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ANÁLISE ESTRUTURAL DE MASTER LINK EM MANOBRAS DE LANÇAMENTO DE DUTOS FLEXÍVEIS João Vitor Guimarães Rodrigues Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Bruno Martins Jacovazzo Rio de Janeiro Setembro de 2016

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ANÁLISE ESTRUTURAL DE MASTER LINK EM MANOBRAS DE

LANÇAMENTO DE DUTOS FLEXÍVEIS

João Vitor Guimarães Rodrigues

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Bruno Martins Jacovazzo

Rio de Janeiro

Setembro de 2016

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ANÁLISE ESTRUTURAL DE MASTER LINK EM MANOBRAS DE

LANÇAMENTO DE DUTOS FLEXÍVEIS

João Vitor Guimarães Rodrigues

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

____________________________________________

Prof. Bruno Martins Jacovazzo, D.Sc.

____________________________________________

Prof. Sergio Hampshire de Carvalho Santos, D.Sc.

____________________________________________

Prof. Mauro Henrique Alves de Lima Junior, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

SETEMBRO DE 2016

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ii

Rodrigues, João Vitor Guimarães

Análise Estrutural de Master Link em Manobras de

Lançamento de Dutos Flexíveis/ João Vitor Guimarães Rodrigues. –

Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2016.

IX, 70 p.: il.: 29,7 cm.

Orientador: Bruno Martins Jacovazzo

Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/Curso de

Engenharia Civil, 2016.

Referências Bibliográficas: p. 69.

1. Análise Estrutural. 2. Dutos Flexíveis. 3. Masterlink. 4.

Outboarding. I. Jacovazzo, Bruno Martins. II. Universidade Federal

do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil.

III. Título.

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À minha família, em especial aos meus pais e irmã, pelo carinho e apoio durante

toda minha formação acadêmica.

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iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Santíssima Trindade, fonte da minha fé e

espiritualidade.

A toda minha família, especialmente aos meus pais Rozangela e Jalmir, cujo

esforço em proporcionar o melhor para minha formação e caráter está sendo

recompensado com a obtenção de tal título.

A minha irmã, Didi, que chorou quando fui aprovado no vestibular e me ensinou

a superar os desafios de frequentar a Ilha do Fundão diariamente.

A minha namorada, Ana, pela compreensão dos momentos que a privei de minha

companhia em prol da faculdade e sucesso desse trabalho.

Aos meus amigos que fiz durante minha formação, indubitavelmente fonte de

alegria e companheirismo em momentos difíceis.

Ao meu orientador Bruno Martins Jacovazzo, que me ajudou desde o início a

elaborar um modelo estrutural mais próximo da realidade operacional e por me

proporcionar um aprendizado valioso para minha formação.

Ao LAMCSO, por proporcionar a estrutura necessária para a realização desse

trabalho.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Análise Estrutural de Master Link em Manobras de Lançamento de Dutos Flexíveis

João Vitor Guimarães Rodrigues

Setembro de 2016

Orientador: Bruno Martins Jacovazzo

Curso: Engenharia Civil

A indústria de óleo e gás brasileira demanda atualmente um grande número de projetos

com a utilização de dutos flexíveis. Os mesmos são mais utilizados por proporcionarem

ao usuário a capacidade de prolongar a vida útil das linhas de produção, serviço e controle,

além da possibilidade de remanejar esses dutos para diferentes campos de petróleo. Com

a crescente busca por poços em águas mais profundas, as empresas de lançamento e

instalação de dutos flexíveis viram a necessidade de aprimorar suas operações off-shore

com materiais mais leves e mais resistentes. Neste trabalho, uma análise estrutural global

foi realizada com o objetivo de estudar o comportamento e as forças presentes no anel

masterlink no momento da passagem de extremidade pela roda de popa do navio de

lançamento. A análise consiste em um modelo onde foram considerados diferentes alturas

e período de onda. Os resultados obtidos foram analisados e discutidos de maneira a obter

um melhor entendimento do comportamento do anel masterlink durante a operação.

Palavras-chave: Análise Estrutural, Dutos Flexíveis, Masterlink, Outboarding

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vi

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer,

Structural Analisys of Masterlink in Operations of Flexible Pipe Laying

João Vitor Guimarães Rodrigues

September/2016

Advisor: Bruno Martins Jacovazzo

Course: Civil Engineering

The Brazilian oil and gas industry currently demands a great number of projects with the

use of flexible pipes. They are mostly used for providing the user the ability to extend the

life of the production lines, service and control, besides the ability to reallocate these

pipelines for different oil fields. With the growing search for deep water wells, the flexible

pipes launch and installation companies have noticed the need to improve their off-shore

operations with lighter and stronger materials. In this project, a global structural analysis

was carried out aiming to study the behavior and forces in the masterlink ring at the final

stage of a outboarding installation procedure. The analysis consists of a model where

different sea states have been considered. The results were analyzed and discussed in

order to obtain a better understanding of the masterlink ring behavior during the

operation.

Keywords: Structural Analysis, Flexible Pipes, Masterlink, Outboarding

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

1.1 Histórico da Exploração Offshore no Brasil ................................................. 1

1.2 Contexto e Motivação ...................................................................................... 2

1.3 Objetivo ............................................................................................................. 3

1.4 Organização do Texto ...................................................................................... 4

2 SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO .................................................... 5

2.1 Cabeça de Poço ................................................................................................. 5

2.2 Árvore de Natal Molhada ................................................................................ 6

2.3 MCV (Módulo de Conexão Vertical) ............................................................. 7

2.4 PLET (Pipe Line End Termination) e PLEM (Pipe Line End Manifold) .. 8

2.5 Manifold ............................................................................................................ 9

2.6 Linhas Flexíveis .............................................................................................. 10

2.7 Umbilicais de Controle .................................................................................. 13

3 INSTALAÇÃO SUBMARINA ............................................................................ 14

3.1 Sistemas de Lançamento de Dutos Flexíveis ............................................... 14

3.1.1 HLS (Horizontal Lay System) .................................................................. 14

3.1.2 VLS (Vertical Lay System) ....................................................................... 15

3.2 Equipamentos de Bordo ................................................................................ 17

3.2.1 Deck Layout ............................................................................................. 17

3.2.2 Tensionador .............................................................................................. 17

3.2.3 Guincho .................................................................................................... 22

3.2.4 Guindaste .................................................................................................. 23

3.2.5 A-Frame e roda de lançamento ................................................................. 25

3.2.6 Mesa de trabalho ....................................................................................... 26

3.3 Acessórios de linha flexível ............................................................................ 28

3.3.1 Conector/Armor Pot ................................................................................. 28

3.3.2 Cabeça de tração ....................................................................................... 30

3.3.3 Restritor de curvatura ............................................................................... 31

3.3.4 Enrijecedor ............................................................................................... 33

3.3.5 Colar batente ............................................................................................. 33

3.3.6 Colar de ancoragem .................................................................................. 34

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3.3.7 Sistema de suspensão ............................................................................... 35

3.3.8 Colar de anodo .......................................................................................... 36

3.4 Manobras de Rotina ...................................................................................... 37

3.4.1 Principais recursos para a realização de manobras ................................... 37

3.4.2 Carregamento/Descarregamento em uma base......................................... 40

3.4.3 Lançamento e recolhimento de dutos flexíveis ........................................ 42

3.4.4 Outboarding/Inboarding de extremidade ................................................. 43

3.4.5 CVD - Conexão Vertical Direta ............................................................... 43

3.4.6 Pull-in e Pull-out de dutos flexíveis ......................................................... 45

4 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA .......................................................................... 48

4.1 Operações de Outboarding de Risers Flexíveis ........................................... 48

4.2 Utilização do Master Link ............................................................................. 50

4.3 Cargas Laterais .............................................................................................. 51

5 ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 52

5.1 Programa de Análise...................................................................................... 52

5.2 Modelo Estrutural .......................................................................................... 53

5.2.1 Unidade Flutuante .................................................................................... 53

5.2.2 Elementos da Análise ............................................................................... 55

5.2.3 Parâmetros das Linhas .............................................................................. 58

5.2.4 Carregamento Ambiental .......................................................................... 59

5.3 Resultados ....................................................................................................... 60

5.3.1 Características Gerais ............................................................................... 60

5.3.2 Forças Axiais Máximas no Master Link .................................................. 61

5.3.3 Fator de Amplificação Dinâmica no Topo do Riser ................................. 65

6 COMENTÁRIOS FINAIS .................................................................................... 67

6.1 Conclusões ...................................................................................................... 67

6.2 Trabalhos Futuros ......................................................................................... 68

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 69

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SIGLAS

A&R – Abandono e Recolhimento

ANM – Árvore de Natal Molhada

BAP – Base Adaptadora de Produção

BOP - Blow Out Preventer

CVD – Conexão Vertical Direta

FAD – Fator de Amplificação Dinâmica

HLS – Horizontal Lay System

LDA – Lâmina D`água

MCV – Módulo de Conexão Vertical

MDL – Maximum Dynamic Load

OMC – Offshore Mast Crane

PLEM – Pipe Line end Manifold

PLET – Pipe Line end Termination

PLSV – Pipe Laying Support Vessel

RAO – Response Amplitude Operators

ROV – Remotely Operated Vehicle

TDP – Touch Down Point

UEP – Unidade Estacionária de Produção

VLS – Vertical Lay System

WLL – Work Load Limit

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Histórico da Exploração Offshore no Brasil

A atividade offshore, desde seu início, foi marcada pelo constante

desenvolvimento tecnológico de técnicas e métodos para vencer os desafios que a

indústria de óleo e gás demanda. As fases envolvidas no processo de exploração e

produção de um campo é chamada de upstream e o termo offshore refere-se às atividades

realizadas em mar aberto.

No Brasil, a partir de 1953, foi instituído o monopólio estatal do petróleo com a

criação da Petrobras, que deu partida nas pesquisas do petróleo brasileiro. O primeiro

poço instalado pela Petrobras foi no campo de Guaricema em 1967, numa LDA de 30

metros, porém o primeiro marco de exploração em águas profundas foi no campo de

Garoupa em 1974 numa profundidade de 115 metros. A partir daí, várias descobertas em

águas mais profundas foram sendo desenvolvidas.

O grande fato para a exploração de petróleo offshore no Brasil foi a descoberta do

campo de Albacora em LDA de 600 metros. Desde então, o uso de veículos operados

remotamente e o sistema de controle multiplexado foram utilizados como uma nova

forma de intervenção submarina. Logo depois, em 1990, os campos gigantes de Roncador

e Barracuda deram uma alavancada na produção da Petrobras, assim como os Campos de

Marlim consequentemente.

Hoje em dia, com a descoberta de hidrocarbonetos na camada do Pré-Sal, a busca

por tecnologias que proporcionam a exploração em LDA acima de 2000 metros

continuam presentes. O desenvolvimento de campos na Bacia de Santos, SP, como os

campos de Lula e Sapinhoá demandaram não só novos métodos de perfuração como

também de produção.

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1.2 Contexto e Motivação

Dentro da indústria de petróleo, uma área de grande interesse é a do cálculo de

cargas de içamento e montagem de lingadas, que é o conjunto de acessórios estruturais

necessários para compor um içamento de carga, como por exemplo: manilhas, master

link, ganchos e outros. Tal área não só demandava um conhecimento das normas aplicadas

a içamento de cargas como também um grande conhecimento operacional, no que diz

respeito ao uso dos devidos equipamentos de bordo e atenção às limitações dos PLSV`s.

O processo de treinamento inclui padrões normativos para cálculo de carga com

todas as considerações necessárias para os fatores de segurança, de amplificação dinâmica

e de redução de carga, entre outros. Além da consulta constante a normas de empresas,

deve-se consultar também o catálogo dos massames – acessórios estruturais necessários

no içamento – utilizados em cada lingada, a fim de obter suas especificações técnicas e

de uso. Os principais massames utilizados nas operações são as manilhas, master links,

ganchos, destorcedores, cabos de aço e cintas.

Um fato a ser observado é que em normas e catálogos consultados o fator de

redução de carga para o uso de master link com cargas laterais não possuem um padrão

como se apresenta no uso de manilhas. Nos catálogos dos fabricantes de manilhas se diz

que cargas laterais devem ser evitadas, mas caso isso não possa ser evitado, um fator de

redução deve ser utilizado, conforme será mostrado na Figura 3.34.

Há operações em que o master link pode vir a receber cargas laterais. No presente

trabalho se estuda o comportamento das cargas durante uma operação rotineira de

lançamento de dutos flexíveis. Em estudos futuros poder-se-á analisar a possibilidade de

aplicar um fator de redução de carga para cargas laterais. Tal estudo contempla analisar

globalmente o fator de amplificação dinâmica durante a operação de outboarding de

extremidades finais a bordo de PLSV’s de lançamento horizontal.

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3

1.3 Objetivo

O objetivo é, através de uma análise global, verificar o fator de amplificação

dinâmica e avaliar as cargas presentes na operação, sendo elas no topo do riser, no

guincho A&R e no A-Frame.

Para tal análise, será considerada para efeito de cálculo a variação de parâmetros

como o período da onda, a frequência e o estado de mar. Com isso, conhecendo a carga

estática da operação, pode-se determinar o fator de amplificação dinâmica e comparar

com o fator apresentado na norma DNV-OS-H205 Lifting Operations [1].

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4

1.4 Organização do Texto

A seguir descreve-se como o texto desse trabalho está organizado.

O Capítulo 2 apresenta os principais componentes de um sistema submarino de

produção.

O Capítulo 3 apresenta os métodos de lançamento de dutos flexíveis assim como

os equipamentos a bordo dos PLSV`s, mencionando também os acessórios e operações

rotineiras.

Já o Capítulo 4 apresenta uma descrição do problema a ser abordado nesse estudo,

enquanto que o Capítulo 5 apresenta o estudo de caso propriamente dito.

Finalmente, o Capítulo 6 apresenta os comentários finais, incluindo as conclusões

e propostas para trabalhos futuros.

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5

2 SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO

2.1 Cabeça de Poço

A cabeça de poço é a estrutura vital para o sistema de produção submarino. Ela

fornece suporte aos revestimentos dos poços, podendo resistir aos esforços provenientes

do riser de perfuração, e também deve ser capaz de fornecer vedação para o BOP - Blow

Out Preventer na fase de perfuração. Na fase de produção, a cabeça de poço (Figura 2.1)

pode alojar e travar a Árvore de Natal e as bases adaptadoras de produção de produção.

Figura 2.1 - Cabeça de Poço [2]

Basicamente, a cabeça de poço submarina deve:

Prover suporte às colunas de revestimento do poço e à Árvore de Natal Molhada;

Aceitar todo tipo de carregamento imposto da perfuração, completação e

operações de produção;

Certificar o alinhamento e verticalização de todo o sistema.

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6

2.2 Árvore de Natal Molhada

A Árvore de Natal Molhada (Figura 2.2) é um conjunto de válvulas instalado

acima da cabeça de poço que promove o controle e interface entre o poço e a as linhas de

produção. Ela possui válvulas de teste, serviço, produção e vedação, (atuadas

hidraulicamente ou mecanicamente), capaz de interromper a produção de óleo, gás e

outros líquidos provenientes do poço. Sua principal função é permitir que o fluxo de um

poço seja enviado com segurança para a plataforma por meio do acionamento de suas

válvulas.

Para direcionar a produção com segurança para a plataforma, junto à Árvore de

Natal Molhada, existe uma Base Adaptadora de Produção que tem a função de receber as

linhas de fluxo e umbilicais de controle e fazer a interface com a ANM.

Figura 2.2 - Árvore de Natal Molhada [3]

Outras funções da Árvore de Natal são:

Monitorar os parâmetros do poço, como volume produzido, temperatura,

pressão, etc.;

Injeção de produtos químicos para combater a formação de hidratos.

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7

2.3 MCV (Módulo de Conexão Vertical)

O Módulo de Conexão Vertical (MCV - Figura 2.3) é um equipamento criado para

facilitar a conexão entre poço e a linha de fluxo, podendo ser de produção, serviço e

controle.

Ele basicamente tem a finalidade de conectar as linhas de produção, ter acesso ao

anular e controle da BAP, possibilitando o escoamento da produção, a injeção de gás para

operação de gas lift, a passagem de fluido hidráulico de controle e por último a injeção

de produtos químicos. Seu nome é dado pelo seu método de instalação vertical, que

facilita a operação, pois não necessita da operação simultânea entre a plataforma e o navio

de lançamento de linha – Pipeline Lay Support Vessels - PLSVs. A instalação é sempre

feita pelos PLSVs e totalmente submarina, o que resulta em um maior controle da

operação pelo navio e maior agilidade de instalação.

Figura 2.3 – Módulo de Conexão Vertical [4]

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8

2.4 PLET (Pipe Line End Termination) e PLEM (Pipe Line End

Manifold)

Em alguns campos de petróleo, a quantidade de poços que fazem parte do sistema

submarino pode tornar inviável a exportação do produto feita através de risers individuais

para cada poço. Isto requer a instalação de PLEM (Pipe Line End Manifold - Figura 2.4)

que é uma estrutura submarina localizada no final de um duto, utilizada para o conectar a

um manifold ou a uma ANM através de um jumper, duto de pequeno comprimento. Pode

ser também chamado de PLET (Pipe Line End Termination), especialmente quando

provido de uma válvula e um conector vertical.

Figura 2.4 – PLEM [5]

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9

2.5 Manifold

Manifolds submarinos (Figura 2.5) são estruturas utilizadas em campos de

petróleo para simplificar o sistema submarino, minimizar a quantidade de flowlines e

risers e otimizar o controle de fluxos de produção. Quando utilizado, o sistema de

produção submarino passa a ser através de manifold, substituindo o sistema de produção

através de poços satélites, onde cada poço possui sua linha de produção, serviço e

controle.

Ele é composto por um conjunto de válvulas e ligações internas que irão combinar

a distribuição, o controle e o monitoramento dos poços, como uma estrutura independente

dos poços. Ele basicamente faz a interface entre poço e plataforma recebendo o óleo

proveniente dos poços e exportando para a plataforma em um único duto, diminuindo a

quantidade de dutos e risers como dito anteriormente.

Além dessas funções, os manifolds podem também injetar gás, água e produtos

químicos para recuperação de poços, fluidos de controle através de umbilicais e fornecer

distribuição elétrica e hidráulica para todo o sistema submarino.

Figura 2.5 – Manifold Submarino [6]

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10

2.6 Linhas Flexíveis

Os dutos flexíveis (Figura 2.6) são estruturas compostas por várias camadas de

diferentes materiais que proporcionam inúmeras funções. A camada mais interna é

composta por uma carcaça metálica intertravada que tem o objetivo de impedir o colapso

da linha e proteger contra a passagem de raspadores e partículas abrasivas. A estrutura

subsequente é uma camada polimérica que tem a função de estanqueidade. As estruturas

metálicas subsequentes são armaduras cuja função é resistir a cargas radiais,

principalmente à pressão interna. As duas últimas estruturas metálicas estão dispostas em

hélice e têm a função de suportar esforços de tração. A última camada é feita de um

material polimérico para encapsulamento da linha com o objetivo de proteção mecânica

e evitar a ação externa do ambiente. Em alguns flexíveis, dependendo do fabricante, há a

existência de fitas entre as camadas metálicas a fim de evitar a abrasão entre metal-metal

como também camadas mais externas com finalidades térmicas.

Figura 2.6 – Linha Flexível [7]

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11

Os flexíveis podem ser divididos em risers, trecho suspenso do duto, e em

flowlines, trecho em que o duto está assentado no leito marinho. Os risers flexíveis

possuem a mesma configuração dos flowlines, porém as armaduras metálicas que provêm

resistência à tração são mais reforçadas, com a finalidade de suportar os maiores esforços

induzidos pela ação dinâmica das ondas, correntes e do movimento da plataforma.

Os tipos de configuração dos risers são descritos pela norma API 17B [8], e estão

mostrados na Figura 2.7. A forma do riser em catenária livre é a configuração mais

simples, porém apresenta uma região crítica que é o ponto em que o duto toca no fundo.

Este ponto é chamado de Touch Down Point (TDP). No TDP existe uma maior

probabilidade de surgimento de cargas compressivas e como as linhas flexíveis são pouco

tolerante a este tipo de esforço, devido ao seu arranjo mecânico interno, esta região torna-

se crítica no projeto.

Com o objetivo de se evitar o problema de cargas compressivas no TDP, foram

desenvolvidas algumas configurações que a minimizam, tais como: Steep-S, Lazy-S,

Steep Wave e Lazy Wave. Essas configurações são bem mais complexas e mais difíceis

de serem instaladas, portanto, muito pouco usadas em comparação à catenária livre.

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Figura 2.7 - Exemplo de Configurações de Risers [9]

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13

2.7 Umbilicais de Controle

O umbilical (Figura 2.8) é um grupo de cabos elétricos, fibras óticas, mangueiras

e tubos cabeados juntos com a função de conduzir o fluido hidráulico da plataforma ao

equipamento submarino para acionar diversos tipos de atuadores, como também

condução de potência elétrica e sinal. Além disso, o umbilical proporciona maior

segurança e melhor eficiência no controle dos equipamentos submarinos.

Não são só constituídos por certo número de mangueiras hidráulicas, cabos

elétricos e fibra ótica no seu interior. Possuem também estruturas metálicas que fornecem

resistência mecânica quanto a esforços radiais e axiais. Há uma camada polimérica

externa para prover acabamento e proteção externa contra agentes danosos do ambiente.

Figura 2.8 – Umbilical Eletro-Hidráulico [10]

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14

3 INSTALAÇÃO SUBMARINA

3.1 Sistemas de Lançamento de Dutos Flexíveis

3.1.1 HLS (Horizontal Lay System)

O sistema de lançamento horizontal de linhas flexíveis e umbilicais é estabelecido

quando os tensionadores estão dispostos horizontalmente no convés e antes da roda de

lançamento, como pode ser visto na Figura 3.1. Esse layout resulta em grandes tensões

na roda de lançamento, pois toda a carga da catenária é sentida no momento do

lançamento.

Figura 3.1 - Sistema de Lançamento Horizontal

Alguns navios que utilizam esse sistema são por exemplo: Kommandor 3000,

Seven Condor, Normand Seven (Figura 3.2), [11]. O Kommandor 3000 e o Seven Condor

são chamados de navios triple lay, pois possibilitam o lançamento em bundle, que

consiste no lançamento de três linhas simultâneas, sendo elas de produção, serviço e

controle.

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15

Figura 3.2 - Normand Seven [12]

3.1.2 VLS (Vertical Lay System)

O sistema de lançamento vertical de linhas flexíveis e umbilicais foi desenvolvido

de forma a mitigar o problema da carga da catenária ser sentida na roda de lançamento.

Para tal, os tensionadores foram dispostos verticalmente e depois da roda de lançamento,

como pode ser visto na Figura 3.3. Com isso, a roda de lançamento não sofre a carga da

catenária, sendo toda ela suportada pelos tensionadores. Isso possibilita maiores cargas e

consequentemente maiores profundidades.

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Figura 3.3 - Sistema de Lançamento Vertical

Alguns dos navios que utilizam o sistema vertical são por exemplo: Seven Waves

(Figura 3.4), Seven Phoenix, Seven Seas e outros, [11].

Figura 3.4 - Seven Waves [13]

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3.2 Equipamentos de Bordo

3.2.1 Deck Layout

O layout de um navio típico de lançamento apresenta-se na Figura 3.5. Nele pode-

se notar que os tensionadores estão alinhados com a calha na roda de lançamento. Essa

configuração de alinhamento chama-se fireline, que é o caminho que uma linha flexível

fará no momento em que estiver sendo manuseada. Além disso, nota-se também que o

guincho A&R está alinhado com a fireline. Geralmente essa é a configuração mais segura

a bordo dos PLSV`s, pois não há necessidade de deslocar cabos dos guinchos com roletes,

solução muito utilizada quando não se tem alinhamento com os tensionadores.

Com relação ao guindaste, como é um equipamento de intervenção submarina na

maioria dos casos, ele estar à meia nau desde que seu raio de trabalho abranja todo o

convés de lançamento.

Figura 3.5 - Layout de um deck de lançamento

3.2.2 Tensionador

O tensionador é o principal equipamento do lançamento de dutos flexíveis e

umbilicais a bordo dos navios PLSV`s. É desenvolvido para aplicar o aperto necessário

no produto, o que permite controlar a velocidade de instalação e suportar toda a carga de

topo devido ao peso da estrutura e outros acessórios presentes sem afetar a função ou

desempenho das estruturas.

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Para suportar tal força, os tensionadores são compostos por várias esteiras, cujas

configurações podem variar de duas, três ou quatro, como na Figura 3.6 e na Figura 3.7.

Figura 3.6 - Tensionador com quatro esteiras [14]

Figura 3.7 - Tensionador com duas esteiras [15]

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O aperto é provido por cilindros hidráulicos situados atrás das esteiras, como visto

na Figura 3.8. Dependendo do tensionador, o número e o local dos cilindros pode variar,

mas o princípio é o mesmo. Com o aperto aplicado, os cilindros proverão a força motora

capaz de rodar as esteiras para lançar ou recolher as linhas flexíveis e umbilicais.

Figura 3.8 - Cilindros hidráulicos

Para efeito de cálculo é importante o aperto ser o necessário para a linha não

correr, fenômeno que ocorre quando as camadas internas se deslocam em relação à capa

externa, danificando o produto e inviabilizando a utilização da linha.

Assim como o aperto mínimo, temos que avaliar também o aperto máximo da

estrutura, que é o quanto pode apertar sem que venha causar danos na mesma. Tal

informação geralmente é passada pelo fabricante da linha flexível ou do umbilical.

Portanto, tem-se uma janela de aperto possível para a operação, retratada na Figura 3.9,

onde o aperto, também conhecido como clamp, é proporcional à carga dinâmica máxima

da operação.

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Figura 3.9 - Curva de crushing

Geralmente os tensionadores estão suscetíveis a falhas em caso de uma perda

súbita de pressão hidráulica nos cilindros, principalmente quando estão trabalhando em

conjunto com outro tensionador. Um acumulador hidráulico é incorporado no circuito

com válvulas que asseguram que para uma perda de pressão, haja tempo para efetuar uma

retenção (Figura 3.10).

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Capacidade de aperto do duto

Máxima força de compressão

permitida

Força de compressão aplicada

Mínimo aperto requerido

Aperto baseado na tensão dinâmica e

coeficiente de atrito incluindo fator

de segurança.

Fator de segurança

Força de compressão

Tempo

Variação

Curva de variação de aperto

Figura 3.10 - Curva de variação de aperto

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3.2.3 Guincho

Os principais guinchos utilizados a bordo para operações offshore de dutos

flexíveis são os A&R - Abandono e Recolhimento (Figura 3.11). Eles são especialmente

fabricados para lançar e recolher dutos do leito marinho e para outras operações que serão

detalhadas no item 3.4.

Figura 3.11 - Guincho A&R

Além das operações rotineiras, existem outros guinchos de menor capacidade de

carga que são utilizados para manuseio de extremidades que estão saindo do local de

armazenamento e também como forma de estabilizar os equipamentos, evitando o

balanço decorrente das movimentações da embarcação (Figura 3.12).

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Figura 3.12 - Guincho Auxiliar

3.2.4 Guindaste

Os guindastes a bordo dos PLSV’s são utilizados para transbordo de carga,

manuseio de equipamentos no convés de lançamento e operações onde é necessária a

atuação de um compensador de heave, que atua na compensação do movimento vertical

da embarcação.

O compensador de heave atua em manobras submarinas onde a carga a ser

manipulada precisa de maior precisão e controle, como por exemplo, no assentamento do

MCV - Módulo de Conexão Vertical no hub da BAP - Base Adaptadora de Produção.

Existem três tipos de compensador de heave, o ativo, o passivo e o de tensão constante.

Os principais guindastes utilizados pelos PLSV’s são:

Offshore Mast Crane (Figura 3.13), adequado para lâminas d’água ultra

profundas, com grande capacidade de carga. Pode ser utilizado não só para

instalações de dutos flexíveis como também em instalações de equipamentos

submarinos como manifolds, PLET’s e PLEM’s;

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Figura 3.13 - Offshore Mast Crane [17]

Knuckleboom Cranes (Figura 3.14), que é o mais utilizado em embarcações

PLSV’s, não tem grande capacidade de carga como os OMC’s, porém podem

chegar a grandes profundidades de lâmina d’água. Sua principal característica é

sua articulação, proporcionando uma maior área de atuação de sua lança.

Figura 3.14 - Knuckleboom Crane [18]

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3.2.5 A-Frame e roda de lançamento

O A-Frame (Figura 3.15) é um pórtico situado na popa da embarcação utilizado

para operações de outboarding e inboarding de extremidades de dutos flexíveis. Ele,

juntamente com o guincho A&R da fireline, auxilia na elevação dessas extremidades para

que não passem pela roda de lançamento com a carga prevista da operação, evitando

assim o risco de algum dano nos acessórios e na linha.

Nos PLSV’s de lançamento horizontal, o A-Frame é mais comum do que nas

embarcações verticais. Em algumas embarcações, o A-Frame possui um guincho de topo

que auxilia nas operações. Em outros casos, onde não possui um guincho próprio, é

utilizada uma roldana para auxiliar a manobra.

Figura 3.15 - A-Frame rebatido para manobra de outboarding da extremidade final

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3.2.6 Mesa de trabalho

A mesa de trabalho está situada abaixo da roda de lançamento dos PLSV’s, sendo

utilizada para conexões intermediárias entre tramos de linhas flexíveis. Ela possui uma

braçadeira de parada, onde é apoiada a segunda extremidade para a espera da primeira

extremidade do outro tramo que estará vindo do local de armazenamento.

Os conectores das linhas são apoiados nessa braçadeira e geralmente podem ser

apoiados em quatro regiões: pescoço, ombro, groove ou fundo, como pode ser visto nas

Figuras 3.16 e 3.17. Quando não há compatibilidade do diâmetro da braçadeira com o

diâmetro de onde será apoiado no conector, por exemplo, o diâmetro da braçadeira sendo

maior que o diâmetro do conector, é utilizado um inserto bipartido preso ao conector que

aumentará sua área de contato e viabilizará a parada na mesa.

Figura 3.16 - Conector de Linha Flexível

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Figura 3.17 - Extremidade final parada na mesa

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3.3 Acessórios de linha flexível

3.3.1 Conector/Armor Pot

O conector (Figura 3.18) é a terminação dos dutos flexíveis e está presente em

ambos os lados do tramo. Suas funções são: prover um acabamento para as camadas

construtivas do duto, transferir cargas do duto para as terminações e proporcionar as

conexões intermediárias e finais com tramos e equipamentos, respectivamente. Os

conectores são divididos por flanges de acordo com o diâmetro do duto. Quando não há

compatibilidade entre os flanges para uma conexão, usa-se um adaptador para viabilizar

a conexão. As conexões são realizadas através de estojos e porcas compatíveis com as

ferramentas a bordo de cada PLSV (Figura 3.19).

Figura 3.18 - Conector de Linha Flexível

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Figura 3.19 - Conexão entre tramos

Geralmente, tubos flexíveis transportando gás ou fluido bifásico, estão sujeitos ao

fenômeno de difusão de gás através da camada termoplástica interna, ou seja, o gás

atravessa a camada interna do termo plástico e se acumula nas camadas interna e externa

do anular. Com o objetivo de prevenir a camada externa de inflar excessivamente ou

mesmo de se romper, o gás acumulado no anular é expulso através de uma válvula de

drenagem.

O armor pot é a terminação dos umbilicais, que assim como os conectores

possuem as mesmas funções, porém, no caso de umbilicais, as conexões são realizadas

junto a uma caixa de emenda que mantém as mangueiras hidráulicas alojadas e

protegidas, como pode ser visto na Figura 3.20.

Figura 3.20 - Caixa de Emenda

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3.3.2 Cabeça de tração

A cabeça de tração é o componente utilizado que permite o fechamento do duto

flexível. Existem dois tipos de cabeças de tração, a primeira é o flange cego (Figura 3.21),

utilizado para movimentação do duto no convés e também a realização de testes de

confiabilidade do produto. O outro é o flange perfilado (Figura 3.22), utilizado para

sustentar e guiar o flexível dentro do I-Tube, onde é conectado ao conector de topo do

riser.

Figura 3.21 - Cabeça de Tração de Manuseio e Teste

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Figura 3.22 - Cabeça de Tração Perfilada

3.3.3 Restritor de curvatura

Os restritores de curvatura (Figura 3.23) são instalados em extremidades de

flowline junto aos conectores com a finalidade de restringir a curvatura da estrutura a um

mínimo admissível. Cada restritor consiste em módulos bipartidos - geralmente

compostos por um lado macho e outro fêmea - montados sequencialmente (Figura 3.24),

que atuarão como uma vértebra, capaz de travar quando a sua curvatura atingir o mínimo

admissível.

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Figura 3.23 - Vértebra

Figura 3.24 - Módulos de Vértebra [19]

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3.3.4 Enrijecedor

O enrijecedor (Figura 3.25) é o acessório utilizado na extremidade do riser, mais

precisamente na conexão com a plataforma. Sua principal função é impedir uma

deformação angular do flexível, limitando as tensões de flexão à níveis previamente

determinados. Sua configuração cônica assegura uma transição gradual das deformações

e tensões no tubo flexível.

Figura 3.25 - Enrijecedor

3.3.5 Colar batente

O colar batente é o acessório utilizado para prevenir uma eventual desconexão do

enrijecedor do topo da plataforma e que venha parar na região do TDP, escorregando por

toda a catenária. É geralmente bipartido e instalado a 5 metros abaixo do enrijecedor. A

seguir pode ser visto o colar batente instalado conforme Figura 3.26.

Figura 3.26 - Colar Batente

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3.3.6 Colar de ancoragem

O colar de ancoragem (Figura 3.27) é utilizado para ancorar a linha em sua

respectiva estaca de ancoragem. O duto flexível em catenária livre, conectado à

plataforma, exerce uma força horizontal no TDP, conforme Figura 3.28, tendo a

necessidade de ancorar a linha para que a mesma não seja dragada no leito marinho e o

ângulo de topo não seja infringido.

Figura 3.27 - Colar de Ancoragem

Figura 3.28 - Força horizontal Th

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3.3.7 Sistema de suspensão

Os sistemas de suspensão estão relacionados ao suporte que a plataforma possui

de sustentação dos seus risers. Existem três tipos de suspensão utilizados, do tipo castelo,

do tipo cônico e o mais utilizado, do tipo I-Tube (Figura 3.29).

O I-Tube, como o próprio nome diz, é um tubo em formato de I que na sua parte

inferior possui uma estrutura chamada de boca de sino e na parte superior possui um

hang-off, estrutura bipartida que possui a finalidade de apoio ao conector do riser.

Figura 3.29 - I-Tube

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3.3.8 Colar de anodo

Os colares de anodo são acessórios utilizados próximo aos conectores. É uma peça

que visa proteger os estojos e porcas das conexões intermediárias contra a corrosão.

Existem dois tipos de colares de anodo, do tipo anel (Figura 3.30), que é instalado no

corpo do conector e o do tipo bracelete (Figura 3.31), que são instalados na linha flexível,

todos eles bipartidos e unidos com parafuso e porca.

Figura 3.30 - Colar de anodo do tipo anel

Figura 3.31 - Colar de anodo do tipo bracelete

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3.4 Manobras de Rotina

3.4.1 Principais recursos para a realização de manobras

Todas as operações de içamento offshore devem previamente ser estudadas e

calculadas a fim de minimizar eventuais acidentes a bordo. Para isso, existem normas

como a DNV-OS-H204 (Offshore Instalation Operation) e a DNV-OS-H205 (Lifting

Operations) que irão estabelecer padrões normativos para que se tenha a máxima

segurança possível.

Para as operações de içamento de carga são utilizadas lingadas, e essas são

compostas por manilhas, master links, ganchos, destorcedores, triplate, cabos de aço e

cintas sintéticas, onde cada operação tem sua própria montagem de acordo com sua

necessidade. Esses acessórios podem ser vistos nas Figuras 3.32 e 3.33.

Figura 3.32 - Manilha [20] e Master link [21]

Figura 3.33 - Destorcedor [22] e Gancho [23]

Nas normas que regulamentam o uso de manilhas, como por exemplo, a DNV-

OS-H205, [24], o que deve ser levado em consideração é o WLL (Work Load Limit) da

manilha, que varia de acordo com o ponto de içamento da carga. Caso a manilha receba

cargas laterais, um fator de redução deve ser aplicado ao WLL, como pode ser visto na

Figura 3.34, retirado da certificação da Crosby, [25].

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Figura 3.34 - Fator de redução para cargas laterais [25]

Ainda a respeito das manilhas, para efeito de cálculo, a norma DNV-OS-H205,

[24] no seu item 4.2 diz que:

𝑀𝐷𝐿 < 𝑆𝑊𝐿𝑀𝑎𝑛𝑖𝑙ℎ𝑎 × 𝐹𝐴𝐷

𝑀𝐷𝐿 <𝑀𝐵𝐿

3,0

Sendo:

MDL = Carga dinâmica máxima [t]

SWL = Carga de trabalho segura [t]

FAD = Fator de amplificação dinâmica

MBL = Carga máxima de ruptura [t]

Os masters links não possuem um item na norma da DNV como as manilhas,

inclusive, a norma ASME-B30-26-2010, [26], da American Society of Mechanical

Engineers, em seu item 26-4.9.1, diz que o ângulo de carregamento afeta a carga sobre as

ligações, anéis e destorcedores, sendo que à medida que o ângulo horizontal diminui, a

carga efetiva aumenta (Figura 3.35). Geralmente, em casos onde a operação contempla

três cargas é utilizado um triplate para maior segurança (Figura 3.36).

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Figura 3.35 - Fator de multiplicação da carga efetiva [26]

Figura 3.36 - Triplate [27]

Um aspecto que a DNV-OS-H205, [28] contempla é a normalização do uso de

cabos de aço e cintas sintéticas em seu item 4.1. Nele é possível se obter a carga mínima

de ruptura de cabos e cintas através de coeficientes que irão determinar o fator de

segurança nominal. Além dos padrões normativos que devem ser seguidos, o fabricante

deve sempre certificar o raio mínimo de dobra do seu produto, para que não seja

infringido e venha a romper durante a utilização.

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3.4.2 Carregamento/Descarregamento em uma base

As linhas que são instaladas e utilizadas para as interligações submarinas são

provenientes de bases onshore que armazenam e fazem manutenção dos dutos flexíveis e

umbilicais de controle caso seja necessário.

Figura 3.37 - Base onshore

A operação que consiste em transferir o produto armazenado da base para o PLSV

é chamada de carregamento (descarregamento caso a transferência seja inversa). Por

facilidade, tal base possui um porto para o navio aportar (Figura 3.37).

Os navios PLSV`s apresentam três maneiras de armazenar os dutos flexíveis e

umbilicais, sendo elas por cestas, carrosséis e bobinas, cada navio tendo um ou dois desses

disponíveis. Nas cestas, o duto é armazenado do fundo ao topo sem ser tracionado. Já nos

carrosséis, o duto é armazenado verticalmente, partindo do interior para parte mais

externa e o produto é tracionado para que fique firme. Nas bobinas, a armazenagem é

realizada como um carretel. Nas Figuras 3.38 e 3.39 podem ser vistos os tipos de

armazenamento.

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Figura 3.38 - Cesta e bobina

Figura 3.39 - Carrossel

Geralmente, a transferência da base para o navio inicia-se com a conexão do

guincho do navio à primeira extremidade do duto na base. Posteriormente o PLSV

começa a puxar e desenrolar o produto da bobina localizada onshore e finaliza quando

todo o duto está armazenado adequadamente. Os navios que possuem bobinas podem

fazer a transferência das mesmas da base para o navio com todo o produto ali armazenado,

porém esta é uma operação mais complexa e requer mais tempo de trabalho (Figura 3.40).

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Figura 3.40 - Início do carregamento

3.4.3 Lançamento e recolhimento de dutos flexíveis

O lançamento inicia-se com a condução da primeira extremidade do duto de seu

local de armazenamento para a mesa de trabalho. Assim que posicionada na mesa, a

extremidade do duto será conectada a um equipamento submarino ou a uma extremidade

de outro duto. Nesse momento são realizados testes na conexão garantindo a segurança

necessária para a continuação da operação.

Libera-se a passagem da extremidade (conectada a equipamentos ou a outro

tramo) e continua-se a lançar linha para iniciar o lançamento do duto na rota de projeto.

Com a segunda extremidade do duto flexível acessível no seu local de

armazenamento, procede-se a transferência até a mesa de trabalho (outboarding) e o apoio

do duto na mesa retrátil com utilização do inserto adequado. Caso haja mais tramos a

serem lançados, a operação se repete para o outro tramo como descrito anteriormente.

No recolhimento, deve-se primeiramente instalar uma lingada de recolhimento no

cabo do guincho A&R com um gancho para ROV. Em seguida, localiza-se a extremidade

inicial de recolhimento do duto flexível no fundo do mar. Uma vez localizada a

extremidade, desce com o cabo do guincho A&R e conecta com auxílio do ROV a lingada

de pescaria à extremidade abandonada para iniciar-se então o recolhimento. Com a

extremidade inicial na altura da mesa retrátil realiza-se o inboarding e se conduz a

extremidade até o interior do local onde será armazenado.

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3.4.4 Outboarding/Inboarding de extremidade

Outboarding e inboarding de extremidades são operações que consistem em

colocar para fora e para dentro do navio a extremidade da linha, respectivamente. Ambas

as operações são realizadas de maneira que os acessórios não passem pela roda de

lançamento, evitando danos no duto (Figura 3.41). Para que a extremidade seja içada,

utiliza-se o guincho A&R e o A-Frame.

Figura 3.41 - Outboarding/Inboarding

3.4.5 CVD - Conexão Vertical Direta

Conexão vertical direta é aquela executada a partir do próprio navio de

lançamento, sem auxílio de sonda, interligando-se a linha a uma interface submarina

(poço ou manifold).

3.4.5.1 CVD de 1ª Extremidade

Para realizar uma CVD de 1ª extremidade precisa-se inicialmente posicionar o

MCV no convés de lançamento para conectar a 1ª extremidade da linha, como pode ser

visto na Figura 3.42. Além da conexão do MCV com a linha, é instalado junto à manilha

do MCV um laço de cabo de aço para auxiliar na verticalização do MCV e para viabilizar

o acoplamento. Após a conexão, são realizados testes na conexão e o posterior

outboarding do conjunto MCV mais linha com o auxílio do A-Frame. Nesse momento o

tensionador lança a linha até quando o MCV estiver próximo ao solo marinho, quando

então o guindaste com compensador de heave desce até o MCV e com o auxílio do ROV

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conecta no laço de aço para verticalizar o MCV. Quando o MCV estiver verticalizado,

então a conexão pode ser realizada.

Figura 3.42 - CVD em 1ª Extremidade

Geralmente, quando o guindaste está conectado ao cabo de aço, o MCV não

verticaliza devido à rigidez da linha. Para mitigar problemas de verticalização no

momento da operação, realizam-se análises computacionais que irão definir o estado em

que ficará o MCV. Quando se tem uma linha muito rígida são instalados cachos de

amarras na linha para auxiliar na verticalização e quando se tem uma linha muito flexível

são instalados flutuadores, conforme Figura 3.43.

Figura 3.43 - CVD em 1ª Extremidade com flutuador e cacho de amarra

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3.4.5.2 CVD de 2ª Extremidade

A conexão em 2ª extremidade é aquela na qual a última ponta da linha ao sair da

cesta deve ser interligada ao equipamento, ou seja, parte da linha já se encontra lançada

na rota.

Para se realizar a conexão em 2ª extremidade (Figura 3.44) deve-se chegar com a

extremidade da linha na mesa de trabalho e posteriormente posicionar o MCV na mesma

para poder realizar a conexão entre ambos. Realizada a conexão, o cabo guincho A&R é

conectado no MCV com a lingada apropriada para a realização da CVD em 2ª

extremidade. O lançamento do duto prossegue, lançando o cabo do guincho A&R, até

que o MV esteja aproximadamente a vinte metros acima da BAP. O cabo do guindaste

principal é então descido até a profundidade do MCV e é transferida a carga do guincho

A&R para o guindaste com o compensador de heave.

Assim como na CVD de 1ª, geralmente usam-se flutuadores ou cachos de amarras

para verticalizar o MCV. Uma particularidade da CVD em 2ª extremidade é que se pode

usar a própria linha já lançada para ajudar a verticalização do MCV. Para isso são

instalados laços próximos a extremidade e no decorrer da linha, que irão servir para a

conexão do cabo do guincho A&R e formação de corcova, que pode ser controlada

lançando ou recolhendo o cabo do guincho.

Figura 3.44 - CVD em 2ª Extremidade

3.4.6 Pull-in e Pull-out de dutos flexíveis

Pull-in e pull-out são operações realizadas em conjunto entre um navio e uma

UEP - Unidade Estacionária de Produção. Portanto, essas manobras devem ser

coordenadas em conjunto pelas equipes das duas embarcações, com a avaliação dos riscos

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46

associados às duas unidades, pois o navio pode permanecer conectado à UEP por tempo

indeterminado.

3.4.6.1 Pull-in de 1ª e Pull-out de 2ª

O pull-in de 1ª extremidade é a operação em que o lançamento das linhas se inicia

com a transferência para a plataforma da primeira extremidade do riser a sair da cesta, ou

seja, não existe ainda linha lançada, e a instalação se dará através da formação de uma

catenária dupla.

Para a realização do pull-in em primeira extremidade, deve-se instalar a lingada

de pull-in na 1ª extremidade do duto quando a mesma encontra-se posicionada no convés,

conforme Figura 3.45. Dispara-se um tiro com o cabo mensageiro na direção da UEP. O

cabo mensageiro deverá trazer para a embarcação o cabo do guincho de pull-in da UEP.

Uma vez no convés, o cabo de pull-in da embarcação deverá ser conectado à

extremidade do duto. A operação de pull-in inicia-se lançando a linha com os

tensionadores enquanto a plataforma recolhe o cabo do guincho de pull-in.

Deverá ser solicitado à plataforma que posicione a extremidade do duto no seu

respectivo suporte. O lançamento do duto prossegue em catenária dupla até o TDP ser

posicionado no ponto alvo e dá-se prosseguimento ao lançamento do duto.

Figura 3.45 - Pull-in em 1ª Extremidade

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47

O pull-out de 2ª extremidade é a operação inversa ao pull-in de primeira, e consiste

na desconexão do riser da plataforma e posterior recolhimento para o PLSV.

3.4.6.2 Pull-in de 2ª e Pull-out de 1ª

Esta manobra se dá depois da realização de uma conexão submarina, onde o navio

já vem lançando linha em direção à plataforma. Dessa forma, chega-se próximo à

plataforma apenas com a extremidade final da linha flexível no convés do navio.

Para o pull-in de 2ª extremidade a manilha hidráulica e o guincho A&R são

instalados na extremidade final quando a mesma está sobre o convés e posteriormente é

feito o outboarding da extremidade até mesa retrátil.

O cabo do guincho de pull-in da UEP é enviado ao navio e conectado à lingada de

pull-in da extremidade final do riser. Então é iniciada a operação de pull-in do riser

lançando o guincho A&R enquanto a plataforma recolhe o cabo do guincho de pull-in.

Quando o guincho A&R do navio estiver sem a carga da catenária é acionada a manilha

hidráulica, que irá desconectar o guincho A&R da lingada de pull-in, a partir de então a

UEP continua recolhendo seu guincho. A seguir pode ser visto na Figura 3.46 uma

operação típica de Pull-in em 2ª Extremidade.

Figura 3.46 - Pull-in em 2ª Extremidade

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48

4 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

4.1 Operações de Outboarding de Risers Flexíveis

Uma operação rotineira em projetos de instalação de dutos flexíveis é o

outboarding de extremidade final. Como descrito no item 3.4.4, tal manobra consiste em

colocar para fora do navio a extremidade final da linha de maneira que os acessórios não

passem pela roda de lançamento, evitando não apenas danos na estrutura do duto como

nos acessórios que a compõem como por exemplo o enrijecedor.

A operação consiste em rebater o A-Frame para fora do PLSV, no sentido para

fora da embarcação ao mesmo tempo em que se libera gradualmente o cabo do guincho

A&R. Com isso, elevam-se os acessórios presentes na extremidade final do riser evitando

que eles passem pela roda de lançamento.

Para tal operação, usa-se o triplate para conectar o cabo do guincho, o cabo do A-

Frame e o riser, pois o mesmo é um massame compatível para receber cargas laterais,

como pode ser mostrado nas Figuras 4.1 e 4.2 a seguir.

Figura 4.1 – Outboarding extremidade final com Triplate

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49

Figura 4.2 – Detalhe do Triplate

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50

4.2 Utilização do Master Link

Como existe uma limitação de comprimento para que o acessório não chegue até

a roda de lançamento e haja algum dano, utiliza-se o master link para diminuir esse

comprimento e viabilizar a operação, visto que o mesmo é menor que o triplate. Vale

lembrar que, como mencionado no item 3.4.1, não é usual utilizar o master link para

receber cargas laterais. O mesmo só é utilizado para receber cargas na direção de sua

maior dimensão e não apresentando assim um fator de redução de carga como nas

manilhas.

Na Figura 4.3 a seguir, pode-se notar que com o uso do master link o enrijecedor

não está apoiado na roda de lançamento, evitando assim um possível dano como

mencionado anteriormente.

Figura 4.3 – Outboarding extremidade final com master link

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51

4.3 Cargas Laterais

O objetivo final do presente trabalho é a obtenção dos esforços no master link de

maneira a que se possa verificar a segurança da substituição do triplate por esse elemento,

uma vez que ele não foi projetado para isso.

Vale lembrar que esse estudo será direcionado à obtenção de forças no elemento

dentro de um modelo global, para que depois seja realizado um modelo local do master

link que será carregado com as forças obtidas nas análises descritas no capítulo 5.

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52

5 ESTUDO DE CASO

5.1 Programa de Análise

O programa utilizado para realização da simulação dinâmica foi o SITUA-Prosim,

[29], que é um programa orientado à simulação do comportamento de sistemas de

produção de petróleo offshore. O mesmo permite realizar uma simulação dinâmica de um

modelo hidrodinâmico associado a uma malha de elementos finitos e obter uma boa

precisão dos resultados desejados.

O sistema SITUA-Prosim vem sendo desenvolvido pelo LAMCSO-COPPE-

UFRJ em colaboração com o CENPES-Petrobras. Originalmente, é utilizado para a

análise de unidades flutuantes ancoradas considerando o acoplamento do casco com as

linhas de ancoragem e risers; presentemente inclui recursos especiais para análise de

diferentes situações de instalação e avaria (incluindo instalação de dutos, objeto analisado

no presente trabalho), permitindo, em todos os casos, obter simultaneamente os

movimentos da unidade flutuante e a resposta estrutural das linhas.

A plataforma SITUA compõe a interface gráfica para entrada de dados, geração

de modelos complexos e visualização de resultados. O SITUA incorpora alguns recursos

específicos para a geração de modelos para a simulação de procedimentos de instalação

de dutos offshore.

Os módulos de análise propriamente ditos estão incorporados no programa

Prosim. A formulação do Prosim utiliza a incorporação de modelos hidrodinâmicos a

modelos de Elementos Finitos para representar o comportamento estrutural das linhas de

ancoragem e risers. Com isso o programa é capaz de fornecer os movimentos da unidade

flutuante levando em conta a resposta estrutural e hidrodinâmica das linhas, apresentando

ganhos significativos em termos de precisão, já que considera implicitamente e

automaticamente todos os efeitos não-lineares e dinâmicos decorrentes da interação entre

o casco e as linhas.

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53

5.2 Modelo Estrutural

5.2.1 Unidade Flutuante

A unidade flutuante que foi considerada para realização da análise foi um

Tugboat, que é conhecido no Brasil como rebocador (Figura 5.1). Ele é uma embarcação

bem menor que um PLSV, projetado para empurrar, puxar e rebocar barcaças ou navios

em manobras delicadas como atracação e desatracação.

Figura 5.1 – Unidade Flutuante

Como é uma embarcação pequena, o rebocador é mais sucetível a variações nos

seus movimentos quando exposto a carregamentos ambientais, sendo os movimentos

mais importantes o heave, o pitch e o roll. Já os PLSV`s são embarcações maiores, pouco

sujeitas a maiores amplitudes quando comparada com os rebocadores. Na Figura 5.2

podem ser vistos os movimentos típicos de uma embarcação.

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54

Figura 5.2 – Movimentação das embarcações [30]

Para realização da análise foi utilizado um RAO de movimento convencional de

um rebocador. A seguir, nas Figuras 5.3 e 5.4 estão plotados os RAOs de heave e pitch,

respectivamente, para ondas com ângulo de ataque de 180 graus, ou seja, incidindo na

proa da embarcação. As curvas para os demais graus de liberdade de movimento não

foram representadas no texto, pois as curvas de heave e pitch são as que mais influenciam

nas oscilações das simulações realizadas.

Figura 5.3 – RAO Heave – 180º

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55

Figura 5.4 – RAO Pitch – 180º

5.2.2 Elementos da Análise

As linhas que compõem a análise foram modeladas em elementos finitos de

pórtico de dois nós. Basicamente o modelo estrutural analisado consiste em três linhas,

sendo elas: cabo do guincho A&R, cabo do A-Frame e riser, como pode ser visto na

Figura 5.5. Além disso, foi considerado no modelo estrutural o contato entre riser e roda

de lançamento.

Além disso, na discretização das malhas pertinentes às análises, foram

consideradas no riser malha de 0,5 metros nos segmentos na roda e convés de lançamento,

assim como na região do TDP. No trecho suspenso da catenária foram considerados

segmentos de 15 metros. No elemento que constitui o cabo do guincho foram utilizadas

malhas de 0,5 metros em segmentos próximos a conexão com o riser e aumentando

gradualmente para 2 metros até a conexão com o guincho. Já o cabo do A-Frame foram

utilizadas malhas de 0,5 metros.

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56

Figura 5.5 – Modelo Estrutural

As análises foram divididas em três posições ao longo da movimentação padrão

do A-Frame para a operação. Como o carregamento ambiental aplicado na análise é

irregular, essa divisão possibilita avaliar dinâmicamente o máximo esforço nos elementos

em cada posição, uma vez que utilizando toda a movimentação pertinente ao A-Frame os

esforços máximos poderiam não ser contabilizados, pois em uma determinada posição

aleatória o tempo do carregamento ambiental seria muito pequeno quando comparado ao

seu tempo total. Portanto, desta forma, foram avaliadas as cargas axiais pontuais no topo

do riser, cabo do guincho e cabo do A-Frame em diferentes instantes da operação. As três

posições podem ser melhores entendidas nas Figuras 5.6, 5.7 e 5.8.

Vale ressaltar que, no que tange aos parâmetros da análise dinâmica, foi

considerado um intervalo de integração de 0,005 segundos e um tempo total de 1500

segundos, sendo os 300 segundos iniciais descartados, pois foi considerada uma rampa

de carregamento nos 100 segundos iniciais a fim de não obter ruídos numéricos iniciais.

Cabo do

Guincho A&R Cabo do

Guincho

A-Frame

Riser Roda de Lançamento

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57

Figura 5.6– Posição 1 e detalhe do master link

Figura 5.7 – Posição 2 e detalhe do master link

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58

Figura 5.8 – Posição 3 e detalhe do master link

5.2.3 Parâmetros das Linhas

Alguns parâmetros foram considerados como premissas para a realização da

análise dinâmica da operação em questão. Os elementos descritos no item 5.2.2 possuem

especificações compatíveis com as usuais. Portanto, estão bem próximas da realidade.

Tais especificações foram listadas na Tabela 5.1.

Tabela 5.1 – Parâmetros das linhas

Riser Cabo do Guincho Cabo do A-Frame

Diâmetro Ext. [m] 0.1756 0.096 0.096

Diâmetro Int. [m] 0.1016 - -

EI [kN.m²] 7.56 0.7 0.7

Peso Ar [kN/m] 0.6636 0.48461 0.48461

Peso Água [kN/m] 0.42001 0.3798 0.3798

Coef. de Arrasto 1,2 1,2 1,2

Coef. de Massa Adicionada 1,0 1,0 1,0

Parâmetros

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59

5.2.4 Carregamento Ambiental

Para caracterizar o ambiente da embarcação foi definido o estado de mar irregular

com o Espectro de JONSWAP (Joint North Sea Wave Atmosphere Program) ajustado

para as condições de mares da região da Bacia de Campos. A matriz de casos de

carregamento foi definida de maneira a realizar um estudo paramétrico contemplando as

ondas com maior probabilidade de ocorrência nos mares brasileiros, que têm período de

seis a quatorze segundos e alturas típicas para uma instalação desse tipo, que seriam no

máximo iguais a dois metros.

Portanto, como dados de entrada foram utilizados a altura de onda de um e dois

metros e período de onda de seis, oito, dez, doze e quatorze segundos, estabelecendo um

conjunto de trinta análises resumidas na Tabela 5.2.

Tabela 5.2 – Resumo das Análises

Hs [m] Período [s] Hs [m] Período [s] Hs [m] Período [s]

6 6 6

8 8 8

10 10 10

12 12 12

14 14 14

6 6 6

8 8 8

10 10 10

12 12 12

14 14 14

Resumo das AnálisesPosição 1 Posição 2 Posição 3

1

2

1 1

2 2

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60

5.3 Resultados

5.3.1 Características Gerais

Conforme descrito anteriormente, foram executadas diversas simulações

dinâmicas não-lineares geométricas, para cada uma das três posições do A-Frame

consideradas e para cada um dos carregamentos ambientais propostos a fim de se obterem

as forças axiais no topo do riser, no cabo do guincho A&R e no cabo do A-Frame.

Para melhor exemplificar como foi o comportamento do riser durante a análise,

optou-se por plotar um gráfico força axial [kN] vs tempo [s] de uma das análises

elaboradas, força esta obtida na conexão com o master link (Figura 5.9). Tal análise em

questão é relativa à posição três com altura de onda de um metro e período de oito

segundos.

Figura 5.9 - Gráfico: Força ao longo do tempo

No gráfico observa-se não só a variação ao longo do tempo da força axial no topo

do riser de acordo com sua movimentação prescrita no decorrer da análise como também

os 300 segundos iniciais expurgados devido ao efeito de rampa conforme descrito no item

5.2.2.

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61

Devido à simulação numérica ter uma duração de 1500 segundos e o estado do

mar ser aleatório, gerado através do espectro de JONSWAP, tratamentos estatísticos

foram aplicados de modo a se obter os esforços máximos de cada um dos elementos

analisados. Tais variações estão relacionadas com o comportamento da unidade flutuante

à frente de um determinado carregamento ambiental. Portanto, o modelo estatístico que

foi utilizado para representar os dados obtidos foi o da distribuição de Weibull Tail, a fim

de obter o valor mais provável para a força axial presente em cada elemento analisado.

A seguir, serão apresentados os resultados das trinta análises realizadas, onde

serão representados em gráficos de barra com força axial [kN] vs período [s]. As forças

axiais analisadas são dos três elementos dispostos na análise, sendo eles: cabo do guincho

A&R, cabo do A-Frame e o riser.

5.3.2 Forças Axiais Máximas no Master Link

Na primeira posição, onde a configuração entre riser, cabo do guincho A&R e

cabo do A-Frame está na figura 5.6, fica claro que o guincho A&R está suportando toda

a carga da catenária, sendo a carga suportada pelo A-Frame, sendo somente o peso dos

elementos no convés. Outro fato observado é que as forças presentes no riser e no cabo

do guincho A&R estão próximas, o que representa uma configuração bem próxima do

real para o início da operação. No que se refere apenas à altura de onda, é evidente que

há maiores forças para altura de onda de dois metros, o que é um resultado esperado, visto

que a amplitude da embarcação será maior. A seguir na, Figura 5.10, estão os gráficos do

valor mais provável de Weibull para as forças no encontro do riser, guincho e A-Frame.

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62

Figura 5.10 – Máxima Força de Weibull para posição 1

Na segunda posição observa-se um momento em que o peso da catenária está

sendo suportado não apenas pelo guincho A&R como também pelo A-Frame. Isso se

evidencia com o aumento da carga no A-Frame e a diminuição da carga no guincho A&R,

o que representa, assim como na primeira posição, uma situação bem próxima à realidade

a bordo dos navios de lançamento para esse tipo de operação. Tal comportamento pode

ser observado na Figura 5.11.

Vale lembrar que a operação só ocorre com o rebatimento do A-Frame para fora

do navio e com o lançamento gradual do guincho A&R. Assim como na primeira posição,

para altura de onda de dois metros, as cargas se tornam mais elevadas.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

6s 8s 10s 12s 14s

Forç

a [k

N]

Período [s]

Posição 1 - H = 1m

Riser Guincho A-Frame

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

6s 8s 10s 12s 14s

Forç

a [k

N]

Período [s]

Posição 1 - H = 2m

Riser Guincho A-Frame

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63

Figura 5.11 – Máxima Força de Weibull para posição 2

A terceira e última posição ocorre quando quase toda a carga da catenária está

sendo suportada pelo A-Frame e a carga do guincho A&R é bem menor do que a inicial,

como pode ser visto por comparação com os resultados da primeira posição. Vale ressaltar

que assim como foi constatado na primeira posição, a força no topo do riser está bem

próxima da força presente no cabo do A-Frame, o que evidencia um comportamento

típico das operações de bordo, como pode ser visto na Figura 5.12.

Comparando-se os resultados entre alturas de onda, as análises com altura de dois

metros resultaram em maiores forças em relação às de um metro. Abaixo, estão

apresentados os gráficos referentes às forças axiais máximas de Weibull para a posição

três.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

6s 8s 10s 12s 14s

Forç

a [k

N]

Período [s]

Posição 2 - H = 1m

Riser Guincho A-Frame

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

6s 8s 10s 12s 14s

Forç

a [k

N]

Período [s]

Posição 2 - H = 2m

Riser Guincho A-Frame

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64

Figura 5.12 – Máxima Força de Weibull para posição 3

Vale ressaltar que para as três posições analisadas as máximas forças encontradas

foram para o período de onda de oito segundos. Isso se deve ao fato do RAO da

embarcação tanto de heave quanto de pitch, terem maiores amplitudes para ondas

próximas a oito segundos.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

6s 8s 10s 12s 14s

Forç

a [k

N]

Período [s]

Posição 3 - H = 1m

Riser Guincho A-Frame

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

6s 8s 10s 12s 14s

Forç

a [k

N]

Período [s]

Posição 3 - H = 2m

Riser Guincho A-Frame

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65

5.3.3 Fator de Amplificação Dinâmica no Topo do Riser

Na prática diária de projetos de instalação de linhas flexíveis é usual calcular

apenas as cargas estáticas, sendo utilizado como majoração um fator de amplificação

dinâmica de 1,3 de acordo com as normas utilizadas.

Como foram realizadas simulações dinâmicas para obter as forças globais do

sistema, seria interessante comparar o FAD obtido com as análises com o FAD

recomendado pela norma e usado na prática dos projetos.

Portanto, também foi levada em consideração nos resultados obtidos uma

avaliação do fator de amplificação dinâmica durante as análises. Para melhor avaliar o

FAD que o modelo esteve sujeito, foi retirado de cada análise a máxima força obtida e a

força estática a fim de obter o FAD em cada uma das análises realizadas.

O fator de amplificação dinâmica foi obtido da seguinte forma:

𝐹𝐴𝐷 = 𝐹𝑟𝑖𝑠𝑒𝑟 (𝑀á𝑥. 𝑊𝑒𝑖𝑏𝑢𝑙𝑙)

𝐹𝑟𝑖𝑠𝑒𝑟 (𝐸𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑎)

Com o FAD de cada análise em mãos, foi plotado um gráfico de barras FAD vs

período [s] para cada posição analisada com o intuito de comparação com o FAD

normalizado. Para isso, em cada gráfico de barras está representado por uma linha

horizontal o fator de amplificação dinâmica que a norma propõe. Usualmente, segundo

Noble Denton nº 0027/NDI, [31] e mencionado anteriormente, o fator de amplificação

dinâmica aplicado deve ser de no máximo 1,3 para operações offshore.

Como pode ser visto nos gráficos a seguir, Figuras 5.13, 5.14 e 5.15, na maioria

das análises o FAD está acima do recomendado pela norma em projetos offshore. Isso

ocorreu devido ao RAO utilizado para a análise ser de um barco bem menor do que um

PLSV, mais propenso a ter maior influência de ondas. Além disso, o modelo de

embarcação utilizado é bem diferente de um navio típico de lançamento de linhas

flexíveis.

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66

Figura 5.13 – FAD para posição 1

Figura 5.14 – FAD para posição 2

Figura 5.15 – FAD para posição 3

0

0,5

1

1,5

2

2,5

6s 8s 10s 12s 14s

FAD Riser - Posição 1

Altura de onda 1m Altura de onda 2m

0

0,5

1

1,5

2

2,5

6s 8s 10s 12s 14s

FAD Riser - Posição 2

Altura de onda 1m Altura de onda 2m

0

0,5

1

1,5

2

2,5

6s 8s 10s 12s 14s

FAD Riser - Posição 3

Altura de onda 1m Altura de onda 2m

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6 COMENTÁRIOS FINAIS

6.1 Conclusões

As conclusões que puderam ser obtidas avaliando os resultados foram que o

comportamento das forças estão bem próximas do esperado. Quando se fala em

comportamento, deve-se entrar no mérito de que a passagem da carga da catenária foi do

guincho A&R para o A-Frame, exatamente como a manobra tem que ser realizada.

Além disso, ficou evidente de que para um estado de mar com altura de ondas de

dois metros, pode-se tornar inviável a operação, pois se tem um aumento considerável de

carga em algumas análises. Para se chegar a conclusões mais concretas, os esforços no

master link teriam que ser analisados localmente e também a capacidade de carga dos

equipamentos que compõem a embarcação. Esse deverá ser o escopo de trabalho futuro.

Geralmente, quando as cargas avaliadas para projeto estão próximas à carga máxima de

segurança do equipamento, uma análise de estado de mar é realizada a fim de se obter

uma janela de operação.

No que diz respeito ao fator de amplificação dinâmica encontrado nas análises

serem maiores do que o normalizado e dos padrões encontrados no dia a dia da

embarcação, conclui-se que essa discrepância se dá pelo fato da embarcação utilizada

como unidade flutuante nas análises ser bem menor do que um PLVS. Portanto, para

efeito de comparação com a norma vigente, fica claro a necessidade do uso de uma

unidade flutuante compatível com um navio de lançamento de linhas flexíveis, com isso

poder-se-ia aferir melhor os resultados.

No geral, avalia-se que o modelo elaborado está bom, considerando as

dificuldades encontradas para se chegar a uma unidade flutuante mais compatível com as

típicas de instalação de dutos flexíveis.

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6.2 Trabalhos Futuros

Como descrito no item que motivou o presente trabalho, fica para trabalhos

futuros, elaborar análises locais do master link. Provavelmente, quando forem analisadas

cuidadosamente as distribuições de tensões aplicando-se as três cargas pode ser que

chegue a um consenso de uma possível redução de carga para utilização de master link

quando utilizado com cargas laterais.

Alguns cuidados devem ser levados em consideração quando for elaborado um

modelo para análise. São eles: o impacto entre manilhas dentro do master link, que ocorre

geralmente de forma abrupta, pontos de concentração de tensão entre manilha e master

link e por último, não menos importante, o conhecimento do aço utilizado para construção

do master link, pois haverá grande necessidade de se conhecer o comportamento elástico

do material.

Por fim, com os resultados obtidos no presente trabalho, viabiliza-se um

aprofundamento do estudo de master link quando utilizado com cargas laterais.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] DNV-OS-H205, Lifting Operations, 2014, pp. 18.

[2] BAI, Q. & BAI, Y., Subsea Structural Engineering Handbook, 1ed. Houston,

Elsevier, 2010, pp 713.

[3] https://www.youtube.com/watch?v=SQ98y2wiMjI como acessado em 20 de

fevereiro de 2016, 23:33.

[4] http://www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/atuais/DanielA+Fabio/

relat2/relat2.htm como acessado em 22 de janeiro de 2016, 11:46.

[5] BAI, Q. & BAI, Y., Subsea Structural Engineering Handbook, 1ed. Houston,

Elsevier, 2010, pp 56.

[6] http://tecpetro.com/2014/05/11/equipamentos-submarinos/ como acessado em 21 de

janeiro de 2016, 11:09.

[7] https://www.nov.com/Segments/Completion_and_Production_Solutions/

Subsea_Production_Systems/Flexibles/Products_and_Solutions/Designing_Flexible_Pi

pes/Materials_and_Profiles/Materials_and_Profiles.aspx como acessado em 21 de

janeiro de 2016, 13:15.

[8] API 17B, Recommended Practice for Flexible Pipe, 3ed. 2002, pp. 9.

[9] API 17B, Recommended Practice for Flexible Pipe, 3ed. 2002, pp. 10.

[10] http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/conheca-curiosidades-sobre-

equipamentos-de-nossos-sistemas-submarinos.htm como acessado em 21 de janeiro de

2016, 13:28.

[11] http://www.subsea7.com/en/media-centre/datasheets/vessel-datasheets.html como

acessado em 3 de setembro de 2016, 15:18.

[12] http://myship.com/imo/9367009/NORMAND-SEVEN como acessado em 27 de

janeiro de 2016, 9:57.

[13] https://gcaptain.com/2013/08/09/merwede-wins-e1-billion-

newbuild/#.VqiwxPkrLcs como acessado em 27 de janeiro de 2016, 9:58.

[14] http://subseaworldnews.com/2014/10/10/maritime-developments-patents-its-4-

track-tensioner/ como acessado em: 28 de outubro de 2015, 15:41.

[15] http://www.4coffshore.com/windfarms/equipment-rentocean-ots-10t-tensioner-

eid9.html como acessado em 28 de outubro de 2015, 15:45.

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[16] NOBLE DENTON nº 27, Guidelines for Lifting Operations By Floating Crane

Vessels, 5 ed. pp. 15.

[17] http://www.offshorewind.biz/2012/05/15/seven-borealis-in-holland-for-final-

outfitting/ como acessado em 27 de janeiro de 2016, 10:01.

[18] http://www.huismanequipment.com/en/products/cranes/knuckleboom_cranes como

acessado em 27 de janeiro de 2016, 10:03.

[19] https://www.nov.com/Segments/Completion_and_Production_Solutions/

Subsea_Production_Systems/Flexibles/Products_and_Solutions/Tailor_Made_Accessor

ies/Tailor-Made_Accessories.aspx como acessado em 27 de janeiro de 2016, 9:54

[20] http://www.gunneboindustries.com/Lifting/Products/Shackles/GL-

Shackles/Gunnebo-Lifting-Standard-Shackle-No-854/ como acessado em 21 de

fevereiro de 2016, 14:15.

[21] http://www.gunneboindustries.com/Lifting/Products/Lifting-Components---

Classic/Master-links/Master-link-M-Classic/ como acessado em 21 de fevereiro de

2016, 14:23.

[22] http://www.gunneboindustries.com/Lifting/Products/Lifting-Blocks/Snatch-

Blocks/Gunnebo-Johnson-Thrust-Bearing-Swivel/ como acessado em 21 de fevereiro de

2016, 14:23.

[23] http://www.gunneboindustries.com/Lifting/Products/Offshore/Hooks/Safety-Hook-

BK-Offshore/ como acessado em 21 de fevereiro de 2016, 14:25.

[24] DNV-OS-H205, Lifting Operations, 2014, pp. 30.

[25] Catálogo Crosby

[26] ASME B30, Rigging Hardware, 26 ed. New York, 2004, pp 5.

[27] http://www.cmdobrasil.com.br/acessorios_gn.html#dois como acessado em 21 de

fevereiro de 2016, 22:22.

[28] DNV-OS-H205, Lifting Operations, 2014, pp. 24.

[29] JACOB, Breno P. Programa PROSIM: simulação numérica do comportamento de

sistemas para explotação de petróleo offshore – manual teórico. Versão 3.2,

LAMCSO/COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2006.

[30] http://www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/2006-

/Thiago+Eloana/relat2/texto.htm como acessado em 20 de setembro de 2016, 03:56

[31] NOBLE DENTON nº 27, Guidelines for Lifting Operations By Floating Crane

Vessels, 5 ed. pp. 19.