UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOCURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CAMPUS RECIFEDISCIPLINA DE PERÍCIA CONTÁBIL

PROFESSOR PAULO CÉZAR FERREIRA DE SOUZAJANEIRO DE 2014

ATIVIDADE: ANÁLISE DE LAUDO PERICIAL E COMPARAÇÃO COM A RESPECTIVA

SENTENÇAELABORADO PELOS ALUNOS:

CARLOS FERNANDO SANTOS E TAKESI KONNO

RESUMO HISTÓRICO DO PROCESSO

• 1- Trata se de uma lide entre um Banco e uma Construtora (Banco Rural e Wecom Construções Ltda.

• 2- Fato: a construtora tomava empréstimos do banco para atender seu fluxo financeiro.

• 3- Contrataram entre si, duas modalidades de empréstimos ao longo da relação (jan/1998 a set/2004): a) contrato de abertura de crédito rotativo e b) cédulas de crédito bancário.

• 4- A construtora passou a alegar, antes de efetuar o pagamento da última 93ª cédula, que, com as cobranças de juros ilegais (juros compostos) teria pago m devido;

• 5- A construtora cuidou de contratar um assistente técnico contábil para realizar uma perícia particular para demonstrar o alegado;

• 6- O trabalho do especialista contábil concluiu que a quantia de R$187.643,79 a mais fora pago ao banco ao longo da relação creditícia;

• 7- Em 18/3/05, não havendo acordo entre as partes, a construtora ingressou com uma ação contra o Banco, formalizada perante a 33ª vara cível da Capital:

• Autor: Wecon Construções Ltda. • Réu: Banco Rural S/A• Ação: Ação Ordinária de Revisão Contratual

cumulada com Repetição de Índébito e Pedido de Tutela Antecipada Parcial.

• 8- 18/4/2005, juízo despachou a indeferição da liminar dando curso normal ao processo.

• 9- 3/6/2005, após citado, réu opões contestação.

• 6/4/06 - Entre despachos, tentativas de conciliação judicial e impugnação do valor da causa, juízo emite sentença, resumidos a seguir:

• De início, reputou desnecessidade de produção de provas adicionais, inclusive pericial, decidindo por cada um dos pedidos do autor:

a) Nulidade das cláusulas contratuais: negado;b) Exclusão da correção monetária pelo CDI: negado (alegou

estar prevista nas cédulas);c) Exclusão da taxa de juros com CDI: negado (alegou ter sido

livremente pactuado);d) Exclusão dos juros compostos (capitalização mensal dos

juros): Acolhido parcialmente (exclusivamente aos contratos de abertura de crédito;

• e) Declaração de quitação de todos os contratos pactuados: pedido improcedente (última parcela em aberto);

• f) devolução dobrada dos valores referentes aos encargos indevidos e à importância subtraída da conta corrente: acolhido tão só ao montante relativo aos juros capitalizados e cobrados nos contratos de abertura de crédito (deve incidir apenas juros simples).

• 24/4/2004 – Autor apõem Embargos de Declaração com efeitos modificativos (pedido de anulação do feito e designação de perícia);

• 24/4/2004 – Ré apõem embargos de declaração com efeitos infringentes ;

• 29/5/2006 – Manifestação da ré aos embargos interpostos pelo autor com pedido de rejeição na sua integralidade;

• 21/6/2006 – Embargos rejeitados. Acolhido apenas parte dos Embargos do autor:Acrescentou incidência de correção monetária e de juros sobre o valor a ser resituído;

• 5/6/2008 – Autor ingressa com Recurso de Apelação e réu com Recurso Adesivo;

• 22/9/2006 – Admissão do Recurso de Apelação;

Voto do Des. Relator

8/10/2008 – Acórdão acolhendo a nulidade da sentença

• 16/3/2009 – Processo recebido na vara e despacho determinando produção de prova e indicação de assistente em 5 dias; que o perito indicado apresente proposta de honorários e que apresente o laudo em 30 dias.

• 12/5/2009 – Despacho do juiz nomeando Ricardo Maciel Cardoso, economista Corecon 4.250. Juízo emite quesitos.

• Legisl. Atividades inerentes a economistas: k)perícia judicial e extrajudicial e assistência técnica, mediação e arbitragem, em matéria de natureza econômico-financeira, incluindo cálculos de liquidação;

• NBST 13.1.3 – Nos casos em que a legislação admita a perícia extrajudicial, elaborada por empresas especializadas, e na perícia interprofissional, aplica-se o item anterior exclusivamente ao responsável técnico pelas questões contábeis.

• 19/5/2009 – Indicação de assistente técnico pelo banco réu (Sr. Tiago Vilaça da Cunha Ferreira Afonso CRA 29.972 (Belo Horizonte);

• 5/2009 – Indicação do assist. técnico do autor: Simone Barbosa CRC/PE 012024/0-5• 8/7/2009 – Despacho para a autora Wecom deposite os honorários do perito;• 24/2/2010- despacho intimando as partes manifestarem acerca do laudo

MANIFESTAÇÃO DO ASSISTENTE TÉCNICO DO BANCO RÉU

Remuneração do perito

• 9/2/2010 – publicação da sentença julgando parcialmente procedente pleito autoral;

• 14/9/2010 – embargos de declaração pelas partes;• 29/11/2010 – despacho de improcedência dos embargos;• 2/9/2011 – despacho acolhendo Recurso de Apelação;• 14/3/2011 – Despacho de arquivamento tendo em vista

acordo firmado pelas partes.

1- O laudo identificou adequadamente o nº do processo,a ação, as partes e o perito que o realizou?

2- O laudo apresentou o resumo do processo?

• Não apresentou.

3- O laudo demonstrou o objetivo da perícia?

4- O laudo apresentou os procedimentos realizados?Sim, conforme abaixo:

5- O laudo apresentou a metodologia?

Em parte. A título de exemplificação, no quesito 1do Juízo, qual seja: os cálculos realizados pelo perito da autora seguiram, rigorosamente, os termos dos contratos firmados?, o perito, para responder, faz, primeiro, a separação em a) contrato de abertura de crédito e b) cédulas de crédito bancário.Na parte “a”, descreve a forma de realização dos cálculos e as alternativas de cálculos utilizados pelo autor e apenas responde:

• Ou seja responde sem fundamentar. Esse “ao ver da perícia” é o que tanto combate o professor e perito Paulo Cézar Ferreira em suas magnas aulas.

• Na parte “b”, apenas descreveu o método utilizado pelo autor. E não respondeu a pergunta do magistrado.

• • Já no segundo quesito do juízo, que é: Houve subtração indevida de valores por parte do

banco, o perito dá a resposta direta, por meio do quesito 3º que é: Qual é o valor histórico eventualmente subtraído pelo banco réu de forma indevida?, apresentando uma planilha de cálculos, como o quarto quesito respondendo diretamente com a apresentação de outra planilha e um resumo no qual o valor de R$311.775,45 seria devido ao autor pelo banco réu.

• Já todas as questões do autor foram respondidas objetivamente.• Das questões do réu, há respostas que só remetem a anexos, “vide resposta anterior” o que

neste caso não se trata de problema. Dá respostas adequadas como nas questões de mérito, o qual foge do seu escopo. Sendo apenas estas as observações que poderiam ser dadas às respostas do perito, conclui-se que o profissional um bom trabalho.

• Segue abaixo, explicitação de algumas das metodologias apresentadas:

6- O laudo apresentou respostas adequadas aos quesitos?

• Excetuando-se a questão 1 do juízo, o perito responde adequadamente os quesitos.

7- As respostas aos quesitos foram justificadas?

• Exceto a questão 1 do juízo, todas foram adequadamente respondidas com fundamentos.

8- O laudo apresentou uma conclusão?13.4.3 – O laudo deve expor, de forma clara e objetiva, a síntese do objeto da perícia, os critérios adotados

e as conclusões do perito contábil.

9- O laudo apresentou o “espírito de opinião” necessário em cada perícia?

• As respostas foram concebidas em função das questões postas, estas direcionadas para que o fato real possa vir à tona. Portanto, o perito se ateve apenas em responder adequadamente e tecnicamente, não apresentando ele o chamado espírito de opinião em suas palavras.

10- O perito se comprometeu com o resultado apresentado, isto é, direcionou a decisão do magistrado?

• O perito apenas buscou dar respostas aos quesitos.

• 11- A sentença fez alguma referência ao laudo? Sim. O laudo foi utilizado na sentença, tanto os quesitos do juízo como também do autor. Exemplos de termos usados na sentença que advieram do laudo: Este juízo formulou o seguinte quesito a ser respondido pelo perito oficial: "Houve subtração por parte do banco de valores indevidos?". Para responder à pergunta, o perito elaborou planilha de cálculos que foi, posteriormente, comparada com os extratos apresentados pelo banco. O perito adotou os seguintes parâmetros para a elaboração dos cálculos: "A movimentação financeira dos contratos será obedecida, excluindo-se apenas os juros debitados pelos bancos que serão substituídos pelos juros do CDI e juros adicionais recalculados e separação dos juros adicionais dos juros do CDI... os Este juízo formulou o seguinte quesito a ser respondido pelo perito oficial: "Houve subtração por parte do banco de valores indevidos?". Para responder à pergunta, o perito elaborou planilha de cálculos que foi, posteriormente, comparada com os extratos apresentados pelo banco. O perito adotou os seguintes parâmetros para a elaboração dos cálculos:

• "A movimentação financeira dos contratos será obedecida, excluindo-se apenas os juros debitados pelos bancos que serão substituídos pelos juros do CDI e juros adicionais recalculados e separação dos juros adicionais dos juros do CDI... os encargos serão, nos casos de expresso pacto contratual, capitalizados mensalmente; do contrário, na inexistência de tal pacto, os encargos serão calculados sem capitalização mensal. Quanto às cominações moratórias, apesar de não terem sido utilizadas pelos bancos conforme se observa nos extratos fornecidos, foram adotadas em 1% ao mês... O CDI seguirá as taxas mensais fornecidas pelo Banco Central do Brasil." Seguindo a sistemática acima, o perito oficial encontrou um crédito a favor dos autores no montante de R$ 311.775,45, em cálculo de dezembro de 2009 (fl. 3.278/3.284).

• Ademais, transcrevemos abaixo trechos dos quesitos formulados pela parte autora, acompanhados das respectivas respostas: 1.a) Quais são as operações [pactuadas por meio de cédula de crédito bancário] com cláusula expressa pactuando capitalização mensal de juros?Resposta do perito: As operações, partindo da 5867-1 até a 7066-3, todas feitas através de Cédulas de Crédito Bancário, pactuaram expressamente a capitalização mensal de juros [...]. A partir da operação 9002-4 até a última analisada, de n. 9129-2, todas elas contratadas através de Cédulas De Crédito Bancário, também pactuaram expressamente a capitalização mensal dos juros [...]. À exceção dos contratos n. 5867-1, 5879-5 e 5885-0, os demais foram firmados após 31.03.2000, data da publicação da Medida Provisória n. 1963-17 [...]. No caso das Cédulas de Crédito Bancário aqui examinadas, todas exibem expressa cláusula de capitalização mensal dos juros (fls. 3.285 e 3.286. Sem grifos no original). 1.b) Quais são os encargos (juros, CDI + juros ou outro) contratados em cada uma delas?Resposta do perito: As operações 5867-1, 5879-5, 5885-0, 5891-4, 5895-7, 5906-6, 9002-4 e 9055-5 contrataram taxas de juros prefixadas, desacompanhadas de taxa de juros do CDI. As demais operações tiveram encargos de taxas de juros do CDI e mais taxa de juros mensais adicionais (fl. 3.286. Sem grifos no original).

• 5. Diga o Sr. Perito se, em alguma Cédula de Crédito Bancário, ocorreu o débito e/ou a capitalização de juros, juros + CDI ou outro mais de uma vez no mesmo mês.Resposta do perito: Sim, nas cédulas de crédito bancário existiram inúmeros débitos de juros mais de uma vez no mesmo mês, tanto nas cédulas contratadas com CDI mais outra taxa de juros como nas cédulas contratadas apenas com juros, desacompanhadas de juros do CDI (fl. 3.288. Sem grifos no original).

• Ademais, transcrevemos abaixo trechos dos quesitos formulados pela parte autora, acompanhados das respectivas respostas: 1.a) Quais são as operações [pactuadas por meio de cédula de crédito bancário] com cláusula expressa pactuando capitalização mensal de juros?Resposta do perito: As operações, partindo da 5867-1 até a 7066-3, todas feitas através de Cédulas de Crédito Bancário, pactuaram expressamente a capitalização mensal de juros [...]. A partir da operação 9002-4 até a última analisada, de n. 9129-2, todas elas contratadas através de Cédulas De Crédito Bancário, também pactuaram expressamente a capitalização mensal dos juros [...]. À exceção dos contratos n. 5867-1, 5879-5 e 5885-0, os demais foram firmados após 31.03.2000, data da publicação da Medida Provisória n. 1963-17 [...]. No caso das Cédulas de Crédito Bancário aqui examinadas, todas exibem expressa cláusula de capitalização mensal dos juros (fls. 3.285 e 3.286. Sem grifos no original). 1.b) Quais são os encargos (juros, CDI + juros ou outro) contratados em cada uma delas?Resposta do perito: As operações 5867-1, 5879-5, 5885-0, 5891-4, 5895-7, 5906-6, 9002-4 e 9055-5 contrataram taxas de juros prefixadas, desacompanhadas de taxa de juros do CDI. As demais operações tiveram encargos de taxas de juros do CDI e mais taxa de juros mensais adicionais (fl. 3.286. Sem grifos no original).

5. Diga o Sr. Perito se, em alguma Cédula de Crédito Bancário, ocorreu o débito e/ou a capitalização de juros, juros + CDI ou outro mais de uma vez no mesmo mês.Resposta do perito: Sim, nas cédulas de crédito bancário existiram inúmeros débitos de juros mais de uma vez no mesmo mês, tanto nas cédulas contratadas com CDI mais outra taxa de juros como nas cédulas contratadas apenas com juros, desacompanhadas de juros do CDI (fl. 3.288. Sem grifos no original).

12-O laudo realmente ajudou ao juiz à decidir à decidir a lide?

•O laudo ajudou o juiz numa parte da sentença, no tocante aos CDI + juros, pois uma parte da cédulas de crédito bancário não tinha previsão expressa na cártula, sendo que os valores referentes à estes, foi o banco ré condenado à ressarcir.

• 8.a) Tendo em vista a documentação existente, [com relação] às demais operações, a que genericamente e apenas para efeito dos quesitos denominaremos aqui de apenas "mútuos bancários", [...] quais são as operações com cláusula expressa pactuando capitalização mensal de juros?Resposta do perito: Todos os contratos, a partir do primeiro [...] até o último, celebrado em 21.12.1999, [...] não pactuaram de forma expressa a capitalização mensal de juros.

10. Diga mais o Sr. Perito se o banco, na eventualidade de não ter sido pactuada nos "mútuos bancários" a capitalização mensal de juros, juros + CDI ou outro, utilizou a capitalização mensal de juros.Resposta do perito: Observa-se, da leitura dos extratos fornecidos pelos bancos, que os juros foram sempre debitados e capitalizados mensalmente, mesmo nas operações que não contrataram expressa cláusula de capitalização dos juros (fl. 3.291. Sem grifos no original).

• Demonstrado que houve a prática de anatocismo nos contratos em que não existe a pactuação que ampare a cobrança dos juros remuneratórios de forma capitalizada, bem como que houve a previsão contratual de capitalização em data anterior a 31.03.2000, entendo que estes valores devem ser restituídos à parte autora, prevalecendo o entendimento antes referido do STJ que, em recente julgado, é confirmado. Vejamos: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CONTRATO BANCÁRIO. AÇÃO REVISIONAL. AUTENTICAÇÃO DE MANDATO.

• DESNECESSIDADE. JUROS REMUNERATÓRIOS. SÚMULA N. 126/STJ. INCIDÊNCIA. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO IMPUGNADOS NAS RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL. SÚMULA N. 283/STF NÃO-APLICAÇÃO. PACTUAÇÃO EXPRESSA. NECESSIDADE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. LICITUDE.1. É desnecessária a autenticação de cópia de procuração e de substabelecimento, porquanto se presumem verdadeiros os documentos juntados aos autos pelo autor, cabendo à parte contrária arguir-lhe a falsidade.2. Havendo fundamento constitucional suficiente, por si só, para a manutenção da

• decisão recorrida no tocante aos juros remuneratórios e diante da ausência de interposição de recurso extraordinário, aplica-se a Súmula n. 126 do STJ.3. Nos contratos bancários firmados posteriormente à entrada em vigor da MP n. 1.963-17/2000, reeditada sob o n. 2.170-36/2001, é lícita a capitalização mensal dos juros, desde que expressamente prevista no ajuste.4. A partir do vencimento do contrato bancário, o devedor responderá exclusivamente pela comissão de permanência (assim entendida como juros remuneratórios à taxa média de mercado acrescidos de juros de mora e multa contratual) sem cumulação com correção monetária (Súmula n. 30 do STJ).

• Equivale dizer que, não havendo previsão contratual de capitalização, é ilegal a prática do anatocismo.• No que concerne à cobrança da rubrica "multa adi/exc", o assistente técnico do banco esclarece, às fl. 3.984,

tratar-se de encargo decorrente do excesso do limite de crédito concedido na conta especial, revelando-se, assim, pertinente a cobrança. O assistente técnico da parte ré apresentou discordância parcial do laudo oficial. Alega os seguintes pontos: 1. O perito oficial teria desconsiderado os encargos incidentes sobre os períodos em que os autores excederam seu limite de crédito, tendo aplicado tão somente o encargo de 1% ao mês, sem multa moratória;2. O perito oficial não excluiu, de suas planilhas, os valores estornados pelo banco a título de juros cobrados indevidamente, os quais constaram como sendo valores depositados pela parte autora.3. A ausência de incorporação dos juros no vencimento das operações e no final de cada mês.4. A existência de duas operações ainda em aberto, que não foram consideradas.

• Com efeito, nos períodos em que o cliente ultrapassa seu limite de crédito ocorre a incidência de encargos específicos, os quais não foram impugnados pela parte autora. Desta forma, sob pena de julgamento extra petita, todos os encargos previstos contratual e legalmente para os períodos em que houve a utilização do crédito especial em conta corrente de crédito devem ser normalmente aplicados no caso concreto. No que concerne aos valores estornados pelo banco a título de juros cobrados indevidamente, é de se ver a razão pela qual os estornos foram realizados. Caso tenha havido uma cobrança indevida, inicialmente, a devolução dos valores ao cliente é de inteira justiça. Não é possível, no presente momento, identificá-los pormenorizadamente. Portanto, justo o pleito de exclusão do anatocismo nos contratos em tela, quando não estabelecidos contratualmente ou quando contratados antes de 31.03.2000. Por ocasião da liquidação dos cálculos, as operações em aberto devem ser consideradas para compensação e, os juros, calculados de acordo com as regras técnico-financeiras adequadas. Os encargos dos períodos em que foi ultrapassado o limite de crédito devem ser calculados de acordo com o previsto nos contratos. Tal acertamento, contudo, será possível apenas em ação

• própria como se verá a seguir.Em conseqüência, o autor faz jus à devolução ou compensação de tais valores subtraídos de forma simples, caso seja credor ou devedor.

• O perito respondeu, também, aos quesitos de esclarecimentos solicitados pelo banco réu conforme petição abaixo e as respostas estão no anexo:

• Fim desta atividade.• Anexo 1: Laudo• Anexo 2: Sentença • Anexo 3 : Quesitos de esclarecimentos pedido pelo banco réu (respostas não disp.)

• AVALIAÇÃO GERAL DO LAUDO• Foram respondidos 35 quesitos do banco réu, 4 do juízo, 19 do autor e mais 21

suplementares feitos pelo banco réu.• Todas as questões foram respondidas adequadamente, fundamentadas,

demonstrando a metodologia utilizada.• Até porque a natureza da maioria dos quesitos exigiam respostas claras e

objetivas, a serem demonstradas por cálculos e planilhas.• Excetuando-se parte da questão nº 1 do juízo, que foi respondida sem

fundamentação, e a não apresentação de um histórico do processo, o laudo foi muito bem elaborado.

• Na nossa avaliação, pontuamos em 9,0 , até porque o trabalho foi extenso, de um processo com mais de mais de 6 anos de duração, cuja peça processual contém mais de 3.600 folhas.

• Mesmo que só tenha se utilizado de documentações oferecidas, não necessitando realizar outras diligências.

• A perícia influiu em parte da decisão do juiz, mas o trabalho extenso, cuja remuneração foi de R$ 4.185 (acrescidos das correções), liberado em 5/2/2010 ( o perito foi nomeado em 12/5/2009), não foi um preço pedido muito alto.