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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Odontologia ANDRÉ GIACOMINI LUÍS AUGUSTO DE BRITO NARDINI AVALIAÇÃO DE SELANTES EM SULCOS DENTAIS SUBMETIDOS A DESAFIO CARIOGÊNICO IN VITRO Bragança Paulista 2013

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Odontologia

ANDRÉ GIACOMINI

LUÍS AUGUSTO DE BRITO NARDINI

AVALIAÇÃO DE SELANTES EM SULCOS DENTAIS

SUBMETIDOS A DESAFIO CARIOGÊNICO IN VITRO

Bragança Paulista 2013

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ANDRÉ GIACOMINI – RA 001200901216 LUÍS AUGUSTO DE BRITO NARDINI – RA 001200900249

AVALIAÇÃO DE SELANTES EM SULCOS DENTAIS

SUBMETIDOS A DESAFIO CARIOGÊNICO IN VITRO

Trabalho de Conclusão de Curso,

apresentado ao curso de odontologia, da

Universidade São Francisco.

Orientador temático: Prof.a Dr.a Cristiane Franco Pinto Casamassa Orientador metodológico: Prof.a M. a Valdinéia Maria Tognetti

Bragança Paulista 2013

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Dedicamos este trabalho aos nossos pais,

pelo incessável apoio, dedicação,

ensinamentos e valores que nos fazem

crescer como pessoas e nos permitiram que

este sonho fosse realizado.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, que nos deu o dom da vida, a saúde para

estudar, a força para continuar e a fé para acreditar que seria possível.

Agradecemos aos nossos pais, que a nós dedicaram suas vidas, que nunca

permitiram que nos faltasse amor, estímulo, compreensão e carinho, que nos apoiaram

incondicionalmente, tanto financeiramente quanto emocionalmente, que nos ensinaram a

ser humanos e nos mostraram o caminho bom.

Agradecemos as nossas famílias que, tanto como nossos pais, não nos deixou faltar

afeto, que suportaram nossos deslizes e foram capazes de perdoar, compreender e aceitar.

Agradecemos nossos companheiros e amigos, que tanta paciência tiveram, que nos

apoiaram e nos incentivaram, que sempre nos ofereceram os ouvidos, ombros, noites em

claro, conforto, palavras e até mesmo o silêncio nos momentos de dificuldades e as mesmas

coisas nos momentos de felicidade.

Agradecemos a Universidade São Francisco, ao PIC (Programa de Iniciação

Científica) e ao PROBAIC, que na figura da sempre atenciosa e dedicada Vilma, nos deu a

oportunidade e apoio financeiro para a realização desta pesquisa.

Agradecemos à FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba) da UNICAMP, na

figura do professor Dr. Marcelo Gianinni, que nos cedeu seu espaço e equipamentos, sem

os quais todos os esforços seriam em vão.

Agradecemos nossos queridos mestres, que além de conosco dividir seus

conhecimentos, nos ofereceram amizade e carinho, que nos deram confiança quando

tivemos medo e freios quando foi necessário. Agradecemos especialmente aos professores

Léo, Silvinha e Neinha que não mediram esforços para que este trabalho fosse realizado, ao

professor Álvaro que acreditou e sempre solícito nos ajudou e à tão querida professora,

orientadora e amiga Cris, que idealizou o projeto, confiou-o a nós e acreditou.

Agradecemos a todos os funcionários da universidade, especialmente ao Carlos,

Luiz, Francisco, Zezinho, Luciano, Milton e Pedro, que se dedicaram e nos deram suporte,

atendendo prontamente as nossas solicitações para realização desta pesquisa e sempre.

Agradecemos aos nossos pacientes, que nos deram a oportunidade para que

pudéssemos aprender, confiando a nós sua saúde e bem estar.

Por fim, e não com menor importância, agradecemos aos nossos colegas da turma

XLI, que agiram sempre com companheirismo, respeito e lealdade, que nos ensinaram e

nos permitiram ensinar e pra sempre serão lembrados.

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Tudo aquilo que o homem ignora, não existe

para ele. Por isso o universo de cada um se

resume ao tamanho do seu saber...

Albert Einstein

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RESUMO

Os selantes de fóssulas e fissuras têm sido utilizados para evitar o aparecimento de lesão cariosa oclusal em pacientes com alto risco a cárie. A definição da escolha desses materiais como selantes tem motivado uma significativa variedade de estudos comparativos entre os resinosos e os ionoméricos das mais diversas procedências, tendo-se em consideração as características básicas destes produtos, entre as quais se destacam a possibilidade de retenção clínica na superfície oclusal, a proteção contra infiltração marginal e a eficácia de liberação do íon fluoreto presente, o que, em última análise, significa proteger o indivíduo contra a instalação e o curso da cárie dental. Este trabalho avaliou o comportamento de selantes resinosos contendo ou não fluoreto frente ao desafio cariogênico in vitro. Para o estudo, foram utilizados dentes humanos e fragmentos da superfície oclusal. Os materiais foram aplicados no sulco oclusal e divididos em três grupos experimentais com seis amostras cada: 1) resina composta contendo fluoreto (FluroShield® - Dentsply), cimento de ionômero de vidro (Riva Protect® - SDI) e resina composta sem fluoreto (Opallis Flow® - FGM). O desafio cariogênico constituiu-se da ciclagem de pH por 8 dias, simulando desenvolvimento de cárie. Após o desafio cariogênico, as amostras foram analisadas através de microdureza Knoop (KHN). Os resultados mostraram uma menor perda mineral para o esmalte adjacente ao selante ionomérico. Quando comparados, os selantes apresentam significativa diferença estatística entre si na capacidade de impedir a desmineralização do esmalte (p<0,01). Entre as profundidades, observou-se significância estatística (p<0,05), entretanto, não é possível observar diferença de microdureza entre as profundidades quando estas são correlacionadas aos grupos experimentais (p>0,05). Com base nas análises, é possível concluir que selantes que contem fluoreto na sua composição promovem menor desmineralização do esmalte adjacente à sua aplicação, especialmente aqueles que fazem liberação constante desses íons, sugerindo ter excelente potencial para o controle de desenvolvimento de lesões cariosas em sulcos dentais. Palavras-chave: Selantes. Esmalte. Flúor.

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ABSTRACT

The fossula and fissure sealants have been used to prevent the onset of occlusal caries lesions in patients with high caries risk. The definition of the choice of these materials such as sealants has stimulated a significant variety of comparative studies between the ionomer and resinous from various sources, taking into consideration the basic characteristics of these products, among which we highlight the possibility of clinical retaining surface occlusal , the protection against infiltration and effectiveness of fluoride ion release, which, ultimately, means protecting the individual against the onset and course of dental caries. This study evaluated the behavior of resin sealants containing fluoride or not, against the cariogenic challenge in vitro. For this study were used human teeth and fragments of the occlusal surface. The materials were applied in occlusal groove and divided into three groups with six samples each one: 1) composite resin containing fluoride (Fluroshield® - Dentsply), glass ionomer cement (Riva Protect® - SDI) and composite resin without fluoride (Opallis Flow® - FGM). The cariogenic challenge consisted of pH cycling for eight days, simulating caries development. After cariogenic challenge, the samples were analyzed by Knoop hardness (KHN). The results showed a lower mineral loss for enamel adjacent to glass ionomer sealant. When compared, the sealers have showed significant statistical difference among them into the ability to prevent the demineralization of enamel (p <0.01). Between the depths, there was a statistical significance (p <0.05), however, it is not possible to observe the difference in micro hardness between the depths when they are correlated to experimental groups (p>.05). Based on the analyzes it can be concluded that sealants, which contain fluoride in their composition, causes less enamel demineralization adjacent to their application, especially those that make steady release of these ions, suggesting excellent potential to control the development of dental caries into grooves. Keywords: Sealants. Enamel. Fluoride.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Al2O3 - Óxido de alumínio

Bis-EMA - Monômero Metacrílico com base em Bisfenol

Bis-GMA - Bisfenol Glicidil Dimetacrilato

CaCl2 - Cloreto de Cálcio

CIV - Cimento de Ionômero de Vidro

cm - Centímetros

dd - Destilada e deionizada

FOP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba

KCl - Cloreto de Potássio

KNH - Knoop Hardness Number (Número de Dureza Knoop)

ml - Mililitros

mm - Milímetros

mM - Milimolar

NaH2PO4 - Fosfato monobásico de sódio

pH - Potencial Hidrogeniônico

PIC - Programa de Iniciação Científica

PROBAIC - Programa de Bolsa Auxílio à Iniciação Científica

TEGMA - Trietil Glicol Dimetacrilato

UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

USF - Universidade São Francisco

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LISTA DE SÍMBOLOS

µm - Micrometros

% - Por cento

® - Marca registrada

ºC - Graus Celsius

< - Menor

> - Maior

√ - Raiz quadrada

+ - Mais

= - Igual

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.A - Dentes selecionados para o experimento.......................................... 24

FIGURA 1.B - Dentes selecionados, armazenados a 4°C........................................ 24

FIGURA 1.C - Dentes acondicionados em grau cirúrgico para esterilização............ 24

FIGURA 2.A - Secção do fragmento oclusal em aproximadamente 3mm................ 25

FIGURA 2.B - Planificação do lado oposto para obtenção da espessura correta..... 25

FIGURA 2.C - Fragmentos oclusais prontos para receber os tratamentos............... 25

FIGURA 3.A - Selante resinoso com flúor (FluroShield®)......................................... 26

FIGURA 3.B - Resina Composta, fluida, sem flúor (Opallis Flow®)........................... 26

FIGURA 3.C - Cimento de ionômero de vidro (Riva Protect®).................................. 26

FIGURA 4.A - Delimitação da área a ser exposta à ciclagem de pH........................ 28

FIGURA 4.B - Amostras do grupo 3 em solução desmineralizadora........................ 28

FIGURA 4.C - Estufa a 37°C..................................................................................... 28

FIGURA 5.A - Secção da amostra após desafio cariogênico.................................... 28

FIGURA 5.B - Preparação para embutimento das amostras em resina................... 28

FIGURA 5.C - Amostras embutidas e devidamente polidas...................................... 28

FIGURA 6.A - Esquema do método de medição da dureza do esmalte................... 29

FIGURA 6.B - Microdurômetro.................................................................................. 29

FIGURA 7 - Programa estatístico utilizado para tratamento dos dados....... ........ 30

FIGURA 8 - Amostra tratada com selante ionomérico em aumento de x100........ 33

FIGURA 9 - Amostra tratada com selante fluoretado em aumento x100............. 33

FIGURA 10 - Amostra tratada com resina sem fluoreto em aumento x 400............ 33

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LISTA DE QUADROS, TABELAS E GRÁFICOS

QUADRO 1 - Composições dos selantes utilizados no experimento......................... 26

QUADRO 2 - Aplicação dos selantes segundo orientações dos fabricantes........... 27

TABELA 1 - Números das analises estatísticas....................................................... 31

GRÁFICO 1 - Diagrama de dispersão de média das amostras e tendência linear da

relação de microdureza Knoop pelas profundidades médias................. 31

TABELA 2 - % de volume mineral das amostras e médias harmônicas.................. 32

GRÁFICO 2 - Médias da % de volume mineral, de todas as amostras, em todas as

profundidades......................................................................................... 32

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 12

1 FUNDAMENTAÇÃOTEÓRICA........................................................................................ 14

1.1 O ESMALTE DENTÁRIO............................................................................................... 14

1.2 ETIOLOGIA E EVOLUÇÂO DA CÁRIE OCLUSAL....................................................... 15

1.3 SELANTES OCLUSAIS................................................................................................. 17

2 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................... 24

2.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL.............................................................................. 24

2.2 OBTENÇÃO E SECÇÃO DAS AMOSTRAS.................................................................. 24

2.3 MATERIAIS SELADORES............................................................................................. 25

2.4 FASE EXPERIMENTAL................................................................................................. 27

2.5 ANÁLISES..................................................................................................................... 28

2.6 ANÁLISES ESTATÍSTICAS........................................................................................... 29

3 RESULTADOS................................................................................................................. 31

4 DISCUSSÃO..................................................................................................................... 34

CONCLUSÃO...................................................................................................................... 37

REFERÊNCIAS................................................................................................................... 38

ANEXOS.............................................................................................................................. 44

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INTRODUÇÃO

A cárie dental, doença multifatorial (MARSH, 1995), tem seu desenvolvimento

relacionado a três fatores primordiais: microbiota específica, dieta cariogênica e hospedeiro

(KEYES, 1962), todos eles em função do tempo. A cárie é uma doença infecciosa

bacteriana causada por uma dieta rica em carboidratos, que permite o crescimento da

microbiota, redução do pH e aumento do potencial cariogênico, modificando as proporções

de microrganismos acidogênicos e acidúricos (VAN HOUTE, 1994). Estes microorganismos

vão formar uma placa patogênica levando a perdas minerais do esmalte (MARSH, 1995). O

desequilíbrio entre os processos de desmineralização e remineralização no esmalte leva ao

desenvolvimento de cárie (CLARKSON, McKOUGHLIN, 2000). O flúor tem sido considerado

o maior responsável pela redução da prevalência de cárie dental através do controle da

progressão das lesões de cárie, inibindo a desmineralização e ativando a remineralização

do esmalte (FEATHERSTONE et al., 1983; CLARKSON et al., 2000).

A grande incidência de lesões cariosas na superfície oclusal de molares

permanentes está diretamente relacionada com alguns fatores: a configuração anatômica

especial dessa superfície, como a presença de irregularidades que facilitam o acúmulo de

placa bacteriana; a incompleta coalescência do esmalte na região de fóssulas e fissuras; o

momento em que ocorre a erupção desses dentes, uma vez que crianças, normalmente não

possuem coordenação motora para a realização de uma adequada higiene bucal; e ao fato

de que os dentes, ao irromperem, não apresentarem suas estruturas totalmente

mineralizadas, necessitando de um período de maturação pós-eruptiva (KRAMER et al.,

1997).

Em decorrência destas constatações, Cueto e Buonocore (1967) sugeriram o

selamento dessas fóssulas e fissuras com selantes resinosos, constituindo-se, assim, uma

barreira física que visa isolar do meio bucal a superfície em que se interveio. Diante da

eficácia do fluoreto no processo de prevenção da cárie dental, os materiais restauradores do

tipo do cimento de ionômero de vidro (CIV) passaram a ser largamente utilizados,

principalmente por possuir fluoreto em suas formulações, o que assegura a liberação

gradativa deste elemento. Em 1974, Wilson recomendou o emprego do cimento de

ionômero de vidro para o selamento dessa região.

A eficiência e retentibilidade dos selantes resinosos oclusais (do tipo Bis-GMA) é

descrita em vários trabalhos em que se seguiu um acompanhamento criterioso de sua

retenção ao longo de alguns anos, constituindo um recurso devidamente comprovado na

prevenção da cárie oclusal (BUONOCORE, 1973).

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O progresso tecnológico trouxe novos materiais dentários, possibilitando a utilização

de cimentos de ionômero de vidro, como selantes (BOKSMAN, 1987). Seppa e Fors (1991)

sugerem que fissuras seladas com CIV são mais resistentes à desmineralização que uma

superfície não selada, mesmo após a perda do selante, devido aos resíduos de partículas

do material nas fissuras. Os selantes ionoméricos, portanto, tornam-se uma boa alternativa

de escolha quando avaliações periódicas para a verificação de integridade do material não

são possíveis de serem realizadas.

A definição da escolha desses materiais como selantes tem motivado uma

significativa variedade de estudos comparativos entre os selantes resinosos e os

ionoméricos, tendo-se em consideração as características básicas destes produtos, entre as

quais se destacam a possibilidade de retenção clínica na superfície oclusal, a proteção

contra infiltração marginal e a eficácia de liberação do íon fluoreto presente, o que, em

última análise, significa proteger o indivíduo contra a instalação e o curso da cárie dental.

Este projeto de pesquisa teve como objetivo avaliar os efeitos do uso de selantes,

contendo ou não fluoretos, na região de sulco oclusal simulando as condições orais com alto

risco à cárie dental após desafio cariogênico in vitro.

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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 O ESMALTE DENTÁRIO

O esmalte dentário é o tecido mais duro do organismo humano. Tal dureza é devido

a sua alta concentração de volume mineral, cerca de 96% de sua estrutura. Os outros 4%

ficam por conta da sua matriz orgânica e água (SHARAWY, YAGER, 1989). O principal

componente inorgânico é a apatita, que pode se apresentar na forma de hidroxiapatita,

fluorapatita e carbonoapatita. Dentre os constituintes orgânicos, a água é encontrada em

maior quantidade (mais de 4% em volume). Aproximadamente 25% do volume de água está

ligado aos cristalitos e é provavelmente associada à matriz orgânica (CARLSTROM et al.,

1963). No dente humano, o esmalte é formado por uma estrutura organizada de prismas e

uma substância que atua na junção deles. Além disso, corresponde a uma substância que

protege a coroa dentária, dando forma e contorno (GWINNETT, 1992).

A formação do esmalte dentário é um processo biológico bastante complexo, porém

bem organizado e que envolve duas importantes fases: a fase de secreção e a de

maturação. Este processo é regulado pelos ameloblastos, que expressam um importante

conjunto de genes que codificam a produção de proteínas essenciais para a formação desse

tecido dentário (NISHIO, 2008).

Ainda segundo Nishio (2008), recentemente, foram identificadas duas novas

proteínas, chamadas amelotina e apina, que também são sintetizadas pelos ameloblastos.

Diferentemente das outras proteínas, a amelotina e a apina são produzidas durante a

amelogênese no estágio de maturação, fase importante para o desenvolvimento final da

dureza do esmalte. Essas duas novas substâncias são codificadas por dois diferentes genes

que, de acordo com a sua localização genômica e estrutural, fazem parte de um mesmo

grupo de proteínas que secreta e estabiliza íons de cálcio e potássio no corpo e guia a

deposição de fosfato de cálcio em matrizes extracelulares receptoras. A similaridade dessas

proteínas, encontradas tanto em seres humanos como em suínos, ratos e camundongos,

sugere que são proteínas que se perpetuam nas espécies mamíferas.

As unidades formadoras do esmalte dentário são denominadas de prismas e seguem

desde a junção amelo-dentinária até a superfície do dente. Os prismas seguem um trajeto

tortuoso nos dois terços internos do tecido do esmalte até alcançar um alinhamento paralelo

no terço mais externo. Esta mudança, mais ou menos regular na direção dos prismas, seria

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uma adaptação funcional, minimizando o risco de fraturas durante o ato mastigatório.

(PINTO, 2006).

O esmalte dental possui uma camada de, aproximadamente, 30 µm sem prismas,

ocorrendo em 70% dos dentes permanentes e em todos os decíduos, pois nem todos os

prismas atingem a superfície do esmalte (GWINNETT, 1967). Esta camada aprismática

encontra-se com mais frequência em fóssulas, fissuras e na região cervical. Tal

característica faz dessas regiões áreas menos resistentes a forças físicas e mais

susceptíveis a desmineralização (RIPA et al., 1966).

De acordo com Neville (1998), sendo o esmalte um tecido não passível de

remodelação, uma vez formado, ficam permanentemente registradas em sua superfície as

alterações sofridas durante o processo de formação. Levando-se em consideração que a

amelogênese humana inicia-se no útero materno, logo nas primeiras semanas de gestação,

pode-se concluir que a formação do esmalte é muito vulnerável a alterações decorrentes de

intercorrências gestacionais.

Uma das alterações comumente encontradas no processo de formação do dente,

não necessariamente durante a gestação, é a incompleta coalescência do esmalte.

Segundo Gilmour et al. (1990), este é um dos principais fatores que levam ao início do

processo de desmineralização dos dentes, dando início à cárie oclusal.

1.2 ETIOLOGIA E EVOLUÇÃO DA CÁRIE OCLUSAL

Para o estudo da cárie dental, é importante o conhecimento dos múltiplos fatores que

envolvem a sua evolução. De acordo com Keyes (1962), existe uma tríade de fatores

etiológicos primários da cárie dental que relaciona o hospedeiro ou dente, dieta ou substrato

e microbiota ou bactéria.

Thylstrup e Fejerskov (1995) caracterizam a cárie como uma doença ou processo

crônico de progressão lenta e que raramente é autolimitante, ou seja, na ausência de

tratamento, progride até que o dente seja destruído. O sinal da doença é a lesão cariosa,

uma destruição localizada que pode afetar os tecidos duros do dente: o esmalte, a dentina e

o cemento. A manifestação da doença cárie vai desde a perda inicial de mineral no nível

ultraestrutural até a destruição total do dente. Os autores descrevem ainda que o início e a

progressão da cárie resultam de múltiplos fatores inter-relacionados e que a destruição

cariosa não se desenvolve sem acúmulos localizados de bactérias orais na superfície

dentária. Entretanto, os dentes podem estar revestidos por bactérias orais sem sinais

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visíveis da lesão de cárie. Assim sendo, os depósitos microbianos são necessários para

causar a cárie, mas sozinhos não são suficientes para iniciá-la, pois os depósitos

microbianos nos dentes dependem de alguns dos mecanismos intra-orais responsáveis pela

evolução da placa cariogênica.

Por exemplo, a cavidade oral está frequentemente exposta a ambientes extremos no

que se refere à temperatura, pH, viscosidade da saliva e composição química dos alimentos

ingeridos. Também, os processos mecânicos orais que agem durante a função natural ou a

auto-higiene são de fundamental importância na permanência dos microrganismos nas

superfícies orais. (THYLSTRUP E FEJERSKOV, 1995)

Ao revisar estudos in vivo sobre o efeito das forças mecânicas no início, progressão

e detecção da lesão de cárie dentária, Thylstrup et al. (1994) descreveram que a eliminação

total ou parcial das forças mecânicas intrabucais, realizadas durante a mastigação e/ou

escovação, propiciam a formação da placa cariogênica e resultam na dissolução localizada

do esmalte, formando a lesão de cárie dentária. Como resultado, temos uma erosão da

superfície, fazendo com que o esmalte perca sua aparência brilhante pela presença de

irregularidades. Assim, o aumento da porosidade do esmalte leva à perda gradual da sua

translucidez, sendo um indicador muito sensível de pequenas perdas do conteúdo mineral.

Desta maneira, Thylstrup et al. (1994) demonstraram que a reexposição parcial ou total às

forças mecânicas da mastigação podem levar, além do controle da lesão de cárie, à sua

regressão parcial.

Winston e Bhaskar (1998), num relato sobre a prevenção de cárie no século XXI,

descreveram que o esmalte é coberto por uma fina película. As bactérias da flora oral

normal aderem à película e formam a placa. A placa bacteriana

(especialmente Streptococos mutans e lactobacilus) converte os açúcares ingeridos, através

de glicólise, em ácidos orgânicos fracos, tais como o lático, o pirúvico, o acético, o

propiônico, o fórmico e o butírico. Os ácidos produzidos por estas bactérias se difundem

através da placa e desmineralizam a superfície do dente, removendo cálcio e fosfato do

esmalte e, eventualmente, causando colapso na estrutura dental, cavitando-a. Este

processo de formação da lesão cariosa ocorre após meses ou anos. Entre períodos de

acidez, devido à ingestão de alimentos, substâncias tampões como o bicarbonato, presentes

na saliva, difundem-se pela placa e neutralizam os ácidos presentes. Isto impede futuras

perdas do cálcio e fosfato até o próximo período de produção ácida.

O principal mineral dental consiste em hidroxiapatita de cálcio carbonatado. Esta é

diferente da hidroxiapatita de cálcio, devido à substituição do carbonato por uma porção de

fosfato na hidroxiapatita de cálcio. A hidroxiapatita de cálcio carbonatado é mais solúvel que

a hidroxiapatita de cálcio, principalmente em pH menor ou igual a 4. Apesar de praticamente

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insolúvel no pH>7, a hidroxiapatita de cálcio carbonatado torna-se solúvel quando o pH é

diminuído (FEATHERSTONE, 1983).

Após o uso do açúcar, o pH diminui a medida que a placa bacteriana converte o

açúcar em ácido. Em poucos minutos, o pH da placa é reduzido para quatro ou menos. A

desmineralização acontece enquanto o pH da placa permanece ácido e o fluído da placa é

menos saturado que o mineral do dente. Há uma neutralização dos ácidos da placa pelo

sistema tampão alcalino da saliva e a remineralização pode ocorrer. A saliva contém ainda

íons de cálcio e de fosfato que penetram no esmalte durante a remineralização (JENSEN,

1986).

Fejerskov e Thylstrup (1988) também descrevem a cárie dentária como uma doença

resultante do desequilíbrio entre os processos dinâmicos de desmineralização e

remineralização, com predominância do primeiro. Este quadro leva à perda sistemática de

mineral e formação da lesão, cuja localização, configuração e velocidade de progressão,

são determinadas pelas condições ambientais locais para formação e crescimento da placa

bacteriana.

Carvalho et al. (1989) comentam que a proporção de lesões ativas é reduzida em

dentes completamente erupcionados, demonstrando que dentes em fase de erupção são

mais sujeitos ao desenvolvimento da cárie dental, devido a condições favoráveis para o

acúmulo de placa. Assim sendo, a anatomia peculiar da superfície oclusal desempenha um

papel mais importante na deposição da placa e instalação da lesão de cárie oclusal do que

as condições da superfície do dente em si.

1.3 SELANTES OCLUSAIS

Dentre todas as superfícies do órgão dental, a mais susceptível à doença cárie é a

face oclusal, devido a morfologia das fossas e fissuras desta região, o que dificulta a

higienização da região e contribui para o acúmulo de bactérias e restos alimentares. Outro

possível fator é porque a eficiência dos tratamentos com flúor na prevenção de lesões

cariosas em superfície lisa é melhor do que em regiões com fossas e fissuras (KARLZÉN-

REUTERVING; DIJKEN, 1995).

Um método de grande importância na higienização dos dentes é a ação constante da

musculatura bucal e labial, além de toda proteção proporcionada pela saliva. De acordo com

Bohannan (1983), as regiões de fossas e fissuras são prejudicadas quando relacionadas a

estas ações de controle.

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Segundo Pardi (2002), com o objetivo de prevenir o surgimento e a progressão da

doença cárie, já em 1895 cimentos eram utilizados nas faces oclusais livres. Quase três

décadas depois, surgiu uma técnica que, através de preparos cavitários em elementos

dentários recém erupcionados e hígidos, os sulcos eram restaurados com amálgama,

conforme tratamento apresentado por Hyatt em 1923, denominado “odontomia profilática”.

Em 1929, Bodecker sugeriu que se erradicassem as fissuras através de brocas, formando

depressões onde os alimentos não se acumulariam. Esta manobra tinha como objetivo

prevenir a colonização bacteriana da região e permitir melhor visualização, assim que

diagnosticada a lesão. No entanto, em muitos caso, o procedimento provocava certa

sensibilidade devido à exposição de dentina, surgindo a necessidade de se restaurar estes

dentes.

Simonsen (2002) descreveu a palavra “selante” como um material que pode ser

aplicado em sulcos e fissuras de dentes em pacientes com alto índice de cárie e tem a

capacidade de formar uma camada protetora na superfície do esmalte. Ou seja, são

barreiras físicas aderidas na superfície do dente, impossibilitando o contato com o biofilme.

Segundo Lovadino et al. (1994), as propriedades necessárias que um selante

oclusal deve apresentar são compatibilidade com os tecidos bucais, resistência a fluídos, à

abrasão e às forças da mastigação, além de boa adesão físico-química à estrutura dental.

Miller (1951) lançou mão do fosfato de zinco e cimento vermelho de cobre em faces

irregulares dos dentes, fossas e fissuras, porém seu uso não foi continuado devido a pouca

retenção promovida por estes materiais e sua alta solubilidade.

Buonocore (1955) realizou uma pesquisa em que as superfícies de esmalte sofriam

seu condicionamento com ácido fosfórico, o que promovia uma modificação da região

condicionada, aumentando de maneira significativa a retenção das resinas acrílicas no

dente.

Selantes resinosos são substâncias que apresentam capacidade de escoar nas

cicatrículas e fissuras, penetrando nas microporosidades do esmalte previamente

condicionado, formando projeções de resina conhecidas como tag. (MYAKI; BRUNETTI;

CORRÊA, 1998).

Sunfeld, et al, (1994) utilizaram 130 dentes posteriores hígidos em pacientes com

faixa etária entre 11 e 14 anos para avaliar o selante resinoso fotopolimerizável Fluroshield®

(Dentsply) em sua penetração e retenção. Os selantes foram aplicados com o auxilio de

uma sonda exploradora com prévia profilaxia, isolamento absoluto, condicionamento da

superfície com ácido fosfórico a 37% por 120 segundos e polimerizados com luz halógena

por 40 segundos. Além do estudo clínico, foi realizada uma análise laboratorial, em que seis

meses após a aplicação do material, foi aplicado um corante com o objetivo de analisar a

presença de bolhas. Contatou-se que, em 96,2% dos casos, os selantes estavam presentes

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e totalmente retidos. Havia a presença de bolhas na superfície do material, o que demonstra

desgaste em longo prazo, que foi avaliado como insignificante devido às propriedades de

doar flúor para a superfície do esmalte dental.

Partindo da mesma metodologia de 1994, Sunfeld et al. (1994) estudaram

clinicamente, por 24 meses, o selante resinoso com flúor Alpha Flúor Seal® (D.F.L.) em

relação à sua penetração e retenção no esmalte. Por meio de análise microscópica,

verificou-se uma adaptação satisfatória dos selantes em planos inclinados, assim como os

microporos criados pelo condicionamento ácido apresentavam uma excelente penetração do

selante. Ressaltaram ainda o fato do selante ser polimerizado somente após 10 segundos

de sua aplicação na região de fossas e fissuras, fazendo com que o material tivesse uma

melhor penetração no esmalte, mesmo com o selante apresentando em sua composição

partículas de carga inorgânica.

Associado ao condicionamento ácido, Kemper (1984) aperfeiçoou essa técnica com

o uso de adesivos dentários, promovendo melhor retenção dos selantes e aumentando o

sucesso na prevenção de cáries nas superfícies irregulares que eram submetidas ao

selamento.

Coeficiente de expansão térmica próximo ao do tecido dentário é uma das principais

vantagens, assim como a liberação de flúor constante. Estas propriedades se destacam no

cimento de ionômero de vidro, o que não ocorre um selante resinoso. Por isso, este material

vem se destacando como selante oclusal, porém os mais utilizados continuam sendo os

selantes de polímeros de BIS-GMA (VONO et al., 1996; SILVA et al., 1996 ).

Uma das propriedades discutidas do ionômero de vidro é a sua retenção, porém

algumas pesquisas apresentaram resultados sugerindo que o material remanescente

continua atuando de maneira química na região através da liberação de fluoretos,

prevenindo futuras lesões de cárie. Após avaliação clínica de 6 e 12 meses, contatou-se que

porções microscópicas do material permaneceram retidas em 93% das fissuras sem

apresentações de lesões de cárie nos dentes selados (MEJARE; MJOR, 1990; OVREBO,

RAADAL, 1990).

Torppa-Saarinem e Seppä (1990) também observaram, através de microscopia,

remanescentes de ionômero de vidro, mesmo que o selante tivesse sido avaliado como

perdido em uma análise macroscópica.

Em um estudo de Arrow e Riordan (1995), observou-se que para haver ação

preventiva no surgimento de lesões de cariosas, o material aplicado não precisa

necessariamente ter retenção total na superfície do esmalte.

Johnson et al. (1995) realizaram estudo com o objetivo de comparar a penetração no

tecido dental de um cimento ionomérico modificado por resina experimental, que possuía um

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primer, com o selante Delton®. Chegaram então à conclusão de que o cimento ionomérico

experimental teve penetração significantemente maior que o selante Delton®.

Zuanon et al. (1995), por meio de pesquisa in vivo, comparou cinco selantes, sendo

um autopolimerizável (Delton®) e quatro fotopolimerizáveis (Estiseal®, Prisma®, Concise® e

Degufill®). Foram aplicados selantes em 29 voluntários na faixa etária entre 9 e 11 anos, por

meio de isolamento relativo, num total de 149 dentes posteriores, sendo que era deixado um

dente homólogo como controle. Seis meses após a aplicação, 87,2% dos selantes foram

encontrados com retenção total, sendo que para os fotopolimerizáveis o percentual era

maior. Dentro deste mesmo período, dos 149 dentes selados, 98,5% permaneceram

hígidos, enquanto no grupo controle, 48,4% dos dentes estavam cariados ou haviam

passado por tratamento restaurador.

Comparando o cimento de ionômero de vidro (FujiII®) e o cimento de ionômero de

vidro modificado por resina (Vitremer®) com outros selantes resinosos, Moore, Winkler e

Ewolsen (1995) demonstraram que os selantes ionoméricos tem maior poder de penetração

nas fissuras e apresentam resultados significativos quando comparados ao selante resinoso.

Koch, et al, (1997), comparando dois selantes resinosos, concluíram que, após 12

meses de tratamento, o Helioseal F® (Vivadent) apresentou retenção total de 90,3%,

enquanto o Delton® (J&J) demonstrou uma retenção total de 96,7% dos selantes.

Pouco depois, Bernardo et al. (2000), após avaliar 159 dentes hígidos entre pré

molares e molares de crianças na faixa etária entre 7 e 11 anos, estudantes, selados com o

cimento de ionômero de vidro Vitremer® (3M ESPE), concluiram que a utilização deste

selante, com o uso de sistema adesivo, melhora significativamente sua retenção total, sendo

que, nos primeiros seis meses, sua retenção parcial ou ausência de selante foi próximo a

1% dos órgãos dentários selados.

Através de pesquisa in vivo Ovebro e Raadal (1990), realizaram selamento em vinte

pré molares a serem extraídos por motivos ortodônticos. Após 14 dias, o estado clínico dos

selantes foram avaliados e os dentes extraídos. Assim que coradas, as amostras passaram

por uma ciclagem térmica e em seguida realizaram as secções. Por meio de um

microscópio, foram registradas as infiltrações e avaliadas de acordo com um sistema de

pontuação. Todos os selantes resinosos continuavam presentes, enquanto algumas

amostras seladas com ionômero de vidro foram dadas como perdidas ou intactas. Extenso

escoamento foi observado em todas as amostras ionoméricas e remanescentes do mesmo

cimento continuavam presentes na maioria dos dentes em que os selantes foram dados

como perdidos. Este estudo indica que os selantes ionoméricos não tem boa resistência e

retenção. No entanto, caso o selante se dê como perdido, os remanescentes do material

podem continuar a evitar a cárie por meio da liberação de flúor.

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Alguns anos depois, Percinoto, et al. (1995) realizaram pesquisa utilizando quarenta

e oito pré molares superiores e inferiores hígidos, a serem extraídos por motivos

ortodônticos, sob isolamento absoluto, profilaxia, condicionamento com ácido fosfórico a

37% e selados com material resinoso e ionomérico. Após a medição em diferentes locais do

selante chegou-se a conclusão de que quando se lança mão de condicionamento acido

prévio com ácido fosfórico a 37%, ambos apresentam boa penetração, dando destaque ao

selante de ionômero de vidro.

Smales, Gao e Ho (1997) comparou quatro cimentos de ionômero de vidro

convencionais desenvolvidos especificamente para uso com o Tratamento Restaurador

Atraumático (ART) com um selante resinoso. Trinta dentes molares inferiores permanentes

foram aleatoriamente divididos em cinco grupos. Utilizando uma sonda exploradora,

realizou-se a aplicação do selante previamente condicionado com ácido poliacrílico a 10%.

Os dentes foram termociclados e, em seguida, as coroas imersas em corante azul de

metileno e, posteriormente, seccionados. Não houve diferenças estatisticamente

significativas entre qualquer um dos cinco materiais. Os cimentos, no entanto, mostraram

uma melhor penetração da fissura do que o selante.

Tanaka et al. (1987), após realizar pesquisa com selante contendo flúor, além de

confirmar a incorporação do mesmo no esmalte, relataram a presença de flúor em

concentrações significantes em uma profundidade de até 60 μm do esmalte.

Pardi (2002) concluiu que os selantes ionoméricos apresentam-se efetivos na

prevenção e no controle de lesões de cárie nas fossas e fissuras. Após comparar diferentes

materiais a serem utilizados como selante dessas regiões, avaliando sua retenção e

efetividade como barreira para o biofilme, Pardi relatou que os selamentos avaliados após

24 meses apresentaram baixa retenção a superfície e, mesmo assim, foram efetivos na

prevenção da doença. Já os materiais avaliados entre seis meses e um ano apresentavam

retenção total satisfatória.

Modesto et al. (1998) observaram que mesmo com a desvantagem da baixa

resistência e a possibilidade de fratura do selante ionomérico quando o dente entra em

oclusão, deve-se levar em consideração que esse ponto negativo do material pode ser muito

interessante para o profissional, uma vez que, após a perda do selante, a região que passou

pelo tratamento pode ser visualizada e reavaliada. Com este incidente, o profissional pode

aplicar de maneira criteriosa o selante ionomérico ou lançar mão de um selante contendo

carga resinosa ou que seja um material exclusivamente resinoso de alta fluidez. Em casos

de pacientes colaboradores, o cirurgião dentista ainda pode optar em não aplicar novamente

o selante, fazendo um controle de biofilme na superfície dental, associado ou não a

aplicação tópica de fluoretos.

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Hoeppner et al. (1998) por meio de pesquisa in vitro, desenvolveram um trabalho

com a finalidade de estudar a penetração do selante Estiseal® (Kulzer) no esmalte dental,

quando realizada ou não a profilaxia da superfície com bicarbonato de sódio e

condicionamento com ácido fosfórico a 37%. Para o estudo, foram utilizados 48 pré molares

hígidos de adolescentes, extraídos por motivos ortodônticos, divididos em grupos com oito

amostras. Os grupos I, II e III foram submetidos à profilaxia com a ação do jato de

bicarbonato (Profident® – Dabi Atlante) e condicionamento ácido por 15, 30 e 60 segundos

respectivamente, enquanto os grupos IV, V e VI sofreram apenas o condicionamento ácido

durante o mesmo tempo que os grupos anteriormente citados. Por meio de microscopia

óptica comum, avaliando as projeções resinosas obtidas com os procedimentos, conclui-se

que a profilaxia com jato de bicarbonato é um procedimento importante na realização de

selantes e, que quando realizada com o condicionamento ácido fosfórico a 37%,

proporciona melhor penetração do selante no esmalte condicionado.

Após avaliação de amostras de um grupo de dentes selados que foram submetidos a

profilaxias realizadas com pedra pomes e outro grupo de amostras que tiveram as

profilaxias realizadas com pasta profilática, Grande et al. (1993) constataram, depois de 24

meses do procedimento, o primeiro grupo com 82% de retenção dos selantes e 71% de

retenção no grupo em que se lançou mão da técnica com pasta profilática.

O cimento de ionômero de vidro é um selante em que, considerando suas

características cariostáticas, a afinidade com superfícies úmidas e um menor tempo de

tratamento favorece a sua aplicação em dentes que ainda não estão totalmente irrompidos e

em pacientes em que o comportamento e o manejo não são favoráveis. Isso torna esse

material um selante bastante promissor (WILLIAMS, 1996).

O período mais indicado para se realizar o selamento de fossas e fissuras de um

dente é quando ele está em sua fase de maturação pós-eruptiva. O momento crítico dos

tecidos dentais, quanto a sua resistência à doença cárie, é o espaço de tempo entre a sua

erupção na cavidade bucal até a sua completa oclusão com o dente antagonista. Porém,

este período oferece algumas condições de trabalho desfavoráveis na execução do

procedimento, sendo uma delas a manutenção do campo operatório seco (CAUFIELD,

CUTTER; DASANAYKE, 1993).

Newbrun (1992) e Ripa (1982) contra indicam o selamento de cicatrículas e fissuras

nos dentes que já estão presentes na cavidade bucal há mais de quatro anos, pois ela não

se faz necessária, e também nos dentes em que se encontram lesões cariosas extensas ou

proximais.

Existe também o método invasivo de aplicação do selante, em que uma erradicação

parcial ou total da fissura questionável é feita com brocas, realizando-se o selamento ou a

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restauração com cimento de ionômero de vidro, resina composta ou amálgama (NAVARRO,

1998).

Segundo Vono e Vono (1992), o método invasivo é uma alternativa da técnica de

aplicação dos selantes, realizada em dentes cujas fossas e fissuras se apresentem com

cárie de pouca extensão e profundidade e consiste na remoção do tecido cariado, de

maneira extremamente conservadora, com pontas ou brocas de pequeno diâmetro,

procedendo-se depois aos demais passos técnicos da aplicação do selante.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O estudo in vitro foi cruzado, duplo cego e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade São Francisco sob o número 237.679 (ANEXO 1). A variável de

resposta foi medida através da Microdureza Knoop (KHN)

2.2 OBTENÇÃO E SECÇÃO DAS AMOSTRAS

Para este estudo foram utilizados 18 dentes humanos terceiros molares hígidos,

obtidos através do banco de dentes da Universidade São Francisco. Os dentes foram limpos

através de raspagem para remoção de restos teciduais e armazenados à temperatura de

4ºC, em água destilada (conforme protocolo do banco de dentes da USF) e esterilizados em

autoclave por 20 minutos a 121ºC. (FIGURAS 1A, 1B e 1C)

FIGURA 1 - A: Dentes selecionados; B: Armazenamentos dos dentes a 4°C em água dd; C: Dentes

devidamente acondicionados em grau cirúrgico para esterilização.

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Os dentes foram seccionados de maneira que se obtivessem fragmentos do sulco

oclusal de 3mm de altura. As secções foram realizadas manualmente com discos

diamantados dupla face parcial / granulação fina (KG 40602.003) e placas acrílicas foram

utilizadas para fixação dos dentes. Os cortes foram realizados sob refrigeração constante

com água deionizada e destilada (dd) para evitar trincas nos tecidos dentais. Para obtenção

das amostras na altura desejada foi necessária a planificação do lado oposto em lixa de

óxido de alumínio 320 (3M ESPE) . As dimensões dos fragmentos foram avaliadas com

paquímetro analógico (Starret 727), (FIGURAS 2A, 2B e 2C). Ao final, foram armazenadas

em recipientes plásticos fechados, com água dd e conservados em geladeira a 4ºC.

FIGURA 2 - Secção do fragmento oclusal; B: Planificação do lado oposto para obtenção da

espessura correta; C: Amostras prontas para tratamentos.

2.3 MATERIAIS SELADORES

Foram selecionados um selante resinoso FluroShield®, material resinoso que possui

fluoreto em sua composição; a resina composta Opallis Flow® como controle negativo e o

cimento de ionômero de vidro Riva Protect® que libera fluoreto como controle positivo

(QUADRO 1), (FIGURAS 3A, 3B e 3C).

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QUADRO 1 – Composição dos materiais utilizados no experimento.

Materiais Composição Fabricante

FluroShield®

Bis-GMA uretano modificado, trietileno glicol, di-

metacrilato, borosilicato de alumínio e bário, ester

tetracrilico ácido fosfórico, fluoreto de sódio, n-

metildietanolamina e canforoquinona

Dentsply

Opalis Flow®

BisGMA, TEGMA, BisEMA, canforoquinona, co-

iniciadores, conservantes, pigmentos, 72% de partículas

de bário-alumínio-silicato silanizadas e nanopartículas de

dióxido de silício

FGM

Riva Protect®

Compartimento 1 (em pó): Vidro de aluminofluorsilicato e

ácido poliacrílico. Compartimento 2 (líquido): ácido

poliacrílico, ácido tartárico e ingredientes equilibrantes

SDI

FIGURA 3 – A: Selante resinoso com fluoreto na composição (Fluro Shield® – Dentsply), B: Resina

composta sem fluoretos (Opallis Flow® – FGM); C: Cimentos de ionômero de vidro (Riva Protect

® –

SDI)

Os materiais foram aplicados segundo instruções dos fabricantes (QUADRO 2). Após

a aplicação, as amostras foram observadas em lupa convencional para verificar possíveis

bolhas. Vale ressaltar que as amostras foram seladas 24 horas antes do início do

experimento e permaneceram em 100% de umidade relativa.

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QUADRO 2 – Aplicação dos materiais conforme orientação dos fabricantes

Materiais Instruções do fabricante

FluroShield® Aplicar o ácido fosfórico a 37%. Lavar, secar, e aplicar o selante.

Fotopolimerizar por 20 segundos

Opalis Flow® Aplicar o ácido fosfórico a 37%. Lavar, secar, e aplicar a resina.

Fotopolimerizar por 40 segundos.

Riva Protect®

Aplicar um ácido poliacrílico, lavar e secar, aplicar o material

diretamente na superfície dental ou dentro das cicatrículas. Quando o

material perder a superfície brilhante, aplicar uma camada fina de

adesivo convencional e fotopolimerizar por 20 segundos.

2.4 FASE EXPERIMENTAL

A área das amostras que foi exposta à indução de desmineralização foi determinada

através de esmalte para unhas (Risqué®, São Paulo, SP, Brasil), mantendo uma área média

de exposição de 17,21mm2 por amostra. Os grupos foram submetidos à ciclagem de

desmineralização e remineralização por 8 dias a 37ºC (Shinkai et al, 2001). Cada ciclo foi

composto por 24 horas, sendo 7 horas sob imersão em solução desmineralizante e 17 horas

em solução remineralizante. A solução desmineralizadora é composta por ácido acético com

2,2 mM de Cálcio (CaCl2), 2,2 mM de fosfato (NaH2PO4); 50 mM de ácido acético e 1 ppm

de flúor, pH 4,5 (6,25ml /mm2 de área exposta). A composição da solução remineralizadora

é de 1,5 mM de Cálcio, 0,9 mM de Fosfato, 0,15 M KCl, pH 7 (3,125 mL/mm2) (Shinkai et

al., 2001 modificado). A solução remineralizadora foi renovada diariamente ao passo que a

solução desmineralizadora foi renovada apenas no 4º dia do ciclo (DELBEM, CURY, 2002;

PAES-LEME et al, 2003), (FIGURAS 4A, 4B e 4C). Todas as soluções foram manipuladas

pelo laboratório de farmacognosia, do curso de farmácia, da USF – campus de Brgança

Paulista. Após a ciclagem de pH, a superfície da amostra apresentou um aspecto

esbranquiçado, mostrando a desmineralização do substrato.

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FIGURA 4 - A: Delimitação da área a ser exposta ao processo de ciclagem de pH; B: Amostras do

grupo B em solução desmineralizadora C: Estufa a 37°C

2.5 ANÁLISES

As amostras foram seccionadas ao meio e inclusas em cilindros de resina acrílica

com com diâmetro de 3 cm e altura de 8 mm. As superfícies das amostras seccionadas

foram polidas para posterior leitura da microdureza. Foram utilizadas lixas de Al2O3 de

granulação 320, 400, 600 e 1200 em politriz (APL-4 Arotec), sob refrigeração com água.

Para o polimento final foram utilizados discos de feltro (Polishing Cloth Buelher nº 40-7618)

e pasta de diamante de 1 m (Master Diamond® - Arotec, Cotia, SP, Brasil), (FIGURAS

5A, 5B e 5C). Entre os procedimentos de polimento, as amostras foram colocadas em

aparelho de ultrassom (Ultrassonic®) com água dd para remoção das partículas de lixa e

para não prejudicar o polimento seguinte. Em seguida, as amostras foram lavadas em água

dd corrente e armazenadas em recipientes plásticos fechados, cobertos com papel

absorvente umedecido em água dd e conservados em geladeira a 4ºC.

FIGURA 5 - A: Secção das amostras; B: Preparo para inclusão das amostras; C: Amostras inclusas e

devidamente polidas.

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As mensurações de microdureza Knoop foram realizadas na região interna do

esmalte ao redor de um dos lados do selante aplicado, nas profundidades de 20, 40, 60, 80,

100, 120, 140 e 160 m em relação à superfície do esmalte e na distância de 10 m do

selante oclusal em todas as profundidades, utilizando carga de 50 gramas durante 5

segundos. Esta distância foi alterada de acordo com a extensão da desmineralização

(FIGURAS 6A e 6B).

FIGURA 6 – A: Esquema representativo da região e profundidade de medição da dureza do esmalte;

B: Microdurômetro utilizado no experimento (marca, modelo Shimatzu®).

2.6 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Os valores KHN encontrados foram analisados com a Análise de Variância (ANOVA)

por experimento em blocos com repetições e Teste de Tukey (ANEXO 2), através do

programa estatístico ASSISTAT 7.6 beta. (FIGURA 7). Todos os testes foram realizados

com nível de significância de 1% e 5%. Para a melhor compreensão dos dados, os valores

obtidos foram posteriormente transformados em % de volume mineral, através da fórmula:

% volume mineral = 4,3 (√KHN) + 11,3 (FEATHERSTONE et al., 1983).

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FIGURA 7 - Programa estatístico utilizado para tratamento dos dados.

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3 RESULTADOS

Após a determinação da microdureza e tratamento estatístico dos dados, os

resultados mostraram que quando comparados, os selantes apresentam significativa

diferença estatística entre os grupos experimentais (p<0,01). Entre as profundidades,

observou-se significância estatística (p<0,05), entretanto, não é possível observar diferença

de microdureza entre as profundidades quando estas são correlacionadas aos grupos

experimentais (p>0,05), (TABELA 1), (GRÁFICO 1), (TABELA 2), (GRÁFICO 2).

TABELA 1 - Números estatísticos

Fonte de variação Soma dos quadrados Estatística do teste

Amostras 211.422.036.056 180.6760 **

Profundidades 780.691.889 0.1906 *

Amostras x Profundidades 4.542.504.611 0.5546 ns

Resíduo 70.210.316.333 ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < .01)

* significativo ao nível de 5% de probabilidade (.01 ≤ p < .05) ns não significativo (p ≥ .05)

GRÁFICO 1 - Diagrama de dispersão mostrando média das amostras e tendência linear da relação de dureza Knoop pelas profundidades medidas.

0

100

200

300

400

500

600

0 50 100 150 200

KN

H

Profundidades

Médias e tendência linear da relação de profundidades

Riva Protect

FluroShield

Opallis Flow

Linear (Riva Protect)

Linear (FluroShield)

Linear (Opallis Flow)

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32

TABELA 2 - Medidas KNH convertidas em % de volume mineral (todos os valores em %)

Amostras 20 40 60 80 100 120 140 160 Média

Riva Protect®

109,8 112,3 105,4 103,6 106,8 108,0 105,7 107,0

102%

103,8 104,3 100,6 105,6 104,7 107,2 97,1 107,4

107,6 104,4 108,4 106,8 107,1 102,1 103,8 103,5

112,1 101,6 101,4 117,8 103,3 115,1 107,8 109,7

101,7 101,5 94,9 95,0 99,2 95,5 93,8 93,6

94,8 97,0 90,0 95,2 94,5 90,4 98,3 94,2

FluroShield®

92,2 85,5 77,4 69,6 75,2 81,2 79,2 85,3

91%

83,4 88,3 95,8 95,8 87,9 90,6 100,3 93,1

92,7 87,5 90,1 94,8 90,6 92,9 92,5 96,3

72,9 92,8 95,1 92,1 91,2 98,0 107,7 95,0

92,0 94,8 95,0 92,8 96,4 91,2 101,1 92,9

97,9 96,0 92,9 92,2 91,5 92,9 97,2 92,9

Opallis Flow®

50,1 47,0 49,1 54,2 50,3 49,6 53,5 54,9

62%

76,4 66,0 66,5 65,5 61,1 62,2 61,4 64,5

102,3 93,6 89,6 86,4 85,3 93,6 75,5 69,9

55,8 50,3 52,5 52,2 88,9 86,5 58,0 55,8

52,8 52,9 53,0 54,5 54,9 55,8 61,1 59,8

70,3 72,0 63,3 61,3 61,1 61,1 57,8 56,4

GRÁFICO 2 - Médias da % de volume mineral, de todas as amostras, em todas as profundidades.

Concomitantemente à leitura dos dados ao microdurometro, através das objetivas de

aumento de x100 e x400, foi possível a obtenção de imagens ilustrativas que mostram as

interfaces analisadas (FIGURAS 8, 9 e 10).

0

20

40

60

80

100

120

20 40 60 80 100 120 140 160

% d

e v

olu

me

min

era

l

Profundidades

% de volume mineral vs profundidades

Riva Protect

FluroShield

Opallis Flow

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FIGURA 8 - Amostra tratada com selante

iononomérico (Riva Protect® – SDI), aumento

de x100 – E: Esmalte; S: Selante; R: Resina

de embutimento.

FIGURA 9 - Amostra tratada com selante

resinoso fluoretado (FluroShield® –

Dentsply), aumento de x100 – E: Esmalte;

S: Selante; R: Resina de embutimento.

FIGURA 10 - Amostra tratada com resina

composta fluída, sem fluoreto (Opallis Flow® –

FGM), aumento de x400 – E: Esmalte; S:

Selante; R: Resina de embutimento, *:

Detalhe para área de desmineralização do

esmalte adjacente ao selante.

E E

S

R

R

S

E

E

* S

R

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4 DISCUSSÃO

Novos materiais têm sido desenvolvidos na tentativa de inibir a formação de cárie, a

qual demonstra ser a maior responsável pela perda precoce do elemento dental. É

imensurável a quantidade de trabalhos encontrados na literatura que descrevem o fluoreto

como um agente anticariogênico. Uma grande quantidade de mecanismos está envolvida

neste efeito, incluindo como principais a redução da desmineralização e o aumento da

remineralização, além da interferência na formação da película de biofilme dental e a

inibição do crescimento bacteriano (FEJERSKOV E CLARKSON, 1996; FEATHERSTONE

et al., 1994; MUKAITEN; CATE, 2002).

Esta pesquisa vem a corroborar com tais evidencias científicas ao observarmos o

gráfico 2 e a tabela 2, cujos dados não deixam dúvidas da eficácia do flúor na interferência

do processo de desmineralização causada pelo meio ácido. Os mesmos dados mostram

ainda, que o cimento de ionômero de vidro foi ainda mais eficiente no controle da

desmineralização do esmalte adjacente ao selante.

Em 1990, Prado publicou um estudo avaliando comparativamente a eficiência de um

selante Bis-GMA e um selante ionomérico na prevenção de cáries oclusais em segundos

molares decíduos e primeiros molares permanentes. Após 18 meses de avaliação, ambos

os materiais se mostraram efetivos na prevenção da cárie oclusal, embora o selante

resinoso tenha apresentado maior grau de retenção.

Em 1995 Karlzen-Reuterving e Van Dijken, publicaram um estudo com semelhante

comparação, porém com um tempo de avaliação de três anos e ênfase na retenção dos

materiais. Os autores observaram nesse período que 20,8% dos selantes resinosos

estavam parcialmente perdidos, assim como 34,7% dos selantes ionoméricos, ao passo que

no mesmo período 0% e 37,5%, respectivamente, já não existiam mais.

Em contrapartida, Boksman (1987) e Seppa e Fors (1991) sugerem que fissuras

seladas com CIV são mais resistentes à desmineralização que uma superfície não selada,

mesmo após a perda do selante, devido aos resíduos de partículas do material nas fissuras.

Os selantes ionoméricos, portanto, tornam-se uma boa alternativa de escolha quando

avaliações periódicas para a verificação de integridade do material não são possíveis de

serem realizadas.

Neste estudo, fica bastante evidente o efeito do CIV e do selante resinoso fluoretado,

no que se refere à desmineralização do esmalte, quando comparado ao selante Bis-GMA

sem adição de íons fluoreto. Todavia, trata-se de um estudo laboratorial, cuja proposta foi

avaliar apenas uma variável: microdureza do esmalte, após desafio cariogênico in vitro. Em

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um estudo clínico, fatores como oclusão, dieta, higiene do paciente e tantas outras variáveis,

merecem ser analisadas e, por este motivo, é bastante compreensível que os resultados

possam ser divergentes dos aqui encontrados.

Segundo Penteado (2001), apesar de muito pouco retentivo, o selamento com

material ionomérico deveria ser a escolha preferencial em casos de pacientes com alta

atividade cariogênica, pois mostra-se eficaz na inativação de certas lesões de cárie, devido

ao seu poder de liberar fluoretos para o meio, mesmo quando ausente, já que estudos

mostram que partículas do material permanecem no fundo das fissuras. Deve-se, no

entanto, ressaltar que se fazem necessários mais estudos longitudinais em relação aos

selantes ionoméricos e, que como bons materiais para selar fissuras que são, seu uso

poderia ser também mais difundido nos programas públicos de saúde bucal.

Há ainda outro material que merece ser contemplado. Embora inferior ao selante

ionomérico, os resultados deste trabalho apontam um efeito significativo ao selante resinoso

fluoretado, que, após ciclagem de pH, ainda obteve escores de 91% de volume mineral nas

estruturas de esmalte adjacentes à sua aplicação.

Vale lembrar que a porcentagem de volume mineral é calculada pela fórmula descrita

por Featherstone et al. (1983) e utiliza-se de microdureza média de dentes humanos e

hígidos que variam de 200 a 500 KHN. Sendo assim, e comparando-se o gráfico 1 com a

tabela 4, fica explicada a alta porcentagem de volume mineral medida nas amostras que

contem fluoreto deste experimento, uma vez que a média KNH das mesmas encontram-se

muito próximas e, em alguns casos, até além dos valores máximos de referência.

Ainda sobre a confiabilidade do selante resinoso com fluoreto em sua composição e

endossando os resultados aqui apresentados, Vilela et al, (1998) avaliaram o desempenho

de dois materiais utilizados como selante oclusal (Fluroshield® e Vitremer®), para o estudo

46 pré-molares, superiores e/ou inferiores, sem sinais clínicos de lesões de cárie foram

avaliados, sendo que 23 dentes foram selados com Vitremer® e 23 com Fluroshield®. Após

seis, doze e vinte e quatro meses de acompanhamento, observaram que o Vitremer®

apresentou uma retenção total de 91,30%, 91,30% e 82,60%, enquanto o FluroShield®

apresentou 100% de retenção total nos três intervalos de tempo. Concluíram, por fim, que

ambos os materiais impediram o desenvolvimento de lesões de cárie, independente de sua

retenção e períodos avaliados.

Confirmando os resultados descritos neste trabalho, Wiegand et al. (2006) afirmaram

que devemos levar em consideração que no cimento de ionômero de vidro ocorre uma

reação com o ácido poliacenólico, que favorece a reação de liberação de íons fluoreto, o

que não ocorre nos sistemas poliméricos, uma vez que estes íons podem ficar

encapsuladas na matriz polimerizada, não sendo possível sua liberação. Apesar do bom

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desempenho do FluroShield®, a retenção das partículas na matriz pode ter contribuído para

sua performance diante do desafio cariogênico deste experimento.

Outra evidência científica bem descrita por De Moor et al. (1996), e que certamente

valida e explica nossos resultados, é que a liberação de fluoreto através das partículas

fluoroaluminiosilicato pelo cimento de ionômero de vidro, é altíssima nas primeiras 24 horas.

Após essa alta inicial, a liberação de fluoreto ocorre lentamente e por prolongado tempo. Isto

ocorre quando os vidros são dissolvidos na água acidificada da matriz hidrogel. É, portanto,

plausível dizer que as amostras desta pesquisa, que foram tratadas com o CIV Riva Protect®

- SDI, partiram para a ciclagem de pH com vantagem em relação ao material não fluoretado,

haja visto que os fragmentos oclusais receberam os selantes 24 horas antes do início dos

ciclos.

Diante do exposto, sugere-se que os materiais mais adequados para o selamento de

cicatrículas, sulcos e fissuras são os que contém fluoretos. Dependem, porém de muitos

fatores, cabendo ao cirurgião dentista, na análise individual do paciente e das condições de

aplicabilidade técnica, prescrevê-lo de maneira correta.

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37

CONCLUSÃO

Com base na análise dos dados, é possível concluir que selantes que contém

fluoreto na sua composição promovem menor desmineralização do esmalte adjacente à sua

aplicação, especialmente aqueles que fazem liberação constante desses íons, sugerindo ter

excelente potencial para o controle de desenvolvimento de lesões cariosas em sulcos

dentais.

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ANEXOS