anatomia radiologica dos dentes permanentes

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FACULDADE NOVAUNESC ANATOMIA RADIOLOGICA DOS DENTES PERMANENTES

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FACULDADE NOVAUNESC

ANATOMIA RADIOLOGICA DOS DENTES PERMANENTES

TERESINA, NOVEMBRO DE 2012.

ANATOMIA DOS DENTES PERMANENTES SUPERIORES E INFERIORES

ESTRUTURA ANATÔMICA COMUM A TODOS OS DENTES:

1. Coroa e Raiz:

O elemento dental é dividido em duas porções distintas: coroa e raiz. O limite

divisório entre elas é de fácil visualização e se caracteriza como uma linha contínua,

sinuosa e de formato variável que se estende por todos os lados dos dentes. É a

linha do colo anatômico, correspondente à região cervical do dente. A cada um

destes lados chamamos faces.

Podemos classificar estas faces como:

• Faces livres (vestibular, lingual ou palatina): são as faces dos dentes que não

matem contato com outros dentes da mesma arcada, estando voltadas,

respectivamente, para o lábio e bochechas (vestíbulo bucal) e para a língua

ou palato;

• Faces proximais (mesial e distal): são as faces que mantêm contatos com os

dentes da mesma arcada, estando voltadas, respectivamente, para o plano

sagital mediano, e para a porção posterior dos arcos dentais. A face distal dos

últimos molares não faz contato com dentes vizinhos;

• Borda incisal: apesar de não ser uma face, é uma característica importante

dos dentes anteriores. É formada pelo encontro das faces vestibular e lingual

destes dentes.

• Face oclusal: é a face dos dentes posteriores voltada para o arco antagonista.

As faces levam o nome do lado para o qual estão voltadas.

• Faces livres: vestibular e lingual (ou palatina nos superiores).

• Faces proximais: mesial e distal.

Didaticamente, o estudo da anatomia da coroa dental é amplamente facilitado

pela divisão das faces em terços e pelos sentidos de visualização.

Em uma vista vestibular ou lingual, dividimos a face do dente no sentido

horizontal em terço mesial, médio e distal, e no sentido vertical, em terço oclusal ou

incisal, médio e cervical (fig. 1).

Em uma vista proximal, dividimos a face do dente em terço vestibular, médio

e lingual no sentido horizontal e, no sentido vertical, em terço incisal ou oclusal,

médio e cervical (fig. 1).

Em uma vista oclusal teremos uma face dividida em terço mesial, médio e

distal no sentido médio-distal e, no sentido vestíbulo-lingual teremos os terços

vestibulares, médio e lingual (fig. 2).

No terço cervical, as faces proximais apresentam uma depressão

característica, de maior magnitude e concavidade nas fazes mesiais e quase

imperceptível nas faces distais. Estas concavidades, chamadas lojas papilares, são

preenchidas pela papila gengival.

Figura 1: vista vestibular e vista proximal do dente 23.

Figura 2: vista oclusal.

2. Fossa lingual

É uma depressão da face lingual delimitada pela borda incisal, cristas marginais

e cíngulo (figura 3).

Figura 3

3. Linha do colo

É uma linha contínua e sinuosa que divide o dente em cora e raiz. Em relação à

borda incisal ou face oclusal, é côncava nas faces livres e convexa nas proximais

(fig. 4).

Figura 4: Linha do colo. Dente 21.

4. Cíngulo

É uma saliência de esmalte no terço cervical da face lingual (fig. 3).

5. Bordas

São segmentos de reta que delimitam a transição entre faces dentais, levando o

nome das faces que delimitam (fig. 5 e fig. 6).

Figura 5: Borda vestíbulo-distal. Dente 21

Figura 6: Borda mésio-lingual. Dente 21

6. Bossas

São elevações ou saliências de esmalte que se sobressaem nas faces dentais

(fig. 7).

As bossas vestibulares, mesial e distal têm localização comum a todos os

dentes, a saber:

• Bossa vestibular: terço cervical

• Bossa mesial: terço incisal ou oclusal

• Bossa distal: terço incisal ou oclusal, porém sempre localizada mais

próxima do terço médio que a bossa mesial.

A bossa lingual ou palatina varia do grupo anterior para o posterior,

localizando-se no terço cervical dos dentes anteriores e no terço médio das coroas

dos dentes posteriores.

Figura 7: Bossas vestibular e lingual do dente 23 e 24.

NUMERAÇÃO DA DENTIÇÃO PERMANENTE

Figura 8: numeração dos dentes permanentes.

11: Incisivo central superior direito

12: Incisivo lateral superior direito

13: Canino superior direito

14: Primeiro pré-molar superior direito

15: Segundo pré-molar superior direito

16: Primeiro molar superior direito

17: Segundo molar superior direito

18: Terceiro molar superior direito (siso)

21: Incisivo central superior esquerdo

22: Incisivo lateral superior esquerdo

23: Canino superior esquerdo

24: Primeiro pré-molar superior esquerdo

25: Segundo pré-molar superior esquerdo

26: Primeiro molar superior esquerdo

27: Segundo molar superior esquerdo

28: Terceiro molar superior esquerdo (siso)

31: Incisivo central inferior esquerdo

32: Incisivo lateral inferior esquerdo

33: Canino superior inferior esquerdo

34: Primeiro pré-molar inferior esquerdo

35: Segundo pré-molar inferior esquerdo

36: Primeiro molar inferior esquerdo

37: Segundo molar inferior esquerdo

38: Terceiro molar inferior esquerdo (siso)

41: Incisivo central inferior direito

42: Incisivo lateral inferior direito

43: Canino superior inferior direito

44: Primeiro pré-molar inferior direito

45: Segundo pré-molar inferior direito

46: Primeiro molar inferior direito

47: Segundo molar inferior direito

48: Terceiro molar inferior direito (siso)

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS DENTES PERMANENTES:

Incisivos centrais superiores (11 ou 21)

Possui coroa mais volumosa que o lateral;

Raiz cônica, volumosa e relativamente curta;

Fossa lingual rasa e ampla;

Cíngulo não muito evidente;

Linha do colo frequentemente entra pra direção do 1/3 médio da coroa

na face mesial; Visto por vestibular o 1/3 distal é mais arredondado e o

1/3 mesial é mais reto;

Raiz não distaliza.

Incisivos laterais superiores (12 ou 22)

Coroa menos volumosa;

Raiz cônica, menos volumosa e relativamente longa;

Fossa lingual estreita e mais profunda;

Na face lingual pode apresentar um forame cego, próximo ao cíngulo;

arredondado nas faces mesial e distal, por vista vestibular.

Incisivos centrais inferiores (31 ou 41)

• Coroa menor que o lateral, mais alongada;

• Face vestibular inclinada para a lingual;

• Visto por vestibular ou por lingual os 1/3 mesial e distal são retos ou

quase paralelos;

• Fossa lingual rasa e curta;

• Raiz achatada no sentido mésio-distal e discretíssimo desvio distal,

menor e mais achatada.

Incisivos Laterais inferiores (32 ou 42)

Coroa mais volumosa que a central;

Face vestibular inclinada para a lingual;

Face lingual mais alargada e mais escavada;

Desvio da face incisal para distal;

Raiz achatada no sentido mésio-distal e desvio distal mais acentuado,

raiz maior e mais volumosa.

Caninos superiores (13 ou 23)

Distância mésio-distal acentuada, coroa mais volumosa;

Cíngulo proeminente pode ocorrer forame cego;

Na face lingual são evidentes as cristas marginais;

Raiz cônica, muito longa e com sulcos proximais discretos;

Mais arredondado ou abaulado no terço distal da coroa.

Caninos inferiores (33 ou 43)

Distância mésio-distal menor, coroa mais alongada;

Cíngulo menos marcado, sem forame cego;

Reto no 1/3 mesial da coroa e arredondado no 1/3 distal;

Possui 1 cúspede, com a aresta mesial menor que a distal;

Raiz mais achatada, sulcos mésio-distais evidentes.

Primeiro pré-molar superior (14 ou 24)

Mais volumoso na face vestibular,

Possui 2 cuspedes, sendo que a CV >CL ou CP,

A margem mesial formada pela crista marginal mesial é mais alta que a

distal,

Na face oclusal são evidentes os sulcos principal e secundário,

De oclusal pra mesial em direção a raiz pode ocorrer um pequeno

sulco que não termina em foceta,

Possui 2 raízes com tronco radicular pouco mais espesso, no tronco

encontra-se frequentemente um sulco amplo antes da bifurcação das

raízes.

Primeiro pré-molar inferior (34 ou 44)

Mais volumoso na face vestibular do que a face lingual,

Cúspede V muito maior do que a cúspede L(às vezes essa cuspede se

reduz a um tubérculo),

Margem mesial é mais alta,

Na cúspede V a aresta mesial é menor que a distal;

A face oclusal possui a ponte de esmalte (uma elevação de esmalte

que liga uma cúspede a outra) evidente ou com um sulco principal

marcando-a, quando possui ponte de esmalte há duas fóssulas entre a

ponte sendo a mesial mais alta e menos profunda, quando não ocorre

ponte apresenta apenas uma fóssula,

Possui 1 raiz podendo ou não distalizar apicalmente, e possui um

sulcamento não muito evidente mesial na raiz.

Segundo pré-molar superior (15 ou 25)

Face V menos volumosa do que as do 24 e 14,

Possui duas cúspedes sendo semelhantes em suas alturas,

Sulcos principais e secundários não evidentes na face oclusal se

reduzindo apenas a uma fossula central,

Uma raiz com achatamento mésio-distal,

Margem mesial mais alta.

Segundo pré-molar inferior (35 ou 45)

Possui a face V mais volumosa (porém com pouca diferença) que a L,

Por vista lingual o 1/3 distal é mais arredondado ou abaulado,

Pode ter de duas a três cúspede (quando 2 uma V e outra L de

tamanhos aproximados; quando 3 uma V e duas L sendo a ML mais

volumosa que a DL),

Face oclusal em Y com sulcos principais e secundários evidentes,

Uma só raiz e é pouco frequente a distalização apical.

Primeiro molar superior (16 ou 26)

Possui face V menos volumosa q a L,

Possui 4 cuspedes 2 V e 2 L,

Possui ponte de esmalte entre as cuspedes ML e DV,

Possui uma protuberância de esmalte denominada de tubérculo de

Carabelli ou Tubérculo Anômalo na cuspede ML,

Na face oclusal encontra-se um sulco principal em forma de L na

mesial e em meia-lua pra distal,

Possui 3 raízes sendo 2 V (próximas no 1/3 apical da raiz) e 1 P ou L

(afastada das V no 1/3 cervical da raiz e tendendo a se aproximar

apicalmente,

Margem mesial mais alta.

Primeiro molar inferior (36 ou 46)

Pentacuspidado, pois

possui 5 cúspedes sendo 3 V

(a maior é a mesial e a menor sendo a distal) e 2 L(sendo mais alta e

mais volumosa a mesial),

Possui 2 raízes destalizadas com tronco radicular pequeno,

Face oclusal em W,

Sulco principal e secundário bastante evidente.

Segundo molar superior (17 ou 27)

Possui face V mais volumosa q a L,

Possui 4 cuspedes 2 V e 2 L,

Não possui ponte de esmalte entre as cuspedes ML e DV ou bastante

sulcada,

Não possui uma protuberância de esmalte denominada de tubérculo de

Carabelli,

Na face oclusal encontra-se um sulco principal em forma de L na

mesial e em meia-lua pra distal e um sulco reto ligando-os,

Possui 3 raízes sendo 2 V (distanciando no 1/3 apical da raiz) e 1 P ou

L (afastada das V no 1/3 cervical da raiz e um pouco mais alta),

Margem mesial mais alta.

Segundo molar inferior (37 ou 47)

Possui 4 cúspedes sendo a ML a mais alta e volumosa das 4,

Face oclusal em cruz com um sulco principal de M para D e outro de V

pra L,

Na face vestibular o sulco termina em foceta vestibular,

Possui 2 raízes 1 M e outra D todas distalizadas,

Margem mesial é mais alta que a distal.

Terceiros  Molares (18, 28, 38, 48)

Terceiro molar inferior

A morfologia característica desse dente pode ter similaridade tanto com o

primeiro quanto com o segundo molar inferior. No entanto tem uma larga diversidade

de formas, as quais se mostram, geralmente, muito complicadas. Algumas dessas

formas são multicuspidadas (geralmente possui de 4 a 5 cúspides), de arranjo

bastante irregular. Sua face distal é bastante convexa, e suas duas raízes, bastante

curvadas para distal, estão frequentemente fusionadas.

Terceiro molar superior

Este dente possui aspectos morfológicos mais variados que qualquer outro

dente. A diminuição do número de cúspides e de raízes leva a uma simplificação na

coroa e na raiz. Em geral, é o menor dos molares.

A forma da coroa lembra a do segundo molar tricuspidado. Sua face oclusal

costuma ser caracterizada por numerosos sulcos secundários, que lhe dão uma

aparência enrugada.

A morfologia do terceiro molar superior é tão variável que fica difícil identificar

exatamente as suas cúspides. Algumas vezes, a complexa morfologia reside no

aumento do número de cúspides e no confuso sistema de sucos.

CONDIÇÃO DENTAL EM EXAMES ODONTOLOGICOS

CASO 1:

Paciente possui todos os dentes permanentes, conforme fig 8, sendo que o

48 encontra-se erupcionado;

Restaurações nos dentes 17, 16, 26, 27, 36, 37 47, 46;

Lesão envolvendo a região de ramo, ângulo e corpo mandibular do lado

direito, diagnóstico de tumor odontogênico queratocisto;

Dente 48 que se encontra no interior da lesão;

Dentes 44 e 45 estão em contato com a lesão;

Dentes 22, 11, 13 com regiões radiolucidas.

CASO 2:

Paciente com ausência do dente 48 e na arcada superior presença de

quartos molares próximos aos seios maxilares;

Presença de dente supranumerário entre os incisivos superiores;

Restauração nos dentes 27, 26, 15, 14, 37, 36.

CASO 3

Paciente com dentes da arcada superior preservados;

Ausência dos dentes 46, 36;

Região de corpo e ramo horizontal direito da mandíbula nota-se a

presença de lesão radiotransparente de aspecto uniloculado, zonas de

transição definidas por fina margem esclerótica, discretamente insuflativa,

associada à reabsorção das raízes dentarias e deslocamento de vários

dentes.

CASO 4:

Radiografia periapical mostrando:

Arcada inferior direita, dentes 47, 46, 45, 44, 43;

Dentes 44 e 45 com restauração, sendo o 44 com restauração de polpa e raiz

e o 45 com restauração mesio-oclusal;

Fratura infra-gengival da parede palatina.

CASO 5:

Radiografia periapical mostrando:

Dentes da arcada inferior esquerda, dentes 33, 34, 35, 36, 37;

Prótese parcial fixa nos dentes 37 e 35;

No dente 35, há um pino intracanal (núcleo protético).

No periápice do dente 35, temos imagem radiolúcida característica de

rarefação óssea periapical e imagem sugestiva de fratura radicular.

CASO 6:

Dentes da arcada inferior direita, dentes 48, 47, 46;

Restauração mesio-ocluso-distal nos dentes 47 e 46;

Dilaceração radicular no dente 46.

REFERENCIAS

http://odontoimagens.com.br/?pg=pagina&id=1

http://luizeshow.blogspot.com.br/2010/11/resumo-pratica-de-anatomia-

dental.html

http://www.google.com.br/imgres?

q=caracteristicas+dos+terceiro+molar+inferior&hl=pt-

BR&tbo=d&biw=682&bih=651&tbm=isch&tbnid=ICBEp9rli8U0pM:&imgrefurl=ht

tp://acpupe.blogspot.com/2011/05/terceiro-molar-

inferior.html&docid=bwNWSrHaa2Di8M&imgurl=http://4.bp.blogspot.com/-

t0rJ811M4Bs/TdPuq6UBGUI/AAAAAAAAAF8/XRJeiksF0ak/

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