anÁlise epidemiolÓgica e biomecÂnica de...

96
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO EM FISIOTERAPIA ANDRÉ AUGUSTO MARTINES TEIXEIRA MENDES ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL SÃO PAULO 2014

Upload: vongoc

Post on 30-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE MESTRADO EM FISIOTERAPIA

ANDRÉ AUGUSTO MARTINES TEIXEIRA MENDES

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL

SÃO PAULO

2014

Page 2: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

ANDRÉ AUGUSTO MARTINES TEIXEIRA MENDES

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL

Exame de defesa apresentado ao

Programa de Mestrado e Doutorado em

Fisioterapia da Universidade Cidade de

São Paulo - UNICID, sob orientação da

Profª Drª Rosimeire Simprini Padula e

co-orientação da Profª Drª Cristina

Maria Nunes Cabral para obtenção do

título de Mestre.

SÃO PAULO

2014

Page 3: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

i

ANDRÉ AUGUSTO MARTINES TEIXEIRA MENDES

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL

Exame de defesa apresentado ao Programa de Mestrado e

Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São

Paulo - UNICID, sob orientação da Profª Drª Rosimeire

Simprini Padula e co-orientação da Profª Drª Cristina Maria

Nunes Cabral para obtenção do título de Mestre.

Área de concentração: Saúde do trabalhador

Data da defesa:

Resultado: ____________________________

BANCA EXAMINADORA:

Profª.: Drª.: Sandra Freitas

Universidade Cidade de São Paulo

Prof.: Dr.: Rodrigo Carregaro

Universidade de Brasilia

Profª.: Drª.: Rosimeire Simprini Padula

Universidade Cidade de São Paulo

Page 4: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

ii

DEDICATÓRIA

Dedico a defesa dessa dissertação aos grandes incentivadores e

apoiadores desta jornada, minha esposa e grande amor da minha vida Mônica

Rico Mendes e aos meus filhos Pedro Rico Mendes e Gabriel Rico Mendes que

aceitaram minha ausência quando necessário, me animaram quando eu

pensava em desistir, me amaram e dedicaram a mim lindos sorrisos todos os

dias.

A eles o meu amor desde sempre e para sempre.

Page 5: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

iii

AGRADECIMENTOS

Meus primeiros agradecimentos não poderiam ser a outra pessoa que

não a minha orientadora Profa. Rosimeire Simprini Padula, que nesses dois

anos foi muito mais do que minha orientadora, foi minha parceira,

incentivadora, e grande professora, no sentido mais poético da palavra. Tenho

certeza de que sem ela eu não teria conseguido seguir nessa jornada tão

turbulenta.

Agradeço também aos professores César Amorim, Sandra Freitas e

Cristina Cabral pelo auxílio e total apoio durante as coletas e análises, sempre

contribuindo com grande dedicação e zelo.

Aos voluntários da pesquisa e todos os responsáveis pela empresa

metalúrgica que não pouparam esforços para que as coletas fossem realizadas

com sucesso e me deram toda a atenção necessária em meio a correria do dia-

a-dia da empresa.

Por fim aos meus pais, Celso Teixeira Mendes e Claudete Carmona

Martines por todo o incentivo, apoio emocional e financeiro, para que eu

pudesse concluir essa etapa.

Page 6: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

4

PREFÁCIO

Esta dissertação de mestrado aborda assuntos relacionados à saúde do

trabalhador, em especial a saúde do soldador e sua relação com o trabalho. O

material será dividido em três capítulos, que podem ser lidos

independentemente, sendo que cada capítulo possui sua própria lista de

referências bibliográficas. O estudo propõe, por meio de uma pesquisa

transversal e outra do tipo caso-controle, verificar as prevalências de queixas

musculoesqueléticas em soldadores e suas relações com os fatores de risco

ergonômico bem como identificar as relações das variáveis biomecânicas e

suas relações com o trabalho.

O capítulo 1 apresenta uma contextualização dos tópicos que serão

abordados nessa dissertação. O capítulo 2 constitui um artigo de prevalência

de queixas musculoesqueléticas e a relação com fatores de risco pessoais e do

ambiente de trabalho em soldadores de uma indústria metalúrgica naval. Este

capítulo apresenta-se no formato exigido pela Revista Brasileira de

Epidemiologia, ao qual será submetido à publicação e as instruções para

autores podem ser encontrada ao final do artigo. O capítulo 3 é um estudo

analítico transversal comparativo sobre o sinal eletromiográfico e a força dos

músculos eretores da espinha de soldadores em dois momentos do dia em três

posições distintas de soldagem. Este estudo apresenta-se no formato exigido

pela Clinical Biomechanics, ao qual será submetido à publicação.

O capítulo 4 traz as considerações finais sobre os capítulos 2 e 3 e a

importância dos estudos realizados tanto para os pesquisadores quanto para

os profissionais da área de saúde do trabalhador.

Page 7: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

5

Resumo

Introdução: As doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) são foco de preocupação em todo o mundo, particularmente no Brasil, cerca de 13.790 doenças registradas no Ministério do Emprego e da Previdência Social estavam relacionadas a distúrbios musculoesqueléticos. Objetivos: Analisar a prevalência de queixas musculoesqueléticas e suas relações com o trabalho bem como os sinais eletromiográficos e de força dos eretores da espinha em três posições de soldadores em dois momentos do dia. Métodos: Para o estudo epidemiológico foram entrevistados 123 soldadores, individualmente em seus postos de trabalho, por meio de um questionário contendo perguntas sobre o processo de trabalho e características físicas dos voluntários, o Questionário Nórdico de Sintomas Musculoesqueléticos (QNSO), a escala de necessidade de descanso (ENEDE), o questionário de Baecke e o Job Factors Questionnaire (JFQ). Para o estudo biomecânico, foram avaliados 22 soldadores divididos em grupos com e sem dor lombar sendo 11 voluntários em cada grupo. Foram avaliadas as contrações voluntárias máximas (CVM), as medidas de força, e a atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha em 3 posições de soldagem em dois momentos distintos do dia, manhã e tarde. Resultados: A análise de prevalência mostrou que a dor lombar foi mais prevalente com 42,3% e dentre as causas apontadas estão a posição de soldagem com 21,6% e o espaço confinado com 29,9%. O estudo biomecânico não indicou diferença significativa entre os grupos para força muscular e atividade eletromiografia de eretores da espinha durante a contração voluntária máxima nos períodos da manhã e da tarde. A comparação da atividade eletromiográfica do eretor da espinha direto entre os grupos pela análise estatística para as três posições de solda e nos períodos da manhã e tarde mostrou diferença significativa na interação entre grupos, posições e período (p=0,011). Conclusão: Foi possível concluir que a maior prevalência de queixas dolorosas dos soldadores é na região lombar e que apesar de relacionarem as dores com as posturas de soldagem não foram encontradas relações significantes entre as posturas, a dor e a força muscular desses trabalhadores.

Palavras-chave: DORT, Saúde do trabalhador, Ergonomia.

Page 8: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

6

Abstract

Introduction: Work -related musculoskeletal disorders ( MSDs ) are the focus of a worldwide concern , particularly in Brazil , about 13,790 cases registered in the Ministry of Labor and Social Security were related to musculoskeletal disorders . Objectives : To assess the prevalence of musculoskeletal complaints and their relationship to the work and the EMG signals and force of the erector spinae in three positions of welders at two moments during the day. Methods: For the epidemiological study 123 welders were interviewed individually in their jobs through a questionnaire containing questions about the process of labor and physical characteristics of the volunteers, the Nordic Musculoskeletal Symptoms Questionnaire (NMSQ) , the scale of need for recovery (NFR) , the questionnaire Baecke, the Job Factors Questionnaire (JFQ) . For biomechanical study evaluated, 22 welders divided into groups with and without low back pain with 11 volunteers in each group. Maximal voluntary contractions (MVC), measures of force, and electromyographic activity of erector muscles of the spine in 3 welding positions at two different times of day, morning and afternoon were evaluated. Results: The analysis showed that the prevalence of back pain was more prevalent with 42.3 % and among the causes suggested are welding position with 21.6% and 29.9 % with confined space. The biomechanical study showed no significant difference between groups for muscle strength and activity of erector spinae electromyography during maximal voluntary contraction during the morning and afternoon. Comparison of electromyographic activity of the erector spine straight between the groups for the statistical analysis for the three positions of welding and during the morning and afternoon showed significant difference in the interaction between groups , positions and period ( p = 0.011 ). Conclusion: It was possible to conclude that the higher prevalence of pain complaints of welders is in the lumbar region and that despite the pain relate to the welding body posture, no significant relationships between postures , pain and muscle strength of these workers were found . Keywords: MSDs, worker health , ergonomics .

Page 9: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

7

SUMÁRIO

PREFÁCIO ................................................................................................. 4

RESUMO .................................................................................................... 5

ABSTRACT ................................................................................................. 6

CAPÍTULO 1 ............................................................................................... 12

1. CONTEXTUALIZAÇÃO .......................................................................... 12

1.1 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ................................................................. 14

1.2 OBJETIVOS .......................................................................................... 16

1.3 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................ 17

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 18

CAPÍTULO 2 - ARTIGO - Análise epidemiológica das queixas

musculoesqueléticas e a relação com fatores de risco pessoais e do

ambiente de trabalho em soldadores de uma indústria metalúrgica

naval.

22

Página de título ........................................................................................... 22

Resumo ....................................................................................................... 23

Abstract ....................................................................................................... 24

Introdução ................................................................................................... 25

Método ........................................................................................................ 26

Desenho do estudo ..................................................................................... 26

Descrição da tarefa do soldador.................................................................. 27

Procedimento de coleta de dados .............................................................. 27

Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusclares (QNSO) .................... 28

Page 10: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

8

Escala de Necessidade de Descanso (ENEDE) ......................................... 29

Questionário de Baecke .............................................................................. 29

Job Factors Questionnaire .......................................................................... 30

Análise estatística ....................................................................................... 31

Resultados .................................................................................................. 31

Discussão ................................................................................................... 35

Conclusão ................................................................................................... 40

Referências ................................................................................................. 41

Instruções aos autores da Revista Brasileira de Epidemiologia ................. 43

CAPÍTULO 3 - ARTIGO - Efeito da dor lombar na atividade

eletromiográfica de eretores da espinha em Três posições de

soldagem de uma indústria metalúrgica naval.

41

Página título ................................................................................................ 41

Resumo ....................................................................................................... 42

Abstract ....................................................................................................... 43

Introdução ................................................................................................... 44

Método ........................................................................................................ 46

Voluntários .................................................................................................. 46

Condição experimental ............................................................................... 47

Equipamentos para coleta .......................................................................... 49

Procedimento de coleta .............................................................................. 49

Análise de dados ........................................................................................ 52

Estatística ................................................................................................... 53

Resultados .................................................................................................. 54

Discussão ................................................................................................... 58

Page 11: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

9

Conclusão ................................................................................................... 61

Referências ................................................................................................. 62

Instruções aos autores da Revista Clinical Biomechanics .......................... 64

CAPÍTULO 4 – Considerações Finais...................................................... 79

ANEXOS ..................................................................................................... 80

ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................. 80

ANEXO B – Questionário para caracterização da

demanda.......................................................................................................

82

ANEXO C – Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares

(QNSO) ........................................................................................................

83

ANEXO D – Escala de Necessidade de Descanso (ENEDE) .................. 84

ANEXO E – Questionário de Baecke ........................................................ 87

ANEXO F – Job Factor Questionnaire....................................................... 89

Page 12: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

10

Capítulo 1

1. Contextualização

As doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) são foco

de preocupação em todo o mundo. No ano de 2005, no Brasil, cerca de 13.790

doenças registradas no Ministério do Emprego e da Previdência Social

estavam relacionadas a distúrbios musculoesqueléticos, sendo que este

número representou 45,46% do total de doenças no país. Doenças como

sinovite, tenossinovite, cervicalgias, dores torácicas e lombalgias, entesopatias

e outras doenças dos tecidos moles foram citadas como as mais prevalentes

naquele período1.

O Programa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008

menciona uma prevalência de diagnósticos de dores crônicas da coluna

vertebral de 13,5% do total de doenças relatadas, ficando atrás apenas da

hipertensão arterial com 14%1,2.

De acordo com as diretrizes europeias para o gerenciamento de dor

lombar não específica a prevalência de dor lombar ao longo da vida é de até

84%, sendo que 44 a 78% dos indivíduos que têm um episódio de dor lombar

apresentam recidiva da dor, mostrando com isso uma elevada incidência na

população em idade ativa, o que aumenta os custos diretos com saúde na

recuperação das desordens físicas relacionadas a essa doença. Esses custos

somam-se aos custos indiretos com a perda da produtividade, o que gera

impacto econômico global3,4

Page 13: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

11

Com relação as atividades profissionais os fatores de risco físicos e

psicossociais das doenças musculoesqueléticas muitas vezes se relacionam

quando no local de trabalho, o que sugere uma etiologia mais complexa e que

pode interagir sinergicamente para o surgimento de distúrbios

musculoesqueléticos. Os fatores psicossociais incluem problemas psicológicos

como a insatisfação com as relações entre colegas ou supervisores, monotonia

e repetitividade, demandas psicológicas e exigências profissionais6,7.

Os fatores físicos são frequentes e incluem a necessidade de

permanência em determinadas posturas por tempo prolongado, a ausência ou

impossibilidade de pausas espontâneas e a rigidez nos procedimentos e

rotinas de trabalho são alguns aspectos considerados como causadores do

crescente aumento das LER/DORT no Brasil1. Além desses fatores, o

manuseio de manual de cargas, o esforço estático e movimentos repetitivos em

rotação e flexão da coluna, além das vibrações também têm sido relatados e

apontados como riscos ocupacionais para dor lombar7. O ambiente de trabalho

influencia diretamente as posturas e movimentos realizados8, e podem resultar

em queixas e sobrecarga em várias regiões do corpo 9,10.

Nesta pesquisa os fatores de risco e a prevalência de queixas

musculoesqueléticas estiveram focados no profissional de solda.

A soldagem é uma função que exige concentração e precisão do

profissional executante por ser uma atividade minuciosa e de alta qualificação.

Entretanto, as oficinas de solda, em grande maioria, não possuem condições

favoráveis ao posicionamento do soldador durante a soldagem, fazendo com

que este profissional adote posturas inadequadas e desconfortáveis durante a

execução de um trabalho11.

Page 14: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

12

A estimativa é que existam atualmente no Brasil 112.119 soldadores

registrados e, com as iniciativas federais para ampliação da frota marítima, é

provável que este número cresça significantemente na próxima década12.

Até o momento não foram encontrados estudos de prevalência de

queixas musculoesqueléticas para esta população no Brasil, entretanto, um

estudo realizado por Vieira e Kumar (2007)13 em duas empresas metalúrgicas

nos Estados Unidos e no Canadá, mostrou que cerca de 38% dos soldadores

apresentavam alguma desordem ou queixa musculoesquelética sendo que

61% dessas queixas foram na região lombar.

Mesmo com o avanço tecnológico e a introdução de máquinas de solda

e outros acessórios, a atividade humana ainda é indispensável para a

soldagem, e a execução desta tarefa depende da concentração e técnica

apurada do profissional. A alta demanda de tarefas, associadas ao estresse

mental pode proporcionar ao soldador quadros de fadiga física e mental e esta

condição gera riscos e expõe o indivíduo a lesões15.

1.1 Relevância do Estudo

A indústria naval brasileira viveu nas últimas duas décadas um período

de grande escassez e de quase inatividade, no entanto esse cenário vem

mudando nos últimos 5 anos com as leis de incentivo à produção naval. É

estimado que as encomendas anunciadas para os estaleiros brasileiros sejam

equivalentes a uma carteira superior a 10 anos, ocupando os principais

estaleiros por mais de 3 anos21,22.

Page 15: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

13

Incentivos governamentais de isenção de impostos e criação de

demanda são adotados em quase todos os países com produção relevante na

indústria naval, e no Brasil foram decisivos para a retomada da produção em

grande escala22.

Nesta retomada dos estaleiros brasileiros, o Programa de Modernização

e Expansão da Frota (Promef), lançado pela Transpetro em 2005, foi outra

medida importante para a criação de demanda aos estaleiros do país, motivada

pelo governo através de sua influência política na Petrobrás. Com essas

medidas, o índice de nacionalização dos navios foi estipulado em 65% na

primeira fase e 70% na segunda fase, sendo este um mecanismo importante

de indução ao surgimento de fornecedores locais. Os inúmeros projetos de

estaleiros anunciados nos últimos anos e os esforços para a retomada da

indústria no país irão demandar uma série de políticas de formação de mão de

obra que garantam a oferta de trabalhadores qualificados para o setor21.

A empresa na qual será realizada essa pesquisa é um grande operador

integrado de serviços marítimos, portuários e de logística no país. Atende o

comércio nacional e internacional nos segmentos de terminais portuários,

rebocagem marítima, logística, agenciamento marítimo, apoio a offshore e

indústria naval.

Atualmente possui um quadro de funcionários de, aproximadamente,

560 pessoas. Deste total de funcionários, a empresa estima que 20% do

quadro sejam soldadores.

Em contato prévio com o setor de medicina, segurança e meio ambiente

foi possível constatar que os distúrbios musculoesqueléticos representam

grande parte dos afastamentos e absenteísmos da empresa. Com a crescente

Page 16: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

14

demanda de mão-de-obra e de contratações, a tendência é que o número de

queixas, afastamentos e custos com esses distúrbios sejam proporcionalmente

aumentados podendo representar um sério problema de saúde pública.

Neste sentido, o estudo da prevalência de dores e suas relações com o

trabalho bem como a análise das condições biomecânicas de força e atividade

muscular durante a jornada diário dessa classe de trabalhadores permitirá uma

visão mais ampla sobre a necessidade e o tipo de intervenção preventiva e

ações de promoção a saúde a fim de tornar a prática profissional mais segura.

Hipóteses:

1) A maior prevalência de queixas dolorosas nos soldadores será na região da

coluna lombar.

2) Não haverá relação significativa entre o nível de atividade física e a queixa

musculoesquelética.

3) Os voluntários apresentarão alta necessidade de descanso.

4) Os riscos ergonômicos percebidos pelos voluntários estarão relacionados

com as posturas de soldagem.

5) O sinal eletromiográfico estará menor no final do dia no grupo com dor

lombar.

6) A força muscular do grupo com dor lombar será menor ao final do dia.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Analisar a prevalência de queixas musculoesqueléticas e suas relações

com o trabalho.

Page 17: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

15

1.2.2 Analisar os sinais eletromiográficos e de força dos eretores da espinha

em três posições de soldadores em dois momentos do dia.

1.3 ASPECTOS ÉTICOS

Os participantes foram escolhidos por amostra de conveniência e

orientados quanto aos objetivos e procedimentos do estudo e assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice A) aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID,

com Protocolo de Pesquisa nº 13607513.2.0000.0064.

Page 18: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

16

REFERÊNCIAS

1 - Todeschini, R. Políticas Públicas em Saúde e Segurança do Trabalhador

(SST) na Previdência Social: como vencer a guerra dos acidentes, doenças e

mortes no Trabalho. Ministério da Previdência Social. 2008, vol 20, num 5.

2 - Ministério do Planejamento. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios -

Um Panorama da Saúde no Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística - IBGE; 2010.

3 - Wai, E. K; Roffey, D. M; Bishop, P; Kwon, B. K; Dagenais, S. Causal

assessment of occupational bending or twisting and low back pain: results of a

systematic review. The Spine Journal 10 (2010) 76–88.

4 - Airaksinen, O; Brox, J.I; Cedraschi, C; Hildebrandt, J; Klaber-Moffett, J;

Kovacs, J; Mannion, J.F; Reis, S; Staal, J.B. H Ursin G Zanoli. European

Guidelines for the Manegement of Chronic Non-Specific Low Back Pain.Eur

Spine J. 2006;15 Suppl 2:S192-300.

5 - Widanarko, B; Legg, S; Stevenson, M; Devereux, J;Eng, A; Mannetje, A;

Cheng, S; Pearce, N. Prevalence and work-related risk factors for reduced

activities and absenteeism: due to low back symptoms. Applied

Ergonomics.2012; 727e737.

6 – Vandergrift, J. L; Gold, J> E; Hanlon, A; Punnett, L. Physical and

psychosocial ergonomic risk factors forlow back pain in automobile

manufacturing workers. Occup Environ Med. 2012;69:29e34.

Page 19: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

17

7 – Kwon, B. K; Roffey, D. M; Bishop, P. B; Dagenais, S; Wai, E. K. Systematic

review: occupational physical activity and low back pain. Occupational

Medicine. 2012.

8 - Padula, R. S., Oliveira, A.B, Barela, A. M, Barela, Joseph Angelo, Coury, H.

J. C. G. Are the anticipatory trunk carrying Activities during movimentsoccuring

to different height surfaces protective or risky '. International Journal of Industrial

Ergonomics. , V.38, p.298 - 306, 2008.

9 - Padula, R. S., Carregaro, Luiz Rodrigo Melo, B, Silva C. Low Back pain

disability and stay at Work: Contradiction or Necessity?. Work (Reading, MA). ,

V.41, p.2417 - 2419, 2012.

10 - Oliveira, AB; Silva, BCCL; Pálinkás, ESL; Padula, R. S;Coury, H.J.C.G.

How is the box handled when all surfaces can be freely held.Ergonomics

(London. Print). , V.55, p.78 - 86, 2012.

11 - Fethke, N. B; Gant, L. C; Gerr, F. Comparison of biomechanical loading

during use of conventional stud welding equipment and an alternate system.

Applied Ergonomics 42 (2011) 725e734.

12 - RAIS/MTE. Subseção DIEESE CNM/CUT. 2011.

13 - Vieira, E. R; Kumar, S. Occupational risks factors identified and

interventions suggested by welders and computer numeric control workers to

control low back disorders in two steel companies. International Journal of

Industrial Ergonomics. 2007; 553–561.

Page 20: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

18

14 – Coluci, M. Z. O; Alexandre, N. M. C; Rosecrance, J. Reliability and validity

of an ergonomics-related Job Factors Questionnaire. International Journal of

Industrial Ergonomics.2009, Pages 995–1001, Volume 39, Issue 6.

15 - Heydari, A; Nargol, A. V. F; Jones, A. P. C; Humphrey, A. R; Greenough,

C. G. EMG analysis of lumbar paraspinal muscles as a predictorof the risk of

low-back pain. Eur Spine J (2010) 19:1145–1152.

16 – Stock, S; Fernandes, R ; Delisle, A ; Vézina, N. A systematic review of

reproducibility and validity of workers’ self-reports of physical work demands.

Scandinavian Journal of Work, Environment, and Health. 2005, 31(6), 409-437.

17 – David G, Woods V, Buckle P. Further Development of the Usability and

Validity of the Quick Exposure Check. Sudbury, Suffolk: HSE Books; 2005.

Disponívelem: http://www.hse.gov.uk/research/rrpdf/rr211.pdf

18 – Barriera-Viruet H, Sobeih TM, Daraiseha N, Salem S. Questionnaires vs

observational and direct measurements: a systematic review. Theoretical

Issues in Ergonomics Science. 2006;7(3):261-84

19 - Elfving, B; Dederin, A; Nemeth, G. Lumbar muscle fatigue and recovery in

patients with long-termlow-back trouble––electromyography and health-related

factors. Clinical Biomechanics V.18, p. 619–630. 2003.

20 – Griffin, D. W; Harmon, D. C; Kennedy, N. M. Do patients with chronic low

back pain have an altered level and/or pattern of physical activity compared to

healthy individuals? A systematic review of the literature. Physiotherapy 98

(2012) 13–23.

Page 21: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

19

21 – Favarin, JVR; Hashiba, TI; Baracat, LM; Goldberg, DJK; Pinto, MMO.

Delineamento de políticas de estímulo à competitividade para a construção

naval brasileira. 2010. Disponível

em: www.ipen.org.br/downloads/XXI/168_Favarin_Julio_V__R_.pdf. Acesso em

07/11/2012.

22 – Cunha, MS. A indústria da construção naval: uma abordagem estratégica.

2006. Dissertação de Mestrado. Escola Politécnica da Universidade de São

Paulo.

Page 22: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

20

Capítulo 2 Artigo a ser submetido à Revista Brasileira de Epidemiologia.

Análise das queixas osteomusculares e a associação com fatores de

risco pessoais e do ambiente de trabalho em soldadores de uma indústria

metalúrgica naval.

Epidemiological analysis of musculoskeletal complaints and relationship with

personal risk factors and work environment in metallurgical naval welders.

André Augusto Martines Teixeira Mendes1

Cristina Maria Nunes Cabral1

Rosimeire Simprini Padula¹

¹ Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia - Universidade Cidade

de São Paulo - UNICID

Autor Correspondente: Rosimeire Simprini Padula Rua Cesário Galeno 448/475, CEP 03071-000, Tatuapé, São Paulo/SP, (11) 2178 1565, Email: [email protected]

Page 23: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

21

Resumo Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi verificar a prevalência de queixas

musculoesqueléticas em soldadores e suas relações com o trabalho.

Métodos: Foram entrevistados 123 (80,4%) soldadores, individualmente em

seus postos de trabalho, por meio de um questionário contendo perguntas

sobre o processo de trabalho e características físicas dos voluntários, o

Questionário Nórdico de Sintomas Musculoesqueléticos (QNSO), a escala de

necessidade de descanso (ENEDE), o questionário de Baecke e o Job Factors

Questionnaire (JFQ). As variáveis locais de queixas e escala de dor foram

correlacionadas as variáveis pessoais e ocupacionais.

Resultados: Do total de queixas nos últimos 12 meses, a dor na parte inferior

das costas foi a mais prevalente, relatada por 42,3% dos entrevistados e dentre

as causas apontadas estão a posição de soldagem com 21,6% e o espaço

confinado com 29,9%. A análise de regressão múltipla mostrou que apenas a

necessidade de descanso pode explicar em 10,9% o grau de intensidade da

dor lombar, já que as outras variáveis testadas não tiveram nenhuma

influência.

Conclusão: A dor na parte inferior foi mais prevalente na população estudada

e o espaço confinado e as posições de soldagem são as principais

relacionadas às dores destes trabalhadores. A necessidade de descanso

influenciou na intensidade da dor mas não na prevalência de queixas. Os

fatores pessoais também não influenciaram na prevalência.

Palavras-chave: prevalência, DORT, saúde do trabalhador, ergonomia.

Page 24: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

22

Abstract

Objective: The objective of this research was to determine the prevalence of

musculoskeletal complaints in welders and their relationship to their work.

Methods: 123 (80.4%) welders Nordic Musculoskeletal Symptoms

Questionnaire (NMSO), the scale were interviewed individually in their jobs

through a questionnaire containing questions about the process of labor and

physical characteristics of the volunteers, the need for recovery (NFR) , the

questionnaire Baecke the Job Factors Questionnaire ( JFQ ) . Local variables of

complaints and pain scale were correlated personal and occupational variables

Results: From the total of complaints in the past 12 months, the pain in the

lower back was the most prevalent, reported by 42.3 % of respondents and

among the causes suggested, are welding position with 21.6% and confined

space with 29.9 % . A multiple regression analysis showed that only the need of

rest can explain 10.9% in the intensity of low back pain, since the other

variables tested had no influence.

Conclusion: Pain at the bottom was more prevalent in the population studied

and the confined space and welding positions are the main pain related to these

workers. The need for rest, influenced the pain intensity but not in the

prevalence of complaints. Personal factors also did not influence the

prevalence.

Keywords: prevalence, WMSD, worker health, ergonomics.

Page 25: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

23

Introdução

Com os incentivos governamentais para expansão dos portos e da frota

naval brasileira, é estimado que as encomendas de novas embarcações para

os estaleiros brasileiros sejam equivalentes a uma carteira superior a 10 anos,

ocupando os principais estaleiros por mais de 3 anos1,2. Com isso surge à

necessidade de mão-de-obra para soldagem, fundamental para este tipo de

produção.

Até o ano de 2011, cerca de 112.119 soldadores estavam registrados no

Brasil, mas com o aumento da demanda de mão-de-obra é provável que este

número cresça significantemente na próxima década3.

A categoria profissional de soldadores está exposta a muitos fatores de

risco ergonômicos, em especial a postura inadequada, já que a função exercida

por estes trabalhadores muitas vezes acontece em espaço confinado e de

difícil acesso. Além disso, o trabalho exige concentração e precisão do

profissional por ser uma atividade minuciosa e de alta qualificação4,5.

Além destes fatores de risco os soldadores também estão expostos às

condições ambientais dos locais de soldagem que, em sua grande maioria, não

permitem o bom posicionamento durante a tarefa, fazendo com que este

profissional adote posturas inadequadas e desconfortáveis durante a execução

da tarefa6,7.

Por ser uma atividade que exige qualificação e altos padrões de

qualidade esta segue as recomendações da ISO 9606-1 que menciona a

qualificação dos soldadores e da ISO 6947 que dispõe sobre as posições de

soldagem, ângulos e rotações, orientando estes profissionais a realizarem o

trabalho de acordo com diretrizes de qualidade para o produto8, 9.

Os estudos sobre a prevalência de sintomas musculoesqueléticos para

soldadores da indústria naval não foram encontrados, e também verifica-se

uma escassez de estudo com soldadores em geral, mas foram encontrados

estudos com soldadores de empresas de aço norte americanas e canadenses

que indicou que cerca de 38% dos soldadores apresentavam alguma desordem

ou queixas musculoesqueléticas sendo que 61% dessas queixas são dores na

região lombar8. E um estudo em empresa metalúrgica no Brasil mostrou que

mais de 70% dos trabalhadores apresentam queixas em região lombar2.

Page 26: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

24

Considerando então, que o trabalho do soldador possui especificações

de qualidade de certa forma a estabelecer as principais posições de soldagem,

é possível imaginar as regiões corporais mais acometidas, entretanto, vimos

que a indústria metalúrgica naval além de crescente, possui exigências

especificas que podem diferenciar as estatísticas.

Neste sentido, um estudo da prevalência de sintomas

musculoesqueléticos dessa classe de trabalhadores brasileiros permitirá uma

visão mais ampla sobre as condições físicas desses trabalhadores e suas

relações com o trabalho a fim de tornar a prática profissional mais segura e

determinar ações de promoção à saúde mais eficaz.

Este estudo teve como objetivo identificar a prevalência de queixas

musculoesqueléticas nos últimos 12 meses em soldadores e suas relações

com fatores pessoais e do trabalho.

Método Desenho do Estudo

Trata-se de um estudo analítico transversal realizado em uma indústria

metalúrgica de construção naval em uma cidade do litoral de São Paulo entre

os meses de abril e junho de 2013. A realização da pesquisa foi aprovada

pelos responsáveis pela empresa e pelo Comitê de Ética da Universidade

Cidade de São Paulo (Processo no. 13607513.2.0000.0064). Os autores

seguiram as orientações da Declaração de Helsinki para condução deste

estudo.

A indústria metalúrgica naval possuía um total de 153 soldadores

contratados no momento da pesquisa, contudo, 123 (80,4%) foram incluídos na

pesquisa. Foram excluídos deste estudo todos os trabalhadores com menos de

um mês na função, que estivessem em fase de treinamento, e aqueles que

possuíam cargo de liderança, coordenação ou supervisão, bem como aqueles

que não estavam exercendo a função de soldador no momento da pesquisa.

Assim, todos os voluntários foram informados sobre os objetivos do

estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os

questionários foram aplicados a todos os trabalhadores que aceitaram

participar da pesquisa.

Page 27: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

25

Descrição da Tarefa

A tarefa realizada pelos soldadores varia ao longo do dia, pois como o

trabalho é feito dentro dos navios e nas oficinas, então apresentaremos aqui as

etapas do trabalho prescrito. Tarefas: a) realizar o processo de soldagem,

organizando o posto de trabalho e todos os equipamentos necessários para o

funcionamento adequado, visando o cumprimento dos prazos e qualidade dos

serviços prestados; b) participar de reuniões semanais com a equipe de

Segurança do Trabalho; c) controlar diariamente e visualmente a utilização e

preservação das máquinas de solda e todos os materiais consumíveis

utilizados no processo de soldagem, para evitar o retrabalho e perda de horas

nos processos; d) controlar diariamente o fluxômetro, a pressão do gás CO2

utilizado no processo de soldagem; e) executar a limpeza e preparação das

peças a serem soldadas, utilizando escovinha, lixadeira, maçarico entre outros,

retirando eventuais respingos, ferrugem, rebaixamento dos pontos da

caldeiraria, tintas e impurezas; f) executar soldagem, por meio da manipulação

da pistola de solda em arame tubular seguindo padrões de qualidade; g)

providenciar a retirada da escória, material do processo de soldagem, com uma

picadeira; efetuar a identificação, no processo de soldagem, assegurando a

identificação de seu código, na solda realizada; providenciar, quando

necessário, a troca de materiais consumíveis no almoxarifado, como bobina de

arame tubular 15 kg – 1,2mm, entre outros.

O trabalho de soldagem na fase final de construção do barco, chamada

de fase de embarcação, muitas vezes é realizado em espaço confinado, que

são caracterizados por espaços com restrição de movimentação física onde o

trabalhador deve se adequar ao local para realizar a soldagem.

Procedimentos de coleta de dados

Os voluntários foram entrevistados individualmente em seus postos de

trabalho e a ordem de aplicação dos questionários foi aleatorizada para evitar

que ao término da entrevista os trabalhadores já estivessem cansados e

respondessem os mesmos sem o devido cuidado.

Page 28: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

26

Os instrumentos de avaliação aplicados foram um questionário geral de

dados pessoais, elaborado para a pesquisa, contendo perguntas sobre o

processo de trabalho e características físicas dos trabalhadores como sexo,

idade, tempo de função como soldador, peso e altura. O IMC foi calculado com

base na altura e peso dos voluntários e seguiu a classificação da Organização

Mundial de Saúde10.

Os trabalhadores também responderam uma pergunta aberta sobre as

dificuldades que percebiam para a realização do trabalho.

Para determinar as queixas musculoesqueléticas foi aplicado o

Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), adaptado com a

escala de Borg para intensidade da dor (de 0 a 10). Em sequencia foram

aplicados a Escala de Necessidade de Descanso (ENEDE), o questionário de

Baecke para verificar o nível de atividade física habitual e o Job Factors

Questionnaire (JFQ), para verificar as situações de risco ergonômico percebido

pelo trabalhador.

Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO)

O QNSO é um instrumento que determina quais são as queixas de dor

musculoesquelética de acordo com a região do corpo, duração dos sintomas e

se essas dores foram causas de afastamento do trabalho5.

Neste questionário, o participante deve relatar a ocorrência de dores e

formigamentos em qualquer região do corpo nos últimos 12 meses e 7 dias

precedentes à entrevista. Os afastamentos no período de 12 meses também

foram avaliados e relacionados às queixas em partes do corpo. O QNSO usa

uma representação gráfica das partes do corpo e separa em pescoço, os

ombros, a parte superior das costas, cotovelo, punho, parte inferior das costas,

quadril/coxas, joelho e tornozelo/pé.

Para a coleta de dados os trabalhadores foram orientados a localizar a

queixa dolorosa por segmento corporal e assinalar a resposta SIM se tivessem

sentido dor nos últimos 12 meses, últimos 7 dias e, também se tivessem sido

impedidos de trabalhar por conta das dores nos últimos 12 meses.

Para determinar a frequência de queixas musculoesqueléticas as

respostas SIM de todos os voluntários, no item relativo às queixas nos últimos

Page 29: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

27

12 meses, foram somadas, transformadas em porcentagem e expressas

individualmente de acordo com a região do corpo.

Escala de Necessidade de Descanso (ENEDE)

O ENEDE é um questionário contendo 11 questões investigativas sobre

reações físicas e psicológicas ligadas ao dia-a-dia do trabalhador,

caracterizando um instrumento confiável para avaliar sintomas de fadiga11.

Para isso, o voluntário deverá responder a um questionário com

questões relacionadas ao seu dia de trabalho e suas repercussões físicas e

mentais.

As questões abordam a recuperação física e mental do trabalhador e

existem 4 possibilidades de respostas que serão pontuadas de maneiras

diferentes. Neste caso, as respostas “sempre” recebem 3 pontos, as resposta

“frequentemente” recebem 2 pontos, as respostas “algumas vezes” recebem 1

ponto e as respostas “nunca” recebem 0 ponto. A única exceção é a questão

número 4, sobre sentir-se bem disposto após um dia de trabalho, que recebe

pontuação invertida.

Os pontos de cada questão são somados e, desta forma, a pontuação

terá variação entre 0 e 33 pontos. O somatório final das questões será

transformado em porcentagem de 0 a 100 na qual quanto maior for à

pontuação, maior será a necessidade de recuperação do individuo. No

presente estudo, utilizamos dois parâmetros de classificação segundo a

necessidade de análise, considerando que a literatura cientifica ainda não

indica um ponto de corte para população brasileira12. As respostas foram

classificadas em intervalos de 10 em 10 pontos, e em pontuações menores e

iguais a 45% e maiores que 45%.

Questionário de Baecke

Este é um instrumento qualitativo recordatório dos últimos 12 meses

composto por 16 questões que abordam três escores de atividade física

habitual (AFH) dos últimos meses divididos em escore de atividade física

ocupacional (AFO) com oito questões, escore de exercícios físicos no lazer

Page 30: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

28

com quatro questões e escore de atividades físicas de lazer (EFL) e locomoção

(ALL) com quatro questões, classifica os participantes em ativos,

moderadamente ativos, moderadamente inativos e inativos13.

Para a determinação do escore total de AFH, somam-se os escores

AFO, EFL e ALL. Para as questões que ficarem sem respostas nas escalas,

recomenda-se adotar o valor médio de todas as questões do respectivo

escore14.

Para AFH com escore maior de 5,4 os voluntários são classificados

como ativos, para escores de 2,8 a 5,3 são classificados como moderadamente

ativos, escores de 1,5 a 2,7 os voluntários foram classificados como

moderadamente inativos e para escores menores de 1,5 os voluntários são

classificados como inativos ou sendentários13, 14.

Job Factors Questionnaire (JFQ)

Este instrumento foi desenvolvido para obter informações sobre a

percepção recordatória de 15 fatores que podem contribuir com o surgimento

de dor ou lesão relacionada ao trabalho15.

Dentre as perguntas, são questionados sobre “realizar a mesma tarefa

repetidamente, trabalhar rápido durante curtos períodos”, “ter que manusear

objetos pequenos”, “intervalos ou pausas insuficientes durante a jornada de

trabalho”, “trabalhar em posições desconfortáveis e/ou inadequadas ou em

espaço muito apertado”, “trabalhar na mesma posição por longos períodos”,

“curvar ou torcer suas costas de maneira desconfortável”, “trabalhar próximo ou

no seu limite físico”, “alcançar ou trabalhar em um nível acima da sua cabeça

ou afastado do seu corpo”, “trabalhar em ambiente quente, frio, úmido ou

molhado”, “continuar trabalhando quando está com alguma dor ou com alguma

lesão”, “carregar, levantar ou mover materiais ou equipamentos pesados”,

“jornada de trabalho”, “usar ferramentas” e “trabalhar sem receber

treinamento”.

Em cada uma das 15 questões o participante deve assinalar uma nota

de 0 a 10, sendo 0 quando não representar nenhum problema e 10 quando

representar muito problema. Cada escore faz referência a quanto aquele fator

constitui um problema para o trabalhador.

Page 31: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

29

Análise Estatística

O pacote estatístico utilizado para análise dos dados foi o SPSS 17.0.

Os dados foram analisados por meio da estatística descritivas usando

frequências e medidas de tendência central e dispersão. O teste estatístico de

Spearman foi utilizado para avaliar a correlação entre apresentar ou não dor

lombar e cada uma das 15 questões sobre fatores ergonômicos.

A correlação de Spearman foi interpretada como forte, moderada ou

fraca, sendo forte para valores entre 0,70 a 1, moderada para 0,3 a 0,7 e fraca

para 0 a 0,316

A análise de Regressão Linear Múltipla foi utilizada para avaliar a

relação das variáveis idade, tempo na função, IMC, pontuação na escala de

Baecke e na ENEDE com a dor lombar. Para verificar a dispersão das variáveis

e a necessidade de transformação dos dados foi utilizado o coeficiente de

variação calculado dividindo o desvio padrão pela média. Coeficientes menores

que 50% indicam que as variáveis tem baixa dispersão sem necessidade de

transformação dos dados. O nível de significância utilizado foi de 5%.

Resultados

Nesta pesquisa, os voluntários homens foram 93,5% (115) da amostra.

A idade média dos voluntários é 28,76 ±9,0 anos, sendo 92,7% com idade

inferior a 45 anos. O tempo médio de função foi de 54,25 ± 85,94 meses, sendo

que a maior parte dos voluntários trabalhava por um período inferior a 12

meses. Em relação ao IMC a maioria dos trabalhadores estava com peso

normal, representando 48,8% (n=60) do total. Em relação a atividade física

habitual, que considerou atividades de lazer, atividades de trabalho e de

transporte, foram avaliados como ativos e moderadamente ativos,

respectivamente, 61,8% e 38,2% dos indivíduos (Tabela 1) .

Page 32: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

23

Tabela 1 – Características dos soldadores.

N (%)

Sexo Homens 115 (93,5)

Mulheres 8 (6,5)

Idade (anos) Até 45 114 (92,7)

Acima de 45 9 (7,3)

média (±DP) 28,76 (±9,0)

Tempo na função ≤ 12 meses 58 (47,2)

13 a 36 meses 28 (22,8)

37 a 60 meses 10 (8,1)

61 a 120 meses 9 (7,3)

Acima de 120 meses 18 (14,6)

média (±DP) 54,25 ± 85,94

IMC Abaixo do peso normal 2 (1,6)

Peso normal 60 (48,8)

Excesso de peso 53 (43,1)

Obesidade leve 7 (5,7)

Obesidade moderada 1 (8)

Tempo médio diário soldar peças (±DP)

366,74 (±70,19)

Dificuldades relatadas N (%) Posição de soldagem 36 (21,6)

Espaço confinado 50 (29,9)

Postura inadequada 7 (4,2)

Esforço excessivo 5 (3,0)

Calor 11 (6,6)

Dor durante o trabalho 3 (1,8)

Nenhum 7 (4,2)

Atividade física habitual Ativo 76 (61,8)

Moderadamente ativo 47 (38,2)

Page 33: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

23

Sedentário 0 (0,0)

Em relação ao tempo médio diário gasto com a soldagem de peças o

tempo médio foi avaliado em 366,74±70,19 minutos e o tempo médio de pausa

diária, incluindo pausa para beber água, ir ao banheiro, realizar consultas

técnicas, diálogo diário de segurança e ginástica laboral, foi de 91,3±18,11

minutos. Sobre as dificuldades em realizar seu trabalho, 29,9% relataram o

espaço confinado e 21,6% dos trabalhadores relataram a posição de soldagem

As queixas musculoesqueléticas relatadas nos últimos 12 meses

descritas na figura 2, mostra que 42,3% dos voluntários, referem-se a região da

coluna lombar com intensidade média de 6 pontos, e em 19,5% nos joelhos

com intensidade média de 6 pontos.

Legenda: N (número de queixas); ID (Graduação média da Dor por região corporal)

Figura 2 – Prevalência de queixas musculoesqueléticas e intensidade da dor nos

últimos 12 meses de acordo com a região do corpo para 123 soldadores de indústria

metalúrgica naval.

6,5% (N=8; ID=6)

9,8% (N=12; ID=6)

6,5% (N=8; ID=5)

0,8% (N=1; ID=8)

2,4% (N=3; ID=6)

42,3% (N=52; ID=6)

19,5% (N=24; ID=6)

2,4% (N=3; ID=4)

Page 34: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

22

O JFQ utilizado para avaliar o risco ergonômico pela percepção do

trabalhador identificou que os riscos mais prevalentes foram trabalhar em

posições desconfortáveis/ inadequadas ou em espaço muito apertado com

média de 7,33 ±2,6, seguido de trabalhar na mesma posição por longos

períodos com média de 7,1± 2,68, e curvar ou torcer suas costas de maneira

desconfortável com média de 6,8±2,71 (Tabela 3).

Tabela 3 – Percepção do risco ergonômico.

Questões Média DP

1-Trabalhar em posições desconfortáveis/ inadequadas

ou em espaço muito apertado

7,3 2,6

2-Trabalhar na mesma posição por longos períodos 7,1 2,6

3-Curvar ou torcer suas costas de maneira

desconfortável

6,8 2,7

4-Continuar trabalhando quando está com alguma dor

ou com alguma lesão

6,8 2,9

5-Trabalhar em ambiente quente, frio, úmido ou

molhado

6,0 3,0

6-Carregar, levantar ou mover materiais ou

equipamentos pesados

5,9 3,3

7-Trabalhar sem receber treinamento 5,7 3,8

8-Trabalhar próximo ou no seu limite físico 5,6 2,7

9-Alcançar ou trabalhar em um nível acima da sua

cabeça ou afastado do seu corpo

5,1 2,9

10-Trabalhar rápido durante curtos períodos (levantar,

segurar, puxar)

4,9 2,9

11-Realizar a mesma tarefa repetidamente 4,2 2,7

12-Intervalos ou pausas insuficientes durante a jornada

de trabalho

4,0 2,9

13-Jornada de trabalho 3,8 3,0

14-Usar ferramentas 3,1 2,7

Page 35: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

23

15-Ter que manusear objetos pequenos 2,2 2,3

A necessidade de descanso do trabalhador foi em sua maioria de 21 a

30% para 40,59% dos indivíduos seguido por, 34,44% que apresentam de 31 a

40%, 22,14% apresentam de 41 a 50% de necessidade de descanso.

Tabela 4 – Percentual da necessidade de descanso (ENEDE).

Percentual (%)

Necessidade de Descanso

N (%)

0 a 10 7 (8,6)

11 a 20 17(20,9)

21 a 30 33 (40,6)

31 a 40 28 (34,4)

41 a 50 18 (22,1)

51 a 60 13 (16,0)

61 a 70 5 (6,1)

71 a 80 2 (2,4)

81 a 90 0 (0,0)

91 a 100 0 (0,0)

≤45 91 (74,0)

>45 32 (26,0)

Page 36: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Diante da alta prevalência de queixas em região lombar, foi realiza uma

análise de correlação entre as queixas e a percepção de risco ergonômico, que

mostrou relação entre as questões trabalhar na mesma posição por tempo

prolongado r=0,388, p=0,000; trabalhar em posições desconfortáveis/

inadequadas ou espaço muito apertado r=0,382, p=0,000; e curvar ou torcer as

costas de maneira desconfortável r=0,411; p=0,000.

Para as queixas na região do joelho e a percepção de risco ergonômico,

houve relação entre trabalhar na mesma posição por tempo prolongado

r=0,266 (p=0,003).

A análise de regressão múltipla mostrou que apenas a necessidade de

descanso explicar 10,9% o grau de intensidade da dor lombar, já que as outras

variáveis testadas não tiveram nenhuma influência.

Discussão

A análise das queixas musculoesqueléticas e fatores de risco de

soldadores de uma indústria metalúrgica naval mostrou que o grupo de

trabalhadores é em sua maioria do sexo masculino, idade inferior a 45 anos e

que trabalha há menos de três anos na função. Os dados mostram que,

embora jovens, esses trabalhadores já apresentam queixas, logo a prevalência

de sintomas pode não ter relação direta com o envelhecimento ou tempo

prolongado na função.

Estudos de prevalência em outras atividades profissionais mostram que

a idade e o sexo são fatores com influência direta nas queixas

musculoesqueléticas. No estudo com trabalhadores portuários que realizam

atividades de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga,

vigilância de embarcações e a dos trabalhadores em bloco, se constatou maior

prevalência de queixas em indivíduos com mais de 50 anos. Para esta

população as queixas lombares foram mais prevalentes, seguidas das queixas

nos ombros e na coluna dorsal em trabalhadores mais jovens17. Outro estudo

com trabalhadores movimentadores de carga, a maior prevalência de queixas

musculoesqueléticas está em voluntários de 31 a 40 anos e o maior número de

relatos também está na região lombar com 90% das queixas1.

Page 37: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

As maiores prevalências de queixas musculoesqueléticas na população

de soldadores, em nosso estudo, são para região lombar e joelho,

respectivamente. As queixas foram relacionadas ao espaço confinado e as

posturas inadequadas de soldagem.

No caso dos trabalhadores portuários, existe um trabalho de manuseio

manual de cargas e, muitas vezes, excedem 40kg. Os soldadores analisados

não manuseiam cargas acima de 23kg e ainda assim, apresentam alta

prevalência de dor lombar semelhante ao encontrado em trabalhadores que

manuseiam carga.

Em um estudo com metalúrgicos de uma cidade brasileira, com média

de idade de 33 anos, os autores verificaram uma prevalência de 75,2% de

queixas musculoesqueléticas e as queixas na região lombar também foram

mais prevalentes com 45,1%, seguidas pela região do ombro com 35,1% e da

coluna cervical com 34,5%. Os autores deste estudo classificaram as áreas de

trabalho em administrativo e operacional, não sendo possível comparar as

duas populações de soldadores22

Nesta amostra de soldadores, todos os voluntários foram classificados

como ativos ou moderadamente ativos, contudo mais de 50% estavam acima

do peso ideal. Em relação ao IMC a maioria dos trabalhadores estava com

peso normal, representando 48,8% (n=60) do total. Em relação a atividade

física habitual, 61,8% foram avaliados como ativos e 38,2 moderadamente

ativos.

Essa condição, aparentemente, não tem relação direta com as queixas

musculoesqueléticas, e a prática de exercícios físicos parece não exercer

vantagem para estes trabalhadores frente ao trabalho. Isso pode ter relação

com o tipo de atividade física realizada pelos voluntários, ou seja, as atividades

de lazer, locomoção ou do trabalho como caminhadas, futebol ou surf, relatado

no questionário de Baecke parecem ser atividades gerais que não preparam o

indivíduo para sua necessidade física relacionada ao trabalho como atividades

específicas de treinamento poderiam favorecer.

Neste sentido, é possível relacionar a condição osteomuscular prévia do

trabalhador ao seu desempenho no trabalho e aos relatos de queixas, porém a

Page 38: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

atividade física deverá ser específica e voltada a necessidade física do

trabalhador.

A tarefa de soldagem difere-se do trabalho do motorista de ônibus,

apresentada anteriormente, pois não é uma atividade onde o trabalhador

permanece por tempo prolongado na mesma posição ou por um trabalho

sequencial, mas sim pela execução de posições diferentes durante o dia de

trabalho o que, em princípio, é bom do ponto de vista ergonômico, porém os

tipos de posturas adotadas são relatados como as maiores dificuldades em

executar o trabalho de soldagem18.

Neste caso, o risco pode relacionar-se com o excesso de amplitude de

movimento que acarretada em posturas inadequadas e desconfortáveis,

representando risco ergonômico para a coluna lombar além do esforço estático

da coluna vertebral, membros superiores e inferiores por conta da precisão

exigida pelo trabalho7,19. Uma falha na soldagem da peça pode comprometer

todo o bloco e isso acarretará em um procedimento reparatório de desgaste da

peça seguida de nova soldagem o que atrasa a entrega da peça e,

consequentemente da etapa de fabricação na qual o trabalhador está

envolvido.

Esses trabalhadores executam suas tarefas, muitas vezes, em local de

difícil acesso e em posições que adéquam a pistola ou eletrodo de solda à

peça a fim de obter maior eficiência no trabalho. Esta é uma tarefa onde o

trabalhador deve se adequar ao trabalho por conta do processo de construção

do navio que é realizada em etapas de oficina, blocos e edificação com peças

pré-definidas em projeto. O peso e formato das chapas, na maioria das vezes,

não permite o trabalho em bancada e quando está na fase de blocos essas

chapas já estão montadas em forma de “caixas” de diversos tamanhos e

formatos. Assim, para realizar a soldagem, o trabalhador deve acessar o local

por algumas vias que dependerão do local onde estão alocadas.

Nas oficinas, as peças estão dispostas no chão e em bancadas, e são

manuseadas por pórticos mecânicos. Nos blocos, estão dispostas em

picadeiros que permitem a movimentação do trabalhador e, na edificação, com

o navio na carreira ou na água, o processo está em fase de acabamento e as

Page 39: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

peças são soldadas em suas posições finais, que muitas vezes criam espaços

muito apertados e restritos, chamados espaços confinados.

O trabalho em espaço confinado exige do trabalhador variações de

posturas que vão de deitado com projeção dos braços à frente à posturas com

excesso de flexão e torção do tronco com os membros inferiores em flexão de

joelhos e quadris. É provável que este tipo de posicionamento associado a alta

temperatura no interior das oficinas, blocos de montagem e edificação tenham

influência na queixa de dor desses trabalhadores, como relatam a maioria dos

voluntários20,21.

Essas relações ganham sentido ao analisarmos os dados referentes a

percepção do risco ergonômico. Os voluntários mencionaram que o espaço

confinado, que favorece posturas inadequadas, e movimentos de curvar e

torcer as costas são os fatores que representam maiores problemas para a

execução do trabalho.

O cansaço foi relatado por alguns voluntários, mas os dados mostram

que a necessidade de descanso do trabalhador foi em sua maioria de 21 a 30%

para 40,59% dos indivíduos, seguido por, 34,44% que apresentam de 31 a

40%, 22,14% apresentam de 41 a 50% de necessidade de descanso. Neste

caso, a maior parte dos voluntários considerou necessitar de um percentual

menor que 50%. Aparentemente o cansaço ou esgotamento físico pode

aparecer para alguns trabalhadores mas não para todos, e esse aspecto não

parece ser relevante para o aparecimento de queixas musculoesqueléticas mas

sim para a intensidade da queixa.

É provável que quando a dor aparece o cansaço percebido pelo

trabalhador aumente também a sensação dolorosa pelo desgaste físico geral.

Sendo assim, a alta prevalência de queixas musculoesqueléticas parece

ter relação com as condições de trabalho as quais esses trabalhadores estão

expostos e que o cansaço físico não contrinui para o surgimento dessas

queixas, mas sim para o aumento da intensidade delas. De acordo com os

dados apresentados neste estudo, os riscos mais prevalentes para os

voluntários foram o trabalho em posições desconfortáveis e/ou inadequadas ou

em espaço muito apertado com média de 7,33 ±2,6, seguido do trabalho na

Page 40: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

mesma posição por longos períodos com média de 7,1± 2,68, e o ato curvar ou

torcer as costas de maneira desconfortável com média de 6,8± 2,71.

Coenen et al,22 em um estudo prospectivo com 1802 trabalhadores,

verificou os efeitos da carga acumulativa sobre a coluna lombar gerada por

posturas e outras relações com o trabalho. Os autores concluíram que este é

um fator de risco significativo para o surgimento da dor neste segmento. Os

autores ressaltaram que esta carga estava relacionada ao trabalho com

elevada flexão do tronco.

Para o trabalho de soldagem, muitas vezes não é possível adaptar o

trabalho ao trabalhador, sendo assim, as atividades preventivas podem

representar uma boa opção para amenizar as queixas e os afastamentos do

trabalho por problemas musculoesqueléticos.

As limitações encontradas neste estudo foram referentes a não ter sido

possivel coletar dados em sala fechada e isolada, o que pode ter subestimado

as queixas.

Conclusão

É possível concluir que a dor na região lombar é a mais frequente dentre

a população estudada e que a posição de soldagem e o espaço confinado

podem influenciar o surgimento de queixas musculoesqueléticas, entretanto

não ficou evidente a relação entre as queixas e a idade, o sexo, o tempo de

função e o nível de atividade física habitual. A necessidade de descanso dos

voluntários apresentou relação significante com a intensidade da dor mas não

com a prevalência de queixas.

Referências:

Page 41: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

1 - Batiz, E. C; Nunes, J. I. S; Licea, O. E. A. Prevalência dos sintomas

musculoesqueléticos em movimentadores de mercadorias com carga. 2013.

Prod. [online]. 23, pp. 168-177.

2 - Picoloto, D; Silveira, E. Prevalência de sintomas musculoesqueléticas e

fatores associados em trabalhadores de uma indústria metalúrgica de Canoas -

RS. 2008. Ciênc. saúde coletiva [online]. 13, 2, 507-516.

3 – RAIS/MTE. Subseção DIEESE CNM/CUT. 2011.

4 - Vieira, E. R; Kumar, S. Occupational risks factors identified and interventions

suggested by welders and computer numeric control workers to control low

back disorders in two steel companies. 2007. International Journal of Industrial

Ergonomics. 553–561.

5 - Pinheiro, F. A; Tróccolia, B. T; Carvalho, C. V. Validação do Questionário

Nórdico de Sintomas Musculoesqueléticas como medida de morbidade. 2002.

Rev Saúde Pública. 36. 307-12.

6 - Fethke, N. B; Gant, L. C; Gerr, F. Comparison of biomechanical loading

during use of conventional stud welding equipment and an alternate system.

2011.Applied Ergonomics. 42. 725-734.

7 - Wai, E. K; Roffey, D. M; Bishop, P; Kwon, B. K; Dagenais, S. Causal

assessment of occupational bending or twisting and low back pain: results of a

systematic review. 2010. The Spine Journal 10. 76–88.

8 - International Organization for Standardization - ISO 9692-1:2003 Welding

and allied processes. Recommendations for joint preparation. Manual metal-arc

welding, gas-shielded metal-arc welding, gas welding, TIG welding and beam

welding of steels.

9 - International Organization for Standardization - ISO 6947:1997 Welds.

Working positions. Definitions of angles of slope and rotation.

10 - WHO. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Report of a WHO

Expert Committee. WHO Technical Report Series 854. Geneva: World Health Organization,

1995.

11 - Morigushi, C. S. Adaptação cultural e avaliação dos parâmetros

psicométricos da versão brasileira da Need for Recovery Scale. Universidade

Federal de São Carlos. 2009. Programa de pós-graduação em Fisioterapia.

2009.

Page 42: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

12 - Moriguchi, C. S., Trevizani, T., Oliveira, A. B., Coury, H. J. C. G. Avaliação

de diferentes parâmetros para interpretar a necessidade de descanso em

ergonomia. 2013. Fisioter. Mov. 26, 823-833.

13 - Florindo, A. A.; Latorre, M. R. D. O. Validação e reprodutibilidade do

questionário de Baecke de avaliação da atividade física habitual em homens

adultos. 2003. Rev. Bras. Med. Esporte. 9(3).

14 – Florindo, A. A; Latorrea, M. R. D. O; Jaimeb, P. C; Tanakaa, T; Zerbini, C.

A. F. Metodologia para a avaliação da atividade física habitual em homens com

50 anos ou mais. 2004. Rev Saúde Pública. 38. 307-14.

15 - Coluci, M. Z. O; Alexandre, N. M. C; Rosecrance, J. Reliability and validity

of an ergonomics-related Job Factors Questionnaire. 2009. International

Journal of Industrial Ergonomics. 39. 995–1001.

16 - Barbetta P. Estatística aplicada as ciências sociais. Florianópolis: Editora

UFSC; 2006.

17 - Almeida, M. C. V; Cezar-Vaz, M. R; Soares, J. F. S; Silva, M. R. S. The

prevalence of musculoskeletal diseases among casual dock workers. 2012.

Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 20. 243-250.

18 - Aghilinejad, M; Choobineh, A.R;Sadeghi, Z; Nouri, M.K; Bahrami Ahmadi,

A. Prevalence of Musculoskeletal Disorders among Iranian Steel Workers.

2012. Iran Red Crescent Med J. 14. 198–203

19 - Roffey, DM. Wai, EK. Bishop, P; Kwon, BK. Dagenais, S. Causal

assessment of awkward occupational postures and low back pain: results of a

systematic review. 2010. The Spine Journal 10. 89–99.

20 – Sterud, T., Tynes, T. Work-related psychosocial and mechanical risk factors for low

back pain: a 3-year follow-up study of the general working population in Norway.

2013. Occup Environ Med. 2013 May;70(5):296-302.

21 – Inaba, R., Mirbod, S.M. Subjective musculoskeletal symptoms in winter

and summer among indoor working construction electricians. 2010. Ind Health.

48. 29-37.

22 - Coenen P; Kingma I; Boot C.R; Twisk J.W; Bongers P.M; van Dieën J.H.

Cumulative low back load at work as a risk factor of low back pain: a

prospective cohort study. 2013. J Occup Rehabil. 23. 11-8

Page 43: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Instruções aos autores da Revista Brasileira de Epidemiologia

Escopo e política

A Revista Brasileira de Epidemiologia tem por finalidade publicar Artigos Orig

de revisão crítica sobre um tema específico, que contribuam para o conhecime

Epidemiologia e ciências afins (máximo de 25 p.,incluindo tabelas e gráficos)

para as seções: Debate destinado a discutir diferentes visões sobre um mes

apresentado sob a forma de consenso/dissenso, artigo original seguido do com

reprodução de mesas redondas e outras formas assemelhadas; Notas e Inform

trabalhos de investigação, bem como relatos breves de aspectos novos da

notícias relativas a eventos da área, lançamentos de livros e outros (máximo d

comentários de leitores sobre trabalhos publicados na Revista Brasileira de Ep

p.).

Os manuscritos apresentados devem destinar-se exclusivamente à Revista Brasileira de Epidemiologia, não sendo permitida sua apresentação

simultânea a outro periódico. Para tanto, o(s) autor(es) deverá(ão) assinar

declaração de acordo com modelo fornecido pela Revista. Os conceitos

emitidos, em qualquer das secções da Revista, são de inteira responsabilidade

do(s) autor(es).

Cada manuscrito é apreciado por no mínimo dois relatores, indicados por um

dos Editores Associados, a quem caberá elaborar um relatório final conclusivo

a ser submetido ao Editor Científico. Os manuscritos não aceitos ficam à

disposição do(s) autor(es) por um ano.

Os manuscritos publicados são de responsabilidade da Revista, sendo

vedadas tanto a reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos, como a

tradução para outro idioma sem a autorização do Conselho de Editores. Assim,

todos os trabalhos, quando submetidos a publicação, deverão ser

acompanhados de documento de transferência de direitos autorais, contendo

Page 44: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

assinatura do(s) autor(es), conforme modelo fornecido pela Revista.

Apresentação do manuscrito

Os artigos são aceitos em português, espanhol ou inglês. Os artigos em

português e espanhol podem ser acompanhados, além dos resumos (no idioma

original do artigo e em inglês), e respectivo número do processo.

Ilustrações

As tabelas e figuras (gráficos e desenhos) deverão ser enviadas em páginas

separadas; devem ser suficientemente claras para permitir sua reprodução de

forma reduzida, quando necessário.

Palavras-chave

Os autores deverão apresentar no mínimo 3 e no máximo 10 palavras-chave

que considerem como descritores do conteúdo de seus trabalhos, no idioma

em que o artigo foi apresentado e em inglês para os artigos submetidos em

português e espanhol, estando os mesmos sujeitos a alterações de acordo com

o “Medical Subject Headings” da NML.

Abreviaturas

Deve ser utilizada a forma padronizada; quando citadas pela primeira vez,

devem ser por extenso. Não devem ser utilizadas abreviaturas no título e no

resumo.

Referências

Numeração consecutiva de acordo com a primeira menção no texto, utilizando

algarismos arábicos em sobrescrito. A listagem final deve seguir a ordem

numérica do texto, ignorando a ordem alfabética de autores. Não devem ser

abreviados títulos de livros, editoras ou outros. Os títulos de periódicos

seguirão as abreviaturas do Index Medicus/Medline. Devem constar os nomes

dos 6 primeiros autores; quando ultrapassar este número utilize a expressão et

al. Comunicações pessoais, trabalhos inéditos ou em andamento poderão ser

citados quando absolutamente neces-sários, mas não devem ser incluídos na

lista de referências, somente citadas no texto ou em nota de rodapé. Quando

Page 45: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

um artigo estiver em via de publicação, deverá ser indicado: título do periódico,

ano e outros dados disponíveis, seguidos da expressão, entre parênteses “no

prelo”. As publicações não convencionais, de difícil acesso, podem ser citadas

desde que o(s) autor(es) do manuscrito indique(m) ao leitor onde localizá-las.

A exatidão das referências é de responsabilidade do(s) autor(es).

EXEMPLOS DE REFERÊCIAS

Artigo de periodico

Szklo M. Estrogen replacement therapy and cognitive functioning in the

Atherosclerosis Risk in Communities (ARIC) Study. Am J Epidemiol 1996; 144:

1048-57.

Livros e outra monografias

Lilienfeld DE, Stolley PD. Foundations of epidemiology. New York: Oxford

University Press; 1994.

Capítulo de Livro

Laurenti R. Medida das doenças. In: Forattini OP. Ecologia, epidemiologia e

sociedade. São Paulo: Artes Médicas; 1992. p. 369-98.

Tese e Dissertação

Bertolozzi MR. Pacientes com tuberculose pulmonar no Município de Taboão

da Serra: perfil e representações sobre a assistência prestada nas unidades

básicas de saúde [dissertação de mestrado]. São Paulo: Faculdade de Saúde

Pública da USP; 1991.

Trabalho de congresso ou similar (publicado) Mendes Gonçalves RB. Contribuição à discussão sobre as relações entre

teoria, objeto e método em epidemiologia. In: Anais do 1º Congresso Brasileiro

de Epidemiologia; 1990 set 2-6; Campinas (Br). Rio de Janeiro: ABRASCO;

1990. p. 347-61.

Page 46: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Relatório da OMS

World Health Organization. Expert Committee on Drug Dependence. 29th

Report. Geneva; 1995. (WHO - Technical Report Series, 856).

Documentos eletrônicos

Hemodynamics III: the ups and downs of hemodynamics. [computer program].

Version 2.2. Orlando (FL): Computorized Systems; 1993.

OBSERVAÇÃO

A Revista Brasileira de Epidemiologia adota as normas do Comitê Internaciona

Médicas (estilo Vancouver), publicadas no New England Journal of Medicine 19

Panamericana de Salud Publica 1998; 3: 188-96, cuja cópia poderá ser so

Revista.

Envio de manuscritos

Os manuscritos são submetidos online, através da plataforma Scielo:

http://submission.scielo.br/index.php/rbepid/editor/submission/11821

As declarações devem ser endereçadas ao Editor Científico, no seguint

Av. Dr. Arnaldo, 715 subsolo - sala

01246-904 São Paulo, SP -

fone/fax (011) 3085

e-mail: [email protected]

Page 47: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Capítulo 3 Artigo a ser submetido à Revista Clinical Biomechanics

A DOR LOMBAR AFETA A FORÇA MUSCULAR E A ATIVIDADE

ELETROMIOGRÁFICA DOS ERETORES DA ESPINHA DE SOLDADORES

DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL?

André Augusto M. T. Mendes1, César F. Amorin1, Sandra Maria Sbeghen

Ferreira de Freitas1, Rosimeire Simprini Padula1

¹ Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia - Universidade Cidade

de São Paulo - UNICID

Autor Correspondente:

Rosimeire Simprini Padula

Rua Cesário Galeno 448/475, CEP 03071-000, Tatuapé, São Paulo/SP,

Telefone: (11) 2178 1565,

Email: [email protected]

Page 48: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Resumo

Contextualização: A necessidade de permanecer em determinadas posturas por tempo prolongado tem sido apontada como risco ergonômico para ocorrência dor lombar. A eletromiografia de superfície e outros aspectos biomecânicos são utilizados para determinar riscos e condições clínicas de indivíduos saudáveis e pacientes durante atividade ocupacional. Método: A avaliação incluiu 22 soldadores divididos em grupos com e sem dor lombares sendo 11 voluntários em cada grupo. O grupo sem dor lombar foi pareado pelo grupo com dor lombar por idade, sexo, e indice de massa corporal. Foram avaliadas nas contrações voluntárias máximas (CVM), as medidas de força, e a atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha esquerdo e direito. A atividade eletromiográfica dos mesmos músculos foi avaliada, também, em 3 posições de soldagem, comumente utilizadas na construção naval, em dois momentos distintos do dia, manhã e tarde. Achados: A análise estatística não indicou diferenças significativas entre os grupos para força muscular e atividade eletromiografia de eretores da espinha durante a CVM nos períodos da manhã e da tarde. A comparação da atividade eletromiográfica do eretor da espinha direto entre os grupos pela análise estatística para as três posições de solda e nos períodos da manhã e tarde mostrou diferença significativa na interação entre grupos, posições e período (p=0,011). Interpretação: A força muscular teve alteração para ambos os grupos, aumentando para o grupo sem dor lombar e diminuindo para o grupo com dor lombar no final do dia de trabalho. A dor parece ter influenciado a força, mas não a atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha para o GDL, porém não houve diferença significativa para nenhuma delas. Isso pode indicar que mesmo com dor a capacidade física e funcional desses trabalhadores não sofrem alterações significantes, o que não justificaria um período prolongado de ausência do trabalho por dor lombar. Palavras-chave: Dor lombar, Eletromiografia, Saúde do trabalhador, Soldadores Abstract :

Page 49: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Background: The need to stay in certain postures for extended periods has been identified as an ergonomic risk occurrence for low back pain. Surface electromyography and other biomechanical aspects are used to determine risk and clinical status of patients with low back pain. Method: The review included 22 welders divided into groups with and without low back pain with 11 volunteers in each group. It was assessed the Maximal voluntary contractions (MVC), measures of force, and electromyographic activity of erector muscles of the spine in 3 welding positions at two different times of day, morning and afternoon were evaluated. Findings: The statistical analysis did not find significant differences between both groups for muscle strength and activity of erector spine electromyography during maximal voluntary contraction during the morning and afternoon. Comparison of electromyographic activity of the spine erector straight between the groups for the statistical analysis for the three positions of welding and during the morning and afternoon showed significant difference in the interaction between groups, positions and period (p = 0.011). Interpretation: Muscle strength have changed for both groups, increasing in the group without low back pain and decreasing in the group with low back pain. The pain seems to have influenced the strength, but not into the electromyographic activity of the erector muscles of the spine, but there was no significant difference. This may indicate that even with the pain, the physical and functional capacity of the workers, does not suffer significant changes, which would not justify a prolonged period of absence from work.

1. Introdução

Page 50: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

A necessidade de permanência em determinadas posturas por tempo

prolongado bem como a ausência ou impossibilidade de pausas espontâneas,

a rigidez nos procedimentos e rotinas de trabalho, o manuseio manual de

cargas, o esforço estático e movimentos repetitivos em rotação e flexão da

coluna, as vibrações e o ambiente de trabalho têm sido apontados como riscos

ergonômicos para ocorrência da dor lombar (Kwonet al. 2012; Padula et al.

2008; Padula et al.,2012; Oliveira et al.,2012).

As posturas de soldagem, consideradas inadequadas do ponto de vista

ergonômico por utilizarem excesso de flexão e torções do tronco foram

estudadas por Fethke, Gant&Gerr (2011) que compararam 2 posições de

soldagem utilizando um sistema convencional e um alternativo de soldagem.

Neste estudo os autores avaliaram a angulação do tronco e o sinal

eletromiográfico dos músculos eretores da espinha e do trapézio superior. Os

resultados permitiram concluir que a posição influenciava na atividade

eletromiográfica dos músculos eretores da espinha e na angulação do tronco.

Um estudo com metalúrgicos norte americanos e canadenses mostrou

que cerca de 38% dos soldadores apresentavam alguma desordem ou queixas

musculoesqueléticas sendo que 61% dessas queixas são dores na região

lombar (Vieira&Kumar, 2007).

Em uma pesquisa prévia realizada pelos autores com esses

profissionais, as queixas de dor lombar foram prevalentes em 42,3% dos

trabalhadores, sendo a queixa mais relatada pelos participantes. Essas queixas

foram relacionadas às posições de soldagem e ao espaço confinado e essas

Page 51: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

atividades em posturas inadequadas são consideradas riscos ergonômicos que

podem causar e/ou agravar a dor lombar (Roffey et al, 2010).

De acordo com Reger et al (2006), a eletromiografia de superfície pode

ser uma ferramenta para avaliar indivíduos com dor lombar. De acordo com os

autores, os indivíduos com dor lombar apresentam assimetrias ou decréscimos

de sinal eletromiográfico com diminuição de força quando comparados a

indivíduos sem dor.

As variáveis eletromiográficas parecem sofrer alterações ao longo de um

determinado período e se correlacionam com as alterações clínicas nos

indivíduos com dor lombar. Essas variáveis são capazes de identificar um

subgrupo de pacientes nos quais o risco de dor lombar é maior (Heydariet al,

2010).

Muitas vezes as dores lombares são causas de afastamento temporário

ou definitivo do trabalho e isso causa um aumento considerável nos custos com

saúde nas empresas e também aos governos (Widanarko et al, 2010).

Entretanto a dor pode ou não afetar a condição funcional do indivíduo e

sua capacidade para o trabalho o que não justificaria um longo período de

absenteísmo no trabalho o que aumentaria o tempo produtivo desses

trabalhadores.

O estudo das alterações biomecânicas dos soldadores permitirá

identificar os principais riscos ergonômicos envolvendo posturas de trabalho e

sobrecargas musculoesqueléticas na região da coluna vertebral e suas

relações com a capacidade física de indivíduos com e sem dor lombar. Ao

Page 52: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

identificar a relação da condição muscular e o trabalho, será possível criar uma

visão mais ampla sobre a necessidade física do trabalho, suas repercussões

funcionais e capacidade para o trabalho, e criar formas de intervenção

preventiva e ações de promoção a saúde a fim de tornar a prática profissional

mais segura.

Essa pesquisa teve como objetivo analisar o sinal eletromiográfico e

força dos eretores da espinha em trabalhadores com e sem dor lombar em três

posições de soldagem em dois momentos do dia, a fim de verificar a

intensidade da força muscular lombar e a atividade eletromiográfica dos

músculos eretores da espinha durante a contração voluntária máxima, e para

três posições de soldagem em dois momentos da jornada de trabalho.

2. Método:

Trata-se de um estudo analítico transversal comparativo entre grupos com e

sem queixa de dor lombar. A realização da pesquisa foi aprovada pelos

responsáveis pela empresa e pelo Comitê de Ética da Universidade Cidade de

São Paulo (Processo no. 13607513.2.0000.0064).

2.1. Voluntários

Foram avaliados 123 soldadores, do sexo masculino e destros, recrutados

em uma indústria metalúrgica de construção naval com um total de 560

trabalhadores. A empresa metalúrgica naval integra várias atividades à nível

nacional e internacional, nas áreas de comércio, rebocagem marítima, logística,

Page 53: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

agenciamento marítimo, apoio ao offshore e indústria naval, área em que este

estudo foi realizado.

A pesquisa foi apresentada aos trabalhadores e aqueles que

concordaram em participar da pesquisa assinaram um termo de consentimento

livre e esclarecido.

Os voluntários foram divididos em dois grupos definidos como grupo dor

lombar (GDL) e grupo sem dor lombar (GSDL) e o pareamento dos grupos foi

realizado a partir de idade, sexo e índice de massa corpórea (IMC).

Foram incluídos na pesquisa todos os soldadores com no mínimo 1 ano

de experiência e que estivessem ativos na função de soldador.

Como critérios para inclusão no GDL, os voluntários deveriam

apresentar queixas de dor lombar nos últimos 30 dias e não apresentar queixas

musculoesqueléticas em outras regiões do corpo.

Foram excluídos do GDL os voluntários que apresentaram diagnóstico

clínico de hérnias discais com sintomas de comprometimentos de raiz nervosa

como a diminuição dos reflexos, as parestesias em membros inferiores e a

diminuição da sensibilidade, bem como dores de origem visceral, dores

reumáticas ou qualquer dor aguda, e aqueles com história prévia de cirurgias

na coluna lombar.

Foram incluídos no GSDL os voluntários que não apresentassem

queixas musculoesqueléticas em nenhuma região do corpo nos últimos 12

meses, e excluídos do GSDL os voluntários que apresentassem dor em

qualquer região do corpo no momento da coleta.

Page 54: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

2.2 – Condição Experimental

O trabalho do soldador durante a tarefa de soldagem é a de promover a

fixação de peças pré-cortadas pelo setor de calderaria por meio de solda em

eletrodo ou pistola. Para tanto, o trabalho pode ser executado em oficinas,

blocos ou na edificação do navio, sendo que cada local, cada tipo de peça ou

soldagem exige deste trabalhador uma posição diferente, tendo, muitas vezes,

que realizar o trabalho em espaço confinado ou em posições inadequadas com

extremas flexões e rotações do tronco por tempo prolongado.

Para fins de simulação da atividade profissional dos voluntários foram

utilizadas as 3 posturas mais comuns para soldagem como estabelecido pelos

critérios de qualidade da empresa.

A primeira posição (P1) se refere a postura em pé, com o tronco em

flexão, quadris em flexão e joelhos em extensão. Na segunda posição (P2) o

trabalhador executa a atividade semi-ajoelhado com o tronco em flexão, e na

terceira posição (P3) a atividade de soldagem é realizada com o trabalhador

sentado com os membros inferiores em flexão e cruzados e com flexão do

tronco.

Page 55: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Fig.1.Posição de análise: (P1) voluntário com o tronco e os quadris em flexão e joelhos e extensão; (P2) voluntário semi-ajoelhado com o tronco em flexão; (P3) voluntário com os membros inferiores em flexão e cruzados e o tronco em flexão.

2.3 – Equipamentos para coleta

Para a realização da pesquisa foi utilizado um dinamômetro lombar EMG

System® para mensurar a força de contração máxima e um eletromiógrafo de

superfície EMG System® para avaliar a atividade eletromiográfica dos

músculos eretores da espinha bilateralmente bem como as escalas de

Borgpara identificar a dor e o cansaço físico nos períodos da coleta.

Para aquisição da força muscular por dinamometria foi utilizado um

dinamômetro lombar modelo TFL-200 EMG System® com capacidade máxima

de 300Kgf associado ao equipamento de eletromiografia com sincronização

dos canais.

Para aquisição do sinal eletromiográfico (SEMG) dos músculos eretores

da espinha bilateralmente, foi utilizado um equipamento EMG com 16 canais,

placa de conversão analógico/digital de 16 bits de resolução, amplificador de

com ganho de amplificação total de 2000 vezes, filtro passa-banda de 10 a

1000 Hz, com eletrodos bipolares ativos de superfície, software de coleta e

P1 P2 P3

Page 56: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

análise de sinais com frequência de amostragem programável de 50kHz para

plataforma Windows. Módulo de rejeição de modo comum > 120 dB,

impedância do sistema = impedância 109 Ohms, noiseratio = taxa de ruído do

sinal < 3 μV RMS. FPA (passa alta) com frequência de corte de 10 Hz e FPB

(passa baixa) com frequência de corte de 1000 Hz, realizada por um filtro tipo

Butterworth de dois pólos.

2.4 – Procedimentos de coleta

A coleta dos dados foi realizada em dois momentos do dia, a inicial na

primeira hora da manhã e a segunda na última hora do turno de trabalho,

caracterizando o início e o fim do dia de trabalho considerando uma jornada de

oito horas trabalhadas por dia.

Para coleta dos dados, os sensores de forma retangular e adesivos

foram posicionados de acordo com as recomendações do SENIAM ao nível de

L1 bilateralmente sobre a pele ao longo dos músculos eretores da espinha

lombar (fig.2) com distância de 20mm entre os sensores para captação do

SEMG.

Page 57: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Fonte: SENIAM

Fig.2.ldentificação do ponto de análise do SEMG do músculo eretor da espinha.

Os sensores foram fixados nos voluntários por uma fita autoadesiva

própria para o equipamento e essa fita ficou fixada após a primeira medição

para assegurar que não ocorresse mudança na posição do sensor na segunda

medição do dia.

Durante a preparação para a coleta de dados os voluntários foram

posicionados na posição em pé com a região lombar livre de vestimentas e o

local de fixação dos eletrodos foi limpo com algodão e álcool 70%. A fixação do

sensor de EMG foi realizada após a evaporação do álcool para que não

houvesse interferência. Em casos de voluntários com pêlos na região de

fixação dos sensores, a tricotomia foi realizada com lâminas de barbear

descartáveis de uso único e individual.

A coleta dos dados da dinamometria foi realizada com os voluntários na

posição de 30 graus de flexão de tronco com ajuste de altura da alavanca

Page 58: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

quando necessário para garantir a angulação. Em seguida os voluntários foram

posicionados em cima da plataforma de dinamometria, com os pés separados

de maneira confortável, segurando a alavanca com as duas mãos. Os

voluntários foram orientados a puxar a alavanca para cima com o máximo de

força possível naquele momento por, no mínimo 4 segundos.

A coleta do SEMG foi realizada em 3 tentativas de 10 segundos com

intervalo de 30 segundos entre as medições, na posição ereta. Antes da

aquisição do SEMG, os participantes indicaram uma nota de 0 a 10 sobre sua

dor ou desconforto e outra nota também de 0 a 10 sobre seu cansaço no

instante da aquisição do SEMG.

No momento da coleta de dados, o dinamômetro e o eletromiógrafo

estavam sincronizados e todos os dados foram registrados para posterior

comparação.

As avaliações foram realizadas em uma sala preparada para a pesquisa

e fora do posto de trabalho. Inicialmente cada voluntário realizou uma

contração voluntária máxima na posição em pé com flexão de 30 graus do

tronco e com as mãos fixas ao dinamômetro para coletar dos dados de força

muscular (a coleta foi realizada durante uma extensão de 10 segundos

resistida pelo dinamômetro que também registrou a quantidade de força em

Kgf).

A coleta do SEMG foi realizada em 3 posturas: P1) o voluntário em pé

com flexão de 30 graus do tronco simulando uma soldagem horizontal na

velocidade e precisão habitual, em linha reta, partindo da esquerda para a

Page 59: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

direita na altura do peito P2) o voluntário semi-ajoelhado, com o joelho

esquerdo e o pé direito apoiados no chão e flexão de 30º graus do tronco

simulando uma soldagem horizontal rente ao chão na velocidade e precisão

habitual, em linha reta, partindo da esquerda para a direita P3) o voluntário

ajoelhado, com os dois joelhos apoiados no chão e flexão de 30º graus do

tronco simulando uma soldagem horizontal rente ao chão na velocidade e

precisão habitual, em linha reta, partindo da esquerda para a direita.

2.5. Análise dos dados

Para análise dos dados, os sinais de eletromiografia e dinamometria

foram submetidos a um procedimento de filtragem digital com o auxilio do

software EMGLab V1.1 da marca EMG System do Brasil versão 2010. Para o

sinal EMG, foi utilizado um filtro passa-banda butterworth, quarta ordem, com

frequências de corte entre 10 e 500Hz e para o sinal de dinamometria foi

utilizado um filtro de 0 a 100Hz. Após a obtenção dos sinais, os arquivos foram

salvos em arquivos de texto para posterior leitura.

A filtragem dos sinais foi realizada utilizando uma rotina customizada do

software Matlab (Mathworks 7.0) para determinar a Root Mean Square (RMS)

no intervalo de 2 segundos centrais (fig. 3) da força e dos sinais

eletromiográficos. Para a normalização dos sinais eletromiográficos das 3

tentativas das 3 posições distintas de soldagem foi utilizado o pico da

contração voluntária máxima (CVM). Para utilização dos dados e tratamento

Page 60: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

estatístico foi considerado a média das 3 tentativas de cada posição adquiridas

em período matutino e vespertino.

Fig. 3. Recorte de 2 segundos da CVM e SEMG para um voluntário.

2.6. Análise Estatística

Para a análise estatística foi utilizado o programa SPSS 17.0, com um

nível de significância de 5%. A análise de variância ANOVA para medidas

repetidas com um fator (período) foi utilizada para a CVM, de dois fatores

(posição e musculo) para analisar a atividade muscular durante a CVM, e uma

ANOVA de três fatores (posições de solda, período do dia, músculos eretores,

direito e esquerdo) foi utilizada para verificar a existência de diferenças

significativas entre os grupos para o sinal eletromiográfico. Foi utilizado post

hoc com Bonferroni ajustado quando necessário.

3. Resultados

Page 61: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Inicialmente foram selecionados 14 voluntários com critérios de inclusão

para o GDL e 14 voluntários pareados por idade, sexo e IMC. Dos voluntários

recrutados para o GDL, 1 passou a exercer cargo de supervisão no período da

coleta e 2 foram desligados do quadro de funcionários da empresa. Sendo

assim o pareamento foi refeito restando 11 voluntários em cada grupo.

Os voluntários do GDL apresentaram média de idade de 31,09±12,25 e

IMC com média de 23,86 (DP±2,25). Os voluntários do GSDL apresentaram

média de idade de 29,08±8,39 anos 8,39± e IMC com média de 24,65

(DP±2,48).

Em relação a dor, o GDL apresentou média de 4,91/10 (DP±2,21) no

instante da coleta da manhã e média de 6,36 (DP±1,86) no instante da coleta

da tarde. Considerando o cansaço, o GDL apresentou média de 0,27

(DP±0,27) na primeira coleta e média de 4,18 (DP±1,47) na segunda coleta.

Nessa variável o GSDL não apresentou queixa no momento da primeira coleta

e apresentou, no segundo momento, média 2,36 (DP±1,56) pontos.

Tabela 1. Média e desvio padrão da dor e cansaço físico percebido pelos trabalhadores com (n=11) e sem dor lombar (n=11) nos períodos da manhã e tarde.

Manhã Tarde

Com dor Sem dor Com dor Sem dor

Escala de dor 4,91±2,21 0 6,36±1,86 0

Cansaço físico 0,27±0,64 0 4,18±1,47 2,36±1,56

A CVM do grupo com dor apresentou na primeira coleta (manhã) força

muscular maior do que o grupo sem dor, entretanto, a força diminui na segunda

Page 62: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

avaliação ao contrário do grupo sem dor que apresentou força maior na

segunda avaliação (Fig. 4.).

10.00

30.00

50.00

70.00

90.00

110.00

130.00

150.00

170.00

Manhã Tarde

Forç

a (K

gf)

Com dor

Sem dor

Fig.4. Força muscular média (Kgf) avaliada pela contração voluntária máxima (CVM) em trabalhadores com dor lombar (n=11) e sem dor lombar (n=11) no período da manhã e da tarde.

A atividade eletromiográfica durante a CVM foi muito próxima entre

grupos e intra-grupo nos dois períodos (manhã e tarde). Entretanto o músculo

do lado não dominante do grupo com dor lombar apresentou maior variação

entre os dois períodos.

Page 63: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Fig. 5. Atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha durante a contração voluntária máxima (CVM) nos grupos de trabalhadores com dor lombar (n=11) e sem dor lombar (n=11) nos períodos da manhã e tarde.

Na fig. 6 a atividade eletromiográfica no período da manhã parece ter

sido influenciada pelas posições adotadas, contudo houve grande

variabilidades de respostas dos voluntários dos dois grupos para ambos

músculos. De qualquer forma, a atividade eletromiográfica na posição P1

parece ser maior quando comparada com as demais posições de soldagem,

exceto para o eretor direito do grupo com dor lombar.

0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10

EretorD EretorE EretorD EretorE

Com dor Sem dor

Manhã

Tarde

Page 64: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

EretorD EretorE EretorD EretorE

Com dor Sem dor

P1

P2

P3

Fig. 6. Análise da atividade eletromiográfica (média e desvio padrão)dos músculos eretores da coluna direito e esquerdo nos grupos de trabalhadores com dor lombar (n=11) e sem dor lombar (n=11), em três diferentes posições de soldagem no período da manhã.

No período da tarde observa-se um aumento da atividade

eletromiográfica para ambos os grupos e músculos nas três posições, exceto

para a posição P2 e P3 do músculo eretor esquerdo do grupo com dor (fig. 7).

0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

0.70

EretorD EretorE EretorD EretorE

Com dor Sem dor

P1

P2

P3

Fig. 7. Análise da atividade eletromiográfica (média e desvio padrão) dos músculos eretores da coluna direito e esquerdo nos grupos de trabalhadores com dor lombar

Page 65: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

(n=11) e sem dor lombar (n=11), em três diferentes posições de soldagem no período da tarde.

A análise estatística não indicou diferença significativa entre grupos para

força muscular e atividade eletromiografia de eretores da espinha durante a

contração voluntária máxima nos períodos da manhã e da tarde.

A comparação da atividade eletromiográfica do eretor da espinha direto

entre os grupos pela análise estatística para as três posições de solda e nos

períodos da manhã e tarde mostrou diferença significativa na interação entre

grupos, posições e período (F=5,308; p=0,011), contudo, as análises pos hoc

com ajuste de Bonferroni não localizou a diferença significativa da interação.

Porém quando a análise estatística foi realizada sem o ajuste de Bonferroni a

diferença significativa foi encontrada apenas para o grupo sem dor lombar, no

período da manhã independente do músculo, esquerdo ou direito, na posição 1

em relação para a posição 2 (p=0,049) e posição 3 (p=0,032).

4. Discussão

As posturas inadequadas são encontradas em muitas atividades

profissionais e frequentemente relatadas como causa de dor lombar.

Entretanto, Roffeyet al (2010), em uma revisão sistemática não encontraram

evidências que sustentassem a relação entre essas duas variáveis. O presente

estudo também não encontrou relações significantes entre as variáveis dor,

postura P1, postura P2 e postura P3 investigadas no grupo dor lombar (GDL)

nos dois períodos do dia, manhã e tarde.

Page 66: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Era esperado que a força e a atividade eletromiográfica dos músculos

eretores da espinha no GDL decaíssem em relação a medição da manhã. Era

provável que a dor aumentaria e com o cansaço físico os voluntários

utilizassem menos a musculatura lombar para realizar as atividades, o que

aumentaria a dor lombar. Essas hipóteses estavam apoiadas pelo estudo de

Reger et al (2006) que mencionaram que os indivíduos com dor lombar

apresentam assimetrias e decréscimos de sinais eletromiográficos no decorrer

de determinadas atividades, causando aumento da dor por exposição de outros

tecidos moles como os ligamentos da coluna lombar (Reger et al, 2006).

Em relação a força muscular foi possível observar uma condição distinta

entre os dois grupos, pois no GDL a força muscular lombar apresentou um

decréscimo no segundo período do dia enquanto no GSDL houve um

acréscimo de força muscular lombar segundo momento em relação a primeira

medição no período matutino. Entretanto, a força inicial do GDL foi maior pela

manhã quando comparado ao GSDL, e no segundo momento do dia a força

dos dois grupos foram semelhantes e não apresentaram diferenças

significantes entre si, ou seja a hipóstese de que o grupo com dor lombar teria

menos força muscular do que o GSDL no período da tarde foi nula, porém

houve uma diminuição da força deste grupo quando comparadas as medições

do período matutino do mesmo grupo.

Neste caso, é possível que a dor e o cansaço físico possam ter

influenciado na diminuição da força muscular, pois a dor referida pelos

voluntários do GDL, assim como o cansaço físico, aumentou cerca de 30% no

período da tarde. É possível que isso tenha acontecido, também, pelo fato de

Page 67: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

estarem mais cansados do que os voluntários sem dor ao final do dia de

trabalho e não conseguirem atingir e sustentar a contração máxima durante o

tempo solicitado e semelhante à obtida na primeira coleta.

Mesmo com a diminuição da força muscular lombar do grupo com dor o

sinal eletromiográfico dos eretores da espinha desses voluntários não

apresentou alterações significantes o que demonstra, de acordo com Tucker et

al (2009), que os voluntários mantiveram o recrutamento das unidades motoras

porém não conseguiram sustentar a mesma força. De acordo com os mesmos

autores, o recrutamento de unidades motoras deriva de estratégias motoras

utilizadas durante a contração muscular, fato que pode ter influenciado os

resultados com a amostra de soldadores.

Em entrevista inicial, os voluntários relataram que a postura sentada era

a mais desconfortável pois trabalhavam com muita flexão do tronco e não

tinham apoio. Diziam também acreditar que essa era uma das causas do

aumento da dor e do cansaço físico.

Em relação às posições de soldagem nos dois momentos do dia, foi

possível observar que as posições podem influenciar na resposta muscular e

que a posição em pé apresentou aumento mais expressivo da atividade

eletromiográfica, e que as atividades que utilizavam posturas semi-ajoelhada e

sentada apresentaram respostas musculares menores, principalmente nos

músculos esquerdos, contralaterais ao músculo dominantes (voluntários

destros). Provavelmente, os voluntários utilizavam o lado dominante como

apoio e sustentação para dar estabilidade ao tronco gerando maior estabilidade

para os membros superiores e maior precisão à soldagem, mas essa

Page 68: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

assimetria também não apresentou relação estatisticamente significante com a

dor.

É provável que a dor lombar referida por esses trabalhadores tenha

causas distintas não relacionadas com a atividade muscular, considerando a

grande variabilidade da amostra e a falta de relação significante.

Esse estudo apresentou limitações relativas ao número de voluntários

disponíveis devido aos critérios de exclusão e as perdas no decorrer da coleta.

Desta maneira não foi possível coletar o número de voluntários determinados

inicialmente pelo cálculo amostral.

Conclusão

A força muscular teve alteração para ambos os grupos, mas o grupo

com dor teve diminuição da força no final do dia de trabalho, sem houvessem

grandes mudanças na atividade eletromiográfica para ambos os grupos. A

atividade eletromiográfica aumentou na segunda avaliação para ambos os

grupos, principalmente na posição P1. Parece que a dor influenciou na força,

mas não na atividade eletromiográfica dos músculos eretores da espinha,

porém não houve diferença significativa.

Page 69: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Referências

Borg, G. A. V. An introduction to Borg´s RPE-scale. 1985. Mouvement

Publications.

de Vet H. C., Heymans M. W., Dunn K. M., Pope D. P., van der Beek A. J.,

Macfarlane G. J., Bouter L. M., Croft P. R. 2002. Episodes of low back pain: a

proposal for uniform definitions to be used in research. 27.

Fethke, N. B; Gant, L. C; Gerr, F. Comparison of biomechanical loading during

use of conventional stud welding equipment and an alternate system. 2011.

Applied Ergonomics 42.725-734.

Heydari, A., Nargol, A. V. F., Jones, A. P. C., Humphrey, A. R., Greenough,

C.G. EMG analysis of lumbar paraspinal muscles as a predictor of the risk of

low-back pain. 2010. Eur Spine J. 19. 1145–1152.

Kwon, B. K; Roffey, D. M; Bishop, P. B; Dagenais, S; Wai, E. K. 2012.

Systematic review: occupational physical activity and low back pain.

Occupational Medicine.

Oliveira, A. B., Silva, B.C.C.L., Pálinkás, E.S.L., Padula, R. S., Coury, H.J.C.G.

2012. How is the box handled when all surfaces can be freely held.Ergonomics.

55, 78 - 86.

Padula, R. S., Carregaro, L. R. Melo, B, Silva C. 2012. Low Back pain disability

and stay at Work: Contradiction or Necessity? Work. 41. 2417 - 2419.

Page 70: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Padula, R. S., Oliveira, A.B, Barela, A. M, Barela, Joseph Angelo, Coury, H. J.

C. G. 2008. Are the anticipatory trunk carrying Activities during

movimentsoccuring to different height surfaces protective or risky '. International

Journal of Industrial.Ergonomics. 38. 298 - 306.

Reger, S. I., Shah, A., Adams, T. C., Endredi, J., Ranganathan, V., Yue, G. H.,

Sahgal, V., Finneran, M. T. 2006. Classification of large array surface

myoelectric potentials from subjects with and without low back pain.Journal of

Electromyography and Kinesiology. 16. 392–401.

Roffey, D. M.,E. K. Wai, Bishop, P., Kwon, B. K., Dagenais, S. 2010. Causal

assessment of awkward occupational postures and low back pain: results of a

systematic review. Spine. 10, 89–99.

Surface Electromyography for the Non-Invasive Assessment of Muscles (SENIAM).Disponívelem:

www.seniam.org.Acessoem 20/09/2012.

Tucker, k., Falla D., Graven-Nielsen, t., Farina, D. Electromyographic mapping

of the erector spinae musclewith varying load and during sustained contraction.

2009. Journal of Electromyography and Kinesiology 19. 373–379.

Vieira, E. R; Kumar, S. Occupational risks factors identified and interventions

suggested by welders and computer numeric control workers to control low

back disorders in two steel companies. International Journal of Industrial. 2007.

Ergonomics. 553–561.

Widanarko, B., Legg, S., Stevenson, M., Devereux, J., Eng, A., Mannetje, A.,

Cheng, S., Pearce, N. 2012.Prevalence and work-related risk factors for

Page 71: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

reduced activities and absenteeism due to low back symptoms. Applied

Ergonomics 43.727-737.

Instruções aos autores da Revista Clinical Biomechanics

Aims

Clinical Biomechanics aims to strengthen the link between clinic and laboratory

by publishing biomechanics research which helps to explain the causes of

musculoskeletal disorders and provides knowledge contributing to improved

management.

Scope

Clinical Biomechanics explores all facets of musculoskeletal biomechanics with

an emphasis on clinical management. The role of basic and medical science is

recognized in a clinical context. The readership of the journal closely reflects its

contents, being a balance of scientists, engineers and clinicians.

Authorship

All authors should have made substantial contributions to all of the following: (1)

the conception and design of the study, or acquisition of data, or analysis and

interpretation of data, (2) drafting the article or revising it critically for important

intellectual content, (3) final approval of the version to be submitted.

Collaborators who do not satisfy the criteria for authorship can be listed as

'contributors' under the Acknowledgments section.

Page 72: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Changes to Authorship

This policy concerns the addition, deletion, or rearrangement of author names in

the authorship of accepted manuscripts:

Before the accepted manuscript is published in an online issue: Requests to

add or remove an author, or to rearrange the author names, must be sent to the

Journal Manager from the corresponding author of the accepted manuscript and

must include: (a) the reason the name should be added or removed, or the

author names rearranged and (b) written confirmation (e-mail, fax, letter) from

all authors that they agree with the addition, removal or rearrangement. In the

case of addition or removal of authors, this includes confirmation from the

author being added or removed. Requests that are not sent by the

corresponding author will be forwarded by the Journal Manager to the

corresponding author, who must follow the procedure as described above. Note

that: (1) Journal Managers will inform the Journal Editors of any such requests

and (2) publication of the accepted manuscript in an online issue is suspended

until authorship has been agreed.

After the accepted manuscript is published in an online issue: Any requests to

add, delete, or rearrange author names in an article published in an online issue

will follow the same policies as noted above and result in a corrigendum.

Open Access

This journal offers authors two choices to publish their research;

1. Open Access

• Articles are freely available to both subscribers and the wider public with

Page 73: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

permitted reuse

• An Open Access publication fee is payable by authors or their research funder

2. Subscription

• Articles are made available to subscribers as well as developing countries and

patient groups through our access programs (http://www.elsevier.com/access)

• No Open Access publication fee

All articles published Open Access will be immediately and permanently free for

everyone to read and download. Permitted reuse is defined by your choice of

one of the following Creative Commons user licenses:

Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike (CC BY-NC-SA): for

non-commercial purposes, lets others distribute and copy the article, to create

extracts, abstracts and other revised versions, adaptations or derivative works

of or from an article (such as a translation), to include in a collective work (such

as an anthology), to text and data mine the article, as long as they credit the

author(s), do not represent the author as endorsing their adaptation of the

article, do not modify the article in such a way as to damage the author's honor

or reputation, and license their new adaptations or creations under identical

terms (CC BY NC SA).

Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs (CC-BY-NC-ND): for

non-commercial purposes, lets others distribute and copy the article, and to

include in a collective work (such as an anthology), as long as they credit the

author(s) and provided they do not alter or modify the article.

Page 74: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Creative Commons Attribution (CC-BY): available only for authors funded by

organizations with which Elsevier has established an agreement. For a full list

please see http://www.elsevier.com/fundingbodies

Elsevier has established agreements with funding bodies. This ensures authors

can comply with funding body Open Access requirements, including specific

user licenses, such as CC-BY. Some authors may also be reimbursed for

associated publication fees. http://www.elsevier.com/fundingbodies

To provide Open Access, this journal has a publication fee which needs to be

met by the authors or their research funders for each article published Open

Access. Your publication choice will have no effect on the peer review process

or acceptance of submitted articles. The Open Access publication fee for this

journal is $3000 USD, excluding taxes.

Learn more about Elsevier's pricing

policy http://www.elsevier.com/openaccesspricing

Instructions for Authors

Contributions falling into the following categories will be considered for

publication and are accepted on the understanding that they have not been

published previously, nor are under consideration for publication in any other

journal.

Papers - scientific reports within the scope of the journal. The length of the main

text should not normally exceed 4000 words with around six figures/tables

(large data tables and multi-part figures are generally best placed in

Supplementary Data - see below). Reports focused on validity/reliability of

Page 75: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

methods in the absence of an experimental application are not acceptable.

Reports on model development should address a specific question of clinical

interest or report a novelty not yet understood. Reports of implant tests should

involve a clinical application, not solely a laboratory test. Study subjects should

match the object of the study, e.g. young healthy volunteers are generally

inappropriate for studies about patients or elderly subjects. Single clinical case

reports are usually considered to be unsuitable.

Brief Reports - around 1500 words with few figures or tables.

Review Papers - authoritative, comprehensive, and well referenced reviews of a

relevant subject (which are likely to be be longer than research papers).

Correspondence - letters relating to matters published in the journal are

encouraged.

Submissions are screened by an editorial panel; if considered suitable for the

journal, two or more peer reviewers will be allocated. Only a proportion of

scientifically acceptable papers can be accepted for publication, so authors

should be aware that submissions requiring extensive revisions are unlikely to

be offered the opportunity to revise and resubmit. The same applies to revised

papers requiring substantial revision following re-review. In cases where the

original reviewers disagree, the editor may opt to obtain further opinion. Appeals

can only be considered where the authors can identify an irregularity in the

review process: it is not acceptable simply to state that the reviewers' concerns

can be addressed.

Page 76: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Authors are invited to submit to the journal online http://ees.elsevier.com/clbi/.

You will be guided through the creation and uploading of the various files. Once

the uploading is done, the system automatically generates an electronic (PDF)

proof, which is then used for reviewing. All correspondence, including

notification of the Editor's decision and requests for revisions, will be by e-mail.

Enquiries about the suitability of potential articles should be sent to the Editor:

Prof Kim Burton, Clinical Biomechanics, 30 Queen Street, Huddersfield HD1

2SP, UK Tel: +44(0)1484 535200; fax: +44(0)1484 435744; e-mail:

[email protected]

When submitting a paper you are expecting a number of colleagues to review

your work. As a matter of courtesy you should ensure your manuscript is neatly

presented as well as complying with the journal's requirements. Submissions

will be returned immediately without review if they do not follow all these

guidance notes.

• English language; double spaced; single sided; page-numbered and line-

numbered.

• A title page including name(s) of author(s), qualifications, institute and

correspondence addresses should be provided. Also provide a word count for

the abstract and the main text (excluding reference list), and give the number of

Tables and Figures.

• When compiling the author list for a manuscript, please list only those

members of the team who have made a significant contribution to the work. To

assist the Editor in accepting a list of more than five authors, a statement

detailing the part played by each author must be included in the cover letter.

Page 77: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

The difficulties facing authors whose native language is not English is

appreciated. Nevertheless, it is the authors' responsibility to ensure correct use

of English (through a scientific translator or similar). It is also the responsibility

of the author to check the manuscript carefully for errors prior to submission.

The Journal has a list of topics used to classify papers. During the online

submission process, authors must select as many as are relevant to their paper.

These classifications are included in issue 1 of each volume, and as a PDF file

on the Journal's

homepagehttp://www.elsevier.com/wps/find/journaldescription.cws_home/3039

7/description#description

• An accompanying cover letter should include:

(a) information on any duplicate publication elsewhere of any part of the work;

(b) a statement of any commercial relationships which may lead to a conflict of

interests;

(c) a statement that the typescript has been read and agreed by all authors; (d)

name, address and e-mail of the corresponding author.

(d)a reference to any closely related paper you have previously published in

Clinical Biomechanics.

•The Abstract should start on a new page, and must be in structured format.

The following section headings (initalics) should each start a new

line: Background, Methods, Findings, Interpretation. Please give an idea of the

effect size of the results of hypothesis tests rather than simply quoting the

statistical significance. The interpretation paragraph should explain how the

findings add to understanding of the topic and outline the clinical implications.

Page 78: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Only universally accepted and understood abbreviations are allowed in the

Abstract (e.g. CT, MR), but no specialties or author-defined abbreviations (e.g.

OA, osteoarthritis; TKR, total knee replacement etc). References are not

permitted. The abstract should not exceed 250 words in total. Keywords should

be added for indexing.

•The main text should be divided into appropriate headings, e.g. Introduction,

Methods, Results, Discussion, Conclusions. Subheadings may also be used,

and review papers may use other formats. The technical basis of new

experiments should be fully detailed; previously used methods should also be

described briefly, together with reference to previous publications. Statistical

methods should be detailed where appropriate. Footnotes are not permitted.

•Ensure all acronyms/abbreviations are defined at first use. The use of many

abbreviations in the text makes reading difficult and tiring: keep to a minimum.

For products ensure the source details are complete (company, city, country)

[All US addresses must include USA].

•Authors must suggest two or more referees although the choice is left to the

Editors. Please supply the address and e-mail address. Papers will be reviewed

by at least two referees and their comments will be made known to the

corresponding author.

•In a separate file labelled "Conflict of Interest Statement" all authors must

disclose any financial and personal relationships with other people or

organisations that could inappropriately influence (bias) their work. Examples of

potential conflicts of interest include employment, consultancies, stock

ownership, honoraria, paid expert testimony, patent applications/registrations,

and grants or other funding.

Page 79: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

•All sources of funding should be declared as an acknowledgement at the end

of the text. Authors should declare the role of the study sponsors, if any, in the

study design, in the collection, analysis and interpretation of data: in the writing

of the manuscript; and in the decision to submit the manuscript for publication. If

the study sponsors had no such involvement, the authors should so state.

References: Must follow the Harvard style and should be listed alphabetically

at the end of the text. Please consult an issue of the journal for the details of

how references should be formatted.

Text: All citations in the text should be referenced:

1. Single author - the author's name (without initials unless there is ambiguity)

and the year of publication;

2. Two authors - both authors' names and the year of publication;

3. Three or more authors - first author's name followed by 'et al.' and the year of

publication.

In-text citation styles: Citations may be made directly (or parenthically). Groups

of references should be listed first alphabetically, then chronologically. Multiple

citations to a single point are generally not required and can impact on

readability: if unavoidable, they must come at the end of a sentence.

Reference list: Starting on a new page in these styles:

List all authors when six or less; when seven or more, list the first six and add et

al.

Journal articles:Van der Greer, J., Hanraads, J.A.J., Lupton, R.A., 2000. The art

of writing a scientific article. J. Sci. Commun. 163, 51-59.

Page 80: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Books:Strunk Jr., W., White E.B., 1979. The elements of style, third ed.

Macmillan, New York

Chapter in an edited book:Mettam, G.R., Adams L.B., 1999. How to prepare an

electronic version of your article, in: Jones, B.S., Smith R.Z., (Eds.), Introduction

to the Electronic Age, E-publishing Inc., New York, pp. 281-304.

References should be restricted to those that are retrievable through normal

library sources. References to conference proceedings, internal reports and

theses are only appropriate when they have been published and readily can be

retrieved. Otherwise the reference should be in-text as (Author name, year,

personal communication). Around 30 references is typical for original papers,

though review papers will be more extensively referenced.

Tables

These must be provided as a separate file. Each table should begin on a

separate page and should be numbered as Table 1, Table 2 etc., each with its

fully explanatory title above the table with footnotes (if any) beneath. Vertical

rules and shading should be avoided.

Figures

The final reproduction will be either single or double column; single column is

preferred: please scale your originals accordingly. Ensure legibility of all

components, and avoid excessive "white space". All figures to be referred to as

Figure 1, Figure 2 etc. Legends to figures to be listed together on a separate

page.

If, together with your accepted article, you submit usable colour figures then

Elsevier will ensure, at no additional charge, that these figures will appear in

Page 81: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

colour on the web (e.g., ScienceDirect and other sites) regardless of whether or

not these illustrations are reproduced in colour in the printed version. For colour

reproduction in print, you will receive information regarding the costs from

Elsevier after receipt of your accepted article.

Figures and Tables must be constructed and labelled in such a way that they

may be understood without reference to the text.

Scientific measurements

Avoid the +/- symbol both in tables and text - use for example "mean xx (SD

yy)". Ensure statistical abbreviations are in correct case and style (e.g., capital

italic for P). Use n for number. SI units must be used. Conventions for

abbreviations can be found in Units, Symbols and Abbreviations (available from

the Royal Society of Medicine,www.rsmpress.co.uk ). Confidence intervals are

preferred over just P values; their use is described in Statistics with

Confidence (BMJ Books, 2000).

Randomised controlled trials

Allrandomised controlled trials submitted for publication in Clinical

Biomechanics should include a completed Consolidated Standards of Reporting

Trials (CONSORT) flow chart. Please refer to the CONSORT statement website

at http://www.consort-statement.org for more information. Clinical Biomechanics

has adopted the proposal from the International Committee of Medical Journal

Editors (ICMJE) which require, as a condition of consideration for publication of

clinical trials, registration in a public trials registry. Trials must register at or

before the onset of patient enrolment. The clinical trial registration number

should be included at the end of the abstract of the article. For this purpose, a

Page 82: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

clinical trial is defined as any research project that prospectively assigns human

subjects to intervention or comparison groups to study the cause-and-effect

relationship between a medical intervention and a health outcome. Studies

designed for other purposes, such as to study pharmacokinetics or major

toxicity (e.g. phase I trials) would be exempt. Further information can be found

at http://www.icmje.org.

Ethics

Work on human beings that is submitted to Clinical Biomechanics should

comply with the principles laid down in the Declaration of Helsinki;

Recommendations guiding physicians in biomedical research involving human

subjects. Adopted by the 18th World Medical Assembly, Helsinki, Finland, June

1964, amended by the 29th World Medical Assembly, Tokyo, Japan, October

1975, the 35th World Medical Assembly, Venice, Italy, October 1983, and the

41st World Medical Assembly, Hong Kong, September 1989.For all studies

involving human or animal participants. The manuscript should contain a

statement that the work has been approved by the appropriate ethical

committees related to the institution(s) in which it was performed and that

subjects gave informed consent to the work. Studies involving experiments with

animals must state that their care was in accordance with institution guidelines.

Patients' and volunteers' names, initials, and hospital numbers should not be

used.

Finite element simulations

The journal has strict requirements for papers in which results obtained from

numerical models are used to draw clinically relevant recommendations -

Page 83: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

submissions involving finite element simulations will need to comply with those

requirements (see Viceconti et al. Extracting clinical data from finite element

simulations. ClinBiomech 2005;20:451-454. Click here to access the

paper.Authors must confirm in their covering letter that their paper complies with

the journal's requirements and for the benefit of the readers they may wish to

cite Viceconti et al.

Preparation of Supplementary Data

Elsevier accepts electronic supplementary material. Supplementary files offer

the author possibilities to publish supporting applications, movies, animation

sequences, high-resolution images, background datasets, sound clips and

more. Supplementary files supplied will be published online alongside the

electronic version of your article in Elsevier web products, including

ScienceDirect: www.sciencedirect.com . In order to ensure that your submitted

material is directly usable, please ensure that data is provided in one of our

recommended file formats. Authors should submit the material in electronic

format together with the article and supply a concise and descriptive caption for

each file. In order to allow peer review, it is essential that any supplementary

material is included with your submission and/or revision. It is important within

your manuscript to point to the supplementary material on the website, in much

the same way as you would point to a normal figure. For more detailed

instructions please visit: http://ees.elsevier.com/clbi/ and click on Artwork

Guidelines. Please upload supplementary files together with your initial

submission of your manuscript via the electronic system.

Page 84: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Proofs

One set of page proofs in PDF format will be sent by e-mail to the

corresponding author (if we do not have an e-mail address then paper proofs

will be sent by post). Elsevier now sends PDF proofs which can be annotated:

for this you will need to download Adobe Reader version 7 available free

fromhttp://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html.. Instructions on

how to annotate PDF files will accompany the proofs. The exact system

requirements are given at the Adobe

site:http://www.adobe.com/products/acrobat/acrrsystemreqs.html#70win.

If you do not wish to use the PDF annotations function, you may list the

corrections (including replies to the Query Form) and return to Elsevier in an e-

mail. Please list your corrections quoting the line number. If, for any reason, this

is not possible, then mark the corrections and any other comments (including

replies to the Query Form) on a printout of your proof and return by fax, or scan

the pages and e-mail, or by post.Please use this proof only for checking the

typesetting, editing, completeness and correctness of the text, tables and

figures. Significant changes to the article as accepted for publication will only be

considered at this stage with permission from the Editor. We will do everything

possible to get your article published quickly and accurately. Therefore, it is

important to ensure that all of your corrections are sent back to us in one

communication: please check carefully before replying, as inclusion of any

subsequent corrections cannot be guaranteed. Proof reading is solely your

responsibility. Note that Elsevier may proceed with the publication of your article

if no response is received.

Page 85: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Offprints

The corresponding author, at no cost, will be provided with a PDF file of the

article via e-mail. The PDF file is a watermarked version of the published article

and includes a cover sheet with the journal cover image and a disclaimer

outlining the terms and conditions of use.

Copyright Guidelines

Upon acceptance of an article, authors will be asked to sign a 'Journal

Publishing Agreement' (for more information on this and copyright

see http://ees.elsevier.com/clbi/). Acceptance of the agreement will ensure the

widest possible dissemination of information. An e-mail (or letter) will be sent to

the corresponding author confirming receipt of the manuscript together with a

'Journal Publishing Agreement' form.If excerpts from other copyrighted works

are included, the author(s) must obtain written permission from the copyright

owners and credit the source(s) in the article. Elsevier has preprinted forms for

use by authors in these cases : contact Elsevier's Rights Department,

Philadelphia, PA, USA: Tel. (+1) 215 238 7869; Fax (+1) 215 238 2239; e-mail

[email protected] . Requests may also be completed online via

the Elsevier homepage (http://www.elsevier.com/locate/permissions).

AudioSlides

The journal encourages authors to create an AudioSlides presentation with their

published article. AudioSlides are brief, webinar-style presentations that are

shown next to the online article on ScienceDirect. This gives authors the

opportunity to summarize their research in their own words and to help readers

understand what the paper is about. More information and examples are

Page 86: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

available at http://www.elsevier.com/audioslides. Authors of this journal will

automatically receive an invitation e-mail to create an AudioSlides presentation

after acceptance of their paper.

ANEXO A

Page 87: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Comitê de Ética em Pesquisa

1

2

3 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O Sr.(a) _________________________________________________________

RG n.o _____________________________, nascido em ___________________,

do sexo ___________________, residente em (a)________________________

________________________________________________________________

na cidade de _________________________, está sendo convidado a participar do

estudo ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA EM SOLDADORES DE UMA

INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL, cujo objetivo é analisar a prevalência de queixas

musculoesqueléticas e os riscos biomecânicos em soldadores.

Cada participante receberá um questionário contendo perguntas sobre a rotina de

trabalho e sobre condições físicas e mentais relacionadas ao trabalho e sua atividade

física habitual.

O participante terá tempo livre para responder ao questionário e será informado que

poderá abandonar o estudo a qualquer momento que desejar, sem qualquer

constrangimento ou implicação. A possibilidade de ocorrência de problemas ou danos

ao participante é praticamente inexistente, no entanto, se houver qualquer problema a

indenização ou ressarcimento será de responsabilidade dos responsáveis pelo projeto,

sem qualquer ônus ao participante.

Qualquer dúvida ou esclarecimento poderá ser dado pelo pesquisador responsável,

Rosimeire Simprini Padula, que pode ser encontrado no seguinte endereço: Rua

Cesário Galeno, 448/475 - Tatuapé –; São Paulo-SP, nos telefones: (11) 2178-1410 e

(11) 99166215.

O Sr. (a) tem garantia de sigilo de todas as informações coletadas e pode retirar seu

consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de benefício.

Page 88: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste

estudo, sobre as técnicas e procedimentos a que estarei sendo submetido e sobre os

riscos e desconfortos que poderão ocorrer. Recebi garantias de total sigilo e de obter

novos esclarecimentos sempre que desejar. Assim, concordo em participar

voluntariamente deste estudo e sei que posso retirar meu consentimento a qualquer

momento, sem nenhum prejuízo ou perda de qualquer benefício (caso o sujeito de

pesquisa esteja matriculado na Instituição onde a pesquisa está sendo realizada).

Data: __ /_ / __

_____________________________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa ou representante legal

_____________________________________________

Pesquisador responsável / orientador

Eu, professora doutora Rosimeire Simprini Padula, responsável pela pesquisa ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA EM SOLDADORES DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA NAVAL, declaro que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou de seu representante legal) para realizar este estudo.

Data: 20/02/2013.

__________________________________________

Assinatura do Pesquisador Responsável

Page 89: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

ANEXO B

QUESTIONÁRIO

Conforme informado no termo assinado anteriormente, este questionário

avaliará suas queixas físicas e outras condições relacionadas a sua atividades profissional. Leia

com atenção e solicite ajuda ao responsável Caso necessite.

Idade: ______________ Sexo:_____________ Tempo na função: ___________

Peso (Kg): ______________ Altura (m):_____________

1 – Em relação ao seu trabalho como soldador, quais são as suas maiores dificuldades para

realizar suas tarefas em um dia de trabalho? Considere todas as tarefas e etapas do trabalho.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – Em um dia normal de trabalho, quanto tempo, em horas e minutos, você gasta para

realizar as seguintes tarefas

Preparar o local de trabalho (buscar material, limpar o local e montar o equipamento): ____________________________________________________________________________

Soldar peças (considere todas as peças soldadas em um dia):

_____________________________________________________________________________

Realizar consultas e outras atividades técnicas que não exijam esforço físico:

_____________________________________________________________________________

Almoçar:_____________________________________________________________________________

Page 90: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

Beber água e ir ao banheiro: _____________________________________________________________________________

Page 91: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

ANEXO C

Questionário sobre dor osteomuscular

Responda ao questionário a seguir sobre dor em partes diferentes do corpo assinalando com

um X. Marque uma resposta em todas as perguntas mesmo que você nunca tenha sentido dor.

Caso responda sim em qualquer questão, dê uma nota de 0 a 10 para essa dor durante o

trabalho, sendo 0 quando não houver dor e 10 para quando a dor for insuportável e escreva a

nota ao lado da tabela correspondente a cada parte do corpo.

Page 92: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

ANEXO D

Escala de Necessidade de Descanso

1 - Eu acho difícil relaxar após um dia de trabalho:

a) Nunca acho difícil relaxar.

b) Algumas vezes acho difícil relaxar.

c) Frequentemente acho difícil relaxar.

d) Sempre acho difícil relaxar.

2 - Ao fim do dia de trabalho eu me sinto realmente acabado(a).

a) Nunca me sinto acabado(a).

b) Algumas vezes me sinto realmente acabado(a).

c) Frequentemente me sinto realmente acabado(a).

d) Sempre me sinto realmente acabado(a).

3 - Por causa do meu trabalho, ao final do dia eu me sinto muito cansado(a)

a) Nunca me sinto muito cansado(a).

b) Algumas vezes me sinto muito cansado(a).

c) Frequentemente me sinto muito cansado(a).

d) Sempre me sinto muito cansado(a).

4 - À noite, após um dia de trabalho eu me sinto bem disposto(a)

a) Nunca me sinto bem disposto(a).

b) Algumas vezes me sinto bem disposto(a).

c) Frequentemente me sinto bem disposto(a).

d) Sempre me sinto bem disposto(a).

5 - Eu preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir relaxado(a):

a) Nunca preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir

relaxado(a).

b) Algumas vezes preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me

sentir relaxado(a).

Page 93: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

c) Frequentemente preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me

sentir relaxado(a).

d) Sempre preciso de mais de um dia de folga do trabalho para começar a me sentir

relaxado(a).

6 - Eu acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre depois de um dia

de trabalho.

a) Nunca acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre depois

de um dia de trabalho.

b) Algumas vezes acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre.

c) Frequentemente acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo

livre.

d) Sempre acho difícil prestar atenção ou me concentrar durante meu tempo livre.

7 - Eu acho difícil me interessar por outras pessoas assim que chego do trabalho.

a) Nunca acho difícil me interessar por outras pessoas.

b) Algumas vezes acho difícil me interessar por outras pessoas.

c) Frequentemente acho difícil me interessar por outras pessoas.

d) Sempre acho difícil me interessar por outras pessoas.

8 - Eu preciso de mais de uma hora para me sentir completamente descansado(a) depois de

um dia de trabalho.

a) Nunca preciso de mais de uma hora para me sentir completamente descansado(a).

b) Algumas vezes preciso de mais de uma hora para me sentir completamente

descansado(a).

c) Frequentemente preciso de mais de uma hora para me sentir completamente

descansado(a).

d) Sempre preciso de mais de uma hora para me sentir completamente descansado(a).

9 - Quando eu chego em casa após o trabalho eu preciso ser deixado(a) em paz por um tempo

a) Nunca preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.

b) Algumas vezes preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.

c) Frequentemente preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.

d) Sempre preciso ser deixado(a) em paz por um tempo.

Page 94: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

10 - Depois de um dia de trabalho eu me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras

atividades.

a) Nunca me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.

b) Algumas vezes me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.

c) Frequentemente me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.

d) Sempre me sinto tão cansado(a) que não consigo fazer outras atividades.

11 - Na última parte do meu dia de trabalho, o cansaço me impede de fazer o meu trabalho

tão bem como eu normalmente faria se não estivesse cansado(a).

a) Nunca o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu faria.

b) Algumas vezes o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu faria.

c) Frequentemente o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu

faria.

d) Sempre o cansaço me impede de fazer o meu trabalho tão bem como eu faria.

Page 95: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

ANEXO E

Questionário de Baecke

Este questionário avaliará sua prática de atividade física nos últimos 12 meses. Por favor,

circule a resposta apropriada para cada questão pensando nos últimos 12 meses:

A) Você pratica ou praticou esporte ou exercício físico nos últimos 12 meses: Sim / Não Qual esporte ou exercício você pratica ou praticou mais frequentemente? _______________________________________________________________________ - Quantas horas por semana: _______________________________________________ - Quantos meses por ano: _________________________________________________ Se você faz ou fez um segundo esporte ou exercício físico, qual o tipo? _______________________________________________________________________ - Quantas horas por semana?_______________________________________________ - Quantos meses por ano? _________________________________________________

B) Em comparação com outros da minha idade, eu penso que minha atividade física durante as horas de lazer é: Muito maior/maior/a mesma/menor/muito menor

5 4 3 2 1

C) Durante as horas de lazer eu suo: muito frequentemente/frequentemente/algumas vezes/ raramente/nunca

5 4 3 2 1

D) Durante as horas de lazer ou pratico esportes ou exercício físico: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente

1 2 3 4 5

E) Durante as horas de lazer eu vejo televisão: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente

1 2 3 4 5

F) Durante as horas de lazer eu ando: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente

1 2 3 4 5

G) Durante as horas de lazer eu ando de bicicleta: Nunca/raramente/algumas vezes/frequentemente/muito frequentemente

1 2 3 4 5

H) Durante quantos minutos por dia você anda a pé ou de bicicleta indo e voltando do trabalho, escola ou compras?

1 2 3 4 5

Total em minutos

Page 96: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E BIOMECÂNICA DE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/criacao/unicid_site/... · seus postos de trabalho, um questionário por meio de contendo perguntas

ANEXO F