analise prova alamir

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ANALISE PROVA ALAMIR.

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ENCONTRO MARCADO FERNANDO SABINO

O encontro marcado uma narrativa urbana que nos faz caminhar pelas ruas de Belo Horizonte e Rio de Janeiro em meados do sculo XX, conhecendo seus moradores clebres, annimos e os que de alguma forma, marcaram essas cidades. A repercusso do romance foi a melhor possvel, tornando-se o livro preferido de muitos brasileiros que, nas aflies da juventude liam e se identificavam com os dramas existenciais narrados de forma perspicaz pelo escritor mineiro. Desde aquela poca, at os dias de hoje.O encontro marcado um tpico romance de gerao, e basicamente gira em torno dos problemas juvenis de suas personagens: os amores, o lcool, os dramas, a faculdade, a escolha da profisso, a sada da casa dos pais e a mudana para a metrpole, a capital federal na poca, o Rio de Janeiro. Vivenciado na dcada de quarenta tem como protagonista Eduardo Marciano. Seus comparsas de toda vida: Hugo e Mauro correspondem a Otto Lara Resende e Hlio Pellegrino, respectivamente. Antonieta, filha do ministro, namorada e posteriormente esposa de Eduardo, Helena Valladares. Toledo um dos personagens mais importantes da histria guia intelectual de Eduardo por longo perodo Guilhermino Czar.A nfase da narrativa parte do pressuposto que, a procura intensa do sentido da vida por Eduardo Marciano trilha um caminho incerto, transitando pelas inquietaes ideolgicas e polticas para as ansiedades caractersticas dos jovens da poca.Esta busca da satisfao sexual plena, da felicidade, da autoafirmao por meio da escrita e do esporte, no caso a natao, e pela enorme nsia de encontrar respostas sobre a existncia de Deus geram um enredo que envolvem o leitor at o final da obra.Todos esses elementos torna-se a marca registrada da personagem at o final da obra e constata-se, mesmo diante de expectativas e experincias mal resolvidas, a contnua busca pessoal com o auxlio de amigos, livros, amantes e garons, e conclui-se que, o sofrimento sempre lhe trouxe aprimoramento e ponderao e lhe abriu novas perspectivas e novos entendimentos gradativamente, em relao aos valores humanos e suas relaes superficiais ou aprofundadas.Suas experincias amorosas e profissionais sempre lhe causaram excitao e entusiasmo, num primeiro momento, mas as dvidas e a rotina lhe trouxeram decepes constantes.Optou ento em seguir a carreira nica de escritor.O ponto alto da personagem esse desempenho em desafios constantes e um inconformismo inerente ao ser: Eduardo Marciano/Fernando Sabino, que se confundem e se unem nas linhas da narrativa.A obra ganhou edies no exterior e foi adaptada ao teatro.

"Grande Serto: Veredas" - Anlise da obra de Guimares Rosa03/09/2012 20h 31 A obra, uma das mais importantes da literatura brasileira, elogiada pela linguagem e pela originalidade de estilo presentes no relato de Riobaldo, ex-jaguno que relembra suas lutas, seus medos e o amor reprimido por Diadorim.

O romance "Grande Serto: Veredas" considerado uma das mais significativas obras da literatura brasileira. Publicada em 1956, inicialmente chama ateno por sua dimenso mais de 600 pginas e pela ausncia de captulos. Guimares Rosa fundiu nesse romance elementos do experimentalismo lingustico da primeira fase do modernismo e a temtica regionalista da segunda fase do movimento, para criar uma obra nica e inovadora.

- Leia o resumo de Grande Serto: Veredas

NarradorO foco narrativo de "Grande Serto: Veredas" est em primeira pessoa. Riobaldo, na condio de rico fazendeiro, revive suas pelejas, seus medos, seus amores e suas dvidas. A narrativa, longa e labirntica, por causa das digresses do narrador, simula o prprio serto fsico, espao onde se desenrola toda a histria.

A obra, na verdade, apresenta o dilogo entre Riobaldo e um interlocutor, que no se manifesta diretamente. Portanto, s possvel identific-lo e caracteriz-lo por meio dos prprios comentrios feitos por Riobaldo.

TempoNessa narrativa, pode haver dificuldade de compreenso sobre a passagem do tempo. O motivo so a estrutura do romance, que no se divide em captulos, e a narrativa em primeira pessoa, que permite digresses do narrador, alternando assim o tempo da narrativa a seu bel-prazer. No entanto, podemos dividir a obra, segundo alguns fatos marcantes do enredo, para facilitar a leitura:

1 parte: introduo dos principais temas do romance: o povo; o serto; o sistema jaguno; Deus e o Diabo; e Diadorim. Nesse primeiro momento, Riobaldo introduz tambm a figura do interlocutor, que, como foi dito, no aparece diretamente na obra.

2 parte: inicia-se in medias res, ou seja, no meio da narrativa. Durante a segunda guerra, Riobaldo e Diadorim, chefiados por Medeiro Vaz, tentam vingar a morte de Joa Ramiro.

3 parte: a narrativa retorna juventude de Riobaldo, quando ele conheceu o menino Reinaldo, e, para o desespero de Riobaldo, que no sabe nadar, ambos atravessam o rio So Francisco numa pequena embarcao.

4 parte: conflito entre Riobaldo e Z Bebelo, no qual esse ltimo perde a chefia, e Riobaldo-Tatarana rebatizado como Urutu Branco.

5 parte: eplogo. Riobaldo retoma o fio da narrao do incio, contando ao interlocutor seu casamento com Otaclia e como herdou as fazendas do padrinho. Ele termina sua narrativa com a palavra travessia, que seguida pelo smbolo do infinito.

EspaoO espao geral da obra o serto. Os nomes citados podem causar estranheza e confundir os leitores que desconhecem a regio. preciso entender, no entanto, que essa confuso criada pelos diversos nomes e regies proposital. Ela torna o enredo uma espcie de labirinto, como se fosse uma metfora da vida. A travessia desse labirinto, por analogia, pode ser interpretada como a travessia da existncia.

Podem ser listados alguns espaos da narrativa em que importantes aes do enredo se desenvolvem.

Chapado do Urucia: local da travessia do rio So Francisco, onde Riobaldo e Reinaldo/Diadorim se conhecem.

Fazenda dos Tucanos: espao onde o bando liderado por Z Bebelo fica preso, cercado pelo bando de Hermgenes, depois de cair em uma tocaia. Esse episdio da Fazenda dos Tucanos marcante, por causa da sensao de claustrofobia descrita no texto. Preso na casa da fazenda por vrios dias, o grupo liderado por Z Bebelo alvejado pelos inimigos.

Liso do Sussuaro: local da tentativa frustrada de travessia do bando de Medeiro Vaz (segunda parte) e conseqente retirada.

Local da narrao: fazenda de Riobaldo, localizada na beira do rio So Francisco, a um dia e meio a cavalo, no norte de Andrequic.

Paredo: espao da batalha final, onde Diadorim morre e termina a guerra.

Veredas Mortas: local do possvel pacto de Riobaldo.

Comentrio do professorComentrio do prof. Charles Casemiro, da Oficina do Estudante:

"Grande Serto: Veredas" uma narrativa do ps-modernismo brasileiro (gerao de 45). Consiste em um longo dilogo/monlogo em que o protagonista, Riobaldo, velho jaguno que trocara a vida da jagunagem pela tranquilidade da fazenda, narra a sua vida a um jovem doutor que chegou a suas terras. O texto nos d apenas pistas sobre as reaes do ouvinte-doutor sem, porm, permitir nenhuma fala.O ncleo das memrias do narrador Riobaldo no , todavia, sua aventura na jagunagem, mas, principalmente, o caso amoroso que manteve com Maria Deodorina da F Betancourt Marins, a Diadorim, que, sendo filha nica de um fazendeiro-jaguno, Joca Ramiro, travestiu-se de homem para viver em meio aos jagunos.O outro ncleo da histria mostra como Hermgenes, um dos jagunos acabou matando o chefe do bando Joca Ramiro, fugindo depois com uma parte da jagunagem. Riobaldo assumiu ento a direo do grupo que restou, tomando como brao direito "o seu Diadorim". Buscando justia e vingana, Riobaldo se prope a dar a alma ao diabo em troca de encontrar e matar Hermgenes. O que ocorreu.

Nessa obra de Rosa, "o serto o mundo" e, de modo especial, um mundo que pode ser registrado, manipulado e transformado: um mundo mtico, ativo, interativo. Se o interesse especial de Rosa pelo espao natural e cultural do sertanejo salta aos olhos dos leitores em cada trecho de sua obra, esse interesse, porm, aparece, no ocasionalmente, apenas como o fio da meada, como pretexto apenas para uma discusso maior sobre o ser humano e sobre o mundo, na verdade, sobre a relao sempre tensa, que se estabelece entre o ser humano e o mundo.

Existe, nesse sentido, uma ponte de ligao, de transcendncia entre o regional sertanejo e o universal humano na obra rosiana que, muito propriamente, se d no campo da linguagem e no apenas nos outros campos. A linguagem de Rosa constitui assim um universo novo, ao passo que reinventa a vida sertaneja, as falas sertanejas, as angstias, as felicidades, as descobertas, os encontros e os desencontros sertanejos e humanos. Mais diretamente, podemos dizer que, para Guimares Rosa, o serto um mundo um espao existencial e um mundo confundido com linguagem original, potica e criadora, no sentido de que tudo pode ser visto espao e linguagem como universo ainda virgem, de puro de sentido.

Das cenas rosianas brotam espaos existenciais, interativos, vivos, por vezes personificados, verdadeiramente pantestas; brota um universo folclrico, cercado de transcendncia; brota a vida enquanto existncia exterior e interior, e a morte enquanto limitao; brotam assim belos, o amor, a comunho, os rompimentos, os medos, as certezas, as angstias, as esperanas, as desiluses, as descobertas, as perdas, Deus, o Demnio, o bem e o mal, as tenses entre o sujeito sertanejo e o serto, entre o sujeito sertanejo e o outro, entre o serto e o mundo, entre o mundo e a linguagem.

ResumoDurante a primeira parte da obra, o narrador em primeira pessoa, Riobaldo, faz um relato de fatos diversos e aparentemente desconexos entre si, que versam sobre suas inquietaes sobre a vida. Os temas giram em torno das clssicas questes filosficas ocidentais, tais como a origem do homem, reflexes sobre a vida, o bem e o mal, deus e o diabo. Porm, Riobaldo no consegue organizar suas ideias e expressa-las de modo satisfatrio, o que gera um relato bastante catico. At que em certo ponto aparece Quelemn de Gis, que o ajuda em parte, e Riobaldo d incio narrativa propriamente dita.Riobaldo comea a rememorar seu passado e conta sobre sua me e como conhecera o menino Reinaldo, que se declarava ser diferente. Riobaldo admira a coragem do amigo. Quando sua me vem a falecer, ele levado para viver com seu padrinho na fazenda So Gregrio, onde conhece Joca Ramiro, grande chefe dos jagunos. Selorico Mendes, o padrinho, coloca-o para estudar e aps um tempo Riobaldo comea a lecionar para Z Bebelo, um fazendeiro da regio. Pouco tempo depois, Z Bebelo, que queria por fim na atuao dos jagunos pela regio, convida Riobaldo para fazer parte de seu bando, o que esse aceita. Assim comea a histria da primeira guerra narrada em "Grande Serto: Veredas".O bando dos jagunos liderado por Hermgenes entra em guerra zontra Z Bebelo e os soldados do governo, mas logo Hermgenes foge da batalha. Riobaldo resolve desertar do bando de Z Bebelo e encontra Reinaldo, que faz parte do bando de Joca Ramiro. Ele decide ento juntar-se ao grupo tambm. A amizade entre Riobaldo e Reinaldo se fortalece com o passar do tempo e Reinaldo o confidencia em segredo seu nome verdadeiro: Diadorim. Em certo momento d-se a batalha entre o bando de Z Bebelo e de Joca Ramiro, onde Z Bebelo capturado. Ento, ele julgado pelo tribunal composto dos lderes dos jagunos, dos quais Joca Ramiro o chefe supremo. Hermgenes e Ricardo so favorveis pena capital. No fim do julgamento, porm, Joca Ramiro sentencia a soltura de Z Bebelo, sob a condio de que ele v para Gois e no volte at segunda ordem. Aps o julgamento, Riobaldo e Reinaldo juntam-se ao bando de Tito Passos, que tambm lutou ao lado de Hermgenes. Aps longo perodo de paz e bonana no serto, um jaguno chamado Gavio-Cujo vai at o grupo de Tito informar que Joca Ramiro foi trado e morto por Hermgenes e Ricardo, que ficam conhecidos como os judas. Nesse ponto da narrativa, Riobaldo tem um caso amoroso com a prostituta Nhorinh e, posteriormente, com Otaclia, por quem se apaixona. Diadorim dica com raiva e durante uma discusso com Riobaldo ameaa-o com um punhal. Os jagunos se renem para combater os judas e assim comea a segunda guerra, organizada sob novas lideranas: de um lado Hermgenes e Ricardo, assassinos de Joca Ramiro e traidores do bando; de outro, os jagunos liderados por Z Bebelo, que retorna para vingar a morte de seu salvador. Em certo momento da narrativa os dois bandos se unem para tentar fugir do cerco armado pelos soldados do governo, mas o bando de Z Bebelo foge na surdina do local e deixam Hermgenes e seu bando lutando sozinhos contra os soldados. Riobaldo entrega a pedra de topzio a Diadorim, o que simboliza a unio entre os dois, mas esse recusa dizendo que devem esperar o fim da batalha. Quando o grupo de Z Bebelo chega s Veredas-Mortas, em dado momento Riobaldo faz um pacto com o diabo para que possam vencer o bando de Hermgenes. Sob o nome Urutu-Branco, ele assume a chefia do bando e Z Bebelo deserta do grupo. Riobaldo pede para um jaguno entregar a pedra de topzio Otaclia, o que firma o compromisso de casamento entre os dois. O bando liderado por Riobaldo (ou Urutu-Branco) segue em caa por Hermgenes, chegando at sua fazenda j em terras baianas. L eles aprisionam a mulher de Hermgenes e, no o encontrando, voltam para Minas Gerais. Em um primeiro momento, acham o bando de Ricardo e Urutu-Branco o mata. Por fim, encontram o grupo de Hermgenes no Paredo e h uma grande e sangrenta batalha. Diadorim enfrenta Hermgenes em confronto direto e ambos morrem. Riobaldo descobre, ento, que Diadorim na realidade a filha de Joca Ramiro, e se chama Maria Deodorina da F Bittancourt Marins.

Lista de personagensRiobaldo: o personagem que narra a prpria vida, desde a juventude, antes de virar jaguno. Nessa poca, estudou e aprendeu a ler e a escrever, tornando-se professor de Z Bebelo, seu futuro chefe. Quando entra para a vida de jaguno, a personagem batizada de Tatarana, que significa lagarta de fogo, apelido dado em homenagem sua exmia pontaria. Em um dado momento da narrativa, depois de um suposto pacto com o Diabo, Riobaldo-Ta tarana toma a liderana do grupo, sendo rebatizado de Urutu Branco. Diadorim: personagem-chave do romance, tida como homem durante quase toda a narrativa. Apenas nas ltimas pginas o narrador conta que, depois de sua morte, quando o corpo despido e lavado, descobre-se que se tratava de uma mulher. Diadorim havia conhecido Riobaldo, quando ainda eram jovens, em uma travessia do rio So Francisco. Nessa ocasio, ela j vivia disfarada de menino e dizia chamar-se Reinaldo. Esse nome era secreto no meio da jagunagem, utilizado apenas nos momentos em que ela e Riobaldo estavam a ss. Quando Riobaldo reencontra Reinaldo/Diadorim, tempos depois, passa para o bando de Joa Ramiro, motivado pela presena de Reinaldo. Riobaldo apaixona-se profundamente por Diadorim, o que provoca nele vrios sentimentos contraditrios e de represso, j que a paixo homossexual era uma relao impossvel de ser aceita no meio jaguno. Joca Ramiro: grande chefe poltico e guerreiro, lidera a primeira guerra narrada no romance, e seu assassinato origina a segunda guerra. Em oposio a Hermgenes, Joca Ramiro o grande guerreiro, o lder sbio, justo, corajoso. Aparece como encarnao das virtudes. Z Bebelo: personagem intrigante. Dono de uma oratria verborrgica, tinha ambies polticas, mas, segundo o narrador, comeara tarde essa busca pelo poder. Z Bebelo extremamente orgulhoso e gaba-se de nunca se ter deixado comandar por ningum. Conhece Riobaldo quando esse ainda no era jaguno e aprende com ele um pouco de portugus. Quando Riobaldo lhe toma a chefia, Z Bebelo reconhece a fora do oponente e decide deixar o grupo. Riobaldo tem uma relao diferenciada com Z Bebelo, conservando sempre certo apreo por esse personagem. Hermgenes: para Riobaldo, Hermgenes era o Co, o Demo. o personagem mais odiado pelo narrador. Na primeira guerra, quando esto lutando do mesmo lado, Riobaldo j revela seu dio por ele; na segunda guerra, quando Hermgenes e Ricardo assassinam Joa Ramiro, esse sentimento se acentua. No romance, Hermgenes a personificao do mal. Ricardo: enquanto Z Bebelo guerreava por ambies polticas e Hermgenes era motivado por sua natureza assassina, Ricardo tinha interesse apenas na questo financeira. Fazendeiro rico, guerreava para depois poder enriquecer em paz.

Sobre Guimares RosaJoo Guimares Rosa nasceu em 27 de junho de 1908 na cidade de Cordisburgo, Minas Gerais. Autodidata, comeou ainda criana a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francs, quando nem completara 7 anos. Em 1925 matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, formando-se em 1930. No mesmo ano, casou-se com Lgia Cabral Penna, com quem teve duas filhas.Passou a exercer a profisso de mdico no interior de Minas Gerais, onde teve um primeiro encontro com os elementos e a realidade do serto. Durante a Revoluo Constitucionalista de 1932 atuou como mdico voluntrio. Mais tarde foi aprovado no concurso e ingressou na Fora Pblica. Em 1934 foi aprovado em um concurso para o Itamaraty e exerceu diversas funes diplomticas no exterior, tais como a de cnsul em Hamburgo, na Alemanha onde conheceu Aracy Moebius de Carvalho (Ara), sua segunda mulher. De volta ao Brasil, em 1951, assumiu outros cargos no Itamaraty, sendo promovido em 1958 a ministro de primeira classe, cargo correspondente a embaixador. Ao lado de sua atividade profissional, como mdico ou como diplomata, Guimares Rosa nunca deixou de escrever. Tinha tambm paixo por aprender outros idiomas. Seus conhecimentos nesse campo impressionavam pela amplitude: falava fluentemente alemo, francs, ingls, espanhol, italiano e esperanto, alm de um pouco de russo. Lia em sueco, holands, latim e grego. Havia estudado tambm a gramtica das seguintes lnguas: hngaro, rabe, snscrito, lituano, polons, tupi, hebraico, japons, tcheco, finlands e dinamarqus.A estreia literria de Guimares Rosa se deu em 1929, quando a revista O Cruzeiro publicou alguns contos seus, vencedores de um concurso literrio da edio. Seu primeiro livro, a coletnea de contos "Sagarana", foi publicado em 1946 e chamou muita ateno pelas inovaes tcnicas e riqueza de simbologias. O escritor fez, em maio de 1952, um percurso de 240 quilmetros no serto mineiro, durante dez dias, conduzindo uma boiada. Na viagem, anotou expresses, casos, histrias, procurando apreender de forma mais profunda aquele universo com o qual tinha contato desde a infncia. Seu intuito era recriar literariamente o serto, dando voz a seus personagens. Dessa viagem resultou seu nico romance, "Grande Serto: Veredas", publicado em 1956 e tido como um dos mais importantes textos da literatura brasileira de todos os tempos.Em 1961, Guimares Rosa recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. Candidatou-se Academia Brasileira de Letras, pela segunda vez, em 1963 e foi eleito por unanimidade. Mas no foi empossado imediatamente, porque adiou a cerimnia enquanto pde. Dizia ter medo de morrer no dia do evento. S tomou posse em 16 de novembro de 1967. Trs dias depois, em 19 de novembro, morreu subitamente em seu apartamento no Rio de Janeiro, de infarto.Suas principais obras so: "Sagarana" (1946), "Grande Serto: Veredas" (1956), "Corpo de Baile" (1956; atualmente publicada em trs volumes: "Manuelzo e Miguilim", "No Urubuquaqu, no Pinhm" e "Noites do Serto") e "Primeiras Estrias" (1962).