anÁlise da toxicidade no aÇude riacho da … · a biotecnologia vegetal como alternativa ......

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE/PRODEMA ANÁLISE DA TOXICIDADE NO AÇUDE RIACHO DA CACHOEIRA, LAJES PINTADAS (RN): UM DESAFIO INTERDISCIPLINAR A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMLTER PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVELAAA RICHELLY DA COSTA DANTAS 2012 Natal RN Brasil

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Richelly da Costa Dantas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE/PRODEMA

ANÁLISE DA TOXICIDADE NO AÇUDE RIACHO DA

CACHOEIRA, LAJES PINTADAS (RN): UM DESAFIO

INTERDISCIPLINAR

A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR

SUSTENTÁVEL

A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR

SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMLTER PARA A COTONICULTURA FAMILIAR

SUSTENTÁVELAAA

RICHELLY DA COSTA DANTAS

2012

Natal – RN

Brasil

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Richelly da Costa Dantas

Richelly da Costa Dantas

ANÁLISE DA TOXICIDADE GENÉTICA POR CONTAMINAÇÃO

DE RADÔNIO NO AÇUDE RIACHO DA CACHOEIRA, LAJES

PINTADAS (RN): UM DESAFIO INTERDISCIPLINAR

A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR

SUSTENTÁVEL

A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR

SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTER PARA A COTONICULTURA

FAMILIAR SUSTENTÁVELAAA

Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós-

Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(PRODEMA/UFRN), como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do título de Mestre.

Orientadora: Profª.Drª. Viviane Souza do Amaral

2012

Natal – RN

Brasil

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Richelly da Costa Dantas

RICHELLY DA COSTA DANTAS

Dissertação submetida ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio

Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN), como

requisito para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________

Prof(A). Dr(A). Viviane Souza do Amaral

Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte (PRODEMA/UFRN)

______________________________________________

Prof(A). PhD. Marialva Sinigaglia

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Membro externo)

_______________________________________________

Prof(A). PhD. Sílvia Regina Batistuzzo de Medeiros

Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte (PRODEMA/UFRN)

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Richelly da Costa Dantas

Dedico este trabalho

A minha família principalmente aos meus pais Rivaldo e Terezinha Dantas que são a

base na minha vida.

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Richelly da Costa Dantas

AGRADECIMENTOS

A realização desse sonho só foi possível através do apoio da minha família, agradeço aos meus

pais Rivaldo e Terezinha Dantas, a meus irmãos Jorge Augusto e Rivaldo Neto, a meus avos Rivaldo

Garcia, Djanira Galvão e Terezinha Lins, por acreditar em mim.

A Deus por está sempre comigo, em todas as minhas decisões, aflições, tristes e alegrias, que por

muitas vezes só ele conheceu.

A minha orientadora Profª. Viviane, por ter acreditado em mim, por viver esse sonho junto

comigo, por ser a pesquisadora, amiga, confidente em uma mesma pessoa, que só ela sabe ser. Muito

obrigada.

As minhas amigas, Mikaelle Kaline, Joiza Cruz, simplesmente por existir. Por ser minha

fortaleza quando mais precisei, por conhecer minhas ânsias e aflições mesmo antes de eu mencioná-las.

Por estar presente sempre que precisei. Vocês ocupam um lugar especial em minha vida. Amo vocês.

A Damião, por ser esta pessoa tão especial, por sempre acreditar em mim, e incentivar meus

passos.

A Aline, Natália e Caio por serem pessoas maravilhosas, divertidas e companheiros de trabalho

nesses 2 anos de convivência.

A Nilmara Oliveira em especial, que sempre acreditou em mim, que me ergueu nos piores

momentos. Por todas as noites em claro, por todos os dias de dedicação a esse estudo. Por ser amiga e

confidente, pelos conselhos. Pelos momentos de risos intensos, te desejo tudo de bom amiga. Tudo ira

dar certo na sua vida, porque você merece! Muito obrigada por existir.

A todos que fazem parte do LAMA e LBMG, pela convivência, e a construção de novas

amizades.

Aos professores colaboradores Silvia Batistuzzo, Thomas Ferreira, Guilherme Fulgêncio,

Raquel Franco por todo apoio que foi indispensável neste trabalho.

A Rejane Lopes, por ser essa pessoa maravilhosa, dedicada e companheira. Por muitas vezes,

compartilhamos momentos de alegria, raiva, tristes. Estarei sempre torcendo por você amiga. Esse novo

ano promete pra você!

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Richelly da Costa Dantas

A David e Érica por tornar esses anos tão divertidos. Gosto muito de vocês! Sentirei muita

falta de nossas gargalhadas.

A minha turma do PRODEMA, por todos os momentos compartilhados durante esses dois

anos. A Danuta, Luisa, Viviane, Érica, Aline, Rejane, Vilaneide, Jane, Beatriz, Clarisse, Lilia, Luan,

Leonardo e José Pio.

A CAPES, pela bolsa concedida, e a UFRN como instituição pela oportunidade dada.

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Richelly da Costa Dantas

“Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela como único objetivo, obtém, ao fim e ao cabo, a capacidade de

fazer qualquer coisa.” (Mahatma Gandhi)

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Richelly da Costa Dantas

RESUMO

ANÁLISE DA TOXICIDADE GENÉTICA POR CONTAMINAÇÃO DE RADÔNIO NO

AÇUDE RIACHO DA CACHOEIRA, LAJES PINTADAS (RN): UM DESAFIO

INTERDISCIPLINAR

A contaminação por misturas complexas de origens diversas vem sendo explorada e estudada por

décadas. O radônio é um contaminante ambiental de origem natural, que provoca efeitos

carcinogênicos. Estas emissões podem levar as mutações no tecido do pulmão, que podem iniciar

um processo carcinogênico. Assim o açude Riacho da Cachoeira, localizado no município de

Lajes Pintadas, foi escolhido para o desenvolvimento do presente estudo, já que há altas taxas de

câncer na região que chegam a 9% da população, anualmente, com isso, o objetivo principal do

presente estudo foi avaliar a mutagenicidade e toxicidade do açude Riacho da Cachoeira sob a

influência do Radônio. Como metodologia, foram realizados ensaios ecotoxicologicos com

Ceriodaphinia dubia, assim como ensaios genotoxicologicos com Tradescantia pallida e

Oreochromis niloticus. Para entender como a população de Lajes Pintadas percebe o meio

ambiente, foi realizado um estudo de percepção ambiental. Os resultados dos ensaios indicaram

que a água do açude é toxica aos organimos-teste expostos, foram encontrados metais pesados,

cloreto, coliformes totais e fecais assim como os níveis de radônio acima dos limites máximos

permitidos segundo a legislação brasileira. Os resultados encontrados podem ser justificados pelo

fato de se tratar de amostras complexas constituídas assim de diferentes compostos que

interagem só ou entre si causando efeitos sinérgicos. Concluiu-se que o açude Riacho da

Cachoeira, está contaminado com radônio, assim como por metais pesados, coliformes e cloreto,

causando efeitos toxicológicos à comunidade natural. Assim, novos estudos devem ser realizados

com a população humana da região, para verificar se os altos índices de câncer na população do

município podem estar ligados a presença da radiação natural. Desta forma, espera-se que os

órgãos competentes que administram o município de Lajes Pintadas tomem medidas cabíveis

para assegurar e minimizar os riscos a saúde da comunidade que ainda faz uso do açude.

PALAVRAS-CHAVE: Ecotoxicologia; Genotoxicidade; Radônio; Percepção ambiental; Açude

Riacho da Cachoeira.

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Richelly da Costa Dantas

ABSTRACT

GENETIC ANALYSIS OF TOXICITY RADON CONTAMINATION IN THE DAM POND

AT THE WATERFALL, LAJES PINTADAS(RN): AN INTERDISCIPLINARY CHALLENGE

Contamination by complex mixtures of various origins has been explored and studied for

decades. Radon is a naturally occurring environmental contaminant that causes carcinogenic

effects. These emissions can cause mutations in the lung tissue, which can initiate a carcinogenic

process. Thus the dam Creek Falls, located in the municipality of Lajes Pintadas, was chosen for

the development of this study, since cancer rates in the region reach 9% of the population

annually, with this, the main objective of this study was evaluate the mutagenicity and toxicity of

Riacho da Cachoeira damunder the influence of radon. The methodology ecotoxicological tests

were performed with Ceriodaphinia dubia, as well as tests with Tradescantia pallida

genotoxicologicos and Oreochromis niloticus. To understand how the population of Pintadas

Slabs realizes the environment, we performed a study of environmental perception. The test

results indicated that the reservoir water is toxic to test organimos exposed, found heavy metals,

chloride, total and fecal coliforms as well as radon levels above the maximum allowed under

Brazilian law. These results can be justified because it is so complex samples composed of

different compounds that interact only with each other or causing synergistic effects. It was

concluded that the dam Creek Waterfall, is contaminated with radon, as well as heavy metals,

coliforms and chloride, causing toxic effects to the natural community. Thus, further studies

should be performed with the human population of the region, to verify that the high rates of

cancer in the population of the municipality may be linked to the presence of natural radiation.

Thus, it is expected that the competent bodies that administer the municipality of Lajes Pintadas

take reasonable steps to minimize risks and ensure the health of the community that still makes

use of the weir.

KEYWORDS: Ecotoxicology; Genotoxicity; Radon; Environmental Awareness; Riacho da

Cachoeira Dam.

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Richelly da Costa Dantas

LISTA DE FIGURAS

DISSERTAÇÃO: Análise da toxicidade genética por contaminação de

radônio no açude Riacho da Cachoeira, Lajes Pintadas (RN): Um desafio

interdisciplinar.

Figura 1: Localização do município de Lajes Pintadas (à esquerda) O Açude

Riacho da Cachoeira e os três pontos de coletas de água (à direita) (Lajes Pintadas-

Rio Grande do Norte/Brasil)

21

Figura 2: Morador que tem a casa abastecida com a água do Açude Riacho da

Cachoeira

22

Figura 3: Preparação das laminas de Mn em Tradescantia 23

Figura 4: A- Coleta de sangue por punção branquial; B- Esfregaço sanguíneo “em

campo”

24

Figura 5: Ceriodaphnia dubia 25

Figura 6: Coleta do sedimento pela Bióloga Rejane Lopes (Laboratório de

Geoquímica UFRN)

26

Figura 7: Amostras quarteadas e separadas granulometricamente. A) Peneirador

B) Amostra 1ª Peneira C) Amostra pronta D) Peso da amostra

27

ARTIGO 1: Uma análise sócio-ambiental na perspecitva dos moradores do

município de Lajes Pintadas (RN): Um desafio a sustentabilidade no Semi-

Árido Brasileiro.

Figura 1: Localização do município de Lajes Pintadas (à esquerda) e o Açude

Riacho da Cachoeira- RN (à direita)

39

Figura 2: Escolaridade da População do município de Lajes Pintadas 41

Figura 3: Percentual das respostas para a pergunta: Você se preocupa com o meio

ambiente?

42

Figura 4: Percentual das respostas para a pergunta: No seu dia-a-dia você

considera que causa algum prejuízo ao meio ambiente?

43

Figura 5: Percentual das respostas para a pergunta: Cite um problema ambiental

que você acha que existe em sua cidade.

43

Figura 6: Percentual das respostas para a pergunta: Como você considera a

qualidade da água do açude do seu município se pudesse avaliá-lo?

44

Figura 7: Cruzamento das respostas para as perguntas: Como você considera a 45

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Richelly da Costa Dantas

qualidade da água do açude do seu município se pudesse avaliá-lo? / Você acha

que a água do açude pode prejudicar a sua saúde?

Figura 8: Cruzamento das respostas para as perguntas: Com relação ao açude da

cidade, como você utiliza esse recurso? / você já ouviu falar de Radônio?

46

Figura 9: Percentual das respostas para a pergunta: Você imagina o Município de

Lajes Pintadas sem o Açude?

46

MANUSCRITO 1 : Ecotoxicologia como Ferramenta na Investigação da

Toxicidade Associada à Radiação Natural no açude Riacho da cachoeira,

Região do Semiárido/Brasil.

Figura 8: Localização do município de Lajes Pintadas/RN 53

Figura 9: Pontos de coleta no açude Riacho da Cachoeira 54

MANUSCRITO 2 : Avaliação da Toxicidade Genética Associada ao Açude

Riacho da cachoeira, Região do Semiárido, Brasil: Impactos da Radiação

Natural

Figura 12: Localização do município de Lajes Pintadas/RN e o Açude Riacho da

cachoeira

72

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Richelly da Costa Dantas

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1: Uma análise sócio-ambiental na perspecitva dos moradores do município de

Lajes Pintadas (RN): Um desafio a sustentabilidade no Semi-Árido Brasileiro.

Tabela1: Percentual das respostas para a pergunta: Para você o que faz parte do meio ambiente? 41

MANUSCRITO 1 : Ecotoxicologia como Ferramenta na Investigação da Toxicidade

Associada à Radiação Natural no açude Riacho da cachoeira, Região do Semiárido/Brasil.

Tabela 1: Dados físico-químicos do Açude Riacho da Cachoeira, Município de Lajes Pintadas,

período de estiagem e chuvoso.

57

Tabela 2: Níveis de metais pesados no período de estiagem. 58

Tabela 3: Níveis de metais pesados no período chuvoso. 59

Tabela 4: Níveis de radônio no açude Riacho da Cachoeira. 60

Tabela 5: Taxa de mortalidade do período de estiagem. Os valores com asterisco indicam que as

taxas são estatisticamente diferentes do controle de acordo com o Teste Exato de Fisher (P<0,05).

61

Tabela 6: Taxa de mortalidade do período chuvoso. Os valores com asterisco indicam que as

taxas são estatisticamente diferentes do controle de acordo com o Teste Exato de Fisher (P<0,05).

61

MANUSCRITO 2 : Avaliação da Toxicidade Genética Associada ao Açude Riacho da

cachoeira, Região do Semiárido, Brasil: Impactos da Radiação Natural

Tabela 7: Parâmetros físico-químicos dos períodos chuvoso e estiagem (Temperatura (°C);

Pressão (kPa); pH(pH); Turbidez (FNU); Cloreto (ppm); Condutividade (microSiemens/cm); OD

(mg/L); Profundidade (m)).

76

Tabela 2: Parâmetros microbiológicos dos períodos chuvoso e estiagem 77

Tabela 3: Níveis de metais pesados no período de estiagem. 78

Tabela 4: Níveis de metais pesados no período chuvoso. 78

Tabela 5: Níveis de radônio no açude Riacho da Cachoeira 79

Tabela 6: Níveis de metais pesados presente no sedimento no período de estiagem. 80

Tabela 7: Níveis de metais pesados presente no sedimento no período chuvoso. 80

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Richelly da Costa Dantas

LISTA DE GRÁFICOS

MANUSCRITO 1 : Ecotoxicologia como Ferramenta na Investigação da

Toxicidade Associada à Radiação Natural no açude Riacho da cachoeira, Região

do Semiárido/Brasil.

Gráfico 10: Taxa de reprodução do período de estiagem. Teste Dunnett (P<0.05) 62

Gráfico 11: Taxa de reprodução do período chuvoso. Teste Dunnett (P<0.05) 63

MANUSCRITO 2 : Avaliação da Toxicidade Genética Associada ao Açude

Riacho da cachoeira, Região do Semiárido, Brasil: Impactos da Radiação

Natural

Gráfico1: Resultado das freqüências de MN em Tradescantia. 81

Gráfico 2: Freqüência de micronúcleos em eritrócitos de O. niloticus nos períodos de

seca e chuva.

82

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Richelly da Costa Dantas

SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO GERAL 15

1.1Contaminação das águas superficiais por radiação natural 15

1.2 Bioensaios de detecção de mutagenicidade 16

1.3 Bioensaios de detecção de ecotoxicidade 17

1.4 Parâmetros de qualidade hídrica 18

1.5 Percepção ambiental 19

2.0 OBJETIVOS 19

2.1 Objetivo principal 19

2.2 Objetivos específicos 20

3.0 MATERIAL E MÉTODO 20

3.1 Caracterização da área de estudo 20

3.2 Métodos 22

3.2.1 ENSAIO DE MICRONÚCLEO (MN) 22

3.2.2 ENSAIOS 23

3.2.2.1 Trad-MCN 23

3.2.2.2 Oreochromis niloticus- MCN 24

3.3 Ensaios ecotoxicológicos 24

3.4 Análises de água 25

2.4.2 Coleta de sedimento 26

3.4.1 Parâmetros Físico-Químicos 27

3.4.2 Análises de Metais Pesados 27

3.4.3 Análises Microbiológicas 28

3.5 Percepção Ambiental 28

4.0 REFERÊNCIAS 30

ARTIGO 1: Uma análise sócio-ambiental na perspecitva dos moradores do

município de Lajes Pintadas (RN): Um desafio a sustentabilidade no Semi-Árido

Brasileiro.

36

MANUSCRITO 1 : Ecotoxicologia como Ferramenta na Investigação da Toxicidade

Associada à Radiação Natural no açude Riacho da cachoeira, Região do

Semiárido/Brasil.

50

MANUSCRITO 2 : Avaliação da Toxicidade Genética Associada ao Açude Riacho

da cachoeira, Região do Semiárido, Brasil: Impactos da Radiação Natural

69

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 91

ANEXO 1 92

ANEXO 2 94

ANEXO 3 96

ANEXO 4 98

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Richelly da Costa Dantas

1.0 INTRODUÇÃO GERAL

A WWF (2012) conceitua o desenvolvimento sustentável como sendo um modo de vida

capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as

necessidades das futuras gerações.

O conceito de desenvolvimento sustentável vem fornecer a garantia de uma mudança no

processo de transformação, no qual a exploração dos recursos naturais renováveis ou não, a

direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças

institucionais se harmonizem e reforcem o potencial presente e futuro, para atender as

necessidades e aspirações humanas (SACHS, 2002). De fato, se entende que para uma sociedade

se desenvolver de forma sustentável é preciso reconhecer o valor dos bens ambientais, assim

como a valorização da identidade cultural, como crenças e costumes, de modo a desenvolver

ações direcionadas ao desenvolvimento da cidadania e busca de justiça ambiental pelos sujeitos

sociais dessas comunidades.

Nesta perspectiva, a demanda por água de boa qualidade é um dos maiores desafios da

atualidade. A avaliação destas fontes hídricas através de teste de natureza biológica, química e

física para a identificação de agentes tóxicos nos ecossistemas aquáticos consegue expressar

qualitativamente as condições dos recursos hídricos.

1.1 Contaminação das águas superficiais por radiação natural

Várias são as fontes de contaminação dos mananciais, tais como: poluição doméstica,

industrial e/ou natural. A partir desse contexto, em especial à fonte natural, o estudo na área de

Lajes Pintadas torna-se relevante, já que é uma região rica em sua geologia podendo encontrar (i)

águas marinhas e micas que apresentam valor comercial e (ii) rochas cristalinas como

pegmatitos, que destacam-se neste estudo por conter em suas fendas um subproduto do Urânio

que é o Radônio - gás natural formado durante o decaimento do urânio-238 (SNAVELY, 1989).

Uma vez que inalado um átomo de radônio, a sua desintegração em polônio-218 ocorrerá

dentro dos pulmões, havendo um depósito desse metal e, dentro de poucas horas, irá emitir várias

partículas alfa, beta e raios gama. Estas emissões podem levar as mutações no tecido do pulmão,

que podem iniciar um processo carcinogênico (NAS,1988). Desta forma, o radônio foi

classificado como um gás altamente carcinogênico (UNSCEAR, 2010; ATSDR, 1990). O que

pode explicar os altos índices de câncer de pulmão no município de Lajes Pintadas.

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Richelly da Costa Dantas

O Rádio 226 é atribuído à indução de dois tipos específicos de malignidades: sarcomas

ósseos e carcinomas na cavidade cerebral. Atribuem-se os carcinomas de cabeça ao decaimento

do Rádio 226 para o Radônio 222 no interior do corpo humano. O acúmulo de Radônio 222 na

cavidade da cabeça funciona como sendo o maior indutor destes carcinomas (OMS, 2009).

Ainda segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), e o Programa

Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos (USNTP) o radônio é um agente carcinogênico

humano, onde exposições prolongadas podem provocar além do câncer pulmonar, várias outras

complicações para a saúde dos indivíduos.

No Brasil há poucos trabalhos sobre os efeitos da radiação natural em organismos. Porém

pode-se mencionar o de Marcon et al. (2010), que estudou misturas complexas em peixe.

Trabalhos como o de Gastaldo et al. (2008), relata que os efeitos da exposição de organismos a

radiação beta causam lesões em nível de DNA, e Ishikawa et al. (2003) afirma que os efeitos a

exposição a radiação alfa estão relacionados com quebra cromossômica e o surgimento de

câncer.

1.2 Bioensaios de detecção de mutagenicidade

As mutações são classificadas em gênicas e cromossômicas, essas ocorrem por causar

alterações em nível de DNA, podendo ser espontâneas ou induzidas. Os agentes mutagênicos por

sua vez, podem ser de natureza física e /ou química (VAN LEEUWEN et al. , 2011; ANDRADE

et al., 2011)

Uma forma de se estudar os efeitos deletérios em populações expostas a poluentes, é

conduzir estudos de biomonitoramento, utilizando, por exemplo, parâmetros biológicos

pertinentes, tais como, ensaios citogenéticos (ex. teste de micronúcleo), que podem identificar

alterações nos cromossomos resultantes da exposição a agentes mutagênicos (FENECH et al.,

1999).

Um dos testes pra detecção de mutagênese mais utilizado é o de Micronúcleo (MN) -

pequena massa nuclear delimitada por membrana e separada do núcleo principal. Os MNs são

resultantes de fragmentos cromossômicos acêntricos ou de cromossomos inteiros que não foram

incluídos no núcleo principal. Logo, os micronúcleos representam perda de cromatina em

conseqüência de dano cromossômico estrutural ou no aparelho mitótico (TERRADAS et al.,

2010 SALVATORI et al., 2003)

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17

Richelly da Costa Dantas

Este ensaio caracteriza-se por ser um método sensível para o biomonitoramento de

substâncias mutagênicas que podem estar presentes nos ambientes (MA, 1979; FENECH et al.,

1999,2010,2011). O teste de Micronúcleos pode ser utilizado como uma ferramenta direta de

estudo, por permitir a verificação de alterações cromossômicas em organismos expostos de

forma crônica a diferentes poluentes.

Vários trabalhos têm utilizado esse bioensaio em diversos organismos bioindicadores tais

como peixes e microcrustáceos (NAKAYAMA et al., 2010; MARCON et al., 201; KUHL,

2010). Nessa década a ictofauna vem sendo utilizada como um bioindicador de qualidade

ambiental, e com isso inúmeros artigos já estão sendo publicados empregando como metodologia

testes de Micronúcleos em peixes (MARCON et al., 2010; ÇAVAS e ERGENE-GOZUKARA,

2005). Uma espécie que está sendo amplamente utilizada é a Oreochromis niloticus, que

apresenta a capacidade de se adaptar a diversos habitats por ser exótica, facilitando o seu uso

como um excelente bioindicador de micronúcleo (SOUZA; FONTANETTI, 2006; HOSHINA et

al., 2008; MARCON et al., 2010).

Outro bioindicador amplamente empregado é a planta do gênero Tradescantia (Trad-

MCN). Esta planta caracteriza-se por apresentar alta resistência e adaptação a condições

climáticas sendo sensível a modificações provocadas por agentes químicos (ALVES et al, 2007;

ANDRADE- VIEIRA et al., 2011), poluição atmosférica (MEIRELES et al., 2009;

CARVALHO-OLIVEIRA et al., 2005), drogas (KIM et al., 2003), radiação (SUYAMA et al.,

2002; Ma et al., 1981), solo (CESNIENE et al., 2010; MAJER et al., 2002), água (GARCIA et

al., 2011; Ceretti et al., 2010) e pesticidas (MISÍK et al., 2006; RODRIGUES et al., 1998 a;b).

1.3 Bioensaios de detecção de ecotoxicidade

A ecotoxicologia pode ser definida como a ciência que estuda e compreende os efeitos

deletérios promovidos pelas substâncias químicas, principalmente de origem antrópica, sobre as

populações ou comunidades de organismos presentes nos ecossistemas (NETO, 2009).

Os ensaios ecotoxicológicos são bastante utilizados uma vez que os ecossistemas

aquáticos constituem os principais receptores de contaminantes, lançados diretamente nos corpos

d’água por meio das descargas de efluentes. Vários são os objetivos desses ensaios: (i) calcular a

toxicidade de agentes químicos, efluentes líquidos, lixiviados de resíduos sólidos, etc.; (ii)

instituir critérios e padrões de qualidade das águas; (iii) estabelecer limites máximos de

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Richelly da Costa Dantas

lançamento de efluentes líquidos em corpos hídricos; (iv) analisar a necessidade de tratamento de

efluentes líquidos quanto às exigências de controle ambiental; (v) avaliar a qualidade das águas;

(vi) comparar a toxicidade relativa de diferentes substâncias; (vii) avaliar a sensibilidade relativa

de organismos aquáticos; (viii) auxiliar programas de monitoramento ambiental, (ix) estimar os

impactos provocados em acidentes ambientais (KUHL et al., 2010; MAGER et al., 2011; RAND

e PETROCELLI, 1985).

Dentre os organismos utilizados na ecotoxicologia, podemos destacar a Ceriodaphinia

dubia. Este bioindicador é um microcrustáceo de água doce, da classe Branchiopoda, ordem

Cladocera, tem tamanho de 0,8mm a 0,9mm. Possuem um corpo coberto por uma carapaça

transparente. São filtradores e alimentam-se de algas, bactérias e detritos orgânicos (CETESB,

1997). Em condições adequadas, esses organismos apresentam reprodução assexuada por

partenogênese, em que as fêmeas produzem células diplóides que originam outras fêmeas com o

mesmo genótipo, assim apresentando homogeneidade genética, o que permite boa

reprodutibilidade dos resultados nos ensaios de toxicidade (GERARDI-GOLDSTEIN et al.

1983).

Estudos recentes utilizam a espécie Ceriodaphinia dubia para detectar toxicidades agudas

e crônicas, com relação à mortalidade e as taxas reprodutivas aos organismos expostos a

contaminantes, como exemplo, ao cádmio (RODGHER et al., 2008; SOFYAN et al., 2007)

chumbo, zinco (COOPER et al., 2009), assim como várias outras contaminações de origem

antrópica (KÜHL et al., 2010).

1.4 Parâmetros de qualidade hídrica

Adicionalmente aos testes mutagênicos e ecotoxicológicos as análises da qualidade da

água, tais como, os parâmetros físico-químicos, microbiológicos e análises de metais pesados são

essenciais para detectar uma variedade de contaminantes presentes nos ecossistemas aquáticos,

que podem estar envolvidos direta ou indiretamente com a mutagenicidade e/ou toxicidade

observada (OHE et al., 2004).

Cada metal pesado, que tem origem antrópica possui uma causa e efeito. Pode-se

exemplificar falando do cádmio, geralmente originado de minas, que nos dias atuais é utilizado

na fabricação de pilhas e baterias. Os efeitos tóxicos desse metal são bastante conhecidos,

podendo levar a carcinogênese por vários mecanismos de ação (BADISA et al., 2008; FATUR et

al., 2002).

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No Brasil os limites permissíveis para cada metal, os parâmetros físico-químicos e

microbiológicos, são determinados e regulamentados pelo CONAMA (Conselho Nacional do

Meio Ambiente). Os limites permissíveis internacionalmente são regulamentados pela OMS

(Organização Mundial de Saúde). Desta forma, devem ser levados em consideração para as

análises de toxicidade ambiental.

1.5 Percepção ambiental

As atividades de percepção sócio/ambiental podem ser definidas como sendo uma tomada

de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o ato de perceber o meio que se está inserido,

aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo. Cada indivíduo percebe, reage e responde

diferentemente às ações sobre o ambiente em que vive (PIRES et al., 2011).

As respostas ou manifestações decorrentes são resultados das percepções (individuais e

coletivas), dos processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada pessoa (FERNANDES,

2003).

Para a coleta de dados, o desenvolvimento de uma atividade de percepção, o método

mais utilizado são os questionários, pois permite atingir um número vasto de entrevistados assim

como preservar o anonimato destes, dessa forma, essas pessoas se sentem confiantes a descrever

opiniões e informações pessoais (MUÑOZ, 2003).

Saber como os indivíduos percebem o ambiente em que vivem suas fontes de satisfação e

insatisfação e sua inter-relação com o local ao qual está inserido, é de fundamental importância,

pois só assim, conhecendo a cada um, será possível a realização de um trabalho com bases

locais, partindo da realidade do público alvo (FAGGIONATO, 2002).

2.0 OBJETIVOS

2.1 Objetivo principal

Avaliar a mutagenicidade e toxicidade das águas do Açude Riacho da Cachoeira localizado no

município de Lajes Pintadas/RN sob a influência de misturas complexas.

2.2 Objetivos específicos

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Richelly da Costa Dantas

Avaliar os aspectos, químicos, físicos e biológicos das águas do Açude Riacho da

Cachoeira;

o Por meio da medição de:

Concentração de metais, coliformes e radioatividade nas amostras de água;

Concentração de metais nas amostras de sedimentos;

Freqüência de micronúcleo (MCN) em eritrócitos de peixes (O. niloticus), assim

como em células no estágio de tétrades em plantas (Tradescantia pallida purpurea);

Taxas de mortalidade e reprodução em microcrustáceo (Ceriodaphnia dubia);

Realizar e analisar a percepção ambiental com moradores locais;

3.0 MATERIAIS E MÉTODO

3.1 Caracterização da área de estudo

O município de Lajes Pintadas está situado na mesorregião do Agreste Potiguar do RN

(Figura1) encontra-se em uma distância de 135 quilômetros da Capital Natal. Além disso, limita-

se com os municípios de São Tomé, Campo Redondo e Santa Cruz. De acordo com o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), o município apresenta uma população de

4.614 habitantes, ou seja, 90 vezes mais casos que na capital Natal.

Na última década, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou taxas brutas (homens e

mulheres) para o Brasil de câncer para cada 100.000 habitantes de aproximadamente 529 casos

por ano. Segundo o mesmo Instituto, em 2010, a estimativa para Natal foi de 353,5 novos casos.

Porém no município de Lajes Pintadas, neste mesmo ano, foram registrados 415,2 novos casos

registrados pela Secretaria Municipal de Saúde.

A cidade fazia parte do município vizinho chamado Santa Cruz, quando o Açude público

foi construído no ano de 1953 - capacidade máxima de 6.000.000 m3 - com a finalidade de

abastecer a comunidade que se formava e que não possuía água encanada e era castigada pela

seca da região do agreste potiguar.

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Richelly da Costa Dantas

Figura 1 Localização do município de Lajes Pintadas (à esquerda) O Açude Riacho da Cachoeira e os três pontos de

coletas de água (à direita) (Lajes Pintadas-Rio Grande do Norte/Brasil)

Os pontos de coleta foram escolhidos em linha reta, com a finalidade de abranger os

possíveis tipos de contaminantes que o açude esta sujeito. O ponto 1 encontra-se próximos a

áreas de plantio; O ponto 3 se localiza próximo a área urbana; O ponto 2 está posicionado entre

as áreas de contaminação representadas pelo ponto 1 e 3.

O abastecimento por meio deste corpo hídrico foi imprescindível para fornecer matéria

prima e condições para que a comunidade de Lajes Pintadas se estabelecesse. Além disso, foi o

Açude que supriu por muitos anos a comunidade até o momento em que a adutora Monsenhor

Expedito, que hoje abastece 23 localidades da região Agreste do Estado, fosse liberada para o

trecho do Trairi no ano de 2003. Porém, mediante as entrevistas realizadas com a população

assim como registros fotográficos mostram que parte dela ainda depende deste recurso hídrico,

para tomar banho, lavar roupas (FIGURA 2) e utensílios domésticos, já que a adutora ainda não

chega às casas mais próximas ao açude.

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Richelly da Costa Dantas

Figura 2 Morador que tem a casa abastecida com a água do Açude Riacho da Cachoeira

3.2 Métodos

3.2.1 ENSAIO DE MICRONÚCLEO (MN)

O teste de Micronúcleos (MN) é um ensaio utilizado para detecção de agentes

clastogênico (quebra do cromossomo) e aneugênicos (induzem a segregação cromossômica

anormal) (KIRSCH-VOLDERS et al., 2011; BOLOGNESI et al, 2006; MA et al., 2011)

As espécies escolhidas para a realização dos testes foram Tradescantia pallida e

Oreochromis niloticus. A primeira espécie é vegetal foi escolhida por ser um bioindicador

sensível a alterações cromossômicas. Cerca de 50 vasos contendo talos da espécie foram

acondicionados no campus central UFRN, onde foram regadas com água destilada e uma solução

nutritiva preparada (Solução de Hoagland), pois dessa forma minimiza-se a influência de agentes

exógenos. Para a exposição das plantas, foram coletados 5 litros de água do Açude por ponto de

coleta, acondicionados em gelo no momento do transporte até o destino final.

Para os ensaios com Oreochromis niloticus, os peixes pertencentes ao grupo dos expostos

às misturas complexas foram capturados no Açude, por meio de arrasto com redes de pesca, que

abrangeu toda a área do açude, já que essa espécie não é territorislista, ou seja, não permanece

em única área, fica assim em constante movimentação em busca de alimentos. Após coletados

Fonte

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foram realizados a punção branquial (in situ). O grupo controle foi coletado na Escola Agrícola

de Jundiaí, RN. Para a análise dos peixes, o projeto foi submetido e aceito pela Comissão de

Ética no uso de Animais da UFRN (CEUA), sob o processo de número 056/2010 (Anexo 1).

Assim como pelo SISBIO/ICMBio através da solicitação de número 27078.

3.2.2 ENSAIOS

3.2.2.1 Trad-MCN

Como mostrado na figura 3, cerca de 90 talos foram coletados por ponto/teste, onde

apenas as inflorescências jovens foram selecionadas e submetidas às seguintes etapas: Adaptação

- a planta permanece 24 horas em solução de Hoagland (Solução nutritiva); Exposição - a planta

é colocada em contato com a água bruta coletada do Açude por 12 horas e Recuperação - 24

horas em solução de Hoagland. Para o controle positivo foi utilizado formaldeído a 0,2%, e para

o controle negativo apenas solução de Hoagland.

Após a preparação dos botões ocorreu a preparação citológica, sendo selecionados botões

florais jovens que continham células mães de grãos de pólen em estágio de tétrades Ma et al.,

(1994). As anteras obtidas foram maceradas com bastão de vidro sobre lâmina para microscopia.

De cada ponto amostral e dos controles positivo e negativo foram preparadas 10 (dez) lâmina.

Um total de 300 tétrades, por lâmina, foram analisados em microscópio óptico, em um aumento

de 400X.

O teste foi realizado nos períodos de estiagem (Novembro de 2010) e chuvoso (Maio de

2011).

Figura 3 Preparação das laminas de Mn em Tradescantia

Fonte

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2011

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3.2.2.2 Oreochromis niloticus- MCN

Em Oreochromis niloticus foi coletado in loco 0,3 mL de sangue através da punção

branquial, de 12 animais por estação (=24) e um grupo controle (=12), totalizando um N de 36

(Figura 4A). Ainda em campo foram realizadas três lâminas de esfregaços por indivíduo (Figura

4B). O material foi fixado em etanol PA, levados para o laboratório e corado com Giemsa a 10%.

Para a análise citogenética foram analisadas três lâminas, cada uma com um total de 1.000

eritrócitos, contabilizando um total de 3.000 eritrócitos por peixe. Foi analisado em microscópio

óptico, em um aumento de 1000 X com óleo de imersão.

O teste foi realizado nos períodos de estiagem (Dezembro de 2010) e chuvoso (Maio de

2011)

Figura 4A- Coleta de sangue por punção branquial; B- Esfregaço sanguíneo “em campo”

3.3 Ensaios ecotoxicológicos

Foram realizados os testes ecotoxicológicos, com a finalidade de avaliar os efeitos

tóxicos agudos (primeiras 48h) e crônicos (após as 48h iniciais) a partir da espécie exótica

Ceriodaphnia dubia (Figura 5). Essa espécie é bastante sensível, sendo considerado um

excelente bioindicador de qualidade ambiental. (KÜHL et al., 2010)

A B F

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Foram realizadas seis coletas de água no açude Riacho da Cachoeira, sendo três no

período de estiagem (setembro, novembro e dezembro de 2010) e três no período chuvoso (maio,

junho e agosto de 2011). As Ceriodaphnias foram expostas a estas amostras, seguindo a norma

13373 da ABNT. Os meses que foram realizados os ensaios de Tradescantia e Oreochromis nos

períodos de estiagem e chuvoso coincidem com os testes ecotoxicológico.

Para a exposição das Ceriodaphnias dubias, a cada ponto de coleta de água (P1, P2 e P3)

foram expostos 10 filhotes, em recipientes de 50 mL distintos e independentes, totalizando 30

indivíduos por coleta, mais 10 do grupo controle. Cabe ressaltar que esses indivíduos são apenas

fêmeas, já que são organismos partenogenéticos. Os organismos foram mantidos nos recipientes

por 8 dias, com troca de água e adição de alimentos a cada 2 dias.

O controle negativo foi exposto pelo mesmo período de tempo a água de cultivo (norma

13373 da ABNT). A cada dia de renovação, a água era trocada, os indivíduos eram alimentados

com alga preparada segundo a norma 13373 da ABNT, e depois registrados a taxa de natalidade

e de mortalidade e reprodução.

Figura 5 Ceriodaphnia dubia

3.4 Análises de água

3.4.1 Coleta de água

Para a realização dos métodos, foram coletas amostras de água, no período de estiagem

que compreendem aos meses de setembro, novembro e dezembro de 2010 e o período chuvoso

Fonte

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nos meses de maio, junho e agosto de 2011. Nas análises físico-químicas não foram coletadas

água, já que essa medição foi feita através de análise in situ por meio de uma sonda

multiparâmetro, obedecendo aos meses supracitados. Para os parâmetros de metais pesados e

microbiológicos eram coletados 1L de água por ponto e por parâmetro em fracos plásticos

estéreis. Nas coletas destinada a quantificação dos níveis de radiação, as amostras eram

armazenadas em frascos âmbar de 1 litro, essas amostram foram acidificados com ácido nítrico

P.A, até que a amostra chegasse a um pH aproximado de 1. Todo esse material era transportado

para o laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em caixas de isopor com

gelo.

3.4.2 Coleta de sedimento

Para a análise em sedimento, as amostras foram coletadas nos períodos de estiagem

(dezembro de 2010) e chuvoso (agosto de 2011) em frascos de vidro (Figura 6), e levados ao

laboratório onde foram acondicionadas em travessas de vidro, secas em estufa (Maraca-

TECNAL Modelo: TE-393/2) a 60 ° C até a remoção de toda a umidade, desagregadas em

almofariz de porcelana, sendo posteriormente quarteadas e separadas granulometricamente em

peneiras de aço inoxidável de 1mm (16 TYLER/MESH); 0,150mm (100 TYLER/MESH);

0,063mm (250 TYLER/MESH) (Figura 7).

Figura 6 Coleta do sedimento pela Bióloga Rejane Lopes (Laboratório de Geoquímica UFRN

Fonte

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Após, o sedimento foi pesado até atingir 1,0 g, colocado em estufa a 100° C por uma hora

e esfriado em dissecador. Entãom foi adicionado 5 mL de HCl 0,5mol/L agitando-se por 150

minutos, caracterizando o ataque ácido fraco.

Em seguida a decantação, o sobrenadante foi transferido para um funil contendo papel

filtro e escoado para provetas de 20 mL completando-se o volume com HCl 0,5 mol/L.

Posteriormente foram transferidos para frascos de polietileno de 100 mL e refrigeradas até ao

momento da leitura por espectrofotometria de absorção atômica.

Figura 7 Amostras quarteadas e separadas granulometricamente. A) Peneirador B) Amostra 1ª Peneira C) Amostra pronta D) Peso da amostra

3.4.3 Parâmetros Físico-Químicos

Através da Sonda multiparâmetro do modelo Troll 9000 Pro XP, os parâmetros físico-

químico foram verificados in situ. Estas medições foram feitas a cada 1 minuto por 10 vezes,

totalizando um número de 10 repetições por ponto.

Foram analisados parâmetros tais como: temperatura, pressão, condutividade, oxigênio

dissolvido, saturação do oxigênio dissolvido, pH e turbidez.

3.4.4 Análises de Metais Pesados

Foram analisados metais presentes na água e no sedimento. A metodologia utilizada, em

água bruta foi a APHA et al. (2005). As análises foram feitas em triplicata, os metais analisados

foram: alumínio, cádmio, cobalto, cobre, chumbo, cromo, ferro, manganês, níquel, prata e zinco.

A B C D

Fonte

: R

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3.4.5 Análises Microbiológicas

Foram analisados os parâmetros microbiológicos presentes na água. A metodologia

utilizada na água bruta foi a APHA et al. (2005). Foram quantificados os coliformes fecais e os

termotolerantes presentes na água.

3.4.6 Análises de Radiação

Após a coleta que contemplou todo o Açude, totalizando 26 áreas, essas amostras foram

enviadas para o laboratório de radiação natural na Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

onde os níveis de radônio presentes na água foram quantificados. A metodologia utilizada foi

baseada na The E-PERM System Radon, 1999.

Para a análise de radiação alfa e beta, foram enviadas para ao LAPOC no estado de Minas

Gerais onde os níveis de radiação foram quantificados (MALANCA et al., 1998).

3.5 Percepção ambiental

Para a coleta de dados foi utilizado um questionário (Anexo 2) com questões fechadas, que

facilita a categorização das respostas para posterior análise, permitindo uma boa

contextualização das questões assim como apresentam pouca possibilidade de erro. Além disso,

foi feita uma questão aberta com o intuito de investigar o simples conhecimento sobre o meio

ambiente em Lajes Pintadas (RN), os questionários foram aplicados contemplando toda a área do

município.

O protocolo para essa pesquisa (116/10 CEP/UFRN) foi aprovado pelo Comitê de Ética

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (CAAE 0132.0.051.000-10) em

outubro de 2010 (Anexo 3). Foram pré-definidos os participantes da comunidade dentre aqueles

com idade igual ou superior a 18 anos, que habitam o município, de ambos os sexos, de qualquer

etnia, grupo ou classe social. A escolha desses indivíduos foi feita de forma aleatória. Um total

de 100 questionários foi aplicado no período entre 30 de novembro a 30 de dezembro de 2010.

Todos os participantes foram voluntários e assinaram o termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (Anexo 4) sobre a pesquisa indicado pelo comitê de ética local.

Para a elaboração do questionário, foram realizadas entrevistas piloto, com 20 pessoas

escolhidas aleatoriamente que residissem na cidade há mais de cinco anos e que fossem maiores

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de 18 anos. Este piloto teve como objetivo conhecer a escolaridade, cultura, conhecimento da

área assim como do tema a ser pesquisado. Além da pesquisa de campo, utilizamos a pesquisa de

referências na literatura que já utilizaram questionários de percepção ambiental (SIQUEIRA,

2008; BEZERRA et al, 2008; GARCIA et al, 2011).

O questionário foi dividido em três enfoques: identificação e perfil do entrevistado;

conhecimento e preocupação com o Meio Ambiente e conhecimento do Açude Riacho da

Cachoeira.

Para a análise e interpretação dos dados foi usado o programa SPSS Statistics 15.0

(Statistical Package for the Social Science) e foram utilizadas técnicas estatísticas descritivas,

como distribuição de freqüência e tabulação cruzada (ou crosstabs).

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Richelly da Costa Dantas

4.0 REFERÊNCIAS

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Richelly da Costa Dantas

ARTIGO 1- Uma análise sócio-ambiental na perspectiva dos moradores do

município de Lajes Pintadas (RN): Um desafio a sustentabilidade no Semi-Árido

Brasileiro

Este artigo foi publicado na Revista Eletrônica Educação Ambiental em Ação (ISSN 1678-0701)

em 13 de dezembro de 2011, na sua 38ª edição.

Pode ser visualizada acessando a página:

http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1151&class=02

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Richelly da Costa Dantas

Uma análise sócio-ambiental na perspectiva dos moradores do município

de Lajes Pintadas (RN): Um desafio a sustentabilidade no Semi-Árido

Brasileiro

Diante das dificuldades na região do semi-árido localizada no nordeste brasileiro, o município de Lajes Pintadas

que por muitos anos sofreu com a seca da região agreste potiguar, desde a década de 50 foi beneficiado com a

construção de um açude público (Riacho da Cachoeira) onde mesmo, com a instalação da adutora, ainda é

utilizado para beber, lavagem de [...]

Richelly da Costa Dantas¹; Nilmara de Oliveira Alves2; Sílvia Regina Batistuzzo de Medeiros

3;

Viviane Souza do Amaral4

¹ Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, e-mail: [email protected].

2 Mestre em Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e-

mail: [email protected].

3 Pós-Doutora em Biologia Molecular pela Université de Lausanne, UNIL, Suiça, Professora pertencente ao Departamento de

Biologia Celular e Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professora Colaboradora do Programa de Pós-

graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente PRODEMA/RN. Lagoa Nova/ Natal/RN, CEP. 59720-970. E-

mail: [email protected].

4 Doutora em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professora adjunta do

Departamento de Biologia e Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professora Permanente do Programa de

Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente PRODEMA/RN. Lagoa Nova/ Natal/RN, CEP. 59720-970, e-

mail: [email protected]. RESUMO: Diante das dificuldades na região do semi-árido localizada no nordeste brasileiro, o

município de Lajes Pintadas que por muitos anos sofreu com a seca da região agreste potiguar, desde a

década de 50 foi beneficiado com a construção de um açude público (Riacho da Cachoeira) onde mesmo,

com a instalação da adutora, ainda é utilizado para beber, lavagem de utensílios domésticos, pesca e para

lazer da população. A região onde o município esta inserido é rica em Radônio (Rn) natural, corroborando

para uma qualidade de vida inferior dessa comunidade. Este artigo teve como objetivo realizar um estudo

de percepção sócio-ambiental com 2,14% da população de Lajes Pintadas (RN). Nesse sentido, foram

aplicados 100 questionários no período de Dezembro de 2010 a Fevereiro de 2011. A pesquisa foi

dividida em três enfoques: identificação e perfil do entrevistado; conhecimento e preocupação com o

meio ambiente e com o Açude. Os resultados mostraram que os moradores se preocupam com o meio

ambiente (76%), porém, uma parte dos entrevistados (33%) afirma que causam muito prejuízo ao local

onde vivem. Também, observou-se que 79% dos entrevistados afirmam nunca ter ouvido falar no Rn.

Dessa forma, pretende-se que com os dados obtidos nessa pesquisa, sejam elaboradas atividades

educacionais, que tenham o intuito a trocar experiência com a comunidade e a colaboração com projetos

de conscientização dos problemas locais, em especial, a questão dos recursos hídricos e um maior

conhecimento sobre o Radônio.

Palavras-chave: Análise sócio-ambiental, Recursos hídricos e Radônio.

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1. INTRODUÇÃO

O município de Lajes Pintadas, localizado no estado do Rio Grande do Norte (RN),

caracteriza-se por ser uma área geológica rica em pegmatitos, que gera naturalmente o Radônio

(Rn), um gás radioativo. De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer

(IARC) e o Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos (USNTP) o Rn, dependendo

do período de exposição, pode causar desde problemas respiratórios até o desenvolvimento do

câncer. Segundo os dados emitidos pela Secretaria Municipal de Lajes Pintadas, nos últimos três

anos (2007 a 2010), 9% da população adquiriu algum tipo de câncer, sendo os mais freqüentes:

pulmão, estômago, fígado, mama e próstata.

Outra problemática do município em estudo é a questão da seca na região do agreste do

RN. Tendo como principal objetivo minimizar estas dificuldades, o açude Riacho da Cachoeira

foi construído em 1953 e com isso, foi possível abastecer várias comunidades, incluindo a área

em estudo. Entretanto, a água que chega a Lajes Pintadas através da adutora, hoje instalada, não

beneficia toda a população e diante desse problema, algumas pessoas vivem às margens do açude

e utilizam a água como fonte primária, ou seja, para beber, cozinhar, banhar-se assim como para

lavagem de utensílios domésticos e roupas. (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2005).

A questão da saúde das populações e do meio ambiente vem sendo considerada cada vez

mais urgente e importante para a sociedade. A exposição humana a agentes químicos, físicos

e/ou biológicos podem ser originadas tanto por fontes naturais como artificiais, podendo causar

sérios danos a saúde das pessoas expostas.

Dessa forma, será possível a realização de um trabalho com bases locais, partindo da

realidade do público alvo. Nesse contexto, o estudo da percepção ambiental é de grande

importância. Para Davidoff, (1983) “a percepção define-se como o processo de organizar e

interpretar dados sensoriais recebidos (sensações) para desenvolvermos a consciência do

ambiente que nos cerca e de nós mesmos. A percepção implica interpretação.” Logo, cada

indivíduo percebe, reage e responde diferentemente às ações sobre o ambiente em que vive.

Saber como os indivíduos percebem o ambiente em que vivem, suas fontes de satisfação e

insatisfação assim como sua inter-relação com o local ao qual está inserido é fundamental para a

educação como um todo. As atividades que visam cidadania consciente serão feitas com base em

estratégias educativas apropriadas à realidade social (KRASILCHIK; PONTUSSHKA, 2006)

É importante destacar que várias ações podem ser feitas para a preservação ambiental,

como analisar as atitudes humanas sobre as forma de monitoramento ambiental, compreender a

percepção dos moradores rurais, desenvolver programas de Educação Ambiental (E.A) que

integrem conhecimentos de educadores, cientistas e agricultores entre outras (Gomez-Pompa;

Kaus, 2000).

Diante da necessidade de se entender como a população de Lajes Pintadas (RN)

compreende e age diante da relação do homem com a natureza, o presente trabalho tem como

objetivo fazer uma análise da percepção sócio/ambiental, investigando a relação do açude Lajes

Pintada com os moradores dessa comunidade e os conhecimentos prévios em relação ao Rn.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O município de Lajes Pintadas está situado na mesorregião do Agreste Potiguar do RN e

se encontra em uma distância de 135 quilômetros da Capital Natal. Além disso, limita-se com os

municípios de São Tomé, Campo Redondo e Santa Cruz. De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística – IBGE (2010), o município apresenta uma população de 4.614

habitantes. O Açude Público, Riacho da Cachoeira, tem capacidade máxima de

6.000.000m3 (Figura1).

Figura 1. Localização do município de Lajes Pintadas (à esquerda) e o Açude Riacho da

Cachoeira- RN (à direita)

2.2. APLICAÇÃO E ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS

Para a coleta de dados foi utilizado um questionário com questões fechadas, que facilita a

categorização das respostas para posterior análise, permitindo uma boa contextualização das

questões. Além disso, foi feita uma questão aberta com o intuito de investigar o simples

conhecimento sobre o meio ambiente em Lajes Pintadas (RN).

O protocolo para essa pesquisa (116/10 CEP/UFRN) foi aprovado pelo Comitê de Ética

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (CAAE 0132.0.051.000-10) em

outubro de 2010. Foram pré-definidos os participantes da comunidade com idade igual ou

superior a 18 anos, habitantes do município, de ambos os sexos, de qualquer etnia, grupo ou

classe social. A escolha desses indivíduos foi feita de forma aleatória. Um total de 100

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questionários foi aplicado no período de Dezembro de 2010 a Fevereiro de 2011, o que

corresponde a 2,16% da população local. Todos os participantes foram voluntários e assinaram o

termo de Consentimento Livre e Esclarecido sobre a pesquisa indicado pelo comitê de ética

local.

Para a elaboração do questionário, foram realizadas entrevistas piloto, com 20 pessoas

escolhidas aleatoriamente que residissem na cidade há mais de cinco anos e maiores de 18 anos.

Este trabalho buscou conhecer a escolaridade, cultura, conhecimento da área e do tema a ser

pesquisado. Cabe salientar, que estes questionários foram baseados em pesquisas científicas com

o mesmo enfoque (SIQUEIRA, 2008; BEZERRA et al, 2008; GARCIA et al, 2011).

O questionário está dividido em três aspectos: identificação e perfil do entrevistado;

conhecimento e preocupação com o Meio Ambiente e conhecimento do Açude Riacho da

Cachoeira.

Para a análise e interpretação dos dados foi usado o programa SPSS Statistics 15.0

(Statistical Package for the SocialScience) e foram utilizadas técnicas estatísticas descritivas,

como distribuição de freqüência e tabulação cruzada (ou crosstabs).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. IDENTIFICAÇÃO E PERFIL DO ENTREVISTADO

Para conhecer o perfil dos participantes deste estudo de percepção ambiental, foram

analisados os seguintes critérios: sexo, faixa etária, escolaridade e tempo de moradia no

município.

Desta amostra de 100 indivíduos, observou-se que 70% são do sexo feminino e 30% do

sexo masculino. Vale ressaltar que os questionários foram aplicados no horário matutino e

durante as visitas, percebeu-se que a maioria dos homens estavam em horário de trabalho, o que

justifica este resultado.

Com relação à idade dos entrevistados, foram definidas categorias de faixas etárias que

compreendem desde os 18 até acima de 60 anos. Observou-se que 13% dos participantes estão

na faixa entre 18 e 20 anos e a maioria dos entrevistados possui entre 21 e 30 anos (29%),

seguida pela faixa entre 31 e 40 anos (17%). Cerca de 30% da amostra apresentam a faixa etária

entre 41 e 50 anos (14%) e entre 51 e 60 anos (14%). Logo, apenas 13% dos participantes tinham

acima de 60 anos. É importante destacar que estes dados corroboram com os resultados

publicados no IBGE (2010).

Quanto à escolaridade, apenas 2% dos entrevistados possuem ensino superior completo.

Em contrapartida, 34% dos entrevistados possuem apenas o 1° grau incompleto e 12% não tem

escolaridade, dados estes que simbolizam a baixa escolaridade dessa comunidade conforme o

censo do IBGE (2010) (Figura 2). Vale ressaltar que os participantes que possuem maior

escolaridade (a partir do 2° grau completo) apresentam uma faixa etária entre 18 e 30 anos.

Em relação ao tempo de moradia, verificou-se que 83% dos participantes habitam o

município há mais de 10 anos. O tempo de moradia mostra a grande ligação que a população tem

com a região, já que a maioria desses entrevistados mora no município desde que nasceram.

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Figura 2. Escolaridade da População do município de Lajes Pintadas

3.2. CONHECIMENTO E PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE

O interesse em investigar os conhecimentos prévios da população em relação ao ambiente

é de grande importância, pois é possível observar se a comunidade tem um entendimento sobre

essa temática. Dessa forma, é imprescindível que as pessoas conservem o meio ambiente no qual

estão inseridas.

Segundo GARCIA et al., (2011) “Para que futuros projetos em E.A. sejam efetivados, é

necessário conhecer as concepções de meio ambiente das pessoas envolvidas na atividade”.

Nesse sentido, é importante entender o que a população conhece sobre o tema, para que

posteriormente seja realizado um trabalho de E.A. com ferramentas já colhidas por meio desse

grupo de perguntas. Assim, a E.A deve buscar valores que conduzam a uma convivência

harmoniosa com o meio ambiente, corroborando com objetivo do presente estudo.

Entendendo isso, foram elaboradas algumas questões para analisar a relação entre o meio

ambiente e os moradores assim como a compreensão dos participantes sobre a temática em

estudo. A primeira questão se refere aos conhecimentos sobre o que faz parte do meio ambiente,

como demonstrado na tabela 1.

Para você o que faz parte do Meio Ambiente?

Naturais Rios, árvores, plantas, lagos, ar, céu, as pessoas... 22%

Artificiais Praças, ruas, caçadas, parques, casas, estradas. 3%

Todas as alternativas Naturais e Artificiais 75%

Tabela 1. Percentual das respostas para a pergunta: Para você o que faz parte do meio ambiente?

Pode-se observar que a maioria dos entrevistados (75%) entende que os aspectos naturais

e artificiais estão interligados no meio ambiente e que essa visão antrópica não é tida mais

separadamente. Essa idéia é recorrente diante de um conhecimento globalizado, onde todos

fazem parte do meio ambiente e têm a sua devida importância na natureza. Entretanto, vale

ressaltar que 22% da população ainda acreditam que apenas o que vêm direto da natureza, é

exatamente o que faz parte do meio ambiente. Este é um pensamento muito pragmático do século

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Richelly da Costa Dantas

XIX, quando o naturalismo era visto como a resposta para todos os acontecimentos, inclusive

retirando o ser humano como parte desse conceito. De fato, muitos entendem que natureza e

ambiente são coisas idênticas, surgindo assim à necessidade de uma percepção mais crítica, com

elementos culturais e naturais, conferindo uma preocupação social adequada na dimensão

ambiental (Diegues, 1996).

É interessante destacar que 76% dos participantes afirmaram que sempre se preocupam

com o meio ambiente. Esses dados estão mostrados na Figura 3 e é de fundamental importância

para a interpretação da consciência ambiental que está sendo analisada. Segundo Leff (2001), a

cidadania surge questionando a ordem atual estabelecida, legitimando novos valores e direitos do

homem, de maneira que os movimentos de cidadania, mesmo sem uma clara condução

estratégica de suas ações, aparecem no cenário das ações ambientais moldando novos atores

sociais, fora do foco de atração das burocracias estatais e dos círculos empresarias, forjando

assim, através de ações pró-ambientais, que reivindicam a autodeterminação de suas condições

de existência e a auto-gestão de seus modos de vida, uma nova consciência no exercício da plena

cidadania.

Figura 3. Percentual das respostas para a pergunta: Você se preocupa com o meio ambiente?

Quando questionados sobre o grau de prejuízo que os moradores traziam ou não ao Meio

Ambiente, 42% afirmaram não causar nenhum prejuízo. Entretanto 33% dos participantes

disseram que causam muito prejuízo, dado este alarmante no que diz respeito à preservação e

conservação do meio, mostrando que uma parte da população ainda não reconhece a importância

da relação entre o homem e a natureza (Figura 4).

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Richelly da Costa Dantas

Figura 4. Percentual das respostas para a pergunta: No seu dia-a-dia você considera que causa

algum prejuízo ao meio ambiente?

Curiosamente, selecionou-se o grupo que afirma causar muito prejuízo ao meio ambiente

e cruzou-se com os resultados referentes à preocupação que os moradores têm em relação ao

meio em que vivem. Logo, foi visto que 79% dos participantes afirmaram que se preocupam com

o meio, mas causam algum prejuízo ao mesmo. Diante dessa situação, sugere-se a realização de

um trabalho de E.A de forma que esse conhecimento seja incluído nas escolas, famílias e na

comunidade como um todo, pois a preocupação com o ambiente por si só não é suficiente. É

necessário também que os conceitos e valores sejam expressos com a atitude correta. Ao analisar

os problemas mencionados pelos entrevistados percebe-se que o esgoto (36%), o lixo (31%) e a

poluição do açude (22%) foram os mais citados. Com esses dados é possível perceber que os

moradores deste município não citam a poluição do Açude como o principal problema (Figura

5).

Figura 5. Percentual das respostas para a pergunta: Cite um problema ambiental que

você acha que existe em sua cidade.

Por conseguinte, selecionaram-se apenas os entrevistados que citou a poluição do açude

como o principal problema ambiental existentes no município. A partir desses dados, foi feito o

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cruzamento com os resultados referentes à preocupação que os participantes têm em relação ao

meio ambiente. Logo, encontrou-se que 63% dos moradores que se preocupam com o meio em

que vivem, também acreditam que o açude da cidade está poluído.

Paralelamente, outra questão discutida com os entrevistados, avalia o grau dos problemas

ambientais no município. Dentro desse contexto, 39% dos participantes julgaram que são graves

43% que são regulares, 15% que são baixos, e 3% não souberem responder. Estes dados

corroboram com a maioria dos entrevistados que afirmam que os problemas ambientais

existentes em sua cidade são de natureza regular ou grave como são os casos dos esgotos, o lixo

e a poluição do açude que foram citados como problemas ambientais que deveriam ser tratados,

mostrando a preocupação e o poder de observação dessa comunidade.

3.4 CONHECIMENTOS DO AÇUDE RIACHO DA CACHOEIRA

De fato, a comunidade científica vem se preocupando com a qualidade disponível de

recurso hídrico, que cada vez mais sofre os efeitos oriundos das atividades antrópicas e/ou

natural. Com isso, resolveu-se pesquisar o modo como a população do município de Lajes

Pintadas preserva e conserva o açude local, denominado Riacho da Cachoeira.

O primeiro questionamento sobre esse tema é sobre a qualidade da água do Açude Riacho

das Lajes Pintadas. Logo, percebe-se que a maioria dos participantes (68%), considera a água do

açude ruim para o consumo (Figura 6). Esse dado é justificado através da sua utilização, já que o

açude é usado para banhar matar a sede de animais, alem disso várias casas se encontram as

margens desse açude, onde a maioria não possui saneamento. Com isso a maioria dos moradores

possui a consciência de que várias são as atividades antrópicas que são desenvolvidas nesse

recurso hídrico, e que isso corrobora para uma diminuição na qualidade desta água.

Figura 6. Percentual das respostas para a pergunta: Como você considera a qualidade da água do açude do

seu município se pudesse avaliá-lo?

Tendo em vista que 68% dos entrevistados consideram a qualidade da água do Açude

ruim, buscou-se investigar se os mesmos consumem a água disponível neste recurso hídrico. Os

dados mostraram que 30,8% dos participantes afirmam que a água do açude é ruim, porém,

utilizam a água para beber, tomar banho, pescar, dentre outras atividades. Por outro lado, 84%

dos participantes acreditam que a utilização da água do açude para o consumo, pode causar

algum prejuizo à saúde.

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Richelly da Costa Dantas

Dentro desse contexto, observou-se que 65% dos entrevistados consideram a água do

açude tanto ruim como prejudicial a saúde (Figura 7). Este dado confirma a idéia que os

participantes desta pesquisa acreditam que o açude do município passa por problemas

ambientais. Todavia, muitos participantes não se preocupam em preservar o meio onde vivem,

fato este que mostra a necessidade de atividades educacionais voltadas nesse sentido. A

“educação deveria ser capaz de reorientar as premissas do agir humano em sua relação com o

meio ambiente” (Grün, 2003). A prática de conhecer para preservar é de extrema importância

para adquirir uma identidade de cidadania no ambiente em se vive, sendo capaz assim de

entender e interpretar as atividades sociedade e natureza.

Figura 7. Cruzamento das respostas para as perguntas: Como você considera a qualidade da água do

açude do seu município se pudesse avaliá-lo? / Você acha que a água do açude pode prejudicar a sua

saúde?

Visto a problemática na região sobre o Rn, um dos questionamentos desta pesquisa foi

investigar se as pessoas de Lajes Pintadas tinham algum conhecimento a respeito desse gás

radioativo. Logo, notou-se que 79% dos entrevistados afirmam nunca ter ouvido falar no Rn e os

outros 21%, relataram que conhecem ou que já ouviram falar de sua existencia. Diante desse

resultado, é necessário que seja realizado junto com a EA um trabalho de divulgação do

conhecimento científico sobre o Rn através de palestras e distribuição de um material educativo

como panfletos.

Quando obteve-se os resultados com relação as porcentagem da população que possuiam

ou não algum conhecimento sobre o Rn, cruzou-se o número de pessoas que não possuem a

ciência sobre o gás com a parcelada da população entrevistada que utiliza a água do açude para

consumo direto ou indireto. O resultado mostrou que aproximadamente 64% da população

entrevistada desconhecem o Rn e consomem a água, como mostra a figura 8.

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Richelly da Costa Dantas

Figura 8. Cruzamento das respostas para as perguntas: Com relação ao açude da cidade, como você utiliza

esse recurso? / você já ouviu falar de Radônio?

Em contraste com os impactos que essa população afirma trazer com relação à natureza, a

figura 9 mostra que 54% da população não consegue imaginar o município sem o Açude, 22%

afirma nunca ter pensado que isso pudesse acontecer e uma pequena parcela (24%) dessas

pessoas entrevistadas afirmam imaginar a cidade sem o açude.

Figura 9. Percentual das respostas para a pergunta: Você imagina o Município de Lajes

Pintadas sem o Açude?

A escolha pelo trabalho com percepção ambiental traz a necessidade de aquisição de

informações sobre os conhecimentos que os moradores do município têm em relação ao tema

estudado. Para uma melhor compreensão da relação da população com o açude, foi feita um

pergunta aberta, na qual se pede para descrever “O que o Açude representa para você?”. Com o

intuito de facilitar a interpretação das diferentes respostas, estas foram classificadas em duas

categorias: positivas e negativas conforme Garcia et al. (2010). Dentre as positivas, 73% dos

entrevistados escolheram essa categoria, como mostrado na seguinte resposta:

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Richelly da Costa Dantas

“Representa muito pra mim, ficará para sempre guardado na minha memória, esse

açude foi a nossa salvação quando não tinha água da CAERN, em 1993 teve uma época de

muita seca, e usávamos a água do açude para lavar roupa, tomar banho, dar descarga, a água

abastecia as casas, sem esse açude os animais iam morrer de fome e sede” (Mulher, 65 anos).

Em contraste, 27% dos entrevistados escolheram a categoria negativa, onde a maioria

afirmava que o açude não representa nada, outras não conseguiram responder o porquê da falta

de importância. Destaca-se, então, um dos depoimentos desta categoria, onde uma mulher de 46

anos demonstra a irrelevância do Açude para ela, já que sua residência é abastecida através da

adutora:

“Para mim não tem interferência nenhuma, porque a minha água é encanada” (Mulher,

46 anos).

A análise desta questão aberta corroborou com todas as questões fechadas, já que se

percebe que a população tem ciência da importância da conservação do meio ambiente, assim

como a acuidade do Açude para preservação de todas as formas de vida existentes na região.

Segundo Santos e Brito (2009), este tipo de análise permite interpretar e avaliar o processo de

degradação ambiental, processo este de extrema importância para o planejamento de ações

ambientais.

4. CONCLUSÕES e PERSPECTIVAS

De acordo com os dados obtidos, é possível concluir que:

A população da cidade de Lajes Pintadas possui ciência sobre a Natureza e Meio

ambiente, porém muitas possuem uma visão Naturalista.

Ressalta-se que 64% dos entrevistados consomem a água do Açude e afirmam nunca ter

ouvido falar do Rn.

Observou-se que os entrevistados assumem sua responsabilidade diante aos problemas

ambientais existentes no município.

Notou-se que a interação dos moradores com natureza é bastante intensa, pois a maioria

dos depoimentos mostraram preocupação com o Açude e com a sobrevivência dos seres

vivos que dependem da disponibilidade desse recurso hídrico.

Constatou-se que parte dos entrevistados afirma que causam muito prejuízo ao Meio

Ambiente. Com isso, a região de Lajes Pintadas necessita de atividades educacionais,

principalmente voltadas para a E.A., que visem a contribuir diretamente com toda a

comunidade, seja em sua qualidade de vida, ambiental, econômico e social.

Tendo assim a perspectiva que:

Os dados obtidos neste trabalho servirão de base para a elaboração de atividades de E.A.

na região semi-árida do Estado do Rio Grande do Norte, visando atingir o objetivo

principal que é a sensibilização da população para os problemas locais, em especial, a

questão dos recursos hídricos em regiões de escassez de água e um maior conhecimento

sobre o Radônio.

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Richelly da Costa Dantas

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Richelly da Costa Dantas

MANUSCRITO 1- Ecotoxicologia empregada na investigação da Toxicidade

Associada à Radiação Natural no açude Riacho da cachoeira, Região do

Semiárido/Brasil. Este artigo será submetido à Revista Ecotoxicology and Environmental Safety.

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Richelly da Costa Dantas

Ecotoxicologia empregada na investigação da toxicidade associada à radiação

natural no açude Riacho da cachoeira, Região do Semiárido/Brasil

DANTAS, Richelly da Costa1; ALVES, Nilmara de Oliveira2; COSTA, MEDEIROS, Guilherme Fulgencio3; FERREIRA,

Douglisnilson de Morais4; CAMPOS, Thomas Ferreira da Costa5; AMARAL, Viviane Souza do6.

RESUMO

As substâncias radioativas que estão disponíveis no ambiente possuem três origens distintas:

natural, cosmogênico e antropogênico. O gás radônio é um agente carcinogênico humano

relacionado principalmente com o câncer pulmonar. No Açude Riacho da Cachoeira, localizado

no município de Lajes Pintadas RN/Brasil, verificaram-se altos índices de radônio em 26 pontos

ao longo do açude, assim como, dos metais alumínio, cádmio, chumbo, ferro, níquel e prata

durante os seis meses e monitoramento mostraram-se acima dos limites máximos permitidos pela

Organização Mundial de Saúde e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente do Brasil. Em

função disto, foram realizadas análises ecotoxicológicas, utilizando a Ceriodaphinia dubia, para

diagnosticar a toxicidade nesses organismos exposto a água. Como resultados, todos os pontos

de coleta do açude, foram considerados tóxicos no teste reprodutivo nos dois períodos de coleta

(estiagem e chuvoso). No teste de mortalidade, apenas pontos isolados, mostraram significância

em relação ao controle, o que demonstra que a contaminação do açude atinge altos índices de

toxicidade crônica, ou seja, após as primeiras 48 horas de teste. Concluiu-se que a Ceriodaphinia

dubia mostrou-se extremamente eficaz como indicadora de toxicidade nas águas superficiais do

açude Riacho da cachoeira no município de Lajes Pintadas (RN), Brasil, que segundo o teste

aplicado mostra-se tóxico aos organismos, segundo a legislação brasileira.

PALAVRAS-CHAVE: Ecotoxicologia; Ceriodaphinia dubia; Radônio; Açude Riacho da

Cachoeira.

1.0 INTRODUÇÃO

As substâncias radioativas que estão disponíveis no ambiente possuem três origens

distintas: natural, cosmogênico e antropogênico (UNSCEAR, 2010). A radiação ionizante de

fonte natural está comumente presente em rochas tais como os pegmatitos, e nessas são

encontrados grupos radioativo como o Urânio (U) e o Rádio (Ra), cujos decaimentos geram

subprodutos como o Radônio (Rn) (UNSCEAR, 2010; Malanca, 1998; Faure, 1991).

Na região semi-árida do Brasil, especificamente no município de Lajes Pintadas, Rio

Grande do Norte (RN), encontram-se afloramentos rochosos com presença de ionizantes

naturais, que liberam o gás Rn para o ambiente (Ministério de Minas e Energia, 2005). Nesta

localidade, situa-se o Riacho da cachoeira que é um dos principais corpos d’água da região,

localizado na área urbana do município. A presença de Rn neste açude pode estar afetando direta

e/ou indiretamente os organismos que o habitam, assim como as populações que residem

próximo ao açude. Cabe salientar que a comunidade ainda utiliza o Riacho da cachoeira como

fonte de abastecimento de água, pesca e recreação.

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Richelly da Costa Dantas

Outro ponto de fundamental importância, é que na ultima década, o Instituto Nacional do

Câncer (INCA - Brasil) estimou taxas brutas (homens e mulheres) de câncer de

aproximadamente 529 casos novos por ano para cada 100.000 habitantes. No nordeste do Brasil,

precisamente em Natal, capital do RN, que apresenta uma população de 803.311 habitantes, foi

registrado no ano de 2010 353,5 novos casos. Em contrapartida, no município de Lajes Pintadas

o número de ocorrências no mesmo ano foi de 415,2 novos casos registrados pela Secretaria

Municipal de Saúde. Segundo o censo 2010 a população do município era de 4.614 habitantes.

Desta forma, em Lajes Pintada, há cerca de 90 vezes mais novos casos de câncer do que em

Natal.

Cabe ressaltar que a presença de índices elevados deste gás no ambiente é um sinal de

alerta de risco para a comunidade, já que as agências de controle ambiental apontam o Rn como

um agente carcinogênico humano e que exposições prolongadas a este gás podem provocar

câncer pulmonar, entre outras doenças e o contato com doses baixas e médias ao Rn podem

resultar em dano biológico severo (UNSCEAR, 2010, NRC, 1998 e 1999; ATSDR, 1990).

Uma ferramenta de extrema valia para o diagnóstico de áreas impactadas é a

ecotoxicologia, que permite detectar os efeitos dos xenobióticos aos organismos (Chapman,

2002). A ecotoxicologia está sendo empregada em larga escala para avaliar a qualidade dos

recursos hídricos, no que tange aos efeitos agudos e crônicos, por meio da utilização de

bioindicadores (Kühl et al., 2010).

Diversas espécies de Cladocera foram padronizadas como organismos-teste nos estudos

de ecotoxicologia, em função de sua sensibilidade a agentes contaminantes, entretanto, para a

avaliação de amostras de água doce, o que se destaca é a espécie Ceriodaphinia dubia (Kühl et

al., 2010; Mager et al., 2011). Os testes com esse organismo são padronizados segundo a norma

13373 da ABNT.

Dentro desta perspectiva, o presente estudo avaliou os índices de toxicidade aguda e

crônica, utilizando a ferramenta da ecotoxicologia no Açude Riacho da Cachoeira localizado no

município de Lajes Pintadas/RN que está sob a influência da contaminação por misturas

complexas, tais como: radiação e metais pesados.

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Richelly da Costa Dantas

2.0 MATERIAIS E MÉTODO

2.1 Área de estudo

O Açude Riacho da cachoeira tem capacidade hídrica máxima de 6.000.000 m3, está

situado no nordeste brasileiro no município de Lajes Pintadas, distante 135 km da capital do

Estado do Rio Grande do Norte (Figura 1). A cidade possui uma população de 4.614 habitantes

(IBGE, 2010). Por décadas o açude era o único meio hídrico disponível na região, entretanto,

atualmente uma adutora abastece a maior parte do município, porém, parte desses habitantes

ainda tem o Riacho da cachoeira como única fonte de água para realizar atividades de ordem

doméstica, agrícola e pecuária.

Figura 8 Localização da área de estudo: Município de Lajes Pintadas-Rio Grande do Norte/Brasil

Para a realização do estudo foram escolhidos três pontos amostrais no açude, indicados

como P1(6° 8'30.08"S; 36° 6'54.39” O) localizado próximo a plantações, o P2 (6° 8'37.26"S; 36°

Fonte

: G

oogle

Ear

th

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Richelly da Costa Dantas

6'55.78” O) no centro do açude, e P3 (6° 8'41.53"S; 36° 7'0.46” O) mais próximo do município

(Figura 2).

Figura 9 Pontos de coleta no açude Riacho da Cachoeira no município de Lajes Pintadas-Rio Grande do Norte/Brasil

2.2 Análises das águas

Para as análises físico-químicas, foi utilizada sonda in situ nos períodos de estiagem

(novembro de 2010) e chuvoso (agosto de 2011). Foram coletadas para as análises de metais

pesados 1 litro de água de cada ponto de coleta (FIGURA 2) em fracos plásticos estéreis nos

meses de setembro, novembro e dezembro de 2010 compreendendo ao período de estiagem e nos

meses de maio, junho e agosto de 2011 ao período chuvoso, essas amostras eram colocadas em

gelo, e encaminhadas para a análise.Para a quantificação de radônio foi feito varredura em todo

açude, e assim coletadas 26 amostras contendo 50mL em frascos estéreis de plástico, essa foi

realizada no mês de dezembro, compreendendo ao período de estiagem.

2.2.1 Análises físico-químicas

Para detectar os parâmetros físico-químicos foi utilizada a sonda multiparâmetro do

modelo Troll 9000 Pro XP. Foram verificados: pH, turbidez, temperatura, pressão, cloreto,

oxigênio dissolvido e sua saturação e condutividade.

Fonte

: G

oogle

Ear

th

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Richelly da Costa Dantas

2.2.2 Análises de metais

Para análise de metais foram: alumínio, chumbo, prata, cádmio, cobalto, cobre, cromo,

ferro, manganês, níquel e zinco. As leituras foram realizadas utilizando a espectrometria de

absorção atômica seguindo a metodologia APHA et al. (2005).

2.2.3 Análises dos níveis de radônio

Para a quantificação de radônio dissolvido em água, as amostras foram coletadas em 26

áreas distribuídas ao longo do açude. As análises foram feitas a partir da metodologia The E-

PERM System Radon, 1999.

2.3 Bioensaios

Para os ensaios ecotoxicológicos, foram utilizados microcrustáceos da espécie

Ceriodaphinia dubia (Cladocera, Branchiopoda). Foram realizados seis meses de coletas, três

compreendendo ao período de estiagem (setembro, novembro e dezembro de 2010) e os outros

três ao período chuvoso (maio, junho e agosto de 2011). A cada coleta, 2 litros de água a serem

utilizados no teste foram coletados, totalizando 6 litros por mês, já que a coleta ocorreu nos três

pontos (P1, P2 e P3) selecionados para o estudo.

Para a realização dos ensaios foram utilizados 10 indivíduos da espécie supracitada por

ponto (P1, P2 e P3), totalizando 30 indivíduos por coleta e 10 do grupo controle.

Cada indivíduo foi colocado em contato com 50 mL de água bruta, em replica de 10, e, a

cada 48h a água e a alimentação eram trocadas, totalizando 144 horas de exposição.

Após os resultados dos testes, foi analisada a toxicidade aguda (nas primeiras 48h) e

crônica (após as 48h iniciais), observando as taxas de mortalidade e reprodução dos organismos.

Os testes foram realizados seguindo a normatização 13373 da ABNT.

2.4 Análise estatística

As análises estatísticas foram feitas utilizando o BioEstat (versão 5.0). Para os

dados de mortalidade (teste agudo e crônico) foram utilizados o teste exato de Fisher (P<0,05).

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Richelly da Costa Dantas

Quando detectados diferenças significativas entre o grupo controle e os pontos a amostra

é considerada “tóxica”, quando não a significância entre o controle e os pontos a amostra e

considerada “não toxica” (ABNT, 2005)

Os dados de reprodução (teste crônico) foram analisados usando os testes ANOVA e

Dunnett (P<0,05) para verificar diferenças significativas entre as amostras e o controle em

relação ao número de reproduzidos.

3.0 RESULTADOS

3.1 Parâmetros físico-químicos

As caracterizações das análises físico-químicas, nos período chuvoso e de estiagem estão

resumidas na Tabela 1.

Todos os parâmetros foram analisados de acordo com a lei brasileira, mais

especificadamente com o decreto 518 MS, 2004. A maioria dos parâmetros encontra-se dentro

dos limites estabelecidos para águas superficiais, como é o caso da turbidez, oxigênio dissolvido

(OD), porém os níveis de cloreto estão muito acima desses limites, onde o valor máximo

permitido é de 250 mg/L.

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Richelly da Costa Dantas

Tabela 1 Dados físico-químicos do Açude Riacho da Cachoeira, Município de Lajes Pintadas, período de estiagem

(Novembro de 2010) e chuvoso (Agosto de 2011). Os * indicam os números acima de 250 mg/L.

3.2 Caracterização dos metais

Alumínio, chumbo, prata, cádmio, cobalto, cobre, cromo, ferro, manganês, níquel e zinco

foram os metais analisados. Utilizou-se como referência a resolução 357/2005 do CONAMA

(CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE), assim como o protocolo da Organização

Mundial de Saúde (OMS).

Dos 11 metais avaliados por coleta, alguns possuem níveis elevados segundo os órgãos

competentes supracitados. Cádmio, chumbo, ferro, níquel e prata mostram-se acima dos limites

permissível nos períodos de estiagem (Tabela 2) e chuvoso, já o elemento alumínio encontra-se

muito acima do permitido principalmente no período chuvoso (Tabela 3).

Período Parâmetros P1 P2 P3

Temperatura

(°C) 26.04 25.71 26.00

Pressão 1.100 5.747 1.116

pH 8.56 8.59 8.58 Estiagem Turbidez (UT) 14.9 12.1 13.6

Cloreto (mg/L) 4398.31* 4416.26* 4399.66*

Condutividade 4135.26 4156.41 4179.88

OD 10593 9521 9616

Profundidade 1,98 3,14 1,9

Temperatura

(°C) 29.42 25.71 26.06

Pressão 0.275 0.874 0.196

Chuvoso pH 5.05 8.59 8.58

Turbidez (UT 2.8 11.9 13.9

Cloreto (mg/L) 62.63 4451.35* 4504.49*

Condutividade 269.94 4153.65 4183.55

OD 8.76 9.55 9.65

Profundidade 5,4 6,35 5

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Richelly da Costa Dantas

Tabela 2 Níveis de metais pesados no período de estiagem. * Indica acima dos limites permissíveis pelo CONAMA, **

Indica acima dos limites permissíveis pela OMS, *** Indica acima dos limites permissíveis pelo CONAMA e OMS

Período Metal

(mg/L) P1 P2 P3 CONAMA* OMS**

Estiagem Al 0,2875* 0,225* 0,3* 0,2 0,9

28/09/2010 Cd 0,01375*** 0,015*** 0,015*** 0,01 0,003

Co 0,12125 0,11 0,135 0,2 *

Cu 0,0125 0,0125 0,01125 0,013 2

Pb 0,25*** 0,3*** 0,2125*** 0,033 0,01

Cr 0,015 0,02375 0,02 0,05 0,05

Fe 1,8175** 0,83** 1,5625** 5 0,0005

Mn 0,05375 0,04 0,0425 0,5 0,4

Ni 0,0875*** 0,125*** 0,1125*** 0,025 0,07

Ag 0,01375** 0,015** 0,01375** 0,05 0,002

Zn 0,035 0,03625 0,04125 5 3

Estiagem Al 0,2 0,25* 0,21* 0,2 0,9

24/11/2010 Cd 0,015*** 0,016*** 0,0135*** 0,01 0,003

Co 0,122 0,15 0,14 0,2 *

Cu 0,0125 0,012 0,0111 0,013 2

Pb 0,2*** 0,3*** 0,25*** 0,033 0,01

Cr 0,016 0,024 0,019 0,05 0,05

Fe 1,944** 0,9** 1,333** 5 0,0005

Mn 0,025 0,05 0,045 0,5 0,4

Ni 0,08*** 0,124*** 0,112*** 0,025 0,07

Ag 0,013** 0,015** 0,0145** 0,05 0,002

Zn 0,04 0,035 0,0425 5 3

Estiagem Al

0,2 0,2 0,21* 0,2 0,9

20/12/2011 Cd

0,008** 0,01** 0,01 0,01** 0,003

Co

0,113 0,103 0,133 0,2 *

Cu

0 0 0 0,013 2

Pb

0,2*** 0,3*** 0,183*** 0,033 0,01

Cr

0,008 0,02 0,015 0,05 0,05

Fe

2,161** 0,901** 1,828** 5 0,0005

Mn

0,036 0,021 0,023 0,5 0,4

Ni

0,066* 0,116*** 0,1*** 0,025 0,07

Ag

0 0 0 0,05 0,002

Zn

0,031 0,033 0,04 5 3

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Richelly da Costa Dantas

Tabela 3 Níveis de metais pesados no período chuvoso. * Indica acima dos limites permissíveis pelo CONAMA, ** Indica

acima dos limites permissíveis pela OMS, *** Indica acima dos limites permissíveis pelo CONAMA e OMS

Período Metal (mg/L) P1 P2 P3 CONAMA* OMS**

Chuvosa Al 0,966*** 0,816* 0,8* 0,2 0,9

27/05/2011 Cd 0,006** 0,006** 0,003 0,01 0,003

Co 0 0 0 0,2 -

Cu 0 0 0 0,013 2

Pb 0,083*** 0,066*** 0,083*** 0,033 0,01

Cr 0 0,001 0 0,05 0,05

Fe 1,125** 1,308** 1,261** 5 0,0005

Mn 0,081 0,096 0,106 0,5 0,4

Ni 0 0 0 0,025 0,07

Ag 0,058*** 0,008** 0,01** 0,05 0,002

Zn 0,02 0,023 0,025 5 3

Chuvosa Al 0,233* 0,366* 0,275* 0,2 0,9

28/06/2011 Cd 0,005** 0,003 0,007** 0,01 0,003

Co 0 0 0 0,2 -

Cu 0 0 0 0,013 2

Pb 0,066*** 0,066*** 0,05*** 0,033 0,01

Cr 0 0 0 0,05 0,05

Fe 0,351** 0,345** 0,647** 5 0,0005

Mn 0,071 0,111 0,127 0,5 0,4

Ni 0 0 0 0,025 0,07

Ag 0 0 0 0,05 0,002

Zn 0,006 0,011 0,01 5 3

Chuvosa Al 0,3* 0,4* 0,38* 0,2 0,9

17/08/2011 Cd 0 0 0 0,01 0,003

Co 0,02 0,01 0,05 0,2 -

Cu 0 0 0 0,013 2

Pb 0,016 0,033 0 0,033 0,01

Cr 0 0,003 0 0,05 0,05

Fe 0,95** 0,466** 0,466** 5 0,0005

Mn 0,036 0,041 0,025 0,5 0,4

Ni 0,016 0 0,016 0,025 0,07

Ag 0,025** 0,0366** 0,023** 0,05 0,002

Zn 0,025 0,055 0,006 5 3

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Richelly da Costa Dantas

3.3 Quantificação do radônio

Como referência para análise de radiação, foi utilizada a legislação brasileira, sob o

decreto- Lei Nº 7.841. Esta define o nível de radiação emitida através da unidade MACHE,

sendo considerada fracamente radioativa quando a amostra estiver entre 5 a 10 unidades;

radioativa entre 10 a 50 unidades; e fortemente radioativa acima de 50 unidades de MACHE.

Das 26 amostras coletadas no açude Riacho da Cachoeira, em forma de varredura, sete

áreas foram consideradas fortemente radioativas e as demais radioativas (Tabela 4).

Tabela 4 Níveis de radônio no açude Riacho da Cachoeira

Área Quantificação em Mache Decreto-Lei Nº 7.841*

A1 54 Fortemente Radioativas

A2 47 Radioativa

A3 53 Fortemente Radioativas

A4 51 Fortemente Radioativas

A5 49 Radioativa

A6 44 Radioativa

A7 48 Radioativa

A8 40 Radioativa

A9 59 Fortemente Radioativas

A10 39 Radioativa

A11 58 Fortemente Radioativas

A12 51 Fortemente Radioativas

A13 42 Radioativa

A14 39 Radioativa

A15 50 Radioativa

A16 50 Radioativa

A17 48 Radioativa

A18 47 Radioativa

A19 37 Radioativa

A20 47 Radioativa

A21 42 Radioativa

A22 43 Radioativa

A23 53 Fortemente Radioativas

A24 43 Radioativa

A25 47 Radioativa

A26 43 Radioativa

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Richelly da Costa Dantas

3.4 Taxa de mortalidade - Efeitos agudos e crônicos

Os dados analisados apontam o ponto 2 como tóxico nos dois primeiros meses dos dois

períodos de coleta, ou seja, setembro (Tabela 5) e maio (Tabela 6), logo na resposta aguda, ou

seja, nas primeiras 48 horas de exposição.

No mês de novembro (Tabela 5) os pontos 1 e 3 mostram-se tóxicos na resposta crônica,

ou seja, após 48 horas de exposição. Os demais pontos não geraram toxicidade crônica.

Tablela 5 Taxa de mortalidade do período de estiagem. Os valores com asterisco indicam que as taxas são

Estatisticamente diferentes do controle de acordo com o Teste Exato de Fisher (P<0,05)

Tabela 6 Taxa de mortalidade do período chuvoso. Os valores com asterisco indicam que as taxas são estatisticamente

diferentes do controle de acordo com o Teste Exato de Fisher (P<0,05)

Dados de Mortalidade para o período estiagem (%)

Meses Controle P1 P2 P3

Toxicidade

Agudo Crônico

Toxicidade

Agudo Crônico

Toxicidade

Agudo Crônico

Toxicidade

Agudo Crônico

Setembro

0 0 0 0 60* 25 10 11,1

Novembro

0 0 0 60* 0 30 0 50*

Dezembro 0 0 0 10 10 33,3 10 11,1

Dados de Mortalidade para o período chuvoso (%)

Meses Controle P1 P2 P3

Toxicidade

Agudo Crônico

Toxicidade

Agudo Crônico

Toxicidade

Agudo Crônico

Toxicidade

Agudo Crônico

Maio

0 0 0 0 80* 50 0 0

Junho

0 0 0 0 20 50 0 20

Agosto 0 0 0 0 0 20 0 20

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Richelly da Costa Dantas

3.5 Taxa de reprodução- Efeito crônico

A taxa reprodutiva é visualizada após as 48 horas iniciais, ou seja, na fase crônica. O

controle utilizado possui uma taxa de reprodução de superior a 15 filhotes no final do teste por

Béquer.

Nos meses correspondentes ao período de estiagem, a média reprodutiva foi: setembro

nos pontos 1, 2 e 3 são 2,1; 2,75 e 1,55; em novembro nos pontos 1,2 e 3 são 0; 0,37 e 0 e em

dezembro nos 1,2 e 3 são 2,11; 0,66 e 2 todos respectivamente, mostrando assim P<0,01(Gráfico

1).

Gráfico 10 Taxa de reprodução do período de estiagem. Teste Dunnett (P<0.05)

Nos meses correspondentes ao período chuvoso, a média reprodutiva foi: maio nos

pontos 1 e 3 são 6,4 e 7,6; em junho nos pontos 1,2 e 3 são 7,7; 8,16 e 7,7 em dezembro nos 1,2 e

3 são 7,8; 6,6 e 7,3 todos respectivamente, mostrando assim P<0,01(Gráfico 2).

No ponto 2 do mês de maio não foi possível realizar a estatística, já que não houve

reprodução significativa em função da alta taxa de mortalidade, mostrando-se extremamente

tóxico ao ambiente.

Observa-se que embora nos seis meses de monitoramente em todos os pontos a

significância foi menor que 0,01, a média reprodutiva no período de estiagem foi menor que na

chuvosa.

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Richelly da Costa Dantas

Gráfico 11 Taxa de reprodução do período chuvoso. Teste Dunnett (P<0.05)

5.0 DISCUSSÃO

A contaminação por radiação natural em sistemas de abastecimento de água ainda é

pouco explorado no meio científico e como conseqüência os efeitos desse tipo de poluição

exposta por longa duração de tempo ainda são pouco conhecidos. Desta forma, o presente estudo

avaliou o impacto causado pela presença do gás radônio no município de Lajes Pintadas (RN),

Brasil, especificamente no Açude Riacho da cachoeira. Dada à importância econômica, cultural e

social deste reservatório de água, diferentes modelos experimentais e organismos devem ser

utilizados com a finalidade de conhecer os efeitos toxicológicos e os riscos para a comunidade

local, diante da contaminação por radiação natural. Neste estudo foi utilizada a Ceriodaphinia

dubia, com o propósito de observar os efeitos agudos e crônicos nestes organismos

bioindicadores após exposição à água do açude. Somado aos ensaios ecotoxicológicos, foram

realizadas análises de parâmetros físico-químicos, caracterização de metais e medição de radônio

no açude, no intuito de se obter um panorama da situação da qualidade da água.

Os resultados obtidos através das análises ecotoxicológicas demonstram que as amostras

de água, oriundas do açude Riacho da cachoeira, são tóxicas para o organismo bioindicador

Ceriodaphinia dubia. Considerando que os dados que avaliam as taxas de mortalidade no

período de seca, o ponto 2 (situado no centro do açude) causou a morte de 60% dos indivíduos

nas primeiras 48 horas de exposição, apenas no mês de setembro – toxicidade aguda. Entretanto,

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os pontos 1 (situado na área rural) e 3 (situado próximo a área urbana) foram tóxicos, 60% e

50%, respectivamente, no mês de novembro após dois dias de exposição – caracterizando uma

toxicidade crônica. Já no período de chuva, apenas o ponto 2 apresentou taxas de mortalidade

significativas para o mês de maio (aguda). Este perfil de resposta é característico de amostras

complexas, pois são constituídas de diferentes compostos que interagem entre si causando efeitos

sinérgicos (Pavlaki et al., 2011).

Dentro desta perspectiva, as conseqüências da contaminação por metais pesados -

constituintes de muitas amostras ambientais - vêm sendo bastante estudados (Mager et al., 2011;

Rodgher et al., 2008; Sofyan et al. 2007), inclusive no Estado do Rio Grande do Norte (Garcia et

al., 2011; Barbosa et al., 2010; Marcon et al., 2010). Na análise feita nas águas do açude Riacho

da Cachoeira, foram observados níveis de metais acima dos LMP (limite máximo permissível)

pelo CONAMA e pela OMS, nas diferentes datas de coletas e pontos de amostragem, tanto na

estiagem quanto na chuva. Todavia, no período chuvoso pode-se observar uma menor

concentração de alguns metais em função do efeito da diluição da água, diferentemente do que

ocorre no período de seca, onde há uma maior concentração de compostos nos corpos d’água.

Resultados similares são observados em vários trabalhos que realizam a caracterização de metais

pesados em compartimentos aquáticos (Garcia et al., 2011; Nduka & Orisakwe, 2010; Costa et

al., 2008).

Entretanto em nosso estudo, os dados de mortalidade durante os 6 meses de exposição,

não sugerem que a presença destes metais estejam diretamente ligada à taxa de mortalidade

observada, já que houveram períodos em que os metais estavam com os valores acima do

permitido, mas que não foi detectada mortalidade significativa de cladoceras igual ou superior a

50%. Quando poluentes como é o caso dos metais pesados, atingem um curso de água, eles

podem sofrer alterações químicas e físicas modificando a formação coloidal em suspensão,

quelação, alterando assim o tamanho das partículas biodisponíveis, fazendo com que os

organismos filtradores não consigam se alimentar, entretanto, vários trabalhos demonstram que o

efeito tóxico marcante é na reprodução e no crescimento dos organismos após muitas horas de

exposição, corroborando com os dados obtidos pelo presente estudo (Zhao & Wang, 2011;

Cooper et al., 2009).

Da mesma forma, considerando os resultados obtidos através das medições de radônio,

pode-se observar que apesar do açude Riacho da cachoeira apresentar áreas diagnosticadas como

radioativas, segundo a legislação brasileira, essa radiação não foi capaz de provocar a

mortalidade em alguns períodos da coleta. Em contrapartida, não significa que a radiação e a

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Richelly da Costa Dantas

presença de metais acima do LMP não estejam prejudicando o desenvolvimento destes

organismos, para tanto, foram analisados os efeitos destes componentes, presentes nas amostras

de água, na taxa de reprodução dos indivíduos.

Para os dados de reprodução, todos os pontos e períodos de coletas foram altamente

significativos em relação ao controle, corroborando com a idéia de que a ausência de mortalidade

não implica em qualidade da amostra (Kuhl et al., 2010). Esses índices observados podem estar

relacionados com os altos níveis de radônio e a presença de metais pesados nas águas do açude.

Dentre os metais que aparecem com valores acima do que é permitido na legislação brasileira e

na OMS, destacam-se o Cádmio (Cd) e o Chumbo (Pb). O poder tóxico do Cd em cladoceras é

comprovado e estudado há bastante tempo, como mostram os estudos de Weltens et al. (2000) e

Barata et al. (2002) que revelam a toxicidade inerente a esse elemento, pois as frações de

partícula de cádmio em água tornam-se livres e disponíveis para organismos que tem como

hábito alimentar por filtragem, como é o caso das daphinias. Comportamento semelhante é

visualizado quando estes organismos são submetidos à exposição por chumbo (Mager, 2011).

Em relação ao radônio, não existem relatos na literatura que utilizaram testes

ecotoxicológicos para a avaliação de áreas sob a influência de radiação. Contudo, um estudo

avaliando danos no material genético de peixes da espécie Oreochromis niloticus, coletados no

açude do município de Lucrécia (RN), Brasil, que também está sob a influência do gás radônio,

demonstrou um aumento na freqüência de micronúcleos, que pode estar associada aos altos

índices de radiação alfa e beta medidas no local (Marcon et al., 2010). Adicionalmente, o mesmo

grupo de pesquisa realizou ainda neste reservatório, ensaios mutagênicos adicionais com plantas

e células humanas. Os dados indicam, novamente, para a mutagenicidade possivelmente

associada à presença da radiação no açude de Lucrécia (Garcia et al., 2011).

O conjunto de dados gerados por esse estudo aponta para a eficácia de se ter a

ecotoxicologia como modelo de ensaio para avaliação de áreas impactadas pela radiação natural,

em particular o radônio que é reconhecido como um gás tóxico para as populações e um potente

agente carcinogênico em humanos (Samet, 2011; UNSCEAR, 2010; OMS, 2009). Finalmente,

fica o alerta aos órgãos competentes que gerenciam o município de Lajes Pintadas para que

tomem medidas cabíveis para assegurar e minimizar os riscos a saúde da comunidade que ainda

faz uso do açude, assim como, pode-se inferir que os altos índices de câncer na população do

município podem estar ligados à presença da radiação natural. Entretanto, esta suposição serve

de propósito para novos estudos focados no efeito desta radiação nas populações humanas

residentes no município. Da mesma forma, espera-se que esta pesquisa impulsione o uso da

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Richelly da Costa Dantas

ecotoxicologia em ambientes que estão sob influência de radiação natural em diversos pontos do

planeta.

6.0 CONCLUSÃO

Perante o panorama da radiação natural, a ecotoxicologia mostrou-se uma ferramenta

extremamente eficaz como indicadora de toxicidade nas águas superficiais do açude Riacho da

cachoeira no município de Lajes Pintadas (RN), Brasil. Adicionalmente, os dados demonstraram

que, por se tratar de uma mistura complexa, além da presença do radônio os metais também

podem estar contribuindo para os baixos níveis de reprodução observados na espécie

Ceriodaphinia dubia. De fato, estudos adicionais são necessários para que se consiga traçar um

quadro relativo à situação da qualidade da água do açude. Baterias de testes que detectem

alterações no material genético utilizando diferentes organismos, assim como, o

biomonitoramento das populações humanas que residem na área se faz extremamente necessário.

Por fim, é importante enfatizar que se façam mais estudos semelhantes em regiões que

apresentem as mesmas características para que seja possível desenhar um cenário dos efeitos

provocados pela radiação natural nos ecossistemas.

7.0 Agradecimentos

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo suporte

financeiro. A professora Raquel Franco e a bióloga Rejane Lopes pelo apoio e suporte nas

análises físico-químicas e o tratamento nos sedimentos. As alunas de iniciação científica da

Universidade do Rio Grande do Norte: Natália Barbosa e Pollyanne pela contribuição nas

análises de micronúcleo e ecotoxicológicas.

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Richelly da Costa Dantas

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Richelly da Costa Dantas

MANUSCRITO 2- Avaliação da Toxicidade Genética associada ao Açude

Riacho da cachoeira, Região do Semiárido, Brasil: Impactos da Radiação

Natural. Este artigo será submetido à Revista Environment International.

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Richelly da Costa Dantas

Avaliação da Toxicidade Genética associada ao Açude Riacho da cachoeira, Região do Semiárido, Brasil: Impactos da Radiação Natural

DANTAS, Richelly da Costa1; ALVES, Nilmara de Oliveira2; BARBOSA, Natália da Silva3; FERREIRA, Douglisnilson de Morais4. CAMPOS, Thomas Ferreira da Costa5; MEDEIROS, Sílvia Regina Batistuzzo de6; AMARAL, Viviane Souza do7.

RESUMO

O Teste de Micronúcleos (Mn) foi empregado para avaliar o potencial mutagênico no Açude

Riacho da Cachoeira (RN, Brasil), localizado em uma região semi-árida que apresenta chuvas

irregulares e altos índices de radiação natural. As análises dessas amostras de água demonstraram

a presença de radônio, coliformes fecais e totais, cloreto, assim como de metais pesados. As

espécies: Oreochromis niloticus e Tradescantia pallida foram utilizadas como modelos

experimentais para a realização do Teste de Micronúcleos. Em ambos os ensaios o aumento

significativo na freqüência de Mn foi restrito ao período de seca em todos os pontos analisados.

A partir destes dados pode-se inferir que a presença natural do gás radônio e de metais pesados,

como o cádmio e o chumbo podem promover danos genéticos em diversos organismos expostos.

Desta forma, estes agentes contaminantes podem estar comprometendo as espécies que habitam

esse açude, inclusive a comunidade que reside e usufrui deste reservatório hídrico. Além disto, é

necessário traçar uma associação entre os altos índices de câncer observados em Lajes Pintadas

com os níveis de radônio detectados nas amostras de água. Fica a indicação para que os órgãos

competentes que administram o município promovam programas que assegurem e minimize os

riscos a saúde desta população que ainda faz uso do Açude Riacho da cachoeira

PALAVRAS-CHAVE: Mutagenicidade; Micronúcleo; Radônio; Açude Riacho da Cachoeira.

1.0 INTRODUÇÃO

A contaminação ambiental por agentes químicos vem sendo cada vez mais explorada e

estudada (Lu et al., 2012; Rozell et al., 2011; Vlachokostas et al., 2012). Este tipo de poluição

apresenta como principal fonte de contaminação, a antropogênica, que libera uma gama de

compostos aos compartimentos ambientais, tais como os metais pesados, que são extremamente

danosos aos ecossistemas (Césnienė et al., 2007; Gastaldo et al., 2008; Garcia et al., 2011).

Entretanto, existe outra fonte de relevante periculosidade que ainda tem sido pouco investigada -

a radiação natural. Essa radiação é proveniente do decaimento de elementos contidos nas rochas,

água, solo e material de construção, que por sua vez, é emitida em forma de partículas alfa, beta

e raios gama (UNSCEAR, 2001).

Dentre os produtos gerados através da radiação natural, destaca-se o radônio. Este gás

oriundo do decaimento natural do urânio tem como fonte predominante o solo, estando direta

e/ou indiretamente em contato com os organismos que fazem parte do ecossistema sob a

influência do radônio (ATSDR, 2008; OMS, 2009) Desta forma, a presença deste elemento pode

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gerar sérios agravos as comunidades, já que o radônio é um gás carcinogênico, atingindo

principalmente as vias aéreas, causando câncer de pulmão em humanos (Samet, 2011).

Considerando que as amostras provenientes dos compartimentos ambientais apresentam-

se como misturas complexas, é importante apreciar a influência de cada compostos que podem

estar presentes nestas amostras, tais como os metais pesados. Esses elementos têm um impacto

considerável ao meio ambiente, já que são bioacumuláveis, ou seja, os organismos não são

capazes de eliminá-los, sendo absorvidos e depositando-se no tecido ósseo e gorduroso, além de

deslocar os minerais nobres dos ossos e dos músculos para a circulação. Esse processo provoca

doenças, exemplificadas pelas anemias provenientes do alumínio, e diversos tipos de câncer

provenientes da ação do cádmio, arsênio e níquel sob o material genético (UNSCEAR 2010;

Rana et al., 2008; Buschini et al., 2009; Van Leeuwen et al., 2005).

Para analisar os efeitos da contaminação antrópica e/ou natural em populações expostas,

vários testes que avaliam danos ao material genético são aplicados, sendo um dos mais utilizados

o Teste de Micronúcleo (Mn). Este ensaio avalia alterações nucleares resultantes da perda de

informação genética do núcleo principal. Assim, os Mn estão diretamente relacionados com a

perda de cromatina em conseqüência de dano cromossômico estrutural (Fenech et al, 2011; ).

Este ensaio é amplamente empregado em modelos experimentais como peixes (Hoshina et al.,

2008; Marcon et al., 2010), plantas (Lima et al., 2009; Ma et al., 2011) e células humanas

(Garcia et al., 2011).

As plantas do gênero Tradescantia, vêm sendo utilizadas para testes de Mn, pois

apresentam características essenciais, como adaptabilidade, sensibilidade e ciclo reprodutivo

pequeno, que as tornam excelentes bioindicadores de qualidade ambiental (Leal et al., 2008,

Oliveira et al., 2011). Da mesma forma, peixes pertencentes ao gênero Oreochromis, também

vêm sendo amplamente empregados como bioindicadores de mutagenicidade de águas doces.

Apesar de serem exóticos no Brasil, estes peixes possuem hábitos alimentares e mobilidade

adaptáveis ao diversos tipos de corpos aquáticos, assim como têm se demonstrado extremamente

sensíveis a contaminação ambiental (Jha, 2004; Barbosa et al., 2010)

Considerando a ótica da radiação natural, este estudo propôs avaliar o impacto desta fonte

de contaminação através de bioensaios que detectam mutagenicidade. O local escolhido para a

pesquisa foi o açude Riacho da cachoeira localizado no município de Lajes Pintadas, Rio Grande

do Norte (RN), Brasil, que esta inserido sobre a Formação Seridó, com presença de pegmatitos -

elemento metálico radioativo pertencente à família dos actinídeos, ricos em urânio e

conseqüentemente emissor de gás radônio para o ambiente (CPRM, 2005). Destaca-se ainda que

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neste município com 4.614 habitantes, o numero de ocorrências de câncer em 2010 foi de 415,2

novos casos registrados pela Secretaria Municipal de Saúde (IBGE, 2010). Um número

alarmante, já que há cerca de 90 vezes mais novos casos de câncer do que em Natal, capital do

estado do RN (Dantas, 2012). É importante enfatizar que mesmo com a presença de adutoras na

cidade, parte da população ainda utiliza o açude como fonte de água para abastecimento,

agricultura e recreação. Estes hábitos podem, ou não, estarem relacionados com os altos índices

de neoplasias observados na população local, que segundo a Secretária Municipal de Saúde de

Lajes Pintadas, atinge 9% da população, sendo mais freqüentes em pacientes com faixa etária

acima dos 50 anos. Os tipos de câncer mais comuns neste município são os de orofaringe,

estomago e pulmão que, de acordo com a literatura, podem estar associados com a contaminação

por radônio (Samet, 2011).

2.0 MATERIAIS E MÉTODO

2.1 Área de estudo

O município de Lajes Pintadas, localizado no semi-árido brasileiro, (Figura 1).Segundo o

censo de 2010 possui uma população de 4.614 habitantes. Existem dois açudes importantes na

região: o Pintadas (447.070m3) e o Riacho da Cachoeira (6.000.000m

3) que se encontram dentro

dos limites urbanos no município. As principais atividades econômicas são a agropecuária, o

extrativismo e o comércio.

Figura 12 Localização do município de Lajes Pintadas/RN e o Açude Riacho da cachoeira-Rio Grande do

Norte/Brasil. Fonte: Google Earth

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Para a realização do presente estudo, foi escolhido o Riacho da Cachoeira, e nele

selecionados três pontos para as coletas, sendo o ponto 1 (próximo a áreas de plantio), ponto 2 (

no centro do açude), e o ponto 3 (próximo ao centro urbano), tendo como coordenadas

geográficas (6° 8'30.08"S; 36° 6'54.39"O); (6° 8'37.26"S; 36° 6'55.78"O) e (6° 8'41.53"S; 36°

7'0.46"O) respectivamente (Figura 1).

2.2 Análises de água

Para as análises físico-químicas, foi utilizada sonda in situ nos períodos de estiagem

(novembro de 2010) e chuvoso (agosto de 2011). Foram coletadas para as análises

microbiológicas e de metais pesados 1 litro de água de cada teste e por ponto de coleta (FIGURA

2) em fracos plásticos estéreis nos meses de setembro, novembro e dezembro de 2010

compreendendo ao período de estiagem e nos meses de maio, junho e agosto de 2011 ao período

chuvoso, essas amostras eram colocadas em gelo, e encaminhadas para a análise. Para a

quantificação de radônio foi feito varredura em todo açude, e assim coletadas 26 amostras

contendo 50mL em frascos estéreis de plástico, essa foi realizada no mês de dezembro,

compreendendo ao período de estiagem.

2.2.1 Análises físico-químicas

Para as analises dos parâmetros físico-químicos foi utilizada a sonda multiparâmetro do

modelo Troll 9000 Pro XP. Os parâmetros verificados foram: pH, cloreto, turbidez, temperatura,

pressão, oxigênio dissolvido, condutividade e profundidade dos pontos do açude por período de

coleta.

2.2.2 Análises microbiológicas

Para analisar os parâmetros microbiológicos foram quantificados os coliformes totais e as

bactérias termotolerantes segundo a metodologia APHA et al. (2005).

2.2.3 Análises de metais

Os metais quantificados nessa análise foram: alumínio, chumbo, prata, cádmio, cobalto,

cobre, cromo, ferro, manganês, níquel e zinco. As leituras foram realizadas utilizando a

espectrometria de absorção atômica seguindo a metodologia APHA et al. (2005).

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2.2.4 Análises dos níveis de radônio

Para quantificar os níveis de radônio dissolvidos no Açude, foram coletadas amostras de

água de 26 áreas distribuídas ao longo do mesmo. As análises foram feitas a partir da

metodologia The E-PERM System Radon, 1999.

2.3 Análises de metais em sedimento

Foram coletados amostras de sedimento nas margens do Açude, seguindo a normatização

de número 5734 da ABNT, as coletas foram realizadas nos meses de dezembro de 2010(período

de estiagem) e agosto de 2010 (período chuvoso).

As amostras foram acondicionadas em travessas de vidro e secas em estufa a 60° C até a

remoção de toda a umidade. Após, foram desagregadas em almofariz de porcelana, sendo

posteriormente quarteadas e separadas granulometricamente em peneiras de aço inoxidável de

1mm (16 TYLER/MESH); 0,150mm (100 TYLER/MESH); 0,063mm (250 TYLER/MESH).

Estas amostras passaram por ataque a acido fraco (HCl 0,5 mol) sendo posteriormente

transferidos para frascos de polietileno de 100 mL e refrigeradas até ao momento da leitura por

espectrofotometria de absorção atômica-CHAMA. A metodologia utilizada esta descrita na

norma de número 6457 da ABNT.

2.4 Bioensaios

2.3.1 Micronúcleo em Tradescantia pallida (Trad-MCN)

O teste de Trad-MCN seguiu o protocolo de Ma et al. (1981), onde foram utilizadas

inflorescências jovens da espécie. As plantas foram coletadas nos períodos de estiagem

(novembro de 2010) e chuvosas (maio de 2011), foram acondicionadas foram postas em

hidropônia passando por três estágios: (i) adaptação (24h) com solução nutritiva de Hoagland,

(ii) exposição (12h) com a água coletada do açude em sua forma bruta e (iii) recuperação (24h)

com solução nutritiva de Hoagland novamente (Duan et al., 1999; de Oliveira et al., 2011),

totalizando 60 horas de teste por período (estiagem e chuvoso). Para o controle positivo foi

utilizado formaldeído a 0,2%, no período de exposição e para o controle negativo, foi utilizado à

solução de Hoagland durante os três estágios.

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Após o estágio hidropônico, os botões contendo as anteras, foram postos em solução

fixadora (ácido acético e álcool etílico 1:3) por 48 horas, em seguida os botões florais jovens

foram selecionados, as anteras maceradas e coradas com carmim acético a 2% e aquecidas.

Foram produzidas 10 laminas por ponto de coleta, sendo quantificadas as células em estagio de

tétrade, totalizando 300 por lâmina que foram analisadas em microscópio óptico, em um

aumento de 400 X.

2.3.2 Micronúcleo em Oreochromis niloticus

Foram realizadas coletas de 36 peixes, sendo 12 no período de estiagem ( dezembro de

2010) e 12 no chuvoso (maio de 2011) no Açude Riacho da Cachoeira e 12 controles na escola

agrícola de Jundiaí. De cada animal foram coletados 3 mL de sangue através de punção branquial

com seringas contendo EDTA. Com o tecido sanguíneo foram feitos esfregaços em 3 laminas

por animal. Em seguida as lâminas foram fixadas com álcool etílico P.A. e só depois, levadas ao

laboratório para serem coradas com Giensa 10%. (Marcon et al., 2010; Çavas et al., 2005;

Barbosa et al.,2010).

Foram confeccionadas 3 lâminas por indivíduo, totalizando a análise de 1.000 eritrócitos

por lâmina. A leitura é realizada em microscópio óptico com aumento de 1.000 X.

2.4 Análise estatística

As análises estatísticas foram feitas utilizando o BioEstat (versão 5.0). Os dados foram

submetidos aos testes ANOVA, Dunnett e Tukey (P<0,05) para verificar diferenças

significativas entre as amostras e o controle.

3.0 RESULTADOS

3.1 Análises de água

3.1.1 Análises físico-químicas

Os dados dos parâmetros físico-químicos (temperatura, pressão, pH, turbidez, cloreto,

condutividade, oxigênio dissolvido (OD) e profundidade) foram verificados baseando-se no

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decreto de lei brasileiro nº 518 de 2004, do Ministério da Saúde, podendo constatar que o único

parâmetro fora dos limites foi o cloreto, já que o limite máximo permitido(LMP) para o mesmo é

de 250 ppm (Tabela 1).

Tabela 7 Parâmetros físico-químicos dos períodos chuvoso( Agosto de 2011) e estiagem(Novembro de 2010) (Temperatura

(°C); Pressão (kPa); pH(pH); Turbidez (FNU); Cloreto (ppm); Condutividade (microSiemens/cm); OD (mg/L);

Profundidade (m)). Os * indicam os números acima de 250 mg/L.

3.1.2 Análises microbiológicas

Para análise dos dados microbiológicos, também se utilizou o decreto de lei brasileiro nº

518 de 2004 como referência, já que esses são parâmetros diretamente ligados com a

balneabilidade e potabilidade da água para o consumo humano. Tanto para os coliformes totais,

quanto para os termotolerantes, os valores estão acima do LMP, em ambos os períodos de coleta,

já que o decreto estabelece como ideal para o consumo a ausência destas bactérias na água

(Tabela 2).

Período Parâmetros P1 P2 P3

Temperatura 26.04 25.71 26.00

Pressão 1.100 5.747 1.116

pH 8.56 8.59 8.58

Estiagem Turbidez 14.9 12.1 13.6

Cloreto 4398.31* 4416.26* 4399.66*

Condutividade 4135.26 4156.41 4179.88

OD 10593 9521 9616

Profundidade 1,98 3,14 1,9

Temperatura 29.42 25.71 26.06

Pressão 0.275 0.874 0.196

Chuvoso pH 5.05 8.59 8.58

Turbidez 2.8 11.9 13.9

Cloreto 62.63 4451.35* 4504.49*

Condutividade 269.94 4153.65 4183.55

OD 8.76 9.55 9.65

Profundidade 5,4 6,35 5

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Tabela 2 Parâmetros microbiológicos dos períodos chuvoso e estiagem.* Acima dos limites permissíveis.

3.1.3 Análises de metais em água

Dos 11 metais avaliados (alumínio, chumbo, prata, cádmio, cobalto, cobre, cromo, ferro,

manganês, níquel e zinco), 6 (aluminio, cadmio, chumbo, ferro, niquel e prata) encontram-se fora

dos LMP pela resolução 357/2005 do CONAMA (CONSELHO NACIONAL DO MEIO

AMBIENTE), assim como do protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No período de estiagem (Tabela 3), observa-se que os níveis de alguns metais, como o

cádmio e o ferro, estão mais elevados quando comparados com o período da chuva, assim como

o níquel e a prata foram restritos ao período da seca.

No período chuvoso (Tabela 4), os metais: alumínio e chumbo encontram-se mais

elevados que no período de estiagem, porém nenhum outro metal é encontrado em níveis

diferentes ao período anterior.

Parâmetros NMP/100mL Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Decreto Nº 518*

ESTIAGEM Coliformes

Totais 280* 540* 540* Ausente

Coliformes Termotolerantes

(Fecais) 27* 33* 33* Ausente

CHUVOSA Coliformes

Totais <1,8* 23* 22* Ausente

Coliformes Termotolerantes

(Fecais) <1,8* 7,8* 7* Ausente

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Tabela 3 Níveis de metais pesados no período de estiagem. * Indica acima dos limites permissíveis pelo CONAMA, **

Indica acima dos limites permissíveis pela OMS, *** Indica acima dos limites permissíveis pelo CONAMA e OMS

Metal

(mg L) P1 P2 P3 CONAMA* OMS**

Al 0,2 0,25* 0,21* 0,2 0,9

Cd 0,015*** 0,016*** 0,0135*** 0,01 0,003

Co 0,122 0,15 0,14 0,2 *

Cu 0,0125 0,012 0,0111 0,013 2

Pb 0,2*** 0,3*** 0,25*** 0,033 0,01

Cr 0,016 0,024 0,019 0,05 0,05

Fe 1,944** 0,9** 1,333** 5 0,0005

Mn 0,025 0,05 0,045 0,5 0,4

Ni 0,08*** 0,124*** 0,112*** 0,025 0,07

Ag 0,013** 0,015** 0,0145** 0,05 0,002

Zn 0,04 0,035 0,0425 5 3

Tabela 4 Níveis de metais pesados no período chuvoso. * Indica acima dos limites permissíveis pelo CONAMA, ** Indica

acima dos limites permissíveis pela OMS, *** Indica acima dos limites permissíveis pelo CONAMA e OMS

3.1.4 Análises dos níveis de radônio

Para a análise dos parâmetros radioativos, foi utilizado o decreto de lei brasileiro de Nº

7.841, no qual os níveis de radiação são subdivididos em 3 critérios: os considerados fracamente

radioativo (entre 5 a 10 unidades de MACHE), os radioativos (entre 10 a 50 unidades de

MACHE) e os fortemente radioativos (acima de 50 unidades de MACHE). Os dados

demonstram que das 26 áreas da varredura do Açude, 7 foram consideradas fortemente

radioativas, e as demais, radioativas (Tabela 5).

Metal

(mg L) P1 P2 P3 CONAMA* OMS**

Al 0,233* 0,366* 0,275* 0,2 0,9

Cd 0,005** 0,003 0,007** 0,01 0,003

Co 0 0 0 0,2 -

Cu 0 0 0 0,013 2

Pb 0,066*** 0,066*** 0,05*** 0,033 0,01

Cr 0 0 0 0,05 0,05

Fe 0,351** 0,345** 0,647** 5 0,0005

Mn 0,071 0,111 0,127 0,5 0,4

Ni 0 0 0 0,025 0,07

Ag 0 0 0 0,05 0,002

Zn 0,006 0,011 0,01 5 3

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Tabela 5 Níveis de radônio no açude Riacho da Cachoeira

Área Quantificação em Mache Decreto-Lei Nº 7.841

A1 54 Fortemente Radioativas

A2 47 Radioativa

A3 53 Fortemente Radioativas

A4 51 Fortemente Radioativas

A5 49 Radioativa

A6 44 Radioativa

A7 48 Radioativa

A8 40 Radioativa

A9 59 Fortemente Radioativas

A10 39 Radioativa

A11 58 Fortemente Radioativas

A12 51 Fortemente Radioativas

A13 42 Radioativa

A14 39 Radioativa

A15 50 Radioativa

A16 50 Radioativa

A17 48 Radioativa

A18 47 Radioativa

A19 37 Radioativa

A20 47 Radioativa

A21 42 Radioativa

A22 43 Radioativa

A23 53 Fortemente Radioativas

A24 43 Radioativa

A25 47 Radioativa

A26 43 Radioativa

3.2 Análises de metais em sedimento

Para a análise dos dados foram utilizados os LMP’s da resolução de nº 344 do

CONAMA, que é restrita a averiguação dos seguintes metais: cádmio, cobre, chumbo, níquel e

zinco. Diante disto, apenas o cádmio detectado no ponto 1, do período de estiagem (Tabela 6)

está acima do limite máximo permissível pela resolução. Os demais pontos nos períodos de

estiagem e chuvoso (Tabela 7) não foram considerados acima do LMP.

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Tabela 6 Níveis de metais pesados presente no sedimento no período de estiagem.

Metal (mg/Kg) P1 P2 P3 CONAMA Nº344*

Al 322 990 604 - Cd 0,8* 0,6 0,4 0,6

Co 4 4,4 2,6 35,7 Cu 2 8 3,6 - Pb 24 24 20 35

Cr 6,4 10,4 4,2 37,3 Fe 2288 3836 1298 -

Mn 472 472 160 - Ni 4 4 2 18 Ag 3,4 2,4 0,6 - Zn 6,6 7,6 8,2 123

Tabela 7 Níveis de metais pesados presente no sedimento no período chuvoso.

Metal (mg/Kg) P1 P2 P3 CONAMA N°344*

Al 582 848 552 - Cd 0,2 0,2 0,4 0,6 Co 2 5,4 4 35,7

Cu 4,8 7,4 4 - Pb 16 20 12 35 Cr 5,2 6,8 4,6 37,3

Fe 2312 3224 2228 - Mn 72,6 147 127 - Ni 0 2 0 18

Ag 3 2 0,8 - Zn 72 64 2 123

3.3 Bioensaios

3.3.1 Micronúcleo em Tradescantia pallida

Percebe-se que no período de estiagem, todos os pontos foram significativos em

relação ao controle negativo (CN), sendo o P2 e P3 com p<0,05 e P1 juntamente com o

controle positivo (CP) p<0,01. Em relação ao período chuvoso, os pontos não

apresentaram significância quando comparado com o controle negativo (Gráfico 1).

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Richelly da Costa Dantas

Gráfico 1 Resultado das freqüências de MN em Tradescantia.

3.3.2 Micronúcleo em Oreochromis niloticus

Considerando o experimento com eritrócitos de O. niloticus, foi detectado um aumento

significativo na freqüência de micronúcleos (p<0,01) para o período de estiagem quando

comparado com o CN. Da mesma forma, quando é feita a comparação entre as estações de

coleta, é observado que existe uma diferença significativa na freqüência de indução de mutações

cromossômicas (p<0,01) entre as amostras do período de estiagem e do período chuvoso.

Entretanto, quando as amostras do período chuvoso são comparadas com o controle negativo,

não há um aumento significativo na freqüência de micronúcleos (Gráfico 2).

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Gráfico 2 Freqüência de micronúcleos em eritrócitos de O. niloticus nos períodos de seca e chuva.

4.0 DISCUSSÃO

Inúmeros trabalhos já vêm descrevendo os danos à saúde humana relacionados à

exposição de agentes radioativos em ambientes ocupacionais (Uhi et al., 2012; Fahmueller et al.,

2012; Ilyenko et al., 2011), contudo, pesquisas relatando os efeitos à saúde das populações,

associados à radiação natural, ainda são escassas na literatura global.

Dentro da perspectiva da contaminação natural, o presente estudo avaliou os prováveis

impactos ao material genético causados pela presença do gás radônio no Açude Riacho da

Cachoeira, Lajes Pintadas, RN/Brasil. Este reservatório hídrico tem um valor social e econômico

agregado ao desenvolvimento do município que o torna indispensável para a população local.

Desta forma, é notório e urgente o emprego de diferentes bioensaios no diagnóstico da

toxicidade genética associada a este corpo d’água que está sob a influência de radiação natural.

Dois modelos experimentais foram utilizados como bioindicadores de mutagenicidade:

Tradescantia pallida e Oreochromis niloticus. Adicionalmente, foram realizados testes físico-

químicos, microbiológicos, análises de metais pesados em água e sedimento, assim como

medições dos níveis de radônio no Açude.

Os dados oriundos do presente estudo indicam mutagenicidade associada às amostras de

água coletadas no período da estiagem. Este resultado foi observado tanto no ensaio de

micronúcleo (Mn) em Tradescantia quanto no teste de Mn em O. niloticus. Estas respostas

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Richelly da Costa Dantas

podem estar vinculadas tanto a presença do gás radônio quanto aos altos níveis observados de

alguns metais pesados, considerando que foram analisadas amostras de natureza complexa que

têm como principal característica serem constituídas de diferentes compostos que isolados ou em

interação podem causar uma resposta mutagênica em função dos efeitos antagônicos e/ou

sinérgicos (Pavlaki et al., 2011).

Considerando as medições dos níveis de radônio realizadas no Açude de Riacho da

Cachoeira, em todas as 26 áreas de coleta, as amostras foram consideradas radioativas ou

fortemente radioativas segundo a legislação brasileira. Vários artigos relatam que a exposição ao

gás radioativo radônio é a segunda principal causa de casos de câncer de pulmão, devido à

capacidade do radônio em promover mutações no DNA (Chauhan et al., 2011; Rage et al., 2011).

Cidades como Montreal, Gatineau, Kingston e Toronto possuem altos índices de radônio no seu

solo (Chen et al., 2011).

É importante enfatizar que dois trabalhos foram realizados no Açude de Lucrecia/RN,

situado na região do semiárido brasileiro, que também está sob a influência da radiação natural,

em especial pelo radônio. Os resultados obtidos revelaram um aumento na freqüência de

micronúcleos e outras alterações nucleares em peixes da espécie O. niloticus coletados

diretamente do açude (Marcon et al., 2010). Adicionalmente, o mesmo grupo de pesquisa,

utilizou o ensaio de micronúcleos em Tradescantia e em linfócitos humanos para a detecção de

mutagenicidade nas amostras de água de Lucrécia. Ambos os ensaios obtiveram respostas

positivas no aumento da freqüência de micronúcleos nos dois sistemas experimentais (Garcia et

al., 2011). Estes achados vêm a corroborar com os dados oriundos do presente estudo no Açude

Riacho da cachoeira, já que demonstram como a radiação natural pode estar influenciando no

aumento de quebras e/ou perdas cromossômicas. De fato, a presença do gás radônio nas amostras

de água do Açude Riacho da cachoeira representa um risco direto à saúde da população, uma vez

que a exposição das células dos aparelhos respiratórios e gastrintestinal à radiação ionizante

possibilita o surgimento de alguns tipos de câncer nesses órgãos (Marques et al., 2006; OMS,

2009; Sammet, 2011). Segundo a Secretaria de Saúde Municipal de Lajes Pintada/RN, 9% da

população têm ou teve algum tipo de câncer, sendo os principais os do sistema respiratório

superior e inferior.

Em adição as medições de radônio, também foram quantificados os metais pesados.

Durante o período da seca a presença de metais nas amostras de água, tais como Cd, Pb e Ni,

estão acima dos limites permissíveis considerando as normas do CONAMA e OMG de controle

ambiental. De fato, uma gama de estudos aponta na presença dos metais pesados em misturas

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complexas como indutores de danos ao material genético (Patel et al., 2011; Smuc et al., 2011;

Copat et al., 2012) inclusive associado ao aumento na freqüência de Mn (Garcia, et al., 2011).

Outro ponto de fundamental importância nesta avaliação está centrado na análise de

metais pesados em sedimento. Os resultados desta análise demonstram que apenas o cádmio está

acima do valor máximo permissível restrito ao ponto de coleta 1 e ao período de estiagem. Isso

significa que o único metal biodisponivel no sedimento é o cádmio, ressaltando que o peixe da

espécie O. niloticus é onívoro, alimenta-se principalmente de animais bentônicos, favorecendo o

consumo de sedimento e conseqüentemente dos metais ali presentes (Çavas, 2005). Portanto, a

ingestão deste metal pelos peixes é um risco iminente.

O cádmio é um agente contaminante que representa um grave risco a toda biota. Pode ser

encontrado na água, no solo e no ar, e por sua meia-vida ser longa, acumula-se em plantas e

animais. Por todo o mundo, agencias de controle ambiental, afirmam que o cádmio é

carcinogênico, e estudos recentes sugerem que a exposição a este metal induz instabilidade

genômica, através de mecanismos complexos e multifatoriais. O cádmio não promove dano

direto no DNA, no entanto, induz o aumento de espécies reativas de oxigênio, que por sua vez

levam a danos ao material genético e também pode interferir na sinalização celular (Mateuca et

al., 2006; Filipič, 2011; Link et al., 2011).

A mutagenicidade observada no presente estudo está restrita ao período de seca. Por

outro lado, a ausência de respostas positivas na estação chuvosa, pode estar vinculada ao grande

volume de precipitação, de tal forma que os níveis de profundidade do Açude observados entre

os períodos de coleta diferem quase o dobro. A diluição das águas traz como conseqüência a

dissociação dos metais (Harmanescu et al., 2011; Slivarichová et al., 2011), efeito que pode ser

observado nos dados apresentados no presente estudo, que demonstram a diminuição nos níveis

de metal período chuvoso (Ural et al., 2011; Zhao et al., 2011; Nduka & Orisakwe, 2010).

Adicionalmente, como a metodologia de coleta de água superficial é entre os primeiros

40 cm da lamina d’água, e a coleta para a análise do radônio é abaixo de 1m de profundidade, em

função da volatilidade do gás, a quantidade de água ocupada pelas precipitações recentes, podem

ter impedido o acesso do gás radônio a superfície, corroborando com os nossos resultados que

demonstram ausência de atividade mutagênica na época da chuva. Resultados semelhantes

podem ser vistos em outros estudos (Villalobos et al., 1999; Miller et al., 1992; UNSCEAR,

2010; OMS, 2009).

Considerando um dos parâmetros relativos à qualidade de água, os dados provenientes

das análises microbiológicas indicam que as amostram estão contaminadas. Os níveis de

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coliformes presentes na água são preocupantes, uma vez que, podem levar - em curto ou em

longo prazo - a infecções e a envenenamentos, podendo gerar graves danos a saúde da

comunidade local (Kataoka et al., 2011; Oliveira e Terra, 2004 ).

Finalmente, a partir do conjunto de dados gerados pelo presente estudo, podemos inferir

que tanto a radiação natural quanto a presença de determinados metais acima dos limites

permissíveis podem estar atuando na mutagenicidade observada. Novas pesquisas, para avaliar

os danos que essa radiação natural pode estar causando a população local devem ser

consideradas. Além disso, é necessário traçar uma associação entre os altos índices de câncer

observados em Lajes Pintadas com os níveis de radônio detectados nas amostras de água. Fica a

indicação para que os órgãos competentes que administram o município promovam programas

que assegurem e minimize os riscos a saúde desta população que ainda faz uso do Açude Riacho

da cachoeira.

5.0 CONCLUSÃO

Diante do cenário da radiação natural, os bioensaios de mutagenicidade mostraram-se

eficazes para identificar os danos ao material genético, em organismos expostos ao Açude

Riacho da cachoeira no município de Lajes Pintadas (RN), Brasil. Em conjunto com os dados

dos níveis radioativos, os outros métodos de verificação da qualidade da água mostraram que o

açude está contaminado, em decorrência da presença de metais pesados, coliformes fecais e

cloreto, contribuindo assim, para os efeitos mutagênicos observados nos organismos teste:

Tradescantia e O. niloticus. Fica o alerta para que haja mais estudos, visando o diagnóstico da

toxicidade genética, em áreas que estão sob influência de radioatividade natural e ação antrópica.

6.0 Agradecimentos

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo suporte

financeiro. A professora Raquel Franco e a bióloga Rejane Lopes pelo apoio e suporte nas

análises físico-químicas e o tratamento nos sedimentos

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Richelly da Costa Dantas

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Açude Riacho da Cachoeira necessita de maiores estudos, para se conhecer os efeitos

toxicológicos dessas misturas complexas em relação aos humanos.

Os administradores do município de Lajes Pintadas precisam tomar ciências da

contaminação que a população esta exposta. Para assim subsidiar medidas preventivas.

Aumentando a qualidade de vida nos moradores que ainda utilizam o açude.

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ANEXO 1

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Richelly da Costa Dantas

ANEXO 2

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Richelly da Costa Dantas

QUESTIONÁRIO DE PERCEPÇÃO AMBIENTAL-Lajes Pintadas

Sexo: (0)Feminino (1 )Masculino

Idade: (0) 18-20 (3) 41-50

(1) 21-30 (4) 51-60

(2) 31- 40 (5) Acima de 60

Tempo de Residência na Cidade:

(0) Menos de 1 ano (1) Entre 1 a 5 anos (2) Entre 5 e 10 anos (3) Mais de 10 anos

Escolaridade: (0) Sem escolaridade (4) 2 grau completo

(1) 1 grau incompleto (5) superior incompleto

(2) 1 grau completo (6) superior completo

(3) 2 grau incompleto

1. Para você, o que faz parte do meio ambiente?

(0) Naturais (Rios, lagos, animais e mares) (2) Todas as alternativas estão corretas

(1) Artificiais ( Ruas, Praças, Calçadas)

2. Você se preocupa com o meio ambiente?

(0) Sim (1)As vezes (2) Não (3) Nunca

3. Qual sua profissão?

(0)Pescador

(1)Agricultor

(3)Outros________________

(2) Dona de Casa

4. Cite 1 problema ambiental que você acha que existe em sua cidade:

(0) Poluição do açude

(1) Lixo

(2) Esgoto

(3) Nenhum

(4 ) outros

5. Como você avalia os problemas ambientais que existem se pudesse avaliá-los:

(0) Graves (1) Regulares (2) Baixos (3) Não sei

6. No seu dia-a-dia você considera que causa algum prejuízo ao meio ambiente?

(0) Muitos (1) Poucos (2) Nenhum ( 3) Não sei

7. Você já ouviu falar de radônio:

( 0) SIM ( 1) NAO

8. Com relação ao açude da cidade, como você o utiliza?

(0) Utiliza

(1) Não utiliza

(2) Evita usar

9. Como você considera a qualidade da água do açude do seu município se pudesse avaliá-lo?

(0)Ruim (1) Boa (2)Otima (3) Não sei

10. Você acha que a água do açude pode prejudicar a sua saúde?

( 0) Sim (1 ) Não (2) Não sei

11. Você conseguiria imaginar o seu município sem o açude?

( 0) Sim (1) Não (2) Nunca pensei

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Richelly da Costa Dantas

ANEXO 3

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ANEXO 4

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Centro de Biociências/Depto. de Biologia Celular e Genética

Laboratório de Mutagênese Ambiental Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado Participante,

Este é um convite para você participar da pesquisa ANÁLISE DA TOCIXIDADE GENÉTICA POR

CONTAMINAÇÃO DE RADÔNIO NO AÇUDE PINTADAS (RN): UM DESAFIO INTERDISCIPLINAR que

é coordenada pela Professora da UFRN, Viviane Souza do Amaral, e pela mestranda responsável Richelly da

Costa Dantas

Essa pesquisa tem como objetivo principal avaliar a compreensão dos moradores do município de Lajes

Pintadas/RN sobre o meio ambiente em que vivem, incluindo a utilização da água do açude Pintadas que esta

inserido dentro dos domínios do município. Esta pesquisa é muito importante, pois o açude Pintadas abastece

parte da população, e este está inserido sobre uma área geologicamente rica em pegmatitos, que são rochas que

secretam agentes radioativos, como o radônio que já é comprovadamente um agente carcinogênico pelo

Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos (USNTP), além de receber grandes quantidades de

poluentes de origem humana, os quais podem impor sérios riscos a população que se utiliza dele para os

diversos fins. Assim, o questionário funcionará como uma forma de se conhecer a situação dessa comunidade em

relação ao seu saber/agir ambiental e, além disso, pode tornar-se parte fundamental para futuros projetos de

educação ambiental, já que através deste questionário, será possível identificar as necessidades, as expectativas e

as relações que os moradores de Lajes Pintadas estabelecem com o meio ambiente da sua localidade.

Caso decida aceitar o convite, sua participação envolverá uma entrevista com a duração aproximada de

10 min. A sua participação é voluntária e se você decidir não participar e quiser desistir de continuar em

qualquer momento, ou ainda, se recusar a responder qualquer pergunta que ocasione algum constrangimento,

tem absoluta liberdade em fazê-lo.

Os riscos em participar dessa pesquisa são considerados mínimos. Como benefício, destaca-se a

participação direta dos moradores locais que irão contribuir nos ajudando na preparação desses registros, os

quais representarão a realidade de como a comunidade compreende o ambiente em que vive e como o utilizam.

Dessa forma, projetos futuros de educação ambiental poderão ser implantados levando em conta as necessidades

locais analisadas através questionário.

Em todas as etapas dessa pesquisa, inclusive na publicação dos resultados, sua identidade será mantida

em sigilo e serão omitidas todas as informações que permitam identificá-lo (a).

Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação nesta pesquisa, você será ressarcido, caso

solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você

terá direito a indenização.

Você ficará com uma copia deste Termo (TCLE) e toda a dúvida que você tenha a respeito desta

pesquisa, poderá perguntar diretamente para a mestranda: Richelly da Costa Dantas, no telefone (84) 87096881

ou pelo email [email protected].

Dúvidas a respeito da Ética desta Pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da

UFRN no endereço: Campus Universitário, Av. Senador Salgado Filho, s/n, bairro: Lagoa Nova, Natal, 59078-

970, e-mail [email protected] ou pelo telefone: (84) 3215-3135.

Atenciosamente,

______________________________

Richelly da Costa Dantas

Mestranda/Pesquisadora

Consinto em participar desta pesquisa e declaro ter recebido uma cópia deste termo de consentimento.

Participante

Assinatura do participante: __________________________________________. Nome ____________________________________; Idade:____; Sexo:_______.

Pesquisador Assinatura do responsável pela pesquisa: __________________________.

Nome ____________________________________; Idade:____; Sexo:_______.

Cidade:_________________________, Data: ___/___/___. Aposição da Digital