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75
Universidade Federal do Rio de Janeiro ANÁLISE INTEGRADA DO SISTEMA PROPULSIVO E DO COMPORTAMENTO DINÂMICO DE EMBARCAÇÕES LILIANE ALVES DE SOUZA 2015

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

ANÁLISE INTEGRADA DO SISTEMA PROPULSIVO E DO COMPORTAMENTO

DINÂMICO DE EMBARCAÇÕES

LILIANE ALVES DE SOUZA

2015

ii

ANÁLISE INTEGRADA DO SISTEMA PROPULSIVO E DO COMPORTAMENTO

DINÂMICO DE EMBARCAÇÕES

Liliane Alves de Souza

Projeto de Graduação

apresentado ao Curso de

Engenharia Naval e Oceânica da

Escola Politécnica, Universidade

Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheira

Naval e Oceânica.

Orientador: Luiz Antônio Vaz Pinto

Rio de Janeiro

Agosto de 2015

iii

ANÁLISE INTEGRADA DO SISTEMA PROPULSIVO E DO COMPORTAMENTO

DINÂMICO DE EMBARCAÇÕES

Liliane Alves de Souza

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA NAVAL E

OCEÂNICA.

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Luiz Antônio Vaz Pinto, D. Sc.- Professor Orientador

________________________________________________

Prof. Severino Fonseca Neto, D. Sc.- Professor Associado

________________________________________________

Prof. Marta Cecília Tapia Reyes, D. Sc.- Professor Associado

________________________________________________

Ulisses A. Monteiro Barbosa – D.Sc., Professor Colaborador DENO/UFRJ

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

Agosto de 2015

iv

Souza, Liliane Alves

Análise Integrada do Sistema Propulsivo e do

Comportamento Dinâmico / Liliane Alves de Souza - Rio de

Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2015.

Orientador: Luiz Vaz Antônio Pinto

XV, p.59 :Il.; 29,7 cm

Projeto de Graduação - UFRJ / POLI / Engenharia Naval e

Oceânica, 2015.

Referências Bibliográficas: p. 58-59.

1. Apresentação 2. Decifrando a vibração em navios

3.Excitação Propulsor 4.Excitação Motor Diesel de

Propulsão Principal 5. Excitação Eixo Longitudinal

6. Resposta – Estrutura do Navio 7. Resposta –

Superestrutura 8. Ferramenta de Cálculo Desenvolvida

9.Estudo de Caso e Resultados 10. Conclusões e

Recomendações 11. Bibliografia.

I.Pinto, Luiz. II Universidade Federal do Rio de Janeiro,

UFRJ, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Naval e

Oceânica. III. Titulo.

v

DEDICATÓRIA

À minha amada família.

vi

AGRADECIMENTOS

À Deus, Aquele que eu não tenho dúvidas que está e sempre estará ao meu

lado, por iluminar meu caminho e por ter guiado meus passos até aqui. A Nossa

Senhora Aparecida, por todas as orações desesperadas em seus pés, todas as

promessas valeram a pena.

Aos meus amados pais, Severino Leandro e Dalvanira Alves. Obrigada por

aturar minhas crises de choro, que não foram poucas ao longo desses 6 anos. Mãe,

obrigada por me acalmar todas as vezes que eu perdia a cabeça e tinha vontade de

largar tudo isso. Obrigada por ser esse exemplo de mulher, independente e guerreira,

que é o porto seguro da família toda. Obrigada por ser essa mãe companheira e

dedicada à família! Pai, obrigada por me ensinar a apreciar as coisas simples da vida.

Meu amor por vocês não tem fim.

À minha irmã, Bárbara Elisa. Obrigada por ser a irmã caçula mais brava do

mundo, mas que sempre vibra com minhas conquistas. Eu quero ser sempre seu

exemplo e sua proteção. Desculpa por atrapalhar seu sono estudando nas

madrugadas.

Ao meu irmão, Leonardo Leandro. Obrigada por tornar os meus dias mais

difíceis há 23 anos. Você é o irmão mais velho mais chato do mundo.

Aos meus familiares que sempre me incentivaram a estudar. Obrigada por me

acompanharem nessa jornada, sendo compreensíveis em ocasiões que não pude

estar presente devido aos momentos de estudo.

Agradeço aos amigos navais, com a qual convivi a maior parte da minha vida

nesses seis anos. Em especial, cito alguns que foram demasiadamente importantes:

Marcela Esteves, Carolina Ferreira, Lívia Laranjeira, Gabriel Botelho, Vinicius Veras,

Leonardo Salles, Daniel Leitão, Pedro Lund, Rafael Fachini e Felipe Teixeira – com

vocês meus dias foram mais felizes e minhas tristezas foram amenizadas!

Ao Álvaro de Lana Brandão. Obrigada por toda a paciência e por aturar todo o

meu mau humor nas semanas de prova e entregas de trabalho. Obrigada por todo

apoio e carinho em momentos que tanto precisei. Obrigada por tudo o que já fez por

mim e pra mim.

vii

Ao meu orientador, Luiz Vaz, que me apoiou e me acolheu desde a primeira

vez em que o procurei. Obrigada pelos prazos flexíveis e pela confiança depositada.

Agradeço imensamente aos professores, pesquisadores e funcionários dos

laboratórios LEME e LEDAV por toda a orientação que recebi, pela paciência e

presteza com que me acompanharam nesses últimos meses. Em especial meu co-

orientador Ulisses Monteiro.

Ao meu grande amigo e mestre, professor Severino Neto. Exemplo de pessoa

do bem, de caráter, de generosidade. Muito me ensinou ao longo desses anos. Muito

obrigada por tanto carinho, pelos abraços sinceros e por todo aprendizado. Uma honra

ter sido sua aluna e agora ser uma amiga de profissão. Não tenho palavras que

descrevam meus sentimentos. Obrigada!

À querida professora Marta Tapia. Muito obrigada pela ajuda em momentos

cruciais da minha trajetória, com palavras, afeto, e aprendizado.

Às minhas amigas, especialmente Natália Ribeiro, Bárbara Ribeiro e Adriane

Mendes. Obrigada por serem minhas amigas de sempre. Por me apoiarem e me

ensinarem o valor de uma amizade verdadeira. Amo muito vocês!

À Projemar. Empresa que me proporcionou trabalhar com pessoas

maravilhosas, que somaram muito na minha vida profissional e pessoal. Em especial,

Rodrigo Klim, Eliza Azevedo, Allan Ramos, Clarissa Maciel, Felipe Da Eira, Gelder

Guerreiro Costa, Higor Pereira, Juliana Mello, Marcos Baptista, Pedro Ivo Macedo e

Richard Carvalho... Espero que um dia possamos trabalhar juntos novamente.

Ao Programa de Recursos Humanos para o Setor de Petróleo e Gás da ANP,

através dos Programas PRH-35, pelo apoio financeiro indispensável para a realização

desse trabalho.

A todos que de alguma forma contribuíram com a realização de mais um sonho

na minha vida, meu mais sincero e grato: Muito obrigada!

“E o segredo é ter muita fé para seguir em frente, mais coragem para enfrentar

os obstáculos e a certeza de que quando nossos sonhos são movidos por amor, a

vitória não demora a chegar.”

viii

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheira Naval e

Oceânica.

Análise Integrada do Sistema Propulsivo e do Comportamento Dinâmico

Liliane Alves de Souza

Agosto / 2015

Orientador: Luiz Antônio Vaz Pinto

Curso: Engenharia Naval e Oceânica

O presente estudo tem como objetivo avaliar alternativas de sistemas propulsivos para

um navio (dada sua resistência total ao avanço na velocidade de serviço), segundo

diferentes critérios. Além, de possibilitar uma primeira verificação de vibração

excessiva em navios, sem a necessidade de elementos finitos. Foi desenvolvida e

verificada então uma ferramenta para esse fim.

Foram utilizadas duas embarcações que servirão de base para o estudo, uma

embarcação do tipo AHTS e uma do tipo petroleiro. Serão definidas a excitação dos

motores, linha de eixo e propulsor; e a resposta da viga navio e da superestrutura.

Bem como uma investigação da possibilidade de ressonância.

Palavras-Chave: Vibração em Navios, Propulsão, Excitação, Resposta.

ix

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

Integrated Analysis of the Propulsion System and the Dynamic Performance

Liliane Alves de Souza

August / 2015

Advisor: Luiz Vaz Pinto

Course: Naval Architecture and Marine Engineering

This study aims to evaluate alternative propulsive systems for ship (given its total

resistance to progress in the speed of service), according to different criteria. In

addition, to allow a first check excessive vibration in ships without the need of finite

elements. It was developed, and then checked a tool for this purpose.

Two vessels were used as a basis for the study, a vessel AHTS type and a tanker type.

It will be defined the excitement of engines, shaft line and propeller; and the response

of the beam and the ship superstructure. Besides, it was investigated the possibility of

resonance.

Keywords: Ship Vibration, Propulsion, Excitation, Response.

x

Índice Geral

1. Apresentação .......................................................................................................... 1

1.1. Introdução ........................................................................................................ 1

1.2. Objetivo e Motivação ........................................................................................ 1

1.3. Metodologia ...................................................................................................... 2

2. Decifrando a vibração em navios ............................................................................ 3

2.1. O que é vibração? ............................................................................................ 3

2.1.1. Vibração Livre para Um Grau de Liberdade ............................................. 3

2.1.2. Vibração Livre para N Graus de Liberdade ............................................... 5

2.2. Como evitá-la? ................................................................................................. 9

2.2.1. Reduzir a amplitude da força excitante, F: ................................................ 9

2.2.2. Aumento de rigidez, K: .............................................................................. 9

2.2.3. Evitar razão de frequência próxima da unidade: ....................................... 9

2.2.4. Aumento de amortecimento, ζ: ............................................................... 10

2.3. Fontes de Excitação e Respostas .................................................................. 10

3. Excitação – Propulsor ............................................................................................ 13

3.1. Esteira ............................................................................................................ 13

3.2. Forças de eixo ................................................................................................ 16

3.3. Força de Pressão no Casco ........................................................................... 18

3.3.1. Impulsos de Pressão – Parcela Cavitante .............................................. 21

3.3.2. Impulsos de Pressão – Parcela Não Cavitante ....................................... 23

3.3.3. Impulsos de Pressão Total ...................................................................... 23

4. Excitação – Motor Diesel de Propulsão Principal .................................................. 24

5. Excitação – Eixo Longitudinal ................................................................................ 26

5.1. Vibração longitudinal ...................................................................................... 26

5.2. Vibração torcional ........................................................................................... 28

5.3. Vibração rotacional ......................................................................................... 29

6. Resposta – Estrutura do Navio .............................................................................. 30

xi

6.1. Vibração da Viga Navio .................................................................................. 30

6.1.1. Vibração Flexional Vertical ...................................................................... 30

6.1.2. Vibração Flexional Horizontal ................................................................. 32

6.1.3. Vibração Torcional .................................................................................. 32

6.1.4. Vibração Longitudinal .............................................................................. 32

7. Resposta – Superestrutura .................................................................................... 33

8. Ferramenta de Cálculo Desenvolvida ................................................................... 36

8.1. Aba Holtrop .................................................................................................... 36

8.2. Aba Série B .................................................................................................... 38

8.3. Aba Fontes de Excitação ............................................................................... 38

8.4. Aba Pressão Induzida na Popa ...................................................................... 39

8.5. Aba Resposta da Viga Navio ......................................................................... 39

8.6. Aba Resposta da Superestrutura ................................................................... 39

8.7. Aba Avaliação de Ressonância ...................................................................... 40

9. Estudo de Caso e Resultados ............................................................................... 41

9.1. Navio Petroleiro .............................................................................................. 41

9.1.1. Resultados – Fontes de Excitação .......................................................... 42

9.1.2. Resultados – Pressão Induzida na Popa ................................................ 43

9.1.3. Resultados – Resposta da Viga Navio .................................................... 44

9.1.4. Resultados – Resposta da Superestrutura ............................................. 44

9.1.5. Resultados – Avaliação da Ressonância ................................................ 45

9.1.6. Resultados – Comparação Elementos Finitos 1D e 3D .......................... 47

9.2. Navio AHTS .................................................................................................... 48

9.2.1. Resultados – Fontes de Excitação .......................................................... 50

9.2.2. Resultados – Pressão Induzida .............................................................. 51

9.2.3. Resultados – Resposta da Viga Navio .................................................... 52

9.2.4. Resultados – Resposta da Superestrutura ............................................. 53

9.2.5. Resultados – Avaliação da Ressonância ................................................ 53

9.2.6. Resultados – Comparações .................................................................... 55

xii

10. Conclusões e Recomendações ......................................................................... 57

11. Bibliografia ......................................................................................................... 58

xiii

Índice de Figuras

Figura 2.1 - Sistema massa-mola ................................................................................... 3

Figura 2.2 - Modo de vibração da viga-navio ................................................................. 5

Figura 2.3 – Fontes de Vibração em Navios ................................................................ 10

Figura 3.1 - Propulsor modelado no software CFX do pacote Ansys ........................... 13

Figura 3.2 – Representação da esteira de um navio - CFX do pacote Ansys .............. 14

Figura 3.3 – Folgas vante-ré - CFX do pacote Ansys ................................................... 15

Figura 3.4 - Linhas D’água sem cortes para um navio com extremas linhas cheias, com

as alterações propostas. ............................................................................................... 16

Figura 3.5- Forças e momentos agindo na pá do hélice que são transferidos ao eixo. 16

Figura 3.6 - Distribuição de carga na pá, para 4 pás diferentes ................................... 17

igura - Empuxo normali ado e momento fletor hori ontal em variações

da frequência da pá. Os valores médios e os desvios padrões; 4, 5 e 6 pás do hélice

fixados em navios convencionais de parafuso simples. ............................................... 18

Figura 3.8 – Variação do Campo de Pressões induzidas pelo Propulsor .................... 19

Figura 3.9 – Forças e Momentos mais importantes dados pelos Impulsos de Pressão

no casco ....................................................................................................................... 20

Figura 3.10 – Valores máximos, médios e mínimos das forças induzidas pelo hélice

(primeiro harmônico na frequência da pá) .................................................................... 20

Figura 3.11 - Exemplos de projeto de propulsores Bi-Hélice ....................................... 22

Figura 3.12 - Parâmetros de entrada para os cálculos dos impulsos de pressão ........ 22

Figura 4.1 - Forças e momentos atuando no alicerce do motor diesel de baixa rotação

...................................................................................................................................... 24

Figura 5.1- Original, equivalente e, simplificado sistema de vibração para o cálculo da

ressonância longitudinal do eixo no modo fundamental ............................................... 28

Figura 5.2 - Vibração rotacional do eixo ....................................................................... 29

Figura 6.1 - Vibração vertical da viga navio de 2 a 5 nós ............................................. 31

Figura 7.1 - Componentes de vibração da superestrutura ........................................... 33

Figura 7.2 - Frequência de Rotação e Frequência de Cisalhamento da Superestrutura

...................................................................................................................................... 35

Figura 8.1 – Dados de Entrada – Parâmetros de Forma – Exemplo AHTS ................. 36

Figura 8.2 – Dados de Entrada – Parâmetros do Propulsor e do Motor – Exemplo

AHTS ............................................................................................................................ 37

Figura 8.3 – Cálculos Holtrop [11] – Exemplo AHTS .................................................... 37

Figura 8.4 – Resultados obtidos Aba Holtrop – Exemplo AHTS .................................. 38

xiv

Figura 9.1 – Embarcação de Estudo – Navio Petroleiro ............................................... 41

Figura 9.2 – Dados do Prosec – Navio Petroleiro ........................................................ 42

Figura 9.3 – Frequência do Propulsor – Navio Petroleiro ............................................. 42

Figura 9.4 – Frequência do Motor – Navio Petroleiro ................................................... 43

Figura 9.5 – Frequência do Eixo Propulsor – Navio Petroleiro ..................................... 43

Figura 9.6 – Pressão Induzida na Popa pelo Propulsor – Navio Petroleiro .................. 43

Figura 9.7 – Dados de Entrada para Resposta da Viga Navio – Navio Petroleiro ....... 44

Figura 9.8 – Frequências de Resposta da Viga Navio – Navio Petroleiro .................... 44

Figura 9.9 – Frequência Natural da Superestrutura – Navio Petroleiro ........................ 45

Figura 9.10 – Avaliação de Ressonância do Propulsor – Navio Petroleiro .................. 46

Figura 9.11 – Avaliação de Ressonância do Motor – Navio Petroleiro ........................ 46

Figura 9.12 – Avaliação de Ressonância do Eixo Propulsor – Navio Petroleiro .......... 47

Figura 9.13 – Modelo 3D e 1D – Navio Petroleiro no 1º Modo de Vibração................. 47

Figura 9.14 – Embarcação de Estudo – Navio AHTS .................................................. 49

Figura 9.15 – Dados do Prosec – Navio AHTS ............................................................ 50

Figura 9.16 – Frequência do Propulsor – Navio AHTS ................................................ 50

Figura 9.17 – Frequência do Motor – Navio AHTS ....................................................... 51

Figura 9.18 – Frequência do Eixo Propulsor – Navio AHTS ........................................ 51

Figura 9.19 – Pressão Induzida na Popa pelo Propulsor – Navio AHTS ..................... 51

Figura 9.20 – Dados de Entrada para Resposta da Viga Navio – Navio AHTS ........... 52

Figura 9.21 – Frequências de Resposta da Viga Navio – Navio AHTS ....................... 52

Figura 9.22 – Frequência Natural da Superestrutura – Navio AHTS ........................... 53

Figura 9.23 – Avaliação de Ressonância do Propulsor – Navio AHTS ........................ 54

Figura 9.24 – Avaliação de Ressonância do Motor – Navio AHTS .............................. 54

Figura 9.25 – Avaliação de Ressonância do Eixo Propulsor – Navio AHTS ................ 55

Figura 9.26 – Frequências Naturais da Viga Navio medidas por Acelerômetro – Navio

AHTS ............................................................................................................................ 55

Figura 9.27 – Modelo 3D – Navio AHTS no 1º Modo de Vibração ............................... 56

xv

Índice de Tabelas

Tabela 2.1 - Ligação entre a excitação e a resposta dos itens .................................... 11

Tabela 3.1 - Máximos valores dos coeficientes de esteira ........................................... 21

Tabela 4.1 - Momentos livres, KN.m - Motor diesel de baixa rotação .......................... 25

Tabela 5.1 - Influência das Vibrações do Eixo sobre as Estruturas ............................. 26

Tabela 9.1 – Dados Principais do Navio Petroleiro ...................................................... 41

Tabela 9.2 – Frequências Naturais do Modelo 3D do Navio Petroleiro ........................ 47

Tabela 9.3 – Frequências Naturais do Modelo 1D do Navio Petroleiro ........................ 48

Tabela 9.4 – Comparação de Frequências Naturais da Viga Navio do Navio Petroleiro

...................................................................................................................................... 48

Tabela 9.5 – Dados Principais do Navio AHTS ............................................................ 49

Tabela 9.6 – Frequências Naturais do Modelo 3D do Navio AHTS ............................. 56

Tabela 9.7 – Comparação de Frequências Naturais da Viga Navio do Navio AHTS ... 56

1

1. Apresentação

1.1. Introdução

Geralmente a vibração existente nos navios não causa efeitos nocivos. Entretanto,

quando problemas de vibração excessiva em navios já em operação são

diagnosticados, as primeiras causas relacionadas são: incômodo à tripulação e

redução do conforto; danos por fadiga em estruturas e partes das máquinas e; mau

funcionamento e aumento da manutenção em componentes das máquinas e

equipamentos. Nesses casos, as correções que devem ser realizadas para

minimização dos danos, costumam ser dispendiosas e demoradas. Daí a importância

dos estudos de vibração para a Engenharia Naval.

O processo para evitar vibrações excessivas deve começar numa fase inicial do

planejamento. Assim, é de extrema importância o desenvolvimento de métodos

confiáveis de previsão sobre o comportamento dinâmico dos navios. Buscando assim,

uma solução integrada entre os principais excitadores e a estrutura da embarcação.

1.2. Objetivo e Motivação

O presente estudo tem como objetivo incorporar critérios de vibração no processo de

seleção do sistema propulsivo de navios. Orientando o arquiteto naval através de

procedimentos de verificação de vibrações em seu projeto, a fim de evitar vibrações

nocivas quando o navio entra em serviço.

Essa análise parece interessante na medida em que hoje a seleção é feita com pouca

ou nenhuma preocupação com o comportamento dinâmico da embarcação e são cada

vez maiores os casos de navios novos com problema de vibração excessiva.

2

1.3. Metodologia

Para obter uma imagem completa do estado atual da técnica relacionada aos

problemas de vibração em navios e as ferramentas para a sua solução, o projetista

tem a sua disposição vários livros didáticos e também simpósios e conferências [1-4].

Assim, para um projetista de navios, é interessante a tarefa de converter informações

em um procedimento eficiente de custo/tempo.

Uma primeira análise do sistema propulsivo integrada ao comportamento dinâmico é

então, desenvolvida ao longo deste projeto. O procedimento é baseado no uso de

equações simples e fórmulas empíricas.

Após o desenvolvimento de uma planilha que sintetiza as fórmulas e equações, duas

embarcações com dados e frequências naturais conhecidos são então testadas, de

modo a avaliar o procedimento aqui apresentado. As frequências naturais destas

embarcações foram estimadas através de medições e modelações, presentes em

trabalhos anteriores que serão aqui referenciados.

3

2. Decifrando a vibração em navios

2.1. O que é vibração?

Qualquer movimento que se repita após um intervalo de tempo é denominado vibração

ou oscilação. A maioria das atividades humanas envolve vibração, uma vez que

qualquer corpo que possua massa e rigidez é passível de viração.

Um sistema vibratório possui, em geral, um meio para armazenar energia potencial,

um meio para armazenar energia cinética e um meio de perda gradual de energia. A

vibração de um sistema envolve a transferência alternada de sua energia potencial

para energia cinética e vice-versa. Porém, se o sistema for amortecido, certa

quantidade de energia é dissipada em cada ciclo de vibração.

Sempre que a frequência de excitação externa coincidir com a natural de vibração de

uma máquina ou estrutura, ocorre um fenômeno conhecido como ressonância, que em

navios resulta em ruídos, desconforto a tripulação e falhas da estrutura e

equipamentos. As forças de excitação externas podem ser originadas no próprio navio,

onde se consideram as forças e momentos de desbalanceamento nos motores

principal e auxiliares, ou podem ser causadas por agentes externos, por exemplo,

forças e momentos causados pelo propulsor e forças causadas pela ação do mar.

2.1.1. Vibração Livre para Um Grau de Liberdade

Um sistema sofre vibração livre quando oscila sob uma perturbação inicial, sem a ação

de nenhuma força após essa perturbação inicial. O sistema vibratório mais simples é

apresentado através de um sistema massa-mola, conforme a Figura 2.1 abaixo:

Figura 2.1 - Sistema massa-mola

4

A equação geral do movimento que descreve um sistema vibratório é apresentada a

seguir:

Onde,

= força de atuação externa;

m = massa do sistema;

c = constante de amortecimento;

k = constante elástica;

Como a vibração é livre, é igual à zero. Além disso, pelo mesmo motivo o

sistema não possui o fator referente ao amortecimento , logo a expressão acima

fica reduzida a:

Assumindo a solução da equação geral x(t) como:

Posição da massa ao longo do tempo;

Velocidade da massa ao longo do tempo;

Aceleração da massa ao longo do tempo;

Substituindo as soluções acima na equação do movimento, tem-se:

Através da equação apresentada acima, pode-se perceber que a frequência natural do

sistema é uma relação entre a rigidez do corpo e sua massa.

5

2.1.2. Vibração Livre para N Graus de Liberdade

Um sistema com n graus de liberdade, possui n frequências naturais, cada uma

associada a sua própria forma modal, conforme mostrado na Figura 2.2:

Figura 2.2 - Modo de vibração da viga-navio

A solução de um sistema com n graus de liberdade é obtida de maneira análoga ao

sistema de um grau de liberdade.

A equação geral do movimento, para massa é descrita da seguinte forma:

Onde,

Designa a soma de todas as forças que agem sobre a massa;

Número de graus de liberdade do sistema;

Aplicando-se a fórmula da equação geral do movimento a cada massa do sistema,

tem-se:

6

Essa equação pode ser expressa na forma matricial como:

Onde , , e são denominadas matrizes de massa, amortecimento e rigidez,

respectivamente, e são dadas por:

E, , , e são os vetores deslocamento, velocidade, aceleração e força,

respectivamente dados por:

Como dito anteriormente, para vibração livre e são iguais a zero, logo tem-se:

7

Pode-se encontrar a solução do problema considerando-o como um problema de

autovalor:

Para, i = 1,2,3 ... n

Adotando-se a separação de variáveis no domínio do espaço e no domínio do tempo,

tem-se:

vetor de máximas amplitudes dos deslocamentos dos graus de

liberdade do sistema

função do tempo t

Substituindo-se a solução na equação anterior, pode-se reescrevê-la desta forma:

Além disso, a equação acima pode ser descrita na forma escalar como n equações

separadas:

Para, i = 1, 2, 3... n

Da qual podemos obter as relações:

Para, i = 1,2,3..n

Visto que o lado esquerdo da equação acima é independente do índice i, e o lado

direito é independente de t, ambos os lados devem ser iguais a uma constante.

Considerando a constante como , pode-se reescrever a equação da seguinte forma:

8

ou

A solução do problema acima pode ser dada por:

Onde,

amplitude

ângulo de fase

Além da solução dada acima, tem-se que não pode assumir um valor arbitrário. Ele

precisa, necessariamente, satisfazer a equação do autovalor:

Para uma solução não trivial da equação acima, o determinante da matriz de

coeficientes deve ser zero. Isto é:

A equação enunciada acima é conhecida como equação característica, é chamado

de autovalor e é a frequência natural do sistema.

Resolvendo-se o determinante e o igualando a zero, podem-se obter as n’s

frequências naturais do sistema de vibração de n graus de liberdade.

É de extrema importância estimar as frequências naturais da viga-navio, para evitar

que os efeitos de ressonância ocorram e causem danos à estrutura.

Para o projeto em questão, serão encontradas as frequências naturais dos 4 primeiros

modos de vibração do navio.

9

2.2. Como evitá-la?

O processo para evitar as vibrações deve começar na fase de desenvolvimento do

projeto conceitual. Os quatro elementos de relevância na vibração do navio são:

- Excitação

- Rigidez

- Relação de frequência

- Amortecimento

De acordo com [5] sabemos que qualquer um dos seguintes tópicos contribui para a

redução da vibração:

2.2.1. Reduzir a amplitude da força excitante, F:

Nas vibrações induzidas por propulsores, a excitação pode ser reduzida alterando-se a

hidrodinâmica instável dos propulsores. Isto pode envolver a remoção ou alteração de

linhas para reduzir a não uniformidade do fluxo da esteira ou podem envolver

modificações geométricas nos propulsores em si.

2.2.2. Aumento de rigidez, K:

É definida como força de mola por unidade de deflexão. Em geral, a rigidez deve ser

aumentada quando as variações na frequência natural são realizadas por variações na

rigidez. Não é uma prática recomendada reduzir a rigidez do sistema em tentativas de

reduzir a vibração do navio.

2.2.3. Evitar razão de frequência próxima da unidade:

Sabendo que ω / ωn = 1 é a condição de ressonância. Nota-se que ω/ωn pode ser

alterada através da variação da frequência de excitação ω ou da frequência natural

ωn. O espectro de ω pode ser alterado, alterando a RPM de uma fonte relevante de

máquinas rotativas ou, no caso de vibrações induzidas por propulsores, alterando

a RPM dos próprios propulsores ou o seu número de pás.

10

2.2.4. Aumento de amortecimento, ζ:

O amortecimento de sistemas estruturais em geral, e dos navios, em particular, é

pequeno; ζ << 1. Além disso, é difícil aumentar o amortecimento significativamente

em sistemas tais como navios; ζ é, em geral, o menos eficaz dos quatro parâmetros

disponíveis para as mudanças nas características de vibração do navio.

2.3. Fontes de Excitação e Respostas

O mecanismo completo de vibração de um navio é bastante complexo quando se leva

em conta todas as fontes de excitação e respostas. Por conseguinte, é mais

conveniente, neste caso, lidar com cada problema separadamente, porém mais de um

problema pode ocorrer ao mesmo tempo. É conveniente que as principais fontes de

vibração excitantes sejam tratadas em primeiro lugar, uma vez que, níveis elevados de

vibração excessiva podem ocorrer quase independentemente das características do

sistema estrutural. Em geral, as principais fontes são o propulsor e o motor diesel

principal de baixa rotação.

Figura 2.3 – Fontes de Vibração em Navios

Resultados aceitáveis são alcançados concentrando a atenção em dois dos quatro

elementos anteriormente citados que são a excitação e a relação de frequência. Têm-

se como objetivos:

11

Minimizar excitações vibratórias, dentro das limitações normais impostas por

variáveis de projeto;

Evitar ressonâncias que envolvem a participação ativa dos principais

subsistemas em faixas de frequência em que as excitações dominantes são

mais fortes.

A avaliação baseia-se nos resultados dos seguintes principais itens de investigação,

que são necessários para obter um comportamento de vibração de um navio:

Resposta:

Vibração Vertical da Viga Navio

Vibração Longitudinal da Superestrutura

Excitação:

Propulsor

Motor diesel de baixa rotação

Vibração do sistema de eixos longitudinais

A ligação entre as fontes de excitação e os itens de resposta, é dada na Tabela 2.1. A

vibração desagradável da superestrutura é o objeto principal a manter sob controle e,

a fonte correspondente mais importante de excitação é o propulsor.

Tabela 2.1 - Ligação entre a excitação e a resposta dos itens

Excitação Resposta

Ressonância da

viga navio

Ressonância da

superestrutura

Vibração forçada na

popa

Propulsor ... x x

Motor diesel de

baixa rotação

x

vertical ... xa

Vibração do eixo

longitudinal

x

longitudinal x ...

xa – causada pela ressonância da viga navio

12

Uma variedade de vibrações locais, como de corrimões, antenas, painéis de

revestimento, etc. podem ser encontradas em ensaios de navios novos, para além

desses três tópicos já abordados. Mas os problemas locais geralmente envolvem

ressonâncias locais estruturais e, são muitas vezes consideradas como problemas

menores, pois a abordagem de correção por rigidez local pode ser facilmente

alcançável.

13

3. Excitação – Propulsor

O propulsor é o componente do navio responsável por pelo menos cerca de 80% dos

problemas de vibração na superestrutura. Onde, navios do tipo Ro-Ro são ainda mais

sensíveis à excitação do mesmo.

A investigação da excitação do hélice deve ser realizada com o intuito de visar linhas

de popa e projeto do propulsor, ideais.

Figura 3.1 - Propulsor modelado no software CFX do pacote Ansys

Fonte: sva-potsdam.de

3.1. Esteira

A esteira formada na água pelo casco é um dos aspectos mais críticos que devem ser

analisados para evitar vibração inaceitável no navio. Problemas de

vibração no propulsor, em geral, começam com linhas de casco desfavoráveis na

região de abertura de popa, e se manifestam como uma esteira não

uniforme. Infelizmente, a excitação da hélice é muito mais difícil de quantificar do

que a excitação a partir de fontes internas das máquinas. Isto acontece por causa da

complexidade da hidrodinâmica instável do funcionamento do hélice, na sequência do

casco não uniforme. Na verdade, a não uniformidade da esteira é a parte mais

complicada, e também a mais importante.

14

Figura 3.2 – Representação da esteira de um navio - CFX do pacote Ansys

Fonte: sva-potsdam.de

Dados da esteira são normalmente apresentados em mapas “isowake” onde as linhas

são desenhadas por pontos de mesma esteira. A Esteira de Taylor ( ) é definida

como:

Onde é a medida da velocidade do escoamento medido para o disco do hélice e

é a medida da velocidade do modelo do navio. Com , por exemplo, a

velocidade da água num ponto particular é de 20% da velocidade do modelo do navio.

Do ponto de vista da excitação, a variação da esteira deve ser a menor possível.

Como exemplo, uma variação da esteira de 0,1 a 0,85 pode dar origem à excitação

excessiva do hélice. Alterações nas linhas popa que garantam uma variação da esteira

de 0,1 a 0,7 são assumidas para dar um nível de excitação consideravelmente menor.

A distinção entre os dois tipos de esteira diferentes é útil para a compreensão da

importância das folgas entre as pás do hélice e superfícies locais do casco. Em

primeiro lugar, é útil considerar que a excitação da superfície do casco pelo hélice é

composta de dois efeitos:

15

Efeito da esteira: Efeito de alterar o fluxo de entrada da esteira para hélice de

acordo com uma relocalização especificada do hélice, mas com o hélice numa

posição fixa em relação ao casco.

Efeito de difração: Efeito de alterar a localização da hélice em relação ao

casco, mas com o fluxo de entrada da esteira para hélice mantida fixa.

Folgas vante-ré geralmente são menos críticas do que os afastamentos verticais.

Esteiras atenuam muito lentamente com essa distância. Embora o aumento das folgas

vante-ré atuem para reduzir a esteira, a redução será ligeiramente detectável dentro

dos limites normais de variação. A folga vertical mínima de 25% do diâmetro do hélice

é mais ou menos aceita como o padrão na prática comercial, bem como na naval.

Figura 3.3 – Folgas vante-ré - CFX do pacote Ansys

Fonte: sva-potsdam.de

Para navios com altos coeficientes de bloco, regiões de “dead water” podem ocorrer

onde o fluxo for muito instável. Linhas típicas de um navio deste tipo são dadas na

Figura 3.3. A fim de obter maiores folgas entre o hélice e a parte superior da abertura

do hélice, o navio é desenhado com uma linha d´água muito reta na parte superior da

abertura do hélice. As melhores soluções são dadas pelas linhas tracejadas; isto é,

antes melhorar o ângulo da linha d’água do que aumentar as folgas

16

Figura 3.4 - Linhas D’água sem cortes para um navio com extremas linhas cheias, com as

alterações propostas.

As forças induzidas pelo propulsor são frequentemente separadas em dois tipos

principais de acordo com a maneira pela qual elas são transmitidas do propulsor para

o navio; ou seja, forças de eixo e forças na superfície do casco.

3.2. Forças de eixo

As forças e momentos transferidos ao eixo são a soma de todas as forças e momentos

agindo em cada uma das pás do hélice.

Figura 3.5- Forças e momentos agindo na pá do hélice que são transferidos ao eixo.

Fonte: Hidrovias Interiores

17

Desde que as distâncias entre as pás sejam iguais, as forças e os momentos

transferidos ao sistema de eixos podem ser expressos por uma Série de Fourier,

consistindo somente de componentes de múltiplos da frequência de passagem da pá.

As frequências de excitação são então:

Onde,

frequência de excitação do propulsor

z número de pás do propulsor

revoluções por minuto do propulsor (rpm)

n inteiro [frequência da pá (primeiro harmônico n=1)]

Em principio, existem dois métodos para mudar as forças de eixo; mudando a carga

das pás ou mudando o número de pás. A variação de carregamento na pá pode ser

reduzida com a aplicação de pás com um enviesamento tal que a pá entre na esteira

de forma progressiva.

Figura 3.6 - Distribuição de carga na pá, para 4 pás diferentes

Fonte: www.sciencedirect.com

A amplitude das forças e momentos transferidos ao eixo está indicada na figura 3.7.

As figuras são retiradas de cálculos de propulsores convencionais série B [6].

18

Figura 3.7 - Empuxo normalizado (F3 e momento letor hori ontal em variações da

frequência da pá. Os valores médios e os desvios padrões; 4, 5 e 6 pás do hélice fixados em

navios convencionais de parafuso simples.

Geralmente considera-se que os propulsores com números de pás ímpares induzem

menores variações de carga, mas maiores momentos fletores do que os propulsores

com o número de pás pares. Normalmente, o efeito da cavitação é insignificante nas

forças transmitidas do propulsor para o eixo. Importante apenas, para as forças

transmitidas do propulsor para a superfície do casco.

3.3. Força de Pressão no Casco

A vibração dominante no casco do navio é causada pela cavitação provocada pelo

hélice que, induz forças de pressão na superfície do casco. Foi em meados da década

de 70 que a cavitação desencadeada pela esteira não uniforme, foi descoberta como

sendo a principal culpada na maior parte dos problemas de vibração do navio.

19

Figura 3.8 – Variação do Campo de Pressões induzidas pelo Propulsor

Fonte: sva-potsdam.de

A cavitação normalmente não é prejudicial do ponto de vista do desempenho

propulsivo do navio, a pá continua eficaz. A cavitação pode ou não ser erosiva,

dependendo em grande parte do grau da nuvem de cavitação (uma névoa de

pequenas bolhas). O aspecto devastador de cavitação se manifesta de forma

consistente, principalmente no campo de pressão que se irradia, e o ruído e a vibração

são assim, produzidos. O nível de excitação induzida na superfície do casco por um

hélice cavitado pode ter facilmente uma ordem de magnitude maior do que típicos

níveis onde não há cavitação.

A redução da força vibratória de cavitação é realizável com aperfeiçoamentos no

projeto do propulsor. Como observado anteriormente, a inclinação da pá pode ser

benéfica, assim como as alterações na distribuição da esteira. A ocorrência de

cavitação não pode ser ignorada na tentativa de controlar a vibração induzida pelo

propulsor no casco. Porém, a previsão das forças de cavitação no casco é muito mais

complicada, com muitos fatores contribuintes.

As mais importantes forças e momentos na frequência do hélice são indicados na

Figura 3.9. De acordo com [7] foi observado que os impulsos de pressão atuam na

superfície do casco com a dimensão de três diâmetros do propulsor, frente ao plano

do propulsor. Onde:

Componente vertical integrada das variações de pressão da extremidade

traseira da ré até três vezes o diâmetro do hélice à frente do plano do hélice;

20

Como na direção longitudinal;

Variações do empuxo;

Força vertical hidrodinâmica do hélice;

Momento fletor horizontal hidrodinâmico do hélice;

Figura 3.9 – Forças e Momentos mais importantes dados pelos Impulsos de Pressão no casco

Fonte: Guidelines for Prevention of Excessive Ship Vibration [7]

Na figura 3.10 o total das forças de excitação normalizadas com o empuxo médio é

apresentado. A componente vertical da força de excitação na superfície do casco é

de longe, a maior. A força é a componente horizontal do mesmo impulso de

pressão e é, portanto, apenas uma função da geometria da superfície do casco. Por

outro lado, as variações no empuxo são encontradas como sendo relativamente

pequenas e, no momento é ainda menor.

Figura 3.10 – Valores máximos, médios e mínimos das forças induzidas pelo hélice (primeiro

harmônico na frequência da pá)

Fonte: Guidelines for Prevention of Excessive Ship Vibration [7]

21

Existe uma significante diferença entre o campo de pressões induzido pela não-

cavitação do propulsor e o induzido pela cavitação transiente. Assim, na área da

superfície do casco perto do propulsor, os impulsos de pressão total composto pela

contribuição de ambas, não-cavitação e cavitação do propulsor, devem ser incluídas.

Dessa forma, a projeto em questão utiliza fórmulas empíricas para as estimativas dos

impulsos de pressão do propulsor na frequência da pá, de acordo com [7].

3.3.1. Impulsos de Pressão – Parcela Cavitante

Os cálculos dos impulsos de pressão na frequência da pá para um hélice em

cavitação, , podem ser simplificados pela fórmula:

Onde,

RPM do propulsor;

diâmetro do propulsor;

velocidade do navio (m/s);

calado no centro do navio (m), vide Figura 3.12;

distância de r/R=0,9 para uma posição sobre o casco submerso quando a

pá está na primeira posição, vide Figura 3.12;

quando

máximo pico da esteira; quando não medido, os valores são retirados

da Tabela 3.1, ver figura 3.11 para projetos bi-hélice;

esteira efetiva;

Tabela 3.1 - Máximos valores dos coeficientes de esteira

Mono-Hélice Coeficiente de Esteira Máximo

Petroleiros

OBO

Bulk

LPG/LNG

22

Dry cargo

Contentor

RO/RO

Coasters

Trawlers

Bi-Hélice Coeficiente de Esteira Máximo

Pé de Galinha

Tipo A

Tipo B

Figura 3.11 - Exemplos de projeto de propulsores Bi-Hélice

Fonte: Guidelines for Prevention of Excessive Ship Vibration [7]

Figura 3.12 - Parâmetros de entrada para os cálculos dos impulsos de pressão

Fonte: Guidelines for Prevention of Excessive Ship Vibration [7]

23

Com isso, determinamos a parcela cavitante dos impulsos de pressão. Lembrando

que, no projeto, os critérios de 5 a 10% de cavitação, devem ser aplicados para

fornecer uma proteção razoável contra a subdimensionamento das pás da hélice do

ponto de vista da cavitação instável.

3.3.2. Impulsos de Pressão – Parcela Não Cavitante

Para um propulsor convencional, os impulsos de pressão na frequência da pá

originados da não cavitação do propulsor, , podem ser calculados pela fórmula

simplificada:

Onde,

RPM do propulsor;

diâmetro do propulsor;

distância de r/R=0,9 para uma posição sobre o casco submerso quando a

pá está na primeira posição, vide Figura 3.12;

número de pás do propulsor;

3.3.3. Impulsos de Pressão Total

O total dos impulsos de pressão agindo sobre a parte local da superfície do casco

submerso pode então ser escrito como:

De acordo com [8], o nível máximo admissível para os impulsos de pressão induzidos

pelo propulsor é igual a:

24

4. Excitação – Motor Diesel de Propulsão

Principal

O motor diesel de baixa rotação pode ser uma fonte de vibração estrutural excessiva

se a frequência dos momentos do motor coincidirem com a frequência natural da viga

navio.

A excitação vibratória do motor diesel pode ser considerada como composta de três

componentes periódicas de força e três componentes periódicas de momento atuando

sobre a base do motor. Dois diferentes tipos de forças podem ser associados ao motor

de combustão interna: (a) forças de pressão de gás devido aos processos de

combustão (pares de força) e (b) forças inerciais produzidas pelas acelerações dos

componentes do motor (forças externas). A figura 4.1 mostra as forças e momentos

típicos que atuam sobre um motor diesel.

Figura 4.1 - Forças e momentos atuando no alicerce do motor diesel de baixa rotação

Fonte: Guidelines for Prevention of Excessive Ship Vibration [7]

25

Atualmente, o motor diesel de baixa rotação geralmente não produz forças livres, e a

excitações restantes são o momento de 1ª ordem nas direções transversal e vertical e,

o momento de 2ª ordem na vertical. Os valores das amplitudes dos momentos

verticais e transversais são geralmente tabelados na especificação do fabricante. O

momento de segunda ordem vertical, M2V, é a excitação do motor diesel de maior

preocupação.

De acordo com [7], na Tabela 4.1 esses momentos são listados para os dois mais

comuns motores utilizados. O motor de 6 cilindros produz um grande momento vertical

livre de 2ª ordem e é também o mais frequentemente reportado como fonte de

excitação de ressonâncias verticais na viga navio.

Tabela 4.1 - Momentos livres, KN.m - Motor diesel de baixa rotação

Nº de

cilindros

Tipo A Tipo B

Primeiro Segundo Primeiro Segundo

6 0 1780 0 1780

7 650 320 500 360

8 160 0 270 0

9 850 580 510 860

10 830 0 480 800

11 560 330 ... ...

12 0 0 0 0

Geralmente, quando o momento vertical de 2ª ordem excede mais que 500KN.m,

considerações especiais são tomadas nos casos onde existe o risco de entrar em um

das quatro ressonâncias verticais mais baixas da viga navio na faixa da velocidade de

serviço. As frequências de excitação são então:

Onde,

frequência de excitação do motor

revoluções por minuto do motor (rpm)

n inteiro (primeiro harmônico n=1)

26

5. Excitação – Eixo Longitudinal

A resposta dinâmica do eixo pode ser convenientemente divida em vibração

longitudinal, torcional e rotacional. Sua importância relativa como uma das fontes de

problemas de vibração para a estrutura e maquinário é dada esquematicamente na

Tabela 5.1.

Tabela 5.1 - Influência das Vibrações do Eixo sobre as Estruturas

Tubo

Telescópico Eixo

Mancal

de

Escora

Vibração

da Viga

Navio

Vibração da

Superestrutura

Vibração

local

Vibração longitudinal

x x x x

Vibração torcional

x x

x x

Vibração rotacional x x

5.1. Vibração longitudinal

A vibração longitudinal da linha de eixo excita uma vibração estrutural na sala de

máquinas, no duplo fundo e em outras estruturas locais na sala de máquinas assim

como uma vibração local e global na superestrutura através do mancal de escora, ou

pode excitar as máquinas de propulsão própria, isto é, o motor, a caixa redutora, e os

componentes do sistema de eixos. Ou seja, a vibração longitudinal do eixo é mais

importante a ser verificada neste projeto.

Usualmente, é no modo fundamental que ocorrem os maiores problemas de vibração.

Além disso, a massa total e a rigidez do mancal de escora são os parâmetros mais

importantes.

O projeto do mancal de escora pode ser qualquer um dos seguintes tipos: integrado

com o motor diesel, integrado com a caixa redutora, ou separado do motor e da caixa

redutora.

Mancal de Escora integrado ao Motor Diesel de Baixa Rotação: Como

atualmente, a maioria dos motores diesel de baixa rotação tem um mancal de

escora integrado na extremidade a ré do motor, este determinado tipo de

27

arranjo terá a rigidez do mancal de escora bastante constante,

independentemente da estrutura do duplo fundo. Assim, o modo fundamental

será uma função do tipo de motor, do número de cilindros e do comprimento do

eixo, a partir do motor até o propulsor.

Mancal de Escora integrado à Caixa Redutora: Na maioria das instalações de

média rotação o mancal de escora é integrado à caixa redutora. Nesses casos,

tanto a caixa redutora quanto a estrutura de sustentação são muito importantes

para a rigidez longitudinal total. Assim, os valores empíricos são de difícil

utilização na avaliação direta do modo fundamental.

Mancal de Escora separado do Motor e da caixa Redutora: Este tipo de arranjo

é comumente usado em motores grandes como turbinas de propulsão, mas é

pouco utilizado em instalações de motor diesel de baixa rotação. A variação da

rigidez global do mancal de escora devido ao projeto individual e ao

dimensionamento dos alicerces do mancal de escora e a estrutura do duplo

fundo podem ser significantes e limitam o uso de dados empíricos.

A seguir uma fórmula simples é dada a partir do qual uma estimativa aproximada do

modo fundamental pode ser obtida. Para o modo fundamental, que é uma simples

vibração em fase do conjunto eixo mais a massa do propulsor (incluindo a massa

virtual da água adicionada que é, aproximadamente, 60%do peso do propulsor), sobre

um ponto fixo no alicerce do mancal de escora, a estimativa da frequência natural

pode ser feita utilizando-se a fórmula para um sistema de massa/mola simples:

Onde,

frequência de excitação do eixo;

efetiva rigidez global do mancal de escora;

massa total do sistema

Cálculos da massa efetiva do sistema são efetuados e adicionam-se as massas do

propulsor (incluindo a massa virtual da água) e do sistema de eixos.

28

Em relação à rigidez global do mancal de escora, Det Norske Veritas de acordo com

[9], tem a partir de suas próprias investigações a seguinte experiência:

Figura 5.1- Original, equivalente e, simplificado sistema de vibração para o cálculo da ressonância

longitudinal do eixo no modo fundamental

Fonte: Guidelines for Prevention of Excessive Ship Vibration [7]

5.2. Vibração torcional

Forças de reação no alicerce do mancal de escora originadas pela vibração torcional

do eixo normalmente não produzem excitação na viga navio. No entanto, em navios

que possuem motor diesel de baixa rotação, a vibração na superestrutura foi

verificada. Isto foi devido principalmente a uma ressonância longitudinal torcional

excitada pelo motor na faixa da velocidade total.

A avaliação da vibração torcional do sistema de eixos está sujeita a requisitos de

normas de classificação. Condições de ressonância devem ser evitadas na faixa de

velocidade total.

29

5.3. Vibração rotacional

Na vibração rotacional, Figura 5.2, é interessante investigar a ressonância, pois ela

pode causar significativas:

Tensões dinâmicas adicionais no eixo propulsor próximo ao propulsor;

Perturbações no mancal de escora como superaquecimento ou desgaste;

Ampliação dinâmica de reações dos mancais; que é a causa da vibração

estrutural na popa.

O efeito principal de vibração rotacional ocorre na área do tubo telescópico, portanto,

esta é mais difícil reconhecer que a vibração longitudinal e torcional. De acordo com

[7], entre vários casos de desgaste do mancal do tubo telescópico, nos últimos anos, e

também a perda de um hélice, têm sido atribuídos à vibração rotacional.

A posição do ponto de apoio do mancal de escora e sua rigidez influenciam fortemente

a frequência natural. A dificuldade de obtenção de alta precisão nos cálculos de

frequências naturais reside nas determinações da rigidez e posição do ponto de apoio

do mancal de escora e, da massa adicional de água bem como seu momento de

inércia.

Figura 5.2 - Vibração rotacional do eixo

Fonte: Guidelines for Prevention of Excessive Ship Vibration [7]

30

6. Resposta – Estrutura do Navio

As forças de pulsação do propulsor e do motor diesel de baixa rotação podem causar,

diretamente sobre a superfície do casco ou indiretamente através do eixo, vibração

preocupante na estrutura do navio. O nível de vibração resultante depende:

Magnitude das forças de excitação e suas frequências

Propriedades dinâmicas na estrutura.

Métodos de cálculos simples para a investigação da frequência natural da viga navio

serão apresentados a seguir:

6.1. Vibração da Viga Navio

A forma de vibração da viga navio pode ser uma dos seguintes ou a combinação

destas:

Vibração flexional, vertical ou horizontal;

Vibração torcional;

Vibração longitudinal;

Normalmente, os modos de vibração vertical e longitudinal são ligeiramente

acoplados. Para navios com grandes escotilhas em particular, o acoplamento entre os

modos horizontal e torcional é importante. Assim, temos:

6.1.1. Vibração Flexional Vertical

A vibração flexional vertical do casco é o tipo mais importante de vibração ressonante

que pode ser excitada pelo momento livre de 2ª ordem do motor diesel de baixa

rotação na faixa da velocidade máxima, Figura 6.1. Portanto, para navios equipados

com um motor desequilibrado, tendo momentos livres de 2º ordem superior a

500KN.m, a investigação das frequências naturais e da resposta para os modos

verticais do casco de 2-5 nós deve ser realizada.

31

Figura 6.1 - Vibração vertical da viga navio de 2 a 5 nós

Fonte: Guidelines for Prevention of Excessive Ship Vibration [7]

Existem várias fórmulas semi empíricas que envolvem apenas alguns poucos

parâmetros principais. Estas fórmulas preveem a menor frequência natural com

precisão suficiente para avaliações preliminares. A fórmula apresentada por Kumai

[10] é a seguinte:

Onde,

momento de inércia (m4);

deslocamento incluindo a massa virtual de água

adicionada (kg);

comprimento entre perpendiculares (m);

boca à meia nau (m);

calado de projeto (m);

Esta fórmula possui uma faixa de precisão de quando comparada com o

método de elementos finitos.

32

Para os modos mais elevados:

Onde,

número de nós;

1,02 para petroleiros;

1,0 para graneleiros;

0,845 para cargueiros;

Para os modos mais elevados, entretanto, a precisão da fórmula é significativamente

reduzida devido, principalmente, pelo fato de que tanto a distribuição de massa quanto

a rigidez estão se tornando cada vez mais importantes no sistema de vibração.

6.1.2. Vibração Flexional Horizontal

Para o mesmo número de nós, as frequências naturais de vibração horizontal da viga

navio são normalmente maiores do que os modos verticais da viga navio - para um

navio convencional, da ordem de 50%. A ocorrência de condições ressonantes na

faixa de velocidade máxima é improvável uma vez que nenhuma fonte de excitação

importante existe, exceto o mar.

6.1.3. Vibração Torcional

A vibração torcional somente ocorre em navios porta-contentores com grandes

escotilhas. O centro de torção para esses navios é abaixo da quilha e, as forças

horizontais do propulsor podem gerar grandes momentos de torção.

6.1.4. Vibração Longitudinal

A vibração longitudinal da viga navio pode ser gerada pelas variações de empuxo do

propulsor e pela vibração longitudinal do eixo. Nos casos onde ocorrem grandes

variações de empuxo ou ressonância longitudinal do eixo na faixa de velocidade

máxima, a severidade da vibração da superestrutura depende da ressonância

longitudinal da viga navio e da ressonância da superestrutura.

33

7. Resposta – Superestrutura

A vibração da superestrutura é excitada pela vibração flexional e longitudinal da viga

navio, Figura 7.1. A deflexão total de vibração é formada por:

Deflexão por cisalhamento da superestrutura;

Deflexão do apoio da superestrutura e movimento de corpo rígido devido ao

acoplamento;

Vibração vertical da viga navio ou

Vibração longitudinal da viga navio ou ambas;

Figura 7.1 - Componentes de vibração da superestrutura

Fonte: Guidelines for Prevention of Excessive Ship Vibration [7]

A resposta dinâmica característica da superestrutura é primeiramente uma função da

rigidez de cisalhamento da superestrutura e da rigidez vertical da estrutura de

sustentação, e o grau de acoplamento dos modos da viga navio. O movimento de

corpo rígido da superestrutura é, principalmente, devido a ressonância vertical da viga

34

navio de 2 a 5 nós excitados pelo motor diesel de baixa rotação ou pela vibração

forçada na popa excitada pelo propulsor.

Existem vários métodos simples para cálculos de aproximação da frequência natural

da superestrutura no modo fundamental longitudinal. A frequência natural da

superestrutura é obtida pela soma de dois componentes de acordo com a fórmula que

se segue. Estes dois componentes são a frequência de rotação, , e a frequência de

deflexão por cisalhamento e por flexão, . A frequência de rotação é utilizada para

incluir a flexibilidade do suporte elástico e a frequência de deflexão por cisalhamento e

por flexão, a rigidez de cisalhamento dos painéis no interior da superestrutura. Elas

são calculadas separadamente:

Onde,

constante da mola (N/m);

comprimento da superestrutura (m);

massa da superestrutura (Kg);

raio de giração (m) ~ 0,6h;

altura da superestrutura (m);

área de cisalhamento (m2);

número de anteparas longitudinais;

espessura das anteparas longitudinais (m);

coeficiente transversal de cisalhamento (N/m2);

fator de correção devido a deformação por flexão ~ 0,9;

O resultado da frequência f torna-se:

35

A frequência natural de cisalhamento, , é uma tarefa razoável para avaliar, enquanto

que a frequência natural de rotação, , depende totalmente da estimativa da mola

representando a rigidez efetiva do suporte da superestrutura, k.

Figura 7.2 - Frequência de Rotação e Frequência de Cisalhamento da Superestrutura

Fonte: Guidelines for Prevention of Excessive Ship Vibration [7]

36

8. Ferramenta de Cálculo Desenvolvida

Com a contribuição dos capítulos anteriores foi desenvolvida uma planilha capaz de

estimar as frequências de excitação do propulsor, do motor e do eixo longitudinal.

Além de calcular as respostas da viga navio e da superestrutura para essas

excitações. Ainda, verifica a possibilidade de ressonância entre os componentes.

As abas da planilha serão então abordadas neste capítulo. Cada componente recebeu

uma aba específica para os cálculos.

8.1. Aba Holtrop

Para a determinação da resistência total ao avanço da embarcação e da estimativa de

potência propulsiva foram feitas duas abas (que se complementam) baseadas nos

papers de J. Holtrop [11] (Aba Holtrop) e Oosterveld [12] (Aba Série B, detalhada na

seçãoo 8.2).

Na presente aba os dados de entrada são os parâmetros de forma do navio

(características principais, forma da proa e da popa, e dos apêndices), parâmetros do

propulsor (diâmetro, número de pás, rotação e etc.) e do motor (quantidade, eficiência

de transmissão e margens). Nas figuras abaixo, encontram-se as tabelas presentes

nesta aba, com o exemplo de um navio AHTS.

Figura 8.1 – Dados de Entrada – Parâmetros de Forma – Exemplo AHTS

37

Figura 8.2 – Dados de Entrada – Parâmetros do Propulsor e do Motor – Exemplo AHTS

Com a ajuda das fórmulas encontradas no paper do Holtrop [11] alguns cálculos são

realizados e os resultados para o casco, o motor e o propulsor podem então ser

obtidos, também com a ajuda do paper do Oosterveld [12] que será abordado adiante.

Figura 8.3 – Cálculos Holtrop [11] – Exemplo AHTS

38

Figura 8.4 – Resultados obtidos Aba Holtrop – Exemplo AHTS

8.2. Aba Série B

Como dito anteriormente, as abas Holtrop e Série B se complementam. Por isso, os

resultados encontrados na Figura 8.4 para o motor, propulsor e casco, utilizam-se de

dados presentes também na aba Série B.

A aba Série B é baseada no paper do Oosterveld [12] onde a seleção de um propulsor

do tipo série B é realizada. Através de polinômios interpoladores, contidos na

Referência [12], e dos dados da embarcação fornecidos pela Aba Holtrop, um

propulsor tipo série B é selecionado para a embarcação.

8.3. Aba Fontes de Excitação

A aba Fontes de Excitação é baseada nas seções 3, 4 e 5 deste trabalho.

Para a estimativa da frequência de excitação do propulsor são consideradas as forças

de eixo e a fórmula utilizada está presente na subseção 3.2 (as forças induzidas de

pressão no casco encontram-se na aba seguinte). Tal fórmula possui como dados de

entrada o número de pás do propulsor e sua rotação por minuto (rpm).

Já para a estimativa da frequência do motor utilizou-se a fórmula contida na seção 4,

onde a frequência do propulsor foi considerada. Aqui, não foi levada em consideração

a presença de caixas redutoras.

39

Foi estimada também a frequência do eixo longitudinal, considerando apenas sua

frequência de excitação longitudinal através da fórmula disposta na subseção 5.1. Esta

fórmula possui como dados de entrada a massa total do eixo (massa do eixo + massa

virtual), e a rigidez efetiva do mancal. A massa do eixo deve ser estimada através de

simplificações e a massa total pode ser considerada como sendo acrescida de 60%

desse valor. Já a rigidez global efetiva do mancal de escora é uma constante que

depende da integração ou não do mancal ao motor.

8.4. Aba Pressão Induzida na Popa

Na aba Pressão Induzida na Popa são considerados os Impulsos de Pressão no

Casco abordados na subseção 3.3. Tais Impulsos são calculados através das fórmulas

empíricas presentes na dada subseção e há um limite admissível que deve ser

considerado. Estes impulsos são divididos em parcelas cavitantes e não cavitantes e,

a pressão total induzida não pode ser superior a 8500 N/m2.

Os dados de entrada nesta aba são parâmetros do propulsor, já definidos

anteriormente, além de coeficientes de esteira (que dependem do tipo de embarcação)

e as claras do propulsor, que devem ser calculadas pelo usuário.

8.5. Aba Resposta da Viga Navio

Na aba Resposta da Viga Navio são calculadas as frequências naturais da viga navio

da embarcação nos 4 primeiros modos. As formulas empíricas utilizadas estão

presentes na seção 6 deste trabalho.

Os dados de entrada são os parâmetros da forma, já conhecidos, o momento de

inércia vertical da embarcação, o deslocamento (incluindo a massa virtual) e um

coeficiente que depende do tipo do navio.

Vale lembrar que, para os modos mais elevados, as fórmulas empíricas não

representam tão bem os valores das frequências naturais da viga navio.

8.6. Aba Resposta da Superestrutura

Na aba Resposta da Superestrutura são calculadas as frequências naturais de

resposta da superestrutura quanto às fontes de excitação, sendo esta a mais

40

importante vibração nociva que deve ser evitada. Na seção 7 encontram-se as

fórmulas empíricas que foram utilizadas na planilha para realização dos cálculos.

Os dados de entrada são referentes à superestrutura da embarcação e são eles:

constante da mola, comprimento, massa, raio de giração, altura, número de anteparas

longitudinais, espessura das anteparas, área de cisalhamento, coeficiente transversal

de cisalhamento e um fator de correção. Destes parâmetros podemos citar que a

constante da mola, o raio de giração, a área de cisalhamento e o fator de correção são

estipulados pela Referência [7]. O comprimento da superestrutura, a massa, a altura, o

número de anteparas e suas espessuras são determinados pelo usuário e podem ser

obtidos, numa fase inicial de projeto, através de embarcações semelhantes. O

coeficiente transversal de cisalhamento é uma constante.

Assim, são estimadas as frequências naturais de rotação e cisalhamento da

superestrutura e, por fim, sua frequência natural de resposta.

8.7. Aba Avaliação de Ressonância

De acordo com a Tabela 2.1 deste trabalho, existe uma relação entre as fontes de

excitação e os itens de resposta. Assim, nesta aba é feita uma avaliação da

possibilidade de ressonância entre os componentes principais da embarcação.

Os dados de entrada são as frequências calculadas em toda a planilha. Estas

frequências foram consideradas através de uma faixa de .

41

9. Estudo de Caso e Resultados

Afim de validar a planilha desenvolvida neste trabalho, descrita no capítulo anterior,

serão estudadas duas embarcações de diferentes tipos de modo a verificar se a

planilha se comporta satisfatoriamente.Todas as embarcações e seus respectivos

dados foram retirados da Referência [13].

Para todas as embarcações serão definidas a excitação dos motores, linha de eixo e

propulsor, e a resposta da viga navio e da superestrutura, bem como uma investigação

da possibilidade de ressonância.

9.1. Navio Petroleiro

Um navio dos navios estudados foi o petroleiro apresentado na Figura 9.1 com os

dados mostrados na Tabela 9.1. Este navio possui 8 tanques de carga e 5 tanques de

lastro.

Figura 9.1 – Embarcação de Estudo – Navio Petroleiro

Fonte: OMAE 32 [13]

Tabela 9.1 – Dados Principais do Navio Petroleiro

42

De acordo com a Referência [13], o navio foi modelado em 3D no software PROSEC,

figura abaixo, e alguns dados pertinentes ao trabalho em questão foram então obtidos:

Figura 9.2 – Dados do Prosec – Navio Petroleiro

Fonte: OMAE 32 [13]

9.1.1. Resultados – Fontes de Excitação

Em um navio petroleiro comum, com um hélice convencional de 5 pás e uma rotação

aproximada de 125 rpm, tem-se:

Figura 9.3 – Frequência do Propulsor – Navio Petroleiro

43

E sua respectiva frequência no motor:

Figura 9.4 – Frequência do Motor – Navio Petroleiro

Através de uma estimativa da massa total do eixo, encontra-se também a frequência

longitudinal do eixo:

Figura 9.5 – Frequência do Eixo Propulsor – Navio Petroleiro

9.1.2. Resultados – Pressão Induzida na Popa

A pressão que o propulsor induz na popa do petroleiro pode ser então encontrada:

Figura 9.6 – Pressão Induzida na Popa pelo Propulsor – Navio Petroleiro

44

9.1.3. Resultados – Resposta da Viga Navio

Através do cálculo da inércia vertical da embarcação pelo programa PROSEC pôde-se

estimar a resposta da viga navio da embarcação:

Figura 9.7 – Dados de Entrada para Resposta da Viga Navio – Navio Petroleiro

Vale lembrar que para os modos mais elevados a precisão é significativamente

reduzida devida, principalmente, a distribuição de massa e a rigidez.

Figura 9.8 – Frequências de Resposta da Viga Navio – Navio Petroleiro

9.1.4. Resultados – Resposta da Superestrutura

Através de estimativas de componentes da supererestrutura de um navio petroleiro

como, massa, altura, comprimento, quantidade e espessura das anteparas

longitudinais, pôde-se estimar a frequência natural da superestrutura.

45

Figura 9.9 – Frequência Natural da Superestrutura – Navio Petroleiro

9.1.5. Resultados – Avaliação da Ressonância

Após o cálculo das frequências naturais dos principais componentes do navio

petroleiro é necessária uma avaliação sobre a possibilidade de ressonância entre os

mesmos. Para isso, foi utilizada como base a Tabela 2.1 deste trabalho onde as

relações de excitação e resposta estão expostas. Foi utilizada uma faixa de frequência

de .

No caso do navio petroleiro não há ressonância através da excitação do propulsor. As

faixas de frequências naturais do propulsor e da superestrutura não se encontram.

Além disso, a pressão induzida pelo propulsor na popa do navio é inferior à máxima

admissível.

46

Figura 9.10 – Avaliação de Ressonância do Propulsor – Navio Petroleiro

No presente caso, a planilha não aponta ressonância entre o motor e o primeiro modo

da viga navio.

Figura 9.11 – Avaliação de Ressonância do Motor – Navio Petroleiro

No caso do navio petroleiro não há ressonância através da excitação do eixo

propulsor. As faixas de frequências naturais do eixo, da superestrutura e do primeiro

modo da viga navio não se encontram.

47

Figura 9.12 – Avaliação de Ressonância do Eixo Propulsor – Navio Petroleiro

9.1.6. Resultados – Comparação Elementos Finitos 1D e 3D

De acordo com a Referência [13], o navio foi modelado em 1D e 3D no software

NASTRAN e suas frequências naturais foram então obtidas. Na figura abaixo têm-se o

navio petroleiro no primeiro modo de vibração nas duas modelagens:

Figura 9.13 – Modelo 3D e 1D – Navio Petroleiro no 1º Modo de Vibração

Fonte: OMAE 32 [13]

Tabela 9.2 – Frequências Naturais do Modelo 3D do Navio Petroleiro

Fonte: OMAE 32 [13]

48

Tabela 9.3 – Frequências Naturais do Modelo 1D do Navio Petroleiro

Fonte: OMAE 32 [13]

Diante da determinação das frequências naturais da viga navio nas modelações em

1D e 3D, estas foram comparadas com os encontradas no presente trabalho. Na

Tabela 9.4 a seguir estes resultados são então apresentados:

Tabela 9.4 – Comparação de Frequências Naturais da Viga Navio do Navio Petroleiro

Como pode ser visto, os valores encontrados no presente trabalho são muito

satisfatórios pois apresentam-se muito próximos aos encontrados nas modelações.

9.2. Navio AHTS

Outra embarcação de estudo foi o AHTS - Anchor Handling Tug Supply - é um tipo de

embarcação classificada como Embarcações de Apoio Offshore, cujas principais

funções são: manuseio de âncoras e de reboque de estruturas flutuantes, Figura 9.14.

Isso caracteriza o navio como tendo uma grande área de convés necessária para aas

operações, além de ter um sistema de propulsão que garante capacidade de reboque.

Além destas funções principais, o AHTS também exerce a função de navio de

abastecimento, porque ele pode fazer o transporte de granéis líquidos e sólidos, óleo

diesel, água doce, amarras, lama e cimento para as plataformas.

49

Figura 9.14 – Embarcação de Estudo – Navio AHTS

Fonte: OMAE 32 [13]

Tabela 9.5 – Dados Principais do Navio AHTS

Fonte: OMAE 32 [13]

De acordo com a Referência [13], o navio foi modelado em 3D no software PROSEC,

figura abaixo, e alguns dados pertinentes ao trabalho em questão foram então obtidos:

50

Figura 9.15 – Dados do Prosec – Navio AHTS

Fonte: OMAE 32 [13]

9.2.1. Resultados – Fontes de Excitação

Em um navio AHTS comum, com 2 hélice em tubulão de 4 pás e uma rotação

aproximada de 150 rpm, tem-se:

Figura 9.16 – Frequência do Propulsor – Navio AHTS

51

E sua respectiva frequência no motor:

Figura 9.17 – Frequência do Motor – Navio AHTS

Através de uma estimativa da massa total do eixo, encontra-se também a frequência

longitudinal do eixo:

Figura 9.18 – Frequência do Eixo Propulsor – Navio AHTS

9.2.2. Resultados – Pressão Induzida

A pressão que o propulsor induz na popa do AHTS pode ser então encontrada:

Figura 9.19 – Pressão Induzida na Popa pelo Propulsor – Navio AHTS

52

9.2.3. Resultados – Resposta da Viga Navio

Através do cálculo da inércia vertical da embarcação pelo programa PROSEC pôde-se

estimar a resposta da viga navio da embarcação:

Figura 9.20 – Dados de Entrada para Resposta da Viga Navio – Navio AHTS

Vale lembrar que para os modos mais elevados a precisão é significativamente

reduzida devida, principalmente, a distribuição de massa e a rigidez.

Figura 9.21 – Frequências de Resposta da Viga Navio – Navio AHTS

53

9.2.4. Resultados – Resposta da Superestrutura

Através de estimativas de componentes da supererestrutura de um navio AHTS como,

massa, altura, comprimento, quantidade e espessura das anteparas longitudinais,

pôde-se estimar a frequência natural da superestrutura.

Figura 9.22 – Frequência Natural da Superestrutura – Navio AHTS

9.2.5. Resultados – Avaliação da Ressonância

Semelhante ao navio petroleiro, após o cálculo das frequências naturais dos principais

componentes do navio AHTS é necessária uma avaliação sobre a possibilidade de

ressonância entre os mesmos. Para isso, foi utilizada como base a Tabela 2.1 deste

trabalho onde as relações de excitação e resposta estão expostas. Foi utilizada uma

faixa de frequência de .

No caso do navio AHTS há ressonância através da excitação do propulsor. As faixas

de frequências naturais do propulsor aqui estimado e da superestrutura se encontram

e desta forma, a solução seria a mudança na rotação do propulsor. Em relação à

pressão induzida pelo propulsor na popa do navio, esta é inferior à máxima admissível.

54

Figura 9.23 – Avaliação de Ressonância do Propulsor – Navio AHTS

No que se refere a excitação causada pelo motor do navio AHTS a planilha aponta

uma possível ressonância entre o motor e o primeiro modo da viga navio. Isto

acontece pois, a frequência do motor foi calculada com base na frequência do

propulsor. Assim, este problema logo é resolvido com a utilização de motores em

frequências mais elevadas em conjunto com caixas redutoras, o que normalmente

acontece nesse tipo de embarcação.

Figura 9.24 – Avaliação de Ressonância do Motor – Navio AHTS

Em relação ao eixo propulsor, no caso do navio AHTS não há ressonância através da

excitação. As faixas de frequências naturais do eixo, da superestrutura e do primeiro

modo da viga navio não se encontram.

55

Figura 9.25 – Avaliação de Ressonância do Eixo Propulsor – Navio AHTS

9.2.6. Resultados – Comparações

De acordo com a Referência [13], foram realizados testes de vibração no navio. Além

disso, o mesmo foi modelado em 3D no software NASTRAN e suas frequências

naturais foram então obtidas.

A Figura 9.26 mostra os resultados de vibrações verticais do casco do navio, tal como

medido por um acelerômetro situado na popa do navio. Os valores são apresentados

sob a forma de um gráfico da amplitude da velocidade de vibração como uma função

da frequência.

Figura 9.26 – Frequências Naturais da Viga Navio medidas por Acelerômetro – Navio AHTS

Fonte: OMAE 32 [11]

O navio AHTS também foi modelado em 3D em elementos finitos para que sua

frequência natural também fosse estimada dessa forma, como mostrado na figura

abaixo:

56

Figura 9.27 – Modelo 3D – Navio AHTS no 1º Modo de Vibração

Fonte: OMAE 32 [13]

Tabela 9.6 – Frequências Naturais do Modelo 3D do Navio AHTS

Fonte: OMAE 32 [13]

Diante da determinação das frequências naturais da viga navio nas medições e na

modelação em 3D, estas foram comparadas com as encontradas no presente

trabalho. Na Tabela 9.7 a seguir estes resultados são então apresentados:

Tabela 9.7 – Comparação de Frequências Naturais da Viga Navio do Navio AHTS

Como pode ser visto, os valores encontrados no presente trabalho são muito

satisfatórios pois apresentam-se muito próximos aos encontrados nas medições e na

modelação.

57

10. Conclusões e Recomendações

Ao longo de todo o trabalho buscava-se um método simples, preliminar e eficiente

para determinação de vibrações em navios.

Através da seleção e determinação dos parâmetros do propulsor e do motor, a planilha

aqui desenvolvida se mostrou capaz de, numa fase inicial de projeto, dar boas

estimativas quanto as frequências naturais dos principais componentes do navio. Além

disso, esta também avalia possíveis ressonâncias entre itens de excitação e de

resposta. O que torna o trabalho desenvolvido satisfatório.

É importante salientar que, apesar de terem sido encontrados bons resultados para o

caso do navio AHTS, esse método de estimativa através de fórmulas empíricas e,

principalmente, a planilha aqui desenvolvida deve ser utilizada para estimativas de

frequências de navios de deslocamento. Isto porque, todo o trabalho que foi

desenvolvido para enfim chegar a estas fórmulas foi baseado em navios deste tipo.

Para a utilização em outros tipos de navios, estas fórmulas precisam sofrer alguns

ajustes.

Para os trabalhos futuros algumas recomendações devem ser levadas em conta. Para

o cálculo da massa adicional na estimativa da frequência da viga navio, por exemplo,

foi desenvolvida uma fórmula mais precisa e ajustada, contida na Referência [14]. É

preciso melhorar também, a fórmula para o cálculo dos modos mais elevados de

frequência da viga navio.

58

11. Bibliografia

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Washington, D.C.,1978.

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59

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14. Ramscheid, F., Modelo Numérico Unidimensional para Análise de Vibração

do Casco de um Navio Petroleiro, Coppe UFRJ, Set. 2012.

60