âncoras e amanualidade: quando um link é mais que um meio

19
Título do artigo: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio Autores: Rodrigo Freese Gonzatto Luiz Ernesto Merkle Imagens deste slide: logo do PPGTE, logo do CHTS e logo da UTFPR II Seminário Internacional Empírika

Upload: rodrigo-freese-gonzatto

Post on 04-Jul-2015

677 views

Category:

Technology


0 download

DESCRIPTION

Slides da comunicação oral do artigo no II Seminário Internacional Empirika 2012, na Unicamp (Campinas - SP)

TRANSCRIPT

Page 1: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Título do artigo:

Âncoras e Amanualidade:quando um link é mais que um meio

Autores:

Rodrigo Freese GonzattoLuiz Ernesto Merkle

Imagens deste slide: logo do PPGTE, logo do CHTS e logo da UTFPR

II Seminário Internacional Empírika

Page 2: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Objetivos

● Explorar a Hipermídia com a contribuição dos estudos em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS).

● Buscar o conceito de amanualidade de Álvaro Vieira Pinto para compreender o conceito de âncora.

● Este conceito permite avaliar os artefatos em uma perspectiva histórica, cultural, crítica e situada.

Page 3: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Álvaro Vieira Pinto

● Filósofo brasileiro (1909 – 1987)

● Formado em medicina, foi professor de filosofia e de lógica, além de pesquisador e tradutor

● Diretor do Departamento de Filosofia doInstituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB)

● Exílio com o golpe militar de 1964

● Traduziu obras de Lukács, Chomsky, Levi-Straus, Jaspers, Berger e Luckmann

Page 4: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Álvaro Vieira Pinto

● Autor de Consciência e Realidade Nacional; Ciência e Existência; O Conceito de Tecnologia, este último terminado em 1973, mas somente publicado em 2005

● Fenomenologia, Existencialismo, Marxismo e Cibernética

● Construção social da realidade: a tecnologia como existência do homem no mundo

● Sua visão de mundo auxiliou Paulo Freire a criar o seu método

Page 5: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Conceitos em Ciência e Tecnologia● Conceito ingênuo de tecnologia: determinismo

tecnológico

● Conceito crítico de tecnologia: a tecnologia é compreendida em sua dimensão crítica, histórica, situada, politica e com valores

Page 6: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Hipermídia e Determinismo tecnológico● Conceito ingênuo: Hipermídia entendida como “convergência

de mídias”, como uma "revolução tecnológica" em curso, resultado de uma "era da Informação", que muda o homem.

– Suportes, artefatos e linguagens nunca forammesclados antes?

– Os progressos da técnica possuem uma qualificação inédita? Só agora temos “mais” tecnologia?

– Não houveram momentos anteriores onde não houvesse informação?

Page 7: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Hipermídia e Determinismo tecnológico● Caráter ideológico da tecnologia: qual a intenção de

posicionar uma época como superior?

● Amanualidade: fundamento da concepção de mundo de Álvaro Vieira Pinto que nos permite uma compreensãonão-determinista da Hipermídia:

– Tecnologia como mediação

Page 8: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Amanualidade

● Amanualidade: relação entre o ser humano e os objetos ao seu redor

– Os objetos carregam o trabalho que o gerou, são transformados em sua criação e no seu uso

● Ser-humano-em-situação: mescla entre a pessoa e seu trabalho - reelaboração constante da própria humanidade do ser humano

– O "grau de domínio" do sujeito sobre o objeto e o "grau de subordinação" que a situação lhe impõe

Page 9: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Ready-to-Hand (Heidegger) e Amanualidade (Vieira Pinto) ● Heidegger: artefatos se apresentam ou estão prontos

para ações possíveis

– um artefato está presente (present-to-hand) e/ou pronto para ser usado (ready-to-hand)

● Vieira Pinto: os artefatos são construídos socialmente

– Por ser social, um artefato pode estar presente (present-to-hand) e/ou disponível para ser usado (ready-to-hand), mas nunca finalizado.

Page 10: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Amanualidade e hipertextualidade

● A ação humana re-projeta os artefatos, coetâneamente se reprojeta e historicamente se faz, em situação.

● Como podemos pensar essa visão de mundo no hipertexto? Em especial, as âncoras (hiperlinks)?

Page 11: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Âncoras (hiperlinks)

● Âncoras em sua história junto à hipertextualidade: como indicamos conexões entre textos?

– Nos meios impressos: citação, rodapés e índices

– Nos meios digitais: âncoras oferecem velocidadeà interligação entre diferentes documentos.

● As âncoras possuem uma história de transformações e um uso que os projeta para novas mudanças.

Page 12: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Âncoras e transformação

● Amanualidade e âncoras: o projeto daquele que age com o hipertexto perante as restrições que este apresenta.

● A seguir, exemplos comparando o início das âncoras na internet e seu desenvolvimento, a partir dos usos:

Page 13: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

● Situação: Âncoras na internet indicadas apenas portextos azuis sublinhados que abrem novas páginas

● Problemática: A indicação do que é uma âncora determinada pelo software de navegação (browser). Páginas com estilo similar, em sua maioria.

● Transformação: Experimentação de formatação da página levou a âncoras indicadas de outras maneiras (com cores, mudanças de fundo ao passar o cursor, etc).

Page 14: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

● Situação: Âncoras que abrem páginas em um diferente frame no mesmo endereço, para que fosse possível criar hipertextos com conteúdos de outros endereços, apresentados em uma mesma páginas

● Problemática: A utilização de âncoras para estas páginas mostrou que, quando a página é atualizada a âncora não leva ao destino desejado.

● Transformação: Construção de páginas com endereços cujas âncoras são únicas e de páginas dinâmicas.

Page 15: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

● Situação: Apenas quem desenvolve o hipertexto indica o destino das âncoras.

● Problemática: Unilateral. E quando a âncora indica um página que se tornou inexistente (link quebrado)? E se outra âncora for mais adequada?

● Transformação: Desenvolvimento hipertextos abertos à participação: aquele que acessa o texto pode modificá-lo (exemplo: Wikipedia). Experimentos: Co-links.

Page 16: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Âncoras e transformação

● Hoje, âncoras na internet são indicadas de diversas maneiras, por exemplo: com cores, texto sublinhado, alteração do fundo ao passar o cursor, ou ainda indicadas apenas pelo cursor:

● Como podem ser indicadas as âncoras:

– em dispositivos nos quais a única interação é por tela sensível ao toque (não há cursor)?

– em dispositivos cujo acesso se dá por voz/fala?

Page 17: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Considerações finais

● As âncoras se transformam e se tornam cada vez mais elaboradas para que o homem solucione as novas contradições que surgem a partir das próprias soluções que cria. É um processo social.

● Um link é mais que um meio: é mediação.

– Representa as ações possíveis do homem e constitui a situação existencial humana no mundo.

Page 18: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Principais referências

● VIEIRA PINTO, Álvaro. O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.

● FREITAS, Marcos Cezar de. Economia e educação: a contribuição de Álvaro Vieira Pinto para o estudo histórico da tecnologia. Revista Brasileira de Educação, v.11 n. 31 jan./abr. 2006.

● JOHNSON, Steven. Cultura da Interface - Como o computador transforma nossa maneira de criar e comunicar. Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

● PRIMO, Alex ; RECUERO, Raquel da Cunha. A terceira geração da hipertextualidade: cooperação e conflito na escrita coletiva de hipertextos com links multidirecionais. Líbero (FACASPER), v. IX, p. 83-93, 2006.

Page 19: Âncoras e Amanualidade: quando um link é mais que um meio

Contato

Rodrigo Freese [email protected]

Luiz Ernesto [email protected]

UTFPR: Universidade Tecnológica Federal do Paraná– Curitiba

PPGTE: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade

CHTS: Grupo de estudos em Ciências Humanas, Tecnologia e Sociedade