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ANÁLISE DA ATIVIDADE DOS OPERADORES DE PRENSAS EXCÊNTRICAS EM UMA INDUSTRIA METALÚRGICA: UM DIAGNOSTICO DO POSTO DE TRABALHO VITOR APARECIDO PEREIRA DA COSTA (UFSCar ) [email protected] Andrea Regina Martins Fontes (UFSCar ) [email protected] Renato Luvizoto Rodrigues de Souza (UFSCar ) [email protected] Frente à relevância do setor de construção civil no cenário socioeconômico nacional, este artigo buscou verificar as condições de trabalho, a partir da ergonomia da atividade, em uma indústria metalúrgica fornecedora de materiais metálicos para a construção civil localizada na cidade de Araçariguama/SP. A justificativa deste estudo parte da necessidade de aumentar a segurança dos trabalhadores desta cadeia produtiva e reduzir os custos adicionais oriundos de mão de obra ausente e /ou reparação de danos causados a trabalhadores que não tem condições propícias de segurança. Desta forma, o objetivo foi elaborar um diagnóstico da situação atual do posto de corte por prensa excêntrica de bobinas de aço. O método de pesquisa foi pautado na análise ergonômica do trabalho (ATE) e contou com visitas exploratórias, análise de documentos e entrevistas semi estruturadas. Constatou-se a partir da análise da atividade que a realização do trabalho contava riscos inerentes ao design dos equipamentos; com posturas inadequadas devido as condições impróprias e a falta de ajustes da cadeira; excesso de esforço devido as exigências da tarefa em relação ao palete; além da falta de equipamentos de proteção individual (EPI). Por fim, o artigo apresenta proposições de melhorias. Palavras-chaves: Indústria metalúrgica, construção civil, prensa excêntrica, ergonomia, análise ergonômica do trabalho XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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ANÁLISE DA ATIVIDADE DOS OPERADORES DE

PRENSAS EXCÊNTRICAS EM UMA INDUSTRIA METALÚRGICA: UM DIAGNOSTICO DO POSTO

DE TRABALHO

VITOR APARECIDO PEREIRA DA COSTA (UFSCar ) [email protected]

Andrea Regina Martins Fontes (UFSCar ) [email protected]

Renato Luvizoto Rodrigues de Souza (UFSCar ) [email protected]

Frente à relevância do setor de construção civil no cenário socioeconômico nacional, este artigo buscou verificar as condições de trabalho, a partir da ergonomia da atividade, em uma indústria metalúrgica fornecedora de materiais metálicos para a construção civil localizada na cidade de Araçariguama/SP. A justificativa deste estudo parte da necessidade de aumentar a segurança dos trabalhadores desta cadeia produtiva e reduzir os custos adicionais oriundos de mão de obra ausente e /ou reparação de danos causados a trabalhadores que não tem condições propícias de segurança. Desta forma, o objetivo foi elaborar um diagnóstico da situação atual do posto de corte por prensa excêntrica de bobinas de aço. O método de pesquisa foi pautado na análise ergonômica do trabalho (ATE) e contou com visitas exploratórias, análise de documentos e entrevistas semi estruturadas. Constatou-se a partir da análise da atividade que a realização do trabalho contava riscos inerentes ao design dos equipamentos; com posturas inadequadas devido as condições impróprias e a falta de ajustes da cadeira; excesso de esforço devido as exigências da tarefa em relação ao palete; além da falta de equipamentos de proteção individual (EPI). Por fim, o artigo apresenta proposições de melhorias.

Palavras-chaves: Indústria metalúrgica, construção civil, prensa excêntrica, ergonomia, análise ergonômica do trabalho

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1. Introdução

O setor de construção civil possui elevada importância no cenário socioeconômico nacional,

pois é responsável pela construção de diversos estabelecimentos fundamentais para o

funcionamento da economia e da sociedade. Segundo a Fundação João Pinheiro apud Dacol

(1996, p.48): “a atividade construtora é uma das responsáveis pela criação das próprias bases

da moderna sociedade industrial, assumindo a função de montagem da infraestrutura

econômica e social indispensável ao prosseguimento do processo de industrialização”. Esse

setor atualmente é responsável por 5,8% do PIB nacional (IBGE, 2010).

Para o IBGE (2010), a construção civil empregava cerca de 2,5 milhões de pessoas no Brasil

que receberam naquele ano R$ 41,9 bilhões em salários e outras retiradas. O valor total das

obras públicas foi de R$ 107 bilhões, correspondendo a 42,8% do valor total dos gastos com

construção em 2010. As 74,9 empresas do setor realizaram investimentos de R$ 7,4 bilhões

naquele ano.

Esse setor é constituído por uma série de atividades de elevada complexidade, relacionadas

entre si pela diversificação de produtos e processos. Usualmente, classifica-se a Indústria da

Construção Civil nos subsetores de Materiais de Construção, Edificações e Construção Pesada

(SEBRAE-MG, 2005).

O subsetor de Materiais de Construção envolve a produção dos materiais, como tintas,

cimento e cabos elétricos, excetuando-se a fabricação de máquinas e equipamentos. Cada

material de construção empregado na obra possui a sua cadeia produtiva, contribuindo para o

caráter heterogêneo dos segmentos da cadeia. Já o subsetor de Construção Pesada abrange

atividades relacionadas à construção de infraestrutura, isto é, obras de construção de rodovias,

ferrovias, portos, aeroportos, centrais de abastecimento de água, montagem de instalações

industriais, entre outros. Por fim, o subsetor de Edificações compreende a construção de

edifícios residenciais, comerciais e para o setor público, além das manutenções e reformas

correntes (ABRAMAT/FGV, 2009).

Nessa perspectiva, Mello (2007) discorre que a indústria da construção civil atua sobre uma

extensa cadeia produtiva de fornecedores, serviços de comercialização e manutenção.

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Do mesmo modo, Vergna (2007) acrescenta que esse setor é diferente dos outros, pois os seus

outputs são projetos únicos e há uma considerável complexidade de relações ao longo de sua

cadeia produtiva. A Figura 1 apresenta um modelo geral da cadeia produtiva da construção

civil.

Figura 1: Esquema geral da cadeia de construção civil

Fonte: Deconcic/Fiesp (2008), p.13

Como pode ser observado pela Figura 1, os subsetores da Construção Pesada e Edificações

possuem como início de seus processos produtivos o subsetor de Materiais de Construção (elo

a montante das cadeias). Os demais elos, a montante e a jusante, ou correspondem a

prestadores de serviços (subempreiteiras) ou comerciantes e distribuidores.

Da mesma forma, observa-se que o relacionamento entre empresa construtora e fornecedores

ainda possui barreiras que comprometem a eficiência da cadeia produtiva da construção civil,

como salienta Reis (1998) ao afirmar que essa relação é pouco cordial e de curta duração,

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dificultando o estabelecimento de vínculos quanto à continuidade do fornecimento. Outros

entraves são, conforme Reis (1998), que o monitoramento da capacidade dos fornecedores em

atender pedidos da empresa construtora em relação à qualidade e prazos é pouco usual e que

há dificuldade em ter uma visão integrada da construção civil, já que, diferentemente das

demais indústrias, ela ainda não pode ser considerada uma montadora, o que contribui para a

presença de fornecedores de materiais de baixa qualidade e indiferentes às condições de

trabalho dos seus operários.

Devido a essa considerável relevância no cenário nacional, as empresas que pertencem à

cadeia produtiva da construção civil necessitam, cada vez mais, aumentar a segurança de seus

trabalhadores e reduzir os seus custos adicionais oriundos de mão-de-obra ausente e/ou

reparação de danos causados a trabalhadores que não tem condições propícias de segurança.

Deste modo, o estudo da ergonomia surge para auxiliar a definir o espaço adequado para a

execução das tarefas dos trabalhadores de forma segura e com qualidade, influenciando na

produtividade das empresas (IIDA, 2005).

Dentro deste contexto, o principal objetivo desse trabalho consiste na elaboração de um

diagnóstico da situação atual do posto de corte por prensa excêntrica de bobinas de aço em

uma indústria metalúrgica, fornecedora de materiais metálicos para a construção civil

localizado na cidade de Araçariguama/SP. Pretende-se ainda realizar a proposição de

melhorias no referido posto, por meio de conceitos e ferramentas da Ergonomia da Atividade.

2. Acidentes e riscos do trabalho na cadeia de construção civil

O setor de construção civil é um dos que apresentam os índices mais elevados de acidentes de

trabalho. Segundo Araújo (1998), esse setor está em segundo lugar na frequência de acidentes

registrados em todo o país, tendo estes as mais diversas causas, como: falta de planejamento

adequado, utilização inadequada de materiais e equipamentos, falhas na execução, falta de

informação e motivação; elevada rotatividade de mão-de-obra, más condições de trabalho,

falta de treinamentos adequados e uso incorreto de equipamentos de proteção.

Os dados estatísticos de Acidentes de Trabalho de 2011 divulgados pelo Ministério da

Previdência Social indicam, em comparação com os dos anos anteriores, um pequeno

aumento no número de acidentes de trabalho registrados.

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Vale ressaltar que os setores industriais com os maiores números de ocorrências foram o de

alimentos e bebidas com 59.976 acidentes e de construção civil com 54.664 registros (MPAS,

2011).

Entretanto, esses dados consideram apenas os acidentes ocorridos nos canteiros de obras,

desconsiderando os números de acidentes que ocorrem ao longo da cadeia produtiva do setor.

Ao realizar uma análise sistêmica dessa cadeia, percebe-se que os índices referentes aos

acidentes de trabalho em relação à construção civil seriam maiores, especialmente ao enfocar

as indústrias metalúrgicas fornecedoras das construtoras, as quais possuem números

alarmantes de ocorrência de acidentes, principalmente devido à notória presença de prensas e

similares em suas instalações, que são causadores de aproximadamente 21 % do total de

acidentes de trabalho no país, conforme a Previdência Social (2005).

Em relação aos riscos de trabalho nas empresas pertencentes a essa cadeia produtiva, segundo

Araújo (1998), deve-se focalizar as atenções na prevenção de acidentes e higiene do trabalho

para evitar o afastamento temporário do trabalhador e o efeito psicológico do mesmo sobre o

grupo de trabalhadores. Nesse sentido, a questão da segurança deve constar no planejamento

de qualquer item referente à organização do trabalho (ARAÚJO, 1998).

3. Ergonomia da atividade

A Ergonomia da Atividade é fundada sobre a descoberta da disparidade entre o trabalho

prescrito, aquele exigido pela gerência, e o trabalho real, aquele que é efetivamente realizado

pelo trabalhador, enfatizando que todo trabalho possui complexidade, isto é, ela possui como

foco central de estudo e intervenção a complexidade das situações de trabalho e a

multiplicidade de aspectos que refletem sobre a segurança e a saúde dos trabalhadores,

visando conciliá-las à produtividade e à qualidade do trabalho. Desse modo, ela objetiva

elaborar um diagnóstico com vistas a transformar as condições laborais, na perspectiva de

melhorar a relação homem-trabalho. (DANIELLOU, 2004; GUÉRIN et al., 2001).

A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é uma abordagem ascendente e proporciona

elencar as percepções dos trabalhadores sobre o posto de trabalho.

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A coleta de dados baseia-se na junção das etapas da AET com atividades projetivas, a partir

dos seguintes procedimentos:

− Análise da demanda: consiste na análise do contexto global e na escolha do recorte de

análise;

− Análise da tarefa: refere-se à análise do trabalho, dos processos, do produto e do

trabalho prescrito. Nesta etapa, utiliza-se a aplicação da ferramenta de análise de risco

Ergonomics Workplace Analysis (EWA) (AHONEN et al., 1989) para avaliação dos

constrangimentos a que os trabalhadores estão submetidos (considerando posturas e

movimentos, o espaço de trabalho, esforço físicos, riscos de acidentes, demandas

cognitivas e organizacionais); e, posteriormente, desenvolve-se a Ficha de Descrição

da Tarefa (FDT) (CAMAROTTO, 2007);

− Análise da atividade: consiste na interação com os trabalhadores, em entrevistas

abertas a partir de um roteiro de questionário de percepção (SOUZA e MENEGON,

2002);

− Diagnóstico: corresponde às conclusões da fase de análise e da elaboração dos

requisitos de análise. Nesta fase são elaborados os requisitos de projeto;

− Proposição de melhorias: trata-se de um projeto participativo com os trabalhadores da

empresa e da avaliação da atividade futura (DANIELLOU, 2004).

4. Metodologia

Primeiramente, realizaram-se visitas exploratórias na empresa como forma de analisar a

situação atual do posto de trabalho definido. Por meio dessas visitas, realizou-se a coleta de

dados. A coleta contou com informações obtidas dos operadores das prensas excêntricas bem

como fotos, documentos e entrevistas.

Uma vez coletados esses dados, aplicou-se parcialmente a AET (Análise Ergonômica do

Trabalho) para o posto de trabalho em questão, conforme o Tabela 1:

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Tabela 1: Aplicação parcial da AET

Fonte: Adaptado de Fontes et. al., (2008).

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5. Apresentação e análise dos resultados

Ao aplicar parcialmente a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) no posto de trabalho em

voga, pretende-se obter informações referentes a tarefa que a empresa espera que o

trabalhador exerça (tarefa prescrita) e a atividade executada nesse posto, desse modo, a partir

desses dados, visa-se realizar uma comparação entre a tarefa e atividade do trabalhador. Da

mesma forma, tornar-se-á possível a elaboração de propostas de melhoria no local estudado,

considerando a produtividade da empresa e o bem-estar do trabalhador.

5.1 Análise da demanda e da tarefa

A empresa em questão é uma indústria metalúrgica de pequeno porte e foi fundada por um ex-

engenheiro civil no final dos anos 90. Ela fornece materiais metálicos somente para a

construção civil, tais como andaimes, fôrmas, escoramentos, painéis, alinhadores, vigas

diagonais, chapas de aço, entre outros produtos.

Localiza-se em Araçariguama – SP, possui uma área aproximada de 5000 m², além de 70

funcionários divididos em dois turnos e uma variedade de cerca de 500 produtos. Atualmente

ela possui um único cliente, que é uma construtora multinacional e, aproximadamente, 250

fornecedores.

O fato de a empresa ser de pequeno porte e de possuir apenas um cliente a torna submissa às

exigências da construtora, já que ela é totalmente dependente deste cliente, por isso

dificilmente a empresa contesta alguns empecilhos recorrentes nessa relação como a elevada

frequência de projetos do cliente que necessitam de ajustes de medidas ou as mudanças

constantes nas prioridades dos pedidos e, por consequência, nos prazos de entrega. Desse

modo, a empresa precisa se adequar às necessidades da construtora para sobreviver no

mercado.

Do mesmo modo, como a cadeia produtiva da construção civil não é tão integrada como, por

exemplo, a automobilística, e a construtora possui inúmeros fornecedores. Desta forma, a

construtora não estende o mesmo nível de controle e de exigência de qualidade para todos os

fornecedores de sua cadeia, inclusive para o fornecedor em questão, logo, ocasionalmente, há

devoluções de produtos fornecidos com defeitos. Além disso, a empresa analisada possui

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irregularidades quanto ao atendimento da legislação trabalhista e condições precárias de

trabalho. Estas são negligenciadas tanto pela empresa quanto pela construtora, que demostra

preocupação estrita com o atendimento de seus pedidos, desconsiderando a realidade

trabalhista desse fornecedor.

O posto de trabalho escolhido para a realização deste trabalho foi o da prensa excêntrica de

corte de engate por chaveta da marca Harlo com 100 ton de capacidade, utilizada no corte de

chapas de aço de diversos tamanhos.

É importante ressaltar que o processo de corte se inicia neste posto de trabalho, isto é, após as

bobinas de aço passarem pelo processo de desbobinamento, elas são cortadas em chapas de

diferentes dimensões. Em seguida, passam pelos processos de estampagem nas outras prensas,

montagem, soldagem, acabamento e expedição.

Ao se observar de modo minucioso a execução da tarefa, foi possível identificar alguns

problemas referentes ao posto de trabalho. Destaca-se a falta de uma grade de proteção na

área de corte da prensa e de alguns equipamentos de proteção individual (EPIs) em condições

inadequadas de uso, o que influencia na segurança do trabalhador; a utilização de uma cadeira

inadequada para o posto devido ao seu elevado peso, dificultando a sua movimentação, e à

falta de um ajuste de altura em sua estrutura, afetando a postura do trabalhador e podendo,

consequentemente, ocasionar lesões posturais, já que há um rodízio de trabalhadores no posto

de trabalho de acordo com a disponibilidade de cada operador de prensa, pois há 8 prensas

para 5 operadores.

Da mesma forma, foi constatado que o palete, onde as peças são agrupadas após serem

cortadas, possui uma altura baixa (78,5 cm), obrigando o trabalhador a realizar movimentos

que podem prejudicar a sua saúde.

5.2. Riscos de acidentes

Os riscos identificados foram os de falha de design da máquina, decorrentes da falta de uma

grade de proteção na área de corte da prensa excêntrica, sendo que, de acordo com o PPRPS

(Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares) essas prensas não podem permitir

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o ingresso das mãos ou dos dedos dos trabalhadores na zona de prensagem, por isso, devem-

se adotar as seguintes medidas de proteção nessa área:

− Enclausuramento da zona de prensagem, com frestas que permitam apenas o ingresso

do material, e não dos dedos e mãos nas áreas de risco, conforme a NBR 13761:1996.

Pode ser constituído de proteções fixas ou móveis, conforme a NBR NM 272:2002; ou

− Operar somente com ferramentas fechadas, significando o enclausuramento do par de

ferramentas, com frestas ou passagens que não permitam o ingresso de dedos e mãos

nas áreas de risco, conforme as NBR 13760:1996 e 13761:1996.

A ausência desta proteção aumenta consideravelmente o risco de ocorrência de graves

acidentes.

Acerca dos riscos referentes à atividade do trabalhador, pode-se citar a ausência de EPIs

adequados, como luvas, protetor auricular, entre outros, porém os riscos relacionados aos

ruídos, iluminação, energia e utilidades, não foram constatados na empresa.

Observou-se que o risco de acidentes é grande e a severidade é gravíssima.

5.3. Ficha de descrição da tarefa de corte de bobina de aço

Com o objetivo de caracterizar as tarefas executadas pelo operador, foi aplicada a Ficha de

Descrição da Tarefa (FDT) (CAMAROTTO, 2007).

Tabela 2: Ficha de descrição da

tarefa

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Fonte: Adaptado de Camarotto, 2007

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Vale ressaltar que as etapas descritas na Tabela 2 são referentes à tarefa de corte de chapas de

aço de grandes dimensões, sendo que para o corte de chapas de aço de pequenas dimensões a

única diferença é a utilização de uma pinça magnética para movimentar as chapas da mesa da

prensa para um palete diferente que possui os lados fechados.

5.4. Análise da atividade

Com o intuito de analisar a atividade do trabalhador, ou seja, as ações que ele efetivamente

realiza na execução do trabalho, aplicou-se uma entrevista aberta a partir de um roteiro

presente no Anexo.

Com base nas respostas obtidas na entrevista, observou-se que há muitos fatores que afetam a

satisfação, segurança e o desempenho do trabalhador na empresa.

Sobre as ferramentas e outros dispositivos técnicos, por exemplo, observou-se que eles não

atendem a tarefa do trabalhador, conforme o discurso a seguir:

“Sim, utilizo algumas ferramentas, como pinças magnéticas para movimentar chapas

pequenas da mesa da prensa para o palete, mas elas não estão em condições apropriadas de

uso. Já pedi várias vezes para que houvesse a troca dessas ferramentas, porém nada foi feito

ainda.”

Os discursos dos outros quatro trabalhadores que já operaram no mesmo posto foram muito

similares.

6. Diagnóstico e proposição de melhorias

Basicamente, os problemas identificados foram:

− Em relação à postura no trabalho, constatou-se que há a utilização de uma cadeira

excessivamente pesada e que não possui ajuste de altura, afetando consideravelmente

a postura do trabalhador e podendo ocasionar lesões no corpo, principalmente na

coluna;

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− Em relação ao esforço físico, percebeu-se que há o uso de paletes demasiadamente

baixos e que obrigam o trabalhador a exercer um esforço excessivo sobre sua coluna

ao ter que movimentar as chapas grandes de aço da mesa da prensa para o palete,

prejudicando a sua integridade física;

− Em relação à falta de equipamentos, observou-se que há falta de equipamentos de

proteção individual (EPIs), podendo gerar lesões nas mãos dos trabalhadores e falta de

ferramentas em condições adequadas de uso, afetando o desempenho dos

trabalhadores e podendo ocasionar acidentes. Da mesma forma, há a ausência de uma

grade de proteção na zona de prensagem da prensa, aumentando significativamente os

riscos de ocorrer graves acidentes no posto de trabalho.

Propõe-se como melhorias a esses problemas, uma maior atenção e comprometimento da

gerência da empresa em relação às condições dos EPIs e das ferramentas utilizadas pelos

trabalhadores, de modo a assegurar que as condições dos equipamentos fornecidos sejam

adequadas.

Em relação à cadeira, sugere-se que sejam colocados rodízios e ajuste de altura em sua

estrutura ou que haja a aquisição de uma cadeira que possua essas características, desse modo,

possibilitando a qualquer operador da prensa regular a altura da cadeira e a sua distância em

relação a ela, aumentando, assim, o conforto no posto de trabalho.

A proposição de melhoria para o problema da altura dos paletes é a utilização de um palete

que possua uma altura adequada para qualquer trabalhador que possa operar a prensa, sendo

que a definição dessa altura seria baseada no nível do cotovelo, na qual é igual a altura do

cotovelo com o braço em posição relaxada (AHONEN et al., 1989). Desse modo, evitando

que o trabalhador aplique um esforço excessivo sobre sua coluna.

A Figura 2 representa um modelo do posto de trabalho com a cadeira e o palete sugeridos:

Figura 2: Posto de trabalho com a cadeira e palete propostos

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Fonte: Autor

Acerca do problema das grades de proteção nas prensas, propõe-se que, conforme a PPRPS

(Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares), seja realizado o enclausuramento

da zona de prensagem ou que ocorra operação somente com as ferramentas fechadas, como

mostra a Figura 3 e 4, respectivamente. Dessa forma, minimizando a ocorrência de acidentes

nessa área.

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Figura 3: Enclausuramento da zona de prensagem

Fonte: Silva, 2008, p.16

Figura 4: Ferramenta fechada

Fonte: Silva, 2008, p.17

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7. Considerações finais

Considerando as limitações presentes na elaboração desse trabalho como a hesitação inicial de

alguns trabalhadores em responder as perguntas sobre suas condições de trabalho, temendo

afirmar algo que comprometesse a manutenção do seu emprego, e a participação escassa da

gerência durante o andamento da pesquisa, pode-se dizer que os objetivos propostos foram

alcançados, pois, embasando-se nos conceitos da Ergonomia da Atividade e nos declarações

dos trabalhadores do posto de trabalho analisado, pôde-se construir um diagnóstico

condizente com a realidade.

Do mesmo modo, utilizando como base esse diagnóstico e as ideias dos operadores de prensa

foi possível elaborar melhorias plausíveis e que não fossem tão onerosas para a empresa

adotar.

A contribuição desse trabalho para o aprendizado do autor foi significativo, pois ele pôde se

aprofundar no conhecimento referente à Ergonomia, analisando a realidade de um ambiente

empresarial e percebendo o enorme abismo que há entre a teoria aprendida no ambiente

acadêmico e a prática adotada nas empresas.

Caso essas melhorias sejam implantadas, a contribuição desse trabalho para a empresa em

voga será considerável, tanto para o bem-estar, segurança e satisfação do trabalhador quanto

para o aumento da sua produtividade. Logo, percebe-se a grande relevância que a aplicação

dos fundamentos da Ergonomia da Atividade possui para a geração de melhorias em um

ambiente empresarial.

REFERÊNCIAS

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Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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Anexo - Roteiro para a entrevista

1. Você usa algum tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI)? Se sim, eles estão

em boas condições de uso? Caso a resposta seja negativa, por que não usa?

2. Você utiliza algum tipo de ferramenta durante o seu trabalho? Se sim, elas estão em

condições adequadas de uso?

3. O espaço que você dispõe para trabalhar é apropriado para a sua operação?

4. Qual sua postura mais comum nesse posto de trabalho? Essa postura te incomoda?

5. Você se esforça muito na realização do seu trabalho? Se sim, o que você faria para

diminuir o esforço?

6. Quanto tempo você costuma trabalhar neste posto de trabalho sem pausas para

descanso?

7. Já sofreu algum acidente nesse posto ou já testemunhou um acidente em outros postos

similares ao seu? Você se sente seguro trabalhando nesse posto?

8. Você tem sentido algum tipo de desconforto ou dor constante devido ao trabalho? Se

sim, em qual parte do corpo?

9. Qual a sua carga diária de trabalho (quantidade de cortes, no caso)? Você considera o

seu trabalho muito repetitivo? Quantos ciclos diários você costuma realizar?

10. Você tem liberdade para sugerir ou realizar alguma melhoria no seu posto de trabalho?

Se sim, você já realizou ou sugeriu alguma?