andrÉs felipe cartagena; guilherme vila real soares · andrÉs felipe cartagena; guilherme vila...

35
ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL: FATORES DE FALHAS ASSOCIADOS. Londrina 2017

Upload: others

Post on 14-Jul-2020

8 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL

SOARES

INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM

PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL: FATORES DE FALHAS

ASSOCIADOS.

Londrina

2017

Page 2: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES

INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM

PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL: FATORES DE FALHAS

ASSOCIADOS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Odontologia Restauradora da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Cirurgião-dentista. Orientador: Prof. Dr. Andrés Felipe Cartagena

Londrina

2017

Page 3: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES

INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM

PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL: FATORES DE FALHA

ASSOCIADOS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Odontologia Restauradora da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Cirurgião-dentista.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

Orientador: Prof. Dr. Andrés Felipe Cartagena Universidade Estadual de Londrina - UEL

____________________________________

Prof. Dr. Rodrigo Tiossi Universidade Estadual de Londrina - UEL

Londrina, _____de ___________de _____.

Page 4: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

Dedico este trabalho a minha mãe, Rita

de Cássia Vila Real, ao meu pai, José

Milton Soares, e aos meus queridos

irmãos, Murilo Vila Real Soares e

Vinicius Vila Real Soares.

Page 5: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

Agradeço ao meu orientador por sempre estar presente e disposto a

sanar as dúvidas frequentes durante a elaboração deste trabalho e também pelos

conhecimentos transmitidos por ele nesse periodo.

Agradeço a todos os professores que influenciaram positivamente na

minha formação profissional e pessoal.

Page 6: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

Soares, G.V.R; Cartagena, A. F. Insatisfação do paciente após tratamento com prótese total convencional: fatores de falhas associados. 2017. 36 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Odontologia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2017.

RESUMO

O objetivo desta revisão é a verificação de alguns fatores associados na confecção

de próteses totais que podem ou não alterar a satisfação final do paciente após o

tratamento protético, embasada em evidências cientificas. Fatores tais como

relacionamento interpessoal dentista-paciente, perfil psicológico do paciente,

alocação sociodemográfica, características dos rebordos alveolares residuais, tipos

de moldagens, utilização de arco-facial e tipo de esquema oclusal relacionados ao

tratamento com prótese total foram pesquisados na base de dados eletrônica

MedLine. A partir das informações obtidas, o relacionamento interpessoal demonstra

ter uma forte correlação com o sucesso do tratamento sendo até mesmo mais

significante que a qualidade da dentadura. Fatores psicológicos demonstram

influenciar o prognóstico também, visto que, pacientes com neuroticismo e

estressados tendem a serem menos satisfeitos, em geral, com os tratamentos

reabilitadores com próteses totais convencionais. Os rebordos alveolares residuais

severamente atrofiados foram associados a maiores problemas com retenções e

estabilidade, porém, não resultaram em uma menor satisfação do paciente,

provavelmente porque a capacidade adaptativa do paciente supere as suas limitações

físicas. A aplicação de técnicas mais complexas para a confecção de próteses totais

convencionais não parece alterar o prognóstico da reabilitação, pois variações entre

as técnicas de moldagens não demonstraram ser significantes ao fim do tratamento.

A utilização de arco-facial para determinação tridimensional da maxila em relação a

base do crânio e a utilização de uma oclusão bilateral balanceada também não foram

relacionadas a uma maior satisfação do paciente. Com base nesta revisão fica

evidente que o fatores psicológicos do paciente são tão importantes quanto os fatores

técnicos, por isso, o clínico deve estar atento e empenhado em construir uma boa

relação dentista-paciente e também em determinar o perfil psicológico do mesmo,

assim conseguindo prever a satisfação final do paciente após o tratamento

Palavras-chave: Insatisfação do paciente. Prótese total convencional. Prognóstico. Relacionamento interpessoal. Fatores de falha.

Page 7: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

Soares, G.V.R; Cartagena, A. F. Patient dissatisfaction after treatment with conventional total prosthesis: associated failure factors. 2017. 36 pages. Trabalho de Conclusão de Curso (Odontologia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2017.

ABSTRACT

The objective of this review is the selection of some associated factors in the

manufacture of total dentures that may or may not alter the patient's final satisfaction

after the prosthetic treatment, based on scientific evidence. Factors such as dentist-

patient interpersonal relationship, patient's psychological profile, sociodemographic

allocation, residual alveolar ridge characteristics, types of molding, use of arch and

facet, occlusal type related to treatment with total prosthesis of researchers on the

basis of electronic data MedLine. From the information obtained, the interpersonal

relationship demonstrates a strong correlation with the success of the treatment being

even more significant than the quality of the denture. Psychological factors have been

shown to influence the prognosis as well, since patients with neuroticism and extension

tend to be less satisfied overall with rehabilitation treatments with conventional full

dentures. Severely atrophied residual alveolar ridges were associated with greater

problems with retention and stability, but did not result in lower patient satisfaction

because an adaptive capacity of the patient outweighed their physical limitations. The

application of more complex techniques for the manufacture of conventional full

dentures is not available, it is not the rehabilitation solution, few variations between the

molding techniques do not prove to be significant at the end of the treatment. The use

of arch for three-dimensional determination of the maxilla relative to the skull base and

a bilateral occlusion use were also not related to a higher patient satisfaction. Based

on this review, it is important for the technological factors, therefore, the clinician should

be attentive and committed to building a good dentist-patient relationship and also in

determining the psychological profile of the same, as well as being able to predict the

patient's final satisfaction after the treatment.

Key words: Patient dissatisfaction. Conventional total prosthesis. Prognosis.

Interpersonal relationship. Fault factors.

Page 8: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Artigos que avaliaram a associação entre o relacionamento interpessoal

e a satisfação final do paciente na terapia com prótese total ................................... 14

Quadro 2 – Resumo dos artigos que analisaram os fatores psicológicos e sua

correlação com a satisfação do paciente ................................................................. 18

Quadro 3 – Lista dos artigos que buscaram a relação entre a sociodemográfia do

paciente e sua satisfação final com prótese total ..................................................... 19

Quadro 4 – Artigos sobre oclusão relacionados a satisfação final do paciente com

suas relevancias clínicas .......................................................................................... 25

Page 9: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

S Simples

C Complexo

ASA Articulador semi ajustável

EUA Estados Unidos da América

OHIP Oral Health Impact Profile

OHRQoL Oral health related quality of life

Page 10: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

Sumário 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 11

2. METODOLOGIA ......................................................................................................................... 13

3. FATORES ASSOCIADOS COM A INSATISFAÇÃO DO PACIENTE ....................... 14

3.1 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ............................................................................. 14

3.2 FATORES PSICOLÓGICOS DO PACIENTE ................................................................. 16

3.3 FATOR SOCIODEMOGRÁFICO DO PACIENTE ............................................................ 19

3.4 REBORDOS ALVEOLARES RESIDUAIS ..................................................................... 20

3.5 MOLDAGENS ...................................................................................................... 21

3.6 ARCO-FACIAL ..................................................................................................... 22

3.7 OCLUSÃO ........................................................................................................... 23

4. DISCUSSÃO ................................................................................................................................ 27

5. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 30

REFERÊNCIAS................................................................................................................................ 32

Page 11: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

11

1. Introdução

As próteses totais convencionais são ainda hoje o método de maior acesso a

população desdentada para a reabilitação oral. Mesmo com as vantagens das

próteses retidas ou suportadas por implante, a resolução cirúrgica para reabilitações

orais em muitas situações é impossibilitada por fatores econômicos e sistêmicos do

paciente. Deste modo, próteses totais convencionais são e continuaram sendo um

ótimo meio para trazer grandes benefícios para os pacientes na estética, fonética,

mastigação e deglutição, facilitando assim a sua reinserção na sociedade e no âmbito

familiar.

A perda de todos os dentes é tão problemática, que isso gera um marco

importante na vida de um indivíduo, sendo um período mais estressante que o

casamento ou a aposentadoria para alguns pacientes (BERGENDAL. 1989) e muitas

vezes encarado como o fim da juventude e da virilidade pelos mesmos. (SAMANT et

al. 1987). Sendo assim, um protocolo adequado na reabilitação de pacientes

edentulos com próteses totais convencionais tem a capacidade de melhorar

significativamente a qualidade de vida destes pacientes (VIOLA et al. 2013),

conseguindo realizar tarefas rotineiras como sorrir, falar e mastigar afetadas pela

ausência de dentes. (CHAUNCEY et al. 1984; FISKE et al. 1998)

O cirurgião dentista deve estar atento quando realizar a reabilitação oral de um

paciente por meio de prótese total convencional, já que o mesmo é diretamente

afetado quando o paciente não se satisfazer com o resultado final, pois além das

consultas extras que serão realizadas a fim de adequar a prótese, o profissional

poderá se ver obrigado a até mesmo confeccionar uma nova dentadura para sanar as

reclamações do paciente.

Para que o fracasso não venha a ocorrer, o clínico deve estar atento a alguns

fatores que parecem ser determinantes no êxito da reabilitação oral de pacientes

desdentados com prótese totais convencionais, como um bom relacionamento

interpessoal entre dentista e paciente (CHEN et al. 2015). Entretanto, fatores que já

foram considerados relevantes para o sucesso do tratamento como a utilização de

técnicas mais complexas para a montagem das dentaduras e as variações nas

Page 12: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

12

técnicas de moldagens não tem se demonstrado significantes na satisfação final do

paciente. (HEYDECKE et al. 2008) (OMAR et al. 2013)

Assim, o objetivo de esta revisão foi esclarecer e verificar os fatores que tenham

influência no prognóstico do tratamento com próteses totais convencionais,

objetivando a satisfação do paciente e profissional, evitando procedimentos

complexos tecnicamente muitas vezes dispensáveis, fazendo com que o tratamento

se torne mais confortável, acessível e rápido. Dessa forma, fatores tais como o

relacionamento interpessoal, aspectos psicológicos do paciente, condições

sociodemográficas, moldagens, utilização do arco facial e esquema oclusal utilizado

na confecção das próteses totais convencionais foram abordados.

Page 13: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

13

2. Metodologia

Fatores como relacionamento interpessoal dentista-paciente, perfil psicológico

do paciente, alocação sociodemográfica, características dos rebordos alveolares

residuais, tipos de moldagens, utilização de arco-facial, tipo de esquema oclusal e

suas relações com a satisfação final do paciente foram pesquisados na base de dados

eletrônica MedLine. Após a busca a seleção dos artigos ocorreu por consenso pela

leitura dos resumos. Foram inseridos estudos clínicos na língua inglesa a partir de

1967 até 2017.

Page 14: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

14

3. Fatores associados com a insatisfação dos pacientes

3.1 Relacionamento interpessoal

Os artigos que ilustram a associação entre o relacionamento interpessoal e a

satisfação dos pacientes encontram-se resumidos no Quadro 1.

Quadro 1 - Artigos que avaliaram a associação entre o relacionamento interpessoal

e a satisfação final do paciente na terapia com prótese total

Estudo Design do estudo Resultados

Chen et al.

2015

387 pacientes edêntulos com idade =<65

que receberam novos conjuntos de

próteses totais responderam a

questionários de satisfações.

O relacionamento

interpessoal entre dentista e

paciente demonstrou ser

mais importante que a

qualidade da dentadura na

satisfação final do paciente.

Hirsch et al.

1973

20 alunos de odontologia foram

classificados de acordo com seu nível de

autoritarismo e após os pacientes foram

distribuídos a eles para tratamento com

próteses totais convencionais.

Os pacientes tratados pelos

alunos menos autoritários se

sentiram significativamente

mais satisfeitos.

Hirsch et al.

1972

40 pacientes foram apresentados a 4

configurações estéticas de próteses totais

convencionais para que participassem na

seleção da estética e separados em 4

grupos (grupo 1 recebeu sua 1ª escolha,

grupo 2, sua 2ª escolha, grupo 3, sua 3ª

escolha e grupo 4, sua 4ª escolha)

Foi constatado que os

pacientes se sentiram mais

satisfeitos quando os

dentistas fizeram com que o

paciente se sinta parte do

tratamento,

independentemente da

estética escolhida

inicialmente pelo paciente.

Fonte: o próprio autor

Page 15: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

15

Alguns estudos vem demonstrando que um bom relacionamento interpessoal

entre paciente e dentista é um fator importante no sucesso da terapia com próteses

totais convencionais(DIEHL et al. 1996; SHIGLI e AWINASHE. 2010; CHEN et al.

2015). Pacientes que tem um bom diálogo com seu dentista se sentem parte do

projeto que está sendo desenvolvido e provavelmente o aceitarão mais

facilmente(HIRSCH et al. 1972). Além disso, uma interação favorável

dentista/paciente pode alcançar uma melhor compreensão das futuras limitações do

usuário, diminuindo assim as expectativas em excesso e diminuindo as chances de

frustações futuras.(SHIGLI e AWINASHE. 2010).

Em um estudo com a população idosa taiwanesa em que foram inclusos 387

pacientes desdentados com 65 anos ou mais e que receberam novos pares de

dentadura foi demonstrado que o relacionamento interpessoal teve até mesmo uma

consideração maior que a qualidade da dentadura no sucesso da terapia com prótese

total convencional para o contentamento final do paciente.(CHEN et al. 2015)

A boa comunicação entre dentista e paciente tem a capacidade de trazer uma

maior confiança ao paciente, pois esse bom relacionamento interpessoal gera uma

redução da ansiedade do paciente, ocorre também o decréscimo dos mal-entendidos

e consequentemente das reclamações. (SHIGLI e AWINASHE. 2010) aumentando

então os índices de sucesso.

O autoritarismo do profissional frente ao paciente durante o tratamento faz com

que este último se sinta menos satisfeito com a prótese total convencional após o

tratamento, segundo um teste de personalidade realizado na University of Southern

California School of Denstrity com o objetivo de avaliar a influência do nível de

autoritarismo dos estudantes que realizaram os tratamentos na satisfação final do

paciente. Neste estudo, foram separados 20 pacientes desdentados e demonstrado a

eles quatro tipos diferentes de dentes para a montagem das dentaduras, e então os

pacientes fizeram uma avaliação sobre as configurações da futura prótese no pré-

tratamento que variaram entre “bom” e “muito bom”, após isso os pacientes foram

distribuídos aleatoriamente para os alunos pouco e muito autoritário se procedeu a

realização do tratamento. Após a instalação da prótese foi realizada uma nova

avaliação e então verificou-se que os pacientes que haviam sido tratados pelos alunos

mais autoritários demonstraram uma diminuição na satisfação, por outro lado, os

Page 16: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

16

pacientes tratados pelos alunos pouco autoritários demonstraram um aumento na

satisfação com o tratamento protético.(HIRSCH et al. 1973)

Hirsch et al. (1972) , teorizou duas hipóteses sobre a aceitação das próteses

totais convencionais; (1) os pacientes respondem mais favoravelmente as próteses

quando o dentista se aproxima de uma forma não autoritária e envolve os pacientes

no tratamento e (2) os pacientes respondem mais favoravelmente as próteses que

são mais agradáveis a eles. A partir destas hipóteses ele realizou um estudo para

verificar qual era a correta. Foram avaliados 40 pacientes, apresentando a eles quatro

configurações estéticas de próteses diferentes para assim, eles serem partícipes da

escolha da futura prótese. Foram separados quatro grupos de pacientes, sendo que,

o grupo um receberia sua primeira escolha, o grupo dois a sua segunda escolha, o

grupo três a sua terceira escolha e o grupo quatro a sua quarta escolha sem que eles

soubessem disso. Após o tratamento os examinadores avaliaram a satisfação dos

pacientes com suas próteses e mesmo o grupo 4, que recebeu a prótese com sua

última escolha estética, não demonstrou nenhuma diferença na satisfação final em

relação aos outros grupos, demonstrando que apesar do paciente não ter influenciado

verdadeiramente na confecção da prótese ele se achou participe do projeto a ser

realizado e consequentemente ficou mais satisfeito ao final do tratamento.

3.2 Fatores psicológicos do paciente

Ainda não é possível determinar o grau de influência de fatores psicológicos do

paciente no prognóstico do tratamento com próteses totais convencionais, um dos

motivos que tem dificultado a verificação deste fator é a grande variação entre os

testes utilizados para a avaliação psicológica do paciente entre diferentes estudos.

Alguns estudos demonstraram não haver uma significante relação entre o estado

psicológico do paciente e sua satisfação final (BERG et al. 1984; VAN WAAS.

1990).Contudo, parece ser prudente levar-se em consideração algumas

características psíquicas do paciente, como o neuroticismo, a expectativa em relação

ao resultado final e seu estresse cotidiano.

Page 17: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

17

Em relação ao neuroticismo, este representa um indicador desfavorável na

confecção de próteses totais, visto que esses pacientes que se apresentam com

emoções negativas, como raiva, ansiedade e depressão, também se sentem menos

satisfeitos ao final do tratamento protético. (AL QURAN et al. 2001) Por outro lado,

alguns estudos têm direcionado seus objetivos a avaliar a possível relação existente

entre as expectativas do paciente e a satisfação final do tratamento com prótese total.

Após realizarem um estudo, com 130 pacientes, sendo 88 mulheres e 42

homens, com uma idade média de 57,2 anos Van Wass et al. (1990) demonstraram

que os pacientes que possuíam pensamentos negativos sobre as próteses futuras se

sentiram mais insatisfeitos após a instalação das mesmas, sendo que o inverso

também foi verdadeiro, os pacientes com opiniões positivas sobre a futura prótese

ficaram mais satisfeitos após a instalação. Entretanto, neste estudo não foi possível

correlacionar os fatores psicológicos do paciente com a satisfação final do mesmo

com as próteses totais convencionais.

Porém, Diehl et al. (1996) investigou pacientes com próteses completa em pré-

tratamento e pós instalação durante 18 meses, com uma amostra de, sessenta

pacientes que responderam questionários antes e a após o tratamento. Os resultados

dos autores demostraram uma forte relação entre resultados bem-sucedidos e

variáveis psicossociais, como as expectativas pré tratamento, satisfação com o

atendimento odontológico e a saúde mental.

Um outro aspecto psicológico interessante, se refere a correlação entre o

estresse cotidiano do paciente e a sua satisfação final após o tratamento, visto que os

pacientes com quadros típicos de estresse representam uma dificuldade para ficarem

contentados após os tratamento protéticos, pois, em geral, eles se apresentam menos

satisfeitos com suas próteses totais convencionais. Ozdemir et al. (2006)

No Quadro 2 é possível observar resumidamente alguns estudos sobre os

fatores psicológico dos pacientes.

Page 18: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

18

Quadro 2 - Resumo dos artigos que analisaram os fatores psicológicos e sua

correlação com a satisfação do paciente

Estudo Design do estudo Resultado

Quran et al.

2001

100 pacientes que receberam próteses

totais convencionais na School of

Dentristry Royal Victoria Hospital Belfast

responderam a um questionário de

personalidade.

Os fatores psicológicos

influenciam

significativamente a

satisfação final do paciente.

Sendo que os pacientes

que apresentaram

neuroticismo foram os

menos satisfeitos.

Wass et al.

1990

130 pacientes foram investigados em

relação as suas características

psicológicas e as qualidades de suas

próteses.

Não foi possível

correlacionar fatores

psicológicos a satisfação

final do paciente. Entretanto

os pacientes com

pensamentos positivos

sobre a futura prótese se

sentiram mais satisfeitos ao

final do tratamento.

Diehl et al.

1996

60 pacientes responderam a

questionários no pré e pós tratamento

com próteses totais convencionais

Observou-se uma

correlação positiva entre a

expectativa do paciente

pré-tratamento, sua saúde

mental e a sua satisfação

final.

Ozdemir et al.

2006

Avaliou-se o nível de estresses dos

pacientes separando os mesmo em 3

grupos (grupo A estressados, grupo B

relaxados e grupo AB meio termo).

Os pacientes mais

estressados estavam em

geral menos satisfeitos com

suas próteses totais

convencionais.

Fonte: o próprio autor

Page 19: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

19

3.3 Fator sociodemográfico do paciente

Fatores como idade, gênero, escolaridade e profissão são algumas vezes

associados a indicadores de prognóstico nas próteses totais convencionais,

entretanto, essas associações são referidas de maneira errônea e empírica, visto que

os fatores sociodemográficos demonstram estar fracamente correlacionado a

satisfação final do paciente, isso se houver essa correlação. No Quadro de número 3,

mostram-se resumos de alguns estudos relacionados ao paciente e seus aspectos

sociodemográficos.

Quadro 3 - Lista dos artigos que buscaram a relação entre a sociodemográfia do

paciente e sua satisfação final com prótese total

Estudo Design do estudo Resultado

Carlsson,

Otterland et al.

1967

Reavaliação médico social com 182

homens e mulheres com mais de 60 anos.

Sexo, idade, vocação, status

social, educação e ambiente

social do paciente não estão

relacionados ao sucesso do

tratamento protético.

Celebic,

Knezovic-

Zlataric et al.

2003

222 pacientes foram submetidos a

avaliação de suas próteses totais e

responderam questionários sobre suas

características sociodemográficas

Os pacientes que

acreditavam ter uma boa

qualidade de vida e um bom

estado afetivo estavam mais

satisfeitos. Em contrapartida,

pacientes que se

consideravam com um bom

nível sócio econômico eram

menos satisfeitos.

Cerutti-Kopplin

et al.

2017

117 indivíduos com uma idade média de

73,7 anos responderam a um questionário

para classificar seus níveis de satisfação

geral com próteses totais.

Não se correlacionou

nenhuma característica

sociodemográfica pesquisada

(idade, sexo, lugar de

residência do paciente (rural

ou urbano), estado civil e

Page 20: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

20

educação) com a satisfação

final do paciente

Fonte: o próprio autor

Diversos estudos demonstraram que os fatores como sexo, idade, vocação,

status social, educação e ambiente social do paciente não se correlacionam com o

sucesso do tratamento protético com próteses totais convencionais (CARLSSON et

al. 1967; DIEHL et al. 1996). Entretanto, pode ser que os pacientes que creem ter uma

boa qualidade de vida e um bom estado afetivo se sintam mais satisfeitos ao final de

uma reabilitação com próteses totais convencionais e os pacientes com um status

sócio econômico mais elevado podem ser mais difíceis de se sentirem satisfeitos com

suas próteses convencionais segundo Celebic et al. (2003)

Cerutti-Kopplin et al. (2017), encontraram resultados semelhantes a outros

estudos quando realizaram um estudo no sul do Brasil com 117 indivíduos tendo idade

média de 73,7 anos em que eles classificaram os níveis de satisfação geral do

paciente com suas próteses totais convencionais utilizando uma escala analógica

visual, e após verificar a correlação desta satisfação com os aspectos

sociodemográficos não foi possível obter evidências significativas que a idade, o sexo,

o lugar de residência do paciente (rural ou urbano), o estado civil, a educação e o

contentamento final dos pacientes estejam relacionados.

3.4 Rebordos alveolares residuais

Parece ser lógica a associação entre o tamanho e formato das cristas residuais

mandibulares com o sucesso do tratamento. Assim rebordos, maiores e com formatos

que gerem menos traumas trarão mais conforto e estabilidade ao paciente,

consequentemente, levando a uma maior chance de sucesso da prótese total

convencional. Entretanto, alguns estudos não conseguiram demonstrar que rebordos

atróficos causassem maiores insatisfações ao paciente.(CARLSSON et al. 1967; VAN

WAAS. 1990; VAN AKEN et al. 1995; DIEHL et al. 1996; CELEBIC et al. 2003; WOLFF

et al. 2003) Wolff et al. (2003), publicou um estudo em que avaliou a correlação entre

a satisfação do paciente com próteses totais convencionais e a qualidade da prótese,

condição oral e a taxa de fluxo das glândulas salivares, e através de 50 pacientes não

Page 21: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

21

foi possível correlacionar significativamente a resiliência da mucosa e a forma do

rebordo alveolar residual com a satisfação do paciente com a prótese.

Van Aken et al. (1995), introduziu um conceito chamado de “condição protética”

que combinava a qualidade da dentadura avaliada pelo profissional e a qualidade da

crista alveolar. Neste estudo ele avaliou 397 usuários de próteses totais convencionais

maxilares e mandibulares e então ele correlacionou a satisfação dos pacientes com

relação as suas próteses totais com a “condição protética” da dentadura e da cavidade

oral do paciente, como resultado ele concluiu que não foi significativa a condição do

rebordo residual com o sucesso do tratamento protético.

Entretanto, a forma e a resiliência do rebordo alveolar mandibular podem

influenciar a retenção e a estabilidade das próteses totais convencionais (RIBEIRO et

al. 2014), porém esta afirmação não dita necessariamente o prognóstico da prótese

total convencional, visto que outros estudos não demonstraram existir uma correlação

entre a qualidade do rebordo alveolar residual e a satisfação final do paciente (VAN

AKEN et al. 1995).

3.5 Moldagens

Atualmente existe uma grande variação de materiais e técnicas diferentes para

realizar as moldagens de estudo e funcional para a confecção de próteses totais

convencionais, sabendo-se que, em geral, as técnicas mais complexas geram maiores

custos e um maior tempo clínico de trabalho em detrimento dos materiais utilizados e

das etapas laboratoriais e clínicas adicionais, alguns estudos tem surgido no intuito

de verificar a verdadeira relação das diferentes técnicas existentes com a satisfação

final do paciente.

Em um ensaio clínico randomizado realizado por Kawai et al. (2010), utilizaram

dois métodos diferentes de técnicas para confecção de próteses totais convencionais

que foram classificados como simples (S) e complexo (C).

No grupo C, foram utilizadas moldeiras de estoque (McGowan, Coe GC

America, Alsip, IL) com alginato (Blueprint Cremix, Dentsply, York, PA) para as

moldagens preliminares, para a impressão final foi utilizada uma moldeira individual,

fabricada a partir do modelo de estudo, e usado para a moldagem de bordo um

Page 22: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

22

composto de impressão (Type 1, Kerr, Orange, CA) e após, para a moldagem do corpo

um material a base de poliéter (ImpregumR", 3M ESPE, Minneapolis, MN). Após os

registros oclusais, os modelos foram montados em um articulador semi ajustável

(ASA) (Hanau H2, Teledyne Water Pik, Fort Collins, CO) usando os registros do arco

facial. Para o grupo S foi utilizado uma moldeira de estoque (McGowan) com alginato

(Blueprint Cremix) para a impressão final, as bordas das dentaduras foram delineadas

de acordo com o modelo e pelas referências anatômicas, e os arcos oclusais foram

preparados para os registros oclusais. Os modelos foram montados em um articulador

mono plano. Como resultado não foi encontrada nenhuma evidência de que o método

C tenha trazido uma maior satisfação do paciente, melhor função ou qualidade de

vida. Os autores concluíram que o método mais simples pode trazer um melhor custo

benefício nos tratamentos protéticos com próteses totais convencionais sem afetar

significativamente o resultado final.

Entretanto, um ensaio clínico randomizado, forneceu evidências científicas que

a moldagem com silicone pode trazer maiores benefícios ao paciente, ao comparar

dois conjuntos de próteses totais convencionais confeccionados a partir de modelos

funcionais obtido com esse material e alginato. Os resultados mostraram por parte dos

pacientes uma preferencia de 67,9% quando as impressões foram com silicone.

Por outro lado, os modelos de trabalho que são obtidos através da moldagem

funcional com a utilização de moldeiras individuais para moldar o selado periférico e

o corpo da maxila ou mandíbula parecem não serem fundamentais. Omar et al. (2013),

comparando a satisfação final do paciente e a omissão de alguns passos laboratoriais,

entre eles a confecção de um modelo de trabalho, não encontrou uma correlação

positiva no decréscimo da satisfação do paciente com a eliminação desta etapa.

3.6 Arco-facial

A perpetuação dos ensinamentos da utilização do arco-facial para a montagem

de dentaduras completas parece ser um assunto dogmático na odontologia, visto que

mesmo sem fundamentações científicas, as escolas de odontologia continuam

mantendo em seus currículos as técnicas do uso do arco-facial para a confecção de

próteses totais convencionais. Um estudo de Shah e Koka (2016) mostrou que a

prevalência de universidades nos EUA (Estados Unidos da América) que ensinavam

Page 23: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

23

a transferência do arco facial aumentou de 84% em 2003 para 93,75% em 2015.

Mesmo que algumas revisões de literaturas já apontaram que o arco-facial não tem

uma influência significativa no resultado final do tratamento protético com próteses

totais convencionais. (FARIAS-NETO et al. 2013; AL-FAHD. 2016)

Em um estudo duplo-cego contendo duas partes, von Stein-Lausnitz et al.

(2017) com uma amostra de 32 pacientes de próteses totais convencionais,

verificaram a influência do arco-facial em comparações com técnicas mais simples

como a utilização do triângulo de Bonwill e ângulo de Balkwill na satisfação final do

paciente. E após 3 e 84 dias da entrega das próteses os pacientes foram novamente

reavaliados sobre suas perspectivas sobre a próteses totais convencionais, e então

não foram achados dados significantes sobre a superioridade das próteses

confeccionadas utilizando o arco-facial sobre as técnicas mais simples para o

contentamento do paciente.

Heydecke et al. (2008), a fim de classificar a capacidade dos pacientes

edêntulos de mastigar de acordo com o método de fabricação de suas próteses totais

convencionais, entregou dois pares de dentaduras completas para 20 pacientes,

sendo que um dos pares foi construído com base em traçados para determinar a

relação central (Arco gótico de Gysi) e com a utilização do arco facial (prótese de

Gerber), também foram utilizados dentes semi anatômicos com padrão oclusal

lingualizado e equilibrado. Já o outro par, foi confeccionado usando um procedimento

simplificado sem a transferência do arco facial, as relações intermaxilares foram

realizadas através dos roletes de cera e os dentes de escolha foram os anatômicos

com guia dos caninos e pré-molares (prótese de Gysi). Após 3 meses de inserção os

pacientes avaliaram os 2 pares de dentaduras através de escalas analógicas visuais

para satisfação geral, conforto, estética, estabilidade, capacidade de pronuncia,

facilidade para limpar e capacidade de mastigar. Verificou-se então que os pacientes

avaliaram significativamente melhor as próteses de Gysi nos aspectos de: satisfação

geral, estabilidade e aparência estética e não houve uma diferença significativa entre

os 2 métodos nas características restantes que foram avaliadas.

3.7 Oclusão

Page 24: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

24

Há muito tempo existe o conceito de oclusão balanceada bilateral em próteses

totais convencionais, este conceito parte do pressuposto de que uma dentadura

completa que tenha ao menos três pontos de contato durante seus movimentos

excêntricos tenha uma maior estabilidade sobre os rebordos e consequentemente

uma menor probabilidade de deslocar e gerar desconfortos ao paciente. Entretanto,

durante a alimentação, por exemplo, o bolo alimentar se interpõe entre as próteses

totais convencionais e “anula” a oclusão bilateral balanceada, pois não haverá mais 3

pontos de contatos simultâneos durante esta função. Sabendo-se das limitações da

oclusão bilateral balanceada, alguns estudos foram realizados para verificar as suas

significâncias clínicas, demonstrando não influenciar positivamente os prognósticos

das próteses totais convencionais.(FARIAS NETO et al. 2010; SHIRANI et al. 2014;

SCHIERZ e REISSMANN. 2016)

Na Quadro 4 existe um breve resumo dos artigos sobre oclusão e a suas

significâncias clínicas.

Quadro 4 - Artigos sobre oclusão relacionados a satisfação final do paciente com

suas relevâncias clínicas

Estudo Design do estudo Resultado Significância

clinica

Schierz and

Reissmann

2016

Foi verificado a

qualidade de vida de

19 pacientes após a

utilização de dois tipos

de próteses diferentes,

uma com oclusão

balanceada e outra

com guia canina.

Não foi verificado uma

alteração da qualidade

de vida dos pacientes

em detrimento dos

diferentes arranjos

oclusais.

Não se faz

necessário a

utilização da

oclusão bilateral

balanceada, o que

pode por vezes,

simplificar as etapas

laboratoriais.

(Kawai,

Ikeguchi et al.

2017

60 pacientes

receberam

aleatoriamente

próteses com oclusão

bilateral balanceada

ou oclusão

Não houve diferenças

significativas entre os

diferentes arranjos

oclusais, entretanto,

os pacientes com

atrofia severa da

A possibilidade da

utilização da

oclusão lingualizada

facilita as etapas

laboratoriais e ainda

parece ser mais

Page 25: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

25

lingualizada e após

responderam a uma

escala de satisfação

com suas próteses.

mandíbula preferiram

a oclusão lingualizada.

confortável para

pacientes com a

mandíbula atrofiada.

Farias Neto,

Mestriner

Junior et al.

2010

24 pacientes com

idade média de 59,7

anos utilizaram um par

de prótese com

oclusão bilateral

balanceada e outro par

com desoclusão por

guia canino durante 3

meses cada par.

Não foram

encontradas

diferenças

significativas para

eficiência mastigatória

e nem satisfação geral

do paciente entre os 2

esquemas

É dispensável

despender tempo

com as complexas

técnicas e ajustes

para alcançar uma

oclusão bilateral

balanceada.

Shirani,

Mosharraf et

al. 2014

15 pacientes com

idade média de 58,9

anos receberam 3

pares de próteses com

esquemas oclusais

diferentes. (oclusão

bilateral balanceada,

oclusão lingualizada e

oclusão bucalizada)

A oclusão bucalizada

se demonstrou mais

eficiente em

comparação a bilateral

balanceada

A oclusão

bucalizada também

é uma alternativa

tão ou mais eficiente

que a oclusão

bilateral balanceada

Kimoto, Gunji

et al. 2006

28 pacientes com

idade média de 70,9

anos foram separados

em 2 grupos: 1 grupo

recebeu próteses com

oclusão lingualizada e

o outro grupo com

oclusão bilateral

balanceada

O grupo com oclusão

lingualizada

apresentou

significativa maior

satisfação com a

retenção da prótese

A oclusão

lingualizada pode

ser bem indicada

para pacientes que

apresentem

problemas com a

retenção das

próteses.

Page 26: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

26

Sutton,

Worthington

et al. 2007

Comparação entre 50

indivíduos que

utilizaram 3 tipos

diferentes de próteses

(oclusão lingualizada,

oclusão bilateral

balanceada com

dentes anatômicos e

oclusão balanceada

com dentes zero

graus).

Não houve diferenças

significativas entre os

esquemas de oclusão

lingualizada e o de

oclusão bilateral

balanceada, porém os

esquemas com dentes

sem cúspides

resultaram em

menores níveis de

satisfação do paciente

em estética e

mastigação

A utilização de

dentes sem

cúspides pode

aumentar a

possibilidade de

uma insatisfação do

paciente com sua

nova prótese.

Fonte: o próprio autor

Schierz e Reissmann (2016) em um ensaio clínico randomizado, distribuiu

próteses totais convencionais bi maxilares para 19 pacientes, a fim de verificar o

impacto de próteses com guias caninas contra próteses com oclusão bilateral

balanceada na qualidade de vida relacionada à saúde bucal (OHRQoL). Os pacientes

responderam questionários baseados no Oral Health Impact Profile (OHIP-49) antes

do tratamento protético, 3 meses após a inserção das próteses com o conceito de

oclusão balanceada bilateral e 3 meses após a inserção das próteses com o conceito

oclusal alternativo (guia canina). Após a avaliação dos dados, ficou constatado neste

estudo que não houve diferenças clínicas significativas entre os diferentes tipos de

arranjos oclusais na OHRQoL.

Um esquema oclusal menos complicado de ser obtido clinicamente quando

comparado a oclusão bilateral balanceada, denominado de oclusão lingualizada tem

sido debatido desde os anos 1940, ele é definido pelos contatos apenas das cúspides

linguais maxilares contra as superfícies oclusais mandibulares nas posições cêntricas

e excêntricas da mandíbula. A partir deste conceito, Kawait et al. (2017), sintetizou um

ensaio clínico randomizado duplo cego utilizando o OHIP para determinar as

diferenças na OHRQoL dos pacientes com próteses totais convencionais com

oclusão bilateral balanceada e próteses com oclusão lingualizada. Após a distribuição

Page 27: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

27

aleatória de próteses com oclusão bilateral balanceada e oclusão lingualizada para 60

pacientes e após a instalação das dentaduras completas, foi utilizada uma escala

analógica visual para verificar a satisfação dos pacientes com suas próteses totais

convencionais. Após a análise dos dados não se verificou diferenças significativas

entre os diferentes esquemas oclusais, entretanto, a oclusão lingualizada foi preterida

aos pacientes que apresentavam mandíbulas severamente atrofiadas, pois este

esquema gerou menor dor aos pacientes e uma melhor retenção de suas próteses

inferiores.

Kimoto et al. (2006) realizando um estudo piloto no ano de 2006, decidiu

comparar os resultados de pacientes tratados com dentaduras completas com oclusão

lingualizada e com oclusão bilateral balanceada. Através de uma escala analógica

visual de 100mm foram analisados a satisfação geral, capacidade de mastigar,

estabilidade e retenção da prótese. Os achados destes estudos demonstraram que os

pacientes utilizando dentaduras completas com oclusão lingualizada expressaram

maior satisfação com a retenção de suas próteses.

Dentes com cúspides com zero grau são geralmente os menos preteridos pelos

pacientes quando se trata de mastigação e estética, segundo os resultados obtidos

por Sutton et al. (2007). Este estudo enfatizou-nos preferências dos pacientes em

relação a 3 diferentes tipos de esquemas oclusais, sendo que um esquema oclusal

era com dentes anatômicos (33º) montados em uma oclusão bilateral balanceada, o

segundo esquema era composto por uma oclusão lingualizada com dentes

anatômicos adaptados para este esquema, e o último com dentes sem cúspides e

uma oclusão balanceada. Cada paciente recebeu 3 pares de próteses cada um com

uma configuração diferente e após 8 semanas de uso com cada autoavaliaram as

próteses em referencia a: aparência, estabilidade, facilidade de limpar, capacidade de

falar e capacidade de mastigar. Os achados demonstraram que não há diferença

significativa entre o esquema oclusal com dente anatômicos montados em oclusão

balanceada e com o esquema oclusal lingualizado em nenhuma característica

analisada, entretanto, os pacientes demonstraram significativamente estarem mais

insatisfeitos com a aparência estética e a função mastigatória de próteses com dentes

sem cúspides em relação aos outros dois tipos de esquema oclusal.

Page 28: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

28

4. Discussão

Este trabalho visou verificar fatores que estejam relacionados a satisfação final

do paciente após a instalação da prótese total convencional, alguns destes vistos

historicamente como fatores importantes e outros conotados a um papel discreto

dentro do tratamento reabilitador.

Alguns fatores técnicos relacionados na confecção de próteses totais

convencionais não parecem ser superiores aos fatores relacionados ao paciente.

Neste sentido, o relacionamento entre dentista e paciente já foi relatado como sendo

mais importante que a qualidade da dentadura para a satisfação final do paciente

(CHEN et al. 2015). Sendo assim, o clínico que dispende tempo e dedicação para

construir um bom relacionamento com seu paciente não perde nada em comparação

ao que se tem a ganhar quando o paciente confia e entende sobre o procedimento a

ser realizado em si.

O bom relacionamento interpessoal também pode facilitar a identificação do

perfil psicológico do paciente pelo dentista, e mesmo com todas as limitações sobre

os dados obtidos neste fator, é prudente o dentista considerar que os pacientes que

apresentam neuroticismo, ou seja, tendências negativas e os pacientes que possuem

uma vida estressante, estarão de modo geral, menos satisfeitos após o tratamento.

(AL QURAN et al. 2001; OZDEMIR et al. 2006)

Ainda sobre o paciente, uma quantidade considerável de estudos já abordou

as características sociodemográficas do paciente como sexo, idade, localização em

que reside (rural ou urbana), grau de escolaridade, estado civil e suas relações com o

contentamento final do paciente. Porém a maioria dos resultados indicam que estas

características possuem, se houver, uma fraca correlação com a satisfação final do

paciente.

Em relação as características físicas do paciente como a presença de rebordos

alveolares reabsorvidos identificados como desafios para os clínicos na confecção de

próteses totais convencionais, pois sabe-se que os rebordos reabsorvidos estão

relacionados a problemas com retenção e estabilidade (RIBEIRO et al. 2014), houve

um achado cientifico interessante, pois, os estudos que avaliaram rebordos alveolares

Page 29: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

29

reabsorvidos e a satisfação final do paciente demonstraram uma correlação muito

fraca com esta condição clínica (CARLSSON et al. 1967; VAN WAAS. 1990; VAN

AKEN et al. 1995; DIEHL et al. 1996; CELEBIC et al. 2003; WOLFF et al. 2003). Isto

pode ser explicado, provavelmente, porque a capacidade adaptativa do paciente com

a qual ele supera suas limitações físicas.

Os fatores técnicos parecem gerar conflitos de opiniões na confecção de

próteses totais convencionais, como por exemplo, muitos profissionais insistem em

afirmar que as realizações de técnicas mais complexas trazem um maior

contentamento final ao paciente. Um exemplo disto é a utilização do arco-facial, que

é amplamente ensinado nas escolas de odontologia como um passo técnico a ser

realizado na confecção de próteses totais convencionais (SHAH e KOKA. 2016).

Porém, existem evidencias suficientes para comprovar que a realização desta etapa

técnica não traz maiores benefícios ao paciente, podendo então, ser descartada,

economizando tempo e recursos financeiros. Outro fator técnico que gera

controvérsias são os materiais e as variações nas técnicas de moldagens. Com tudo

isso, gera-se a necessidade do protesista estabelecer a existência de uma técnica e

um material de moldagem superior em relação a outras técnicas e outros materiais,

porém, os estudos mostraram que não há uma técnica que apresente benefícios

superiores significantes em relação as outras (KAWAI et al. 2010; OMAR et al. 2013),

Desta forma, para a seleção de um método preterido de moldagem, o clínico deve

levar em consideração o custo do material e a sua afinidade com a técnica

selecionada.

Um fator técnico que parece estar sendo escolhido como padrão ouro

empiricamente é a oclusão bilateral balanceada, visto que diversos estudos

analisados nesta revisão, abordaram este tema e nenhum conseguiu comprovar um

melhor resultado na satisfação final do paciente com a seleção deste

esquema(KIMOTO et al. 2006; SUTTON et al. 2007; KAWAI et al. 2010; FARIAS-

NETO et al. 2013; SHIRANI et al. 2014; SCHIERZ e REISSMANN. 2016). Se faz

importante salientar também que os paciente que apresentavam rebordos alveolares

extremamente reabsorvidos ficaram mais satisfeitos com a utilização de uma oclusão

lingualizada em comparação a bilateral balanceada(KIMOTO et al. 2006; KAWAI et al.

2010), questionando a real eficácia deste esquema oclusal. No entanto, a obtenção

de uma oclusão bilateral balanceada em uma prótese total convencional é um

Page 30: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

30

processo complexo que dispende considerável tempo laboratorial, parece ser

prudente economizar este tempo atrás de um esquema que não traz reais benefícios

ao paciente.

Três principais limitações foram encontradas durante a busca das informações,

tais como: a pequena quantidade de artigos que investigaram a influência do

relacionamento entre dentista e paciente com a satisfação final do paciente, a grande

variação na metodologia utilizada pelos estudos para determinar o perfil psicológico

do e a quantidade mínima de artigos realizados atualmente utilizando próteses totais

convencionais.

Por outro lado, grande benefício a comunidade cientifica teria com a

determinação de um único protocolo para a avaliação do perfil psicológico do paciente,

pois a maioria dos estudos utilizam protocolos diferentes, dificultando a extração de

informações que possam ser plausíveis de comparação. Um outro fator que parece

ter um alto impacto no contentamento final do paciente é o relacionamento

interpessoal entre dentista e paciente, mesmo assim, pesquisas são insuficientes para

valida-lo como essencial, por isto mais pesquisas nesta área poderia trazer luz a

influência deste fator.

Atualmente, o foco das pesquisas em próteses parece ser nas próteses

implanto-suportadas, porém, nem sempre um paciente poderá receber este tipo de

prótese, portanto seria importante que mais pesquisas fossem realizadas com

próteses totais convencionais para ser possível a determinação de um protocolo

clinico que traga mais benefícios a esses pacientes, em relação a sua satisfação com

suas próteses após o tratamento. Contudo, fica demonstrado através desta revisão

que independentemente das capacidades técnicas do clinico, o mesmo deve estar

sempre disposto a construir um bom relacionamento com seu paciente analisando

atentamente suas características psicológicas.

5. Conclusão:

Esta revisão conclui através da análise dos artigos selecionados que:

1. O relacionamento interpessoal deve ser construído adequadamente para uma

melhor satisfação final do paciente;

Page 31: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

31

2. Pacientes estressados e negativos são menos satisfeitos em geral;

3. Características sociodemográficas não geram influenciam significativas no

tratamento com prótese total convencional;

4. Pacientes com rebordos alveolares atróficos podem ser reabilitados com

próteses totais convencionais com sucesso;

5. As aplicações de técnicas mais complexas para a confecção de próteses totais

convencionais não trazem melhores níveis de satisfação para o paciente.

Page 32: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

32

Referências:

AL QURAN F., CLIFFORD T., COOPER C., LAMEY P.J. Influence of psychological factors on the acceptance of complete dentures. Gerodontology. [S. l.], v. 18, n. 1, p. 35-40, Jul. 2001.

AL-FAHD A.A. Facebow transfer does not achieve better clinical results than simpler approaches in complete denture prosthodontics. J Evid Based Dent Pract. [S. l.], v. 16, n. 3, p. 182-183, Sep. 2016.

AL-OMIRI M.K., SGHAIREEN M.G., AL-QUDAH A.A., HAMMAD O.A., LYNCH C.D., LYNCH E. Relationship between impacts of removable prosthodontic rehabilitation on daily living, satisfaction and personality profiles. J Dent. [S. l.], v. 42, n. 3, p. 366-372, Mar. 2014.

BERG E., INGEBRETSEN R., JOHNSEN T.B. Some attitudes towards edentulousness, complete dentures, and cooperation with the dentist. A study of denture patients attending a dental school. Acta Odontol Scand. [S. l.], v. 42, n. 6, p. 333-338, Dec. 1984.

BERGENDAL B. The relative importance of tooth loss and denture wearing in Swedish adults. Community Dent Health. [S. l.], v. 6, n. 2, p. 103-111, Jun. 1989.

CARLSSON G.E., OTTERLAND A., WENNSTROM A., ODONT D. Patient factors in appreciation of complete dentures. J Prosthet Dent. [S. l.], v. 17, n. 4, p. 322-328, Apr. 1967.

CELEBIC A., KNEZOVIC-ZLATARIC D., PAPIC M., CAREK V., BAUCIC I., STIPETIC J. Factors related to patient satisfaction with complete denture therapy. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. [S. l.], v. 58, n. 10, p. M948-953, Oct. 2003.

CERUTTI-KOPPLIN D., EMAMI E., HILGERT J.B., HUGO F.N., RIVALDO E., PADILHA D.M.P. Predictors of Satisfaction with Dentures in a Cohort of Individuals Wearing Old Dentures: Functional Quality or Patient-Reported Measures? J Prosthodont. [S. l.], v. 26, n. 3, p. 196-200, Apr. 2017.

CHAUNCEY H.H., MUENCH M.E., KAPUR K.K., WAYLER A.H. The effect of the loss of teeth on diet and nutrition. Int Dent J. [S. l.], v. 34, n. 2, p. 98-104, Jun. 1984.

CHEN J.H., HUANG H.L., LIN Y.C., CHOU T.M., EBINGER J., LEE H.E. Dentist-Patient Communication and Denture Quality Associated with Complete

Page 33: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

33

Denture Satisfaction Among Taiwanese Elderly Wearers. Int J Prosthodont. [S. l.], v. 28, n. 5, p. 531-537, Sep-Oct. 2015.

DIEHL R.L., FOERSTER U., SPOSETTI V.J., DOLAN T.A. Factors associated with successful denture therapy. J Prosthodont. [S. l.], v. 5, n. 2, p. 84-90, Jun. 1996.

FARIAS NETO A., MESTRINER JUNIOR W., CARREIRO ADA F. Masticatory efficiency in denture wearers with bilateral balanced occlusion and canine guidance. Braz Dent J. [S. l.], v. 21, n. 2, p. 165-169, 2010.

FARIAS-NETO A., DIAS A.H., DE MIRANDA B.F., DE OLIVEIRA A.R. Face-bow transfer in prosthodontics: a systematic review of the literature. J Oral Rehabil. [S. l.], v. 40, n. 9, p. 686-692, Sep. 2013.

FISKE J., DAVIS D.M., FRANCES C., GELBIER S. The emotional effects of tooth loss in edentulous people. Br Dent J. [S. l.], v. 184, n. 2, p. 90-93; discussion 79, Jan 24. 1998.

HEYDECKE G., VOGELER M., WOLKEWITZ M., TURP J.C., STRUB J.R. Simplified versus comprehensive fabrication of complete dentures: patient ratings of denture satisfaction from a randomized crossover trial. Quintessence Int. [S. l.], v. 39, n. 2, p. 107-116, Feb. 2008.

HIRSCH B., LEVIN B., TIBER N. Effects of patient involvement and esthetic preference on denture acceptance. J Prosthet Dent. [S. l.], v. 28, n. 2, p. 127-132, Aug. 1972.

______. Effects of dentist authoritarianism on patient evaluation of dentures. J Prosthet Dent. [S. l.], v. 30, n. 5, p. 745-748, Nov. 1973.

HYDE T.P., CRADDOCK H.L., GRAY J.C., PAVITT S.H., HULME C., GODFREY M., FERNANDEZ C., NAVARRO-COY N., DILLON S., WRIGHT J., BROWN S., DUKANOVIC G., BRUNTON P.A. A randomised controlled trial of complete denture impression materials. J Dent. [S. l.], v. 42, n. 8, p. 895-901, Aug. 2014.

KAWAI Y., IKEGUCHI N., SUZUKI A., KUWASHIMA A., SAKAMOTO R., MATSUMARU Y., KIMOTO S., IIJIMA M., FEINE J.S. A double blind randomized clinical trial comparing lingualized and fully bilateral balanced posterior occlusion for conventional complete dentures. J Prosthodont Res. [S. l.], v. 61, n. 2, p. 113-122, Apr. 2017.

Page 34: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

34

KAWAI Y., MURAKAMI H., TAKANASHI Y., LUND J.P., FEINE J.S. Efficient resource use in simplified complete denture fabrication. J Prosthodont. [S. l.], v. 19, n. 7, p. 512-516, Oct. 2010.

KIMOTO S., GUNJI A., YAMAKAWA A., AJIRO H., KANNO K., SHINOMIYA M., KAWAI Y., KAWARA M., KOBAYASHI K. Prospective clinical trial comparing lingualized occlusion to bilateral balanced occlusion in complete dentures: a pilot study. Int J Prosthodont. [S. l.], v. 19, n. 1, p. 103-109, Jan-Feb. 2006.

OMAR R., AL-TARAKEMAH Y., AKBAR J., AL-AWADHI S., BEHBEHANI Y., LAMONTAGNE P. Influence of procedural variations during the laboratory phase of complete denture fabrication on patient satisfaction and denture quality. J Dent. [S. l.], v. 41, n. 10, p. 852-860, Oct. 2013.

OZDEMIR A.K., OZDEMIR H.D., POLAT N.T., TURGUT M., SEZER H. The effect of personality type on denture satisfaction. Int J Prosthodont. [S. l.], v. 19, n. 4, p. 364-370, Jul-Aug. 2006.

RIBEIRO J.A., DE RESENDE C.M., LOPES A.L., FARIAS-NETO A., CARREIRO ADA F. The influence of mandibular ridge anatomy on treatment outcome with conventional complete dentures. Acta Odontol Latinoam. [S. l.], v. 27, n. 2, p. 53-57, 2014.

SAMANT A., VILENSKY-SANDERS L., BIBER C., BALBO M. Practical procedures involved in reducing postoperative visits. Clin Prev Dent. [S. l.], v. 9, n. 6, p. 26-28, Nov-Dec. 1987.

SCHIERZ O., REISSMANN D. Influence of guidance concept in complete dentures on oral health related quality of life - Canine guidance vs. bilateral balanced occlusion. J Prosthodont Res. [S. l.], v. 60, n. 4, p. 315-320, Oct. 2016.

SHAH K., KOKA S. Evidence-based practice and barriers to compliance: Face bow transfer. J Prosthodont Res. [S. l.], v. 60, n. 1, p. 20-22, Jan. 2016.

SHIGLI K., AWINASHE V. Patient-dentist communication: an adjunct to successful complete denture treatment. J Prosthodont. [S. l.], v. 19, n. 6, p. 491-493, Aug. 2010.

SHIRANI M., MOSHARRAF R., SHIRANY M. Comparisons of patient satisfaction levels with complete dentures of different occlusions: a randomized clinical trial. J Prosthodont. [S. l.], v. 23, n. 4, p. 259-266, Jun. 2014.

Page 35: ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES · ANDRÉS FELIPE CARTAGENA; GUILHERME VILA REAL SOARES INSATISFAÇÃO DO PACIENTE APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL:

35

SUTTON A.F., WORTHINGTON H.V., MCCORD J.F. RCT comparing posterior occlusal forms for complete dentures. J Dent Res. [S. l.], v. 86, n. 7, p. 651-655, Jul. 2007.

VAN AKEN A.A., DE BAAT C., VAN ROSSUM G.M., MULDER J., KALK W. ["Prosthetic condition" and satisfaction with dentures]. Ned Tijdschr Tandheelkd. [S. l.], v. 102, n. 1, p. 12-14, Jan. 1995.

VAN WAAS M.A. Determinants of dissatisfaction with dentures: a multiple regression analysis. J Prosthet Dent. [S. l.], v. 64, n. 5, p. 569-572, Nov. 1990.

VIOLA A.P., TAKAMIYA A.S., MONTEIRO D.R., BARBOSA D.B. Oral health-related quality of life and satisfaction before and after treatment with complete dentures in a Dental School in Brazil. J Prosthodont Res. [S. l.], v. 57, n. 1, p. 36-41, Jan. 2013.

VON STEIN-LAUSNITZ M., STERZENBACH G., HELM I., ZORN A., BLANKENSTEIN F.H., RUGE S., KORDASS B., BEUER F., PEROZ I. Does a face-bow lead to better occlusion in complete dentures? A randomized controlled trial: part I. Clin Oral Investig. [S. l.], v. n. p. Jul 04. 2017.

WOLFF A., GADRE A., BEGLEITER A., MOSKONA D., CARDASH H. Correlation between patient satisfaction with complete dentures and denture quality, oral condition, and flow rate of submandibular/sublingual salivary glands. Int J Prosthodont. [S. l.], v. 16, n. 1, p. 45-48, Jan-Feb. 2003.