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Análise Técnica FCDEF.UC O CROL 1. Introdução Do ponto de vista dos regulamentos da natação pura desportiva o Crol não existe. Não se verifica qualquer menção a esta forma de nadar ao contrário do que sucede com as restantes técnicas - Bruços, Mariposa e Costas, que se encontram explicitamente regulamentadas. Apesar disso, esta técnica, desenvolveu-se ao longo dos tempos para cumprir um dos valores mais significativ os do desporto  ser mais rápido. A supremacia face às restantes técnicas faz do Crol a eleita para nadar as provas de Estilo Livre visto ser a que possibilita maiores velocidades de deslocamento. Para esta vantagem concorrem ainda aspectos menos restritivos do que nas outras técnicas, relativamente ao acto de virar e chegar. O Crol é igualmente a técnica utilizada nos percursos de estilo Livre nas provas de Estilos Individuais e Estafetas de Estilos. Numa perspectiva mecânica o crol poderá ser definido como uma técnica ventral, alternada e simétrica, o que globalmente a torna a técnica mais eficiente (Holmer, 1974). A posição do corpo permite trajectos subaquáticos bem orientados, com resultantes muito próximas da direcção do nado (Alves, 1993). A alternância, continuidade e fluidez das acções segmentares implicam uma menor variação intracíclica da velocidade, o que contribui para a economia do movimento (Holmer 1979). 2. Evolução histórica O crol que hoje conhecemos terá origem no esforço do Homem, para nadar melhor e mais rápido (Colwin, 1991). Inicialmente foi o Bruços a técnica mais utilizada nas manifestações desportivas. Provavelmente o risco de contrair doenças em águas poluídas numa altura em que diversas epidemias grassavam sobretudo na Europa, justifica a escolha inicial do Bruços pelo facto de à época ser executado com a cabeça permanentemente fora de água. Nas provas que então se disputavam não existia no entanto a obrigatoriedade de utilizar uma técnica de nado específica, podendo os atletas concluir as suas provas da forma que quisessem. Em 1840 dá-se o aparecimento de uma nova forma de nadar em que os atletas realizavam um movimento alternado dos braços com recuperação imersa mantendo o corpo em posição lateral. A pernada era executada através de um movimento de “tesoura” que não era mais que uma adaptação da pernada do Bruços. A adopção da lateralidade desta posição prendeu-se com a constatação de que a resistência ao avanço seria menor do que em Bruço s. Esta forma de nadar designada como “Underwater side stroke” foi dominante até 1855. Em 1855 por observação de indígenas da Polinésia, o australiano Wallis introduz a recuperação aérea do  braço na técnica “side stroke”, no que se passou a denominar -se “over arm stroke”. Esta técnica manteve a primazia até ao final do século XIX nas distâncias curtas e uma década mais tarde nas distâncias longas.  Luis Manuel P. L. Rama1 Análise Técnica FCDEF.UC

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Análise Técnica FCDEF.UCO CROL

1. Introdução

Do ponto de vista dos regulamentos da natação pura desportiva o Crol não existe.Não se verifica qualquer menção a esta forma de nadar ao contrário do que sucede com as restantes técnicas- Bruços, Mariposa e Costas, que se encontram explicitamente regulamentadas.Apesar disso, esta técnica, desenvolveu-se ao longo dos tempos para cumprir um dos valores maissignificativos do desporto – ser mais rápido.A supremacia face às restantes técnicas faz do Crol a eleita para nadar as provas de Estilo Livre visto ser aque possibilita maiores velocidades de deslocamento. Para esta vantagem concorrem ainda aspectos menosrestritivos do que nas outras técnicas, relativamente ao acto de virar e chegar. O Crol é igualmente a técnicautilizada nos percursos de estilo Livre nas provas de Estilos Individuais e Estafetas de Estilos.Numa perspectiva mecânica o crol poderá ser definido como uma técnica ventral, alternada e simétrica, oque globalmente a torna a técnica mais eficiente (Holmer, 1974).A posição do corpo permite trajectos subaquáticos bem orientados, com resultantes muito próximas dadirecção do nado (Alves, 1993). A alternância, continuidade e fluidez das acções segmentares implicamuma menor variação intracíclica da velocidade, o que contribui para a economia do movimento (Holmer

1979).2. Evolução históricaO crol que hoje conhecemos terá origem no esforço do Homem, para nadar melhor e mais rápido (Colwin,1991).Inicialmente foi o Bruços a técnica mais utilizada nas manifestações desportivas.Provavelmente o risco de contrair doenças em águas poluídas numa altura em que diversas epidemiasgrassavam sobretudo na Europa, justifica a escolha inicial do Bruços pelo facto de à época ser executadocom a cabeça permanentemente fora de água. Nas provas que então se disputavam não existia no entanto aobrigatoriedade de utilizar uma técnica de nado específica, podendo os atletas concluir as suas provas daforma que quisessem.Em 1840 dá-se o aparecimento de uma nova forma de nadar em que os atletas realizavam um movimentoalternado dos braços com recuperação imersa mantendo o corpo em posição lateral. A pernada eraexecutada através de um movimento de “tesoura” que não era mais que uma adaptação da pernada doBruços. A adopção da lateralidade desta posição prendeu-se com a constatação de que a resistência aoavanço seria menor do que em Bruços. Esta forma de nadar designada como “Underwater side stroke” foi

dominante até 1855.Em 1855 por observação de indígenas da Polinésia, o australiano Wallis introduz a recuperação aérea do braço na técnica “side stroke”, no que se passou a denominar -se “over arm stroke”. Esta técnica manteve a

primazia até ao final do século XIX nas distâncias curtas e uma década mais tarde nas distâncias longas. Luis Manuel P. L. Rama1 Análise Técnica FCDEF.UC

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Em 1871 começam a surgir competições mais organizadas, mas até 1906 não era obrigatório a utilização deum estilo específico, assistindo-se não só à competição entre atletas mas também entre as diversas técnicasadoptadas pelos mesmos atletas.John Trudgen passou a dominar os utilizadores do “over” em provas curtas, adoptando uma posição ventral,

recuperação alternada dos dois braços mas com uma pernada de Bruços clássica, realizando no entanto ainspiração lateral.Posteriormente dá-se o aparecimento do “double arm over stroke”, onde a pernada de Bruços é substituída

 por um movimento das pernas em “tesoura”.Igualmente por observação de povos do Pacífico que utilizavam um movimento de “bater” na água com os

pés, os australianos Cavill, associaram o movimento de pés alternado ao “double arm “ donde terá nascido oCrol muito parecido como hoje o conhecemos.Diversas variantes foram sendo utilizadas até à técnica que hoje conhecemos. As alterações mais recentesacompanham o esforço da ciência em conhecer os fundamentos desta actividade humana. A preponderânciade trajectos mais rectilíneos ou curvilíneos e lateralizantes está em consonância com o estado doconhecimento científico e as características morfológicas dos campeões. Permitimo-nos salientar um atletaque historicamente poderá ter sido determinante para o uso que se faz hoje desta técnica – John Weissmullerque a 9 de Julho de 1922, baixou pela primeira vez de 1’ aos 100 metros, com 58”6.

3. Modelo técnico

1. Equilíbrio do corpo

Ao longo do ciclo gestual a posição do corpo deverá procurar manter-se tão perto quanto possível da posição hidrodinâmica fundamental, aquela que oferece menor resistência ao avanço de um corpo na água.De uma forma simplificada podemos caracterizar esta posição pela análise do alinhamento lateral ehorizontal do corpo, ou seja, quando olhamos para o sujeito de lado (alinhamento horizontal) ou de frente(alinhamento lateral)2. Alinhamento lateralDada a alternância das acções motoras existe maior probabilidade de ocorrência de perturbações noalinhamento lateral do corpo, podendo verificar-se movimentos de ziguezaguear, com as ancas oscilandolateralmente. Esta alteração do alinhamento lateral conduz ao aumento da resistência ao avanço, pela maiorprojecção área corporal (secção frontal), e da superfície de contacto. Esta situação conduz a um maior custo

energético e à redução da velocidade de nado.Tecnicamente é possível contrariar esta tendência através do papel equilibrador do batimento dos pés(lateralizante e compensatório).O rolamento dos ombros reduz igualmente a tendência lateralizante dos trajectos propulsivos. Associado àrecuperação dos membros superiores, aproxima-os de resultantes mais próximas na direcção dodeslocamento.

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Faltas mais comuns1. Recuperação baixa do braço - Braço pouco flectido e com trajectória lateral2. Entrada da mão ultrapassando a linha média do corpo (relacionado com o anterior)3. Olhar directamente para trás no momento da inspiração.3. Alinhamento horizontalDeve procurar manter-se o corpo o mais perto possível da horizontal, devendo evitar-se as tentativas deobter uma posição alta na água através de elevações "forçadas" dos ombros e da cabeça. A cabeça deveestar ligeiramente elevada, devendo a linha de água situar-se aproximadamente entre o topo da cabeça e oinício do couro cabeludo, com o olhar dirigido para baixo na diagonal à frente do nadador. Hoje, no entanto,os especialistas de Crol de maiores distâncias apresentam posições da cabeça mais baixas e os nadadores dedistâncias curtas a posição da cabeça mais elevada. Quanto mais rápido se deslocar o nadador, mais fácilserá manter esta posição elevada na água.Para a conquista de um bom alinhamento horizontal do corpo contribui decisivamente o batimento dos pés.Em termos gerais poder-se-á afirmar que o ponto mais profundo do batimento dos pés não deve ultrapassaro ponto mais profundo do trajecto dos braços, para não aumentar a resistência ao avanço.

Projecção da superfície frontal (Maglischo, 1994)Faltas mais comuns1. Posição alta da cabeça - afundamento da região da bacia

2. Posição muito baixa da cabeça - aumenta a probabilidade das oscilações laterais, dificulta a inspiração4- Rolamento do corpoAo longo do ciclo gestual, a alternância e fluidez dos movimentos dos membros superiores implicam umarotação natural em volta do eixo longitudinal de cerca de 35 a 60º em relação à horizontal.

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Esta acção pode ser descrita como uma sequência em que os ombros seguem o trajecto dos braços, a bacia eas pernas seguem os ombros, orientando o batimento dos pés em diferentes direcções consoante a fase dociclo gestual.A velocidade e a direcção do rolamento são, pois, controladas pelo movimento dos braços.O rolamento do corpo faz-se de acordo com ritmo das acções dos braços. O rolamento é rapidamenteiniciado pela projecção para frente do ombro em consequência da entrada de cada mão.A acção do Rolamento é fundamental para:a) A manutenção do alinhamentob) Redução da resistência pelo menor volume corporal imersoc) Facilitar a inspiração e a recuperação aérea dos braçosO alinhamento ideal deve coincidir com a aceleração máxima; um braço desliza e o outro realiza a AcçãoAscendente (AA), permitindo um escoamento estável.5- Velocidade intracíclicaQuanto maior for a variação da velocidade ao longo do ciclo gestual maior o custo energético implicado emaior a dificuldade para o nadador em obter elevadas velocidades de deslocamento.Em Crol a distribuição da velocidade ao longo do ciclo gestual é relativamente uniforme, pelo que se podeconsiderar negligenciavel para a avaliação do custo energético do nado em crol.Os melhores nadadores apresentam uma maior velocidade da mão e uma maior velocidade do rolamento

dos ombros durante a Acção Ascendente. (AA) (Hay et al 1993)6- Acção do Membros Superiores (M. S.)6.1 EntradaO Objectivo da entrada deverá ser o de:a) Reduzir a turbulência.b) Permitir eficácia nas acções seguintes.

Deve ser realizada à frente da cabeça, na projecção entre a linha média e o ombro.A mão deverá estar ligeiramente virada para fora cerca 30 a 40º (com a horizontal) o que facilita a flexão docotovelo. O cotovelo deverá estar ligeiramente flectido e em posição alta, sendo a ponta dos dedos que entraem primeiro lugar na água.

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Faltas mais comuns1. Mão entra com palma virada para baixo (pronação) - aumenta a ondulação e turbulência.2. Pulso flectido – aumenta a resistência visto que o dorso da mão empurra água para a frente.3. Mão cruza a linha média do corpo, perturbando o alinhamento lateral provocando o zig-zag do corpo4. Mão entra demasiado perto da cabeça o que aumenta o arrasto de pressão, visto que a mão e o antebraçopercorrem maior distância no sentido contrário ao deslocamento.5. Mão entra violentamente na água. Esta falta produz uma oscilação vertical dos ombros, conduzindo aoaumento da resistência de onda, aumentando a turbulência na zona de água onde vai ser iniciada a acçãopropulsiva da mão.6.2 DeslizeApós a entrada, o cotovelo estende completamente. O ombro adianta-se projectando suavemente a mão àsua frente, mantendo-a no prolongamento natural do antebraço e rodando-a até ficar com a palma viradapara baixo.Esta fase é fundamental para assegurar a sincronização, ao permitir a finalização da acção propulsiva dobraço do lado oposto.Durante este trajecto deve-se evitar acelerar a mão o que só conduz ao aumento da resistência ao avanço.O cotovelo nunca se deve colocar abaixo do nível da mão e do ombro na entrada.Faltas mais comuns:

1. Execução demasiado rápida, o que implica o aumento da resistência ao deslocamento.2. Extensão insuficiente do braço, o que afecta a sincronização global da técnica3. Trajecto desviado da projecção horizontal do ombro, para os lados ou para baixo. Esta falta aumenta aresistência e prejudica a acção propulsiva seguinte.7.3 Acção Descendente (AD)

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Esta fase tem início quando a mão do lado contrário deixa de exercer pressão na água.É uma fase pouco propulsiva, mas é importante que seja correctamente executada para preparar as acçõesseguintes.Visto que o braço do lado oposto já terminou a sua acção, qualquer acréscimo de propulsão porinsignificante que seja, pode ser fundamental para a manutenção da velocidade. Durante a realização destaacção o punho flecte (± 40º), e a mão desloca-se para baixo e ligeiramente para fora numa trajectóriacurvilínea.Esta trajectória para fora do corpo, não deve ser procurada voluntariamente. É consequência do trajecto damão em conjugação com a rotação dos ombros segundo o eixo longitudinal.O cotovelo flecte ligeiramente para estabilizar a mão, permitindo a continuação da trajectória descendente epreparar a fase seguinte. A flexão do cotovelo só se torna importante no final desta acção e na transição paraa fase seguinte.A mão muda a sua orientação de virada para baixo no início, para virada para baixo para fora e para trás.A aceleração da mão deve ser dirigida mais para baixo do que para trás, pois desta forma a força étransferida para o corpo de modo a que a cabeça e os ombros se desloquem para a frente por cima da mão.Alguns autores classificam o início desta fase como "agarre". Maglischo (1992) desloca esta fase para ofinal da AD pois coincide com o momento em que o nadador começa a exercer pressão na água com efeitospropulsivos. No entanto, outros autores consideram que estes momentos não são verdadeiras fases, mas sim

mudanças de orientação da mão ao procurar ângulos mais eficazes.Faltas mais comuns1- Rodar a mão para dentro imediatamente após a entrada com o objectivo de puxar a água para trás- reduza propulsão e compromete as acções seguintes, provocando uma força de arrastamento no sentido interior(implicando a rotação da bacia para o exterior)2- Executar o trajecto descendente sem flexão do punho  – esta falta provoca perturbações do alinhamentohorizontal.3- Cotovelo "caído"- decorre da tentativa de puxar água directamente para trás.4- Flexão precoce do cotovelo - o cotovelo só deve flectir no final da AD ( > 15º) - a flexão pronunciadaconduz a um trajecto pouco profundo da mãoO cotovelo não deve adiantar-se à mão durante esta fase, bem como na seguinte.6.4 Acção Lateral Interior (ALI)

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Depois de a mão ter atingido o seu ponto mais profundo, a direcção do seu deslocamento muda dedescendente e exterior, para trás cima e dentro, até atingir ou ultrapassar ligeiramente a linha média docorpo.A execução correcta desta acção implica uma flexão do cotovelo ( ± 90º), mantendo-o numa posição alta atéao final da ALI (por cima da mão).A mão é acelerada gradualmente, para cima e para dentro ao longo desta fase, embora só na fase seguinteatinja os valores mais elevados de velocidade de deslocação.A amplitude desta fase está associada ao rolamento do corpo. Quanto maior for o trajecto interior da mão,maior e mais rápida é a rotação do tronco e da bacia, para o lado contrário provocando o afundamento desselado.Faltas mais comuns1- Rodar a mão demasiado cedo para dentro, durante o seu trajecto interior, antes de passar pela projecçãodo ombro na vertical. Esta falta reduz a propulsão criada.2- Incorrecta orientação da mão. A palma não é rodada para dentro e para cima, originando uma"derrapagem".6.5 Acção Ascendente (AA)A mão acelera para trás, para cima e para fora até se aproximar da coxa. É a acção mais propulsiva, desdeque conseguida uma boa orientação das superfícies motoras e um bom alinhamento determinado pelo

rolamento dos ombros e deslize do braço oposto.O cotovelo não estende completamente, começando a flectir no final e preparando a saída.A AA em Crol tem claramente duas sub-fases:A primeira é realizada quando, tendo como referência o corpo do nadador, a mão passa por baixo do peitoaté atingir a bacia, o que resulta num deslocamento antero-posterior e um pouco exterior, com a mão a rodargradualmente para fora.

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Na segunda fase a mão acelera para fora até se aproximar da porção anterior da coxa. A orientação da mãopara fora consegue-se graças ao relaxamento do pulso, o que possibilita a colocação da mão em posiçãofavorável (dedos apontados para baixo)Nesta fase a mão atinge a velocidade de deslocamento mais elevada, sendo a mais propulsiva do ciclo debraços em Crol.Faltas mais comunsExtensão do cotovelo no final, o que provoca o afundamento da bacia e reduz o aproveitamento propulsivoda braçada. Resulta normalmente da tentativa de empurrar a água directamente para cima.6.6 SaídaO cotovelo inicia a saída flectindo, arrastando o antebraço e a mão descontraídos. À medida que a mão seaproxima da coxa dá-se uma redução da pressão da água na palma da mesma; roda para dentro e sai pelodedo mínimo reduzindo assim a resistência na saída.Faltas mais comuns1. Mão virada para cima, o que promove o afundamento da bacia.2. Braço em extensão quando sai da água tem um efeito semelhante ao anterior, com prejuízo darecuperação.6.7 Recuperação aéreaCondições fundamentais para a sua realização:

1. Não deve perturbar o equilíbrio do corpo. O cotovelo deve permanecer numa posição alta, permitindo quea mão passe o mais perto possível da linha média do corpo. Luis Manuel P. L. Rama8 Análise Técnica FCDEF.UC

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2. Realização rápida e descontraída, o que permite a recuperação muscular e facilita a sincronização.3. Preparar a entrada na água. O cotovelo deve permanecer em posição alta, flectido e com ligeira rotaçãodo antebraço para fora, para permitir a inclinação favorável da palma da mão.Faltas mais comuns1. Execução demasiado rápida implica desperdício de energia e perturbação da sincronização2. Trajecto muito lateral, prejudicando o alinhamento lateral do corpo3. Baixar o cotovelo antes da entrada da mão na água.7 Acção dos Membros Inferiores (M. I.)Em crol, e pelo facto de se tratar de uma técnica alternada, a acção dos M.I. joga um papel decisivo naestabilização da posição do corpo, sobretudo no alinhamento lateral. Também é importante para oalinhamento horizontal, mantendo a bacia e os M.I. numa posição alta, reduzindo o arrasto de pressão.A chave para um batimento de pés fácil e eficiente reside na capacidade de manter os tornozelos soltos eflexíveis (Colwin, 1998).No essencial os pés devem seguir o padrão de equilíbrio do corpo, não impondo constrangimento aorolamento natural nem afectando o ritmo das acções segmentares dos M. S.7.1 Acção Descendente ( AD)É a fase mais propulsiva. O movimento parte da articulação coxo-femural. O joelho guia o movimento,terminando com uma acção de “chicotada” da perna e do pé. O pé deve estar descontraído. A pressão da

água colocá-lo-á em posição correcta - em flexão plantar, rotação interna e adução Luis Manuel P. L. Rama9 Análise Técnica FCDEF.UC

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Maglischo (1982) advoga que só o batimento que acompanha a AD de cada mão poderá ter algum efeitopropulsivo, visto ser nesta fase que o corpo se desloca a uma velocidade inferior.Em velocidades de nado elevadas, o pé é arrastado atrás do corpo e o seu trajecto torna-se oblíquo, obtendofundamentalmente um efeito equilibrador.7.2 Acção Ascendente (AA)É tida como fase de recuperação. Inicia-se com a extensão da articulação coxo-femural, movimento este quese realiza mantendo o joelho em extensão. O batimento realiza-se sem interrupções, começando o joelho oseu movimento descendente ainda antes do pé ter acabado a sua deslocação para cima.A fase ascendente do batimento provoca o afundamento da bacia, o que é compensado pelo movimento dooutro membro (alternância)Faltas mais comuns1. Batimento de pés demasiado profundo - aumenta a superfície corporal de contacto;2. Posição rígida dos pés e em flexão plantar - reduz o efeito propulsivo e equilibrador;3. Joelho em extensão na fase descendente - reduz a propulsão e a acção equilibradora;4. Batimento de “pedalar”- reduz a propulsão e a acção equilibradora;5. Batimento irregular - reduz a propulsão e a acção equilibradora;6. Flexão das pernas no início da fase ascendente - compromete a continuidade e fluidez do movimento;

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7. Movimento de “tesoura” - associado a rolamento exagerado e descontinuidade da acção dos braços;8. Pés saem muito da água no final da AA - aumento da turbulência atrás do corpo ( esteira) - aumenta aresistência ao avanço.De uma forma geral estes erros comprometem a acção propulsiva e equilibradora do movimento dos M.I.8. Sincronização dos Membros SuperioresO objectivo de uma boa sincronização é o de evitar o aparecimento de tempos mortos.Quanto mais contínua for a produção de força propulsiva efectiva, melhor será o rendimento obtido parauma dada distância de nado.A variante que deve ser introduzida em fases iniciais da aprendizagem desta técnica é a denominada “em

sobreposição". Este tipo de sincronização implica uma fase de deslize bem marcada - “ uma mão entra naágua quando a outra está a iniciar a ALI ”O rolamento dos ombros permite o afundamento da mão para realizar uma AA eficaz. A outra mão só iniciaa AD depois de terminada a AA.Podemos sintetizar este tipo de sincronização do seguinte modo: “ uma entrada lenta e suave de uma mão euma rápida aceleração da outra” (Collwin 1998)

Outro tipo de sincronização existente é a denominada “em oposição" - uma mão inicia a AD enquanto aoutra executa a AA. Permite uma maior frequência de ciclo e uma menor utilização dos M.I. Parece ser noentanto menos económica, dado a falta de alinhamento na fase do deslize ocasionar um aumento da

resistência ao avanço e consequente aumento do custo energético do nado.Faltas mais comuns1- Executar a recuperação de um membro antes de o outro ter iniciado a AD;2- Deslize exagerado;3- Interrupção nas acções motoras de criação de força propulsiva.8.1 Sincronização dos Membros Superiores e InferioresOs nadadores com talento usam vários padrões de batimento dos pés mesmo ao longo da mesma prova(Collwin, 1998).No entanto existe algum consenso relativamente à variante que deve ser ensinada. É defendida a queimplica a sincronização de seis (6) batimentos por ciclo de braços. Esta opção acompanha a sincronizaçãodos M.S. em sobreposição, permitindo um rolamento dos ombros pronunciado e trajectos motores maiscurvilíneos, nomeadamente uma ALI mais pronunciada.

Nesta variante existe uma simetria perfeita entre as três (3) acções propulsivas dos M.S. e as AD de cada pé.O início e fim de cada AD coincide com o início e fim de cada acção propulsiva dos M. S.

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Podemos descrevê-la da seguinte forma: " A AD de uma mão é acompanhada da AD do pé do mesmo lado,a ALI pela AD do pé do lado contrário e a AA pela AD do pé do mesmo lado"O rolamento do corpo permite, em cada ciclo de braços, orientar dois (2) batimentos obliquamente parafora, dois (2) batimentos para baixo e dois (2) para fora para o lado contrário - possibilitando o efeitoequilibrador.8.2 Outros tipos de sincronização2 batimentos / ciclo de braços - A AD de um pé coincide com a AA da mão do mesmo lado. O batimentodos pés tem um efeito equilibrador, evitando o afundamento da bacia em consequência da AA da mão. Estetipo de sincronização está associado à sincronizações em oposição, implicando menor custo energético. Nofinal da AA do pé existe uma paragem ou deslize em que este se mantém alinhado com o corpo.2 batimentos / ciclo cruzados  –   Neste tipo de sincronização, um pé, após cada AA, varre para dentrohorizontalmente sobre o outro, durante a ALI do braço do lado do pé . Quando uma mão faz a AA o pédesse lado faz a AD.4 batimentos / ciclo - É considerada uma variante da sincronização de 6 batimentos mal executada. Notrajecto de uma mão executam-se 3 batimentos, e na outra mão 1 batimento, que coincide com a execuçãoda inspiração e de uma ALI menos pronunciada desse lado.9. Sincronização dos M.S. e a RespiraçãoRealiza-se através da rotação lateral da cabeça, com a inspiração a coincidir com o final da ALI, AA e início

da recuperação aérea do braço do lado para onde se realiza. Acompanha a rotação dos ombros segundo oeixo longitudinal.O rosto só sai da água quando o braço do lado contrário está todo dentro de água, e deve imergir antes damão do mesmo lado entrar na água.A expiração inicia-se logo após a imersão do rosto, pela boca e nariz, de forma contínua e constante. Nomomento que antecede a saída do rosto para nova inspiração deve tornar-se vigorosa, expelindo ar e águaque possa permanecer na cavidade bucal para não comprometer a inspiração.Nas etapas iniciais da formação desportiva deve ser estimulada a respiração bilateral, para evitar futurasassimetrias.

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Faltas mais comuns1. Rotação antecipada da cabeça - perturba a sincronização e o rolamento do corpo, conduzindo a uma AApouco eficaz e a fases iniciais do braço contrário deficientes. Está associada frequentemente a problemas dealinhamento lateral;2. Rotação tardia da cabeça  –  o deslize exagerado com um braço compromete a sincronização com orolamento do corpo;3. Elevar muito a cabeça ou olhar para trás na inspiração - perturba o alinhamento horizontal e lateral docorpo.11.1 - Padrões de velocidade intracíclica ( Maglischo 1989)1. Padrão de pico único - aproveitamento óptimo da AA

Alguns nadadores apresentam picos de velocidade acentuados e coincidentes coma a AA.Padrão típico da velocidade de deslocamento da mão e do nadador ( Maglischo, 1992)

2. Padrão de pico duplo - Típico de nadadores com uma ALI forte e bem direccionada. Estes nadadoresapresentam um primeiro pico coincidente com a ALI e um segundo localizado na AA.

Padrão de força propulsiva de Matt Biondi (Maglischo, 1992) Luis Manuel P. L. Rama13 Análise Técnica FCDEF.UC

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COSTASPor definição o Costas é uma técnica Dorsal  – Alternada – Simétrica. Esta definição deriva da constataçãoda posição obrigatória de nado e da continuidade da acção alternada do movimento dos membros superiorese inferiores.A procura de desempenhos competitivos cada vez mais rápidos tem vindo a conduzir á utilização domovimento ondulatório durante os percursos subaquáticos após a partida e viragens. Dado o regulamentopermitir que estas fases possam durar cerca de 15 metros em cada percurso, faz deste mecanismo propulsivoum aspecto a considerar no uso da técnica em ambiente desportivo.Fig.1 – Trajectos propulsivos em Costas ( Maglischo,1993)À semelhança de Crol a alternância dos movimento, permite a geração contínua de força propulsiva pelosM. S. bem como usufruir da acção propulsora/ equilibradora dos M.I, permitindo ao nadador maiorestabilidade na variação intracíclica da velocidade. Holmér 1983; Alves et al. 1994, encontraram paranadadores de bom nível menor custo energético na técnica de costas relativamente ao crol.

 Luis Manuel P. L. Rama14 Análise Técnica FCDEF.UC

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A posição dorsal de nado e naturais limitações anatómicas impõem trajectos mais lateralizantes, bem comoacções propulsivas no plano posteriores ao plano frontal médio, o que conduz a uma menor eficiênciapropulsiva. Esta menor eficiência é notória através da obtenção de menores velocidades máximas dedeslocamentos relativamente a crol e mariposa, quando se comparam nadadores de nível equivalente.Nos bons nadadores de costas é possível constatar:

Fluidez e simetria dos movimentosPosição corporal alta na águaRolamento pronunciado dos ombros.

CONDICIONANTES REGULAMENTARES:O regulamento da FINA impõe para esta técnica que o nadador mantenha a posição dorsal durante a prova,exceptuando quando realiza viragens.Existe porem grande tolerância para a rotação dos ombros relativamente ao eixo longitudinal durante o nadoque não deve ultrapassar os 90º. Neste aspecto a posição da cabeça é indiferente.MODELO TÉCNICO1- Posição do corpo

A posição do corpo deve manter-se ao longo do ciclo gestual o mais próximo possível da  posição

hidrodinâmica fundamental2- Alinhamento lateralAs pernas e as coxas deverão permanecer sempre no interior de uma área delimitada pela projecção dacintura escapular.Papel equilibrador é assegurado por:a) Batimentos dos pés que apresentam trajectos compensatórios lateralizantes

b) Rolamento dos ombrosA cabeça deve manter sempre a mesma posição ao longo do ciclo gestual.

Fig 2 Alinhamento lateral Luis Manuel P. L. Rama15 Análise Técnica FCDEF.UC

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Alinhamento Lateral  – Faltas Comuns1- A cabeça realiza rotações e oscilações acompanhando os movimentos segmentares3- Alinhamento horizontalO mais possível perto da horizontal, com umapequena inclinação de 10 a 15º, permitindo omovimento efectivo dos M.I. sem que estes saiamfacilmente da água.Cabeça um pouco flectida ligeiramente elevada,queixo para o peito e olhar dirigido na diagonalpara cima na direcção dos pés.Aconselha-se uma posição “natural –  canoadeslizante”, com ligeira convexidade da região

dorsal, ombros projectados para a frente.Alinhamento – Faltas Comuns1. Posição alta da cabeça  – afundamento da região

da bacia

4- Rolamento do corpo

Rotação natural em volta do eixo longitudinal dosombros e da cintura pélvica, em consequência domovimento dos M.S.Este rolamento assume o valor mais elevadoquando um dos braços passa pela vertical durante arecuperação, e a mão está a meio do trajectopropulsivo do lado contrário (B).O momento de maior horizontalidade correspondeao momento de entrada de um dos braços (A).Papel do Rolamento dos ombros:i) Indispensável à manutenção do alinhamentoii) Reduz a resistência de forma ( menor superfície

imersa)iii) Facilita a inspiração e a recuperação aérea dosbraços5- Acção dos Membros Superiores5.1 EntradaPonto crítico da braçada , pois qualquerincorrecção nesta momento tem implicaçõesprofundas nas fases subsequentes. O Cotovelodeverá estar em extensão completa. O braço eantebraço em rotação interna, para facilitar aentrada do dedo mínimo em primeiro lugar. Mão

em adução para permitir a entrada pela ponta dosdedos. Esta posição possibilita uma menorresistência, e maior velocidade de transição para afase seguinte.O braço deve entrar sensivelmente noprolongamento do ombro (posição das "onzehoras" ou das “treze horas”), coincidindo com omomento em que o ombro do lado contrário saifora de água dando início à recuperação do braçorespectivo.

±15º

Fig 3 Alinhamento horizontal

A

B

Fig 4Rolamento doombro

Fig 5Entrada

 Luis

 Man

uel

P. L.

 Rama16AnáliseTécnicaFCDEF.UC

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Faltas mais comuns1. Mão entra demasiado “dentro” cruzando a linha média do corpo – perturba o alinhamento

lateral do corpo e aumenta a superfície frontal de contacto.

2.Entrada da mão muito fora da projecção da linha do ombro, comprometendo a eficácia

das acções seguintes, nomeadamente uma ADI quase inexistente. Esta falta conduz auma dificuldade na rotação do corpo em torno do eixo longitudinal3. Mão entra violentamente na água, normalmente pela face dorsal impondo uma oscilação

vertical dos ombros, aumentando a resistência de onda, e problemas no alinhamentohorizontal.

4. Entrada com o cotovelo flectido. O trajecto exterior lateral da mão é gerador de forçaslateralizantes que perturbam o alinhamento

5. Entrada do pulso antes da mão. Aumento da turbulência na entrada. Atraso na colocaçãoda mão para a fase seguinte.

5.2 Acção Descendente (ADI)A mão e o antebraço do nadador deslocam-se para baixo e para fora até que o cotovelo seencontre num plano horizontal mais elevado ao que contem a mão, o mesmo acontecendocom o ombro em relação ao cotovelo.Após a entrada, o braço e antebraço realizam uma rotação interna até que a mão fiquevirada para baixo, para trás e para fora, num trajecto curvilíneo até uma profundidade de 45a 60 cm, e um afastamento lateral que pode atingir os 60 cm.Este movimento realiza-se graças à rotação do ombro em torno do eixo longitudinal docorpo.Ao longo desta fase o cotovelo vais flectindo gradualmente, permitindo o afundamento damão, que desvia as linhas de água pela ponta dos dedos até ao pulso. No final desta fase(ADI) o cotovelo deve estar flectido 140 a 150ºEsta fase é pouco propulsiva e tem como objectivo primordial colocar a mão em posiçãoóptima para a fase seguinte.

Faltas mais comuns:1. Cotovelo caído – consequência da tentativa de puxar a água directamente para trás logoapós a entrada.2. Deslocar o braço só para baixo, em vez de simultaneamente para baixo e para fora. Esteerro reduz a acção propulsiva e perturba o alinhamento horizontal.

Fig 6 Acção Descendente Inicial Luis Manuel P. L. Rama17 Análise Técnica FCDEF.UC

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3. Movimento do braço muito lateral sem deixar afundar o necessário. Constituindo ummovimento muito lateralizante e pouco propulsivo4. Mão demasiado horizontal, sem suficiente flexão do punho provocando um ângulo deataque demasiado elevado conduzindo a uma resultante orientada para cima.5. Mão demasiado profunda. Esta falta aparece associada a um rolamento dos ombros

demasiado elevado, que promove descontinuidade, dificuldades de sincronização e deaproveitamento propulsivo na fase seguinte.5.3 Acção Ascendente ( AA)Depois de a mão ter atingido o seu ponto mais profundo, executa um trajecto semicircularpara cima e para dentro, até chegar junto da superfície da água.Nesta altura o antebraço e o braço fazem um ângulo entre si de 90ºDurante esta fase a mão roda para cima e para dentro com os dedos apontadosdiagonalmente para fora.A rotação do ombro permite que a mão permaneça submersa apesar do alinhamento mão -cotovelo - ombro.Faltas mais comuns1. Mudar a trajectória da mão sem mudar a sua orientação mantendo a palma da mão viradapara baixo no seu percurso ascendente provocando a derrapagem do apoio propulsivo(ângulo de ataque muito pequeno faz com que a mão "derrape").2. Rodar a mão demasiado para cima e não diagonalmente para cima. ( ângulo de ataquedemasiado grande, provocando força de arrastamento para cima).3. Cotovelo não flecte conduzindo a trajecto muito lateral da mão num plano horizontal4. Flexão exagerada do cotovelo. A mão executa o seu trajecto numa zona turbulento criadapelo corpo em deslocamento (esteira)

Fig 8 Acção Descentende Final Luis Manuel P. L. Rama18 Análise Técnica FCDEF.UC

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5.4 Acção Descendente Final (ADF)Esta acção constitui a 2ª fase eminentemente propulsiva. Começa com o cotovelo flectido ea mão perto da superfície da água e vai consistir no deslocamento dos segmentospropulsivos para baixo, para trás e para fora através da extensão do cotovelo, até a mão seencontrar abaixo da bacia ( 20 a 30 cm ou mais).

Os dedos continuam diagonalmente orientados para for a até esta fase terminar. No final apalma da mão esta apontada para o fundo.Faltas mais comuns1. Empurrar a água com a mão virada para trás e os dedos apontados para cima.2. Elevação precoce do ombro o que diminui o trajecto de aceleração da mão e reduz cedodemais a velocidade real da mão.3. Trajecto pouco profundo. Pouco aproveitamento propulsivo.4. A mão afunda demasiado. Impõe um ponto morto e impede um bom rolamento dosombros.Fig9. Trajecto e orientação da mão na ADF (Maglischo,1993 )5.5 SaídaA pressão da água na palma da mão reduz-se à medida que esta se aproxima da coxa.Nesta fase a palma da mão roda para dentro, possibilitando o cortar da água com o polegarreduzindo a resistência na saída. Luis Manuel P. L. Rama19 Análise Técnica FCDEF.UC

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ombro) a palma da mão deve estar virada para fora, preparando a entrada da mão na águacom antecedência.Faltas mais comuns1- Movimento lateralizantes na recuperação prejudicam o alinhamento e podemcomprometerem a entrada da mão na água.

2- Ausência de rotação interna do braço. Condiciona uma entrada incorrecta da mão6 Acção dos Membros InferioresEstes movimentos são periodicamente lateralizantes, orientam-se normalmente para dentroou para fora, acompanhando a rotação do corpo segundo o eixo longitudinal, buscando amanutenção do alinhamento.6.1 Acção Ascendente (AA)Fase mais propulsiva do batimento de pés de Costas.Inicia-se pela elevação activa da coxa para cima em direcção à superfície da água, o joelhoflecte em consequência da pressão da água sobre a face anterior deste segmento.Segue-se a extensão activa do joelho quando este está a atingir o final do seu percursoascendente. Neste movimento os pés estão em flexão plantar e rotação interna, com osdedos apontados para baixo e para dentro.Os joelhos não podem ultrapassar a linha de água, o que conduz a uma inclinação de 10 a15º do alinhamento horizontal, por forma a possibilitar a eficácia do batimento dos pés.Esta fase termina com a extensão total e explosiva do joelho e com a rotação externa do pé.É fundamental para um aproveitamento propulsivo nesta fase da pernada de Costas, umaboa flexibilização da tíbio-társica, que permita através da flexão plantar e rotação interna dopé, uma superfície propulsora ampla e bem orientada.Faltas mais comuns1. Batimento de pés em “pedalada”, fruto de exagerada flexão da coxa e extensão

incompleta dos membros inferiores. Assiste-se na maior parte das vezes na saída do joelhofora de água o que provoca pressão sobre a água contrário ao sentido do deslocamento,aumentando a resistência de forma, e desfavorecendo a criação de força propulsiva útil.

2. Flexão insuficiente do joelho ou da coxa conduz a um movimento rígido com amplitudereduzida. Luis Manuel P. L. Rama21 Análise Técnica FCDEF.UC

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3. Pé "rígido" em flexão plantar. Provoca um ângulo de ataque incorrecto, produzindo forçade arrasto propulsivo dirigida para baixo, perturbando alinhamento horizontal.4. Trajecto do pé cruzado ou em "tesoura". Alinhamento lateral deficiente.6.1 Acção Descendente ( AD)Fase de recuperação. Ao longo desta fase o membro permanece em extensão, devido à

resistência da água na face posterior da perna.Esta fase termina com alinhamento na horizontal do joelho com a baciaÉ uma fase determinante para a manutenção do equilíbrio horizontal do corpo, e da baciaalinhada com o tronco, uma vez que cria força de arrastamento propulsiva orientada paracima.Faltas mais comuns1. Afundar muito as pernas. Aumenta da resistência ao avanço, por maior superfície frontalde contacto e prejudica o alinhamento horizontal do corpo.3. Flexão do joelho na fase descendente. Compromete a eficácia das acções seguintes.De uma forma geral estes erros comprometem a acção propulsiva e equilibradora domovimento dos M.I.7. 1 Sincronização dos Membros Superiores7.1.1 Sincronização em oposição“ Uma mão entra na água quando a outra está a terminar a ADF”. Esta sincronização

permite assegurar a continuidade das acções propulsivas.O referencial para esta sincronização será: "quando uma mão está no ponto mais alto da suatrajectória, a outra terminou a AA, e o cotovelo desta encontra-se flectido a 90º".Esta sincronização permite a rotação do corpo em torno do eixo longitudinal, assegurando amaior eficácia das acções segmentares.Faltas mais comunsTempos mortos no início ou no final do trajecto subaquático da mão (“paragem da mão”).

7.2 Sincronização dos Membros Superiores / Membros InferioresO carácter pronunciadamente lateral dos trajectos subaquáticos, proveniente de restrições

anatómicas conduz à necessidade de uma sincronização de 6 batimentos por ciclo. Estaestratégia acompanha a sincronização dos M.S. referida, permite um rolamento dos ombros,e trajectos motores mais curvilíneos, nomeadamente uma ALI mais pronunciada. Luis Manuel P. L. Rama22 Análise Técnica FCDEF.UC

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As acções mais propulsivas da braçada correspondem a Acções Ascendentes (AA) dos pés.Assim quando a mão direita realiza a ADI o pé direito faz a AA, quando a mão direita faz aAA o pé esquerdo faz a AA, quando a mão direita faz a ADF o pé direito faz a AA.Falta mais comumBatimentos irregulares. Compensação insuficiente em relação ao alinhamento lateral.

7.3 Sincronização dos Membros Superiores com a RespiraçãoA colocação permanente dos orifícios respiratórios fora de água facilita a execução darespiração, no entanto a sua sincronização com o ciclo respiratório é fundamental para umaboa prestação.A inspiração deverá coincidir com a fase de recuperação de um dos braços, mesmo quandose inspira em cada 2 ou 3 ciclos de braços.8. Velocidade intracíclicaA flutuação intracíclica da velocidade é consequência da variabilidade na geração de forçapropulsiva. Os nadadores de costas tendem a apresentar modelos distintos sendo maiscomuns os padrões de pico simples coincidindo com a AA (1), ou pico duplo onde severifica um equilíbrio no aumento da velocidade na AA e na ADF (2)Fig10 Variação intracíclica da velocidade em Costas. Pico simples (1) e pico duplo (2)

2

1 Luis Manuel P. L. Rama23 Análise Técnica FCDEF.UC

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BRUÇOS1. Condicionantes regulamentares determinantesA técnica de Bruços é a mais regulamentada da Natação Desportiva, o que se explicahistoricamente pela necessidade de demarcação relativamente à técnica de Mariposa,assegurando, deste modo, a sua sobrevivência enquanto especialidade competitiva.

Os regulamentos da FINA exigem que, desde a execução do primeiro ciclo gestual, após osalto de partida ou das viragens, o corpo tenha que permanecer em posição ventral, com osdois ombros paralelos à superfície da água.Deste modo, numa competição desportiva, as rotações do tronco em torno do eixolongitudinal levam a desqualificação imediataOs movimentos dos braços e das pernas devem ser simultâneos e no mesmo planohorizontal, não podendo existir movimentos alternados.A simetria e a simultaneidade dos movimentos dos membros superiores e inferiores sãoportanto, uma imposição regulamentar bem explícita.Os trajectos das mãos e dos pés ao longo do respectivo ciclo gestual estão tambémfortemente condicionados: as mãos devem ser lançadas para a frente a partir do peito etraccionadas para trás à superfície ou debaixo de água.Eliminam-se, assim, os movimentos aéreos dos braços, tal como ocorrem na recuperaçãoem Mariposa.Não é, no entanto, incorrecto lançar as mãos para a frente fora de água desde que omovimento se processe do peito do nadador para a frente.A saída dos cotovelos da água por outro lado, tornou-se um factor de desqualificação emalteração recente (1995) aos regulamentos.Os pés devem ser deslocados para o exterior num movimento para trás. Deste modo não sãoautorizados movimentos em planos verticais tais como o batimento de pernas de golfinho,como em Mariposa. Luis Manuel P. L. Rama24 Análise Técnica FCDEF.UC

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O toque das mãos na parede antes de cada viragem ou no final da prova deve sersimultâneo, estando os ombros na horizontal. Na viragem, embora simultâneo pode ser feitomas em planos diferenciados. Na chegada, o toque deve ser simultâneo e ao mesmo nível.A legislação da FINA, com o intuito de impedir o “bruços submarino" que vigorou algumas

décadas atrás, impõe ainda que uma parte da cabeça cruze a superfície da água em cada

ciclo dos braços, salvo após o salto de partida ou a viragem, onde é permitido ao nadadorexecutar um movimento de braços e um movimento de pernas enquanto está completamentesubmerso  –  “ braçada subaquática”. Assim, em cada ciclo, o nadador tem que surgir com uma parte da cabeça fora de água o que fará, naturalmente, para respirar, mergulhandolivremente no resto do ciclo gestual global.2. Posição do corpoA posição do corpo deve manter-se, ao longo do ciclo gestual, o mais próxima possível daposição hidrodinâmica fundamental. Pretende-se que seja “alta” na água, com pouco

afundamento dos ombros, tomando, a forma mais horizontal possível junto à superfície.Visto lateralmente, o ombro segue uma trajectória em onda simétrica mas com umcomprimento elevado.Se o declive descendente for muito pronunciado, é porque a pernada está a ser realizadacom atraso em relação ao ciclo dos membros superiores e, assim, a porção superior docorpo perde momento linear para a frente, começando a afundar.Quando a pernada é realizada no momento ideal, os ombros são impelidos para a frente,sobre a água, "seguindo a onda".No fim da recuperação, o topo da cabeça tem de estar alinhada com os ombros 2 a 3 cmabaixo da superfície.A porção central da região dorsal, que apresenta uma convexidade permanente, será a partedo corpo mais alta, claramente fora de água.Fig. 1 Movimento ondulado em Bruços (Colwin) Luis Manuel P. L. Rama25 Análise Técnica FCDEF.UC

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O alinhamento horizontal do corpo deverá ser total no final da recuperação dos braços e daALI dos pés.Posição do corpo: Faltas mais comuns1-Movimentos ondulatórios exagerados.2-Elevação excessiva dos ombros e elevação dos ombros para cima e para trás - provocam o

aumento da resistência frontal e perturbações na continuidade das ações motoras.A elevação dos ombros deve ser apenas a necessária para que a recuperação das pernas sejafeita com uma flexão mínima da coxa.3. Acção dos Membros Superiores3.1 Acção Lateral Exterior (ALE)A ALE na técnica de bruços é pouco propulsiva. O seu objectivo principal é a colocaçãodos segmentos de modo a possibilitar a execução das fases seguintes da braçada com umbom aproveitamento propulsivo.Começa no final da recuperação, sem interrupção ou paragem, já que no Bruços modernonão existe fase de deslize (na braçada).Os braços mantêm-se em extensão ao longo desta fase, com as mãos orientadas para fora epara trás.O trajecto é para fora e ligeiramente para cima, numa fase inicial, e, o resto do trajecto épara fora e ligeiramente para baixo, consistindo no afastamento das mãos uma da outra atéque ultrapassem a linha dos ombros. Luis Manuel P. L. Rama26 Análise Técnica FCDEF.UC

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3.2 Acção descendente (AD)Nesta fase, as mãos continuam o seu trajecto circular para baixo e para fora em aceleração,através da flexão do cotovelo e da manutenção deste numa posição alta, perto da superfícieda água, até atingirem o ponto mais fundo do seu trajecto. As mãos devem estar orientadaspara for a, para trás e para baixo.

3.3 Acção Lateral Interior (ALI)Tem início quando as mãos atingem o ponto mais profundo do seu trajecto e terminaquando as mãos atingem o plano definido pelos cotovelos, num movimento ascendente einterior.Os cotovelos seguem as mãos para dentro e para baixo e depois para dentro e para cima. Nofim desta fase os cotovelos juntam-se debaixo do peito.Existem autores que defendem que esta junção se faça de forma activa, favorecendo oaumento do momento ascendente das mãos e a transição para a recuperação.Faltas mais comuns ALE, AD ALI1-Afastamento insuficiente das mãos (encurtamento da braçada)2-Afastamento exagerado das mãos – perturba a sincronização.3-Cotovelo “caído”. Impede que a mão desenvolva uma trajectória eficaz para baixo, naAD, e para dentro e para cima na ALI (pá de hélice)4-Cotovelos ultrapassam a linha dos ombros  –  favorece movimentos antero - posteriores,atrasa a recuperação, impede a utilização da trajectória circular da AD e ALI. Luis Manuel P. L. Rama27 Análise Técnica FCDEF.UC

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3.4 – Recuperação.Tem início quando as mãos passam num plano por baixo do queixo.As mãos são colocadas em posição de cortar a água pelo seu bordo radial, dirigindo-serapidamente para a frente.Quando as mãos atingem a superfície os cotovelos são lançados rapidamente para a frente

dos ombros.O trajecto das mãos deve ser o mais directo possível para a frente, junto à superfície da águae um pouco por fora da água.A extensão dos braços é acompanhada de uma rotação externa dos mesmos, para que asmãos terminem em pronação, 6 a 10cm abaixo do nível da água.À medida que as mãos se aproximam do fim da recuperação, os ombros são puxadosactivamente o mais para a frente possível (encostar às orelhas), favorecendo umaconvexidade dorsal. Durante esta acção a cabeça move-se para a frente, entre os ombros,inclinando-se para baixo. No final baixa activamente, promovendo o alinhamento do corpopara iniciar o ciclo seguinte.No final do ciclo as mãos do nadador alcançam a maior distância possível, de modo a que ociclo seguinte comece bem à frente.Quando os braços se aproximam da extensão total, começam a deslocar-se para forainiciando a ALEFaltas mais comuns1-Recuperar com demasiada velocidade2-Recuperar sem juntar as mãos e os braços3-No final da recuperação perder o alinhamento dos braços com o corpo ( braços muitofundos – aumento da superfície frontal de contacto – aumento da resistência de forma) Luis Manuel P. L. Rama28 Análise Técnica FCDEF.UC

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4. Acção dos Membros Inferiores4.1 – Acção Lateral Exterior ( ALE)Tem início quando as pernas se aproximam da fase final da recuperação. A flexão daarticulação coxo-femural deve ser reduzida, sendo a orientação das superfícies propulsorasconseguida à custa de uma grande flexão dos joelhos e rotação interna da coxa. Os joelhos

deverão estar afastados à largura dos ombros e os calcanhares perto das nádegas.Os pés rodam para fora e para trás, ficando com as plantas orientadas para cima para fora epara trás, após o que se realiza a extensão dos joelhos.O trajecto dos pés é circular para trás, para fora e para baixo, terminando esta acção quandoas pernas estão perto da extensão total.A eficiência propulsiva desta fase da pernada é condicionada pela capacidade de flexãodorsal e eversão do pé.4.2 Acção Descendente ( AD)Quando os joelhos se aproximam da extensão as pernas começam a deslocar-se para fora,para baixo e para trás com as pontas dos pés a apontar para fora e depois para baixo até queesta fase termine.Esta orientação consegue-se através da rotação externa da coxa.A AD provoca a elevação das ancas e deve ser realizada em grande aceleração.4.3 Acção Lateral Interior (ALI)Após a extensão das pernas os pés mudam a sua orientação, ficando com as plantas voltadasuma para a outra à medida que as pernas mudam o seu trajecto de descendente para interior.Esta fase dura até à quase junção das pernas e a sua eficácia depende da capacidade demanutenção da flexão plantar dos pés e rotação externa das coxas. Luis Manuel P. L. Rama29 Análise Técnica FCDEF.UC

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4.4 DeslizeNo final do trajecto interior, os pés deixam de exercer pressão na água com a face plantar,uma vez que os músculos responsáveis pela sua flexão se descontraem.Os pés retomam então uma posição de flexão plantar, mantendo-se nesta posição até que aspernas se encontrem completamente juntas e alinhadas com o tronco.

Este curto deslize, facilita a sincronização dos movimentos M.S/ M.I., sendo que nesta fasedecorre a totalidade do trajecto propulsivo dos M.S.Faltas mais comuns ALE, AD, ALI, Deslize1. Orientação incorrecta dos pés no início do trajecto para fora ( que deverão estar emdorsiflexão e eversão) – impede uma acção propulsiva eficiente.2. Virar os pés para trás demasiado cedo ( flexão plantar, pés apontados para trás)  – perde-se o efeito propulsivo do final da pernada.4.6 RecuperaçãoTem início no final do deslize ou seja quando os braços terminam a ALI.A AD provoca a elevação dos ombros e o consequente afundamento da bacia.Quando a ALI dos membros inferiores acaba, após um pequeno momento de deslize daspernas, em que estas retomam o alinhamento com o corpo os calcanhares são rapidamentepuxados para cima e para a frente, em direcção às nádegas, através de uma grande flexãodos joelhos, acompanhada de uma pequena rotação externa das coxas.Durante este trajecto ascendente e anterior, os pés são mantidos em flexão plantar, planta dopé virada para dentro e quase juntos para diminuir a resistência.No final da recuperação, os pés, colocados muito próximo das nádegas, iniciam a rotaçãoexterior, preparando a ALE. Luis Manuel P. L. Rama30 Análise Técnica FCDEF.UC

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Faltas mais comuns - Recuperação1-Flexão exagerada da coxa sobre o tronco ( aumento da resistência frontal)2-Executar a recuperação das pernas durante as fases propulsivas dos M. S. ( durante a ALI)“trava“ o movimento, é uma falta grave de sincronização.

3-Recuperar com os joelhos demasiado afastados e virados para fora  –  compromete a

acções propulsivas seguintes5. Sincronização Membros Superiores / Membros InferioresPodemos considerar dois principais tipos de sincronização braços/ pernas:1 – DeslizanteVerifica-se um pequeno intervalo entre o final da acção das pernas e o início da ALE dosbraços. Pouco eficiente, típica e útil das fases iniciais da aprendizagem.2 – SobrepostoA ALE dos braços, começa durante a ALI das pernas. O rosto e o tronco devem permanecerperfeitamente alinhados durante as fases propulsivas da pernada. Luis Manuel P. L. Rama31 Análise Técnica FCDEF.UC

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Os cotovelos estão quase em extensão no início da pernada e completamente em extensãoquando ela se aproxima do fim. A duração do ciclo das pernas é perto de um terço daduração do ciclo de braços.No Bruços actual existem três tempos propulsivos:

A braçada

O impulso dos ombros para a frenteA pernada

O lançamento dos ombros para a frente ocorre quando a braçada já terminou e a pernadaainda não começou, evitando um ponto morto no ciclo gestual.A pernada vai iniciar a sua fase propulsiva no momento do lançamento dos ombros.O ciclo dos membros inferiores deve ser executado com muita rapidez, evitando grandesoscilações verticais da bacia.A velocidade da braçada determina a velocidade com que as restantes componentes do ciclogestual vão actuar.Nos principiantes a rapidez da recuperação da braçada e a consequente redução do tempo deinspiração, são factor de dificuldade acrescida.Faltas mais comuns – Sincronização1-Fase propulsiva da pernada atrasada em relação ao ciclo de braços – provoca paragem dosbraços á frente, aumentando o tempo de deslize dos braçosQuando a recuperação dos braços termina os pés devem estar a percorrer a ALI(sobreposição).2-Recuperação adiantada das pernas em relação ao ciclo de braços.5.1 Sincronização braços- respiraçãoA cabeça inicia a saída da água dirigida para cima e para a frente, durante a AD dos braços,movimento que contribui para a elevação dos ombros e da cabeça.A inspiração deve ocorrer durante a ALI da braçada e o afundamento dos ombros e dacabeça, quando a recuperação dos braços está prestes a terminar, logo antes da ALE das

pernas. Luis Manuel P. L. Rama32 Análise Técnica FCDEF.UC

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Faltas mais comuns – Sincronização braços - respiração1-Inspiração adiantada em relação ao ciclo de braços  – a cabeça sai da água antes de osombros sofrerem a sua elevação natural2-Inspiração atrasada  –  cabeça mantém-se numa posição demasiado elevada, quando osbraços estão a terminar a recuperação.

Estas faltas perturbam a sincronização de movimentos, diminuindo a eficiência propulsiva.O rosto e o tronco devem manter-se imersos e perfeitamente alinhados durante as fasespropulsivas da pernada. Os braços estão praticamente em extensão quando a pernadacomeça e completamente em extensão quando ela se aproxima do fim.

6. Variação intracíclica da velocidadeIndependentemente da variante técnica de Bruços utilizada, ao longo do ciclo gestualobservam-se dois picos de velocidade. O 1º coincidente com a ALI dos braços e o segundono final da ALI das pernas. Luis Manuel P. L. Rama33 Análise Técnica FCDEF.UC

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MARIPOSAPor definição a Mariposa é considerada uma técnica ventral, simultânea e simétrica, deacordo com as condicionantes regulamentares definidas pela FINA1. CONDICIONANTES REGULAMENTARESNa realização do ciclo gestual, os braços devem ser projectados em conjunto para a frente,

sobre a superfície da água e traccionados simultaneamente para trás, o que implica umatrajectória aérea na recuperação, e movimentos simultâneos ao longo de todo o ciclogestual.Durante o ciclo gestual o corpo deve permanecer em posição ventral com os ombrosparalelos à superfície da água, desde o primeiro ciclo de braços após a partida ou viragem.É proibida toda a rotação do tronco e consequentemente dos ombros em torno do seu eixolongitudinal.Os movimentos das pernas e dos pés devem ser feitos simultaneamente, podendo seguirtrajectos verticais ao contrário do Bruços. Os pés não necessitam de estar ao mesmo nível,mas os movimentos alternados estão proibidos. A ondulação do corpo é autorizada.O toque das mãos na parede deverá ser feito sempre com as duas mãos simultaneamente,com os ombros paralelos à superfície da água. As mãos podem tocar em planos diferentesdesde que os ombros se mantenham paralelos à superfície.Após a partida e as viragens o nadador está autorizado a efectuar um ou mais movimentosde pernas e uma tracção dos braços subaquática antes de regressar á superfície. Isto implicaque não há limite para o numero de pernadas subaquáticas mas após a primeira braçada teráde fazer a recuperação aérea dos braços. Luis Manuel P. L. Rama34 Análise Técnica FCDEF.UC

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DESCRIÇÃO DA TÉCNICADe uma forma genérica podemos descrever o movimento descrito pelos membrossuperiores através das seguintes acções: Entrada, Acção Lateral Exterior (ALE), AcçãoDescendente (AD), Acção Lateral Interior (ALI), Acção Ascendente (AA).1- Posição do corpo  – Deve ser procurada ao longo de todo o ciclo uma posição o mais

perto possível da posição hidrodinâmica fundamental. Os movimentos ondulatórios sãofundamentais para assegurar este alinhamento, permanentemente perturbado pelas acçõessegmentares simultâneas.Ao longo do ciclo gestual do movimento dos braços o corpo assume 3 posiçõesfundamentais;a) Corpo tão plano quanto possível durante as fases mais propulsivas da braçada – AD, ALI

e AA. A intensidade com que é realizado o 2º batimento dos Membros Inferiores (MI)não deve ser tão forte que implique a saída da bacia fora de água, deve ser só anecessária para evitar o afundamento da bacia em consequência da AA dos braços.

b) Na 1ª metade da recuperação aérea dos braços, os ombros emergem para facilitar odeslocamento dos braços à frente sem arrastarem na água e a bacia afunda um pouco. Ainspiração obriga à emersão do rosto o que leva o nadador a acentuar a elevação dosombros.

c) Após a entrada dos braços na água, durante a ALE, a cabeça e os ombros afundam, aomesmo tempo o 1º batimento faz com que as ancas se desloquem para a frente e aparacima.

Posição do corpo – Faltas mais comuns1. Movimentos ondulatório excessivos, o que implica o aumento da resistência frontal e deonda. Provoca movimentos muito pronunciados e fatigantes dos membros inferiores com o Luis Manuel P. L. Rama35 Análise Técnica FCDEF.UC

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objectivo de manter as ancas perto da superfície. Acentua trajectos verticalizantes na AD,com o intuito de elevar os ombros.2. Pernas muito fundas ( batimento fraco ou cabeça muito elevada). Aumenta a resistênciafrontal, dificulta a AA e a recuperação aérea dos braços visto a bacia se encontrar numaposição muito baixa.

2- Acção dos Membros Superiores (MS)Podemos definir o padrão global da trajectória subaquática dos MS em Mariposa como “

Buraco de Fechadura”

2.1 EntradaNo momento da entrada as mãos devem estar alinhadas com os ombros, ou mesmo quase juntas, se os níveis de força específica e os índices de flexibilidade o permitirem.Devem estar rodadas para fora cerca de 45º em relação à superfície, com os cotovelosligeiramente flectidos ( conservar o momento de inércia). A extensão dos cotovelos após aentrada, possibilita que as mãos iniciem o seu deslocamento para fora quando os antebraçosainda se estão a deslocar para dentro.A transição para a fase seguinte ocorre sem que se faça sentir alterações bruscas na direcçãodo movimento. Luis Manuel P. L. Rama36 Análise Técnica FCDEF.UC

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Faltas mais comuns1. Mãos em pronação (palma virada para baixo)2. Pulso flectido – aumenta a resistência – o dorso da mão empurra água para a frente3. Mãos entram demasiado afastadas. Provoca problemas de sincronização, dificultando arealização do 2º batimento.

2.2 Acção Lateral Exterior ( ALE)Inicia-se imediatamente após a entrada e consiste no afastamento lateral das mãos até queestas ultrapassem aproximadamente a largura dos ombrosÉ uma acção preparatória, que através da extensão dos braços e afastamento das mãos,coloca-as em posição óptima para as fases seguintes.2.3 Acção Descendente (AD)A mão desloca-se para baixo e para fora numa trajectória curvilínea e em aceleraçãoconstante.Esta acção termina quando as mãos atingem o ponto mais profundo da sua trajectória. Luis Manuel P. L. Rama37 Análise Técnica FCDEF.UC

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2.4 Acção Lateral Interior ( ALI)Esta fase começa quando as mãos passam pelo plano vertical que desce dos cotovelos.Neste movimento as mãos, orientam o seu deslocamento para dentro, para cima e para trás,até se encontrarem debaixo dos ombros e perto da linha média do corpo.O critério de êxito para esta acção reside na flexão do cotovelo ( 90º) mantendo uma

posição alta até final da ALI ( cotovelo por cima da mão).A amplitude desta fase é dependente da amplitude da ALE, esta fase termina no momentoem que as mãos estão mais próximas uma da outra.5.5 Acção Ascendente (AA)Quando as mãos se aproximam da linha média do corpo a orientação passa de interior paraexterior, acelerando para trás, para cima e para fora até se aproximarem da porção anteriorda coxa, constituindo o momento onde se obtém maior efeito propulsivoA orientação das mãos para fora consegue-se graças ao relaxamento dos pulsos, o queantecede a saída.Faltas mais comuns – AD, ALI, AA1. Puxar as mãos para baixo do corpo imediatamente a seguir à entrada. Reduz os efeitospropulsivos ao impedir uma AD e ALI eficazes. Perturba a sincronização MS/MI,inutilizando o efeito da fase descendente do 1º batimento Luis Manuel P. L. Rama38 Análise Técnica FCDEF.UC

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2. Cotovelos caídos e mãos viradas para baixo no início e 1ª metade da braçada, o queimpulsiona o corpo mais para cima do que para frente. Perturba o alinhamento horizontal.Pode estar associado a uma ondulação excessiva ou uma posição alta da cabeça.3. Empurrar a água directamente para cima na fase final do trajecto. Perturba o alinhamentohorizontal, afunda a bacia, reduz efeitos propulsivos, afecta a sincronização ( prendendo os

braços no final da braçada).2.6 SaídaQuando os cotovelos rompem a superfície da água a pressão da palma da mão na águaabranda. As mãos rodam para dentro e a saída faz-se pelo dedo mínimo ( resistênciamínima), mãos deverão estar descontraídas, estado em que se mantêm ao longo da 1ªmetade da recuperação.Faltas mais comuns1. Mão virada para cima (afundamento da bacia)2. Braço em extensão quando sai da água (efeito semelhante ao anterior e prejuízo darecuperação2.7 Recuperação aéreaOs braços saem da água vigorosamente, devido ao impulso final da acção propulsiva, emflexão moderada, com as mãos mantendo a posição de saída (polegares para baixo)A meio do trajecto pode observar-se, em muitos nadadores, uma extensão quase completa(não rígida) dos cotovelos.Durante esta fase os ombros devem sair da água para facilitar uma recuperação mais altados braços, não devendo o impulso para cima ser, no entanto, superior ao impulso para afrente.O carácter simultâneo da braçada impede perturbações do alinhamento lateral. Luis Manuel P. L. Rama39 Análise Técnica FCDEF.UC

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Faltas mais comuns1. Arrastar os braços na água. Aumenta significativamente a resistência frontal e de onda.Prejudica a entrada da mão na água, comprometendo as acções propulsivas seguintes.2. Lançamento dos braços exageradamente para cima. Provoca afundamento dos ombros,dificuldades na inspiração e uma sincronização deficiente.

3 ACÇÃO DOS MEMBROS INFERIORESÉ em tudo semelhante à utilizada em crol, só que efectuada em simultâneo, o que acentua oefeito de “ chicotada”, propagando-se desde a região dorso-lombar e utilizando uma maiorflexão do joelho.3.1 Acção Ascendente (AA)Inicia-se no ponto em que os pés estão no seu ponto mais profundo e as pernas em extensão.A acção ascendente inicia-se sem a flexão dos joelhos o que provoca o afundamento dabacia.Quando as pernas estão alinhadas com o tronco, trava-se o movimento ascendente dascoxas, continuando os pés o seu movimento ascendente até romperem a superfície da água.Neste momento as coxas iniciam imediatamente a sua trajectória descendente, ao mesmotempo que ocorre uma flexão passiva do joelho, devido à pressão exercida pela água na faceanterior das pernas, ainda antes dos pés atingirem a superfície.3.2 Acção Descendente ( AD)A aceleração do movimento descendente das coxas, vai-se processando ao mesmo tempoque a flexão dos joelhos permite que os pés apareçam à superfície, o que coincide com oponto mais profundo da trajectória dos joelhos. Após esta acção inicia-se a aceleração daextensão da perna sobre a coxa, o que conduz a uma aceleração descendente dos pés e àobtenção do efeito “barbatana”. Impulso terminal deve ser rápido. O movimento

descendente da perna e do pé , provoca a elevação da Luis Manuel P. L. Rama40 Análise Técnica FCDEF.UC

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coxa e da bacia concorrendo para o alinhamento horizontal do corpo.Quando a flexão do joelho é máxima o que corresponde ao início da AD, os pés sofrem umarotação interna e flexão plantar. Durante a acção descendente os pés convergem e oscalcanhares afastam-se em consequência. A flexibilidade desta articulação é pois umacondição determinante para o desempenho desta acção.

Acção do M. I. - Faltas mais comuns1. Má orientação dos pés. Na fase descendente a flexão dorsal do pé limita a criação deforça propulsiva. Na fase ascendente a manutenção rígida da flexão plantar , provoca umafundamento da bacia.

2. Extensão insuficiente do joelho. Reduz o efeito de “barbatana”.

3. Flexão exagerada do joelho. Prejudica o alinhamento, diminui a eficácia propulsiva,aumentando a resistência de forma e zona de turbulência por detrás do corpo (movimento de trás para a frente dos pés).

4. Flexão do joelho na AA ( empurra água para a frente).

4. Sincronização dos Membros Superiores e InferioresA variante que deve ser ensinada é a de 2 batimentos de “golfinho” por ciclo de braços.

O modelo de sincronização exige que A AD do 1º batimento coincida com a entrada dosbraços na água e continue durante a ALE. Contribui para o afundamento dos ombros eelevação da bacia contrariando o provocado pela recuperação aérea dos braços e procura oalinhamento horizontal do corpo. Luis Manuel P. L. Rama41 Análise Técnica FCDEF.UC

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A AA do 1º batimento , ajuda a baixar a bacia, alinhando os M. I. com o tronco durante aAD e ALI, o que concorre para o efeito propulsivo destas fases. Permite a gradual elevaçãodos ombros, que será máxima no final da AA dos braços e início da recuperação.A AD do 2º batimento coincide com a AA dos braços. Ajuda a manter o corpo alinhado,impedindo o afundamento da bacia.

A AA do 2º batimento coincide com a fase média da recuperação aérea dos braços,provocando o afundamento da bacia e facilitando a elevação dos ombros.Sincronização dos M. S. / M. I. - Faltas mais comuns1. Um batimento por ciclo de braços. Dificulta a AA da braçada, saída e início darecuperação aérea dos braços ( bacia muito funda)2. 2º batimento antecipado. Este erro associa-se normalmente com uma respiraçãoadiantada. Decorre da incapacidade de lançar o corpo para a frente apenas recorrendo àacção propulsiva dos M. S.5. Sincronização dos M. S. e da RespiraçãoA cabeça eleva-se quando se inicia a AD. O rosto só deve sair da água na AA e na 1ºmetade da recuperação. À medida que as mãos se aproximam da entrada na água a cara vaibaixando entrando primeiro que as mãos. A cabeça submerge totalmente mas mantém pertoda superfície. O movimento para a frente e para baixo da cabeça reforça o movimento dosombros.Faltas mais comuns associadas à respiração1. Respiração adiantada, associada ao adiantamento do 2º batimento. É consequência deuma AD com as palmas das mãos voltadas para baixo e dos cotovelos caídos.2. Conduz a uma elevação precoce dos ombros e implica uma posição do corpodesfavorável.3. Elevar demasiado a cabeça para cima e para trás, contrariando a projecção para a frentedos ombros.5. Respiração atrasada. Compromete a realização de uma inspiração completa. Atrasa a

saída dos braços da água e perturba o ritmo e a fluidez dos movimentos.

 Luis Manuel P. L. Rama42 Análise Técnica FCDEF.UC

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 6. Variação intracíclica da velocidade

Podemos encontrar dois tipos de modelos. O padrão de pico duplo com dois momentos deincremento da velocidade: o 1º associado à ALI e o 2º na AA.O modelo de pico único quando exibe um valor superior de velocidade que decorre no finalda AA dos braços, Luis Manuel P. L. Rama43 Análise Técnica FCDEF.UC

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