análise de conteúdo em comunicação

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Análise de Conteúdo em Comunicação O sociólogo Earl Babbie considera que há três métodos livres de intromissão direta no objeto de estudo: a análise histórica comparativa, a análise de estatísticas e a análise de conteúdo. Esta última teve várias definições e procurou contornar as críticas e incorporar novas tecnologias. No campo da comunicação, a análise de conteúdo surgiu com Harold Lasswell, em 1927. Para ele, esse método descrevia com objetividade e precisão o que era dito sobre o tema que fosse necessário pesquisar em um determinado lugar. Lasswell, junto com Lazarsfeld, definiu a base teórica da AC da comunicação nos anos 20 e 30 do século x. Nas primeiras definições, uma dimensão quantitativa herdada do positivismo comtiano e do neopositismo se destacou, já que a metodologia tinha de ser computada matematicamente. Com o assunto “uma técnica de pesquisa para a descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da comunicação”, Bernard Berelson publiica o primeiro livro escolar sobre a AC, ainda na primeira metade do século XX. A partir daí, na década de 50, a análise de conteúdo fez-se bastante popular, e foi usada para abordar temas como o racismo e a violência nos meios de comunicação, como o cinema e a televisão. Há muitas críticas em relação à excessiva ênfase no valor quantitativo da informação no método da análise de conteúdo. O método é acusado por alguns pesquisadores qualitativos de ser pouco profundo, pois ele desconsidera o conteúdo oculto e o contexto do objeto analisado, além de dar margem a simplificações e distorções quantitativas. Já os pesquisadores quantitativos acusam a análise de conteúdo de não ser rigorosa na definição das categorias nem plenamente replicável. A AC, no entanto, pode reunir elementos quantitativos e qualitativos. Assim ela sairia fortalecida e não enfraquecida- como diriam alguns críticos. Em geral, os pesquisadores que fazem uso da análise de conteúdo são como detetives que buscam as pistas que desvendem os significados aparentes dos signos jornalísticos. Para Babbie, o pesquisador em jornalismo deve se apoiar em dois pilares: a lógica e a investigação. O pesquisador deve então executar a produção de sentidos nas narrativas jornalísticas e os efeitos que este tipo de produção causa em seus receptores. E também os conteúdos latentes e manifestos das informações frutos de meios jornalísticos. Há vantagens e desvantagens em usar a análise de conteúdo. A seguir alguns exemplos: Vantagem: A AC é bastante objetiva e não incide diretamente no objeto a ser estudado. Desvantagem: Há uma facilidade para estudar materiais na AC, pois eles já estão concluídos. No entanto isso não garante que trabalho seja eficiente, pelo contrário, por causa disso, poderá haver falsas interpretações, além do pesquisador se basear em informações já registradas.

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Análise de Conteúdo em Comunicação

O sociólogo Earl Babbie considera que há três métodos livres de intromissão direta no objeto

de estudo: a análise histórica comparativa, a análise de estatísticas e a análise de conteúdo.

Esta última teve várias definições e procurou contornar as críticas e incorporar novas

tecnologias. No campo da comunicação, a análise de conteúdo surgiu com Harold Lasswell, em

1927. Para ele, esse método descrevia com objetividade e precisão o que era dito sobre o tema

que fosse necessário pesquisar em um determinado lugar.

Lasswell, junto com Lazarsfeld, definiu a base teórica da AC da comunicação nos anos 20 e 30

do século x. Nas primeiras definições, uma dimensão quantitativa herdada do positivismo

comtiano e do neopositismo se destacou, já que a metodologia tinha de ser computada

matematicamente.

Com o assunto “uma técnica de pesquisa para a descrição objetiva, sistemática e quantitativa

do conteúdo manifesto da comunicação”, Bernard Berelson publiica o primeiro livro escolar

sobre a AC, ainda na primeira metade do século XX. A partir daí, na década de 50, a análise de

conteúdo fez-se bastante popular, e foi usada para abordar temas como o racismo e a violência

nos meios de comunicação, como o cinema e a televisão.

Há muitas críticas em relação à excessiva ênfase no valor quantitativo da informação no

método da análise de conteúdo. O método é acusado por alguns pesquisadores qualitativos de

ser pouco profundo, pois ele desconsidera o conteúdo oculto e o contexto do objeto analisado,

além de dar margem a simplificações e distorções quantitativas. Já os pesquisadores

quantitativos acusam a análise de conteúdo de não ser rigorosa na definição das categorias

nem plenamente replicável. A AC, no entanto, pode reunir elementos quantitativos e

qualitativos. Assim ela sairia fortalecida e não enfraquecida- como diriam alguns críticos.

Em geral, os pesquisadores que fazem uso da análise de conteúdo são como detetives

que buscam as pistas que desvendem os significados aparentes dos signos jornalísticos.

Para Babbie, o pesquisador em jornalismo deve se apoiar em dois pilares: a lógica e a

investigação.

O pesquisador deve então executar a produção de sentidos nas narrativas jornalísticas

e os efeitos que este tipo de produção causa em seus receptores. E também os

conteúdos latentes e manifestos das informações frutos de meios jornalísticos.

Há vantagens e desvantagens em usar a análise de conteúdo. A seguir alguns exemplos:

Vantagem: A AC é bastante objetiva e não incide diretamente no objeto a ser

estudado.

Desvantagem: Há uma facilidade para estudar materiais na AC, pois eles já estão

concluídos. No entanto isso não garante que trabalho seja eficiente, pelo contrário, por

causa disso, poderá haver falsas interpretações, além do pesquisador se basear em

informações já registradas.