalar paraposterior padronização.

Referências:

1 - Association of PerioperativeRegistered Nurses (AORN) –www.aorn.org.

2 - Fortuna A, Fortuna A – Com-plicações neurológicas da ra-quianestesia em: Imbeloni LE – Tra-tado de anestesia raquidiana.Curitiba, Posigraf, 2001,164-177.

CNTSA / 2006

Dr. Oscar César Pires Presidente

Dr. Neuber Martins FonsecaSecretário

Dr. Márcio Augusto LacerdaSupervisor

Obrigatoriedade deEntubação Orotraqueal

Gostaria de saber como proce-dermos diante de uma situaçãoem que a coordenação de enferma-gem de um hospital público deurgência e emergência, chama oanestesiologista para entubaçãode um paciente admitido na ur-gência, alegando que o clínico nãosabe entubar. Diante da recusa docolega anestesiologista, que esta-va com pacientes anestesiados nobloco cirúrgico, ela o ameaça di-zendo que se o paciente fosse àóbito a culpa seria do anes-tesiologista. O anestesista inter-rogou porque contratam clínicossem experiência para assumiremuma emergência e porque nãochamaram um intensivista? Elaalegou que o intensivista estavaocupado preescrevendo!

SBA Responde

Todo anestesiologista tem porobrigação ética respeitar as reso-luções emanadas do Conselho Fe-deral de Medicina e também o Có-digo de Ética Médica.

Especificamente, ressaltamos aresolução 1363 de 1993 a qualnormatiza a atividade do aneste-siologista.

Associado SBATemos recebido dos Correios

um grande número de devoluçõesde correspondências por motivode mudança de endereço.

Caso não esteja recebendosuas publicações, consulte a áreareservada aos associados e confi-ra no seu cadastro se existe devo-lução cadastrada.

MANTENHA SEUCADASTRO ATUALIZADO

Anestesia em revista - julho/agosto, 2006 - 7

Novos MembrosNovos Membros

NOME MATRÍCULA REGIONAL

Climaco César Moreira 09021 SAMG Guido Rabello Machado 1454 SAEPE Manoel Luiz Moreira de Souza 02892 SAESP Viviane Felippe Vasconcelos 12205 SAESP

Nela encontramos em seu art1º, inciso II:

- Para conduzir as anestesiasgerais ou regionais com segurança,assim como manter a vigilânciapermanente ao paciente aneste-siado durante o ato operatório, omédico anestesista deve estar sem-pre junto a este paciente;

Portanto, não é permitido aoanestesiologista o abandono dopaciente para realização de outroato médico.

Quanto a estrutura de um pron-to socorro, o Conselho Federal deMedicina publicou em 1995 a Re-solução número 1.451, a qualnormatiza o atendimento médicoem pronto-socorros públicos e pri-vados, a qual em seu art. 2º deter-mina: A equipe médica do ProntoSocorro deverá, em regime de plan-

tão no local, ser constituída, nomínimo, por profissionais das se-guintes áreas:

- Anestesiologia;- Clínica Médica;- Pediatria;- Cirurgia Geral;- Ortopedia.Portanto, cabe à Instituição es-

tabelecer as condições para cum-primento das resoluções citadas.

Dr. Jurandir Coan TurazziDir. Dept. Defesa Profissional da SBA

Obrigatoriedade doDantrolene

É obrigatório a presença deDantrolene Sódicos nos hospi-tais?

É obrigatório ter ao menos 1 kit

OBITUÁRIO

na cidade?Qual é a Legislação a respeito

disso?

SBA responde

É de nosso conhecimento a exis-tência de legislação específica so-bre prevenção, diagnóstico e tra-tamento de hipertermia malignano Estado de São Paulo, através doDecreto 4.6601 de 12 de março de2002.

Não temos conhecimento emoutros estados.

O colega poderá encontrar có-pia do decreto no site da SAESP:www.saesp.org.br

Dr. Jurandir Coan TurazziDir. Dept. Defesa Profissional da SBA

ASPTais de Fatima Soares Nogueira

ADJAulicio Henrique de Souza MurtaEliane Cecília Bueno Tesch

ATVAndréa Galvão Costa de AlmeidaCarla Pereira do NascimentoLira Olimpia Alves Faria SouzaRachel dos Santos MarquesRenata Auxiliadora A.Cavalcanti Ponte

Portaria no 04/2006

A Diretoria da Sociedade Brasileira deAnestesiologia - no uso das atribuiçõesconferidas pelo Estatuto Social, e art. 8o doRegulamento das Eleições da Diretoria eConselho Fiscal;

Considerando o disposto no Regula-mento das Eleições da Diretoria e do Conse-lho Fiscal;

Considerando o decidido em reunião deDiretoria, realizada na sede da SBA em 21/07/2006;

Designa a Comissão Eleitoral que coor-denará as Eleições/2006 para os cargos daDiretoria e do Conselho Fiscal da Socieda-de, composta pelos seguintes membros ati-vos:

Comissão EleitoralSBA/2006

Comissão EleitoralSBA/2006

Nome Matrícula Regional CargoCarlos Alberto P. de Moura 4314 SAERJ PresidenteRoberto Bastos da S. Freire 4885 SPA 1o Secr.Luiz Carlos Bastos Salles 8446 SAERJ 2o Secr.

8 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

Anestesia em revista - julho/agosto, 2006 - 9

riências semelhantes do passadorecente. Recordo, por exemplo, queno pleito de 2005, quando da reno-vação das representações de pre-feituras e câmaras municipais, asaúde ocupou o centro dos deba-tes. Em algumas cidades, como emSão Paulo, a questão do atendi-mento de saúde aos cidadãos tevepapel preponderante no resultadodas urnas.

Devido aos acontecimentos dosúltimos meses, é bastante prová-vel que discussões mais acalora-das se dêem sobre outros temas.Não resta dúvida de que omensalão estará em foco, assimcomo a necessidade de resgatar-mos os princípios éticos e demo-cráticos na condução da política.

Outro assunto que tambémsuscitará uma polêmica impor-tante e necessária é a questão dasegurança pública. Onde come-çam e terminam as responsabili-dades de cada instância de poderna crise atual? O que fazer para

garantir aos brasileiros um dia-a-dia mais tranqüilo, com menosviolência?

Apesar do interesse que ética,democracia e segurança merecem,a saúde deve ter lugar privilegia-do no processo eleitoral. Afinal,avançamos muito menos do quepodíamos de uns tempos para cá.E os problemas, ainda graves, con-tinuam os mesmos: filas em hos-pitais e postos de saúde, escassezde medicamentos, equipamentosobsoletos, falta de uma política devalorização dos recursos humanose por aí vai.

Como é comum nesta época,muitos aparecerão nas rádios e naTV para se dizer salvadores doBrasil. Soluções mágicas tambémsurgirão. Não podemos, em mo-mento algum, nos deixar iludir denovo por falsas promessas e porpseudo-salvadores.

O caminho para escapar destetipo de armadilha é votar no tra-balho consolidado, na coerênciahistórica, na postura que os candi-datos tiveram – e mantém – emsuas vidas. Na área da saúde, por

Carta aos médicose aos pacientes

Dr. José Luiz Gomes do Amaral*

exemplo, precisamos de represen-tantes que sempre lutaram, mesmosem ocupar cargos eletivos, pelamelhoria da qualidade de atendi-mento aos pacientes, pela valoriza-ção do trabalho dos médicos e deoutros profissionais de saúde, porum sistema de saúde digno e maisjusto. Enfim, uma trajetória de lu-tas em prol da cidadania e da cons-trução de uma sociedade mais jus-ta é um cartão de visitas que deveser levado em conta.

Se fugirmos dos falsos profetas edermos um voto de confiança aosque de fato agem em favor do coleti-vo, certamente teremos num futuropróximo motivos para comemorar.

*Presidente da AssociaçãoMédica Brasileira

Sociedade Brasileira de AnestesiologiaNotícias da AMBNotícias da AMB

À s vésperas de um novoprocesso eleitoral, é co-mum lembrarmos expe-

Presidente: Dra. Rosângela Masuia de AmorimVice-Presidente: Dr. Márcio José Cavalcante SantosPrimeiro Secretário: Dr. João Carlos Machado LisboaSegundo Secretário: Dra. Sandra SantosPrimeiro Tesoureiro: Dr. Teotônio CorreiaSegundo Tesoureiro: Dr. Paulo Cezar de MagalhãesConselho Científico e de Defesa Profissional:Presidente: Dr. Roque Ricardo Rodrigues SorianoVice-Presidente: Dra. Marta Maria Cunha de Carvalho

RegionaisRegionais Sociedade Brasileira de Anestesiologia

Presidente: Dr. Leopoldo GonzalezVice-Presidente: Dra. Neuzimar FreireTesoureiro: Dr. Raimendo Nonato VieiraSecretárias: Dra. Rosária Rabelo e Dra. Anne Francy SoutoDiretor Administrativo: Dr. Alexandre BragaComissão Científica: Dra. Mirlane Cardoso, Dr. NilsomarMaciel e Dra. Emily MontarroiosDiretor de Defesa Profissional: Dr. Álvaro Luis Pinto

Biênio 2006/2007

10 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

DivulgaçãoDivulgação Sociedade Brasileira de Anestesiologia

gresso Europeu de Anestesiologia.Participaram das reuniões Dr. JoãoAurílio Estrela, Presidente da SBA,Dr. Ismar Lima Cavalcanti, Vice-Presidente da SBA, e Dr. Luiz Anto-nio Vane, Diretor do DepartamentoCientífico da SBA. Com o Presidenteda Sociedade Européia de Aneste-siologia, Dr. Peter Simpson, foramtratados assuntos de cooperaçãotécnico-científica entre as socieda-des, sobretudo nos moldes de ensi-no e certificação. Com o Dr. DavidMorel, Presidente do 14º CongressoMundial de Anestesiologia foi dis-cutida uma maior participação depalestrantes brasileiros no evento.Ficou acertado dar continuidade àsnegociações durante o 53º Congres-so Brasileiro de Anestesiologia emnovembro de 2006 no Rio de Janei-ro. O último encontro se deu com oDr. Philipe Cheperrel, responsávelpelos cursos de atualização da Fe-deração Européia de Ensino deAnestesiologia (FEEA), em continui-dade aos entendimentos realizadosanteriormente pelos ex-presidentesda SBA, Dr. Pedro Thadeu GalvãoVianna e Dr. Roberto Bastos da Ser-ra Freire para a realização dos cur-sos no Brasil por meio de institui-ções universitárias e Centros de En-sino e Treinamento e certificaçãopela Federação Européia.

A inserção da SBA junto às demaisentidades internacionais da especia-lidade é uma das metas adotadaspelas últimas diretorias, demons-trando caráter de continuidade depolíticas adotadas pela SBA.

Política Internacionalda SBA

Dr. IsmarCavalcanti - Vice-Presidente/SBADr. Luiz AntonioVane - Dir. Científi-co/SBA,Dr. David Morel -Presidente do 14o

WCA e Dr. JoãoAurílio R. Estrela -Presidente/SBA

Dr. Luiz Anto-nio Vane - Dir.Científico/SBA,Dr. João AurílioR. Estrela -Presidente/SBADr. IsmarCavalcanti -Vice-Presidente/SBA eDr. PeterSimpson - Pres.Soc. Européia.

Dr. Luiz Anto-nio Vane -

Dir. Científico/SBA,

Dr. João AurílioR. Estrela -

Presidente/SBA,Dr. Cheperrel -

FederaçãoEuropéia e

Dr. IsmarCavalcanti -

Vice-Presidente/SBA

A SBA participou de trêsimportantes reuniões detrabalho durante o Con-

Anestesia em revista - julho/agosto, 2006 - 11

ideológico seguido pelos seus fundadores. O homemcomo ser social jamais será autenticamente omissoou negativista em relação ao meio em que vive. Ele éparte do processo, engrenagem daprópria máquina. Como tal, deveprezar pelo bom funcionamento daestrutura e mover-se sincronica-mente com as demais peças, para quetodo o conjunto tenha vida útil longae saudável.

A classe médica, apesar de seruma especialidade reconhecidamen-te nobre, somente em raros nichos deabastados poderes orgulha os trata-dos capitalistas. Trabalhamos porum ideal humanístico, embasadosnos preceitos Hipocráticos. Não re-cebemos, por conseguinte, o trata-mento dado aos fomentadores de mo-eda, pois a vida humana e seu perfei-to funcionamento quase nunca são vistos como umbem palpável do ponto de vista mercantil pelos nos-sos governantes. Temos, portanto, que, ao modo dospequenos peixes, nos aglutinar e fortalecer nossos re-lacionamentos e nossas entidades representativas.

No seio de instituições como a SBA, a AMB, oCFM, as Cooperativas e outros órgãos afins, deve-mos nos agregar e participar ativamente para queestas estruturas funcionem de forma tranqüila eregular. As decisões tomadas pelas “esferas do po-der”, como costuma-se por vezes dizer, somente seráum pleno exercício de democracia institucional serespaldado pelo conhecimento e interatividade dosseus membros.

A Sociedade Brasileira de Anestesiologia possui,entre outros, dois órgãos de importância vital para oseu bom e legal andamento: A Assembléia Geral e aAssembléia de Representantes. Na Assembléia Geral

(AG) delibera-se sobre questões de relevância para aSociedade, aprova-se as contas, elege-se (podendo-setambém destituir) a Diretoria e o Conselho Fiscal, alte-ra-se o Estatuo, e é ainda o fórum onde se pode liquidara SBA. Resumido ao máximo a descrição da Assem-bléia de Representantes (AR), podemos dizer que é nela

onde os sócios elegem os membros dasComissões e Comitês, escolhem a sededos CBA e alteram os Regimentos e Re-gulamentos.

Este ano, durante o CBA no Riode Janeiro, tanto na AG quanto naAR, a Diretoria da SBA e suas co-missões estarão levando propostasimportantes, que deverão ser estu-dadas previamente, de forma cons-ciente e madura. Conclamo a todosa reservar algumas horas no estu-do destas propostas; sugiro, prefe-rencialmente, estudo em grupos,com tutores que possam orientar ostrabalhos, mantendo contatos avan-çados sempre que necessários, para

esclarecimentos de eventuais dúvidas sobre a ma-téria.

Na condição de diretora do Departamento Admi-nistrativo da SBA, respondo pela elaboração e apre-sentação destas propostas, e, portanto, além de conhe-cimento suficiente sobre o assunto, tenho uma enormedisposição para prestar todo tipo de suporte aos queassim o desejarem.

Garanto e assino em baixo que é muitíssimo inte-ressante, prazeroso mesmo, aprender e utilizar o con-junto de regras que rege este círculo de trabalho doqual fazemos parte. Interagir com os demais partici-pantes e com todas as peças da máquina, é darlongevidade ao conjunto, é ser, literalmente, um boni-to e seguro cardume.

O Homem e asSociedades

Sociedade Brasileira de Anestesiologia

A estruturação de uma sociedade é regida,desde os seus primórdios, por um conjuntode regras, naturalmente nascido do modelo

* Diretora do Departamento Administrativo da SBA

Dra. Nádia Duarte*

Notícias do Dep. Adm. da SBANotícias do Dep. Adm. da SBAo

12 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

Redução do RiscoPerioperatório

Anestesia em Geriatria

Anest.Geral e Regional e oPós-operatório

Fatores que interferem noPós-operatório

Desfecho Perioperatório noHepatopata Grave

WFSA: o que é e quefaz?

Morbi-mortalidadePerioeratória: Redução

Fisiopatologia daReposição Volêmica

Restrição Hídrica emCirurgia Abdominal

O Futuro da MedicinaPerioperatória

Bases da Hemostasia parao Anestesiologista

Insuficiência Respiratóriana SRPA

Anemia: Quando e a QuemTrasfundir?

Hemoragia Perioperatória

MarcadoresBiomoleculares

Condutas emCardiopatias

Planos Anestésicos deGuedel

Serviço de MedicinaPerioperatória

Náseas e Vômitos: comoPrevenir e Tratar?

Resposta Inflamatória

Hematoma Após BloqueioPeridural

Antigos Agentes, NovasIndicações

Diabetes e Anestesia

Dor e MedicinaPerioperatória

Revascularização doMiocárdio

Qual a melhor droga nasaída da CEC?

Isquemia MiocárdicaIntraoperatória

Disfunção renal

Pré-condicionamento eProteção Renal

Suplementos na Dieta eFitoterapia: Riscos

Anestesia Ambulatorial nos“Extremos”

Anestesia Fora do CentroCirúrgico

Condutas em DoençasCardiovasculares

Papel da Unidade Pós-operatória Intensiva

Anestesia no Portador deHepatopatias

Apnéia do Sono eAnestesia

Hipertermia Maligna noBrasil: Heredogramas

Hipertermia Maligna: NovosConceitos

Anestesia em Pediatria

Tratamento da Sepse

Ecotransesofágico:Desfecho Pós-operatório

Problemas com BloqueiosPeridurais

Bloqueios em Oftalmo-logia: o que há de novo?

Gravidez e Cirurgia Não-Obstétrica

Qual a Melhor Anestesiaem Cesariana?

Situações Especiais emObstetrícia

Diretrizes para o Aten-dimento Pré-hospitalar

Insuficiência Cardíaca e

Anestesia Para CirurgiaTorácica

Anestesia Regional

Imunologia, Infecção eAnestesia

Complicações daAnestesia

Uso do Cateter de ArtériaPulmonar

Anticoagulação e Gravidez

Anestesia e Pulmão

Anestesia PeriduralTorácica

Mistura de AnestésicosLocais

Futuro da Farmacologiados Analgésicos

Efeitos Sistêmicos dosAnestésicos Locais

Anestesia Regional

MLAC - ConcentraçãoMínima de An. Locais

Revisões Sistemáticas emTerapia Intensiva

Anestesia e Neurologia

Transmissão e BloqueioNeuromuscular

Atualização em BNM

Anestesia em Pediatria

Dor Aguda

Tratamento da Dor emPediatria

Atualização em AnestesiaRegional Pediátrica

Anestesia em Pediatria

Como Eu FaçoAnalgesia de Parto

Grandes CirurgiasVideolaparoscópicas

Anestesia e AcreditaçãoHospitalar

Critérios parasuspensão de cirurgia

Genômica para oAnestesiologista

Plexo Braquial e Viasde Acesso

Limites da CirurgiaPlástica Múltipla

Anestesia e ApoptoseCelular

Gestão Hospitalar

ComplicaçõesRespiratórias no Pós

Equipamentos deAnestesia

Morbimortalidade emAnestesia

Stress e Fadiga doAnestesiologista

Anestesia para Implantede Endopróteses Vasc.

Evitando Suspensão deCirurgia Oncológica

Atualização em Anestesiapara Ortopedia

Anestesia e Tumoresde Mediastino

Anestesia para Endar-terectomia Carotídea

Proteção de Órgãosem Cirurgia de Aorta

Via Aérea Difícil

Dor Aguda: AnalgesiaMultimodal

Captação de Órgãos eo Anestesiologista

Reposição Volêmica:Monitor. Hemodinâmica

Anestesia: Passado,Presente e Futuro

Como Permanecer noMercado de Trabalho?

Homenagem a Aneste-siologistas Brasileiros

Dom

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Legenda do Formatodas Atividades

5 3 o C o n g r e s s o B r a s i l e i r o d e A

Sinopse da PrograSinopse da Progra

Palestra Mesa-Redonda Painel

Anestesia em revista - julho/agosto, 2006 - 13

Anestesia Inalatória eProteção de Órgãos

Óxido Nitroso: Amigo ouInimigo?

Erro Médico: Visão dosJuízes de Direito

Trauma na Grávida eAnestesia

Anestesia e Urologia: o quehá de novo?

Estômago Cheio: o que háde novo?

Reposição Volêmica:Amidos e Gelatinas

Comitê de Ensino ePesquisa

Estudos Clínicos emAnestesiologia

Indicadores de Desem-penho em Anestesia

Monitorização: PA, BIS,Oximetria

Máscara Laríngea: Indica-ções Incomuns

Óxido Nítrico e CirculaçãoPulmonar

Oximetria de Pulso eCapnografia

Revendo a Anestesia paraCirurgia Plástica

Cirurgia BariátricaAnestesia e Pós-operatório

Síndrome Plurimetabólicae Anestesia

Anestesia, Imunologia eInfecção

O Anestesiologista e aDependência Química

Fisiopatologia do GrandeQueimado

Anestesia no GrandeQueimado

Atualização emNeuroanestesia

Anestesia emSubespecialidades

Neuroproteção

Remuneração doAnestesiologista

Mercado de Trabalho eRemuneração

Há novos modelos deremuneração?

FEBRACAN (Fórum)

Ensino da DefesaProfissional nos CET

WFSA: sua visão do RiscoProfissional

Como Minimizar o RiscoProfissional?

Anestesia Inalatória emPediatria

Cuidados no TransplanteHepático

Anestesia Obstétrica eValvulopatias

Anestesia Venosa

Choque: TratamentoBaseado em Evidências

TIVA ou AnestesiaInalatória?

Avaliação e Preparo Pré-operatório

BIS, Entropia e OutrosParâmetros de EEG

Anestesia para Cesariana

Analgesia Pós-operatóriaem Cesarianas

Anestesia Ambulatorial

Xenônio: anestésico cárdioe neuroprotetor

Hipotensão ArterialInduzida: limites

Anestesia e Coração

Anestesia e as NovasFronteiras da Alergia

Reação a AL, Broncoas-piração, Broncoespasmo

Interação de Drogas

Avaliação de Dor

Dor Aguda Pós-operatória

Dor Visceral: AspectosBásicos e Clínicos

Importância dosReceptores de Dor

Doenças do TecidoConectivo

Dor em PacientesTerminais

Dor e Administração deOpióides

Enxaqueca

Dor no Recém-Nascido

Toxina Botulínica na DorCrônica

Métodos Invasivos deTratar a Dor

Fármacos Adjuvantes eBloqueios Regionais

Formas de AdministrarAnalgésicos Peridurais

Tratando a Dor: Lombalgia;Queimadura;Trauma

Síndrome DolorosaRegional Complexa

Novas Perspectivas naAbordagem à Dor

Analgesia Espinhal: oAntigo e o Novo

Dor Pós-Operatória

Dor Crônica

Modelos de PesquisaClínica em Dor

Análise Críticana Abordagem da Dor

Acupuntura

Farmacologia da Dor

Tratamento Psicológicona Dor Crônica

BLS - Suporte Básico daVida I

Desfibrilação ExternaAutomática

As Novas Diretrizes doRCP e CCE 2005

Suporte Básico da Vida II

Acesso Público àDesfibrilação

Parada Cardíaca eSuspensão de Cirurgias

RCP em SituaçõesEspeciais I

ACLS - Suporte Avançado

RCP em SituaçõesEspeciais II

Ressuscitação:Importância das Diretrizes

Suporte Avançado II -Arritmias

Massagear: MaisImportante que Ventilar?

SAMU 192

Ética e Questões Legaisem RCP

Aspectos Recentes daVentilação Mecânica

ACLS - Suporte Avançadode Vida III

S. Coronariana Aguda:Além da Fibrinólise

Cuidados Pós-ressuscitação

Prognóstico Pós-paradaem Anestesia

Suporte Básico de Vidaem Pediatria

PALS - Sup. Avançado deVida em Pediatria

Paciente Séptico na Salade Cirurgia

Buscando Diferencial emUnidades Intensivas

Profilaxia da TVP emPacientes Críticos

3o Congresso de Dor2o Congresso

de Ressuscitação eReanimação

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A n e s t e s i o l o g i a

amação Científicaamação Científica

Prós e Contras Colóquio Top Ten Conferência

14 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

Sociedade Brasileira de Anestesiologia

Ocupacional, tem como objetivooperacional para o ano de 2006/2007,a abordagem do tema em pauta, demaneira real e efetiva, iniciando umestudo epidemiológico sobre a práti-ca clínica da anestesiologia no Bra-sil, correlacionando as condições detrabalho com a geração de estresseocupacional. Esse trabalho visa à cri-ação de um banco dados com infor-mações atuais sobre essa correlação,as quais após a análise detalhada,serão oferecidas como subsídio paraa Diretoria de nossa Sociedade (De-partamento de Defesa Profissional eComissão de Ensino e Treinamento)no sentido de exercício de pressõesreivindicatórias por melhores con-dições de trabalho para oanestesiologista brasileiro, corrigin-do erros que por ventura existam eque influenciem, de maneira deleté-ria, a saúde ocupacional da comuni-dade anestesiógica brasileira.

Para a execução desta tarefa, aComissão de Saúde Ocupacionalutilizará uma metodologia pro-posta pelo Department of WorkPsychology, of Faculty of Phychologyand Education Sciences – University ofLiege (Belgium) na avaliação destacorrelação. A mesma utiliza comoinstrumentos de avaliação doisquestionários, o WOCCQ que afe-re, de maneira escalonada, as con-dições de trabalho, e o PSSM-A,que viabiliza a aferição do nível deestresse causado pela prática clí-nica em específicas situações.

Os questionários acima citadosdeverão ser aplicados de maneiraestratificada em vários tipos deatendimento clínico da aneste-

siologia em nosso País, começan-do com os Centros de Ensino e Trei-namento (residentes e precepto-res), na prática dentro do sistemauniversitário, na prática privada,na prática estatal, etc.

É de suma importância que todoo anestesiologista entenda que oestresse é uma resposta adaptativado organismo a mudanças e, comotal, é parte inerente da vida. Segun-do Hans Selye, médico austríacoque usou a palavra pela primeiravez como termo médico, a únicamaneira de escapar ao estresse émorrer. Ele definiu o estresse comoum mecanismo fisiológico, cuja fi-nalidade é manter a integridade eviabilidade do indivíduo frente afatores estressores (mudanças,agressões, pressões, demandas, de-safios, traumas, etc). No entanto,apesar de fisiológico, sob certas cir-cunstâncias o estresse pode ser pa-tológico e gerar doenças.

Além dos fatores estressores co-muns a todos os homens, a profis-são médica possui fatores particu-lares que podem agravar o estresse:a convivência diária com o sofri-mento e a morte e as necessidadesemocionais e físicas dos pacientessão alguns dos exemplos.

O estresse ocupacional é a for-ma através da qual o profissionalresponde às demandas de sua ati-vidade clínica.

Geralmente, tanto os profissi-onais das mais diversas especiali-dades médicas, como também asociedade contemporânea têm oconceito de que os médicos não so-frem o risco do estresse ocupa-cional e, nem as conseqüências domesmo em relação à sua saúdemental e somática. Entretanto,

existe significante número de evi-dências diretas e indiretas que essemito é completamente incorreto.

O estresse é um inevitável fator,presente constantemente na vidapessoal e profissional dos médicos e,quando fora do controle, resulta emvárias síndromes patológicas, comopor exemplo, o Burnout, a droga adi-ção, diminuição da satisfação pelaatividade clínica desempenhada, de-pressão psíquica aguda ou crônica,os distúrbios do sono, a elevação daagressividade, a irritabilidade cons-tante, o suicídio, entre muitas outras.

O Burnout é uma síndromepsicogênica relacionada freqüen-temente em sua incidência com aanestesiologia, sendo, por sua vez,um dos fatores facilitadores para ageração de outras psicopatologiasque preocupam a Comissão de Saú-de Ocupacional da SBA, como porexemplo, a Dependência Química(DQ). Na maioria das vezes, a DQinicia-se com a utilização de medi-cações que parecem ser a soluçãorápida para a resolução de proble-mas do dia a dia: na presença deestresse, toma-se um tranqüilizan-te, na presença de cansaço, um esti-mulante e por ai tem a suasequência... Essa situação pode ser ochamado otimismo farmacológico,tão comum na nossa profissão.

Como descrito acima, a anes-tesiologia tem sido caracterizadacomo uma especialidade geradorade elevados níveis de estresse, tan-to psíquico como somático, sendoesse nível relacionado diretamen-te com as condições de trabalho.

É importante salientar que aanestesiologia caracteriza-se comouma especialidade que participa,invariavelmente de um trabalho de

SAÚDE OCUPSAÚDE OCUPSAÚDE OCUPSAÚDE OCUPSAÚDE OCUPAAAAACIONAL:CIONAL:CIONAL:CIONAL:CIONAL:um prum prum prum prum proboboboboblema rlema rlema rlema rlema realmenteealmenteealmenteealmenteealmente

pouco valorizadopouco valorizadopouco valorizadopouco valorizadopouco valorizado

Notícias da Comissão de Saúde OcupacionalNotícias da Comissão de Saúde Ocupacional

A Sociedade Brasileira deAnestesiologia, através desua Comissão de Saúde

Anestesia em revista - julho/agosto, 2006 - 15

cooperação de grupo, do qual fazemparte uma gama de profissionaismédicos de outras especialidades,profissionais de suporte (enferma-gem, técnicos), como também, osprofissionais executivos da admi-nistração dos ambientes hospita-lares e ambulatoriais. Essa inter-relação pessoal é outro dos impor-tantes fatores na gênese de proble-mas de saúde ocupacional para omédico anestesiologista. Esse fato éfreqüentemente acompanhado deinsatisfação com a prática médicaanestesiológica, principalmentepela sensação, por parte do aneste-siologista, da perda de autonomiana sua atividade profissional.

Durante a prática da aneste-siologia clínica, outros fatores es-tressores podem ser evidenciados;alguns destes são gerados pela cons-tante necessidade de decodificaçãoe análise de dados e sinais oriundosdo paciente e aparelhagem, com to-mada rápida de decisões, podendodesencadear uma sintomatologiapsíquica ou somática. O alto graude responsabilidade, a possibilida-de de ocorrências imprevisíveis e/ou inevitáveis, as jornadas extenu-antes de trabalho, acompanhadasde privação de sono e quebra de rit-mo circadiano decorrente de traba-lho por turnos, agravam os proble-mas de saúde ocupacional desta es-pecialidade médica.

O perfil individual de persona-lidade é um fator importante nodesenvolvimento de estresseocupacional. Os traços psicogê-nicos obcessivos, perfeccionistase de auto-suficiência, freqüente-mente detectados em anestesiolo-gistas durante a sua prática diá-ria, podem resultar em instabili-dade psíquica, caracterizada porelevado grau de ansiedade, inse-gurança e impulsividade descon-trolada. Esses fatos resultamfreqüentemente na patologia so-mática ou psíquica, caracteriza-da pela insatisfação do seu pró-prio comportamento profissional.

Finalizando, os membros daComissão de Saúde Ocupacionalsolicitam o apoio efetivo dosanestesiologistas componentes denossa Sociedade para essa avali-ação epidemiológica, através deuma resposta rápida, sincera e

honesta aos questionários pro-postos (de maneira nãoidentificada em relação ao entre-vistado). Somente dessa forma éque poderemos chegar à identifi-cação de problemas relativos àsua saúde ocupacional e, a partirdaí, propormos atitudes reais eefetivas para a proteção da mes-ma e de suas repercussões, asquais atingem os mais variadosaspectos de sua vida.

Cronograma simplificado:

1 - Validação dos questionários emportuguês – tradução oficial dosquestionários francês/portugu-ês e português/francês por tra-dutores diferentes ( WOCCQ ePSSM-A );

2 - Complementação do processode validação dos questionáriopela avaliação dos membros doDepartment of Work Psychology, ofFaculty of Phychology and EducationSciences – University of Liege(Belgium);

3 - Formatação e impressão dosquestionários;

4 - Aplicação dos questionários emtodos os membros do CET’s daSBA - forma não identificada -(preceptores e residentes);

5 - Colheita de dados;6 - Estruturação de banco de dados

e avaliação estatística com pro-grama SPSS;

7 - Análise estatística e publicaçãode resultados;

8 - Expansão da pesquisa para osanestesiologistas clínicos comatividade em serviços privados,hospitais universitários, hospi-tais estatais, clínicas;

9 - Colheita de dados, análise es-tatística e publicação de resul-trados;

10 - Comparação com a prática deoutras especialidades (psiquia-tras, intensivistas, etc.).

Comissão de SaúdeOcupacional da SBA

Antenor GrippCristina Campelo Roichman

Gastão Fernandes Duval Neto

16 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

de seus consagrados “Guidelines” para ReanimaçãoCardiopulmonar. As novas recomendações sempre tra-zem o resultado de um consenso entre os melhores es-pecialistas, de novas evidências científicas publicadasno período e a experiência relatada por grupos atuan-tes em diversos países. Nestes quase 20 anos da pri-meira publicação, houve uma clara evolução nos seusprincipais objetivos: inicialmente buscava-se desen-volver um método rápido e eficiente para reanimaçãocardiopulmonar, porém, com a experência, sucessos efracassos acumulados no período, e principalmente,tendo seus parâmetros básicos já definidos, busca-seagora melhor qualidade na reanimação, e conse-quentemente maior e melhor sobrevida. Embora os re-sultados sejam animadores, ainda há várias questõesa serem respondidas, impondo limitações ainda nãosolucionadas, o que exige mais revisão e observação.

Nesta mais recente revisão, procurou-se detectar ospontos que causavam maior impacto na qualidade dareanimação e na sobrevida; após sua seleção, buscou-seevidências científicas publicadas no período que pudes-sem modificar, substituir ou até suprimir cada pontoestudado. Houve, como no protocolo anterior, uma cla-ra ênfase em recomendar-se a instituição mais precocepossível do suporte básico de vida, isto é, das manobraspara manter a ventilação pulmonar, e consequentementeo aporte de oxigênio aos tecidos, e a circulação tecidual,para permitir que o oxigênio chegue a tecidos como ocardíaco e sistema nervoso central; porém observou-seque a instituição destas manobras, e principalmente suarealização com qualidade e eficiência, poderiam ter umdiferencial significativo na sobrevida; portanto as no-vas recomendações priorizam este período.

No contexto do suporte básico de vida, a eficiênciada massagem cardíaca tornou-se ponto preponderante.Para que esta seja eficiente, deve manter o fluxo cerebrale coronariano; portanto não basta somente comprimiro tórax com o peso do corpo do reanimador; deve-se

realizá-las com força (“push hard”) e ainda permitir que otórax descomprima espontaneamente entre elas; alémdisso, ela não pode ser interrompida, devido ao risco desupressão na perfusão tecidual. A ventilação, por outrolado, pode não ser iniciada precocemente em benefícioda circulação, porém deverá ser, assim que possível, for-necido aporte de oxigênio aos tecidos perfundidos. Suafrequência não precisará ser alta, já que o fluxo sanguí-neo pulmonar estará diminuído, e a hiperventilaçãopoderá causar vasoconstricção. A relação, por outro lado,não pode ter muitas variações e indicações específicaspara cada caso, já que dificulta o aprendizado, especial-mente de leigos. Desta forma, e utilizando-se complexoscálculos matemáticos, concluiu-se que uma relação de30 compressões torácicas para 02 ventilações seria o maiseficiente (“push fast”), para qualquer tipo de reanimadore vítima (exceto recém-natos); a relação 15:2 seria maisindicada quando há mais de 01 reanimador, principal-mente em crianças. Os reanimadores, devido à reduçãoda eficiência causada por sua fadiga, deverão ser troca-dos a cada 04 minutos.

O protocolo publicado em 2000 consagrou o usodo desfibrilador semi-automático (DEA), bem como oseu uso precoce, especialmente no ambiente extra-hospitalar, onde a grande maioria dos insultos ocorrepor fibrilação ventricular. Sua máxima eficiência ocor-re quando o tempo entre a chamada do socorro e seuuso efetivo não ultrapassa mais de 04 minutos, po-rém cai se este período for maior. O aparecimento devários estudos demonstrando melhor sobrevida quan-do as manobras de suporte básico de vida são institu-ídas até que o DEA esteja disponível, levou o AHA aincluir esta recomendação no protocolo 2005. Embo-ra não haja dados suficientes que afirmem que suaeficiência ocorra em todas as situações, recomenda-sesua instituição, na forma de 05 ciclos de 02 minutosde duração cada, no ambiente extra-hospitalar, até achegada do DEA, e se sua chegada estimada for de maisde 04 minutos; no ambiente intra-hospitalar não háevidências suficientes que justifiquem suaaplicablidade. O uso do DEA se baseava na sequência

Novas Recomendaçõespara ReanimaçãoCardiopulmonar Marcio Augusto Lacerda,

TSA*

Artigo CientíficoArtigo Científico Sociedade Brasileira de Anestesiologia

A cada 05 anos a Associação Americana deCardiolgia (“AHA – American HeartAssociation”) publica a revisão e atualizações

Anestesia em revista - julho/agosto, 2006 - 17

de 03 choques progressivos (“shock, shock, shock”),de respectivamente 200 J, 300 J e 360 J, sem ainterposição de compressões torácicas. Isto ocorriadevido a baixa eficácia do primeiro choque pela a altaimpedância oferecida pelo tórax, obrigando a realiza-ção da sequência para reduzí-la. Além disso, asequência de análise de ritmo entre os choques, pre-sente no “software” do AED, gerava um retardo deaté 40 segundos, onde não havia perfusão. Com a in-trodução dos DEA bifásicos, obteve-se uma melhorasignificativa na eficiência deste primeiro choque, uti-lizando-se cargas menores. Esta evidência permitiuque o protocolo fosse modificado para incluir esta ino-vação tecnológica, na forma de um choque único, se-guido imediatamente das manobras de suporte bási-co de vida, aplicadas de forma initerrupta. A cargaaplicada varia de 150-200 J, para os DEA bifásicos, a360 J, nos monofásicos. Para crianças, como não háDEA específico, utiliza-se 2,0 a 4,0 J/Kg.

Em relação às drogas, nenhum estudo demonstrouque a utilização de algum tipo de vasopressor ouantiarrítmico poderia aumentar a sobrevida dos paci-entes vítimas de parada cardiorrespiratória, de qual-quer natureza. Embora este dados não justifiquem re-comendar não utilizá-los, o protocolo 2005 enfatiza queo suporte básico de vida deve ser priorizado em rela-ção a qualquer terapia farmacológica exceto quandoesta última tiver uma indicação específica

Nas gestantes, vários estudos publicados no perí-odo reafirmam que o fator determinante negativo nasobrevida materna em paradas cardiorrespiratóriasseria a redução do retorno venoso causado pela com-pressão uterina, e que métodos de descompressão,quando adequadamente aplicados, como o desloca-mento manual lateral (“cunha de Crawford”), ou ouso do decúbito lateral esquerdo, poderiam aumentá-la.

As recomendações para reanimação do binômio-materno-fetal se baseiam no grau de compressãouterina, estimado pela idade gestacional, e as perspec-tivas de sobrevida do concepto extra-útero, que me-lhoram sensivelmente devido ao desenvolvimento damedicina neonatal e melhor aparelhamento dos hospi-tais. Ao contrário do que se recomendava até 2000, nãose justifica perder tempo durante a reanimação em ava-liar viabilidade fetal; esta está implícita de acordo comas faixas de idade gestacional correspondente a cadaconduta. Desta forma, o protocolo postula que até 20semanas, não há compressão significativa do útero, e,portanto, melhora na sobrevida materna por sua des-compressão; e que o feto é inviável. Neste caso a reani-mação deve seguir as recomendações para não-gestan-tes. Entre 20 e 24 semanas, o feto permaneceria inviável,mas o útero passaria a exercer compressão sobre a

cava; neste caso, se a descompressão manual não foreficiente, recomenda-se realizar a retirado do conteú-do uterina para melhorar a sobrevida materna. Após24 semanas, há grande compressão uterina e grandeschances de sobrevida fetal extra-útero; recomenda-seaqui a realização de cesárea de emergência.

O novo protocolo, publicado em 2005 afirma que omais importante determinante da sobrevida de víti-mas em parada cardiorrespiratória é a presença doreanimador o mais rápido possível na cena do insulto.Este deve ser treinado e equipado adequadamente paraatuar nestas emergências. Esforços devem ser feitospara treinar o maior número de cidadãos comoreanimadores em potencial, por programas de educa-ção e conscientização populacional.

Referências

1 - International Liaison Committee on Resuscitation.2005 International Consensus on CardiopulmonaryResuscitation and Emergency Cardiovascular CareScience with Treatment Recommendations.Circulation. 2005;112:III-1–III-136.

2 - Zaritsky A, Morley P. 2005 American HeartAssociation Guidelines for CardiopulmonaryResuscitation and Emergency Cardiovascular Care.Editorial: The evidence evaluation process for the2005 International Consensus on CardiopulmonaryResuscitation and Emergency CardiovascularCare Science With Treatment Recommendations.Circulation. 2005;112:III-128 –III-130.

3 - Billi JE, Zideman D, Eigel B, Nolan J, Montgomery W,Nadkarni V, from the International LiaisonCommittee on Resuscitation (ILCOR) and AmericanHeart Association (AHA). 2005 American HeartAssociation Guidelines for CardiopulmonaryResuscitation and Emergency Cardiovascular Care.Editorial: Conflict of interest management before,during and after the 2005 International ConsensusConference on Cardiopulmonary Resuscitation andEmergency Cardiovascular Care Science WithTreatment Recommendations. Circulation.2005;112:III-131–III-132.

*Co-Responsável pelo CET/SBA doInstituto Nacional de Câncer (INCa) – Rio de Janeiro/RJ

Membro da Comissão de Normas Técnicas eSegurança em Anestesiologia (CNTSA) da SBA

Membro do Comitê de Reanimação eAtendimento ao Politraumatizado da SBAInstrutor do SAVA - Suporte Avançado de

Vida em Anestesiologia - SBA

18 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

Onde andará meu doutor?

Hoje acordei sentindo uma dorzinha,aquela dor sem explicação, e uma palpitação,resolvi procurar um doutor,fui divagando pelo caminho...lembrei daquele médico que me atendia vestido de brancoe que para mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo...o Meu Doutor que curava a minha dor,não apenas a do meu corpo mas a da minha alma,que me transmitia paz e calma!Chegando à recepção do consultório,fui atendida com uma pergunta:QUAL O SEU PLANO? O MEU PLANO?Ah, o meu plano é viver mais e feliz!é dar sorrisos, aquecer os que sentem frioe preencher esse vazio que sinto agora!Mas a resposta teria que ser outra...

o MEU PLANO DE SAÚDE...Apresentei o documento do dito cujojá meio suado, tanto quanto o meu bolso, e aguardei...Quando fui chamada corri apressada,ia ser atendida pelo Doutor,aquele que cura qualquer tipo de dor,entrei e o olhei, me surpreendi,rosto trancado, triste e cansado...será que ele estava adoentado?é, quem sabe, talvez gripadonão tinha um semblante alegre,provavelmente devido à febre...dei um sorriso meio de lado e um bom dia...sobre a mesa, à sua frente, um computador,e no seu semblante a sua dor,o que fizeram com o Doutor?Quando ouvi a sua voz de repente:O que a senhora sente?Como eu gostaria de saber o que ELE estava sentindo...parecia mais doente do que eu, a paciente...Eu? ah! sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitaçãoe esperei a sua reação,vai me examinar, escutar a minha vozauscultar o meu coração...para minha surpresa apenas me entregou uma requisição edisse:peça autorização desses exames para conseguir a realização...quando li quase morri...

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA,RESSONÂNCIA MAGNÉTICA e CINTILOGRAFIA!

ai, meu Deus! que agonia!eu só conhecia uma tal de abreugrafia...só sabia o que era ressonar (dormir),de magnético eu conhecia um olhar...e cintilar só o das estrelas!estaria eu à beira da morte? de ir para o céu?iria morrer assim ao léu?naquele instante timidamente pensei em falar:

terá o senhor uma amostra grátisde calor humano para aquecer esse meu frio?que fazer com essa sensação de vazio? e observe, Doutor,o tal Pai da Medicina, o grego Hipócrates, acreditava queA ARTE DA MEDICINA ESTAVA EM OBSERVAR.

Olhe para mim...bem verdade que o juramento dele está ultrapassado!médico não é sacerdote...tem família e todos os problemas inerentes ao ser humano...mas, por favor, me olhe, ouça a minha história!preciso que o senhor me escute, auscultee examine!

estou sentindo falta de dizer até aquele 33!não me abandone assim de uma vez!procure os sinais da minha doença e cultive a minha esperança!alimente a minha mente e o meu coração...me dê, ao menos, uma explicação!o senhor não se informou se eu ando descalça... ando sim!gosto de pisar na areia e seguir em frentedeixando as minhas pegadas pelas estradas da vida,estarei errada?ou estarei com o verme do amarelão?existirá umas gotinhas de solução?

será que já existe vacina contra o tédio?ou não terá remédio?que falta o senhor me faz, meu antigo Doutor!cadê o Sccot, aquele da Emulsão?que tinha um gosto horrível mas me deixava forteque nem um Sansão!e o Elixir? Paregórico e categórico,e o chazinho de cidreira,que me deixava a sorrir sem tonteiras?será que pensei asneiras?

Ah! meu querido e adoentado Doutor!sinto saudadesdos seus ouvidos para me escutar,das suas mãos para me examinar,do seu olhar compreensivo e amigo...do seu pensar...o seu sorriso que aliviava a minha dor...que me dava forças para lutar contra a doença...e que estimulava a minha saúde e a minha crença...sairei daqui para um ataúde?preciso viver e ter saúde!por favor, me ajude!

Oh! meu Deus, cuide do meu médico e de mim,caso contrário chegaremos ao fim...porque da consulta só restou uma requisiçãodigitada em um computadore o olhar vago e cansado do Doutor!precisamos urgente dos nossos médicos amigos,a medicina agoniza...ouço até os seus gemidos...

Por favor, tragam de volta o meu Doutor!estamos todos doentes e sentindo dor...e peço, para o ser humano, uma receita de calor,e para o exercício da medicina uma prescrição de amor!

Tatiana [email protected]

18 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

Anestesia em revista - julho/agosto, 2006 - 19

para trabalhar em seus projetos no exterior.Ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1999, a or-

ganização atua em 77 países, onde desenvolve projetosem locais que necessitam de ajuda humanitária - sejaporque vivem em situações de guerra, catástrofes natu-rais ou pobreza. “A idéia é que os profissionais brasilei-ros, bastante conceituados no exterior, possam ajudarem nossos projetos. Apesar das especialidade deanestesiologia e cirurgia serem as categorias prioritáriasno momento, há espaço para outros profissionais que seencaixam no perfil da organização”, explica Simone Ro-cha, diretora-executiva de MSF no Brasil.

Normalmente, os profissionais da área de anes-tesiologia trabalham em contextos de conflito, pós-con-flito ou catástrofes naturais, atendendo pessoas comferimentos de armas, ou vítimas de outras formas deviolência. Os anestesiologistas também atuam em ci-rurgias ginecológicas e urológicas.

Não há limite de vagas para trabalhar com MSF.Inicialmente, os profissionais são avaliados por umanestesiologista de MSF que seleciona os currículos.Após esta etapa, são convidados a participar das ati-vidades de recrutamento, que normalmente acontecemno escritório de MSF no Rio de Janeiro.

Os aprovados entram num período de espera, atéser encontrado o posto de trabalho mais adequado paraseu perfil. Em seguida, os profissionais são convidadosa participar de um briefing técnico com um especialistaem anestesiologia na sede de MSF em Bruxelas antes departirem para trabalhar em um dos projetos. A dura-ção-padrão dos períodos de trabalho é de seis mesesa um ano e o profissional não escolhe em que país irátrabalhar. Os candidatos selecionados recebem pelotrabalho e todas as despesas da viagem são cobertaspor Médicos Sem Fronteiras. A organização conta comuma equipe de mais de três mil profissionais, de mais

Médicos Sem Fronteirasselecionam anestesiologistas paratrabalhar em projetos no exterior

de 40 nacionalidades e todas as faixas-etárias, que to-dos os anos partem para trabalhar em diferentes pro-jetos. Além disso, a organização emprega milhares deoutros profissionais locais.

Para participar dos projetos de MSF, são exigidos mo-tivação, disponibilidade, experiência profissional e do-mínio de outro idioma (inglês ou francês). Mais informa-ções no site de Médicos Sem Fronteiras (www.msf.org.br)ou pelo e-mail [email protected].

“É uma grande honra e privilégio poder estar aqui eajudar este povo tão necessitado”.

Dr. Otávio Omati, anestesiologista que integrou aequipe de MSF em 2005, já trabalhou na Indonésia,Caxemira, Chade e, neste momento, ajuda centenas desudaneses que retornam à terra natal, depois de quaseduas décadas refugiados em países vizinhos. A equipede Médicos Sem Fronteiras da qual o Dr. Otávio fazparte oferece cuidados de saúde a feridos de guerra noúnico hospital da cidade, que MSF está revitalizando.

“Estou fazendo muito mais do que anestesias. Es-tou supervisionando a equipe, a farmácia e a sala decirurgia. Está sendo um grande desafio. Tenho a sensa-ção de que dia após dia a comunidade local tem maisconfiança em MSF e mais e mais pessoas procuram ohospital. Há muitos problemas, o contexto é bastantecomplexo, mas as coisas vão evoluindo pouco a pou-co”, explica Dr. Otávio.

Ele também trabalhou em um projeto de emergênciana Caxemira e atendeu vítimas do terremoto que dei-xou cerca de 57 mil mortos e 74 mil feridos, no ano pas-sado. Dr. Otávio trabalhava no centro cirúrgico, juntocom cirurgiões estrangeiros e paquistaneses, que reali-zavam cerca de 50 intervenções cirúrgicas por semana.Quase todos os pacientes eram vítimas do terremoto,com fraturas e ferimentos graves. “Estamos trabalhan-do muito, mas o agradecimento e o carinho que recebe-mos dos pacientes nos faz esquecer o cansaço. A popula-ção está muito grata por MSF estar presente aqui. Tãograta que quando queremos comprar alguma coisa pre-cisamos implorar para pagar”, conta Otávio.

A organização humanitária internacional Mé-dicos Sem Fronteiras (MSF) inicia um novoperíodo de recrutamento de profissionais

Foto: Gilles Saussier

Foto: Stefan Pleger

20 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

Calendário CientíficoCalendário Científico2006

SETEMBROIV ALAGIPE -Encontro dos Anestesiologistas dosEstados de Alagoas e Sergipe01 a 02 de setembro de 2006Maceió - AL

XVII Jornada Mineira de Anestesiologia - JOMA01 a 03 de setembro de 2006Poços de Calda - MG

XVII Jornada de Anestesiologia do RS07 a 09 de setembro de 2006Santana do Livramento - RS

XIV Jornada de Anestesiologia do Estado de PernambucoJornada de Anestesiologia do Interior de Pernambuco15 e 16 de setembro de 2006Recife - PE

20ª JORBA - Jornada Baiana de Anestesiologia21 a 23 de setembro de 2006Salvador - BA

40ª Jornada Paulista de Anestesiologia - JOPA28 de setembro a 01 de outubro 2006Estância de São Pedro - SP

OUTUBROASA Annual Meeting14 a 18 de outubro de 2006Chicago - USA

NOVEMBRO53º Congresso Brasileiro de Anestesiologia3º Congresso de Dor da SBA2º Congresso de Ressuscitação e Reanimação da SBA18 a 22 de novembro de 2006Rio de Janeiro - RJ

2007

MARÇO29 a 31 - 31a JONNA e 3a Jornada de DorMaceió - AL

ABRIL28 a 30 - 42a JOSULBRACuritiba - PR

NOVEMBRO10 a 14 - 54º Congresso Brasileiro de AnestesiologiaNatal - RN

2008

MARÇO02 a 07 - 14th World Congress of AnaesthesiologistsCape Town – South AfricaEmail: [email protected]: http://www.wca2008.com

NOVEMBRO15 a 19 - 55º Congresso Brasileiro de AnestesiologiaSão Paulo - SP

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Sociedade Brasileira de Anestesiologia

Anestesia em revista - julho/agosto, 2006 - 21

22 - Anestesia em revista - julho/agosto, 2006

vinhos: melhoram como tempo. Conheci Ma-noel Luiz Moreira deSousa nos idos de 1970e desde logo me im-pressionaram suasqualidades marcantesque eram inteligência,clareza de propósitos,lealdade e enorme dis-posição para o traba-lho.

A Anestesiologiabrasileira muito deveda sua projeção atuala pessoas comoManoel. Como Presidente daSAESP e, depois, da SBA, dei-xou sua marca em gestões degrande dinamismo e seriedade.Participamos juntos durantemuitos anos de memoráveis As-sembléias de Representantes denossa entidade maior, nas quaisocorriam discussões acaloradase eram lançadas as bases detudo que se tem hoje em nossaSociedade nas áreas científica,de ensino, econômica e de va-lorização profissional. Confe-rencista brilhante, era figura in-dispensável em todos os gran-des eventos científicos da Anes-tesiologia brasileira, onde exi-bia sua didática nas apresenta-ções e sua disposição constan-te e desinteressada para promo-

ver o aperfeiçoamento e melho-rar a qualidade profissional doscolegas especialistas nos maisdistantes locais.

Em função destas qualidadese de nossas afinidades no que dizrespeito ao pensamento pragmá-tico e liberal, minha admiraçãopor Manoel só cresceu ao longodos anos de convívio. Quando,em 1995, convidou-me para fa-zer parte do grupo e auxiliá-lona estruturação do “AstrazenecaAnesthesia Board”, senti-mehonrado e atendi prontamente,sendo testemunha da lisura etransparência do projeto, quedeixou sua marca e contribuiçãotanto à educação continuadacomo à projeção internacional daAnestesiologia brasileira.

Cont inuamosjuntos em outroprojeto, que foi o do47º Congresso Bra-sileiro / 7º Luso-Brasileiro de Anes-tesiologia em SãoPaulo no ano 2000,ele na qualidade dePresidente da Co-missão Executiva eeu na de Presiden-te da Comissão Ci-entífica. Foram trêsanos de contatosfreqüentes, quasesemanais, que cul-minaram com omagnífico Congres-

so de São Paulo 2000. Mais umavez Manoel deixou sua marca deorganizador e agregador, empe-nhando sua postura liberal noaproveitamento das potencia-lidades dos membros das váriasComissões. Recordo-me com sau-dade das reuniões de trabalhoconjuntas das sextas-feiras, algu-mas das quais se prolongavamdepois com um bom vinho e con-versas descontraídas.

Vão-se os amigos, ficam as re-cordações. A perda é irreparável,particularmente para Ceci, Patrí-cia e Fernando. Mas resta a cer-teza de termos tido, todos nós, oprivilégio de conviver com umapessoa exemplar e digna, queamou a família, cultivou amiza-des e enalteceu a profissão.

Manoel Luiz Moreira de Sousa:outro amigo que se vai

José Roberto NocitiPresidente da SBA - 1990

A s grandes ami-zades são co-mo os bons

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