anÁlise de balanÇos

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Tcnicas de anlise

Resumo: Este procedimento aborda trs tcnicas difundidas e aceitas como direcionadores de tomada de decises nas empresas: a anlise horizontal; a anlise vertical; e a anlise por meio de quocientes ou ndices.

Sumrio

1. Introduo1.1 Alguns cuidados a serem tomados para uma boa anlise de balano

2. Anlise horizontal (ah)2.1 Finalidade 2.2 Caracterstica da anlise horizontal 2.3 Exemplo 2.3.1 Anlise de 20X2 2.3.2 Anlise de 20X3 2.4 Comparao de valores positivos com valores negativos 2.4.1 Exemplo 2.4.1.1 Anlise de 20X2/20X1 2.4.1.2 Anlise de 20X3/20X2/20X1

3. Anlise vertical (av)3.1 Algumas observaes importantes 3.2 Concluses que podem ser obtidas com a anlise vertical

4. Anlise por quocientes (aq)4.1 Exemplo 1 - Quociente de Liquidez Corrente 4.2 Exemplo 2 - Quociente de Giro do Ativo

Sumrio

1. Introduo As tcnicas de anlise de balanos, embora tenham suas limitaes, so ferramentas gerenciais de grande importncia.

Neste procedimento, trataremos de 3 tcnicas difundidas e aceitas como direcionadores de tomada de decises nas empresas. Essas tcnicas so: a) anlise horizontal; b) anlise vertical; c) anlise por meio de quocientes ou ndices.

Oportunamente, voltaremos ao tema para nos aprofundar em cada uma dessas tcnicas.

Sumrio

1.1 Alguns cuidados a serem tomados para uma boa anlise de balano Para que a anlise de balanos possa ser uma ferramenta til na tomada de decises das empresas, alguns cuidados bsicos devem ser observados.

de fundamental importncia que os registros observem os Princpios de Contabilidade. Aliado a isso, recomenda-se uma auditoria por empresa/profissional independente que convalide o trabalho realizado.

Recomenda-se, ainda, que a anlise tenha como parmetro, no mnimo, 3 perodos. Perodos menores do que esse

para anlise costumam propiciar interpretaes equivocadas ou pouco reveladoras.

Embora estejamos vivendo uma poca de calmaria em termos inflacionrios, recomenda-se, tambm, que a anlise seja feita com base em demonstraes corrigidas.

Sumrio

2. Anlise horizontal (ah)

Sumrio

2.1 Finalidade A anlise horizontal tem como principal finalidade evidenciar o crescimento ou a reduo de itens dos balanos e das demonstraes do resultado de diversos perodos. Essa anlise mostra, claramente, a tendncia de evoluo ou involuo dos diversos itens das referidas demonstraes.

Sumrio

2.2 Caracterstica da anlise horizontal A anlise horizontal se caracteriza por alinhar as contas de balanos de dois ou mais perodos (recomenda-se, no mnimo, 3 perodos), e respectivas Demonstraes do Resultado do Exerccio (DRE) referentes aos mesmos perodos.

A partir da, tendo como base o perodo 20X1 (o primeiro deles), avalia-se a evoluo ou involuo patrimonial da empresa ao longo dos anos, at 20XN (ltimo perodo de anlise).

Sumrio

2.3 Exemplo Para exemplificar, consideremos que o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), da DRE de determinada empresa para 20X1, 20X2 e 20X3, seja, respectivamente: R$ 20.000, R$ 30.000 e R$ 35.000.

Diante desses dados, poderamos montar o seguinte quadro para anlise, do qual extrairamos os respectivos ndices:

TABELA 1 - QUADRO PARA ANLISE

20X1

20X2

20X3

R$

Base

R$

Base 20X1

R$

Base 20X1

Base 20X2

20.000

1

30.000

1,50

35.000

1,75

1,1667

Sumrio

2.3.1 Anlise de 20X2 A anlise comparativa entre 20X2 e 20X1 revela que o Custo da Mercadoria Vendida de um ano para outro evoluiu 50% (1,50 - 1 = 0,50 x 100 = 50%)

Sumrio

2.3.2 Anlise de 20X3 Uma anlise simplista em 20X3 revela que o CMV caiu percentualmente de um ano para outro.

A anlise comparativa entre 20X3 e 20X2 mostra que houve um acrscimo no custo de 16,67% (1,1667 - 1 = 0,1667 x 100 = 16,67% ).

J anlise comparativa entre 20X3 e 20X1 mostra uma evoluo do CMV da ordem de 75% (1,75 - 1 = 0,75 x 100 = 75%).

Sumrio

2.4 Comparao de valores positivos com valores negativos O profissional, ao executar seu trabalho, frequentemente se depara com itens das demonstraes financeiras que se apresentam em determinado perodo com valor positivo; em outro, com valor negativo. So exemplos, no balano, a conta Lucros ou Prejuzos Acumulados e, na DRE, a linha Resultado do Exerccio.

O analista mais experiente, normalmente, no fica voltado somente para os ndices ou percentuais apurados, mas, tambm, para a caracterstica aritmtica destes - ou seja, fundamental verificar se o nmero positivo ou negativo.

Sumrio

2.4.1 Exemplo Para exemplificar, consideremos que a linha lucro/prejuzo de 20X1, 20X2 e 20X3 da DRE de determinada empresa se apresente com o seguintes valores, respectivamente: R$ 50.000 (lucro), R$ 3.000 (prejuzo) e R$ 5.000 (prejuzo)

Diante desses dados, teramos:

TABELA 2 - QUADRO PARA ANLISE

20X1

20X2

20X3

R$

Base

R$

Base 20X1

R$

Base 20X1

Base 20X2

40.000

1

- 4.000

- 0,10

- 5.000

- 0,125

1,25

Sumrio

2.4.1.1 Anlise de 20X2/20X1

O que se verifica que a empresa saiu de um lucro, em 20X1, de R$ 40.000 para um prejuzo de R$ 4.000, em 20X2. Para fins de determinao do ndice, basta dividir o valor de 20X2 (no caso, prejuzo) por aquele apurado em 20X1 (no caso, lucro).

Feito isso, teremos:

- 4.000 / 40.000

=

- 0,10 100 = - 10%

O que se observa do exposto que houve uma queda de 110% nos lucros

Veja que, em 20X2, a empresa apresenta prejuzo de R$ 4.000 e, em 20X1, lucro de R$ 40.000. Desse modo, para se chegar ao percentual representativo da involuo (queda) do lucro (110%), o valor apurado em 20X2 (- 0,10) deve ser, obrigatoriamente, considerado com o seu sinal negativo. Ao subtrairmos dele o ndice-base de 20X1 (1), obtm-se o percentual de involuo (reduo) do lucro (110%).

Assim: - 0,10 - 1 = - 1,10 x 100 = - 110%.

Sumrio

2.4.1.2 Anlise de 20X3/20X2/20X1 J em 20X3/20X2, a empresa apresentou prejuzos nos dois exerccios. O clculo do ndice, nesse caso, no requer nenhum cuidado muito especial. Contudo, deve-se ficar atento interpretao a ser dada ao nmero apurado.

Uma anlise simplista, mas objetiva, mostra que a situao da empresa est piorando, pois o prejuzo em 20X3, em relao ao 20X2, aumentou em 25%, conforme demonstrado a seguir:

- 5.000 / -4.000

= 1,25 - 1 = 0,25 x 100 = 25%

A anlise feita comparando-se 20X3 com 20X1 revela uma queda nos lucros de 112,5%, porque em 20X3 a empresa apresentou prejuzo de R$ 5.000 (-) e, em 20X1, lucro de R$ 40.000 (+). O percentual de involuo de 112,5% foi apurado da seguinte forma:

- 5.000 / 40.000

=

- 0,125 - 1 = 1,125

x

100

=

112,5%

Sumrio

3. Anlise vertical (av) A anlise vertical tambm vista como uma metodologia comparativa de grandezas, traduzida em percentagem.

Diferentemente da analise horizontal, na anlise vertical possvel conceber, ainda que superficialmente, interpretaes sobre a situao da empresa tendo como base apenas um perodo, pois o objeto primrio dessa anlise so as contas e/ou grupos de contas que compem a demonstrao (Balano Patrimonial e/ou DRE).

Reiteramos, contudo, a importncia de ser ter, para efeito de anlise, no mnimo, 3 perodos.

Sumrio

3.1 Algumas observaes importantes A anlise vertical caracteriza-se por atribuir a um valor de referncia das demonstraes financeiras a grandeza mxima de anlise. Essa grandeza, normalmente, expressa pelo percentual de 100%.

O valor de referncia pode ser, no balano patrimonial, o total do Ativo e o total do Passivo ou, ainda, o total dos grandes grupos de contas (no Ativo, o total do Circulante e o total do No Circulante; no Passivo, o total do Circulante, o total do No Circulante e o total do Patrimnio Lquido.

J na DRE, normalmente, utiliza-se como valor de referncia a receita operacional bruta.

Sumrio

3.2 Concluses que podem ser obtidas com a anlise vertical Essa anlise revela a importncia de cada conta ou grupo de contas ou item no contexto da respectiva demonstrao.

Com base nessa tcnica, possvel verificar, por exemplo, se a empresa tende a aplicar seus recursos em bens do Ativo Imobilizado, no estoque ou, ainda, se o investimento est uniformemente distribudo entre as diversas contas que compem o Ativo.

Segue exemplo de anlise por grupo de contas do Balano Patrimonial de uma determinada empresa que apresente os seguintes dados relativamente a 20X1:

TABELA 3 - ANLISE POR GRUPO DE CONTAS DO BALANO PATRIMONIAL

Ativo

31.12.20X1

AV

Passivo

31.12.20X1

AV

Circulante

24.000

48%

Circulante

12.500

25%

No Circulante

No Circulante

11.500

23%

- Realizvel a Longo Prazo

7.500

15%

Patrimnio Lquido

26.000

52%

- Imobilizado

18.500

37%

TOTAL

50.000

100%

TOTAL

50.000

100%

Na determinao dos percentuais para fins de anlise vertical, basta dividir o valor do grupo objeto de anlise pelo total do Ativo ou Passivo.

Exemplo:

O Percentual para fins de anlise do Ativo Circulante foi assim apurado:

Ativo Circulante / Ativo total

Portanto:

24.000 / 50.000

=

0,48 x 100 = 48%

Sumrio

4. Anlise por quocientes (aq) J a anlise por quocientes caracteriza-se pela relao entre contas ou grupos de contas do Balano Patrimonial e/ou da DRE.

Sumrio

4.1 Exemplo 1 - Quociente de Liquidez Corrente Consideremos os seguintes dados: Ativo Circulante = R$ 100.000; Passivo Circulante = R$ 53.000

Desse modo, temos:

Liquidez Corrente

=

Ativo Circulante / Passivo Circulante

Liquidez Corrente

=

100.000 / 53.000

Liquidez Corrente

=

1,89

Nesse exemplo, temos que o quociente de Liquidez Corrente corresponde a 1,89. Esse quociente revela que para cada R$ 1,00 de dvidas (Passivo Circulante) a empresa tem R$ 1,89 de Ativo Circulante.

No necessariamente os quocientes so obtidos exclusivamente de uma nica demonstrao (do Balano Patrimonial ou da DRE).

Existem quocientes obtidos com dados tanto do Balano quanto da DRE.

Um exemplo o quociente do Giro do Ativo (GA). Esse quociente obtido dividindo-se as vendas lquidas (dado que consta da DRE) pelo Ativo Total (informao que consta do Balano Patrimonial).

Sumrio

4.2 Exemplo 2 - Quociente de Giro do Ativo No desenvolvimento do exemplo, consideremos que determinada empresa apresente em sua DRE vendas lquidas de R$ 60.000 e no seu balano um Ativo total de R$ 150.000.

Diante desses dados, teremos:

Giro do ativo

=

Vendas Lquidas / Ativo total

Giro do ativo

=

R$ 60.000 / R$ 150.000

Giro do ativo

=

0,4

O que se observa do exemplo que, considerando-se um ciclo de 12 meses, a empresa "recupera" seu Ativo a cada 30 meses.

Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE) - Anlise vertical (estrutura) - Tcnica e prtica

Resumo: Este procedimento aborda a tcnica da anlise vertical, conhecida tambm como 'de estrutura', utilizada nas empresas como um processo de anlise comparativa em porcentagem.

Sumrio

1. Introduo 2. DRE - Anlise de estrutura por grupo de contas 3. Lucro Bruto3.1 Anlise de estrutura do Lucro Bruto

4. Lucro Operacional4.1 Anlise de estrutura do Lucro Operacional

5. Lucro Lquido do Exerccio5.1 Anlise de estrutura do Lucro Lquido do Exerccio

Sumrio

1. Introduo Neste procedimento, trataremos da anlise vertical da Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE) que tem como principal objetivo avaliar a estrutura dessa demonstrao em relao s contas que a compe.

Sumrio

2. DRE - Anlise de estrutura por grupo de contas

Em relao DRE, alguns autores utilizam como valor de referncia a Receita Operacional Bruta, em detrimento da Receita Lquida.

Embora a utilizao da Receita Operacional Bruta faa sentido, sobretudo quando se quer avaliar o desempenho da empresa em relao s devolues de Mercadorias/Produtos Vendidos, por exemplo, a maioria dos autores opta por utilizar como valor de referncia a Receita Lquida.

Neste procedimento, adotaremos esse critrio (Receita Lquida). Contudo, paralelamente, indicamos os dados para anlise tendo como valor de referncia a Receita Operacional Bruta, os quais tambm so interessantes para o gestor tirar suas concluses.

Desse modo, diferentemente do Balano Patrimonial, a DRE aqui apresentada com duas colunas destinadas a receber os percentuais de variao. A primeira, aps o valor absoluto de cada ano, traz os percentuais tendo como valor de referncia a Receita Lquida (essa a coluna a ser comentada). A segunda coluna traz os percentuais tendo como valor de referncia a Receita Operacional Bruta.

Sumrio

3. Lucro Bruto

TABELA 1 - LUCRO BRUTO

20X1 Contas R$ (mil) AV AV

20X2

20X3

R$ (mil)

AV

AV

R$ (mil)

AV

AV

Receita Operacional Bruta

451.869

100,00%

560.286

100,00%

969.042

100,00%

Impostos e Dedues de Vendas

(112.650)

24,93%

(131.112)

23,40%

(256.368)

26,46%

Receita Lquida de Vendas

339.219

100,00%

75,07%

429.174

100,00%

76,60%

712.674

100,00%

73,54%

Custo dos Produtos Vendidos

(219.075)

64,58%

48,48%

(304.161)

70,87%

54,29%

(478.899)

67,20%

49,42%

Lucro Bruto

120.144

35,42%

26,59%

125.013

29,13%

22,31%

233.775

32,80%

24,12%

Sumrio

3.1 Anlise de estrutura do Lucro Bruto A empresa tem um considervel custo de produo! Em 20X1, esses custos representaram 64,58% da Receita Lquida de Vendas; em 20X2, esse percentual foi superior a 70% (mais precisamente, 70,87%); em 20X3, ele caiu um pouco e passou a representar 67,20% da Receita Lquida.

Verifica-se, contudo, uma queda na margem de Lucro Bruto, em 20X1/20X2. Em 20X1, o Lucro Bruto representava 35,42% das vendas lquidas. Em 20X2, houve uma queda de 6,29 pontos percentuais. Nesse ano (20X2), o Lucro Bruto passou a representar 29,13%. A empresa se recuperou em 20X3, mas o novo percentual ficou abaixo daquele verificado em 20X1 (em 20X3, o Lucro Bruto representou 32,80% das vendas lquidas).

Sumrio

4. Lucro Operacional

TABELA 2 - LUCRO OPERACIONAL

20X1 Contas R$ (mil) AV AV

20X2

20X3

R$ (mil)

AV

AV

R$ (mil)

AV

AV

Receita Operacional Bruta

451.869

100,00%

560.286

100,00%

969.042

100,00%

Impostos e Dedues de Vendas

(112.650)

24,93%

(131.112)

23,40%

(256.368)

26,46%

Receita Lquida de Vendas

339.219

100,00%

75,07%

429.174

100,00%

76,60%

712.674

100,00%

73,54%

Custo dos Produtos Vendidos

(219.075)

64,58%

48,48%

(304.161)

70,87%

54,29%

(78.899)

67,20%

49,42%

Lucro Bruto

120.144

35,42%

26,59%

125.013

29,13%

22,31%

233.775

32,80%

24,12%

Despesas/Receitas Operacionais

Com Vendas

(26.169)

7,71%

5,79%

(27.882)

6,50%

4,98%

(45.675)

6,41%

4,71%

Gerais e Administrativas

(14.793)

4,36%

3,27%

(15.687)

3,66%

2,80%

(18.639)

2,62%

1,92%

Despesas Financeiras

(6.465)

1,91%

1,43%

(9.516)

2,22%

1,70%

(18.165)

2,55%

1,87%

Receitas Financeiras

5.769

1,70%

1,28%

5.487

1,28%

0,98%

3.822

0,54%

0,39%

Outras, Lquidas

(2.175)

0,64%

0,48%

33

0,01%

0,01%

-

0,00%

0,00%

Total das Despesas Operacionais

(43.833)

12,92%

9,70%

(47.565)

11,08%

8,49%

(78.657)

11,04%

8,12%

Lucro Operacional

76.311

22,50%

16,89%

77.448

18,05%

13,82%

155.118

21,77%

16,01%

Sumrio

4.1 Anlise de estrutura do Lucro Operacional A empresa teve um interessante Lucro Operacional em 20X1 (22,50%), comparado com a Receita Lquida. Em 20X2, houve uma queda significativa no Lucro Operacional. Ele passou a representar 18,05% da Receita Lquida em face do aumento das despesas. Contudo, a empresa soube contornar a situao e a reverteu em 20X3. O Lucro Operacional ficou prximo daquele obtido em 20X1 e representou 21,77%.

As Despesas Operacionais tm sido constantes, comparativamente com a Receita Lquida. Em 20X1, elas foram 12,92%; em 20X2, 11,08%; e em 20X3, 11,04%.

As Despesas com Vendas, item mais representativo, indicam que, pelo menos em tese, a empresa tem uma razovel poltica de controle desses gastos. Em 20X1, esses gastos representavam 7,71% das Vendas Lquidas. Em 20X2, foi verificada uma pequena reduo. Esses gastos passaram a representar 6,50%. Mantendo essa tendncia de queda, em

20X3, eles representaram 6,41% das Vendas Lquidas.

As Despesas Financeiras, no cmputo geral, tm pouca representatividade em relao Receita Lquida. Contudo, verifica-se que a cada ano a empresa tem mais Despesas Financeiras. Elas representaram, em 20X1, 1,91% da Receita Lquida. Em 20X2, houve um pequeno aumento: nesse ano, elas passaram a representar 2,22% da Receita Lquida. J em 20X3, 2,55%.

Sumrio

5. Lucro Lquido do Exerccio

TABELA 3 - LUCRO LQUIDO DO EXERCCIO

20X1 Contas R$ (mil) AV AV

20X2

20X3

R$ (mil)

AV

AV

R$ (mil)

AV

AV

Receita Operacional Bruta

451.869

100,00%

560.286

100,00%

969.042

100,00%

Impostos e Dedues de Vendas

(112.650)

24,93%

(131.112)

23,40%

(256.368)

26,46%

Receita Lquida de Vendas

339.219

100,00%

75,07%

429.174

100,00%

76,60%

712.674

100,00%

73,54%

Custo dos Produtos Vendidos

(219.075)

64,58%

48,48%

(304.161)

70,87%

54,29%

(478.899)

67,20%

49,42%

Lucro Bruto

120.144

35,42%

26,59%

125.013

29,13%

22,31%

233.775

32,80%

24,12%

(Despesas)/Receitas Operacionais

Com Vendas

(26.169)

7,71%

5,79%

(27.882)

6,50%

4,98%

(45.675)

6,41%

4,71%

Gerais e Administrativas

(14.793)

4,36%

3,27%

(15.687)

3,66%

2,80%

(18.639)

2,62%

1,92%

Despesas Financeiras

(6.465)

1,91%

1,43%

(9.516)

2,22%

1,70%

(18.165)

2,55%

1,87%

Receitas Financeiras

5.769

1,70%

1,28%

5.487

1,28%

0,98%

3.822

0,54%

0,39%

Outras, Lquidas

(2.175)

0,64%

0,48%

33

0,01%

0,01%

-

0,00%

0,00%

Total das Despesas Operacionais

(43.833)

12,92%

9,70%

(47.565)

11,08%

8,49%

(78.657)

11,04%

8,12%

Lucro Operacional

76.311

22,50%

16,89%

77.448

18,05%

13,82%

155.118

21,77%

16,01%

Outras Despesas Lquidas

(1.716)

0,51%

0,38%

(123)

0,03%

0,02%

(1.974)

0,28%

0,20%

Lucro Antes do IR e da CSLL

74.595

21,99%

16,51%

77.325

18,02%

13,80%

153.144

21,49%

15,80%

IR e CSLL do Exerccio

(19.227)

5,67%

4,25%

(19.743)

4,60%

3,52%

(44.112)

6,19%

4,55%

Lucro Lquido do Exerccio

55.368

16,32%

12,25%

57.582

13,42%

10,28%

109.032

15,30%

11,25%

Sumrio

5.1 Anlise de estrutura do Lucro Lquido do Exerccio O Lucro Lquido do Exerccio teve uma reduo percentual no perodo 20X1/20X2. Comparado com 20X1, a queda em 20X2 foi de quase 3 pontos percentuais. Em 20X1, o Lucro Lquido representava 16,32% da Receita Lquida. Em 20X2, esse percentual caiu para 13,42%. Em 20X3, a empresa quase alcanou o nvel de 20X1. O percentual do Lucro Lquido, comparado com as Vendas Lquidas, foi de 15,30%. Essa recuperao resultado da poltica agressiva de vendas, pois a empresa no conseguiu reduzir seus custos e despesas.

O IR e a CSLL devidos tm se comportado dentro da normalidade. Houve uma queda em 20X2, comparativamente com 20X1. Em 20X1, esses tributos representavam 5,67% das Vendas Lquidas. Em 20X2, houve uma pequena reduo: o percentual passou a representar 4,60%. J em 20X3, o percentual foi de 6,19%, resultado do aumento das vendas e, consequentemente, do volume de lucro tributvel.

Legislao Referenciada Em 20X Em 20X Em 20X

Balano patrimonial - Anlise vertical (estrutura) - Tcnica e prtica

Resumo: Este procedimento aborda a tcnica de anlise vertical, conhecida tambm como de estrutura, utilizada nas empresas como um processo de anlise comparativa em porcentagem.

Sumrio

1. Introduo 2. Balano patrimonial - Anlise de estrutura por grupo de contas 3 Ativo3.1 Ativo Circulante 3.1.1 Anlise de estrutura do Ativo Circulante 3.2 Realizvel a Longo Prazo 3.2.1 Anlise de estrutura do Realizvel a Longo Prazo 3.3 Ativo No Circulante (sem o subgrupo Realizvel a Longo Prazo) 3.3.1 Anlise de estrutura do Ativo No Circulante

4. Passivo4.1 Passivo Circulante 4.1.1 Anlise de estrutura do Passivo Circulante 4.2 Passivo No Circulante 4.2.1 Anlise de estrutura do Passivo No Circulante 4.3 Patrimnio Lquido 4.3.1 Anlise de estrutura do Patrimnio Lquido

Sumrio

1. Introduo Neste procedimento, trataremos da anlise vertical, identificada por alguns autores como "anlise de estrutura".

Similarmente horizontal, a anlise vertical um processo de anlise comparativo em porcentagem.

Na verdade, essa metodologia de anlise mais verstil e, em alguns momentos, mais til do que a anlise horizontal, porque

possibilita verificar o desempenho de determinado grupo de contas em relao ao total do valor de referncia e compar-lo com o dos demais anos.

O exemplo de anlise vertical desenvolvido neste procedimento compreende 3 perodos, o que permite demonstrar com riqueza de detalhes essa fascinante metodologia de estudo das variaes patrimoniais.

Lembra-se que o objetivo deste procedimento levar aos profissionais e estudantes da rea contbil e reas afins a aplicao prtica dessa valorosa ferramenta traduzida nos comentrios sobre os itens analisados.

Sumrio

2. Balano patrimonial - Anlise de estrutura por grupo de contas Conforme Iudcibus, admitido que a anlise vertical do balano patrimonial tenha como escopo os grandes grupos de contas (Ativo Circulante, Ativo No Circulante, Passivo Circulante, Passivo No Circulante e Patrimnio Lquido).

Contudo, recomenda-se que o profissional no se limite apenas a esses grandes grupos. interessante que a relao percentual se estenda aos diversos itens de cada um dos grupos que compem o Ativo ou o Passivo. Este procedimento propicia ao analista uma viso detalhada de cada um desses itens em relao ao valor de referncia.

Segue balano devidamente fracionado de acordo com os grupos que o compem.

Cada um dos anos objeto de anlise desse balano traz uma coluna adicional (AV) da qual consta a participao percentual em relao ao valor de referncia.

Observe que o valor de referncia para as contas do Ativo o total do Ativo e para as contas do Passivo, o total deste.

Sumrio

3 Ativo

Sumrio

3.1 Ativo Circulante

ATIVO CIRCULANTE

20X1 Contas R$ (mil) AV

20X2

20X3

R$ (mil)

AV

R$ (mil)

AV

Caixa e Bancos

5.175

1,90%

10.848

3,37%

8.199

1,59%

Aplicaes Financeiras

4.656

1,71%

-

-

7.716

1,49%

Duplicatas a Receber

56.655

20,85%

57.036

17,71%

124.911

24,16%

Estoques

94.659

34,84%

98.886

30,71%

162.387

31,41%

Impostos e Contribuies a Recuperar

3.075

1,13%

6.108

1,90%

5.259

1,02%

Outros Crditos

615

0,23%

1.071

0,33%

1.851

0,36%

Total do Ativo Circulante

164.835

60,66%

173.949

54,01%

310.323

60,03%

Total do Ativo

271.716

100,00%

322.047

100,00%

516.933

100,00%

Sumrio

3.1.1 Anlise de estrutura do Ativo Circulante A participao do Ativo Circulante em relao ao Ativo total significativa. A empresa se mantm uniforme ao longo dos 3 anos em relao aplicao dos recursos no Ativo Circulante. Em 20X1, o Ativo Circulante representava 60,66% do Ativo total; em 20X2, era de 54,01%, voltando casa dos 60% em 20X3 (para ser mais preciso, 60,03%).

O fato de ser uma indstria requer uma anlise mais criteriosa dos itens que compem o Ativo Circulante, porque o mais natural seria que um investimento macio fosse feito no Ativo No Circulante, mais especificamente no Imobilizado. Contudo, a opo da empresa parece que tem sido manter estoques em volumes considerveis, o que infla seu Circulante.

De todo modo, essa concentrao de investimento no Ativo Circulante se justifica. A empresa vem, ao longo dos anos, aumentando suas vendas. Assim, razovel que a conta Duplicatas a Receber tenha valor significativo dentro do Ativo total. E tem! A participao dessa conta no Ativo total, em 20X1, foi de 20,85%; em 20X2, foi de 17,71%; e em 20X3, de 24,16%.

Mais esclarecedora, como dissemos antes, a conta Estoques. Naturalmente, para atender demanda crescente por seus produtos, a empresa se viu obrigada a adquirir matria-prima e acelerar seu processo produtivo, o que proporciona representativo estoque de produtos em elaborao e acabados. Essa conta tem consistentemente representado percentual acima dos 30% em relao ao Ativo total. Em 20X1, era de 34,84%; em 20X2, 30,71%; e em 20X3, 31,41%.

Sumrio

3.2 Realizvel a Longo Prazo

REALIZVEL A LONGO PRAZO

20X1 Contas R$ (mil) AV

20X2

20X3

R$ (mil)

AV

R$ (mil)

AV

Depsitos Judiciais

3.240

1,19%

4.581

1,42%

6.456

1,25%

ICMS a Recuperar

3.636

1,34%

3.978

1,24%

4.602

0,89%

IR e CSLL Diferidos

1.560

0,57%

1.968

0,61%

2.811

0,54%

Outros Crditos

276

0,10%

330

0,10%

480

0,09%

Total do Realizvel a Longo Prazo

8.712

3,21%

10.857

3,37%

14.349

2,78%

Total do Ativo

271.716

100,00%

322.047

100,00%

516.933

100,00%

Sumrio

3.2.1 Anlise de estrutura do Realizvel a Longo Prazo O grupo de contas Realizvel a Longo Prazo pouco expressivo em relao ao total do Ativo. Seus bens e direitos, em sua maioria, esto concentrados no Ativo Circulante e no Ativo No Circulante. Em 20X1, esse grupo de contas representava 3,21% do total do Ativo; em 20X2, 3,37%; e em 20X3, 2,78%. Percebe-se, claramente, que a empresa evita aplicar recursos a longo prazo. As aplicaes que vemos so comuns e, basicamente, provenientes de discusses judiciais (Depsitos Judiciais) e de imposies da legislao tributria (ICMS a Recuperar, IR e CSLL Diferidos).

Sumrio

3.3 Ativo No Circulante (sem o subgrupo Realizvel a Longo Prazo)

ATIVO NO CIRCULANTE

20X1 Contas R$ (mil) AV

20X2

20X3

R$ (mil)

AV

R$ (mil)

AV

Investimentos

33

0,01%

33

0,01%

33

0,01%

Imobilizado

98.136

36,12%

137.208

42,60%

161.790

31,30%

Intangvel

-

-

-

-

30.438

5,89%

Total do Ativo No Circulante

98.169

36,13%

137.241

42,62%

192.261

37,19%

Total do Ativo

271.716

100,00%

322.047

100,00%

516.933

100,00%

Sumrio

3.3.1 Anlise de estrutura do Ativo No Circulante A empresa teve o auge de sua aplicao de recursos no Ativo No Circulante, mais especificamente no Ativo Imobilizado, em 20X2, ano em que s o Imobilizado chegou a representar 42,60% do Ativo total. Provavelmente por concluir que a capacidade

instalada necessria para atender a suas necessidades, a empresa retraiu seus investimentos em 20X3. Em 31.12 daquele ano, os investimentos em imobilizao foram de 31,30%, abaixo daquele ocorrido em 20X1 (36,12%).

Destaque para o subgrupo Intangvel que, em 20X3, passou a representar 5,89% do Ativo total. At ento, a empresa no tinha valores classificados nesse grupo de contas.

Sumrio

4. Passivo

Sumrio

4.1 Passivo Circulante

PASSIVO CIRCULANTE

20X1 Contas R$ (mil) AV

20X2

20X3

R$ (mil)

AV

R$ (mil)

AV

Fornecedores

13.656

5,03%

19.542

6,07%

23.538

4,55%

Emprstimos

34.563

12,72%

39.693

12,33%

95.178

18,41%

Salrios e Encargos Sociais

12.666

4,66%

9.831

3,05%

11.508

2,23%

Imposto de Renda e Contribuies Sociais

3.969

1,46%

4.782

1,48%

17.772

3,44%

Impostos a Recolher

2.850

1,05%

3.138

0,97%

3.888

0,75%

Juros sobre o Capital Prprio

8.853

3,26%

15.198

4,72%

16.329

3,16%

Outras Obrigaes

1.506

0,55%

1.884

0,59%

4.638

0,90%

Total do Passivo Circulante

78.063

28,73%

94.068

29,21%

172.851

33,44%

Total do Passivo

271.716

100,00%

322.047

100,00%

516.933

100,00%

Sumrio

4.1.1 Anlise de estrutura do Passivo Circulante Conforme se verifica, em relao ao Passivo total, o Passivo Circulante representava, em 20X1, 28,73%. Em 20X2, passou a representar 29,21%; e em 20X3, 33,44%. Esse aumento sucessivo devido principalmente pelo aumento da conta Emprstimos.

A conta Fornecedores apresentou variaes pouco significativas de um ano para outro. Em 20X1, representava 5,03% do Ativo total; em 20X2, o percentual era de 6,07%; e em 20X3, 4,55%.

Claro que, com a demanda de vendas crescendo, a empresa deve ter necessitado de capital de giro para movimentar seus

estoques. Todavia, possvel que o emprstimo bancrio tenha se tornado mais atraente do que a aquisio de matria-prima a prazo, o que justificaria o fato de os emprstimos, em 20X3, representarem 18,41% do total do Ativo, quando em 20X2 esse percentual era de 12,33%; e em 20X1, de 12,72%.

Sumrio

4.2 Passivo No Circulante

PASSIVO NO CIRCULANTE

20X1 Contas R$ (mil) AV

20X2

20X3

R$ (mil)

AV

R$ (mil)

AV

Emprstimos

5.406

1,99%

5.223

1,62%

28.101

5,44%

Proviso para Contingncias

4.650

1,71%

4.773

1,48%

6.984

1,35%

Total do Passivo No Circulante

10.056

3,70%

9.996

3,10%

35.085

6,79%

Total do Passivo

271.716

100,00%

322.047

100,00%

516.933

100,00%

Sumrio

4.2.1 Anlise de estrutura do Passivo No Circulante Como ocorre com expressiva parcela das empresas, o grupo de contas Passivo No Circulante pouco representativo em relao ao total do Passivo. Em 20X1, representava 3,70%; em 20X2, 3,10%; e em 20X3, 6,79%. Veja que a situao muito parecida com a do Realizvel a Longo Prazo, no Ativo.

A conta Emprstimos requer um pouco mais de ateno, pois ela mais do que triplicou de 20X2 para 20X3. Em 20X1, ela representava 1,99% do total do Passivo; em 20X2, 1,62%; e em 20X3, 5,44%.

Esse aumento do endividamento a longo prazo pode ser resultado da aplicao de recursos no Ativo Imobilizado. Vimos que a empresa diminuiu a aplicao de recursos no Ativo Imobilizado em prol da aplicao em Estoques. Contudo, os investimentos precisavam continuar a ser feitos. Assim, razovel admitir que a empresa tenha se visto compelida a contrair emprstimos a longo prazo para renovar e manter seu parque industrial competitivo. Valeria checar.

Sumrio

4.3 Patrimnio Lquido

PATRIMNIO LQUIDO

20X1 Contas R$ (mil) AV

20X2

20X3

R$ (mil)

AV

R$ (mil)

AV

Capital Social

123.000

45,27%

123.000

38,19%

123.000

23,79%

Reserva de Capital

3.615

1,33%

3.924

1,22%

5.646

1,09%

Ajustes de Avaliao Patrimonial

22.533

8,29%

22.194

6,89%

21.669

4,19%

Reserva de Lucros

9.840

3,62%

11.973

3,72%

17.427

3,37%

Lucros Acumulados

24.609

9,06%

56.892

17,67%

141.255

27,33%

Total do Patrimnio Lquido

183.597

67,57%

217.983

67,69%

308.997

59,78%

Total do Passivo

271.716

100,00%

322.047

100,00%

516.933

100,00%

Nota

No encerramento do exerccio social, a conta "Lucros ou Prejuzos Acumulados" no deve apresentar saldo positivo. Eventual saldo positivo remanescente nesta conta deve ser destinado para "Reserva de Lucros", nos termos da Lei n6.404/1976 , arts. 194 a 197, ou distribudo como dividendo (Instruo CVM n 469/2008 , art. 5 ).

Sumrio

4.3.1 Anlise de estrutura do Patrimnio Lquido O Patrimnio Lquido, percentualmente, manteve-se quase inalterado em 20X1/20X2. Em 20X1, representava 67,57% do Passivo total. Em 20X2, isso pouco mudou: o Patrimnio Lquido passou a representar 67,69% do total do Passivo. Em 20X3, que houve uma mudana significativa. O PL teve uma queda prxima de 8 pontos percentuais em relao a 20X1. Ele passou a representar 59,78% do total do Passivo. Isso significa que, em 20X3, quase 60% do Passivo representa capital prprio.

Um aspecto importante: a evoluo da conta Lucros Acumulados revela que a empresa tem preocupao de no se descapitalizar. Em 20X1, a participao dessa conta no total do Passivo era de 9,06%. Em 20X2, saltou para 17,67% (quase dobrou) e, em 20X3, chegou a 27,33%. Contudo, de outro lado, isso revela a existncia de um valor significativo que, ao menos em tese, poder ser desincorporado a qualquer momento, por demanda dos scios/acionistas ou mesmo por expressa disposio contratual/estatutria. Lembre-se: lucros no capitalizados nem destinados formao de reservas so valores que tendem a deixar o patrimnio da empresa.

Legislao Referenciada Em 20X Em 20X Em 20X Instruo CVM n 469/2008 Lei n 6.404/1976

RE - Anlise horizontal - Tcnica e prtica

Resumo: Este procedimento aborda a tcnica da anlise horizontal, conhecida tambm como 'de tendncia', utilizada nas empresas como direcionadora de tomada de decises.

Sumrio

1. Introduo 2. DRE - Anlise de tendncia por grupo de contas 3. Receita Lquida de Vendas3.1 Anlise de tendncia da Receita Lquida de Vendas

4. Lucro Bruto4.1 Anlise de tendncia do Lucro Bruto

5. Lucro Operacional5.1 Anlise de tendncia do Lucro Operacional

6. Lucro Lquido do Exerccio6.1 Anlise de tendncia do Lucro Lquido do Exerccio

Sumrio

1. Introduo Trataremos neste procedimento da anlise por tendncia de grupos de contas (anlise horizontal), voltada para a Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE).

Sumrio

2. DRE - Anlise de tendncia por grupo de contas A DRE dos subtpicos seguintes traz colunas adicionais para os anos de 20X2 e 20X3, que servem para balizar o analista no seu trabalho.

Em 20X2, foram acrescentadas duas colunas. A primeira reflete o ndice de Evoluo/Involuo (IEI) em comparao com 20X1.

Esse ndice foi assim determinado: IEI = 20X2 20X1 x 100.

A segunda coluna adicional traz o Percentual de Evoluo/Involuo (PEI) em comparao com 20X1.

Esse percentual determinado subtraindo-se a base 100 do IEI anteriormente apurado, deste modo: PEI = IEI - 100.

Relativamente a 20X3, foram criadas 4 colunas com a mesma natureza das colunas criadas para 20X2. Ou seja, elas refletem o ndice de Evoluo/Involuo (IEI) e o Percentual de Evoluo/Involuo (PEI) comparando 20X3 com 20X1 e 20X3 com 20X2.

Para a comparao de 20X3 com 20X1, temos as seguintes frmulas: IEI = 20X3 20X1 x 100; e PEI = IEI - 100.

J para a comparao de 20X3 com 20X2, temos as seguintes frmulas: IEI = 20X3 20X2 x 100; e PEI = IEI - 100.

O profissional pode, a seu critrio, analisar individualmente as contas da DRE ou, ento, nortear seu trabalho com base nos grandes grupos que compem essa demonstrao.

A DRE utilizada foi dividida em grupos de anlise. Contudo, a cada novo grupo objeto do trabalho ser mantido o grupo anteriormente analisado, pois essa demonstrao apresentada de forma retificativa (dedutiva), ou seja, os valores de custos e despesas so deduzidos dos valores das receitas.

Segue a DRE de uma empresa industrial que ser utilizada no desenvolvimento do exemplo e como norteador para fins de anlise.

Sumrio

3. Receita Lquida de Vendas

TABELA 1 - RECEITA LQUIDA DE VENDAS

Contas

20X1

20X2

Comparao com 20X1

20X3

Comparao com 20X1

Comparao com 20X2

R$ (mil)

R$ (mil)

IEI

PEI

R$ (mil)

IEI

PEI

IEI

PEI

Receita Operacional Bruta

451.869

560.286

123,99

23,99%

969.042

214,45

114,45%

172,95

72,95%

Impostos e Dedues de Vendas

(112.650)

(131.112)

116,39

16,39%

(256.368)

227,58

127,58%

195,53

95,53%

Receita Lquida de Vendas

339.219

429.174

126,52

26,52%

712.674

210,09

110,09%

166,06

66,06%

Sumrio

3.1 Anlise de tendncia da Receita Lquida de Vendas A Receita Lquida de Vendas no perodo de 31.12.20X1 a 31.12.20X3 evoluiu 110,09%. O nmero foi significativo e fala por si s. Contudo, interessante que se analise detalhadamente a composio desse grupo de contas, que formado, no exemplo dado, pela Receita Operacional Bruta e pelos Impostos e Dedues de Vendas.

A anlise feita em 20X2 em relao a 20X1 revela que a empresa foi eficiente, inclusive porque sua Receita Operacional Bruta teve evoluo superior correspondente evoluo dos Impostos e Dedues de Vendas (23,99% e 16,39%, respectivamente). Provavelmente, houve melhor gesto tributria e/ou menos devolues de vendas.

Em 20X3, comparativamente com 20X2, reverteu-se o quadro. A Receita Operacional Bruta aumentou 72,95% e os Impostos e Dedues de Vendas aumentaram 95,53%. Esses nmeros, isoladamente, revelam que a empresa teve um aumento na carga tributria e/ou nas devolues de vendas.

Sumrio

4. Lucro Bruto

TABELA 2 - LUCRO BRUTO

Contas

20X1

20X2

Comparao com 20X1

20X3

Comparao com 20X1

Comparao com 20X2

R$ (mil)

R$ (mil)

IEI

PEI

R$ (mil)

IEI

PEI

IEI

PEI

Receita Operacional Bruta

451.869

560.286

123,99

23,99%

969.042

214,45

114,45%

172,95

72,95%

Impostos e Dedues de Vendas

(112.650)

(131.112)

116,39

16,39%

(256.368)

227,58

127,58%

195,53

95,53%

Receita Lquida de Vendas

339.219

429.174

126,52

26,52%

712.674

210,09

110,09%

166,06

66,06%

Custo dos Produtos Vendidos

(219.075)

(304.161)

138,84

38,84%

(478.899)

218,60

118,60%

157,45

57,45%

Lucro Bruto

120.144

125.013

104,05

4,05%

233.775

194,58

94,58%

187,00

87,00%

Sumrio

4.1 Anlise de tendncia do Lucro Bruto A evoluo do Custo dos Produtos Vendidos e do Lucro Bruto no perodo 20X1-20X3 revela que a empresa tem sofrido com o aumento dos custos. Nesse perodo, o Lucro Bruto evoluiu 94,58%. J o Custo dos Produtos Vendidos evoluiu 118,60%. De todo modo, a estratgia de vendas tem sido eficiente, sobretudo em relao ao perodo de 20X3. Em 20X2, comparativamente com 20X1, o Lucro Bruto evoluiu apenas 4,05%. Agora, em 20X3, na comparao com 20X2, a situao melhorou significativamente. Nesse perodo, o Lucro Bruto evoluiu 87%, graas, como dissemos anteriormente, tima performance de vendas.

Sumrio

5. Lucro Operacional

TABELA 3 - LUCRO OPERACIONAL

Contas

20X1

20X2

Comparao com 20X1

20X3

Comparao com 20X1

Comparao com 20X2

R$ (mil)

R$ (mil)

IEI

PEI

R$ (mil)

IEI

PEI

IEI

PEI

Receita Operacional Bruta

451.869

560.286

123,99

23,99%

969.042

214,45

114,45%

172,95

72,95%

Impostos e Dedues de Vendas

(112.650)

(131.112)

116,39

16,39%

(256.368)

227,58

127,58%

195,53

95,53%

Receita Lquida de Vendas

339.219

429.174

126,52

26,52%

712.674

210,09

110,09%

166,06

66,06%

Custo dos Produtos Vendidos

(219.075)

(304.161)

138,84

38,84%

(478.899)

218,60

118,60%

157,45

57,45%

Lucro Bruto

120.144

125.013

104,05

4,05%

233.775

194,58

94,58%

187,00

87,00%

Despesas/ Receitas Operacionais

-

-

-

Com Vendas

(26.169)

(27.882)

106,55

6,55%

(45.675)

174,54

74,54%

163,82

63,82%

Gerais e Administrativas

(14.793)

(15.687)

106,04

6,04%

(18.639)

126,00

26,00%

118,82

18,82%

Despesas Financeiras

(6.465)

(9.516)

147,19

47,19%

(18.165)

280,97

180,97%

190,89

90,89%

Receitas Financeiras

5.769

5.487

95,11

-4,89%

3.822

66,25

-33,75%

69,66

-30,34%

Outras, Lquidas

(2.175)

33

(1,52)

-101,52%

-

0,00

-100,00%

-

-100,00%

Total das Despesas Operacionais

(43.833)

(47.565)

108,51

8,51%

(78.657)

179,45

79,45%

165,37

65,37%

Lucro Operacional

76.311

77.448

101,49

1,49%

155.118

203,27

103,27%

200,29

100,29%

Sumrio

5.1 Anlise de tendncia do Lucro Operacional As Despesas Operacionais apresentaram um aumento modesto em 20X2 comparativamente com 20X1 (8,51%). Agora, em 20X3, comparativamente com 20X2, o aumento foi significativo (65,37%). Contudo, esse fato no chega a ser preocupante. Veja que o Custo dos Produtos Vendidos no mesmo perodo tambm sofreu aumento significativo (57,45%). Alm do mais, o aumento dessas despesas acompanha o mesmo ritmo de aumento da Receita Operacional Bruta (72,95%). Isso significa que o aumento das vendas causou um aumento das despesas variveis com vendas (comisses, despesas com transporte, pessoal de apoio e logstica em geral).

As Despesas Financeiras tiveram um aumento expressivo em 20X3 comparativamente com 20X2 (90,89%). Isso, provavelmente, devido "exploso" de vendas ocorridas em 20X3 (aumento de 72,95%). A empresa, presumivelmente, no estava preparada para esse aumento nas vendas e, para suprir as necessidades produtivas, teve de recorrer ao mercado financeiro. Contudo, a situao favorvel empresa, pois o aumento do Lucro Operacional foi de 100,29% em 20X3, comparativamente com 20X2. Ou seja, todo o esforo e gastos logsticos e financeiros para que a empresa pudesse atender demanda foi recompensado.

A anlise 20X3-20X1 mais reveladora ainda. De 31.12.20X1 a 31.12.20X3 o Lucro Operacional da empresa evoluiu 103,27%. As Despesas Operacionais nesse perodo tiveram uma evoluo da ordem de 79,45%.

Sumrio

6. Lucro Lquido do Exerccio

TABELA 4 - LUCRO LQUIDO DO EXERCCIO

Contas

20X1

20X2

Comparao com 20X1

20X3

Comparao com 20X1

Comparao com 20X2

R$ (mil)

R$ (mil)

IEI

PEI

R$ (mil)

IEI

PEI

IEI

PEI

Receita Operacional Bruta

451.869

560.286

123,99

23,99%

969.042

214,45

114,45%

172,95

72,95%

Impostos e Dedues de Vendas

(112.650)

(131.112)

116,39

16,39%

(256.368)

227,58

127,58%

195,53

95,53%

Receita Lquida de Vendas

339.219

429.174

126,52

26,52%

712.674

210,09

110,09%

166,06

66,06%

Custo dos Produtos Vendidos

(219.075)

(304.161)

138,84

38,84%

(478.899)

218,60

118,60%

157,45

57,45%

Lucro Bruto

120.144

125.013

104,05

4,05%

233.775

194,58

94,58%

187,00

87,00%

(Despesas)/ Receitas Operacionais

-

-

-

-

-

Com Vendas

(26.169)

(27.882)

106,55

6,55%

(45.675)

174,54

74,54%

163,82

63,82%

Gerais e Administrativas

(14.793)

(15.687)

106,04

6,04%

(18.639)

126,00

26,00%

118,82

18,82%

Despesas Financeiras

(6.465)

(9.516)

147,19

47,19%

(18.165)

280,97

180,97%

190,89

90,89%

Receitas Financeiras

5.769

5.487

95,11

-4,89%

3.822

66,25

-33,75%

69,66

-30,34%

Outras, Lquidas

(2.175)

33

(1,52)

-101,52%

-

0,00

-100,00%

-

-100,00%

Total das Despesas Operacionais

(43.833)

(47.565)

108,51

8,51%

(78.657)

179,45

79,45%

165,37

65,37%

Lucro Operacional

76.311

77.448

101,49

1,49%

155.118

203,27

103,27%

200,29

100,29%

Outras Despesas Lquidas

(1.716)

(123)

7,17

-92,83%

(1.974)

115,03

15,03%

1.604,88

1.504,88%

Lucro antes do IR/CSLL

74.595

77.325

103,66

3,66%

153.144

205,30

105,30%

198,05

98,05%

IR e CSLL do Exerccio

(19.227)

(19.743)

102,68

2,68%

(44.112)

229,43

129,43%

223,43

123,43%

Lucro Lquido do Exerccio

55.368

57.582

104,00

4,00%

109.032

196,92

96,92%

189,35

89,35%

Sumrio

6.1 Anlise de tendncia do Lucro Lquido do Exerccio A empresa mostrou uma performance muito interessante de evoluo de seu Lucro Lquido. No perodo de 31.12.20X1 a 31.12.20X3, a evoluo foi de 96,92%. A anlise ano a ano mostra, contudo, que a empresa pouco evoluiu de 20X1 para 20X2. Nesse perodo, a evoluo do Lucro Lquido do Exerccio foi de apenas 4%. J no perodo 20X2/20X3, a evoluo foi de 89,35%. A poltica agressiva de vendas foi a principal responsvel por esses nmeros, tendo em vista que outros componentes importantes na formao do lucro, tais como Custos dos Produtos Vendidos e Despesas Operacionais, pouco ou nada puderam contribuir.

Legislao Referenciada Em 20X Em 20X

Balano patrimonial - Anlise horizontal (tendncia) - Tcnica e prtica

Resumo: Este procedimento aborda a tcnica da anlise horizontal, conhecida tambm como 'de tendncia', utilizada nas empresas como direcionadora de tomada de decises.

Sumrio

1. Introduo 2. Algumas observaes 3. Anlise de tendncia por grupo de contas 4. Ativo4.1 Ativo Circulante 4.1.1 Anlise de tendncia do Ativo Circulante 4.2 Ativo Realizvel a Longo Prazo 4.2.1 Anlise de tendncia do Ativo Realizvel a Longo Prazo 4.3 Ativo No Circulante (exceto o subgrupo Realizvel a Longo Prazo) 4.3.1 Anlise de tendncia do Ativo No Circulante

5. Passivo5.1 Passivo Circulante 5.1.1 Anlise de tendncia do Passivo Circulante 5.2 Passivo No Circulante 5.2.1 Anlise de tendncia do Passivo No Circulante 5.3 Patrimnio Lquido 5.3.1 Anlise de tendncia do Patrimnio Lquido

6. Resumo das contas patrimoniais (grupos de contas)6.1 Anlise de tendncia

Sumrio

1. Introduo As 3 tcnicas mais difundidas e aceitas como direcionadores de tomada de decises nas empresas so: a anlise horizontal, a anlise vertical e a anlise por meio de quocientes ou ndices.

Abordaremos aqui a anlise horizontal, conhecida tambm por muitos autores como anlise de tendncias.

Sumrio

2. Algumas observaes Neste procedimento, trataremos especificamente da anlise horizontal do balano patrimonial que, como afirma Iudcibus, tem como principal objetivo avaliar a evoluo patrimonial da empresa a partir de um momento ou situao inicial at um ponto predeterminado. Ou seja, parte-se de X1 at Xn para se ter uma viso da evoluo da empresa ao longo dos anos.

O exemplo adiante desenvolvido apresenta uma anlise que compreende 3 perodos. A adoo de perodos inferiores a 3, para fins de anlise, no recomendada, pois torna basicamente estril a anlise de tendncia, ou anlise horizontal.

Sumrio

3. Anlise de tendncia por grupo de contas

O profissional pode, a seu critrio, analisar individualmente as contas do balano ou, ento, nortear seu trabalho com base nos grandes grupos que compem o balano.

O critrio a ser adotado, neste procedimento, ser por "grupos de contas".

No Ativo, esses grupos de contas so: Circulante e No Circulante (este subdivide-se em Realizvel a Longo Prazo, Imobilizado, Intangvel e Investimentos); no grupo do Passivo, normalmente temos: Circulante, No Circulante e Patrimnio Lquido.

claro que, dentro desses grandes grupos, h contas que merecem um cuidado especial do analista. Exemplos: no grupo Ativo Circulante, as contas Duplicatas a Receber e Estoques; no grupo Ativo No Circulante, o Imobilizado e, dentro do Imobilizado, a conta Mquinas e Equipamentos.

No Passivo Circulante, recomenda-se ateno com as contas Fornecedores, Emprstimos e Tributos a Pagar; no Patrimnio Lquido, com as contas de Lucros Acumulados e Reservas.

Nos subtpicos a seguir, apresentamos o balano devidamente fracionado de acordo com os grupos que o compem. Repare que as fraes do balano apresentam como novidade colunas adicionais para os anos de 20X2 e 20X3, que servem para nortear o analista no seu trabalho.

Em 20X2, foram acrescentadas duas colunas. A primeira reflete o ndice de Evoluo/Involuo (IEI) em comparao com 20X1.

Esse ndice foi assim determinado: IEI = 20X2 20X1 x 100.

A segunda coluna adicional traz o Percentual de Evoluo/Involuo (PEI) em comparao com 20X1.

Esse percentual determinado subtraindo-se a base 100 do IEI anteriormente apurado, deste modo: PEI = IEI - 100.

Relativamente a 20X3, foram criadas 4 colunas com a mesma natureza das colunas criadas para 20X2. Ou seja, elas refletem o ndice de Evoluo/Involuo (IEI) e o Percentual de Evoluo/Involuo (PEI) comparando 20X3 com 20X1 e 20X3 com 20X2.

Para a comparao de 20X3 com 20X1, temos as seguintes frmulas: IEI = 20X3 20X1 x 100; e PEI = IEI - 100.

J para a comparao de 20X3 com 20X2, temos as seguintes frmulas: IEI = 20X3 20X2 x 100; e PEI = IEI - 100.

Seguem os balanos patrimoniais (empresa industrial) a serem utilizados no desenvolvimento do exemplo e como norteadores para fins de anlise.

Sumrio

4. Ativo A seguir analisaremos os grupos do Ativo.

Sumrio

4.1 Ativo Circulante Segue o quadro abordando as contas do Ativo Circulante.

QUADRO 1

Contas

20X1

20X2

Comparao com 20X1 20X3

Comparao com 20X1 Comparao com 20X2

R$ (mil) R$ (mil) IEI

PEI

R$ (mil) IEI

PEI

IEI

PEI

Caixa e Bancos

5.175

10.848

209,62

109,62%

8.199

158,43

58,43%

75,58

-24,42%

Aplicaes Financeiras

4.656

-

-

-

7.716

165,72

65,72%

-

-

Duplicatas a Receber

56.655

57.036

100,67

0,67%

124.911 220,48

120,48%

219,00

119,00%

Estoques

94.659

98.886

104,47

4,47%

162.387 171,55

71,55%

164,22

64,22%

Impostos e Contribuies a Recuperar

3.075

6.108

198,63

98,63%

5.259

171,02

71,02%

86,10

-13,90%

Outros Crditos

615

1.071

174,15

74,15%

1.851

300,98

200,98%

172,83

72,83%

Total do Ativo Circulante

164.835 173.949 105,53

5,53%

310.323 188,26

88,26%

178,40

78,40%

Sumrio

4.1.1 Anlise de tendncia do Ativo Circulante Verifica-se que a empresa, em 20X2, comparativamente com 20X1, teve um crescimento modesto em seu Ativo Circulante (5,53%). Somente uma conta teve crescimento superior a 100% (a conta Caixa e Bancos). Contudo, os valores nominais envolvidos eram pequenos. Os valores mais significativos (Duplicatas a Receber e Estoques) evoluram, respectivamente, 0,67% e 4,47% de 20X1 para 20X2.

J em 20X3 o cenrio revelou-se diferente. A empresa teve um crescimento significativo e importante (88,26%, comparando-se com 20X1; e 78,40%, no confronto com 20X2).

As contas Duplicatas a Receber e Estoques, em relao a 20X1, apresentaram um crescimento de 120,48% e 71,55%, respectivamente. Esse crescimento certamente foi reflexo do bom desempenho das vendas em 20X3, que foram superiores quelas de 20X1 (a anlise de vendas ser abordada em subtpico especfico adiante).

Em 20X3, comparativamente com 20X2, no se pode dizer que o crescimento do Ativo Circulante foi modesto. Muito

pelo contrrio. O crescimento alcanou 78,40%. Nmero muito expressivo. Claramente, contriburam para esse crescimento a conta Duplicatas a Receber e a conta Estoques. A primeira, de um ano para outro, evoluiu 119%; a segunda, 64,22%. O aumento significativo na conta Duplicatas a Receber, conclui-se, foi influenciado pelo volume expressivo de vendas, como se ver adiante.

No que diz respeito aos estoques, percebe-se que a empresa apostou fortemente numa poltica tradicional de manuteno desses Ativos. Isso se justifica, em princpio, pois se trata de uma empresa industrial, cujo estoque de matria-prima fundamental para alimentar a produo. Alm disso, o aumento das vendas impe empresa a manuteno de estoques mnimos para atender seus clientes.

A reduo em 24,42% em 20X3, comparando-se com 20X2, na conta Caixa e Bancos, no deve ser vista com preocupao. Observe que, em 20X3, a empresa voltou a aplicar parte do seu disponvel no mercado financeiro, coisa que ela no fez em 20X2.

Sumrio

4.2 Ativo Realizvel a Longo Prazo Segue o quadro abordando as contas do Ativo Realizvel a Longo Prazo.

QUADRO 2

Contas

20X1

20X2

Comparao com 20X1

20X3

Comparao com 20X1

Comparao com 20X2

R$ (mil) R$ (mil) IEI

PEI

R$ (mil) IEI

PEI

IEI

PEI

Depsitos Judiciais

3.240

4.581

141,39

41,39%

6.456

199,26

99,26%

140,93

40,93%

ICMS a Recuperar

3.636

3.978

109,41

9,41%

4.602

126,57

26,57%

115,69

15,69%

IR e CSLL Diferidos

1.560

1.968

126,15

26,15%

2.811

180,19

80,19%

142,84

42,84%

Outros Crditos

276

330

119,57

19,57%

480

173,91

73,91%

145,45

45,45%

Total do Realizvel a Longo Prazo

8.712

10.857

124,62

24,62%

14.349

164,70

64,70%

132,16

32,16%

Sumrio

4.2.1 Anlise de tendncia do Ativo Realizvel a Longo Prazo O grupo de contas Realizvel a Longo Prazo pouco representativo em relao ao total do Ativo. Em 20X3, ele representou apenas 2,78% do total do Ativo. A empresa realiza poucas operaes classificveis nesse grupo de contas; tem, na sua maior parte, valores realizveis a curto prazo, por isso majoritariamente classificados no Ativo Circulante.

De todo modo, a anlise horizontal revela uma evoluo constante desse grupo de contas: 24,62% em 20X2, 32,16% em 20X3 e de 20X1 para 20X3 o salto foi de 64,70%.

Destaque para a conta Depsitos Judiciais, item mais representativo do grupo nos ltimos 2 anos. A anlise revela um crescimento constante de pouco mais de 40% ao ano. Esse fato deve ser considerado, pois revela que, como a empresa tem contestado judicialmente valores que entende no serem devidos (por exemplo, relativos a tributos), caso venha a obter ganho de causa nas aes impetradas, ela ter um razovel aporte financeiro. Como se verifica, em 20X3, esse valor sozinho, nominalmente, corresponde praticamente ao valor da aplicao financeira registrada no Ativo Circulante.

Sumrio

4.3 Ativo No Circulante (exceto o subgrupo Realizvel a Longo Prazo) Segue o quadro abordando as contas do Ativo No Circulante.

QUADRO 3

Contas

20X1

20X2

Comparao com 20X1

20X3

Comparao com 20X1

Comparao com 20X2

R$ (mil)

R$ (mil)

IEI

PEI

R$ (mil)

IEI

PEI

IEI

PEI

Investimentos

33

33

100,00

0%

33

100,00

0%

100,00

0%

Imobilizado

98.136

137.208

139,81

39,81%

161.790

164,86

64,86%

117,92

17,92%

Intangvel

-

-

-

-

30.438

-

-

-

-

Total do Ativo No Circulante

98.169

137.241

139,80

39,80%

192.261

195,85

95,85%

140,09

40,09%

Sumrio

4.3.1 Anlise de tendncia do Ativo No Circulante A empresa tem aplicado no subgrupo Investimentos valor correspondente a R$ 33 mil. Esse valor revela-se inexpressivo se comparado, por exemplo, com o Ativo Total em 20X2 (R$ 322.047 mil) e tambm com o Ativo No Circulante do mesmo ano (R$ 137.241 mil).

O fato que se trata de uma indstria e, como tal, seus recursos de carter permanente, como no poderia ser diferente, so aplicados prioritariamente no Ativo Imobilizado. Contudo, de todo modo, revela uma opo por no investir em participaes societrias em outras companhias, por exemplo.

Outro ponto a ser destacado que a aplicao de recursos no Ativo Imobilizado tem sido constante, mas no linear. Em 20X2, comparativamente com 20X1, a empresa aumentou a aplicao de recursos no Ativo Imobilizado em cerca de 39,81%. Em 20X3, comparativamente com 20X2, houve aumento, porm inferior quele verificado em 20X2, comparado a 20X1. O aumento foi de 17,92%.

Chama-se a ateno para o fato de que, em 20X3, a empresa passou a aplicar recursos no Ativo Intangvel. Em termos de anlise de tendncia, somente em 20X4 ser possvel posicionar-se de forma crtica sobre os valores envolvidos. Contudo, possvel fazer uma anlise vertical.

Sumrio

5. Passivo A seguir, analisaremos os grupos do Passivo.

Sumrio

5.1 Passivo Circulante Segue o quadro abordando as contas do Passivo Circulante.

QUADRO 4

Contas

20X1

20X2

Comparao com 20X1

20X3

Comparao com 20X1

Comparao com 20X2

R$ (mil) R$ (mil) IEI

PEI

R$ (mil) IEI

PEI

IEI

PEI

Fornecedores

13.656

19.542

143,10

43,10%

23.538

172,36

72,36%

120,45

20,45%

Emprstimos

34.563

39.693

114,84

14,84%

95.178

275,38

175,38%

239,79

139,79%

Salrios e Encargos Sociais

12.666

9.831

77,62

(22,38%)

11.508

90,86

(9,14%)

117,06

17,06%

Imposto de Renda e Contribuies Sociais

3.969

4.782

120,48

20,48%

17.772

447,77

347,77%

371,64

271,64%

Impostos a Recolher

2.850

3.138

110,11

10,11%

3.888

136,42

36,42%

123,90

23,90%

Juros sobre o Capital Prprio

8.853

15.198

171,67

71,67%

16.329

184,45

84,45%

107,44

7,44%

Outras Obrigaes

1.506

1.884

125,10

25,10%

4.638

307,97

207,97%

246,18

146,18%

Total do Passivo Circulante

78.063

94.068

120,50

20,50%

172.851 221,43

121,43%

183,75

83,75%

Sumrio

5.1.1 Anlise de tendncia do Passivo Circulante No que diz respeito aos 2 primeiros anos de anlise, a empresa em foco apresentou endividamento superior gerao de recursos de curto prazo. O estudo revela que em 20X2, comparativamente com 20X1, as dvidas aumentaram 20,50%. Se voltarmos ao quadro de anlise do grupo Ativo Circulante, verificaremos que, no mesmo perodo, foram incrementados os recursos de curto prazo (disponibilidades, estoques, crdito) em pouco mais de 5%. Dados como este merecem ateno, porque, se persistentes, podem revelar certa tendncia de comprometimento da capacidade de pagamento de compromissos de curto prazo.

Mas em 20X3 essa tendncia foi bem menos acentuada. Comparativamente com 20X2, o aumento das dvidas foi da ordem de 83,75%. J em 20X3 foram gerados recursos a curto prazo de cerca de 78,40%. Situao tranquilizadora, pois mostra que a empresa est reagindo tendncia de endividamento verificada no primeiro perodo de anlise (20X2/20X1).

Percebe-se que a conta Emprstimos a principal responsvel pela tendncia de aumento do grupo Passivo Circulante.

Sumrio

6. Resumo das contas patrimoniais (grupos de contas) Segue o quadro abordando o resumo das contas do balano patrimonial.

QUADRO 7

Contas

20X1

20X2

Comparao com 20X1 20X3

Comparao com 20X1 Comparao com 20X2

R$ (mil) R$ (mil) IEI

PEI

R$ (mil) IEI

PEI

IEI

PEI

Total do Ativo Circulante

164.835 173.949 105,53

5,53%

310.323 188,26

88,26%

178,40

78,40%

Total do Realizvel a Longo Prazo

8.712

10.857

124,62

24,62%

14.349

164,70

64,70%

132,16

32,16%

Total do Ativo No Circulante

98.169

137.241 139,80

39,80%

192.261 195,85

95,85%

140,09

40,09

Total do Ativo

271.716 322.047 118,52

18,52%

516.933 190,25

90,25%

160,51

60,51%

Total do Passivo Circulante

78.063

94.068

120,50

20,50%

172.851 221,43

121,43%

183,75

83,75%

Total do Passivo No Circulante

10.056

9.996

99,40

-0,60%

35.085

348,90

248,90%

350,99

250,99%

Total do Patrimnio Lquido

183.597 217.983 118,73

18,73%

308.997 168,30

68,30%

141,75

41,75%

Total do Passivo

271.716 322.047 118,52

18,52%

516.933 190,25

90,25%

160,51

60,51%

Sumrio

6.1 Anlise de tendncia A evoluo do Ativo/Passivo da empresa, de 31.12.20X1 a 31.12.20X3, foi de 90,25%. Em 20X2, comparativamente com 20X1, o aumento foi de 18,52%. Em 20X3, comparativamente com 20X2, o aumento foi de 60,51%.

Do lado do Ativo, o grupo de contas que mais contribuiu para esse aumento foi o Circulante. Por sua vez, do lado do Passivo, a responsabilidade pela evoluo percentual concentra-se no Passivo Circulante e no Patrimnio Lquido.

Legislao Referenciada Em 20X Em 20X Lei n 11.638/2007

Indicadores financeiros baseados em fluxo de caixa: Ebitda e fluxo de caixa livre

Resumo: Este procedimento aborda o clculo do Ebitda e do fluxo de caixa livre a partir da receita bruta e a partir do lucro

operacional, bem como traz a anlise e a interpretao de ambos calculados.

Sumrio

1. Introduo 2. Ebitda2.1 Clculo do Ebitda a partir da receita bruta 2.2 Clculo do Ebitda a partir do lucro operacional 2.3 Anlise e interpretao do Ebitda calculado

3. Fluxo de caixa livre3.1 Clculo do FCL a partir da receita bruta 3.2 Clculo do FCL a partir do lucro operacional 3.3 Anlise e interpretao do FCL calculado

4. Concluso

Sumrio

1. Introduo Indicadores financeiros com base em fluxo de caixa so utilizados para subsidiar decises financeiras e de investimentos.

Alm da tradicional demonstrao de fluxo de caixa, indicadores financeiros com base no fluxo de caixa podem ser extrados das demonstraes financeiras oficiais e utilizados em anlise de desempenho operacional. Um deles o Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (Ebitda), ou Lucro Antes dos Juros, Impostos sobre o lucro, Depreciao e Amortizao (Lajida). O outro o Free Cash Flow (FCF), ou Fluxo de Caixa Livre (FCL).

Os conceitos de Ebitda e FCL valem para o prazo "no imediato", pois todas as transaes refletidas na Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE) so consideradas como se tivessem ocorrido no "regime de caixa". Por exemplo, as vendas brutas de produtos e servios so assumidas como se tivessem sido integralmente recebidas, independentemente de terem sido realizadas a vista ou a prazo. Da mesma forma, os custos dos produtos vendidos e dos servios prestados, bem como as despesas operacionais, so considerados como se tivessem sido pagos a vista. Em condies normais, o que acabar acontecendo.

Os modelos de Ebtida e FCL desenvolvidos neste artigo sero calculados com base na DRE do Quadro 1.

QUADRO 1 - DRE EM 31.12.20X0 E 31.12.20X1

Sumrio

2. Ebitda O Ebitda um indicador financeiro que mostra se os ativos operacionais esto gerando caixa. considerado pelos analistas financeiros o melhor indicador de gerao de caixa operacional, pois entram em seu clculo somente os resultados operacionais que afetam o caixa, desconsiderando-se as despesas e receitas operacionais, como a depreciao, amortizao e exausto, o resultado de equivalncia patrimonial, as despesas e receitas financeiras, as outras receitas e despesas operacionais no rotineiras e, tambm, os impostos sobre o lucro (Imposto de Renda e Contribuio Social sobre o Lucro Lquido - CSLL).

As receitas e despesas mencionadas no so consideradas no clculo do Ebitda pelos seguintes motivos:

A depreciao, amortizao e exausto no exercem impacto sobre o caixa, pois correspondem, geralmente, ao investimento j realizado e desembolsado no passado, que est sendo parcialmente considerado como despesa ou custo do perodo. Da mesma forma, o resultado da equivalncia patrimonial no implica desembolso ou ingresso de recursos, apesar de alterar o valor do investimento.

Para empresas no financeiras, as despesas e receitas financeiras no fazem parte do ciclo operacional e, sim, da "consequncia" das operaes, isto , os emprstimos so captados para financiar as operaes, e as eventuais sobras de caixa so aplicadas no mercado financeiro para minimizar as despesas financeiras.

As receitas e despesas operacionais no rotineiras no tm relao direta com o desempenho operacional normal da empresa.

Os impostos sobre o lucro so calculados sobre o lucro lquido apurado aps considerar-se todas as despesas e receitas, inclusive as que no tm relao direta com as operaes. Ademais, a gerao de caixa operacional no depende de impostos dessa natureza.

O Ebitda pode ser calculado de duas formas: a partir da receita bruta ou do lucro operacional.

Sumrio

2.1 Clculo do Ebitda a partir da receita bruta Utilizando-se os dados do Quadro 1, pode ser calculado o Ebit e, em seguida, o Ebitda, para os exerccios encerrados em 31.12.20X0 e 31.12.20X1, conforme a sequncia apresentada no Quadro 2 (at o lucro bruto, os resultados so exatamente os mesmos da DRE).

So deduzidas do lucro bruto as despesas com vendas e despesas gerais e administrativas, para apurao do Ebit. Em seguida, adiciona-se de volta o valor de depreciao, amortizao e exausto (esse valor est discriminado na Doar), pois est contido no custo dos produtos vendidos e nas despesas operacionais (despesas com vendas e despesas gerais e administrativas), o que reduz o lucro bruto e, consequentemente, o Ebit, mas no representa sada efetiva de caixa

QUADRO 2 - EBITDA CALCULADO A PARTIR DA RECEITA BRUTA

Sumrio

2.2 Clculo do Ebitda a partir do lucro operacional O Ebitda pode ser calculado tambm a partir do lucro operacional, em sentido inverso, ou seja, adiciona-se as despesas financeiras lquidas (que esto deduzidas do lucro bruto) e deduz-se as receitas de dividendos, equivalncia patrimonial e outros ganhos no rotineiros (que esto adicionados ao lucro bruto). Finalmente, adiciona-se de volta o valor de depreciao, amortizao e exausto e obtm-se o Ebitda, conforme a sequncia demonstrada no Quadro 3.

QUADRO 3 - EBITDA CALCULADO A PARTIR DO LUCRO OPERACIONAL

Sumrio

2.3 Anlise e interpretao do Ebitda calculado O Ebitda do exerccio encerrado em 31.12.20X0 R$ 273.563, e do exerccio encerrado em 31.12.20X1 R$ 454.130. Esses valores significam que as operaes da empresa esto gerando "caixa", o que um bom sinal.

Se o Ebitda fosse negativo por um perodo prolongado (que no o caso), significaria que as operaes da empresa estariam consumindo caixa, o que, fatalmente, a levaria situao de insolvncia.

Evidentemente, o Ebitda deve ser suficiente para pagar os juros e os impostos sobre o lucro e, ainda, distribuir os dividendos adequados.

Sumrio

3. Fluxo de caixa livre O FCL calculado para conhecer o valor disponvel aos investidores (aqui includos os financiadores e os acionistas), aps reservar parte do caixa operacional (FCO) gerado para garantir a manuteno e o crescimento do negcio.

Os modelos apresentados nos Quadros 4 e 5, alm de apurar o FCL normal, apuram o valor efetivamente disponvel aos acionistas, pois aos financiadores (bancos e outros credores) no h como deixar de pagar os juros.

O FCL pode tambm ser calculado de duas formas: a partir da receita bruta ou do lucro operacional.

Sumrio

3.1 Clculo do FCL a partir da receita bruta Os clculos podem ser feitos com os dados extrados das demonstraes financeiras oficiais, conforme a sequncia apresentada no Quadro 4 (at o lucro bruto, os resultados so exatamente os mesmos da DRE do Quadro 1).

QUADRO 4 - FLUXO DE CAIXA LIVRE CALCULADO A PARTIR DA RECEITA BRUTA

Calculado o Ebit, esse valor deduzido dos impostos sobre o lucro para calcular o Lucro Operacional Lquido Depois dos Impostos (LOLDI), ou Net Operating Profit After Taxes (NOPAT), que o lucro que a empresa geraria caso ela no tivesse dvida onerosa nem aplicao financeira. Assim seria possvel comparar desempenhos operacionais de duas empresas diferentes, em igualdade de condies.

O Fluxo de Caixa Operacional (FCO), ou Operating Cash Flow (OCF), apurado adicionando-se de volta o valor de depreciao, amortizao e exausto. Corresponde ao Ebitda deduzido dos impostos sobre o lucro das operaes.

O FCL obtido com a deduo dos valores lquidos investidos em capital de giro operacional e em Ativo No Circulante. Esse o valor disponvel aos financiadores e acionistas.

Finalmente, o FCL para acionista calculado aps a deduo das despesas financeiras lquidas (que, por sua vez, so "deduzidas" dos respectivos impostos sobre o lucro).

O investimento lquido em capital de giro operacional corresponde ao valor da Necessidade Lquida de Capital de Giro (NLCG), que pode ser apurado com base em dados dos balanos patrimoniais (j reclassificados), mediante a equao a seguir apresentada.

NLCG = ACO - PCO

A NLCG a diferena entre o Ativo Circulante Operacional (ACO) e o Passivo Circulante Operacional (PCO). As NLCG dos dois exerccios so calculadas como segue:

Balano encerrado em

31-12-X0

31-12-X1

Ativo Circulante Operacional

803.191

1.067.271

(-) Passivo Circulante Operacional

(316.420)

(454.613)

(=) Necessidade Lquida de Capital de Giro

486.771

612.658

Os investimentos lquidos em Ativo No Circulante podem ser calculados com os dados da Doar (considere-se os seguintes dados), como segue:

Balano encerrado em

31-12-X0

31-12-X1

Aplicaes em Ativo No Circulante

157.744

269.446

(-) Vendas de Ativo No Circulante

0

(66.529)

(=) Investimentos lquidos em Ativo No Circulante

157.744

202.917

Sumrio

3.2 Clculo do FCL a partir do lucro operacional O FCL pode ser calculado tambm a partir do lucro operacional, em sentido inverso, na sequncia demonstrada no Quadro 5. Aps apurado o Ebit, a sequncia de clculos a mesma do Quadro 4.

QUADRO 5 - FLUXO DE CAIXA LIVRE CALCULADO A PARTIR DO LUVRO OPERACIONAL

Sumrio

3.3 Anlise e interpretao do FCL calculado

A empresa precisa gerar FCL "positivo" para financiar seu crescimento, alm de remunerar o capital de terceiros e dos acionistas.

Os FCL "negativos", de R$ 419.538 e R$ 460.754, apurados nos perodos encerrados, respectivamente, em 31.12.20X0 e 31.12.20X1, mostram que o caixa gerado pelas operaes da empresa no suficiente para distribuir dividendos aps os investimentos lquidos feitos em capital de giro operacional e em Ativo No Circulante, mas suficiente para remunerar o capital de terceiros (os juros lquidos so em valores de R$ 5.999 e R$ 99.594, respectivamente para os exerccios encerrados em 31.12.20X0 e 31.12.20X1).

Os investimentos lquidos em capital de giro operacional efetuados nos dois perodos analisados evidenciam a inteno da empresa pelo crescimento do negcio. Os investimentos lquidos em Ativo No Circulante esto sendo feitos em nvel acima do valor da depreciao, amortizao e exausto, evidenciando, tambm, a inteno da empresa na manuteno de seu crescimento.

O fato de o FCL ser temporariamente negativo no significa, necessariamente, que a situao financeira da empresa seja ruim, pois os recursos que faltam podem ser financiados pelos investidores, por meio de capitalizao ou emprstimo. Um dos fatores favorveis que a empresa est gerando NOPAT positivos, com crescimento considervel no perodo encerrado em 31.12.20X1, o que sugere no existir problemas operacionais graves.

Sumrio

4. Concluso No sentido restrito, o caixa corresponde aos recursos financeiros imediatamente disponveis, como o dinheiro em espcie, saldo em conta corrente bancria e aplicao financeira de liquidez imediata.

O clculo do Ebitda e do FCL feito dentro de um conceito mais geral, amplo, considerando como elementos de "caixa" os ativos e passivos circulantes, pois sero efetivamente recebidos ou pagos em dinheiro, no curto prazo.

Os indicadores de desempenho operacional como o EBTIDA e o FCL, que vieram se juntar a outros j tradicionais, como os ndices de rotao (de estoques e contas a receber, giro do ativo operacional etc.) e ndices de rentabilidade (margem bruta, margem lquida etc.), expem a clara preocupao dos analistas financeiros e de investimentos com relao s medidas de desempenho das atividades operacionais das empresas.

A difuso e a popularizao desses indicadores entre os contabilistas importante, pois podem ser utilizados com eficcia para tomadas de decises gerenciais. As formas de clculo aqui apresentadas so bsicas e podem (e devem) ser ajustadas e/ou adaptadas de acordo com as necessidades especficas de cada empresa, atentando, porm, para suas limitaes.

Por exemplo, o conceito de Ebitda diz que este indicador mostra se os ativos operacionais esto gerando caixa e, em sua apurao, so excludos os impostos sobre o lucro. Porm, os impostos sobre o lucro so pagos em dinheiro e reduzem o caixa gerado pelas operaes. Nesse aspecto, o poder informacional do FCL muito superior.

A anlise dos investimentos em ativos de bens de capital - Mtodos disponveis

Resumo: Este procedimento aborda algumas tcnicas utilizadas para a avaliao de projetos de investimentos.

Sumrio

1. Introduo 2. Tcnicas mais usadas na avaliao de projetos de investimentos2.1 Dados do exemplo bsico

3. Mtodo do perodo de retorno (payback) 4. Mtodo do valor presente 5. Mtodo da taxa interna de retorno

6. Mtodo de custo/benefcio 7. Que tcnica de fluxo de caixa descontado deve ser usada?7.1 Caracterstica do projeto 7.2 Caracterstica da empresa 7.3 Determinao do fluxo de caixa

8. Concluso

Sumrio

1. Introduo Neste procedimento, sero expostos os mtodos disponveis para a anlise dos investimentos em ativos de bens de capital.

Sumrio

2. Tcnicas mais usadas na avaliao de projetos de investimentos Entre os vrios mtodos destinados a selecionar alternativas de investimentos, 4 sero aqui discutidos brevemente.

O primeiro deles - o "mtodo do perodo de retorno" (payback) - foi includo porque usado largamente, embora no seja um mtodo conceitualmente eficiente.

Os outros 3 procedimentos foram includos porque so conceitualmente funcionais.

Assim, temos: a) mtodo do perodo de retorno (payback): baseia-se no nmero de anos requeridos para retorno do investimento original; b) mtodo do valor presente: baseia-se em determinar o valor presente dos lucros futuros; c) mtodo da taxa interna de retorno: baseia-se na determinao da taxa de juros que iguala o valor presente dos retornos futuros ao investimento efetuado; d) mtodo de custo/benefcio ou ndice de lucratividade: baseia-se no valor presente de retornos futuros dividido pelo valor presente do investimento. Para tornar essa breve explanao mais significativa, o mesmo exemplo ser utilizado para ilustrar os 4 mtodos.

Desde j, porm, deve-se notar que em todos os casos os lucros futuros so medidos antes da depreciao e depois do Imposto de Renda resultante do projeto, ou seja, os lucros so sinnimos de fluxo de caixa quando falamos de investimentos.

Sumrio

2.1 Dados do exemplo bsico Vamos assumir que a empresa Exemplo S/A dispe de R$ 5 milhes para serem aplicados em equipamentos.

Esto sendo considerados 2 equipamentos ao custo de R$ 5 milhes.

Vamos assumir que o custo do capital de 10%.

O fluxo de caixa lquido dos investimentos, ou melhor, o lucro depois do Imposto de Renda mais a depreciao de 2 projetos em estudo so os mostrados a seguir.

MODELO 1 - FLUXO LQUIDO DE CAIXA

Sumrio

3. Mtodo do perodo de retorno (payback) O mtodo do perodo de retorno procura determinar o nmero de anos que a empresa levar para recuperar seu investimento original.

O perodo de retorno ser de 4 anos para o projeto "A" e de 7 anos mais uma parte do oitavo ano para o projeto "B".

Se a empresa considera normal um retorno em 4 anos, o projeto "A" ser aceito e o projeto "B", rejeitado.

Apesar de o mtodo do perodo de retorno ser de clculo bastante simples, ele ignora os lucros alm do perodo de retorno.

Se o projeto atingir a sua maturidade nos anos seguintes a esse perodo de retorno, esse mtodo poder provocar a seleo de um projeto menos atrativo.

Projetos com longo perodo de retorno so caracteristicamente aqueles que envolvem planejamento no longo prazo desenvolvimento de um novo produto ou um novo mercado - e exigem decises estratgicas que determinam a posio da empresa no futuro e, consequentemente, o seu sucesso no longo prazo.

A tais projetos, o mtodo do Perodo de Retorno tem sua aplicao bastante limitada. Essa aplicao feita em maior escala em projetos de investimentos a curto prazo.

A principal falha desse mtodo consiste em no considerar o efeito das taxas de juros, gerando, tambm, dvidas quando ocorre o retorno de 2 projetos diferentes dentro do mesmo perodo.

Nesse caso, o julgamento entre as duas alternativas de investimento transforma-se em simples arbtrio.

Sumrio

4. Mtodo do valor presente Desde que as falhas do mtodo do perodo de retorno tornaram-se conhecidas, os tcnicos comearam a desenvolver mtodos para avaliao de projetos que, pelo menos, reconhecessem o fato de que os valores recebidos imediatamente so preferveis aos recebidos em datas futuras.

Os estudos ento iniciados resultaram no desenvolvimento das tcnicas de fluxo de caixa descontado, procedimentos que levam em considerao o valor do dinheiro no tempo.

Uma das tcnicas do fluxo de caixa descontado o chamado mtodo de valor presente lquido, algumas vezes conhecido, simplesmente, como mtodo do valor presente.

Para implementar essa tcnica, determina-se o valor presente do fluxo lquido de caixa esperado de um investimento, descontado ao custo do capital e subtrado do custo inicial determinado no projeto.

Se o valor presente positivo, o projeto deve ser aceito; se negativo, deve ser rejeitado.

No caso de 2 projetos serem mutuamente exclusivos, aquele com maior valor presente dever ser o escolhido.

Em resumo, conclumos que o dinheiro a ser recebido em um futuro distante valer efetivamente muito menos do que o seu valor nominal atual.

s vezes, a promessa de receber R$ 5 milhes aps o prazo de 10 anos pode parecer excelente, mas, qualquer que seja a taxa de desconto adequada para uma promessa remota e incerta, o seu valor atual ser significativamente inferior a R$ 5 milhes.

O valor atual de pagamentos futuros a recproca dos juros compostos.

Logo, antes de verificarmos o funcionamento do mtodo do valor presente, importante abrirmos um parntese e recordarmos, rapidamente, o funcionamento do clculo dos juros compostos.

Juros compostos representam uma extenso do conceito de juros simples acima de um ano. Ao usarem juros compostos, os investidores podem avaliar decises que podem se estender a 2, 3, 4 ou mais anos no futuro. Dessa forma, assim que um investidor determina a taxa de juros que lhe parece normal, ele poder determinar o valor total a receber em qualquer perodo futuro de tempo.

Por exemplo, no caso de um indivduo aceitar uma taxa de 10% de juros e dispor de R$ 1.000, ele poder tomar as seguintes decises: manter os seus R$ 1.000 e gast-los agora ou aplic-los, recebendo-os de volta em, digamos, 3 anos.

Ao final do primeiro ano, ele receberia R$ 1.100, ao final do segundo ano, R$ 1.210, e, ao final do terceiro ano, R$ 1.331.

Os juros do primeiro ano totalizariam R$ 100, os juros do segundo ano representariam R$ 110 e os do terceiro ano, R$ 121, ou seja, a cada ano os juros so calculados sobre o valor original acrescido dos juros acumulados at aquele ano.

Tal procedimento resulta em curva do tipo demonstrado no grfico a seguir:

MODELO 2 - GRFICO

Onde:

M = Valor total recebido aps "n" anos;

C = Capital empregado;

i = Taxa anual de juros;

n = Nmero de anos.

Os clculos que utilizam essa frmula podem ser feitos por meio de logaritmos; entretanto, como na prtica todos os clculos so feitos com auxlio de tabelas (ou tbuas), devemos concentrar-nos no mtodo de utilizao dessas tbuas.

Dado um certo nmero de anos e uma determinada taxa de juros, o uso de tabelas simplesmente requer que descubramos o valor referente interseo da coluna indicativa da taxa de juros com a linha correspondente ao nmero de anos considerados.

A tabela feita para valores correspondentes a R$ 1, de forma que poderemos encontrar a resposta, para cada mltiplo diferente, simplesmente multiplicando o valor dado pelo elemento da tbua correspondente a R$ 1.

Por exemplo, se quisermos encontrar o valor acumulado de R$ 1.000 a 5% em 20 anos (veja Tabela A), verificaremos na tabela a seguir o valor acumulado para R$ 1 a 5% em 20 anos, que de 2,653. Multiplicando-se esse nmero por R$ 1.000, teremos o valor que procuramos, que R$ 2.653.

O valor dos juros corresponde diferena entre o valor encontrado e o principal (R$ 2.653 - R$ 1.000 = R$ 1.653).

MODELO 3 - JUROS COMPOSTOS PARA R$ 1

Aps essa rpida recordao de juros compostos, podemos retornar ao desenvolvimento do mtodo de valor presente.

O valor presente de pagamentos futuros a outra face dos juros compostos, a sua recproca, para sermos mais exatos.

Essa reciprocidade entre juros compostos e valor atual bastante razovel e pode ser aceita como base de um mtodo melhor de avaliao de investimentos do que o anterior (payback).

Se, digamos, R$ 1,00 a juros compostos de 5% ao ano vale R$ 2,65 em 20 anos (2.653 arredondado), ento igualmente lgico supor que R$ 2,65, pagveis em 20 anos e descontados taxa de 5%, tero, quando recebidos, o valor de R$ 1,00.

MODELO 4

Atravs das regras matemticas de proporo, podemos nos adiantar um passo e argumentar que, se R$ 2,65 descontados a 5% tem agora o valor de R$ 1,00, ento, R$ 1,00 a ser recebido daqui a 20 anos tem agora o valor de R$ 0,377:

MODELO 5

A frmula para o valor atual a frmula de juros compostos invertida.

MODELO 6 - FRMULA

Onde:

Rt = fluxo de caixa no ano t;

X = custo do capital;

C = custo do investimento no projeto;

N = tempo esperado de vida no projeto.

O valor presente dos projetos X e Y sero calculados a seguir.

Como vimos, a nossa empresa, Exemplo S/A, dispe de R$ 5 milhes para a aquisio de equipamentos e estamos

procurando selecionar qual dos 2 projetos deve ser escolhido.

MODELO 7 - CLCULO DO VALOR PRESENTE

(1) Ver Tabela "B" a seguir.

Como o valor presente negativo (- 850 e - 1.654), ambos os projetos devem ser rejeitados, uma vez que um projeto somente deve ser aceito quando o valor presente for positivo.

No caso de no existncia de outra alternativa, o projeto "A" seria selecionado.

A exemplo do que sucede com os juros compostos, existem tabelas tambm para o clculo do valor presente, geralmente, encontrada em livros de matemtica financeira.

Demonstramos a seguir a tabela parcial usada para resoluo do exerccio supra.

MODELO 8 - VALOR PRESENTE DE R$ 1,00

O clculo do valor presente um dos mais usados na anlise de investimentos.

O retorno no uma soma nica ao fim de um perodo, mas uma srie de recebimentos de caixa ou economias durante um futuro lapso de tempo.

Sumrio

5. Mtodo da taxa interna de retorno A taxa interna de retorno definida como a taxa de juros que iguala o valor presente dos recebimentos esperados no futuro ao investimento efetuado.

A equao para o clculo da taxa interna de retorno :

MODELO 9 - EQUAO PARA O CLCULO DA TAXA INTERNA DE RETORNO

Somando os valores de (r), teremos a soma dos recebimentos descontados que deve ser igual ao custo inicial do projeto, sendo o valor de (r) definido como "taxa interna de retorno".

Note-se que essa equao idntica do valor presente, com a diferena de que, na anterior, definimos, antecipadamente, uma taxa de desconto, isto , a equao bsica a mesma para os dois mtodos, mas, no clculo do valor presente, a taxa especificada, enquanto no mtodo da taxa interna de retorno, o valor presente lquido especificado (igual a zero) e o valor de (r), que determina o valor presente lquido igual a zero, a incgnita.

A taxa interna de retorno deve ser encontrada por tentativa.

Primeiramente, computamos o valor presente do fluxo de caixa de um determinado investimento, usando uma taxa de juro selecionada arbitrariamente.

Da compara-se o valor presente obtido com o custo de investimento.

Se o valor presente maior do que o custo, tenta-se uma taxa mais elevada e volta-se a aplicar o mesmo procedimento. Por outro lado, se o valor presente resultar menor do que o custo, reduz-se a taxa de juros e repete-se o processo.

Esse procedimento continuado at que o valor presente do fluxo do investimento seja aproximadamente igual a seu custo, e a taxa de juro que permitir essa mxima aproximao definida como a taxa de retorno.

O processo de clculo basicamente o mesmo indicado para o valor presente, porm envolve vrias alternativas de taxa at que a mais adequada seja encontrada.

Se a taxa de retorno interna de um projeto calculada em 20% e se ela reflete tambm o custo do capital no mercado financeiro, a empresa que investir em um projeto e usar o fluxo de caixa gerado por esse investimento para pagar o principal e os juros correspondentes estar efetuando uma transao sem ganhos ou prejuzos.

Entretanto, se a taxa interna de retorno exceder, digamos, os 20%, o projeto resultar lucrativo, porm, se for menor, o projeto ter com