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CORREDOR DE BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA DO SUL DA BAHIA 2003 Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia e Conservation International do Brasil 1 ANÁLISES DE VIABILIDADE POPULACIONAL: QUANTOS INDIVÍDUOS? SERÃO ELES SUFICIENTES? ESTUDO DE CASO PARA ESPÉCIES AMEAÇADAS DA MATA ATLÂNTICA DO SUL DA BAHIA Adriano Pereira Paglia Conservation International do Brasil, Av. Getúlio Vargas, 1300 7o Andar, Belo Horizonte - MG, CEP 30112-021. [email protected] INTRODUÇÃO Com o contínuo e histórico processo de degradação e fragmentação dos ambientes naturais surgiu uma necessidade de estimativas quantitativas e cientificamente confiáveis sobre a sobrevivência de populações isoladas de espécies de interesse. Este tipo de demanda, associado ao interesse recente pelos processos da extinção, levou ao surgimento da Análise de Viabilidade Populacional (AVP), que se tornou um campo coeso de pesquisa partir do trabalho de Soulé (1987). Análise de Viabilidade Populacional é uma ferramenta de modelagem que pode ser utilizada para prever o tamanho de uma população no futuro ou as chances futuras de extinção de uma população de acordo com parâmetros populacionais estimados no presente (Gilpin & Soulé, 1986; Boyce, 1992). Além disso uma uma AVP pode ser também ser utilizada para indicar que tipo de estratégia de manejo pode ser a mais recomendada para a redução da probabilidade de extinção de uma população e avaliar o efeito de diferentes variáveis sobre a persistência de populações pequenas (Culson et al. 2001). A AVP trabalha com o conceito probabilístico de População Mínima Viável (PMV), que poderia ser definida como o tamanho populacional mínimo necessário para garantir sua persistência no futuro (Shafer, 1987; Kierulff, 1993). A partir da década de 90, com a ampliação da utilização de microcomputadores de alto desempenho e do aumento da interatividade dos softwares, foram sendo desenvolvidos uma série de programas que realizam Análises de Viabilidade Populacional. Por conta disso, e da demanda cada vez mais crescente de estimativas acuradas das chances de extinção local de populações de espécies ameaçadas, a técnica de AVP se tornou cada vez mais utilizada. Hoje em dia existem uma série de programas que realizam Análises de Viabilidade Populacional, que trabalham ou com modelos baseados em indivíduos, como o VORTEX e o GAAPS, ou modelos matriciais, tais como o INMAT e o RAMAS Metapop. A AVP consiste de simulações usando modelos probabilísticos que incorporam a interação entre fatores determinísticos e estocásticos (Chapman et al, 2001). Esses modelos são alimentados com uma série de informações biológicas e ambientais que podem afetar as probabilidades de extinção de uma população (tabela 1). Uma Análise de Viabilidade Populacional requer os valores médios e as variâncias dos parâmetros. Portanto, uma AVP necessita de detalhados estudos de campo (Goodman, 1987; Nunney & Campbell, 1993). Hoje em dia existe uma tendência em realizar uma “análise de sensibilidade” nos resultados da AVP. Essas análises permitem a discriminar as variáveis mais importantes dentro de um grupo inicial (McCarthy et al., 1995). Muitos estudos de AVP foram publicados, e seus métodos têm provocado reações distintas (Shaffer, 1987; Boyce, 1992; Nunney & Campbell, 1993; Lindenmayer et al., 1993; Caughley, 1994). Uma recepção entusiástica veio de alguns ecólogos que acreditaram que esta seria uma ferramenta útil para fazer predições

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CORREDOR DE BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA DO SUL DA BAHIA 2003 Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia e Conservation International do Brasil 1

ANÁLISES DE VIABILIDADE POPULACIONAL: QUANTOS INDIVÍDUOS? SERÃO ELES SUFICIENTES?

ESTUDO DE CASO PARA ESPÉCIES AMEAÇADAS DA MATA ATLÂNTICA DO SUL DA BAHIA

Adriano Pereira Paglia

Conservation International do Brasil, Av. Getúlio Vargas, 1300 7o Andar, Belo Horizonte - MG, CEP 30112-021. [email protected]

INTRODUÇÃO

Com o contínuo e histórico processo de

degradação e fragmentação dos ambientes naturais surgiu uma necessidade de estimativas quantitativas e cientificamente confiáveis sobre a sobrevivência de populações isoladas de espécies de interesse. Este tipo de demanda, associado ao interesse recente pelos processos da extinção, levou ao surgimento da Análise de Viabilidade Populacional (AVP), que se tornou um campo coeso de pesquisa partir do trabalho de Soulé (1987).

Análise de Viabilidade Populacional é uma ferramenta de modelagem que pode ser utilizada para prever o tamanho de uma população no futuro ou as chances futuras de extinção de uma população de acordo com parâmetros populacionais estimados no presente (Gilpin & Soulé, 1986; Boyce, 1992). Além disso uma uma AVP pode ser também ser utilizada para indicar que tipo de estratégia de manejo pode ser a mais recomendada para a redução da probabilidade de extinção de uma população e avaliar o efeito de diferentes variáveis sobre a persistência de populações pequenas (Culson et al. 2001). A AVP trabalha com o conceito probabilístico de População Mínima Viável (PMV), que poderia ser definida como o tamanho populacional mínimo necessário para garantir sua persistência no futuro (Shafer, 1987; Kierulff, 1993).

A partir da década de 90, com a ampliação da utilização de microcomputadores de alto desempenho e do aumento da interatividade dos softwares, foram sendo desenvolvidos uma

série de programas que realizam Análises de Viabilidade Populacional. Por conta disso, e da demanda cada vez mais crescente de estimativas acuradas das chances de extinção local de populações de espécies ameaçadas, a técnica de AVP se tornou cada vez mais utilizada. Hoje em dia existem uma série de programas que realizam Análises de Viabilidade Populacional, que trabalham ou com modelos baseados em indivíduos, como o VORTEX e o GAAPS, ou modelos matriciais, tais como o INMAT e o RAMAS Metapop.

A AVP consiste de simulações usando modelos probabilísticos que incorporam a interação entre fatores determinísticos e estocásticos (Chapman et al, 2001). Esses modelos são alimentados com uma série de informações biológicas e ambientais que podem afetar as probabilidades de extinção de uma população (tabela 1).

Uma Análise de Viabilidade Populacional requer os valores médios e as variâncias dos parâmetros. Portanto, uma AVP necessita de detalhados estudos de campo (Goodman, 1987; Nunney & Campbell, 1993). Hoje em dia existe uma tendência em realizar uma “análise de sensibilidade” nos resultados da AVP. Essas análises permitem a discriminar as variáveis mais importantes dentro de um grupo inicial (McCarthy et al., 1995).

Muitos estudos de AVP foram publicados, e seus métodos têm provocado reações distintas (Shaffer, 1987; Boyce, 1992; Nunney & Campbell, 1993; Lindenmayer et al., 1993; Caughley, 1994). Uma recepção entusiástica veio de alguns ecólogos que acreditaram que esta seria uma ferramenta útil para fazer predições

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Viabilidade populacional de espécies do Corredor Central da Mata Atlântica

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quantitativas sobre a persistência de populações em ambientes fragmentados. Apesar da grande quantidade de análises realizadas e publicadas com os mais diversos organismos a aplicação das conclusões ou propostas de manejo extraídas das AVP’s tem sido limitada (Beissinger & Westphal, 1998; Gerber & VanBlaricon, 2001). Alguns autores argumentam que as recomendações e conclusões de uma AVP não devem ser aplicadas em decisões de técnicas de manejo devido a dependência da acurácia da estimativa dos parâmetros populacionais (Boyce, 1992; Ludwig 1999). Em um recente estudo, Brook et al (2000) testaram a Análise de Viabilidade Populacional usando dados de 21 populações de um amplo conjunto de espécies. Eles concluíram que AVP é sim um bom preditor da dinâmica populacional, (para uma crítica desse estudo veja Culson et al, 2001). Apesar da polêmica, as Análises de Viabilidade Populacional tem aumentado nossos conhecimentos sobre os processos que podem levar populações à extinção e este tipo de estudo pode fornecer importantes diretrizes para estratégias de manejo e conservação.

No projeto “Abordagens Ecológicas e Instrumentos Econômicos para o Estabelecimento do Corredor Central da Mata Atlântica: uma estratégia para reverter o processo de fragmentação florestal na Mata Atlântica do Sul da Bahia” foram realizadas análises de viabilidade populacional, utilizando o programa VORTEX 8.4 (Lacy, 1993), para verificar as

probabilidades de persistência locais e regionais de duas espécies de primatas endêmicas da região: o mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) e o macaco-prego-do-peito-amarelo (Cebus xanthosternos), e de uma espécie de papagaio ameaçada de extinção, o papagiao-chauá (Amazona rhodocorytha)

O objetivo geral desse trabalho é produzir estimativas de probabilidade de extinção de algumas espécies de vertebrados que ocorrem na região da Mata Atlântica do Sul da Bahia. Mais especificamente os objetivos são:

1- Identificar os tamanho da População Mínima Viável do mico-leão-da-cara-dourada (Leontophitecus chrysomelas) do macaco-prego-do-peito-amarelo (Cebus xanthosternos) e do papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha).

2- Com base na PMV e nas densidades populacionais dessas espécies (estimadas em campo ou otidas a partir de dados da literatura), estimar a Área Mínima de um fragmento florestal que seria capaz de manter populações viáveis,

3- Avaliar a persistência de populações das três espécies considerando uma estrutura metapopulacional.

Um breve apanhado das espécies consideradas para as análises Leontophitecus chrysomelas

O mico-leão-cara-dourada é um primata de pequeno porte endêmico da Mata Atlântica, com área de distribuição estimada em aproximadamente 19500

Tabela 1 – Alguns parâmetros necessários para alimentar modelos de viabilidade populacional.

PARÂMETROS A SEREM ESTIMADOS

Biológicos Ambientais

Tamanho populacional Capacidade de suporte

Taxas de sobrevivência População de predadores

Fecundidade Disponibilidade de recursos

Estrutura etária da população Distribuição espacial de manchas

Razão sexual Tamanho e forma das manchas de habitat

Taxas de migração Conectividade (em ambientes fragmentados)

Idade da primeira reprodução Ocorrência de eventos catastróficos

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Viabilidade populacional de espécies do Corredor Central da Mata Atlântica

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km2, 98% dos quais no estado da Bahia, entre o rio de Contas e o rio Jequetinhonha (Rylands et al, 1992; Pinto & Rylands, 1997). O restante da distribuição geográfica estaria na região do Norte do estado de Minas Gerais, mas ainda não existe confirmação visual (Pinto et al, 1998). Na tabela 2 são apresentados os pontos de ocorrência da espécie para a área de abrangência desse estudo

A espécie apresenta baixas densidades populacionais, característico das demais espécies do gênero. Os valores de densidade giram em torno d 2 a 17 indivíduos/km2 e 0,7 a 3,5 grupos/km2 (Rylands, 1989; Lima, 1990; Pinto, 1994), com tamanho médio de grupo variando entre 4,5 a 5,2 indivíduos (Reserva Biológica de Una). O tamanho do território estimado em alguns estudos varia de 40 a 75 hectares. A espécie é dependente de florestas onde existam abrigos para dormitório em ocos de tronco de árvores. Rylands (1989) estudando um grupo identificou cinco locais de dormitórios, todos em áreas de mata bem preservada.

Status de conservação: Citada como ameaçada pela portaria do IBAMA, e em perigo pela IUCN. Consta do Anexo I da CITES. As principais ameaças são a fragmentação e destruição de habitats na área de distribuição.

Cebus xanthosternos

O macaco-prego-do-peito-amarelo é uma espécie altamente ameaçada de extinção. As poucas populações conhecidas estão localizadas em uma pequena área geográfica na Mata Atlântica do Sul da Bahia, limitada a oeste pela Mata de Cipó, entre o rio Jequetinhonha ao sul e o rio de Contas ao norte, mas alguns registros históricos enigmáticos são reportados mais ao norte, até a desembocadura do rio São Francisco, em Sergipe (Coimbra-Filho et al., 1992). Na tabela 3 estão listados os pontos de ocorrência da espécie na área desse estudo.

Na área de ocorrência de C. xanthosternos existem três tipologias vegetacionais potencialmente utilizadas pela espécie: Floresta pluvial tropical perenifólia sul-baiana, floresta de interior semi-decídua e floresta decidual (Mata de Cipó).

Existem pouquíssimos estudos que dados sobre características biológicas e ecológicas da espécie. A única estimativa de densidade conhecida para a espécie é um grupo de 15 indivíduos na Estação Experimental de Lemos Maia, com uma densidade de 10,9 indiv/km2, ou 1 indivíduo a cada 33 ha (Lima, 1990). Se seguir o padrão do gênero, a espécie provavelmente é de dieta onívora, com grupos que podem ter de 15 a 20 indivíduos. Pinto e Tavares (1993) observaram grupos de dois a seis indivíduos em oito fragmentos florestais no sul da Bahia.

Amazona rhodocorytha

O papagaio-chauá é um dos maiores papagaios brasileiros, com adultos atingindo 35-40 cm de comprimento e pesando 450-650 g. A característica óbvia da espécie é a coloração vermelho vivo da parte anterior da cabeça até a base do bico. O papagaio-chauá está distribuido em pequenas populacões em Alagoas e da Bahia e leste de Minas Gerais até Rio de Janeiro.

A. rhodocorytha se alimenta de frutos, sementes, bagas, botões de flores e folhas. Apresenta hábitos gregários, dormem em bandos, alimentam-se em conjunto e desenvolveram elaborado sistema de comunicação social (Sick 1997). Realizam grandes deslocamentos acompanhando a frutificação ao longo do ano. Costumam aproveitar as árvores já conhecidas e podem ser encontradas em uma mesma fruteira durante o período de sua frutificação ano após ano.

Vivem aos casais e até onde se sabe, permanecem unidos por toda a vida (Sick 1997). O casal parece que não se separar do grupo durante a reprodução. Nidificam em troncos ocos, geralmente em palmeiras utilizando o mesmo ninho ao longo de diversas estações. A incubação é de aproximadamente 25 dias, colocam 3-4 ninhos e criam todos os filhotes (até 4). Os filhotes deixam a cavidade entre um e dois meses após o nascimento e podem deixar o ninho em épocas diferentes, dependendo da data do nascimento. Atingem a idade reprodutiva entre 2 e 3 anos de idade. Vivem aproximadamente 40 anos.

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Tabela 2 – Pontos de ocorrência de L. chrysomelas no sul da

Bahia

Município Latitude

Longitude

o ' "

o ' " Almadina -14 32 0 -39 39 0 Aurelino Leal -14 25 10 -39 26 10 Aurelino Leal -14 25 0 -39 26 0 Aurelino Leal -14 30 0 -39 23 0 Belmonte -15 51 0 -38 54 0 Buerarema -14 57 0 -39 19 0 Buerarema -14 57 20 -39 19 20 Caatiba -15 0 0 -40 16 0 Caatiba -14 57 0 -40 20 0 Caatiba ? -15 2 10 -40 24 10 Camamu -13 57 0 -39 7 0 Canavieiras -15 23 0 -39 12 0 Canavieiras -15 33 0 -38 58 0 Canavieiras -15 36 0 -39 1 0 Canavieiras -15 34 0 -39 4 0 Canavieiras -15 38 0 -38 59 0 Canavieiras -15 30 0 -39 0 0 Canavieiras -15 39 0 -39 18 0 Canavieiras -15 28 0 -39 15 0 Canavieiras -15 30 0 -39 2 0 Canavieiras -15 35 0 -38 59 0 Canavieiras -15 30 0 -39 2 0 Canavieiras -15 25 0 -39 22 0 Canavieiras -15 27 0 -39 15 0 Coaraci -14 43 0 -39 34 0 Coaraci -14 39 0 -39 33 0 Firmino Alves ? -14 57 0 -39 54 0 Floresta Azul ? -14 52 0 -39 39 0 Gongoji -14 18 0 -39 35 0 Gongoji -14 14 0 -39 39 0 Gongoji -14 11 0 -39 40 0 Gongoji -14 20 0 -39 31 0 Gongoji -14 16 0 -39 29 0 Gongoji -14 12 0 -39 38 0 Gongoji -14 13 0 -39 40 0 Gongoji ? -14 12 0 -39 38 0 Ibicuí -14 46 0 -39 50 0 Ibicuí -14 48 0 -39 54 0 Ibicuí -14 41 0 -39 53 0 Ibicuí -14 26 0 -39 46 0 Ibicuí -14 25 0 -39 45 0 Ibicuí -14 33 0 -39 44 0 Ibicuí -14 39 0 -39 14 0 Iguaí -14 45 0 -40 2 0 Ilhéus -14 39 0 -39 7 0 Ilhéus -15 3 0 -39 48 0 Ilhéus -14 58 0 -39 2 0 Ilhéus -15 3 0 -39 4 0 Ilhéus -15 3 0 -39 0 0 Ilhéus -14 39 0 -39 1 0 Ilhéus -14 39 0 -39 2 0

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Município Latitude

Longitude Ilhéus -14 40 0 -39 25 0 Ilhéus -14 34 0 -39 26 0 Ilhéus -14 47 0 -39 12 0 Ilhéus -15 12 0 -39 57 0 Ilhéus -14 51 0 -39 2 0 Ilhéus -15 2 0 -40 24 0 Ilhéus -14 49 0 -39 2 0 Itabuna -15 11 0 -39 30 0 Itabuna -14 48 0 -39 16 0 Itabuna -14 44 0 -39 18 0 Itacaré -14 21 0 -39 12 0 Itacaré -14 19 0 -39 1 0 Itajú do Colônia -15 14 0 -39 44 0 Itajuípe -14 41 0 -39 26 0 Itambé -15 11 0 -40 21 0 Itambé -15 6 0 -40 13 0 Itambé -15 9 10 -40 13 10 Itapebi -15 53 0 -39 41 0 Itapebi -15 57 0 -39 38 0 Itapebi -15 46 0 -39 40 0 Itapebi -15 58 0 -39 38 0 Itapetinga -15 24 0 -40 12 0 Itapetinga -15 13 0 -40 11 0 Itapetinga -15 20 0 -39 48 0 Itapetinga -15 12 0 -40 9 0 Itapetinga -15 13 0 -40 4 0 Itapetinga -15 21 0 -40 16 0 Itapetinga -15 15 0 -40 15 0 Itapetinga -15 24 0 -39 50 0 Itapetinga -15 25 0 -40 11 0 Itarantim -15 33 0 -40 8 0 Itarantim -15 30 0 -40 4 0 Itarantim -15 38 0 -40 4 0 Itarantim -15 48 10 -40 9 10 Itororó -15 9 0 -39 56 0 Itororó -15 8 0 -39 57 0 Itororó -15 27 0 -39 55 0 Itororó -15 6 0 -40 0 0 Itororó -15 8 0 -39 58 0 Itororó -15 4 0 -39 59 0 Jussari -15 12 0 -39 29 0 Jussari -15 11 0 -39 30 0 Macarani -15 34 0 -40 26 0 Maiquinique -15 38 0 -40 15 0 Maraú -14 6 0 -39 0 0 Mascote -15 37 0 -39 18 0 Mucuri -18 5 0 -39 34 0 Mundo Novo ? -15 39 0 -38 57 0 Nova Canaã -14 51 0 -40 10 0 Nova Canaã -14 53 0 -40 8 0 Nova Canaã -14 48 0 -40 9 0 Nova Canaã -14 53 0 -40 5 0 Poções -14 31 0 -40 21 0 Potiraguá -15 42 0 -39 49 0 Potiraguá -15 43 0 -39 36 0 Potiraguá -15 45 0 -39 32 0 Potiraguá -15 43 0 -39 45 0

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Município Latitude

Longitude Santa Cruz da Vitória -14 48 0 -39 50 0 Santa Cruz da Vitória -14 53 0 -39 50 0 Santa Cruz da Vitória -14 56 0 -39 47 0 Santa Cruz da Vitória -14 58 0 -39 49 0 Ubaitaba -14 15 0 -39 28 0 Ubaitaba -14 15 10 -39 28 10 Ubaitaba -14 15 20 -39 28 20 Una -15 17 0 -39 3 0 Una -15 15 0 -39 12 0 Una -15 20 0 -39 3 0 Una -15 14 0 -39 11 0 Una -15 21 0 -39 0 0 Una -15 13 0 -39 4 0 Una -15 14 0 -39 13 0 Una -15 10 0 -39 3 0 Una -15 17 0 -39 12 0 Una -15 12 0 -39 9 0 Una -15 18 0 -39 8 0 Una -15 11 0 -39 12 0 Una -15 19 0 -39 10 0 Una -15 14 0 -39 8 0 Una -15 8 0 -39 11 0 Una -15 12 0 -39 2 0 Una -15 15 0 -39 3 0 Una -15 15 0 -39 3 0 Una -15 8 0 -39 17 0 Una -15 12 0 -39 1 0 Una -15 17 0 -39 5 0 Una -15 24 0 -39 2 0 Una -15 11 10 -39 3 10 Una -15 25 0 -39 5 0 Una -15 21 0 -39 2 0 Una -15 17 0 -39 6 0 Una -15 16 0 -39 5 0 Una -15 20 0 -39 9 0 Una -15 12 0 -39 1 0 Una -15 11 0 -39 3 0 Una -15 18 0 -39 6 0 Una ? -15 10 0 -39 3 0 Una ? -15 12 0 -39 1 0 Una ? -15 28 0 -39 1 0 Una ? -15 15 0 -39 1 0 Uruçuca -14 36 0 -39 17 0 Uruçuca -14 35 0 -39 16 0 -15 15 0 -40 39 0 -14 38 10 -39 12 10 -15 28 0 -39 15 0

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Tabela 3 – Pontos de ocorrência de C. xanthosternos no sul da

Bahia

Município Latitude

Longitude

o ' "

o ' " Almadina -14 42 0 -39 39 0 Araçás -12 12 0 -38 12 0 Aurelino Leal -14 20 0 -39 20 0 Barro Preto -14 48 0 -39 40 0 Belmonte -15 51 0 -38 54 0 Camamu -13 56 0 -39 7 0 Camamu -14 7 0 -39 14 0 Camamu / Igrapiúna -13 53 58 -39 11 26 Canavieiras -15 23 0 -39 12 0 Canavieiras -15 35 0 -39 18 0 Canavieiras -15 30 10 -39 0 10 Canavieiras -15 43 0 -39 5 0 Canavieiras -15 30 0 -39 0 0 Canavieiras ? -15 22 0 -39 12 0 Carinhanha -14 18 0 -43 47 0 Carinhanha -14 18 0 -43 47 30 Carinhanha -14 18 10 -43 47 40 Carinhanha -14 18 0 -43 47 0 Catu -12 22 0 -38 12 0 Dário Meira -14 25 0 -39 55 0 Firmino Alves -14 59 0 -39 56 0 Gandu -13 56 39 -39 28 53 Gongoji -14 28 0 -39 50 0 Governador Mangabeira -12 35 0 -39 4 0 Ibicaraí -14 52 0 -39 36 0 Ibicui -14 30 0 -39 53 0 Ibicuí -14 33 0 -39 44 0 Ibirapitanga -14 10 0 -39 23 0 Ilhéus -14 45 0 -39 42 0 Ilhéus -15 3 0 -39 48 0 Ilhéus -14 49 0 -39 2 0 Ilhéus -14 47 0 -39 12 0 Ilhéus -14 55 0 -39 5 0 Ilhéus -15 3 0 -39 4 0 Ilhéus -14 51 0 -39 2 0 Ilhéus -14 49 0 -39 2 0 Ipiaú -14 8 0 -39 45 0 Itabuna -14 50 0 -39 19 0 Itagibá -14 16 0 -39 52 0 Itamarati -14 3 0 -39 23 0 Itapebi -15 57 0 -39 38 0 Itapebi -15 43 0 -39 5 0 Itapebi -15 56 0 -39 32 0 Itapetinga -15 24 0 -40 12 0 Itarantim -15 39 0 -40 4 0 Itarantim -15 48 0 -40 9 0 Itororó -15 57 0 -40 4 0 Itororó -15 4 0 -39 59 0

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Município Latitude

Longitude Ituberá -13 46 44 -39 17 22 Ituberá -13 46 34 -39 15 33 Ituberá -13 46 44 -39 18 42 Ituberá -13 47 40 -39 13 43 Ituberá -13 43 20 -39 3 20 Ituberá -13 43 19 -39 9 26 Iuiú ? -14 18 0 -43 48 0 Jandaíra -11 32 0 -37 41 0 Jiquiriça -13 15 0 -39 36 0 Jussari -15 12 0 -39 29 0 Maiquinique -15 37 0 -40 16 0 Malhada -14 16 0 -43 47 0 Mutuípe -13 14 0 -39 32 0 Nazaré -12 59 0 -39 0 0 Nilo Peçanha -13 36 0 -39 7 0 Nova Canaã -14 53 0 -40 8 0 Olivença -15 2 0 -39 0 0 Piraí do Norte -13 46 0 -39 23 0 Potiraguá -15 43 0 -39 45 0 Potiraguá -15 36 0 -39 57 0 Potiraguá -15 43 0 -39 45 0 Prado -17 21 0 -39 13 0 Santo Antônio de Jesus -13 0 0 -39 15 0 São Miguel das Matas -12 57 0 -39 25 0 Senhor do Bonfim -10 27 0 -40 12 0 Taperoá -13 27 0 -39 5 0 Teolandia -13 30 0 -39 43 0 Teolândia -13 35 0 -39 30 0 Ubaíra -13 16 0 -39 42 0 Ubatã -14 12 0 -39 32 0 Una -15 17 0 -39 3 0 Una -15 21 0 -39 0 0 Una -15 14 0 -39 13 0 Una -15 19 0 -39 10 0 Una -15 8 0 -39 17 0 Una -15 17 0 -39 5 0 Una -15 20 0 -39 2 0 Una -15 11 0 -39 3 0 Uruçuca -14 36 0 -39 17 0 Valença -13 18 10 -39 1 10 Valença -13 18 0 -39 1 0 Valença -13 17 0 -38 39 0 Valença ? -13 17 10 -38 39 10 -14 47 0 -39 5 0 -15 50 10 -39 24 10 -15 50 0 -39 24 0 -14 10 0 -39 30 0 Nilo Peçanha -13 37 34 -39 3 43

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A ecologia e biologia do chauá é muito pouco conhecida. Cita-se o registro na década de 30 de bandos de centenas de indivíduos agregados em árvores próximas ao rio Gongogi, em Boa Nova, BA. No inventário que está sendo realizado o bando com maior número de indivíduos registrados até o momento é de 16 indivíduos em Veracruz. Em um estudo recente (Marsden et al 2000) foi estimada a população e a densidade de Amazona rhodocorytha em duas regiões: Porto Seguro (CVRD e Parque Nacional do Pau Brasil) e complexo Sooretama/Linhares. Foi estimada uma população de 238 indivíduos (densidade de 0,036 indv/ha) para a área de Porto Seguro e 5990 indivíduos (0,13 indiv/ha) em Sooretama/Linhares.

Status de Conservação: Apêndice I do CITES. Categoria em perigo da IUCN. Listada como ameaçada pelo IBAMA. As principais ameaças são desmatamento e comércio ilegal. Atualmente a espécie está confinada a pequenas populações remanescentes em fragmentos bem preservados de Mata Atlântica.

METODOLOGIA AVP do mico-leão-da-cara-dourada, Leontophitecus chrysomelas

Utilizando os parâmetros biológicos apresentados nos dois Workshops de AVP’s de mico leão realizados em Belo Hor Horizonte (Seal et al., 1990; Ballou et al., 1997) e a partir de outras publicações (Kleiman et al., 1988; Lima, 1990; Rylands et al., 1992; Rylands, 1994) foi realizada uma AVP considerando a probabilidade de extinção em 100 anos de acordo com o tamanho inicial da população. Foi elaborado o seguinte cenário: 20 populações simuladas alterando-se o tamanho inicial da população de 10 indivíduos até 500 indivíduos. Foram utilizadas as taxas de mortalidade por classe etária descritas para L. rosalia, e citadas no relatório do Workshop Leontophitecus II. Todas as simulações foram realizadas utilizando o programa VORTEX 8.4. Seguem os valores dos demais parâmetros utilizados para alimentar os modelos, de acordo com a saída produzida pelo programa VORTEX.

- 1 population(s) simulated for 100 years, 500 iterations

- Extinction is defined as no animals of one or both sexes.

- Inbreeding depression modeled with 3.14 lethal equivalents per indiv.

- First age of reproduction for females: 4 for males: 4

- Maximum breeding age (senescence): 16

- Sex ratio at birth (percent males): 50.000000

- Monogamous mating; - 70.00 percent of adult males in the

breeding pool. - 75.00 percent of adult females produce

litters. - EV in % adult females breeding =

15.00 SD Assumiu-se a probabilidade de ocorrência

de um tipo de catástrofe com probabilidade de 3% no ano, com uma redução de 50% na sobrevivência e reprodução. Considerou-se a capacidade de suporte do ambiente de 500 indivíduos. Se levarmos em conta a estimativa obtida por outros pesquisadores de 1 indivíduo a cada 18,6ha um fragmento com capacidade de suporte de 500 indivíduos teria uma área de aproximadamente 9000ha

AVP do macaco-prego-do-peito-amarelo, Cebus xanthosternos

Considerando a inexistência de dados biológicos da espécie as simulações foram realizadas com os valores de Cebus apella encontradas na literatura. Os resultados dessas simulações devem portanto serem analisados com cautela. Os procedimentos de simulações foram semelhantes aos empregados para L. chrysomelas: 500 simulações por 100 anos de 20 cenários com tamanhos populacionais entre 10 a 700 indivíduos. Considerou-se população viável se atingisse 95% de prob. de persistência em 100 anos e retivesse 95% da diversidade genética. Abaixo alguns dos parâmetros empregados nas simulações:

1 population(s) simulated for 100 years, 500 iterations Extinction is defined as fewer than 4 individuals. Inbreeding depression modeled with 3.14000 lethal equivalents per indiv.

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First age of reproduction for females: 4 for males: 4 Maximum breeding age (senescence): 20 Sex ratio at birth (percent males): 50.000000 Population: pregopop1 State variables: 300.0000 Polygynous mating; 70.00 percent of adult males in the breeding pool. 70.00 percent of adult females produce litters. 100 percent of females produce litters of size 1 20.00 percent mortality of females between ages 0 and 1 10.00 percent mortality of females between ages 1 and 2 10.00 percent mortality of females between ages 2 and 3 8.00 percent mortality of females between ages 3 and 4 15.00 percent mortality of adult females (4<=age<=20) Frequency of type 1 catastrophes: 3.000 percent multiplicative effect on reproduction and survival = 0.500000

AVP do papagaio-chauá Amazona rhodocorytha

Muito pouco se sabe sobre aspectos reprodutivos do papagaio-chauá. Sendo um gênero relativamente diversificado dentre os psitacídeos, algumas das informações biológicas utilizadas nas modelagens aqui empregadas vieram de outras espécies do gênero. As coletas que estão sendo realizadas pelo consultor de avifauna Paulo Cordeiro forneceram informações úteis sobre a densidade da espécie em diversos fragmentos na região sul da Bahia. O trabalho de Marsden et al (2000) também forneceu informações sobre densidade populacional e áreas de ocorrência da espécie. Os autores estimaram a densidade de A. rhodocorytha para o complexo de 6600ha da reserva da Florestas Rio Doce SA e Estação Ecológica Pau-Brasil, em Porto Seguro. A densidade estimada foi de 0,036 ind./ha, ou uma população de 238 indivíduos no fragmento. Paulo Cordeiro (dados não publicados, tabela 4) encontrou as seguintes densidades em fragmentos amostradas na região sul da Bahia:

Utilizando os parâmetros biológicos encontrados na literatura e as informações coletadas em campo foram realizadas simulações para estimar a probabilidade de persistência de Amazona rhodocorytha em fragmentos florestais. Para tal, foi elaborado um cenário de simulação onde era alterado o tamanho inicial da população que variou entre 10 a 350 indivíduos. Todas as simulações foram realizadas utilizando o programa VORTEX 8.4. Seguem os valores dos demais parâmetros utilizados para alimentar os modelos, de acordo com a saída produzida pelo programa VORTEX.

- 1 population(s) simulated for 100 years, 500 iterations - Extinction is defined as no animals of one or both sexes. - No inbreeding depression - First age of reproduction for females: 2 for males: 2 - Maximum breeding age (senescence): 25 - Sex ratio at birth (percent males): 50.000000 - Monogamous mating; - 70.00 percent of adult males in the breeding pool. - 70.00 percent of adult females produce litters. - EV in % adult females breeding = 10.00 SD - Of those females producing litters, ... 20.00 percent of females produce litters of size 1 50.00 percent of females produce litters of size 2 20.00 percent of females produce litters of size 3 10.00 percent of females produce litters of size 4 - 30.00 percent mortality of females between ages 0 and 1 EV in % mortality = 10.000000 SD - 30.00 percent mortality of females between ages 1 and 2 EV in % mortality = 10.000000 SD - 20.00 percent mortality of adult females (2<=age<=25) EV in % mortality = 15.000000 SD - 30.00 percent mortality of males between ages 0 and 1 EV in % mortality = 10.000000 SD - 30.00 percent mortality of males between ages 1 and 2

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EV in % mortality = 10.000000 SD - 20.00 percent mortality of adult males (2<=age<=25) EV in % mortality = 15.000000 SD - EV in reproduction and mortality will be concordant. - Frequency of type 1 catastrophes: 3.000 percent multiplicative effect on reproduction = 0.500000 multiplicative effect on survival = 0.500000 - Carrying capacity = 600 Foram considerados os seguintes

critérios: prioritariamente a probabilidade de extinção em 100 anos; além disso, o ano médio da primeira extinção e a taxa média de crescimento populacional. Para ser considerada viável a população deve ter um tamanho tal que a probabilidade de persistência em 100 anos seja maior que 95%. Para a estimativa da área mínima viável, considerou-se a menor densidade estimada a partir dos dados de campo, que foi de 0,0375 indiv./ha, que corresponde a 1 indivíduo a cada 26,6 ha.

AVP do papagaio-chauá Amazona rhodocorytha - cenário de metapopulação

Foram definidos dois diferentes cenários. No Cenário 1, foram definidas seis populações apresentando a mesma taxa de dispersão entre elas, de 5% por ano. No cenário 2 as taxas de dispersão foram definidas considerando diferentes distâncias entre os fragmentos, sendo que um dos fragmentos estava mais isolado dos demais (tabela 5).

Quatro dos seis fragmentos simulados são considerados grandes, e dois (Pop3 e Pop4) são pequenos. Para o cenário 1 (igual probabilidade de dispersão) o tamanho populacional inicial de A. rhodocorytha nos fragmentos grandes é de 120 indivíduos (prob. de extinção de 5%).

Para o cenário 2 (diferentes taxas de dispersão) o tamanho inicial da população nos fragmentos grandes é de 80 indivíduos (prob. de extinção considerando população isolada de 7,2%), e nos fragmentos pequenos de 20 indivíduos (prob. de extinção de 38,2%).

Para ambos os cenários os parâmetros para as simulações foram os mesmos utilizados para a AVP realizada isoladamente para a espécie. Todas as populações de todos os cenários foram simuladas 500 vezes ao longo de 100 anos. Seguem os valores dos demais parâmetros utilizados para alimentar os modelos, de acordo com a saída produzida pelo programa VORTEX.

- 6 population(s) simulated for 100 years, 500 iterations - Extinction is defined as no animals of one or both sexes. - No inbreeding depression - Minimum age at dispersal is 2. - Maximum age at dispersal is 20. - Both females and males disperse. - Percent survival during dispersal = 70.000000 - Multiplier or modifier function for dispersal = 1.000000 - First age of reproduction for females: 2 for males: 2 - Maximum breeding age (senescence): 25 - Sex ratio at birth (percent males): 50.000000 - Monogamous mating;

Local Densidade

Estação Veracruz 0,1

Ecoparque 0,0625

Rio Capitão 0,0375

Fazenda Jueirana 0,0375

Guaratinga 0,05

Projeto Cedro 0,05

PN Monte Pascoal 0,125

PN Pau Brasil 0,075

Densidade média 0,067188

desvio-padrão 0,031295

Tabela 4 - densidade populacional do papagiao-chauá, estimada para 8 localidades amostradas na região de abrangência do projeto (dados de P. Cordeiro)

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70.00 percent of adult males in the breeding pool. 70.00 percent of adult females produce litters. EV in % adult females breeding = 10.00 SD - Of those females producing litters, ... 20.00 percent of females produce litters of size 1 50.00 percent of females produce litters of size 2 20.00 percent of females produce litters of size 3 10.00 percent of females produce litters of size 4 - 30.00 percent mortality of females between ages 0 and 1 EV in % mortality = 10.000000 SD - 30.00 percent mortality of females between ages 1 and 2 EV in % mortality = 10.000000 SD - 20.00 percent mortality of adult females (2<=age<=25) EV in % mortality = 15.000000 SD - 30.00 percent mortality of males between ages 0 and 1 EV in % mortality = 10.000000 SD - 30.00 percent mortality of males between ages 1 and 2 EV in % mortality = 10.000000 SD - 20.00 percent mortality of adult males (2<=age<=25) EV in % mortality = 15.000000 SD - Type 1 catastrophes are local. - Frequency of type 1 catastrophes: 2.000 percent multiplicative effect on reproduction = 0.500000 multiplicative effect on survival = 0.500000

AVP do mico-leão-da-cara-dourada, Leontophitecus chrysomelas – cenário de metapopulação

Foram simuladas 6 populações do mico-leão-da-cara-dourada vivendo em fragmentos com diferentes áreas, de diferentes tamanhos populacionais, e que se estruturam em uma metapopulação. Foram elaborados dois cenários de simulação, que diferem basicamente com respeito a i) taxas de dispersão anual de indivíduos entre os fragmentos e ii) rotas de dispersão de um fragmento para os demais. No primeiro cenário todas as populações fornecem migrantes para todos os fragmentos numa mesma taxa. No segundo cenário as taxas de dispersão dependem do tamanho do fragmento e do número de indivíduos nos fragmentos. Além disso no cenário 2 nem todas as populações fornecem migrantes para todas as demais. Com exceção dos parâmetros de dispersão, todos os demais parâmentros foram os mesmos dos empregados nas análises de viabilidade populacional realizadas considerando-se as populações isoladamente.

No primeiro cenário de simulação todas as populações foram definidas com igual taxa de dispersão (1%, 3% e 5%) para todos os fragmentos. O tamanho inicial das populações variou entre 10 a 300 indivíduos, e a capacidade de suporte do fragmento entre 50 a 500 indivíduos (Tabela 6). No segundo cenário existe uma grande população que fornece migrantes para outras duas numa taxa de 5% ao ano, duas populações médias que fornecem migrantes para outras duas

Tabela 5 – Matriz de taxas de dispersão (em porcentagem) entre os seis diferentes fragmentos simulados, para o papagaio-chauá. A população do fragmento 6 (Pop6) se encontra isolada dos demais. Pop1 Pop2 Pop3 Pop4 Pop5 Pop6 Pop1 - Pop2 2 - Pop3 2 30 - Pop4 10 2 2 - Pop5 20 2 2 10 - Pop6 1 1 1 1 1 -

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populações e três populações pequenas, sendo que não existe migração a partir de uma delas. Os demais parâmetros do modelo para ambos os cenários, de acordo com a saída do programa foram:

6 population(s) simulated for 100 years, 500 iterations Extinction is defined as no animals of one or both sexes. Inbreeding depression modeled with 3.14000 lethal equivalents per individual, Minimum age at dispersal is 2. Maximum age at dispersal is 14. Both females and males disperse. Percent survival during dispersal = 70.000000 First age of reproduction for females: 4 for males: 4 Maximum breeding age (senescence): 16 Sex ratio at birth (percent males): 50.000000 Monogamous mating; 75.00 percent of adult males in the breeding pool. 75.00 percent of adult females produce litters.

EV in % adult females breeding = 15.00 SD Of those females producing litters, ... 20.00 percent of females produce litters of size 1 55.00 percent of females produce litters of size 2 10.00 percent of females produce litters of size 3 12.00 percent of females produce litters of size 4 3.00 percent of females produce litters of size 5 30.00 percent mortality of females between ages 0 and 1 EV in % mortality = 5.000000 SD 20.00 percent mortality of females between ages 1 and 2 EV in % mortality = 5.000000 SD 20.00 percent mortality of females between ages 2 and 3 EV in % mortality = 5.000000 SD 18.00 percent mortality of females between ages 3 and 4 EV in % mortality = 5.000000 SD

População Tamanho inicial da população (no indiv.)

Capacidade de suporte (no indiv.)

Tamanho dos fragmentos (ha)

Pop1 (grande) 300 500 9000

Pop2 (média) 100 200 3600

Pop3 (media) 100 200 3600

Pop4 (pequena) 50 150 2700

Pop5 (pequena) 50 100 1800

Pop6 (pequena) 10 50 900

Tabela 6 – Tamanho inicial das populações simuladas, capacidade de suporte e tamanho dos fragmentos considerados no cenário 1, para L. chrysomelas.

Tabela 7 – Tamanho inicial das populações simuladas, capacidade de suporte e tamanho dos fragmentos considerados no cenário 2, para L. chrysomelas.

População Tamanho inicial da população (no indiv.)

Fornece migrantes para

Taxas de dispersão

Pop1 (grande) 300 Pop5 e Pop6 5%

Pop2 (média) 100 Pop1 e Pop3 3%

Pop3 (media) 100 Pop2 e Pop4 3%

Pop4 (pequena) 50 Pop1 1%

Pop5 (pequena) 50 Pop2 1%

Pop6 (pequena) 10 - 0

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15.00 percent mortality of adult females (4<=age<=16) EV in % mortality = 5.000000 SD 30.00 percent mortality of males between ages 0 and 1 EV in % mortality = 5.000000 SD 20.00 percent mortality of males between ages 1 and 2 EV in % mortality = 5.000000 SD 20.00 percent mortality of males between ages 2 and 3 EV in % mortality = 5.000000 SD 18.00 percent mortality of males between ages 3 and 4 EV in % mortality = 5.000000 SD 15.00 percent mortality of adult males (4<=age<=16) EV in % mortality = 5.000000 SD Type 1 catastrophes are local. Frequency of type 1 catastrophes: 2.000 percent multiplicative effect on reproduction = 0.500000 multiplicative effect on survival = 0.500000

RESULTADOS

AVP do mico-leão-da-cara-dourada, Leontophitecus chrysomelas

Os resultados de 500 simulações para cada uma das populações indicam que populações com mais de 150 indivíduos apresentam probabilidade de extinção abaixo de 5% (figura 1). Considerando as simulações onde ocorreu extinção nota-se que o tempo médio para chegar à extinção também está associado com o tamanho inicial das populações. Populações pequenas vão à extinção muito mais rapidamente que populações grandes. Populações com 10 indivíduos no ano 0 estão extintas em média, antes do ano 30. A partir de populações com 150 indivíduos o tempo médio para extinção gira em torno de 70 a 85 anos (Figura 2).

Com relação à perda de diversidade genética de acordo com o tamanho da população, pode-se notar que se for considerado o sistema de uma única população o alvo de manutenção de 98% da variabilidade genética não é atingido por nenhuma das populações. Na verdade, a curva cresce até a assíntota de 96% (Figura 3).

Os resultados das simulações indicam que populações viáveis de L. chrysomelas são atingidas a partir de tamanho populacional de 150 indivíduos. Mais conservativamente pode-se pensar em populações superiores a 200 indivíduos. Para esse velor, e considerando a estimativa de 1 indivíduo a cada 18 ha o tamanho mínimo de fragmento capaz de manter populações viáveis de L. chrysomelas deve ser de 3600 ha.

AVP do macaco-prego-do-peito-amarelo, Cebus xanthosternos

Os resultados das simulações indicam que populações viáveis de C. xanthosternos, se considerarmos o mínimo de 95% de probabilidade de sobreviência em 100 anos, deve ser de 250 indivíduos (Figura 4). Sendo menos conservativo, e

Figura 1 – Probabilidade de extinção em 100 anos de L. chrysomelas de acordo com o tamanho populacional inicial. A linha azul indica probabilidade de extinção de 5%, e a vermelha de 2%.

Tamanho das populações

Pro

b. d

e ex

tinç

ão

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

Figura 2 – Relação entre tempo médio para extinção e tamanho populacional inicial daquelas populações que foram extintas pelo menos uma vez nas simulações, para L. chrysomelas.

Tamanho da populações

Tem

po m

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Viabilidade populacional de espécies do Corredor Central da Mata Atlântica

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levando em conta também a escassez de dados biológicos, podemos considerar como seguros valores entre 175 e 300 indivíduos. A única estimativa de densidade conhecida para essa espécie indica 1 indivíduo a cada 33 ha. Assim, a

estimativa de área mínima para manter populações de C. xanthosternos está entre 5700 e 10000 ha.

Naquelas simulações em que efetivamente a população foi extinta, o tempo médio para extinção aumenta com o tamanho populacional, atingindo valores acima de 70 anos com populações maiores de 150 indivíduos (Figura 5). Tempo médio acima de 80 anos apenas com populações com mais de 300 indivíduos.

Considerando que nos modelos foi incluído o efeito de depressão endogâmica, valores acima de 95% de retenção de variabilidade genética só são obtidos em populações com tamanhos maiores de 400 indivíduos (Figura 6). Se considerarmos

que algumas dessas populações podem se estruturar metapopulacionalmente seguramente valores seguros de diversidade genética podem ser obtidos com populações locais de menor tamanho.

Para testar alguns dos resultados do modelo de simulação foram realizadas algumas análises de sensibilidade, onde determinados parâmetros foram alterados e os efeitos dessa alteração foram avaliados considerando a magnitude de variação na probabilidade de persistância. No caso de C. xanthosternos um dos parâmetros mais sensíveis foi a taxa de mortalidade. Ao aumentar a mortalidade de 10% para 15% nas classes etárias de 1 a 2 anos e 2 a 3 anos a probabilidade de extinção de uma população de 300 indivíduos sobe de 4,4% para 9,6%

(aumento de 120%). O cenário de maior mortalidade nessas duas classes etárias faz com que o número de indivíduos necessários para manter 4,5% de probabilidade de extinção sobe de 350 para 450 indivíduos, um aumento de 50%. Informações mais precisas sobre a biologia reprodutiva e ecologia de Cebus xanthosternos são necessárias para a construção de modelos mais robustos que produzam predições mais confiáveis de probabilidade de persistência de populações locais dessa espécie na Mata Atlântica do Sul da Bahia.

AVP do papagaio-chauá Amazona rhodocorytha

Os resultados de 500 simulações para cada uma das populações indicam que populações com mais de 120 indivíduos

Figura 4 – Probabilidade de extinção em 100 anos de C. xanthosternos de acordo com o tamanho populacional inicial. A linha vermelha indica probabilidade de extinção de 5% e a linha azul de 10%.

Tamanho populacional

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P (sobrev.) = 90%P (sobrev) = 95%

Figura 5 – Relação entre tempo médio para extinção e tamanho populacional inicial daquelas populações que foram extintas pelo menos uma vez nas simulações.

Tamanho populacional

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Figura 6 – Retenção de diversidade genética em populações simuladas de diferentes tamanhos de C. xanthosternos.

Tamanho populacional

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apresentam probabilidade de extinção abaixo de 5% (figura 7). Os resultados indicam que conservativamente, populações viáveis de Amazona rhodocorytha são atingidas a partir de tamanho populacional de 150 indivíduos. Considerando a estimativa de 1 indivíduo a cada 26,6 ha o tamanho mínimo de fragmento capaz de manter populações viáveis de Amazona rhodocorytha deve ser de aproximadamente 4000 ha.

Três aspectos devem ser considerados

nessa estimativa. O primeiro diz respeito a biologia da espécie. A. rhodocorytha forma casais monogâmicos fiéis que constroem seus ninhos no tronco oco de grandes árvores. Matas com dossel alto e com árvores de grande porte são fundamentais para a manutenção de populações viáveis. Sendo assim, a área mínima viável de 8000 ha deve ser também bem preservada. Matas baixas ou em regeneração não seriam capazes de manter populações viáveis da espécie.

O segundo aspecto a ser considerado diz respeito à possibilidade de estruturação das diversas populações em um ambiente fragmentado, formando uma metapopulação. No estudo de Marsden et al. (2000) os autores registraram o número de indivíduos voando para e da Reserva de Sooretama/Linhares. Eles observaram um número médio de 8,9 indivíduos saindo da reserva em um período de 2 horas. Isso pode indicar que as populações estariam se estruturando em um sistema metapopulacional.

Por fim, um outro importante aspecto a ser considerado é o elevado nível de predação de filhotes nos ninhos pelos caçadores que pegam os animais para comércio ilegal. No cenário de simulação aqui apresentado, adotou-se o valor de 30% de mortalidade na classe etária de 1-2 anos. Se existirem informações disponíveis sobre taxa de caça de filhotes pode ser possível construir um cenário mais realístico, principalmente devido ao fato de que as taxas de mortalidade são geralmente os parâmetros mais sensíveis numa análise de viabilidade populacional.

AVP do papagaio-chauá Amazona rhodocorytha - cenário de metapopulação Cenário 1 – taxas de dispersão de 5% ao

ano para todas as populações: O tamanho populacional de todas as

populações simuladas em um ambiente metapopulacional cresceu, independente do tamanho inicial das populações. As populações 3 e 4, dos fragmentos menores, apresentaram um explosivo crescimento logo nos primeiros anos que rapidamente se estabilizou próximo da capacidade de suporte do ambinte. O crescimento das demais populações foi mais lento e não mostrou indicação de estabilidade (Figura 8).

Considerando as probabilidades de extinção em 100 anos para cada uma das populações simuladas e para a metapopulação podemos perceber que praticamente todas as populações, com excessão da população 6, apresentaram probabilidade de persistência maiores que 95%. A probabilidade de persistência regional da espécie em 100 anos é de 96% (figura 9). Considerando que a AVP realizada para as populações isoladas mostrou valores elevados de probabilidade de extinção para esse tamanhos populacionais pode-se afirmar que a estruturação metapopulacional aumenta consideravelmente as chances de persitência de uma espécie. Por exemplo, no caso das populações 3 e 4 cujo tamanho inicial é de 20 indivíduos a probabilidade de extinção cai de 40% para 5% em uma metapopulação.

Figura 7 – Probabilidade de extinção em 100 anos de A. rodocorytha de acordo com o tamanho populacional inicial. A linha vermelha indica probabilidade de extinção de 5%. A linha azul a prob. de extinção de 1%.

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P (persist) = 95%

P (persist) = 99%

Amazona rhodocoryta

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Cenário 2 – diferentes taxas de dispersão para as populações:

O mesmo padrão de aumento

populacional do cenário 1 pode ser visto para todas as populações simuladas no cenário 2 (Figura 10). Um ponto de destaque é o grande crescimento da população 6, justamente a que foi definida com a menor taxa de dispersão entre demais fragmentos, 1% por ano. Essa população cresce e tende a se estabilizar próximo de 400 indivíduos, enquanto que as demais populações não mostram indícios de estabilização após 100 anos, atingindo sempre valores abaixo de 100 indivíduos. Uma possível explicação pode

ser feita com base nos valores de dispersão das demais populações. Todas, com excessão da população 6, foram definidas com pelo menos uma alta taxa de dispersão para uma outra população, e essa elevada taxa pode levar a uma redução do crescimento da população, uma vez que para o modelo, imigração tem os mesmos efeitos que mortalidade.

Provavelmente é esse mesmo fator o responsável pelo fato de que todas as populações, menos a população 6, apresentaram valores relativamente elevados de probabilidade de extinção, sempre acima de 5% (Figura 11). A população 6, que recebe migrantes à taxa de 1% ao ano de todas as demais

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População 6

Figura 8 – Variação no tamanho populacional (média ± erro-padrão) das seis populações simuladas ao longo de 100 anos para o cenário 1 (iguais taxas de dispersão), para A. rhodocorytha.

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populações, foi a única que apresentou probabilidade de persitência acima do valor crítico de 95%. Regionalmente, a probabilidade de persitência da espécie considerando a estrutura metapopulacional é de 96,4%.

AVP do mico-leão-da-cara-dourada, Leontophitecus chrysomelas – cenário de metapopulação Cenário 1 – taxas de dispersão iguais entre

os fragmentos (1% e 3%): A primeira simulação desse cenário

considerou que cada população fornece 1% de seus indivíduos por ano para cada uma das demais populações. O resultado geral para essa taxa de dispersão foi que todas as populações, independente do tamanho, apresentam probabilidade de persistência local de 100%, inclusive as populações pequenas e médias que quando simuladas isoladamente apresentaram alta probabilidade de extinção.

Aumentando-se a taxa de dispersão para 3% nota-se que a probabilidade de extinção sobe para todas as populações. Apenas regionalmente (metapopulação) a probabilidade de persistência é superior a 98% (figura 12). Ainda assim, todas as populações apresentaram probabilidades de persistência superiores aos registrados quando foram simuladas isoladamente (sem considerar a estrutura metapopulacional).

Por fim, para uma taxa de dispersão de 5% para todas as populações encontrou-se

que nenhuma delas é capaz de persistir, tendo a probabilidade de extinção média ficado em mais de 98%. A explicação para o aumento na probabilidade de extinção local de uma população a medida que se aumenta a taxa de dispersão é que essa dispersão soma-se a já elevada taxa de mortalidade, reduzindo assim o número efetivo da população. Uma população com taxa de dispersão de 5% para todas as outras populações sofre por ano uma redução de pelo menos 25%, que no modelo, são contabilizados junto com a taxa de mortalidade daquela população. Essa redução não é reposta de imediato pela imigração de indivíduos que chegam das outras populações porque pelo modelo 30% dos migrantes não sobrevivem. Cenário 2 – taxas e rotas de dispersão

diferenciadas As seis populações nesse cenário

apresentam variação na taxa de migrantes que fornecem às demais populações, e por consequência, no número de indivíduos que chega por migração a cada ano. Essas diferenças nas taxas de dispersão são responsáveis pelo padrão apresentado de probabilidade de persistência diferencial entre as populações, não necessáriamente relacionado com o tamanho inicial das populações. A população grande (população 1) e as populações médias (populações 2 e 3) apresentaram os valores mais elevados de probabilidade de extinção, mas todas abaixo do valor crítico de 5% (figura 13). Uma provável explicação pode ser que as três primeiras populações são as que fornecem migrantes para outros dois fragmentos, a uma taxa de 5% (população 1) e 3% (populações 2 e 3). De qualquer maneira, pode-se notar que i) todas as populações simuladas apresentaram incremento nas probabilidades de persistência em 100 anos se comparadas com as simulações para a população isolada com tamanhos populacionais equivalentes, ii) populações que fornecem poucos migrantes tem menores probabilidades de extinção num sistema metapopulacional, considerando que elas eventualmente recebem indivíduos de outras populações e iii) regionalmente a probabilidade de extinção

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População 1 População 2 População 3 População 4 População 5 População 6 Metapopulação

Figura 9 – Probabilidade de extinção regional (metapopulação) e das seis populações simuladas no cenário 1, para o papagiao-chauá.

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da espécie considerando esse sistema metapopulacional é praticamente nula.

Analisando-se a retenção de diversidade genética após 100 anos pode-se notar que nenhuma população isoladamente, nem a metapopulação, atingem o valor crítico de 98% de heterose, porém duas populações apresentam valores acima de 95% (figura 14). Uma delas é a população 1, que é a de maior tamanho inicial, que “vive” no fragmento de maior tamanho e que recebe indivíduos de outros dois fragmentos (ver tabelas 6 e 7). A outra é a população 5, que possui pequeno tamanho populacional e vive em fragmento relativamente menor.

Ao que parece, as diferenças na retenção de diversidade genética entre as populações simuladas não estão associadas com o tamanho populacional inicial ou com as taxas de dispersão.

CONCLUSÕES

1- O tamanho da população mínima

viável do mico-leão-da-cara-dourada está entre 150 a 200 indivíduos. Para manter populações viáveis seria necessário fragmento de área entre 2700 a 3600 ha.

2- O tamanho da população mínima viável do macaco-prego-do-peito-amarelo

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População 6

Figura 10 – Probabilidade de extinção regional (metapopulação) e das seis populações simuladas no cenário 2, para A. rhodocorytha.

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está entre 175 e 300 indivíduos. A estimativa de área mínima para manter populações de C. xanthosternos está entre 5700 e 10000 ha.

3- O tamanho da população mínima viável do papagaio-chauá está entre 120 a 150 indivíduos. Considerando uma densidade média de 1 indivíduo a cada 27 ha, a estimativa de área mínima para manter populações de A. rhodocorytha está entre 3300 a 4100 ha.

4- As informações disponíveis sobre C. xanthosternos, sejam elas ecológicas ou bionômicas são escassas, e portanto as projeções para essa espécie devem ser avaliadas com cautela.

5- Considerando o cenário de metapopulação tanto para o mico-leão-da-cara-dourada quanto para o papagaio-chauá pode-se afirmar que taxas de dispersão pequenas, entre 1% e 3% ao ano são suficientes para manter populações, mesmo pequenas, da espécie.

6- Para ilustrar o tópico acima, a probabilidade de persistência de uma população isolada com tamanho inicial de 50 indivíduos de L. chrysomelas é de 67%. A probabilidade de persistência local salta para mais de 99% quando essa população está estruturada em um sistema de metapopulação recebendo migrantes a uma taxa de 3% ao ano e fornecendo migrantes a taxa de 1% ao ano.

Figura 11 – Probabilidade de extinção regional (metapopulação) e das seis populações simuladas no cenário 2, para A. rhodocorytha.

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População 1 População 2 População 3 População 4 População 5 População 6 Metapopulação

Figura 12 – Média (± erro-padrão) da probabilidade de extinção local e regional de populações de L. chrysomelas para o cenário 1 com de taxa de dispersão de 3% ao ano entre todas as populações. A linha em vermelho indica 98% de probabilidade de persistência em 100 anos, a linha azul 95% de prob. de extinção.

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População 1 População 2 População 3 População 4 População 5 População 6 Metapopulação

Figura 13 – Média (± erro-padrão) da probabilidade de extinção local e regional de populações de L. chrysomelas para o cenário 2. A linha em vermelho indica 98% de probabilidade de persistência em 100 anos, a linha azul 95% de prob. de extinção.

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População 1 População 2 População 3 População 4 População 5 População 6 Metapopulação

Figura 14 – Diversidade genética após 100 anos para as 6 populações e para a metapopulação de L. chrysomelas simuladas no cenário 2. A linha em vermelho indica 95% heterozigozidade em 100 anos.

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População 1 População 2 População 3 População 4 População 5 População 6 Metapopulação

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7- Taxas de dispersão interpopulacional mais elevadas, se constantes ao longo dos anos, podem reduzir a chance de persistência local de populações que estão fornecendo os migrantes.

AGRADECIMENTOS Este trabalho é um produto do projeto "Abordagens ecológicas e instrumentos econômicos para o estabelecimento do Corredor Central da Mata Atlântica: uma estratégia para reverter a fragmentação florestal na Mata Atlântica do sul da Bahia", que foi financiado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), através do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO), com apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Contamos ainda com o suporte financeiro do Centro para Pesquisa Aplicada à Biodiversidade (CABS) da Conservation International, e do Grupo de Pesquisa de Desenvolvimento do Banco Mundial (DECRG). Nossos agradecimentos a estas instituições, e também à Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Fundação Ford, ao Programa Piloto para a Conservação das Florestas Tropicais, à Ford Motor Company, à Superintendência de Desenvolvimento Florestal e Unidades de Conservação da Bahia (SFC), ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), à Aliança para a Conservação da Mata Atlântica, ao Centro de Pesquisas do Cacau (CEPLAC), ao Jardim Botânico de Nova Iorque, à Universidade da Califórnia/Santa Bárbara (UCSB), e à Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), e aos proprietários das áreas pesquisadas, pelo generoso apoio dado à pesquisa do Corredor Central da Mata Atlântica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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