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ANÁLISE MODAL NA MONITORAÇÃO E DIAGNÓSTICO DE
PROBLEMAS DE VIBRAÇÃO EM NAVIOS
RODRIGO FIGUEIREDO CHAPOUTO
TRABALHO APRESENTADO PARA O CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO
DE ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO
DE JANEIRO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO NAVAL.
Aprovado por:
_____________________________________ Prof. Severino Fonseca da Silva Neto, D.Sc - UFRJ
___________________________________________
Prof. Luiz AntônioVaz Pinto, D.Sc. - UFRJ
___________________________________________
Prof. Carl Horst Albrecht, D.Sc. – UFRJ
___________________________________________
Eng. Frederico Novaes, M.Sc, - UFRJ
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
Agosto 2014
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Rodrigo Figueiredo Chapouto
Análise Modal na Monitoração e Diagnóstico de Problemas em Navios
Rio de Janeiro, 2014.
Escola Politécnica / UFRJ, Engenharia Naval, 2014
Projeto de Graduação – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, DENO,
2014.
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AGRADECIMENTOS
Inicialmente, agradeço muito a Deus, por sempre ter feito coisas maravilhosas em minha
vida, permitindo inclusive grandes vitórias como esta. Obrigado Senhor.
Agradeço a minha família, pais Humberto e Sônia, que sempre fizeram todo o possível em
prol dos meus estudos, para que pudesse chegar até aqui.
Agradeço ao meu irmão Rafael, minha avó Jaidete, minha tia Maria, minha prima Tatiana e
a minha namorada Denise, que sempre me proporcionaram todo apoio, carinho e atenção nos
momentos bons e nos mais difíceis também.
Aos meus grandes amigos, cuja amizade me proporciona bons momentos e que sempre me
ajudaram e deram todo o apoio nesta jornada.
À UFRJ, LEME/LEDAV, ao grupo de estudos TPL e ao meu amigo e professor, Severino
Fonseca da Silva Neto pela orientação, dedicação, apoio e palavras de incentivo prestadas
nesses 5 anos de faculdade.
Aos Professores Marcelo Igor, Segen, Antônio Carlos Fernandes, entre outros que
acreditaram em mim e valorizaram minha formação acadêmica.
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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo simplificar a análise de vibrações do casco,
com sua representação através de um modelo unidimensional, representando sua rigidez e
sua massa, para análise de frequências naturais e respectivos modos de vibração de um
modelo reduzido de navio. O objeto de análise para este estudo foi um modelo reduzido de
um navio cargueiro, com estrutura transversal típica, seis porões, convés transversal
intermediário e anteparas corrugadas. Este trabalho consiste em comparar o procedimento
SIMO – single input/multiple outputs, com o que foi feito em projetos de conclusão de curso
anteriores.
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ÍNDICE
Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 7
2 ESTUDOS ANTERIORES ................................................................................................. 7
2.1 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DA ESTRUTURA DO NAVIO ................................................................................................................................... 7
2.2 TESTES DE IMPACTO E CÁLCULO DA ÁREA EFETIVA AO CISALHAMENTO
DE SEÇÕES PARA AJUSTE NUMÉRICO-EXPERIMENTAL DAS FREQÜÊNCIAS
NATURAIS DE VIBRAÇÃO DE MODELO REDUZIDO DE NAVIO ............................ 17
2.3 ANÁLISES NUMÉRICA UNIDIMENSIONAL E EXPERIMENTAL DE VIBRAÇÃO
DA VIGA NAVIO................................................................................................................ 27
2.4 UTILIZAÇÃO DE SUPERELEMENTOS PARA ANÁLISE DE VIBRAÇÃO DE
MODELOS REDUZIDOS DE NAVIOS ............................................................................. 35
Superelementos:................................................................................................................ 46
RESULTADOS .................................................................................................................... 47
Freqüências Naturais ........................................................................................................ 48
Modelo Original ........................................................................................................... 48
Modelo Gerado a partir dos Superelementos ............................................................... 52
Método Convencional x Superelementos ......................................................................... 56
Resultados Obtidos do Modelo de Acrílico ...................................................................... 56
Resultados Obtidos a partir da regra da ABS ................................................................... 56
3 – Técnica SIMO – Single Input, Multiple Output ............................................................. 58
3.1 – Representação do Cargueiro-Modelo como um Sistema Massa-Mola Amortecedor . 58
3.2 – Teste de Impacto no Navio Modelo ............................................................................ 60
3.2.1 –Teste de Impacto no Navio Modelo Descarregado ................................................... 62
3.2.2 –Teste de Impacto no Navio Modelo Carregado ......................................................... 63
3.2.3 –Teste de Impacto no Navio Modelo Descarregado com Banda Refinada ................. 64
3.2.4 –Teste de Impacto no Navio Modelo Carregado com Banda Refinada ...................... 65
4 Comparações com os resultados obtidos em estudos anteriores ....................................... 65
4.1 – CHAPOUTO R.F. (2014) ............................................................................................ 65
4.2 – Comparação dos Valores Numéricos .......................................................................... 66
4.3 – Comparação dos Valores Experimentais ..................................................................... 66
5. Conclusão ......................................................................................................................... 67
6. Referências ....................................................................................................................... 67
7
1 INTRODUÇÃO
As determinações das frequências naturais do casco, bem como a do comportamento
dinâmico de partes da estrutura, são passos indispensáveis ao projeto estrutural de navios
modernos. A crescente esbeltez dos membros estruturais decorrente do uso de materiais de
alta resistência, aliada a fontes de excitação de intensidade elevada, como por exemplo
motores desbalanceados, hélices com elevada rotação exigem do projetista um conhecimento
cada vez mais preciso a respeito das frequências naturais para evitar ressonâncias ou então
uma avaliação tão precisa quanto possível das tensões dinâmicas no caso de vibrações
forçadas.
Este estudo visa à obtenção das primeiras frequências naturais do casco de um modelo
reduzido de navio de acrílico nas condições leve e carregado através de teste de impacto,
utilizando o procedimento SIMO – single input/multiple outputs, ou seja, uma entrada e
múltiplas saídas. E posteriormente, realizar a comparação entre as frequências obtidas por
este método com medições realizadas em estudos anteriores semelhantes.
2 ESTUDOS ANTERIORES
Nesta etapa foi feito um apanhado de diferentes trabalhos de conclusão de curso com temas
semelhantes orientados pelo professor Severino Fonseca da Silva Neto.
2.1 MODELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DA ESTRUTURA
DO NAVIO
TAPIA REYES, M.C. (1986) realizou um estudo para a sua tese de mestrado, propondo uma
estratégia de modelação dinâmica da estrutura do navio por meio de elementos finitos. O
efeito dinâmico do fluido foi levado em conta pela consideração de massas nodais, cujos
valores foram obtidos pela aplicação do método de FRANK, W (1967), cuja distribuição
respeita o comportamento local da estrutura. A eficiência da modelação foi testada em um
modelo reduzido de acrílico, o qual foi ensaiado dinamicamente e a resposta comparada com
o resultado obtido do estudo por elementos finitos.
O modelo utilizado neste estudo foi um modelo reduzido de um cargueiro em acrílico, que
foi feito no Japão e adquirido pelo Laboratório de Ensaios de Modelos de Engenharia
(LEME/UFRJ) do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica e é utilizado para estudos.
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Possui seis porões, convés intermediário e anteparas corrugadas. Suas características
principais são:
Comprimento 2900 mm
Boca 400 mm
Pontal 250 mm
Peso 30,30 kg
A estrutura do modelo foi projetada da seguinte maneira:
As cavernas 5'30 compostas por barras chatas de dimensões 18 x 3 mm.
O fundo é composto por um reticulado de vigas. As vigas longitudinais com seção de 30 x 8 mm e as transversais com seção de 30 x 5 mm.
O convés é apoiado nos costados e nas anteparas transversais, possui espessura de 4
mm, e é reforçado transversalmente por barras chatas de 10 x 3 mm.
O chapeamento é composto por chapas de 3 mm no costado e chapas de 5 mm no fundo.
As anteparas centrais são corrugadas até o convés intermediário, com espessura de 2 mm.
As anteparas extremas são de chapa lisa com espessura de 4 mm.
- O convés intermediário tem espessura de 1,5 mm e reforços transversais de 8 x 2
mm.
As braçolas das escotilhas são reforçadas por barras chatas de 20 x 4 mm.
Abaixo, seguem fotos do modelo.
Figura 1 – Vista Lateral/Proa do Modelo
Figura 2 – Professora Marta realizando o experimento em um tanque.
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Figura 3 - Vista Lateral/Proa do Modelo
Figura 4 - Vista superior do modelo, apoiado em câmaras de pneus
10
Figura 5 – Equipamentos usados na época para realizar as medições
Figura 6 – Arranjo geral do Modelo
11
Figura 7 – Plano de Balizas do Modelo
Figura 8 – Plano da Seção Mestra do Modelo
12
O objeto foi modelado no programa de elementos finitos “SAP 4” utilizando elementos de
membrana e viga para a modelagem, isto é os chapeamentos de costados, fundo, conveses e
anteparas foram idealizados com elementos de membrana e cavernas e demais reforços do
chapeamento idealizados com elementos de viga. Esta idealização possui um pequeno
número de graus de liberdade, que resulta em uma resposta mais rápida. Abaixo, seguem
imagens da modelação em elementos finitos.
Figura 9 – Idealização do Modelo em Elementos Finitos
13
Figura 10 – Vista Geral dos Elementos de Membrana
Figura 11 – Vista geral dos Elementos de Viga
14
Os resultados dos experimentos, seguem abaixo:
Tabela 1 – Resultados das medições do modelo no seco
Tabela 2 – Resultados das medições do modelo flutuando vazio
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Tabela 3 – Resultados das medições do modelo flutuando carregado.
Após a modelagem computacional em elementos finitos, as frequências obtidas foram:
Tabela 4 – Resultados das medições do modelo no seco em elementos finitos
Tabela 5 – Resultados das frequências naturais do modelo flutuando vazio em elementos
finitos
16
Tabela 6 – Resultados das frequências naturais do modelo flutuando carregado em
elementos finitos
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2.2 TESTES DE IMPACTO E CÁLCULO DA ÁREA EFETIVA AO
CISALHAMENTO DE SEÇÕES PARA AJUSTE NUMÉRICO-
EXPERIMENTAL DAS FREQÜÊNCIAS NATURAIS DE VIBRAÇÃO DE
MODELO REDUZIDO DE NAVIO
RIBEIRO, J.C. (2010) realizou um estudo para obter as primeiras frequências naturais do
casco do mesmo modelo reduzido de navio de acrílico usado no estudo de TAPIA REYES,
M.C. (1986), nas condições leve e carregado através de teste de impacto. Neste trabalho, foi
realizado o cálculo do valor da área efetiva ao cisalhamento da principal seção transversal do
modelo pela teoria do fluxo de tensões cisalhantes em seções de paredes finas.
Concluída a primeira etapa, foi feita a determinação das primeiras frequências naturais
através de modelo unidimensional pelo método dos elementos finitos. E por fim foram
comparados os valores numéricos e experimentais.
O foco deste estudo foi a vibração transversal de vigas, por ser a única aplicável ao estudo
de vibração da viga-navio, para a estimativa de suas frequências naturais. Entende-se por
sistema contínuo todo corpo passível de vibração que possua massa e rigidez distribuídas
continuamente, que em geral são considerados homogêneos e isotrópicos e com isso se
tornam sujeitos à Lei de Hooke, sendo que para isso deve estar restrito a limites de
elasticidade. Para que se possa ter uma melhor definição do sistema, cada partícula necessita
de coordenadas para melhor determinação de sua posição, define-se que o sistema contínuo
como um sistema com número infinito de graus de liberdade.
Para o estudo da vibração, as vigas podem ser consideradas como de dois tipos. As vigas de
Euler-Bernoulli, em que a seção transversal pode ser considerada pequena em relação ao seu
comprimento, para esta, o estudo de vibração não inclui o efeito adicional da rotação das
seções. E a viga de Timoshenko, a chamada viga curta, onde este efeito não pode ser
desconsiderando, e também se deve levar em conta a deformação produzida pela força
cortante. Este é o caso da viga-navio, onde as dimensões da seção mestra não podem ser
consideradas pequenas em relação ao comprimento do navio.
É conhecida como viga de Euler a viga cuja equação da elástica leva em conta apenas o
momento fletor, isto é:
Onde I(x) é a inércia da viga distribuída ao longo do comprimento x e q(x,t) é a carga
distribuída ao longo da viga variável com o tempo. A viga de Euler leva ainda em conta as
hipóteses de que a viga é esbelta, isto é, o comprimento da viga é muito menor que as
dimensões da seção principal; não existe empenamento das seções durante a flexão e o
material obedece a Lei de Hooke.
Na formulação do elemento de viga de Timoshenko é considerado que as seções planas se
mantêm planas. Contudo, supõe-se que uma secção normal ao eixo da viga não mantém essa
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característica após a deformação, como é mostrada na figura abaixo. Deste modo é possível
considerar a deformação devida ao cisalhamento.
Figura 12 – Viga deformada pelo cisalhamento (Troyman,1983)
Timoshenko mostrou, em cálculos de vibração, que o efeito da rotação das seções não é muito
significativo nos modos de vibração mais baixos, porém com o aumento da frequência de
vibração a sua influência tende a aumentar. Mas desde os primeiros modos de vibração, a
inclusão do efeito da deformação devida ao cisalhamento provoca grandes modificações na
resposta de uma viga.
A partir do texto extraído de Troyman e Levi (1987), os fundamentos da Teoria do Fluxo de
Tensões Cisalhantes em Seções de Paredes Finas podem ser encontrados em Megson (1974).
No entanto, neste relatório, a teoria será apresentada de forma rápida e conclusiva.
Primeiramente devem-se levar em conta as seguintes hipóteses:
a) A espessura do material é considerada pequena se comparada com as demais dimensões
da seção;
b) As tensões cisalhantes distribuem-se uniformemente pela espessura da parede;
c) O material é linear e isotrópico e;
d) Considera-se o coeficiente de Poisson nulo, uma vez que, segundo Chalmers (1979), sua
inclusão na análise não se justifica.
Após uma série de cálculos, obtém-se a seguinte equação:
𝐺𝑘′𝑎 = 𝐺(∫𝑞∗2
𝑡)𝑑𝑠)
𝑠
−1
Onde:
G é o modulo de elasticidade transversal do material
𝐺𝑘′𝑎 é conhecido como “rigidez ao cisalhamento” t é o tempo
q* é o fluxo de cisalhamento que deve ser determinado para a força cortante unitária na
direção relevante em questão.
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A vibração dos navios é uma matéria de grande importância para a Engenharia Naval, uma
vez que níveis de vibração muito elevados afetam gravemente o nível de conforto dos navios
e existe ainda a questão da fadiga provocada por este fenômeno dinâmico, que pode causar
avarias frequentes de vários sistemas e equipamentos do navio ou mesmo o colapso estrutural
(especialmente nos casos de ressonância) e deste modo afetar significativamente a sua
operacionalidade.
Os principais modos naturais de vibração são:
Figura 13 – Principais modos naturais de vibração
Foi feito o experimento, realizando-se uma martelada no modelo, no momento em que o
martelo encosta no navio ocorre uma desaceleração, esta é proporcional ao período de tempo
em que foi submetido o impulso, com isso o navio começa a vibrar livremente, pois o martelo
foi tirado.
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Assim, o sinal de vibração livre no domínio do tempo obtido a partir do teste é processado
por um software especialmente desenvolvido no sistema LabView, que usa a Transformada
Rápida de Fourier (FFT) para transformá-lo para o domínio da frequência. Desta forma pode-
se obter as frequências naturais do modelo excitadas pelo impacto. Abaixo são mostradas
fotos de como é realizado o experimento.
O experimento foi realizado com o modelo na condição leve e carregado. Na condição leve
foi obtido um valor de frequência de 80,5Hz no primeiro modo de vibração vertical como é
mostrado na figura abaixo.
Figura 14 – Resultado da condição leve.
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Na condição carregada são inseridas quatro baterias de 8 kg cada, entre as cavernas 25 e 29,
39 e 43, 54 e 58 e 68 e 72. Assim para o modelo com carga de 32kg foi obtido um valor de
frequência de 70,5Hz no primeiro modo de vibração vertical como pode ser visto na figura
abaixo:
Figura 15 – Resultado da condição carregada
Neste projeto, a viga-navio foi considerada uma viga de Timoshenko e para tal, a área efetiva
no cisalhamento é muito importante. Pelo difícil cálculo manual, a área efetiva no
cisalhamento de uma seção transversal é, na maioria das vezes, superficialmente estimada
como a metade ou um quarto da área estrutural total da seção, ou coincidente com a área
vertical. Em muitos casos, isto não ocorre de fato, principalmente em seções de extremidade
(proa ou popa), ou quando a seção mestra é do tipo não-convencional.
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Portanto foi utilizado o programa computacional Prosec5, baseado na teoria do fluxo de
tensões cisalhantes em seções de paredes finas, desenvolvido pelos Engenheiros Antônio
Carlos Ramos Troyman e Carlos Antônio Levi da Conceição, para o cálculo da área de
material e área efetiva ao cisalhamento, a posição do centro de cisalhamento e os momentos
principais de inércia da seção mestra do navio.
A utilização do programa consiste em modelar no plano YZ a seção do navio a partir de
elementos retilíneos, estes elementos são definidos pelos seus nós que se situam nas suas
extremidades, uma sequência destes elementos compõem os chamados strings. A estrutura
da seção é composta por strings, células e ramais, estes são responsáveis pelo pelos sentidos
das strings e com as conectividades que permitirão a determinação do panorama geral dos
fluxos. Os reforços longitudinais das seções podem ser aproximados por áreas localizadas
nos nós.
Figura 16 – Desenho esquemático da seção detalhada no programa Prosec
Tabela 7 – Resultados do Programa Prosec
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Pode-se notar que os centros de cisalhamento e área forma encontrados alinhados com o eixo
z como era esperado, pois os bordos da seção são simétricos, o centro de área se encontra a
abaixo do centro da seção pois a chapa e os reforços de fundo são mais robustos que os de
convés. Os dados que serão necessários para o cálculo das frequências naturais de vibração
são mostrados na tabela 7.
A etapa seguinte consistiu em modelar a viga no programa Nastran, a viga foi modelada
tendo 2,9 metros de comprimento e foi dividida em elementos, de modo que os nós
representem as cavernas do navio, como mostrado na figura abaixo.
Figura 16 – Viga modelada no programa Nastran
As características do material da viga:
Tabela 8 – Características do Material
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Figura 17 – Viga com os pesos colocados no programa Nastran
Na análise de elementos finitos serão geradas dez saídas de resultado. Para este tipo de análise
o Nastran, obrigatoriamente, reserva os seis primeiros resultados aos movimentos de corpo
rígido do modelo, que neste caso não possuem um significado físico e devem ser
desconsiderados. Já os últimos quatro modos se referem às frequências naturais do modelo,
que são os resultados que realmente importam para o contexto deste trabalho. Mais
especificamente, será analisado o sexto modo de flexão, pois esse caracteriza o primeiro
modo de vibração no plano vertical (XZ).
Figura 17 – SHE na condição leve 100%
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Figura 18 – Prosec na condição leve 100%
Figura 19 – SHE na condição carregada 100%
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Figura 20 – Prosec na condição carregada 100%
Tabela 9 – Comparação – Teste de Impacto – SHE_100%
Tabela 10 – Comparação – Teste de Impacto – SHE_Prosec
Após o teste de impacto e a análise numérica pôde-se concluir que a inclusão da área efetiva
tornou os resultados mais coerentes comparados com os experimentais. Os valores de
frequência natural obtidos pelo modelo numérico que foram menores do que os valores
obtidos experimentalmente podem ser justificados pela falta da inclusão da rigidez do
colchão, que fez com que o modelo reduzido de navio se comportasse como se estivesse
apoiado em uma base elástica.
Assim sugeriu-se que uma medição detalhada da rigidez do colchão seja feita em trabalho
futuro, através da medição da força e deslocamento vertical em vários pontos e nas duas
condições de carregamento, deste modo poderão ser definidas as condições de contorno a
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serem utilizadas no modelo de elementos finitos. Pode-se destacar também que foram
utilizados dois modelos distintos no Prosec5: o primeiro considerando-se os reforços
longitudinais como massas concentradas em nos, e o segundo considerando-os como
elementos. Ambos apresentaram boa aproximação para as áreas totais e efetivas de acrílico,
porém o segundo modelo apresentou valores de momentos de inércia mais adequados para o
cálculo.
2.3 ANÁLISES NUMÉRICA UNIDIMENSIONAL E EXPERIMENTAL DE
VIBRAÇÃO DA VIGA NAVIO
FAVÁRIO, H.B.(2010) realizou este projeto, que visa simplificar a análise de vibrações do
casco, com sua representação através de um modelo unidimensional, representando sua
rigidez e sua massa, para análise de frequências naturais e respectivos modos de vibração no
modelo reduzido, mencionado anteriormente. O desenvolvimento deste modelo em viga-
navio foi feito através de elementos finitos por finalidade simplificar ao máximo a modelação
otimizando tempo de trabalho e se mostrando eficaz através de comparações com valores
obtidos experimentalmente e com outras técnicas de modelação.
Foi utilizado neste projeto, o Método dos Elementos Finitos (Análise Estática), que será
explicado abaixo:
A equação de equilíbrio da análise estática pode ser representada da seguinte maneira:
fuK , (2.3.1)
Onde:
[K] é a matriz de rigidez do sistema, baseada na geometria e propriedades mecânicas de
materiais, {f} é o vetor de forças e {u} é o vetor de deslocamentos.
O desenvolvimento para se chegar a esta equação de equilíbrio inicia-se nas equações básicas
da teoria da elasticidade. Isto é, através da definição do estado de tensão num volume
elementar ),,,,,( zxyzxyzyx , do estado de deformação de um ponto
),,,,,( zxyzxyzyx e das relações entre componentes de deformação e deslocamentos (u,
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v, w) em um ponto. Através da Lei de Hooke, E , consegue-se relacionar as tensões
com as deformações e, desta forma, obter deformações e tensões a partir de deslocamentos
conhecidos.
Através da energia potencial, funcional , isto é, soma entre a energia de deformação e o
trabalho virtual realizado pelas forças volumétricas e por ações externas, consegue-se obter
a matriz de rigidez pelo princípio variacional 0 .
A matriz de rigidez mostrada na equação 2.3.1 deve ser relacionada para cada elemento do
modelo da estrutura global. Uma vez obtida a matriz de rigidez de um elemento, o processo
de solução pelo método dos elementos finitos se resume no tratamento de diversas matrizes.
Após a expansão de todas as matrizes [K] de cada elemento, pode-se montar a matriz de
rigidez global da estrutura e a partir da equação de equilíbrio já apresentada acima resolver
o sistema. Desta forma, decompõe-se a matriz de rigidez no produto:
TdTKt
, (2.3.2)
Onde:
[T] é uma matriz formada por submatrizes identidade na diagonal e submatrizes nulas abaixo
da diagonal e d uma matriz formada por submatrizes nulas fora da diagonal e por submatrizes
não nulas na diagonal. Após esta decomposição a solução é calculada através de:
fuK , (2.3.3)
Onde:
{u} é o vetor (ou matriz para mais de uma condição de carregamento) dos deslocamentos e
{f} é o vetor (ou matriz) das cargas aplicadas. Substituindo a primeira equação na equação
acima tem-se:
fuTdTt
, (2.3.4)
E é definido como:
uTdu ' , (2.3.5)
Logo:
fuTt
' , (2.3.6)
Onde {u’} é facilmente calculado pelo fato de [T] ser uma matriz triangular superior.
Definindo:
uTu '' , (2.3.7)
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E a partir de uTdu ' , verifica-se que:
'''1
udu
. (2.3.8)
De posse do valor de {u’’}, o valor de {u} é calculado facilmente pela equação uTu ''
pelo fato de [T] ser uma matriz triangular superior. A partir dos deslocamentos globais e das
matrizes de rigidez locais, os esforços podem ser calculados.
Após a decomposição da matriz de rigidez (equação 2.3.1), a análise de vibração livre pode
ser feita. A análise é baseada no método de iteração por subespaços melhorados. Este método
requer a definição de um conjunto de vetores de partida tais que, quando aplicados à estrutura,
resulte em um conjunto de vetores de deslocamento linearmente independentes. Estes vetores
são, então, utilizados como base de um subespaço para reduzir o tamanho do problema. Os
autovetores resultantes são usados para estabelecer um conjunto de melhores vetores de
partida e o método é repetido até a convergência.
Este método de iteração por subespaços consiste na solução da equação:
)()()()()(...
nxnmxnmxmmxnmxmAXMXK
, (2.3.9)
Onde:
[K] é a matriz de rigidez e [M] representa a matriz massa (ambas de ordem m). Os valores
de [X] (matriz composta por n autovetores dispostos em colunas, n < m) e [A] (matriz
diagonal n x n contendo autovalores em sua diagonal) são calculados a partir do algoritimo
a seguir:
Para k = 1, 2, ..., iteragir de (k-1) para (k):
1'.. KK XMXK , (2.3.10)
A partir de X0’, conjunto de vetores de partida baseados em séries harmônicas.
Calcular as projeções dos operadores K e M no subespaço da iteração (K):
K
t
KK XMXM .. , (2.11)
K
t
KK XKXK .. . (2.12)
Nota-se que o produto (K.XK) da equação 2.12 já foi calculado na equação 2.10.
Resolver o auto sistema dos operadores projetados:
KKKKK AQMQK ... , (2.13)
Calcular QK e AK, respectivamente auto vetores e autovalores no subespaço (k).
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Encontrar uma melhor aproximação do auto vetores:
KKK QXX .' . (2.14)
Fim da iteração, retornar a equação 2.3.10.
Com a condição que o conjunto de vetores de partida X’0 não seja ortogonal a um dos
autovetores desejados, AK tende a A e X’K TENDE a X quando k tende a infinito, sendo A
e X soluções exatas da equação 2.3.9. Quando os autovalores estiverem suficientemente
próximos dos encontrados na iteração anterior o algoritmo termina.
Feito isto, foi obtido o momento de inércia da viga-navio da seção-mestra do modelo,
conforme segue abaixo:
Seguem abaixo o desenho e a planilha.
TABELA 11 – Planilha da Seção Mestra
Elemento Largura Espessura Centro Zg Ângulo
(mm) (mm) (M) (GRAUS)
CH. FUNDO 202,0 5,0 0,0025 0
CH.CONVÉS 202,0 4,0 0,250 0
CH. CONVÉS INTERM. 202,0 1,5 0,196 0
COSTADO 252,0 3,0 0,125 90
SICORDA 1 (alma) 20,0 8,0 0,195 90
SICORDA 2 (alma) 20,0 4,0 0,238 90
SICORDA 3 (alma) 20,0 1,5 0,195 90
SICORDA 4 (alma) 28,0 3,0 0,266 90
LONGARINA
CENTRAL 30,0 4,0 0,015 90
LONGARINA 1 30,0 8,0 0,015 90
LONGARINA 2 30,0 8,0 0,015 90
LONGARINA 3 30,0 8,0 0,015 90
RESULTADOS : MEIA SECAO SECAO COMPLETA
Área de aço na seção: 37,68 cm2 75,36 cm²
Altura da linha neutra: 0,103518843 m, ou seja, 41,08% do pontal moldado
Momento de Inércia: 4,39106E-05 m4 8,7821E-05 m4
Módulo de Seção: 6,56870E-05 m3 1,3137E-04 m3
Com isso os dados de interesse, considerando a seção completa, são:
TABELA 12 – Propriedades da Seção Mestra
Área de acrílico 0,007536 m²
Momento de Inércia 8,78E-05 m4
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Para obtenção desses dados de cada seção, foi desenvolvida uma planilha que consiste em
fazer uma regra de três simples. Sabemos que a aplicação da regra de três se constitui numa
conta comparativa, em um total de quatro valores sendo três destes conhecidos para que
podemos achar o quarto valor.
Estamos interessados na quantidade de material contida na seção, como possuímos valores
de inércia e área de material da seção mestra, estes valores serão comparados com os valores
de área e inércia da seção como um todo, obtendo assim o valor desejado em função da
quantidade de material para a respectiva seção.
Esta planilha segue em anexo neste relatório, mas será exemplificado agora como o método
da regra de três foi aplicado.
Precisamos obter os valores de área e inércia, valores estes que estão ligados a comprimento
e largura, que no caso de um navio será o pontal (D) e a boca (B). Assimilando isso, podemos
obter os valores de área e inércia preliminares, para que a regra seja aplicada.
Para exemplificar será escolhida a seção 10, escolha feita por livre arbítrio.
Começaremos pela área:
B = 0,27 m
D = 0,252 m
A = B*D logo,
A = 0,068 m
Com isso temos o valor de área da seção como um todo.
Pelo mesmo método obtemos também a área de toda a seção da seção mestra
A = 0,4*0,252
A = 0,1008 m²
32
Da planilha do DENO/UFRJ foi obtida a área de material da seção mestra que é igual a
0.007536 m². Com esses três valores, foi aplicado a regra de três e tiramos o quarto valor,
que é a área de material da seção. E assim, foi feito para todas as seções. A mesma
metodologia foi aplicada para a inércia com sua respectiva fórmula. Segue abaixo a tabela
contendo os resultados de área e inércia dos materiais de cada seção.
TABELA 13 – Tabela de Propriedades das Cavernas
i Área de acrílico ( m² ) Inércia Real ( m4 )
CO
RP
O D
E R
É
1 0,000105 3,73E-08
2 0,000673 4,90E-07
3 0,001121 1,28E-06
4 0,001570 2,24E-06
5 0,002086 3,65E-06
6 0,002617 5,84E-06
7 0,003207 8,88E-06
8 0,003768 1,21E-05
9 0,004510 1,77E-05
10 0,005087 2,35E-05
11 0,005464 2,53E-05
12 0,005652 2,61E-05
13 0,005840 2,70E-05
14 0,006029 2,79E-05
15 0,006217 2,87E-05
16 0,006406 2,96E-05
17 0,006594 3,05E-05
18 0,006707 3,10E-05
19 0,006820 3,15E-05
20 0,006895 3,19E-05
21 0,006971 3,22E-05
22 0,007046 3,26E-05
23 0,007122 3,29E-05
24 0,007159 3,31E-05
25 0,007197 3,33E-05
26 0,007216 3,34E-05
27 0,007235 3,35E-05
28 0,007253 3,35E-05
29 0,007272 3,36E-05
30 0,007310 3,38E-05
31 0,007348 3,40E-05
32 0,007385 3,42E-05
33 0,007423 3,43E-05
34 0,007498 3,47E-05
33
CO
RP
O P
AR
AL
EL
O
35 0,007536 8,78E-05
36 0,007536 8,78E-05
37 0,007536 8,78E-05
38 0,007536 8,78E-05
39 0,007536 8,78E-05
40 0,007536 8,78E-05
41 0,007536 8,78E-05
42 0,007536 8,78E-05
43 0,007536 8,78E-05
44 0,007536 8,78E-05
45 0,007536 8,78E-05
46 0,007536 8,78E-05
47 0,007536 8,78E-05
48 0,007536 8,78E-05
49 0,007536 8,78E-05
50 0,007536 8,78E-05
51 0,007536 8,78E-05
52 0,007536 8,78E-05
53 0,007536 8,78E-05
54 0,007536 8,78E-05
55 0,007536 8,78E-05
56 0,007536 8,78E-05
57 0,007536 8,78E-05
58 0,007536 8,78E-05
59 0,007536 8,78E-05
60 0,007536 8,78E-05
61 0,007536 8,78E-05
62 0,007536 8,78E-05
63 0,007536 8,78E-05
64 0,007536 8,78E-05
65 0,007536 8,78E-05
66 0,007536 8,78E-05
67 0,007536 8,78E-05
68 0,007536 8,78E-05
69 0,007536 8,78E-05
70 0,007536 8,78E-05
71 0,007536 8,78E-05
34
CO
RP
O D
E V
AN
TE
72 0,007461 3,45E-05
73 0,007348 3,40E-05
74 0,007235 3,35E-05
75 0,007159 3,31E-05
76 0,007122 3,29E-05
77 0,007046 3,26E-05
78 0,006971 3,22E-05
79 0,006820 3,15E-05
80 0,006745 3,12E-05
81 0,006669 3,08E-05
82 0,006594 3,05E-05
83 0,006406 2,96E-05
84 0,006217 2,87E-05
85 0,005991 2,77E-05
86 0,005652 2,61E-05
87 0,005464 2,53E-05
88 0,005275 2,44E-05
89 0,004898 2,27E-05
90 0,004522 2,09E-05
91 0,004145 1,92E-05
92 0,003768 1,74E-05
93 0,003580 1,66E-05
94 0,003014 1,39E-05
95 0,002638 1,22E-05
96 0,001891 7,29E-06
97 0,000994 2,61E-06
98 0,000359 3,76E-07
99 0,000000 0,00E+00
Com todos esses dados obtidos, seguiu-se para o Nastran, onde foi colocada cada seção com
sua propriedade da mesma forma ilustrada e explicada para o primeiro método. Apesar de
um detalhamento de cada seção com suas propriedades, após a análise o Nastran apresentou
um resultado igual do método anterior, uma frequência de 82 Hz. Levando em conta que o
navio tem um corpo paralelo muito grande, foi um resultado aceitável.
O resultado experimental foi semelhante ao obtido no teste anterior, portanto optou-se por
pular esta etapa, diretamente para os resultados.
TABELA 14 – Resultados
35
Tabelando os valores, é possível observar que são valores bem próximos, obtendo uma
margem de “erro”, bem baixa, para o modelo sem carga apenas 2,4% e para o modelo com
carga, um valor um pouco superior na faixa de 4,4%.
2.4 UTILIZAÇÃO DE SUPERELEMENTOS PARA ANÁLISE DE
VIBRAÇÃO DE MODELOS REDUZIDOS DE NAVIOS
MIRANDA L.P.C(2008) realizou um estudo sobre a utilização da técnica de superelementos
na análise dinâmica de sistemas flutuantes através do método de elementos finitos. Este
estudo foi realizado, pois em geral, existe um limite em recursos de hardware, combinados
com restrições orçamentais (a análise de grandes modelos, por ser demorada, pode por muitas
vezes se tornar cara), limitada também pela capacidade de engenheiros em resolver grandes
e complexos problemas. Uma solução para estes problemas, tanto de hardware, quanto
orçamento é a utilização da técnica de superelementos.
O princípio usado na análise de superelementos geralmente é chamado de
subestruturamento, ou seja, o modelo é dividido em uma série de componentes
(superelementos), cada um processado independentemente, resultando em um conjunto de
matrizes reduzidas que descreve o comportamento do superelemento como visto pelo
restante da estrutura. Essas matrizes reduzidas são então organizadas no que conhecemos
como estrutura residual, e a solução do conjunto é executada. A recuperação de dados para
cada superelemento é então executada, expandindo a solução nos pontos de conexão entre
cada superelemento, utilizando a mesma transformação utilizada para executar a redução
original no superelemento.
Com a utilização desta técnica, além do processo se tornar de 2 a 30 vezes mais rápido que o
método convencional, pode-se não só analisar grandes modelos (incluindo aqueles que
excedem a capacidade do seu hardware), como pode também tornar o seu processo de análise
mais eficiente, permitindo assim mais ciclos de modelação ou iterações na análise. Usando o
método de superelementos, um grande objeto de análise pode ser dividido em várias
subpartes a serem modeladas simultaneamente, reduzindo assim o tempo de trabalho.
36
O software utilizado para aplicação do método de elementos finitos com a técnica de
superelementos foi o MSC/Nastran for Windows 2004 (modelador), sendo o solver o
MSC/Nastran 2005.
Uma das grandes vantagens de se utilizar o método dos superelementos é a considerável
redução no tempo de processamento na análise de grandes modelos em relação ao método
convencional. Por exemplo, suponha que se esteja fazendo a análise de uma estrutura com
configuração similar a apresentada abaixo:
Figura 21 - Exemplo 1
Este elemento é constituído por nove painéis, e sendo assim possui 16 nós. Uma vez que cada
nó possui 6 graus de liberdade (6 DOF), para este painel deverão ser processados 96 DOF
(6x16). Agora, suponha que esta estrutura seja dividida em 9 superelementos, cada
superelemento composto por 1 painel. Neste caso, teremos para cada superelemento 4 nós;
Logo, para cada superelemento, haverá 4 x 6 = 24 DOF.
Figura 22 - Exemplo 2
Super 1 Super 2 Super 3
Super 4 Super 5 Super 6
Super 7 Super 8 Super 9
37
Afim de compararmos o tempo de processamento para ambos os casos, considere que, para
um único nó, ou seja, para 6 DOF, um dado processador leva 5 segundos para efetuar a
análise. Sabendo que o tempo de processamento cresce em ordem exponencial conforme
aumenta-se o número de nós, e consequentemente o número de graus de liberdade, o tempo
assume um comportamento similar ao apresentado abaixo:
Figura 23 – Tempo de Processamento Usual
Ou seja, neste caso, demoraria aproximadamente 625 segundos para realizar a análise do
modelo. Considere agora o caso em que o modelo é subdividido em superelementos. Para
cada superelemento, uma vez que este possui 24 graus de liberdade (4 x 6), o tempo se
comportaria, até então, de forma similar ao caso anterior (crescimento exponencial). A
diferença está no fato de que este crescimento não segue uma continuidade (conforme ocorre
no caso anterior), já que os graus de liberdade de cada superelemento são processados de
forma independente dos demais superelementos.
Logo, para os superelementos, o tempo possui um comportamento similar ao apresentado
abaixo:
38
Figura 24 – Tempo de Processamento usando Superelementos
Ou seja, neste caso, é possível observar que o tempo de processamento torna-se,
aproximadamente 2 vezes mais rápido do que o caso anterior. Enquanto que, na análise
convencional seriam necessários aproximadamente 625 segundos para se efetuar uma
análise, no caso do modelo composto por superelementos seriam necessários
aproximadamente 225 segundos. Uma outra forma de verificar isso seria multiplicar o tempo
de processamento para um superelemento pelo número de elementos (uma vez que, neste
caso, todos possuem o mesmo número de graus de liberdade). Logo, se para um
superelemento é necessário aproximadamente 25 segundos para executar uma análise, para
nove superelementos levam-se 25 x 9 = 225 segundos.
A seguir serão apresentados um panorama das técnicas utilizadas para redução
dinâmica.
39
Redução Dinâmica Generalizada
~T sp = -
SPSPSSSSKMKM~~
1
~~
Onde:
SP
T~
é função de λ, ~K ,
~M , linear em λ
Expansão em série de Taylor de
1
~~
SSSSKM em torno de
1
~
SSK sendo:
SSSSKM~~
e SPSP
KM~~
e desprezando termos em 2 ou superiores, temos:
1
~
1
~
1
~
1
~~
1
~~
1
~~ SPSSSSSSSPSSSPSSSPMKMKMKKKT
Converge quando
: SSSSSS
xMxK~~~~
SPSSPSPPPKKKKK~
1
~~~~
SPSSSSSSPSSPSSPSSPSSPSPPPKKMKKMKKKKMMM~
1
~~
1
~~~
1
~~~
1
~~~~
Redução de Guyan
PP
T
PPP
T
P
T
P
TxKxxTKTxxKxEP~~~~~~~~~~~ 2
1
2
1
2
1
PP
T
P
T
P
TT
xTMTxxMxxMxEP~~~~~~~~~
.
~~
.
2
1
2
1
2
1
PP
T
PxMxEP~~~2
1
- matrizes reduzidas idênticas às da redução dinâmica generalizada
40
- solução final ~x : redução dinâmica generalizada melhor que Guyan (graus de liberdade
secundários)
- Método de Guyan Modificado = redução dinâmica generalizada
Subestrutura Dinâmica
- Superelementos: graus de liberdade dos nós do contorno (externos)
Graus de liberdade internos
Grau de liberdade dependentes (dependência linear, quadráticas, cúbica ou
outra em relação aos externos)
- de
T~
relação linear, quadrática, cúbica ou outra, escolhida previamente, para compatibilizar
os deslocamentos no contorno dos superelementos com os deslocamentos em superelementos
adjacentes.
deidieiiie
TKKKT~~~
1
~~
e
T
eeTKTK~~~~
e e
T
eeTMTM~~~~
dedd
T
dedeedieiidi
T
deieiieide
T
deeeeTKTTKKKKTKKKKTKK~~~~~~
1
~~~~
1
~~~~~~
ideiidi
T
dedeidiieiTKKTTKKK~
1
~~~~~
1
~~
41
dedd
T
dedeedieiidi
T
deieiieide
T
deeeeTMTTMMKKTMKKMTMM~~~~~~
1
~~~~
1
~~~~~~
deidieiieideiidi
T
dedeidiieiTKKKMTKKTTMKK~~~
1
~~~
1
~~~~~
1
~~
deidieiiiiiidi
T
deeideidieiidi
T
deTKKKMKKTKKKKKMT~~~~~
1
~~~~~~~
1
~~~
Síntese Modal de Componentes
- Técnicas de Síntese Modal – Composições de modos de cada superelemento
a) Modos Normais: - fronteira fixada
- fronteira livre
- fronteira híbrida
- fronteira carregada
b) Modos de Restrição (“Constraint Modes”) – deslocamento unitário no contorno
c) Modos do Corpos – caso particular de modo normal
- caso especial de modo de restrição
d)”Attachment Mode” – força unitária no contorno
e)”Inertial Relief Attachment Modes” – consistente com aceleração modal
f) Modos Residuais (“Residual Attachment Modes”) – evita “attachment modes” 1.d. dos
normais.
O presente modelo foi todo desenvolvido com elementos de placa.
Dentre as definições inerentes a nossa análise, pode-se apontar como etapas da
modelação e divisão os seguintes fatores:
- a geometria: fidedigna a estrutura analisada, de acordo com os planos presentes no
anexo deste relatório;
- Propriedade: representação das espessuras, fidedigna aos planos presentes no anexo
deste relatório;
- Material: definição do módulo de Young, densidade, coeficiente de Poisson, tensão
de escoamento, inerentes a cada propriedade definida correspondente a estrutura modelada;
- Restrições: uma vez que estamos apenas interessados na análise das freqüências
naturais do modelo, no modelo proposto não se fez necessário aplicar qualquer tipo de
restrição.
42
As unidades corretas a serem utilizadas, principalmente no que se refere a uma análise
dinâmica são:
- Comprimento – metros (m)
- Força – Newton (N)
- Massa – quilograma (kg)
- Densidade – quilograma por metro cúbico (kg/m³)
O nosso modelo estrutural, fidedigno ao nosso objeto de análise, segue conforme
pode ser mostrado abaixo:
Figura 25 – Vista Global do modelo
43
As propriedades referentes ao nosso modelo seguem conforme pode ser visto a seguir:
Figura 26 – Espessura 5 mm
Figura 27 – Espessura 4mm
44
Figura 28 – Espessura 3mm
Figura 29 – Espessura 9mm
45
Figura 30 – Espessura 5mm
Figura 31 – Espessura 2 mm
46
Superelementos:
O modelo foi dividido, a partir do modelo completo, em três superelementos (Seção
Mestra, Proa a Popa) conforme pode ser visto abaixo.
Figura 32 – Superelementos
47
RESULTADOS
Para cada resultado, foram geradas 10 saídas de resultado. Como o modelo não possui
restrições, os seis primeiros resultados se referem aos movimentos de corpo rígido do
modelo, que no nosso caso não possuem um significado físico e devem ser desconsiderados.
Já os últimos quatro modos se referem às freqüências naturais do modelo, que são os
resultados que realmente importam para o contexto deste trabalho.
Para tanto, estes modos são caracterizados por:
Output Set Mode 7: Primeiro modo de Flexão no plano vertical (plano XZ)
Output Set Mode 8: Primeiro modo de Flexão do plano horizontal (plano XY)
Output Set Mode 9: Primeiro modo de Torção no plano frontal (plano YZ)
Output Set Mode 10: Segundo modo de Flexão no plano vertical (plano XZ)
O resultado do Output Mode 7 foi comparado com os resultados obtidos do modelo
real de acrílico, afim de se validar o modelo de elementos finitos desenvolvido. Da mesma
forma, o resultado do Output Mode 10 foi comparado com resultados obtidos a partir da
norma da ABS, devido a dificuldade de se colher dados confiáveis do modelo de acrílico para
este modo de excitação. Em ambos os casos, os resultados obtidos a partir do modelo de
elementos finitos se mostraram próximos ao resultado obtido experimentalmente e ao obtido
a partir da regra.
Os modos 7 e 10 costumam ser os modos mais críticos neste tipo de análise, uma vez
que os esforços que este tipo de embarcação sofre favorecem ao surgimento de problemas
estruturais decorrentes destes tipos de ressonância. Logo, para os modos de excitação 8 e 9,
nenhum parâmetro de comparação externo foi aplicado. Porém, a nível de conhecimento,
estes resultados também foram apresentados neste relatório.
Outros modos de freqüência poderiam ter sido extraídos. Porém, a nível deste
trabalho, os modos extraídos foram suficientes.
48
Freqüências Naturais
Modelo Original
Figura 33 – Output Set Mode 7: Primeiro modo de Flexão no plano vertical (plano XZ) –
Modelo Original
Figura 34 – Output Set Mode 7: Primeiro modo de Flexão no plano vertical (plano XZ) –
Modelo Original
49
Figura 35. Output Set Mode 8: Primeiro modo de Flexão do plano horizontal (plano XY) –
Modelo Original
Figura 1 – Output Set Mode 8: Primeiro modo de Flexão do plano horizontal (plano XY) –
Modelo Original
50
Figura 37 – Output Set Mode 9: Primeiro modo de Torção no plano frontal (plano YZ) –
Modelo Original
Figura 38 – Output Set Mode 9: Primeiro modo de Torção no plano frontal (plano YZ) –
Modelo Original
51
Figura 39 – Output Set Mode 10: Segundo modo de Flexão no plano vertical (plano XZ) –
Modelo Original
Figura 40 – Output Set Mode 10: Segundo modo de Flexão no plano vertical (plano XZ) –
Modelo Original
52
Modelo Gerado a partir dos Superelementos
Figura 41 – Output Set Mode 7: Primeiro modo de Flexão no plano vertical (plano XZ) –
Superelementos
Figura 42 – Output Set Mode 7: Primeiro modo de Flexão no plano vertical (plano XZ) –
Superelementos
53
Figura 43 – Output Set Mode 8: Primeiro modo de Flexão do plano horizontal (plano XY)
– Superelementos
Figura 44 – Output Set Mode 8: Primeiro modo de Flexão do plano horizontal (plano XY)
– Superelementos
54
Figura 45 – Output Set Mode 9: Primeiro modo de Torção no plano frontal (plano YZ) –
Superelementos
Figura 46 – Output Set Mode 9: Primeiro modo de Torção no plano frontal (plano YZ) –
Superelementos
55
Figura 47 – Output Set Mode 10: Segundo modo de Flexão no plano vertical (plano XZ) –
Superelementos
Figura 48 – Output Set Mode 10: Segundo modo de Flexão no plano vertical (plano XZ) –
Superelementos
56
Método Convencional x Superelementos
Segue abaixo uma tabela comparativa. Nela, podemos observar que, apesar dos
modos de vibração para ambos os casos não terem convergido, a diferença entre os resultados
se mostrou baixa. De fato, os resultados pelo método de superelementos mostraram-se
superiores ao método convencional de análise, o que está coerente, uma vez que o método de
superelementos é uma simplificação do método convencional de análise.
TABELA 16 – Comparativo Resultados Método Convencional x Superelementos
Resultados Obtidos do Modelo de Acrílico
A partir de experimentos obtidos do modelo original de acrílico, para o caso flexão
no plano vertical da embarcação, foi obtida uma freqüência natural da ordem de 74 Hz
TABELA 17 – Comparativo Resultados Modelo Acrílico x Modelo Elementos Finitos
Resultados Obtidos a partir da regra da ABS
Com base na norma “ABS - Guidance Nodes on Ship Vibration”, capitulo 4, a freqüência
natural de um navio do tipo graneleiro pode ser obtido a partir na fórmula de Kumai:
Onde:
Diferença
Mode7 5%
Mode8 7%
Mode9 3%
Mode10 10%
Modelo Original Superelementos
95
121
133 147
69
88
118
73
Frequência (Hz) Frequência (Hz)
Mode7 2%7%
Diferença
Modelo Original
Diferença
Superelelentos
74
Frequência
Modelo Acrílico (Hz)
Modelo Original Superelementos
Frequência (Hz) Frequência (Hz)
69 73
57
VI Momento de Inércia (em m4)
i Deslocamento virtual, em toneladas =
mT
B*
3
12.1
= Deslocamento (em toneladas)
L = Comprimento (em metros)
B = Boca (em metros)
T = Calado Médio (em metros)
O cálculo do momento de inércia foi obtido a partir do chapeamento principal, e segue da
seguinte forma:
TABELA 18 – Cálculo do momento de Inércia
Logo, a frequência encontrada foi:
Elemento Comprim. Espessura Centro Zg Ângulo Área [cm2]
CH.CONVÉS 400.0 4.0 0.3 0 16
CH.CONVÉS 2 400.0 1.5 0.3 0 6
CH.TETO DO FUNDO 400.0 5.0 0.0 0 20
COSTADO 250.0 3.0 0.1 90 7.5
Somatório de Áreas: 49.5 cm2 Porcent da área total: 100.00%
Somatório de Mom.Areas: 6.4375 m.cm2
Somatório Inercias: 6.941E-05 m4 Porcent da inércia total: 100.00%
Elemento Iyy Izz ângulo rad Mom.Area Izz'[mm4] Izz''[m4]
CH.CONVÉS 21333333 2133.3333 0 4 2133.33333 2.30227E-05
CH.CONVÉS 2 8000000 112.5 0 1.5 112.5 8.63284E-06
CH.TETO DO FUNDO 26666667 4166.6667 0 0 4166.66667 3.38304E-05
COSTADO 3906250 562.5 1.5707963 0.9375 3906250 3.92538E-06
RESULTADOS : MEIA SECAO
Área de aço na seção: 49.5 cm2
Altura da linha neutra: 0.1300505 m, ou seja, 0.64% do pontal moldado
Momento de Inércia: 6.941E-05 m4
L= 2.9 m
B= 0.4 m
T= 0.125 m
0.148625 ton
1 0.336883 ton
N= 8923.126 com
N= 148.72 Hz
58
Esta freqüência esta de próxima as obtidas neste estudo (133 Hz para o modelo original, e 147
Hz para o modelo em acrílico).
Apesar dos dados obtidos do modelo de elementos finitos não serem idênticos aos dados
obtidos do modelo real de acrílico, eles se mostraram bastante próximos, apresentando uma
baixa margem de erro. Logo, mostram-se satisfatórios.
Também houve diferenças entre os resultados obtidos com o modelo analisado pelo método de
superelemento e o modelo analisado através do método convencional, onde os dados obtidos
através do modelo de superelementos se mostraram superiores aos obtidos pelo outro método.
Uma vez que o método dos superelementos é uma simplificação da forma convencional de
análise, tal método é passivo de erros, vindo a apresentar, geralmente, resultados superiores.
Porém, mais uma vez, a margem de diferença entre os resultados se mostrou baixa.
3 – Técnica SIMO – Single Input, Multiple Output
Para o presente relatório foi aplicada a técnica SIMO – Single Input, Multiple Output, que
consiste basicamente que a partir de uma entrada, sejam obtidas diversas saídas. Como
referência para esse trabalho foi utilizada a tese de mestrado de MINETTE, R.S. (2013), que
aplicou a técnica em um estudo para bombas submersas para poços de petróleo com as
condições de contorno de operação. Neste estudo, a técnica foi aplicada para o modelo em
acrílico mencionado no tópico 2.1 e utilizado em todos os trabalhos anteriores.
3.1 – Representação do Cargueiro-Modelo como um Sistema Massa-Mola
Amortecedor
Foi feita uma idealização do cargueiro-modelo em acrílico, como um sistema massa-mola-
amortecedor. O modelo consiste no navio e em um colchão de ar localizado abaixo do
modelo, conforme a figura abaixo:
59
Figura 49 – Navio modelo em acrílico sob colchão de ar utilizado no projeto.
É possível haver uma representação como um sistema massa-mola-amortecedor com 3
graus de liberdade, conforme ilustrado na figura abaixo:
Figura 50 – Sistema dinâmico massa-mola-amortecedor com 3 graus de liberdade
Neste sistema idealizado, a força de excitação é aplicada somente na massa 𝑚3 e são medidas
respostas em 𝑋1, 𝑋2 e 𝑋3. Como o objetivo deste estudo consiste em analisar testes de
impactos, foi analisada a resposta do sistema ao impulso. Foram calculadas com auxílio do
livro “Vibrações Mecânicas” de Singiresu Rao, as frequências naturais do sistema e suas
formas modais analiticamente. De posse da matriz de rigidez e de massa, desprezando-se os
amortecimentos, pode-se calcular através da equação:
60
[[𝐾] − 𝜔2[𝑀]]�⃗� = 0⃗⃗
Cuja solução não trivial leva a solução do problema de autovalor:
[𝐾] − 𝜔2[𝑀] = 0⃗⃗
Onde as frequências naturais são calculadas pela raiz quadrada dos autovalores e os auto
vetores fornecem as formas modais. Por problemas com o output foi feito apenas o
experimento, com o teste de impacto para a obtenção dos outputs.
3.2 – Teste de Impacto no Navio Modelo
Foi feito o teste de impacto no navio modelo, Após a etapa de modelação da viga
navio chegou a etapa do experimento para com isso ser feita a comparação de resultados
teóricos e práticos. O modelo está sobre colchões de ar, como já foi mostrado anteriormente
em outras fotos. Para obter as frequências foram utilizados acelerômetros no navio e captados
através de computador com a ajuda de um martelo especial instrumentado para causar e
registrar o impacto necessário gerando a vibração do navio, como será mostrado abaixo. O
sinal simulado obtido a uma taxa de aquisição de 500 Hz, durante um tempo total de 10
segundos. Os resultados obtidos então a partir do impacto, seguem abaixo para ambas
condições:
Figura 51 – Impacto com o martelo, sendo registrado pelo Engenheiro Frederico.
61
Seguem abaixo, duas ilustrações mostrando a resposta do impacto no tempo.
Figura 52 – Resposta no tempo de um impacto com o martelo
Figura 53 – Resposta no tempo de um outro impacto com o martelo
62
3.2.1 –Teste de Impacto no Navio Modelo Descarregado
Para o experimento do modelo sem carga foi obtido um valor de frequência de 77,5
Hz como pode ser visto na figura abaixo:
Figura 54 – Resultado para o teste na condição descarregada
Figura 55 – Impactos sendo registrados no Tempo para os 6 canais de resposta
63
Seguindo para a 2ª parte foi adicionada a carga, como é possível ver na figura
a seguir:
Figura 56 – Peso de 8kg colocado no modelo
3.2.2 –Teste de Impacto no Navio Modelo Carregado
Figura 57 – Resultado para o teste na condição carregada
64
Figura 58- Impactos sendo registrados no tempo para os 6 canais de resposta
Foi feita uma segunda análise do navio modelo com uma banda mais refinada e os
resultados mudaram para ambas as condições, os resultados seguem abaixo:
3.2.3 –Teste de Impacto no Navio Modelo Descarregado com Banda Refinada
Os resultados obtidos anteriormente apresentaram um pouco de incerteza e foi feita
uma nova análise pelo Engenheiro Frederico, onde os resultados seguem abaixo:
Figura 59 - Resultado para o teste na condição descarregada com banda refinada
65
Para a condição descarregada, o valor apresentou uma flutuação muito grande, apresentando
77,50 hertz com uma banda mais refinada.
3.2.4 –Teste de Impacto no Navio Modelo Carregado com Banda Refinada
Os resultados obtidos anteriormente também apresentaram um pouco de incerteza e
foi feita uma nova análise pelo Engenheiro Frederico, onde os resultados seguem abaixo:
Figura 60 - Resultado para o teste na condição carregada com banda refinada
Para a condição carregada, o valor praticamente não variou, apresentando 74,50 hertz com
uma banda mais refinada.
4 Comparações com os resultados obtidos em estudos anteriores
4.1 – CHAPOUTO R.F. (2014)
Os resultados deste estudo, seguem abaixo:
66
Tabela 31 – Resultados de CHAPOUTO R.F. (2014)
Condição do Modelo Banda menos refinada Banda mais refinada Diferença
Descarregado 88,81 hz 77,50 hz 11,31 hz
Carregado 74,33 hz 74,50 hz 0,17 hz
4.2 – Comparação dos Valores Numéricos
Tabela 32 – Comparação dos valores numéricos
4.3 – Comparação dos Valores Experimentais
Tabela 33 – Comparação dos valores experimentais
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5. Conclusão
Após ter sido feito, um histórico com diferentes projetos realizados, sempre focando
a obtenção das frequências naturais no navio modelo de acrílico, foi introduzida a técnica
SIMO, como uma nova maneira de obter as frequências naturais no mesmo. O input da
técnica, assim como já havia sido feito em trabalhos anteriores consistiu em dar um impacto
e analisar os outputs gerados, no caso, as frequências em diversos canais.
Como uma crítica a este método, verificou-se, que o estudo da frequência com o navio
descarregado é muito suscetível a variação da banda, apresentando uma variação superior a
14%. O estudo da frequência com o navio carregado, apresentou resultados com uma
flutuação desprezível, muito próximo a 0,2%.
Em comparação com os trabalhos anteriores, verificou-se que os valores obtidos no
experimento em meio fluido, realizado pela professora Marta foram muito menores do que
os de qualquer outra medição, o que sugere que a medição obtida com o navio-modelo em
colchões não simula corretamente o que acontece com um navio real no mar. Além disso os
testes são suscetíveis a rigidez do colchão no momento do experimento, força do impacto e
calibração dos sensores. Como sugestão para novos experimentos, talvez fosse interessante
voltar a realiza-los em um tanques de prova, assim como foi feito em 1986.
Para novos estudos com o método Single Input Multiple Outputs, fica a sugestão de
ser utilizada uma quantidade maior de testes, para garantir a certeza das medições e a garantia
das respostas obtidas, se faz necessário também um estudo mais apurado do método.
6. Referências
[1] TAPIA REYES, M.C., Tese MSC Coppe UFRJ (1986)
[2] Projeto Final de Graduação, Engenharia Naval, RIBEIRO, J.C (2010)
[3] Apostila de Vibrações do Navio, Laboratório de Estruturas Navais, COPPE/UFRJ,
TROYMAN, A.C.R., CONCEIÇÃO, C.A.L. (1987)
[4] Projeto Final de Graduação, Engenharia Naval, FAVÁRIO, H.B.(2010)
[5] Projeto Final de Graduação, Engenharia Naval, MIRANDA L.P.C(2008)