análise ergonômica do posto de trabalho - soldagem sobre-cabeça em estaleiros

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE ESCOLA DE ENGENHARIA Organização do Trabalho - Ergonomia Análise Ergonômica do Posto de Trabalho Soldagem Sobre-Cabeça em Estaleiros Grégori da Silva Troina - 42676 Alfredo Satte Alam - 40722 Rio Grande, Junho de 2012

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Page 1: Análise Ergonômica do Posto de Trabalho - Soldagem Sobre-Cabeça em Estaleiros

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

ESCOLA DE ENGENHARIA

Organização do Trabalho - Ergonomia

Análise Ergonômica do

Posto de Trabalho

Soldagem Sobre-Cabeça em Estaleiros

Grégori da Silva Troina - 42676

Alfredo Satte Alam - 40722

Rio Grande, Junho de 2012

Page 2: Análise Ergonômica do Posto de Trabalho - Soldagem Sobre-Cabeça em Estaleiros

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Principal

1.1.2 Objetivos Específicos

1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO

2. SOLDAGEM EM ESTALEIROS

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

1.2 TECNOLOGIA DA SOLDAGEM

3. ERGONOMIA DO POSTO DE TRABALHO

4. METODOLOGIA

5. AEPT – ANÁLISE ERGONÔMICA DO POSTO DE TRABALHO

1.1 ANÁLISE DA DEMANDA

1.1 ANÁLISE DA TAREFA

6. SUGESTÃO DE MELHORIAS

7. CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1. INTRODUÇÃO

O tema de estudo do presente trabalho trata-se do posto de trabalho de soldadores que trabalham em estaleiros. Estaleiros em geral são instalações costeiras dotadas de dique-seco e cais, voltados para a construção e reparo de estruturas navais de grande porte. É um ramo de produção onde existe muita pressão no que se refere ao cumprimento de prazos, e as condições de trabalho quase sempre são muito pesadas. O processamento de chapas espessas e grandes volumes de solda são características bastante comuns nesse segmento da engenharia. A técnica de união de estruturas metálicas e tubulações é predominantemente a soldagem por arco elétrico, valendo-se das mais variadas tecnologias existentes – desde a pioneira técnica do Eletrodo Revestido até as mais modernas como a utilização de Arames Metálicos tubulares ou maciços, ambos com proteção gasosa.

A quantidade de riscos em relação à segurança e a saúde física e mental dos envolvidos em soldagem nos estaleiros se assemelha, em muitos pontos, aos trabalhos convencionais realizados com essa técnica de união de materiais, mas se diferencia especialmente devido as peculiaridades existentes em obras de porte gigantesco, o que é inerente à maioria dos estaleiros.

Mesmo com a introdução de técnicas mais avançadas, a postura é ainda o fator que oferece mais dificuldades ao se trabalhar com serviços manuais de soldagem, e mais uma vez, os efeitos da postura na construção naval são bem mais intensos. Acessos estreitos, espaços confinados de dimensões e localidades bastante desfavoráveis, acabam por tornar o trabalho do soldador e demais funcionários envolvidos nesse posto de trabalho (Inspetores, Esmerilhadores, Encarregados, Ajudantes) ainda mais fatigante. Não obstante, é uma das atividades de maior interesse para o estudo de projeto de posto de trabalho e busca de melhorias ergonômicas. Sem deixar de valorizar as outras atividades, é de reconhecimento de que o trabalho de um soldador vigora como um dos mais exigentes no que tange a esforço físico e mental de um trabalhador em um estaleiro.

O maquinário e a tecnologia hoje existente no campo da soldagem por vezes não consegue acessar determinados lugares, nem mesmo realizar determinadas atividades bem específicas, continuando a mão de obra humana ainda objeto de extremo valor. O trabalho executado pelo ser humano é único e completo pela grande capacidade de adaptação que o sistema corpóreo possui às diversas condições e situações adversas, mas é interessante que um estudo prévio de projeto de posto de trabalho contemple a criação de sistemas ergonômicos, de forma que o trabalhador possa executar os serviços que exijam a capacidade humana com o devido auxílio de técnicas, máquinas, equipamentos e procedimentos. O resultado final de uma boa análise ergonômica de um posto de trabalho e implantação das melhorias resultará na garantia de uma adaptação e integração entre homem e tarefa, não dando espaço para a mentalidade da “adaptação ao trabalho a qualquer custo”.

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Principal

O objetivo principal consiste em realizar uma análise ergonômica do posto de trabalho de soldadores que atuam no segmento naval, tomando por base a utilização da teoria da AEPT (Análise Ergonômica do Posto de Trabalho) para entender e analisar os soldadores de uma empresa que atua no Pólo Naval de Rio Grande, na construção e montagem da plataforma FPU P-55, que está sendo executada nas instalações do ERG1 (Estaleiro Rio Grande 1).

1.1.2 Objetivos Específicos

Atender a demanda da disciplina de Organização do Trabalho - Ergonomia da Graduação em Engenharia Mecânica, FURG. Além disso, reunir conhecimento na área da ergonomia versus soldagem para completar a formação acadêmica e possuir um diferencial de competência em relação aos demais engenheiros formados no Brasil, tendo em vista que o segmento naval está em ascensão e um dos integrantes da dupla já atua, através do estágio, diretamente com esse posto de trabalho estudado.

1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está estruturado em mais 6 capítulos, além dessa introdução. No capítulo 2 e 3, consta a revisão bibliográfica para levantamento do estado da arte da soldagem em estaleiros e da ergonomia do posto de trabalho, respectivamente. No capítulo 4 é descrita a metodologia empregada para a realização da análise ergonômica, bem como as considerações feitas para adaptar a análise ao que estava disponível para ser analisado dentro da empresa. No capítulo 5 são apresentados os dados, informações e imagens coletadas na observação do posto de trabalho e realizadas as análises de demanda e de tarefa. Visando dar um valor contributivo ao trabalho é apresentado no capítulo 6 algumas sugestões de melhorias. Por fim, no capítulo 7, são feitos os comentários finais em uma seção reservada à conclusão.

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2. SOLDAGEM EM ESTALEIROS

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A soldagem é sem dúvida o principal processo metalúrgico realizado em estaleiros atualmente. No Brasil, é um dos principais gargalos a ser trabalhado, tanto pelo baixo nível de automatização quanto pelo baixo nível da mão de obra empregada, o que causa baixos níveis de produtividade e altos preços das peças produzidas em estaleiros nacionais em comparação com as peças produzidas em estaleiros estrangeiros. Antes do início dos anos 50, a construção e montagem das embarcações ou plataformas, assim como os reparos das mesmas, eram operações realizadas através do uso de rebites e parafusos. Com o advento da soldagem, começando com a pioneira técnica do eletrodo revestido, as sociedades fiscalizadoras e classificadoras extinguiram dos seus livros de regras as especificações para ligações rebitadas e passaram a adotar as novas tecnologias de soldagem como sendo as técnicas padrões de união de materiais metálicos na indústria naval. A soldagem veio, por tanto, trazer inúmeras vantagens operacionais para a construção em estaleiros, minimizando os custos de produção e maximizando a produtividade relacionada à redução do tempo de execução das uniões das estruturas metálicas. Como o volume de chapas a serem processadas e unidas por solda era bastante grande em um estaleiro, a soldagem como foi concebida não era por si só suficiente para atender as demandas do mercado. Com o passar do tempo, novas técnicas foram surgindo, às vezes com algumas similaridades com as técnicas anteriores, e às vezes totalmente revolucionadoras. A quantidade de chapas a serem processadas e unidas nos estaleiros esteve em baixa no período de crise da indústria naval brasileira, mas com a atual retomada dos investimentos no setor, logo voltou a sua quantidade original e até mesmo superou os números anteriores devido a crescente demanda por embarcações. Dessa forma, a evolução dos processos e das máquinas relacionadas à soldagem também continuou. Um breve comentário sobre as tecnologias de soldagem mais comumente utilizadas em estaleiros será mostrado no decorrer do trabalho, com intuito de tornar melhor o entendimento dos itens relevantes a serem posteriormente estudados na análise ergonômica. A preocupação com cumprimento de prazos, competitividade e redução de custos é tão grande que leva os empreendedores a terem diversas ideias, muitos delas bastante audaciosas. Um exemplo disso é o caso da UCN Açu – Unidade de Construção Naval do Açu, um novo negócio do grupo EBX, que está sendo construído no Rio de Janeiro. A nova unidade visa à criação de um complexo de construção naval & offshore com usinas siderúrgicas integradas para produção de chapas maiores que as disponíveis no mercado, reduzindo com isso o número de uniões soldadas, baixando os custos e conferindo capacidade ao estaleiro para produzir com alta lucratividade as novas encomendas da Petrobras já firmadas. Em relação à mão de obra, apesar das tentativas de automatização (como as linhas de painéis, por exemplo), existem muitos trabalhos que só são possíveis de serem realizados através da mão de obra humana. Os especialistas apontam que a principal característica da construção naval são as tarefas não padronizadas, dificultando a adoção de sistemas automáticos. Outro obstáculo são as geometrias dos locais de trabalho.

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Essas condições tornam o operário soldador a melhor opção, por ser capaz de se adaptar para cumprir as tarefas necessárias. Nesse âmbito de adaptação do ser humano ao trabalho e adaptação do trabalho ao ser humano, é que entra os estudos ergonômicos, com notada relevância para o aumento de produtividade, segurança e saúde física e mental dos trabalhadores.

2.2 TECNOLOGIA DA SOLDAGEM

A tecnologia de soldagem mais difundida e empregada nos estaleiros do Brasil e de todo o mundo, é notadamente a tecnologia de soldagem por fusão. O carro chefe desse tipo de solda é o processo com Eletrodo Revestido (ER). Juntamente com o Eletrodo Revestido existem as técnicas que utilizam arames metálicos maciços (MIG/MAG) ou tubulares (AT) com proteção gasosa ou com proteção por submersão (SAW). Entretanto, ainda encontram-se certas limitações e resistência quanto à implantação das tecnologias de última geração baseadas em novas descobertas laboratoriais como as soldas a Plasma e a Laser. Questões de capacitação de mão de obra e custos envolvidos acabam por vezes limitando empreendimentos da magnitude dos que são realizados em estaleiros.

Abaixo segue um breve comentário sobre os três principais tipos de processos de soldagem realizados em estaleiros:

- Eletrodo Revestido (ER)

A Soldagem a Arco com Eletrodos Revestidos (Shielded Metal Arc Welding - SMAW) é o processo mais usado, devido a sua versatilidade e possibilidade de trabalhos em campo, a céu aberto e com ventos, sem comprometer muito a qualidade da solda. É indicado para soldagem de aços e sempre existem eletrodos revestidos aptos a soldar qualquer tipo de aço lançado no mercado. Por esta razão existe uma grande variedade de eletrodos revestidos a disposição dos usuários, o que não ocorre com os outros processos de soldagem a arco com eletrodos consumíveis. Os ingredientes que formam o revestimento são triturados, dosados e misturados até a obtenção de uma massa homogênea. A massa é conformada sobre as varetas metálicas, com comprimentos padrão a partir de 300 mm. Em seguida o revestimento de uma das extremidades é removido para permitir o contato elétrico com o porta-eletrodo. Durante a execução do processo, o soldador encosta o eletrodo na peça de forma que o arco elétrico se dá entre o eletrodo revestido e a peça a ser soldada. Esse arco elétrico dissipa calor suficiente tanto pra derreter a peça no entorno da união quanto pra derreter o eletrodo que servirá como metal de adição para raiz, enchimento e acabamento da solda. É interessante lembrar que devido ao revestimento externo do eletrodo, geram-se gases para proteger a poça de fusão (região que está recebendo metal de adição fundido) dos contaminantes atmosféricos, formando também uma escória solidificada em cima do cordão de solda que retém impurezas e deve ser limpa a cada novo movimento de solda que é realizado sobre um cordão anterior. A figura abaixo esquematiza esse tipo de processo:

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Figura 1: Esquema de Soldagem Eletrodo Revestido (ER)

- MIG/MAG

A Soldagem a Arco Gasde soldagem a arco que produz a unielétrico estabelecido entre um eletanto, a soldagem utilizando a física do arco elétrico segueprincípio do eletrodo revestido, mas com a diferença qe não possuir revestimento. O fato do eletrodo não possuir revestimento, requer uma nova forma de proteção para a poça de fusão. Isso é conseguido através de um gás de proteção artificial, o que torna esse processo de soldagem não adequado para soldas a serem realizadas em campo, em locais onde há muito vento. O fato de não possuir revestimento, por outro lado, é bastante positivo, pois com esse tipo de arameminimiza um dos problemas soldadas em estaleiros que Quanto ao gás de proteção utilizado no processo, há duas sub

• MIG (Metal Inert Gas): denominaçãem atmosfera de gás inerte

• MAG (Metal Active Ga

arco em atmosfera ativa ( O eletrodo é constituído de um arame fino (0,apropriados e conduzido até o arco atravéacionados por um motor. O contato elétrico épequeno tubo de cobre colocado no interior do bocal de garco elétrico. Como o eletrodo é continuamepequeno, podem-se usar densidades de corrente extraordinariamente altas (300 A/mm2),resultando em elevadas velocidades de fuseletrodos revestidos.

Figura 1: Esquema de Soldagem Eletrodo Revestido (ER)

A Soldagem a Arco Gas-Metal (Gas Metal Arc Welding - GMAW) éde soldagem a arco que produz a união dos metais pelo seu aquecimento com um arco

trico estabelecido entre um eletrodo metálico contínuo (e consumível) e a peça soldagem utilizando a física do arco elétrico segue basicamente o mesmo

princípio do eletrodo revestido, mas com a diferença que o eletrodo passa a ser contínuo .

O fato do eletrodo não possuir revestimento, requer uma nova forma de proteção para a poça de fusão. Isso é conseguido através de um gás de proteção artificial, o que torna esse processo de soldagem não adequado para soldas a serem realizadas em

onde há muito vento. O fato de não possuir revestimento, por outro ivo, pois com esse tipo de arame não há formação de escória e

um dos problemas mais comuns em estaleiros para a reprovação de juntas é a inclusão de escória.

Quanto ao gás de proteção utilizado no processo, há duas sub-divisões:

MIG (Metal Inert Gas): denominação que se dá ao processo que utiliza um arcos inerte (He).

MAG (Metal Active Gas): denominação que se dá ao processo quarco em atmosfera ativa (CO2).

do de um arame fino (0,8 a 1,6 mm), bobinado em carretéapropriados e conduzido até o arco através de pequenos rolos impulsionadores

por um motor. O contato elétrico é feito por um deslizamento entre o fio e um tubo de cobre colocado no interior do bocal de gás, imediatamente antes do

continuamente renovado e seu comprimento ése usar densidades de corrente extraordinariamente altas (300 A/mm2),

resultando em elevadas velocidades de fusão, até cinco vezes a que se consegue com

Figura 1: Esquema de Soldagem Eletrodo Revestido (ER)

GMAW) é um processo pelo seu aquecimento com um arco

ínuo (e consumível) e a peça. Por basicamente o mesmo

e o eletrodo passa a ser contínuo

O fato do eletrodo não possuir revestimento, requer uma nova forma de proteção para a poça de fusão. Isso é conseguido através de um gás de proteção artificial, o que torna esse processo de soldagem não adequado para soldas a serem realizadas em

onde há muito vento. O fato de não possuir revestimento, por outro não há formação de escória e isso

comuns em estaleiros para a reprovação de juntas

divisões:

ao processo que utiliza um arco

s): denominação que se dá ao processo que utiliza um

8 a 1,6 mm), bobinado em carretéis s de pequenos rolos impulsionadores

feito por um deslizamento entre o fio e um s, imediatamente antes do

nte renovado e seu comprimento é relativamente se usar densidades de corrente extraordinariamente altas (300 A/mm2),

cinco vezes a que se consegue com

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Figura 2: Esquema de Soldagem MIG/MAG

Figura 3:

Figura 2: Esquema de Soldagem MIG/MAG

Figura 3: Esquema de Soldagem MIG/MAG

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- Arame Tubular (AT)

A Soldagem a Arco com Eletrodo Tubular (também denominada MAG com eletrodo tubular. Apdo processo MIG/MAG, altas taxas de deposiçãocontínuo, em conjunto com aeletrodos convencionais, possibilitando em estaleiros). É, por tanto, semelhante ao Mtubular, contendo no seu núcleo ingredientes chamados de fluxo que contém componentes geradores de gases e vapores protetores do arco ede cobertura, assim como adicionar a junta soldada. Em relação ao processo com eletrodo revestidoprocesso com arame maciço metálico do processo MIG/MAGmaiores densidades de corrente.está sendo utilizado: - Eletrodos Auto-Protegidos: a proteção da poça de fusão é feita física e química do fluxo investido no arame - Eletrodos Normais: a proteção é realprotetor que flui do mesmo bocal de onde emerge o eletrodo Obs. Os esquemas e equipamentos para soldagem MIG/MAG servem para a soldagem AT, basta que seja trocado o tipo de arame do alimentador.

Entender sobre as posições de soldagem é importante para qualquer análise preliminar sobre o assuntocomuns de realização de atividades em soldagem, sendo a posição sobreobjeto de estudo do presente trabalho:

Figura 4: Esquema das posições comuns de soldagem

(AT)

A Soldagem a Arco com Eletrodo Tubular (Flux Cored Arc Welding MAG com eletrodo tubular. Apresenta as vantagens de automaçã

processo MIG/MAG, altas taxas de deposição devido ao eletrodo ser arame em conjunto com as vantagens da soldagem sob escória protetora dos

, possibilitando melhores soldagens em campo (situação típica

semelhante ao MIG/MAG, mas com escória. O arametubular, contendo no seu núcleo ingredientes chamados de fluxo que contém omponentes geradores de gases e vapores protetores do arco e formadores de escória

de cobertura, assim como também pode conter algum elemento de liga

o ao processo com eletrodo revestido convencional e em relação ao processo com arame maciço metálico do processo MIG/MAG, permite o alcance de maiores densidades de corrente. Possui duas subdivisões que dependerá do eletrodo que

Protegidos: a proteção da poça de fusão é feita somente pelainvestido no arame–eletrodo.

Eletrodos Normais: a proteção é realizada por um por um fluxo adicional de gáprotetor que flui do mesmo bocal de onde emerge o eletrodo tubular.

Os esquemas e equipamentos para soldagem MIG/MAG servem para a soldagem AT, basta que seja trocado o tipo de arame do alimentador.

Entender sobre as posições de soldagem é importante para qualquer análise preliminar sobre o assunto soldagem, por tanto, o esquema abaixo ilustra as posições comuns de realização de atividades em soldagem, sendo a posição sobre

estudo do presente trabalho:

Figura 4: Esquema das posições comuns de soldagem

Flux Cored Arc Welding - FCAW) é resenta as vantagens de automação

devido ao eletrodo ser arame ria protetora dos

soldagens em campo (situação típica

O arame-eletrodo é tubular, contendo no seu núcleo ingredientes chamados de fluxo que contém

formadores de escória também pode conter algum elemento de liga que se deseja

e em relação ao , permite o alcance de

Possui duas subdivisões que dependerá do eletrodo que

somente pela ação

fluxo adicional de gás

Os esquemas e equipamentos para soldagem MIG/MAG servem para a soldagem

Entender sobre as posições de soldagem é importante para qualquer análise , por tanto, o esquema abaixo ilustra as posições

comuns de realização de atividades em soldagem, sendo a posição sobre-cabeça, a

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3. ERGONOMIA DO POSTO DE TRABALHO

“Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança, de saúde e de eficácia.” (Wisner 1996). “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento.” (Ergonomics Research Society (Inglaterra). “Ergonomia como sendo o estudo da adaptação do trabalho ao homem.” (IIDA 1997). Todos esses conceitos sobre ergonomia são válidos e quando aplicados a um posto de trabalho específico, podemos dizer que estamos aplicando os conceitos de ergonomia do posto de trabalho, seja para a finalidade de conceber um novo projeto de posto de trabalho ou apenas para sugerir melhorias para a forma como a atividade está sendo realizada, o que já confere um grande ganho para a saúde do trabalhador e produtividade do trabalho. A ergonomia do posto de trabalho seria então a aplicação dos conhecimentos adquiridos genericamente no estudo isolado da ergonomia, como: as medidas antropométricas, as recomendações para comandos e controles, as regras para acionamentos, os diversos tipos de estímulos sensoriais que podem ser explorados para ativar determinadas zonas do cérebro humano, os aspectos biomecânicos relacionados a forças, movimentos, consistência, resistência física, etc., diretamente em um posto de trabalho específico, sendo o caso de estudo do presente trabalho, soldadores executando a tarefa de soldar na posição sobre-cabeça.

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4. METODOLOGIA

A metodologia para a realização deste trabalho consistiu em leituras de artigos, dicas de professor e revisão bibliográfica sobre o assunto ergonomia aplicada ao posto de trabalho, para inicialmente ter-se a capacidade de determinar um posto de trabalho bem delimitado e posteriormente prosseguir com a coleta de informações a cerca do trabalho, coleta de imagens do posto de trabalho em estudo e, por fim, realização de entrevistas com os trabalhadores envolvidos, para que reunindo tudo isso, fosse possível aplicar a teoria da análise ergonômica de posto de trabalho como se segue no capítulo seguinte. Procurou-se analisar situações comuns de trabalho sem pressão para que algo ocorresse diferente do normal, de forma a conferir veracidade aos resultados obtidos e conduzir a uma análise real e efetiva da situação. A entrevista foi realizada com dois funcionários escolhidos propositalmente por possuírem boa comunicação e por terem sido recomendados pelo respectivo encarregado.

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5. ANÁLISE ERGONÔMICA DO POSTO DE TRABALHO

A análise ergonômica de posto de trabalho que se segue é realizada em uma população de soldadores que prestam serviços para o polo naval, através da empresa X Ltda. Essa análise tem como motivação e interesse possibilitar um aumento de produtividade juntamente com uma melhora na qualidade da produção e das condições de trabalho, através de propostas de melhorias do posto de trabalho. No entanto, consequentemente, as recomendações e melhoria, se aplicadas, irão gerar benefícios tanto para a segurança como para a saúde física e mental dos trabalhadores.

5.1 ANÁLISE DA DEMANDA

5.1.1 A Empresa

- setor de atividade: construção e montagem de estruturas navais offshore. No

empreendimento atual encontra-se construindo a plataforma FPU P-55.

- importância social e econômica: empresa de grande porte, com diversas ações sociais

dentro da comunidade da cidade onde se inseriu, além de ser o maior pólo gerador de

emprego.

- objetivos a curto, médio e longo prazo com a AEPT: visa a obtenção de lucratividade

tanto com o aumento da produtividade quanto com a melhoria na qualidade da produção.

Obtendo ainda, secundariamente, ganhos com segurança e saúde física e mental do

trabalhador.

- tecnologia utilizada: as tecnologias de soldagem aplicadas no segmento foram estudadas

anteriormente no capítulo sobre soldagem em estaleiros, e o que se pode dizer é que

apesar de algumas limitações, se utiliza os processos mais bem dotados e utilizados em

todo o mundo, sendo que o gargalo a ser resolvido então, não é bem a tecnologia

empregada, pois esta não é o problema, mas sim a falta de qualificação de mão de obra e

as ruins condições de trabalho.

- modo de gestão do pessoal: a supervisão é feita através de encarregados, supervisores e

engenheiros de campo que atuam presencialmente as frentes de serviço, uns mais outros

menos frequentes, de forma a garantir o acompanhamento presencial, verificando se os

procedimentos estão sendo rigorosamente seguidos e verificando a existência de

anomalias.

- interações e inter-relações entre os subsistemas: os soldadores, que são os trabalhadores

diretos envolvidos nesse posto de trabalho, se relacionam com outros funcionários

envolvidos com esse mesmo posto, seja de escalão superior como inspetores, supervisores

ou encarregados, seja de escalão inferior como ajudantes, lixadores, etc.

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- estrutura e funcionamento do processo global de produção: o funcionamento global do sistema consiste no cumprimento de uma tarefa específica de montagem e solda de uma estrutura. Tão logo as equipes de montagem concluem o seu serviço, a peça fica sob responsabilidade do inspetor de montagem para que o mesmo aprove ou reprove a montagem. Se reprovada, ações corretivas são tomadas pelas equipes de montagem, caso contrário, se aprovada, a estrutura segue para as equipes de soldagem. Finalizando-se a soldagem, o controle de qualidade assume novamente para inspecionar e dar o laudo de aprovação ou reprovação da solda realizada.

5.1.2 A população Envolvida

A população envolvida possui as seguintes características:

- sexo: a maioria é ainda predominantemente de homens, sendo que as mulheres vêm ganhando espaço devido a sua melhor disciplina e facilidade de relacionamento. Além disso, em processos de soldagem específicos como o TIG (Tungsten Inert Gas), elas possuem larga vantagem devido o processo exigir cautela e maior sensibilidade.

- idade: em relação à idade encontra-se uma população um pouco mais jovem se comparado com as equipes de montagem. Isso se deve ao fato do rigor das atividades de soldagem, o que impede que elas sejam realizadas por uma pessoa durante um tempo muito longo da vida.

- efetivo: é bastante grande o número de trabalhadores envolvidos na empresa, chegando a quase 3500 funcionários em períodos de pico.

- tempo de serviço na empresa: como foi mencionado, o tempo de serviço no posto de trabalho com soldagem não é muito longo na vida de um trabalhador, raramente passa dos 15 anos. O tempo de serviço em uma empresa, do segmento naval, não é diferente. Além do fato que as obras terminam e é preciso migrar para outros empreendimentos e outras regiões, existe um grande problema social e previdenciário no Brasil que são trabalhadores dispostos a trabalhar por períodos não muito superiores a 1 ano, para em seguida forçarem demissão e receberem os proventos.

- nível de formação versus nível de qualificação: o nível de formação pode ser considerado facilmente dos piores. É uma realidade assustadora o que se vivencia nos estaleiros, mostrando como a educação é capaz de criar verdadeiros abismos entre os seres humanos. No entanto, o que tange a qualificação para a realização dos procedimentos de solda, é consenso que nos estaleiros se acham diversos funcionários em potencial, devido aos contínuos treinamentos oferecidos, e exigências dos clientes por soldadores qualificados. A qualificação de cada soldador possui validade e pode ser cassada se o índice de aprovação das juntas executadas por ele for ruim.

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5.1.3 O Posto de Trabalho

- posição do posto dentro do sistema global de produção: o posto de trabalho encontra-se

na metade da cadeia de produção, mas mesmo assim é considerado o principal e mais

relevantes momentos da execução do serviço como um todo.

- condições ambientais de trabalho: as condições por vezes são controladas e consegue-se

obter boas condições, mas no geral, por se tratar de grandes empreendimentos, número

alto de funcionário, peças e ferramentas de grande porte, trabalhos em campo a céu

aberto, com chuva, sobre andaimes em altura etc., em fim, as condições de trabalho não

são das melhores.

- condições organizacionais de trabalho: a condição organizacional possui notada atenção

e cobrança por parte dos técnicos de segurança e supervisores, mas nem sempre é

possível manter conforme desejado. ação

Figura 5: Posto de Trabalho – Soldagem Sobre-Cabeça sobre andaimes.

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5.2 ANÁLISE DA TAREFA

Inicialmente realizaram-se observações na empresa onde foi possível acompanhar os soldadores executando serviços em soldagem. Foram coletadas informações de campo com os encarregados bem como tiradas algumas fotos de determinadas situações. Ao final, também foi feita uma entrevista com alguns deles.

Antes de prosseguir com a análise dos itens relevantes relacionados com a tarefa, é interessante entender os conceitos existentes sobre esse termo: tarefa. Existem três definições diferentes que aborda os três tipos de tarefas que podem ser observadas em um ambiente de trabalho.

Tarefa prescrita

Segundo Silva, L.R.W, trata-se do conjunto de objetivos, procedimentos, métodos e meios de trabalho, fixados pela organização para os trabalhos. É o aspecto formal e oficial do trabalho, isto é, o que deve ser feito e os meios colocados à disposição para a sua realização.

Tarefa induzida ou redefinida

Segundo Silva, L.R.W, é a representação que o trabalhador elabora da tarefa, a partir dos conhecimentos que ele possui das diversas componentes do sistema. É o que o trabalhador pensa realizar. Pode-se fala, neste caso, em tarefa real ou efetiva.

Tarefa realizada, ou atualizada, ou Atividade

Segundo Silva, L.R.W, em função dos imprevistos e das condicionantes de trabalho, o trabalhador modifica a tarefa induzida às especificidades da situação de trabalho, atualizando, assim, a sua representação mental referente ao que deveria ser feito

Essa distinção em três níveis é bastante interessante e verifica-se bastante na prática em estaleiros. Nem sempre a supervisão pode estar acompanhando o serviço 100% do tempo, e por isso, a qualidade e a realização do serviço conforme o procedimento acaba ficando dependente da vontade ou capacidade do trabalhador. O controle de qualidade, posteriormente, através das técnicas de inspeção, elimina tudo aquilo que não estiver conforme, mas o problema não é somente as peças serem aprovadas a qualquer custo, a qualquer maneira. A ideia seria que as peças fossem aprovadas, mas com os procedimentos sendo seguidos à risca, de maneira a acontecer as previsões dos projetistas e elaboradores dos procedimentos.

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5.2.1 Delimitação do sistema homem-tarefa

A missão deste sistema será sempre a função de conferir integridade estrutural para o conjunto montado de forma a fixá-lo na sua posição final de montagem, com o mínimo de danos a peça e atendendo aos requisitos de qualidade exigidos, ou seja, o objetivo do posto de trabalho dos soldadores será sempre a execução de um procedimento de soldagem baseado em documentação e instruções de execução. No caso do presente estudo, os soldadores realizam as soldagens em estruturas utilizando processo por Arame Tubular, na posição sobre-cabeça.

Através das fotografias abaixo podemos visualizar o posto de trabalho:

Figura 6: Soldagem Sobre-Cabeça com Arame Tubular.

Figura 7: Soldagem Sobre-Cabeça em Andaimes.

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Fazendo uma análise da estrutura a ser soldado, consegue-se dimensionar o número de funcionários possíveis de trabalhar simultaneamente naquela atividade, além disso, em posse do número de soldadores e da quantidade de serviços a serem realizados, são estipulados prazos para a conclusão dos mesmos. Há alguns procedimentos bastante rebuscados, como para soldagem de chapas espessas em que se usa resistência elétrica para pré-aquecimento. Nesses casos os prazos são maiores devido aos altos volumes de solda a serem depositados e a necessidade maior de limpeza para fazer a contra soldagem (soldagem do lado oposto para garantir penetração total).

Dentro deste perfil podemos observar que serão criados pequenos grupos de trabalho, ou trabalho individual cada um com suas atribuições e prazos em separado.

Ao início de cada dia de trabalho existem etapas como a participação do DDSMS – Diálogo Diário de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, colocação de EPI, instalação do equipamento a ser utilizado na soldagem, posicionamento da estrutura e do soldador em relação a ela, para assim dar-se início ao processo de soldagem em si.

5.2.2 Análise dos Componentes do Sistema

Para uma análise mais completa do trabalho foi feita uma entrevista com dois soldadores e estes preencheram oralmente o seguinte questionário. A maioria das respostas obtidas foram as que seguem abaixo.

ENTREVISTA:

1-Com quais processos de soldagem você trabalha?

Eletrodo revestido, MIG, MAG e TIG.

2-Quantas horas por dia você solda?

8 horas.

6 horas.

3-Existem intervalos de quanto tempo dentro dessas horas?

Depende do processo de soldagem e da espessura da chapa.

Sim, depende da fabricação.

4-O que tem de melhor no seu trabalho?

O ambiente agradável e a companhia dos colegas.

Os amigos.

Espaço físico.

O ambiente de trabalho e fazer uma boa solda.

O desafio.

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5-O que lhe incomoda sob o aspecto de saúde no seu trabalho?

(calor, posição de soldagem, fumaça...)?

Às vezes calor.

As fagulhas.

A fumaça.

Poeira e barulho.

6-Você sente alguma dor que considera conseqüência do trabalho de soldagem?

No momento não sinto nenhum tipo de sintoma, mas sei que mais tarde isso pode me prejudicar muito.

Às vezes nos olhos. Dores de cabeça.

Às vezes dor de estômago por conseqüência da fumaça.

7-Você observa algum perigo neste trabalho?

Sim, alguns.

Às vezes sim.

Sim, queimaduras em mãos e olhos.

Queimadura, choque elétrico e fagulhas nos olhos.

8-Você usa sempre equipamentos de proteção individual?

Sim.

9-O que você mudaria para melhorar a sua condição de trabalho?

Um espaço reservado apenas para os soldadores para não prejudicar os outros colegas.

Organização da área de trabalho.

O sistema de ventilação.

5.2.1.1 O Homem

Os operadores que trabalham neste posto ativamente são os soldadores, existem também os supervisores que atuam inspecionando se os procedimentos estão sendo feitos corretamente e dentro das normas eles também repassam alguns serviços aos soldadores, e em alguns casos existe um vigia que acompanha o soldador caso a solda seja executada em um espaço confinado.

Cada soldador possui a formação correspondente ao tipo de solda que executa, ou seja, um curso de especialização.

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Normalmente os processos de soldagem são feitos individualmente ou em dupla, mas existe maispodemos considerar que um posto de trabalho tem em média quatro soldadores.

No caso dos supervisores eles trabalham simultaneamente em diversos postos, verificando o andamento do serviço e o cumprimento das no

5.2.1.2 As máquinas

A máquina mais usada para soldagem no período em que foi feita a analiera máquina de soldagem com arame tubular baixo:

Figura 8: Equipamento para Soldagem com Arame Tubular ou

Como a tocha de soldagem é a ferramenta básica do soldador é

importante que ela possua características físicas que não prejudiquem a saúde do soldador, que ela tenha um peso e dimensões confortáveis para o uso contínuo, pois isso pode afetar o trabalhador

Normalmente os processos de soldagem são feitos individualmente ou em dupla, mas existe mais de um soldador soldando no mesmo local o que podemos considerar que um posto de trabalho tem em média quatro soldadores.

No caso dos supervisores eles trabalham simultaneamente em diversos postos, verificando o andamento do serviço e o cumprimento das no

5.2.1.2 As máquinas

A máquina mais usada para soldagem no período em que foi feita a analiera máquina de soldagem com arame tubular revestido que é mostrada na foto

Figura 8: Equipamento para Soldagem com Arame Tubular ou MIG/MAG

Como a tocha de soldagem é a ferramenta básica do soldador é importante que ela possua características físicas que não prejudiquem a saúde do soldador, que ela tenha um peso e dimensões confortáveis para o uso contínuo, pois isso pode afetar o trabalhador trazendo futuras lesões.

Normalmente os processos de soldagem são feitos individualmente ou de um soldador soldando no mesmo local o que

podemos considerar que um posto de trabalho tem em média quatro soldadores.

No caso dos supervisores eles trabalham simultaneamente em diversos postos, verificando o andamento do serviço e o cumprimento das normas.

A máquina mais usada para soldagem no período em que foi feita a analisa revestido que é mostrada na foto

Figura 8: Equipamento para Soldagem com Arame Tubular ou

Como a tocha de soldagem é a ferramenta básica do soldador é importante que ela possua características físicas que não prejudiquem a saúde do soldador, que ela tenha um peso e dimensões confortáveis para o uso contínuo,

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5.2.1.3 As posições de soldagem

Como podemos observar nas fotos tiradas dos soldadores a nossa análise ergonômica é voltada para a saúde do soldador na posição de soldagem sobre-cabeça que é uma das posições mais exigentes fisicamente e de extrema importância, pois soldar muito tempo dessa maneira pode trazer conseqüências graves para o sistema músculo esquelético.

O ideal seria a mão na posição entre a cintura e o nível dos ombros, sem que o trabalhador precisasse assumir posturas torcidas ou inclinadas para frente, mas sabemos que na prática se torna quase impossível sempre assumir a postura ideal, pois a estrutura a ser soldada é que irá definir as possibilidades de execução de determinadas posições.

Figura 9: Soldagem Sobre-Cabeça realizado sobre máquina elevatória.

5.2.1.4 O Ambiente de Trabalho

Podemos observar que os soldadores trabalham em um ambiente interno dentro de galpões ou embarcado na plataforma, onde são feitos outros serviços de outros postos de trabalho, como também existe o trabalho em ambiente externo, ao ar livre.

A ventilação do ambiente é outro fator de grande importância, pois como neste tipo de solda existe muita fumaça, e esta fumaça é tóxica e pode causar danos a saúde, onde a soldagem é feita em ambiente externo já existe ventilação, e em espaços confinados há o trabalho de uma empresa voltada para instalação de exaustores para garantir qualidade do ar.

O uso de EPI foi observado em todos os trabalhadores o que é de extrema importância no cumprimento das normas e principalmente na saúde deles, evitando a exposição ao risco de acidentes de trabalho.

O calor é presente neste posto de trabalho, o uso de EPI e roupas pesadas faz com que o soldador sinta esse desconforto que foi citado pela maioria.

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5.2.1.5 Órgãos Sensoriais

Quando o trabalhador solda deve sempre utilizar máscara, mas muitos deles reclamam das fagulhas nos olhos, o que na questão de saúde é um fato preocupante e mostra que os EPI’s não estão sendo utilizados corretamente, eles falam também do risco de queimaduras nas mãos conseqüências dessas mesmas fagulhas, o que também releva um despreparo quanto ao treinamento de utilização de EPI’s.

Os níveis de ruídos que para audição pode trazer problemas futuros, por serem bastante elevados, devem ser mitigados sempre quando se estiver trabalhando em áreas de estaleiros, através dos protetores auriculares e abafadores.

5.2.1.6 As condições organizacionais do trabalho

Pelo que foi observado, a empresa oferece condições adequadas para a execução do trabalho dos soldadores, tanto no aspecto das tarefas na sua delegação e distribuição, quanto a oferecer os equipamentos de proteção individual aos trabalhadores para sua proteção nos processos de soldagem, como também máquinas necessárias para cada tipo de solda.

Também possui uma divisão das funções entre os trabalhadores de maneira organizada, baseada em planejamento dos processos de soldagem.

5.2.3 Avaliação das exigências do trabalho

Como podemos concluir das descrições anteriores, este trabalho exige esforços físicos variados e movimentos constantes, o peso, as dimensões da tocha e seu manuseio é um esforço básico e contínuo. A posição de soldagem exige esforço ligado à postura adotada durante a soldagem, o que pode trazer problemas musculoesqueléticos aos trabalhadores.

O conjunto destes movimentos contínuos e posturas fazem com que exista um gasto energético, mas principalmente pode trazer riscos a saúde do trabalhador ocasionando lesões que só aparecem com o tempo.

Os fumos metálicos da solda, chamados de fumaça pelos trabalhadores foram citados pela maioria dos soldadores como aspecto de saúde que incomoda no trabalho, e além de incomodar pode trazer problemas cardiorrespiratórios se os níveis dos componentes dessa fumaça estiverem acima dos limites exigidos pela NR15, podemos notar através das respostas das questões que alguns deles reclamam de dores de cabeça e estômago provavelmente originadas do ato de aspirar essa fumaça.

O calor é um desconforto inevitável neste trabalho, pois é obrigatório usar sempre EPI que traz esse desconforto, mas que não traz consequências à saúde se o ambiente de trabalho estiver em uma temperatura adequada.

Alguns soldadores relataram que um dos riscos que existe neste trabalho são as queimaduras, que podem acontecer com eles e também com quem trabalha ao redor causada pelas faíscas que podem saltam durante o processo de soldagem.

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Podemos identificar diversos fatores no posto de trabalho dos soldadores que apresentam riscos a saúde destes trabalhadores. A análise ergonômica destaca os fatores físicos e do ambiente de trabalho, selecionando o que foi analisado e o que os empregados relataram após questionamentos:

• Posição de soldagem inadequada • Movimento contínuo e manuseio da tocha • Fumaça tóxica • Fagulhas • Falta de espaço físico • Falta de Ventilação ou Ventilação Insuficiente.

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6. SUGESTÃO DE MELHORIAS Através de ações simples podemos obter ganhos consideráveis:

Figura 10: Apoio para soldagem mais uniforme e descanso do soldador.

Figura 11: Apoio para os pés, reduzindo carga física e melhorando postura.

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7. CONCLUSÃO

Através desta análise ergonômica podemos observar que as atividades de soldagem oferecem um grande risco à saúde do soldador. Sabemos que algumas situações são inevitáveis, mas outras podem ser melhoradas. A posição de soldagem não pode ser sempre a ideal, mas podemos tentar chegar o mais próximo disso, usando equipamentos de apoio para as estrutura e tentando se posicionar o melhor possível em relação a peça que será soldada.

Quanto à fumaça ocasionada pela soldagem o ideal é manter um controle contínuo através de medições para garantir que os níveis dos componentes da fumaça nunca ultrapassem os limites estabelecidos pela norma. Além de sistemas de exaustão e equipamentos de proteção individual.

Para o esforço físico repetitivo é importante um rodízio de postos e funções para que o soldador não fique sempre fazendo o mesmo serviço diversificando as suas atividades com soldagens de outros tipos e maneiras.

A análise ergonômica da saúde do soldador nos mostra os diversos riscos que estes estão expostos, mas muitos deles são conscientes disso e gostam do que fazem o importante e tentar evitar ao máximo essas situações de risco com ações preventivas e a tentativa de melhora constante das suas condições de trabalho.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MACHADO, I. G. Soldagem & Técnicas Conexas: Processos. Porto Alegre: Machado, 1996. IIDA, I. Ergonomia, Projeto e Produção.2ª edição . São Paulo: Edgard Blücher, 2005. DUL, J. WEERDMEESTER, B . Ergonomia Prática. São Paulo: Edgard Blucher, 2004. DA SILVA, L. R. W. Análise Ergonômica do Posto de Trabalho – AEPT. Rio Grande: FURG, 2012. VERDUSSEN, Roberto. (1978) Ergonomia: a racionalização humanizada do trabalho. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. WISNER, A. (1987) - Por Dentro do Trabalho: Ergonomia, Método e Técnica - São Paulo, FDT/Oboré.