análise de algums itens de ilheus

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Plano Diretor

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ANLISE DO PLANO DIRETOR DE ILHUS:USO E OCUPAO DO SOLO E POLTICA AMBIENTAL

INTRODUOO Plano Diretor (PD) uma ferramenta municipal elaborada juntamente com a sociedade para planejar o desenvolvimento atual e futuro da cidade. O PD orienta o crescimento do municpio, organiza os espaos destinados aos diversos tipos de atividades, seja moradia, lazer ou econmica. Ele tambm estabelece qual a infraestrutura e os servios necessrios para atender as necessidades dos moradores e das empresas que geram empregos e produzem riquezas. Essa lei deve ser estabelecida atravs de um diagnstico das relaes existentes entre a economia, a sociedade, o ambiente urbano e o meio ambiente, que resultar numa proposta de desenvolvimento para o municpio.De acordo com a Constituio Brasileira e o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001), obrigatria a elaborao e aprovao do PD para os Municpios com mais de 20.000 habitantes, integrantes de regies metropolitanas, regies de interesse turstico e aos localizados em reas com empreendimentos de grandes impactos ambientais. O Plano deve ser feito com participao da sociedade e vale para todo o territrio municipal, tendo que abranger as reas urbanas e rurais e deve ser revisto no mximo a cada 10 anos.O objetivo do presente trabalho fazer uma anlise sobre o Plano Diretor do municpio de Ilhus, destacando os itens que no esto contidos segundo a Lei n 10.257 de 10 de julho de 2001.

2 USO E OCUPAO DO SOLO URBANOO Plano Diretor de Ilhus estabelece a adequao das condies de ocupao de ocupao do solo s caractersticas do meio fsico, com a preocupao em melhorar a habitao e interesses sociais do uso da terra urbana apesar de falhar em alguns pontos no que diz respeito ao zoneamento . Se os instrumentos propostos pelo PD forem utilizados pelos gestores o municpio de Ilhus cumprir sua funo social em consonncia com o art.2 no do Estatuto da Cidade, Lei Federal n 10.257, de 10 de julho de 2001.Pode-se perceber neste plano o combate ao uso especulativo da terra como reserva de valor. De acordo o Art. 182 da Constituio Federal e dos artigos 5, 6; 7 e 8 da Lei Federal 10.257, de 10 de Julho de 2001, Estatuto da Cidade, o PD estabelece que propriedades subutilizadas ou no utilizadas, enfim que no cumprem sua funo social esto passveis de parcelamento, edificao e utilizao compulsrias, imposto predial urbano progressivo no tempo e desapropriao com ttulos da dvida pblica.2.1 Zoneamento UrbanoPara orientar e fiscalizar o planejamento o municpio dividido em macrozonas, dispostas no Captulo I do plano diretor, onde cada uma possuem leis especficas definindo diretrizes e restries de uso. Estas foram criadas como objetivo de compatibilizar as necessidades socioeconmicas de espao com a conservao do meio ambiente e preservao do patrimnio histrico arquitetnico, otimizao e a ocupao do territrio, limitao do adensamento populacional de acordo com a capacidade de suporte de cada rea, entre outros. So elas: I - zonas de interesse urbanstico; II - zonas de interesse ambiental; e III - zonas de interesse agroflorestal.Para regulao do processo de ocupao espacial urbana divide-se ainda o macrozoneamento urbano nas seguintes zonas:I - Zonas de Adensamento; II - Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS; III Zonas Especiais de Uso Turstico - ZEUT; IV Zonas Especiais de Interesse Ambiental ZEIA; V Zonas de Expanso Urbana ZEU.Houve a preocupao das divises em zonas, porm no foi especificado o tipo de rea que abrangido por cada zona. Faltou uma diviso mais detalhada de quais reas so destinadas ao uso estritamente industrial e ao uso estritamente residencial. No caso da ZEIA no cita reas como reas de proteo permanente (APP), reas de proteo ambiental (APA), reas de proteo de recursos naturais (APRN), parques, reas pblicas ou privadas com caractersticas especiais de mata entre outras. A falta de detalhamento deixa margem para que tais reas sejam ocupadas de forma indevida sendo degradadas ou descaracterizadas at sua efetiva institucionalizao.

2.2 Instrumentos que so usados na gesto do uso e ocupao do solo do Plano Diretor de Ilhus.O Plano da cidade faz uso do IPTU Progressivo que um instrumento importante do Estatuto pra regularizao do uso solo no espao urbano, que vai de encontro s especulaes imobilirias e obriga que terrenos vazios sejam usados cumprindo a sua funo social. No caso de cinco anos de cobrana de IPTU progressivo, pode-se aplicar outro instrumento da Lei n 10.257/01 contido no plano, a Desapropriao com Pagamento em Ttulos.O plano diretor da cidade de Ilhus dispe de um instrumento do Estatuto da cidade, que dependendo da forma que for aplicado favorecer as construtoras e prejudicar o ambiente, o patrimnio cultural e a paisagem, a Outorga Onerosa do Direito de Construir. Apesar de estar no plano que este instrumento no ser concedido sem a devida averiguao da inexistncia de prejuzos reais, por se tratar de uma cidade praiana, famosa que um grande polo turstico da Bahia, faltou delimitar reas na qual este instrumento no deveria ser aplicvel, orlas que ainda nopossuem grandes empreendimentos por exemplo, onde a construo de prdios muito altos destoaria do contexto. No que diz respeito ao conforto o plano teve a preocupao de estabelecer o mnimo de espao por habitante (13,00 m) das unidades imobilirias que utilizarem a Outorga Onerosa do Direito de Construir.Conforme estabelecido na Lei n 10.257/01 est contido tambm no plano em questo instrumentos como: Operaes Urbanas Consorciadas; Transferncia do Direito de Construir e; Estudo de Impacto de Vizinhana. Sendo os dois primeiros instrumentos que de certa forma estabelece uma relao entre o pblico e o privado, que segundo o plano de Ilhus e o Estatuto beneficiar as questes sociais e ambientais do municpio.O PD do municpio de Ilhus tambm possui o instrumento referente ao parcelamento, edificao ou utilizao compulsrios. Esse um dos instrumentos mais importantes da Lei n 10.257, pois atravs da utilizao dessa ferramenta possvel impedir a especulao imobiliria. Essa especulao pode ser bloqueada com a aplicao do IPTU Progressivo, como mencionado anteriormente, principalmente em ares de interesse social. As condies e prazos para aplicao desse instrumento foram fixados por uma Lei especfica. A usucapio especial de imvel urbano no est inserida no PD de Ilhus, sendo um instrumento presente na Constituio Federal e reafirmada na Lei n10.257. Essa ferramenta tem como objetivo de servir ao desenvolvimento das funes sociais da cidade, ao bem-estar de seus habitantes e ao meio ambiente. Segundo o Plano Diretor do municpio, os instrumentos que no foram utilizados no se aplicam no presente contexto na cidade de Ilhus.3 MEIO AMBIENTE Na elaborao do plano diretor de Ilhus no que diz respeito ao meio ambiente, a poltica de meio ambiente teve como princpios a sustentabilidade ambiental, sustentabilidade do patrimnio Histrico, Arquitetnico, Cultural, Artstico, Cnico, Paisagstico e Arqueolgico, para que as geraes presentes e futuras possam usufruir. Outros princpios abordados no plano diretor que so de grande importncia a responsabilidade do cidado na conservao ambiental, este princpio obriga o cidado a reparar os danos causados ao meio ambiente, e a adoo do princpio da precauo que a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, no podem ser ainda identificados. Este Princpio afirma que a ausncia da certeza cientfica formal, a existncia de um risco de um dano srio ou irreversvel requer a implementao de medidas que possam prever este dano - Princpio 15 - Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Rio/92). Quanto aos objetivos da poltica nacional do meio ambiente no plano diretor de Ilhus esto: a garantia da qualidade ambiental do municpio, contemplando principalmente a manuteno e recuperao do equilbrio dos ecossistemas locais, o uso sustentvel doa recursos naturais, controle de algumas variveis ambientais que afetam a sade das populaes humanas e a manuteno de condies ambientais para que se possa proporcionar uma melhor qualidade de vida populao. Dentre as diretrizes para a poltica municipal do meio ambiente esto a elaborao e implementao da Poltica Municipal de Meio Ambiente de forma articulada e compatibilizada com as polticas de gesto e proteo ambiental no mbito federal e estadual, e com as diretrizes e demais polticas pblicas estabelecidas nesta Lei, ou seja, alm de est de acordo com as leis estaduais e federais ainda sero adicionadas novas leis municipais que favoream a cidade conforme suas necessidades principais. Outra diretriz a efetivao da poltica municipal do meio ambiente juntamente com a implantao do Sistema Municipal de meio ambiente, que torna possvel a habilitao do municpio de exercer plenamente todas as atividades necessrias a proteo dos recursos naturais, incluindo o licenciamento e a fiscalizao das atividades de impacto ambiental no seu territrio.Tambm foi estabelecida como diretriz a valorizao da educao ambiental formal e informal, que tem como papel conscientizar a populao dos direitos e deveres quanto conservao do meio ambiente. Outra diretriz muito importante a conservao, especialmente nas reas densamente urbanizadas, dos remanescentes de vegetao natural e antropizada que contribuem para a qualidade urbano-ambiental, desempenhando importantes funes na manuteno da permeabilidade do solo, possibilitando a recarga dos aquferos e a reduo de inundaes, na estabilizao de encostas, na amenizao do clima, na filtragem do ar, e na promoo do conforto visual e sonoro. Como aes estratgicas da Poltica Municipal de Meio Ambiente ficaram estabelecidas a conservao da fauna e flora caractersticas do municpio, recuperao das reas naturais degradadas, implementao de projeto de arborizao das vias pblicas e praas, criao e ampliao de reas naturais protegidas no mbito municipal, realizao de zoneamento ecolgico, considerando os corredores de biodiversidade, aparelhamento do poder pblico para efetiva fiscalizao do cumprimento da legislao ambiental no mbito do Municpio, elaborao de planos mitigadores de impactos no entorno de grandes equipamentos pblicos ou privados localizados no municpio. Estas aes estratgicas so imprescindveis para a melhoria da qualidade de vida da populao e melhoria da proteo e ampliao da fauna e flora municipal. Quanto aos recursos hdricos presentes na localidade a poltica municipal do meio ambiente objetiva a proteo e recuperao de mananciais, incentivar a adoo de hbitos, costumes, prticas sociais e econmicas que visem proteo e recuperao dos recursos hdricos do municpio, buscar a conscientizao das interaes entre as atividades antrpicas e o meio hdrico para que sejam articuladas de maneira sustentvel, definir metas de reduo da poluio hdrica e promover o reflorestamento das matas ciliares, com espcies nativas, para evitar e reverter o quadro de assoreamento dos cursos dgua do municpio, e a revitalizao dos mesmos.As diretrizes municipais voltadas aos recursos hdricos so o desestmulo ao desperdcio, incentivo reduo das perdas fsicas da gua tratada, incentivo alterao dos padres de consumo, desenvolvimento de alternativas para a reutilizao da gua e novas alternativas de captao para usos que no requeiram padres de potabilidade, difuso de polticas de conservao do uso da gua, criao de instrumentos para permitir o controle social das condies gerais da produo de gua, ampliando o envolvimento da populao na proteo das reas produtoras de gua e a recuperao da vegetao degradada, em especial das nascentes e matas ciliares ao longo dos cursos dgua e da cobertura vegetal dos fundos de vale e encostas ngremes. Estas diretrizes englobam o que deve ser feito no municpio para manter os recursos hdricos suficientes para o uso da populao com qualidade suficiente a se evitar contaminaes e a manuteno dos recursos hdricos para que estes mantenham uma qualidade e quantidade dentro dos padres de consumo populacional.

4 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

Brasil. Lei n10.257, de 10 de Julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituio Federal, estabelece diretrizes gerais da poltica urbana e d outras providncias. Dirio Oficial da Repblica Federativa do Brasil, Braslia, 2001.