análise das demonstrações contábeis
TRANSCRIPT
Demonstrações financeiras
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
identificar as informações elementares de um Balanço Patrimonial (BP);
estruturar o BP de uma empresa em um estudo de caso;
elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) de uma empresa em um estudo de caso;
elaborar a DRE e o BP de uma empresa em um caso hipotético.
1objetivos
AU
LA
Metas da aula
Apresentar a utilização das principais demonstrações financeiras.
1
2
3
4
Pré-requisitos
Você deve se lembrar de como as transações são registradas na Contabilidade. Para registrá-las, é preciso compreender os
mecanismos de débito e crédito... Será que você realmente se lembra? Esses mecanismos já foram vistos nas aulas que tratam do Método
das Partidas Dobradas, da Demonstração do Resultado do Exercício e do Balanço Patrimonial (Aulas 2, 4 e 7 de Contabilidade I).
8 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 9
AU
LA 1
Você sabia que...
• os contadores preferem a denominação Demonstrações Contábeis a Demonstrações Financeiras?
• que as sociedades anônimas (S.A.) são obrigadas a publicar seus demonstrativos em jornais de grande circulação e no Diário Oficial?
• que as sociedades limitadas (Ltda.) ficam dispensadas dessa obrigatoriedade, mas deverão apresentar as demonstrações financeiras para efeito de Imposto de Renda?
INTRODUÇÃO Ao longo do período em que você estudou Contabilidade I, foi possível perceber
que o setor de contabilidade de uma empresa desempenha diversas funções.
Dentre elas, destacamos a necessidade de controlar, demonstrar resultados
e estabelecer métodos para o cumprimento das obrigações legais e fiscais
inerentes à pessoa jurídica.
Para iniciarmos esta nova disciplina, vale enfatizar que daremos uma visão global
sobre os relatórios contábeis. Entre os mais importantes estão as demonstrações
financeiras. Essas demonstrações serão objetos de estudo no decorrer de
nossas aulas.
Familiarizar-se com os demonstrativos financeiros é essencial para
o desenvolvimento da Análise das Demonstrações Financeiras, posto
que toda pessoa jurídica deve fornecer informações obrigatórias (para
fins fiscais, por exemplo) ao desempenhar sua atividade. Logo, o futuro
administrador deve obter um conhecimento sólido sobre o assunto para
desempenhar eficientemente as funções que lhe são inerentes.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Uma das principais finalidades da Contabilidade é a de demonstrar
periodicamente a situação em que se encontra uma determinada pessoa
jurídica.
Essas demonstrações periódicas representam a “matéria-prima”
para o estudo da situação econômico-financeira de uma empresa. Dentre
elas, destacam-se o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE).
Figura 1.1: Transparência é a alma do negócio.
Hen
kel L
.
8 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 9
AU
LA 1
Um pouco sobre a legislação
A Lei nº. 6.404, de 1976, em seu artigo 176, estabeleceu que, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar,
com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras:
a. Balanço Patrimonial; b. Demonstração do Resultado do Exercício;
c. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
d. Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. Já o artigo 177 da mesma lei determinou que “a escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência”.
Portanto, é fundamental (além de ser obrigatório por lei) para uma empresa demonstrar, por
intermédio de procedimentos contábeis, sua situação patrimonial, sua situação
financeira e sua rentabilidade; em suma, suas demonstrações contábeis.
??Figura 1.2: Números e mais números...
Jaro
slaw
Mia
rka
Balanço Patrimonial (BP)
A palavra patrimônio pode ter diversas acepções, de acordo com
o contexto em que ela é empregada. Se formos falar em cultura, por
exemplo, temos o patrimônio cultural. Se falarmos em herança, por sua
vez, é comum ouvirmos sobre o patrimônio que será herdado.
Na contabilidade, consideramos patrimônio o conjunto de bens,
direitos e obrigações de uma entidade. Você já deve ter uma boa noção
do que é Balanço Patrimonial (Contabilidade Geral I), não é? Pois bem,
vamos relembrar. O BP é uma demonstração cujo propósito é mostrar a
posição patrimonial e financeira da empresa em uma determinada data.
10 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 11
AU
LA 1
Entendendo o BP
O BP é uma demonstração financeira constituída de duas colunas. Na
coluna da esquerda, são relacionadas as contas que refletem as aplicações de recursos (Ativo); no lado direito,
as que representam as origens de recursos (Passivo).
Estrutura de origens e aplicações
Observe que os recursos são aplicados em bens (bem é aquilo que satisfaz a necessidade humana e pode ser avaliado monetariamente, como estoque de mercadoria, por exemplo) e direitos (transações que serão convertidas
em recurso financeiro, como duplicatas a receber oriundas de vendas a prazo, por exemplo). As origens de recursos, por sua
vez, são provenientes de duas fontes: capital de terceiros (as obrigações, como impostos, fornecedores, encargos
sociais etc.) e capital próprio (investimentos dos proprietários, reservas, lucros acumulados
etc., por exemplo).
ATIVO PASSIVOAplicações de recursos
(bens + direitos)
Origens de recursos
(capital de terceiros + capital próprio)
Balanço Patrimonial
Você já viu em Contabilidade Geral I que, segundo a Lei das
Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76), as contas do Ativo devem ser
classificadas em ordem decrescente de grau de LIQUIDEZ, e as contas
do passivo, em ordem decrescente de EXIGIBILIDADE. Veja um Balanço
Patrimonial para entender melhor. Acompanhe o exemplo de BP
a seguir:
LI Q U I D E Z
É a capacidade de conversão dos bens e direitos em dinheiro mais rapidamente. EXIGIBILIDADE, por sua vez, é a prioridade de pagamento das obrigações.
10 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 11
AU
LA 1
Você já viu que o BP serve para atestar a situação patrimonial
e financeira de uma empresa. Porém, você deve estar atento para o fato de que essa demonstração é estática; em
outras palavras, refere-se somente à data contemplada no BP.
!!
ATIVO PASSIVOAtivo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo
Ativo Permanente- Investimentos- Imobilizado- Diferido
Passivo Circulante
Passivo Exigível a Longo Prazo
Resultado de Exercícios Futuros
Patrimônio Líquido
Balanço PatrimonialEstrutura
Como você pode ver na estrutura do BP, os grupos de contas foram
dispostos dentro do critério mencionado, de graus de liquidez e exigibilidade.
Ainda dentro de cada grupo, a ordem de liquidez e exigibilidade também
deve ser mantida para compor o BP como um todo.
Figura 1.3: Colocando o pingo no “i”.
Mat
t W
illia
ns
12 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 13
AU
LA 1
a. Ativo (aplicações de recursos)
Você já sabe que ativo de uma empresa é tudo aquilo que se
localiza à esquerda do BP. Contudo, faz-se necessário classificar o Ativo
em três categorias para melhor compreensão de sua importância, como
a seguir:
a.1. Ativo Circulante
Ativo Circulante são aplicações de recursos de caráter temporário
que se converterão basicamente em dinheiro até 365 dias da data do
levantamento do BP ou durante o CICLO OPERACIONAL da empresa, quando
este for superior a um ano.
O Ativo Circulante é representado por:
• disponibilidades, ou tudo que pode ser revertido imediatamente
em recurso financeiro (como Caixa, Banco Conta Movimento e Aplicações
de Liquidez Imediata);
• direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte, como
quantias que terceiros devem à entidade (Clientes e Duplicatas a Receber,
por exemplo), ou outras aplicações (como Estoque, por exemplo);
• aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte (juros
pagos antecipadamente, aluguéis antecipados etc.).
a.2. Ativo Realizável a Longo Prazo
Ativo Realizável a Longo Prazo, por sua vez, são aplicações de
caráter temporário que se converterão em dinheiro mais lentamente, isto
é, após 365 dias da data do levantamento do balanço ou após o ciclo
operacional, quando este for superior a um ano.
Esse ativo é representado por:
• direitos realizáveis após o término do exercício seguinte (como
Clientes e Duplicatas a Receber, além de outras aplicações que não fazem
parte do exercício em questão);
• direitos derivados de vendas, de adiantamentos ou empréstimos
a sociedades COLIGADAS ou CONTROLADAS, a diretores, acionistas ou partici-
pantes no lucro da empresa, em virtude de não constituírem negócios
usuais na exploração do objeto da empresa.
CI C L O O P E R A C I O N A L
Para uma indústria, é o período compreendido desde a compra da matéria-prima até o recebimento pela venda do produto. No comércio, por sua vez, é o período compreendido desde a compra de mercadorias até o recebimento pela venda da mercadoria.
CO L I G A D A S
São as sociedades que participam com 10% ou mais do capital social de outra sem, contudo, controlá-la.
CO N T RO L A D A S
São sociedades nas quais a controladora possui preponderância nas deliberações sociais e poder de eleger a maioria dos administradores.
12 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 13
AU
LA 1
a.3. Ativo Permanente
Ativo Permanente, como o próprio nome já diz, são aplicações de
recursos de caráter permanente. Ficou difícil? Então iremos classificá-lo
em três subgrupos para facilitar sua compreensão:
1. Investimentos: engloba todas as participações de natureza
permanente em outras empresas, na forma de ações ou quotas (reveja o
conceito de sociedades coligadas e/ou controladas), assim como outros
bens e direitos que não se destinam à manutenção da atividade da empresa.
Como exemplo de Investimento, temos as participações permanentes em
outras sociedades, obras de arte que compõem a decoração da sede da
empresa, terrenos (para futura utilização) etc.;
2. Imobilizado: constituído por bens e direitos necessários à
manutenção das atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os de propriedade industrial ou comercial. Como exemplo de
Imobilizado, temos máquinas e equipamentos necessários à produção,
terrenos (onde estão localizadas a fábrica, as lojas etc., por exemplo),
instalações (hidráulicas, elétricas etc., por exemplo), veículos, marcas e
patentes etc.;
3. Diferido: compreende as aplicações de
recursos em despesas que contribuirão para a
formação do resultado de mais de um exercício
social. Em outras palavras, são gastos ocorridos
num exercício que irão beneficiar vários
exercícios futuros. Como exemplo de Diferido,
temos despesas pré-operacionais, gastos com
pesquisa e desenvolvimento (especialmente em
indústrias de tecnologia ou farmacêuticas) etc.
b. Passivo (origens de recursos)
Passivo corresponde aos recursos utilizados pela empresa. Como
você já sabe, o Passivo deve ser posicionado à direita do BP. Assim como
o Ativo, o Passivo é classificado em subdivisões, a saber:
Stan
ciu
n F
lori
n
Figura 1.4: Pesquisa em indústria farmacêutica.
Quando você vê a expressão "após o término do exercício seguinte", significa
que o BP está sendo elaborado na data do encerramento do exercício social e que o ciclo operacional da empresa
é inferior a um ano. !!
14 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 15
AU
LA 1
b.1. Passivo Circulante
São obrigações da empresa com terceiros de vencimento em até
365 dias da data do levantamento do BP, ou durante o ciclo operacional
(quando este for superior a um ano). Como exemplo, temos as obrigações
com fornecedores de mercadorias, matérias-primas, embalagens etc.,
empréstimos e financiamentos bancários, obrigações trabalhistas
(como décimo terceiro salário, férias e gratificações) e obrigações fiscais
(impostos e tributos, por exemplo), entre outros.
b.2. Passivo Exigível a Longo Prazo
O Passivo Exigível a Longo Prazo nada mais é do que as obrigações
da empresa vencíveis após 365 dias, ou após o ciclo operacional (quando
este for superior a um ano). Todas as contas descritas no Passivo
Circulante podem fazer parte do Passivo Exigível a Longo Prazo, desde
que sejam observados os seus prazos de liquidação.
Vamos a um exemplo? Imagine uma empresa que obteve o
financiamento bancário cujo vencimento se dará após 18 meses a data
do empréstimo. Após está transação contábil, a empresa cujo o ciclo
operacional é inferior a 365 dias, ao elaborar o Balanço Patrimonial
classificará esta obrigação a longo prazo devido a este passivo ter um
prazo de liquidação superior a um ano.
O básico do BP
Veja o Balanço Patrimonial da Empresa Planalto, encerrado em 31/12/X4.
Em milhões de reais
Atividade 11
ATIVO PASSIVOCaixa 180Duplicatas a Receber 200Estoques 300Veículos 150
Total 830
Fornecedores 50Contas a Pagar 100Capital Social 600Lucros Acumulados 80
Total 830
Balanço Patrimonial
14 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 15
AU
LA 1
Com base nos dados apresentados, informe:a. total de aplicações;b. total de origens;c. total de recursos de terceiros;d. total de recursos próprios.
Resposta ComentadaVocê sabe que A (aplicações) = O (origem); deste modo, R$ 830 milhões aplicados tiveram
como origem R$ 150 milhões de Recursos de Terceiros (Capitais de Terceiros) provenientes
de Fornecedores (R$ 50 milhões) e Contas a Pagar (R$ 100 milhões); e R$ 680 milhões de
Recursos Próprios (Capitais Próprios), representados pelo Capital Social (R$ 600 milhões) e
Lucros Acumulados (R$ 80 milhões). Logo,
a. R$ 830 milhões;
b. R$ 830 milhões;
c. R$ 150 milhões; e
d. R$ 680 milhões.
b.3. Outros elementos patrimoniais que fazem parte do Passivo
Pelo que já estudou até este momento, você pode entender
que a tarefa do BP é a de resumir e apresentar adequadamente os
dados referentes ao Ativo (aplicações de recursos feitos pela empresa)
e ao Passivo (origens de recursos obtidos pela empresa). Além
dos recursos devidos a terceiros (PC e PELP), ainda fazem parte
do Passivo o Resultado de Exercícios Futuros e o Patrimônio Líquido,
cujas definições estão a seguir:
Resultado de Exercícios Futuros
Algumas vezes uma empresa apresenta um valor referente a lucro
ainda que estimado, resultante das receitas recebidas antecipadamente
deduzidas dos custos e despesas correspondentes.
Integram esse grupo somente os valores recebidos por antecipação
para futura entrega de produtos ou serviços, para os quais não haja
qualquer tipo de obrigação de devolução por parte da empresa. Como
exemplo, temos as Receitas de Aluguel Recebidas Antecipadamente.
Patrimônio Líquido são os recursos dos proprietários investidos
na empresa, não representando, portanto, exigibilidades. O Patrimônio
Líquido subdivide-se em:
– Capital Social: corresponde aos valores efetivamente
integralizados pelos acionistas ou sócios.
16 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 17
AU
LA 1
– Reservas de Capital: acréscimos ocorridos no Patrimônio Líquido
que não se originaram dos resultados da empresa. Como exemplo: ágio
na emissão de ações, doações e subvenções para investimentos etc.
– Reservas de Reavaliação: contrapartida de aumento de elementos
do Ativo, em virtude de novas avaliações.
– Reservas de Lucros: constituídas por transferência de lucros
da empresa.
– Lucros ou Prejuízos Acumulados: correspondem os saldos rema-
nescentes dos lucros ou prejuízos após as destinações para reservas de
lucros e distribuição dos dividendos.
– Capital a Realizar: parcela do capital social subscrita pelos
sócios, ainda não realizada (conta retificadora do PL).
– Ações em Tesouraria/Quotas Liberadas: ações/quotas da empresa
adquiridas pela própria empresa (conta retificadora do PL).
Completando um BP
Estruture o Balanço Patrimonial da Indústria Xororó em 31/12/X4, segundo a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76).
Atividade 2
CONTAS Em R$Empréstimos Bancários (10 meses)
Veículos
Capital
Caixa
Salários a Pagar
Estoques de Produtos Acabados
Duplicatas a Receber
Lucros Acumulados
Obras de Arte
Móveis e Utensílios
Estoques de Matérias-Primas
Fornecedores
Financiamentos (20 meses)
Ações de Outras Companhias
Estoques de Produtos em Elaboração
Impostos a Recolher
Banco Conta Movimento
Despesas Pré-operacionais
10.000,00
10.000,00
16.000,00
8.000,00
36.000,00
4.000,00
16.000,00
12.000,00
12.000,00
4.000,00
20.000,00
8.000,00
8.000,00
4.000,00
8.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
Balanço Patrimonial
2
16 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 17
AU
LA 1
Em R$
ATIVO PASSIVOCIRCULANTE
Total do Circulante
PERMANENTEInvestimentos
Imobilizado
Diferido
Total Permanente
TOTAL
CIRCULANTE
Total do Circulante
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Total Patrimônio Líquido
TOTAL
Balanço Patrimonial
18 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 19
AU
LA 1
Resposta Comentada
Indústria Xororó
Balanço Patrimonial em 31/12/X4
Para a elaboração de um BP, você deverá inicialmente colocar o nome da empresa e o
título do demonstrativo com a data da elaboração. Em seguida, agrupará as contas do
Ativo conforme seu grau de liquidez decrescente, iniciando pelas contas do Ativo Circulante
(que têm maior capacidade de conversão em numerário, ou seja, realização até 365
dias a contar da data do encerramento do BP ou do ciclo operacional, se este for
superior a um ano).
Em R$
ATIVO PASSIVOCIRCULANTE
Caixa 8.000
Banco Conta Movimento 4.000
Duplicatas a Receber 16.000
Estoques de Produtos Acabados 4.000
Estoques de Produtos em Elaboração 8.000
Estoques de Matérias-Primas 20.000
Total do Circulante 60.000
PERMANENTEInvestimentos
Ações de Outras Cias. 4.000
Obras de Arte 12.000
Imobilizado
Veículos 10.000
Móveis e Utensílios 4.000
Diferido
Despesas Pré-operacionais 4.000
Total do Permanente 34.000
TOTAL 94.000
CIRCULANTE
Fornecedores 8.000
Salários a Pagar 36.000
Impostos a Recolher 4.000
Empréstimos Bancários 10.000
Total do Circulante 58.000
EXIGÍVEL A LONGO PRAZOFinanciamentos 8.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 16.000
Lucros Acumulados 12.000
Total do Patrimônio Líquido 28.000
TOTAL 94.000
Balanço Patrimonial
18 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 19
AU
LA 1
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
A Demonstração do Resultado do Exercício tem por finalidade
evidenciar a formação do lucro ou prejuízo do exercício social, mediante
a confrontação das receitas realizadas com as despesas incorridas. A DRE
representa, portanto, a posição dinâmica do patrimônio.
É justamente por meio do estudo desse demonstrativo que o
usuário das demonstrações financeiras terá conhecimento da situação
econômica da empresa. Ficou difícil entender? Então vamos para uma
observação prática.
Posteriormente, você agrupará as contas de menor capacidade de realização em
numerário. Nesta atividade, você classificará as contas do Ativo Permanente nos
subgrupos Investimentos, Imobilizado e Diferido, conforme já foi visto nas aulas de
Contabilidade e no decorrer desta aula.
Nas contas do Passivo, você irá agrupar, primeiramente, aquelas contas em que há
um nível maior de exigibilidade, ou seja, pagamento em até 365 dias ou durante o
ciclo operacional, se este for superior a um ano. Este é o Passivo Circulante. Em seguida,
você classificará as contas que serão pagas em um prazo superior a 365 dias ou que
vencerão após o ciclo operacional da empresa, se este for superior a um ano (Passivo
Exigível a Longo Prazo). Finalmente, você irá agrupar as contas que não representam
exigibilidades, como Capital Social, Reservas, Lucros Acumulados etc., pois pertencem aos
proprietários da empresa (Patrimônio Líquido).
20 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 21
AU
LA 1
DRE
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Receita Operacional Bruta (Vendas ou Serviços) (ROB)
(-) Deduções da Receita Operacional Bruta (DED)
(=) Receita Operacional Líquida (ROL)
(-) Custo das Mercadorias/Produtos Vendidos/Serviços Prestados (CMV/CPV/CSP)
(=) Lucro Bruto (ou Prejuízo) (LB)
(-) Despesas Operacionais (DO):
Despesas com Vendas
Despesas Gerais e Administrativas
Despesas Financeiras Líquidas (despesas financeiras – receitas financeiras)
Outras Despesas ou Receitas Operacionais
(=) Lucro Operacional (ou Prejuízo) (LO)
( ) Resultados Não-Operacionais (RNO)
(=) Lucro Antes do Imposto de Renda (ou Prejuízo) (LAIR)
(-) Provisão para o Imposto de Renda (PIR)
(=) Lucro Depois do Imposto de Renda (ou Prejuízo) (LDIR)
(-) Participações: (PART/CONT)
Debêntures
Empregados e/ou Administração
Partes Beneficiárias
Contribuições e Doações
(=) Lucro Líquido (ou Prejuízo) (LL)
A partir da Lei das S.A. (Lei 6.404/76) a divulgação das
demonstrações financeiras passou a ser publicada em duas colunas, ou seja, com valores do ano atual e do ano anterior.!!
+–
Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício
segundo a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações):
20 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 21
AU
LA 1
A estrutura da DRE será mais bem entendida por meio da
descrição a seguir:
a. ROB: refere-se ao valor de venda de bens e serviços.
b. Deduções: fatos contábeis que diminuem o valor da ROB,
como abatimentos (concedidos em função de preços especiais, vendas
em volumes elevados, clientes especiais etc.)
c. Devoluções: vendas canceladas em função de diversos motivos,
como, por exemplo, quando há desacordo em relação ao pedido.
d. Impostos Incidentes sobre Vendas: são impostos que guardam
proporcionalidade com o preço de venda. Os mais comuns são:
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados.
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
ISS – Imposto sobre Serviços.
e. ROL: valor de vendas da empresa após as deduções.
É a principal fonte de fundos da empresa.
f. CMV/CPV/CSP: gastos diretamente envolvidos na atividade
comercial, industrial e de prestação de serviços.
g. LB: diferença entre a ROL e o Custo das Vendas.
h. DO: gastos necessários para realização das vendas dos
produtos/serviços, administração da empresa e financiamento de suas
operações.
i. Despesas com Vendas: todos os gastos incorridos nas áreas de
vendas. Exemplos dessas despesas são as comissões sobre vendas, gastos
com propaganda e publicidade e provisão para créditos de liquidação
duvidosa, entre outros.
j. Despesas Gerais e Administrativas: todos os gastos relacionados
para dirigir a empresa. Como exemplo, temos os gastos com honorários
da diretoria, salários e encargos do pessoal administrativo.
l. Despesas Financeiras Líquidas: é o resultado obtido do confronto
das despesas financeiras e receitas financeiras. Exemplos: descontos
concedidos/obtidos, despesas/receitas de juros.
m. Outras Despesas ou Receitas Operacionais: despesas e receitas
que não se enquadram nas despesas operacionais mencionadas. Alguns
exemplos dessas despesas são venda esporádica de sucatas, lucros de
participações em outras companhias etc.
n. LO: resultado da atividade operacional da empresa.
o. RNO: despesas e receitas não relacionadas com o objetivo da
empresa, como venda de itens do Ativo Permanente.
22 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 23
AU
LA 1
p. LAIR: resultado decorrente da atividade operacional e não-
operacional da empresa.
q. PIR: parcela destinada ao Imposto de Renda.
r. LDIR: resultado obtido após a dedução do Imposto de
Renda.
s. PART/CONT: participações/contribuições previstas nos
estatutos da empresa.
t. LL: resultado final à disposição dos sócios ou acionistas.
Antes da Lei das S.A. (Lei 6.404/76), a Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa era conhecida como Provisão para Devedores Duvidosos.
Elaborando a DRE
Elabore a Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Comercial São Cristóvão para o ano de X4:
Atividade 3
CONTAS Em R$Despesas com Vendas
Provisão para Imposto de Renda
Despesas Financeiras
Impostos Incidentes sobre Vendas
Despesas Administrativas
Receita Operacional Bruta
Despesas Não-Operacionais
Custo das Mercadorias Vendidas
Participação de Debêntures
Receitas Financeiras
Contribuições
334.000
24.000
151.000
500.000
140.000
3.000.000
62.000
1.670.000
30.000
45.000
5.000
3
22 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 23
AU
LA 1
Para auxiliá-lo a Receita Operacional Bruta já estão preenchidas.
Em R$
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
___________________________________
___________________________________
____________________________________
___________________________________
___________________________________
____________________________________
____________________________________
LUCRO LÍQUIDO
3.000.000______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
129.000
24 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 25
AU
LA 1
Resposta Comentada
Empresa Comercial São Cristóvão
Demonstração do Resultado do Exercício findo em X4
Você deverá colocar, em primeiro lugar, o nome da empresa e informar o título do demonstrativo
(com o período a que se refere). Essa demonstração é apresentada de forma vertical, como
você já viu em Contabilidade Geral I. Inicia-se pela Receita Operacional Bruta, e, abatendo as
deduções, apura-se a ROL.
Para calcular o LB, excluímos o CMV; posteriormente, excluindo as Despesas Operacionais,
apuramos o LO. Observe que, dentro das Despesas Operacionais, as Despesas Financeiras
Líquidas foram calculadas pela diferença das Despesas Financeiras para as Receitas
Financeiras.
O LAIR foi apurado deduzindo do LO os Resultados Não-Operacionais representados pelas
Despesas Não-Operacionais. Ao diminuir a PIR, você encontrará o LDIR. Finalmente, para o
cálculo do LL, subtraia as Participações de Debêntures e as Contribuições.
DRE
Em R$RECEITA OPERACIONAL BRUTA 3.000.000
( - ) Impostos Incidentes sobre Vendas 500.000
( = ) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 2.500.000
( - ) Custo das Mercadorias Vendidas 1.670.000
( = ) LUCRO BRUTO 830.000
( - ) Despesas Operacionais
Despesas Administrativas 140.000
Despesas com Vendas 334.000
Despesas Financeiras Líquidas 106.000
( = ) LUCRO OPERACIONAL 250.000
( - ) RESULTADOS NÃO-OPERACIONAIS
Despesas Não-Operacionais 62.000
( = ) LUCRO ANTES DE IMPOSTO DE RENDA 188.000
( - ) Provisão para Imposto de Renda 24.000
( = ) LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA 164.000
( - ) Participação de Debêntures 30.000
( - ) Contribuições 5.000
LUCRO LÍQUIDO 129.00
24 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 25
AU
LA 1
Demonstrando tudo...
Com base no saldo das contas da Empresa Industrial de Plásticos Santa
Catarina, no final do ano X3:
a. Elabore a DRE para X3, transferindo o lucro apurado para a Conta Lucros
Acumulados.
b. Elabore, em seguida, o BP em 31/12/X3.
Atividade Final
4
Em R$Receita Operacional Líquida 19.400
Despesas Administrativas 2.000
Capital 11.000
Contas a Pagar 1.800
Veículos 6.000
Móveis e Utensílios 5.000
Estoques de Matéria-Prima 2.000
Estoques de Produto em Elaboração 1.000
Banco Conta Movimento 2.800
Despesas com Vendas 2.850
Custo dos Produtos Vendidos 13.000
Lucros Acumulados 5.400
Fornecedores 4.100
Caixa 1.500
Estoques de Produtos Acabados 2.000
Duplicatas a Receber 3.200
Despesas Financeiras 350
CONCLUSÃO
A análise contábil sempre estará associada a um processo
decisório. Assim, mediante a utilização dos principais instrumentos de
análise patrimonial, econômica e financeira, ela objetiva a avaliação
de desempenho e as expectativas ou tendências da empresa.
Você deve ter noções de análise e interpretação das demonstrações
contábeis direcionadas para um enfoque de geração de informações
para tomada de decisão. Para tal, é preciso conhecer os demonstrativos
contábeis usuais e algumas técnicas básicas de análise, assim como, ter
condições de implementar essa ferramenta em seus negócios.
26 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 27
AU
LA 1
a) DRE
b) BP
Em R$RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
LUCRO LÍQUIDO
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
______________
Em R$
ATIVO PASSIVOCIRCULANTE
_______________________________
_______________________________
________________________________
_______________________________
_______________________________
________________________________
________________________________
PERMANENTE
_______________________________
_______________________________
________________________________
_______________________________
TOTAL
CIRCULANTE
_______________________________
_______________________________
________________________________
_______________________________
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
________________________________
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
_______________________________
________________________________
_______________________________
_______________________________
TOTAL
26 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 27
AU
LA 1
Resposta Comentada
Empresa Industrial de Plásticos Santa Catarina
Demonstração do Resultado do Exercício findo em 31/12/X3
Empresa Industrial de Plásticos Santa Catarina
Balanço Patrimonial em 31/12/X3
DRE
Receita Operacional Líquida 19.400
( - ) Custo dos Produtos Vendidos 13.000
LUCRO BRUTO 6.400
( - ) Despesas Operacionais
Despesas com Vendas 2.850
Despesas Administrativas 2.000
Despesas Financeiras 350
LUCRO LÍQUIDO 1.200
Em R$
ATIVO PASSIVOCIRCULANTE
Caixa 1.500
Banco Conta Movimento 2.800
Duplicatas a Receber 3.200
Estoques de Produtos Acabados 2.000
Estoques de Produtos em Elaboração 1.000
Estoques de Matérias-Primas 2.000
Total do Circulante 12.500
PERMANENTE
Imobilizado
Veículos 6.000
Móveis e Utensílios 5.000
Total do Permanente 11.000
TOTAL 23.500
CIRCULANTE
Fornecedores 4.100
Contas a Pagar 1.800
Total do Circulante 5.900
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 11.000
Lucros Acumulados 6.600
Total do Patrimônio Líquido 17.600
TOTAL 23.500
em milhares de reais
28 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 29
AU
LA 1
Você deverá colocar, em primeiro lugar, o nome da empresa e informar o título do demonstrativo com
o período a que se refere. A DRE é apresentada de forma vertical, como você já viu em Contabilidade
Geral I. Pelos dados apresentados no enunciado desta atividade, você deverá iniciar pela Receita
do Exercício (receita líquida), tendo em vista não existirem deduções de vendas. Em seguida, passe
para o cálculo do Lucro Bruto, exclua o Custo das Mercadorias Vendidas. Para o cálculo do Lucro
Operacional, deduziram-se as despesas operacionais (vendas, administrativas e financeiras). Vale,
no entanto, ressaltar que nesta atividade o Lucro Operacional coincide com o Lucro Líquido, em
face da inexistência das demais contas de resultados.
Para elaboração do Balanço Patrimonial, você deverá inicialmente colocar o nome da empresa e
o título do demonstrativo e a data da elaboração. Em seguida, deve classificar no lado do Ativo as
contas no Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e Ativo Permanente, seguindo seu grau
de liquidez. No lado do Passivo, você classificará as contas no Passivo Circulante, Passivo Exigível a
Longo Prazo e Patrimônio Líquido, seguindo o critério de exigibilidades. Cabe destacar que o saldo da
conta Lucros Acumulados representa o saldo inicial acrescido do Lucro Líquido apurado na DRE.
A seguir, deverá ser apurado o total do Ativo e do Passivo. Lembre-se de que o total do Ativo é
sempre igual ao total do Passivo (aplicações = origens).
O Balanço Patrimonial é um dos demonstrativos que auxiliam a compreensão
da Contabilidade. Representa a posição financeira de uma empresa em uma
data específica, partindo da premissa contábil de que:
Recursos Aplicados = Recursos Originados.
Os recursos aplicados encontram-se disponíveis sob diversas formas: o
dinheiro que a empresa tem em caixa ou no banco, as Duplicatas a Receber,
os Estoques, os Investimentos, o Imobilizado e o Diferido.
A DRE ajuda a entender a Contabilidade, já que mede o desempenho da
empresa em um período de tempo, por meio de:
Receita – Despesa = Lucro ou Prejuízo
Lucro é todo excesso de receitas sobre as despesas. Para os proprietários
e acionistas, é a compensação dos riscos na participação em um negócio.
O Lucro pode ser distribuído aos sócios (sob a forma de dividendos) ou
levado ao Patrimônio Líquido, aguardando uma destinação futura. Assim,
sempre que ocorre uma receita, o Patrimônio Líquido aumenta; por outro
lado, quando ocorre uma despesa, ele diminui.
R E S U M O
28 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras
C E D E R J 29
AU
LA 1
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
Na Aula 2, você conhecerá os principais conceitos e objetivos da Análise das
Demonstrações Financeiras e as técnicas de análise preliminares.
Introdução à análise das demonstrações financeiras
Esperamos que, após o estudo desta aula, você seja capaz de:
diferenciar análise interna e externa;
definir objetivos para a análise;
aplicar a primeira etapa da metodologia de análise econômico-financeira.
2objetivos
AU
LA
Meta da aula
Apresentar conceitos, objetivos, técnicas e metodologia das demonstrações financeiras.
1
2
3
Pré-requisito
Ter uma calculadora à mão será bastante útil.
32 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 33
AU
LA 2
INTRODUÇÃO Agora que você já revisou os principais relatórios contábeis (Balanço Patrimonial
(BP) e Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), daremos os primeiros
passos para o entendimento da análise desses demonstrativos.
Para isso, você aprenderá a importância dessa análise, qual a posição do analista
e quem são os usuários dos dados fornecidos por seus relatórios. Aprenderá
também os ajustes necessários para preparar as principais demonstrações
contábeis de uma entidade jurídica a serem analisadas e as técnicas que
norteiam essa análise.
CONCEITO E OBJETIVOS DA ANÁLISE
Segundo o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, ANALISAR
é: 1. fazer análise de; separar (um todo) em seus elementos ou
partes componentes; 2. investigar, examinar minuciosamente;
esquadrinhar, dissecar (...).
Segundo HUGO ROCHA BRAGA,
a análise das demonstrações financeiras tem por objetivo observar e
confrontar os elementos patrimoniais e os resultados das operações,
visando ao conhecimento minucioso de sua composição qualitativa
e de sua expressão quantitativa, de modo a revelar os fatores
antecedentes e determinantes da situação atual, e, também, a
servir de ponto de partida para delinear o comportamento futuro
da empresa (p. 117).
Isso é o mesmo que dizer que a Análise de Balanços tem o objetivo
de extrair informações das demonstrações financeiras para subsidiar a
tomada de decisões. Ela permite conhecer os efeitos das decisões adotadas
no passado e as causas determinantes do estado atual, servindo de
orientação para a elaboração de planos futuros.
Como você viu na Aula 1, as demonstrações financeiras representam
o produto final da Contabilidade, com o objetivo de gerar dados para um
grande e variado número de usuários, cujas necessidades são diferentes.
Cabe ao analista transformar esses DADOS em INFORMAÇÕES.
Por exemplo: o Balanço Patrimonial da Empresa Rosa de Ouro
Ltda., encerrado em 31/12/X4, revela um estoque de R$ 5.000.000,00.
Isso representa um dado. Ao interpretar esse dado, o analista pode
concluir se esse valor é adequado ou não para o ramo de atividade da
empresa; isto é uma informação.
HU G O RO C H A BR A G A
Graduado em Ciências Contábeis e Administração de Empresas, foi professor universitário de diversas instituições: Fundação Getulio Vargas (FGV), Instituto Superior de Estudos Contábeis (ISEC), Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e da Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas Moraes Júnior, na qual ocupa o cargo de diretor. Também atuou como gerente de normas contábeis e auditoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Hugo é autor de obras voltadas à área contábil-financeira, como por exemplo: Normas contábeis e demonstrações financeiras, Introdução à administração contábil financeira e Demonstrações financeiras: estrutura, análise e interpretação.
DA D O S X IN F O R M A Ç Õ E S
Dados podem ser simplesmente números ou descrição de objetos ou eventos, sem análise ou interpretação.Informações representam a interpretação dos dados.
32 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 33
AU
LA 2
Quem são os usuários dos dados
contábeis?
Para você entender melhor o papel da Análise das Demonstrações Contábeis como ferramenta
de tomada de decisões, é necessário saber quem são os principais usuários desses dados.
Lembra dos stakeholders, que você aprendeu na Aula 1 de Contabilidade Geral I? Eles são os interessados nos dados gerados
pela contabilidade, ou seja, seus usuários. Naquela aula, você teve informações gerais sobre eles; nesta, você verá mais detalhes sobre o
interesse de cada grupo de usuários:• Administradores: são os responsáveis pela tomada de decisões que afetam o
patrimônio da empresa. Para isso, é preciso que tenham um perfeito conhecimento dos fatos passados, a fim de prever o comportamento futuro do empreendimento.
Estão interessados na avaliação do potencial de investimento, na rentabilidade, na capacidade de obtenção de crédito da empresa etc. (esses assuntos serão tratados nesta disciplina em aulas futuras).• Bancos: são as financeiras de dinheiro; têm por única finalidade a rentabilidade e o retorno de seus investimentos. Assim, não transfeririam recursos para uma empresa cuja análise de balanços mostre uma situação financeira pouco favorável.• Governo e economistas governamentais: as agências governamentais, bem como esses economistas, têm duplo interesse nas informações contábeis. Em primeiro lugar, é com base em tais informações que exercem o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições. Em segundo, os economistas interessam-se pelos dados contábeis das diversas unidades microeconômicas (empresas), pois estes, convenientemente reunidos e tratados estatisticamente, podem fornecer bases adequadas para as análises econômicas do país.• Fornecedores: estão igualmente interessados em obter informações preciosas sobre as empresas que recorrem ao crédito, a fim de julgarem os riscos nas suas relações comerciais e financeiras; por isso, analisam, entre outros, os dados dos balanços das empresas que pretendem vender com prazo para pagamento.• Investidores: também precisam estar a par das informações específicas (setor de atividade, comportamento das ações no mercado etc.) das empresas onde pretendem aplicar suas poupanças. Nessas circunstâncias, os demonstrativos
contábeis serão de grande utilidade para avaliação futura da empresa em que irão investir seu capital.
• Concorrentes: a empresa analisa as demonstrações contábeis dos seus concorrentes para conhecer a situação deles e sua posição
comparativamente a eles.• Outros usuários: consumidores e o público em geral
estão interessados em conhecer certas informações contábeis sobre a empresa; por exemplo, se a
empresa vem obtendo lucro, seu nível de endividamento, sua previsão de
expansão etc.
??
34 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 35
AU
LA 2
Contabilidade x Análise das demonstrações financeiras
Um dos papéis da Contabilidade Financeira é registrar todos os
fatos que alterem o patrimônio da empresa. Seu produto final são as
demonstrações financeiras.
A Análise de Balanços, ao aplicar as técnicas de análise,
transforma os dados das demonstrações em medidas de avaliação
relativa (percentuais, números-índice e quocientes) – nosso assunto em
aulas futuras. Quando esses dados são interpretados, transformam-se
em informações financeiras para a tomada de decisões. Seu produto final
é o Relatório de Análise.
Desse modo, a Análise de Balanços começa onde termina a
Contabilidade, ou seja, no fim da demonstração expositiva dos fatos
(demonstrações contábeis), conforme ilustração a seguir:
CONTABILIDADE ANÁLISE DE BALANÇOS
Fato Contábil
Demonstrações Contábeis
(dados)
Relatório
(informações para tomada de decisões)
Técnicas de análiseEscrituração
Figura 2.1: As atuações da Contabilidade e da Análise de Balanços.
ANÁLISE INTERNA X ANÁLISE EXTERNA
De acordo com a posição do analista, a análise das demonstrações
contábeis pode ser orientada em dois sentidos:
a) Análise interna
Neste caso, o analista está vinculado diretamente à empresa
analisada (como empregado ou sob contrato de prestação de serviços).
Isso faz com que o analista tenha maior facilidade de acesso aos dados da
empresa para exame, o que possibilita maior conhecimento sobre ela.
A análise interna tem vários objetivos específicos: projetos de
expansão, modernização, relocalização (transferir-se de um local para
outro), controle operacional etc. Esta análise sempre visará à avaliação
do desempenho da empresa, como medida de informação para tomada
de decisão.
34 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 35
AU
LA 2
Além das demonstrações financeiras (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do
Exercício, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados), o analista poderá utilizar-se dos Relatórios da Diretoria, dos Relatórios do Conselho de Administração, do Parecer do Conselho Fiscal, do Parecer da
Auditoria e, se for o caso, de balancetes mensais, inventários, documentos (apólices, contratos, escrituras etc.).
Outras fontes de informações, além dos dados internos, são os dados externos, tais como: demonstrações financeiras de empresas que atuam
no mesmo setor de atividade (no caso de S.A., publicadas em jornais de grande circulação, na Bolsa de Valores, em sites na internet
(www.infoinvest.com.br ou www.cvm.gov.br), em revistas especializadas em análise (Exame – Maiores e Melhores,
Balanço Econômico etc.) e em outras fontes.
b) Análise externa
Na análise externa, o analista está vinculado a outra entidade
interessada nos negócios da empresa a ser analisada (usuários
mencionados anteriormente). O analista externo não tem a mesma
facilidade de acesso aos dados da empresa que o interno, embora deva
tentar se munir do maior número de dados possível para emitir suas
conclusões, de modo a amenizar os riscos dos interessados. Na análise
externa devem ser considerados, no mínimo, os três últimos exercícios
sociais.
Dentre os principais objetivos da análise externa estão: aquisição
de controle acionário, concessão de crédito, fusões e incorporações,
compra de ações em bolsa.
Fontes de informações para análise
Jay
V –
ww
w.s
xc.h
u –
có
d 4
9657
2
Gas
ton
Th
auvi
n –
ww
w.s
xc.h
u
có
d 4
6610
1!
36 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 37
AU
LA 2
Diferenciando análise interna e externa
Analise as informações a seguir:
1 (...) A empresa ABCD vem crescendo significativamente e, para
possibilitar uma maior qualidade desta expansão, pretende realizar
obras em dois galpões, transformando-os em novas unidades de
venda. Para realizar esta empreitada, precisará dispor de R$ 3,5
milhões (...) (Revista Negócios, 20 de abril de 2006).
2 Empresa ABCD
3 (...) O objetivo da proposição da análise é avaliar as condições financeiras da empresa e verificar se é possível retirar de nosso patrimônio os fundos necessários para a reforma dos dois galpões que abrigarão as novas unidades de venda.(Trecho retirado de um memorando redigido pelo presidente da empresa ABCD.)
4 (...) O objetivo da proposição da análise é a instituição bancária avaliar as condi-ções financeiras da empresa para a concessão de fundos necessários para a reforma dos dois galpões que abrigarão as novas unidades de venda.(Trecho retirado de um memorando redigido pelo presidente da empresa ABDC.)
De acordo com as informações 1, 2, 3 e 4, determine:a. Qual das informações está relacionada à análise interna? Selecione a parte da informação que lhe proporcionou chegar a esta conclusão._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Atividade 11 2
4
3
2
1
X1 X2 X3
Lucr
o o
bti
do
(em
milh
ões
de
R$)
Ano
t
t
36 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 37
AU
LA 2
b. Qual é o objetivo dessa análise interna?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c. Qual das informações denuncia a ocorrência de uma análise externa? Selecione a parte da informação que lhe proporcionou chegar a esta conclusão.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
d. Qual é o objetivo dessa análise externa?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaNesta atividade você pôde diferenciar análise interna de externa e, ao mesmo tempo, perceber
os objetivos envolvidos em cada um dos tipos nas situações específicas.
Você provavelmente deduziu, comparando as informações disponíveis, que 3 e 4 são as
que denunciam os diferentes tipos de análise. Na informação 3, você esteve diante de uma
situação relacionada à análise interna: o presidente da empresa solicitou que se fizesse uma
análise e que, a partir dela, pudesse tomar a decisão de utilizar capital interno para realizar
uma obra de expansão. A expressão que claramente denuncia o fato de estarmos diante de
uma análise interna é “nosso patrimônio”.
A informação 4 se remete a uma análise externa: é um trecho de um memorando do presidente da
empresa solicitando à instituição bancária uma avaliação para concessão de fundos (empréstimo)
para realização da obra de expansão da ABCD. “Concessão de fundos” é a expressão que
denuncia a ocorrência de uma análise externa.
ANÁLISE: POR ONDE COMEÇAR?
O analista de balanços, ao contrário do contador, tem toda a
liberdade de ajustar as contas das demonstrações contábeis para
diagnosticar a situação da empresa.
Todas as demonstrações financeiras devem ser analisadas. Nesta
disciplina daremos ênfase ao BP e à DRE, já que, por esses demonstrativos,
podemos evidenciar a situação econômico-financeira de uma empresa.
Para efetuar a análise dos demonstrativos, estes deverão ser
preparados ou ajustados para análise. Os ajustes (ou reclassificações)
são, na verdade, um novo reagrupamento de algumas contas. Estas
adequações correspondem a um modelo básico de adequações para a
execução de uma análise de demonstrações contábeis e serão utilizadas
nas análises que realizaremos nesta aula. Veja alguns exemplos:
38 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 39
AU
LA 2
a) Duplicatas Descontadas
Ao contrário das demais contas, é praxe no mercado ajustar a
conta Duplicatas Descontadas, independente do objetivo da análise e da
posição do analista. Mas qual é o motivo dessa reclassificação?
O Desconto de Duplicatas é um empréstimo feito pela empresa
para obter capital de giro. Em Contabilidade Geral II, você aprendeu
que a conta Duplicatas Descontadas retificava o valor das Duplicatas a
Receber, ou seja, classificada no Ativo Circulante como uma dedução. Na
análise, a conta Duplicatas Descontadas é excluída do Ativo Circulante
e alocada no Passivo Circulante.
Isso acontece porque, como estamos falando de uma conta que
apresentava caráter retificador (negativo), retirá-la do Ativo faz com
que este fique maior. Essa alteração tenderia a desequilibrar os pratos
da balança patrimonial e, para que isso não aconteça, o mesmo valor é
lançado no Passivo Circulante.
Ao reclassificá-la desta maneira, você terá chance de fazer uma
análise mais adequada das fontes de recursos que a empresa utiliza.
A Provisão para Devedores Duvidosos, que também é uma
conta retificadora de Duplicatas a Receber, não é transportada
para o Passivo. Durante a análise do BP e seguindo o Princípio do
Conservadorismo (que você aprendeu na Aula 2 de Contabilidade Geral
I), o valor lançado naquela conta é dado como perdido pela empresa.
Este valor, portanto, é descontado do valor das Duplicatas a Receber.
Sua contrapartida está na DRE, pois o não-recebimento dessa quantia
implica o aumento das despesas operacionais da empresa e, conse-
qüentemente, redução do lucro desta.
b) Qualidade das demonstrações contábeis
A qualidade das demonstrações também influi de forma
significativa para a análise. A Lei 6.404/76 (das S.A.) exige um parecer
de auditoria para as Sociedades Anônimas, o que não é exigido das
empresas limitadas.
Dada a ausência do Parecer de Auditoria, o analista externo ao
efetuar análise de uma empresa limitada deverá redobrar sua atenção, a
fim de proceder a uma correta interpretação dos dados contidos nesses
demonstrativos. Muitas vezes eles se apresentam embelezados, isto é,
anotados de maneira a revelar uma situação da empresa mais favorável.
Exemplos disso são os registros no Ativo Circulante de Duplicatas a
38 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 39
AU
LA 2
Receber com vencimentos de longo prazo ou de Obrigações Vencíveis a
Curto Prazo no Exigível a Longo Prazo. Caso não haja um esclarecimento
satisfatório, o analista deverá reclassificar esses dados contra a empresa,
isto é, os direitos passam para o Ativo Realizável a Longo Prazo e as
obrigações passam para o Passivo Circulante. Assim, é atendida a
Convenção do Conservadorismo.
A análise da situação financeira de qualquer entidade
se dá por meio da comparação entre os valores do Ativo Circulante e
do Passivo Circulante.!c) Resultado de Exercícios Futuros
Em termos de ajustes, destaca-se também o grupo Resultado de
Exercícios Futuros. Você lembra se ele representa capitais próprios ou
de terceiros?
O analista deverá verificar se realmente se trata de adiantamentos
de clientes para futura entrega de produtos ou serviços com cláusula
de não-reembolso. A partir dessa análise, duas são as possibilidades:
(1) se tiver sido classificado inadequadamente, este valor representa
uma obrigação, e reclassificado para o Passivo Circulante ou para o
Passivo Exigível a Longo Prazo, respeitando o prazo de vencimento; (2)
se estiver corretamente registrado, deverá ser eliminado e reclassificado
no Patrimônio Líquido (por se tornar no futuro um “lucro” líquido).
d) Outros ajustes
Além dos ajustes mencionados, outros poderão ser feitos nas
demonstrações financeiras, por exemplo, aqueles que envolvem despesa
do exercício seguinte, estoques invendáveis, duplicatas incobráveis. Nestas
situações, os valores classificados no Ativo serão eliminados do Ativo
Total (seja em função dos valores não-realizáveis ou de realização difícil)
e terão como contrapartida uma dedução do Patrimônio Líquido.
40 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 41
AU
LA 2
Ajustes necessários à primeira etapa da metodologia de análiseConsiderando as afirmações sobre a preparação das demonstrações financeiras para análise, é necessário:I. Proceder-se a ajustes sempre que estas contiverem valores que representam créditos incobráveis classificados no Ativo Circulante.II. Proceder-se a ajustes sempre que estas contiverem contas que o analista externo não consiga esclarecer convenientemente.III. Proceder-se a ajustes sempre que estas contiverem valores de mercadorias obsoletas, retiradas de comercialização constantes da conta “Mercadorias em Estoques”.Estão corretas:( ) I e II. ( ) I e III.( ) II e III. ( ) I, II e III. ( ) nenhuma está correta.
Resposta ComentadaVocê viu na teoria que o analista deverá ajustar as demonstrações financeiras a
fim de melhorar a eficiência da análise, conforme explicação a seguir:
- Afirmativa I: a exclusão dos créditos incobráveis do Ativo Circulante terá como
contrapartida a diminuição do Patrimônio Líquido. Os créditos incobráveis não se
realizarão financeiramente; portanto, devem ser excluídos do Ativo Circulante.
- Afirmativa II: se não houver esclarecimento sobre as contas, o analista externo
deverá reclassificá-las contra a empresa.
- Afirmativa III: Na conta Mercadorias em Estoques só devem constar mercadorias
em condições para realização de vendas. A exclusão dos estoques obsoletos do
item Estoques de Mercadorias terá como contrapartida a diminuição do grupo
Patrimônio Líquido.
Portanto, todas as afirmações estão corretas.
Atividade 23
UM MODELO PADRONIZADO PARA ANÁLISE
Para aplicar as técnicas de análise das demonstrações contábeis é
necessário prepará-las fazendo ajustes, como você viu na seção anterior.
Acompanhe como proceder a esta preparação pelo exemplo da EMPRESA
VIA DIGITAL S.A.
A EM P RE S A V I A DI G I T A L S.A. (EVD S.A.)
Será utilizada como empresa exemplo ao longo da disciplina, para que você possa acompanhar passo a passo toda a metodologia de análise.
40 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 41
AU
LA 2
Figura 2.2: Produtos da Empresa Via Digital S.A.
Hag
it B
erko
vich
– w
ww
.sxc
.hu
– 3
9261
3D
anie
l Wild
man
– w
ww
.sxc
.hu
– 2
9836
9
A Empresa Via Digital S.A. solicitou um empréstimo de
R$ 1.000.000,00 ao Banco Confiança. Para ganhar credibilidade, enviou
junto com o pedido de empréstimo as demonstrações contábeis referentes
aos três últimos exercícios sociais (incluindo as Notas Explicativas e o
Parecer dos Auditores Independentes, sem ressalvas):
42 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 43
AU
LA 2
Balanço PatrimonialEm R$
ATIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3Ativo Circulante Caixa e Bancos c/ Movimento Aplicações de Liquidez Imediata Duplicatas a Receber Duplicatas Descontadas Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa Estoque de Produtos Acabados Estoques de Produtos em Elaboração Matérias-primasTotal do Ativo Circulante
Ativo Permanente - Investimentos Ações de Outras Empresas Obra de Arte Total dos Investimentos
- Imobilizado Imóveis Máquinas e Equipamentos Veículos Ferramentas Depreciação Acumulada Obras em Andamento Total do Imobilizado
- Diferido Gastos com Reorganização Total do DiferidoTotal do Ativo Permanente
1.5635.827
48.690(13.130)(1.472)
11.0104.232
18.68175.401
2.730533
3.263
17.29012.1686.8772.223
(7.244)-
31.314
--
34.577
6371.387
41.995(18.079)
(980)
19.8494.6448.918
58.371
2.6621.4444.106
17.29021.3458.2802.506
(8.000)17.61559.036
1.9821.982
65.124
8162.033
53.901(23.462)
(880)
25.7346.018
11.47575.635
3.4481.9045.352
17.29023.0009.1323.500
(8.200)28.27873.000
3.1793.179
81.531
TOTAL DO ATIVO 109.978 123.495 157.166
Empresa Via Digital S.A.
Balanço Patrimonial encerrado em:
42 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 43
AU
LA 2
Empresa Via Digital S.A.
Balanço Patrimonial encerrado em:
Balanço PatrimonialEm R$
PASSIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Passivo Circulante Fornecedores Encargos Sociais Impostos a Recolher Financiamentos Dividendos a Pagar Empréstimos BancáriosTotal do Passivo Circulante
Passivo Exigível a Longo Prazo Empréstimos Bancários FinanciamentosTotal do Passivo Exigível a Longo Prazo
Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Reservas de Lucros Lucros AcumuladosTotal do Patrimônio Líquido
31.9963.2295.4992.4571.2612.982
47.424
14.196-
14.196
29.67311.038
5057.142
48.358
18.5182.3222.4582.5571.4003.609
30.864
13.63337.65851.291
23.19011.779
3686.003
41.340
24.0382.4642.2057.1091.5202.578
39.914
17.52446.10063.624
30.11913.446
4809.583
53.628
TOTAL DO PASSIVO 109.978 123.495 157.166
DRE
Em R$
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
RECEITA OPERACIONAL BRUTA (-) Impostos incidentes sobre Vendas (-) Devoluções e Abatimentos sobre Vendas (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) Custo dos Produtos Vendidos (=) LUCRO BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS: . Vendas . Administrativas . Financeiras (=) LUCRO OPERACIONAL (+) Receitas Não-operacionais (-) Despesas Não-operacionais (=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (-) Provisão para Imposto de Renda (=) LUCRO LÍQUIDO
LUCRO POR AÇÃO
237.40117.0669.823
210.512160.38550.127
10.2189.296
15.86814.745
256100
14.9014.797
10.104
0,888
294.37715.82319.208
259.346161.31398.033
12.1898.299
71.8395.706
176100
5.7821.1004.682
0,390
313.82421.96711.657
280.200174.340105.860
13.2259.078
78.9324.625
866250
5.2411.6613.580
0,420
Empresa Via Digital S. A.
Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:
44 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 45
AU
LA 2
Acompanhe esta aula de maneira mais ativa, construindo o
exemplo junto conosco, preenchendo as tabelas.
Imagine que você é o analista do banco. Foi incumbido da tarefa
de analisar a empresa para avaliar a capacidade desta para amortizar o
empréstimo solicitado. De posse das demonstrações contábeis da EVD
S.A. e conhecendo o modelo utilizado pelo Banco Confiança para análise
deste material, você iniciou seus procedimentos.
DADOS COMPLEMENTARES
Em R$
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Compras 133.182 246.396 375.081
O que um analista deve ter em mente antes
de iniciar seu trabalho?Antes de iniciar o estudo sobre
uma empresa, o analista tem de saber o objetivo do estudo, sua posição, a qualidade dos
demonstrativos apresentados e os ajustes necessários, para adequá-los à análise. No exemplo da Empresa Via
Digital S.A., temos:- Em termos de objetivo:
O objetivo desta análise é diagnosticar se a Empresa Via Digital S.A. tem capacidade de honrar o empréstimo solicitado.- Quanto à posição do analista:A análise é externa, uma vez que você é analista do Banco Confiança e está interessado nos negócios da empresa analisada.- Quanto à qualidade:Segundo as fontes disponíveis, a qualidade das demonstrações a princípio apresenta-se boa, pois as demonstrações foram examinadas por auditores independentes, conforme o Parecer de Auditoria Externa, sem ressalvas.
- Em relação aos ajustes:O ajuste será efetuado na conta Duplicatas
Descontadas; você deve retirá-la do Ativo Circulante e alocá-la no Passivo Circulante,
pois viu, anteriormente, que é uma fonte de recursos.
!
DICAS FUNDAMENTAIS!
- Para o transporte dos dados do BP:1. Disponível: Caixa, Bancos, Conta Movimento e Aplicações de Liquidez Imediata.2. AV = Análise Vertical e AH = Análise Horizontal. Essas são técnicas de análise que você aprenderá nas próximas aulas. Por enquanto, atenha-se a preencher a lacuna dos valores.3. Lembre-se do que você aprendeu nesta aula sobre as Duplicatas Descontadas...- Para o transporte dos dados da DRE:Utilize valores entre parênteses somente nestas situações:1. valores representativos de resultados negativos;2. despesas financeiras líquidas (quando as receitas financeiras forem superiores às despesas financeiras.3. outras despesas ou receitas operacionais (quando as outras receitas operacionais forem superiores às outras despesas operacionais).
O primeiro passo para sua análise foi transportar os dados
originais para o modelo utilizado pela instituição que a está procedendo
(leia as DICAS ao lado antes de iniciar sua tarefa!). Para auxiliá-lo, algumas
células da tabela já estão preenchidas.
44 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 45
AU
LA 2
MODELO PADRONIZADO DO BANCO CONFIANÇA PARA ANÁLISE DO BALANÇO PATRIMONIAL
Nome da empresa: ______________________________________
Título da demonstração: _________________________________
APLICAÇÕES
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
Disponibilidades (1)
Direitos Realizáveis a CP (2)
Soma (3) = (1 + 2) 54.608 43.039 55.870
Estoques (4)
ATIVO CIRCULANTE (5) = (3 + 4)
88.531 76.450 99.097
ATIVO REALIZÁVEL A LP (6)
ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9 + 10)
34.577 65.124 81.531
. Investimentos (8)
. Imobilizado (9)
. Diferido (10)
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7)
123.108 141.574 180.628
ORIGENS
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
PASSIVO CIRCULANTE (1)
PASSIVO EXIGÍVEL A LP (2)
PASSIVO EXIGÍVEL (3) = (1 + 2)74.750 100.234 127.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4)
PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4)123.108 141.574 180.628
46 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 47
AU
LA 2
MODELO PADRONIZADO PARA ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Nome da empresa: ______________________________________
Título da demonstração: _________________________________
ROB
Receita Operacional Bruta.
ROL
Receita Operacional Líquida.
CPV
Custo dos Produtos Vendidos.
IR
Imposto de Renda.
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
ROB (1)
(-) Deduções de Vendas (2)
(=) ROL (3) = (1 – 2) 210.512 259.346 280.200
(-) CPV. (4)
(=) LUCRO BRUTO (5) = (3 – 4)
50.127 98.033 105.860
(-) DESPESAS OPERACIONAIS (6) = (7 + 8 + 9 + 10)
35.382 92.327 101.235
Vendas (7)
Administrativas (8)
Financeiras Líquidas (9).
Outras Despesas/Receitas (10)
(=) LUCRO OPERACIONAL (11) = (5 – 6)
14.745 5.706 4.625
(+) Resultados Não-Operacionais (12)
(=) LUCRO ANTES DO IR (13) = (11 + 12)
14.901 5.782 5.241
(-) Provisão para IMPOSTO DE RENDA (14)
(=) LUCRO LÍQUIDO (15) = (13 – 14)
10.104 4.682 3.580
46 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 47
AU
LA 2
Ao preencher as tabelas durante o estudo deste tópico, você acabou
de realizar uma atividade relacionada ao terceiro objetivo desta aula:
executar a primeira etapa de uma metodologia de análise.
AS ETAPAS DA METODOLOGIA DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
De posse das demonstrações contábeis, o analista irá prepará-las
para a análise. Neste momento, você já sabe qual é a sua posição (se
analista interno ou externo) e o objetivo da análise (para quem e por
quê). Este trabalho pode ser dividido em cinco etapas:
• 1ª etapa: transportar os dados das demonstrações financeiras
para o MODELO PREVIAMENTE DEFINIDO, onde são feitos os ajustes
necessários. Além de adequá-los à análise, este trabalho reduz
de forma significativa o número de contas, uma vez que, em
vez de contas específicas, utilizamos grupos de mesma natureza,
facilitando a análise das demonstrações. Essa etapa foi a que
você cumpriu nesta aula, construindo seu aprendizado por uma
atividade.
• 2ª etapa: neste momento, as demonstrações encontram-se
preparadas para receber as TÉCNICAS DE ANÁLISE. Essas técnicas
transformam os dados em medidas relativas (e você as verá em
aulas posteriores).
• 3ª etapa: após aplicadas as técnicas, o analista deve comparar os
índices extraídos com os de empresas concorrentes do mesmo
porte e com os da média do setor. Esses índices-padrão são
encontrados em revistas especializadas, como por exemplo,
Exame – Melhores e Maiores.
• 4ª etapa: após efetuar as etapas 1, 2 e 3, o analista pondera os
diversos dados e informações, a fim de chegar a um diagnóstico
ou conclusões.
• 5ª etapa: por último, o analista toma a decisão, elaborando o
Relatório de Análise, seu produto final.
MO D E L O P RE V I A M E N T E
D E F I N I D O
É aquele que a instituição que
procede à análise define. Nesta aula, vimos um modelo
simplificado de análise, que foi
aplicado à Empresa Via Digital S.A.
TÉ C N I C A S D E AN Á L I S E
As técnicas a serem aplicadas dependem
da finalidade da análise, e você
as aprenderá nas próximas aulas. Só
para “diminuir” sua curiosidade, dentre
as principais técnicas temos:
a) Análise Vertical;b) Análise
Horizontal;c) Análise por
Quocientes.
48 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 49
AU
LA 2
O RELATÓRIO DE ANÁLISE
É o meio de comunicação pelo qual o analista de balanço divulga
o resultado de seu trabalho. Deve ser elaborado de forma clara e sucinta,
de acordo com o objetivo da análise e a quem ele se dirige.
O relatório de análise deve incluir uma introdução, na qual o
analista deverá explicar o objetivo da análise e para quem ela está sendo
feita. Em seguida, deve haver uma visão preliminar sobre os pontos fortes
e fracos dos aspectos observados quando da aplicação das técnicas de
análise. Posteriormente, serão enfocados com maior profundidade os
aspectos levantados na etapa anterior.
Após análise mais detalhada, o analista deverá opinar sobre cada
item abordado. Ao final do relatório, deverá sugerir ou recomendar
medidas a serem tomadas que poderão melhorar ou corrigir falhas
detectadas na situação existente.
Para a realização do seu trabalho, em relação aos dados da empresa,
o analista deverá:
– priorizar as tendências;
– mostrar a real situação corrente;
– enfatizar os aspectos fortes;
– não omitir os pontos fracos;
– utilizar gráficos sempre que possível;
– adotar uma linguagem clara e concisa.
1.500.000,00
1.000.000,00
500.000,00X1 X2 X3
Lucro Obtido
Figura 2.3: Gráficos são sempre apreciados em relatórios de análise, devido ao caráter fortemente ilustrativo das informações.
Ano
t
t
R$
48 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 49
AU
LA 2
A Análise dos demonstrativos da empresa ViajeBem S.A.
A empresa de turismo ViajeBem S.A. teve que proceder às pressas à análise das suas
demonstrações contábeis mais importantes: o BP e a DRE, ambos para o exercício de X1.
Você foi contratado para realizar esta análise. O primeiro passo, que você vai realizar
nesta atividade, é transportar os dados dos demonstrativos para o modelo padronizado
estabelecido pela empresa. Veja o que lhe foi fornecido:
1. Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X1
CONCLUSÃO
Você viu hoje uma metodologia específica de análise das
demonstrações financeiras, necessária para que seja feita uma avaliação
sobre a empresa para tomada de decisão. É importante que se tenha em
mente que cada instituição tem seu modelo de análise de demonstrativos
predefinido. Estes modelos são diretamente influenciados pelos interesses
que desencadearam o início da análise.
Atividade Final
Balanço PatrimonialEm R$
ATIVO PASSIVO
CirculanteCaixa 80Bancos 320Estoques 3.700
Realizável a Longo PrazoTítulos a Receber a Longo Prazo 1.800Participações Não-Permanentes em Empresas 3.000
Permanente Investimentos
Ações de Controladas ou Coligadas 5.400 Obras de Arte 6.000 Imóveis Não de Uso (para renda) 20. 000
Imobilizado Terrenos 9.000 Máquinas 15.000 Sistemas aplicativos – softwares 7.000 Móveis e Utensílios 10.000 Veículos 20.000 Marcas e Patentes 4.000
Diferido Gastos Pré-operacionais 3.900
Ativo Total 109.200
CirculanteFornecedores 2.700Empréstimos a Pagar 5.000Impostos a Recolher 1.300Dividendos a Pagar 1.900
Exigível a Longo PrazoEmpréstimos a Pagar 8.000Financiamentos a Pagar 1.400
Patrimônio LíquidoCapital Social 82.630Lucros ou Prejuízos Acumulado 6.270
Passivo Total 109.200
3
50 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 51
AU
LA 2
2. Demonstração do Resultado do Exercício findo em X1
De posse das demonstrações anteriores, faça os ajustes necessários e preencha as tabelas
dos modelos padronizados de análise do BP e da DRE, disponibilizados a seguir:
a. BP:
Para auxiliá-lo, o total do Ativo e do Passivo já está preenchido.
DRE
Em R$
Receita Operacional Bruta (-) Deduções Receita Operacional Líquida (-) Custo das Mercadorias Vendidas = Lucro Operacional Bruto (-) Despesas Operacionais
Administrativas (=) Lucro Operacional Líquido (+) Receitas Não-Operacionais(=) Lucro Antes do Imposto de Renda (-) Provisão para o Imposto de Renda(=) Lucro Líquido
40.000,00 10.000,0030.000,0020.000,0010.000,00
5.000,005.000,00
500,005.500,001.000,004.500,00
Em R$
APLICAÇÕES Valor ORIGENS Valor
Disponibilidades (1) Passivo Circulante (1)
Direitos Realizaveis a CP (2)
Soma (3) = (1+2) Passivo Exigível a LP (2)
Estoques (4)
Ativo Circulante (5) = (3+4) Passivo Exigível (3) = (1+2)
Ativo Realizável a LP (6)
Ativo Permanente (7) = (8+9+10) Patrimônio Líquido (4)
Investimentos (8)
Imobilizado (9)
Diferido (10)
ATIVO TOTAL (11) = (5+6+7) 109.200 PASSIVO TOTAL (5) = (3+4) 109.200
50 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 51
AU
LA 2
b. DRE:
Para auxiliá-lo, o Lucro Líquido já está preenchido.
Resposta ComentadaSe você acompanhou esta aula trabalhando nas tabelas que apresentavam a
primeira etapa de uma análise, não deve ter sido difícil realizar esta atividade. No
Balanço Patrimonial não havia contas que precisassem ser transferidas do Ativo
para o Passivo e, por isso, sua principal ação foi distribuí-las corretamente dentro
dos grupos a que pertenciam no modelo padronizado. No modelo da DRE
adotou-se o mesmo procedimento para o preenchimento. Você deve
ter elaborado tabelas como as seguintes:
Em R$
DISCRIMINAÇÃO Valor
Receita Operacional Bruta (1)
(-) Deduções de Vendas (2)
(=) Receita Operacional Líquida (3) = (1-2)
(-) Custo dos Produtos Vendidos (4)
(=) Lucro Bruto (5) = (3-4)
(-) Despesas Operacionais (6) = (7+8+9+10)
. Vendas (7)
. Administrativas (8)
. Financeiras Líquidas (9)
. Outras Despesas/Receitas (10)
(=) Lucro Operacional (11) = (5-6)
(+) Resultados Não-Operacionais (12)
(=) Lucro antes do IR (13) = (11+12)
(-) Provisão para o IR (14)
(=) Lucro Líquido (15) = (13-14) 4.500
52 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 53
AU
LA 2
ViajeBem S. A.
Balanço Patrimonial ajustado, encerrado em 31/12/X1
A análise das demonstrações contábeis é utilizada
Em R$
APLICAÇÕES Valor ORIGENS Valor
Disponibilidades (1) 400 Passivo Circulante (1) 10.900
Direitos Realizaveis a CP (2) –
Soma (3) = (1+2) 400 Passivo Exigível a LP (2) 9.400
Estoques (4) 3.700
Ativo Circulante (5) = (3+4) 4.100 Passivo Exigível (3) = (1+2) 20.300
Ativo Realizável a LP (6) 4.800
Ativo Permanente (7) = (8+9+10) 100.300 Patrimônio Líquido (4) 88.900
Investimentos (8) 31.400
Imobilizado (9) 65.000
Diferido (10) 3.900
ATIVO TOTAL (11) = (5+6+7) 109.200 PASSIVO TOTAL (5) = (3+4) 109.200
52 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
C E D E R J 53
AU
LA 2
ViajeBem S. A.
Demonstração do Resultado do Exercício ajustada, relativa ao exercício de X1
Em R$
DISCRIMINAÇÃO Valor
Receita Operacional Bruta (1) 40.000
(-) Deduções de Vendas (2) 10.000
(=) Receita Operacional Líquida (3) = (1-2) 30.000
(-) Custo dos Produtos Vendidos (4) 20.000
(=) Lucro Bruto (5) = (3-4) 10.000
(-) Despesas Operacionais (6) = (7+8+9+10) 5.000
. Vendas (7) –
. Administrativas (8) 5.000
. Financeiras Líquidas (9) –
. Outras Despesas/Receitas (10) –
(=) Lucro Operacional (11) = (5-6) 5.000
(+) Resultados Não-Operacionais (12) 500
(=) Lucro antes do IR (13) = (11+12) 5.500
(-) Provisão para o IR (14) 1.000
(=) Lucro Líquido (15) = (13-14) 4.500
54 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras
A análise das demonstrações contábeis é utilizada por instituições para
avaliar a eficiência de suas atividades. Pode ser realizada pela própria
empresa (análise interna) ou por outras instituições que tenham interesses
em jogo (análise externa). Em ambos os casos, a análise influencia
diretamente a tomada de decisões administrativas.
Para a execução de uma análise, as demonstrações contábeis mais utilizadas
são o BP e a DRE, em geral referentes aos três últimos exercícios.
Há cinco etapas envolvidas na execução de uma análise. A primeira delas
é a transposição dos dados das demonstrações para o modelo de análise
utilizado pela entidade que a está fazendo. Em seguida, aplicam-se técnicas
de análise que fornecerão indicadores do andamento dos negócios da
empresa analisada, avaliam-se as informações para gerar um diagnóstico
da situação da empresa e decide-se que atitudes tomar.
As informações obtidas em uma análise de demonstrativos são divulgadas
em um relatório de análise, cujo formato é previamente definido.
R E S U M O
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
Na Aula 3, enfocaremos a técnica de análise denominada Análise
Vertical.
Análise Vertical
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
aplicar a técnica de Análise Vertical ao Balanço Patrimonial;
aplicar a técnica de Análise Vertical à Demonstração do Resultado do Exercício;
identificar os objetivos da Análise Vertical;
analisar os resultados obtidos pela Análise Vertical para inferir sobre a situação da empresa analisada.
3objetivos
AU
LA
Metas da aula
Apresentar a técnica de Análise Vertical, uma das técnicas de Análise de Balanços, explicando sua importância como
instrumento de análise dos demonstrativos.
1
2
3
4
Pré-requisitos
Para acompanhar esta aula com mais facilidade, é necessário ter claros os principais relatórios contábeis (BP e DRE), já estudados nas aulas de
Contabilidade Geral I (Aulas 4 e 7), como também ter acompanhado a revisão daquele conteúdo realizada na Aula 1 desta disciplina.
Você deve, também, se reportar à aula passada, em que foram estudados os conceitos, objetivos e procedimentos de preparação das demonstrações
contábeis para aplicação das técnicas de análise.Mais uma vez, uma calculadora o ajudará bastante!
56 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 57
AU
LA 3
As técnicas de Análise que você vai aprender nesta disciplina se remetem
a relativizações de valores expressos nas demonstrações contábeis. Essas
relativizações podem ser percentuais ou razões (quocientes) entre valores de
determinados grupos dos demonstrativos; por exemplo, do BP.
Existem diversas técnicas de análise. As principais você vai aprender nesta
disciplina ANÁLISE VERTICAL, Análise Horizontal e Análise por Índices. Nesta aula,
abordaremos a Análise Vertical.
Na Análise Vertical, você calculará a participação percentual de cada item
(elemento ou rubrica) em relação a determinado valor (base). Esse valor pode ser,
por exemplo, o Ativo Total ou o Passivo Total (no caso do Balanço Patrimonial)
ou a Receita Operacional Líquida (no caso da DRE).
Para você ter uma idéia, veja, a seguir, a composição percentual do Ativo de
uma empresa, segmentada pelos seus principais grupos de contas:
Composição do ativo
De acordo com os percentuais calculados, chegamos à informação de que, nesta
empresa, o Ativo Circulante apresenta a maior participação. Essa informação é
importante, por exemplo, para um fornecedor que precisa saber se a empresa
em questão é capaz de pagar suas obrigações a curto prazo, se comparado
com o Passivo Circulante.
São diversas as aplicações da técnica e as informações que se pode obter por
seu uso. Você verá algumas delas em seguida.
A ANÁLISE VERTICAL
A Análise Vertical, como você já sabe, é uma técnica de análise
de demonstrações contábeis. Ao aplicar a técnica de Análise Vertical, o
analista está transformando os valores monetários das demonstrações
financeiras em medidas relativas, chamadas COEFICIENTES OU PERCENTUAIS.
INTRODUÇÃO
AN Á L I S E VE R T I C A L
Também é denominada Análise de Estrutura ou Análise de Composição.
20%
10%
70%
Ativo Circulante
Ativo Realizável Longo Prazo
Ativo Permanente
CO E F I C I E N T E S O U P E RC E N T U A I S
Medidas que indicam a proporção de cada componente em relação à base.
56 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 57
AU
LA 3
O uso da Análise Vertical tem como principal objetivo medir o
percentual (%) de cada componente em relação à base.
A base é representada pela percentagem de 100%. O que determina
o valor correspondente a estes 100% é a demonstração contábil que se
está analisando. Assim, no BP, a base (100%) é representada pelo Ativo
Total ou pelo Passivo Total (o que, de fato, representa o mesmo valor);
na DRE, a base é estabelecida pela Receita Operacional Líquida.
Por medir proporções entre os valores e a base, a Análise Vertical
tem como finalidade observar as contas (ou grupos) de maior valor e
de maior importância na análise da empresa. Além disso, possibilita
comparar as mudanças que existem entre essas proporções, permitindo a
visualização rápida das contas (ou grupos) que mais sofreram alterações
entre dois ou mais períodos analisados.
COMO REALIZAR A ANÁLISE VERTICAL?
A Análise Vertical é calculada da seguinte forma:
No Balanço Patrimonial
A base é representada pelo Ativo Total ou Passivo Total (100%).
Isso acontece porque, numa análise de Balanço, é importante saber o
quanto a empresa possui de recursos aplicados no Ativo Circulante,
Realizável a Longo Prazo e Permanente em relação ao total das
aplicações; o mesmo vale para o Passivo (Circulante, Exigível a Longo
Prazo e Patrimônio Líquido), em relação ao total das origens.
Para calcular o percentual de um grupo do BP, é necessário dividi-
lo pelo Ativo ou Passivo Total.
Conta (ou grupo) a analisar X 100Base
(Ativo Total ou Passivo Total)
Valores Monetários
(em R$)
são transformados emCoeficientes
(em %)
%
x 100
Você sabia que se multiplicarmos
o numerador de uma fórmula por
100 o resultado da fração já é dado em percentual? É por isso que,
na expressão representada para
Análise Vertical do BP, multiplicamos o
numerador por 100!
Figura 3.1: Pela Análise Vertical, valores monetários são convertidos em coeficientes ou percentuais.
58 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 59
AU
LA 3
Como arredondar números?
Você deve efetuar o arredondamento de acordo com o critério universal. Este critério diz que:
1 – deve-se determinar quantas casas decimais o número terá (incluindo os com zero casas decimais, ou seja, números inteiros);
2 – observar o número que vem em seguida à casa decimal que você determinou (aquele a partir do qual começará a eliminação):
– se este número for 0, 1, 2, 3 ou 4, é só eliminá-lo;
– se este número for de 5 a 9, também é procedida a eliminação, mas deve-se somar uma unidade à última casa da parte mantida.
Veja exemplos para ficar mais claro:
Para facilitar a interpretação da Análise Vertical, sempre que
possível, deve-se efetuar ARREDONDAMENTOS nos percentuais apurados
para zero casas decimais.
Veja como é feita a Análise Vertical do demonstrativo contábil
a seguir:
Empresa Goiás Ltda. Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X5
ARREDONDAMENTOSSão efetuados quando há casas decimais a serem excluídas em um número.
Número Zero casas decimais Uma casa decimal Duas casas decimais
14,389 14,389 14 14,389 14,4 14,389 14,39
15,558 15,558 16 15,558 15,6 15,558 15,56
??
ATIVOVALOR AV
PASSIVOVALOR AV
R$ % R$ %
AC 64.000 40 PC 48.000 30
ARLP 9.600 6 PELP 16.000 10
AP 86.400 54 PL 96.000 60
AT 160.000 100 PT 160.000 100
Legenda
AC – Ativo Circulante.ARLP – Ativo Realizável a Longo Prazo.AP – Ativo Permanente.AT – Ativo Total.PC – Passivo Circulante.PELP – Passivo Exigível a Longo Prazo.PL – Patrimônio Líquido.PT – Passivo Total.
58 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 59
AU
LA 3
Vale lembrar que, conforme você aprendeu na aula passada, as
demonstrações contábeis precisam ser ajustadas para aplicar as técnicas
de análise. Na tabela anterior, os agrupamentos de contas já haviam sido
feitos e precisamos simplesmente calcular seus percentuais em relação ao
Ativo Total e ao Passivo Total. Como chegamos aos percentuais anotados
na coluna AV (Análise Vertical)? Acompanhe a seguir:
Após a primeira parte desta aula, que você acabou de estudar,
é importante realizar a atividade a seguir. Não deixe de fazê-la, pois é
importante para avançar neste conteúdo!
ME M Ó R I A D E C Á L C U L O
É o lugar de registro dos cálculos
dos percentuais efetuados em uma
análise.
No exemplo anterior, todas as divisões resultaram em valores inteiros.
Quando isso não acontecer, o analista deve adotar como critério, sempre que possível, o arredondamento
dos percentuais calculados para zero casas decimais. Afinal, o que representa, por exemplo, 0,3% de 100%?Mas cuidado! Quando se arredondam os percentuais,
você deve estar atento para que o somatório dos percentuais dos componentes do Ativo ou
Passivo totalize 100%.
!!
AT é a BASE (100%) PT é a BASE (100%)
AC
64.000 x 100 = 40%160.000
AC
48.000 x 100 = 30%160.000
ARLP
9.600 x 100 = 6%160.000
PELP
16.000 x 100 = 10%160.000
AP
86.400 x 100 = 54%160.000
PL
96.000 x 100 = 60%160.000
MEMÓRIA DE CÁLCULO
60 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 61
AU
LA 3
Calculando percentuais de Análise Vertical no BP
A Empresa Sergipe S. A. contratou você, analista de demonstrações contábeis, para proceder a uma análise vertical em seu Balanço Patrimonial, a fim de obter informações sobre a proporção de seus componentes em relação ao total de aplicações e origens. Para isso, forneceu-lhe o seguinte demonstrativo, em que os ajustes (agrupamentos de contas) já haviam sido feitos:
Empresa Sergipe S. A.Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X1
De posse do BP já ajustado da Empresa Sergipe S. A., você iniciou sua análise.
Tarefa: Preencha a coluna AV da tabela anterior com os percentuais que obtiver a partir de seus cálculos. Se achar conveniente, anote a memória de cálculo no espaço a seguir.
Atividade 11
ATIVOVALOR AV
PASSIVOVALOR AV
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 2.000 Circulante 1.500
Realizável a Longo Prazo 450
Exigível a Longo Prazo 300
Permanente - Investimentos 750
Patrimônio Líquido 3.200
Permanente - Imobilizado 1.600
Permanente - Diferido 200
TOTAL 5.000 TOTAL 5.000
Balanço Patrimonial
AT é a BASE (100%) PT é a BASE (100%)
AC: PC:
ARLP: PELP:
Permanente - Investimentos: PL:
Permanente - Imobilizado:
Permanente - Diferido:
60 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 61
AU
LA 3
Resposta ComentadaVocê viu, na teoria, que a Análise Vertical é o processo que mede a participação de cada
grupo em relação ao todo de que faz parte. No BP, os 100% são o Ativo Total (base). Deste
modo, para saber a participação de cada grupo em relação à base (Ativo Total), basta
aplicar uma regra de três simples.
Por exemplo, se quisermos saber qual a participação do AC em relação ao Ativo Total,
temos:
2.000 ------- X X = 2.000 x 100 , donde X = 40%
5.000 ------- 100% 5.000
Assim, nosso BP analisado fica:
Empresa Sergipe S. A.
Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X1
Os valores obtidos na Análise Vertical estão registrados na memória de cálculo a seguir:
Memória de cálculo
ATIVOVALOR AV
PASSIVOVALOR AV
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 2.000 40 Circulante 1.500 30
Realizável a Longo Prazo 450 9
Exigível a Longo Prazo 300 6
Permanente - Investimentos 750 15
Patrimônio Líquido 3.200 64
Permanente - Imobilizado 1.600 32
Permanente - Diferido 200 4
TOTAL 5.000 100 TOTAL 5.000 100
Balanço Patrimonial
AT é a BASE (100%) PT é a BASE (100%)
AC:
2.000 x 100 = 40% 5.000
PC:
1.500 x 100 = 30% 5.000
ARLP:
450 x 100 = 9% 5.000
PELP:
300 x 100 = 6% 5.000
PERMANENTE - Investimentos
750 x 100 = 15% 5.000
PL
3.200 x 100 = 64% 5.000
PERMANENTE - Imobilizado
1.600 x 100 = 32% 5.000
PERMANENTE - Diferido
200 x 100 = 4% 5.000
62 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 63
AU
LA 3
Na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Na Demonstração do Resultado do Exercício, a base é repre-
sentada pela Receita Operacional Líquida (100%). Isso acontece porque
é importante para a análise da empresa relacionar suas despesas e lucros
com o quanto obtém de receita por suas atividades (ou o quanto de suas
receitas/despesas não-operacionais representam em relação ao que recebe
pelas suas atividades).
Para efetuar a Análise Vertical na DRE, portanto, é preciso dividir
a conta (ou grupo) a analisar (multiplicado por 100 para que o resultado
já seja obtido em percentual) pela base:
Conta (ou grupo) a analisar x 100
Base
(Receita Operacional Líquida)
Para esclarecer qualquer possível dúvida, veja um exemplo de
como proceder uma análise vertical na DRE:
Empresa Comercial Sabor de Mel Ltda.Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:
DISCRIMINAÇÃO
X5
VALOR AV
R$ %
Receita Operacional Líquida (ROL) 180.000 100
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 81.000 45
(=) Lucro Bruto (LB) 99.000 55
(-) Despesas Operacionais (DO):
• Despesas Comerciais (DC) 21.600 12
• Despesas Administrativas (DA) 25.200 14
• Despesas Financeiras (DF) 7.200 4
(=) Lucro Operacional (LO) 45.000 25
(+) Receitas Não-Operacionais (RNO) 3.600 2
(-) Despesas Não-Operacionais (DNO) 9.000 5
(=) Lucro Antes do IR (LAIR) 39.600 22
(-) Provisão para o Imposto de Renda (PIR) 12.600 7
(=) Lucro Líquido (LL) 27.000 15
62 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 63
AU
LA 3
Segundo a fórmula que você viu anteriormente, foi possível chegar
aos percentuais anotados na coluna AV (à direita). Os cálculos foram
executados da seguinte maneira:
Ficou claro como proceder à Análise Vertical da DRE? Que tal
fazer uma atividade para não deixar qualquer dúvida?
ROL é a BASE (100%) LO:
4.500 x 100 = 25% 180.000
CMV:
81.000 x 100 = 45% 180.000
RNO:
3.600 x 100 = 2% 180.000
LB:
99.000 x 100 = 55% 180.000
DNO:
9.000 x 100 = 5% 180.000
DC:
21.600 x 100 = 12% 180.000
LAIR:
39.600 x 100 = 22% 180.000
DA:
25.200 x 100 = 14% 180.000
IR:
12.600 x 100 = 7% 180.000
DF:
7.200 x 100 = 4% 180.000
LL:
27.000 x 100 = 15% 18.000
A Empresa Sergipe S. A. havia contratado você, analista de demonstrações contábeis, para realizar a análise vertical de seu BP. Satisfeita com o produto obtido, solicitou que você realizasse a análise de sua Demonstração do Resultado do Exercício. Para isso, forneceu os dados a seguir, já ajustados:
Empresa Sergipe S. A.
Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:
Atividade 2
2
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1
VALOR AV
R$ MIL %
VENDAS BRUTAS 5.000
(-) Deduções das Vendas Brutas:
• Devolução de Vendas 10
• Descontos Incondicionais 50
• Impostos Faturados 310
64 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 65
AU
LA 3
Preencha a coluna AV com os percentuais corretos, calculados de acordo com a base. Para facilitar, arredonde os valores para zero casas decimais. Se julgar necessário, registre as operações que realizar na memória de cálculo a seguir:Memória de cálculo:
(=) VENDAS LÍQUIDAS 4.630
(-) Custo das Mercadorias Vendidas 1.400
(=) Lucro Bruto 3.230
(-) Despesas Operacionais
• Despesas de Vendas 400
• Despesas Administrativas 200
• Despesas Financeiras 100
(=) Lucro Operacional 2.530
VENDAS BRUTAS e LÍQUIDAS
A expressão “Vendas Brutas” é equivalente à Receita Bruta ou Receita Operacional Bruta, ao passo que “Vendas Líquidas” é muito utilizada nas empresas comerciais e é semelhante à Receita Líquida ou Receita Operacional Líquida, ou seja, servirá como base de cálculo para a Análise Vertical.
Vendas Líquidas (ou ROL): Despesas de Vendas:
Vendas Brutas (ou ROB): Despesas Administrativas:
Devoluções de Vendas: Despesas Financeiras:
Descontos Incondicionais: Lucro Operacional:
Impostos Faturados:
CMV:
Lucro Bruto:
64 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 65
AU
LA 3
Resposta ComentadaRepare que a função da Análise Vertical é transformar unidades monetárias em medida
relativa chamada percentual.
A base para o cálculo dos percentuais na Demonstração do Resultado do Exercício é a ROL.
Nesta atividade, está representada pelas Vendas Líquidas.
Empresa Sergipe S. A.
Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:
Como sugerimos que houvesse apenas números inteiros (sem casas decimais), o item Devolução
de Vendas não tem uma porcentagem anotada na coluna AV. Isso aconteceu porque, em relação
à Receita Operacional Líquida (Vendas Líquidas), o valor daquele item não alcança 1%.
Para calcular os percentuais de Vendas Líquidas, Lucro Bruto, Lucro Operacional, não há
necessidade de utilizar regra de três simples, basta fazer a diminuição dos percentuais dos
valores já calculados anteriormente. Veja como ficou a memória de cálculo:
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1
VALOR AV
R$ MIL %
Vendas Brutas 5.000 108
(-) Deduções das Vendas Brutas:
• Devolução de Vendas 10 –
• Descontos Incondicionais 50 1
• Impostos Faturados 310 7
(=) Vendas Líquidas 4.630 100
(-) Custo das Mercadorias Vendidas 1.400 30
(=) Lucro Bruto 3.230 70
(-) Despesas Operacionais
• Despesas de Vendas 400 9
• Despesas Administrativas 200 4
• Despesas Financeiras 100 2
(=) Lucro Operacional 2.530 55
66 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 67
AU
LA 3
Memória de Cálculo
Vendas Líquidas (ou ROL) É a BASE (100%)
Despesas de Vendas:
400 x 100 = 9% 4.630
Vendas Brutas:
5.000 x 100 = 108% 4.630
Despesas Administrativas:
200 x 100 = 4% 4.630
Devoluções de Vendas:
10 x 100 = -% 4.630
Despesas Financeiras:
100 x 100 = 2% 4.630
Descontos Incondicionais:
50 x 100 = 1% 4.630
Lucro Operacional: LO = LB - DO
55% = 70% - (9% + 4% + 2%)
Impostos Faturados:
310 x 100 = 7% 4.630
CMV:
310 x 100 = 30% 4.630
Lucro Bruto: LB = VL - CPV
70% = 100% - 30%
MAIS APLICAÇÕES DA ANÁLISE VERTICAL
A Análise Vertical oferece parâmetros relativizados. Esses parâmetros
são importantes não apenas na avaliação de um determinado grupo em
relação ao Ativo Total, por exemplo. São importantes também para calcular
percentuais de contas em relação ao subgrupo do BP a que pertencem.
Assim, pode ser importante para uma empresa saber o quanto do
seu Ativo Circulante é representado por disponibilidades, ou o quanto
de seus Estoques é matéria-prima, por exemplo.
Para efetuar análises mais particulares como estas que mencionamos
no parágrafo anterior, só é preciso determinar que grupo será sua base de
cálculo. Portanto, se quisermos calcular o percentual de disponibilidades
em relação ao Ativo Circulante, é só estabelecermos este como base:
Legenda
ROL – Receita Operacional Líquida.CMV – Custo das Mercadorias Vendidas.VL – Vendas Líquidas.LB – Lucro Bruto.DO – Despesas Operacionais.
66 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 67
AU
LA 3
DISCRIMINAÇÃO
X1
VALOR AV
R$ %
Disponível 20.000 10
Duplicatas a Receber 80.000 40
Mercadorias 100.000 50
Total do Ativo Circulante 200.000 100
O mesmo pode ser feito para qualquer subgrupo do BP e da
DRE. Por exemplo, Estoques em relação ao Ativo Circulante, Matérias-
primas em relação a Estoques ou Despesas Administrativas em relação
às Despesas Operacionais. A regra é definir quem será a base, ou seja,
em relação a que grupo (ou conta) você deseja obter informações mais
precisas.
AC É a BASE (100%)
Disponível:
20.000 x 100 = 10% 200.000
Duplicatas a Receber:
80.000 x 100 = 40% 200.000
Mercadorias:
100.000 x 100 = 50% 200.000
MEMÓRIA DE CÁLCULO
68 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 69
AU
LA 3
Quem é maior, uma joaninha ou um gafanhoto?A joaninha certamente percebe que o gafanhoto é maior do que ela;
entretanto, utilizando um animal de grande porte como referencial (elefante, por exemplo), será que essa pequena diferença é relevante?
Usando o mesmo raciocínio, uma conta pode ter seu valor aumentado de um exercício para o outro, mas isso representa algo significativo em relação ao
referencial estabelecido (a base)?É muito importante destacar que a Análise Vertical mede tão-somente proporções. Quando falamos deste tipo de análise, descartamos valores
monetários. Assim, não tem sentido falar em aumento ou diminuição destes, uma vez que ela não mede isso, conforme você pode ver no exemplo a seguir:
Ao analisar a participação da conta Duplicatas a Receber e da conta Estoques em relação ao total nos anos X1 e X2, observamos que as
Duplicatas a Receber representavam 50% em X1 e 25% em X2; não houve, porém, uma diminuição no valor de Duplicatas a
Receber, que passou de R$ 500.000 para R$ 1.000.000.Outra vantagem de ter números que refletem
proporções e não valores absolutos é poder comparar empresas de portes diferentes. O volume monetário é muito diferente,
mas as proporções provavelmente não o serão!
!!DISCRIMINAÇÃO
X1 X2
VALOR AV VALOR AV
R$ % R$ %
Duplicatas a Receber 500.000 50 1.000.000 25
Estoques 500.000 50 3.000.000 75
Total 1.000.000 100 4.000.000 100
Por que usar uma técnica de relativização?
Eric
Do
lle
ww
w.s
xc.h
u/5
1302
8
Nic
k K
alis
hw
ww
.sxc
.hu
/478
419
Hag
it B
erko
vich
ww
w.s
xc.h
u/5
0669
8
68 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 69
AU
LA 3
O QUE MOSTRA A ANÁLISE VERTICAL?
Agora que você já tem uma visão geral da técnica da Análise
Vertical, veja as informações que pode obter dos resultados desta técnica
aplicada ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Resultado do
Exercício.
Análise vertical no balanço patrimonial
Seu objetivo geral é:
Mostrar a participação de cada conta (ou grupo) em relação ao
total do Ativo ou Passivo. Esses dados podem ser comparados com seus
equivalentes em outros exercícios (ou em outras empresas do mesmo
ramo) para identificar se existem contas (ou grupos) fora das proporções
normais.
Mais especificamente, a Análise Vertical mostra de forma
detalhada a estrutura do Ativo e do Passivo e as modificações ocorridas
ao longo dos exercícios analisados.
Em relação à composição do Passivo, podemos verificar:
– a participação dos capitais de terceiros no total das origens de
recursos? E dos capitais próprios?;
– o percentual de capitais de terceiros a curto e a longo prazo;
– o perfil das dívidas (de FINANCIAMENTO ou de FUNCIONAMENTO) da
empresa.
Em relação à estrutura do Ativo, pode-se verificar:
– quantos por cento dos recursos à disposição da empresa
encontram-se aplicados no Ativo Circulante, no Ativo Realizável a
Longo Prazo e no ATIVO PERMANENTE;
– qual a participação das principais contas dentro dos seus
respectivos grupos?;
– qual a participação dos subgrupos Investimentos, Imobilizado
e Diferido no total do Ativo Permanente? etc.
Depois de calcular esses percentuais, você deve comparar os
valores extraídos na Análise Vertical com os das empresas concorrentes,
a fim de se certificar se os recursos investidos são típicos ou não para o
ramo de atividade da empresa. Por exemplo: normalmente, os recursos
aplicados no Ativo Circulante em uma empresa comercial são superiores
aos do Ativo Permanente.
AT I V O PE R M A N E N T E
Em Análise das Demonstrações
Contábeis, o Ativo Permanente também
pode ser chamado Investimentos Fixos.
DÍVIDAS DE FINANCIAMENTO E
DE FUNCIONAMENTO
Dívidas de financiamento:
oriundas de instituições financeiras. Dívidas de
funcionamento: oriundas de
fornecedores, salários, impostos,
aluguéis etc.
70 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 71
AU
LA 3
Análise vertical na demonstração do resultado do exercício
Seu objetivo geral é:
Mostrar a participação de cada conta (ou grupo) em relação à
Receita Operacional Líquida (ROL) e, ao comparar esses percentuais
com padrões do ramo ou da própria empresa em exercícios anteriores,
identificar se existem contas (ou grupos) fora das proporções normais.
Em termos específicos, a Análise Vertical possibilita avaliar
a participação de cada elemento na formação do lucro ou prejuízo
do período. Dessa forma, é possível mostrar de forma detalhada o
desempenho da empresa.
Você viu no cálculo da Análise Vertical na DRE que a ROL é a base
(é igualada a 100% e todos os demais itens têm seu percentual calculado
em relação a ela). Assim, foi possível verificar a representatividade de cada
conta (ou grupo) em relação à Receita Operacional Líquida. Exemplos
disso são as respostas para:
– qual o percentual do CUSTO DAS VENDAS? E das Despesas
Operacionais? E das Despesas Administrativas?
– qual a representatividade do Lucro Bruto? Do Lucro
Operacional? Do Lucro Líquido?
Após calcular esses percentuais, você deve compará-los com os de
outras empresas de atividade semelhante, do mesmo porte e, se possível,
da mesma região geográfica.
Finalmente, a Análise Vertical permite ao analista detectar variações
expressivas ocorridas nos exercícios analisados, sejam elas favoráveis ou
não e, a partir disso, procurar as causas dessas variações.
CU S T O D A S VE N D A S
Na empresa industrial, é representado pela conta CPV; na comercial, pela conta CMV; e na empresa prestadora de serviços, pela conta Custo dos Serviços Prestados (CSP).
Objetivos da Análise Vertical nos diferentes demonstrativos
A seguir você encontrará uma série de sentenças que se referem à Análise Vertical. Identifique quais se referem ao BP e quais estão relacionadas à DRE, escrevendo a sigla da demonstração na lacuna disponível.1. ( ) Fornecer dados sobre a origem de capitais próprios e de terceiros.2. ( ) Possibilitar a avaliação do resultado da empresa ao longo de vários exercícios.3. ( ) Calcular a representatividade dos Lucros.
4. ( ) Mostrar a participação de cada grupo do Ativo no total das aplicações.
Atividade 33
70 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 71
AU
LA 3
5. ( ) Calcular a participação de cada elemento da demonstração contábil no resultado da empresa.6. ( ) Comparar os dados com os das demais empresas.
Resposta Comentada“Fornecer dados sobre a origem de capitais próprios e de terceiros” e “Mostrar a participação
de cada grupo do Ativo no total das aplicações” são ações da Análise Vertical diretamente
relacionadas ao Balanço Patrimonial. Repare que as expressões “capitais próprios e de
terceiros” e “total das aplicações” são os elementos denunciadores nas sentenças.
As ações da Análise Vertical voltadas para a DRE, portanto, são “possibilitar a avaliação do
resultado da empresa ao longo de vários exercícios”, “calcular a representatividade dos Lucros” e
“calcular a participação de cada elemento da demonstração contábil no resultado da empresa”.
As expressões que se referem à DRE nestas sentenças são “resultado” e “Lucros”.
Sentiu falta do item 6 nesta resposta? Provavelmente! Ele não se enquadra particularmente
em nenhuma das duas demonstrações. Comparar os dados obtidos pela Análise Vertical com
aqueles obtidos pela mesma técnica em outra companhia é uma ação que se pode realizar
tanto com os percentuais calculados no BP quanto na DRE!
Se você possui uma calculadora HP-12C, pode utilizá-la para o cálculo da Análise Vertical, o que é feito da seguinte maneira:
!!ETAPA 1
o que é feito dados teclas
Determinar casas decimais
F0 (zero casas decimais)
F1 (uma casa decimal) etc.
Arquivar a base Valor (R$) da base Enter
ETAPA 2Cálculo Valor (R$) da conta % T
Recuperação da base CLx
Como fazer a Análise Vertical com uma calculadora?
72 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 73
AU
LA 3
Para efetuar todos os cálculos, você deve utilizar a Etapa 2.
Quando for necessário trocar a base, volte à Etapa 1.
Você também pode fazer todos esses cálculos com uma calculadora comum.
Exemplo:Qual a participação de cada conta no Ativo Imobilizado?
Etapa 1: Para determinar o número de casas decimais:
No exemplo citado, você vai eliminar as casas decimais; para isto, tecle F0.
Para arquivar a base:No exemplo citado, a base é o total do Ativo Imobilizado: R$ 400.000. Digite a base
(R$ 400.000) e aperte a tecla enter.
Etapa 2:Para calcular os percentuais (%) das contas, você deve digitar o valor de
cada conta e apertar a tecla %T.Por exemplo, para calcular o percentual da conta Máquinas e
Equipamentos, você deve digitar o valor (R$ 200.000) e apertar a tecla %T.
Para calcular a conta seguinte, no caso Veículos, você precisa recuperar a base, o que é feito da seguinte maneira: aperte a tecla CLx e a seguir digite o valor da conta
cujo percentual você quer calcular, ou seja, digite o valor (R$ 160.000) e aperte a
tecla %T.
!!CONTAS
31/12/X1
VALOR AV
R$ %
Máquinas e Equipamentos 200.000 50
Veículos 160.000 40
Ferramentas 40.000 10
Total do Ativo Imobilizado 400.000 100
INTERPRETANDO UMA ANÁLISE VERTICAL
As informações obtidas pela Análise Vertical são de grande importância
por fornecerem o caminho que a empresa deve percorrer, as diretrizes para
a tomada de decisões na entidade. Mas como interpretar os dados obtidos?
Isso é o que você verá a seguir, tanto para o BP quanto para a DRE!
72 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 73
AU
LA 3
Balanço Patrimonial
Figura 3.2: No filme O Mágico de Oz, um clássico infantil, a personagem principal, Dorothy, precisava chegar ao castelo do Mágico de Oz, pois só assim ela conseguiria alcançar seu objetivo: voltar para casa. Para chegar ao Mágico, Dorothy devia seguir pela estrada de tijolos amarelos.As empresas têm como objetivo alcançar o melhor desempenho possível. A Análise Vertical das demonstrações contábeis fornece um caminho a ser seguido para isso, a estrada de tijolos amarelos que se deve percorrer.
Para o Balanço Patrimonial
Para efeito de análise dos dados obtidos com a aplicação da técnica
de Análise Vertical no Balanço Patrimonial, você deverá desenhar um
HISTOGRAMA para cada exercício, com os percentuais obtidos quando da
aplicação da Análise Vertical. Veja um exemplo:
Imagine que a Empresa Via Digital S.A. apresente os seguintes
percentuais dos seus subgrupos em relação ao total das origens e das
aplicações:
Empresa Via Digital S.A.Balanço Patrimonial ajustado encerrado em:
HI S T O G R A M A
Gráfico constituído por retângulos
de mesma base, colocados lado a lado e cuja altura
é proporcional à quantidade a
representar.
APLICAÇÕES
31/12/X1 31/12/X2
VALOR AV VALOR AV
R$ % R$ %
ATIVO CIRCULANTEDisponível (1) 7.390 6 2.024 1
Direitos Realizáveis a Curto Prazo (2) 47.218 38 41.015 29
Soma (3) = (1+2) 54.608 44 43.039 30
Estoques (4) 33.923 28 33.411 24
Total do Ativo Circulante (5) = (3 + 4) 88.531 72 76.450 54
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (6) - - - -
ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9 + 10) 34.577 28 65.124 46
. Investimentos (8) 3.263 3 4.106 3
. Imobilizado (9) 31.314 25 59.036 42
. Diferido (10) - - 1.982 1
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 123.108 100 141.574 100
74 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 75
AU
LA 3
Balanço Patrimonial
ORIGENS
31/12/X1 31/12/X2
VALOR AV VALOR AV
R$ % R$ %
PASSIVO CIRCULANTE (1) 60.554 49 48.943 35
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO (2) 14.196 12 51.291 36
PASSIVO EXIGÍVEL (3) = (1+2) 74.750 61 100.234 71
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4) 48.358 39 41.340 29
PASSIVO TOTAL (5) = (3+4) 123.108 100 141.574 100
Para representar estes percentuais em um histograma, precisamos
estabelecer a altura do retângulo que representará os 100% e dividir essa
figura geométrica em partes que representem proporcionalmente cada
grupo das origens e das aplicações:
O histograma é desenhado para facilitar os comentários acerca
da Análise Vertical no BP. A partir da Análise Vertical dos Balanços
Patrimoniais ajustados, nota-se pelo lado das aplicações diminuição do
Ativo Circulante de 72% para 54%, de X1 para X2. Em contrapartida,
o Ativo Permanente cresceu sua participação de 28% para 46%.
Do lado das origens, observa-se que os recursos de terceiros
aumentaram sua participação, passando de 61% para 71% do total
do Passivo.
Você pode verificar uma mudança de mix entre a participação dos
capitais de terceiros de curto prazo e de longo prazo. Enquanto o primeiro
decresceu de 49% para 35%, o segundo aumentou substancialmente
sua participação, de 12% para 36%, em função do financiamento do
Ativo Permanente.
O Patrimônio Líquido, que fornecia 39% dos recursos em X1,
decresceu para 29% em X2.
Figura 3.3: O histograma do BP da Empresa Via Digital S.A. encerrado em 31/12 de X1 e X2, respectivamente.
31/12/X1
AC72%
AP28%
PC49%
PL39%
PELP 12%
31/12/X2
AC54%
AP46%
PC35%
PL29%
PELP36%
74 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 75
AU
LA 3
Para a Demonstração do Resultado do Exercício
A partir da Análise Vertical, é possível verificar qual a porcentagem
do lucro em relação à Receita Operacional Líquida (ROL), como andam
suas despesas de um exercício para o outro (se aumentaram ou não
sua participação), dentre muitas outras informações. Para esclarecer a
importância da Análise Vertical no processo de análise da DRE, veja o
exemplo a seguir, mais uma vez com a Empresa Via Digital S.A.:
Empresa Via Digital S.A. Demonstração do Resultado do Exercício ajustada relativa
ao exercício de:
A partir da Análise Vertical dos Demonstrativos dos Resultados
dos Exercícios saneados apresentados, você pode perceber que houve um
crescimento da margem bruta (lucro bruto) de 24% em X1 para 38%
em X2. No entanto, o aumento significativo das Despesas Operacionais,
que passaram de 17% em X1 para 36% em X2, fez com que a margem
operacional (Lucro Operacional) caísse de 7% para 2% em X2. As
Despesas Financeiras, que passaram de 8% para 28%, foram responsáveis
pela elevação da participação das Despesas Operacionais.
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2
VALOR AV VALOR AV
R$ % R$ %
Receita Operacional Bruta (1) 237.401 113 294.377 114
(-) Deduções de Vendas (2) 26.889 13 35.031 14
(=) Receita Operacional Líquida (3) = (1 – 2) 210.512 100 259.346 100
(-) Custo dos Produtos Vendidos (4) 160.385 76 161.313 62
(=) Lucro Bruto (5) = (3 – 4) 50.127 24 98.033 38
(-) Despesas Operacionais (6) = (7+8+9+10) 35.382 17 92.327 36
. Vendas (7) 10.218 5 12.189 5
. Administrativas (8) 9.296 4 8.299 3
. Financeiras Líquidas (9) 15.868 8 71.839 28
. Outras Despesas/Receitas (10) - - - -
(=) Lucro Operacional (11) = (5 – 6) 14.745 7 5.706 2
(+) Resultados Não-Operacionais (12) 156 - 76 -
(=) Lucro antes do IR (13) = (11 + 12) 14.901 7 5.782 2
(-) Provisão para o IR (14) 4.797 2 1.100 -
(=) Lucro Líquido (15) = (13 – 14) 10.104 5 4.682 2
76 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 77
AU
LA 3
Interpretando os resultados da Análise Vertical
Uma empresa solicitou seus serviços de analista de demonstrações contábeis
para fornecer um parecer sobre o desempenho da entidade baseado na
Análise Vertical de suas demonstrações contábeis. A seguir estão os dados
que você recebeu:
Empresa São Paulo S.A.Balanço PatrimoniaL encerrado em:
Atividade Final
A empresa piorou seu desempenho em relação a X1, pois sua
margem líquida (Lucro Líquido) diminuiu, passando de 5% para 2%.
CONCLUSÃO
Embora bastante simples, a técnica de Análise Vertical, quando
aplicada ao Balanço Patrimonial, possibilita que o analista conheça a
participação percentual de cada conta (ou grupo) em relação ao total
do Ativo ou do Passivo.
A comparação entre dois ou mais exercícios subseqüentes permite
constatar mudanças na política da empresa, quanto à obtenção e à
aplicação de recursos.
Quando aplicada à Demonstração do Resultado de Exercício,
possibilita verificar a participação relativa de cada componente em relação
à Receita Operacional Líquida e identificar a margem de contribuição
de cada elemento na formação do resultado líquido de cada exercício.
Examinando mais de um exercício, permite identificar, de um ano para
outro, as variações do Lucro Bruto, do Lucro Operacional, do Lucro
Líquido etc. no total das Receitas Operacionais Líquidas.
4
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2
VALOR AV VALOR AV
R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 2.800 35 4.800 40
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.200 15 1.600 13
PERMANENTE 4.000 50 5.600 47
TOTAL 8.000 100 12.000 100
Balanço Patrimonial
76 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 77
AU
LA 3
Empresa São Paulo S. A.Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:
Analise as informações anteriores e descreva o comportamento de:
a. Passivo Circulante.
_____________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
DRE
PASSIVO
31/12/x1 31/12/x2
VALOR AV VALOR AV
R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 2.000 25 5.600 47
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 800 10 1.200 10
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.200 65 5.200 43
TOTAL 8.000 100 12.000 100
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2
VALOR AV VALOR AV
R$ MIL % R$ MIL %
(=) Receita Operacional Líquida 2.500 100 3.000 100
(-) Custo das Mercadorias Vendidas 900 36 1.500 50
(=) Lucro Bruto 1.600 64 1.500 50
(-) Despesas Operacionais 650 26 1.000 33
. De Vendas 200 8 400 13
. Administrativas 150 6 200 7
. Financeiras Líquidas 300 12 400 13
(=) Lucro Operacional 950 38 500 17
(+) Resultados Não-Operacionais (110) (4) (100) (3)
(=) Lucro antes do Imposto de Renda 840 34 400 13
(-) Provisão para o Imposto de Renda 300 12 300 10
(=) Lucro Líquido 540 22 100 3
78 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 79
AU
LA 3
b. Patrimônio Líquido.
_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
c. CMV.
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
d. Despesas Operacionais.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
e. Lucro Líquido.
________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Com base nos dados fornecidos e nas conclusões que você tirou ao descrever o
comportamento dos grupos mencionados nas letras de a a e, responda:
f. O volume de recursos circulantes manipulado pela empresa aumentou ou diminuiu
de X1 para X2?
______________________________________________________________________________
g. A situação da empresa melhorou ou piorou de X1 para X2?
______________________________________________________________________________
h. De acordo com as informações às quais você teve acesso, proponha uma medida
que os donos da empresa São Paulo S.A. podem adotar para melhorar o desempenho
da entidade.
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
78 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
C E D E R J 79
AU
LA 3
Resposta Comentada
De acordo com os dados originados pela aplicação da Análise Vertical no BP da empresa São Paulo
S.A., esta entidade teve um aumento muito expressivo do Passivo Circulante (a). Este grupo, em X1,
representava 1⁄4 do Patrimônio, ao passo que em X2 representa quase metade dele. O Patrimônio
Líquido, por sua vez, apresentou o comportamento inverso: foi reduzido em 22 pontos percentuais
de X1 para X2 (b), indicando que a empresa passa por uma redução do capital próprio em relação
ao capital de terceiros.
Já a Análise Vertical da DRE revela que a empresa passa a apresentar, de X1 para X2, uma piora
significativa na sua performance. O CMV de X2 representa metade da Receita obtida com Vendas
(c). Isso está influenciando na grande diminuição no Lucro Líquido da São Paulo S. A. (e), que passa
de 22% a 3% da base. Não apenas o CMV aumentou de um exercício para o outro, mas também
o quanto, proporcionalmente, a empresa gasta com suas Despesas Operacionais. Em X1, estas
despesas eram 26% da base, ao passo que em X2 passaram a 33% (d).
A Empresa São Paulo S.A. movimentou volumes maiores de recursos circulantes em X2, quando
comparamos ao exercício anterior (f). No entanto, como você pode perceber, o desempenho da
empresa foi pior em X2 (g): o lucro da empresa foi menor (absoluta e proporcionalmente) e as
exigibilidades aumentaram, especialmente as de curto prazo (Passivo Circulante). Para reverter
esse quadro, você, analista de demonstrativos desta entidade, pode sugerir aos seus donos que
busquem incrementar as vendas, bem como reduzir o CMV. Além disso, avaliar possibilidades de
diminuir as despesas operacionais (que se elevaram de um exercício para o outro) também
é uma boa sugestão!
80 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
A Aula 4 será exclusivamente prática. Nela estarão atividades referentes
à Aula 3.
Os valores monetários das demonstrações contábeis podem ser
transformados em medidas relativas, denominadas coeficientes ou
percentuais. A técnica de Análise Vertical faz exatamente isso: transforma
números referentes a dinheiro em percentuais.
No caso da Análise Vertical aplicada ao BP, a base (valor que se estabelece
como referência – 100%) e o total das Origens ou das Aplicações. Na
DRE, a Análise proporciona percentuais das contas em relação à Receita
Operacional Líquida (adotada como base).
Esta pode ser alterada, podendo assumir o valor de um subgrupo do BP
ou da DRE.
A Análise Vertical é uma técnica muito importante porque, além de ser
bastante simples de se aplicar, oferece coeficientes através dos quais é
possível fazer uma leitura preliminar da situação econômico-financeira da
empresa nos exercícios analisados.
R E S U M O
Práticas sobre Análise Vertical
Ao término desta aula, você deverá ser capaz de:
conceituar Análise Vertical;
aplicar a técnica de Análise Vertical nos principais demonstrativos contábeis.
4objetivos
AU
LA
Meta da aula
Oferecer várias atividades envolvendo a técnica de Análise Vertical.
1
2
Pré-requisito
Para realizar as atividades desta aula, você deve se reportar à Aula 3, em que foi estudada a técnica de Análise Vertical. Caso tenha alguma dúvida em relação à Análise Vertical e
como executá-la, esta é a hora de sanar!
82 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 83
AU
LA 4A Análise Vertical é uma técnica de análise de demonstrativos contábeis muito
importante, pois oferece informações sobre o desempenho de uma empresa
em coeficientes relativos, e não em valores monetários absolutos.
Você viu na aula passada como esta técnica funciona: a sua aplicação gera
parâmetros relativos (em percentuais) para a análise da situação da entidade,
quer comparando-a com seu próprio desempenho em outros exercícios, quer
fazendo isso em relação a outras empresas.
Esta é uma aula diferente! Não há teoria apresentada, apenas atividades para
que você possa aplicar e praticar os conceitos que aprendeu na aula passada,
aproximando-se mais da rotina de um analista de demonstrações contábeis.
Assim, mãos à obra!
INTRODUÇÃO
Reforçando conceitos
Marque certo ou errado para as sentenças a seguir:I. A Análise Vertical é um processo cujo objetivo é medir, em termos percentuais, cada componente em relação ao todo de que faz parte (ou a uma base). É um importante instrumento para interpretação da composição de cada item dos demonstrativos contábeis.( ) certo ( ) errado
II. Avaliar, em termos relativos, as partes que compõem o todo e compará-las, no caso de análise de dois ou mais períodos sociais, é o objetivo da Análise Vertical.( ) certo ( ) errado
III. Ao aplicar a Análise Vertical, o analista transforma os valores monetários das demonstrações financeiras em medidas relativas, chamadas percentuais.( ) certo ( ) errado
IV. Coeficientes ou percentuais são medidas que indicam a proporção de cada componente das demonstrações contábeis em relação à base.( ) certo ( ) errado
V. No Balanço Patrimonial, a base é representada pelo Ativo Total ou Passivo Total (100%).( ) certo ( ) errado
VI. Na Demonstração do Resultado do Exercício, a base é representada pela Receita Operacional Bruta (100%).( ) certo ( ) errado
Atividade 11
82 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 83
AU
LA 4
VII. Na Demonstração do Resultado do Exercício, a base é representada pela Receita Operacional Líquida (100%).( ) certo ( ) errado
VIII. A Análise Vertical aplicada no BP é a técnica que demonstra a composição estrutural do patrimônio da empresa.( ) certo ( ) errado
IX. A Análise Vertical é a técnica que consiste em relacionar os elementos de um grupo com o montante do respectivo grupo.( ) certo ( ) errado
X. A Análise Vertical necessita de, pelo menos, dois exercícios para ser efetuada.( ) certo ( ) errado
Resposta ComentadaSem maiores dificuldades, você deve ter marcado que as afirmativas são corretas, exceto a VI
e a X. A VI afirma que a Receita Operacional Bruta é a base estabelecida para a análise vertical
da DRE, quando, na verdade, o correto é utilizar a Receita Operacional Líquida como base,
como está afirmado na sentença VII. A X diz que são necessários pelo menos dois exercícios
para realizar uma análise vertical quando, na verdade, esta técnica possibilita relacionar (por
coeficientes ou percentuais) apenas elementos de uma mesma demonstração contábil em
um mesmo exercício.
Vale lembrar que o valor básico (100%) para os cálculos da Análise
Vertical no Balanço Patrimonial é o Total do Ativo ou o Total do Passivo. Já para a DRE, é a
Receita Operacional Líquida (ROL) ou a Venda Líquida (VL). Essa base pode ser também o total de um dos
grupos de contas, se o objetivo for estudar apenas a participação de cada conta em relação a um
grupo dos demonstrativos (BP e DRE).!!
84 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 85
AU
LA 4
Aplicando a Análise Vertical
A Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A. contratou uma empresa de consultoria em análise de demonstrações contábeis para realizar a Análise Vertical de seu BP e sua DRE do último exercício. Veja as demonstrações:
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.Balanço Patrimonial em 31/12/X6.
Atividade 22
ATIVOVALOR AV PASSIVO VALOR AV
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 Circulante 4.500
Realizável a L.P. 1.350 Exigível a L.P. 900
Permanente - Investimento 2.250
Patrimônio Líquido 9.600
Permanente - Imobilizado 4.800
Permanente - Diferido 600
TOTAL 15.000 TOTAL 15.000
Balanço Patrimonial
Bar
rett
Ph
illip
s
Bek
ah R
ich
ard
s
Fonte: www.sxc.hu/cód. 33147 Fonte: www.sxc.hu/cód. 334231
84 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 85
AU
LA 4
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:
Sabendo que é prática comum na empresa de consultoria em análise arredondar os percentuais para zero casas decimais, calcule os percentuais de cada conta/elemento/subgrupo das demonstrações em relação às suas respectivas bases. Anote os valores que obtiver nas tabelas fornecidas.
Resposta Comentada
Você viu que a Análise Vertical é o processo que mede a participação de cada conta (ou grupo)
em relação à base.
No Balanço Patrimonial a base é representada pelo Ativo Total ou Passivo Total (100%). Assim,
para saber a participação de cada conta (ou grupo) em relação à base, basta aplicar a regra
de três simples.
Por exemplo, para você calcular a participação do Ativo Circulante em relação ao Ativo Total:
6.000 ------------ X
15.000 _______ 100%
X = 6.000 x 100 = 40%
15.000
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X6
VALOR AV
R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730
(-) Devoluções de Vendas 40
(-) Descontos Incondicionais de Venda 90
(-) ICMS sobre Vendas 600
(=) Vendas Líquidas 10.000
(-) Custo das Mercadorias Vendidas 3.000
(=) Lucro Bruto 7.000
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100
. Administrativas 400
. Financeiras Líquidas 200
(=) Lucro Operacional 6.300
(-) Provisão para Imposto de Renda 2.000
86 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 87
AU
LA 4
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X6.
Já para a DRE, a base é representada pela Receita Operacional Líquida (ROL - 100%). Nesta
atividade a ROL está representada pelas Vendas Líquidas. Para apurar a participação de cada
conta (ou grupo) em relação às Vendas Líquidas, basta aplicar a regra de três simples.
Por exemplo, para você calcular a participação do Custo das Mercadorias Vendidas em relação
às Vendas Líquidas:
3.000 ------------ X X = 3.000 x 100 = 30%
10.000 _______ 100% 10.000
No caso dos cálculos dos percentuais que representam igualdades na DRE (Vendas Líquidas,
Lucro Bruto, Lucro Operacional e Lucro Líquido), não há necessidade de utilizar a regra de três
simples; basta diminuir dos percentuais dos valores já calculados anteriormente.
Exemplificando:
ATIVOVALOR AV
PASSIVOVALOR AV
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 40 Circulante 4.500 30
Realizável a L.P. 1.350 9 Exigível a L.P. 900 6
Permanente - Investimento 2.250 15
Patrimônio Líquido 9.600 64
Permanente - Imobilizado 4.800 32
Permanente - Diferido 600 4
TOTAL 15.000 100 TOTAL 15.000 100
Balanço Patrimonial
DISCRIMINAÇÃOVALOR AV
R$ MIL %
Vendas Líquidas 10.000 100
(-) CMV 3.000 30
(=) Lucro Bruto 7.000 ?
Para facilitar a interpretação dos percentuais apurados pela técnica chamada Análise
Vertical, você deverá apurar os percentuais, sempre que possível, com zero casas.
O que representa, por exemplo, 0,3% de 100%?
O cuidado que você deve ter quando se arredondam os percentuais é que o somatório dos
percentuais calculados, no Balanço Patrimonial, tem de dar sempre 100%.
Você provavelmente deve ter chegado a uma tabela como a seguinte:
86 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 87
AU
LA 4
O percentual do LB (70%) é apurado da seguinte maneira: percentual das vendas líquidas
menos percentual do CMV (100% - 30%), não havendo necessidade da utilização da regra
da três simples. Portanto, os percentuais calculados por você devem ser:
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X6
VALOR AV
R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 107
(-) Deduções de Vendas 40 -
(-) Descontos Incondicionais de Venda 90 1
(-) ICMS sobre Vendas 600 6
(=) Vendas Líquidas 10.000 100
(-) Custo das Mercadorias Vendidas 3.000 30
(=) Lucro Bruto 7.000 70
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 1
. Administrativas 400 4
. Financeiras Líquidas 200 2
(=) Lucro Operacional 6.300 63
(-) Provisão para Imposto de Renda 2.000 20
88 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 89
AU
LA 4
Calculando percentuais
O saldo da conta Estoques de Produtos Elaborados representada no Balanço Patrimonial da Empresa Guanabara Ltda. era de R$ 300.000,00. Sabendo-se que nesse mesmo balanço o Ativo Circulante era de R$ 900.000,00 e que o total do Ativo era de R$ 1.200.000,00, os coeficientes analíticos de participação da conta Produtos Elaborados, em relação ao total do Ativo e ao total do subgrupo do Balanço Patrimonial a que pertence, são, respectivamente:a. ( ) 25,0 % e 33,3 % c. ( ) 25,0 % e 50,0 %b. ( ) 30,0 % e 20,0 % d. ( ) 50,0 % e 25,0 %
Resposta ComentadaNa solução desta atividade você irá aplicar a técnica de Análise Vertical, já que as contas
são elementos homogêneos de um mesmo grupo (Ativo). A base será alterada. No primeiro
cálculo, queremos saber o percentual de Produtos Elaborados em relação ao Ativo Total e,
no segundo, em relação ao Ativo Circulante (subgrupo a que esta conta pertence). Veja os
cálculos a seguir:
Estoques de Produtos Elaborados = 300.000 x 100 = 25,0 %
Ativo Total 1.200.000
Estoques de Produtos Elaborados = 300.000 x 100 = 33,3 %
Ativo Circulante 900.000
A resposta que você deve ter assinalado, portanto, é a letra a.
Atividade 3
2
88 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 89
AU
LA 4
Analisando verticalmente um Balanço Patrimonial
A Empresa Pega-Fogo Ltda. produz e comercializa caixas de fósforos.
Esta empresa apresentou o seguinte Balanço Patrimonial em 31/12/X7. Seus valores, analisados verticalmente, deram origem aos coeficientes anotados:
Empresa Pega-Fogo Ltda.em 31/12/X7
Atividade 4
2
ATIVOVALOR AV
PASSIVOVALOR AV
R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 1.314 72,28 CIRCULANTE 504 27,72
Disponível 132 7,26 Fornecedores 420 23,10
Clientes 480 26,40 Impostos a Pagar 48 2,64
Contas a Receber 78 4,29 Contas a Pagar 36 1,98
Mercadorias 600 33,00
Seguros a Vencer 24 1,32
REALIZÁVEL A L.P. 60 3,30 EXIGÍVEL A L.P. 66 3,63
PERMANENTE 444 24,42 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
1.248 68,65
Investimentos 180 9,90 Capital Social 1.188 65,35
Imobilizado 240 13,20 Lucros Acumulados 60 3,30
Diferido 24 1,32
TOTAL 1.818 100,00 TOTAL 1.818 100,00
Balanço PatrimonialD
anie
l Jae
ger
Ven
dru
sco
lo
Fonte: www.sxc.hu/cód. 258686
90 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 91
AU
LA 4
Efetuando uma Análise Vertical dos dados desse Balanço Patrimonial, responda as perguntas a seguir:
I. A participação do Passivo Circulante, dos Capitais Próprios, dos Capitais de Terceiros e das Exigibilidades Totais no total das Origens dos Capitais é de, respectivamente:( a ) 31,35%; 31,35%; 68,65%; 27,72%;( b ) 27,72%; 68,65%; 31,35%; 31,35%;( c ) 27,72%; 68,65%; 27,72%; 31,35%;( d ) 68,65%; 31,35%; 27,72%; 31,35%.
II. A participação do Patrimônio Líquido, das Exigibilidades, do Ativo – Investimentos e do Capital Social no total do Ativo é de, respectivamente:( a ) 68,65%; 27,72%; 9,90%; 65,35%;( b ) 68,65%; 31,35%; 9,90%; 65,35%;( c ) 59,41%; 27,72%; 9,90%; 68,65%;( d ) 59,41%; 31,35%; 9,90%; 68,65%.
III. A participação dos Capitais Próprios, dos Capitais de Terceiros, do Ativo Permanente e do Ativo Imobilizado no Capital Total da empresa é de, respectivamente:( a ) 68,65%; 31,35%; 24,42%; 13,20%;( b ) 31,35%; 68,65%; 24,42%; 13,20%;( c ) 68,65%; 27,72%; 24,42%; 13,20%;( d ) 24,42%; 31,35%; 68,65%; 24,42%.
IV. A participação do Ativo Permanente – Investimentos, Imobilizado e Diferido na formação do Ativo Fixo é de, respectivamente:( a ) 9,90%; 13,20%; 1,32%;( b ) 40,54%; 54,05%; 5,41%;( c ) 100%; 13,20%; 1,30%;( d ) 100%; 54,05%; 5,41%.
90 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 91
AU
LA 4
Resposta ComentadaI. Você relembrou, na Aula 1, que o Passivo Circulante representa os capitais de
terceiros vencíveis a curto prazo; que o Passivo Exigível a Longo Prazo representa os
capitais de terceiros vencíveis a longo prazo; e que o Patrimônio Líquido representa
os capitais próprios.
Exigibilidades totais é o mesmo que Capitais de Terceiros, que nada mais são dos
que a soma do Passivo Circulante e do Passivo Exigível a Longo Prazo.
Exigibilidades totais = Capitais de Terceiros = Passivo Circulante + Passivo Exigível a
Longo Prazo, ou simplesmente Passível Exigível.
Portanto, você deve ter marcado a opção b.
II. Fique atento para não fazer confusão: a conta Capital Social faz parte do grupo
do PL; ela não representa o total do PL. Você só precisava consultar o grupo do PL
para realizar esta parte da atividade e, sem dificuldades, deve ter assinalado a letra
b como resposta.
III. Capitais Próprios = Patrimônio Líquido; Capitais de Terceiros = Passivo Exigível =
Exigibilidades Totais.
Chamamos atenção nesta atividade para a expressão Capital Total. Nesta parte da
atividade, o Capital Total é representado pelos grupos: Passivo Circulante, Passivo
Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido. Em outras palavras: o total do Passivo.
Você deve ter marcado a letra a como resposta.
IV. Lembra que você viu em Contabilidade II que o Ativo Fixo é representado pelo
Ativo Permanente? Isso significa que, nesta atividade, a base é o Permanente, e não
o Ativo Total.
Após essas considerações, apresentamos a seguir os percentuais obtidos pela aplicação
da Análise Vertical.
Assim, a resposta correta é a letra b.
DISCRIMINAÇÃOVALOR AV
R$ %
Ativo Permanente - Investimentos 180 40,54
Ativo Permanente - Imobilizado 240 54,05
Ativo Permanente - Diferido 24 5,41
Total do Ativo Fixo (Ativo Permanente) 444 100,00
92 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 93
AU
LA 4
Calculando o coeficiente do Realizável a LP
Uma fábrica de balões deseja saber que percentual dos seus direitos só se realizará em prazos maiores que o exercício seguinte.
Levando em conta os dados da tabela a seguir, podemos afirmar que no Balanço de 31/12/X7 o coeficiente de participação do Ativo Realizável a Longo Prazo é de:
( ) 0,15 ( ) 0,30 ( ) 0,40 ( ) 0,60
Resposta ComentadaPara realizar esta atividade, você deve relacionar o grupo Ativo Realizável a Longo Prazo com
o total do Ativo (elementos homogêneos de um mesmo grupo do Ativo).
Para calcular os percentuais, aplica-se a regra de três simples, que já foi vista em
atividades anteriores.
A resposta que você deve ter marcado, portanto, foi 0,30 (30% = 30/100 = 0,30).
Atividade 5
2
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X5 31/12X6 31/12X7
Ativo Circulante 150.000 250.000 400.000
Ativo Realizável a Longo Prazo 400.000 500.000 600.000
Ativo Permanente 450.000 750.000 1.000.000
Passivo Circulante 100.000 600.000 1.000.000
Patrimônio Líquido 900.000 900.000 1.000.000
ATIVO
31/12/X7
VALOR AV
R$ %
Ativo Circulante 400.000 20
Ativo Realizável a Longo Prazo 600.000 30
Ativo Permanente 1.000.000 50
Ativo Total 2.000.000 100
Fonte: www.sxc.hu2brother.com/cód. 444963
92 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 93
AU
LA 4
Mais aplicações da Análise Vertical
Como gerente financeiro da Cia. Gama, efetue a Análise Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício e, em seguida, responda às letras a e b.
a. Em X1, em relação à Receita Líquida, o CMV representa:( ) 54% ( ) 58%( ) 60% ( ) 185%
b. No período em questão, comparado com a Receita Líquida, o CMV:( ) apresenta ritmo crescente( ) apresenta ritmo decrescente
( ) mantém-se constante
Atividade 62
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR AV VALOR AV VALOR AV
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
VL 600 840 1.020
(-) CMV 360 487 551
(=) LB 240 353 469
Quando o enunciado informar que os direitos só se
realizarão em prazos maiores que o exercício seguinte, isto significa que o BP foi elaborado na data do encerramento do exercício social, e nesta
atividade se deu em 31 de dezembro. Pode-se afirmar também que a empresa apresenta
ciclo operacional inferior a 1 ano.!!
94 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 95
AU
LA 4
Resposta Comentada
Nesta atividade, para você calcular a participação do Custo das Mercadorias Vendidas em
relação às Vendas Líquidas em X1, você pode ter feito:
360 ------------ X
600_______ 100%
X = 360 x 100 = 60%
600
No caso dos cálculos dos percentuais que representam igualdades na DRE (Vendas
Líquidas, Lucro Bruto, Lucro Operacional e Lucro Líquido), não há necessidade de
utilizar a regra de três simples, basta diminuir dos percentuais dos valores já calculados
anteriormente.
Exemplificando:
O percentual do LB (40%) é apurado da seguinte maneira: percentual das vendas líquidas
menos percentual do CMV (100% - 60%), não havendo necessidade da utilização da regra
de três simples.
Assim, suas respostas devem ter sido:
a. 60%;
b. apresenta ritmo decrescente.
DISCRIMINAÇÃOVALOR AV
R$ MIL %
VL 600 100
(-) CMV 360 60
(=) Lucro Bruto 240 ?
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR AV VALOR AV VALOR AV
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
VL 600 100 840 100 1.020 100
(-) CMV 360 60 487 58 551 54
(=) LB 240 40 353 42 469 46
94 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical
C E D E R J 95
AU
LA 4CONCLUSÃO
Após a realização das atividades desta aula, você verificou que a
Análise Vertical pode ser utilizada em vários demonstrativos contábeis,
embora maior ênfase tenha sido dada, nesta disciplina, à análise de
contas do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado do
Exercício.
Esta técnica possibilita ao analista, por exemplo, conhecer a
importância de cada item, conta ou grupo de conta em relação ao
Ativo Total ou à Receita Operacional Líquida. Este conhecimento deve
ser utilizado para a tomada de decisões em uma entidade, pois permite
que sejam tiradas conclusões sobre a real necessidade de alterações na
gestão da empresa, sobre a participação de capitais de terceiros na sua
estrutura de capital, sobre a sua rentabilidade ou outras ações.
Nesta aula, foram abordadas atividades práticas em relação aos conteúdos
apresentados na Aula 3.
R E S U M O
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
Na Aula 5, você verá uma outra técnica, denominada Análise Horizontal.
Análise Horizontal
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
aplicar a Análise Horizontal Encadeada;
aplicar a Análise Horizontal Anual;
ajustar os dados de uma demonstração pela base inflacionária e pela base deflacionária;
avaliar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício em detalhes através da Análise Horizontal.
5objetivos
AU
LA
Meta da aula
Apresentar conceitos e metodologias associados à Análise Horizontal, a segunda técnica de análise de demonstrações contábeis, que você aprenderá
nesta disciplina.
1
2
3
4
Pré-requisito
A realização das atividades será mais rápida se você tiver uma calculadora à mão.
98 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 99
AU
LA 5
1INTRODUÇÃO Como você aprendeu em aulas anteriores, a análise é sempre orientada
em função dos seus objetivos. Assim, a maior ou menor profundidade dos
exames a serem realizados dependerá da finalidade que se tenha em vista.
A técnica de análise que você vai aprender hoje, a ANÁLISE HORIZONTAL, também
segue esse parâmetro de objetivos.
Na Análise Vertical, assunto da Aula 3, você viu como calcular percentuais de
determinados grupos das demonstrações contábeis em relação a um determinado
valor, chamado de base. No BP, esta base (100%), em geral, é definida pelo Ativo
Total ou Passivo Total; na DRE, é a Receita Operacional Líquida que a estabelece.
Com aquele procedimento, é possível relacionar, por exemplo, uma conta
do BP com o total do grupo a que pertence. As relações são, normalmente,
verticais: associa-se um elemento com outro do mesmo grupo ou da mesma
demonstração. Daí, inclusive, é que vem o nome da técnica.
Mas qual seria a melhor maneira de acompanhar a evolução de uma determinada
conta ao longo de vários exercícios? Não seria interessante estabelecer uma
base comum (o resultado daquela conta em um determinado ano, tomado
como ano-base) para obtenção dos coeficientes? E que tal comparar o saldo
de uma conta com o apresentado por esta no ano anterior?
Esse tipo de análise, que acompanha um certo elemento ao longo de diversos
exercícios, é o que chamamos de Análise Horizontal, assunto que você
aprenderá nesta aula!
ATIVO
31/12/X1
Valor AV
R$ Mil %
Circulante 2.500 26
Realizável a longo prazo
1.800 19
Permanente 5.200 55
Ativo Total 9.500 100
AN Á L I S E HO R I Z O N T A L
Também é denominada Análise de Evolução ou Análise de Crescimento.
Análise Vertical
1
98 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 99
AU
LA 5
1
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Valor AH Valor AH Valor AH
R$ Mil % R$ Mil % R$ Mil %
Circulante 2.500 100 5.400 216 8.200 328 Aumentou 228% de X1 para X3
Realizável a longo prazo 1.800 100 1.800 100 1.800 100 Manteve-se constante de X1 para X3
Permanente5.200 100 6.500 125 4.100 79 Reduziu 21% de X1 para X3
Ativo Total9.500 100 13.700 144 14.100 148 Aumentou 48% de X1 para X3
2
Figura 5.1: Análise Vertical x Análise Horizontal. Na Análise Vertical (1), os dados são analisados tomando como base determinado elemento da demonstração do mesmo exercício. Na Análise Horizontal (2), um elemento é analisado tomando como base sua posição em exercícios anteriores. Quando os elementos (contas ou subgrupos) de diversos exercícios são analisados em relação a um único exercício (ano-base), como na situação mostrada nesta figura, estamos diante de uma Análise Horizontal Encadeada; quando os elementos são analisados sempre em relação ao exercício anterior, é uma Análise Horizontal Anual.
Análise Horizontal
O QUE É ANÁLISE HORIZONTAL?
Como você aprendeu em aulas anteriores, a análise é sempre
orientada em função dos seus objetivos. Assim, a maior ou menor
profundidade dos exames a serem realizados dependerá da finalidade
que se tenha em vista.
A Análise Horizontal é o processo que corresponde ao estudo
comparativo, em períodos de tempos consecutivos, da evolução das
contas que compõem as demonstrações contábeis.
Ao aplicar a técnica de Análise Horizontal, o analista está
transformando os valores monetários das demonstrações financeiras em
medidas relativas chamadas NÚMEROS-ÍNDICE, que podem ser representados
de diversas formas: 100, 100% ou 1,0.
NÚ M E RO S-Í N D I C E
São medidas que permitem avaliar
o crescimento (ou decréscimo)
monetário dos componentes das
demonstrações contábeis ao longo
do tempo.
Figura 5.2: O que faz a Análise Horizontal.
Valores monetários
(em R$)
Números-índice (em %)
%
100 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 101
AU
LA 5
1POR QUE FAZER UMA ANÁLISE HORIZONTAL?
Enquanto a Análise Vertical tem como objetivo informar o
aumento ou a diminuição da proporção de cada conta (ou grupo)
em relação a uma determinada base, a Análise Horizontal tem como
objetivo mostrar a evolução de cada conta (ou grupo) das demonstrações
contábeis através de períodos sucessivos. A comparação entre dados
de diferentes exercícios de uma empresa permite conclusões sobre sua
evolução patrimonial e sobre a tendência econômico-financeira que está
assumindo.
Assim como para as demais técnicas de análise, o Balanço
Patrimonial e a DRE são as demonstrações mais almejadas pela Análise
Horizontal. Veja a que objetivos esta técnica atende:
1. A Análise Horizontal do Balanço Patrimonial:
a) Objetivo geral:
Mostrar a evolução das contas que compõem o Ativo e o
Passivo, além da evolução dos totais destes dois grupos,
ao longo de períodos sucessivos. Pela comparação entre
os índices dos elementos de um exercício para o outro, é
possível tirar conclusões sobre a performance da empresa.
b) Objetivos específicos:
Mostrar a política da empresa em termos de aplicação e
obtenção de recursos, comparando os seguintes itens:
– Crescimento nos totais dos grupos do Ativo e de cada
uma das principais contas;
– Crescimento nos totais dos grupos do Passivo e de cada
uma das principais contas;
– Crescimento do Patrimônio Líquido mais Exigível a
Longo Prazo, comparativamente ao acréscimo do Ativo
Permanente;
– Crescimento do Ativo Circulante em comparação ao
Passivo Circulante.
100 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 101
AU
LA 5
1
2. A Análise Horizontal da Demonstração do Resultado do
Exercício:
a) Objetivo geral:
Mostrar a evolução das contas que compõem a
Demonstração do Resultado do Exercício ao longo de
períodos sucessivos e, pela comparação entre si, tirar
conclusões sobre a evolução da empresa.
b) Objetivos específicos:
Mostrar em detalhes o crescimento de cada conta, a fim de
diagnosticar o desempenho da empresa. Para isto, deverá
identificar, em primeiro lugar, a evolução dos custos e
despesas em relação ao volume de vendas, bem como
seus reflexos sobre os resultados da empresa.
TIPOS DE ANÁLISE HORIZONTAL
Como você viu na Figura 5.1 da introdução, a Análise Horizontal
pode ser efetuada de duas maneiras. Na primeira delas, calculam-se as
variações dos elementos em relação a um ano base (geralmente o mais
antigo da série); este tipo de Análise é denominada Análise Horizontal
Encadeada. No segundo tipo, fazemos a análise da evolução dos
elementos em relação ao ano (exercício) anterior; neste caso, chamamos
de Análise Horizontal Anual. Veja a seguir a metodologia aplicada nestes
dois tipos.
Como fazer uma Análise Horizontal Encadeada?
A Análise Horizontal Encadeada é calculada da seguinte forma:
Preliminarmente, é necessário definir em relação a que exercício
as contas/ grupos serão avaliados. Isso é o que chamamos “fixar o ano-
base”. A demonstração referente ao ano-base é chamada demonstração-
padrão, e servirá de base para as comparações. É a esta demonstração-
padrão que será atribuído o percentual de 100% ou índice-padrão (1,0),
conta a conta ou grupo a grupo. Os valores das contas (ou grupos)
das demonstrações da SÉRIE HISTÓRICA serão relacionados com aqueles
correspondentes à demonstração-padrão, mediante aplicação de regra
de três simples e direta. Traduzido para fórmulas, tem-se:
SÉ R I E H I S T Ó R I C A
É a seqüência de exercícios que serão
analisados pela Análise Horizontal.
Assim, uma empresa que resolva analisar seu desempenho dos
anos X1 a X5 tem como série histórica
X1, X2, X3, X4 e X5.
102 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 103
AU
LA 5
1
AnoAno
x21
100AnoAno
x e assim por diante31
100
Ano 1 = ano-base
Veja um exemplo de aplicação da análise horizontal:
A Foto+ Ltda., uma empresa que comercializa filmes para máquinas
fotográficas, apresentou os seguintes valores no Ativo Circulante em
31/12 de X3, X4 e X5, respectivamente:
Figura 5.3: Produto da empresa Foto+ Ltda.A
nd
re V
ero
n –
ww
w.s
xc.h
u –
có
d33
8105
Para aplicar a Análise Horizontal Encadeada a estes dados, é
preciso definir a série histórica e o ano-base (que, geralmente, é o mais
antigo). Em seguida, é só aplicar a fórmula que você já aprendeu:
Memória de Cálculo:
Série histórica – Ano 1 (X3), Ano 2 (X4) e Ano 3 (X5).
Período-base – Ano 1 (X3)
Evolução do AC no ano 2 em relação ao ano 1 (ano-base)
198.000 ----------- 100%
340.000 ----------- x
Em R$
ANO ATIVO CIRCULANTE
X3 198.000
X4 340.000
X5 686.000
102 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 103
AU
LA 5
1
AnoAno
x x21
100340 000198 000
100 172= =..
%
Evolução do AC no ano 3 em relação ao ano 1 (ano-base)
198.000 ----------- 100%
686.000 ----------- x
AnoAno
x x31
100686 000198 000
100 346= =..
%
Assim, a tabela preenchida com os dados obtidos pela aplicação
da Análise Horizontal Encadeada fica:
ANOATIVO CIRCULANTE
VALOR A.H.R$ %
X3 (ano 1) 198.000 100X4 (ano 2) 340.000 172X5 (ano 3) 686.000 346
Qualquer ano da série histórica pode ser escolhido para
período-base (demonstração básica), desde que não seja um ano atípico.
Por período-base entende-se aquele em que a empresa tenha exercido sua atividade em condições normais ou
satisfatórias.Muitas vezes, é difícil para uma empresa definir qual será a sua
demonstração-padrão (ano-base), em função de fatores internos (expansão da empresa, paralisação) e externos (inflação, conjuntura econômica etc.). É importante que o analista saiba
que a demonstração-padrão pode não ser a da série histórica, mas sim uma elaborada através de processos estatísticos
que traduzam a média do comportamento dos valores das demonstrações da série de
períodos.
!!Complicado? Claro que não! Faça a atividade a seguir e, além de
perceber que a Análise Horizontal Encadeada não é um bicho-de-sete-
cabeças, você fixará estes conceitos!
104 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 105
AU
LA 5
1
Aplicando a Análise Horizontal Encadeada
Uma fábrica de itens para Festas Juninas apresentou os seguintes dados contábeis em 31/12 de X1, X2 e X3, respectivamente:
Empresa São João S.A.Balanço Patrimonial encerrado em:
Preencha as tabelas, efetuando a Análise Horizontal Encadeada dos elementos do Ativo e do Passivo da Empresa São João S.A. para os anos X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais. Se julgar necessário registrar as memórias de cálculo, faça no espaço a seguir:
Resposta ComentadaNa elaboração da Análise Horizontal Encadeada da série histórica de X1 a X3, é
necessário, em primeiro lugar, definir um ano-base (demonstração-padrão), ao
qual foi atribuído o percentual 100, conta a conta ou grupo a grupo, que serviu
de base para comparações.
Nesta atividade, o ano X1 foi fixado como base. A partir de então, todos os
valores da demonstração-padrão (ano X1) foram considerados iguais
a 100. Para calcular a evolução dos anos de X2 e
Atividade 11
ATIVO31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AHR$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 3.200 4.800 7.200REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.200 1.200 1.200
PERMANENTE 4.000 5.760 5.200TOTAL 8.400 11.760 13.600
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %CIRCULANTE 2.000 3.760 5.120EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 800 640 480PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.600 7.360 8.000TOTAL 8.400 11.760 13.600
Balanço Patrimonial
104 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 105
AU
LA 5
1
X3 em relação ao ano- base X1, bastou dividir os valores dos anos de X2 e X3 pelos
valores de X1 para os mesmos elementos, e multiplicá-los por 100, obtendo assim os
percentuais. Dúvidas? Consulte a memória de cálculo apresentada a seguir:
Memória de cálculo:
Após estes cálculos, sua tabela deve ter ficado assim:
Empresa São João S.A.
Balanço Patrimonial encerrado em:
ATIVO PASSIVOX2 em relação a X1
(ano-base)Fórmula:XX
x21
100
X3 em relação a X1 (ano-base)Fórmula:XX
x31
100
X2 em relação a X1 (ano-base)Fórmula:
XX
x21
100
X3 em relação a X1(ano-base)Fórmula:XX
x31
100
AC:4 8003 200
100 150..
%x =
AC:7 2003 200
100 225..
%x =
PC:3 7602 000
100 188..
%x =
PC:5 1202 000
100 256..
%x =
ARLP:1 2001 200
100 100..
%x =ARLP:
1 2001 200
100 100..
%x =PELP:
640800
100 80x = %
PELP:480800
100 60x = %
AP:5 7604 000
100 144..
%x =
AP:5 2004 000
100 130..
%x =
PL:7 3605 600
100 131..
%x =
PL:8 0005 600
100 143..
%x =
TOTAL:11 7608 400
100 140..
%x =
TOTAL:
13 6008 400
100 162..
%x =
TOTAL:11 7608 400
100 140..
%x =
TOTAL:13 6008 400
100 162..
%x =
Balanço Patrimonial
ATIVO31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AHR$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 3.200 100 4.800 150 7.200 225REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.200 100 1.200 100 1.200 100PERMANENTE 4.000 100 5.760 144 5.200 130TOTAL 8.400 100 11.760 140 13.600 162
PASSIVO31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AHR$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 2.000 100 3.760 188 5.120 256EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 800 100 640 80 480 60PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.600 100 7.360 131 8.000 143TOTAL 8.400 100 11.760 140 13.600 162
Balanço Patrimonial
106 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 107
AU
LA 5
1Como fazer uma Análise Horizontal Anual?
Ao contrário da Análise Horizontal Encadeada, a Análise Anual
compara os valores de cada conta (ou grupo) em relação aos do ano
anterior, e não a um ano-base fixo para todos os exercícios. Por causa
dessa diferença, a Análise Horizontal é calculada da seguinte forma:
AnoAno
x21
100AnoAno
x e assim por diante32
100
Para a diferença entre os dois tipos de Análise Horizontal ficar
mais clara, veja o mesmo exemplo dado anteriormente, agora sendo
analisado de maneira Anual:
Memória de cálculo:
Evolução do AC no ano 2 em relação ao ano anterior (ano 1)
XAnoAno
x x421
100340 000198 000
100 172= = =..
%
Evolução do AC no ano 3 em relação ao ano anterior (ano 2)
XAnoAno
x x532
100686 000340 000
100 202= = =..
%
Para ficar mais clara a diferença entre os dois tipos de análise
(encadeada e anual), faça a atividade a seguir. Esta atividade mostra a
mesma empresa da Atividade 1, que agora será analisada por você pela
técnica de Análise Horizontal Anual.
ANOATIVO CIRCULANTE
VALOR A.H.R$ %
X3 (ano 1) 198.000 -X4 (ano 2) 340.000 172X5 (ano 3) 686.000 202
106 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 107
AU
LA 5
1
Efetuando uma Análise Horizontal Anual
Uma fábrica de itens para Festas Juninas apresentou os seguintes dados contábeis para os exercícios X1, X2 e X3:
Empresa São João S.A.Balanço Patrimonial encerrado em:
Preencha as tabelas, efetuando a Análise Horizontal Anual dos elementos do Ativo e do Passivo da Empresa São João S.A. para os anos X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais. Se julgar necessário registrar as memórias de cálculo, faça no espaço a seguir:
Resposta ComentadaNa elaboração da Análise Horizontal Anual da série histórica de X1 a X3, não
existe escolha de ano-base, pois cada conta (ou grupo) é comparada à do ano
anterior.
Para calcular a evolução do ano X2 em relação ao ano X1 (ano anterior), basta
dividir os valores de X2 pelos respectivos valores de X1 e multiplicá-los
por 100.
Atividade 22
ATIVO31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3VALOR VALOR AH VALOR AHR$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 3.200 4.800 7.200REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.200 1.200 1.200PERMANENTE 4.000 5.760 5.200TOTAL 8.400 11.760 13.600
PASSIVO31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3VALOR VALOR AH VALOR AHR$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 2.000 3.760 5.120EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 800 640 480PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.600 7.360 8.000
Balanço Patrimonial
108 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 109
AU
LA 5
1
Para calcular a evolução do ano X3 em relação a X2 (ano anterior), você deve ter
dividido os valores dos anos de X3 pelos respectivos valores de X2 e multiplicado
este resultado por 100, obtendo assim os percentuais conforme memória de cálculo
apresentada a seguir:
Memória de cálculo:
Assim, sua tabela preenchida deve estar como a apresentada em seguida:
Empresa São João S.A.
Balanço Patrimonial encerrado em:
ATIVO PASSIVOX2 em relação a X1
(ano-base)Fórmula:XX
x21
100
X3 em relação a X2 (ano-base)Fórmula:XX
x32
100
X2 em relação a X1 (ano-base)Fórmula:
XX
x21
100
X3 em relação a X2(ano-base)Fórmula:XX
x32
100
AC:4 8003 200
100 150..
%x =
AC:7 2004 800
100 150..
%x =
PC:3 7602 000
100 188..
%x =
PC:
5 1203 760
100 136..
%x =
ARLP:1 2001 200
100 100..
%x =ARLP:
1 2001 200
100 100..
%x =PELP:
640800
100 80x = %
PELP:480800
100 75x = %
AP:5 7604 000
100 144..
%x =
AP:5 2005 760
100 90..
%x =
PL:7 3605 600
100 131..
%x =
PL:8 0007 360
100 109..
%x =
TOTAL:11 7608 400
100 140..
%x =TOTAL:
13 60011 760
100 116..
%x =TOTAL:
11 7608 400
100 140..
%x =TOTAL:
13 60011 760
100 116..
%x =
Balanço Patrimonial
ATIVO31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3VALOR VALOR AH VALOR AHR$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 3.200 4.800 150 7.200 150REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.200 1.200 100 1.200 100PERMANENTE 4.000 5.760 144 5.200 90TOTAL 8.400 11.760 140 13.600 116
PASSIVO31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %CIRCULANTE 2.000 3.760 188 5.120 136EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 800 640 80 480 75PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.600 7.360 131 8.000 109TOTAL 8.400 11.760 140 13.600 116
Balanço Patrimonial
640800
100 80x = %
108 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 109
AU
LA 5
1A INTERPRETAÇÃO DO NÚMERO-ÍNDICE
Os resultados da análise de demonstrações contábeis, como você
bem sabe, são importantes na tomada de decisões dentro de uma empresa.
Interpretar os dados que a análise (quer vertical, quer horizontal) fornece
é muito importante para traçar as diretrizes de ação da entidade nos
próximos exercícios.
Especificamente no caso da Análise Horizontal, é a interpretação
dos números-índice que trará informações relevantes para as decisões da
empresa. Esta interpretação é feita através da taxa de variação.
Ao subtrair do número-índice de determinada data o índice 100%
correspondente à data-base (Análise Encadeada) ou do ano anterior
(Análise Anual), obtém-se a taxa percentual de variação:
Se o número-índice for positivo, a taxa de variação é o que
exceder a 100% ou o que faltar para 100%.Se o número-índice for negativo, a taxa de variação será o
número-índice acrescido de -100%. Neste caso, trabalha-se com MÓDULO e a sua interpretação se dará em função do
sinal da base (Análise Encadeada) ou em função do ano anterior (Análise Anual).
!!Veja os exemplos anteriores, com os quais você aprendeu a Análise
Horizontal Encadeada e a Anual, interpretados desta maneira:
Exemplo 1: Interpretação da Análise Horizontal Encadeada
A seguir são apresentados os números-índice apurados através
da Análise Horizontal Encadeada da série histórica X3, X4 e X5 (que
você já calculou anteriormente), a memória de cálculo e as respectivas
interpretações preliminares dos números-índice.
MÓ D U L O
Sendo x pertencente a R, define-se
módulo ou valor absoluto de x, que se indica |x|, através da
relação:|x| = x, se x > 0
|x| = -x, se x < 0.Isto significa que:
1o. O módulo de um número real positivo
é igual ao próprio número.
Exemplo: |+2| = + 22o. O módulo de um
número real negativo é igual ao oposto
desse número.Exemplo: |- 7| = + 7
Evolução do Ativo Circulante
ANOVALOR A.H.
R$ %X3 198.000 100X4 340.000 172X5 686.000 346
110 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 111
AU
LA 5
1O Ativo Circulante, em X4, aumentou 72% em relação a X3 (ano-
base). E em X5 aumentou 246% se comparado a X3 (ano-base).
Memória de cálculo:
Número-índice = XX
x x43
100340 000198 000
100 172= =..
%
Número-índice = XX
x x43
100340 000198 000
100 172= =..
%
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação de X4 em relação a
X3 = 172% – 100% = 72%
Taxa de variação de X5 em relação a
X3 = 346% – 100% = 246%
De acordo com os resultados das taxas de variação, é possível
dizer que o ano de X4, em relação a X3, apresentou um aumento no
Ativo Circulante de 72%. Já o ano X5 mostrou o mesmo grupo 246%
maior do que em X3. Essa análise preliminar revela que a empresa em
questão sofreu um aumento significativo dos valores circulantes ao longo
da série histórica.
Exemplo 2: Interpretação da Análise Horizontal Anual
A seguir são apresentados os números-índice apurados através da
Análise Horizontal Anual da série histórica X3, X4 e X5, a memória de
cálculo e as respectivas interpretações preliminares.
Evolução do Ativo Circulante
ANOATIVO CIRCULANTE
R$A.H.%
X3 (ano 1) 198.000 -X4 (ano 2) 340.000 172X5 (ano 3) 686.000 202
5 1203 760
100 136..
%x =XX
x x54
100686 000340 000
100 202= =..
%XX
x x54
100686 000340 000
100 202= =..
%XX
x x54
100686 000340 000
100 202= =..
%
110 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 111
AU
LA 5
1Memória de cálculo:
Número-índice = XX
x x43
100340 000198 000
100 172= =..
%
Número-índice = XX
x x54
100686 000340 000
100 202= =..
%
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação de X4 em relação a
X3 = 172% – 100% = 72%
Taxa de variação de X5 em relação a
X4 = 202% – 100% = 102%
A Análise Horizontal Anual possibilita avaliar a evolução gradual
da empresa, de um exercício para o outro. Interpretando a taxa de
variação obtida pela aplicação desta técnica aos dados contábeis, podemos
afirmar que o Ativo Circulante em X4 aumentou 72% em relação a X3
(ano anterior); em X5, o aumento foi de 102%, se comparado a X4 (ano
anterior). A empresa se mostra, portanto, em crescimento gradual, ao
menos no que diz respeito aos seus valores de maior grau de liquidez.
Possibilidades de interpretação para os números-índice:
Existem algumas SITUAÇÕES com as quais você poderá se deparar
quando estiver analisando os números-índice obtidos pela Análise
Horizontal dos dados contábeis. Veja quais são estas situações resumidas
na Tabela 5.1 e mais informações sobre cada uma delas, bem como
interpretá-las, em seguida.
SI T U A Ç Õ E S
Nas possibilidades de números-índice com as
quais você pode se deparar, utilizaremos apenas os dados
de uma DRE, embora seja possível a ocorrência dessas
situações também em contas do Balanço Patrimonial.
Tabela 5.1: Resumo das possibilidades de ocorrência dos números-índice e suas interpretações. A base é o valor que será utilizado como denominador no cálculo do número-índice.
SITUAÇÃO BASE NÚMERO-ÍNDICETAXA DE
VARIAÇÃOINTERPRETAÇÃO
A positiva positivo > 100 positiva acréscimo em relação a base B positiva positivo < 100 negativa decréscimo em relação a baseC positiva negativa negativa decréscimo em relação a base D negativa negativa negativa acréscimo em relação a base E negativa positivo < 100 negativa acréscimo em relação a base F negativa positivo > 100 positiva decréscimo em relação a base G positiva zero negativa decréscimo em relação a base H negativa zero negativa acréscimo em relação a base I zero infinito prejudicada prejudicada
112 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 113
AU
LA 5
1
Situação A: Base positiva, número-índice positivo maior que 100
e taxa de variação positiva.
A base positiva representa uma situação em que a empresa obteve
lucro. No Ano-1, esse Lucro foi de R$ 500.00,00 e, no ano seguinte, o
dobro. A interpretação para o resultado da Análise Horizontal (200%)
mostrou o crescimento de 100% da empresa do ano 1 para o ano 2.
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 cresceu
100% em relação ao ano 1.
Memória de cálculo:
Número-índice =AnoAno
xmil
milx
21
1001 000500
100 200= =.%
Demonstramos da seguinte forma:– em termos relativos: Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 200% - 100%= 100% (taxa de variação positiva)
– em termos absolutos:Ano 1 = R$ 500 mil
(+) Variação = R$ 500 mil (matematicamente = 100% de R$ 500 mil)Ano 2 = R$1.000 mil
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AHR$ MIL R$ MIL %
Resultado do Exercício 500 1.000 200
Você já viu que os número-índices são interpretados através da
taxa de variação, portanto deve ser analisada de acordo com o valor do
ano base utilizado (se positivo ou negativo).
Vejamos, por exemplo a análise do resultado da empresa obtido no
ano 2 em relação ao ano 1 (ano-base).
AnoAno
xmil
milx
21
1001 000500
100 200= =.%
Taxa de variação
positiva aplicada em base positiva,
representa acréscimo.!!
112 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 113
AU
LA 5
1Situação B: Base positiva, número-índice positivo menor que 100
e taxa de variação negativa.
Esta situação é o inverso da anterior; neste caso, o lucro diminuiu
de um exercício para o outro. A taxa de crescimento, portanto, é negativa,
ou seja, a empresa teve um lucro menor do que no ano anterior.
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AHR$ MIL R$ MIL %
Resultado do Exercício 1.000 500 50
Taxa de variação
negativa aplicada em base positiva,
representa decréscimo.!!
Interpretação
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 decresceu
50% em relação ao ano 1.
Memória de cálculo:
Número-índice: AnoAno
xmilmil
x21
100500
1 000100 50= =
.%
Demonstramos da seguinte forma:- em termos relativos:Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 50% – 100%= – 50% (taxa de variação negativa)
– em termos absolutos:Ano 1 = R$ 1.000 mil
(+) Variação = - R$ 500 mil (matematicamente = – 50% de R$ 1.000 mil)Ano 2 = R$ 500 mil
114 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 115
AU
LA 5
1
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 decresceu
150% em relação ao ano 1.
Memória de cálculo:
Número-índice = AnoAno
xmil
milx
21
100500
1 000100 50= ( ) = −
.%
Demonstramos da seguinte forma:- em termos relativos:
Taxa de variação = Número-índice – 100% = – 50% – 100% = – 150% (taxa de variação negativa)
- em termos absolutos: Ano 1 = R$ 1.000 mil (+) Variação = – R$ 1.500 mil (matematicamente = -150% de R$ 1.000 mil) Ano 2 = – R$ 500 mil
Situação C: Base positiva, número-índice negativo e taxa de
variação negativa.
Quando uma empresa apresenta lucro em um determinado
exercício (X1) e prejuízo no seguinte (X2), estamos diante de uma
situação em que a base é positiva e o número-índice será negativo. Isso
acontecerá porque, no ano 1 (base), o resultado foi positivo (lucro) e, no
ano 2, o resultado foi negativo (prejuízo). Assim, veja a tabela a seguir,
com os dados de uma empresa que teve R$ 1 milhão de lucro no ano 1
e R$ 500 mil de prejuízo no ano seguinte. A Análise Horizontal destes
dados mostra que esta empresa teve um número-índice de -50% e uma
taxa de variação negativa de 150%, significando que a empresa sofreu
uma queda no seu resultado da ordem de 3 vezes (veja a memória de
cálculo a seguir).
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AHR$ MIL R$ MIL %
Resultado do Exercício 1.000 (500) - 50
Taxa de variação
negativa aplicada em base positiva,
representa decréscimo.!!
114 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 115
AU
LA 5
1
Só para lembrar...
Quando efetuamos operações de divisão com números negativos, devemos estar atentos às regras de sinal. Assim, se:
1. o numerador é positivo e o denominador positivo: resultado +;
2. o numerador é positivo e o denominador negativo: resultado –
3. o numerador é negativo e o denominador positivo:resultado –;
4. o numerador é negativo e o denominador negativo: resultado +.
Essas informações serão importantes sempre que você estiver analisando horizontalmente a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço
Patrimonial, nas quais poderá se deparar com valores positivos e negativos.
Como exemplos de valores negativos encontrados na DRE teríamos: – prejuízo ( bruto, operacional e líquido); – despesas financeiras líquidas (receitas financeiras > despesas
financeiras); – outras despesas ou receitas operacionais (outras receitas >
outras despesas operacionais) etc.
No BP teríamos, por exemplo: – PL negativo;
– contas retificadoras (PDD, Duplicatas Descontadas, Ações em Tesouraria e etc.);
– Prejuízos Amortizar etc.
??
116 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 117
AU
LA 5
1Situação D: Base negativa, número-índice negativo e taxa de
variação negativa.
Agora, ao contrário do que aconteceu na situação C, começamos
com prejuízo no ano 1 e lucro no ano 2.
Numericamente, o fato de uma das parcelas (numerador ou
denominador) ser negativa (a base ou o ano que se está analisando)
gera um número-índice negativo. O resultado numérico desta situação,
portanto, é igual ao da anterior.
Mas pense um pouco. Você acha que a interpretação para este
caso (base negativa, número-índice negativo e taxa de variação negativa)
é a mesma da situação mostrada em C?
Só de olhar para a tabela anterior ficará claro que não! Uma
empresa que tem prejuízo em um exercício e lucro em outro sofreu um
crescimento, e não uma diminuição no seu resultado. O que acontece
é que taxa de variação negativa aplicada em base negativa significa
acréscimo, ou seja, melhor desempenho da performance da empresa.
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 cresceu
150% em relação ao ano 1.
Veja a memória de cálculo:
Número-índice = AnoAno
xmilmil
x21
100500
1 000100 50=
( )= −
.%
Demonstramos da seguinte forma:- em termos relativos:Taxa de variação = Número-índice – 100% = – 50% – 100% = – 150% (taxa de variação negativa)
Como a base é negativa, na interpretação do número-índice trabalha-se com módulo, ou seja, |–150%| = 150%
- em termos absolutos: Ano 1 = – R$ 1.000 mil(+) Variação = R$ 1.500 mil (matematicamente, -150% de - R$ 1.000 mil) Ano 2 = R$ 500 mil
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ MIL R$ MIL %Resultado do Exercício (1.000) 500 -50
Taxa de variação
negativa aplicada em base negativa,
representa acréscimo.!!
Você deverá
ficar atento na interpretação da taxa de variação negativa aplicada
em base negativa.
!!
116 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 117
AU
LA 5
1Situação E: Base negativa, número-índice positivo menor que 100
e taxa de variação negativa.
Agora imagine uma situação em que uma empresa tenha
apresentado prejuízo tanto no ano 1 quanto no ano 2. O número-
índice, neste caso, será positivo, pois as duas parcelas da fração são
negativas.
Se o prejuízo do ano 1 for maior do que o do ano 2, além de
positivo o índice será menor que 100. Quando calcularmos a taxa de
variação, isso significará que o resultado da empresa sofreu um acréscimo,
isto é, ficou melhor, pois quanto mais próximo um número real negativo
estiver de zero, maior será esse número. De fato, se pensarmos em
termos contábeis e não de maneira estritamente matemática, fica fácil
compreender: o resultado da empresa ficou menos ruim de um exercício
para o outro (era mais negativo no ano 1 do que no ano 2).
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 cresceu
10% em relação ao ano 1. Isto é, o prejuízo de R$ 1.000 mil passou
para R$ 900 mil, fazendo com a empresa melhorasse seu desempenho
ao ano 1.
Memória de cálculo:
Número-índice =
Demonstramos da seguinte forma:- em termos relativos:Taxa de variação = Número-índice – 100% = 90% – 100% = – 10% (taxa de variação negativa)
Como a base é negativa, na interpretação do número-índice, trabalha-se com módulo, ou seja, |-10%| = 10%
- em termos absolutos: Ano 1 = – R$ 1.000 mil(+) Variação = R$ 100 mil (matematicamente, -10% de - R$ 1.000 mil) Ano 2 = – R$ 900 mil
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AHR$ MIL R$ MIL %
Resultado do Exercício (1.000) (900) 90
Taxa de variação
negativa aplicada em base negativa,
representa acréscimo.!!
118 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 119
AU
LA 5
1Situação F: Base negativa, número-índice positivo maior que 100
e taxa de variação positiva.
Este caso é parecido com o anterior, com a diferença que, agora,
a situação do resultado da empresa piorou de um ano para o outro.
Imagine o exemplo a seguir, no qual o prejuízo da entidade no ano 1 foi
de R$ 1 milhão e, no ano seguinte, de R$ 3 milhões. O índice calculado
pela Análise Horizontal mostra que o resultado da empresa decresceu
de um ano para o outro. De fato, o que aconteceu foi que o resultado
piorou 3 vezes ao passar de um exercício para outro.
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 decresceu
200% em relação ao ano 1. Isto é, o prejuízo de R$ 1.000 mil passou
para R$ 3.000 mil.
Memória de cálculo:
Número-índice = AnoAno
xmil
milx
21
1003 000
1 000100 300= ( )
( )=
.
.%
Demonstramos da seguinte forma:- em termos relativos: Taxa de variação = Número-índice – 100% = 300% - 100% = 200% (taxa de variação positiva)
- em termos absolutos:Ano 1 = – R$ 1.000 mil
(+) Variação = – R$ 2.000 mil (matematicamente, temos: 200% de – R$ 1.000 mil)Ano 2 = – R$ 3.000 mil
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AHR$ MIL R$ MIL %
Resultado do Exercício (1.000) (3.000) 300
Taxa de variação
positiva aplicada em base negativa,
representa decréscimo.!!
118 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 119
AU
LA 5
1Situação G: Base positiva, número-índice zero e taxa de variação
negativa.
Quando uma empresa tem lucro em um ano e resultado nulo no
ano seguinte, o cálculo do número-índice resulta em 0%. Isso acontece
porque, matematicamente, quando o numerador de uma fração é nulo,
o seu resultado também é zero. Partindo do princípio de que, na Análise
Horizontal, o índice que mostra que não houve alteração no resultado é
100, ter um número-índice nulo significa que a empresa sofreu redução
de 100% do seu resultado.
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 decresceu
100% em relação ao ano 1. Isto é, o lucro de R$ 1.000 mil passou para
R$ 0 mil.
Memória de cálculo:
Número-índice = AnoAno
xmilmil
x21
100000500
100 0= = %
Demonstramos da seguinte forma:
- em termos relativos:Taxa de variação = Número-índice – 100% = 0% – 100% = – 100% (taxa de variação negativa)
- em termos absolutos: Ano 1 = R$ 1.000 mil(+) Variação = – R$ 1.000 mil (matematicamente, temos: -100% de R$ 1.000 mil) Ano 2 = R$ 0 mil
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ MIL R$ MIL %Resultado do Exercício 1.000 0 0
Taxa de variação
negativa aplicada em base positiva,
representa decréscimo.!!
120 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 121
AU
LA 5
1Situação H: Base negativa, número-índice zero e taxa de variação
negativa.
Assim como no caso anterior (G), o número-índice nulo é
originado pelo fato de haver um numerador igual a zero na fração. Dessa
vez, como a base é negativa, devemos pensar que a situação da empresa,
de um ano para o outro, ficou “menos pior”: o resultado cresceu 100%
do ano 1 para o ano 2.
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 decresceu
100% em relação ao ano 1. Isto é, o prejuízo de R$ 1.000 mil passou
para R$ 0 mil.
Memória de cálculo:
Número-índice = AnoAno
xmilmil
x21
100000
1 000100 0=
( )=
.%
Demonstramos da seguinte forma:- em termos relativos:Taxa de variação = Número-índice – 100% = 0% - 100% = - 100% (taxa de variação negativa)
- em termos absolutos: Ano 1 = – R$ 1.000 mil(+) Variação = R$ 1.000 mil (matematicamente, temos: –100% de – R$ 1.000 mil) Ano 2 = R$ 0 mil
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AHR$ MIL R$ MIL %
Resultado do Exercício (1.000) 0 0
Taxa de variação
negativa aplicada em base negativa,
representa acréscimo.!!
120 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 121
AU
LA 5
1Situação I: Base nula.
Se o valor de determinada conta for nulo na data-base, não se
pode calcular o número-índice, pois matematicamente o resultado da
divisão de um número por zero tende ao infinito. Em análise de balanços
é comum o analista representar ∞ por –.
Interpretação:
Não se pode calcular o número-índice.
A taxa de variação, neste caso, fica prejudicada.
Memória de cálculo:
Número-índice = AnoAno
x x21
1001 000
0100= = ∞.
Na interpretação dos números-índice, você
deverá tomar cuidado quando ocorrerem inversões de sinais nos números-
índice em uma série examinada. Veja:a) Se a base for positiva, não há problema para a
interpretação dos números-índice negativos.b) Se a base for negativa, você deverá tomar muito cuidado
para interpretar os números-índice subseqüentes, pois valores positivos estarão associados a números-índice negativos e vice-
versa. Por exemplo:
Número real positivo:Quanto mais afastado estiver do número zero, maior será esse número e quanto mais próximo, menor será esse número.Por exemplo:
Se compararmos o valor 2.000 em relação ao valor 1.000, ocorreu um acréscimo; se compararmos o
valor 1.000 em relação a 2.000, ocorreu um decréscimo.
!!0 1.000 2.000
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AHR$ MIL R$ MIL %
Resultado do Exercício 0 1.000 -
uACRÉSCIMO
u
DECRÉSCIMO
Interpretação da taxa
Prejudicada.!!
122 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 123
AU
LA 5
1
Número real negativo:Quanto mais afastado estiver do
número zero, menor será esse número e quanto mais próximo, maior será esse número.
Se compararmos o valor - 2.000 em relação ao valor - 1.000, ocorreu um decréscimo; se compararmos o valor
- 1.000 em relação a - 2.000, ocorreu um acréscimo.
–2.000 –1.000 0
ANÁLISE HORIZONTAL: MODO DE USAR
Até agora, o que você viu da técnica de Análise Horizontal foram
as descrições dos tipos de análise, os objetivos, a metodologia de cálculo
dos números-índice e das taxas de variação, bem como a interpretação
preliminar dos números-índice. A partir de agora você vai saber como
se deve interpretar os demonstrativos utilizando a técnica de Análise
Horizontal.
A Análise Encadeada (ou simplesmente Análise Horizontal) fundamenta-se na idéia da evolução histórica de cada item das demonstrações contábeis ao longo do período examinado. A Análise Anual surgiu no Brasil por volta da década de 1980 e início dos anos 1990, época marcada por uma economia instável (vários planos econômicos, trocas de moedas, elevados índices de inflação), ocasionando, portanto, dificuldade de escolher a data-base adequada; isso fez com que se utilizasse a Anual, pois é mais importante saber o comportamento de alguns itens das demonstrações contábeis do último ano em relação ao ano anterior do que desenvolver uma série histórica muito longa. Embora possa trazer informações relevantes, ela pode mascarar alguns resultados, levando o analista a conclusões incorretas.
A Análise Horizontal Anual só deve ser utilizada como comple-
mento da Encadeada, e nunca em substituição a ela.
Para que você possa compreender melhor, veja o exemplo a
seguir.
!! uACRÉSCIMO
u
DECRÉSCIMO
122 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 123
AU
LA 5
1O volume de Duplicatas a Receber da Companhia A no período
de X3, X4, X5 e X6 é o seguinte:
Utilizando a Análise Horizontal Encadeada e adotando o ano X3
como base, teríamos o seguinte resultado:
Pela Análise Horizontal Encadeada, conclui-se que a conta
Duplicatas a Receber teve uma queda de 55% em X4. Tal redução
fez com que as Duplicatas a Receber passassem a representar 45% do
valor existente em X3. Em X5, as Duplicatas a Receber continuaram
em queda, só que desta vez a redução foi de 40%, correspondendo a
60% dos valores de X3.
Finalmente, em X6, não houve variação no nível das Duplicatas
a Receber em relação a X3, voltando exatamente ao saldo inicial, isto
é, ao valor existente em X3.
A construção de cadeias de números-índice se justifica quando
existem diversos períodos sucessivos a serem comparados com o período-base.
!!
DISCRIMINAÇÃO X3 X4 X5 X6Duplicatas a Receber – R$ MIL 2.350 1.058 1.410 2.350
DISCRIMINAÇÃO X3 X4 X5 X6Duplicatas a Receber – R$ MIL 2.350 1.058 1.410 2.350Análise Horizontal Encadeada 100% 45% 60% 100%
Taxa de variação anual - - 55% - 40% -
124 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 125
AU
LA 5
1Utilizando a Análise Horizontal Anual, teríamos o seguinte
resultado:
Se utilizássemos somente a Análise Horizontal Anual, iríamos
concluir que as Duplicatas a Receber tiveram uma queda de 55% em X4.
Em X5, elas tiveram um acréscimo de 33% em relação ao ano anterior
(X4), e no último exercício (X6), as Duplicatas a Receber tiveram um
acréscimo bastante significativo, de 67%.
Em outras palavras, a empresa teve redução em X4 e aumentos
sucessivos nos dois exercícios seguintes. A princípio, isto sugere que a
redução ocorrida em X4 foi compensada em X5 e melhorada ainda mais
em X6, o que não é verdade: o volume das Duplicatas a Receber em X6
é o mesmo de X3. Isto porque a redução ocorrida em X4 foi calculada
em relação a uma base muito maior (X3) do que a base usada para o
crescimento havido em X5 e X6.
Ou seja: não se deve desconsiderar a Análise Horizontal Anual,
porém deve-se ter em mente os cuidados mencionados para evitar incorrer
em erros de interpretação dos resultados obtidos.
No caso de utilizar a Análise Horizontal Anual como complemento
à Encadeada, a fim de evitar falsas conclusões, é melhor trabalhar com
um quadro semelhante a este:
Na Análise Horizontal Anual não é recomendável construir cadeias
de números-índice sobre os valores anteriores, porque podem induzir a falsas conclusões. Se a comparação é entre duas posições consecutivas, é mais
conveniente trabalhar com taxas de variação sobre os valores anteriores.!!
DISCRIMINAÇÃO X3 X4 X5 X6Duplicatas a Receber – R$ MIL 2.350 1.058 1.410 2.350
Taxa de variação anual - - 55% + 33% + 67%
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3 X4Duplicatas a Receber – R$ MIL 2.350 1.058 1.410 2.350
Taxa de variação anual - - 55% + 33% + 67%
124 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 125
AU
LA 5
1ANÁLISE HORIZONTAL X INFLAÇÃO
Ao contrário da Análise Vertical, que em termos práticos não é
afetada pela inflação, em decorrência de os dois valores relacionados
encontrarem-se em moeda de uma mesma data, a Análise Horizontal é
fortemente distorcida sob condições inflacionárias, por comparar valores
de um mesmo item por exercícios sucessivos (Análise Encadeada) ou em
ano anterior (Análise Anual), já que utiliza moedas de poder aquisitivo
diferente.
Antes de aplicar a Análise Horizontal, você deve tomar o cuidado
de trazer todos os exercícios sociais para a mesma BASE INFLACIONÁRIA ou
DEFLACIONÁRIA.
BA S E I N F L A C I O N Á R I A X D E F L A C I O N Á R I A
Base inflacionária: correção dos valores das demonstrações financeiras para a moeda do último exercício.Base deflacionária: correção dos valores das demonstrações financeiras para a moeda do primeiro exercício.
BASE DEFLACIONÁRIA
X1
BASE INFLACIONÁRIA
X3
Na base DEFLACIONÁRIA, o PRIMEIRO exercício é tomado como referência para o ajuste dos valores monetários dos exercícios POSTERIORES.
Na base INFLACIONÁRIA, o ÚLTIMO exercício é tomado como referência para o ajuste dos valores monetários dos exercícios ANTERIORES.
X
A eliminação dos efeitos da inflação se dá pela utilização de um
indexador que reflita as variações no nível geral de preços, de modo que
as demonstrações contábeis fiquem homogeneizadas, isto é, todos os
valores sejam convertidos à moeda de uma mesma data.
Normalmente, aplica-se para este fim o Índice Geral de Preços
– IGP, publicado mensalmente pela revista Conjuntura Econômica,
da Fundação Getulio Vargas (coluna 1: Oferta global ou coluna 2:
Disponibilidade interna).
Veja como proceder para transportar as demonstrações
contábeis de todos os exercícios para a mesma base, seja inflacionária
ou deflacionária:
Figura 5.4: Diferenças entre as bases inflacionária e deflacionária utilizadas para corrigir os valores monetários das demonstrações contábeis de exercícios diferentes.
126 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 127
AU
LA 5
1a) Cálculo da base inflacionária: para inflacionar os valores
das demonstrações contábeis para a moeda do último exercício, basta
multiplicá-los por um fator obtido através da divisão do IGP da data
da última demonstração pelo IGP da data da demonstração que se quer
corrigir.
Exemplo:
Os fatores de conversão são calculados com base nesses dados,
ou seja, os fatores são aqueles que, multiplicados pelos dados originais
das demonstrações contábeis de 31/12/X1 e 31/12/X2, converterão esses
valores em preços de 31/12/X3.
Fator de conversão = IGP do último ano
IGP do ano a ser corrigido
Fator de conversão de 31/12/X1 para 31/12/X3: 1 301 19
1 092..
,=
Fator de conversão de 31/12/X2 para 31/12/X3: = 1 301 23
1 057..
,=
Multiplicando os fatores de conversão pelos valores originais de
31/12/X1 e 31/12/X2, todos os valores se encontrarão em moeda de
31/12/X3, conforme exposto a seguir:
Em R$DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Ativo Circulante (valores originais)
100.000 150.000 180.000
IGP 1,19 1,23 1,30
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3Ativo Circulante (valores originais) (1) – R$ 100.000 150.000 180.000Fator de Conversão (2) 1,092 1,057 1,000Ativo Circulante (valores inflacionados) (1 x 2) – R$
109.200 158.550 180.000
126 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 127
AU
LA 5
1b) Cálculo da base deflacionária: para deflacionar os valores das
demonstrações contábeis para a moeda da demonstração mais antiga,
basta multiplicá-los por um fator obtido através da divisão do IGP da
data da demonstração mais antiga pelo IGP da data das demonstrações
que se quer corrigir.
Exemplo:
Os fatores de conversão são calculados com base nesses dados,
ou seja, os fatores são aqueles que, multiplicados pelos dados originais
das demonstrações contábeis de 31/12/X2 e 31/12/X3, converterão esses
valores em preços de 31/12/X1.
Fator de conversão = IGP da demonstração mais antiga
IGP do ano a ser corrigido
Fator de conversão de 31/12/X2 para 31/12/X1: 1 191 23
0 967,,
,=
Fator de conversão de 31/12/X3 para 31/12/X1: 1 191 30
0 915,,
,=
Multiplicando os fatores de conversão pelos valores originais de
31/12/X2 e 31/12/X3, todos os valores se encontrarão em moeda de
31/12/X1, conforme exposto a seguir:
Aplicando a técnica de Análise Horizontal aos valores originais e
aos valores inflacionados ou deflacionados demonstrados nos quadros
a seguir, podemos encontrar as respectivas interpretações:
Em R$DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Ativo Circulante (valores originais)
100.000 150.000 180.000
IGP 1,19 1,23 1,30
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3Ativo Circulante (valores originais) (1) – R$
100.000 150.000 180.000
Fator de Conversão (2) 1,000 0,967 0,915Ativo Circulante (valores deflacionados) (1 x 2) – R$
100.000 145.050 164.700
128 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 129
AU
LA 5
1
A análise dos valores originais revela uma evolução do Ativo
Circulante em todos os anos, tendo um acréscimo nominal de 50% e
80%, respectivamente, em relação ao ano 1. No entanto, se eliminarmos
o efeito da inflação nos valores originais, deflacionando ou inflacionando,
verificamos que o Ativo Circulante sofreu, na verdade, acréscimo real de
45% e de 65% nos dois últimos exercícios respectivamente, se comparado
ao ano 1.
Quando interpretamos os números-índice extraídos das
demonstrações contábeis com os valores corrigidos para moeda de uma mesma data, a variação é real; quando trabalhamos com os
valores originais das demonstrações, isto é, sem corrigi-los, a variação é
nominal.
!!Você acabou de aprender como é importante ajustar as
demonstrações para a mesma moeda, para não gerar distorções
monetárias. Será que estes conceitos ficaram realmente claros para
você? Que tal realizar a atividade a seguir para checar?
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3Ativo Circulante (valores originais) – R$
100.000 150.000 180.000
Análise Horizontal Encadeada – %
100 150 180
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3Ativo Circulante (valores inflacionados) – R$
109.200 158.550 180.000
Análise Horizontal Encadeada – %
100 145 165
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3Ativo Circulante (valores deflacionados) – R$
100.000 145.050 164.700
Análise Horizontal Encadeada – %
100 145 165
128 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 129
AU
LA 5
1
Calculando índices de conversão monetáriaNa tabela a seguir estão anotados os saldos da conta Estoques do Balanço Patrimonial de uma empresa para quatro exercícios. Preencha estas tabelas com os valores que estão faltando, aplicando, na primeira, a Análise Horizontal Encadeada com correção por base inflacionária e, na segunda, deflacionária, sabendo-se que IGP para os anos X4, X5, X6 e X7 são: R$ 0,69, R$ 0,90, R$ 1,11 e R$ 1,66, respectivamente. Considere X4 como ano-base. Para resolução desta atividade, você deverá apurar o Fator de conversão com 3 casas decimais.
Se julgar necessário, utilize o espaço a seguir para seus cálculos.
Atividade 33
INFLACIONÁRIADISCRIMINAÇÃO X4 X5 X6 X7
Estoques - R$ 50.000 60.000 90.000 90.000
AH (%)Fator de conversãoEstoques (corrigidos) - R$AH % (corrigido)
DEFLACIONÁRIADISCRIMINAÇÃO X4 X5 X6 X7
Estoques - R$ 50.000 60.000 90.000 90.000AH (%)Fator de conversãoEstoques (corrigidos) - R$AH % (corrigido)
130 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 131
AU
LA 5
1
Resposta ComentadaPara calcular a Análise Horizontal Encadeada, você deve ter aplicado uma
regra de três bastante simples, na qual o valor correspondente a 100% foi
sempre R$ 50.000,00 (X4).
Depois de ver os exemplos desta aula que explicaram como realizar a
conversão monetária, você não deve ter encontrado dificuldades para fazer
esta atividade.
Para realizar o cálculo do índice de correção com base inflacionária, foi
necessário dividir todos os valores de IGP pelo valor deste indicador em X7.
Para calcular o índice com base deflacionária o procedimento era o mesmo,
mas em vez de estabelecer X7 como parâmetro, você deve ter feito isso com
o valor registrado para X4.
É importante estar atento para o fato de que, embora os índices sejam calculados
diferentemente e originem “saldos” distintos para os estoques, X4 é sempre o
100%, pois foi definido como ano-base. Além disso, vale reparar que os valores
da Análise Horizontal Encadeada corrigida mostram as mesmas evoluções,
independente de a correção ter sido inflacionária ou deflacionária.
Suas tabelas preenchidas devem ter ficado assim:
INFLACIONÁRIADISCRIMINAÇÃO X4 X5 X6 X7
Estoques - R$ 50.000 60.000 90.000 90.000AH (%) 100 120 180 180Fator de conversão 2,406 1,844 1,495 1,000Estoques (corrigidos) - R$ 120.300 110.640 134.550 90.000AH % (corrigido) 100 92 112 75
DEFLACIONÁRIADISCRIMINAÇÃO X4 X5 X6 X7
Estoques – R$ 50.000 60.000 90.000 90.000AH (%) 100 120 180 180Fator de conversão 1,000 0,767 0,622 0,416Estoques (corrigidos) – R$ 50.000 46.020 55.980 37.440AH % (corrigido) 100 92 112 75
Memória de cálculo
DISCRIMINAÇÃO X4 X5 X6 X7
Fator de conversão – Base inflacionária
1660 69
2 406,,
,= 1660 90
1844,,
,= 166111
1495,,
,= 1,000
Fator de conversão – Base deflacionária
1,0000 690 90
0 767,,
,= 0 69111
0 622,,
,= 0 69166
0 416,,
,=
130 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 131
AU
LA 5
1É POSSÍVEL UTILIZAR A ANÁLISE VERTICAL EM CONJUNTO COM A ANÁLISE HORIZONTAL?
Como você viu na Aula 3, a Análise Vertical mede as participações
de cada conta (ou grupo) em relação a uma determinada base; o confronto
das Análises Verticais realizadas em datas diferentes permite aferir as
alterações estruturais ocorridas na posição econômico-financeira da
empresa. A Análise Horizontal mostra a evolução de cada conta (ou
grupo) específica(o) no tempo.
A interpretação isolada dessas duas técnicas pode induzir a
erros de avaliação. Assim, não só é possível mas também recomendável
que esses dois tipos de análise sejam utilizados em conjunto, pois eles
se completam; essa combinação permite identificar quais elementos
merecem investigação mais aprofundada.
Por exemplo, a interpretação exclusiva da Análise Horizontal
revela que um determinado item apresentou crescimento de 1.000%
em relação ao ano anterior, o que isoladamente seria uma variação
bastante significativa. No entanto, a Análise Vertical revela que este
item representa apenas 0,3% do Ativo, donde se conclui que, embora
tenha obtido enorme crescimento em relação ao ano anterior, esse item
continua a não significar quase nada na estrutura do Ativo.
Por outro lado, a Análise Vertical também deve ser complementada
pela Análise Horizontal, principalmente na análise da Demonstração
do Resultado, pois pequenos percentuais podem ser significativos, em
função de que o Lucro Líquido costuma representar também percentual
muito pequeno em relação às vendas.
Em uma situação, por exemplo, em que a Análise Vertical da DRE
revela que as despesas comerciais passaram de 15% para 18% em relação
ano anterior, o aumento de três pontos percentuais não chama atenção; no
entanto a Análise Horizontal revela que este item acresceu de 150% em
relação ao ano anterior, o que é muito superior ao crescimento ocorrido
nas vendas (120%), possibilitando localizar os itens responsáveis pela
performance da empresa.
Para ficar mais claro, vamos analisar uma demonstração contábil
pelas duas técnicas? Para isso, recuperaremos o exemplo da Empresa
Via Digital S.A., que você viu na Aula 2, quando aprendeu os ajustes
necessários para iniciar um processo de análise.
132 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 133
AU
LA 5
1Empresa Via Digital S.A.
Balanço Patrimonial ajustado - ATIVO
CONTAS31/12/X1 31/12/X2
VALORR$
AV%
AH%
VALORR$
AV%
AH%
ATIVO CIRCULANTE:Disponibilidade (1)
7.390 6 100 2.024 1 27
Direitos Realizáveis a Curto Prazo (2) 47.218 38 100 41.015 29 87Soma (3) = (1+2) 54.608 44 100 43.039 30 79Estoques (4) 33.923 28 100 33.411 24 98TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE (5) = (3 + 4)
88.531 72 100 76.450 54 86
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (6)
- - - - - -
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9+ 10)
34.577 28 100 65.124 46 188
. Investimentos (8) 3.263 3 100 4.106 3 126
. Imobilizado (9) 31.314 25 100 59.036 42 189
. Diferido (10) - - - 1.982 1 -
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7)123.108 100 100 141.574 100 115
Balanço Patrimonial
Memória de cálculo:
Deflacionando os valores de X2 para X1:
Fator de conversão de 31/12/X2 para 31/12/X1
1 185 101 232 50
0 962. ,. ,
,=
Multiplicando os valores do Balanço Patrimonial de X2 pelo fator
de conversão, temos os valores deflacionados, conforme demonstrado
a seguir:
DISCRIMINAÇÃO
31/12/X2Valores originais
(Em reais)a
Fator de conversãob
31/12/X2Valores
deflacionados para X1
(Em reais)c = a x b
Ativo Circulante 76.450 0,967 73.927Ativo Imobilizado 59.036 0,967 57.088Ativo Total 141.574 0,967 136.902
1 185 101 232 50
0 962. ,. ,
,=1 185 101 232 50
0 962. ,. ,
,=1 185 101 232 50
0 962. ,. ,
,=1 185 101 232 50
0 962. ,. ,
,=1 185 101 232 50
0 962. ,. ,
,=1 185 101 232 50
0 962. ,. ,
,=0 690 90
0 767,,
,=
132 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 133
AU
LA 5
1
A Análise Horizontal/Vertical das demonstrações contábeis
relativas aos exercícios de X1 e X2 revela que as aplicações da empresa
tiveram um crescimento NOMINAL de 15%. Em termos reais, o crescimento
foi de 11%, alterando a estrutura do Ativo da empresa. O principal
responsável foi o Ativo Imobilizado, que teve uma expansão nominal de
89% e real de 82%, passando a ter uma representatividade significativa
no total das aplicações, passando de 25% para 42% em X2; em virtude
de seu projeto de modernização e expansão (as aplicações em máquinas
e equipamentos cresceram, nominalmente, 75% em X2), e notadamente
em obras em andamento iniciadas neste exercício, cuja participação
teve representatividade de 12% em relação ao total do Ativo e 30% do
Imobilizado.
Observe o que acontece com os grupos do Passivo:
Empresa Via Digital S.A.
Balanço Patrimonial ajustado - PASSIVO
Discriminação 31/12/X131/12/X2
(Valores deflacionados para X1)
Ativo Circulante – R$ 88.531 73.927Análise Horizontal (número-índice) 100% 84%Ativo Imobilizado – R$ 31.314 57.088Análise Horizontal (número-índice) 100% 182%Ativo Total (Passivo Total) – R$ 123.108 136.902Análise Horizontal (número-índice) 111%
NOMINAL E REAL
São termos que foram explicados
no boxe de atenção imediatamente
anterior à Atividade 3!
CONTAS31/12/X1 31/12/X2
VALORR$
AV%
AH%
VALORR$
AV%
AH%
PC (1) 60.554 49 100 48.943 35 81PELP (2) 14.196 12 100 51.291 36 361PASSIVO EXIGÍVEL TOTAL (3) = (1 + 2)
74.750 61 100 100.234 71 134
PL (4) 48.358 39 100 41.340 29 85PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4)
123.108 100 100 141.574 100 115
Balanço Patrimonial
134 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 135
AU
LA 5
1 O índice utilizado para a correção dos valores é o mesmo que
foi calculado para as conversões do Ativo. Veja o Passivo ajustado:
DISCRIMINAÇÃO
31/12/X2Valores originais
(Em reais)a
Fator de conversão
b
31/12/X2Valores
deflacionados para X1
(Em reais)c = a x b
Passivo Circulante 48.943 0,967 47.328Passivo Exigível a Longo Prazo 51.291 0,967 49.598Patrimônio Líquido 41.340 0,967 39.976
O crescimento do Ativo foi financiado por recursos de terceiros
exigíveis a longo prazo. A utilização maciça desses recursos fez com que
eles crescessem 261% em termos nominais e 249% em termos reais,
índices muito superiores aos ocorridos no Ativo.
Desse modo, a participação das exigibilidades de longo prazo no
Passivo Total passou a ter uma representatividade de 36%, representando
51% dos capitais de terceiros.
Com a evolução significativa das exigibilidades a longo prazo e
o decréscimo do Patrimônio Líquido, a empresa passou a utilizar cada
vez mais recursos de terceiros na sua estrutura de capitais.
Memória de cálculo
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1
31/12/X2(Valores
deflacionados para X1)
Passivo Circulante – R$ 60.554 47.328Análise Horizontal (número-índice) 100% 78%Passivo Exigível a Longo Prazo – R$ 14.196 49.598Análise Horizontal 100% 349%Patrimônio Líquido – R$ 48.358 39.976Análise Horizontal (número-índice) 100% 83%
DISCRIMINAÇÃO31/12/X1 31/12/X2
VALORR$
AV%
AH%
VALORR$
AV%
AH%
Máquinas e Equipamentos 12.168 10 100 21.345 22 175
Obras em andamento – – – 17.615 12 –Ativo total 123.108 100 100 141.574 100 115
Valores extraídos do BP original encerrado em 31/12/X1 e
31/12/X2, respectivamente
134 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 135
AU
LA 5
1
Veja em seguida a Demonstração do Resultado do Exercício ajustada relativa ao exercício
X1 e X2, bem como sua análise:
Empresa Via Digital S.A.
DREs saneadas relativas aos exercícios de X1 e X2
DRE
DISCRIMINAÇÃO
31/12/X1 31/12/X2
VALORR$
AV%
AH%
VALORR$
AV%
AH%
RECEITA OPERACIONAL BRUTA (1) 237.401 113 100 294.377 114 124
(-) Deduções de Vendas (2) 26.889 13 100 35.031 14 130
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (3) = (1 – 2)
210.512 100 100 259.346 100 123
(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (4)
160.385 76 100 161.313 62 101
(=) LUCRO BRUTO (5) = (3 – 4) 50.127 24 100 98.033 38 196
(-) Despesas Operacionais (6) = (7 + 8 + 9 + 10)
35.382 17 100 92.327 36 261
. Vendas (7) 10.218 5 100 12.189 5 119
. Administrativas (8) 9.296 4 100 8.299 3 89
. Financeiras Líquidas (9) 15.868 8 100 71.839 28 453
. Outras Despesas/Receitas (10) - - - - - -
(=) Lucro Operacional (11) = (5 – 6) 14.745 7 100 5.706 2 39
(+) Resultados Não-Operacionais (12) 156 - 100 76 - 49
(=) Lucro antes do IR (13) = (11 + 12) 14.901 7 100 5.782 2 39
(-) Provisão para IR (14) 4.797 2 100 1.100 - 23
(=) Lucro Líquido (15) = (13 – 14) 10.104 5 100 4.682 2 46
DISCRIMINAÇÃO31/12/X2
VALORR$
AV%
Obras em andamento 17.615 30Ativo Imobilizado 59.036 100
DISCRIMINAÇÃO31/12/X2
VALORR$
AV%
Passível Exigível a LP 51.291 51Passível Exigível 100.234 100
136 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 137
AU
LA 5
1
Quanto à situação econômica da EVD S.A., observa-se em X2
acréscimo nominal das Receitas Operacionais de 23% e real de 19%.
Como o CPV manteve-se praticamente no mesmo nível de X1 em
termos nominais e decréscimo real de 3%, acarretou um lucro bruto
real de 89% – desempenho bom. A maior produtividade de X2 foi
reduzida drasticamente em função das despesas operacionais, que
evoluíram cerca de oito vezes o crescimento ocorrido nas vendas líquidas
(152% ÷ 19%). Analisando especificamente as despesas operacionais,
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1
31/12/X2(Valores
deflacionados para X1)
Receita Operacional Líquida – R$ 210.512 250.788Análise Horizontal (número-índice) 100% 119%Custo dos Produtos Vendidos – R$ 160.385 155.990Análise Horizontal (número-índice) 100% 97%Lucro Bruto – R$ 50.127 94.798Análise Horizontal (número-índice) 100% 189%Despesas Operacionais – R$ 35.382 89.280Análise Horizontal (número-índice) 100% 252%Despesas com Vendas – R$ 10.218 11.787Análise Horizontal (número-índice) 100% 115%Despesas Administrativas – R$ 9.296 8.025Análise Horizontal (número-índice) 100% 86%Despesas Financeiras Líquidas – R$ 15.868 69.468Análise Horizontal (número-índice) 100% 438%Lucro Operacional – R$ 14.745 5.518Análise Horizontal (número-índice) 100% 37%Lucro Líquido – R$ 10.104 4.527Análise Horizontal (número-índice) 100% 45%
DISCRIMINAÇÃO
31/12/X2Valores originais
(Em reais)a
Fator de conversão
b
31/12/X2Valores deflacionados
(Em reais)c = a x b
ROL 259.346 0,967 250.788CPV 161.313 0,967 155.990LB 98.033 0,967 94.798DO 92.327 0,967 89.280Despesas com Vendas 12.189 0,967 11.787Despesas Administrativas 8.299 0,967 8.025Despesas Financeiras Líquidas
71.839 0,967 69.468
Lucro Operacional 5.706 0,967 5.518Lucro Líquido 4.682 0,967 4.527
136 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 137
AU
LA 5
1verifica-se que as despesas financeiras líquidas tiveram seu crescimento
elevado em 353%, em termos nominais, e 338% em termos reais. Em
função do comportamento das despesas financeiras, o Lucro Operacional
decresceu, tanto em termos nominais como reais, em 61% e 63%,
respectivamente, se comparado a X1.
Finalmente, o Lucro Líquido, também em X2, decresceu, tanto
em termos nominais como reais, em cerca de 55% em relação ao ano
anterior, representando apenas 2% da ROL.
CONCLUSÃO
Como você deve ter percebido nesta aula, a Análise Horizontal é
uma técnica de análise que permite avaliar a evolução dos elementos que
compõem as demonstrações contábeis ao longo de uma série histórica,
fornecendo informações que poderão influenciar diretamente na tomada
de decisões dentro de uma empresa. A Análise Horizontal Anual só deve
ser utilizada como complemento da Análise Horizontal Encadeada. Países
com altas taxas de inflação devem ter suas demonstrações contábeis
analisadas com ajustes de seus valores por índices calculados a partir de
dados da economia do país ou da região.
138 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 139
AU
LA 5
1
Analisando uma demonstração
A seguir você encontra o registro do Ativo saneado de uma empresa, mostrando os
dados referentes a X1 e X2. Estes dados estão analisados Vertical e Horizontalmente e
sua tarefa é interpretar esta análise. Mas calma! Veja os dados e, em seguida, concentre-
se em responder as perguntas que se encontram depois deles. Fazendo isso, você
realizará a atividade e, por conseqüência, atingirá o quarto objetivo desta aula!
Aplicações de Recursos da Empresa ABC Ltda.
Fator de conversão para base deflacionária (dado do problema): 0,92
Atividade Final
4
DISCRIMINAÇÃO31/12/X1 31/12/X2
VALORR$
AV%
AH%
VALORR$
AV%
AH%
ATIVO CIRCULANTE:Disponível (1)
8.000 7 100 3.000 2 38
Direitos Realizáveis a Curto Prazo (2) 50.000 42 100 40.000 33 80Soma (3) = (1+2) 58.000 49 100 43.000 35 74Estoques (4) 33.000 28 100 29.000 24 88TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE (5) = (3 + 4)
91.000 77 100 72.000 59 79
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (6) - - - - - -TOTAL DO ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9+ 10)
27.500 23 100 49.200 41 179
. Investimentos (8) 2.500 2 100 3.200 3 128
. Imobilizado (9) 25.000 21 100 46.000 38 184ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 118.500 100 100 121.200 100 102
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1
31/12/X2(Valores
deflacionados para X1)
Ativo Circulante – R$ 91.000 65.320Análise Horizontal (número-índice) 100% 73%Ativo Permanente – R$ 27.500 45.264Análise Horizontal (número-índice) 100% 165%Ativo Total (Passivo Total) – R$ 118.500 111.504
138 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 139
AU
LA 5
1
Analise os dados oferecidos anteriormente e responda às seguintes perguntas:
Qual foi a evolução nominal das Aplicações?
________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Qual foi a evolução real das Aplicações?
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Qual foi o comportamento nominal do:
1 - Ativo Circulante:
- Disponibilidades:
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
- Estoques:
________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
2 - Ativo Permanente:
- Imobilizado:
_______________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Resposta ComentadaPara realizar esta atividade, você não precisava fazer um único cálculo. O objetivo era que
você pudesse analisar as informações já processadas e chegar a algumas conclusões
a partir delas.
Você aprendeu nesta aula a diferença entre o que é valor nominal e o que é valor real:
no primeiro, os dados das demonstrações são analisados e comparados sem ajustes que
levam em consideração a inflação, ao contrário do que acontece no segundo.
A evolução nominal do Ativo (Aplicações) foi pequena, sofrendo um aumento de apenas
2%. Se deflacionarmos os saldos para X1 utilizando o fator de conversão, veremos que,
de fato, não houve aumento, mas sim diminuição nas aplicações: o valor real destas
foi reduzido em 6%.
O Ativo Circulante sofreu retração tanto nominal quanto real. Nominalmente, ele
diminuiu 21%, enquanto, em termos reais, esta diminuição foi de 27%. Todos os
ítens do Ativo Circulante tiveram seus percentuais diminuídos de X1 para X2
em relação ao Ativo Total. O grupo que sofreu a maior redução
140 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 141
AU
LA 5
1
de um exercício para o outro foi o Direitos Realizáveis a Curto Prazo, que sofreu uma
retração nominal de 9%. Disponibilidades quase deixa de existir, passando a representar
apenas 2% do Ativo Total. Os Estoques, por sua vez, não se comportaram de maneira
diferente: também diminuíram sua participação nas aplicações da empresa.
O Ativo Permanente, ao contrário do Circulante, passa a representar uma porcentagem
maior das aplicações da empresa. Este grupo sofre um aumento nominal de 79% e real
de 65% de X1 para X2. O principal responsável por esse comportamento foi o Imobilizado,
que, de um ano para o outro, quase dobrou de valor (monetário). Nominalmente, o Ativo
Imobilizado cresceu 84% e, em termos reais, de 65%.
De maneira preliminar, pois não estamos vendo o que aconteceu com as Origens desta
empresa, podemos dizer que esta entidade investiu mais em estabilidade, aplicando
maior quantidade de recursos em seu Ativo Imobilizado.
140 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
C E D E R J 141
AU
LA 5
1
A técnica de Análise Horizontal tem o objetivo de avaliar a evolução
dos diversos valores lançados em uma demonstração contábil. Sua
aplicação envolve o cálculo de números-índice, que transformam valores
monetários absolutos em percentuais relativos, facilitando a comparação
dos desempenhos da empresa em diversos exercícios (série histórica).
Quando aplicada aos Balanços Patrimoniais, ela possibilita avaliar a
evolução:
- dos ativos (investimentos) e passivos (financiamentos) de curto prazo, para
saber a existência de folga financeira de curto prazo;
- do Ativo Imobilizado comparado à evolução das vendas, para verificar o
comportamento dos investimentos em bens fixos em relação a um adequado
crescimento de vendas;
- da estrutura de capital, a fim de tomar conhecimento de como a empresa
está financiando seus ativos (Quais as fontes de recursos? Qual a proporção
dos recursos próprios e de terceiros? Maior utilização de dívidas de curto
prazo? Desequilíbrio na estrutura de capital?).
Quando aplicada às Demonstrações dos Resultados, a Análise Horizontal
procura, em primeiro lugar, identificar a evolução dos custos e das despesas
em relação ao volume das Receitas Operacionais Líquidas e seus reflexos
sobre os resultados da empresa.
Há dois tipos de Análise Horizontal: a Encadeada (que analisa todos os
exercícios em relação ao desempenho de um outro determinado, chamado
ano-base) e a Anual (que compara o desempenho de um exercício com o
do anterior).
As análises ao longo de diversos exercícios estão sujeitas à distorção dos
valores monetários originada por inflação ou deflação. Para evitar essas
distorções no resultado da análise, é necessário preparar as demonstrações,
convertendo-as todas para uma mesma moeda, por meio de índices
calculados com base em dados da economia do país ou da região.
A interpretação da Análise Horizontal não deve ser realizada isoladamente,
mas sim em conjunto com a Análise Vertical, pois só assim você irá identificar
os elementos que merecem uma investigação mais rigorosa.
R E S U M O
142 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal
INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA
A Aula 6 será exclusivamente prática, como foi o caso da aula passada; a
diferença é que, na próxima aula, as atividades serão relativas à técnica de
Análise Horizontal.
Práticas sobre Análise Horizontal
Ao término desta aula, você deverá ser capaz de:
aplicar os conceitos envolvidos com Análise Horizontal (estudados na Aula 5);
aplicar a técnica de Análise Horizontal nos principais demonstrativos contábeis;
extrair algumas conclusões preliminares sobre os percentuais obtidos nessas tarefas.
6objetivos
AU
LA
Meta da aula
Apresentar várias atividades envolvendo a técnica de Análise Horizontal.
1
2
3
Pré-requisitos
É necessário que você tenha claros todos os conceitos envolvidos com a Análise Horizontal, apresentados na aula passada. Além disso, recomendamos que você tenha em mãos um calculadora, para fazer
as atividades propostas com mais rapidez.
144 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 145
AU
LA 6
INTRODUÇÃO A Análise Horizontal é uma técnica que possibilita a obtenção de informações
preciosas sobre a evolução de uma empresa ao longo de diversos exercícios.
Por esta técnica, é possível comparar o desempenho de todos os exercícios
com o de um específico, chamado ano-base (Análise Horizontal Encadeada ou
simplesmente Análise Horizontal), bem como comparar o desempenho de uma
empresa de um exercício para o outro (Análise Horizontal Anual).
Na aula passada, você aprendeu como aplicar as Análises Horizontais Encadeada
e Anual, como não cometer erros originados por uma economia em que há
inflação e também como interpretar alguns dos dados obtidos em conjunto
com aqueles oriundos da Análise Vertical.
Nesta aula, você terá a oportunidade de praticar todos esses conhecimentos
realizando uma série de atividades. Mãos à obra!
Revendo conceitos
Marque a opção correta para cada sentença a seguir:
a. A Análise Horizontal é o processo que corresponde ao estudo comparativo da evolução das contas que compõem as demonstrações contábeis, em períodos de tempo consecutivos. ( ) certo ( ) errado
b. Ao aplicar a Análise Horizontal, o analista transforma os valores monetários das demonstrações financeiras em medidas relativas chamadas: ( ) percentuais ( ) números-índice ( ) quocientes ( ) diferenças absolutas
c. A Análise Horizontal também é denominada: ( ) de Estrutura ou de Composição ( ) de Evolução ou Composição ( ) de Evolução ou de Crescimento ( ) de Crescimento ou de Estrutura
d. A Análise Horizontal pode ser efetuada por meio do cálculo das variações em relação a um ano-base. Este processo de cálculo para apuração de número-índice é chamado: ( ) Análise Horizontal Anual ( ) Análise Horizontal Encadeada ( ) Análise Vertical Encadeada ( ) Análise Vertical Anual
e. A Análise Horizontal pode ser efetuada através do cálculo das variações em relação ao ano anterior. Este processo de cálculo para apuração de número-índice recebe o nome: ( ) Análise Vertical Anual ( ) Análise Horizontal Encadeada ( ) Análise Vertical Encadeada ( ) Análise Horizontal Anual
Atividade 1
1
144 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 145
AU
LA 6
Resposta ComentadaDe acordo com os conceitos que você aprendeu na Aula 5, responder a estas perguntas
deve ter sido fácil! Se ficou alguma dúvida, é só recorrer à aula anterior para saná-la.
Não deixe de fazer isso, pois esses conceitos são importantes para sua formação como
administrador. Confira as respostas a seguir:
a. certo
b. Números-índice
c. de Evolução ou de Crescimento
d. Análise Horizontal Encadeada
e. Análise Horizontal Anual
Você aprendeu, na Aula 5, como se dá a aplicação da técnica de Análise
Horizontal no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do
Exercício. Estudou também que a Análise Horizontal apresenta duas
modalidades: Encadeada e Anual. Que tal testar o quanto você fixou destes
dois procedimentos com as atividades a seguir?
Lembre-se de que a Análise Horizontal Encadeada toma por base os
valores definidos para uma determinada data-base, considerando-os 100%.!!
Aplicando Análise Horizontal Encadeada no BP
Nesta atividade, você deve efetuar a Análise Horizontal Encadeada dos Balanços Patrimoniais da Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A., encerrados em 31 de dezembro de X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.
Atividade 22
146 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 147
AU
LA 6
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
Utilize o espaço a seguir para fazer seus cálculos.
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 7.200 10.150
Realizável a L.P. 1.350 3.000 4.200
Permanente – Investimento 2.250 4.000 3.000
Permanente – Imobilizado 4.800 7.000 9.000
Permanente – Diferido 600 450 300
TOTAL 15.000 21.650 26.650
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 6.300 7.000
Exigível a L.P. 900 4.300 4.800
Patrimônio Líquido 9.600 11.050 14.850
TOTAL 15.000 21.650 26.650
Balanço Patrimonial
146 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 147
AU
LA 6
Resposta ComentadaVocê viu que a Análise Horizontal é o processo que mede a evolução de cada conta ou
grupo de contas das demonstrações contábeis ao longo de períodos sucessivos, a fim
de caracterizar tendência. A Análise Horizontal Encadeada (ou simplesmente Análise
Horizontal) é efetuada por meio do cálculo das variações em relação a um ano-base,
geralmente o mais antigo da série.
Nesta atividade, você deverá tomar o ano X1 como base 100%. Você chega aos resultados
dividindo o valor de um grupo de X2 pelo valor do mesmo grupo em X1, multiplicando
por 100 o resultado da divisão, e depois você deverá dividir o valor do grupo de X3 pelo
valor do mesmo grupo em X1, multiplicando por 100 o resultado da divisão. Veja como
deve ter ficado a sua tabela preenchida:
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 100 7.200 120 10.150 169
Realizável a L.P. 1.350 100 3.000 222 4.200 311
Permanente – Investimento 2.250 100 4.000 178 3.000 133
Permanente – Imobilizado 4.800 100 7.000 146 9.000 188
Permanente – Diferido 600 100 450 75 300 50
TOTAL 15.000 100 21.650 144 26.650 178
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 100 6.300 140 7.000 156
Exigível a L.P. 900 100 4.300 478 4.800 533
Patrimônio Líquido 9.600 100 11.050 115 14.850 155
TOTAL 15.000 100 21.650 144 26.650 178
Balanço Patrimonial
148 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 149
AU
LA 6
Você já estudou que, na Análise Horizontal Anual, as variações são calculadas
tomando por base os valores do ano imediatamente anterior.!!
Agora, efetue a Análise Horizontal Anual dos Balanços Patrimoniais da Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A., encerrados em 31 de dezembro de X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 7.200 10.150
Realizável a L.P. 1.350 3.000 4.200
Permanente – Investimento 2.250 4.000 3.000
Permanente – Imobilizado 4.800 7.000 9.000
Permanente – Diferido 600 450 300
TOTAL 15.000 21.650 26.650
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 6.300 7.000
Exigível a L.P. 900 4.300 4.800
Patrimônio Líquido 9.600 11.050 14.850
TOTAL 15.000 21.650 26.650
Balanço Patrimonial
Atividade 3
2
148 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 149
AU
LA 6
Utilize o espaço a seguir para fazer seus cálculos.
Resposta ComentadaA Análise Horizontal Anual é efetuada por meio do cálculo das variações em relação ao
ano anterior (não há exigência de escolha de ano-base). Ela deve ser utilizada como
complemento da Encadeada.
Nesta atividade, você deverá dividir o valor de um grupo de X2 pelo valor do mesmo grupo
em X1, multiplicando por 100 o resultado da divisão, depois você deverá dividir o valor
do grupo de X3 pelo valor do mesmo grupo em X2, multiplicando por 100 o resultado da
divisão. Ao final, você encontrará os seguintes percentuais:
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 7.200 120 10.150 141
Realizável a L.P. 1.350 3.000 222 4.200 140
Permanente – Investimento 2.250 4.000 178 3.000 75
Permanente – Imobilizado 4.800 7.000 146 9.000 129
Permanente – Diferido 600 450 75 300 67
TOTAL 15.000 21.650 144 26.650 123
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 6.300 140 7.000 111
Exigível a L.P. 900 4.300 478 4.800 112
Patrimônio Líquido 9.600 11.050 115 14.850 134
TOTAL 15.000 21.650 144 26.650 123
Balanço Patrimonial
150 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 151
AU
LA 6
Aplicando a Análise Horizontal Encadeada na DRE
A Análise Horizontal Encadeada pode ser aplicada também à DRE de uma empresa. Aplique esta técnica nas Demonstrações dos Resultados dos Exercícios da Empresa Comércio de Artifício Fogos de Goiás S.A. referentes aos exercícios X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
Resposta ComentadaPara esta atividade, são válidos os comentários da Atividade 2.
Atividade 4
2
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 11.696 11.803
(-) Devoluções de Vendas 40 45 50
(-) Descontos Incondicionais de Venda
90 115 120
(-) ICMS sobre Vendas 600 650 680
(=) Vendas Líquidas 10.000 10.886 10.953
(-) CMV 3.000 3.180 3.500
(=) Lucro Bruto 7.000 7.706 7.453
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 200 250
. Administrativas 400 450 500
. Financeiras Líquidas 200 600 950
(=) Lucro Operacional 6.300 6.456 5.753
(-) Provisão para I.R. 2.000 2.200 2.300
(=) Lucro Líquido 4.300 4.256 3.453
150 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 151
AU
LA 6
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 100 11.696 109 11.803 110
(-) Devoluções de Vendas 40 100 45 113 50 125
(-) Descontos Incondicionais de Venda
90 100 115 128 120 133
(-) ICMS sobre Vendas 600 100 650 108 680 113
(=) Vendas Líquidas 10.000 100 10.886 109 10.953 110
(-) CMV 3.000 100 3.180 106 3.500 117
(=) Lucro Bruto 7.000 100 7.706 110 7.453 106
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 100 200 200 250 250
. Administrativas 400 100 450 113 500 125
. Financeiras Líquidas 200 100 600 300 950 475
(=) Lucro Operacional 6.300 100 6.456 102 5.753 91
(-) Provisão para I.R. 2.000 100 2.200 110 2.300 115
(=) Lucro Líquido 4.300 100 4.256 99 3.453 80
Aplicando a Análise Horizontal Anual na DRE
Agora, realize a Análise Horizontal Anual das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios da Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A. referentes aos exercícios
X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.
Atividade 52
152 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 153
AU
LA 6
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
Resposta ComentadaOs comentários da Atividade 3 são válidos para esta atividade.
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 11.696 11.803
(-) Devoluções de Vendas 40 45 50
(-) Descontos Incondicionais de Venda
90 115 120
(-) ICMS sobre Vendas 600 650 680
(=) Vendas Líquidas 10.000 10.886 10.953
(-) CMV 3.000 3.180 3.500
(=) Lucro Bruto 7.000 7.706 7.453
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 200 250
. Administrativas 400 450 500
. Financeiras Líquidas 200 600 950
(=) Lucro Operacional 6.300 6.456 5.753
(-) Provisão para I.R. 2.000 2.200 2.300
(=) Lucro Líquido 4.300 4.256 3.453
152 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 153
AU
LA 6
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 11.696 109 11.803 101
(-) Devoluções de Vendas 40 45 113 50 111
(-) Descontos Incondicionais de Venda
90 115 128 120 104
(-) ICMS sobre Vendas 600 650 108 680 105
(=) Vendas Líquidas 10.000 10.886 109 10.953 101
(-) CMV 3.000 3.180 106 3.500 110
(=) Lucro Bruto 7.000 7.706 110 7.453 97
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 200 200 250 125
. Administrativas 400 450 113 500 111
. Financeiras Líquidas 200 600 300 950 158
(=) Lucro Operacional 6.300 6.456 102 5.753 89
(-) Provisão para I.R. 2.000 2.200 110 2.300 105
(=) Lucro Líquido 4.300 4.256 99 3.453 81
Mais conceitos...
Marque a opção correta para cada sentença a seguir:
a. A Análise Horizontal Anual é usada como complemento da Análise Horizontal Encadeada. ( ) certo ( ) errado
b. Na Análise Horizontal Encadeada ou simplesmente Análise Horizontal a escolha do ano-base recai sempre sobre o primeiro ano da série histórica. ( ) certo ( ) errado
c. Na Análise Horizontal Anual a escolha do ano-base geralmente é o mais antigo da série. ( ) certo ( ) errado
Atividade 61
154 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 155
AU
LA 6
d. Na Análise Horizontal, Encadeada ou simplesmente Análise Horizontal, a escolha do ano-base é, geralmente, o primeiro ano da série histórica. ( ) certo ( ) errado
e. Na Análise Horizontal Anual não há escolha de ano-base, pois se compara o ano seguinte em relação ao ano anterior. ( ) certo ( ) errado
f. A interpretação do número-índice se faz por meio da taxa de variação. ( ) certo ( ) errado
g. A taxa de variação é dada pela seguinte fórmula: ( ) 100% + número-índice ( ) 100% - número-índice ( ) número-índice + 100% ( ) número-índice – 100%
h. Se o número-índice for positivo, a taxa de variação é: ( ) o próprio número-índice ( ) o que exceder a – 100% ( ) o que exceder a 100% ou o que faltar para 100% ( ) 100%
i. Se o número-índice for negativo, a taxa de variação é: ( ) o próprio número-índice ( ) o que exceder a 100% ou que faltar para 100% ( ) o número-índice acrescido de – 100% ( ) 100%
j. Se o número-índice for negativo, a taxa de variação também é negativa. Neste caso, trabalha-se com módulo, e sua interpretação se dará em função do sinal da base (Encadeada) ou em função do ano anterior (Anual). ( ) certo ( ) errado
l. o módulo de | -9| = - 9 ( ) certo ( ) errado
m. o módulo de | +9| = + 9 ( ) certo ( ) errado
Resposta ComentadaPara responder a estas perguntas, mais uma vez, você só precisava recorrer aos conteúdos
estudados na aula anterior. Repare que as respostas das letras g, h, i, j, l e m estão na seção
da aula que mostra todas as situações possíveis aos números-índice. Falando em módulo
(l e m), é necessário lembrar apenas que o módulo de todo número negativo é
ele mesmo com sinal positivo. Confira as respostas:
154 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 155
AU
LA 6
a. certo
b. errado
c. errado
d. certo
e. certo
f. certo
g. número-índice – 100%
h. o que exceder a 100% ou o que faltar para 100%
i. o número-índice acrescido de -100%
j. certo
l. errado
m. certo
Estudando os números-índice – I
Você conheceu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, calcule, em termos absolutos, o valor do Lucro auferido no ano 2.
( ) R$ 2.000 ( ) R$ 3.000( ) R$ 1.000 ( ) – R$ 1.000
Atividade 72
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Lucro 2.000 ? 50
156 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 157
AU
LA 6
Estudando os números-índice – II
Você conheceu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, qual a taxa de variação do ano 2 em relação ao ano 1?
( ) 200% ( ) 50%( ) 100% ( ) – 100%
Atividade 8
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação. Em seguida, calcule o valor do Lucro, em termos absolutos.
a. A taxa de variação é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = 50% – 100%
Taxa de variação = – 50%
b. O valor do Lucro, em termos absolutos, fica demonstrado assim:
Ano 1 = R$ 2.000
(+) Variação = – R$ 1.000 (matematicamente, temos: – 50% de R$ 2.000)
Ano 2 = R$ 1.000
2
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Lucro 2.000 4.000
156 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 157
AU
LA 6
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa calcular o número-índice pela seguinte
fórmula:
Número-índice =
Número-índice =
Número-índice = 200%
Estudando os números-índice – III
Você aprendeu várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice na Aula 5. Levando em conta os dados da tabela, podemos afirmar que:
( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 cresceu 150% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 decresceu 150% em relação ao ano 1.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = 50% – 100%
Taxa de variação = – 50%
Como a base é positiva, não há dificuldade para interpretação da taxa negativa (taxa negativa
significa decréscimo quando comparada a uma base positiva), portanto, em termos relativos,
o Lucro do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1 e, em termos absolutos,
passou de R$ 2.000 para R$ 1.000.
Atividade 9
2
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Lucro 2.000 1.000 50
158 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 159
AU
LA 6
Estudando os números-índice – IV
Você aprendeu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, podemos afirmar que:
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 150% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 150% em relação ao ano 1.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice através da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = – 50% – 100%
Taxa de variação = – 150%
Como a base é positiva, não há dificuldade para interpretação da taxa negativa (taxa negativa
significa decréscimo quando comparada a uma base positiva).
Portanto, em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 150% em relação ao
ano 1 e, em termos absolutos, passou de um resultado positivo (lucro) de R$ 2.000
para um resultado negativo (prejuízo) de R$ 1.000.
Atividade 10
2
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Resultado Bruto 2.000 (1.000) (50)
158 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 159
AU
LA 6
Estudando os números-índice – V
Você aprendeu várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, você pode afirmar que:
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 150% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 150% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = – 50% – 100%
Taxa de variação = – 150%
Como a base é negativa, você deve tomar muito cuidado na interpretação da taxa de variação.
E quando essa taxa é negativa o melhor é trabalhar com módulo, ou seja, | –150| = 150%.
Portanto, em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 150% em relação ao
ano 1 e, em termos absolutos, passou de um resultado negativo (prejuízo) de R$ 2.000 para
um resultado positivo (lucro) de R$ 1.000.
Ano 1 = – R$ 2.000
(+) Variação = + R$ 3.000 (matematicamente, temos – 150% de – R$ 2.000)
Ano 2 = + R$ 1.000
Vale a pena relembrar que a taxa de variação negativa aplicada em base
negativa significa acréscimo.
Atividade 11
2
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Resultado Bruto (2.000) 1.000 (50)
160 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 161
AU
LA 6
Outra maneira para você interpretar a taxa de variação, quando a base é negativa, é
considerar para o valor negativo da base o índice – 100; conseqüentemente, os demais
índices inverterão os sinais, conforme demonstrado a seguir:
(*) – 2.000 __________ – 100
1.000 __________ X
X = 50%.
Interpretando o número-índice, temos a seguinte taxa de variação:
Taxa de variação = Número-índice – (–100%)
= 50% + 100%
= +150%
Com efeito, há uma variação positiva de 150% entre uma data e outra.
Essa maneira de calcular facilita a interpretação para análise.
DISCRIMINAÇÃORESULTADO BRUTO AH
R$ %
Ano 1 (2.000) -100
Ano 2 1.000 50(*)
Estudando os números-índice – VI
Você aprendeu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, podemos afirmar que:
Atividade 12
2
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Resultado Bruto (2.000) (1.000) 50
160 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 161
AU
LA 6
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 100% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 100% em relação ao ano 1.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = 50% – 100%
Taxa de variação = – 50%
Como a base é negativa, você deve tomar muito cuidado na interpretação da taxa de variação.
E quando essa taxa é negativa, o melhor é trabalhar com módulo, ou seja, | – 50| = 50%.
Portanto, em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao
ano 1; em termos absolutos, ocorreu uma diminuição do resultado negativo (prejuízo) de
R$ 2.000 para R$ 1.000.
Ano 1 = – R$ 2.000
(+) Variação = + R$ 1.000 (matematicamente, temos – 50% de – R$ 2.000)
Ano 2 = – R$ 1.000
Mais uma vez, vale a pena reforçar que a taxa de variação negativa aplicada em base
negativa significa acréscimo. Nesta atividade, a empresa alcançou um resultado menos ruim,
se comparada ao ano-base.
Outra maneira para você interpretar a taxa de variação, quando a base é negativa, é
considerar para o valor negativo da base o índice – 100; conseqüentemente, os demais
índices inverterão os sinais, conforme demonstrado a seguir:
162 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 163
AU
LA 6
DISCRIMINAÇÃORESULTADO BRUTO AH
R$ %
Ano 1 (2.000) -100
Ano 2 (1.000) -50
– 2.000 __________ – 100 – 1.000 __________ X
Xx
=−
−=
+−
= −100 1 000
2 000100 000
2 00050
( . ).
..
%
Interpretando o número-índice, temos a seguinte taxa de variação:
Taxa de variação = Número-índice – (–100%) = - 50% - (-100%) = - 50% + 100% = 50%
Com efeito, há uma variação positiva de 50% entre uma data e outra. Essa maneira facilita a interpretação
para análise.
??Certo ou Errado?
a. A Análise Horizontal é fortemente distorcida sob condições inflacionárias, por comparar valores de um mesmo item em anos sucessivos (Encadeada) ou em ano anterior (Anual), utilizando moedas de diferente poder aquisitivo.
( ) certo ( ) errado
b. Para eliminação dos efeitos inflacionários das demonstrações financeiras, você deve trazer todos os exercícios sociais para a mesma base inflacionária ou deflacionária.
( ) certo ( ) errado
c. Você aprendeu, na Aula 5, que trazer os valores para a mesma base inflacionária é corrigir os valores das demonstrações financeiras para a moeda do último exercício. E por base deflacionária entende-se a correção dos valores para a moeda do primeiro exercício social.
( ) certo ( ) errado
Atividade 13
1
162 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 163
AU
LA 6
d. Na Análise Horizontal, quando aplicada às demonstrações financeiras com valores originais, a variação é nominal.
( ) certo ( ) errado
e. Na Análise Horizontal, quando aplicada às demonstrações financeiras com valores corrigidos (inflacionados ou deflacionados), a variação é real.
( ) certo ( ) errado
Resposta ComentadaMais uma vez, se você teve dúvidas para responder a alguma das perguntas, recorra à Aula
5 para resolver isso! Aqui estão as respostas:
a. certo
b. certo
c. certo
d. certo
e. certo
Após a revisão em forma de exercícios que acabou de
fazer, você será capaz de resolver as atividades seguintes: !!
Qual é o objetivo da Análise Horizontal?
A Análise Horizontal tem como finalidade principal verificar:
( ) Se a empresa obteve lucro no período analisado.( ) A situação econômico-financeira de uma empresa.( ) A participação percentual dos componentes das demonstrações contábeis.( ) A evolução dos elementos que formam as demonstrações contábeis.
Resposta ComentadaA finalidade da Análise Horizontal é mostrar a evolução, o crescimento, o estudo de tendências
de contas ou grupo de contas. A alternativa correta é "A evolução dos elementos que formam
as demonstrações contábeis".
Atividade 14
1
164 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 165
AU
LA 6
Falso ou verdadeiro?
Diga se as afirmações a seguir são falsas ou verdadeiras:
( ) A Análise Horizontal consiste em verificar a evolução ou o crescimento de elementos que compõem as demonstrações contábeis de períodos distintos.
( ) Na Análise Horizontal os elementos comparados são homogêneos, mas os períodos de avaliação são diferentes.
( ) A Análise Horizontal precisa de pelo menos dois exercícios para ser efetuada.
Resposta ComentadaA afirmativa "A Análise Horizontal consiste em se verificar a evolução ou o crescimento de
elementos que compõem as demonstrações contábeis de períodos distintos” é verdadeira.
A afirmativa "Na Análise Horizontal os elementos comparados são homogêneos, mas os
períodos de avaliação são diferentes” é verdadeira.
Ao aplicar a Análise Horizontal você verifica a evolução, por exemplo, da conta Estoque de
um ano em relação a outro ano.
A terceira afirmativa é verdadeira, já que a Análise Horizontal precisa pelo menos de dois
exercícios para ser efetuada.
Atividade 15
1
Calculando a evolução nominal
O Ativo Circulante da Empresa Alvorada apresentava os seguintes valores nos Balanços Patrimoniais de X1 a X3:
Tomando como ano-base X1, os números-índice de evolução nominal de X1 a X3 são:
a. X1 = 100%; X2 = 125% e X3 = 133%
b. X1 = 100%; X2 = 125% e X3 = 167%
c. X1 = 120%; X2 = 125% e X3 = 167%
d. X1 = 120%; X2 = 125% e X3 = 133%
Atividade 16
2
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
ATIVO CIRCULANTE 120.000 150.000 200.000
164 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 165
AU
LA 6
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, o tipo de Análise Horizontal a ser utilizado é a Encadeada,
em função de o enunciado ter tomado X1 como ano-base para fazer a comparação dos
exercícios sucessivos.
Como o enunciado informa que o ano X1 representa o ano-base (100%), as duas
últimas alternativas de imediato seriam excluídas, restando, portanto, as duas primeiras
alternativas.
Efetuando a Análise Horizontal Encadeada, você constatará que a segunda alternativa é a
correta, conforme demonstrado a seguir:
Calculando a evolução nominal
O Ativo Circulante da Empresa Alvorada apresentava os seguintes valores nos Balanços
Patrimoniais de X1 a X3:
Assim, a alternativa b é a correta.
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ % R$ MIL % R$ MIL %
Ativo Circulante 120.000 100 150.000 125 200.000 167
Calculando a evolução nominal
O Ativo Circulante da Empresa Alvorada apresentava os seguintes valores nos Balanços Patrimoniais de X1 a X3:
A evolução das Vendas Líquidas é a seguinte:a. 230; 170 ; 130; 100;b. 100; 130; 130; 135;c. 100; 130; 170; 230;d. 35; 130; 130; 100;
Atividade 17
2
ANO VENDAS LÍQUIDAS
X1 2.200
X2 2.860
X3 3.740
X4 5.060
166 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 167
AU
LA 6
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
Para resolver esta atividade, você deve aplicar a metodologia de cálculo da Análise
Horizontal (Encadeada) apresentada na Aula 5. Escolha o ano X1 como base (100%)
e calcule os números-índice dos demais anos em relação a X1, conforme demonstrado
a seguir:
Vale lembrar, mais uma vez, que você só deverá utilizar a Análise Horizontal Anual quando
for solicitada pelo enunciado. Fora disso, sempre utilize a Análise Horizontal Encadeada (ou
simplesmente Análise Horizontal).
ANOVENDAS LÍQUIDAS AH
R$ MIL %
X1 2.200 100
X2 2.860 130
X3 3.740 170
X4 5.060 230
Tirando conclusões preliminares
O Ativo de uma empresa estava assim constituído em X3 e X4:
Em R$ mil
O índice de evolução nominal dos grupos de contas do Ativo indica que o que mais cresceu de X3 para X4 foi o do:
a. Realizável a Longo Prazo;
b. Permanente e do Realizável a Longo Prazo, com a mesma evolução;
c. Circulante;
d. Circulante e do Permanente;
e. Permanente;
Atividade 18
3
ATIVO X3 X4
Circulante 100 120
Realizável a Longo Prazo 30 40
Permanente 170 240
TOTAL 300 400
166 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 167
AU
LA 6
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você deve utilizar a Análise Horizontal, tomando o ano X3 como
base. Dividindo o valor do grupo de X4 pelo valor do mesmo grupo em X3, multiplicando o
resultado da divisão por 100, conforme demonstrado a seguir, o resultado é o seguinte:
Após a apuração dos números-índice, você deverá interpretá-los por meio da taxa de variação,
que é calculada da seguinte maneira:
Taxa de Variação = Número-índice – 100%
Tomando como exemplo o AC, podemos afirmar que ocorreu uma evolução de 20% de X3
para X4 (120% – 100%).
Você irá constatar que o grupo de maior crescimento foi o Permanente (41%).
ATIVO
X3 X4
VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 100 100 120 120
Realizável a Longo Prazo 30 100 40 133
Permanente 170 100 240 141
TOTAL 300 100 400 133
ATIVO X3 X4 EVOLUÇÃO
Circulante 100 120 20
Realizável a Longo Prazo 100 133 33
Permanente 100 141 41
TOTAL 100 133 33
168 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 169
AU
LA 6
Sem a utilização da Análise Horizontal, seria
extremamente difícil determinar quais dos grupos tiveram maior crescimento,
pois existe a necessidade de calcular a taxa de variação desses grupos.
A constatação dos crescimentos dos grupos, em termos absolutos, é praticamente impossível, conforme
demonstrado a seguir:Veja o exemplo de como as taxas podem ser calculadas:Taxa de crescimento do Ativo Realizável a Longo Prazo:
X3 = R$ 30 mil
X4 = R$ 40 mil R$ 10 mil -> variação absoluta
Taxa de variação = Número-índice – 100% = 133% – 100% = 33% -> variação relativa
Se, por exemplo, o PC tivesse os seguintes valores em:
X3 = R$ 300 mil
X4 = R$ 400 mil R$ 100 mil (variação absoluta)
Taxa de variação = Número-índice – 100% = 133% – 100% = 33% (variação relativa)
Portanto, você pode verificar que, em relação aos respectivos valores alcançados em X3, ambos os grupos cresceram
exatamente 33% durante o ano de X4. Não há possibilidade de constatar o crescimento em valores absolutos. Por esta razão, a Análise
Horizontal tem a finalidade de facilitar esta observação do crescimento das
contas ou grupos de contas.
!!
168 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 169
AU
LA 6
Aplicando AH na DRE
Como gerente financeiro da Cia. Gama, faça a Análise Vertical e a Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício e, em seguida, responda:
Na Análise Horizontal, pode-se afirmar que:a. do ano X1 para X2, a conta Lucro Bruto foi a que mais cresceu;b. do ano X1 para X2, o CMV cresceu menos do que a Venda Líquida;c. do ano X1 para X2, o Lucro cresceu 47%;d. todas as afirmações são corretas;
Resposta ComentadaOs comentários da Atividade 4 servem também para esta atividade.
Quanto às sentenças, portanto...
A primeira alternativa é correta, pois o LB cresceu 47%, contra os crescimentos ocorridos nas
Vendas Líquidas e no CMV, de 40% e 35%, respectivamente.
A segunda alternativa é correta, pois o acréscimo no CMV é inferior ao das Vendas Líquidas,
35% contra 40%.
A terceira alternativa é correta, pois o LB cresceu 47% do ano X1 para o ano X2.
Por fim, a última alternativa é a correta, já que todas as alternativas anteriores são
verdadeiras.
Atividade 192
DRE
DISCRIMINAÇÃO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ MIL % % R$ MIL % % R$ MIL % %
VL 600 840 1.020
(-) CMV 360 487 551
(=) LB 240 353 469
DRE
DISCRIMINAÇÃO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ MIL % % R$ MIL % % R$ MIL % %
VL 600 100 100 840 100 140 1.020 100 170
(-) CMV 360 60 100 487 58 135 551 54 153
(=) LB 240 40 100 353 42 147 469 46 195
170 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 171
AU
LA 6
Analisando a DRE
Como contador da Empresa América S.A., analisando os dados contidos nas Demonstrações dos Resultados dos Exercícios relativos aos anos X1 e X2, você pode concluir que:
( ) As Despesas Operacionais cresceram em maior proporção do que o Custo do Produto Vendido.
( ) A relação entre o Lucro Líquido e as Receitas Operacionais Líquidas decresceu de X1 para X2.
( ) O item que mais cresceu, em termos nominais, foi o Lucro Bruto.
( ) A relação entre o Custo dos Produtos Vendidos e as Receitas Operacionais Líquidas cresceu do primeiro para o segundo ano.
Resposta ComentadaEsta atividade quer saber o crescimento e a participação de contas ou grupos de contas no
total. Quanto ao crescimento, a resolução se dá por meio da Análise Horizontal; quanto à
participação, a resolução se dá por meio da Análise Vertical.
Atividade 202
DRE
DISCRIMINAÇÃO X1 X2
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 300 600
(-) Custo dos Produtos Vendidos 150 360
LUCRO BRUTO 150 240
(-) Despesas Operacionais 120 180
LUCRO OPERACIONAL 30 60
Receita Não-operacional 18 60
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 48 120
( -) Provisão para Imposto de Renda 18 36
LUCRO LÍQUIDO 30 84
170 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 171
AU
LA 6
A Análise Horizontal/Vertical fica assim demonstrada:
Após a aplicação destas técnicas, você deverá responder cada alternativa comparando com
os números-índice e os percentuais calculados.
A primeira alternativa (“As Despesas Operacionais cresceram em maior proporção que o
Custo do Produto Vendido”) é falsa, pois por meio da Analise Horizontal verifica-se que as
Despesas Operacionais cresceram 50%, enquanto o CPV cresceu 140%.
A alternativa “A relação entre o Lucro Líquido e as Receitas Operacionais Líquidas decresceu
de X1 para X2” é falsa, pois por meio da Análise Vertical verifica-se que o Lucro Líquido cresceu
de X1 para X2, passando de 10% para 14%.
A terceira alternativa (“O item que mais cresceu, em termos nominais, foi o Lucro Bruto”) é falsa,
pois a Análise Horizontal revela que, além do crescimento nominal ocorrido no Lucro Líquido,
de 180%, as Receitas Não-Operacionais e o Lucro antes do Imposto de Renda cresceram, em
termos nominais, respectivamente, 233% e 150%, contra o crescimento nominal do Custo
dos Produtos Vendidos, de 140%.
Finalmente, a última alternativa é a correta, pois a Análise Vertical mostra que a relação entre
o Custo dos Produtos Vendidos e as Receitas Operacionais Líquidas cresceu do ano X1 para
o ano X2, passando de 50% para 60%.
DRE
X1 X2
DISCRIMINAÇÃOVALOR AV AH VALOR AV AH
R$ MIL % % R$ MIL % %
ROL 300 100 100 600 100 200
(-) CPV 150 50 100 360 60 240
(=) LB 150 50 100 240 40 160
(-) DO 120 40 100 180 30 150
(=) LO 30 10 100 60 10 200
(+) RNO 18 6 100 60 10 333
(=) LAIR 48 16 100 120 20 250
( -) PIR 18 6 100 36 6 200
(=) LL 30 10 100 84 14 280
172 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 173
AU
LA 6
Analisando séries históricas
Como analista de balanços da Empresa Corcovado, observe a seguinte série histórica e decida qual a alternativa correta:
R$ mil
( ) O crescimento nominal das vendas é de 50% ao ano, enquanto o crescimento nominal dos custos é de 70% ao ano.
( ) Mantendo-se a tendência da série, em X9 a empresa estará operando com prejuízo.
( ) Mantendo-se a tendência da série, a empresa atingirá, em X8, custos em torno de R$ 25.000 mil.
( ) Todas as afirmativas estão corretas.
Resposta ComentadaNesta atividade se quer conhecer o crescimento ao ano; portanto, o tipo de Análise
Horizontal a ser utilizado é a Anual.
Atividade 212
EXERCÍCIO VENDAS CMV
X1 1.000 600
X2 1.500 960
X3 2.250 1.536
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas 1.000 1.500 150 2.250 150
(-) CMV 600 960 160 1.536 160
172 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 173
AU
LA 6
Apurados os números-índice, você irá interpretá-los para saber a taxa de crescimento.
A primeira alternativa é falsa, pois o crescimento ocorrido no CMV foi de 60% e não de
70%, conforme demonstrado a seguir:
Memória de cálculo:
a. Acréscimo das Vendas:
Taxa de crescimento = Número-índice – 100%
= 150% – 100%
= 50%
b. Acréscimo do CMV:
Taxa de crescimento = Número-índice – 100%
= 160% – 100%
= 60%
A segunda alternativa (“Mantendo-se a tendência da série, em X9 a empresa estará operando
com prejuízo”) é a correta, pois em X9 a empresa, de acordo com as projeções, passaria a
auferir um prejuízo de R$ 139 mil.
Para responder esta alternativa, você deverá fazer a projeção das Vendas, do CMV e do Lucro
Bruto até o ano X9, conforme demonstrado a seguir:
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas 1.000 1.500 150 2.250 150
(-) CMV 600 960 160 1.536 160
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas 1.000 1.500 150 2.250 150
(-) CMV 600 960 160 1.536 160
(=) LB 400 540 135 714 132
174 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 175
AU
LA 6
Memória de cálculo para chegar ao valor absoluto das Vendas em X4:
Para calcular o valor absoluto, é necessário calcular a taxa de variação.
A taxa de variação é dada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 150% – 100%
= 50%
Em termos absolutos, fica assim demonstrado:
Ano X3 = R$ 2.250 mil
(+) Variação = R$ 1.125 mil (matematicamente, temos 50% de R$ 2.250 mil)
Ano X4 = R$ 3.375 mil
Memória de cálculo para calcular o valor absoluto do CMV em X4:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 160% – 100%
= 60%
Em termos absolutos, fica assim demonstrado:
Ano X3 = R$ 1.536 mil
(+) Variação = R$ 922 mil (matematicamente, temos 60% de R$ 1.536 mil)
Ano X4 = R$ 2.458 mil
Para os demais valores das Vendas e do CMV, os procedimentos são os mesmos.
A alternativa “Mantendo-se a tendência da série, a empresa atingirá, em X8, custos em torno
de R$ 25.000 mil” fica excluída, já que a projeção do CMV para X8 é de R$ 16.106 mil e
não de aproximadamente R$ 25.000 mil.
E, finalmente, a última alternativa é falsa, pois as demais alternativas
também são falsas.
X4 X5 X6
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
3.375 150 5.063 150 7.594 150
2.458 160 3.932 160 6.291 160
917 229 1.131 283 1.303 326
X7 X8 X9
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
11.391 150 17.087 150 25.631 150
10.066 160 16.106 160 25.770 160
1.325 331 981 245 (139) (36)
174 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 175
AU
LA 6
Análise e Inflação - I
Examine a série:
Podemos afirmar, considerando que não houve inflação no período, que o índice de crescimento:
( ) dos Custos dos Produtos Vendidos tem tendência a ser inferior ao do crescimento das Vendas Líquidas até o ano 3, mas a ser superior a partir do ano 4;
( ) das Vendas Líquidas tem tendência a ser superior ao do crescimento dos Custos dos Produtos Vendidos;
( ) dos Custos dos Produtos Vendidos tem tendência a ser igual ao do crescimento das Vendas Líquidas;
( ) das Vendas Líquidas tem tendência a ser inferior ao crescimento dos Custos dos Produtos Vendidos.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você deverá aplicar a metodologia de cálculo da Análise Horizontal
Anual, conforme demonstrado a seguir:
Em %
Após a aplicação desta técnica, você deverá interpretar os números-índice para apurar a taxa
de variação.
Nesta atividade, as Vendas cresceram 6% ao ano (106% – 100%), e o CPV cresceu 9% ao
ano (109% – 100%); portanto, a resposta correta é a última alternativa.
Atividade 222
ANO VENDAS LÍQUIDASCUSTO DOS PRODUTOS
VENDIDOSLUCRO BRUTO
1 2.625 1.050 1.575
2 2.786 1.144 1.642
3 2.949 1.247 1.702
4 3.126 1.359 1.767
5 3.314 1.481 1.833
6 3.513 1.614 1.899
DISCRIMINAÇÃOX2 X3 X4 X5 X6
AH AH AH AH AH
Vendas 106 106 106 106 106
CPV 109 109 109 109 109
176 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 177
AU
LA 6
Você viu, no enunciado desta atividade, que não houve
inflação no período; isto significa que os acréscimos ocorridos nas Vendas e nos
CPV são reais.!!Análise e Inflação - II
A Empresa Planalto apresentou em seus Balanços Patrimoniais os seguintes valores de Patrimônio Líquido:
Considerando os índices de inflação de 20% em X1, 15% em X2 e 10% em X3, temos que:( ) Os Patrimônios Líquidos dos três exercícios se equivalem.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X2 é igual ao Patrimônio Líquido de 31/12/X3.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X1 é igual ao Patrimônio Líquido de 31/12/X2.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X3 é menor que o Patrimônio Líquido de 31/12/X2.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X3 é maior que os demais.
Atividade 23
1
DATA R$ MIL
31/12/X1 1.000
31/12/X2 1.200
31/12/X3 1.380
176 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 177
AU
LA 6
Resposta ComentadaPara resolução desta atividade, você deverá inflacionar ou deflacionar os valores do
Patrimônio Líquido para eliminar os efeitos da inflação, de modo que os valores do
Patrimônio Líquido fiquem homogeneizados, isto é, todos os valores convertidos à moeda
de uma mesma data.
Para inflacionar os valores originais, você deve multiplicá-los por um
fator de conversão, obtido por meio da divisão da inflação da data do
último ano pela inflação da data do ano que se quer corrigir.
Fator de conversão = Inflação do último ano
Inflação do ano a ser corrigido
Memória de cálculo:
0 100 20
0 500 100 15
0 670 100 10
1 00,,
,,,
,,,
,= = =
Para deflacionar os valores originais, você deve multiplicá-los por um fator de conversão,
obtido por meio da divisão da inflação da data do ano mais antigo pela inflação da data do
ano que se quer corrigir.
Fator de conversão = Inflação do ano mais antigo
Inflação do ano a ser corrigido
0 200 20
1 000 200 15
1 330 200 10
2 00,,
,,,
,,,
,= = =
Após converter todos os valores à moeda de uma mesma data, você constata
que a última alternativa é a correta.
CÁ L C U L O D A I N F L A Ç Ã O
X1 = 20%=20
100= 0,20
X2 = 15%= 15100
= 0,15
X3 = 10%= 10100
= 0,10
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PL (valores originais) (1) – R$ mil 1.000 1.200 1.380
Fator de conversão (2) 0,50 (1) 0,67 (2) 1,00 (3)
PL (valores inflacionados) (1x2) – R$ mil
500 804 1.380
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PL (valores originais) (1) – R$ mil 1.000 1.200 1.380
Fator de conversão (2) 1,00 (1) 1,33 (2) 2,00 (3)
PL (valores inflacionados) (1x2) – R$ mil
1.000 1.596 2.760
178 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 179
AU
LA 6
Análise Horizontal Encadeada
Efetue a Análise Horizontal Encadeada da Empresa São Paulo S.A.:
Empresa São Paulo S.A.
Atividade 24
1
Balanço Patrimonial
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 3.200 4.800 7.200
Realizável a Longo Prazo 1.200 1.200 1.200
Permanente 4.000 5.760 5.200
TOTAL 8.400 11.760 13.600
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 2.000 3.760 5.120
Exigível a Longo Prazo 800 640 480
Patrimônio Líquido 5.600 7.360 8.000
TOTAL 8.400 11.760 13.600
178 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 179
AU
LA 6
Resposta Comentada
Empresa São Paulo S.A.
Comentários sobre a Análise:
Na aplicação de recursos, o grupo Ativo Realizável a Longo Prazo permaneceu constante
ao longo do período analisado. Os demais grupos do Ativo tiveram acréscimos nominais
significativos.
Pelo lado das origens, observa-se uma involução das Exigibilidades de Longo Prazo na
série histórica.
Balanço Patrimonial
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 3.200 100 4.800 150 7.200 225
Realizável a Longo Prazo 1.200 100 1.200 100 1.200 100
Permanente 4.000 100 5.760 144 5.200 130
TOTAL 8.400 100 11.760 140 13.600 162
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 2.000 100 3.760 188 5.120 256
Exigível a Longo Prazo 800 100 640 80 480 60
Patrimônio Líquido 5.600 100 7.360 131 8.000 143
TOTAL 8.400 100 11.760 140 13.600 162
180 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 181
AU
LA 6
Interpretando a Análise Horizontal
Como gerente da Empresa Paquetá, você deverá fazer a Análise Vertical e a Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício para X1, X2, X3 e X4, preenchendo a tabela. Em seguida, comente os resultados obtidos, mencionando o que aconteceu com os três grupos analisados (Vendas, CPV e Lucro Bruto).
Em R$ mil
Em %
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaPara a resolução desta atividade, veja os comentários da Atividade 4.
Atividade 25
3
DRE
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3 X4
Vendas 7.560 7.920 8.520 8.856
(-) Custo das Vendas 5.760 6.240 7.320 7.704
(=) Lucro Bruto 1.800 1.680 1.200 1.152
DRE
DISCRIMINAÇÃOX1 X2 X3 X4
AV AH AV AH AV AH AV AH
Vendas
(-) Custo das Vendas
(=) Lucro Bruto
180 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 181
AU
LA 6
Em %
Na Análise Horizontal da Empresa Paquetá, você pode observar que as evoluções percentuais
dos Custos das Vendas foram superiores aos percentuais das Vendas; por conseguinte, o Lucro
Bruto teve decréscimo em termos percentuais, caracterizando uma menor produtividade.
A Análise Vertical revela que a participação do Custo das Vendas no período analisado foi
bastante significativa: para o total de Vendas (100%), o Custo das Vendas representou 76%,
79%, 86% e 87%, respectivamente, percentuais que você pode considerar elevados, visto
que em X1 esse percentual participava com 11 pontos percentuais a menos, se comparado
ao exercício de X4.
Como conseqüência, o Lucro Bruto decresceu ao longo da série analisada, em função do
comportamento do Custo das Vendas.
DRE
DISCRIMINAÇÃOX1 X2 X3 X4
AV AH AV AH AV AH AV AH
VENDAS 100 100 100 105 100 113 100 117
(-) Custo das Vendas 76 100 79 108 86 127 87 134
LUCRO BRUTO 24 100 21 93 14 67 13 64
CONCLUSÃO
Resolvendo as tarefas propostas nesta aula, você trabalhou a
técnica de Análise Horizontal.
Em algumas tarefas, praticou a análise em conjunto da técnica de
Análise Horizontal e Vertical, constatando que uma técnica complementa
a outra, possibilitando melhor análise das demonstrações financeiras.
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
Você estudará, na próxima aula, a técnica de Análise por Quociente, na
categoria denominada índices de liquidez.
Práticas sobre Análise Horizontal
Ao término desta aula, você deverá ser capaz de:
aplicar os conceitos envolvidos com Análise Horizontal (estudados na Aula 5);
aplicar a técnica de Análise Horizontal nos principais demonstrativos contábeis;
extrair algumas conclusões preliminares sobre os percentuais obtidos nessas tarefas.
6objetivos
AU
LA
Meta da aula
Apresentar várias atividades envolvendo a técnica de Análise Horizontal.
1
2
3
Pré-requisitos
É necessário que você tenha claros todos os conceitos envolvidos com a Análise Horizontal, apresentados na aula passada. Além disso, recomendamos que você tenha em mãos um calculadora, para fazer
as atividades propostas com mais rapidez.
144 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 145
AU
LA 6
INTRODUÇÃO A Análise Horizontal é uma técnica que possibilita a obtenção de informações
preciosas sobre a evolução de uma empresa ao longo de diversos exercícios.
Por esta técnica, é possível comparar o desempenho de todos os exercícios
com o de um específico, chamado ano-base (Análise Horizontal Encadeada ou
simplesmente Análise Horizontal), bem como comparar o desempenho de uma
empresa de um exercício para o outro (Análise Horizontal Anual).
Na aula passada, você aprendeu como aplicar as Análises Horizontais Encadeada
e Anual, como não cometer erros originados por uma economia em que há
inflação e também como interpretar alguns dos dados obtidos em conjunto
com aqueles oriundos da Análise Vertical.
Nesta aula, você terá a oportunidade de praticar todos esses conhecimentos
realizando uma série de atividades. Mãos à obra!
Revendo conceitos
Marque a opção correta para cada sentença a seguir:
a. A Análise Horizontal é o processo que corresponde ao estudo comparativo da evolução das contas que compõem as demonstrações contábeis, em períodos de tempo consecutivos. ( ) certo ( ) errado
b. Ao aplicar a Análise Horizontal, o analista transforma os valores monetários das demonstrações financeiras em medidas relativas chamadas: ( ) percentuais ( ) números-índice ( ) quocientes ( ) diferenças absolutas
c. A Análise Horizontal também é denominada: ( ) de Estrutura ou de Composição ( ) de Evolução ou Composição ( ) de Evolução ou de Crescimento ( ) de Crescimento ou de Estrutura
d. A Análise Horizontal pode ser efetuada por meio do cálculo das variações em relação a um ano-base. Este processo de cálculo para apuração de número-índice é chamado: ( ) Análise Horizontal Anual ( ) Análise Horizontal Encadeada ( ) Análise Vertical Encadeada ( ) Análise Vertical Anual
e. A Análise Horizontal pode ser efetuada através do cálculo das variações em relação ao ano anterior. Este processo de cálculo para apuração de número-índice recebe o nome: ( ) Análise Vertical Anual ( ) Análise Horizontal Encadeada ( ) Análise Vertical Encadeada ( ) Análise Horizontal Anual
Atividade 1
1
144 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 145
AU
LA 6
Resposta ComentadaDe acordo com os conceitos que você aprendeu na Aula 5, responder a estas perguntas
deve ter sido fácil! Se ficou alguma dúvida, é só recorrer à aula anterior para saná-la.
Não deixe de fazer isso, pois esses conceitos são importantes para sua formação como
administrador. Confira as respostas a seguir:
a. certo
b. Números-índice
c. de Evolução ou de Crescimento
d. Análise Horizontal Encadeada
e. Análise Horizontal Anual
Você aprendeu, na Aula 5, como se dá a aplicação da técnica de Análise
Horizontal no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do
Exercício. Estudou também que a Análise Horizontal apresenta duas
modalidades: Encadeada e Anual. Que tal testar o quanto você fixou destes
dois procedimentos com as atividades a seguir?
Lembre-se de que a Análise Horizontal Encadeada toma por base os
valores definidos para uma determinada data-base, considerando-os 100%.!!
Aplicando Análise Horizontal Encadeada no BP
Nesta atividade, você deve efetuar a Análise Horizontal Encadeada dos Balanços Patrimoniais da Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A., encerrados em 31 de dezembro de X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.
Atividade 22
146 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 147
AU
LA 6
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
Utilize o espaço a seguir para fazer seus cálculos.
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 7.200 10.150
Realizável a L.P. 1.350 3.000 4.200
Permanente – Investimento 2.250 4.000 3.000
Permanente – Imobilizado 4.800 7.000 9.000
Permanente – Diferido 600 450 300
TOTAL 15.000 21.650 26.650
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 6.300 7.000
Exigível a L.P. 900 4.300 4.800
Patrimônio Líquido 9.600 11.050 14.850
TOTAL 15.000 21.650 26.650
Balanço Patrimonial
146 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 147
AU
LA 6
Resposta ComentadaVocê viu que a Análise Horizontal é o processo que mede a evolução de cada conta ou
grupo de contas das demonstrações contábeis ao longo de períodos sucessivos, a fim
de caracterizar tendência. A Análise Horizontal Encadeada (ou simplesmente Análise
Horizontal) é efetuada por meio do cálculo das variações em relação a um ano-base,
geralmente o mais antigo da série.
Nesta atividade, você deverá tomar o ano X1 como base 100%. Você chega aos resultados
dividindo o valor de um grupo de X2 pelo valor do mesmo grupo em X1, multiplicando
por 100 o resultado da divisão, e depois você deverá dividir o valor do grupo de X3 pelo
valor do mesmo grupo em X1, multiplicando por 100 o resultado da divisão. Veja como
deve ter ficado a sua tabela preenchida:
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 100 7.200 120 10.150 169
Realizável a L.P. 1.350 100 3.000 222 4.200 311
Permanente – Investimento 2.250 100 4.000 178 3.000 133
Permanente – Imobilizado 4.800 100 7.000 146 9.000 188
Permanente – Diferido 600 100 450 75 300 50
TOTAL 15.000 100 21.650 144 26.650 178
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 100 6.300 140 7.000 156
Exigível a L.P. 900 100 4.300 478 4.800 533
Patrimônio Líquido 9.600 100 11.050 115 14.850 155
TOTAL 15.000 100 21.650 144 26.650 178
Balanço Patrimonial
148 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 149
AU
LA 6
Você já estudou que, na Análise Horizontal Anual, as variações são calculadas
tomando por base os valores do ano imediatamente anterior.!!
Agora, efetue a Análise Horizontal Anual dos Balanços Patrimoniais da Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A., encerrados em 31 de dezembro de X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 7.200 10.150
Realizável a L.P. 1.350 3.000 4.200
Permanente – Investimento 2.250 4.000 3.000
Permanente – Imobilizado 4.800 7.000 9.000
Permanente – Diferido 600 450 300
TOTAL 15.000 21.650 26.650
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 6.300 7.000
Exigível a L.P. 900 4.300 4.800
Patrimônio Líquido 9.600 11.050 14.850
TOTAL 15.000 21.650 26.650
Balanço Patrimonial
Atividade 3
2
148 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 149
AU
LA 6
Utilize o espaço a seguir para fazer seus cálculos.
Resposta ComentadaA Análise Horizontal Anual é efetuada por meio do cálculo das variações em relação ao
ano anterior (não há exigência de escolha de ano-base). Ela deve ser utilizada como
complemento da Encadeada.
Nesta atividade, você deverá dividir o valor de um grupo de X2 pelo valor do mesmo grupo
em X1, multiplicando por 100 o resultado da divisão, depois você deverá dividir o valor
do grupo de X3 pelo valor do mesmo grupo em X2, multiplicando por 100 o resultado da
divisão. Ao final, você encontrará os seguintes percentuais:
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 7.200 120 10.150 141
Realizável a L.P. 1.350 3.000 222 4.200 140
Permanente – Investimento 2.250 4.000 178 3.000 75
Permanente – Imobilizado 4.800 7.000 146 9.000 129
Permanente – Diferido 600 450 75 300 67
TOTAL 15.000 21.650 144 26.650 123
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 6.300 140 7.000 111
Exigível a L.P. 900 4.300 478 4.800 112
Patrimônio Líquido 9.600 11.050 115 14.850 134
TOTAL 15.000 21.650 144 26.650 123
Balanço Patrimonial
150 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 151
AU
LA 6
Aplicando a Análise Horizontal Encadeada na DRE
A Análise Horizontal Encadeada pode ser aplicada também à DRE de uma empresa. Aplique esta técnica nas Demonstrações dos Resultados dos Exercícios da Empresa Comércio de Artifício Fogos de Goiás S.A. referentes aos exercícios X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
Resposta ComentadaPara esta atividade, são válidos os comentários da Atividade 2.
Atividade 4
2
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 11.696 11.803
(-) Devoluções de Vendas 40 45 50
(-) Descontos Incondicionais de Venda
90 115 120
(-) ICMS sobre Vendas 600 650 680
(=) Vendas Líquidas 10.000 10.886 10.953
(-) CMV 3.000 3.180 3.500
(=) Lucro Bruto 7.000 7.706 7.453
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 200 250
. Administrativas 400 450 500
. Financeiras Líquidas 200 600 950
(=) Lucro Operacional 6.300 6.456 5.753
(-) Provisão para I.R. 2.000 2.200 2.300
(=) Lucro Líquido 4.300 4.256 3.453
150 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 151
AU
LA 6
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 100 11.696 109 11.803 110
(-) Devoluções de Vendas 40 100 45 113 50 125
(-) Descontos Incondicionais de Venda
90 100 115 128 120 133
(-) ICMS sobre Vendas 600 100 650 108 680 113
(=) Vendas Líquidas 10.000 100 10.886 109 10.953 110
(-) CMV 3.000 100 3.180 106 3.500 117
(=) Lucro Bruto 7.000 100 7.706 110 7.453 106
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 100 200 200 250 250
. Administrativas 400 100 450 113 500 125
. Financeiras Líquidas 200 100 600 300 950 475
(=) Lucro Operacional 6.300 100 6.456 102 5.753 91
(-) Provisão para I.R. 2.000 100 2.200 110 2.300 115
(=) Lucro Líquido 4.300 100 4.256 99 3.453 80
Aplicando a Análise Horizontal Anual na DRE
Agora, realize a Análise Horizontal Anual das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios da Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A. referentes aos exercícios
X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.
Atividade 52
152 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 153
AU
LA 6
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
Resposta ComentadaOs comentários da Atividade 3 são válidos para esta atividade.
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 11.696 11.803
(-) Devoluções de Vendas 40 45 50
(-) Descontos Incondicionais de Venda
90 115 120
(-) ICMS sobre Vendas 600 650 680
(=) Vendas Líquidas 10.000 10.886 10.953
(-) CMV 3.000 3.180 3.500
(=) Lucro Bruto 7.000 7.706 7.453
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 200 250
. Administrativas 400 450 500
. Financeiras Líquidas 200 600 950
(=) Lucro Operacional 6.300 6.456 5.753
(-) Provisão para I.R. 2.000 2.200 2.300
(=) Lucro Líquido 4.300 4.256 3.453
152 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 153
AU
LA 6
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
DRE
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 11.696 109 11.803 101
(-) Devoluções de Vendas 40 45 113 50 111
(-) Descontos Incondicionais de Venda
90 115 128 120 104
(-) ICMS sobre Vendas 600 650 108 680 105
(=) Vendas Líquidas 10.000 10.886 109 10.953 101
(-) CMV 3.000 3.180 106 3.500 110
(=) Lucro Bruto 7.000 7.706 110 7.453 97
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 200 200 250 125
. Administrativas 400 450 113 500 111
. Financeiras Líquidas 200 600 300 950 158
(=) Lucro Operacional 6.300 6.456 102 5.753 89
(-) Provisão para I.R. 2.000 2.200 110 2.300 105
(=) Lucro Líquido 4.300 4.256 99 3.453 81
Mais conceitos...
Marque a opção correta para cada sentença a seguir:
a. A Análise Horizontal Anual é usada como complemento da Análise Horizontal Encadeada. ( ) certo ( ) errado
b. Na Análise Horizontal Encadeada ou simplesmente Análise Horizontal a escolha do ano-base recai sempre sobre o primeiro ano da série histórica. ( ) certo ( ) errado
c. Na Análise Horizontal Anual a escolha do ano-base geralmente é o mais antigo da série. ( ) certo ( ) errado
Atividade 61
154 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 155
AU
LA 6
d. Na Análise Horizontal, Encadeada ou simplesmente Análise Horizontal, a escolha do ano-base é, geralmente, o primeiro ano da série histórica. ( ) certo ( ) errado
e. Na Análise Horizontal Anual não há escolha de ano-base, pois se compara o ano seguinte em relação ao ano anterior. ( ) certo ( ) errado
f. A interpretação do número-índice se faz por meio da taxa de variação. ( ) certo ( ) errado
g. A taxa de variação é dada pela seguinte fórmula: ( ) 100% + número-índice ( ) 100% - número-índice ( ) número-índice + 100% ( ) número-índice – 100%
h. Se o número-índice for positivo, a taxa de variação é: ( ) o próprio número-índice ( ) o que exceder a – 100% ( ) o que exceder a 100% ou o que faltar para 100% ( ) 100%
i. Se o número-índice for negativo, a taxa de variação é: ( ) o próprio número-índice ( ) o que exceder a 100% ou que faltar para 100% ( ) o número-índice acrescido de – 100% ( ) 100%
j. Se o número-índice for negativo, a taxa de variação também é negativa. Neste caso, trabalha-se com módulo, e sua interpretação se dará em função do sinal da base (Encadeada) ou em função do ano anterior (Anual). ( ) certo ( ) errado
l. o módulo de | -9| = - 9 ( ) certo ( ) errado
m. o módulo de | +9| = + 9 ( ) certo ( ) errado
Resposta ComentadaPara responder a estas perguntas, mais uma vez, você só precisava recorrer aos conteúdos
estudados na aula anterior. Repare que as respostas das letras g, h, i, j, l e m estão na seção
da aula que mostra todas as situações possíveis aos números-índice. Falando em módulo
(l e m), é necessário lembrar apenas que o módulo de todo número negativo é
ele mesmo com sinal positivo. Confira as respostas:
154 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 155
AU
LA 6
a. certo
b. errado
c. errado
d. certo
e. certo
f. certo
g. número-índice – 100%
h. o que exceder a 100% ou o que faltar para 100%
i. o número-índice acrescido de -100%
j. certo
l. errado
m. certo
Estudando os números-índice – I
Você conheceu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, calcule, em termos absolutos, o valor do Lucro auferido no ano 2.
( ) R$ 2.000 ( ) R$ 3.000( ) R$ 1.000 ( ) – R$ 1.000
Atividade 72
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Lucro 2.000 ? 50
156 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 157
AU
LA 6
Estudando os números-índice – II
Você conheceu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, qual a taxa de variação do ano 2 em relação ao ano 1?
( ) 200% ( ) 50%( ) 100% ( ) – 100%
Atividade 8
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação. Em seguida, calcule o valor do Lucro, em termos absolutos.
a. A taxa de variação é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = 50% – 100%
Taxa de variação = – 50%
b. O valor do Lucro, em termos absolutos, fica demonstrado assim:
Ano 1 = R$ 2.000
(+) Variação = – R$ 1.000 (matematicamente, temos: – 50% de R$ 2.000)
Ano 2 = R$ 1.000
2
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Lucro 2.000 4.000
156 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 157
AU
LA 6
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa calcular o número-índice pela seguinte
fórmula:
Número-índice =
Número-índice =
Número-índice = 200%
Estudando os números-índice – III
Você aprendeu várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice na Aula 5. Levando em conta os dados da tabela, podemos afirmar que:
( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 cresceu 150% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 decresceu 150% em relação ao ano 1.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = 50% – 100%
Taxa de variação = – 50%
Como a base é positiva, não há dificuldade para interpretação da taxa negativa (taxa negativa
significa decréscimo quando comparada a uma base positiva), portanto, em termos relativos,
o Lucro do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1 e, em termos absolutos,
passou de R$ 2.000 para R$ 1.000.
Atividade 9
2
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Lucro 2.000 1.000 50
158 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 159
AU
LA 6
Estudando os números-índice – IV
Você aprendeu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, podemos afirmar que:
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 150% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 150% em relação ao ano 1.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice através da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = – 50% – 100%
Taxa de variação = – 150%
Como a base é positiva, não há dificuldade para interpretação da taxa negativa (taxa negativa
significa decréscimo quando comparada a uma base positiva).
Portanto, em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 150% em relação ao
ano 1 e, em termos absolutos, passou de um resultado positivo (lucro) de R$ 2.000
para um resultado negativo (prejuízo) de R$ 1.000.
Atividade 10
2
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Resultado Bruto 2.000 (1.000) (50)
158 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 159
AU
LA 6
Estudando os números-índice – V
Você aprendeu várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, você pode afirmar que:
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 150% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 150% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = – 50% – 100%
Taxa de variação = – 150%
Como a base é negativa, você deve tomar muito cuidado na interpretação da taxa de variação.
E quando essa taxa é negativa o melhor é trabalhar com módulo, ou seja, | –150| = 150%.
Portanto, em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 150% em relação ao
ano 1 e, em termos absolutos, passou de um resultado negativo (prejuízo) de R$ 2.000 para
um resultado positivo (lucro) de R$ 1.000.
Ano 1 = – R$ 2.000
(+) Variação = + R$ 3.000 (matematicamente, temos – 150% de – R$ 2.000)
Ano 2 = + R$ 1.000
Vale a pena relembrar que a taxa de variação negativa aplicada em base
negativa significa acréscimo.
Atividade 11
2
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Resultado Bruto (2.000) 1.000 (50)
160 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 161
AU
LA 6
Outra maneira para você interpretar a taxa de variação, quando a base é negativa, é
considerar para o valor negativo da base o índice – 100; conseqüentemente, os demais
índices inverterão os sinais, conforme demonstrado a seguir:
(*) – 2.000 __________ – 100
1.000 __________ X
X = 50%.
Interpretando o número-índice, temos a seguinte taxa de variação:
Taxa de variação = Número-índice – (–100%)
= 50% + 100%
= +150%
Com efeito, há uma variação positiva de 150% entre uma data e outra.
Essa maneira de calcular facilita a interpretação para análise.
DISCRIMINAÇÃORESULTADO BRUTO AH
R$ %
Ano 1 (2.000) -100
Ano 2 1.000 50(*)
Estudando os números-índice – VI
Você aprendeu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, podemos afirmar que:
Atividade 12
2
DISCRIMINAÇÃOANO 1 ANO 2 AH
R$ R$ %
Resultado Bruto (2.000) (1.000) 50
160 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 161
AU
LA 6
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 100% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 100% em relação ao ano 1.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = 50% – 100%
Taxa de variação = – 50%
Como a base é negativa, você deve tomar muito cuidado na interpretação da taxa de variação.
E quando essa taxa é negativa, o melhor é trabalhar com módulo, ou seja, | – 50| = 50%.
Portanto, em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao
ano 1; em termos absolutos, ocorreu uma diminuição do resultado negativo (prejuízo) de
R$ 2.000 para R$ 1.000.
Ano 1 = – R$ 2.000
(+) Variação = + R$ 1.000 (matematicamente, temos – 50% de – R$ 2.000)
Ano 2 = – R$ 1.000
Mais uma vez, vale a pena reforçar que a taxa de variação negativa aplicada em base
negativa significa acréscimo. Nesta atividade, a empresa alcançou um resultado menos ruim,
se comparada ao ano-base.
Outra maneira para você interpretar a taxa de variação, quando a base é negativa, é
considerar para o valor negativo da base o índice – 100; conseqüentemente, os demais
índices inverterão os sinais, conforme demonstrado a seguir:
162 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 163
AU
LA 6
DISCRIMINAÇÃORESULTADO BRUTO AH
R$ %
Ano 1 (2.000) -100
Ano 2 (1.000) -50
– 2.000 __________ – 100 – 1.000 __________ X
Xx
=−
−=
+−
= −100 1 000
2 000100 000
2 00050
( . ).
..
%
Interpretando o número-índice, temos a seguinte taxa de variação:
Taxa de variação = Número-índice – (–100%) = - 50% - (-100%) = - 50% + 100% = 50%
Com efeito, há uma variação positiva de 50% entre uma data e outra. Essa maneira facilita a interpretação
para análise.
??Certo ou Errado?
a. A Análise Horizontal é fortemente distorcida sob condições inflacionárias, por comparar valores de um mesmo item em anos sucessivos (Encadeada) ou em ano anterior (Anual), utilizando moedas de diferente poder aquisitivo.
( ) certo ( ) errado
b. Para eliminação dos efeitos inflacionários das demonstrações financeiras, você deve trazer todos os exercícios sociais para a mesma base inflacionária ou deflacionária.
( ) certo ( ) errado
c. Você aprendeu, na Aula 5, que trazer os valores para a mesma base inflacionária é corrigir os valores das demonstrações financeiras para a moeda do último exercício. E por base deflacionária entende-se a correção dos valores para a moeda do primeiro exercício social.
( ) certo ( ) errado
Atividade 13
1
162 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 163
AU
LA 6
d. Na Análise Horizontal, quando aplicada às demonstrações financeiras com valores originais, a variação é nominal.
( ) certo ( ) errado
e. Na Análise Horizontal, quando aplicada às demonstrações financeiras com valores corrigidos (inflacionados ou deflacionados), a variação é real.
( ) certo ( ) errado
Resposta ComentadaMais uma vez, se você teve dúvidas para responder a alguma das perguntas, recorra à Aula
5 para resolver isso! Aqui estão as respostas:
a. certo
b. certo
c. certo
d. certo
e. certo
Após a revisão em forma de exercícios que acabou de
fazer, você será capaz de resolver as atividades seguintes: !!
Qual é o objetivo da Análise Horizontal?
A Análise Horizontal tem como finalidade principal verificar:
( ) Se a empresa obteve lucro no período analisado.( ) A situação econômico-financeira de uma empresa.( ) A participação percentual dos componentes das demonstrações contábeis.( ) A evolução dos elementos que formam as demonstrações contábeis.
Resposta ComentadaA finalidade da Análise Horizontal é mostrar a evolução, o crescimento, o estudo de tendências
de contas ou grupo de contas. A alternativa correta é "A evolução dos elementos que formam
as demonstrações contábeis".
Atividade 14
1
164 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 165
AU
LA 6
Falso ou verdadeiro?
Diga se as afirmações a seguir são falsas ou verdadeiras:
( ) A Análise Horizontal consiste em verificar a evolução ou o crescimento de elementos que compõem as demonstrações contábeis de períodos distintos.
( ) Na Análise Horizontal os elementos comparados são homogêneos, mas os períodos de avaliação são diferentes.
( ) A Análise Horizontal precisa de pelo menos dois exercícios para ser efetuada.
Resposta ComentadaA afirmativa "A Análise Horizontal consiste em se verificar a evolução ou o crescimento de
elementos que compõem as demonstrações contábeis de períodos distintos” é verdadeira.
A afirmativa "Na Análise Horizontal os elementos comparados são homogêneos, mas os
períodos de avaliação são diferentes” é verdadeira.
Ao aplicar a Análise Horizontal você verifica a evolução, por exemplo, da conta Estoque de
um ano em relação a outro ano.
A terceira afirmativa é verdadeira, já que a Análise Horizontal precisa pelo menos de dois
exercícios para ser efetuada.
Atividade 15
1
Calculando a evolução nominal
O Ativo Circulante da Empresa Alvorada apresentava os seguintes valores nos Balanços Patrimoniais de X1 a X3:
Tomando como ano-base X1, os números-índice de evolução nominal de X1 a X3 são:
a. X1 = 100%; X2 = 125% e X3 = 133%
b. X1 = 100%; X2 = 125% e X3 = 167%
c. X1 = 120%; X2 = 125% e X3 = 167%
d. X1 = 120%; X2 = 125% e X3 = 133%
Atividade 16
2
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
ATIVO CIRCULANTE 120.000 150.000 200.000
164 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 165
AU
LA 6
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, o tipo de Análise Horizontal a ser utilizado é a Encadeada,
em função de o enunciado ter tomado X1 como ano-base para fazer a comparação dos
exercícios sucessivos.
Como o enunciado informa que o ano X1 representa o ano-base (100%), as duas
últimas alternativas de imediato seriam excluídas, restando, portanto, as duas primeiras
alternativas.
Efetuando a Análise Horizontal Encadeada, você constatará que a segunda alternativa é a
correta, conforme demonstrado a seguir:
Calculando a evolução nominal
O Ativo Circulante da Empresa Alvorada apresentava os seguintes valores nos Balanços
Patrimoniais de X1 a X3:
Assim, a alternativa b é a correta.
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ % R$ MIL % R$ MIL %
Ativo Circulante 120.000 100 150.000 125 200.000 167
Calculando a evolução nominal
O Ativo Circulante da Empresa Alvorada apresentava os seguintes valores nos Balanços Patrimoniais de X1 a X3:
A evolução das Vendas Líquidas é a seguinte:a. 230; 170 ; 130; 100;b. 100; 130; 130; 135;c. 100; 130; 170; 230;d. 35; 130; 130; 100;
Atividade 17
2
ANO VENDAS LÍQUIDAS
X1 2.200
X2 2.860
X3 3.740
X4 5.060
166 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 167
AU
LA 6
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
Para resolver esta atividade, você deve aplicar a metodologia de cálculo da Análise
Horizontal (Encadeada) apresentada na Aula 5. Escolha o ano X1 como base (100%)
e calcule os números-índice dos demais anos em relação a X1, conforme demonstrado
a seguir:
Vale lembrar, mais uma vez, que você só deverá utilizar a Análise Horizontal Anual quando
for solicitada pelo enunciado. Fora disso, sempre utilize a Análise Horizontal Encadeada (ou
simplesmente Análise Horizontal).
ANOVENDAS LÍQUIDAS AH
R$ MIL %
X1 2.200 100
X2 2.860 130
X3 3.740 170
X4 5.060 230
Tirando conclusões preliminares
O Ativo de uma empresa estava assim constituído em X3 e X4:
Em R$ mil
O índice de evolução nominal dos grupos de contas do Ativo indica que o que mais cresceu de X3 para X4 foi o do:
a. Realizável a Longo Prazo;
b. Permanente e do Realizável a Longo Prazo, com a mesma evolução;
c. Circulante;
d. Circulante e do Permanente;
e. Permanente;
Atividade 18
3
ATIVO X3 X4
Circulante 100 120
Realizável a Longo Prazo 30 40
Permanente 170 240
TOTAL 300 400
166 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 167
AU
LA 6
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você deve utilizar a Análise Horizontal, tomando o ano X3 como
base. Dividindo o valor do grupo de X4 pelo valor do mesmo grupo em X3, multiplicando o
resultado da divisão por 100, conforme demonstrado a seguir, o resultado é o seguinte:
Após a apuração dos números-índice, você deverá interpretá-los por meio da taxa de variação,
que é calculada da seguinte maneira:
Taxa de Variação = Número-índice – 100%
Tomando como exemplo o AC, podemos afirmar que ocorreu uma evolução de 20% de X3
para X4 (120% – 100%).
Você irá constatar que o grupo de maior crescimento foi o Permanente (41%).
ATIVO
X3 X4
VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 100 100 120 120
Realizável a Longo Prazo 30 100 40 133
Permanente 170 100 240 141
TOTAL 300 100 400 133
ATIVO X3 X4 EVOLUÇÃO
Circulante 100 120 20
Realizável a Longo Prazo 100 133 33
Permanente 100 141 41
TOTAL 100 133 33
168 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 169
AU
LA 6
Sem a utilização da Análise Horizontal, seria
extremamente difícil determinar quais dos grupos tiveram maior crescimento,
pois existe a necessidade de calcular a taxa de variação desses grupos.
A constatação dos crescimentos dos grupos, em termos absolutos, é praticamente impossível, conforme
demonstrado a seguir:Veja o exemplo de como as taxas podem ser calculadas:Taxa de crescimento do Ativo Realizável a Longo Prazo:
X3 = R$ 30 mil
X4 = R$ 40 mil R$ 10 mil -> variação absoluta
Taxa de variação = Número-índice – 100% = 133% – 100% = 33% -> variação relativa
Se, por exemplo, o PC tivesse os seguintes valores em:
X3 = R$ 300 mil
X4 = R$ 400 mil R$ 100 mil (variação absoluta)
Taxa de variação = Número-índice – 100% = 133% – 100% = 33% (variação relativa)
Portanto, você pode verificar que, em relação aos respectivos valores alcançados em X3, ambos os grupos cresceram
exatamente 33% durante o ano de X4. Não há possibilidade de constatar o crescimento em valores absolutos. Por esta razão, a Análise
Horizontal tem a finalidade de facilitar esta observação do crescimento das
contas ou grupos de contas.
!!
168 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 169
AU
LA 6
Aplicando AH na DRE
Como gerente financeiro da Cia. Gama, faça a Análise Vertical e a Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício e, em seguida, responda:
Na Análise Horizontal, pode-se afirmar que:a. do ano X1 para X2, a conta Lucro Bruto foi a que mais cresceu;b. do ano X1 para X2, o CMV cresceu menos do que a Venda Líquida;c. do ano X1 para X2, o Lucro cresceu 47%;d. todas as afirmações são corretas;
Resposta ComentadaOs comentários da Atividade 4 servem também para esta atividade.
Quanto às sentenças, portanto...
A primeira alternativa é correta, pois o LB cresceu 47%, contra os crescimentos ocorridos nas
Vendas Líquidas e no CMV, de 40% e 35%, respectivamente.
A segunda alternativa é correta, pois o acréscimo no CMV é inferior ao das Vendas Líquidas,
35% contra 40%.
A terceira alternativa é correta, pois o LB cresceu 47% do ano X1 para o ano X2.
Por fim, a última alternativa é a correta, já que todas as alternativas anteriores são
verdadeiras.
Atividade 192
DRE
DISCRIMINAÇÃO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ MIL % % R$ MIL % % R$ MIL % %
VL 600 840 1.020
(-) CMV 360 487 551
(=) LB 240 353 469
DRE
DISCRIMINAÇÃO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ MIL % % R$ MIL % % R$ MIL % %
VL 600 100 100 840 100 140 1.020 100 170
(-) CMV 360 60 100 487 58 135 551 54 153
(=) LB 240 40 100 353 42 147 469 46 195
170 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 171
AU
LA 6
Analisando a DRE
Como contador da Empresa América S.A., analisando os dados contidos nas Demonstrações dos Resultados dos Exercícios relativos aos anos X1 e X2, você pode concluir que:
( ) As Despesas Operacionais cresceram em maior proporção do que o Custo do Produto Vendido.
( ) A relação entre o Lucro Líquido e as Receitas Operacionais Líquidas decresceu de X1 para X2.
( ) O item que mais cresceu, em termos nominais, foi o Lucro Bruto.
( ) A relação entre o Custo dos Produtos Vendidos e as Receitas Operacionais Líquidas cresceu do primeiro para o segundo ano.
Resposta ComentadaEsta atividade quer saber o crescimento e a participação de contas ou grupos de contas no
total. Quanto ao crescimento, a resolução se dá por meio da Análise Horizontal; quanto à
participação, a resolução se dá por meio da Análise Vertical.
Atividade 202
DRE
DISCRIMINAÇÃO X1 X2
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 300 600
(-) Custo dos Produtos Vendidos 150 360
LUCRO BRUTO 150 240
(-) Despesas Operacionais 120 180
LUCRO OPERACIONAL 30 60
Receita Não-operacional 18 60
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 48 120
( -) Provisão para Imposto de Renda 18 36
LUCRO LÍQUIDO 30 84
170 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 171
AU
LA 6
A Análise Horizontal/Vertical fica assim demonstrada:
Após a aplicação destas técnicas, você deverá responder cada alternativa comparando com
os números-índice e os percentuais calculados.
A primeira alternativa (“As Despesas Operacionais cresceram em maior proporção que o
Custo do Produto Vendido”) é falsa, pois por meio da Analise Horizontal verifica-se que as
Despesas Operacionais cresceram 50%, enquanto o CPV cresceu 140%.
A alternativa “A relação entre o Lucro Líquido e as Receitas Operacionais Líquidas decresceu
de X1 para X2” é falsa, pois por meio da Análise Vertical verifica-se que o Lucro Líquido cresceu
de X1 para X2, passando de 10% para 14%.
A terceira alternativa (“O item que mais cresceu, em termos nominais, foi o Lucro Bruto”) é falsa,
pois a Análise Horizontal revela que, além do crescimento nominal ocorrido no Lucro Líquido,
de 180%, as Receitas Não-Operacionais e o Lucro antes do Imposto de Renda cresceram, em
termos nominais, respectivamente, 233% e 150%, contra o crescimento nominal do Custo
dos Produtos Vendidos, de 140%.
Finalmente, a última alternativa é a correta, pois a Análise Vertical mostra que a relação entre
o Custo dos Produtos Vendidos e as Receitas Operacionais Líquidas cresceu do ano X1 para
o ano X2, passando de 50% para 60%.
DRE
X1 X2
DISCRIMINAÇÃOVALOR AV AH VALOR AV AH
R$ MIL % % R$ MIL % %
ROL 300 100 100 600 100 200
(-) CPV 150 50 100 360 60 240
(=) LB 150 50 100 240 40 160
(-) DO 120 40 100 180 30 150
(=) LO 30 10 100 60 10 200
(+) RNO 18 6 100 60 10 333
(=) LAIR 48 16 100 120 20 250
( -) PIR 18 6 100 36 6 200
(=) LL 30 10 100 84 14 280
172 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 173
AU
LA 6
Analisando séries históricas
Como analista de balanços da Empresa Corcovado, observe a seguinte série histórica e decida qual a alternativa correta:
R$ mil
( ) O crescimento nominal das vendas é de 50% ao ano, enquanto o crescimento nominal dos custos é de 70% ao ano.
( ) Mantendo-se a tendência da série, em X9 a empresa estará operando com prejuízo.
( ) Mantendo-se a tendência da série, a empresa atingirá, em X8, custos em torno de R$ 25.000 mil.
( ) Todas as afirmativas estão corretas.
Resposta ComentadaNesta atividade se quer conhecer o crescimento ao ano; portanto, o tipo de Análise
Horizontal a ser utilizado é a Anual.
Atividade 212
EXERCÍCIO VENDAS CMV
X1 1.000 600
X2 1.500 960
X3 2.250 1.536
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas 1.000 1.500 150 2.250 150
(-) CMV 600 960 160 1.536 160
172 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 173
AU
LA 6
Apurados os números-índice, você irá interpretá-los para saber a taxa de crescimento.
A primeira alternativa é falsa, pois o crescimento ocorrido no CMV foi de 60% e não de
70%, conforme demonstrado a seguir:
Memória de cálculo:
a. Acréscimo das Vendas:
Taxa de crescimento = Número-índice – 100%
= 150% – 100%
= 50%
b. Acréscimo do CMV:
Taxa de crescimento = Número-índice – 100%
= 160% – 100%
= 60%
A segunda alternativa (“Mantendo-se a tendência da série, em X9 a empresa estará operando
com prejuízo”) é a correta, pois em X9 a empresa, de acordo com as projeções, passaria a
auferir um prejuízo de R$ 139 mil.
Para responder esta alternativa, você deverá fazer a projeção das Vendas, do CMV e do Lucro
Bruto até o ano X9, conforme demonstrado a seguir:
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas 1.000 1.500 150 2.250 150
(-) CMV 600 960 160 1.536 160
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3
VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas 1.000 1.500 150 2.250 150
(-) CMV 600 960 160 1.536 160
(=) LB 400 540 135 714 132
174 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 175
AU
LA 6
Memória de cálculo para chegar ao valor absoluto das Vendas em X4:
Para calcular o valor absoluto, é necessário calcular a taxa de variação.
A taxa de variação é dada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 150% – 100%
= 50%
Em termos absolutos, fica assim demonstrado:
Ano X3 = R$ 2.250 mil
(+) Variação = R$ 1.125 mil (matematicamente, temos 50% de R$ 2.250 mil)
Ano X4 = R$ 3.375 mil
Memória de cálculo para calcular o valor absoluto do CMV em X4:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 160% – 100%
= 60%
Em termos absolutos, fica assim demonstrado:
Ano X3 = R$ 1.536 mil
(+) Variação = R$ 922 mil (matematicamente, temos 60% de R$ 1.536 mil)
Ano X4 = R$ 2.458 mil
Para os demais valores das Vendas e do CMV, os procedimentos são os mesmos.
A alternativa “Mantendo-se a tendência da série, a empresa atingirá, em X8, custos em torno
de R$ 25.000 mil” fica excluída, já que a projeção do CMV para X8 é de R$ 16.106 mil e
não de aproximadamente R$ 25.000 mil.
E, finalmente, a última alternativa é falsa, pois as demais alternativas
também são falsas.
X4 X5 X6
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
3.375 150 5.063 150 7.594 150
2.458 160 3.932 160 6.291 160
917 229 1.131 283 1.303 326
X7 X8 X9
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
11.391 150 17.087 150 25.631 150
10.066 160 16.106 160 25.770 160
1.325 331 981 245 (139) (36)
174 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 175
AU
LA 6
Análise e Inflação - I
Examine a série:
Podemos afirmar, considerando que não houve inflação no período, que o índice de crescimento:
( ) dos Custos dos Produtos Vendidos tem tendência a ser inferior ao do crescimento das Vendas Líquidas até o ano 3, mas a ser superior a partir do ano 4;
( ) das Vendas Líquidas tem tendência a ser superior ao do crescimento dos Custos dos Produtos Vendidos;
( ) dos Custos dos Produtos Vendidos tem tendência a ser igual ao do crescimento das Vendas Líquidas;
( ) das Vendas Líquidas tem tendência a ser inferior ao crescimento dos Custos dos Produtos Vendidos.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você deverá aplicar a metodologia de cálculo da Análise Horizontal
Anual, conforme demonstrado a seguir:
Em %
Após a aplicação desta técnica, você deverá interpretar os números-índice para apurar a taxa
de variação.
Nesta atividade, as Vendas cresceram 6% ao ano (106% – 100%), e o CPV cresceu 9% ao
ano (109% – 100%); portanto, a resposta correta é a última alternativa.
Atividade 222
ANO VENDAS LÍQUIDASCUSTO DOS PRODUTOS
VENDIDOSLUCRO BRUTO
1 2.625 1.050 1.575
2 2.786 1.144 1.642
3 2.949 1.247 1.702
4 3.126 1.359 1.767
5 3.314 1.481 1.833
6 3.513 1.614 1.899
DISCRIMINAÇÃOX2 X3 X4 X5 X6
AH AH AH AH AH
Vendas 106 106 106 106 106
CPV 109 109 109 109 109
176 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 177
AU
LA 6
Você viu, no enunciado desta atividade, que não houve
inflação no período; isto significa que os acréscimos ocorridos nas Vendas e nos
CPV são reais.!!Análise e Inflação - II
A Empresa Planalto apresentou em seus Balanços Patrimoniais os seguintes valores de Patrimônio Líquido:
Considerando os índices de inflação de 20% em X1, 15% em X2 e 10% em X3, temos que:( ) Os Patrimônios Líquidos dos três exercícios se equivalem.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X2 é igual ao Patrimônio Líquido de 31/12/X3.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X1 é igual ao Patrimônio Líquido de 31/12/X2.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X3 é menor que o Patrimônio Líquido de 31/12/X2.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X3 é maior que os demais.
Atividade 23
1
DATA R$ MIL
31/12/X1 1.000
31/12/X2 1.200
31/12/X3 1.380
176 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 177
AU
LA 6
Resposta ComentadaPara resolução desta atividade, você deverá inflacionar ou deflacionar os valores do
Patrimônio Líquido para eliminar os efeitos da inflação, de modo que os valores do
Patrimônio Líquido fiquem homogeneizados, isto é, todos os valores convertidos à moeda
de uma mesma data.
Para inflacionar os valores originais, você deve multiplicá-los por um
fator de conversão, obtido por meio da divisão da inflação da data do
último ano pela inflação da data do ano que se quer corrigir.
Fator de conversão = Inflação do último ano
Inflação do ano a ser corrigido
Memória de cálculo:
0 100 20
0 500 100 15
0 670 100 10
1 00,,
,,,
,,,
,= = =
Para deflacionar os valores originais, você deve multiplicá-los por um fator de conversão,
obtido por meio da divisão da inflação da data do ano mais antigo pela inflação da data do
ano que se quer corrigir.
Fator de conversão = Inflação do ano mais antigo
Inflação do ano a ser corrigido
0 200 20
1 000 200 15
1 330 200 10
2 00,,
,,,
,,,
,= = =
Após converter todos os valores à moeda de uma mesma data, você constata
que a última alternativa é a correta.
CÁ L C U L O D A I N F L A Ç Ã O
X1 = 20%=20
100= 0,20
X2 = 15%= 15100
= 0,15
X3 = 10%= 10100
= 0,10
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PL (valores originais) (1) – R$ mil 1.000 1.200 1.380
Fator de conversão (2) 0,50 (1) 0,67 (2) 1,00 (3)
PL (valores inflacionados) (1x2) – R$ mil
500 804 1.380
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PL (valores originais) (1) – R$ mil 1.000 1.200 1.380
Fator de conversão (2) 1,00 (1) 1,33 (2) 2,00 (3)
PL (valores inflacionados) (1x2) – R$ mil
1.000 1.596 2.760
178 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 179
AU
LA 6
Análise Horizontal Encadeada
Efetue a Análise Horizontal Encadeada da Empresa São Paulo S.A.:
Empresa São Paulo S.A.
Atividade 24
1
Balanço Patrimonial
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 3.200 4.800 7.200
Realizável a Longo Prazo 1.200 1.200 1.200
Permanente 4.000 5.760 5.200
TOTAL 8.400 11.760 13.600
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 2.000 3.760 5.120
Exigível a Longo Prazo 800 640 480
Patrimônio Líquido 5.600 7.360 8.000
TOTAL 8.400 11.760 13.600
178 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 179
AU
LA 6
Resposta Comentada
Empresa São Paulo S.A.
Comentários sobre a Análise:
Na aplicação de recursos, o grupo Ativo Realizável a Longo Prazo permaneceu constante
ao longo do período analisado. Os demais grupos do Ativo tiveram acréscimos nominais
significativos.
Pelo lado das origens, observa-se uma involução das Exigibilidades de Longo Prazo na
série histórica.
Balanço Patrimonial
ATIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 3.200 100 4.800 150 7.200 225
Realizável a Longo Prazo 1.200 100 1.200 100 1.200 100
Permanente 4.000 100 5.760 144 5.200 130
TOTAL 8.400 100 11.760 140 13.600 162
Balanço Patrimonial
PASSIVO
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 2.000 100 3.760 188 5.120 256
Exigível a Longo Prazo 800 100 640 80 480 60
Patrimônio Líquido 5.600 100 7.360 131 8.000 143
TOTAL 8.400 100 11.760 140 13.600 162
180 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 181
AU
LA 6
Interpretando a Análise Horizontal
Como gerente da Empresa Paquetá, você deverá fazer a Análise Vertical e a Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício para X1, X2, X3 e X4, preenchendo a tabela. Em seguida, comente os resultados obtidos, mencionando o que aconteceu com os três grupos analisados (Vendas, CPV e Lucro Bruto).
Em R$ mil
Em %
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaPara a resolução desta atividade, veja os comentários da Atividade 4.
Atividade 25
3
DRE
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3 X4
Vendas 7.560 7.920 8.520 8.856
(-) Custo das Vendas 5.760 6.240 7.320 7.704
(=) Lucro Bruto 1.800 1.680 1.200 1.152
DRE
DISCRIMINAÇÃOX1 X2 X3 X4
AV AH AV AH AV AH AV AH
Vendas
(-) Custo das Vendas
(=) Lucro Bruto
180 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal
C E D E R J 181
AU
LA 6
Em %
Na Análise Horizontal da Empresa Paquetá, você pode observar que as evoluções percentuais
dos Custos das Vendas foram superiores aos percentuais das Vendas; por conseguinte, o Lucro
Bruto teve decréscimo em termos percentuais, caracterizando uma menor produtividade.
A Análise Vertical revela que a participação do Custo das Vendas no período analisado foi
bastante significativa: para o total de Vendas (100%), o Custo das Vendas representou 76%,
79%, 86% e 87%, respectivamente, percentuais que você pode considerar elevados, visto
que em X1 esse percentual participava com 11 pontos percentuais a menos, se comparado
ao exercício de X4.
Como conseqüência, o Lucro Bruto decresceu ao longo da série analisada, em função do
comportamento do Custo das Vendas.
DRE
DISCRIMINAÇÃOX1 X2 X3 X4
AV AH AV AH AV AH AV AH
VENDAS 100 100 100 105 100 113 100 117
(-) Custo das Vendas 76 100 79 108 86 127 87 134
LUCRO BRUTO 24 100 21 93 14 67 13 64
CONCLUSÃO
Resolvendo as tarefas propostas nesta aula, você trabalhou a
técnica de Análise Horizontal.
Em algumas tarefas, praticou a análise em conjunto da técnica de
Análise Horizontal e Vertical, constatando que uma técnica complementa
a outra, possibilitando melhor análise das demonstrações financeiras.
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
Você estudará, na próxima aula, a técnica de Análise por Quociente, na
categoria denominada índices de liquidez.
Prática sobre índices de liquidez
Após a realização das atividades propostas nesta aula, esperamos que você esteja apto a:
descrever o significado dos índices de liquidez e CCL;
aplicar fórmulas para apuração dos quocientes de liquidez no BP;
interpretar os resultados dos indicadores de liquidez, sinalizando algumas conclusões sobre eles.
8objetivos
AU
LA
Metas da aula
Apresentar atividades sobre a técnica de Análise por Quocientes, denominada índices de liquidez,
bem como a interpretação de tais índices.
1
2
3
Pré-requisitos
Para acompanhar esta aula e aproveitar todas as atividades que ela apresenta para fixar os conceitos de índice de liquidez, é necessário que você tenha em mente todo o conteúdo apresentado na Aula 7. Para facilitar, sugerimos que você tenha em mãos uma calculadora,
para fazer as atividades propostas com mais rapidez.
30 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 31
AU
LA 8
INTRODUÇÃO A Análise por Quocientes é a técnica de análise mais utilizada no mercado
empresarial. Existem diversos indicadores obtidos por essa técnica, os quais
fornecem um panorama de avaliação da situação da empresa bastante
eficiente.
Na aula passada, você aprendeu um dos tipos de Análise por Quocientes, a
que envolvia os índices de liquidez. Estes são de quatro tipos: liquidez imediata,
corrente, seca e geral. Cada índice deste tem sua importância ressaltada de
acordo com o objetivo da análise que está sendo efetuada.
Nesta aula, você terá oportunidade de aplicar no Balanço Patrimonial
a técnica que aprendeu na Aula 7. Por meio de exercícios de múltipla escolha
e de desenvolvimento mais extenso, você aprenderá, na prática, as vantagens
e desvantagens desses índices e também será capaz de sugerir algumas
conclusões sobre a situação financeira das empresas.
Mãos à obra!
Objetivo da Análise por QuocientesQual é a finalidade principal da Análise por Quocientes?a. verificar a evolução dos elementos que formam as demonstrações contábeis;b. verificar a evolução, período a período, dos componentes das demonstrações contábeis;c. estabelecer uma relação entre dois valores de natureza diferente, procurando verificar a proporção de um valor em relação ao outro;d. verificar a participação de cada conta em relação à base.
Resposta comentadaA opção c é correta.
Para resolução desta atividade, você deverá relembrar os conceitos relativos às técnicas de
Análise de Balanços estudadas nas Aulas 3, 5 e 7.
Na Aula 3, você viu que a Análise Vertical estabelece a participação de uma conta ou grupo
de contas em relação à base (opção d).
Na Aula 5, você estudou que a Análise Horizontal consiste em verificar a evolução ou o
crescimento dos elementos que formam as demonstrações contábeis de períodos distintos.
Possibilita a comparação entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas em
diferentes períodos (opções a e b).
Finalmente, na Aula 7, você viu que a Análise por Quocientes estabelece uma
relação entre dois elementos diferentes de um mesmo período, indicando quantas
vezes um contém o outro. Portanto, ao analisar dois valores heterogêneos,
o quociente é utilizado como parâmetro de avaliação da influência ou proporção de um
sobre o outro (opção c).
Atividade 11
30 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 31
AU
LA 8
Sobre os índices......pode-se dizer que eles:a. têm mais desvantagens do que vantagens;b. são indicadores precisos e absolutos da situação econômico-financeira da empresa;c. não representam informações úteis de análise;d. indicam aspectos da situação econômico-financeira que devem ser comparados a
outras empresas.
Resposta ComentadaA opção d é a correta.
Muito embora a Análise por Quocientes apresente desvantagens como número excessivo de
quocientes, dificuldades na determinação de padrões etc., é a técnica mais utilizada na análise
das demonstrações financeiras. Isso acontece porque ela atinge alto grau de profundidade
(permite estabelecer relações entre diversos demonstrativos contábeis), bem como minimiza
distorções por efeitos inflacionários dos quocientes extraídos dos Balanços Patrimoniais.
Atividade 21
Classificando quocientes Os quocientes ou índices são classificados em três grandes grupos:a. os quocientes estáticos, os patrimoniais e os de velocidade;b. os quocientes estáticos, os dinâmicos e os de velocidade;c. os quocientes dinâmicos, os operacionais e os de velocidade;d. os quocientes operacionais, os administrativos e os de velocidade.
Resposta ComentadaA opção b é a correta.
Como você aprendeu na aula anterior, esses quocientes ou índices são obtidos
de elementos do patrimônio (extraídos do BP) e do resultado (extraídos da DRE),
dividindo-se em:
• estáticos ou patrimoniais;
• dinâmicos ou operacionais;
• de velocidade.
Atividade 3
1
32 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 33
AU
LA 8
Tipos de AnáliseQue tipo de análise é utilizado para avaliar a capacidade da empresa de honrar suas obrigações? a. Análise do Ativo Total; b. Análise do Ativo Imobilizado; c. Análise de Liquidez; d. Análise do Ativo Realizável a Longo Prazo.
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
A análise que avalia a capacidade de pagamento é a Análise de Liquidez, feita por
meio dos índices que avaliam a capacidade financeira da empresa de honrar suas
obrigações para com terceiros na data do vencimento. Quando não se refere à data
de vencimento, trata-se da capacidade financeira de curto prazo.
De que vale a empresa apresentar capacidade de liquidez a longo prazo excelente, se
a curto prazo ela não tiver capacidade de honrar suas obrigações de curto prazo?
Atividade 41
Como calcular os índices?Você aprendeu, na aula passada, que cada um dos índices de liquidez é calculado de uma maneira. Correlacione a coluna da direita com a da esquerda, associando os nomes dos índices e suas fórmulas:
1. ILS ( )
ACPC
2. ILI ( )
3. ILC ( )
4. ILG ( ) DisponibilidadesPC
Resposta Comentada3, 1, 4 e 2.
Você estudou, na aula passada, que os índices de liquidez medem a capacidade
financeira da empresa. Esta capacidade de pagamento é mostrada pelo prisma de
volume (se a empresa tem recursos no Ativo suficientes para pagar as dívidas do
Passivo), mas não apresenta a qualidade desses ativos (duplicatas em atraso?
Dificuldades de realização dos estoques? etc.).
Atividade 51
AC – EstoquesPC
AC + ARLPPC + PELP
32 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 33
AU
LA 8
Você viu também que o cálculo dos índices de liquidez por meio das fórmulas representa
a primeira etapa no estudo dos indicadores financeiros. A etapa seguinte é formar conceito
a respeito do índice, se é bom, regular ou ruim, através das três formas compartivas:
a. pelo seu significado intrínseco,
b. pela análise temporal (Análise de tendências), e
c. pela análise interempresarial (índices-padrão).
Nesta atividade, você utilizou somente a primeira etapa do estudo dos indicadores financeiros,
isto é, o cálculo dos índices.
Identificando índicesSe você acrescentar às Disponibilidades da empresa os Direitos Realizáveis a Receber a curto prazo e dividi-los pelo montante do Passivo Circulante, você estará calculando o grau de liquidez:a. imediata;b. seca;c. corrente;d. geral.
Resposta ComentadaA opção b é a correta.
Você viu, na Aula 7, que o índice de liquidez seca pode ser calculado por meio
das seguintes fórmulas:
ILSAC Estoques
PC= −
ou
ILS = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo
; Passivo Circulante
; sendo assim, a segunda opção é a correta.
Atividade 61
34 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 35
AU
LA 8
Calculando índices de liquidez - IO Balanço Patrimonial da Empresa Natividade, encerrado em 31/12/X1, é demonstrado a seguir:
Sabendo-se que o Estoque era de R$ 52,50 mil, calcule:a. índice de liquidez corrente;b. índice de liquidez seca;c. índice de liquidez geral;
Resposta Comentadaa. ILC = 1,20
b. ILS = 0,50
c. ILG = 0,78
Nesta atividade, você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores
financeiros.
Você sabe que o ILC é apurado através da fórmula ILCACPC
= ; como foram
fornecidos os valores do AC e do PC, basta substituí-los na fórmula.
a. ILCACPC
milmil
= = =9075
1 20,
b.
c. ILG = AC + ARLP = 90 mil + 15 mil = 105 mil = 0,78 PC + PELP 75 mil + 60 mil 135 mil
Atividade 72
ATIVO R$ Mil PASSIVO R$ Mil
Ativo Circulante 90 Passivo Circulante 75
Ativo Realizável a Longo Prazo 15 Passivo Exigível a Longo Prazo 60
Ativo Permanente 135 Patrimônio Líquido 105
TOTAL 240 TOTAL 240
Balanço Patrimonial
ILSAC Estoques
PCmil mil
mil= − = − =90 52 50
750 50
,,
34 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 35
AU
LA 8
Calculando índices de liquidez - IIConsidere o Balanço Patrimonial da Empresa Comércio de Artefatos Couro Bom S.A., encerrado em 31 de dezembro de X1 e demonstrado a seguir.
Empresa Comércio de Artefatos Couro Bom S.A.
Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X1Sabendo que as disponibilidades e os estoques representam 5% e 20% do Ativo Circulante, respectivamente,apure:a. ILIb. ILCc. ILSd. ILG
Atividade 82
ATIVO R$ MIL
Ativo Circulante 6.000
Ativo Realizável a Longo Prazo 1.350
Ativo Permanente
Investimentos 2.250
Imobilizado 4.800
Diferido 600
TOTAL 15.000
PASSIVO R$ MIL
Passivo Circulante 4.500
Passivo Exigível a Longo Prazo 900
Patrimônio Líquido 9.600
TOTAL 15.000
Balanço Patrimonial
36 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 37
AU
LA 8
Resposta Comentadaa. ILI = 0,07
b. ILC = 1,33
c. ILS = 1,07
d. ILG = 1,36
Para a solução desta atividade, você deve rever os conceitos apresentados na Aula 7
– Análise por Quocientes – I, especificamente o primeiro passo do estudo dos indicadores
financeiros – cálculo dos índices.
a. ILIDisponibilidades
PC=
Como as disponibilidades representam 5% do AC, temos:
Disponibilidades = 0,05 de R$ 6.000 mil
Disponibilidades = R$ 300 mil
ILImilmil
= =3004 500
0 07.
,
b. ILCACPC
=
ILCmilmil
= =6 0004 500
1 33..
,
c. ILSAC Estoques
PC= −
Como os Estoques representam 20% do AC, temos:
Estoques = 0,20 de R$ 6.000 mil
Estoques = R$ 1.200 mil
ILSmil mil
mil= −6 000 1 200
4 500. .
.
ILSmilmil
= =4 8004 500
1 07..
,
d. ILGAC ARLPPC PELP
= ++
ILGmil milmil mil
= ++
6 000 1 3504 500 900. ..
ILGmilmil
= =7 3505 400
1 36..
,
36 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 37
AU
LA 8
Sobre o CCL...Qual das situações a seguir indica o Capital Circulante Líquido?a. Ativo Circulante – Passivo Exigível a Longo Prazo;b. Ativo Circulante + Passivo Circulante;c. Ativo Circulante – Passivo Circulante;d. Ativo Circulante – Passivo Exigível Total.
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
Você viu, em Contabilidade I, que o CCL é o excesso do AC sobre o PC, conforme
demonstrado no histograma a seguir:
Por exemplo: o AC de determinada empresa representa 70% do total do Ativo
e o PC 40% do total do Passivo; tem-se:
AC70%
PC40%
AC PC
PL60%
PL
AP30%
AP
a área em cinza-escuro representa
o CCL
CCL = AC – PC
CCL = 70% – 40%
CCL = 30%
Atividade 91
38 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 39
AU
LA 8
Sobre o Índice de Liquidez Corrente...Qual destas relações representa o índice de liquidez corrente (ILC)?
a. ILCCCL AC
PC= +
c. ILC CCLPCAC
= +
b. ILCAC PC
CCL= −
d. ILCCCLPC
= +1
Resposta ComentadaA opção d é a correta.
Em Contabilidade I, você estudou que o CCL é calculado pela seguinte fórmula:
CCL= AC – PC.
Precisa também relembrar os conceitos estudados em Álgebra, lá no Ensino
Fundamental, para resolução desta atividade.
O primeiro passo é substituir o CCL em todas as opções propostas.
Opção a:
ILCCCL AC
PC
ILCAC PC AC
PC
= +
= − +
ILCAC PC
PCFalsa= − →2
Opção b:
ILCAC PC
CCL= −
ILCAC PCAC PC
Falsa= −−
= →1
Opção c:
ILC CCLPCAC
= +
ILC AC PCPCAC
= − + ; colocando a fração com o mesmo denominador, você
chega a:
ILCAC PC x AC PC
AC
ILCAC x AC PC x AC PC
AC
=−( ) +
= − +
Atividade 101
ILCAC ACPC PC
ACFalsa= − + →
2
38 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 39
AU
LA 8
Opção d:
ILCCCLPC
= +1 ; sabendo-se que o CCL = AC – PC
ILCAC PC
PC= + −
1 ; colocando a fração com o mesmo denominador, temos:
ILCx PC AC PC
PC
ILCPC AC PC
PC
ILCACPC
Verdadeira
= + −
= + −
= →
1
Calculando o CCL - IO Ativo Circulante da Empresa Saquarema é de R$ 320.000, e o Passivo Circulante, de R$ 200.000. Ao quitar uma obrigação com fornecedores no valor de R$ 60.000, seu CCL passa para:a. R$ 140.000; c. R$ 120.000; b. R$ 180.000; d. R$ 100.000.
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
Ao quitar a obrigação com fornecedor no valor de R$ 60.000, este
FATO CONTÁBIL fez com que o AC e o PC diminuíssem para R$ 260.000 e
R$ 140.000, respectivamente.
Para apurar o CCL, basta aplicar a fórmula:
CCL = AC – PC
CCL = R$ 260.000 – R$140.000
CCL = R$ 120.000
Atividade 112
FA T O C O N T Á B I L
Qualquer movimentação nos elementos do patrimônio
traduzida em moeda.
40 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 41
AU
LA 8
Calculando o CCL - IIDado o Balancete de Verifi cação da Empresa Cabo Frio em 31/12/X2, calcule o Capital Circulante Líquido.
Resposta ComentadaCCL = R$ 1.920 mil
O CCL é dado pela fórmula CCL = AC – PC; portanto, você deve calcular o
AC e o PC, os quais são demonstrados a seguir:
Atividade 122
R$ MIL
CONTAS SALDO
DEVEDOR CREDOR
Caixa 105
Bancos Conta Movimento 210
Adiantamentos a Fornecedores 255
Duplicatas a Receber 450
Imóveis 1.050
Estoques de Matérias-Primas 1.200
Estoques de Produtos Acabados 1.200
Veículos 300
Máquinas e Equipamentos 360
Juros Pagos Antecipadamente 75
Seguros Pagos Antecipadamente 75
Capital 900
Adiantamentos de Clientes 225
Duplicatas a Pagar 675
Depreciação Acumulada 180
Fornecedores 300
Lucros Acumulados 1.800
Reservas de Lucros 750
Salários a Pagar 270
Impostos a Pagar 180
TOTAL 5.280 5.280
40 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 41
AU
LA 8
Empresa Cabo Frio
Balanço Patrimonial em 31/12/X2
Após apurados o AC e o PC, você tem condições de calcular o CCL.
CCL = AC – PC
CCL = R$ 3.570 mil – R$ 1.650 mil
CCL = R$ 1.920 mil
R$ MIL
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTECaixa 105 Fornecedores 300Bancos Conta Movimento 210 Adiantamento de Clientes 225Adiantamentos a Fornecedores 255 Duplicatas a Pagar 675Duplicatas a Receber 450 Salários a Pagar 270Estoques de Matérias-Primas 1.200 Impostos a Pagar 180Estoques de Produtos Acabados 1.200Juros Pagos Antecipadamente 75Seguros Pagos Antecipadamente 75TOTAL DO AC 3.570 TOTAL DO PC 1.650
Balanço Patrimonial
Calculando o ILCCalcule o índice de liquidez corrente, sabendo que:a. o índice de liquidez seca é igual a 1,6;b. os estoques valem R$ 60.000,00; c. o Passivo Circulante é igual a R$ 180.000,00.
Em seguida, assinale a opção que corresponde à sua resposta:a. 1,27;b. 1,93;c. 1,50;d. 2,00.
Atividade 132
42 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 43
AU
LA 8
Resposta ComentadaA opção b é a correta.
Para calcular o ILC, é necessário saber o valor do AC, que não foi fornecido
no enunciado.
Como foram dados os valores do ILS e dos Estoques, você deve substituí-los
na fórmula do ILS, conforme é demonstrado a seguir:
ILSAC Estoques
PCAC
= −
= −1 6
60 000180 000
,.
.
1,6 x 180.000 = AC – 60.000
288.000 + 60.000 = AC
348.000 = AC
Apurado o valor do AC, basta aplicar a fórmula do ILC:
ILCACPC
= = =348 000180 000
1 93..
,
Calculando ILI e ILSSuponha que a Empresa Iguaba tenha em seu Ativo Circulante: Disponíveis no valor de R$ 100.000,00; Direitos a Receber de curto prazo de R$ 400.000,00; Estoques de R$ 500.000,00; Despesas Antecipadas de R$ 50.000,00. O seu Passivo Exigível de Curto Prazo totaliza R$ 1.000.000,00. O grau de liquidez imediata e o de liquidez seca serão, respectivamente:a. 1,00 e 0,10;b. 0,50 e 0,40;c. 0,10 e 0,50;d. 0,50 e 0,10.
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
As fórmulas de liquidez imediata e seca são:
ILI = Disponibilidades e ILS = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo; Passivo Circulante Passivo Circulante
sendo assim, aplicando os valores às respectivas fórmulas, você verá que a opção correta é
“0,10 e 0,50”, conforme demonstrado a seguir:
ILI
ILS
= =
= + =
100 0001 000 000
0 10
100 000 400 0001 000 000
500
.. .
,
. .. .
.00001 000 000
0 50. .
,=
Atividade 142
42 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 43
AU
LA 8
Calculando liquidez correnteSe uma empresa tiver um Ativo Circulante de R$ 3.600,00, um Passivo Circulante de R$ 1.400,00 e fi zer uma aquisição de mercadorias a prazo no valor de R$ 1.600,00, sua liquidez corrente será de:a. 2,57;c. 1,73;d. 3,71;e. 1,20.
Resposta ComentadaA opção b é a correta.
A fórmula da liquidez corrente é: ILCACPC
= = ++
=3 600 1 6001 400 1 600
1 73. .. .
, .
A aquisição de mercadorias aumentou o valor do Ativo Circulante. Como esta
aquisição é para pagamento no curto prazo, o Passivo Circulante aumentou
também neste mesmo valor.
Atividade 15
Repare que, nesta atividade, utilizou-se a fórmula do ILS que exclui, além dos estoques, todas
as contas que não representam conversão em dinheiro (despesas antecipadas, impostos a recuperar etc.).!!
2
O ILS é...Se uma empresa tiver um Ativo Circulante de R$ 5.400,00, composto de disponibilidades e direitos realizáveis a curto prazo, um Passivo Circulante de R$ 2.100,00 e fi zer uma aquisição de mercadorias a prazo no valor de R$ 1.200,00, sua liquidez seca será de:a. 1,64;b. 2,57;c. 3,14;d. 2,00.
Resposta ComentadaA opção a é a correta.
Após este fato contábil, o AC passou a ser de R$ 6.600,00 (R$ 5.400,00 + R$ 1.200,00)
e o PC, R$ 3.300,00 (R$ 2.100,00 + R$ 1.200). Aplicando a fórmula do ILS, temos:
ILSAC Estoques
PC= − = − =6 600 1 200
3 3001 64
. ..
,
Atividade 161
44 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 45
AU
LA 8
De quanto é o ILC?O Balanço Patrimonial da Empresa Alvorada em 31 de dezembro de X1 revelava um Ativo Circulante no valor de R$ 2.800,00 e um Passivo Circulante de R$ 1.700,00. A primeira operação realizada em 1/1/X2 foi a aquisição de mercadorias no valor de R$ 800,00 a prazo. Calcule o índice de liquidez corrente após a realização dessa operação. a. 1,65 c. 2,12b. 0,61 d. 1,44
Resposta ComentadaA opção d é a correta.
Para a solução desta atividade, você deve rever os conceitos apresentados na
Aula 7 – Análise por Quociente – I.
Você viu que o ILC é apurado por meio da fórmula ILCACPC
= .
Com a aquisição de Mercadorias no valor de R$ 800,00, a prazo, em 1/1/X2,
o AC passou de R$ 2.800,00 para R$ 3.600,00 e o PC passou de R$ 1.700,00
para R$ 2.500,00.
Aplicando a fórmula do ILC, temos: ILCACPC
ILC
=
= =3 6002 500
1 44..
,
Atividade 172
Avaliando a situação de uma empresa – I
Examine a série histórica a seguir:Podemos afi rmar que o índice de liquidez corrente está melhor no ano: a. X2, com quociente 4,67; c. X4, com quociente 1,50; b. X3, com quociente 1,60; d. X4, com quociente 4,00.
Atividade 183
GRUPO X2 X3 X4Ativo Circulante 200 320 480Ativo Permanente 500 800 1.200Passivo Circulante 150 200 320
2
44 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 45
AU
LA 8
Resposta ComentadaA opção b é a correta.
1º passo: Apurar os ILC de X2, X3 e X4, conforme demonstrado a seguir:
2º passo: Interpretar o índice
Você estudou que, à exceção do ILI, os demais índices de liquidez pertencem
à categoria de “quanto maior, melhor”. Portanto, a opção correta é "X3, com
quociente 1,60".
FÓRMULA X2 X3 X4
ILCACPC
= 200150
1 33= ,320200
1 60= ,480320
1 50= ,
Calculando um índice a partir de outroA Empresa Rio Bonito apresentou em 31/12/X2 um índice de liquidez seca igual a 1,5, estoques no valor de R$ 100.000,00 e Passivo Circulante igual a R$ 250.000,00. Qual o índice de liquidez corrente? a. 1,6;b. 1,9;c. 1,1;d. 1,8.
Resposta ComentadaA opção correta é a b. Para a resolução desta atividade, você deve utilizar o
primeiro passo relativo ao estudo dos indicadores fi nanceiros, ou seja, cálculo
dos índices por meio de fórmulas.
ILSAC Estoques
PCILC
ACPC
= − =
Substituindo os valores da fórmula do ILS, temos:
1 5100 000
250 000,
..
= −AC
375.000 = AC – 100.000
375.000 + 100.000 = AC
475.000 = AC
Calculado o valor do AC, basta substituí-lo na fórmula do ILC:
ILCACPC
ILC
=
= =475 000250 000
1 90..
,
Atividade 192
46 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 47
AU
LA 8
Analisado uma empresaConsiderando os indicadores a seguir, marque a opção mais viável para a Empresa Pão de Açúcar:
AC = 1,75; 2,00; 3,00 Disponibilidades + Direitos Realizáveis a C P = 1,50; 0,80; 0,60PC PC
a. ( ) há aumento do Permanente;b. ( ) há aumento dos Estoques;c. ( ) há aumento do Patrimônio Líquido;d. ( ) há aumento de dívidas de curto prazo.
Resposta ComentadaA opção b é a correta.
Nesta atividade, você conclui que a opção mais viável é a segunda (“há aumento
dos Estoques”), já que este aumento propiciou índices mais favoráveis no ILC e
desfavoráveis no ILS. A exclusão da conta Estoques do total do Ativo Circulante
provocou acentuada queda nos índices de liquidez seca. Já os aumentos do
Permanente e do Patrimônio Líquido não interferem no ILC e no ILS. O aumento
das dívidas de curto prazo iria diminuir o ILC e aumentar o ILS.
Atividade 203
Definindo índicesFaça a correlação:1. ILS 2. ILC 3. ILG
( ) A empresa dispõe de “X” reais no Ativo Circulante para cobrir cada R$ 1,00 de obrigações vencíveis de curto prazo.( ) A empresa dispõe de “X” reais do total dos recursos aplicados no Ativo Circulante, excluídos os estoques, para cobrir cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo.( ) A empresa dispõe de “X” reais do total dos recursos aplicados no Ativo Circulante e no Ativo Realizável a Longo Prazo para cobrir cada R$ 1,00 do total das dívidas.
Resposta Comentada2, 1 e 3.
Para responder a esta atividade, você utilizou a segunda etapa do estudo dos
indicadores financeiros, isto é, a interpretação dos índices. Este assunto está
explicado na aula anterior e, caso você tenha ficado com dúvidas, é melhor
retornar àquele conteúdo para saná-las!
Atividade 213
46 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 47
AU
LA 8
Verdadeiro ou falso?I. O índice de liquidez imediata é a medida da capacidade financeira imediata para liquidação, num só momento, de todos os compromissos assumidos com terceiros, vencíveis no prazo de até doze meses utilizando somente recursos disponíveis.a. verdadeiro b. falso
II. Se o índice de liquidez corrente for menor que 1,0, isso significa que necessariamente a empresa apresenta uma situação de incapacidade de pagamento. a. verdadeiro b. falso
III. O índice de liquidez corrente da Indústria Química Rio das Ostras relativo ao último exercício foi de 1,4. Somente com esse indicador você pode concluir que a empresa não terá dificuldades para honrar seus compromissos para com terceiros.a. verdadeiro b. falso
Resposta ComentadaI. A opção a é a correta.
Na aula anterior, você estudou que o ILI é aquele que mede a capacidade financeira
da empresa utilizando somente as disponibilidades (Caixa, Bancos Conta Movimento e
Aplicações de Liquidez Imediata) para honrar todas as obrigações vencíveis a curto prazo
(Passivo Circulante).
II. A resposta é a opção b.
A princípio, um índice de liquidez corrente menor que 1,0 mostra que o volume de recursos
investidos no Ativo Circulante é insuficiente para saldar os compromissos de curto prazo, mas
isto não significa necessariamente que a empresa apresenta incapacidade de pagamento, uma
vez que (você já viu em comentários anteriores) a capacidade de pagamento envolve outros
aspectos como sincronia de prazos de recebimentos e pagamentos, qualidade dos ativos etc.;
portanto, a opção é falsa.
III. A resposta é a opção b.
Nesta atividade, repare que o ILC é 1,4, ou seja, maior que 1, o que a princípio revela que
para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo (PC) a empresa possui R$ 1,40 de recursos no
AC. Isto, no entanto, não é suficiente para atestar que a empresa irá honrar essas obrigações
na data de vencimento, porque não sabemos a sincronia de prazos de recebimentos e
pagamentos, a qualidade do Ativo Circulante (duplicatas em atraso, estoques obsoletos,
renovação dos estoques demorada etc.), já que as obrigações são líquidas e certas;
portanto, a afirmação é falsa.
Atividade 221
48 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 49
AU
LA 8
Interpretando um ILISe a empresa obtiver uma liquidez imediata igual a 0,7, pode-se afirmar que:a. Para cada R$ 0,70 do Ativo Permanente, a empresa deve, no curto prazo, R$ 1,00;b. Para cada R$ 0,70 de disponibilidades, a empresa deve, no curto prazo, R$ 1,00;c. Para cada R$ 0,70 do Ativo Circulante, a empresa deve R$ 1,00;d. Nenhuma das Respostas Anteriores (N.R.A.).
Resposta ComentadaA opção b é a correta.
A opção a não se justifica, por fazer a relação do Ativo Permanente com o Passivo Circulante,
quando o correto é Disponibilidades com o Passivo Circulante. A opção c também é incorreta,
por utilizar a fórmula de liquidez imediata errada.
Atividade 233
Significado do ILCO índice de liquidez corrente mostra quantos reais a empresa tem:a. no seu Ativo para cada real de dívida de curto prazo;b. no Ativo Circulante para cada real de dívida de curto prazo;c. no Ativo Circulante para cada real de dívida total;d. no Ativo Permanente para cada real do Patrimônio Líquido.
Resposta ComentadaA opção b é a correta.
Veja os comentários da Atividade 5. Nesta atividade você utilizou a segunda etapa do estudo
dos indicadores financeiros, em uma das formas de comparação: a interpretação do seu
valor intrínseco, como podemos explicá-los.
As demais opções estão erradas pelos seguintes motivos:
Opção a: repare, no enunciado, que ele se refere ao total do Ativo e não do Ativo
Circulante;
Opção c: o enunciado refere-se à dívida total e não às dívidas vencíveis a curto prazo (PC);
Opção d: você viu que a fórmula do ILC é ACPC
e não Ativo PermanentePL
.
Atividade 241
48 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 49
AU
LA 8
Calculando índicesOs seguintes dados foram extraídos do Balanço Patrimonial da Indústria de Papel Sapucaia:
Agora, preencha as linhas pontilhadas com as informações solicitadas:a. índice de liquidez corrente: ....................Para cada R$ 1,00 de ................................... vencíveis a ..................... prazo, a empresa possui R$ .............. de valores disponíveis e realizáveis no Ativo .....................b. índice de liquidez seca: ..............Para cada R$ 1,00 de .................................. vencíveis a ....................... prazo, a empresa possui R$ .............., sem contar com a realização das vendas de seus estoques.c. índice de liquidez geral: ..............Para cada R$ 1,00 do total das .................................., a empresa dispõe de R$ ................. de recursos disponíveis e realizáveis a curto e longo prazo.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você precisa apurar o ILC, ILS e ILG, conforme demonstrado no
quadro a seguir:
FÓRMULA
ILCACPC
ILCAC Estoques
PC
ILGAC ARLPPC PELP
=
= −
= ++
ILCmilmil
ILCmil mil
mil
ILGmil
= =
= − =
=
441264
1 67
441 77264
1 38
441
,
,
+++
=130264 100
1 57mil
mil mil,
Após a apuração dos índices, você deverá interpretá-los em sua forma intrínseca (segundo
passo no estudo dos indicadores financeiros).
Confira sua resposta:
a. ILC = 1,67 Dívidas (obrigações) curto R$ 1,67 Circulanteb. ILS = 1,38 Dívidas (obrigações) curto R$ 1,38 -c. ILG = 1,57 Dívidas (obrigações) - R$ 1,57 -
Atividade 2532
R$ MIL
Ativo Circulante 441Mercadorias
Ativo Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante
Passivo Exigível a Longo Prazo
77
130
264
100
Balanço Patrimonial
50 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 51
AU
LA 8
Interpretando ILC – ISe a empresa obtiver uma liquidez corrente igual a 1,0, pode-se concluir que:a. O Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante;b. O Capital Circulante Líquido é zero;c. O Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante;d. As opções a e b estão corretas.
Resposta ComentadaA opção correta é a d.
Para responder a esta atividade, você deverá testar cada opção proposta.
Opção a: AC = PC
Você aprendeu que o ILCACPC
=
Como o ILC fornecido é igual a 1, tem-se: 1 = ACPC
1 x PC = AC
PC = AC -> Esta opção é correta.
Opção b: CCL = 0
O CCL é representado pela seguinte fórmula:
CCL = AC – PC
Como você viu na opção a que o AC é igual a PC, tem-se:
CCL = PC – PC
CCL = 0 -> Esta opção também está correta.
Opção c: AC < PC
Esta alternativa está incorreta pelos motivos apresentados anteriormente.
Opção d: AC = PC e CCL = 0
É a opção que você deve marcar, pois engloba as opções a e b, que são
verdadeiras.
Atividade 263
50 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 51
AU
LA 8
Interpretando ILC – IISe a empresa apresentar uma liquidez corrente de 1,5, pode-se concluir que:a. Para cada R$ 150 do Ativo, o Passivo Circulante é de R$ 100;b. Para cada R$ 150 de Ativo Circulante, a empresa deve R$ 100;c. Para cada R$ 150 de Ativo Circulante, a empresa deve no curto prazo R$ 100;d. N.R.A.
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
A opção a não se justifica, por fazer a relação de todo o Ativo com o Passivo Circulante, quando
o correto é Ativo Circulante e Passivo Circulante. A opção b também não é correta, por não
explicitar que as dívidas são de curto prazo.
Atividade 273
Interpretando ILC - IIIUma empresa com quociente de liquidez corrente igual a 0,80a. está falida;b. não consegue pagar suas dívidas;c. deve reduzir o Ativo e o Passivo Circulantes;d. dependendo de outros fatores, pode ser capaz de honrar suas dívidas de curto prazo sem problemas.
Resposta ComentadaA opção d é a correta.
Com relação a esta atividade, você pode até achar que com um ILCACPC
= = 0 80, a
empresa está falida ou não tem condições de pagar as dívidas de curto prazo por apresentar
este indicador inferior a 1,0. Na verdade, o ILC < 1 significa que os volumes de recursos no
AC a princípio não seriam suficientes para honrar as dívidas de curto prazo (PC). Entretanto,
lembre-se de que a capacidade de pagamento leva em consideração outros fatores, como
sincronia entre prazo de recebimento e pagamento, giro dos estoques, liquidez dos ativos
circulantes etc.
A terceira opção, “reduzir o Ativo e o Passivo Circulantes”, está incorreta, uma vez que para atingir
um ILC igual ou superior a um haveria a necessidade de elevar o AC ou reduzir o PC.
Atividade 283
52 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 53
AU
LA 8
Interpretando ILS - IQual das afi rmativas a seguir está correta, em se tratando do índice de liquidez seca? a. ILS < 1 indica sempre excesso de estoques no Ativo Circulante; b. ILS = 1 indica que o Ativo Circulante, excluídos os estoques, não é sufi ciente para saldar as obrigações de curto prazo;c. a interpretação do ILS deve ser feita junto com informações acerca do prazo em que a empresa espera vender seus estoques.
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
Para responder a este tipo de atividade, é necessário analisar cada uma das
opções propostas.
Opção a: falsa.
O ILS < 1 não signifi ca excesso de estoques no AC, conforme é demonstrado
no exemplo a seguir:
Repare que o ILS = 0,40, menor do que 1, representa apenas 20% do AC.
Opção b: falsa.
O ILS = 1 indica que o Ativo Circulante, excluídos os estoques, não é sufi ciente
para saldar as obrigações de curto prazo, como é demonstrado no exemplo a
seguir:
Note que ILS = 1,00, e a empresa dispõe de recursos circulantes sem precisar
realizar seus estoques, isto é, vendê-los.
Opção c: verdadeira.
A interpretação do ILS deve ser feita junto com informações acerca do prazo em que
a empresa espera vender seus estoques. O ILS deve ser analisado em conjunto
com o Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE).
Atividade 293
AC R$ 100Estoques R$ 20PC R$ 200ILS 0,40
AC R$ 200Estoques R$ 50PC R$ 150ILS 1,00
52 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 53
AU
LA 8
Interpretando a situação de uma empresa pelo seu ILCSuponha que certa empresa tenha dificuldades para saldar as dívidas de curto prazo, embora sua liquidez corrente seja superior a 1,00. Qual a justificativa para essa situação?a. a empresa deve ter prazos de pagamento com vencimentos posteriores aos de recebimento dos direitos de curto prazo;b. a empresa deve ter maiores valores monetários de compras a prazo e maiores valores monetários de vendas a prazo;c. a empresa deve ter prazos de pagamentos com vencimentos anteriores aos de recebimentos de direitos de curto prazo;d. a empresa deve ter menores Ativos do que os valores do Patrimônio Líquido.
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
A justificativa para essa situação é que “a empresa deve ter prazos de pagamentos com
vencimentos anteriores aos de recebimento”, ou seja, as datas de pagamento devem ocorrer
antes da realização dos recebimentos.
As demais opções são incorretas, pois ter maiores valores monetários de compras a prazo e
maiores valores monetários de vendas a prazo depende da sincronia entre prazo de recebimento
e pagamento. Se a empresa tiver prazos de pagamento maiores do que os de recebimentos, a
princípio, não deverá ter dificuldades para saldar suas dívidas de curto prazo.
Finalmente, a última opção não procede, já que estamos falando de indicadores de
liquidez.
Atividade 303
Interpretando ILS – IIUma empresa apresentou um ILS de 1,2. Interprete este valor e diga se pode ser admitido como bom ou ruim.___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEsse índice pode ser considerado bom.
Você viu, na Aula 7, que a interpretação de qualquer índice tem de levar em consideração
outros fatores, tais como: índice médio do setor, índices-padrão, tendência etc.
Nesta atividade, temos um único dado disponível: ILS = 1,2; seu significado
intrínseco diz que, para cada R$ 1,00 de obrigações vencíveis a curto prazo,
a empresa dispõe de R$ 1,20 de recursos circulantes, sem precisar realizar as
vendas dos Estoques (AC – Estoques).
Atividade 313
54 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 55
AU
LA 8
Tomando decisões com base nos índicesA Empresa Cabo Frio apresenta em seu Balanço Patrimonial projetado, antes do final do ano, os seguintes valores no Circulante:AC = R$ 3.600,00 PC = R$ 3.000,00Todavia, o presidente não está satisfeito com a liquidez corrente de 1,20; ele deseja uma LC de 2,00. Qual a decisão que você, como contador, tomaria:a. Não tomaria nenhuma decisão por estar próximo ao final do ano;b. Não faria nada porque o Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante;c. Maquiaria o Balanço Patrimonial;d. Pagaria R$ 2.400,00 das dívidas de curto prazo.
Resposta ComentadaA opção d é a correta.
Para obter o ILC desejado pelo presidente da Empresa Cabo Frio dentro das opções
propostas, a empresa deveria pagar R$ 2.400,00 das dívidas de curto prazo. Ao
efetuar essa transação, o AC passaria de R$ 3.600,00 para R$ 1.200,00 e o PC
diminuiria para R$ 600,00, conforme demonstrado a seguir:
ILCACPC
= = −−
= =3 600 2 4003 000 2 400
1 200600
2 0. .. .
.,
Assim, seria atendida a determinação do presidente.
Atividade 323
Calculando valores a partir dos índicesCom as informações que você teve na Aula 7 sobre índice de liquidez, preencha os espaços pontilhados no BP da Empresa Araruama, sabendo que:a. ILC = 1,60.b. 40% do Ativo foram financiados por recursos de terceiros.c. ILG = 1,40.d. ILI = 0,30.
e. ILS = 1,00.
Atividade 332
54 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 55
AU
LA 8
Empresa AraruamaBalanço Patrimonial em 31/12/X3
Resposta ComentadaEmpresa Araruama
Balanço Patrimonial em 31/12/X3
Para a resolução desta atividade, você deve testar as fórmulas de liquidez
apresentadas para saber qual delas se ajusta aos poucos dados fornecidos pelo
enunciado.
ILCACPC
= = 1 60, : não podemos utilizar, em um primeiro momento, este
dado, pois ainda não sabemos o valor do AC nem do PC.
Em R$
ATIVO PASSIVOCIRCULANTE CIRCULANTE Disponível _______ Fornecedores ______ Duplicatas a Receber _______ Estoques _______ EXIGÍVEL DE LONGO PRAZOTOTAL do CIRCULANTE _______ Financiamento _______
PERMANEMTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Investimentos 20.000 Capital 100.000 Imobilizado 40.000 Lucros Acumulados _______ Diferido _______ TOTAL do PATRIMÔNIO. LÍQUIDO _______TOTAL do PERMANENTE _______
TOTAL 400.000 TOTAL _______
Balanço Patrimonial
Em R$
ATIVO PASSIVOCIRCULANTE CIRCULANTE Disponível 42.000 Fornecedores 140.000 Duplicatas a Receber 98.000 Estoques 84.000 EXIGÍVEL DE LONGO PRAZOTOTAL do CIRCULANTE 224.000 Financiamento 20.000
PERMANENTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Investimentos 20.000 Capital 100.000 Imobilizado 40.000 Lucros Acumulados 140.000 Diferido 116.000 TOTAL do PATRIMÔNIO LÍQUIDO 240.000TOTAL do PERMANENTE 176.000
TOTAL 400.000 TOTAL 400.000
Balanço Patrimonial
56 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 57
AU
LA 8
Já o segundo dado é útil, porque 40% do Ativo foram financiados por recursos de terceiros
(40% de R$ 400.000,00 = R$ 160.000,00). Sabemos também que Ativo = Passivo Exigível
+ PL; logo, Passivo Exigível + PL = R$ 400.000,00. Como 40% foram financiados com
capital de terceiros, podemos deduzir que Passivo Circulante + Exigível de Longo Prazo
totalizam a R$ 160.000,00.
A informação de que o ILG = 1,40 é de extrema importância. Você sabe que:
ILGAC ARLPPC PELP
= ++
=1 40, , como PC + PELP = R$ 160.000,00, e no exercício
não há valores para ARLP; podemos calcular o AC. Temos que AC
160 0001 4
.,= ;
logo,
AC = 224.000.
Conhecendo o valor do AC, você pode substituí-lo na fórmula do ILC para calcular o valor
do PC:224 000
1 6 140 000.
, . .PC
PC= =
Por exclusão, você descobre que o valor das dívidas de longo prazo (PELP) é de R$ 20.000,00,
já que o total dos recursos de terceiros era de R$ 160.000,00 e as dívidas de curto prazo
(PC) eram de R$ 140.000,00.
160 000 140 000 20 000. . .= − → =PELP PELP
Em seguida, você calcula o valor das Disponibilidades por meio da fórmula da ILI:
ILIDisponibilidades
PCDisponibilidades
=
=0 30140 000
,.
0,30 x 140.000 = Disponibilidades
42.000 = Disponibilidades
Utilizando a fórmula do , você calcula o valor das Duplicatas a
Receber, que neste exemplo são os Direitos Realizáveis a Curto Prazo:
1,00 = 42.000 + Duplicatas a Receber Duplicatas a Receber = 98.000 140.000
O valor dos Estoques é calculado pela diferença do AC com as Disponibilidades e as Duplicatas
a Receber. Vejamos:
Estoques = 224.000 – 42.000 – 98.000 = 84.000
Para calcular o valor do AP, você deve ter feito os seguintes cálculos:
sabendo que AC + AP = Ativo Total, temos que:
AP = 400.000 – 224.000 = 176.000
ILSDisp Dir al CP
PC= +. . Re .
56 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 57
AU
LA 8
Apurado o valor do Ativo Permanente, você tem condições de determinar o subgrupo
Diferido. Você viu em Contabilidade II que o Ativo Permanente é constituído pelos subgrupos:
Investimentos, Imobilizado e Diferido.
Desse modo, temos: AP = Investimentos + Imobilizado + Diferido
176.000 = 20.000 + 40.000 + Diferido
176.000 – 20.000 – 40.000 = Diferido
116.000 = Diferido
Finalmente, para calcular o Patrimônio Líquido e os Lucros Acumulados, basta você excluir
do Total do Passivo (400.000) o PC (140.000) e o PELP (20.000).
PL = 400.000 – 140.000 – 20.000 = 240.000
Sendo o PL de R$ 240.000 e o Capital de R$ 100.000, por exclusão, os Lucros Acumulados
serão de R$ 140.000.
Avaliando a capacidade financeira de uma empresaA capacidade financeira da Empresa Corcovado revelava os seguintes quocientes:• liquidez corrente: 1,6• liquidez seca: 1,0• liquidez imediata: 0,4Assinale a(s) resposta(s) incorreta(s):a. o Ativo Circulante era 60% maior do que o Passivo Circulante.b. as obrigações do Passivo Circulante correspondiam aos valores das Disponibilidades e dos Direitos Realizáveis a Curto Prazo.c. as Disponibilidades correspondiam a 40% dos Estoques.
Resposta ComentadaA opção c é a incorreta.
Uma das maneiras de responder a esta atividade seria apurar os valores que compõem os
elementos das fórmulas relativas aos índices.
ILCACPC
=
ILC = 1,6 significa que o AC > PC.
1 6, = ACPC
Se, por hipótese, PC = 100, temos:
1,6 x 100 = AC
160 = AC
Atividade 343
58 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 59
AU
LA 8
ILS = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto PrazoPC
ILS = 11 = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo
100
100 = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo
ILS = Disponibilidades PC
0,4 = Disponibilidades 100
0,4 x 100 = Disponibilidades
40 = Disponibilidades
Sabendo o valor das Disponibilidades, você pode calcular o valor dos Direitos Realizáveis a
Curto Prazo, utilizando o ILS.
1 = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo100
100 = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo
100 = 40 + Direitos Realizáveis a Curto Prazo
100 – 40 = Direitos Realizáveis a Curto Prazo
60 = Direitos Realizáveis a Curto Prazo
Como AC = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo + Estoques, você tem
condições de apurar o valor dos Estoques, conforme demonstrado a seguir:
160 = 40 + 60 + Estoques
160 = 100 + Estoques
160 – 100 = Estoques
60 = Estoques
Pelo exposto, você conclui que as alternativas a e b estão corretas, porém a opção c – “as
Disponibilidades correspondiam a 40% dos Estoques” – é a incorreta, já que correspondiam
a 40% do Passivo Circulante e não dos Estoques.
58 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 59
AU
LA 8
Calculando o ILGOs Balanços Patrimoniais da Empresa Três Rios Ltda. estavam assim representados:
Considerando que a inflação no ano X3 foi de 15%, podemos afirmar que o quociente de liquidez geral:a. em X3 era menor que o quociente de liquidez corrente;b. em X2 era maior que em X3;c. em X2 era igual ao quociente de liquidez corrente;d. indica que a situação da empresa em 31/12/X2 era mais favorável que em31/12/X3;e. não houve alteração na situação financeira da empresa.
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
Para resolver esta atividade, você precisa calcular o ILC e o ILG, conforme
demonstrado no quadro a seguir:
FÓRMULA 31/12/X2 31/12/X3
ILCACPC
= ILC = =16 80024 000
0 70..
, ILC = =21 60028 800
0 75..
,
ILGAC ARLPPC PELP
= ++
ILG = ++
=16 800 84024 000 1 200
0 70.. .
, ILG = ++
=21 600 3 60028 800 0
0 88. .
.,
Comparando os índices apurados com as opções propostas, você estará apto para responder
esta atividade.
Em relação à inflação no ano X3, cabe ressaltar que a Análise por Quocientes tem como
uma das vantagens a minimização dos efeitos inflacionários, já que os valores do Balanço
Patrimonial encontram-se, de maneira geral, com o mesmo poder aquisitivo. Ao dividir
os valores do Balanço Patrimonial, o efeito da inflação é eliminado. Por exemplo, se
excluíssemos o impacto de 15% da inflação nos valores de X3, teríamos:
Atividade 352
ATIVO 31/12/X2 31/12/X3Circulante 16.800 21.600Realizável a Longo Prazo 840 3.600Permanente 33.960 44.400TOTAL 51.600 69.600
PASSIVO 31/12/X2 31/12/X3Circulante 24.000 28.800Exigível a Longo Prazo 1.200 -Patrimônio Líquido 26.400 40.800TOTAL 51.600 69.600
Balanço Patrimonial
60 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 61
AU
LA 8
AC: 21.600
(-) efeito da inflação: 3.240 (21.600 x 0,15)
AC deflacionado: 18.360
PC: 28.800
(-) efeito da inflação: 4.320 (28.800 x 0,15)
PC deflacionado: 24.480
Apurando o ILC (sem o impacto inflacionário), temos:
ILC = 18 36024 480
..
ILC = 0,75; observe que o ILC é o mesmo com os valores do apurado com os
valores inflacionados.
Mais índicesSabendo que a Cia. Vitória apresenta a seguinte posição:
DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7 X8Ativo Circulante 1.400 5.100 13.200 22.800Estoques 700 3.000 10.200 15.000Passivo Circulante 1.100 4.800 12.100 20.500
E que os índices recomendáveis para o setor dessa empresa são:
DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7 X8Liquidez corrente 1,22 1,18 1,15 1,32Liquidez seca 0,99 0,83 0,78 0,76
Calcule a liquidez corrente e a liquidez seca para cada período e defina a capacidade de pagamento dessa empresa em relação aos índices setoriais.
Atividade 3632
60 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 61
AU
LA 8
Resposta Comentada
DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7 X8Liquidez corrente 1,27 1,06 1,09 1,11Liquidez seca 0,64 0,44 0,25 0,38
Para resolver esta atividade, você deve inicialmente aplicar os indicadores de liquidez
corrente e liquidez seca aos valores apresentados para a Cia. Vitória.
ILC = Ativo Circulante e Passivo Circulante
ILS = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo ou Passivo Circulante
ILS = Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante
Na liquidez corrente, temos:
ILC ILC
LC
X X
X
5 6
7
1 4001 100
1 275 1004 800
1 06
13 20012 10
= = = =
=
.
.,
.
.,
.
. 001 09
22 80020 500
1118= = =,..
,ILCX
Para calcular a liquidez seca, você deve adotar a segunda fórmula apresentada, já que,
para utilizar a primeira, seria necessário saber os valores das Disponibilidades e dos Direitos
Realizáveis a Curto Prazo, o que não foi apresentado nesta atividade.
ILC ILC
LC
X X
X
5 6
7
1 400 7001 100
0 645 100 3 000
4 8000 44
1
= + = = − =
=
..
,. .
.,
33 200 10 20012 100
0 2522 800 15 000
20 5000 388
. ..
,. .
.,
− = = − =ILCX
Você pode observar que apenas a liquidez corrente da Cia. Vitória em X5 conseguiu superar
o quociente recomendado para esse setor.
Nos demais exercícios sociais, tanto a liquidez corrente como a seca estiveram abaixo dos
indicadores recomendados para este ramo de atividade, conforme demonstrado a seguir:
ILCDISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7 X8Cia. Vitória 1,27 1,06 1,09 1,11Setor 1,22 1,18 1,15 1,32
ILSDISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7 X8Cia. Vitória 0,64 0,44 0,25 0,38Setor 0,99 0,83 0,78 0,76
62 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 63
AU
LA 8
Interpretando situações de empresas com base na Análise por LiquidezDas demonstrações fi nanceiras das Empresas Búzios, Cabo Frio e Araruama foram extraídos os seguintes índices de liquidez:
Marque com X qual das três empresas apresenta:
Resposta Comentada
Interpretando o ILC, observa-se que a Empresa Araruama possui o maior índice de liquidez
corrente; portanto, apresenta situação fi nanceira a curto prazo “mais folgada”, pois para cada
R$ 1,00 de dívidas de curto prazo possui R$ 1,70 para pagar, enquanto Búzios possui R$ 1,10
e Cabo Frio R$ 1,40. Lembre que, para o ILC, quanto maior, melhor.
Interpretando o ILS: o maior grau de dependência dos Estoques é da Empresa Búzios, já que
tem o menor quociente de ILS. Você viu, na Aula 7, que quanto mais inferior à unidade maior
será a dependência das vendas de seus estoques.
Finalmente, considerando o total das dívidas, a maior capacidade de pagamento é da
Empresa Cabo Frio, devido ao maior ILG. Este índice é daqueles: quanto maior,
melhor.
Atividade 373
DISCRIMINAÇÃO EMPRESABÚZIOS CABO FRIO ARARUAMA
Liquidez corrente 1,10 1,40 1,70Liquidez seca 0,70 1,10 0,90Liquidez geral 1,40 1,60 1,40
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
BÚZIOS CABO FRIO ARARUAMASituação fi nanceira a curto prazo “mais folgada”Maior grau de dependência da venda dos EstoquesConsiderando o total das dívidas, maior capacidade
de pagamento
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
BÚZIOS CABO FRIO ARARUAMASituação fi nanceira a curto prazo “mais folgada” xMaior grau de dependência da venda dos Estoques xConsiderando o total das dívidas, maior capacidade
de pagamentox
62 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
C E D E R J 63
AU
LA 8
Analisando informações da Análise por QuocientesDos Balanços Patrimoniais da Empresa Natividade Ltda., foram extraídos os seguintes dados:
Pede-se:a. Apure o índice de liquidez corrente e seca para cada um dos exercícios.
b. Utilizando a comparação temporal desses indicadores, avalie a posição de liquidez a curto prazo da empresa. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c. Se fossem fornecidos os seguintes índices setoriais, como você completaria a avaliação de liquidez da Empresa Natividade Ltda.?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaNa resolução desta atividade, você utiliza as duas etapas do estudo dos indicadores fi nanceiros,
ou seja:
a. cálculo dos índices
b. Interpretação utilizando as três formas comparativas (pelo valor intrínseco, análise
temporal e análise interempresarial)
Atividade 3832
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3Ativo Circulante 30.000 75.000 198.000Estoques 11.000 32.000 93.000Passivo Circulante 28.000 69.000 178.000
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3Liquidez correnteLiquidez seca
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3Liquidez corrente 1,04 1,06 1,07Liquidez seca 0,90 0,85 0,80
64 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez
A letra a refere-se à primeira etapa: cálculos dos índices por meio de fórmulas.
A letra b refere-se à segunda etapa: sua interpretação, na sua forma de análise temporal
(estudo de tendência).
A letra c refere-se também à 2ª etapa, mas com outra forma de comparação: análise
interempresarial (índices-padrão).
No período analisado, a Empresa Natividade apresenta uma boa
situação fi nanceira em virtude de os índices de liquidez corrente apresentarem-se superiores a 1,0,
tendência crescente e acima da média do setor.O ILS é outro índice que atesta a capacidade fi nanceira.
Embora dependente das vendas de parte de seus estoques para honrar os compromissos vencíveis a curto prazo (ILS <1), tendência decrescente e abaixo da média
dos setor, não chegaram a comprometer a situação fi nanceira da empresa devido ao comportamento também dos ILS do setor (inferiores à unidade e
decrescentes).
??
ÍNDICE X1 X2 X3ILC 1,07 1,09 1,11ILS 0,68 0,62 0,59
CONCLUSÃO
Você deve ter percebido a importância de comparar os indicadores
de liquidez aos de empresas do mesmo ramo de atividade. Aprender a
interpretar esses índices de liquidez é fundamental para o trabalho tanto
do analista quanto do bom administrador, que precisa tomar decisões
práticas e estratégicas na empresa onde trabalha.
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
Você irá estudar, na próxima aula, outra modalidade de Análise por
Quocientes denominada índices de estrutura de capitais.
Análise por QuocientesII - Índices de Estrutura de
Capitais
Após a apresentação deste conteúdo, você deverá ser capaz de:
identificar a importância dos índices de estrutura de capitais;
identificar as características desta modalidade de Análise por Quocientes;
listar os passos para obtenção e interpretação dos resultados;
aplicar os índices de estrutura de capitais no Balanço Patrimonial;
chegar a algumas conclusões sobre a situação financeira da empresa baseadas nestes quocientes.
9objetivos
AU
LA
Metas da aula
Apresentar a técnica de Análise por Quociente que se refere aos índices de estrutura de capitais;
mostrar a importância destes índices como mais um instrumento de análise dos demonstrativos contábeis.
1
2
3
Pré-requisitos
Ter um bom domínio do assunto aplicações e origens de recursos, e saber identificar claramente capitais próprios e capitais alheios são importantes para
o desenvolvimento desta aula. Assim sendo, você deve se reportar mais uma vez à revisão de Balanço
Patrimonial (Aula 1) e à Aula 7, sobre Análise por Quocientes, bem como às aulas de Contabilidade Geral I e II que tratam das demonstrações contábeis.
4
5
66 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 67
AU
LA 9
INTRODUÇÃO A avaliação da situação financeira da empresa se dá através de determinadas
inter-relações entre os elementos do Balanço Patrimonial que medem o grau de
endividamento, a adequação entre as fontes e aplicações de recursos e a capacidade
de liquidez da empresa. Essas medidas são obtidas com os índices de estrutura de
capitais e os índices de liquidez (estes últimos vistos nas Aulas 7 e 8).
Os índices de endividamento fazem parte dos índices de estrutura, assim como
imobilização do capital próprio e dos recursos permanentes.
ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS
Os índices de estrutura de capitais mostram a política financeira
da empresa em termos de obtenção e aplicação de recursos.
Esses índices relacionam a composição de capitais (próprios e de
terceiros), buscam diversas relações na estrutura da dívida da empresa
e medem os níveis de imobilização de recursos.
Os principais índices são:
• endividamento total;
• participação de capitais de terceiros;
• garantia aos capitais de terceiros;
• composição do endividamento;
• imobilização do capital próprio;
• imobilização dos recursos permanentes.
Os quatro primeiros índices são também chamados índices de endividamento,
pois evidenciam a dependência que a empresa tem dos capitais de terceiros para financiar seu Ativo.!!
Análise por Quocientes
Liquidez
Endividamento total
Estrutura
Participação de capitais de
terceiros
Garantia aos capitais de terceiros
Composição do endividamento
Imobilização do capital próprio
Imobilização dos recursos permanentes
Figura 9.1: Análise por Quocientes na modalidade referente aos índices de estrutura.
66 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 67
AU
LA 9
Índices de endividamento
É por meio desses índices que é obtido o nível de endividamento
da empresa, em termos de quantidade e qualidade da dívida.
Na primeira aula desta disciplina e nas de Contabilidade I e II,
você aprendeu que o Passivo representa a origem dos recursos de que a
empresa dispõe, ou seja, a estrutura de capitais da empresa. O estudo
dos índices de endividamento possibilita verificar como a empresa capta
recursos para financiar suas atividades. A seleção desses recursos, que
irão financiar seus ativos, deve levar em consideração a adequação dos
seus custos e sua capacidade de geração de lucros.
Internamente, é uma boa política financeira para a empresa
utilizar capitais de terceiros à medida que o lucro gerado pelos ativos
for superior ao custo da dívida, gerando uma elevação na rentabilidade
do Patrimônio Líquido. Contudo, esse processo de endividamento é
limitado, em função do risco que a empresa vai assumir e das perspectivas
conjunturais e de mercado.
O analista externo à empresa irá analisar o risco provocado
pelo endividamento. Um endividamento elevado será sempre um risco
maior para os credores, pois torna a empresa mais vulnerável a qualquer
intempérie (mudança na política monetária, taxas de juros elevadas,
retração de mercado etc.).
Até porque, freqüentemente, as instituições financeiras não estão
dispostas a conceder financiamento para empresas que apresentam
dependência exagerada de recursos alheios. A razão desta postura é
que, em geral, as empresas que vão à falência apresentam endividamento
elevado (recursos de terceiros), se comparado ao Patrimônio Líquido
(recursos próprios).
Por outro lado, um alto grau de endividamento não indica que a
empresa irá falir. Isto porque a falência de uma empresa não se
deve exclusivamente ao elevado nível de endividamento; existem
outros fatores, como má administração, desorganização, projetos
fracassados etc.
O analista, seja ele interno ou externo, deve levar em consideração
a capacidade de endividamento da empresa, isto é, sua capacidade
de gerar e recuperar os recursos necessários ao pagamento de suas
obrigações, dentro dos prazos estabelecidos, para estar certo de que
a empresa tem condições de honrar os compromissos que assumir.
68 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 69
AU
LA 9
Tanto os proprietários como as
agências de financiamento devem se manter atentos ao grau de endividamento da empresa, pois
quanto maior o endividamento maior será a probabilidade de que a empresa não consiga satisfazer as reivindicações
de todos os seus credores, principalmente se ocorrerem situações adversas, como uma
forte recessão.!!
Quais são os principais índices de endividamento?
Como você viu no início desta aula, o nível de endividamento
pode ser medido em termos de quantidade ou em termos de qualidade
da dívida.
Em termos de quantidade da dívida (alta, razoável, baixa), o
endividamento pode ser apurado por meio dos seguintes índices:
a) Endividamento total
b) Garantia aos capitais de terceiros
c) Participação de capitais de terceiros
a) Endividamento total (ET): quociente de participação de capitais
de terceiros sobre os ativos totais.
Este índice determina a proporção dos ativos totais financiados
com recursos de terceiros.
Fórmula:
ET = Passivo Exigível x 100
Ativo Total
Passivo Exigível = Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo. São os recursos de terceiros aplicados na empresa.??
68 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 69
AU
LA 9
Ao determinar a proporção dos ativos totais financiados com
recursos de terceiros, este índice tem como objetivo mostrar a dependência
ou autonomia da empresa em relação aos capitais de terceiros.
Para você entender melhor, veja as quatro situações que podem
ser extraídas do quadro a seguir:
SITUAÇÃO A PE PL
1ª 100 20 80
2ª 100 70 30
3ª 100 1 99
4ª 100 100 0
1ª situação: a empresa opera com baixo grau de endividamento
ET = PE x 100 20 x 100 = 20% AT 100
O grau de endividamento total indica que 20% do Ativo da
empresa são financiados com recursos de terceiros, isto é, para cada
R$ 1,00 aplicado no Ativo, a empresa utilizou R$ 0,20 de capital de
terceiros.
Interpretação: quanto menor o grau de endividamento, maior será
a capacidade financeira da empresa a longo prazo.
Graficamente, é esta a situação:
A área em cinza escuro representa a capacidade financeira da
empresa, a longo prazo.
AT100
PE20
PL80
70 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 71
AU
LA 9
AU T O N O M I A F I N A N C E I R A
Acontece quando o Ativo é financiado exclusivamente com recursos próprios. A empresa opera com grau de endividamento total igual a zero.
2ª situação: a empresa opera com alto grau de endividamento.
ET = PE x 100 70 x 100 = 70% AT 100
O grau de endividamento total indica que 70% do Ativo da
empresa são financiados com recursos de terceiros, isto é, para cada
R$ 1,00 aplicado no Ativo, a empresa utilizou R$ 0,70 de capital de
terceiros.
Interpretação: quanto maior o grau de endividamento, menor será
a capacidade financeira da empresa, a longo prazo.
Graficamente, ficaria assim:
A área em cinza escuro representa a capacidade financeira da
empresa, a longo prazo.
3ª situação: a empresa opera com grau de endividamento próximo
de zero
ET = PE x 100 1 x 100 = 1% AT 100
O grau de endividamento total indica que 1% do Ativo da empresa é
financiado com recursos de terceiros, significando, portanto, que a empresa
opera em estado de quase AUTONOMIA FINANCEIRA, isto é, para cada R$ 1,00
aplicado no Ativo, a empresa utilizou R$ 0,01 de capital de terceiros.
AT100
PE70
PL30
70 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 71
AU
LA 9
Interpretação: quanto menor o grau de endividamento, maior será
a capacidade financeira da empresa, a longo prazo.
Graficamente, seria representado assim:
A área em cinza escuro representa a capacidade financeira da
empresa a longo prazo.
4ª situação: a empresa opera com grau de endividamento igual
a 100%.
ET = PE x 100 100 x 100 = 100% AT 100
O grau de endividamento total indica que 100% do Ativo da
empresa são financiados exclusivamente por recursos de terceiros (PE),
sendo nulo o capital acumulado dos proprietários (PL), isto é, para cada
R$ 1,00 aplicado no Ativo, a empresa utilizou R$ 1,00 de capitais de
terceiros.
Interpretação: quanto maior o grau de endividamento, menor será
a capacidade financeira da empresa, a longo prazo.
Graficamente, é esta a situação:
A empresa não possui capacidade financeira a longo prazo; é
totalmente dependente de capitais de terceiros.
AT100
PE = 1
PL99
AT100
PE100
72 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 73
AU
LA 9
Para avaliar os índices que serão apresentados a seguir, vamos
utilizar os Balanços Patrimoniais saneados da Empresa Via Digital S.A.
encerrados em 31/12 /X1, 31/12/X2 e 31/12/X3, respectivamente.
Os índices de estrutura relativos aos anos X1 e X2 estão calculados
e interpretados.
Em relação ao ano X3, você terá como atividade, ainda nesta
aula, apurar e interpretar os índices, verificando seu comportamento em
relação aos anos anteriores, isto é: qual a tendência do índice na série
histórica em estudo? Evoluiu? Manteve-se constante? Involuiu?
No Brasil, adota-se como normal, ou aceitável, um índice de
endividamento total em torno de 50% ou 0,5, em razão, principalmente, da carência de recursos próprios
para alimentar os planos de expansão da capacidade instalada, de aumento de produção e vendas, de
ampliação dos prazos de financiamento etc.
!!Quando houver intensidade
de uso de capitais de terceiros, é importante analisar o índice de endividamento a curto prazo, a fim de examinar até que ponto a estrutura de capitais da
empresa está comprometida nos doze meses seguintes. !!
Veja as demonstrações contábeis originais na Aula 2.!!
72 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 73
AU
LA 9
ATIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Disponível (1) 7.390 2.024 2.849
Direitos Realizáveis a CP (2) 47.218 41.015 53.021
Soma (3) = (1 + 2) 54.608 43.039 55.870
Estoques (4) 33.923 33.411 43.227
ATIVO CIRCULANTE (5) = (3 + 4) 88.531 76.450 99.097
ATIVO REALIZÁVEL A LP (6) - - -
ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9 + 10)
34.577 65.124 81.531
. Investimentos (8) 3.263 4.106 5.352
. Imobilizado (9) 31.314 59.036 73.218
. Diferido (10) - 1.982 2.961
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 123.108 141.574 180.628
Balanço Patrimonial
PASSIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO CIRCULANTE (1) 60.554 48.943 63.376
PASSIVO EXIGÍVEL A LP (2) 14.196 51.291 63.624
PASSIVO EXIGÍVEL (3) = (172) 74.750 100.234 127.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4) 48.358 41.340 53.628
PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4) 123.108 141.574 180.628
Balanço Patrimonial
Empresa Via Digital S.A.
Balanços Patrimoniais saneados (ajustados) encerrados em:
Aplicando o índice de endividamento total na Empresa Via Digital
S.A., você encontra:
Fórmula Ano Cálculo Índice
ET = PE x 100 AT
X1 ET = 74.750 x 100 123.108
61%
X2 ET = 100.234 x 100 141.574
71%
X3 ET = x 100
Em R$
74 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 75
AU
LA 9
Agora faça uma breve análise e redija um comentário relativo a X3._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaO índice de endividamento total do ano X3, de 70%, revela que houve um ligeiro decréscimo
do endividamento em relação ao ano anterior; no entanto, a participação dos capitais de
terceiros na estrutura de capitais da empresa ainda é bastante significativa.
Memória de cálculo:
ET = 127.000 x 100 = 70%
180.628
b) Garantia aos capitais de terceiros (GCT)
Representa a margem de segurança dada aos capitais de terceiros, aplicados na empresa,
em razão da existência de recursos próprios.
Fórmula:
GCT = Patrimônio Líquido x 100
Passivo Exigível
Indica quantos reais de capitais de terceiros têm capitais próprios como garantia.
Interpretação: Este índice obedece à regra quanto maior melhor, pois quanto maior a existência
de recursos próprios, maior a garantia aos capitais alheios.
Atividade 1
Comentários relativos a X1 e X2:
A análise dos índices de endividamento total revela que no ano X2
ocorreu um aumento do endividamento da empresa. Na verdade, no ano
X1, havia 61% de capitais de terceiros aplicados no Ativo, e apenas 39%
de capitais próprios. No período seguinte, houve maior participação de
capitais de terceiros aplicados no Ativo em relação aos capitais próprios,
ou seja, 71% de capitais alheios e apenas 29% de capitais próprios.
O endividamento elevou-se 10 pontos percentuais
74 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 75
AU
LA 9
Este quociente deverá ser superior a 1 ou em torno de 1, para
pelo menos garantir os capitais de terceiros na mesma proporção dos capitais
próprios.!!Aplicando o índice de garantia aos capitais de terceiros na Empresa
Via Digital S.A., temos:
Fórmula Ano Cálculo Índice
GCT = PL x 100 PE
X1 GCT = 48.358 x 100 74.750
65%
X2 GCT = 41.340 x 100 100.234
41%
X3 GCT = x 100
Comentários relativos a X1 e X2:
Você pode observar que, no ano X1, para cada R$1,00 de dívidas
de curto e longo prazos, a empresa dispõe de R$ 0,65 de capitais próprios.
A situação é mais desfavorável no ano X2, pois há apenas R$ 0,41 de
capitais próprios para R$1,00 de capitais de terceiros.
A margem de garantia dada aos capitais alheios, que já era baixa
no ano X1, agravou-se ainda mais em X2.
76 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 77
AU
LA 9
Agora faça uma rápida análise e redija um comentário relativo a X3._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEm X3, o índice GCT de 0,42 mostra um ligeiro acréscimo da margem de garantia dada aos
capitais de terceiros, muito embora a situação permaneça ainda bastante desfavorável.
Memória de cálculo:
GCT = 53.628 x 100 = 42%
127.000
Outra forma de obter este quociente é por meio da proporção entre capitais de terceiros
e capitais próprios, isto é, utilizando a fórmula anterior invertida, conforme você verá a
seguir.
c) Participação de capitais de terceiros (PCT)
Este índice revela o percentual de capitais de terceiros em relação ao Patrimônio Líquido.
Fórmula:
PCT = Passivo Exigível x 100
Passivo Líquido
Indica quantos reais de capitais de terceiros a empresa captou para cada real de capital
próprio.
Quanto maior a existência de recursos próprios, maior a garantia proporcionada aos capitais
de terceiros.
Interpretação: A empresa terá maior liberdade financeira quanto menor for o seu grau de
dependência de capitais alheios. O oposto também é verdadeiro: a empresa terá menor
liberdade financeira quanto maior for sua dependência de capitais de terceiros.
Atividade 2
O índice de participação de capi-tais de terceiros varia de acordo com o ramo de
atividade da empresa. Assim, empresas que apresentam aplicações maciças em ativos fixos têm tendência a ter índices
de endividamento de longo prazo mais elevados, enquanto empresas menos dependentes de ativo fixo tem
índices menores.
!!
76 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 77
AU
LA 9
Aplicando o índice de participação de capitais de terceiros na
Empresa Via Digital S.A., temos:
Fórmula Ano Cálculo Índice
PCT = PE x 100 PL
X1 PCT = 74.750 x 100 48.358
155%
X2 PCT = 100.234 x 100 41.340
242%
X3 PCT = x 100
Comentários relativos a X1 e X2:
Em X1, o índice de participação de capitais de terceiros mostra
que, para cada R$ 1,00 de capital próprio, a empresa tomou R$ 1,55
emprestados. Em X2, esta participação aumentou de forma bastante
significativa, passando a utilizar R$ 2,42 de capitais alheios para cada
R$ 1,00 de capitais próprios.
A análise do PCT revelou nestes dois exercícios sociais a
predominância de capitais de terceiros em relação aos capitais próprios.
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEm X3, a empresa continua ainda utilizando maciçamente capitais de terceiros em relação
aos capitais próprios (237%), apesar do decréscimo deste índice de 5 pontos percentuais,
se comparado a X2.
.Memória de cálculo:
PCT = 127.000 x 100 = 237%
53.628
Atividade 3
78 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 79
AU
LA 9
Você sabia que a maioria das empresas que vão à falência apresenta, durante um período relativamente longo, altos quocientes de PCT = Capitais de terceiros? Capitais próprios
ÍNDICES DE COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO
A qualidade da dívida pode ser medida através dos índices de
composição do endividamento.
A análise destes índices é bastante significativa, pois tem como objetivo
mostrar o desdobramento do endividamento em curto e longo prazo.
a) Endividamento a curto prazo
b) Endividamento a longo prazo
a) Endividamento a curto prazo (ECP): normalmente utilizado
para financiar o Ativo Circulante (fornecedores, empréstimos para
capital de giro etc.)
Este indicador informa qual o percentual de obrigações de curto
prazo em relação ao total das dívidas.
Fórmula:
ECP = Passivo Circulante x 100 Passivo Exigível
Interpretação: Quanto menor este índice, melhor será a situação
financeira da empresa.
Na análise do endividamento de curto prazo, você deve ficar atento às
seguintes situações:• Concentração maciça de dívidas de curto prazo pode acarretar
dificuldades para a empresa quando ocorrer reversão de mercado. Isto porque a empresa irá trabalhar contra o tempo na captação de recursos
(obtenção de novos créditos, renegociação dos empréstimos em condições desfavoráveis, custo financeiro elevado, queima dos estoques a qualquer preço etc.)
para honrar suas obrigações de curto prazo. • Normalmente, o custo das dívidas de curto prazo é mais oneroso do que o das de longo
prazo.• Elevado volume de duplicatas descontadas e utilização de DÉBITOS DE FINANCIAMENTO
de curto prazo elevando o custo da dívida (juros altos acarretam aumento das despesas financeiras).
• A qualidade da dívida será melhor quando ocorrer:- equilíbrio entre as fontes de recursos de curto e longo prazo;
- maior participação de DÉBITOS DE FUNCIONAMENTO na composição das dívidas de curto prazo.
!!
DÉ B I T O S D E F I N A N C I A M E N T O
Recursos provenientes de instituições financeiras. São mais onerosos e não são espontâneos.
DÉ B I T O S D E F U N C I O N A M E N T O
Recursos “exigíveis não-onerosos”, isto é, exigíveis que não geram encargos financeiros explicitamente para a empresa, ou seja, não há juros (fornecedores, impostos, encargos sociais a pagar etc.). São recursos baratos e espontâneos (quer dizer, praticamente automáticos).
78 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 79
AU
LA 9
Aplicando o índice de endividamento a curto prazo na Empresa
Via Digital S.A., você encontra:
Mais importante do que a posição estática dos quocientes de participação
das dívidas de curto prazo sobre o endividamento total é a sua evolução no tempo e seus efeitos sobre a
rentabilidade da empresa. !!
Comentários relativos a X1 e X2:
Os índices de endividamento de curto prazo relativos a X1 e
X2 mostram que a empresa melhorou sensivelmente o perfil da dívida.
Repare que, em X1, 81% das dívidas eram de curto prazo, ou seja, para
cada R$ 1,00 de dívidas, R$ 0,81 venciam a curto prazo. No ano X2,
este percentual caiu para 49%.
Quando o percentual das dívidas de curto prazo é elevado, é impor-
tante verificar se as dívidas são compostas de débitos de funcionamento
ou de débitos de financiamento, pelas razões que você já leu.
Fórmula Ano Cálculo Índice
ECP = PC x 100 PE
X1 ECP = 60.554 x 100 74.750
81%
X2 ECP = 48.943 x 100 100.234
49%
X3 ECP = x 100
80 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 81
AU
LA 9
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaPara o ano X3, a situação delineada em X2 permanece praticamente inalterada. As dívidas
de curto prazo representam metade do total das dívidas.
Memória de cálculo:
ECP = 63.376 x 100 = 50%
127.000
Atividade 4
Para saber se as dívidas representam débitos de funcionamento ou
débitos de financiamento, você deve consultar os Balanços Patrimoniais originais (Aula 2).!!
b) Endividamento a longo prazo (ELP): em geral utilizado
para financiar o Ativo Permanente (empréstimos para modernização,
expansão, relocalização etc.).
Este indicador informa qual é o percentual de obrigações de longo
prazo em relação ao total das dívidas.
Fórmula:
ELP = Passivo Exigível a Longo Prazo x 100 Passivo Exigível
Interpretação: Quanto maior este índice, melhor será a situação
financeira da empresa.
80 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 81
AU
LA 9
Fórmula Ano Cálculo Índice
ELP = PELP x 100 PE
X1 ELP = 14.196 x 100 74.750
19%
X2 ELP = 51.291 x 100 100.234
51%
X3 ELP = x 100
Comentários relativos a X1 e X2:
Tais índices revelam que no ano X1 a empresa tinha apenas 19%
de suas dívidas vencíveis a longo prazo. Em X2, este percentual aumentou
para 51%, fazendo com que a empresa tivesse mais tempo para gerar
recursos para quitar essas obrigações.
Agora faça uma breve análise e redija um comentário relativo a X3._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaO grau de endividamento de longo prazo indica que as dívidas de longo prazo representam
50% do total das dívidas, ou seja, para cada R$ 1,00 de dívidas, R$ 0,50 vencem a longo
prazo.
Memória de cálculo:
ELP = 63.624 x 100 = 50%
127.000
Atividade 5
Na interpretação de indicadores de endividamento,
o analista deve atentar para esses dois aspectos mencionados anteriormente: quantidade da dívida (alta, razoável, baixa) e qualidade da
dívida (boa, razoável, ruim).!!
Aplicando o índice de endividamento a longo prazo na Empresa Via Digital
S.A., temos:
82 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 83
AU
LA 9
Para análise dos níveis de imobilização de recursos, os principais
índices são: imobilização do capital próprio (ICP) e imobilização dos
recursos permanentes (IRP).
Você aprendeu na Aula 1 da disciplina Contabilidade II que o
Ativo Permanente (AP) representa as inversões de recursos em caráter
permanente; portanto, uma boa política financeira pressupõe que essas
aplicações devem ser financiadas com prioridade pelos recursos próprios
(PL). Quando os recursos são insuficientes, devem ser complementados
por recursos derivados de terceiros exigíveis a longo prazo (PELP).
a) Imobilização do capital próprio (ICP):
Este índice mede quanto a empresa usa de seus recursos próprios
para financiar todo o seu Ativo Permanente.
Fórmula:
ICP = Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido
Interpretação: quanto menor o índice de Imobilização do Capital
Próprio, melhor a capacidade financeira da empresa.
Para melhor compreensão deste índice, será realizada análise das
três situações que podem ocorrer com o ICP, conforme dados do quadro
a seguir:
SITUAÇÃO AC AP PC PELP PL
1ª 150 100 100 0 150
2ª 150 100 150 0 100
3ª 100 150 150 0 150
1ª situação: ICP <100%
Significa que a empresa consegue financiar todo o seu Ativo
Permanente e ainda há sobras de recursos próprios para financiar o
Ativo Realizável de Longo Prazo e/ou Ativo Circulante.
ICP = AP x 100 100 x 100 = 67% PL 150
O índice de imobilização do patrimônio líquido mostra que a
empresa investiu no Ativo Permanente importância equivalente a 67%
82 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 83
AU
LA 9
do Patrimônio Líquido; os 33% restantes foram aplicados no Ativo
Circulante.
Graficamente, ficaria assim:
A área em cinza escuro representa a sobra de 33% de recursos
próprios, que não estão imobilizados.
Esta situação é ideal em termos financeiros, pois a empresa dispõe
de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente e ainda
sobra uma parcela suficiente para financiar os outros grupos do Ativo.
Por suficiente entende-se que a empresa deve dispor da necessária
liberdade de comprar e vender sem precisar sair correndo atrás de recursos
oriundos de instituições financeiras, o que sempre significa custos.
Memória de cálculo:
33% = 100% – 67%, isto é, do total dos recursos próprios (100%),
67% encontram-se imobilizados.
Quanto mais recursos próprios a empresa aplicar no Ativo
Permanente, menos desses recursos sobrarão para investir no Ativo Circulante e no Ativo
Realizável a Longo Prazo.!!
AC150
PE100
PL150
AP100
84 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 85
AU
LA 9
2ª situação: ICP = 100%
Significa que o montante do Ativo Permanente foi constituído
mediante aplicação do total de recursos próprios, não restando margem
alguma para financiamento de elementos do Ativo Circulante e do Ativo
Realizável a Longo Prazo.
ICP = AP x 100 100 x 100 = 100% PL 100
O índice de imobilização do patrimônio líquido mostra que a
empresa investiu no Ativo Permanente importância equivalente a 100%
do Patrimônio Líquido.
Graficamente, teríamos:
Não há sobra de Recursos Próprios, isto é, estão todos imobilizados.
3ª situação: ICP > 100%
Significa que a empresa não consegue financiar todo o seu Ativo
Permanente com recursos próprios. Depende, portanto, de recursos de
terceiros para financiar parte de seu Permanente. Neste caso, é importante
avaliar quanto ela usa de recursos de terceiros para esta finalidade.
ICP = AP x 100 150 x 100 = 150% PL 100
O índice de imobilização do patrimônio líquido de 150% significa
que para cada R$ 1,00 existente de Patrimônio Líquido a empresa aplicou
R$ 1,50, ou seja, imobilizou todo o Patrimônio Líquido mais parte do
Passivo Circulante, equivalente a 50% do PL.
AC150
PC150
PL100
AP100
84 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 85
AU
LA 9
Graficamente, seria representado assim:
A área em cinza escuro representa a suplementação de recursos
para financiamento do Ativo Permanente e corresponde a 50% do PL.
Memória de cálculo:
a) R$ 1,50 é igual a 150% de R$ 1,00.
b) A suplementação do PL é representada pela diferença entre o
AP – PL, conforme demonstrado a seguir:
Em termos absolutos:
R$ 150 – R$ 100 = R$ 50
Em termos relativos:
R$ 50 --------- X
R$ 100 --------- 100%
X = 50%
Aplicando o índice de imobilização do capital próprio na Empresa
Via Digital S.A., você encontra:
Fórmula Ano Cálculo Índice
ICP = AP x 100 PL
X1 ICP = 34.577 x 100 48.358
72%
X2 ICP = 65.124 x 100 41.340
158%
X3 ICP = x 100
AC100
PC150
PL100
AP150
86 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 87
AU
LA 9
Comentários relativos a X1 e X2:
Tais índices revelam que a empresa adotou uma política financeira
saudável, em função de suas imobilizações permanentes terem sido
realizadas com recursos próprios e quando insuficientes complementados
por recursos de terceiros vencíveis a longo prazo. Em X1, 72% do
Patrimônio Líquido foram investidos no Ativo Permanente e os restantes
28% encontravam-se investidos no Ativo Circulante. Em X2, a empresa
não conseguiu financiar todo o seu Ativo Permanente com os recursos
próprios, pois o indicador de 158% revela que houve a utilização de
capitais de terceiros vencíveis a longo prazo.
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEm X3, verifica-se praticamente a mesma situação financeira de X2, embora tivesse ocorrido
uma pequena queda do ICP: 152% contra 158% de X2.
Memória de cálculo:
ICP = 81.531 x 100 = 152%
53.628
Atividade 6
b) Imobilização dos recursos permanentes (IRP):
Se o analista tiver acesso aos registros e documentos contábeis da
empresa, será conveniente determinar o grau de imobilização do capital
próprio suplementado pelos recursos derivados de terceiros exigíveis a
longo prazo para a análise da Imobilização do Capital Próprio.
Este índice mede quanto a empresa usa de seus RECURSOS PERMANENTES
para financiar todo o seu Ativo Permanente.
Fórmula:
IRP = Ativo Permanente x 100 Passivo Exigível a Longo Prazo + Patrimônio Líquido
Interpretação: quanto menor o índice de Imobilização dos recursos
permanentes, melhor a capacidade financeira da empresa.
RE C U R S O S P E R M A N E N T E S
Representam os recursos derivados de capital de terceiros a longo prazo mais os recursos próprios (PELP + PL).
86 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 87
AU
LA 9
Para melhor compreensão deste índice, imagine esta situação.
AC AP PC PELP PL
100 150 100 50 100
Graficamente, teríamos:
A área em cinza escuro representa a suplementação de recursos
de terceiros vencíveis a longo prazo para financiamento do Ativo
Permanente.
Assim como os índices de liquidez, os índices de estrutura devem ser
interpretados levando em consideração os índices padrão da empresa (se houver), os índices médios do setor, as tendências dos índices, as peculiaridades da empresa,
ramo de atividade, setor de atuação etc.!!
AP150AC100
PC100
PL100
PELP50
88 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 89
AU
LA 9
CONCLUSÃO
Neste processo de análise, você viu que, dependendo das origens
e aplicações de recursos, a empresa poderá ter uma maior ou menor
dependência de capitais de terceiros.
É claro que uma utilização maior de capitais próprios em relação
aos alheios, a princípio, seria melhor. Porém, você sabe que em nossa
economia essa tarefa não é fácil.
Se o endividamento elevado for inevitável, os administradores
deverão, de preferência, tomar os recursos no longo prazo, objetivando
um prazo maior para gerar recursos futuros.
RESUMO SOBRE OS PRINCIPAIS ÍNDICES DE ESTRUTURA
DISCRIMINAÇÃO FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO
Endividamento total(ET)
PE x 100AT
% do ativo total financiado com recursos de terceiros
Quanto menor, melhor.
Garantia aos capitais de terceiros (GCT)
PL x 100PE
Indica quantos reais de capitais de terceiros têm capitais próprios como garantia.
Quanto maior, melhor.
Participação de capitais de terceiros (PCT)
PE x 100PL
Indica quanto reais de capitais de terceiros a empresa captou para cada real de capital próprio
Quanto menor, melhor.
Composição do endividamento de curto prazo (ECP)
PC x 100PE
% da dívida de curto prazo em relação ao total das dívidas.
Quanto menor, melhor.
Composição do endividamento de longo prazo (ELP)
PELP x 100 PE
% da dívida de longo prazo em relação ao total das dívidas.
Quanto maior, melhor.
Imobilização do capital próprio
AP x 100PL
% dos recursos próprios comprometidos com Ativo Permanente.
Quanto menor, melhor.
Imobilização dos recursos permanentes (IRP)
AP x 100PELP + PL
% dos recursos permanentes comprometidos com Ativo Permanente.
Quanto menor, melhor.
88 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes II - Índices de Estrutura de Capitais
C E D E R J 89
AU
LA 9
Os índices de estrutura mostram a política da empresa em termos de
aplicação e obtenção de recursos, o grau de endividamento e o nível de
imobilização dos recursos próprios.
Os índices de endividamento revelam a utilização ou o grau de dependência
dos recursos de terceiros para financiar o Ativo da empresa.
É importante que a empresa utilize mais recursos de terceiros a longo
prazo em relação ao curto prazo para melhor qualidade de endividamento
conforme a composição do endividamento.
Os índices de imobilização indicam a política financeira utilizada pela
empresa em suas inversões de recursos em caráter permanente.
R E S U M O
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
Na próxima aula, você terá a oportunidade de aplicar os índices de estrutura
em várias atividades propostas.
Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Após o desenvolvimento das atividades propostas nesta aula, esperamos que você seja capaz de:
Identifi car a importância dos indicadores de estrutura;
Aplicar a técnica de Análise por Quocientes para a obtenção de índices de estruturas;
Interpretar os resultados dos quocientes de estrutura, tirando algumas conclusões sobre eles;
10objetivos
AU
LA
Metas da aula
Aplicar a técnica de análise denominada Quocientes que se refere aos índices de estrutura de capitais e interpretar tais índices.
1
2
3
Pré-requisitos
Um bom conhecimento de toda a teoria de Índices de Estrutura apresentada na aula anterior é necessário para a realização das
atividades propostas nesta aula.A utilização de uma calculadora facilitará sensivelmente a
realização destas atividades.
92 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
INTRODUÇÃO Nesta aula, você terá oportunidade de aplicar no Balanço Patrimonial uma
outra modalidade de Análise por Quocientes denominada índices de estrutura
de capitais, que você estudou na Aula 9.
Por meio de atividades de múltipla escolha e de cálculo, você poderá tirar
algumas conclusões sobre a situação financeira das empresas fictícias
mencionadas.
Os índices de estrutura têm como fi nalidade:a) ( ) mostrar a política fi nanceira da empresa em termos de obtenção e aplicação de recursos;b) ( ) demonstrar o nível de endividamento da empresa;c) ( ) revelar o nível de imobilização de recursos;d) ( ) todas as afi rmativas estão corretas.
Resposta ComentadaPara resolução desta atividade você deverá relembrar os conceitos relativos à técnica de Análise
por Quocientes referente aos indicadores de estrutura de capitais estudados na Aula 9.
A opção (d) é a correta, ou seja, todas as alternativas estão corretas.
Atividade 1
Dentre os indicadores relacionados a seguir, quais representam índices de endividamento?a) ( ) Imobilização do capital própriob) ( ) Endividamento totalc) ( ) Garantia aos capitais de terceirosd) ( ) Composição do endividamentoe) ( ) Imobilização dos recursos permanentes.
Resposta ComentadaAs opções b, c, d, ou seja: endividamento total, garantia aos capitais de terceiros e composição
do endividamento.
Atividade 2
C E D E R J 93
AU
LA 1
0
Faça a correlação:
Resposta ComentadaÉ importante que você saiba o signifi cado de cada índice. Encontrando difi culdades para
identifi cá-los, reveja a teoria na Aula 9.
Resposta: 2, 3, 6, 1, 5 e 4.
Atividade 3
1. Endividamento total (ET)
2. Garantia aos capitais de terceiros (GCT)
3. Participação de capitais de terceiros (PCT)
4. Imobilização dos recursos permanentes (IRP)
5. Imobilização do capital próprio (ICP)
6. Endividamento de Curto Prazo (ECP)
( ) representa a margem de segu-rança dada aos capitais alheios, aplicados na empresa, em razão da existência de capitais próprios
( ) revela o percentual de capitais de terceiros em relação ao capital próprio
( ) revela a qualidade da dívida: se vencem a curto ou a longo prazo.
( ) determina a proporção dos ati-vos totais fi nanciados com recursos de terceiros.
( ) mede quanto a empresa utiliza de capitais próprios para finan-ciamento do Ativo Permanente.
( ) mede quanto a empresa utiliza de recursos permanentes para financiamento do Ativo Permanente.
94 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Atividade 4O índice de endividamento total é calculado pela fórmula:
a. ( ) Passivo Exigível a Longo Prazo Ativo Total
b. ( ) Passivo Circulante Ativo Total
c. ( ) Passivo Exigível Ativo Total
d. ( ) Passivo Exigível Ativo Circulante
Resposta ComentadaComo foi citado na Aula 8 - Atividades sobre Índices de Liquidez, o estudo dos indicadores
fi nanceiros divide-se em duas etapas:
1ª etapa: cálculo dos índices através das fórmulas;
2ª etapa: interpretação dos índices, levando em consideração as três formas comparativas.
a. pelo seu signifi cado intrínsico,
b. análise temporal,
c. análise interempresarial.
As fórmulas são necessárias para atender à 1ª etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros.
Ainda nesta aula você irá utilizar a outra etapa..
A opção c é a correta.
Os seguintes dados foram extraídos do Balanço Patrimonial da Empresa Natividade, encerrado em X1. Em milhares de reais
Pode-se afi rmar que o quociente de endividamento total foi de:( ) a) 0,38( ) b) 0,10( ) c) 0,17( ) d) 0,35
( ) e) 0,25
Atividade 5
Ativo Passivo
Ativo Circulante 164 Passivo Circulante 65
Ativo Realizável a L.P 18 Passivo Exigível a L.P 26
Ativo Permanente 78 Patrimônio Líquido 169
Total 260 Total 260
C E D E R J 95
AU
LA 1
0
Resposta ComentadaNesta atividade, você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros, isto
é, o cálculo dos índices através de fórmulas.
Você sabe que o ET é apurado por meio da fórmula:
ET = PE x 100 AT
Você sabe que PE = PC + PELP; então:
ET = 65 + 26 x 100 260
ET = 35% ou 0,35
A opção d é a correta.
Dado o Balanço Patrimonial da Empresa Comercial Quatis em 31 de dezembro de X1, faça os cálculos pedidos. R$ mil
Atividade 6
ATIVO Passivo
1. CIRCULANTE 1.095 1. CIRCULANTE 420
Caixa 110 Fornecedores 350
Clientes 485 Impostos a Pagar 70
Mercadorias 500
2. REALIZÁVEL A LP 50 2. EXIGÍVEL A L.P. 55
Contas a Receber 50 Emprétimos a Pagar 55
3. PERMANENTE 370 3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.040
Capital Social 900
Investimentos 150 Reserva de Capital 40
Imobilizado 200 Reserva de Lucros 50
Diferido 20 Lucros Acumulados 50
Total 1.515 Total 1.515
Balanço Patrimonial
96 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
O grau de endividamento é:a) ( ) 0,31 b) ( ) 3,14c) ( ) 3,19 d) ( ) 0,34
Resposta ComentadaNa resolução desta atividade você utilizou a 1ª etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros
– cálculo dos índices.
ET = PE ATSabendo-se que PE = PC + PELP, você pode calcular
ET = 420 + 55 x 100 1040
ET = 31% ou 0,31
A opção a é a correta, ou seja: 0,31.
Atividade 7Com os dados da Atividade 6, podemos dizer que o quociente de endividamento em relação ao Patrimônio Líquido é de:a) ( ) 0,40 b) ( ) 0,46c) ( ) 0,05 d) ( ) 0,31
Resposta ComentadaEsta é a outra forma de calcular o endividamento total. Em vez de relacionar os capitais de
terceiros com o Ativo Total, compara com o capital próprio.
Veja:
ET = PE x 100 PL
ET = 420 + 55 x 100 1.040
ET = 46% ou 0,46
A opção b é a correta, ou seja: 0,46.
C E D E R J 97
AU
LA 1
0
Dado o quadro a seguir, pode-se afi rmar que:
a) ( ) na empresa Alfa o patrimônio líquido é nulo; na empresa Beta é positivo e na empresa Gama é negativo;b) ( ) na empresa Alfa o patrimônio líquido é nulo; na empresa Beta é negativo e na empresa Gama é positivo;c) ( ) na empresa Beta o valor do patrimônio líquido é igual à metade do valor do passivo;d) ( ) as afi rmativas b e c estão corretas.
Resposta ComentadaO enunciado desta atividade informa o Endividamento total de cada empresa:
Você sabe que o ET é apurado através da fórmula ET = PE. Substituindo o valor do ET, ATvocê terá condições de determinar os valores do AT e do PE, conforme demonstrado a seguir:
AT = PT = PE + PL
Atividade 8
Discriminação Empresa
Alfa Beta Gama
Endividamento total 1,0 0,5 1,5
Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama
ET = 1,00 ET = 0,5 ET = 1,5
Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama
AT = PE + PL100 = 100 + PL0 = PL
AT = PE + PL100 = 50 + PL50 = PL
AT = PE + PL100 = 150 + PL(50) = PL
Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama
1,00 = PE AT1,00 AT = PEPor hipótese, AT = 100,temos:1,00 x 100 = PE100 = PE
0,5 = PE AT0,5 AT = PEPor hipótese, AT = 100,temos:0,5 x 100 = PE50 = PE
1,5 = PE AT1,5 AT = PEPor hipótese, AT = 100,temos:1,5 x 100 = PE150 = PE
98 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Grafi camente, teríamos:
Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama
A opção a é a correta, ou seja, na empresa Alfa o patrimônio líquido é nulo; na empresa
Beta é positivo e na empresa Gama é negativo.
Atividade 9Se o Passivo Exigível for igual a um quarto do montante do Patrimônio Líquido, o
grau de garantia aos capitais de terceiros, será:a) ( ) 0,40b) ( ) 1,0c) ( ) 2,0d) ( ) 4,0
Resposta ComentadaSe o PE (PC + PELP) for igual a um quarto do PL, teremos que . PE = PL. A fórmula da 4 garantia aos capitais de terceiros é GCT = PL. Sendo assim, substituindo o PE da primeira
fórmula na segunda, temos: PE
GCT = PL, onde CGT = PL x 4 = 4,0 ; portanto, a garantia aos capitais de terceiros será PL PL 4
igual a 4,0, ou seja, a última opção.
A opção d é a correta, ou seja, o capital próprio é equivalente a quatro vezes o capital de
terceiros.
AT
100
PE
100
AT
100
PE50
PE50
PE
150
PL50
AT
100
C E D E R J 99
AU
LA 1
0
Pode-se dizer que a empresa estará em estado de pré-insolvência quando o grau de endividamento total estiver próximo de:( ) a) zero( ) b) 0,50( ) c) 1,0( ) d) N.R.A.
Resposta ComentadaO estado de pré-insolvência é aquela situação em que a empresa está quase falindo.
Sendo o endividamento total calculado pela fórmula PE/AT, ou seja, o percentual de recursos
de terceiros aplicados no Ativo da empresa, você poderá apostar que quanto maior este
indicador mais próxima da insolvência a empresa estará.
A seguir, você verá as demonstrações algébrica e gráfi ca dos graus de endividamento das
opções oferecidas.
Algebricamente:
Atividade 10
ET = 0 ET = 0,5 ET = 1,00
ET = PE AT
0 = PE AT0 x AT = PE
Se AT = 100, tem-se:0 x 100 = PE0 = PE
Como AT = PE + PL, pode-se calcular o PL.100 = 0 + PL100 - 0 = PL100 = PL
ET = PE AT
0,5 = PE AT0,5 x AT = PE
Se AT = 100, tem-se:0,50 x 100 = PE50 = PE
Como AT = PE + PL, pode-se calcular o PL.100 = 50 + PL100 - 50 = PL50 = PL
ET = PE AT
1,00 = PE AT1,00 x AT = PEAT = PE
Se AT = 100, tem-se:100 = PE
Como AT = PE + PL, pode-se calcular o PL.100 = 100 + PL100 - 100 = PL0 = PL
100 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Grafi camente:
ET = 0 ET = 0,5 ET = 1,0
PE = 0 PL = 0
Concluindo esta análise, você deve optar pela terceira alternativa c, ou seja, a empresa estará
em estado de pré-insolvência quando o ET estiver próximo de 1,0. As demais opções fi cam
excluídas.
A opção c é a correta, ou seja: 1,0.
As empresas Alfa, Beta e Gama apresentavam os seguintes graus de endividamento total: Alfa = 0,80, Beta = 0,60 e Gama = 0,20.Qual delas está mais comprometida com capitais de terceiros?a) ( ) Empresa Alfab) ( ) Empresa Betac) ( ) Empresa Gama.
Resposta ComentadaAnalisando os graus de endividamento propostos, algebricamente e grafi camente, você
verifi cará qual das empresas está mais comprometida com capitais de terceiros.
Atividade 11
AT
100
PL
100
AT
100
PE50
PL50
AT
100
PE
100
C E D E R J 101
AU
LA 1
0
Algebricamente:
Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama
ET = 0,80 ET = 0,60 ET = 0,20
O grau de endividamento total é calculado pela fórmula:ET = PE ATComo ET é igual a 0,80tem-se:
0,80 = PE AT0,80 x AT = PE
O AT representa 100% das aplicações.Substituindo o AT na fórmula, tem-se: 0,80 x 100% = PE80% = PE
Você viu em Contabi-lidade I e II que o total das aplicações de recursos (Ativo) é igual ao total das origens de recursos (Passivo).A = OAT = PE + PL
Substituindo os valores do AT e PE na fórmula, chega-se ao valor do PL.100% = 80% + PL100% - 80% = PL20% = PL
O grau de endividamento total é calculado pela fórmula:ET = PE ATComo ET é igual a 0,60tem-se:
0,60 = PE AT0,60 x AT = PE
O AT representa 100% das aplicações.Substituindo o AT na fórmula, tem-se: 0,60 x 100% = PE60% = PE
Você viu em Contabi-lidade I e II que o total das aplicações de recursos (Ativo) é igual ao total das origens de recursos (Passivo).A = OAT = PE + PL
Substituindo os valores do AT e PE na fórmula, chega-se ao valor do PL.100% = 60% + PL100% - 60% = PL40% = PL
O grau de endividamento total é calculado pela fórmula:ET = PE ATComo ET é igual a 0,20tem-se:
0,20 = PE AT0,20 x AT = PE
O AT representa 100% das aplicações.Substituindo o AT na fórmula, tem-se: 0,20 x 100% = PE20% = PE
Você viu em Contabi-lidade I e II que o total das aplicações de recursos (Ativo) é igual ao total das origens de recursos (Passivo).A = OAT = PE + PL
Substituindo os valores do AT e PE na fórmula, chega-se ao valor do PL.100% = 20% + PL100% - 20% = PL80% = PL
102 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Quando houver volume elevado de recursos próprios em relação aos recursos de terceiros aplicados no Ativo, o endividamento total tende a ser:a) ( ) maior do que 1,0;b) ( ) inferior a 0,50;c) ( ) superior a 0,50;d) ( ) NRA.
Atividade 12
Grafi camente:
ET = 0,8 ET = 0,60 ET = 0,20
A partir da análise do endividamento total das empresas Alfa, Beta e Gama, você pode
concluir que, na Empresa Alfa, 80% do Ativo foram fi nanciados por capitais de terceiros e
20% por capitais próprios. Na empresa Beta, 60% do Ativo foram fi nanciados por capitais
de terceiros e 40% por capitais próprios. Finalmente, na empresa Gama, 20% do Ativo foram
fi nanciados por capitais de terceiros e 80% por capitais próprios.
Sendo assim, você pode afi rmar que a empresa Alfa está mais comprometida com capitais
alheios.
A opção a é a correta, ou seja: empresa Alfa.
Esta atividade permitiu que você chegasse às seguintes conclusões:
1ª) Quanto maior o grau de endividamento, menor a participação do capital próprio;
2ª) Quanto menor o grau de endividamento, maior a participação do capital próprio;
3ª) Quanto maior o grau de endividamento, maior a participação dos capitais de terceiros; e
4ª) Quanto menor o grau de endividamento, menor a participação dos capitais de
terceiros.
AT
100%
PE80%
AT
100%
PE60%
PL40%
AT
100%PL
80%
PL 20%
PE 20%
C E D E R J 103
AU
LA 1
0
Resposta ComentadaA opção b é a correta, ou seja: inferior a 0,50.
Para que você possa responder com segurança, a maneira mais fácil é analisar algébrica
e grafi camente os graus de endividamento propostos.
Algebricamente:
Grafi camente:
ET = 1,20 ET = 0,40 ET = 0,60
1ª opção 2ª opção 3ª opção
ET maior do que 1,0 ET inferior a 0,50 ET superior a 0,50
Por exemplo, ET = 1,20 Por exemplo, ET = 0,40 Por exemplo, ET = 0,60
ET = PE AT
1,20 = PE AT1,20 x AT = PE
O AT representa 100% das aplicações.Substituindo o AT na fórmula, tem-se: 1,20 x 100% = PE120% = PE
Como AT = PE + PL, pode-se calcular o PL.100% = 120% + PL100% - 120% = PL(20%) = PL
ET = PE AT
0,40 = PE AT0,40 x AT = PE
O AT representa 100% das aplicações.Substituindo o AT na fórmula, tem-se: 0,40 x 100% = PE40% = PE
Como AT = PE + PL, pode-se calcular o PL.100% = 40% + PL100% - 40% = PL60% = PL
ET = PE AT
0,60 = PE AT0,60 x AT = PE
O AT representa 100% das aplicações.Substituindo o AT na fórmula, tem-se: 0,60 x 100% = PE60% = PE
Como AT = PE + PL, pode-se calcular o PL.100% = 60% + PL100% - 60% = PL40% = PL
AT
100% PL PE60%
PE40%
AT
100%
PE60%
PL PE40%
AT
100%
PE120%
PL 20%
104 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Agora, você poderá fazer uma leitura do percentual de recursos de terceiros (PE) aplicados
no Ativo da empresa nas três opções propostas:
- 1ª opção: ET >1; o PL é negativo;
- 2ª opção: ET < 0,5; maior a predominância dos recursos próprios no Ativo; conseqüentemente,
um percentual menor de recursos de terceiros, o que é sempre desejável;
- 3ª opção: ET < 0,50, menor participação dos capitais próprios aplicados no Ativo.
Donde se conclui que a 2ª opção é a correta, ou seja, o endividamento total será inferior
a 0,50, já que existe menor participação de capitais alheios e maior percentual de capitais
próprios.
Se o endividamento total for igual a 1,0, o Patrimônio Líquido deverá ser:a) ( ) negativob) ( ) positivoc) ( ) nulod) ( ) N.R.A.
Resposta ComentadaA opção c é a correta, ou seja: nulo.
Você viu nos comentários da atividade a fórmula ET = PE. Como ET = 1,0 , tem-se 1,0 = PE, AT ATportanto, AT = PE, donde conclui-se que todo Ativo foi fi nanciado por capitais de terceiros, ATou seja, o Patrimônio Líquido (capitais próprios) deverá ser “nulo” (opção c),
Grafi camente, teríamos:
Atividade 13
AT PE
C E D E R J 105
AU
LA 1
0
Atividade 14Para que a empresa tenha autonomia fi nanceira, seu endividamento total deverá ser:a) ( ) 1,00b) ( ) 0,50c) ( ) zerod) ( ) N.R.A.
Resposta ComentadaA opção c é a correta, ou seja: zero.
Para que a empresa tenha autonomia fi nanceira, seu endividamento total deve ser zero, o
que signifi ca que PE = 0, conforme demonstrado a seguir:
ET = PE. AT
0 = PE AT
0 x AT = PE
0 = PE
A princípio, não é recomendável que o Ativo da empresa seja fi nanciado, em proporção elevada,
por capitais de terceiros. Você deve concluir que o recomendável seria pouca participação de
capitais alheios e maior de capitais próprios. Sendo assim, para esta atividade, o ideal para
que a empresa tenha autonomia fi nanceira é a independência total de capitais alheios, ou
seja, uma plena utilização de capitais próprios, sendo então a opção “zero”, o que na prática
é quase impossível. As demais opções fi cam inválidas pelos motivos já apresentados.
Atividade 15O índice de composição do endividamento que mostra o percentual de dívidas de curto prazo em relação às dívidas totais deverá ser:a) ( ) sempre igual a 1,0;b) ( ) sempre superior a 1,0;c) ( ) quanto maior, melhor;d) ( ) quanto menor, melhor.
Resposta ComentadaA opção d é a correta, ou seja: “quanto menor, melhor”.
Como você viu na Aula 9, o índice de composição do endividamento é calculada pela fórmula
CE=PC; dependendo do valor do PC, o índice de CE poderá assumir os seguintes valores: PE
106 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
1) CE = 0 significa que a empresa não utiliza recursos d e
terceiros vencíveis a curto prazo (PC);
2) CE = 0,5 signifi ca que, do total das dívidas, 50% delas vencem a curto prazo e 50%
a longo prazo;
3) CE = 1 signifi ca que 100% dos capitais de terceiros vencem a curto prazo (PC);
conseqüentemente, PELP = 0;
4) CE poderá assumir qualquer valor diferente dos três mencionados anteriormente, desde
que a empresa apresente dívidas de curto prazo.
A seguir, são demonstrados algebricamente os graus de composição do endividamento
nas três primeiras situações mencionadas, ou seja:
Grafi camente, teríamos:
PE PELP PE PC + PELP PE PC
CE = 0 CE = 0,5 CE = 1,0
CE = PC PE
0 = PC PE
0 x PE = PC
0 = PC
CE = PC PE
0,5 = PC PE
0,5 PE = PC
0,5 (PC + PELP) = PC 0,5 PC + 0,5 PELP = PC0,5 PELP = PC - 0,5 PC0,5 PELP = 0,5 PCdividindo ambos os membros da equação por 0,5, tem-se PELP = PC; substituindo na fórmula:PC + PELP = PEPC + PC = PE2PC = PEPC = PE 2
CE = PC PE
1,0 = PC PE
1,0 x PE = PC
PE = PCComo PE = PC + PELP, para que PC seja igual a PE, o PELP tem que ser zero.
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
C E D E R J 107
AU
LA 1
0
Pelo exposto, você conclui que as opções a e b fi cam desde já excluídas (sempre igual
a 1,0 e sempre superior a 1,0 são falsas), restando apenas as opções “c” e “d” para
serem analisadas.
Você viu, em Contabilidade I, que o PE representa 100% das dívidas (curto e de longo
prazo). Uma maior participação das dívidas de curto prazo no total do PE implica menor
participação das de longo prazo e vice-versa.
Em relação à composição de endividamento, se as dívidas de curto prazo tiverem uma
maior participação no PE, maior será a CE e vice-versa, como você pode ver a seguir nas
situações 1 e 2:
O próximo passo é conceituar o índice de composição de endividamento.
Você aprendeu, na aula passada, que é bem mais confortável para a empresa ter dívidas de
longo prazo em proporção superior às de curto prazo (pois ela dispõe de maior tempo para
gerar recursos e amortizar as dívidas).
Em função disso, a terceira opção também não é correta, pois se a composição do
endividamento tiver como ideal quanto maior, melhor, você está assumindo que é mais
confortável para a empresa endividar-se sempre no curto prazo (vide situação 2), quando o
melhor seria o contrário (situação 1).
Finalmente, a quarta opção é a correta, ou seja, quanto menor, melhor: a empresa endivida-se
em maior proporção de dívidas de longo prazo; portanto, as de curto prazo apresentam-se
menores no total do PE; lembre-se na matemática, no estudo de fração, quanto menor for
o numerador menor será o resultado dessa fração CE =PCPE
⎛⎝⎜
⎞⎠⎟
.
Situação 1: menor participação do PC no total do PE
Situação 2: maior participação do PC no total do PE
Por exemplo
PC = 500
PELP = 1500
CE = ?CE = PC; substituindo os valores na PEfórmula, tem-se
CE = 500 500 + 1.500
CE = 500 2.000
CE = 0,25; isto é, na situação 1 a participação das dívidas de curto prazo no total do PE é de 25%.
Por exemplo
PC = 1.200
PELP = 800
CE = ? CE = PC; substituindo os valores na PEfórmula, tem-se
CE = 1.200 1.200 + 800
CE = 1.200 2.000
CE = 0,60; isto é, na situação 2 a participação das dívidas de curto prazo no total do PE é de 60%.
108 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Atividade 16A Empresa Alvorada Ltda. opera com 30% de capitais de terceiros e com 70% de capitais próprios. Assim, seu grau de endividamento é:
a) ( ) 0,20 b) ( ) 0,30 c) ( ) 1,40 d) ( ) 1,00
Resposta ComentadaA opção b é a correta, ou seja: 0,30.
Nesta atividade, você utiliza o primeiro passo do estudo dos indicadores fi nanceiros - cálculo
dos índices.
No cálculo do endividamento total aplica-se a seguinte fórmula:
ET = PE AT
Como foi comentado em Contabilidade I, o Ativo Total (AT) é igual ao Passivo Total (PT).
O Passivo Total (origem de recursos) é composto de capitais de terceiros (PC + PELP) e capital
próprio (PL); portanto, PT = PC + PELP + PL.
Substituindo os valores fornecidos na fórmula, tem-se:
ET = 0,30 (0,30 + 0,70)
ET = 0,30 1,00
ET = 0,30
Toda vez que uma fórmula apresentar o numerador multiplicado por 100,
isto signifi ca que o resultado da fração é dado em forma de percentual.
Exemplo:
ET = PE x 100AT
ET = 30 x 100100
ET = 30%
O ET pode ser apresentado também desta forma:
ET = 30% = 30 = 0,30 100
!!
C E D E R J 109
AU
LA 1
0
Atividade 17Quando o grau de endividamento de uma empresa é 1,4, ela está operando com passivo a descoberto?a) ( ) sim b) ( ) não
Resposta ComentadaA opção a é verdadeira.
Aplicando a primeira etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros – cálculo dos índices,
tem-se:
ET = PE AT
1,4 = PE AT
1,4 AT = PE
O AT representa 100% dos recursos aplicados. Substituindo o AT por 100% na fórmula:
1,4 x 100% = PE
140% = PE
Para saber o valor do PL, adote a fórmula PT = PE + PL; como AT = PT, tem-se:
100% = 140% + PL
100% – 140% = PL
- 40% = PL
Quando o PL é negativo, isto signifi ca que a empresa encontra-se com passivo a descoberto.
Ou seja, ela não tem recursos ativo para pagar suas obrigações.
Dentre as afi rmativas a seguir, marque a correta.I - Quando o grau de endividamento for menor que 1,0, o Patrimônio Líquido é positivo.
II - Quando o grau de endividamento for maior que zero e menor do que 0,5, a empresa opera com preponderância de capitais próprios.
III - Quando o grau de endividamento for maior que 0,5 e menor do que 1,0, a empresa opera com preponderância de capitais de terceiros, mas ainda existem capitais próprios.
IV - Quando o grau de endividamento for igual a 0,5, os capitais próprios são iguais aos capitais de terceiros.a) ( ) todas as afi rmativas estão erradas;b) ( ) todas as afi rmativas estão corretas;c) ( ) apenas a afi rmativa III é falsa;d) ( ) apenas a afi rmativa I é verdadeira.
Atividade 18
110 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Resposta ComentadaA opção b é a correta, ou seja: todas as afi rmativas estão corretas.
Para resolução desta atividade, você deverá analisar cada afi rmativa proposta.
Afi rmativa I: ET < 1,0; PL > 0.
Sabemos que o endividamento total é dado pela seguinte fórmula:
ET = PE AT
O fato de o ET ser inferior a 1 signifi ca que a empresa utiliza recursos de terceiros (PE)
em proporção maior ou igual ao capital próprio (CP). Como AT é igual ao PT, conclui-se
que o PL é positivo, conforme demonstrado a seguir, tanto em termos algébricos como
grafi camente.
Algebricamente:
Grafi camente, teríamos:
ET = 0,80 ET = 0,50
Daí se conclui que a afi rmativa I é verdadeira.
Exemplo 1: ET = 0,80 Exemplo 2: ET = 0,50
ET = PE AT
0,80 = PE AT
0,80 AT = PE
Sabemos que o AT representa 100% do total dos recursos aplicados;donde 0,80 x 100% = PE80% = PEComo AT = PT e o PT = PE + PL, tem-se:100% = 80% + PL100% - 80% = PL20% = PL
ET = PE AT
0,5 = PE AT
0,50 AT = PE
Sabemos que o AT representa 100% do total dos recursos aplicados; donde 0,50 x 100% = PE50% = PEComo AT = PT e o PT = PE + PL, tem-se:100% = 50% + PL100% - 50% = PL50% = PL
AT
100%
PE80%
PL 20%
AT
100%
PE50%
PL50%
C E D E R J 111
AU
LA 1
0
Afi rmativa II: 0 < ET < 0,5; a empresa opera com preponderância de capitais próprios.
Sabemos que o endividamento total é dado pela seguinte fórmula:
ET = PE AT
Para ET ser inferior a 0,5, a empresa deve utilizar recursos de terceiros (PE) em menor
proporção que o capital próprio (CP). Como AT é igual ao PT, conclui-se que o PL é positivo,
conforme demonstrado a seguir, tanto em termos algébricos como grafi camente.
Algebricamente:
Por exemplo: ET = 0,40
0,40 = PE AT
0,40 AT = PE
O AT representa 100% do total dos recursos aplicados.
Donde 0,40 x 100% = PE
40% = PE
Sendo o AT = PT e PT = PE + PL, tem-se:
100% = 40% + PL
100% - 40% = PL
60% = PL
Grafi camente, teríamos:
ET = 0,40
Donde se conclui que a afi rmativa II é verdadeira.
Afi rmativa III: 0,5 < ET < 1,0; a empresa opera com preponderância de capitais de terceiros,
mas ainda existem capitais próprios.
Sabemos que o Endividamento Total é dado pela seguinte fórmula:
ET = PE AT
Para ET ser superior a 0,5, a empresa deve utilizar recursos de terceiros (PE) em maior
proporção ao capital próprio (CP). Como AT é igual ao PT, conclui-se que o PL é
positivo, conforme demonstrado a seguir, algébrica e grafi camente.
AT
100% PE60%
PE40%
112 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Algebricamente:
Por exemplo: ET = 0,70
0,70 = PE AT
0,70 AT = PE
AT representa 100% do total dos recursos aplicados.
Donde 0,70 x 100% = PE
70% = PE
Sendo AT = PT e o PT = PE + PL, tem-se:
100% = 70% + PL
100% - 70% = PL
30% = PL
Grafi camente, teríamos:
ET = 0,70
Donde se conclui que a afi rmativa III é verdadeira.
Afi rmativa IV: ET = 0,5; os capitais próprios são iguais aos capitais de terceiros.
Esta afi rmativa também é verdadeira, como está explicado na afi rmativa I.
Pelo exposto, todas as afi rmativas estão corretas.
AT
100%PL
30%
PE70%
C E D E R J 113
AU
LA 1
0
O grau de endividamento de uma empresa:
a) ( ) explicita uma situação indesejável para qualquer tipo de empresa comercial;b) ( ) indica que os Ativos Imobilizados não estão cobertos pelo Patrimônio Líquido da empresa;c) ( ) é calculado pela relação entre o Ativo Circulante e o Patrimônio Líquido;d) ( ) diminui, em geral, com aumento da participação relativa do Patrimônio Líquido no Ativo Total.
Resposta ComentadaA opção d é a correta, ou seja, diminui, em geral, com aumento da participação relativa
do patrimônio líquido no ativo total.
Como você verifi cou nas respostas comentadas das atividades anteriores, quanto mais o
Ativo for fi nanciado por capitais próprios (PL), menor será o grau de endividamento da
empresa. As Figuras 10.1 e 10.2 demonstram esta afi rmação:
Figura 10.1 Figura 10.2
O aumento da participação relativa dos capitais próprios no Ativo, de 70% (Figura 10.2)
contra 30% (Figura 10.1) fez com que o grau de endividamento (ET) diminuísse, passando
de 0,7 para 0,3.
Memória de cálculo:
ET = PE AT
AT = PT
PT = PE + PL PT = PE + PL
PT = 0,3 + 0,7 PT = 0,7 + 0,3
PT = 1 PT = 1ET = 0,30 = 0,3 ET = 0,7 = 0,7 1,0 1,0
Atividade 19
AT
100%PL
30%
PE70% AT
100%
PL30%
PE70%
114 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Preencha as linhas pontilhadas do Balanço Patrimonial de forma que:a) O índice de liquidez corrente seja acima de 1,7.b) O índice de liquidez imediata seja igual a 0,20.c) O índice de liquidez seca seja inferior a 0,70.d) O endividamento total da empresa seja elevado.e) A composição do endividamento seja ruim.
Resposta
]
Atividade 20
ATIVO PASSIVO
Disponibilidades .......... Passivo Circulante ..........
Clientes ..........
Mercadorias .......... Passivo Exigível a L.P ..........
Total do Ativo Circulante ..........
Patrimônio Líquido ..........
Total 100 Total ..........
Balanço Patrimonial
R$ATIVO PASSIVODisponibilidades 10 Passivo Circulante 50
Clientes 20
Mercadorias 70 Passivo Exigível a L.P 30
Total do Ativo Circulante 100
Patrimônio Líquido 20
Total 100 Total 100
Balanço Patrimonial
C E D E R J 115
AU
LA 1
0
Resposta ComentadaO dado fornecido pela letra a do enunciado (ILC > 1,7), possibilita que você apure o
valor do AC.
Veja:
Você viu que o ILC é dado pela fórmula: ILC = AC PC
Por exemplo, se o ILC for 2,0, tem-se
2,0 = AC PC
2,0 x PC = AC
2,0 PC = AC, o que signifi ca que o AC é o dobro do PC.
Por outro lado, na estrutura do Balanço Patrimonial apresentado, o Ativo Total é composto
somente do Ativo Circulante. Neste caso, AC = AT.
Se o AT for igual a R$ 100, o AC será igual a R$ 100 e o PC igual a R$ 50. PC =AC2
⎛⎝⎜
⎞⎠⎟
O enunciado da letra b (ILI = 0,20) possibilita apurar o valor do Disponibilidades.
ILI = Disponibilidades PC
0,20 = Disponibilidades 50
0,20 x 50 = Disponibilidades
10 = Disponibilidades
O enunciado da letra c (ILS < 0,7), juntamente com o enunciado da letra b (ILI = 0,20) e os
valores do AC e do PC apurados anteriormente permitem que os Estoques de Mercadorias
sejam determinados.
O ILS deverá ser um valor maior que 0,2 (ILI) e menor que 0,7.
O ILS é calculado pela seguinte fórmula:
ILS = AC - Estoques de Mercadorias PC
Por exemplo, se o ILS for igual a 0,6 (0,2 < ILS < 0,7), tem-se:
0,6 = R$ 100 - Estoques de Mercadorias 50
0,6 X R$ 50 = R$ 100 – Estoques de Mercadorias
R$ 30 = R$ 100 – Estoques de Mercadorias
Estoques de Mercadorias = R$ 100 – R$ 30
Estoques de Mercadorias = R$ 70
116 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Sabendo o valor dos Estoques de Mercadorias, você poderá apurar
o valor da conta Clientes.
O valor da conta Clientes é determinado da seguinte maneira:
AC = Disponibilidades + Clientes + Mercadorias
R$ 100 = R$ 10 + Clientes + R$ 70
R$ 100 – R$ 10 – R$ 70 = Clientes
R$ 20 = Clientes
O enunciado da letra d (endividamento total da empresa seja elevado) signifi ca que o
PE > PL. Sabendo que o PE = PC + PELP e o PC é igual a R$ 50,00, o valor do PE tem que
ser superior a R$ 50,00 e inferior ao total do Ativo (R$ 100,00); portanto, o PELP deverá ser
menor que R$ 50,00 e maior que R$ 0,00.
Se, por exemplo, PELP = R$ 30 você poderá apurar os valores do PE e do PL, conforme
demonstrado a seguir:
PE = PC + PELP
PE = R$ 50 + R$ 30
PE = R$ 80
Como AT = PT e PT = PE + PL, tem-se:
O AT já foi apurado e seu valor é de R$ 100,00; substituindo na fórmula: AT = PT, tem-se:
R$ 100 = PT
Sendo PT = PE + PL
R$ 100 = R$ 80 + PL
R$ 100 – R$ 80 = PL
R$ 20 = PL
O último dado fornecido pela letra e (composição do endividamento seja ruim) vem corroborar
com a explicação anterior. Isto é, na composição de endividamento, as dívidas de curto prazo
devem ser maiores que as vencíveis a longo prazo.
Assim sendo, você pode preencher o Balanço Patrimonial atendendo às condições impostas
pelo enunciado.
R$
ATIVO PASSIVO
Disponibilidades 10 Passivo Circulante 50
Clientes . 20
Mercadorias 70 Passivo Exigível a L.P 30
Total do Ativo Circulante 100
Patrimônio Líquido 20
Total 100 Total 100
Balanço Patrimonial
C E D E R J 117
AU
LA 1
0
Comentários acerca da escolha dos valores:
1) AT = R$ 100 facilita os cálculos dos demais valores.2) PELP = R$ 30 faz com que o PE seja elevado;
conseqüentemente, o PL tem menor participação no total das origens (PT) e a composição das dívidas
fi ca conceituada como ruim (PC > PELP).!!
O BP pode ser preenchido de forma diferente do apresentado; no entanto ele deve
atender às condições impostas do enunciado. !!Indique a tendência mais provável para a Empresa X, considerando os quocientes de três períodos consecutivos:
PE = 0,80; 0,70; 0,60 AT
a) ( ) A atividade econômica está sendo fi nanciada cada vez menos por recursos próprios;b) ( ) Os recursos próprios estão aumentando cada vez mais em relação aos recursos de terceiros;c) ( ) Há indícios de aumento de recurso de terceiros aplicados em bens e direitos;d) ( ) O endividamento total da empresa está com seu nível cada vez mais elevado.
Resposta ComentadaA opção b é a correta, ou seja: os recursos próprios estão aumentando cada vez mais em
relação ao de terceiros.
Nas atividades anteriores você viu que PE representa a fórmula do endividamento total. AT
Com essa fórmula e a do AT = PE + PL, você tem condições de apurar os valores do PE e
do PL.
Algebricamente, seria:
Atividade 21
118 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Grafi camente, teríamos:
ET = 0,80 ET = 0,70 ET = 0,60
Através da análise das fi guras, fi ca muito mais fácil responder às opções propostas:
A primeira opção não está certa porque esta relação de endividamento mostra que, no primeiro
ano, a Empresa X tinha seu Ativo fi nanciado por recursos de terceiros (PE) em 80% e apenas 20%
de recursos próprios (PL). No ano seguinte, houve aumento de recursos próprios (PL), ou seja,
30% de recursos próprios e 70% de recursos alheios (PE). Finalmente, no último período, estes
recursos próprios (PL) elevaram-se para 40%, contra 60% de recursos de terceiros (PE).
Seguindo esta evolução, você poderá concluir que os recursos próprios (PL) estão aumentando
para fi nanciar a atividade econômica e não diminuindo.
A terceira opção fala de aumento de recursos de terceiros (PE), quando sabemos que eles
estão diminuindo em relação aos recursos próprios.
Finalmente, a última opção afi rma que o endividamento total está com seu nível cada
vez mais elevado, quando você viu que ele está, na verdade, diminuindo.
ET = 0,80 ET = 0,70 ET = 0,60
ET = PE AT
0,80 = PE AT
0,80 x AT = PE
O AT representa 100% das aplicações.Substituindo o AT na fórmula, tem-se:0,80 x 100% = PE80% = PE
Como AT = PE + PL, pode-se calcular o PL:100% = 80% + PL100% – 80% = PL20% = PL
ET = PE AT
0,70 = PE AT
0,70 x AT = PE
O AT representa 100% das aplicações.Substituindo o AT na fórmula, tem-se:0,7 x 100% = PE70% = PE
Como AT = PE + PL, pode-se calcular o PL:100% = 70% + PL100% – 70% = PL30% = PL
ET = PE AT
0,60 = PE AT
0,60 x AT = PE
O AT representa 100% das aplicações.Substituindo o AT na fórmula, tem-se:0,60 x 100% = PE60% = PE
Como AT = PE + PL, pode-se calcular o PL:100% = 60% + PL100% – 60% = PL40% = PL
AT
100%
PE80%
PL 20%
AT
100%PL
30%
PE70% AT
100%
PE60%
PL40%
C E D E R J 119
AU
LA 1
0
Considerando a dependência de capitais de terceiros em relação aos recursos próprios, indique a tendência mais provável para determinada empresa.
PE = 1,30; 0,60; 0,45PL
( ) a) a empresa está aumentando sua autonomia fi nanceira;( ) b) a empresa não vem obtendo um bom grau de autonomia fi nanceira no decorrer dos exercícios sociais;( ) c) a empresa está com boas vendas;( ) d) a empresa está com bons lucros.
Resposta ComentadaA opção a é a correta, ou seja: a empresa está aumentando sua autonomia fi nanceira.
Nas atividades anteriores você viu que PE/PL representa a fórmula da participação de capitais
de terceiros. Com essa fórmula, você tem condições de apurar os valores do PE e do PL.
Algebricamente:
Grafi camente, teríamos:
PCT = 1,30 PCT = 0,60 PCT = 0,45
PL PE PL PE PL PE
PCT = 1,30 PCT = 0,60 PCT = 0,45
PCT = PE PL
1,30 = PE PL
1,30 x PL = PESe PL = 100, tem-se:1,30 x 100 = PE130 = PE
PCT = PE PL
0,60 = PE PL
0,60 x PL = PESe PL = 100, tem-se:0,60 x 100 = PE60 = PE
PCT = PE PL
0,45 = PE PL
0,45 x PL = PESe PL = 100, tem-se:0,45 x 100 = PE45 = PE
Atividade 22
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
120 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
O grau de garantia dado aos capitais de terceiros é calculado pela fórmula:
( ) a) Patrimônio Líquido Passivo Exigível de Longo Prazo
( ) b) Patrimônio Líquido Passivo Circulante
( ) c) Patrimônio Líquido Passivo Exigível
( ) d) Patrimônio Líquido Ativo Permanente
Resposta ComentadaA opção c é a correta, ou seja: . Patrimônio Líquido Passivo Exigível
Como você já viu na Aula 9, o grau de garantia aos capitais de terceiros (GCT) é calculado
pela fórmula GCT = PL, sendo PL os recursos próprios e PE os recursos de terceiros (PC +
PELP). PE
Sendo assim, a alternativa correta é a c, uma vez que o Exigível Total é o somatório do PC
com o PELP.
Quanto às demais opções, a primeira não é verdadeira porque no denominador deixou de
ser incluído o PC. A segunda desconsiderou a inclusão do Passivo Exigível de Longo Prazo
no denominador. E, fi nalmente, a última opção é indevida por incluir o Ativo Permanente
no denominador.
Atividade 23
Através da análise dos quocientes de participação de capitais de terceiros e dos gráfi cos,
fi ca mais fácil responder às opções propostas:
A opção a é a correta, porque o PE = PC + PELP do primeiro ano era R$ 130 para R$ 100
de PL (Capital Próprio). Já no segundo ano a dependência de capitais alheios (PE) é de
R$ 60 para R$ 100 de recursos próprios (PL). E, fi nalmente, no último período, a utilização
de recursos de terceiros (PE) reduziu-se a R$ 45 em relação aos capitais próprios (PL =
100%). Portanto, a empresa está cada vez menos dependente de capitais alheios.
A segunda opção está incorreta, pois, como foi visto anteriormente, a empresa vem obtendo
melhor grau de autonomia fi nanceira.
As duas últimas opções estão descartadas, pois este tipo de análise não oferece informações
claras sobre vendas e lucros.
C E D E R J 121
AU
LA 1
0
Com base no Balanço Patrimonial da Empresa Itaperuna encerrado em 31/12/X3, calcule.
O quociente de garantia aos capitais de terceiros é:a) ( ) 0,56 b) ( ) 0,78c) ( ) 1,29d) ( ) 0,44e) ( ) 1,14
Resposta Comentada A opção b é a correta, ou seja: 0,78.
Nesta atividade você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros – cálculo
do índice.
Você estudou que o GCT é apurado através da fórmula GCT = PL/PE, e o PE = PC + PELP.
Como foram fornecidos os valores do PC, PELP e do PL, basta substituí-los nas fórmulas:
GCT = PL PE
PE = PC + PELP
PE = 400 + 500
PE = 900
GCT = 700 900
GCT = 0,78
Atividade 24
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante 800 Passivo Circulante 400
Ativo Permanente 800 Passivo Exigível a Longo Prazo 500
Patrimônio Líquido 700
Total 1.600 Total 1.600
Balanço Patrimonial
122 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Marque a alternativa correta:
a) ( ) quanto maior o grau de garantia aos capitais de terceiros, menor segurança terão os credores;
b) ( ) através do grau de garantia dos capitais de terceiros não há condições de fazer uma análise segura dos credores;
c) ( ) quanto maior o grau de garantia dos capitais de terceiros, maior segurança terão os credores;
d) ( ) N.R.A.
Resposta ComentadaA opção c é a correta, ou seja: quanto maior o grau de garantia dos capitais de terceiros,
maior segurança terão os credores.
Nesta atividade, analisando o GCT = PL/PE, você poderá concluir que, quanto maior este
quociente, maior a margem de garantia para os credores, já que o PL (recursos próprios)
deverá ter um valor superior aos recursos de terceiros (PE), conforme demonstrado, a
seguir.
Por exemplo:
Grafi camente, teríamos:
GCT = 1,20 GCT = 0,80 GCT = 0,60
A análise dos índices de GCT revela que a margem de segurança aos capitais de terceiros
vem diminuindo a cada ano. No ano 1, para cada R$ 100 de capitais de terceiros, havia R$
120 de capitais próprios. No ano 2 e no ano 3, a existência de capitais próprios era de R$
80 e R$ 60, respectivamente.
Donde se conclui que quanto maior o quociente de GCT melhor, pois quanto maior a existência
de recursos próprios maior a garantia aos capitais alheios. (opção c).
Atividade 25
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3
GCT 1,20 0,80 0,60
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
C E D E R J 123
AU
LA 1
0
Memória de cálculo:
Ano 1 Ano 2 Ano 3
GCT =1,20 GCT = 0,80 GCT = 0,601,20 = PL PE
1,20 x PE = PL
1,20 PE = PL
Se PE = 100
1,20 x 100 = PL
120 = PL
0,80 = PL PE
0,80 x PE = PL
0,80 PE = PL
Se PE = 100
0,80 x 100 = PL
80 = PL
0,60 = PL PE
0,60 x PE = PL
0,60 PE = PL
Se PE = 100
0,60 x 100 = PL
60 = PL
Se o grau de garantia dado aos capitais de terceiros for menor do que 1,0, você pode concluir que:
a) ( ) os capitais de terceiros são menores do que os capitais próprios;
b) ( ) existe maior garantia na devolução de dívidas a credores;
c) ( ) existem capitais próprios em volume elevado aplicados no Ativo;
d) ( ) os capitais de terceiros são maiores do que os capitais próprios.
Resposta ComentadaA opção d é a correta, ou seja: os capitais de terceiros são maiores do que os capitais
próprios.
Você poderá resolver esta atividade de diversas formas:
Por exemplo, através do estudo das propriedades de fração:
1) O resultado da fração menor que 1 signifi ca que o denominador é maior que o
numerador.
2) O resultado da fração igual a 1 signifi ca que o denominador é igual ao numerador.
3) O resultado da fração maior que 1 signifi ca que o denominador é menor que o
numerador.
4) O resultado da fração igual a zero signifi ca que o numerador é zero.
Outro modo é utilizar a fórmula do GCT = PL. PE
Utilizando a propriedade 1 aplicado na fórmula GCT = PL., você pode concluir que PE > PL. PE
Ou utilizando a fórmula GCT = PL , para apurar o PE e PL conforme demonstrado a seguir: PE
Atividade 26
124 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Por exemplo: Se o GCT = 0,8, teríamos:
0,8 = PL PE
0,8 x PE = PL
Se PL = 100, tem-se:
0,8 x PE = 100
PE = 100 0,8
PE = 125
Grafi camente, fi caria assim:
PE PL
Dessa forma, podemos concluir que quando o GT < 1,0, o PL é menor do que o PE, ou seja,
existe maior volume de recursos de terceiros em relação aos próprios. Sendo assim, a opção
correta é a última, d. As demais estão erradas.
Se o grau de garantia de capitais de terceiros for menor do que 1,0, o Ativo terá sido fi nanciado:a) ( ) com maior volume de recursos de terceiros em relação aos recursos próprios;b) ( ) com menor volume de recursos de terceiros em relação aos recursos próprios;c) ( ) com recursos próprios;d) ( ) N.R.A.
Atividade 27
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
C E D E R J 125
AU
LA 1
0
Resposta ComentadaA opção a é a correta, ou seja: com maior volume de recursos de terceiros em relação
aos recursos próprios.
Partindo da fórmula GCT = PL/PE , em que PL são os capitais próprios e PE os recursos
de terceiros, é desejável um indicador > 1,0 para que haja predominância de capitais
próprios.
Esta atividade parte da premissa de que este quociente é menor do que 1,0, ou seja, existe
um PE maior do que o PL. Sendo assim, a opção correta é a primeira.
Reportando ao exemplo da atividade anterior (GCT = 0,80), podemos visualizar o Ativo
fi nanciado com maior participação de capitais de terceiros.
Memória de cálculo:
X1
GCT = 0,80
0,80= PL PE
0,80 x PE = PL
0,80 PE = PL
Se PL = 100
0,80 x PE = 100
PE= 100 0,80
PE = 125
AT = PE + PL
AT = 125 +100
AT = 225
AT
225
PE125
PL100
126 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Sabendo que o grau de garantia dada aos capitais de terceiros é igual a 1,0, marque a opção correta:a) ( ) o valor do Passivo Exigível é igual ao valor do Patrimônio Líquido;b) ( ) o valor do Ativo é igual ao dobro do valor do Passivo Exigível;c) ( ) o valor do Ativo é igual ao dobro do Patrimônio Líquido;d) ( ) todas as opções anteriores são corretas.
Resposta ComentadaA opção d é a correta, ou seja: todas as opções anteriores são corretas.
O GCT = 1 signifi ca que os valores dos recursos próprios (PL) são iguais aos recursos
de terceiros (PC + PELP); logo, o Ativo será o dobro do Passivo Exigível (PC + PELP) e,
conseqüentemente, também o dobro do Patrimônio Líquido, conforme demonstrado
algebricamente e grafi camente, a seguir:
Algebricamente, teríamos:
GCT = PL PE
1,00 = PL PE
1,00 x PE = PL
PE = PL
Como o AT = PE + PL, substituindo PL por PE:
AT = PE + PE
AT = 2 PE
Se o AT for igual a 100
100 = 2 PE
PE = 100 2
PE = 50; substituindo na fórmula: AT = PE + PL.
100 = 50 + PL
50 = PL
Grafi camente, teríamos:
Atividade 28
AT
100
PE50
PL50
C E D E R J 127
AU
LA 1
0
Se a empresa X possui grau de garantia aos capitais de terceiros igual a 1,0, e a empresa Y tiver o mesmo indicador em 1,50, qual delas oferecerá maior margem de segurança as seus credores?( ) a) Empresa X;( ) b) Empresa Y.
Resposta ComentadaA opção b é a correta (empresa Y).
Nesta atividade, você utilizou a segunda etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros, ou
seja interpretação dos índices na forma comparativa pelo seu signifi cado intrínseco.
O GCT representa a margem de segurança dada aos capitais de terceiros aplicados na
empresa em razão da existência de recursos próprios.
Interpretando o GCT das empresas X e Y, observa-se que, na empresa X, para cada R$
100 de capitais de terceiros, a empresa dispõe de capitais próprios na mesma proporção,
isto é, R$ 100. A empresa Y é mais favorável, pois para R$ 100 de Capitais de Terceiros
há R$ 150 de Capitais Próprios.
Desta forma, a Empresa Y oferece maior margem de segurança aos seus credores, ou seja,
1,50, conforme demonstrado a seguir:
Por exemplo:
Grafi camente, seria assim:
Empresa X Empresa Y
PE PL PE PL
Atividade 29
Discriminação Empresa X Empresa Y
GCT 1,00 1,50
160,00
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
160,00
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
128 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Memória de cálculo:
Empresa X Empresa Y
GCT =1,00 GCT = 1,50
1,00 = PL PE
1,00 x PE = PL
1,00 PE = PL
Se PE = 100
1,00 x 100 = PL
100 = PL
1,50 = PL PE
1,50 x PE = PL
1,50 PE = PL
Se PE = 100
1,50 x 100 = PL
150 = PL
O GCT é a margem de segurança dada aos capitais de terceiros, e que “quanto maior
melhor” para a empresa. !!Se o grau de endividamento total for igual a 0,50, o quociente de garantia de capital de terceiros será:a) ( ) zero;b) ( ) 0,50;c) ( ) 1,0;d) ( ) 2,0.
Resposta ComentadaA opção c é a correta, ou seja, 1,0.
Analisando as fórmulas do endividamento total e da garantia de capital de terceiros, você
terá: ET = PE e GCT = PL . AT PE.
Sendo o ET = 0,50, o Ativo desta empresa está sendo fi nanciado 50% com capitais alheios (PE)
e 50% com capitais próprios (PL), ou seja, os valores são iguais. Sendo iguais, a garantia dada
aos capitais alheios será 1,0, conforme demonstrado algébrica e grafi camente a seguir:
Algebricamente:
Atividade 30
C E D E R J 129
AU
LA 1
0
ET = PE AT
0,50 = PE AT
0,50 x AT = PE
Se AT = 100
0,50 x 100 = PE
50 = PE
Apurados os valores do PE e do PL, você tem condições de calcular o GCT.
GCT = PL PEGCT = 50 50GCT = 1,0
Grafi camente, fi caria assim:
ET = 0,50 GCT = 1,0
PE PL
A fórmula
Passivo ExigívelPatrimônio Líquido
é utilizada para calcular o quociente de:
a) ( ) endividamento totalb) ( ) participação de capitais de terceirosc) ( ) garantia aos capitais de terceirosd) ( ) imobilização do capital próprio
Atividade 31
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
AT
100
PE50
PL50
130 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Resposta ComentadaA opção b é a correta, isto é, “participação de capitais de terceiros “.
Para resolução desta atividade, é preciso que você relembre as fórmulas apresentadas na
Aula 9.
O índice de participação de capitais de terceiros mostra:a) ( ) quanto o Patrimônio Líquido terá que aumentar para igualar-se ao Exigível;b) ( ) quantos reais de terceiros foram investidos na empresa para cada real de capital próprio;c) ( ) qual a proporção do Exigível a Longo Prazo em relação ao Exigível Total;d) ( ) qual a porcentagem de lucro pago a terceiros.
Resposta ComentadaA opção b é a correta, ou seja: quantos reais de terceiros foram investidos na empresa
para cada real de capital próprio.
Nesta atividade, você utilizou a segunda etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros
– interpretação dos índices na forma comparativa pelo seu signifi cado intrínseco.
O índice de participação de capitais de terceiros = PE/PL mostra quantos reais de terceiros
foram investidos na empresa para cada real de capital próprio.
Utilizado os gráfi cos dos comentários da Atividade 23, você visualizará melhor a participação
dos capitais de terceiros em relação aos capitais próprios.
Gráfi co 1 Gráfi co 2 Gráfi co 3
PL PE PL PE PL PE
O gráfi co 1 mostra que, para cada R$ 100 de capitais próprios, a empresa utilizou R$ 130
de capitais de terceiros.
No gráfi co 2, esta dependência da empresa aos recursos externos diminuiu, passando a
utilizar, para cada R$ 100 de capitais próprios, R$ 60 de capitais de terceiros; e por último,
o gráfi co 3 revela que a utilização dos capitais de terceiros em relação aos capitais
próprios passou para R$ 45 por R$ 100.
Atividade 32
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
C E D E R J 131
AU
LA 1
0
Faça a correlação:1) Endividamento a curto prazo ( ) PELP PE
2) Endividamento a longo prazo ( ) AP PL
3) Imobilização dos recursos permanentes ( ) PC PE
4) Imobilização do capital próprio ( ) AP PELP + PL
Resposta ComentadaResposta: 2, 4, 1 e 3.
Nesta atividade, você utilizou somente a primeira etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros
– cálculo dos índices.
Atividade 33
Considere o Balanço Patrimonial da Empresa Comercial Campos encerrado em 31 de dezembro de X2, apresentado a seguir.
Atividade 34
em R$ ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE 1.643CIRCULANTE 630 Bancos c/ Movimento 165 Fornecedores 425 Duplicatas a Receber 728 Impostos a Pagar 105 Produtos Acabados 750 Dividendos a Pagar 100
REALIZÁVEL a L.P. 75EXIGÍVEL a L.P. 83 Duplicatas a Receber 75 EMPRÉSTIMOS A PAGAR (*) 83
PERMANENTE 555PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.560 Capital Social 1.350
Investimentos 225 Reserva de Capital 60 Imobilizado 300 Reserva de Lucros 75 Diferido 30 Lucros Acumulados 75 TOTAL 2.273TOTAL 2.273
Balanço Patrimonial
EM P R É S T I M O S A P A G A R
Recursos de terceiros para fi nanciamento do Ativo Imobilizado.
132 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Podemos afi rmar que os quocientes de endividamento a curto prazo, de longo prazo, de imobilização do capital próprio e de imobilização dos recursos permanentes em X2 foram, respectivamente, de a) ( ) 0,88; 0,05; 0,36; 0,33. b) ( ) 0,12; 0,36; 0,41; 0,33. c) ( ) 0,88; 0,12; 0,36; 0,34. d) ( ) 0,04; 0,13; 0,05; 0,41.
Resposta ComentadaA opção c é a correta, ou seja: 0,88; 0,12; 0,36; 0,34.
Nesta atividade, você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros, isto
é, o cálculo através de fórmulas.
ECP = PC PEPE = PC + PELP
ELP = PELP PE
ICP = AP PL
IRP = AP PELP + PL
ECP = 630 630 + 83ECP = 630 713ECP = 0,88
ECP = 83 630 + 83ECP = 83 713ELP = 0,12
ICP = 555 1.560ICP = 0,36
IRP = 555 83 + 1.560IRP = 555 1.643IRP = 0,34
O quociente de imobilização do Patrimônio Líquido mostra:a) ( ) quantos reais a empresa imobilizou para cada real de Patrimônio Líquido;b) ( ) quantos reais a empresa imobilizou para cada real de recursos totais a longo prazo;c) ( ) quanto a empresa pode imobilizar sem comprometer a sua situação fi nanceira;d) ( ) quanto a empresa terá de imobilizar para atingir um Lucro Bruto razoável sobre o Patrimônio Líquido.
Resposta ComentadaA opção a é a correta, isto é, “quantos reais a empresa imobilizou para cada real de
Patrimônio Líquido”.
Nesta atividade, você utilizou a segunda etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros
– interpretação dos índices na forma comparativa pelo seu valor intrínseco.
O quociente de Imobilização do patrimônio líquido = AP mostra quantos reais a empresa
imobilizou para cada real de Patrimônio Líquido. PL
Atividade 35
C E D E R J 133
AU
LA 1
0
O exemplo a seguir facilitará a compreensão da interpretação deste índice:
AP = R$ 60,00
PL = R$100,00
ICP = ?
ICP = 60 100
ICP = 0,60
Grafi camente, fi caria assim:
PL AP
Para cada R$ 100,00 de capitais próprios, a empresa aplicou no Ativo Permanente R$ 60,00.
Com base nas relações relatadas a seguir, calcule os principais indicadores, visando avaliar a capacidade fi nanceira da empresa Piabetá S.A.• O Ativo Total era fi nanciado por recursos próprios em 65%.• As Despesas Antecipadas e os Estoques compunham 40% do Ativo Circulante.• As obrigações amortizáveis a longo prazo participavam com 60% do Passivo Exigível Total.• O Ativo Realizável a Longo Prazo representava 10% do Ativo Total.• As disponibilidades líquidas e as contas a receber de curto prazo perfaziam 60% do Ativo Circulante.• Metade de todos os recursos aplicados no Ativo Total tinha sido destinada ao fi nanciamento de bens e direitos do Ativo Permanente.
Pede-se:a) Liquidez seca.b) Liquidez corrente.c) Liquidez geral.d) Endividamento total.e) Garantia de capital de terceiros.f) Endividamento de Curto Prazo.
Atividade 36
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
134 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Faça um breve comentário sobre a situação desta empresa.
Piabetá S.A.
Resposta ComentadaPara resolver esta atividade, você deverá transportar para o BP os dados fornecidos pelo
enunciado, em percentuais, conforme discriminado a seguir:
A partir de agora você tem condições de preencher os dados restantes do BP, em percentuais,
o que é feito da seguinte maneira:
a) Cálculo do valor do Ativo
Você viu em Contabilidade I e II que o Ativo é igual ao Passivo e que o Ativo total representa
100% das aplicações de recursos, portanto, A = 100%.
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponibilidades
Contas a Receber
Estoques EXIGÍVEL a LONGO PRAZO
Despesas Antecipadas
REALIZÁVEL a LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PERMANENTE
TOTAL TOTAL
Balanço Patrimonial em 31/12/X1
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponibilidades60% do AC
Contas a Receber
Estoques40% do AC
EXIGÍVEL LONGO PRAZO =
60% do PE
Despesas AntecipadasREALIZÁVEL LONGO PRAZO 10% do AT
PATRIMÔNIO LÍQUIDO =
65% do PT
PERMANENTE 50% do AT
TOTAL TOTAL
Balanço Patrimonial em 31/12/X1
C E D E R J 135
AU
LA 1
0
b) Cálculo do Ativo Realizável a Longo Prazo
ARLP = 10% do AT
ARLP = 0,10 x 100%
ARLP = 10%
c) Cálculo do Ativo Permanente
AP = 50% do AT
AP = 0,50 x 100%
AP = 50%
d) Cálculo do Ativo Circulante
AT = AC + ARLP + AP
100% = AC + 10% + 50%
100% - 10% - 50% = AC
40% = AC.
e) Cálculo da Disponibilidades + Contas a Receber
Disponibilidades + Contas a Receber = 60% do AC
Disponibilidades + Contas a Receber = 0,60 x 40%
Disponibilidades + Contas a Receber = 24%
f) Cálculo dos Estoques + Despesas Antecipadas
Estoques + Despesas Antecipadas = 40% do AC
Estoques + Despesas Antecipadas = 0,40 x 40%
Estoques + Despesas Antecipadas = 16%
g) Cálculo do Passivo
Você viu em Contabilidade I e II que o Ativo Total é igual ao Passivo Total e que o
Passivo Total representa 100% das origens de recursos, portanto, PT = 100%.
h) Cálculo do Passivo Exigível
PT = PC + PELP + PL, como PC + PEPL = PE, temos
PT = PE + PL
100% = PE + 65%
100% - 65% = PE
35% = PE
i) Cálculo do Passivo Exigível a Longo Prazo
PELP = 60% do PE
PELP = 0,60 x 35%
PELP = 21%
j) Cálculo do Passivo Circulante
PT = PC + PELP + PL
100% = PC + 21% + 65%
100% - 21% - 65% = PC
14% = PC
136 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Após o preenchimento dos dados, em percentuais, o BP fi caria assim:
Em seguida, você deverá atribuir aleatoriamente um valor para o Ativo Total ou Passivo Total.
Para facilitar os cálculos percentuais, o Ativo Total terá um valor de R$ 100,00. Desta forma,
o BP fi cará com os seguintes valores monetários:
Com o Balanço Patrimonial completo, você poderá calcular os indicadores de liquidez e
endividamento. Vejamos:
a) ILS = Disponibilidades + Contas a Receber ILS = 24 = 1,71 Passivo Circulante 14
b) ILC = AC ILC = 40 = 2,86 PC 14
c) ILG = AC + ARLP ILG = 40 + 10 = 1,43 PC + PELP 14 + 21
d) ET = PE x 100 ET = 14 + 21 = 35% AT 100
e) GCT = PL x 100 GCT = 65 = 186% PE 14 + 21
f) ECP = PC x 100 ECP = 14 = 40% PE 14 + 21
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE 40% CIRCULANTE 14%
Disponibilidades24%
Contas a Receber
Estoques16%
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 21%
Despesas Antecipadas
REALIZÁVEL LONGO PRAZO 10% PATRIMÔNIO LÍQUIDO 65%
PERMANENTE 50%
TOTAL 100% TOTAL 100%
Balanço Patrimonial em 31/12/X1
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE 40 CIRCULANTE 14
Disponibilidades 24
Contas a Receber
Estoques 16
EXIGÍVEL LONGO PRAZO 21
Despesas Antecipadas
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 10 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 65
PERMANENTE 50
TOTAL 100 TOTAL 100
Balanço Patrimonial em 31/12/X1
C E D E R J 137
AU
LA 1
0
Você, agora, já tem elementos sufi cientes para comentar a situação econômica desta
empresa.
Na verdade, considerando que o enunciado não informa os índices setoriais, e que a análise
é enfocada apenas em um exercício, a empresa apresenta bons indicadores de liquidez, já
que a liquidez seca, a corrente e a geral estão acima de 1,0.
Com relação ao endividamento total, a empresa está em um bom patamar, já que apenas
35% do Ativo Total são fi nanciados por capitais alheios. A garantia dada aos capitais de
terceiros é favorável, pois está acima de 1,0, ou seja, existem mais recursos próprios do que
de terceiros.
E, fi nalmente, a composição do endividamento mostra que apenas 40% dos capitais de terceiros
são de curto prazo.
Nesta atividade, você aplicou as duas etapas do estudo dos indicadores fi nanceiros: cálculo e
interpretação (conceituação) dos índices.!!Apure os quocientes de endividamento da Empresa ABC e faça um comentário sobre a real situação da empresa.
Empresa ABC
Atividade 37
ATIVO 31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7CIRCULANTE 296.394 644.559 761.510 Disponibilidades 27.640 24.422 11.853 Duplicatas a Receber 28.754 94.256 109.439 Estoques 124.638 351.053 440.428 Despesas do Exercício Seguinte 115.362 174.828 199.790REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 36.702 29.680 31.705PERMANENTE 145.224 253.267 357.865 Investimentos 75.113 180.028 224.656 Imobilizado 60.781 62.652 107.540 Diferido 9.330 10.587 25.669TOTAL 478.320 927.506 1.151.080
Balanço Patrimonial
138 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
Resposta
Comentários:
PASSIVO 31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7CIRCULANTE 72.021 456.209 565.751 Duplicatas a Pagar 70.000 450.000 555.751 Imposto de Renda a Pagar 2.021 6.209 10.000EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 226.273 161.293 130.776 Financiamento 226.273 161.293 130.776PATRIMÔNIO LÍQUIDO 180.026 310.004 454.553 Capital 70.000 87.500 131.250 Lucros Acumulados 110.026 222.504 323.303TOTAL 478.320 927.506 1.151.080
Balanço Patrimonial
31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7I) Endividamento total I) Endividamento total I) Endividamento
total
II) Garantia aos Capitais de Terceiros
II) Garantia aos Capitais de Terceiros
II) Garantia aos Capitais de Terceiros
III) Composição do Endividamento
III) Composição do Endividamento
III) Composição do Endividamento
C E D E R J 139
AU
LA 1
0
Resposta ComentadaAplicando os principais indicadores de endividamento, você irá obter:
Em uma análise inicial, você concluirá que a Empresa ABC tem um endividamento elevado
nos três exercícios sociais, o que dá pouca margem de segurança aos capitais alheios. A
composição de endividamento no exercício social de X5 apresentou bom resultado, uma vez
que a maioria das suas dívidas era de longo prazo. Entretanto, nos dois períodos seguintes,
a situação da empresa foi desfavorável, pois houve predominância de capitais alheios de
curto prazo.
31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7
I) ET = PE x 100 AT
ET = 72.021 + 226.273 x 100 = 62% 478.320
I) ET = PE x 100 AT
ET = 456.209 + 161.293 x 100= 67% 927.506
I) ET = PE x 100 AT
ET = 565.751 + 130.776 x 100= 61% 1.151.080
II) GCT = PL x 100 PE
GCT = 180.026 x 100 = 60% 72.021 + 226.273
II) GCT = PL x 100 PE
GCT = 310.004 x 100 = 50% 456.209 + 161.293
II) GCT = PL x 100 PE
GCT = 454.553 x 100 = 65% 565.751 + 130.776
III) ECP = PC x 100 PE
ECP = 72.021 x 100 = 24% 72.021 + 226.273
III) ECP = PC x 100 PE
ECP = 456.209 x 100 = 74% 456.209 + 161.293
III) ECP = PC x 100 PE
ECP = 565.751 x 100 = 81% 565.751 + 130.776
CONCLUSÃO
Fazendo várias atividades sobre os indicadores de estrutura,
você teve oportunidade de entender o perigo existente para a saúde
fi nanceira das empresas ao utilizarem um volume elevado de capitais
de terceiros.
Aprendeu também que as instituições financeiras não estão
dispostas a conceder empréstimos às empresas com pouca perspectiva
de pagamento de suas dívidas.
Percebeu que um alto endividamento de curto prazo pode enfra-
quecer a empresa fi nanceiramente. Sempre que possível, ela deve buscar
recursos externos no longo prazo, principalmente no fi nanciamento do
Ativo Permanente.
Por meio destas atividades, você aprendeu, também, a tirar algumas
conclusões sobre a situação fi nanceira das empresas analisadas.
140 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais
INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA
Você irá estudar, na próxima aula, uma outra modalidade de Análise por
Quocientes denominada índices de atividade.
Análise por QuocientesIII - Índices de atividade
Após o conhecimento destes indicadores de atividade, esperamos que você esteja preparado para:
identifi car esta nova modalidade de Análise por Quocientes;
conceituar os indicadores de atividade;
identifi car sua importância e suas limitações;
aplicar fórmulas para apuração dos índices de atividade;
listar os passos para interpretação dos resultados;
interpretar esses resultados, sinalizando algumas conclusões.
11objetivos
AU
LA
Metas da aula
Apresentar a técnica de Análise por Quocientes na modalidade denominada índices de atividade.
1
2
3
Pré-requisitos
Um bom domínio sobre os principais relatórios contábeis, ou seja, Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, estudados em
Contabilidade Geral I e II, além da revisão apresentada na Aula 1 desta disciplina, serão importantes para o estudo desta aula.
A utilização de uma calculadora facilitará sensivelmente a sua aprendizagem nesta aula.
4
5
6
8 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
INTRODUÇÃO Nesta aula, você terá oportunidade de aplicar, no Balanço Patrimonial e na
Demonstração do Resultado do Exercício, a técnica de Análise por Quocientes
referente aos indicadores de atividade.
Os índices de atividade são usados para medir a rapidez com que certos
elementos patrimoniais se renovam (giram) durante determinado período de
tempo.
Enquanto os índices de liquidez mostram volumes de recursos, os índices de
atividade mostram os prazos em que a empresa realiza seus ativos e os prazos
em que deve saldar suas dívidas.
Os indicadores de atividade permitem que seja analisado o desempenho operacional
da empresa, bem como suas necessidades de investimento em giro.
ÍNDICES DE ATIVIDADE
Estes índices revelam a velocidade com que alguns elementos
patrimoniais giram durante o exercício. Podem ser expressos em períodos
de tempo (dias, meses ou ano), quando são denominados índices de
prazos médios, ou em número de giros ao ano, quando são chamados
índices de rotação ou giro.
Análise por Quocientes
Liquidez Estrutura
Prazo médio
Atividade
Giro
Índices de prazos médios
Indicam quantos dias, em média, a empresa leva para receber suas
vendas, pagar a seus fornecedores e renovar seus estoques.
A situação fi nanceira da empresa será tanto melhor quanto maior
for a velocidade de recebimento de vendas, de renovação de estoques
e quanto mais lento for o pagamento das compras, desde que isso não
corresponda a atrasos.
Assim como os indicadores vistos em aulas anteriores, os índices
de prazos médios não devem ser analisados individualmente, mas sempre
em conjunto, a fi m de poder-se verifi car se os prazos vêm sendo favoráveis
ou desfavoráveis à empresa.
C E D E R J 9
AU
LA 1
1
Quais são os principais índices de prazos médios?
Como você já viu, os índices de prazos médios são calculados por
meio dos dados extraídos dos Balanços Patrimoniais e das Demonstrações
dos Resultados dos Exercícios.
São eles:
a. prazo médio de renovação de estoque (PMRE);
b. prazo médio de recebimento de vendas (PMRV);
c. prazo médio de pagamento de compras (PMPC).
Quais são os principais objetivos da análise dos prazos médios?
Permitir ao analista conhecer a política de compra e venda adotada
pela empresa e, a partir dela, constatar a efi ciência com que os recursos em
estoques, duplicatas a receber e fornecedores estão sendo administrados,
bem como conhecer suas necessidades de investimento em giro.
O que signifi ca prazos médios?
São o tempo médio com que a empresa realiza seus ativos ou
paga suas dívidas. Por exemplo, em relação às Duplicatas a Receber, não
signifi ca que a empresa só receberá todos os recursos de uma só vez em
tantos dias, mas sim que ela, em média, receberá os recursos ao longo
de tantos dias, podendo receber uma parte deles a cada dia.
. Para compreender melhor, suponha que uma empresa realiza
diariamente vendas a prazo no valor de R$ 10 e que tenha um prazo
médio de recebimento igual a 30 dias.
Veja o que acontece ao longo do tempo:
Discriminação Dia
1 2 3 4 ... 29 30 31 32 ...
Vendas a prazo 10 10 10 10 10 10 10 10 ...
Duplicatas a Receber 10 20 30 40 ... 290 300 300 300 ...
Recebimento 0 0 0 0 ... 0 0 10 10
Atividade
Prazos Médios
PMRE
Giro
PMRV PMPC
10 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Índices de rotação ou giro
O inverso de cada prazo operacional é defi nido por giro, e indica
o número de vezes que ocorreu determinada fase operacional.
Quais são os principais índices de rotação ou giro?
Assim como os prazos médios, os índices de rotação são obtidos
através dos dados das demonstrações fi nanceiras. São eles:
• giro dos estoques (GE);
• giro de duplicatas a receber (GDR);
• giro de fornecedores (GF).
Qual é o objetivo da análise de rotação ou giro?
Informar quantas vezes ao ano as Duplicatas a Receber, Estoques
e Fornecedores se renovam. Qual é a importância da análise deste índice
você verá mais adiante nesta aula.
Você sabia que os índices de atividade também são chamados índices de efi ciência?
A empresa vende R$ 10 por dia, com prazo de 30 dias. No primeiro
dia, ela apenas vende, nada recebe; em virtude desse prazo, ela acumula
a venda em Duplicatas a Receber. No segundo dia, acontece o mesmo,
e assim sucessivamente até o trigésimo dia, atingindo o montante de
R$ 300, a partir do qual deixa de crescer.
Do trigésimo primeiro dia em diante há uma geração de R$ 10 de
Duplicatas a Receber e uma redução de R$ 10 de Duplicatas a Receber
diariamente.
Atividade
Prazo Médio
GE
Giro
GDR GF
C E D E R J 11
AU
LA 1
1
Para calcular os valores médios de Duplicatas a Receber e Fornecedores, o
procedimento é o mesmo.
Como são calculados os índices de atividade? Valores médios ou saldo fi nal de balanço?
A opção pela utilização de valores médios ou saldos fi nais de
balanços está ligada diretamente à uniformidade das vendas e das
compras.
Se existe uniformidade, trabalha-se com os saldos finais de
balanços. Assim, por exemplo, se a conta Estoques apresentar o valor de
R$ 500.000,00 no Balanço Patrimonial encerrado em 31 de dezembro de
X1, supõe-se que a empresa manterá seu estoque médio nesse valor durante
todo o exercício social. Caso contrário, utilizam-se saldos médios.
Como apurar os valores médios?
Para o analista interno, a apuração dos valores utilizados como
numerador (estoques, duplicatas a receber e fornecedores) não é
problema, devido à facilidade de acesso aos valores mensais (balancetes
mensais).
Por exemplo, a apuração do valor médio de estoques é feita pela
média dos 12 meses do exercício em análise, ou seja:
EM = E1 + E2 + E3 + ... + E12 12
EM: Estoque Médio.E1, E2, E3, ...., E12: estoques apurados ao fi nal de cada um dos meses do exercício social objeto de análise.
Para o analista externo, a utilização de valores em bases mensais
é complicada, pois, muitas vezes, ele está limitado aos dados das
demonstrações fi nanceiras publicadas pelas empresas.
Por exemplo, na apuração do valor médio de estoques, é comum
trabalhar-se com a média aritmética dos estoques iniciais e fi nais, ou seja:
EM = EI + EF 2EI: Estoque inicial (representa o saldo fi nal do exercício anterior).EF: Estoque fi nal (representa o saldo fi nal do exercício atual).
!!
12 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Em relação às Duplicatas a Receber, que valor utilizar?
O valor de Duplicatas a Receber utilizado no cálculo do PMRV
representa o total das Duplicatas a Receber (constantes no AC e
no ARLP), sem a exclusão dos valores de Provisão para Devedores
Duvidosos e Duplicatas Descontadas.
Em relação às Vendas, qual é o valor a ser utilizado?
Geralmente, o valor das Vendas utilizado no cálculo do PMRV
representa o valor total das Vendas (à vista e a prazo), deduzidas as
devoluções e abatimentos de vendas, assim discriminados:
• Vendas brutas menos devoluções e abatimentos de vendas;
• Receita bruta menos devoluções e abatimentos de vendas;
• Receita operacional bruta menos devoluções e abatimentos de
vendas.
Nas empresas em que os valores de Estoques, Duplicatas a Receber
e Fornecedores sofram grandes oscilações em determinadas épocas do ano, os índices de prazos médios
apurados pelos valores médios obtidos pela média aritmética dos estoques iniciais e fi nais poderão estar completamente
distorcidos. Neste caso, a análise dos prazos médios não é adequada, porque não refl ete a
realidade.!!
No cálculo do PMRV somente se utilizará o valor das vendas brutas a
prazo, deduzidas de suas respectivas devoluções e abatimentos, quando esses dados estiverem
disponíveis.!!
Para calcular os valores médios de Duplicatas a Receber e Fornecedores, o
procedimento é o mesmo.!!
C E D E R J 13
AU
LA 1
1
O CU S T O D A S VE N D A S
É representado:- na empresa
comercial: CMV- na indústria: CPV
- na empresa prestadora de serviços: CSP
(Custo dos Serviços Prestados).
Em relação à conta Fornecedores, qual é o valor a ser uti-lizado?
O valor de Fornecedores utilizado no cálculo do PMPC representa
o total de Fornecedores (constantes no PC e no PELP).
Em relação ao valor de Compras, qual é o valor a ser uti-lizado?
Em geral, o valor de Compras utilizado no cálculo do PMPC
representa o total de Compras (à vista e a prazo).
No cálculo do PMPC somente se utilizará o valor das compras
brutas a prazo, deduzidas de suas respectivas devoluções e abatimentos, quando o analista
tiver esses dados disponíveis.!!Como apurar o valor de Compras?
A determinação do valor de Compras representa uma difi culdade
para o analista externo, pois na DRE esse valor na maioria das vezes
não é destacado, mas incluído no CUSTO DAS VENDAS.
Na empresa comercial, o valor das compras é apurado através
da seguinte fórmula:
CMV = EI + C – EF
CMV: Custo das mercadorias vendidasEI: Estoque InicialC: ComprasEF: Estoque Final
Os valores de EI e EF são extraídos de Balanços Patrimoniais
sucessivos. O CMV é extraído da DRE.
No caso das indústrias, aumenta ainda mais o grau de difi culdade
para obtenção do valor de compras, uma vez que no Custo dos Produtos
Vendidos não aparecem discriminados em geral os fatores de produção
(MD, MOD e CIF), impossibilitando a aplicação de fórmulas de
apuração CPV, CPA, do CPP e MD consumido para chegar ao valor das
14 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
compras do período (você aprenderá a apurar esses valores na disciplina
Contabilidade de Custos).
O valor das compras é apurado através das seguintes fórmulas:
CPV = EIPA + CPA – EFPA
CPA = EIPP + CPP – EFPP
CPP = MD + MOD + CIF
MD = EIMD + C – EFMD
CPV: Custo dos Produtos VendidosEIPA: Estoque Inicial de Produtos AcabadosEFPA: Estoque Final de Produtos AcabadosCPA: Custo da Produção AcabadaEIPP: Estoque Inicial de Produtos em ProcessoEFPP: Estoque Final de Produtos em ProcessoCPP: Custo da Produção do PeríodoMD: Material DiretoMOD: Mão-de-obra DiretaCIF: Custo Indiretos de FabricaçãoEIMD: Estoque Inicial de Material DiretoEFMD: Estoque Final de Material DiretoC: Compras
Diante dessa impossibilidade, o ideal é conseguir o valor de
Compras na empresa.
Qual é o impacto da infl ação no cálculo dos prazos mé-dios?
A infl ação provoca inevitáveis distorções. Nesta, mais do que
em qualquer outra análise, é imprescindível usar as demonstrações
fi nanceiras em moeda constante.
Para avaliar os indicadores que serão apresentados a seguir, vamos
utilizar os Balanços Patrimoniais e as Demonstrações dos Resultados dos
Exercícios saneadas da empresa Via Digital S. A. encerrados em 31/12
de X1, X2 e X3, respectivamente.
Como a empresa apresenta uniformidade de vendas e de compras,
nos cálculos dos prazos médios trabalhou-se com os saldos fi nais de
balanços.
Os índices de atividade relativos aos anos X1 e X2 estão calculados
e interpretados.
Em relação ao ano X3, você terá como atividade apurar e
interpretar os índices, verifi cando seu comportamento em relação aos
anos anteriores. Isto é, qual a tendência do índice na série histórica em
estudo? Evoluiu? Manteve-se constante? Involuiu? Etc.
C E D E R J 15
AU
LA 1
1
APLICAÇÕES 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Disponibilidades (1) 7.390 2.024 2.849
Direitos Realizáveis a CP (2) 47.218 41.015 53.021
Soma (3) = (1 + 2) 54.608 43.039 55.870
Estoques (4) 33.923 33.411 43.227
ATIVO CIRCULANTE (5) = (3 + 4) 88.531 76.450 99.097
ATIVO REALIZÁVEL A LP (6) - - -
ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9 + 10) 34.577 65.124 81.531
. Investimentos (8) 3.263 4.106 5.352
. Imobilizado (9) 31.314 59.036 73.000
. Diferido (10) - 1.982 3.179
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 123.108 141.574 180.628
Balanço Patrimonial
Empresa Via Digital S.A.
Balanços Patrimoniais saneados encerrados em:
As demonstrações contábeis originais encontram-se na Aula 2.!!
ORIGENS 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO CIRCULANTE (1) 60.554 48.943 63.376
PASSIVO EXIGÍVEL A LP (2) 14.196 51.291 63.624
PASSIVO EXIGÍVEL (3) 74.750 100.234 127.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4) 48.358 41.340 53.628
PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4) 123.108 141.574 180.628
em R$
em R$
16 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
R.O.B. 237.401 294.377 313.824
(-) Deduções de Vendas 26.889 35.031 33.624
(=) R.O.L. 210.512 259.346 280.200
(-) C.P.V. 160.385 161.313 174.340
(=) LUCRO BRUTO 50.127 98.033 105.860
(-) Despesas Operacionais
- Vendas 10.218 12.189 13.225
- Administrativas 9.296 8.299 9.078
- Financeiras Líquidas 15.868 71.839 78.932
- Outras Despesas/Receitas - - -
(=) Lucro Operacional 14.745 5.706 4.625
(+) Resultados Não Operacionais 156 76 616
(=) Lucro antes do IR 14.901 5.782 5.241
(-) Provisão para IR 4.797 1.100 1.661
(=) Lucro Líquido 10.104 4.682 3.580
DRE
Empresa Via Digital S.A.
Demonstrações dos Resultados dos Exercícios saneadas (ajustadas)
Dados adicionais (extraídos das demonstrações fi nanceiras originais)
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Duplicatas a Receber 48.690 41.895 53.901
Fornecedores 31.996 18.518 24.038
Devoluções e abatimentos sobre vendas 9.823 19.208 11.657
Devoluções e abatimentos sobre compras 133.182 246.396 375.081
Compras 0 0 0
em R$
em R$
C E D E R J 17
AU
LA 1
1
Os prazos médios padrão do ramo de atividade em que a empresa atua:
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
PMRE 74 dias 75 dias 80 dias
PMRV 76 dias 77 dias 75 dias
PMPC 76 dias 75 dias 76 dias
PRINCIPAIS ÍNDICES DE ATIVIDADE
Você já viu que os índices de atividade se expressam em duas
formas: índices de prazos médios e índices de giro. Os principais são:
1) Índices de prazos médios (expres sos em período de tempo)
Prazo médio de renovação de estoques
Prazo médio de renovação de vendas
Prazo médio de pagamento de compras
2) Índices de giro (expressos em nº de giros ao ano)
Giro de Estoques
Giro de Duplicatas a Receber
Giro de Fornecedores
Prazo médio de renovação de estoques (PMRE)
No caso das empresas industriais
Este índice exprime, em média, quanto tempo a empresa leva desde
o momento da compra da matéria-prima até o da venda do produto fi nal,
passando inclusive pelo período ou tempo de fabricação do produto.
Fórmulas:
PMRE = Estoques x 360 ou Custo dos produtos vendidos
PMRE = Estoques médios x 360 Custo dos produtos vendidos
18 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Os estoques representam o somatório dos estoques de MP, PP e PA.
O resultado é o número de vezes.
Em princípio, quanto maior for o prazo de renovação dos estoques,
pior para a empresa.
Se o analista quiser determinar os prazos médios de cada item que
compõe os estoques nas indústrias, aplicará as seguintes fórmulas:
a. Prazo médio de estoques de matérias-primas (PMMP):
PMMP = Estoques de máterias-primas x 360 Consumo de matérias-primas no período
ou
PMMP = Estoques de máterias-primas médios x 360 Consumo de matérias-primas no período
b) Prazo médio de estoques de produtos em processo (PMPP):
PMPP = Estoques de produtos em processo x 360 Custo de Produção do período
ou
PMPP = Estoques de produtos em processo médios x 360 Custo de Produção do período
O Custo de Produção do período representa o somatório dos
custos de MP, MOD e CIF ocorridos no período.
MP: Matérias-primasMOD: Mão-de-obra direta
CIF: Custos indiretos de fabricação
No caso das empresas comerciais
O PMRE é o tempo entre a compra da mercadoria e a data da
venda.
Fórmula:
PMRE = Estoques x 360 Custo das Mercadorias Vendidas
PMRE = Estoques médios x 360 Custo das Mercadorias Vendidas
C E D E R J 19
AU
LA 1
1
Em todas as fórmulas mencionadas anteriormente, o resultado é dado em
número de dias, e mostra quantos dias os estoques fi cam armazenados na empresa antes de serem renovados (vendidos ou
consumidos). - estoques vendidos, no caso de mercadorias ou produtos;
- estoques consumidos, no caso de matérias-primas.!!Giro dos estoques (GE)
Este índice demonstra o número de vezes que os estoques são
renovados, em média, ao longo do período.
Este indicador mostra se os estoques são insuficientes (subin-
vestimentos), desejáveis (normais) ou excessivos (superinvestimentos) em
relação ao volume de vendas.
Na empresa industrial
Fórmula:
GE = Custo dos Produtos Vendidos ou GE = 360 Estoques PMRE
Estoques ou estoques médios.
O resultado é o número de vezes.??
Você sabia que, se a empresa trabalha com produção sob encomenda, o PMRE é nulo?
Você sabia que, se todas as compras da empresa forem efetuadas à vista, o PMPC é nulo?
20 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Em princípio, quanto maior for o giro dos estoques, mais
efi cientemente a empresa estará gerenciando seus estoques.
Se o analista quiser determinar o giro dos estoques de matérias-
primas, deve aplicar a seguinte fórmula:
GE = Consumo de matérias-primas no período Estoques de matérias-primas
ou
GE = 360 PMMP
Se quisesse saber o giro dos estoques de produtos em processo, o
analista deveria aplicar a seguinte fórmula:
GE = Estoques de produtos em processo Custo de produção do período
ou
GE = 360 PMPP
Estoques de matérias-primas ou estoques de matérias-primas médios.??
Estoques de produtos em processo ou estoques de produtos em
processo médios.??Na empresa comercial
Fórmula:
GE = CMV ou GE = 360 Estoques PMRE
C E D E R J 21
AU
LA 1
1
Considerações acerca de Estoques, PMRE e GE:
• O volume de estoques mantidos por uma empresa decorre
basicamente de seu nível de vendas e de sua política de estocagem.
• Estoques elevados exigem maior comprometimento de recursos
da empresa (além do custo de aquisição ou fabricação, transportes,
armazenamento, seguros etc.).
• Não se deve manter estoques elevados à custa de endividamento
bancário.
• Prazos médios altos não serão necessariamente piores para a
empresa, desde que ela consiga recuperar a lucratividade através da
margem de lucro.
• Por outro lado, a empresa pode optar por margens menores, se
tiver condições de renovar seus estoques mais rapidamente.
• Do ponto de vista de análise de risco, o PMRE é do tipo quanto
maior, pior.
• Do ponto de vista de análise gerencial, o GE é do tipo quanto
maior, melhor.
Estoques ou estoques médios.??A análise do giro de estoques
deve levar em consideração não só o dos concorrentes como também os giros
históricos da empresa.!!
22 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Aplicando os índices de prazos médios de renovação de estoques
e de giro de estoques na empresa Via Digital S.A., você encontra:
FÓRMULA ANO CÁLCULO
PMRE = Estoques x 360 CPV
ou
GE = CPV ou 360 Estoques PMRE
X1
PMRE = 33.923 x 360 = 76 dias 160.385
GE = 360 = 4,7 vezes 76
X2
PMRE = 33.411 x 360 = 75 dias 161.313
GE = 360 = 4,8 vezes 75
X3
PMRE = __________ x 360
GE = _____________
Comentários relativos a X1 e X2:
Conforme você já viu, índices de atividade não devem ser
analisados individualmente, mas sim em conjunto. Até o momento, o
PMRE indica que na empresa, nos dois períodos analisados, os estoques
levaram praticamente o mesmo número de dias para se renovarem
(76 dias em X1 e 75 dias em X2), determinando uma rotação em torno
de 4,7 vezes.
Dada a uniformidade das vendas e das compras da empresa,
foram utilizados, para o cálculo do PMRE, os saldos dos estoques fi nais de balanços. !!
C E D E R J 23
AU
LA 1
1
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEm relação aos anos anteriores, o PMRE de 89 dias em X3 revela uma demora maior de
renovação dos estoques, determinando um giro de 4,0 vezes, mais lento que nos anos X2
e X1.
Memória de cálculo:
PMRE = 43.227 x 360 174.340
PMRE = 89 dias
GE = 360 = 4,0 vezes 89
Atividade 1
Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV)
Este índice exprime, em média, quanto tempo a empresa leva
desde o momento das vendas totais de seus produtos ou mercadorias e
o efetivo recebimento do total de suas Duplicatas a Receber, sendo útil
na avaliação de suas POLÍTICAS DE CRÉDITO.
Fórmula:
PMRV = Duplicatas a Receber x 360 Vendas brutas - Devoluções e abatimentos s/ vendas
ou
PMRV = Duplicatas a Receber médias x 360 Vendas brutas - Devoluções e abatimentos s/ vendas
O resultado é o número de dias.
Em princípio, quanto menor for o prazo de recebimento de vendas,
melhor para a empresa.
Para empresa vendedora, o ideal é que esse índice seja o mais
baixo possível.
Um PMRV alto pode ser indício de Duplicatas a Receber em atraso
(imobilização de recursos ainda não convertidos em espécie).
PO L Í T I C A S D E CR É D I T O
São grandes linhas de orientação que
norteiam o processo de decisão de uma empresa quanto a
créditos oferecidos.
24 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
As políticas de crédito infl uenciam os custos e as receitas da
empresa e, conseqüentemente, a rentabilidade, como você pode ver no
quadro a seguir:
Você sabia que o PMRV também é chamado Prazo Médio de Cobrança (PMC)?
Você sabia que, se todas as vendas da empresa forem efetuadas à vista, o PMRV é nulo?
POLÍTICAS DE CRÉDITO
MAIS RÍGIDAS MENOS RÍGIDAS
- Menor investimento em Duplicatas a Receber.- Menos perdas com clientes.- Vendas e margens brutas menores.
- Maior investimento em Duplicatas a Receber.- Maiores perdas com clientes.- Vendas e margens brutas maiores.
Os prazos de concessão de crédito aos clientes são defi nidos em
função de:
- política adotada pelos concorrentes;
- características e risco inerentes ao mercado consumidor;
- natureza do produto vendido;
- desempenho da conjuntura econômica;
- giro de ativo, prazo médio de pagamento, prazo médio de
renovação dos estoques etc.
Um dos objetivos da administração fi nanceira das empresas
é reduzir ao máximo o PMRV derivado do fi nanciamento das vendas.!!
C E D E R J 25
AU
LA 1
1
Giro de Duplicatas a Receber (GDR)
Este índice mede a liquidez das Duplicatas a Receber da
empresa.
Fórmula:
GDR = Vendas brutas - Devoluções e abatimentos s/ vendas Duplicatas a Receber
ou
GDR = 360 PMRV
Duplicatas a Receber ou Duplicatas a Receber médias.??
O resultado é o número de vezes.
Em princípio, quanto maior for a rotação das Duplicatas a
Receber, melhor para a empresa.
Baixa rotatividade (maior prazo médio de recebimento) pode ter, entre outras causas:
- demasiada liberalidade na concessão de créditos;
- defi ciências do departamento de cobrança.!!Considerações acerca de Duplicatas a Receber, PMRV e GDR:
• O volume de Duplicatas a Receber (vencíveis a curto e a longo
prazo) é determinado em função do montante de vendas (vendas brutas
menos devoluções e abatimentos de vendas) e do prazo concedido
aos clientes.
• Quando as vendas se elevam, cresce também o volume de
duplicatas a receber e vice-versa.
• Políticas de crédito adotadas pela empresa devem ser adequadas
a seu tipo de atividade.
• Concessão de prazos maiores para clientes podem incrementar
vendas.
26 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
• Afrouxamento da exigência na análise de risco de crédito para
obtenção de maior fatia de mercado tende a acarretar maior volume de
contas incobráveis e gastos com cobrança.
• Do ponto de vista de análise de risco, o PMRV é do tipo quanto
maior, pior.
• Do ponto de vista de análise gerencial, o GDR é do tipo quanto
maior, melhor.
O fato de uma empresa demorar mais ou menos tempo para
receber suas vendas a prazo pode ser resultado de vários fatores, tais como: usos e costumes do ramo
de negócios, políticas de crédito, efi ciência do serviço de cobrança, boa liquidez dos clientes etc.
É necessário agir fortemente sobre os fatores que a empresa pode infl uenciar, a fi m de encurtar
ao máximo possível esse prazo.
!!Aplicando os índices de prazos médios de recebimento de vendas
e de giro de Duplicatas a Receber na empresa Via Digital S. A, você
encontra:
FÓRMULA ANO CÁLCULO
PMRV = DR x 360 Vendas Brutas - Dev. e abat. s/ vendas
ou
GDR = Vendas Brutas - Dev. e abat. s/ vendas ou 360 DR PMRV
X1
PMRV = 48.690 x 360 = 77 dias 237.401 - 9.823
GDR = 360 = 4,7 vezes 77
X2
PMRV = 41.995 x 360 = 55 dias 294.377 - 19.208
GDR = 360 = 6,5 vezes 55
X3PMRV = _____________ x 360
GDR = ______________
C E D E R J 27
AU
LA 1
1
Dada a uniformidade das vendas e das compras da empresa, foram utilizados,
para o cálculo do PMRV, os saldos das Duplicatas a Receber fi nais de balanços.!!
Comentários relativos a X1 e X2:
O PMRV indica que, em X2, a empresa demorou menos dias
para receber suas vendas, se comparado a X1 (55 dias contra 77),
determinando um maior giro das Duplicatas a Receber (6,5 contra
4,7), o que, em princípio, é melhor para a empresa. Isoladamente, a
diminuição do PMRV e uma maior GDR são fatores positivos. Cabe
ressaltar, mais uma vez, que a análise de prazos médios (PMRE, PMRV
e PMPC) deve ser feita em conjunto, assim como os índices de rotação
(GE, GDR e GF).
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaO PMRV de 64 dias, em X3, inverteu a tendência de queda no prazo apresentada no ano
anterior. O GDR passou a ser mais lento, renovando as Duplicatas a Receber 5,6 vezes
por ano. Mais explicações podem ser obtidas quando da análise em conjunto dos demais
prazos médios e de rotação.
Memória de cálculo:
PMRV = 53.901 x 360 313.824 - 11.657
PMRE = 64 dias
GDR = 360 = 5,6 vezes 64
Atividade 2
28 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Fornecedores ou Fornecedores médios.
Prazo médio de pagamento de compras (PMPC)
Esse indicador mostra os prazos médios que os fornecedores
concedem à empresa para pagamento de suas compras.
Fórmula:
PMPC = Fornecedores x 360 Compras
ou
PMPC = Fornecedores médios x 360 Compras
O resultado é o número de dias.
Para a empresa, o ideal é que o PMPC seja o maior possível.
Em princípio, deve ser superior ao de recebimento, a fi m de permitir a
manutenção de um nível de liquidez adequado aos negócios - solidez
fi nanceira. Em caso contrário, a empresa necessitará de capital de giro
adicional para sustentar suas vendas, criando um ciclo vicioso de difícil
rompimento.
Giro de Fornecedores (GF)
Esse quociente indica o número de vezes em que são renovadas
as dívidas com os fornecedores da empresa.
Fórmula:
GE = Compras Brutas - Devoluções e abatimentos s/ compras Fornecedores
ou GE = 360 PMPC
O resultado é o número de vezes.
Em princípio, quanto menor for a rotação de Fornecedores, melhor
para a empresa.
??
C E D E R J 29
AU
LA 1
1
Você deve ter observado que a fórmula de cálculo de giro é o inverso da fórmula de prazos médios.
O inverso de cada prazo operacional é defi nido por giro e indica o número de vezes que ocorreu
determinada fase operacional.!!Aplicando os índices de prazos médios de pagamento de compras
e de giro de fornecedores na empresa Via Digital S.A, temos:
Dada a uniformidade das vendas e das compras desta empresa,
foram utilizados, para o cálculo do PMPC, os saldos dos Fornecedores fi nais de balanços. !!
FÓRMULA ANO CÁLCULO
PMPC = Fornecedores x 360 Compras Brutas - Dev. e abat. s/ compras
ou
GDR =Compras Brutas - Dev. e abat. s/ compras ou 360 Fornecedores PMPC
X1
PMPC = 31.996 x 360 = 86 dias 133.182
GF = 360 = 4,2 vezes 86
X2
PMPC = 18.518 x 360 = 27 dias 246.396
GF = 360 = 13,3 vezes 27
X3PMPC = _____________ x 360
GF = ______________
30 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Comentários relativos a X1 e X2:
O PMPC indica que, em X2, os fornecedores reduziram
drasticamente o prazo para pagamento de suas compras, se comparado
a X1 (27 dias contra 86). Com isso, os fornecedores giraram mais vezes
(13,3). Isoladamente, a diminuição do PMPC é um fator negativo.
Cabe ressaltar, mais uma vez, que a análise de prazos médios deve
ser feita em conjunto (PMRE, PMRV e PMPC).
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaO PMPC de 23 dias, em X3, mostra cada vez mais a redução do prazo de pagamento
concedido à empresa para pagamento de suas obrigações com os fornecedores. Em outras
palavras, a empresa Via Digital S.A. vem pagando suas compras, em média, 23 dias após a
compra de matérias-primas, fazendo com que os fornecedores girassem aproximadamente
16 vezes ao ano.
Memória de cálculo:
PMPC = 24.038 x 360 375.081
PMPC = 23 dias
GE = 360 = 15,7 vezes 23
Atividade 3
Para fi ns de análise, é importante que você saiba que quanto
maior for a velocidade de recebimento de vendas e de renovação de estoques, melhor. Da mesma forma, quanto mais lento for o pagamento das
compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor.
!!O analista deve se preocupar
com as tendências dos índices calculados e compará-los com os das empresas do setor.!!
C E D E R J 31
AU
LA 1
1
Ainda em relação ao estudo de prazos médios, cabe destacar o Quociente de Posicionamento Relativo (QPR)
Através desse quociente, o analista verifi ca a posição relativa da
empresa em termos de liquidez de sua capacidade de pagamento.
Fórmula:
QPR = PMRE + PMRV PMPC
Quando QPR < 1, a situação é favorável, pois a empresa pode
vender e receber a mercadoria e depois quitá-la junto ao seu fornecedor,
conforme demonstrado a seguir:
Suponha os seguintes dados:
PMRE = 35 dias; PMRV = 40 dias e PMPC = 85 dias.
Calculando o QPR, teríamos:
QPR = 35 + 40 85
QPR = 0,88 -> posição relativa
O QPR de 0,88 mostra que a empresa terá ainda, em média, uma
folga fi nanceira de 10 dias (85 – 75).
Grafi camente, teríamos:
QPR = 1: situação favorável; no entanto, não há folga
fi nanceira.
QPR > 1: a situação fi ca cada vez mais desfavorável, à medida
que se afasta de 1.
Donde se conclui que as empresas deveriam fazer o possível para
tornar o QPR inferior a 1, a fi m de garantir uma posição favorável.
O Gráfi co a seguir mostra essas situações, teríamos:
Conjugando os três índices de prazos médios (PMRE, PMRV e
PMPC) tem-se uma visão do ciclo operacional e do ciclo fi nanceiro da
empresa.
0 0,88 1 QPR
0 Melhor 1 Pior QPR
+ afastado a esquerda de 1
+ afastado a direita de 1
32 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Ciclo Operacional (CO)
Indica o tempo decorrido desde a aquisição de matérias-primas/
mercadorias até o recebimento das Duplicatas a Receber.
Mostra o prazo de investimento em capital de giro.
Fórmula:
CO = PMRE + PMRV
Legenda:CO: Ciclo OperacionalPMRE: Prazo médio de renovação de estoquesPMRV: Prazo médio de renovação de vendas
Quanto mais longo for o ciclo operacional, maiores serão as
necessidades de investimento em giro.
A necessidade de capital de giro de uma empresa pode ser
determinada pela diferença entre os investimentos demandados pelo
ciclo operacional e o montante de seus passivos de funcionamento.
Você viu, em aulas anteriores, que o passivo de funcionamento
representa os créditos de fornecedores e outras obrigações como salários a pagar impostos a
recolhe, contas a pagar etc.!!Utilizando os dados numéricos da empresa Via Digital S.A,
podemos representar assim os ciclos operacionais em X1, X2 e X3:
CICLO OPERACIONAL EM X1
Compra Vende Recebe PMRE PMRV 76 dias 77 dias
CO 153 dias
0 30 60 90 120 150 180 dias
C E D E R J 33
AU
LA 1
1
Comentários:
Em X1, o ciclo operacional é de 153 dias, ou seja, esse é o prazo
de investimento em capital de giro.
CICLO OPERACIONAL EM X2
Compra Vende Recebe PMRE PMRV 75 dias 55 dias
CO 130 dias
0 30 60 90 120 150 180 dias
Comentários:
Em X2, ocorre uma redução no ciclo operacional, se comparado
a X1, passando a 130 dias. Tal redução ocorreu principalmente pela
diminuição bastante signifi cativa do PMRV (75 dias para 55 dias). Isto é,
a empresa concedeu menos dias aos seus clientes, o que é bom para ela.
Agora faça uma análise gráfi ca do ciclo operacional e redija um comentário relativo a X3.
Comentários:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Atividade 4
CICLO OPERACIONAL EM X3
0 30 60 90 120 150 180 dias
34 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Resposta
Comentários:
Em X3, o ciclo operacional volta ao mesmo patamar de X1 (153 dias). No entanto, apresenta-
se diferente, pois o estoque está mais lento (de 76 para 89 dias), o que não é bom para a
empresa; para compensar esse prazo maior, a empresa foi obrigada a reduzir seu prazo
de recebimento (de 77 para 64 dias).
CICLO OPERACIONAL EM X3
Compra Vende Recebe PMRE PMRV 89 dias 64 dias
CO 153 dias
0 30 60 90 120 150 180 dias
Ciclo Financeiro (CF)
É o tempo decorrido entre o momento do pagamento aos
fornecedores e o recebimento pelas vendas efetuadas.
Fórmulas:
CF = PMRE + PMRV – PMPC ou CF = CO - PMPC
Pela leitura das fórmulas, observa-se que o ciclo fi nanceiro é a
diferença entre o ciclo operacional (PMRE + PMRV) e o prazo médio
de pagamento de compras (PMPC).
A análise do ciclo fi nanceiro tem como objetivo verifi car o período
em que a empresa pode necessitar de fi nanciamento complementar do
seu ciclo operacional (ou não necessitar, se ela tiver folga fi nanceira).
O ciclo fi nanceiro é também chamado ciclo de caixa.
C E D E R J 35
AU
LA 1
1
Como você já viu, o ciclo operacional indica o prazo de investimento
em capital de giro. Concomitantemente ao ciclo operacional, ocorre o
fi nanciamento concedido pelos fornecedores quando da aquisição dos
estoques. Até o pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa
se preocupar com o fi nanciamento do seu ciclo operacional, que é
automático.
Se o PMPC for superior ao PMRE, os fornecedores, além de
fi nanciarem totalmente os estoques, fi nanciam parte das vendas.
Grafi camente, teríamos:
Ciclo Operacional
Compra Vende Recebe PMRE PMRV Paga PMPC CF 0 30 60 90 120 150 180 dias
Se o PMPC for inferior ao PMRE, os fornecedores fi nanciam
parte dos estoques.
Grafi camente, teríamos:
Ciclo Operacional
Compra Vende Recebe PMRE PMRV Paga PMPC CF 0 30 60 90 120 150 180 dias
36 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Neste caso, há necessidade de financiamento do seu ciclo
fi nanceiro. Normalmente, ele é fi nanciado:
a) pelo capital próprio;
b) por recursos de terceiros onerosos (desconto de duplicatas,
outros empréstimos para capital de giro).
Quanto maior o ciclo fi nanceiro, pior para a empresa, porque ela
utilizará maior tempo de fi nanciamento e, conseqüentemente, elevará
seus custos fi nanceiros.
A boa gestão empresarial de uma empresa é revelada pela
competência na administração de seus prazos médios, expressos através do ciclo
fi nanceiro.!!Utilizando os dados numéricos da empresa Via Digital S.A.,
podemos representar assim os ciclos fi nanceiros em X1, X2 e X3:
CICLO FINANCEIRO EM X1
CO = 153 dias
PMRE = 76 dias PMRV = 77 dias PMPC = 86 dias CF = 67 dias
0 30 60 90 120 150 180 dias
Comentários:
EM X1, o PMPC de 86 dias indica que os fornecedores fi nanciam
totalmente os estoques (76 dias) e parte das vendas (10 dias).
C E D E R J 37
AU
LA 1
1
CICLO FINANCEIRO EM X2
CO = 130 dias
PMRE = 75 dias PMRV = 55 dias PMPC = 27 dias CF = 103 dias
0 30 60 90 120 150 180 dias
Comentários:
Em X2, como o PMRE manteve-se praticamente o mesmo de X1, a
redução drástica do PMPC indica que os fornecedores fi nanciaram apenas
parte do estoque (27 dias), acarretando a necessidade de a empresa obter
fi nanciamentos para o prazo restante em que os estoques permanecem
nela e para fi nanciamento de suas vendas.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você teve oportunidade de aplicar indicadores que
revelam a velocidade com que certos elementos patrimoniais (Estoques,
Duplicatas a Receber e Fornecedores) são renovados durante certo
período de tempo.
Aprendeu também que, para aplicar os quocientes de atividade, é
necessário utilizar tanto o Balanço Patrimonial quanto a Demonstração
do Resultado do Exercício.
Você percebeu que é importante conjugar esses indicadores com
outros já apresentados nos índices de liquidez, além de não desconsiderar
a relevância da comparação desses quocientes com os índices-padrão de
outras empresas do mesmo ramo de atividade.
38 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Agora faça uma análise gráfi ca do ciclo fi nanceiro e redija um comentário relativo a X3.
Comentários:
_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Resposta
Comentários:
O ciclo fi nanceiro de X3 é o pior da série histórica analisada. Um PMRE de 89 dias e um PMPC
de apenas 23 dias, além de concederem mais prazo aos seus clientes, obrigam a empresa
a utilizar maior volume de fi nanciamento e, conseqüentemente, a ter maiores custos
fi nanceiros.
Atividade Final
CICLO FINANCEIRO EM X3
0 30 60 90 120 150 180 dias
CICLO FINANCEIRO EM X3
CO = 153 dias
PMRE = 89 dias PMRV = 64 dias PMPC = 23 dias CF = 130 dias
0 30 60 90 120 150 180 dias
C E D E R J 39
AU
LA 1
1
Na análise dos índices de atividade, é de fundamental importância que o analista tenha
conhecimento da qualidade dos elementos patrimoniais (existem estoques obsoletos? Créditos duvidosos? Duplicatas a Receber e Fornecedores em atraso? etc.). Se não detectados, o resultado
da análise revela-se extremamente enganoso.!!O analista externo deve tomar muito
cuidado na análise dos prazos médios, devendo utilizá-la somente quando souber que o ramo de atividade oferece
razoável regularidade.!!QUADRO RESUMO SOBRE OS ÍNDICES DE ATIVIDADE
ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO
PMRE Estoques x 360 CPV
Quantos dias a empresa demora para girar seus estoques.
Quanto maior, pior.
PMRV DR x 360
Vendas Brutas - Dev. e abat. s/ vendas
Quantos dias a empresa leva para receber de seus clientes.
Quanto maior, pior.
PMPC Fornecedores x 360
Compras Brutas - Dev. e abat. s/ compras
Quantos dias a empresa tem para pagar a seus fornecedores.
Quanto maior, melhor.
GE CPVEstoques
Nº de vezes que o estoque se renova no período.
Quanto maior, melhor.
GDR Vendas Brutas - Dev.
e abat. s/ vendasDR
Nº de vezes que as Duplicatas a Receber se renovam no período.
Quanto maior, melhor.
GFFornecedores
Compras Brutas - Dev. e abat. s/ compras
Nº de vezes que as dívidas com fornecedores se renovam no período.
Quanto menor, melhor.
QPR PMRE + PMRVPMPC
Posição relativa da empresa em termos de liquidez de sua capacidade de pagamento.
Quanto mais próximo de zero e menor que 1, a posição é mais favorável.
40 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes III - Índices de atividade
Para efeitos didáticos nesta aula, optou-se, primeiramente, por dar
uma visão dos índices de atividade e dos ciclos operacional e fi nanceiro
individualmente e ano a ano. Na Aula 15 será feita uma análise dos índices
de atividade em conjunto, comparando com os do setor em que atua.
Os índices de atividade representam uma categoria de Análise por
Quocientes de grande importância para os analistas interno e externo.
Combinando ou conjugando elementos patrimoniais (BP) e de resultado
(DRE), os quocientes de atividade revelam a velocidade ou o giro da
empresa para receber suas vendas, pagar a seus fornecedores e renovar
seus estoques.
Esses indicadores também seguem os índices-padrão recomendados por
cada atividade empresarial, como já foi visto em outros quocientes.
R E S U M O
C E D E R J 41
AU
LA 1
1
Práticas sobre índices de atividade
Após o desenvolvimento das atividades propostas nesta aula, esperamos que você esteja apto a:
identifi car a importância dos indicadores de atividade;
dominar a utilização dos indicadores de atividade;
interpretar os resultados dos quocientes de atividade, sinalizando algumas conclusões sobre eles;
12objetivos
AU
LA
Metas da aula
Aplicar a técnica de Análise por Quocientes na modalidade denominada
indicadores de atividade e interpretar tais índices.
Pré-requisitos
Um bom conhecimento dos conteúdos de Contabilidade I e II será necessário para a realização das atividades propostas. Além
disso, a utilização de uma calculadora facilitará sensivelmente a resolução
das questões.
1
2
3
42 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
INTRODUÇÃO Nesta aula, você terá oportunidade de aplicar, no Balanço Patrimonial e na
Demonstração do Resultado do Exercício, uma outra modalidade de Análise
por Quociente – os índices de atividade.
Através de exercícios de múltipla escolha e de desenvolvimento prático, você
será capaz de sugerir algumas conclusões sobre a situação fi nanceira das
empresas.
Os índices de atividade têm como objetivo:a) ( ) conhecer a política de compra e venda adotada pela empresa;b) ( ) constatar a efi ciência com que os recursos em Estoques, Duplicatas a
Receber e Fornecedores estão sendo administrados;c) ( ) identifi car as necessidades de investimento em giro;d) ( ) todas as opções estão corretas.
Resposta ComentadaA resposta é a opção d, ou seja, todas as alternativas estão corretas.
Para resolução desta atividade, você deverá ter-se relembrado dos conceitos
relativos à técnica de Análise por Quocientes referentes aos indicadores de
atividade, estudados na Aula 11.
Atividade 1
Quociente de atividade corresponde a:a) ( ) rotação e prazo médio;b) ( ) índice de liquidez corrente;c) ( ) endividamento total;d) ( ) garantia aos capitais de terceiros.
Resposta ComentadaA opção correta é a a: rotação e prazo médio, uma vez que estes indicadores
são também conhecidos como de rotação (quando expressos em número de
vezes) ou de prazo médio (quando expressos em período de tempo – dia, mês
e ano).
A opção b representa índice de liquidez, e as opções c e d representam índices
de estrutura.
Atividade 2
C E D E R J 43
AU
LA 1
2
Faça a correlação:1) Prazo médio de recebimento de vendas ( ) Indica, em média, quantos dias
empresa demora para pagar suas compras.
2) Giro de Duplicatas a Receber ( ) Indica o número de vezes em que são renovadas as dívidas com fornecedores.
3) Prazo médio de pagamento de compras ( ) Indica, em média, quantos dias a empresa leva para vender seus estoques.
4) Giro de estoques ( ) Indica o número de vezes em que os estoques são renovados.
5) Prazo médio de renovação de estoques ( ) Indica, em média, quantos dias a empresa espera para receber suas vendas.
6) Giro de fornecedores ( ) Mede a liquidez das duplicatas a receber.
Resposta3, 6, 5, 4, 1 e 2.
Resposta ComentadaÉ importante que você saiba o signifi cado de cada índice. Se sobressaírem
dúvidas, releia a Aula 11.
Atividade 3
Faça a correlação:1) PMRV ( ) 360 PMRV2) GDR ( ) Estoques médios x 360 CPV3) PMRE ( ) 360 PMPC4) GE ( ) DR médias x 360 Vendas Brutas - Dev. e abat. s/ vendas5) PMPC ( ) 360 PMRE
6) GF ( ) Fornecedores médios x 360 Compras Brutas - Dev. e abat. s/ compras
Atividade 4
44 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Legenda:DR: Duplicatas a ReceberCPV: Custo dos Produtos VendidosGE: Giro de EstoquesGDR: Giro de Duplicatas a ReceberGF: Giro de FornecedoresPMRE: Prazo médio de renovação de estoquesPMRV: Prazo médio de recebimento de vendasPMPC: Prazo médio de pagamento de compras
Resposta2, 3, 6, 1, 4 e 5.
Resposta ComentadaComo você já viu em aulas passadas, o estudo dos indicadores fi nanceiros divide-se
em duas etapas:
1ª etapa: cálculo dos índices através das fórmulas;
2ª etapa: interpretação dos índices, nas suas três formas comparativas:
a. pelo seu signifi cado intrínseco
b. pela análise temporal
c. pela análise interempresarial. De modo a formar conceito sobre o índice : se bom,
razoável, ruim etc.
O correto tecnicamente é utllizar no denominador da fórmula PMRV, o valor das Vendas Brutas
deduzida das devoluções e abatimentos s/ vendas. No entanto, em alguns exercícios é comum a utilização somente do valor das Vendas Brutas ou
das vendas, quando não é informado o valor das devoluções e abatimentos s/ vendas.!!
O mesmo ocorre no PMPC. Ao invés de utilizar compra brutas deduzidas de Devoluções e abatimento s/ compras,
adotam em alguns casos compras brutas ou compras, quando não é informado o valor das devoluções e abatimentos s/ compras.!!
C E D E R J 45
AU
LA 1
2
Os índices de atividade têm uma particularidade: eles devem ser analisados em
conjunto, nunca individualmente. Assim como os demais índices, eles deverão ser
comparados com os índices médios do setor em que a empresa analisada se enquadra,
com os de outras categorias de índices (principalmente os de liquidez e rentabilidade)
e com os índices de atividade de anos anteriores.
As fórmulas são necessárias para atender à 1ª etapa do estudo dos indicadores
fi nanceiros. Ainda nesta aula, você irá utilizar-se da outra etapa mencionada.
Quanto às fórmulas referentes ao giro ou rotação, alguns autores utilizam o inverso das
fórmulas de prazos médios, conforme demonstrado a seguir:
CPV Vendas (*) Compras (*)
Estoques Médios DR Médias Fornecedores Médios
Vendas * : Vendas Brutas - Devoluções e abatimentos s/ vendas
Compras *: Compras Brutas - Devoluções e abatimentos s/ compras
GE = GDR = GF =
Nas expressões de cálculo dos índices de atividade apresentadas,
considerou-se o uso de média dos estoques, dos valores a receber e dos valores a pagar.
Para o analista interno, o cálculo da média é baseado nos 12 valores mensais constantes do exercício social (pois ele tem facilidade
de obtenção dos dados em bases mensais).Já o analista externo, por não ter os dados mensais disponíveis, geralmente, calcula os valores médios pela média aritmética simples dos valores extremos
dos balanços patrimoniais (saldo inicial mais saldo fi nal, dividido por 2).
Valores médios = EI + EF 2
Legenda:EI: Estoque inicial (representa o saldo do exercício anterior);
EF: Estoque fi nal (representa o saldo do exercício atual).
!!
46 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Sabendo que o Custo das Mercadorias Vendidas totaliza R$ 106.176,00 e que o Estoque médio totaliza R$ 6.400,00, o prazo médio de renovação de estoques de mercadorias é de:a) ( ) 24 dias b) ( ) 9 diasc) ( ) 22 dias d) ( ) 35 dias
Resposta ComentadaA opção correta é a c, isto é, 22 dias.
Esta atividade exige a utilização da primeira etapa do estudo dos indicadores
fi nanceiros, ou seja, o cálculo dos índices de prazos médios.
Na empresa comercial, o PMRE é calculado pela seguinte fórmula:
Estoques médios x 360
CMV
6.400 x 360
106.176
PMRE = 22 dias, aproximadamente.
Atividade 5
PMRE =
PMRE =
Quando as vendas e compras são uniformes durante o exercício trabalha-se
com os saldos fi nais de balanços.!!
C E D E R J 47
AU
LA 1
2
Sabendo que o CMV é igual a R$ 400.000,00 e o PMRE é igual a 135 dias, calcule o valor de Estoques.
RespostaR$ 150.000,00
Resposta ComentadaNa resolução desta atividade, você deve ter utilizado a 1ª etapa do estudo dos
indicadores fi nanceiros – o cálculo dos índices.
Nas empresas comerciais, a fórmula para apurar o PMRE é a seguinte:
Estoques médios x 360
CMV
Estoques médios x 360
400.000,00
54.000.000 = 360 Estoques
Estoques = R$ 150.000,00
Atividade 6
PMRE =
135 =
Se o PMRE da empresa Mesquita for de 45 dias, você pode concluir que:a) ( ) para um estoque médio de R$ 50.000,00, o custo dos produtos vendidos será
de R$ 80.000,00;b) ( ) para um custo de produtos vendidos de R$ 500.000,00, o estoque médio
necessário será de R$ 100.000,00;c) ( ) para um estoque médio de R$ 30.000,00, o custo dos produtos vendidos será
de R$ 240.000,00;d) ( ) N.R.A.
Resposta ComentadaA opção correta é a c, isto é, para um estoque médio de R$ 30.000,00, o custo
dos produtos vendidos será de R$ 240.000,00. A resolução desta atividade
também requer o uso da 1ª etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros – o
cálculo dos índices.
Na empresa industrial, o PMRE é apurado através da fórmula:
Estoques médios x 360
CPV
Atividade 7
PMRE =
48 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Aplicando a fórmula do PMRE com os dados de cada opção, você verifi cará
qual delas é a correta (a interrogação indica o valor que você deve conferir
se está correto pelo uso da fórmula do PMRE).
Pelos resultados apurados, a opção correta é a c.
Est. = Estoques
Opção a Opção b Opção c
PMRE = 45 dias PMRE = 45 dias PMRE = 45 dias
Estoque = 50.000,00 Estoque = 100.000 ? Estoque = 30.000,00
CPV = 80.000 ? CPV = 500.000 CPV = 240.000 ?
Est médios x 360
CPV
50.000 x 360
CPV
45 CPV = 18.000.000
18.000.000
45
CPV = 400.000
Est médios x 360
CPV
Est médios x 360
500.000
22.500.000 = 360 Est. médios
22.500.000
360
Est médios = 62.500
Est médios x 360
CPV
30.000 x 360
CPV
45 CPV = 10.800.000
10.800.000
45
CPV = 240.000
PMRE =
45 =
CPV =
PMRE =
45 =
Est médios =
PMRE =
45 =
CPV =
Sabendo-se que a empresa Itaguaí possuía um Estoque de R$ 27.000,00 em 01/01/X3, que as compras totalizaram R$ 51.000,00 para o período de 01/01/X3 a 31/12/X3, e que o Estoque em 31/12/X3 era de R$ 33.000,00, pode-se deduzir que:a) ( ) o custo das vendas foi de R$ 45.000,00;b) ( ) o prazo médio de renovação de estoques foi de 240 dias;c) ( ) o custo das vendas foi de R$ 15.000,00;d) ( ) as opções a e b estão corretas.
Resposta ComentadaA opção d é a correta, isto é, as opções a e b estão corretas. Na resolução desta
atividade, você utilizou a 1ª etapa do estudo dos indicadores fi nanceiros – o
cálculo dos índices.
O valor do custo das vendas foi obtido através da fórmula:
Custo das vendas = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final
Custo das vendas = 27.000 + 51.000 – 33.000 = 45.000
Atividade 8
C E D E R J 49
AU
LA 1
2
Para calcular o PMRE, utiliza-se a seguinte fórmula:
Estoques médios x 360
Custo das Vendas
27.000 + 33.000
45.000
Estoques médios = 30.000
30.000 x 360
45.000
PMRE = 240 dias
PMRE =
PMRE =
Dependendo do tipo de empresa, a expressão Custo das Vendas é
assim denominada:
Legenda: CMV: Custo das mercadorias vendidas
CPV: Custo dos produtos vendidosCSP: Custo dos serviços prestados
!! DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
COMERCIAL INDUSTRIAL SERVIÇOS
Custo das Vendas CMV CPV CSP
Você viu, na Aula 11, que o PMRE é apurado por meio das
seguintes fórmulas:
a) Estoques x 360 Custos das vendas
quando os valores dos estoques são uniformes durante o exercício. Ou
b) Estoques médios x 360 Custos das vendas
quando os valores dos estoques não são uniformes, isto é, sofrem pequenas oscilações durante o exercício.
No caso de ocorrer grandes oscilações de estoques em determinada época do ano, o índice de PMRE apurado pela média aritmética
dos estoques iniciais e fi nais poderá estar completamente distorcido. Neste caso a análise do PMRE não
é adequada, porque não refl ete a realidade.
!! PMRE =
PMRE =
Estoques médios =
50 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
A empresa Natividade apresenta um índice de rotação de “3,6x”. Podemos afi rmar que os estoques fi cam parados nas prateleiras, em média, durante:a) ( ) 3 anos e seis mesesb) ( ) 3,6 anosc) ( ) 100 diasd) ( ) 3,6 meses, ou 108 dias
Resposta ComentadaA opção c é a correta, ou seja, 100 dias.
Na resolução desta atividade, você utilizou a 1ª etapa do estudo dos indicadores
fi nanceiros – cálculo dos índices.
Você sabe que o índice de rotação ou de giro é apurado através das seguintes
fórmulas:
CPV ou 360
Estoques médios PMRE
Com os dados do enunciado, aplica-se a fórmula:
360
PMRE
360
PMRE
3,6 PMRE = 360
360
3,6
PMRE = 100 dias
Atividade 9
GE = GE =
GE =
3,6 =
PMRE =
C E D E R J 51
AU
LA 1
2
O quociente de rotação de estoques de 5,0 signifi ca:a) ( ) o número de vezes de rotação que o estoque foi inteiramente revendido e
novamente adquirido;b) ( ) o número de vezes que o estoque foi novamente adquirido sem ter sido
vendido;c) ( ) que o volume do estoque médio se renovou em 72 dias;d) ( ) as opções a e c estão corretas.
Resposta ComentadaA opção d é a correta, ou seja: as opções a e c estão corretas.
Para responder a esta atividade, você deverá verifi car cada opção proposta.
A opção a: verdadeira.
Você viu na Aula 11 que o índice giro de estoque ou rotação de estoque indica
o número de vezes que o estoque é renovado ao longo do período. Para
renovar o estoque, ele tem de ser vendido (no caso de mercadorias ou produtos
acabados) e adquirido novamente. No caso de matérias-primas, elas têm de
ser consumidas e depois novamente adquiridas.
Opção b: falsa.
Conforme explicado na opção a, para renovar o estoque, ele tem de ser vendido
e novamente adquirido, o que não é dito na opção b: o estoque foi novamente
adquirido sem ter sido vendido.
Opção c: verdadeira.
O giro de rotação de 5,0 signifi ca que o estoque se renovou, em média, 72 dias,
conforme demonstrado a seguir:
360
PMRE
360
PMRE
5,0 PMRE = 360
360
5
PMRE = 72 dias
Opção d: verdadeira.
Você viu que tanto a opção a como a c estão corretas; portanto, esta é a
resposta desta atividade.
Atividade 10
GE =
5,0 =
PMRE =
52 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
A empresa Deodoro relatou, em suas demonstrações contábeis de X1 e X2, as seguintes informações:
O PMRE para X2 da empresa em questão era de _____________ dias.O PMRV para X2 da empresa em questão era de _____________ dias.
Resposta ComentadaAplicando as fórmulas do PMRE e PMRV você obterá:
Estoques médios x 360
CMV
EI + EF
2
160.000 + 250.000
2
EM = 205.000
Estoques médios x 360
CMV
205.000 x 360 = 98.40 dias
750.000
Legenda:
EI: Estoque inicial (representa o saldo do exercício anterior).
EF: Estoque fi nal (representa o saldo do exercício atual).
Atividade 11
DISCRIMINAÇÃO X1 X2
Vendas Brutas 1.200.000
Custo das Mercadorias Vendidas 750.000
Duplicatas a Receber 56.000 72.000
Estoque de Mercadorias 160.000 250.000
PMRE =
EM =
EM =
PMRE =
PMRE =
O saldo do Estoque inicial é o saldo fi nal do exercício anterior, ou seja,
EI = EF do exercício anterior.!!
C E D E R J 53
AU
LA 1
2
Duplicatas a Receber médias x 360
Vendas
DRI + DRF
2
56.000 + 72.000
2
DRM = 64.000
64.000 x 360 = 19,20 dias
1.200.000
Concluindo: o PMRE, para X2, da empresa em questão era de, aproximadamente,
98 dias, enquanto o PMRV era de, aproximadamente, 19 dias.
Legenda:
DRI: Duplicatas a Receber (representa o saldo do exercício anterior).
DRF: Duplicatas a Receber (representa o saldo do exercício atual).
PMRV =
DRM =
DRM =
PMRV =
O saldo de Duplicatas a Receber inicial é o saldo fi nal do exercício anterior, ou
seja, DRI = DRF do exercício anterior.!!Vide comentários da Atividade 4 a
respeito da fórmula de PMRV.!!
54 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Sabendo-se que o Estoque médio, para X7, da empresa Aurora era de R$108.000,00, e que a empresa demora, em média, 90 dias para vender seus estoques e 60 dias para recebê-los, e que o Custo das Vendas representa 60% das Vendas. Qual será o valor médio das Duplicatas a Receber?
Resposta ComentadaAplicando o PMRE, você terá:
Estoques médios x 360
Custo das Vendas
108.000 x 360
Custo das Vendas
90 Custo das Vendas = 38.880.000
38.880.000
90
Custo das Vendas = 432.000
Sendo o Custo das Vendas = 60% das Vendas, as Vendas serão de:
Custo das Vendas = 0,60 Vendas
432.000 = 0,60 Vendas
432.000
0.60
Vendas = 720.000
Sendo o PMRV de 60 dias, aplicando a fórmula de PMRV, você obterá o valor
das Duplicatas a receber:
Duplicatas a Receber médias x 360
Vendas
Duplicatas a Receber médias x 360
720.000
43.200.000 = 360 Duplicatas a Receber médias
43.200.000
360
Duplicatas a Receber médias = 120.000
Atividade 12
PMRE =
90 =
Custo das Vendas =
Vendas =
PMRV =
60 =
Duplicatas a Receber médias =
Vide comentários da Atividade 4 a respeito da fórmula
de PMRV.!!
C E D E R J 55
AU
LA 1
2
Calcule e interprete os quocientes de rotação de Contas a Receber e os prazos médios de cobrança relativos a X6 e X7, a partir dos dados a seguir:
Resposta
Comentários
Resposta ComentadaNesta atividade, você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores, isto é,
o cálculo dos índices de atividade através das fórmulas:
(*) Vendas = Vendas brutas – devoluções e abatimentos s/ vendas
Atividade 13
DISCRIMINAÇÃO X6 X7
Contas a Receber em 31/12 928.072 849.308
Vendas Brutas no ano 4.454.340 3.320.331
Devoluções e abatimentos s/ vendas 62.446 32.748
DISCRIMINAÇÃO X6 X7
GDRGDR = GDR =
PMRV PMRV = x 360 PMRV = x 360
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
FÓRMULAANO
X6 X7
Vendas*DR
4.454.340 - 62.446 928.072
4.391.894 = 4,73 928.072
3.320.331 - 32.748 849.308
3.287.583 = 3,87 849.308
DR x 360 Vendas*
928.072 x 360 4.391.894
PMRV = 76 dias
849.308 x 360 3.287.583
PMRV = 93 dias
GDR =
PMRV =
GDR =
GDR =
PMRV =
GDR =
GDR =
PMRV =
56 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Comentários:
No exercício de X7, o giro e Duplicatas a Receber foi 3,87 vezes mais lento,
se comparado ao ano anterior, em decorrência da dilatação de seu prazo de
recebimento ter passado de 76 para 93 dias.
Nesta atividade, você não precisou utilizar valores médios na
fórmula, pois não foi fornecido o saldo fi nal de X5; você pressupôs que os saldos fi nais de X6 e X7
representam os valores médios durante os exercícios, ou seja, compras e vendas uniformes, sem
grandes oscilações nos períodos.!!
Dependendo do plano de contas da empresa, os valores a receber
provenientes das vendas a prazo podem ser contabilizados nas seguintes contas: Duplicatas a
Receber, Contas a Receber ou Clientes. !!
C E D E R J 57
AU
LA 1
2
A empresa comercial Paraíba do Sul apresentou os seguintes dados extraídos do Razão:
Calcular o prazo médio de renovação de estoques e o giro de estoques.
Resposta ComentadaPMRE = 192 dias
GE = 1,88 vez
A diferença entre a resolução desta atividade e a das outras resolvidas
anteriormente diz respeito às fórmulas utilizadas.
Nesta atividade, o analista teve acesso aos valores dos estoques em bases
mensais, o que lhe possibilitou calcular o estoque médio, conforme demonstrado
a seguir:
EI + E2 + E3 +... + E12
12
12
102.500
12
EM = 8.541,67
Como você sabe, o PMRE de uma empresa comercial é calculado pela seguinte fórmula:
Estoques médios x 360
CMV
Atividade 14
DISCRIMINAÇÃO R$ MIL
Compras de Mercadorias 20.000
Fretes e Seguros sobre compras 1.000
Devoluções e Abatimentos sobre compras 1.600
Estoque de Mercadorias em 01/01/X1 8.000
Estoque de Mercadorias em 31/01/X1 8.200
Estoque de Mercadorias em 28/02/X1 8.600
Estoque de Mercadorias em 31/03/X1 6.400
Estoque de Mercadorias em 30/04/X1 8.600
Estoque de Mercadorias em 31/05/X1 9.000
Estoque de Mercadorias em 30/06/X1 7.800
Estoque de Mercadorias em 31/07/X1 5.000
Estoque de Mercadorias em 31/08/X1 6.300
Estoque de Mercadorias em 30/09/X1 10.000
Estoque de Mercadorias em 31/10/X1 10.400
Estoque de Mercadorias em 30/11/X1 10.800
Estoque de Mercadorias em 31/12/X1 11.400
EM =
8.200 + 8.600 + 6.400 + 8.600 + 9.000 + 7.800 + 5.000 + 6.300 + 10.000 + 10.400 + 10.800 + 11.400EM =
EM =
PMRE =
58 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Como o CMV não foi fornecido, o passo seguinte é apurá-lo assim:
CMV = EI + Compras – EF
O valor de Compras representa o valor das Compras líquidas, isto é, todos os
valores que alterem o valor das Compras (para mais ou para menos).
Compras líquidas = Compras + Fretes e seguros sobre compras – Devoluções
e abatimentos sobre Compras.
Compras líquidas = 20.000 + 1.000 – 1.600
Compras líquidas = 19.400
Substituindo o valor de Compras líquidas na fórmula, temos
CMV = 8.000 + 19.400 – 11.400
CMV = 16.000
Substituindo o valor de CMV na fórmula do PMRE, temos
Estoques médios x 360
CMV
8.541.87 x 360
16.000
PMRE = 192 dias
Para o cálculo do giro de Estoques, a fórmula é a seguinte:
360
PMRE
Substituindo o valor do PMRE, tem-se
360
192
GE = 1,88 vez
PMRE =
GE =
PMRE =
A utilização dos saldos fi nais de balanços para o cálculo
dos índices de atividades só deve ser feita em empresas que tenham compras e vendas
uniformes no período e atuem em uma economia de baixa infl ação. Em caso contrário, os valores apurados
serão distorcidos.Repare que, nesta atividade, os valores fi nais de estoques mês a mês sofrem variações; portanto, deve-se apurar o
valor médio dos estoques pela média dos 12 meses do exercício.
Numa economia infl acionária, os índices de atividades só têm valor quando apurados com os
demonstrativos fi nanceiros ajustados para uma mesma base (infl acionado ou
defl acionado).
!!
C E D E R J 59
AU
LA 1
2
A empresa comercial Maricá Ltda. obteve, no quarto trimestre de X3, um faturamento de R$ 1.200,00, conforme discriminado a seguir:
Sabendo-se que o saldo de Duplicatas a Receber, em 31 de dezembro de X3, foi de R$ 800,00, podemos afi rmar que o prazo médio de recebimento de vendas é de, aproximadamente:a) ( ) 60 diasb) ( ) 45 diasc) ( ) 120 diasd) ( ) 70 dias
Resposta ComentadaA opção a é a correta, ou seja, 60 dias.
Na resolução desta atividade, você utilizou a 1ª etapa do estudo dos indicadores
fi nanceiros – o cálculo dos índices.
A fórmula para apurar o PMRV é a seguinte:
DR médias x 360
Vendas
A fórmula do PMRV é multiplicada por 360 dias, pois se refere ao tempo de
duração do exercício. Nesta atividade, o período é de 90 dias; portanto, a fórmula
é multiplicada por 90 em vez de 360.
800 x 90
1.200
PMRV = 60 dias
Atividade 15
DISCRIMINAÇÃO40 TRIMESTRE
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
Vendas 600,00 400,00 200,00
PMRV =
PMRV =
Quando o enunciado não informa os valores das vendas brutas, e nem de Devoluções e abatimentos s/ vendas, trabalha-se na fórmula com o
valor das vendas. !!
60 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Com relação ao giro das Duplicatas a Receber, identifi que a afi rmativa correta.a) ( ) Um crescimento neste indicador denota maior demora no recebimento das
vendas a prazo.b) ( ) Quanto maior for este indicador, mais rapidamente a empresa recebe suas
duplicatas a receber.
Resposta ComentadaA opção b é a correta, ou seja, quanto maior for este indicador, mais rapidamente
a empresa recebe suas Duplicatas a Receber.
Você viu, na Aula 11, que o quociente de Giro de Duplicatas a Receber mede a
liquidez das duplicatas a receber da empresa.
Quanto menor o PMRV, maior será o giro das Duplicatas a Receber, conforme
demonstrado a seguir, por exemplo, para 30 dias ou 45 dias.
Atividade 16
PMRV = 30 dias PMRV = 45 dias
360PMRV
36030
GDR = 12,0 vezes
360PMRV
36045
GDR = 8,0 vezes
GDR =
GDR =
GDR =
GDR =
A empresa comercial Bom Jesus apresentou, nos três últimos exercícios sociais, os seguintes quocientes de Giro de Duplicatas a Receber: 1,5; 2,3 e 2,8.Analisando estes quocientes, podemos concluir que:a) ( ) a empresa está diminuindo o volume de vendas;b) ( ) o prazo médio de recebimento de Duplicatas a Receber está diminuindo;c) ( ) a empresa está concedendo aos clientes maior prazo de pagamento;d) ( ) os fornecedores da empresa estão concedendo maior prazo de pagamento.
Resposta ComentadaA opção b é a correta, ou seja, o prazo médio de recebimento de Duplicatas a
Receber está diminuindo.
Conforme os comentários da Atividade 16, quanto maior o giro de Duplicatas a
Receber, menor o prazo de recebimento.
Utilizando os giros do enunciado, apura-se o PMRV, para confirmar esta
afi rmativa.
Atividade 17
C E D E R J 61
AU
LA 1
2
Observe que, a cada ano, a empresa está oferecendo prazos de recebimento
menores a seus clientes.
GDR = 1,5 GDR = 2,3 GDR = 2,8
360PMRV
360PMRV
1,5 PMRV = 360
3601,5
PMRV = 240 dias
360PMRV
360PMRV
2,3 PMRV = 360
3602,3
PMRV = 157 dias
360PMRV
360PMRV
2,8 PMRV = 360
3602,8
PMRV = 129 dias
GDR =
1,5 =
GDR =
2,3 =
PMRV = PMRV =
GDR =
2,8 =
PMRV =
Os prazos médios de recebimento de vendas nos exercícios de X1, X2 e X3 eram de 60, 75 e 85 dias, respectivamente; no mesmo período, os prazos de pagamento a fornecedores foram de 70, 60 e 45 dias. Em princípio, a posição mais adequada para a empresa seria a correspondente à:a) ( ) do exercício de X1b) ( ) do exercício de X2c) ( ) do exercício de X3 d) ( ) dos exercícios de X1 e X2e) ( ) dos exercícios de X1 e X3f) ( ) dos exercícios de X2 e X3g) ( ) de nenhum dos exercícios em questão
Resposta ComentadaA opção a é a correta, isto é, do exercício de X1.
Em princípio, a empresa terá uma posição mais adequada, quando o PMRV for
menor do que o PMPC.
Vejamos:
Atividade 18
EXERCÍCIO PMRV PMPC PMRV > PMPC PMRV < PMPC
X1 60 dias 70 dias - 10 dias
X2 75 dias 60 dias 15 dias -
X3 85 dias 45 dias 40 dias -
62 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Interpretando a tabela anterior, em princípio, a posição mais adequada seria a correspondente à do exercício X1 (folga fi nanceira de 10 dias).Grafi camente, teríamos:
X1 X2 X3
PMRV = 60 dias PMRV = 75 dias PMRV = 85 dias
PMPC = 70 dias PMPC = 60 dias PMPC = 45 dias
Marque com um X as questões a seguir:a)Em qual das empresas os estoques fi cam mais tempo parados na prateleira? Alfa Beta Zeta b) Qual das empresas concede maior prazo de recebimento a seus clientes?
Alfa Beta Zeta
c) A qual das empresas os fornecedores concedem menor prazo de pagamento?
Alfa Beta Zeta
d) Qual das empresas tem o maior ciclo operacional?
Alfa Beta Zeta
e) Qual das empresas tem o maior ciclo fi nanceiro?
Alfa Beta Zeta
Atividade 19
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
ALFA BETA ZETA
Prazo médio de renovação de estoques 60 dias 90 dias 30 dias
Prazo médio de recebimento de vendas 85 dias 30 dias 50 dias
Prazo médio de pagamento de compras 70 dias 80 dias 60 dias
folga de 10 dias
C E D E R J 63
AU
LA 1
2
Resposta ComentadaInterpretando os prazos fornecidos e os valores apurados dos ciclos, você
responderá que:
a) a empresa Beta apresenta o maior PMRE: 90 dias.
b) a empresa Alfa apresenta o maior PMRV: 85 dias.
c) a empresa Zeta apresenta o menor PMPC: 60 dias.
d) a empresa Alfa apresenta o maior CO: 145 dias.
e) a empresa Alfa apresenta o maior CF: 75 dias.
Memória de Cálculo:
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
Alfa Beta Zeta
Ciclo operacionalCO = PMRE + PMRV
CO = 60 + 85CO = 145 dias
CO = 90 + 30CO = 120 dias
CO = 30 + 50CO = 80 dias
Ciclo fi nanceiroCF = CO - PMPC
CF = 145 – 70CF = 75 dias
CF = 120 – 80CF = 40 dias
CF = 80 – 60CF = 20 dias
Se a relação Compras/Fornecedores da empresa Bom Jardim apresentasse em exercícios sociais sucessivos os índices de 5,0, 7,0 e 9,0, teríamos de concluir que:a) ( ) A empresa está concedendo maiores prazos a seus clientes.b) ( ) Os prazos concedidos pelos fornecedores estão sendo dilatados. c) ( ) As compras da empresa vêm diminuindo acentuadamente.d) ( ) As vendas da empresa estão sendo muito reduzidas; por isso, qual seu
volume de compras a prazo também diminuiu.e) ( ) Os fi nanciamentos de fornecedores estão sendo concedidos a prazos
menores.
Resposta ComentadaA opção e é a correta, ou seja, os fi nanciamentos de fornecedores estão sendo
concedidos a prazos menores.
Conforme você viu na Aula 11, a relação Compras representa a fórmula de GF. Fornecedores
Essa fórmula signifi ca o número de vezes em que são renovadas as dívidas com
os fornecedores da empresa.
Quanto maior for a rotação de Fornecedores, pior para a empresa, pois os
fornecedores estarão oferecendo menor prazo para o pagamento da dívida.
Através da outra fórmula de GF, você pode determinar o PMPC, conforme
demonstrado a seguir:
Atividade 20
64 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Observe que, a cada ano, os fornecedores estão concedendo prazos menores.
GF = 5,0 GF = 7,0 GF = 9,0
360PMPC
360PMPC
5,0 PMPC = 360
3605,0
PMPC = 72 dias
360PMPC
360PMPC
7,0 PMPC = 360
3607,0
PMPC = 51 dias
360PMPC
360PMPC
9,0 PMPC = 360
3609,0
PMPC = 40 dias
GF =
5,0 =
GF =
7,0 =
PMPC = PMPC =
GF =
9,0 =
PMPC =
O ciclo operacional de uma empresa comercial é igual ao:a) ( ) Somatório dos prazos médios de renovação de estoques e de recebimento
de vendas.b) ( ) Somatório dos prazos médios de renovação de estoques e de pagamento
aos fornecedores.c) ( ) Somatório dos prazos médios de recebimento de vendas e de pagamento de
compras.d) ( ) Somatório dos prazos médios de renovação de estoques, de pagamento aos
fornecedores e recebimento de vendas.e) ( ) Somatório dos prazos médios de pagamento aos fornecedores e de
recebimento de vendas, menos o prazo médio de renovação de estoques.
Resposta ComentadaA opção a é a correta, ou seja, somatório dos prazos médios de renovação de
estoques e de recebimento de vendas.
Algebricamente, o ciclo operacional é calculado pela seguinte fórmula:
CO = PMRE + PMRV
Grafi camente, é assim representado:
Ciclo operacional
PMRE PMRV
Atividade 21
C E D E R J 65
AU
LA 1
2
Determine o ciclo operacional da empresa Porciúncula, sabendo que o PMRE é igual a 25 dias e o PMRV é de 40 dias.a) ( ) 15 diasb) ( ) 65 diasc) ( ) 40 diasd) ( ) 25 diase) ( ) N.R.A.
Resposta ComentadaA opção b é a correta, ou seja, 65 dias.
Você viu, na Aula 11, que o ciclo operacional mostra o prazo de investimento em
capital de giro e é calculado pela seguinte fórmula:
CO = PMRE + PMRV
CO = 25 + 40
CO = 65 dias
Atividade 22
O ciclo operacional da empresa Quatis é de 90 dias; o PMPC é igual a 92 dias. Podemos concluir que:a) ( ) A empresa terá que se fi nanciar em 2 dias.b) ( ) Seu ciclo fi nanceiro é de 180 dias.c) ( ) Apresenta folga fi nanceira de 2 dias.d) ( ) N.R.A.
Resposta ComentadaA opção c é a correta, ou seja, apresenta folga fi nanceira de 2 dias.
Para resolver esta atividade, você precisa determinar o ciclo fi nanceiro.
O ciclo fi nanceiro é calculado da seguinte forma:
CF = CO – PMPC
CF = 90 – 92
CF = -2 signifi ca que a empresa não precisa buscar fi nanciamento, pois os
fornecedores são mais que sufi cientes.
Neste caso, a empresa tem uma folga fi nanceira de dois dias, ou seja, após vender
e receber, ela terá dois dias para pagar suas compras aos fornecedores.
Grafi camente, teríamos:
Ciclo operacional = 90 dias
PMRE PMRV
PMPC = 92 dias
Atividade 23
Folga de 2 dias
66 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Dados os seguintes indicadores:
a) ( ) Os fornecedores fi nanciam totalmente os estoques.b) ( ) Os fornecedores não fi nanciam os estoques.c) ( ) Os fornecedores fi nanciam apenas parte dos estoques.d) ( ) Os fornecedores fi nanciam todo o ciclo operacional.
Resposta ComentadaA opção a é a correta, ou seja, os fornecedores fi nanciam totalmente os
estoques.
Observe no esquema que PMPC = PMRE; portanto, os fornecedores fi nanciam
totalmente os estoques.
Atividade 24
Ciclo operacional
PMRE PMRV
PMPC Ciclo fi nanceiro
A empresa Quatis apresenta os seguintes indicadores:
Assinale a alternativa correta:a) ( ) O ciclo operacional é de 230 dias.b) ( ) O ciclo fi nanceiro é de 70 dias. c) ( ) O ciclo operacional é de 250 dias. d) ( ) O ciclo fi nanceiro é de 30 dias. e) ( ) As alternativas a e b estão corretas.
Resposta ComentadaA alternativa e é a correta, ou seja, as alternativas a e b estão corretas.
Para realizar esta atividade, você deverá apurar o ciclo operacional e o
fi nanceiro.
O ciclo operacional é apurado pela seguinte fórmula:
CO = PMRE + PMRV
CO = 130 + 100
CO = 230 dias
Atividade 25
PMRE 130 dias
PMRV 100 dias
PMPC 160 dias
C E D E R J 67
AU
LA 1
2
Para calcular o CF, você utilizará a seguinte fórmula:
CF = CO – PMPC
CF = 230 – 160
CF = 70 dias
Analisando os valores apurados, a alternativa correta é a e.
A indústria Rio Bonito apresenta um prazo médio de renovação de matérias-primas de 45 dias, sendo que os fornecedores dão um prazo de 30 dias para pagamento das duplicatas. O processo de fabricação do produto leva, em média, 30 dias, sendo que os produtos acabados permanecem estocados por 15 dias, à espera de serem vendidos. O prazo médio de recebimento de vendas é de 60 dias. A partir desses dados:a) determine o ciclo operacional e o ciclo fi nanceiro da indústria Rio Bonito, representando-os grafi camente.b) Demonstre como o ciclo fi nanceiro seria afetado, se a empresa reduzisse seu prazo médio de renovação de estoques de matérias-primas para 30 dias e de recebimento de vendas para 45 dias?
Resposta Comentadaa) Determinação do ciclo operacional e fi nanceiro
CO = 150 dias e CF = 120 dias
Conforme você viu na Aula 11, na empresa industrial, o ciclo operacional indica
o tempo decorrido desde a aquisição das matérias-primas até o recebimento
pela venda dos produtos.
Portanto, o ciclo operacional é dado pela seguinte fórmula:
CO = PMRMP + PMRPP + PMRPA + PMRV
CO = 45 + 30 + 15 + 60
CO = 150 dias
Ciclo fi nanceiro é o tempo decorrido entre o momento do pagamento aos
fornecedores e o recebimento pelas vendas efetuadas.
É dado pela seguinte fórmula:
CF = CO – PMPC
CF = 150 – 30
CF = 120 dias
Atividade 26
68 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Grafi camente, teríamos:
Ciclo operacional = 150 dias
PMRMP = 45 dias PMPP = 30 dias PMRPA = 15 dias PMRV = 60 dias
PMPC = 30 dias Ciclo fi nanceiro = 120 dias
b) Para responder a esta pergunta, basta calcular o ciclo operacional e o ciclo
fi nanceiro com as alterações nos números de dias do PMRMP e do PMRV.
Veja:
CO = PMRMP + PMRPP + PMRPA + PMRV
CO = 30 + 30 + 15 + 45
CO = 120 dias
CF = CO – PMPC
CF = 120 – 30
CF = 90 dias
Pelos cálculos efetuados, podemos afi rmar que o ciclo fi nanceiro passaria de
120 para 90 dias.
Legenda:CO Ciclo OperacionalPMRMP Prazo médio de renovação de matérias-primasPMRPP Prazo médio de renovação de produtos em processoPMRPA Prazo médio de renovação de produtos acabadosPMRV Prazo médio de recebimento de vendasPMPC Prazo médio de pagamento de compras
C E D E R J 69
AU
LA 1
2
A empresa Queimados publicou suas demonstrações contábeis, indicando os seguintes dados:
O PMRE dessa empresa se processava em __________ dias, no ano de X8, tendo (aumentado/diminuído), no exercício seguinte, para ___________ dias.
Resposta ComentadaPara solução desta atividade, você deverá utilizar a fórmula do PMRE:
Estoque médio x 360
Custo dos produtos vendidos
O Estoque médio é dado pela seguinte fórmula:
EI + EF
2
Em X8, o estoque médio será:
30.000 + 100.000
2
EM = 65.000
Substituindo o EM na fórmula de PMRE, você obterá:
65.000 x 360
6.500.000
PMRE = 3,60 dias
Para o ano de X9, você fará:
100.000 + 190.000
2
Substituindo os valores na fórmula do PMRE, você obterá:
145.000 x 360
7.800.000
PMRE = 6,69 dias
Concluindo: o PMRE dessa empresa se renovava em, aproximadamente, 4 dias
no ano de X8, tendo aumentado no exercício seguinte para, aproximadamente,
7 dias.
Atividade 27
DISCRIMINAÇÃO X7 X8 X9
Estoque de Produtos Acabados 30.000 100.000 190.000
Custo dos Produtos Vendidos 6.500.000 7.800.000
PMRE =
EM =
EM =
PMRE =
Estoque médio = = 145.000
PMRE =
70 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Dados os seguintes indicadores:
Assinale a alternativa falsa.a) ( ) Na empresa Barra Mansa, os estoques giram mais rapidamente do que na
empresa Volta Redonda.b) ( ) A empresa Barra Mansa consegue menor prazo dos fornecedores do que a
empresa Volta Redonda.c) ( ) A necessidade de fi nanciamento complementar para o giro é maior na
empresa Volta Redonda.d) ( ) O ciclo fi nanceiro da empresa Barra Mansa é maior do que o da empresa
Volta Redonda..
Resposta ComentadaA opção c é a única falsa, ou seja, a necessidade de fi nanciamento complementar
para o giro é maior na empresa Volta Redonda.
Esta atividade engloba os índices de prazos médios, índices de rotação ou giro,
ciclo operacional e ciclo fi nanceiro.
Para responder às alternativas propostas, você deve calcular o giro dos estoques,
ciclo operacional e o ciclo fi nanceiro, conforme demonstrado a seguir:
Analisando os índices de atividade e os ciclos operacionais e fi nanceiros das
empresas, pode-se afi rmar que, à exceção da opção c, todas as demais
são verdadeiras.
Atividade 28
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
Barra Mansa Volta Redonda
PMPC 48 dias 62 dias
PMRE 52 dias 43 dias
PMRV 60 dias 75 dias
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
Barra Mansa Volta Redonda
360PMRE
36048
GE = 7,5 vezes
36062
GE = 5,8 vezes
CO = PMRE + PMRVCO = 52 + 60CO = 112 dias
CO = 43 + 75CO = 118 dias
CF = CO - PMPCCF = 112 – 48CF = 64 dias
CF = 118 – 62CF = 56 dias
GE =
C E D E R J 71
AU
LA 1
2
Conforme dados da empresa Deodoro, você deverá calcular, para o ano de X4, o prazo médio de recebimento de vendas a prazo, o prazo médio de pagamento aos fornecedores e o quociente de posicionamento relativo:
Resposta ComentadaPMRE = 81 dias
PMRV = 121 dias
PMPC = 116 dias
QPR = 1,04
Para solução desta atividade, você deverá aplicar as seguintes fórmulas:
Estoques médios x 360
Custo das Vendas
EI + EF
2
3.600 + 9.600
2
GE = 6.600
6.600
29.200
PMRE = 81 dias
Legenda:
EI: Estoque inicial (representa o saldo do exercício anterior)
EI: Estoque inicial (representa o saldo do exercício anterior)
Atividade 29
Dados X3 X4
Estoque de Mercadorias 3.600,00 9.600,00
Clientes – Duplicatas a Receber 7.000,00 14.800,00
Vendas brutas 24.200,00 49.800,00
Vendas à vista 7.260,00 17.430,00
Custo das Mercadorias Vendidas 15.200,00 29.200,00
Fornecedores – (Duplicatas a Pagar) 3.800,00 16.600,00
Compras a Prazo ( percentual ) 60% 90%
PMRE
PMRV
PMPC
QPR
PMRE =
PMRE =
GE =
GE = O saldo do Estoque inicial é o saldo fi nal do exercício anterior, ou
seja, EI=EF do exercício anterior. !!
72 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Duplicatas a Receber médias x 360
Vendas
Neste caso, você pode usar as vendas a prazo, já que existe informação sobre
vendas à vista. Então, por diferença, você terá:
Vendas a prazo = Vendas brutas - Venda à vista
Vendas a prazo = 49.800 - 17.430
Vendas a prazo = 32.370
DRM = DRI + DRF
2
DRM = 7.000 + 14.800
2
DRM = 10.900
10.900 x 360 10.900 x 360
49.800 - 17.430 32.370
Legenda:
DRI: Duplicatas a Receber (representa o saldo do exercícios anteriores)
DRF: Duplicatas a Receber (representa o saldo do exercícios atual)
Fornecedores médios x 360
Compras
Para calcular o valor das compras totais
utiliza-se a seguinte fórmula:
CMV = EI + Compras - EF
29.200 = 3.600 + Compras – 9.600
Compras = 35.200
Para calcular o valor das compras a prazo, você deve aplicar o percentual de 90% ao valor
das compras totais obtidas da equação:
Então, as compras a prazo totalizaram:
35.200 x 0,90 = 31.680
DPM = DPI + DPF
2
DPM = 3.000 + 16.600
2
DPM = 10.200
Substituindo na fórmula do PMPC, você obtém:
10.200 x 360
31.680
Legenda:
DPI: Duplicatas a pagar (representa o saldo do exercíco anterior)
DRF: Duplicatas a pagar (representa o saldo do exercíco atual)
PMRV = = = 121 dias
PMPC =
PMPC = = 116 dias
PMRE =
O saldo de Duplicatas a Receber inicial é o saldo fi nal do
exercício anterior, ou seja, DRI=DRF. do exercíco anterior.!!
C E D E R J 73
AU
LA 1
2
A seguir, são fornecidos alguns dados extraídos das demonstrações fi nanceiras da empresa Campos Ltda.
Diante desses dados, calcule o prazo médio de renovação de estoques e a rotação dos estoques relativos a X2, X3 e X4, trabalhando com o Estoque médio.
Atividade 30
DISCRIMINAÇÃOEXERCÍCIO
X1 X2 X3 X4
Valor médio dos estoques (R$ mil) 2.800 3.790 4.815 7.920
Custo dos produtos vendidos (R$ mil) - 11.460 25.800 58.220
Finalmente, o quociente de posicionamento relativo é:
PMRV 121
PMPC 116QPR = = = 1,04
O saldo de Duplicatas a Pagar inicial é o saldo fi nal do
exercício anterior, ou seja, DPI=DRF. do exercíco anterior.!!
FÓRMULAEXERCÍCIO
X2 X3 X4
EI + EF2
FÓRMULAEXERCÍCIO
X2 X3 X4
EM x 360 CPV
360PMRE
EM =
PMRE =
EM =
74 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
Resposta Comentada
FÓRMULAEXERCÍCIO
X2 X3 X4
EI + EF2
2.800 + 3.790 2
EM = 3.295
3.790 + 4.8152
EM = 4.302,50
4.815 + 7.9202
EM = 6.367,50
FÓRMULAEXERCÍCIO
X2 X3 X4
EM x 360 CPV
3.295 x 36011.460
PMRE= 104 dias
4.302,5 x 36025.800
PMRE = 60 dias
6.367,5 x 36058.220
PMRE = 39 dias
360PMRE
360104
GE = 3,46 vezes
36060
GE = 6,0 vezes
36039
GE = 9,23 vezes
EM =
PMRE =
EM =
= = =
= = =
Sabendo-se que a Cia. Nilópolis tinha um Estoque inicial de R$ 120.000,00, Custo dos Produtos Acabados de R$ 360.000,00, e que o Estoque fi nal era de R$ 180.000,00, pode-se concluir que:a) ( ) O custo dos produtos vendidos era de R$ 300.000,00.b) ( ) O prazo médio de renovação dos estoques era de 120 dias.c) ( ) O prazo médio de renovação dos estoques era de 180 dias.d) ( ) As opções a e c estão corretas.
Resposta ComentadaA opção d é a correta, ou seja, as opções a e c estão corretas.
Para resolver esta atividade, você deve calcular o CPV e o PMRE.
Para calcular o CPV, utiliza-se a seguinte fórmula:
CPV = EIPA + CPA – EFPA
CPV = 120.000 + 360.000 – 180.000
CPV = 300.000
Legenda:
EIPA: Estoque Inicial de Produtos Acabados
EFPA: Estoque Final de Produtos Acabados
CPA: Custo dos Produtos Acabados
Para calcular o PMRE, adota-se a seguinte fórmula:
PMRE = Estoques médios x 360
CPV
Atividade 31
C E D E R J 75
AU
LA 1
2
PMRE =
EM = FI + EF
2
EM = 120.000 + 180.000
2
EM = 150.000
PMRE = 150.000 x 360
300.000
PMRE = 180 dias
Analisando os valores apurados, a opção d é a correta.
Dados os seguintes indicadores:
a) ( ) Os fornecedores fi nanciam totalmente os estoques.b) ( ) Os fornecedores não fi nanciam os estoques.c) ( ) Os fornecedores fi nanciam apenas parte dos estoques.d) ( ) Os fornecedores fi nanciam todo o ciclo operacional.
Resposta ComentadaA opção c é a correta, ou seja, os fornecedores fi nanciam apenas parte dos
estoques.
Observe, no gráfi co, que o PMPC é inferior ao PMRE; portanto, os fornecedores
financiam apenas parte dos estoques. Neste caso, há necessidade de
fi nanciamento do seu ciclo fi nanceiro.
Atividade 32
Ciclo operacional
PMRE PMRV
PMPC Ciclo fi nanceiro
76 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
O supermercado Paracambi divulgou suas demonstrações contábeis relativas aos exercícios de X8 e X9, tendo apresentado as seguintes informações:
O PMRE de X8 era de ____________ dias, (aumentando/diminuindo) para______________ dias em X9.O PMPC de X8 era de ____________ dias, (aumentando/diminuindo) para.__________ dias em X9.
Resposta ComentadaPMREx8 = 38,96 dias aumentando PMREx9 = 83,64 dias
PMPCx8 = 84,81 dias aumentando PMPCx9 = 130,77 dias
Observe, no enunciado, que a empresa é do ramo comercial; portanto, a fórmula
do PMRE é:
Estoques médios x 360
CMV
O valor médio de estoques é dado pela seguinte fórmula:
EI + EF EI + EF
2 2
700.000 + 1.400.000 1.400.000 + 3.200.000
2 2
EMx8 = 1.050.000 EMx9 = 2.300.00
Substituindo na fórmula do PMRE, você encontrará:
1.050.000 x 360 2.300.000 x 360
9.700.000 9.900.000
Para calcular o PMPC, você utiliza a seguinte fórmula:
Fornecedores médios x 360
Compras
O valor médio de Fornecedores é dado pela seguinte fórmula:
EI + EF EI + EF
2 2
1.800.000 + 3.100.000 3.100.000 + 5.400.000
2 2
FMx8 = 2.450.000 FMx9 = 4.250.000
Atividade 33
X7 X8 X9
Estoque de Mercadorias 700.000 1.400.000 3.200.000
Fornecedores de Mercadorias 1.800.000 3.100.000 5.400.000
Custo das Mercadorias Vendidas - 9.700.000 9.900.000
PMRE =
EMx8 = EMx9 =
EMx8 = EMx9 =
PMREx8 = = 38.97 PMREx9 = = 83.64
PMPC =
FMx8 = FMx9 =
FMx8 = FMx9 =
C E D E R J 77
AU
LA 1
2
As Compras serão obtidas através da fórmula:
CMV = Estoque Inicial + Compras - Estoque Final
O Estoque Inicial será o saldo de X7 e o Estoque Final será o saldo de X8;
sendo assim, você obtém os seguintes valores de compras:
Em X8:
9.700.000 = 700.000 + Compras – 1.400.000; logo, Compras =
10.400.000.
Em X9:
9.900.000 = 1.400.000 + Compras – 3.200.000; logo, Compras =
11.700.000.
Aplicando na fórmula do PMPC, você obterá:
2.450.000 x 360 4.250.000 x 360
10.400.000 11.700.000
Você constata que o PMRE de X8 era de aproximadamente 39 dias, tendo
aumentado para aproximadamente 84 dias em X9.
Já o PMPC de X8 era de aproximadamente 85 dias, tendo aumentado para
aproximadamente 131 dias em X9.
PMPCx8 = = 84.81 PMPCx9 = = 130.77
78 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade
O Balanço Patrimonial da empresa Natividade encerrado em 31/12/X1 está apresentado a seguir.
Calcule o prazo médio de renovação de estoques, o prazo médio de recebimento de vendas e o prazo médio de pagamento de compras, sabendo que:a) Vendas brutas do exercício foram de R$ 100.000 mil;b) Devoluções e abatimentos sobre vendas foram de R$ 20.000 mil;c) Custo dos Produtos Vendidos é de R$ 67.000 mil;d) Compras brutas tiveram valor de R$ 30.000 mil; e) Abatimentos sobre compras tiveram valor de R$ 3. 500 mil.
Resposta ComentadaPMRE = 75 dias
PMRV = 45 dias
PMRE = 136 dias
Nesta atividade, você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores, isto é,
o cálculo dos índices de atividade através das fórmulas:
Atividade 34
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE
Caixa 4.000Bancos c/ movimento 2.000Duplicatas a Receber 10.000(-) Duplicatas Descontadas (1.000)
(-) PDD (200)Estoques de Matérias-Primas 5.000Estoques de Prod. em Processo 1.000Estoques de Prod. Acabados 8.000Total do AC 28.800Ativo Realizável a Longo Prazo 4.000Ativo Permanente 10.000
CIRCULANTE
Fornecedores 10.000Empréstimos a Pagar 20.000Dividendos a Pagar 2.000Total do PC 32.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital 8.000Reserva de Lucro 1.000Lucros Acumulados 1.800Total do PL 10.800
Total Ativo 42.800 Total Passivo 42.800
Balanço Patrimonial
FÓRMULA CÁLCULO PRAZO
Estoques x 360CPV
14.000 x 36067.000
75 dias
DR x 360Vendas
10.000 x 360 100.000 - 20.000
45 dias
Fornecedores x 360Compras
10.000 x 36030.000 - 3.500
136 dias
PMRE = PMRE =
PMRV =
PMPC =
PMRV =
PMPC =
em R$ Mil
C E D E R J 79
AU
LA 1
2
Observe, nos numeradores das fórmulas de PMRV e PMPC, que os valores
utilizados para Vendas e Compras foram os valores líquidos, isto é:
Vendas líquidas = Vendas brutas – Abatimentos e devoluções de vendas;
Compras líquidas = Compras brutas - Abatimentos sobre compras.
No cálculo de PMRE, o valor dos estoques representa a soma dos estoques de
MP, PP e PA.
CONCLUSÃO
Por meio da elaboração das tarefas propostas nesta aula, você
aprendeu como aplicar no Balanço Patrimonial e na Demonstração
do Resultado do Exercício a técnica de Análise por Quocientes na
modalidade denominada indicadores de atividade.
Você percebeu a importância de comparar esses indicadores aos
de empresas do mesmo ramo de atividade.
Finalmente, teve oportunidade de tirar algumas conclusões sobre
as empresas analisadas.
INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA
Você estudará, na próxima aula, uma outra modalidade de Análise por Quocientes:
os índices de rentabilidade.
Análise por Quocientes IV – Índices de rentabilidade
Após o desenvolvimento da teoria de rentabilidade, esperamos que você seja capaz de:
aplicar os índices de rentabilidade na Demonstração do Resultado do Exercício em conjunto com o Balanço Patrimonial;
identifi car os objetivos e a importância desses indicadores;
analisar os resultados obtidos pelos indicadores de rentabilidade, tirando conclusões sobre a situação da empresa analisada.
13objetivos
AU
LA
Meta da aula
Apresentar mais uma modalidade de Análise por Quocientes, esta denominada
índices de rentabilidade, explicando sua importância como instrumento de análise
dos demonstrativos contábeis.
Pré-requisitos
Para acompanhar esta aula com mais facilidade é essencial, mais uma vez, que você tenha um
bom domínio sobre os principais relatórios contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício) enfatizados em aulas de Contabilidade Geral I e II; é positivo também
retomar os conceitos utilizados na Análise Vertical e na Análise Horizontal.
A utilização de uma calculadora facilitará a realização desta aula.
1
2
3
82 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
INTRODUÇÃO
INDICADORES DE RENTABILIDADE
MARGEM DE LUCRATIVIDADE DAS VENDAS
Quando o rendimento é relacionado com o volume das vendas, denomina-se lucratividade.
TAXAS DE RETORNO SOBRE OS RECURSOS INVESTIDOS
Quando o rendimento é relacionado com os capitais investidos na empresa, denomina-se retorno.
Margem Bruta Retorno sobre o Ativo Operacional
Margem Operacional Retorno sobre o Investimento Total
Margem Líquida Retorno sobre o Capital Próprio
ÍN D I C E S D E RE N T A B I L I D A D E
Também denominados índices de lucratividade ou de retorno.
Até o momento você conheceu indicadores que abrangiam os aspectos
fi nanceiros na análise das empresas. Os aspectos econômicos (geração dos
resultados) foram tratados superfi cialmente, quando era indispensável a
referência a eles, em virtude de suas conexões com os temas fi nanceiros. Esta
aula tratará dos ÍNDICES DE RENTABIL IDADE ; a partir destes indicadores, você
concentrará sua atenção nos aspectos econômicos da análise empresarial, ou
seja, você deverá estar voltado para a geração dos resultados, conjugando
elementos da DRE e do BP.
Certamente o lucro é o principal estímulo do empresário e uma das formas
de avaliação do êxito de um empreendimento. A rentabilidade é refl exo das
políticas e das decisões adotadas pela administração da empresa, expressando
objetivamente o nível de efi ciência e o grau do êxito econômico-fi nanceiro
atingido.
Há um grande número de indicadores de rentabilidade, cada um deles
relacionando os retornos da empresa a suas vendas, a seus ativos ou ao seu
Patrimônio Líquido.
ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Os índices de rentabilidade têm por fi nalidade medir o rendimento
econômico obtido pela empresa em certo período, isto é, mensurar a
rentabilidade dos capitais investidos.
Neste grupo de informações sobre rentabilidade encontram-se
dois conjuntos de índices; eles expressam as margens de lucratividade
das vendas e as taxas de retorno sobre os recursos investidos.
Os índices de rentabilidade geralmente são expressos em
percentuais, já que, em termos absolutos, têm utilidade informativa
bastante reduzida.
C E D E R J 83
AU
LA 1
3
SÉ R G I O D E IU D Í C I B U S
Professor titular do Departamento de Contabilidade da
FEA/USP e presidente do Conselho
Curador da Fipecafi . Coordenador e
co-autor do livro Contabilidade
introdutória (1998). Autor de
Análise de balanços (texto e exercícios)
(1998), Análise de custos (1993),
Contabilidade gerencial (texto
e exercícios) (1982,1998), Curso
de contabilidade para não contadores (exercícios) (2000), Introdução à teoria
da contabilidade (2006) e Manual de contabilidade
para não contadores (1993), além de ser
o diretor responsável pelo Manual de
contabilidade das sociedades por ações.
Veja o que diz o professor SÉ R G I O D E IU D Í C I B U S , em seu livro
Curso de contabilidade para não contadores (2000, p.155) sobre a
rentabilidade em termos absolutos:
Afi rmar que a General Motors teve um lucro de R$ 5 bilhões ou
que a Empresa Descamisados teve um lucro de R$ 200 mil, no
mesmo período, pode impressionar no sentido de que todo mundo
vai perceber que a General Motors é uma empresa muito grande e
a outra é muito pequena, e só; não refl etirá, todavia, qual das duas
deu maior retorno relativo.
MARGEM DA LUCRATIVIDADE DAS VENDAS
Uma ferramenta popular usada para avaliar a M A R G E M D E
L U C R A T I V I D A D E da empresa em relação às vendas é a análise da DRE
em termos de participação ou composição dos resultados do Lucro
Bruto, do Operacional e do Líquido, já estudado por você na aula de
Análise Vertical.
Você verá que, apesar dos esforços constantes para melhorar
as margens de lucro, comprimindo custos e despesas, e aumentando a
efi ciência, o lucro pode ser considerado baixo ou alto de acordo com
o tipo de atividade explorada pela empresa. Assim, uma indústria
automobilística normalmente apresenta margens de lucro pequenas e
valores monetários de vendas elevados. Já as empresas comerciais, de
modo geral, apresentam valores monetários de vendas menores com
margens de lucro melhores. MA R G E M D E L U C R A T I V I D A D E
A margem da lucratividade das
vendas também pode ser denominada taxa
de lucratividade.Quando você for avaliar
a rentabilidade de uma empresa, lembre-se de que, para a interpretação dos
indicadores, você deverá compará-los com os:- índices de rentabilidade de empresas competidoras;
- índices da série histórica da empresa (análise da tendência);
- índices da média do setor (se o rendimento foi mais alto ou mais baixo do que a média do setor).
Desse modo, você terá condições de verifi car se a taxa de rentabilidade é satisfatória, normal
ou insufi ciente.
!!
84 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Nós acreditamos que a melhor maneira de você conhecer os índices,
seus signifi cados e fórmulas é praticando.
Para avaliar os índices referentes às margens de lucratividade
das vendas que serão apresentados a seguir, vamos utilizar as
Demonstrações dos Resultados dos Exercícios saneadas, de X1, X2 e
X3, respectivamente.
Os índices referentes à margem de lucratividade das vendas
relativas aos anos X1 e X2 já foram calculados e interpretados.
Você terá como atividade apurar e interpretar os índices em
relação ao ano X3, verifi cando seu comportamento em relação aos
anos anteriores.
Empresa Via Digital S.A.
Demonstrações dos Resultados dos Exercícios saneadas relativas aos
exercícios de:
DISCRIMINAÇÃOX1 X2 X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AHR$ % % R$ % % R$ % %
RECEITA OPERACIONAL BRUTA (1)
237.401 113 100 294.377 114 124 313.824 112 132
(-) Deduções de Vendas (2) 26.889 13 100 35.031 14 130 33.624 12 125
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (3) = (1 – 2)
210.512 100 100 259.346 100 123 280.200 100 133
(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (4)
160.385 76 100 161.313 62 101 174.340 62 109
(=) LUCRO BRUTO (5) = (3 – 4) 50.127 24 100 98.033 38 196 105.860 38 211
(-) Despesas Operacionais (6) = (7 + 8 + 9 + 10)
35.382 17 100 92.327 36 261 101.23536
286
. Vendas (7) 10.218 5 100 12.189 5 119 13.225 5 129
. Administrativas (8) 9.296 4100 8.299 3 89
9.078 3 98
. Financeiras Líquidas (9) 15.868 8100 71.839 28 453
78.932 28 497
. Outras Despesas/Receitas (10)
- - - - - - - - -
(=) Lucro Operacional (11) = (5 – 6)
14.745 7 100 5.706 2 39 4.625 2 31
(+) Resultados Não-Operacionais (12)
156 - 100 259 - 166 616 - 395
(=) Lucro antes do IR (13) = (11 + 12)
14.901 7 100 5.965 2 40 5.241 2 35
(-) Provisão para IR (14) 4.797 2 100 1.283 - 27 1.661 1 35
(=) Lucro Líquido (15) = (13 – 14)
10.104 5 100 4.682 2 46 3.580 1 35
DRE
C E D E R J 85
AU
LA 1
3
Dados relativos a X0
DISCRIMINAÇÃO R$
Ativo Operacional 108.190,00
Ativo Total 116.549,00
Patrimônio Líquido 42.563,00
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
IGP – R$ 1,19 1,23 1,30
Fator de conversão para defl acionar os valores para o ano X1
1,000 0,967 0,915
a. Margem Bruta (MB)
Indica qual o percentual de LU C RO BR U T O obtido pela empresa
em relação às suas Vendas Líquidas.
Fórmula:
MB = Lucro Bruto x 100 Vendas Líquidas
Através desse indicador, a empresa irá mensurar a percentagem de
cada real de vendas que sobrará após a dedução do Custo das Vendas.
Interpretação: quanto maior a margem bruta, melhor a situação
econômica da empresa.
LU C RO BR U T O
Também é chamado de Lucro
Operacional Bruto.
Vendas Líquidas é o mesmo que ROL.!!
86 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Em um exemplo, MB = 40% signifi ca que o resultado bruto
correspondeu a 40% do faturamento líquido (ROL) ou, em outras
palavras: em cada real de vendas a empresa obteve 40 centavos de
lucro bruto.
Um aumento na margem bruta signifi ca ou um crescimento das
vendas em maior proporção do que o ocorrido no C U S T O D A S V E N D A S
ou decréscimo do custo das vendas. CU S T O D A S VE N D A S
Representado na indústria por CPV, na empresa comercial por CMV e na prestadora de serviço por CSP. Normalmente, os analistas não
exprimem a rentabilidade por quocientes ou razão. Convertem os quocientes em taxa (%),
bastando para isso a multiplicação das fórmulas por 100. !!
Alguns aspectos que você deverá observar na análise da margem
bruta:
- somente se compara a margem bruta de uma empresa com as
do mesmo ramo de atividade. Por exemplo, não se deve comparar a
margem bruta de um supermercado (bastante pequena) com a de uma
indústria farmacêutica (bastante elevada);
- quando um acréscimo da margem bruta torna-se signifi cativo, as
causas determinantes devem ser investigadas. Por exemplo, crescimento
dos preços de vendas maior do que do custo das vendas, diluição dos
custos fi xos em razão do aumento da quantidade vendida (custo unitário
de produção menor) etc.;
- um decréscimo signifi cativo na margem bruta pode ser provocado
por alguns fatores como: elevação dos custos dos fatores de produção
(matérias-primas, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação);
do CMV; da perda de efi ciência na produção etc.
C E D E R J 87
AU
LA 1
3
FÓRMULA ANO CÁLCULO
MB= Lucro Bruto x 100ROL
X1MB = 50.127 x 100 = 24% 210.512
X2MB = 98.033 x 100 = 38% 259.346
X3 MB = _________ x 100 =
Aplicando os índices de margem bruta na Empresa Via Digital S.A., temos:
Você viu na Aula 6 como eliminar os efeitos da infl ação nas
demosntrações contábeis.
Com a homogenerzação da demonstrações (valores convertidos à
moeda de uma mesma data) é possível saber se há variação real.
Fator de conversão de 31/12/X2 para 31/12/X1 = 1,19 = 0,967 1,23
Fator de conversão de 31/12/X3 para 31/12/X1 = 1,19 = 0,915 1,30
Na Empresa Via Digital optou-se por ajustar os valores originais
deflacionando para o ano X1, bastando multiplicar os fatores de
conversão pelos valores originais de X2 e X3.
DISCRIMINAÇÃO
X2Valores originais
(em reais)a
Fator de conversão
b
X1Valores defl acionados
(em reais)c = a x b
ROL 259.346 0,967 250.788CPV 161.313 0,967 155.990LB 98.033 0,967 94.798DO 92.327 0,967 89.280Despesas com Vendas 12.189 0,967 11.787Despesas Administrativas 8.299 0,967 8.025Despesas Financeiras Líquidas 71.839 0,967 69.468Lucro Operacional 5.706 0,967 5.518Lucro Líquido 4.682 0,967 4.527Ativo Operacional Médio 111.104 0,967 107.438Ativo Total Médio 119.829 0,967 115.875
88 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Valores defl acionados para X1
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Receita Operacional Líquida – R$ 210.512 250.788 256.383
Análise Horizontal (número-índice) 100% 119% 122%
Custo dos Produtos Vendidos – R$ 160.385 155.990 159.521
Análise Horizontal (número-índice) 100% 97% 99%
Lucro Bruto – R$ 50.127 94.798 96.862
Análise Horizontal (número-índice) 100% 189% 193%
Despesas Operacionais – R$ 35.382 89.280 92.630
Análise Horizontal (número-índice) 100% 252% 262%
Despesas com Vendas – R$ 10.218 11.787 12.101
Análise Horizontal (número-índice) 100% 115% 118%
Despesas Administrativas – R$ 9.296 8.025 8.306
Análise Horizontal (número-índice) 100% 86% 89%
Despesas Financeiras Líquidas – R$ 15.868 69.468 72.223
Análise Horizontal (número-índice) 100% 438% 455%
Lucro Operacional – R$ 14.745 5.518 4.232
Análise Horizontal (número-índice) 100% 37% 29%
Lucro Líquido – R$ 10.104 4.527 3.276
Análise Horizontal (número-índice) 100% 45% 32%
Ativo Operacional Médio 111.104 107.438 116.250
Análise Horizontal (número-índice) 100% 97% 105%
Ativo Total Médio 119.829 115.875 147.407
Análise Horizontal (número-índice) 100% 97% 123%
DISCRIMINAÇÃO
X3Valores originais
(em reais)a
Fator de conversão
b
X1Valores
defl acionados(em reais)c = a x b
ROL 280.200 0,915 256.383CPV 174.340 0,915 159.521LB 105.860 0,915 96.862DO 101.235 0,915 92.630Despesas com Vendas 13.225 0,915 12.101Despesas Administrativas 9.078 0,915 8.306Despesas Financeiras Líquidas 78.932 0,915 72.223Lucro Operacional 4.625 0,915 4.232Lucro Líquido 3.580 0,915 3.276Ativo Operacional Médio 127.049 0,915 116.250Ativo Total Médio 161.101 0,915 147.407
C E D E R J 89
AU
LA 1
3Comentários relativos a X1 e X2:
Os comentários foram realizados nas Aulas 3 (AV) e 5 (AH):
no ano X1 a Empresa Via Digital obteve uma margem bruta de 24%
em relação à Receita Operacional Líquida, e no ano X2 aumentou sua
participação para 38%.
O acréscimo real da margem bruta, de 89%, ocorreu em função,
principalmente, do acréscimo real das ROL, de 19%, aliado ao
decréscimo real do CPV, de 3%.
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEm relação a X3, a margem bruta manteve a mesma participação do ano anterior (38%)
em relação à ROL. Em termos reais, observa-se uma tendência crescente da MB no período
analisado. A margem bruta cresceu 93%, em função, principalmente, do acréscimo de 22%
da ROL, aliado ao decréscimo de 1% no CPV.
Memória de cálculo:
MB =105.860 x100 = 38% 280.200
Atividade 1
Você viu na aula de Análise Horizontal que a variação é
nominal quando utiliza os valores originais das demonstrações. A variação real é aquela em que
os valores originais são ajustados, isto é, defl acionados ou infl acionados.!!
90 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
b. Margem Operacional (MO)
Indica qual percentual do LUCRO OPERAC IONAL a empresa obteve
em relação às suas Vendas Líquidas.
Fórmula:
MO = Lucro Operacional x 100 Vendas Líquidas
Representa a capacidade da empresa de gerar resultado com suas
vendas.
Através desse indicador a empresa irá mensurar a percentagem de
cada real de vendas que sobrará após a dedução dos custos das vendas
e das despesas operacionais (com vendas, administrativas, fi nanceiras
líquidas e outras despesas/receitas operacionais).
Interpretação: quanto maior a margem operacional, melhor a
situação econômica da empresa.
LU C RO OP E R A C I O N A L
Também é chamado Lucro Operacional Líquido.
Vendas Líquidas é o mesmo que ROL.!!Em um exemplo: MO = 25% signifi ca que o resultado operacional
correspondeu a 25% das vendas líquidas ou, em outras palavras, em cada
real de vendas a empresa obteve 25 centavos de lucro operacional.
Alguns aspectos que você deverá observar na análise da margem
operacional:
- a elevada margem em função do controle efetivo dos custos;
- o crescimento mais rápido das vendas em relação às despesas
operacionais;
- se a empresa está operando de maneira efi ciente ou inefi ciente;
- se a empresa deverá (ou não) direcionar esforços para reduzir
as despesas com vendas, administrativas, fi nanceiras etc.
Aplicando os índices de margem operacional na Empresa Via
Digital S.A., você encontra:
C E D E R J 91
AU
LA 1
3
FÓRMULA ANO CÁLCULO
MO = Lucro Operacional x 100ROL
X1MO = 14.745 x 100 = 7% 210.512
X2MO = 5.706 x 100 = 2% 259.346
X3 MO = ________ x 100 =
Comentários relativos a X1 e X2:
Como foi mencionado anteriormente, esse índice também já foi
interpretado nas Aulas 3 e 5. Vale a pena relembrá-lo.
A margem operacional (lucro operacional ou lucratividade
operacional) caiu de 7% para 2%, em relação a X1. O principal
responsável por essa queda foi o aumento signifi cativo da participação
das Despesas Operacionais, que passaram de 17% em X1 para 36%,
em relação à ROL. Dentre as Despesas Operacionais, destaque negativo
para as Despesas Financeiras, que cresceram, em termos reais, 338%.
As Despesas Financeiras passaram a representar 73% das Despesas
Operacionais, passando de 8% para 28% em relação à ROL.
Como conseqüência, ocorreu uma queda significativa da
lucratividade operacional, de 63% em termos reais e de 61% em termos
nominais.
92 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEm X3 não ocorreu alteração na lucratividade operacional, mantendo-se o mesmo nível de
X2 (2% da ROL). Muito embora a lucratividade bruta continuasse crescendo se comparada
a X1 (em termos reais 93% contra 89% de X2).
As despesas operacionais também continuaram evoluindo, apresentando um acréscimo real
de 162% se comparada a X1, contra 152% de X2. Mais uma vez as Despesas Financeiras
contribuíram para essa baixa rentabilidade (acréscimo de 355%, em termos reais), representando
28% da ROL. A participação signifi cativa das Despesas Financeiras nos dois últimos exercícios
se deu pelas imobilizações fi xas fi nanciadas com recursos de terceiros.
Memória de cálculo:
MO = 4.625 x100 = 2% 280.200
Atividade 2
c. Margem Líquida (ML)
Esta margem indica qual a percentagem de Lucro Líquido a
empresa obteve em decorrência de suas vendas. Mostra o ganho fi nal
do lucro da empresa que deverá estar à disposição dos donos do capital
investido (proprietários, acionistas, cotistas).
Fórmula:
ML = Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas
Esse índice mensura a percentagem de cada real proveniente das
vendas que restou após a dedução de todos os custos e despesas.
Interpretação: quanto maior for a margem líquida da empresa,
melhor, já que é uma medida usada para avaliar o sucesso (ou não) da
mesma.
C E D E R J 93
AU
LA 1
3
Vendas Líquidas é o mesmo que ROL.!!Em um exemplo: ML = 10% significa que o resultado das
operações da empresa correspondeu a 10% das vendas líquidas (ROL)
ou, em outras palavras, em cada real de vendas a empresa obteve 10
centavos de lucro.
Alguns aspectos que você deverá observar na análise da margem
líquida:
- cada setor da economia possui valores específi cos, não é válido
comparar empresas de segmentos diferentes;
- que percentagem das despesas e receitas não ligadas à atividade
operacional afetaram o resultado líquido.
Aplicando os índices de margem líquida na Empresa Via Digital
S.A., temos:
Comentários relativos a X1 e X2:
Mais uma vez cabe ressaltar que os índices de lucratividade
(margem de lucro) já foram analisados na Aula 3 – Análise Vertical e a
evolução (ou involução) dessas margens foi objeto da Aula 5 – Análise
Horizontal.
FÓRMULA ANO CÁLCULO
ML = Lucro Líquido x 100ROL
X1ML = 10.104 x 100 = 5% 210.512
X2ML = 4.682 x 100 = 2% 259.346
X3 ML = _________ x 100 =
94 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Como os resultados não-operacionais foram inexpressivos em X2,
a queda constatada na margem operacional não foi revertida. Portanto,
a margem líquida inalterada (2% da ROL) fez com que a Via Digital
piorasse seu desempenho em relação a X1, pois sua lucratividade líquida
(margem líquida) diminuiu, passando de 5% para 2% da ROL. Sua
queda em termos reais foi de 55%, se comparada a X1.
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEm X3 a Via Digital alcançou o seu pior desempenho nos exercícios analisados, alcançando
apenas 1% de lucratividade fi nal (margem líquida) em relação à ROL e uma queda
signifi cativa, em termos reais, de 68% se comparado ao ano-base.
Memória de cálculo:
ML = 3.580 x 100 = 1% 280. 200
Atividade 3
TAXAS DE RETORNO SOBRE OS RECURSOS INVESTIDOS
Medem o poder de ganho da empresa e/ou dos proprietários
(acionistas ou cotistas) em relação aos recursos aplicados na empresa.
Para avaliar os índices referentes às taxas de retorno sobre os
recursos investidos, que serão apresentados a seguir, vamos utilizar, além
das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios de X1, X2 e X3, os
Balanços Patrimoniais encerrados em 31 de dezembro 31/12/X1, X2 e
X3, respectivamente.
Os índices referentes às taxas de retorno sobre os recursos
investidos relativos aos anos X1 e X2 estão calculados e interpretados.
Em relação ao ano X3, você terá como atividade apurar e
interpretar os índices, verifi cando seu comportamento em relação aos
anos anteriores.
C E D E R J 95
AU
LA 1
3
APLICAÇÕES
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
ATIVO CIRCULANTEDisponibilidades (1)
7.390 6 100 2.024 1 27 2.849 2 39
Direitos Realizáveis a Curto Prazo (2)
47.218 38 100 41.015 29 87 53.021 29 112
Soma (3) = (1+2) 54.608 44 100 43.039 30 79 55.870 31 102
Estoques (4) 33.923 28 100 33.411 24 98 43.227 24 127
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE (5) = (3 + 4)
88.531 72 100 76.450 54 86 99.097 55 112
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (6)
- - - - - - - - -
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9 + 10)
34.577 28 100 65.124 46 188 81.531 45 236
. Investimentos (8) 3.263 3 100 4.106 3 126 5.352 3 164
. Imobilizado (9) 31.314 25 100 59.036 42 189 73.000 40 233
. Diferido (10) - - - 1.982 1 - 3.179 2 -
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 123.108 100 100 141.574 100 115 180.628 100 147
Balanço Patrimonial
Empresa Via Digital S.A.
Balanços Patrimoniais saneados encerrados em:
ORIGENS
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
PASSIVO CIRCULANTE (1) 60.554 49 100 48.943 35 81 63.376 35 105
PASSIVO EXIGÍVEL LP (2) 14.196 12 100 51.291 36 361 63.624 35 448
PASSIVO EXIGÍVEL (3) = (1 + 2) 74.750 61 100 100.234 71 134 127.000 70 170
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4) 48.358 39 100 41.340 29 85 53.628 30 111
PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4) 123.108 100 100 141.574 100 115 180.628 100 147
Balanço Patrimonial
Empresa Via Digital S.A.
Balanços Patrimoniais saneados encerrados em:
96 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
a. Taxa de Retorno sobre o Ativo Operacional (TRAO)
A TAXA DE RETORNO SOBRE O ATIVO OPERACIONAL mede a rentabilidade
das operações básicas da empresa em face dos recursos aplicados no
ativo operacional.
Fórmula:
TRAO = Lucro Operacional x 100 Ativo Operacional
onde: ativo operacional é igual ao Ativo Total (do balanço
saneado) menos os ativos não-operacionais.
Entendem-se como ativos não-operacionais:
a. as aplicações fi nanceiras no AC e no ARLP;
b. as aplicações no Ativo Permanente – Investimentos (exceção
investimentos em coligadas e controladas) ;
c. as aplicações no Ativo Permanente - Imobilizado, referente ao
imobilizado em andamento, ou seja, todas as aplicações de recursos de
imobilizações (bens ou direitos) mas que ainda não estão operando (ainda
não geram receitas). Exemplos: obras em andamento, importações em
andamento de bens do imobilizado etc.
A interpretação do retorno sobre o ativo operacional é no sentido
de que quanto maior melhor.
Em um exemplo: TRAO = 25% signifi ca que o poder de ganho da
empresa é de que há um ganho de R$ 0,25 para cada R$ 1,00 investido no
ativo operacional; em outras palavras, quer dizer que o Lucro Operacional
do exercício representa 25% do ativo operacional da empresa.
TRAO
Alguns autores denominam a Taxa de Retorno sobre o Ativo Operacional (TRAO) de Retorno sobre o investimento (return on investment – ROI).
Sempre que possível adote o Ativo Médio no denominador da fórmula da TRAO e da TRI, já que
nem o Ativo fi nal nem o Ativo inicial geraram o resultado, mas a média do Ativo utilizado no ano.
Ativo Médio = Ativo Inicial (saldo do ano anterior) + Ativo Final ( saldo do ano atual)
2!!
C E D E R J 97
AU
LA 1
3Aplicando os índices de taxa de Retorno sobre Ativo Operacional
(TRAO) na Empresa Via Digital S.A., você encontra:
Comentários relativos a X1 e X2:
No Ano X1, a Via Digital apresentou uma TRAO de 13%, tendo
um poder de ganho de R$ 0,13 para cada R$ 1,00 investido no ativo
operacional.
Em X2 ocorreu uma queda drástica na TRAO, passando de 13%
para 5%. Mesmo não tendo os índices médios do setor disponíveis até
o momento, pode-se interpretar que a TRAO de X2 de 5% é baixa
se comparada a outros indicadores, por exemplo, ao rendimento da
caderneta de poupança, que nesse exercício foi também de 5%. A TRAO
de 5% revela que o lucro operacional representa 5% do ativo operacional
da empresa. Uma das razões para a baixa efi ciência do ativo operacional
é que o Lucro Operacional foi afetado drasticamente pelas despesas
fi nanceiras (28% da ROL).
Memória de cálculo:
Como já foi mencionado, você deve utilizar o Ativo Total
médio.
Ativo operacional = Ativo Total (do balanço saneado) – ativos
não-operacionais
Ativo não-operacional x1 = ?
aplicações fi nanceiras = 5.827
Ativo Permanente-Investimentos = 3.263
Ativo não-operacional x1 = 5.827 + 3.263
Ativo não-operacional x1 = 9.090
FÓRMULA ANO CÁLCULO
TRAO = Lucro Operacional x 100 Ativo Operacional
X1TRAO = 14.745 x 100 = 13% 111.104
X2TRAO = 5.706 x 100 = 5% 116.282
X3 TRAO = _________ x 100
dados originais extraídos do BP de 31/12/X1 (Aula 2)
98 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Ativo operacional x1 = ?
Ativo operacional x1 = 123.108 - 9.090 = 114.018
Após o cálculo do ativo operacional x1, o passo seguinte é apurar
o ativo operacional médio.
Sabendo-se que:
Ativo operacional x0 – 108.190
Ativo operacional x1 = 114.018, tem-se:
Ativo operacional médio x1 = 108.190 + 114.018 = 111.104 2
Ativo operacional x2 = ?
Aplicações fi nanceiras = 1.307
Ativo Permanente - Investimento = 4.106
Obras em Andamento = 17.615
Ativo não-operacional = 1.307 + 4.106 + 17.615
Ativo não-operacional = 23.028
Ativo operacional x2 = 141.574 - 23.028 = 118.546
Ativo operacional x1= 114.018
Ativo operacional médio x2 = 114.018 + 118.546 = 116.282 2
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEm X3 observa-se que a TRAO (ROI) decresceu 1 ponto percentual, se comparada a X2,
pelos mesmos motivos apresentados em X2.
Memória de cálculo:
TRAO x3 = 4.625 x 100 = 4% 131.756
onde:
Ativo operacional x3 = 180.628 - (2.033 + 5.352 + 28.278) = 144.965
Ativo operacional médio x3 = 118.546 + 144.965 = 131.756 2
Atividade 4
dados originais extraídos do BP de 31/12/X2 (Aula 2)
C E D E R J 99
AU
LA 1
3
TRI
Alguns autores denominam a Taxa
de Retorno sobre Investimentos de Retorno sobre o ativo (return on
assets – ROA) ou rentabilidade do
ativo.
PAY B A C K
Representa o tempo médio de retorno dos
investimentos.
b. Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI) (do ponto de vista
da empresa)
A TAXA DE RETOR NO SOBRE INVEST IMENTOS evidencia o potencial
de geração de lucros por parte da empresa, isto é, quanto a empresa
obteve de lucro líquido para cada real investido no Ativo Total.
Fórmula:
TRI = Lucro Líquido x 100 Ativo Total
A interpretação do retorno sobre o ativo é de que quanto maior,
melhor.
Em um exemplo: TRI = 20% signifi ca que o poder de ganho da
empresa é de R$ 0,20 para cada R$ 1,00 investido; em outras palavras, quer
dizer que o lucro do exercício representa 20% do Ativo Total da empresa.
Você já viu que o Ativo Total é igual ao Passivo Total; assim, este
índice mede também a rentabilidade de todos os recursos à disposição
da empresa (capital próprio e capital de terceiros).
A interpretação desse quociente também deve ser direcionada para
verifi car o tempo necessário para que haja retorno dos capitais totais
investidos na empresa, conhecido como PA Y B A C K .
O prazo necessário para a empresa recuperar os investimentos
feitos no Ativo é calculado fazendo a seguinte regra de três:
Exemplo:
Para uma TRI = 0,20, você terá:
0,20 = retorno de 20% ao ano, ou seja, no 1º ano serão recuperados
20% dos investimentos.
Quantos anos serão necessários para a empresa recuperar todos
os investimentos feitos no Ativo, ou seja, os 100%?
1º ano ------ 20%
X -------- 100%
X = pay back = 100 = 5 anos ou pay back = 100% 20 TRI
Isso signifi ca que, mantido o atual nível de rentabilidade e sem
contar as possíveis reinversões de lucros, a empresa tem uma previsão
de levar cinco anos para recuperar seu investimento total.
100 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Aplicando os índices de Taxa de Retorno sobre Investimentos
(TRI) e de pay back na Empresa Via Digital S.A., temos:
FÓRMULA ANO CÁLCULO
TRI = Lucro Líquido x 100Ativo Total médio
Pay back = 100% TRI
X1
TRI = 10.104 x 100 = 8% 119.829
Pay back = 100% = 12,5 anos TRI
X2
TRI = 4.409 x 100 = 3% 132.341
Pay back = 100% = 33,3 anos 3%
X3 TRI = _______________ x 100
Comentários relativos a X1 e X2:
Em X1 a Via Digital auferiu uma taxa de 8%, signifi cando que,
para cada R$ 100,00 investidos, a empresa ganhou R$ 8,00. Em X2 a taxa
foi de 3%, ocorrendo, portanto, uma apreciável queda na rentabilidade
do Ativo.
Com os dados de X1, a empresa demoraria 12,5 anos (pay back)
para recuperar seu investimento total, apenas com o lucro auferido. Para
X2, a recuperação é ainda mais lenta, levando cerca de 33,3 anos.
Mais adiante, através da análise “Margem” versus “Giro”, você
verá os motivos que levaram à enorme diferença entre o desempenho da
Via Digital nesses dois exercícios.
Memória de cálculo:
Como já foi mencionado, você deve utilizar o Ativo Total
médio.
Ativo Total x0 = 116.549
Ativo Total x1 = 123.108
Ativo Total médio 21 = 116.549 + 123.108 = 119.829 2
Ativo Total x2 = 123.108
Ativo Total x3 = 141.574
Ativo Total médio x2 = 123.108 + 141.574 = 132.341 2
C E D E R J 101
AU
LA 1
3
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEm X3 a TRI foi de 2% e o pay back, de 50 anos. A queda da TRI, se comparada a X2, e o
aumento do prazo para recuperação dos investimentos (pay back) aconteceram em função
dos mesmos motivos ocorridos em X2.
Memória de cálculo:
TRIx3 = 3.580 x 100 = 2% 161.101
onde:
Ativo Total médiox3 = 141.574 + 180.628 = 161.101 2
Pay back = 100% = 50 anos 2%
Atividade 5
c. Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL) (o ponto
de vista dos proprietários)
Esta taxa mede a remuneração dos capitais próprios investidos
na empresa, ou seja, quanto a empresa ganhou de Lucro Líquido para
cada real de capital próprio investido.
Fórmula:
TRPL = Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido
Interpretação: quanto maior, melhor.
Repare que o Ativo Total médio engloba tanto os
ativos operacionais quanto os não-operacionais.!!
102 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Sempre que possível adote o Patrimônio Líquido Médio no denominador
da fórmula da TRPL, para comparar com o Lucro Líquido, de forma a melhor traduzir a rentabilidade do período, já que o Patrimônio
Líquido pode sofrer alterações durante o exercício, como aumento de capital, distribuição de dividendos, retirada de sócios etc.
PL Médio = PL inicial (saldo do ano anterior) + PL fi nal (saldo do ano atual 2
!!Além de mostrar o poder de ganho dos proprietários (acionistas
ou cotistas), a TRPL permite verifi car se esse rendimento é compatível
com o de outros rendimentos existentes no mercado, como caderneta de
poupança, títulos de renda fi xa, CDBs, ações, aluguéis etc; possibilitando
avaliar se a empresa está oferecendo rentabilidade superior ou inferior
a essas aplicações.
A adoção do pay back dos capitais próprios é semelhante ao
estudado no dos Capitais Totais. Através da regra de três simples, você
conhecerá o pay back, dividindo os 100%, que é o percentual máximo
em termos de retorno, pelo percentual obtido ao ano.
Em um exemplo: TRPL = 10% signifi ca que os sócios obtiveram, no
ano, remuneração de 10% sobre o capital investido por eles na empresa.
Seu pay back será de 10 anos, conforme demonstrado a seguir:
X = Pay back = 100 = 10 anos 10
PONTOS IMPORTANTES A SEREM CONSIDERADOS SOBRE AS TAXAS DE RETORNO (TRI E TRPL)
• quanto maiores forem estas taxas, maior será a lucratividade
obtida pela empresa em relação aos investimentos totais e ao capital
próprio investido;
Em um exemplo: TRPL = 15% signifi ca que o poder de ganho
dos proprietários é de que, para cada R$ 1,00 investido, há um ganho
de R$ 0,15.
Com esse índices, os proprietários levaram, em média, cerca de 7
anos para recuperar seus investimentos (pay back dos proprietários).
C E D E R J 103
AU
LA 1
3• trabalhando com capitais de terceiros, na TRI, a empresa
obviamente precisará remunerar estes capitais com a lucratividade apurada
no desenvolvimento de suas atividades normais. Quando isto for possível,
a situação será favorável; se a lucratividade obtida não for sufi ciente para
remunerar os capitais de terceiros, será preciso buscar outras fontes para
gerar recursos, aumentando o endividamento da empresa.
Aplicando os índices de Taxa de Retorno sobre o Patrimônio
Líquido (TRPL) e de pay back na Empresa Via Digital S.A., você
encontra:
Comentários relativos a X1 e X2:
A TRPL referente ao ano X1, de 22%, mostra que o rendimento
dos capitais próprios, a princípio, foi bastante atraente se comparado
com o de outros rendimentos alternativos no mercado, como Caderneta
de Poupança.
Observa-se que, para cada R$ 100,00 de Capital Próprio investido, a
Via Digital conseguiu R$ 22,00 de lucro e um pay back de 4,6 anos para os
sócios recuperarem através do Lucro Líquido suas aplicações na empresa.
Em X2, apesar da queda signifi cativa da TRPL, passando de
22% para 10%, e um pay back de aproximadamente 10 anos, ainda se
comparado com outras alternativas de aplicação, pode-se concluir que
a TRPL da Via Digital é aceitável, visto que a rentabilidade dos títulos
de renda fi xa girava em torno de 7%.
Cabe ressaltar que os investimentos dos sócios na empresa
representam capital de risco, até porque nada garante que a empresa
auferirá lucro, portanto, espera-se que a TRPL seja superior às taxas
oferecidas no mercado.
FÓRMULA ANO CÁLCULO
TRPL = Lucro Líquido x 100Patrimônio Líquido médio
Pay back = 100% TRI
X1
TRPL = 10.104 x 100 = 22% 45.461
Pay back = 100% = 4,6 anos 22%
X2
TRPL = 4.682 x 100 = 10% 44.849
Pay back = 100% = 10 anos 10%
X3 TRPL = _______________ x 100
104 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Memória de cálculo:
Como já foi mencionado, você deve utilizar o Patrimônio Líquido
médio.
Patrimônio Líquido x0 = 42.563
Patrimônio Líquido x1 = 48.358
Patrimônio Líquido médio x1 = 42.563 + 48.358 = 45.461 2
Patrimônio Líquido x1 = 48.358
Patrimônio Líquido x2 = 41.340
Patrimônio Líquido médio x2 = 48.358 + 41.340 = 44.849 2
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaA rentabilidade do Patrimônio Líquido decresceu de 10% para 8% em X3, mostrando que
a Via Digital conseguiu nesse exercício uma remuneração modesta do seu capital e um
tempo de 13 anos para que os proprietários recuperem seus investimentos na empresa
através do Lucro Líquido.
Memória de cálculo:
TRPLx3 = 3.580 x 100 = 8% 47.484
onde:
Patrimônio Líquido médiox3 = 41.340 + 53.628 = 47.484 2
Pay back = 100% = 13 anos 8%
Atividade 6
GIRO DO ATIVO (GA) OU ROTAÇÃO DO ATIVO (RA)
Embora não represente um índice essencialmente de rentabilidade,
o Giro do Ativo permite o entendimento e a apuração da rentabilidade
do investimento.
C E D E R J 105
AU
LA 1
3O Giro do Ativo mostra a efi ciência com que a empresa utiliza
seus ativos, com o objetivo de gerar reais de vendas, ou seja, este índice
demonstra quantas vezes o Ativo Total foi renovado pelas vendas de
seus produtos ou mercadorias.
GA = Vendas brutas - Devoluções e abatimentos s/vendas Ativo Total
O resultado é número de vezes.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Vendas brutas – Devoluções e abatimentos s/vendas
é o mesmo que Receitas operacionais brutas – Devoluções e abatimentos s/vendas.!!
Por exemplo: GA = 1,4 signifi ca que a empresa vendeu, durante
o exercício, o equivalente a 1,4 vez o valor de seu Ativo.
Sempre que houver dados de dois Balanços
Patrimoniais consecutivos, você deverá utilizar a média do Ativo Total para comparar com as Vendas , conforme demonstrado a seguir:
AT Médio = Ativo inicial (saldo do ano anterior) + Ativo fi nal (saldo do ano atual)2!!
O Giro do Ativo na realidade representa um indicador de atividade;
no entanto, para efeito didático, optamos por apresentá-lo junto com os índices de
rentabilidade. !!
106 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
O GIRO DO ATIVO TAMBÉM PODE SER CALCULADO EM TERMOS DE PRAZOS
GA = Ativo Total x 360 Vendas brutas - Devoluções e abatimentos s/ vendas
Informa quantos dias, em média, a empresa deverá levar para
renovar ou girar seu Ativo em decorrência das Vendas.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O GIRO DO ATIVO
O sucesso de uma empresa depende, em primeiro lugar, de um
volume de vendas adequado.
Você já aprendeu que o volume de vendas deverá ter relação direta
com o montante de investimentos. Diagnosticar o sucesso ou o fracasso
de uma empresa analisando apenas se as suas vendas são elevadas ou
não pode ser perigoso. Por isso você deve sempre conjugar este elemento
(vendas) com os investimentos feitos no Ativo Total.
Quanto maior for o “giro” do Ativo pelas Vendas, maior será a
taxa de lucro.
Por isso, é aconselhável manter o Ativo em um mínimo neces-
sário. Ativos ociosos, grandes investimentos em Estoques, elevados
valores de Duplicatas a Receber etc. prejudicam o Giro do Ativo e,
conseqüentemente, a rentabilidade.
Um giro lento, dependendo da atividade da empresa, pode ser
justifi cado em indústrias que produzam ou utilizem equipamentos
pesados, como metrô, siderurgia etc. o que não deve ocorrer num super-
mercado, que tem uma renovação de estoques muito rápida.
VÁRIOS FATORES PODEM PROPICIAR UM QUOCIENTE ABAIXO DO ESPERADO
• retração do mercado como um todo;
• perda de participação de mercado;
• estratégia da empresa, quando eleva seus preços objetivando uma
venda menor com margem de lucro maior. A vantagem desta estratégia,
quando bem-sucedida, é manter ou aumentar o lucro com muito menor
volume de vendas e, portanto, correndo risco menor.
C E D E R J 107
AU
LA 1
3Aplicando os índices de Giro do Ativo (GA) na Empresa Via
Digital S.A., você encontra:
FÓRMULA ANO CÁLCULO
GA = ROB - Dev. e abat. s/ vendas Ativo Total médio
ou
GA = Ativo Total médio x 360 ROB - Dev. e abat. s/ vendas
X1
GA = 227.578 = 1,90 vez 119.829 ouGA = 119.829 x 360 = 190 dias 227.578
X2
GA = 275.169 = 2,08 vezes 132.341 ouGA = 132.341 x 360 = 173 dias 275.169
X3
GA = ___________=
ou
GA = ___________ x 360 =
Comentários relativos a X1 e X2:
Em X1 a empresa auferiu um GA de 1,90 vez, signifi cando que
a Via Digital vendeu, durante o exercício, o equivalente a 1,90 vez o
valor de seu Ativo, ou, em outras palavras, cada real investido no Ativo
produziu uma receita líquida correspondente a R$ 1,90.
Em termos de prazo de renovação, a Via Digital obteve um Giro
do Ativo de aproximadamente 190 dias. Para o ramo de atividade desta
empresa, pode ser considerado um prazo aceitável, pois seu Ativo foi
renovado em decorrência das Vendas em um período inferior a 1 ano.
No ano X2, os índices aparecem mais bem posicionados se
comparados a X1 (2,08 vezes e 173 dias).
Memória de cálculo:
Ano X1:
ROB – Devoluções e abatimentos s/Vendas
237.401 – 9.823 = 227.578
Ano X2:
ROB – Devoluções e abatimentos s/Vendas
294.377 – 19.208 = 275.169
108 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Como já foi mencionado, você deve utilizar o ativo total médio.
Ativo Total x0 = 116.549
Ativo Total x1 = 123.108
AT médio = Ativo inicial (saldo do ano anterior) + Ativo fi nal (saldo do ano atual) 2
Ativo Total médio x1 = 116.549 + 123.108 = 119.829 2
Ativo Total x1 = 123.108
Ativo Total x2 = 141.574
AT médio = Ativo inicial (saldo do ano anterior) + Ativo fi nal (saldo do ano atual) 2
Ativo Total médio x2 = 123.108 + 141.574 = 132.341 2
Repare que o Ativo Total médio engloba tanto os ativos operacionais quanto os
não-operacionais.!! Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaMuito embora o Giro do Ativo em X3 tivesse diminuído em relação ao ano anterior (1,88 contra
2,08 de X2) e conseqüentemente o prazo de renovação do Ativo tivesse aumentado (173 para
192 dias), ainda pode ser considerado aceitável, pelos motivos mencionados em X2.
Memória de cálculo:
GA x3 = 302.167 = 1,88 vez 161.101
onde:
Ano X3:
ROB - Devoluções e abatimentos s/ Vendas
313.824 - 11.657 = 302.167
Ativo Total médio x3 = 141.574 + 180.628 = 161.101 ou 2
GA x3 = 161.101 x 360= 192 dias 302.167
Atividade 7
C E D E R J 109
AU
LA 1
3
Tanto o Lucro operacional quanto o Ativo operacional podem ser substituídos
pelo Lucro Líquido e Ativo Total, respectivamente, de acordo com o objetivo da análise. !!
ANÁLISE “MARGEM VERSUS GIRO”
Na avaliação do desempenho de uma empresa, não basta analisar
as margens obtidas. Um excessivo volume de recursos aplicados no Ativo
pode difi cultar a lucratividade em decorrência dos elevados gastos.
Com o objetivo de analisar o desempenho econômico da empresa,
foi desenvolvido por parte do grupo Du Pont um modelo de análise que
ganhou seu nome: Du Pont.
Este modelo decompõe tanto a Taxa de Retorno sobre Inves-
timentos (TRAO ou ROI) quanto a Taxa de Retorno sobre o Ativo
(TRI ou ROA) no produto de dois índices: margem das Vendas e Giro
do Ativo, conforme demonstrado a seguir:
Retorno sobre Investimento (ROI) = Margem (operacional) x Giro
do Ativo (operacional).
Lucro Operacional = Lucro Operacional x ROL Ativo Operacional ROL Ativo Operacional
Retorno sobre o Ativo (ROA) = Margem (líquida) x Giro do
Ativo (Total)
Lucro Líquido = Lucro Líquido x ROL Ativo Total ROL Ativo Total
110 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
A partir da decomposição da TRAO (ROI) e da TRI (ROA),
a empresa poderá saber se os resultados do ROI e do ROA foram
infl uenciados pela margem ou pelo giro.
Aplicando a fórmula Du Pont na Empresa Via Digital S.A.,
temos:
FÓRMULA ANO CÁLCULO
TRAO ou ROI:
Margem giro
LO = LO x ROL AO ROL AOM
TRI ou ROA:
Margem giro
LL = LL x ROL AT ROL ATM
X1
TRAO ou ROI
LO = 14.745 x 210.512 = 13%AO 210.512 111.104
LO = 0,070 x 1,895 = 13%AO
TRI ou ROA
LL = 10.104 x 210.512 = 8%AT 210.512 119.829
LL = 0,048 x 1,757 = 8% AT
X2
TRAO ou ROI
LO = 5.706 x 259.346 = 5%AO 259.346 111.576
LO = 0,022 x 2,230 = 5% AO
TRI ou ROA
LL = 4.409 x 259.346 = 3%AT 259.346 132.341
LL = 0,017 x 1,960 = 3% AT
X3
TRAO ou ROI
LO = __________ x __________ = _____% AO
LO = __________ x __________ = _____% AO
TRI ou ROA
LL = __________ x __________ = _____% AT
LL = __________ x __________ = _____% AT
C E D E R J 111
AU
LA 1
3Comentários relativos a X1 e X2:
Em X1, a Via Digital apresentou TRAO de 13% e TRI de 8%,
taxas consideradas aceitáveis se comparadas às de outras aplicações,
como por exemplo caderneta de poupança, que em X1 teve rendimento
de 5%, fundos de investimentos (7%) etc.
Em X2, a situação da empresa piorou acentuadamente, apre-
sentando TRAO de 5% e TRI de 3%, taxas essas baixas se comparadas
às de outras aplicações, por exemplo: caderneta de poupança (6%) e
fundos de investimentos (9%).
Aplicando o modelo de Du Pont, observa-se que tal situação
decorreu das diminuições das margens, em face das quedas substanciais
dos Lucros (Operacional e Líquido) de 63% e 55%, em termos reais,
respectivamente, provocadas principalmente pelo comportamento das
despesas fi nanceiras que acresceram 338%, representando 28% da ROL.
A melhora dos Giros dos Ativos não foi sufi ciente para reverter os fracos
desempenhos provocados pelas margens.
Memória de cálculo:
Como você viu anteriormente, o Ativo operacional médio
Ativo operacional médio x1 = 111.104
Ativo operacional médio x2 = 116.282
Ativo Total médio x1 = 119.829
Ativo Total médio x2 = 132.341
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta ComentadaEm X3, tanto a TRAO como a TRI continuaram em queda. As margens apresentaram valores
menores do que em X2, sendo as principais responsáveis pelo baixo desempenho da empresa,
pelos fatores abordados em X2. Além da margem, nesse exercício o resultado foi também
infl uenciado pela diminuição do giro dos ativos.
Atividade 8
112 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Memória de cálculo:
Ativo operacional médio x3 = 130.624
Ativo Total médio x3 = 161.101
TRAO ou ROI
LO = 4.625 x 280.200 = 4%
AO 280.200 130.624
LO = 0,017 x 2,145 = 4%
AO
TRI ou ROA
LL = 3.580 x 280.200 = 4%AT 280.200 161.101
LL = 0,013 x 1,739 = 2%
AT
RESUMO SOBRE OS PRINCIPAIS ÍNDICES DE RENTABILIDADE
DISCRIMINAÇÃO FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO
Margem operacionalLO x 100
VL% do LO em relação às vendas líquidas (ROL).
Quanto maior, melhor.
Margem líquida ou Lucratividade das vendas
LL x 100 VL
% do LL em relação às Vendas Líquidas (ROL).
Quanto maior, melhor.
Taxa de retorno sobre o ativo operacional
LO x 100 AO
Mede a rentabilidade das operações em relação ao ativo operacional.
Quanto maior, melhor.
Taxa de retorno sobre Investimentos
LL x 100 AT
% de LL em relação ao Ativo Total.
Quanto maior, melhor.
Taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido
LL x 100 PL
% de LL em relação aos capitais próprios.
Quanto maior, melhor.
Giro do AtivoROL - Dev.e abat s/ Vendas AT
Quantas vezes o Ativo Total foi renovado pelas Vendas.
Quanto maior, melhor
C E D E R J 113
AU
LA 1
3CONCLUSÃO
Os quocientes ou índices de rentabilidade servem para medir a
capacidade econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito
econômico obtido pelo capital investido na empresa.
São calculados com base em valores extraídos da Demonstração
dos Resultados do Exercício e do Balanço Patrimonial.
A rentabilidade do capital investido na empresa é conhecida
através do confronto entre contas ou grupos de contas da Demonstração
dos Resultados do Exercício ou conjugando-as com grupos de contas
do Balanço Patrimonial.
A seguir são apresentados alguns dados extraídos das demonstrações fi nanceiras da
Empresa Conservatória S.A.:
Calcule para X6 e X7 os seguintes indicadores de rentabilidade:
Atividade Final
DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7
Vendas Líquidas 548.622 789.350 934.220
Lucro Líquido 98.342 100.428 143.262
Ativo Total 934.200 1.080.030 1.145.050
Patrimônio Líquido 232.140 354.200 523.200
DISCRIMINAÇÃO X6 X7
ML = Lucro Líquido x 100ROL
TRI = Lucro Líquido x 100Ativo Total médio
TRPL = Lucro Líquido x 100Patrimônio Líquido médio
114 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes IV - Índices de rentabilidade
Resposta ComentadaNa apuração dos indicadores de rentabilidade, você deve trabalhar com valores médios do Ativo
e do Patrimônio Líquido.
Memória de cálculo:
Ativo Total médio x6 = 934.200 + 1.080.030 = 1.007.115 2
Ativo Total médio x7 = 1.080.030 + 1.145.050 = 1.112.540 2
Patrimônio Líquido médio x6 = 232.140 + 354.200 = 293.170 2
Patrimônio Líquido médio x7 = 354.200 + 523.200 = 438.700 2
DISCRIMINAÇÃO X6 X7
ML = LL x 100 ROL
ML = 100.428 x 100 = 13% 789.350
ML = 143.262 x 100 = 15% 934.220
TRI = LL x 100 ATM
TRI = 100.428 x 100 = 10% 1.007.115
TRI = 143.262 x 100 = 13% 1.112.540
TRPL = LL x 100 PLM
TRPL = 100.428 x 100 = 34% 293.170
TRPL = 143.262 x 100 = 33% 438.700
Avaliar se é vantajoso ou não continuar em um nicho de mercado, naquela
atividade empresarial, em termos de margens, lucro, taxas de retorno de
lucratividade, é o papel dos indicadores de rentabilidade.
É claro que as empresas nem sempre obtêm os resultados desejados;
contudo, não podem viver por um longo período com taxas de lucratividade
baixas. As empresas, de modo geral, existem para gerar lucro.
Os indicadores de rentabilidade proporcionam uma avaliação da viabilidade
da permanência de uma empresa em um determinado mercado.
R E S U M O
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
Na Aula 14, você terá oportunidade de aplicar, nos exercícios propostos, os
indicadores de rentabilidade.
Práticas sobre índices de rentabilidade
Após a realização das atividades propostas nesta aula, esperamos que você esteja apto a:
conceituar os índices de rentabilidade;
aplicar os indicadores de rentabilidade;
interpretar os resultados destes quocientes, sinalizando algumas conclusões sobre eles.
14objetivos
AU
LA
Meta da aula
Aplicar a técnica de Análise por Quocientes na modalidade denominada índices de rentabilidade,
interpretando seus resultados.
1
2
3
Pré-requisito
Para acompanhar esta aula e aproveitar todas as atividades apresentadas, é necessário que você tenha em mente todo o
conteúdo apresentado na Aula 13. Para facilitar, sugerimos que você tenha em mãos uma calculadora, para execução
mais rápida dos exercícios.
116 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
INTRODUÇÃO Os indicadores de rentabilidade são mais uma modalidade da Análise por
Quocientes que, como você já viu na aula passada, se subdivide em Margens
de Lucro e Taxas de Retorno.
Nesta aula, você terá a chance de aplicar esta modalidade de análise na
Demonstração dos Resultados do Exercício e também aplicá-la em conjunto
com o Balanço Patrimonial. Através de exercícios de múltipla escolha e de
desenvolvimento mais extenso, você aprenderá, na prática, as vantagens e
desvantagens desses índices, sugerindo algumas conclusões sobre a situação
econômica das empresas.
Faça a correlação:1. Margem Líquida (ML) ( )
2. Taxa de retorno sobre investimentos (TRI) ( )
3. Pay back ( )
4. Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL) ( )
5. Giro do Ativo (GA) ( )
Atividade 1
mostra a efi ciência com que a empre-sa utiliza seus ativos, com o objetivo de gerar reais de vendas
mede a remuneração dos capitais pró prios in vestidos na empresa
mostra o ganho final do lucro da em pre sa à disposição dos donos do capital investido
representa o tempo médio de retorno dos investimentos
refl ete o quanto a empresa está obten-do de resultado em relação a seus in ves ti men tos totais
C E D E R J 117
AU
LA 1
4
Resposta Comentada5, 4, 1, 3 e 2.
É importante que você saiba o significado de cada índice. Encontrando
difi culdades para identifi cá-los, reveja a teoria na Aula 13.
Relacione a segunda coluna conforme dados apresentados na primeira:
1. Giro do Ativo ( )
2. Margem Líquida ( )
3. TRI ( )
4. Margem Bruta ( )
5. Margem Operacional ( )
6. TRPL ( )
Resposta Comentada2, 1, 3, 6, 5 e 4.
Nesta atividade, você utilizou somente a primeira etapa do estudo dos
indicadores fi nanceiros: cálculo dos índices (Aula 13).
Atividade 2
Lucro LíquidoVendas Líquidas
Ativo Total médioVendas Líquidas
Lucro LíquidoAtivo Total médio
Lucro LíquidoPatrimônio Líquido médio
Lucro OperacionalVendas Líquidas
Lucro LíquidoVendas Líquidas
x 360
118 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
Marque certo ou errado:a. A Empresa Quatis obteve um lucro de R$ 1.200.000,00 durante X8; no mesmo período, a Empresa Mauá obteve um lucro de R$ 10.500.000,00. Com base nessas informações, podemos afi rmar que a Empresa Mauá teve maior retorno que a Empresa Quatis.
( ) certo ( ) errado
b. A TRI mostra o poder de ganho da empresa.
( ) certo ( ) errado
c. A TRPL mostra o poder de ganho dos proprietários.
( ) certo ( ) errado
d. A TRI é obtida por meio da fórmula . ( ) certo ( ) errado
e. O Giro do Ativo é calculado pela fórmula .
( ) certo ( ) errado
f. Os índices de rentabilidade têm por objetivo avaliar o desempenho fi nal da empresa.
( ) certo ( ) errado
Respostaa. errado; b. certo; c. certo; d. certo; e. errado; f. certo.
Resposta Comentadaa. A afi rmativa está errada, pois, como você já aprendeu na aula passada, existem
outras variáveis para avaliar o retorno de uma empresa, não só o lucro.
b. Nesta atividade, está correto afi rmar que, com a base teórica adquirida na Aula
13, a TRI evidencia o poder de ganho da empresa.
c. O mesmo ocorre com a TRPL: mostra o poder de ganho dos proprietários;
portanto, está correta a afi rmativa.
d. Esta taxa pode ser calculada por meio da relação
ou ; portanto, está correto.
Atividade 3
Lucro LíquidoAtivo Total médio
Ativo Total médioLucro Líquido
x 360
Lucro LíquidoAtivo Total
Lucro LíquidoAtivo Total médio
C E D E R J 119
AU
LA 1
4
e. O Giro do Ativo é calculado pela fórmula x 360, e não Lucro
Líquido, como consta no denominador.
f. A afi rmativa está certa, pois, como você aprendeu na aula passada, os índices
de rentabilidade têm por objetivo medir o rendimento econômico obtido pela
empresa em certo período, isto é, qual a rentabilidade dos capitais investidos.
Sempre que possível, adote na fórmula o Ativo Total médio no lugar do
Ativo Total.!!
A percentagem do Lucro Líquido obtido sobre as Vendas Líquidas corresponde a um indicador de ..........................
Resposta A percentagem obtida da relação entre o Lucro Líquido e as Vendas Líquidas é
um indicador de Margem Líquida.
Atividade 4
O Giro do Ativo indica o prazo necessário para a renovação do Ativo. Para diminuir este prazo, é necessário aumentar as vendas em maior ou menor proporção?
Resposta ComentadaTomando por base a fórmula do Giro do Ativo calculada em termos de prazos,
que você estudou na aula passada, para diminuir o prazo é necessário aumentar
as vendas em maior proporção, conforme demonstrado a seguir:
GA = x 360, pois quanto maior o denominador, menor o GA.
Atividade 5
Ativo TotalVendas Líquidas
Ativo Total médioVendas Líquidas
120 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
Mantendo-se constante o volume das Vendas Líquidas e aumentando-se o Ativo, o Giro do Ativo terá seu prazo aumentado ou diminuído?
Resposta ComentadaAinda com base no Giro do Ativo, você pode concluir que, mantendo-se
constante o volume das Vendas Líquidas e aumentando-se o Ativo, este prazo
será aumentado, como é demonstrado a seguir:
GA = x 360, pois quanto maior o numerador maior o GA.
Atividade 6
Ativo TotalVendas Líquidas
O gerente do Banco Sapucaia suspendeu um empréstimo de R$ 200.000,00 que seria concedido ao Supermercado Vencedor. O Patrimônio Líquido do supermercado ultrapassa R$ 500.000,00, o endividamento é baixo e a Taxa de Retorno sobre Investimentos é de 32%. A razão fundamental é que a Liquidez Seca é de 0,14, enquanto outras empresas, de diversos ramos de atividade, apresentam este índice superior a 1,00. O gerente agiu corretamente?
Resposta ComentadaO gerente está errado, pois está comparando os índices do supermercado com
o de outras empresas de ramos de atividade diferentes.
Atividade 7
O índice considerado o mais importante para avaliar o desempenho fi nal de uma empresa é:a. ( ) Giro do Ativo c. ( ) Taxa de Retorno sobre Investimentos b. ( ) Margem Operacional d. ( ) Margem Bruta
Resposta ComentadaA opção correta é a c, já que em termos de rentabilidade esse índice é considerado
o mais importante para avaliar o desempenho fi nal de uma empresa, pois mostra
o poder de ganho da empresa (PGE).
Atividade 8
C E D E R J 121
AU
LA 1
4
A Indústria de Brinquedos Arte e Vida publicou informações sobre os Balanços Patrimoniais e as Demonstrações do Resultado dos Exercícios de X2 e X3:a. Patrimônio Líquido
b. Lucro Líquido
A Taxa de Rentabilidade do Patrimônio Líquido atingiu ...............% em X2, tendo (aumentado/diminuído) para .............% em X3.
Resposta ComentadaCalculando a TRPL de X2, você obtém:
TRPL =
Patrimônio Líquido médio =
TRPLx2 = = 60% PL médio = = 471.924
TRPLx3 = = 65% PL médio = = 1.010.301
Ou seja, a resposta é: a TRPL atingiu 60% em X2, tendo aumentado para 65% em X3.
Atividade 9
31/12/X1 31/12/X231/12/X3
281.298662.550
1.358.052
X2X3
282.050658.612
Lucro Líquido x 100Patrimônio Líquido médio
PL do ano anterior + PL do ano atual2
282.050 x 100471.924
281.298 + 662.5502
658.612 x 1001.010.301
662.550 + 1.358.0522
122 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
Os quocientes que evidenciam a lucratividade obtida pelo capital investido na empresa são:a. ( ) Quocientes de Estrutura de Capitaisb. ( ) Quocientes de Liquidezc. ( ) Quocientes de Rentabilidaded. ( ) Quocientes de Rotação
Resposta ComentadaVocê estudou em aulas anteriores que os Quocientes de Estrutura de Capital,
Liquidez e Rotação não evidenciam a lucratividade ou rentabilidade da empresa;
portanto, a opção correta é a c.
Atividade 10
Você poderia afi rmar que a TRPL da empresa Queimados é excelente quando:a. ( ) for superior à rentabilidade sobre o Capital Circulante;b. ( ) for superior à rentabilidade sobre o Ativo Imobilizado;c. ( ) estiver próxima de 10% ao ano;d. ( ) situar-se em um nível superior à média das empresas do mesmo ramo de sua
atividade.
Resposta ComentadaA opção correta é a d, já que, se a taxa é superior à média das empresas do
mesmo ramo de sua atividade, isso indica uma avaliação positiva.
As opções a e b são incorretas, porque a TRPL não está relacionada com o Capital
Circulante e o Ativo Imobilizado.
Finalmente, a opção c poderia até estar correta, se para o índice setorial estivesse
próximo de 10% ao ano.
Atividade 11
C E D E R J 123
AU
LA 1
4
A Empresa Piraí forneceu as seguintes informações:
Calcule a TRI, a TRPL, o Giro do Ativo e a Margem Líquida para X6 e X7.
Resposta Comentadaa. Taxa de Retorno sobre Investimento
TRI =
TRIx6 = = 28% TRIx7 = = 29%
Lembre-se: Ativo Total = Passivo Total = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo +
Patrimônio Líquido.
Ativo X5 = 9.081.000
Ativo X6 = 10.489.000
Ativo X7 = 12.118.900
Ativo Total médiox6 = = 9.785.000
Ativo Total médiox7 = = 11.303.950
b. Taxa de Retorno sobre Patrimônio Líquido
TRPL =
TRPLx6 = = 31% TRPLx7 = = 34 %
PL médiox6 = = 8.652.500
PL médiox7 = = 9.755.000
Atividade 12
DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7Vendas Líquidas 3.500.000 5.800.000 7.200.000Lucro Líquido 1.200.000 2.700.000 3.300.000Ativo Permanente 7.372.000 8.970.000 11.300.000Passivo Circulante 925.000 1.075.000 1.780.000Exigível a Longo Prazo 161.000 104.000 138.900Patrimônio Líquido 7.995.000 9.310.000 10.200.000
Lucro Líquido x 100Ativo Total Médio
2.700.000 x 1009.785.000
3.300.000 x 10011.303.950
9.081.000 + 10.489.0002
10.489.000 + 12.118.9002
Lucro Líquido x 100Patrimônio Líquido médio
2.700.000 x 100 8.652.500
3.300.000 x 100 9.755.000
7.995.000 + 9.310.0002
9.310.000 + 10.200.9002
124 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
c. Giro do Ativo
GA = x 360
GAx6 = x 360 = 607 dias GAx7 = x 360 = 565 dias
d. Margem Líquida
ML =
MLx6 = = 47% MLx7 = = 46%
Ativo Total médioROB - Dev. e abat s/ Vendas
9.785.0005.800.000
11.303.9507.200.000
Lucro Líquido x 100Vendas Líquidas
2.700.000 x 1005.800.000
3.300.000 x 1007.200.000
Se a Empresa Piranema tiver uma TRI = 0,15 e uma TRPL = 0,25, você pode concluir que o tempo necessário para ocorrer o retorno dos investimentos feitos no Ativo e o retorno do Capital investido pelos proprietários será de, aproximadamente:a. ( ) 66,7 anos e 4 anos c. ( ) 6,7 anos e 400 anosb. ( ) 6,7 anos e 4 anos d. ( ) 667 anos e 4 anos
Resposta ComentadaA opção correta é a b. Para você calcular o pay back da TRI e da TRPL, basta
aplicar as fórmulas:
Pay back da TRI = Pay back TRPL =
Como no enunciado os valores da TRI e da TRPL não foram fornecidos na forma
percentual, basta multiplicá-los por 100, ou seja:
TRI = 0,15 x 100 = 15%
TRPL = 0,25 x 100 = 25%
O pay back então será:
Pay back da TRI = = 6,67 anos Pay back da TRPL = = 4 anos
Atividade 13
100%TRI
100%TRPL
100%15%
100%25%
Como não foram fornecidos
os valores da ROB e da Dev. e abat s/Vendas, considerou-se o valor das
Vendas Líquidas.!!
C E D E R J 125
AU
LA 1
4
A Empresa Paracambi forneceu as seguintes informações sobre seus relatórios contábeis:
Você pode concluir que a TRPL:
a. ( ) em X2, foi de 20% c. ( ) em X2, foi de 25%b. ( ) em X3, foi de 21% d. ( ) em X3, foi de 30%
Resposta ComentadaA opção correta é a c.
TRPL =
Sendo o PL médio x2 = = 1.600, tem-se que
e o PL médiox3 = 2.000 + 2.800 = 2.400 2
TRPLx2 = x 100 = 25% ao ano.
TRPLx3 = 600 x 100 = 25%. 2.400
Assim, a opção a é incorreta, pois a TRPL para X2 é 25%, e não 20% ao ano.
As opções b e d também não são corretas, pois a TRPLx3 é 25%, e não
21% ou 30%.
Atividade 14
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3Lucro Líquido 300 400 600Patrimônio Líquido 1.200 2.000 2.800Ativo Total 2.400 4.000 5.000Passivo Circulante 600 1.000 1.500
Lucro Líquido x100Patrimônio Líquido médio
1.200 + 2.0002
4001.600
A Taxa de Retorno do Patrimônio Líquido mostra:a. ( ) rotação do Ativob. ( ) lucratividade operacionalc. ( ) rentabilidade do investimento totald. ( ) rentabilidade dos Capitais Próprios
Resposta ComentadaA opção d é a correta. Como você aprendeu na Aula 13, a TRPL mostra a
rentabilidade dos Capitais Próprios.
Atividade 15
126 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
De modo geral, a rentabilidade dos investimentos pode ser conceituada como:a. ( ) a relação entre o lucro obtido e as aplicações realizadas no Ativo Circulante;b. ( ) a relação percentual entre as receitas realizadas e o Ativo Permanente;c. ( ) a relação entre o lucro auferido e os recursos próprios investidos;d. ( ) o lucro sobre as vendas efetuadas pela empresa em determinado exercício;e. ( ) a relação entre o lucro obtido e os capitais aplicados na sua obtenção.
Resposta ComentadaVocê viu na Aula 13 que a Rentabilidade dos Investimentos ou Retorno sobre
Investimento Total, também conhecido como Taxa de Retorno dos Investimentos
(TRI), ou poder de ganho da empresa (PGE), é o índice de maior destaque de
todos os índices de rentabilidade estudados. Refl ete o quanto a empresa obtém
de resultado em relação a seus investimentos totais; portanto, a alternativa
correta é e.
Atividade 16
A Empresa Hexa Brasil apresentou os seguintes indicadores:
Para manter a mesma rentabilidade dos investimentos, qual deve ser a margem de lucro se o giro do ativo cair para 1,8 vez? a. ( ) 36,0%b. ( ) 54,0%c. ( ) 18,0%d. ( ) 27,0%e. ( ) 20,0%
Resposta ComentadaA opção e é a correta. Para responder esta atividade, você deve ter utilizado o
modelo de análise chamado Du Pont. Vamos relembrá-lo.
Atividade 17
Margem operacional 18%
Rentabilidade dos investimentos 36%
Giro do Ativo 2,4 vezes
C E D E R J 127
AU
LA 1
4
A partir da decomposição do ROI e do ROA, a empresa poderá saber se o resultado
do ROI e o do ROA foram infl uenciados pela margem ou pelo giro.
Mãos à obra!
Com a queda do Giro do Ativo (2,4 vezes para 1,8 vez), é preciso uma maior
margem operacional, para que a empresa possa manter a mesma rentabilidade
dos investimentos (TRI = 36%), conforme demonstrado a seguir:
Retorno sobre Investimento = Margem Operacional x Giro do Ativo Operacional.
36% = MO x 1,8
= MO
20% = MO
Retorno sobre Investimento (ROI) = Margem (Operacional) x Giro do Ativo (Operacional)
Retorno sobre o Ativo (ROA) = Margem (Líquida) x Giro do Ativo (Total)
Lucro OperacionalAtivo Operacional
=Lucro Operacional
ROLx
ROLAtivo Operacional
Lucro LíquidoAtivo Total
=Lucro Líquido
ROLx
ROLAtivo Total
Tanto o Lucro Operacional como o Ativo Operacional podem ser
substituídos pelo Lucro Líquido e pelo Ativo Total, respectivamente, de acordo com o
objetivo da análise. !!
36%
1,8
128 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
O Índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido mostra quanto uma empresa:a. ( ) ganhou em relação aos capitais de terceiros investidos;b. ( ) ganhou em relação aos juros pagos a terceiros;c. ( ) ganhou em relação ao total investido;d. ( ) ganhou para cada unidade de capital próprio investido;e. ( ) ganhou em relação ao investimento total em giro.
Resposta ComentadaVocê viu na Aula 13 que a Rentabilidade do Patrimônio Líquido representa o
poder de ganho dos proprietários (acionistas ou cotistas) em relação aos recursos
aplicados na empresa; portanto, a alternativa correta é d.
Atividade 18
Dados os seguintes índices, pode-se afi rmar:
I. A empresa Beta tem a maior capacidade de geração de lucros.II. A empresa Alfa tem a pior Margem Líquida.III. A empresa Gama obtém mais lucro em cada unidade vendida.IV. A empresa Beta oferece a melhor remuneração aos capitais investidos pelos sócios.V. A empresa Alfa tem a melhor rotatividade do Ativo.
Assinale as afi rmativas incorretas:a. ( ) I e Vb. ( ) II e IVc. ( ) Somente a Vd. ( ) Somente a Ie. ( ) III e IV
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
Para a resolução desta atividade, você deve analisar cada alternativa proposta.
Alternativa I: A empresa Beta tem a maior capacidade de geração de lucros.
Você viu que o índice referente à Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI)
é o que evidencia o potencial de lucros por parte da empresa,
Atividade 19
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
ALFA BETA GAMA
Margem Líquida 20% 25% 30%
Taxa de Retorno dos Investimentos 40% 35% 20%
Rentabilidade do Patrimônio Líquido 30% 35% 30%
C E D E R J 129
AU
LA 1
4
ou seja, quanto a empresa obteve de Lucro Líquido para cada real investido
no Ativo Total.
É do tipo quanto maior, melhor.
Das empresas analisadas, a Alfa possui a maior TRI; portanto, esta alternativa
é falsa.
Alternativa II: A empresa Alfa tem a pior margem líquida.
Por meio da Margem Líquida, você verifi cará a capacidade da empresa de gerar
resultado com suas vendas, ou seja, mostra o ganho fi nal do lucro da empresa
que deverá estar à disposição dos donos do capital investido (proprietários,
acionistas ou cotistas).
Quanto menor, pior.
Das empresas analisadas, a Alfa possui a menor ML; portanto, esta alternativa
é verdadeira.
Alternativa III: A empresa Gama obtém mais lucro em cada unidade vendida.
Por meio da Margem Líquida, você pode verifi car o percentual de Lucro Líquido
que a empresa obteve em decorrência de suas vendas.
A empresa que possuir maior Margem Líquida obtém maior lucro em cada
unidade vendida.
Como a ML da empresa Gama é a maior, a alternativa é verdadeira.
Alternativa IV: A empresa Beta oferece a melhor remuneração aos capitais
investidos pelos sócios.
Você também viu na Aula 13 que a Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido
(TRPL) mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa.
A empresa que apresenta maior TRPL é a que melhor remunera os capitais
investidos pelos sócios.
Esta alternativa também é verdadeira, haja vista que a empresa Gama apresenta
a maior TRPL.
Alternativa V: A empresa Alfa tem melhor rotatividade do Ativo.
Para responder a esta alternativa, é necessário apurar os índices de rotatividade
(giro) do Ativo das três empresas.
Pelos dados disponíveis, a rotatividade do Ativo é calculada pela Análise de
“Margem versus Giro”, conforme demonstrado a seguir:
EMPRESA TRI = Margem x Giro
Alfa40% = 20% x Giro do AtivoGiro do Ativo = 2
Beta35% = 25% x Giro do AtivoGiro do Ativo = 1,40
Gama30% = 20% x Giro do AtivoGiro do Ativo = 1,5
130 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
O índice de Giro do Ativo é daqueles quanto maior, melhor.
Pelos cálculos efetuados, a empresa Alfa tem o pior Giro do Ativo; portanto,
esta alternativa é falsa.
Pelo exposto, você conclui que somente a alternativa V é a incorreta; então, a
resposta é a letra c.
A empresa Perde Ganha apresentou os seguintes índices:
Qual foi o fator que determinou a melhor rentabilidade da empresa?a. ( ) a diminuição das despesas comerciais;b. ( ) o aumento do Giro do Ativo;c. ( ) o aumento da margem de lucro;d. ( ) a queda da rotação, com aumento da margem de lucro;e. ( ) a diminuição dos recursos próprios.
Resposta ComentadaA opção b é a correta.
Esta atividade é resolvida pela análise de “Margem versus Giro”, usando o modelo
chamado Du Pont, ou seja:
TRI = Margem x Giro
Observe que tanto a TRI como o GA tiveram o mesmo crescimento em X2, ou
seja, de 50%, como visto na Aula 5 (Análise Horizontal), conforme demonstrado
a seguir:
Número-índice = x 100
TRI = x 100 = 150% GA = x 100 = 150%
Você viu que a taxa de crescimento = Número-índice – 100%
A TRI cresceu 50% (150% - 100%) e o GA, também 50% (150% - 100%).
Como o crescimento ocorrido na TRI e no GA foi o mesmo (50%), a Margem
Líquida manteve-se constante; portanto, o aumento da TRI se deu em
função do aumento do Giro do Ativo.
Atividade 20
DISCRIMINAÇÃO X1 X2TRI 10% 15%Giro do Ativo 2 3
X2
X1
15%
10%
3
2
C E D E R J 131
AU
LA 1
4
TRI = Margem x Giro
acréscimo de 50% constante acréscimo
de 50%
Considere que os indicadores das empresas selecionadas são os seguintes:
Tomando por base esses índices, marque com X a empresa que teve melhor performance.
Resposta Comentada
Atividade 21
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
Sabor de Mel Tal e Qual Alho e Cebola
Margem Líquida 5 10 30
Rentabilidade dos Investimentos 30 40 20
Rentabilidade do Capital Próprio 30 40 60
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
Sabor de Mel Tal e Qual Alho e Cebola
Maior capacidade de gerar lucro
Melhor remuneração aos capitais investidos pelos sócios
Maior grau de rotatividade do investimento
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
Sabor de Mel Tal e Qual Alho e Cebola
Maior capacidade de gerar lucro X
Melhor remuneração aos capitais investidos pelos sócios
X
Maior grau de rotatividade do investimento
X
132 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
Para entender as respostas, reveja os comentários da Atividade 19.
Memória de cálculo de rotatividade:
Cálculo de Margem versus Giro, conforme demonstrado a seguir:
EMPRESA TRI = Margem x Giro (rotatividade)
Sabor de Mel30% = 5% x Giro do AtivoGiro do Ativo = 6
Tal e Qual40% = 10% x Giro do AtivoGiro do Ativo = 4
Alho e Cebola20% = 30% x Giro do AtivoGiro do Ativo = 0,67
A empresa Barra Leve apresentou nos dois últimos exercícios os seguintes indicadores:
Qual fator determinou a melhor rentabilidade?a. ( ) Diminuição das despesas administrativasb. ( ) Aumento do Giro do Ativoc. ( ) Aumento da Margem de Lucrod. ( ) Diminuição do Ativo Imobilizadoe. ( ) Queda da Margem de Lucro, com aumento do Giro
Resposta ComentadaA opção c é a correta.
Como você já viu na Atividade 17, esta atividade também é resolvida pela análise
de Margem versus Giro, usando o modelo chamado Du Pont, ou seja:
TRI = Margem x Giro
Observe que tanto a TRI como a ML tiveram o mesmo crescimento em X2, ou
seja, de 25%, conforme demonstrado a seguir:
Número-índice = x 100
Atividade 22
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
X1 X2
TRI 24,0% 30,0%
Margem Líquida 4,8% 6,0%
X2
X1
C E D E R J 133
AU
LA 1
4
TRI = x 100 = 125% ML = x 100 = 125%
Você viu que a taxa de crescimento = Número-índice – 100%
A TRI cresceu 25% (125% - 100%) e o GA, também 25% (125% - 100%).
Como o crescimento ocorrido na TRI e na ML foi o mesmo (25%), o GA
manteve-se constante; portanto, o aumento da TRI se deu em função do
aumento da ML.
TRI = Margem x Giro
30%
24%
6,0
4,8
acréscimo de 25% constante
acréscimo de 25%
No ano X5, a Empresa Luz do Dia apresentou uma rentabilidade dos investimentos de 12%. Para X6 a empresa projeta elevá-la para 18%, mantendo a mesma margem operacional de X5. Você, como analista fi nanceiro, que faria para alcançar a rentabilidade projetada?a. ( ) Aumentaria o Giro do Ativob. ( ) Diminuiria as despesas fi nanceirasc. ( ) Diminuiria a rentabilidade dos capitais própriosd. ( ) Aumentaria os custos dos seus produtos
Resposta ComentadaA opção a é a correta.
Assim como na Atividade 20, você deve utilizar o modelo de análise chamado
Du Pont.
Para manter constante a margem, o aumento da rentabilidade se dará pelo maior
Giro do Ativo, conforme demonstrado a seguir:
Retorno sobre Investimento = Margem Operacional x Giro do Ativo Operacional.
X5: 12% = MO x Giro Por exemplo: -> 12% = 6% x 2
X6: 18% = MO x Giro Por exemplo: -> 18% = 6% x 3
Atividade 23
constante
constante
134 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
Como analista fi nanceiro do Banco Precavido, e tomando por base os indicadores apresentados a seguir, a qual empresa você ofereceria fi nanciamento a longo prazo, em função de apresentar menor risco?
a. ( ) Topa Tudo, porque apresenta maior participação de capitais próprios na estrutura de capital.
b. ( ) Max Mini, porque apresenta a maior liquidez corrente.c. ( ) Vale Mais, porque apresenta melhor rentabilidade.d. ( ) Max Mini, porque apresenta maior índice de capitais de terceiros sobre o Ativo.
Resposta ComentadaPara responder esta atividade, você deve analisar em conjunto os indicadores
propostos.
Como a pergunta se refere a empréstimo de longo prazo, de imediato os dados
de liquidez corrente fi cam descartados.
Interpretando isoladamente a relação “Capitais de Terceiros/Capitais Próprios”,
observa-se que somente a empresa Max Mini possui em sua estrutura de capitais
maior participação dos capitais de terceiros, ou seja, para cada R$ 1,00 possui
R$ 0,70 de terceiros, apresentando maior grau de endividamento; por conseguinte,
a empresa Max Mini tem situação desfavorável em relação às outras empresas.
Interpretando somente o índice de rentabilidade dos investimentos, a empresa
Vale Mais apresenta maior rentabilidade (20%); a empresa Topa Tudo auferiu
prejuízo e a Maxi Mini, nulo.
Analisando em conjunto os indicadores, a empresa Vale Mais seria a indicada,
por apresentar melhor rentabilidade.
A empresa Topa Tudo, embora apresente estrutura de capitais equilibrada, fi ca
prejudicada pela rentabilidade negativa.
A empresa Max Mini é a mais endividada das três, além de não gerar
lucro.
Atividade 24
DISCRIMINAÇÃOEMPRESA
Topa Tudo Vale Mais Max Mini
Relação Capitais de Terceiros/Capitais Próprios
0,40 0,50 0,70
Liquidez Corrente 1,50 1,30 1,60
Rentabilidade dos investimentos - 15% 20% 0%
C E D E R J 135
AU
LA 1
4
A Indústria Água Limpa apresentou as seguintes dados:
1.Calcular: 1.a. Margens: Bruta, Operacional e Líquida; 1.b. Taxas de Retorno sobre Investimentos e Taxas de Retorno do Patrimônio Líquido; 1.c. Giro do Ativo;
2. Comente estes indicadores.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Resposta Comentadaa. Para calcular as Margens de Lucro, você utilizou as seguintes fórmulas:
MB = MO =
ML =
Aplicando os valores referentes aos exercícios sociais apresentados, você deve
ter obtido os seguintes resultados:
MBX6 = = 82% MBX7 = = 72%
MBX8 = = 83% MBX9 = = 84%
M0X6 = = 61% M0X7 = = 63%
M0X8 = = 54% M0X9 = = 58%
MLX6 = = 54% MLX7 = = 55%
MLX8 = = 48% MLX9 = = 48%
Atividade 25
DISCRIMINAÇÃO X6 X7 X8 X9Vendas Líquidas 1.400.000 1.500.000 1.600.000 1.700.000Lucro Bruto 1.150.000 1.080.000 1.320.000 1.430.000Lucro Operacional 860.000 940.000 860.000 990.000Lucro Líquido 750.000 830.000 770.000 810.000Ativo Total 3.500.000 4.200.000 5.100.000 6.300.000Patrimônio Líquido 1.200.000 1.350.000 1.520.000 1.700.000
Lucro Bruto x 100Vendas Líquidas
Lucro Operacional x 100 Vendas Líquidas
Lucro Líquido x 100Vendas Líquidas
1.150.000 x 100 1.400.000
1.080.000 x 100 1.500.000
860.000 x 100 1.400.000
940.000 x 1001.500.000
1.320.000 x 100 1.600.000
1.430.000 x 1001.700.000
860.000 x 1001.600.000
990.000 x 1001.700.000
750.000 x 1001.400.000
830.000 x 1001.500.000
770.000 x 1001.600.000
810.000 x 1001.700.000
136 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
b. e c. Para calcular as taxas de retorno e o Giro do Ativo, você deve ter
utilizado:
TRI =
TRPL =
GA = x 360
Para apurar essas taxas, você terá de iniciar pelo ano X7, já que os valores
médios do Ativo e do Patrimônio Líquido serão obtidos com base no cálculo da
média do ano anterior com o ano atual. Lembre-se de que ATM = Ativo Total
Médio e PLM = Patrimônio Líquido Médio.
ATM = = 3.850.000 TRIX7 = = 22%
ATM = = 4.650.000 TRIX8 = = 17%
ATM = = 5.700.000 TRIX9 = = 14%
PLM = = 1.275.000 TRPLX7 = = 65%
PLM = = 1.435.000 TRPLX8 = = 54%
PLM = = 1.610.000 TRPLX9 = = 50%
GA X7 = x 360 = 924 dias GA X8 = x 360 = 1.046 dias
GA X9 = x 360 = 1.207 dias
d. Apesar de não conhecermos a atividade desta empresa, de início, as margens de lucro
parecem satisfatórias, você não acha? Apesar de as TRPL estarem bem posicionadas, você
poderá ratifi car as taxas de lucro calculando o pay back.
Ao contrário do que ocorreu para a TRPL, a TRI parece, de início, estar abaixo do desejado pela
empresa visto que os rendimentos dos investimentos existentes no mercado, nesse período
eram de 35%. Além disso, apresenta tendência decrescente.
Finalmente, o Giro do Ativo esteve elevadíssimo. Será que esta empresa pertence a um ramo
de atividade de produção de maquinários, de metalurgia etc., ou teria Ativos irrecebíveis
e com difícil realização? Seria importante investigar por que a renovação do Ativo
está ocorrendo em um prazo tão longo.
Lucro Líquido x100Ativo Total médio
Lucro Líquido x 100Patrimônio Líquido médio
Ativo Total médioVendas Líquidas
3.500.000 + 4.200.0002
830.000 x 1003.850.000
4.200.000 + 5.100.0002
770.000 x 1004.650.000
5.100.000 + 6.300.0002
810.000 x 1005.700.000
1.200.000 + 1.350.0002
830.000 x 1001.275.000
1.350.000 + 1.520.0002
770.000 x 1001.435.000
1.520.000 + 1.700.0002
810.000 x 1001.610.000
3.850.0001.500.000
4.650.0001.600.000
5.700.0001.700.000
C E D E R J 137
AU
LA 1
4
Com base no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Concreta, calcule os indicadores de rentabilidade, sugerindo algumas conclusões sobre a sua situação econômica.
Empresa ConcretaBalanço Patrimoniais encerrados em 31/12
Atividade 26
Balanço PatrimonialATIVO X7 X8 X9
CIRCULANTEDisponívelDuplicatas a ReceberEstoques
PERMANENTEInvestimentosImobilizadoDiferido
TOTAL DO ATIVO
1.500400500600
2.8001.0001.500
300
4.300
2.000450800750
3.2001.2001.800
200
5.200
3.000500
1.4001.100
3.6001.2002.300
100
6.600
PASSIVO X7 X8 X9
CIRCULANTEFornecedoresEmpréstimos BancáriosSalários a Pagar
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Financiamento
PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapitalLucros Acumulados
TOTAL DO PASSIVO
1.200200900100
100100
3.0002.500
500
4.300
1.500400
1.000100
120120
3.5802.5001.080
5.200
R$1.700
5001.100
100
1.0001.000
3.9002.5001.400
6.600
Em R$ Mil
138 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
Empresa ConcretaDemonstrações dos Resultados dos Exercícios relativas a:
Resposta ComentadaAplicando as fórmulas de Margem de Lucro, Taxa de Retorno e Giro do Ativo,
você deve ter obtido os seguintes resultados:
MBX1 = = 64% MBX2 = = 63%
MBX3 = = 64%
M0X1 = = 38% M0X2 = = 34%
M0X3 = = 32%
MLX1 = = 22% MLX2 = = 20%
MLX3 = = 18%
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
RECEITA LíQUIDA (-) Custo das Mercadorias Vendidas LUCRO BRUTO ( - ) Despesas Operacionais
Despesas de VendasDespesas AdministrativasDespesas Financeiras
LUCRO OPERACIONAL ( - ) Despesas Não-operacionaisLUCRO ANTES DO IR ( - ) Provisão para o IRLUCRO LÍQUIDO
2.500900
1.600
200150300950110840300540
3.0001.1001.900
300180400
1.020100920320600
3.3001.2002.100
350200500
1.050120930320610
DRE
1.600 x 1002.500
1.900 x 1003.000
2.100 x 1003.300
950 x 1002.500
1.020 x 1003.000
1.050 x 1003.300
540 x 1002.500
600 x 1003.000
610 x 1003.300
Em R$ Mil
C E D E R J 139
AU
LA 1
4
Ativo Total médio = = 4.750 TRIX2 = = 13%
Ativo Total médio = = 5.900 TRIX3 = = 10%
PL médio = = 3.290 TRPLX2 = = 18%
PL médio = = 3.740 TRPLX3 = = 16%
GAX2 = x 360 = 570 dias, onde Ativo Total médio = 4.750, calculado na
TRI.
GAX3 = x 360 = 644 dias, onde Ativo Total médio = 5.900, calculado na
TRI.
Fazendo uma análise preliminar, desconsiderando o ramo de atividade em que
a Empresa Concreta atua, você pode concluir:
– As Margens Brutas estão bem posicionadas, porém as Margens Operacionais
e Líquidas tiveram uma grande queda; talvez seja viável tentar reduzir as
Despesas Financeiras e as Despesas com Vendas para que haja um resultado
fi nal melhor.
– Com relação às Taxas de Retorno, a situação não parece nada confortável, pois
estas taxas estão baixas, se comparadas às de outros investimentos, que nesse
período eram de 30%.
– Finalmente, o Giro do Ativo apresenta-se com um prazo muito elevado para
renovação do seu Ativo em relação às Vendas Líquidas.
Concluindo: esta empresa não parece bem posicionada em relação aos
Indicadores de Rentabilidade.
4.300 + 5.2002
600 x 1004.750
5.200 + 6.6002
610 x 1005.900
3.000 + 3.5802
600 x 1003.290
3.580 + 3.9002
610 x 1003.740
4.7503.000
5.9003.300
CONCLUSÃO
Nesta aula, você deve ter colocado em prática toda a teoria apre-
sentada na aula anterior, percebendo a importância dos indicadores de
rentabilidade, bem como a interpretação dos seus resultados.
140 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA
Na próxima aula, você terá oportunidade de aplicar as teorias de análise
estudadas ao longo do curso em uma empresa fi ctícia, sugerindo um
relatório fi nal.
Praticando análise
Após a aplicação dos conhecimentos adquiridos, esperamos que você seja capaz de:
descrever o uso dos índices-padrão como referências para análise;
relatar a forma de composição dos índices-padrão;
descrever procedimentos de análise econômico-fi nanceira;
aplicar os procedimentos de análise de uma empresa fi ctícia;
redigir um Relatório de Análise sobre a situação econômico-fi nanceira da empresa.
15objetivos
AU
LA
Metas da aula
1
2
3
Pré-requisitos
4
5
Demonstrar passo a passo, através de caso prático, como analisar uma empresa sob os aspectos econômico-fi nanceiros, de modo
a diagnosticar sua situação, utilizando as etapas do estudo dos indicadores.
Para acompanhar esta aula, você deve ter domínio das técnicas de análise estudadas nesta disciplina ao longo do curso. A utilização de uma
calculadora facilitará a realização desta aula.
142 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
INTRODUÇÃO
A análise dos índices de uma empresa só adquire
consistência e objetividade quando são comparados com ÍNDICES-PADRÃO. !!
Esta aula tratará da última forma de referenciais para análise – a comparação
interempresarial – e irá, por fi m, apresentar o Relatório de Análise da Empresa
Via Digital S.A., utilizando as duas etapas de avaliação de um índice.
REFERENCIAIS PARA ANÁLISE
A análise de balanços é fundamentalmente comparativa. Para
formar conceito a respeito de determinado índice – se é bom, regular
ou ruim –, é indispensável que se compare em relação a um parâmetro
para que possamos emitir nosso julgamento.
Essa comparação apresenta-se de três formas:
a) Pelo signifi cado intrínseco: isto é, seu signifi cado, o que ele
representa. Só deve ser utilizada quando não se dispõe das duas outras
formas de comparação, pois é muito limitada.
b) Temporal: envolve resultados de períodos anteriores. Geralmente,
são analisados os três últimos exercícios sociais da empresa, a fi m de
compreender a tendência apresentada pelos indicadores de desempenho,
não limitando a avaliação do resultado a um único exercício.
c) Interempresarial: relaciona o desempenho da empresa com os
índices-padrão do mercado. ÍN D I C E S-P A D R Ã O
São valores médios obtidos a partir da análise de desempenho de um universo de empresas do mesmo ramo, tamanho e região geográfi ca. Universo é a expressão utilizada em Estatística para se referir a um grupo ou conjunto de objetos, elementos ou indivíduos previamente defi nido.
Até o momento, para facilitar o aprendizado, optamos inicialmente
por interpretar os indicadores na forma intrínseca e temporal, conforme
você viu no estudo da Empresa Via Digital.
A partir de agora, você irá estudar a forma principal e indispensável
de comparação: a Interempresarial.
Este processo comparativo permite defi nir a empresa analisada
em relação aos índices-padrão.
A fi m de facilitar a compreensão deste parâmetro de comparação tão
essencial para a análise, será apresentado a seguir de forma detalhada.
C E D E R J 143
AU
LA 1
5
Índice-padrão
Conforme já foi mencionado, os indicadores econômico-
fi nanceiros, se analisados de forma individual e isoladamente, não
produzem informações suficientes para uma correta conclusão.
É indispensável, portanto, que sejam comparados para que se possa
situar o resultado da empresa em relação ao mercado.
A conceituação dos resultados obtidos na empresa só pode ser efetuada quando
compara esses valores com os de outras empresas, de porte semelhante
e do mesmo ramo de atividade. Só assim será possível verifi car se os problemas
ou sucessos são específi cos da empresa analisada ou do setor.
!!De modo geral, os índices-padrão são apurados por meio de
método estatístico, que consiste em tabular os dados de determinado
universo de empresas e extrair um referencial para servir como parâmetro
de comparação.
Se você quiser se aprofundar neste tema, leia o capítulo 7 do livro
Análise fi nanceira de balanços – abordagem básica e gerencial, de dante C. Matarazzo (2003).
Dante Carmine Matarazzo é graduado em Administração de Empresas e em Ciências Contábeis pela USP. É mestre em
Contabilidade. Foi professor do Departamento de Contabilidade da Faculdade de Economia e Administração da USP e também professor do Programa de Pós-graduação em Contabilidade
da PUC-SP. Exerce suas atividades profi ssionais como sócio-diretor das empresas Diagnose – Análise
Empresariais Ltda. e Barroco Construções & Empreendimentos Ltda.
144 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
Na defi nição deste universo é levado em consideração o ramo
de atividade, o tamanho e a região geográfica onde se situam as
empresas.
Ramo de atividade
O segmento de atuação representa um dos fatores que exerce
maior infl uência na vida da empresa, determinando maior ou menor
investimento em ativos permanentes, em ativos circulantes, prazos que
irá praticar etc.
Por exemplo, o índice de imobilização do Permanente de 70% é
compatível para uma indústria e elevado para uma empresa comercial,
uma vez que o primeiro opera com grandes volumes de investimentos
no Ativo Permanente, enquanto a segunda, não.
Só se pode avaliar bem os indicadores econômico-
fi nanceiros de empresas do mesmo ramo de atividade.!!
Quanto ao setor de atividade, as empresas são classifi cadas em
diferentes setores: indústria, comércio e serviços.
Para concentrar as atividades mais uniformes e específicas,
cada setor pode ser subdividido em ramos, e sub-ramos, conforme
demonstrado a seguir:
Exemplo de subdivisão
Setor Ramo Sub-ramo
Indústria Alimentos Conservas, pescados etc.SE T O R
É defi nido como o conjunto que abrange todos os ramos de atividade.
Além de comparar a empresa com outras do mesmo ramo, é
preciso comparar cada ramo com o SETOR em que ela atua, ou seja, com
a indústria como um todo ou com o comércio/serviços como um todo.
C E D E R J 145
AU
LA 1
5
Tamanho da empresa
Além do ramo de atividade, na constituição de índices-padrão
leva-se em conta o tamanho das empresas. Empresas de portes diferentes
têm características diferentes. Por exemplo, um supermercado apresenta
necessidade de um nível de estoque elevado, enquanto uma mercearia
trabalha com nível de estoques menor. Embora atuando no mesmo
segmento, assumem comportamentos diferentes.
Região geográfi ca
Numa visão sistêmica, a empresa é composta de recursos
econômicos, fi nanceiros, humanos, materiais e tecnológicos que exercem
infl uência sobre ela, e é infl uenciada pelo meio no qual está inserida.
Fatores econômicos da região, como renda per capita, nível de
industrialização etc.; fatores sociais como costumes, crenças e valores; e
ainda os recursos naturais, como clima e vegetação, afetam a performance
da empresa.
Por outro lado, algumas atividades são menos sensíveis às condições
geográfi cas: à medida que a empresa vai conquistando novos mercados,
seus clientes agora não são mais apenas da localidade onde está situada,
mas de todas as regiões em que a empresa tem penetração (no município,
no estado, no Brasil ou até mesmo outros países), se aproximando a um
padrão nacional ou internacional, conforme o caso.
Cabe atentar para a existência de vários critérios de classifi cação
das atividades das empresas, como o utilizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografi a e Estatística (IBGE), pela Centralização de Serviços Bancários
(Serasa), por algumas publicações de revistas especializadas, tais como:
Balanço Anual, do jornal Gazeta Mercantil; Melhores e Maiores, da revista
Exame, Quem é Quem, da Visão etc.
O analista deve estar atento às possíveis divergências de critérios de
classifi cação para efeito de comparação dos índices na utilização de trabalhos desenvolvidos por instituições
externas e publicações especializadas. Entre outros, quais os critérios para saneamento das demonstrações fi nanceiras? Qual
a fórmula utilizada para cálculo do ILS? Valor do estoque ou estoque médio? Essa defi nição dos critérios
é importante para evitar comparação entre situações diferentes.
!!
146 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
Finalmente, a utilização dos índices-padrão propicia uma medida
objetiva de comparação, eliminando muito da subjetividade da análise
por parte do analista.
Alguns sites que podem ajudar você na análise da empresa são
os seguintes:
www.bacen.gov.br
www.cvm.gov.br
www.anbid.com.br
www.ibcpf.org.br
www.analisefi nanceire.com.br
www.ipea.gov.br
www.planalto.gov.br
www.andima.com.br
www.infoinvest.com.br
A seguir, você tem um roteiro com algumas dicas para que possa
efetuar uma análise econômico-fi nanceira de empresa.
I – Antes de iniciar a análise, busque informações acerca da empresa
em questão, seus produtos, seu relacionamento com as instituições
bancárias, sua imagem no mercado etc. Lembre-se de que a qualidade
da análise é diretamente proporcional à qualidade das informações.
II – Procure examinar as notas explicativas que acompanham
as demonstrações financeiras; nelas constarão dados e informações
complementares como critério de avaliação de estoques, taxas de juros etc.
III – Analise pelo menos os últimos três exercícios sociais da
empresa para que você possa ter uma idéia de tendência.
IV – Aplique a técnica de Análise Vertical no Balanço Patrimonial
para que você possa analisar, em termos percentuais, a estrutura do Ativo
e do Passivo, observando:
- se houve aumento ou diminuição da proporção de cada conta
ou grupo de contas, em relação a um determinado total;
C E D E R J 147
AU
LA 1
5
- se ocorreram mudanças da política da empresa, quanto à
obtenção e à aplicação de recursos;
- se as contas ou grupos de contas encontram-se em proporções
normais se comparados com padrões do ramo de atividade ou com os
percentuais da própria empresa na série analisada;
- seu comportamento, ao longo do período em estudo: crescente,
decrescente, constante (análise de tendência).
V – Aplique a Análise Vertical na DRE, para que você possa
identifi car qual a participação de cada elemento em relação à ROL,
analisando o desempenho da empresa nos exercícios em estudo,
observando:
- se os percentuais obtidos dos CPV, despesas operacionais, lucros,
prejuízos etc. são bons ou ruins se comparados com os das empresas
concorrentes; com índices-padrão ou com os percentuais da própria
empresa;
- seu comportamento, ao longo do período em estudo (análise de
tendência): crescente, decrescente, constante.
VI – Aplique a técnica de Análise Horizontal no BP e na DRE
para que você possa observar o comportamento dos componentes
dessas demonstrações fi nanceiras em relação ao ano-base, considerado
isoladamente:
- se houve evolução (crescimento), involução (decréscimo) ou
nenhuma alteração;
- quais as aplicações que a empresa vem priorizando e quais as
fontes de recursos utilizadas;
- qual o comportamento dos elementos formadores dos resultados
dos exercícios, em relação à ROL.
VII – Utilize a Análise Vertical em conjunto com a Horizontal para
investigar os elementos mais signifi cativos, comparando os crescimentos
ocorridos:
- nos totais do Ativo Permanente e Circulante e dos principais
componentes;
- no Ativo Circulante em relação ao Passivo Circulante;
148 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
- no Patrimônio Líquido em relação ao ocorrido no Passivo
Exigível;
- no Patrimônio Líquido mais Passivo Exigível a Longo Prazo
em relação ao ocorrido no Ativo Permanente;
- no CPV em relação ao ocorrido na ROL;
- nos totais das despesas operacionais e de sua composição
(despesas de vendas, administrativas, fi nanceiras etc.);
- nas despesas operacionais em relação ao ocorrido na ROL;
- nas margens (bruta, operacional, líquida) em relação à ROL.
VIII – Aplique a técnica de Análise por Quocientes para realizar
avaliações sobre diferentes aspectos da empresa (liquidez, estrutura,
atividade, rentabilidade etc.).
IX – Leve sempre em consideração a conjuntura econômica e as
perspectivas do setor em que a empresa atua.
X – Por fi m, você deve comparar os resultados apurados na
empresa com os dos concorrentes e os padrões de mercado.
RESUMO SOBRE OS PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS
ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO
LIQUIDEZ
Corrente (ILC) Para cada R$1,00 de dívida de curto prazo, a empresa possui R$ X,00 para pagar.
Quanto maior, melhor.
Seca (ILS) Para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa possui R$ X,00, para pagar sem realizar os estoques.
Quanto maior, melhor.
Geral (ILG) Para cada R$ 1,00 de dívida total, a empresa possui R$ X,00 para pagar.
Quanto maior, melhor.
ESTRUTURA
Endividamento total (ET)
x 100
% do ativo total fi nanciado com recursos de terceiros.
Quanto menor, melhor.
AC
PC
AC - Estoques
PC
AC + ARLP
PC + PELP
PE
AT
C E D E R J 149
AU
LA 1
5
Garantia aos capitais de terceiros (GCT)
x 100
Indica quantos reais de capitais de terceiros têm capitais próprios como garantia.
Quanto maior, melhor.
Participação de capitais de terceiros (PCT)
x 100
Indica quantos reais de capitais de terceiros a empresa captou para cada real de capital próprio.
Quanto menor, melhor.
Composição do endividamento de curto prazo (ECP)
x 100
% da dívida de curto prazo em relação ao total das dívidas.
Quanto menor, melhor.
Imobilização do capital próprio (IPL)
x 100
% dos recursos próprios comprometidos com o Ativo Permanente.
Quanto menor, melhor.
ATIVIDADE
Prazo médio de renovação de estoques (PMRE)
x 360
Quantos dias a empresa demora para girar seus estoques.
Quanto menor, melhor.
Prazo médio de recebimento de vendas (PMRV)
x 360
Quantos dias a empresa leva para receber de seus clientes.
Quanto menor, melhor.
Prazo médio de pagamento de compra (PMPC)
Quantos dias a empreza tem para pagar a seus fornecedores
Quanto maior, melhor.
GIRO
Giro dos estoques (GE)
Indica o número de vezes que os estoques são renovados em média ao longo do período.
Quanto maior, melhor.
PL
PE
PE
PL
PC
PE
AP
PL
Estoques
CPV
DR
Vendas
Fornecedores
Compras
360
PMRE
150 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
Giro de Duplicatas a Receber (GDR)
Mede a liquidez das Duplicatas a Receber da empresa.
Quanto maior, melhor.
Giro de Fornecedores (GDF)
Indica o número de vezes em que são renovadas as dívidas com os fornecedores da empresa.
Quanto menor, melhor.
CONCLUSÃO
Como conclusão desta disciplina, será apresentado o Relatório de
Análise da Empresa Via Digital S.A.; desta feita, você verá como foram
emitidos os conceitos a respeito da situação econômico-fi nanceira, se
boa, regular ou ruim, relacionando o desempenho da empresa com os
índices-padrão do mercado.
Na avaliação desses indicadores serão utilizadas as demonstrações
fi nanceiras e os índices-padrão relativos aos anos de X1, X2 e X3.
360
PMRV
RENTABILIDADE
Margem Operacional (MO)
x 100
% do LO em relação às vendas líquidas (ROL).
Quanto maior, melhor.
Margem líquida ou Lucratividade das vendas (ML)
x 100
% do LL em relação às vendas líquidas (ROL).
Quanto maior, melhor.
Taxa de retorno sobre o ativo operacional (TRAO)
x 100
Mede a rentabilidade das operações em relação ao ativo operacional.
Quanto maior, melhor.
Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI)
x 100
% de LL em relação ao Ativo Total.
Quanto maior, melhor.
Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL)
x 100
% de LL em relação aos capitais próprios.
Quanto maior, melhor.
Giro do Ativo (GA) Quantas vezes o Ativo Total foi renovado pelas vendas.
Quanto maior, melhor.
LO
AO
LL
AT
LL
VL
LL
PL
AT
Vendas Brutas – Dev. e abat. s/ vendas
LO
VL
360
PMPC
RELATÓRIO DE ANÁLISE
152 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
EMPRESA VIA DIGITAL S.A.
INTRODUÇÃO
Trata-se de uma sociedade anônima fabricante de placas de circuitos eletrônicos
com sede no Estado do Rio de Janeiro. A Via Digital solicita um empréstimo de
R$ 1.000.000,00 ao Banco Confi ança para dar continuidade ao seu projeto
de expansão iniciado em X2 e cujo término está previsto para março de X4.
Com base nas demonstrações fi nanceiras em anexo – Balanço Patrimonial e
Demonstração do Resultado do Exercício relativamente aos exercícios de X1,
X2 e X3, efetue a análise econômico-fi nanceira da empresa Via Digital S.A.
para viabilização desta operação de empréstimo.
BALANÇOS PATRIMONIAIS SANEADOS (AJUSTADOS) ENCERRADOS EM:
APLICAÇÕES
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
ATIVO CIRCULANTE:Disponibilidades (1)
7.390 6 100 2.024 1 27 2.849 2 39
Direitos Realizáveis a Curto Prazo (2)
47.218 38 100 41.015 29 87 53.021 29 112
Soma (3) = (1+2) 54.608 44 100 43.039 30 79 55.870 31 102
Estoques (4) 33.923 28 100 33.411 24 98 43.227 24 127
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE (5) = (3 + 4)
88.531 72 100 76.450 54 86 99.097 55 112
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (6)
- - - - - - - - -
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9+ 10)
34.577 28 100 65.124 46 188 81.531 45 236
• Investimentos (8) 3.263 3 100 4.106 3 126 5.352 3 164
• Imobilizado (9) 31.314 25 100 59.036 42 189 73.000 40 233
•. Diferido (10) - - 100 1.982 1 - 3.179 2 -
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7)
123.108 100 100 141.574 100 115 180.628 100 147
C E D E R J 153
AU
LA 1
5
ORIGENS
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
PASSIVO CIRCULANTE (1)
60.554 49 100 48.943 35 81 63.376 35 105
PASSIVO EXIGÍVEL LP (2)
14.196 12 100 51.291 36 361 63.624 35 448
PASSIVO EXIGÍVEL (3) = (1 + 2)
74.750 61 100 100.234 71 134 127.000 70 170
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4)
48.358 39 100 41.340 29 85 53.628 30 111
PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4)
123.108 100 100 141.574 100 115 180.628 100 147
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS DE EXERCÍCIOS SANEADAS RELATIVAS AOS EXERCÍCIOS DE:
DISCRIMINAÇÃOX1 X2 X3
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AHR$ % % R$ % % R$ % %
RECEITA OPERACIONAL BRUTA (1)
237.401 113 100 294.377 114 124 313.824 112 132
(-) Deduções de Vendas (2) 26.889 13 100 35.031 14 130 33.624 12 125(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (3) = (1 – 2)
210.512 100 100 259.346 100 123 280.200 100 133
(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (4)
160.385 76 100 161.313 62 101 174.340 62 109
(=) LUCRO BRUTO (5) = (3 – 4) 50.127 24 100 98.033 38 196 105.860 38 211(-) Despesas Operacionais (6) = (7 + 8 + 9 + 10)
35.382 17 100 92.327 36 261 101.23536
286
• Vendas (7) 10.218 5 100 12.189 5 119 13.225 5 129
• Administrativas (8) 9.296 4100 8.299 3 89
9.078 3 98
• Financeiras Líquidas (9) 15.868 8100 71.839 28 453
78.932 28 497
• Outras Despesas/Receitas (10) - - - - - - - - -
(=) Lucro Operacional (11) = (5 – 6) 14.745 7 100 5.706 2 39 4.625 2 31
(+) Resultados Não-Operacionais (12) 156 - 100 259 - 166 616 - 395
(=) Lucro antes do IR (13) = (11 + 12) 14.901 7 100 5.965 2 40 5.241 2 35
(-) Provisão para IR (14) 4.797 2 100 1.283 - 27 1.661 1 35(=) Lucro Líquido (15) = (13 – 14)
10.104 5 100 4.682 2 46 3.580 1 35
154 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
Para facilitar a interpretação das técnicas
de Análise Vertical/Horizontal, você deve construir histogramas para os Balanços
Patrimoniais e gráfi cos para as Demonstrações dos Resultados dos Exercícios, destacando as Receitas
Operacionais Líquidas, as Despesas Operacionais e os Resultados
Finais (lucro ou prejuízo).
!!
BALANÇOS PATRIMONIAIS
Em X1 a empresa apresentava a maior parte dos recursos aplicados
no Ativo Circulante (72%). Os capitais próprios, embora minoritários
na estrutura de capitais (39%), eram sufi cientes para garantir todo o
Ativo Permanente e fi nanciar parte do Ativo Circulante, apresentando,
portanto, Capital Circulante Próprio.
ANÁLISE VERTICAL/HORIZONTAL
31/12/X331/12/X2
AC72%
AP 28%
31/12/X1
PC 49%
PELP 12%
PL
39%
AC 54%
AP 46%
PELP 36%
PL 29%
PC 35%
AC 55%
PELP 35%
PC 35%
AP 45% PL
30%
C E D E R J 155
AU
LA 1
5
Não obstante os capitais de terceiros vencíveis a curto prazo tivessem
a maior participação da série histórica analisada (49% contra 35% em X2
e X3), foi nesse exercício que a Via Digital apresentou a melhor situação
fi nanceira, pois os recursos aplicados no Ativo Circulante são sufi cientes
para bancar todas as exigibilidades de curto e de longo prazo.
A partir de seu projeto de expansão iniciado em X2 e com
término previsto para março de X4, a empresa Via Digital modifi cou
totalmente sua política de aplicação e obtenção de recursos. Seu Ativo
total cresceu nominalmente 47% de 31/12/X1 a 31/12/X3. Em termos
reais, o crescimento foi de 34%. Tal crescimento deveu-se ao Ativo
Permanente, que expandiu nominalmente 136% e, em termos reais,
116%, enquanto o Ativo Circulante teve crescimento nominal de 12% e
real de apenas 2%. Como resultado, as aplicações no Ativo Permanente
passaram a responder por 46% e 45% do total do Ativo, com destaque
para a conta “obras em andamento”, que tanto em X2 como em X3
representava 30% e 38%, respectivamente, do Imobilizado.
Os capitais de terceiros vencíveis a longo prazo foram o principal
responsável pelo aumento do Ativo, com evolução real de 310%, relativo
ao período 31/12/X1 a 31/12/X3, uma vez que o PL evoluiu apenas 1% e
o Passivo Circulante decreceu de 4%.
A partir de X2, praticamente a empresa trabalhou com os capitais
de terceiros de curto e de longo prazo, na proporção de 1:1.
Tanto em X2 como em X3 os resultados ocorridos nos Ativos
Circulantes e nos Passivos Circulantes foram sempre favoráveis aos
Ativos Circulantes; em X2, o Ativo Circulante decresceu 16%, em termos
reais, em relação a X1, contra o decréscimo de 22% do Passivo Circulante.
Já em X3, o AC evoluiu somente 2%; no entanto, o PC experimentou um
decréscimo de 4%; portanto, sua situação fi nanceira não fi cou prejudicada,
não obstante a maior dependência dos capitais alheios.
156 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
O crescimento real das vendas, de 22%, inferior ao ocorrido no
Ativo Total (34%) no período analisado, é explicado em função da
elevada participação da rubrica “obras em andamento”.
Os acréscimos reais na ROL nos dois últimos exercícios, de 19%
e 22%, respectivamente, e o bom desempenho dos CPV, que decresceram
em termos reais em 3% e 1%, fi zeram com que as margens brutas
crescessem 89% e 93% em X2 e X3, com isso o lucro bruto passou a
representar 38% das ROL, no último exercício.
O aumento de 14 pontos percentuais em X2 e X3 em relação a
X1 é bastante signifi cativo, pois o Lucro Líquido em X1 representou
5% da ROL.
Se em X2 e X3 as Despesas Operacionais não tivessem crescimentos
superiores à ROL, a Via Digital com certeza alcançaria melhor percentual
de Lucro Líquido sobre as ROL se comparado a X1.
Essas Despesas Operacionais, que em X1 representavam 17% da
ROL, passaram a consumir 36% da ROL nos dois últimos exercícios,
fazendo com que o Lucro Operacional participasse com 2% em X2 e
1% em X3) da ROL, contra os 5% de X1.
DRE
DO
17%
ROL100%
LL 5% LL 2%
DO
36%
LL 1%
DO
36%
ROL100%
ROL100%
X1 X2 X3
C E D E R J 157
AU
LA 1
5
Em X2 e X3 o Lucro Líquido decresceu, em
termos reais de 55% e 68%, respectivamente, se
comparado a X1. Entre as Despesas Operacionais,
o destaque negativo foram as despesas fi nanceiras
que cresceram, em termos reais, nada menos que
338% e 355% se comparadas a X1, estando em
proporções bastante elevadas para a empresa,
sendo, portanto, a principal causa da redução do
Lucro Líquido.
INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS
Para facilitar a interpretação, você deverá
transportar os valores apurados dos índices (Anexo 3) para o quadro
a seguir, como também verifi car a tendência desses índices no período
em estudo e compará-los com os índices do setor
disponíveis.
!!ÍNDICE EXERCÍCIO TENDÊNCIA
X1 X2 X3INTERPRETAÇÃO
X1 X2 X3
ILI0,12 0,04 0,04
Quanto menor, melhor, dentro de certos limites de segurança.
ILC 1,46 1,56 1,56 Maior, melhor
ILS 0,90 0,88 0,88 Maior, melhor
ILG 1,18 0,76 0,78 Maior, melhor
LIQUIDEZ
A memória de cálculos das variações, em termos
reais, encontra-se no Anexo 6 desta aula, enquanto as variações em
termos nominais na Aula 13.!!
158 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
COMENTÁRIOS
A análise retrospectiva dos demonstrativos fi nanceiros relativos
aos exercícios de X1, X2 e X3 revela que, em termos de liquidez,
a Empresa Via Digital S.A. apresentou a cada ano uma boa capa-
cidade fi nanceira de curto prazo, culminando no último exercício
com o indicador superior à média do setor.
A longo prazo, apresentou uma situação fi nanceira insatisfatória,
sob o ponto de vista da tendência decrescente; nos dois últimos exercícios,
foi inferior à unidade. Por outro lado, como os índices-padrão, também
nos dois últimos anos, vêm apresentando tendência de queda e abaixo
da unidade, pode-se concluir que a situação de liquidez a longo prazo
da Via Digital está dentro da normalidade. Ressalta-se que, em X3,
o ILG de X3 da empresa foi superior ao do setor.
DISCRIMINAÇÃO
EXERCÍCIO
X1 X2 X3
Índice da empresa
Índice-padrão
Índice da empresa
Índice-padrão
Índice da empresa
Índice-padrão
LIQUIDEZ
Corrente 1,46 1,47 1,56 1,60 1,56 1,52
Geral 1,18 1,20 0,76 0,77 0,78 0,76
Podemos verifi car a tendência dos índices
comparando o comportamento do índice sempre em relação
ao ano anterior. !!
C E D E R J 159
AU
LA 1
5
ESTRUTURA
ÍNDICE EXERCÍCIO TENDÊNCIAX1 X2 X3
INTERPRETAÇÃOX1 X2 X3
ET 61% 71% 70% Menor, melhor
CE 81% 49% 50% Menor, melhor
ICP 72% 158% 152% Menor, melhor
ESTRUTURA
DISCRIMINAÇÃO
EXERCÍCIO
X1 X2 X3
Índice da empresa
Índice-padrão
Índice da empresa
Índice-padrão
Índice da empresa
Índice-padrão
ET 61% 55% 71% 82% 70% 80%
CE 81% 80% 49% 52% 50% 50%
ICP 72% 72% 158% 76% 152% 77%
COMENTÁRIOS
Os índices de endividamento da Via Digital demonstram que
nos dois últimos exercícios a empresa vem recorrendo maciçamente
aos capitais de terceiros. Muito embora seu nível de endividamento
elevado seja típico no ramo, se comparado ao do setor os indicadores da
EVD S.A. apresentam-se mais bem posicionados.
Os indicadores de endividamento de curto prazo mostram que
a empresa melhorou sensivelmente o perfi l da dívida, chegando a
dívidas vencíveis a curto prazo no último exercício reduzidas à metade,
acompanhando a tendência e o perfi l do setor.
Relativamente à Imobilização do Patrimônio Líquido, a situação
da empresa, que era tranqüila em X1, deixa de existir nos anos X2 e
X3, em face do crescimento elevadíssimo de seu nível de imobilização
(IPL > 1); no entanto, sua saúde fi nanceira não está comprometida, pois
a empresa compensou a falta de recursos próprios para o fi nanciamento
do Ativo Permanente com fontes de recursos de terceiros vencíveis a
longo prazo.
O pior posicionamento do nível de imobilização da empresa
em relação ao setor explica-se em parte pelas imobilizações em
obra em andamento, 27% e 35% em X2 e X3, respectivamente.
160 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
ÍNDICEEXERCÍCIO TENDÊNCIA
X1 X2 X3INTERPRETAÇÃO
X1 X2 X3
PMRE 76 dias 75 dias 89 dias Menor, melhor
PMRV 77 dias 55 dias 64 dias Menor, melhor
PMPC 86 dias 27 dias 23 dias Maior, melhor
CO 153 dias 130 dias 153 dias Menor, melhor
CF 67 dias 103 dias 130 dias Menor, melhor
ÍNDICE EXERCÍCIO INTERPRETAÇÃO
X1 X2 X3 Maior, melhor
GE 4,7 vezes 4,8 vezes 4,0 vezes Maior, melhor
GDR 4,7 vezes 6,6 vezes 5,5 vezesMenor, melhor
GF 4,2 vezes 13,3 vezes 15,7 vezes
ÍNDICE
EXERCÍCIO
X1 X2 X3
EMPRESA SETOR EMPRESA SETOR EMPRESA SETOR
PMRE 76 dias 75 dias 75 dias 75 dias 89 dias 77 dias
PMRV 77 dias 78 dias 55 dias 77 dias 64 dias 75 dias
PMPC 86 dias 75 dias 27 dias 75 dias 23 dias 76 dias
CO 153 dias 153 dias 130 dias 152 dias 153 dias 152 dias
CF 67 dias 78 dias 103 dias 77 dias 130 dias 76 dias
QPR 1,78 1,97 4,81 2,03 6,65 2,04
GE 4,7 x (*) 4,8 x (*) 4,0 x (*)
GDR 4,7 x (*) 6,5 x (*) 5,6 x (*)
GF 4,2 x (*) 13,3 x (*) 15,7 x (*)
(*) Valores não disponíveis.
ATIVIDADE
GIRO
C E D E R J 161
AU
LA 1
5
EMPRESA
Ano X2 CO = 130 dias
Representação gráfi ca dos ciclos operacional e fi nanceiro da empresa e do setor, ano a ano
EMPRESA Ano X1
CO = 153 dias
PADRÃO/SETOR
CO = 153 dias
PADRÃO/SETOR
CO = 152 dias
PMRE = 76 dias PMRV = 77 dias
PMPC = 86 dias CF = 67 dias
PMRE = 75 dias PMRV = 78 dias
PMPC = 75 dias CF = 78 dias
PMRE = 75 dias PMRV = 55 dias
PMPC = 27 dias CF = 103 dias
PMRE = 75 dias PMRV = 77 dias
PMPC = 75 dias CF = 77 dias
162 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
COMENTÁRIOS
A análise retrospectiva dos índices de atividade e dos ciclos
operacionais e fi nanceiros relativos aos exercícios de X1, X2 e X3 revela
que em X1 a Empresa Via Digital S.A. apresentou a melhor situação
fi nanceira do período analisado. Seu ciclo fi nanceiro era inferior ao do
setor, o que signifi ca que a empresa necessitou de giro por um prazo de
7 dias a menos do que a média do setor. Tal fato se deu praticamente em
função da obtenção de maior prazo médio de pagamento de compras, já
que tanto o PMRE como o PMRV fi caram próximos à média do ramo e
os ciclos operacionais apresentavam o mesmo número de dias (153).
PADRÃO/SETOR
CO = 152 dias
PMRE = 77 dias PMRV = 75 dias
PMPC = 76 dias CF = 76 dias
EMPRESA
Ano X3
CO = 153 dias
PMRE = 89 dias PMRV = 64 dias
CF = 130 dias PMPC = 23 dias
C E D E R J 163
AU
LA 1
5
Em X2 a situação se inverteu. A causa da situação desfavorável foi
a redução drástica do PMPC, já que praticamente não ocorreu alteração
no PMRE, girando 4,8 vezes. Aliado à melhoria no giro de Duplicatas
a Receber (6,5 vezes), o ciclo operacional passou de 153 dias para 130,
diminuindo a necessidade da empresa de investimento em giro.
Em X3, a empresa não conseguiu reverter a tendência declinante
observada em X2; pelo contrário, piorou mais. Ocorreram crescimentos
nos PMRE e PMRV e diminuição do PMPC. O destaque negativo vai para
o PMPC, o menor do período em análise, com os fornecedores fi nanciando
as compras apenas 23 dias. Para fi nanciar o ciclo fi nanceiro de 130 dias,
a empresa precisou de fi nanciamento complementar de giro.
Pelo exposto, o problema da EVD S.A. encontra-se no PMRE e,
pricipalmente, no PMPC, pois não houve alteração no ciclo operacional,
que está próximo ao do setor.
Para melhorar a situação fi nanceira, a empresa deverá negociar
com seus fornecedores maiores prazos de pagamento e rever sua política
de estoque. Só através de uma boa gestão dos prazos médios a empresa
poderá melhorar seu ciclo fi nanceiro.
ÍNDICE EXERCÍCIO TENDÊNCIAX1 X2 X3
INTERPRETAÇÃOX1 X2 X3
MO 7% 2% 2% Maior, melhor
ML 5% 2% 1% Maior, melhor
TRAO 13% 5% 4% Maior, melhor
TRI 8% 4% 2% Maior, melhor
TRPL 22% 10% 8% Maior, melhor
GA 1,96 vez 2,08 vezes 1,74 vez Maior, melhor
DISCRIMINAÇÃO
EXERCÍCIO
X1 X2 X3
Índice da empresa
Índice-padrão
Índice da empresa
Índice-padrão
Índice da empresa
Índice-padrão
ML 5% 5% 2% 1% 1% 1%
TRI 8% 4% 3% 3% 2% 2%
TRPL 22% 9% 10% 13% 8% 11%
GA 1,96 vez 1,62 vez 2,08 vezes 1,10 vez 1,74 vez 1,00 vez
164 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
COMENTÁRIOS
A situação econômica da Via Digital piorou nos dois últimos exercícios.
Todos os seus indicadores econômicos involuíram, encontrando-se abaixo
da média do setor. Dentre as principais causas desse fraco desempenho
encontra-se o alto endividamento nos anos X2 e X3, que acarretou crescimento
substancial das despesas fi nanceiras.
A decisão da empresa quanto aos investimentos em “obras em
andamento” em volumes signifi cativos nos dois últimos exercícios,
sem correspondência em termos de vendas, em muito contribuiu para
esse resultado.
Espera-se que, a partir de março de X4, com o
término das obras, onde está previsto um
acréscimo no seu volume de vendas da
ordem de 20% em relação ao faturamento
de X3 e a maturação dos investimentos
no Ativo Permanente e outras decisões,
como melhor controle de seus custos e
despesas e melhores índices de atividades, a
Via Digital S.A. volte, pelo menos, à situação do
ano X1, melhor ano da série analisada.
O quadro resumo dos índices e a representação gráfi ca dos
ciclos auxiliam o analista a localizar onde residem os pontos fortes e fracos da
empresa, destacando os mais relevantes e identifi cando as causas e os efeitos da
situação fi nanceira da empresa.
!!Utilizando as principais técnicas de Análise de Balanços, nesta última aula
foi possível aplicar toda a teoria apresentada durante a disciplina Análise
das Demonstrações Contábeis na Empresa Via Digital.
Nesta análise, também foi considerado o signifi cado intrínseco da empresa,
o temporal e interempresarial (setorial), com o objetivo de estabelecer
parâmetros a respeito da sua real situação econômico-fi nanceira.
Finalmente, foi elaborado, como sugestão, um relatório conclusivo baseado
nos indicadores estudados e nas informações relevantes disponíveis.
Com este estudo prático concluímos esta disciplina – muito embora haja outros
indicadores que não foram abordados. É importante que você lembre que a
Análise das Demonstrações contábeis tem o objetivo de diagnosticar a situação
econômico-fi nanceira, determinando suas causas e apontando soluções.
R E S U M O
ANEXOS
1. Balanços Patrimoniais.
2. Demonstrações de Resultados dos Exercícios.
3. Dados complementares.
4. Memória de cálculo dos indicadores.
5. Memória de cálculo dos valores defl acionados.
6. Memória de cálculo da AH dos valores defl acionados.
7. Memória de cálculo da participação da rúbrica Obras em Andamento
em relação ao Ativo Permanente.
166 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
1. BALANÇOS PATRIMONIAIS
Empresa Via Digital S.A.
Balanços Patrimoniais encerrados em:
Balanço Patrimonial Em R$
ATIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Ativo Circulante Caixa e Bancos c/ Movimento Aplicações de Liquidez Imediata Duplicatas a Receber Duplicatas Descontadas Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa Estoque de Produtos Acabados Estoque de Produtos em Elaboração Matérias-primasTotal do Ativo Circulante
Ativo Permanente - Investimentos - Ações de Outras Empresas - Obra de Arte Total do Investimento - Imobilizado - Imóveis - Máquinas e Equipamentos - Veículos - Ferramentas - Depreciação Acumulada - Obras em Andamento Total do Imobilizado
- Diferido - Despesas com Reorganização
Total do DiferidoTotal do Ativo Permanente
1.5635.827
48.690(13.130)(1.472)
11.0104.232
18.68175.401
2.730533
3.263
17.29012.1686.8772.223
(7.244)-
31.314
--
34.577
6371.487
41.995(18.079)
(980)
19.8494.6448.918
58.371
2.6621.4444.106
17.29021.3458.2802.506
(8.000)17.61559.036
1.9821.982
65.124
8162.033
53.901(23.462)
(880)
25.7346.018
11.47575.635
3.4481.9045.352
17.29023.0009.1323.500
(8.200)28.27873.000
3.1793.179
81.531
TOTAL DO ATIVO 109.978 123.495 157.166
C E D E R J 167
AU
LA 1
5
2. DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS DOS EXERCÍCIOS
Em R$
PASSIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Passivo Circulante Fornecedores Encargos Sociais Impostos a Recolher Financiamentos Dividendos a Pagar Empréstimos BancáriosTotal do Passivo Circulante
Passivo Exigível a Longo Prazo Empréstimos Bancários FinanciamentosTotal do Passivo Exigível a Longo Prazo
Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Reservas de Lucros Lucros AcumuladosTotal do Patrimônio Líquido
31.9963.2295.4992.4571.2612.982
47.424
14.196-
14.196
29.67311.038
5057.142
48.358
18.5182.3222.4582.5571.4003.609
30.864
37.65813.63351.291
23.19011.779
3686.003
41.340
24.0382.4642.2057.1091.5202.578
39.914
46.10017.52463.624
30.11913.446
4809.583
53.628
TOTAL DO PASSIVO 109.978 123.495 157.166
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
RECEITA OPERACIONAL BRUTA (-) Impostos incidentes sobre Vendas (-) Devoluções e Abatimentos sobre Vendas (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) Custo dos Produtos Vendidos (=) LUCRO BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS: • Vendas • Administrativas • Financeiras
237.40117.0669.823
210.512160.38550.127
10.2189.296
15.868
294.37715.82319.208
259.346161.31398.033
12.1898.299
71.839
313.82421.96711.657
280.200174.340105.860
13.2259.078
78.932
DRE
Empresa Via Digital S.A
Demonstrações dos Resultados dos Exercícios relativas aos exercícios de:
Em R$
168 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
3. DADOS COMPLEMENTARES
(=) LUCRO OPERACIONAL (+) Receitas Não-operacionais (-) Despesas Não-operacionais (=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Provisão para Imposto de Renda (=) LUCRO LÍQUIDO
LUCRO POR AÇÃO
14.745256100
14.901
4.79710.104
0,888
5.706359100
5.965
1.2834.682
0,390
4.625866250
5.241
1.6613.580
0,420
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X0
Duplicatas a Receber 45.976
Estoques 32.361
Ativo Operacional 108.190
Ativo Total 116.549
Fornecedores 32.504
Patrimônio Líquido 42.563
Em R$
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Compras 133.182 246.396 375.081
- Empresa
Em R$
- Setor
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
LIQUIDEZ
- ILC 1,47 1,60 1,52
- ILG 1,20 0,77 0,76
ESTRUTURA
- ET 55% 82% 85%
- ECP 80% 52% 50%
- ICP 72% 76% 77%
C E D E R J 169
AU
LA 1
5
ATIVIDADE
- PMRE 75 dias 75 dias 77 dias
- PMRV 78 dias 77 dias 75 dias
- PMPC 76 dias 75 dias 76 dias
- CO 153 152 152
- CF 78 77 76
- GE 4,7 X 4,8 X 4,0 X
- GDR 4,7 X 6,5 X 5,6 X
- GF 4,2 X 13,3 X 15,7 X
- QPR 1,78 4,81 6,65
RENTABILIDADE
- ML 5% 1% 1%
- TRI 4% 3% 2%
- TRPL 9% 13% 11%
- GA 1,62 vez 1,10 vez 1,00 vez
4. MEMÓRIA DE CÁLCULO DOS INDICADORES
DISCRIMINAÇÃO EXERCÍCIO
X1 X2 X3
LIQUIDEZ
= 0,12
= 0,04
= 0,04
= 1,46 = 1,56 = 1,56
= 0,90
= 0,88
= 0,88
=1,18
= 0,76
= 0,78
ILI =Disponibilidades
PC 7.390 60.554
2.024 48.943
2.849 63.376
ILS =AC PC
88.53160.554
76.450 48.943
99.097 63.376
ILS =AC - Estoques
PC 76.450 - 33.411
48.943 99.097 - 43.227
63.376
ILG =AC + ARLP PC + PELP
88.531 + 0 60.554 + 14.196
76.450 + 0
48.943 + 51.291
99.097 + 0 63.376 + 63.624
88.531 - 33.923
60.554
170 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
ESTRUTURA
x 100 = 61% x 100 =71% x 100 = 70%
x 100 x 100 = 81%
x 100= 49%
x 100 = 50%
x 100
x 100 =72%
x 100 = 158%
x 100 = 152%
ATIVIDADE
x 360 x 360 = 76 dias
x 360 = 75 dias
x 360 = 89 dias
x 360
x 360 = 77 dias
x 360 = 55 dias
x 360 = 64 dias
x 360
x 360 = 86 dias
x 360 = 27 dias
x 360 = 23 dias
CO = PMRE + PMRV 76 + 77 = 153 dias 75 + 55 = 130 dias 89 + 64 = 153 dias
CF = CO – PMPC 153 – 86 = 67 dias 130 – 27 = 103 dias 153 – 23 = 130 dias
GIRO
= 4,7 vezes
= 4,8 vezes
= 4,0 vezes
= 4,7 vezes
= 6,5 vezes
= 5,6 vezes
= 4.2 vezes
= 13,3 vezes
= 15,7 vezes
RENTABILIDADE x 100
x 100 = 7%
x 100 = 2%
x 100 = 2%
x 100
x 100 = 5%
x 100 = 2%
x 100 = 1%
x 100
x 100 = 13%
x 100 = 5%
x 100 = 4%
x 100
x 100 = 8%
x 100 = 4%
x 100 = 2%
x 100 x 100 = 22%
x 100 = 10%
x 100 = 8%
= 1,88 vez
= 2,08 vezes
= 1,88 vez
ET =PE AT
74.750 123.108
100.234141.574
127.000 180.628
CE =PC PE
60.554 74.750
48.943 100.234
63.376 127.000
ICP =AP PL
34.577 48.358
65.124 41.340
81.531 53.628
PMRE =Est. CPV
33.923
160.385
33.411161.313
PMRV =DR
ROL *
43.227 174.340
48.690 227.578
41.995 275.169
31.996 133.182
18.518 246.396
24.038 375.081
GE =360
PMRE 360 76
360 75
36089
GDR =360
PMRV 360 77
360 55
360 66
360 86
GF =360
PMPC 360 27
MO =LO ROL
360 23
14.745210.512
5.706
259.346
ML =LL
ROL
10.104 210.512
4.682
259.346
TRAO =LO
AOM 14.745 111.104
TRI =LL
ATM 10.104 119.829
4.682
132.341 3.580
161.101
TRPL =LL
PLM 10.104 45.461
4.682 44.849
3.580 47.484
GA = ROL *ATM
225.578119.829
PMPC =Forn. Comp.
53.901
302.167
3.580
280.280
5.706
116.282
275.169132.341
302.167161.101
4.625131.756
4.625
280.200
C E D E R J 171
AU
LA 1
5
5. MEMÓRIA DE CÁLCULO DOS VALORES DEFLACIONADOS
- Deduções
ROL * = ROB – Devoluções e abatimentos sem vendas
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Fator de conversão 1,000 0,967 0,915
DISCRIMINAÇÃO
X1 Valores
defl acionados(Em reais) c = a x b
Ativo Circulante 76.450 0,967 73.927
Ativo Permanente 65.124 0,967 62.975
Ativo Imobilizado 59.036 0,967 57.088
Ativo Total 141.574 0,967 136.902
Passivo Circulante 48.943 0,967 47.328
Passivo Exigível a Longo Prazo
51.291 0,967 49.598
Passivo Exigível Total 100.234 0,967 96.926
Patrimônio Líquido 41.340 0,967 39.976
Receita Operacional Líquida
259.346 0,967 250.788
Custo dos Produtos Vendidos
161.313 0,967 155.990
X1 X2 X3
Ativo total médio
= 119.829
= 132.341
=161.101
Ativo operacional médio
= 111.104
= 116.282
= 131.756
Pl médio
= 45.461
= 44.849
= 47.484
123.108 + 141.574
2
108.190 + 114.018
2
42.563 + 48.358
2 48.358 + 41.340
2 41.340 + 53.628
2
141.574 + 180.628
2 116.549 + 123.108
2
Fator de conversão
b
X2Valores originais
(Em reais)
a
114.018 + 118.546
2 118.546 + 144.965
2
172 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
Lucro Bruto 98.033 0,967 94.798
Despesas Operacionais 92.327 0,967 89.280
Despesas com Vendas 12.189 0,967 11.787
Despesas Administrativas
8.299 0,967 8.025
Despesas Financeiras Líquidas
71.839 0,967 69.468
Lucro Operacional 5.706 0,967 5.518
Lucro Líquido 4.682 0,967 4.527
DISCRIMINAÇÃOValores originais
(Em reais) a
Fator de conversão
b
X1Valores
defl acionados (Em reais) c = a x b
Ativo Circulante 99.097 0,915 90.674
Ativo Permanente 81.531 0,915 74.601
Ativo Imobilizado 73.000 0,915 66.795
Ativo Total 180.628 0,915 165.275
Passivo Circulante 63.376 0,915 57.989
Passivo Exigível a Longo Prazo
63.624 0,915 58.216
Passivo Exigível Total 127.000 0,915 116.205
Patrimônio Líquido 53.628 0,915 49.070
Receita Operacional Líquida
280.200 0,915 256.383
Custo dos Produtos Vendidos
174.340 0,915 159.521
Lucro Bruto 105.860 0,915 96.862
Despesas Operacionais 101.235 0,915 92.630
Despesas com Vendas 13.225 0,915 12.101
Despesas Administrativas
9.078 0,915 8.306
Despesas Financeiras Líquidas
78.932 0,915 72.223
Lucro Operacional 4.625 0,915 4.232
Lucro Líquido 3.580 0,915 3.276
X3
C E D E R J 173
AU
LA 1
5
6. MEMÓRIA DE CÁLCULO DA AH DOS VALORES DEFLACIONADOS
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Ativo Circulante (valores defl acionados) – R$ 88.531 73.927 90.674
Análise Horizontal (número-índice) 100% 84% 102%
Ativo Permanente (valores defl acionados) – R$ 34.577 62.975 74.601
Análise Horizontal (número-índice) 100% 182% 216%
Ativo Imobilizado (valores defl acionados) – R$ 31.314 57.088 66.795
Análise Horizontal (número-índice) 100% 182% 213%
Ativo Total (valores defl acionados) – R$ 123.108 136.902 165.275
Análise Horizontal (número-índice) 100% 111% 134%
Passivo Circulante (valores defl acionados) – R$ 60.554 47.328 57.989
Análise Horizontal (número-índice) 100% 78% 96%
Passivo Exigível a LP (valores defl acionados) – R$ 14.196 49.598 58.216
Análise Horizontal (número-índice) 100% 349% 410%
Passivo Exigível Total (valores defl acionados) – R$ 74.750 96.926 116.205
Análise Horizontal (número-índice) 100% 130% 155%
Patrimônio Líquido (valores defl acionados) – R$ 48.358 39.976 49.070
Análise Horizontal (número-índice) 100% 83% 101%
ROL (valores defl acionados) – R$ 210.512 250.788 256.383
Análise Horizontal (número-índice) 100% 119% 122%
CPV (valores defl acionados) – R$ 160.385 155.990 159.521
Análise Horizontal (número-índice) 100% 97% 99%
LB (valores defl acionados) – R$ 50.127 94.798 96.862
Análise Horizontal (número-índice) 100% 189% 193%
DO (valores defl acionados) – R$ 35.382 89.280 92.630
Análise Horizontal (número-índice) 100% 252% 262%
Despesas com Vendas (valores defl acionados) – R$ 10.218 11.787 12.101
Análise Horizontal (número-índice) 100% 115% 118%
Despesas Administrativas (valores defl acionados) – R$ 9.296 8.025 8.306
Análise Horizontal (número-índice) 100% 86% 89%
Despesas Financeiras Líq.(valores defl acionados) – R$ 15.868 69.468 72.223
Análise Horizontal (número-índice) 100% 438% 455%
Lucro Operacional (valores defl acionados) – R$ 14.745 5.518 4.232
Análise Horizontal (número-índice) 100% 37% 29%
Lucro Líquido (valores defl acionados) – R$ 10.104 4.527 3.276
Análise Horizontal (número-índice) 100% 45% 32%
174 C E D E R J
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise
7. MEMÓRIA DE CÁLCULO DA PARTICIPAÇÃO DA RÚBRICA OBRAS EM ANDAMENTO EM RELAÇÃO AO ATIVO PERMANENTE
X2 X3
Obras em andamento x 100 =
Ativo Permanente
17.615 x 100 = 27%65.124
28.278 x 100 = 35%81.531