analise de falhas -parte ii

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Análise de falhas Análise de falhas - Modos de fraturas 1 Parte II

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Page 1: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas

Análise de falhas - Modos de fraturas 1

Parte II

Page 2: Analise de Falhas -Parte II

Tipos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 2

Page 3: Analise de Falhas -Parte II

O modo de fratura dúctil é sempre preferido por duas razões:

• A presença de deformação plástica na fratura dúctil fornece um alerta de que a fratura é eminente, permitindo tomar uma ação para diminuir o carregamento.

• As fraturas dúcteis consomem muita energia para a nucleação e a propagação.

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 3

Page 4: Analise de Falhas -Parte II

Aspecto da fratura dúctil por tração em Fe-3%Si monocristalino mostrando linhas de escorregamento e estricção. Fractography, Derek Hull Cambridge University Press.

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 4

Page 5: Analise de Falhas -Parte II

• Todos os modos de fratura envolvem duas etapas: nucleação e crescimento de uma trinca.

• Na fratura dúctil este processo é relativamente lento e a trinca se comporta de forma estável, ou seja, não há o crescimento da trinca sem um aumento na tensão aplicada.

• As fraturas dúcteis apresentam características macro e microscópicas marcantes. A mais relevante é a formação de alvéolos (“dimples”).

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 5

Page 6: Analise de Falhas -Parte II

No ponto de máximo da curva (tensão de resistência), inicia-se o processo de redução de área. Microscopicamente, a “floresta de discordâncias” interage com as partículas de 2ª fase da microestrutura, nucleando os alvéolos da fratura dúctil.

σ[Mpa]

σr

ε[%]

E

Deformação plástica

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 6

Page 7: Analise de Falhas -Parte II

Floresta de discordâncias. Micrografia obtida por transmissão eletrônica de uma liga de titânio em que as linhas escuras são discordâncias. 51450 X. (Cortesia de M. R. Plichta, Michigan Universidade Tecnológica).

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 7

Page 8: Analise de Falhas -Parte II

As discordâncias atingem as partículas nucleando trincas microscópicas na interface entre a matriz e a partícula de 2ª fase.

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 8

Page 9: Analise de Falhas -Parte II

As trincas entre as partículas coalescem formando uma trinca macroscópica (fratura).

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 9

Page 10: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 10

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Page 11: Analise de Falhas -Parte II

A superfície de fratura é formada pela abertura da trinca macroscópica, que por sua vez é formada por união das micro trincas formadas ao redor das partículas de 2ª fase.

Efeito das partículas de segunda fase na fratura dúctil em metal policristalino mostrando formação de alvéolos. Fractography Derek Hull Cambridge University Press.

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 11

Page 12: Analise de Falhas -Parte II

Influência da direção da tensão principal na morfologia dos alvéolos

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 12

Page 13: Analise de Falhas -Parte II

Superfície de fratura de corpo-de-prova de tração. Liga de alumínio 6152F.

15 x 700 x

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 13

Page 14: Analise de Falhas -Parte II

Superfície de fratura de corpo-de-prova de tração. Aço carbono. SAE 1045.

15 x 700 x

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 14

Page 15: Analise de Falhas -Parte II

Intergranular dimple rupture in a steel specimen resulting from microvoid coalescence at grain boundaries.

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 15

Page 16: Analise de Falhas -Parte II

Modos de fratura

Fratura Dúctil

Análise de falhas - Modos de fraturas 16

Page 17: Analise de Falhas -Parte II

Tipos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 17

Page 18: Analise de Falhas -Parte II

Ilustração de ferramentas de pedra da pré-história mostrando sucessão de superfícies de fratura de aspecto conchoidal, decorrentes do processo de fabricação (flaking process). Lucile R. Addington, Lithic illustration, 1986, University of Chicago –in Fractography, Derek Hull, Cambridge Press.

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 18

Page 19: Analise de Falhas -Parte II

Na fratura frágil, a trinca nucleia e propaga-se de maneira rápida com pequena ou nenhuma deformação plástica. As trincas frágeis são consideradas instáveis, pois uma vez iniciadas, propagam-se espontaneamente, sem qualquer alteração na magnitude da tensão aplicada.

σ[Mpa]

σr

ε[%]

E

Deformação plástica

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 19

Page 20: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 20

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 21: Analise de Falhas -Parte II

Macroscopicamente, a fratura frágil apresenta marcas em “V” denominadas “chevron marks” (marcas de sargento). As marcas de sargento apontam para o ponto de nucleação da trinca.

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 21

Page 22: Analise de Falhas -Parte II

Para a maioria dos materiais cristalinos a propagação de trincas frágeis ocorre por repetidas e sucessivas quebras de ligações metálicas ao longo de planos cristalinos, denominados planos de clivagem. A clivagem é transgranular e microscopicamente a fratura exibe uma série de facetas, como resultado dos diferentes planos de clivagem.

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 22

A fratura atravessa os grãos.

Page 23: Analise de Falhas -Parte II

Fratura frágil evidenciando facetas de clivagem.

100 x 400 x

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 23

Page 24: Analise de Falhas -Parte II

Marcas de sargento apontam para região de início de fratura. ASM Handbook. FAILURE ANALYSIS AND

PREVENTION v. 11

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 24

Page 25: Analise de Falhas -Parte II

Detalhe de uma roda trincada

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 25

Page 26: Analise de Falhas -Parte II

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 26

Page 27: Analise de Falhas -Parte II

Modos de fratura

Fratura Frágil

Grelhas fundidos em

aço baixa liga e

submetidas à têmpera

integral.

Análise de falhas - Modos de fraturas 27

Page 28: Analise de Falhas -Parte II

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 28

Page 29: Analise de Falhas -Parte II

Tipos de fratura

Fratura Intergranular

Análise de falhas - Modos de fraturas 29

Page 30: Analise de Falhas -Parte II

As fraturas intergranulares decorrem da decoesão dos contornos de grão.

Modos de fratura

Fratura Intergranular

Análise de falhas - Modos de fraturas 30

A fratura passa ao longo dos contornos dos grãos.

Page 31: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 31

Modos de fratura

Fratura Intergranular

Page 32: Analise de Falhas -Parte II

Fratura intergranular Os seguintes fenômenos produzem fraturas intergranulares: Trincas de têmpera; Fragilização por revenido, “Rock candy” e Fragilização por hidrogênio.

Modos de fratura

Fratura Intergranular

Análise de falhas - Modos de fraturas 32

Page 33: Analise de Falhas -Parte II

Trincas de têmpera

Análise de falhas - Modos de fraturas 33

Page 34: Analise de Falhas -Parte II

A variação volumétrica resultante da transformação martensítica depende, predominantemente, do teor de C contido no aço.

Susceptibilidade

Modos de fratura

Trincas de tempera

Análise de falhas - Modos de fraturas 34

Page 35: Analise de Falhas -Parte II

Susceptibilidade

Camada inicial de martensita

Camada sub superficial austenítica

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 35

Page 36: Analise de Falhas -Parte II

Início

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 36

Page 37: Analise de Falhas -Parte II

A gênese das trincas de têmpera pode ser resumida em:

• forma-se uma camada inicial de martensita;

• com a resfriamento, as camadas de austenita sub-superficiais sofrem a transformação martensítica com um atraso em relação a camada inicial;

• estas transformações posteriores (com expansão volumétrica) impõem tensões de tração sobre acamada inicial, que pode resultar em trincas, se estas tensões ultrapassarem o limite de resistência.

Gênese

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 37

Page 38: Analise de Falhas -Parte II

Engrenagem temperada Superficialmente (têmpera por indução).

Exemplos

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 38

Page 39: Analise de Falhas -Parte II

Trincas de têmpera Exemplos

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 39

Page 40: Analise de Falhas -Parte II

Martelos fundidos em aço 5140 e submetidos à têmpera integral

Trincas de têmpera Exemplos

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 40

Page 41: Analise de Falhas -Parte II

Trincas de têmpera Exemplos Aspecto intergranular em superfície de fratura.

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 41

Page 42: Analise de Falhas -Parte II

Fragilidade ao revenido

Análise de falhas - Modos de fraturas 42

Page 43: Analise de Falhas -Parte II

Fragilidade ao revenido (500°C)

• Quando aços ao carbono e baixa-liga são revenidos por longos períodos ou resfriados lentamente através entre 375ºC e 575ºC, estes apresentam uma tenacidade inferior à obtida para temperaturas de revenimento mais baixas.

• Este fenômeno é chamado de fragilidade ao revenido reversível ou fragilidade dos 700°F.

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 43

Page 44: Analise de Falhas -Parte II

Fragilidade ao revenido (500°C)

• A fragilidade ao revenido provoca decoesão dos antigos contornos austeníticos (fratura intergranular).

• A causa deste fenômeno é creditada a segregação de compostos contendo impurezas como P, Sb, As, Sn.

• O intensidade da fragilização aumenta com a presença dos elementos de liga Mn, Cr e Ni.

Modos de fratura

Fratura Frágil

Análise de falhas - Modos de fraturas 44

Page 45: Analise de Falhas -Parte II

Fragilidade ao revenido (500°C) • A cinética de fragilização obedece

uma curva em C com o cotovelo entre 500°C e 550°C.

• Abaixo dos 370°C, a difusão destas impurezas é baixa e não ocorre a fragilização.

• Acima dos 565°C, estas difundem-se e retornam à condição não-fragilizante.

Análise de falhas - Modos de fraturas 45

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 46: Analise de Falhas -Parte II

Fragilidade ao revenido (500°C)

• Obviamente, quanto menor a concentração destas impurezas menores os efeitos na tenacidade.

• Aços submetidos a fragilização pelo revenido podem ter sua tenacidade restaurada pelo aquecimento até aproximadamente 600ºC, manutenção por alguns minutos e resfriamento rápido.

• O tempo para a restauração da tenacidade depende do teor de elementos de liga e da temperatura do reaquecimento.

Análise de falhas - Modos de fraturas 46

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 47: Analise de Falhas -Parte II

Fragilidade ao hidrogênio

Análise de falhas - Modos de fraturas 47

Page 48: Analise de Falhas -Parte II

Fragilização por hidrogênio

• A maioria dos processos galvânicos de recobrimento apresentam quantidades significativas de hidrogênio no estado iônico que difunde-se para o interior do metal pela diferença de concentração de H.

• A difusão de hidrogênio apresenta diversos efeitos deletérios, que incluem: geração de tensões internas, fragilização e/ou a precipitação de hidretos.

Análise de falhas - Modos de fraturas 48

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 49: Analise de Falhas -Parte II

Fragilização por hidrogênio • A fragilização por hidrogênio

produz fraturas intergranulares. • Provar que a fratura foi resultado

do hidrogênio é quase sempre impossível devido a saída gradativa do hidrogênio da estrutura cristalina (intervalo de tempo entre a fratura e a análise de H).

Análise de falhas - Modos de fraturas 49

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 50: Analise de Falhas -Parte II

Fragilização por hidrogênio DESIDROGENIZAÇÃO

• O tratamento de desidrogenização (também chamado de “baking”) tem a função de remover o hidrogênio do metal.

• É realizado em estufa, em temperaturas da ordem de 150°C a 250ºC imediatamente após o processo de recobrimento. Os tempos variam entre 1 h e 5 h de tratamento.

Análise de falhas - Modos de fraturas 50

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 51: Analise de Falhas -Parte II

“Rock candy”

Análise de falhas - Modos de fraturas 51

Page 52: Analise de Falhas -Parte II

“Rock candy”

• O “Rock candy” é uma fragilização dos contornos de grão austeníticos provocada pela precipitação de AlN (nitreto de alumínio).

• Este fenômeno é característico em aços fundidos contendo teores de Al acima de 0,05%.

Fratura intergranular (rock

candy) em aço fundido.

Análise de falhas - Modos de fraturas 52

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 53: Analise de Falhas -Parte II

Quanto maior a dimensão do fundido, menor a sua velocidade de resfriamento, produzindo microestruturas frágeis com menor teor de Al.

Análise de falhas - Modos de fraturas 53

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 54: Analise de Falhas -Parte II

“Rock candy” As fraturas resultantes de “rock candy” são intergranulares (grãos austeníticos). Na superfície dos grãos observa-se o aspecto dendrítico dos nitretos.

Macrografia evidenciando a precipitação de AlN em contornos de grão austeníticos em aço fundido.

Análise de falhas - Modos de fraturas 54

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 55: Analise de Falhas -Parte II

Precipitação de AlN em contornos de grão austeníticos em aço fundido.

“Rock candy”

Análise de falhas - Modos de fraturas 55

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 56: Analise de Falhas -Parte II

“Rock candy”

Precipitação de AlN em contornos de grão austeníticos em aço fundido.

Análise de falhas - Modos de fraturas 56

Modos de fratura

Fratura Frágil

Page 57: Analise de Falhas -Parte II

Fratura por fadiga

Análise de falhas - Modos de fraturas 57

Page 58: Analise de Falhas -Parte II

Fadiga dos metais

• As falhas mecânicas decorrentes de CARREGAMENTOS CÍCLICOS que APRESENTEM TENSÕES DE TRAÇÃO são denominadas de falhas por FADIGA, em virtude de serem observadas, geralmente, após um período de serviço considerável.

• 90% das falhas de componentes mecânicos são decorrentes de fadiga.

Análise de falhas - Modos de fraturas 58

Fadiga

Page 59: Analise de Falhas -Parte II

Fadiga de um material

• A fadiga é um processo de redução da capacidade de carga de componentes estruturais pela ruptura lenta do material, através do avanço quase infinitesimal da trinca a cada ciclo de carregamento.

• A fadiga ocorre pela presença de tensões que variam com o tempo, que provocam deformações plásticas cíclicas localizadas nos pontos mais críticos.

• Estas deformações levam a uma deterioração do material que dá origem a uma trinca de fadiga que, com o prosseguimento do carregamento variável, vai crescendo, até atingir um tamanho suficiente para provocar a ruptura final.

Análise de falhas - Modos de fraturas 59

Fadiga

Page 60: Analise de Falhas -Parte II

Fadiga dos metais Histórico

• Falhas por fadiga são relatadas desde 1828.

• O termo fadiga foi empregado por Poncelet em 1839.

• August Wöhler estudou fraturas por fadiga em eixos ferroviários em 1860.

• As fraturas por fadiga representam custos da ordem de 3% do PIB americano (90 bilhões de dólares em 1983).

Análise de falhas - Modos de fraturas 60

Fadiga

Page 61: Analise de Falhas -Parte II

Fadiga dos metais Histórico

Caso dos Comets - 1955

Análise de falhas - Modos de fraturas 61

Fadiga

Page 62: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 62

Fadiga

Page 63: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 63

Fadiga

Vista geral de uma fratura por fadiga evidenciando as marcas de praia.

Page 64: Analise de Falhas -Parte II

• Em componentes estruturais, a falha se inicia sempre nos pontos mais solicitados. Quando a solicitação é dinâmica, esta falha começa na forma de pequenas trincas de fadiga, que vão crescendo e reduzindo a seção resistente, até que uma sobrecarga faz com que ocorra a ruptura final, por uma propagação brusca da trinca.

Análise de falhas - Modos de fraturas 64

Fadiga

Page 65: Analise de Falhas -Parte II

Fadiga de alto ciclo

• Fadiga de alto ciclo – refere-se a ocorrência de fadiga em componentes submetidos a um número de ciclos superior a 104. Está associada a pequenas deformações, nominalmente elásticas.

• É o tipo mais importante e, assim, o objeto de maior interesse

Análise de falhas - Modos de fraturas 65

Fadiga

Page 66: Analise de Falhas -Parte II

Fadiga de baixo ciclo

• Fadiga de baixo ciclo – manifestação de uma ou mais trincas de fadiga decorrentes de tensões cíclicas com duração de até 104 ciclos. A fadiga de baixo ciclo é acompanhada por deformações plásticas significativas.

Análise de falhas - Modos de fraturas 66

Fadiga

Page 67: Analise de Falhas -Parte II

Fadiga térmica

• Fadiga térmica – é o processo de fadiga em que as tensões cíclicas são causadas por expansão ou contração decorrentes de ciclos térmicos de aquecimentos e

resfriamentos.

Análise de falhas - Modos de fraturas 67

Fadiga

Page 68: Analise de Falhas -Parte II

Fadiga de contato

• Fadiga de contato (“freeting”) – refere-se aos processos de fadiga em componentes submetidos ao rolamento entre duas superfícies. É um fenômeno comum em engrenagens e rolamentos. O processo envolve a ocorrência de tensões cíclicas sub superficiais que promovem a nucleação de trincas sub superficias. Com o crescimento destas trincas até a superfície de contato, ocorre a fratura de pequenos fragmentos metálicos na forma de segmentos semiesféricos.

Análise de falhas - Modos de fraturas 68

Fadiga

Page 69: Analise de Falhas -Parte II

Corrosão-fadiga Fadiga associada à corrosão (corrosão fadiga) – refere-se às fraturas causadas pela ação conjunta de fadiga e corrosão.

Análise de falhas - Modos de fraturas 69

Fadiga

Page 70: Analise de Falhas -Parte II

Carregamentos e tensões cíclicas CICLO DE TENSÕES REVERSO: Possui forma senoidal. As tensões máximas e mínimas são iguais em módulo, porém, de sinais opostos. É o ciclo artificial mais comum em máquinas de fadiga. Entretanto, existem ciclos reais como aqueles desenvolvidos por eixos rotativos operando a velocidade constante e sem sobrecargas.

Análise de falhas - Modos de fraturas 70

Fadiga

Page 71: Analise de Falhas -Parte II

Carregamentos e tensões cíclicas CICLO DE TENSÃO FLUTUANTE: Tensão máxima (σmax.) e a tensão mínima (σmin.) são diferentes e assimétricas em relação ao zero.

Análise de falhas - Modos de fraturas 71

Fadiga

Page 72: Analise de Falhas -Parte II

Carregamentos e tensões cíclicas CICLO DE TENSÕES COMPLEXAS: As tensões e a freqüência variam aleatoriamente. É o tipo mais comum se tensão cíclica. • Exemplo: asa de avião, que está sujeita a sobrecargas

periódicas.

• Nos ensaios de fadiga são empregadas simulações com versões simplificadas destes ciclos.

Análise de falhas - Modos de fraturas 72

Fadiga

Page 73: Analise de Falhas -Parte II

Carregamentos e tensões cíclicas

Análise de falhas - Modos de fraturas 73

Fadiga

Page 74: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 74

Fadiga

Page 75: Analise de Falhas -Parte II

TENSÃO MÉDIA (σm) • É a média algébrica das tensões máxima e

mínima no ciclo

Parâmetros aplicáveis aos ciclos de tensões

Análise de falhas - Modos de fraturas 75

Fadiga

Page 76: Analise de Falhas -Parte II

• AMPLITUDE DE TENSÃO (σa) • Corresponde a metade do intervalo de tensões

Parâmetros aplicáveis aos ciclos de tensões

Análise de falhas - Modos de fraturas 76

Fadiga

Page 77: Analise de Falhas -Parte II

Parâmetros aplicáveis aos ciclos de tensões

• RELAÇÃO DE TENSÕES (R) ou (A) • Corresponde a relação entre as amplitudes de tensão

mínima e máxima.

Análise de falhas - Modos de fraturas 77

Fadiga

Page 78: Analise de Falhas -Parte II

Ensaios de fadiga Os ensaios de fadiga podem ser realizados: • em corpos-de-prova usinados, visando a obtenção de

curvas S-N de materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos e

• em componentes ou estruturas em seu estado acabado. Nestes casos, os componentes são submetidos a simulações de condições de serviço ou ensaios acelerados.

Análise de falhas - Modos de fraturas 78

Fadiga

Page 79: Analise de Falhas -Parte II

Ensaio de fadiga em

corpos-de-prova

Análise de falhas - Modos de fraturas 79

Page 80: Analise de Falhas -Parte II

Ensaios de fadiga em corpos de prova

• Construção de curva S-n para corpos-de-prova usinados de aço SAE 1045 por meio de flexão rotativa em dois estados de acabamento: usinado e polido

• Parte dos pontos já foram determinados e deverão ser lançados em curva S x n e

• Observação macroscópica de fraturas por fadiga.

Análise de falhas - Modos de fraturas 80

Fadiga

Page 81: Analise de Falhas -Parte II

Ensaios de fadiga em corpos de prova

Análise de falhas - Modos de fraturas 81

Fadiga

Page 82: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 82

Ensaios de fadiga em corpos de prova

Fadiga

Máquina de fadiga por flexão rotativa

Page 83: Analise de Falhas -Parte II

Ensaios de fadiga em corpos de prova

Máquina de fadiga por flexão rotativa

Análise de falhas - Modos de fraturas 83

Fadiga

Page 84: Analise de Falhas -Parte II

Ensaios de fadiga em corpos de prova

Análise de falhas - Modos de fraturas 84

Fadiga

Page 85: Analise de Falhas -Parte II

Curvas S-n ferrosos x não-ferrosos Metais ferrosos e ligas de Ti apresentam limite de fadiga. Metais não-ferrosos são dimensionados pela vida fadiga (108 ou 109 ciclos)

Análise de falhas - Modos de fraturas 85

Fadiga

Page 86: Analise de Falhas -Parte II

Curvas S-n Natureza estatística das curvas

Análise de falhas - Modos de fraturas 86

Fadiga

Page 87: Analise de Falhas -Parte II

Aspectos macroscópico e microscópico das fraturas por fadiga

Análise de falhas - Modos de fraturas 87

Fadiga

Page 88: Analise de Falhas -Parte II

Aspectos da fratura por fadiga As fraturas decorrentes dos processos de fadiga apresentam características macro e microfractográficas particulares.

Análise de falhas - Modos de fraturas 88

Fadiga

Page 89: Analise de Falhas -Parte II

Aspectos macrofractográficos da fadiga

• Marcas de praia: São observadas á olho nú ou com até 10 vezes de aumento.

• As marcas de praia são encontradas em componentes que são sujeitos a interrupções (ou alterações bruscas no ciclo de tensão) durante a propagação da trinca no estágio II. Por exemplo: Um componente que trabalha um determinado n° de horas no dia.

Análise de falhas - Modos de fraturas 89

Fadiga

Page 90: Analise de Falhas -Parte II

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Análise de falhas - Modos de fraturas 90

Fadiga

Page 91: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 91

Fadiga

Page 92: Analise de Falhas -Parte II

B- pontos de origem da trinca; C- ruptura final (estágio III)

Análise de falhas - Modos de fraturas 92

Fadiga

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Page 93: Analise de Falhas -Parte II

Marcas de praia

Análise de falhas - Modos de fraturas 93

Fadiga

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Page 94: Analise de Falhas -Parte II

Marcas de praia em pistão de alumínio fundido em liga Al-12Si-3Cu.

Análise de falhas - Modos de fraturas 94

Fadiga

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Origem da trinca

Origem da trinca

Page 95: Analise de Falhas -Parte II

Articulação de ônibus em ferro fundido nodular

Análise de falhas - Modos de fraturas 95

Fadiga

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Page 96: Analise de Falhas -Parte II

Fratura por fadiga originada no fundo do rasgo de chaveta.

Análise de falhas - Modos de fraturas 96

Fadiga

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Origem da

trinca

Page 97: Analise de Falhas -Parte II

Equipamento e localização do parafuso retirado de serviço no equipamento.

Análise de falhas - Modos de fraturas 97

Fadiga

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Page 98: Analise de Falhas -Parte II

Vista geral da região de origem da trinca de fadiga evidenciando

“marcas de praia” e marcas de dente. As “marcas de dente”

indicam que a trinca nucleou de forma independente em vários

pontos na superfície. Com o crescimento destas trincas ocorreu

a intersecção formando uma única trinca de fadiga.

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Análise de falhas - Modos de fraturas 98

Fadiga

“Marcas de praia”

“Marcas de dente”

Page 99: Analise de Falhas -Parte II

Marcas de praia em roda automotiva fundida em liga Al-11Si.

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Análise de falhas - Modos de fraturas 99

Fadiga

Origem

Page 100: Analise de Falhas -Parte II

Marcas de praia em eixo submetido a flexão simples.

Análise de falhas - Modos de fraturas 100

Fadiga

Origem

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Page 101: Analise de Falhas -Parte II

Marcas de praia em eixo submetido a flexão bilateral.

Análise de falhas - Modos de fraturas 101

Fadiga

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Page 102: Analise de Falhas -Parte II

Marcas de praia em eixo submetido a flexão rotativa.

Análise de falhas - Modos de fraturas 102

Fadiga

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Page 103: Analise de Falhas -Parte II

Fratura por fadiga em engates ferroviários fundidos em aço.

Análise de falhas - Modos de fraturas 103

Fadiga

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Page 104: Analise de Falhas -Parte II

Marcas de praia em chapa de aço SAE 1010

Análise de falhas - Modos de fraturas 104

Fadiga

Aspectos macrofractográficos da fadiga

Page 105: Analise de Falhas -Parte II

Aspectos

microfractográficos da fadiga

Análise de falhas - Modos de fraturas 105

Fadiga

Page 106: Analise de Falhas -Parte II

Estrias de fadiga:

• As estrias de fadiga possuem dimensões microscópicas e somente são observadas em microscópio eletrônico de varredura (MEV) com ampliações entre 500 e 5000 x. Cada estria representa o avanço da trinca em um único ciclo de tensão.

Análise de falhas - Modos de fraturas 106

Fadiga

Aspectos microfractográficos da fadiga

Page 107: Analise de Falhas -Parte II

Estrias de fadiga

Análise de falhas - Modos de fraturas 107

Fadiga

Aspectos microfractográficos da fadiga

Page 108: Analise de Falhas -Parte II

Estrias em palheta de rotor fundido em alumínio

Análise de falhas - Modos de fraturas 108

Fadiga

Aspectos microfractográficos da fadiga

Page 109: Analise de Falhas -Parte II

Estrias em cabeçote de motor diesel fundido em liga de alumínio A357

Análise de falhas - Modos de fraturas 109

Fadiga

Aspectos microfractográficos da fadiga

50 x 500 x

Page 110: Analise de Falhas -Parte II

Eixo fraturado por fadiga, submetido a flexão rotativa

Análise de falhas - Modos de fraturas 110

Fadiga

Aspectos microfractográficos da fadiga

10 x 25 x

Page 111: Analise de Falhas -Parte II

Aspectos microfractográficos da fadiga

Eixo fraturado por fadiga, submetido a flexão rotativa Análise de falhas - Modos de fraturas 111

Fadiga

500 x 2000 x

Estrias

Page 112: Analise de Falhas -Parte II

Aspectos da fratura por fadiga

Cada alteração no ciclo provoca uma “marca de praia”

Análise de falhas - Modos de fraturas 112

Fadiga

Cada ciclo provoca uma estria

Page 113: Analise de Falhas -Parte II

• Nucleação de uma ou mais trincas de fadiga em regiões próximas à superfície.

• Crescimento da trinca em banda de escorregamento – crescimento da trinca em planos de alta tensão de cisalhamento. Este estágio é freqüentemente chamado de estágio I.

Análise de falhas - Modos de fraturas 113

Fadiga

Nucleação e propagação da trinca de fadiga

Page 114: Analise de Falhas -Parte II

• Ruptura final estática – Também é chamado de estágio III. Ocorre quando a trinca do estágio II atinge um tamanho crítico tal, que a seção transversal residual não resiste ao carregamento. Este estágio pode ocorrer de modo dúctil ou frágil, dependendo das propriedades mecânicas do material.

Análise de falhas - Modos de fraturas 114

Fadiga

Nucleação e propagação da trinca de fadiga

Page 115: Analise de Falhas -Parte II

A nucleação sempre ocorrerá em uma descontinuidade superficial ou sub-superficial (inclusão, porosidade, pite de corrosão).

Inclusão de óxido em pistão diesel atuou como origem de trinca de fadiga

Análise de falhas - Modos de fraturas 115

Fadiga

Nucleação e propagação da trinca de fadiga

Page 116: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 116

Fadiga

Nucleação e propagação da trinca de fadiga

Page 117: Analise de Falhas -Parte II

Nucleação e propagação da trinca de fadiga

• Crescimento da trinca nos planos de alta tensão de tração - envolve o crescimento de uma trinca bem definida na direção normal à tensão de tração máxima. Este estágio é geralmente tratado como estágio II.

Análise de falhas - Modos de fraturas 117

Fadiga

Page 118: Analise de Falhas -Parte II

Existem dois modelos para a explicação

de estrias de fadiga no estágio II:

• Arredondamento por deformação plástica da ponta trinca

• Escorregamento na ponta da trinca

Análise de falhas - Modos de fraturas 118

Fadiga

Crescimento da trinca no estágio II

Page 119: Analise de Falhas -Parte II

Modelo mais

aceito

Análise de falhas - Modos de fraturas 119

Fadiga Crescimento da trinca no estágio II

Page 120: Analise de Falhas -Parte II

Fratura instável

• O estágio III (fratura instável) ocorre quando a trinca do estágio II atinge um tamanho crítico, que leva a fratura final.

Análise de falhas - Modos de fraturas 120

Fadiga

Page 121: Analise de Falhas -Parte II

1. ASM Handbook v. 11 Failure analysis and prevention 2. ASM Handbook v. 12 Fractography 3. Fractography, D. Hull 4. In Failure Analysis of Engineering Materials, Charles R. Brooks,

Ashok Choudhury 5. In Wulpi, D. J. Understanding How Components Fail ASM 1985 6. Acervo técnico IPT

Análise de falhas - Modos de fraturas 121

Referências

Page 122: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 122

Page 123: Analise de Falhas -Parte II

Análise de falhas - Modos de fraturas 123