anÁlise das condiÇÕes de trabalho em central de materail

14
ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA CENTRAL DE MATERIAIS ESTERILIZADOS DO HOSPITAL MUNICIPAL DE BARRA DO BUGRES - MT Paulo Cesar de Souza (Unemat) [email protected] Este estudo buscou analisar as condições de trabalho na Central de Materiais Esterilizados do Hospital Municipal de Barra do Bugres. O gerenciamento das condições de trabalho nesse setor tem influência no cuidado prestado ao paciente, podenndo determinar o sucesso ou o insucesso. Foi utilizado estudo do tipo exploratório com abordagem qualitativa e quantitativa por meio da observação in-loco e aplicação de questionário junto aos servidores. A análise demonstrou que todos os membros da equipe da CME sentem satisfação em desenvolver suas atividades laborais junto setor e 100% afirmaram que não foram submetidas a processos de treinamento ao ingressarem neste serviço. Verificou-se que 83,3% dos trabalhadores já sofreu algum acidente de trabalho durante suas atividades laborais e desses 40% não usavam EPis no momento. Percebeu-se negligência por parte dos trabalhadores e também dos gestores quanto à efetiva utilização dos equipamentos. Destaca-se a necessidade de melhoria nas condições físicas e implantação de programas e medidas visando melhorar a qualificação do pessoal e das condições de trabalho no setor, impactando positivamente a qualidade do serviço prestado pelo setor aos pacientes do hospital. Palavras-chaves: Gestão Hospitalar, Central de Materiais Esterilizados, Saúde do Trabalhador XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

Upload: heronildo-apolinario

Post on 20-Nov-2015

219 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Bom

TRANSCRIPT

  • ANLISE DAS CONDIES DE

    TRABALHO NA CENTRAL DE

    MATERIAIS ESTERILIZADOS DO

    HOSPITAL MUNICIPAL DE BARRA DO

    BUGRES - MT

    Paulo Cesar de Souza (Unemat)

    [email protected]

    Este estudo buscou analisar as condies de trabalho na Central de

    Materiais Esterilizados do Hospital Municipal de Barra do Bugres. O

    gerenciamento das condies de trabalho nesse setor tem influncia no

    cuidado prestado ao paciente, podenndo determinar o sucesso ou o

    insucesso. Foi utilizado estudo do tipo exploratrio com abordagem

    qualitativa e quantitativa por meio da observao in-loco e aplicao

    de questionrio junto aos servidores. A anlise demonstrou que todos

    os membros da equipe da CME sentem satisfao em desenvolver suas

    atividades laborais junto setor e 100% afirmaram que no foram

    submetidas a processos de treinamento ao ingressarem neste servio.

    Verificou-se que 83,3% dos trabalhadores j sofreu algum acidente de

    trabalho durante suas atividades laborais e desses 40% no usavam

    EPis no momento. Percebeu-se negligncia por parte dos

    trabalhadores e tambm dos gestores quanto efetiva utilizao dos

    equipamentos. Destaca-se a necessidade de melhoria nas condies

    fsicas e implantao de programas e medidas visando melhorar a

    qualificao do pessoal e das condies de trabalho no setor,

    impactando positivamente a qualidade do servio prestado pelo setor

    aos pacientes do hospital.

    Palavras-chaves: Gesto Hospitalar, Central de Materiais

    Esterilizados, Sade do Trabalhador

    XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUO Maturidade e desafios da Engenharia de Produo: competitividade das empresas, condies de trabalho, meio ambiente.

    So Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

  • 2

    1. Introduo

    A Central de Material Esterilizado (CME) uma unidade de apoio tcnico dentro do hospital

    para onde so destinados os materiais considerados sujos e contaminados para posterior

    descontaminao, preparo, esterilizao, armazenamento e distribuio para as unidades

    internas. A CME tem um papel fundamental na assistncia e desenvolvimento das atividades

    de praticamente todos os setores do hospital, de modo que os aspectos estruturais,

    administrativos, econmicos e tcnicos devem ser adequadamente gerenciados visando

    garantia da qualidade dos artigos processados.

    Na estrutura hospitalar brasileira, at a dcada de 40, no existia a central de materiais

    esterilizados. Todos os processos de preparo, esterilizao e armazenamento de materiais

    eram feitos no prprio centro cirrgico.

    A partir dos anos 50, com o surgimento de novos mtodos de limpeza e esterilizao de

    materiais e o advento de instrumentais especializados para cirurgias mais complexas que

    surgiu a iniciativa de destinar uma rea para seu preparo.

    Na dcada de 70, os hospitais de maior porte, e, principalmente, os universitrios com

    localizao nas capitais, comearam a destinar espaos para as atividades de esterilizao dos

    materiais, consolidando-se ento a Central de Material Esterilizado.

    A equipe de enfermagem que trabalha nessa unidade presta uma assistncia indireta ao

    paciente, a qual to importante quanto assistncia direta. As esterilizaes realizadas pela

    CME objetivam controlar a infeco hospitalar (IH), de modo que o funcionamento desse

    servio com eficcia produz a reduo dos casos, ficando os resultados positivos bastante

    evidentes. Assim, esse setor de suma importncia no que se refere biossegurana no

    mbito do hospital.

    Os principais problemas relacionados a esse servio se referem aos riscos ocupacionais a que

    esto expostos os trabalhadores, os quais decorrem da exposio s secrees e outros fludos

    corporais, rudos, temperaturas excessivas, iluminao ineficiente, manipulao de agentes

    qumicos, entre outros. Assim, as condies de trabalho podem colocar em risco a sade dos

    trabalhadores, alm de interferir na qualidade do trabalho prestado pelo setor.

    Por tratar-se de uma atividade complexa e de suma importncia para a qualidade dos servios

    hospitalares, este trabalho se prope a analisar as condies de trabalho da equipe de

    enfermagem na CME do Hospital Municipal de Barra do Bugres, Mato Grosso.

    2. Central de Materiais Esterilizados: conceitos e definies

    Segundo a Resoluo de Diretoria Colegiada (RDC) n. 307, (MS, 2002) a CME uma

    unidade de apoio tcnico, que tem como finalidade o fornecimento de materiais mdico-

    hospitalares adequadamente processados, proporcionando, assim, condies para o

    atendimento direto e a assistncia sade dos indivduos enfermos e sadios. Segundo a

    mesma resoluo acima, a CME deve existir quando houver centros cirrgicos, obsttricos

    e/ou ambulatoriais, hemodinmica, emergncia de alta complexidade e urgncia.

    Esse importante setor no mbito do hospital destina-se recepo, expurgo, preparo,

    esterilizao, guarda e distribuio de materiais para todas as unidades que prestam cuidados

    aos pacientes (Brasil,1985 ; Molina,1997 ; Moura, 1999).

  • 3

    A rea destinada prestao desses servios pode ser considerada uma rea crtica, visto que

    a RDC 50 (MS, 2002) considera como rea critica os ambientes onde existem maiores riscos

    de transmisso de infeco, onde se realizam procedimentos de risco com ou sem paciente ou

    onde se encontram pacientes imunodeprimidos.

    Tratando ainda dessa classificao, a Consulta Pblica n 104 (MS, 2002) em seu artigo 1.

    assim estabelece:

    rea critica o local onde existe risco aumentado para desenvolvimento de

    infeces relacionadas assistncia, seja pela execuo de processos envolvendo

    artigos crticos ou material biolgico, pela realizao de procedimentos invasivos ou

    pela presena de pacientes com susceptibilidade aumentada aos agentes infecciosos

    ou portadores de microrganismos de importncia epidemiolgica. Ex.: salas de

    cirurgia, unidades de tratamento intensivo, salas de hemodilise, leitos ou salas de

    isolamento, centrais de material esterilizado, bancos de sangue e rea suja de

    lavanderia hospitalar.

    Assim, embora nesse setor no haja o contato direto com o paciente, h o contato com

    material biolgico que faz surgir o risco de contaminao.

    Os materiais processados pela Central de Materiais Esterilizados so classificados pelo

    Manual Tcnico da CME (MS, 2000) da seguinte forma:

    Crticos: so aqueles que esto envolvidos em alto risco de aquisio de infeco se estiverem

    contaminados com quaisquer microorganismos, incluindo os esporos bacterianos. Estes

    objetos penetram tecidos estreis ou sistema vascular e devem ser esterilizados para uso. Ex:

    instrumentos cirrgicos, cateteres urinrio e cardaco, implantes, agulhas, etc.

    Semi-Crticos: So artigos que entram em contato com membranas mucosas ntegras ou pele

    no ntegra. Estes artigos requerem desinfeco de alto nvel. Ex: equipamentos respiratrios

    e de anestesia, endoscpio digestivo, etc.

    No-Crticos: So artigos que entram em contato com pele ntegra, mas no com mucosas. Os

    artigos no crticos dependendo da sua particularidade ou grau de contaminao podero ser

    lavados com gua e sabo, ou receber desinfeco de nvel intermedirio ou baixo. Ex:

    comadres, aparelhos de presso, mveis do paciente, etc.

    Em virtude da manipulao de artigos que colocam em risco a segurana dos trabalhadores e

    tambm dos pacientes, esse servio necessita ser adequadamente gerenciado, havendo

    racionalidade nas aes e o respeito s normas vigentes.

    3. Organizao e funcionamento da CME

    Para se compreender a complexidade e a importncia da CME no contexto do hospital, faz-se

    necessrio, conhecer com mais profundidade o referido setor e a sua organizao luz dos

    estudiosos do assunto e da legislao vigente.

    De acordo Cunha (1985), no mbito do hospital, a Central de Materiais Esterilizados pode

    funcionar de trs formas:

    Descentralizada: Quando cada unidade ou conjunto de unidades do hospital responsvel por

    preparar e esterilizar os materiais que utiliza;

    Semi-centralizada: Cada Unidade prepara os seus materiais, mas encaminha Central de

    Material para serem esterilizados;

  • 4

    Centralizada: Os materiais de uso em todas as unidades do hospital so totalmente

    processados na Central de Material Esterilizado.

    Segundo a Resoluo de Diretoria colegiada (RDC) n 307, (MS, 2002), que alterou a RDC

    n. 50 (MS, 2002), a CME deve ser dividida em, no mnimo, trs reas: descontaminao,

    empacotamento, esterilizao e estocagem.

    Em todas as reas as paredes e os pisos devem ser claras, resistentes, de fcil limpeza, lisos e

    isentos de qualquer elemento que favorea o acumulo de sujidades. As janelas devem ser

    amplas, altas e fechadas, quando a ventilao for feita por ar-condicionado, ou altas e abertas,

    quando houver ventilao natural, porm, protegidas com telas para que no haja entrada de

    vetores. Deve haver iluminao adequada, conforme as normas tcnicas brasileiras e a

    temperatura em todas as reas de trabalho devem ser mantidas entre 21 e 25C.

    A rea de descontaminao e limpeza deve possuir uma barreira fsica com relao s demais

    reas (Rutala e Weber, 2002), alem da necessidade, da existncia dos ambientes de apoio, tais

    como vestirios, sanitrios, depsitos de limpeza, sala administrativa e acesso para

    manuteno dos equipamentos.

    Nas trs reas apresentadas acima, acontecem o processo de esterilizao dos materiais, o qual

    vai desde o recebimento at a entrega, conformando-se num fluxo progressivo (Figura 1).

    Figura 1 Processo de esterilizao na CME (COFEN, 2009)

    Ressalta-se que o expurgo a rea onde realizada a limpeza, descontaminao e

    consequentemente a separao de todo material contaminado. Esta rea um dos locais mais

    contaminados da CME.

    De acordo com o Manual Tcnico da CME (MS, 2000), o processo de trabalho desse setor

    pode ser assim dividido:

    Seleo: a separao dos materiais mdico-hospitalares, por tipo, para que sejam limpos

    adequadamente sem sofrer danos;

    Limpeza e secagem: o processo de remoo de sujidades realizado pela aplicao de

    energia mecnica (frico), qumica (solues detergentes, desincrostantes ou enzimtica) ou

    trmica. A secagem tem por objetivo evitar que a umidade interfira nos processos qumicos ou

    fsicos de desinfeco ou esterilizao dos materiais. Deve-se observar sempre que todo o

    material sujo de sangue ou de secreo considerado contaminado e, portanto, a limpeza e a

    secagem tornam-se mais rigorosas;

    Descontaminao: o processo de eliminao total ou parcial da carga microbiana de artigos

    e superfcies;

    Desinfeco: A desinfeco o processo de eliminao e destruio de microorganismos,

    patognicos ou no em sua forma vegetativa, que estejam presentes nos artigos e objetos

    inanimados, mediante a aplicao de agentes fsicos ou qumicos, chamados de desinfetantes

    ou germicidas, capazes de destruir esses agentes em um intervalo de tempo operacional de 10

    a 30 min3. A Portaria n. 15 (MS, 1988) estabelece que os princpios ativos que podem ser

  • 5

    utilizados como desinfetantes so aldedos, compostos fenlicos, cido paractico, lcool,

    entre outros;

    Preparo: a montagem das bandejas e pacotes para posterior esterilizao. Deve ser feito em

    rea limpa e organizada;

    Esterilizao: o processo de destruio de todos os microorganismos, a tal ponto que no

    seja mais possvel detect-los atravs de teste microbiolgico padro. Nos estabelecimentos

    de sade, os mtodos de esterilizao disponveis para processamento de artigos no seu dia a

    dia so o calor, sob a forma mida e seca, e os agentes qumicos sob a forma lquida, gasosa e

    plasma. Nas Centrais de Esterilizao hospitalares o mtodo mais utilizado e factvel a

    autoclavao por vapor saturado sob presso.

    Quanto ao quadro de pessoal, deve ser composto por enfermeiros, tcnicos de enfermagem,

    auxiliares de enfermagem e auxiliares administrativos, cujas funes esto descritas nas

    prticas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirrgico,

    Recuperao Anestsica e Centro de Material e Esterilizao (SOBECC, 2005).

    Tais profissionais, ao realizar a manipulao de agentes qumicos ou entrar em contato com

    altas temperaturas e materiais com risco biolgico, necessitam utilizar Equipamentos de

    Proteo Individual (EPI), independentemente do grau de sujidade do artigo e da toxicidade

    dos produtos qumicos a serem manipulados.

    Segundo Consolidao das Leis do Trabalho (Decreto-lei n. 5.452) (BRASIL, 1943), artigo

    166, seo IV, os EPIS devem ser fornecidos ao trabalhador pela empresa, sem qualquer

    nus financeiro.

    Em 1978, atravs da Portaria n. 3.214 (MTE, 1978) o Ministrio do trabalho aprovou as

    Normas Regulamentadoras (NR) relativas segurana e medicina do trabalho. As NRs

    foram criadas e ampliadas para a manuteno de condies seguras no ambiente de trabalho

    e para a reduo, ou at mesmo eliminao dos riscos existentes.

    A NR-6 (MTE, 1978), dispe sobre os equipamentos de proteo individual e define os EPIs

    como todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado

    proteo de riscos suscetveis de ameaar a segurana e a sade no trabalho.

    Estes equipamentos devem ser utilizados em todas as etapas do processo, sempre

    relacionando a atividade ao equipamento (MS, 2001).

    Dentre essas Normas Regulamentadores, destaca-se a NR-5 (MTE, 1978), que dispe sobre a

    constituio da Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA) nos estabelecimentos,

    objetivando a preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho, de modo a tornar

    compatvel permanentemente o trabalho com a preservao da vida e a promoo da sade do

    Trabalhador.

    Os riscos a que esto expostos os trabalhadores da Central de Materiais Esterilizados, podem

    ser classificados em cinco tipos, de acordo com a portaria citada acima:

    Riscos de acidentes: Qualquer fator que coloque o trabalhador em situao vulnervel e possa

    afetar sua integridade, e seu bem estar fsico e psquico. So exemplos de risco de acidente: as

    mquinas e equipamentos sem proteo, probabilidade de incndio e exploso, arranjo fsico

    inadequado, armazenamento inadequado, etc.

    Riscos ergonmicos: Qualquer fator que possa interferir nas caractersticas psicofisiolgicas

    do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua sade. So exemplos de risco

  • 6

    ergonmico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade,

    postura inadequada de trabalho, etc.

    Riscos fsicos: Consideram-se agentes de risco fsico as diversas formas de energia a que

    possam estar expostos os trabalhadores, tais como: rudo, calor, frio, presso, umidade,

    radiaes ionizantes e no-ionizantes, vibrao, etc.

    Riscos qumicos: So as substncias, compostos ou produtos que possam penetrar no

    organismo do trabalhador pela via respiratria, nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas,

    nvoas ou vapores, os quais, pela natureza da atividade, de exposio, possam ter contato ou

    ser absorvido pelo organismo atravs da pele ou por ingesto.

    Riscos biolgicos: Consideram-se como agentes de risco biolgico as bactrias, vrus, fungos,

    parasitos, entre outros.

    Alm das Normas regulamentadoras apresentadas acima, ainda existem outras que tem

    aplicao para os trabalhadores da Central de Materiais Esterilizados, as quais so:

    A NR 07 (MTE, 1978) cria o Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional (PCMSO),

    o qual tem como objetivos a promoo e a preservao da sade dos trabalhadores, baseando-

    se em um carter de preveno, rastreamento e diagnstico precoce dos agravos sade

    relacionados com o trabalho.

    A NR 15 (MTE, 1978) em seu anexo 11, caracteriza a insalubridade e estabelece os limites de

    tolerncia para absoro por via respiratria. No que se refere absoro pela pele, exige-se o

    uso de luvas adequadas e EPIs para proteo de outras partes do corpo.

    A NR-32 (MTE, 1978), estabelece as diretrizes bsicas para a implementao de medidas de

    proteo segurana e sade dos trabalhadores dos servios de sade, incluindo tambm

    aqueles que exercem atividades de promoo e assistncia sade em geral.

    Antes da promulgao desta NR no havia resposta aos inmeros casos de insegurana e

    riscos do trabalho em hospitais, pela falta de uma norma com recomendaes especficas,

    principalmente se tratando de agentes biolgicos, to freqentes em ambientes hospitalares,

    inclusive na CME.

    Os fatores de riscos biolgicos, fsicos e qumicos presente no meio hospitalar, so os

    principais caracterizadores da insalubridade e da periculosidade desse setor. Quando no

    devidamente controlados, esses agentes causam inmeros acidentes e doenas profissionais ou

    do trabalho.

    O conhecimento profundo das condies de trabalho na CME poder contribuir para aes

    institucionais na busca de melhoria dessas condies e para o aumento na qualidade do

    processamento dos artigos. Atravs da identificao e preveno haver a minimizao dos

    fatores de risco presentes na CME, levando reduo na ocorrncia de acidentes e na

    incidncia de doenas ocupacionais.

    4. Metodologia

    4.1 Local de Estudo

    O Hospital Municipal de Barra do Bugres um hospital pblico que atende exclusivamente

    pacientes do SUS e mantm em atividade 168 servidores, dentre os quais, 17 mdicos, 04

    enfermeiras, 55 auxiliares de Enfermagem, 13 tcnicos de enfermagem, alm de outros

    profissionais da rea da sade e administrativa. Possui 80 leitos distribudos entre as clnicas

  • 7

    Mdica, Ginecolgica e Obsttrica, Cirrgica e Peditrica. Alm do servio de internao o

    hospital presta atendimentos ambulatoriais e de urgncia e emergncia, funcionando como

    referncia para aproximadamente 208.571 habitantes distribudos entre os 11 municpios que

    integram o consrcio intermunicipal de sade na regio mdio norte Mato-grossense.

    A CME do hospital Municipal de Barra do Bugres esta acoplada ao corpo principal do

    hospital e sua equipe de trabalho formada exclusivamente por auxiliares de enfermagem

    admitidos atravs de concurso pblico. Possui atividade centralizada, ou seja, os materiais

    utilizados por todas as unidades do hospital so processados por esta central, podendo ser

    artigos crticos, semi-crticos e no-crticos.

    4.2 Tipo de Estudo e coleta de dados

    Este estudo de natureza exploratria utilizou-se da abordagem quantitativa e qualitativa. A

    anlise das condies de trabalho foi realizada por meio da observao direta e tambm

    utilizando-se de um questionrio elaborado com base nas Orientaes Gerais para Central de

    Esterilizao (MS, 2001). Este questionrio objetivou verificar junto aos profissionais do setor

    as condies de trabalho, quanto ao uso de EPIs, a situao da rea fsica e os riscos aos quais

    estes profissionais esto expostos em seu cotidiano.

    A coleta de dados foi realizada, no ms de agosto 2009, sendo feitas visitas in loco ao longo

    de vrios dias, porm em diferentes turnos de funcionamento, a fim de obter a participao de

    todos os servidores envolvidos no processo.

    5. Anlise das condies de trabalho

    no setor

    A CME do Hospital

    Municipal de Barra do Bugres

    funciona em perodo integral,

    ou seja, 24 horas, com uma

    equipe composta por 6

    (seis) auxiliares de

    enfermagem, sendo 100% do

    sexo feminino, dentre

    as quais 83,3% tem idade entre 30 e 39 anos e 16,7% acima de 39 anos. O perodo diurno

    dividido nos turnos matutino e vespertino, trabalhando duas profissionais em cada perodo.

    No perodo noturno as duas servidoras trabalham em regime de planto, ou seja, 12x36, de

    modo que nesse perodo apenas uma profissional operacionaliza as atividades do setor a cada

    noite.

    Quanto ao tempo que as profissionais atuam no setor, o grfico 1 demonstra que h um certo

    equilbrio, mesclando profissionais menos experientes, de nvel intermedirio e mais

    experientes.

  • 8

    Grfico 1 Tempo de trabalho na CME

    Quanto forma de ingresso no setor, o grfico 2 demonstra que exatamente a metade das

    profissionais trabalham no setor em funo da escala de planto estabelecida pela gerncia de

    enfermagem e a outra metade declarou que atua no setor por escolha prpria.

    A anlise da satisfao das profissionais demonstrou que 100% delas gostam de trabalhar no

    setor, e destas, apenas 50% consideram seu trabalho valorizado dentro do universo hospitalar.

    Assim, embora gostem das atividades desenvolvidas, trs membros da equipe consideram que

    o trabalho desvalorizado, principalmente em virtude da falta de conhecimento da

    importncia do setor dentro da unidade, o qual, mesmo no estando ligado diretamente ao

    paciente contribui de maneira decisiva com o resultado final do atendimento.

    Quanto qualificao do pessoal, quando do ingresso no setor, todas as profissionais (100%)

    afirmaram no haver participado de treinamentos ou capacitaes.

    Dessa forma, percebe-se que no foram colocados formalmente disposio das profissionais

    os conhecimentos bsicos necessrios para o desenvolvimento de suas atividades, as quais

    afirmaram que aprenderam as rotinas atravs das colegas de trabalho.

    O treinamento uma ferramenta indispensvel para capacitao dos funcionrios, pois

    proporciona segurana, aquisio de habilidades e tcnicas, alm da valorizao profissional e

    eliminao de vcios gerados pela falta de informao. O despreparo ocasiona, muitas vezes,

    impercia, negligencia e imprudncia, colocando em risco a qualidade do servio prestado e

    tambm a segurana do

    trabalhador.

    Quanto padronizao das

    atividades, verificou-se que na

    CME do hospital em estudo existe

    manual de normas e rotinas,

    promovendo a padronizao das

    atividades desenvolvidas pelo

    Grfico 2 Forma de ingresso das profissionais na CME

  • 9

    setor e contribuindo para a promoo de condies mais seguras no trabalho da equipe e

    conseqentemente na rotina hospitalar.

    Verificou-se uma deficincia que pode contribuir negativamente para a qualidade do servio

    prestado pelo setor, e esta se refere necessidade de uma gerncia especfica para o setor,

    dada a sua importncia no atendimento prestado aos pacientes. No hospital no h uma

    gerencia especifica para esta unidade interna, ficando essa funo sob responsabilidade de

    uma das quatro enfermeiras existentes quando de seu planto. Em virtude de ser a mesma

    profissional responsvel pelo gerenciamento de todo o quadro de enfermagem do hospital,

    percebe-se um acmulo de atividades, no havendo a possibilidade de um acompanhamento

    mais efetivo das aes realizadas no setor.

    Conforme demonstrado acima, a rea fsica da CME deve permitir o fluxo contnuo e

    unidirecional do artigo em esterilizao, alm de conter barreiras fsicas entre a rea suja

    (expurgo) e a rea limpa (preparo, esterilizao e armazenamento), de modo que seja

    garantida a esterilidade dos artigos processados.

    A verificao in-loco demonstrou que no perodo noturno, quando da existncia de apenas

    uma profissional para realizar todas as atividades do setor, h grande risco de contaminao.

    Tal risco se deve ao fato de que essa profissional realiza todas as atividades, ou seja,

    acompanha todo o fluxo do material, desde a rea suja at a rea limpa, circulando entre essas

    reas. Tal procedimento alm de aumentar consideravelmente o risco de contaminao dos

    materiais em esterilizao tambm diminui sensivelmente a segurana e o conforto do

    trabalhador.

    Quanto ao processo de trabalho, no hospital em estudo efetua-se a lavagem manual por

    frico dos artigos individualmente utilizando escovas e esponjas. Em seguida os mesmos so

    imergidos em desincrostantes e posteriormente realizado o enxge em gua corrente.

    A limpeza tem por finalidade remover todas as substancias orgnicas e inorgnicas dos

    artigos, promovendo a reduo da carga microbiana natural. A grande desvantagem desse

    mtodo de limpeza o maior consumo de tempo e a exposio do funcionrio aos produtos

    qumicos, umidade, aerossis e a possibilidade da ocorrncia de ferimentos, bem como o risco

    de contaminao biolgica.

    O desincrostante de artigos ou detergentes no enzimticos um produto fortemente alcalino

    que pode causar queimaduras graves quando em contato com a pele ou mucosa, tornando-se

    de suma importncia o uso de EPIs. Alm do desincrostante pode-se citar nesta fase o uso de

    Cloro ativo a 5% e o detergente neutro que tambm no so menos importantes quando se

    refere necessidade de proteo do trabalhador a riscos qumicos.

    A secagem dos artigos realizada naturalmente, sob temperatura ambiente. Aps esse

    processo, realizada a inspeo visual dos artigos a fim de detectar presena de oxidaes,

    secrees e umidade para em seguida proceder a desinfeco e preparo do material para a

    esterilizao. Na desinfeco de alguns artigos utilizado lcool a 70% que embora haja

    relatos de pouca toxicidade tambm merece cuidados e precaues durante seu uso.

    Em seguida, os artigos so preparados para serem esterilizados ou armazenados para posterior

    distribuio interna dentro dos setores hospitalares. A esterilizao feita por calor mido das

    autoclaves, expondo os profissionais a riscos fsicos relacionados temperatura.

  • 10

    Para a realizao do processo de trabalho demonstrado acima com a devida segurana para as

    profissionais, bem como visando a garantida da qualidade do servio prestado, faz-se

    necessrio a utilizao dos Equipamentos de Proteo Individual (EPIs).

    Segundo manual de orientaes gerais para central de esterilizao (MS, 2001), segue no

    quadro 1 a relao dos equipamentos necessrios. Ressalta-se que 75% dos equipamentos

    necessrios so fornecidos pelo hospital e dentre as profissionais do setor, 83,3% afirmaram

    ter conhecimento do uso de EPIs.

    Equipamento de Proteo Preconizado Disponibilidade no Setor Conhecimento por parte da equipe

    Avental Sim 100%

    Luva de Latex Cano Longo No 83,3%

    Luva Nitrlica Sim 100%

    Luva de Procedimento Sim 100%

    Botas de Borracha Sim 100%

    Mscara com Filtro Qumico No 0%

    Luva de Amianto Cano Longo No 0%

    culos Sim 100%

    Gorro No 0%

    Quadro 1 Equipamentos de Proteo Individual necessrios e disponveis

    Durante a anlise verificou-se que a instituio no disponibiliza luva de ltex cano longo,

    mas sim a luva de ltex cano mdio e embora as profissionais tenham afirmado ter

    conhecimento sobre o uso de EPIs, 83,3% delas identificaram e afirmaram ter acesso a luva

    de cano longo. Isso reflete a falta de conhecimento na identificao dos EPIs, considerando

    que esta uma pea de suma importncia na proteo do trabalhador durante o contato com

    substancias qumicas e matrias orgnicas.

    As luvas utilizadas para a realizao do processo manual de limpeza dos artigos so

    inapropriadas, j que so luvas de procedimentos, embora se ajustem melhor s mos e

    confiram maior destreza. Para conferir maior segurana, deveriam ser utilizadas luvas de

    borracha ou ltex de cano longo, de acordo com o produto qumico a ser utilizado no

    processo.

    Embora se verifique razovel compreenso da necessidade do uso de equipamentos de

    proteo, o mesmo no se pode dizer quanto efetiva utilizao (grfico 3). Como

    justificativa para a no utilizao surgem vrios motivos, dentre os quais: calor,

    indisponibilidade dos EPIs, esquecimento, falta de hbito, diminuio da habilidade nas

    atividades, fornecimento de equipamentos incorretos, falta de superviso e conhecimento.

    Portanto, os fatores que envolvem a no adeso ao uso de EPI so inmeros e poderiam ser

    reduzidos sensivelmente atravs de um trabalho de conscientizao e do efetivo

    acompanhamento por parte da gerncia.

  • 11

    Analisando a ocorrncia de acidentes de trabalho no setor, verificou-se que 83,3% dos

    trabalhadores j sofreram acidentes de trabalho e os demais 16,7% afirmaram que nunca se

    envolveram em acidentes. Dentre os que sofreram acidentes, 60% afirmaram que estavam

    usando EPIs e 40% no utilizavam. Percebe-se assim a negligncia quanto utilizao dos

    EPIs, embora, como j demonstrado, os trabalhadores estejam cientes de sua importncia para

    a minimizao de riscos potenciais sade.

    Quanto ao momento da ocorrncia dos acidentes, ressalta-se que a limpeza dos artigos a

    atividade mais crtica, em virtude da grande exposio do trabalhador. No entanto, verificou-

    se que 60% dos acidentes aconteceram fora dessa etapa, quando da realizao da secagem e

    preparao dos artigos e apenas 40% ocorreram no processo de esterilizao.

    Embora a limpeza seja aparentemente o momento mais crtico, durante esta etapa, bem como

    durante a estocagem e distribuio dos materiais, no h relatos de acidentes sofridos.

    A maioria dos acidentes aconteceu durante a secagem e preparao dos artigos para a

    esterilizao. Percebe-se que em muitos casos a prtica profissional leva a um excesso de

    confiana, resultando em diminuio no cuidado necessrio durante a realizao das

    atividades laborais.

    Em todos os acidentes que ocorreram durante o processo de esterilizao foi mencionada a

    ocorrncia de queimaduras durante a retirada dos artigos das autoclaves. Tais acidentes esto

    diretamente relacionados com a negligncia na utilizao dos equipamentos de proteo para

    realizao dessa atividade. Verificou-se que o EPI mais indicado para essa etapa do trabalho

    no utilizado pelos trabalhadores do setor, sendo detectado como motivo a indisponibilidade

    do mesmo por parte da instituio e tambm a falta de conhecimento sobre a importncia do

    uso.

    Uma medida preventiva de grande importncia para a sade dos trabalhadores desse setor a

    imunizao, elemento fundamental na diminuio ou eliminao dos riscos de se adquirir

    doenas aps algum acidente ocupacional envolvendo material biolgico.

    Na anlise dessa questo, verificou-se que 83,3% das entrevistadas possuem carteira vacinal

    completa e 16,7% no apresentam o esquema vacinal completo, embora haja conscincia da

    necessidade da vacinao em virtude dos riscos a que esto expostas.

    Grfico 3 Grau de utilizao dos EPIs por parte do pessoal da CME

  • 12

    Outro aspecto de grande importncia na anlise das condies de trabalho nesse setor se

    refere aos riscos ergonmicos. Estes so originados da relao do homem com seu ambiente

    de trabalho, ou seja, so fatores que podem afetar a integridade fsica ou mental do

    trabalhador, causando-lhe desconforto ou doena.

    So considerados riscos ergonmicos a postura inadequada, a jornada de trabalho prolongada,

    o espao fsico inadequado, movimentos repetitivos, levantamento e transporte manual de

    peso, movimentos viciosos, esforo fsico intenso, postura inadequada, controle rgido de

    produtividade, desconforto acstico, desconforto trmico, mobilirio inadequado, etc.

    Analisando o espao fsico da CME do hospital em estudo ficaram evidentes fatores de

    natureza positiva, mas tambm elementos que representam riscos ergonmicos e biolgicos.

    As paredes e os pisos so de cores claras e fcil limpeza e as janelas so amplas, porm, as

    janelas so baixas e sem proteo contra entrada de vetores.

    A ventilao na rea suja natural, possuindo tambm um ventilador. Na rea limpa o local

    de preparo possui ar condicionado, no entanto, o local de esterilizao e armazenamento

    utiliza ventilador, o que no o ideal, pois no proporciona a manuteno da temperatura

    adequada.

    A iluminao considerada precria no local de esterilizao, armazenamento e tambm no

    setor de limpeza dos artigos, pois no perodo noturno a lmpada produz sombra na pia de

    lavagem, dificultando a realizao da inspeo visual dos artigos, e colocando em risco a

    qualidade do servio realizado pelo setor.

    No h ambientes de apoio, como por exemplo, vestirios, sanitrios, depsito de produtos de

    limpeza, sala administrativa nem mesmo acesso para manuteno dos equipamentos,

    conforme preconiza a RDC 50 (MS, 2002). Atualmente o espao fsico destinado ao preparo

    tambm usado como sala administrativa. Os armrios e as cadeiras so inadequados e a

    maioria das bancadas, embora resistentes e claras, so porosas favorecendo o acumulo de

    sujidades.

    Assim, embora seja inegvel a importncia da CME para a qualidade do cuidado prestado ao

    paciente, ainda observam-se muitos problemas que influenciam negativamente a organizao

    do processo de trabalho, a qualidade do servio prestado e tambm a segurana dos

    trabalhadores do setor.

    6. Consideraes finais

    Conforme ressaltado ao longo desse trabalho, a CME uma unidade que tem influncia direta

    na qualidade do atendimento prestado ao paciente no mbito do hospital. No entanto, percebe-

    se que no hospital em estudo h deficincias no que diz respeito s condies de trabalho no

    setor. Restou evidente que os trabalhadores esto expostos a riscos qumicos, fsicos,

    biolgicos e riscos ergonmicos demandando, portanto, medidas imediatas.

    Verificou-se que h por parte da equipe grande preocupao com riscos biolgicos e uma

    maior adeso ao uso dos EPIs nas atividades onde esses riscos so grandes. No entanto,

    negligencia-se a utilizao dos equipamentos em outras atividades, de modo que, exatamente

    nessas atividades ocorreu a maior parte dos acidentes.

  • 13

    Assim, a gerncia deve estabelecer a obrigatoriedade da utilizao dos equipamentos em todas

    as etapas, cumprindo as normas legais para empregadores e empregados quanto aos

    equipamentos de proteo.

    A no utilizao dos equipamentos necessrios tambm est relacionada falta de

    qualificao adequada para os trabalhadores do setor, demandando a existncia de um

    programa de educao continuada permanente e efetivo, de modo a manter o funcionrio

    atualizado para que possa exercer com competncia suas atividades.

    Em relao aos riscos ergonmicos conclui-se que h necessidade de um ajuste entre as

    condies de trabalho e os trabalhadores sob o aspecto da praticidade, conforto fsico e

    psquico, proporcionando melhoria das condies do local de trabalho, etc.

    importante que o setor tenha uma gerencia com disponibilidade efetiva para desenvolver

    esta atividade, pois vrias gerencias com pouca disponibilidade de tempo compromete a

    efetiva realizao das atividades gerencias incluindo a superviso, podendo resultar em

    divergncias de informao por parte das equipes.

    Recomenda-se tambm a implementao das comisses e programas necessrios para o

    funcionamento adequado do hospital e do setor, dentre os quais, ressalta-se: Comisso de

    Controle de Infeco Hospitalar (CCIH), Comisso Interna de preveno de acidentes (CIPA),

    Programa de Educao Continuada, Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional

    (PCMSO), Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA).

    No mbito do hospital, a adequada organizao e gerenciamento do trabalho realizado pela

    Central de Materiais Esterilizados (CME) determina o sucesso ou insucesso no tratamento

    prestado ao paciente, colaborando com a restaurao da sade e preservao da vida ou

    trazendo conseqncias trgicas para a sade dos pacientes e trabalhadores.

    A melhoria do ambiente de trabalho para promoo e proteo da sade do trabalhador

    constitui-se num desafio que ultrapassa o mbito de atuao dos servios de sade, exigindo,

    s vezes, solues tcnicas, complexas e de elevado custo, mas, em sua maioria, medidas

    simples e pouco onerosas podem ser implantadas, com reflexos positivos na sade do

    trabalhador e na qualidade do servio prestado.

    Referencias

    BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452 de 1. De maio de 1943. Aprova a Consolidao das Leis do Trabalho.

    COFEN. Ncleo Temtico III,Unidade de Estudo I,Central de Material Esterilizado, 2009 (Apostila do Curso

    Aes de Enfermagem na Preveno e Controle das Infeces Hospitalares: Aspectos Fundamentais). Disponvel

    em: http://www.programaproficiencia.com.br/

    MINISTRIO DA SADE. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo RDC n 50 de 21 de

    fevereiro de 2002. Dispe sobre o Regulamento Tcnico para o planejamento, programao, elaborao e

    avaliao de projetos fsicos de estabelecimentos assistncias de

    MINISTRIO DA SADE. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo RDC n 307 de 14 de

    novembro de 2002. Altera a RDC 50 de 21 de fevereiro de 2002 que dispe sobre o Regulamento Tcnico para o

    planejamento, programao, elaborao e avaliao de projetos fsicos de estabelecimentos assistncias de sade.

    160p. 2002. [S.I.: s.n.] Disponvel em: . Acesso em:

    28 de agosto de 2009.

    MINISTRIO DA SADE. Coordenao de Controle de Infeco Hospitalar. Manual de Controle de Infeco

    Hospitalar. Braslia, 1985.

  • 14

    MINISTRIO DA SADE. Manual de Condutas: Exposio ocupacional a material biolgico: Hepatite e HIV.

    Braslia, 1999.

    MINISTRIO DA SADE. Orientaes Gerais para Central de Esterilizao. Braslia, 2001.

    Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE). Portaria n 3.214 de 08 de junho de 1978. Aprova as Normas

    Regulamentadoras - NR - do Captulo V, Ttulo II, da Consolidao das Leis do Trabalho, relativas a Segurana

    e Medicina do Trabalho.

    MOLINA, E. O Centro de Material. In: RODRIGES, E. A. C. et al. Infeces hospitalares: preveno e

    controle. So Paulo: Sarvier, 1997.

    MOURA, M. L. P. A. Enfermagem e Centro de Material e Esterilizao. 3. ed. So Paulo: Editora Senac, 1999.

    SOBECC (Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirrgico, Recuperao Anestsica e Centro de

    Material e Esterilizao). Prticas Recomendadas, Centro Cirrgico, Recuperao Anestsica e Central de

    material Esterilizado. 3 edio revisada e atualizada. So Paulo: SOBECC, 2005.

    TIPPLE, A. F. V. ; SOUZA, A. C. S. ; SOUZA, C. P. S. Equipamentos de Proteo Individual: uso e manuseio

    por alunos em uma instituio de ensino odontolgico. Rev. ABO Nac. 2003;11(3):153-61.