anÁlise do gerenciamento de resÍduos de gesso no municÍpio...

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ANÁLISE DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE GESSO NO MUNICÍPIO DE SALVADOR-BA Glauber Araujo Alencar Cartaxo (UFBA ) [email protected] Ilce Marilia Dantas Pinto de Freitas (UFBA ) [email protected] VIVIANA MARIA ZANTA (UFBA ) [email protected] Esta pesquisa analisa o gerenciamento dos resíduos de gesso em Salvador/BA. Para a consecução deste objetivo foi necessário caracterizar o gerenciamento dos resíduos de gesso no município, bem como identificar e analisar os principais aspecctos que influenciam esse gerenciamento. O gerenciamento adequado de Resíduos da Construção Civil - RCC, com ênfase nos resíduos de gesso, é de fundamental importância para o meio ambiente e à saúde pública. Assim, para a realização desta pesquisa foi feito um estudo exploratório com atores do gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, para caracterizar a forma de gerenciamento dos RCC em geral, e do gesso em particular. Os instrumentos de pesquisa, além dos bibliográficos e documentais, foram entrevistas e questionários semi- estruturados, com perguntas abertas e fechadas para identificação do gerenciamento do resíduo de gesso no município de Salvador. A persistência da deposição irregular dos resíduos de gesso em áreas de domínio público está relacionada; à falta de fiscalização e ineficiência da administração municipal no controle dos RCC, na deposição irregular em vias e logradouros públicos pela presença de única área privada para deposição de RCC que não contempla os resíduos Classe C e Classe D, sendo um fator limitante para correta deposição destes resíduos, há contratação irregular dos transportadores privados pelos geradores de RCC para desonerar seus custos com o gerenciamento do RCC, prioritariamente pela inexistência de reaproveitamento dos resíduos de gesso no município de Salvador. Espera-se que esse trabalho possa contribuir para a discussão das estratégias e práticas do gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, especialmente os resíduos de gesso. Palavras-chaves: Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, Resíduo de Gesso, Reaproveitamento. XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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ANÁLISE DO GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS DE GESSO NO MUNICÍPIO

DE SALVADOR-BA

Glauber Araujo Alencar Cartaxo (UFBA )

[email protected]

Ilce Marilia Dantas Pinto de Freitas (UFBA )

[email protected]

VIVIANA MARIA ZANTA (UFBA )

[email protected]

Esta pesquisa analisa o gerenciamento dos resíduos de gesso em

Salvador/BA. Para a consecução deste objetivo foi necessário

caracterizar o gerenciamento dos resíduos de gesso no município, bem

como identificar e analisar os principais aspecctos que influenciam

esse gerenciamento. O gerenciamento adequado de Resíduos da

Construção Civil - RCC, com ênfase nos resíduos de gesso, é de

fundamental importância para o meio ambiente e à saúde pública.

Assim, para a realização desta pesquisa foi feito um estudo

exploratório com atores do gerenciamento de Resíduos da Construção

Civil, para caracterizar a forma de gerenciamento dos RCC em geral,

e do gesso em particular. Os instrumentos de pesquisa, além dos

bibliográficos e documentais, foram entrevistas e questionários semi-

estruturados, com perguntas abertas e fechadas para identificação do

gerenciamento do resíduo de gesso no município de Salvador. A

persistência da deposição irregular dos resíduos de gesso em áreas de

domínio público está relacionada; à falta de fiscalização e ineficiência

da administração municipal no controle dos RCC, na deposição

irregular em vias e logradouros públicos pela presença de única área

privada para deposição de RCC que não contempla os resíduos Classe

C e Classe D, sendo um fator limitante para correta deposição destes

resíduos, há contratação irregular dos transportadores privados pelos

geradores de RCC para desonerar seus custos com o gerenciamento do

RCC, prioritariamente pela inexistência de reaproveitamento dos

resíduos de gesso no município de Salvador. Espera-se que esse

trabalho possa contribuir para a discussão das estratégias e práticas

do gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, especialmente os

resíduos de gesso.

Palavras-chaves: Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil,

Resíduo de Gesso, Reaproveitamento.

XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos

Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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1. Introdução

O gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil - RCC é de grande importância para o

meio ambiente e a saúde pública. O manejo inadequado desses resíduos gera a contaminação

do solo, do ar e da água, entre outros. A quantidade de municípios que possuem processos de

gerenciamento de resíduos de forma adequada, como aterros inertes, usinas de reciclagem ou

outros métodos, ainda é muito pequena, logo, é significativo o volume de RCC destinados a

disposições clandestinas.

É importante ressaltar que houve um aumento das restrições impostas por legislações,

resoluções ambientais e normas da ABNT que trazem exigências relacionadas ao

gerenciamento adequado dos resíduos sólidos e, em especial aos Resíduos da Construção

Civil. Dentre elas destaca-se a Resolução CONAMA 307, em vigor desde 02 de janeiro de

2003, que estabelece critérios e procedimentos para tornar efetiva a redução dos impactos

ambientais gerados pela construção civil.

Dentre os resíduos gerados pela construção civil, o gesso é um dos resíduos que demanda um

manejo diferenciado em função da constatação de haver, atualmente, uma baixíssima

reutilização ou reciclagem, em contraponto a uma enorme deposição desse resíduo em locais

inadequados, gerando um impacto ambiental negativo.

A escolha do resíduo de gesso, dentre os demais resíduos da construção civil, como objeto de

análise desta pesquisa se deve ao fato de seu uso ter crescido gradativamente ao longo dos

últimos anos, gerando cada vez mais resíduos, cujo gerenciamento é questionável.

Tradicionalmente o uso do gesso é aplicado em revestimento de paredes e tetos, como

material de fundição, na produção de placas de forro, sancas, molduras, peças para

acabamento, além da tecnologia drywall, utilizada em chapas e também para o tratamento de

juntas dos sistemas de paredes, tetos e revestimentos. A diversificação e intensificação do uso

desse material demandam uma nova postura dos atores da construção civil em relação aos

resíduos gerados, desde o processo de coleta, transporte e armazenagem, à sua destinação

final.

Ao se comparar a Resolução CONAMA 307/02, que estabelecia que os resíduos de gesso

fossem separados e estocados – em junção da sua toxicidade e ausência de tratamento

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específico para sua disposição -,com a Resolução CONAMA 431/11, que altera a resolução

anterior e reclassifica o resíduo de gesso como reciclável, vislumbra-se um novo cenário que

merece ser analisado.

2. Fundamentação teórica

2.1 O gesso na Construção Civil

O gesso pelas características que apresenta, é utilizado largamente na construção civil, em

vários serviços e em diferentes aplicações, visando melhor atender os processos de qualidade

e produtividade no canteiro de obras. Entretanto, a geração de resíduos de gesso torna-se um

problema de ordem pública, desde quando o resíduo depositado de forma inadequada está

associado à formação do gás sulfídrico (H2S) em aterros possibilitando a contaminação do

solo, da água do subsolo.

Segundo Agopyan et al. (1998), no Brasil, o gesso basicamente tem seu uso consagrado na

produção do revestimento final e pode produzir argamassa para emboço, pela sua

plasticidade. As argamassas e as pastas de gesso são muito adequadas para jateamento,

permitindo a execução de revestimentos em larga escala e com acabamentos diversos.

Dados do Departamento Nacional de Produção Mineral -DNPM (2009), conforme

apresentado na Figura 1, mostram a produção de gesso nos anos de 2006, 2007 e 2008.

Fonte: DNPM, 2009

As chapas de gesso acartonado, processo conhecido de construção a seco, são versáteis e

geralmente leves, permitindo usos variados e podendo substituir a alvenaria convencional.

Figura 1 - Produção Nacional de Gesso tonelada por ano.

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Segundo as informações da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall -

ABRAGESSO, o Brasil ainda ocupa o 12º lugar no consumo mundial de chapas de gesso

acartonado - CGA, com 0,18 m2 por habitante/ano, ficando atrás de países como Argentina

com 0,26 m2 habitante/ano e Chile 1,20 m

2 por habitante/ano. Nos Estados Unidos, por

exemplo, o consumo chega a 10,0 m2 por habitante/ano. Esses números sinalizam que o

mercado brasileiro ainda possui um grande potencial de expansão, conforme Figura 2.

Figura 2 - Consumo Mundial por m2 de CGA habitante/ano.

Fonte: ABRAGESSO, 2011.

O consumo das chapas de gesso acartonado cresce a passos largos no Brasil. Passou de 1,7

milhão de m2, em 1995, para 33 milhões de m

2, em 2010, tendo a Região Sudeste como a

maior consumidora do produto e o Nordeste ficando em último lugar no uso da tecnologia,

como mostra a Figura 3.

Figura 3 - Milhões de m2 consumido por ano no Brasil

Fonte: ABRAGESSO 2011.

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As regiões Sudeste e Sul dominam o mercado de placas de gesso acartonado, respondendo por

mais de 80% do consumo nacional, ficando o restante distribuído entre as regiões Centro-

Oeste e Nordeste. O estado de São Paulo lidera esse segmento: responde por 44% do

consumo, com crescimento de 28,66% em 2010. Em seguida estão a região Sudeste, exceto

São Paulo, com 21% do consumo e crescimento de 35,13% em 2010 e a região Sul com 16%

do consumo e a maior expansão de 2010, de 35,83%. As regiões Centro-Oeste e Nordeste,

com participações de 11% e 8%, obtiveram no ano de 2010 expansões de respectivamente

27,53% e 15,83% (ABRAGESSO, 2011). Observa-se o consumo significativo e um potencial

de crescimento.

2.2 Descarte e perda de gesso na construção civil

Segundo ABRAGESSO (2011) a chapa de gesso acartonado é produzida por um rigoroso

controle de qualidade, sendo sua composição básica o gesso e o revestimento feito com papel

cartão especial.

Devido às atividades de corte na construção civil e diferentes modulações das obras, estima-se

que entre 10% e 12% das chapas de gesso acartonado são transformados em resíduos durante

a construção nos EUA (CAMPBELL, 2002).

A ABRAGESSO afirma que no Brasil este valor pode ser menor entre 3% e 5%. Segundo

estimativas de John e Cincotto (2003), as perdas de placas de gesso acartonado são de 5%.

Os fabricantes de gesso em pó do Pólo Gesseiro do Araripe, no estado do Pernambuco,

estimam perdas de 30% da massa de gesso, em 2008, especialmente devido à grande

velocidade de endurecimento do gesso de construção civil, associada à aplicação manual

realizada por mão-de-obra com baixa qualificação. O projeto FINEP HABITARE estimou

que o desperdício gira em torno de 45% (AGOPYAN et al., 1998).

Segundo Espinelli (2005), o conhecimento por parte do gerador da taxa de desperdício de

materiais, conforme Tabela 1, é um importante fator para a redução das perdas no canteiro de

obra. A percepção da necessidade de minimizar a geração dos RCC, não é apenas uma

questão econômica, mas uma ação importante para a preservação ambiental.

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Tabela 1 - Taxas de desperdício de materiais

Materiais Taxa de desperdício (%)

Média Mínimo Máximo

Concreto usinado 9 2 23

Aço 11 4 16

Blocos e Tijolos 13 3 48

Placas Cerâmicas 14 2 50

Revestimento Têxtil 14 14 14

Eletrodutos 15 13 18

Tubos para sistemas prediais 16 8 56

Tintas 17 8 24

Condutores 17 14 35

Gesso 30 14 120

Fonte: ESPINELLI (2005)

A Tabela 1, apresenta taxas de desperdício, na qual aparecem diferenças consideráveis entre

valores mínimos e valores máximos, diferença esta devido provavelmente às variações entre

metodologias de projetos, execução e controle de qualidade das obras.

Conforme dados do Sindicato SINDUSGESSO (2011), os resíduos de gesso em revestimento

geram maior proporção de resíduo gerado em obras da indústria da construção civil, conforme

ilustrado na Figura 4. As principais fontes de resíduos de gesso são revestimento e placa de

gesso acartonado.

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Figura 4 - Fonte de Resíduo de Gesso.

Fonte: SINDUSGESSO (2011)

2.2.1 Impacto ambiental do resíduo de gesso

O resíduo de gesso é um material determinante na contaminação dos demais resíduos da

construção civil. Alguns autores (JONH; CINCOTTO, 2003; NITA et al, 2004) ressaltam que

os resíduos de gesso constituem um problema de limpeza pública, pois este material apresenta

limitações para disposição em aterros sanitários, onde, na ausência de nitrato e oxigênio, o

sulfato do gesso pode ser reduzido biologicamente por bactérias anaeróbias, formando três

tipos de sulfetos, entre eles o sulfeto de hidrogênio (H2S), também denominado gás sulfídrico.

O gesso não pode, também, ser reciclado juntamente com a fração mineral do RCC para

produção de agregados, pois o sulfato nele presente reage com aluminatos do cimento,

gerando etringita, que apresenta volume muito maior que os compostos originais, gerando

altas tensões de expansão na matriz dos concretos, chegando a destruir elementos construtivos

com este material (JOHN; CINCOTTO, 2003). A norma brasileira de especificação de

agregados reciclados de RCC (ABNT, 2004) limita o teor de sulfato nestes agregados a 1%

para uso em concretos sem função estrutural e 2% para uso em pavimentação.

Com a alteração de classificação do resíduo de gesso para Classe B, através Resolução

CONAMA 431/11, fica claro que o gerador é responsável e pode dá uma destinação pelo

adequado gerenciamento do resíduo de gesso dentro do canteiro de obra, bem como nas fases

de coleta, segregação, transporte e destinação final, possibilitando assim que o material limpo

possa ser utilizado novamente na cadeia produtiva (ABRAGESSO, 2011)

3. Procedimentos metodológicos

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Para caracterizar o gerenciamento dos resíduos de gesso em Salvador, foi necessário

investigar o órgão gestor e fiscalizador como um dos atores no manejo do resíduo de gesso,

através de pesquisa documental na Empresa de Limpeza Urbana do Salvador - LIMPURB,

órgão responsável pela limpeza urbana no município, buscando entender o processo, para

posteriormente fazer a caracterização do gerenciamento do resíduo de gesso oriundo de obras

de reforma, reparo e demolição no município de Salvador/BA.

Esse mesmo órgão forneceu informações para identificar e analisar os principais aspectos que

influenciam o gerenciamento de resíduos de gesso no município, além da análise documental,

foram feitas entrevistas com vistas à obtenção de dados complementares que permitissem a

identificação e posterior análise dos aspectos mencionado.

O questionário semi-estruturado foi aplicado aos transportadores - pessoa jurídica, para

coletar as seguintes informações: quanto tempo que as empresas cadastradas fazem coleta e

transporte de Resíduos da Construção Civil, tipos de resíduos transportados, destinação dos

mesmos, além de focar na coleta, transporte e destinação final do resíduo de gesso no

município.

Foram feitas entrevistas com os responsáveis pela área de transbordo e triagem dos RCC,

visando identificar os locais de deposição do resíduo de gesso e/ou alternativas para triagem,

reaproveitamento, reuso e reciclagem desse resíduo, no município de Salvador-BA.

Esta análise também proporciona a descoberta do que está por trás dos conteúdos manifestos,

indo além das aparências do que está sendo comunicado. A análise de conteúdo é uma das

técnicas mais comuns na investigação empírica realizada por diferentes ciências.

No que se refere à análise documental, a mesma foi realizada tendo como base prioritária o

Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, com a identificação do

transportador, da área receptora de tratamento e área receptora para destinação final dos

resíduos de gesso no município de Salvador. Foi realizada também uma entrevista com o

representante do Aterro Privado de Resíduos da Construção Civil no município, para um

aprofundamento da pesquisa sobre as áreas de destinação final de resíduos de gesso.

Além das modalidades de coleta de dados anteriormente mencionadas, optou-se ainda por

uma visita com aplicação de questionário semi-estruturado à ABRAGESSO, para investigar

as ações propostas e/ou realizadas pela referida associação no sentido de possibilitar, na

prática, a alteração da classificação do resíduo de gesso proposta na Resolução CONAMA

431/11.

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4. Análise e discussão dos resultados

A LIMPURB como órgão responsável pelo gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos e

exerce fiscalização e controle sobre a questão dos RCC no município. Dados da própria

empresa mostram a participação desses resíduos na totalidade de resíduos sólidos coletados na

cidade. Em 1991 a massa de RCC era 22% dos resíduos aterrados, em 1998 o percentual já

havia avançado para 42%, quase 60% do material foi recolhido de vias e áreas públicas pela

própria empresa (LIMPURB, 2010).

Os relatórios da própria LIMPURB no período entre 2004 a 2009 ressaltam as mudanças

ocorridas após a tentativa de implantação das bases e postos de descarga de resíduo. Vale

ressaltar que essas ações representaram uma evolução na postura do poder público municipal

em relação aos RCC. A Figura 5 monstra a quantidade de RCC coletada entre os anos de 2004

a 2009

Figura 5 - Quantidade dos Resíduos da Construção Civil tonelada/ano.

Fonte: LIMPURB, (2004-2011).

Para o gerenciamento de RCC, o poder público municipal se baseia na Resolução 307/02, do

CONAMA, onde os resíduos são classificados em classe A, classe B, classe C e classe D. No

primeiro semestre de 2010, foi computado um volume estimado de 38.855 ton./mês de RCC,

oriundo dos grandes geradores, sendo que 56,17% foram originados dos processos de

construção, 7,87% dos de reforma, 28,09% dos de demolição e 1,51% de

pavimentação/urbanização. Deste total apenas 2.606,00 ton./mês foram direcionadas para

aterros licenciados para receber os resíduos classe A. Segundo os técnicos da Assessoria de

Planejamento Urbano da LIMPURB, os demais resíduos provavelmente estão sendo

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descartados de forma aleatória em vias e logradouros públicos, gerando ônus financeiro e

ambiental para a Prefeitura Municipal do Salvador. Há, portanto necessidade de uma

fiscalização mais atuante, integrada com outros órgãos da prefeitura, para coibir esta prática

que tanto pode impactar a cidade (PMSB, 2010).

Os RCC gerados atingem elevadas proporções na massa de resíduos sólidos urbanos – de 41 a

70% (PINTO, 2005). Quanto ao município de Salvador, os números apresentados em

relatórios internos de 2010, falam de uma geração de 50.850 ton./mês de resíduos sólidos

urbanos. Deste total, 38.855 ton/mês são RCC, entregues por transportadores privados

cadastrados, representando um volume de massa de 76,42%, no ano de 2010.

Entretanto, apenas 2.606 ton./mês são destinados ao aterro privado responsável por receber os

resíduos Classe A, o que corresponde a 6,7% do volume coletado no ano de 2010 no

município de Salvador. É evidente que este número não corresponde ao total dos RCC

gerados no município, sabendo-se que o gerador é o responsável pela destinação adequada

conforme prevê a Resolução CONAMA 307/02.

4.1 Caracterização do gerenciamento dos resíduos de gesso em Salvador

O gerenciamento dos resíduos de gesso, por parte do órgão responsável pela gestão e

fiscalização dos RCC gerados no município, é muito insatisfatório resumindo-se ao

preenchimento do Projeto de Gerenciamentos dos Resíduos da Construção Civil por parte do

grande gerador, não possuindo nenhum tipo de ingerência sobre a geração desse tipo de

resíduo pelo pequeno gerador, cujo volume é menor que 2m3.

Os técnicos da LIMPURB informam que o resíduo de gesso é coletado de forma inadequada,

camuflado no meio dos outros RCC. Não existe fiscalização para o transporte do gesso, para

que seja feito o gerenciamento de forma separada dos demais resíduos. A gestão do resíduo de

gesso ainda é um problema para o município. O poder público municipal arca com o ônus da

coleta, transporte, transbordo, triagem e destinação final de uma grande parcela do RCC,

segundo técnicos pesquisados na LIMPURB e, no caso particular do gesso, por quase todo

esse resíduo. Por falta de uma fiscalização mais atuante, de um programa de educação

ambiental continuada, de um sistema de informação eficiente e da inexistência de um Plano

Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, é que tantos problemas ainda

ocorrem. Além disso, a descontinuidade administrativa da LIMPURB, a falta de um ente

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regulador atuante, conforme prevê a Lei de Saneamento Básico nº 11.445 de 5 de janeiro de

2007, também são entraves para o gerenciamento adequado dos resíduos em Salvador.

Durante a pesquisa os entrevistados foram questionados quanto à destinação final dada ao

resíduo de gesso, 96% dos transportadores entrevistados afirmam não transportar esse tipo de

resíduo e desconhecem se há alguma área apropriada para o recebimento do mesmo,

afirmando que mediante a determinação de uma lei que eles não souberam identificar, não se

deve coletar e transportar os resíduos de gesso, pois não há local adequado no município para

a disposição final.

A deposição irregular dos resíduos de gesso oriundos da construção civil foi identificada

também durante a aplicação do questionário semi-estruturado da pesquisa. Nele, 4% das 42

(quarenta e duas) empresas, não consideram que o resíduo de gesso é um problema e afirmam

pegar a carga por saber que as demais empresas transportadoras não o fazem, vendo assim um

“nicho” de mercado para aumento de seus lucros. Questionou-se sobre o local de destinação

destes resíduos, e vários entrevistados afirmaram que a destinação ocorre em áreas afastadas

da cidade. Quando indagados sobre o porquê de agirem desse modo, responderam que assim

agiam em função da ausência de fiscalização. Portanto, a impunidade é evidente. Outra

questão que chamou a atenção é o fato desses entrevistados demonstrarem não ter

conhecimento dos impactos ambientais causados pelos RCC.

Vendo esta realidade de desconhecimento da classificação dos RCC, foi perguntado durante a

entrevista se eles conheciam a Resolução CONAMA 307/02 e a classificação dos resíduos e

68% demonstraram total desconhecimento da questão.

Dos 96% que negaram realizar o transporte do resíduo de gesso, 20% afirmaram que não o

fazem por não haver local adequado para destinação final. Caso houvesse local adequado,

84% afirmaram ter interesse em transportar os resíduos de gesso, para aumentar seus lucros.

Fica evidenciado, portanto, que é necessário o cumprimento da Resolução CONAMA 307/02,

que determina que o transportador é co-responsável pelo resíduo transportado, pois o gerador

paga pela coleta, transporte e destinação final e o transportador legalmente cadastrado, é quem

faz a destinação do resíduo de gesso inadequadamente. Assim, se esse resíduo é depositado

em local inadequado, como foi evidenciado pela pesquisa e realizado registro fotográfico pela

cidade, aqui apresentado em quatro diferentes pontos da cidade, a responsabilidade é do

transportador e uma fiscalização eficiente iria contribuir para coibir essa prática. A Figura 6

mostra a disposição irregular encontrada durante a pesquisa nas proximidades do bairro de

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Valéria e a Figura 7 traz outro registro feito no bairro Mata Escura. Já a Figura 8 tem um

registro do bairro de Pau da Lima, de disposição irregular de resíduo de gesso e outros

Resíduos da Construção Civil, o mesmo ocorrendo na Figura 9, cujo registro foi feito em

junho de 2011, na Av. Luis Viana Filho, conhecida como Av. Paralela, via de acesso principal

entra a cidade do Salvador e o Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães.

Figura 7 - Deposição irregular de resíduo de gesso Salvador/BA.

Figura 9 - Deposição irregular de resíduos de gesso Salvador/BA.

5. Considerações Finais

A motivação para realização desse estudo objetivou uma reflexão crítica acerca do processo

de coleta, transporte e destinação final dos resíduos de gesso oriundos da construção civil no

município de Salvador, sob a luz da Resolução CONAMA 307/02 e da Resolução CONAMA

431/11, recentemente publicada, e que reclassifica os resíduos de gesso como Classe B,

possibilitando assim novas perspectivas para seu reaproveitamento.

Figura 6 - Deposição irregular de RCC incluindo resíduo de gesso em Salvador/BA.

Figura 8 - Deposição irregular de resíduo de gesso, Salvador/BA.

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O processo de gestão dos Resíduos da Construção Civil demanda uma necessidade cada vez

mais premente do uso com cautela dos recursos naturais, bem como o não despejo no meio-

ambiente dos rejeitos que poderiam ser reaproveitados tais como resíduos Classe A e B pela

Resolução CONAMA 307, evitando sua presença constante no espaço urbano das grandes

cidades.

Para os fluxos dos Resíduos da Construção Civil, a Prefeitura Municipal do Salvador adota o

Modelo Tecnológico desde outubro de 2008. Entretanto, a pesquisa analisou que este modelo

não contemplou nenhuma área de transbordo, tratamento e destinação final dos resíduos de

gesso no município, deixando assim de ordenar o território em relação a essa questão,

facilitando, portanto, a sua deposição inadequada e aleatória em vias e logradouros públicos.

Nesse sentido, concluiu-se que a elevada geração de resíduos de gesso da construção civil,

demonstra a necessidade de criação de novas políticas de valorização dos resíduos de forma

setorizada, bem como das possíveis formas de seu reaproveitamento.

Notou-se uma disposição, por parte dos transportadores, em evitar a deposição irregular do

resíduo de gesso, como também ficou demonstrado o interesse dos técnicos do órgão público

– LIMPURB, em discutir uma solução compartilhada entre os atores envolvidos, visando

oferecer uma solução mais adequada à destinação final dos resíduos de gesso na cidade do

Salvador.

Em função do exposto, recomenda-se ao poder público municipal investir esforços na busca

de alternativas para o gerenciamento adequado dos resíduos de gesso, através da proposição

de políticas publicas que contemplem a coleta, transporte e destinação final desse resíduo,

enxergando-o como uma fonte geradora de renda, considerando, inclusive, a possibilidade de

que seu reaproveitamento se torne uma solução para redução do descarte clandestino e

aleatório no meio ambiente.

Assim, para melhor aproveitamento do resíduo de gesso, faz-se necessário também que sua

segregação, triagem, coleta e armazenamento aconteçam de forma adequada, possibilitando

com isso uma melhor qualidade do gesso reciclado.

Viabilizar a transformação do resíduo de gesso em um produto com valor agregado para o

reaproveitamento é uma tarefa complexa que além de demandar conhecimento técnico, de

mercado e das diretrizes legais, necessita envolver a identificação do resíduo separado dos

demais RCC, determinar as quantidades do resíduo gerado no canteiro de obra, promover a

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participação efetiva dos geradores dos resíduos, investigar oportunidades de

reaproveitamentos viáveis e definir modelos de negócio e futuras parcerias.

É fundamental que esta cadeia de valor para o resíduo de gesso seja economicamente viável,

estudando-se alternativas caso a caso de destinação adequada para o reaproveitamento dos

resíduos de gesso. Conforme autores estudos a deposição do gesso em aterros somente é

recomendável se realizada em locais isolados sem contato com matéria orgânica ou umidade.

Apesar das experiências de outros países demonstrarem que é possível estabelecer mercado de

reaproveitamento do resíduo de gesso, no Brasil essa realidade é ainda tímida, porém, esse

cenário, tem perspectivas de melhoria a partir da implementação de políticas baseadas na

Resolução CONAMA 431/11. Entretanto, é preciso que haja comprometimento

administrativo, público e privado, no cumprimento das legislações vigentes.

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