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Rafael de Oliveira Araújo - Bolsista PIBIC/FAPEMA. Graduanda em Geografia, CESI/UEMA. e-mail: [email protected] Luiz Carlos Araujo dos Santos Prof. Dr. Departamento de História e Geografia CESI/UEMA [email protected] ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA DO RIACHO BARRA GRANDE-MA INTRODUÇÃO A bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um curso de água constitui o conjunto de terras que fazem a drenagem da água das precipitações escoar para esse curso de água. A formação da bacia hidrografica dá-se através dos desníveis dos terrenos que orientam os cursos das águas. Essa área que drena fluxos líquidos, sólidos e solúveis para uma saída comum através do canal ou de uma rede de canais (COELHO NETTO, 1994, p.75). Elas constituem uma unidade geomorfológica fundamental, que opera como um sistema aberto, quando os impulsos das chuvas acionam os processos hidrológicos e erosivos que regulam as transformações morfológicas e a evolução interna da bacia (CHORLEY, 1962, p. 126). A sub-bacia do riacho Barra Grande, localizada a oeste maranhense e na Microrregião de Imperatriz (figura 1), vem sofrendo alterações ambientais provenientes do processo acelerado do crescimento horizontal da cidade de Imperatriz-MA, intensificado a partir de 1970 e a ineficiente ação do poder público em não fornecer a população residente, programas capazes de dotar a cidade e o município com infraestrutura básica, tem provocado crescimento desordenado na cidade, refletindo a degradação ambiental principalmente na sub-bacia hidrográfica em estudo. Na análise de bacias hidrográficas um dos parâmetros que vem ganhando espaço nas pesquisas da geografia e geomorfologia é a avaliação da morfologia de sub-bacia, pois seus índices contribuem diretamente para o planejamento e gestão das mesmas. Assim, este trabalho visa contribuir para a região tocantina e, constituindo como uma das primeiras referências nesta modalidade. O objetivo principal do trabalho foi mapear

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Page 1: ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA DO RIACHO … · A bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um curso de água constitui o ... e solúveis para uma saída comum através do

Rafael de Oliveira Araújo - Bolsista PIBIC/FAPEMA.

Graduanda em Geografia, CESI/UEMA.

e-mail: [email protected]

Luiz Carlos Araujo dos Santos

Prof. Dr. Departamento de História e Geografia – CESI/UEMA

[email protected]

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA DO RIACHO BARRA

GRANDE-MA

INTRODUÇÃO

A bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um curso de água constitui o

conjunto de terras que fazem a drenagem da água das precipitações escoar para esse

curso de água. A formação da bacia hidrografica dá-se através dos desníveis dos

terrenos que orientam os cursos das águas. Essa área que drena fluxos líquidos, sólidos

e solúveis para uma saída comum através do canal ou de uma rede de canais (COELHO

NETTO, 1994, p.75). Elas constituem uma unidade geomorfológica fundamental, que

opera como um sistema aberto, quando os impulsos das chuvas acionam os processos

hidrológicos e erosivos que regulam as transformações morfológicas e a evolução

interna da bacia (CHORLEY, 1962, p. 126).

A sub-bacia do riacho Barra Grande, localizada a oeste maranhense e na

Microrregião de Imperatriz (figura 1), vem sofrendo alterações ambientais provenientes

do processo acelerado do crescimento horizontal da cidade de Imperatriz-MA,

intensificado a partir de 1970 e a ineficiente ação do poder público em não fornecer a

população residente, programas capazes de dotar a cidade e o município com

infraestrutura básica, tem provocado crescimento desordenado na cidade, refletindo a

degradação ambiental principalmente na sub-bacia hidrográfica em estudo.

Na análise de bacias hidrográficas um dos parâmetros que vem ganhando espaço

nas pesquisas da geografia e geomorfologia é a avaliação da morfologia de sub-bacia,

pois seus índices contribuem diretamente para o planejamento e gestão das mesmas.

Assim, este trabalho visa contribuir para a região tocantina e, constituindo como uma

das primeiras referências nesta modalidade. O objetivo principal do trabalho foi mapear

Page 2: ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA DO RIACHO … · A bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um curso de água constitui o ... e solúveis para uma saída comum através do

e desenvolver a análise morfológica, bem como correlacionar o uso da sub-bacia do

riacho Barra Grande com as características morfometricos.

Figura 1 – Localização da sub-bacia do riacho Barra Grande.

Fonte: UEMA/CESI, 2012.

OBJETIVOS

Geral

Mapear e desenvolver a análise morfológica, bem como correlacionar o uso da

sub-bacia do riacho Barra Grande com as características morfometricos.

Específico

Mapear a rede de drenagem da sub-bacia do riacho Barra Grande;

Desenvolver o estudo morfométrica da sub-bacia do riacho Barra Grande

analisando os parâmetros areal linear e hipsometricos;

Correlacionar o uso da sub-bacia a caracterização morfométrica da área de

estudo.

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PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

A fundamentação teórico-metodológico para a pesquisa da sub-bacia do racho

Barra Grande esta consubstanciado principalmente no trabalho de Christofoletti (1980)

dentre outros.

Hierarquia fluvial

O parâmetro de hierarquia fluvial visa estabelecer a classificação de

determinado curso de água no conjunto total da sub-bacia hidrográfica em estudo, para

tanto seguiu-se as orientações de Horton (1945) on put Christofoletti (1980, p. 106). O

qual estabelece rios de primeira ordem àqueles que não possuem tributários; os canais

de segunda ordem somente recebem tributários de primeira ordem. E assim

sucessivamente.

Análise linear da rede hidrográfica

Na análise linear são englobados os índices e relações da rede hidrográfica,

cujas medições necessárias são efetuadas ao longo das linhas de escoamento. Podemos

distinguir os seguintes parâmetros: Relação de bifurcação, Comprimento do rio principal

e Extensão do percurso superficial.

Análise areal de sub-bacia hidrográfica

Na análise areal da sub-bacia hidrográfica engloba vários índices nos quais

intervêm medições planimétricas, além de medições lineares. Podemos incluir os

seguintes índices: Área da bacia (A), Comprimento da bacia (L), Forma da bacia (Ic),

Densidade de drenagem (Dd), Densidade hidrográfica (Dh) e O gradiente do canal

principal (Gcp) e gradiente total (Gt) dos canais fluviais.

Análise hipsométrica

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Para análise hipsométrica são: Amplitude altimétrica máxima da sub-bacia

(Hm), Relação de relevo (Rr) e Índice de rugosidade (Ir), cujo este parâmetro foi

determinado seguindo os procedimentos de Christofoletti (1980, p. 121).

Trabalho de Laboratório

Esta etapa foi dividida em duas partes. A primeira refere-se ao trabalho de

editoração dos mapas produzido, aplicando o sistema de informação geográfica: na

oportunidade, foi utilizado o espaço físico do Laboratório de Cartografia e Ensino

(LabCartE), do Centro de Estudos Superiores de Imperatriz - CESI.

Na segunda parte, foi realizada a análise de todas as informações adquiridas ao

longo da pesquisa, desde as referências bibliográficas, o mapa produzido. Essa análise

permitiu a consolidação dos objetivos proposto no trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Caracterização física

O conhecimento das características fluviais é importante não somente no que

concerne aos recursos hídricos, tanto do ponto de vista da hidráulica e do controle da

erosão, como também do ponto de vista sedimentológico, geomorfológico e do

planejamento regional. Desta forma a geometria de um sistema fluvial reflete um

estado de quase equilíbrio entre vários fatores interrelacionados. Os rios podem assumir

várias formas, como resultado do ajustamento do canal à seção transversal, sendo

aparentemente controladas pela carga sedimentar transportada e pelas suas

características.

Considerando a classificação climática constituída por Koppën a área apresenta

ocorrência de clima predominantemente tipo Aw – chuvas de verão e secas de inverno.

As temperaturas médias anuais oscilam entre 39º C a 21º C. Se tratando das

precipitações anuais, estas giram em torno de 1.533,3 mm/a.

Esta região expõe uma parcela do território da Amazônia Legal tem seu

percurso na área implantada na bacia sedimentar do Tocantins, sendo suas integrações

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litoestratigráficas aflorastes derivadas de rochas sedimentares e ígneas. O espaço

caracterizado neste ambiente é de predominante da região nordeste onde o solo é bem

seco e argiloso, além disto, a destacar o manuseio natural da formação deste ambiente.

Na área objeto de estudo verificaram-se quatro formações geológicas, sendo

duas da Era Mesozóica do período Cretáceo inferior e superior. São elas,

respectivamente, as Formações Itapecuru (265,1 Km²), Formação Codó (118,4 Km²).

As outras duas são formado pela Cobertura Tercio-Quaternário (67,8 Km²) e pela

Formação Superficial – Aluvião (1,7 Km²), da Era Cenozóica, constituídas na transição

dos períodos Terciários e Quaternários.

Uso e cobertura da terra

Segundo Pinhati (1998), as formas atuais de uso e cobertura da terra interferem,

diretamente, tanto no aspecto quantitativo como qualitativo das águas, superficiais e

subterrâneas. Tucci et al (2001) reforçam essa preocupação quando expõem que uma

das maiores preocupações em nível mundial é a deterioração do solo rural, devido ao

uso intensivo e práticas agrícolas que tendem a favorecer a perda da camada fértil do

solo, com o consequente assoreamento de rios e lagos.

A caracterização do uso e cobertura atual da terra se deu a partir da

produção do mapa (1) da sub-bacia do riacho Barra Grande, que foi relacionado com as

informações morfométricas. Verificou-se, que o uso prevalecente são (tabela 1):

pastagem (166,27 Km2) e Pastagem /Babaçu (105,44 Km2), a cobertura vegetal foi

encontrado a presença de Cerrado (181,29 Km2).

A pastagem na sub-bacia do riacho Barra Grande é constituída por dois

grupos: o mosaico pastagem com babaçu e mosaico de pastagem. Eles constituem a

base para o desenvolvimento da pecuária na área estudada.

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Figura 2 – Mapa 1: Uso e Ocupação da sub-bacia do Riacho Barra Grande

Nas áreas de mosaico de pastagem com babaçu as condições do solo são mais

preservadas. Nos trabalhos de campo não foram identificadas áreas expressivas com

degradação. Outro aspecto importante é a permanência da cobertura do solo pelas

palmacéas de babaçu, contribuindo para a recarga dos aquíferos na sub-bacia.

Tabela 1 – Uso/Cobertura da Terra na sub-bacia do riacho Barra Grande.

Uso/Cobertura Área (Km2) %

Cerrado 181,29 40,02

Pastagem 166,27 36,71

Pastagem/Babaçu 105,44 23,27

Total 453,00 100

Organizado por ARAUJO, 2015.

Analise Linear

A sub-bacia hidrográfica do riacho Barra Grande possui uma área de 453 Km2,

com extensão do rio principal de 53,97 km e perímetro de 122 km, recebendo

contribuições de vários córregos, principalmente do riacho Murajuba que se forma a

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partir da junção do córrego Brejinho com o córrego Murajuba, recebendo ainda

contribuições do córrego Olho D’Água Azul antes de desembocar no riacho Barra

Grande, a micro bacia do Murajuba possui uma área de 20.041,40 há (RIMA

FERROVIA SUZANO, 2010).

A sub-bacia apresenta uma hierarquia fluvial de 5º ordem, segundo a

classificação de Horton, considerando seus tributários de primeira, segunda, terceira,

quarta e quinta ordem. O comprimento total dos canais é de 427,6 km, distribuídos por

237 (duzentos e trinta e sete) cursos d´água. Os cursos d´água de primeira ordem se

destacam totalizando 180 canais, correspondendo a 53,4% (tabela 2) do comprimento

dos canis da sub-bacia, encontram-se especializados.

Tabela 2 – Características da hierarquia fluvial da sub-bacia do riacho Barra Grande.

Hierarquia dos

canais

Número de

canais

Comprimento dos

canais

% de cada

ordem

1º ordem 180 228,7 53,4

2º ordem 40 87,5 20,5

3º ordem 13 54,9 12,8

4º ordem 03 33,2 7,8

5º ordem 01 23,7 5,5

TOTAL 237 427,6 100

Organizado por ARAUJO, 2015.

Os canais de drenagem da sub-bacia de 1° ordem são efêmeros, os de 2° são

intermitentes e a partir da 3° ordem são perenes. Estas características morfométricas

permitem a utilização da água pelos agricultores, pecuaristas, inclusive a Suzano

Indústria de Papel Celulose Ltda fez uso quando estava construindo o ramal da ferrovia

(ligando a indústria a Ferrovia Norte Sul). O comprimento do canal principal é 53,97

km.

Caso não sejam iguais, o que é mais comum, o tamanho dos canais poderá

diminuir ou aumentar progressivamente com a elevação da ordem dos canais, pois são

os “fatores hidrológicos, morfológicos e geológicos que determinam o último grau do

desenvolvimento da drenagem em determinada bacia” (Christofoletti, 1980). O que se

observa na sub-bacia hidrográfica do Riacho Barra Grande, onde os valores entre o

comprimento médio dos canais e o índice de bifurcação são diferentes (tabela 3), é o

forte fator morfológico estabelecido por uma tectônica recente.

Tabela 3 - Analise Linear da sub-bacia hidrográfica do riacho Barra Grande.

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Ordem N. de Canais Comp. Dos Canais Rb Rim

1º ordem 180 228,7 4,5 0,38

2º ordem 40 87,5 3,07 0,62

3º ordem 13 54,9 4,33 0,60

4º ordem 03 33,2 03 0,71

5º ordem 01 23,7 01

TOTAL 237 427,6

Organizado por ARAUJO, 2015.

Análise Areal

A área da sub-bacia corresponde a todo o espaço territorial drenado pelo sistema

fluvial, numa perspectiva horizontal. A área da sub-bacia do Riacho Barra Grande

corresponde a 453 Km2. Encontram-se circundada por fragmentos das Serras. Este

parâmetro, morfologicamente encontra-se relacionado com outros elementos, os fatores

estruturais e morfoesculturais são bons exemplos. Além de servi como referência para

se determinar outros índices morfológicos, como pode ser verificado neste trabalho.

Para melhor compreensão expõem-se na tabela 4, que estabelece a

caracterização areal da sub-bacia, que assim, podem-se fazer as analises pertinentes dos

resultados da pesquisa.

Tabela 4 – Caracterização Arial da sub-bacia do riacho Barra Grande.

Parâmetro Resultado

Área da bacia (A) 453 km²

Perímetro Total (P) 122 km

Comprimento da bacia (L) 34,6 km

Densidade de drenagem (Dd) 0,94 km/km²

Densidade hidrográfica (Dh) 0,54 (canais/km2)

Forma da bacia (Ic) 3,71

Índice de Sinuosidade (Is) 1,6

Coeficiente de compacidade (Kc) 5,9

Fator de forma (Kf) 0,38

Organização: Araújo, 2015.

Parâmetros hipsometricos

A hipsométria analisa as inter-relações existentes em determinada unidade

horizontal de espaço no tocante de sua distribuição em relação ás faixas altitudinais, e

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assim são estudadas as variações altimetricas a partir de determinada isoípsa (curva de

nível) base. Os dados hipsométricos do da sub-bacia do riacho Barra Grande pode ser

visualizados na tabela 5.

Tabela 5 – Resultados dos parâmetros Hipsometrica do riacho Barra grande.

Parâmetro Resultado

Altitude Máxima 448 m

Altitude Mínima 75 m

Altitude Média 261,5 m

Amplitude altimétrica 373 m

Relação de relevo (Rr) 8,31

Índice de rugosidade (Ir) 396,80

Gradiente dos Canais (Gc) 8,30%

Organizado: Araújo, 2015.

Na área, objeto da pesquisa, as altitudes variam entre 75 a 448 metros. Isso não

significa um relevo sinuoso, até por que está distribuída numa área de 453 km². Porém,

o valor dimensional indica uma amplitude altimétrica alta (373 metros). Esse índice dá

uma noção para a variação da topografia, pois levam em consideração os valores

extremos. Por sua vez, com relação ao relevo, quanto maior o valor, maior será o

desnível entre o divisor de água e a foz.

Morfometria e o uso/cobertura da Terra

A relação entre as informações morfometricas e o uso e cobertura da Terra

deu-se por intermédio do mapa de hierarquia da drenagem com o de uso e cobertura, os

dados foram quantificados e expressos na tabela 6.

Verifica-se 12,62% dos cursos d´água de 1° ordem estão com presença de

cobertura vegetal (Cerrado), somado as de 1° e 2° chega a 22,43%. Essas informações

levam em tese no comprometimento da recarga dos aquíferos na sub-bacia.

Considerando todos os fragmentos de cobertura vegetal é o equivalente a 40,02% da

área estudada.

Tabela 6 – Morfometria e Uso/Cobertura da Terra na sub-bacia do Riacho Barra

Grande.

Hierarquia Tipo de Uso Área (Km2) % de cada ordem

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1° Ordem

Cerrado 57,15 12,62

Pastagem 53,27 11,76

Pastagem/Babaçu 35,17 7,76

2° Ordem

Cerrado 44.45 9,81

Pastagem 32,3 7,13

Pastagem/Babaçu 25 5,52

3° Ordem Cerrado 38.94 8,6

Pastagem 28.9 6,38

Pastagem/Babaçu 21.59 4,77

4° Ordem Cerrado 9.74 2,15

Pastagem 28,2 6,23

Pastagem/Babaçu 11.29 2,49

5° Ordem Cerrado 31,01 6,84

Pastagem 23.6 5,21

Pastagem/Babaçu 12.39 2,73

Total 453 100

Organizado: Araújo, 2015.

Outro aspecto relevante diz respeito aos corpos d´água de 3° a 5° ordem, pois

são perenes e estão sendo comprometidos pela presença da pastagem. Ressalta-se,

porém a importância da presença de babaçu nas áreas de pastagem (23,28%).

CONCLUSÃO

Com base na análise morfométrica pôde-se concluir que: a sub-bacia do Riacho

Barra Grande possui, baixa capacidade de formar novos cursos d’água; pelos valores do

índice de circularidade não há concentração do deflúvio; e, em função do valor do fator

de forma associados ao coeficiente de compacidade, provavelmente a sub-bacia não esta

sujeita a enchentes em condições normais de precipitação.

Com relação às características de relevo, conclui-se que: a sub-bacia possui

baixas altitudes; canais com baixa sinuosidade transitória; e valores elevados de

amplitude altimétrica, porém, a relação de relevo e do gradiente de canais é baixo,

indica que o relevo é moderado, mas favorece o escoamento.

No contexto relação à hierarquia fluvial da bacia hidrográfica do riacho Barra

Grande, a ordem localizada foi de 5°; com predominância de canais de primeira ordem,

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ou seja, efêmeros. Assim, foram notados 180 canais de primeira ordem, 40 canais de

segunda ordem, 13 de terceira, 03 de quarta e 1 pertencente à quinta ordem.

A área em estudo apresenta características físicas favoráveis ao abastecimento

hídrico por ter clima equatorial (quente e úmido) e por localizar-se em altitude baixa, ter

precipitação média mensal, porém é mal drenada. A sub-bacia do Riacho Barra Grande

apresenta um estado de conservação que inspira cuidados, por possuir área de pastagem

(59,98%).

REFERÊNCIAS

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Boa Vista – Guaramiranga-PR. Revista Caminho de Geografia, UFU-MG, 2007.

CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia fluvial. In: Christofoletti, A. Geomorfologia.

Ed. Da Universidade de São Paulo: São Paulo, 1974.

COELHO NETO, A. L. Hidrologia de encostas na interface com a geomorfologia. In:

GUERRA, A. J. T. e CUNHA, S.B. (Org.). Geomorfologia: uma atualização de bases e

conceitos, Ed. Bertrand Brasil, 1995.

CUNHA, S. B. da. Degradação Ambiental.In: GUERRA, A.J.T. ; CUNHA, S.B. da

(org). Geomorfologia Ambiental. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1996.

FERNANDES, M.R. Manejo integrado de sub-bacias hidrográficas- um projeto

mineiro. Belo Horizonte:Emater,1996.

HORTON, R. E. 1945. Erosional Devolopment of Streams and Drainage Hidrophiscal

Aproach to Quantatyve Morphology. Bulletin of the Geological Society of America, v.

56, n. 3, p. 275-370 (digital).

LIMA, W.P. Princípios de hidrologia florestal para o manejo de bacias hidrográficas.

São Paulo: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 1986. 242p.