análise térmica em laser vcsel. campos, b. o., 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS/MG BRUNO DE OLIVEIRA CAMPOS ANÁLISE TÉRMICA EM LASER VCSEL ALFENAS/MG 2010

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Page 1: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE

ALFENAS/MG

BRUNO DE OLIVEIRA CAMPOS

ANÁLISE TÉRMICA EM LASER VCSEL

ALFENAS/MG

2010

Page 2: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

2

BRUNO DE OLIVEIRA CAMPOS

ANÁLISE TÉRMICA EM LASER VCSEL

Alfenas/MG

2010

Monografia apresentada como

parte dos requisitos para a

conclusão do curso de Física-

Licenciatura da Universidade

Federal de Alfenas.

Orientador: Prof. Dr. Ihosvany

Camps Rodriguez.

Co-orientador: Prof. Dr. Hugo

Bonette de Carvalho.

Page 3: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

3

BRUNO DE OLIVEIRA CAMPOS

ANÁLISE TÉRMICA EM LASER VCSEL

Aprovado em ___ de_________ 2010.

Profº.

Instituição: Universidade Federal de Alfenas.

Assinatura:________________________

Profº.

Instituição: Universidade Federal de Alfenas.

Assinatura:________________________

Profº.

Instituição: Universidade Federal de Alfenas.

Assinatura:________________________

A Banca examinadora abaixo-assinada aprova o Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para a conclusão do curso de Física-Licenciatura da Universidade Federal de Alfenas.

Page 4: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

4

Dedico a Deus, aos meus pais, aos

meus irmãos, ao meu orientador e co-

orientador, aos meus amigos, aos meus

professores e mestres pelo apoio na

realização deste trabalho.

Page 5: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

5

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Alfenas pela oportunidade oferecida e pela

FAPEMIG por ter financiado minha bolsa de Iniciação Científica.

Ao Prof Dr. Ihosvany Camps Rodriguez, orientador, pela dedicação, amizade,

conhecimentos transmitidos, confiança depositada na realização deste trabalho, por

sempre estar por perto para aconselhar e ajudar a superar todos os obstáculos.

Ao Prof Dr. Hugo Bonette de Carvalho, co-orientador, pela colaboração e

dedicação na elaboração deste trabalho.

Aos companheiros do laboratório de Cristalografia e Aquário Molecular, que

ajudaram na elaboração deste trabalho e em minha pesquisa.

Aos amigos e companheiros da 1ª Turma de Física-Licenciatura da

Universidade Federal de Alfenas - MG. À minha família, principalmente meus pais,

por todo o amor, orientação, incentivo e apoio ao longo da minha vida.

Page 6: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

6

Resumo

Neste trabalho são elaborados modelos teóricos que visam permitir a análise e

compreensão do auto-aquecimento em lasers de emissão superficial com cavidade

vertical (VCSELs). São desenvolvidos modelos simples para o cálculo da resistência

térmica de VCSELs de emissão pelo topo, empregando o conceito de condutividade

térmica efetiva. Também, apresenta-se um método de cálculo de resistência térmica

de VCSELs, no qual o fluxo anisotrópico de calor no interior de cada camada

componente da estrutura do laser é considerado.

Page 7: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

7

Abstract

In this work, models were developed aiming to allow the analysis, understanding and

prevention of self-heating in Vertical-Cavity Surface-Emitting Lasers (VCSELs).

Simple approaches to calculate the thermal resistance of top emitting VCSELs were

developed using the concept of effective thermal conductivity. Also, a method to

calculate the thermal resistance of VCSELs, in which the anisotropic heat flux inside

each layer is considered.

Page 8: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................9

2 OBJETIVOS............................................................................................................11

3 FIBRAS ÓPTICAS..................................................................................................11

3.1 Princípios de Funcionamento da Fibra Ópticas...............................................12

3.1.1 Multimodo.................................................................................................14

3.1.2 Monomodo................................................................................................15

3.2 Vantagens e desvantagens da Fibra Óptica....................................................15

4 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DE LASERS SEMICONDUTORES............17

4.1 Interação da radiação com a matéria...............................................................17

4.2 Eficiência..........................................................................................................19

4.3 Espelhos e reflexão Bragg...............................................................................20

4.4 Descrição da estrutura.....................................................................................21

5 RESISTÊNCIA TÉRMICA.......................................................................................22

5.1 Programa COMSOL Multiphysics 3.5..............................................................23

5.1.1 Método dos Elementos Finitos.................................................................23

5.2 Mecanismos de dissipação de calor................................................................25

5.2.1 Condução através do dissipador..............................................................25

5.3 Solução da equação de calor. Modelo teórico. ...............................................26

5.3.1 Fontes de calor.........................................................................................27

5.3.2 Condições de Fronteira.............................................................................31

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................32

7 CONCLUSÃO.........................................................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................39

Page 9: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

9

1 INTRODUÇÃO

Os lasers se tornaram muito importantes para a transmissão, armazenamento,

detecção e o processamento da informação. A luz dos lasers pode ser usada para

transmitir informações. O laser é usado em áreas como: pesquisa científica (pinças

ópticas, física atômica e óptica quântica), no comércio (leitores de códigos de barras,

comunicação por fibra óptica), nos leitores de CD e DVD, nas impressoras, na

holografia (técnica que permite apresentar imagens fotográficas em três dimensões),

nas litografias, na indústria (para cortar, furar, soldar e gravar materiais de grande

dureza como a madeira e o aço) e na medicina [1,2].

Um exemplo é a leitora de código de barras dos supermercados, na qual o

código impresso na embalagem dos produtos é lido por um laser de HeNe. A luz

refletida é detectada como um sinal luminoso cujas variações correspondem às

regiões claras e escuras do código de barras. O detector converte o sinal luminoso

em um sinal elétrico, que é enviado a um computador. A leitura ótica de informações

é uma importante aplicação dos lasers. As informações originais podem ser

impressas, como acontece com o código de barras nos produtos dos

supermercados, ou gravadas na forma de pequenas depressões em um disco, como

nos CDs.

Neste trabalho foi utilizado um laser tipo VCSEL (Vertical Cavity Surface

Emitting Lasers). O grande desenvolvimento de VCSELs nas décadas de 90 e inicio

do século XXI fundamentou-se não apenas na busca de uma alternativa para os

lasers semicondutores convencionais de emissão horizontal, como também em

excepcionais características potenciais, como: alta potência; operação monomodo

longitudinal intrínseca a sua estrutura (devido a cavidade curta); feixe estreito, e,

aproximadamente circular, facilitando o acoplamento com fibras ópticas; e, a

facilidade de fabricação de redes bidimensionais monolíticas com grande número de

dispositivos [3-8].

Nos dias de hoje, estes VCSELs estão sendo muito desenvolvidos para serem

empregados em comunicação óptica. As fibras ópticas são largamente utilizadas em

diversos setores, com um número grande de aplicações em sistemas de

telecomunicação. Outras aplicações que também podemos citar são sistemas de TV

Page 10: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

10

de alta resolução e de controle, sensoriamento de várias grandezas físicas e

químicas, como por exemplo, temperatura, pressão e concentrações químicas. Além

disso, possuem aplicações em medicina e na indústria de automóvel [9,10].

Ao longo das últimas duas décadas, os avanços tecnológicos possibilitaram a

fabricação de lasers com múltiplos poços quânticos sob tensão e o crescimento de

estruturas refletoras (DBRs) de quarto de onda com interfaces continuamente

graduadas. Com o emprego destes DBRs [11-15] e de múltiplos poços quânticos

[16-18] obtiveram uma sensível redução do limiar de oscilação dos VCSELs, e

consequentemente uma relativa redução de suas dimensões. Porém quanto aos

parâmetros térmicos é fato que eles limitam a escala de integração e o desempenho

CW de VCSELs [5]; e que com o uso de camadas ultrafinas nas interfaces dos

espelhos e nos poços quânticos, o efeito Joule é magnificado [19].

O funcionamento de um diodo laser é afetado pelo aumento da temperatura no

seu interior, causado por processos de recombinação essencialmente não-

radioativa, bem como a reabsorção de radiação gerada na camada ativa e efeito

Joule nas passivas. Este aumento da temperatura leva à mudança de características

no funcionamento do dispositivo, provocando um aumento da corrente limiar [20],

uma diminuição na intensidade de emissão das radiações [21], reduzindo o tempo

de vida útil de operação devido ao aumento exponencial na temperatura do mesmo

[22] e à mudança dos modos de radiação estimulada [23], bem como todo o

espectro de emissão espontânea [24,25].

Esses efeitos são especialmente importantes durante a operação contínua em

um laser. O aquecimento aumenta com o tempo de funcionamento, o que para

certos valores de fluxo leva à degradação ou degradação térmica do dispositivo.

Desprezando os outros efeitos deste aumento de temperatura, que deve produzir os

mesmos ruídos indesejados no sistema de comunicação por fibras ópticas, causada

por mudanças rápidas na onda emissão, na medida em que o conjunto do laser

aquece e esfria com a modulação da corrente de alimentação [26,27].

O desempenho destes VCSELs e a possibilidade de uma otimização do

mesmo deve-se ao estudo da dependência das propriedades dos VCSELs com a

temperatura do meio ativo. O objetivo deste trabalho consiste na elaboração de

modelos que permitam a análise e a compreensão do auto aquecimento em

VCSELs.

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11

Em VCSELs, a região ativa de poços quânticos está compreendida entre dois

espelhos de DBRs paralelos a ela, que servem de refletores. A fabricação desse

dispositivo é baseada na técnica de “crescimento” epitaxial (MBE- Molecular-Beam

Epitaxy) [28] e MOCVD(Multi-layer system is grown by metal Organic Chemical

Vapor Deposition) [29].

No Capítulo 3, fala-se de fibras ópticas, apresentando, brevemente, os

princípios de propagação das ondas luminosas, bem como os modos de propagação

dessas ondas.

No Capítulo 4 discutimos alguns aspectos do funcionamento de lasers, como

objetivo de fornecer o embasamento teórico necessário para a compreensão da

operação básica de tais dispositivos.

No Capítulo 5 será discutido o processo utilizado, bem como as condições

necessárias para fazer a análise térmica do dispositivo.

2 OBJETIVOS

Estudar a distribuição de temperaturas num laser semicondutor tipo VCSEL no

intuito de aperfeiçoar o funcionamento do mesmo desde o ponto de vista térmico.

3 FIBRAS ÓPTICAS

As fibras ópticas são constituídas basicamente de materiais dielétricos

(isolantes) que permitem total imunidade a interferências eletromagnéticas que

poderiam causar ruídos e até interferências na hora de transferir dados.

A composição básica de fibras ópticas é de materiais dielétricos com uma

estrutura cilíndrica, composta de uma região central, que denominamos núcleo, que

é por onde a luz trafega, e uma região periférica, denominada casca, que envolve

completamente o núcleo (FIGURA 3.1) [30,31].

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12

O índice de refração do núcleo (n1) é sempre maior que o índice de refração

da casca (n2). Se o ângulo de incidência da luz em uma das extremidades da fibra

for menor que um dado ângulo, chamado de ângulo crítico ocorrerá à reflexão total

da luz no interior da fibra.

Figura 3.1- Representação estrutural de uma fibra ótica.

Fonte: Referência [30].

3.1 Princípios de Funcionamento da Fibra Óptica

A propagação da luz dentro de uma fibra óptica pode ser explicada

basicamente através de conceitos da teoria de raios da óptica geométrica. Porém

uma análise mais completa do fenômeno de propagação em fibras ópticas deve-se

partir das equações de Maxwell, utilizando-se a teoria de ondas eletromagnéticas.

Se um feixe de luz incide numa interface entre dois meios de diferentes índices

de refração, logo a relação entre o feixe de luz incidente e o refratado é expressa por

[32]:

n1sen1 = n2sen2 (1)

onde n1 e n2 são os índices de refração e refratado, respectivamente, formados

com a normal à interface. O ângulo do raio refratado é sempre maior que o ângulo

do raio incidente até uma situação limite onde o raio refratado forma 90° com a

normal. Neste caso o ângulo do raio incidente é chamado ângulo crítico. Qualquer

raio incidente com ângulo maior que o ângulo crítico não é mais refratado e sim,

Page 13: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

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refletido totalmente (FIGURA 3.2). Esse efeito de reflexão interna total é o princípio

de funcionamento das fibras ópticas.

Figura 3.2- Representação de feixe de luz incidente e refratado em fibra óptica.

Fonte: [32].

Baseando-se no conceito de ângulo crítico, pode-se definir o ângulo de

aceitação da fibra, que é o ângulo de incidência máximo relativo ao eixo da fibra,

acima do qual os raios luminosos relativo não são transmitidos através da fibra. Esse

ângulo é deduzido a partir da lei de Snell (1) aplicando-se as condições de reflexão

interna total e resultando em:

(2)

onde n0 é o índice de refração do meio onde a fibra está imersa.

Define-se, então, um importante parâmetro da fibra óptica, que é a abertura numérica (NA). Para fibras de índice degrau (ID), a abertura numérica é expressa por:

; (3)

se o meio de imersão for o ar (n0 = 1), a equação é expressa da seguinte forma:

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14

(4)

Esse parâmetro também pode ser expresso em termo do índice de refração

diferencial relativo (∆), que é a relação entre os índices de refração do núcleo e da

casca, definido como:

(5)

Normalmente, para fibras com índice degrau, ∆ << 1. Assim, combinando-se as duas equações 4 e 5 , obtém-se:

(6)

A abertura numérica, normalmente, é usada para descrever a capacidade de

captação luminosa da fibra e para calcular a eficiência de acoplamento de potência

óptica na interface fonte-fibra.

Existem diferentes tipos de fibras ópticas que, por sua vez, possuem diferentes

características construtivas, sendo otimizadas para determinadas aplicações. As

fibras ópticas são classificadas como multimodo ou monomodo. As dimensões do

revestimento e da casca são aproximadamente iguais para as fibras ópticas

monomodo e multimodo.

3.1.1 Multimodo

Sua capacidade de transmissão é limitada pela dispersão modal, que reflete os

diferentes tempos de propagação da onda luminosa. Para atenuação desse

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15

fenômeno, essas fibras são construídas com um Índice de refração gradual. A taxa

de transmissão neste tipo de fibra é de 400 MHz/Km em média.

3.1.2 Monomodo

A fibra monomodal possui a vantagem de transportar sinais por distâncias

maiores e em velocidades mais altas, porém é mais cara e mais difícil de instalar. A

fibra monomodal, sendo mais fina do que a fibra multimodal, é mais difícil de

manusear. Os cabos de fibra óptica multimodais são mais utilizados nas redes locais

e em Campi universitários.

Os cabos de fibra óptica são determinados conforme a sua aplicação, podendo

ser utilizados para cabos submarinos de transmissão a longas distâncias, controle

de aviões, instrumentação e conexão entre computadores e periféricos,

comunicação por cabo para redes ferroviárias e elétricas e comunicação em

televisão a cabo.

Os VCSELs que possuem um padrão de emissão circular, permitem um

excelente acoplamento à fibra monomodo, o que explica o crescente

desenvolvimento na área deste tipo de laser.

3.2 Vantagens e desvantagens da Fibra Óptica

As fibras ópticas proporcionam várias vantagens no campo da comunicação, e

nesta seção serão citadas estas vantagens [32,33].

A banda passante é teoricamente grande, os cabos de fibra óptica possuem

largura de banda muito maior que os cabos de metal. Isto significa que eles podem

transportar maior quantidade de dados em um mesmo período de tempo.

Possuem atenuação muito baixa. Devido à baixa atenuação, os cabos ópticos

tem uma capacidade de transmissão muito superior à dos sistemas em cabos

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16

metálicos e por isso os sistemas de comunicações por fibras ópticas podem

transmitir sinais a distâncias muito maiores.

As fibras ópticas proporcionam imunidade a interferências eletromagnéticas e

ruídos, por serem feitas de materiais dielétricos. Esse fato é muito vantajoso, pois as

fibras são imunes a pulsos eletromagnéticos, descargas elétricas atmosféricas e

imunes a interferências causadas por outros aparelhos elétricos.

Quando uma fibra óptica se rompe, não há faíscas, riscos de curto-circuito e

outras condições que podem constituir perigo, dependendo da aplicação a que se

destinam. Logo, elas estão desprovidas de panes elétricas.

O tamanho das fibras ópticas é outro fator muito importante. As fibras ópticas

possuem dimensões próximas às de um fio de cabelo humano. Um cabo metálico de

cobre de 94 quilogramas pode ser substituído por 3,6 quilogramas de fibra óptica.

Essa redução de volume permite aliviar o problema de espaço no subsolo de

cidades e em instalações prediais.

Quanto a segurança as fibras ópticas não irradiam quase nada da luz que

propagam. A maior parte das tentativas de captação de mensagens do interior da

fibra é detectável, pois tais tentativas exigem que seja desviada uma quantidade

significativa da potência luminosa que corre no interior da fibra. Isso é uma

característica que garante segurança à informação transportada. Um outro fato, mais

importante nas aplicações militares, é que as fibras ópticas não são detectáveis por

sensores, como detectores de metais, o que dificulta sabotagens aos sistemas de

comunicação que utilizam fibras ópticas.

A fabricação da fibra óptica possui um baixo custo potencial, as fibras são

fabricadas a partir principalmente de quartzo e polímeros. O quartzo é um material

abundante na Terra, ao contrário do cobre e dos demais metais utilizados nos outros

cabos, o que o torna mais barato que o cobre. O que encarece os sistemas ópticos é

o tratamento que esse quartzo precisa sofrer como forma de retirar impurezas das

fibras e o custo dos emissores e receptores dos diferentes comprimentos de onda.

Com o avanço da tecnologia, no entanto, esse custo tende a baixar.

A possibilidade de ampliação da banda sem modificação da infra-estrutura.

Com a utilização da multiplexação por comprimento de onda, é possível aumentar a

quantidade de banda passante sem a realização de obras estruturais, bastando

apenas colocar multiplexadores e de multiplexadores nas pontas das fibras.

Page 17: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

17

As desvantagens das fibras ópticas estão ligadas a fragilidade das fibras

ópticas ainda não encapsuladas. As fibras ópticas “nuas” exigem um manuseio muito

mais cuidadoso do que o realizado com cabos metálicos.

Outra desvantagem é quanto a dificuldade para conexão. O fato das fibras

ópticas serem pequenas e compactas gera problemas para o encaixe de conectores

em suas pontas e eleva sensivelmente o custo, em especial para as fibras

monomodo.

As fibras ópticas são mais adequadas para conexões ponto-a-ponto, pois seus

acopladores de tipo “T” sofrem com perdas muito elevadas, ou seja, a dificuldade

para ramificações.

Ao contrário que ocorre com cabos elétricos, nas fibras ópticas é impossível

que ocorra a alimentação remota do repetidor através do próprio meio. O repetidor

deve estar localizado num local tal que ele seja abastecido pela energia elétrica.

Seria difícil abastecê-lo remotamente por conta da atenuação que a energia elétrica

sofreria ao chegar até ele.

4 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DOS LASERS

4.1 Interação da radiação com a matéria

Considerando que E1 e E2 sejam níveis energéticos de uma partícula, sendo

que E1 é o estado fundamental e E2 o estado energético (FIGURA 4.1). Para

compreender a interação da radiação com a matéria, primeiramente deve-se

entender os fenômenos de absorção, emissão espontânea e emissão estimulada,

que são os processos envolvidos em um laser.

Considerando que uma partícula esteja no seu estado fundamental, ou seja

estado de menor energia, com energia E1. Esta partícula permanecerá neste nível

energético a menos que adquira certa energia fornecida por um estímulo externo. Ao

adquirir essa energia, existe a probabilidade desta partícula passar para um estado

excitado de energia E2, em que E2 > E1. Visto que a energia necessária para esta

Page 18: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

18

transição de níveis energéticos é h.ν = E2 - E1, este processo é denominado

absorção e é representado na Figura 4.1(a).

Ao encontrar-se no estado excitado esta partícula tende naturalmente a voltar

para o seu estado fundamental, liberando para o meio a energia adquirida, sob a

forma de radiação, ou seja, fótons são emitidos em todas as direções e sem relação

de fase entre si. Este retorno da partícula liberando energia é conhecido como

emissão espontânea (FIGURA 4.1(b)).

No processo de emissão estimulada, acontece a liberação de energia adquirida

pela partícula. Porém esta partícula sofrerá o estimulo de um fóton que possui uma

energia igual a h.v, que faz com que um segundo fóton seja liberado pela partícula

contendo a mesma freqüência, polarização e direção de propagação da radiação

estimulante (FIGURA 4.1(c)).

Figura 4.1- Interação da radiação com a matéria.

a) Absorção. b) Emissão espontânea. c) Emissão estimulada.

Fonte: Referência [48].

A luz emitida por um laser é devidamente coerente pelo fato dos fótons

emitidos apresentarem mesma fase, igual comprimento de onda e serem

coordenados no tempo e no espaço. A frequência emitida ν da radiação emitida é

definida por:

(7)

onde h é a constante de Planck, E1 e E2 são as energias dos níveis energéticos,

respectivamente do nível fundamental e excitado.

Estes processos de absorção, emissão espontânea e estimulada acontecem na

zona ativa do laser, onde estas partículas são constantemente energizadas de modo

que a emissão estimulada seja maior que a absorção e a emissão espontânea [34].

A zona ativa fica confinada entre dois espelhos alinhados paralelamente fazendo

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19

com que os fótons caminhem de um lado para o outro , aumentando a probabilidade

de ocorrer a emissão estimulada e produzindo um efeito cascata de amplificação da

intensidade do feixe de luz. Este feixe de luz possui características como: coerência,

ou seja, as ondas estão em fase no tempo e no espaço; monocromaticidade, têm o

mesmo comprimento de onda e colimada, as ondas têm a mesma direção, a luz é

paralela, não divergente, estreita e concentrada.

Outra configuração de um laser envolve a distância entre os dois espelhos.

Deve ser um múltiplo inteiro do comprimento de onda da luz laser. Por essa razão, a

maioria dos lasers podem ser ajustados - ou seja, a cor que sai do laser pode variar.

4.2 Eficiência

Para a caracterização de lasers semicondutores deve-se definir várias

eficiências como: eficiência quântica interna da emissão espontânea, eficiência

quântica interna da emissão estimulada, eficiência quântica diferencial e eficiência

de conversão[34].

A eficiência quântica interna da emissão espontânea (esp) é a razão entre o

número total de fótons que participam na retroalimentação e o número total de

fótons gerados nos processos de emissão espontânea.

A eficiência quântica interna da emissão estimulada ou simplesmente eficiência

quântica interna (i) se define como a razão entre a fração de portadores que

recombinam radioativamente e o número total de portadores injetados no dispositivo.

Quando o dispositivo se encontra no regime laser i > esp.

A eficiência quântica diferencial ou diferença quântica externa (d) está

relacionada com o processo de extração de luz do dispositivo, e se define como a

variação diferencial da potencia de emissão Ps com a corrente de alimentação I. Ela

representa a quantidade de fótons emitidos por elétrons injetados:

(8)

onde Eg é o gap do material da zona ativa e é a resposta do fotodiodo para cada

longitude da onda. A expressão se encontra multiplicada por 2 considerando que

Page 20: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

20

experimentalmente se mede somente a emissão por uma das superfícies do

dispositivo, o quociente dPs / dI é dependência da curva W-I por cima da umbral

(FIGURA 4.2).

Figura 4.2- Gráfico da potencia em função da corrente.

A eficiência de conversão (c) se define como o quociente entre a potência

óptica emitida (Ps) e a potência de alimentação (Pa):

(9)

Esta é definitivamente a eficiência total do dispositivo e na prática se diz que

seu valor é o maior possível.

4.3 Espelhos e reflexão Bragg

Devido a pequena cavidade óptica, na ordem do comprimento de onda de

emissão, os VCSELs exigem espelhos altamente refletivos, necessitando da ordem

de 99.5% de refletividade. O primeiro relato de um VCSEL utilizava dois espelhos de

AuZn metálico[35], alcançando em torno de 95% de refletividade, porém o

desempenho era muito ruim. Em vez de usar uma única camada de metal de alta

refletividade, passaram a usar vários pares de camadas alternadas com um

quarto de comprimento de onda), onde estas várias camadas referem-se aos DBRs

(distributed Bragg reflectors).

Page 21: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

21

Os espelhos Bragg (ou DBR), no dispositivo que será utilizado neste trabalho, é

construído com camadas alternadas de arseneto de gálio-alumínio (AlGaAs), que

possui um índice de refração aproximadamente igual a 3, e arseneto de gálio

(GaAs), que possui um índice de refração de aproximadamente 3,6. A diferença nos

índices de refração permite que uma pequena quantidade de luz seja refletida em

cada uma das camadas sucessivas. A luz das múltiplas camadas alternadas se junta

para formar um forte feixe coerente de luz refletida.

Os DBRs podem refletir mais de 99,5% da luz, mas são necessárias várias

camadas de materiais para se alcançar essa refletividade [36].

Neste trabalho serão elaborados modelos teóricos que visam permitir a análise

e compreensão do auto-aquecimento em lasers de emissão superficial com cavidade

vertical (Vertical Cavity Surface Emission Laser, VCSELs). Serão desenvolvidos

modelos computacionais para o cálculo da resistência térmica de VCSELs de

emissão vertical, empregando o conceito de condutividade térmica efetiva. Também,

apresenta-se um método de cálculo de resistência térmica de VCSELs, no qual o

fluxo de calor no interior de cada camada componente da estrutura do laser é

considerado.

4.4 Descrição da estrutura

O dispositivo analisado trata-se de um laser de emissão superficial com

cavidade vertical (VCSEL) [37]. A região ativa contém cinco poços quânticos de

In0.15Ga0.85As, cada um deles com 8 nm separados por barreiras de 32 nm de GaAs

não dopado. A região ativa fica confinada entre dois conjuntos de espelhos DBRs

(distributed Bragg reflector). Seguem-se 33.5 períodos da estrutura do espelho DBR

tipo n, no lado do substrato, e 22 períodos da estrutura do espelho DBR tipo p, no

lado de emissão.

Cada período do espelho é composto como se segue: uma camada de

Al0.90Ga0.10As com 108 nm de espessura e outra camada de GaAs com 95.6 nm de

espessura. O espelho DBR tipo p tem a primeira camada contendo Al0.98Ga0.02As e

ficando entre duas camadas de Al2O3, criando uma abertura de 5 m de largura, e

Page 22: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

22

ambas as camadas possuem uma espessura de 12 nm. Os diâmetros dos DBRs são

26 m e 80 m, respectivamente do DBR tipo p e tipo n. O substrato tem uma

espessura de 200 m, e é ligado ao dissipador por uma camada de In de 5 m, e a

camada buffer tem 500 nm. O contato tipo p tem respectivamente ligado ao espelho

DBR tipo p as camadas de Ti, Pt, Au com espessuras de 30, 50 e 200 nm

respectivamente. E por último o dissipador de Cu ligado ao laser possui um diâmetro

de 5 mm (FIGURA 4.3) [37].

Figura 4.3- Estrutura do laser e suas respectivas camadas.

Fonte: Referência [37].

5 Resistência Térmica

A utilização de um laser VCSEL é afetada pela geração de calor no seu interior,

que consequentemente causa o aumento da temperatura do dispositivo. Sendo os

causadores deste incremento na temperatura: o aquecimento devido ao efeito Joule

nos espelhos DBR, a recombinação não radiativa de portadores na região de ganho,

a absorção de radiação por portadores livres e o aquecimento Joule nas barreiras

das heterojunções. A análise térmica neste dispositivo é feita utilizando-se o

programa COMSOL 3.5, que será melhor discutido na seção posterior.

Este aumento da temperatura leva a mudanças de funcionamento do

dispositivo, tais como: diminuição da vida útil do dispositivo e de radiação emitida, e

aumento da corrente limiar.

Page 23: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

23

A resistência térmica (RT) é determinada por meio do incremento de

temperatura na zona ativa (TZA), devido a dissipação de 1 W da potência de

alimentação (Pa) [38,39,40,41], que é expressa em unidades de K/W , e a RT é dada

pela equação:

(10)

onde gZA é a densidade de calor da zona ativa, tZA é a espessura da zona ativa, o

stripe é o diâmetro da zona ativa e As é a área do contato superior; que tem a forma

de um anel, com raio interno de 5m e raio externo de 13m do óxido de alumínio.

Este parâmetro denominado resistência térmica (RT) representa a facilidade do

dispositivo de evacuar o calor gerado na zona ativa. Quanto menor o valor de RT

menor será o aumento da temperatura na zona ativa.

5.1 Programa COMSOL Multiphysics 3.5

O programa COMSOL 3.5 utiliza o método dos elementos finitos. O ambiente

de simulação facilita todas as etapas do processo de modelagem, como definir a

geometria e malha.

Modelo de set-up é rápido, graças a uma série de interfaces físicas

predefinidas para aplicações que vão desde o fluxo de fluidos e transferência de

calor para a mecânica estrutural e análise eletromagnética. As propriedades dos

materiais, fonte de dados e condições de contorno podem ser funções arbitrárias das

variáveis dependentes.

5.1.1 Método dos Elementos Finitos

O Método dos Elementos Finitos (MEF) consiste em um método numérico

aproximado para análise de diversos fenômenos físicos que ocorrem em meios

Page 24: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

24

contínuos, e que são descritos através de equações diferenciais parciais, com

determinadas condições de contorno, e possivelmente com condições iniciais.

O MEF consiste em dividir o domínio da região a ser estudada em sub-regiões

de geometria simples, na maioria das vezes utilizando formato triangular, devido a

sua adaptabilidade a diversas geometrias e simplicidade ao gerar as malhas, e no

tratamento matemático (FIGURA 5.1).

Figura 5.1- Mostrando os elementos triangulares, obtidos com a subdivisão da estrutura do laser.

Fonte: Programa COMSOL 3.5.

Como estas sub-regiões apresentam dimensões finitas, elas são chamadas de

"elemento finitos", ao contrário dos elementos infinitesimais utilizados no cálculo

diferencial e integral. Por isso o nome "Método dos Elementos Finitos", que foi

estabelecido por Ray Clough, na década de 50.

Quanto menores e mais elementos a região for dividida, mais preciso serão os

resultados da análise. Neste trabalho foi realizado um refinamento na malha

(conjunto dos elementos finitos) visando obter melhores resultados.

Primeiramente foi feito a estrutura do laser aqui estudado, crescendo camada

por camada, de acordo com os dados fornecidos na referência 37. Depois de

estudar o comportamento da dissipação e condução do calor em dispositivos

VCSELs, que estão descritos na seção 5.2 e 5.3, determinado as fontes de calor em

cada camada, assim como as condições de fronteira, algumas considerações foram

feitas. Posteriormente obtivemos os resultados que serão descritos nas próximas

seções, mas antes serão vistos os fundamentos teóricos aplicados na análise

térmica do dispositivo.

Page 25: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

25

5.2 Mecanismos de dissipação de calor

A transferência de calor ocorre de três formas. Sendo elas a radiação,

convecção e condução [42].

Diferentemente dos outros dois processos de propagação de calor a radiação

não necessita de meio material para transmitir a energia térmica. O calor é

transmitido através de ondas eletromagnéticas. A energia emitida pela superfície de

um corpo (energia radiante) propaga-se pelo espaço, inclusive no vácuo.

A convecção é o processo de transmissão de calor em que a energia térmica

se propaga através do transporte de matéria, devido a um deslocamento de

partículas. Ocorrendo também a partir da região de maior temperatura para uma

região de menor temperatura. Existem dois tipos de convecção sendo elas a

convecção natural ou livre e a convecção forçada. Quando o calor é transferido pela

circulação de fluidos devido à flutuação devido a mudanças de densidade induzidas

pelo próprio calor, então o processo é conhecido como convecção natural ou

convecção livre. Se a substância quente é forçada por meio de um agente externo

este processo é denominado convecção forçada.

A condução é a transferência de energia térmica entre moléculas vizinhas no

dispositivo devido ao gradiente de temperatura. Esta transferência de calor ocorre a

partir de uma região de maior temperatura para uma região de baixa temperatura.

5.2.1 Condução através do dissipador

Os lasers VCSELs emitem luz em uma superfície da estrutura. No decurso

desta emissão de luz, o laser também gera calor. Sem retirar o excesso de calor a

partir da estrutura do laser, a potência do feixe de luz emitida vai diminuir, neste

caso a densidade de corrente deve ser aumentada e a estrutura em si pode ser

danificada.

Page 26: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

26

Os dissipadores de calor são usados como um meio para arrefecer diodos

laser e manter uma temperatura constante. Um dissipador de calor deve

instantaneamente dissipar o calor que é produzido rapidamente na estrutura do

laser.

Um dissipador de calor aumenta a dissipação de calor de uma superfície

quente do diodo laser para um ambiente com temperatura mais baixa, o ar

normalmente. O dissipador de calor fornece um caminho de condução de calor do

laser para o ar ambiente.

A transferência de calor diretamente através da superfície de um dissipador de

calor é muito mais eficiente, partindo do ponto de vista que a área que está em

contato direto com a atmosfera de refrigeração do ambiente é geralmente maior.

Isso permite que mais calor venha a ser dissipado e reduzir a temperatura de

funcionamento, tornando o dispositivo mais eficiente [37].

O laser estudado neste trabalho é ligado a um dissipador (Heat sink da Figura

4.3) feito de cobre e possui um raio de 2.5mm e espessura de 2.5mm.

5.3 Solução da equação de calor. Modelo teórico.

A fim de analisar termicamente o laser, é necessário resolver a equação de

Laplace (equação da condução do calor) [43]:

Onde T(r, t) é a temperatura, t coordenada temporal e r coordenada espacial, σ é a

condutividade térmica e g(r, t) é a densidade de calor gerado. Para resolver esta

equação considerou-se que σ é constante para todas as camadas, e que cada

camada é homogênea.

Outro fator importante a considerar para resolver esta equação são as

condições de fronteiras. Para determinar estas condições é considerada a posição

das camadas no laser, a simetria do dispositivo, o calor gerado e as propriedades

,, , (1)

T r tC T r t g r t

t

(11)

Page 27: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

27

térmicas de cada uma dessas camadas. Isto proposto anteriormente, também

considera-se para o dissipador.

5.3.1 Fontes de calor

Nas Tabelas 5.1 e 5.2 estão descritas as características estruturais e térmicas do

laser e do dissipador, assim como os parâmetros de funcionamento do dispositivo.

Tabela 5.1 – Espessuras, Condutividades térmicas e resistividades elétricas das camadas do laser e

do dissipador.

Camadas Espessuras Condutividades

térmicas ()

Condutividades

elétricas ()

Unidades nm (W/mK) (Wm)

Au 200 317.1 4.4 x107

Pt 50 71.5 9.36x106

Ti 30 22 2.314x106

p-Al0.9Ga0.1As 108 25.53 183.7

p-Al0.98Ga0.02As 12 58.43 121.4

Al2O3 12 0.7 1.00x10-4

p-GaAs-Z.A. 32 44.05 5

In0.15Ga0.85As-Z.A. 8 16.89 16.694

p-GaAs 95. 6 44 651.4

n-Al0.9Ga0.1As 108 25.53 464

n-GaAs 95.6 44.05 7469.7

Buffer-n-GaAs 500 44.05 32712.8

Substrato n-GaAs 200000 44.05 32712.8

Ni 20 90.3 1.018x107

AuGe 50 150 1x108

In 5000 81.6 1.018x107

Cu 2500000 400.8 5.83x107

Fonte: Referências [44,45].

Page 28: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

28

Tabela 5.2- Parâmetros de operação.

Parâmetros Valores

Corrente limiar (Ith) 2.3 mA

Corrente de alimentação(I) 3.45 mA

Voltagem da junção(V0) 3 V

Voltagem de alimentação(V) 4V

esp 0.5

D 0.58

i 0.75

Área da abertura de óxido(As) 4.5216x10-10 m2

Fonte: Referências [44,45].

A fonte de calor mais eficiente do laser é fundamentalmente devida a

recombinação não radiativa e com a reabsorção da radiação gerada. Esta fonte de

calor se encontra na zona ativa do dispositivo e pode ser expressa como [47]:

(12)

onde V0 á a voltagem da junção p-n; tza é a espessura da zona ativa; J e Jth é a

densidade de corrente de alimentação e corrente limiar respetivamente; i, esp e D

são eficiência quântica interna, eficiência quântica interna da emissão espontânea e

eficiência quântica diferencial respectivamente.

O coeficiente f descreve uma fração da emissão espontânea da zona ativa que

é transferida radiativamente através das camadas passivas de GaAs/AlGaAs. Este

fator pode ser calculado pela expressão [48]:

(13)

onde nR é o índice de refração do material da zona ativa e xAl é a diferença de

quantidade de Al entre a zona ativa e as camadas passivas adjacentes.

A densidade de calor absorvido nas camadas dos DBRs tanto tipo p quanto

tipo n é expressa por:

Page 29: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

29

(14)

onde d é a espessura da camada onde é absorvida toda a radiação.

Levando-se em conta que existe um confinamento ideal da corrente, a geração de calor produzido pelo efeito Joule em cada camada pode ser expresso da seguinte forma [48]:

, i= 1,2...55. (15)

onde i é a resistividade elétrica do material da i-enésima camada.

Na Tabela 5.3 estão os valores das densidades de potência gerada em cada

camada, calculados utilizando as equações de densidade de calor citadas

anteriormente.

Tabela 5.3- Tipo de densidade de potência em cada camada e seus respectivos valores.

Camadas Tipos de g g

- (Wm-3)

Au gJ 1.32x106

Pt gJ 6.22x106

Ti gJ 2.52x107

p-Al0.9Ga0.1As gJ 3.17x1011

p-Al0.98Ga0.02As gJ 4.80x1011

Al2O3 gJ 1.21x10-14

In0.15Ga0.85As gZ.A 3.76x1014

p-GaAs gJ+gabs 8.94x1010

n-Al0.9Ga0.1As gJ 3.17x1011

n-GaAs gJ+gabs 7.80x109

Buffer-n-GaAs gJ 1.78x109

Sub-n-GaAs gJ 1.78x109

Au gJ 1.32x106

Ni gJ 4.22x106

AuGe gJ 5.82x105

In gJ 1.24x108

Cu gJ 5.13x106

Page 30: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

30

Nas análises seguintes deste trabalho o calor gerado vai considerar as

condições de contorno, e portanto, na equação de condução de calor assumiremos

g(r,t)=0. Assumindo condições estacionárias:

(16)

utilizando coordenadas cilíndricas devido o dispositivo possuir a forma cilíndrica,

temos:

(17)

A simulação é feita somente em uma parte do laser, devido o mesmo apresentar

simetria radial, ou seja, o dispositivo é simétrico em relação ao eixo Com isto será

considerado somente uma parte do laser na simulação (FIGURA 5.2).

Figura 5.2- Estrutura com simetria radial. Fonte: Programa COMSOL 3.5.

Com isto a equação (17) fica expressa da seguinte maneira:

(18)

Page 31: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

31

e posteriormente a equação (18) será resolvida empregando o Programa COMSOL

3.5, este programa baseia-se no Método dos Elementos Finitos, que será discutido

na próxima seção.

5.3.2 Condições de Fronteira

Considerando-se que o dissipador é meio mais eficiente de dissipação de calor

em um laser, e que a condução de calor através de convecção natural e radiação de

corpo negro, se comparadas com o dissipador, podem ser consideradas

desprezíveis, logo as paredes verticais do dispositivo podem ser tratadas como

isoladas termicamente, e consequentemente o fluxo de calor através delas é nulo

[37]:

(19)

onde T é temperatura e n é o versor normal na parede do laser.

A extração de calor por meio do fio de contato superior pode ser considerada

desprezível se comparado ao dissipador, o que nos leva a considerar que a

superfície superior também permanece isolada termicamente:

(20)

onde n0 é um vetor unitário normal a superfície superior.

Devido ao grande volume do dissipador se comparado ao laser, o dissipador

pode ser considerado como um meio semi-infinito, o que significa que a temperatura

externa do dissipador pode ser assumida como a temperatura ambiente:

(21)

Page 32: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

32

O fato de considerar a temperatura ambiente como zero não influência em

nossos cálculos, pois quando se quer conhecer a temperatura real do dispositivo,

deve-se simplesmente somar a temperatura ao valor obtido nos cálculos [49].

Se considerarmos que a condutividade térmica é independente da temperatura

então o fluxo de calor e da temperatura são contínuos nas interfaces entre as

camadas do dispositivo, logo:

T contínuas nas interfaces das camadas. (22)

onde n1 é um versor normal as interfaces.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O laser está na configuração p-up e teve um incremento de temperatura na

zona ativa de aproximadamente 30K. A Figura 6.1 mostra a distribuição da

temperatura no laser, podendo notar um significante aumento da temperatura na

zona ativa do mesmo, onde esta localizada a região mais avermelhada. A Figura 6.2

mostra uma ampliação da imagem de distribuição da temperatura no laser sem

alterações, podendo notar com mais clareza a região mais quente sendo a zona

ativa do lazer.

Figuras 6.1- Distribuição da temperatura no diodo com dissipador de cobre, comparando o desenho sem escala com a figura da distribuição da temperatura em escala.

Fonte: Programa COMSOL 3.5.

Page 33: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

33

Figura 6.2- Imagens ampliada da distribuição da temperatura no diodo com dissipador de cobre. Fonte: Programa COMSOL 3.5.

Na Figura 6.3 é mostrada a temperatura nas camadas DBRs e na Figura 6.4 é

mostrada a temperatura nas camadas da zona ativa; os picos nos gráficos

correspondem à zona ativa do diodo.

Figuras 6.3- Gráfico da Temperatura nos espelhos DBRs (n-DBR e p-DBR) e zona ativa do laser, eixo vertical (z).

Pode-se notar um incremento de temperatura muito significativo onde se

encontra a região compreendida entre as duas retas vermelhas que aparecem no

topo do gráfico acima. De acordo com o gráfico da Figura 6.3, podemos observar

uma inclinação muito brusca, onde o pico no gráfico da temperatura em função do

eixo z corresponde à zona ativa, onde esta é responsável pela geração de luz

Page 34: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

34

Figuras 6.4- Gráfico da Temperatura nas camadas da zona ativa do laser.

Na Figura 6.4 temos uma ampliação do pico onde está localizada a zona ativa

do laser.

Na Figura 6.5 é mostrado as linhas de densidade de corrente elétrica. Nota-se

que a corrente elétrica é confinada em um canal mais estreito do que a dimensão do

laser, devido abertura de óxido de alumínio que é um isolante. A Figura 6.6 mostra a

uma ampliação da Figura 6.5.

Figura 6.5- Linhas (vermelhas) de densidade de corrente elétrica no laser.

Fonte: Programa COMSOL 3.5.

Page 35: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

35

Figura 6.6- Imagem ampliada das linhas(vermelhas) de densidade de corrente elétrica.

Fonte: Programa COMSOL 3.5.

Para efetuar o cálculo da resistência térmica do laser utilizaremos a equação

(24):

A Figura 6.7 mostra a distribuição de temperaturas na camada central da zona

ativa em diferentes configurações, onde variamos a abertura da camada de óxido de

alumínio de 1m até 4m e mantemos constante a camada de substrato que tem um

valor de 200 m. Outra variação realizada foi quanto à espessura da camada de

substrato utilizando 300 m mantendo a camada óxido de alumínio com 2.5 m.

Lembrando que o laser sem alteração nas suas camadas possui uma camada de

substrato de 200m e uma abertura da camada de óxido de alumínio de 2.5 m.

Page 36: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

36

Figura 6.7- Gráfico das distribuições das temperaturas da camada central da zona ativa do

laser com diferentes aberturas de óxido de alumínio.

Note que quando aumentamos a abertura de óxido de alumínio a temperatura

do laser também aumenta significativamente.

Podemos notar que quando aumentamos a espessura da camada de substrato

de 200m para 300 m, o dispositivo tem um incremento de temperatura de

aproximadamente 36K.

De acordo com nossos resultados conseguimos uma distribuição de

temperatura com um valor muito próximo do encontrado na literatura, que possui um

valor de incremento de temperatura de aproximadamente 28K [37].

A partir do cálculo das integrais dos gráficos da Figura 6.8 teremos a

temperatura média nesta camada central. O valor de As é igual a 4.5216x10-10 m2

para todas as configurações. Abaixo temos os gráficos da resistência térmica de

diferentes configurações de aberturas de óxido, a Figura 6.8 mostra a resistência

térmica utilizando a densidade de corrente máxima da zona ativa e a Figura 6.9

mostra a resistência térmica utilizando a densidade de corrente média da zona ativa.

Page 37: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

37

Figura 6.8- Resistência Térmica do laser.

Figura 6.9- Resistência Térmica no laser.

Page 38: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

38

De acordo com os gráficos acima podemos notar um aumento na resistência

térmica do dispositivo quando aumentamos a abertura da camada de óxido de

alumínio. O gráfico da Figura 6.8 utilizando a densidade de corrente máxima nos

permite observar se em algum ponto do laser se ocorre uma concentração muito alta

da corrente elétrica. No caso isto pode ocasionar um grande aquecimento e

posteriormente prejudicar o dispositivo, pois irá danificar algumas regiões do laser, e

com isto será necessário aumentar a corrente de alimentação.

No gráfico da Figura 6.9 utilizando a densidade de corrente média, nos fornece

a resistência térmica do laser, onde podemos notar um aumento da resistência

térmica com o aumento da abertura da camada de óxido de alumínio assim como no

gráfico da Figura 6.8.

Logo, de acordo com nossos resultados, tivemos resultados positivos no ponto

de vista térmico. Depois de calcularmos a resistência térmica do dispositivo em

várias configurações de abertura de óxido de alumínio, podemos notar uma

diminuição da resistência térmica do mesmo quando diminuímos esta abertura.

7 CONCLUSÃO

Neste trabalho de conclusão de curso estudou-se a influência do auto-

aquecimento sobre o comportamento dos lasers semicondutores VCSELs.

Devido a corrente de alimentação, a temperatura da zona ativa se eleva. Este

aumento da temperatura da região ativa tem duas causas principais: a recombinação

não-radiativa na própria zona ativa e o efeito Joule nos espelhos de múltiplas

camadas da cavidade do laser.

Utilizando densidades de calor gerado a partir de equações, fazendo modelos

teóricos partindo da estrutura original do laser e com algumas alterações na abertura

de óxido de alumínio; foi feito a análise térmica no dispositivo levando em

consideração o fluxo de calor e o perfil de temperatura dentro do dispositivo, sendo

utilizado o FEM.

Page 39: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

39

Depois de analisar as figuras da densidade da corrente elétrica no laser,

podemos notar que a corrente elétrica é confinada em um caminho mais estreito,

devido a abertura de óxido de alumínio. Isto fornece uma característica do laser, que

necessita de uma corrente de alimentação menos intensa.

Pode-se notar que de acordo com o aumento da abertura de óxido, a

temperatura no laser também aumenta, pois com a diminuição da densidade de

corrente de trabalho (J) na área da zona ativa devido ao aumento da abertura de

óxido, o calor gerado na zona ativa (gZA), irá diminuir fazendo com que a resistência

térmica do laser aumente. Isto nos mostra que quanto maior a resistência térmica do

dispositivo maior será o aquecimento no mesmo.

De acordo com nossos cálculos, o efeito provocado por um espessamento do

substrato sobre a resistência térmica é moderado, visto que aumentando em 50% a

camada de substrato tivemos um aumento na temperatura em torno de 20% da

temperatura do laser sem alterações, ou seja, o espessamento do substrato pode

significativamente aumentar o valor da resistência térmica.

Portanto conseguimos uma melhoria no dispositivo, porém considerando o

ponto de vista térmico. Logo, para realmente dizermos que conseguimos otimizar o

dispositivo devemos fazer novas análises para verificar potência, comprimento de

onda da luz emitida, corrente de alimentação e outros parâmetros, e além de outras

propriedades ópticas e elétricas.

Logo, o MEF foi de extrema importância para efetuarmos a análise térmica,

facilitando os cálculos. O incremento de temperatura no diodo foi de

aproximadamente 30K no laser sem alterações. Nos lasers com alterações na

abertura de óxido de alumínio obtemos um incremento de temperatura em torno de

14K a 51K aproximadamente.

O nosso objetivo calcular a distribuição de temperaturas no laser foi alcançado,

onde nossos resultados se comportaram com os calculados apresentados em

artigos [44]. O objetivo posterior era calcular a resistência térmica do dispositivo,

onde nossos resultados estão de acordo com os valores calculados para lasers do

tipo VCSELs com configurações e apresentados em artigos [49,50].

Page 40: Análise Térmica em Laser VCSEL. Campos, B. O., 2010

40

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