análise de viabilidade econômica de projetos: um estudo sobre sua utilização nas startups...

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7/23/2019 Análise de Viabilidade Econômica de Projetos: Um estudo sobre sua utilização nas Startups Brasileiras http://slidepdf.com/reader/full/analise-de-viabilidade-economica-de-projetos-um-estudo-sobre-sua-utilizacao 1/45  UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO MBA EM CONTROLADORIA E FINANÇAS Lucas Vinicius Margotti ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE PROJETOS: UM ESTUDO SOBRE SUA UTILIZAÇÃO NAS STARTUPS BRASILEIRAS São João Del Rei 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REICURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO MBA EM CONTROLADORIA E FINANÇAS

Lucas Vinicius Margotti

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE PROJETOS: UM ESTUDO SOBRE

SUA UTILIZAÇÃO NAS STARTUPS BRASILEIRAS

São João Del Rei2015

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LUCAS VINICIUS MARGOTTI

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE PROJETOS: UM ESTUDO SOBRE

SUA UTILIZAÇÃO NAS STARTUPS BRASILEIRAS

Monografia apresentada à UniversidadeFederal de São João Del Rei como partedos requisitos para obtenção do título deEspecialista MBA em Controladoria eFinanças.

Orientador: Prof. Msc. Saulo CardosoMaia

São João Del Rei2015

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LUCAS VINICIUS MARGOTTI

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE PROJETOS: UM ESTUDO SOBRE

SUA UTILIZAÇÃO NAS STARTUPS BRASILEIRAS

Monografia apresentada à UniversidadeFederal de São João Del Rei como partedos requisitos para obtenção do título deEspecialista MBA em Controladoria eFinanças.

Aprovada: de Novembro de 2015.

 ____________________________________ _______________  _____  ________________Prof. Dr. Fabrício M.de Mendonça Profa. Dra. Bernadete de O. S. Viana Dias

 _______________________________________  Saulo Cardoso Maia

(Orientador) 

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, irmãos e cunhados,

sobrinhos e sobrinha e à minha Heloisa, por todo amor, paciência e apoio

incondicional em momentos de pressão

no meio profissional e acadêmica. Ao

meu orientador Prof. Saulo Cardoso

Melo por toda orientação e sabedoria em

cada etapa do trabalho, a coordenação do

curso, em especial ao Prof. FabricioMolica de Mendonça, professor por

quem tenho um grande apreço, aos meus

amigos e aos demais colegas de turma

que tornaram esse curso memorável.

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RESUMO

A Análise de Viabilidade Econômica de Projetos é uma ferramenta muito eficaz paraavaliação da rentabilidade do negócio e é utilizada por diversas organizações comoferramenta de análise de investimento em projetos e empreendimentos. As Startupsrepresentam um modelo de negócio inovador e com potencial de crescimento relevante.São empresas que exploram mercados desconhecidos e, devido a esse fato, possuemelevado nível de risco. Nesse sentido, esse estudo investigou a forma como as Startupsestão utilizando a Análise de Viabilidade Econômica de Projetos e quais os indicadoresque são considerados os mais importantes. A pesquisa contou com 68 Startups dediversos estados brasileiros Como resultado, investigou a utilização dessa análise,

 juntamente com a verificação das outras análises utilizadas e, ainda, verificou o grau deimportância atribuído aos indicadores de análise de investimento.

PALAVRAS-CHAVE: Análise de Viabilidade Econômica de Projetos; Startups

ABSTRACT

The Economic Feasibility Analysis of Project is a very effective method to evaluate the business profitability. It is used by organizations as an investment analysis tool for projects and ventures. Startups represent an innovative and potential business model forsignificant growth. These are companies that explore unknown markets and, due to thisfact, present high level of risk. Thus, this study investigated how startups are using theEconomic Feasibility Analysis of Projects and what indicators are considered the mostimportant. The survey had 68 startups from several Brazilian states As a result,investigated the use of risk analysis, along with the verification of other tests used, andalso found the degree of importance attributed to investment analysis indicators.

KEYWORDS: Economic Feasibility Analysis of Project; Startups

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LISTA DE TABELAS 

Tabela 1  –  Classificação das opções para cada grau de importância ..............................39

Tabela 2  –  Grau de Importância Consolidado .................................................................40

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LISTA DE FIGURAS 

Figura 01  –  Idade dos entrevistados ................................................................................ 22

Figura 02 - Gênero ........................................................................................................... 23

Figura 03  –  Participação do entrevistado na criação das Startups ................................... 23

Figura 04  –  Função desempenhada na Startup ................................................................ 24

Figura 05  –  Formação acadêmica dos entrevistados ....................................................... 24

Figura 06  –  Idade das Startups ........................................................................................ 25

Figura 07  –  Estágio das Startups ..................................................................................... 26

Figura 08  –  Número de funcionários ............................................................................... 26

Figura 09 - Faturamento .................................................................................................. 27

Figura 10 - Patrimônio líquido ........................................................................................ 28

Figura 11  –  Valor dos ativos ........................................................................................... 28

Figura 12  –  Estado sede das Startups .............................................................................. 29

Figura 13  –  Participação de Capital de Terceiros ............................................................ 30

Figura 14  –  Fatores que dificultam o crescimento e/ ou desenvolvimento das Startups . 31

Figura 15  –  Metodologias utilizadas no estágio inicial ................................................... 31

Figura 16  –  Metodologias já utilizadas............................................................................ 32

Figura 17  –  Abordagens utilizadas para captação de investimento ................................. 33

Figura 18  –  Utilização da Análise de Viabilidade Econômica de Projetos antes decolocar a idéia em prática ................................................................................................ 33

Figura 19  –  Utilização da Análise de Viabilidade Econômica de Projetos comoferramenta de análise de investimento............................................................................. 34

Figura 20 - Grau de Importância Payback ....................................................................... 36

Figura 18  –  Grau de Importância Valor Presente Líquido (VPL) ................................... 37

Figura 19  –  Grau de importância Taxa Interna de Retorno (TIR) .................................. 37

Figura 20  –  Grau de importância Índice de Lucratividade (IL) ..................................... 38

Figura 21  –  Grau de importância Business Model Canvas ............................................. 39

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LISTA DE ABREVIATURAS 

ABStartup – 

 Associação Brasileira de StartupsAFE  –  Análise Fatorial Exploratória

IL  –  Índice de Lucratividade

MVP - Produtos Mínimos Viáveis (do original “Minimum Viable Product”)

SEBRAE  –  Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

TIR  –  Taxa Interna de Retorno

TOR - Teoria de Opções Reais 

VC – 

 Venture CapitalVLP  –  Valor Presente Líquido

WACC / CMPC  –   Weighted Average Cost of Capital / Custo Médio Ponderado de

Capital

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Sumário 

1. Introdução ..................................................................................................................... 9

2. Revisão de Literatura ................................................................................................... 10

2.1. Startups ......................................................................................................... 10

1.2. Análise de Viabilidade Econômica de Projetos ............................................ 15

3. Metodologia de Pesquisa ............................................................................................. 21

4. Resultados .................................................................................................................... 22

4.1. Perfil dos Entrevistados ............................................................................................ 22

4.2. Perfil das Startups ..................................................................................................... 25

4.3. Abordagens e Metodologias utilizadas pelas Startups ............................................. 29

4.4. Análise de Viabilidade Econômica de Projetos ........................................................ 33

4.5. Grau de Importância dos Indicadores ....................................................................... 35

5. Considerações Finais ................................................................................................... 40

Referências Bibliográficas ............................................................................................... 42

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1.  INTRODUÇÃO

O empreendedorismo tem sido um elemento fundamental para o desenvolvimento

econômico no cenário atual. Ele é diretamente responsável por grande parte da produção de riqueza da nação e pela geração de oportunidades. De fato, a abertura de

um negócio é um desafio para os empreendedores e exige planejamento, organização,

dedicação, persistência, inovação e capital. Atualmente existem diversos modelos de

negócios atuantes no mercado, desde os mais tradicionais até os mais inovadores. Nesse

sentido, as startups tem sido um dos modelos com maiores destaques no Brasil e

apresentam características essenciais para um estudo aprofundado de viabilidade

econômica, partindo do pressuposto desses modelo de negócio como um projeto. Defato, são empresas que buscam explorar produtos e serviços a partir de modelos de

negócio inovadores a partir de um período de experimentação (SEBRAE, 2012). Assim,

a possibilidade de sucesso do empreendimento passa a depender de diversas variáveis

determinadas durante o processo de experimentação. E segundo Ries (2012) apud

Carvalho et al (2015), as formas tradicionais de gestão das empresas comuns não

funcionam com startups em decorrência de estas operarem com um alto grau de

incerteza. Segundo Ries (2012, p. 37), “uma startup é uma instituição humana projetada

 para criar um novo produto ou serviço em condições de extrema incerteza”. 

Uma das grandes dificuldades para o desenvolvimento de uma startup têm sido sua

dependência por investimentos externos para financiar suas atividades. E como o

retorno do investimento apresenta longo prazo de retorno do capital e risco

relativamente alto, a dificuldade para encontrar investidores tem sido cada vez maior

 para esse modelo de negócio. De fato, decisões de investimento devem ser tomadas com

 base em informações cuidadosamente analisadas. Assim, a Análise de ViabilidadeEconômica de Projetos nesse modelo de negócio é fundamental para buscar

oportunidades e alcançar os melhores resultados.

Há estudos que tratam da análise de viabilidade econômica, os quais apresentam as

oportunidades encontradas a partir dessa ferramenta. No cenário econômico atual, as

oportunidades têm sido cada vez mais difíceis de serem conquistadas. Os negócios estão

cada vez mais instáveis com as mudanças sociais e alterações no comportamento do

consumidor. Além disso, as empresas estão atuando de forma cada vez mais estratégicano mercado com o intuito de fortalecer seu posicionamento e aumentar sua fatia de

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mercado. Com isso, as oportunidades devem ser mensuradas do ponto de vista de

retorno e viabilidade econômica.

A Análise de Viabilidade Econômica de Projetos foi definida como ferramenta para

o estudo por apresentar uma dimensão econômica mais funcional que o plano denegócio convencional e por estar relacionada ao atendimento ou superação de

expectativas viáveis sob o ponto de vista econômico. E a utilização de Startups como

objeto de estudo foi definida pelo fato que a concepção desse modelo de empresa é

recente e apresenta características estruturais diferentes de outros modelos

convencionais. Além disso, esse modelo de empresa apresenta muitas variáveis a serem

levadas em consideração do ponto de vista de riscos e incertezas ligadas ao negócio.

Assim, para atingir tal objetivo, utilizou-se como base a análise da teoria e literatura soba ótica de agregar os resultados com o modelo proposto, a fim de encontrar dados que

contribuam para a formulação da proposta desse trabalho.

Com o intuito de avaliar as oportunidades e gestão de investimentos, a Análise de

Viabilidade Econômica se apresenta como uma ferramenta capaz de contribuir com

 projeções e resultados do negócio em sua fase de planejamento, podendo ser utilizado

tanto para abertura de um negócio quanto para um projeto de expansão. Ela é capaz de

 promover um entendimento e identificação das oportunidades e riscos de investimentos. Nesse sentido, pretende-se responder à seguinte questão: como as startups brasileiras

têm realizado a análise de viabilidade econômica de projetos?

Este trabalho pretende investigar a forma como as startups estão utilizando a análise

de viabilidade econômica de projetos, de modo a identificar quais os indicadores mais

utilizados, como são realizadas as estimativas, budget de investimentos (orçamentos) e

forecast de mercado (previsões). O objetivo consiste na análise da forma como as

startups brasileiras têm realizado a análise de viabilidade econômica de projetos.

2.  REVISÃO DE LITERATURA

2.1.  STARTUPS

O fator determinante para o desenvolvimento e competitividade das empresas é a

forma como as mesmas buscam a inovação. Inovação está diretamente ligada com a

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 produtividade e tende a ser um fator determinante para garantir melhores vantagens

competitivas em relação aos concorrentes. Apesar de a inovação ser determinante para o

negócio, o fato de a ideia ser considerada inovadora somente pode ser real a partir do

momento que ela consegue agregar valor de mercado e se tornar comercial. De fato, os

modelos de negócio devem demonstrar como uma organização cria, entrega e captura

valor. Como uma startup está em constante busca por um modelo de negócios que seja

escalável e lucrativo, é importante que sejam realizadas inovações no modelo de

negócio a fim de encontrar a melhor forma de capturar esse valor (LEITE E

BARRETO, 2013).

Quando se trata de empresas em estágio inicial, foi observado a partir de um estudo

realizado por Davidsson & Gordon (2012) que a crise global de 2008 não impactoudiretamente tais empresas. Utilizando a crise como um experimento, eles descobriram

que negócios em fase de pré-operação na verdade não sofrem com colapso econômico,

embora empreendedores reajustem imediatamente suas expectativas, pretensões e

comportamentos após uma séria retração econômica (DAVIDSSON & GORDON, 2012

apud ENDEAVOR, 2015). Ainda de acordo com esse estudo, um dos motivos que as

startups não são diretamente afetadas consiste no fato que as mesmas não estão

integradas ao sistema financeiro global, sendo aparentemente orientadas para ambiente

de negócios relativamente restrito e imediatista. Tal fato possibilita o ajustamento

contínuo do projeto de acordo com a realidade econômica no ambiente inserido.

De acordo com a definição estabelecida pelo Sebrae (2015), Startup é um grupo de

 pessoas iniciando uma empresa, trabalhando com uma ideia diferente, escalável e em

condições de extrema incerteza. Sua concepção foi originada durante a bolha da internet

nos Estados Unidos entre 1996 e 2001 e eram utilizados para empresas virtuais. Era um

conceito utilizado para um grupo de pessoas trabalhando com um projeto inovador oudiferente do convencional que aparentemente, poderia fazer dinheiro. Entretanto, a atual

definição mais aceita por especialistas e investidores é que uma startup é um grupo de

 pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em

condições de extrema incerteza (SEBRAE, 2015).

Segundo Alencar et al (2012) apud Gitahy (2011), o empreendedorismo startup

 passou a ser conhecimento no país e executados por empreendedores brasileiros

somente nos anos 1999 a 2001, quando surgiu a bolha da internet. De acordo com oargumento apresentado por Ferrão (2013), o empreendedorismo de startup se difere do

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empreendedorismo corporativo pelo fato de startups serem negócios recém-criados e em

fase de desenvolvimento e pesquisa de mercado. Além disso, a autora defende que são

empreendimentos com baixos custos iniciais, porém, apresenta um alto nível de risco.

Sua estrutura é baseada na premissa de estratégias e cultura organizacional distintas e

diferentes das demais. “Este tipo de empreendedorismo caracteriza-se pela criação de

riqueza; procura de investimento junto a capitalistas de risco (Business Angels); cria

estratégias e culturas organizacionais; não segue regras; atua no horizonte de curto

 prazo; e possui passos rápidos - caos controlado” (FERRÃO, 2013, p.13).

Hartmann (2013) apontou em seu estudo o perfil dos empreendedores nas empresas

startups. Os resultados mostraram que o perfil pode ser definido como: gênero

masculino (89,5%), faixa etária entre 20 e 29 anos (84,2%), nível de escolaridade comosuperior completo (57,9%) e possuem, além da startup, outra empresa que não seja

startup (52,8%). Assim, o autor identificou que os empresários de startups já possuem

familiaridade com o empreendedorismo e enxergam na nova tendência de empresas

startups a possibilidade de construir a própria carreira abrindo seu próprio negócio

depois que conclui sua graduação.

As Startups são de fato um modelo de negócio inovador e, devido a esse fato, tem

atraído diversos estudos a partir de perspectivas diferentes. No artigo de Alencar et al(2012), os autores buscaram analisar o significado prático do empreendedorismo startup

a partir do pensamento de inovação Shumpeteriano, baseado na premissa que o

empreendedorismo é constituído por pessoas que fazem a diferença, realizam e fazem

acontecer. A partir da utilização de uma startup como modelo, eles apresentaram que o

empreendedorismo startup já é uma realidade no atual desenvolvimento do cenário

econômico do Brasil, mesmo sendo um modelo de negócio inovador. Tendo como

objetivo a análise sobre como as empresas tecnológicas inovadoras podem se tornaratrativas aos Investidores-anjos, os atores mostraram que a startup em questão, mesmo

em fase inicial de operação, já apresentava um alinhamento com o espírito

empreendedor necessário aos empresários de hoje e que, de fato, já apresentava os

requisitos necessários para atração de investimentos.

 No estudo sobre a dinâmica de difusão da inovação em uma startup de internet a

 partir do modelo Bass Difusion, Bezerra et al (2012) promove uma análise sobre a

conceituação e desafios desse modelo de negócio:

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Empresas nascentes de tecnologia baseadas na internet, denominadas

startups, tem se mostrado importantes para o desenvolvimento de

economias tanto em países emergentes quanto naqueles desenvolvidos,

 principalmente pela contribuição delas para a geração de empregos nestes

 países. Diferente das empresas consolidadas, as startups enfrentam

desafios relacionados à limitação de recursos, sejam tecnológicos,

humanos ou financeiros, além de estarem imersos em ambientes de

incerteza, de maneira que seus empreendedores têm dificuldades em

identificar conseqüências de suas decisões ao longo do início de ciclo de

vida destas novas empresas, por limitação de informações sobre o

mercado ou inadequação da experiência ao novo contexto (BEZERRA et

al, 2012, p. 2).

Existem diferentes formas de investimento para financiar o projeto de uma startup.

De fato, tais investimentos levam em consideração as ideias, a forma de entrega do

 produto ou serviço ao mercado e, principalmente, a rentabilidade projetada. Nem

sempre os empreendedores conseguem capital suficiente para tornar o negócio viável e

 buscam alternativas para alcançar os objetivos estabelecidos. Assim, segundo Sebrae

(2012), as formas mais comum de financiamento de uma startup são:

  Capital próprio: Forma mais básica de financiamento que um empreendedor

inicia seu projeto.

  Investidor-anjo: Financiamento realizado por um ou mais investidores.

 Normalmente, são profissionais experientes, bem-sucedidos, capitalizados e

dispostos a participar da criação da startup. Além de capital, investem

orientação, networking, coaching e dedicação, atuando como um sócio.

  Capital Semente: Iniciativa existente no Brasil para financiar as atividades deuma startup em sua fase inicial, investimento o necessário para que a mesma

entre em funcionamento.

  Venture Capital: Aplicação de recursos pelas empresas de Venture Capital em

startups que já tenham testado suas ideias e produtos e que tenham atingido o

estágio necessário para crescimento. Para esse estágio, o volume de

investimento costuma superar R$ 1 milhão no formato de sociedade.

  Estágio Avançado: A partir do crescimento obtido a partir de investimentos deVentures Capital, as startups podem receber um tipos ainda mais sofisticado e

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volumoso de investimento conhecido como “Private Equity”, formado

geralmente por empresas e holdings, e são utilizados para grandes expansões.

 Nesse segmento, há a possibilidade de que a empresa ofereça ações em Bolsas

de Valores.

  Investimento Coletivo (Crowdfunding): Sites em que as pessoas e organizações

submetem seus projetos para conseguir doações. Nesta modalidade, constam

diversos tipos de empreendimentos criativos, não somente empresas.

  Subvenções, Editais e Bolsas: Existem incentivos para investimentos em

startups. Tais subvenções podem ser a partir de incentivos fiscais (isenção de

impostos); fornecimento de bolsas ou abertura de editais de financiamento.

Apesar do atual cenário econômico no Brasil, os investimentos em startups no Brasil

 permanecem constantes em 2015. Segundo os dados do primeiro semestre de 2015

 publicados relatório Investment Report Brazil, divulgado pela Fundacity, mais de 170

milhões de Reais já foram investidos em 183 startups brasileiras. Tal estudo tem o

objetivo de apresentar os indicadores relacionados às startups nacionais, especialmente

no que diz respeito à aceleração do crescimento e apoio a partir de investimentos. De

fato, cerca de 80,6% dos investimentos em startups vem a partir de capital privado. Orestante do percentual está relacionado a incentivos governamentais a partir de

investimentos, divididos em participação parcial (17,9%) e participação exclusiva

(1,5%).

As startups necessitam de formas de financiamento apropriadas para cada um dos

seus estágios de desenvolvimento. Em estágios iniciais de um negócio, investimentos

chamados “seed” são essenciais. Esse tipo de investimento é normalmente promovido

 por entidades públicas e “aceleradoras”, e correspondem 5 a 10% de participação, com a

expectativa de auxiliar os empreendedores a alcançar o próximo estágio de

desenvolvimento e os preparar para receber novos investimentos de iniciativas privadas.

Somente no primeiro semestre de 2015, investimentos “seed’ a partir de aceleradoras

auxiliaram 113 startups brasileiras. Já no estágio de expansão, investimentos a partir de

“investidores-anjos” e “venture capital” são utilizados como pontes para as empresas

conseguirem entrar nos seus respectivos mercados de capitais (FUNDACITY, 2015).

 No Brasil, esse tipo de investimento tem aumentado nos últimos anos devido ao

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aumento da “qualidade” das startups que estão em parceria com as aceleradoras

 brasileiras, alcançando posições de destaque em toda a America Latina.

De fato, a expectativa é que os investimentos em startups no Brasil tenda a

apresentar uma desaceleração em resposta à recessão econômica nacional, que temaumentado o nível de insegurança e incerteza do mercado, além do aumento recente da

taxa de juros, que elevou o custo de capital e reduziu o nível de investidores privados.

Além disso, é evidente a importância do apoio governamental de forma contínuo para

fomentar ainda mais a atividade de investimentos em startups (FUNDACITY, 2015).

Persistindo na análise de startups no mercado brasileiro, o estado de São Paulo é o

estado com maior concentração de empresas jovens de base tecnológica (Startups) no

Brasil, segundo a Associação Brasileira de Startups  –  ABStartup. Isso corresponde a

28% dos empreendimentos, percentual três vezes maior que o segundo estado com

maior concentração, Minas Gerais. Segundo Carvalho et al (2015), é irrefutável que o

ecossistema brasileiro tem sido cada vez mais favorável, fomentando de maneira

crescente o surgimento de novas empresas, de negócios cada vez mais inovadores e com

novos modelos de negócios, promovendo, assim, a ampliação da concorrência nos

diversos setores da economia.

2.2.  ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE PROJETOS

Uma das fases mais importantes em decisões de investimento de longo prazo

consiste na utilização de métodos de avaliação econômica, com o objetivo de se apurar

os resultados e atratividade das aplicações de capital (NETO e LIMA, 2011, p. 376).

Segundo Zago et al (2009), a análise de investimentos pode ser considerada como oconjunto de técnicas que permitem a comparação entre os resultados de tomada de

decisões referentes a alternativas diferentes de forma científica. Zago et al (2009)

defendem que a análise de viabilidade econômica e financeira integra o rol de atividades

desenvolvidas pela engenharia econômica, orientada para a identificação dos benefícios

esperados por um determinado investimento, na tentativa de comparar com outros

investimentos e custos associados ao mesmo, a fim de verificar a viabilidade de

implementação.

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Carvalho et al (2015) consideram que as definições de startups estão sempre

referenciadas a riscos e apresenta em seu estudo alguns indicadores sobre o nível de

mortalidade e sobrevivência em seus estudos. Com base nos indicadores do Serasa

Experian, em 2013 foram instituídas 1.840.187 novas empresas no Brasil, número 8,8%

maior comparado ao ano anterior. Os atores destacam nos dados divulgados pelo Sebrae

(2012) que somente 75,6% das empresas permanecem ativas nos dois primeiros anos de

existência. Dentre as razões para a mortalidade estão: carência por clientes (29%), falta

de capital de giro (21%), concorrência (5%), burocracia e carga tributária (7%).

A partir desse panorama, observa-se que, além da busca pela inovação, as empresas

deverão dedicar especial atenção a viabilidade do investimento a ser realizado no

negócio, no sentido de avaliar as estimativas de retorno e garantias de sobrevivência elongevidade. É necessário, então, que o empreendimento tenha um planejamento bem

definido e uma análise de investimento bem fundamentada em seus aspectos

mercadológicos, financeiros e operacionais, promovendo uma fácil inserção no mercado

e crescimento satisfatório para os investidores.

De fato, observa-se que as startups são empreendimentos inovadores com potencial

de crescimento em grandes proporções, tendo em vista que são negócio identificadores

de nichos de mercados e exploram ideias anteriormente nunca testadas. Assim, oambiente de negócio para as startups, assim como em outros negócios, é repleto de

incertezas e riscos, apresentando muitas dificuldades em sua fase inicial, com destaque a

excessiva carga tributária, custos trabalhistas elevados, baixos incentivos a novos

negócios e alta mortalidade de empresas nos primeiros anos de vida (BARBOSA et al,

2013). A Análise de Viabilidade Econômica de Projetos é uma ferramenta muito eficaz

 para prever a viabilidade e rentabilidade de um negócio em sua fase inicial. Assim, os

indicadores apresentados no estudo dependem das características do empreendimento edo empreendedor. No estudo apresentado por Carvalho et al (2012), os autores

 buscaram identificar quais os principais fatores que dificultaram a viabilidade

econômico-financeira de uma startup. Nesse estudo, foi apresentada uma escala de

mensuração de fatores dificultadores da viabilidade de startups a partir de um

instrumento elaborado por meio de uma Análise Fatorial Exploratória (AFE).

Observou-se que a dificuldade para análise de viabilidade econômico-financeira se

deve a ausência de diversos fatores: conhecimento a respeito do que se pretendeempreender; capacidade de analisar a viabilidade do negócio; capacidade de

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17 

 planejamento; gerenciamento de pessoas; apoio financeiro proveniente de mecanismos

 públicos de apoio; apoio a partir de investidores-anjos; conhecimento em administração

financeira; capacidade de enfrentar restrições financeiras iniciais; burocracia elevada e

carga tributária elevada. Ao concluir este estudo que teve como objetivo identificar

fatores inibidores da viabilidade das startups, Carvalho et al (2012) apresentaram

indicações conclusivas sobre a gestão deste tipo de empresa e, sobretudo sobre os

 principais fatores que podem contribuir para o seu insucesso. Assim, os resultados desse

estudo mostraram que o insucesso das startups estão relacionados tanto com fatores

 pessoais quanto externos.

É perceptível no cenário atual que a viabilidade do negócio não tem sido associada

unicamente a fatores e decisões financeiras. De acordo com Ittner e Larcker (1998) apudCarvalho et al (2015), existem inadequações nas medidas tradicionais de desempenho

que se baseiam apenas em aspectos contábeis, estas, devem estar associadas também a

capacidade de analisar e compreender o ambiente, de selecionar e gerenciar pessoas e de

associar estes aspectos os modelos de medidas financeiras e não financeiras. 

 NORONHA et al (2010) desenvolveram um estudo aplicado da Teoria de Opções

Reais (TOR) para avaliação de uma startup, de modo a analisar se a avaliação do

empreendimento por opções reais é capaz de auxiliar o planejamento e controle dastartup e, ao mesmo tempo, contribuir para a captação de investimentos privados. De

acordo com Dixit e Pindyck (1994) apud Noronha et al (2010), a Teoria das Opções

reais proporciona ao administrador a flexibilidade de tomar decisões à medida que as

informações e as incertezas do fluxo de caixa vão se revelando. Alguns exemplos dessa

abordagem são aplicados à análise de investimento em novas plantas, decisões de

investimentos vinculadas ao desenvolvimento de novos produtos ou mesmo avaliação

de empresas.

Portanto, ao levar em consideração o processo de tomada de decisão, a Teoria de

Opções Reais (TOR) proporciona uma nova visão sobre a avaliação de investimentos de

capital. Assim, as autoras observaram que a utilização prática das opções reais na

avaliação de startups contribui significativamente para o campo do empreendedorismo,

ao passo que se apresenta como uma ferramenta de auxilio ao planejamento e análise de

investimento de startups. Observou-se, ainda, que o fato da lógica de opções reais

dispensarem o emprego de taxas de retorno mais altas durante avaliações pelo métododo fluxo de caixa descontado, que distorcem o valor do projeto, contribui não só para

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uma avaliação e controle realista do empreendimento, como para a atração de Venture

Capital e Investimentos-anjo (NORONHA et al, 2010).

Rodrigues et al (2013) também avaliou uma startup utilizando como ferramenta de

análise a teoria das Opções Reais, com o objetivo de averiguar a adequação dessemodelo na avaliação de empresas inovadoras, sujeitas a grande risco, de forma a captar

o valor das flexibilidades gerenciais presentes neste tipo de empreendimento. Os

resultados reforçam a visão de que a Teoria de Opções Reais pode ser mais adequada

 para avaliar empreendimentos sujeitos a extrema incerteza, captando um valor não

mensurado pelas técnicas tradicionais de avaliação de projetos. E ainda, observou que

os resultados sugerem que a metodologia das Opções Reais possui vantagens em

relação à análise convencional de Fluxo de Caixa Descontado quando relacionado àsstartups. O método do Fluxo de Caixa Descontado ignora o valor da opção de se

escalonar os investimentos e de abandonar o empreendimento em caso de insucesso, o

que possibilita uma análise com subavaliação do negócio.

As startups têm utilizado um modelo bastante prático para o desenvolvimento de

suas análises de projeto e investimento. Ries (2012) passou os últimos anos combinando

ideias de marketing, tecnologia e gestão e criou o termo "Lean Startup". De fato,

consiste em uma prática de implementar a cultura de aprendizado necessária para asStartups, principalmente as que estão inseridas em ambientes onde os efeitos da crise

econômica têm refletido na quantidade de Venture Capital disponível, o que,

conseqüentemente, tem obrigado as Startups a serem muito mais eficientes e objetivas

(RIES, 2012). O autor estabelece que a premissa principal da Lean Startup seja de que

quanto maior a velocidade e menor o custo de cada grande interação,  onde a Startup

valida ou descarta hipóteses importantes sobre o seu produto ou mercado, maiores são

as suas chances de sucesso.

A proposta dessa metodologia se baseia na orientação para viabilidade do produto

ou serviço, a partir da criação de protótipos rápidos e projetados para validar suposições

de mercado a partir de resultados e feedback de clientes. Leite e Barreto (2013) sugerem

que Lean Startup consiste em um conjunto de processos usados

 por  empreendedores para desenvolver produtos e mercados,

combinando desenvolvimento ágil de software,  desenvolvimento de clientes e

 plataformas existentes de software, conduzido através de uma metodologia de rápida passagem por ciclos de “construção, mensuração e aprendizagem”, possibilitando a

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transformação de ideias em Produtos Mínimos Viáveis (MVP), medindo as respostas

dos clientes para decisões de manutenção ou mudança. Os processos devem ser

orientados para acelerar esse ciclo de feedback e devem ser controlados de perto a fim

de manter números de progresso constantemente elevados, numa contabilidade para

inovação (LEITE E BARRETO, 2013).

Em sua pesquisa para compreender como a metodologia Lean Startup está sendo

utilizada por empreendedores brasileiros e os efeitos positivos dessa utilização, Ribeiro

(2014) identificou que tal metodologia é muito conhecida pelos empreendedores,

embora os estudos acadêmicos sobre a metodologia sejam quase inexistentes. Com o

objetivo de explorar a utilização e o conhecimento da metodologia “Lean Startup”,

enquadrada dentro da perspectiva do empreendedorismo como método, foi feita umasurvey com 115 empreendedores, sócios de empresas de base tecnológica com até 42

meses de existência. Assim, o autor conseguiu desenvolver a análise a respeito das

variáveis dessa metodologia e verificou que 65% dos empreendedores utilizam essa

ferramenta. Também verificou que 79% dos empreendedores afirmam que ela guiou

alguma mudança no produto/serviço nos últimos meses.

Outro modelo de análise que tem sido bastante utilizado nas startups e de importante

destaque no atual contexto do empreendedorismo é o Modelo de Negócio Canvas. É ummodelo proposto por Osterwalder (2004) e que consiste em uma ferramenta de

gerenciamento estratégico que permite o desenvolvimento e esboço de modelos de

negócio, novos ou já existentes. Em seu trabalho “The Business Model Ontology  –  A

Proposition in a Design Science Approach”, Osterwalder  (2004) propôs uma ontologia

 para representar modelos de negócio, definindo a semântica e o relacionamento entre

nove elementos básicos. De fato, o autor revolucionou o método de análise de novos

empreendedores e empresas no momento de criar novos negócios ou desenvolver novos produtos, de forma a incentivar a inovação a partir da análise antecipada da ideia. Tais

elementos são divididos em: segmento de clientes, proposta de valor, canais de

comunicação, relacionamento com o cliente, fontes de receita, as atividades chave, os

recursos, as parcerias chave e a estrutura de custos. Em conjunto, os nove blocos

abordam as quatro áreas mais importantes de um negócio: clientes, oferta, infraestrutura

e viabilidade financeira. Tal modelo representa um modelo de negócio acessível e

concreto, dando suporte necessário para o desenvolvimento de diversas empresas e

startups.

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 No estudo de Leite e Barreto (2013), os autores propuseram a utilização do Modelo

de Negócio Canvas como uma ferramenta para comunicar ideias, através da

visualização integrada dos diversos aspectos do negócio. A proposta seria a criação de

um modelo de fácil entendimento para todos os envolvidos, tendo em vista que o

Canvas opera em sinergia com os conceitos apresentados por Black & Dorf (2012) e

Ries (2012), permitindo que os empreendedores insiram as hipóteses relacionadas com

cada um dos nove elementos e faça alterações a partir das validações realizadas com os

clientes. Por meio do Canvas, os autores desenvolveram o estudo de viabilidade

econômica, além de outras análises estabelecidas nesse modelo de negócio, para

entender as dimensões financeiras e econômicas do negócio, além das estruturas de

mercado que a startup estava inserida. Utilizaram como indicadores o “Custo Médio

Ponderado de Capital” (WACC), “Perpetuidade” (g), “Valor Presente Líquido” (VPL) e

“Payback ”. Apesar do alto grau de incerteza atrelado às projeções financeiras, foi

 possível estimar os resultados a partir da análise de viabilidade econômica, concluindo

que os indicadores do estudo demonstraram que o negócio é potencialmente viável,

mesmo levando em consideração os cenários menos otimistas.

Barbosa et al (2013) apresentaram algumas dificuldades enfrentadas na abertura de

uma startup, dimensionando o trabalho para as características das startups,

correlacionando-a aos padrões do Modelo Canvas, com o intuito de entender as

características de cada startup, dificuldades de abertura e principais contribuições do

Modelo Canvas para o empreendimento. Foi possível identificar no estudo que tal

modelo tende a ser mais utilizados por empreendimentos startups por possuírem altas

mudanças e variações em seu ciclo de vida no mercado, decorrentes de produtos e

serviços diretamente relacionados com inovação.

As Startups estão cada vez mais em destaque no universo do empreendedorismo.São negócio com alto potencial para crescimento tendo, em contrapartida, incertezas

elevadas. Canovas (2015) desenvolveu em seu estudo uma análise baseada na utilização

do Canvas em Startups. Assim, de acordo com o autor, foi possível observar os

 principais pontos que envolvem a formulação desse novo modelo de negócio. A partir

do modelo, foi possível para as startup a identificação de como criar uma nova curva de

valor a partir de seu negócio. Além disso, foi realizada uma análise financeira para

garantir que toda estratégia pudesse se tornar viável comercialmente e garantir o

crescimento e expansão do mercado. O autor concluiu que, por estarem envolvidas com

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21 

um alto grau de incerteza, é necessário mitigar as ideias e processos a partir de um

 planejamento estruturado e um plano de ação objetivo.

Atendendo ao objetivo de entender como as startups brasileiras têm realizado a

análise de viabilidade econômica de projetos e quais os indicadores e métodos deanálise mais utilizados, foi apresentado o referencial teórico a respeito de trabalhos

realizados a cerca da análise de viabilidade econômica e do modelo de negócio startups.

A partir desse referencial, serão apresentados a metodologia do estudo, os resultados e

as considerações finais desse trabalho.

3.  METODOLOGIA DE PESQUISA

Esse trabalho consistiu em uma pesquisa qualitativa, desenvolvida em duas etapas.

A primeira etapa consistiu em uma revisão de literatura relacionada ao objetivo do

estudo. A segunda consistiu em uma survey, com coleta de dados a partir de um

formulário eletrônico. Assim, o intuito do presente estudo é entender de forma

exploratória se a Análise de Viabilidade Econômica de Projetos está sendo utilizada

 pelas Startups Brasileiras.

A metodologia de pesquisa survey se caracteriza como uma técnica de levantamento

de dados através da análise de variáveis relativas a um grupo significativo de pessoas ou

dados, por amostragem, relaciona ao tema investigado. De fato, elas examinam apenas

amostra da população e são realizadas para entender a população maior da qual a

amostra foi inicialmente selecionada (BABBIE, 2015).

O formulário eletrônico foi enviado no mês de Outubro e Novembro de 2015 para

os emails de contato das startups envolvidas no estudo, obtidos pelo site oficial da

Associação Brasileira de Startups (ABStartup). A amostra do estudo contou com 68

Startups. O formulário destinado aos empreendedores e administradores das Startups.

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22 

4.  RESULTADOS

4.1.  PERFIL DOS ENTREVISTADOS

O formulário eletrônico foi enviado para o email de contato de 1.200 startups,disponíveis na plataforma da Associação Brasileira de Startups. Em pouco mais de uma

semana de aplicação, o formulário foi respondido por 68 startups. Assim, constatou-se

através da análise dos dados que grande parte dos entrevistados são jovens

empreendedores. 19% dos entrevistados possuem até 25 anos de idade, 51% estão entre

26 a 35 anos e 24% entre 36 a 45 anos. Assim, 94% dos entrevistados possuem menos

de 45 anos.

Figura 01 –  Idade dos entrevistados

Outro detalhe observado foi que apenas 6% dos entrevistados correspondem ao sexo

feminino, conforme figura 02.

19%

51%

24%

4%

2%

0%

Até 25 anos

26 a 35 anos

36 a 45 anos

46 a 55 anos

56 a 65 anos

Acima de 65 anos

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23 

Figura02 - Gênero 

Observa-se na figura 03 que grande parte dos entrevistados são co-fundadores do

empreendimento. Do total, apenas 34% são os empreendedores exclusivos do negócio.

Figura 03 –  Participação do entrevistado na criação da Startup 

Um fato importante para o desenvolvimento dessa pesquisa é o fato de que 79% dos

entrevistados são os presidentes ou diretores da Startup. Além disso, há sócios efundadores que atuam em outras áreas administrativas como comercial (COO),

Tecnologia da Informação (CTO & TI) e gerentes.

94%

6%

Masculino Feminino

34%

65%

1%

Fundador (único) Co-fundador (Sócio) Profissional (Colaborador)

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24 

Figura 04 –  Função desempenhada na Startup 

Observou-se que 97% dos entrevistados possuem graduação em andamento ou

concluída, sendo que 18% ainda estão concluindo a graduação e os demais 79% já

concluíram. Conforme na Figura 05, é possível verificar que 42% possuem pós-

graduação do tipo especialização, MBA ou mestrado.

Figura 05 –  Formação acadêmica dos entrevistados 

Foi possível observar que grande parte dos empreendedores possui um bom grau de

instrução. Entre as áreas de formação, foi observado que 22% são formados emAdministração, Ciências Contábeis ou Economia; 21% em Computação ou Tecnologia

11%

79%

5% 2% 3%

Administrador

Presidente/Diretor (CEO)

Gerente

Comercial

Outro

2% 1%

18%

37%10%

32%

Ensino médio incompleto

Ensino médio completo

Ensino Superior Incompleto

Ensino Superior Completo

Mestrado

Pós-graduação

(Especialização, MBA)

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25 

da Informação (TI); 19% não mencionaram ou não possuem graduação; 16% na área de

engenharia e 22% em outras áreas como Marketing, Publicidade, Arquitetura,

Matemática, Biologia, Fisiologia, História e Filosofia.

4.2.  PERFIL DAS STARTUPS

As startups estão sempre caracterizadas como empresas jovens de base tecnológica e

voltada para a inovação. Portanto, o surgimento e crescimento do número de startups

correspondem ao crescimento dessa tendência.

Figura 06 –  Idade das Startups 

De acordo com a Figura 06, verifica-se que 80% das startups possuem menos de

três anos. Destas, 15% possuem menos de 6 meses, 18% de 6 meses a 1 ano e 47% entre

1 a 3 anos. Outros 20% estão no mercado há mais de 3 anos. Do total, conforme o

gráfico abaixo, 82% das empresas já estão em operação e 18% em desenvolvimento.

15%

18%

47%

15%4%

1%

Menos de 6 meses 6 meses a 1 ano 1 a 3 anos

3 a 5 anos 5 a 10 anos Acima de 10 anos

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26 

Figura 07 –  Estágios das Startups 

Pelo fato de que a maioria está em estágio inicial ou por serem empresas novas

no mercado, muitas startups apresentam estrutura de micro ou pequena empresa.

Conforme a Figura 08, 94% das startups possuem até 9 funcionários. Apenas 6%

 possuem acima de 10 e abaixo de 49 funcionários.

Figura 08 –  Número de funcionários 

Um detalhe importante é que, apesar de apresentar uma estrutura pequena em

termos de pessoas e mão de obra, muitas apresentam faturamento equivalente a uma

 pequena empresa convencional (conforme figura 09), porém, com um quadro de

funcionários bastante inferior. Com base nessa premissa, existe a tendência das startups

82%

18%

Em operação (ativa) Em desenvolvimento

94%

6%

Número de funcionários

Até 9 funcionários 10 a 49 funcionários

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27 

apresentarem nível de produtividade superior no mercado em relação a uma empresa

comum.

Conforme a Figura 9, podemos verificar que grande parte das startups possuem um

faturamento correspondente ao tamanho das micro e pequenas empresas. Apenas 2%,correspondente a uma startup do estudo, possui um faturamento acima de R$ 16

milhões de reais e abaixo de R$ 90 milhões. Outros 10% possuem faturamento entre R$

360 mil a R$ 2,4 milhões e, ainda, 16% não iniciaram suas operações e não possuem

faturamento.

Figura 9 - Faturamento 

Foi constatado que 73% das startups possuem patrimônio líquido inferior a R$

180 mil. Acima desse valor, 24% das empresas possuem até R$ 1.2 milhões e 3%

apresentam entre R$ 1.2 milhões a R$ 1.8 milhões.

16%

72%

10%

2%

Ainda não iniciou as operações Até R$ 360 mil

R$ 360 mil a R$ 2.4 milhões R$ 16 milhões a R$ 90 milhões

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28 

Figura 10 - Patrimônio líquido 

Verificou-se, ainda, que 62% das empresas possuem até R$ 360 mil em valor de

ativos, 18% entre R$ 360 mil a R$ 2.4 milhões, 4% entre R$ 2.4 milhões a R$ 3.6

milhões e 1% entre R$ 3.6 a R$ 16 milhões. Os demais 15% ainda não iniciaram suas

operações e não possuem ativos.

Figura 11 –  Valor dos ativos 

A partir da análise dos dados obtidos, é possível verificar que grande parte das

empresas é oriunda do estado de São Paulo. De fato, o estado de São Paulo é o estado

com maior concentração de Startups no Brasil, conforme Startupi (2015),

correspondendo a 28% dos empreendimentos em geral. Minas Gerais é o segundo

73%

24%

3%

Até R$ 180 mil

R$ 180 mil a R$ 1.2 milhões

R$ 1.2 milhões a R$ 1.8

milhões

15%

62%

18%4%

1%Ainda não iniciou as

operações

Até R$ 360 mil

R$ 360 mil a R$ 2.4 milhões

R$ 2.4 milhões a R$ 3.6

milhões

R$ 3.6 milhões a R$ 16

milhões

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29 

estado com maior concentração. No estudo, 48% das startups são oriundas do estado de

São Paulo e o segundo lugar ficou dividido entre Minas Gerais e Paraná, com 12% de

 participação cada estado, enquanto o Rio de Janeiro aparece em seguida com 9% de

 participação.

Figura 12 –  Estado sede das Startups 

Há ainda 19% de participação de outros estados, divididos entre Bahia, Distrito

Federal, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa

Catarina e Sergipe. Apesar de o formulário ser enviado para startups de todas as regiões

do país, apenas os estados acima tiveram startups correspondentes.

4.3.  ABORDAGENS E METODOLOGIAS UTILIZADAS PELAS STARTUPS

Algumas das startups desse estudo apresentaram estrutura de capital financiada por

terceiros. Dentre as modalidades de financiamento apresentadas no formulário estão

Capital Próprio (sem participação externa); Participação de Investidores-anjos; Capital

Semente (Seed); Venture Capital; Private Equity (estágio avançado); Investimento

coletivo (Crowdfunding); Subvenções, Editais e Bolsas; ou outra modalidade. Foi

 possível escolher uma ou mais modalidades de financiamento e, de acordo com os

dados, 82,4% das startups envolvidas no estudos apresentaram apenas uma modalidade

12%

12%

9%

48%

19%

Estados

Minas Gerais (MG)

Paraná (PR)

Rio de Janeiro (RJ)

São Paulo (SP)

Outros

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30 

de financiamento, 14,7% duas modalidades e 2,9% três modalidades. Conforme a

Figura 13, o capital próprio é a principal forma de financiamento pelos administradores.

Figura 13 –  Participação de Capital de terceiros

Devido aos riscos vinculados ao negócio e a condição de incerteza do segmento

de mercado das startups, a dificuldade em atrair e captar investimentos é uma das

maiores dificuldades encontradas pelas startups. Foi verificado no estudo os fatores que

dificultam o crescimento e/ou desenvolvimento da startup. Conforme a Figura 14,

investimentos de terceiros foi à dificuldade mais citada pelos entrevistados. Outros

fatores que impactam diretamente nas startups e que foram reconhecidos pelos

empreendedores foram à aceitação do mercado para seus produtos ou serviços

ofertados; os incentivos governamentais e impostos; custos e despesas elevados para o

funcionamento do negócio; atual cenário econômico; dificuldade em conseguir crédito a

 partir de bancos e instituições financeiras e outros. Dentre os entrevistados, 13,2%

alegaram que não tiveram dificuldades para o desenvolvimento de suas atividades.

49

14

8

1

0

2

6

2

0 10 20 30 40 50 60

Somente Capital Próprio (sem participação…

Participação de Investidor-anjo

Capital semente (Seed)

Venture Capital

Estágio Avançado (Private Equity)

Investimento Coletivo (Crowdfunding)

Subvenções, Editais e Bolsas

Outro

Series1

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31 

Figura 14 –  Fatores que dificultam o crescimento e/ou desenvolvimento das Startups

 No que diz respeito à abordagem utilizada pela startup em sua fase inicial para

análise de investimento, o Business Model Canvas foi o método mais utilizado. De fato,

é um modelo de gerenciamento estratégico capaz de auxiliar no desenvolvimento de

negócios novos ou já existentes, possibilitando o incentivo a inovação a partir da análise

antecipada do negócio. Em seguida, o Plano de Negócios se apresenta como o segundo

modelo mais utilizado pelos empreendedores, enquanto a Análise de Viabilidade

Econômica, objeto desse estudo, se apresenta como o modelo menos utilizado entre os

 principais, conforme apresentado na Figura 15.

Figura 15 –  Métodos utilizados no estágio inicial das Startups

29

13

26

16

19

20

5

9

Investimentos (Seed; Investidores-anjo; Venture

Capital; etc)

Dificuldade em conseguir crédito no mercado

(bancos, instituições financeiras)

Mercado consumidor (aceitação)

Cenário econômico (baixo consumo)

Custos e despesas elevados para funcionamento

do negócio

Incentivos governamentais e Impostos

Outro:

Nenhum - Superando obstáculos e expectativas

26

30

35

13

2

Análise de

Viabilidade

Econômica

Plano de Negócio -

convencional

Business Model

Canvas

Nenhum Outros Métodos

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32 

Em relação à metodologia utilizada para desenvolver seus projetos, a abordagem

da startup enxuta conhecida como Lean Startup foi a mais utilizada. Por ser uma

ferramenta que prioriza a agilidade dos processos e redução dos custos, tal abordagem

tem sido defendida pelas startups e as obrigado as mesmas a serem muito mais

eficientes e objetivas (RIES, 2012). Neste caso, a Análise de Viabilidade Econômica de

Projetos também se apresentou como a metodologia menos utilizada pelos

empreendedores.

Figura 16 –  Metodologias já utilizadas

Para captação de financiamento a partir de terceiro e apresentação de dados aos

investidores, o Plano de Negócios foi o método mais utilizado pelos empreendedores.

Conforme figura 17, as três principais abordagens foram utilizadas pela maioria dos

entrevistados. A Análise de Viabilidade Econômica de Projetos foi à abordagem menos

utilizada entre as três, porém, em termos de representatividade, apresentou resultados

 próximos às duas outras análises.

27

22

35

39

7

1

 Plano de

Negócio

(Convencional)

 Análise de

Viabilidade

Econômica de

Projetos

 Business Model

Canvas

 Lean Startup

(Startup Enxuta)

 Nenhuma Outras

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33 

Figura 17 –  Abordagens utilizadas para captação de investimento

Portanto, apesar da Análise de Viabilidade Econômica de Projetos ser uma

metodologia eficaz para a avaliação de investimento, é a análise menos desenvolvida

 pelas startups. De fato, é uma análise complexa que envolve certo conhecimento em

técnicas financeiras e não é difundida como as demais metodologias. Porém, sua

aplicação promove uma compreensão efetiva baseada em informações reais a partir de

resultados obtidos pelos índices propostos.

4.4.  A ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE PROJETOS

Uma das premissas desse estudo foi investigar a forma como as startups estão

utilizando a Análise de Viabilidade Econômica de Projetos, de modo a identificar quais

os indicadores mais utilizados e como tal abordagem tem sido realizada. De acordo com

a Figura 18, foi observada a utilização da Análise de Viabilidade Econômica de Projetos

antes de colocar a ideia em prática. 54% dos entrevistados alegaram que utilizaram essa

análise antes de colocar a ideia em prática, enquanto 27% não a utilizaram. Os demais

7% dos entrevistados não tiveram certeza ou não sabiam se a empresa havia utilizado tal

abordagem e, ainda, 12% dos entrevistados não conhecem essa ferramenta.

23

27

24

9

14

7

Análise de

Viabilidade

Econômica

Plano de

Negócio

Modelo de

Negócio Canvas

Apenas

proposta e

avaliação

empírica da

idéia

Nenhum Outras

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34 

Figura 18 –  Utilização da Análise de Viabilidade Econômica de Projetos antes de colocar a

ideia em prática

Conforme a figura 19, quando foi questionado se a empresa já tinha realizado a

Análise de Viabilidade Econômica de Projetos como ferramenta de análise de

investimento, 51% dos entrevistados responderam que sim. Outros 34% dos

entrevistados responderam que não haviam utilizado a análise. Os demais 3% não

sabiam ou não tinham certeza se a startup havia utilizado essa ferramenta e, por fim,12% dos entrevistados não conhecem a Análise de Viabilidade Econômica de Projetos.

Figura 19 – 

  Utilização da Análise de Viabilidade Econômica de Projetos comoferramenta de análise de investimento

54%

7%

12%

27%

Sim

Não sei / Não tenho certeza

Não conheço essa análise

Não

51%

3%

12%

34%

Sim Não sei / Não tenho certeza Não conheço essa análise Não

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A Análise de Viabilidade Econômica de Projetos é uma ferramenta muito eficaz

 para o desenvolvimento de estimativas para verificar a viabilidade e rentabilidade do

negócio em sua fase inicial. Assim, foi observado que a 51% das startups já utilizaram

ou utilizam essa análise como método de avaliação de investimento. De fato, foi

observado que muitos empreendedores utilizam a Análise de Viabilidade Econômica,

 porém, comparada a outras análises, não é a mais utilizada ou não tem sido

desenvolvida de forma a aumentar o potencial do negócio. Ela é uma ferramenta para

fundamental para buscar oportunidades e alcançar os melhores resultados.

 Neste caso, é necessário verificar o grau de importância atribuído para cada um dos

indicadores da análise de viabilidade econômica, bem como o grau de importância

atribuído ao Business Model Canvas, de modo a identificar as escolhas dos empresários pelas metodologias do estudo.

4.5.  GRAU DE IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES

Com o intuito de verificar a importância atribuída aos indicadores para análise de

investimentos e compreender o entendimento dos entrevistados sobre tais indicadores,foi atribuída uma escala de importância. Tal escala levou em consideração a percepção

dos entrevistados sobre cada índice utilizado na Análise de Viabilidade Econômica de

Projetos, juntamente com uma avaliação de importância do Business Model Canvas, de

modo a avaliar a correlação entre ambos os modelos.

A partir da análise individual de cada indicador da Análise de Viabilidade

Econômica, foi possível constatar que 25% dos entrevistados alegaram não saber sobre

a importância desse índice. Assim, conforme figura 20, 12% corresponderam ao índicecomo essencial para a avaliação do negócio, outros 25% como um índice muito

importante, 25% que o índice apresenta uma importância moderada e 13% que o índice

apresenta pouca importância para avaliação, constando, ainda, que ninguém atribuiu ao

Payback à classificação de não importante.

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Figura 20 –  Grau de Importância Payback

O Valor Presente Líquido, segundo Assaf Neto e Lima (2012) reflete o quanto o

 projeto agregou de valor econômico e evidencia o quanto o mesmo valorizou em

relação ao capital investido. De fato, é um indicador que oferece base para a decisão de

investimento. Assim, quando verificado o grau de importância atribuído a este

indicador, foi constatado que 10% dos entrevistados o consideraram essencial para

análise do projeto e 22% como um indicador muito importante. Ainda, 21% dos

entrevistados consideraram que tal indicador apresenta uma importância moderada e

19% que o mesmo apresenta pouca importância. Porém, 7% alegaram que tal indicador

não possui importância em suas avaliações e outros 21% não conhecem ou não sabem a

respeito desse indicador.

25%

0%

13%

25%

25%

12%

Payback

Não sei Não importante Pouco importante

Importância moderada Muito importante Essencial

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37 

Figura 21 –  Grau de Importância Valor Presente Líquido

 Na análise sobre a Taxa Interna de Retorno (TIR), 13% dos entrevistados

consideraram que essa taxa é essencial para avaliação do empreendimento e 31% que a

mesma é muito importante. Outros 24% alegaram que esse indicador apresenta uma

relevância moderada, enquanto 7% o consideram como pouco importante. Foi

contatado, ainda, que 7% consideram como não importante para avaliação e 18% não

 possuem conhecimento sobre esse índice ou sobre a avaliação do mesmo na startup

Figura 22 –  Grau de importância Taxa Interna de Retorno (TIR)

21%

7%

19%21%

22%

10%

Valor Presente Líquido (VLP)

Não sei Não importante Pouco importante

Importância moderada Muito importante Essencial

18%

7%

7%

24%

31%

13%

Taxa Interna de Retorno (TIR)

Não sei Não importante Pouco importante

Importância moderada Muito importante Essencial

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38 

 No que diz respeito ao Índice de Lucratividade (IL), verificou-se que os

entrevistados atribuíram uma importância relevante para esse índice. Conforme figura

23, 57% dos entrevistados o consideraram como um índice essencial e muito importante

 para a análise. Outros 15% alegaram que tal índice apresenta importância moderada e

9% que é um índice pouco importante. 1% considerou que não é um índice importante e

outros 18% não sabem ou não conhecem a respeito desse índice.

Figura 23 –  Grau de importância Índice de Lucratividade (IL)

O Business Model Canvas é um modelo inovador, ágil e colaborativo, que

 permite um processo dinâmico de planejamento, controle e gestão dos recursos de um

 projeto, de forma a colaborar com a validação do mesmo. Popularizou-se com

velocidade impressionante no universo das startups, sendo usado pela grande maioria

dos jovens empreendedores na modelagem de negócios. Além disso, foi um dos

modelos mais utilizados pelas startups, conforme verificado nos resultados desse

estudo.

Assim, foi verificado que 22% dos entrevistados consideraram o Business Model

Canvas como uma ferramenta essencial para análise do empreendimento. Outros 25%

consideraram como uma ferramenta muito importante e 27% alegaram que o mesmo

 possui uma importância moderada. Ainda, 10% consideraram como pouco importante e

16% dos entrevistados não conhecem ou não sabem a respeito da importância dessa

modelo, conforme gráfico apresentado na figura 24.

18% 1%

9%

15%38%

19%

Índice de Lucratividade (IL)

Não sei Não importante Pouco importante

Importância moderada Muito importante Essencial

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Figura 24 –  Grau de importância Business Model Canvas

A partir dos resultados obtidos sobre o grau de importância atribuído a cada

indicador da Análise de Viabilidade Econômica de Projetos, juntamente com o grau de

importância atribuído ao Business Model Canvas, foi verificado também o grau de

importância consolidado a partir da escala de concordância. As opções dispostas em

cada questão a respeito do grau de importância foram: não sei; não importante; pouco

importante; importância moderada; muito importante; e essencial. Assim, para tais

opções, foi definida uma classificação de acordo com os valores abaixo:

Classificação

Não sei 0

Não importante -1

Pouco importante 1

Importância moderada 2

Muito importante 3Essencial 4

Tabela 1 – Classificação das opções para grau de importância

Para verificar o grau de importância consolidado, foi atribuído o somatório dos

valores das opções. Assim, conforme tabela 2, o Índice de Lucratividade (IL)

apresentou a maior pontual em termos de importância. De fato, a análise de qualquer

investimento parte do principio que a viabilidade levará em consideração o potencial de

lucro do projeto. Portanto, foi possível considerar que tal variável apresentou o maior

grau de importância para os entrevistados, correspondendo a 23,4% da pontuação total.

16%0%

10%

27%25%

22%

Business Model Canvas

Não sei Não importante Pouco importante

Importância moderada Muito importante Essencial

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40 

Grau de Importância Consolidado Total %% pontuação

disponível

Índice de Lucratividade (IL) 155 23,4% 45,6%

Business Model Canvas 140 21,2% 41,2%

Taxa Interna de Retorno (TIR) 131 19,8% 38,5%

Payback 126 19,1% 37,1%

Valor Presente Líquido (VPL) 109 16,5% 32,1%

Total 661 100,0%Tabela 2 –  Grau de Importância Consolidado

O Business Model Canvas apresentou uma pontuação expressiva, apresentando

21,2% da pontuação total. A Taxa Interna de Retorno (TIR) representou 19,8%, o

Payback 19,1% e o Valor Presente Líquido 16,5%. Analisando tais dados, é possível

verificar que os indicadores mais importantes na avaliação de um projeto por meio da

Análise de Viabilidade Econômica apresentaram os piores resultados.

De acordo com a pontuação estabelecida, a pontuação mínima possível atribuída a

um índice seria -68 (pontuação -1 multiplicada por 68 respostas) e a máxima seria 272

(pontuação 4 multiplicada por 68 respostas). Portanto, caso fosse considerada uma

 pontuação a ser alcançada de 50% para cada índice, a pontuação a ser atingida seria

170. Nessa perspectiva, nenhum dos índices estaria dentro dessa média dos pontos e,

além disso, nenhum teria apresentado uma pontuação relevante.

5.  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho investigou a forma como as startups têm utilizado a Análise de

Viabilidade Econômica de Projetos, de modo a identificar quais os indicadores e

metodologias de análise que tem sido desenvolvidos para avaliar os projetos, propor

investimento e se posicionar no mercado. Assim, o objetivo consistiu na análise sobre a

utilização da Análise de Viabilidade Econômica de Projetos em relação a outras

metodologias, com base nas respostas obtidas através do formulário eletrônico enviado

 para os fundadores e administradores das startups do estudo.

Foi observado o perfil dos entrevistados juntamente com o perfil das empresas, a

estrutura de capital as modalidades de investimentos de terceiros das mesmas, a

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41 

utilização da Análise de Viabilidade Econômica de Projetos como método de avaliação

de investimento e, até mesmo, como método de avaliação de uma ideia a ser colocada

em prática. De fato, 54% dos entrevistados alegaram que a startup já utilizou a Análise

de Viabilidade Econômica para colocar uma ideia em prática e 51% já utilizaram a

mesma para análise de investimento.

Assim, os resultados mostraram que a Análise de Viabilidade Econômica de

Projetos tem sido utilizada pelas Startups Brasileiras para o desenvolvimento de seus

 projetos e avaliação de cenários, porém, não é análise a mais utilizada quando

comparada as metodologias mais sistêmicas e amplas como Business Model Canvas, o

Plano de Negócio convencional e a Lean Startup. Quando verificado os resultados

obtidos pelas outras abordagens, a metodologia mais utilizada pelas startups para odesenvolvimento de projetos foi a Lean Startup. Para apresentação para investidores, o

Plano de Negócios foi o modelo mais utilizado, sendo a Análise de Viabilidade

Econômica de Projetos a abordagem menos utilizada em ambas às situações.

Por fim, foi desenvolvida uma análise para constatar a importância atribuída aos

índices utilizados na Analise de Viabilidade Econômica de Projetos. Assim, foi

observado que nenhum dos índices recebeu dos empreendedores um grau de

importância expressiva, apesar de apresentar indicadores importantes para análise deinvestimento. De certa forma, é uma metodologia que depende do conhecimento do

administrador para sua condução, enquanto as demais metodologias foram

desenvolvidas para satisfazer, de uma forma mais ampla, as necessidades,

oportunidades e riscos do negócio e sua relação com o ambiente inserido.

Sugere-se, ainda, que novos estudos sejam desenvolvidos com foco na análise de

viabilidade econômica de startups, desconsiderando a mesma como um projeto, de

modo a apresentar fatores capazes de promover a viabilidade do negócio. Além disso,

espera-se que novos trabalhos sejam desenvolvidos a partir desse estudo.

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