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I CONGRESSO DE GEOGRAFIA E ATUALIDADES

10 E 11 de Julho de 2015 - UNESP – Rio Claro, SP.

ANÁLISE DA HIPSOMETRIA E DECLIVIDADE NA SUB-BACIA DO

RIO GAVIÃOZINHO – BAHIA, COM UTILIZAÇÃO DE

SENSORIAMENTO REMOTO E SIG

Rafael Carvalho SANTOS, Artur José Pires VEIGA

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Vitória da Conquista (BA)

1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

O mundo contemporâneo é marcado pela problemática ambiental que emerge diante das

intervenções desordenadas da sociedade sobre a natureza. A má conservação dos recursos

hídricos, o uso irracional do solo, a poluição atmosférica são exemplos que demonstram a

dificuldade da sociedade moderna em associar o desenvolvimento, ou melhor, o crescimento

econômico com a conservação ambiental.

Os avanços no sensoriamento remoto e nos sistemas de informação geográfica (SIG’s)

proporcionaram maior facilidade, com redução de custos e tempo, para realizar estudos sobre

a superfície terrestre. O sensoriamento remoto se baseia num conjunto de técnicas e sistemas

voltados na captação da energia eletromagnética refletida e/ou emitida por objetos na

superfície terrestre, seja este objeto visível ou não (VEIGA, 2001).

Já o SIG, é um conjunto de ferramentas para obter, armazenar, recuperar, transformar e editar

grande quantidade de dados obtidos através de sensores e outros equipamentos para fins

específicos (RODRIGUEZ, 2005). Logo, estas são ferramentas que facilitam o trabalho de

pesquisadores sem perder a precisão e a conexão com a realidade, contribuindo para a

utilização racional do ambiente.

Neste sentido, o presente estudo tem o objetivo de analisar a hipsometria e declividade da

sub-bacia do Rio Gaviãozinho – BA a fim de identificar as limitações e potencialidade para o

uso e ocupação do solo, com utilização do Sensoriamento Remoto e Sistema de Informações

Geográficas – SIG. Para isso, têm-se os objetivos específicos de mapear e a quantificação as

diferentes classes de hipsometria, declividade e as hierarquias do sistema de drenagem,

correlacionando com as atividades desenvolvidas na área de estudo e os possíveis problemas

ambientais desencadeados.

A Sub-Bacia do Rio Gaviãozinho – SBRG pertence à Bacia do Rio Pardo, compreende uma

área de aproximadamente 335 km², e está localizada entre as coordenadas geográficas

14°39’28’’ – 14º54’41’’ de latitude S e 40°24’46’’ – 40°37’09’’ de longitude W. Ocupa,

principalmente, parte dos municípios de Planalto e Barra do Choça que integram o Território

de Identidade Vitória da Conquista e também a microrregião geográfica Vitória da Conquista

e mesorregião geográfica centro sul baiano, no estado da Bahia.

A área de estudo destaca-se economicamente no contexto regional, principalmente, por conta

da cultura cafeeira. Esta cultura foi implantada na região a partir da década de 1970 e

contribuiu fortemente para transformações na paisagem, associada à pecuária extensiva e

outras atividades humanas, sendo responsável pelo surgimento e/ou intensificação de diversos

problemas socioambientais (OLIVEIRA, 2006; LIMA, 2012; SANTOS, 2014). Devido aos

altos preços do café no mercado internacional e aos incentivos oferecidos pelo governo, as

áreas com esta cultura eram expandidas, levando ao desmatamento da vegetação nativa e a

ocupação de áreas protegidas, como as áreas de mata ciliar e vertentes com alta declividade.

A sub-bacia em estudo é de 4ª ordem, fazendo parte de outra sub-bacia que deságua na bacia

do rio principal, neste caso a outra sub-bacia em questão é a do Rio Catolé que deságua no

Rio Pardo. A escolha da área em estudo foi em função do reconhecimento das bacias

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hidrográficas como unidades espaciais de pesquisa para o planejamento e gestão

territorial/ambiental, sendo esse estudo de grande relevância para avaliar as potencialidades e

limitações de uso e ocupação da área visando um melhor equilíbrio e qualidade ambiental

(CHRISTOFOLETTI, 1999; BOTELHO & SILVA, 2004; LIMA, 2012).

2. MÉTODOS

Os procedimentos metodológicos pautaram-se em levantamento bibliográfico e documental

sobre a temática em estudo, aquisição de material cartográfico (Imagem ASTER GDEM com

um GRID de 30 metros) junto ao United States Geological Survey – USGS. A imagem de

radar foi importada e processada digitalmente através do SIG SPRING 5.2.6, desenvolvido

pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE e cujo acesso é gratuito, para a

produção das cartas temáticas de rede de drenagem, hipsometria e declividade, assim como a

quantificação e cruzamento das diferentes classes de dados. Além disto, foi realizado trabalho

de campo na área de estudo para observação direta e identificação das principais atividades

desenvolvidas e os possíveis problemas ambientais.

Para a extração da drenagem utilizando a imagem ASTER, deixou-se ativo no painel de

controle o plano de informação – PI referente à imagem de radar, através do menu MNT foi

selecionado a opção processos hidrológicos e em seguida a opção geração de grades, para a

criação de dois novos PIs: grade de direção de fluxo e grade de fluxos acumulados. Logo

depois, foi ativado o PI grade de fluxos acumulados, selecionando no menu MNT a opção

processos hidrológicos e rede de drenagem, preenchendo o limite de saída com valor igual a 1

para que o SIG considere todos os valores de grade de fluxo, obtendo-se assim a grade de

drenagem. Depois, foi gerada uma imagem através do PI com a grade de drenagem, clicando

no menu MNT em geração de imagem, após a geração da imagem alterou-se o seu contraste

para melhor visualização da rede de drenagem, através do menu imagem clicou-se em

vetorização automática com definição de limiar entre o valor mínimo e máximo considerando

o valor maior que o limiar. Após estas etapas, realizou-se a edição vetorial para refinamento

do produto alcançado.

O mapa de hipsometria foi criado através da imagem ASTER selecionando no menu MNT a

opção fatiamento, onde foram definidas as classes temáticas e associadas com as classes

criadas no modelo de dados temáticos para altimetria, gerando assim o mapa matricial que

posteriormente foi convertido através do menu temático e clicando na opção matriz – vetor. Já

no mapa de declividade, ativou-se a imagem ASTER e no menu MNT clicou-se na opção

declividade gerando assim um novo PI contendo a grade e imagem de declividade, em

seguida no menu MNT foi selecionada a opção fatiamento, onde foram definidas as classes

temáticas e associadas com as classes criadas no modelo de dados temáticos para declividade,

sendo produzido o mapa matricial de declividade que em seguida foi convertido em vetor.

A quantificação das classes temáticas dos mapas de hipsometria e declividade foram feitas

através do menu temático clicando na opção medida de classes, já o cruzamento das diferentes

classes foi produzido também através do menu temático e da opção tabulação cruzada.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os rios são importantes agentes modeladores do relevo, recebendo, erodindo e transportando

sedimentos. A sub-bacia em estudo (figura 1) apresenta hierarquia fluvial de até quarta ordem

segundo a classificação de Strahler. A rede de drenagem segue, predominantemente, o padrão

dendrítico, onde há o predomínio de canais fluviais de primeira ordem ao longo da bacia,

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sendo os grandes responsáveis por trazer sedimentos das encostas para os cursos de ordem

superior, ou seja, eles indicam maior dissecação do relevo podendo ser controlado por fatores

estruturais, como falhas e fraturas (CHRISTOFOLETTI, 1980).

No alto curso do riacho Serra Preta, devido às diversas ramificações dos cursos d’água, numa

área relativamente pequena se tem a presença de rios de primeira, segunda, terceira e quarta

ordem. Já no riacho de Mombuca, tem-se a presença de ramificações com rios de primeira e

segunda ordem distribuídos ao longo do curso principal que constitui um rio de terceira

ordem. A partir de certo trecho do riacho Mombuca, ele desagua no rio Gaviãozinho, que ao

confluir com o riacho Serra Preta torna-se de quarta ordem, mesmo recebendo tributários de

primeira e segunda ordem até desaguar no rio Catolé.

De acordo com os dados da pesquisa realizado nessas áreas, aproximadamente, 76% dos

canais fluviais são de primeira ordem, 19% de segunda ordem, 4% de terceira ordem e 1% de

quarta ordem.

Com relação à hipsometria (figura 2 e tabela 1), definida por Guerra e Guerra (2011, p. 340)

como “a representação altimétrica do relevo de uma região no mapa”, os resultados mostram

que na área de estudo existe uma amplitude altimétrica de aproximadamente, 541 metros. Seu

conhecimento é de grande importância para se conhecer a dinâmica do relevo, sobretudo através

da dissecação que possui estreitas relações com a erosão na superfície terrestre. Neste caso, a

variação altimétrica está relacionada a mudanças entre as unidades geomorfológicas do Planalto

dos Geraizinhos e a vertente do Piemonte Oriental do Planalto de Vitória da Conquista,

aumentando a energia livre que associada à ocorrência de chuvas orográficas e a retirada da

cobertura vegetal podem ocasionar a aceleração dos processos erosivos nesta região.

Figura 1: Hierarquia Fluvial da Sub-Bacia do Rio Gaviãozinho.

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8372565

8367036

8361506

8355944

8350381

328840 333815 338787 343757

14°39’55”s

14°42’56”s

14°45’57”s

14°48’58”s

14°51’59”s

14°55’00”s 40°35’22”w 40°32’37”w 40°29’52”w 40°27’07”w

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A maior parte da área da sub-bacia encontra-se entre 850 e 950 metros de altitude, ou seja,

uma média de 71.64% localiza-se na unidade geomorfológica do Planalto dos Geraizinhos

que apresenta relevo plano a suave ondulado, os rios estão pouco entalhados na superfície. As

áreas situadas entre as classes de 601 e 800 metros de altitude correspondem, em grande parte,

a unidade geomorfológica da vertente do Piemonte Oriental do Planalto da Conquista e estão

representadas por relevo bastante dissecado pela atuação da rede de drenagem, cujo rio

encontra-se entalhando os vales nas áreas mais altas da bacia constituída por cobertura

detrítica, totalizando uma área correspondente a 3.78%. As classes entre 601 e 700, ocorrem

apenas nas proximidades da foz do rio Gaviãozinho.

A classe com altitude entre 951 a 1000 metros corresponde a uma área de 48.64 km², sendo a

terceira classe mais expressiva cobrindo 14.52% da sub-bacia, porém, devido à atuação de

processos denudacionais ela tende a diminuir com o tempo. Já as classes acima de 1000

metros correspondem a morros residuais constituídos por materiais mais resistentes,

localizam-se principalmente a noroeste e na área central da sub-bacia, totalizando uma área de

apenas 3.97 km².

No que diz respeito à declividade (figura 3 e tabela 1), para Guerra e Guerra (2011),

corresponde a maior ou menor inclinação do relevo em relação ao plano horizontal, ou seja,

divide-se a diferença de nível pela distância horizontal e multiplica-se o resultado obtido por

100. Assim, o estudo da declividade é importante para analisar, entre outros aspectos, as

condições pedológicas do local para verificar a sua aptidão para usos agrícolas, assim como

para identificar áreas de maior declividade sujeitas ao escoamento superficial.

Figura 2: Hipsometria da Sub-Bacia do Rio Gaviãozinho.

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8372565

8367036

8361506

8355944

8350381

328840 333815 338787 343757

14°39’55”s

14°42’56”s

14°45’57”s

14°48’58”s

14°51’59”s

14°55’00”s 40°35’22”w 40°32’37”w 40°29’52”w 40°27’07”w

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Do total da área, o percentual de 2.4% com 8.05 km² são consideradas Áreas de Preservação

Permanente – APP segundo o Código Florestal, correspondendo à classe com declividade

superior a 45%. A classe de maior expressividade foi de 10-20% abrangendo uma área de

127.49 km², estando sujeita a atuação de processos erosivos, logo, são indicados os cultivos

permanentes – por proporcionar maior proteção ao solo –, devendo ser praticados em curvas

de nível com a utilização de um manejo adequado para garantir a conservação ambiental,

sobretudo, do solo.

As classes com variações de 0% a 5% possuem relevo plano a suavemente ondulado, sendo

favorável a práticas agrícolas de culturas temporárias ou permanentes, não tendo impedimento a

mecanização, desde que se utilize de um manejo adequado que leve em consideração as

particularidades ambientais, principalmente, dos solos e do clima. Ambas totalizam uma área de

aproximadamente 38 km², representando 11.34% da área de estudo.

As classes de 5-10% tem-se uma área de 81.17 km², recobrem 24.23% da área da sub-bacia. O

relevo é mais ondulado, sendo recomendadas práticas de conservação do solo como o plantio

em curva de nível. Já a classe de 20-45% corresponde a uma área de 80.27 km²,

aproximadamente 24% da área de estudo, o relevo é forte ondulado a montanhoso, são áreas

sujeitas a erosão, sofrendo restrições a mecanização e a práticas agrícolas, sendo

recomendado a silvicultura ou a conservação da vegetação nativa.

Com base dos dados da tabulação cruzada entre as classes de hipsometria e a declividades

(tabela 1) foi possível identificar que as áreas com declividade entre 10 – 20% são mais

expressivas nas classes altimétricas entre 851 e 1000 metros, correspondendo a uma área de

114.78 km² que equivale a aproximadamente 34% da área total da sub-bacia em estudo. De 5

– 10% as áreas também estão concentradas nas classes entre 851 e 1000 metros de altitude,

totalizando 75.38 km². A classe de declive de 20 – 45% estão reunidas, sobretudo, nas classes

altimétricas entre 801 e 950 metros numa área de 68.49 km². As áreas de declividade superior

a 45% agrupam-se principalmente nas altitudes entre 751 e 900 metros, correspondendo a

desníveis abruptos entre as unidades de relevo existentes. E as áreas com declive de até 5%

concentram-se nas classes altimétricas entre 851 e 1000 metros.

Tabela 1: Sub-bacia do rio Gaviãozinho: Tabulação cruzada de áreas (em km²): Hipsometria x Declividade -2015.

Hipsometria

(m)

Declividade (%)

0 – 2 2 – 5 5 – 10 10 – 20 20 – 45 > 45 Total

601–650 0.00 0.00 0.01 0.04 0.06 0.01 0.12

651–700 0.00 0.02 0.05 0.16 0.38 0.23 0.86

701–750 0.01 0.07 0.23 0.53 1.03 0.75 2.63

751–800 0.05 0.26 0.82 2.09 4.15 1.65 9.03

801–850 0.14 0.86 2.61 8.10 15.53 2.49 29.74

851–900 0.94 4.77 13.38 28.32 28.61 2.23 78.25

901–950 3.84 18.90 47.48 66.54 24.35 0.62 161.73

951–1000 1.28 6.32 15.52 19.92 5.53 0.07 48.64

1001–1050 0.08 0.40 1.00 1.61 0.51 0.00 3.61

1051-1100 0.00 0.01 0.04 0.14 0.09 0.00 0.29

1101-1150 0.00 0.01 0.02 0.03 0.01 0.00 0.07

Total 6.36 31.63 81.17 127.49 80.26 8.07 335

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Figura 3: Declividade da Sub-Bacia do Rio Gaviãozinho.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após as análises efetuadas, verificou-se que a sub-bacia do Rio Gaviãozinho apresenta

hierarquia fluvial de quarta ordem, com padrão de drenagem dendrítico, predominando canais

fluviais de primeira ordem indicando condições favoráveis a dissecação do relevo quando

associado à declividade acentuada e substrato geológico com material detrítico.

A amplitude altimétrica da bacia é de aproximadamente 541 metros, isto ocorre devido à

transição entre a unidade geomorfológica do planalto dos Geraizinhos e o Piemonte Oriental

do Planalto de Vitória da Conquista, aumentando a energia potencial dos cursos d’água

favorecendo o transporte de sedimentos e consequentemente a dissecação do relevo,

principalmente, em áreas onde a cobertura vegetal encontra-se degradada. 71.64% da área da

sub-bacia está localizada no planalto dos Geraizinhos na classe altimétrica de 850-950 metros.

A declividade foi outro tema estudado, notou-se que 64.43% apresenta restrições de uso do

solo com declividades acima de 10%, logo estão sujeitos a atuação de processos erosivos caso

a cobertura vegetal esteja degradada e/ou devido a própria suscetibilidade do meio físico,

sendo recomendado o cultivo de culturas permanentes, plantio em curvas de nível,

silvicultura, ambos com adoção de um manejo adequado, além da indicação de conservação

da vegetação nativa garantindo a proteção do solo. Deste total, 2.4% são consideradas áreas

de preservação permanente – APP com declividade superior a 45%. As classes com

declividade entre 0% e 10% correspondem a 35.57% da área de estudo e são favoráveis a

práticas agropecuárias, desde que seja utilizado um manejo adequado.

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8372565

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328840 333815 338787 343757

14°39’55”s

14°42’56”s

14°45’57”s

14°48’58”s

14°51’59”s

14°55’00”s 40°35’22”w 40°32’37”w 40°29’52”w 40°27’07”w

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O fato de muitos produtores rurais ainda utilizam técnicas rudimentares, como as queimadas,

e raramente contratarem profissionais competentes para realizarem estudos físico-químicos

dos solos e de aptidão agrícola, para se conhecer as necessidades de correção e adubação

adequadas, contribui para a degradação ambiental (OLIVEIRA, 2006; SANTOS, 2014).

Acabando por utilizarem maquinários e insumos agrícolas sem uma indicação adequada. Isto

ocorre por motivos diversos, que vão desde a falta de informações dos produtores rurais até a

falta de acompanhamento e fiscalização por parte dos órgãos públicos (municipal, estadual

e/ou federal).

Neste sentido, percebe-se a necessidade do planejamento e gestão ambiental, e também

territorial, de si conhecer o ambiente e suas potencialidades e fragilidades a fim de

acompanhar e propor políticas públicas que visem à conservação ambiental e o

desenvolvimento local/regional, entendido como melhorias que perpassam pela dimensão

ambiental, econômica, social, política e cultural.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOTELHO, R. G. M.; SILVA, A. S. Bacia Hidrográfica e Qualidade Ambiental. In: VITTE,

A. C.; GUERRA, A. J. T. Reflexões sobre a geografia física no Brasil. Rio de Janeiro:

Bertrand Brasil, 2004.

CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1980.

__________. Modelagem de Sistemas Ambientais. São Paulo: Edgard Blücher, 1999.

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de

Solos. 2. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA-SPI, 2006.

GUERRA, A. T.; GUERRA, A. J. T. Novo Dicionário Geológico-Geomorfológico. 9. ed.

Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.

LIMA, E. M. Interações socioambientais na bacia hidrográfica do rio Catolé – Bahia.

Tese (Doutorado em Geografia) – NPGEO, Universidade Federal de Sergipe, São Cristovão,

2012.

OLIVEIRA, J. T. Evolução do Uso da Terra e dos Solos na Bacia de Captação da

Barragem Água Fria I e II em Barra do Choça/Ba. Dissertação (Mestrado em

Desenvolvimento e Meio Ambiente) – PRODEMA, Universidade Estadual de Santa Cruz,

Ilhéus, 2006.

RODRIGUEZ, A. C. M. Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento Aplicados na

Análise da Legislação Ambiental no município de São Sebastião (SP). Tese (Doutorado

em Geografia Humana) – FFLCH, Departamento de Geografia, USP: São Paulo, 2005.

SANTOS, R. C. Vulnerabilidade Ambiental na Sub-Bacia do Rio Gaviãozinho, Bacia do

Rio Pardo – BA: um estudo da relação sociedade-natureza. Monografia (Graduação em

Licenciatura Plena em Geografia) – Departamento de Geografia, UESB: Vitória da

Conquista, 2014.

UNITED STATES GEOLOGICAL SURVEY – USGS. ASTER GDEM: Imagem de modelo

digital de elevação. Grid de 30 metros. GEOTIFF. Disponível em

<http://earthexplorer.usgs.gov/>. Acessado em 31/03/2015.

VEIGA, A. J. P. Mapeamento Geomorfológico, com uso de Sensoriamento Remoto e SIG

como Subsídio ao Planejamento Ambiental. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento

Sustentável) – Centro de Desenvolvimento Sustentável, UNB: Brasília, 2001.