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ANÁLISE FINANCEIRA Análise Financeira da Electricidade dos Açores, S.A. EDA – Análise Económico-Financeira Pág. 1 de 39

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ANÁLISE FINANCEIRA

Análise Financeira

da

Electricidade dos Açores, S.A.

EDA – Análise Económico-Financeira Pág. 1 de 26

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ANÁLISE FINANCEIRA

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................3

2. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR.......................................................................................................3

3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA....................................................................................................5

4. ANÁLISE DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO..........................................................................................6

5. ANÁLISE DA RENDIBILIDADE ECONÓMICA E FINANCEIRA....................................................11

6. POLÍTICA DE INVESTIMENTO E DE FINANCIAMENTO..............................................................14

7. MEDIÇÃO DO RISCO OPERACIONAL, FINANCEIRO E TOTAL..................................................15

EDA – Análise Económico-Financeira Pág. 2 de 26

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ANÁLISE FINANCEIRA8. EFEITO DE ALAVANCA FINANCEIRA............................................................................................17

9. PONTO CRÍTICO DAS VENDAS E MARGEM DE SEGURANÇA...................................................17

10. ANÁLISE DOS FLUXOS DE CAIXA..............................................................................................18

11. ANÁLISE COMPARATIVA DA EMPRESA COM O SECTOR......................................................22

12. ANÁLISE DA QUALIDADE DOS RESULTADOS.........................................................................22

13. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................................22

14. ANEXOS............................................................................................................................................22

EDA – Análise Económico-Financeira Pág. 3 de 26

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ANÁLISE FINANCEIRA

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objectivo fazer a análise económico-financeira da Electricidade dos Açores.

É uma análise dinâmica, abrangendo actividade da Empresa de 2006 a 2008. Cada exercício tem

início a 1 de Janeiro e finda a 31 de Dezembro do mesmo ano.

Inicia-se o presente trabalho com a caracterização da empresa e do sector no qual se insere,

seguindo-se a sua rigorosa análise, primeiro do balanço e demonstrações de resultados funcionais,

respectivos rácios e conclusões acerca do seu equilíbrio financeiro, rendibilidade e risco. Depois de

falarmos das políticas de investimento e financiamento, olharemos para os fluxos de caixa da

empresa e qualidade dos resultados, terminando com as considerações pertinentes, conclusões e

perspectivas de tendência futura, de acordo com a sua evolução nestes três anos.

2. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR

A cadeia de valor no sector eléctrico integra a produção, transporte, distribuição, comercialização e

consumo de energia eléctrica.

A produção, em centrais electroprodutoras - térmicas, hídricas e a partir de fontes renováveis, é

suficiente para satisfazer o consumo de energia eléctrica em Portugal Continental. Actualmente,

estas centrais concorrem em regime de mercado (mercado ibérico) com as centrais de produção

espanholas, através da importação. Esta energia é encaminhada para a rede de transporte, em alta ou

muito alta tensão, que a entrega às redes de distribuição, em níveis de tensão mais baixos, para

satisfação das necessidades dos consumidores.

De modo a manter as actividades do sector eléctrico abertas à entrada de novos operadores em

regime de mercado, foi separada a actividade de distribuição da actividade de comercialização de

energia eléctrica. Enquanto a distribuição veicula a energia nas condições técnicas adequadas

através das redes, a comercialização garante os procedimentos comerciais inerentes à venda a

grosso e a retalho de energia eléctrica.

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ANÁLISE FINANCEIRA

A produção de energia eléctrica em Portugal Continental é de origem predominantemente térmica.

Mais recentemente, tem vindo a aumentar a produção de energia a partir de fontes de energia

renovável, nomeadamente, aproveitamentos eólicos, aproveitamentos solares fotovoltaicos, centrais

mini-hídricas, bem como centrais térmicas a partir da combustão de biomassa e biogás.

De todas as fontes renováveis, os aproveitamentos eólicos e os mini-hídricos são os que maior fatia

representa na produção de electricidade. Tem igualmente aumentado o valor da energia eléctrica

produzida por co-geração (produção combinada de calor e electricidade em que é aproveitado o

calor gerado na combustão para fins industriais ou de aquecimento.

Actualmente, no sentido de diminuir os impactos ambientais do sector eléctrico, existem incentivos

à produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis.

A energia produzida nas centrais é entregue à rede de transporte, que a canaliza para as redes de

distribuição que a veiculam até às instalações dos consumidores. Uma parte da energia produzida,

nomeadamente a proveniente de energias renováveis, é injectada directamente nas redes de

distribuição de média e alta tensão em função da tecnologia de produção associada.

A rede de transporte está igualmente interligada com a rede espanhola em vários pontos do

território nacional, permitindo a realização de trocas de electricidade com Espanha, úteis quer do

ponto de vista da segurança dos sistemas eléctricos, quer do ponto de vista do fornecimento aos

consumidores de ambos os países (mercado ibérico). Estas ligações transfronteiriças permitem

ainda optimizar o fornecimento de energia eléctrica em termos económicos, promovendo a

concorrência entre os agentes produtores de ambos os países.

As redes de distribuição possibilitam a veiculação da energia eléctrica recebida da rede de

transporte, através das subestações, até às instalações consumidoras dos clientes.

O processo de liberalização dos sectores eléctricos da maior parte dos países europeus foi efectuado

de forma faseada, tendo começado por incluir os clientes de maiores consumos e níveis de tensão

mais elevados. Em Portugal foi seguida uma metodologia idêntica, tendo a abertura de mercado

sido efectuada de forma progressiva entre 1995 e 2006.

Na Região autónoma dos Açores existe apenas uma entidade que produz, transporta, distribui e

comercializa a energia eléctrica, sendo pelo momento um mercado monopolista.

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ANÁLISE FINANCEIRA

3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A EDA, S.A. com actividade desde o dia 20 de Junho de 1980, dia em que a Assembleia Regional

dos Açores aprovou uma proposta de Decreto Regulamentar Regional que visava a criação de uma

empresa regional que fosse capaz e suprir as necessidades do subsector energético – a electricidade,

que se encontrava em grandes dificuldades. Para este efeito, a 21 de Agosto do mesmo ano, foi

publicado o Decreto Regional nº 16/80/A, que previa a constituição de uma empresa pública

regional, com a designação de Empresa de Electricidade dos Açores, E.P. Constituída a 18 de

Agosto do ano seguinte, a EDA, E.P.

A EDA S.A. tem como objectivo o estabelecimento e a exploração de serviço público de produção,

transporte e distribuição de energia eléctrica no arquipélago.

Existe um posicionamento no mercado com um elevado investimento nas energias renováveis,

(salvaguardando o património ambiental) visando a independência energética dos Açores,

assumindo um papel fundamental no processo de desenvolvimento dos Açores.

O Grupo EDA é caracterizado por um elevado volume de negócios, empregando cerca de 700

trabalhadores.

O Grupo EDA é constituído:

Empresa de Electricidade e Gaz, Lda. na qual detém 99% do capital próprio;

Sociedade Geotérmica dos Açores, S. A. na qual detém 99,31% do capital próprio;

Sociedade Geoeléctrica da Terceira, S. A. na qual detém 50,04% do capital próprio,

Serviços de Engenharia, Gestão e Manutenção, Lda. no qual detém 90% do capital próprio,

Sociedade de Estudos e Apoio ao Desenvolvimento Regional, S. A. na qual detém 50,125%

do capital próprio;

Telecomunicações e Sistemas de Informação, S. A. na qual detém 60% do capital próprio;

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ANÁLISE FINANCEIRA

4. ANÁLISE DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO

Na análise de equilíbrio financeiro podemos ter a noção:

O equilíbrio está tanto mais assegurado quanto maior for o capital próprio e menor o alheio,

se o capital alheio estável estiver a médio e longo prazo tanto melhor para o equilíbrio.

Verifica-se tanto mais equilíbrio quanto mais os capitais permanentes cobrirem os

imobilizados e os outros activos de carácter permanente.

Quanto maior for a rentabilidade do capital total em relação ao juro a pagar ao capital

alheio, tanto melhor as condições de equilibro a prazo.

No Sentido de elaborar os documentos necessários à análise do equilíbrio financeiro, procedeu-se à

reordenação do Balanço Contabilístico, em ordem aos ciclos financeiros da empresa (investimento,

operacional e tesouraria) e em função do seu grau de liquidez e exigibilidade, tendo se obtido o

Balanço Funcional para os exercícios de 2006, 2007 e 2008 apresentados no quadro seguinte:

(Valores em €)

BALANÇO FUNCIONAL2006 2007 2008

Capital Próprio 150.252.912 169.965.964 176.325.926Capital Alheio Estável 256.374.683 249.275.022 250.278.468Capital Permanente 406.627.595 419.240.986 426.604.394

Activo Fixo 420.120.080 440.025.877 465.527.280Fundo de Maneio Funcional -13.492.485 -20.784.891 -38.922.886

Necessidades Cíclicas 95.025.926 51.863.321 65.836.017Recursos Cíclicos 16.446.840 35.800.743 36.271.178

Necessidades de Fundo de Maneio 78.579.086 16.062.578 29.564.839

Tesouraria Líquida -92.071.571 -36.847.469 -68.487.725

Na análise aos Balanços Analíticos, foram feitas algumas correcções na classificação das rubricas

de forma a criar o Balanço Funcional.

Respeitando ao imposto sobre rendimento, no capítulo do Activo, procedeu-se à alteração da

rubrica “Activos por impostos diferidos”. Não tendo certezas sobre se vão existir lucros fiscais no

futuro que possibilitem a recuperação das diferenças temporárias dedutíveis, trata-se de uma

situação típica de custos diferidos que devem ser deduzidos, por prudência, ao valor do capital

próprio (CP).

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ANÁLISE FINANCEIRA

Por outro lado, no capítulo do Capital Próprio e Passivo, respeitando ao imposto sobre rendimento,

na rubrica “Passivos por impostos diferidos”, considerou-se que o valor a pagar é de prazo superior

a 12 meses e por conseguinte tratou-se como um passivo a médio e longo prazo (CAE)

Analisando os Acréscimos e diferendos, no Capítulo do Activo, na rubrica “Acréscimos de

proveitos”, optou-se por classificar como Necessidades Cíclicas (NC): a energia a facturar e os

custos associados à convergência tarifária. Quanto aos proveitos financeiros e outros considerou-se

como Tesouraria Activa (TA).

Já no capítulo Capital Próprio e Passivo, na rubrica “Acréscimo de custos”, considerou-se o fundo

de pensões como CAE enquanto que a estimativa de custos a facturar de obras encerradas e o

ajustamento da compensação tarifária foi considerado como Recursos Cíclicos (RC). Os restantes

acréscimos de custos foram considerados como Tesouraria Passiva (TP). Na rubrica “Proveitos

diferidos”, que inclui Subsídios para o investimento, mereceu um cuidado especial. Assim, à

excepção dos proveitos diferidos relativos às licenças de CO2, todos os subsídios para o

investimento foram classificados como CP, de acordo com o SNC.

2006

2007

2008

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Fundo de Maneio FuncionalNecessidades de Fundo de ManeioTesouraria Líquida

4.1. Balanço Funcional

a) Fundo de Maneio Funcional

Quem faça a gestão de uma empresa, sabe o quão relevante a gestão do fundo de

maneio se torna, chegando a ser tão importante ou quase tão importante quanto a

geração de resultados por parte da empresa. Isto acontece porque o fundo de maneio

é o principal local onde a empresa se vê geralmente forçada a investir uma grande

parte da sua liquidez. As maiorias dos falhanços de empresas dão-se por falta de

liquidez e não por insolvência técnica.

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ANÁLISE FINANCEIRA

O Fundo de Maneiro Funcional é apurado pela diferença entre os capitais

permanentes e activo fixo.

O Fundo de Maneio pode ser um instrumento de avaliação do impacto da estratégia

financeira sobre o nível de segurança da empresa.

Fundo de Maneio = Capitais permanentes – Activo Fixo > 0

Verifica-se que o Fundo de maneio Funcional apresenta valores negativos, com uma

tendência de evolução ao longo dos três exercícios, derivado do aumento do activo

fixo, principalmente:

O aumento de 49 M€ de equipamento básico;

2006 2007 2008380,000,000390,000,000400,000,000410,000,000420,000,000430,000,000440,000,000450,000,000460,000,000470,000,000

Equipamento básico

O aumento de 10,8 M€ de imobilizado em curso;

O aumento de 11,4 M€ de investimento financeiros em partes de capital em

empresas do grupo.

2006 2007 20080

5,000,00010,000,00015,000,00020,000,00025,000,00030,000,00035,000,00040,000,00045,000,00050,000,000

Imobilizações em curso Partes de capital em empresas do grupo

O facto de ter um Fundo de Maneio negativo significa que parte dos fundos não

estáveis está a financiar os activos fixos, o que é um factor de risco.

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ANÁLISE FINANCEIRA

b) Necessidades de Fundo de maneio

As Necessidades de Fundo de Maneio são um meio de avaliação financeira dos

esforços da gestão operacional.

NFM = Necessidades Cíclicas – Recursos Cíclicos (saldo das contas relativas ao

ciclo de exploração: Compra, produção e distribuição).

As necessidades de Fundo de maneio apresentam uma tendência mista de

crescimento e regressão, demonstrando uma diminuição de 65 M€ de 2006 para

2007 e um aumento de 13 M€ de 2007 para 2008.

Como o valor das Necessidades de Fundo de maneio é positivo, nos exercícios em

estudo, representa as necessidades de financiamento do ciclo de exploração.

2006 2007 20080

10,000,00020,000,00030,000,00040,000,00050,000,00060,000,00070,000,00080,000,00090,000,000

100,000,000

Necessidades CíclicasRecursos Cíclicos

A grande diminuição do valor das Necessidades do Fundo de maneio verificada do

ano de 2006 para o ano de 2007 está relacionada:

Com a diminuição das necessidades cíclicas, no valor de 32 M€, relacionados

com os Custos associados à convergência tarifária do ano de 2006.

Com o aumento dos recursos cíclicos, pois existiu um elevado aumento de

acréscimos de custos – exploração, devido ao ajustamento da compensação

tarifária de 2007 no valor aproximado de 15 M€.

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ANÁLISE FINANCEIRA

O ligeiro aumento do valor das Necessidades de Fundo de maneio de 2007 para 2008

prende-se com o aumento das necessidades cíclicas:

Um aumento de matérias-primas, subsidiárias e de consumo, visto que a

variação ocorrida nas existências no final de 2008, deve-se ao aumento

verificado no fuel resultante do efeito conjugado do acréscimo do preço

médio unitário e da necessidade de garantir o nível de stock de segurança

adequado.

Um aumento de dívidas de terceiros – CP, por parte de clientes. O aumento

face ao saldo evidenciado a 31 de Dezembro de 2007, no montante de

aproximado de 9 M€, resulta dos valores facturados à REN em 2008 serem

significativamente superiores aos de 2007.

4.2. Mapa Tesouraria Líquida

A tesouraria Líquida obtém-se através da relação fundamental do balanço:

AF + NC + TA = CE + RC + TP ordenando a este agrupamento das contas ligadas às

decisões estratégicas e ao ciclo de exploração obtém-se TA – TP = (CE - AF) – (NC – RC)

resultando TRL = Fundo de Maneio Funcional – Necessidades de Fundo de Maneio. Esta

relação quantifica e caracteriza de uma forma mais rigorosa a definição de equilíbrio

financeiro.

Como o fundo de maneio funcional é parte dos fundos permanentes que ficam disponíveis para

financiar outros investimentos permanentes (que não imobilizado) e como as Necessidades de fundo

de maneio são investimentos de carácter permanente, então conclui-se que existe equilíbrio

financeiro se o FMF – NFM = ou> 0.

A Tesouraria líquida não é afectada por qualquer decisão de curto prazo e mostra que o equilíbrio

financeiro é resultado da política estratégica (Fundo de maneio funcional) e politica de gestão

operacional (necessidades de fundo de maneio).

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ANÁLISE FINANCEIRA

A Tesouraria Líquida nos 3 exercícios é negativa, existindo um ligeiro aumento de 2006 para 2007,

seguido de uma diminuição de 2007 para 2008.

A situação, dos três exercícios em análise, indica a existência de investimentos permanentes a serem

financiados por financiamentos de curto de prazo.

Nos períodos em análise a empresa apresenta um desequilíbrio financeiro.

4.3. Situação Financeira

A Eda, S. A. apresenta, nos exercícios em estudo, o Fundo de Maneio negativo, as Necessidades de

Fundo de Maneio positivas e Tesouraria Líquida negativa.

Esta situação é muito delicada e de elevado risco, pois os capitais estáveis são insuficientes para

financiar o activo fixo.

A situação financeira mais delicada acontece em 2006, uma que é o ano que a tesouraria líquida é

mais negativa.

     2006 2007 2008

   

Liquidez Geral 0,50 0,37 0,36

Liquidez Reduzida 0,48 0,35 0,33

Na análise do rácio de liquidez geral (Liquidez Geral = Activo circulante / Passivo circulante),

sendo o activo corrente aquilo que a empresa transforma em dinheiro no prazo de 1 ano e o passivo

corrente aquilo que a empresa tem que pagar nesse mesmo período.

Podemos concluir que a EDA, S.A. não possui activos de curto prazo suficientes para cobrir os

compromissos de curto prazo.

Verifica-se uma diminuição da liquidez geral do ano 2006 para o ano 2007, associada a uma

diminuição de 38,5 M€ em acréscimos de proveitos de exploração.

EDA – Análise Económico-Financeira Pág. 12 de 26

Page 13: Analise financeira EDA,S.A

ANÁLISE FINANCEIRAEsta situação de liquidez não chega para concluir o desequilíbrio da empresa, indica sim as

dificuldades de satisfazer compromissos de curto prazo com activos circulantes.

5. ANÁLISE DA RENDIBILIDADE ECONÓMICA E FINANCEIRA

A análise de demonstração de resultados permite-nos avaliar a estrutura de proveitos e custos, a sua

evolução ao longo dos anos e a sua influência na formação de resultado operacional, corrente e

líquido.

As Demonstrações Individuais de Resultados da EDA encontram-se no Anexo ?.

Para uma melhor compreensão das rubricas, com vista à elaboração das Demonstrações Individuais

de Resultados Funcionais, nos “Outros rendimentos e ganhos” e nos “Outros gastos e perdas” foram

evidenciados os respectivos valores extraordinários (ver Anexo ?).

A Demonstração Individual de Resultados Funcional, para os períodos de 2006 a 2008, encontra-se

no Anexo? e os seus principais valores estão descritos no quadro seguinte:

DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL DE RESULTADOS FUNCIONAL

(Valores em Euros)

RENDIMENTOS E GASTOS PERÍODOS

  2006 2007 2008Margem bruta 46.226.969 51.809.042 50.136.555

Resultado operacional 12.701.110 19.609.918 18.254.442Resultado corrente 5.670.153 7.827.476 5.690.761

Resultado antes de impostos 10.014.507 11.884.349 10.446.460Resultado líquido do período 8.771.798 11.273.943 9.610.915

Da análise do quadro anterior, verifica-se que os principais valores representados são todos

positivos e que sofreram um aumento mais significativo de 2006 para 2007 e, posteriormente, uma

ligeira redução para 2008.

O aumento de 2006 para 2007 deveu-se essencialmente ao aumento dos ganhos/perdas das

empresas do grupo, tendo essa variação sido de 106,70 % (de 3.258.782€ para 6.737.105€).

Assim, a EDA, S.A. melhorou a sua eficiência económica de 2006 para 2007, mas piorou em 2008,

uma vez que esta foi a evolução do resultado que remunera os accionistas. Apesar dos resultados

líquidos serem sempre positivos ao longo dos três anos em análise, esses valores muito se devem

aos ganhos extraordinários que representam, em média, 46% dos primeiros. Esses ganhos

EDA – Análise Económico-Financeira Pág. 13 de 26

Page 14: Analise financeira EDA,S.A

ANÁLISE FINANCEIRAextraordinários dizem respeito às comparticipações financeiras do Estado relativas à convergência

tarifária.

Com vista a uma análise mais fidedigna das rendibilidades económica e financeira, foram

calculados os seguintes rácios que estabelecem relações entre contas e agrupamento de contas do

Balanço e Demonstração de Resultados:

RÁCIOS   

ECONÓMICOS 2006 2007 2008Rendibilidade Operacional Vendas 0,10 0,14 0,12Rendibilidade Líquida das Vendas 0,07 0,08 0,06   FINANCEIROS 2006 2007 2008Autonomia Financeira 0,15 0,19 0,19Solvabilidade 0,17 0,24 0,24   ECONÓMICO-FINANCEIROS 2006 2007 2008Rendibilidade do Activo 0,03 0,05 0,04Rendibilidade Líquida do Activo 0,02 0,02 0,02Rendibilidade do Capital Próprio 0,11 0,11 0,09

O rácio da Rendibilidade Operacional das Vendas traduz a contribuição das vendas para o resultado

operacional da empresa. A média desse valor durante os três anos analisados foi de 12% e a

variação anual foi pouco significativa.

O rácio da Rendibilidade Líquida das Vendas traduz a contribuição das vendas para o resultado

líquido da empresa. A média desse valor durante os três anos analisados foi de 7% e a variação

anual foi muito pouco significativa.

O rácio da Autonomia Financeira aumentou de 2006 para 2007 e manteve-se constante até ao final

de 2008. O aumento nos dois anos iniciais deveu-se essencialmente ao valor dos resultados

transitados (crescimento de 2.069.646€ para 21.363.248€) que teve como consequência o aumento

do capital próprio. O valor constante de 2007 para 2008 significa que o capital próprio e o activo

aumentaram na mesma proporção. Assim, a evolução deste rácio indica que a EDA tem uma

estrutura de financiamento pouco sólida e sem tendências de melhoria (no final de 2008, o activo

foi financiado de apenas 19% de capitais próprios).

EDA – Análise Económico-Financeira Pág. 14 de 26

Page 15: Analise financeira EDA,S.A

ANÁLISE FINANCEIRAÀ semelhança do rácio anterior, o rácio da Solvabilidade também aumentou de 2006 para 2007 e

manteve-se constante até ao final de 2008. O aumento nos dois anos iniciais deveu-se

essencialmente aumento do capital próprio (crescimento do valor dos resultados transitados) e à

diminuição do passivo (principalmente devido à redução das dívidas de curto prazo a instituições de

Crédito). O valor constante de 2007 para 2008 significa que o capital próprio e o passivo variaram

na mesma proporção. Assim, a evolução deste rácio indica que o passivo da empresa tem um peso

significativo quando comparado com o valor do capital próprio.

Os rácios da Rendibilidade do Activo e da Rendibilidade Líquida do Activo avaliam o desempenho

dos capitais investidos na empresa. Esses valores são muito baixos e constantes, se bem que o

primeiro teve variações ténues ao longo dos três anos estudados. Por conseguinte, conclui-se que a

influência do activo nos resultados operacional e líquido é muito pouco significativa.

O rácio da Rendibilidade do Capital Próprio foi praticamente constante entre 2006 e 2008, tendo

ocorrido apenas uma ligeira redução de 2% de 2007 para 2008 (nesse último ano o valor foi de 9%).

Consequentemente, constata-se que os resultados líquidos variaram numa proporção semelhante à

do capital próprio (a pequena variação em 2008 deveu-se a um ligeiro aumento no capital próprio e

a uma ligeira redução no resultado líquido) e que o capital próprio influencia pouco o resultado

líquido.

6. POLÍTICA DE INVESTIMENTO E DE FINANCIAMENTO

Em todos os exercícios em análise, observa-se no balanço funcional que o Fundo de maneio é

sempre negativo, implicando que a empresa tem capitais permanentes insuficientes para financiar o

activo fixo.

2006 2007 2008-45,000,000-40,000,000-35,000,000-30,000,000-25,000,000-20,000,000-15,000,000-10,000,000

-5,000,0000

Fundo de Maneio Funcional

EDA – Análise Económico-Financeira Pág. 15 de 26

Page 16: Analise financeira EDA,S.A

ANÁLISE FINANCEIRA

Em simultâneo apresenta uma Tesouraria Líquida negativa nos três anos.

Conforme anteriormente mencionado, o triénio em estudo caracteriza-se por um grande

investimento em termos de instalações e equipamentos, como o aumento de 49 M€ de equipamento

básico, com uma forte aposta na melhoria de processos e produtividade.

2006 2007 2008-100,000,000

-80,000,000

-60,000,000

-40,000,000

-20,000,000

0

Tesouraria Líquida

Sabendo que o tipo de financiamento de uma empresa pode ser definido por quatro estratégias

distintas - ortodoxa, defensiva, agressiva e arriscada - podemos concluir, a partir da análise dos três

anos, que a empresa aplica uma estratégia arriscada. Desta forma, os capitais permanentes são

insuficientes para financiar o activo fixo (Capitais permanentes < Activo Fixo) e, em simultâneo,

apresenta Tesouraria Líquida negativa (TRL<0).

Neste caso, é necessário referir que a EDA, S.A. é uma empresa monopolista, pois é aquela que

exerce o controlo de produção, distribuição e oferta, dominando por completo o mercado do sector

energético dos Açores.

7. MEDIÇÃO DO RISCO OPERACIONAL, FINANCEIRO E TOTAL

A partir da demonstração de resultados funcional e da estrutura de gastos fixos e variáveis iremos

analisar o risco operacional e o risco financeiro da empresa, baseados nos graus de Alavanca

Operacional (GAO), Alavanca Financeira (GAF) e Alavanca Combinado (GAC).

RISCO DO NEGÓCIO 2006 2007 2008Grau de Alavanca Operacional (GAO) 3,64 2,64 2,75

RISCO FINANCEIRO 2006 2007 2008EDA – Análise Económico-Financeira Pág. 16 de 26

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ANÁLISE FINANCEIRA

Grau de Alavanca Financeira (GAF) 2,24 2,51 3,21

RISCO GLOBAL/COMBINADO 2006 2007 2008Grau de Alavanca Combinada (GAC) 8,15 6,62 8,81

A determinação do Grau de Alavanca Operacional (GAO) está relacionada com a percepção do

risco operacional do negócio, evidenciada pelo impacto da variação das vendas nos resultados

operacionais. Para essa equação, entram os custos totais das vendas, sejam estes variáveis ou fixos.

No caso da EDA, S.A. o GAO tem evolução praticamente constante verificando-se uma diminuição

de 2006 para 2008, e um ligeiro aumento de 2007 para 2008. Verifica-se que, nos exercícios em

estudo, os custos fixos são praticamente constantes o que implica:

A diminuição verificada no GAO de 2006 para 2007 é o reflexo do aumento de 6,9 M€ nas

vendas e serviços prestados.

O aumento do GAO de 2007 para 2008 está associado, principalmente, a um aumento de

20 M€ nos custos das mercadorias vendidas e das matérias consumidas associadas ao fuel

resultante do efeito conjugado do acréscimo do preço médio unitário e a necessidade de

garantir o nível de stock de segurança adequado.

Como o valor do grau de alavanca operacional é reduzido, podemos afirmar que a EDA, S.A. tem

um risco operacional reduzido, pois não se trata de uma empresa com elevados custos fixos.

A análise do risco financeiro não pode ficar apenas pela análise do balanço, pois uma empresa pode

ter uma estrutura financeira equilibrada, mas com uma rentabilidade tal que não lhe permita pagar

os encargos financeiros resultantes da dívida. O Grau de alavanca financeira permite analisar e

concluir se o endividamento está ser favorável ou prejudicial à rentabilidade dos capitais próprios.

No caso do risco financeiro, medido através do Grau de Alavanca Financeira (GAF), o panorama da

EDA apresenta valores razoáveis, que evidenciam uma certa segurança para o investidor. Com

efeito, a variação ao longo dos anos não é muito significativa aumentando ligeiramente. Então

verificamos que uma variação 1% nos resultados operacionais terá um impacto nos resultados por

acção de 2,24% em 2006, de 2,51% em 2007 e 3,21% em 2008.

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ANÁLISE FINANCEIRAO grau de alavanca combinado é definido como a capacidade da empresa em usar custos fixos,

tanto operacionais como financeiros, para aumentar o efeito de variação de vendas no lucro por

acção, ou seja, mede a sensibilidade do resultado corrente às variações do volume de vendas.

Pelo que já foi exposto, será quase óbvio prever o risco global da EDA, pois o rácio de cálculo para

o Grau de Alavanca Combinado (GAC) articula o GAO e o GAF.

Esse risco global não é elevado, fruto, sobretudo do bom GAO da empresa. Contudo, é de realçar a

variação de 2006 para 2007, com uma redução em 19%, pelo já citado aumento de 6,9M€ nas

vendas e serviços prestados.

8. EFEITO DE ALAVANCA FINANCEIRA

A rentabilidade dos capitais próprios é afectada por um lado pelo grau de alavanca financeira e, por

outro, pela estrutura de capital utilizada. O efeito da política financeira sobre a rendibilidade dos

capitais próprios designa-se por efeito de alavanca financeira.

Efeito de Alavanca financeira = Efeitos de encargos Financeiros * Múltiplo da estrutura financeira

2006 2007 2008

Efeitos de encargos Financeiros RC/RO 0,44 0,39 0,37

Múltiplo da estrutura Financeira AE/CP 6,7 5,16 5,2

Efeito Alavanca Financeira 3,01 2,06 1,62

No caso do Efeito de Alavanca Financeira (EAF), este é sempre superior a 1, demonstrando que

existe efeito de alavanca financeira. Isto significa que o efeito tem impacto positivo na

Rendibilidade dos Capitais Próprios, demonstrando a investidores que, neste período, o

endividamento é benéfico para a empresa.

9. PONTO CRÍTICO DAS VENDAS E MARGEM DE SEGURANÇA

Sendo o peso dos custos fixos (CF) relativamente constante nos três exercícios, o crescimento das

vendas em 2007 melhora a Margem Bruta (MB) uma vez que os CMVMC+FSE se mantêm

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ANÁLISE FINANCEIRAsensivelmente estáveis. Por conseguinte estas variações representam uma redução no Ponto Crítico

de Vendas_valor (PCV_valor) e uma melhoria significativa da Margem de Segurança (MS) em

2007. Desta forma o risco do negócio melhora.

Em 2008 as vendas crescem 14% sem contudo afectar significativamente a Margem Bruta. Tal

representa um aumento do PCV_valor.

Assim, temos que o risco de negócio é baixo porque a MS melhorou significativamente em 2007

(+38%) e não variou muito em 2008 (-4%), mesmo com um aumento do PCV_valor. Tal significa

que a empresa para atingir o PCV pode suportar uma quebra de vendas na ordem dos 36% em 2008.

RISCO DO NEGÓCIO 2006 07/06 2007 08/07 2008Grau de Alavanca Operacional (GAO) 3,64 -27% 2,64 4% 2,75Ponto Crítico das Vendas_Valor (PCV_valor) 95.140.179 -10% 85.850.832 17% 100.552.965

Margem de Segurança (MS) 27,5% 38% 37,9% -4% 36,4%

10. ANÁLISE DOS FLUXOS DE CAIXA

Os Fluxos de Caixa permitem uma análise da geração de meios financeiros e da sua utilização no

período em questão, explicando assim, a formação das respectivas disponibilidades da empresa. De

forma mais abrangente, pode-se considerar que os fluxos de tesouraria fornecem uma visão geral

dos sucessivos saldos de caixa ao longo dos diversos ciclos financeiros (exploração, investimento e

financiamento). Enquanto a demonstração de resultados representa a evolução económica da

empresa, os Fluxos de caixa mostram a evolução financeira.

No estudo em causa, importa referir que o mapa de fluxos de caixa foi construído pelo método

directo, reflectindo de uma forma mais exacta as variações dos fluxos nos períodos.

10.1. Análise de fluxos de caixa das actividades operacionais

Mapa de Fluxos de caixa

Rubricas

2006 2007 2008

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ANÁLISE FINANCEIRAFluxo de Caixa das actividades operacionais -

Método Directo

Recebimento de Clientes 97.405.893 208.501.840 168.157.256

Pagamento a Fornecedores -92.050.983 -96.004.803 -121.022.412

Pagamento ao Pessoal -25.949.879 -27.394.558 -28.220.460

Caixa Gerada Pelas operações -20.594.969 85.102.479 18.914.384

Pagamento/Recebimento de impostos sobre o

Rendimento-2.277.252 1.583.127 -9.679.574

Outros recebimentos/Pagamentos 6.880.247 7.514.798 9.541.386

Fluxo de Caixa das Actividades operacionais (1) -15.991.974 94.200.404 18.776.196

Podemos então afirmar que o ciclo operacional não é sempre gerador de fluxos positivos, pois em

2006 o Fluxo de caixa é negativo.

O valor recebido por parte dos clientes não é suficiente para cobrir as despesas de fornecedores e

do pessoal, principalmente devido aos custos associados à convergência do tarifário, que são

anualmente fixados pela ERSE (entidade reguladora dos serviços energéticos), liquidando, numa

base provisória, o montante de 33.634.709 € em referência ao exercício findo em 31 de Dezembro

de 2006.

O fluxo de caixa em 2007 e 2008 é positivo, derivado principalmente do aumento dos recebimentos

por parte dos clientes.

Verifica-se um aumento significativo de dos Fluxos de caixa de 2006 para 2007, enquanto que de

2007 para 2008 verifica-se uma significativa diminuição.

O elevado aumento dos Fluxos de caixa de 2006 para 2007 está associado:

Um aumento de 53% de recebimentos por parte dos clientes, correspondendo a um

acréscimo de 111 M€ em 2007. Este aumento está associado aos custos da convergência

tarifária de 112.564.980€, que seriam recuperados no período de 10 anos, cedidos no

exercício de 2007 de forma definitiva a terceiros independentemente da forma de liquidação

que estava prevista.

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ANÁLISE FINANCEIRAA regressão que se verifica do ano 2007 para 2008 deve-se:

Uma diminuição de 23% no recebimento por parte dos clientes, resultando em um

decréscimo de 40M€.

Um aumento de 20% no pagamento a fornecedores, correspondendo um acréscimo

verificado de 25M€.

Um aumento de 83% no pagamento de impostos sobre o rendimento, pois em 2007 a EDA,

S.A. tinha recebido por parte do estado 1,5M€, enquanto que em 2008 pagou perto 9 M€.

10.2. Análise de fluxos de caixa das actividades de investimento

Mapa de Fluxos de caixa

Rubricas

2006 2007 2008

Fluxo de Caixa das actividades de

investimento

Pagamentos respeitantes a:

Activos Fixos Tangíveis-

32.490.675

-

18.643.191

-

29.729.689

Activos Intangíveis -180.242

Investimentos Financeiros -833.164 -201.173

Recebimentos provenientes de:

Investimentos Financeiros 921.480

Subsídios de investimento 1.870.061 1.360.193 2.013.086

Dividendos 380.938 385.579 570.006

Fluxo de

Caixa das

Actividades

investimento

(2)

-

31.253.082

-

16.897.419

-

26.426.290

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ANÁLISE FINANCEIRA

Observando a tabela acima, podemos concluir que o ciclo de investimento de 2006 é consumidor de

fluxos financeiros, o ciclo em 2007 é consumidor de fluxos de exploração e o ciclo em 2008 é

financiado por parte do fluxo de financiamento e por parte do fluxo de exploração.

Podemos ainda verificar que o fluxo de investimento diminui de 2006 para 2007, sensivelmente

51%, isto acontece porque os pagamentos respeitantes a activos fixos tangíveis diminui.

Na transição de 2007 para 2008 verifica-se um aumento de 35% dos pagamentos respeitantes a

activos fixos tangíveis.

Os subsídios de investimento não sofreram grandes alterações nos três exercícios em estudo,

diminuindo de 2006 para 2007 e aumentando de 2007 para 2008.

Desta forma podemos dizer que nos últimos três anos a empresa pagou cerca de 85 M€ por activos

fixos tangíveis, concluindo que a política de investimento da empresa é forte.

A análise do ciclo de operacional e de investimento mostra um desequilíbrio forte em termos de

fluxos, sendo que os fluxos gerados no ciclo operacional de 2006 e 2008 não são suficientes para

cobrir os fluxos consumidos no ciclo de investimento.

10.3. Análise de fluxos de caixa das actividades de financiamento

Mapa de Fluxos de caixa

Rubricas

2006 2007 2008

Fluxo de Caixa das actividades

de financiamento

Recebimentos provenientes de:

Financiamentos Obtidos262.447.67

6

477.760.41

3

336.021.04

6

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ANÁLISE FINANCEIRAEmpréstimos concedidos às

participadas816.000

Juros e Gastos Similares 539.478 1.357.526 597.853

Pagamentos respeitantes a:

Financiamentos Obtidos

-

206.525.33

5

-

540.172.29

7

-

312.185.61

9

Empréstimos concedidos às

participadas-137.635

Juros e Gastos Similares -8.609.651-

12.701.349

-

12.619.040

Dividendos -3.150.000 -4.900.000

Fluxo de

Caixa das

Actividades

financiamento

(3)

48.530.533-

76.905.7076.914.240

Analisando os Fluxos de Financiamento, dos exercícios em estudo, verificamos:

Na transição 2006 para 2007 tiveram uma queda acentuada de 125 M€, devido

principalmente a pagamentos de empréstimos bancários obtidos.

Na transição de 2007 para 2008 verifica-se um aumento acentuado do Fluxo de

investimento, pois os pagamentos referentes a empréstimos bancários obtidos diminuem

perto de 227 M€.

Mapa de Fluxos de caixa

RubricasVariações de caixa e seus equivalentes

(1+2+3)1.285.477 397.278 -735.854

Efeito das diferenças de câmbio 0 0 0Caixa e seus equivalentes no início do 59.630 1.345.108 1.742.385

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ANÁLISE FINANCEIRAperíodo

Caixa e seus equivalentes no fim do período

1.345.107 1.742.386 1.006.531

É também possível concluir que o saldo em caixa no final do período é sempre positivo. No ano de

2006 para o ano de 2007 aumentou perto de 23% e do ano de 2007 para 2008 verifica-se um

decréscimo de aproximadamente 43%.

Analisando a situação financeira global, podemos inferir que a geração de fluxos de caixa criada

pelo ciclo de operação e de financiamento é suficiente para compensar o défice de fluxo

apresentado pelo ciclo de investimento.

11. ANÁLISE COMPARATIVA DA EMPRESA COM O SECTOR

12. ANÁLISE DA QUALIDADE DOS RESULTADOS

Tal como em todas as análises financeiras, o papel preponderante deve ser atribuído, além da

informação quantitativa, à informação qualitativa. Na análise efectuada às demonstrações

contabilísticas em estudo, não foram encontradas grandes diferenças de valorização dos diferentes

activos da empresa, nem qualquer tipo de alteração dos princípios contabilísticos adoptados nos

diferentes anos.

A certificação das contas, por técnicos independentes, sem existirem quaisquer tipos de reservas, é

um indicativo disso mesmo. Ao avaliar uma empresa com acesso a qualquer tipo de informação vai

simplificar o trabalho do analista.

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Page 25: Analise financeira EDA,S.A

ANÁLISE FINANCEIRAAo longo do estudo dos três exercícios não registamos nenhum indício que nos permitisse salientar

qualquer erro nesta análise. Aparentemente, não existe de perigo de manipulação das demonstrações

financeiras, sendo que as tendências, por exemplo, nos rácios funcionais são constantes, variando

ligeiramente de ano para ano. Aliás, todas as variações assinaláveis estão perfeitamente explicadas e

devidamente enunciadas, como opções estratégicas, de exploração ou de investimento.

Analisando a situação financeira global, concluímos que a geração de fluxos de caixa criada pelo

ciclo de operação e de financiamento é suficiente para compensar o défice de fluxo apresentado

pelo ciclo de investimento.

A EDA, S.A. demonstrando que existe efeito de alavanca financeira (EAF >1). Isto significa que

neste período, o endividamento tem sido benéfico para a empresa.

Os activos fixos usados na geração de proveitos estão em boas condições de funcionamento, devido

ao constante investimentos nos exercícios em estudo.

Relativamente ao caso do sector, e à comparação dos resultados da EDA, S.A com os resultados das

restantes empresas, levanta algumas questões. Em primeiro lugar, e tal como mencionado na análise

comparativa da empresa com o sector, deste trabalho, existiu alguma dificuldade em encontrar um

grupo de empresas que pela sua dimensão/volume de vendas pudesse ser mais indicado à execução

deste trabalho e em segundo lugar, ao facto associado de a EDA, S.A. operar num mercado

monopolista.

13. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este estudo pretendeu-se analisar os relatórios de contas da EDA, S.A. de 2006 a 2008, de

modo a compreender a sua situação financeira.

Ao longo dos anos em estudo podemos afirmar que a EDA se encontra-se em equilíbrio financeiro.

A Tesouraria Líquida da empresa, muito embora vá diminuindo, mantém-se positiva.

A empresa durante os anos em estudo apresentou uma componente de investimento muito forte,

com o aumento de 85 M€ de equipamento básico,de imobilizado em curso, de de investimento

financeiros em partes de capital em empresas do grupo, etc…

…….

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ANÁLISE FINANCEIRA

14. ANEXOS

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