anatomia do dente - carlos madeira - 5ed

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Miguel Carlos Madeira do Dente <"~^r^r^ p ' l

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  • Miguel Carlos Madeira

    do Dente

  • Contedo

    CURSO DE ODONTOLOGIA

    CAPITULO l - Generalidades sobre os dentes lAspectos anatmicos elementares dos dentes 3Direo das faces da coroa dos dentesnos sentidos vertical e horizontal 8Caracteres anatmicos comuns a todos os dentes 12Anatomia do periodonto'1' 17Erupo dental'2' 22

    CAPTULO 2 - Anatomia individual dos dentes 29Descrio anatmica dos dentes permanentes 31Pormenores que diferenciam dentes semelhantes'3' 58

    > Descrio anatmica dos dentes decduos 71Respostas s perguntas sobre identificao de dentes 78

    CAPTULO 3 - Arcos dentais permanentes e ocluso dental 79Arcos dentais'4' 81Ocluso dental'5' 87

    CAPITULO 4 - Anatomia interior dos dentes 99Cavidade pulpar'6' 101

    CAPTULO 5 - Escultura em cera de dentes isolados'7' 111Escultura em cera de dentes isolados 113Como esculpir um modelo de dente 114Erros mais comuns 116

    APNDICE 121Estudo dirigido'8' 123Glossrio'9' 142ndice remissivo 147

    (1> Miguel Carlos Madeira e Roelf J. Cruz Rizzolo(2) Mauro Airton Rulli(3> Horcio Faig Leite e Miguel Carlos Madeira Luiz Altruda Filho(5) Miguel Carlos Madeira e Roelf J. Cruz Rizzolo(6) Miguel Carlos Madeira e Roelf J. Cruz Rizzolo(7) Miguel Carlos Madeira e Roelf J. Cruz Rizzolo(8) Miguel Carlos Madeira e Roelf J. Cruz Rizzolo(9) Miguel Carlos Madeira e Roelf J. Cruz Rizzolo

  • CAPTULO

    UHiVE*OEFEDEflALDOMl*CURSO DE ODONTOLOGIA lGeneralidades

    sobre os Dentes

    OBJETIVOS l Nomear e caracterizar os aspectos anatmicos gerais dos dentes,explorando tambm seus aspectos funcionais bsicos l Definir de-signaes genricas bsicas em Anatomia Dental, tais como: cspi-de, fossa, fosseta, sulco, crista marginal, tubrculo, etc. l Conceituardente, sem deixar de se referir s suas partes constituintes e sua ter-minologia l Considerando o plano geral de construo da coroa den-tal, detalhar as formas bsicas e as direes das faces das coroas lCitar e desenvolver explicao sobre os caracteres anatmicos pre-sentes em todos os dentes permanentes l Conceituar periodonto,sem deixar de se referir s fixaes da gengiva livre e inserida e aoarranjo das fibras do ligamento periodontal l Desenvolver explica-o sobre as funes do ligamento periodontal e dos vasos, nervos eclulas periodontais l Desenvolver explicao sobre o fenmeno daerupo dos dentes permanentes e a exfoliao dos dentes decduosl Responder corretamente s perguntas dos Guias de estudo l e 2 l

  • Aspectos anatmicos elementares dos dentesG_IA DE ESTUDO l

    ~::os os "blocos de assuntos" deste e dos demaiscaptulos e subcaptulos at o final do livro so provi-sos de "guias de estudo". aconselhvel segui-los, ini-oando por este, para alicerar seu aprendizado e para-r:eber uma instruo mais personalizada.1 Leia uma vez o bloco l (BI), logo abaixo.2 Faa, por escrito, uma sinopse relativa s generali-rices sobre os dentes considerados individualmente(aspectos anatmicos elementares, direo das facesda coroa e caracteres comuns).3 Responda, escrevendo, s seguintes perguntas: Que-elao pode ser feita entre os termos ligamento al-volo-dental e gonfose? Qual a diferena entre coloe linha cervical? E entre coroa anatmica e coroa cl-nica? A face oclusal considerada face livre, face decontato ou nenhuma das duas? E a borda incisai? Oque forame apical e onde se localiza? Onde se situao tero cervical da coroa? Defina as seguintes salin-cias da coroa dental: cngulo, crista marginal, ponte deesmalte,tubrculo e bossa. Defina as seguintes depres-ses da coroa dental: sulco principal, sulco secunda-do, fosseta e fossa. O que cspide e quais so as suasoartes? Para que direes convergem as faces livres eas faces de contato dos dentes nos sentidos vertical enorizontal? Por que? Estas convergncias tm a vercom o tamanho maior das faces vestibular e mesial

    em relao, respectivamente, s faces lingual e distai(ver "Caracteres anatmicos comuns...")? Como formada a rea de contato e onde ela se localiza nodente? Quais so os espaos criados pela (em tornoda) rea de contato? A linha equatorial passa obriga-toriamente pela rea de contato? Como pode ser re-sumida a diferena anatmica existente entre as facesmesial e distai em todos os dentes? O que significabossa cervical e lobo de desenvolvimento? Por quea(s) raiz(es) do dente tende(m) a se desviar em dire-o distai? Conceitue variao anatmica dental.4 Leia novamente e confira se o que escreveu estcorreto.5 Em caso negativo, volte aos itens l a 4. Em casopositivo, v ao item 6.6 Leia de novo, agora mais atentamente. Neste inciodo estudo necessrio consultar com frequncia oGlossrio. Troque ideias ou argua seus colegas e pro-fessores para entender melhor o assunto. Examinedentes naturais e/ou modelos. Examine os seus pr-prios dentes na frente do espelho. Procure responderem voz alta as mesmas questes do item 3, sem con-sultar suas respostas escritas.7 Leia novamente o bloco l, agora realando (grifan-do, se quiser) os detalhes que julgar mais importantes.

    T3 l Os dentes em conjunto desempenham as funes de mastigao, proteoe sustentao de tecidos moles relacionados, auxiliam na articulao daspalavras e so um importante fator na esttica da face.Fixam-se nos ossos por meio de fibras colgenas, que constituem o liga-mento alvolo-dental ou ligamento periodontal*. Esta unio da raiz dodente ao seu alvolo* denominada gonfose*, um tipo especfico de articu-lao fibrosa do corpo. O ligamento alvolo-dental resiste a foras da mas-tigao, atenuando os impactos mastigatrios que sofrem os dentes ao se-rem introduzidos nos alvolos. As fibras do ligamento, ao se estirarem, trans-formam as foras de presso sobre o dente em trao no osso, j que o denteest suspenso no alvolo.Os dentes compreendem os grupos dos incisivos, caninos, premolares e mo-lares, cada um adaptado s funes mastigatrias de apreender, cortar, dila-cerar e triturar os alimentos slidos.O homem, como animal difiodonte*, tem 20 dentes decduos e 32 perma-nentes, expressos pelas seguintes frmulas:

    dentio* permanente l C p!2

    - = = 323 16

    dentio decdua . _1 2

    l 2 10m = = 20

    2 10

    ' Chamada para o Glossrio.

  • GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    Os dentes decduos so pouco calcificados em relao aos permanentes e, comotais, so brancos como o leite. Os permanentes, com maior ndice de sais calc-reos, so brancos puxados para o amarelo. a dentina* que confere cor aodente; o esmalte* praticamente incolor e transparente.

    O matiz_ varia de pessoa para pessoa, sendo, via de regra, mais escuro nos idosos.Num mesmo arco dental o matiz varia de dente para dente (o canino mais escuroque o incisivo) e nas pores de um mesmo dente (tonalidade mais escura no tero*cervical* do que na borda* incisai). A cor do dente pode modificar-se por falhaestrutural de seus tecidos, por absoro de substncias qumicas que chegam at oscanalculos dentinrios* ou por impregnao de substncias estranhas, dentre elas anicotina que o fumante insiste em aspirar, seja por irreflexo, seja por ignorncia.

    O dente formado por coroa e raiz(es), unidas numa poro intermediriaestrangulada chamada colo*. Ele composto, na maior parte, por dentina, quecircunscreve a cavidade pulpar*. A dentina recoberta, na coroa, pelo esmaltee na raiz, pelo cemento*. No colo, a juno cemento-esmalte* desenha umalinha sinuosa bem ntida - a linha cervical*.A coroa, assim descrita, a coroa anatmica*: parte do dente revestida peloesmalte. Distingue-se da coroa clnica*, que a parte do dente exposta na cavi-dade da boca. A coroa clnica mais curta que a coroa anatmica, enquanto odente no completa a sua erupo*, e pode tornar-se mais longa se, aps erup-o e desgaste*, o nvel da gengiva* ficar alm da linha cervical. Nesse ltimocaso, a coroa clnica pode incluir uma parte da raiz anatmica*.

    Coroa(Fig. 1-1)

    Bordaincisai

    ngulodisto-in cisai

    ngulomsio-incisal

    Figura l -1 - Coroas de dentesincisivo e molar, com destaquepara suas faces.

    Faceoclusal

  • Uma coroa dental tem faces*, bordas e ngulos.A face que se volta para o vestbulo da boca, a face vestibular'" (V) e a que sevolta para a lngua, a face lingual* (L). Ambas se opem e so conhecidascomo faces livres*.As faces de contato*, tambm conhecidas como faces proximais, opostas entresi, so a face mesial* (M), a mais prxima do plano sagital mediano no pontoem que ele corta o arco dental*, e a face distai* (D), a mais distante do planomediano.A face oclusal* (O) a superfcie da coroa que entra em contato com as hom-nimas dos dentes antagonistas durante a ocluso*. Nos incisivos e nos cani-nos, as faces vestibular e lingual se encontram na borda incisai, que nessesdentes anteriores corresponde face oclusal.Duas faces da coroa encontram-se em um ngulo diedro*, arredondado, co-nhecido como borda* (ou margem). Olhando o dente por uma das faces, iden-tificam-se as bordas que limitam essa face, como, por exemplo, as bordas me-sial, distai, oclusal e cervical da face vestibular. Tomada isoladamente, a bordatambm pode levar o nome das faces que a delimitam, por exemplo: bordamsio-vestibular, borda ocluso-lingual.Trs faces da coroa se encontram em um ngulo triedro*, ou simplesmentengulo. Sua denominao ser a combinao dos nomes das trs faces que ocompem, por exemplo: ngulo msio-ocluso-vestibular. Para simplificar,pode-se cham-lo de ngulo mesial da face vestibular. Nas extremidades dasbordas incisais esto os ngulos msio-incisal e disto-incisal.

    RaizA raiz do dente relaciona-se em tamanho e nmero com o tamanho da coroa;coroas pequenas, razes nicas e pequenas. Quanto menor a coroa, menor araiz. Dentes molares, de coroas grandes, tm duas ou trs razes.As razes dos dentes birradiculares* ou trirradiculares* saem de uma base co-mum - o bulbo radicular*. Todas as razes tm a sua extremidade livre conhe-cida por pice*, no qual h uma abertura denominada forame apical*. Podeser nico ou mltiplo e nem sempre se localiza no extremo da raiz. O forameapical pe em comunicao a polpa*, contida na cavidade pulpar*, com o pe-riodonto*. Nele passam vasos e nervos.As faces da raiz tm os mesmos nomes das faces correspondentes da coroa.

    Teros*(Kg. 1-2)

    Com propsitos de descrio de uma poro especfica do dente, ou para selocalizar nela algum detalhe anatmico ou alterao patolgica, o dente podeser dividido em teros, por linhas imaginrias. Se as linhas forem horizontais,os teros da coroa sero: cervical*, mdio e oclusal (incisai). Se as linhas foremverticais, os teros da coroa sero: mesial, mdio e distai (dividem as faces ves-tibular ou lingual) ou vestibular, mdio e lingual (dividem as faces mesial edistai). A raiz tambm convencionalmente dividida em teros cervical, m-dio e apical. Nos dentes de razes mltiplas, o tero cervical corresponde aobulbo radicular.

  • GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    Figura 1-2 - Incisivo e molarcom suas coroas e razes dividi-das em teros. O tero situadoentre dois outros sempre cha-mado de tero mdio.

    Vestibular

    Lingual

    U

    Mesial

    Distai

    "Mtodo de dois dgitos" para identificar os dentesCada dente tem um nmero representativo que o identifica e o localiza no arcodental*. So dois algarismos, dos quais o primeiro se refere ao quadrante (umdos quatro hemiarcos) e o segundo ordem do dente no quadrante.Os quadrantes da dentio permanente recebem os nmeros de l a 4 e os dadentio decdua, de 5 a 8. Os algarismos dos dentes so de l (incisivo central)a 8 (terceiro molar) para os permanentes, e l (incisivo central) a 5 (segundomolar) para os decduos.Dentes permanentes:

    Superior direito Superior esquerdo18 17 16 15 14 13 12 11 l 21 22 23 24 25 26 27 2848 47 46 45 44 43 42 41

    Inferior direito31 32 33 34 35 36 37 38

    Inferior esquerdo

    Dentes decduos:55 54 53 52 51 61 62 63 64 6585 84 83 82 81 71 72 73 74 75

    Terminologia e definio dosdetalhes anatmicos da coroa dental

    (Kg. 1-3)Os elementos arquitetnicos da coroa, que so elevaes e depresses, podemser definidos da seguinte maneira:

    Cingulo" - salincia arredondada no tero cervical da face lingual de incisivose caninos. Corresponde poro mais saliente do lobo* lingual.

  • Figura 1-3 -Terminologia dos de-talhes anatmicos da coroa dental.

    1. Cngulo2. Vertente lisa3. Vertente triturante ou oclusal4. Aresta longitudinal5. Aresta transversal6. Crista marginal7. Ponte de esmalte8. Tubrculo9. Sulco principal

    10. Sulco secundriol l. Fosseta (fssula) principal12. Fossa13. Linha cervical

    Cspide* - salincia em forma de pirmide quadrangular, tpica de premola-res e molares. De suas vertentes* ou planos inclinados, duas esto nas faceslivres, vertentes lisas, e duas na face oclusal, vertentes triturantes ou oclusais.As vertentes lisas esto separadas das triturantes por arestas* longitudinais(so as bordas inclinadas que formam o ngulo da cspide, numa vista vesti-bular ou lingual). As vertentes lisas e triturantes mesiais so separadas das ho-mnimas distais, em uma mesma cspide, por arestas transversais. As verten-tes e as arestas encontram-se no vrtice da cspide.

    Crista marginal* - eminncia linear romba situada nas bordas mesial e distaida face lingual de incisivos e caninos (vai do cngulo aos ngulos incisais) e nasbordas mesial e distai da face oclusal de premolares e molares (estende-se dascspides vestibulares s linguais). Evita que partculas de alimento que devemser trituradas escapem da zona mastigatria e tambm protege a rea de conta-to*, evitando impaco alimentar nela.

    Ponte de esmalte* - eminncia linear que une cspides, interrompendo umsulco principal. Os melhores exemplos so aquelas do primeiro premolar infe-rior e do primeiro molar superior.

    Tubrculo* - salincia menor que a cspide, sem forma definida. O tubrculode Carabelli do primeiro molar superior e o tubrculo molar do primeiro molar

  • GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    inferior decduo so constantes. Tubrculos arredondados pequenos ocorremcom certa frequncia na face oclusal de terceiros molares e ocasionalmente emoutros dentes com localizaes imprecisas.

    Bossa* - elevao arredondada situada no tero cervical da face vestibular detodos os dentes permanentes e decduos, entre os teros cervical e mdio daface lingual de premolares e molares ou nas faces de contato de alguns dentes.

    Sulco* principal* - depresso linear aguda, estreita, que separa as cspidesumas das outras. No seu trajeto, pode haver defeitos de desenvolvimento (fu-so incompleta dos lobos) que provocam falta de coalescncia do esmalte, tra-duzida por fendas tambm lineares denominadas fissuras*. local de fcil de-senvolvimento de crie.

    Sulco secundrio* - pequeno e pouco profundo, distribui-se irregularmente eem nmero varivel nas faces oclusais, principalmente sobre as cspides e nadelimitao das cristas marginais. Torna a superfcie mastigatria menos lisa,aumentando a eficincia da triturao, e serve para escoamento de alimentotriturado.

    Fosseta* - tambm denominada fssula. Depresses encontradas na termina-o do sulco principal (junto crista marginal ou na face vestibular de mola-res) ou no cruzamento de dois deles. So as fossetas principais. No encontrode um sulco principal com um ou dois secundrios, formam-se fossetas me-nores e menos profundas. So as fossetas secundrias. No fundo das fossetasprincipais podem surgir pequenas depresses irregulares ou pontos profun-dos no esmalte, conhecidas por cicatrculas. semelhana das fissuras, solocais eletivos de crie.

    Fossa* - escavao ampla e pouco profunda da face lingual de dentes anterio-res, particularmente dos incisivos superiores. menos notvel nos caninos eincisivos inferiores. Entre a fossa lingual e o cngulo pode surgir uma depres-so profunda, semelhante a uma fosseta, denominada forame cego*.

    Direco* das faces da coroa dos dentes nos sentidos*vertical e horizontal

    A direo das faces opostas da coroa a mesma em todos os dentes, obedecen-do assim a um plano geral de construo. Elas no so paralelas, mas conver-gentes em uma determinada direo. A convergncia mais ou menos acentua-da, segundo o dente considerado.

    Direces convergentes das faces livresSentido vertical (Fig. 1-4) - no sentido vertical as faces vestibular e lingualconvergem em direo incisai ou oclusal. Tal disposio muito pronuncia-da nos incisivos e caninos em virtude do seu perfil triangular causado pelogrande dimetro vestbulo-lingual perto do colo, que se reduz gradualmenteat chegar a um ngulo agudo ao nvel da borda incisai. Nos premolares e

  • Figura 1-4 - Coroas dentais vistas pela face mesial. As barras paralelas s bordas vestibulare lingual ressaltam a convergncia das faces livres para a oclusal ou incisai.

    molares o perfil triangular se transforma em perfil trapezoidal, pela presenade uma borda oclusal, mas ainda assim a convergncia das faces livres namesma direo.Realmente, o dimetro vestbulo-lingual de cada dente sempre maior quan-do medido ao nvel do tero cervical. neste nvel que se localiza a bossa vesti-bular de todos os dentes, bem como o cngulo dos dentes anteriores. Na facelingual dos dentes posteriores, uma bossa lingual mal definida acentua a maiorproeminncia do tero mdio.Em uma estreita faixa ao nvel do colo, a convergncia das faces se faz em dire-o contrria (para a cervical), em razo do estrangulamento do prprio colo.Sentido horizontal (Fig. 1-5) - no sentido horizontal, ambas as faces livresconvergem ligeiramente na direo distai. Percebe-se isso examinando o dentepor incisai ou oclusal. No grupo dos premolares, cujas faces livres so de pe-quena amplitude, h pouca convergncia, a ponto de ser difcil identific-lacom preciso.Em decorrncia dessa disposio, deduz-se que a metade mesial do dente, me-dida no seu dimetro vestbulo-lingual, maior que a metade distai.

    Figura 1-5 Coroas dentais vistas por oclusal ou incisai. As barras paralelas s bordasvestibular e lingual ressaltam a convergncia das faces livres para a distai. Os premolares noforam representados porque neles h pouca ou nenhuma convergncia.

  • GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    Direes convergentes das faces de contatoSentido vertical (Fig. 1-6) - as faces mesial e distai convergem em direo cer-vical. Como consequncia, o maior dimetro msio-distal est no tero incisaiou oclusal e o menor, no tero cervical. Como os dentes de um mesmo arco setocam, numa relao de contiguidade, esse toque se d pela maior proeminn-cia mesial de um dente com a correspondente distai do vizinho (os incisivoscentrais se tocam por suas mesiais). O local de toque conhecido como reade contato* (Fig. 1-7).

    Figura l-6 - Coroas dentais vis-tas por vestibular. As barras pa-ralelas s bordas mesial e distairessaltam a convergncia das fa-ces de contato para a cervical.

    Figura l -7 reas de contatodos dentes de hemiarcos supe-rior e inferior (distendidos) mar-cadas com pequeno retngulo.

  • 11

    As reas de contato situam-se, pois, prximas borda incisai ou face oclusal,muito mais deslocadas para vestibular do que para lingual. Em dentes isola-dos, pode-se tentar visualizar a rea de contato, que corresponde a uma peque-na faceta de desgaste ocasionada pela semimobilidade dos dentes e o atritoentre eles nas ocluses* sucessivas durante a vida.A rea de contato cria quatro espaos em torno dela. No sentido vertical (olhan-do-se por vestibular ou por lingual), reconhece-se um pequeno espao no ladooclusal da rea de contato, o sulco interdental*, e um grande espao prismti-co no lado oposto, o espao interdental*, ocupado pela papila interdental* dagengiva* (Fig. 1-8).

    A rea de contato protege a papila interdental contra agresses mecnicas (impac-o alimentar) durante a mastigao, o que equivale a afirmar que a ausncia darea de contato deixa a papila desguarnecida, a ponto de causar leses que sedesdobram em alteraes possveis de se estenderem pelo periodonto.

    No sentido horizontal (olhando por oclusal), chama a ateno um grande es-pao em forma de V aberto para a lingual, denominado ameia* lingual, e umespao bem menor do lado vestibular, a ameia vestibular (Fig. 1-9).

    Figura 1-8 - Sulco interdental (seta menor) e espaointerdental (seta maior) determinados pelo contato nor-mal de dentes de um mesmo arco.

    Figura 1-9 -Ameia vestibular (seta menor) e ameia lin-gual (seta maior) determinadas pelo contato normal dedentes de um mesmo arco.

    Sentido horizontal (Fig. 1-10) - no sentido horizontal, as faces de contatomesial e distai convergem em direo lingual. Faz exceo o primeiro molarsuperior e tambm o segundo molar superior decduo. Ambos tm a face lin-gual maior que a vestibular. Eventualmente, o segundo premolar inferior tam-bm exibe uma face lingual alargada, chegando mesmo a ser de tamanho maiorque a face oposta.

    Figura I - IO - Dentes vistos por oclusal ou incisai. As barras paralelas s bordas mesial edistai ressaltam a convergncia das faces de contato para a lingual.

  • GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    A convergncia das faces de contato para a lingual faz surgir a ameia lingual,cuja abertura ser proporcional ao grau de convergncia das faces.Nos dentes anteriores e no primeiro premolar inferior, as convergncias nossentidos vertical e horizontal combinadas, como se fossem uma convergncianica na direo crvico-lingual, deixam o tero cervical afilado em relao sdemais pores do dente.De acordo com o exposto, as maiores proeminncias ou reas mais elevadas dacoroa ficam prximas da oclusal nas faces de contato e prximas da cervicalnas faces livres. Se unirmos essas proeminncias numa linha contnua que con-torne toda a coroa, teremos a linha equatorial* da coroa, a qual ser mais sinuo-sa quanto mais anterior for o dente (Fig. 1-11).

    Figura l-l l - Linha equatorialda coroa de um molar inferiorvista por vestibular ( esquerda),por distai (no meio) e por umaspecto msio-lingual ( direita).

    Caracteres anatmicos comuns a todos os dentesFaces curvas - as faces da coroa de um dente so sempre curvas. Na maioriadas vezes, convexas: h convexidades em todas as faces de todos os dentes.Mesmo superfcies descritas como planas, como a face vestibular de incisivos,so na realidade levemente convexas. Em algumas faces aparecem tambm con-cavidades alternando-se com as convexidades, como na lingual de dentes ante-riores que tem cngulo e fossa lingual e na oclusal de molares com fossetas ecspides.As faces dos dentes unem-se por bordas arredondadas. Por essa razo, no hlimites precisos entre uma face e outra: quando se examina uma face, v-sealguma parte da face vizinha. Bordas ou faces planas, quando encontradas, soconsequncias de desgastes* tpicos ou atpicos.

    Face vestibular maior que a lingual - em consequncia da convergncia das facesde contato para lingual, a face vestibular tem dimenses maiores do que a facelingual. Decorre desse fato que, se o dente for examinado por lingual, ver-se-opartes de suas faces mesial e distai e o contorno vestibular ao fundo (Fig. 1-12).

    Figura 1-12 - Coroas dentaisvistas pela face lingual, com ocontorno da face vestibular aofundo.

  • 13

    A nica exceao na dentio* permanente o primeiro molar superior e nadentio decdua, o segundo molar superior. Em ambos o tamanho da facelingual predomina sobre o da vestibular.

    Face mesial maior que a distai - em consequncia da convergncia das faceslivres para a distai, a face mesial possui dimenses maiores do que a facedistai em um dente sem desgaste ou pouco desgastado. Neste caso, a facemesial esconde o resto da coroa, mas a vista distai inclui partes das facesvizinhas (Fig. 1-13). Alm disso, a face mesial mais alta que a face distai.O incisivo central inferior, que tem uma coroa simtrica, no exibe este carterdistintivo com exuberncia. No primeiro premolar inferior, a face mesial ge-ralmente menos alta que a distai.

    Figura 1 - 1 3 - Coroas dentais vistas pela face distai, com o contorno da face mesial aofundo.

    Face mesial plana e reta e face distai convexa e curva (Figs. 1-14 e 1-15) - porser menor, com seus limites prximos um do outro, a face distai apresenta-semais convexa, mais abaulada, tanto em viso frontal quanto de perfil. O abau-lamento deixa a distai mais inclinada, de tal modo a formar com a raiz umaangulao que inexiste (ou menor) no lado mesial. No obstante, deve-sedescontar a inclinao distai da raiz, que faz aumentar a angulao. Essa as-sertiva comprovada quando se examina incisivos, caninos e molares por ves-tibular. Nos premolares este detalhe menos marcado.

    Figura 1-14 - Coroas dentaisvistas pela face vestibular paramostrar a borda corresponden-te face mesial (trao espesso)mais alta que a distai.

    Figura 1-15 - Coroas dentaisvistas pela face vestibular paramostrar a borda distai forman-do ngulo com o contorno daraiz (trao espesso). O ngulocorrespondente do lado mesial menos pronunciado.

  • .-GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    Nos dentes anteriores, notrio o arredondamento do ngulo disto-incisal,muito mais obtuso em comparao com o msio-incisal. Todos esses detalhesmorfolgicos concorrem para deixar a rea de contato mais cervical na facedistai.Numa vista oclusal nota-se a maior dimenso da borda mesial (com exceodo primeiro premolar inferior), que a faz tender retido. A borda distai, me-nor, tende ao encurvamento (Fig. 1-5).Linha cervical* - o dimetro msio-distal maior nos molares e menor nosincisivos. Quanto mais larga a face oclusal, maior base de sustentao deve tera coroa em nvel cervical. Conseqentemente, a linha cervical apresenta-se maisou menos curva, de acordo com a dimenso desse dimetro. Nos molares, ela uma linha praticamente reta, torna-se um pouco curva (abertura voltada paraa raiz) nos premolares e acentua sua curvatura nos caninos e incisivos. Noincisivo central inferior uma curva bem fechada, em forma de V. Em todos osdentes, a curvatura da linha cervical mais acentuada no lado mesial do queno lado distai (Fig. 1-16).Nas faces livres a curva (abertura voltada para a coroa) da linha cervical tanto mais fechada quanto menor for a dimenso msio-distal da coroa aonvel do colo. Tambm aqui o incisivo inferior que possui a linha cervicalmais encurvada.

    Figura 1-16 -Alguns dentes superiores e inferiores,para mostrar a linha cervical (traoespesso) com curvatura mais acentuada nos dentes anteriores e tambm no lado mesialem comparao com o distai (segundo Wheeler).

  • 15

    Inclinao da face vestibular na direo lingual - como as faces livres conver-gem para a oclusal, deduz-se que a face vestibular se inclina para o lado linguale a lingual se inclina para o lado vestibular. Das duas, a face que se inclina maisem relao ao eixo do dente a vestibular, muito mais nos inferiores do quenos superiores. Os premolares e os molares mostram com exuberncia essainclinao.A inclinao lingual comea na unio do tero cervical com o tero mdio daface vestibular, de modo que os dois teros incisais ou oclusais se inclinam e otero cervical no. Desta maneira, a maior proeminncia vestibular fica restri-ta ao tero cervical e conhecida como bossa* vestibular.A maior proeminncia da face lingual de incisivos e caninos situa-se tambmno tero cervical, em virtude da localizao do cngulo. Nos dentes posterio-res, a proeminncia est no nvel do tero mdio ou entre os teros mdio ecervical.

    As proeminncias descritas protegem a gengiva* marginal. A borda livre da gen-giva coloca-se nas imediaes do colo. As bossas das faces livres nas proximidadesda gengiva desviam dela os alimentos mastigados. No h impaco; o bolo ali-mentar apenas tangencia a gengiva, sem ir de encontro direto a ela (Fig. 1-17). Agengiva situada entre as faces de contato de dois dentes vizinhos (papila interden-tal) protegida pelas cristas marginais e reas de contato.

    Figura l -17 - Convexidade cervical das faces livres em um incisivo central superior visto poruma das faces de contato. Da esquerda para a direita: relao correta entre os contornos dacoroa e da gengiva - a bossa vestibular e o cngulo protegem a gengiva marginal e permitemque os alimentos a tangenciem (massageiem) durante a mastigao; contorno inadequadopor falta de convexidades cervicais propicia a impaco alimentar; o excesso de convexida-des cervicais desvia o alimento, no o deixando promover estimulao mecnica na gengiva.

    Lobos* de desenvolvimento - so centros primrios de formao do dentedurante sua embriognese, pores que depois se fusionam deixando sulcoscomo vestgios de sua independncia. Os dentes tm quatro lobos, com exce-o do primeiro molar inferior (e s vezes do segundo premolar inferior) quepossui cinco (Fig. 1-18).Os lobos e os sulcos so evidentes nos incisivos recm-erupcionados. Sua bor-da incisai trilobada, isto , apresenta trs mameles*, que continuam na facevestibular como discretas convexidades divididas por dois sulcos rasos. Aps odesgaste natural dos dentes, a borda incisai perde as salincias e torna-se reta,mas a face vestibular mantm os vestgios dos lobos de desenvolvimento.

  • 16 jENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    Figura 1-18 - Desenho esquemtico representativo dos lobos de desenvolvimento.

    Os caninos e os premolares superiores tambm exibem lobos destacados.O quarto lobo corresponde ao cngulo dos dentes anteriores e cspide lin-gual dos premolares. Nos molares, cada cspide representa a extremidade livrede um lobo.

    Desvio distai da raiz - tomando-se um dente isoladamente, nota-se que sua(s)raiz(es) em geral se desvia(m) distalmente. O tero apical o que mais sedesvia.Trata-se de um deslocamento do eixo longitudinal da raiz em relao ao eixoda coroa. Pode ocorrer em todas as direes, mas a prevalncia maior o des-vio para a distai.O menor desvio observa-se na raiz do incisivo central inferior e na raiz lingualdos molares superiores.O desvio distai da raiz explicado pela posio distalizada da artria nutridorado dente durante a sua formao, com o crescimento da raiz em direo dessaartria dental.

    Variaes* anatmicas - as formas dentais obedecem a um plano de constru-o, com um padro morfogentico prprio, individual. Entretanto, as varia-es dessas formas so frequentes. Basta olhar para as pessoas e notar dentescom aspectos diferentes, no apenas de cor e tamanho, mas tambm de con-torno, forma e estrutura.Assim, o aparecimento de um tubrculo extra, de uma cspide a mais ou amenos, de uma raiz supranumerria* so variaes que no raro aparecem.No se trata de anomalias* dentais, porque estas interferem com a funo. Asvariaes anatmicas no so disfuncionais; no atrapalham o funcionamen-to dos dentes.

    Os dentes mais afetados por variaes so os terceiros molares; elas acometemtanto a poro coronria quanto a radicular. O incisivo lateral superior tambm

    :.; bastante quanto forma; pode sofrer um processo de hipodontia*, com acoroa diminuta, conide e, consequentemente, diastemas* em ambos os lados. O

    3ar superior apresenta uma grande variedade deformas na sua coroa,'lares, os inferiores so os mais inconstantes quanto forma.

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    Anatomia do periodontoem parceria com Roelf J. Cruz Rizzolo

    UNIVERSIDADE FEDEM. DO PARCURSO DE ODONTOLOGIA

    8IBU8TECAPROF OR FRANCISCO G. i-MOGUIA DE ESTUDO 2

    1 Leia uma vez o bloco 2 (B2), a seguir.2 Responda, escrevendo,s seguintes perguntas: Comose divide o periodonto e quais so seus componen-tes? Quais so as diferenas entre gengiva livre e gen-giva inserida? O que sulco gengival e insero epite-lial e para que servem? Como a gengiva inserida faz asua fixao? Como se chamam as fibras colgenas pormeio das quais ela se fixa? O que ligamento perio-dontal, como constitudo e para que serve? Comose dispem as fibras do ligamento periodontal e porque se dispem dessa maneira? De que maneira osvasos e nervos chegam ao periodonto? Quais so asfunes nervosas dentro do periodonto, com deta-Ihamento sobre a funo proprioceptiva? Para o quemais serve o periodonto alm de suas funes nutriti-va, sensorial e mecnica? Como ou em que condieso cemento depositado? Quais so as principais cau-sas das molstias periodontais? Defina erupo den-tal. Discorra sobre movimento eruptivo do dente,suas causas e suas direes. Qual a diferena entreerupo ativa e erupo passiva? Descreva as posi-es dos germes dos dentes no interior da criptassea durante a fase pr-eruptiva. Existe rizognesena fase pr-eruptiva? E na fase pr-funcional? Como que a coroa dental consegue se movimentar, sair da

    cripta ssea e irromper na cavidade bucal? Ao atingiro plano oclusal, na fase pr-funcional, os movimentoseruptivos cessam? Qual a hiptese mais aceita paraexplicar o mecanismo da erupo dental? O que ecomo se processa a exfoliao dos dentes deciduos?Em que locais das razes dos dentes deciduos anterio-res e posteriores comea a reabsoro? Alm da rea-bsoro radicular, que outros fatores concorrem paraa queda do dente decduo? O que dente decduoretido? Ele permanece em estado funcional para sem-pre?3 Leia novamente e confira se as respostas esto cor-retas. Consulte sempre o Glossrio para completarou ampliar seu entendimento.4 Se as respostas estiverem erradas ou incompletas,volte aos itens l a 3. Se estiverem correias, passe parao item 5.5 Leia de novo, agora mais atentamente.Troque ideiascom os colegas. Examine radiografias panormicas eperiapicais para identificar componentes do periodon-to. Examine sua prpria gengiva na frente do espelho.Examine radiografias e crnios de crianas de vriasidades.6 Leia ainda uma vez mais o bloco 2 para destacar osdetalhes que julgar mais importantes.

    B2 Periodonto (peri, ao redor, em torno; odonto, dente) o termo genrico refe-rente aos tecidos de suporte do dente, que so o alvolo* dental, o ligamentoperiodontal*, o cemento* e a gengiva* (Figs. 1-19 e 1-20). A gengiva consi-derada o periodonto de proteo, j os demais tecidos de suporte so cha-mados de periodonto de insero. O cemento, apesar de ser um tecido den-tal, funcionalmente participa do ligamento periodontal e, portanto, faz partedo periodonto.O periodonto de proteo divide-se em gengiva livre e gengiva inserida. En-tre elas, acentuando a sua diviso, h uma linha chamada ranhura gengival;muitas vezes no observada a olho nu, diferente da juno mucogengival,diviso entre mucosa alveolar e gengiva inserida, que sempre bem visvel(Fig. 1-21).A gengiva livre circunda os dentes em forma de colarinho. Nas faces de conta-to, esse colarinho forma a papila interdental*, que mais afilada nos dentesanteriores e mais protuberante nos dentes posteriores, chamada de zona deCOL; esta variao ocorre devido diferena entre os pontos de contato. Entreo dente e a gengiva livre existe uma fenda chamada de sulco gengival*, que, noseu interior, rico em uma substncia proteica chamada fluido gengival comfunes de defesa.

  • 18 GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    Figura 1-19 - Radiografia peri-apical da rea de incisivos inferio-res para mostrar raiz dental nointerior de seu alvolo e o espa-o entre ambos, que preenchi-do por ligamento periodontal,vasos e nervos.

    1 Coroa2 Raiz3 Cavidade do dente (que aloja

    a polpa dental)4 Septo interalveolar5 Crista alveolar6 Cortical alveolar (lmina

    dura)7 Espao periodontal

    Figura 1-20 -Alvolo dental (cortical ssea alveolar) de um terceiro molar inferior, quase intacto, removido deuma mandbula seca. Notar a quantidade de forames, por onde passam vasos e nervos. A) Vista lateral (vestibular).B) Vista superior (oclusal).

    Figura 1-21 Periodonto deprotEo (gengiva) circundando

    : -: : :.::.:; :-es e in-e cobrindo parte do

    r. O sulco gen-

    - : : -. --. ~

  • 19

    Limitando a gengiva livre e estendendo-se sobre o processo alveolar, aparece umaespessa mucosa especializada, aderida ao dente e ao osso, que a gengiva inserida.As fibras gengivais so uma trama de fibras que ajudam na insero do peri-odonto de proteo ao colo do dente (Figs. 1-22, 1-23 e 1-24). O epitlio dagengiva livre, no fundo do sulco gengival (0,5 a 2mm de profundidade) fixa-sea toda periferia do dente, nas proximidades da juno cemento-esmalte. ainsero epitelial, que protege biolgica e mecanicamente o fundo do sulcogengival, e que deve ser preservada intacta.

    Figura 1-22 - Principais fibrasalveolodentais e dentogengivaisem uma vista vestbulo-lingual.

    1 Fibras dentogengivais2 Fibras circulares3 Fibras crestodentais4 Fibras horizontais5 Fibras oblquas6 Fibras apicais

    Figura 1-23 - Principais fibrasalveolodentais e dentogengivaisem uma vista msio-distal.

    Fibras circularesFibras transgengivaisFibras transseptais

    4 Fibras horizontais5 Fibras oblquas6 Fibras apicais

    Figura 1-24 - Fibras gengivaiscirculares.

  • GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    A gengiva inserida, alm de sua fixao ssea por meio de fibras colgenas(fibras alveologengivais), fixa-se tambm no ponto da insero epitelial da gen-giva livre (no cemento, junto ao fundo do sulco gengival), com suas fibrasdentogengivais, podendo muitas delas acompanhar o contorno do colo dentalde maneira circular ou semicircular (Fig. 1-24). Grupos de fibras tambm unemum lado ao outro da papila interdental (fibras transgengivais) e um dente aooutro (transeptais ou interdentais).

    Previamente s exodontias necessrio proceder sindesmotomia, que a sepa-rao do dente dos tecidos moles pela seco de fibras do ligamento periodontal.Sem isso, a gengiva ser dilacerada no ato da extrao.

    O ligamento periodontal, tambm conhecido como ligamento alvolo-dental, um tecido conjuntivo denso fibroso, no-elstico. Ele basicamente consti-tudo por clulas, fibras e substncia fundamental amorfa. Como o prprionome diz, faz a ligao do cemento cortical ssea alveolar, formando umaarticulao fibrosa, a gonfose*, semelhante s sindesmoses (Figs. 1-22 e 1-23).Os densos feixes de fibras colgenas do ligamento periodontal contidos no espaoperiodontal (Fig. 1-19), estendem-se do cemento de toda a raiz do dente super-fcie interna da cortical ssea alveolar. Suas duas extremidades so embutidas noosso e no cemento, ficando aderidas a eles. Estas fibras assim aderidas, por sofre-rem mineralizao nas extremidades, so chamadas de fibras de Sharpey e tmfuno importante na sustentao de todo o periodonto. Este fato pode ser com-provado nos dentes extrados, nos quais as fibras podem ser vistas cobrindo araiz, porque so rompidas junto ao osso. Essas fibras dispem-se diagonalmentedo alvolo para o dente, apresentando, portanto, uma disposio oblqua, dei-xando o dente suspenso no alvolo. Como elas so onduladas, distendem-se sobtenso, permitindo assim uma certa mobilidade do dente, importante para ma-nuteno, pois o protege aps qualquer tipo de presso indesejada.

    'As fibras colgenas inclinadas, uma vez distendidas, impedem que o dente in-vada ou penetre no osso. Ao atenuar os impactos mastigatrios, evitam que opice do dente seja aprofundado no alvolo, durante a ocluso, de tal modoque os vasos dentais no sejam lesados ou ocludos.Assim, a fora da ocluso parcialmente absorvida pelo ligamento periodon-tal (e por um sistema de presso hidrulica, formado por vasos que se dispemem rede em torno da raiz). O restante dessa presso mecnica se transformaem fora de trao no osso. Tanto maior ser a trao quanto mais vertical fora presso sobre o dente, que tensiona o ligamento e traciona as paredes doalvolo. Para melhor conhecer o destino dessa fora mecnica, consultar o sub-captulo "Biomecnica do esqueleto facial", em um dos livros do mesmo autor:"Anatomia da face" e "Anatomia facial com fundamentos de anatomia sistmi-ca geral" [este em colaborao com Roelf J. Cruz Rizzolo], ambos editados em2004 pela Sarvier, So Paulo).Nas duas extremidades do alvolo, o ligamento periodontal muda a sua dire-o oblqua do alvolo para o dente. No fundo, suas fibras irradiam-se apartir do pice radicular e na borda livre so inclinadas ao contrrio (dodente para a crista alveolar). Ambas limitam os movimentos extrusivos dodente Figs. 1-22 e 1-23).Abaixo dessas fibras crestodentais encontram-se as fibras horizontais, que for-mam uma espcie de ligamento entre o cemento cervical e a crista alveolar. As

  • 21

    fibras mais superficiais so as transeptais, que conectam os colos de dentesadjacentes acima do septo interdental.No meio dos feixes ligamentosos e em sulcos das paredes do alvolo (para seprotegerem de presses exageradas) correm artrias, veias, vasos linfticos enervos provenientes de ramificaes dos ramos dentais e peridentais. Estes l-timos so intra-sseos e alguns de seus ramos chegam ao espao periodontalaps passar pela cortical ssea alveolar, que toda perfurada por pequenosforames. Vasos periodontais e vasos gengivais comunicam-se entre si ao ultra-passarem o denso ligamento circular formado pelas fibras horizontais do liga-mento periodontal.Os nervos periodontais so sensitivos para a dor, mas principalmente para apropriocepo e presso. Alguns nervos (vasos tambm) podem penetrar napolpa atravs de forames suplementares frequentemente existentes no teroapical da raiz, que do acesso a canais secundrios* ou pulpo-periodontais.As terminaes nervosas proprioceptivas do periodonto, comuns em outrasarticulaes, trabalham em conjunto com receptores aferentes semelhantes dosmsculos da mastigao, seus tendes e da articulao temporomandibular,dando eficincia e preciso aos movimentos mandibulares. A cada ocluso*, o"banco de memria proprioceptiva" que temos no crebro realimentado, paraque haja a exata repetio dos movimentos realizados. No havendo esse refor-o, por ocluses sucessivas, a "memria periodontal" se esgota. Um fator quedetermina a necessidade desse reforo para restabelecer a preciso do movi-mento mastigatrio a alterao da ocluso devido a atritos e desgastes, erup-o contnua, movimentos dentais, cries, restauraes e fraturas. Pessoas des-dentadas mastigam normalmente e tm uma boa noo da posio espacial damandbula durante sua movimentao, porque os impulsos proprioceptivosesto presentes nos msculos e articulaes. Mas a exatido ou preciso deseus movimentos prejudicada com a perda do periodonto. Terminaes t-teis tambm so abundantes, o suficiente, por exemplo, para se detectar a es-pessura de um fio de cabelo colocado entre os dentes.Alm de suas funes mecnica, sensorial e nutritiva, o periodonto estimula aformao de clulas que iro formar fibras colgenas (fibroblastos), osso (os-teoblastos) e cemento (cementoblastos). Estes dois ltimos tipos de clulasficam enfileirados, formando camada junto ao alvolo ou junto raiz do den-te. Os fibroblastos, bem como as clulas de defesa, ficam dispersos entre asfibras do ligamento periodontal.Osso e cemento crescem de maneira semelhante; novas camadas so adiciona-das s previamente existentes. As camadas de cemento acelular e celular sodepositadas mais lentamente do que as de osso e predominantemente na re-gio apical, engrossando o pice e alongando a raiz. Com o passar do tempo, alargura do espao periodontal tende a diminuir. Esta diminuio, ditada pelaidade, pode tambm ocorrer devido a requisitos funcionais; por exemplo, ocemento engrossa em razo de uma produo exagerada (hipercementose) nodente fora de funo (sem estmulo mecnico).Por outro lado, o osso pode sofrer reabsores. Mas o cemento no. Na movi-mentao ortodntica, para corrigir a posio do dente, em que o osso sobpresso reabsorvido e sob trao depositado, a espessura do cemento no semodifica, nem no lado da presso nem do lado da trao.

  • GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    As fibras do ligamento periodontal tambm sofrem contnua reconstruo. Osfibroblastos so muito ativos na manuteno dessas fibras e na substituio develhas por novas.

    Molstias perlodontais tm incio com a organizao de um biofilme de microor-ganismos decorrente de m higiene. Estas condies provocam a gengivite, que airritao e a inflamao da gengiva. A inflamao no periodonto de proteo podeevoluir para a insero epitelial e propagar-se a outros tecidos de suporte do den-te, causando a periodontite. Esta doena inflamatria destri o ligamento perio-dontal e o osso alveolar, a partir da regio cervical em direo apical (pode tam-bm se espalhar a partir da polpa, pelo forame apical).O incio de uma leso periodontal pode tambm ocorrer ante o trauma oclusal*,contato prematuro*, excessiva presso mastigatria, malocluso*, posio muitoinclinada do dente no arco, perda do ponto de contato. O periodonto tambmpode ser lesado na presena de restauraes deficientes com falta ou excesso dematerial, cries, escavao excessiva que provoca abraso dental e retrao gengi-val e tudo isso deve ser prevenido.O conhecimento atual da doena periodontal preocupa-se antes com o ser huma-no, em um mbito mais abrangente. Ao profissional promotor de sade cabe com-preender a sua dinmica, sendo os primeiros passos a dedicao ao conhecimentoanatmico, pedra fundamental para a construo de um saber.

    Erupo dentalMauro Airton Rulli(Figs. 1-25, 1-26, 1-27, 1-28 e 1-29)

    Figura 1-25 - Radiografia panormica de uma criana de 5 anos com todos os dentes dec-duos em uso. Os primeiros molares permanentes e os incisivos centrais inferiores esto emincio de erupo, com suas razes em formao. Os germes dos demais dentes permanentesencontram-se em suas criptas alveolares (Gentileza do Dr. Clio Percinoto).

  • 23

    Figura l -26 - Radiografia periapical de den-tes inferiores de uma criana de 5 anos. Com-parar com a mesma rea da figura l -25 paraobservar o estado de desenvolvimento si-milar (Gentileza do Dr. Horcio Faig Leite).

    Figura l -27 - Radiografia periapical dedentes inferiores de uma criana de 9-10anos, com o primeiro molar permanentequase que totalmente formado e j alcan-ando o plano de ocluso. Notar os pre-molares em erupo, com parte das razescalcificadas, e os molares decduos em pro-cesso de rizlise.

    Figura 1-28 - Mandbula de criana de aproximadamente 8 anos preparada especialmentepara mostrar o estado de desenvolvimento similar ao da figura 1-27, se bem que um poucomais atrasado (Gentileza do Dr. Horcio Faig Leite).

    Figura 1-29 Aspectos histolgicos da erupo de um dente. Notar no segundo desenhoa fuso do epitlio reduzido do esmalte (trao preto contornando a coroa) com o epitliobucal e, na sequncia, a emergncia do dente na cavidade bucal e a formao da inseroepitelial (adaptado de Brescia).

  • GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    A erupo* o processo migratrio que conduz os dentes, tanto decduos quan-to permanentes, desde seu local de desenvolvimento intra-sseo, penetrandopela mucosa gengival, at alcanarem e manterem sua posio funcional noarco dental.Convm esclarecer, desde logo, que a emergncia ou irrompimento do dente,isto , o aparecimento da coroa dental na cavidade bucal, apenas um doseventos do complexo processo da erupo.A direo do movimento do dente, durante a erupo, resultante do cresci-mento dental, do crescimento do osso alveolar e do crescimento do osso de su-porte, isto , da maxila ou da mandbula. Qualquer desequilbrio no desenvolvi-mento destas estruturas pode alterar o sentido da movimentao eruptiva, in-clusive ao ponto de provocar a incluso do dente, ou seja, impedir sua erupo.Na erupo dental, o movimento prevalente o axial* ou vertical para a oclusal,mas ocorre tambm movimentao do dente em todos os planos. Assim, podehaver inclinao para a mesial, distai, vestibular ou lingual, giroverso* ou des-locamento no plano horizontal, para que seja atingida a posio funcional.O movimento dos dentes em relao mandbula ou maxila denominadoerupo ativa, enquanto a exposio gradual da coroa dental no meio bucal,

    ' decorrente da retrao da gengiva devida ao deslocamento da aderncia epite-lial em direo apical, chamada erupo passiva.Desde que a posio funcional do dente seja passvel de sofrer ajustes, emborapequenos, durante toda a sua existncia, para que seja mantido constante rela-cionamento com seus vizinhos e antagonistas, a erupo deve ser consideradacomo um processo contnuo.A poca do irrompimento de um dente varia amplamente, portanto, apenasaqueles casos que fogem muito da ampla faixa normal de variao podem serconsiderados anormais. De modo geral, ocorre mais cedo nas meninas do quenos meninos e o atraso mais frequente que a acelerao.

    O desenvolvimento e a erupo dos dentes so facetas do crescimento somtico e,em decorrncia, podem ser afetados por fatores sistmicos; somente nos casos decrescimento somtico deficiente, causado por distrbio endcrino, deve-se espe-rar atraso generalizado do irrompimento dos dentes. Dentre as glndulas endcri-nas, a hipfise e a tireide so as que exercem maior controle sobre o desenvolvi-mento e irrompimento dentais. Fatores locais, como por exemplo a falta de espaono arco dental ou a presena de cistos, podem atrasar e at mesmo impedir aerupo.

    A erupo dos dentes permanentes ou decduos pode ser dividida nas seguin-tes fases sucessivas: pr-eruptiva, pr-funcional e funcional.

    A fase pr-eruptiva compreende a movimentao^ do germe dental* nas etapasiniciais do seu desenvolvimento, nojnterQX_do^Qsso_em crescimento, a fim dese CQlo.car_numa_ posio adequada ao movimento para a oclusal. O trminoda fase pr-eruptiva ocorre quando a coronognese termina e inicia-se a rizo-gnese*, estando o grnie_denlalxionfinado, quase inteiramente, em uma crip-ta* ssea. Inicialmente, os germes dos dentes decduos e permanentes ocupamuma cripta ssea comum, mas quando a morfognese da coroa do decduoest quase concluda h crescimento de uma lmina ssea interveniente quepossibilita ao dente permanente ficar em sua prpria cripta.

  • 25

    Ao final desta fase, em raras ocasies, ojzpittojreduzido dp_rgo do_esmalte podesofrer__alteraes que resultam na formao de-um.cisto, denominado cisto de erup-o, que se dispe circundando a coroa dental, s vezes causando aumento volu-mtrico gengival perceptvel e atrasando o irrompimento.

    Os dentes permanentes que possuem predecessores decduos executam movi-mentao complexa antes de alcanarem a posio propcia erupo. Assim,os germes dos incisivos e caninos permanentes iniciam seu desenvolvimentoem posio e ao nvel da regio coronria do germe do dente decduo; entre-tanto, no final da fase pr-ej^tiya, tais dentes localizam-se ainda em posiolingual, mas agora ao nvel da regio apical de seus predecessores decduos.

  • GENERALIDADES SOBRE OS DENTES

    Muitas foram as hipteses aventadas para explicar o mecanismo da erupo,no entanto, nenhuma delas conseguiu ainda apresentar argumentao quepossa, sem restrio experimental, torn-la plenamente aceita. Todas as estru-turas envolvidas na odontognese e na constituio do complexo dento-alveo-lar j foram, em uma poca ou outra, apontadas como o agente que gera afora capaz de impulsionar o dente em direo oclusal.Atualmente, o ligamento periodontal tido como a estrutura capaz de gerar afora eruptiva principal, sendo que nos dentes de crescimento contnuo, comoos dos roedores, os fibroblastos do ligamento periodontal so os principaisresponsveis pela gerao da fora eruptiva principal.

    Exfoliao* dos dentes decduos

    Consiste na eliminao fisiolgica desses dentes, em consequncia da reabsor-o de suas razes, antes de sua substituio pelos sucessores permanentes.Admite-se que as clulas multinucleadas de reabsoro possam diferenci-ar-se no tecido conjuntivo como resposta presso exercida pelo dente per-manente em crescimento e em movimento para a oclusal. Entretanto, a re-absoro radicular pode acontecer mesmo no caso de ausncia do germedo dente permanente devido a fatores supervenientes como a sobrecargaoclusal.

    QJaz-^e inicialmente sobre o osso que separa o alvolo do dejite dLec-__duo e a cripta, do, dente permanente e"BepoiY^rjre^j-ajz_dental. Devido posio do germe do dente permanente, a reabsoro dos incisivos e dos cani-nos decduos comea ao nvel do tero apical da face lingual; o germe do dentepermanente segue uma direo oclusal e vestibular. Quando o dente perma-nente est localizado perfeitamente abaixo do decduo, a reabsoro deste sefaz em planos transversais e o dente erupciona na posio ocupada pelo dentedecduo; nesses casos, o decduo exfoliado antes de aparecer o dente de subs-tituio, enquanto nos outros casos, o ^ nte^ennaiKj^te pode Jazer sua^emQ-o, embora o dente dedduremolares, de incio^encontram-se entrean:azes dos molares decduos^-Em condies normais, a reabsoro radicular e a lise do tecido pulpar soindolores e assintomticas; iniciam-se pela presso do dente permanente, mastambm sofrem influncia da debilitaao dos tecidos de sustentao do dentedecduo, causada pela reabsoro radicular e pela migrao da aderncia epite-lial do dente decduo em direo apical, aumentando a coroa clnica. As forasmastigatrias aumentam com o crescimento dos msculos da mastigao, e oshbitos alimentares tornam-se mais vigorosos, de modo que devido destrui-o do periodonto de insero elas so transmitidas ao osso como presso,coadjuvando a queda do dente decduo.O processo de queda apresenta perodos de grande atividade e de repouso rela-tivo; durante os perodos de repouso relativo, alm de no haver reabsoro,pode ocorrer reparao por aposio de cemento e/ou osso.

  • 27

    Remanescentes dos dentes decduos podem escapar reabsoro e permanecer naboca durante certo tempo; isso ocorre com maior frequncia com os molares ec-duos que tm um dimetro maior que o do premolar de substituio; todaviaesses resduos sero reabsorvidos progressivamente.Outro fator de permanncia do dente decduo por maior tempo a ausncia aogerme ao dente permanente de substituio; nesse caso, denomina-se o dente de-cduo de dente retido; s vezes, eles ficam durante longo tempo em bom estadofuncional, mas, comumente, as suas razes so reabsorvidas pela sobrecarga mas-tigatria e eles acabam exfoliados.Em algumas oportunidades, o trauma oclusal4 pode determinar a anquilose* dodente decduo em vez de sua queda; nesses casos, o dente pra de fazer sua erupoativa e permanece em uma determinada altura, ficando posteriormente abaixodos seus vizinhos que continuaram sua erupo vertical. importante ressaltar, sobretudo para aplicao clnica, que a queda precoce dodente decduo pode acelerar a erupo do sucessor permanente se o espao formantido, caso contrrio, poder haver atraso ou erupo ectpica, isto , fora desua posio normal.

    ' F0iRAL L 5v,tCURSO DE ODONTOLOGIA

    NUCIEttfflQF OR.FRANC!SCOai..^

    CURSO DE ODONTOLOGIA8I8UCTECA W DR FRANCISCO G. t

  • CAPITULO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARCURSO DE ODONTOLOGIA

    88UOTECA PROF DR. FRANCISCO 6. l-MO

    2Anatomia Individual

    dos Dentes

    OBJETIVOS l Identificar e descrever os acidentes anatmicos de cada um dosdentes permanentes e decduos tpicos l Descrever cada uma dasfaces da coroa de cada dente permanente, indicando com precisoseus detalhes anatmicos l Descrever a(s) raiz(es) de cada dente per-manente l Descrever coroa e raiz(es) de cada dente decduo, estabe-lecendo comparaes com os dentes homnimos permanentes lRelacionar os fatores que determinam diferenas anatmicas de co-roa e raiz entre dentes semelhantes ou de um mesmo grupo dental,por exemplo, entre primeiro e segundo molar superior, entre cani-nos superior e inferior l Analisar as caractersticas diferenciais dedentes naturais, extrados, para identific-los (pelo sistema de doisdgitos numricos que os localizam no arco), com um mnimo de80% de acerto l Responder corretamente s perguntas dos Guias deestudo 3, 4, 5 e 6 l

  • 31

    Descrio anatmica dosdentes permanentes

    UNIVERSIDADE FEDERAL 00 fMRACURSO DE ODONTOLOGIA

    GUIA DE ESTUDO 3

    1 Leia uma vez o bloco l, examinando as figuras, e depreferncia com dentes secos mo. Leia tambm aspginas 58 a 63.2 Responda, escrevendo, s seguintes perguntas: Qual o significado da borda incisai serrilhada dos incisi-vos recm-erupcionados? Por que essa condio noexiste no homem adulto? Que diferena existe nocontorno dos ngulos msio-incisal e disto-incisal?A rea de contato fica mais prxima de qual deles?A face lingual do incisivo central superior possui sul-cos e fossetas? Descreva-a e desenhe-a. Qual a for-ma do contorno da face mesial do incisivo superior eem que local ela mais larga? O desgaste da bordaincisai dos incisivos superiores fica do lado lingual ouvestibular? Por que? O primeiro dente da Fig. 2-1 direito (l I) ou esquerdo (21)? E o segundo? Expliquequais so as diferenas do contorno da face vestibulardo incisivo central e do lateral superior (faa dese-nhos). Descreva a face lingual do incisivo lateral supe-rior. Faa uma comparao entre as razes do incisivocentral e do lateral superior e destaque as diferenasexistentes. O primeiro dente da Fig. 2-4 direito (12)ou esquerdo (22)? E o segundo? Identifique quanto aolado tambm os dentes das Figs. 2-35 e 2-36. Compa-re as faces linguais dos incisivos superiores com asdos incisivos inferiores e explique que diferenas h.O que significa a coroa do incisivo lateral inferior es-tar "torcida" em relao raiz (considere o eixo ves-tbulo-lingual da coroa e explique a posio do cngu-lo ou do ngulo disto-incisal)? Explique quais so asdiferenas do contorno da face vestibular do incisivocentral e do lateral inferior (faa desenhos). Descrevaa conformao da raiz do incisivo inferior. O primeiro

    dente da Fig. 2-8 direito (42) ou esquerdo (32)? E osegundo? Identifique quanto ao lado tambm os den-tes das Figs. 2-38 e 2-40. Quais so os contornos daface vestibular do canino superior e do inferior? De-senhe-os. Pelo aspecto incisai percebe-se uma dife-rena entre as metades mesial e distai da face vestibu-lar. Qual ela? Esta diferena ocorre somente noscaninos superiores? Tente reproduzi-la em um dese-nho. Compare a raiz do canino superior com a doinferior e cite as diferenas encontradas. Descreva aface lingual do canino superior e desenhe-a. O pri-meiro dente da Fig. 2-9 direito (13) ou esquerdo(23)? E o segundo? O primeiro dente da Fig. 2-1 l direito (43) ou esquerdo (33)? E o segundo? Identifi-que tambm os dentes das Figs. 2-41 e 2-42.3 Leia novamente e confira se suas respostas estocorretas (confira tambm, com os colegas ou com oprofessor, a identificao dos dentes das fotos).4 Em caso negativo, volte ao item l. Em caso positivo,v ao item 5.5 Complemente suas respostas procurando informa-es em outros livros. Examine a maior quantidadepossvel de dentes naturais (no crnio ou isolados) ede modelos industrializados. Compare-os com as fi-guras do livro. Discuta as questes de estudo comseus colegas. Esculpa em cera (agora ou quando che-gar ao ltimo captulo) dentes incisivos e caninos.6 Leia o bloco l, agora mais atentamente.7 Leia novamente o texto, agora grifando e destacan-do os detalhes que julgar mais importantes.8 Desenvolva os estudos dirigidos sobre dentes inci-sivos e sobre caninos, que se iniciam pgina 123, noApndice.

    BI A anatomia exterior dos dentes deve ser muito bem conhecida. O estudo sim-plesmente terico no basta. O aluno precisa estudar a descrio detalhada dodente com exemplares deles nas mos. Alm de dentes naturais, macromode-los de gesso ou resina e modelos de arcos dentais ajudam a entender os aspec-tos que se quer ensinar. O desenho e a escultura em cera so tambm valiososmeios de aprendizagem da anatomia dental, alm de desenvolverem a habili-dade psicomotora.As descries feitas a seguir so para dentes sem desgaste. O desgaste altera aforma; as cspides, por exemplo, tm vrtices agudos quando erupcionam,mas logo se arredondam com o desgaste mastigatrio.

  • A respeito disso, o Dr. Hiromi Yonezawafaz algumas observaes, que aqui so transcritas:"No dia-a-dia da prtica clnica, a anatomia dental apresenta variaes segundo motivosmais diversos. A descrio clssica somente em raros adolescentes, onde no houve atriste leso cariosa e consequentemente a interveno profissional.Entre os motivos que modificam a anatomia do dente podemos citar:1. A antropotipologia concorre para definir algumas variveis. Os indivduos lon-

    gilneos e dolicocfalos apresentam dentes onde, na relao comprimento/largu-ra, o comprimento predomina, com cspides mais altas e vertentes mais ngre-mes. Os brevilneos, braquiceflicos, apresentam uma relao comprimento/lar-gura cuja diferena no se faz to pronunciada como no bitipo anterior: cspidesbaixas, vertentes menos ngremes. A miscigenao dos grupos tnicos, muito inten-sa no Brasil, dificulta um pouco a distino das caractersticas prprias de cadaraa ou bitipo.

    2. Outra varivel, tambm perceptvel, refere-se a hbitos alimentares e mastigatrios (se bi-lateral, unilateral ou predominncia de um dos lados). Nas famlias, onde a ali-mentao se baseia em massas, percebe-se pouco desgaste dos dentes no decorrer davida. Em se tratando de Brasil, o regionalismo alimentar se faz notar.

    3. No devemos esquecer que no curso da vida uma parcela da populao acaba per-dendo alguns elementos dentais, fato esse transformando-se em etiologia de hbitosunilaterais, o que acarretar na alterao da anatomia pela solicitao contnua deum dos lados. A extrao de um elemento causar a mudana da forma dental tam-bm pela migrao ou inclinao. Na doena periodontal, perda ssea alveolar e con-sequente cirurgia, a topografia dente/osso alveolar'/gengiva sofre drstica alteraoem relao anatomia descrita em livros.

    4. Nos indivduos com predominncia de respirao bucal, os atos mastigatrio e dedeglutio so perturbados pela necessidade de respirao, e a mastigao no se de-senvolve, com consequente desgaste fisiolgico diminudo. O nmero de movimentosmastigatrios por bolo alimentar menor e afoita de frico do alimento na gengivaenseja a doena periodontal e consequente perda ssea e mudana na relao dente/osso alveolar/gengiva.

    5. A iatrogenia* em dentstica restauradora e prtese dental no decorrer da vida tam-bm pode alterar sobremaneira a anatomia dental.

    importante avaliar se o desgaste dental apresentado pelo paciente no momento emque est sentado na cadeira profissional compatvel com a sua idade, se uniformeem ambos os hemiarcos* ou se se apresenta mais pronunciado em um dos hemiarcos.Procurar possveis causas das anormalidades presentes, e destas observaes orientarpara tentar corrigir certos hbitos mastigatrios e, se houver reconstruo prottica,adequar o trabalho anatomia dental.Havendo de considerar que se um paciente se apresenta no consultrio com 35 anos deidade, com o passar do tempo, somar anos e no regredir. No curso de 10 anos, porexemplo, quando o paciente estiver com 45 anos, a relao dente/osso alveolar/gengivatambm estar alterada. A prtese dever ter uma anatomia dental que procure 'acom-panhar' o desgaste natural que os demais dentes naturais sofrero no decorrer dos anos.No poder ter uma anatomia 'esttica' de 35 anos. Os dentes naturais devero sofrerrecontorneamento anatmico para no acelerar a reabsoro ssea alveolar."

  • 33

    Incisivo central superior (11 ou 21)(Figs. 2-1, 2-2 e 2-3)

    Figura 2-1 - Incisivo central su-perior. Da esquerda para a di-reita, trs exemplares vistos pe-las faces vestibular, lingual emesial, respectivamente.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DOPARACURSO DE ODONTOLOGIA

    FRANCISCO i-M)

    Figura 2-2 - Incisivos central elateral superiores vistos por ves-tibular. O terceiro desenho asuperposio do primeiro (linhacheia) ao segundo (rplica em li-nha interrompida), para melhorcomparao.

    Figura 2-3 - Canino e incisivoslateral e central superiores vis-tos pela borda incisai.

    Dente absolutamente indispensvel na esttica facial e o mais importante naarticulao das palavras para a emisso de sons lnguo e lbio-dentais.Como todos os incisivos, tem forma de cunha ou de chave de fenda, para cortaralimentos. Sua face vestibular apresenta dois sulcos rasos de disposio crvico-incisal, consequncia da fuso dos lobos de desenvolvimento. Como nos demaisincisivos recm-erupcionados, ele exibe borda incisai serrilhada, pela presenade trs mameles*, os quais so pequenas eminncias que, semelhana dossulcos vestibulares, constituem vestgios da separao dos lobos de desenvolvi-mento. Depois que os incisivos completam a erupo e adquirem uma posiofuncional, o uso e a atrio* provocam o gradual desaparecimento dessas salincias.

  • ANATOMIA INDIVIDUAL DOS DENTES

    Face vestibular - vista por esta face, a coroa estreita no tero cervical e largano tero incisai. Isso significa que as bordas mesial e distai convergem na dire-o cervical. Mas a borda mesial mais retilnea e continua em linha com asuperfcie mesial da raiz. A borda distai mais convexa, mais inclinada, e aoencontrar a superfcie distai da raiz o faz em ngulo.Na borda incisai, o ngulo msio-incisal mais agudo do que o ngulo disto-incisal, que mais obtuso ou arredondado. Se o msio-incisal for um poucoarredondado, o disto-incisal ser mais ainda. O desgaste excessivo faz desapa-recer o arredondamento dos ngulos.Por causa da inclinao da face distai e do arredondamento do ngulo disto-incisal, a rea de contato distai situa-se mais cervicalmente (entre os terosmdio e incisai) do que a rea de contato mesial, que se situa bem prximo aongulo msio-incisal.

    Face lingual - mais estreita do que a precedente em virtude da convergn-cia das faces mesial e distai para a lingual. Seu tero cervical mostra umasalincia arredondada bem desenvolvida chamada cngulo. Em seus terosmdio e incisai observa-se uma depresso - a fossa lingual - de profundida-de varivel, dependendo das elevaes que a circundam. Limitando a fossalingual, as cristas marginais mesial e distai tambm variam em proeminn-cia em diferentes dentes. As cristas marginais so espessas prximo ao cn-gulo e vo perdendo espessura medida que se aproximam dos ngulos inci-sais. Com isso, a fossa lingual vai perdendo profundidade ao se aproximar daborda incisai.

    Cristas marginais elevadas do ao incisivo central superior uma forma de p. Estaforma mais comum entre, os povos amarelos. Japoneses e seus descendentes, porexemplo, no raro, exibem cristas marginais extremamente desenvolvidas na su-perfcie lingual da coroa.

    O cngulo tem, s vezes, uma extenso que invade a fossa lingual. Sulcos, fosse-tas ou forame cego no so comuns nesta face do dente.

    Faces de contato - as vistas mesial e distai deste dente ilustram o seu aspectode cunha. As faces vestibular e lingual convergem acentuadamente na direoincisai. Ambas as faces tm uma inclinao lingual, de modo que a borda inci-sai e o pice da raiz ficam centrados no eixo longitudinal do dente. Como emtodos os incisivos, sua face vestibular convexa, porm, os teros mdio e inci-sai so planos.Por este ngulo de observao pode-se ver o bisel* da borda incisai, que avanapela face lingual, quando h desgaste.O dimetro vestbulo-lingual grande no tero cervical, diminuindo l mm oumenos junto linha cervical.

    Raiz - tem forma grosseiramente cnica, mas, na realidade, sua seco trans-versal triangular com ngulos arredondados, porque mais larga na vestibu-lar do que na lingual. Corresponde a uma vez e um quarto do comprimento dacoroa. O pice costuma ser rombo e no se desvia muito para a distai.

  • 35

    Incisivo lateral superior (12 ou 22) UNIVWDADS f oo PARACURSO DE ODONTOLOGIA

    (Figs. 2-2,2-3 e 2-4) RfeTECA ROF OR FRANCISCO G. i-

    Figura 2-4 - Incisivo lateralsuperior. Trs exemplares vistospelas faces vestibular, lingual emesial.

    Pela sua forma, lembra o incisivo central. No entanto, menor em todas asdimenses, com exceo do comprimento da raiz.

    Incisivos laterais superiores variam muito quanto forma, mais do que qualqueroutro dente. Ocasionalmente, as variaes* so to grandes que so consideradasanomalias* de desenvolvimento, tais como: forma pontiaguda da coroa, presenade tubrculos pontiagudos como parte do ngulo, sulco lingual profundo abran-gendo ngulo e parte da raiz, coroas e razes torcidas e outras malformaes.

    Face vestibular - por ser mais estreita que a do incisivo central, a coroa doincisivo lateral tem convexidade mais acentuada no sentido msio-distal. Asbordas mesial e distai so mais convergentes e os ngulos msio e disto-incisal,mais arredondados, principalmente este ltimo. Isto torna a borda incisai beminclinada para a distai. As reas de contato so mais distantes de incisai do queno incisivo central.

    Face lingual - tem os mesmos elementos arquitetnicos do incisivo central,porm, com cristas marginais geralmente mais salientes e fossa lingual maisprofunda. O cngulo, apesar de alto e bem formado, mais estreito. Entre ocngulo e a fossa lingual surge frequentemente uma depresso em forma defosseta, o forame cego.

    Faces de contato - so muito parecidas com as do incisivo central, mas a me-nor dimenso vestbulo-lingual ao nvel do tero cervical faz com que a linhacervical seja de curva mais fechada. A borda incisai coincide com o longo eixodo dente.

    Raiz - proporcionalmente mais longa que a do central. Corresponde a umavez e meia o comprimento da coroa. Na realidade, o comprimento da raiz seequivale em ambos os dentes. Comparando ainda com a raiz do incisivo cen-tral, ela mais afilada, mais achatada no sentido msio-distal e seu tero apical mais desviado para a distai.

  • ANATOMIA INDIVIDUAL DOS DENTES

    Incisivo central inferior (31 ou 41)(Figs. 2-5, 2-6 e 2-7)

    Figura 2-5 Incisivo central inferior. Trs exemplares vis-tos pelas faces vestibular, lingual e mesial.

    Figura 2-6 - Incisivos central e lateral inferiores vistospor vestibular. O terceiro desenho a superposio doprimeiro (rplica em linha interrompida) ao segundo (li-nha cheia), para melhor comparao.

    Figura 2-7 Canino e in-cisivos lateral e central in-feriores vistos pela bordaincisai.

    o menor e mais simtrico dente da dentio permanente humana. Seus ele-mentos anatmicos, como sulcos e cristas, so os menos evidentes.

    Face vestibular - sua largura corresponde a dois teros da largura da mesmaface do incisivo central superior. convexa no tero cervical, mas torna-seplana nos teros mdio e incisai.As bordas mesial e distai encontram a borda incisai em ngulos quase retos,muito pouco ou nada arredondados. As reas de contato esto no mesmo n-vel, muito prximas desses ngulos. O desgaste da borda incisai provoca a in-clinao desta para a mesial, isto , h maior desgaste prximo ao ngulo m-sio-incisal, numa ocluso normal. As bordas mesial e distai convergem para ocolo mas no muito acentuadamente; elas tendem ao paralelismo mais do queem qualquer outro incisivo.

    Face lingual - a face lingual, levemente cncava, menor que a vestibular emrazo da convergncia das faces de contato para a lingual e para a cervical. Istolhe d um contorno tendendo para triangular. O cngulo baixo e as cristasmarginais so dificilmente perceptveis. Isto faz com que a fossa lingual sejaapenas uma leve depresso.

  • 37

    Faces de contato - as faces mesial e distai so triangulares, ou seja, relativa-mente espessas no tero cervical com perda de espessura medida que as facesvestibular e lingual convergem para a borda incisai. Esta borda est deslocadapara a lingual em relao ao longo eixo do dente. Os dois teros incisais dacoroa aparecem, ento, inclinados para o lado lingual em relao raiz.As faces mesial e distai so planas, ou quase planas, nos teros mdio e cervicale convexas no tero incisai. Nelas, a linha cervical descreve uma curva bemfechada, que se estende incisalmente at um tero do comprimento da coroa e mais fechada ainda no lado mesial.Por esse ngulo de observao pode-se ver o contorno arredondado da bordaincisai. Aps o desgaste, identifica-se uma forma de bisel* (semelhante a umcinzel) na borda incisai, que se estende pela face vestibular.Raiz - a raiz retilnea, sem inclinao para qualquer lado, e muito achatadamsio-distalmente. Isso a torna larga no sentido vestbulo-lingual, com sulcoslongitudinais evidentes, sendo o distai o mais profundo dos dois. Num cortetransversal, a raiz mostra-se oval, com dimenso vestibular maior do que alingual.

    Incisivo lateral inferior (32 ou 42) (Figs. 2-6, 2-7 e 2-8)

    Figura 2-8 - Incisivo lateral inferior. Trs exemplares vistos pelas faces vestibular, lingual emesial.

    muito parecido com o incisivo central inferior, mas ligeiramente maior emtodas as dimenses da coroa e da raiz. At a borda incisai um pouco mais larga.

    Face vestibular - vista por vestibular, a coroa do incisivo lateral difere da docentral por apresentar as bordas mesial e distai mais inclinadas (mais conver-gentes), o que lhe d um aspecto tendente a triangular. Alm disso, a bordamesial ligeiramente mais alta que a distai; o desgaste acentua essa diferena,provocando grande inclinao no sentido cervical, de mesial para distai.

  • ANATOMIA INDIVIDUAL DOS DENTES

    O ngulo disto-incisal mais arredondado e obtuso. Todos esses detalhes fa-zem com que a rea de contato distai esteja um pouco mais deslocada para acervical em relao rea de contato mesial.

    Face lingual - por esta vista so observados os mesmos aspectos citados navista vestibular.

    Faces de contato - a diferena mais significativa entre ambos os incisivos infe-riores a projeo lingual do ngulo disto-incisal. A borda incisai no est emperfeita linha reta, isto , no corta o dimetro vestbulo-lingual em ngulosretos. Ao contrrio, ela girada disto-lingualmente, de tal forma que o ngulodisto-incisal fique em posio mais lingual que o ngulo msio-incisal. Estedetalhe pode ser mais bem observado pela vista incisai do dente. O cngulotambm acompanha essa rotao, pois sua maior proeminncia fica ligeira-mente distai em relao ao longo eixo do dente. A rotao da borda incisaicorresponde curvatura do arco dental.

    Raiz - comparando-se com a raiz do central, ela mais longa, mais robusta,com sulcos mais profundos, principalmente o distai, e geralmente desviadapara a distai.Desenvolva o "Estudo dirigido sobre incisivos superiores" e o "Estudo dirigi-do sobre incisivos inferiores", no Apndice deste livro.

    Canino superior (13 ou 23)(Figs. 2-3, 2-9 e 2-10)

    o mais longo dos dentes. A coroa tem o mesmo comprimento da coroa doincisivo central superior, mas a raiz bem mais longa. A forma da coroa d aocanino um aspecto de fora e robustez.

    Face vestibular - visto por vestibular, difere dos incisivos por ter uma coroa decontorno pentagonal e no quadrangular. Isto se deve presena de uma cs-pide na borda incisai, que a divide em duas inclinaes. O segmento mesial daaresta* longitudinal mais curto e menos inclinado. O maior e mais pronun-ciado segmento distai torna o ngulo disto-incisal mais arredondado e maisdeslocado para a cervical do que o ngulo msio-incisal.As bordas mesial e distai convergem para o colo; a convergncia da borda distai mais acentuada. A borda mesial mais alta e mais plana do que a borda distai,que mais baixa e mais arredondada. As reas de contato esto em nveis dife-rentes; a posio da rea de contato distai mais cervical (no tero mdio).A face vestibular tem no centro uma elevao longitudinal em forma de crista quetermina na ponta da cspide. acompanhada de cada lado por sulcos rasos, quedo um aspecto trilobado face, sendo que o lobo central o mais proeminente.A cspide est alinhada com o longo eixo do canino, isto , o eixo passa pelopice da raiz, corta todo o dente e alcana o vrtice da cspide.Toda a face vestibular bastante convexa. Quando vista por incisai, seu con-torno convexo msio-distal mostra uma particularidade prpria dos caninos(superior e inferior): a metade mesial mais convexa, mais proeminente e maisprojetada para a vestibular do que a metade distai.

  • 39

    Figura 2-9 - Canino superior.Trs exemplares vistos pelas fa-ces vestibular, lingual e mesial.

    Figura 2-10- Caninos superiore inferior vistos por vestibular. Oterceiro desenho a superposi-o do primeiro (linha cheia) aosegundo (em posio invertida elinha interrompida), para melhorcomparao.

    Face lingual - tem a mesma silhueta da face vestibular, mas mais estreita,principalmente no tero cervical, devido convergncia pronunciada das facesde contato para a lingual e para a cervical. As cristas marginais e o cngulo sobem desenvolvidos no canino superior. O cngulo especialmente robusto,lembrando uma pequena cspide. Frequentemente, est unido cspide poruma crista crvico-incisal, semelhante quela da face vestibular. Quando pre-sente, esta crista lingual divide a fossa lingual, que j rasa, em uma mesial eoutra distai, mais rasas ainda. Algumas vezes, a face lingual lisa, sem a presen-a de crista ou fossas.

    Faces de contato - as faces mesial e distai so triangulares, lisas e convexas emtodos os sentidos. A face mesial maior e mais plana. Comparando com osincisivos, o canino bem mais espesso vestbulo-lingualmente; a linha cervicaltem uma curva mais aberta e a borda vestibular mais convexa. Quando des-gastada, a borda incisai mostra um plano inclinado em direo lingual.

  • ANATOMIA INDIVIDUAL DOS DENTES

    Raiz - tnica, fortssima. Longa (pode chegar ao dobro do comprimento dacoroa) reta, raramente se desvia acentuadamente para a distai. Seccionadatransversalmente, tem aspecto oval, com maior dimetro vestibular. sulcadalongitudinalmente nas superfcies mesial e distai.

    Canino inferior (33 ou 43)' (Figs. 2-7, 2-10 e 2-11)Em comparao com o canino superior, o canino inferior tem a coroa mais lon-ga e estreita. Na realidade, ela habitualmente s um pouco mais longa, mas asua reduzida dimenso msio-distal d-lhe a aparncia de coroa bem alta.

    Figura 2-1 l - Canino inferior. Trs exemplares vistos pelas faces vestibular,lingual e mesial.

    Face vestibular - por ser um dente mais estreito que o canino superior, suaface vestibular mais convexa, mas no tem a crista crvico-incisal to marca-da. Os sulcos de desenvolvimento so apenas vestigiais. A borda mesial maisalta que a distai, mais retilnea, e continua alinhada com a superfcie mesial daraiz. A borda distai, mais inclinada e curva, forma um ngulo com a superfciedistai da raiz. Como o dente mais estreito, a convergncia dessas bordas paraa cervical menor em relao ao canino superior.Tal como no homnimo superior, a coroa no tem simetria bilateral, porque osegmento mesial da aresta longitudinal da cspide menor e menos inclinado(quase horizontal) que o distai. Os ngulos msio-incisal e disto-incisal e asreas de contato se dispem como no canino superior.Dividindo-se a face vestibular ao meio, nota-se que a metade distai mais lar-ga e prolonga-se no sentido distai. Por outro lado, a metade mesial mais ro-busta e se projeta vestibularmente, como no canino superior. Verifica-se essedetalhe posicionando corretamente o dente, de tal modo que a linha de visocoincida com o longo eixo, a partir do vrtice da cspide.

  • 41

    Face lingual - em contraste com o canino superior, nem o cngulo nem ascristas marginais so bem marcados. Tambm no h crista que una o cngulo cspide. Sua forma acompanha, assim, a dos incisivos inferiores, com umafossa lingual pouco escavada.

    Faces de contato - por esta vista, a borda vestibular menos convexa que a docanino superior. O dimetro vestbulo-lingual tambm menor.O vrtice da cspide est centrado sobre a raiz. Quando h desgaste, percebe-se por esta vista um plano inclinado invadindo a face vestibular a partir da cs-pide. A propsito, os desgastes acentuados tornam a borda incisai quase reta e odente fica parecendo um incisivo lateral superior pelo aspecto da'coroa.

    Raiz - l ou 2mm mais curta que a do canino superior e bastante achatada nosentido msio-distal. Suas superfcies msial e distai so sulcadas longitudi-nalmente, particularmente a distai. A raiz inclina-se frequentemente para adistai, ou pelo menos seu tero apical.

    A prevalncia de caninos inferiores birradiculares* gira em torno de 5%. Quandoesta variao ocorre, a raiz vestibular ligeiramente maior que a lingual e o pontode bifurcao* est geralmente no tero mdio.

    Desenvolva o "Estudo dirigido sobre caninos", no Apndice deste livro.

    Primeiro premolar superior (14 ou 24)(Figs. 2-12, 2-13 e 2-14)

    GUIA DE ESTUDO 4

    CURSO DE ODONTOLOGIATECAOROF DR FRANCISCO G. t-AdO

    1 Leia uma vez o bloco 2. Leia tambm as pginas 64a 67.2 Esclarea, escrevendo, os seguintes quesitos ouquestes: Ao se comparar a face vestibular do caninosuperior com a do primeiro premolar superior, quaisso as diferenas que se podem notar? O vrtice dacspide lingual dos premolares superiores est maisdeslocado para msial ou para lingual? Em qual destesdois lados a aresta longitudinal dessa cspide mais alta?Comente sobre o volume e a altura das cspides dospremolares superiores; o que isso tem a ver com a po-sio do sulco central? Compare a face oclusal do pri-meiro com a do segundo premolar superior e exponhao resultado dessa comparao; transfira esse resultadopara um desenho. Descreva a poro radicular do pri-meiro premolar superior. Cite sete caractersticas dife-renciais entre o primeiro e o segundo premolar supe-rior. Os trs dentes da Fig. 2-12 so direito (14) ou es-querdo (24)? Os dentes de cima da Fig. 2-13 so direito(14) ou esquerdo (24)? E os dois de baixo? O primeirodente da Fig. 2-15 direito (15) ou esquerdo (25)? E osegundo? Identifique, quanto ao lado, tambm os dentesdas Figs. 2-44 e 2-46. Faa uma explanao sobre a incli-nao lingual da face vestibular dos premolares inferio-res. O que acontece com o vrtice da cspide vestibu-lar em consequncia dessa inclinao? O mesmo ocor-re com a mesma cspide dos premolares superiores?

    Quais so as peculiaridades da face lingual do primei-ro premolar inferior em relao ao segundo? Por quegeralmente se formam duas fossetas na face oclusaldo primeiro premolar inferior? De qual delas parteum sulco em direo lingual? Descreva e desenhe aface oclusal do segundo premolar inferior. Descrevaa raiz do premolar inferior. O primeiro dente da Fig.2-16 direito (44) ou esquerdo (34)? E o segundo?Os dois dentes de cima da Fig. 2-17 so direitos (44)ou esquerdos (34)? E os dois de baixo? O segundodente da Fig. 2-21 direito (45) ou esquerdo (35)?Identifique tambm os dentes das Figs. 2-47 (no nada fcil), 2-48 e 2-49.3 Leia novamente e confira se o que escreveu estcerto (confira com os colegas ou com o professor aidentificao dos dentes).4 Em caso negativo, volte ao item l. Em caso positivo,v ao item 5.5 Examine detidamente dentes e modelos. Compare-os com figuras de livros. Discuta as questes de estudocom seus colegas e, se necessrio, argua seu professor.Esculpa em cera dentes premolares, se for o caso.6 Leia novamente o bloco 2, agora realando os deta-lhes que julgar mais importantes.7 Desenvolva os estudos dirigidos sobre premolaressuperiores e inferiores, que se iniciam pgina 131,no Apndice.

  • ANATOMIA INDIVIDUAL DOS DENTES

    Figura 2-12 - Primeiro premolar superior. Trs exem-plares vistos pelas faces vestibular, lingual e mesial.

    Figura 2-13- Dois primeiros premolares superiores (aci-ma) e dois segundos premolares superiores (abaixo), vis-tos pela face oclusal.

    Figura 2-14- Primeiro e segun-do premolares superiores vistospor mesial. O terceiro desenho a superposio do primeiro(rplica em linha interrompida)ao segundo (linha cheia), paramelhor comparao.

    g 9 Face vestibular - esta face semelhante do canino superior, apesar de ser umquarto menor e ter seus sulcos e convexidades menos desenvolvidos. A nicagrande diferena no formato o segmento mesial da aresta longitudinal dacspide, mais longo que o segmento distai da mesma cspide. No canino, d-se o contrrio. Alis, em ambos os caninos e em todos os outros premolaresd-se o contrrio.

    Face lingual - tem o mesmo contorno da face vestibular, mas mais lisa, con-vexa e menor em todas as dimenses. Por ser menor, o contorno da face vesti-bular pode ser visualizado pelo aspecto lingual.O segmento distai da aresta* longitudinal da cspide lingual maior que omesial. Desse modo, o vrtice da cspide acha-se deslocado para a mesial emrelao ao ponto mdio da coroa. Esta uma caracterstica diferencial forte doprimeiro premolar superior.

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    Faces de contato - as bordas vestibular e lingual das faces de contato so quaseparalelas, mas ainda assim convergem para a oclusal. A borda lingual maisconvexa e inclinada; nela, a maior projeo lingual situa-se no tero mdio. Naborda vestibular, a maior projeo fica entre os teros cervical e mdio.As cspides, vistas pelas faces de contato, ficam com seus vrtices proietadosdentro do contorno das razes, isto , a distncia de um vrtice da cspide aooutro menor do que a maior distncia vestbulo-lingual da raiz. A cspidevestibular, alm de ser a mais volumosa, cerca de Imm mais alta.A linha cervical, de ambos os lados, em curva bem aberta. Ao seu nvel, nolado mesial, h uma depresso caracterstica; ela ocupa o tero cervical da co-roa e invade parte da raiz. A face distai toda convexa, no tendo depresso notero cervical. Outra diferena marcante entre as faces mesial e distai a pre-sena constante do prolongamento do sulco principal da face oclusal, que cru-za a crista marginal mesial. Sulco similar no lado distai muito raro.

    Face oclusal - tem forma pentagonal porque a borda vestibular nitidamentedividida em msio-vestibular e disto-vestibular. Pode apresentar-se menosangular, de forma oval, com maior largura vestibular. As bordas mesial e distaiconvergem para a lingual, j que a face lingual menor que a vestibular.Pela vista oclusal tem-se uma melhor ideia da forma, tamanho e posio dascspides. Ligando-as, vem-se as cristas marginais mesial e distai. A mesial(interrompida por um sulco) reta vestbulo-lingualmente; a distai convexa.O deslocamento mesial do vrtice da cspide lingual em relao linha centraldo dente pode ser visto por oclusal. Percebe-se mesmo que toda a metade dis-tai da cspide cai mais (dobra-se) para vestibular.Devido ao tamanho desproporcional das duas cspides, o sulco que as separaencontra-se ligeiramente deslocado para a lingual. retilneo e termina noencontro da crista marginal de cada lado em fossetas principais mesial e distai.Nelas terminam tambm sulcos que margeiam as cristas marginais, de dispo-sio vestbulo-oclusal e lnguo-oclusal. Por ser a fosseta formada pela reuniode trs sulcos, autores da lngua inglesa a denominam "fossa triangular". Sul-cos secundrios*, sobre as vertentes* triturantes das cspides, so escassos oumesmo raros.

    Raiz - o primeiro premolar superior geralmente tem duas razes cnicas deinclinao distai, sendo uma vestibular, maior, e outra lingual, menor. Algu-mas vezes se apresentam fusionadas, com uma linha demarcatria bem ntidaentre elas, podendo ou no haver bifurcao* apical. So cerca de 3 a 4 milme-tros mais curtas que a raiz do canino superior. Em 2% dos casos, a raiz vesti-bular dividida em duas, tornando o dente trirradicular*.

    Segundo premolar superior (15 ou 25)(Figs. 2-13, 2-14 e 2-15)

    A coroa similar do primeiro premolar, mas menor em todos os sentidos,alm de ter os elementos descritivos (elevaes e depresses) menos marcados.Seus ngulos, mais arredondados, do s faces vestibular e lingual um aspectoovide e no angular.

  • -- ANATOMIA INDIVIDUAL DOS DENTES

    Figura 2-15 - Segundo premo-lar superior.Trs exemplares vis-tos pelas faces vestibular, linguale mesial.

    um dente mais simtrico, no qual as cspides so aproximadamente do mes-mo tamanho (a vestibular ainda ligeiramente maior); os segmentos das ares-tas longitudinais no tm predomnio de extenso um sobre o outro; o vrticeda cspide lingual no est to deslocado para a mesial; no h sulco inter-rompendo a crista marginal mesial e nem h depresso no tero cervical daface mesial.

    Face oclusal - o contorno da face oclusal oval ou circular e no pentagonal.O sulco primrio central e no deslocado para a lingual como no primeiropremolar. O vrtice da cspide lingual encontra-se alinhado com o ponto m-dio da coroa. A diferena entre as cristas marginais menos acentuada. O di-metro msio-distal do lado lingual no muito menor do que do lado vestibu-lar (so quase iguais).Uma caracterstica marcante do segundo premolar superior a pequena ex-tenso do sulco principal no centro da coroa. As fossetas mesial e distai estomais prximas entre si. s vezes, esto to prximas que o sulco passa a sermuito curto, a ponto de se transformar em uma fosseta central. Outra caracte-rstica a presena de muitos sulcos secundrios, que do face oclusal umaaparncia enrugada.

    Raiz - a raiz nica (90% dos casos) muito achatada msio-distalmente, comprofundos sulcos longitudinais que do sua seco transversal a forma deum haltere. Quando no muito profundos, a seco oval. O tero apical des-via-se distalmente na maioria das vezes.O comprimento das razes de ambos os premolares superiores se equivale.

    Primeiro premolar inferior (34 ou 44)(Figs. 2-16, 2-17, 2-18, 2-19 e 2-20)

    Face vestibular-a face vestibular lembra a do canino, se bem que menos alta. bilateralmente simtrica, com a cspide situada sobre o longo eixo do dente,o que equivale dizer que os segmentos mesial e distai da aresta longitudinalso de mesmo tamanho. No raro, h assimetria e, ento, o segmento mesial um pouco menor e menos inclinado; conseqentemente, o vrtice da cspidese desvia para a mesial.

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    Figura 2-16 - Primeiro premolar inferior. Trs exempla-res vistos pelas faces vestibular, lingual e mesial.

    Figura 2-17 - Dois primeiros premolares inferiores (aci-ma) e dois segundos premolares inferiores (abaixo), vistospela face oclusal.

    Figura 2-18 - Primeiro e segundo premolares inferioresvistos por vestibular. O terceiro desenho a superposi-o do primeiro (rplica em linha interrompida) ao se-gundo (linha cheia), para melhor comparao.

    Figura 2-19 - Primeiro e segundo premolares inferioresvistos por mesial. O terceiro desenho a superposio doprimeiro (rplica em linha interrompida) ao segundo (li-nha cheia), para melhor comparao.

    Figura 2-20 - Primeiro e segundo premolares inferiores vistos por oclusal. O terceirodesenho a superposio do p